Pódio - 15 de março de 2015

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MANAUS, DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015 [email protected] À SOMBRA DA RIQUEZA Com estádios constr uídos no famoso padrão Fifa , futebol amazonense vive um contraste quando assunto é p úblico. As arquibancadas locais não m ní vel de Copa do Mundo. Nas duas primeiras roda das do campeonato regional, a médi a foi de 562,6 torcedo res por jo go . Os clubes, cla r o, sofrem também com os preju ízos financeiros. Pódio E3 DIEGO JANATÃ

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015 [email protected]

À SOMBRA DA RIQUEZA

Com estádios construídos no famoso padrão Fifa, futebol amazonense vive um contraste quando assunto é público. As arquibancadas locais não têm nível de Copa do Mundo. Nas duas primeiras rodadas do campeonato regional, a média foi de 562,6 torcedores por jogo. Os clubes, claro, sofrem também com os prejuízos financeiros. Pódio E3

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Nesses dias, as torci-das faziam carreatas. Eram muitas pessoas com bandeiras e camisas. Eles faziam o movimento para que os torcedores fossem para os estádios. Naque-la época, o futebol amazonense tinha uma equiparação entre as equipes.

Seu nome é Antonio Ri-cardo Peixoto Lima, mas no futebol e na vida, fi cou conhecido

como Rolinha. Meio-campo cerebral, muitos o chamavam de Gerson do Amazonas. Ídolo do Nacional que brilhou nos campos baré nas décadas de 60 e 70, ele, ao lado de Mario, formou a maior dupla de cria-ção do futebol amazonense. Rolinha recusou propostas de grandes clubes como Flumi-nense e Cruzeiro, para conti-nuar defendendo as cores do Leão da Vila Municipal.

A equipe PÓDIO conver-sou com Rolinha e relembrou histórias do passado, curiosi-dades e fatos que marcaram a carreira dessa lenda do futebol local.

PÓDIO – Como começou sua carreira?

ROLINHA – Tudo começou com o meu pai. Ele jogou futebol. Ele é pernambucano e veio para Manaus depois de jogar no Santa Cruz. Eu, quando garoto, estive na es-colinha do Nacional e Rio Negro. Voltei juvenil para o Nacional. Todo tempo em que estive no clube, consegui contribuir para o sucesso do clube. Fomos campeões vá-rias vezes e entramos para a história. Participei da sele-ção amazonense e joguei na pré-estreia do Vivaldão.

PÓDIO – Como era jogar com os estádios lotados na época?

R – Era bom. Jogar no Par-que Amazonense e na Colina. A torcida fi cava bem próxima. Isso era muito bom. Você sentia o calor da torcida. Fora isso, havia a identifi cação do torcedor com o atleta. Isso era importante.

PÓDIO – Qual foi o título

mais importante que con-quistou com o Nacional?

R – Todos os títulos são im-portantes, independente da época ou situação da equipe.

Porém, o mais marcante foi o primeiro título, em 1968. Vinha de um período no Rio Negro. Voltei para o juvenil do Nacional e logo fui para o profi ssional para substi-tuir um atleta chamado Almir que estava indo para o São Raimundo. Nesse período, consegui manter uma boa sequência de jogos e fi quei como titular no Nacional por muitos anos.

PÓDIO – Como é para você ser um ídolo do Na-cional?

R – Para ser ídolo de um clube você precisa fazer por onde para se tornar. É uma responsabilidade muito gran-de. Por muito tempo, fui ca-pitão do Nacional. Ser ídolo é aumentar a sua responsa-bilidade com relação aquilo que você faz. O atleta, seja ele de qualquer modalidade, tem que fazer por merecer ser ídolo de uma torcida.

PÓDIO – Qual foi o me-

lhor companheiro de equi-pe que você teve?

R – Tive um companheiro de equipe que formou comigo uma dupla de meio-campo muito boa no Nacional. Foi o Mário. Ele era carioca. O Mário foi um jogador extra-ordinário. Mas tive outros companheiros que contribu-íram para o sucesso desse time e da dupla Mario e Rolinha. O time do Nacional era muito bom.

PÓDIO – Como surgiu o

apelido ‘Rolinha’?R – Quando criança, tinha

um rapaz chamado Luis Au-gusto Santa Cruz Machado, que era estudante de direito e logo foi juiz em Manaus, que fi cava narrando a pelada da rua próximo da minha casa na Joaquim Nabuco. Ele fi cava apelidando toda a criança da rua. Como cortava meu cabe-lo bem raspado e só deixava um topete, ele disse que tinha a cabeça de uma rolinha. Foi

ai que surgiu o meu apelido. Acho até estranho quando me chamam de Ricardo.

PÓDIO – Quais treina-dores marcaram a sua carreira?

R – Todos os treinado-res contribuíram de alguma maneira. Logo no começo tive o João Bosco, que foi campeão com o Nacional em 68 e acabou sendo sena-dor. Tive o Flávio de Souza que fazia parte da equipe do Bosco. Tive o Alfredo Gon-zalez, Paulo Emilio que de-pois foi para o Fluminense. Fui treinado na Rodoviária pelo eterno Amadeu Teixei-ra. Ele contribuiu muito com a minha formação.

PÓDIO – Concorda quan-

do falam que falta paixão no futebol amazonense?

R – Concordo plenamente. Foi o Amadeu que falou isso primeiramente, com toda a sua sabedoria e experiên-cia. Existe muita diferença quando jogávamos clássi-cos. Nesses dias, as torci-das faziam carreatas. Eram muitas pessoas com bandei-ras e camisas. Eles faziam o movimento para que os torcedores fossem para os estádios. Naquela época, o fu-tebol amazonense tinha uma equiparação entre as equipes. São Raimundo, Sul America e América eram equipes fortes. Embora Nacional, Fast e Rio Negro levassem uma vanta-gem maior, porque tinham maior poder aquisitivo.

PÓDIO – Como vê o atual

momento do futebol ama-zonense?

R – Vejo com tristeza. Tomei conhecimento que o Nacional está com um pro-jeto que visa daqui uns anos chegar pelo menos na Série B do Brasileiro, mas já ouve o tropeço da Copa Verde. Assisti ao jogo e é triste ver perder de 4 a 1 para o Pay-sandu. Não é impossível, mas

é difícil reverter. Mas o nosso futebol está carecendo do que o seu Amadeu falou na sua última entrevista. Está faltando um envolvimento maior das diretorias e dos jo-gadores. Fora isso, não pode-mos esquecer de mencionar o trabalho com as categorias de base. Isso é importantís-simo. Eles deixaram de lado por muito tempo.

PÓDIO – Sente-se feliz com o reconhecimento da torcida do Nacional?

R – Fico feliz, porque quando saio com minha família, sem-pre alguém vem falar comigo. No Shopping, na própria rua, sempre alguém me reconhe-ce. Pessoas que me viram jo-gar e presenciaram o futebol antigo. Esse reconhecimento é bom, porque mostra que não fomos esquecidos. As-sim como acontece comigo, deve acontecer com outros atletas que também marca-ram seus nomes na histó-ria do futebol daqui. Atletas como Clóvis e Marialvo. Essa sensação é gostosa.

Pódio – Valeu a pena to-

dos os anos dedicados ao futebol?

R – Valeu sim. Faria tudo de novo, sem titubear. Naquela época, percebíamos que o fu-tebol não ia oferecer muitas coisas. Hoje em dia não, seria muito bom para pessoas que participaram do futebol na minha época. Elas iriam ga-nhar muito dinheiro. Assisti-mos hoje e vemos que não sei quem ganha não sei quanto. Naquela época não era as-sim. Jogávamos com amor. O salário era muito pouco, mas eu faria tudo novamente. Não me arrependo de nada que fi z para jogar futebol. Fora isso, tive uma preocupação que outros não tiveram. Es-tudei um pouco mais e tive minha formação de nível superior. Essa orientação me levou a ter uma vida um pouco mais tranquila.

Rolinha

Está faltando um envol-vimento maior das dire-torias e dos jogadores. Fora isso, não podemos esquecer de mencionar o trabalho com as ca-tegorias de base. Isso é importantíssimo. Eles deixaram de lado por muito tempo.

FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM

Fui treinado na Rodoviá-ria pelo eter-no Amadeu Teixeira. Ele contribuiu muito com a minha for-mação.

Faria TUDODE novo,sem TITUBEAR

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Os custos do Campeonato Amazonense 2015Dos dez jogos disputados nas duas primeiras rodadas do Barezão, cinco tiveram as despesas maiores que a arrecadação

O C a m p e o n a -to Amazonense 2015 chega a sua quinta roda-

da neste fi nal de semana. Apesar disso, apenas as duas primeiras foram dis-putadas na íntegra. As de-mais tiveram jogos adiados por conta da participação de Nacional e Princesa do Solimões na Copa Verde.

O PÓDIO fez o levanta-mento dos públicos pagan-tes e do faturamento dos clubes mandantes nos dez primeiros jogos do Estadual. E o número é assustador. Deste total de partidas, na metade delas os man-dantes tiveram que pagar para jogar e o prejuízo chegou a R$ 11.649,80.

O campeão de défi cit nas duas primeiras rodadas foi o Iranduba, que no duelo dian-te do Rio Negro, conseguiu levar somente 77 torcedo-res pagantes ao estádio da Colina. Com os ingressos vendidos, o Hulk arrecadou R$ 1.060. Contudo, teve R$ 4.557,55 de prejuízo.

Não faltaram taxas e im-postos para ser deduzidos do arrecadado com a venda de ingressos. Dez por cen-to foi debitado para quitar o aluguel do campo, como acontece em todas as parti-das; o Seguro Torcedor - R$ 0,35 para cada um sentado na arquibancada - custou R$ 26,75; Cinco por cento fi cou com a Federação Ama-zonense de Futebol (FAF); Cinco por cento de INSS; Cinco por cento de ISS; a arbitragem, os auxiliares, os delegados e os fi scais embolsaram R$ 1.800, além de ser pago 20% de INSS sobre tal remuneração; o quadro móvel abocanhou R$ 1.413, além de 20% sobre esse valor de INSS; os serviços de controle de acesso, emissão e venda de bilhetes custaram R$ 140; R$ 530 de policiamento e R$ 800 para a ambulância.

O PÓDIO tentou contato

com a diretoria do Iran-duba para comentar os custos que teve no seu pri-

meiro jogo como mandante, mas não obteve sucesso.

Lucro irrisórioJogar no interior sempre

foi um problema para os clubes da capital. Além da tradicional apaixonada tor-cida interiorana, as equipes enfrentam o desgaste das viagens. O Penarol fez va-ler o fator casa nas duas primeiras rodadas e somou seis pontos atuando no Flo-ro de Mendonça.

Dos cinco jogos com saldo

positivo nas duas primeiras rodadas do Barezão, dois tiveram o Leão da Velha Serpa como mandante. Mas, engana-se quem acha que os lucros foram satisfató-rios. Apenas R$ 5.514,35 fi cou nos cofres do clube de um bruto arrecadado de R$ 19.020, para um público pa-gante de 2.019 torcedores.

“O torcedor vê os estádio lotado e acha que todo o valor arrecadado com a quantidade de ingressos vendidos vai para o clube, mas não é bem assim. Nós não temos muito público, o futebol amazonense passa por difi culdade em relação a isso. Acredito também que uma maneira de di-minuir isso aí, seria a fe-deração ajudar os clubes. Eles recebem uma porcen-tagem no valor dos jogos na arena, mas, segundo eles, o investimento vai para o futebol amador”, explica a presidente do Penarol, Patrícia Serudo.

Construídos para serem Campos Ofi ciais de Treina-mento para a Copa do Mun-do 2014, o estádio Carlos Zamith, Coroado, Zona Les-te de Manaus, e o estádio Ismael Benigno - a Colina -, localizado no bairro São Raimundo, foram palcos de sete, dos dez primeiros jo-

gos do certame.O público pagante, no

entanto, foi decepcionante. Somado aos jogos disputa-dos no Floro de Mendonça (Itacoatiara) e no Jabotão (Borba), os torcedores que frequentaram os estádios nas duas primeiras rodadas do Barezão não lotariam o es-

tádio Ismael Benigno. Foram 5.626 abnegados presentes nos palcos esportivos, núme-ro insufi ciente para ocupar os 10,4 mil lugares da Colina, uma média de 562,6 pagan-tes por jogo.

O jogo com maior público pagante foi em Itacoatia-ra, entre Penarol e Nacional

Borbense. 1.252 compraram ingressos para prestigiar a estreia positiva do Leão da Velha Serpa no Estadual. Em contrapartida, 77 testemu-nhas presenciaram a vitória do Iranduba sobre o Rio Ne-gro por 2 a 0, na Colina, em duelo válido pela segunda rodada do Barezão.

Somados, públicos não lotariam a Colina

Fast 4x1 Iranduba 381 R$ 5.290 R$ -821,45Nacional Borbense 2x3 São Raimundo 895 R$ 8.950 R$ 1.769,25Penarol 1x0 Manaus FC 767 R$ 7.285 R$ 1.181,30Princesa do Solimões 2x2 Operário 325 R$ 4.340 R$ -963,95Nacional 3x0 Rio Negro 931 R$ 19.410 R$ 6.456,05Operário 2x3 Nacional 429 R$ 7.830 R$ 324,75São Raimundo 1x3 Princesa do Solimões 294 R$ 3.630 R$ -4.202,40Manaus FC 0x3 Fast 325 R$ 4.350 R$ -1.104,45Iranduba 2x0 Rio Negro 77 R$ 1.060 R$ -4.557,55Penarol 1x0 Nacional Borbense 1252 R$ 11.735 R$ 4.333,05

Jogo Público pagante Arrecadação Renda líquida

SÓ ISSO?Nas duas primeiras rodadas do Campeo-nato Amazonense, a média de tocedores pagantes foi de 562,6 por jogo, mesmo com os clássicos entre Nacional e Rio Negro e Princesa e Operário

Bandeirão da torcida rionegrina ocupa, sem incomodar ninguém, boa parte da arquibancada do estádio Carlos Zamith

R$ 530 de policiamento e R$ 800 para a ambulância.

O PÓDIO tentou contato 800 para a ambulância.

O PÓDIO tentou contato 800 para a ambulância.

futebol amador”, explica a presidente do Penarol, Patrícia Serudo.

sete, dos dez primeiros jo- do Barezão não lotariam o es- ra, entre Penarol e Nacional rodada do Barezão.

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ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

No jogo Fast e Borbense a arquibancada estava vazia

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Com passagens pelo futebol internacional, jogadores do Campeonato Amazonense revelam suas experiências fora do país

Todo jogador de futebol sonha em um dia atuar fora do país. Com salários melhores e uma cultura

totalmente diferente daquela vi-vida no Brasil, os atletas buscam no exterior a chamada “qualidade de vida”. Quando retornam, mos-tram evolução tática e técnica, além de um profi ssionalismo in-comum na região.

No Campeonato Amazonense 2015, alguns jogadores acumu-lam passagens por clubes do ex-terior. Nada de Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Milan ou Manchester United. Os atletas que hoje desfi lam em gramados baré passaram por equipes mais modestas. Esse é o caso do volante do Fast, Roberto Dinamite, que fez carreira no futebol europeu.

Hoje, com 29 anos, o jogador saiu de Manaus para atuar no futebol da Macedônia. “Primeiro eu fui jogar no Vardar, que é o maior clube do país. Fiquei apenas oito meses lá. Em seguida, o maior patrocinador do clube resolveu apoiar o Rabotnicki, que é o maior rival do Vardar, e me levou junto. Fiquei seis anos lá e foi quando as coisas aconteceram na minha vida”, diz o orgulhoso volante.

Durante o período no Rabotnicki, Dinamite teve o prazer de disputar as duas principais competições europeias - Liga dos Campeões e Liga Europa -, além de con-quistar o campeonato nacional. O sucesso foi tanto, que o volante desembarcou na Alemanha. Mas, por questões burocráticas, ele não disputou a Bundesliga.

“Apesar de não ter uma ex-pressão muito grande no cenário mundial, o futebol da Macedônia me abriu portas, me fez realizar sonhos, meu em particular, da minha família, e de amigos. Sou muito grato por isso. E de lá tam-bém me abriu portas para uma transferência rápida, que acabou não dando muito certo, para o

Stuttgart”, recorda Dinamite. Sonho realizadoApesar de estar numa liga sem

tanta visibilidade e atuando numa equipe pouco conhecida, o amazo-nense ouviu a famosa música da Liga dos Campões tocar em três oportunidades. Era a vitória de um garoto humilde, nascido em Manaus e que passou a infância sem desfru-tar de qualquer tipo de luxo.

“Você sabe o quanto é difícil a gente aqui do Norte, no geral, sair e conquistar um espaço fora do seu país. Quando chegou nesse momento de Champions League eu me senti um cara vitorioso. Uma realização minha e da minha família, pelos obstáculos que tive-mos na época para chegar aonde eu cheguei e aquele momento

ali foi único e especial”, relata o volante, admitindo que sente saudades da época em que atuava com a camisa do Rabotnicki.

A participação de Dinamite na Liga dos Campeões foi curta. Sua equipe não passou das fases clas-sifi catórias para chegar à fase de grupo. Contudo, o amazonense teve o privilégio da atuar em um dos maiores palcos do futebol mundial, diante de uma das maio-res equipes do planeta.

“Na época, para entrar na fase de grupo, a gente saiu para o Liverpool. Eles tinham grandes jogadores, Fernando Torres, Pepe Reina, Gerrard. E já nas outras duas nós fomos eliminados pelo Fenerbahçe, quando o Alex ainda

jogava por lá e a outra foi contra o Lille. Foram momentos muito bacanas que eu não esqueço”, conta o jogador.

Adaptação rápidaIdioma, alimentação, clima, cul-

tura. Todos são fatores importan-tes para a fase de adaptação de um jogador de futebol em novo país. Dinamite “deu de ombro” para as difi culdades e chegou a se divertir diante de situações inusitadas com as quais se deparou.

“Por incrível que pareça, foi até muito rápida (adaptação), porque na época, quando cheguei, só era eu de brasileiro, então o idioma, o sérvio-croata, eu fui obrigado a aprender muito rápido no dia a dia. Como eu saí de uma família muito humilde, tudo de novo que eu vivi lá, era legal para mim. Não tive di-fi culdade, a não ser para aprender o idioma. O clube me deu toda a estrutura. Eu cheguei numa época de inverno, mas como eu nunca tinha visto neve, era emoção para mim, aquilo era uma diversão, era legal”, recorda Dinamite.

Fundamental na adaptação do volante amazonense dentro das quatro linhas foi o técnico do Rabotnicki, Boban Babunski. O Macedônio, que também falava espanhol, se tornou peça chave para que Dinamite se ajustasse no país e no futebol nacional.

“Ele era apaixonado por brasi-leiros, gostava do nosso futebol. Ele me ajudou muito, tinha toda paciência comigo para mostrar esquema tático, mostrava vídeos, chegava até a desenhar”, resume o jogador, afi rmando que o intér-prete só podia ser acionado em caso de reunião com algum diretor ou presidente do clube.

Passado as dificuldades, as coisas começaram a melhorar quando o volante passou a fa-lar o idioma local e conquistar os primeiros títulos com o Ra-botnicki. Ele ganhou moral com a torcida e na rua era parado para dar autógrafos e recebia o carinho dos fãs.

APRENDIZADORoberto Dinamite pas-sou seis anos na Ma-cedônia e o que mais lhe chamou atenção no futebol do país euro-peu foi a preocupação dos dirigentes em formar cidadãos e não somente atletas

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Aos 24 anos, o atacante do Ma-naus FC, Alex Titton, tem muitas histórias para contar. Com passa-gem pelas categorias de base de Grêmio e Inter, o gaúcho foi para solo europeu com apenas 19 anos. E não foi para um clube qualquer. Com o aval de Claude Anelka - irmão do atacante frânces Nicolas Anelka - ele desembarcou num clube tradi-cional da Inglaterra: o Tottenham.

Descendente de italianos, Titton teve sua entrada no velho continente facilitada por portar passaporte euro-peu. Apesar de ter atuado apenas pelo Tottenham B - considerado o segundo time dos Spurs - o atacante pôde treinar ao lado de grandes astros do futebol mundial, já que a equipe inferior era usada para encarar os

titulares nos treinamentos.“Eu treinava com Defoe. O Gomes

(goleiro brasileiro) era meu amigo, eu almoçava e jantava na casa dele todos dias, que era bem ao lado da minha. Treinei também ao lado de Modric, Giovanni dos Santos, Crou-ch...”, conta Titton. “ Tu não tem noção da estrutura dos caras. Eles tem seis campos de treinamento só para o primeiro time”, complementa.

O atacante também pôde acom-panhar de perto o surgimento de um dos maiores jogadores atualmente do futebol mundial: Gareth Bale. “Ele não tinha toda essa moral, o treinador não gostava muito dele (na época, Harry Redknapp), quem gostava dele era o auxiliar, o Tim Sherwood (atu-almente comanda o Aston Villa). Até

me espantei quando vi ele fazendo aquele sucesso todo e indo para o Real Madrid”, diz.

Depois da passagem pelo Totte-nham B, Titton encarou novos desa-fi os. Quando ainda estava no clube londrino foi emprestado ao AC Saint Louis, dos Estados Unidos. Em segui-da, o atacante passou pelo futebol holandês, onde vestiu a camisa do AGOVV Apeldoorn.

A passagem de maior destaque de Titton pela Europa foi no FC Solothurn. Lá, ele atuou por duas temporadas. Na primeira, brigan-do para não cair, o atacante foi peça importante na manutenção da equipe na divisão que disputava. O desempenho foi tão bom que ele indicou nomes para o clube.

Os treinos ao lado de Garth Bale

Aos 21 anos, o lateral-esquerdo do Nacional, André Luiz, foi contratado pelo NK Osijek, da Croácia. A estádia no país europeu durou dois anos e as difi culdades foram sentidas dentro de campo. Com um estilo de jogo diferente, o amazonense teve de adaptar seu futebol para jogar e se virar com os costumes dos croatas.

“No começo foi bem difícil a adaptação. Futebol aqui no Brasil é bem para frente e lá é mais defensivo, tem a questão tática, a questão da língua, outros costumes... Mas aí eu casei e já fui com a família. Foi um ajudando o outro, ela me ajudou bastante. Falo a língua até hoje e foi só alegria”, explica o lateral.

Reconhecido por suas qualidades ofen-sivas, André contou com a sorte e o azar de um companheiro para jogar logo na primeira partida da temporada.

“Eu fi quei no banco. Cheguei na pré-tempo-rada e fi quei no banco. A minha sorte é que no primeiro jogo nosso o lateral machucou e eu entrei. Joguei para frente, deu certo e aí não falaram mais nada. Só que aí você vai convivendo com a cultura e a gente vai aprendendo a ques-tão tática. O lateral não pode passar muito do meio campo, e aí a gente vai equilibrando. Hoje eu jogo de forma mais equilibrada, agora estou voltando a atacar, mas lá realmente o futebol é de muito contato”, recorda o jogador.

O aprendizado da experiência na Croácia acompanha André Luiz até hoje. Para ele, estar ao lado da família durante o período que lá esteve, foi fundamental.

“A gente vê outra cultura, outras pessoas, outro estilo de vida, outro jeito de pensar, a gente amadurece sozinho. Eu casei cedo também, com 21 anos. Você briga, tem que dormir junto, tem que fazer as pazes, foi bem legal. Só tinha eu de brasileiro. Apren-di a falar a língua sozinho, aprendi a ir ao supermercado sozinho, foi um aprendizado muito positivo”, ilustra o atleta.

A importância da família na adaptação à europa

Dinamite atualmen-te joga no Fast, antes atuou no time macedônio

Titon, em suas andaças pelo mundo, jogou

nos EUA

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O atacante Marinho, do São Raimundo, atuou em um mercado totalmente diferen-te daqueles por onde passaram Roberto Dinamite, Titton e André Luiz. O paraense desembarcou em Hong Kong para jogar seis meses com a camisa do Sun Pegasus, clube que disputa a elite nacional.

“Experiência muito boa. É importante para qualquer atleta ter uma experiência fora do Brasil. É um sonho de qualquer jogador e graças a Deus eu realizei o meu. É uma experiência positiva, conhecer outra cultua, outra língua, é muito importante, acho que acrescenta na vida de qualquer um”, avalia o atacante.

Nem tudo foram fl ores para Marinho no futebol asiático. Com uma cultura totalmente diferente da amazônica, o jogador passou por cima das adversidades e conseguiu voltar para o Brasil com um vice-campeonato nacional.

“Primeiro lugar a cultura, questão de alimen-tação, língua, clima principalmente. Eu cheguei lá numa época em que a temperatura chegou a cinco graus. Eu sai de um clima amazônico, que independente de ser inverno ou verão, as tem-peraturas são elevadíssimas. Então, foi um dos fatores que fi zeram várias vezes eu pensar em desistir, voltar para casa”, revela o jogador.

Outra difi culdade enfrentada por Marinho em Hong Kong foi a questão de variação no horário de treinamentos. De acordo com ele, assim como em alguns Estados do Brasil, al-guns atletas trabalhavam durante o dia e os treinos só aconteciam durante a noite. “ Mas acho que sair, conquistar título, independente de qual país seja, é importante para o currículo, é experiência de vida”, opina.

Chegando ao fi nal da carreira, formado em educação física e com intenções de continuar trabalhando no futebol após pendurar as chuteiras, o atacante são-raimundense valoriza sua passagem pelo futebol de Hong Kong e levará pela vida alguns princípios básicos dos asiáticos.

“Disciplina e profi ssionalismo. Indepen-dente de ser um país que não tem muita cultura no futebol, é um país muito organi-zado, a competição é bem disputada, orga-nizada, com bons patrocínios. O salário lá é pago certinho, como a gente diz na gíria do boleiro, o mês tem 30 dias”, conclui.

Valeu a experiência e o sonho realizado na China

Com passagens pelo futebol internacional, jogadores do Campeonato Amazonense revelam suas experiências fora do país

Todo jogador de futebol sonha em um dia atuar fora do país. Com salários melhores e uma cultura

totalmente diferente daquela vi-vida no Brasil, os atletas buscam no exterior a chamada “qualidade de vida”. Quando retornam, mos-tram evolução tática e técnica, além de um profi ssionalismo in-comum na região.

No Campeonato Amazonense 2015, alguns jogadores acumu-lam passagens por clubes do ex-terior. Nada de Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Milan ou Manchester United. Os atletas que hoje desfi lam em gramados baré passaram por equipes mais modestas. Esse é o caso do volante do Fast, Roberto Dinamite, que fez carreira no futebol europeu.

Hoje, com 29 anos, o jogador saiu de Manaus para atuar no futebol da Macedônia. “Primeiro eu fui jogar no Vardar, que é o maior clube do país. Fiquei apenas oito meses lá. Em seguida, o maior patrocinador do clube resolveu apoiar o Rabotnicki, que é o maior rival do Vardar, e me levou junto. Fiquei seis anos lá e foi quando as coisas aconteceram na minha vida”, diz o orgulhoso volante.

Durante o período no Rabotnicki, Dinamite teve o prazer de disputar as duas principais competições europeias - Liga dos Campeões e Liga Europa -, além de con-quistar o campeonato nacional. O sucesso foi tanto, que o volante desembarcou na Alemanha. Mas, por questões burocráticas, ele não disputou a Bundesliga.

“Apesar de não ter uma ex-pressão muito grande no cenário mundial, o futebol da Macedônia me abriu portas, me fez realizar sonhos, meu em particular, da minha família, e de amigos. Sou muito grato por isso. E de lá tam-bém me abriu portas para uma transferência rápida, que acabou não dando muito certo, para o

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Aos 24 anos, o atacante do Ma-naus FC, Alex Titton, tem muitas histórias para contar. Com passa-gem pelas categorias de base de Grêmio e Inter, o gaúcho foi para solo europeu com apenas 19 anos. E não foi para um clube qualquer. Com o aval de Claude Anelka - irmão do atacante frânces Nicolas Anelka - ele desembarcou num clube tradi-cional da Inglaterra: o Tottenham.

Descendente de italianos, Titton teve sua entrada no velho continente facilitada por portar passaporte euro-peu. Apesar de ter atuado apenas pelo Tottenham B - considerado o segundo time dos Spurs - o atacante pôde treinar ao lado de grandes astros do futebol mundial, já que a equipe inferior era usada para encarar os

Os treinos ao lado de Garth Bale

Dinamite atualmen-

antes atuou no time

Dinamite atualmen-te joga no Fast, antes atuou no time macedônio

Titon, em suas andaças pelo mundo, jogou

nos EUA

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E4 E5MANAUS, DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015

Com passagens pelo futebol internacional, jogadores do Campeonato Amazonense revelam suas experiências fora do país

Todo jogador de futebol sonha em um dia atuar fora do país. Com salários melhores e uma cultura

totalmente diferente daquela vi-vida no Brasil, os atletas buscam no exterior a chamada “qualidade de vida”. Quando retornam, mos-tram evolução tática e técnica, além de um profi ssionalismo in-comum na região.

No Campeonato Amazonense 2015, alguns jogadores acumu-lam passagens por clubes do ex-terior. Nada de Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Milan ou Manchester United. Os atletas que hoje desfi lam em gramados baré passaram por equipes mais modestas. Esse é o caso do volante do Fast, Roberto Dinamite, que fez carreira no futebol europeu.

Hoje, com 29 anos, o jogador saiu de Manaus para atuar no futebol da Macedônia. “Primeiro eu fui jogar no Vardar, que é o maior clube do país. Fiquei apenas oito meses lá. Em seguida, o maior patrocinador do clube resolveu apoiar o Rabotnicki, que é o maior rival do Vardar, e me levou junto. Fiquei seis anos lá e foi quando as coisas aconteceram na minha vida”, diz o orgulhoso volante.

Durante o período no Rabotnicki, Dinamite teve o prazer de disputar as duas principais competições europeias - Liga dos Campeões e Liga Europa -, além de con-quistar o campeonato nacional. O sucesso foi tanto, que o volante desembarcou na Alemanha. Mas, por questões burocráticas, ele não disputou a Bundesliga.

“Apesar de não ter uma ex-pressão muito grande no cenário mundial, o futebol da Macedônia me abriu portas, me fez realizar sonhos, meu em particular, da minha família, e de amigos. Sou muito grato por isso. E de lá tam-bém me abriu portas para uma transferência rápida, que acabou não dando muito certo, para o

Stuttgart”, recorda Dinamite. Sonho realizadoApesar de estar numa liga sem

tanta visibilidade e atuando numa equipe pouco conhecida, o amazo-nense ouviu a famosa música da Liga dos Campões tocar em três oportunidades. Era a vitória de um garoto humilde, nascido em Manaus e que passou a infância sem desfru-tar de qualquer tipo de luxo.

“Você sabe o quanto é difícil a gente aqui do Norte, no geral, sair e conquistar um espaço fora do seu país. Quando chegou nesse momento de Champions League eu me senti um cara vitorioso. Uma realização minha e da minha família, pelos obstáculos que tive-mos na época para chegar aonde eu cheguei e aquele momento

ali foi único e especial”, relata o volante, admitindo que sente saudades da época em que atuava com a camisa do Rabotnicki.

A participação de Dinamite na Liga dos Campeões foi curta. Sua equipe não passou das fases clas-sifi catórias para chegar à fase de grupo. Contudo, o amazonense teve o privilégio da atuar em um dos maiores palcos do futebol mundial, diante de uma das maio-res equipes do planeta.

“Na época, para entrar na fase de grupo, a gente saiu para o Liverpool. Eles tinham grandes jogadores, Fernando Torres, Pepe Reina, Gerrard. E já nas outras duas nós fomos eliminados pelo Fenerbahçe, quando o Alex ainda

jogava por lá e a outra foi contra o Lille. Foram momentos muito bacanas que eu não esqueço”, conta o jogador.

Adaptação rápidaIdioma, alimentação, clima, cul-

tura. Todos são fatores importan-tes para a fase de adaptação de um jogador de futebol em novo país. Dinamite “deu de ombro” para as difi culdades e chegou a se divertir diante de situações inusitadas com as quais se deparou.

“Por incrível que pareça, foi até muito rápida (adaptação), porque na época, quando cheguei, só era eu de brasileiro, então o idioma, o sérvio-croata, eu fui obrigado a aprender muito rápido no dia a dia. Como eu saí de uma família muito humilde, tudo de novo que eu vivi lá, era legal para mim. Não tive di-fi culdade, a não ser para aprender o idioma. O clube me deu toda a estrutura. Eu cheguei numa época de inverno, mas como eu nunca tinha visto neve, era emoção para mim, aquilo era uma diversão, era legal”, recorda Dinamite.

Fundamental na adaptação do volante amazonense dentro das quatro linhas foi o técnico do Rabotnicki, Boban Babunski. O Macedônio, que também falava espanhol, se tornou peça chave para que Dinamite se ajustasse no país e no futebol nacional.

“Ele era apaixonado por brasi-leiros, gostava do nosso futebol. Ele me ajudou muito, tinha toda paciência comigo para mostrar esquema tático, mostrava vídeos, chegava até a desenhar”, resume o jogador, afi rmando que o intér-prete só podia ser acionado em caso de reunião com algum diretor ou presidente do clube.

Passado as dificuldades, as coisas começaram a melhorar quando o volante passou a fa-lar o idioma local e conquistar os primeiros títulos com o Ra-botnicki. Ele ganhou moral com a torcida e na rua era parado para dar autógrafos e recebia o carinho dos fãs.

APRENDIZADORoberto Dinamite pas-sou seis anos na Ma-cedônia e o que mais lhe chamou atenção no futebol do país euro-peu foi a preocupação dos dirigentes em formar cidadãos e não somente atletas

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Aos 24 anos, o atacante do Ma-naus FC, Alex Titton, tem muitas histórias para contar. Com passa-gem pelas categorias de base de Grêmio e Inter, o gaúcho foi para solo europeu com apenas 19 anos. E não foi para um clube qualquer. Com o aval de Claude Anelka - irmão do atacante frânces Nicolas Anelka - ele desembarcou num clube tradi-cional da Inglaterra: o Tottenham.

Descendente de italianos, Titton teve sua entrada no velho continente facilitada por portar passaporte euro-peu. Apesar de ter atuado apenas pelo Tottenham B - considerado o segundo time dos Spurs - o atacante pôde treinar ao lado de grandes astros do futebol mundial, já que a equipe inferior era usada para encarar os

titulares nos treinamentos.“Eu treinava com Defoe. O Gomes

(goleiro brasileiro) era meu amigo, eu almoçava e jantava na casa dele todos dias, que era bem ao lado da minha. Treinei também ao lado de Modric, Giovanni dos Santos, Crou-ch...”, conta Titton. “ Tu não tem noção da estrutura dos caras. Eles tem seis campos de treinamento só para o primeiro time”, complementa.

O atacante também pôde acom-panhar de perto o surgimento de um dos maiores jogadores atualmente do futebol mundial: Gareth Bale. “Ele não tinha toda essa moral, o treinador não gostava muito dele (na época, Harry Redknapp), quem gostava dele era o auxiliar, o Tim Sherwood (atu-almente comanda o Aston Villa). Até

me espantei quando vi ele fazendo aquele sucesso todo e indo para o Real Madrid”, diz.

Depois da passagem pelo Totte-nham B, Titton encarou novos desa-fi os. Quando ainda estava no clube londrino foi emprestado ao AC Saint Louis, dos Estados Unidos. Em segui-da, o atacante passou pelo futebol holandês, onde vestiu a camisa do AGOVV Apeldoorn.

A passagem de maior destaque de Titton pela Europa foi no FC Solothurn. Lá, ele atuou por duas temporadas. Na primeira, brigan-do para não cair, o atacante foi peça importante na manutenção da equipe na divisão que disputava. O desempenho foi tão bom que ele indicou nomes para o clube.

Os treinos ao lado de Garth Bale

Aos 21 anos, o lateral-esquerdo do Nacional, André Luiz, foi contratado pelo NK Osijek, da Croácia. A estádia no país europeu durou dois anos e as difi culdades foram sentidas dentro de campo. Com um estilo de jogo diferente, o amazonense teve de adaptar seu futebol para jogar e se virar com os costumes dos croatas.

“No começo foi bem difícil a adaptação. Futebol aqui no Brasil é bem para frente e lá é mais defensivo, tem a questão tática, a questão da língua, outros costumes... Mas aí eu casei e já fui com a família. Foi um ajudando o outro, ela me ajudou bastante. Falo a língua até hoje e foi só alegria”, explica o lateral.

Reconhecido por suas qualidades ofen-sivas, André contou com a sorte e o azar de um companheiro para jogar logo na primeira partida da temporada.

“Eu fi quei no banco. Cheguei na pré-tempo-rada e fi quei no banco. A minha sorte é que no primeiro jogo nosso o lateral machucou e eu entrei. Joguei para frente, deu certo e aí não falaram mais nada. Só que aí você vai convivendo com a cultura e a gente vai aprendendo a ques-tão tática. O lateral não pode passar muito do meio campo, e aí a gente vai equilibrando. Hoje eu jogo de forma mais equilibrada, agora estou voltando a atacar, mas lá realmente o futebol é de muito contato”, recorda o jogador.

O aprendizado da experiência na Croácia acompanha André Luiz até hoje. Para ele, estar ao lado da família durante o período que lá esteve, foi fundamental.

“A gente vê outra cultura, outras pessoas, outro estilo de vida, outro jeito de pensar, a gente amadurece sozinho. Eu casei cedo também, com 21 anos. Você briga, tem que dormir junto, tem que fazer as pazes, foi bem legal. Só tinha eu de brasileiro. Apren-di a falar a língua sozinho, aprendi a ir ao supermercado sozinho, foi um aprendizado muito positivo”, ilustra o atleta.

A importância da família na adaptação à europa

Dinamite atualmen-te joga no Fast, antes atuou no time macedônio

Titon, em suas andaças pelo mundo, jogou

nos EUA

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O atacante Marinho, do São Raimundo, atuou em um mercado totalmente diferen-te daqueles por onde passaram Roberto Dinamite, Titton e André Luiz. O paraense desembarcou em Hong Kong para jogar seis meses com a camisa do Sun Pegasus, clube que disputa a elite nacional.

“Experiência muito boa. É importante para qualquer atleta ter uma experiência fora do Brasil. É um sonho de qualquer jogador e graças a Deus eu realizei o meu. É uma experiência positiva, conhecer outra cultua, outra língua, é muito importante, acho que acrescenta na vida de qualquer um”, avalia o atacante.

Nem tudo foram fl ores para Marinho no futebol asiático. Com uma cultura totalmente diferente da amazônica, o jogador passou por cima das adversidades e conseguiu voltar para o Brasil com um vice-campeonato nacional.

“Primeiro lugar a cultura, questão de alimen-tação, língua, clima principalmente. Eu cheguei lá numa época em que a temperatura chegou a cinco graus. Eu sai de um clima amazônico, que independente de ser inverno ou verão, as tem-peraturas são elevadíssimas. Então, foi um dos fatores que fi zeram várias vezes eu pensar em desistir, voltar para casa”, revela o jogador.

Outra difi culdade enfrentada por Marinho em Hong Kong foi a questão de variação no horário de treinamentos. De acordo com ele, assim como em alguns Estados do Brasil, al-guns atletas trabalhavam durante o dia e os treinos só aconteciam durante a noite. “ Mas acho que sair, conquistar título, independente de qual país seja, é importante para o currículo, é experiência de vida”, opina.

Chegando ao fi nal da carreira, formado em educação física e com intenções de continuar trabalhando no futebol após pendurar as chuteiras, o atacante são-raimundense valoriza sua passagem pelo futebol de Hong Kong e levará pela vida alguns princípios básicos dos asiáticos.

“Disciplina e profi ssionalismo. Indepen-dente de ser um país que não tem muita cultura no futebol, é um país muito organi-zado, a competição é bem disputada, orga-nizada, com bons patrocínios. O salário lá é pago certinho, como a gente diz na gíria do boleiro, o mês tem 30 dias”, conclui.

Valeu a experiência e o sonho realizado na China

Com passagens pelo futebol internacional, jogadores do Campeonato Amazonense revelam suas experiências fora do país

Todo jogador de futebol sonha em um dia atuar fora do país. Com salários melhores e uma cultura

totalmente diferente daquela vi-vida no Brasil, os atletas buscam no exterior a chamada “qualidade de vida”. Quando retornam, mos-tram evolução tática e técnica, além de um profi ssionalismo in-comum na região.

No Campeonato Amazonense 2015, alguns jogadores acumu-lam passagens por clubes do ex-terior. Nada de Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Milan ou Manchester United. Os atletas que hoje desfi lam em gramados baré passaram por equipes mais modestas. Esse é o caso do volante do Fast, Roberto Dinamite, que fez carreira no futebol europeu.

Hoje, com 29 anos, o jogador saiu de Manaus para atuar no futebol da Macedônia. “Primeiro eu fui jogar no Vardar, que é o maior clube do país. Fiquei apenas oito meses lá. Em seguida, o maior patrocinador do clube resolveu apoiar o Rabotnicki, que é o maior rival do Vardar, e me levou junto. Fiquei seis anos lá e foi quando as coisas aconteceram na minha vida”, diz o orgulhoso volante.

Durante o período no Rabotnicki, Dinamite teve o prazer de disputar as duas principais competições europeias - Liga dos Campeões e Liga Europa -, além de con-quistar o campeonato nacional. O sucesso foi tanto, que o volante desembarcou na Alemanha. Mas, por questões burocráticas, ele não disputou a Bundesliga.

“Apesar de não ter uma ex-pressão muito grande no cenário mundial, o futebol da Macedônia me abriu portas, me fez realizar sonhos, meu em particular, da minha família, e de amigos. Sou muito grato por isso. E de lá tam-bém me abriu portas para uma transferência rápida, que acabou não dando muito certo, para o

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Aos 24 anos, o atacante do Ma-naus FC, Alex Titton, tem muitas histórias para contar. Com passa-gem pelas categorias de base de Grêmio e Inter, o gaúcho foi para solo europeu com apenas 19 anos. E não foi para um clube qualquer. Com o aval de Claude Anelka - irmão do atacante frânces Nicolas Anelka - ele desembarcou num clube tradi-cional da Inglaterra: o Tottenham.

Descendente de italianos, Titton teve sua entrada no velho continente facilitada por portar passaporte euro-peu. Apesar de ter atuado apenas pelo Tottenham B - considerado o segundo time dos Spurs - o atacante pôde treinar ao lado de grandes astros do futebol mundial, já que a equipe inferior era usada para encarar os

Os treinos ao lado de Garth Bale

Dinamite atualmen-

antes atuou no time

Dinamite atualmen-te joga no Fast, antes atuou no time macedônio

Titon, em suas andaças pelo mundo, jogou

nos EUA

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Page 6: Pódio - 15 de março de 2015

E6 MANAUS, DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015

Em busca de recuperaçãoIranduba da Amazônia e Nacional Borbense se enfrentam após perderem na última rodada do Campeonato Amazonense. O time azulino está sendo chamado de Robin Hood, porque venceu o líder e perdeu do lanterna

Iranduba e Nacional Borben-se se enfrentam às 16h no es-tádio Carlos Zamith atrás da recuperação no Campeona-

to Amazonense 2015. Na última rodada, o alviverde perdeu por 3 a 1 para o Manaus FC. Já o cama-leão de Borba foi surpreendido dentro de casa pelo Rio Negro e saiu derrotado por 1 a 0. Agora, ambas as equipes entrarão em campo buscando reencontrar o caminho da vitória.

No lado do Iranduba, o trei-nador Sérgio Duarte deve pro-mover mudanças no time que perdeu para o Gavião do Norte. O lateral-esquerdo Mandagua volta ao time titular no lugar do suspenso, Wellington Mara-nhão. Outro que deve deixar o time principal é Rogério Pedra. O volante não agradeu e no seu lugar o escolhido deve ser o também volante Diogo. Quem não perderá a posição no time é o goleiro Alex. O arqueiro afi rma que está vendo evolução na equipe e que os treinamentos feitos durante a semna servi-ram para ajustar detalhes que falharam na última partida.

“Nossa equipe, na minha vi-são, vem evoluindo bastante.No último jogo fomos melhores que o adversário no primeiro tempo e por falhas individuais, acaba-mos tomando os gols. Portanto estamos trabalhando bem essa semana pra que esses erros não

aconteçam”, revelou Alex.Questionado sobre o adver-

sário, o goleiro afi rmou que se trata de uma equipe bastante qualifi cado. Alex lembrou que o Nacional Borbense venceu o Fast em Manaus, porém, acredita que o Iranduba possa sair vencedor, já que o Rio Negro conseguiu surpreender fora de casa.

“Sabemos que a equipe deles é muito rápida. Eles surpreende-ram o Fast, porém, perdeu pro Rio Negro.Então podemos esperar de tudo na partida”, concluiu.

Pelo lado do Camaleão, o treinador Róbson Sá espera que as falhas cometidas diante do Rio Negro não voltem a acon-tecer. Para o comandante, uma vitória sobre o Iranduba seria fundamental para recolocar o time na briga pelo G-4.

“Temos consciência que não será fácil o jogo contra o Irandu-ba. Todos querem defender seu pão de cada dia, só espero que o time mantenha a postura tática de um modo geral em todos as partidas. Fazendo isso, seremos uma equipe equilibrada. Vamos atrás da vitória”, disse o trei-nador que ainda revelou que o Nacional Borbense terá um ad-versário extra para o confronto: o cansaço. Segundo Sá, muitos atletas ainda não se adaptaram a viagem para Borba.

“Farei algumas mudanças. Uns atletas estão exaustos das via-gens. Muitos ainda não se acos-tumaram, mas a luta continua”, completou o comandante

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

FICHA TÉCNICA

IRANDUBATéc.: Sérgio Duarte

BORBENSETéc.: Robson Sá

Local: Estádio Carlos ZamithHorário: 16hÁrbitro: Carlos Alberto Júnior

Gabriel MandáguaPastorWilliam

Alex

Douglas

Dassaievy

Vidinha

Ernandes Kastor

Guilherme Ruan SilvaManoel JuniorAlberoni

Douglas

Márcio Ribeiro

Rodrigo Araújo

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Cristiano Natal

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Nacinal Borbense na

partida em que derrotou

o Fast, até então líder do Barezão

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Page 7: Pódio - 15 de março de 2015

E7 MANAUS, DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015

O confronto mais espe-rado da quinta rodada do Campeonato Ama-zonense 2015 acontece

na tarde deste domingo (15). São Raimundo e Penarol se enfrentam às 16h no estádio Ismael Benigno, a Colina. Vindo de brilhante vitória sobre o Operário, dentro de casa, o Penarol terá problemas para encarar o Tufão da Colina. Para a partida de logo mais, o treina-dor Marquinhos Pitter não poderá contar com o zagueiro Piru e o atacante Júnior Neymar. Ambos os atletas foram expulsos na última partida e cumpriram suspensão automática. Para a defesa, o co-mandante afi rmou que só decidirá minutos antes do duelo. Já para o ataque, Pitter deu indícios que colocará o velocista Kitó ao lado de Tety. Questionado sobre a im-portância de uma vitória no duelo, Kitó afi rmou que o objetivo do Leão da Velha Serpa é manter a invencibilidade no Barezão, apesar disso, ele disse que a equipe entrará em campo respeitando o adversá-rio, pois sabe de sua qualidade e tradição. “Estamos bastante con-fi antes. Temos concentrado e nos preparado muito para esse jogo, que será muito difícil diante do São Raimundo”, disse.

Pelo lado do São Raimundo, o

técnico Eduardo Clara terá duas mudanças nas laterais. Volta ao time o lateral-direito Getulio na vaga do polivalente Maikinho. O treinador também deve dar mais uma oportunidade para Gilson na lateral esquerdo. Perde a titulari-dade o atleta Vamberto, que no clássico contra o Nacional

jogou bem abaixo Don esperado.

O tricampeão do Norte vem de derrota para o Nacional na última quarta-feira (11), apesar disso, o atacante Marinho, que fi cou fora da ultima rodada por conta de um estiramento muscular, acredita que o time está confi ante para a partida. Segundo o experien-te jogador, a equipe já mostrou que tem condições de vencer qualquer adversário na competição.

“Não temos tempo para fi car remoendo os resultados adversos. Temos um jogo difícil domingo contra uma equipe que já mostrou força. Vamos entrar cientes da nossa qualidade e buscar mais uma vitória”, fi nalizou.

Fora de casa, time itacoatiarense enfrenta o São Raimundo no estádio da Colina

Penarol quer manter 100% de aproveitamento

FICHA TÉCNICA

SÃO RAIMUNDOTéc.: Eduardo Clara

PENAROLTéc.: Marquinhos Piter

Local: Estádio Ismael Benigno (Colina)Horário: 16hÁrbitro: Ivan da Silva Guimarães

Fernando Júnior

Gilson

Alex AmaroUílton

Julião

GetúlioAdonias

Diego Mapibú

Thomas Ramon

Rafael Vieira EndyAlexGuilherme

Robson

Thompson

Célio

Kitó

Adrianinho

Carlos

Felipe Cristiano

Tety

SÃO RAIMUNDO: Julião, Uíl-ton, Alex Amaro e Fernando Ju-nior e Gilson; Getúlio Adonias, Carlos, Diego Mapibú e Gilson; Thomas e Ramon

Téc: Eduardo Clara

PENAROL: Robson, Endy, Alex, Guilherme e Rafael Viei-ra; Felipe Cristiano, Célio, Thompson e Adrianinnho; Tety e Kitó

Téc: Marquinhos Piter

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Lateral-esquerdo Gilson ganhou a vaga de titular

na equipe do São Raimundo

ALB

ERTO

CÉS

AR A

RAÚ

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Penarol quer manter Penarol quer manter Penarol quer manter

técnico Eduardo Clara terá duas mudanças nas laterais. Volta ao time o lateral-direito Getulio na vaga do polivalente Maikinho. O treinador também deve dar mais uma oportunidade para Gilson na lateral esquerdo. Perde a titulari-dade o atleta Vamberto, que no clássico contra o Nacional

jogou bem abaixo Don esperado.

O tricampeão do Norte vem de derrota para o Nacional na última quarta-feira (11), apesar disso, o atacante Marinho, que

Fora de casa, time itacoatiarense enfrenta o São Raimundo no estádio da Colina

100% de aproveitamento100% de aproveitamento100% de aproveitamento

FICHA TÉCNICA

SÃO RAIMUNDOTéc.:

PENAROLTéc.:

Local: Estádio Ismael Benigno (Colina)

Fernando Júnior

GetúlioAdonias

Thomas

Rafael VieiraRafael VieiraGuilherme

Thompson

Felipe Cristiano

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Page 8: Pódio - 15 de março de 2015

E8 MANAUS, DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015

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Com dois brasileiros na disputa e pilotos do calibre de Alonso e Vettel com novas “casas”, 2015 promete fortes emoções

Temporada da Fórmula 1 tem início neste domingoMelbourne (Austrá-

lia) - Motivos não faltam para acom-panhar a tempora-

da 2015 da Fórmula, que co-meça com o GP da Austrália marcado para as 1h (de Manaus) deste domingo (15). A começar pela movimentada troca de pilo-tos entre as principais equipes, com Vettel saindo da Red Bull para a Ferrari e Alonso, da equipe italiana para a McLaren.

“As mudanças dos pilotos me-xeram com o mercado inteiro e as equipes passaram a fazer novos contratos para jovens promessas. É importante pres-tar atenção nessa tomada de tempo do sábado na Austrália, pois ela que vai dar um panora-ma mais real de onde as equipes podem ir nesta temporada”, afi r-mou Roberto Costa, jornalista e especialista em F-1.

Quem prefere acompanhar os brasileiros e aguarda ansioso há sete anos o “tema da vitória” no fi nal de cada corrida, Felipe Massa volta a ter reais chances de vitória, enquanto Felipe Nasr desponta como promessa.

Além disso, na Mercedes, Lewis Hamilton e Nico Ros-berg prometem travar mais um duelo acirrado pelo título.

“O Toto Wolff e o Niki Lauda (chefes da Mercedes) devem

liberar a disputa interna entre Hamilton e Rosberg mais uma vez. Essa pode ser uma tempo-rada semelhante à de 1988 em que Senna e Prost lutaram pelo título na McLaren”, destacou João Carlos Vieira, engenheiro mecânico e blogueiro de F-1.

Além disso, Ferrari, Red Bull e Williams entram na tempo-rada sedentas por desbancar a hegemonia da Mercedes, en-quanto a McLaren reedita após mais de 20 anos a parceria com a japonesa Honda.

AudiênciaDe fato, a audiência da

Fórmula 1 caiu nos últimos anos, assim como a média da TV aberta. O índice do Ibope para F-1 no Brasil foi 8,9 pontos em 2014, metade do atingido em 2008, último ano em que um brasileiro (Felipe Massa) disputou o título e um quarto do início dos anos 1990, auge da era Senna. Ainda assim, o Brasil registra a maior audiência mundial da F-1, com 77 milhões de teles-pectadores no acumulado das 19 corridas de 2014, mais que o dobro da segunda colocada Itália, de acordo com Formu-la One Management (FOM), responsável pelos direitos de transmissão da categoria.

Mercedes é o carro a ser

batido na temporada

de 2015

Felipe Massa não partici-pou da segunda sessão de treinos livres em Melbour-ne, na madrugada de sex-ta, devido a problemas de vazamento de água. Entre-tanto, mesmo sem correr, o brasileiro esteve atento aos movimentos na pista, e destacou o desempenho da

Ferrari, sua ex-equipe.“Vi que a Ferrari estava

fazendo tempos incríveis nas simulações de prova, então precisamos abrir os olhos para eles. Mas, agora, precisamos analisar onde estamos em relação aos demais, e acho que amanhã teremos certeza, especial-

mente após a classifica-ção”, comentou Felipe.

Massa ficou satisfeito com o desempenho de Valtteri Bottas, seu com-panheiro, que fez o quinto tempo, e também elogiou a Mercedes, que liderou os trabalhos desta sexta. Para ele, a equipe está

“fora do alcance”.“Na verdade, foi uma ses-

são interessante para ver que a Mercedes está fora do alcance, que a Ferrari está muito melhor e que estamos na briga. E talvez a Red Bull não tenha mostrado o mes-mo que vimos várias vezes no ano passado”, fi nalizou.

Felipe Massa diz que Williams está na briga

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