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Poesias Que O Amor Me Inspirou

POESIAS QUE O AMOR ME INSPIROU

POESIAS LIVRES E SONETOS

GILSON LIRA

1.996


DEDICATÓRIA A DEUS, pela graça de viver, pelo dom de escrever. À ESPOSA: Martha Eliani AOS PAIS: João Lyra e Maria José AOS IRMÃOS: Jefferson, Maryland, Marilene Gilvanilton, Gilvanete, Wellington e Márcia Maria. AOS AMIGOS: Maria José, Cidinha, Sebastiana, Leonides, Ana Boneli, Neusa, Júlia, Joaquim, Manoel, Ancelmina, Maria Célia, Romana Conceição, Maria Auxiliadora, Creusa, Marilene, Júlia Guedes, Leonilda, Natalina, Louracy, Maria de Lourdes, Hiroko e Rosalina. À ARTISTA PLÁSTICA: Ester Feltrin IN MEMORIAN: Maria José Rodrigues, Milton Marques, Manoel Gonçalves, Edivaldo Zuliani, Domingos Aparecido, Elza Teixeira, Elza Inácio, Ana Maria Romeiro e Terezinha de Jesus.


PREFÁCIO Neste livro relaciono uma coletânea de poesias que retratam o amor, a saudade, a paixão, a dor, o sonho, a dúvida, enfim temas relacionados ao romantismo. Não o romantismo, escola literária, mas o estado d’alma que caracteriza o ser humano num dado momento de sua vida. Como nas obras anteriores no gênero, procuramos retratar o dia a dia, e por isso, muitas vezes o leitor vai relacionar-se com o nosso trabalho, como se estivéssemos escrevendo a sua própria história. Cada poesia representa um estágio de minha vida, aliás, um estágio romântico, afinal estas são: “POESIAS QUE O AMOR ME INSPIROU”.

Gilson Lira


AMO-TE

Amo-te de um modo tal, Um amor que não tem igual.

Amo-te com um amor diferente, Desse que já não existe na gente.

Amo-te assim de um modo tal, Um amor simples, celestial.

Amo-te cada vez mais E nesse amor encontro a paz.

Amo-te assim, por inteiro, Amor de dezembro a janeiro

Que busca a eternidade.

Amo-te com tanta energia Que mais aumenta a cada dia

Essa nossa felicidade.


AMO... MAS NÃO SOU CORRESPONDIDO

Sinto o passar dos dias, Sem o sabor das alegrias.

Mesmo no fel da indiferença Sinto em vão sua presença.

Sinto no romper da aurora O renascer de uma nova hora.

Mas a paixão que no peito arde, Morre um pouco a cada tarde.

Amo em toda plenitude, Com a força da juventude

Um amor tão iludido.

Amo com toda sinceridade, Mas a minha infelicidade

É que não sou correspondido.


AMOR SECRETO

Nesse soneto, de modo discreto, Revelo um amor secreto.

É algo que tenho escondido, Um amor que se fez proibido.

Esconde no verde do olhar Sentimento que nega contar. Mas nessa atitude tão rara, O coração no peito dispara.

Acompanho-te a cada passo, Perco-me no seu descompasso,

Assim tal qual um menino.

Fecho os olhos, sinto um sonho, Toda minha ilusão nele ponho E um caso entre nós imagino.


ALGUÉM QUE TE AMA

Sou alguém que está perto, Embora tudo pareça deserto.

Sou alguém que mostra o futuro Num lugar que se faz mais seguro.

Sou como o coração que pulsa E o ódio do peito expulsa. Sou como o olhar de luz,

Na pureza do olhar de Jesus.

Sou a mão que lança ao amigo, A esperança de ter um abrigo,

Sou esse alguém que te chama.

Sou a voz que te fala de amor, Sou o bálsamo que expulsa a dor,

Sou alguém que muito te ama.


BONS TEMPOS

Sou do tempo dos trovadores, Dos mais ternos amores.

Das canções tocadas na lira, Do coração que suspira.

Sou do tempo da viola afinada, Das serestas na madrugada. Das conversas livres ao luar,

Da maneira tímida de paquerar.

Sou do tempo dessa donzela, A musa do campo mais bela,

De todas a mais formosa.

Sou do tempo da mais linda aurora, De quando toda natureza enflora O perfume de sua pele cheirosa.


DELÍRIO

À noite deitado deliro, No espaço da cama reviro.

Busco o sono pensando nela, Não esqueço essa donzela.

Você que foi minha heroína, Hoje causa a minha ruína. Traz de volta a minha vida Que você tornou descrida.

Tenho o peito bem aflito, Aos poucos sufoco o grito

Que dentro em mim ressoa.

Tenho aqui sua presença, Busco sem indiferença

Pois eu amo essa pessoa!


DIGA

Diga que tem muita pena, Que lhe constrange esta cena: A face por lágrimas molhada,

Resultado de uma vida marcada.

Diga que a dor lhe dói mais Na recordação que o ontem traz. Diga que não lhe faz bom gosto, Ver tanta lágrima no meu rosto.

Diga que a vida não está acabada, Que é apenas uma fase aflita, Ou diga que não disse nada.

Diga, diga até se quiser, Que embora sendo maldita,

Ainda é minha mulher!


DIZER ADEUS

Por favor, o sentimento tão louco, Pede que demore mais um pouco.

Esse sentimento tão belo e profundo É o maior que existe no mundo.

Por favor, perpetue esse seu riso, Transforme o inferno em paraíso.

Faz do fim um novo começo, Pois esse amor eu bem mereço.

Por favor, a hora é incerta, Não deixe a vida deserta, Pense em nós, por Deus!

Por favor, não quero a partida, Não morra agora minha querida,

Oh, não, partiu... Adeus!


DESENTENDIMENTO

Não entendo esse olhar tão meigo, Em matéria de olhar sou leigo.

Não entendo porque o charminho, É indiferença ou será carinho?

Não entendo o motivo do beijo, Foi por amor ou simples desejo?

Não entendo porque esse abraço, Foi um mero movimento de braço?

Não entendo o seu sentimento, Será eterno ou breve momento

Como pluma largada no ar?

Por falta de entendimento, A vida se fez um tomento

E nunca aprendia a amar...


DIVINA LOUCURA

Como louco adivinho seus anseios, Minha boca mata a sede nos teus seios.

Os meus olhos inteiros no teu olhar, Quanto mais fundo, mais eu quero te amar.

Como louco sinto que tua alma geme, Seu frágil corpo no meu corpo treme. E quanto mais tenho mais te quero,

Na ânsia de tanto querer me desespero.

Que amor é esse que não sacia o meu desejo, Que aumenta a cada dia em um novo beijo

Como se fosse o derradeiro!

Que loucura é essa, que sentimento, Que me possue a todo o momento

E me faz só teu, por inteiro...

Poesias Que O Amor Me Inspirou DÚVIDA

Você me diz:

“Eu preciso lhe esquecer”. E eu que nada fiz,

Não consigo entender.

Você me fita E ao mesmo tempo esconde o olhar,

E isso me irrita, Não podendo mais calar.

Você me segura a mão

E em seguida inicia fuga, Não entendo a razão,

Nem pergunto por que refuga.

Você acaricia os meus cabelos E é tão breve este momento. Em suas mãos sinto apelos,

Que mais parecem um lamento.

Você me beija ternamente E vibra aos meus carinhos, Mas fala constantemente

Em procurar outros caminhos.

Você está segura entre meus braços E isso é fácil de saber.

Embora procure em outros passos, Um dia saberá me compreender.


Você evita me encontrar, Tentando em vão se iludir.

Ninguém consegue enganar, O amor que Deus fez surgir.

Antes não o tivesse conhecido,

Você me disse. Talvez eu fosse convencido,

Mas não maldisse.

Você insiste: “Eu não lhe amo”. Mas não resiste,

Quando lhe chamo.

Você repete: “Vê se me esquece”.

E logo reflete, Por que entristece?

O peito exclama, Você me ama.

A saudade reclama, Você me chama.

Tudo lhe impele,

Ao amor de verdade. É você quem repele

A sua felicidade.


É...

É inverno, é solidão, é ausência em meus dias, É o silêncio, é a incerteza, é a fuga das alegrias.

É a indiferença, é ironia, tristeza do dia a dia, É inferno, é ilusão, é a consciência tão vadia.

É o seu olhar, sua voz, é sua jura mentirosa,

É o passo, o compasso, é sua ginga tão dengosa. É a lágrima, é o seu riso, é o seu jeito de falar,

É a graça, é a desgraça, é o seu modo de amar.

É o vazio, o infortúnio, o monótono das horas, É o grito, é o eco, é o renascer de auroras. É a guerra, é a paz, é o arrastar dos anos,

É mágoa, o rancor, é a marca dos desenganos.

É o dia, é a noite, é o passar do tempo, É a dor, é agonia, é meu triste lamento.

É o meu canto, é o seu pranto, é o ar abafado, É a saudade, a maldade, é o meu ser tão marcado.

É o início, é o fim, é a eternidade, É morrer, é nascer, é a felicidade.

É sentir, é calar, é chorar, É ternura, é carinho, tudo isso é amar...


ÊXTASE

Começamos assim: Seu olhar dentro do meu.

Algo explodiu em mim, Como nunca aconteceu.

Na inocência dos anos, Ela falou de amor.

Contando milhões de planos, Narrados com ardor.

Tomou-me ligeira a mão, Num afago emotivo, Fiquei até sem ação, Surpreso e pensativo.

Mas ela continuou Na sua insensatez,

E aos poucos derrubou Toda minha timidez.

Um beijo então se deu, E outros que não contei. A ânsia que nos sucedeu Foi o que mais estranhei.


Carícias me sufocavam,

Palavras que não pude ouvir. Roupas que se jogavam

Do corpo sem nem sentir.

Enquanto as bocas emudecem E as mãos trêmulas se agitam, Nossos corpos se estremecem Em nossos desejos que gritam.

As minhas mãos percorrendo O corpo qual trânsito louco,

Enquanto você me prendendo, Fala soltando um som rouco.

E eu perdido em você, Vou aos poucos cedendo,

Entregue a sua mercê, Já quase desfalecendo.

A pressão já alterada, O suor brotando nos pêlos,

A mente desenfreada, Esquece todos os apelos.


De dois passamos a um E desse abraço não saio. Sentindo algo incomum, Vibro contigo e desmaio.

Depois o corpo cansado Afasta pra longe de mim. Naquele ato impensado,

Você foi minha enfim!


ETERNIDADE INCONSTANTE

Nosso amor que é tão permanente Pode acabar assim de repente. É devido a esse modo tão rude, Desprovido de qualquer virtude.

Esse amor assim, tão constante, Pode acabar aqui, nesse instante.

O motivo, quem pode saber? O imprevisto pode acontecer.

Esse amor assim adiante, Pode transformar-se distante Desmentindo toda verdade.

Esse jeito de enamorado, amante, Vai estar sempre adiante De uma outra realidade.


EU QUERIA...

Eu queria viver a fundo, Sentir em cada traço sua beleza.

Sorver todo amor que há no mundo E transformar seu ar plebeu em realeza.

Eu queria ser pra você tão puro, Como o lírio da água da fonte.

Eu queria lhe dar, por Deus eu juro A luz mais bela que desponta no horizonte.

Eu queria me envolver de modo sério Em tudo que não sei de sua vida

E acabar de vez por todas com esse mistério.

Eu queria confessar pelo bom senso, Em meio a timidez minha querida

Que quanto mais te quero, mais te pertenço.


FALTA DE INSPIRAÇÃO

Nesta noite tão serena, A folha em branco e minha pena.

Corta o peito a emoção No bater do coração.

Sua imagem meiga e pura, Perdeu-se na noite escura.

E de modo tão perverso Fugiu nela esse meu verso.

Minha mão sempre precisa, Transformou-se imprecisa Renegando a minha ação.

Foge nela a esperança Pois nessa minha insegurança

Morre toda inspiração.


FUGA

Era uma noite bem fria, Você não havia chegado,

Quando por ironia Corri à rua desamparado.

Procurando entre os olhares

De gente que encontrava, O verde claro dos mares

Dos olhos de quem amava.

Mas você não encontrei, Por mais que procurasse E juro que nunca pensei

Que um dia me deixasse.

Abraçado com a solidão Entrei na casa deserta,

Enquanto o coração A mágoa sombria desperta.

Olhando na moldura o retrato

De tudo que um dia amei, Fiquei qual bicho do mato

E tua figura rasguei.


Os dias vão se passando,

Deixando a saudade pra trás. Aos poucos vou encontrando

A nossa ventura de paz.

Hoje nem a saudade Vem me bater na porta,

Pois sabe que na verdade A sua lembrança conforta.

E que me importa a dor,

Se ela um dia se vai. Bendito seja o amor

Que muda, mas nunca se esvai.

A esperança existe Mas é preciso saber

Que todo momento triste Fez-se por merecer.

Por isso aceito a sorte Que o destino traçou,

Quem sabe antes da morte Traga o que um dia levou...


IMAGINAÇÃO

É noite... Meu olhar em tua pupila, Num desejo mais forte ela cintila.

E lá, bem dentro do olhar, no fundo, Ele sonha nas delícias do teu mundo.

É noite... No balanço você caminha, Oh! Que vontade em mim se aninha.

A custo refreio o desejo em tara, Em mim uma emoção tão rara!

Ainda é noite... Vai longe a imagem tua, No meu quarto, imagino-te nua, Recordando-te em cada traço.

É fim de noite... O sono em mim habita, Fazendo o travesseiro teu regaço,

Adormeço te abraçando, tão bonita!


MAIS UMA VEZ

Mais uma vez sós, A distância habita entre nós. De repente sem calor, o frio, E no mundo inteiro o vazio.

Mais uma vez a partida, Sigo deixando uma parte da vida.

De repente sob os pés foge-nos o chão, Cada um prova o fel da solidão.

Mais uma vez minha querida, Sou levado pela vida,

Sem adeus definitivo, sem dor.

Mais uma vez, terna criança, Levo você na lembrança

E mais aumenta o nosso amor.


A MUSA DORMINDO

Na tarde de inverno sombria, Uma figura simples reclinada,

Parecia uma deusa embalsamada, Mas calmamente dormia.

Aquela figura tão fria, Pelo sonho embalada, Rompia na alvorada

E da vida se esquecia.

O coração vagaroso palpitando, A boca suavemente abrindo, A brisa na face resvalando.

E o semblante tão lindo Que adormeceu chorando Agora desperta sorrindo.


MULHER FATAL

Seu olhar parece inocente, Mas judia do olhar da gente.

Esse olhar que se faz sensual É o que lhe torna mulher fatal.

Seu caminhar parece suave Qual vôo tranqüilo da ave.

Esse caminhar que se faz tão formal, Transforma-lhe em mulher fatal.

Seu falar parece tão calmo, Qual mensagem de um belo salmo

Na magia de um recital.

Seu porte tem tanta beleza, Exulta um ar de nobreza

Que completa essa mulher fatal.


MOÇA-FLOR NO AMOR

Constrói inúmeros planos E tem tão poucos anos. Não passa de moça-flor,

Imaginando o que é amor.

Não existe pra ela futuro, O seu presente é seguro.

O que importa é sempre o momento, É isso que habita o seu pensamento.

Essa tão meiga criança, Traz em si a esperança

De um sonho em realidade.

Tomara que em sua vida, Não se faça tão escondida

Essa tal felicidade.


NOITE DE AMOR

Habita no ar da redoma, O cheiro do teu aroma.

Do quarto a visão da colina, Perde-se em meio à neblina.

O vento sopra qual canto, Homenagem ao seu encanto. E pensar que na noite escura,

Galopei tanta formosura.

Mal acompanho seu passo, No corpo habita o cansaço

De nossa noite sublime.

Na cama desarrumada, O fim da longa jornada

Que o nosso encontro redime.


OLHA!

Olha, eu te amo sabe? De um modo tal que não sei explicar. É algo estranho que já não me cabe,

É uma maneira nova que se tem de amar.

Olha, eu preciso te dizer, O que sinto é tal, não posso esconder. É um nó que cala a voz da garganta,

É uma dor no peito que mais se agiganta.

Olha, eu te quero tanto, Que na alegria vem até o pranto.

Por quê? Como matar o sentimento insano, Se é por você que a todo instante eu chamo?

Olha, você tem que saber, Da importância que isso tem no fim.

Não adianta tentar esconder, O amor maior que grita dentro em mim.


PAIXÃO DA MINHA VIDA

Meu amor te quero tanto Que ao pensar me vem o pranto.

Se eu penso em te perder, Já começa o meu sofrer.

Esse amor sem preconceito, Sentimento sem defeito Que me faz ser tão feliz.

Esse amor tão companheiro, Vale mais que ter dinheiro, Esse amor que tanto quis.

Meu amor é mais bonito Que o azul do infinito.

Esse amor, minha querida, É a paixão da minha vida.


POR UM SONHO DESFEITO

Ó mulher mais linda que eu amava, Fugiste! Adeus sou um desgraçado.

Voltai visão tão bela do passado, Quero ainda lembrar o quanto amava.

Que tolo eu fui, como eu te amava! Eu, de amor sincero, tão bem pensado.

Adormeci no sonho acalentado Pelos teus lábios que tímido beijava.

Assim é a vida. Uma estação tão densa Que no peito aos poucos finda.

Pressinto ainda a tua igual presença.

Em mim a solidão se mostra infinda, Que eu possa dormir sem descrença.

Perdoa minha amada, eu te amo ainda!


POEMA ROMÂNTICO

(MAL DO SÉCULO)

Morro assim a todo o momento, A sua lembrança é o meu tormento.

Sinto-me assim fragmentado Não tendo mais você ao meu lado.

Morro assim a toda hora,

Vivendo distante dessa senhora. Sinto-me assim consumido na dor, Frustrado, sozinho, sem teu amor.

Morro assim a cada minuto,

Cada vez mais perto do chão bruto. Sinto-me assim, morrendo a cada dia,

Exaurindo em meio à melancolia.

Morro assim a cada segundo, Partindo feliz pro novo mundo. Sinto-me assim, feliz de morrer,

Pois tive a ventura de te conhecer.


QUANDO

Quando imagino meu corpo tão perto do seu, Quando sinto suas mãos tão frias nas minhas,

Quando envolvo no braço esse espaço tão meu, Eu quero outra vez as formas que tinhas...

Quando toco sua pele tão branca e macia, Quando suas mãos penetram em meus pelos.

Quando sinto seu beijo que a sede sacia, Eu quero outra vez ouvir seus apelos.

Quando sinto no ouvido a paz dessa voz, Quando sinto nas mãos vibrar seu anseio

Eu quero essa paz que tem, dentro em nós.

Quando sinto tão perto sufocar seu calor, Quando durmo encostado sonhando em seu seio,

Eu quero outra vez a magia do amor...


SAUDADE

Saudade é essa vontade de lhe encontrar, De sair pela rua correndo e gritando.

Saudade é a sua ausência na mente a vagar, E no peito o coração descompassado pulsando.

Saudade é a lembrança que vem da sua face, É a vontade de caminhar sobre os seus passos. Saudade, saudade de passar por onde passe,

Envolvido no carinho dos seus braços.

Saudade, é esse incontido desejo Que me acompanha no que faço e penso,

E só termina quando lhe vejo.

Saudade é um silêncio que me faz calar, É um vazio que sinto tão denso,

É uma maneira distante de amar.


SAUDADE DE VOCÊ

Na sua maneira de falar, No perfume solto no ar.

Na face o mesmo trejeito, Vejo longe esse seu jeito.

Na paz do seu sorriso, Encontro o paraíso.

No caminhar mais elegante, Segue olhar tão penetrante.

Esse modo tão calado Que lhe faz tão educado E nos deixa à sua mercê.

Já vai longe a infância, E eu aqui nessa distância Tenho saudade de você...


O SEU OLHAR

O seu olhar tem tanta luz, É um olhar que me seduz.

Ao seu olhar me sinto leigo, Envolvido no seu jeito meigo.

O seu olhar me faz sonhar Com coisas que não sei calar. O seu olhar tem mais desejos Que a volúpia de mil beijos.

O seu olhar tanto me diz Que de imaginar já sou feliz

No embalo leve do meu sono.

O seu olhar me faz tão bem Que quero nele ter também

A ilusão de ser teu dono.


SEM VOCÊ

Querida sem você nada tem sentido, É como se tudo eu tivesse perdido.

Se noite ou dia não tem importância, Se entre nós não houver distância.

Querida sem você não existe amanhã, Pois você é como uma alma irmã. Não importa a sucessão dos dias, Sem você não existem alegrias.

Querida sem você o que sou no presente? Senão um simples pedaço de gente

Pelas ruas a perambular.

Querida sem você o que posso fazer, Se até o meu simples viver Só consiste em te amar?


SIMPLES OBJETO

No caminhar pontual, Desfila tão sensual, A musa do erotismo,

Criada por meu cinismo.

E eu nesse descaminho Perdido no seu charminho,

Penso tanta cretinice E nem lembro o que te disse.

Assim de um modo pacato, Aceito esse seu desacato Sabendo de toda verdade.

Eu que cruzei seu trajeto, Não sou mais que um objeto

Que sonhou felicidade.


SONHANDO...

Quarto em penumbra, visão escura, Confunde a vista, bela escultura. Formas diversas, bem marcadas, Por finas matérias espalhadas.

A brisa envia a sua frescura, Homenageando a deusa pura.

Revolvendo os cabelos ondulados, No espaço da cama destacados.

Eu sonho essa musa mais bela Que o corpo esbelto revela

No fino tecido através.

Não tenha, pois, mais receios, Que sonhando dormir nos teus seios,

Eu morra feliz aos teus pés...


SONETO ANÔNIMO

Mulher de beleza fina, Nem sei o nome dessa menina.

Faz da rua a passarela, O andar dessa donzela.

Seu corpo é sem igual, De formato escultural.

Seu sorriso que beleza, Sorri nele a natureza.

O olhar se faz sereno, Entorpecendo qual veneno

A visão de quem lhe vê.

O sentimento em competição, Põe no jogo o coração, Todos querem ter você.


SOU...

Sou alegre de um modo triste, Sou o nada que ainda existe.

Sou a vida em morte, Não mais que um fraco forte.

Sou o ódio depois do amor, Sou alívio que vem da dor.

Sou o feio escondendo o belo, Sou o segredo do que revelo.

Sou início caminhando pro fim, Sou você saindo de mim,

Sou a frente em marcha ré.

Sou assim qual simples traste, Que em meio a tanto contraste

Conclui que nada mais é.


SONETO ÁRCADE

Qual Vênus na meia luz, Imagino teus traços nus.

A natureza ao momento se soma, As flores perfumam a redoma.

Pássaros cantam junto à fonte, O sol caminha no horizonte.

O vento sopra uma canção sonora, Lembrando aos amantes que já é hora.

Beijos se sucedem a mil, A tranqüilidade da vida pastoril Comunga com a nossa união.

Assim, ó minha linda menina, Musa mais bela, divina,

Adormece em meu coração.


UMA QUESTÃO DE GOSTO

Alguém me perguntou o que vi em você, Por que eu vivo à sua mercê?

Seria motivo de alguma aposta? Todos me cobram essa resposta.

Alguém me disse que é pela riqueza, Já que em você não existe beleza.

Chegaram até a comentar Que não tenho condições de amar.

Alguém me falou cobrando Que eu não posso estar lhe amando

Por não revelar no meu rosto.

Ninguém é igual neste mundo, Traduzo o sentimento profundo

Numa simples questão de gosto!


VOLTA!

Querida, tentei e não me iludo, Na sua ausência eu fiz de tudo.

Lutei pra te esquecer E já não sei o que fazer.

Por você fiz até jura, Alguém disse: “o tempo cura”. Longe no tempo e no espaço,

Sem você mais nada faço.

Amo-te e não tem jeito, O coração sufoca o peito,

Como se apressando o meu fim.

Grite, diz que me ama, Seu coração também me chama,

Grita e volta pra mim.


VIVER

Vou vivendo só por viver, Minha vida é um eterno sofrer.

Já não tenho a quem amar E nem insisto em procurar.

Vou vivendo assim a esmo, À procura de mim mesmo. Vou em busca do passado,

Quando tinha você ao meu lado.

Meu viver agora é triste, O amor já não existe Em minha vida vazia.

Meu viver se desespera, Ele vive só na espera

De uma morte que se adia.


VOCÊ NÃO SABE MAS EU TE AMO!

Olha, eu sou aquele que você nem sabe, Mas com um amor que nem me cabe.

Que sonha com você menina E te procura em cada esquina.

Olha, eu sou aquele que você nem vê, Que daria tudo para ter você. Que contraria até o destino

Pra merecer ser teu menino.

Olha, às vezes, eu nem sou nada, Mas te quero como namorada Por tudo que existe em mim.

Olha, se um dia ficar sabendo, Mesmo que eu esteja morrendo,

Por favor, me diz que sim...

Poesias Que O Amor Me Inspirou BIOGR

Gilson Lustosa de Lira é

natural de Natal, Rio Grande

ntal Lira comp

ol, onde

AFIA

do Norte, nascido em 7 de março de 1.948, sendo filho de João Bezerra de Lyra e Maria José Lustosa de Lira (ambos falecidos). Aos 2 anos de idade, seus pais mudaram-se para a cidade de Cachoeiras de Macacu no Estado do Rio de Janeiro, onde estudou o ensino fundamental no Grupo

Escolar “Quintino Bocaiúva” e o ensino médio (técnico em contabilidade) no Colégio Carlos Brandão(CNEC). Concluiu Estudos Sociais na UFMT, Licenciatura Plena em História e Filosofia na APEC (SP) e fez Pós graduação em História e Filosofia na UFMT.

Já desde a 6ª no ensino fundameunha versos. Quando a professora de Língua

Portuguesa passava uma redação, ele pedia para fazer uma poesia. Entretanto, somente quando começou a jogar futebol profissional, ele passou a produzir seus textos poéticos, aproveitando o tempo em que ficava nas concentrações. Assim em 1.979 lançou o seu 1º livro intitulado “Participação Literária” de Crônicas e Pensamentos. E aí não mais parou.

Outra paixão na vida do escritor foi o futebdesde os 12 anos já deu os primeiros passos em

Cachoeiras de Macacu, tendo atuado no


istória, Filosofia e Língua Portu

Cachoeirense, 11 Unidos, Ipê e Independente. Posteriormente atuou em Bom Jardim e Nova Friburgo, de onde foi para o Fluminense e Bangu do Rio de Janeiro nas divisões de base, aspirantes e alguns jogos na equipe principal do Bangu até 1.968. A partir daí teve passagens pelo Grêmio de Maringá (PR), Náutico (PE), Galícia (BA), ABC (RN), Grêmio Anapolino(GO), Operário (MT), Comercial (MS) e União (MT). Em Mato Grosso foi onde mais atuou tendo chegado em 1.973 e jogou até 1.980 quando encerrou a carreira no União E. C. de Rondonópolis. Nesse Estado conquistou 13 títulos, sendo 7 pelo Operário (Campeão Estadual(73), Bi-campeão da Copa Cuiabá(73/74), Campeão do Centro-Oeste(74), Campeão dos Torneios Ranulpho Paes de Barros, Semana da Pátria e Agripino Bonilha(73/74); e 3 títulos no Comercial (Campeão do Torneio Incentivo(77), Torneio Marcelo Miranda(77) e Taça Campo Grande(78); e 3 títulos no União (Campeão Invicto do Torneio Incentivo 75/76/79). Marcou em Mato Grosso 285 gols, sendo 199 pelo União (é o maior artilheiro de sua história), 41 pelo Operário e 45 pelo Comercial. Foi artilheiro do Campeonato Matogrossense em 1.973/1.975 e 1.976. Recordista de gols com 23 marcados numa única temporada e até hoje não ultrapassado. Bi-artilheiro no Torneio Incentivo em 1.976/1.979.

Foi professor de Hguesa, tendo atuado no Colégio Carlos Brandão

em Cachoeiras de Macacu (Professor de Contabilidade Geral e Bancária), E.E. Fernando Leite


carreira no futebol em 1.980, trabal

Lira é coordenador do Progr

de Campos e EE Licínio Monteiro em Várzea Grande (MT), EE La Salle, 13 de Junho, EE Santo Antônio e EE Marechal Dutra, todos em Rondonópolis, MT. No Dutra trabalhou 27 anos dos quais em 11 foi Diretor. Aposentou-se com 31 anos dedicados à Educação em 1º de agosto de 2.003.

Após encerrar a hou na Rádio Juventude de Rondonópolis como

comentarista esportivo e posteriormente como Narrador, sendo cognominado “O Microfone Artilheiro” do futebol brasileiro. Atuou também na Rádio Clube, Tropical Fm e foi Apresentador de um programa esportivo na TV Gazeta.

Atualmente Gilsonama Segundo Tempo Comunidade na Secretaria

de Esporte, Cultura e Lazer.

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