Poiesis 234

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Literatura, Pensamento & Arte Exposição de Marco Monson página 6 Ano XXII - nº 234 - setembro 2015 - Distribuição Gratuita Eventos discutem direitos das mulheres páginas 3, 4 e 5 O valor da leitura e a crise do livro página 9 A poesia de José Saramago página 10 Roça - Óleo sobre tela Clóvis Brasil Oficina de entalhe em madeira promove cidadania em Araruama Página 3 Poemas página 8

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Edição de setembro de 2015.

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Page 1: Poiesis 234

Literatura, Pensamento & Arte

Exposiçãode MarcoMonsonpágina 6

Ano XXII - nº 234 - setembro 2015 - Distribuição Gratuita Eventosdiscutemdireitosdas mulherespáginas 3, 4 e 5

O valorda leiturae a crisedo livropágina 9

A poesiade JoséSaramago página 10

Roça - Óleo sobre telaClóvis Brasil

Oficina de entalhe em madeira promovecidadania em AraruamaPágina 3

Poemaspágina 8

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7 DARDOS DE PROSAPor Dinovaldo Gilioli*

na verdade as sombras só sobram nas sobras do sol, nas dobras do parapeito do

edifício preto. mas se as sombras são sobrinhas de uma tarde que se finda, é porque é cedo ainda pra só sobrar o que resta da vida: ser vivi-da.

o ato aconteceu às oito horas e trinta minutos. para ser mais preciso às oito horas trinta minutos e treze segundos. não, isto não é exxxec-cessso de detalhe. no final você perceberá ou talvez até no meio que isto tem razão de ser. confesso que não é nenhum truque literário do tipo que tenta amarrar o leitor. os treze segundos é o definidor da situação, por isso não pode sair de cena, ou melhor, do texto. é claro que isto foi um pretexto para te manter atento ao texto.

de tanto falar de coisas que não

se cala criou calo na fala. fala são fa-lares de falsos olhares de não enxer-gares. quem fala mais fala pode ser o que cala a palavra silêncio. não é de hoje que se diz uma vida por um triz. de tanto falar o que não se fala quiseram calar a sua fala. ai de quem se cala!

desço a ladeira como todos os dias, mas percebo algo diferente. à frente da janela não está Carmi-nha. ah, a deliciosa Carminha, com suas coxas roliças e suas colchas li-sas desvendando meus segredos. de tantas noites, onde em claro não via o tempo passear. o tiro foi certeiro, me disse o menino: morreu de trai-ção!

elas conversavam na sala, en-quanto tentava me concentrar. é sempre assim, ler parece coisa de desocupado. não entendem que exi-ge concentração e uma certa dose

de energia, mesmo nas leituras ditas fáceis. estava quase na metade do parágrafo, uma delas me chamou. pediu que desligasse a água no fo-gão. a cena das bolhas borbulhantes me chamou a atenção. nunca havia pensado nisto e muito menos para-do para observar esses líquidos cris-tais. esteticamente falando, foi uma das coisas mais bonitas que meus olhos já presenciaram. discorria as-sim o autor do referido livro.

pasta de dente escorrendo na cama, paletó dobrado no sofá, meias pelo quarto, chinelos em polvorosa e um dia inteiro para ser preenchi-do. o homem cheio de vazios, no ap de cobertura estava descoberto de

alegria. num gesto moderno, se sui-cida com a gravata do terno.

as sete asas chamavam a aten-ção. de cores reluzentes cegavam quem ousasse fitá-las num só olho. A tarde caia como todas as manhãs e noites dos repetidos dias. não fos-se esse acontecimento, a cidade que murmurava apenas o barulho das máquinas de quatro rodas viveria o tédio costumeiro. desde a chegada à lua, os habitantes desconfiavam que algo diferente estava para aconte-cer. nada, porém, comparável com o ocorrido.

(*) autor do livro Sindicato e Cultura (Editora Insular e Sinergia) e Cem poe-

mas (Editora da UFSC), entre outros.

nº 234 - Setembro/2015

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Rua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis.com.br Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesisDistribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis ou vínculo empregatício com o mesmo.

Quem Somos Versos e EmoçõesLivro de poemas de Lina Barcellos será lançado no dia 10

A professora, escritora e poe-tisa Lina Malheiros Barcellos lança no próximo dia 10 seu

livro de poemas Versos e Emoções. A noite de autógrafos acontece a partir das 19 horas, na Casa de Cultura Wal-mir Ayala, em Saquarema.

Natural do Rio de Janeiro, Lina Barcellos é licenciada em Letras pela Universidade Santa Úrsula, com pós-graduação em psicopedagogia. Aposentada pela Prefeitura do Rio

Divulgaçãode Janeiro e pelo Estado, foi direto-ra geral do Colégio Estadual Oscar de Macedo Soares, em Saquarema, quando criou naquela instituição a Biblioteca Alberto de Oliveira. É membro da Academia Saquaremen-se de Letras. A escritora organizou juntamente com o poeta Antonio Francisco Alves Neto (Chico Peres) a antologia “Alberto de Oliveira, o poeta de Saquarema”, lançado pela Tupy Comunicações em 2008.

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3nº 234 - Setembro/2015

As mulheres têm conquistado seu espaço em todas as es-feras da sociedade, demons-

trando a importância do equilíbrio de valores nos papéis sociais assumidos no contexto dos gêneros. No entanto, a participação na política ainda é um grande desafio. Este é um dos assuntos a serem abordados na III Conferência Municipal de Políticas Públicas para Mu-lheres que acontecerá em Araruama no dia 11 de setembro. Tendo como tema “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”, o evento será rea-lizado de 8 às 17 horas no auditório do Centro Pastoral São Francisco de Assis, ao lado da Igreja de São Sebastião, no

Araruama realiza conferência de políticas públicas para mulheres

Centro. A Conferência é uma realização

do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e da Prefeitura de Ararua-ma, através do Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CRAM), vincu-lado à Secretaria Municipal da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano.

Palestras e grupos temáticos serão realizados durante todo o dia para a formulação de propostas para o Plano Municipal de Políticas Para as Mulheres. Qualquer cidadão ou cidadã pode par-ticipar e levar sua contribuição para o enriquecimento das propostas que ga-rantam a igualdade de gêneros no cam-po social.

Entalhe em madeira transforma vidas e promove cidadania em Araruama

Transformar pedaços de madeira em obras de arte, utilizando jogo de for-

mões, tintas e pincéis. Esse é o ofí-cio dos alunos do curso de entalhe em madeira, que é oferecido gra-tuitamente no CRAS de Bananeiras, em Araruama.

Ana Claudia, moradora do bair-ro Bananeiras, entrou na oficina há dois meses. Com histórico de de-pressão. A dona de casa foi convi-dada pela coordenação do CRAS do bairro para participar do curso.

“Os meus dois filhos faziam aulas de capoeira no CRAS de Bananeiras. Um dia ao buscá-los, uma das fun-cionárias me falou sobre a oficina de entalhe em madeira e fez o convite para participar de uma aula. Antes eu tomava antidepressivos. Em um mês, quem me conhecia percebeu a mudança. Hoje eu vivo com mais qualidade de vida, com autoestima”, contou.

Segundo a coordenadora do CRAS de Bananeiras, Rebeca Es-pineli, a oficina de entalhe em ma-deira inicou com aproximadamente 5 alunos há um ano e dois meses,

e atualmente atende a cerca de 60 pessoas.

“Muitas pessoas vêm para a ofici-na procurando uma terapia. E assim que aprendem esta arte, começam a gerar uma renda extra”, disse.

Frequentador da oficina há cer-ca de um ano, Carlos Alberto con-ta que não perde uma aula e hoje consegue vender aproximadamente seis placas entalhadas por mês.

“A maioria das encomendas são feitas por pessoas que querem es-cudos de times de futebol para en-feitar a casa. Dependendo do tama-nho e do peso da madeira, o valor da peça tem preço médio de R$ 60,00”, contou.

As aulas são ministradas pelo ar-tesão Francisco de Assis. De acordo com o professor, muitos dos alunos que passaram pela oficina hoje já construíram seus próprios ateliês.

“É muito gratificante saber que faço parte da história de sucesso e superação desses alunos. Muitos enxergam a oficina como uma te-rapia. Mas tomam gosto pela arte e acabam revelando-se grandes talen-tos”, comemorou.

O professor Francisco de Assis ministra as oficinas gratuitas no CRAS de Bananeiras

Marcelo Figueiredo

Uma das maiores conquistas da população araruamense foi a aquisição pela Prefei-

tura da antiga Casa de Caridade, em agosto de 2013. No local, será instala-do o Hospital Materno Infantil de Ara-ruama.

No último dia 19, o prefeito Miguel Jeovani voltou a Brasília para formali-zar a entrega do projeto do novo hos-pital durante audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com Fausto Figueira, assessor especial do senador Marcelo Crivella. O obje-tivo do encontro é garantir a para apli-cação de emenda parlamentar destina-da pelo senador, que visa melhorar as

Miguel Jeovani busca recursospara hospital da mulher e da criança

condições de atendimento hospitalar em Araruama para investimentos em obras, aquisição e instalação de equi-pamentos necessários ao funciona-mento de Unidades Especializadas em Saúde, entre elas o Hospital da mulher e da criança.

“Desde que a Prefeitura adquiriu o imóvel onde funcionava a Casa de Ca-ridade, temos buscado caminhos para transformar o prédio num hospital de referência na região, para atender mulheres e crianças, trazendo mais qualidade de vida para nossa popula-ção. Para isto estamos buscando no governo federal os recursos”, afirmou o prefeito.

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4 nº 234 - Setembro/2015

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O governador Luiz Fernan-do Pezão sancionou em agosto a Lei que assegu-

ra a gratuidade de exames genéticos para pacientes com histórico familiar de câncer de mama e de ovário, de autoria da deputada estadual Marcia Jeovani (PR).

“É mais uma vitória das mulheres do estado do Rio de Janeiro através de nosso mandato na Alerj. Hoje, todas nós, mulheres, ganhamos um grande presente, já que a ideia de apresen-tar esse projeto surgiu dentro do ga-binete com o caso relatado por uma assessora parlamentar que tem esse histórico na família e sentiu na pele a dificuldade de fazer os exames por causa do alto custo. E a atriz Angelina Jolie foi a responsável pela divulga-ção da detecção de mutação genética quando anunciou na mídia a retirada dos seios e do ovário pelo fato de ter uma grande probabilidade de contrair a doença”, destacou a deputada.

A Lei dipõe sobre a realização de

Mulheres com histórico familiar de câncer de mama e ovário são beneficiadas com lei que garante exame genético gratuito

exames de detecção de mutação ge-nética dos genes BRCA 1 e BRCA 2 em mulheres com histórico familiar do diagnóstico de câncer de mama ou de ovário em todo o estado do Rio de Janeiro. Esse tipo de exame ganhou notoriedade internacional quando a atriz norte americana Angelina Jolie se submeteu, em 2013, à retirada dos seios por meio da mastectomia pre-ventiva, após descobrir que tinha 87% de chances de desenvolver o câncer de mama, já que a sua mãe Marcheli-ne Bertrand morreu aos 56 anos pelo avanço agressivo da doença.

Para ter acesso de forma gratuita aos exames BRCA 1 e BRCA 2, as pa-cientes até 40 anos devem apresentar uma solicitação médica de especialistas em oncologia, mastologia ou genética. Na medicina, esse procedimento é co-nhecido como aconselhamento genéti-co, após entrevista detalhada sobre o histórico do paciente com o médico. E ainda um laudo com histórico familiar de casos da doença antes dos cinquenta

A chamada Lei Angelina Jolie é de autoria da deputada estadual Marcia Jeovani

André Barbosa

anos, sendo de dois parentes de pri-meiro grau ou três parentes de terceiro grau.

“As portas abertas no SUS para essas mulheres podem salvar várias vidas e reduzir um índice tão trágico

de mulheres morrendo por causa do câncer, seja ele de mama ou de ová-rio, já que a região sudeste possui o maior percentual de mortalidade com esse tipo de doença”, disse a deputa-da estadual Marcia Jeovani.

Marcha das Mulheres Negras será realizada em Brasília em novembroDivulgação/ABEN

As mulheres negras corres-pondem a 25% da população brasileira, ou seja, 49 milhões

de pessoas. Em seu dia a dia, essas mu-lheres tem enfrentado o racismo e se-xismo por sua raça e gênero, seja na vida em sociedade ou até mesmo em seus lares. “Mesmo diante de um quadro de mobilidade social pela via do consumo, percebido nos últimos anos, a concen-tração de poder racial, patriarcal e sexis-ta mantém as estruturas de desigualdade de raça e de gênero no Brasil”, afirma a advogada carioca Inaê Estrela, represen-tante da Comunidade Bahá’í do Brasil.

Desde julho do ano passado, várias atividades vêm sendo realizadas em di-versas cidades do Rio de Janeiro para tratar dessa temática. No dia 25 de ju-lho, os grupos Aqualtune e Agrolaje pro-moveram o II Prêmio do Dia Internacio-nal da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e no dia 26 a orla de Copaca-bana recebeu a Caminhada preparatória para a Marcha das Mulheres Negras de 2015, que será realizada em Brasília no dia 18 de novembro. O objetivo da Mar-cha é dar visibilidade a questões como racismo, sexismo, machismo, apoio a equidade sócio-racial e de gênero,

abordando temas como extermínio dos jovens negros, condições de trabalho, diferença salarial e tratamento, entre outros.

“A Comunidade Bahá’í acredita que o progresso e a transformação da so-

ciedade dependem da plena igualdade e de um firme senso de parceria entre mulheres e homens, de todas as origens sociais e raciais. Por este motivo, con-sideramos fundamental a realização de atividades como essas”, diz Inaê.

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5nº 234 - Setembro/2015

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Saquarema receberá nos dias 11 e 12 de setembro o espe-táculo que já foi visto por mais

de 300 mil espectadores, intitulado Te-atro a Bordo, numa parceria da CCR Via Lagos com a Prefeitura Municipal de Saquarema, através da Secretaria de Educação e Cultura.

Num palco itinerante, a bordo de um contêiner iluminado com energia solar, artistas de Santos, interior de São Paulo, percorrem o país, com uma

Com o tema “Mais Direitos, Participação e Poder Para as Mulheres”, foi realizada no

dia 26/08 a IV Conferência de Políticas Públicas Para as Mulheres em Saquare-ma, na casa paroquial da Igreja Santo Antonio, sob a coordenação da Secre-taria Municipal da Mulher, com a pre-sença de cerca de 300 pessoas.

A importância do papel da mulher em ocupações de espaços no poder e decisões, bem como a valorização de organismos de políticas para mulheres e o fortalecimento do debate das políti-cas públicas, foram temas abordados na conferência.

Conferência das Mulheres é realizada em SaquaremaRegina Mota

De acordo com a palestrante Lu-ciene Medeiros, o Sistema Nacional de Políticas Públicas Para Mulheres visa maior responsabilização da atuação dos gestores públicos com a igualdade de gênero nas várias instâncias de go-verno, garantindo a transversabilidade do tema; a criação de mecanismos de repasse de recursos via fundo nacio-nal, com isso, a instituição de um fundo público que reúna recursos de diver-sas fontes, com o objetivo de financiar ações dirigidas à mulher.

Uma minuta para o Plano Munici-pal de Políticas Públicas Para Mulheres foi elaborada pelo Movimento Articu-

lado de Mulheres e Amigas de Saqua-rema (MAMAS) e entregue durante o evento para a secretária da Mulher de Saquarema, Rosângela Mendonça. O documento ainda deverá ser aprovado pela Câmara dos Vereadores para que o município possa começar a receber verbas, através do fundo municipal do Conselho da Mulher.

Segundo Rosângela Mendonça, a conferência representou melhorias, mais estabilidade, conforto e luta. “A gente não para. Estamos num período de oito anos da Lei Maria da Penha, ainda estamos engatinhando. Temos muito que conquistar e avançar. Com

as conferências tentamos juntas com os governos ampliar nossos serviços e es-tabilidade em todos os sentidos para as mulheres”, finalizou.

O evento contou ainda com a presença de Cristina Dorigo, do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDIM, da presidente do MAMAS, Terezinha Ruade, da secre-tária da Terceira Idade e Desenvolvi-mento Humano de Araruama, Lour-des Belchior, da secretária de Saúde de Saquarema, Ana Cristina Oliveira da Silva, além de representantes da sociedade civil, de associações e da comunidade local.

Teatro a Bordo em Saquaremaprogramação repleta de atividades cul-turais gratuitas, distribuídas por toda a cidade, com visitas às escolas, cortejos, oficinas educativas, peças de teatro e apresentações de artistas locais.

No dia 11 de setembro, às 11h e às 14h haverá cortejo de chegança nas es-colas. De 14h às 17h acontecerá uma oficina-intervenção de bonecos brin-cantes. Já às 17h será a vez do cortejo da chegança dos artistas na cidade.

Sábado, 12/09, os artistas estarão na

Praça Oscar de Macedo Soares. De 14h às 16h será a oficina-intervenção de bo-necos brincantes. Às 16:30h acontecerá o Teatro Embornal de Histórias. Às 18h os

artistas locais se apresentarão. Às 19:30h um vídeo será mostrado e às 20h haverá o encerramento com o teatro “De Sol a Sol”, com duração de 60 minutos.

Divulgação

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6 nº 234 - Setembro/2015

NOSSA CAPA Clóvis Brasil

Clóvis Brasil é natural de São Pedro da Aldeia e radicado em Araruama desde 1988.

Com formação em Técnico em Edi-ficações e Aprovado em Concurso Público atua há 15 anos na Secretaria de Cultura de Araruama. Em 2004 começa a pintar aquarelas, acrílico e óleo, participando de várias exposi-ções obtendo diversas premiações. Em 2009 tornou-se sócio fundador da Associação Coletivo Cultural Ararua-ma.

Atualmente além de pintar suas telas Clóvis Brasil atua como, ilustra-dor, artista digital, arte para teatro e livros, trabalhos como as capas dos livros, “Quarta dimensão – A Guerra dos Siguis” de Alexandre Iglesias, “Os Cem Contos de Réis” e “Jogo de Pala-vras” de Carlos Ney.

Portfólio online: kawek.net/clovis-brasilart

MARCO MONSON EXPÕE EM ARARUAMA

As curvas e cores do corpo femini-no, dentro de uma atmosfera de brasili-dade, com ecos da pintura modernista, estão presentes na obra do artista plás-tico carioca Marco Monson, que estará em exposição em Araruama a partir do dia 4 na Casa de Cultura José Geraldo Caú.

Com apoio da Prefeitura de Araru-ama, através da Secretaria de Cultura, a mostra ficará em cartaz até 30 de se-tembro, com cerca de 30 trabalhos em óleo sobre tela. A abertura acontece na sexta-feira, dia 04, às 20 horas.

Marco Monson é carioca de Campo Grande, Rio de Janeiro/RJ, e desde sua infância, nos anos de 1960, demons-trou interesse e aptidão pelas artes

visuais. O artista é autodidata e, após orientações de uma amiga artista plásti-ca, foi ampliando seus horizontes e pro-jetando suas emoções em suas obras. A mulher e os tons de terra predominam nos seus trabalhos. A cor e a sensibi-lidade no registro de figuras femininas que invadem suas telas são marcadas pela sobreposição de imagens.

O artista plástico recebeu premia-ções em exposições diversas e já parti-cipou de dezenas de mostras coletivas e individuais.

A exposição poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

A Casa de Cultura José Geraldo Caú está localizada na Praça São Sebas-tião, 148 – centro.

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7nº 234 - Setembro/2015

com Regina MotaEm Foco

[email protected]

“Ó meu servo! Purifica da malícia o teu coração e, ino-cente de inveja, entra na corte divina da santidade.”

Bahá’u’lláh

Secretários em ação - A secretária de Saúde, Reja-ne Silva, e o secretário de Turismo, Esporte e Lazer de Araruama, Fernando Marchon, são dos mais atu-antes da Prefeitura de Araruama. Vale lembrar que Marchon já está preparando a Expo Araruama, que acontecerá de 23 a 27/09. Outro evento organizado por ele é o Encontro de Motociclistas, que acontece-rá na Praia da Pontinha, em novembro.

Mulheres que brilham - Ana Cristina Oliveira da Silva, secretária de Saúde de Saquarema e Terezinha Ruade, presidente do Movimento Articulado de Mu-lheres e Amigas de Saquarema - MAMAS, são duas mulheres que brilham nos cenários dos eventos do município. Sempre apoiando e dando ideias para a melhoria dos trabalhos em várias áreas. Parabéns!

Festa Agostina - O CRAS do Mutirão realizou a ani-mada festa com a participação maciça da comunidade local. A secretária de Política Social, Trabalho e Habi-tação, Denise Figueiredo, Jeovani esteve presente, bem como o chefe de gabinete, Carlos Augusto Ra-malho. O evento teve direito à distribuição de gulo-seimas e brindes para a criançada que dançou, tocou, cantou e encantou o público presente.

Exposição de orquídeas - O Show das Plantas, de Bacaxá, realizou em agosto a tradicional Exposição de Orquídeas, reunindo belíssimas espécies de vários tamanhos, cores e preços. Aliás, em tratando-se de flores e plantas, o horto pode ser citado como um dos melhores da Região dos Lagos.

Lançamento de livro de João Raposo - “Memó-rias do Professor João Raposdo - Uma vida dedicada à educação!” Esse é o título do livro lançado dia 21/08 na Casa de Cultura de Araruama. Ao lado de uma das professoras mais queridas do município, Alacy Ama-ral, Suely Amaral, filho e nora, o simpático professor posa para fotos, após ter autografado vários livros.

Sarau de Poesia - A Academia Araruamense de Le-tras (AARALETRAS) lotou a Casa de Cultura durante o primeiro sarau realizado em agosto. Na foto, dou-tor Cid Magioli declamando uma de suas belíssimas poesias. Cid é médico e poeta e foi um dos mentores da criação da Academia.

Curso de Reiki em Juiz de Fora - O psicanalista e mestre de Reiki, Camilo Mota, realizou no último final de semana de agosto o Curso de Reiki Nível III A. É muito bom poder ver pessoas buscando o aprimora-mento na parte holística. Na foto Camilo está ladeado pelas alunas que foram de várias cidades como Saqua-rema, Magé, Santos Dumont, Ewbank da Câmara e Juiz de Fora.

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8 nº 234 - Setembro/2015

A DANÇA DAS ÁRVORES

Gerson Valle

Houve um tempo em que os galos falavamao despertarem na madrugada,narrando seus sonhos de levantar o sol,prontos para a briga com um novo dia.As nuvens tocavam trombone.As árvores dançavam por cima dos montes.Os gatos passavam rápidosfugindo de suas sombras,rumo ao canto onde se entocamno dengo que um dia lhes seria o próprio marco,enquanto as corujas aguardavam a noite,lendo, sob discreta luz, o livroda sapiência atenta de seus olhos bruxos.

A dança das árvores levantava as raízes do solo.Se tocavam ao ritmo do cio,num círculo, num ciclo.Hoje as árvores se enraízam presas ao solo,juntando o legado clorofilado de suas águasdescidas nas chuvas, subidas nos ventos,no abraço do universo com suas melodias internas.Paradas,fomentam o fôlego da dança mundo afora.

Gerson Valle é membro da Academia Petropolitana de Letras, autor da novela “Os souvenirs da prostituta”, entre outros.

POEMAS

OUTONO Ivone Sol

Cá com meu outonoA pensar no deitar das folhasNo colo de um chão atônitoSob uma árvore sem roupasPenso e deitoInteiramente dentro de mimNa folha quieta a alma nua.

Ivone Sol é membro da Academia Brasileira de Poesia - Casa Raul de Leoni

IMAGINAR DOI MENOS...

Messody Benoliel

Tenho pensadoque não me conformo nesse falso meio.Tenho pena de mim fugindo de muito rodeio.Prefiro verdadesa me satisfazer por alguns momentos.Ilusões, só de ótica...

Um vizinho de janela, me acenando um adeuzinhomadrugada a dentro...Ambos notívagos, dispensando palavras

e para quê? Imaginar doi sempre menosque a certeza de um amanhã “putamente” rotineiro!

Messody Benoliel é membro da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni

NAS ASAS DO VENTO

Robert Sheldon

Nas asas do vento pousei levemente...calmo - o vento me sustentou o equilíbrio!

Sorridente, deixei entregue a ele um recadopara alguém distante.

E falei baixinho: Vá vento ventania, a distância aser percorrida é longa... Apenas cuidado!

Entregue nos lábios da minha amada, meu beijocálido e sedutor.

Faça a volta e retorne rápido, trazendo de voltanotícias do meu amor!

Robert Sheldon, falecido em julho de 2015, era membro da Academia Brasileira de Poesia - Casa Raul de Leoni

VIDA

Lina M. Barcellos

Andei perguntando à vidaO que me aconteceu?Andou, amou e criouPasseou e sobreviveu.Aos tempos de meniniceNão fez nenhuma tolice.Na juventude se deslumbrouAmou, noivou, casou.Teve filhos queridosE uma neta muito alegre. Criou tantos bichinhos:Cachorros, papagaios e gatinhos.Casa cheia no NatalDiversão e muita alegria.Que Jesus sempre abençoe Toda a nossa família.

Lina M. Barcellos é membro da Aca-demia Saquaremense de Letras

EFEMERIDADE

Charles O. Soares

Preciso de um tempo precisoPra dissecar as angústias,Fermentar a existência,Destilar as ilusões.Temo a eternidadeSem limites, sem medida,Essa dor que não dissolve,Esse sem fim de opções...Quero um tempo só meuPra montar o meu casteloPra plantar a minha florUm tempo exato, conciso(a vaguidão me assusta) Preciso de um tempo precisoPra espalhar a minha dor.

Charles O Soares é professor de lín-gua e literatura

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9nº 234 - Setembro/2015

CRISE DO LIVROPor Gerson Valle*

Vejo pela televisão uma “caça-da” realizada pela polícia a al-guns bingos clandestinos. Em

geral ficam em casas fortificadas, onde os policiais vão arrombando portas de ferro muito bem trancadas. Dentro, ve-em-se velhinhos aposentados, na maio-ria, com mesa de bolos e cafezinhos, distraindo-se com seus joguinhos... E, metralhadoras em punho, os policiais vão logo ameaçando autoritários: “Nin-guém sai. Estão todos detidos para ave-riguação!” Até alguns anos atrás, esses bingos eram legalizados, e algum mora-lista imoral encontrou como proibi-los. E eu fico pensando: dizem que estão protegendo o patrimônio de gente ino-cente; pelo mesmo raciocínio vai acabar aparecendo um legislador vegetariano que mande fechar toda churrascaria para proteger a saúde dos inocentes carnívoros... E comer carne passa a ser ilegal... Como as leis e a ordem estatal são relativas, frágeis, incoerentes!

As leis e costumes permeiam nossas modas, formas de pensar e agir transi-tórias. O difícil, para a vida em socieda-de, é a separação das águas que passam da perenidade de um rio essencial a nossas vilas. Veja-se a fragilidade, para muitos, de nossa cultura. Quantas ve-zes não ouvi de pessoas que se julgam objetivas a crítica à Filosofia, Artes, Li-teratura como sendo “cultura inútil”, por terem ouvido essa expressão sem compreenderem que não é à imateria-lidade do conhecimento a que ela se refere. Ao contrário; ao que passa, na moda, preenchendo o vazio de algumas formações, isto sim pode ser inútil para nosso espírito, e nada mais contrário à Humanidade que a pura materialidade da existência, sem vez para a contem-plação interior, relação sentimental e espiritual.

Deixemo-nos meditar um pouco no campo do livro.

Tenho ouvido que o tempo repartiu o livro em duas facções: a dos defen-sores do real, de papel, tradicional, e a do virtual, “e-book”, legível por com-putação. Não há dúvida de que o meio utilizado para levar as páginas e palavras ao leitor não é importante. Não creio mesmo que tenha havido substituição de gênero, apenas a invenção de novo meio de chegar o livro aos olhos do lei-

tor. Porém, a novidade do computador inovou, sim, mudando até as nossas vidas, não pela forma com que repro-duz os livros antigos, mas nos hábitos criados de diálogos rápidos entre seus usuários. Antes de mais nada pôs fim à uma forma de Literatura antiquíssima, que é a correspondência por cartas de correio. Na nova forma das pessoas se comunicarem com rapidez, obtendo imediata resposta, e na objetividade com que se veem forçadas a se rela-cionarem, desapareceu o elemento da preocupação literária, da formação das frases, e até da palavra, que, para não se perder tempo, passa a ser mais empre-gada por abreviaturas (Curiosamente um amigo certa vez criticou meus tex-tos por uso de reticências. Ele julgava que estas têm por fim apenas substituir uma enumeração exemplificativa, quan-do eu as uso para indicar a possibilidade contrária da minha própria afirmação, por multiplicidade do espírito. Mas, quantos ainda entendem isto? No má-ximo acham que devem rir da afirma-tiva com “rssss” ou “kkk”, quando nem existe esta letra em nosso idioma. Eu sempre achei bobo o filme com som de risadinhas para indicar ao público onde deve rir. As reticências, porém, criam um sabor ambíguo...). Esse moderno “epistolário” (se é que ainda se pode chamar assim) suscita e corresponde a uma pressa com que tudo se passa na vida contemporânea. E o “espírito” tão ligado ao que os tolos tinham por “cul-tura inútil” (Filosofia, Artes, Literatura, sobretudo) passa efetivamente à condi-ção de desnecessário.

Daí então as pessoas da geração for-mada por “e-mails”, “facebooks” e ou-tros anglicismos, não encontrarem tem-po de percorrerem páginas e páginas de um livro (seja de papel ou virtual), e não se habituando à leitura pausada, refletida, continuada de obras de maior fôlego, não conseguem compreender a importância da Literatura, por mais que os “googles” forneçam um número in-calculável de obras de todos os tempos. Está lá toda a Filosofia grega, romances de todos os países e épocas, etc., etc., à disposição para o acesso de qualquer um. Mas, sabem o que já notei? As pes-soas usam essa imensa biblioteca, que não cabe em papel na casa de ninguém,

para fazerem consultas objetivas. O que fulano pensava objetivamente, qual a “solução” do romance X (como se o gênero fosse sempre policial e objeti-vasse a descoberta do assassino, por exemplo), não lendo página a página, linha a linha, frase a frase, pois não exis-te mais esse hábito. Leem-se resumos. A subliteratura da autoajuda serve de parâmetro para a “utilidade” do livro. “Aprenda a transar de pé” ou “Como funciona a máquina do tempo perdido” servem para divertir as mentes esvazia-das da verdadeira utilidade de nossos pensamentos. Uma pessoa lê uma re-senha, uma orelha ou um prefácio, e se acha satisfeita quanto à leitura de um li-vro, como se a apresentação significasse os melindres por que passa a narrativa, quando a resenha, por exemplo, serve apenas como crítica para despertar ou afastar interesses da leitura do livro de que trata, trazendo-lhe até novas refle-xões e comparações interliterárias. O livro traz o desenvolvimento, o passar que é como as horas, os dias, o tem-po em geral, que nos preenche a vida, trazendo-nos reflexões e posiciona-mentos. Acha-se isto perda de tempo. Hoje em dia “ganha-se” o tempo com bobajadas (como o perfil de desenhos animados do “facebook”). O “espírito” é que virou “cultura inútil”...

Já vi palestras de defensores do “e--book” formando partido contra o livro

de papel até com falsos argumentos ecológicos! Dizem que os livros dizi-mam florestas. Como se os bosques não fossem criados especialmente para se transformarem em papel, em lo-cais que as árvores se vão renovando especificamente para isto, o que não molesta mais a natureza em nada! Há o estranho hábito de se forjarem argu-mentos para se tomar partido, e as leis e as modas vão, na conformidade dos costumes, formando grupos contra ou a favor das novidades.

Quem está habituado a ler sabe re-fletir a continuidade do que transmito aqui de uma batida policial à rivalidade dos seguidores do livro impresso ou do virtual. Quem tem o hábito da leitura persegue as “veredas” do “grande ser-tão”, ou se antena ao ler o relato sobre um rapaz que se conhece “de vista ou chapeu”, e não apenas ao resumo que relata o sexo de Diadorim ou se Capitu teve alguma relação com Escobar... O “espírito” está se transformando, ou a falta de tempo para as artes, literatu-ra, filosofia, nos está mesmo voltando a uma materialidade de uma dimensão imediatista, onde o livro, real ou virtu-al, vai perdendo seu significado, numa certa, confessemos, mediocridade, ao menos na fase em crise que vivemos...?

*Escritor, reside em Petrópolis-RJ, é membro titular da Academia Brasileira

de Poesia - Casa de Raul de Leoni.

“Quem tem o hábito da leitura persegue as “veredas” do “grande sertão”, ou se antena ao ler o relato sobre um rapaz que se conhece “de vista ou chapeu”, e não apenas ao resumo que relata o sexo de Diadorim ou se Capitu teve alguma relação com Escobar...”

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10 nº 234 - Setembro/2015

Como ocorre em relação a ou-tros escritores, o sucesso dos romances de José Saramago

entre os leitores brasileiros ofuscou o restante de sua obra. Consequentemen-te, suas crônicas, peças de teatro, poe-mas e ensaios ficaram relegados a segun-do plano. O caso da poesia é ainda mais grave pelo fato de que, apesar da editora dois dos três livros de poesia não foram editados no Brasil. São eles: “Os Poemas Possíveis” e “Provavelmente Alegria”. So-mente “O ano de 1993” foi lançado entre

Deve-se destacar o fato de que na segunda edição os textos sofreram mui-tas alterações sendo, de certo modo, dois livros diferentes. Como afirma o próprio autor: “Quase tudo nela é dito de maneira diferente, diferente é muito do que por outra maneira se diz, e não faltaram ocasiões para contrariar radi-calmente o que antes fora escrito. Mas nenhum poema foi retirado, nenhum acrescentado” (SARAMAGO, 1997, p.14).

Já o segundo livro, “Provavelmen-

Um Olhar Sobre a Poesia de José SaramagoRodrigo Conçole Lage

nós, pela Companhia das Letras.Apesar de sua produção poética

ser relativamente pequena ela abarca um longo período de sua vida, o que demostra o interesse do escritor pelo fazer poético. O primeiro livro, “Os Poemas Possíveis”, foi publicado inicial-mente em 1966, sendo o maior deles, com 147 poemas. Eles foram divididos em cinco seções: Até o sabugo (48), Poema a boca fechada (8), Mitologia (14), O amor dos outros (10) e Nesta esquina do tempo (67).

te Alegria” (1970), é composto de 73 poemas que, ao contrário do primeiro livro, não foram divididos em seções e nem passaram pelo mesmo proces-so de reescrita, mas seguem a mesma temática. Temos, por exemplo, a pre-sença da problematização do sofrimen-to humano, presente também em sua ficção, que leva a outros temas entre os quais podemos citar a ausência de sentido da vida e ao desencantamento do mundo. Temos também a presença do amor, em alguns casos associado a uma dose de erotismo, e a da metapo-esia por meio da qual Saramago discute o fazer poético e a questão dos limites da palavra que esse fazer envolve. Além disso, tendo vivido em plena ditadu-ra salazarista e sendo um militante de esquerda, a política não poderia estar ausente. Ela assume um forte tom de protesto e denúncia. Encontramos ou-tros temas, mas esses são os de maior importância.

O último livro, “O ano de 1993”, segue um caminho diferente dos ante-riores. É composto de 30 poemas (ou fragmentos, como alguns críticos os classificam pelo fato de serem partes de uma longa narrativa) que compoem uma história onde se misturam elementos da ficção científica. Eles descrevem um futuro distópico onde os habitantes de uma cidade conquistada por um exér-cito inimigo pretendem reconquistá-la. É considerado também uma crítica ao salazarismo e alguns críticos associam ao livro “1984” de George Orwell.

Podemos então dizer que o conhe-cimento de sua poesia não só contribui para um melhor conhecimento de sua obra como um todo, mas nos permite conhecer uma faceta pouco conhecida do escritor. Pelo fato de que em 2014 ter sido noticiado que a editora Com-panhia das Letras tem em seu catálogo a obra completa do escritor, o que está longe da verdade, ela provavelmen-te não tem a intenção de lançar esses volumes, assim como todos os que ain-da não foram publicados aqui. Conse-quentemente, só por meio de edições portuguesas ou da edição espanhola de sua poesia completa, publicada pela Al-faguara (em Portugal não há uma cole-tânea desse tipo), o leitor brasileiro po-derá conhecer esse lado de Saramago.

*Professor de História em Itaperuna-RJ

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11nº 234 - Setembro/2015

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de salão na parte da tarde e ginástica à noite. A antiga

e conhecida imagem de uma vovó que passa o tempo fazendo tricô está sendo substituída pela dos ido-sos ativos. Cada vez mais eles estão conscientes de que a terceira idade é para ser vivida com intensidade e praticam cada vez mais atividades físicas. Pensando em proporcionar qualidade de vida e bem estar para os idosos de Araruama, a Secretaria Municipal da Terceira Idade oferece diversas oficinas gratuitas.

Para Lourdes de Souza, 87 anos, viver a terceira idade é uma expe-riência enriquecedora e de muito aprendizado.

“Não perco uma aula de ginás-tica, hidro, memorização, dança sê-nior e coral. Nas oficinas da secreta-ria da Terceira Idade eu faço muitos amigos, viagens, exercito minha me-mória, melhora minha coordenação motora e aprendo a cada dia com nossos companheiros que a vida é para ser vivida intensamente”, disse.

Segundo a secretária da Terceira Idade, Lourdes Belchior, o objetivo da pasta é fazer com que o idoso te-nha um envelhecimento ativo e com autonomia.

“Quando ele nos procura, dire-cionamos esse idoso para as dezenas de atividades que nos oferecemos, sempre visando a interação dele com a comunidade. Ele tem acesso a di-versos serviços de saúde que visam a prevenção de doenças. Todos in-teragem com outros grupos etários. Enfim, o idoso aqui é protagonista”, disse.

De acordo com a psicóloga da oficina Compartilhando Memórias, Érica Vanessa, o trabalho de terapia

em grupo proporciona às pessoas a oportunidade de fazer com que se sintam pertencente a um grupo.

“Todas as pessoas idosas tem muito a ensinar, mas nem sempre em casa os membros da família dão a de-vida atenção. Na oficina, com o con-vívio com outras pessoas da mesma idade, ouvindo histórias de vidas uma diferente da outra, todos vêem que é possível viver com qualidade de vida na terceira idade”, contou.

Muitos idosos estão tendo a oportunidade de aprender o segun-do ou terceiro idioma, através das oficinas de idiomas (Inglês, Espanhol e Italiano) oferecidas pela Secretaria da Terceira Idade. De acordo com a professora de italiano, Regina Mota, os cursos são interativos e trabalham a memória de cada aluno.

“O objetivo é fazer com que nas-ça o amor pelo idioma em cada um aluno. Nas aulas ensinamos o idioma de forma dinâmica, através de músi-cas, por exemplo, para que eles pos-sam aprender, memorizar e não ficar na inércia”, disse.

Na Secretaria da Terceira Idade ainda são oferecidas oficinas como capoeira, coral, yoga, contação de histórias e muito mais. Maiores in-formações na sede da Secretaria que fica na Avenida Brasil, 480.

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O vereador Amigo Walmir elaborou projeto, aprova-do pela Câmara dos Vere-

adores de Araruama em 01/09, onde dispõe sobre a criação de um programa pedagógico hospitalar com o objetivo de garantir atendimento especializado em classes hospitalares e domiciliares.

De acordo com o projeto de Lei, caberá ao Poder Público Municipal, em ação conjunta com o Sistema Público de Saúde, oferecer atendimento edu-cacional adequado a crianças, jovens e adultos, matriculados na rede pública de ensino, que estiverem impossibili-tados de frequentarem escola regular, por apresentarem limitações específi-cas de saúde.

“A inclusão de alunos com necessi-dades especiais no sistema regular de ensino é um compromisso de todos.

Queremos garantir ao estudante o atendimento educacional em ambien-tes e instituições que não sejam apenas a escola, quando houver essa necessi-dade”, disse o vereador.

O projeto de Lei aguarda sanção do prefeito Miguel Jeovani.

Divulgação

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12 nº 234 - Setembro/2015

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