Uma tragédia anunciada

www.jornalpoiesis.com.br

Página 3

Araruama discute combate à violência contra a mulher

Regi

na M

ota

Literatura, Pensamento & ArteAno XXII- nº 237 - dezembro de 2015 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

Página 4

Miguel Jeovani participade convenção do PMDB

Rogério Alves / TV Senado

O peso da tragédia ambiental ocorrida em Mariana-MG ain-da vai repercutir por muitos anos. Por trás dela há lições

a serem aprendidas, valores a serem revistos, seja do pon-to de vista econômico, seja do humano, antropológico

e de compreensão do nosso conceito de nação e de povo. Muitas vozes se erguem para condenar o evidente crime

ambiental. Entre elas a do cordelista Manoel de Santa Maria, que reproduzimos na página 5.

Feira do Livro estáde volta a Araruama

Marcelo Figueiredo

Até o dia 22 de dezembro, acontece o Literarte, evento que reúne estandes de livros, exposições de artesanato, fei-ra de pequenos produtores rurais, no calçadão cultural na

rua do Banco Itaú, em Araru-ama. No dia 15, às 15 horas, está programado sarau orga-nizado pela Academia Ararua-mense de Letras, com poesia e música. Página 3.

Mulheres no esportee na política é tema

de audiência na AlerjAndré Barbosa

O Salão Nobre da Assem-bleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro foi palco para a realização da pri-meira audiência pública da Comissão Especial de Em-poderamento da Mulher

no Esporte e na Política. O evento foi organizado pela bancada feminina da Alerj e contou com a presença da deputada Marcia Jeovani e da presidente da comissão, Martha Rocha. Página 4.

Saquarema realizamutirão para anistia

nos juros de impostosDe 7 a 17 de dezembro, a Prefeitura de Saquarema es-tará realizando mutirão com o objetivo de dar ao contri-buinte a oportunidade de re-

gularizar seus débitos de im-postos e taxas. IPTU, ISS, ITBI e taxas poderão ser quitados com até 100% de desconto de juros e multas. Página 2.

A música de Gonzaguinhae Noel em novos CDs

Página 2

Mar

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2 nº 237 - dezembro de 2015

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

EXPEDIENTERua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesisDistribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

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Noel Rosa e Gonzaguinha

E A VIDA O QUE É? UM PALPITE INFELIZMarcio Paschoal*

Dois grandes composito-res da nossa melhor músi-ca popular, cada um em seu tempo e modo, são relem-brados em dois CDs recém--lançados: “Com que roupa - Flora Almeida canta Noel Rosa” e “Gonzaguinha Pre-sente – duetos”.

O carioca de Vila Isabel, Noel de Medeiros Rosa, teve educação esmerada, chegou a cursar medicina, mas largou tudo e enveredou pela músi-ca e poesia. O CD da cantora gaúcha Flora Almeida revisita seus maiores sucessos, em gravação caprichada, com di-reção musical de Leo Bracht. Curioso vir de Porto Alegre, tradicionalmente mais ligado ao rock nacional, esse disco de sambas com viés jazzísti-co, incluindo levadas de bos-sa-nova e blues.

No encarte, o escritor Luís Fernando Veríssimo destaca que Flora é uma ótima in-térprete de jazz, e também se deixa envolver pelo clima

nostálgico que permeia as composições de Noel, envol-tas em figurinos tão diferen-tes e, em muitos momentos, ousados, que caracterizam a maior parte das faixas.

“Feitiço da Vila” tem pia-no acelerado e fraseados jazzísticos. A cuíca (Marce-linho da Cuíca) abre “Feitio de Oração” e a pegada de jazz é mantida. O clássico “Palpite infeliz” já tem mais samba e conta com os me-tais de Jorginho Trompete, Marcelo Ribeiro e Carlos Mallmann. Um tanto des-necessário o agudo no final. Flora se recupera a seguir com “Último desejo”, mais lento e bossa-nova, com ar-ranjo de guitarra de Ademir Cândido e o correto pia-no de Luís Henrique New, numa das mais acertadas do disco. ”Conversa de bote-quim” não acrescenta novi-dades às já tantas gravações, exceção feita à parte em que Flora meio que recita e, ma-lemolente, finaliza o recado de Noel. “As pastorinhas”

recebe o melhor da voz de Flora com arranjo de cor-das de Vagner Cunha. A que mais me agradou é a faixa “Três apitos’ com guitarra de Alegre Corrêa. Simples e bonito justamente naquilo que é mais difícil: alguns vo-calizes de Flora combinando com o acompanhamento da guitarra. Enfim, um disco que coroa um trabalho que Flora vem acalentando de cantar Noel, de acordo com informações no encarte, desde os anos 1980. Valeram o tempo de espera e o ama-durecimento. O CD “Com que roupa” (aliás, a música que faltou no disco, uma das primeiras autorias e gravações de Noel) merece ser conferi-do por admiradores ou não de Noel. Sim, esses últimos exis-tem, ruins e doentes da cabe-ça e do pé. Uma ótima opor-tunidade para rever opiniões. Aqui no Rio de Janeiro, batu-cando no cemitério do Caju, o velho mestre da Vila deve estar um pouco mais feliz.

Outro carioca de fino tra-

to, Luiz Gonzaga do Nasci-mento Júnior, filho adotivo de Luiz Gonzaga e Odalea dos Santos, é relembrado num disco em formato de duetos, com a presença de lista eclética de nomes con-sagrados da nossa MPB. Tem Martinho da ViIa na ótima “Com a perna no mundo ...(diz lá pra Dina que eu volto/ que seu guri não fu-giu/só quis saber como é /qual é/ perna no mundo , sumiu...) samba do melhor partido; Fagner em “Feliz”, com arranjo de Mauricio Barbosa; e dueto com Maria Rita no hino “Grito de aler-ta” ( aquele do nosso caso é uma porta entreaberta e eu busquei a palavra mais certa, veja se escuta meu grito de alerta), uma das melhores faixas do disco.

Gonzaguinha incomodava a repressão com suas letras críticas e ácidas. Com o co-meço da abertura política, na segunda metade da década de 1970, começou a compor canções de tom mais aprazí-

vel para o público da época, como “Começaria tudo ou-tra vez”, aqui neste disco, di-vidindo os vocais com Lenine, uma tacada genial. Daquela fase também “Não dá mais pra segurar (explode cora-ção)”, com a escolha da can-tora Ana Carolina também acertada.

Ao todo são 14 faixas, algu-mas excelentes (falo da esco-lha do parceiro para o dueto e das mixagens), outras nem tanto. O fato é que com os recursos da moderna tecnolo-gia, o CD foi possível e trouxe, com a voz original de Gonza-guinha, mesclada a novas gra-vações, passagens realmente muito boas. Completam a se-leção, sem tanto brilho, “Re-

cado” com Luiza Possi; “Um homem também chora”, com Zeca Baleiro substituindo o original com Fagner; “Lindo lago do amor”, com Gil; “Va-mos à luta”, com Zeca Pagodi-nho; “Ponto de interrogação”, com Alcione; “O que é o que é”, com Alexandre Pires; e “Sangrando”, com Ivete San-galo.

Uma boa surpresa é o due-to de “Espere por mim mo-rena”, com a dupla sertaneja Victor e Leo. Para fechar, o filho Daniel Gonzaga e o pai Lua, num encontro em família em “A vida do viajante”. Difí-cil não se emocionar.

(*) escritor, autor da biografia de João do Vale

Cumprindo uma soli-citação determinada pelo Órgão Especial

do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a Prefeitura de Araruama suspendeu a Lei 1.787/2013 de criada em 07 de outubro de 2013 que per-mitia a soltura de balões eco-lógicos dentro do município.

A prática de soltar balões, ainda que ecológicos, repre-senta grave risco à aviação

Tribunal de Justiça proíbe soltura de balões ecológicos em Araruama

comercial, podendo causar desde a obstrução do cam-po visual dos tripulantes até a danificação de motores e o travamento de superfícies de controle aerodinâmico, o que pode resultar em acidentes até mesmo fatais.

De acordo com a desem-bargadora, Leila Mariano, a concessão da liminar para sus-pensão pauta-se pelo fato de que balões ainda que sejam

confeccionados por materiais biodegradáveis e sem fogo podem interferir no tráfego aéreo e trazer grandes riscos para população local.

A fiscalização ficará a cargo da Guarda Civil que apreen-derá todo material pego com aqueles que insistirem em desrespeitar a suspensão, evi-tando assim a continuidade da prática de soltura e garantindo a segurança dos cidadãos.

Saquarema oferece desconto em juros e multas para contribuinte quitar débitos com taxas e impostos

A Prefeitura de Saquare-ma em parceria com o Tribunal de Justiça do

Estado do Rio de Janeiro rea-lizará o “Concilia Saquarema”, de 7 a 17 de dezembro, das 10 às 18h, no Saquarema Futebol Clube com o objetivo de dar aos contribuintes a possibilida-de de quitar os seus débitos, tais como IPTU, ISS, ITBI e TAXAS, dentre outros tributos municipais, com 100% de des-

conto sobre multas e juros para pagamentos em até 2 parcelas, 80 % de desconto sobre mul-tas e juros em até 6 parcelas e 60% de desconto sobre multas e juros para pagamentos de até 12 parcelas.Poderão ser quitados ou par-celados pelos contribuintes no local os débitos em cobrança judicial ou em cobrança admi-nistrativa. O contribuinte que não puder parcelar seus dé-

bitos em até 12 parcelas com desconto poderá optar por um parcelamento com prazo maior sem o desconto.O contribuinte deve ter em mãos originais e cópia dos se-guintes documentos: RG, CPF, comprovante de residência e comprovante de titularidade ou legitimidade sobre o bem obje-to da cobrança, caso o cadastro de IPTU ou o cadastro econô-mico não esteja em seu nome.

3nº 237 - dezembro de 2015

Rod. Amaral Peixoto, km 70Bacaxá - Saquarema - RJ

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Tudo em Mármore e GranitoDireção: Jaime Vignoli

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PROCESSO Nº2919/2015, RONALDO CASTILHO THO-MAZ, TORNA PÚBLICO QUE RECEBEU A CERTIDÃO AMBIENTAL Nº 385/2015 PARA REGULARIZAÇÃO DO IMÓVEL SITUADO A RUA LIVRAMENTO, LOTE 02, QUADRA A, LAGORA-MA II – IGUADA GRANDE – RJ, FOI DETERMINADO PELO CUMPRIMENTO DS EXIGENCIAS NAS NORMAS AMBIENTAIS.

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www.bahai.org.br“Ó filho do Espírito! Meu primeiro conselho é este: possui um coração

puro, bondoso e radiante, para que seja tua uma soberania

antiga, imperecível e eterna.”Bahá'u'lláh

Dentro dos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Con-

tra as Mulheres, observado em todo o país, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher – CRAM/Ararua-ma, através da Secretaria da Terceira Idade e Desenvol-vimento Humano, realizou uma manhã com várias pales-tras no dia 25/11, Dia inter-nacional Pela Eliminação da Violência Contra a Mulher.

As profissionais que aten-dem no CRAM, entre psicó-logas, assistentes sociais e ad-vogadas, falaram sobre temas pertinentes como a violência física, psicológica e a patrimo-nial. A Lei Maria da Penha foi lembrada e cartilhas sobre o tema foram distribuídas para o público participante.

Com o apoio da Prefeitura de Araruama, através da Secre-taria de Cultura, acontece de 1º a 22 de dezembro o “Ara-ruama Literarte” no Calçadão Cultural Dr. Fábio Freitas, no Centro (rua do Itaú).

Na ocasião a Associação Brasileira do Livro – ABL es-tará realizando em Araruama a tradicional Feira do Livro, com cerca de 8 estandes e os demais espaços estarão sendo ocupados por artesãos cadastrados no Programa Fó-rum Municipal de Economia Solidária do Governo do es-tado e da Agricultura Familiar com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura.

Palestras em Araruama marcam o Dia pela eliminação da violência contra a mulherRegina Mota

De acordo com relatório sobre o Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher, criado há dez anos, em 2014 foram realizados 485.105 atendimentos, uma média de 40.425 por mês e 1.348 por dia. Até o último levanta-mento, a soma chega a mais de quatro milhões em todo o país.

Para se ter uma idéia, o Brasil é o quinto país com a maior taxa de assassinatos de mulheres, num ranking com 83 países. 50,3% das mortes violentas de mulhe-res são cometidas por fami-liares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros. Entre 1980 e 2013 foram vítimas de as-sassinato 106.093 mulheres, 4.762 só em 2013. No país, a taxa de assassinatos é de

4,8 por cem mil mulheres, de acordo com dados do Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino Ameri-cana de Ciências Sociais.

A secretária da Terceira Idade e Desenvolvimento Hu-mano de Araruama e coor-denadora do CRAM, Lourdes Belchior, enfatiza a importân-cia de movimentos que pos-sam conscientizar a sociedade com relação às mulheres víti-mas de maus tratos.

“Os índices são alarman-tes. Temos que conscienti-zar as mulheres de que elas devem denunciar os maus tratos recebidos tanto por seus parceiros, quanto pelos seus familiares que por mui-tas vezes agem com violên-cia, ferindo-as fisicamente e psicologicamente”, disse.

O Centro de Referência e Atendimento à Mulher - CRAM funciona na Secretaria Municipal de Terceira Idade e atua em ações preventivas e de apoio às mulheres vítimas de violência no município

Araruama recebe Literarte em dezembroMarcelo Figueiredo

Na Feira de Livros, livros novos e usados, com preços a partir de R$ 2

A Associação Brasileira do Livro é uma entidade sem fins lucrativos organizadora de Feiras de Livros há quase 60 anos. Segundo o presidente Adenilson Cabral, “nosso in-teresse é a realização de uma grande exposição literária para alcançar o maior núme-ro de pessoas, gerando assim estímulo à leitura”.

A estrutura conta com oito estandes com livros didáticos, infantis, lançamentos e usa-dos de várias editoras, além de livros raros, com preços bastante acessíveis, a partir de R$ 2,00.

A Secretaria de Cultura es-tará com um estande próprio

onde acontecerão diversas atividades durante todo o dia, como debates, apresentação de obras de escritores locais e da região, além da participa-ção da Academia Araruamen-se de Letras (AARALETRAS), e da Associação dos Aposen-tados de Araruama (APA), com inúmeras atividades cul-turais durante todo o dia.

Na feira haverá artigos como: trabalhos em tear, dobraduras, patwork, bor-dados, crochê, biscuit, além de produtos orgânicos, mel, farinha, entre outros.

A Literarte funcionará de segunda-feira à sábado, das 9h às 18h.

O Movimento Articu-lado de Mulheres Amigas de Saquare-

ma (MAMAS) foi criado com finalidade de combater todas as formas de discriminação e preconceitos contra a mu-lher. Busca Políticas Públicas de Qualidade.Desde 2007 o Movimento vem trabalhando com mu-lheres vítimas de violência doméstica, participação na comissão da II, III e IV Confe-rência da Mulher, represen-tando o município de Saqua-rema em Brasília, lutou pela Coordenadoria da Mulher, colaboração com o NUMI-SA (Núcleo de Formação Política Prof. Milton Santos) projeto Segundo Tempo, luta pela assinatura do Pacto Contra Violência Doméstica, luta pela inclusão de verbas

Breve histórico do MAMASCamilo Mota

no Orçamento para Políticas Públicas para as Mulheres, comemorações do Dia Inter-nacional da Mulher, projeto PELC Ministério dos Esportes (encaminhado para AMA Bar-ra Nova), presença nos cursos online da SUDIM, artesanato solidário, rodas de conversas (temas: direitos da mulher, questões de gênero, saúde, e outros transversalmente ligados às necessidades e a garantia dos direitos da mu-lher). Conseguimos parcerias para as instalações do NUAM na 124ºDP e obtivemos êxi-to. Campanhas de combate às drogas. Participação como membro do Conselho de Di-reito Habitação de Interesse Social, Conselho Comunitário de Segurança de Saquarema, Conselho Escolar da FAE-TEC, Conselho Municipal do

Idoso, Conselho Municipal da Assistência Social, Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e Conselho Mu-nicipal da Saúde.Com título de Utilidade Pú-blica Municipal, lei 1216 de 11 de julho de2012, Título de Utilidade Pública Estadual, lei 6940 de 23 de dezembro de 2014, Honra ao Mérito pelos serviços prestados ao municí-pio de Saquarema. Continuaremos nossa luta, trabalhando para melhorar a qualidade de vida das mulhe-res, aumentando sua autoes-tima e fazendo com que elas saibam de seus direitos. Nos-so trabalho busca o equilíbrio de gênero, um mundo mais justo e igualitário.

Therezinha RuadePresidente

Integrantes do Mamas lutam pela causa femina. Na foto: Dra. Flaviana Reis, jornalista Regina Mota, a presidente Therezinha Ruade, e a empresária Márcia Vidigal

Nova seleção de textos de Carl Jung aborda a espiritualidade

A obra de Carl Gustav Jung é uma referên-cia fundamental no

campo da psicologia. Aluno de Freud em seus primeiros anos de estudo, o médico suíço logo se destacou em suas abordagens, rompen-do o eixo teórico do pai da Psicanálise e desenvolven-do todo um corpo teórico original. Seu pensamento e os conceitos desenvolvidos estão em sintonia com mui-tas abordagens conteporâ-neas, pela abrangência que formulam e pela integrida-de com que tratam do ser

humano. A Editora Vozes lançou este ano mais um importante volume para o aprofundamento e estudo da obra de Jung: “Espiritu-alidade e Transcendên-cia: seleção e edição de Brigitte Dorst”.

Durante toda a sua vida, C. G. Jung se ocupou inten-samente e de forma crítica com a temática religiosa e espiritual. Seu interesse voltou-se para o âmbito das experiências espiritu-ais situadas para além de diferentes denominações e confissões, igrejas e tra-

dições religiosas. A expe-riência espiritual, indepen-dentemente da religião, era para Jung um fenômeno evidente e presente na alma

e, desse modo, também um fenômeno psíquico.

Em sua Psicologia Ana-lítica, Jung procura apre-sentar uma “compreensão

da psique como espaço de experiência do numinoso, permitindo novos modos de ver fenômenos e expe-riências religiosas que até aquele momento não ha-viam sido tratados na psi-cologia da religião”, como escreve Brigitte Dorst.

A presente seleção de textos feita por ela para esta obra e a extensa intro-dução evidenciam a impor-tância da espiritualidade na Psicologia Analítica e mos-tram como é grande o le-que dos temas espirituais e das tradições religiosas com

que Jung se ocupou. Brigitte Dorst é profes-

sora de psicologia, psica-nalista e psicoterapeuta junguiana com consultório em Münster (Alemanha). É coordenadora científica da Sociedade Internacional de Psicologia Profunda. Entre seus trabalhos mais inten-sos estão os temas da es-piritualidade, da psicologia dos símbolos, da identida-de e da velhice. Há muitos anos dirige cursos de apro-fundamento em Psicologia Analítica, bem como um centro de meditação.

Reprodução / Internet

4 nº 237 - dezembro de 2015

Rodrigo Conçole Lage*

Na contemporanei-dade os jornais vi-vem um momento

de crise. No que diz respei-to ao Brasil temos visto ao longo dos últimos anos uma queda nas vendas que tem, como conseqüências, gera-do demissões de jornalistas e o fim de suplementos lite-rários (o do “Sabático” do Estadão e o do “Prosa” do Globo, por exemplo). Por outro lado, há quem não considere a crônica litera-tura, um preconceito que pode ter como um de seus fundamentos o fato de ser escrita para ser veiculada na imprensa. Sem contar que ainda é vista como um gêne-ro menor. Por fim, temos a complicada relação do jor-nalismo e da literatura.

Svetlana Alexievich e a valorização do jornalismo como um gênero literárioSegundo alguns pesqui-

sadores, desde o início do século XVIII o jornalismo e a literatura tem uma relação problemática, com momen-tos de aproximação e de afas-tamento, e as discussões so-bre a classificação do gênero jornalístico como um gênero literário continuam até os dias de hoje. Seja como for, o ápice desse relacionamento se dá com o surgimento do chamado jornalismo literário. Com sua mistura de realidade e ficção esse gênero produziu obras importantes como, por exemplo, as do jornalista bra-sileiro José Hamilton Ribeiro. Assim, o fato da escritora e jornalista Svetlana ter rece-bido o prêmio Nobel pode servir para rediscutimos uma série de questões referentes ao papel do jornalismo na contemporaneidade e de seu

caráter literário.No dia 8 de outubro de

2015 a bielorrussa Svetlana Alexievich se tornou o 112º nome na lista dos ganhadores do prêmio Nobel de Literatu-ra. Pela quarta vez, na história da premiação, a literatura de não-ficção foi premiada pela Academia. E o fato de que uma jornalista foi premiada tem recebido grande desta-que da imprensa porque, as-sim como a escolha de Alice Munro foi vista como uma valorização do conto (muitas vezes visto como um gênero menor), sua escolha pode ser vista como uma valorização do texto jornalístico como um gênero literário.

Merece destaque também o fato de que muitos escri-tores exerceram a atividade jornalística. Podemos citar entre estrangeiros e brasilei-

ros os nomes de Gabriel Gar-cía Márquez, Albert Camus, Ernest Hemingway, Olavo Bilac, Heinrich Heine e Tor-quato Neto. Gabriel García Márquez, por exemplo, não só exerceu a atividade como também afirmava ser, antes de tudo, um jornalista. Sem con-tar o fato de que, em diversas ocasiões, afirmou que o jorna-lismo o ajudou a escrever. Po-demos então dizer que, para um melhor conhecimento dos escritores que exerceram esse ofício, e de suas obras, precisamos conhecer não só a sua produção literária e/ou poética, mas também seu tra-balho jornalístico.

Dentre seus livros pode-mos destacar o “A guerra não tem rosto de mulher”, o primeiro que publicou, onde apresenta a história de mu-lheres que participaram da

Segunda Guerra Mundial. Outra obra importante é o “Vozes de Chernobyl” no qual a escritora recolheu o testemunho de pessoas que foram atingidas pelo aciden-te nuclear que ocorreu em 1986. A Guerra do Afega-nistão é o tema de “Meninos de Zinco”, livro proibido na Bielorrússia por dez anos. “O fim do homem soviéti-co”, um retrato crítico do homem soviético décadas depois do final do Império soviético, está entre seus livros mais importantes. To-dos tem em comum o fato de serem construídos a par-tir de entrevistas e tem como destaque a importância dado as mulheres, figuras centrais em alguns livros.

Atualmente temos em português somente o “O fim do homem soviético”,

publicado em Portugal pela Porto. A editora portuguesa Elsinore irá publicar em 2016 o livro sobre Chernobyl e adquiriu também os direitos do “A guerra não tem rosto de mulher” e “Meninos do Zinco”. Felizmente, a edito-ra Companhia das Letras já anunciou a compra dos direi-tos de publicação de quatro de seus títulos, mas sem pre-visão de lançamento: “Vozes de Chernobyl”, “A guerra não tem rosto de mulher”, “Tempo de Segunda Mão” e “As últimas testemunhas”. De qualquer forma, mesmo demorando um pouco, futu-ramente poderemos conhe-cer sua obra e assim repen-sar o valor dado ao trabalho jornalístico.

* Professor de História de Ita-peruna-RJ

O projeto de Lei nº 465/2015, de au-toria da deputada

estadual Marcia Jeovani (PR-RJ), que declara o mu-nicípio de Araruama como a “Capital do Windsurf”, foi aprovado pela maioria dos parlamentares da As-sembleia Legislativa do Es-tado do Rio de Janeiro no dia 26 de novembro.

“O município de Ara-ruama merece esse re-conhecimento. Há anos vem recebendo atletas para eventos náuticos. No ano de 1981, o Fes-tival Hollywood de Vela foi realizado na Praia da Pontinha, no centro da ci-

André BarbosaProjeto de Marcia Jeovani dá título de Capital do Windsurf a Araruama

Já aprovado na Alerj, o projeto segue para sanção do governador Luiz Fernando Pezão

dade, pela Confederação Brasileira de Vela e Motor. Sem esquecer, é claro, do Circuito da Região dos La-gos de Windsurf em 2008, de uma das etapas do mundial de 2010 e ainda o fato da cidade ter sido sede em 2013 do Campe-onato Mundial de Wind-surf – Araruama Windsurf Championship”, destacou a deputada estadual Mar-cia Jeovani.

O município de Ararua-ma, na Região dos Lagos, possui a segunda maior raia do mundo para a prá-tica de esportes náuticos. São 220 km quadrados com ventos fortes e cons-

tantes, perfeitos para os amantes de diversas mo-dalidades esportivas.

Só no Campeonato Mundial de Windsurf em 2013 participaram atle-tas de mais de 11 países, como Alemanha, Espanha, Portugal, Argentina, Chile, França, entre outros.

O projeto de lei vai para autógrafo e logo de-pois será encaminhado para sanção do governa-dor Luiz Fernando Pezão, que em junho recebeu das mãos da deputada estadu-al Marcia Jeovani um dos-siê sobre a prática de es-portes náuticos na Laguna de Araruama.

O prefeito de Araru-ama, Miguel Jeova-ni, participou nesta

segunda-feira, dia 23, da con-venção estadual do PMDB no Rio de Janeiro para eleger no-vos membros do diretório e da executiva nacional do partido.

Participaram do evento o governador Luiz Fernando Pe-zão, o ex-governador Sérgio Cabral, o prefeito do Rio, Edu-ardo Paes, e o presidente da Alerj Jorge Picciani.

O prefeito Miguel Jeovani fi-liou-se ao PMDB-RJ em setem-bro deste ano, com o objetivo de fortalecer os laços com o

Com a participação da deputada estadual Marcia Jeovani, foi re-

alizada no dia 23/11 no Salão Nobre da Assembléia Legislati-va do Rio a primeira Audiência Pública da Comissão Especial de Empoderamento da Mulher no Esporte e na Política, orga-nizada pela bancada feminina, tendo na presidência a deputa-da estadual Martha Rocha.

Vivian Soares, professo-ra de Ginástica Artística em Araruama esteve presente, bem como a professora de Capoeira da Secretaria da Terceira Idade e Desenvol-vimento Humano, Trakinas, juntamente com uma comiti-va da SETID. Na presença da senadora e representante da Procuradoria Geral da Mu-lher, Ana Amélia (RS), das de-putadas federais Saraya San-tos e Benedita da Silva, e da ex-jogadora de vôlei, meda-lhista olímpica e atual gerente

Prefeito Miguel Jeovani participa da convenção estadual do PMDB

Governo do Estado do Rio de Janeiro e trazer parcerias que beneficiarão o desenvolvimen-to do município de Araruama.

“O PMDB faz parte da mi-nha história política em Ara-ruama, do qual já fui vice pre-sidente municipal. Estamos somando forças para trazer-mos para Araruama muito mais coisas boas! Nosso governo vem avançando em todos os sentidos, e parte do progresso vem através de parcerias. Esse é a principal razão do meu in-gresso no PMDB, assumindo a presidência do diretório muni-cipal do partido”, contou.

Empoderamento da mulher no esporte e na política é tema de audiência pública

André BarbosaMarcelo Figueiredo

de Planejamento Esportivo do Comitê Olímpico Brasi-leiro (COB), Adriana Behar, e da treinadora de ginástica artística, Georgette Vidor, as parlamentares aproveitaram o evento para lançar o ano de 2016 como o Ano do Empo-deramento da Mulher no Es-porte e na Política.

“A presença de mulheres que encontraram na política e no esporte a mola propulsora que faltava em suas vidas deve ser motivo de orgulho para todas nós. Quando a treina-dora Georgette Vidor chegou aqui logo lembrei de sua traje-tória de luta e acima de tudo

de uma mulher guerreira que encontrou no esporte a for-ça necessária para seguir em frente. A luta pelos direitos da mulher é um dever”, disse a deputada Marcia Jeovani.

A senadora Ana Amélia su-geriu que a discussão desses temas seja feita em escolas públicas e que o debate não se restrinja apenas ao perío-do anterior aos Jogos Olímpi-cos. “Se as regras dos espor-tes fossem usadas na política, teríamos um país muito me-lhor”, ressaltou. O prefeito de Araruama, Miguel Jeovani, também esteve presente no evento.

Quando a pessoa fala corretamen-te, acaba atraindo

a atenção e assumindo um certo controle ou domínio no meio social. O contrá-rio também acontece, se a pessoa não conhece a nor-ma culta e fala errado, tam-bém chama a atenção, mas provoca, em geral, despre-zo, desdém, preconceito. Costumamos dizer que há níveis de fala, para não dis-criminar ninguém, mas não podemos evitar o óbvio. Se alguém está sendo entrevis-tado para ocupar um lugar numa empresa e comete alguns desses errinhos de que estamos falando aqui, pode ser preterido, quer di-

UM DEDO DE PROSAPor Geraldo Chacon

Aprendendo língua portuguesa em nosso dia a dia

zer, afastado ou substituído, e vai ocupar a vaga aquele candidato que se expres-sou melhor na língua culta. Imagine o entrevistador ou-vindo o candidato dizer algo como: “Fazem meses que estou procurando emprego .” O verbo haver e fazer no sentido de tempo que pas-

sou, faz meses, há meses, é invariável, não se flexiona. Há um dia, ou, há dez dias, faz um mês, ou faz onze me-ses, fica sempre igual, sem-pre no singular.

Geraldo Chacon é membro da Academia Araruamense de Letras.

O uso da norma culta é um fator importante durante uma entrevista de emprego além de favorecer a comunicação.

5nº 237 - dezembro de 2015

EM BUSCA DO NATAL PERDIDOGerson Valle

Nas estradas que davamem Belém ou no Egitopassavam pastores,camelos, ladrões...

Apagaram-se as pegadasde todos que ali passaram.Misturaram-se nos milêniosperegrinos, assassinos...,em marcas desencontradassobre as areias das estradasentre comércios esquecidos.Passavam, passavam inúmeros outrosmeninos saídos da Casa de Davi,como por ali, inspirados por Allah,passavam mais povos, pastores, poetas,profetas, camelos, ladrões...

Os passos do Nascidopoderiam ser pisados,se pudessem ser encontrados,calçando nossos pés de um resíduo sagrado.Por Belém, Nazaré, Jerusalém,na esquina de nossas casas,armários de nossos quartos,por dentro de nossas almas...?

Na Babel de muitas falasos percursos se intercalam,silêncio das memóriasgravado pelos solos,significados contraditóriossem mapas, dicionários,fora a figura fixada em nossa memória da História:

Cristo criançaa nos pegar no colo.

Pode estar na passagem invisível,indelével estrela-guia,signo sempre renascente,por toda parte, século, cidade,rastro de esperançaonde desejo ler o roteiroda perdida bússula do espíritonas pisadas desencontradas pelos séculos. (O ano nasce em janeiro. Mas, só em seu final, ele nos dá o seu Natal, na esperança de tornar adubo o perecimento. Re-torna, retorna, montado em novos ciclos! Alguma coisa nos escapa, e tentamos apressar a compreensão do fogo em nos-sas matas, do sol nos queimando sem a proteção do ozônio, e os vizinhos mais próximos de nossos banheiros e cozinhas, que não encontram mais ralos para espantar tanta sujeira!... Atingido novo ciclo todo prefeito passará sua pasta, alegando a impossibilidade do controle dos desencontros? Os pisos, sejam de peregrinos ou assassinos, vão destruindo as nas-centes, subindo morros, ocupando-os... Onde encontrare-mos novas encostas, para nos deixarmos encostar, demover o perigo do esgotamento físico, e lembrarmos da passagem de um Menino sob os céus dos sonhos? Lá, devemos tentar segurar as últimas nuvens e vermos se ainda se encontram os passos perdidos no pó milenar. Com eles retornarmos ao milagre da esperança do nascimento anunciado no final, seja do ano, século, milênio, ou de nossos fôlegos contidos... E, assim, reconstruirmos o poema largado pelos passos pisados no passado, ao encontro de nossa seiva renascida! Natal, Na-tal, onde passamos pelos mesmos passos apagados?).

Todos tornados inimigosnas estradas por onde passavamfaces e mais faces ignoradas

nos areais dos ventos de outros tempos.Os camelos transformaram-se em foguetes, tanques, ca-

nhões,deixando o mundo atônito ante as religiões,até que todas se acabem por falta de titulares para a pas-

sagemdo deserto de corações, canções, toda espécie de gente,não se sabendo mais, definitivamente,onde nascera a Criança,onde buscar o Natal dentre tantas figuras passadas,nos rastros apagados, agonizantes!Como afastar as feições que entre carne e gritoanunciam o final, contrário ao Natal?No meio do areal de muitas passadasperdidas como o pó das estradas,surgem cabeças decepadas,crianças de olho de vidro,mulheres de corações armados,homens sem braços, sem pernas,tornados impotentespelas balas trocadas entre parentes!

Estradinhas de nada,esquecidas, acabadas,ressurjam do meio de meus males,na simplicidade dos pastores, camelos,ou mesmo de uns pobres famintos ladrões,para que o mundo despolua-se da dor,pavor dos maus ares,e possa ter o Natal outra vez em seus lares!

*escritor e poeta, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis e membro titular da Academia Petropolitana de Letras e da Aca-demia Brasileira de Poesia

Tragédia de MarianaTsunami (anunciada) à brasileira

Cordel de Manoel de Santa MariaGovernador Valadares,Cidade onde eu fui meninoVindo de Santa Maria,Que o meu sonho pequeninoEmbalou com a CulturaDo Cordel LiteraturaE temperou meu destino!

Homem simples sem leituraMeu pai pedia pra eu lerOs romances de Cordel;E no hábito de ler, reler,Ele me alfabetizou,E se algo hoje em dia souDevo ao velho agradecer!

Meu Rio Doce querido,Nos seus beirais e arvoredosSorvi frutos saborosos,Uns doces e até os azedos,Nos velhos tamarindeirosE frondosos ingazeirosDa meninice sem medos!

Minha amada Valadares,Cidade lar doce larDo meu Rio Doce Rio,Onde eu nadava a brincarNa infância apetecida,Meu Rio fonte de vidaVê hoje a vida minguar!

Todo este meu desalento,Desconsolo e desencantoEntristeceu o meu versoE desafinou meu canto.Hoje em meu peito desertoAs rimas têm rumo certo:Minas e Espírito Santo!

Vítimas da maior tragédiaAmbiental brasileira,Que enlutou tantas famílias,Deixou sem eira nem beiraDiversas comunidadesEm outras tantas cidadesOnde escorre a lamaceira!

Lama tóxica carregadaDe resíduos e dejetosQue essa empresa SamarcoDe preceitos incompletosDerramou no ambiente,Frustrando essa pobre gente,E até os ricos e repletos!

Sessenta e dois milhõesDe metros cúbicos de rejeitosOu de borras de minériosQue contaminaram leitosDas bacias fluviais,E a agricultura jamaisVai florar do mesmo jeito!

E diante deste quadroQue será dos pescadores,Dos viventes ribeirinhosE daqueles lavradoresAgora sem assistência,Na espera e dependênciaDos mandatários senhores?

Sem água nem pra beber,Que dirá pra cozinhar,E as criações no terreiro...Que terreiros? Nem pensar!E a higiene pessoalAntes coisa naturalAo no rio se banhar?

Bento Rodrigues esperaReconstruir moradias,Reinaugurar estradas,Vielas, ruas e vias;As perdas materiais,Os danos ambientaisE o retorno aos velhos dias!

Também outros municípios,Na rota do lamaçal,E a descontaminaçãoOutra meta essencial.Tomara o passar dos anos Amenize tantos danosDesse caos ambiental!

Nos brados de indignaçãoDo povo em franca vigíliaA lama de MarianaVai respingar em BrasíliaDos capos e de todos os capos,Contra os imorais farraposDa mafiosa família!

Vamos remexer a lamaQue rola nos bastidoresDessa Política sujaDos nababescos senhoresQue desprezam a vida humana:O nome deles é grana,Nessas trocas de favores!

Só um quarto de bilhãoDe multa é uma piada,Pela natureza mortaQue essa corja desalmadaNos deixou como legado,Num Natal antecipado,Presente da gregalhada!

O código que normatizaAções da mineração,De forma omissa e suspeita,Não enfatiza inspeçãoPeriódica e preventiva,E dessa forma incentivaQuem age na contramão!

Tem políticos eleitosPor essas mineradoras,Lobby na Câmara e SenadoEm prol dessas “eleitoras”,E os caciques regem essesConflitos de interessesDessas forças opressoras!

O negócio dessa genteÉ progresso a qualquer preço,Mesmo que esse custo incluaVida humana e desapreçoPela fauna e pela flora,E a Natura que é SenhoraRevirada e pelo avesso!

Impactos ambientaisTornaram-se recorrentesE comuns no Patropi;Autoridades ausentes,E lama e grana rolando,E as Empresas demonstrandoAtitudes prepotentes!

Barragens devem sofrerInspeções frequentemente,Mesmo sem ter moradiasNo trajeto da correnteEm um desmoronamento,Ou mesmo derramamentoQue aconteça de repente!

Essa avalanche de lamaQue arrasou o distritoMineiro Bento RodriguesÉ fenômeno descritoComo apenas incidentePor um asno incompetenteCuja fala é um delito!

“Incidentes de percurso”,É como as grandes empresasDenominam as tragédiasDas barreiras e represas.Na cortina de fumaça,Ou de lama, tudo passa;No fim, escapam ilesas!

Conforme sempre aconteceNos Bateau Mouches da vida,Nos prédios do Sérgio Naia,Nas boates sem saída...Nova tragédia e horrorApaga a anterior,E o infrator tem guarida!

Pra que construir barragensEm lugares povoados,Perto de sítios históricos,Monumentos ou legados,Igrejas e construçõesOu de edificaçõesDe três séculos passados?

Comentam ser a segundaCatástrofe ambientalDo globo, e só ChernobylSeria nossa rivalPela dimensão e horrores;Em perdas, danos e dores,Na escala mundial!

Com um número de mortosAinda desconhecido,E que pode para sempreTornar-se indefinido,Não é incidente apenas,Basta só pensar nas penasDe quem perde ente querido!

Políticos influentesFriamente involucrados;Dedos, pés, até cabeçasLiteralmente enfiadosNos lamaçais e atoleirosDe interesses financeirosDe padrinhos e afilhados!

Rogério Alves / TV SenadoE as verbas destinadasPara fiscalizaçãoCriminosamente usadasEm oposta direção,Com outras finalidades,E agora várias cidadesCom a Saúde no valão!

Falam agora em bilhõesPara reparar o malNo âmbito meramenteDa esfera ambiental.Vamos ver recuperadasPreciosas vidas ceifadasNo tóxico lamaçal?

Convocada pela ONUVem aí a ConferênciaSobre as Mudanças Climáti-cas;Se o Brasil tomar tenênciaVai endossar essa rima:Águas influem no clima,E na vida em sua essência!

Há que se pensar a sérioNa industrializaçãoSegundo um novo modelo,Novas formas de gestão,Respeitando a NaturezaEm toda a sua grandeza...E NÃO à degradação!

Araruama, novembro de 2015.

Manoel de Santa Maria é natural de Santa Maria do Suaçuí-MG, viveu sua infância em Governador Valadares. Con-fundador da ABLC - Aca-demia Brasileira de Literatura de Cordel. É expositor aos domingos na Praça do Repen-tista no Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordes-tinas (Feira de São Cristóvão), no Rio de Janeiro. Reside atualmente em Araruama, sendo membro da Academia Araruamense de Letras (AARA-LETRAS)

6 nº 237 - dezembro de 2015

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Feliz Natale Próspero Ano Novo!

“Que o espírito natalino traga

aos nossos corações a fé inabalável dos que acreditam em um novo tempo de paz e

amor. Boas festas!”

A Esperança é o que nos torna humanos, que desperta dentro de nós a centelha da Vida. Nesses tempos de gratidão e festa, que o Espírito do Criador traga conforto para quem sofre, paz para quem busca, justiça para quem luta por um mundo melhor, amor para que aprendamos a

ser verdadeiros em nossos atos e palavras.

O Jornal Poiésis deseja a seus leitores e clientes votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

“Que neste Natal e em todos os

dias do ano que se inicia a paz, o amor e a união reinem em cada

lar”.

São os votos do vereador de Saquarema

Bruno Pinheiro

São os votos do vereadorAmigo Walmir

Que a alegria do Natal permaneça em todos os dias de 2016! Boas festas a todos os moradores de Araruama!

São os votos do MAMASMovimento Articulado

de Mulheres e Amigas de Saquarema

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(Prédio da Politécnica, em frente ao Bob’s)Centro - Araruama - RJ

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