Poliomielite e Síndrome Pós-Poliomielite · coordenadoria de controle de doenÇas ... a...
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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS
Centro de Vigilância Epidemiológica "Prof. Alexandre Vranjac"
Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar Tel. 0xx 11 3081-9804; Fax 3066-8258
São Paulo, Junho de 2006
Documento Técnico
Poliomielite e Síndrome Pós-Poliomielite
1. A POLIOMIELITE
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda descrita
desde a Antiguidade, porém reconhecida como problema de saúde pública,
somente no final do século XIX, quando epidemias começaram a ser
registradas em vários países do mundo. Sua etiologia infecciosa foi descoberta
somente em 1908.
É causada por três tipos de poliovírus (I, II e II) e manifesta-se em
grande parte, por infecções inaparentes ou quadro febril inespecífico, em 90 a
95% dos casos. Nos quadros mais severos, a poliomielite pode manifestar-se
com meningite asséptica, formas paralíticas e causar óbito.
As formas paralíticas representam cerca de 1 a 1,6% dos casos e
possuem características típicas: paralisia flácida de início súbito, em geral nos
membros inferiores, de forma assimétrica; diminuição ou abolição de reflexos
profundos na área paralisada; sensibilidade conservada e arreflexia no
segmento atingido e persistência de alguma paralisia residual após 60 dias do
início da doença.
A transmissão pode ocorrer de pessoa-a-pessoa, através de secreções
nasofaríngeas, ou de objetos, alimentos e água, contaminados com fezes de
doentes ou portadores. O período de incubação varia de 2 a 30 dias (em geral,
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 2
7 dias). Demonstra-se a presença do poliovírus nas secreções faríngeas e nas
fezes, respectivamente 36 e 72 horas após a infecção, tanto nos casos clínicos
quanto nas formas assintomáticas. O vírus persiste na garganta cerca de uma
semana e, nas fezes, por 3 a 6 semanas.
A suscetibilidade é geral, sendo que a infecção natural ou a vacinação
conferem imunidade duradoura ao tipo específico de poliovírus.
1.2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO
A “paralisia infantil”, assim conhecida popularmente, foi uma doença de
alta incidência no mundo, deixando centenas de deficientes físicos. Contudo, o
controle dessa doença representa uma das experiências mais bem sucedidas
em saúde pública no mundo, devido ao desenvolvimento das vacinas de vírus
inativados de Salk (disponível a partir de 1955) e de vírus atenuado de Sabin
(disponível a partir de 1960).
Desde sua disponibilização no mercado, a vacina Salk, no Brasil, passou
a ser utilizada apenas em consultórios e vacinações de pequena escala,
especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro, por apresentar algumas
desvantagens: necessidade de vários reforços para manutenção dos títulos de
anticorpos, não induzir a imunidade local (intestinal), custos elevados,
dificuldades operacionais para aplicação em grandes contingentes
populacionais (via intramuscular), além de falhas técnicas na sua inativação
que poderiam causar surtos.
A vacina Sabin, adotada em política global de saúde pública proposta
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é a que tem sido empregada na
maior parte do mundo, por sua eficácia e imunidade duradoura, e por seu baixo
custo e facilidade em seu manejo em aplicações em massa (via oral). É
considerada das mais seguras e menos reatogênica, contudo, por ser feita com
vírus vivos atenuados, pode por mutação genética, causar casos em seus
receptores ou contatos. Observa-se, porém, um risco mínimo de um caso para
cada 2.600.000 doses distribuídas (1/500 mil na primeira dose e 1/13 milhões
nas doses subseqüentes). Estudos mostram que quanto mais se aumenta a
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 3
cobertura da vacina Sabin, além do controle do poliovírus selvagem, diminui-se
o risco de casos associados à vacina.
1.3. HISTÓRIA DA POLIOMIELITE NO BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO
Os primeiros relatos de casos esporádicos de poliomielite no Brasil
foram feitos no início de 1911, em São Paulo, pelo Dr. Luiz Hoppe, da Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo e no Rio de Janeiro, pelo Dr. Oswaldo
Oliveira, do Hospital Misericórdia. A primeira descrição de um surto de
poliomielite no país foi feita também, em 1911, pelo Dr. Fernandes Figueira, no
Rio de Janeiro, e um segundo registro de surto no país, em 1917, pelo Dr.
Francisco de Salles Gomes, em Americana, SP.
Devido a esta epidemia, já em 1917, a doença passou a constar da lista
oficial de Doenças de Notificação Compulsória no Estado de São Paulo.
Em 1962, iniciou-se no Estado de São Paulo a aplicação da vacina
Sabin. Em 1964 foi implantado o Programa de Vacinação de rotina no Estado
de São Paulo. Em 1968 iniciam-se as primeiras atividades de Vigilância
Epidemiológica da Poliomielite em nível nacional, através da Fundação de
Serviços Especiais de Saúde Pública, tornando a doença, de notificação
obrigatória e semanal em todo o território nacional.
Em 1968, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo implanta a
Caderneta de Vacinação no ESP e a matrícula na escola fica condicionada à
sua apresentação.
Em 1970, o Dec.nº. 52.503, de 28.07.70, estabelece as Normas
Técnicas referentes à Preservação de Saúde regulamentando um novo elenco
de doenças de notificação compulsória, profilaxias e vacinações e adotando o
Manual de Profilaxia das Doenças Transmissíveis, editado pela Associação
Americana de Saúde Pública (adotado pela OMS); assim, a Poliomielite passa
a ser de notificação imediata à autoridade local.
Em 1971, o ESP divulga a Norma Técnica SS 7/71, de 12.02.71 (CSC),
definindo e padronizando os impressos e fluxos para a investigação
epidemiológica das doenças de notificação compulsória em todos os níveis do
sistema de saúde, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional e o
Dec.52.503/70/ESP.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 4
Ainda em 1971, é instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite
(PNCP) - Estratégia de Vacinação em massa em 1 só dia (3 m a 4 anos de
idade).
Em 1974, é expedida no ESP a Norma Técnica SS 7/74, de 23.02.74
(CSC) que estabelece um novo conjunto de formulários e fluxos para a
investigação epidemiológica das doenças de notificação compulsória em todos
os níveis do sistema.
Em nível nacional, em 1974, o PNCP é incorporado ao PNI (Programa
Nacional de Imunização), estabelecendo a vacinação de rotina com a vacina
Sabin em nível nacional, incluída no calendário infantil de vacinação.
Em 1975 é promulgada a Lei Nº. 6.229, de 17.07.75 que dispõe sobre o
Sistema Nacional de Saúde e a Lei 6.259, de 31.10.75, que cria o Sistema
Nacional de Vigilância Epidemiológica, estabelecendo normas técnicas, e em
relação ao controle da poliomielite, definindo a rede de laboratórios de Saúde
Pública com responsabilidade de diagnóstico da infecção pelo poliovírus no
sangue e fezes dos casos notificados.
Em 1977, no ESP, o Dec. 9.959, de 06.07.77/ESP cria o CIS (Centro de
Informações de Saúde) com a função de coordenar o Sistema de Vigilância
Epidemiológica no ESP, e a Vigilância Epidemiológica da Poliomielite,
elaborando-se o Manual de Vigilância Epidemiológica (editado em 1978).
De 1975 a 1979 são estudadas e avaliadas as características da
poliomielite com os dados gerados no período, observando-se a necessidade
de ampliação das coberturas vacinais. Adotou-se, assim, como medida para
controle da poliomielite, a Vacinação em Massa através de campanhas, em
1980, para todo o território nacional, utilizando-se a vacina Sabin.
As campanhas em massa contra a poliomielite passaram a ser feitas em
duas etapas anuais, de um só dia cada uma, na faixa etária de 0-5 anos, em
todo território nacional.
A diminuição dos casos foi assim observada: no Brasil, de 1290 casos
em 1980 para 122 em 1981; no Estado de São Paulo, de 101 casos em 1980
para 7 em 1981.
Em 1984, observam-se ainda, especialmente nos estados do Nordeste,
baixas coberturas da vacina oral, com casos também associados à baixa
eficácia para o poliovírus tipo III da vacina oral produzida na época.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 5
Após epidemias ainda importantes no Nordeste, em 1985, o governo
brasileiro assumiu juntamente com outros países das Américas, através da
OMS/OPS (Organização Panamericana de Saúde), o compromisso de
erradicar a transmissão autóctone do poliovírus selvagem até 1990.
Em 1986 foi criado o Grupo de Trabalho para Erradicação da
Poliomielite (GT- POLIO), iniciando suas tarefas no ano em que epidemia de
poliomielite atingia novo pico. No Brasil foram registrados 612 casos
confirmados, entre eles, 469 originários da Região Nordeste, e 7 casos no
ESP.
Ainda em 1986, o ESP implanta a busca ativa retrospectiva através do
formulário “CH 106”, em 105 hospitais, totalizando 300.000 revisões de
internações, sendo encontrados 5 casos adicionais de Poliomielite, 35 de
Polirradiculoneurite, e 40 de seqüelas de Poliomielite.
Finalmente, em 1989 são registrados os últimos casos de isolamento de
poliovírus selvagem no Estado de São Paulo e no Brasil, após um período de
realização de grandes campanhas vacinais e vigilância epidemiológica. Em
1991, no Peru é registrado o último caso das Américas.
Em 1994, o país recebeu da OMS/OPS o “Certificado de Erradicação da
Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas”. A partir de
então, o Brasil reafirma seu compromisso em manter altas coberturas vacinais
e uma vigilância epidemiológica ativa de todo quadro de paralisia flácida aguda
(PFA), possibilitando, assim, a identificação imediata e precoce da reintrodução
do poliovírus, e a adoção de medidas de controle para impedir sua
disseminação.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 6
1.4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA POLIOMIELITE NO ESTADO DE SÃO PAULO
A poliomielite está erradicada no ESP e Brasil. Pode-se observar sua
evolução, no ESP, conforme Quadros 1 e 2 e Figura 1 abaixo:
QUADRO 1 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS CONFIRMADOS E COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA DE POLIOMIELITE POR 100.000/HAB. SEGUNDO ANO E LOCAL DE RESIDÊNCIA. ESTADO DE SÃO PAULO, 1970 - 1979
GRANDE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO ANO CASOS COEF. CASOS COEF.
1960 ... ... 1684 13,05
1961 ... ... 1318 9,85
1962 ... ... 868 6,26
1963 ... ... 1058 7,37
1964 ... ... 1059 7,12
1965 ... ... 539 3,50
1966 ... ... 568 3,57
1967 ... ... 77 0,47
1968 ... ... 139 0,82
1969 ... ... 205 1,18
1970 101 1.24 135 0.76
1971 277 3.26 368 2.02
1972 151 1.69 261 1.39
1973 333 3.53 531 2.74
1974 269 2.71 389 1.95
1975 374 3.58 652 3.18
1976 85 0.77 305 1.44
1977 58 0.50 97 0.45
1978 72 0.60 115 0.51
1979 111 0.88 190 0.82
FONTE: DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR -CVE-SP ( ... ) = informação não disponível
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 7
QUADRO 2 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS CONFIRMADOS E COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA DE POLIOMIELITE POR 100.000/HAB. SEGUNDO ANO E LOCAL DE RESIDÊNCIA. ESTADO DE SÃO PAULO, 1980 - 2005
GRANDE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO ANO CASOS COEF. CASOS COEF.
1980 25 0.20 101 0.41
1981 5 0.04 7 0.03
1982 - - 2 0.01
1983 - - 1 0.00
1984 - - 1 0.00
1985 2 0.01 5 0.02
1986 2 0.01 7 0.02
1987 3 0.02 8 0.02
1988 3 0.02 5 0.02
1989 - - 2 0.006
1990 - - - -
1991 - - - -
1992 - - - -
1993 - - - -
1994 - - - -
1995 - - - -
1996 - - - -
1997 - - - -
1998 - - - -
1999 - - - -
2000 - - - -
2001 - - - -
2002 - - - -
2003 - - - -
2004 - - - -
2005 - - - -
FONTE: DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR - CVE-SP ( - ) = nenhum caso registrado
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 8
A incidência da poliomielite no ESP declinou de 13,05 casos/100 mil
hab., em 1960, para 0,03/100 mil hab., em 1981, resultado obtido após a
primeira campanha em âmbito nacional que proporcionou o aumento das
coberturas em outros estados vizinhos. Esses estados vizinhos com baixas
coberturas vacinais em sua rotina, contribuíam com casos para o ESP, através
de correntes migratórias. Em 1989, o coeficiente de incidência declina para
0,006/100 mil hab., não sendo registrado mais nenhum caso no ESP e em todo
o Brasil desde essa época.
Dados sistematizados de cobertura vacinal em menores de 1 ano (3a.
dose completada) estão disponíveis somente a partir de 1974, observando-se
um importante aumento da cobertura, de 57,42%, em 1974, para níveis acima
de 95%, desde 1978, nível mínimo exigido pela OMS para erradicação da
poliomielite (Figura 2).
Nos anos em que a cobertura está acima de 100% foram computadas
doses de campanha, além de problemas com estimativas populacionais,
sistemática de registro que foi aprimorada a partir da década de 90.
Figura 1 - Número de casos de poliomielite no Estado de São Paulo, 1960-2005
0100200300400500600700800900
100011001200130014001500160017001800
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
2001
2003
2005
Ano
Núm
ero
de C
asos
Epidemia MSP
Vacinação
Vacinação de rotina Correntes migratórias, estados vizinhos com baixas coberturas e epidemias e PNI
SSVVEE EESSPP DDiiaass NNaacciioonnaaiissddee VVaacciinnaaççããoo
Fontes: DDTHA/CVE-SES-SP
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 9
A partir de estudos anteriores, com recuperação de registros antigos de
doses de vacina Sabin aplicadas, correlacionando as doses aos coeficientes de
incidência, observamos a tendência de declínio da doença para o município de
São Paulo, de 1960 a 1981 (Figura 3). Cabe destacar que em 1960, o
município de São Paulo concentrou quase 50% dos casos de poliomielite
ocorridos em todo o Estado.
Observa-se, assim, que no Estado de São Paulo a aplicação de vacina
Sabin introduzida a partir de 1960, e à medida em se aumenta a aplicação de
doses, através da rotina e de campanhas, diminuem os coeficientes de
incidência, erradicando-se a doença, quando se aumenta a cobertura no Brasil,
especialmente por meio das campanhas em todo o território nacional.
Figura 2 – Poliomielite: Cobertura vacinal * (3as. doses) em menores de 1 ano, ESP, 1974-2005*
0
20
40
60
80
100
120
140
16019
74
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
Ano
Cob
ertu
ra (%
)
Fontes: DDTHA/CVE-SES-SP (*) Dados provisórios até set. 2005
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 10
Figura 3 – (Gráfico 1) Poliomielite – Coeficiente de Morbidade eNúmero de Doses* Aplicadas de Vacina Sabin Para o Município deSão Paulo, 1960 - 1981
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 11
1.5. A POLIOMIELITE NO MUNDO
Apesar de erradicada na maior parte dos países, o poliovírus continua
circulando na Ásia e África, o que impõe a manutenção de uma vigilância ativa
para impedir sua reintrodução nas áreas erradicadas.
Em 2003 e 2004, devido à epidemia africana além de se espalhar em
países com casos devido à baixa cobertura vacinal, o vírus reinfectou outros
países que estavam sem casos de pólio desde 1995. Até o momento, 16
países apresentaram casos derivados da importação do vírus, destes, seis
tiveram a transmissão restabelecida: Sudão, Mali, Burkina Faso, Chad,
República Africana Central e Costa do Marfim.
Em 2004, 1265 casos de poliomielite foram confirmados no mundo, em
comparação com os 784 de 2003, quando o número de países endêmicos
eram seis (Nigéria, Niger, Egito, Paquistão, Afeganistão e Índia), com os 125
países em 1988 e um número de casos de 350.000.
Atualmente, o mundo registra 1163 casos confirmados, o que representa
um importante risco de disseminação do poliovírus frente à vulnerabilidade
promovida pela intensa mobilização das populações.
2. A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE A Síndrome Pós-Pólio (SPP) é uma desordem do sistema nervoso, que
se manifesta em indivíduos que tiveram poliomielite, após, em média, 15 anos
ou mais, com um novo quadro sintomatológico: fraqueza muscular e
progressiva, fadiga, dores musculares e nas articulações, resultando numa
diminuição da capacidade funcional e/ou no surgimento de novas
incapacidades. Alguns pacientes desenvolvem, ainda, dificuldade de deglutição
e respiração.
Compõem o grupo das neuropatias motoras, além da poliomielite aguda,
a atrofia muscular espinhal progressiva (AMEP) e a doença do neurônio motor
(DNM). A SPP encontra-se incluída na categoria de DNM, considerando-se que
seu quadro clínico e alterações histológicas estão associados à disfunção dos
neurônios motores inferiores.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 12
A incidência e prevalência da SPP são desconhecidas no mundo e no
Brasil. Estima-se a existência de 12 milhões de pessoas em todo o mundo
(OMS) com algum grau de limitação física causada pela poliomielite.
Dados preliminares dos Estados Unidos apontam para a existência de
cerca de 1 milhão de sobreviventes naquele país, dos quais cerca de 433.000
sofreram paralisias que resultaram em diferentes graus de limitações motoras.
No Brasil a SPP é ainda desconhecida, bem como são escassos os
trabalhos sobre casos. No Estado de São Paulo, o Centro de Vigilância
Epidemiológica, tomou a iniciativa de pesquisar a existência da doença, a partir
dos anos de 2001 e 2002, realizando seminários sobre a vigilância
epidemiológica da poliomielite, das paralisias flácidas agudas e da SPP,
divulgando essa nova doença entre médicos e equipes de vigilância. Além
disso, estabeleceu algumas parcerias para o dimensionamento do problema no
ESP, como contribuição à necessidade de organização da assistência médica
para acompanhamento dos casos na rede pública de serviços de saúde.
Há várias hipóteses para a causa da SPP, porém a mais aceita é a de
que a SPP não é causada por uma nova atividade do poliovírus, mas sim pelo
uso excessivo dos neurônios motores ao longo dos anos. O vírus pode
danificar até 95% dos neurônios motores do corno anterior da medula, matando
pelo menos 50% deles. Com a morte destes neurônios os músculos de sua
área de atuação ficam sem inervação, provocando paralisia e atrofia. Embora
danificados, os neurônios remanescentes compensam o dano enviando
ramificações para ativar esses músculos órfãos. Com isso a função
neuromuscular é recuperada, parcial ou totalmente, dependendo do número de
neurônios envolvidos na “adoção”. Um único neurônio pode lançar derivações
para conectar 5 a 10 vezes mais neurônios do que fazia originalmente. Assim,
um neurônio inerva um número muito maior de fibras neuromusculares do que
ele normalmente faria, restabelecendo a função motora; porém,
sobrecarregado, após muitos anos de estabilidade funcional, começa a se
degenerar surgindo o novo quadro sintomatológico.
O diagnóstico clínico da SPP é feito por exclusão. Requer diferenciação
com outras doenças neurológicas, ortopédicas ou psiquiátricas que podem
apresentar quadro semelhante; entretanto, existem critérios que fundamentam
o diagnóstico: 1) confirmação de poliomielite paralítica com evidência de perda
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 13
de neurônio motor, através de história de doença paralítica aguda, sinais
residuais de atrofia e fraqueza muscular ao exame neurológico e sinais de
desenervação na eletroneuromiografia; 2) período de recuperação funcional,
parcial ou completa, seguido por um intervalo (15 anos ou mais, em média 40
anos) de função neurológica estável; 3) início de novas complicações
neurológicas: uma nova e persistente atrofia e fraqueza muscular; 4) Os
sintomas persistem por mais de um ano; 5) exclusão de outras condições que
poderiam causar os novos sinais e sintomas.
2.1. PREVENÇÃO E ASPECTOS TERAPÊUTICOS NA SPP
Primeiramente, a prevenção da SPP deve ser iniciada na fase da
poliomielite aguda, quando, deve-se evitar atividade física intensa. A
recuperação se embasa em fisioterapia, com exercícios de resistência a
atividade aeróbica, que podem permitir uma reinervação compensatória.
Deformidades devem ser tratadas para se evitar desequilíbrio funcional.
Na presença da SPP recomenda-se o tratamento da fraqueza muscular
com exercícios de aeróbica e resistência, de pouca carga, evitar o
supertreinamento e a fadiga, fazer hidroterapia em piscinas aquecidas e
temperatura controlada. Para a dor são preconizados exercícios localizados,
gelo e compressas quentes, órteses específicas, anti-inflamatórios não
hormonais e acupuntura. Em casos de fibromialgia e/ou depressão e ansiedade
são administrados medicamentos orais antidepressivos como amitriptilia,
clomipramina, fluoxetina, sertralina. Na presença de anormalidade das
articulações e tecido mole deve haver modificação no uso da extremidade e
órteses. Nas anormalidades do sono, utilizam-se equipamentos apropriados
para evitar a apnéia do sono e/ou outros procedimentos. Na disfagia,
orientação fonoaudilógica, nutricional e consistência de alimentos. Na presença
de síndrome do túnel do carpo, descompressão do nervo mediano e
procedimentos adequados para os portadores de hérnia de disco. O paciente
necessitará de orientação ortopédica permanente.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 14
Feito o diagnóstico de SPP o paciente deverá freqüentar programas de
reabilitação que envolvem, além da assistência a problemas físicos,
acompanhamento psicoterápico/psicossocial.
2.2. A HISTÓRIA DA SPP
Há várias descrições de casos desde 1875 e especialmente de casos
relacionados a epidemias que ocorreram na primeira metade do século XX em
várias partes do mundo. Foi, contudo, na década de 70 e início dos anos 80
que se observou uma procura crescente de sobreviventes da poliomielite aos
serviços de saúde, relatando esses novos sintomas os quais foram
primeiramente interpretados como de natureza psicológica. A SPP só foi
reconhecida como síndrome e nova entidade nosológica em 1986. Entretanto,
ela não foi ainda incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID 10ª
Revisão), e por isso, não possui o devido código para identificação e registro
do diagnóstico nos sistemas de informação.
Nos Estados Unidos e países da Europa, os laudos médicos
representam, nos casos de SPP, a base para aposentadoria desses pacientes.
A falta de um CID dificulta o registro de informações mais precisas de
importância para o acompanhamento dos portadores da SPP, e principalmente
para a avaliação de ações programáticas desenvolvidas.
2.3. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SPP NO ESTADO DE SÃO PAULO
Os dados disponíveis sobre a SPP no Estado de São Paulo são
resultados de uma pesquisa desenvolvida pelo Dr. Abrahão A. J. Quadros, sob
orientação do Prof. Dr. Acary S. B. Oliveira, da UNIFES/EPM, com apoio e
acompanhamento da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar,
deste Centro de Vigilância Epidemiológica.
Ao mesmo tempo em que se desenvolveu o processo de coleta e análise
de dados, os casos diagnosticados como SPP passaram a usufruir das ações
de saúde identificadas como necessárias, na rede de reabilitação do SUS, em
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 15
unidades gerenciadas por municípios, em especialmente, no município de São
Paulo, que esperadamente concentraria mais casos da síndrome.
Na primeira etapa do estudo foram avaliados 167 pacientes com
diagnóstico de poliomielite paralítica prévia. Destes, 64 do sexo masculino e
103 do sexo feminino, com idades na faixa de 14 a 72 anos.
Com base em critérios clínicos de diagnóstico estabelecidos pela maioria
dos pesquisadores do assunto, foi identificado que 129 deles (77,2%)
apresentavam a SPP; os demais 38 pacientes (22,8%) foram caracterizados
como portadores de seqüela tardia de poliomielite.
Segundo o estudo, após a poliomielite, os pacientes que se recuperaram
funcionalmente, mantiveram-se estáveis por um período médio de 38 anos.
As principais manifestações clínicas foram: Nova fraqueza – 100%;
Cansaço – 92,2%; Ansiedade – 82,9%; Dor articular – 79,8%; Fadiga – 77,5%;
Dor muscular – 76,0%; Distúrbio do sono – 72,1%; Intolerância ao frio – 69,8%;
Cãibra – 66,7%; Desvio da coluna – 55,3%; Aumento de peso - 58,1%;
Fasciculação – 52,7%; Nova atrofia – 48,8%; Cefaléia – 48,1%; Depressão –
48,1%; Problemas respiratórios – 41,1% e Disfagia – 20,9%.
Observou-se que a poliomielite aguda, nesses pacientes, ocorreu
predominantemente quando estavam na faixa de idade 0 a 2 anos (83,2%).
Apenas três casos de poliomielite ocorreram em faixa etária > 12 anos, 2 da
Bahia (não vacinados) e 1 do município de São Paulo (não vacinado).
Dos 167 casos estudados, 56 (33,5%) residiam em São Paulo, quando
adquiriram a poliomielite, 49 (29,3%) em outras cidades do ESP, 60 (35,9%)
em outros Estados do Brasil, e 2 (1,2%) em outros países.
A história de antecedentes vacinais foi obtida de relatos dos pacientes e
não de documento/carteira de vacinação. 143 (85,6%) dos pacientes com
diagnóstico de poliomielite informaram não ter feito vacinação prévia.
Dos 129 pacientes com SPP, 89 (69,0%) residiam no município de São
Paulo, 30 (23,3%) em outras cidades do Estado, 9 (7,0%) em outros Estados e
1 (0,8%) na Inglaterra.
Estão participando atualmente do estudo na UNIFESP 364 pacientes
com SPP, 80% procedentes do ESP.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 16
3. ATENDIMENTO DA SPP NO ESTADO DE SÃO PAULO
Entre os casos recrutados, a grande maioria reside no município de São
Paulo. Na cidade de São Paulo, destacam-se, no atendimento às pessoas que
tiveram poliomielite, o ambulatório de doenças neuromusculares da UNIFESP
que vem fornecendo atendimento a todos os casos estudados; a Associação
de Assistência à Criança Deficiente (AACD), que ao acompanhar os casos
atingidos pela poliomielite, contribuiu também para a identificação, entre os
portadores de seqüelas, da existência da SPP; o Instituto do Sono que
disponibiliza exames e procedimentos nas anormalidades do sono, e as
Coordenadorias de Serviços de Saúde e de Regiões de Saúde, da Secretaria
de Estado da Saúde de São Paulo, autorizando e custeando os exames para
diagnóstico das doenças neurológicas, próteses e órteses a todos os
deficientes físicos atendidos no SUS, através da rede credenciada de
reabilitação física.
O atendimento aos deficientes físicos é feito em toda a rede credenciada
ao SUS no Estado de São Paulo, sob a responsabilidade dos municípios. O
pagamento de exames, equipamentos, procedimentos é custeado pela
Secretaria de Estado da Saúde, seguindo os procedimentos estabelecidos para
o SUS como um todo.
4. AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA PREVENÇÃO DA POLIOMIELITE
I. Vigilância Sentinela das Paralisias Flácidas para Detecção Precoce de Poliomielite 1) Objetivos:
Identificação oportuna de casos de poliomielite por meio da investigação
de casos de paralisias flácidas agudas para impedir a reintrodução do
poliovírus.
Monitorar permanentemente a doença, a cobertura vacinal e o impacto
da vacina.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 17
1) Componentes do sistema:
Notificação imediata de todos os casos de paralisias ou paresias flácidas
agudas em menores de 15 anos, ou e em pessoas de qualquer idade
que apresentem a hipótese diagnóstica de poliomielite.
Busca Ativa de casos.
Investigação imediata dos casos (início nas primeiras 48 h).
Coleta precoce de uma amostra de fezes, preferencialmente nos
primeiros 14 dias do início do déficit motor e nunca ultrapassando os 60
dias a partir do início da paralisia ou paresia). Em caso de óbito,
coletam-se fragmentos de cérebro, medula e intestino.
Notificação negativa semanal pelos serviços de saúde que atendem
casos de paralisias e paresias agudas e flácidas.
Monitoramento do poliovírus em águas residuais em portos, aeroportos
e hospitais sentinelas (CETESB).
Vacinação de todos os viajantes vindos de áreas com circulação de
poliovírus selvagem.
Vacinação seletiva em viajantes (com esquema vacinal incompleto) para
países com circulação do vírus selvagem.
Avaliação e classificação dos casos.
3) Indicadores de desempenho do sistema
Taxa de Notificação: META: 1 caso/ 100.000 menores de 15 anos.
Investigação de casos em 48 h: META: 80% dos casos investigados
nas primeiras 48 h.
Coleta Adequada de fezes (primeiros 14 dias): META : 80% dos
casos com fezes coletados nos primeiros 14 dias.
Notificação Negativa Semanal: Meta: 80% das fontes notificando
semanalmente.
Os percentuais de casos de PFA por tipo de diagnóstico realizado
encontram-se na Figura 4. As metas de notificação alcançadas podem ser
observadas na Figura 5, para o período de 2000 a 2005.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 18
(*)
0
5
10
15
20
25
30
35
SGB AVC Infecções Outrasparalisias
Neoplasias Outros
2004 2005
Figura 4 – PFA: Percentuais de casos por diagnóstico sob vigilância em menores de 15 anos, notificados ao CVE, ESP, 2004 e 2005
Fonte: DDTHA/CVE
Figura 5 – PFA: Taxa de notificação das Paralisias Flácidas - ESP, 2000 – 2005
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Tx. N
otifi
caçã
o/10
0 m
il em
men
ores
de
15
anos
Taxa NotificaçãoMeta
Fonte: DDTHA/CVE
SGB = Síndrome de Guillain-Barré AVC = Acidente Vásculo-Cerebral
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 19
II. Proposta de ações de acompanhamento da SPP
O atendimento da SPP está no âmbito da rede de assistência médica. No
âmbito do CVE, propõe-se:
1) Objetivos: Contribuir para melhorar o diagnóstico médico da SPP divulgando a
síndrome
Monitorar os casos atendidos pela rede do SUS como contribuição
para o planeja mento e melhoria do atendimento à SPP.
2) Componentes do sistema em desenvolvimento: Registro dos casos atendidos pelos serviços de saúde (formulário
específico) e envio mensal, através das vigilâncias municipais e
regionais, à DDTHA/CVE, e envio destes às Coordenadorias da
SES/SP, responsáveis pela coordenação em nível estadual das
ações prestadas aos deficientes físicos no Estado de São Paulo.
Participação em reuniões/Grupos/Comissão de Monitoramento da
SPP (CMSPP) com representantes da UNIFESP/EPM, das
Coordenadorias SES, dos principais serviços municipais que
concentram o atendimento aos casos e da Associação Brasileira de
Síndrome Pós-Polio (ABRASSP).
Desenvolvimento de uma página dentro do site do CVE material
científico e educacional como subsídio ao desenvolvimento das
ações à SPP.
3) Atividades planejadas no âmbito do CVE, para o ano de 2006 na SPP: Seminário com Regionais, Municípios, principais serviços neurológicos e
outras entidades envolvidas com a questão, para avaliação da vigilância
sentinela de PFA/erradicação de pólio, bem como, divulgação da
síndrome e melhoria do diagnóstico.
Acompanhamento do processo internacional de inclusão da SPP no CID
10ª Revisão, a cargo do Centro de Classificação Internacional de
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 20
Doenças, sediado na Faculdade de Saúde Pública – USP (processo que
levará cerca de 2 anos).
Elaboração de material técnico.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A SPP, ao contrário da Poliomielite, não é uma doença de notificação
compulsória no mundo, e por isso, ela não faz do sistema de vigilância
epidemiológica.
Cabe primeiramente destacar (resumidamente) a definição e funções da
vigilância epidemiológica (VE):
• “é o conjunto de atividades que permite reunir a informação
indispensável para conhecer a qualquer momento, o comportamento ou
história natural das doenças, bem como, detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças” (Lei Orgânica da Saúde - Lei Nº. 8080/90).
Nesta definição incluem-se doenças cujos fatores de risco à saúde
pública constituam ameaças de disseminação, afetando adversamente as
populações humanas (por ex., no caso das infecciosas) ou simples aumento
dos casos (nas doenças crônicas, por ex., fatores, como dieta inadequada,
propiciando o aumento de casos de doença coronariana, diabetes, etc.).
Para que uma doença seja de notificação obrigatória, transmissível ou
provocada por agentes químicos, substâncias radioativas ou outros, deve ter
algumas características como: risco de propagação, emergência em saúde
pública ou representar perigo grave e imediato para o indivíduo e outras
pessoas. Supõe-se também, que ao ser feita a notificação da doença ou
agravo, seja possível, através das investigações epidemiológicas, intervir em
suas causas, desencadeando ações que previnam o surgimento de novos
casos, eliminando ou minimizando os fatores de risco que provocam a doença.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 21
Esses critérios aplicam-se bem à poliomielite, e sua vigilância
permanente, através da busca de casos de PFA, é essencial para impedir a
sua reintrodução no Brasil.
No caso da SPP, não há necessidade dessa inclusão no sistema de
notificação. A SPP é uma síndrome não transmissível, de aparecimento tardio
após o acometimento pela Pólio. A identificação do caso não requer
investigação epidemiológica, porque ela não se propagará para outras
pessoas, ainda que saibamos, ela representa um grande e sério transtorno
para os indivíduos que foram vítimas da pólio.
Por ser de manifestação tardia, não constitui um bom indicador de casos
de pólio, que pudesse subsidiar a VE com a finalidade de captar casos
subnotificados e tomar medidas imediatas de prevenção. Entretanto, os casos
de SPP, devem ser bem atendidos nos serviços de saúde, com acesso a todo
tipo de terapêutica e reabilitação, que necessitam. Os dados registrados
enviados mensalmente serão de grande auxílio para o conhecimento do
impacto da doença no ESP, para a reavaliação de ações, melhoria de
programas aos deficientes físicos nos municípios e na reorganização de ações
ou políticas de saúde, nos âmbitos das: Coordenadoria de Regiões de Saúde,
da Coordenadoria de Serviços de Saúde e da Coordenadoria de Planejamento
em Saúde.
Para a VE, o monitoramento de casos permitirá compreender melhor a
evolução dos quadros de poliomielite e trazer conhecimento complementar à
doença.
6. PRINCIPAIS BIBLIOGRÁFIAS CONSULTADAS
1. American Academy of Pediatrics. Pickering L.K. ed. Red Book; 2003
Report of the Committee on Infectious Diseases. 26th ed. Elk Groove
Village, IL: American Academy of Pediatrics; 2003.
2. Benenson, A. S (Editor). Control of Communicable Diseases Manual.
16th ed, Washington D. C.: OPAS; 1995.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 22
3. Centers for Diseases Control and Prevention/CDC. Use of race and
ethnicity in public health surveillance: summary of the CDC/ATSDR
work-shop. MMWR 1993;42(no. RR-10).
4. Centro de Informação de Saúde. Poliomielite 1980. In: Relatórios do
sistema de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de Estado da Saúde.
São Paulo, 1982.
5. Diament, A; Kok, F. Poliomielite. In: Veronesi, R. & Focaccia R. Tratado
de Infectologia. Ed. Atheneu, Vol. 1, São Paulo, 1996, p. 469-475.
6. Executive Office of the President, Office of Management and Budget.
Revisions to the standards for the classification of federal data on race
and ethnicity. Federal Register 1997;62:58782-90.
7. Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Succi RCM. Imunizações –
fundamentos e prática. 4 ed. São Paulo: Atheneu; 2000.
8. Fields, B. N.. Virology. Volume 1, 2ª Edição, 1990.
9. Laurence M. Tierney, Jr., Stephen J. Mc Phee, Maxine A. Papadakis,
Current Medical Diagnosis & Treatment, Appleton & Lange, USA, 1996.
10. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Programa Nacional
de Imunizações. Manual de Normas de Vacinação.3ª. ed. Brasília 2001.
11. Office of Communications and Public Liaison. NIH Neurological Institute.
What is Post-Polio Syndrom? Washington D.C.: National Institutes of
Health (NIH); 1996 - NIH Publication No. 96-4030 (Reviewed June
2000).
12. Quadros A.A.J. Síndrome Pós-poliomielite (SPP): Uma nova doença
velha. Tese (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo. Escola
Paulista de Medicina; São Paulo, 2005.
13. Takahashi, A.A. e col. Programa de Manutenção da Erradicação da
Transmissão Autóctone dos Poliovírus Naturais (selvagens). Centro de
Vigilância Epidemiológica “Professor Alexandre Vranjac” - Secretaria de
Estado da Saúde. São Paulo, 1985.
14. Vogt RL. Laboratory reporting and disease surveillance. Journal of Public
Health Management Practice 1996;2(4):28-30.
15. Williams DR. Race and health: basic questions, emerging directions. Ann
Epidemiol 1997;7:322-33.
DDTHA/CVE – Pólio/SPP 23
Documento elaborado pela DDTHA/CVE com base no parecer SPP, enviado ao Ministério
Público de São Paulo, em fevereiro de 2006.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO Formulário Especial - Registro de Casos de Síndrome Pós-Poliomielite CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
MÊS |____|____| ANO ________ REGISTRO MENSAL DE CASOS DE SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE - SPP
MUNICÍPIO: __________________________________________ DIR: _______________________________ SERVIÇO DE SAÚDE: _______________________________________ Nº Ord.
Data do Atendimento
Iniciais do Nome
Idade Data Nascimento
Sexo Endereço Completo Atual
Ano de início da Poliomielite
Serviço de Saúde que diagnosticou a Poliomielite
Município e Estado onde residia
Estado vacinal na época de início da Pólio (Nº
Doses)
Data Diagnóstico da SPP
OBSERVAÇÕES
Responsável pelo Preenchimento: _______________________________________________ Assinatura: _________________________________ Data ____/____/_____
PLANILHA EM TESTE
Fluxo de envio – Mensal
UNIDADE NEUROMUSCULAR/ORTOPEDIA/OUTROS 5º dia do mês subseqüente ao informado
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO MUNICÍPIO 10º dia do mês subseqüente ao informado
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA REGIONAL 15º dia do mês subseqüente ao informado
(envio e-mail em excel)
DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR/CVE (Consolidação e envio às Coordenadorias de Saúde)