Politicas Publicas
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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR REZENDE & POTRICH LTDA
FACULDADE MINEIRENSE – FAMA
FACULDADE DE PSICOLOGIA
POLÍTICAS PÚBLICAS
Docente: Murilo Alfaix
Discente: Francione Araújo
Políticas Públicas
O tema políticas públicas começou a receber atenção do editorial brasileiro
recentemente, o que contribuiu para que existissem poucas publicações relacionadas a este
assunto. Entretanto, as mudanças no cenário estatal brasileiro têm imposto uma necessidade
cada vez mais crescente da presença da psicologia como ciência e profissão. Tais mudanças se
referem à implantação de novas políticas públicas pelo Estado, como a consolidação do
Sistema Único de Saúde (SUS), reforma psiquiátrica, implantação do Sistema Único de
Assistência Social, as conquistas de direitos das chamadas minorias, como a Lei Maria da
Penha, Estatuto do Idoso, Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outras (CASTRO,
2011).
A psicologia tem passado atualmente, por um processo de reconstrução da sua
identidade, o que tem se consolidado cada vez mais através de ações promovidas pelo
Conselho Federal de Psicologia (CFP). Tais ações têm sido realizadas no sentido de
instrumentalizar o psicólogo para a atuação nas políticas públicas, visando à garantia dos
direitos humanos (GESSER, 2013).
Buscando uma definição básica, o termo direitos humanos se refere aos direitos
correspondentes à dignidade dos seres humanos, relacionado a valores e interesses de extrema
importância à vida dos indivíduos. Assim, cabe ao Estado garantir que tais direitos sejam
respeitados, através da formulação de políticas públicas, com a finalidade de atender as
demandas vindas da população (CRP-RJ, 2010). Por políticas públicas entendem-se ações do
Estado destinadas ao coletivo. E mais do que isso, visa à participação social em sua
elaboração, já que devem ser formatadas através das demandas daqueles que serão seus
usuários (CRP-RJ, 2010).
Sen (2010) citado por Gesser (2013) afirma que a discussão acerca dos direitos
humanos não deve fundamentar-se apenas no marco legislativo de proteção a direitos, mas em
uma ética moral sobre o que é justo. Porém, ao longo da historia, o Estado brasileiro tem se
mostrado como um violador de tais direitos, o que acarretou em um aumento da participação
popular, a fim de buscar melhorias nas condições de vida da coletividade, através de
denúncias da população e cobranças por mudanças (CRP-RJ, 2010).
Apesar dos avanços já alcançados, no que se refere às políticas públicas, muito ainda
precisa ser feito, visto que pessoas ainda permanecem por horas na fila do SUS, à espera de
atendimento, pais não conseguem matricular seus filhos em creches e escolas públicas,
desemprego, falta de moradia, histórico de violência contra mulher, crianças e idosos. Tudo
isso são sinais de que as políticas estão servindo mais aos interesses privados (CRP-RJ, 2010).
Nesse, contexto, o psicólogo tem um papel fundamental. Precisa estar atentos às
conseqüências de sua prática e refletir sobre como seu trabalho pode contribuir para tornar as
políticas realmente públicas. Para isso é preciso que haja um interesse por esse campo e se
dediquem a transformá-lo. Outro ponto importante é o trabalho em equipes transdisciplinares,
pois é necessário um exercício de diálogo com gestões, colegas, para construir
intersetorialmente, contribuir para a construção de práticas geradoras de cidadania. Porém,
para alcançar esses objetivos é preciso mudanças na própria formação do psicólogo, que,
atualmente, não inclui as políticas públicas (CRP-RJ, 2010).
Já no que se refere à educação, a temática dos direitos humanos tem sido uma questão
muito presente atualmente na elaboração de estudos e políticas públicas. Entretanto existe
uma incoerência nas escolas entre a proposta de educação para cidadania e sua prática
cotidiana. Muitas vezes acabam por reproduzir uma educação moral impositiva, deixando de
lado a construção das questões éticas e morais, por parte dos professores, em conjunto com os
alunos, no dia-a-dia da escola. Dessa forma é necessária a criação de um ideal de democracia
em sala de aula, a fim de realizar uma educação que esteja voltada para a cidadania
(CHAGAS, PEDROZA E BRANCO, 2012).
Corrêa (2007) citado por Chagas, Pedroza e Branco (2012) faz uma crítica à educação
infantil no Brasil, afirmando que esta possui projetos educacionais inovadores para as classes
mais favorecidas, enquanto os projetos de baixa qualidade abarcam as camadas mais pobres
da população. Por outro lado, a discussão de uma educação para direitos humanos deve
destacar a necessidade da mobilização da sociedade para a implantação, de fato, de gestões
que sejam democráticas nas escolas públicas brasileiras. E ao Estado cabe educar a população
para a cidadania e democracia, levando-a a conhecer seus direitos, aprender e desenvolver
práticas cidadãs.
Referências:
CASTRO, R. B. Psicologia e Políticas Públicas: articulações possíveis. Psicologia Política. v. 11, n. 22, p. 377-381. 2011.
GESSER, M. Políticas Públicas e Direitos Humanos: desafios à atuação do psicólogo. Psicologia, Ciência e Profissão. n. 33, p. 66-77. 2013.
Psicologia e Políticas Públicas. Jornal do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro. Ano 07, n. 27, p. 1-20. 2010.