Políticas públicas para a educação
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CUCA: um estudo de caso
Cabe acrescentar que, mesmo independentemente desse ideal
de cultura, a simples alfabetização em massa não constitui talvez
um benefício sem par. Desacompanhada de outros elementos
fundamentais da educação, que a completem, é comparável, em
certos casos, a uma arma de fogo posta na mão de um cego.
Holanda, 1995:166
Jesuítas pioneiros no campo da instrução Estrutura de ensino: Educação Elementar, voltada para os
Curumins e, principalmente, para os filhos de colonos, desde que esses não fossem primogênitos e, acima de tudo, que não fossem mulheres; Educação Média, para os indígenas que aspiravam ao sacerdócio e filhos de colonos; e, por último, a Educação Superior, destinada apenas a carreira daqueles que pretendiam estudar Teologia em Coimbra.
Financiamento: subsídios da Coroa (ensino público por ser mantido com recursos públicos e pelo seu caráter de ensino coletivo)
Contudo, os demais critérios não foram preenchidos (infra-estrutura, diretrizes pedagógicas, componentes curriculares, etc.) e se encontrava sob ordem de controle jesuítico, logo, sob domínio privado
Retrocesso com a ascensão do Marquês de Pombal (Alvará de 28 de Junho de 1759 - determinou o fechamento dos colégios jesuítas)
Passados treze anos desde o seu fechamento, introduziu-se no lugar o sistema de Aulas-régias (pago pelos filhos dos colonos)
Primeiros ensaios de uma escola pública estatal, uma vez que suas reformas contrapunham-se às idéias religiosas até então vigentes
Iluminismo = instituiu-se o privilégio do Estado em matéria de instrução, o que possibilitou uma nova versão de “escola pública estatal”.
Responsabilidade do Estado: limitava-se ao pagamento salarial dos professores e a orientar as diretrizes da matéria a ser ministrada, ficando as demais responsabilidades a cargo dos professores, como por exemplo, a infra-estrutura, que se restringia a sua própria residência.
Chegada da família real = reorientação do ensino devido a
necessidades mais emergenciais, como o preenchimento de
cargos político-administrativos
Exigência de qualificação para ocupação desses postos de
trabalho = necessidade de criação dos primeiros cursos superiores
(não-teológicos) na Colônia (baseado em aulas avulsas, mas
possuíam sentido profissional prático)
Academia Real da Marinha e a Academia Real Militar, esta mais tarde transformada em Escola Central e Escola Militar de Aplicação (formar engenheiros civis e preparar para a carreira das armas). Somam-se a esses cursos, o de médico-cirúrgico da Bahia e do Rio de Janeiro, Faculdades de Direito, Letras e Artes, entre outros. Educação básica - não houve nenhuma alteração significativa, pois a preocupação ainda era a educação voltada para uma elite aristocrática e nobre, na qual compunha a corte. Esse tipo de prioridade para com o ensino superior, e o abandono das demais categorias de ensino, demonstra bem esse objetivo
Inaugurou uma nova política no campo da instrução popular, reivindicada em nome dos ideais liberais Constituição apresentada em 1823 previa a difusão da instrução pública a todos os níveis, salientando não só a responsabilidade do governo, mas também consagrava a liberdade da iniciativa particular a cooperar com os poderes públicos na difusão das luzes por todas as camadas populares Dissolução da Constituinte = inviabilizou o projeto, Carta Outorgada em 1824, ficou garantida a criação de colégios e universidades e prometia a todos os cidadãos a instrução primária e gratuita
Ato Adicional de 1834: conferiu às províncias o direito de legislar sobre instrução pública e estabelecimentos próprios a promovê-la
Dualidade de sistemas : poder central (promover e regulamentar a educação no Município neutro, e a educação superior em todo o Império) e províncias (regulamentar e promover a educação primária e secundária em seus domínios)
A falta de recursos inviabilizou a organização de uma rede de ensino;
Resultado: ensino secundário ficou nas mãos da iniciativa privada e o ensino primário ficou relegado ao abandono; acentuou-se o caráter classista desse tipo de ensino, uma vez que só freqüentava quem podia pagar
Em 1837 o Colégio D.Pedro II, que futuramente iria influenciar a organização de todos os ensinos secundários como um modelo a ser seguido
Não proporcionou alterações significativas para a instrução pública (relativa continuidade do movimento de idéias que se iniciara no Império) A Constituição de 1891: pouco modificou a distribuição de responsabilidades entre o governo central e os governos locais, adotada após o Ato Adicional de 1834. Diferença: diz respeito às novas atribuições conferidas à União em seu art. 35, itens 3.º e 4.º, (legislar sobre o ensino superior na capital da República; criar instituições de ensino superior e secundário nos estados; e prover a instrução secundária no Distrito Federal). A primeira constituição republicana não chegou a consagrar a gratuidade e a obrigatoriedade da instrução elementar
É a primeira vez que a educação surge com prioridade nacional (SCHWARZTMAN, 2003)
industrialização emergente → aceleramento do processo de migrações → centros urbanos passaram a oferecer novas oportunidades de trabalho e um salário mais promissor → modificação na estratificação social (aristocracia agrário-exportador, empresários, industriais, classes mais baixas, assim como operários e trabalhadores urbanos)
Resultado: possibilidade de galgar os degraus da escala social = a educação escolar passou a representar um meio de êxito profissional e acesso a posições socialmente valorizadas
Conseqüência: demanda por educação cresce principalmente após 1945 (expressiva ampliação das escolas médias, em especial da modalidade acadêmica)
Diferente de países europeus: procuraram restringir a escola de tipo acadêmico a uma minoria privilegiada e expandir outras modalidades não-acadêmicas de grau médio
No Brasil: é o ensino de elites o objetivo de maior desenvolvimento quantitativo
Organização do ensino: principal mudança foi a unificação do ensino primário com o primeiro ciclo do ensino médio, constituindo o primeiro grau
Isso significou um prolongamento da escola única, comum e contínua de oito séries
Tal medida vinha ao encontro da ampliação da escolaridade obrigatória determinada pela CF/67 e de tendência universal (HAIDAR, 2004)
Eliminou-se o dualismo entre escolas profissionalizantes e academicas, integrando os vários ramos dos cursos colegiais num ensino de segundo grau orientado para uma habilitação profissional
Objetivo: estabelecer relação direta entre o sistema educacional e o ocupacional
A constituição de 1934 - teve como destaque a definição de competências relativas à União tais como: fixar e regulamentar as diretrizes e bases da educação nacional.
A organização da educação em âmbito nacional passa não só a ser clara, como é mantida na constituição do Estado Novo, em que estabelecia, além da educação secundária e superior, a educação primária, como responsabilidade do governo central.
Criação do Conselho Nacional de Educação em que concedeu também relativa autonomia aos estados e ao Distrito Federal a constituir seus conselhos Estaduais de Educação.
Inovadora no que diz respeito à instituição do financiamento público da educação. Destinam-se, a partir desse momento, as seguintes porcentagens oriundas de arrecadação de impostos à manutenção e desenvolvimento do ensino: 10% da União e Municípios e 20% dos Estados e Distrito Federal.
Momento político autoritário = não descentralização do ensino, uma vez que concedia poderes às unidades federadas para a organização de seus respectivos sistemas.
Centralização do ensino - incumbiu à União a ação normativa. Importante salientar, que nessa constituição foi retirada do texto não só o
princípio de que a educação é um direito de todos, como o dever do Estado em provê-la, passando a responsabilidade como obrigação e “dever natural dos pais” (incentiva a atuação dos sistemas de ensino privado como forma de “compensar” esta desobrigação para com a educação
Em contrapartida, dá-se grande importância nesse período ao ensino profissional, o qual foi considerado como “o primeiro dever do Estado”, mesmo em face de sua tradicional característica de programa assistencialista
É nesse cenário que o Estado passa a incentivar a atuação dos sistemas de ensino privado como forma de “compensar” esta desobrigação para com a educação
Retoma-se a orientação descentralizadora e liberal da Carta de 1934.
A União fica incumbida de legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional e de organizar o sistema federal de ensino.
Os estados e Distrito federais voltam a possuir autonomia para organizar seus respectivos ensinos.
Em semelhança a Carta de 1934, retoma-se a obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, o direito de todos à educação, bem como a vinculação de percentuais da receita de impostos para a manutenção e desenvolvimento do ensino.
Ocorre o fortalecimento do ensino privado, inclusive mediante previsão de meios de substituição do ensino oficial gratuito por bolsas de estudo;
necessidade de bom desempenho para garantia da gratuidade do ensino médio e superior aos que comprovarem insuficiência de recursos;
Limitação da liberdade acadêmica; além da diminuição do percentual de receitas vinculadas para a manutenção e desenvolvimento do ensino
Considerada a mais avançada - modelo beveridge →
modelo bismarckiano
O sentido da universalização encontra-se no art. 205:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho” (grifo nosso)
Só é verificado em termos de educação fundamental, o mesmo não ocorrendo com as demais etapas como podemos observar no art. 208
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua
oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II – progressiva universalização do ensino médio gratuito; IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de
idade V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um (grifo nosso)
Política Pública (Intermedeia interesses em disputa na busca de consensos)
Política Social (um gênero da Política Pública)
Foca a equidade dos segmentos como saúde, educação, combate a pobreza (o que os governos realizam nesses âmbitos);
DIREITOS SOCIAIS
(combinar liberdade e igualdade)
No Brasil o sistema de serviços públicos está ligado as Políticas Sociais:
A UNIVERSALIZAÇÃO, com um sistema público deteriorado.
AMERICANIZAÇÃO
Funções e serviços sociais transferidos para a esfera privada
AMERICANIZAÇÃO PERVERSA
(VIANNA, 1998) No Brasil os serviços sociais são constitucionalmente oferecidos pelo Estado de
forma universal, mas na pratica joga a demanda para o Mercado
Mercado
A maior parcela da população não possui condições de ir para o mercado ficando dependentes do sistema público.
A demanda necessitando dos serviços públicos é muito extensa.
AMERICANIZAÇÃO PERVERSA da EDUCAÇÃO
Grande demanda, Baixa qualidade.
Um dos FINS da educação hoje Adentrar a Universidade Pública (melhor preparação para o Mercado)
Limitada – É seletiva (EXCLUDENTE)
Os mais bem preparados adentram (advindos em geral de um ensino privado – MERCADO).
CUCA - Forma de compensar a defasagem do ensino público para alunos de baixa renda competirem no vestibular.
A má
qualidade do ensino público no país atinge mais acentuadamente os alunos advindos de famílias de baixa renda.
Mecanismos de racionamento (exceto do ensino fundamental) e queda na qualidade dos serviços, por diversos fatores, entre eles a pressão por vagas no ensino infantil, médio.
Mas o mesmo não ocorre em termos de ensino superior, que ainda é tida como centros de excelência
A educação é universalmente instituída (direito de todos), mas seletiva na prática, não só porque responde apenas a demanda por ensino fundamental, como expulsa da universidade pública os segmentos menos favorecidos
Últimos 40 anos: houve um salto em termos de matrículas de graduação, chegando a crescer 37 vez
Evolução dos números: instituição pública ≠ privada Matrículas nas instituições privadas: cresceu 59 vezes, Nas públicas: o aumento verificado no mesmo período
(1960-2002) foi de 20 vezes apenas Em 1960 as instituições privadas preenchiam um total
de 44% das matrículas de graduação, em 2002, esse número se eleva para 70%
Últimos 40 anos: houve um salto em termos de matrículas de graduação, chegando a crescer 37 vez
Evolução dos números: instituição pública ≠ privada Matrículas nas instituições privadas: cresceu 59 vezes, Nas públicas: o aumento verificado no mesmo período
(1960-2002) foi de 20 vezes apenas Em 1960 as instituições privadas preenchiam um total
de 44% das matrículas de graduação, em 2002, esse número se eleva para 70%
Os dados qualificam o Brasil como um dos países com mais elevado índice de privatização desse nível de ensino.
Segundo Pinto (2004, p.730) “[...] a participação do setor privado nas matrículas no Brasil é quase três vezes maior que a da média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)” (PINTO, 2004).
Primeiro: quem irá se servir do sistema privado de educação superior. A “clientela” será aqueles que não conseguiram adentrar no sistema público, que é altamente seletivo (por conta dos vestibulares) e, conseqüentemente, elitizado;
segundo: causa do primeiro, isso ocorre porque o problema está na educação básica pública, que embora venha se “universalizando”, a garantia de qualidade não tem sido observada, logo irão se servir do mercado aqueles que podem pagar por uma educação básica de qualidade, pois tudo o que é público passa a ser visto como carente de qualidade
Diferentemente de Schwartzan (2003) que considera apenas como componentes da educação básica ensino fundamental e médio, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional (LDB 9.394) considera como integrantes da educação básica em seu art.21: a educação infantil (art. 30), disposto em creches e pré-escolas; educação fundamental; e ensino médio.
Pesquisa realizada em 2007 revela que a escolaridade gera impactos direto nos níveis de empregabilidade e renda e, indiretamente, em índices de criminalidade, fecundidade, e na saúde
Os dados divulgam que a possibilidade de um pobre chegar à universidade pública é bem menor do nos outros níveis de ensino, através de um indicador de políticas pró-pobre
Uma política pró-pobre é aquela que beneficia mais aos pobres do que aos não-pobres, que deverá tocar uma maior diminuição da pobreza
Quanto maior for o indicador pró-pobre maior será a capacidade de cada real alocado chegar aos pobres.
“O menor nível do indicador é zero quando cada real distribuído por cidadão não atinge pobre nenhum; quando o indicador atinge valor unitário, cada real tem a capacidade de chegar aos pobres equivalente a de uma política universal que atinge uniformemente a todas as pessoas, sejam elas pobres, classes médias ou ricas” (CPS, 2007, p. 4)
Dentro desse indicador, são estabelecidos dois indicadores com pesos diferentes:
P1 (segunda coluna), que confere peso igual a todos que estão abaixo da linha da pobreza
P2 (terceira coluna), que dá mais peso aos mais pobres. Feita essas distinções, o “ranking da equidade” demonstra que
no geral os níveis mais baixos de ensino possuem políticas mais pró-pobre, sendo mais focalizada ainda entre os mais pobres dos pobres. Porém o mesmo não se verifica para os níveis mais altos da educação.
“o índice de equidade do ensino médio privado é próximo ao da universidade pública, sugerindo que são as mesmas pessoas que freqüentam estes cursos em instantes distintos”.
Ou seja, “a possibilidade de um pobre chegar à universidade pública é bem menor do que quase todos os níveis. O índice de focalização do ensino médio privado de 0,09 é próximo da universidade , o que é consistente com a idéia de que os alunos de escola privada são os que chegam à universidade pública. O grau de focalização do pré-vestibular de 0,15 mostra que poucos pobres tentam fazer a passagem do segundo para o terceiro grau através deles” (CPS, 2007, p.6)
Fonte microdados da PNAD/IBGE
Percentual do investimento total em relação ao PIB
Compreende como Investimento Público Total em Educação os valores despendidos nas seguintes Naturezas de
Despesas: Pessoal Ativo e seus Encargos Sociais, Ajuda Financeira aos Estudantes (bolsas de estudos e
financiamento estudantil), Despesas com Pesquisa e Desenvolvimento, Transferências ao Setor Privado, outras
Despesas Correntes e de Capital, e a estimativa para o complemento da aposentadoria futura do pessoal que está na ativa (Essa estimativa foi calculada em 20% dos gastos
com o Pessoal Ativo).
Ano
Percentual de Investimento Público Total em relação ao PIB
Total em todos os níveis
Níveis de Ensino
Educação
Básica
Educação Infantil
Ensino fundamental
Ensino Médio
Educação Superior1ª a 4ª 5ª a 8ª
2000 4,7 3,7 0,4 1,5 1,2 0,6 0,9
2001 4,8 3,8 0,4 1,4 1,3 0,7 0,9
2002 4,8 3,8 0,4 1,7 1,3 0,5 1,0
2003 4,6 3,7 0,4 1,5 1,2 0,6 0,9
2004 4,5 3,6 0,4 1,5 1,3 0,5 0,8
2005 4,5 3,7 0,4 1,5 1,3 0,5 0,9
2006 5,0 4,2 0,4 1,6 1,5 0,7 0,8
2007 5,1 4,3 0,5 1,6 1,5 0,7 0,8
Evolução do investimento público total
Percentual do investimento direto em relação ao PIB
Nessas informações não constam os valores despendidos pelos entes federados com Aposentadorias e Pensões, Investimentos com bolsas de estudo, financiamento
estudantil e despesas com juros, amortizações e encargos da dívida da área educacional.
Ano
Percentual de Investimento Público Direto em relação ao PIB
Total em todos os níveis
Níveis de Ensino
Educação
Básica
Educação Infantil
Ensino fundamental
Ensino Médio
Educação Superior1ª a 4ª 5ª a 8ª
2000 3,9 3,2 0,3 1,3 1,1 0,5 0,7
2001 4,0 3,3 0,3 1,3 1,1 0,6 0,7
2002 4,1 3,3 0,3 1,5 1,1 0,4 0,8
2003 3,9 3,2 0,3 1,3 1,0 0,5 0,7
2004 3,9 3,2 0,3 1,3 1,1 0,5 0,7
2005 3,9 3,2 0,3 1,4 1,1 0,4 0,7
2006 4,3 3,6 0,3 1,4 1,3 0,6 0,7
2007 4,5 3,8 0,4 1,5 1,4 0,6 0,7
2008 4,7 4,0 0,4 1,5 1,5 0,7 0,7
0
1
2
3
4
5
6
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Ed. Básica
Ed. Infantil
Fundamental I
Fundamental II
Ensino Médio
Ensino terciário
Total
Dos 34 países analisados pela OCDE em 2007 o Brasil é o que apresenta menos investimento por estudante, gastando em média cerca de R$ 2.488,00 por ano.
Ver o link: http://www.inep.gov.br/estatisticas/gastoseducacao/despesas_publicas/P.A._paridade.htm
Os 30 países da OCDE gastam em média R$14.376 por ano. Em Luxemburgo este valo chega a R$25.705 e no Chile o gasto total é de R$5.470.
O Brasil é o país que mais apresenta diferença entre os níveis de gastos por estudantes do ensino fundamental e secundário, em comparação com o ensino superior
http://www.inep.gov.br/estatisticas/gastoseducacao/despesas_publicas/P.A._cumulativo.htm
Em média os países da OCDE gastam apenas duas vezes mais na educação de estudantes universitários do que estudantes do ensino médio e fundamental.
Site da OCDE- Education at a glance
http://img.rtp.pt/icm/noticias/docs/dd/ddbb698b3e59a252a3fa0cd8b6cd6cf9_de21da2f5b65d42a6bcd1e074ffaaeca.pdf
Surge como uma Associação Civil sem fins lucrativos
por iniciativa de um grupo de alunos da UNESP;
Autonomia das diretorias das unidades de Araraquara e
da Reitoria da UNESP;
22 Bolsas de Estudos Especiais (BEE);
“Completar o conhecimento geral em nível de 2º grau da comunidade de baixa renda, com o objetivo de ingresso em universidades públicas.
Atingir as 3 áreas essenciais: biológicas, exatas e humanas.
Propiciar aos alunos de graduação, pós-graduação e ex alunos da UNESP, a oportunidade de promover e desenvolver a extensão universitária.” (CAMARGO,2009)
No ano de 1997, se transforma em Projeto de Extensão
Universitário, para isso, teve que deixa de ser uma
Associação Civil sem fins lucrativos;
Vice-Diretor do IQ assume a responsabilidade sobre o
projeto.
“Proporcionar aos alunos da UNESP, a oportunidade de promover e desenvolver a extensão universitária através da prática de ensino no exercício da cidadania.” (CAMARGO;2009,69)
1994: 40 vagas 1995: 100 vagas
2007: 150 vagas 2009: 200 vagas
Alunos precisavam pagar taxa de matrícula e material didático
Ainda vigentes e antigas: Prefeitura Municipal de Araraquara (PMA); Prefeitura Municipal de Gavião
Peixoto(PMGP); Prefeitura Municipal de Américo Brasiliense
(PMAB); Prefeitura Municipal de Boa Esperança do
Sul (PMBES); Prefeitura Municipal de Nova Europa
(PMNE); Instituto Embraer de Educação e Pesquisa.
Junho/2007 – assinatura do convênio com a Secretaria de Ensino Superior (SES);
Duração de 12 meses, podendo ser prorrogado pelo mesmo período, sendo o máximo 60 meses.
1º convênio (2008) – 3500 alunos
R$1.500.000,00
2º convênio (2009) – 4156 alunos
R$2.488.916,00
Implicações
-Ampliação súbita das vagas;
-Perda da autonomia na escolha do material didático.
Evolução no número de vagas oferecidas pelo CUCA
UNIDADE 19941995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
IQ 40 100 100 100 100 100 100 100 -- -- --
PMA -- 200 200 200 300 220 105 -- -- --
PMGP/EMBRAER -- -- 40 40 40 -- -- -- --
PMAB -- -- -- 80 120 80 40 40 40
PMBES -- -- -- -- 80 40 40 40 40PMGP/EMBRAER/PMNE -- -- -- -- -- 40 40 -- --
IQ/SES -- -- -- -- -- -- 150 150 150
EMBRAER/PMNE -- -- -- -- -- -- -- 40 --
TOTAL DE VAGAS 40 100 300 340 340 520 560 265 270 270 230
O Curso Unificado do Campus Araraquara – CUCA – é um projeto de extensão universitária, no formato de cursinho pré-vestibular, sem fins lucrativos e formado por alunos bolsistas da Unesp orientados pela vice-diretoria do Instituto de Química da Unesp (IQ).
O CUCA manteve, no ano de 2010, 4 unidades, sendo uma no IQ e as outras em convênios de parceria com as prefeituras de Boa Esperança do Sul, Américo Brasiliense e Araraquara.
Oferecer uma oportunidade para alunos, economicamente desfavorecidos, ingressarem em um ensino superior de qualidade, colaborando para a efetivação da cidadania em um processo de emancipação cultural
Ser um cursinho pré-vestibular de renome e uma referência na região através do elevado índice de aprovações em universidades públicas.
O CUCA tem sua sede no Instituto de Química da Unesp.
CUCA/PMBES: 50 CUCA/PMAB: 40 CUCA/PMA: 50 CUCA/IQ: 200
Pagamento de bolsas a todos os
integrantes do projeto (26);
Compra de material didático;
Compra de material de escritório.
200 vagas; Preenchem estas vagas candidatos da
cidade de Araraquara e também de toda a região (Ex.: Matão, Santa Lúcia, Monte Azul, Tabatinga, Itápolis, Fernando Prestes, Ibaté, Dobrada, Ibitinga, Nova Europa, Santa Ernestina, Motuca).
As aulas ocorrem de segunda à sexta das 19h às 22h40 e, aos sábados, das 13h às 17h, no Instituto de Química da Unesp;
Aula do Livro;
Aula de Sociologia;
Aula de Filosofia;
(Estas aulas são comuns a todos os núcleos do CUCA, sendo realizadas no Anfiteatro da FCL)
O índice de desistência (incluindo por aprovações) e/ou desligamento do projeto, hoje, gira em torno de 35%.
www.cucaunesp.com.br
Evasão;
Controle de faltas;
Material didático;
Engessamento institucional do programa.
Defasagem de conteúdos dos alunos (não
cumprimento dos prazos previstos do
conteúdo programático)
Ampliação do contrato do fornecimento do material
didático (art.57, parágrafo 3o da lei 8.666/93)
Reformulação da grade curricular
Pressão política
Flexibilização da Burocracia, para dar conta das
diversidades sociais
Melhoria na qualidade do ensino (aumento do
repasse de verbas)
Amplitude do conceito
◦ Complexificação das sociedades
◦ Expansão da cultura democrática e da cultura
participativa
◦ Amadurecimento do pensamento social
“(...)Nem o Estado é suficiente, nem o mercado. Ambos são, entretanto, partes que compõem o mundo contemporâneo. O que há de novo agora é, precisamente, o terceiro setor. O que há de novo... é que existem formas dinâmicas de controle social, de organização de objetivos, e até mesmo de generosidade e de solidariedade, que não decorrem nem do princípio racionalizador do mercado, nem do princípio autoritário de distribuição do Estado. E que são energias novas, que são cada vez mais incorporadas à fisionomia das sociedades contemporâneas(...)”(*)
(*) Fernando Henrique Cardoso. Discurso na cerimônia de sansão da lei do Voluntariado. Palácio do Planalto, 18 de fevereiro de 1998; grifo nosso.
Quais são os limites e os avanços das ações
geradas pela Sociedade Civil à garantia da
cidadania?
Proposta de Reforma do Estado ineficiência do Estado e do Mercado para organizar o mundo contemporâneo.
Terceiro Setor◦ Deve estar fora da estrutura formal do Estado;◦ Não deve possuir fins lucrativos;◦ Deve ser constituído por cidadãos civis;◦ São de adesão compulsória;◦ Produz, necessariamente, bens e/ou serviços
coletivos
Terceiro Setor
Sociedade Civil ≠ Estado + Mercado
Finalidade Pública ◦ Organizações que atuam na defesa dos direitos
dos cidadãos;◦ Organizações complementares às ações do
Estado.
Retoma o conceito de Sociedade Civil defendido pensador italiano Antonio Gramsci
(...)em Gramsci, sociedade civil é um conceito, complexo e sofisticado, com o qual se pode entender a realidade contemporânea. Mas é também um projeto político, abrangente e igualmente sofisticado, com o qual se pode tentar transformar a realidade.(...) [NOGUEIRA, 2003]
Estado= Sociedade Civil + Sociedade Política
Segundo a tradição gramsciana “a política é o principal motor de agregação e unificação das sociedades” seja ela a política praticada pelos políticos, como a política dos cidadãos” (NOGUEIRA, 2001).
Pensar a Sociedade Civil fora da esfera do Estado é tornar incerto a garantia de universalização dos direitos.
Sociedade Civil Liberista e Sociedade Civil Social
◦ Estado/ Mercado/ Estado esferas autônoma◦ Estado Residual
Sociedade Civil político-estatal◦ Não se sustenta fora do Estado◦ Reconhece o terreno de disputas de poder, de
jogo de interesses, etc.
Pensar meio de suprir as múltiplas demandas sem gerar uma sociedade ainda mais fragmentada
Pensar em possibilidades reais de garantirmos a universalização num mundo que favorece as desigualdades
“O conceito gramsciano de sociedade civil- por sua natureza eminentemente política e estatal, quer dizer, por sua capacidade de refletir aquele espaço que, na realidade das sociedades complexas, possibilita uma oportunidade de unificação e agregação superior- mostra sua utilidade justamente por criai uma espécie de zona-limite da desagregação social” [NOGUEIRA, 2003]
Em que medida o CUCA enriquece a
cidadania?
Política de inclusão social, que permite aos
alunos economicamente carentes, a
possibilidade de competir por uma vaga no
sistema pública de ensino superior.
Segundo Potyara Pereira (2008), os direitos
sociais só tem aplicabilidade por meio de
políticas públicas, as quais se operacionalizam
por meio de programas, projetos e serviços
sociais
Portanto: o CUCA enriquece os direitos de
cidadania, principalmente no que concerne os
direitos sociais
A candidata em seu programa de governo defende:
Ampliação de 5% para 7% do PIB na educação
Consolidar a expansão da educação profissional por meio da rede de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
Aprofundar o processo de expansão das universidades públicas e garantir a qualidade do conjunto de ensino privado
O Enem como sendo a base de análise do desenvolvimento do aluno e do ProUni
A formação universitária como obrigatória para os professores do ensino fundamental e médio
Para o candidato do PSDB:
Aumentaria os recursos para a educação
Em contraponto ao ProUni pretende criar o ProTec que seria voltado ao ensino médio profissionalizante
Questiona as políticas do governo para o ensino superior, pois coloca os programas como eleitorais
Defende que no ensino de 1ª a 4ª série tenha dois professores em cada classe
Criar 1 milhão de novas vagas no ensino técnico com duração de um ano e meio
Não deixa claro suas políticas especificas para o ensino superior, apenas ao ensino técnico
Garantir um acesso mais democrático ao ensino superior, em especial à sua modalidade pública e gratuita, é essencial, não apenas para garantir que direitos sociais sejam viabilizados, mas para que o país possa avançar na construção de conhecimento e de novas estratégias para lidar com os desafios do mundo contemporâneo, entre eles o mundo do trabalho
Implementação de educação em tempo integral