Poluição do ar Global, Saúde e Mudanças...

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Poluição do ar Global, Saúde e Mudanças Climácas FICHA DE INFORMAÇÃO Respirar tem que ser seguro

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Poluição do ar Global, Saúde e Mudanças Climáticas

FICHA DE INFORMAÇÃO Respirar tem que ser seguro

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O problema

A poluição do ar é responsável por mais de 6,5 milhões de mortes prematuras no mundo por ano, sendo que 3 milhões dessas mortes ocorrem devido à poluição do ar externo (outdoor air pollution). É um problema enfrentado em muitos países, independentemente do seu status de desenvolvimento: mais da metade das cidades dos países de alta renda e 98% dos países de média e baixa renda não cumprem os padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.1,2

A poluição do ar externo (outdoor air pollution) tem como principal origem a queima de combustíveis fósseis - para uso no transporte, para aquecer nossas casas e para alimentar nossas cidades. Poeira e as atividades industriais também contribuem para este problema. A exposição das pessoas às partículas de poluição do ar - os materiais particulados MP10 e MP2.5 - está associada ao aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares, e problemas durante o nascimento, além de evidências crescentes de impacto no desenvolvimento cerebral e na função cognitiva.3 Além disso, a poluição do ar é classificada como uma das principais causas de câncer de pulmão pela Agência Internacional de Pesquisa de Câncer da OMS.4

Os MP10 e o MP2,5

incluem poluentes como

o sulfato, nitrato, chumbo

e o carbono negro. Essas

pequenas partículas

podem penetrar

profundamente nos

pulmões e no sistema

cardiovascular, colocando

a saúde em risco.5

Respirar tem que ser seguro

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O problema

O ônus financeiro da poluição do ar está aumentando. Os custos de saúde advindos da poluição do ar foram de US$ 1,7 trilhão em 2010 para os 35 países membros da OCDE, US$ 1,4 trilhão para a China e US$ 500 bilhões para a Índia 7. Essas mesmas fontes de poluição também contribuem para a mudança climática, com impactos adicionais na saúde e na economia, por meio de eventos climáticos extremos, propagação de doenças infecciosas, entre outros.2

Felizmente, medidas para reduzir a poluição do ar podem reduzir esses custos e impactos. A redução da poluição do ar melhora os resultados para a saúde, ao mesmo tempo em que reduz as emissões de poluentes climáticos importantes, incluindo o CO2, o carbono negro e o metano, acompanhando benefícios econômicos e sociais. Algumas abordagens para reduzir a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa produzem benefícios adicionais para a saúde, tais como mudanças nas formas de deslocamento nas cidades: a substituição de viagens realizadas por meio de automóvel pela bicicleta e a prática de caminhadas, que por sua vez aumentam a atividade física diária das pessoas.8

Mundialmente, 25% dos MP2,5 provêm de

fontes de transporte, enquanto 15% dos MP2,5

têm sua origem na produção de energia e outras

atividades industriais, cerca de 18% têm origem

na poeira e no sal marinho em ressuspensão e

20% vêm da queima de combustível em

residências, fontes estas também semelhantes e

válidas para o MP10.6

O ozônio existente nas camadas mais baixas da

atmosfera também contribui para doenças

respiratórias, incluindo a asma e doenças

cardiovasculares, podendo também ter um

impacto no desenvolvimento cognitivo.1Respirar tem que ser seguro

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Monitoramento da Qualidade do Ar

O monitoramento local da qualidade do ar em cidades em todo o mundo quase dobrou desde 2014, passando a incluir mais de 3 mil cidades. Infelizmente, porém, os dados permanecem insuficientes: 92% da população mundial vive em locais que excedem os limites considerados seguros pela OMS para a qualidade do ar e muitas cidades ainda não possuem sistemas confiáveis de monitoramento local da qualidade do ar. A qualidade e a quantidade do monitoramento variam significativamente nas cidades que possuem este tipo de

controle da qualidade do ar.1,9

Essa falta de acesso a dados locais precisos, por parte dos tomadores de decisão e das agências de saúde locais, dificulta as respostas políticas e de saúde pública em relação à poluição do ar nas cidades. Em algumas delas, novos monitores portáteis da qualidade do ar, de baixo custo no mercado, estão sendo usados para o monitoramento comunitário, visando aumentar a conscientização das pessoas, exigindo um monitoramento oficial e demandando ações para combater a poluição do ar.

Um ciclista usa uma máscara de luz LED, que mede a poluição do ar ambiente e ilumina-se de vermelho, mostrando níveis 5 vezes maiores que os padrões da OMS.

Respirar tem que ser seguro

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A Solução

Embora a poluição do ar, as mudanças climáticas e seus impactos na saúde sejam problemas mundiais, as soluções se encontram nos locais onde as pessoas vivem.

Em 2016, a Organização Mundial de Saúde divulgou um roteiro para combater a poluição do ar global e chamou a atenção de líderes do setor de saúde em cada localidade, para orientar a resposta a esse desafio de saúde pública. Cidades e países começaram a implantar soluções e alguns deles se comprometeram a eliminar o uso de carvão para a geração de energia, incluindo a Finlândia, o Reino Unido e o Canadá. Paris tornou o transporte público gratuito em dias de alta concentração de poluentes no ar.

Muitas cidades do mundo estão trabalhando para melhorar o transporte público e a infraestrutura para o deslocamento por meio de bicicletas e para a realização de caminhadas ao ar livre.

Todos merecem respirar um ar limpo e desfrutar de um clima estável. A campanha Cidades sem Máscara (Unmask My City) chama a atenção para que todas as cidades do mundo atendam aos padrões de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde até 2030, a fim de protegermos nossa saúde e nosso planeta.10,11

Vários lugares, de Cingapura a Milão, introduziram a cobrança de taxa de congestionamento em dias de tráfego intenso na cidade. Pequim, por sua vez, estabeleceu limites para o número de carros circulando na cidade, enquanto Xangai restringiu a vendas de carros novos.

As cidades integrantes da campanha Cidades sem Máscara (Unmask MyCity) estão desenvolvendo soluções baseadas em contextos locais de seus países, tais como cobrança de taxas de congestionamento, visando reduzir o tráfego de carros e caminhões nas cidades; incentivo ao transporte ativo e ao transporte público que utilize energia limpa; bloqueio da construção de novas usinas de carvão; incentivo ao abandono do uso do carvão no aquecimento doméstico; monitoramento e regulação de fontes de material particulado industrial e natural; e mais.

Ação

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www.unmaskmycity.org #UnmaskMyCity

Unmask My City é uma iniciativa global de médicos, enfermeiros, profissionais de saúde pública e profissionais de saúde em geral dedicados a melhorar a qualidade do ar e reduzir as emissões em nossas cidades.

A Global Climate and Health Alliance (GCHA) e seus parceiros Health Care Without Harm (Saúde Sem Dano), Health and Environment Alliance, US Climate and Health Alliance e UK Health Alliance for Climate Change estão se unindo a parceiros de saúde locais e suas comunidades para promover soluções práticas e criar mudanças políticas tangíveis para cada cidade, que nos direcionem à clara tendência mundial de diminuição da poluição do ar urbano até 2030.

Isso salvará milhões de vidas e terá um impacto positivo na saúde de bilhões de pessoas, além de contribuir para a redução de emissão de gases de efeito estufa necessária para manter o mundo seguro da crise climática.

Referências :

1 World Health Organization. WHO | WHO releases country estimates on air pollution exposure and health impact [Internet]. WHO. 2016 [acessado em 10 de Abril de 2017]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2016/air-pollution-estimates/en/2 World Health Organization. Ambient Air Pollution: A global assessment of exposure and burden of disease [Internet]. Geneva, Switzerland; 2016 [acessado em 9 de Abril de 2017]. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/250141/1/9789241511353-eng.pdf?ua=13 World Health Organization Regional Office for Europe. Review of evidence on health aspects of air pollution -- REVIHAAP Project [Internet]. Copenhagen, Denmark; 2013 [acessado em 9 de Abril de 2017] Disponível em: http://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0004/193108/REVIHAAP-Final-technical-report-final-version.pdf?ua=1 4 Loomis D, Grosse Y, Lauby-Secretan B, Ghissassi FE, Bouvard V, Benbrahim-Tallaa L, et al. The carcinogenicity of outdoor air pollution. The Lancet Oncology. 2013 Dec 1;14(13):1262–3. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1470-2045(13)70487-X 5 WHO | Air pollution levels rising in many of the world’s poorest cities [Internet]. WHO. [acessado em 10 de Abril de 2017]. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2016/air-pollution-rising/en/ 6 Karagulian F, Belis CA, Dora CFC, Prüss-Ustün AM, Bonjour S, Adair-Rohani H, et al. Contributions to cities’ ambient particulate matter (PM): A systematic review of local source contributions at global level. Atmospheric Environment. 2015 Nov;120:475–83..7 OECD. The Cost of Air Pollution [Internet]. Paris: Organisation for Economic Co-operation and Development; 2014 [acessado em 10 de Abril de 2017]. Disponível em: http://www.oecd-ilibrary.org/content/book/9789264210448-en8 Watts N, Adger WN, Agnolucci P, Blackstock J, Byass P, Cai W, et al. Health and climate change: policy responses to protect public health. The Lancet. 2015 Nov 7;386(10006):1861–914. 9 WHO | WHO Global Urban Ambient Air Pollution Database (update 2016) [Internet]. WHO. [acessado em 10 de abril de 2017]. Disponível em: http://www.who.int/phe/health_topics/outdoorair/databases/cities/en/10 WHO. Air Quality Guidelines Global Update 2005. Particulate matter, ozone, nitrogen dioxide and sulfur dioxide [Internet]. Copenhagen, Denmark: World Health Organization Europe; 2006 [acessado em 24 de abril de 2017]. Disponível em: http://www.who.int/phe/health_topics/outdoorair/outdoorair_aqg/en/11 Watts N, Adger WN, Ayeb-Karlsson S, Bai Y, Byass P, Campbell-Lendrum D, et al. The Lancet Countdown: tracking progress on health and climate change. The Lancet. 18 de março de 2017;389(10074):1151–64. http://lancetcountdown.org/the-report/

*Página 5: ®Daniel Schoenen Fotografie. Todas as outras imagens ® Global Call for Climate Action / Greg McNevin

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