Ponte de madeira que atravessa a Lagoa de Óbidos arranca...

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ANO LXXXIX • Nº5010 • Preço 0,80 Assinatura Anual: 22,5 Sexta-Feira, 28 Março de 2014 DIrectOr: JOSé LuIz De ALMeIDA SILvA DIrectOr ADJuNtO: cArLOS M. MArqueS cIPrIANO telef.:262870050 Fax redacção: 262870059 Fax Publicidade: 262870058 http://www.gazetacaldas.com [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Jornal fundado em 1 de Outubro de 1925 PORTE PAGO Centrais Ponte de madeira que atravessa a Lagoa de Óbidos arranca na terça-feira Está previsto para a próxima terça-feira o início da empreita- da para a construção da ponte ciclo-pedonal do Braço da Bar- rosa, que ligará os concelhos de Óbidos e Caldas da Rainha na zona da Lagoa, num investi- mento co-financiado que ronda os 250 mil euros. Para alguns autarcas este equipamento deverá chamar-se Ponte da Amizade, em alegoria ao que já aconteceu no tempo da guerra fria entre os dois blocos quando na época se che- garam a construir pontes para comunicar entre o Ocidente e os países de Leste. Esta ponte passará a signifi- car o estabelecimento de uma amizade duradoura entre am- bos os concelhos depois de anos desavindos e de costas voltadas, como foi prometido numa ses- são recentemente organizada pela Gazeta das Caldas. Trata-se de um projecto an- tigo, que foi previsto por várias vezes no século passado e que esteve para ser iniciado em 2005, mas que voltou a fracassar esse objectivo. Segundo os projectistas, a ponte, cujo plano publicamos nesta página, será construída em vigas em madeira de casqui- nha, material considerado não agressivo para o ambiente. Terá um comprimento de 150 metros por uma largura de cerca de dois metros, atravessando a parte mais estreita do Braço da Barrosa, mas sem colidir com o aspecto visual daquela área da Lagoa. A ponte ligará o percurso ciclo-pedonal junto à estrada que circunda a Lagoa desde o Penedo Furado, fazendo a liga- ção a outro percurso pedonal que vai ligar ao Arelho e depois ao Braço do Bom Sucesso A parte central do tabuleiro (com dez metros) é amovível a fim de permitir a circulação de embarcações quando se dese- jar aceder ao Braço da Barrosa. Esta obra vai permitir que os caminhantes mais treinados ou os cicloturistas façam todo o percurso em redor da Lagoa de Óbidos respectivamente em uma hora e quatro horas, o que coloca esta região com um dos percursos ciclo-pedestres eco- lógicos de maior qualidade a ní- vel nacional e até internacional. Permite ainda incrementar a procura dos amantes da obser- vação de aves, que é um dos chamarizes mais interessante da Lagoa de Óbidos, onde existe uma comunidade avifaunísti- ca formada pela abundância de garças reais, patos-reais, ostraceiros, pernas longas, maçaricos reais, garajaus, gar- ças boieiras, garças-brancas- -pequenas e gaivinhas de bico preto. Obras atrasadas na avenida Aquilo que era para ser uma empreitada concluída em Ja- neiro deste ano, está ainda em curso, como se pode ver por esta foto tirada na passada terça-feira. A requalificação da avenida 1º de Maio, no valor de cerca de 400 mil euros, atrasou- -se três meses, não podendo ser a chuva anormal deste Inverno a única razão para uma derrapa- gem tão grande na obra. Isto faz temer aos caldenses atrasos sucessivos em obras de maior vulto, como é o caso da da Praça da Fruta (350 mil euros) e do parque de estacionamen- to subterrâneo (4 milhões de euros) que deverão estar con- cluídas, respectivamente, em Junho e Agosto. Na Praça da Fruta muitas pessoas têm constatado a apa- rente lentidão dos trabalhos e os poucos recursos humanos e materiais nele utilizados. Tudo indica que esta obra poderia ser feita em muito menos tempo se no concurso fosse privilegiado o prazo de execução e não ex- clusivamente o custo. Às vezes o barato sai caro e parece não haver dúvida que uma obra com um custo diferente para a Câmara teria implicações muito mais favoráveis para o comércio local, para os próprios vende- dores da Praça da Fruta e para os próprios habitantes da zona. Tendo em conta ainda o his- tórico das outras obras de regeneração urbana (Largo do Termal, rua Sebastião de Lima, Largo Conde de Fontalva e Bair- ro João de Deus) que também se atrasaram, crescem as preocu- pações para não haver muito optimismo em relação às duas maiores empreitadas em curso. C.C. Assembleia Municipal dividida sobre quem deve gerir o Hospital Termal Foi inconclusiva a última As- sembleia Municipal, no passado dia 18 de Março, que teve como único tema discutir o futuro próximo do Hospital Termal e do seu património. O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, garantiu que não tem “nenhuma política de apropriação do património termal” e que para ele está fora de questão ter uma empresa a gerir o hospital, procurando, em alternativa, uma instituição particular de solidariedade social. Estas explicações foram da- das depois do PCP e elementos do público e ligados a comis- sões cívicas terem conside- rado que a autarquia não tem vocação para gerir o Hospital Termal. Já a sua manutenção no Serviço Nacional de Saúde me- rece a concordância de todos, embora os partidos à direita entendam que tal possa ser assegurado mesmo com uma gestão privada. A reunião durou quase quatro horas e contou com a presença do geólogo Martins Carvalho (em cima na foto) que veio di- zer que a quantidade de água medicinal produzida pelos furos caldenses tem uma ordem de grandeza idêntica à de S. Pedro do Sul que têm uma procura de 20 mil aquistas. Contudo, em 2008 as Caldas da Rainha tinham apenas 2000 utilizado- res das termas, o que prova o subaproveitamento deste importante recurso que dá o nome à cidade. BCP patrocina restauro da “Paixão de Cristo” de Bordalo Pinheiro As 60 esculturas de terracota da Paixão de Cristo, da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro, que fazem parte do acervo do Museu José Malhoa, vão ser restauradas através de um patrocínio da Fundação Millennium bcp que para o efeito fará um donativo de 5500 euros (mais IVA). Este montante cobre o valor total do restauro, que será realizado por funcionários do Museu Malhoa e da Direcção Regional de Cultura do Centro. Este patrocínio daquele banco, ao abrigo da lei do mecenato, é uma contrapartida pela uti- lização da sala de exposições do CCC, onde está exposta, deste ontem, 27 de Março, uma mostra da pintura naturalista na colecção Millennium BCP, com curadoria de Raquel Henriques da Silva. A exposição esteve patente, até 1 de Fevereiro, na Galeria Millennium, em Lisboa, e é cons- tituída por um conjunto de 46 obras de 27 artistas, as quais percorrem mais de um século de produção artística (de 1830 a 1962). Estas obras fazem parte do acervo artístico do banco, que através da iniciativa de exposi- ções itinerantes “Arte Partilhada Millennium bcp” propõe partilhar com todos a sua colecção privada P.A. Nova discoteca na Foz do Arelho Chama-se Replay Klub uma nova discoteca que abriu na Foz do Arelho e que funciona no es- paço do antigo Sítio da Várzea. O estabelecimento só funciona, por agora, aos fins-de-semana e é composto por uma pista de dança, dois bares e um espaço mais privado. No Verão inclui ainda uma esplanada, na qual serão projectados jogos do Mundial de Futebol. Esta abertura vem colmatar uma total ausência de discote- cas na zona desde que encerra- ram locais emblemáticos como o Green Hill e o Solar da Paz, entre outros. CARLOS CIPRIANO FÁTIMA FERREIRA Pag. 11 Pub.

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ANO LXXXIX • Nº5010 • Preço 0,80 Assinatura Anual: 22,5 Sexta-Feira, 28 Março de 2014

DIrectOr: JOSé LuIz De ALMeIDA SILvADIrectOr ADJuNtO: cArLOS M. MArqueS cIPrIANO

telef.:262870050Fax redacção: 262870059Fax Publicidade: 262870058 http://www.gazetacaldas.com

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Jornal fundado em1 de Outubro de 1925 PORTE PAGO

Centrais

Ponte de madeira que atravessa a Lagoa de Óbidos arranca na terça-feira

Está previsto para a próxima terça-feira o início da empreita-da para a construção da ponte ciclo-pedonal do Braço da Bar-rosa, que ligará os concelhos de Óbidos e Caldas da Rainha na zona da Lagoa, num investi-mento co-financiado que ronda os 250 mil euros.

Para alguns autarcas este equipamento deverá chamar-se Ponte da Amizade, em alegoria ao que já aconteceu no tempo da guerra fria entre os dois blocos quando na época se che-garam a construir pontes para comunicar entre o Ocidente e os países de Leste.

Esta ponte passará a signifi-car o estabelecimento de uma

amizade duradoura entre am-bos os concelhos depois de anos desavindos e de costas voltadas, como foi prometido numa ses-são recentemente organizada pela Gazeta das Caldas.

Trata-se de um projecto an-tigo, que foi previsto por várias vezes no século passado e que esteve para ser iniciado em 2005, mas que voltou a fracassar esse objectivo.

Segundo os projectistas, a ponte, cujo plano publicamos nesta página, será construída em vigas em madeira de casqui-nha, material considerado não agressivo para o ambiente. Terá um comprimento de 150 metros por uma largura de cerca de

dois metros, atravessando a parte mais estreita do Braço da Barrosa, mas sem colidir com o aspecto visual daquela área da Lagoa.

A ponte ligará o percurso ciclo-pedonal junto à estrada que circunda a Lagoa desde o Penedo Furado, fazendo a liga-ção a outro percurso pedonal que vai ligar ao Arelho e depois ao Braço do Bom Sucesso

A parte central do tabuleiro (com dez metros) é amovível a fim de permitir a circulação de embarcações quando se dese-jar aceder ao Braço da Barrosa.

Esta obra vai permitir que os caminhantes mais treinados ou os cicloturistas façam todo

o percurso em redor da Lagoa de Óbidos respectivamente em uma hora e quatro horas, o que coloca esta região com um dos percursos ciclo-pedestres eco-lógicos de maior qualidade a ní-vel nacional e até internacional.

Permite ainda incrementar a procura dos amantes da obser-vação de aves, que é um dos chamarizes mais interessante da Lagoa de Óbidos, onde existe uma comunidade avifaunísti-ca formada pela abundância de garças reais, patos-reais, ostraceiros, pernas longas, maçaricos reais, garajaus, gar-ças boieiras, garças-brancas--pequenas e gaivinhas de bico preto.

Obras atrasadas na avenida Aquilo que era para ser uma

empreitada concluída em Ja-neiro deste ano, está ainda em curso, como se pode ver por esta foto tirada na passada terça-feira. A requalificação da avenida 1º de Maio, no valor de cerca de 400 mil euros, atrasou--se três meses, não podendo ser a chuva anormal deste Inverno a única razão para uma derrapa-gem tão grande na obra.

Isto faz temer aos caldenses atrasos sucessivos em obras de maior vulto, como é o caso da da Praça da Fruta (350 mil euros) e do parque de estacionamen-to subterrâneo (4 milhões de euros) que deverão estar con-cluídas, respectivamente, em Junho e Agosto.

Na Praça da Fruta muitas pessoas têm constatado a apa-rente lentidão dos trabalhos e os poucos recursos humanos e materiais nele utilizados. Tudo indica que esta obra poderia ser

feita em muito menos tempo se no concurso fosse privilegiado o prazo de execução e não ex-clusivamente o custo. Às vezes o barato sai caro e parece não haver dúvida que uma obra com um custo diferente para a Câmara teria implicações muito mais favoráveis para o comércio local, para os próprios vende-dores da Praça da Fruta e para os próprios habitantes da zona.

Tendo em conta ainda o his-tórico das outras obras de regeneração urbana (Largo do Termal, rua Sebastião de Lima, Largo Conde de Fontalva e Bair-ro João de Deus) que também se atrasaram, crescem as preocu-pações para não haver muito optimismo em relação às duas maiores empreitadas em curso.

C.C.

Assembleia Municipal dividida sobre quem deve gerir o Hospital Termal

Foi inconclusiva a última As-sembleia Municipal, no passado dia 18 de Março, que teve como único tema discutir o futuro próximo do Hospital Termal e do seu património.

O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, garantiu que não tem “nenhuma política de apropriação do património termal” e que para ele está fora de questão ter uma empresa a gerir o hospital, procurando, em alternativa, uma instituição particular de solidariedade social.

Estas explicações foram da-das depois do PCP e elementos do público e ligados a comis-sões cívicas terem conside-rado que a autarquia não tem vocação para gerir o Hospital Termal. Já a sua manutenção no Serviço Nacional de Saúde me-

rece a concordância de todos, embora os partidos à direita entendam que tal possa ser assegurado mesmo com uma gestão privada.

A reunião durou quase quatro horas e contou com a presença do geólogo Martins Carvalho (em cima na foto) que veio di-zer que a quantidade de água medicinal produzida pelos furos

caldenses tem uma ordem de grandeza idêntica à de S. Pedro do Sul que têm uma procura de 20 mil aquistas. Contudo, em 2008 as Caldas da Rainha tinham apenas 2000 utilizado-res das termas, o que prova o subaproveitamento deste importante recurso que dá o nome à cidade.

BCP patrocina restauro da “Paixão de Cristo” de Bordalo Pinheiro

As 60 esculturas de terracota da Paixão de Cristo, da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro, que fazem parte do acervo do Museu José Malhoa, vão ser restauradas através de um patrocínio da Fundação Millennium bcp que para o efeito fará um donativo de 5500 euros (mais IVA). Este montante cobre o valor total do restauro, que será realizado por funcionários do Museu Malhoa e da Direcção Regional de Cultura do Centro.

Este patrocínio daquele banco, ao abrigo da lei do mecenato, é uma contrapartida pela uti-lização da sala de exposições do CCC, onde está exposta,

deste ontem, 27 de Março, uma mostra da pintura naturalista na colecção Millennium BCP, com curadoria de Raquel Henriques da Silva.

A exposição esteve patente, até 1 de Fevereiro, na Galeria Millennium, em Lisboa, e é cons-tituída por um conjunto de 46 obras de 27 artistas, as quais percorrem mais de um século de produção artística (de 1830 a 1962). Estas obras fazem parte do acervo artístico do banco, que através da iniciativa de exposi-ções itinerantes “Arte Partilhada Millennium bcp” propõe partilhar com todos a sua colecção privada

P.A.

Nova discoteca na Foz do Arelho Chama-se Replay Klub uma

nova discoteca que abriu na Foz do Arelho e que funciona no es-paço do antigo Sítio da Várzea. O estabelecimento só funciona, por agora, aos fins-de-semana e é composto por uma pista de dança, dois bares e um espaço mais privado. No Verão inclui

ainda uma esplanada, na qual serão projectados jogos do Mundial de Futebol.

Esta abertura vem colmatar uma total ausência de discote-cas na zona desde que encerra-ram locais emblemáticos como o Green Hill e o Solar da Paz, entre outros.

CARLOS CIPRIANO

FÁTIMA FERREIRA

Pag. 11

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