Pontifícia Universidade Católica do Paraná Centro de ......2009/08/27 · do Módulo 3...
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Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Bianca Carneiro Ribeiro
Identificação de Dismorfologias utilizando Objetos de
Aprendizagem
Curitiba, 2009
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Bianca Carneiro Ribeiro
Identificação de Dismorfologias utilizando Objetos de
Aprendizagem
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Saúde da
Pontifícia Universidade Católica do
Paraná para obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Guilherme Vilar
Co-orientador: Prof. Dr. Waldemiro Gremski
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Curitiba, 2009
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Dedico esta dissertação às pessoas mais importantes, meus pais, Cláudio e Diana, em reconhecimento a todos os esforços e
investimentos que realizaram e principalmente ao apoio, companheirismo e
amor incondicionais.
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AGRADECIMENTOS
A Deus pela oportunidade e saúde concedida. Ao professor, orientador e amigo Guilherme Vilar pelo apoio, sinceridade, motivação e conhecimentos transmitidos, sendo de grande contribuição no desenvolvimento deste projeto. Ao professor Waldemiro Gremski pelo apoio à participação em projetos de outras instituições. Em especial, à professora e amiga Marizete Santos pelo constante incentivo, apoio e confiança. Aos amigos Rafael Lira, Rodrigo Paixão e Monique Coelho, pelo envolvimento, sem o qual esse trabalho não seria realizado. À minha irmã, Patrícia Ribeiro, pelo carinho, atenção e conhecimentos prestados. À equipe do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Federal Rural de Pernambuco pelo incentivo e paciência em atender as solicitações. À Daniela Vilar e a Solena Kusma pela colaboração e boa vontade em me ajudar. Aos colegas do Núcleo de Telessaúde da PUCPR, Laura Assunção, Denise Werneck, Maria Teresa e Renato Pustilnick pela colaboração e companheirismo. À Alcione Slugovieski pela paciência e por estar sempre disposta a atender aos pedidos solicitados. Ao Pró-saude da PUCPR pelo apoio e colaboração oferecidos. À equipe de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo pela paciência e auxílios fundamentais prestados durante o desenvolvimento deste projeto. À Professora Marcia Olandoski pela ajuda. Enfim, a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para a conclusão deste trabalho.
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RESUMO
Objetivo: Criar objetos de aprendizagem, utilizando imagens tridimensionais, voltados para o estudo das dismorfologias permitindo uma imersão rápida nesse tema, assim como avaliar o impacto da aplicação destes objetos de aprendizagem. Métodos: Para o desenvolvimento foram utilizados softwares que envolvessem todos os aspectos do processo de criação 3D, que permitisse modelagem, animação de objetos e personagens, assim como gerassem imagens de alta qualidade. Os objetos de aprendizagem foram divididos em módulos e disponibilizados em um ambiente virtual. O processo de avaliação foi realizado com dois grupos. O grupo 1 foi formado por 27 pediatras que foram submetidos a uma análise quali-quantitativa, respondendo a um questionário de auto-percepção antes e depois da aplicação dos objetos de aprendizagem. O grupo 2 foi formado por médicos e biólogos com formação específica em genética humana que realizaram uma avaliação na qual eles classificaram os objetos de aprendizagem de forma quali-quantitativa. Resultados: Como resultados têm-se animações tridimensionais de alta qualidade que forma os objetos de aprendizagem, alguns interativos e outros em forma de vídeos. Para os resultados da avaliação, o teste de Shapiro-Wilks confirmou a condição de normalidade das variáveis, e para avaliar o impacto da aplicação dos objetos de aprendizagem aplicou-se o teste t de Student para amostras pareadas (antes e depois). Valores de p<0,001, na aplicação dos módulos, indicaram significância estatística. O nível de significância estatística utilizado em ambos os testes foi de 5%. Conclusão: é possível afirmar que os objetos de aprendizagem em 3D foram de grande valia em uma imersão rápida no estudo das dismorfologias para pediatras, visto que houve uma melhora estatisticamente significante sobre o nível de compreensão do grupo 1, assim como foram considerados de boa qualidade pela classificação realizada pelo grupo 2.
Palavras-chaves: Dismorfologias, Telessaúde, Genética, Computação
Gráfica, Educação a Distância
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ABSTRACT
Objective: To create learning objects using three-dimensional images devoted to the study of the dysmorphologies in order to allow a fast immersion in this subject as well as assess the impact of the application of these learning objects. Methods: Softwares, which involve all the aspects of the process in creating 3D that allow modeling, animation of objects and characters with high quality images, were used for this work. The assessment process was made two groups. Group 1 was formed by 27 pediatricians who were submitted to a quali-quantitative analysis who answered a questionnaire of self-perception before and after the application of learning objects. Group 2 was formed by physicians and biologists with specific training in human genetics who performed an assessment which they rated the learning objects. Results: There are high quality three-dimensional animations. The Shapiro-Wilks test confirmed the condition of normality of the variables for the assessment results, and the Student’s t-test was used for the paired samples to assess the impact of application of learning objects (before and after). Values of p<0,001 indicated statistical significance, using the level of statistical significance of 5%. Conclusion: it is possible to assert that the 3D learning objects are very important in a fast immersion in the study of dysmorphologies for pediatricians, once there is a statistically significant improvement about the degree of understanding of group 1, and were classified by the group 2 as very good learning objects.
Keywords: Dysmorphology, Genetic, Telehealth, Computer Graphics, Distance Education.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Esquema simplificado dos OA tridimensionais....................................... 23
Figura 2. Cabeça 3D em desenvolvimento: considerada normal e com
Plagiocefalia .......................................................................................................... 30
Figura 3. Cabeça 3D em desenvolvimento: (A) Vista lateral de um rosto
considerado perfeito. (B) Vista lateral de um rosto com deformação na mandíbula.
(C) Vista em perspectiva do mesmo rosto considerado perfeito. (D) Vista em
perspectiva de um rosto com a mesma deformação na mandíbula. ..................... 31
Figura 4. Célula em desenvolvimento ................................................................... 32
Figura 5. Rotação tridimensional de um objeto ..................................................... 34
Figura 6. (A) Formas primitivas geométricas. (B) Modelagem de forma livre........ 35
Figura 7. Rosto com a maior parte das faces quadriculares ................................. 35
Figura 8. Imagem da malha usada como referência para a criação da textura..... 36
Figura 9. (A) Segmento de reta com uma pequena barra que se move conforme o
mouse. (B) Ao clicar, um valor é impresso na tela. ............................................... 38
Figura 10. Fórmula para a quantificação da percepção. ....................................... 39
Figura 11. Imagem do Ambiente Virtual de Aprendizagem criado ........................ 41
Figura 12. Tela do tópico 1 do AVA....................................................................... 42
Figura 13. Tela do tópico 2 do AVA....................................................................... 43
Figura 14. Tela do tópico 3 do AVA....................................................................... 44
Figura 15. (A e B) Indicação da sutura. (C) Cabeça 3D considerada normal. (D)
Indicação de onde ocorrerá a deformação. (E) Cabeça 3D final com a
escafocefalia ......................................................................................................... 45
Figura 16. Animação da Plagiocefalia ................................................................... 46
Figura 17. Animação da Trigonocefalia................................................................. 46
Figura 18. Animação da Braquicefalia................................................................... 47
Figura 19. Animação da Turricefalia...................................................................... 47
Figura 20. Animação da Oxicefalia........................................................................ 48
Figura 21. Telas com imagens da rotação da cabeça 3D (Plagiocefalia).............. 49
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Figura 22. (A) Indicação das medidas lineares de uma mandíbula considerada
normal. (B) Indicação de onde ocorrerá a deformação. (C) Cabeça 3D final com a
micrognatia e informações adicionais sobre esta dismorfologia............................ 49
Figura 23. Animação da Macrognatia.................................................................... 50
Figura 24. (A) Indicação da infusão da enzima no paciente. (B) Enzima na corrente
sanguínea. (C) Indicação de uma célula. (D) Indicação da representação do
lisossomo. (E) Visualização do acúmulo de GAG’s. (F) Atuação da galsufase
degradando os GAG’s. (G) Visualização das células afetadas dentro do fígado. (H)
Paciente com protrusão abdominal. (I) Abdômen do paciente volta ao normal após
a TRE. ................................................................................................................... 51
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Distribuição dos valores para a classificação........................................ 39
Tabela 2 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 1 antes e depois da aplicação
do Módulo 1 (Craniossinostose)............................................................................ 51
Tabela 3 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 1 antes e depois da aplicação
do Módulo 2 (Micrognatia)..................................................................................... 52
Tabela 4 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 1 antes e depois da aplicação
do Módulo 3 (Macrognatia) ................................................................................... 52
Tabela 5 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 2 na classificação dos Módulos
1, 2 e 3 .................................................................................................................. 54
Tabela 6- Dados estatísticos obtidos com o grupo 2 na classificação do Módulo 4
(MPS VI)................................................................................................................ 55
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Informações estatísticas com base nos dados da tabela 2................... 53
Gráfico 2. Informações estatísticas com base nos dados da tabela 3................... 53
Gráfico 3. Informações estatísticas com base nos dados da tabela 4................... 54
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LISTA DE ABREVIATURAS
3D – Três dimensões
AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem
CAD – Computer Aided Design
CEP – Comitê de Ética e Pesquisa
EAD – Educação a Distância
GAG – Glicosaminoglicano
MOODLE – Modular Object-Oriented Dynamic Learning
Environment
MPS – Mucopolissacaridose
OA – Objeto de Aprendizagem
OMIM – Online Mendelian Inheritance in Man
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRE – Terapia de Reposição Enzimática
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SUMÁRIO
1. Introdução........................................................................................................ 15
1.1. Genética................................................................................................ 16
1.1.1. Dismorfologia.................................................................................... 16
1.2. Educação a Distância............................................................................ 20
1.3. Computação Gráfica ............................................................................. 21
1.4. Objetos de aprendizagem ..................................................................... 22
1.4.1. Construção do Conhecimento ......................................................... 23
1.5. Motivação.............................................................................................. 24
2. Objetivos .......................................................................................................... 25
2.1. Objetivo Geral ....................................................................................... 25
2.2. Objetivos Específicos ............................................................................ 25
3. Materiais .......................................................................................................... 26
3.1 3D Studio Max....................................................................................... 26
3.2 ZBrush................................................................................................... 27
3.3 Photoshop ............................................................................................. 27
3.4 Roxio Easy Media Creator .................................................................... 27
3.5 Flash ..................................................................................................... 28
3.6 Moodle .................................................................................................. 28
4. Métodos ........................................................................................................... 29
4.1. Módulos................................................................................................. 29
4.1.1. Módulo 1: Craniossinostose............................................................. 29
4.1.2. Módulos 2 e 3: Micrognatia e Macrognatia ...................................... 30
4.1.3. Módulo 4: Mucopolissacaridose VI .................................................. 32
4.2. Implementação...................................................................................... 33
4.2.1 Modelagem ........................................................................................ 34
4.2.2 Texturização ...................................................................................... 36
4.2.3 Animação e Renderização................................................................. 36
4.3. Avaliação............................................................................................... 37
4.4. Ambiente Virtual .................................................................................... 40
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5. Resultados....................................................................................................... 44
6. Análise Estatística............................................................................................ 55
7. Conclusão e Trabalhos Futuros ....................................................................... 56
8. Referências Bibliográficas ............................................................................... 58
Apêndices ............................................................................................................. 62
Anexos .................................................................................................................. 76
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1. INTRODUÇÃO
As anomalias congênitas afetam cerca de 5% dos nascidos vivos em todo o
mundo (Penchaszadeh, 1993) e na América Latina constituem uma das dez
primeiras causas de mortalidade infantil (Horovitz, 2003). No Brasil, o impacto dos
defeitos congênitos vem aumentando, apontando para a necessidade de
estratégias específicas na política de saúde. Apesar da íntima ligação da genética
clínica com a atenção aos defeitos congênitos, menos de 30% da demanda vem
sendo absorvida pelos serviços do país, visto que se sabe que no sistema público
de saúde é perceptível a insuficiência da resposta governamental à problemática
dos defeitos congênitos no Brasil. (Horovitz et al, 2006)
As malformações congênitas podem ocorrer como defeito isolado ou, como
ocorre em 20 a 30% dos casos, como múltiplas malformações (Horovitz, 2003) e a
identificação inicial das condições genéticas de um paciente está, muitas vezes,
diretamente associada às dismorfologias (Hammond, 2007), visto que uma
síndrome é detectada a partir de um teste padrão de reconhecimento dos sinais
dismórficos que têm uma causa comum (Hunter, 2002).
Detectar precocemente uma síndrome altera significativamente as
perspectivas do tratamento da mesma. Desta forma, torna-se de grande
importância o médico detectar corretamente características dismorfológicas no
paciente. Caso anomalias físicas sejam detectadas, elas podem levar a um
possível diagnóstico de síndrome, sendo assim, o médico deverá encaminhar o
paciente a um geneticista.
Para detectar dismorfologias em um paciente é necessário que o médico
possua certo conhecimento sobre as malformações congênitas existentes, e para
isso, torna-se indispensável o estudo destas. Sabe-se que se aprofundar sobre
doenças genéticas e suas características são atividades dominadas por
geneticistas, porém por existirem poucos profissionais especializados nesta área,
geralmente nenhum paciente vai diretamente a um geneticista, e sim são
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encaminhados a pedido de seus médicos, após estes observarem alguma
necessidade do paciente receber um aconselhamento genético.
Horovitz (2003) ressalta que diante da carência de geneticistas no país,
programas de capacitação de médicos não geneticistas em áreas específicas da
genética, como dismorfologia ou genética pré-natal deveriam ser levados em
consideração. Ela afirma ainda, que a criação de centros de capacitação em
unidades de referência seria uma forma de ampliar as possibilidades de
disseminação do atendimento.
1.1. Genética
A genética humana é a ciência da variação e da hereditariedade dos seres
humanos. A genética médica, por sua vez, aborda a variação genética humana
que traz repercussões clínicas.
A genética clínica é uma especialidade bastante nova, e o ano de 1959 é
considerado sua data de nascimento, com a descoberta da base cromossômica de
três doenças genéticas freqüentes, as Síndromes de Down, Klinefelter e Turner
(McKusick, 1975). Pode-se definir genética clínica como a ciência da variação
biológica em humanos e sua relação com a saúde e a doença em indivíduos e
suas famílias, ou seja, a ciência e a prática (arte) do diagnóstico, prevenção e
manejo de doenças genéticas. (McKusick, 1993)
1.1.1. Dismorfologia
O termo dysmorphic é derivado das palavras gregas "dys" (desordenado,
anormal) e "morph" (forma) (Hunter, 2002). A palavra dismorfologia foi criada por
David Smith nos anos sessenta, para substituir o termo teratologia (McKusick,
2005). Trata-se de um ramo da genética médica que estuda malformações
congênitas humanas, que literalmente significa “o estudo da forma anormal”,
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enfatizando anormalidades estruturais do desenvolvimento. Atualmente os clínicos
não gostam de ser chamados de teratologistas, por isso dismorfologista é agora a
designação geralmente utilizada (McKusick, 2005).
A dismorfologia considera o delineamento de desordens que afetam o
desenvolvimento físico do indivíduo, antes ou depois do nascimento (Featherstone
et al, 2005) , que podem ser malformações maiores, como a polidactilia (presença
de mais de 5 dedos nas mãos e/ou nos pés), ou malformações menores, como a
micrognatia (queixo pequeno), para determinar um diagnóstico. É através da
dismorfologia que muitas vezes se suspeita de um diagnóstico específico, que
deverá ser confirmado através de exames complementares.
Para detectar uma síndrome é necessária uma análise dismórfica, o que
requer um exame físico completo que inclui todos os sistemas do corpo.
Combinações de anomalias podem ser direcionadas a uma busca no computador,
comparando as observações avaliadas no exame físico e histórico do paciente
com aquelas esperadas nas síndromes que estão sendo consideradas, ou com a
ligação sugerida pela base de dados (Hunter, 2002). Havendo grande
possibilidade de um diagnóstico de síndrome, o paciente deve ser encaminhado a
um geneticista.
Uma base de dados bastante utilizada atualmente é o OMIM (Online
Mendelian Inheritance in Man). Trata-se de um site onde estão descritos mais de
18 mil fenótipos de síndromes genéticas (Portal do OMIM, 2009). Porém, para
fazer uso desta ferramenta é necessário que o profissional de saúde seja capaz
de identificar as dismorfologias existentes no paciente. Uma vez identificando as
dismorfologias e inserindo-as na base de dados do OMIM, o sistema irá retornar
as síndromes relacionadas, diminuindo a possibilidade de síndromes que o
paciente possa ter.
Em paralelo a outras áreas clínicas, como neurologia, oncologia e
esterilidade, a dismorfologia representa um espaço importante onde a medicina e
a ciência genética se cruzam. (Featherstone et al, 2005)
Entre os defeitos congênitos, as anomalias craniofaciais constituem um
grupo diverso e complexo em que considerável parte dos pacientes com esse tipo
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de anomalias, tem expectativa de vida normal. A despeito disto, essas anomalias
impõem significativo impacto sobre a fala, audição, aparência e cognição,
influenciando de modo prolongado e adverso a saúde e a integração social do
portador. (World Health Organization, 2002; Monlleo et al., 2006)
Como exemplos de dismorfologias craniofaciais podem ser citadas as
craniossinostose, macrognatia e micrognatia. Como exemplo de doenças que
causam dismorfologias craniofaciais assim como dismorfologias em todo o corpo,
pode ser citada a Mucopolissacaridose VI (MPS VI).
1.1.1.1. Craniossinostose
A craniossinostose, também chamada de cranioestenose, é um grupo
específico de deformações no crânio. Trata-se do fechamento prematuro de uma
ou mais suturas cranianas. A forma do crânio se modifica, causando deformidades
na cabeça devido ao impedimento do crescimento normal do crânio, acarretando
uma conformação craniana anormal, com conseqüências variáveis. (Arduino-
Meirelles et al., 2006)
Existem tipos de craniossinostoses conforme pode ser visto abaixo:
- Plagiocefalia: causada pela fusão unilateral prematura da sutura coronal;
- Escafocefalia: é a mais comum e é causada pela fusão prematura da
sutura sagital;
- Trigonocefalia: a deformação ocorre na parte frontal do crânio em forma
de V, sendo causada pela fusão prematura da sutura metópica;
- Braquicefalia: também chamada de Braquiocefalia, é causada pela fusão
bilateral prematura das suturas coronal.
- Turricefalia: o crânio se desenvolve em forma de torre, sendo causada
pela fusão prematura das suturas frontoparietal e parietoccipital.
- Oxicefalia: é a mais grave, sendo causada pela fusão prematura de todas
as suturas.
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1.1.1.2. Macrognatia e Micrognatia
Dentre as dismorfologias craniofaciais existem também as deformações na
mandíbula. As mais conhecidas são a Micrognatia e Macrognatia.
A Micrognatia é caracterizada pelo indivíduo que possui um queixo
pequeno. Na área da ortodontia é similar ao retrognatismo mandibular. Já a
Macrognatia é justamente o contrário, a mandíbula é projetada para fora. Na área
da ortodontia é similar ao prognatismo mandibular.
1.1.1.3. Mucopolissacaridose VI
As mucopolissacaridoses são doenças metabólicas hereditárias causadas
por erros inatos do metabolismo que levam à falta de funcionamento adequado de
determinadas enzimas. Dentre as MPS existe a MPS VI, também conhecida como
síndrome de Maroteaux-Lamy, pertencente a um grupo de doenças chamado
Doenças de Depósito Lisossômico. (Cardoso-Santos et al, 2008; Borges et al,
2003)
Portadores da MPS VI possuem vários sinais dismórficos em todo o corpo
devido falta ou deficiência de uma determinada enzima em seus lisossomos. Esta
enzima quebra um açúcar complexo chamado glicosaminoglicano, ou GAG.
O GAG tem uma função importante no organismo, pois serve de estrutura
para a pele, as vias aéreas, os ossos e outros órgãos que precisam ser
continuamente reciclados e substituídos. O acúmulo excessivo de GAG causa
sintomas generalizados. (Cardoso-Santos et al, 2008)
Embora ainda não exista cura para a MPS VI, é importante saber que há
meios de melhorar a vida dessas pessoas. Existem tratamentos médicos que
podem ajudar a aliviar alguns sintomas. A monitoração constante e o tratamento
precoce das complicações da MPS VI podem ajudar a prevenir a ocorrência de
danos irreversíveis (Cardoso-Santos et al, 2008). Um dos tratamentos que atuam
sobre a deficiência enzimática subjacente é a terapia de reposição enzimática
(TRE).
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1.2. Educação a Distância
A educação a distância - EAD, como modalidade educacional alternativa
utilizando a transmissão de informações e instruções aos alunos, bem como a
recepção das respostas destes às lições propostas, através de meios de
comunicação disponibilizados pelos correios, tornou a educação convencional
acessível às pessoas residentes em áreas isoladas ou que não tinham condições
de cursar o ensino regular no período apropriado. A EAD é capaz de oferecer
ensino de qualidade em situações onde as aulas presenciais não são viáveis.
Além da vantagem de possibilitar a interação no processo de ensino/
aprendizagem entre alunos e professores situados geograficamente distantes, a
modalidade a distância apresenta outra vantagem importante: a assincronicidade,
ou seja, os estudantes não precisam estar disponíveis no mesmo horário do
professor, podendo escolher hora e local para estudar.
De acordo com Moran (2002) a educação a distância trata-se de um
processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e
alunos estão separados espacialmente e/ou temporalmente. A associação de
tecnologias tradicionais de comunicação como o rádio e a televisão, como meio de
emissão rápida de informações, e os materiais impressos enviados via correios
trouxeram um novo impulso à EAD. Com isso, a integração entre a tecnologia
digital com os recursos da telecomunicação evidenciou possibilidades de ampliar o
acesso à educação (Almeida, 2003).
No século atual os estudantes demandam experiências educacionais
inovadoras, sempre que conveniente e que a aprendizagem é relevante. A web é
uma das tecnologias da informação e comunicação capaz de permitir estas
experiências. O seu uso está mudando completamente a maneira como a
medicina está sendo ensinada hoje e tem evoluído significativamente, com uma
posição garantida em currículos médicos (Bernardo et al, 2004).
O uso de recursos tecnológicos no processo ensino-aprendizagem torna a
compreensão e o ensino na modalidade EAD muito mais viável. O fato do
professor não está presente fisicamente em sala de aula, requer certa adaptação
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do aluno para se acostumar com essa “virtualidade”. A necessidade de diminuir
esta distância, proporcionando aos indivíduos envolvidos maior proximidade com o
mundo real, pode ser suprida pelo uso apropriado de recursos tecnológicos.
1.3. Computação Gráfica
A computação gráfica surgiu no início dos anos 1960 quando foi criado o
primeiro sistema gráfico interativo. A partir daí o seu uso se alastrou iniciando
aplicações de CAD (Computer Aided Design), seguido da Realidade Virtual. (Tori,
2008)
De acordo com Silva (2001), a realidade virtual surgiu como uma opção de
lazer, onde a possibilidade do usuário fazer parte de um mundo diferente do seu
tornou-se atrativa. É através da computação gráfica que é possível a criação de
mundos virtuais e objetos de aprendizagem tridimensionais. Diante disso, surgiu a
necessidade de aplicar essa ferramenta tão poderosa para as mais diversas
áreas, tais como, educação, medicina, física, química, arquitetura, entre outras.
Na medicina, aplicações com a computação gráfica vêm sendo uma das
mais importantes, pois é uma área de pesquisa extremamente desafiante, que é
de fundamental importância na existência humana. A variedade e complexidade
inerente de problemas ainda não solucionados fazem disso uma principal força
direcionada para muitas engenharias e ciências naturais. Ferramentas e métodos
gráficos individuais tornaram-se cada vez mais insubstituíveis na medicina
moderna, onde os sistemas de imagem médica são apenas um proeminente
exemplo. (Gross, 1998)
Na aplicação de estudos acadêmicos a computação gráfica tem um papel
importante. Ela permite traduzir números, dados, teorias em representações
gráficas de compreensão e leitura mais fácil, assim como permitem a proximidade
com o mundo real dos indivíduos envolvidos no processo de educação, baseando-
se em três dimensões (3D).
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Atualmente, faz-se necessário o uso de tecnologias que venham a auxiliar
na educação presencial e à distância. Na educação médica, a tecnologia
apresenta-se como promissora opção para suprir necessidades e dar suporte a
possibilidades que surgem em nossa sociedade atual, tais como flexibilidade de
tempo e espaço, redução de custo, maior alcance geográfico, maior intercâmbio
de informações entre profissionais da área médica potencializando o aprendizado,
entre outras (Vilar et al, 2004).
De acordo com Dev (1999), um dos principais objetivos da educação
médica é o de ensinar a detecção (diagnóstico) e resolução de problemas, com
base em amplos conhecimentos e experiência, bem como na análise de cada
doente.
Durante o processo de aprendizado, as imagens de visualização constituem
um elemento essencial da aprendizagem de conteúdos. Quando se introduz a
tecnologia no processo de aprendizagem, pode-se tirar vantagem de uma grande
quantidade de material visual para tornar o aprendizado mais eficiente e mais
envolvente. (Dev, 1999)
1.4. Objetos de aprendizagem
Entende-se por objetos de aprendizagem (OA), elementos de comunicação
baseados em computador voltados para propósitos instrucionais que podem ser
reutilizados inúmeras vezes em diferentes contextos de aprendizagem. Eles
podem variar desde mapas e gráficos até demonstrações em vídeo e simulações
interativas.
Segundo Beck (2001 apud Wiley, 2001, p.1):
Objeto de aprendizagem é qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para suporte ao ensino. A principal idéia dos objetos de aprendizagem é quebrar os materiais de aprendizagem em pequenos pedaços, que possam ser reutilizados em diferentes ambientes de aprendizagem, no espírito da programação orientada a objetos.
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Atualmente este recurso é bastante utilizado no processo de ensino-
aprendizagem, tanto presencial quanto à distância. Quando associado à
computação gráfica, resulta em objetos de aprendizagem tridimensionais.
Figura 1. Esquema simplificado dos OA tridimensionais
Diante disso, uma importante fase surgiu: uma nova era das interfaces
gráficas que causam impactos significativos na educação devido ao surgimento de
aplicações e ferramentas educacionais altamente visuais e interativas, baseadas
em 3D, utilizadas em diferentes contextos na construção do conhecimento.
1.4.1. Construção do Conhecimento
Durante o processo de ensino-aprendizagem existem várias formas de
utilizar os objetos de aprendizagem na construção do conhecimento do assunto a
ser abordado.
O ser humano é capaz de processar informações de três formas:
sequencial, hipertextual e multimídico. (Moran, 2000).
• Sequencial: se expressa na linguagem falada e escrita. A construção
do conhecimento se dá aos poucos, em sequência concatenada, no
qual o contexto oculta-se e revela-se na leitura progressiva (Moran,
2000). Mais utilizado quando o foco são objetivos específicos da
informação.
• Hipertextual: é a conexão entre histórias e relatos de situações. É a
comunicação relacionada através de nós intertextuais (Moran, 2000).
Objetos de
aprendizagem
Computação
Gráfica
Objetos de Aprendizagem
Tridimensionais + =
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Geralmente esta forma é utilizada quando se trabalha com pesquisa,
projetos de médio prazo.
• Multimídico: a construção do conhecimento é menos rígida. As
conexões das informações passam pelo sensorial, emocional e
organização do racional (Moran, 1998). Ideal para dar respostas
rápidas, imediatas, generalistas e menos profundas.
Atualmente, em virtude das rápidas transformações que o ser humano
experimenta cotidianamente, enfrentando situações diferentes a cada instante, o
processamento multimídico é cada vez mais utilizado, inclusive como apoio a
construção do conhecimento seqüencial. Isso se faz presente principalmente na
educação.
Uma das tarefas primordiais da educação é ajudar a desenvolver o
conhecimento de resposta imediata, assim como o de longo prazo (Moran, 2000).
Dessa forma, a utilização de objetos de aprendizagem tornou-se uma forma
bastante válida para a construção do conhecimento.
1.5. Motivação
Durante o curso de medicina, bem como de outros cursos na área da
saúde, a atenção voltada para análise dismorfológica de um paciente é vista
superficialmente. Os profissionais de saúde possuem acesso a muitos termos sem
saber corretamente o que significam. Muitos desses profissionais, já ouviram falar,
por exemplo, sobre os termos cebocefalia, plagiocefalia ou microftalmia, mas não
conseguem associá-los aos seus conceitos.
Com o tempo, a experiência adquirida por esses profissionais em clínicas e
hospitais vai revelando outra realidade. Eles possuem contato com vários
pacientes com malformações congênitas (principalmente bebês, crianças e
adolescentes ou adultos novos) e possuem grande dificuldade para detectá-las.
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O estímulo à elaboração desse trabalho foi a pouca importância dada ao
estudo de dismorfologias diante do aumento relativo dos defeitos congênitos no
Brasil. Perante essa situação fica evidenciada a importância de se aprimorar e
enfatizar o estudo dismorfológico, criando objetos de aprendizagem interativos e
em forma de vídeos que se aproximassem o máximo possível da realidade,
privilegiando a construção do conhecimento na forma multimídica, facilitando a
percepção e estudo das malformações congênitas, relacionando termos e
conceitos através de imagens tridimensionais representativas de um ser humano.
Desta forma, com a utilização destes objetos de aprendizagem, o
profissional de saúde será capaz de reconhecer as dismorfologias existentes em
seu paciente e fazer uso do site do OMIM, onde será possível restringir as
possibilidades de diagnóstico de síndromes do paciente mediante as
dismorfologias apontadas. Com isso, estes objetos de aprendizagem poderão ser
utilizados não apenas para aplicações da área educacional, como também como
apoio a pratica médica.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Desenvolver e avaliar o impacto da aplicação de objetos de aprendizagem
voltados para uma imersão rápida no estudo das dismorfologias,
2.2. Objetivos Específicos
- Criar objetos de aprendizagem com imagens tridimensionais
representativas de um ser humano, apontando possíveis dismorfologias,
presentes nas mais diversas síndromes.
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- Abordar, nos objetos de aprendizagem, as dismorfologias:
craniossinostose, micrognatia, macrognatia e o processo de terapia de reposição
enzimática que ocorre em um portador de MPS VI.
- Testar os objetos de aprendizagem tridimensionais;
- Aprimorar os objetos de aprendizagem tridimensionais de acordo com os
testes realizados;
- Aplicar os módulos com pediatras;
- Realizar as avaliações com os pediatras;
- Realizar as avaliações dos objetos de aprendizagem tridimensionais com
médicos e biólogos com formação específica em genética humana;
3. MATERIAIS
Fez-se uso de seis ferramentas computacionais para o desenvolvimento
dos objetos de aprendizagem, conforme descrito a seguir:
3.1 3D Studio Max
Desenvolvido pela Discreet, tem como objetivo envolver todos os aspectos
do processo de criação fornecendo uma performance otimizada para grandes
conjuntos de dados em ambientes de produção 3D. Possui ferramentas
indispensáveis para estúdios de efeitos visuais, cinema, games e publicidade.
Permite modelagem tridimensional orgânica e inorgânica, animação de objetos e
personagens.
O 3D Studio Max é utilizado para o desenvolvimento de vinhetas,
comerciais, maquetes eletrônicas, simulações e até mesmo produção de filmes de
animação. Suporta Direct3D e OpenGL, produzindo um misto de animação de
modo não linear baseado em controle, recursos de simulação de comportamentos
de multidões altamente expansíveis e facilidades extensivas de filtragem e edição
de captura de movimento.
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Possui interface amigável, alta qualidade de imagem durante o processo de
renderização, liberdade de animação de acordo coma criatividade do
desenvolvedor. Com a utilização deste software foi possível a criação das imagens
e animações tridimensionais representativas de um ser humano, assim como a
modelagem e animação das células e os órgãos internos envolvidos nos objetos
de aprendizagem.
3.2 ZBrush
Trata-se também de um software de modelagem tridimensional usado em
filmes, animações, porém é conhecido pela simplicidade de seu uso devido a
semelhança de modelar objetos em 3D como se fosse uma massa de modelar.
Diante disso, ele aborda um conceito novo que é a escultura digital.
Com esta ferramenta foi possível desenvolver as dismorfologias a partir das
imagens tridimensionais representativas de um ser humano criadas no 3D Studio.
3.3 Photoshop
Este software permite o usuário criar rápidas ilustrações com interatividade,
desde simples botões gráficos até sofisticados efeitos de rollover e menus pop-up.
Admite as mais diversas criações de efeitos de design, alterações em imagens e
podem importar os principais formatos de ilustrações.
Com esta ferramenta é possível criar as texturas (imagens que dão
aspectos mais reais as modelagens tridimensionais) e tratar as imagens,
modificando seu tamanho e exportando com uma menor quantidade de bytes,
quando necessário.
3.4 Roxio Easy Media Creator
Trata-se de uma ferramenta de criação e modificação de arquivos
multimídia. Permite criar e editar vídeos, inserindo legendas, efeitos especiais,
transições entre cenas.
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Com esta ferramenta é possível a junção de várias cenas tridimensionais
em um único objeto de aprendizagem, assim como a inserção de textos
explicativos e legendas, quando necessário. É capaz de exportar os vídeos em
extensões .avi e .wmv, pois são leves para inserir no ambiente virtual.
3.5 Flash
Ferramenta desenvolvida para criação de páginas além de componentes
gráficos e interativos para web, como por exemplo, imagens, botões, menus,
banners e animações bidimensionais. Capaz de gerar gráficos vetoriais que são
menores e mais ágeis que os arquivos bitmap e não perdem resolução quando
ampliados, o que torna páginas serem carregadas mais rapidamente.
É capaz de permitir a interação do usuário com a página ou animação
criada. Para isso, o software utiliza uma linguagem de programação chamada
Action Script. Orientada a objetos, esta linguagem possui influência do Javascript
e permite, ainda, organizar o preenchimento de formulários, executar distintas
partes de uma animação em função de eventos produzidos pelo usuário.
Esta ferramenta foi de grande importância para a possibilidade do usuário
interagir com o sistema, rotacionando as imagens tridimensionais.
3.6 Moodle
Trata-se de uma ferramenta livre, de código aberto que possui integração
com banco de dados, com a Internet e redes locais. Sua estrutura é baseada em
módulos. A interface do ambiente é intuitiva tornando-se fácil a navegação. Uma
forte característica é a facilidade dos usuários disponibilizarem materiais, além de
incluírem atividades.
Com esta ferramenta foi criado o ambiente virtual de aprendizagem
necessário para disponibilizar os objetos de aprendizagem.
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4. MÉTODOS
Os métodos envolvidos neste projeto foram divididos em três partes:
organização em módulos, implementação e avaliação. Os objetos de
aprendizagem foram disponibilizados em quatro módulos, desenvolvidos em
quatro etapas durante a implementação e posteriormente avaliados por pediatras
e geneticistas.
4.1. Módulos
Os objetos de aprendizagem disponibilizados no ambiente virtual foram
divididos em quatro módulos:
- Craniossinostose;
- Micrognatia;
- Macrognatia;
- MPS VI.
4.1.1. Módulo 1: Craniossinostose
Neste módulo foram criados dois objetos de aprendizagem: um vídeo com
animações tridimensionais (mostrando e conceituando seis craniossinostoses) e
um objeto com interação do usuário (onde é possível rotacionar cada uma das
seis craniossinostoses).
Para visualizar cada uma das craniossinostoses no objeto de aprendizagem
em formato de vídeo, são utilizadas as mesmas etapas:
• Indicação da sutura relacionada com a craniossinostose em questão;
• Visualização de uma breve descrição textual sobre esta
craniossinostose;
• Visualização da cabeça tridimensional considerada normal em duas
visões (superior e perfil, ou frontal e perfil)
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• Indicação de onde ocorrerá a deformação no crânio (através de
setas vermelhas);
• Visualização da cabeça tridimensional com a dismorfologia.
Todas essas etapas foram bem detalhadas no início do desenvolvimento,
durante a criação de um roteiro. Na figura 2 é possível visualizar imagens durante
o processo de criação deste módulo.
Figura 2. Cabeça 3D em desenvolvimento: considerada normal e com Plagiocefalia
No segundo objeto de aprendizagem disponibilizado neste módulo, com a
cabeça tridimensional com dismorfologia já formada, é possível a interação, onde
o usuário através das setas do teclado pode rotacionar a cabeça em 360º para
cada craniossinostose.
4.1.2. Módulos 2 e 3: Micrognatia e Macrognatia
Foi criado um objeto de aprendizagem para cada módulo em formato de
vídeo contendo animações tridimensionais. Nestes módulos, é possível visualizar
uma cabeça representativa de um ser humano em 3D com medidas lineares da
mandíbula que vai se desenvolvendo até uma cabeça com a dismorfologia da
mandíbula.
Tanto para o módulo da Micrognatia quanto para o da Macrognatia o
processo e visualização seguem as mesmas etapas:
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• Indicação das medidas lineares de uma mandíbula considerada
normal;
• Indicação de onde ocorrerá a deformação (através de setas
vermelhas);
• Visualização de uma breve descrição textual sobre a deformação na
mandíbula;
• Indicação das medidas com dimensões díspares de uma mandíbula
considerada normal;
• Visualização da cabeça tridimensional com a dismorfologia.
Todas essas etapas foram bem detalhadas no início do desenvolvimento,
durante a criação do roteiro.
É possível observar na figura 3, imagens do processo de desenvolvimento
da cabeça tridimensional com deformação na mandíbula.
Figura 3. Cabeça 3D em desenvolvimento: (A) Vista lateral de um rosto considerado
perfeito. (B) Vista lateral de um rosto com deformação na mandíbula. (C) Vista em
perspectiva do mesmo rosto considerado perfeito. (D) Vista em perspectiva de um rosto
com a mesma deformação na mandíbula.
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4.1.3. Módulo 4: Mucopolissacaridose VI
Levando em consideração a terapia de reposição enzimática (TRE), neste
módulo foi desenvolvido um objeto de aprendizagem em formato de vídeo com
animações tridimensionais onde é possível visualizar todo o processo que ocorre
nas células dos órgãos internos atingidos pela MPS VI. Os órgãos internos
afetados aumentam de volume, ocasionando dismorfologias nos pacientes.
Observa-se na figura 4, imagem do processo de desenvolvimento de uma célula,
ainda na etapa de escolha da cor mais adequada.
Figura 4. Célula em desenvolvimento
Neste módulo, o órgão interno a ser focado é o fígado que inchado,
acarreta a saliência dismorfológica do abdômen (protrusão abdominal). Com a
terapia é possível visualizar o que ocorre desde a infusão das enzimas pelo
sangue do paciente, depois mostra como a enzima atua nos lisossomos e por fim
demonstra o que ocorre exteriormente com o paciente (diminuição da
dismorfologia).
As etapas envolvidas na criação deste objeto foram:
• Infusão da enzima galsufase no paciente;
• Enzima na corrente sanguínea;
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• Visualização da célula com os lisossomos com tamanho maior que o
normal;
• Infusão da enzima no lisossomo;
• Diminuição da célula e do lisossomo;
• O órgão interno (fígado) com aumento de volume;
• Diminuição do volume do órgão interno (fígado);
• Diminuição da protusão abdominal.
Essas etapas podem ser melhor visualizadas no apêndice B, onde é
apresentado o roteiro produzido para o desenvolvimento do módulo MPS VI.
4.2. Implementação
Alguns objetos de aprendizagem tridimensionais desenvolvidos fazem uso
de alguns recursos matemáticos para proporcionar uma maior interatividade do
profissional e/ou estudante de saúde com o objeto de aprendizagem.
Foi utilizado um recurso para realizar interações com os objetos, tal como a
rotação, que permite ao usuário a possibilidade de visualizar a imagem
tridimensional representativa de um ser humano em vários ângulos, como por
exemplo, observar a parte frontal, esquerda, direita ou posterior do objeto 3D.
A rotação tridimensional trata-se de uma transformação de objetos onde
são necessários pelo menos três números (x,y,z) de um sistema de coordenadas
(Sobrinho, 2003), conforme figura 5 e o valor de um ângulo para definir em
quantos graus o objeto irá rotacionar em torno de qual eixo.
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Figura 5. Rotação tridimensional de um objeto
Dessa forma, os objetos de aprendizagem foram desenvolvidos em etapas:
modelagem, texturização, animação e renderização; que são descritas a seguir.
4.2.1 Modelagem
A modelagem constitui a criação e movimentação de pontos no espaço.
Através dos pontos em 3D (x,y,z) constituímos faces e com ela vamos dando a
aparência do objeto. Existem métodos para a modelagem de objetos que possuem
características específicas capazes de facilitar o processo de desenvolvimento de
formas geométricas. O método utilizado na criação das imagens tridimensionais
representativas de um ser humano, ou seja, da cabeça em 3D deste trabalho foi a
Modelagem de Forma Livre (Neto et al, 2005). Trata-se de um processo em que o
desenvolvedor modela uma forma primitiva (figura 6A) através da manipulação de
seus vértices, faces e polígonos (figura 6B).
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Figura 6. (A) Formas primitivas geométricas. (B) Modelagem de forma livre
A forma primitiva utilizada para a criação da cabeça tridimensional foi um
Box, e tentou-se manter a maior parte das faces quadriculares, conforme pode ser
observado na figura 7.
Figura 7. Rosto com a maior parte das faces quadriculares
Para a criação das deformações da cabeça, foi necessário modelar primeiro
uma cabeça considerada perfeita no 3D Studio e a partir daí, criar as deformações
do crânio e da face. As deformações do crânio e mandíbula foram criadas no
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ZBrush. No desenvolvimento de cada deformação foi gerada uma imagem
displace no ZBrush e aplicada no 3D Studio no modificador Displace.
4.2.2 Texturização
Pode ser definida como um tipo de imagem bidimensional ou material
aplicado em um determinado objeto 3D criado. A aplicação de texturas respeita o
formato do objeto e tem como objetivo, proporcionar ao usuário a sensação de
estar mais próximo à realidade.
A textura do rosto foi criada no Photoshop utilizando fotos como referência
e tendo como base a imagem do mapeamento (Unwrap UVW) realizado no 3D
Studio, como pode ser observado na figura 8.
Figura 8. Imagem da malha usada como referência para a criação da textura
4.2.3 Animação e Renderização
A técnica de animação utilizada neste projeto foi a de interpolação entre
quadro chaves (Neto et AL, 2005). Esta permite ao usuário definir apenas os
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quadros principais da cena, pois o software gera automaticamente os quadros
intermediários.
Após a criação das imagens tridimensionais da cabeça e/ou células, tendo-
se modelado as deformações, aplicado texturas, definido posições de câmeras e
desenvolvidas as devidas animações, segue-se a etapa de renderizar as imagens.
Foi necessário renderizar, para cada dismorfologia, imagens em vários ângulos
com extensão .jpg.
Posteriormente, iniciou-se o tratamento dessas imagens no Photoshop.
Finalmente as imagens foram importadas para o Flash para que o usuário
estabelecesse determinado grau de interatividade com o ambiente. As setas do
teclado foi o dispositivo de entrada escolhido para conectar o usuário com o
sistema.
É importante ressaltar que, no caso das animações que envolveram a
cabeça tridimensional, a animação não foi renderizada na extensão de vídeo e sim
de imagens, para que quando fosse importada para o Flash, a qualidade visual do
sistema não reduzisse. Dessa forma, foram importadas para o Flash as imagens
quadro a quadro, garantindo assim, a boa qualidade das imagens. No caso da
animação da célula, esta foi renderizada na extensão .avi, visto que neste objeto
de aprendizagem não haveria interação com o usuário.
4.3. Avaliação
O processo de avaliação foi realizado com indivíduos que foram divididos
em dois grupos:
• Grupo 1 - formado por pediatras, profissionais de saúde que
representam uma porta de entrada no sistema de atendimento em
saúde.
• Grupo 2 - formado por médicos e biólogos com formação específica
em genética humana.
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Estes indivíduos responderam a questões de auto-percepção (apêndice C e
D), através do posicionamento qualitativo em uma escala contendo nas
respectivas extremidades as indicações “Nenhuma Compreensão” e “Profunda
Compreensão” (Junior, Knopfholz, Menini, 2002).
Através do posicionamento de uma resposta qualitativa na escala é
possível a atribuição de um valor numérico para essa resposta, possibilitando a
quantificação de uma qualidade.
Para isso foi utilizado um segmento de reta contendo 600 pixels de
comprimento sem indicação de valores, com uma pequena barra que se move
para a esquerda e direita conforme movimentação do mouse (figura 9A).
Figura 9. (A) Segmento de reta com uma pequena barra que se move conforme o
mouse. (B) Ao clicar, um valor é impresso na tela.
Com o grupo 1 foi realizada uma análise quali-quantitativa. Cada
profissional de saúde foi solicitado a posicionar na barra o local representativo do
seu grau de compreensão sobre as dismorfologias. Após posicionar e clicar, é
atribuído e apresentado na tela um valor em pixels, que é utilizado para a
quantificação da percepção (figura 9B).
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A quantificação da percepção foi realizada através de uma fórmula
matemática (figura 10), utilizada para transformar os pixels em uma escala de zero
a dez.
Figura 10. Fórmula para a quantificação da percepção.
Visando avaliar a eficácia e eficiência dos objetos de aprendizagem, os
questionários são aplicados antes e depois (pré-avaliação e pós-avaliação) da
aplicação do objeto de aprendizagem.
Com o grupo 2 foi realizada uma avaliação na qual os profissionais
envolvidos classificaram os objetos de aprendizagem de forma qualitativa,
utilizando uma escala variando de “Péssimo” a “Excelente”. A quantificação da
percepção foi realizada de modo semelhante ao descrito anteriormente.
A tabela 1 relaciona faixas de valores com uma classificação conceitual,
possibilitando uma atribuição de classes para os valores obtidos com o processo
de quantificação da percepção.
Tabela 1- Distribuição dos valores
para a classificação
Intervalo Classificação
0 – 3 Péssimo
3.1 – 4.9 Ruim
5 – 6.9 Regular
7 – 8 Bom
8.1 – 8.9 Muito Bom
9 – 10 Excelente
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Com os valores obtidos através das quantificações de percepção foi
realizado um teste para avaliar se o conjunto de dados resultantes das avaliações
pode ser considerado como tendo uma distribuição de probabilidade normal. A
avaliação da normalidade das distribuições foi realizada pelo teste de Shapiro-
Wilks, utilizando o nível de significância estatística de 5%, no qual a hipótese H0
foi definida como: “a distribuição de probabilidade adequa-se a uma distribuição
Gaussiana”.
Os valores obtidos com as avaliações antes e depois foram analisados
utilizando o teste t de Student. O nível de significância utilizado foi de 5% (�=0,05),
onde se tem como hipóteses:
H0: µD = 0
H1: µD > 0
tal que:
µD = média da diferença entre os valores das avaliações depois e antes da
aplicação.
As avaliações só foram realizadas após aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa – CEP, e os indivíduos submetidos a estas avaliações estavam cientes
do objetivo, detalhes da pesquisa e que sua participação é voluntária, mediante
justificativa contida no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE
(apêndice A).
4.4. Ambiente Virtual
Os objetos de aprendizagem aplicados com o grupo 1 foram
disponibilizados em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), conforme pode
ser visto na figura 11.
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Figura 11. Imagem do Ambiente Virtual de Aprendizagem criado
O AVA é divido em tópicos. No tópico 1 (figura 12) encontram-se as boas
vindas e o objetivo do projeto. Caso o usuário tenha interesse em saber mais
detalhes, há um link para um texto no qual os objetos de aprendizagem são
definidos de maneira clara e objetiva, assim como exemplos de onde os objetos
de aprendizagem que serão mostrados poderão ser utilizados. Posteriormente é
informado como será a participação do profissional no processo de avaliação.
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Figura 12. Tela do tópico 1 do AVA
No tópico 2 encontra-se a pré-avaliação, no qual é explicado todo o
processo de aquisição de dados, onde o pediatra irá mensurar seu grau de
compreensão (conforme já foi descrito no tópico de avaliação) seguido das
perguntas (figura 13).
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Figura 13. Tela do tópico 2 do AVA
Após a realização da pré-avaliação, os objetos de aprendizagem eram
liberados para serem visualizados no tópico 3 do AVA, conforme pode ser visto na
figura 14. O objeto de aprendizagem em vídeo do módulo 1 (craniossinostose) foi
oferecido em 2 qualidades gráficas: uma de qualidade excelente e outra de
qualidade boa. Isto se deve ao fato da velocidade da Internet variar de acordo com
a banda larga de cada usuário. De qualquer forma, a qualidade disponibilizada
ainda era boa, de maneira que não comprometeu o grau de compreensão dos
pediatras.
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Figura 14. Tela do tópico 3 do AVA
E por fim, no tópico 4 encontra-se a pós-avaliação que contém a mesma
estrutura com as mesmas perguntas da pré-avaliação.
5. RESULTADOS
Após o desenvolvimento dos objetos de aprendizagem, têm-se como
resultados animações tridimensionais de alta qualidade demonstrando, no caso do
módulo das deformações no crânio e na mandíbula, a variação de uma cabeça
considerada perfeita às dismorfologias. No caso do MPS VI, é possível visualizar o
processo que ocorre nas células dos órgãos internos de um indivíduo durante
terapia de reposição enzimática.
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Na figura 15 é possível observar um exemplo da seqüência de imagens de
uma animação que demonstra o crescimento da cabeça de um indivíduo portador
da Escafocefalia.
Na figura 15A e 15B observa-se a indicação da sutura que está relacionada
a esta craniossinostose e uma breve descrição. Na figura 15C, é possível observar
uma cabeça tridimensional considerada normal na visão superior e de perfil. Já na
figura 15D, observam-se setas em vermelho que indicam onde ocorrerá a
deformação no crânio. E finalmente na figura 15E visualiza-se uma cabeça com a
dismorfologia.
Figura 15. (A e B) Indicação da sutura. (C) Cabeça 3D considerada normal. (D) Indicação de
onde ocorrerá a deformação. (E) Cabeça 3D final com a escafocefalia
Conforme informado anteriormente, esta metodologia de indicar a sutura,
definir o conceito e mostrar onde ocorrerá a deformação foi adotada para todas as
craniossinostoses, como podem ser visualizadas nas figuras 16, 17, 18, 19 e 20
abaixo.
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Figura 20. Animação da Oxicefalia
A figura 21 mostra um exemplo de telas de rotação da cabeça em 3D de um
indivíduo portador da Plagiocefalia. Nesse objeto de aprendizagem é possível a
interação do profissional, visto que através das setas do teclado consegue-se
visualizar a cabeça tridimensional em 360º.
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Figura 21. Telas com imagens da rotação da cabeça 3D (Plagiocefalia)
Na figura 22 é possível observar a seqüência de imagens de uma animação
que demonstra um indivíduo portador da micrognatia.
Figura 22. (A) Indicação das medidas lineares de uma mandíbula considerada
normal. (B) Indicação de onde ocorrerá a deformação. (C) Cabeça 3D final com a micrognatia
e informações adicionais sobre esta dismorfologia.
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Devido a criação dos roteiros, as deformações na mandíbula seguem uma
mesma metodologia, isso significa que a animação da macrognatia é mostrada
seguindo o mesmo esquema da micrognatia, como pode ser visualizada na figura
23 abaixo.
Figura 23. Animação da Macrognatia
Na figura 24 é possível visualizar as etapas do objeto de aprendizagem que
abordam a terapia de reposição enzimática para portadores de MPS VI.
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Figura 24. (A) Indicação da infusão da enzima no paciente. (B) Enzima na corrente
sanguínea. (C) Indicação de uma célula. (D) Indicação da representação do lisossomo. (E)
Visualização do acúmulo de GAG’s. (F) Atuação da galsufase degradando os GAG’s. (G)
Visualização das células afetadas dentro do fígado. (H) Paciente com protrusão abdominal.
(I) Abdômen do paciente volta ao normal após a TRE.
No processo de avaliação com o grupo 1 foram aplicados apenas os
módulos 1, 2 e 3. O grupo 1 foi composto de vinte e sete pediatras que
responderam as questões de auto-percepção.
Para os resultados obtidos antes e depois da aplicação dos objetos de
aprendizagem foi avaliada a condição de normalidade pelo teste de Shapiro-Wilks,
com um nível de significância de 5%.
Os resultados obtidos antes e depois da aplicação dos objetos de
aprendizagem do módulo 1, 2 e 3 foram expressos por médias, valores mínimos,
valores máximos e desvios padrões, conforme tabela 2, 3 e 4, respectivamente.
Tabela 2 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 1 antes e depois da aplicação
do Módulo 1 (Craniossinostose)
Variáveis Média Valor Mínimo
Valor Máximo Desvio Padrão
Antes 2,62 0,00 7,14 2,14
Depois 6,44 1,93 9,86 1,96
Diferença (depois - antes) 3,81 0,71 7,71 1,82
Teste t de Student (p < 0,001)
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Tabela 3 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 1 antes e depois da aplicação
do Módulo 2 (Micrognatia)
Variáveis Média Valor Mínimo
Valor Máximo Desvio Padrão
Antes 3,50 0,00 9,71 2,43
Depois 6,67 1,07 9,86 1,90
Diferença (depois - antes) 3,17 0,07 7,64 2,07
Teste t de Student (p < 0,001)
Tabela 4 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 1 antes e depois da aplicação
do Módulo 3 (Macrognatia)
Variáveis Média Valor Mínimo
Valor Máximo Desvio Padrão
Antes 3,06 0,00 9,50 2,32
Depois 6,71 0,93 9,86 1,92
Diferença (depois - antes) 3,65 0,07 7,71 2,04
Teste t de Student (p < 0,001)
Para a avaliação do efeito da aplicação dos objetos de aprendizagem sobre
os valores obtidos pelos pediatras, foi usado o teste t de Student para amostras
pareadas com nível de significância de 5% (�=0,05). O valor obtido nas três
situações foi de p<0,001.
Os gráficos 1, 2 e 3 ilustram as médias com base nos dados das tabelas 2,
3 e 4 respectivamente. Nas três situações é possível observar o distanciamento
entre as médias antes e após a aplicação dos objetos de aprendizagem.
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Gráfico 1. Informações estatísticas com base nos dados da tabela 2
Gráfico 2. Informações estatísticas com base nos dados da tabela 3
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Gráfico 3. Informações estatísticas com base nos dados da tabela 4
Para esses mesmos três módulos foi realizada a avaliação com o grupo 2,
para que classificassem os objetos de aprendizagem em questão. Por se tratar de
um grupo restrito, com poucos profissionais especializados em todo o país e de
difícil acesso, esta avaliação foi realizada com cinco profissionais especializados
em genética médica. Levando em consideração a distribuição da classificação
informada anteriormente no tópico Avaliação, os dados obtidos seguem
relacionados na tabela 5.
Tabela 5 - Dados estatísticos obtidos com o grupo 2 na classificação dos
Módulos 1, 2 e 3
Participante Valor Classificação
1 9,00 Excelente
2 8,21 Muito Bom
3 9,07 Excelente
4 9,00 Excelente
5 8,57 Muito Bom
Média 8,77 Muito Bom
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Para o módulo 4, por se tratar de um assunto bastante específico da
genética, foi necessário realizar a avaliação apenas com os médicos e biólogos
especializados em genética médica. Dez desses profissionais classificaram o
módulo 4 seguindo as mesmas formas de avaliação dos módulos anteriores, como
pode ser conferido na tabela 6.
Tabela 6- Dados estatísticos obtidos com o grupo 2 na
classificação do Módulo 4 (MPS VI)
Participante Valor Classificação
1 9,79 Excelente
2 9,29 Excelente
3 9,64 Excelente
4 8,64 Muito Bom
5 8,79 Muito Bom
6 9,14 Excelente
7 9,93 Excelente
8 9,07 Excelente
9 9,36 Excelente
10 8,71 Muito Bom
Média 9,24 Excelente�
6. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Observando a tabela 2 (pág. 51) e o gráfico 1 (pág. 53) evidencia-se a
grande diferença entre as médias da quantificação da percepção antes e depois
da aplicação dos objetos de aprendizagem. Esta mesma ressalva pode ser
visualizada nas tabelas 3 e 4 (pág. 52) e seus respectivos gráficos 2 e 3 (pág. 53 e
54).
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A condição de normalidade destes resultados obtidos antes e depois da
aplicação dos objetos de aprendizagem foi confirmada pelo teste de Shapiro-
Wilks, no qual os resultados permitem aceitar que distribuição de probabilidade
adequa-se a uma distribuição Gaussiana, com um nível de significância de 5%.
Ainda para as três análises realizadas com o grupo 1, o teste t de Student
permite afirmar que as médias das diferenças entre os valores das avaliações
depois e antes da aplicação dos objetos de aprendizagem são maiores que zero,
levando em consideração um nível de significância de 5% (�=0,05). O valor de
p<0,05 indica significância estatística, o que permite rejeitar H0, garantindo um
aumento da compreensão sobre as dismorfologias abordadas nos três módulos.
Na avaliação dos módulos 1, 2 e 3 realizada com o grupo 2 é possível
observar que todos os profissionais especialistas envolvidos classificaram os
objetos de aprendizagem como uma ferramenta Muito Boa ou Excelente, obtendo
através da média, uma classificação final de Muito Bom. Na avaliação do módulo 4
observa-se a mesma situação, diferenciando-se pela média obtida que acarretou
numa classificação de Excelente objeto de aprendizagem.
7. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS
As analises estatísticas mostram que houve uma melhora significativa no
nível de compreensão dos pediatras sobre as dismorfologias, como resultado da
utilização de objetos de aprendizagem 3D.
As classificações realizadas a partir dos valores médios resultantes da
quantificação da avaliação realizada por profissionais especialistas em genética
humana também permitem afirmar que a utilização de objetos de aprendizagem
3D são de muito boa qualidade para uma imersão rápida no estudo das
dismorfologias.
Levando em consideração os objetivos traçados, os resultados obtidos e as
análises realizadas, é possível afirmar que os objetos de aprendizagem 3D foram
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de grande valia no estudo das dismorfologias, considerando a forma multimídica
de processamento da informação na construção do conhecimento.
Esta forma de processamento da informação na construção do
conhecimento do conhecimento sobre as dismorfologias deve estar voltada para
profissionais de saúde em níveis de atenção primária, visto que representam uma
porta de entrada no sistema de atendimento e necessitam de uma compreensão
abrangente sobre o tema, porém sem grande profundidade.
A identificação de indivíduos atípicos no estudo da correlação genótipo-
fenótipo não pode ter êxito sem a participação dos profissionais de saúde que têm
o contato inicial com os pacientes, de forma que sejam capazes de identificar
pacientes afetados através de uma análise de detecção das dismorfologias
(Hammond, 2007). Ressaltando que após essa identificação é de grande
relevância que o paciente seja encaminhado a um geneticista.
A quantidade de deformações existentes é muito grande, de modo que os
profissionais de saúde que não são especialistas na área da genética, sentem
dificuldade na análise das dismorfologias. Portanto, é possível concluir que
modelos tridimensionais de morfologia facial que sejam intuitivos, interativos e de
fácil entendimento são capazes de auxiliar os pediatras no processo de aquisição
de compreensão, em uma imersão rápida sobre as dismorfologias.
Além da sua aplicação junto a profissionais de saúde e estudantes de
genética, durante a fase de desenvolvimento e avaliações ficou evidenciado
também que a utilização de objetos de aprendizagem 3D, tal como o do módulo 4,
podem ser aplicados também junto a familiares de pacientes portadores da MPS
VI, como forma a auxiliá-los no entendimento da doença e do processo da terapia
de reposição enzimática.
Como trabalhos futuros têm-se como objetivos a complementação do
módulo 4, desenvolvendo objetos de aprendizagem que mostrem o funcionamento
das células em um portador de MPS VI que ainda não tenha sido submetido à
TRE, assim como mostrar o funcionamento das células normais. Pretende-se
também a criação de novos objetos de aprendizagem que contemplem outras
dismorfologias da face.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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craniofacial anomalies. Geneva: World Health Organization; 2002. p. 54 -66.
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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_____________________ (nome do sujeito da pesquisa, nacionalidade, idade,
estado civil, profissão, endereço), RG nº ___________________ estou sendo
convidado a participar de um estudo denominado: “Objetos de aprendizagem baseados
em dismorfologias craniofaciais” , cujos objetivos são: Criar e avaliar objetos de
aprendizagem utilizando imagens tridimensionais no estudo da detecção de
dismorfologias craniofaciais.
Minha participação nesta pesquisa é voluntária e consistirá exclusivamente em
responder perguntas com conteúdos voltados para dismorfologias craniofaciais. Fui
informado que as minhas respostas serão utilizadas exclusivamente para avaliar a
eficácia dos objetos de aprendizagem.
Pelas informações recebidas, estou ciente de que os resultados da avaliação no
processo serão utilizados exclusivamente no projeto de pesquisa com a finalidade de
avaliar o impacto dos objetos de aprendizagem aplicados. Nenhum resultado de
desempenho pessoal será publicado.
Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou
qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será
mantido em sigilo. A elaboração final dos dados será feita de maneira codificada,
respeitando o imperativo ético da confidencialidade.
Estão garantidas todas as informações que eu queira saber antes, durante e
depois do estudo. Estou ciente também que posso me recusar a participar do estudo, ou
retirar meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, nem sofrer
qualquer dano.
Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Bianca Carneiro Ribeiro
(RG: 6344788 / SPPPE) sob orientação do Prof Dr. Guilherme Vilar (RG: 194447/ SSPPB)
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e com eles poderei manter contato pelos telefones 41-8866.3018; 41-9989.0074
respectivamente.
Li, portanto, este termo, e fui orientado quanto ao teor da pesquisa acima
mencionada e compreendi a natureza e o objetivo do estudo do qual fui convidado a
participar. Concordo, voluntariamente em participar desta pesquisa, sabendo que não
receberei nem pagarei nenhum valor econômico por minha participação.
Data: ______/______/_______
__________________________ _________________________
Nome do sujeito da pesquisa Assinatura do sujeito da pesquisa
__________________________ _________________________
Nome do pesquisador responsável Assinatura do pesquisador responsável
Bianca Carneiro Ribeiro
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APÊNDICE B - ROTEIRO
PLANEJAMANTO PARA DESENVOLVIMENTO DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM
Nome:
Processo celular da MPS VI
Tema:
Terapia de reposição enzimática
Duração:
1 minuto
Justificativa:
Aprimorar o entendimento do processo celular da MPS VI através de
material visual didático.
Problema:
Aproximar o aluno da realidade que ocorre no processo de terapia de
reposição enzimática.
Mensagem:
Ensinar de maneira menos abstrata como ocorre o processo da terapia de
reposição enzimática da MPS VI.
Objetivo geral:
Desenvolver um objeto de aprendizagem que permita a visualização do
processo da terapia de reposição enzimática nas células dos órgãos internos
atingidos pela MPS VI.
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Objetivos específicos:
- Mostrar a enzima atuando na célula e a diminuição dos lisossomos;
- Mostrar a diminuição da célula e do órgão como conseqüência do
processo da terapia enzimática;
- Mostrar a modificação que ocorre externamente no indivíduo;
Descrição:
O vídeo deverá conter os seguintes “personagens”:
- Células (lisossomos, núcleo);
- Enzima;
- Fígado;
- Barriga do indivíduo.
Deverá ser chamada a atenção para os lisossomos já com tamanho grande,
assim como dar enfoque na relação do tamanho inicial do lisossomo para o
tamanho final do mesmo. É importante indicar que o aparecimento da enzima na
célula é feito através de infusão.
Após a visualização do vídeo, o aluno deverá ter condições de descrever
contextualmente como ocorre todo o processo da terapia de reposição enzimática.
Metodologia:
- Ferramentas a serem utilizadas: 3D Studio, ZBrush, Photoshop, Roxio
Easy Media Creator.
- Técnica de modelagem utilizada: modelagem de forma livre e modelagem
por derivação.
- Técnica de animação: interpolação de quadro chaves
Resultados Esperados:
Compreensão menos abstrata e mais clara do processo de terapia da
reposição enzimática nas células dos órgãos de um indivíduo portador de MPS,
sendo capaz de visualizar o que esta terapia ocasiona interna e externamente
neste indivíduo.
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Avaliação:
Será avaliado por médicos e biólogos com formação específica em genética
humana que irão classificar os objetos de aprendizagem de forma quali-
quantitativa, variando de “Péssimo” a “Excelente”.
1. ROTEIRO
Roteiro – Vídeo tratamento de
reposição enzimática
Seq 1. Visualização da Célula
1. Visualização da célula com os lisossomos já grandes�
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2. Câmera foca em um lisossomo
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Seq 2. Infusão da enzima
3. Lisossomo fica transparente e mostra detalhes dentro do lisossomo
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4. Aparece a enzima vindo de fora da célula (representando a infusão)
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5. Os detalhes dentro do lisossomo começam a diminuir
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6. Lisossomo deixa de ser transparente (volta a textura normal)
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Seq 3. Diminuição da Célula e
do Lisossomo
7. A célula e os lisossomos começam a diminuir
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8. Câmera afasta e mostra várias outras células iguais
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Seq 4. O órgão interno
9. Câmera se afasta e mostra as células dentro do fígado (fígado já grande e transparente)
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10. O fígado deixa de ser transparente
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11. Fígado começa a desinchar Imagem do fígado acima, porém
menor.�
Seq 5. Aparência externa
12. Barriga do indivíduo aparece (transparente)
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APÊNDICE C – AVALIAÇÃO COM OS PEDIATRAS
PROCESSO DE PRÉ-AVALIAÇÃO: DISMORFOLOGIAS
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Perguntas
1. Qual o seu grau de compreensão sobre as craniossinostoses?
2. Qual o seu grau de compreensão sobre a micrognatia?
3. Qual o seu grau de compreensão sobre a macrognatia?
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PROCESSO DE PÓS-AVALIAÇÃO: DISMORFOLOGIAS
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Perguntas
1. E agora, qual o seu grau de compreensão sobre as
craniossinostoses?
2. Qual o seu grau de compreensão sobre a micrognatia?
3. Qual o seu grau de compreensão sobre a macrognatia?
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APÊNDICE D - AVALIAÇÃO COM OS ESPECIALISTAS
PROCESSO DE AVALIAÇÃO: OBJETOS DE APRENDIZAGEM
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Perguntas
1. Levando em consideração o objetivo do projeto, como você
classifica os objetos de aprendizagem?
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2. Críticas e/ou Sugestões:
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