PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo...

193
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC-SP EDITH FERREIRA DE SOUZA OLIVEIRA Inovação tecnológica em saúde uma visão nas últimas duas décadas DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS SÃO PAULO 2014

Transcript of PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo...

Page 1: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC-SP

EDITH FERREIRA DE SOUZA OLIVEIRA

Inovação tecnológica em saúde uma visão nas

últimas duas décadas

DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

SÃO PAULO

2014

Page 2: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

EDITH FERREIRA DE SOUZA OLIVEIRA

Inovação tecnológica em saúde uma visão nas

últimas duas décadas

DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

Tese apresentada à Banca Examinadora da

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,

como exigência parcial para obtenção do título de

Doutor em Ciências Sociais, sob a orientação da

Prof.ª Dr.ª Maria Helena Vilas Boas

SÃO PAULO

2014

Page 3: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Ficha Catalográfica

Palavras-chave:

Autorizo, exclusivamente, para fins acadêmicos e científicos, a reprodução

total ou parcial desta tese por processos fotocopiadores ou eletrônicos.

Oliveira. Edith F.S

Inovação tecnológica em saúde uma visão nas últimas duas décadas

Edith FS oliveira – São Paulo, 2014.

XI, 133 f

Tese (Doutorado) – Pontífice Universidade Católica de São Paulo. Pós graduação em Ciências Sociais

Título em Inglês: tecnology inovation in halth in the last decades

Palavras chave Avanço tecnológico – Inovação – Conservação –

Tecnologia – Manutenção – Equipamentos - Gerenciamento

Page 4: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Tese defendida e aprovada em ___ / ___ / ___

Banca Examinadora

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

______________________________________

Page 5: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus o Senhor e Salvador Jesus Cristo por ter me conduzido até o final deste trabalho, me orientando me dando saúde e paz para continuar sem desanimar, pois o caminho é longo e cheio de dificuldades.

Quando nos momentos mais difíceis, inclinei a minha cabeça e pedi para que

ele me ajudasse, tenho certeza que nesses momentos que pareciam não ter fim l ele esteve perto de mim e por isso cheguei até aqui...

A minha querida orientadora, Prof.ª Dr.ª Maria Helena Vilas Boas, por me

aceitar como sua orientanda, por sua paciência e prontidão em me mostrar todo o caminho que eu precisaria percorrer. Por nunca ter deixado de atender os meus telefonemas, às vezes até em momentos não tão oportunos, mas lá estava ela com o seu sorriso e boa vontade para me atender.

A querida professora Elizabeth Mercadante que sempre se colocou a minha

disposição. Muito obrigada; jamais esquecerei a sua boa vontade misturada com tanto conhecimento.

Ao meu querido irmão Elias, pelo apoio, companheirismo e seus

ensinamentos de informática. Agradeço a minha querida filha pela sua paciência e compreensão em ter

ficado muitas vezes sem a minha companhia, enquanto eu pesquisava, ou estava no computador, ou mesmo realizando alguma atividade relacionada ao trabalho em evidência.

Ao meu genro Jeferson, pelo carinho com a minha filha e atenção dispensada

à minha pessoa. A minha família em especial o meu pai por estar sempre por perto, para saber

se tudo estava correndo bem.

As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e Amélia por suas colaborações no sistema de informática, além da compreensão

com o tempo que precisei sair mais cedo ou chegar mais tarde no trabalho.

In Memória

Professor Dr José Roberto Domingues

Page 6: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

PENSAMENTO/AUTOR

“A Palavra do sábio torna o conhecimento atraente”

Prov. 13. V. 20

“O Conhecimento faz desabrochar nossas aspirações e pode se tornar o

guia da alma”

Will Duran

“Somente as ideias que são realmente nossas podem ser expressas

adequadamente em palavras”

Henri Bergson

Page 7: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Sumário

LISTA DE ABREVIATURAS

LISTA DE FIGURAS

RESUMO

ABSTRACT

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1 .................................................................................................................... 1

1.1. Influência para a Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde.............................. 2

1.2. Fundamentação Teórica das Inovações Tecnológicas em Saúde no Brasil....... 4

CAPÍTULO 2 .. ................................................................................................................. 14

2.1. Inovação e Tecnologia em Saúde: uma Visão nas Últimas Duas Décadas........ 15

2.2. Conceitos e Dimensões de Tecnologia................................................................ 18

2.3. Regulamentação e Avaliação do Setor Saúde..................................................... 33

2.4. Objetivos............................................................................................................... 39

2.5. Justificativa........................................................................................................... 40

2.6. Problemas Identificados e Hipóteses de Trabalho.............................................. 43

CAPÍTULO 3 .................................................................................................................... 47

3.1. As Unidades Hospitalares.................................................................................... 48

3.2. A Industrialização e a Tecnologia........................................................................ 51

3.3. Problematização.................................................................................................. 56

CAPÍTULO 4 ................................................................................................................... 60

4.1. Caminho Metodológico........................................................................................ 61

4.2. Pesquisa Exploratória.......................................................................................... 61

4.3. Entrevistas........................................................................................................... 62

4.4. Abordagem........................................................................................................... 64

4.5. Procedimentos...................................................................................................... 65

4.6. Questões do Questionário.................................................................................... 67

4.6.1. Procedimentos................................................................................................ 72

4.7. Casuística............................................................................................................. 73

4.8. Análise Estatística................................................................................................ 74

4.9. Complementação Metodológica........................................................................... 75

CAPÍTULO 5 ................................................................................................................... 80

5.1. Resultados............................................................................................................ 81

5.1.1. Caracterização da Amostra........................................................................... 81

5.1.2. Distribuição da Amostra Quanto ao Número de Empregos.......................... 82

5.1.3. Contribuição da Tecnologia para Desenvolvimento do Trabalhador............. 84

Page 8: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

5.1.4. Contribuição da Tecnologia para a Recuperação da Saúde do Paciente..... 87

5.1.5. Critérios Utilizados para Aquisição de Novas Tecnologias na Área

Hospitalar......................................................................................................

89

5.1.6. Opinião dos Participantes sobre Sucateamento e Desperdício de

Investimento com Equipamentos de Tecnologia Avançada...........................

91

5.1.7. Contínuo Aperfeiçoamento no Setor Tecnológico (Figura 7)......................... 93

5.1.8. Necessidade de um Contínuo Aperfeiçoamento no Setor Tecnológico

(Figura 8)........................................................................................................

95

5.1.9. Contínuo Aperfeiçoamento no Setor Tecnológico (Figura 9)........................ 97

5.1.10. Treinamento de Pessoal (Figura 10)............................................................ 99

5.1.11. Opinião dos Entrevistados Sobre o Gerenciamento de Armazenamento,

Instalação, Operação e Manutenção de Equipamentos...............................

102

5.1.12. Fatores Determinantes para o Investimento em Inovação Tecnológica da

Saúde............................................................................................................

104

5.1.13. Importância do Gerenciamento de Recursos Tecnológicos para uma

Maior Vida Útil (Figura 13)...........................................................................

108

5.1.14. Que tipos de Equipamentos são mais Usados em Termos de Tecnologia

da Saúde? (Figura 14).................................................................................

111

5.1.15. O que Envolve o Processo de Compra dos Equipamentos Tecnológicos?

(Figura 15)....................................................................................................

113

5.1.16. Processo de Descarte de Equipamentos..................................................... 115

5.1.17. Possibilidade do Uso Inadequado de Equipamentos................................... 118

5.1.18. Uso dos Equipamentos Adquiridos............................................................... 120

5.1.19. Processo de Sucateamento dos Aparelhos.................................................. 122

5.2. Discussão............................................................................................................. 124

5.2.1. Inovação e Tecnologia Chave para o Sucateamento..................................... 124

5.2.2. Manutenção Chave para o não Sucateamento.............................................. 140

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 146

BIBLIOGRAFIA................................................................................................................ 149

ANEXOS

Page 9: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

LISTA DE ABREVIATURAS

ABM= Associação Brasileira de Manutenção

AIDS= Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

ANPPS= Agencia Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde

ANS= Agencia Nacional de Saúde

ANVISA= Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

ATS= Avaliação Tecnológica em Saúde

AVC= Acidente Vascular Cerebral

BIREME= biblioteca regional de medicina

CADTH= Canadian Agency for Drugs and in Health

CCTI= Conselho de Ciência Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde

CITEC= Comissão para Incorporação de Tecnologia

CONASEMS= Conselho Nacional da Secretária de Saúde

CONASS= Conselho Nacional de Secretária da Saúde

CONEP= Conselho Nacional de Saúde na Comissão de ÉTICA e Pesquisa

CTI= Ciência Tecnologia e Inovação

CTIS= Ciência Tecnologia e Inovação na Saúde

DECIT= Departamento de Ciências e Tecnologia

EAS= Engenharia Clinica de Assistência a Saúde

EMH= Equipamentos Médicos Hospitalares

FIESP = Federação das Industrias do Estado de São Paulo.

GEMH= Gestão de Equipamentos Médico Hospitalar

IBGE= Instituto Nacional de Geografia e Estatística

ITS= Instituto de Tecnologia da Saúde

LRF = Lei de Responsabilidade Fiscal

MCT= Ministério da Ciência e Tecnologia

MEC= Ministério da Educação e Cultura

MIT= Instituto de Tecnologia de Massachusetts

NCCHTA= National Coordinating Centre for Health Tecnology Assessment

NIH= National Institutes of Health

Page 10: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

OMS= Organização Mundial da Saúde

OPAS= Organização Pan – Americano da Saúde

PCTIS= Política de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde

PCTS= Pesquisa Cientifica e Tecnologia em Saúde

PIBIC= Programa Institucional de Bolsas e Iniciação Cientifica

PNCTI= Política Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação

PNCTIS= Política Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde

PNGTS= Política Nacional de Gestão e Tecnologia em Saúde

PNS= Política Nacional de Saúde

PS= Pronto Socorro

RNM= Ressonância Nuclear Magnética

RX= Raio X

SAS= Secretária de Atenção a Saúde

SCTIE= Secretaria da Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos

SUS= Sistema Único de Saúde

Page 11: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Distribuição da amostra conforme a ocupação profissional............................ 81

Figura 2 – Distribuição da amostra conforme o número de empregos que trabalhavam os entrevistados.........................................................................................

83

Figura 3 - Opinião dos entrevistados sobre a contribuição da tecnologia para o desenvolvimento intelectual do indivíduo que trabalha diretamente com o equipamento. Podemos observar através da estatística que a tecnologia traz grande contribuição para o desenvolvimento intelectual daqueles que estão diretamente envolvidos com a mesma................................................................................................

85

Figura 4 – Opinião dos entrevistados sobre a contribuição da tecnologia para recuperação da saúde....................................................................................................

87

Figura 5 - Opinião dos entrevistados sobre os critérios para aquisição de novos equipamentos tecnológicos.............................................................................................

89

Figura 6 - Opinião dos entrevistados sobre sucateamento e desperdício de investimento em equipamento de tecnologia avançada.................................................

92

Figura 7 – opinião dos entrevistados sobre o programa de aperfeiçoamento tecnológico nas unidades de saúde. Verificou-se que 94% dos entrevistados responderam esta questão.............................................................................................

93

Figura 8 – Opinião dos entrevistados de como avaliar a necessidade de um continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico............................................................................

96

Figura 9 – Avaliação dos entrevistados sobre o aperfeiçoamento no setor tecnológico. Observou-se que 96% dos entrevistados responderam esta questão e todos os itens foram respondidos...................................................................................

98

Figura 10 – Avaliação dos entrevistados sobre as estratégias de gerenciamento de equipamentos. Notou-se que 100% dos entrevistados responderam esta questão, também houve respostas para todos os itens da questão............................................

100

Figura 11 – Avaliação dos entrevistados sobre o gerenciamento de armazenamento, instalação, operação e manutenção de equipamentos..................................................

103

Figura 12 – Avaliação dos entrevistados sobre os fatores que determinam o investimento em tecnologia nos serviços de saúde........................................................

105

Figura 13 – Avaliação dos entrevistados sobre a importância do gerenciamento dos equipamentos para uma maior vida útil..........................................................................

108

Figura 14 – Avaliação dos entrevistados sobre o uso de equipamentos em serviços de saúde.........................................................................................................................

111

Figura 15 – Opinião dos entrevistados sobre o processo de aquisição de equipamentos tecnológicos. Observou-se que 100% dos entrevistados responderam esta questão e que não houve resposta para o item da questão: Aleatoriamente.........

113

Figura 16 – opinião dos entrevistados sobre o processo de descarte de equipamentos..................................................................................................................

116

Page 12: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Figura 17 – Avaliação dos entrevistados sobre a possibilidade do uso inadequado de equipamentos. Observou-se que 100% dos entrevistados responderam esta questão e que não houve respostas para os itens da questão: Não existe e Desconheço.........

118

Figura 18 – avaliação dos entrevistados sobre o uso dos equipamentos adquiridos..... 120

Figura 19 – avaliação dos entrevistados sobre o processo de sucateamento dos aparelhos.........................................................................................................................

122

Page 13: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

RESUMO

Objetivos: Determinamos os fatores que envolvem a inovação tecnológica

na área da saúde, assim como a aquisição, manutenção e conservação

desses equipamentos, avaliando se a sua aquisição está relacionada com o

sucateamento e descarte destes equipamentos. Método: Gradativamente

desenvolveu-se esse estudo, com uma amostra de vinte e quatro

profissionais de nível de instrução diferente, e área de formação também

diferentes; mas que desenvolviam suas atividades em uma mesma unidade

do ambiente hospitalar. Dos nossos entrevistados 60% trabalhavam em

duas empresas, e 40% apenas em uma empresa. Foi realizada uma

entrevista escrita com possibilidade de comentários após a realização da

mesma. Esses comentários relacionado as respostas das questões foram

gravados e depois analisados sendo acrescentados aos resultados das

entrevistas e os dados obtidos foram tabulados e expressos em

porcentagens. Resultados: Concluiu-se que 54% dos entrevistados

afirmaram que a tecnologia tem contribuído na recuperação da saúde das

pessoas e daí decorre a necessidade de gerenciamento dessa tecnologia e

de um contínuo aperfeiçoamento no setor tecnológico, que precisa de

investimento para aquisição de novas tecnologias e para sua manutenção e

conservação. O estudo revelou que os equipamentos são descartados em

sua maioria quando o conserto dos mesmos se torna mais caro do que a

compra de novos equipamentos. Também se observou que o uso

inadequado destes é frequente e nem sempre todos os equipamentos

adquiridos são utilizados, possibilitando assim um amontoamento de

equipamentos que sem o devido uso e cuidado adequado, tornam -os

rapidamente sucateados. Conclusão: Diante destes resultados, podemos

concluir que a tecnologia contribui para a melhoria da saúde das pessoas,

mas é preciso reconhecer que além da aquisição de equipamentos

tecnologicamente sofisticados é necessária a capacitação profissional, para

o uso correto e para a sua manutenção e conservação, para que os mesmos

tenham maior vida útil, evitando assim a duplicidade de despesas,

indisponibilidade de equipamentos importantes e aquisição de equipamentos

sem a correspondente capacitação de pessoal.

Palavras-Chaves: Avanço tecnológico – Inovação – Conservação –

Tecnologia – Manutenção – Equipamentos - Gerenciamento

Page 14: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

ABSTRACT

Objectives: Determine the factors related to technological innovation in the

area of health, as well as the acquisition, maintenance and repair of such

equipment, assessing whether its acquisition is related to the scrapping and

disposal of this equipment. Method: Gradually developed in this study, with a

sample of twenty –four professionals with different level of education and

their areas of training were different but also developed its activities in a

single hospital. With 60% of respondents worked and two companies and

only 40% worked in a company an interview was conducted with the

possibility of written comments after the meeting is held. This comment

related answers of the questions were recorded and then analyzed to join the

sample results. The worked out the method of organization and tabulation of

the data, which were expressed in percentages. Results: Concludes that

54% of respondents said that technology has contributed in the recovery of

the health of people and therefore there is a need for management of this

technology and a continuous improvement in the technological sector, which

needs investment to acquire new technologies and their maintenance and

upkeep. During the study it was found that the equipment are mostly

discarded when the repair thereof become more expensive than buying new

equipment. Also noted that the inappropriate use of such equipment are

frequent and not always all equipment purchased are used, allowing a bunch

of equipment without proper use and proper care, makes them quickly

scrapped. Conclusion: Given these results, we conclude that the technology

contributes to the improvement of peoples health, but we must recognize that

in addition to the acquisition of the equipment is necessary professional

training for the proper use of the equipment and for its maintenance and

conservation so that these serve for use throughout its useful life.

Keywords: Technological advancement – innovation – conservation –

technology – management – maintenance – equipment -

Page 15: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

INTRODUÇÃO

Page 16: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

II

INTRODUÇÃO

Nas últimas duas décadas os profissionais da saúde tem vivido

grandes mudanças na área intra-hospitalar, relacionadas às invenções e

inovações tecnológicas, assim como do sucateamento dos equipamentos

observado e relatado através da mídia estudos e pesquisas na área da

saúde. No entanto, vê-se que os avanços tecnológicos nem sempre vem ao

encontro da demanda do atendimento à população que procura por

assistência médica e que de forma concreta, necessita desta tecnologia.

Temos visto através da mídia e relatos da população sobre as deficiências

dos hospitais e unidades básicas de saúde da capital de São Paulo, que não

conseguem atender as demanda das necessidades de saúde da população

paulistana bastando observar os hospitais, postos de saúde, clínicas, UBS,

da capital.

Embora este trabalho destina-se a estudar esse problema em apenas

um hospital escola de referencia internacional da capital de São Paulo, é

evidente que estas queixas e relatos podem ocorrer também em outros

serviços de saúde, tanto na periferia da capital como na parte central da

grande metrópole. Em nossos longos anos de trabalho como enfermeira

encontramos equipamentos de diferentes especialidades, variadas marcas e

tamanhos em meio aos corredores das áreas internas do hospital, assim

como vários outros objetos mobiliários como armários, televisões, cadeiras

nas áreas externas do hospital. Esses equipamentos ali sucateados ou

esquecidos poderiam estar contribuindo para melhorar e acelerar o

Page 17: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

III

atendimento à saúde daqueles que procuram esse serviço.

Observamos que além desses equipamentos e objetos não estarem

sendo usados para o seu devido fim, estavam também ocupando espaços

nestas áreas que poderiam servir para outras finalidades relacionadas ao

atendimento as pessoas. Ao observarmos estes equipamentos ou materiais,

certamente esquecidos naquelas áreas, fazemos os seguintes

questionamentos: Por que estão aqui? Teriam sido manipulados de forma

adequada? Seu tempo útil chegou ao fim? Profissionais estavam realmente

capacitados ou qualificados para o seu manuseio? São equipamentos

necessários para atender as especialidades desta instituição? Sua aquisição

estava fundamentada nas suas necessidades? Imagina-se que muitos

trabalhos de pesquisa foram desenvolvidos ao longo dos anos para

contribuir para as muitas e diversas invenções e inovações tecnológicas na

saúde. Gastam-se recursos financeiros em grande quantidade para se obter

novos equipamentos. Esse gasto de dinheiro acontece tanto na área de

criação e fabricação como no setor de consumo. Por isso este trabalho traz

um breve relato a respeito daquilo que existia no setor saúde, durante

algumas décadas passadas, e o que existe hoje para atender e melhorar a

saúde da nossa população.

Ao longo da nossa vivencia na área hospitalar há cerca de três

décadas, ou melhor, até o inicio da década de 80, os enfermeiros,

trabalhavam e prestavam assistência ao paciente, de forma estritamente

manual; todo e qualquer procedimento era desempenhado passo a passo

Page 18: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

IV

com apenas o toque das mãos. Hoje conta-se com alta tecnologia para

desempenhar varias técnicas de procedimentos necessários ao paciente,

como, por exemplo, a técnica de gotejamento de solução terapêutica

intravenosa utilizando o equipamento de bomba de infusão, que facilita a

infusão e controle do gota a gota ou ml por hora. Esse avanço tecnológico,

ou seja, o uso da bomba de infusão é capaz de infundir micro gotejamento

por hora, portanto, quantidades tão pequenas de solução, que a visão

humana seria incapaz de acompanhar contar ou medir de forma tão precisa.

Outra inovação tecnológica foi a criação dos cateteres ou dispositivos

intravenosos, há três décadas eram usadas apenas agulhas de metal para a

punção venosa. No entanto esses dispositivos intravenosos vêm com alta

tecnologia, compostos por dois ou mais lumens capazes de infundir na

corrente sanguínea varias substancias ao mesmo tempo sem que as

mesmas se misturem causando reações não esperadas ao paciente. Esses

mesmos dispositivos intravenosos são fabricados de material tão

especializado que o seu contato com a corrente sanguínea do paciente não

apresenta qualquer tipo de reação adversa à sua saúde. Anteriormente a

essa inovação era necessário fazer varias punções venosas no paciente

utilizando vários dispositivos, para obter o numero desejado de acesso

venoso, e assim infundir várias drogas ao mesmo tempo na corrente

sanguínea.

O avanço tecnológico na assistência de enfermagem e em geral na

assistência ao paciente na área hospitalar, não para por aí, contamos com

Page 19: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

V

aparelhos de ultrassonografia tanto para as punções venosas, como para

acompanhar o trajeto de cateteres nasogástrico, nasoenteral, vesical e

outros. Esses aparelhos são capazes de acompanhar o caminho de um vaso

sanguíneo e diferenciá-lo identificando se o mesmo é uma veia ou uma

artéria, facilitando assim o trabalho e desempenho das técnicas de punção

venosa e evitando maiores desconfortos para o paciente. Temos os

monitores para medir os parâmetros vitais do paciente, como a oximetria de

pulso, para ver o teor de oxigênio na corrente sanguínea, frequência

cardíaca, temperatura corporal, pressão arterial, e pulso/minuto. Nesses

parâmetros vitais alguns anos atrás gastávamos em media trinta minutos

para obter os, valores, hoje basta deixar ligado um só sensor em algum lugar

do corpo do paciente e imediatamente temos todos esses dados vitais,

facilitando assim o acompanhamento do estado de saúde da pessoa. Não

esquecer o aparelho de gasometria, que em 30 segundos em média dá o

resultado de uma gasometria, que é a mensuração da concentração de

gases e substâncias necessárias á manutenção da vida, expressa na

corrente sanguínea.

A informatização do prontuário é outro avanço tecnológico que tem

contribuído para facilitar e agilizar as anotações e relatos relacionados ao

estado geral do paciente. Com a utilização da informática, a equipe

multiprofissional tem mais tempo hábil para o atendimento ao paciente,

tempo que há alguns anos atrás era gasto para escrever e relatar

manualmente as informações, no prontuário do paciente. Essa tecnologia

Page 20: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

VI

vem inclusive facilitando o conhecimento do profissional em relação ao seu

paciente. Citando como exemplo as transferências de paciente de um estado

brasileiro para outro, antes mesmo que o paciente chegue ao hospital de

destino, o seu prontuário já chegou através dos meios da informática, e a

equipe multiprofissional já sabe exatamente a sua condição, o que está

tomando de medicamentos e quais são suas necessidades prioritárias em

relação a sua saúde. Isto tem facilitado e agilizado o atendimento ao

paciente principalmente em casos graves. A maca para transporte do

paciente, também desenvolvida com alta tecnologia, visando o

deslocamento do paciente de um lugar para outro, sem interrupção do

tratamento, com possibilidades de realização de exames para diagnósticos

de pacientes em condições criticas de saúde evitando assim manipulações

desnecessárias para aqueles com fraturas e patologias que requerem

mínima movimentação. É possível utilizar a maca como mesa de operação

(cirurgias rápidas) Esta foi desenvolvida com base em referencias de

ergonomia e funcionalidade. Os parâmetros e os instrumentos da maca são

resultado de exigências e da experiência clinica. Por isso é de fácil

manuseio, com dispositivos em ambos os lados, equipamentos com

amortecedores, suportes laterais e entrada de energia e bateria carregável.

Contamos ainda com a cama de banho para uso em paciente

impossibilitado de deambular. Usando este equipamento o paciente faz a

sua higienização corporal de forma adequada sem precisar de total auxilio

dos profissionais de saúde. Este equipamento é composto de ducha

Page 21: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

VII

automática com água aquecida, compatível com a temperatura corporal.

Dispositivo para manuseio lateral, dorsal e trendelemburg. Possui suporte

para os frascos de soluções venosas, evitando assim interrupções das

medicações durante a higienização corporal.

Todas estas invenções e aquisições trazem benefícios aos pacientes e

facilitam o trabalho da enfermagem, mas por outro lado exigem nova

qualificação dos profissionais devido à alta complexibilidade do trabalho.

O campo da Enfermagem vem trabalhando incansavelmente nas

ultimas duas décadas em busca, cada vez mais, do avanço tecnológico

capaz de agilizar suas atividades, melhorar a eficiência e tornar capacitados

e qualificados os seus profissionais distribuídos em três distintas categorias:

enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem, que

correspondem a diferentes graus e tipos de formação e de responsabilidade.

O esforço de qualificação e capacitação destes profissionais se faz em meio

á discussão de questões polêmicas geradas pelo chamado Ato Medico que

parece ir no sentido da desqualificação do trabalho do enfermeiro e do

impedimento da sua atuação legitima usando conhecimentos específicos da

profissão de enfermagem. Alguns exemplos são notórios, como as restrições

impostas pelo Ato Medico ao enfermeiro, para a implantação de cateteres

venosos centrais, com o argumento de ser este um procedimento exclusivo

do pessoal médico. Os enfermeiros, entretanto, consideram um grande

avanço da profissão, a invenção e a implantação deste material criado e

desenvolvido (por profissionais desta área) para beneficiar a saúde de

Page 22: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

VIII

pacientes hospitalizados1.

Vimos nos poucos exemplos apresentados nas páginas anteriores que

as inovações tecnológicas tiveram, de fato, um grande impacto no campo da

saúde e no trabalho dos seus profissionais. Os avanços científicos e

tecnológicos e suas consequentes inovações trazem soluções e colocam ao

mesmo tempo novos desafios para o campo da saúde.

De fato, ciência, tecnologia e inovação desempenham papel no

desenvolvimento econômico e social em âmbito mundial. Segundo Freeman,

seria impossível medir os benefícios da evolução do conhecimento para a

humanidade; podemos acrescentar que ao lado dos benefícios há

consequências muito menos auspiciosas. Por outro lado, a inovação é

essencial para o progresso econômico sendo, portanto, um elemento crÍtico

na luta competitiva das empresas e dos Estados nacionais. Mesmo que não

o desejemos não se pode hoje escapar do seu impacto na vida diária, nem

dos problemas morais, sociais, ambientais e menos ainda dos econômicos

que a tecnologia coloca (Freeman, 1997, p.1).

O desenvolvimento da ciência e da tecnologia e as inovações

tecnológicas influenciam, pois, diretamente na vida em sociedade gerando

consequentemente transformações na área da saúde, no meio ambiente, no

comportamento das pessoas e na vida de cada um. No que diz respeito à

1 O primeiro cateter central de inserção periférica foi criado em 1920 por uma enfermeira

Americana.

Page 23: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

IX

saúde, tema do interesse deste trabalho, as novas tecnologias tem impacto,

na prevenção, no diagnostico, no tratamento, na cura e na reabilitação das

pessoas, sem falar dos medicamentos e equipamentos.

Dada à amplitude dos usos do termo Tecnologia, a Portaria nº 2.

510/90/GM 19 de dezembro de 2005, definiu o que se considera tecnologia

em saúde. Segundo a Portaria, a tecnologia em saúde abrange:

medicamentos, materiais, equipamentos e procedimentos, sistemas

organizacionais, educacionais, de informações e suporte, de programas e de

protocolos assistenciais por meio dos quais a atenção e os cuidados com a

saúde são prestados á população.

Nota de rodapé: Trendelemburg é uma posição anatômica que eleva-

se os membros inferiores e abaixa-se o tronco. Muito utilizada em centro

cirúrgico. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 define o Estado como

responsável pela promoção e incentivo ao desenvolvimento cientifico e

tecnológico, competência que na área da saúde pertence ou é de

responsabilidade do SUS (Sistema Único de Saúde). Em decorrência disso

nos anos seguintes, foram criados alguns Departamentos entre os quais o

Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) em 2000 e em 2003 a

Secretária de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE); além da

realização da I Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde no

ano de 1994 e a II Conferência de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde

em 2004 e, recentemente a III Conferência de Ciência Tecnologia e Inovação

em Saúde. Na II Conferência de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde

Page 24: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

X

foi aprovada a Politica Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde

(PNCTIS) e a Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde

(ANPPS). A Politica Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde

(PNCTIS) foram aprovadas no Conselho Nacional de Saúde em 2004. Com

a atribuição de implantar a PNCTIS o Ministério da Saúde criou o Conselho

de Ciência Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde (CCTI/MS)

INSTITUIDO PELA Portaria nº 1.418 de 24 de julho de 2003, coordenado

pela Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) que

tem entre suas atribuições definir Diretrizes e promover a avaliação de

tecnologias visando orientar a incorporação de produtos e processos no

âmbito do SUS; para operacionalizar estas responsabilidades foi criado o

Grupo de trabalho permanente de avaliação de Tecnologias em Saúde

coordenado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT).

Neste contexto, foi criada ainda a Comissão para elaboração da

Politica Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde (PNGTS) pela

Portaria nº 2.510/GM de 19 de dezembro de 2005, Coordenada pelo

Departamento de Ciência Inovação e Tecnologia (DECIT/SCTIE), finalmente,

sob a coordenação da Secretaria de Atenção á Saúde (SAS) foi criada, pelas

Portarias nº 152 de 19 de janeiro de 2006 e nº 3323 de 27 de janeiro de

2006, a Comissão para Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde

(CITEC) que é responsável por gerenciar o processo de incorporação de

tecnologias. A gestão da Tecnologia em saúde evidencia–se no âmbito do

Conselho Nacional de Saúde na Comissão de Ética em Pesquisa (CONEP)

Page 25: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

XI

que atua para garantir os direitos das pessoas participantes de pesquisa

envolvendo seres humanos.

É de se admirar o numero de Departamento, Conselhos, Conferencias,

etc., que lidam com as questões da tecnologia e inovação tecnológica no

campo da saúde, sinal da importância atribuída aos temas. Mas pode gerar

certa fragmentação que não vamos discutir aqui.

Desta forma, gostaríamos de esclarecer que os debates atuais no

campo da saúde, “sobre falta de médicos e de equipamentos“ e ainda de

infraestrutura envolvendo o Ministério da Saúde, Associações e conselhos

de Medicina, evidenciam a atualidade do trabalho que propusemos.

Page 26: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

CAPÍTULO 1

Page 27: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

2

1.1. Influência para a Ciência, Tecnologia e Inovação em

Saúde

Na gestão da Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde, houve

influência direta e indiretamente da Secretaria de Ciência e Tecnologia e

Insumos Estratégicos (SCTIE); Secretaria de Atenção a Saúde (SAS),

Agencia Nacional de Saúde (ANS), Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), CONASS, (Conselho Nacional da Secretaria de Saúde)

CONASSEMS, (Conselho Nacional de Secretaria Municipal de Saúde), entre

outras. Estas três esferas tem um importante papel para a Institucionalização

da Ciência e Tecnologia no âmbito do SUS e, especificamente a

Institucionalização da Politica Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação

em saúde. Em 2007, a Diretoria do CONASS teve como prioridades:

1. Programar a Politica Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em

Saúde, e a Politica Nacional de Gestão e Tecnologia em Saúde, para o

fortalecimento do processo de avaliação de Tecnologias em Saúde

buscando orientar decisões estratégicas acerca da cobertura de

procedimentos e da alocação de recursos.

2. Articular ações para racionalizar a oferta dos serviços SUS por meio de

critérios fundamentados em evidências científicas e em princípios éticos

Page 28: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

3

socialmente validados.

3. Fortalecer as ações dos Estados na definição de linhas prioritárias de

pesquisa e de acompanhamento e avaliação dos projetos incluindo a

incorporação e utilização dos produtos e resultados.

4. Fortalecer o intercambio entre as diferentes unidades Federais para a

consolidação da Politica Nacional de Ciência e Tecnologia do SUS,

levando em conta a heterogeneidade do país.

Além das prioridades muito bem elaboradas pelo CONASS, o mesmo

participa da Comissão de avaliação do Prêmio Nacional de incentivo em

Ciência e Tecnologia para o SUS. Prêmio esse que busca incentivar e

promover a produção Cientifica e Tecnológica com aplicabilidade ao SUS.

(www.gov.br/premio).

Page 29: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

4

1.2. Fundamentação Teórica das Inovações

Tecnológicas em Saúde no Brasil

O Brasil está ainda em busca de uma agencia de controle na

introdução de novas tecnologias em saúde. As agencias internacionais como

a National Coordinating Centre for Health Tecnology Assessment (NCCHTA)

na Inglaterra reúne 47 agências de 23 países, realizando avaliação técnica

dos novos insumos tecnológicos e de seus efeitos sobre o ser humano e

analise da relação custo-efetividade do equipamento, procedimento ou

medicamento. Este mede o benefício proporcional das novas tecnologias

avaliando ainda a capacidade econômica do país para assimilar novos

custos, antes de liberar a sua utilização pelo mercado.

Outra agência de destaque é a Canadian Agency for Drugs and

Technology in health (CADTH). Esta agencia Canadense de drogas e

tecnologias em saúde, faz avaliação das tecnologias médicas que incluem

procedimentos, equipamentos e drogas. Uma avaliação requer uma

abordagem interdisciplinar que abrange análises de segurança, custos,

efetividade, eficácia, ética e medidas de qualidade de vida.

No Brasil, a ANVISA, faz a analise técnica dos novos insumos de sua

responsabilidade; a avaliação do custo – efetividade e da capacidade

econômica de absorção pela economia do país, não é realizada. (Perillo &

Page 30: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

5

Amorim, 2009).

Outras agências internacionais orientam a sua avaliação em termos do

custo-utilidade (cost-utility analysis) e do custo benefício (cost-benefit

analysis); desponta como mais importante a análise do custo eficácia (cost-

effectiveness analysis) que consiste em uma técnica de análise econômica

que compara diferentes serviços médicos em termos de quantas vidas são

salvas, ou em que proporção à qualidade de vida foi incrementada. A análise

converte os efeitos em medidas de cuidados á saúde e descreve os custos

para algum ganho adicional em saúde com mesmo desfecho clinico.

A medicina é uma área, talvez a única, em que o avanço tecnológico

não reduz custo, produzindo o fenômeno da acumulação tecnológica, ou

seja, uma nova tecnologia não substitui a antiga. (Perillo & Amorim 2009).

Segundo Rettig (1994) existe uma maneira indireta de avaliar como

tecnologia afeta os custos em saúde.

1. Novos tratamentos gerados pelo avanço tecnológico, para patologias

anteriormente consideradas terminais ou incuráveis como a AIDS, a

insuficiência renal crônica, por exemplo, mesmo quando não produzem

a cura permitem um importante prolongamento do ciclo vital, para os

pacientes com relativa qualidade de vida.

2. Novos tratamentos fruto do desenvolvimento tecnológico permitem

agilidade e maior eficiência para patologias agudas e procedimentos

Page 31: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

6

como nas angioplastias e revascularização do miocárdio.

3. Novos procedimentos para descoberta e tratamento de patologias

secundárias a uma patologia principal, como no uso da eritropoietina

para tratamento da anemia em pacientes submetidos à diálise

peritoneal.

4. Ampliações de indicações de uma tecnologia para outras patologias,

como o Laser para aplicações em oftalmologia e dermatologia, utilizado

em gastrenterologia, ginecologia e outras especialidades.

Mas um fenômeno bastante comprometido quando se fala em novas

tecnologias ou inovação tecnológica é a negligência quanto à integridade

física do paciente. Os procedimentos muitas vezes são prescritos a partir do

assédio permanente da indústria produtora de tecnologia sobre os

profissionais de saúde, lesando no mínimo a ética médica e não raro,

configurando relação promiscua entre indústria e prestadores de serviços.

Portanto desta forma nem sempre é o quadro clínico do paciente que

determina a terapia adotada (Rettig 1994).

A avaliação tecnológica em saúde (ATS) ainda não é institucionalizada

em nosso país, pode ser utilizada com a finalidade de promover acesso a

tecnologias seguras, eficazes e custo-eficácia, ou com o intuito de

desencorajar o acesso a tecnologias indesejáveis (Godman, 1998).

Em 1998, o economista em saúde Michael Chernew, professor da

Page 32: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

7

Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, publicou estudo concluindo

após uma revisão das evidências que causam o crescimento acelerado dos

custos em saúde, que a maior causa desse crescimento são as novas

tecnologias.

“Não é o aumento das utilizações

Não são as fraudes...

Não é o fortalecimento das regulamentações...

Não é o envelhecimento da população,

Tudo isso contribui.

Mas o fator predominante para o aumento dos custos é o

desenvolvimento e a utilização de novas tecnologias. (Chernew 1998).

Uma expansão terapêutica com uma nova tecnologia em saúde,

teoricamente reduziria o custo unitário e também o desconforto do paciente

acabaria por induzir ou estimular uma maior taxa de utilização. Um dos

exemplos mais conhecido é o das cirurgias minimamente invasivas como as

colecistectomias videolaparoscópicas. Elas reduziriam 25% nos custos

unitários, principalmente em relação ao tempo de permanência do paciente

internado. Sua introdução, porém, aumentou os custos agregados (materiais

específicos) e a taxa de utilização; nos Estados Unidos houve um aumento

de 60% no número de procedimentos realizados. Podemos ver que houve a

Page 33: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

8

desvantagem no aumento dos custos agregados graças à aquisição de

novos equipamentos, mas em compensação o número de pessoas

atendidas foi superior, claro que com certeza é isso que as pessoas esperam

das novas tecnologias: eficiência e rapidez, que são pontos fundamentais no

atendimento a saúde.

Segundo Legurreta, (1993), é inegável a importância do surgimento de

novas tecnologias em todas as suas formas. A longevidade, e a melhor

qualidade de vida da população são influenciadas em alto grau pelas

novidades cientificas. É necessário, entretanto, saber decidir quais práticas

incorporar, escolhendo aquelas que tragam benefícios a saúde das pessoas,

visando uma avaliação custo-efetiva positiva para o sistema.

A qualidade de vida ou sobrevida dos idosos em termos de saúde é

tema muito presente nos estudos de Gerontologia. Existem doenças

crônicas que antes de representar um risco de vida, constituem uma ameaça

á autonomia e independência da pessoa idosa. Segundo a Organização

Mundial da Saúde, (OMS) em 1984, dos 75% de indivíduos que sobrevivem

aos 70 anos, um terço deles serão portadores de doenças crônicas e pelo

menos 20% terão algum grau de incapacidade. A população idosa acometida

de doenças crônicas e degenerativas a demandar terapia e tecnologia cada

vez mais onerosas, é uma combinação explosiva para o segmento da saúde

pressionando de modo significativo os custos assistenciais.

Outros aspectos tornam complexa a equação do financiamento da

Page 34: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

9

saúde em nosso país como por exemplo, a acumulação epidemiológica:

casos de doenças Infecto contagiosas, (já eliminadas em países

desenvolvidos), com o reaparecimento da tuberculose, da dengue e

recentemente da febre amarela, convivendo com as doenças crônicas

degenerativas e outras emergentes como a AIDS. Em continuação da

formação do médico, principal demandador dos recursos disponíveis, a

medicalização da sociedade que abandona o autocuidado e terceirizam os

aparatos médicos, a cultura do paciente, presa fácil do marketing das novas

tecnologias, igualmente são fenômenos merecedores de serem estudados.

Ainda o pagamento por procedimentos e a pouca valorização do trabalho

médico, ensejam desvios de conduta e formas artificiais e não sempre éticas

de remuneração por fontes indevidas e os produtos de tecnologias.

Com a intenção de buscar superar as dificuldades de temas muito

complexos e responder aos desafios de oferecer assistência à saúde com

qualidade a um custo que a sociedade possa pagar, os autores Perillo e

Amorim, defendem a mudança para o modelo assistencial, que vai adequar

oferta, necessidade e demanda em saúde que é um pressuposto norteador

da concepção de um modelo assistencial mais eficaz e eficiente. (Perillo &

Amorim, 2008).

Os serviços de saúde devem oferecer atendimento caracterizado por

elementos qualitativos fundamentais como: acolhimento, vínculo,

responsabilização e resolutividade. Investindo no ensino-aprendizado de

Page 35: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

10

profissionais da saúde, como médicos orientando-os para que deem um

passo atrás e enxerguem o paciente e não a sua porção doente, que

passem a conhecer e acompanhar o histórico de vida e de saúde do

paciente e que tenham condições de dar respostas a um percentual

significativo de seus episódios de doença. A abordagem multidisciplinar

(enfermagem, psicologia, nutrição, serviço social e fisioterapia), pode dar

suporte complementar de importância crucial em auxiliar na analise das

várias dimensões de vida das pessoas, peculiar a formação técnica de cada

uma dessas categorias profissionais. Tal organização evita a ocorrência da

triagem leiga, como por exemplo, uma dor de cabeça (cefaleia) que

sugestiona as pessoas a buscar um neurologista, não é um exemplo

incomum; e a farta realização de exames desnecessários. Em geral a

formação médica no modelo flexneriano, que prioriza a formação do

especialista em detrimento da abordagem integral do individuo, trouxe a

prática, não sempre eficaz, da busca do diagnostico por descarte de

hipótese, comumente apoiada em recursos tecnológicos; ao invés da

investigação diagnóstica a partir do histórico de vida do paciente. O sistema

deveria ter a convicção de que os recursos buscados pelos profissionais

generalistas ou especialistas seriam de fato necessários ao tratamento

amparados por diretrizes clinicas e pela boa técnica da medicina, baseada

em evidencias e outras ferramentas para atuação segura e eficaz. A

tecnologia custo-eficaz estaria disponível para os tratamentos, mas seria

acessadas com racionalidade técnica e preocupação econômica, pautadas

Page 36: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

11

pela consciência e responsabilidade com o financiamento do sistema e pela

preocupação adicional com efeitos iatrogênicos das novas tecnologias.

Esses aspectos são tão importantes, mas tem merecido pouca atenção em

nosso sistema de saúde. O mesmo compromisso se espera dos serviços

hospitalares, de atenção domiciliar e de outras formas de terapias

coadjuvantes.

A educação técnica continuada, um grande dilema atual, fator de

sucesso para o modelo defendido que é o modelo de dotar os profissionais

de saúde especialmente os médicos, de atualização técnica permanente,

para que de fato tenham capacidade resolutiva. Nós defendemos o mesmo

empenho com o pessoal profissional de enfermagem. Para valorizar o

generalista, antes é preciso ajudar á formá-lo com responsabilidade e não

apenas da academia ou do Estado, mas também das empresas e entidades

do setor privado. No entanto, como fazer frente à verdadeira explosão de

informações, disseminadas com facilidade jamais vista pela rede mundial de

comunicação. E como saber selecionar as melhores fontes acadêmicas

principalmente aquelas com ênfase na pesquisa num ambiente no qual os

produtos de tecnologia são os principais financiadores das pesquisas no

campo médico e cientifico?

“O que acreditamos saber, claramente ofusca o que deveríamos

saber”. Gaston Bachelard.

Para que memorizar se máquinas podem fazê-lo melhor e mais

Page 37: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

12

rapidamente do que nós? De que adianta conhecer um teorema ou uma

receita, se podemos acessá-los facilmente na web? Mas será que devemos

concluir que a sociedade caracterizada pela amnesia e ignorância? Não. A

pergunta quem sabe? Só terá perdido a relevância se confundirmos

informação com conhecimento. (Bindé, Goux, 2003:3).

O conhecimento inclui dimensões sociais, éticos e políticos que não

podem ser reduzidas a tecnologia. Uma sociedade que fosse

exclusivamente de informação séria, um conjunto de enormes redes

interligadas, eficazes e ágeis, mas que não iria produzir inovações. Sem o

intercambio do conhecimento não podem existir avanços econômicos,

científicos ou políticos de nível local, regional ou global. A partilha equitativa

do conhecimento será a origem da riqueza do amanhã. (Bindé; Goux,

2003:3).

A adoção de novas tecnologias em saúde, segundo o Professor da

Universidade Federal de São Paulo, (UNIFESP), Marcelo Cunio Machado

Fonseca, o envelhecimento da população e o continuo desenvolvimento de

novas tecnologias vem contribuindo para o bem estar da saúde física,

mental, espiritual e social da população, isto é, com melhor qualidade de

vida, aumentando significativamente o número de pessoas com vidas mais

duradouras. Mas não podemos deixar de mencionar que com certeza isso

vem gerando incremento no consumo de recursos do sistema de saúde,

aumentando os custos tanto com a aquisição de novos equipamentos, como

Page 38: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 1

13

com treinamento e capacitação de profissionais, para o manuseio das novas

tecnologias. Não podendo esquecer que esses custos também estão

relacionados, nem só pelo aumento da utilização de novas tecnologias, mas

também pelo aumento dos preços das novas tecnologias.

Page 39: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

CAPÍTULO 2

Page 40: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

15

2.1. Inovação e Tecnologia em Saúde: uma Visão nas

Últimas Duas Décadas

Dada centralidade do termo tecnologia (e outros relacionados) vamos

fazer uma retomada das definições: Tecnologia palavra de origem Grega é

formada por Techne (arte, técnica ou oficio) e por Logos (conjunto de

saberes) e é utilizado para definir Já o dicionário da Língua Portuguesa da

Porto Editora define a tecnologia como o conjunto dos instrumentos,

métodos e técnicas que permitem o aproveitamento prático do conhecimento

científico, envolvendo desde o conhecimentos que permitem fabricar

objetos e modificar o meio ambiente, com o objetivo de atender às

necessidades do homem. (Ivo Santarén). Concepção dos ditos aparelhos ou

equipamento, a construção de um protótipo e ao próprio fabrico. Tecnologia,

portanto, abrange todo este processo, desde a ideia inicial á sua aplicação

propriamente dita. Vimos que os seres humanos são dotados de uma

intelectualidade única, buscam formas no decorrer da historia de vencer os

obstáculos e solucionar problemas impostos pela natureza. Por isso foi

desenvolvendo e inventando, criando instrumentos que chamamos de

Tecnologia ou instrumentos tecnológicos, objetivando e superação de

dificuldades, pois as nossas necessidades fazem originar as grandes

invenções.

Na fala de Paulo Teixeira e Ivo Santaren, compreende-se que

tecnologia é um termo que envolve o conhecimento técnico e cientifico assim

Page 41: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

16

como ferramentas, processos e materiais criados ou utilizados a partir de tal

conhecimento. Entendemos que é um método ou processo de construção e

trabalho, podendo citar como exemplo a tecnologia de manufatura,

tecnologia de infraestrutura, tecnologia da dessalinização da água do mar,

tecnologia espacial etc., isso sem incluir as técnicas cotidianas e aparelhos

domésticos. De um modo geral a tecnologia é o encontro entre Ciência e

engenharia, incluindo desde os processos simples como as pequenas

invenções até os mais complexos atos criados pelo ser humano como a ida

à lua, invenção e criação da nave espacial, criação de um Tomógrafo e de

uma Ressonância Magnética para serem usados no ambiente hospitalar.

Não estamos ignorando toda a história evolutiva humana, pontuada pelas

invenções e descobertas (o fogo, a roda, a domesticação de plantas e

animais, as armas de ataque e defesa, etc. etc.). Nossas questões,

entretanto são mais modestas e se limitam essencialmente a tecnologia

relacionada á saúde.

Apenas no começo do século XVIII é que se deu importância ao

conceito de tecnologia, no seu sentido mais moderno; a Revolução Industrial

deu inicio a um relevante movimento em todos os níveis de trabalho com

expansão para áreas afins. O termo propriamente dito, contudo, só veio á

discussão após a primeira guerra mundial 1914 – 1918, sendo que o

conhecido instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT) foi fundado em

1962.

Page 42: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

17

A palavra tecnologia foi usada pela primeira vez em 1777 como titulo

de um livro, escrito pelo filosofo alemão Johann Beck, embora Aristóteles na

sua obra retórica, já defina técnica como um tratamento sistemático da

gramática ou fala. A partir do uso de Beck em seu livro, inúmeras discussões

vieram à tona. O sociólogo Robert Merton define técnica como um conjunto

de meios e padrões para atingir um resultado predeterminado. Martin

Heidegger, filósofo existencialista, considerou a existência de uma relação

entre a tecnologia e a arte; para ele ambas eram eventos verdadeiros que

permitiam aos entes existirem. Argumentava também que techne tinha um

significado ambivalente, pois a palavra pode ser interpretada através do

termo melete que expressa o cuidado necessário para preservar alguma

coisa; de outro lado pode ainda significar produção ou apresentação de

alguma coisa. Heidegger analisa as características da palavra techne,

compreendendo um conhecimento íntimo do que são e como se refere às

coisas; conclui que a especialização na execução de uma determinada obra,

só é possível porque o artesão é dotado de techne de forma a poder

desvendar ou projetar a criação dessa mesma obra. Percebe-se que existem

diferenças entre os conceitos técnica e tecnologia. Para Eduard Von Mayer a

técnica é o resultado da atividade humana na obra, discordando de

Heidegger para quem na sua fala moderna, são as ferramentas, as fabricas

e todos os novos sistemas sociais que pertencem à tecnologia. (Ivo

Santaren e Paulo Teixeira).

Page 43: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

18

2.2. Conceitos e Dimensões de Tecnologia

O uso indiscriminado da palavra “tecnologia” em varias áreas do

conhecimento como às Ciências Humanas e Sociais, e principalmente no

setor de serviços e informática, tem diferenciado seu significado da

conceituação original, dificultando muitas vezes o entendimento do termo

Tecnologia. Se observarmos claramente o modismo, a modernidade tem

usado a palavra Tecnologia em áreas ou ainda em comentários que tem

pouco a ver com esse campo, como por exemplo, Tecnologia Educacional

ou também Tecnologia Organizacional (é o caso da Portaria citada).

Discorreremos neste momento sobre os vários significados do termo

tecnologia, dada a variação na aplicação do conceito.

Martino (1983) indicou a citação de Webster’s Seventh Collegiate

Dictionary, que define tecnologia como “the totality of the means employed to

provide objects necessary for human sustenance and confort”, ou seja, a

definição se concentra nos meios para prover os produtos necessários para

o sustento e conforto do homem. Longo (1984) indicou um conceito mais

amplo dizendo, que tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou

empíricos empregados na produção e comercialização de bens e serviços.

Já Blauner (1964 apud Fleury 1978) se concentra mais na fabricação de

conjuntos e objetos físicos e operações técnicas (mecanizadas ou manuais)

empregadas na transformação de produtos em uma indústria. Na proposição

Page 44: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

19

de Abetti (1989 apud Steensma 1996), tecnologia é um corpo de

conhecimentos, ferramentas e técnicas, derivados da Ciência e da

experiência pratica que é usadas no desenvolvimento, projeto produção e

aplicação de produtos, processos, sistemas e serviços.

Kruglianskas (1996) considera tecnologia como o conjunto de

conhecimentos necessários para se conceber, produzir e distribuir bens e

serviços de forma competitiva. Quando uma organização desenvolve sua

própria tecnologia, adquire competência naquela tecnologia. Steensma

(1996) considera que a aprendizagem organizacional é o processo de

intermediação entre a interação colaborativa e a aquisição da competência

técnica. A aprendizagem individual é necessária, mas não suficiente para a

organização de aprendizagem (Aegyris; Schom (1978) apud Steensma

1996). Entretanto, como assinala Meyers (1990 apud Steensma 1996),

parece que o aprendizado da organização é diferente da soma dos

conhecimentos dos indivíduos que a compõem. Essa competência que se

denomina de capabilidade tecnológica uma característica implícita daquela

organização, do tipo intangível, que torna impossível sua transferência global

para outra organização.

Um conceito de tecnologia estabelecido na Honda por Shigeo Shingo

(1988) indica que tecnologia é um sistema através do qual a sociedade

satisfaz as necessidades e desejos de seus membros. Esse sistema contem

equipamentos, programas, pessoas, processos organização, finalidade e

Page 45: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

20

propósito. Assim sendo um produto é o artefato da tecnologia, que pode ser

um equipamento, programa, processo, ou sistema que pode ser parte do

meio contendo outra tecnologia. Usando os conceitos de processo e

operação, podemos dizer que as tecnologias estão embutidas no processo

ou nas operações dentro de um sistema produtivo e no final dele é

incorporado o produto já finalizado, dentro da função manufatura.

Muitos autores, entre eles Dussauge; Hart; Ramanantsoa (1992)

excluem do conceito de tecnologia as atividades não envolvidas na produção

de objetos materiais ou serviços, como Marketing. Indicam que a inovação

tecnológica geralmente modifica a base da competição em uma dada

indústria ou tecnologia, e em muitos casos constitui a principal fonte de

vantagem competitiva. A redução de custo da memória (processamento de

dados) é decorrente da velocidade das inovações e não do aumento da

produção. Definem-se assim, as dimensões importantes do conceito de

Tecnologia propriamente dita, principalmente aquelas relacionadas a

produto/processo.

O desenvolvimento tecnológico e sua inovação em um país como o

Brasil depende em grande parte da formação e capacitação humana,

também de investimentos consistentes contínuos e duradouros que adotem

estratégias de Pesquisa acadêmica, gerando conhecimentos que se

transformam em inovações Tecnológicas. O que em nosso país observamos

exatamente é que temos ainda um longo caminho para percorrer. Segundo

Page 46: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

21

os especialistas o Brasil tem investindo de forma inconstante ou irregular

uma quantidade insuficiente de recursos públicos no desenvolvimento da

Ciência e Tecnologia. Isto vem trazendo grandes preocupações á

comunidade Cientifica e Empresarial Brasileira, evidentemente aos usuários

e profissionais da saúde. Alguns estudos vêm mostrando que países

desenvolvidos têm investido em grande escala na formação de recursos

humanos no nível de graduação com preparo para atuar em vários

segmentos do desenvolvimento tecnológico, o que tem demonstrado

repercussão satisfatória do setor produtivo.

Não obstante as críticas no Brasil, nas últimas três décadas, houve um

grande avanço na área da Pesquisa Cientifica, com a iniciativa de

implementar competências através do treinamento de pessoal qualificado

dentro e fora do país das oscilações políticas e econômicas, tanto no nível

Federal como estadual. Hoje já contamos com importante número de artigos

publicados em revistas indexadas internacionais, estabelecendo, assim uma

forte estrutura em pós-graduação responsável pela formação de mais ou

menos dez mil doutores nas últimas três décadas, levando o país a um

aumento significativo de sua contribuição cientifica relacionada ao

desenvolvimento da inovação tecnológica. A produção cientifica, entretanto,

não traz resultados imediatos o que pode ser comprovado pelo reduzido

número de patentes depositadas por Universidades. (As patentes das

Universidades Brasileiras - 2012).

Page 47: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

22

As estimativas dos recursos financeiros privados e destinados a

financiar pesquisa em saúde mostram que são deficientes. Uma pesquisa

feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) recentemente

sobre o panorama nacional da inovação tecnológica revelou para os

segmentos industriais que a taxa de inovação no Brasil é similar a da

Espanha com cerca de 35%. No entanto em torno de 60% das inovações

tecnológicas relatadas foram compras de novas maquinas para melhorar

produtos de Empresas o que por vezes não muda nada em termos de

beneficiar a saúde humana. Por outras palavras, há compras de

equipamentos com inovações tecnológicas e não há equivalente aporte na

qualificação e capacitação de profissionais para uso ou manipulação desses

mesmos equipamentos. (Pesquisa de Inovação Tecnologica – 2008 –

online).

Quanto às atividades de pesquisa, e desenvolvimento no campo da

inovação tecnológica nas empresas, a situação parece ser pior, basta

analisar medindo a presença de recursos humanos envolvidos, pois não

ocorre inovação Tecnológica sem pesquisa cientifica e esta depende de

atividade intelectual. Há que investir, portanto na capacitação,

desenvolvimento e formação de pessoal nas varias áreas envolvidas. Supõe

– se que devido alto custo financeiro e maior tempo para realizar ou concluir

cursos de pós-graduação, em especial mestrado e doutorado, esses

profissionais são encontrados em menor quantidade no mercado de

trabalho. Verifica – se que na especialização acadêmica, o numero de

Page 48: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

23

mestres é maior do que o número de doutores, o que pode indicar realização

de pesquisas voltadas apenas para a própria carreira.

Em um breve diagnostico da condição da pesquisa em saúde no

Brasil, podemos afirmar que o país possui um bom estoque de Recursos

Humanos em pesquisa, uma infraestrutura razoável para os padrões do

mundo em desenvolvimento e um financiamento público não desprezível, o

que está faltando discutiremos a seguir:

Na política da Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde – o

atropelamento da civilização brasileira e todo desenvolvimento e progresso

conquistados de geração em geração e em todas as dimensões em que foi

observado, vem esbarrando na marca da desigualdade, e isto não é

diferente no campo da saúde. Os indicadores regionais referentes à

diferenciação dos grupos sociais dentro de cada região demonstram a

profunda diferença social quanto à saúde, seja nos padrões de morbidade, e

de mortalidade, no acesso aos serviços, na qualidade sanitária do

atendimento ou na disponibilidade de infraestrutura; enfim em qualquer

aspecto da intervenção pública ou privada, a marca da desigualdade

aparece forte. O compromisso é diminuir ou combater essa marca no

campo da pesquisa e da atuação em saúde, que deve ser o fundamento

básico da politica a ser desenvolvida.

A necessidade de conhecimento da saúde da população deve ter

como objetivo desenvolver e aperfeiçoar os processos de absorção de

Page 49: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

24

conhecimento científico e tecnológico pelas indústrias, pelos serviços de

saúde e pela sociedade, reconhecendo a complexidade dos processos de

produção de conhecimento científico e tecnológico neste setor, a politica

deve levar em conta todas as dimensões da cadeia do conhecimento

envolvida na pesquisa em saúde, desde a pesquisa que objetiva

exclusivamente o avançar do conhecimento até a pesquisa operacional. Da

mesma forma deve incorporar a maioria das pessoas envolvidas no

processo de pesquisa no país, que podem ser englobadas em quatro

subconjuntos que são: a biociência, a pesquisa clinica, a saúde coletiva, e a

industrialização da saúde. A produção de conhecimento científico e

tecnológico reveste-se de características que são diferentes daquelas da

produção de serviços e ações de saúde. Por isso os princípios que regem o

SUS, (Sistema Único de Saúde) a municipalização, a regionalização e a

hierarquização, nem sempre poderão ser adotadas mecanicamente no

desenho do sistema de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde, embora

sempre que possível, devam ser considerados.

O objetivo maior da Politica Nacional de Ciência Tecnologia e

Inovação em saúde (PNCTIS) e da Politica Nacional de Ciência Tecnologia e

Inovação (PNCTI), é contribuir para que o desenvolvimento nacional se faça

de modo sustentável e com apoio da produção de conhecimentos técnicos e

científicos ajustados às necessidades econômicas, sociais, culturais e

politicas do país. Desse modo, compõe o campo da pesquisa em saúde, o

conhecimento das tecnologias e inovações de cuja aplicação resultam em

Page 50: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

25

melhorias na saúde da população. Faz se necessária uma politica nacional

de ciência tecnologia e inovação em saúde, que tenha como objetivo

principal desenvolver e otimizar os processos de produção e absorção de

conhecimento cientifico e tecnológico pelos sistemas, serviços e instituições

de saúde, centros de formação de recursos humanos, empresas do setor

produtivo e demais segmentos da sociedade. Outra questão a ser

considerada na politica nacional de ciência tecnologia e inovação em saúde

é a utilização da Pesquisa Cientifica e Tecnológica como importante subsidio

para elaboração de instrumentos de regulação e operacionalização nas três

esferas de Governo. Por suas competências legais, cabem às três esferas a

produção de leis e normas que apoiadas em conhecimentos, permitam

garantir de forma ampliada e adequada a promoção, proteção e recuperação

da saúde da população.

Falando da Ciência Tecnologia e Inovação no Brasil, não se pode

esquecer que no inicio da década de 50, o Brasil em comparação com

outros países de industrialização recente, construiu um expressivo parque

de Pesquisa. O modo como foi construído acompanhou, em vários aspectos

o modelo de industrialização em sua etapa de substituição de importações.

Algumas características básicas da pesquisa na Ciência e Tecnologia e do

desenvolvimento naquele momento, com horizontalidade e pouca

seletividade, estavam vinculadas ao modelo então predominante na

produção cientifica que buscava prioritariamente criar uma massa critica de

recursos humanos qualificados. A imaturidade do componente tecnológico

Page 51: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

26

devia-se em grande parte ao modelo de industrialização que não estimulava

o desenvolvimento e a capacitação cientifica tecnológica e de inovação. É

necessário também incluir nessa Politica uma visão ampliada dos campos

do saber científico e tecnológico aplicado à saúde e o respeito à pluralidade

metodológica, possibilitando a utilização de diferentes abordagens incluindo

as de natureza qualitativa e quantitativa.

O Brasil vem se fortalecendo desde a década de 80, com a ideia de

que a pesquisa em saúde é fundamental para a melhoria da saúde da

população assim como para a tomada de decisão nas definições de politicas

e no planejamento em saúde. Isso tem contribuído de forma substancial para

promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde com diminuição

das desigualdades sociais. O Brasil ainda ocupa uma posição modesta no

panorama Internacional da produção cientifica, mas já conseguiu se

distanciar dos países em desenvolvimento gerando internamente a maioria

dos recursos financeiros para o funcionamento da capacidade instalada de

pesquisa e forma quase a totalidade dos recursos humanos para a pesquisa,

de técnicos a doutores dentro de suas fronteiras. Como em vários países a

pesquisa cientifica e tecnológica em saúde corresponde a uma maior

porcentagem de toda produção Cientifica das múltiplas áreas, em nosso país

a região sudeste é a que mais concentra a produção Cientifica e Tecnológica

em saúde.

Quando falamos em Ciência, Tecnologia e Inovação em saúde,

Page 52: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

27

voltadas para a formação de Recursos humanos, os fatos mais promissores

destacam-se na implantação do Programa Institucional de Bolsas e Iniciação

Cientifica (PIBIC) e na descentralização geográfica dos programas de Pós-

Graduação Stricto Senso. Espera-se que essa descentralização de fluxo

sustentado, favoreça as regiões, norte, nordeste e centro oeste do país na

operação dos fundos setoriais do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)

contribuindo assim para uma série de correções de distorções na

distribuição de Recursos Humanos em Pesquisa. Ainda há carências

importantes no que se refere ao desenvolvimento Tecnológico no Brasil,

principalmente nas regiões norte nordeste e centro oeste do país, sobretudo

as relacionadas com a escassez de Centros de excelência profissional e

instituições capacitadas para a gestão de processos de inovação que se

ajustem as exigências de qualidade e segurança dos órgãos reguladores.

Enfrentamos hoje grandes problemas relacionados à pesquisa, problemas

estes que vem se arrastando ao longo de algumas décadas como na década

de 90 quando ocorreu intenso contingenciamento de postos de trabalho que

se mantiveram vagos em Universidades e Institutos de Pesquisa. Esse fato

por um lado impediu a reposição de quadros qualificados e, de outro, levou

ao surgimento de uma população de docentes, denominados substitutos,

com pouca ou nenhuma formação e carga horária para a Pesquisa e com

relação de trabalho precária com a Instituição.

Atualmente, o Ministério da Educação vem procurando suprir as

necessidades das Universidades Federais, autorizando a abertura de

Page 53: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

28

concursos. Além disto, observa-se um número insuficiente de bolsas de

doutorado concedidas pelas agencias de fomento para formação e fixação

institucional de novos pesquisadores em particular para alunos de Mestrado

e. Se continuar diminuindo o número de bolsas para a Pesquisa Cientifica,

poderá haver um impacto negativo na oferta de jovens Pesquisadores. Em

relação à formação científica e profissionalizante dos trabalhadores do SUS,

são poucas as oportunidades disponíveis de capacitação para formular

demandas de CTIS, a partir das necessidades e dos problemas do sistema,

dos serviços de saúde e da utilização da produção cientifica e tecnológica no

aprimoramento de programas e ações de saúde. Existem algumas lacunas

no que diz respeito à disseminação e a difusão de informações Cientificas e

Tecnológicas de interesse para a gestão do SUS. Apesar das várias

iniciativas bem sucedidas nos Bancos de Dados do Ministério da Educação

(MEC) e do Ministério da Ciência e Tecnologia, (MCT) assim como as

bibliotecas virtuais do Centro Latino Americano e do Caribe de informação

em Ciências da Saúde (BIREME) e da Organização Pan-Americana da

Saúde (OPAS), ainda persistem insuficiências na introdução de formas de

comunicação acessíveis e compreensíveis para o público leigo e para

profissionais de saúde. Esse aspecto dificulta a participação social e a

socialização da produção Cientifica e Tecnológica em prol da equidade,

implicando na baixa utilização do conhecimento produzido.

Fundamentalmente conceitua-se inovação tecnológica como

produzida pela inteligência e que embora signifique avanços pode também

Page 54: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

29

gerar riscos a saúde por falha desta “expertise”. Sabe-se ainda que esses

riscos precisam ser monitorados também por esta mesma “cadeia de

experts” requerendo a cada dia mais instrumentos técnicos e sua

padronização, com isto cresce a necessidade de constantes estudos e

pesquisas nesta área que possam efetivamente contribuir para o incessante

processo de construção de um sistema de inovação tecnológica voltada para

a saúde, com segurança e qualidade.

A politica nacional de Ciência Tecnologia e Inovação em Saúde

(PNCTIS) é parte integrante da Politica Nacional de Saúde (PNS) formulada

no âmbito do sistema único de saúde (SUS). O artigo 200, inciso V, da

Constituição Federal estabelece as competências do SUS e dentre elas,

inclui o incremento do desenvolvimento cientifico e tecnológico em sua área

de atuação.

O SUS pauta-se por três princípios Constitucionais: Universalidade,

integralidade e equidade. Todos eles se apoiam também a Politica Nacional

de ciência tecnologia e inovação em saúde.

Do ponto de vista da ciência e da tecnologia, a aplicação desses

princípios deve corresponder ao compromisso politico e ético com a

produção e com a apropriação de conhecimentos e tecnologias que

contribuam para a redução das desigualdades sociais em saúde, que se

expressa pela deficiência no atendimento à população, mesmo quando essa

busca a assistência primaria, que envolve a prevenção da saúde e o

Page 55: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

30

tratamento de simples patologias, em consonância com o controle e ações

sociais. Segundo Travassos, a classificação dos estados conforme o grau de

desigualdade foi bastante sensível em relação às medidas de saúde

utilizadas. A despeito disso, alguns estados destacaram- se por manterem

sua posição em relação aos demais, em quase todas as medidas de saúde;

paradoxalmente o Distrito Federal permaneceu entre os estados com a

maior desigualdade social em saúde no Brasil, seguido de Minas Gerais e

Goiás, enquanto que os estados do nordeste em especial Alagoas,

destacaram-se entre aqueles com a menor desigualdade. (Travassos, 2000).

Vê-se que a política deve adotar como diretriz a necessidade de

estabelecer prioridades. Esta deve ser contemplada com a construção de

uma agenda de prioridades para a pesquisa em saúde. Um grave problema

na pesquisa brasileira tem suas características voltadas para a menor

seletividade, significando uma inadequada e insuficiente capacidade de

estabelecer prioridades e cumpri-las de forma sequencial. Para que isto

aconteça na perspectiva do interesse do país, é preciso que se organize as

necessidades de pesquisa seguindo um padrão especifico, caso contrário,

teremos consequências indesejáveis em relação ao desenvolvimento das

inovações tecnológicas.

Segundo Thomas (2007), o tipo de pesquisa que se classifica como

descritiva, tem por premissa buscar a resolução de problemas melhorando

as práticas por meio da observação analise e descrições objetivas, através

Page 56: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

31

de entrevistas com peritos para padronizações de técnicas e validação de

conteúdo (Thomas; Nelson; Silverman, 2007).

Segundo Christensen (2009), o National Institutes of Health (NIH), tem

financiado quase todas as pesquisas básicas, e grande parte das pesquisas

aplicadas que dão suporte a Medicina moderna. Grande parte do

conhecimento conduziu muitas doenças infecciosas à medicina de precisão,

uma geração atrás, e muitas das descobertas da medicina molecular têm

levado mais doenças à medicina de Precisãdesenvolvida nas principais

universidades, americanas com verbas do NIH. Já que é sempre bom

melhorar, diz Christensen propomos uma melhora nos métodos usados para

alocar as verbas do NIH. Atualmente este instituto dos EUA usa um sistema

de avaliadores duplo-cego para avaliar propostas de financiamento. Este é

parecido com os processos usados na maioria das disciplinas acadêmicas

para a publicação de artigos de pesquisa. Os pesquisadores enviam

propostas solicitando que o NIH financie certos projetos. A lógica de tudo

isso é que no método duplo-cego às relações e politicas pessoais são

removidas do processo decisório, garantindo que cada decisão seja tomada

unicamente com base na Ciência envolvida. O resultado inadvertido deste

sistema de enviar propostas para serem revisadas pelos cientistas com

maior conhecimento no tema específico em nossas universidades e

principalmente em nossas faculdades de Medicina é que os avaliadores e

especialistas tendem a considerar as propostas positivas quando

aprofundam o conhecimento em sua disciplina; porém se a proposta visa

Page 57: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

32

levar o conhecimento para uma direção diferente cruzando os limites de um

domínio cientifico diferente ela não tende a ser considerada tão positiva, pois

em parte ela não aprofunda o conhecimento na direção em que o trabalho e

a reputação do especialista que avalia estão se construindo. Toda esta

descrição da atividade cientifica em campos cada vez mais restritos,

geralmente facilita o avanço daquilo que o grande filósofo historiador da

Ciência Thomas Kuhn, chama de “ciência normal”- a construção tijolo por

tijolo, de corpos de conhecimento sobre o alicerce de um paradigma.

Contudo essa especialização do conhecimento e perspectiva some ante as

evidências simplesmente avassaladoras de que as novas descobertas quase

sempre ocorrem em intersecções novas e não convencionais entre

disciplinas cientificas ou técnicas. As descobertas e invenções raramente

emergem de dentro de disciplinas individuais. Ao contrário, ganham novas

perspectivas quando pesquisadores de campos diferentes analisam antigos

problemas a partir de seus pontos de vista novos e diferentes. Muitos

problemas são solucionados quando uma pessoa de outro campo enxerga

defeitos ou erros que não foram vistos pelos especialistas que ali estiveram.

Segundo Christensen, nosso instinto é olhar a nossa própria disciplina como

a fonte confiável de soluções. Só que esse “instinto’’ é certo quando a

questão é a ciência normal. Mas é “instinto” errado quando são necessárias

outras descobertas e novas invenções.

Não temos dúvidas diz o mesmo autor, de que precisamos de

descobertas e invenções no setor da saúde, por isso a NIH insiste em criar

Page 58: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

33

diferentes métodos para avaliar projetos de pesquisa que permeiam diversas

disciplinas ou que se proponham a lidar com problemas em um campo com

métodos desenvolvidos por outros. (Christensen 2009).

Se o empenho na dotação de pesquisas não é o mesmo no Brasil e

nos EUA, é certo que os defeitos apontados por Christesen no que tange a

seleção de projetos, sigam o mesmo modelo de avaliação entre nós.

2.3. Regulamentação e Avaliação do Setor Saúde

A reivindicação, de melhoria no setor da saúde, no atendimento

primário secundário e terciário da população, não é um pedido global de

desregulamentação do setor da saúde. A história tem mostrado que quando

os mercados competitivos não conseguem um setor que funcione para o

bem público, a regulamentação em busca da estabilidade e garantias,

sempre será criticada em determinado estágio. O lado obscuro da

necessidade de regulamentação é que as regras sobrevivem após a

necessidade pública de estabilidade e garantia ter sido satisfeitas, pelo

progresso tecnológico. Embora a intensão original das licenças e

certificações fosse uma preocupação genuína com o usuário, quase sempre

Page 59: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

34

as regras passam a ser usadas para proteger os interesses econômicos dos

prestadores de serviços, ou ainda invocados em nome do paciente, ou do

passageiro ou do “bem comum”. Se os reguladores não evoluírem o foco de

suas regras à medida que a ciência e a tecnologia progredirem, colocarão o

tratamento em uma armadilha de modelos empresariais de alto custo, cujos

resultados são menos previsíveis e, na verdade não são tão bons quanto os

que poderiam ter sido desenvolvidos por inovadores. Os reguladores devem

manter a atenção e adaptar o foco e a natureza das regulações a evoluções

das práticas, processos e tecnologias médicas, mas raramente o fazem.

Citando como exemplo o que aconteceu com o setor aéreo dos EUA no

período de 1930 – 1977, a Civil Aeronautics Board estabilizou de um modo

bastante efetivo o setor aéreo, limitando o número e o tipo de companhia

aérea que poderia voar em uma determinada rota e definindo as tarifas que

poderiam cobrar. Também a Securities and Exchange Comission

estabilizou as firmas de corretoras de ações de Wall Street quando

emergiram do caos da grande depressão, permitindo que a bolsa de valores

de New York definisse um nível lucrativo de tarifas que as firmas cobrariam

para executar um negocio. Quando a Southwest Airlines e Charles Schwab

buscaram aprovação na década de 1970 para competir com as firmas

estabelecidas em seus respectivos setores por meio de preços com

descontos, os advogados dessas firmas usaram argumentos eloquentes

para explicar porque em nome do bem comum, aqueles que ofereciam

descontos não poderiam entrar no mercado. Mas felizmente entraram.

Page 60: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

35

Mesmo no segmento de saúde os prestadores de serviços se baseiam em

regulamentações que visam à estabilidade e a garantia para bloquear a

concorrência. Novamente recorrendo ao exemplo dos EUA, em 2003, o

Congresso Norte Americano, a pedido do setor hospitalar, impôs uma

moratória em âmbito nacional sobre a construção de hospitais

especializados, como hospitais do coração e ortopédicos. O argumento foi

que no caso de um paciente submetido a um procedimento cardíaco ter um

derrame, (AVC), e não apenas tratar corações ou trocar próteses de quadris.

O argumento foi que os outros tipos de tratamentos deveriam ser feito nos

hospitais gerais. O que é interessante é que os hospitais gerais não

militaram para banir os hospitais psiquiátricos especializados embora com

certeza os pacientes de hospitais psiquiátricos tenham doenças cardíacas,

AVC, hipoglicemia, e outros. Para o bem do paciente, certamente aqueles

com transtornos mentais deveriam ser tratados em hospitais gerais. Mas, o

que mostra o levantamento estatístico é que os procedimentos realizados

nos hospitais gerais são muito mais lucrativos do que aqueles realizados em

hospitais psiquiátricos, pelo contrário, esses são deficitários. Este é outro

exemplo de preocupação com a segurança do paciente, mas que, na

verdade está baseado em interesses econômicos. São estes interesses que

levam muitos estados brasileiros a impedir que os profissionais de

Enfermagem (enfermeiros) escrevam receitas sem a supervisão direta de

um médico, mesmo para problemas baseados em regras facilmente

diagnosticáveis como dor de ouvido (otalgia). Isso efetivamente impede que

Page 61: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

36

clínicas compitam com os consultórios médicos, embora os pacientes

passem muito bem em outros estados onde estes serviços funcionam por

um custo menor ou dentro da possibilidade de cada pessoa; ou ainda

pacientes que não podem pagar as tarifas dos consultórios médicos e que

não tem acesso a uma clinica geral, ficam totalmente excluídos em nome da

segurança do paciente. (Almeida 2004).

A tecnologia em saúde é complexa, pois deve ser realizada de forma

ampla considerando os aspectos clínicos, socioeconômicos, éticos legais,

assim como a sua utilização para pesquisa cientifica e aprendizado, o

proposito da aquisição de todo esse processo deve ser claramente definido,

não sendo para simplesmente analisar ganhos na saúde favorecendo

empresas e empresários, mas que venha incorporar tecnologias para

ganhos no sistema de saúde beneficiando a saúde em amplo espectro.

(Acta Paul. Enferm. Vol. 22 nº 4. São Paulo. 2009).

Para aquisição de novas tecnologias na saúde é necessário um

processo de avaliação incluindo considerações sobre: a segurança da

inovação tecnológica ou de procedimentos, sua efetividade na pesquisa e na

comunidade, a necessidade de recursos humanos capacitados nas regiões

onde o procedimento deveria ser efetivado. Condições mínimas de

infraestrutura para possibilitar que a tecnologia seja disponibilizada em

condições minimamente satisfatória, e aspectos econômicos que mensurem

e avaliem os ganhos na saúde e os custos adicionais. Ainda deve se levar

Page 62: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

37

em conta as questões éticas e legais relacionadas à incorporação da nova

tecnologia que precisam ser consideradas e avaliadas, esse é um processo

de avaliação multidimensional de inovação tecnológica.

Os desafios ameaçam a implementação desse processo:

1- A indefinição ou falta de clareza no objetivo acerca do processo de

avaliação de tecnologias.

2- Insuficiência de dados locais ou nacionais sobre o potencial e

efetividade das intervenções nas comunidades.

Se por um lado, pesquisas científicas podem já ter demonstrado a

efetividade das intervenções em determinados países, por outro lado, não

garantem que a efetividade da tecnologia seja a mesma em outro país.

Ausência de dados sobre o consumo de recursos com e sem a intervenção

da tecnologia proposta, e consequentemente ausência de custos associados

ao processo de cuidar ou tratar utilizando esta tecnologia, parcialidade no

processo por não considerar na plenitude todos os aspectos envolvidos na

avaliação de novas tecnologias; falta de recursos humanos capacitados para

realizar e validar o processo de avaliação de forma ampla, na velocidade e

com a qualidade mínima desejada, dada a rapidez com que novas

tecnologias são geradas e disponibilizadas, dificuldade de identificar

interesses específicos no processo de avaliação que influenciam decisões

não alinhadas com o interesse coletivo. (Panorama Nacional de Inovação

Page 63: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

38

Tecnológica – leitura online).

Tais desafios não impedem que o exercício da avaliação seja realizado.

É preciso entender que, em um país com inúmeras necessidades e extrema

limitação de recursos, algumas decisões deveriam ser fundamentadas pelo

bom senso. Um dos nossos desafios no Brasil é definir de forma clara e

explicita as prioridades de nosso sistema de saúde. A partir desta definição é

que podemos justificar toda e qualquer forma sistemática e ampla de

tecnologia em saúde: (Almeida 2004)

1- Definir prioridades do sistema de saúde de forma clara e explicita,

pois é importante considerar as condições epidemiológicas,

socioeconômicas, educacionais e as expectativas da população em

termos de atenção e assistência á saúde para a definição dessas

prioridades e reconhecer que não é possível oferecer tudo o que

precisa para todos.

2- Reconhecer as limitações metodológicas do processo de avaliação de

tecnologias que ainda estão em fase de desenvolvimento e validação

que devem ser exercitados com cautela especialmente em ambientes

com pouca informação disponível e com baixo grau de educação nas

áreas que suportam o processo.

3- Fortalecer os profissionais do sistema de saúde sobre os métodos e

técnicas envolvidas e utilizadas no processo de avaliação de

Page 64: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

39

tecnologias. A educação visa o uso correto dos instrumentos e

reconhecimento de suas limitações para evitar que haja uso

tendencioso e decisões com justificativas frágeis.

4- Reconhecer que muitas das decisões do nosso dia a dia precisarão

ser tomadas e baseadas no bom senso e na pouca informação

disponível – essas decisões devem ser bem fundamentadas e

justificadas. Algumas serão muito difíceis, e o objeto de escolha

política para sustentá-las é preciso que haja uma visão de longo

prazo e com lideranças sérias e bem conceituadas. (Cechin, 2008).

Depois desta longa apresentação sobre as questões envolvidas no

uso das tecnologias e inovações tecnológicas no campo da saúde,

podemos apontar nossos objetivos neste trabalho.

2.4. Objetivos

1- Determinar os fatores que envolvem as Inovações Tecnológicas na

área da saúde, assim como sua evolução e contribuição na pesquisa.

2- Verificar a opinião de gestores de serviço de saúde sobre aquisição,

manutenção e conservação de equipamentos tecnológicos em saúde.

Page 65: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

40

3- Avaliar por meio do discurso dos administradores de serviço de saúde

se existe relação entre o sucateamento de equipamento com novas

aquisições tecnológicas.

2.5. Justificativa

No Brasil, ainda vivenciamos inúmeros problemas relacionados à

saúde da nossa população, mas não podemos deixar de reconhecer o

avanço tecnológico, as inovações tecnológicas alcançadas na saúde através

da pesquisa científica. Mas temos ainda um longo caminho para percorrer.

Falamos no sistema de saúde da população brasileira, mas este trabalho

está diretamente relacionado apenas ao evidente problema em um hospital

escola da rede pública da capital de São Paulo.

A formulação e o planejamento de políticas de saúde e a regulação do

setor são necessariamente de responsabilidade do poder público, o único

com competência legal para definir politicas nacionais e legislar sobre o

assunto, entretanto, o financiamento e a prestação de serviço de saúde

podem ser de responsabilidade pública e privada, e na maioria dos países

encontra-se participação significativa de ambos os setores em proporções

bastante variadas. No Brasil, o Estado intervém de forma importante no setor

da saúde, seja para corrigir as falhas de mercado ou para garantir que

Page 66: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

41

determinados segmentos da população tenham acesso a bens e serviços de

saúde. A falta ou demora de verbas para compra de equipamentos e ainda

para instalações destes equipamentos no ambiente hospitalar, as péssimas

condições de moradia para profissionais, foram muito discutidos e

apareceram na mídia em virtude do programa mais médicos. Este programa

faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento dos usuários do

SUS, que prevê investimento em infraestrutura dos hospitais e unidades de

saúde o programa consiste em levar mais médicos para as regiões onde não

existem estes profissionais. Nos últimos meses a mídia tem mostrado a falta

de infraestrutura na rede publica de saúde, mas também temos visto o

acompanhamento ás promessas de recursos garantidos para a melhoria do

atendimento a saúde da população. Tudo isso tem causado

questionamentos das pessoas em geral. É a falta de medico ou a falta de

infraestrutura publica? O Ministério da Saúde por meio do seu representante

garantiu em rede Nacional que a política de atração de médicos para o

interior brasileiro, será atrelada à melhoria da infraestrutura hospitalar.

Apenas os municípios que investirem em melhorias nas unidades de saúde,

receberão médicos do programa Mais Médicos. Serão contemplados no

sistema: as UBS, os prontos atendimentos, e os hospitais passarão por

reformas. As regiões norte e nordeste brasileiro são as que mais sofrem com

a deficiência de infraestrutura e a falta de médicos para as unidades de

saúde.

No Brasil o movimento e a legislação de proteção aos direitos do

Page 67: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

42

cidadão nasceram no processo de democratização do país e do aumento de

expectativas por parte dos usuários, somados á amplitude e universalidade

do direito a saúde tal como definido na Constituição de 1988. Esse

movimento levou ao processo que se convencionou chamar de

“Judicialização da Saúde,” presente tanto no Sistema Único de Saúde (SUS)

quanto na saúde suplementar. O processo consiste na multiplicação de

trabalhos judiciais obrigando o SUS, ou as operadoras, nos últimos anos, a

oferecer determinado tratamento às pessoas, ainda que não disponível, não

coberto ou até mesmo em alguns casos, não recomendável do ponto de

vista técnico. O espaço para a Judicialização da saúde, que consome

proporção crescente do financiamento público e atropela práticas clínicas

estabelecidas, precisa ser estudada, para corrigir discordâncias muitas

vezes ligadas a aspectos políticos que não contribui para o avanço

tecnológico e o atendimento a saúde.

Verificamos também que a indefinição do direito á saúde que atinge as

pessoas, e a ausência de um sistema consistente de avaliação de

tecnologias em saúde e o baixo nível de padronização da politica clinica em

nosso meio, tem de certa forma, interferido nos avanços tecnológicos para

melhoria da saúde. Neste quadro o Hospital das clinicas em São Paulo pode

ser visto como um dos polos de excelência dentro e fora do País.

O maior hospital escola da América Latina, onde foi desenvolvido este

trabalho, vem se desdobrando de forma consistente para alcançar êxito nos

Page 68: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

43

avanços tecnológicos em vários campos da saúde desenvolvendo trabalhos

de pesquisas em todas as esferas profissionais, esperando e contribuindo

para a melhoria da qualidade de vida, em sua longevidade. Este é um

perfeito espaço para desenvolvimento da nossa pesquisa.

2.6. Problemas Identificados e Hipóteses de Trabalho

A tecnologia tem proporcionado melhores condições de saúde para a

população, bem como, agilizado os trabalhos nas instituições de saúde.

Entretanto há necessidade de adaptação aos avanços tecnológicos, assim

como de estudos, acompanhamento, capacitação e treinamento contínuos

para o uso e manuseio das novas tecnologias adquiridas nas instituições de

saúde. Ainda existe necessidade de equipar a nossa rede publica, com

novas tecnologias principalmente quando falamos dos nossos hospitais

escola, pois além do conhecimento sobre o corpo humano os nossos alunos

da área de saúde precisam interagir com o meio e com os recursos

disponíveis no mercado para atender da melhor forma aqueles que por um

ou vários motivos buscam os serviços de saúde da rede pública.

Existe necessidade da utilização da Inovação Tecnológica na saúde,

Page 69: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

44

não apenas para a cura de doenças que assolam as pessoas, mas também

como imprescindível importância para as descobertas Científicas, antes

mesmo que os males apareçam destruindo ou causando inquietação,

desconforto a saúde Supondo que estas descobertas possibilitem melhorias

na saúde, e consequentemente na qualidade de vida do homem, no seu

bem estar físico, mental social e espiritual assim como facilitando os

diagnósticos e terapias dos males e doenças que vem causando

preocupação à população, supõe-se que a ITS está diretamente relacionada

ao crescimento e desenvolvimento de técnicas, ações, tratamentos e

diagnósticos, curas e reabilitação resultando em um incalculável benefício à

saúde humana e que jamais poderia deixar de existir. É plausível acreditar

que a ITS possibilita a indução à pesquisa, que tem como objetivo fomentar

as atividades estratégicas de desenvolvimento, voltadas essencialmente

para a inovação tecnológica no campo da saúde em todas as suas

dimensões tanto no nível preventivo, curativo ou de reabilitação; tendo como

perspectiva contribuir e promover a saúde e bem estar do ser humano, uma

vez que a ITS é definida como a transformação de ideias em produtos,

processos tecnologicamente novos ou aprimorando de forma que seu

potencial possa proporcionar melhorias importantes nos produtos já

existentes.

1- Supõe-se que a aquisição de novos equipamentos tecnológicos em

saúde não seja o principal fator responsável pelo sucateamento de

equipamentos tecnologicamente superados, mas sim a inexistência de

Page 70: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

45

uma política de manutenção e conservação de equipamentos. O

avanço tecnológico em saúde principalmente nas duas últimas

décadas coincide com o aumento do número de pesquisadores

produzindo ciências neste campo do saber. Como já dissemos nossa

hipótese é de uma necessidade imensurável de inovação tecnológica

na saúde tanto para a cura como para as novas descobertas e

invenções. Nesse caso existe uma valorização positiva da inovação

tecnológica sem que haja uma inversão correspondente na formação

e capacitação de pessoal, há uma tecnologização da linguagem, que

supõe a aquisição de novas tecnologias e consequentemente um

desenvolvimento e crescimento dos procedimentos em saúde,

resultando em uma qualidade de vida desejável e duradoura.

A partir de alguns pressupostos estabelecemos as hipóteses de

trabalho.

Pressupostos

1 – A tecnologia e a TIS são necessidades cabais no campo da saúde.

2 – A ITS exige a pesquisa que no limite melhoraria a qualidade da

saúde humana.

3 – A rede publica não está suficientemente equipada em todos os

aspectos para atender ás necessidades da população.

Page 71: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 2

46

Hipótese

Não há pessoal treinado em numero suficiente para manusear

adequadamente os equipamentos. Isto é, um dos aspectos da necessidade

de equipamento não está sendo considerada adequadamente.

As políticas de manutenção e conservação de equipamentos

hospitalares são responsáveis pelo sucateamento de equipamentos.

Page 72: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

CAPÍTULO 3

Page 73: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

48

3.1. As Unidades Hospitalares

As unidades hospitalares são organizações atípicas que trabalham

com uma demanda especifica exigindo serviços individualizados, precisos e

emergenciais. Em função desta diversificação na demanda, acabam por se

especializarem em certas atividades, fazendo com que exista uma

classificação natural das unidades como de PS (pronto socorro) de

internação e de psiquiatria. Assim, não se pode projetar um modelo único e

ideal de nível tecnológico a ser seguido como padrão diante das diferentes

atividades de cada unidade hospitalar.

Existe uma relação entre as necessidades tecnológicas exigidas pelas

atividades predominantes em uma unidade hospitalar e a forma com que

esta reage à absorção das tecnologias através da postura estratégica

assumida pela unidade. Dantas (1980) partindo do modelo “empresa” relata

que estas posturas influenciam decisivamente na qualidade do atendimento

dos serviços prestados e são classificados em: estratégias ofensivas,

estratégias analíticas, estratégias reativas e estratégias defensivas a seguir

discutiremos cada uma.

Estratégia Ofensiva – quando os hospitais adotam a inovação

tecnológica em uma fase experimental ou de lançamento isto significa

descobrir uma fraqueza, na força do concorrente, e tem como base as

variáveis externas que neutralizam a ação dos competidores. As variáveis

Page 74: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

49

internas é que dão ênfase aos recursos e as capacitações, no entanto a

empresa enfatiza o acesso ao conhecimento.

Estratégias Analíticas – quando observam um concorrente que

introduziu em primeiro a inovação tecnológica e resolve incorporá-la

posteriormente, ou seja, é um processo de validação. Esse deve avaliar a

relação entre os resultados experimentais e as questões que o método se

propõe a responder. O objetivo da validação consiste em demonstrar que o

método analítico é adequado para o seu propósito. Validação deve ser

considerada quando se desenvolve ou efetua adaptação em metodologias já

validadas, inclusão de novas técnicas ou uso de diferentes equipamentos.

Estratégias Reativas – optam pela introdução da inovação tecnológica

somente após um grande período de absorção por outras unidades. São três

as fontes de reatividades de mercado: reatividade da estratégia, reatividade

de marketing, reatividade de inovação. Empresas são reativas porque suas

estratégias são reativas e também inovam de maneira reativa.

Estratégia Defensiva – dispensa a inovação limitando-se a busca de

maior eficiência em suas operações. É normalmente seguida por empresas

que se encontram em mercados que são dominados por empresas

concorrentes, face às quais não dispõem de recursos que lhe permitam

adaptar uma estratégia de concorrência aberta.

Sem duvidas estas classificações demonstram as semelhanças

Page 75: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

50

existentes no campo da engenharia de produção e a unidade hospitalar,

assim como as tipologias semelhantes as demais organizações.

A integração entre necessidade e atividade de absorção deve possuir

uma relação direta na intenção não só de atender á atividade predominante,

como também de ampliar a vantagem competitiva das unidades. As

unidades que trabalham com atendimentos emergenciais deveriam

apresentar uma postura ofensiva ou analítica, uma vez que realizam

atendimentos a pacientes graves onde os recursos tecnológicos avançados

podem agir de forma decisiva na recuperação destes optando por absorção

imediata de recursos. Unidades que realizam atividades não emergenciais

deveriam apresentar uma estratégia reativa perdendo em competitividade,

mas avaliando e planejando melhor os gastos com aquisição de tecnologias,

para não serem dependentes tão diretas de recursos tecnológicos

avançados.

Page 76: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

51

3.2. A Industrialização e a Tecnologia

A industrialização trouxe consigo além da modernização o avanço

tecnológico e a valorização da ciência em detrimento do homem e de seus

valores. Sabemos que o avanço tecnológico também ocorreu na área da

saúde com a informação, o surgimento de aparelhos modernos e

sofisticados que trouxeram inúmeros benefícios e rapidez nos

procedimentos na luta contra as doenças. A tecnologia criada pelo homem a

serviço do homem tem contribuído em larga escala para a solução de

problemas antes insolucionáveis. Esta mesma tecnologia pode trazer em

seu contexto melhores condições de vida e saúde para o ser humano. Nos

nossos dias (tempos modernos) há uma caracterização de profundas

mudanças, e são crescentes e aceleradas as inovações tecnológicas,

colocando a disposição de profissionais e usuários os mais diversos tipos de

tecnologia, tais como: tecnologia da educação, tecnologia gerencial,

tecnologia assistencial, tecnologia diagnostica e outras.

Como estamos falando em tecnologia, verificamos que é prudente

clarear o termo “Tecnologia’’. Como fizemos anteriormente. Vivemos na era

Tecnológica onde muitas vezes a concepção do termo tecnologia tem sido

utilizada de forma enfática, equivocada, incisiva e determinante na pratica

diária dos profissionais de saúde; entre estes corriqueiramente tecnologia é

vista e interpretada como um produto ou equipamento (maquinas ou

Page 77: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

52

aparelhos). No entanto a temática “Tecnologia” não deve ser tratada numa

concepção reducionista ou simplista associada somente a maquinas e

equipamentos, aparelhos elétricos e eletrônicos; precisamos entender que a

tecnologia compreende também conhecimentos, saberes constituídos para

uma geração de utilização de produtos e para organizar as reações

humanas. (MEHRY e ET AL 1997). Esse mesmo autor agrupou as

tecnologias em saúde em três categorias básicas:

1- Tecnologia dura – esta é representada por material concreto como

equipamentos, mobílias de consumo permanente.

2- Tecnologia leve dura – saberes estruturados representados pelas

disciplinas que operam em saúde, ex.: clinica medica, clinica

odontológica, epidemiológica e assim por diante.

3- Tecnologia Leve – processo de produção de comunicação, das

relações humanas, de vínculos que conduzem ao encontro do usuário

com necessidades de ações de saúde. Acredita-se que estas três

categorias delineadoras estão presentes e interligadas nas ações de

profissões na área da saúde; mas não está transparente seu

significado, sempre interpretado de forma diversificada. Mas é claro

que toda esta estrutura combinada contribui para o avanço das novas

tecnologias.

Diante da fala do autor observa-se que a tecnologia é a estrutura

Page 78: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

53

fundamental, desenvolvida pelo homem para manter ele mesmo e o seu

meio ambiente em constante crescimento e desenvolvimento. Uma estrutura

tecnológica pode dar origem a novas estruturas tecnológicas e

consequentemente a sua modernização cada vez mais eficiente com o

objetivo de melhorar a qualidade de vida da população e contribuir para a

longevidade. Vimos através dos tempos que o homem vem desenvolvendo

tecnologias através da ciência, pois estes andam juntos. “A ciência e a

tecnologia são valores muito mais que coisas ou artefatos ou mesmo

saberes”. É tudo isso em complementação com o mundo vital num

movimento que só pode adquirir significado na sua dimensão ética e politica.

(NIETSCHE, 2000).

A história da evolução tecnológica na área da saúde, ou seja,

tecnologia dura começou com a revolução industrial através do

desenvolvimento de novas tecnologias em praticamente todas as áreas do

conhecimento. Nessa altura, as ciências aplicadas possibilitaram o advento

de maquinas e equipamentos que substituíram e ou minimizaram a

necessidade da força humana física. A associação entre tecnologia e

máquinas//equipamentos, vem provavelmente dessa primeira revolução

industrial. Estas transformações tecnológicas assumiram fundamental

importância na sociedade contemporânea, não só frente às repercussões

junto ao processo produtivo, como também por gerar algumas tendências

que deram origem a novos formatos organizacionais, novas relações de

trabalho, influenciando as qualificações profissionais e as relações sociais.

Page 79: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

54

Com significado de eficiência e qualidade, a tecnologia assume o papel de

legitimadora, tanto em nível individual no desempenho de funções como

também em nível institucional.

As instituições de saúde, bem como os profissionais que atuam nesse

setor, não ficaram alheios a esse processo. Assim as organizações

produtivas onde a utilização da tecnologia permite a manutenção de uma

posição de igualdade ou mesmo superioridade em relação a concorrentes,

as organizações de prestações de serviços tem o mesmo comportamento,

visto que em sociedades capitalistas, os serviços passam também a ser

considerados bens vendáveis, reproduzindo assim a logica das leis de

mercado competitivo. (PEIXOTO, 1994).

A tecnologia em saúde, material ou não, compreende os saberes

específicos, procedimentos técnicos, instrumentos ou equipamentos

utilizados nas praticas de saúde. Estes ao mesmo tempo em que constituem

meios de trabalho dos diferentes profissionais de saúde, representam um

dos itens para a manutenção e ampliação da escala de produção

capitalista(Dias, et al, 1996)..

A crescente tecnificação dos procedimentos para a atenção a saúde,

torna este setor um dos mais dinâmicos no tocante a absorção de novas

tecnologias, que são produzidas e consumidas segundo a logica de

mercado. Desse modo estas passam a ter um valor em si mesmas,

independentemente de sua eficácia. São mercadorias incorporadas aos

Page 80: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

55

procedimentos técnicos muito mais na perspectiva dos interesses que

representam do que das necessidades. Atualmente as transformações

tecnológicas no setor saúde se encontram cada vez mais rápidas e a cada

momento surgem novas técnicas diferentes e aparatos mais modernos no

mercado. A invenção do RX, no final do século XIX e sua aplicação com fins

diagnósticos no inicio do século XX, constituíram um marco importante na

historia da medicina. O sucesso do emprego de RX levou os profissionais à

busca de outros métodos diagnósticos por imagem, sendo presenciado

nessa geração o aparecimento de Ultrassonografia, da Tomografia, e da

Ressonância Magnética (ressonância nuclear magnética). (Dias, et al, 1996).

No Brasil, o ritmo acelerado das transformações e inovações

tecnológicas, iniciou-se na década de 30. Uma visão geral da historia da

evolução tecnológica no país é traçada a seguir, segundo (Peixoto, 1994).

Após a década de 30 em decorrência de pressões provenientes do processo

de industrialização, os reflexos da disfunção cultural exercida pelos países

industrializados passaram a ser observados, também no setor da saúde,

assim como suas repercussões no ensino médico e na infraestrutura de

saúde.

Nos anos 50, iniciou-se a industrialização da medicina, constatando

uma ampliação da rede hospitalar com ênfase na atenção medica curativa

de caráter individual, na especialização e na tecnificação do ato medico.

Na década de 60, estabeleceu-se o discurso hegemônico da

Page 81: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

56

racionalidade que tinha como principal objetivo expandir a assistência

curativa no âmbito hospitalar.

A década de 70 foi marcada pelo fortalecimento do setor saúde como

um novo setor industrial quando a produção de equipamentos e fármacos

passou a absorver grandes quantidades da renda do país. No entanto esta

incorporação tecnológica não significou uma melhoria no nível de saúde da

população. Foi nessa década, com uma rápida difusão que as unidades de

terapia intensiva foram implantadas no Brasil. Nas ultimas cinco décadas o

acirrado desenvolvimento biotecnológico vem acontecendo numa velocidade

avassaladora que mal se consegue acompanhar, levando a uma reflexão

profunda dos significados e da importância das varias consequências

advindas desse crescente processo de evolução. (Maftum et al, 2004).

3.3. Problematização

Apesar dos esforços governamentais para fomentar a pesquisa em

saúde serem bastante significativos, ainda são insuficiente em todas as

esferas nacionais, pois em relação à infraestrutura de pesquisa, a escassez

de recursos para investimentos tem sido um constante obstáculo. Vale ainda

mencionar a precariedade em que se encontram as unidades e os hospitais

Page 82: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

57

de ensino que muitas vezes não tem como oferecer a melhor condição de

aprendizado e muito menos em desenvolver grandes pesquisas fidedignas

que tenham repercussão internacional. Isso sem falar do desempenho da

função de atendimento. A controvérsia atual levantada pelo Programa

Federal “Mais Médicos” e pelo Programa de “Importação“ de profissionais

estrangeiros, citados mais atrás se baseou muito na ausência de

infraestrutura mínima. Sem entrar no mérito das iniciativas, foi comum no

noticiário a justificativa alegada para a desistência de participação de

médicos brasileiros no “Programa Mais Médicos”, seria a precariedade das

instalações de unidades do SUS. A questão não envolvia tecnologia de

ponta, como maquinas e instrumentos sofisticados, mas alegava-se

precariedade de instalações, falta de aparelhos de refrigeração de

medicamentos ou maquinas de RX, espaços de consultórios, banheiros,

entre outros.

Outro importante assunto seria a falta de um compromisso ético,

social sério e sem falhas, voltado para melhorias de curto, médio e longo

prazo dando condições de saúde a população brasileira considerando as

diferenças regionais, buscando a equidade uma vez que esses princípios

básicos são relativos ao respeito à vida e a dignidade das pessoas, ou seja

uma população em busca de qualidade para a saúde, inclusão, controle

social e respeito à pluralidade. Por meio da politica nacional de Ciências

Tecnológicas de Inovação em Saúde, deve-se obter a inclusão e controle

social, educação científica, tecnológica e cultural adequada à realidade atual

Page 83: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

58

e aos desafios futuros respeitando e valorizando o saber e culturas locais,

contribuindo para melhoria da qualidade de vida, respeitando o meio

ambiente e garantindo um futuro promissor para novas gerações. Esperando

que os profissionais da saúde trabalhem de forma consciente e a

conscientizar, para uma total utilização dos equipamentos médicos

hospitalares, evitando o seu precoce sucateamento.

Diante do exposto faz - se o questionamento: o principal problema da

falta de tecnologia nos serviços de saúde da rede pública em especial no

maior hospital escola da América Latina onde foi desenvolvido este estudo

está relacionado ao fato de não adquirir a tecnologia ou a não conservação

dos equipamentos já adquiridos?

Para responder a este questionamento acima, propusemos uma

investigação no hospital acima indicado, no setor de aquisição, manutenção

e conservação de equipamentos, onde entrevistamos 24 (vinte quatro)

profissionais, desta área que trabalhavam diretamente com o assunto em

evidencia. Esses profissionais foram selecionados para participar do estudo

também, porque mostraram através da fala, ter experiência na área de

aquisição, manutenção e conservação de equipamentos tecnológicos.

Os procedimentos (questionários e entrevistas) buscavam identificar os

profissionais quanto a::

Formação profissional

Page 84: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 3

59

Tipo de dedicação, se exclusivo, permanente, temporário.

Número de empregos

Suas opiniões sobre o uso da tecnologia.

Suas opiniões sobre o descarte dos equipamentos e outros.

As entrevistas e aplicações de questionários foram desenvolvidas

dentro do próprio ambiente hospitalar, o local foi escolhido pelos

entrevistados, para que não tivesse constrangimento e sentisse a vontade, já

que o ambiente para eles era rotineiro.

Page 85: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

CAPÍTULO 4

Page 86: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

61

4.1. Caminho Metodológico

Esta é uma pesquisa do tipo exploratória, pois conta com o objetivo

de proporcionar a maior familiaridade com o problema, visando torná-lo mais

explicito, envolvendo levantamento bibliográfico questionário e entrevistas

com pessoas conhecedoras do problema, ou que já vivenciaram o assunto

em evidencia. Também utilizamos relatos veiculados através da mídia.

Vejamos um exemplo de relato: a mídia destacou problemas no atendimento

a saúde envolvendo a deficiência de infraestrutura no campo da saúde,

(postos de saúde outras instituições da rede publica) pedindo providencias

para equipamentos e suprimentos de estoque. Agencia Brasil – 21/09/2013.

4.2. Pesquisa Exploratória

Esta é uma pesquisa exploratória com levantamento bibliográfico que

consiste no estudo profundo e exaustivo de poucos objetos, de maneira que

permita seu amplo e detalhado conhecimento. Os dados primários foram

coletados para estudo de um assunto pouco ou não pesquisado ainda. Para

coletá-los foi aplicado um questionário com questões fechadas

Page 87: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

62

acompanhado por uma entrevista,. Além de responder as questões fechadas

foi realizada uma entrevista que solicitava a justificativa da resposta dada no

questionário.

4.3. Entrevistas

Várias são as definições da palavra entrevista, mas uma delas tem

nos chamado a atenção, que é a definição na linguagem jornalística. É o

encontro com uma pessoa com finalidade de interroga-la sobre seus atos e

ideias; é o conjunto das declarações com autorização implícita ou formal

para publica-las. O entrevistado é quase sempre a pessoa de destaque

permanente ou circunstancial e as perguntas não são todas respondidas

com boa vontade e disposição, mas conseguidas com astúcia e tato por

parte do entrevistador.

O método das entrevistas está sempre relacionado com o método de

analise de conteúdo. Quanto mais elementos de informação obtivermos,

maior credibilidade terá a nossa reflexão.

Em geral, entrevista é uma conversa com uma ou mais pessoas com

a finalidade de recolher informações. As perguntas podem ser variadas,

Page 88: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

63

conforme aquilo que quisermos saber. Podemos querer conhecer as suas

ideias, aquilo que tem feito, as razões ou motivos que o levaram a fazer tal

coisa, ou ainda quais os seus projetos para o futuro. As hipóteses são muitas

e dependem da imaginação e preparação. Antes da realização da

entrevista, deve-se fazer sempre o guia da entrevista, ou seja, uma base

onde se escreve as perguntas e que irá te ajudar ao longo do encontro.

No guia da entrevista é necessário incluir o nome das pessoas

entrevistadas, a data, o local, assim como dar um titulo a entrevista.

Além disto, deve incluir um texto inicial com os objetivos da entrevista

e ler para o entrevistado no inicio da realização da mesma. Este ultimo

procedimento vale também para aplicação de questionário.

Alguns passos são necessários para que a entrevista atenda aos

objetivos:

1- explicar para o entrevistado o objetivo da entrevista.

2- criar um ambiente agradável com privacidade, de forma que o

entrevistado se sinta a vontade.

3- conversar com o entrevistado de forma informal e começar pelas

perguntas mais simples ou mais fáceis.

4- não esquecer o registro de toda entrevista. Pode - se usar o papel ou

um gravador de som.

Page 89: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

64

5- nunca se esquecer de pedir autorização para gravar.

6- fazer sempre uma previsão de tempo gasto para entrevistar.

7- não hesitar em terminar antes do tempo.

8- após a entrevista, analisa – se os dados recolhidos e em caso de

vários entrevistados realize um relatório, explicando como tudo foi

feito e quantas pessoas foram entrevistadas. Não obstante as

definições acima, referindo ao nosso método principal de obter dados

como aplicação de questionário, foram tomados os cuidados arrolados

acima, por ocasião dos encontros. Os cuidados com o local, a

autorização, as explicações da pesquisa, o compromisso do

anonimato e dos esclarecimentos solicitados, valem para os

procedimentos que envolvem o questionário.

4.4. Abordagem

Este trabalho foi desenvolvido através do método Hipotético- dedutivo,

visto que este se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimento

acerca do qual formula – se hipóteses e pelo processo dedutivo, que testa

Page 90: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

65

as ocorrências de fenômenos abrangidos pela hipótese. Nosso instrumento

foi o questionário seguido de comentários dos participantes. As questões

do questionário eram todas fechadas com quatro ou cinco alternativas, mas

os participantes poderiam fazer comentários sobre as suas respostas, que

estariam sendo gravados, e posteriormente analisados para fins de

discussão dos resultados. Foi este complemento que chamamos de

entrevista, uma vez que as falas eram mais ou menos longas e voluntarias.

4.5. Procedimentos

Inicialmente foi realizado um projeto piloto para validar a

confiabilidade do instrumento, e verificar se as questões aplicadas eram

correlatas com os objetivos. De Inicio foram aplicadas 12 questões, e

percebemos que havia similaridade de respostas entre algumas questões,

estas com similaridade foram excluídas do estudo, restando oito questões.

Também se verificou que alguns participantes preferiram responder

oralmente as questões ao invés de escrever. Por isso optou-se por gravar

comentários após as respostas escritas. Esta proposta de trabalhar com

questionário e comentários foi escolhida após aplicação do projeto piloto,

quando quatro dos participantes não aceitaram responder o questionário por

Page 91: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

66

escrito.

As questões para os questionários foram construídos conforme o

problema em evidencia no estudo, baseado em bibliografia, dados da

realidade, relatos da mídia e a vivência diária da pesquisadora dentro das

áreas hospitalares.

Estas questões foram validadas no questionário piloto e aplicadas em

um grupo composto de profissionais de nível superior, com formação em

Engenharia, Administração Hospitalar e Economia, e outros de nível técnico,

envolvidos diretamente com a aquisição de novas tecnologias, assim como

na manutenção e disposição final dos equipamentos tecnológicos. A escolha

dos participantes está baseada na experiência profissional relacionada ao

problema em evidencia.

Os resultados obtidos durante a aplicação dos questionários foram

importantes para analise dos dados e exclusão de algumas questões como:

A- Aquelas que mostraram respostas iguais para duas ou mais

formulações.

B- Quando mais de um profissional respondeu de forma igual à

mesma questão, eliminamos esta para evitar um certo padrão das

respostas. As modificações nas questões para entrevista foram

realizadas em relação a estas observações feitas através da

aplicação do projeto piloto, e verificou-se que as questões da forma

Page 92: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

67

que foram aplicadas corresponderam aos objetivos do estudo,

eliminando possibilidade de fatores confundidores e viés da

amostra.

4.6. Questões do Questionário

1- Em sua opinião a tecnologia tem contribuído para o desenvolvimento

intelectual do indivíduo que trabalha com equipamento de inovação

tecnológico em saúde? De forma: ( ) ótima ( ) muito bom ( ) bom ( )

regular ( ) ruim

1.a- Esta mesma Tecnologia tem contribuído também para a

recuperação da saúde hospitalar? ( ) muito ( ) razoavelmente ( ) pouco

( ) nada

2- Quais os critérios utilizados para aquisição de novas Tecnologias na

área hospitalar?

( ) critério unicamente técnico ( ) necessidade clinica ( )

necessidade profissional ( ) desenvolvimento de pesquisa ( ) por

limitação de recurso financeiro

Page 93: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

68

3- Observa-se que em geral há uma necessidade de gerenciamento

tanto para os equipamentos de tecnologias avançadas, como para as

tecnologias básicas e ao mesmo tempo existem constantes

desperdícios de investimentos e sucateamento de equipamentos nas

unidades hospitalares sobre esta afirmação comente e responda.

( ) Absolutamente verdadeira ( ) é parcialmente verdadeira

( ) existe apenas em algumas unidades ( ) não é verdadeira a

afirmação ( ) desconheço esta realidade

4- As unidades hospitalares são organizações que necessitam de

continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico. Como o Senhor vê

esta necessidade e como tem feito este continuo aperfeiçoamento

neste setor?

( ) existe e está sendo bem contemplada ( ) existe e está sendo

parcialmente contemplada ( ) existe e não está sendo contemplada

( ) não existe ( ) não temos dados sobre a necessidade

4.a- E como avalia esta necessidade? ( ) grande ( ) moderada

( ) pequena

4.b- E como vê o continuo aperfeiçoamento neste setor? ( ) é

muito necessário ( ) é moderadamente necessário ( ) é pouco

Page 94: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

69

necessário

5- Quais as estratégias usadas nas atividades de gerenciamento para

que se obtenha um maior aproveitamento possível de tais tecnologias

evitando assim equipamentos sucateados?

( ) é feito treinamento de pessoal ( ) é feito acompanhamento de

pessoal ( ) é feito manutenção do equipamento ( ) é feito

conservação do equipamento ( ) é feito atualização dos

equipamentos

6- Trabalhos de pesquisa têm mostrado que existem grupos de

manutenção interna com deficiência de acompanhamento técnico, isto

gera problemas no armazenamento, instalação, operação,

manutenção e disposição final dos equipamentos. O que a empresa

tem feito para melhoria desse processo?

( ) contratado novos serviços ( ) contratado novos profissionais ( )

treinado os profissionais internamente ( ) não temos investido

neste aspecto

7- Quais são os fatores determinantes para o investimento em inovação

tecnológica da saúde?

( ) necessidade clinica ( ) necessidade do profissional ( )

necessidade mercadológica ( ) necessidade de aplicação em

pesquisas ( ) necessidade competitiva

Page 95: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

70

8- O presente trabalho propõe-se a analisar a importância do

gerenciamento de recursos tecnológicos avançados para maior

aproveitamento do tempo de vida útil desses recursos e melhorias dos

serviços oferecidos, qual importância do gerenciamento dos recursos

tecnológicos na saúde e responda?

( ) o material é comprado e totalmente utilizado ( ) o material é

comprado e parcialmente utilizado ( ) o material é comprado e não é

utilizado ( ) o material é comprado, mas não existe pessoal

capacitado para usa-lo ( ) a tecnologia é adquirida, mas a preferência

é continuar usando o material conhecido

9- Que tipos de equipamentos são mais usados em termos de tecnologia

da saúde?

( ) tecnologia de última geração ( ) o material que eu tenho

familiarização ( ) o que tenho a disposição no momento ( ) o mais

fácil de ser usado ( ) o ideal para a terapia

10- O que envolve o processo de compra desses equipamentos?

( ) aleatoriamente ( ) baseado na necessidade do serviço ( )

baseada na opinião do usuário ( ) baseada na opinião do profissional

( ) periodicidade

11- Como é feito o descarte destes equipamentos?

Page 96: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

71

( ) é descartado com controle de uso e estoque ( ) é simplesmente

descartado ( ) é deixado em almoxarifado ( ) Quando não funciona

mais ( ) Quando o conserto é mais caro que a compra de outro.

12- Existe a possibilidade de uso inadequado destes equipamentos?

( ) sim e de jeito muito frequente ( ) sim, mas não tão frequente ( )

sim, mas de forma pouco frequente ( ) não existe ( ) desconheço

13- Os recursos tecnológicos adquirido são utilizados?

( ) totalmente utilizado ( ) parcialmente utilizado ( ) pouquíssimo

utilizado ( ) não é utilizado ( ) não tenho controle do uso

14- Os recursos tecnológicos adquirido ficam sucateados

( ) muito rapidamente ( ) no tempo correto ( ) não permito que isto

ocorra ( ) não acontece ( ) após sua vida útil.

Page 97: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

72

4.6.1. Procedimentos

Inicialmente os participantes assinaram o termo de consentimento

livre e esclarecido, concordando em participar da pesquisa, no qual estava

explicito que a entrevista seria gravada. Inicialmente foi agendada o

encontro com hora marcada em local em que pudesse ser gravada sem

interferência de outras pessoas. Todas as perguntas foram realizadas em

salas onde estavam presentes o entrevistador e o entrevistado.

A gravação dos comentários foi obtida após confirmação do

entrevistador de que as mesmas não seriam divulgadas em hipótese alguma

para qualquer outra finalidade que não de investigação científica, tal como

expressa no termo de consentimento livre e esclarecido. Ficou ainda

acordado entre as partes que as questões e as respostas não seriam vistas

por nenhuma outra pessoa além do entrevistado e do entrevistador, ficando

o mesmo sujeito a penalidades caso descumprido este acordo.

Após a assinatura do termo de consentimento e as questões

apresentadas ao participante, o gravador foi ligado e a entrevistadora iniciou

o procedimento de gravação das respostas. Durante o processo poderia

haver interrupção por parte do pesquisado ou da pesquisadora para ajustes

no equipamento. As questões foram feitas em sequencia, e todas poderiam

ser respondidas ou comentadas pelo entrevistado. O entrevistador não

Page 98: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

73

poderia realizar comentários adicionais, caso o entrevistado necessitasse de

maiores explicações sobre as questões, a entrevistadora faria a leitura

novamente da questão e em seguida esclarecia a dúvida do entrevistado.

Ao final do encontro as questões eram revistas pelo participante e

pela pesquisadora e qualquer correção que o participante necessitasse

realizar, era permitida. Mas após o encerramento da gravação nada mais foi

alterado. Todos os participantes aceitaram acrescentar seus comentários.

4.7. Casuística

Participaram deste estudo 24 profissionais, oito de nível técnico e 16

de nível superior, sendo engenheiros, economistas administradores

hospitalares, técnicos de manutenção, de dois hospitais escola da rede

públicos da capital Paulistana. A média de tempo de exercício da profissão,

na atual função foi de 8,5 anos para os administradores, 10,9 anos para os

engenheiros e 8,8 anos para os economistas, 8.5 anos para os técnicos.

Cem por cento dos participantes eram do serviço público, embora 60% deles

trabalhassem também em outro serviço sendo esse segundo emprego em

empresa privada. O tempo de exercício da função no serviço público não foi

Page 99: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

74

diferente em relação ao tempo de exercício da função dos entrevistados que

trabalhavam também em um serviço privado (p = 0,35). Todos os

entrevistados afirmaram responder as questões por livre árbitro sem

influencia das possíveis recomendações das empresas. Todos eram

casados, tinham propriedades nominativas, e não havia condenação judicial

para nenhum dos entrevistados, os profissionais de nível superior estavam

com suas documentações regularizadas em seus respectivos conselhos

regionais.

4.8. Análise Estatística

Os dados foram analisados em direção aos objetivos e estão

apresentados em valores médios, percentuais e absolutos. E para melhor

visualização foram construídos gráficos e tabelas. A partir das analises

realisadas foi possível evidenciar algumas conclusões.

Page 100: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

75

4.9. Complementação Metodológica

Também utilizamos relatos veiculados através da mídia. Vejamos

alguns relatos: a mídia destacou problemas no atendimento á saúde

envolvendo a deficiência de infraestrutura no campo da saúde, (postos de

saúde e outras instituições da rede publica) pedindo providencias para

equipamentos e suprimentos de estoque. Agencia Brasil – 21/09/2013.

Através do noticiário a população brasileira toma ciência dos

desastrosos acontecimentos nos serviços públicos de saúde. O SUS é

precário, incidentes acontecendo em sequencia devido o despreparo e a

falta de qualificação de profissionais, levando pessoas à morte. Tudo parece

ótimo na letra da lei ou das diretrizes, ou na fala dos administradores, mas

na verdade a realidade frequentemente é aquela mostrada pela mídia.

A Constituição Federal de 1988 constituiu-se no marco legal dando

rumo as demais legislações sobre as políticas publicas, nos art. 196, 198,

199 e 200 da Constituição Federal que regulamenta a saúde publica.

Observamos que ao poder publico nos termos da lei, fiscaliza e controla os

recursos da saúde que vem do orçamento da seguridade Social, da União,

dos Estados, do Distrito Federal dos municípios e de outras fontes. Malgrado

as determinações legais, as situações discrepantes.

Os relatos do programa de TV, de grande audiência o Fantástico

Page 101: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

76

exibido pela rede Globo de Televisão, levaram ao conhecimento da

população o descaso e a precariedade dos serviços públicos de saúde.

Registramos o que segue:

Um dos repórteres do Programa Fantástico Sr Faustini, relatou as

condições de trabalho de uma técnica de enfermagem: ela não tinha luvas

para usar nos procedimentos técnicos; retirava pontos de uma incisão de

cesariana sem o uso das luvas. Ao interroga-la, porque não usava a luva, a

mesma respondeu sem nenhuma dificuldade, que não havia luvas para uso

e que aquela paciente já era a oitava senhora que ela havia atendido. Esta

mesma profissional contou para o repórter que as pinças (material usado)

seriam lavadas em uma pia comum e que a torneira não tinha água, mas

que ela encheria um balde com água do rio e sabão. Dizia a técnica de

enfermagem, que “ basta colocar as pinças dentro do balde durante uns

vinte minutos, passo uma escovinha com força e coloco no fogão para

esterilizar.” Explica ela: “ é uma maneira rudimentar, mas não tenho outra

opção. Sei que estou colocando em risco o próximo paciente. Mas é a única

forma que tenho para trabalhar.”

Outro grave problema encontrado foram as atividades médicas sendo

desenvolvidas por técnicos de enfermagem. Questionados, porque faziam

um trabalho que por direito é dever do profissional medico, a técnica

respondeu: “eles não querem trabalhar no interior, pois falta tudo, não tem

aparelhos, nem materiais nem medicamentos. O único antibiótico que temos

aqui é a gentamicina.”

Page 102: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

77

A falta de equipamentos também é uma realidade nos laboratórios

públicos, que não têm aparelhos e materiais para garantir a segurança do

paciente e do profissional. “Lavamos materiais de alto índice de

contaminação com água e sabão e sem luvas, quando deveriam ser

descartável. As laminas de exames são lavadas no banheiro quando

deveriam ser esterilizadas em autoclave (aparelho de alta temperatura a

vapor), para exterminar todo tipo de microrganismo.” Estes relatos da mídia

foram feitos em um município onde o índice de malária é altíssimo, cerca de

metade dos 28 mil moradores já contraíram a doença. O Fantástico teve

ainda acesso a unidades de saúde com várias caixas de medicamentos

(remédios) vencidos como: pílulas, ampolas, vacinas compradas pelo

Ministério da Saúde, todas com datas de validades vencidas; tudo isso

relacionado ao descaso das autoridades responsáveis por este setor.

Enquanto isto o povo reclama pela falta de medicamentos nos postos de

atendimento.

A corrupção e o descaso com a população vêm surgindo de todos os

setores públicos, principalmente na saúde. Denuncias tanto pela

imprensa,quanto por setores fiscalizadores, são frequentes, no entanto não

havia sido medido o tamanho do rombo e o mais alarmante, é o prejuízo que

este montante de dinheiro causa em setores fundamentais como na saúde,

na educação, infraestrutura de habitação e saneamento básico. Um relatório

da Fiesp, informa que o custo de tudo isto chega R$ 69 bilhões de reais ao

ano. Segundo este mesmo levantamento a renda per capita do país poderia

Page 103: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

78

ser de U$ 9 mil (dólares), ou seja, 15,5 % mais elevada que o nível atual, se

estas perdas fossem controladas.

Outra pesquisa feita pela FIESP em 2008 aponta que o custo médio

anual da corrupção no Brasil, representa de 1,38% a 2,3% do produto

interno bruto (PIB), ou seja, gira em torno de R$ 41,5 bilhões a R$ 69,1

bilhões.

Entre 180 países, o Brasil está na 75º colocação no ranking da

corrupção, elaborado pela “Transparência Internacional”, numa escala de o –

10 em que os números mais altos representam países menos corruptos. O

Brasil tem nota 3,7, quando a média mundial é de 4,03 pontos. Além disso,

o levantamento também traz simulação de quanto à união poderia investir

em diversas áreas econômicas e sociais, caso a corrupção fosse menos

elevada. Veja –se quanto poderia ser investido apenas no campo da saúde

hospitalar:

Saúde – os hospitais públicos do SUS têm hoje 367.397 leitos para

internação, mas poderia crescer 89%; o que significaria um aumento de

327.012 leitos de internação a mais na rede publica.

Uma maneira de controlar o que está sendo gasto pelo setor público

(saúde) seria fiscalizar, acompanhar e cobrar. Mas para que o cidadão tenha

acesso aos gastos públicos, é preciso que todos os órgãos tenham os

chamados “Portais da Transparência” onde devem constar os recursos

investidos, relações de funcionários, folha de pagamento etc. A chamada

Page 104: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 4

79

Lei da Transparência foi sancionada pelo Presidente Luiz Inacio Lula da

Silva, em 27 de maio de 2009 e publicada no dia seguinte. Esta Lei é uma

alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) do ano 2000.

O dinheiro da saúde publica, tem alto valor social porque lida

diretamente com a vida das pessoas. No nosso país estas pessoas são as

mais carentes e menos favorecidas, por isso elas dependem totalmente dos

recursos públicos para cuidar da saúde. (Agência Brasil, 20/03/2012).

Page 105: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

CAPÍTULO 5

Page 106: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

81

5.1. Resultados

5.1.1. Caracterização da Amostra

Observou-se que em meio à amostra trabalhada havia formações

diferentes entre os trabalhadores. 8% eram Administradores Hospitalares

25% era Economistas, 29% eram Engenheiros Civis e Mecatrônicos e 34%

eram de nível Técnico (Figura 1).

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Administrador Economista Engenheiro Técnico

2

6

7

8

Fre

qu

ên

cia

Figura 1- distribuição da amostra conforme a ocupação profissional.

Page 107: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

82

Podemos observar nesta amostra que a diferença na formação dos

profissionais, que trabalhavam no setor de equipamentos hospitalar em

geral, não mostra nenhum tipo de prejuízo ou dano ao serviço, mas certa

harmonia no desempenho das funções. Percebeu-se que as diferenças na

formação profissional parecem entrelaçarem com as diferentes atividades

no setor de equipamentos hospitalares.

5.1.2. Distribuição da Amostra Quanto ao Número de

Empregos

Observou- se que a amostra trabalhada era composta por dois tipos

de profissionais, os que trabalhavam em um só emprego, e aqueles que

trabalhavam em mais de um emprego, ou seja, 60% dos entrevistados

trabalhavam em mais de um emprego e 40% deles trabalhavam em um só

emprego, sendo esse da rede pública (Figura 2).

Page 108: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

83

Vemos que a maioria dos trabalhadores desempenhavam suas

atividades em duas empresas, ou seja, eles tinham dois empregos,

enquanto que a minoria trabalhava apenas em um só emprego. Portanto na

amostra não houve diferença em sua atuação e desempenho das suas

atividades. Nem mesmo mostrou diferença nas respostas das questões

relacionadas às atividades diárias. A dupla jornada de trabalho não foi

percebida através da experiência e nem da forma de expressão das

respostas. O entrevistador conhece a existência do segundo emprego, por

ter conversado com os participantes antes mesmo do inicio dos

Figura 2 – Distribuição da amostra conforme o número de empregos que trabalhavam os entrevistados.

Page 109: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

84

procedimentos, pois isto não era um fator relevante para a pesquisa.

5.1.3. Contribuição da Tecnologia para

Desenvolvimento Intelectual do Trabalhador

A tecnologia tem contribuído para o desenvolvimento intelectual do

indivíduo que trabalha com equipamento de inovação tecnológico em

saúde? (Figura 3).

Page 110: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

85

Observamos que 85% dos pesquisados disseram de alguma forma

existir contribuição da tecnologia para o desenvolvimento intelectual do

individuo que trabalha com esses equipamentos. Sendo que 30% ficaram

com o conceito ótimo. 34% ficaram com o conceito Bom. 21% ficaram com o

conceito Muito Bom. Verificou-se que nenhum dos entrevistados relacionou

esta contribuição aos conceitos regular e ruim, todos viam no exercício da

profissão uma contribuição positiva para o próprio aperfeiçoamento

0

1

2

3

4

5

6

7

8

ótimo muito bom bom regular ruim

7

5

8

0 0

Fre

qu

ên

cia

Figura 3 - Opinião dos participantes sobre a contribuição da tecnologia para o desenvolvimento intelectual do indivíduo que trabalha diretamente com o equipamento. Podemos observar através da estatística que a tecnologia traz grande contribuição para o desenvolvimento intelectual daqueles que estão diretamente envolvidos com a mesma.

Page 111: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

86

intelectual.

Analisando esses resultados podemos observar que é

estatisticamente significante a porcentagem para os conceitos, ótimo, muito

bom e bom, não deixando dúvida nas respostas dos participantes sobre a

contribuição para o desenvolvimento intelectual daqueles que trabalham

diretamente com equipamentos tecnológicos. Além das respostas afirmativas

em relação à pergunta, podemos também relatar que para a manipulação de

qualquer equipamento hospitalar é necessário treinamento e capacitação

para desenvolver as atividades relacionadas com a manutenção,

conservação, armazenamento dos equipamentos, de forma a trazer uma

contribuição para o aumento da vida útil de cada um desses equipamentos,

evitando o seu sucateamento precoce. Diante de tudo isso, pode -se

afirmar que trabalhar com equipamentos tecnológicos traz desenvolvimento

significativo para o nível intelectual do indivíduo trabalhador. Esses

profissionais tendem a sentir a necessidade de mais aprendizado a cada

hora que se deparam com novos equipamentos em sua unidade de

trabalho. Esta necessidade é que faz com que cada um busque mais

conhecimento através dos cursos de treinamento, capacitação e atualização

relacionados com as suas atividades.

Page 112: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

87

5.1.4. Contribuição da Tecnologia para a Recuperação

da Saúde do Paciente

Observamos que as respostas são de alguma forma afirmativa

quando relacionadas com a contribuição da tecnologia na recuperação da

saúde. Verificamos ainda que 54% dos entrevistados afirmaram ser muita a

contribuição da tecnologia na recuperação da saúde. E 25% afirmaram que

é razoável a contribuição da tecnologia na recuperação da saúde. E 21%

afirmaram que esta contribuição é pouco para a recuperação da saúde, não

sendo assim tão importante a tecnologia na recuperação da saúde.

0

2

4

6

8

10

12

14

muito razoável pouco nada

13

65

0

Fre

qu

ên

cia

Figura 4 – Opinião dos participantes sobre a contribuição da tecnologia para recuperação da saúde.

Page 113: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

88

Diante do observado na forma estatística, não restam duvidas de que

a tecnologia na perspectiva desses funcionários tem contribuído de forma

positiva na recuperação da saúde das pessoas. Há de fato uma contribuição

positiva. Basta vermos que os equipamentos de monitorização de pacientes

como: a videolaparoscopia, os analisadores automáticos de

eletrocardiografia, dos fluxos sanguíneos e gasosos globais e regionais que

oferecem informações vitais rápidas, podendo tirar o paciente do risco

iminente o mais precocemente possível do que se possa imaginar. O

impacto dessa nova tecnologia na pratica da medicina é surpreendente. As

técnicas não invasivas de produção de imagem com a ultrassonografia, a

medicina nuclear, a tomografia e a ressonância nuclear, alteram

sensivelmente o processo do diagnóstico da doença. Uma vez feito o

diagnóstico, conclui-se que mais perto está a recuperação da saúde do

individuo. Muitas vezes o diagnóstico é o ponto fundamental para o

tratamento da doença, mas por falta da tecnologia na saúde este não pode

ser realizado, desta forma, não resta dúvida que sem o diagnóstico não há

cura. Isto está representado estatisticamente através das declarações feitas

pelos nossos participantes. Chamou-nos bastante a atenção quando

analisado os conceitos muito,, razoável e pouco, pois 100% dos

entrevistados acreditam de alguma forma que a tecnologia contribui para a

recuperação da saúde das pessoas, uma vez que nenhum dos participantes

respondeu o quesito quatro da figura que significa zero de contribuição.

Page 114: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

89

5.1.5. Critérios Utilizados para Aquisição de Novas

Tecnologias na Área Hospitalar

Estatisticamente estes critérios estão baseados em dois conceitos,os

de ordem técnica e os de ordem clinica, sendo que 75% dos participantes

disseram que os critérios utilizados para a aquisição de novas tecnologias

são de ordem técnica, apenas 17% disseram que os critérios para

aquisições de novas tecnologias são de ordem clinica. Não obtiveram

respostas os conceitos de ordem Profissional, Pesquisa e Recursos.

0

5

10

15

2018

4

0 0 0

Fre

qu

ên

cia

Figura 5 - Opinião dos participantes sobre os critérios para aquisição de novos equipamentos tecnológicos.

Page 115: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

90

Verificou-se que estatisticamente é bastante significativa a quantidade

Vimos que um maior numero de participantes disseram ser de ordem

técnica os critérios utilizados na aquisição de novas tecnologias na área da

saúde, ou seja, a necessidade de tecnologia na saúde é apresentada em

maior escala quando se desempenha uma técnica de procedimentos, como

por exemplo, a realização de um exame, com finalidade diagnóstica, ou

mesmo para agilizar um procedimento que era manual, mas que hoje se faz

através de equipamentos ou máquinas, ou ainda para aperfeiçoar algumas

técnicas como nos casos de visualização microscópica de longo alcance,

dentro dos laboratórios de analises clínicos. Este número de ordem técnica

vem acompanhado de uma quantidade de participantes que disseram que os

critérios para aquisição de novas tecnologias são baseados em critérios de

ordem clínica, ou seja, é necessário tecnologia para examinar a pessoa e

comparar achados do organismo com outros resultados clínicos do corpo

sadio, ou mesmo para relacionar as queixas das pessoas que estão sendo

examinadas, a outras que não apresentam as mesmas queixas ou sintomas

de alguma doença. Podendo citar o uso do martelo neurológico de reflexo de

Buck, usado nos exames neurológicos quando a pessoa refere fadiga

muscular, cansaço de membros inferiores sem causa aparente; o uso dos

estetoscópios para auscultar algum tipo de barulho torácico, chamados de

ruídos adventícios, do tipo sibilo, ruídos, roncos etc. Estes sinais durante o

exame clínico de uma pessoa doente são comparados com quadro clínicos

Page 116: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

91

de pessoas que não estão doentes. Esta comparação só pode ser feita

através do uso desses equipamentos.

5.1.6. Opinião dos Participantes sobre Sucateamento e

Desperdício de Investimento com Equipamentos

de Tecnologia Avançada

Verificou-se que 97% dos pesquisados responderam a esta questão.

Sendo que 59% dos pesquisados responderam que esta afirmação é

parcialmente verdadeira, ou seja, que nem sempre existe sucateamento ou

desperdício de equipamentos devido à falta ou necessidade de

gerenciamento; 25% disseram que existe sim sucateamento e desperdício

de equipamentos em algumas unidades; 13% responderam ser Falsa a

afirmação relativa ao sucateamento e que não existe sucateamento e

desperdício de equipamentos nas unidades hospitalares devido à falta ou

necessidade de gerenciamento.

Não houve respostas para os itens de afirmação Absolutamente

Verdadeira e para o item Desconheço esta realidade.

Page 117: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

92

Nesta amostra, podemos observar que segundo os participantes o

sucateamento dos equipamentos e o desperdício de investimento em

equipamentos de tecnologia avançada existem, mas de forma parcial e

também não acontece isto em todas as unidades e sim em algumas

unidades hospitalares.

Mas nessas respostas o que mais chamou a atenção do pesquisador

foi a quantidade de participantes que responderam o quesito, dizendo ser

parcialmente verdadeira a afirmação com 59%, acompanhado de 25% que

disseram existir o sucateamento e o desperdício, mas apenas em algumas

unidades.

0

2

4

6

8

10

12

14

verdadeira parcialmente verdadeira

em algumas unidades

FALSO desconheço

0

14

6

3

0

Fre

qu

ên

cia

Figura 6 - Opinião dos participantes sobre sucateamento e desperdício de investimento em equipamento de tecnologia avançada.

Page 118: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

93

5.1.7. Contínuo Aperfeiçoamento no Setor Tecnológico

(Figura 7)

0

2

4

6

8

10

12

contemplado parc. Contemplado

não contemplado

não existe desconheço

11

8

3

0 0

fre

qu

ên

cia

Figura 7 – opinião dos participantes sobre o programa de aperfeiçoamento tecnológico nas unidades de saúde. Verificou-se que 93% dos participantes responderam esta questão.

Page 119: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

94

Observou-se que 46% dos participantes responderam que existe

esta necessidade de um continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico e

está sendo comtemplada, 34% disseram que esta necessidade está sendo

parcialmente contemplada, ou seja, está sendo feito o contínuo

aperfeiçoamento no setor tecnológico mas de forma parcial, diante do

possível sem prioridade, esta necessidade de um contínuo aperfeiçoamento

no setor tecnológico, está sendo parcialmente contemplado, com 13% dos

participantes que responderam que existe esta necessidade de um contínuo

aperfeiçoamento no setor tecnológico, mas que não está sendo

contemplado. Verificamos ainda que não houve respostas para os itens Não

existe e desconheço.

Diante das respostas dos participantes podemos concluir que existe

necessidade sim de um continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico e

que de alguma forma está sendo atendida. Vimos que apenas uma

pequena parcela de 13% dos participantes disseram existir esta

necessidade, mas que não está sendo contemplada. Concluímos que de

alguma forma esta necessidade está sendo contemplada, parcial, ou

totalmente. É o que diz a soma de 46% mais 34% dos participantes. A

variação ocorre segundo os setores específicos. .

Page 120: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

95

5.1.8. Necessidade de um Contínuo Aperfeiçoamento

no Setor Tecnológico (Figura 8)

Observou – se que 92% dos participantes responderam esta questão,

de forma a afirmar que existe necessidade de um contínuo

aperfeiçoamento no setor tecnológico; com 67% dos participantes que

responderam ser grande a necessidade de um continuo aperfeiçoamento no

setor tecnológico. 25% disseram que é moderada esta necessidade de um

continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico. Apenas 8% deixaram de

responder esta questão. Não houve respostas para o item pequena

necessidade de um contínuo aperfeiçoamento no setor tecnológico.

Page 121: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

96

Diante da amostra, com 92% dos participantes se manifestando de

alguma forma sobre o que foi perguntado, podemos concluir que existe

necessidade de um continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico na área

hospitalar. Estatisticamente é significativa a quantidade de entrevistados que

afirmaram existir essa necessidade de um contínuo aperfeiçoamento no

setor tecnológico, com 67% dizendo que esta necessidade é grande no setor

tecnológico, acompanhado de 25% dos participantes que também afirmaram

existir esta necessidade, mas de forma moderada, ou seja, para eles esta

necessidade não é tão grande, ou não é tão necessária, assim podendo até

0

5

10

15

20

grande moderada pequena

16

6

0

Fre

qu

ên

cia

Figura 8 – Opinião dos participantes que responderam como avaliar a necessidade de um continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico.

Page 122: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

97

ficar sem esse continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico na área

hospitalar.

5.1.9. Contínuo Aperfeiçoamento no Setor Tecnológico

(Figura 9)

Verificou-se que 54% responderam que o contínuo aperfeiçoamento

no setor tecnológico é muito necessário. Com 25% dos participantes que

disseram que o aperfeiçoamento no setor tecnológico é moderadamente

necessário, acompanhado de 17% que responderam que o

aperfeiçoamento no setor tecnológico é pouco necessário.

Page 123: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

98

Na amostra da Figura 9, observou-se que 4% dos entrevistados

deixaram de responder esta questão, e mediante a análise dos resultados

conclui-se que esses participantes não concordam ser necessário um

continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico. Por outro, lado observou-se

que a grande maioria 54% utilizou o conceito Muito, para definir o quanto é

necessário o contínuo aperfeiçoamento no setor tecnológico. Esta resposta

está acompanhada de 25% dos participantes que utilizaram o conceito

Moderado para definir que o contínuo aperfeiçoamento no setor tecnológico

existe, mas de forma moderada, enquanto que uma minoria de 17% dos

entrevistados disse ser pouco necessário o contínuo aperfeiçoamento no

0

2

4

6

8

10

12

14

muito moderado pouco

13

6

4

Fre

qu

ên

cia

Figura 9 – avaliação dos participantes sobre o aperfeiçoamento no setor tecnológico. Observou-se que 96% dos participantes responderam esta questão e todos os itens foram respondidos.

Page 124: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

99

setor tecnológico na área hospitalar.

5.1.10. Treinamento de Pessoal (Figura 10)

Observa-se que 29% responderam que é feito treinamento de

pessoal, seguido de 29% dos participantes que disseram ser feito um

acompanhamento de pessoal, 17% disseram que é feito manutenção dos

equipamentos, 17% disseram ainda que é feito a conservação dos

equipamentos e 8% disseram que é feito a atualização dos equipamentos.

(Figura 10).

Page 125: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

100

Ao analisar estes resultados o pesquisador observou – se que a

estratégia utilizada pelo gerenciamento de equipamentos tecnológicos foram

tanto o treinamento como o acompanhamento dos profissionais envolvidos

com o setor tecnológico na área hospitalar, para que se obtenha o máximo

da vida útil dos equipamentos tecnológicos e assim possa também atender

de forma satisfatória as necessidades de atendimento a saúde da nossa

população, quando se faz necessário a utilização das tecnologias. Não

podendo esquecer que a manutenção, conservação e atualização desses

0

2

4

6

8 7 7

4 4

2

Fre

qu

ên

cia

Figura 10 – Avaliação dos participantes sobre as estratégias de gerenciamento de equipamentos. Notou-se que 100% dos participantes responderam esta questão, também houve respostas para todos os itens da questão.

Page 126: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

101

equipamentos, diante da amostra foram também fator importante para que

se obtenha um aproveitamento desejável de toda a tecnologia adquirida no

setor tecnológico da área hospitalar. Conclui-se que todos os quesitos

relacionados como itens estratégicos (treinamento, acompanhamento,

manutenção, conservação e atualização), são de grande importância nas

atividades de gerenciamento para que se obtenha o máximo de

aproveitamento possível desses equipamentos, evitando assim

equipamentos sucateados.

Page 127: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

102

5.1.11. Opinião dos Entrevistados Sobre o

Gerenciamento de Armazenamento, Instalação,

Operação e Manutenção de Equipamentos

Ao analisar estes resultados o pesquisador observou – se que a

estratégia utilizada pelo gerenciamento de equipamentos tecnológicos foi

tanto o treinamento como o acompanhamento dos profissionais envolvidos

com o setor tecnológico na área hospitalar, para que se obtenha o máximo

da vida útil dos equipamentos tecnológicos e assim possa também atender

de forma satisfatória as necessidades de atendimento a saúde da nossa

população, quando se faz necessário a utilização das tecnologias. Não

podendo esquecer que a manutenção, conservação e atualização desses

equipamentos, diante da amostra foram também fator importante para que

se obtenha um aproveitamento desejável de toda a tecnologia adquirida no

setor tecnológico da área hospitalar. Conclui-se que todos os quesitos

relacionados como itens estratégicos (treinamento, acompanhamento,

manutenção, conservação e atualização), são de grande importância nas

atividades de gerenciamento para que se obtenha o máximo de

aproveitamento possível desses equipamentos, evitando assim

equipamentos sucateados.

Page 128: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

103

Existem grupos de manutenção interna com deficiência de

acompanhamento técnico, isto gera problemas no armazenamento,

instalação, operação, manutenção e disposição final dos equipamentos. O

que a empresa tem feito para melhoria desse processo (Figura 11).

0

2

4

6

8

10

12

14

novos serviços contrato novos profis

treino os profis não há investimento

8

0

13

0

Fre

qu

ên

cia

Figura 11 – avaliação dos participantes sobre o gerenciamento de armazenamento, instalação, operação e manutenção de equipamentos.

Page 129: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

104

5.1.12. Fatores Determinantes para o Investimento em

Inovação Tecnológica da Saúde

Observou-se que 89% dos participantes responderam esta questão,

e que não houve respostas para os itens Contrato de Novos Profissionais e

não tem investimento neste aspecto. Vimos que 55% dos entrevistados

disseram que a empresa contrata novos serviços seguido de 34% dos

participantes que disseram que é feito um treinamento interno dos

profissionais. Diante das respostas dos pesquisados, observou-se que a

empresa tem contratado novos serviços e feito treinamento dos profissionais

na área de manutenção com o objetivo de evitar problemas na ordem de

armazenamento, instalação, operação, manutenção e disposição final dos

equipamentos tecnológicos. (Figura 12).

Page 130: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

105

Estatisticamente é bastante significativa a amostragem de

profissionais que disseram que a empresa faz treinamento dos profissionais

para evitar problemas nos serviços de manutenção, em geral na área

hospitalar, e em especial no setor de equipamentos tecnológicos. Mas

chamou a atenção do pesquisador a amostra, porque a empresa não

contrata novos profissionais e nem faz investimentos significativos para

evitar problemas com o setor de equipamentos tecnológicos. Conclui-se que

a base fundamental para evitar problemas na ordem de armazenamento,

instalação, operação, manutenção e disposição final dos equipamentos

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

clínica profissional mercadológica pesquisa competitiva

7

0

6

2

9

Fre

qu

ên

cia

Figura 12 – avaliação dos pesquisados sobre os fatores que determinam o investimento em tecnologia nos serviços de saúde.

Page 131: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

106

tecnológicos é a contratação de novos serviços, acompanhado do

treinamento dos profissionais do setor de equipamentos tecnológicos.

Observou-se que 100% dos entrevistados responderam esta questão

e que não houve resposta apenas para um item da questão: necessidade

profissional. Vimos que 38% dos participantes disseram que o fator

competitivo é determinante para o investimento em tecnologia nos serviços

de saúde seguido de 29% dos participantes que disseram que o fator

determinante para investimento é necessidade clínica. Em seguida vem

outros 25% dos participantes que disseram que o fator determinante para

investimento é de necessidade mercadológica, também acompanhado de

8% dos participantes que disseram que o fator determinante para

investimento é de necessidade de aplicação em pesquisa.

Diante da amostra vimos que o primeiro fator determinante para o

investimento em tecnologia nos serviços de saúde é de ordem competitiva,

ou seja, se tem aquele equipamento em determinado local ou em

determinada empresa, vamos adquiri-lo também ou ainda se esse

equipamento está sendo útil naquele hospital vamos comprá-lo também,

mas nem sempre isto pode funcionar.

Observamos através da amostra que vários são os fatores

determinantes para o investimento em tecnologia nos serviços de saúde. Em

segundo lugar vem o fator clínico com 29% dos participantes afirmando ser

Page 132: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

107

o fator clínico determinante para o investimento em tecnologia nos serviços

de saúde. Isto significa que para clinicar, ou seja, atender as necessidades

da saúde do paciente é preciso de investimento na área de tecnologia.

Outro fator determinante para o investimento em tecnologia conforme

a amostra é o fator de necessidade mercadológica, é aquilo o mercado

ofereceu, então vamos adquiri-lo. Se não adquiri-lo vamos ficando para trás,

e com isso podemos perder cliente, sair da mídia como um dos melhores

etc. Mas também a análise desta questão vê a mesma por outro ângulo,

aquele relacionado à maior quantidade, um número mais alto de

atendimento, ou um numero maior de pessoas sendo atendidas após a

aquisição de uma nova tecnologia que o mercado está oferecendo.

E por último, um pequeno número de entrevistados, 8% de toda a

amostra, afirmando ser um fator determinante para aquisição de uma nova

tecnologia, a necessidade de aplicação em pesquisa. Para esse grupo o que

determina o investimento em tecnologia é a necessidade de aplicação em

pesquisa.

Page 133: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

108

5.1.13. Importância do Gerenciamento de Recursos

Tecnológicos para uma Maior Vida Útil (Figura

13)

É comprado e totalmente utilizado// é comprado e parcialmente

utilizado//é comprado e não é utilizado//não há pessoal capacitado para usá-

lo//a preferência é usar o equipamento antigo.

0

2

4

6

8

10

totalmente parcialmente não utilizado não há pessoal

equipamento antigo

0

7

2

9

6

Fre

qu

ên

cia

Figura 13 – avaliação dos entrevistados sobre a importância do gerenciamento dos equipamentos para uma maior vida útil.

Page 134: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

109

Observou-se que 100% dos pesquisados responderam esta questão.

Verificou-se também que não houve resposta para o item da questão: O

material é comprado e totalmente utilizado seguido de 29% dos pesquisados

que responderam que o material é comprado e parcialmente utilizado, 8%

disseram que o material é comprado e não é utilizado. 38% responderam

que o material é comprado, mas não existe pessoal capacitado para usá-lo e

25% responderam que a tecnologia é adquirida, mas a preferência é

continuar usando o material conhecido.

Observou-se que diante das respostas dos entrevistados, podemos

concluir que vários são os fatores que interferem na importância do

gerenciamento dos equipamentos tecnológicos para que estes tenha uma

maior vida útil, mas pelo enunciado, está faltando utilização destes

equipamentos.

Não temos dúvidas de que com o aumento da vida útil de cada

equipamento tecnológico, as pessoas possam usufruir dos benefícios que

estes equipamentos podem oferecer para o atendimento a aqueles que

estão à procura de recursos para recuperação da saúde. À análise

percebemos que diante do que disseram os entrevistados o problema que

está relacionado com a importância do gerenciamento de equipamentos

tecnológicos está ligado ao não uso dos equipamentos adquiridos.

Mas algumas respostas dos participantes são estatisticamente

Page 135: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

110

significativas quando mencionado, é comprado o equipamento e

parcialmente utilizado. Isto nos diz que parte dos equipamentos que são

comprados não é utilizada, acompanhado de outra resposta que diz que o

material é comprado, mas não tem pessoal capacitado para usá-lo, contando

ainda com aqueles que disseram que o material é adquirido, mas a

preferência é continuar utilizando o material conhecido. E uma minoria que

afirmaram ser comprado o material e este não é utilizado.

Page 136: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

111

5.1.14. Que tipos de Equipamentos são mais Usados

em Termos de Tecnologia da Saúde? (Figura

14)

Observou-se que 93% dos pesquisados responderam esta questão e

não houve respostas para os itens da questão: tecnologia de última geração

e o mais fácil de ser usado.

Observamos que 30% dos pesquisados responderam que é o

material com maior familiarização.

Figura 14 – avaliação dos pesquisados sobre os equipamentos mais usados em serviços de saúde.

Page 137: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

112

Vimos que 42% disseram que o material que estiver disponível no

momento e 21% disseram ser o material ideal para a terapia.

Dentre os resultados da tabela acima uns merecem total atenção

quanto ao número de participantes que disseram ser mais usados os

equipamentos que estiverem à disposição no momento com 42% dos

entrevistados, acompanhado de 30% dos entrevistados que disseram ser

usado o material com maior familiarização. Diante destas respostas nos

chamou também a atenção que ficou claro que não há preocupação com a

necessidade das pessoas que estão procurando um atendimento e sim com

o que se pensa em utilizar no momento. Vejamos que apenas 21% dos

entrevistados disseram ser usado o material ideal para a terapia. Resultado

preocupante em termos de atendimento para a recuperação da saúde das

pessoas.

Page 138: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

113

5.1.15. O que Envolve o Processo de Compra dos

Equipamentos Tecnológicos? (Figura 15)

Verificou-se que 46% dos participantes disseram que a aquisição dos

equipamentos tecnológicos é baseada na necessidade do serviço e 17%

dos participantes disseram que a aquisição de equipamentos tecnológicos é

baseada na opinião do usuário acompanhado de 25% dos entrevistados

disseram que a aquisição dos equipamentos tecnológicos é baseada na

opinião do profissional, com 12% dos participantes que disseram que a

0

2

4

6

8

10

12

0

11

4

6

3

Fre

qu

ên

cia

Figura 15 – Opinião dos participantes sobre o processo de aquisição de equipamentos tecnológicos. Observou-se que 100% dos participantes responderam esta questão e que não houve resposta para o item da questão: Aleatoriamente.

Page 139: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

114

aquisição dos equipamentos tecnológicos é baseada em sua periodicidade.

Basicamente a aquisição de equipamentos tecnológicos está

relacionada à necessidade dos serviços, ou seja, para realizar determinado

atendimento eu preciso deste equipamento tecnológico. Isto envolve a

demanda de pessoas que procuram por determinado atendimento.

Mediante as respostas dos participantes 46% disseram ser da ordem de

necessidade para aquisição de novas tecnologias. Também é significativa a

resposta dos participantes quando disseram ser baseada na opinião dos

profissionais para que a empresa faça a aquisição de novas tecnologias para

atendimento a saúde. Conclui-se que é de fundamental importância observar

a necessidade da demanda do atendimento à saúde como também ouvir a

opinião dos profissionais de saúde quando na aquisição de novas

tecnologias.

Page 140: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

115

5.1.16. Processo de Descarte de Equipamentos

Observou-se que 100% dos participantes responderam esta questão,

e que não houve respostas para os itens da questão: é simplesmente

descartado e para o item quando não funciona mais (Figura 16).

Como é feito o descarte destes equipamentos?

Verificou-se que 38% disseram que os equipamentos são descartados

com controle de uso e estoque, e 8% dos entrevistados disseram que os

equipamentos quando não utilizados, são deixados em almoxarifados, e

54% dos entrevistados disseram que os equipamentos são descartáveis

quando o conserto é mais caro que a compra de outro equipamento.

Page 141: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

116

Verificou–se que 38% dos participantes disseram que os

equipamentos são descartados com controle de uso e estoque e 8% dos

participantes disseram que os equipamentos quando não utilizados, são

deixados em almoxarifados. Esses resultados veio seguidos de 54% dos

participantes que disseram que os equipamentos são descartados quando o

conserto é mais caro do que a compra de um outro equipamento. Diante da

analise das respostas, esta seria a maneira viável para o descarte de

equipamentos tecnológicos (segundo os participantes) que não mais estão

em uso.

02468

101214

9

02

0

13

Fre

qu

ên

cia

Figura 16 – opinião dos entrevistados sobre o processo de descarte de

equipamentos

Page 142: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

117

Apenas a minoria disseram que os equipamentos, quando não

utilizados ficam no almoxarifado. É preocupante, quando pensamos que

estamos contribuindo para um melhor meio ambiente para viver e criar

nossos filhos, quando nos deparamos com um resultado desta natureza,

dizendo que um equipamento é descartado, é deixado de lado, quando o

seu conserto custa mais caro do que a compra de um novo equipamento.

Onde estamos falhando.

Page 143: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

118

5.1.17. Possibilidade do Uso Inadequado de

Equipamentos

Existe a possibilidade de uso inadequado destes equipamentos?

(Figura 17).

Verificou-se que 71% dos participantes disseram que o uso

inadequado destes equipamentos é de jeito muito frequente e 25% dos

0

2

4

6

8

10

12

14

16

sim e de jeito muito

frequente

sim mas não tão frequente

sim, mas de forma pouco

frequente

não existe não conheço

16

6

10 0

Fre

qu

ên

cia

Figura 17 – Avaliação dos participantes sobre a possibilidade do uso inadequado de equipamentos. Observou-se que 100% dos pesquisados responderam esta questão e que não houve respostas para os itens da questão: Não existe e Desconheço.

Page 144: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

119

participantes disseram que o uso inadequado destes equipamentos existe,

mas não é tão frequente, seguido de 4% dos participantes disseram que o

uso inadequado destes equipamentos existe, mas de forma pouco frequente.

Estatisticamente é significativo o numero de entrevistados que

disseram ser frequente o uso inadequado dos equipamentos tecnológicos no

hospital, chegando a 71% dos entrevistados que responderam desta forma.

Esta resposta ainda pode ser acompanhada de 25% que disseram existir

uso inadequado dos equipamentos, mas que isto não é frequente. Ao analise

das respostas, podemos concluir que de alguma forma existe esse uso

inadequado dos equipamentos tecnológicos na área hospitalar, conforme as

respostas dos entrevistados. Mesmo aqueles que não optaram por

responder de forma mais concisa, disseram existir esse uso inadequado dos

equipamentos, mais de forma pouco frequente, somando apenas 4% dos

entrevistados.

Page 145: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

120

5.1.18. Uso dos Equipamentos Adquiridos

Os recursos tecnológicos adquiridos são utilizados? (Figura 18).

Observou-se que 100% dos entrevistados responderam esta questão.

E não houve respostas para os itens da questão: totalmente utilizado e não

utilizado. Com 58% dos participantes que disseram que os recursos

tecnológicos são parcialmente utilizados e 29% disseram que os recursos

tecnológicos são pouquíssimos utilizados, sendo que 13% dos participantes

disseram que os recursos tecnológicos não se tem controle do uso.

0

5

10

15

0

14

5

0

3Fre

qu

ên

cia

Figura 18 – avaliação dos entrevistados sobre o uso dos equipamentos adquiridos.

Page 146: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

121

Podemos observar que nenhum dos participantes, respondeu dizendo

que os equipamentos tecnológicos são totalmente utilizados. (Isto reforça a

resposta da questão anterior, quando 71% dos entrevistados disseram ser

inadequado o uso dos equipamentos tecnológicos). Claro que é significativo

o numero de participantes que disseram que os recursos tecnológicos são

parcialmente utilizados, chegando a 58% dos participantes que

responderam desta forma, somados aos 28% dos participantes que

disseram que os recursos tecnológicos são pouquíssimos utilizados. Apenas

uma minoria disseram, não se ter controle do uso dos recursos tecnológicos.

Page 147: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

122

5.1.19. Processo de Sucateamento dos Aparelhos

Os recursos tecnológicos adquiridos ficam sucateados? (Figura 19).

02468

1012

12

7

0

4

0

Fre

qu

ên

cia

Figura 19 – avaliação dos participantes sobre o processo de sucateamento dos aparelhos.

Page 148: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

123

Observou-se que 100% dos participantes responderam esta questão,

e que dois itens da questão não obtiveram resposta: o item não permito que

isso aconteça e o item não acontece.

Verificou-se que 50% dos participantes disseram que os recursos

tecnológicos ficam sucateados muito rapidamente, seguido de 34% dos

participantes que disseram que os recursos tecnológicos ficam sucateados

no tempo correto. Com 16% que disseram que os recursos tecnológicos

ficam sucateados após sua vida útil.

Ao analise das respostas dos participantes, concluímos que de um

modo geral 50% deles concordam que os equipamentos tecnológicos ficam

sucateados, mas após a sua vida útil. Sendo que 34% disseram ficar

sucateados no seu tempo correto, somados aos 16% dos entrevistados,

totalizando 50% de participantes. Vimos que nenhum entrevistado

respondeu que não existe sucateamento, ou algo parecido.

Page 149: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

124

5.2. Discussão

5.2.1. Inovação e Tecnologia Chave para o

Sucateamento

Nosso ponto de partida foi a inovação tecnológica e o sucateamento

de equipamentos hospitalares. Escolhemos como lócus da pesquisa e das

reflexões sobre os temas, o espaço hospitalar. Estas unidades são

organizações atípicas que trabalham com uma demanda especifica, como

descrito no capítulo 3: As unidades hospitalares.

Estas unidades são organizações que necessitam de contínuo

aperfeiçoamento no setor tecnológico, devendo avaliar a possibilidade de

introdução de novas tecnologias, bem como seu correto uso e manutenção

para o atendimento adequado e satisfatório das demandas que se

apresentam fragilizadas por estados doentios e psicologicamente alterados.

Estas atividades devem ser gerenciadas de forma a obter o maior

aproveitamento possível destas tecnologias. Estudos vêm mostrando a

quantidade de equipamentos sucateados ou encostados, sem uso nenhum,

sem o devido cuidado, amontoados em unidades hospitalares ocupando

Page 150: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

125

espaços que poderiam ser utilizados para procedimentos ou outras

atividades hospitalares, sem contar a quantidade de dinheiro público

investido para adquirir estes novos equipamentos. (Lopes, 1993). Neste

contexto estamos nos referindo ao sucateamento de equipamentos

essenciais como tomógrafos, aparelhos de hemodiálise, de RX, ECG que é

aparelho de eletrocardiograma de alta necessidade nas unidades

hospitalares, mesas cirúrgicas, e outros cujo abandono não é raro e sim

constante nas unidades hospitalares.

Em 1991, um hospital brasileiro de atendimento aos servidores do

Estado conduziu uma reflexão importante do gerenciamento tecnológico,

que segundo Lopes 1991 é indispensável um bom gerenciamento na área

dos equipamentos hospitalares, pois somente através deste serviço se pode

acompanhar o trabalho dos profissionais desta área assim como da vida útil

de todos os equipamentos hospitalares existente nas unidades.

Outra pesquisa conduzida pelo mesmo autor relatou outros problemas

referentes à utilização de equipamentos biomédicos nos hospitais brasileiros

que comprovam a necessidade de gerenciamento de tecnologia. Constatou-

se ainda a inexistência na grande maioria dos casos de grupos de

manutenção interna com deficiência de assessoria técnica necessária a

aquisição, armazenamento, instalação, operação, manutenção e disposição

final dos equipamentos, além da grande deficiência de treinamento e

Page 151: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

126

capacitação de operadores destas máquinas.

Diante desta constatação é preciso que saibamos que a Gestão de

equipamentos médico-hospitalares (GEMH) é parte fundamental dentro do

sistema de saúde. Esta necessita do suporte da Engenharia Clínica que

dentro dos equipamentos de assistência a saúde, (EAS), administra seus

parques tecnológicos desde a aquisição dos equipamentos até a sua

desativação e substituição fazendo com que utilize a sua capacidade

operacional em toda a sua vida útil com segurança e conforto aos seus

usuários. A GEMH entre outras atividades possibilita identificar os recursos

tecnológicos mais adequados para cada atividade ou unidade hospitalar,

assim como, aperfeiçoar a utilização dos equipamentos já existentes,

contribuindo de forma decisiva na viabilidade econômica das atividades de

cada unidade hospitalar e também das atividades médicas. É viável analisar

cuidadosamente e em longo prazo a vida útil de cada equipamento como

parâmetro para avaliação considerando os fatores de aquisição, instalação,

treinamento (técnico/operacional), manutenção, reposição de peças e

acessórios e contratos de manutenção periódicos.

Sabe-se que o setor de manutenção de equipamentos hospitalares é

um dos setores de mais alto custo chegando à ordem de 5% a 10%, para

hospitais da rede privada, podendo ser maior na rede publica, segundo a

Associação Brasileira de Manutenção, ABM. (ABRAMAN, 1999).

Page 152: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

127

A manutenção dos equipamentos médico-hospitalares (EMH) é o

alicerce que garantirá uma vida útil eficiente, produtiva e rentável para a

empresa que o faz. O custo da manutenção dos equipamentos médicos

hospitalares pode ser considerado uma criticidade em relação ao processo

de aquisição, pois o custo da aquisição que geralmente pode ser um fator

decisivo da compra pode ser considerado como menor custo quando

comparado ao custo da manutenção e instalação. Esta observação deixa

claro o motivo porque tanto sucateamento, abandono e desprezo por muitos

dos equipamentos hospitalares. O que vem chamando atenção neste

contexto é que tanto os altos custos dos serviços de manutenção, como o

abandono dos equipamentos médico-hospitalar são vistos ou encontrados

em todo o território nacional; claro que em determinadas regiões isto é muito

mais frequente, podendo relacionar esta frequência e o maior número de

equipamentos médicos abandonado, a grande quantidade de hospitais e de

unidades de saúde nestas regiões. É bom lembrar que a gestão de

equipamentos médicos hospitalares é de grande importância no

gerenciamento das estruturas técnicas dos equipamentos de assistência à

saúde, (EAS), cada vez consolidada com os equipamentos médicos

hospitalares, (EMH) isto é, com os recursos tecnológicos avançados.

Toda aquisição e incorporação de EMH deve ser minunciosamente

planejada, não adquirindo as tecnologias da moda, mas focando em

escolhas tecnológicas prioritárias às necessidades daquela população e

Page 153: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

128

instituição. O melhor EMH é aquele que traz benefícios efetivos ao paciente

e possui custos de aquisição, instalação, operação e, manutenção

compatível com o porte e o mercado atuante de cada Engenharia Clínica de

Assistência à saúde (EAS).

Os critérios utilizados para aquisição de novas tecnologias na área

hospitalar dependem de vários fatores, relacionados à necessidade da

clientela e demanda de utilização desses novos equipamentos. Com base

nos diversos estudos realizados por pesquisadores do assunto, órgãos de

gestão e manutenção pode se reunir a complexidade das ações

relacionadas á inovação tecnológica como a seguir.

A capacidade de inovar e se ajustar a novas tecnologias com base

nas necessidades, representa um fator essencial para o incremento da

competitividade de uma empresa ou organização. Sabemos que a vida útil

de produtos e de equipamentos demanda sucessivas ações inovadoras.

Portanto sua aquisição é parte importante desse processo. Tem-se

observado que um dos critérios utilizados na aquisição de novas tecnologias

está relacionado aos custos, equiparados a operacionalidade das inovações

que representam hoje as categorias que maior atenção recebem por parte

dos gestores ou responsáveis pela seleção e aquisição de novas

tecnologias. Outro importante detalhe são as condições organizacionais que

compõem uma situação ambiental, esta deve ser analisada e avaliada antes

Page 154: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

129

da aquisição de qualquer material e equipamento tecnológico. Uma

aquisição de nova tecnologia, sempre causa impacto nas organizações, e

muitas vezes deixam seus gerentes ou gestores sem saber o que fazer ou

como lidar com a situação. O surgimento de contingências não previstas à

medida que novas tecnologias são incorporadas pode resultar num

acréscimo dos custos previstos, assim como um desgaste nas relações de

poder. Previu-se que cresceria o número de produtos no mercado no final da

década de 80, o que realmente aconteceu, só que juntamente com este veio

também uma significativa taxa de fracasso. Diante de tudo isso pode

mencionar algumas características importantes a serem observadas antes

da aquisição de novas tecnologias.

1- Custo e demanda de recursos

2- Eficiência e vantagem relativa – retorno

3- Operacionalidade

4- Risco de poluição ou grau de agressividade ambiental

5- Adequação ao mercado

6- Necessidade da organização

7- Credibilidade do fornecedor

Page 155: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

130

Diante do exposto nesta discussão cabe apresentar a fala dos

participantes para melhor compreensão do posicionamento dos mesmos

sobre a temática.

Quanto à manutenção de equipamentos tecnológicos na área

hospitalar fica bem clara a opinião dos pesquisados manifestada no resumo

das falas.

Hoje eu diria que é um processo bastante complexo que demanda

alto custo, pois envolve, compras de peças para reposição, treinamento de

pessoal operacional, visitas constantes de profissionais especializados na

área de manutenção em geral e de equipamentos específicos. Falando em

empresa como o hospital, torna-se mais complexo visto que este já é uma

unidade de alta complexidade e de tecnologia com custos muito elevados.

Do ponto de vista arquitetônico, de engenharia, de instalações de

equipamentos e suprimentos os de uso constante, devem estar prontos e

disponíveis para uso imediato durante vinte quatro horas. Sua interrupção

pode levar os desfechos graves e fatais. Diante de tudo isso podemos definir

que em uma manutenção adequada tanto para o ambiente físico como para

os equipamentos em geral um bom andamento é desejável frente às

atividades ali executadas. Varias são as características de uma manutenção

de equipamentos considerada adequada:

Quanto aos critérios utilizados para aquisição de novas tecnologias

na área hospitalar o discurso dos participantes está resumido desta forma.

Page 156: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

131

A capacidade de inovar e se ajustar a novas tecnologias com base

nas necessidades, representa um fator essencial para o incremento da

competitividade de uma empresa ou organização. Sabemos que a vida útil

de produtos e de equipamentos demanda sucessivas ações inovadoras.

Portanto sua aquisição é parte importante desse processo. Tem-se

observado que um dos critérios utilizados na aquisição de novas tecnologias

está relacionado aos custos, equiparados a operacionalidade das inovações

que representam hoje as categorias que recebem maior atenção por parte

dos gestores ou decisores responsáveis pela seleção e aquisição de novas

tecnologias. Outro importante detalhe são as condições organizacionais que

compõem uma situação ambiental, esta deve ser analisada e avaliada antes

da aquisição de qualquer material e equipamento tecnológico. Uma

aquisição de uma nova tecnologia, sempre causa impacto nas organizações,

e muitas vezes deixam seus gerentes ou decisores sem saber o que fazer

ou como lidar com a situação. O surgimento de contingências não previstas

à medida que novas tecnologias são incorporadas pode resultar num

acréscimo dos custos previstos, assim como um desgaste nas relações de

poder. Previu-se que cresceria o número de produtos no mercado no final da

década de 80, o que realmente aconteceu, só que juntamente com este veio

também uma significativa taxa de fracasso.

Sobre a baixa dos equipamentos tecnológicos que pertencem à área

hospitalar, os participantes mostraram estas preocupações vista nos

Page 157: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

132

discurso.

Em primeiro lugar é preciso saber e acompanhar a vida útil de cada

equipamento. Esses equipamentos devem ser listados de forma a

apresentar suas marcas, modelos, ano de fabricação,

Seu funcionamento e se esse ainda apresenta muitos defeitos,

quebras, necessitando de constantes reparos de manutenção, pois se isto

acontece terão pontos a favor da sua desqualificação e consequentemente

serão substituídos por outros modelos e marcas diferentes. Nesse caso a

direção do hospital deve deixar de olhar apenas para o custo do

equipamento a ser adquirido incluindo no seu processo de compras,

aquisições de aparelhos que certamente trarão melhores resultados

operacionais. Devem ser observados nestas novas aquisições fatores de

custos de manutenção, facilidade de aquisição de peças para reposição,

disponibilidade do fabricante em acompanhar por um período o

funcionamento do equipamento e treinar ou demonstrar para o funcionário

como manipular o equipamento, seu funcionamento e os cuidados que

devem ter com o aparelho. Desta forma desfrutar o máximo de vida útil do

mesmo. Cada hospital deve ter seu grupo de manutenção que precisa ser

acompanhado por um profissional da engenharia clinica. Esse poderá dar

sua contribuição a favor ou contra a aquisição de um novo equipamento

mediante a sua qualificação profissional e conhecedor das necessidades da

Page 158: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

133

sua empresa. É importante lembrar que não deve substituir um equipamento

por qualquer motivo, mas certificar-se que o mesmo já venceu seu período

de vida útil e que investir agora em manutenção corretiva não vale mais a

pena. Então recomenda-se a troca desse equipamento. Às vezes

determinados equipamentos são enviados para manutenção repetidas

vezes, mesmo recebendo o conserto nem sempre o resultado do seu

funcionamento é favorável. Torna-se inconfiável, pois foram tantos consertos

que já não se encontra mais peças originadas da fabricação, ou seja, todas

as peças um dia já foram trocadas.

Também para que esses consertos repetidos não venham ocorrer é

necessário que todo serviço de manutenção tenha uma ordem de serviço,

atendidas e realizadas no próprio setor que devem ser cadastradas nas

manutenções internas, registrados o nome do técnico que realizou o serviço,

a data da solicitação de manutenção e de realização do serviço. A data de

devolução do equipamento ao setor de origem, a pessoa que recebeu o

equipamento de volta, o defeito que esse apresentava e o serviço realizado.

Só assim a engenharia clínica poderia ter um controle eficaz dos

equipamentos que não servem mais para uso e terá também um parâmetro

para aquisição de novos equipamentos, que em alguns casos poderá ser

substituídos pela mesma marca e modelo, enquanto que outros serão

desqualificados e extintos daquela empresa.

Page 159: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

134

Quanto às estratégias usadas nas atividades de gerenciamento para

que se obtenha um maior aproveitamento possível de tais tecnologias,

evitando assim equipamentos sucateados, fica claro como os

administradores manifestaram em suas falas.

Não é viável tomarmos decisões empiricamente ou ainda utilizando

apenas o bom senso, quando precisamos tomar decisões acertadas, seja

elas de nível gerencial ou operacional, pois assim teremos prejuízos

incalculáveis. O serviço de gerenciamento deve medir o grau de eficiência,

obtendo informações e atuando intensamente nas causas dos problemas a

fim de eliminar os seus efeitos danosos e canalizar as informações para que

num segundo momento possam ser tomadas as decisões acertadamente. A

gestão da manutenção engloba na sua estrutura um conjunto de atividades

estrategicamente desenvolvidas e integradas para direcionar a atenção da

equipe, esta segue uma lógica proativa e visa atuar na causa dos problemas

e antecipar quebras e defeitos incorrigíveis. Deve também estabelecer e

garantir um fluxo lógico das informações desde a sua origem sua finalização

e execução. Precisa objetivar a satisfação do cliente através de um alto

padrão de prestações de serviço utilizando seus recursos existentes. Outro

ponto favorável é o sistema gerencial estabelecendo vinculo entre a

manutenção e a produção, implantando procedimentos de manutenção

autônoma, simplificando responsabilidade dos operadores de manutenção

básica como: limpeza dos equipamentos, lubrificação e inspeção para

Page 160: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

135

identificar anormalidades e possíveis falhas.

Quanto ao processo de melhoria do processo ou para evitar o

sucateamento os entrevistados manifestaram da seguinte forma:

Em minha experiência como gestor, vejo que as deficiências podem

ser variadas e com diversas origens, mas que no momento as que chamam

bastante a atenção são as normas e padrões que influem no desempenho

da equipe, mas que por muitas vezes não são bem estabelecidas ou ainda

precisam ser modificadas para os padrões atuais. Todos os colaboradores

devem estar envolvidos para conhecer estas normas e padrões novos que

foram estabelecidos e estão sendo implantados na empresa. Conhecendo

torna-se mais fácil comprometer-se e envolver-se nas atividades diárias

relacionadas à manutenção. Outro ponto fundamental para evitar a

deficiência técnica são os trabalhos de rotina altamente repetitivos. Mas o

gestor deve criar e determinar os procedimentos e os métodos apropriados,

elaborar seus manuais e treinar as pessoas fazendo com que elas aprendam

a executar seus trabalhos de acordo com os padrões e exigências da

empresa. Toda essa dinâmica deve ser coordenada e supervisionada, e

acompanhada diariamente para que se obtenha resultado satisfatório.

Os manuais de procedimento não devem ser uma simples

documentação atual, mas o seu conteúdo deve ser o resultado de uma

melhoria. A grande missão de um gestor consiste no desenvolvimento de

Page 161: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

136

sua habilidade em mobilizar as pessoas e colocar as suas ideias em ações

de forma estruturada numa contribuição significativa e duradoura para a sua

organização. Fazer despertar a necessidade de aperfeiçoamento profissional

em cada componente da equipe de trabalho; claro que dentro deste

processo sempre tem uma minoria que não consegue acompanhar ou que

não quer e nem deseja acompanhar. Nesses casos, o gestor precisa ter o

conhecimento suficiente para separar estes da equipe ou substituí-los.

Diante desse fato, não aconselho esta substituição em primeira instância,

apenas quando for claro e objetivo que esses colaboradores não se integram

no grupo; nesse caso é necessário parar e pensar que estamos trabalhando

com seres pensantes e não apenas com máquinas. Além de tudo o custo de

todo o processo de demissão é muito alto para a empresa.

Outro fator importante é o elevado tempo na manutenção realizada

por terceiros e o alto custo deste monopólio nas empresas em prestar

serviços dificultando o acesso aos circuitos de montagem e peças de

reposição. Isso está sendo citado como necessidade de gerenciamento.

Diante destas citações qual a visão do Sr como diretor chefe desta

Instituição. Tanto o tempo quanto o custo é considerado elevado, ou seja, é

um setor de custo bastante elevado, chegando à ordem de 5 – 10% do

faturamento em hospitais particulares. Além disso, é um setor que envolve

diferentes especialidades dentro do serviço de manutenção como:

engenharia eletrônica e mecatrônica, civil e outros. Técnicos com

Page 162: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

137

conhecimentos diversificados na mesma área de manutenção, encanador,

pedreiro, eletricista e outros. É necessária uma equipe para o prédio, outra

para sua infraestrutura, e para os equipamentos. No caso dos hospitais um

evento perigoso pode ser resultado de uma falha ou de um sistema predial,

assim como de um uso inadequado de equipamento. Portanto, o serviço de

manutenção não pode ser feito corrido e apressado, mas deve ser contínuo,

e isto demanda tempo. Cada função é resultado de um conjunto de

atividades dentro de um processo sequencial que o hospital desempenhou

para obter aquele resultado e qualidade. Todas as funções são aplicadas na

organização hospitalar como um todo, a partir de cada serviço.

Em se falando sobre a terceirização, tem sido definida como um

processo planejado de transferência de atividades que são delegadas á

outros, (empresas terceirizadas ou contratadas). Esta é feita para atividades

que não são ou não constitui o objetivo principal da empresa.

Terceirização e um alto custo – a redução de custo não deve ser

critério de escolha para a terceirização. Mas pensar em um desenvolvimento

estrutural de atendimento baseado em um conceito mundial, levando em

consideração a prioridade do cliente com vantagens econômicas, projetos

rápidos e com peritos altamente qualificados.

Gerenciamento - não basta uma equipe de manutenção apenas

consertar um equipamento, é preciso conhecer o nível de importância do

Page 163: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

138

equipamento nos procedimentos clínicos. É necessário conhecer a história

do equipamento, o grupo que o mesmo pertence, sua vida útil, ou seja, tudo

o que se refere ao equipamento, oferecendo assim um nível de

confiabilidade nos serviços de manutenção. Não se pode esquecer que uma

manutenção inadequada coloca em risco a vida do paciente. Cabe, portanto,

ao responsável pelo grupo de manutenção e de sua infraestrutura

estabelecer um sistema de gerenciamento de serviços capaz de garantir a

presteza e a confiabilidade na execução. Todo gerenciamento dos serviços

de manutenção não será útil se não estiver efetivamente vinculado a um

sistema de gerenciamento de recursos humanos.

Sobre a importância do gerenciamento de recursos tecnológicos nos

hospitais os entrevistados declaram desta forma.

Criar um modelo de gestão com aceitação dos objetivos e metas da

empresa, desenvolvido através de um processo de reflexão,

questionamento, amadurecimento e transformação do nosso comportamento

com atitudes inovadoras e também tradicionais e criativas.

Diante do acelerado desenvolvimento e aprimoramento dos recursos

tecnológicos que trazem melhorias na qualidade e padrão de vida,

considera-se que a política de gestão e tecnologia em saúde tem seu

propósito de garantir o uso de tecnologias seguras e eficazes de forma

apropriada, visando à segurança do paciente e a viabilidade econômica.

Page 164: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

139

Pois não é suficiente saber que o uso de uma tecnologia traz beneficio, mas

é necessário também planejar e assegurar que os recursos financeiros

destinados à saúde da população em todas as camadas sociais sejam

utilizados sem prejuízos. Portanto, os gestores precisam ter conhecimento

de gestão em tecnologia para atuar; assim como orientar sobre os diferentes

sistemas de saúde e tomar decisões acertadas sobre as atividades

relacionadas à aquisição, avaliação, incorporação, utilização, difusão e

retirada de tecnologias na área da saúde.

Outra importância da gestão tecnológica é a promoção do

conhecimento técnico científico atualizado no processo de gestão de

tecnologias em saúde.

Informar os profissionais da saúde e se possível à sociedade em geral

para a importância da utilização de novas tecnologias, assim como as

consequências econômicas e sociais do uso inapropriado das mesmas nos

sistemas e serviços de saúde.

Page 165: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

140

5.2.2. Manutenção Chave para o não Sucateamento

Hoje diríamos que o serviço de manutenção dos equipamentos

médicos hospitalares é um processo bastante complexo que demanda alto

custo, pois envolve, compras de peças para reposição, treinamento de

pessoal operacional, visitas constantes de profissionais especializados na

área de manutenção em geral e de equipamentos específicos. Falando em

empresa como o hospital, torna-se mais complexo, visto que este já é uma

unidade de alta complexidade e de tecnologia com custos muito elevados.

Do ponto de vista arquitetônico, de engenharia, de instalações de

equipamentos e suprimentos os de uso constante, devem estar prontos e

disponíveis para uso imediato durante 24 horas. Sua interrupção pode levar

os desfechos graves e fatais. Diante de tudo isso podemos definir que em

uma manutenção adequada tanto para o ambiente físico como para os

equipamentos em geral um bom andamento é desejável frente às atividades

ali executadas. Varias são as características de uma manutenção de

equipamentos considerada adequada:

a) Conhecer a origem do equipamento.

b) Seguir as orientações do seu fabricante

c) Conhecer a capacidade de funcionamento do equipamento

Page 166: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

141

d) Ser manuseado por pessoal treinado

Além destes requisitos é necessário que os profissionais da

manutenção saibam fazer a identificação das ações de manutenção. Elas

podem estar divididas em:

a) Manutenção preventiva, que são procedimentos periódicos que

objetivam minimizar o risco de falhas do equipamento e também

para assegurar a continuidade de operação.

b) Reparo ou conserto, que definimos como localização de defeitos

para identificar a causa de mau funcionamento, reposição ou

adaptação de componentes e de subsistemas para restaurar a

função normal do equipamento, segurança, performance e

confiança.

c) Reforma – revisão geral com reposição de partes usadas,

atualizando ou modificando, calibrando, pintando, mas não se

esquecer de seguir rigorosamente as recomendações do

fabricante.

d) Calibração – é a comparação de precisão de um dispositivo em

relação a um padrão conhecido e a adaptação daquele dispositivo

para concordar com esse padrão dentro de uma tolerância

recomendada.

Page 167: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

142

e) Inspeção – procedimento para averiguar se um equipamento tem a

segurança apropriada em seu período de vida economicamente útil

de forma a apresentar sua plena performance e desempenho.

Citaria como recomendação o teste de aceitação ou ensaio quando na

aquisição do equipamento, o mesmo é manipulado e utilizado de forma a

fazer teste de sua adaptação no setor de sua aquisição. Este é um processo

detalhado para verificar a segurança do equipamento antes do mesmo ser

colocado em serviço.

Não é viável tomarmos decisões empiricamente ou ainda utilizando

apenas o bom senso, quando precisamos tomar decisões acertadas, sejam

elas de nível gerencial ou operacional, pois assim teremos prejuízos

incalculáveis. O serviço de gerenciamento deve medir o grau de eficiência,

obtendo informações e atuando intensamente nas causas dos problemas a

fim de eliminar os seus efeitos danosos e canalizar as informações para que

num segundo momento possam ser tomadas as decisões acertadamente. A

gestão da manutenção engloba na sua estrutura um conjunto de atividades

estrategicamente desenvolvidas e integradas para direcionar a atenção da

equipe, esta segue uma lógica proativa e visa atuar na causa dos problemas

e antecipar quebras e defeitos incorrigíveis. Deve também estabelecer e

garantir um fluxo lógico das informações desde a sua origem sua finalização

e execução. Precisa objetivar a satisfação do cliente através de um alto

Page 168: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

143

padrão de prestações de serviço utilizando seus recursos existentes. Outro

ponto favorável é o sistema gerencial estabelecendo vinculo entre a

manutenção e a produção, implantando procedimentos de manutenção

autônoma, simplificando responsabilidade dos operadores de manutenção

básica como: limpeza dos equipamentos, lubrificação e inspeção para

identificar anormalidades e possíveis falhas. Para obter se estratégias

funcionantes no gerenciamento da manutenção aconselha-se obedecer à

estrutura do sistema gerencial que corresponde e compreende as atividades

que o compõem. São elas: identificar problemas, desenvolver fluxograma

das atividades, treinar equipe; descrever funções: do chefe, do supervisor e

do operador. Definir critérios de criticidade, enumerar equipamentos críticos,

determinar manutenção adequada para cada equipamento, desenvolver

programas de manutenção planejada, criar e desenvolver documentos

relacionados às atividades e aos equipamentos, definir indicadores e metas,

implantar programa de manutenção autônoma.

Trabalhos de pesquisa têm mostrado grupos de manutenção interna

com deficiência de assessoria técnica necessária a aquisição,

armazenamento, instalação operação, manutenção e disposição final dos

equipamentos.

Mas vejamos que as deficiências podem ser variadas e com diversas

origens, mas que no momento as que chamam bastante a atenção são as

Page 169: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

144

normas e padrões que influem no desempenho da equipe, mas que por

muitas vezes não são bem estabelecidas ou ainda precisam ser modificadas

para os padrões atuais. Todos os colaboradores devem estar envolvidos

para conhecer estas normas e padrões novos que foram estabelecidos e

estão sendo implantados na empresa. Conhecendo torna-se mais fácil

comprometer-se e envolver-se nas atividades diárias relacionadas à

manutenção. Outro ponto fundamental para evitar a deficiência técnica são

os trabalhos de rotina altamente repetitivos. Mas o gestor deve criar e

determinar os procedimentos e os métodos apropriados, elaborar seus

manuais e treinar as pessoas fazendo com que elas aprendam a executar

seus trabalhos de acordo com os padrões e exigências da empresa. Toda

essa dinâmica deve ser coordenada e supervisionada e acompanhada

diariamente para que se obtenha resultado satisfatório.

Os manuais de procedimento não devem ser uma simples

documentação factual, mas o seu conteúdo deve ser o resultado de uma

melhoria. A grande missão de um gestor consiste no desenvolvimento de

sua habilidade em mobilizar as pessoas e colocar as suas ideias em ações

de forma estruturada numa contribuição significativa e duradoura para a sua

organização. Fazer despertar a necessidade de aperfeiçoamento profissional

em cada componente da equipe de trabalho; claro que dentro deste

processo sempre tem uma minoria que não consegue acompanhar ou que

não quer e nem deseja acompanhar. Nesses casos, o gestor precisa ter o

Page 170: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Capítulo 5

145

conhecimento suficiente para separar estes da equipe ou substituí-los.

Diante desse fato, não aconselho esta substituição em primeira instância,

apenas quando for claro e objetivo que esses colaboradores não se integram

no grupo; nesse caso é necessário parar e pensar que estamos trabalhando

com seres pensantes e não apenas com máquinas.

Além de tudo, o custo de todo o processo de demissão é muito alto

para a empresa e evitá-lo seria uma forma de profissionalismo.

Page 171: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 172: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Considerações Finais

147

A tecnologia na área hospitalar sempre foi e está sendo uma grande

preocupação para os profissionais que estão direta e indiretamente

envolvidos com a utilização destes equipamentos, assim como sua

aquisição, armazenamento, manutenção, operação, conservação e

disposição final destes recursos, considerados de grande importância para a

recuperação e habilitação da saúde das pessoas. Observamos no decorrer

deste estudo mediante dados coletados que a tecnologia e sua inovação na

área da saúde vêm contribuindo de forma a considerar razoavelmente

satisfatória para a saúde das pessoas, quando se tratando de um trabalho

feito em um hospital da rede pública em São Paulo, considerado o maior

hospital escola da América Latina. Este estudo vem mostrando que os

recursos tecnológicos na área da saúde são um fator preponderante para o

trabalho feito dentro da área hospitalar, agilizando e executando os

procedimentos com maior eficiência. Mas observamos também que há uma

grande necessidade de envolvimento profissional em termos do uso desses

equipamentos, voltados para a recuperação da saúde das pessoas, da

demanda do uso desses equipamentos que deveriam ser vistos

exclusivamente como benefício para o bem estar da saúde. Verificamos que

nem sempre os critérios utilizados para a sua aquisição estão relacionados

verdadeiramente com a necessidade da saúde das pessoas e nem mesmo

voltado para a demanda existente naquela região ou localidade da

aquisição. Segundo relato dos entrevistados, basicamente a aquisição de

novas tecnologias está relativamente baseada nas necessidades dos

Page 173: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Considerações Finais

148

serviços de saúde e na opinião de profissionais. É claro que estes também

são fatores importantes na aquisição de novas tecnologias, mas não deixar

de analisar outras tantas necessidades que poderiam melhor contribuir para

o maior aproveitamento dos equipamentos adquiridos. Se não forem

adquiridos corretamente os equipamentos tecnológicos, esses com certeza

farão parte de um prévio sucateamento no ambiente hospitalar. Vejamos o

que disseram 58% dos entrevistados quando perguntado sobre os

equipamentos adquiridos: são parcialmente utilizados, e pouquíssimos

utilizados. Se não são utilizados de forma correta, seu tempo útil, atividade

certa para equipamento correto, não fica dúvidas de que teremos pela frente

um amontoado de equipamentos tecnológicos sem utilidade, ocupando

espaço indevidamente. Outro fator chamou a atenção do pesquisador

quando se observou que 71% dos entrevistados disseram que a utilização

dos equipamentos tecnológicos, frequentemente é feito de forma

inadequada, enquanto que 58% dos entrevistados disseram que o descarte

desses equipamentos é feito quando o conserto do mesmo é mais caro do

que a aquisição de um novo equipamento.

Page 174: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

BIBLIOGRAFIA

Page 175: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

150

1. Arruda, M., Vemulm, R., Hollanda, S. Inovação Tecnológica no Brasil:

A industria em busca da competitividade global, São Paulo: Anpei,

2006.

2. Arone E. M, Cunha ICK. O. Avaliação Tecnológica como competência

do enfermeiro: reflexões e pressupostos no cenário da Ciência e

Tecnologia. Rev. Bras. Enferm, 2006.

3. Banta, D., The uses of modern technologies: problems and

perspectives for industrialized and developing countries, Anais da

Conferência Interamericana sobre Avaliação Tecnológica em Saúde,

Brasilia, 1985.

4. Barros, C.E.C., Algumas considerações sobre a Transferência de

Tecnologia no Brasil, Dissertação de Mestrado, Pontifícia

Universidade Católica, Rio de Janeiro, fevereiro/ 1986.

5. Bessant, J., Managing Manufacturing Technology: the Challenge of

the Fifth Wave, NCC Blackwell Ltd, 1991.

6. Dantas, F., Inovação Tecnológica em Contextos Hospitalares: a

introdução da Tomografia Computadorizada em Hospitais Paulistanos,

Dissertação de Mestrado, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 1980.

7. Deslandes, S.F., Silva, C.M.F. e Ugá, M.A.D., O custo do atendimento

emergencial às vítimas de violências em dois Hospitais do Rio de

Janeiro, Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 14, n.2, abril-

junho/ 1998.

8. Faúndes, A e Pinotti, I. Implicações da absorção de modernas

Page 176: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

151

tecnnologias de Saúde em países em desenvolvimento, Anais da

Conferencia Internacional sobre Avaliação Tecnológica em Saúde,

Brasília, 1995.

9. Giovani, G. e Filho, S.L.M.S., A Integração necessária entre tecnologia

e saúde, Revista Brasileira de Tecnologia, v.18, n.3, março/1987.

10. Gonsalves, E.L., Estrutura Organizacional do hospital moderno,

Revista de Administração de Empresas, v.38, n.1, janeiro-março/

1998.

11. Gomes, L.C.N., Dalcol, P.R.T., Gestão Tecnológica em Unidades

Hospitalares: um estudo sobre a importância e fatores relevantes.

Departamento de Engenharia Industrial – PUC/ Gávea Rio de Janeiro.

12. IPT/DEES – Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São

Paulo/ Departamento de Economia e Engenharia de Sistemas.

Demanda Realizada e Potencial por serviços Técnicos

Especializados: Desenvolvimento de uma Metodologia para estudos

setoriais. São Paulo, 1998, p.11 – 31.

13. Lima, Clovis R.M. e Lima, Carlos R.M. A avaliação do custo – eficácia

das intervenções em Organizações de Saúde, Revista de

Administração de Empresas, São Paulo, v.38, n.2, abril – junho/ 1998.

14. Lopes, A.F., Avaliação do processo de Aquisição de equipamentos

Médicos, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Rio de Janeiro, março/ 1993.

15. Lefevre F; Lefevre AMC; Teixeira JJV. O Discurso do Sujeito Coletivo.

Page 177: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

152

Uma abordagem metodológica em pesquisa qualitativa. Caxias do

Sul; Educs 2000.

16. _____________________ O Discurso do Sujeito Coletivo. Um novo

enfoque em pesquisa qualitativa. Desdobramentos. Caxias do Sul,

Educs 2003.

17. Rebelo, P., Qualidade em Saúde: Modelo Teórico, Realidade, Utopia e

Tendência, Qualitymark Editora, Rio de Janeiro, 1995.

18. Rufca, J.N. e BRUNSTEIN, I., Gerenciamento da Tecnologia na área

médica, Boletim Técnico da Escola Politécnica da Universidade de

São Paulo, BT/PRO/035, São Paulo, 1997.

19. Travassos, Claudia, Viacana, Francisco, Fernandes, Cristiano and

Almeida, Celia Maria, Desigualdades Geográficas e Sociais na

utilização de serviços de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Ciência e

Saúde Coletiva. Vol.5, jan-jul, 2000.

20. TECPAR – Instituto de Tecnologia do Paraná. PDNST – Pesquisa da

Demanda Nacional contratado por: MCT – Ministério da Ciência e

Tecnologia e FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, 2002.

Relatório Técnico, p.85.

21. Thomas; Nelson; Silverman, Pesquisas descritivas, 2007.

22. Thomas Nelson; Silverman, Metodologia do Trabalho Cientifico; 2007.

23. Terra, J. C. C. Inovação – quebrando paradigmas para vencer. 1ª

edição. Ed. . Saraiva, São Paulo, 2007.

24. Tigre, P. B.. Gestão da Inovação. 1ª edição. Ed. , Elsevier, Rio de

Page 178: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

153

Janeiro, 2006.

25. Brasil, Constituição da República Federativa do Brasil, 1998.

26. Brasil, Portaria nº 2510 do Gabinete do Ministro, de 19 de dezembro

de 2005. Institui a Comissão para Elaboração da Politica de Gestão

Tecnológica no âmbito do Sistema único de Saúde – Ministério da

Saúde, 2005.

27. Brasil, Portaria nº 1418do Gabinete do Ministro, de 24 de julho de

2003. Institui o Conselho de Ciência Tecnologia e Inovação do

Ministério da Saúde, 2003.

28. Brasil, Portaria 152 do Gabinete do Ministro, de 19 de janeiro de 2006.

Institui o fluxo para a incorporação de Tecnologias no âmbito do

Sistema único de Saúde. Ministério da Saúde, 2006.

29. Brasil, Portaria nº 3323 do Gabinete do Ministro, de 27 de dezembro

de 2006. Institui a Comissão de Incorporação de Tecnologias no

âmbito do Sistema único de Saúde e da Saúde Suplementar.

Ministério da Saúde, 2006.

30. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência e Tecnologia e

Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia –

Brasília: Ministério da Saúde, 2007. 52p. (Série B: Textos Básicos de

Saúde).

31. Celeção Progestores – para entender a Gestão do SUS, 4, Conselho

Nacional de Secretaria de Saúde. Ciência e Tecnologia em Saúde –

Brasília: CONASS, 2007.

Page 179: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

154

32. Corder, S. M. Financiamento e Incentivo ao sistema de Ciências,

Tecnologia e Inovação no BRASIL. 2004. Tese (Doutorado em Política

Científica e Tecnologia) Programa de Pós – Graduação de Política

Científica e Tecnologia do Instituto de Geociências, Unicamp, São

Paulo, 2004.

33. ____________. & Salles – Filho, S. Financiamento e Incentivo ao

sistema de inovação. Parceria Estratégia, n. 19, p. 129 – 163, dez.

2004.

34. Chung, F. H., Smith, D. K. Industrial Applications of X – RAY

Diffraction. New York: Marcel Dekker, 2000.

35. Chernew, M. E. et al, Custos em Saúde e Tecnologia, 1998.

36. Freeman, C. e Soete L. The Economics of Industrial Innovation,

introduction, Cambridge, The MIT Press, Third Edition,

Massachusetts, 1997, Chapter 1.

37. Fachin, Odilia, Fundamentos de Metodologia. 3 ed. São Paulo:

Saraiva, 2001.

38. Saénz, T W. e Garcia, C. E. Ciência, Inovação e Gestão Tecnológica

CNI / IEL / SENAI / ABIPTI /, Brasília, 2002.

39. Rocha, I. Síntese dos Conceitos Básicos Introduzidos. In: Ciência,

Tecnologia e Inovação: Conceitos Básicos. Brasília: ABIPTI / SEBRAE

/ CNPq; Brasília: 1996.

40. Viotti, E.B. Fundamentos e Evolução dos Indicadores de CT&I in

Viotti e Mariano de Macedo (editores) – Indicadores de Ciência e

Page 180: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

155

Tecnologia e Inovação no Brasil – Editora Unicamp, Campinas, 2003,

616 p.

41. Cechin, J. Badia, B.D. Martins, C.B. Pires, C.C. “ Considerações sobre

a concorrência no setor de saúde Suplementar.” Texto para discussão:

IESS, 2007.

42. Cechin, J. “Crescimento, Emprego e Previdência Social Conjuntura

Social, v. 11, nº 2, abril – junho, 2000.

43. __________ A História e os Desafios da Saúde Suplementar: 10 anos

de Regulação/ São Paulo: Saraiva: Letras e Lucros, 2008.

44. Mandarino, A.C. de Souza e Gomberg, E. Leituras de Novas

Tecnologias em Saúde. Salvador: EDUFBA, 2009.

45. Merhy, E. E. Planejamento como tecnologia de gestão: tendências e

debates do planejamento em saúde no Brasil. In: GALLO, E. (Org)

Razão e Planejamento: reflexões sobre política, estratégia e

liberdade. São Paulo: Hucitec – Abrasco, 1995.

46. Mendes Gonsalves, R. B. Tecnologia e Organização das Praticas de

Saúde: Características Tecnológicas do processo de trabalho na rede

estadual de centros de saúde de São Paulo. São Paulo: Hucitec-

Abrasco, 1994.

47. Novaes, H. M. D. Da produção á avaliação de tecnologias dos

sistemas de saúde: desafios do século XXI. Saúde Publica, 40: 133 –

140, 2006. Numero Especial.

48. Perillo, Eduardo Bueno da Fonseca, Amorim, Maria Cristina Sanches.

Page 181: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

156

Instituições de Saúde – Brasil 2. Politica Medica – Brasil 3. Serviços

de Saúde – Administração – Brasil 4 – Sistemas de Saúde - Agencias

– Brasil I. São Paulo: LCT Editora, 2009. ISBN 978 – 8598257 – 89 –

1.

49. PITCI – Pesquísa Industrial de Inovação Tecnológica: 2003/IBGE.

Coordenação de Indústria. Rio de Janeiro; IBGE, 2005.

50. Peduzzi, M. Mudanças tecnológicas e seu impacto no processo de

trabalho em saúde. Trabalho, Educação e Saúde, 1 (1): 7592, 2003.

51. Rettig, R.A. Medical Innovation Duels Cost Containment. Health

Affairs v.13 n. 3, p. 8 – 27. 1994.

52. Legurreta, A.P. et al . Increased Chocolecystectomy rate after the

introductio of laparoscopc Chocolecystectomy. Journal of the

American Medical Association v. 270, p. 1429 – 1432. 1993.

53. Goodman, C. Introduction to health care technology assesment (HTA

101) – National Library of Medicine – NICHSP. 1998; 1 – 106.

54. Bindé, J. ; Goux, J. Quem sabe? Folha de São Paulo, São Paulo, 18

nov 2003. Tendências e Debates, p.3.

55. Christensen, Clayton, M. Inovação na Gestão de Saúde: Soluções

Disruptivas para reduzir custos e aumentar qualidade / Clayton M.

Christensen, Jerome H. Grossman, Jason Hwang; tradução André de

Godoy Vieira, Mariana Belloli Cunha, Ronaldo Cataldo Costa. Porto

Alegre: Bookman, 2009. 422p. ; 23 cm ISBN 978 – 85 – 7780 – 393 –

4.

Page 182: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

157

56. Christensen, Clayton, M. O futuro da Inovação. 1ª edição. Ed. ,

Elsevier, Rio de Janeiro, 2007.

57. Ramanantsoa. B. Strategic Technology Management, John Wiley &

Sons, Chichester, UK, 1992.

58. Fleury, A.C.C. Organização do trabalho industrial: um confronto entre

teoria e realidade. São Paulo, 1978. Tese (Doutorado), Escola

Politécnica, Universidade de São Paulo.

59. Kruglianskas, I. Tornando a pequena e media empresa competitiva.

São Paulo, Instituto de estudos Gerenciais e Editora, 1996.

60. Longo W.P. Tecnologia e Soberania Nacional. São Paulo, Ed. Nobel,

1984.

61. Martino, J.P. Technological Forecasting for Decision Making, 2 ed.,

North-Holland, New York NY, 1983.

62. Sardenberg, R. Apresentação. In: ______ Programa de Tecnologia

Industrial Básica e serviços Tecnológicos para inovação e

Competitividade. Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasilia, 2001,

p.9.

63. Schraiber, L. B. Medicina Tecnologia e Prática Profissional

Contemporânea: novos dilemmas, outros desafios, 1997. Tese de

Livre Docência, São Paulo: Faculdade de Medicina da USP.

64. Shingo, S. Non-Stock Production: The Shingo Sistems for contínuos

improvement. Productivity Press, Cambridge, 1988.

65. Silva, J.C.T. Modelo Interativo empresa-universidade no

Page 183: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

158

desenvolvimento de produtos. São Paulo, 1999. 163 p. Tese

(Doutorado) – Departamento de Engenharia de Produção, Escola

Politécnica, Universidade de São Paulo.

66. - ----------------------------, Plonski, G. A. Inovação Tecnológica: Desafios

para pequenas e médias empresas, Revista Produção, Associação

Brasileira de Engenharia de Produção – ABEPRO,,v.9, n. 1, p. 23 –

30, Out/99, Rio de Janeiro – RJ. (ISSN 0103 – 6513).

67. -------------------------------, Plonsk, G. A. Inovação Tecnológica: Desafio

Organizacional. Revista Produção, ABEPRO, v.6, n.2, p. 183 – 93,

dez/1996. (ISSN 0103 – 6513).

68. Steensma, H. K. Acquiring Technological Competencies Through Inter-

Organizational Collaboration: na organizational learning perspective.

Journal of Engineering and Technology Management, v.12, p. 267 –

86, 1996.

69. Antunes, E.; Vale, M.; Mordelet, P.; Grabois, V.; Gestão da Tecnologia

Biomédica - Tecnologia e Engenharia Clinica. Paris – França –

ACODESS, 2002.

70. Calil, S.J.; Teixeira, M.S.; Gerenciamento de Manutenção de

Equipamentos Hospitalares, Coleção Saúde & Cidadania, Vol. 11, São

Paulo, IDS – EFP, 1998.

71. Ministerio da Saúde, Equipamentos Medico – Hospitalares e o

Gerenciamento da Manutenção, Projeto REFRSUS – GEMA, Brasília,

Editora MS, 2002.

Page 184: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

159

72. Mehry, E.E. et al Em busca de Ferramentas analisadoras das

Tecnologias em saúde: a informação e o dia a dia de um serviço,

interrogando e gerindo trabalho em saúde. IN: MEHRY, E.E. Práxis

em salud um desafio para lo publico. São Paulo: Hucitec, 1997.

73. Dias, L.P.M. ; Monticelli; M.; Reibnitz, K.S.; LIMA, L.M. Possibilidade

de conhecimento e arte na produção de inventos de Enfermagem.

Revista texto & Contexto de Enfermagem. V.5, n.1, p. 92 – 110, 1996.

74. Peixoto, M.R.B. O Uso da Tecnologia no processo diagnostico –

terapêutico. Revista Escola de Enfermagem USP. V, 28, n. 3, pg 53 –

62, 1994.

75. José Roberto Placido Amadei e Ana Lucia Vitale Torkomian. As

patentes nas Universidades: analises dos depósitos das

universidades publicas paulistas (1995 – 2006).

76. Revista de Administração Faces Journal – ISSN 1984 – 6975

(online).ISSN 1517 – 8900 (impressa).

77. Associação Nacional de Pesquisa e desenvolvimento das Empresas

Inovadoras.

78. Pesquisa de Inovação Tecnologica I – Taxa de inovação cresce,

mostra pesquisa do IBGE; compra de maquinas e equipamentos

permanece a principal forma para inovar. IBGE – 2010.

79. Lemos, Cristina. A inovação na era do conhecimento. Parcerias

estratégicas, nº 8, mai 2000. Disponível em:

http://www.mct.gov.br/cce/revista/parcerias8cristinalemos.pdf.

Page 185: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Bibliografia

160

80. Renato Dagnino e Rogerio Bezerra da Silva. As patentes das

Universidades publicas brasileiras:Municiando o debate. 2012.

81. Panorama Nacional de Inovação tecnológica.

82. Castilho V, Gonçalves VLM. Gerenciamento de recursos materiais. In:

Kurcgant P. Coordenadora. Gerenciamento em enfermagem.Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. P. 157 – 70.

83. Honorio MT, Albuquerque GL. A gestão de materiais em enfermagem.

Ciên Cuid Saúde 2005; 4 (3): 259 – 68.

84. Don Luciano Mendes de Almeida – Saúde e Bem Comum – 2004.

Folha de São Paulo.2004.

85. Instituto Brasileiro para segurança do paciente – 2011.

86. Acta Paul. Enfer. Vol. 22 nº 4. São Paulo, 2009.

87. Maftun, M.A. ; MAZZA, V.M.A.; CORREIA, M.M. A biotecnologia e os

impactos bioéticos na saúde. Revista eletrônica de Enfermagem.

(online) 2004.

Page 186: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

ANEXOS

Page 187: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Anexo I

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Estas informações estão sendo fornecidas para sua participação

voluntaria neste estudo, que trata-se de tema relacionado a “ Inovação

Tecnológica na saúde nas ultimas duas décadas”, sendo o objetivo do

mesmo avaliar os fatores que envolvem as inovações tecnológicas na área

da saúde assim como sua evolução e contribuição também na área da

pesquisa. Para tanto você participará de uma entrevista gravada, a qual será

realizada com a presença do entrevistador. O mesmo lhe fará algumas

perguntas as quais você emitirá sua opinião baseada em seu conhecimento

sobre o assunto. O conteúdo desta entrevista não será divulgada para outros

objetivos que não seja o objetivo já proposto. Estes dados obtidos serão

utilizados apenas com finalidade cientifica ou seja para realização desta

pesquisa. Ficando o orientador entrevistado e entrevistador proibidos de

divulgação das questões e respostas em evidencias com outras finalidades.

Após o termino da entrevista você poderá ouvir e solicitar regravação

de trechos da entrevista o qual você julgar necessário.

Esta entrevista será parte de minha tese de doutorado, e nenhum risco

inerente sobrevirá a você por participar desta entrevista.

Afirmo que fui informada de que será mantido sigilo das minhas

informações e que minha pessoa será mantida no anonimato. Estou ciente

de que posso deixar de participar do estudo a qualquer momento, sem que

este fato implique em qualquer forma de constrangimento. Estou ciente

também que não receberei nenhuma remuneração por minha participação

neste estudo, assim como nenhum gasto adicional para minha pessoa e

minha família.

Todos os termos técnicos abordados na entrevista me foram

Page 188: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

devidamente explicados e todas as minhas duvidas foram esclarecidas pelos

responsáveis da realização da pesquisa. Também expresso minha

concordância e espontânea vontade em submeter-me ao referido estudo.

É garantida a você a liberdade da retirada de consentimento livre e

esclarecido a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem

qualquer prejuízo á continuidade do seu trabalho em instituições.

Você poderá ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da

pesquisa, basta solicitar ao pesquisador responsável.

Não haverá nenhuma despesa pessoal para você em qualquer fase do

estudo. Também não há compensação financeira relacionada a sua

participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo

orçamento da pesquisa.

Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos

propostos neste estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito

a tratamento médico na instituição, bem como as indenizações legalmente

estabelecidas.

Os pesquisadores assumem o compromisso de utilizar os dados e o

material coletado para esta pesquisa.

Qualquer informação adicional poderá ser dirigida ao pesquisador,

responsável pelo andamento deste trabalho, a professora Drª Maria Helena

Vilas Boas, podendo ser pessoalmente a Rua Monte Alegre nº

________CEP-________.

Se você tiver alguma consideração ou duvida sobre a ética da

pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da

PUC.

____________________________________

Assinatura do entrevistado /representante legal Data

________________________ _____/_______/_________

Page 189: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Assinatura da Testemunha / responsável . pelo projeto

_________________________________________ __/___/_______

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaria o consentimento

livre e esclarecido deste entrevistado ou representante legal para a

participação neste estudo.

__________________________________________

Assinatura do responsável pelo estudo Data _____/______/_____

Page 190: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

Anexo II

1-Em sua opinião a tecnologia tem contribuído para o desenvolvimento

intelectual do indivíduo que trabalha com equipamento de inovação

tecnológico em saúde? De forma: ( ) ótima ( ) muito bom ( ) bom ( )

regular ( ) ruim

1.a- Esta mesma Tecnologia tem contribuído também para a

recuperação da saúde hospitalar? ( ) muito ( ) razoavelmente ( ) pouco

( ) nada

2- Quais os critérios utilizados para aquisição de novas Tecnologias na

área hospitalar? ( ) critério unicamente técnico ( ) necessidade clinica (

) necessidade profissional ( ) desenvolvimento de pesquisa ( ) por

limitação de recurso financeiro

3-Observa-se que em geral há uma necessidade de gerenciamento tanto

para os equipamentos de tecnologias avançadas, como para as

tecnologias básicas e ao mesmo tempo existem constantes desperdícios

de investimentos e sucateamento de equipamentos nas unidades

hospitalares sobre esta afirmação comente e responda.

( ) Absolutamente verdadeira ( ) é parcialmente verdadeira ( )

existe apenas em algumas unidades ( ) não é verdadeira a

afirmação ( ) desconheço esta realidade

1- As unidades hospitalares são organizações que necessitam de

continuo aperfeiçoamento no setor tecnológico. Como o Senhor vê

esta necessidade e como tem feito este continuo aperfeiçoamento

neste setor?

( ) existe e está sendo bem contemplada ( ) existe e está sendo

parcialmente contemplada ( ) existe e não está sendo contemplada

Page 191: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

( ) não existe ( ) não temos dados sobre a necessidade

4.a- E como avalia esta necessidade? ( ) grande ( ) moderada

( ) pequena

4.b- E como vê o continuo aperfeiçoamento neste setor? ( ) é

muito necessário ( ) é moderadamente necessário ( ) é pouco

necessário

2- Quais as estratégias usadas nas atividades de gerenciamento para

que se obtenha um maior aproveitamento possível de tais tecnologias

evitando assim equipamentos sucateados?

( ) é feito treinamento de pessoal ( ) é feito acompanhamento de

pessoal ( ) é feito manutenção do equipamento ( ) é feito

conservação do equipamento ( ) é feito atualização dos

equipamentos

3- Trabalhos de pesquisa têm mostrado que existem grupos de

manutenção interna com deficiência de acompanhamento técnico, isto

gera problemas no armazenamento, instalação, operação,

manutenção e disposição final dos equipamentos. O que a empresa

tem feito para melhoria desse processo?

( ) contratado novos serviços ( ) contratado novos profissionais ( )

treinado os profissionais internamente ( ) não temos investido

neste aspecto

4- Quais são os fatores determinantes para o investimento em inovação

tecnológica da saúde?

( ) necessidade clinica ( ) necessidade do profissional ( )

necessidade mercadológica ( ) necessidade de aplicação em

Page 192: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

pesquisas ( ) necessidade competitiva

5- O presente trabalho propõe-se a analisar a importância do

gerenciamento de recursos tecnológicos avançados para maior

aproveitamento do tempo de vida útil desses recursos e melhorias

dos serviços oferecidos, qual importância do gerenciamento dos

recursos tecnológicos na saúde e responda?

( ) o material é comprado e totalmente utilizado ( ) o material é

comprado e parcialmente utilizado ( ) o material é comprado e não é

utilizado ( ) o material é comprado, mas não existe pessoal

capacitado para usa-lo ( ) a tecnologia é adquirida, mas a preferência

é continuar usando o material conhecido

6- Que tipos de equipamentos são mais usados em termos de tecnologia

da saúde?

( ) tecnologia de última geração ( ) o material que eu tenho

familiaridade ( ) o que tenho a disposição no momento ( ) o mais

fácil de ser usado ( ) o ideal para a terapia

7- O que envolve o processo de compra desses equipamentos?

( ) aleatoriamente ( ) baseado na necessidade do serviço ( )

baseada na opinião do usuário ( ) baseada na opinião do profissional

( ) periodicidade

8- Como é feito o descarte destes equipamentos?

( ) é descartado com controle de uso e estoque ( ) é simplesmente

descartado ( ) é deixado em almoxarifado ( ) Quando não funciona

mais ( ) Quando o conserto é mais caro que a compra de outro.

9- Existe a possibilidade de uso inadequado destes equipamentos?

Page 193: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO- PUC … Ferreira... · se tudo estava correndo bem. As minhas colegas de trabalho, Glauce, Luciana, Aparecida Viana, Andrea e ...

( ) sim e de jeito muito frequente ( ) sim, mas não tão frequente ( )

sim, mas de forma pouco frequente ( ) não existe ( ) desconheço

10-Os recursos tecnológicos adquirido são utilizados?

( ) totalmente utilizado ( ) parcialmente utilizado ( ) pouquíssimo

utilizado ( ) não é utilizado ( ) não tenho controle do uso

11-Os recursos tecnológicos adquirido ficam sucateados

( ) muito rapidamente ( ) no tempo correto ( ) não permito que isto

ocorra ( ) não acontece ( ) após sua vida útil.