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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP ANDRÉA PEREIRA DA SILVA BANDAGEM ELÁSTICA NO MÚSCULO TRAPÉZIO EM ADULTOS SAUDÁVEIS MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA SÃO PAULO 2015

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP

ANDRÉA PEREIRA DA SILVA

BANDAGEM ELÁSTICA NO MÚSCULO TRAPÉZIO EM ADULTOS SAUDÁVEIS

MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA

SÃO PAULO 2015

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP

ANDRÉA PEREIRA DA SILVA

BANDAGEM ELÁSTICA NO MÚSCULO TRAPÉZIO EM ADULTOS SAUDÁVEIS

SÃO PAULO 2015

Dissertação apresentado à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Fonoaudiologia do Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob orientação da Profª. Drª. Marta Assumpção de Andrada e Silva.

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Silva, AP

Bandagem elástica no músculo trapézio em adultos saudáveis / Andréa Pereira da Silva. – São Paulo, 2015. 49f.

(Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia. Área de Concentração: Clínica Fonoaudiológica. Linha de Pesquisa: Voz: avaliação e intervenção. Orientadora: Profª. Drª. Marta Assumpção de Andrada e Silva.

Elastic Bandage on healthy adults trapezius muscle.

1. Fonoaudiologia. 2. Bandagem elástica. 3. Eletromiografia. 4. Músculo trapézio.

1. Speech Language Pathology 2. Elastic bandage 3. Eletromyography 4. Trapezius muscle

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Banca Examinadora

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Professor

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP

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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.

São Paulo, 23 de Janeiro de 2015.

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Ter a consciência de que tudo do que fizemos nunca ficou aquém

da nossa capacidade e ter a certeza de que tudo o que foi feito ainda pode ser

melhorado. Talvez seja a única forma de poder dizer:

Obrigado, Senhor, pelo dom da vida.

(Sérgio Rosseto)

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DEDICATÓRIA

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Aos meus pais, Carlos Augusto (In memoriam) e Tereza, por sonharem comigo, me ensinarem a vencer desafios, e tornar meus sonhos em realidade. A velha guarda da minha família, vovó Otília (In memorian), avó Amália, meus tios avós Cido, Celina e Adelaide, por me mostrarem o diferencial entre conhecimento e sabedoria. Aos meus irmãos, e sobrinhos de sangue e coração pelo apoio constante, carinho e compreensão na ausência. A minha sobrinha Maria Isabelly, por ter me ensinado que milagres existem.

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AGRADECIMENTOS

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À orientadora desta pesquisa Profa. Dra Marta Assumpção de Andrada e Silva,

que me guiou de forma firme e amiga, dando-me, a segurança necessária para

eu seguir esta trajetória. A minha eterna admiração pelo seu senso de justiça e

amor à aquilo que acredita.

À Profa Dra Ana Claudia Fiorini, pelo exemplo de fonoaudióloga, professora e

ser humano. Obrigada pelo incentivo em tornar esse sonho do Mestrado

realidade. Sem dúvida, uma grande amiga.

Ao Prof. Ms Nelson Morini Jr., por ter me ensinado com entusiasmo e maestria

os caminhos da aplicação da bandagem elástica. Agradeço também, pela

oportunidade, orientação e pelos ensinamentos que os livros não oferecem.

Às Professoras Dra Léslie Piccolotto Ferreira (livros encapados), Dra Adriana

Rahal Rebouças de Carvalho e Dra Fernanda Chiarion Sassi, por dividirem

seus conhecimentos de forma clara e pelas valiosas contribuições no exame de

qualificação.

À Fga. Luciana Dall' Agnol Siqueira por sua leitura cuidadosa e contribuição na

pré qualificação.

Ao Prof. Ms Fábio Navarro Cyrillo, pela paciência, disponibilidade e pontuações

valiosas na elaboração dessa pesquisa.

Às fonoaudiólogas Thaynã Aguiar Barros e Ms. Maria Fernanda P. Bittencourt,

pela dedicação e leveza nos momentos da coleta.

Ao grupo de Pesquisa Patofisiológica de Sistema Estomatognático da UFPE,

representado pelo Prof. Dr. Hilton Justino da Silva, pela gentileza em mostrar

os primeiros passos da eletromiografia.

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Aos colegas e professores do Programa de Estudos Pós-Graduados em

Fonoaudiologia, pela parceria, cumplicidade e contribuições durante as

discussões deste trabalho dentro e fora da sala de aula.

Aos colegas do grupo Laborvox, que compartilhei momentos importantes e com

os quais muito aprendi.

Aos colegas da Therapy Taping Association, pelo apoio e incentivo.

À Virgínia Rita Pini, secretária do Programa de Estudos Pós-Graduados em

Fonoaudiologia da PUC-SP, pela colaboração prestada em muitos momentos.

À Ting Hui Ching, pela paciência e profissionalismo no tratamento estatístico

dos achados do estudo.

Com muito carinho...

À todos os amigos e familiares que vibraram, oraram e contribuíram para a

realização desse sonho, minha eterna gratidão.

Aos amigos Robson Marques, Ribamar do Nascimento Jr, Carolina Castelli

Silvério, Natália Eugênia Sanchez Escamez, Alessandra Rischiteli Bragança

Silva e Maristella Cecco Oncins, pela leitura atenta, paciência em me ouvir e

compartilhar seus conhecimentos, mesmo quando eu não conseguia entender.

Às amigas Adriana Tasso Siqueira, Renata Santos, Aleandra Cardoso Lima,

Maíra Pietraroia Nelli, Sofia Lieber, Márcia Romero e Keli Mariano, por me

ouvirem e transmitirem tranquilidade nos momentos difíceis da elaboração

desse trabalho.

Às pessoas que aceitaram participar da pesquisa, sem os quais, o estudo não

teria sido realizado.

Aos meus queridos alunos, que me ensinam sempre.

À Inovva Medical, pela doação das bandagens utilizadas nesta pesquisa.

À CAPES, pelo auxílio financeiro cedido.

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RESUMO

Silva, AP. Bandagem elástica no músculo trapézio em adultos saudáveis. Mestrado em Fonoaudiologia pelo Programa de Estudos Pós Graduados em Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2015.

Introdução: a utilização da bandagem elástica como instrumento terapêutico é um recurso novo na Fonoaudiologia que começa a ganhar espaço na clínica e na pesquisa, apesar de já ser utilizada há muito tempo em outros campos como por exemplo na Fisioterapia. Tem sido utilizada como auxiliar no tratamento de diversas disfunções musculoesquelética na área da motricidade orofacial com excelentes resultados clínicos. Sua aplicação é diversificada e conforme a avaliação clínico-terapêutica, pode ser usada para aumentar ou diminuir a excitação neuronal do músculo. Apesar da vasta possibilidade de utilização da bandagem elástica, na Fonoaudiologia esse uso ainda se dá de forma empírica, uma vez que temos poucos estudos sobre o tema. Objetivo: verificar o efeito da bandagem elástica no músculo trapézio de adultos saudáveis por meio de eletromiografia de superfície e de um questionário qualitativo. Método: participaram deste estudo 51 adultos saudáveis na faixa etária de 20 a 35 anos. 21 sujeitos do gênero masculino e 30 do feminino, divididos de forma randomizada em três grupos: G1 grupo que utilizou bandagem elástica com tensão, G2 grupo que utilizou bandagem elástica sem tensão e G3 grupo controle, que não utilizou a bandagem. Para a aquisição dos dados foram realizadas avaliações eletromiográficas no pré-uso da bandagem, com a bandagem e após 24 horas o uso da bandagem nos sujeitos do G1 e G2. Para os dois grupos também foi aplicado um questionário. Para os sujeitos do G3 foram realizadas duas avaliações eletromiográficas com o intervalo de 24 horas entre si. Os dados foram inseridos em uma planilha Excel onde foram realizados os cruzamentos estatísticos considerando os momentos dentro do mesmo grupo e o cruzamento entre os grupos. Resultados: não houve diferenças significativas nos dados eletromiográficos nas tarefas de repouso (R) e contração voluntária máxima (CVM) em nenhum um dos grupos após 24hs e imediatamente após a colocação da bandagem nos grupos que utilizaram este recurso. Na comparação entre G1, G2 e G3 também não foi evidenciado diferenças significativas para as variáveis analisadas. Na confrontação entre o G1 e o G2 nos momentos pré e durante, houve diferença entre os dois grupos apenas na variável CVM do lado esquerdo. No questionário a maioria dos sujeitos do grupo G1 referiram sensação de relaxamento durante o sono. Conclusão: os sujeitos da amostra que utilizaram a bandagem não apresentaram resultado significativo no sinal eletromiográfico do músculo avaliado. Em relação ao questionário autorreferido a maioria dos sujeitos da amostra que utilizaram a bandagem afirmaram sensação de relaxamento. Descritores: Fonoaudiologia; bandagem elástica; eletromiografia; músculo trapézio

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ABSTRACT

Silva, AP. Elastic Bandage on healthy adult’s trapezius muscle. Introduction: the elastic bandage as therapeutic instrument is a resource already in use for long time in areas such as Physiotherapy, but has only recently started to gain ground in the Speech Language Pathology for both clinic use and research. It has been used as auxiliary treatment for a number of musculoskeletal dysfunctions in the field of orofacial motility with excellent clinic results. Its application is diversified and, according to a clinical and therapeutic evaluation, can be used to increase or decrease the neuron excitement of a muscle. Despite of the elastic bandage vast usage possibility, it’s use in Speech Language Pathology is still empiric once there are so few studies about this theme. Objective: to verify the elastic bandage effect on healthy adult’s trapezius muscle through surface electromyography and a qualitative questionnaire. Method: 51 healthy adults participated from 20 to 35years old, 21 male and 30 divided randomly into three groups: G1 – Group with tensioned elastic bandage, G2 – Group with non-tensioned elastic bandage and G3 – Control group that did no use the elastic bandage. For the data as acquisition a pre-bandage, with-bandage and 24h-after-bandage electromyography evaluations were performed on G1 and G2 subjects. For both groups was also applied a questionnaire. For the G3 subjects two electromyography evaluations were performed with a 24hour interval. The resulting data was loaded to an Excel spreadsheet where statistic crosses were performed considering the stages within the groups and crossing between groups. Results: There were no significant differences on the electromyography data during the tasks Rest (R) and maximum voluntary contraction (MVC) in any groups, immediately after placing the bandage and after 24hours on the groups that used this resource. Comparing G1, G2 and G3 there wasn’t any evidence of significant differences on analyzed variables. Confronting G1 and G2 during the pre-bandage and with-bandage stages difference was found only during the left side MVC. In the questionnaire, the most part of the G1 group reported a relaxing sensation during sleep. Conclusion: The sample subjects that used the elastic bandage did not show significant result on the electromyographic signal of the evaluated muscle. However, regarding the self-reported questionnaire a big part of the subjects that used the bandage tape affirmed having a relaxing feeling. Descriptors: Speech Language Pathology, elastic bandage, electromyography, trapezius muscle

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Protocolo realizado para o estudo ...................................................13 Figura 2 - Imagem dos pontos marcados a caneta na pele do sujeito voluntário

para posterior fixação dos eletrodos .................................................................15

Figura 3 - Imagem do posicionamento e fixação dos eletrodos e da faixa rígida

no sujeito voluntário ..........................................................................................16

Figura 4 - Modelo do corte da bandagem na técnica Y....................................17

Figura 5 - Modelo do corte da bandagem que foi utilizada tensão ..................18

Figura 6 - Imagem do sujeito com a bandagem elástica, os eletrodos e a faixa

rígida fixada no sujeito voluntário .....................................................................19

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição de frequências (n) e porcentagem (%) do gênero em

cada grupo e valor p do teste de associação qui-quadrado..............................23

Tabela 2 - Medidas descritivas de idade e IMC de acordo com os grupos e

valores p dos testes de Kuskal Wallis............................................................... 23

Tabela 3 – Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G1 nos momentos pré e

durante e valores p dos testes de Wilcoxon..................................................... 24

Tabela 4 - Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G1 nos momentos pré e

pós e valores p dos testes de Wilcoxon............................................................ 25

Tabela 5 - Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G2 nos momentos pré e

durante e valores p dos testes de Wilcoxon..................................................... 25

Tabela 6 - Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G2 nos momentos pré e

pós e valores p dos testes de Wilcoxon............................................................ 26

Tabela 7 - Medidas descritivas dos indivíduos do grupo G3 nos momentos pré

e pós e valores p dos testes de Wilcoxon......................................................... 26

Tabela 8 – Medidas descritivas da variável DR entre pré e durante e valores p

dos testes de Mann-Whitney na comparação entre os grupos G1 e G2.......... 27

Tabela 9 - Medidas descritivas da variável DR entre pré e pós e valores p dos

testes de Kruskal-Wallis na comparação dos grupos G1, G2 e G3...................28

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1a - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G1 nos

momentos pré, durante e pós ...........................................................................30

Gráfico 1b - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G1 nos

momentos pré, durante e pós ..........................................................................30

Gráfico 2a - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G2 nos

momentos pré, durante e pós ..........................................................................30

Gráfico 2b - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G2 nos

momentos pré, durante e pós ..........................................................................30

Gráfico 3a - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G3 nos

momentos pré e pós .........................................................................................31

Gráfico 3b - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G3 nos

momentos pré e pós .........................................................................................31

Gráfico 4 - Descrição do número de sujeitos dos grupos G1 e G2 que

responderam afirmativamente às questões de uso de transporte, prática de

atividade física, carregamento de peso, presença de incômodo e mudança no

sono no questionário auto referido pós-uso da bandagem ..............................32

Gráfico 5 - Descrição do número de respostas referente a sensação dos

sujeitos dos grupos G1 e G2 ............................................................................33

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SUMÁRIO

Dedicatória.........................................................................................................VI Agradecimentos.................................................................................................VII Resumo..............................................................................................................IX Abstract.............................................................................................................. X Lista de figuras ..................................................................................................XI Lista de tabelas ................................................................................................XII Lista de gráficos ..............................................................................................XIII

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. OBJETIVO .................................................................................................... 4

3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 5

4. MÉTODO .................................................................................................... 12

4.1. Preceitos éticos .............................................................................. 12

4.2. Seleção da amostra ....................................................................... 12

4.3. Instrumentos e materiais................................................................ 13

4.4. Procedimentos ............................................................................... 15

4.5. Análise estatística........................................................................... 21

5. RESULTADOS ............................................................................................ 22

5.1. Caracterização da amostra ............................................................ 22

5.2. Evolução dentro de cada grupo .................................................... 23

5.3. Comparação dos grupos G1, G2 e G3 .......................................... 27

5.4. Gráficos do perfil ............................................................................ 28

5.5. Questionário pós uso da bandagem .............................................. 32

6. DISCUSSÃO ................................................................................................ 33

7. CONCLUSÃO............................................................................................... 39

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 39

8.1 Bibliografia Consultada ................................................................... 47

9. ANEXOS ...................................................................................................... 48

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1. INTRODUÇÃO

O interesse em desenvolver esta pesquisa surgiu da experiência que

tive durante 14 anos na Associação de Assistência à Criança Deficiente

(AACD), instituição essa que trata de pacientes com sequelas físicas e

motoras. Nesse trabalho, tive a oportunidade de integrar uma equipe

multiprofissional com colegas da Fonoaudiologia, Medicina, Fisioterapia,

Terapia Ocupacional, dentre outros, e assim, experienciar diferentes, e por

vezes novos, recursos terapêuticos de outras áreas.

Dentre esses recursos dos quais tive contato, encontra-se a bandagem

elástica, material terapêutico utilizado na Fisioterapia em tratamentos para

melhorar da função muscular e/ou articular. Em 2006, participei junto com

fonoaudiólogas da AACD de um curso de formação multiprofissional de

bandagem elástica e desde então, passamos a utilizar esse recurso na terapia

fonoaudiológica como auxiliar nos tratamentos das disfunções da região

orofacial, com excelentes resultados clínicos.

A bandagem elástica surgiu na década de 70 no Japão baseada nos

princípios da Quiropraxia e Cinesiologia, com o intuito de aperfeiçoar a função

muscular sem restringir o movimento. Esse material não contém medicamento

e é constituído por microfios de elastano, envolvidos por fios de algodão

retorcido e cola hipoalergênica em um dos lados. Foi desenvolvido para ser

resistente à água e para grudar na pele humana por um tempo prolongado

(Sijmonsma, 2007; Morini Jr, 2013).

A aplicação da bandagem elástica para as disfunções

musculoesquelética é diversificada e pode ser usada, por exemplo, para

aumentar ou diminuir a excitação neuronal do músculo, dependendo da

avaliação clínico-terapêutica. A estimulação tegumentar adequada é o ponto

crucial deste recurso, por isso, o profissional que aplica a bandagem elástica

necessita além da formação, ter conhecimento de anatomia e fisiologia. Silva e

Morini Jr (2014) esclarecem que ao estimular o tegumento com o uso da

bandagem elástica, ocorre o aumento da sensação da pele onde este recurso

foi empregado e, os neurônios somatossensorias periféricos que estão

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inseridos no tegumento captam e conduzem esta informação por via aferente

até a área somatossensorial do córtex cerebral. A informação proveniente do

tegumento é percebida e interpretada para desencadear uma resposta motora.

A pesquisa pioneira em Fonoaudiologia com o uso da bandagem

consiste em estudo realizado por pesquisadoras brasileiras (Ribeiro et al. 2009)

com o objetivo de evidenciar a efetividade da bandagem elástica no tratamento

do escape extraoral de saliva. Para isso foram selecionadas 42 crianças com

paralisia cerebral, que não estavam em terapia fonoaudiológica e que

apresentavam sialorreia. A frequência e gravidade do escape extraoral de

saliva foram mensuradas antes e após a aplicação da bandagem. O período

que os sujeitos utilizaram a bandagem foi de 30 dias consecutivos. Dentre os

resultados encontrados, houve a diminuição da frequência e da severidade da

sialorreia após o uso.

Tendo em vista os oito anos de resultados positivos com a utilização

desse recurso na prática clínica nos atendimentos em motricidade orofacial e

disfagia e a escassez de trabalhos na Fonoaudiologia com este tema, surgiu à

proposta dessa pesquisa. Ao considerar a experiência clínica a nossa hipótese

ao iniciar essa pesquisa foi de que a bandagem pode produzir um efeito de

relaxamento muscular, tendo em vista as respostas observadas nos pacientes

que a utilizaram em terapia. Apesar de trabalhar com indivíduos com alterações

fisiopatológicas, o primeiro desafio foi querer destacar a bandagem e não a

alteração do sujeito na perspectiva de formar uma amostra de pesquisa mais

homogênea. O foco era conhecer o efeito da bandagem elástica, por essa

razão pensamos em indivíduos saudáveis, dessa forma seria minimizado os

vieses encontrados em sujeitos com disfunções.

O segundo desafio foi encontrar um instrumento de mensuração

sensível e objetivo para à captação deste efeito. A bandagem elástica na

Fonoaudiologia tem sido empregada como um recurso clínico auxiliar nos

tratamentos de sujeitos com disfunções, na clínica, assim como na pesquisa

(Ribeiro et al., 2009; Andrade e Silva, 2012; Faiçal et al., 2012; López Tello et

al., 2012; Silva et al., 2014a) a sua mensuração tem sido realizada por

instrumentos subjetivos como avaliações clínicas – terapêutica, com relatórios

de observação com escalas de percepção de dor entre outras.

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Dessa forma a opção por pesquisar de forma isolada o efeito da

bandagem elástica no músculo trapézio por meio de eletromiografia de

superfície em indivíduos saudáveis foi um desafio inédito que resolvemos

enfrentar por se tratar de um recurso ainda não pesquisado na Fonoaudiologia

de forma objetiva.

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2. OBJETIVO

Verificar o efeito da bandagem elástica no músculo trapézio por meio de

eletromiografia de superfície e de um questionário qualitativo em adultos

saudáveis.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura apresenta pesquisas que utilizaram o recurso da

bandagem elástica nos campos da Fisioterapia, Medicina Esportiva, Terapia

Ocupacional e Fonoaudiologia.

Diversos autores (Kase, 1996; Sijmonsma, 2007; Morini Jr, 2013)

descreveram que a elasticidade da bandagem, ao produzir determinada

pressão no tegumento, auxilia nas funções fisiológicas da pele, músculos e

articulações. Os autores destacaram que essa técnica pode ser usada como

parte integrante nos tratamentos, tanto na prevenção quanto nos casos de

reabilitação muscular e na analgesia.

Godoy et al. (2000) realizaram um estudo no qual compararam a terapia

de drenagem linfática tradicional, com terapia tradicional e o recurso da

bandagem elástica. A amostra desse estudo foi composta por seis sujeitos:

quatro do gênero feminino e dois do masculino; com idade entre 17 e 61 anos.

A evolução dos sujeitos foi mensurada por avaliações clínicas e medidas das

circunferências dos membros no início do tratamento, logo após a drenagem

linfática e no próximo retorno do sujeito ao tratamento. A bandagem elástica foi

aplicada em sessões intercaladas, sendo três sessões sem bandagem e três

com bandagem. Um dos resultados obtidos aponta para uma diferença

significativa de melhora da circunferência do membro afetado quando a

drenagem foi associada ao uso da bandagem elástica.

Em 2006 Yasukawa et al. investigaram o efeito da bandagem elástica

em um grupo de sujeitos com sequelas motoras e alterações funcionais de mão

e braço. A amostra foi composta por 15 sujeitos com idade entre quatro e 16

anos com fraqueza e/ou tônus muscular alterado, além de alteração no uso

funcional dos membros superiores. Todos os sujeitos foram submetidos à

avaliação clínica pré-tratamento, uma logo após a aplicação da bandagem e

outra depois de três dias de seu uso. Quando comparados os resultados da

avaliação pré e pós-tratamento observou-se melhora estatisticamente

significativa, principalmente no maior tempo de uso da bandagem.

Thelen et al. (2008) compararam o uso da bandagem elástica com

aplicação da mesma do tipo placebo em 42 sujeitos com dor no ombro

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proveniente de tendinite nessa região. Os sujeitos foram divididos em dois

grupos: um recebeu a aplicação preconizada para tratamento de tendinite do

ombro e o outro recebeu a aplicação da bandagem sem fim específico e sem

tensão, determinadas pelos autores como placebo. Foram utilizadas escalas de

percepção de dor e medidas de amplitude do movimento, no início e após seis

dias de tratamento. Um dos resultados apontados no grupo que usou

bandagem elástica mostrou diminuição da dor durante o movimento de

abdução, resultado este não obtido no grupo placebo.

González-Iglesias et al. (2009) verificaram o efeito da bandagem elástica

aplicada na região da coluna cervical em indivíduos com entorse de pescoço

decorrente a acidente automobilístico. O estudo contou com 41 sujeitos do

gênero feminino e do masculino que foram divididos de forma randomizada em

dois grupos: em um foi aplicada a bandagem elástica com tensão, e no outro

foi sem tensão. Foram consideradas uma escala de dor, uma de incapacidade

auto percebida e uma avaliação da amplitude de movimento pré intervenção

imediatamente após a aplicação da bandagem e outra depois de 24 horas. Os

resultados apontaram para uma significância estatística positiva para o grupo

pesquisa.

Como comentado anteriormente o primeiro estudo com o uso de

bandagem na área da Fonoaudiologia foi realizado por Ribeiro et al. (2009)

com o intuito de evidenciar a efetividade do uso da bandagem Kinesio Taping1

(KT) no controle do escape extra oral de saliva em pacientes com paralisia

cerebral (PC). A amostra deste estudo foi composta por 42 pacientes com PC

que apresentavam sialorreia, com idade entre 4 e 15 anos e que não estavam

em tratamento fonoaudiológico. Antes e depois da intervenção foram utilizadas

duas escalas para verificar a frequência e gravidade da sialorreia, além da

aplicação de um checklist com 24 perguntas referentes às habilidades motoras,

posição da cabeça, postura de lábios e da língua, alimentação, sensação,

saúde bucal entre outras. Foi realizada também uma pergunta aberta aos

cuidadores em relação ao número de toalhas que eram utilizadas para a

1 Kinesio Taping® foi a primeira marca de bandagem elástica criada por Kenzo Kase na década de 1970, Morini Jr (2013) pontua que nos dias de hoje existem diversas marcas com métodos de utilização.

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limpeza da baba. Os pacientes receberam oito aplicações de bandagem na

região supra-hiódea (ventre anterior do músculo digástrico e músculo milo-

hiódeo) durante 30 dias consecutivos. Dentre os resultados levantados, houve

redução no número de toalhas e a diminuição da frequência e severidade da

sialorreia.

Hsu et al. (2009) estudaram o efeito da bandagem elástica na

cinemática muscular de 17 jogadores de beisebol com Síndrome do Impacto

Subacromial (SIS). Todos os sujeitos receberam a aplicação de bandagem

elástica e aplicação de uma bandagem rígida placebo de forma aleatória para o

trapézio inferior. Como parâmetros de mensuração foi realizado eletromiografia

de superfície (EMGs) nos músculos trapézio fibras superiores, inferiores e no

músculo serrátil anterior, análise da cinemática tridimensional do ombro e

escápula, bem como avaliação de força muscular. Na análise estatística os

autores evidenciaram mudanças positivas no momento em que os sujeitos

utilizaram a bandagem elástica, principalmente no movimento escapular e

aumento da atividade muscular do músculo trapézio inferior.

No estudo de caso de Santos et al. (2010) mensurou-se a ação da

técnica de bandagem elástica em pacientes com subluxação de ombro após

acidente vascular encefálico. Participaram desse estudo três sujeitos com

idade de 45 a 55 anos com hemiparesia e subluxação do ombro. Foram

realizadas uma avaliação do ombro por meio de biofotogrametria no início do

tratamento e uma após dois meses de uso da bandagem elástica. Os

resultados evidenciaram melhora da subluxação dos movimentos do ombro e

da simetria postural após o tratamento.

Barreto et al. (2010) compararam a atividade elétrica de determinados

músculos durante a simulação de entorse em jogadores de futebol com

diferentes técnicas de bandagem e um grupo controle. A amostra contou com

12 indivíduos com idade entre 14 e 15 anos, divididos em três grupos: um

controle sem bandagem e outros dois com diferentes técnicas de aplicação de

bandagens. As médias dos resultados das atividades elétricas dos músculos

avaliados foram captadas por meio de EMGs e analisadas durante e após a

simulação de entorse. Um dos achados foi que o grupo que utilizou as duas

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técnicas de bandagem conseguiu melhores resultados que o controle que

recebeu apenas uma técnica.

Na pesquisa de Kaya et al. (2011) foi comparado o tratamento

tradicional para pacientes com SIS com o tratamento realizado com bandagem.

Participaram deste estudo 55 sujeitos, que receberam durante duas semanas

os tratamentos descritos acima. As avaliações pré e pós intervenção foram

realizada por meio de escala analógica de dor (noturna, diurna e durante

movimento) e foi avaliado também a desabilidade da mão, ombro e braço.

Nesse estudo, o uso da bandagem evidenciou melhora da dor com relevância

significativa quando comparado ao tratamento tradicional.

Soylu et al. (2011) investigaram o efeito da bandagem na contração e

fadiga muscular do músculo masseter. A amostra foi composta por 11 sujeitos

de ambos os gêneros, saudáveis e com idade média de 30 anos. Todos os

sujeitos fizeram EMGs antes da aplicação e depois de uma hora de uso da

bandagem. Os resultados apontaram não haver diferença pré e pós-aplicação

da bandagem nos parâmetros avaliados de contração e fadiga muscular.

López Tello et al. (2012) checaram a eficácia do KT no controle da

deglutição de saliva de dez crianças de uma escola pública de educação

especial com idade média de nove anos e oito meses e que apresentavam

transtorno neuromuscular. A aplicação da bandagem elástica ocorreu na região

supra hióidea (ventre anterior do músculo digástrico e músculo milo-hiódeo)

todos os dias pela manhã e retirada à noite, durante o período de sete meses.

Para mensurar a evolução dos sujeitos foi empregada uma escala de

frequência e severidade da sialorréia na pré-intervenção, após um mês, no

terceiro e no sétimo mês. A escala continha os seguintes itens: frequência e

gravidade da sialorréia, irritação da pele ao redor da boca e queixo, odor,

limpeza da baba, dificuldade de alimentação, troca de babador e da roupa.

Como resultados pode-se destacar a melhora da frequência da sialorréia, a

redução das dificuldades alimentares e a diminuição da limpeza da baba.

Saavedra-Hernández et al. (2012) comparam terapia de manipulação ao

tratamento de bandagem elástica em sujeitos com dor cervical. A amostra foi

composta por 76 sujeitos que receberam tratamento por sete dias, estes foram

divididos de forma randomizada em dois grupos: 40 com bandagem e 36 com

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terapia de manipulação. Todos os sujeitos foram avaliados com escala de dor,

índice de incapacidade cervical e testes de amplitude de movimento antes das

intervenções e após sete dias. Os pesquisadores evidenciaram semelhante

melhora da dor em ambos os grupos.

Os autores Zubeyir et al. (2012) propuseram um estudo para avaliar o

efeito da bandagem elástica na força muscular respiratória em 47 sujeitos

saudáveis (16 mulheres e 31 homens). Esses indivíduos foram divididos em

dois grupos de forma aleatória, sendo que um recebeu aplicação da bandagem

na musculatura respiratória primária (diafragma), outro na musculatura

acessória (escalenos anterior e médio, bem como e no músculo

esternocleidomastóideo - ECM). Cada um destes grupos foi dividido em dois

subgrupos, sendo que o primeiro subgrupo recebeu avaliação da força máxima

inspiratória e expiratória pré e imediatamente após a intervenção, e o segundo

subgrupo no início e após a retirada da bandagem. Como resultado os autores

não encontraram diferença significativa em nenhum grupo avaliado.

O objetivo do trabalho de Nieves Estrada e Echevarría González (2013)

foi comparar duas intervenções para o controle da sialorreia: eletroestimulação

neuromuscular e a aplicação de bandagem elástica. Participaram deste estudo

18 sujeitos com diagnóstico de PC, divididos em dois grupos. Um grupo

recebeu tratamento de KT na região supra hiódea (ventre anterior do músculo

digástrico e músculo milo-hiódeo) e o outro terapia de eletroestimulação

neuromuscular, ambos por três meses. A mensuração dos tratamentos foi

realizada por meio de escala de frequência e severidade da sialorreia no início

e no fim do tratamento. Os resultados mostraram que não houve diferença

entre o uso dos dois recursos, porém nos dois grupos houve melhora do

quadro da sialorreia.

Aguilar-Ferrándiz et al. (2013) realizaram um estudo randomizado com o

objetivo de medir os efeitos do tratamento de um mês com KT em mulheres na

pós-menopausa com insuficiência venosa. Participaram desse estudo 120

mulheres com idade entre 50 e 75 anos com insuficiência venosa leve e

moderada. As pacientes foram divididas aleatoriamente em dois grupos: um

grupo denominado pesquisa, que utilizou KT conforme o recomendado para

este tratamento, e outro grupo controle, que recebeu aplicação do KT, mas

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sem tensão e com localização anatômica incorreta. Os resultados foram

mensurados por meio do índice de gravidade venosa, EMGs, questionário de

qualidade de vida, escala analógica de dor e goniometria. Dentre os resultados

encontrados o grupo pesquisa apresentou resultado estatisticamente

significativo na melhora na percepção da dor, no retorno venoso, na ocorrência

de cãibras e na ativação dos músculos avaliados na comparação com o outro

grupo.

Weintraub et al. (2013) mensuraram o efeito da bandagem elástica na

estabilidade de tornozelo de dez mulheres saudáveis com idade entre 20 e 30

anos. Cada sujeito da pesquisa foi seu próprio controle, sendo estes avaliados

sem a bandagem e imediatamente após a colocação da mesma. Para

quantificar os resultados foi utilizada uma plataforma de equilíbrio. Os

resultados desse trabalho apontaram para uma diferença significativa positiva

entre o desvio médio-lateral nas avaliações pré e pós bandagem.

Na pesquisa realizada por Simsek et al. (2013) a eficácia do KT foi

estudada em sujeitos com a SIS. O estudo contou com 38 sujeitos que foram

divididos em dois grupos, sendo um grupo pesquisa que utilizou bandagem

elástica com tensão e outro que utilizou bandagem sem tensão. Todos os

sujeitos de ambos os grupos receberam tratamento para a reabilitação

funcional dos ombros por 12 dias. Foram realizadas no início da pesquisa

avaliação da dor, da amplitude de movimento e da força muscular, no quinto e

décimo segundo dia. Dentre os resultados apresentados, podemos destacar a

diferença positiva estatística na dor noturna após o quinto dia de intervenção

no grupo pesquisa.

Em 2014, Bae estudou o efeito da bandagem elástica na dor e na

amplitude do movimento da articulação temporomandibular em sujeitos com

ponto-gatilho ativo no músculo ECM. Participaram desta pesquisa 42 sujeitos

do gênero masculino e feminino que foram divididos em dois grupos: pesquisa

e controle, o grupo pesquisa recebeu aplicação de bandagem elástica para o

ECM três vezes por semana durante duas semanas e o grupo controle não

recebeu nenhum tratamento. Todos os sujeitos foram avaliados por meio de

escala analógica de dor, de pressão à palpação e da abertura da boca no início

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da pesquisa e novamente após duas semanas. O grupo pesquisa apresentou

significância estatística de melhora em todas avaliações.

Kaya et al. (2014) compararam a realização da terapia manual e

exercícios com o uso do KT e exercícios em indivíduos com SIS. Participaram

deste estudo 54 sujeitos com idade entre 30 e 60 anos, de ambos os gêneros e

que apresentavam dor no ombro unilateral. A amostra foi dividida de forma

aleatória em dois grupos: um grupo pesquisa que utilizou KT, e um grupo

controle. Os sujeitos foram avaliados por meio de avaliação clínica e

ultrassonografia no início do estudo e após seis semanas. As avaliações

consideraram a intensidade da dor, a amplitude de movimento, a força

muscular e a espessura do tendão supra espinhal. Nos resultados deste

estudo, podemos destacar melhora da dor em ambos os grupos, porém o

grupo KT obteve melhores resultados na dor noturna.

Por fim Caneschi et al. (2014) verificaram o efeito da bandagem elástica

associada ao tratamento fonoaudiológico em crianças com sequelas

neurológica e sialorreia. Participaram deste estudo 11 crianças de ambos os

sexos com idade entre cinco e dez anos de idade. Todos os pacientes

receberam terapia fonoaudiológica duas vezes por semana com enfoque no

controle da sialorreia, associado ao uso de bandagem elástica na região supra-

hiódea (ventre anterior do músculo digástrico e músculo milo-hiódeo) durante

um mês. Para a mensuração dos resultados foi utilizado um questionário

qualitativo aos pais e o fonoaudiólogo responsável pelo tratamento e uma

avaliação quantitativa por meio de sialometria no início da intervenção, após

um mês e três meses após o término do tratamento. Os resultados encontrados

apontaram para redução da sialorreia, dos engasgos e do número de toalhas

após um mês de tratamento, porém estes não se mantiveram na avaliação pós

tratamento.

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4. MÉTODO

4.1. Preceitos éticos

O método do presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo sob o número de

parecer 915.559 (anexo 1). Ressalta-se que foram cumpridos os princípios

éticos, conforme a resolução 466/12. Todos os sujeitos foram voluntários e

aceitaram participar dessa pesquisa ao assinarem o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (anexo 2). Esse estudo se caracterizou como um estudo

clínico, prospectivo e de intervenção.

4.2. Seleção da amostra

Participaram deste estudo 54 sujeitos, porém um sujeito foi excluído por

não comparecer no segundo dia de coleta e dois devido a problemas no

equipamento. Desta forma, a amostra foi concluída com 51 adultos jovens

saudáveis, 21 do gênero masculino e 30 do feminino. Com faixa etária entre 20

a 35 anos, segundo Nóbrega et al. (1999), o sistema musculoesquelético do

homem alcança sua maturidade plena entre os 20 e 30 anos de idade, sendo

que após os 35 anos inicia-se a perda da força muscular.

A amostra deste estudo foi dividida de forma randomizada em três

grupos: G1 composto de 18 sujeitos (sete do gênero masculino e 11 do

feminino), no qual a bandagem elástica foi aplicada com tensão; G2 grupo

composto por 17 sujeitos (sete do gênero masculino e 10 do feminino) no qual

a bandagem elástica foi aplicada sem tensão; G3 grupo controle com 16

sujeitos (sete do gênero masculino e nove do feminino) no qual não foi aplicada

a bandagem elástica.

Foram considerados fatores de exclusão indivíduos com: histórico de

traumas ortopédicos e/ou cirurgias da cintura escapular (ombro, braço e

qualquer parte da região cervical); presença de dor nesta região; presença de

doença musculoesquelética, degenerativa e/ou articular (fibromialgia, artrose,

artrite, osteoporose, reumatismos e tendinite); alterações crônicas ou agudas

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de pele; problemas neurológicos e/ou psiquiátricos (convulsão, depressão,

entre outros); uso de medicamentos como analgésico, miorrelaxante, sedativo,

antidepressivo ou anti-inflamatório; gravidez no caso de mulheres. Todas essas

questões foram perguntadas ao participante voluntário no momento do aceite

em linguagem acessível a um público leigo.

Os primeiros voluntários convidados a participar da pesquisa foram

alunos de graduação e pós-graduação de instituições nas quais a

pesquisadora e a orientadora tinham contato. Em seguida do contato pessoal

também de ambas e de outros pesquisadores do grupo do Laborvox (grupo

que integra a linha de pesquisa de voz do Programa de Estudos Pós-

graduados em Fonoaudiologia da PUC-SP) foram convidados sujeitos que

frequentassem locais de trabalho como escritórios de arquitetura, de direito,

academias, empresas, entre outros, facilitando a presença quatro ou cinco

pessoas que aceitassem participar do estudo, e que a pesquisadora pudesse

ter contato dois dias seguidos por conta da coleta. A partir destes convites foi

utilizada a técnica snowball (Handcock e Gile, 2011), na qual os sujeitos iniciais

da pesquisa indicam novos sujeitos e assim consecutivamente.

4.3 Instrumentos e materiais

Para a coleta dos dados relacionados à atividade elétrica muscular foi

utilizado o eletromiógrafo New Miotool® (Miotec Equipamentos Biomédicos,

Porto Alegre, RS, Brasil) de oito canais com dois canais habilitados e

calibrados em 500 microvolts (µV) com as seguintes especificações técnicas -

hardware: resolução 16 bits; máxima taxa de amostragem 2.000 amostras por

segundo; ruído < 5µv rms; modo de rejeição comum de 126 db; isolamento de

segurança 3000 V(rms); tamanho aproximado de 110 mm X 68 mm X 28 mm;

peso aproximado de 80g; tensão de alimentação do sistema de aquisição 2

baterias NiMH tipo AAA; corrente em repouso 200 microA; corrente máxima

120 mA; potência máxima 0,3 W; temperatura de 10 ºC a 40 °C; tensão de

alimentação dos canais analógicos 3,3 V; número de canais 8; tensão máxima

de entrada 2.048 mV;Sensor de EMG; tensão de alimentação 5,0 V; tensão

máxima de entrada entre 1 mV para ganho 2.000 e 8 mV para ganho 250;

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impedância de entrada 10 10 Ohm // 2 pF; ganho automático; comunicação LIN

a 9.600 bauds; temperatura de 10 ºC a 40 °C; filtro ativo passa-baixa de dois

polos com frequência de corte em 500 Hz e filtro passa- alta com frequência de

corte em 20 HZ; comprimento do Cabo 2 metros; conexão com os eletrodos por

pressão cabo MiniPinch 15 cm de comprimento Blindado.

O equipamento foi calibrado conforme normas estabelecidas pela

International Society of Electrophysiological Kinesiologyy - ISEK Merletti (1999).

Foram utilizados eletrodos descartáveis do tipo Medtrace infantil 100

(Kendall, graphic controls, Canadá) constituído de prata-cloreto de prata (Ag-

Ag CL) associado a um gel condutor conforme recomendação do SENIAM

(sigla do projeto da União Européia Surface ElectroMyoGraphy for the Non-

Invasive Assessment of Muscles)2.

Foram elaborados para essa pesquisa um protocolo para a realização

da eletromiografia (Figura 1) e um questionário pós uso da bandagem (anexo

3).

Um Laptop marca Dell® modelo Inspiron 1440 com sistema operacional

Windows 7 e software MiotecSuite da MIOTEC® foram utilizados neste estudo.

Figura 1 - Protocolo realizado para o estudo.

Fonte: o autor

Além dos equipamentos já citados, durante o procedimento de coleta de

dados foram utilizados os seguintes materiais: gaze, álcool 70°, caneta

dermatográfica Securline®, fita para curativo 3M®, fita métrica, aparador de

2 European recommendations for surface electromyography. Disponível em:

http://www.seniam.org/. Acesso em 26.08.2014.

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pelo Philips® NT9110/30, cadeira sem braço com encosto e, faixa inelástica

com velcro confeccionada para o estudo. A bandagem elástica utilizada nesta

pesquisa foi a marca Therapy Tex® (aprovada pela Agencia Nacional de

Vigilância Sanitária com o registro 8078464001).

4.4. Procedimentos

Os sujeitos foram informados verbalmente sobre a pesquisa. Todas as

dúvidas quando presentes foram esclarecidas e só depois o Termo de

Consentimento Livre Esclarecido (anexo 3) foi preenchido e assinado. A

randomização dos sujeitos ocorreu por meio de sorteio, sendo oferecido um

recipiente com envelopes fechados com os números 1, 2 e 3. O sujeito então

escolhia um dos envelopes, e o número que saísse determinava o grupo do

qual ele faria parte (G1, G2 e G3).

O músculo trapézio fibras descendentes foi escolhido para a coleta dos

dados desta pesquisa. Esta escolha deve-se ao fato deste músculo se

relacionar ao alinhamento biomecânico da face e pescoço e dessa forma,

contribuir com as diversas funções do sistema estomatognático e na respiração

(Arellano 2002; Milanesi et al., 2011; Lodetti et al., 2012; Weber et al. 2012;

Bae 2014). Outro motivo para essa escolha refere-se à facilidade de adesão ao

uso da bandagem elástica nesta região pelos sujeitos voluntários, uma vez que

esta permaneceria durante o período de um dia, de forma discreta.

O instrumento escolhido para mensurar a intervenção realizada foi a

eletromiografia de superfície (EMGs), que representa um instrumento de

avaliação que fornece dados a respeito da atividade elétrica muscular. Esse

recurso nos últimos anos tem sido empregado tanto na clínica quanto em

diversas pesquisas da área da Fonoaudiologia (Rahal e Goffi-Gomez, 2009;

Pernambuco et al., 2011; Mangilli et al., 2012; Felício et al., 2012; Balata et al.,

2012). Foi elaborado pela pesquisadora desta pesquisa um questionário pós

uso da bandagem (anexo 3) com o intuito de captar os dados subjetivos

referente ao uso da bandagem.

Desde o início do procedimento, todos os equipamentos como

eletromiógrafo, Laptop, cabos e sensores já estavam conectados e habilitados

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entre si. Para evitar interferências elétricas o Laptop não foi conectado a rede

elétrica e foi utilizada a célula de bateria. Aparelhos celulares e outros

equipamentos elétricos próximos ao equipamento foram desligados durante a

realização do exame. Informações referentes ao nome, idade, peso e altura

dos sujeitos foram cadastrados no programa de registro da eletromiografia

MiotecSuite®.

Para o procedimento de coleta da EMGs os sujeitos foram convidados a

sentar confortavelmente em uma cadeira sem braço e com encosto, com as

costas apoiadas, braços verticalmente ao longo do corpo, pés apoiados no

chão, cabeça posicionada (plano de Frankfurt paralelo ao chão), olhos abertos

e olhando para frente. Foi solicitado que se mantivessem tranquilos, respirando

normalmente e procurassem evitar falar ou movimentar-se durante o exame.

Para evitar interferência de monitoramento do exame por parte dos

sujeitos, estes foram posicionados de costas para o equipamento. Em seguida,

os sujeitos tiveram a pele limpa com gaze embebida em álcool 70° e quando

necessário foi realizado tricotomia, a fim de facilitar a impedância entre a pele e

os eletrodos. O ponto para a fixação dos eletrodos foi determinado a partir das

recomendações da Surface Electromyograpy for the Non-Invasive Assessment

of Muscles (Seniam, 2006), sendo a metade da distância entre a linha da

sétima vértebra cervical (C7) e o acrômio (ACR) (Figura 2). Para facilitar a

determinação do ponto recomendado, utilizou-se uma caneta dermográfica

para marcar a pele Gonçalves et al. (2007) nos pontos de C7 e o ACR, e com o

uso de fita métrica, determinou-se o meio desta distância, marcando-se assim

um novo ponto.

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Figura 2 - Imagem dos pontos marcados a caneta na pele do sujeito voluntário para posterior

fixação dos eletrodos.

Fonte: o autor

No ponto da inserção do eletrodo, a pele foi limpa novamente e após

seca, dois eletrodos foram colocados um ao lado do outro, com distância de 20

milímetros entre os centros de cada eletrodo. Em seguida os sensores foram

conectados aos eletrodos e os fios foram fixados (Figura 3). As recomendações

de preparo da pele, fixação dos eletrodos e cabos também seguiram as

diretrizes de referência da Seniam. Uma nova marcação foi realizada com

caneta demográfica, determinando o exato local da colocação do eletrodo, para

que no próximo momento da coleta dos dados, este local fosse facilmente

identificado.

Figura 3 - Imagem do posicionamento e fixação dos eletrodos e da faixa rígida no sujeito

voluntário.

Fonte: o autor

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Uma faixa rígida com velcro para ajustes foi confeccionada para essa

pesquisa, sendo esta fixada sob os pés da cadeira em que o voluntário estava

posicionado e ajustada sobre o ACR de cada indivíduo (Figura 3). A utilização

desta faixa teve como finalidade resistir ao movimento durante a contração

voluntária máxima (CVM). Para a obtenção da CVM os estudos de

Vasconcelos et al. (2012) e Moraes et al. (2012) propõem a resistência manual

ao movimento. Nesta pesquisa optou-se pela confecção da faixa a fim de evitar

interferência humana durante essa resistência.

Após a fixação dos eletrodos, a atividade elétrica do músculo trapézio

fibras descendentes foi coletada durante o repouso de 10 segundos e em três

CVM de cinco segundos cada, na qual foi descartado pelo próprio programa o

primeiro e o último segundo. Esse procedimento foi realizado somente pela

pesquisadora dessa pesquisa. Duas fonoaudiólogas bolsistas integrais do

programa, contribuíram como auxiliar de pesquisa no preparo dos sujeitos para

a coleta e no cadastro de dados dos mesmos no programa.

Para evitar dúvidas de execução da CVM durante a EMGs, a

pesquisadora demonstrou o movimento solicitado, era explicado ao sujeito que

diante da ordem da palavra prepara e em seguida da palavra contrai

pronunciada repetidas vezes seguidas, ele deveria realizar o movimento de

elevação dos ombros em direção às orelhas, o máximo que conseguisse

durante este comando verbal. Após alguns segundos ao comando da palavra

relaxa, ele deveria voltar à posição inicial. Antes da coleta de dados essa

sequência foi treinada uma vez, para evitar erros de execução. Vale pontuar,

que o indivíduo realizava três CVM durante o período de 5 segundos com

intervalo de descanso de 10 segundos entre as contrações para prevenir fadiga

muscular.

A coleta do repouso foi realizada sem que o sujeito recebesse instrução

do início do exame a fim de evitar interferência do examinador. A seguir foram

realizadas as três provas para coleta de CVM. Terminada a coleta, o G3 foi

dispensado e os indivíduos que estavam no grupo da bandagem receberam a

colocação deste material.

A técnica de aplicação de bandagem utilizada para o G1 e G2 foi a

técnica Y (Morini Jr, 2013) ilustrada abaixo (figura 4). A extensão da bandagem

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foi medida de C7 até o ACR. Após essa medida, a bandagem foi dividida em

três partes iguais, sendo que em dois terços foi realizado um corte no meio da

bandagem, sendo este considerado como o ponto móvel.

Figura 4 - Modelo do corte da bandagem na técnica Y.

Fonte: o autor

Com o intuito de determinar a tensão utilizada na bandagem dos sujeitos

do G1 um novo corte foi realizado para a retirada de um quarto do tamanho do

ponto móvel bilateralmente (Figura 5). Assim a tensão dada na bandagem

pode ser melhor determinada, diferente do que normalmente encontra-se nos

artigos científicos, os quais relatam apenas um percentual subjetivo da tensão

(Thelen et al. 2008; González-Iglesias et al., 2009; Santos et al., 2010; Soylu et

al., 2011).

Figura 5 - Modelo do corte da bandagem que foi utilizada tensão.

Fonte: o autor

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A bandagem foi aplicada pelo pesquisador da seguinte forma: primeiro

foi fixado o ponto onde a bandagem não foi cortada - ponto fixo sobre o ACR,

com o indivíduo com a cabeça em posição neutra. Em seguida foram

colocadas as tiras do ponto móvel até C7, passando estas em torno dos

eletrodos (Figura 6).

Figura 6 - Imagem do sujeito com a bandagem elástica, os eletrodos e a faixa rígida fixada no

sujeito voluntário.

Fonte: o autor

Os sujeitos que utilizaram a bandagem receberam verbalmente e por

escrito (anexo 4) orientações referentes ao uso da mesma. Além disso, foram

instruídos a permanecerem com a bandagem até o dia seguinte, sem alteração

da rotina diária. Passadas 24 horas a bandagem foi retirada, foram permitidas

2 horas de tolerância para mais ou para menos. Para facilitar a remoção da

bandagem, esta foi molhada e retirada de forma lenta e gradual. A pele dos

voluntários foi limpa com gaze embebida em álcool e uma nova coleta foi

realizada nos mesmos moldes da coleta inicial.

Os sujeitos do G3 também realizaram após 24 horas um novo exame de

EMGs, na mesma sequência da coleta inicial. Adotou-se também, para este

grupo a margem de tolerância utilizada no G1 e G2.

Todos os sujeitos desta pesquisa responderam a parte A (identificação)

do questionário proposto neste estudo pós-uso da bandagem (anexo 3).

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Apenas os sujeitos dos grupos G1 e G2 responderam à parte B, por terem

passado pela aplicação da bandagem elástica.

Os dados da análise eletromiográfica foram obtidos em RAW registro

bruto do sinal elétrico com unidade µV. Foi verificado o espectro de frequência

via Transformada Rápida de Fourier (FFT- Fast Fourier Transform) para

identificação de ruídos e artefatos do sinal, e após a retificação do sinal foram

obtidos os valores em root mean square - RMS (Soderberg e Cook, 1984; Lima

et al., 2013; Oncins et al., 2014), através do programa MiotecSuite®. Os

valores das três CVM em RMS foi determinado, bem como o valor do repouso

realizado antes das contrações.

Com o intuito de comparar os dados dos sujeitos pré intervenção, pós

intervenção e inter sujeitos, estes dados foram normalizados (Regalo et al.,

2009; Kroll et al., 2010; Sassi et al., 2011 e Balata et al., 2012). Segundo

Regalo et al. (2009) a normalização é fundamental na comparação dos sinais

eletromiográficos entre os registros de um mesmo sujeito ou entre sujeitos

diferentes, na tentativa de reduzir a interferência relacionada com a

instrumentação e com fatores individuais, tais como a geometria muscular e a

impedância dos tecidos. Por essa razão optou-se nessa pesquisa, por realizar

a normalização pelo pico do sinal eletromiográfico.

Portanto os dados demonstrados nos resultados desta pesquisa

representam a conversão dos valores absolutos do registro (média da atividade

elétrica) em percentual de um valor de referência (pico máximo da atividade

elétrica).

4.5. Análise estatística

Com o intuito de resumir os dados, as variáveis qualitativas foram

apresentadas em tabelas de frequências (n) e porcentagens (%). Para as

variáveis quantitativas foram consideradas as medidas descritivas: média,

mediana, desvio padrão (DP), mínimo e máximo.

Para avaliar a associação entre os grupos e variáveis qualitativas, o

teste qui-quadrado foi utilizado e para comparar os grupos em relação a

variáveis quantitativas, foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney,

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para a comparação de dois grupos, ou o teste não paramétrico de Kruskal-

Wallis, caso a comparação seja de mais de dois grupos.

Para cada grupo, foi utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon para

verificar se houve alteração dos dados eletromiográficos nos momentos

avaliados.

O nível de significância adotado para todos os testes foi o de 5% (0,05),

ou seja, resultados com valores p menores que 0,05 são considerados

estatisticamente significativos.

Os dados foram digitados em planilhas do Excel e analisados no

software SPSS versão 17.

5. RESULTADOS

5.1 Caracterização da amostra

A amostra foi formada por 51 indivíduos, dos quais 18 estão no G1

(35,30%), 17 (33,33%) no G2 e 16 (31,37%) no G3. A idade média foi de 25,8

anos (dp=4,4 anos), o IMC médio é de 24,8 (dp=4,2) e 59% dos indivíduos são

do sexo feminino.

Não houve indícios de diferença entre os grupos em relação ao gênero,

idade e IMC, como pode ser visto nas Tabelas 1 e 2. Logo, consideramos os

grupos homogêneos em relação a essas variáveis de caracterização.

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Tabela 1 - Distribuição de frequências (n) e porcentagem (%) do gênero em

cada grupo e valor p do teste de associação qui-quadrado.

Grupo

Gênero

p* Feminino Masculino

n (%) n (%)

0,083

G1 11 (61,1) 7 (38,9)

G2 10 (58,8) 7 (41,2)

G3 9 (56,3) 7 (43,7)

Total 30 (58,8) 21(41,2)

Legenda: G1=grupo de sujeitos com bandagem com tensão; G2=grupo de sujeitos com

bandagem sem tensão; G3=grupo controle.

Tabela 2 - Medidas descritivas de idade e IMC de acordo com os grupos e

valores p dos testes de Kuskal Wallis.

n Média Mediana DP Mínimo Máximo p

Idade

G1 18 26,3 25,5 4,3 20 35

0,748 G2 17 25,2 27,0 4,7 20 35

G3 16 25,9 25,5 4,5 20 34

IMC

G1 18 24,8 24,9 4,3 18,4 35,3

0,994 G2 17 24,7 25,0 3,9 19,5 33,6

G3 16 24,9 24,1 4,7 17,8 33,6

Legenda: G1=grupo de sujeitos com bandagem com tensão; G2=grupo de sujeitos com

bandagem sem tensão; G3=grupo controle; IMC=índice de massa corporal (divisão do peso

pela altura ao quadrado).

5.2 Evolução dentro de cada grupo

Participaram da análise deste estudo 51 sujeitos. Entretanto, na análise

dos resultados a seguir (tabelas 3, 4, 5, 6 e 7) observa-se um número menor de

coleta entre os lados em decorrência de problemas em um dos canais do

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eletromiógrafo, G1 16 do lado direito e 17 do esquerdo; G2 15 do lado direito;

G3 15 do lado direito e 14 do lado esquerdo.

Nas Tabelas 3 e 4 estão as medidas descritivas e valores p dos testes

de Wilcoxon na comparação do momento pré com os momentos durante e pós,

respectivamente, para o grupo G1 e nas tabelas 5 e 6 para o grupo G2.

Podemos observar que o para repouso (direito e esquerdo) e a para CVM

(direito e esquerdo) não houveram diferenças estatisticamente significativas

entre os momentos. No grupo G3, também não houve diferença entre os

momentos pré e pós (Tabela 7).

Tabela 3 – Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G1 nos momentos pré e

durante e valores p dos testes de Wilcoxon.

Variáveis Momento n Média Mediana DP Mínimo Máximo p

Repouso (D) pré 16 61,2% 67,8% 17,0% 17,6% 79,9%

0,214 durante 16 56,8% 64,5% 22,7% 9,6% 80,1%

Repouso (E) pré 17 62,5% 63,4% 10,1% 45,2% 77,5%

0,794 durante 17 64,2% 65,6% 6,9% 51,3% 75,1%

CVM (D)

pré 16 62,9% 65,4% 8,1% 41,6% 75,4% 0,234

durante 16 65,7% 66,7% 6,4% 48,6% 75,7%

CVM (E)

pré 17 63,7% 64,1% 5,6% 51,8% 73,1% 0,355

durante 17 63,1% 63,6% 3,9% 53,7% 68,4%

Legenda: D=lado direito; E=lado esquerdo; CVM= contração voluntária máxima.

.

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Tabela 4 - Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G1 nos momentos pré e

pós e valores p dos testes de Wilcoxon.

Variáveis Momento n Média Mediana DP Mínimo Máximo p

Repouso (D) pré 16 61,2% 67,8% 17,0% 17,6% 79,9%

0,437 pós 16 56,2% 61,2% 21,1% 5,4% 80,0%

Repouso (E) pré 17 62,5% 63,4% 10,1% 45,2% 77,5%

0,981 pós 17 62,8% 65,7% 9,9% 45,9% 77,0%

CVM (D)

pré 16 62,9% 65,4% 8,1% 41,6% 75,4% 0,679

pós 16 62,8% 66,3% 10,9% 26,5% 71,2%

CVM (E)

pré 17 63,7% 64,1% 5,6% 51,8% 73,1% 0,102

pós 17 66,9% 67,9% 5,0% 53,9% 74,9%

Legenda: D=lado direito; E=lado esquerdo; CVM= contração voluntária máxima.

Tabela 5 - Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G2 nos momentos pré e

durante e valores p dos testes de Wilcoxon.

Variáveis Momento n Média Mediana DP Mínimo Máximo p

Repouso (D) pré 15 66,4% 70,6% 11,6% 42,4% 81,5%

0,191 durante 15 60,9% 63,6% 17,0% 29,7% 82,8%

Repouso (E) pré 17 62,8% 63,0% 8,0% 37,5% 74,5%

0,227 durante 17 62,7% 66,1% 15,5% 10,0% 75,9%

CVM (D)

pré 15 66,2% 65,7% 5,2% 58,6% 75,3% 0,570

durante 15 65,0% 65,2% 5,1% 55,2% 74,4%

CVM (E)

pré 17 63,4% 63,6% 6,0% 51,7% 71,8% 0,331

durante 17 65,5% 65,7% 5,0% 57,5% 75,3%

Legenda: D=lado direito; E=lado esquerdo; CVM= contração voluntária máxima.

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Tabela 6 - Medidas descritivas dos sujeitos do grupo G2 nos momentos pré e

pós e valores p dos testes de Wilcoxon.

Variáveis Momento n Média Mediana DP Mínimo Máximo p

Repouso (D) pré 15 66,4% 70,6% 11,6% 42,4% 81,5%

0,570 pós 15 66,6% 69,6% 14,5% 24,4% 80,8%

Repouso (E) pré 17 62,8% 63,0% 8,0% 37,5% 74,5%

0,522 pós 17 64,1% 63,5% 7,7% 45,4% 76,6%

CVM (D)

pré 15 66,2% 65,7% 5,2% 58,6% 75,3% 0,954

pós 15 65,8% 67,4% 5,7% 52,0% 72,3%

CVM (E)

pré 17 63,4% 63,6% 6,0% 51,7% 71,8% 0,331

pós 17 64,8% 65,2% 6,4% 46,3% 73,2%

Legenda: D=lado direito; E=lado esquerdo; CVM= contração voluntária máxima.

Tabela 7 - Medidas descritivas dos indivíduos do grupo G3 nos momentos pré

e pós e valores p dos testes de Wilcoxon.

Variáveis Momento n Média Mediana DP Mínimo Máximo p

Repouso (D) pré 15 66,1% 69,7% 13,1% 26,9% 81,9%

0,955 pós 15 66,2% 68,7% 13,6% 31,5% 80,6%

Repouso (E) pré 14 64,9% 67,2% 8,2% 46,5% 74,4%

0,280 pós 14 65,1% 65,9% 6,5% 55,3% 75,1%

CVM (D)

pré 15 64,1% 64,7% 5,7% 52,3% 70,4% 0,638

pós 15 65,7% 65,7% 5,3% 56,7% 76,3%

CVM (E)

pré 14 64,6% 66,0% 5,4% 53,5% 71,7% 0,073

pós 14 66,5% 66,1% 4,0% 58,8% 73,6%

Legenda: D=lado direito; E=lado esquerdo; CVM= contração voluntária máxima.

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5.3 Comparação dos grupos G1, G2 e G3.

Para retirar a influência dos valores iniciais nas variáveis de repouso e

CVM na comparação dos grupos, consideramos a diferença relativa (DR) de

cada indivíduo. A DR entre as respostas dos momentos pré e durante é dada

por: DR= [(Durante- Pré) /Pré ] x 100 e de maneira análoga, a DR entre pré e

pós é dada por: DR= [(Pós- Pré) /Pré ] x 100. Assim, DR indica o quanto variou

a resposta do indivíduo após a realização do tratamento.

Na comparação dos grupos G1 e G2 na DR entre pré e durante, há

indícios de existir diferença entre os dois grupos na distribuição apenas da

variável CVM esquerdo (p=0,044). Observamos que, em média, houve uma

redução de 0,4% na avaliação durante em relação à pré no grupo G1 e no

grupo G2 houve um aumento médio de 3,8%.

Quando comparados os três grupos em relação à DR entre pré e pós,

não houve nenhum resultado estatisticamente significativo (Tabela 9).

Tabela 8 – Medidas descritivas da variável DR entre pré e durante e valores p

dos testes de Mann-Whitney na comparação entre os grupos G1 e G2.

Variáveis n Média

Mediana DP Mínimo Máximo p

Repouso (D)

G1 16 -8,0%

-4,0% 30,6% -75,8% 48,8%

0,906

G2 15 -8,3%

-4,3% 19,6% -57,9% 14,4%

Repouso (E)

G1 17 5,4%

-2,7% 22,7% -18,2% 59,1%

0,344

G2 17 1,3%

2,1% 27,5% -84,6% 58,5%

CVM (D)

G1 16 5,8%

2,2% 16,1% -15,1% 46,0%

0,236

G2 15 -1,4%

-0,8% 8,2% -16,7% 9,7%

CVM (E)

G1 17 -0,4%

-2,0%

9,7% -13,3% 30,3%

0,044*

G2 17 3,8%

5,6% 8,7% -13,3% 18,9%

Legenda: D=lado direito; E=lado esquerdo; CVM= contração voluntária máxima.

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Tabela 9 - Medidas descritivas da variável DR entre pré e pós e valores p dos

testes de Kruskal-Wallis na comparação dos grupos G1, G2 e G3.

Variáveis n Média

Mediana DP Mínimo Máximo p

Repouso (D)

G1 16 -4,9% 38,5% 38,5% -87,3% 92,3%

0,537 G2 15 3,3% 28,1% 28,1% -66,8% 64,2%

G3 15 7,5% 46,2% 46,2% -58,6% 152,7%

Repouso (E)

G1 17 2,4% 20,9% 20,9% -33,2% 45,9%

0,697 G2 17 2,7% 9,9% 9,9% -14,2% 21,4%

G3 14 2,0% 18,2% 18,2% -15,2% 49,4%

CVM (D)

G1 16 1,7% 23,3% 23,3% -61,1% 54,4%

0,732 G2 15 -0,2% 8,8% 8,8% -18,9% 12,7%

G3 15 3,1% 9,6% 9,6% -13,3% 23,9%

CVM (E)

G1 17 5,8% 11,5% 11,5% -11,6% 31,3%

0,710 G2 17 2,6% 10,2% 10,2% -18,6% 22,3%

G3 14 3,4% 7,0% 7,0% -9,7% 20,7%

Legenda: D=lado direito; E=lado esquerdo; CVM= contração voluntária máxima.

5.4 Gráficos do perfil.

Os gráficos a baixo apresentam a média das três CVM do lado direito

para cada um dos indivíduos que participaram deste estudo. Os sujeitos do G1

estão apresentados nos gráficos 1a e 1b, os do G2 nos gráficos 2a e 2b e os

G3 nos gráficos 3a e 3b.

Page 44: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP Pereira... · bandagem elástica com tensão, G2 grupo que utilizou bandagem elástica sem tensão e G3 grupo controle, que

29

Gráfico 1a - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G1 nos

momentos pré, durante e pós.

Gráfico 1b - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G1 nos

momentos pré, durante e pós.

Page 45: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP Pereira... · bandagem elástica com tensão, G2 grupo que utilizou bandagem elástica sem tensão e G3 grupo controle, que

30

Gráfico 2a - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G2 nos

momentos pré, durante e pós.

Gráfico 2b - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G2 nos

momentos pré, durante e pós.

.

Page 46: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP Pereira... · bandagem elástica com tensão, G2 grupo que utilizou bandagem elástica sem tensão e G3 grupo controle, que

31

Gráfico 3a - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G3 nos

momentos pré e pós.

Gráfico 3b - Média da CVM do lado direito de cada indivíduo do G3 nos

momentos pré e pós.

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5.5 Questionário pós uso da bandagem.

Os dados relacionados ao questionário auto referido pós-uso da

bandagem encontram-se descritos no Gráfico 4 e 5. As informações relatadas

a respeito do transporte, atividade física e peso mostram que como foi

solicitado os sujeitos não mudaram seus hábitos durante o uso da bandagem.

Dos 17 sujeitos (11 do G1 e seis do G2) que relataram perceber diferença em

sua noite de sono, 16 referiram melhora, caracterizada por maior relaxamento

ou sono mais tranquilo. O único sujeito que relatou piora no sono pertence ao

G2, e relatou ter sentido frio durante a noite.

Com relação à questão referente ao incômodo, seis sujeitos (cinco do

G1 e um do G2) descreveram presença de desconforto, sendo que quatro

sujeitos do G1 e um do G2 relataram leve coceira, e um sujeito do G1 referiu

presença de coceira e tensão. Nenhum paciente apresentou reação alérgica ao

material.

Gráfico 4 - Descrição do número de sujeitos dos grupos G1 e G2 que

responderam afirmativamente às questões de uso de transporte, prática de

atividade física, carregamento de peso, presença de incômodo e mudança no

sono no questionário auto referido pós-uso da bandagem.

Na questão referente à sensação durante o uso da bandagem os

sujeitos puderam responder mais que uma resposta que estão apresentadas

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no gráfico a seguir. As respostas que mais se destacaram em ambos os

grupos, G1 e G2, foram relaxamento, seguidas de coceira, melhora e alívio

(gráfico 5).

Gráfico 5 - Descrição do número de respostas referente a sensação dos

sujeitos dos grupos G1 e G2.

6. DISCUSSÃO

A história da bandagem elástica na Fonoaudiologia brasileira, no que

temos acesso, se iniciou em 2006 quando a equipe de fonoaudiólogos da

Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), da qual fazia parte na

época, realizaram a formação para utilização deste recurso. A partir desse

momento, a bandagem tem sido utilizada por mim e muitos fonoaudiólogos

para diversos tratamentos de distúrbios miofuncionais orofaciais, disfagia e

mais recentemente da voz. Em contrapartida os resultados positivos crescentes

na clínica não foram acompanhados de trabalhos científicos no mesmo ritmo,

uma vez que o primeiro trabalho científico sobre o tema foi o de Ribeiro et al.

(2009). O recurso terapêutico da bandagem elástica começou a ser

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pesquisado e a fazer parte dos congressos da Fonoaudiologia e de reuniões

cientificas apenas a partir de 2012 (Faiçal et al. 2012; Andrade e Silva 2012 ;

Santos et al. 2012; Silva e Morini JR, 2014; Silva et al. 2014a; Silva et al.

2014b).

Embora exista um aumento no número de pesquisas (Ribeiro et al.,

2009; López et al., 2012; Nieves Estrada e Echevarría Gonzáles, 2013;

Caneschi et al., 2014) ainda temos muito a investigar. Faltam estudos com

grupo controle, com amostras maiores, com evidencias mais clara entre outros

aspectos que podem contribuir para permitir que o recurso da bandagem cada

vez mais ganhe mais espaço na clínica fonoaudiológica. Como pontuado na

introdução o nosso foco era mostrar o efeito da bandagem no músculo, como

essa foi a primeira pesquisa de mestrado sobre o tema, a opção foi privilegiar o

recurso por essa razão optamos por indivíduos saudáveis. Por outro lado se

tivéssemos realizado o estudo com indivíduos que apresentassem algum tipo

de disfunções teríamos dificuldade para formar o grupo e a segunda questão

seria utilizar a bandagem como único recurso, uma vez que geralmente ela não

é utilizada isoladamente, mas sim completar ao tratamento.

A priori havíamos escolhido o músculo masseter para nosso estudo, ao

pensar em sua extensa contribuição às funções do sistema sensório motor oral

e pelos diversos estudos realizados com eletromiografia neste músculo (Rahal

e Goffi-Gomez, 2009; Tartaglia et al. 2011; Mangilli et al., 2012; Felício et al.,

2012). Porém nos deparamos com dificuldade para selecionar sujeitos com a

faixa etária de 20 a 35 anos que estivessem de acordo com os fatores de

inclusão na pesquisa, uma vez que eles não poderiam ter queixas de

apertamento dentário, bruxismo e/ou dor no músculo masseter ou na

articulação temporomandibular. Vale ressaltar que a literatura (Tosato e Caria,

2006; Medeiros et al., 2011) destaca alta prevalência de disfunções

temporomandibulares em indivíduos saudáveis na faixa etária de 20 a 45 anos.

A definição do tempo que estes sujeitos permaneceriam com a

bandagem grudada no rosto também foi outra dificuldade para a escolha deste

músculo, pois não encontramos o número suficiente de sujeitos que

aceitassem ficar 24 horas com a bandagem grudada nesta região, uma vez

que não tinham motivo para isso, como problemas funcionais ou dor.

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35

Dessa forma, optamos por verificar o efeito da bandagem em músculo

saudável e que as pessoas não se incomodassem em ficar com a bandagem

grudada por 24 horas. Mudamos para o músculo trapézio fibras descendentes

e desta forma conseguimos fechar o número de sujeitos desejado para a

pesquisa.

A amostra foi constituída por 51 adultos jovens saudáveis com média de

idade de 25,8 anos, sem queixa auto referida de problema nos ombros,

distribuídos em 18 (35,30%) sujeitos no G1, 17 (33,33%) no G2 e 16 (31,37%),

tabela 1.

Segundo as características demográficas dos sujeitos da pesquisa,

tabelas 1 e 2, podemos observar que não houve diferença significativa entre os

grupos G1, G2 e G3 em relação ao gênero a ao índice de massa corpórea.

Dessa forma, podemos constatar homogeneidade na amostra, vale lembrar

que os sujeitos vieram de locais diferentes.

Na análise dos dados individuais eletromiográficos dos sujeitos de cada

grupo não observamos diferença estatística em nenhum dos momentos

avaliados, pré, durante e pós, tabelas 3, 4, 5 e 6, nos G1 e G2 e pré e pós no

G3, tabela 7. Podemos afirmar que os sujeitos do grupo que utilizaram a

bandagem com tensão (G1), do grupo que utilizou sem tensão (G2) e do grupo

controle (G3) produziram respostas semelhantes entre si. Nossos achados vão

ao encontro da pesquisa de Cools et al. (2002) que estudaram o efeito da

aplicação da bandagem nos músculos trapézio superior e inferior na atividade

elétrica dos músculos trapézio superior, médio, inferior e serrátil anterior em 20

indivíduos saudáveis do gênero masculino. Para a avaliação eletromiográfica

foi solicitado aos sujeitos a realização de dois movimentos, com e sem

resistência e com e sem a bandagem. Dentre os resultados obtidos, a

bandagem não teve influência significativa em nenhuma condição avaliada. Ao

detalhar os resultados, os autores discutiram as possíveis diferenças de

respostas que a população de indivíduos saudáveis pode apresentar em

comparação às dos sujeitos com disfunções. Os autores questionam a

necessidade de se realizar estudos em população com alteração. Também foi

abordado nesta discussão se a eletromiografia é um recurso eficiente para

verificar mudanças na propriocepção muscular de sujeitos saudáveis.

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36

Ao refletir sobre a propriocepção, a criação de umgrupo que recebesse

aplicação da bandagem sem tensão é justificada aqui, pela hipótese de que

estímulos no tegumento seriam suficientes para estimular os receptores

somatossensoriais inseridos na pele e assim proporcionar um aumento da

propriocepção e produzir uma resposta motora Morini Jr (2013). Em

contrapartida alguns autores (Thelen et al., 2008; Gonzáles-Iglesias et al.,

2009; Aguilar-Ferrándiz et al., 2013; Simsek et al., 2013) apresentam

perspectivas diferentes com relação a este estímulo tegumentar ao utilizar a

aplicação da bandagem sem tensão como uma forma placebo, ou seja, sem

esperar mudanças da propriocepção decorrentes desta aplicação. As autoras

desta pesquisa, fundamentadas pela estimulação tegumentar descrita por

Morini Jr (2013) e em decorrência da experiência clínica defendem que o grupo

controle é não usar bandagem.

Na análise do comportamento individual dos sujeitos de cada grupo,

representados nos gráficos 1a, 1b, 2a, 2b, 3a, 3b observamos que as

respostas são muito variadas nos três grupos, ou seja, observamos que em

todos os grupos houveram sujeitos (S) que aumentaram por exemplo S16 do

G2 iniciou com 59% e terminou as 24 horas com 66%, que diminuíram S 27 do

G1 que partiu de 58% e finalizou com 27% e outros que mantiveram a

resposta da atividade elétrica S9 do G3 que manteve os 70% na primeira e

última coleta.

Na análise intergrupo (tabelas 8 e 9) do presente estudo, podemos

evidenciar diferença significativa apenas nos resultados entre os grupos G1 e

G2 na variável CVM do lado esquerdo (p=0,44), pois houve a redução de 0,4%

no G1 nos momentos pré e durante, nas demais variáveis e na comparação

destes grupos com o G3 não obtivemos resultados significativos.

Nossa hipótese inicial era que o grupo de sujeito que usou a bandagem

com mais tensão teria uma redução da atividade elétrica em decorrência da

estimulação tegumentar e consequentemente um relaxamento muscular. Não

foi o que encontramos, talvez por pela escolha de indivíduos saudáveis, talvez

pela opção do músculo se alteração e/ou ainda talvez pela escolha da

eletromiografia com instrumento de aferição. Por outro lado quando verificamos

as repostas do questionário de auto percepção pós uso da bandagem (gráficos

Page 52: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC SP Pereira... · bandagem elástica com tensão, G2 grupo que utilizou bandagem elástica sem tensão e G3 grupo controle, que

37

4 e 5) a maioria sujeitos do G1 (gráfico 4) afirmaram melhora em relação ao

sono. Verificamos ainda, que na descrição da sensação com o uso da

bandagem (gráfico 5), sensações relacionadas ao bem estar como

relaxamento, melhora e alívio, foram as mais elencadas em ambos os grupos.

Mesmo sem saberem dos possíveis efeitos da aplicação realizada. Outro

aspecto importante a ser pontuado nas respostas do questionário é que não

houve relação entre as respostas coceira e incômodo apontado nos gráficos 4

e 5, pois o número de incômodo foi muito menor que a resposta de sensação

de coceira.

Nos dias atuais temos à nossa disposição uma série de recursos

tecnológicos para a mensuração de dados clínicos, porém nem sempre estes

conseguem capturar as sutilezas de informações que temos em nossa clínica.

Quantificar dados muitas vezes subjetivos é o maior desafio do pesquisador

clínico. Nessa pesquisa buscamos encontrar um instrumento de mensuração

objetivo, porém este pode não ter sido eficaz em mostrar possíveis mudanças

muscular decorrentes da aplicação da bandagem. Nos estudos sobre

bandagem na Fonoaudiologia, em sua maioria abordam o controle da

deglutição da saliva e utilizam informações subjetivas para a mensuração dos

resultados (Ribeiro et al., 2009; López Tello et al. 2012; Nieves Estrada e

Echevarría Gonzáles, 2013; Caneschi et al., 2014). Evidenciamos apenas no

trabalho de Caneschi et al., 2014 a inclusão da sialometria como medida

objetiva.

Nos últimos anos a Medicina iniciou um movimento de prática clínica

baseada em evidência, na busca de dados estatísticos de seus resultados

clínicos. Assim outras áreas começaram a percorrer este caminho, sabe-se que

muitas vezes a pesquisa acadêmica não consegue reproduzir a realidade

clínica. A subjetividade é inerente a clínica e é impossível de ser totalmente

eliminada para demonstrar uma evidencia cientifica. Na pesquisa de Bülow et

al. (2008) por exemplo, avaliou-se o efeito da estimulação elétrica

neuromuscular na função de deglutição, em comparação à fonoterapia

tradicional. Para a mensuração dos resultados foram feitas videofluroscopia da

deglutição, escala analógica para auto avaliação da queixa, avaliação

nutricional, e avaliação da função motora oral pré e pós tratamento. Em seus

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resultados todos os pacientes se beneficiaram, o que demonstrou mudanças

nos dados subjetivos, porém não encontrou-se diferença estatisticamente

significativa entre os resultados das avaliações objetivas.

A maioria dos estudos (Yasukawa e Long, 2006; Thelen et al., 2008;

Barrreto et al., 2010; Simsek et al., 2013; Kaya et al., 2014) referente à

bandagem investigam populações com disfunções músculo esqueléticas.

Desta forma podemos inferir que uma das dificuldades deste estudo, foi à

escolha por uma população saudável ao invés de sujeitos com disfunções,

embora esse tenha nos parecido o melhor caminho para privilegiar o recurso

da bandagem. Selkowits et al. (2007) investigaram o efeito da bandagem

elástica em 21 sujeitos com suspeita da Síndrome do Impacto do Ombro.

Como efeito os autores evidenciaram a redução da atividade elétrica dos

sujeitos avaliados, uma vez que estes dados encontravam-se aumentados no

momento pré bandagem em decorrência a disfunção apresentada. Além disso,

estes autores descreveram modificações funcionais decorrentes da aplicação

da bandagem no músculo trapézio.

No levantamento dos estudos que investigaram o uso da bandagem em

sujeitos saudáveis (Barreto et al., 2010; Soylu et al., 2011; Zubeyir et al., 2012

e Weintraub et al., 2013) os que apresentaram resultados com a bandagem

simularam uma situação de alteração muscular. Ou seja, os indivíduos eram

saudáveis, mas a bandagem não foi vista apenas para relaxar a musculatura.

Ao refletir sobre os resultados, sobre a literatura e a experiência do uso

da bandagem elástica na clínica fonoaudiológica ao longo dos anos uma série

de questionamentos emergiram a respeito de nossa pesquisa: será a

bandagem elástica é um bom recurso para relaxar a musculatura? A bandagem

elástica deve ser pesquisada apenas em sujeitos com alterações? O

instrumento da eletromiografia é o melhor instrumento para mensurar

resultados de propriocepção? Que outro instrumento poderia ter sido usado

para mensurar o efeito da bandagem? A bandagem elástica é um recurso

terapêutico que faz parte de um todo dentro de um planejamento terapêutico,

não é um recurso que substitui o terapeuta, é sim algo completar ao processo

de reabilitação. Essa foi uma primeira pesquisa de mestrado, que outras

possam surgir no sentido de contribuir para a prática clínica.

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7. CONCLUSÃO

O efeito do uso da bandagem elástica não apresentou resultados

significativos na atividade elétrica muscular dos sujeitos dessa amostra, com

exceção na variável contração voluntária máxima do lado esquerdo no grupo

que usou a bandagem com tensão em comparação ao grupo que uso sem

tensão. No questionário a maioria dos sujeitos do grupo que usou a bandagem

com tensão referiu um sono de melhor qualidade e consequentemente mais

relaxados.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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9. ANEXOS