Ponto 4 – Dinâmicas organizacionais, participação e liderança na escola 4.1. Clima e a Cultura...

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Ponto 4 – Dinâmicas organizacionais, participação e liderança na escola 4.1. Clima e a Cultura de Escola

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Ponto 4 – Dinâmicas organizacionais,

participação e liderança na escola

4.1. Clima e a Cultura de Escola

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• In Alves, J. M. (2003, 6ª edição). Organização, gestão e projectos educativos das escolas. Porto: Asa, Cadernos Pedagógicos. (pp. 51-55)

• Existe uma pluralidade de acepções do conceito “clima de escola”;

• Reconhece-se em geral a necessidade de utilizar este conceito no estudo do funcionamento das escolas;

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• Este conceito leva-nos à constatação

• das singularidades • e da especificidade de cada

organização,• o que se reflecte, por exemplo, • nas relações sociais • e no comportamento dos

alunos;

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• Alguns autores referidos por Alves, J. M. (2003, 6ª edição: 51) referem a este respeito o seguinte:

• O clima escolar refere-se a um conjunto de atitudes, crenças, valores e normas que caracterizam as percepções que os membros da comunidade educativa têm do sistema social da escola (Brookover e Erikson: 1975).

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• O clima escolar é o conjunto de normas, valores e atitudes

• que se reflectem nas condições, acontecimentos e actividades de um bom ambiente específico,

• que servem como elemento de distinção e como base para determinar as expectativas e para interpretar factos

• que se manifestam num determinado espaço organizacional (Kelley: 1980).

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• O clima escolar é o conjunto das interacções e transacções

• que se estabelecem numa situação espácio-temporal precisa:

• o clima não é o somatório dos elementos intervenientes,

• mas sim o resultado explícito das percepções provocadas pelas interacções

• desenvolvidas entre os actores educativos (Velenzuela e Oneto: 1983).

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As dimensões configuradoras do clima de escola podem ser, segundo Andersen, citado por Nóvoa,

cit. por Alves, J. M. (2003, 6ª edição) quatro:

• A ecologia, que abrange elementos físicos e materiais como o tamanho, as característica do edifício, os equipamentos;

• O sistema social, que consiste nas regras que regulam os comportamentos e as interacções entre os seus membros;

• O meio ambiente, que se define pelas características pessoais dos actores e pelo modo de integração no contexto social;

• O meio cultural da escola, que envolve os valores e os sistemas identificados e partilhados.

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• Numa tipologia centrada nos comportamentos dos professores e dos directores, outros autores Halpin e Croft, citados por por Alves, J. M. (2003, 6ª edição),

• enumeram 8 factores para descrever o clima,

• quatro referentes ao comportamentos do professor

• e quatro ao comportamento do director.

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Relativamente ao comportamento dos professores:

• A tendência para se alhearem do projecto da escola, das suas marcas singulares e específicas;

• Os impedimentos que referem as percepções sentidas pelos professores, onde as rotinas, e as tarefas burocráticas representam um estorvo e um constrangimento para a acção pedagógica;

• Quando os professores sentem as suas necessidades sociais satisfeitas e se sentem auto-realizados pessoal e profissionalmente;

• A sociabilidade que indica o grau de coesão social entre os professores.

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Quanto ao comportamento do director:

• O distanciamento, caracterizado por um comportamento formal e impessoal;

• A ênfase na produção, que leva ao reforço dos mecanismos de controlo;

• A propulsão que caracteriza um comportamento dinâmico e incentivador que valoriza e reconhece o trabalho dos professores, tendo em vista a realização dos objectivos da escola;

• A consideração que revela um comportamento orientado para uma relação pessoal e humanizada (p.52).

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• A articulação destes factores

• levou Halpin e Croft a construir uma tipologia de 6 climas escolares

• (cit. por Alves, J. M. (2003, 6ª edição: 52-53):

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Clima aberto:• situação onde os professores gostam

de trabalhar em equipa, sentem-se motivados e satisfeitos com o trabalho realizado.

• Não se sentem determinados pelo cumprimento burocrático das funções.

• O director não enfatiza a dimensão produtiva e tem comportamentos de consideração relativamente ao grupo.

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Clima autónomo:• apresenta uma quase completa liberdade

que o director dá aos professores para estabelecerem as estruturas de interacção que melhor satisfaçam as necessidades sociais e possam contribuir para um melhor desempenho profissional.

• Existe um baixo nível de impedimentos, um elevado nível de distanciamento, uma baixa ênfase produtiva.

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Clima controlado:• Há uma preocupação da produtividade

em detrimento da satisfação das necessidades sociais.

• O trabalho é individualizado, existe pouco tempo para a relação pessoal, o cumprimento das normas é estrito, há uma ênfase na comunicação escrita, na produção, há pouca sociabilidade, há baixa consideração.

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Clima familiar:• Existe uma elevada cordialidade,

muita sociabilidade e consideração, baixo distanciamento e pouca ênfase produtiva.

• A relação e a comunicação são informais, domina a sensação de se fazer parte de uma grande e feliz família.

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Clima paternalista:

• a ênfase dá-se na produção,• existe um grande controlo • e centralização de papéis.

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Clima fechado:

• há impedimentos, • distanciamentos, • a ênfase dá-se na produção, • existe uma reduzida autonomia,

impessoalidade • e formalização entre as pessoas.

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Outra tipologia, apresentada, entre outros, por Owens (1989) citado por Nóvoa, apresentado por Alves, J. M. (2003, 6ª edição), apresenta duas categorias básicas:

• clima fechado• e clima aberto,• cada um apresentando subcategorias: • autoritário, • paternalista, • consultivo • e participativo.

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Clima autoritário:• caracteriza-se pela concentração do poder ao

nível institucional da organização, • pelo exercício do poder

autoritário/pessoal/normativo, • pela imposição de objectivos e de

regulamentos, • pelo escasso empenhamento e participação

dos membros na realização dos objectivos da organização,

• pelo alheamento relativamente aos contextos.

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Clima paternalista:• as estruturas directivas assumem

atitudes condescendentes • para com os alunos, os professores e os

funcionários, • fixam as normas e os objectivos em

nome do bem comum, • duvidam das capacidades criadoras e

participativas dos membros da organização;

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Clima consultivo:• os actores sentem-se membros da

organização e são ouvidos,• participam e julgam-se detentores do

poder de influir na definição de objectivos e processos de funcionamento,

• embora as políticas de orientação estratégica

• e as decisões de ordem geral • estejam concentradas na direcção;

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Clima participativo:• ambiente de confiança • e implicação dos actores• nas decisões mais importantes da

escola. • As estruturas directivas têm

sobretudo os papéis • de coordenação • e de regulação.

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• Cada realidade escolar é específica e contextual;

• As realidades sociais e educativas que são as escolas são múltiplas e constroem-se com a heterogeneidade de actores, finalidades, funções, contextos, espaços e tecnologias e fazem emergir diversos tipos de climas;

• Mesmo dentro da mesma organização, os vários actores percepcionam de uma forma diferente o sentido das normas, dos valores e das práticas.

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• In Alves, N., Cabrito, B., Canário, R. e Gomes, R. (1996). A escola e o espaço local, políticas e actores. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional. (pp.86-89.)

• O clima é um atributo organizacional;• Ele relaciona-se com as interacções

estabelecidas na vida da escola;• Raramente existe apenas uma

percepção do clima de escola, mas sim várias;

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Clima controlado:

• É percepcionado a partir de características

• como a distância, • a intimidade,• os processos de tomada de decisão • e os processos de controlo na escola;

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• Para os professores novos, existem dificuldades de integração;

• Tais dificuldades traduzem-se na impossibilidade em criar laços de amizade, na hierarquização dos professores e no seu fechamento;

• Também se traduzem na impossibilidade de conhecer num ano lectivo o funcionamento real do estabelecimento;

• Podem estar relacionados com a arquitectura da escola, com as características do meio em que esta se insere;

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• O funcionamento dos grupos existentes pode ser formal e burocrático, gastando o seu tempo com informações e decisões de órgãos superiores;

• As discussões são pouco motivantes e as reuniões servem para controlar e não para cooperar, pensar e imaginar novas formas de agir;

• A autoridade tradicional faz-se sentir muito;

• O professor jovem ou novo na escola teria apenas de desempenhar as suas funções.

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Clima consultivo

• A decisão é caracterizada pelo seu aspecto descendente quando se trata de decidir sobre orientações e políticas de fundo;

• Também a decisão é ascendente quando se trata de preparar decisões específicas sobre o projecto de escola;

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• Podem existir poucas atitudes de distância e fortes relações de intimidade fora do registo hierárquico;

• Pode ter fronteiras invisíveis, existindo algumas dificuldades na integração dos professores mais novos;

• Consiste num funcionamento comunitário que pode propiciar a unidade e a coerência interna dos esquemas simbólicos utilizados.

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Clima competitivo• Assume como principal fonte de percepção a

diligência e os processos motivacionais;

• Encontra-se em professores confrontados com a resolução de problemas em toda a escola e que não estão integrados numa posição hierárquica correspondente;

• É a partir desta percepção de clima que dicotomias como competência/incompetência e empenho/não empenho têm o seu canal de expressão.

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QUESTÕES:• Em que medida pode o clima vivido

numa escola influenciar a comunicação e a rentabilidade dos professores?

• Que tipo de clima lhe parece mais adequado a uma boa vivência e a uma motivadora realização de objectivos?