Por outros olhos: experiências francesas de mediação de leitura na Primeira Infância

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Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas Por outros olhos: experiências francesas de mediação de leitura na primeira infância vista por uma funcionária da CSMB Valdirene Gomes [email protected] [email protected] abril/2010

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Por outros olhos: experiências francesas de mediação de leitura na Primeira Infância vistas por uma funcionária da CSMB

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Secretaria Municipal

de Cultura de São Paulo

Coordenadoria do Sistema Municipal

de Bibliotecas

Por outros olhos: experiências francesas de

mediação de leitura na primeira infância vista por

uma funcionária da CSMB

Valdirene Gomes

[email protected]

[email protected]

abril/2010

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“Certos livros

podem mudar a

existência”

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ACCES – Ação Cultural Contra as

Exclusões e Segregações

Criada em Paris no ano de 1982, a ONG A.C.C.E.S

desenvolve trabalho de mediação de leitura para

bebês, capacita mediadores para projetos em

bibliotecas públicas, escolas, serviços de proteção

maternal infantil e centros de lazer.

A ONG revolucionou as políticas na França ao

preparar as bibliotecas públicas e seus funcionários

para receber um novo público: as crianças de 0 a 3

anos e seus pais.

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ACCES- Ação Cultural Contra a

Segregação e Exclusão

Princípios:

• Selecionar livros com texto e

ilustrações gráficas de boa qualidade;

• Livros devem estar em bom estado

de conservação;

• Disponibilizar os livros de maneira prazerosa;

• A pessoa que vai conduzir a sessão de leitura já deve ter

lido os livros várias vezes;

• A leitura é feita individualmente. Mesmo a atividade sendo

em grupo, cada um escolhe o seu livro.

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ACCES- Ação Cultural Contra a

Segregação e Exclusão

É imprescindível:

• Dar liberdade de movimento para

a criança. Ela pode ficar em pé,

deitada, mexendo em um

brinquedo e ao mesmo tempo escutar a história;

• Respeitar a decisão da criança;

• Desenvolver a sessão de leitura na dimensão do prazer,

da troca e da liberdade;

• É imprescindível que o adulto – pais, professores e

assistentes maternais – acompanhe a sessão e

participe, lendo, cantando ou pelo menos estando junto;

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ACCES- Ação Cultural Contra a

Segregação e Exclusão

Organização:

• É necessário fazer um caderno de

acompanhamento: marcar data das

sessões, nome dos presentes, livros

escolhidos, outras observações;

• Pelo menos dois profissionais devem participar;

• É imprescindível fazer reuniões de avaliação e de trocas

de experiências;

• É imprescindível participar de seminários de formação,

debates e atualização.

• É importante que os representantes assumam a

continuidade do projeto.

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ACCES- Ação Cultural Contra a

Segregação e Exclusão

Atuação:

• Biblioteca Benjamin Rabier (Paris)

• Biblioteca Nelson Mandela (Vitry)

• Centro Social – Associação Popular Massy

Villine (Massy)

• Centro de Proteção Maternal e Infantil

(Grigny)

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Biblioteca Benjamin Rabier

Localizada em bairro

parisiense de forte imigração;

População sofre com questões

sociais e econômicas;

Biblioteca de bairro com

acervo exclusivamente

infantil;

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Biblioteca Benjamin Rabier

Recebe grupos de alunos junto com professores para

empréstimo de livros;

Oferece aos pais e às assistentes maternais palestras

mensais sobre a importância do livro para o

desenvolvimento psíquico do bebês, da linguagem e

orientam como escolher os títulos;

Sessões de leituras para bebês com assistentes

maternais (babás).

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Biblioteca Benjamin Rabier

Sobre as sessões de leitura

para crianças de 0 a 3 anos:

Sessões de leitura com máximo

de 10 crianças;

Presença de adultos

responsáveis pelas crianças é

obrigatória;

Duas funcionárias da biblioteca

participam das sessões;

Cada sessão começa com uma

canção. No final, livros e CDs são

selecionados para o empréstimo

das assistentes maternais.

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Biblioteca Benjamin Rabier

Depoimento da bibliotecária Valerie Chabert:

“Quando você toca um bebê, você toca a família, pois

eles levam os livros para casa e os irmãos também

podem se interessar. A leitura para os bebês e crianças

não tem nenhuma função pedagógica. Neste momento o

que há é um livro, um bebê e o leitor. Não se vai

perguntar se entendeu, nem vai fazer um desenho sobre

o que ouviu. Nada! Deste momento – livro e história –

ele vai ficar com a sua própria impressão”.

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Biblioteca Nelson Mandela

Inaugurada em 1994 em Vitry;

Município localizado próximo à Paris, com 70 mil habitantes;

Grande parte da população é formada por imigrantes.

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Biblioteca Nelson Mandela

Ambientes planejados para acolher as crianças.

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Biblioteca Nelson Mandela

EspaçoMais de um ambiente destinado à leitura das crianças;

Mobiliário permite acesso das crianças aos livros.

Page 15: Por outros olhos: experiências francesas de mediação de leitura na Primeira Infância

Biblioteca Nelson Mandela

Centro de Lazer Anatole France – Correspondentes da Biblioteca

Os Correspondentes da

Biblioteca são as instituições e

profissionais parceiros, como

creches, serviço de proteção

maternal e infantil, assistentes

maternais e centros de lazer;

Os profissionais se encontram

na Biblioteca para discutir temas

específicos ligados à questão da

leitura na primeira infância.

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Centro Social – Associação Popular

Massy Villine (Massy)

É um espaço de solidariedade e convivência para a

população;

Fica na cidade de Massy, em um conglomerado de prédios

sem área de lazer;

Todas as sextas-feiras é realizado no Centro Social um café

da manhã coletivo.

Formato programado para a mediação de leitura:

Devem participar a bibliotecária, uma funcionária da ACCES,

pais ou assistentes maternais e um dirigente do Centro (que

no futuro deverá conduzir a sessão);

O espaço é preparado com tapetes, livros e brinquedos.

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Centro Social – Associação Popular

Massy Villine (Massy)

Troca de experiência / avaliação realizada por Sylvie (da

ACCES), a bibliotecária e Valdirene:

O fato do dirigente do Centro não estar presente contribuiu

para que os adultos fizessem mais barulho do que o normal e

atrapalhassem a sessão de leitura;

Além disso, a falta do profissional compromete a

continuidade do projeto no futuro, uma vez que ele é formado

para conduzir as sessões;

As assistentes maternais participavam pela primeira vez.

Elas desconfiavam que os livros não eram para as crianças e

imaginavam que iriam deixá-las e ficariam batendo papo;

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Centro Social – Associação Popular

Massy Villine (Massy)

Troca de experiência / avaliação realizada por Sylvie (da

ACCES), a bibliotecária e Valdirene:

Foi ainda constatado que se o funcionário do Centro

estivesse presente ele poderia em momentos descontraídos

conversar com as assistentes maternais sobre as regras da

sessão de leitura. A estratégia adotada é não discutir com os

adultos que acham que os livros não interessam aos bebês e

sim convencê-los a partir da vivência das crianças.

Os mediadores não interferiram nas “agressões” das

crianças porque elas eram novas no grupo. Os mais

habituados já conhecem as regras.

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Centro de Proteção Maternal e Infantil (Grigny)

Centro de saúde freqüentado pela população local, formada

majoritariamente por imigrantes da Índia, África e Turquia. As

consultas ao médico são realizadas com auxílio de tradutores

uma vez por semana.

Formato programado para a mediação de leitura:

A população é atendida na recepção, depois passam por uma

enfermeira para pesar e são encaminhadas ao médico.

As sessões de leitura se dão no intervalo entre a pesagem e a

consulta.

O espaço é preparado com tapetes, livros e brinquedos;

Devem participar dois profissionais, sendo um do Centro e

outro da ACCES.

Page 20: Por outros olhos: experiências francesas de mediação de leitura na Primeira Infância

Centro de Proteção Maternal e Infantil (Grigny)

Como se deu a mediação de leitura nesse dia:

O atendimento foi realizado em tâmil;

Na sala de espera já existiam muitos brinquedos para as

crianças;

Participaram em torno de 7 crianças;

Troca de experiência / avaliação realizada por Sylvie (da

ACCES) e Valdirene:

A funcionária do Centro não participou da sessão de

leitura devido à um conflito de agendas;

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Centro de Proteção Maternal e Infantil (Grigny)

Troca de experiência / avaliação realizada por Sylvie

(da ACCES) e Valdirene:

É necessário dar tempo para as crianças e deixá-las

escolher entre o livro e o brinquedo;

Sylvie e Valdirene achavam que seriam necessárias mais

algumas sessões para as crianças se voltarem para os livros;

Sylvie corrigiu Valdirene orientando a posicionar o livro mais

perto das crianças. Ressaltou também que é importante

deixar espaço para a criança tocar o livro.

Page 22: Por outros olhos: experiências francesas de mediação de leitura na Primeira Infância

Em São Paulo temos os mesmos

problemas, por isso podemos nos

inspirar nas soluções francesas.

Reflexões

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Uma sensibilização – por meio da

disposição de livros para as crianças

de 0 a 3 anos - sem nenhuma

tentativa de aprendizagem permite

que, mais tarde, as crianças tenham

mais facilidade no aprendizado da

língua escrita.

A leitura desperta o espírito crítico, que é

a chave de uma cidadania plena e ativa.

Reflexões

Page 24: Por outros olhos: experiências francesas de mediação de leitura na Primeira Infância

Sendo assim, compreendo que

a Coordenadoria do Sistema

Municipal de Bibliotecas,

disponibilizando para a

população os livros e outros

bens culturais, contribui para a

formação de leitores e cidadãos.

Reflexões

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Secretaria Municipal

de Cultura de São Paulo

Coordenadoria do Sistema Municipal

de Bibliotecas

Por outros olhos: experiências francesas de

mediação de leitura na primeira infância vista por

uma funcionária da CSMB

Valdirene Gomes

[email protected]

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abril/2010