POR PÉROLA MORAIS CALIL MONOGRAFIA … · conhecimento atual dos solos do estado de goiÁs:...

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CONHECIMENTO ATUAL DOS SOLOS DO ESTADO DE GOIÁS: ELABORAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICOS DE SOLOS / SIG-SOLOS POR PÉROLA MORAIS CALIL MONOGRAFIA APRESENTADA À ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS COMO REQUISITO PARCIAL À OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA Goiânia, Goiás Dezembro, 2003

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CONHECIMENTO ATUAL DOS SOLOS DO ESTADO DE GOIÁS: ELABORAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICOS DE SOLOS / SIG-SOLOS

POR

PÉROLA MORAIS CALIL

MONOGRAFIA APRESENTADA À ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS COMO REQUISITO PARCIAL À OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPE CIALISTA

Goiânia, Goiás Dezembro, 2003

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Aprovada por: Geraldo César de Oliveira Orientador Virlei Álvaro de Oliveira Co-Orientador Geraldo César de Oliveira Coordenador do Curso de Especialização em Ciência do Solo

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ÍNDICE

1. ABSTRACT.........................................................................................

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2. RESUMO.............................................................................................

06

3. INTRODUÇÃO....................................................................................

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4. OBJETIVOS........................................................................................

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5. METODOLOGIA DE TRABALHO.......................................................

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6. RESULTADOS....................................................................................

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6. DISCUSSÃO.......................................................................................

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6.1 O Quadro Atual dos Levantamentos no Estado..................................... 20 6.1.1 Levantamentos Generalizados...................................................... 20 6.1.2 Levantamentos Intermediários 20 6.1.3 Levantamentos Detalhados........................................................... 22

6.1 Realidade X Demanda............................................................................

22

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................

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7.1 Conclusões.............................................................................................. 27 7.2 Recomendações......................................................................................

27

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................

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9. RELAÇÃO DE TABELAS....................................................................

Tabela 01. Levantamentos Pedológicos ao nível de Reconhecimento de Baixa Intensidade no Estado de Goiás.......................................

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Tabela 02. Levantamentos Pedológicos ao nível de Reconhecimento de Média Intensidade no Estado de Goiás......................................

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Tabela 03. Levantamentos Pedológicos ao nível de Reconhecimento de Alta Intensidade no Estado de Goiás.........................................

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Tabela 04. Levantamentos Pedológicos ao nível Semidetalhado no Estado de Goiás.........................................................................

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Tabela 05. Levantamentos Pedológicos ao nível Detalhado no Estado de Goiás...........................................................................................

18

Tabela 06. Diferenciação de mapas/cartas e tipos de levantamentos de solos............................................................................................

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Tabela 07. Comparação dos dados quantitativos de trabalhos de solos em alguns estados brasileiros...........................................................

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10.GRÁFICO

Gráfico: Percentual de áreas levantadas ao nível de reconhecimento de baixa, média e alta intensidade e ao nível de detalhe e semidetalhe em relação à área do Estado de Goiás.....................

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11.ANEXOS.............................................................................................

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Figura 01. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos ao nível de Reconhecimento de Baixa Intensidade no Estado de Goiás..

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Figura 02. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos ao nível de Reconhecimento de Média Intensidade no Estado de Goiás.

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Figura 03. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos ao nível de Reconhecimento de Alta Intensidade no Estado de Goiás...

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Figura 04. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos ao nível de Semidetalhe no Estado de goiás...........................................

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Figura 05. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos ao nível de Detalhe no Estado de Goiás..................................................

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Figura 06: Mapa de localização das áreas não contempladas por levantamentos ao nível de reconhecimento, semidetalhe e detalhe no Estado de Goiás.......................................................

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ABSTRACT

Seldom rural development projects are supported by detailed theoretical database regarding specifications of the soil resource. However, the soil resource has a meaningful role in order to maintain life on earth.

The state of Goiás still does not possess a study pertaining the soil information that involves the entire territory. The information available that covers the whole state do not offer technical details and are too generalized; these data were originated to attend bureaucracy and administrative needs of the federal government. Researches done with more specifications are scarce and deal with only a small area. In addition are not consulted very frequently due to accessibility difficulties and also due to lack of knowledge about themselves.

Considering the needs to apply rational strategies in order to plan the use of natural resources, this research has the proposal to quantify and organize the pedologic database and research done regarding the state of Goiás.

Thirty-nine reliable studies that met the Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) criteria were selected to be the source of this paper. Other studies could not be reviewed due to the fact they were originated from compiled data. In the next stage the soil Geographic Information System (GIS) was activated. Using the area geographical coordinates location object of this study. It will be shown the location and the data information of every region in the estate, regardless if they are contemplated or not by pedologic surveys.

The estate of Goiás has an area of 340.086,698 Km² and it concentrates most of its gross production in the agriculture sector. 56,92% of it’s territory has detailed soil information cataloged, while 43,08% of the estate area is not contemplated by any pedologic survey.

Having access to detailed and organized soil information is of great importance in order to guide future actions and find solutions pertaining the soil conceptions.

This research reaches to the conclusion that in spite of Goiás be one of the

few states in the country that concentrates most of it’s of gross production in the agriculture sector, the state of Goiás is one of the states that has the smallest amount of information regarding its soil.

It’s recommendable: (1) to implement a systematic soil survey centered to

attend the state needs. (2) Implement a GIS in order to gather the soil database and to make it easy to access. Key words: 1. Pedologic Survey, 2. Goiás, 3. Soil, 4. GIS

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1. RESUMO

Raros são os projetos de desenvolvimento que de fato se baseiam em um conhecimento real e detalhado a respeito do recurso solo, mesmo sendo este de grande importância para a manutenção da vida na terra. Goiás ainda hoje não possui nenhum trabalho de levantamento de solo ao nível de reconhecimento que contemple todo o seu território. Os conhecimentos existentes que contemplam toda a sua área são levantamentos generalizados, elaborados para atender as necessidades administrativas do governo federal. Os trabalhos de maior detalhe são escassos e cobrem apenas pequenas áreas, sendo pouco consultados, devido à dificuldade de acesso e/ou desconhecimento dos mesmos.

Sabendo da necessidade de inventariar para se planejar de forma racional a manutenção e o uso dos recursos naturais, é que se propôs a presente pesquisa, que é a quantificação e sistematização das informações sobre os trabalhos de levantamentos pedológicos elaborados no Estado de Goiás.

Foram levantados 39 trabalhos considerando-se apenas os levantamentos

denominados verdadeiros, conforme caracterização de Embrapa (1995), desconsiderando, portanto os trabalhos que foram compilados a partir de outros pré-existentes. Posteriormente, utilizando-se as coordenadas de localização das áreas estudadas, implementou-se o SIG - Sistemas de Informação Geográficos de solos, no qual poderá ser visualizada a localização e os dados referentes a cada uma das áreas contempladas e não contempladas por levantamentos pedológicos.

O Estado de Goiás tem uma área de 340.086,698 km2 , e concentra suas

atividades no setor primário, mas pouco se sabe a respeito desse importante recurso, haja vista, que apenas 56,92% de seu território está coberto com levantamentos de solos que podem dar suporte ao planejamento adequado de uso racional e manejo dos solos, que são os levantamentos ao nível de reconhecimento e mais detalhados. Já as áreas que não estão contempladas com nenhum desses levantamentos, correspondem a 43.08% do território do estado.

Sabe-se, que o levantamento e a organização dos conhecimentos das

informações dos trabalhos de solos existentes são fundamentais para implementação de ações que visem a corrigir as falhas existentes e coordenar as ações futuras.

O presente trabalho tem como uma de suas principais conclusões, a

constatação de ser o Estado de Goiás, um dos poucos estados da federação com economia fortemente assentada em atividades agropecuárias, que menos conhece seu principal recurso natural, e apresenta como recomendações além da execução de um levantamento de solos, sistemático voltado para atender às demandas específicas do Estado, a implementação

de um SIG que deverá condensar e facilitar a utilização dos dados levantados. Palavras Chave: 1. Levantamentos Pedológicos, 2. Goiás, 3. Solos, 4. SIG.

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2. INTRODUÇÃO

A construção do conhecimento é tarefa decisiva quando o objetivo é planejar integrando o desenvolvimento social e econômico à preservação ambiental. Neste contexto, o conhecimento do recurso solo torna-se fundamental, tendo em vista ser este a base para todo o desenvolvimento da vida no planeta terra. Apesar da grande importância deste recurso, segundo palavras de RUELLAN, (1988) “a maior parte das pessoas encarregadas, hoje em dia, de planejar e realizar o desenvolvimento dos solos, bem como a maioria das pessoas que os utilizam, não sabe o que é o solo, nem se interrogam sobre os conhecimentos que precisam ser adquiridos sobre ele, antes de utilizá-lo”,

Mesmo se tendo consciência da importância do solo, raros são os projetos de desenvolvimento que de fato se baseiam em um conhecimento real e aprofundado a respeito deste recurso, pois tentam se desculpar no tempo e nos custos necessários a um maior detalhamento desses estudos. Muitas vezes, entretanto, os envolvidos nem mesmo utilizam os conhecimentos existentes, o que é muito mais grave. Estes fatos justificam, em parte, os insucessos, atrasos e desperdícios consideráveis nos vários projetos de desenvolvimento, em particular, naqueles desenvolvidos pelos governos federal, estadual e municipal.

Inúmeras são as razões que levaram o homem a buscar o conhecimento mais detalhado dos solos, a primeira delas surgiu com a agricultura. A mais recente veio através do conceito de desenvolvimento sustentável, baseado no uso racional dos recursos naturais. Segundo este conceito, é necessário que as necessidades atuais da população sejam atendidas no presente, sem que haja, entretanto, comprometimento das necessidades das gerações futuras. Mais que isto, este conceito traduz o desejo de mudança de paradigmas, em busca de um estilo de desenvolvimento que não seja socialmente injusto e nem danoso ao meio ambiente. (AGENDA 21, 2000).

Como já sinalizada, a variável ambiental dificilmente é considerada pelos

planejadores. Entretanto, com o avanço do processo educacional da população, a demanda pelo conhecimento e preservação dos recursos naturais é crescente, estabelecendo a necessidade de inventariar e planejar de forma racional objetivando a manutenção e uso dos recursos naturais. Dentro desta visão é que se deve nortear os trabalhos, haja vista a necessidade de se produzir sem a contrapartida da degradação ambiental.

O Estado de Goiás com uma área de 340.086,698 km2, concentra suas

atividades basicamente nos setores agrícola e pecuário. Ocupa hoje o 4º lugar no Brasil na produção de grãos e também possui o 3º maior rebanho bovino do país. Apesar disso, pouco se sabe acerca do recurso solo que é o principal substrato de sustentação dessas atividades. Poucos são os levantamentos pedológicos realizados em seu território, levando ao pouco conhecimento

acerca dos solos da região, seu enquadramento taxonômico e distribuição cartográfica. Apesar disso, depreende-se que em sua maioria, são solos dotados de boa aptidão para a agricultura haja vista a boa performance no que diz respeito à produção de grãos verificada no estado, a despeito da intensidade de uso dos mesmos. Saliente-se, entretanto, que a princípio os rendimentos alcançados pela agricultura regional poderiam ser superiores, com o mínimo de degradação ambiental Para isto, faz-se necessário que os solos sejam melhor manejados, o que demanda maior conhecimento de seus atributos.

Os trabalhos de levantamentos de solos que contemplam toda a área de

Goiás são muito generalizados, elaborados por órgãos federais para atender propósitos da administração pública nacional e dão uma idéia vaga dos solos ocorrentes quando relacionados às demandas nas unidades da federação. Trabalhos em níveis de maior detalhe existem, porém são escassos e localizados, sendo pouco consultados, muitas vezes por não se saber da sua existência, em razão de serem geralmente executados pela iniciativa privada mediante contratos que requerem sigilo e, algumas vezes, além de executados, são também de propriedade privada.

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3. OBJETIVOS

1. Destacar e quantificar as áreas cobertas pelos levantamentos pedológicos de solos existentes no estado de Goiás, considerando-se os diversos níveis de detalhamento.

2. Agregar, sistematizar e disponibilizar as informações (espacializar) dos

trabalhos de levantamentos de solos existentes no estado utilizando um programa (Software) de Sistemas de Informação Geográficos - SIG 1.

3. Proceder a uma análise crítica do que existe, ou seja, verificar se o que

existe é suficiente, considerando-se a superfície contemplada e o perfil agropecuarista do estado.

1 SIG: são sistemas automatizados usados para armazenar, analisar e manipular dados geográficos.

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4. METODOLOGIA DE TRABALHO

A metodologia utilizada no levantamento dos trabalhos relativos a solos aqui apresentados, constou de visitas a bibliotecas de instituições públicas federais e estaduais e empresas privadas. A maioria dos dados obtidos foi repassada pelo IBGE/DIGEO-CO, e representa os trabalhos levantados para o Catálogo de Elaboração de Solos do Centro-Oeste, que ainda está em fase de elaboração (prelo). De posse desses dados pesquisou-se nas próprias obras, as coordenadas de localização e a área correspondente a cada estudo.

Constatou-se a existência de 39 trabalhos que se encontram

relacionados nas tabelas 01, 02, 03, 04 e 05, entretanto não foi possível consultar diretamente três destas obras, o que impossibilitou computar e localizar com precisão as respectivas áreas contempladas, embora tenham sido relacionadas nas tabelas como mencionado acima, e para efeito de espacialização foi representada no SIG com o artifício de um polígono dentro do município correspondente ao levantamento.

Em seguida, utilizou-se as cartas topográficas em formato vetorial na escala 1:250.000, em coordenada geográfica (SEPLAN/AGIM, 2002), para montar a base cartográfica do estado de Goiás, e proceder à associação das localizações das áreas estudadas aos seus atributos, no Arc View2.

Utilizando-se das coordenadas de localização dos retângulos envolventes de cada uma das áreas estudadas, foi criado um banco de dados com os atributos descritivos pertencentes a cada área, tais como: título do levantamento, municípios abrangidos, ano da execução, escala do mapa, área levantada, autor, local de aquisição.

Foram desconsiderados na espacialização, os dados dos levantamentos

nos níveis esquemático e exploratório, visto que esses trabalhos foram disponibilizados recentemente, em meio digital por órgãos da esfera federal e estadual, a saber: IBGE e Embrapa (2003) que apresentaram o mapa de Solos do Brasil na escala 1:5.000.000 e Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás (2003), que apresentou o mapa do Estado de Goiás compilado de outros trabalhos, principalmente o do Projeto RADAMBRASIL, na escala 1:1.000.000.

Posteriormente, foram confeccionadas 05 tabelas com o intuito de agrupar os dados por níveis de detalhamento (Tabelas 01, 02, 03, 04 e 05,) e através da somatória das áreas de cada nível procedeu-se à análise quantitativa, em percentual, relativa à área do estado. (Gráfico) Devido a grande discrepância de enfoques com que foram produzidos os vários trabalhos de levantamentos existentes, motivados pelos objetivos distintos com que foram elaborados e à grande variação de escalas de mapas dentro das diversas categorias de levantamentos de solos, que apesar de

2 Arc View - software de Sistemas de Informação Geográficos

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perfeitamente previsíveis e aceitáveis (vide tabela 06), dificultam em muito a sua comparação e avaliação com base nas categorias ordinárias de levantamentos dos solos de forma individualizada, optou-se por avaliar os trabalhos em três agrupamentos distintos a seguir caracterizados, visando a facilitar e simplificar a tarefa de analisar e quantificar as áreas contempladas pelos levantamentos de solos.

De certa forma, procedeu-se a uma generalização dos trabalhos em grupos

mais abrangentes que têm em comum os objetivos macros, facilitando então o manuseio dos dados e simplificando as comparações entre grupos.

• Trabalhos Generalizados – nesta categoria foram agrupados os

levantamentos de solos elaborados nos níveis de maior generalização ou menor detalhamento e nela constam aqueles que apresentaram seus mapas em escalas pequenas, geralmente menores que 1:500 000.

• Trabalhos Intermediários – nesta categoria foram agrupados os

levantamentos de solos elaborados nos níveis de generalização ou detalhamento considerados intermediários e nela constam aqueles que apresentaram seus mapas em escalas entre 1:500.000 e 1:100.000.

• Trabalhos Detalhados – nesta categoria foram agrupados os

levantamentos elaborados nos níveis de maior detalhamento, considerados executivos e apresentados em escalas maiores que 1:100.000.

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5. RESULTADOS A seguir são apresentadas tabelas (Tabelas 01 a 05) contendo a relação de levantamentos de solos, que aparecem relacionadas junto a dados como, título do levantamento, municípios abrangidos, ano da execução, escala do mapa, área levantada, autor, local de aquisição.

Neste trabalho para efeito da elaboração do SIG e cálculo de áreas foram considerados somente os levantamentos denominados verdadeiros, conforme caracterização de Embrapa (1995), desconsiderando os trabalhos que foram exclusivamente compilados a partir de outros pré-existentes. E ainda apresentada na Tabela 06, uma caracterização sucinta dos vários tipos de mapas/cartas e tipos de levantamentos pedológicos com finalidade de esclarecimento e para embasar algumas discussões.

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Tabela 06 - Diferenciação de mapas/cartas e tipos de levantamentos de solos.

Nível de Levanta-mento de

Solos

Objetivos Métodos de Prospecção

Material Cartográfico e Sensores Remotos Básico

Constituição de Unidades de Mapeamento

a) Escala Preferencial dos Mapas/cartas Finais

b) Área Mínima Mapeável (AMM)

c) Freqüência de Amostragem

Mapa

Esquemático

Visão panorâmica da distribuição dos solos

Generalizações e amplas correlações com o meio ambiente

Mapas planialtimétricos, fotoíndices e imagens de radar e satélite em escalas pequenas

Associações extensas de vários componentes. Equivalente ao nível de Ordens

a) < 1:1 000 000 b) > 40 km2

Exploratório

Informação generalizada do recurso solo em grandes áreas

Extrapolação, generalizações, correlações e poucas observações de campo

Mapas/Cartas planialtimétricos, imagens de radar, satélites e fotoíndices em escalas pequenas

Associações amplas de até cinco componentes. Correspondendo a sub-divisão de Ordens

a) 1:750 000 a 1:2 500 000 b) 22,5 a 250 km2 c) 1 perfil completo por classe

de solo predominante na associação

Baixa Intensidade

Estimativa de recursos potenciais de solos

Verificações de campo e extrapolação

Mapas/Cartas planialtimétricas, imagens de radar, satélites e carta imagem em escalas de ≤ 1:100 000

Associações de unidades simples de Grandes Grupos de solos

a) 1:250 000 a 1:750 000 b) 2,5 a 22,5 km2 c)1 perfil completo por

unidades simples ou componente de associação

Média Intensidade

Estimativa de natureza qualitativa e semi-quantitativa do recurso solo

Verificações de campo e correlações solo-paisagem

Mapas/Cartas planialti-métricas, imagens de radar e satélites, em escalas > 1:250 000 e fotografias aéreas em escalas > 1:120 000

Unidades simples e associações de Grandes Grupos de solos

a) 1:100 000 a 1:250 000 b) 40 ha a 2,5 km2 c) 1 perfil completo por unidade

simples ou componente de associação

RE

CO

NH

EC

IME

NT

O

Alta Intensidade

Avaliação semi-quantitativa de áreas prioritárias

Verificações de campo e correla-ções solo-paisagem

Mapas/Cartas planialti-métricas, carta imagens em escala ≥ 1:100 000 e fotografias aéreas em escalas ≥ 1:60 000

Unidades simples e associações de Subgrupos de solos

a) 1:50 000 a 1:100 000 b) 10 ha a 40 ha d) 1 perfil completo e 1 ponto

de amostra extra por classe de solo em unidade simples ou componente de associação

Semideta-lhado

Planejamento e implantação de projetos agrícolas e de engenharia civil

Verificações de campo ao longo de toposseqüências selecionadas e correlações solos superfícies geomórficas

Mapas/Cartas planialti-métricas e restituições aerofotográficas em escalas ≥ 1:50 000, levantamentos topográ-ficos convencionais e fotografias aéreas em escalas ≥ 1:60 000

Unidades simples, associações e complexos em nível de Famílias

a) ≥ 1:50 000* b) < 10 ha (para escala ≥ 1:50 000) c) 1 perfil completo e 1

complementar por classe de solo em unidades simples ou componentes de associação

Detalhado

Execução de projetos de uso intensivo do solo

Verificações de campo ao longo de toposseqüências, quadrículas e relações solos superfícies geomórficas

Mapas/Cartas planial-timétricas, restituições aerofotográficas, levan-tamentos topográficos com curvas de nível e fotografias aéreas em escalas ≥ 1:20 000

Unidades simples, associações e complexos em nível de Séries de solos

a) ≥ 1:20 000 b) < 1,6 ha c) 1 perfil completo e 2 comple-

mentares por classe de solo no nível taxonômico mais baixo (série)

Ultradeta-lhado

Estudos Específicos, localizados

Malhas rígidas

Plantas, Mapas/Cartas topográficas com curvas de nível a pequenos intervalos em escala ≥ 1:5 000

Fases de Séries de solos

a) > 1:5 000 b) < 0,1 ha c) perfis completos e

complementares em número suficiente para cada unidade taxonômica

Fonte – Normas e critérios para levantamentos pedológicos (Embrapa, 1995). * Em situações particulares pode variar até 1:100 000

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6. DISCUSSÃO 6.1 O quadro atual dos levantamentos no Estado

6.1.1 Levantamentos Generalizados:

Dentro deste agrupamento foram considerados os levantamentos de

solos elaborados nos níveis de maior generalização ou menor detalhamento e nele constam aqueles que apresentaram seus mapas em escalas pequenas, geralmente menores que 1:500 000, que foram considerados para efeito de apreciação embora não levados em conta para efeito de cálculo de área.

Os levantamentos pedológicos que cobrem todo o estado são levantamentos esquemáticos em escala 1:5.000.000 (Embrapa, 1975) e os mapas exploratórios em escala 1:1.000.000 (PROJETO RADAMBRASIL, 1981,82,83), sendo que destes últimos ainda falta publicar a folha SE-23 – Belo Horizonte, que engloba pequena área do sudeste goiano. Boa parte destes levantamentos é estabelecida por inferência, de natureza genérica, por isso, não serve para o planejamento agrícola, uso da terra e projetos que envolvem o meio ambiente em áreas pequenas ao nível de municípios e/ou propriedades rurais.

Considerando-se os levantamentos enquadrados neste

agrupamento, o Estado de Goiás, assim como todos os demais estados da Federação, também têm todo o seu território contemplado. Trata-se de trabalhos elaborados já há algum tempo, visando a atender demandas administrativas por parte do Governo Federal. Como pode ser observado na tabela 06, são trabalhos muito generalizados, produzidos em escalas muito pequenas, em boa parte compilados e, por tais razões, com informações muito aquém da necessidade para atender projetos de cunho executivo, tanto do ponto de vista cartográfico, quanto com relação ao nível de detalhamento das informações.

6.1.2 Levantamentos Intermediários:

Dentro deste agrupamento foram agrupados os levantamentos de solos elaborados nos níveis de generalização ou detalhamento considerados intermediários e nela constam aqueles que apresentaram seus mapas em escalas entre 1:500.000 e 1:100.000 (Figuras 01, 02, 03).

Incluem-se os trabalhos realizados em nível de reconhecimento, tanto os de baixa como os de média e alta intensidade, que são ou foram, via de regra, elaborados para atender a exigências legais, tais

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como estudos de impactos ambientais (EIA-RIMAS) para viabilizar a inserção de grandes empreendimentos.

Neste agrupamento foram constatados 28 levantamentos, (Tabelas 01, 02 e 03) e com base na escala de apresentação dos mapas foram assim distribuídos:

• 02 na escala de 1:500.000, que cobrem uma superfície de

aproximadamente 68.500 km2; • 01 na escala 1:300.000, que cobre uma superfície de

aproximadamente 32.600 km2, • 01 na escala 1:200.000, que cobre uma superfície de

aproximadamente 38.301 km2, • 01 na escala 1:138.000, que cobre uma superfície de

aproximadamente 1.068,76 km2, • 01 na escala 1:80.000, que cobre uma superfície de

aproximadamente 1.353,55 km2, • 01 na escala 1:65.000 que cobre uma superfície de

aproximadamente 1.683,90 km2, • 01 na escala 1:50.000 que cobre uma superfície de

aproximadamente 206,14 km2 , • 09 na escala 1:250.000, que cobrem uma superfície de

aproximadamente 60.502,88 km2, e • 11 na escala 1:100.000, que cobrem uma superfície de

aproximadamente 17.591,70 km2.

A somatória de todos os trabalhos desta categoria, considerando a existência de sobreposição de levantamentos de algumas áreas, mostra que 65,23% da superfície do estado de Goiás encontram-se contempladas.

Como pode ser observado na Tabela 06, as categorias de levantamentos enquadrados neste agrupamento, também não são ainda trabalhos que possibilitem ou que embasem projetos executivos de exploração, porém são ou foram realizados visando a subsidiar políticas e/ou medidas administrativas dos governos nas esferas estadual ou municipal, como estabelecer programas de preservação ambiental ou levantar áreas mais adequadas ao assentamento de pessoal atingido por obras ou empreendimentos como construção de Usinas Hidrelétricas, entre outros.

Em síntese, representam grande avanço quando comparados aos

trabalhos agrupados no nível dos generalizados, mas estão ainda muito aquém do que poderia ser considerado ideal, levando-se em conta ser o estado de Goiás um estado agropecuarista.

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6.1.3 Levantamentos Detalhados:

Os levantamentos que realmente dão condições para planejamento regional são os considerados semidetalhados, detalhados e ultradetalhados, geralmente executados em escalas maiores que 1:100.000 (vide tabela 06). São os levantamentos considerados executivos, ou seja, têm o propósito de dar as informações detalhadas e localizadas dos solos com base numa cartografia precisa e com grande aporte de dados analíticos, fornecendo o necessário direcionamento sobre a melhor forma de manejo, chegando mesmo a requintes imprescindíveis para o desenvolvimento da tão propalada agricultura de precisão (Figuras 04 e 05).

Existem nesta categoria apenas 11 estudos realizados (Tabelas 4 e 5) e a área do estado de Goiás levantada nestes níveis é de apenas 3.195,47 km2, o que nos leva a afirmar que muito pouco se conhece do nosso alicerce. O percentual correspondente aos trabalhos nesta categoria de detalhamento é de apenas 1,08%. (Gráfico)

6.2 Realidade X Demanda

No cômputo geral dos agrupamentos intermediários e detalhados,

considerando-se apenas uma vez as áreas com duplicidade de trabalhos, o resultado das áreas levantadas é de 193.515,5 km2, que corresponde a

56,92% do total da área do estado de Goiás, e as áreas não contempladas por nenhum levantamento enquadrados nos agrupamentos dos intermediários e detalhados é de 146.484,5 km2, o que corresponde a 43,08% do total da área do estado (Figura 06).

É conhecida a preocupação do Governo do estado em desenvolver ações que contribuam para o desenvolvimento harmônico e equilibrado na preservação do meio ambiente e na utilização de tecnologias modernas como base de apoio a essas ações. Isto se confirma pelo fato de que a Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás e a Superintendência de Geologia e Mineração da Secretária de Indústria e Comércio lançaram em outubro/2003, o CD dos Solos do Estado de Goiás. Mas as informações contidas nesse trabalho não inovam o conhecimento já existente.

Goiás possui toda sua área inserida no bioma Cerrado, que é

considerada a maior fronteira agrícola do país e a última mundial, pela potencialidade de seus solos e pela sua topografia plana. No entanto, o modelo econômico produtivo adotado, visando à alta produtividade com emprego de tecnologia moderna, com utilização de equipamentos de ultima geração com a utilização maciça de insumos, (o que nos coloca entre um dos estados mais produtivos do país), mas que em contrapartida contribui significativamente para a ocupação desordenada e a degradação acelerada da nossa região.

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Tem-se como conseqüência, problemas de erosão em proporções gigantescas, que vem sendo acelerados devido aos desmatamentos irregulares feitos pelo homem, com finalidade de agregar mais áreas à produção agrícola. Esse desequilíbrio permanecerá enquanto a ocupação agrícola não respeitar as classes de capacidade e uso das terras e não se adotarem técnicas de manejo adequadas. Atividades como a monocultura e a pecuária, que são praticas comuns nas grandes regiões produtoras do estado, também contribuem para que milhares de toneladas de solos junto a adubos, corretivos e agrotóxicos sejam carreados para os leitos dos rios, causando empobrecimento dos solos, assoreamento e diminuição do volume das águas dos mananciais e poluição dos mesmos, como ocorre no sudoeste goiano que é considerada sob vários aspectos como a região mais próspera do estado (Oliveira, 2003).

Outro problema é o de assentamentos de famílias pobres, descapitalizadas em terras que para serem cultivadas, demandam técnicas de manejo sofisticados e altos investimentos de capital. (Oliveira, 1994). Tal fato pode ser verificado na Agrovila Rio Claro em Ivolândia-Go e na Agrovila Mambaí em Mambaí-GO que se encontram assentadas em área com predomínio de Neossolos Quartzarênicos, que é um solo com grandes limitações quanto ao uso.

É importante salientar também, que muitos trabalhos de solos apresentados na elaboração de EIA-RIMAS principalmente quando se tratam de pequenos empreendimentos, tocados por determinados seguimentos do empresariado da iniciativa privada, tais como construção de aeroportos, construção de pequenas represas, obtenção de outorga e outros, fazem somente a compilação de dados de solos existentes em trabalhos a nível genérico a exemplo do mapa do RADAMBRASIL, o que pode levar a erros por não fornecer o detalhamento necessário para a implantação das obras.

Com relação aos dados levantados, o estado de Goiás conta hoje, segundo fonte da Fundação IBGE (no prelo), com 38 trabalhos de levantamento de solos realizados em níveis diversos, cobrindo o território goiano conforme documentação em gráfico a seguir:

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Gráfico: Percentual de áreas levantadas ao nível de reconhecimento de baixa, média e alta intensidade e ao nível de detalhe e semidetalhe em relação à área do Estado de Goiás∗

37,94%

22,85%

4,44%

0,93%

33,84%

0,003%

Levantamentos de Baixa Intensidade

Levantamentos de Média Intensidade

Levantamentos de Alta Intensidade

Levantamentos a Nível Semidetalhado

Levantamentos a Nível Detalhado

Áreas não contempladas

∗ Total da área do Estado de Goiás considerada para cálculo: 340.000 km2 = 100%. Considerando também a sobreposição de área levantada.

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Ao se cotejar os dados levantados para Goiás com os dados existentes para alguns outros estados brasileiros, conforme demonstrado na Tabela 07, alguns fatos chamam a atenção e levam a reflexão. Tabela 07: Comparação dos dados quantitativos de trabalhos de solos em alguns estados brasileiros.

Estados Existência de Levantamento sistemático para todo o

estado a nível intermediário

Número de Levantamentos Intermediários

Numero de Levantamentos

Semidetalhados e Detalhados

Goiás Não 28 11

São Paulo Sim 11 81

Paraná Sim 15 17

Pernambuco Sim 19 46

Mato Grosso Sim 17 04

Os estados relacionados na Tabela 07 foram propositalmente escolhidos para facilitar a análise comparativa. Os estados de São Paulo e Paraná são sem dúvida duas das maiores potencias nacionais na área da produção agropecuária. Ambos, dispõem de levantamentos sistemáticos de solos, realizados há mais de 40 anos (São Paulo) e há mais de 20 anos (Paraná). São Paulo conta hoje com cerca de 81 trabalhos do agrupamento detalhados, devendo-se mencionar que praticamente todas as unidades estaduais de experimentação agropecuária se beneficiam de tais levantamentos. Na região Centro-Oeste, Mato Grosso vem se despontando como o maior produtor de grãos da federação, enquanto o Mato Grosso do Sul, já há muito detém o título de segundo maior rebanho bovino do país. Também ambos contam com levantamento de solos sistemáticos elaborados por iniciativa da administração estadual. O estado do Pernambuco é outro estado da federação que também concluiu o levantamento de solos de seu território num esforço conjunto do governo estadual com várias outras instituições, e como todos sabem, hoje desponta como o maior produtor e exportador de frutas irrigadas do país. Tal atividade é totalmente embasada em estudos detalhados dos solos realizados na porção oeste, região do semi-árido, a despeito das agruras do clima. Hoje Goiás é reconhecido como o 4º lugar na produção de grãos, e possui também o 3º maior rebanho bovino do país, como já mencionado. Tal posição é, sem dúvida, devido ao grande avanço da agricultura nas áreas de cerrado que teve seu grande impulso na década de 80, conseqüência do grande avanço tecnológico que teve como carro chefe o melhoramento vegetal, gerando cultivares adaptadas climaticamente e ao grande aporte de insumos, iniciativas que tiveram grande sucesso, pois encontraram como forte aliado os relevos suaves dos planaltos do estado, possibilitando a mecanização em

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todas as fases das lavouras. Em síntese, uma combinação de fatos positivos. Tal combinação de fatos positivos foi, sem dúvida o grande propulsor das atividades agropecuárias da região dos cerrados. Entretanto o conhecimento pedológico, os tipos de solos, seu potencial e sua distribuição geográfica, continuam ainda estacionados como eram na ocasião da investida nesta região. Tal fato pode levar a se pensar que tal conhecimento se torna prescindível diante da realidade dos números. Entretanto, se imaginarmos que a zona da caatinga pernambucana é hoje uma das maiores regiões exportadoras de frutas tropicais do Brasil, e que isto se deveu a conjunção básica de emprego de técnicas de irrigação e conhecimento detalhado dos solos, necessário para se estabelecer o manejo correto e se escolher os solos mais favoráveis para a atividade, há de se acreditar que somente um fato novo em Goiás como o avanço no conhecimento dos solos, usado como ferramenta de manejo, possa vir também a dar novo impulso aos caminhos da agropecuária estadual, visto que as terras possíveis de uso agrícola, já estão todas em regime de exploração, ou seja, foram todas desmatadas e incorporadas ao processo. Ao se analisar pelo prisma ambiental, considerando a perda de solos e insumos por erosão, a inevitável queda de produtividade em algumas regiões, devido ao desconhecimento e/ou não uso de técnicas adequadas de manejo, fica mais premente a necessidade de Goiás se juntar ao bloco das unidades da federação que já entendeu o conhecimento dos solos como uma ferramenta imprescindível ao seu desenvolvimento sustentável. Salienta-se ainda, que as áreas com maiores problemas sociais como a região norte; que tem sua economia baseada na pecuária e a nordeste que tenta se firmar como pólo ecoturístico, estão em grande parte, sem nenhum tipo de trabalho de levantamento de reconhecimento, semidetalhe ou detalhe conforme pode ser verificado na Tabela 6. São também essas as regiões que concentram o maior número de agrovilas do estado (Figura 06).

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 7. 1 Conclusões

1. É possível mediante os dados levantados, concluir que embora Goiás hoje goze de uma posição confortável no ranking dos estados maiores produtores do país, com relação à produção de grãos e rebanho bovino, isto se deve em grande parte á sua situação climática favorável, aliada ao grande impulso tecnológico na área de melhoramento vegetal, ao aporte grandioso de insumos agrícolas, além da crescente incorporação de áreas virgens de cerrado ao processo produtivo.

2. Goiás é um dos Estados da Federação onde menos se

conhece sobre o real potencial do seu recurso solo, que na realidade é a base da sua economia.

3. À semelhança de outros estados, o conhecimento criterioso

dos solos, levará à melhoria considerável, tanto no que concerne ao aumento da produtividade, quanto a sustentabilidade dos seus recursos naturais, principalmente solos e água, bem como servirá como instrumento básico de planejamento às administrações do estado e dos municípios.

7. 2 Recomendações

É altamente recomendável e, urgente que o estado de Goiás,

direcione esforços no sentido de elaborar um trabalho de levantamento de solo, em nível de detalhamento tal que o possibilite organizar as ações de desenvolvimento de maneira racional, calcada em informações atuais e compatíveis com a atual necessidade do estado.

Em paralelo, é essencial e oportuna a geração, coleta e organização do conhecimento das informações, que permitam implementar ações no sentido de se adotar práticas e medidas preventivas, corretivas e de controle das atividades existentes e futuras, para que se preserve os recursos solo e água, tendo como preocupação a melhoria da qualidade de vida. O planejamento de ocupação e uso adequado dos solos são mecanismos, pelos quais, poderemos alcançar alto nível de desenvolvimento, conciliando crescimento econômico com conservação ambiental. Devido a difícil tarefa de localização desses levantamentos, e ao desafio de disseminar cada vez mais o conhecimento existente dos solos, para que mesmo os leigos possam ter maior respeito por ele, propõe-se a sistematização dos mesmos com o apoio de

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um dos instrumentos computacionais do Geoprocessamento 3, que são os SIG - Sistemas de Informação Geográficos , para organizá-los em forma de um banco de dados geográfico, integrando numa única base de dados, as informações espaciais e os seus respectivos atributos, de modo a facilitar a visualização das áreas levantadas.

A implantação dos SIG requer um esforço considerável de diversos profissionais da área de computação e de áreas específicas, o que demanda altos custos e tempo. Por isso mesmo, os SIG não poderão ser concebidos sem que se tenha um conhecimento prévio sobre as informações que deverão ser tratadas, a forma como se encontram as informações e o uso que se fará delas. Os valores dos Sistemas de Informação Geográficos estão refletidos na qualidade das informações. Os SIG só desempenham seu papel na íntegra, quando é alimentado com informações corretas, atuais, confiáveis, e precisas, para que se possa planejar adequadamente. Outro fator importante para que o SIG desempenhe seu papel é a constante atualização dos dados. A Ciência do Solo já vem utilizando ferramentas de Geoprocessamento, como fotografias aéreas, imagens de satélites e de radar, mapas vetoriais e Sistema de Posicionamento Global – GPS, para apoiar seus trabalhos de levantamento e caracterização de solos. Portanto, várias ferramentas de Geoprocessamento já fazem parte dos instrumentos de trabalho dos pedólogos. O que se pretende aqui é inserir mais uma ferramenta para dar início, embora de modo tímido, mas coerente à construção dos SIG específicos que contemple os estudos de solos do Estado de Goiás, o qual poderá ser compartilhado por diversas instituições e com a sociedade, podendo inclusive, serem agregados novos dados.

3 Geoprocessamento: denota uma disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações geográficas.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGENDA 21 Brasileira. Bases para Discussão. Washington Novaes (Coord.). Brasília MMA/PNUD. 196 p. 2000. ASSAD. Eduardo Delgado; SANO, Edson Eyji. Sistema de Informações Geográficas. Aplicação na Agricultura. 2.ed. Brasília: Embrapa -SPI / Embrapa- CPAC, 1998. BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Secretaria Geral. Projeto RADAMBRASIL. Folha SD.22 – Goiás, SD.23 – Brasília, SE.22 – Goiânia. (Levantamento de Recursos Naturais, 25, 29, 31). Rio de Janeiro. 1981, 1982, 1983. SEPLAN/AGIM. Sistema de Informações Geográficas do Estado de Goiás – Base Cartográfica 1:250.000. Goiânia. CD-ROM. 2002. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Procedimentos Normativos de Levantamentos de Solos. 101p. Brasília, 1995. 1v. GEO GOIÁS 2002/Maurício Galinkin (ed). Goiânia: AGÊNCIA AMBIENTAL DE GOIÁS. FUNDAÇÃO CEBRAC: PNUMA: SEMARH, 2003. 272 p. OLIVEIRA, Virlei Álvaro; BORGES, Lino Carlos; CALIL, Pérola Morais; et all. Diagnóstico agroambiental do entorno do Parque Nacional das Emas: 1ª fase – pedologia, aptidão agrícola e uso atual das terras. AGENCIARURAL, Goiânia. 2003. 227p. (Documentos, 02/AGENCIARURAL). OLIVEIRA, Virlei Álvaro. Reforma agrária na região dos Cerrados – aspectos técnicos. Caderno de Geociências, Rio de Janeiro, n.12 p.167, out/dez.1994.

SEPLAN. Conjuntura Socioeconômica de Goiás. Revista Economia e Desenvolvimento. Goiânia, V.4, n.10, p.03-36, jan/mar. 2003. RUELLAN, Alain. In: XXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, Campinas-SP, pg. 69-74,1988. Ministère de l'Agriculture, Paris, França.

SPERA, Silvio Túlio, et al. Solos areno-quartzosos no Cerrado: características, problemas e limitações ao uso. Planaltina: Embrapa Cerrados, 1999.

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ANEXOS Figura 01. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos de Baixa

Intensidade no Estado de Goiás. Figura 02. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos de Média

Intensidade no Estado de Goiás. Figura 03. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos de Alta

Intensidade no Estado de Goiás. Figura 04. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos Semidetalhado

no Estado de Goiás. Figura 05. Mapa de localização dos levantamentos pedológicos detalhado no

Estado de Goiás. Figura 06. Mapa localização das áreas não contempladas por levantamentos ao

nível de reconhecimento, semidetalhe e detalhe no Estado de Goiás.

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