Por Que Creio, Doze Pesquisadores Falam Sobre Ciência e Religião [Entrevistados Por] Michelson...

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Livro Porque creio fala sobre varios cientistas que acreditam em Deus e nEle como criador dos ceus, a terra, o mar e tudo o que neles há

Transcript of Por Que Creio, Doze Pesquisadores Falam Sobre Ciência e Religião [Entrevistados Por] Michelson...

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    L E I N 9.610, D E 19 D E F E V E R E IR O D E 1998.(Legislao de D ireitos Autorais)Art. 46. No constitui ofensa aos direitos autorais:

    I - a reproduo:d) de obras literrias, artsticas ou cientficas, para uso exclusivo de deficientes visuais, sem pre que a reproduo, sem fins comerciais, seja feita m ediante o sistema Braille ou outro procedim ento em qualquer suporte para esses destinatrios; h ttp ://w w w .p lanalto .gov .br/cciv il_03/le is/L 9610.h tmhttp ://w w w 2.cam ara.leg.br/legin/fed/lei/1998/lei-9610-19-fevereiro-1998-365399-norm aatualizada-pl.htm l

  • POR QUED o z e p e s q u i s a d o r e s f a l a mCREIO

    s obre c i nc i a e r e l i g i o

    Michelson*Borges

  • Direitos de publicao reservados CASA PUBLIC ADORA BRASILEIRARodovia SP 127 - km 106Caixa Postal 34 - 18270-970 - Tatu, SPFone: (15) 3205-8800 - Fax: (15) 3205-8900Atendimento ao cliente: (15) 3205-8888www.cpb.com.br31 edio2* impresso: 2 mi! exemplares Tiragem acumulada: 16 milheiros 2013Editorao: Neila D. Oliveira e Zinaldo A. Santos Programao visual: M. J. BienemannReviso Tcnica: Mareia O. Paula (Ncleo de Estudos das Origens) Capa: Eduardo 01s2ewskiIMPRESSO NO BRASIL/ Printed in Brazil

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasilein do Livro, SP, Brasil)

    Por que creio : doze pesquisadores falam sobre cincia c religio / |entrevistados por]Michelson Borges. - 2. ed. - Tatu, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2010.

    Bibliografia.

    1. C riacioiiism o 2. Evoluo - Aspectos religiosos 3. F e razo 4. Religio e cincia I. Borges, M ichelson. II. T tulo: Doze pesquisadores falam sobre cincia e religio.

    04-0439 ____________________________________________ C D D -215ndices para catlogo sistemtico:

    1. Cincia e religio 2152. Religio e cincia 215

    Todos os direiros reservados. Proibida a reproduo total ou parc ial, por qualquer meio, sem prvia autorizao escrita do autor e da Editora.

    Tiptlogu: O pttm t, U M - 7797/28 ) >> - ISBN 97S-85-345-0836-0

  • Dedicatria

    Para minha esposa, Dbora, e minhas filhas, Ciovanna e Mareei la, presentes do Criador

  • Sumrio

    Introduo.............................................. 7

    Filosofia criacionista.............................. 18Ruy Carlos de Camargo Vieira

    Problemas do evolucionismo............... 42Mareia Oliveira de Paula

    A arqueologia e a Bblia....................... 61Paulo F. Bork

    A grande catstrofe................................ 72Nahor Neves de Souza Jnior

    O projetista csmico.............................. 97Uri as Echterhoff Takatohi

    Uma fonte confivel........................... 112Siegfried julio Schwantes

    Em defesa do criacionismo................. 120Euler Pereira Bahia

    A obra do grande artista..................... 125Queila de Souza Garcia

    Vestgios de Deus............................... 136Rodrigo Pereira da Silva

  • O milagre da vida............................... 147Roberto Csar de Azevedo

    A origem das etnias........................... 1 62Orlando Rubem Ritter

    9 A caixa-preta de Darwin..................... 1 79Michael j. Behe

    9 Digitais do Criador............................. 1 90Textos criacionistas de Micheison Borges

    9 Concluso - A terra dos planos............219

    "Uma coisa desejar ter a verdade do nosso lado, outra desejar sinceramente estar do lado da verdade." Richard Wh atei y

  • In tr o d u o

    De onde veio tudo isso?

    "Houve no passado a tendncia de pensar que religio e cincia no poderiam coexistir, o que um fato totalmente errneo." - Ronaldo Rogrio de Freitas Mouro, astrnomo (para a revista Sinais dos TemposJ

    Qual foi a ltima vez que voc se deteve para observar as estrelas, numa noite escura de cu limpo? Lembro-me de que, quando criana, frequentemente ficava fascinado ao contemplar a imensido da abbada celeste. Os milhares de pontinhos cintilantes sugeriam muitas interrogaes minha mente infantil. Mas a pergunta que mais me intrigava era: "De onde veio tudo isso?" Sentia-me minsculo diante de tamanha grandiosidade, ao mesmo tempo em que o pensamento de que Algum devia ter criado tudo aquilo me trazia conforto.

  • Por Que Creio

    O tempo passou e hoje j no disponho de tanto tempo para contemplar o cu. Mas o pensamento de que o Criador do Universo cuida de mim ainda me traz conforto nos bons e maus momentos. bom ver as digitais do Projetista Csmico em tudo o que olho. "Os cus declaram a glria de Deus; o firmamento proclama a obra das Suas mos" (Salmo 19:1 NVl). As incontveis galxias com bilhes de estrelas, as minsculas molculas - o macro e o micro - proclamam que h um Deus que tudo mantm e nos ama incondicionalmente. Mas h quem duvide disso, adotando um modelo materialista conhecido como teoria da evoluo.

    No entanto, uma analogia mostra que o modelo evolucionista pode no ser a maneira mais lgica de se explicar a origem da vida: vamos supor que estejamos andando pelas dunas de areia de uma praia, aps uma rpida chuva. A certa altura de nossa caminhada, deparamo-nos com uma mensagem recentemente escrita sobre a areia molhada: "No princpio, criou Deus os cus e a terra" (Gnesis 1:1). Ningum, em s conscincia, diria que o surgimento de tai frase sobre a areia foi obra do acaso. Entretanto, para os evolucionistas, a incrvel e complexa mensagem qumica do cdigo gentico, por exemplo,

    .. -----------* Os tomos se combinam quimicamente para formaras molculas.

    O dixido de carbono, por exemplo, um gs cujas molculas tm um tomo de carbono e dois tomos de oxignio. Uma substncia como essa, que consisto de mais de uma espcie de tomos, uni composto qumico ou substancia qumica.

  • Introduo

    surgiu por acaso! As partculas de areia no contm, em si mesmas, nenhuma mensagem. Mas elas podem armazenar uma mensagem, quando escrita sobre elas por algum que tenha capacidade intelectual para escrever. De semelhante modo, os nucleotdeos do DNA no contm, em si mesmos, mensagem nenhuma. Mas eles so o "alfabeto" que permite armazenar uma quase infinitamente complexa mensagem qumica que regula todos os processos vitais que acontecem no organismo. A nica concluso lgica possvel que essa mensagem, sob a forma de cdigo qumico, foi escrita por uma Inteligncia Superior, exterior matria e transcendendo o material.

    O criacionismo - que defende a criao do Universo por Deus - est alm dos limites da cincia natural e, por isso, muitas vezes completamente rejeitado como no cientfico pelos evolucionistas. No entanto, so esses mesmos evolucionistas que, para sustentar seu pensamento e filosofia materialistas, negam a prpria cincia, contradizendo o que est claramente demonstrado como uma impossibilidade cientfica - a saber, a origem do cdigo sem um codificador.

    Portanto, quer olhemos atravs de uma luneta ou de um microscpio, podemos ver as digitais do Criador. Basta abrir bem os olhos e perguntar - como fiz em meus tempos de criana: "De onde veio tudo isso?"

  • Cincia x cinciaEm livro recentemente publicado em por

    tugus, o presidente da Federao Mundial de Cientistas, Dr. Antonino Zichichi, faz afirmaes bastante corajosas e nada convencionais no mundo cientfico. Segundo ele, h flagrantes mistificaes no edifcio cultural moderno e que passam, muitas vezes, despercebidas do pblico em geral. Eis alguns exemplos:

    Faz-se com que todos creiam que cincia e f so inimigas. Que cincia e tcnica so a mesma coisa. Que o cientificismo nasceu no corao da cincia. Que a lgica matemtica descobriu tudo e que, se a matemtica no descobre o "Teorema de Deus", porque Deus no existe. Que a cincia descobriu tudo e que, se no descobre Deus, porque Deus no existe. Que no existem problemas de nenhum tipo na evoluo biolgica, mas certezas cientficas. Que somos filhos do caos, sendo ele a ltima fronteira da cincia.

    fra Zichichi, a verdade bem diferente. E a maneira de se provar a incoerncia das mistificaes acima consiste em compreender exatamente o que cincia.

    Foi Galileu Galilei quem lanou as bases da cincia experimental. A grandeza desse fsico e astrnomo italiano, para quem "o Universo um texto escrito em caracteres matemticos", no reside tanto em suas extraordinrias descobertas astronmicas, mas na busca de verificar se o resultado de experincias era ou no contrrio

    Por Que Creio

  • Introduo ^

    validade de determinadas leis. Rara Galileu, as teorias* deveriam ser testadas e os experimentos repetidos a fim de serem validados como teorias consideradas verdadeiras. Graas a ele, pde-se fazer separao entre o imanente (o fsico) e o transcendente (metafsico). Como dizia um dos pais da fsica moderna, Niels Bohr, resumindo o pensamento galileano, "no existem teorias bonitas e teorias feias. Existem apenas teorias verdadeiras e teorias falsas".

    Por isso, Zichichi afirma: "Nem a matemtica nem a cincia podem descobrir Deus pelo simples fato de que estas duas conquistas do intelecto humano agem no imanente e jamais poderiam chegar ao transcendente."**

    Uma teoria como a da evoluo das espcies, com tantos "elos perdidos", desenvolvimentos milagrosos (olho, crebro, DNA, etc.), extines inexplicveis e fenmenos irreprodutveis, no cincia galileana. "Eis por que", diz Zichichi, "a teoria que deseja colocar o homem na mesma rvore genealgica dos smios est abaixo do nvel mais baixo de credibilidade cientfica. [...] Se o homem do nosso tempo tivesse uma cultura

    * * Em cincia, uma teoria simplesmente uma afirmao geral que se usa para tentar descrever ou explicar algo. fra ser chamada de teoria, a declarao deve ser apoiada por fortes evidncias, que, no entanto, ainda no constituem prova. (Hiptese algo semelhante a uma teoria, sem ainda nenhuma evidncia real encontrada para apoi-la.)

    ** Antonino Zichichi, Por Que Acredito Naquele que Fez o Mundo, p. 1 6 (Editora Objetiva).

  • verdadeiramente moderna, deveria saber que a teoria evolucionista no faz parte da cincia gali- leana. Faltam-lhe os dois pilares que permitiriam a grande virada de 1600: a reproduo e o rigor. Em suma, discutir a existncia de Deus, com base no que os evolucionstas descobriram at hoje, no tem nada que ver com a cincia. Com o obscurantismo moderno, sim."*

    PremissasEm 1916, cientistas norte-americanos partici

    param de uma pesquisa sobre suas crenas religiosas. A mesma pesquisa foi repetida em 1996. Surpreendentemente, houve pouca mudana nesses 80 anos. Em ambos os casos, cerca de 40% dos cientistas disseram acreditar em um Deus pessoal, 45% disseram no acreditar nisso e 15% no responderam.** curioso observar que em quase um sculo, com o tremendo avano da cincia, a crena (ou a falta dela) dos cientistas tenha permanecido inalterada. Isso demonstra que, a despeito de alguns tentarem passar a ideia de que a cincia provou a inexistncia de Deus, as coisas no so bem assim. Do contrrio, no haveria sequer um cientista crente, pois eles se pautam pelo mtodo cientfico.

    Esse tipo de pesquisa deixa claro que, por mais que se queira ignorar a realidade, especialmente

    ' * * * //d, p. 81 e 82.** Ariel Roth, "Inteligent Design", Perspective Digest, v. 6, n 3,

    2001 .

    o Por Que Creio

  • Introduo

    no que diz respeito ao modelo da evoluo, as premissas e a filosofia de vida dos pesquisadores influem diretamente em suas pesquisas. Bom exemplo o do gelogo e pensador evolucionista da Universidade de Harvard, Stephen Jay Gould. Ele era marxista (faleceu em 2002) e o autor da teoria do equilbrio pontuado, que quase uma transposio literal da ideia de revoluo para o mundo natural. Por isso mesmo, embora Gould faa bastante sucesso como escritor, grande parte da comunidade cientfica rejeita suas ideias "evolucionistas marxistas".

    E a concluso de Jos Luiz Goldfarb, presidente da Sociedade Brasileira de Histria da Cincia, a de que "nenhum cientista entra no laboratrio sem uma viso de mundo mais complexa. O fato de a cincia funcionar em bases experimentais no significa que o cientista no tenha crenas ou pressupostos sobre a realidade7'.*

    Isso explica por que, entre os cientistas, h crentes e ateus (como entre a populao em geral). Se a existncia de Deus (ou Sua inexistncia) fosse algo demonstrvel nos domnios da cincia (galileana), s haveria um grupo de cientistas: crentes ou descrentes.

    "Frequentemente [...] o processo de descoberta cientfica est carregado de emoo. Quando apresenta uma nova ideia, provvel que um cientista esteja pisando nas teorias de outros. Os que sustentam uma ideia mais antiga podem no* Revista poca, 27IM/99.

  • Q Por Que Creio

    a abandonar de bom grado. [...] comum que alguma questo sutil, ou no to sutil, ligada a crenas e valores, esteja subjacente ao debate. [...] Os cientistas so suscetveis de emoes humanas, [...] so influenciados pelo orgulho, cobia, beligerncia, cime e ambio, assim como por sentimentos religiosos e nacionais; [...] eles esto sujeitos s mesmas frustraes, cegueiras e emoes triviais que o restante de ns; [...] eles so, na verdade, completamente humanos/'*

    Rara Zichichi, Deus transcende a lgica matemtica e a cincia. Por isso, " inconcebvel que possa ser descoberto pela lgica matemtica ou pela cincia. A lgica matemtica pode descobrir tudo aquilo que faz parte da Matemtica. E a cincia, tudo o que faz parte da cincia. [...] O ateu, na verdade, diz: "Por amor lgica, no posso aceitar a existncia de Deus/ Mas o rigor lgico no consegue demonstrar que Deus no existe"/* Quando a "cincia" opta por excluir o conceito de um Criador, deixa claro, com isso, que no uma busca aberta da verdade, como tantas vezes parece querer ser.

    O matemtico austraco Kurt Gdel j havia demonstrado que nenhum sistema de pensamento, mesmo cientfico, pode ser legitimado por qualquer coisa dentro do prprio sistema.

    * Hal Hellman, Grandes Debates da Cincia (Ed. Unesp), p. 14, 16e 18.

    ** Antonino Zichichi, Porque Acredito Naquele que Fez o Mundo (Ed, Objetiva), p. 159, 162.

  • Introduo

    Faz-se necessrio sair de dentro do sistema e contempl-io de uma perspectiva mais ampla e diferente a fim de avali-lo, coisa que nenhum ser humano pode fazer, j que faz parte, est imerso nesse sistema. Assim, algumas perguntas se impem: Como se pode sair de um sistema para uma estrutura de referncia mais ampla quando o prprio sistema se arroga abranger toda a realidade? O que acontece quando atingimos as margens do Universo? O que h alm? Se houvesse uma estrutura de referncia mais ampla a partir de onde julg-lo (talvez Deus), ento o prprio sistema no seria todo abrangente, como o materialismo cientfico muitas vezes alega.

    Na verdade, tudo ficaria mais claro (e lgico) se as pessoas admitissem, como fez Galileu, que tanto a natureza quanto as Escrituras Sagradas so obra do mesmo Autor e, embora utilizem linguagem diferente (mas apontem para o amor e o poder de Deus), no esto em contradio para o observador atento. "No sabemos o que e quanto desconhecemos", escreveu o zologo Dr. Ariel Roth. "A verdade precisa ser buscada, e devia fazer sentido em todos os campos. Devido ao fato de ser to ampla, a verdade abrange toda a realidade; e nossos esforos para en- contr-la deveriam tambm ser amplos."*

    A proposta deste livro buscar respostas, sob a tica da cincia e da religio, para perguntas* Ariel A. Rolh, Origens (Casa Publicadora Brasileira), p. 51.

  • Pof Que Creio

    fundamentais como: De onde viemos? Fra onde vamos? Por que estamos aqui? Ou, talvez, suscitar ainda mais perguntas que nos faam perceber humildemente que, como seres finitos, ainda estamos longe de compreender o Universo e seu Autor.

    Respondendo ao desafioEm agosto de 2001, a revista Galileu pu

    blicou um artigo intitulado "Criacionismo - a religio contra-ataca". No fim do texto, claramente preconceituoso, h uma entrevista com a professora de histria da cincia Vassiliki Betty Smocovits. Ela faz srias afirmaes: " irritante ver esses 'especialistas autoproclamados' fazendo pronunciamentos sobre a estrutura e legitimidade da biologia evolutiva, quando eles no tm absolutamente nenhuma credencial, treinamento ou reconhecimento na rea. f...] Quanto aos criacionistas modernos, eu acho que eles apelam para um certo sentimento anti-intelec- tual populista. [...] Para eles, os evolucionistas so um bando de dogmticos, uma elite pedante." Ser mesmo essa a realidade? No haver nenhum pesquisador autorizado no campo do criacionismo? Este livro visa provar o contrrio.

    A f em uma inteligncia superior, um Criador pessoal Todo-poderoso, algo bastante subjetivo; portanto, alm dos domnios do laboratrio e da demonstrao concreta. Mas nem por isso incompatvel com a cincia experimental.

  • Introduo ^

    "A cincia sem a religio manca; a religio sem a cincia cega", disse Albert Einstein. E para demonstrar que possvel conciliar a f em Deus com a pesquisa cientfica, este livro traz doze entrevistas com pesquisadores srios, nas reas de Biologia, Engenharia, Bioqumica, Arqueologia, Fsica, Geologia, Teologia e Matemtica - todos falando da razo que tm para acreditar no Criador do Universo. Com exceo do bioqumico Michael Behe, que norte-americano e no criacionista, os demais so brasileiros e criacionistas.

    Tenho o prazer de apresent-los a voc. Boa leitura!

    Michelson Borges

    [www.criacionismo.com.hr]

  • F ilosofia ? CRIACIONISTA

    Ruy Carlos de Camargo Vieira

    Adentramos um novo milnio mas a discusso em torno da cincia e da religio mostra-se longe de chegar ao fim. Vrios livros abordando o assunto da origem da vida e do Universo tm sido publicados. Mais e mais pessoas tm-se conscientizado a respeito da complexidade inegvel do micro e do macrocosmo. Desde o microscpico tomo s gigantescas galxias, um enorme campo de pesquisa se abre tanto a cientistas como a telogos.

    Um desses pesquisadores apaixonado pelo assunto o Dr. Ruy Carlos de Camargo Vieira. Ele nasceu em 1930, natural de So Carlos, SP, e engenheiro mecnico e eletricista, formado pela Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. Dedicou-se carreira docente, lecionando Mecnica dos Fluidos, de 54 a 56, no ITA (Instituto Tecnolgico de Aeronutica). Em julho de 1956, passou a lecionar Fsica Tcnica (nome italiano dado

  • Filosofia cri acionista

  • Quais so as principais diferenas entre os modelos criacionista e evolucionista?

    O criacionismo parte do pressuposto de planejamento, desgnio e propsito no Universo. Ao passo que o evolucionismo parte de um princpio inteiramente oposto: o acaso. Segundo o evolucionismo, portanto, no h planejamento na natureza, as coisas acontecem casualmente, aleatoriamente. Fundamentalmente, os modelos criacionista e evolucionista so duas posies filosficas e no cientficas, que tm a ver com pressupostos a respeito do Universo no qual estamos inseridos.

    O que um modelo ou teoria?No estudo do Universo, h a necessidade de

    uma certa sistematizao. Da surge uma metodologia para esse estudo e so feitas hipteses. Existem certas teses pr-concebidas e as hipteses, muitas vezes, so feitas para auxiliar a defesa dessas teses. E a que comea toda a estruturao da filosofia da cincia, pois para se trabalhar com cincia, h necessidade de certos parmetros e a investigao do Universo se d dentro desses parmetros.

    Modelo sempre algo estruturado mentalmente para tentar reproduzir da maneira mais aproximada possvel a "realidade" {que no campo da filosofia inatingvel, pois nem tudo mensurvel). O que acontece que muitas hipteses acabam sendo assimiladas e divulgadas como verdades absolutas, "cientficas", quando, de fato, no so.

    Por Que Creio

  • Filosofia criacioflisfa ^

    A primeira distino que deve ser feita entre a filosofia da cincia e a cincia propriamente dita. Um bom exemplo o desenvolvimento da civilizao em torno de 4.000 a.C. No h absolutamente registros de nenhuma natureza que nos permitam tirar concluses "cientficas" a respeito desse desenvolvimento; s podemos criar hipteses, que permanecem no campo das conjecturas. Por outro lado, quando podemos mensurar as trs grandezas fundamentais (comprimento, tempo e massa), e as demais grandezas delas derivadas, podemos ter um conhecimento experimental das coisas: isso cincia na mais pura acepo da palavra. A partir disso, devem-se utilizar hipteses e construir modelos que devem ento ser testados para verificar sua adequao ou no, permitindo, depois, a teorizao daquilo que est sendo estudado.

    possvel harmonizar f e cincia ?Essa pergunta constitui um aspecto especfico

    do caso mais geral que tem que ver com a crescente influncia da cincia e da tecnologia modernas na vida diria em nossos dias, que, em seu extremo, leva alegao de que o cristianismo em geral e a Bblia em particular esto superados em face de numerosas "comprovaes cientficas" que desautorizam a crena nos seus ensinos bsicos.

    Nesse sentido, diversos questionamentos so feitos usualmente, como os seguintes:(1) Pode um cristo hoje ainda ser cientista? Pode

    um cientista ser hoje ainda um cristo?

  • Por Que Creio

    (2) A cincia moderna j no demoliu a base da f crist?

    (3) A fidelidade ao cristianismo exige que sejam rejeitadas todas as teorias da cincia moderna?

    (4) Devemos viver considerando a cincia e a f crist como coisas inteiramente separadas entre si?

    (5) Teria a cincia comprovado a f crist, como alguns cristos alegam?

    (6) O que dizer dos que afirmam que o desenvolvimento cientfico atual exige que se inventem uma nova cincia e uma nova teologia mais adequadas para o novo milnio? Questes como essas podem ser respondidas

    de forma satisfatria tanto para a autntica f crist como para a cincia autntica, desde que sejam levadas em conta as perspectivas corretas. Por isso, deve-se evitar a falsa dicotomia entre f e razo. De fato, f e razo constituem aspectos essenciais de todas as atividades humanas, a includas tanto a cincia como a teologia crist. Ambas fazem suposies (f) e, a partir delas, tiram concluses (razo). A f em ser o Universo algo racionalmente compreensvel constitui uma hiptese da cincia. A f nessa hiptese no somente motiva os cientistas a pesquisar, mas realmente torna a pesquisa possvel e eficaz. Essa mesma f pode constituir uma concluso razovel proveniente do ensino bblico a respeito de o Universo ter sido criado por um Deus racional. Assim, cincia e f no so conceitos que

  • Filosofia criacionista

    se contrapem. Blaise Pascal, filsofo naturalista cristo, afirmava que a cincia a atividade de "acompanhar os pensamentos de Deus".

    H vantagens na combinao entre a f que provm das Escrituras e a cincia. Qualquer delas sozinha pode conceder-nos informaes valiosas, como ilustrado nas extremidades da esquerda e da direita do diagrama acima. As riquezas de interpretao resultam quando ambas - cincia e Bblia - se combinam, como ilustrado na poro central

    possvel ser evolucionista e crer na Palavra de Deus ao mesmo tempo ?

    No. Evolucionismo e Bblia no se harmonizam, pois a Bblia essencialmente criacionista. Qualquer tentativa de se harmonizar a evoluo com a Palavra de Deus leva a dificuldades que se somam: as dificuldades que o criacionismo tem com as dificuldades prprias do evolucionismo. muito pior querer fazer um hbrido. No entanto, tanto o hbrido quanto qualquer dos dois extremos so aceitos pela f. No h como se "comprovar" cientificamente qualquer um dos modelos, porque so filosofias. No so cincia.

  • Mencione algumas incoerncias que surgem ao se tentar hibridizar o evolucionismo com a Bblia.

    Essa "hibridizao" do evolucionismo com a Bblia, pensam alguns (s vezes designados como "concordistas"), seria possvel na tentativa de conciliar a teoria evolucionista com a f em um Deus Criador. Rara esses concordistas, a matria criada por Deus teria a faculdade inerente de evoluir, pois Deus a teria criado para e pela evoluo.

    Pelo menos os seguintes pontos fundamentais podem ser destacados nessa tentativa concordis- ta, quanto ao aspecto de incoerncia resultante:

    No mbito cientfico, j que a tese transformista no apresenta o carter de "quase certeza" que se deseja atribuir a ela, seria temerrio comprometer a f, de qualquer modo, com um terreno to inseguro.

    No mbito religioso existe, na realidade, uma incompatibilidade evidente, pois os textos bblicos sobre a Criao ensinam exatamente o contrrio da noo bsica do transformismo. A tentativa concordista exige a interpretao dos primeiros onze captulos do livro de Gnesis como relatos simblicos ou folclricos, descaracterizando o significado histrico e literal das razes fundamentais do cristianismo - uma Criao perfeita, uma queda subsequente e um plano para a salvao do ser humano, centrado na morte substitutiva de Cristo. A aceitao da

    Q Por Que Creio

  • posio concordista (como de qualquer outra posio baseada na concepo evolucionista) lana por terra a figura de Cristo como Salvador e Sua atuao como Redentor.

    Alm disso, a concepo fundamental da teoria da evoluo a atuao do acaso, ao longo de extensos perodos de tempo, com a excluso, a priori, das causas supra naturais (planejamento, desgnio, etc.) na origem e no desenvolvimento da vida. Envolve tambm a incluso de processos sucessivos de tentativa e erro, incompatveis com o poder, sabedoria e bondade de um Criador revelado na Bblia como um Deus de amor.

    Com relao a este assunto, recomendamos a leitura do livro Em Busca das Origens: Evoluo ou Criao, traduzido pela Sociedade Criacionista Brasileira. Ele trata, entre outras coisas, das dificuldades da viso de mundo evolucionista, como tambm da impossibilidade de harmonizao das duas vises extremas: evolucionista e criacionista.

    A Bblia fala sobre cincia?A palavra cincia em nossa lngua provm do

    latim scientia, que tem o sentido de "conhecimento", e "habilidade" ou "capacidade". Essa palavra em latim derivada de sc/o (do verbo scire), que originalmente significava "decidir", e que no decorrer do tempo tomou a acepo de "saber". Podemos ver a interessante paralelismo com o texto bblico de Gnesis 2, versos 9 e 17,

    Filosofia criacionista

  • onde a rvore do conhecimento (ou cincia) do bem e do mal est intimamente relacionada com a capacidade de deciso ou o livre-arbtrio.

    Evidentemente os termos usados nos originais hebraico e grego da Bblia com o sentido de "cincia", "conhecimento", nem sempre so traduzidos pela mesma palavra em portugus, pois existe liberdade para os tradutores escolherem os sinnimos que preferirem, logicamente sem prejuzo do sentido do texto original. Exemplo dessa liberdade exatamente aquele que j mencionei - com relao rvore da cincia (ou do conhecimento) do bem e do mal.

    Se escolhermos a traduo da Bblia em portugus feita por Joo Ferreira de Almeida, conhecida como Edio Revista e Atualizada no Brasil, e pesquisarmos a palavra cincia, encontraremos 12 passagens no Antigo Testamento, e seis no Novo Testamento, nas quais aparece a palavra cincia no singular ou no plural. No plural so quatro as passagens, todas no livro de xodo, referindo-se sempre s "cincias ocultas" dos magos do Egito, expresso esta traduzida em outras edies da Bblia como "encantamentos", "artes secretas", ou "artes mgicas".

    No singular, so traduzidas por "cincia" palavras que em outras tradues tm o sentido de "conhecimento" e "sabedoria", destacando-se particularmente em seis passagens do Novo Testamento a traduo da palavra grega gnosis (ou de palavra cognata) como "cincia",

    Por Que Creio

  • Filosofia criacionista Q

    no sentido de ''conhecimento". Nas tradues mais usuais em lngua inglesa, a traduo de gnosis knowledge (palavra derivada do verbo to know - "conhecer" - tambm proveniente da mesma raiz de gnosis). Diga-se, de passagem, que "conhecimento" e "conhecer" so palavras portuguesas tambm derivadas do grego gnosis, atravs da raiz latina gnos, que se encontra por exemplo no verbo gnosco, "conhecer".

    A palavra "cincia", com esse sentido de "conhecimento" e "sabedoria", encontra-se em quatro passagens do Antigo Testamento, alm das seis passagens especficas do Novo Testamento, sendo traduzida usualmente na lngua inglesa por knowledge, e tambm por wisdom. Alm dessas passagens, mais outras trs associam cincia outros atributos, como sabedoria, destreza e entendimento.

    Resta uma passagem, no Antigo Testamento, onde "cincia" vem associada mais diretamente ao conceito moderno de cincia aplicada. Essa passagem se encontra no primeiro livro de Reis, captulo 7, verso 14. Ali, fala-se de Hiro, artfice famoso que colaborou na construo dos palcios de Salomo, e do Templo de Jerusalm, e dito que ele "era cheio de sabedoria (wisdom, em ingls), e de entendimento, e de cincia para fazer toda obra de bronze".

    Observa-se, portanto, que na Bblia "cincia" tem um sentido peculiar (como se pode inferir das passagens que mencionei), nada tendo que ver

  • com o conceito atualmente associado palavra em seu sentido mais usual. Na realidade, o prprio conceito moderno de "cincia" passou a corresponder a uma acepo que aos poucos foi sendo formada no mbito dos crculos eruditos, chegando a caracterizar algo que apresenta um contedo inquestionvel, uma verdade absoluta acessvel somente aos iniciados, correspondendo nica viso de mundo aceitvel da "filosofia natural".

    Mas bom deixar claro que, onde a Bblia fala sobre cincia (mesmo de acordo com a compreenso moderna da palavra), ela exata.

    Os chamados pais da cincia moderna - Newton, Galileu, Kepler e outros - eram cristos. isso no sugere que perfeitamente possvel conciliar a religio bblica com a pesquisa cientfica?

    De fato, uma das grandes falcias propagadas pela doutrinao evolucionista que o cristianismo bblico est em conflito com a cincia, e que portanto os cientistas no podem crer no que diz a Bblia. Os evolucionistas fazem isso utilizando os meios de comunicao e principalmente livros- textos em todos os nveis escolares. Entretanto, milhares de grandes cientistas do passado e do presente foram e so cristos que adotaram e adotam a Bblia como revelao inspirada por Deus, perfeitamente compatvel com um Universo criado pelo prprio Deus e regido por leis estabelecidas por Ele mesmo, para dar estabilidade aos sistemas daquilo que chamamos de "natureza".

    Por Que Creio

  • No contexto de sua pergunta, seria interessante considerarmos algo mais a respeito tanto dos chamados "pais" da cincia moderna quanto dos que hoje dedicam a vida pesquisa cientfica, por isso chamados "cientistas" no senso estrito da palavra.

    Assim, pode-se dizer que, de maneira geral, o surgimento da cincia moderna est associado ao perodo da Renascena, embora suas razes se aprofundem at a Antiguidade Clssica. De maneira mais especfica, o incio do que se pode chamar de "revoluo cientfica" ocorreu a partir do movimento da Reforma Protestante, embora tambm anteriormente possam ser citados no seio da comunidade catlica numerosos grandes cientistas. Mesmo que nesse alvorecer da cincia moderna houvesse um amplo espectro de opinies teolgicas e de interpretaes da Bblia, algo era comum a esses cientistas nos seus esforos para a organizao das bases da cincia que ento estavam lanando: ao procurarem explicao para os fenmenos observados na natureza, eram conduzidos pela firme convico na existncia de um Deus Criador, e tambm na necessidade absoluta de existir um planejamento inteligente com leis coerentes que poderiam ser inferidas mediante metodologias de pesquisa adequadas. Este o testemunho da histria da cincia, embora nem

    * Nota do entrevistador: Movimento artstico e cientfico dos sculos XV e XVI, que pretendia ser um retorno Antiguidade Clssica.

    Filosofia criocionista

  • Por Que Creio

    sempre seja devidamente destacado pelos meios de comunicao e pelos livros-textos escolares.

    Por outro lado, atualmente h entre os cientistas cada vez mais pessoas que passaram pelos caminhos rduos de estudo e aprendizagem, submetendo-se ao crivo da crtica de seus colegas mais experientes, at chegarem a ser reconhecidos como membros da "comunidade cientfica". Devido forte nfase dada no campo da cincia ao empirismo,* lgica e ao rigor matemtico, no surpreende que geralmente os cientistas tambm demonstrem em suas atitudes e comportamento pessoais caractersticas correspondentes a essa nfase. Entretanto, a imagem que se faz do cientista como pessoa desprovida de f, em funo dessas caractersticas, no corresponde realidade, pois no obstante sua formao e suas realizaes e contribuies no campo da cincia, eles so pessoas comuns como quaisquer outras, com suas necessidades emocionais e espirituais, no havendo nenhuma razo pela qual devam se sentir impedidas de exercer f religiosa como qualquer outra pessoa. O prprio trabalho do cientista parte de pressuposies que ele procura comprovar mediante a utilizao do mtodo cientfico, processo este que absolutamente idntico ao processo do desenvolvimento da f no plano espiritual. Por esse motivo, tambm hoje nada h que se oponha firme convico dos cientistas na existncia de um Deus Criador e na necessidade

    * N.E.: Empirismo a crena de que o conhecimento derivado da experincia dos sentidos.

  • Filosofia criacionista

    absoluta de um planejamento inteligente, como "pano de fundo" para a conduo de suas pesquisas na procura de explicao para os fenmenos observados na natureza, apesar dos enganos propagados pela doutrinao evolucionista. Trata-se, na realidade, apenas de escolha entre um ou outro pano de fundo, ou na linguagem mais erudita da filosofia da cincia, entre duas estruturas conceituais igualmente vlidas para a pesquisa da natureza.

    Sendo a cincia uma inveno humana, no pretenso querer mensurar ou descobrir o absoluto (Deus) com algo humano e, portanto, finito?

    Realmente. Tanto na cincia como na teologia, penso que deve haver uma dose maior de humildade por parte de todas as pessoas que se envolvem na discusso a respeito da origem de todas as coisas.

    O sucesso da cincia experimental no estaria fazendo com que as questes que dizem respeito cincia histrica acabem sendo aceitas sem questionamento?

    Creio que, inicialmente, seja oportuno explicitar os conceitos de "cincia experimental" e "cincia histrica". Quanto a essas definies, permito-me fazer referncia conceituao, talvez mais apropriada, de "cincia terica" e "cincia histrica" que se encontra no livro publicado pela Sociedade Criacionista Brasileira, intitulado Evoluo - Um Livro-Texto Crtico.

  • Por Que Creio

    Em sntese, a "cincia experimental" paradoxalmente a "cincia terica", isto , o processo pelo qual se pesquisa experimentalmente se as previses deduzidas a partir de uma teoria previamente estabelecida efetivamente correspondem realidade. Se essa comprovao no ocorrer, a teoria dever ser modificada ou rejeitada. Conforme afirmou Einstein: ''Apenas uma teoria pode nos dizer quais experimentos so de interesse."

    Quando se procura esclarecer a histria dos seres vivos atuais a partir de observaes diretas ou de anlises experimentais, esbarra-se em uma dificuldade intransponvel, pois informaes a esse respeito s poderiam ser fornecidas por documentos histricos que so as testemunhas e os vestgios imediatos ou indiretos do passado. Assim, a pesquisa da origem da vida e das espcies tem que ser considerada primordialmente como cincia histrica.

    Neste caso, como tambm na cincia terica, somente possvel dizer que uma teoria no est em contradio com os dados, mas nunca que ela pode ser provada irrevogvel mente como verdadeira.

    * * N.E.: Espcie a unidade bsica da classificao biolgica. Os membros de uma espcie guardam semelhanas entre si, e geralmente podem se cruzar somente com outros membros da mesma espcie. Os bilogos utilizam o seguinte sistema hierrquico (cada categoria 6 uma subdiviso da que a antecede): Reino, Filo (animais), Diviso (plantas), Classe, Ordem, Famlia, Gnero e Espcie.

  • Filosofia cracionistu

    Em face dessas observaes, muito difcil falar em "sucesso da cincia experimental". A esse respeito, deve-se lembrar tambm os esclarecimentos deThomas Kuhn sobre a "estrutura das revolues cientficas",* no que diz respeito s precaues quanto a aceitar quaisquer teorias sem o devido questionamento sobre seu campo de validade, dentro das limitaes estabelecidas na sua estruturao.

    Talvez esta pergunta tenha que ver mais com o comportamento dos meios de comunicao e dos livros didticos do que com a atitude dos cientistas que desenvolvem suas pesquisas com conhecimento das limitaes inerentes ao prprio mtodo cientfico.

    O senhor v evidncia de planejamento no Universo?

    Sem dvida. Desde o microcosmo at o ma- crocosmo; em tudo. Consideremos, por exemplo, a estrutura atmica, molecular e cristalina das substncias. Como explicar o surgimento

    * N.E.: O livro de Kuhn, A Estrutura das Revolues Cientficas (Ed. Perspectiva), trata de forma convincente das mudanas de paradigmas ao longo do tempo. Kuhn afirma que os pesquisadores so treinados para ver o mundo de acordo com sua formao cientfica. Um bom exemplo mencionado nas pginas 75 e 76: Um tomo de hlio ou no uma molcula? Para o qumico, uma molcula porque se comporta como tal do ponto de vista da teoria cintica dos gases. Para o fsico, o hlio no uma molcula porque no apresenta espectro molecular. E Kuhn conclui: "Suas experincias na resoluo de problemas indicaram-lhes o que uma molcula deve ser."

  • Por Que Creio

    dessas coisas por acaso? Molculas orgnicas que tm a ver com a vida... Tudo isso indica que houve um planejamento. Se tudo fosse meio catico, no haveria cristal, tudo seria amorfo. No haveria tomos* especficos em uma cadeia da tabela peridica. (A prpria existncia de uma tabela peridica, onde se podem fazer previses a respeito das caractersticas dos elementos, significa que h uma ordem, que o contrrio da desordem caracterstica da aleato- riedade, do acaso. A ordem caracterstica de planejamento, desgnio.)

    Considerando a Terra, o sistema solar, a nossa e outras galxias, vemos uma estrutura coerente e lgica a tal ponto de podermos estabelecer modelos que indicam planejamento. Tente fazer um modelo do comportamento da economia de certos pases do chamado Terceiro Mundo, por exemplo. algo extremamente difcil, pois h muitos fatores caticos e aleatrios que acabam interferindo, como a bolsa de Hong Kong, portarias do governo, ou mesmo uma geada em outro pas; tudo isso influi.

    O prprio fato de poder existir cincia - que pressupe que a determinadas causas vo corresponder

    * N.E.: Os tomos so os "blocos de construo" bsicos com os quais tudo feito. Consistem de uma "nuvem" de eltrons carregados negativamente rodeando um ncleo formado de prtons carregados positivamente, e em geral tambm de numerosos nutrons sem carga eltrica. O tomo uma partcula extremamente pequena, podendo ser "visto" apenas com microscpio eletrnico.

  • Filosofia criacionista

    determinados efeitos - j mostra planejamento no Universo. Seno, hoje largaramos algum objeto eele cairia. Amanh, subiria. Depois, iria para o lado; e assim por diante. Mas no. As coisas invariavelmente tm a tendncia de cair, o que permitiu a Nevvton descobrir (pois j existia) a Lei da Gravidade.

    O conceito de uma criao divina transcende a Bblia, no mesmo?

    O conceito de mundo ordenado, provindo de planejamento, propsito e desgnio realmente transcende o pensamento judaico-cristo, como se pode verificar nas breves citaes muito bem documentadas transcritas do livro Depois do Dilvio (SCB), de autoria de BiII Cooper: " com um misto de surpresa que descobrimos exatamente que o conhecimento e a apreciao profundos de um Deus Criador eterno e todo-poderoso, a Sua paternidade de toda a humanidade, e Seus atributos infinitos, encontram-se nos escritos de vrios historiadores no mundo antigo, bem como nos ensinamentos dos mais antigos filsofos. de suma importncia que nos familiarizemos com esta verdade ao comearmos nossas pesquisas sobre a Tabela das Naes e o conhecimento que aqueias naes, apesar de pags, tinham daqueles patriarcas e eventos to familiares para ns atravs do relato do livro de Gnesis.

    * N.E.: A Tabela das Naes um dos mais antigos documentos histricos do mundo, que compreende os captulos 10 e 11 do livro de Gnesis.

  • "To profundos eram a concepo e o conhecimento de Deus entre certos povos pagos do mundo antigo, e em particular no mundo greco-romano, que at mesmo iniciou-se ento a controvrsia (que deveria manter-se acesa durante muitos sculos) entre os que propagavam e preservavam aquele conhecimento de Deus como Criador, e os que procuravam destru-lo atribuindo a criao do Universo a foras puramente naturais. deveras surpreendente a notvel semelhana entre essa controvrsia no mundo pago e a que hoje se alastra entre cria- cionistas e evolucionistas. [...] Primeiramente, entretanto, devemos compreender algo a respeito da profundidade da concepo filosfica pag sobre a existncia de um Deus verdadeiro. Deparamo-nos com essa concepo em lugares mais distantes entre si, e entre culturas to diversas social e politicamente como as da Grcia e da China. Por exemplo, os escritos do taoista Lao-ts floresceram na China do sexto sculo a.C. Desses escritos extrada esta afirmao profunda relativa existncia e aos atributos de Deus: 'Antes do tempo, e durante todo o tempo, tem existido um Ser com existncia prpria, eterno, infinito, completo, onipresente... Para alm deste Ser, antes do incio, no havia nada/

    "E claro que Lao-ts possivelmente no teria retirado de alguma cpia do livro de Gnesis tal percepo a respeito de Deus. Entretanto, visto que tambm outros filsofos pagos de diferentes

    o Por Que Crew

  • Filosofia riaonista O

    culturas juntaram suas prprias convices do sbio chins Lao-ts (sem mesmo levarmos em conta todos aqueles que viveram anteriormente a ele), torna-se bvio, imediatamente, que at mesmo aquela cpia de Gnesis no teria sido necessria. Frece que, contrariamente maioria das hipteses da psicologia moderna sobre o assunto, o conhecimento de Deus de fato inato ao ser humano. uma percepo interior que bem pode ser despertada e aperfeioada mediante o recebimento da Raiavra de Deus, porm certamente algo que existe muito independentemente do conhecimento das Escrituras. ...

    "No sendo das Escrituras, que eram desconhecidas desses povos, de onde seria? No sendo de ensinamentos de missionrios cristos, que inexistiam ento, de quem seria? Pois, imperfeito como pudesse ter sido o conceito de Deus entre os povos pagos da Antiguidade, na realidade ele era muito real, frequentemente profundo, e somente poderia ter-se fundamentado sobre um corpo de conhecimentos que houvesse sido preservado entre as raas antigas a partir de um determinado ponto na Histria. Isso se torna evidente ao nos depararmos com as famlias humanas em disperso a partir de um determinado local em direo a todo o globo. Entretanto, dificilmente poder ser negado que o conceito de Deus fosse realmente profundo, e em muitos casos inspirador, como testifica este antigo texto de Hierpolis, no Egito: 'Eu sou o criador de

  • tudo que existe ... que surgiu a partir de minha boca. Os cus e a terra no existiam, nem tinha sido criada a erva do campo nem as coisas que rastejam. Eu as fiz surgir do abismo primordial, a partir de um estado de no existncia../

    "No seria demasiado insistir que o conceito egpcio da criao divina do Universo era to arraigado, que em todo o Egito ele comandava todas as esferas de pensamento e ao poltica, educacional, filosfica, etc. Merece tambm ser considerado que, entre a vasta quantidade de literatura recuperada do antigo Egito, no existe nenhum registro que sugira alguma vez ter sido desafiado esse ponto de vista. Em lugar algum em toda a longa histria do Egito, nenhum filsofo surgiu preparado para propagar a noo de que o Universo tivesse vindo existncia pela atuao de foras e processos no divinos. Na realidade, houve outros tipos de herticos e dissidentes, dentre os quais, de maneira notvel, o fara Akhena- ton, que procurou persuadir todo o Egito de que havia somente uma divindade e no as muitas que os egpcios adoravam, o que, porm, no era um conceito atesta ou materialista que negasse a posio e a realidade de um Criador. Ao contrrio, foi um esforo por parte de Akhenaton, apesar de finalmente no ter sido bem-sucedido, para varrer muito do entulho que naqueles dias encobriam a pureza do conceito de um tal Criador/'

    Evidentemente, a civilizao greco-romana e posteriormente o pensamento medieval, nada

    Por Que Creio

  • Filosofia criacionista O

    mais fizeram do que dar continuidade a essas antiqussimas concepes, que entendo derivarem de uma revelao divina dada ao ser humano em sua prpria origem. Lamentavelmente, o espao limitado para destacarmos outros interessantes aspectos relacionados com essa pergunta especfica, mas recomendamos aos interessados a leitura do livro de Bill Cooper.

    O que a Sociedade Criacionista Brasileira, da qual o senhor presidente?

    Na minha carreira de docente universitrio, como tambm no acompanhamento dos estudos de meus filhos no curso secundrio e no preparo para o concurso vestibular, bem como na observao dos acontecimentos sociais, polticos, econmicos, cientficos e tecnolgicos, pude perceber como as doutrinas evolucionistas foram sendo introduzidas nos livros-textos e assimiladas e divulgadas gradativamente pelos meios de comunicao, passando mesmo a pautar o comportamento social em vrios setores da atividade humana.

    Peia providncia divina, chegaram s minhas mos (isso h cerca de trinta anos) notcias sobre a existncia de sociedades criacionistas no exterior, com intensa atividade de divulgao de literatura a respeito da controvrsia entre o criacionismo e o evolucionismo. Devido s circunstncias que mencionei, interessei-me peta fundao de uma sociedade congnere no Brasil, j que era extremamente escassa a literatura criacionista em lngua

  • portuguesa, e se fazia sentir bastante a sua falta. Assim, em 1972, foi fundada a Sociedade Criacio- nista Brasileira, tendo incio a publicao do seu peridico - a Folha Criacionista (hoje Revista Cria- cionista) - que chegou a mais de 60 edies, ao longo desse perodo de trs dcadas.

    A continuidade desse trabalho durante tanto tempo foi um verdadeiro milagre, devendo-se agradecer a Deus o sucesso alcanado em termos de um enorme nmero de pessoas interessadas que se beneficiaram, de uma forma ou de outra, com o trabalho realizado. Agradecimentos devem tambm ser estendidos a muitas pessoas que colaboraram de diferentes formas para tornar realidade esse empreendimento.

    (Mais detalhes sobre a Sociedade Criacionista Brasileira e suas atividades podem ser encontrados na Internet, no site www.scb.org.br, ou pelo e-mail [email protected], ou ainda pela Caixa Postal 08743, CEP 70312-970, Braslia, DF.)

    Por que o senhor criacionista?Entendo que tornar-se criacionista uma con

    sequncia lgica de tornar-se cristo. Ser cristo aceitar Cristo como Salvador e, portanto, aceitar a revelao exposta na Bblia, especialmente no que diz respeito ao relato da criao de um mundo perfeito, da provao e da queda subsequentes, com todas as suas consequncias deletrias.

    No tive educao religiosa no lar, e dada a minha educao escolar at o nvel universitrio

    Por Que Creio

  • Filosofia criacionista Q

    ter sido centrada nos parmetros agnsticos, e mesmo atestas, vigentes em nosso pas, no tive educao religiosa tambm nos bancos escolares. Dessa forma, s vim a conhecer o cristianismo como experincia pessoal, pela providncia de Deus, j no fim de meu curso de Engenharia. Evidentemente ento ocorreram conflitos em minha mente entre o conhecimento adquirido at ento e a nova perspectiva que se abria diante de mim, de um mundo criado, mantido e dirigido por um Deus que manifesta propsito, desgnio e planejamento em todas as Suas obras.

    Dou graas a Deus por ter conseguido superar todas as barreiras que se interpuseram no caminho de minha converso! Hoje posso associar de forma bastante coerente a imagem de um mundo perfeito criado por Deus, e a degradao decorrente da entrada do pecado neste mundo, com princpios bsicos da cincia que aprendi na minha carreira de estudante, e que posteriormente integraram o contedo de disciplinas que vim a ministrar como docente universitrio. Por exemplo, a Primeira e a Segunda Lei da Termodinmica, envolvendo consideraes filosficas sobre o conceito de entropia, ordem e desordem, direcionalidade, decaimento e degradao.

    Hoje, em todos os campos do conhecimento humano com os quais tive de me relacionar, vislumbro a perfeita coerncia da viso criacionista com os fatos e as evidncias neles encontrados.

  • Probi rmas no? EVOLUCIONISMO

    Mareia O liveira de Paula

    A Dra. Mareia Oliveira de Paula biloga, formada em licenciatura e bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde tambm concluiu seu mestrado em Cincias, com nfase em Microbiologia. De 1989 a 1991, lecionou as disciplinas Gentica, Evoluo e Embriologia em vrias universidades e faculdades particulares, em Minas Gerais. Em 1998, concluiu seu doutorado na USP (tambm na rea de Microbiologia).

    Atualmente*, alm de professora das disciplinas Gentica l, Gentica II e Evoluo, tambm coordenadora do curso de Cincias Biolgicas do Centro Universitrio Adventista de So Paulo (UNASP), campus So Paulo, e do Ncleo de Estudos das Origens (NEO). O grupo desenvolve trabalho de divulgao de estudos criacionistas em igrejas, universidades, escolas, etc.

    A Dra. Mareia nasceu no dia 23 de maio de 1960, em So Paulo. Porm, morou a maior parte

  • de sua vida em Minas Gerais, principalmente em Juiz de Fora e Belo Horizonte. S voltou para So Paulo em 1991, para fazer o doutorado.

    O caderno "Mais!", do jornal Folha de S. Paulo (31/12/98), apresentou artigos sobre o evolucionismo, dizendo que essa teoria um dos principais debates deste incio de sculo. Por que> depois de quase um sculo e meio da formulao da teoria de Darwin, os evolucionistas ainda no chegaram a um consenso?

    Nenhuma das teorias atuais explica todos os pontos da evoluo. Embora muitos experimentos tenham sido feitos e muita coisa tenha sido discutida, no se tem uma teoria para explicar a origem da vida, de maneira clara.

    Temos que lembrar, tambm, que a cincia no algo esttico. Ela est sempre mudando. medida que se conhece mais, novas opinies surgem. Alm disso, grande parte dos cientistas considera a evoluo um fato. Acreditam que so as teorias que mudam para explicar a evoluo. E ns, cria- cionistas, contestamos isso porque evidncias no so provas. E a evoluo s dispe de evidncias.

    A ideia de um Criador no pode ser provada por experincias de laboratrio. Mesmo assim, podemos considerar o criacionismo "cientfico"?

    Particularmente, no gosto da expresso "criacionismo cientfico" porque, na verdade, o criacionismo cientfico que existia h alguns

    Problemas do volue ionismo

  • anos, talvez com poucas excees, tentava apenas contradizer o evolucionismo. No era "criacionismo" mas sim um "antievolucionismo".

    A cincia atual no aceita a presena do sobrenatural e tenta explicar tudo pelos mecanismos naturais. Os cientistas procuram explicar o comportamento do universo fsico em termos de causas puramente fsicas e materiais, sem invocar o sobrenatural. Visto que o criacionismo explica a origem de tudo como tendo sido criado por Deus, ou seja, aceita a ao do sobrenatural, no pode ser encaixado na definio moderna de cincia. Porm, vrios cientistas criacionistas tm trabalhado em pesquisas cientficas que, embora no provem que o mundo foi criado por Deus, mostram evidncias de alguns aspectos do criacionismo (por exemplo, de um dilvio universal).

    Mas por que no se pode invocar o sobrenatural para explicar a origem de tudo? Michael Behe, autor do livro A Caixa Preta de Darwin, diz que "a preocupao que, se o sobrenatural fosse admitido como explicao, no haveria maneira de deter a tendncia - seria invocado com frequncia para explicar numerosas coisas que, na realidade, tm explicao natural. Trata-se de um medo razovel?" Ele continua dizendo: "A origem da vida e o aparecimento da vida so os alicerces fsicos que resultaram em um mundo cheio de agentes conscientes. A priori, no h razo para pensar que esses eventos bsicos devam ser explicados da mesma maneira que outros eventos fsicos."

    Por Que Creio

  • Um movimento que vem ganhando fora nos ltimos anos e que talvez possa ser chamado de uma verso atual do criacionismo cientfico o do Planejamento Inteligente {Inteiligent Design, em ingls). Os adeptos desse movimento, formado por bilogos, bioqumicos e matemticos, tentam mostrar a inconsistncia do evolucionismo com base na biologia molecular. Para eles, a complexidade da vida requer a existncia de um planejamento inteligente. Prm, ao contrrio dos criacionistas tradicionais, os adeptos da teoria do planejamento inteligente geralmente no especulam sobre a existncia de um Criador ou Suas intenes.

    O criacionismo tambm tem evidncias daquilo que defende?

    Temos muitas evidncias do planejamento do Universo e da vida. Mas isso no prova a existncia de Deus. At que ponto se pode provar que Deus existe? Eu acredito que Deus no quer ser provado. As pessoas devem acreditar nEle pela f. Os evolucionistas tm evidncias que apoiam sua teoria, mas ns tambm temos evidncias que apoiam o criacionismo.

    Quais so as maiores incoerncias do evolucionismo?

    Antes, deixe-me dizer que alguns criacionistas mal-informados acham que no existe nenhuma base para se acreditar na evoluo, mas essas pessoas realmente no conhecem a cincia. lgico

    Problemas do evolucionismo ^

  • que a teoria da evoluo faz algum sentido, porque, se ela fosse totalmente absurda, no haveria milhares de cientistas e uma boa parte da populao que a aceitariam. Existem vrias evidncias que apoiam o evoucionismo, mas tambm muitas outras que apoiam o criacionismo.

    No d para explicar, por exemplo, a origem dos sistemas vivos pela evoluo. Isso no era um problema para os evolucionistas do sculo passado, como Darwin, que acreditavam que as clulas eram organismos muito simples. Mas, hoje em dia, cada vez mais os estudos de biologia molecular e bioqumica esto mostrando que a clula e os sistemas celulares so altamente complexos e o surgimento desses sistemas no pode ser explicado atravs de etapas sucessivas. E o problema da "complexidade irredutvel". Muitos sistemas biolgicos so considerados irredutvel mente complexos, ou seja, efes dependem de vrias partes que tm que interagir. E essas partes no poderiam ter surgido de forma gradual simplesmente porque, se tirarmos uma delas, o todo no funciona mais. Isto um golpe para a evoluo darwiniana, que tenta explicar a evoluo de sistemas complexos atravs de numerosas, sucessivas e ligeiras modificaes.

    * Nota do entrevistador: As clulas so as unidades bsicas com as quais os seres vivos so formados. Cada clula formada de um ncleo central (que contm o D NA), organelas com funes especficas e uma membrana que a separa de outras clulas. Os bilogos estimam que o corpo humano contm aproximadamente cem trilhes de clulas.

    o Por Que Creio

  • E cada uma dessas lentas modificaes deveria conferir vantagem ao organismo, ou ento seria eliminada pela seleo natural.*

    Mencione um desses sistemas de complexidade irredutvel.

    Tomemos o exemplo da coagulao do sangue. A Hemofilia A uma doena que impede a coagulao devido falta de uma substncia chamada Fator VIII da Coagulao. Portanto, se faltar somente essa substncia na circulao sangunea, e a pessoa no se tratar, ela ir morrer. Ento, como a coagulao, que um processo em cascata, onde um componente ativa o outro, poderia ter se desenvolvido a partir do nada, se quando falta uma nica protena, ele no funciona?

    Esses sistemas biolgicos irredutvel mente complexos realmente indicam planejamento. S que a cincia, em vez de estar comemorando a existncia do Planejador, se calou diante dessas evidncias. Por qu? Porque admitir Deus exige compromisso com Ele. E as pessoas querem fugir de um* N.E.: Seleo natural o meio pelo qual a evoluo, supos

    tamente, d origem a novas espcies. De acordo com essa ideia, algumas plantas ou animais tm traos que os fazem mais aptos para competir por coisas como alimento e espao para viver. Por causa disso, eles teriam maior probabilidade de sobrevivncia, e ento geneticamente transmitiriam essas caractersticas favorveis para seus descendentes. No decorrer de muitas geraes, os melhoramentos ocasionados pelas "boas mutaes, favorecidos pela seleo natural, supostamente levariam formao de espcies inteiramente novas.

    Problemas do evolucionismo 9

  • Por Que Creio

    compromisso com o Criador. Se, ao contrrio, surgimos pela evoluo, somos livres para fazer o que quisermos, sem dar satisfao para ningum.

    Estrutura bsica do olho humano. A, corte transversal; B, regio da fvea ampliada; C, parede do olho ampliada; D, bastonetes (a) e cones (b) da retina ampliados. Diante de tamanha complexidade, torna-se compreensvel o que Darwin escreveu: "Parece impossvel ou absurdo, reconheo-o, supor que a [evoluo] pudesse formar a viso" (A Origem das Espcies, p. 168).

  • Problemas do evolocionismo

    A "exploso cambriana" no outra evidncia em favor do criacionismo?

    H pelo menos dois problemas relacionados com esse assunto e que apoiam realmenteo criacionismo. No princpio do perodo Cam- briano* voc tem praticamente todos os fi los representados. Se todos os organismos aparecem no comeo do Cambriano, de onde eles evoluram? Onde esto os ancestrais deles? Alguns dizem: "Ah, no Pr-Cambriano." Mas olhando para o Pr-Cambriano, no encontramos absolutamente nada, a no ser bactrias, algas azuis (cianobactrias) e algas verdes, que so organismos muito menos complexos do que os organismos encontrados nas camadas superiores da coluna geolgica. E todo mundo sabe que, para uma bactria dar origem a um trilobita, seria um salto absurdo, porque os trilobitas so seres altamente complexos. De onde eles evoluram, ento? Alguns poderiam dizer: "Evoluram de animais mais simples." Mas por que nenhum deles se fossilizou? Esse o "grande salto" que a evoluo no explica.

    A falta de elos intermedirios no registro pa- leontolgico outro grande problema para a evoluo. Se o darwinismo verdadeiro, onde esto os fsseis intermedirios entre os grupos de organismos? Deveria haver, na coluna geolgica,

    * N.E.: Posio na coluna geolgica onde aparecem abruptamente grandes quantidades e variedades de fsseis (voltaremos a este assunto na pgina 77).

  • milhares de fsseis de organismos em transio, com caractersticas intermedirias entre dois grupos, mas estes nunca foram encontrados.

    Como j disse, no incio do perodo Cam- briano so encontrados praticamente todos os filos animais. Graficamente, o que vemos ali est mais para um "gramado" do que para uma "arvore", como sugeriu Darwin. Isso corresponde descrio bblica da criao dos "tipos bsicos" que depois sofreram algum tipo de microevoluo e adaptaes.

    Alguns evolucionistas alegam que no existem fsseis de animais no Pr-Cambriano porque estes eram espcies que no possuam partes duras, passveis de ser fossilizadas. Mas, mesmo que os ancestrais dos animais do Cambriano no possussem partes duras, eles deveriam ter deixado fsseis de pistas, pegadas, perfuraes, tubos e outros indcios de presena de animais (denominados icnofs- seis). O registro fssil do Fanerozoico rico em impresses deixadas por animais de corpo mole. S que no Pr-Cambriano no se encontra nada disso, absolutamente, exceto no finalzinho do Pr-Cambriano (Vendiano, onde comeam a aparecer os icnofsseis). E, em certos locais, como no Grand Cannyon, as camadas do Cambriano e do Pr-Cambriano so muito parecidas, exceto pelo fato de o Cambriano ser rico em fsseis e estes serem absolutamente ausentes no Pr-Cambriano.

    Por Que Creio

  • Problmes do evolucionismo

    Alguns autores evolucionistas calculam que animais to complexos como os trilobitas, que so artrpodes, devem ter levado pelo menos1 bilho de anos para evoluir a partir de seres unicelulares. Mas aparecem perfeitamente bem formados no incio do Cambriano, sem indcio algum de ancestrais no Pr-Cambriano. Esse o "grande salto" que a evoluo no explica.

    Por que o salto evolutivo das algas e bactrias para os trilobitas algo to incrvel assim?

    As bactrias e algas azuis (cianobactrias) so organismos denominados procariotas, porque no tm ncleo organizado e suas clulas no possuem organelas, alm de outras diferenas. As algas verdes j so consideradas eucariotas, pois suas clulas possuem ncleo e organelas. Alm disso, elas so multicelulares (compostas por muitas clulas), mas possuem clorofila e fazem fotossntese, o que as distingue dos animais, que precisam de fonte de alimento externa. Trilobitas so animais (portanto, eucariotas), multicelu lares e extremamente complexos, pois possuem tecidos e sistemas de rgos diferenciados, Eles so animais extintos, porm foram classificados como artrpodes, representados atualmente pelos insetos, aranhas, crustceos e centopeias. So animais que possuem sistemas digestrio, reprodutor e nervoso bem desenvolvidos. Possuem tambm olho composto, semelhante ao dos insetos, que extremamente complexo.

  • Nenhum evolucionista acredita que uma bactria ou protozorio poderia ter originado um trilobita. Seriam necessrias milhares de formas de transio entre estes organismos, passando por formas multicelulares simples, vermes e aneldeos. O problema que os fsseis desses intermedirios no so encontrados.

    Por Que Creio

    Trilobitas so animais multicelulares e extremamente complexos. Por que aparecem subitamente no registro fssil? Seriam necessrias milhares de formas de transio, passando por formas multicelulares simples, vermes e aneldeos at se chegar a esses artrpodes. O problema que os fsseis desses intermedirios no so encontrados.

  • E a falta de elos intermedirios no registro fssil um grande problema para a evoluo.

    Sim. Se o darwinismo verdadeiro, onde esto os fsseis intermedirios entre os grupos de organismos? Deveria haver, na coluna geolgica, milhares de fsseis de organismos em transio, com caractersticas intermedirias entre dois grupos, mas poucos exemplos de organismos que poderiam ser realmente considerados como transio entre dois grupos foram encontrados. O prprio Archaeopterix, que era considerado transio entre rpteis e aves, possui penas verdadeiras e por isso deve ser considerado uma ave. Os terapsde- os, um grupo de rpteis considerado transio entre rpteis e mamferos, talvez seja um dos poucos bons exemplos. At agora, nenhum evolucionista conseguiu me dar uma explicao convincente para essa ausncia de fsseis de transio.

    James Gibson diz o seguinte sobre o assunto: "O registro fssil mostra grupos separados em toda a sua extenso. Os grupos fsseis raramente se unem em ancestral idade comum no registro fssil, com exceo, talvez, de uns poucos exemplos nos nveis taxonmicos inferiores, tais como espcies e raas. Os grupos maiores, como filos e classes, mantm suas identidades separadas em toda a coluna geolgica. Isto apoia a teoria das mltiplas ancestral idades separadas. Apesar de se expl icar este fato como sendo devido a um registro fssil incompleto, parece estranho que as maiores lacunas no registro fssil devam ocorrer onde se

    Problemas do evoluciomsmo

  • o Por Que Creio propem as maiores quantidades de mudana. Por exemplo, existem muitos fsseis de moluscos e muitos fsseis de artrpodes, mas nenhum fssil que seja um elo razovel entre estes dois grupos/'*

    A biologia molecular e a bioqumica tm sido uma "pedra no sapato" dos evolucionis- tas. Por qu

    A biologia molecular e a bioqumica esto mostrando cada vez mais a complexidade da clula. Antigamente, os cientistas consideravam os protozorios (organismos unicelulares) muito simples, achando que eles poderiam ter surgido do nada. Isso era conhecido como gerao espontnea. E era fcil acreditar na gerao espontnea, pois se considerava que a clula era simples como um pedacinho de gelatina. Mas quando se comeou a estudar as clulas em microscpios mais potentes, verificou-se que a nica clula de um protozorio, por exemplo, altamente complexa. No d para explicar a origem desses sistemas como vindo do nada. A teoria da evoluo no consegue explicar nem a origem das molculas biolgicas. At hoje no se conseguiu obter a sntese de uma nica molcula de protena sob as supostas condies da "terra primitiva", e nem uma molcula de D NA, que na clula a molcula encarregada da produo das protenas. Lipdios, da mesma forma. At hoje, o mximo que se conseguiu produzir em laboratrio, utilizando as supostas condies da* Anais do 3 Encontro Nacional de Criacionistas, UNASP, 2002.

  • Problemas do evolucionismo

    "terra primitiva", foram alguns aminocidos, que so os componentes das protenas. Mas mesmo que se conseguisse juntar aminocidos para formar protenas ou nucleotdeos para formar molculas de D NA, isso no resolveria o problema, j que molculas funcionais necessitam ter uma sequncia precisa para que possam ter alguma funo. Clculos matemticos mostram a impossibilidade de essas sequncias precisas serem obtidas. Alm disso, mesmo que fossem obtidas molculas de protena e de DNA funcionais, isso ai nda no seria vida. Precisaramos colocar todas essas molculas em uma clula, que tivesse uma membrana, e que conseguisse se reproduzir.

    As protenas nas clulas so produzidas pelo DNA. E o DNA, para se duplicar, precisa de muitas protenas e de enzimas. A vem aquela histria do ovo e da galinha: "Quem surgiu primeiro: o DNA ou a protena?" Os evolucionis- tas criaram a hiptese do "mundo de RNA", ao descobrirem molculas de RNA autocatalticas, ou seja, capazes de se auto-reproduzir. S que, na verdade, mesmo que isso tenha existido no passado, hoje em dia os sistemas biolgicos no funcionam com esse RNA, e sim com DNAs. As protenas so produzidas numa organela da clula chamada ribossomo, que, por sua vez, formado por dezenas de protenas diferentes e mais alguns tipos de RNA (que tambm so produzidos a partir do DNA). Ento, para fabricarmos a "mquina" de produzir protenas, teremos que

  • Por Que Creio

    ter muitas protenas. Mesmo que elas tivessem surgido por acaso, no comeo, como poderiam ter sido produzidas depois?

    Quando se comeou a estudar as clulas em microscpios mais potentes, verificou-se que elas so altamente complexas. No d para explicar a origem desses sistemas como vindo do nada

    Louis Pasteur demonstrou a impossibilidade de vida surgir de matria inorgnica. Por que> mesmo assim, a abiognese ainda defendida por muitos cientistas?

    No passado acreditava-se na abiognese, isto , que a vida podia surgir de no-vida. Muitos cientistas, como Redi, Malpighi e outros, demonstraram essa impossibilidade. Mas, quando os micro-orga- nismos foram descobertos, imaginava-se que, por serem organismos minsculos e simples, estes poderiam surgir por gerao espontnea (abiognese).

  • Problemas do evolucionismo

    Coube a Spallanzani e a Pasteur demonstrar que mesmo esses seres minsculos s podiam surgir da reproduo de outros seres. Pasteur deu ento o golpe mortal na teoria da abiognese.

    Porm, para um evolucionista, se a vida no se originou por fenmenos sobrenaturais, ela s pode ter se originado de matria no-viva. Todo evolucionista precisa ento acreditar em algum tipo de abiognese. A abiognese atual no recebe mais esse nome, e sim outros nomes mais sofisticados, como "sntese pr-bitica em uma sopa primitiva" (ideia proposta por Oparin e Haldane). A origem da vida passa a ser ento um fenmeno rarssimo, que demorou milhes de anos para acontecer e s ocorreu devido a uma srie de condies especiais que teriam existido na Terra primitiva, que no existem mais. Mas, no fundo, ainda abiognese.

    Pasteur demonstrou cientificamente a impossibilidade da abiognese

    O que a senhora acha da origem extraterrestre, ou panspermia csmica ? Existe essa possibilidade? No uma forma de jogar o problema para um campo de discusso inacessvel?

    H uma concordncia entre os cosmologistas de que o sistema solar, incluindo a Terra, teria se

  • originado h cerca de 4,6 bilhes de anos. Nos primeiros 500 milhes de anos, nosso planeta teria sido castigado por imensos meteoros, o que impossibilitaria a origem da vida. Os fsseis mais antigos encontrados so estromatlitos* datados de 3,5 bilhes de anos. Essas estruturas so formadas por colnias de cianobactrias, muito semelhantes aos organismos atuais, que provavelmente j seriam capazes de realizar fotossntese. A fotossntese um processo bioqumico extremamente complexo, que nunca seria esperado nos primeiros seres vivos, que supostamente deveriam ser muito simples. Isso indica, portanto, que a vida deve ter se originado em perodos anteriores a 3,5 bilhes de anos, de acordo com a teoria da evoluo. H outros indcios tambm de atividade biolgica h 3,8 bilhes de anos. O perodo disponvel ento para a origem da vida na Terra seria de cerca de 300 milhes de anos. Esse perodo, em termos evolutivos, extremamente curto para explicar a origem de clulas vivas. Outras hipteses foram ento procuradas para explicar a vida na Terra. Uma delas, a panspermia csmica, diz que a vida se originou em outros planetas, que apresentariam condies mais favorveis, e deve ter sido trazida para a Terra atravs de meteoros. Realmente, essa hiptese no

    * N.E.: Estromatlitos so estruturas sedimentares que consistem de lminas finas sucessivas. So, em geral, em forma de montculos, mas variam grandemente em forma e tamanho, indo de milmetros a metros. So produzidos por uma fina camada de micro organismos sobre sua superfcie que captam e/ou precipitam os minerais que ormam as lminas.

    Por Que Creio

  • Problemas do evducunismo

    resolve o problema, pois ainda assim teria que ser explicada a origem da vida nesse outro planeta.

    No livro Viagem ao Sobrenatural (da Casa Publicadora Brasileira), o autor Roger Morneau diz que a teoria da evoluo uma arma eficaz nas mos do inimigo de Deus. Por qu ?

    Porque desvia o pensamento de Deus como Criador. Rara os que creem em Deus e, ao mesmo tempo, aceitam a evoluo (evolucionistas testas), o Senhor no criou o homem de maneira pessoal e no criou a Terra para ser habitada. Rara eles, Deus teria dado incio vida atravs da evoluo. S que isso elimina a credibilidade das Escrituras porque, se passarmos a considerar o livro de Gnesis como uma alegoria, tambm poderemos considerar os demais livros da Bblia como no verdadeiros.

    Ento impossvel conciliar a teoria da evoluo com a doutrina da Criao...

    Algumas pessoas at tentam, mas no d. Se voc se torna um evolucionista testa, tem que deixar de crer em grande parte da Bblia. Voc deixaria de crer no Gnesis, portanto no acreditaria no plano da salvao. E tambm questionaria a existncia de Satans, porque iria achar que o mal est dentro do ser humano. Que sentido teria a volta de Cristo se o homem tem a capacidade de melhorar? Ser que as profecias esto se cumprindo mesmo? No seriam linguagem

  • figurada, poesia, etc.? Realmente, acho muito difcil conciliar as duas coisas.

    Os evolucionistas testas acham que conseguem fazer essa conciliao. O problema que muitos deles no conhecem, no aceitam e no ieem a Bblia. Na verdade, alguns at aceitam algumas partes que lhes convm, mas no aceitam a flavra de Deus como um todo, porque no d para fazer isso e continuar sendo evolucionista.

    A senhora acha, ento> que a experincia da converso fundamentaI para que se aceite a Bblia e o criacionismo?

    Sem dvida. Duvido que, algum dia, algum consiga convencer um evolucionista a se tornar criacionista sem aceitar a Deus primeiro. Acredito que um evolucionista se torna criacionista quando passa pela experincia da converso, quando encontra e aceita a Deus. A, sim, ele vai tentar explicar a origem das coisas de uma outra maneira, porque saber que Deus o Criador.

    lgico que, se apresentarmos respeitosamente e de maneira lgica as incoerncias da teoria da evoluo, poderemos despertar na pessoa algumas interrogaes que abriro caminho para a busca de Deus.

    Por Que Creio

  • A AROl IF.OI OGIA E a B blia ?

    Paulo F. Bork

    O arquelogo brasileiro Paulo F. Bork nasceu na cidade de Cristina, MG, a 8 de janeiro de 1924. Logo aps seu nascimento, os pais, Max e Helena Borkresolveram se mudar para So Paulo, a fim de prover educao crist para Paulo e seus irmos. De 1939 a 1942, Paulo Bork fez o curso primrio no ento Colgio Adventista Brasileiro (hoje UNASP, campus 1). Para auxiliar nas despesas escolares, Bork col- portou' nas cidades de Assis (SP), Presidente Prudente (SP) e Joinville (SC). Em 1945 concluiu o curso de Contabilidade, no CAB.

    No ano seguinte foi para os Estados Unidos, onde reside at hoje. Estudou no Emmanuel Missionary College, atual Universidade Andrews de 1946 a 1948. Nos dois anos seguintes estudou no Pacific Union College, onde bacharelou-se em

    * Nota do entrevistador: Colportagem a venda de livros de cunho religioso e educacional.

  • Teologia. Obteve seu mestrado em Histria da Igreja no Seminrio Teolgico Adventista, que na poca localizava-se em Takoma Park, Washington, D.C. Posteriormente fez outro mestrado, em Divindade, pela Universidade Andrews. Alcanou ainda o ttulo de Doutor pela Califrnia Graduate School of Theology, em 1971.

    No campo da Arqueologia, o Dr. Bork fez cursos em vrias universidades, como a Pacific School of Religion, da Califrnia, a Universidade Hebraica de Jerusalm e a Universidade de Londres, Inglaterra. Participou de diversas pesquisas e expedies ao redor do mundo.

    No ministrio, destacam-se seus trabalhos como pastor da igreja alem de Nova Iorque e diretor de Jovens na Greater NewYork Conference. Tambm foi pastor nas igrejas inglesa e portuguesa da Southern New England Conference. Foi professor de Bblia na Academia de Loma Linda, de 1960 a 1967 e, em seguida, lecionou Histria e Arqueologia Hebraica na Faculdade de Teologia do Pacific Union College, at 1989.

    De 1987 a 1989 foi diretor da Faculdade de Teologia no Pacific Union College. Em 1989 obteve a aposentadoria form alm as, desde ento, continua em intensa atividade, viajando e ministrando palestras, bem como dando assistncia pesquisa no Centro de Pesquisas Ellen C. White, da Universidade de Loma Linda.

    Tem alguns livros publicados, como The World of Moses, em ingls e holands, e A Viagem da

    Por Que Creio

  • Promessa, publicado pela Casa. O museu de arqueologia bblica do UNASP, campus Engenheiro Coelho> SP, leva seu nome.

    Qual o saldo sobre sua prpria vida espiritual aps anos e anos lidando com a Arqueologia

    A Arqueologia tem transformado minha vida. J no leio a Bblia do mesmo jeito que a lia antes de trabalhar como arquelogo. Meus pontos de vista foram mudados e minha f na Bblia se firmou. As pesquisas arqueolgicas tm demonstrado que Deus realmente inspirou as Escrituras.

    O senhor participou de vrias expedies arqueolgicas. Qual foi a que lhe deu mais satisfao? Por qu?

    Fiz escavaes em Israel, Egito, lmen, Jordnia, Turquia e em outros lugares, mas em Israel ocorreram as pesquisas mais significativas, pois l se permitem mais escavaes. So 20 escavaes cada ano. Trabalhei emTel Gezer, que foi um lugar filisteu, do tempo cananita. Ficamos vrios anos l e constatamos que, de fato, os filisteus tinham seus prprios deuses e sua prpria maneira de adorar. Infelizmente, naquele tempo ofereciam sacrifcios no somente de animais mas de seres humanos tambm. Achamos ossos queimados que, sem dvida, foram de sacrifcios humanos.

    interessante notar tambm que, segundo a Bblia, aquela cidade foi tomada pelos egpcios,

    A arqueologia e a Bblia

  • a pedido de Salomo, e doada ao rei por meio da princesa com quem ele havia se casado. Salomo construiu muros e portas para a cidade. E tudo isso foi encontrado.

    Sem as descobertas da Arqueologia, como seria hoje o nvel de credibilidade da Bblia?

    Sempre existiro aqueles que no creem na Bblia e a criticam. Muitos no vo mudar sua forma de pensar, independentemente das evidncias arqueolgicas. Por outro lado, temos descoberto tantas evidncias que iluminam a parte histrica da Bblia que isso tem tornado muitos cticos em crentes.

    Sob o patrocnio do Museu Arqueolgico de Jerusalm> foi realizado entre 1975 e 1978 um trabalho arqueolgico para traar e definir a localizao dos muros e portes de Jerusalm. O que o senhor pode revelar sobre isso?

    Quando examinamos os muros, em primeiro lugar, chamaram-nos a ateno as rochas com que eram feitos. Algumas tm at dez metros de comprimento por um metro de altura e um metro e meio de largura, e pesam toneladas! Como que conseguiram erguer aquelas pedras? Alm disso, a Bblia afirma que aqueles muros foram destrudos em vrias guerras. Isso tambm deve ter exigido muita fora. Nosso trabalho consistiu em descobrir as pedras que foram usadas e derrubadas, para ver onde estava localizado o muro e de que altura ele era.

    Por Que Creio

  • A arqueologia e a Bblia

    Por que 1798 um ano especial?O ano de 1798 inaugurou o tempo do fim,

    de acordo com as profecias. Nesse mesmo ano a Arqueologia teve seu incio, tendo como marco a descoberta da Pedra de Roseta, uma das chaves para a compreenso da Antiguidade. A partir de ento, grande luz incidiu sobre as Escrituras.

    A Pedra de Roseta um marco na Arqueologia, pois permitiu a decifrao dos hierglifos egpcios e se constituiu numa das chaves para a compreenso da Antiguidade

    Poderia mencionar mais alguns exemplos de relatos bblicos que foram confirmados por descobertas arqueolgicas?

    No Egito foi encontrada escrita num muro a palavra "Israel". Essa inscrio data de mais ou menos 1200 ou 1300 antes de Cristo. Os crticos sempre disseram que Israel no existia naquele tempo. Agora est confirmado que realmente existia.

    * N.E.: A Pedra de Roseta foi encontrada por um soldado de Napoleo Bonaparte, em 1799, na regio de Roseta, no delta do Rio Nilo. Graas a ela, o francs Champollion pde decifrar os hierglifos egpcios.

  • Outro exemplo: Moiss foi educado em toda a cincia do Egito, como nos diz a Bblia; e foi educado como sacerdote, porque era dessa classe que vinham os faras. Sendo sacerdote, ele tinha que aprender tudo sobre a medicina da poca. Quando lemos as receitas nos textos mdicos do Egito, daquele tempo, encontramos ingredientes como estes: gordura de crocodilo, gordura de cobra, dente de burro modo, sangue de rato, etc. Estes eram os medicamentos usados no Egito. No entanto, o que Moiss escreveu na Bblia? "Lavem as mos, lavem o corpo, lavem a roupa." Hoje comum se ouvir, nos Estados Unidos: "Se quiser evitar doenas, lave as mos." As noes de medicina preventiva dos escritos mosaicos demonstram que a Bblia um documento antigo incomparvel na rea de sade. No antigo Egito, a idade mdia do povo era de 35 anos. Mas Deus disse para Seu povo: "Eu quero que vocs tenham mais vida e vida com mais sade." Por isso Ele deu, por meio de Moiss, todas as recomendaes que esto na Bblia.

    Por Que Creio

    Apesar de toda a grandiosidade do Egito antigo, sua medicina nem se comparava medicina preventiva dos hebreus

  • A arqueologia e a Bblia

    Recentemente foi descoberta uma urna funerria que chamou muito a ateno da mdia. A caixa de pedra um ossurio, usado no Israel antigo para conservar os ossos dos falecidos, e tem uma inscrio em aramaico: "Tiago, filho de Jos, irmo de Jesus". Alguns eruditos bblicos dizem que os nomes eram comuns na poca. A informao sobre a inscrio procede de Andr Lemair, um especialista francs em escrita, e foi divulgada pela revista Bibfical Archa- eology Review. Mas h muitos pesquisadores que creem que a inscrio poderia ser de fato autntica, j que Lemair um erudito de grande reputao. Ele autenticou o ossurio como de cerca do ano 60 d.C. Seria uma pea adicional de evidncia que demonstra a autenticidade do Novo Testamento.

    Outra descoberta recente uma pedra originria do Mar Morto. um bloco de pedra, do tamanho de um caderno escolar, com inscries em fencio, onde se l que o rei israelita Jos instruiu os sacerdotes a recolher dinheiro para pagar as reformas do primeiro Templo de Jerusalm, construdo por Salomo. O texto da pedra similar descrio do mesmo fato em 2 Reis. Os exames feitos no artefato indicaram a presena de salpicos de ouro fundido na superfcie da pedra, que poderiam ter sido causados por um incndio, como o que destruiu o Templo de Salomo, em 586 a.C. Evidncias arqueolgicas desse famoso templo nunca tinham sido encontradas.

  • Por Que Creio

    H pessoas que indagam:" Como confiar num livro que j tem tantos sculos de existncia? O que me garante que a Bblia no foi alterada com o tempo por algum copista descuidadoCom o o senhor costuma responder a essa pergunta?

    Existem cpias de textos bblicos do Novo Testamento que datam do primeiro sculo, e quando comparamos os escritos bblicos daquele perodo com a Bblia atual, as diferenas so insignificantes. Do Antigo Testamento h manuscritos de mais ou menos 200 anos antes de Cristo. Com- parando-os tambm com os textos contemporneos, no se nota quase nenhuma diferena.

    O que os estudos revelaram sobre a civilizao maia, no Mxico e na Guatemala?

    Rassei muito tempo no Egito, trabalhando perto das pirmides. Fui para a Mesopotmia, e encontrei o mesmo tipo de construo, no territrio da antiga Babilnia. J que no Mxico e na Guatemala tambm existem pirmides, resolvi ir l para estud-las. Vi que a arquitetura e a forma de

    Pirmides pr- colombianas

  • construo dos povos americanos eram as mesmas do Egito e da Mesopotmia. Como que esses povos se comunicaram h quatro mil anos? Creio que esse um mistrio que vou ter de esperar at chegar ao Cu para descobrir.

    Como professor de Arqueologia, qual foi a sua maior realizao na vida?

    Como j disse, a Arqueologia me fez ver a f de outra maneira. Minhas convices foram confirmadas. E quando posso transmitir isso para meus alunos, para os membros da igreja e para outras pessoas, sinto-me plenamente realizado. maravilhoso ajudar as pessoas a ver que podemos depender das Escrituras como a verdade em que podemos confiar.

    Poderia mencionar a experincia de algum que passou a crer na Bblia como resultado da anlise de descobertas arqueolgicas?

    Levei muitos estudantes para Israel. L fazamos nosso trabalho arqueolgico e tnhamos classes de estudo. Alguns desses alunos iam s para passear. Mas certa vez, depois de passarmos dois ou trs meses lendo as Escrituras do ponto de vista histrico/arqueolgico, alguns estudantes, constatando que a Bblia realmente a verdade, chegaram a mim e disseram: "Queremos ser batizados." E assim, depois de devidamente preparados, ns os levamos ao rio Jordo, onde Jesus foi batizado, e l realizamos o batismo. Pra mim, aquilo foi de

    A arqueologia e a Bblia

  • grande significado. Foi uma das maiores recompensas que tive como professor.

    Fale sobre as escavaes em busca de Sodo- ma e Gomorra.

    Escavamos aquela regio por vrios anos e descobrimos coisas muito interessantes, que respaldam o relato bblico. Existiam cinco cidades na parte leste do Mar Morto. Quando as escavamos, encontramos grande quantidade de cinzas. Em alguns lugares havia uma camada de um metro de cinzas. No h outra maneira de explicar tamanha destruio e tanta cinza em um s local, a no ser pelo trgico relato de Gnesis.

    Anos antes, em 1924, o famoso arquelogo William F. Albright, juntamente com M. Kyle, j haviam feito investigaes profundas na regio do Mar Morto, concluindo que seria ali a localizao das duas cidades destrudas por Deus. S que na poca lhes faltavam equipamentos sofisticados dos quais dispomos hoje. Em 1960, Ralph Barney explorou o fundo do Mar Morto com um sonar e encontrou vrias rvores a certa profundidade. Isso demonstra que a gua do Mar Morto submergiu uma vasta rea frtil. Mas ele no encontrou vestgios de civilizao ali. Se aquele era o vale que encantou o sobrinho de Abrao, onde estariam as cidades? No lado oeste do Mar Morto h restos de uma cidade que chama bastante a ateno. Esse stio arqueolgico foi batizado com o nome rabe de Bab eh dra. A cidade que

    Por Que Creio

  • A arqueologia e a Bblia O

    ali existiu data de mais ou menos 2200 a.C, e ali tambm h grande quantidade de cinzas.

    Em outras palavras, Bab eh dra foi destruda pelo fogo. Nem seu cemitrio escapou das chamas, pois parte das tumbas tambm contm vestgios de fogo. Mas o que causou esse grande incndio? E importante frisar que no h na regio presena de atividades vulcnicas. Alm disso, quando os exrcitos inimigos destruam as cidades com fogo, geralmente poupavam seus cemitrios. Logo, h uma razovel possibilidade de que essa regio contenha de fato os restos do que um dia foi uma regio visitada pelo juzo de Deus.

    Dos trabalhos que o senhor j escreveu; qual lhe deu mais satisfao e por qu?

    The World of Moses, livro sobre a vida e a poca de Moiss, publicado em ingls e holands. Eu me encantei com o Egito. O pas inteiro um grande museu devido a seu clima seco, com poucas chuvas, o que preserva os vestgios histricos. Moiss foi para mim uma grande fonte de inspirao.

    Para saber mais: visite o blog www.arqueologiabiblica.blogspot.com

  • A GRANDE ? CATSTROFE

    Nahor Neves de Souza Jnior

    \\ Para os cientistas; no se deve buscar harmonia entre cincia e religio, principalmente quando o assunto a origem da vida em nosso mundo. O gelogo Nahor Neves de Souza Jnior, em sua tese doutoral pela Universidade de So Paulo (USP), quebra a regra. Ele acha que a Bblia tem razo quanto aos relatos do livro de Gnesis sobre a Criao e o Dilvio. Em seu trabalho cientfico, ele apresenta uma posio contrria ao ensino evolucionista de que a coluna geolgica pode ser demarcada por intervalos de milhes de anos. Sua afirmao baseada em pesquisas feitas em rochas baslticas, muito comuns na regio Sul do Brasil.

    Entre 1982 e 1995, o Dr. Nahor lecionou Geologia em duas das mais conceituadas universidades do Pas: Universidade do Estado de So Paulo (UNESP) e USP. A partir de 1995, tem desenvolvido suas atividades junto ao Centro Universitrio Adventista (UNASP), como coordenador do Departamento

  • A grande catstrofe

    de Ps-Graduao; Pesquisa e Extenso, diretor da Faculdade de Engenharia Civil e professor de Geologia e Cincia e Religio. autor do livro Uma Breve Histria da Terra, e tem apresentado palestras por todo o Brasil.

    Por que o senhor escoiheu ser um gelogo criacionista?

    Antes de me envolver com a Geologia/ minha viso do mundo fundamentava-se na Bblia e na estrutura conceituai criacionista. Em minha formao, tanto em nvel de educao familiar como de estudante do ensino fundamental e mdio, sempre recebi instruo criacionista. Mas, como todo jovem, procurei por mim mesmo entender a questo das origens. Assim, ao concluir o ensino mdio, decidi cursar Geologia, onde prevalece o evolu- cionismo, e o criacionismo sequer mencionado. Aps cinco anos de estudos na faculdade, as minhas convices criacionistas estavam fortalecidas.

    Como os colegas e professores da faculdade reagiam s suas convices?

    A partir do segundo ano, fiquei frente a frente com a evoluo. Na ocasio, foram oferecidas disciplinas mais especficas como Paleontologia e Geologia Histrica. Tive de prestar exames em que tanto a origem das rochas como a origem do

    * Nota do entrevistador: Geologia a cincia que estuda a Terra e suas formaes rochosas. Alguns utilizam a expresso "cincias da Terra", que, naturalmente, tem o mesmo significado.

  • homem estavam em questo. Com base em minhas convices e nos novos conhecimentos ento adquiridos, escrevia duas respostas; praticamente eram duas provas. Primeiro, procurava responder s questes elaboradas no contexto requerido pelo professor, e em seguida colocava, numa segunda parte da folha, minhas consideraes. Apesar disso, nunca percebi perseguio ou coisa parecida. Sempre houve bom relacionamento e respeito da parte dos colegas e professores.

    A Geologia pode comprovar o Dilvio bblico?A Bblia fala de um dilvio universal e eu di

    ria que temos muitas evidncias de uma grande catstrofe. Verificamos sinais de eventos rpidos e sucessivos no estudo das rochas e dos fsseis. Minhas convices se tornaram mais fortes quando, como professor universitrio e pesquisador da USP e UNESP, passei a analisar as rochas basl- ticas