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MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES PORÍFEROS E CNIDÁRIOS

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MIN ISTÉR IO DOS DESBRA VA DOR ES

PORÍFEROS E CNIDÁRIOS

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GUIA DAS ESPECIALIDADES Clube de Desbravadores /// Volume 3. 2015

PORÍFEROS E CNIDÁRIOS

1ª Edição: Disponível em

www.mundodasespecialidades.com.br

Direção Geral: Khelven Klay de Azevedo Lemos

Diagramação e Edição: Khelven Klay de A. Lemos

Coord. de Guias das Especialidades: Thomé Duarte

Editoração e Revisão : Aretha Stephanie

Autor: Aretha Stephanie

Impressão: Servgrafica Editora

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Telefones:(84)8778-0532

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alidades

UNIÃO NORDESTE BRASILEIRA DA IGREJA

ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES

Natal, RN, Fevereiro de 2015

T alvez, ao tomar banho você goste de se

ensaboar usando uma esponja sintética,

feita de plástico ou de borracha, ou uma

bucha vegetal. Mas você já pensou em

tomar banho ensaboando-se com o esqueleto de

algum animal?

Antes da invenção das esponjas sintéticas,

as esponjas naturais eram muito usadas pelas

pessoas para tomar banho e na limpeza domésti-

ca. Essa esponja natural é o esqueleto macio de

certas espécies de animais do grupo de poríferos.

PARTICIPE : D Queremos contar com seu apoio para montar as nossas

especialidades. Conte para nós sua experiência, envie

sua foto, desenho, texto ou conhecimento, você será

sempre bem vindo neste mundo.

ARETHA STEPHANIE

O que vem por aí...

Bob esponja Muito mais que

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ANIMAIS FILTRADORES

Uma contínua corrente de água percorre o

corpo das esponjas. A água entra por todos os po-

ros, circula por um conjunto de canais da parede

corporal e chega a uma grande cavidade central.

Daí ela é eliminada por uma abertura maior, o óscu-

lo, na região superior do animal.

A água transporta para dentro da esponja

oxigênio e partículas alimentares, que são distribuí-

das para todas as células ao longo do percurso, e

ao sair, leva substâncias de excreção e o gás carbô-

nico.

As esponjas são eficientes filtradores, que

fazem circular grandes volumes de água pelo interi-

or dos canais e câmaras do corpo, uma pequena

esponja força a passagem de até 2 mil litros de litros

de água por dia pelo seu interior, através do contí-

nuo batimento dos flagelos dos coanócitos.

Os poríferos não tem sistema digestório. Ne-

les, a digestão é chamada intracelular, pois aconte-

ce no interior das células e não numa cavidade di-

gestória, como é comum em outros animais.>>>

O s poríferos são animais

aquáticos, fixos e de or-

ganização muito simples.

Também chamados de

esponjas, são encontrados especialmente

nos mares, junto a corais e algas. Com fre-

quência, elas parecem como grossas ca-

madas coloridas cobrindo as rochas, con-

chas ou outros substratos aquáticos. Po-

dendo ser encontradas isoladas ou agru-

padas, formando colônias.

São conhecidas cerca de 9 mil es-

pécies de esponjas, quase todas marinhas.

Seu habitat varia desde a zona costeira até

profundidades de mais de 6 mil metros.

São encontradas no mundo todo, das regi-

ões tropicais até as zonas polares.

Seu corpo é poroso e o esqueleto é

formado por diversos tipos de substâncias,

entre elas destacam-se as espículas de

calcário ou de sílica, com formas variadas,

e uma rede de proteína chamada espongi-

na. Podem alcançar mais de meio metro

de diâmetro.

As esponjas são animais sésseis,

ou seja, eles são fixos a um rocha ou um

pedaço de Coral. E não apresentam estru-

tura de locomoção. Sua Organização é

bem simples, não formam tecidos nem sis-

temas. Suas Células são mais ou menos

independentes e podem realizar várias fun-

ções.

Não foi fácil encontrar a classifica-

ção mais adequada, o primeiro registro

para as esponjas datado de 350 a.C., en-

contra-se no tratado sobre classificação

escrito por Aristóteles, na Grécia.

Inicialmente foram consideradas

plantas, pois não se entendia sua anatomia

e fisiologia. Ao final do século 18, impor-

tantes naturalistas como Lineu (1707 -

1778) e Lamarck (1774 - 1829) classifica-

ram as esponjas como zoophyta (animais

plantas).

Foi o naturalista inglês Robert Ed-

mond Grant (1793 - 1847) que, em 1836

criou o nome porífera, pela marcante pre-

sença de poros em sua superfície.

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A reprodução dos poríferos pode ser

assexuada ou sexuada. A reprodução assexua-

da pode ocorrer por brotamento ou fragmenta-

ção.

Na reprodução por fragmentação, uma

nova esponja uma desenvolve-se a partir de

fragmentos de outras esponjas que ao despren-

der-se pode fixar-se no substrato e regenerar-

se, dando origem a um novo indivíduo. Estes

fragmentos podem separar-se das esponjas

principalmente por danos causados por corren-

tes e ondas na água ou causados por outros

animais. Quando a

reprodução acontece por brotamento, a espon-

ja produz brotos que podem ser internos ou

externos. Cada broto dá origem a uma nova

esponja, que pode se separar da original for-

mando um ser vivo independente, ou pode per-

manecer unida, originando uma colônia de es-

ponjas. A l g u -

mas esponjas podem produzir tanto óvulos co-

mo espermatozóides; outras apresentam sexos

separados. Neste caso de reprodução sexuada,

o gameta masculino sai pelo ósculo junto com

a corrente de água e penetra em outra esponja,

onde ocorre a fecundação do gameta feminino.

Após a fecundação interna, forma-se uma célu-

la-ovo ou zigoto, que se desenvolve e forma

uma larva. A larva sai do corpo da esponja, na-

da com a ajuda de cílios e se fixa em algum

substrato, onde se desenvolve até originar uma

nova esponja.

REPRODUÇÃO

COANÓCITOS: células flageladas res-

ponsáveis por criar a corrente d'água, absor-

ver nutrientes e oxigênio e iniciar a digestão.

PINACÓCITOS: células rígidas respon-

sáveis pelo revestimento corporal do animal.

AMEBÓCITOS: células móveis respon-

sáveis por terminar a digestão, distribuição de

nutrientes, defesa. Além disso, são capazes de

se diferenciar em gameta na reprodução sexu-

ada e outro tipo celular que seja necessário

em caso de regeneração.

PORÓCITOS: células que formam o po-

ro, característico desse filo animal, por onde

entra a água.

PRINCIPAIS CELÚLAS DOS PORÍFEROS

Os cnidários ou celenterados são animais

invertebrados aquáticos. A maioria vive no mar,

mas também existem espécies que vivem em

água doce. A palavra cnidário deriva do grego kni-

dos e significa "urticante" ou "que queima". Esse

nome foi dado porque ao menor toque, uma subs-

tância tóxica é lançada em possíveis presas ou

predadores, essa substância tem efeito urticante,

ou seja, provoca uma intensa dor de queimadura

no local do ferimento. No homem, a gravidade do

acidente depende da extensão do ferimento cau-

sado. >>>

O QUE SÃO CNIDÁRIOS?

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Page 5: PORÍFEROS E CNIDÁRIOS · oxigênio e partículas alimentares, que são distribuí-das para todas as células ao longo do percurso, e ao sair, leva substâncias de excreção e o

>>> São reconhecidas cerca de 10 mil es-

pécies de celenterados. Esses animais podem viver

fixos em substratos submersos ou livremente, nadan-

do impulsionados por jatos de água. Os cnidários

podem ser encontrados isolados ou agrupados, for-

mando colônias. Entre eles , encontramos as águas-

vivas, as anêmonas-do-mar, os corais e, em água

doce, as hidras.

Os celenterados podem se apresentar-se sob

duas formas: pólipos ou medusas. Sendo que os pó-

lipos tem o corpo cilíndrico e vivem geralmente fixos

e, na sua extremidade livre, apresentam tentáculos

em volta da boca. As medusas, tem um corpo em

forma que lembram guarda-chuva, seus tentáculos

se distribuem ao longo da margem do corpo, no cen-

tro do qual fica a boca, nadam livremente (embora

geralmente de maneira limitada) ou são carregadas

pelas correntes de água.

Os polipos e as medusas, formas aparente-

mente muito diferentes entre si, possuem muitas ca-

racterísticas em comum e que definem o filo, como

veremos.

Nos cnidários existe um tipo especial de célu-

la denominada cnidócito, que apesar de ocorrer ao

longo de toda a superfície do animal, aparece em

maior quantidade nos tentáculos. Ao ser tocado o

cnidócito lança o nematocisto, estrutura penetrante

que possui um longo filamento através do qual o lí-

quido urticante contido em seu interior é eliminado.

Esse líquido pode provocar sérias queimaduras no

homem.

Essas células participam da defesa dos cni-

dários contra predadores e também da captura de

presas. Valendo-se das substâncias produzidas pe-

los cnidócitos, eles conseguem paralisar imediata-

mente os pequenos animais capturados por seus

tentáculos.>>>

Foi a presença do

cnidócito que deu o

nemo ao filo Cnidaria

(que têm cnida =

urtiga)

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>>>Tanto o pólipo como a medusa apre-

sentam uma boca que se abre na cavidade gastro-

vascular, mas não possuem ânus. O alimento inge-

rido pela boca, cai na cavidade gastrovascular, on-

de é parcialmente digerido e distribuido (daí o no-

me gastro, de alimentação, e vascular, de circula-

ção).

Após a fase extracelular da digestão, o ali-

mento é absorvido pelas células que revestem a

cavidade gastrovascular, completando a digestão.

A digestão é portanto, em parte extracelular e em

parte intracelular. Os restos não-aproveitáveis são

liberados pela boca. Na região oral, estão os tentá-

culos, que participam na captura de alimentos.

As camadas de célula que ocorrem nos cni-

dários são: a epiderme, que reveste o corpo exter-

namente, e a gastroderme, que reveste a cavidade

gastrovascular. Entre a epiderme e a gastroderme

existe uma camada gelatinosa denomina-

da mesogléia. Essa camada é mais abundante nas

medusas do que nos pólipos e, por isso, as medu-

sas têm aspecto gelatinoso, fato que lhes rendeu a

denominação popular de "águas-vivas".

A reprodução assexuada em hidras pardas

ou verdes é, em geral, feita por brotamento. Brotos

laterais, em várias fases de crescimento, são comu-

mente vistos ligados à hidra-mãe e dela logo se

destacam. Esse processo de multiplicação, em que

não ocorre variabilidade genética, é propício nos

ambientes estáveis e em épocas favoráveis do ano,

em que as hidras estão bem alimentadas.

Parte interna e exter-

na da anatomia de

uma medusa

REPRODUÇÃO ASSEXUADA

REPRODUÇÃO SEXUADA

A hidra é hermafrodita. Alguns testículos e

apenas um ovário são formados, principalmente

em épocas desfavoráveis do ano, a partir de célu-

las indiferenciadas existentes no corpo.O único

óvulo produzido é retirado do ovário. Os esperma-

tozóides são liberados na água e vão a procura do

óvulo. A fecundação ocorre no corpo da hidra.

O zigoto formado é circundado por uma es-

pessa camada quitinosa (de consistência semelhante

ao esqueleto de quitina dos insetos) e, após certo

tempo de desenvolvimento, o embrião, envolto pela

casca protetora, destaca-se do corpo da hidra e per-

manece dentro da casca durante toda a época desfa-

vorável. Com a chegada da estação favorável, rompe-

se a casca e emerge uma pequena hidra que cresce

até atingir a fase adulta. Não há larva. O desenvolvi-

mento é direto.>>>

Fique atento às

águas vivas quando

estiver na praia. Nos

seus tentáculos en-

contram-se as subs-

tâncias urticantes.

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HIDRAS: são hidrozoários com corpo em for-

ma de pólipo. Vivem em água doce, preferencial-

mente em águas frias e limpas. Tem a cor verde,

parda ou cinza. Algumas hidras podem se locomo-

ver dando "cambalhotas".

CARAVELAS: são colônias formadas principal-

mente por vários pólipos transparentes que, como

um todo, ficam flutuando sobre a água dos oceanos.

Na colônia, grupos diferentes de pólipos desempe-

nham funções diferentes, uns promovem a digestão

dos alimentos, alguns a reprodução e outros a prote-

ção.

ÁGUA-VIVA: tem o corpo em forma de medu-

sa. Seu tamanho varia muito de uma espécie para

outra, algumas podem ter alguns milímetros de diâ-

metro, enquanto outras tem mais de dois metros. No

Oceano Ártico, encontra-se águas-vivas do gênero

Cyanea que possuem tentáculos de até 30 metros

de cumprimento.

ANÊMONAS-DO-MAR OU ACTÍNIAS: tem o

corpo em forma de pólipos. Possuem cores e tama-

nhos variados, medem desde alguns milímetros até

um metro ou mais de diâmetro. São encontradas

CLASSES DOS CNIDÁRIOS

Os cnidários dividem-se em três classes

principais: HIDROZOÁRIOS, representados

pelas hidras e caravelas; CIFOZOÁRIOS, repre-

sentados pelas águas-vivas; ANTOZOÁRIOS, representados pelas anêmonas-do-mar e pelos

corais.

1– Hidra;

2– Caravelas;

3– Anêmona

4– água viva

1 2

3

4

CORAIS: são pequenos pólipos que se orga-

nizam em colônias e fabricam um exoesqueleto.

Assim como acontece com as caravelas, nas colô-

nias de corais verifica-se divisão de trabalho entre

seus integrantes, com alguns grupos capturando

alimentos, outros promovendo a reprodução e as-

sim por diante. Os corais apresentam as mais vari-

adas cores, por isso são bastante utilizados na de-

coração de aquários e até na fabricação de jóias.

Vivem, em geral, em águas com temperaturas mé-

dias anuais de 20 e 25 °C e a profundidades de

aproximadamente 35 metros. Quando morrem,

seus esqueletos permanecem intactos e servem de

suporte para outros pólipos da colônia, formando

assim, os recifes de corais. Recife de coral é uma

grande cordilheira formada de fragmentos de coral,

areia e sólidas rochas calcárias situada ligeiramen-

te abaixo do nível do mar. Na verdade, o coral po-

de constituir menos da metade do material do reci-

fe. Outros organismos _ como algas, moluscos,

esqueletos de equinodermos e fragmentos de es-

ponjas _ também fazem parte da formação. Os re-

cifes podem apresentar três tipos de formação:

Franjado: localiza-se junto à costa e está separado

da terra apenas por águas rasas;

Barreira: mais distante da costa, fica separada da

terra por lagoas de mais de dez metros de profun-

didade; Atol: encontrado mais longe do litoral,

compreende um recife em forma de anel que fecha

uma lagoa circular.

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As maiores construções do planeta, feitas

por seres vivos não-humanos, são as barreiras de

corais. A maior delas é a Grande Barreira da Aus-

trália, junto à costa do nordeste australiano de

Queensland, que tem mais de 2 mil quilômetros

de cumprimento por até 200 quilômetros de largu-

ra e com dezenas de metros de profundidades.

Composta por cerca de 2900 recifes, 600 ilhas

continentais e 300 atóis de corais. Neste complexo

ecossistema vivem aproximadamente 1500 espé-

cies de peixe, 360 espécies de coral, mais de 5000

espécies de moluscos, cerca de 500 espécies de

algas marinhas, 1330 espécies de crustáceos e

mais de 800 espécies de equinodermes. A área

também é preservada pela presença de cubozoá-

rios, um grupo de cnidários, animais aquáticos,

conhecidos pelas toxinas perigosas ao homem.

GRANDES CONSTRUTORES

Estima-se que os recifes de coral cubram cerca

de 284 300 km2, com a região do Indo-Pacífico (Mar

Vermelho, Oceano Índico,sudeste asiático e Oceano

Pacífico) contribuindo com 91,9% do total, e os recifes

do Oceano Atlântico e do Mar do Caribe contribuindo

com apenas 7,6% do total.

Os recifes de coral são restritos ou ausentes na

costa oeste das Américas, assim como na costa oeste

da África. Isso ocorre principalmente devido ao fenôme-

no da ressurgência e das fortes correntes de águas frias

que reduzem a temperatura da água nessas

áreas. Também são escassos na costa sul Asiática

do Paquistão até o Bangladesh, bem como ao longo da

costa nordeste da América do Sul, por causa do grande

aporte de água doce proveniente dos

rios Amazonas, Indo e Ganges.

No Brasil, os recifes de coral ocupam áreas

imensas, cerca de três mil quilômetros da costa e são

as únicas formações do tipo no Atlântico Sul. Das 350

espécies de corais existentes no mundo todo, 18 delas

se encontram no Brasil, sendo que 8 só existem em

mares brasileiros. Ao contrário do que se poderia pen-

sar, a cidade do Recife (Pernambuco, Brasil), não rece-

beu seu nome devido a esta formação biológica, mas

aos recifes de arenito que formam sua costa.

AMEAÇAS AOS RECIFES DE CORAIS

E stima-se que 27%

de todos os reci-

fes de coral do

mundo já foram

irreversivelmente degradados por

causa da ação do homem. Os

recifes de corais são muito impor-

tantes para a vida marinha, abri-

gando muitas outras espécies.

Desse ponto de vista, eles podem

ser considerados um dos ecos-

sistemas mais ricos da Terra em

números de espécies, ficando

atrás de poucos outros, como as

florestas tropicais. Sua existência

é de vital importância para a ma-

nutenção do equilíbrio biológico,

por servirem de abrigo para uma

enorme diversidade de espécies

de peixes, algas, crustáceos e

outras criaturas marinhas que vi-

vem e se reproduzem sob sua

proteção. Eles também estão en-

tre os mais ameaçados pela ele-

vação da temperatura terrestre,

pois o aquecimento global dos

mares pode causar o descora-

mento do coral.

Os seres humanos consti-

tuem a maior ameaça aos recifes.

Em particular, a contaminação

devido ao crescimento irregular

das cidades costeiras, a poluição

e ações predatórias como o ex-

cesso de pesca são as mais gra-

ves ameaças para estes ecossis-

temas. A destruição física devido

ao tráfego marítimo e o comércio

de peixes vivos são outros fatores

que favorecem ao declínio dos

recifes.

Muitas organizações exis-

tem para ajudar a preservar o ha-

bitat dos recifes de corais. o Con-

selho Aquático da Marinha (CAM)

é uma organização internacional

sem fins lucrativos que funciona

para trazer responsabilidade e

sustentabilidade para a indústria

de comércio de peixes de aquá-

rio. No site marbrasil.org pode-

mos encontrar informações sobre

como preservar os recifes de co-

rais brasileiros.

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ME QUEIMEI COM ÁGUA-VIVA. MAS POR QUÊ?

O corpo das águas-vivas é coberto por células cha-

madas cnidócitos, e são repletas de filamentos que

injetam toxinas na pele das pessoas. O veneno des-

te animal é uma neurotoxina que tem por finalidade

paralisar a vítima. Estas neurotoxinas matam presas

pequenas e não chegam a ser fatal aos seres huma-

nos. O que se sente após a fisgada são dores, irrita-

ções na pele, sensação de queimadura, febre e cãi-

bra nos músculos.

E AGORA, O QUE FAZER?

Primeiro passo: Sair da água imediatamente. As

espécies encontradas no litoral brasileiro não costu-

mam ser venenosas, mas algumas pessoas podem

ter reações alérgicas tão fortes que correm o risco

de se afogar.

Segundo passo: Não toque na queimadura e muito

menos coce. Quando a água-viva atinge a pele, ela

libera filamentos chamados nematocistos, que se

rompem se a pessoa coça ou esfrega a pele.

Terceiro passo: Lavar a área atingida com água do

mar ou soro fisiológico. A água quente e a doce aju-

dam este nematocistos a se romper mais facilmente.

Já a água do mar, ajuda estes cistos a se soltarem.

Quarto passo: Não urine sobre a queimadura. Ape-

sar de a crendice ter um fundo de verdade, pois a

urina liberaria mais facilmente os cistos, são poucas

pessoas que tem o teor de acidez necessário para

amenizar a dor.

Quinto passo: Faça compressas de gelo para alivi-

ar a sensação de queimadura e de dor. Não use po-

madas sem orientação médica e muito menos passe

manteiga em cima da ferida.

Sexto passo: Procure um médico se ficar muito do-

lorido, com enjôo, vômitos ou febres altas. A sua pe-

le vai estar muito sensível durante alguns dias, então

evite o Sol para não ficar com manchas no local.

BONITAS, MAS PERIGOSAS

FIQUE ATENTO

Queimadura em perna de banhista

O nome Medusa é inspirado em uma Górgona

da mitologia grega, a Medusa que tinha a cabe-

ça repleta de serpentes.

Um restaurante japonês no Rio de Janeiro serve

a água-viva japonesa como iguaria. Será que

você topa comer?

A água-viva mais mortal do mundo chama-se

Box Jellyfish e encontra-se na Austrália. Ela pro-

voca choques térmicos muito fortes e a vítima

pode sofrer uma parada cardio-respiratória em

menos de 3 minutos, dependendo da extensão

da área afetada. (foto abaixo)

CURIOSIDADE

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Até pouco tempo atrás os ctenóforos eram

classificados como cnidários. Isso se explica pela

semelhança entre esses ani-

mais e as medusas, ou águas-

vivas, representantes típicas

do filo dos cnidários. Análises

mais detalhadas, porém, en-

contraram diferenças suficien-

tes para colocar os ctenóforos

isolados em um filo próprio. A

principal diferença que os se-

para dos cnidários é a ausên-

cia de células urticantes – os

cnidócitos – presentes em to-

dos os cnidários. Há cerca de

sessenta espécies descritas

de ctenóforos, algumas habi-

tantes de áreas oceânicas e

outras muito abundantes em

águas costeiras. Os cientistas

ainda não conhecem muito

sobre esses animais, já que seus corpos, constitu-

ídos basicamente por água, são tão frágeis que se

despedaçam quando coletados com as redes de

plâncton. Os ctenóforos são carnívoros, alimentan-

do-se principalmente de outros animais do plânc-

ton, como larvas de peixes. E como os demais

componentes da comunidade planctônica da qual

fazem parte, eles vagam ao sabor das correntes

com pouca ou nenhuma capacidade de propul-

são. Os ctenóforos são notáveis pela forte biolumi-

nescência característica de muitas espécies. A

produção de luz se dá pelo mesmo processo ob-

servado nos vaga-lumes e demais animais mari-

nhos luminescentes. O processo envolve a oxida-

ção de um substrato chamado luciferina e uma

enzima conhecida por luciferase.

Diferentes funções são apontadas para a

bioluminescência, sendo uma delas a proteção

contra predadores. Neste caso, os especialistas

acreditam que a emissão da luz possa confundir

os sentidos de certos predadores, funcionando

como uma camuflagem sensorial.

3

O QUE SÃO CTENÓFOROS?

Veja este lindo animal

luminoso

http://goo.gl/0MuXer

ATIVIDADE

Uma boa forma de você junto com seus ami-

gos do clube de aprenderem a anatomia e o

nome das partes do corpo dos poríferos e

cnidários é usar massinha de modelar e

reproduzir os modelos sugeridos nesta es-

pecialidade. Utilize a internet para pesquisar

imagens que possam lhe ajudar ainda mais

nesta atividade.

FICOU COM ALGUMA DÚVIDA? FALE COM A GENTE

ARETHA STEPHANIE

[email protected]

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