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DIA: 14 DE ABRIL DE 2013 - TERÇA – FEIRA PORTIFOLIO – 4º SEMESTRE – JAQUELINE CHIAVINI DE ARAUJO FARIA – RA: 72195 PEDAGOGIA - TURMA D – UNIARARAS - ITAPEVA - SP

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DIA: 14 DE ABRIL DE 2013 - TERÇA – FEIRA

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“Uma criança de dez anos que lê como quem respira que gosta de ler,

que lê como quem está usando mais um, além dos seus cinco

sentidos, estará preparada pra receber toda a informação de que vai

necessitar para enfrentar a vida”.

Ziraldo

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O QUE É LITERATURA INFANTIL?

A literatura infantil proporciona as crianças, um desenvolvimento social,

emocional e cognitivo, desenvolve sua imaginação, as emoções e sentimentos.

Através da leitura a criança adquire uma postura crítico-reflexiva extremamente

relevante á sua formação cognitiva.

Ouvir histórias é um acontecimento tão prazeroso que desperta o

interesse das pessoas em todas as idades, se os adultos adoram ouvir uma

boa história, um causo, a criança é capaz de se interessar e gostar ainda mais

por elas, já que sua capacidade de imaginar é mais intensa.

A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte:

fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através

da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e

sua possível/impossível realização. (Cagneti,1996 p.7). A literatura infantil leva

a criança à descoberta do mundo, onde sonhos e realidade se incorporam,

onde a realidade e a fantasia estão intimamente ligadas, fazendo a criança

viajar, descobrir e atuar num mundo mágico; podendo modificar a realidade

seja ela boa ou ruim.

A história da literatura infantil tem relativamente poucos capítulos.

Começa a delinear-se no início do século XVIII, quando a criança pelo que

deveria passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com necessidades

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e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais

velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida

adulta”(.Cunha,1999,p22) Antes disso, a criança, acompanhando a vida social

do adulto, participava também de sua literatura.

Existiam no século XVIII, duas realidades. A criança da nobreza,

orientada por preceptores, lia geralmente os grandes clássicos, enquanto a

criança das classes desprivilegiadas lia ou ouvia as histórias de cavalaria, de

aventuras. As lendas e contos folclóricos formavam uma literatura de cordel de

grande interesse das classes populares. Devido à concepção de infância que

estava se constituindo, fez-se necessário novos mecanismos para “equipar” e

“preparar” a criança para enfrentar mais tarde o meio social.

A escola tornou-se, então, uma instituição legalmente aberta, não só para

a burguesia, mas para todos os segmentos da sociedade e a literatura infantil

vem, então validar esse processo de escolarização; isto porque, como a escola

“ trabalha sobre a língua escrita, ela depende da capacidade de leitura das

crianças, ou seja, supõe terem esta passado pelo crivo da escola” (Lajolo e

Zilberman, 1991, p. 18)

No caminho percorrido, à procura de uma literatura adequada para a

infância e juventude, pode-se observar duas tendências próximas daquelas que

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já influenciavam a leitura das crianças: dos clássicos, fizeram-se adaptações e

do folclore, nasceu os contos de fada, até então quase nunca voltados

especificamente para a criança. A literatura infantil desde a origem sempre foi

ligada à diversão ou ao aprendizado das crianças, acreditava-se que seu

conteúdo deveria ser adequado ao nível da compreensão e interesse desse

peculiar destinatário. Como a criança era vista como um adulto em miniatura,

os primeiros textos infantis resultaram de adaptações ou da minimização de

textos escritos para os adultos.

Expurgadas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que

estariam acima do que eles consideravam possível para a compreensão

infantil; retiradas as situações de conflitos não exemplares e realçando

principalmente as ações ou peripécias de caráter aventuroso ou exemplar, as

obras literárias eram reduzidas em seu valor intrínseco, mas atingiam o novo

objetivo; atrair o pequeno leitor/ouvinte e levá-lo a participar das diferentes

experiências que a vida pode proporcionar ao nível do real ou do maravilhoso.

" De escrever para marmanjos já me enjoei .   Bichos sem graça .   Mas para

crianças um livro é todo um mundo ." - Monteiro Lobato

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DIA: 17 DE ABRIL DE 2013 - QUARTA – FEIRA

A aluna Ruth fez a leitura do Livro : RITINHA A BONITINHA, de Eva Funari.

Ritinha Bonitinha, é um livro indicado para crianças em fase de pré-

alfabetização.

A história de Ritinha é contada através de ilustrações coloridas, sem

texto.

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DIA: 22 DE ABRIL DE 2013 - SEGUNDA – FEIRA

Leitura e reprodução do livro O EQUILIBRISTA de Fernanda

Lopes de Almeida

O Equilibrista

(Fernanda Lopes de Almeida)

Era uma vez um equilibrista.Vivia em cima de um fio, sobre um abismo.

Tinha nascido numa casa construída sobre o fio.E já tinha nascido avisado de que a casa podia desmoronar a qualquer momento.

Mas logo percebeu que não havia nenhum outro lugar para ele morar.O equilibrista ainda era bem jovem quando descobriu que ele mesmo é que tinha de ir

inventando o que acontecia com o fio. “_ Meu Deus! Que responsabilidade!”

Se queria ter uma festa, tinha que fabricar a festa com o fio.“_ Não há nenhuma festa pronta para as pessoas ali na esquina.

 _ Não? Então vou fazer uma.CONVITE PARA MINHA FESTA:

 _ Eu que fiz.Se queria ir a Europa, tinha que construir a viagem para a Europa

“_ Tem aí uma viagem para Europa já viajada? _ Engraçadinho! Não quer mais nada não

Ele então transformava o fio em viagem. E a verdade é que não se arrependia:“_ É incrível quanta coisa se pode fazer com este fio!”

Para ter amigos, o equilibrista tinha que procurar outros equilibristas.As pessoas desequilibristas não queriam ser amigos dele:

“_ Que idéia essa, de viver assim! É louco!”O equilibrista tentava se defender:

“_ A idéia não foi minha, já nasci assim!”

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Mas as pessoas não queriam ouvir:

“_ Imagine se vou acreditar numa mentira dessas!”

Elas juravam que ninguém nasce assim.

O equilibrista então, ia se encontrar com outros equilibristas.“_ Como vai?

 _ Vou me equilibrando dentro do possível.”O equilibrista ficava um pouco assustado com a conversa dos desequilibristas:

“_ Como vai? _ Muito mal. Meu carro enguiçou.

 _ Como vai? _ Muito bem. Minha caderneta rendeu juros.

 _ Mas então quem vai mal e quem vai bem não são vocês. São o carro e a caderneta. _ Há! Há! Há! Olha o bobo!

 _ Qual a diferença?”Os equilibristas também podiam ir muito mal ou muito bem.

Mas a conversa deles dava para entender:“_ Como vai?

 _ Vou mal. Estou com um elefante na cabeça. _ Como vai?

 _ Vou bem. Hoje, pela primeira vez, eu verdadeiramente vi um beija-flor.”É verdade que, às vezes, o equilibrista ficava morrendo de inveja de quem tinha um

chão. Mesmo que fosse feinho.Na mesma hora se desequilibrava e caía. Enquanto caía gritava.

O equilibrista fazia um esforço danado para saber onde era embaixo.Afinal desistia:

“_ O jeito é ir desenrolando o meu fio!”E desenrolava o melhor que podia.

“_ Pensando bem, gosto de ser equilibrista. Pensando bem, como é dura a vida de equilibrista! Pensando melhor, é ruim e bom. Tudo misturado.”

De vez em quando o equilibrista dava uma paradinha e olhava para trás:“_ Puxa! Meu chão fui eu mesmo quem fiz!”

Tinha que ser uma paradinha rápida.“_ Meu avô sempre dizia que quem para demais para pensar acaba sem saber andar.”

Assim foi chegando ao fim do fio.Antes de despedir-se, disse:

“_ Respeitáveis outras pessoas! Esta vida de equilibrista é perigosa, mas muito interessante. Por mim, fiz o que podia e achei que valeu a pena. Adeus!”

Umas pessoas concordaram. Outras, não.“_ Eu também acho muito interessante! Viva o equilibrista!

 _ Eu não acho graça nenhuma! _ Eu acho que vale a pena! Vale muito a pena!

 _ Não vale a pena nada! Eu acho uma boa droga!”O equilibrista deu um risinho:

“_ Justamente o interessante é que cada um acha o que quer!”E saiu.

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Interpretação do Livro

O equilibrista vivia sobre um fio e descobriu, desde bem jovem, que ele mesmo

é que tinha de ir inventando o que acontecia com seu fio. Apesar de se

assustar com a responsabilidade desta tarefa, não fugiu dela. Tomou para si o

que ninguém pode delegar. Se ele queria uma festa, tinha que fabricá-la com

seu fio. Se queria uma viagem, tinha que construí-la ao invés de comprar a

viagem já viajada. E não se arrependia. Muito pelo contrário, se surpreendia

com quantas coisas poderiam ser feitas com seu fio. Quando seus amigos

perguntavam como ele estava, dizia: vou me equilibrando dentro do possível,

que escrevia com seu próprio fio. Ele se assustava com a conversa dos

desequilibristas que estavam mal quando seu carro tinha enguiçado e bem

quando a caderneta rendia juros. E ele os questionou: mas então quem vai mal

ou bem são o carro e a caderneta e não vocês. Os desequilibristas não

entendiam sua conversa, apegados exclusivamente às suas coisas materiais.

No entanto, quando encontrou a amiga equilibrista disse estar bem porque

naquele dia, pela primeira vez, tinha visto verdadeiramente um beija-flor.

Algumas vezes, tinha inveja de quem tinha um chão, mesmo que este fosse

feinho, porém cômodo. Nesta hora, se desequilibrava e caía perguntando: onde

fica chão? Acabava desistindo, pois se dava conta que o jeito era ir

desenrolando seu fio. Só assim se equilibrava no fio da sua vida. Fazia isto do

melhor jeito que podia, sem parar de mais. O equilibrista pensava no justo

tempo e andava no justo tempo para poder olhar para trás e ver tudo que ele

mesmo tinha feito com o próprio fio. Às vezes tinha gostado e outras vezes

refletia o quanto era dura a sua vida de equilibrista. Mas foi aprendendo a fazer

isto com o tempo e com o desenrolar do fio. Porque se não ele caia no abismo.

A vida é frágil. Sem garantias, precisamos aprender a nos equilibrar e fazer

nosso fio desenrolar com propriedade. Esta satisfação é a única certeza.

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Atividades da pagina 34 – Literatura Infantil

Para Definir a leitura, já foram escritos artigos, teses e seus sentidos já

foram explorados por estudiosos, teóricos e poetas. Porém, agora

queremos que reflita e responda: o que é leitura para você?

Não escreva um texto, nem um artigo ou um parágrafo. Imagine que você

tenha que definir a leitura de uma “ maneira atraente”como slogan de

propaganda publicitária.

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DIA: 23 DE ABRIL DE 2013 - TERÇA – FEIRA

A tutora nos pediu que cada um escolhesse, e trouxesse de casa uma

lenda, para que esta fosse lida em sala de aula. Sendo assim, cada um fez a

leitura de sua lenda.

Diz a lenda, que após sua morte, de acordo com a lenda, ele foi rejeitado

por Deus e até pelo diabo. Até mesmo a terra, onde havia sido enterrado, o

expulsou. Com o corpo em estado de decomposição teve que sair de seu

túmulo. Começou a viver como alma penada, grudando nos troncos das

árvores, que secavam quase que imediatamente.

Ele então passou a viver assombrando as pessoas nas estradas. De

acordo com a lenda, quando uma pessoa passa na estrada o corpo-seco gruda

em seu corpo e começa a sugar o sangue. A vítima da assombração pode

morrer caso ninguém passe na estrada para salvá-la. 

Origem e o que é?

O corpo-seco é um personagem do folclore brasileiro comum no interior

dos estados de São Paulo, Minas Gerais e região Centro-Oeste. De acordo

com a lenda, o corpo-seco foi um homem muito malvado que vivia prejudicando

as pessoas. Era tão ruim que maltratava e batia na própria mãe.

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O MEDO DO CORPO-SECO

Muitas pessoas que acreditam em lendas e são supersticiosas tem medo

de caminhar em estradas desertas do interior, pois acham que podem ser

atacadas por esta assombração. Muitos pais e avós, moradores destas

regiões, também contam esta lenda para as crianças para provocar medo e

evitar que elas saiam sozinhas por regiões desconhecidas.

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DIA: 24 DE ABRIL DE 2013 - QUARTA – FEIRA

A Tutora nos trouxe um apólogo de Machado de Assis, e a turma desenvolveu uma atividade em cima do texto.

Na atividade proposta pela tutora após lermos o texto , deveríamos grifar as palavras desconhecidas.

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir

que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar

insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem

cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.

Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é

que os cose, senão eu?

— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os

cose sou eu e muito eu?

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— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro,

dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por

você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo

adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo.

Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se

disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao

pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano,

pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. 

Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das

sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para

dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que

esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos

dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido

por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir

palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se

também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia

mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira

dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até

que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a

vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto

necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um

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lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a

linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa,

fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros

e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir

para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não

menor experiência, murmurou à pobre agulha: 

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai

gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que

não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a

cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

 

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática -

São Paulo, 1984, pág. 59.

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DIA: 25 DE ABRIL DE 2013 - QUINTA – FEIRA

Ou Isto, ou Aquilo

Cecília Meireles

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol

ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,

quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa

estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,

ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo ...

e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,

se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda

qual é melhor: se é isto ou aquilov

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DIA: 25 DE ABRIL DE 2013 - QUINTA – FEIRA

Apresentação dos grupos do seminário

ROTEIRO DO SEMINÁRIO

Grupo III

Ana Paula Lanzotti

Ana Rosa

Ângela Cristina Martini

Jaqueline Chiavini de Araujo Faria

Paulo Emídio

Renata do Espirito Santo

NOVOS PARADÍGMAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES -

UMA VISÃO NOVA E AMPLA

Objetivo: Proporcionar ao grupo e à sala de aula através do estudo do Tema,

NOVOS PARADÍGMAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES uma visão nova

e ampla, no sentido de expandir nossos conhecimentos e buscar novos

métodos de aprendizagem. Estamos no século XXI, um mundo cheio

contrastes que se evidenciam via velocidade dos meios de comunicação. As

informações difundem-se instantaneamente e cabe a cada um de nós

processá-las. Mas este não é um processo automático. Ser cidadão neste

início de século exige de nós competências que temos que desenvolver com o

apoio da educação que se estende por toda a vida, mas que inicia na família e

prossegue na escola. Sendo assim, cabe a nós educadores, inventar novas

formas de ensinar e aprender que estejam sintonizadas com a atual Sociedade

do Conhecimento.

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Materiais e recursos utilizados

Pesquisas na Internet, livros e revistas.

Desenvolvimento

No primeiro momento o grupo reúne material individual, onde cada

integrante busca em diversos meios de pesquisa, colher toda a informação

que julgar necessário para a confecção do trabalho.

No segundo momento, foi feita uma reunião na casa da aluna Jaqueline,

onde todos trouxeram seu material de pesquisa e cada um apresentou seu

ponto de vista diante do tema. Houve então uma discussão formal, para a

seleção e aproveitamento do material reunido pelo grupo.

No terceiro momento, com o material já selecionado, foi então digitado o

trabalho. Ficou decidido pelo grupo que a aluna Jaqueline digitaria o trabalho.

No quarto momento, com o trabalho já digitado, fizemos então uma

segunda reunião, onde o trabalho foi apresentado para o grupo e todos

puderam ler e expressar sua opinião e decidir como seria e que materiais

seriam usados na apresentação final. Foi feito então um ensaio do que seria a

apresentação oral do seminário.

No quinto e último momento, o grupo apresenta o trabalho para a tutora

para que se desse seguimento a apresentação do seminário.

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DIA: 08 DE MAIO DE 2013 - TERÇA – FEIRA

Fundamentos da Teoria de Wallon: Psicogênese da pessoa

completa

Psicogênese da Pessoa Completa

WALLON - PSICOGENESE DA PESSOA COMPLETA

Para Wallon há três campos que se cruzam:

Motricidade

Cognição

Emoção

ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO WALLON 

O estágio de desenvolvimento segundo Wallon é marcado por Rupturas

(reelaboração dos estágios).

1. Estágio Impulsivo – Emocional (0 à 1 ano) 

2. Estágio Sensorio-Motor e projetivo (1 – 3 anos)

3. Estágio Personalista (mais ou menos 3 às 6 anos)

4. Estágio Categorial (mais ou menos 7 à 11 anos)

5. Adolescência (mais ou menos 12 anos)

1.ESTÁGIO IMPULSIVO (0 à 1 ano)Tem como principal característica a

inabilidade de sobrevivência agindo sobre meio humano. Nessa fase há o

predomínio da EMOÇÃO

2. ESTÁGIO SENSORIO-MOTOR E PROJETIVO (+OU – 1 à 3anos) A criança

nessa fase começa a andar e a explorar o ambiente por essa razão ela está

voltada ao mundo externo. Havendo, portanto o predomínio da COGNIÇÃO.

Fase mediada pela linguagem.

3.ESTÁGIO PERSONALISTA (+ ou – 3 à 6 anos) A criança vivencia uma crise

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de autonomia. Desenvolvimento da sua personalidade. Fase marcada pela

crise do EU e do MEU. Predomínio da EMOÇÃO.

4. ESTÁGIO CATEGORIAL (+ ou – 7 à 11 anos) A criança está voltada ao

mundo outra vez. O aparecimento da leitura e o desenvolvimento do esporte é

o predominante nessa fase. Se há o predomínio físico, há também o

predomínio da COGNIÇÃO.

5. ADOLESCÊNCIA (+ OU – 12 ANOS)Vive-se a crise de identidade marcada

pela expulsão do outro. O adolescente passa a ignorar a vontade os pais e se

contrapor a ela como se o expulsasse deles toda vontade que não veio dele.

Há portanto um predomínio da EMOÇÃO. Para Wallon haverá sempre

EMOÇÃO, COGNIÇÃO durante todo processo de aprendizagem humana. Para

Wallon, a EMOÇÃO tem o papel de ativar o comportamento. Para a EMOÇÃO

existir há um controle FISIOLOGICO que são sentidos diretamente no corpo. A

EMOÇÃO é uma herança FILOGÊNETICA ela garante a sobrevivência da

espécie.

Só há cognição por conta do Biológico a EMOÇÃO é física. A EMOÇÃO

negada pelo social é sentimento. “Só há razão porque há emoção”

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DIA: 14 DE MAIO DE 2013 - TERÇA – FEIRA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA – DAVID AUSUBEL

A teoria de David Ausubel é baseada na visão cognitivista e segundo

estavisão, aprendizagem é a organização e integração de material na estrutura

cognitiva do indivíduo. Segundo Ausubel, a aprendizagem significativa no

processo de ensino necessita fazer algum sentido para o aluno e, nesse

processo, a informação deverá interagir e ancorar-se nos conceitos relevantes

já existentes na estrutura do aluno.

Ausubel elaborou a  teoria da aprendizagem significativa que definiu como o

processo através do qual uma nova informação relaciona-se com um aspecto

relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo.  A Estrutura cognitiva  é

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uma estrutura hierárquica de conceitos que são abstrações da experiência do

indivíduo. 

Novas idéias e informações são aprendidas e retidas na medida em que

existem pontos de ancoragem . A aprendizagem significativa ocorre quando

uma nova informação ancora-se em conceitos relevantes preexistentes na

estrutura cognitiva de quem aprende

 Aprendizagem implica em modificações na estrutura cognitiva e não só

acréscimos.

À medida em que a aprendizagem significativa ocorre, conceitos são

desenvolvidos,elaborados e diferenciados em decorrência de sucessivas

interações:

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Diferenciação progressiva - As idéias mais gerais e mais inclusivas da

disciplina devem ser apresentadas no início para, depois irem sendo

progressivamente diferenciadas. Em termos de detalhe e especificidade

é mais fácil para o ser humano captar aspectos diferenciados de um

todo mais inclusivo previamente aprendido, do que chegar ao todo a

partir de suas partes diferenciadas.

Reconcilição integrativa - Explorar relações entre idéias, apontar

similaridades e diferenças importantes, reconciliar discrepâncias reais ou

aparentes. O conteúdo deve não só proporcionar a diferenciação

progressiva, mas também:  explorar, explicitamente, relações entre

proposições e conceitos,  chamar atenção para diferenças e

similaridades importantes ereconciliar inconsistências reais ou

aparentes.

A programação do material instrucional deve contemplar também a exploração

de relações entre idéias

DIA: 17 DE MAIO DE 2013 - SEXTA – FEIRA

Assistimos ao filme : Como Estrelas na Terra

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O filme conta a história de um menino e 9 anos chamado Ishaan Awasthi, ele

sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro

período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que

as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem

prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e

falta de sensibilidade. 

Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, o mesmo

decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de

aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da

mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é "Disciplinar

Cavalos Selvagens". De repente aparece um professor substituto de artes, este

não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da

escola, tem uma metodologia própria. 

Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e

decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que

decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava . Ele ensinou Ishaan a

ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da

família e suas próprias limitações, passa a ver a dentro da escola, um novo

significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de

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transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria

metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos,

tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante. 

Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros

gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que

precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus

conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita. No filme

"Como Estrelas Na Terra o professor substituto usa uma metodologia de ensino

inovadora, onde existe a motivação, usa o conhecimento de mundo dos alunos,

buscando aprofundar e ampliá-los. O educador consegue mobilizar a escola a

respeito da diversidade que existe na sala de aula, mostrando que é possível

fazer com que o aluno desenvolva sua capacidade de aprendizagem a partir da

compreensão e do incentivo do educador. 

O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado com respeito por

um professor, que soube valorizar e entender as diferenças, usa como forma

de expressão a arte, incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser

superado e que sua deficiência não o tornava diferente dos outros. A dislexia é

uma doença que está longe de ser solucionada, e o que salvou o garoto não foi

a descoberta da doença, mas sim, os novos métodos utilizados pelo educador,

fazendo com que o menino aprendesse a lidar com sua diferença. Este filme

retrata a realidade na qual vivemos, os alunos com diversas deficiências são

colocados em escolas normais e infelizmente as escolas regulares e os

professores não estão preparados para essa mudança. 

Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses

problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para

trabalhar com essa e as demais deficiências.

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DIA: 20 DE MAIO DE 2013 - SEGUNDA – FEIRA

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DIA: 20 DE MAIO DE 2013 - SEGUNDA – FEIRA

O Efeito Pigmaleão

O Pigmaleão é uma figura da mitologia grega. Foi um exímio escultor que,

segundo a mitologia, conseguia com a sua mestria dar o sopro da vida aos

objectos esculpidos. Na educação a sua figura é utilizada como analogia ao

poder que se atribui aos educadores, sobretudo, aos professores de operarem

autênticos prodígios nos alunos ao comunicarem-lhes expectativas positivas de

realização escolar.

Em 1968 foi publicado por Rosental e Jacbson uma obra clássica, o Pigmaleão

nas Escolas. Neste livro, o objectivo dos autores foi de relançar uma discussão

muito pertinente na educação, sobre o papel e a importância dos professores

na relação pedagógica. Tentaram explanar que as expectativas dos

professores quando transmitidas (de forma implícita ou explicita) aos alunos

influenciam a sua forma de comportamento. Neste sentido, a expectativa

positiva de sucesso formulada aos alunos ditos “fracos” acabava por se

materializar num elevado rendimento escolar e que, pelo contrário, a

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expectativa negativa comunicada aos alunos ditos “excelentes”, afectava

negativamente os seus rendimentos escolares.

Consequentemente, pode-se questionar se caso o efeito pigmaleão fosse

verdadeiro e os professores dele tivessem conhecimento não haveria tanto

insucesso nas escolas? Nada de ilusões: a investigação diz que o seu efeito é

moderado. Porém, o mais importante é a compreensão da forma como os

professores comunicam (por palavras ou gestos) as suas expectativas aos

educandos e estes captam a mensagem e se deixam influenciar, positiva ou

negativamente conforme o seu teor.

As tentativas de explicação à questão atrás formulada foram múltiplas. A

investigação ilustra que os professores interagem com os alunos de forma

diferenciada, consoante as expectativas (positivas ou negativas) que neles

depositam. Na lista da interacção diferenciada professor/aluno encontram-se:

tempos distintos concedidos aos alunos para responderem às questões; o

tempo dedicado à interacção professor versus alunos; o tipo de reforços

(apropriados ou não) dados aos alunos; o grau de exigência dos professores

para com os alunos; e a confiança versus desconfiança depositada nos

resultados obtidos pelos alunos nos testes, entre outros aspectos.

Como é da constatação geral, as escolas estão apinhadas de alunos oriundos

de classes sociais com parco capital cultural, fruto da massificação da

educação. Essa realidade impõe, particularmente, aos professores o desafio de

atenuarem o efeito da violência simbólica e da reprodução das desigualdades

sociais, enquanto mecanismos geradores de insucesso e de frustrações nos

alunos e seus progenitores. O reconhecimento de que “o professor é a

mensagem” e que a sua interacção na sala de aula é altamente selectiva

constitui uma via privilegiada de mudança do seu padrão comportamental

numa altura em que a educação se encontra debaixo do fogo cruzado do

eduquês.

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DIA: 21 DE MAIO DE 2013 - TERÇA – FEIRA

A PARABOLA DA VAQUINHA

As vezes, estamos presos a algumas situações, de onde

não conseguimos enxergar novas alternativas para

melhorar nossa qualidade de vida. Quando me encontro

nesta situação, sempre me vem a cabeça o parábola da

vaquinha, que segue abaixo:

Era uma vez, numa terra distante, um sábio chinês e seu discípulo. Certo dia,

em suas andanças, avistaram ao longe um casebre. Ao se aproximar, notaram

que, a despeito da extrema pobreza do lugar, a casinha era habitada. Naquela

área desolada, sem plantações nem árvores, viviam um homem, uma mulher,

seus três filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada. Com fome e

sede, o sábio e o discípulo pediram abrigo por algumas horas. Foram bem

recebidos. A certa altura, enquanto se alimentava, o sábio perguntou:

- Este é um lugar muito pobre, longe de tudo. Como vocês sobrevivem?

- O senhor vê aquela vaca? Dela tiramos todo o nosso sustento – disse o chefe

da família. – Ela nos dá leite, que bebemos e também transformamos em

queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos o leite e o queijo

por outros alimentos. É assim que vivemos.

O sábio agradeceu a hospitalidade e partiu. Nem bem fez a primeira curva da

estrada, disse ao discípulo:

- Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali em frente e atire-a lá pra

baixo.

O discípulo não acreditou.

- Não posso fazer isso, mestre! Como pode ser tão ingrato? A vaquinha é tudo

o que eles têm. Se eu jogá-la no precipício, eles não terão como sobreviver.

Sem a vaca, eles morrem!

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O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a

ordem:

- Vá lá e empurre a vaca no precipício.

Indignado porém resignado, o discípulo voltou ao casebre e, sorrateiramente,

conduziu o animal até a beira do abismo e a empurrou. A vaca,

previsivelmente, estatelou-se lá embaixo.

Alguns anos se passaram e durante esse tempo o remorso nunca abandonou o

discípulo. Num certo dia de primavera, moído pela culpa, abandonou o sábio e

decidiu voltar àquele lugar. Queria ver o que tinha acontecido com a família,

ajudá-la, pedir desculpas, reparar seu erro de alguma maneira. Ao fazer a

curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram. No lugar do casebre

desmazelado havia um sítio maravilhoso, com muitas árvores, piscina, carro

importado na garagem, antena parabólica. Perto da churrasqueira, estavam

três adolescentes robustos, comemorando com os pais a conquista do primeiro

milhão de dólares. O coração do discípulo gelou. O que teria acontecido com a

família? Decerto, vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir

embora. Nesse momento, pensou o aprendiz, devem estar mendigando em

alguma cidade. Aproximou-se, então, do caseiro e perguntou se ele sabia o

paradeiro da família que havia morado lá há alguns anos.

- Claro que sei. Você está olhando para ela – disse o caseiro, apontando as

pessoas ao redor da churrasqueira.

Incrédulo, o discípulo afastou o portão, deu alguns passos e, chegando perto

da piscina, reconheceu o mesmo homem de antes, só que mais forte e altivo, a

mulher mais feliz, as crianças, que haviam se tornado adolescentes saudáveis.

Espantado, dirigiu-se ao homem e disse:

- Mas o que aconteceu? Eu estive aqui com meu mestre uns anos atrás e este

era um lugar miserável, não havia nada. O que o senhor fez para melhorar

tanto de vida em tão pouco tempo?

O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu:

- Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos nosso sustento. Era tudo o

que possuíamos, mas um dia ela caiu no precipício e morreu. Para sobreviver,

tivemos que fazer outras coisas, desenvolver habilidades que nem sabíamos

que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que hoje estamos muito

melhor que antes.

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“Formar leitores é compromisso da família e da escola”. Também deve fazer

parte dos interesses de toda a comunidade, pois uma sociedade não letrada,

ou mesmo formada por leitores funcionais, está fadada à condição de miséria e

indignidade.

Nunca a questão da formação de leitores foi tão discutida como nos dias

atuais, até porque se entende que o desenvolvimento de uma nação depende

do nível de letramento dos seus habitantes.

Não “existe país livre e desenvolvido sem investimentos na educação e na

leitura.” (Cavalcanti, 2002: p.2)

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