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TOMO XXXI * Maio de 1990 * PORTE PAGO DR/SC ISR-58 - 603/87, Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

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TOMO XXXI * Maio de 1990 * PORTE PAGO

DR/SC ISR-58 - 603/87,

Digitalizado pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC

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A QUEM DEVEMOS A REGULARIDADE

DESTAS EDiÇÕES

A FUNDAÇÃO "CASA DR. BLUMENAU", editora desta re­vjsta, torna público o agradecimento aos aqui relacionados pe­

la contribuição financeira que garantirão as edições mensais

durante o corrente ano:

TEKA - Tecelagem Kuehnrich SI A.

Companhia Hering Cremer SI A. Produtos Têxteis e Cirúrgicos Casa Wí1ly ·Sievert SI A. Comercial Gráfica 43 SI A. Indústria e Comércio Distribuidora Catarinense de Tecidos SI A . Livraria Blumenauense SI A. Schrader 'SI A . Comércio e Representações Companhia Comercial Schrader Buschle & Lepper SI A. João Felix Hauer (Curitiba) Madeireira Odebrecht Ltda. Móveis Rossmark Arthur Fouquet Paul Fritz Kuehnrich Dietrich Schmidt WANGNER - Reutlingen - R.F.A. Walter Schmidt Comércio e Indústria

Eletromecânica Ltda. Cristal Blumenau SI A. Moellmann Comercial SI A . Casa Mayer Lindner, Rerwjg, Shimizu - Arquitetos e Associados Sul Fabril SI A . Auto Mecânica Alfredo Breitkopf S. A. Maju Indústria Textil Ltda. ROR Máquinas e Equipamentos Ind . Ltda.

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EM CADERNOS TOMO XXXI Maio de 1990

SUMARIO Página

Registros de Tombo anotados pelos Padres Franciscanos ___________________ _

Subsídios Históricos

A publicidade comercial até o começo do século através da impren-

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134

sa focal ___ _____ __________________ __ ________________ ________________________________________________________ 135

Autores Catarinenses ____________________________________________________________________________________ 137

Os alemães na floresta brasileira ______________________________________________________________ 139

Aconteceu '" Abril de 1990 _________________________ _________________________________________________ 155

Apicultura

Cartas

- Caso das Abelhas

BLUMENAU EM CADERNOS Fundado por José Ferreira da Silva

ótgã@ destinado ao Estudo e Divulgação da História de Santa Catarina Propriedade àa FUNDAÇÃO "GASA DR. BLill1IEl'J"AU"

Diretor イ・Uーッョウ■Nカ・ャ セ@ José Gonçalves - Reg_ n .O J9

Assinatura por Tomo (12 nOs.) Cr$ 100,00 + 50,00 (porte) = Cr$150,00 Número avu lso Cr$ 15,00 - ,A,trasado Cr$ 30,00

Assinatura para o exterior Cr$ 600,00 + 200,00 (porte via aérea) Cr$ 800,00

Alameda Duque de Caxias, 64 - Caixa Postal 425 - Fone : 22-1711 89.015 - B L UM E NAU - SANTA CATARINA - B R A S I L

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Capa - Desenho: Elias EoeU Júnior * Cliehê : Gentileza da Clicheria. Blumenau Ltda.

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Registros de Tombo anotados pelos Padres Franclscanós Termos do Livro de Tombo eX)

Ano de 1920 (1) Provisão de nomeação de

Fr. Daniel Hostin novo vigário, uso de ordens e faculdades, em 23.01.

(2) Provisão de dispensa ma-tri monial em favor de Augusto Strutz e Maria dos Santos, em 15.01.

(3) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Antônio Lu­cas da Silva e Jordina de Jesus, em 13 .01.

(4) Eleição da diretoria da Con­ferência Vicentina, em 15.02.

(5) Provisão anual das capelas da paróquia, em 18.02.

(6) Provisão anual dos Conse­lhos de Fábrica da matriz e cape­las em 18 .02 .

, (7) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Nico,lau Ling e Paulina Hass, em 17.02.

(8) Provisão dos coadjutores da paróquia: Fr. Cleto, Fr. Raymun­do e Fr. Gaudêncio, em 01.03 .

(9) Provisão de faculdades em favor dos coadjutores, em 01 .03 .

(10) Reinício das aulas no Co­légio Santo Antônio, em 16 .02 .

(11) Celebração da 1 a. Eucaris­tia de 60 crianças na capela S. Isa­bel,em01.02.

(12) Doutrina dos neo-comun­gantes, em 03 .02 .

(13) Carta do Sr. Orestes Gui­marães, inspetor federal das esco­las em 08 .03 .

, (14) Provisão de licença de ca­samento em favor de Bernardo e Margarida Wallau, em 26.03 .

(15) Circular a respeito das escolas católicas, em 19 .03 .

(16) Celebração da 1 a. Euca-

Pe. Antônio Francisco Bohn

ristia de 116 crianças na matriz, em 11.04.

(17-18) Provisões de dispensa matrimon ial em favor de Maximiano Francisco de Novaes e Carolina de Novaes, de José Francisco Cardo­so e Maria Cardoso, em 12.04 .

(19) Celebração da 1 a. Euca­ristia de 89 crianças na capela San­ta Inês de Indaial, em 18.04 .

(20) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Re inoldo Al­ves e Leontina Rodrigues, em 22.04.

(21) Celebração da 1 a. Eucaris­tia na capela São José de Testo Salto, em 25 .04 .

(22) Provisão de dispensa ma­trimoniaJ em favor de Bernardo e Maria Büttgen, em 03.05.

(23) Requerimento e concessão para instalação de duas escolas paroquiais, em 25.04 . Resposta positiva do Sr. Bispo, em 05 .05.

(24) Provisão de nomeação de professores para as escolas paro­quiais, em 05.05.

(25) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Germano e Maria Flores, em 05.05.

(26) Prorrogação de faculda­des para a aceitação de não-cató­licos, em 22 .05 .

(27) Comunicação do Sr. Antô-nio Figueiredo sobre a doutrina cristã das escolas, em 09.06 .

(28) Cópia do telegrama do Sr. Diretor da I nstrução Pública, refe­rente ao ensino de doutrina cristã, em 09.06 .

(29) Autorização do Sr. Antô­nio Figueiredo para que· sejam da­das aulas de doutrina cristã no gru-

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po escolar Luiz Delfino (sem data). (30) Provisão de dispensa ma-

trimonial em favor de Frederico Orth e Anna Rothers, em 12.07.

(31) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Francisco Weege e Paula Frotscha, em 22.07.

(32) Circular da Cúria Episco-pal sobre o programa de ensino nas escolas paroquiais, em 19.08.

(33-34) Provisões de dispensa matrimonial em favor de Hugo Phi!­lips e Anna Metzer, (23.08), Jacob Preis e Emília Hoffmann (23.08).

(35) Pedido de licença para exposição e bênção do SS. Sacra­mento na matriz, em 19 . 08. Con­cedido pelo Sr. Bispo em 23.08.

(36) Provisão de nomeação pa­ra professores da escola paroquial (sem datâ).

(37) Carta do Sr. Bisp-O ao vi­gário sobre a doutrina cristã, em 29.08.

(38) Festa do Senhor Bom Je­sus em Indaial, em 08.08.

(39-42) Provisões de dispensa matrimonial (mixtae religionis) em favor de 5 casais da comunidade, fim diversas datas.

(43) Jubileu sacerdotal do Rev.mo Pe. Cleto Espey na matriz de Blumenau, em 29.09.

(44) Jubileu sacerdotal do Rev. mo Pe . Fr. Oswaldo Schlen­ger, vigário forâneo da comarca eclesiástica, na matriz de Blume­nau, em 27.10 . Consta também a descrição dos festejos.

(45) Circular do Sr. Bispo so­bre o retiro espiritual do clero, em 26 . 10.

(46) Circular do Sr. Bispo refe­rente aos relatórios paroquiais e dos vigários forâneos, em 28.10 .

(45) Nomeação de uma comis­são pró-reforma da matriz. Provi-

são de aprovação do Sr. Bispo, em 09 . 11. (1)

(46) Reunião da comissão pró-reforma na Casa São José, em 19 . 12 .

(47) Provisão de dispensa ma­trimon ial em favor de Jacob e Ber­tha Hahls em 14 . 12.

(48) Exames finais das escolas paroquiais: 1) Colégio Sagrada Fa­mília (08.12) , 2) Colégio Santo An­tônio (09.12), 3) Ribei rão Branco (15 . 12), 4) Rio Morto (16.12), 5) Encano Alto (17.12), 6) Caminho das Areias (18.12), 7) Indaial ... (13.12), 8) Belchior (20.12) , 9) Ve­lha (não se realizaram os exames).

(49) Provisão para a adminis­tração válida dos sacramentos em favor de Fr. Dionysio Mebus, em 16 . 11 .

(50) Relatório anual: nO. de habitantes católicos (5.600), não catól icos (28.000), capelas (9), bati­zados (320), confissões (20.340), comunhões (61.860) , viáticos (90), 1 as. eucaristias (170), extrema-un­ções (95), encomendações (49), ca­samentos (82), pregações (388), es­colas paroquiais (9).

Ano de 1921 (1) Substituição dos coadjuto­

res da paróquia, em 08 . 01. (2) Provisão de dispensa ma­

trimonial em favor de Carlos Schmitt e Philomena Krüger, de Paulo Krüger e Maria Schmitt, em 08.01 .

(3) Reinício da doutrina de 1 a. Eucaristia e das aulas nas escolas paroquiais, em 17.01.

(4) Celebração do 25°. aniver­sário da bênção da capela de S . Inês de Indaial, em 23.01 .

(5) Entronização solene do S. Coração de Jesus na Casa Ideal, em 24 . 01 .

(6) Provisão de dispensa ma-

(1) Constata-se este erro na sequênc.' a dos termos. Esta numeração segue a do livro original .

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trimonial em favor de Ladislao Fis­her e Eisa Foch, em 24.01 .

(7) Provisão de licença de ca­samento e moratório particular do casal acima, em 25.01.

(8) Provisão de vigário em fa­vor de Fr. Daniel Hostin e demais coadjutores, em 12.12.1920.

(9) Profissão religiosa de Fr. Inocêncio Wapmiarz, no convento, em 25.01.

(10) Designação de Fr. Daniel Hostin para substituir o vigário de Itajaí (sem data).

(11) Número especial da «Rese­nha Eclesiástica», por determina­ção do Sr. Bispo em dezembro de 1920. '

(12) Provisão anual das cape­las da paróquia e dos Conselhos de Fábrica das capelas e da matriz, em 02.02.

(13) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Oscar Martru­gel e Margarida Boehm, em 09.02. O casamento não se realizou.

(14) Reabertura das aulas no Internato Santo Antônio, em 03.02.

(15) Recepção de Tecla Rüedi­ger na Igreja Católica, em 27.02 .

(16) Ladainha e solenidades em honra a São José, na matriz, em 10.03.

(17) Reunião do Conselho de Fábrica e resolução da compra de um terreno para o novo cemitério da rua Goiás. Resposta do Sr. Bis­po à solicitação do vigário, em . . 19.03.

(18) Celebração da 1 a. Euca­ristia na matriz, em 03.04 .

(19-21) Nada consta. (22) Solicitação do vigário ao

Sr. Bispo para expor o SS. Sacra­mento na 1 a. quarta-feira do mês para intensificar a devoção a São

José, em 19.03. Concedida em .. 21 .04.

(23) Licença para a celebração de missas em casas particulares, em 21.04.

(24) Início da instrução militar no Colégio Santo Antônio, em 20.04.

(25-27) Provisões de dispensa matrimonial em favor de Hugo Dahl­mann e Margarida Schuchmacher (21.04), Francisco Baader e Sophia Zoz (21.04), Alberto Modro e Adé­lia Büttgen (26 .04). (2).

(28) Celebração do mês de maio em honra a Nossa Senhora, com grande participação dos fiéis e, ao término, cerimônia de coroa­ção.

(29) Celebração de missa e ad­ministração de sacramentos em Bra­ço do Cego, em 03 .05.

(30) Celebração da f€sta do Divino Espírito Santo, em 15.05.

(31) Procissão de Oorpus Chris­ti, em 29 .05.

(32) Celebração do mês de ju­nho em honra ao Sagrado Coração de Jesus.

(33) Provisão de licença para exposição e bênção do SS. Sacra­mento na capela das I rmãs da Di­vina Providência, em 03.05.

(34) Provisão de nomeação de uma comissão pró-construção de nova capela no Garcia, em 31.05 .

(35) Provisão de confessor or­dinário das Irmãs da Div ina Provi­dência em favor do Pe. Júlio Jans­sen, em 01.05.

(36) Provisão de confessor ex­traordinário das I rmãs da Divina Providência em favor de Fr. Oswal­do Schlenger, em 03.05.

(37) Passeio das crianças da doutrina para Ascurra em 12.06.

(38) Comemoração do dia de

(2) A celebração das Bodas de Ferro (65 anos) deste matrimônio de Alberto e Adé­ria foi realizada em 10 . 05.1986 na localidade do Vale do Selke e foi preôidida pelo Pastor Gustavo Krüeger e pelo autor Pe. Antônio, numa cerimônia ecumênica.

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Santo Antônio , padroeiro do Con­vento e Colégio, em 13 .06 .

(39) Comemoração dos alunos do Colégio Seráfico, em 21.06.

(40) Término do mês de junho dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.

(41) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Otto Schei­demantel e Emília Kraemer, em .. 28.07.

(42) Comemoração de São Luiz de Tolosa, padroeira do Colégio Se­ráfico, em 19.08.

(43) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Nestor Nunes Degau e Rosalina Fisher, em 20.08.

(44) Solicitação de faculdade para absolver uma excomungada, em 12.09. Concedida em 21.09.

(45) Comemoração do dia da criança e consagração aos Sagra­dos Corações, em 02.10.

(46) Comemoração de São Francisco de Assis, em 04.10 .

(47) Comemoração e festa de São Pedro de Alcântara, padroeiro principal do Brasil, (sem data).

(48) Passeio das crianças da doutrina à capela de Belchior, em 27 . 11 .

(49) Comemoração dos 700 a­nos de fundação da Ordem Illa. de São Francisco, em 08.12.

(50) Eleição de nova diretoria 、。セ@ Filhas de Maria, em 04.12.

(51) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Abel José Diali e Maria Eiroso, em 31 .10 .

HUセI@ Falecimento de Fr. ᅮ。ーゥウセ@trano Eising , vice-mestre de novi­ços, em 18 . 09.

(53) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de João Sigler e Edwiges Goebler, em 31 . 10 .

(54) Provisão de dispensa ma­trimonial em favor de Luiz João da Luz e Maria Carolina de Souza, em 12 . 12 .

(55) Ingresso na Igreja Católi­ca de Elisabeth Octávia da Cunha, filha do Dr. José Bonifácio da Cunha, em 03.12 .

(56) Exames finais das escolas paroquiais: 1) Colégio Santo Antô­nio (10.12), 2) Colégio Sagrada Fa­mília (12 .12) 3) Encano Alto .... (12.12), 4) Belchior (19 . 12 .), 5) In­daial (21.12), 6) Rio Morto (22.12) , 7) Caminho das Areias (14 . 12) . Por falta de alunos foi fechada a esco­la paroquial de Ribeirão Branco.

(57) Relatório anual de 1921: Católicos (5.900), não cató,licos .. (29 . 000) , capelas (11) , batizados .. (313), comunhões (63.582), confis­sões (22 . 100), extrema-unções .. (102), encomendações (43), casa­mentos (49), pregações (511), esco­las paroquiais (8), alunos (549), as­sociações (6) , associados (997) .

Anexos : 1. Descrição das esco­las paroquia is, denominação de ca­da uma delas, ano de fundação, professores e número de alunos.

2 . Programa alusivo às come­morações do 1°. Centenário da In­dependência do Brasil na paróquia de São Paulo Apóstolo.

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Subsídios ヲャゥセエイゥ」ッウ@Coordenação e Tradução: Rosa Herkenhoff

Excertos do «Kolonie-Zeitung » (Jornal da Colônia) , publicado na colônia Dona Francisca, a partir de 20 de dezembro de 1862.

Notícia de 9 de janeiro de 1869: Dona Francisca - Estrada da Serra - A 7 de dezembro do ano

passado o Ministério da Agricultura mandou suspender os trabalhos na Estrada da Serra, até segunda ordem. O engenheiro Luis Pereira Dias, nomeado a 14 de outubro de 1868, fo i incumbido da elaboração de no­vo projeto e respectivo orçamento, para o traçado das obras, do atual ponto terminal até a Encruzilhada. O engenheiro Artur de Murinelly, en­carregado do traçado da Estrada até Rio Negro, prosseguirá normalmen­te o seu trabalho. Portanto, não é de se concluir que a construção de estradas tenha sido interrompida. Lastimamos a interrupção das obras no referido trecho , tão importante para a nossa Colônia. Ultimamente os trabalhos já vinham sofrendo bastante com a demora da verba de 5 con­tos de réis, concedida por contrato à Direção da Colônia, incumbida da const rução. Há seis meses a Direção não recebe esta importância.

Notícia de 16 de janeiro de 1869: Dona Francisca. - Quadro demonstrativo do movimento na Es­

trada da Serra, dUríinte o ano de 1868:

Do Planalto para a Colôn ia Dona Francisca.

Pessoas Cavalos Muares Reses Janeiro 69 17 68 113 Fevereiro 55 11 24 267 Março 52 7 38 118 Abril 56 8 30 195 Maio 66 26 33 87 Junho 31 3 15 19 Julho 24 6 22 30 Agosto 23 5 20 21 Setembro 60 18 Yセ@ 34 Outubro 68 18 116 93 Novembro 47 13 71 51 Dezembro 37 13 53 56 Total 588 145 588 1.084

Da Colônia Dona Francisca para o Planalto

Pessoas Cavalos Muares Janeiro 108 21 79 Feve reiro 78 10 80 Março 38 10 33 Abnl 33 8 22

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Maio 29 10 40 Junho 25 6 19 Julho 34 5 29 Agosto 22 3 16 Setembro 55 21 64 Outubro 58 17 135 Novembro 40 11 59 Dezembro 27 6 33 Total 547 128 599

. A coleção do «Kolonie-Zeitung» faz parte do acervo do Arquivo Histórico Municipal de Joinville.

A PUBLICIDADE COMERCIAL ATÉ O COMEÇO DO SÉCULO ATRAVÉS DA IMPRENSA LOCAL

Açougueiros Blumenauer Zeitung - N°. 22 Sábado 28 de maio de 1887. Ano 7 '

Publicação da Sociedade dos A­çougueiros da Vila de Blumenau. Divulgam nova lista de preços.

Alfaiate instalações Blumenauer Zeitung - N°. 24. Sábado, 11 de junho de 1887. Ano 7 C. A. Gruner - mestre alfaiate

- anuncia suas novas instalações no início do mês vindouro em fren­te a Igreja católica.

ção.

Liquidação Blumenauer Zeitung - N°. 25. Sábado, 18 de junho de 1887. Ano 7 F. Schrader, comunica liquida-

LI'quid"ção Blumenauer Zeitung - N°. 26. Sábado, 25 de junho de 1887. Ano 7 Gustav Baumgarten comunica

liqu idação até fins de junho.

Oferta de tintas Blumenauer Zeitung - N°. 37. Sábado, 10 de setembro de .. 1887. - Ano 7. Paul Hering - pintor oferece

tintas a óleo em branco, vermelho, azul, amarelo e preto, prontas para pintura em 10 horas. Tintas em la­tas de manteiga, por kilo - 800 Rs, mais t intas secas, giz, lacre, a pre­ços baratíssi mos.

Arredamento

Blumenauer Zeitung - N°. 39. Sábado, 24 de setembro de .. 1887. - Ano 7. W. Seelinger devido a sua ida­

de avançada pretende arrendar s€u negócio localizado na Itoupava.

Blumenau, 13 de setembro de 1887.

Transferência administração

Blumenauer Zeitung - N°. 52. Sábado, 24 de dezembro de .. 1887 - Ano 7. Jacob Schmidt, comunica que

entregou a administração de seu moinho no Ribeirão Caethé ao se­nhor Christian Dietrich.

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Exportação de Blumenau Blumenauer Zeitung - N°. 33. Sábado, 13 de agosto de 1887. An. 7.

A exportação no quatriênio 1883- 1887 de nosso município :

QUILOS BANHA TRIBUTO

366 .577 Banha 1 :012$133 Rs 76 .728 Carne 153$456 Rs

252.966 manteiga 756$561 Rs 535 .576 açúcar 1 :071 $152 Rs 42 . 299 fumo 211$495 Rs 1 .054 cera 5$270 Rs 2.073 toucinho 41$460 rセ@

SACOS 3. 396 farinha 67$920 Rs 3.505 milho 70$100 Rs

386 batatas 7$720 Rs LITROS

25.735 aguardente 12!5$735 Rs 3.408 vinho 3$408 Rs MILHEIRO

4:397.000 charutos 879$400 Rs PEÇA 1 .74S peles 139$i40 Rs

Em tábuas, madeira para construção em dúzias

32 .506

Recebimento de Tintas da Alemanha

Blumenauer Zeitung - N°, 2. Sábado, 14 de janeiro de 1888. Ano 8 Paul Hering comunica que re­

cebeu da Alemanha tintas e pin­céi s que recomenda aos pintores.

Estoque de roupas recebidas

Blumenauer Zeitung - N°. 2. Sábado 14 de janei ro de 1888. Ano 8 ' Gustav Baumgarten publ ica e

anuncia seu estoque de roupas re­cebidas ultimamente.

3 :262$380 セ ウ@

Conserta sombrinhas e fabrica escovas

Blumenauer Zeitung - N°. 6. Sábado, 11 de fevereiro de 1888 Ano 8 Carl Gottlieb Weisse, comuni­

ca que repara sombrinhas e guar­da-chuvas bem como fabrica esco­va:5.

Prestação de contas

Blumenauer Zeitung - N°. 15. Sábado, 14 de abril de 18e8. Ano 8 Asseburg e Willerding publi­

cam que o senhor Gottlieb Reif não

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ficou dévendo nada a suá firmà ou aos associados.

Venda de sementes No mesmo jornal e mesmo nú­

mero segue a nota: Victor G8ertner oferece sementes ヲイ・セ」。ウ@ recém vindas da Europa.

Oferta produtos coloniai.

Blumenauer Zeitung - N°. 22.

Sábado, 2 de junho de 1888. Ano 8 F. Blohm, oferece todos os pro­

dutos coloniais.

AUTORES CATARINENSES ENI!AS ATHANAI10

É cada vez mais visível o desinteresse geral pela produção dos escritores catarinenses. Parece que o meio cultural do Estado entrou em letargia, o que, pelo que me consta, parece acontecer também em ou­tras regiões e até nos grandes centros. Raros professores, eles próprios escritores ou poetas, acompanham o que se passa em Santa Catarina. Os demais ignoram olimpicamente os esforços de quantos se dedicam a es­crever aqui entre nós.

Exemplo bem marcante do que acabo de dizer foi o silêncio que recaili sobre a coletânea «Presença da Literatura Catarinense», ·organiza­da por Celestino Sachet e laponan Soares (Editora Lunardelli - Floria­nópolis - 1989). Embora tenha recebido os maiores elogi.os de escrito­res de outros Estados, a quem tenho remetido exemplares, não encontrei até agora um só comentário ou mesmo nota sobre a obra e não me cons­ta que tenha merecido alguma recomendação para leitura ou simples re­ferência informativa li/m aula. Não sei se isso significa uma condenação em bloco a tudo que o livro contém ou constitui atitude esnobe de quem paira nas alturas e retorce o nariz à simples idéia de olhar para os lados e ver o que está perto. Seja qual for o motivo, é uma atitude prejudicial ao nosso Estado. Pelo que tenho visto, nada me convence que a nossa produção seja diferente do que vai por aí, exceção feita de uns poucos, os ditos «consagrados», que todo mundo vive a elogiar sem q:Je e:es pre­cisem diMO e do que nem sequer tomam conhec :mento.

\ セ pイ・ウ・ョ。@ da Literatura Catarinense», no entanto, é um livro im­portante, fornecendo ao leitor uma visão de conjunto de nossas letras, desde os viajantes e pioneiros até os dias de hüje . Não é 」ッゥUセ@ que se rejeite in limine, sob pena de grave omissão.

Com uma seleção que exigiu o exame de vastíssima bibliografia, a coletânea reúne os textos mais expressivos dos autores de todos os perío­dos, desde os referidos viajantes e pioneiros, passando pelo barroco, ar-

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tadismo, romantismo, s"imbolismo, realismo, parnasianismo e modernis"mo, até os grupos e tendências contemporâneos. Cada bloco é precedido de breve nota introdutória e explicativa, situando o leitor diante das circuns­tâncias históricas em que o texto foi produzido ou a que se refere. O re­sultado é positivo, permitindo sentir a evolução das letras catarinenses desde seus primórdios até os d;as atuais.

O livro procurou contemplar todas as tendências e escolas, marcan­do cada uma delas com a presença de seus mais expressivos expoentes. Também os grupos que tiveram importância, maior ou menor, estão pre­sentes. E dessa forma a coletânea exibe um panorama tão completo quan­to possível de nossa literatura e dá uma mostra de como escreveram nos­sos conterrâneos do passado e como o fazem aqueles que estão em ativi­dade. Pelo esforço que exigiu de seus organ izadores e do editor assim como pela importância de que se reveste para nós, catarinenses, «Presen­ça da Literatura Catarinense» merece ser lida e divulgada.

Visitei em Joinv:lle, no Museu de Arte , a exposição de Cândido Por­tinari. Foram expostos oito painéis, todos integrantes da «Série Bíblica», cedidos por empréstimo pelo MASP, a cujo acervo pertencem. «Ressurrei­ção de Lázaro», «A justiça de Sa:omão», «O sacrifíc io de Abrahão», «O massacre dos inocentes», «A ira das mães» «As trombetas de Jericó» «O eremita penitente» e «O pranto de Jeremias» foram as obras ・クーッウエセウ@ e, dentre elas, a última me parece a mais expressiva. Portinari, cuja «Casa» visitei em Brodósqui, anos atrás, bem como a Matriz de Batatais, por ele decorada, é considerado o maior pintor brasileiro . Razão pela qual a ex­p-osição no MAJ está sendo considerada o maior evento artístico do Estado nos últimos tempos.

A fotógrafa catarinense Lair Leoni Bernardoni consolida seu renome internacional ao expor seus trabalhos na «Varig 's Icaro R-oom », célebre ga­leria da Quinta Avenida, em Nova York. Muito conhecida e aclamada por seu talento, com inúmeras exposições realizadas no Brasil e no Exterior, Lair mereceu com justiça, extensa reportagem exclusiva no suplemento quinzenal sobre Santa Catarina da revista «Veja», com diversas reprodu­ções de algumas de suas mais belas realizações. À nossa brilhante conter­rânea vão os nossos aplausos, desejando êxito na exposição nos Estados Unidos e que outras tantas aconteçam pelo mundo a fora.

Dois livros merecem referência no período: «Narrativas do real e do imaginário», de laponan Soares (Editora Noa Noa - Florianópolis - 1990), reunindo contos desse escritor mais conhecido como ensaísta e pesquisa­dor, e «. MemÓria Barriga-Verde», de Manoel Gomes (Editora Lunardelli -Florianópolis - 1990), ccntendo biografias resumidas de figuras de nos, so Est3do. Sobre eles voltarei a fal ar.

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Os alemães na floresta brasileira

Tradução do livro de: HUGO ZOELLER,

o autor foi encarregado pelo proprietário do jornal "Koelnischer Zeitung" à viajar pelas colônias de imigração セNャ・ュ ̄@ no Brasil para narrar as suas impressões. Concluiu seu trab:l­lho em novembro de 1882. Nesta época havia ligação regular para a Américcl do Sul através de vapores Alemães que faziam a travessia pelo Atlântico.

Como o autor pretendia ficar aI· gumas semanas no Senegal e Gámbh tomou o Vapor "Orenoque" da Mersa­geries Maritimes de Lisboa para o RlO de Janeiro em 9 de junho daquele ano. Pagou pela pa.ssagem, incluindo ali­mentação e vinho de mesa a import5.n­cia de 600 marcos. Chegou ao Rio dE' Janeiro 8 meses após. Com entusiasme descreve a passagem pela Baía de Gua­nabara. Conforme o censo de 1872 o Rio de Janeiro contava com uma po­pulação de 247.972 habitantes, que per' sua vez estava constituída de 84939 estrangeiros (30 a?5 mil 。ャ・ュ ̄ セウZ@

48.939 escravos e 141.754 brasileiros incluídos neste número os mula.t,os p

negros livres. Do Rio de Janeiro viaiou para a Província de Sfio paulo. Embar­cou em 25 de novembro com o TIftvi.o Calderon que estava sob bandeira bra­sileira, mas a oficialidade, cozinha e :nsta.lação eram inglesas, sendo a mlt. rinhagem hrasileira. O navio t.ocou 0<; Portos de Santos, Cananéia, Paranaguã e Gtuaratuba.

A COLõNIA BLUMENAU

"Parti do Porto de São Francisco .'t noite e testemunhei pouco depois um espetáculo pouco curioso. Desde algum tempo, minha atençi'io estava voltada para um Veleiro de velas ericadas a­proximadamente 1/2 milha (900) atrás de nós com o mesmo curso.

De repf'nte um passa.geiro chamou minha atenção pam o fato contraditó­rio de um veleiro navegar com maiC)l' \'elocidade oue O nosso v::tpor. Simulta­neamente com a aproximacii.o aum?n­tavam as nropnrr:ões do veleiro COM sua velocidade fantástica e o contrl'lc:tc rie SU::lS velas nretas com as tonalid;J.­des adiacenres.· Intencionamo<; ch8m"r a atenção do comandante sobre o fe-

por CURT WILL Y HENNINGS

nômeno :nas, desistimos visto estar ele muito ocupado e inquieto. Tempo­rariamente uma faixa de neblina ti­rou nossa visão do veleiro preto. Ten­;::os aguardamos os acontecimentos mas o veleiro não se aproximou, foi se afastando e desaoarcceu envolto na névoa numa das numerosas baías.

Meu companheiro de viagem esta­va agitHdo e mpsrno horas depois da lua brilhar com os bancos de nevoeiro não falava-se de outra coisa do Fhie­gender Hollaender, que não pOdia tra­tar-se ã e um veleiro real, mas sim de uma apariçJ o semelhante a miragem visto o colorido negro e as dimensões gigantescas, os contornos imprecisos e a velocidade anormal do navio apa­rente. Quando ao despertar do dia se­guinte apareceu no convés o coman­dante, este desenvolvia a mesma ativi­dade inquieta, numa mão segurava um hinóculo na outra uma linha de sono dagem afirmando serem os meses de étgosto e setembro criticos de nevoeiro.

O sol na.scia mas a sua posição no firmamento só se podia adivinhar, nem tampouco visualizar a costa. As sucessivas mudanças de rumo por to­do o quadrante a cada qu<trto de hom. não inspirava confiança. Três nu qua­tro horas depois ouvimos um ruído bem n::l nossa -.Jroa aue foi identificado como sendo da arrebentação. O rumo foi altprado p o mE'smo ruído veio do nptro lado. Um nouco mais tarde [) sol iR alto. nissolvell o nevoeiro p ana,­receberam alguns picos sucessivamente outr.os mais e a posição do navio foi determinada como sendo prOXlma à h'lrr;l ctn Hrlirlí . Fsta harra. desde a pn­rhf>ntf' d0 J Fqf) (sete,." l)ro) OU" assolou Blllm0nf1U p todo o V:J,lp no It't;aí. ",,­soriou de forma tal o leito aue Mual­Tl1epte \[ッイョーGャエ\セ@ navios c()m um calp.no de 6 pés (1.80) podiam U:'lssar a barra sl':ndo filie em ;1nOS anteriorps tinha condições 1:ara 20 ués de ョイッヲオョ、ゥ、。」ゥセN@Agora se ・ウオ・ョセ@ que a terr" de aluvião carre!!rldr. das margens se formem no­vam"ntC' estrf'itrmdC) a p3ssap.:em. au­mpnh:mdo, e desta forma aprofundando o leito

Antes ele C'ncerrar ri narrac;; ') de minha viagem no São Lourenço. algu-

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mas considerações e observações sobre a alimentação de bordo. O que mais chama a atenção do europeu na Améri· ca do Sul é a ' falta de higiene, a su­geira generalizada da pior espécie. Quando nas Ilhas do Sul, moças e ve­lhos, homens e mulheres mastigam a raiz de Kawa e a cospem num tacho primitivo e após curta fermentação a oferecem aos estranhos, isto não é ape­titoso em nosso conceito, mas afirmo que teria preferida, em muitos casos, ter tomado Kawa do que participar de uma refeição brasileira.

Há, entre vários povos semi civili­zados como os das ilhas do Eul, malai­os e chineses, costumes que nós conr-i­deramos repugnantes, mas no concni­to destes povos não são anti higif ni­cos, não pr'Ovém de displicência, mas de um conceito diferente do nosso. O bairro Chinês de São Francisco ou de Singapura emana um cheiro infame, mas numa aglomeração humana nu:n espaço restrito, dificilmente um ーNセ|Gッ@

europeu seria capaz de manter tama­nha limpeza.. Mesmo comendo vermes e outra bicharia, fisicamente este po­vo que se banha diariamente nos rios é mais limpo que o habitante de Paris ou Londres, em geral a -gente pode se habituar a Kawa nos insulares do Sul tomando em consideração seus dentes perfeitos e o funcionamento regular do seu aparelho digestivo. Em contraposi­ção, a falta de hi.giene do br'asileiro é rna,is profunda e menos justificável. Beber de um mesmo copo, comer de um mesm0 prato, nos é quase repelen­te pois os restos de resíduos tubércu­los é o m€nos Que se apresenta ao es­tranho. No Palácio Real de São Cristó­カセッN@ no Rio de Jamüro. me foi dado conhecer casllalmente p incognitament.':! a cozinha e disnensa. O que me foi da­do ver foi. o suficiente para estrag'ar meu aoetite para várias Ü!1.13rias. nr:n­cipa1mente ent.rp HS variedades doces.

E'ü"vam lá vários jov0ns oue . s" fos:::em ;,')p'ado<; nllma narede certamen­te ficariam colados. EstaNam amassan­do com seus dedos sujos uma massa para pastéis. O que vi omito detalhes por moti.vo que o leitor saberá reco­nhecer. Vi prezano leitor na Itália OH E&panha essas figuras de mendigos com aparências repugnantes e horríve­is; por intenção ou caprichO da natu · reza, desse tipo era o gar('on. Um pé metido num tamanco e outro numa bo· ta de verniz rasgado. A cal<:a larga em trapos saturado de sujeira; envolvia

suas pernas vacilantes; a jaquet8. apre. sentava mostras de todas as sujeiras encontradas no navio e do seu rosto podia-se raspar a sujeira. Neste naüo São Lourenço tomei minhas refeições e por este garçom fui servido. Usando o navio peJa segunda vez trouxe de Join. ville, meus mantimentos próprios, pro­vidência recomendável, mas que ofen­deu profundamente o comandante, ca­valheiro da mais pura estrela brasilei· ra. Fui obrigado a esperar três dhs em Itajaí, aguardando uma oportunida­de para viajar para Blumenau. Neste meio tempo fiquei numa hospedaria alemã nada recomendável (Hotel D. Po. dro li), fui cumulado de gentilezas pelo Sr'. Cónsul Assburg. A pequena cidade portuária, apesar dos arredores estar cercado de montanhas, está situada numa praia aren0sa, tendo sofrido com a referid.a enchente de 1880.

Entre os l.3Cú habitantes, estão 300 alemães. No Porto, entre os traba­lhadores que carregavam e descarrega­vam os navios, encontram-se brasilei­ros. alemães e negros, numa mistura. colorida; e quando menciONO que se encontravam no Porto dois navios de bandeira alemã, creio ter relatado tu­do. Do porto de Itajaí alcanca-se o va· por "Progresso" (14 toneladas de car­ga útil) que iniciou suas viagens em dezembr'O de 1879 e nertencia a uma Sociedade não subsidiada pelo Gover­no. Uma viagem rio acima para Blume­nau levava em condições normais 7 a 8 horas. Esta viagem feita nor 1lma re · gião mo:mtanhosa com lindas florest'l S ninda, em narte nativas, se desenrnlH numa variada paisagem. As r.opas das hn-ores cobrem :loS margens do rio snb O onal ta.lvez <;p esconda um セエGェウイNHI@ ia­caré ou crocodilo brasileiro. O rin . n.o pstreitnr-sp. mostra uma curva feC'hD­da onde. entre lindas encostas verdes , se forma uma paisagem suave e agra­dável. Em outras partes do Reno entre Bohn e Colônia, se repete o mesmo.

O rio f> talvez dez ou vint.e ve7es mais largo e volumoso que o Cachoeira de Joinville. Com sua desembocadura rasa e larga, sofre as influências das :narÉs.

O Itajaí tem numerosas cur\'f\s . &emelhantes ao Cachoeira. curvas アオセ@dobram a distância de 51Km do portf' de Itajaí a Blumenau. A influência das marés se faz sentir até a cidade, ponto até o qual é navegável com bar'cos de 4 a 5 pés de ca.lado A terra em ambas as margens, até os limites da Colônia"

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é ésparsafuénte povoada e pértence a alguns latifundiários que pouco se de · dicam às suas terras e não evitam o povoamento de gente inútil. Todos os ranchos de madeira que de vez em quando se vê nas margens, não têm o menor direito sobre as terras que ocu· pam, mas nem o Imperador tem con­dições de removê-los. Esta gente Ve­geta com o que uma pequena parcel:1 、セ@ terra produz sem muito eliforço du­ma maneira indigna a um ser humano. É flagrante como o brasileiro pode vi­ver duma. maneira bem mais modesta do que o alemão. Na década dos cin­qüenta, quando os primeiros ゥュゥァイセNョᄋ@tes com destino a Joinville chegaram a São Francisco, não existia lá uma úni­ca janela com vidr,o e sei ,por experi­ência própria que mesmo em localida­des brasileiras maiores, não existem hospedarias no estilo europeu. Quando surge uma hospedaria alemã com umR boa cozinha os brasileiros apreciam e usam largamente este conforto.

Mas voltemos deste desvio , 3 viagem a Blumenau. Era, ao partir de Itajaí, rio acima, exatamente domin_ go e em todos os lugares onde existi­am algumas casas via· se mulheres e moças brasileiras com vestidos e casa­quinhos bem lavados, de algodão azul claro ou cor de rosa, descalças, sem meias e aparentemente sem nada por baixo. No momento, as viagens com o Progresso são o meio de transporte mais confortável, pois as viagens de canoa a remo levam 12 a 15 horas e são um martírio_ As viagens a cavalo são arriscadas e não permitem o trans­porte de bagagem. Mas a viagem COIH o Progresso também tem .os seus pro­blemas: em vez de 7 ou 8 horas de viagem, levei 22 horas, passando fome e frio. Não sei o porque, mas acharam por bem partir somente às 9:30. Para­vam em cada lugar 30 minutos e uma hora para descarregar meia dúzia de volumes. A situação tornou-se mais misteriosa quando, ao escurecer, entra­mos numa baía escura e nos foi dite que iríamos aguardar o nascer da lua. A lua não nasceu. Os viajantes comp­çaram uma bebedeira acompanhada de cantigas_ Já durante o dia, alguns c610nos, de uma petulante curiosidade à maneira americana, fizeram notar a sua presença e a noite foi bem mais desagradável, uma vez que não se po­dia dormir com o barulho de sapos, queimadas <!le capoeiras, grilos e cente­nas de pirilampos que proporciona·

varo um passatempo e entretenimento. Somente ao nascer do sol do dia se­guinte prosseguimos a viagem por uma corredeira difícil que de forma alguma pOderíamos ter passado duran­te a noite. Aportamos em Blumenau às 8 horas. A colônia Blumenau foi fun­dada em 28 de agosto de 1852, pelo Dl'. Blumenau, de Bl'unswique. Veio como químico da Eur,opa e foi impedi­( :0 de sitiar-se no Rio Grande do Sul pela Revolução que lá havia irrompido. Jos seguintes oito anos gastou quase

todos os seus bens pessoais, na peno · sa luta de manter ,{) seu empreendi­mento. Em 13 de janeiro de 1860, a Co­lônia foi adquirida pelo Governo Im­perial e o seu fundador nomeado me­recidamente seu diretor.

Blumenau foi a única entre todas as colônias estatais brasileiras cuja direção esteve durante décadas sem in­terrupção, nas mãos de uma única pes­soa e um alemão. T,odavia, não sem a oontestação dos caçadores de empre­gos. No dia 26 de abril de 1880, o Go­verno tomou a decisão de emancipar grande parte da Colônia (até o núcleo de Aquidaban) sem, que as vantagens que se contrapunham as vantagens ad­vindas da emancipação fossem manti­das. Simultaneamente enviaram nara a recuperação das estradas danificadas pela grande enchente de 1880, uma comissão de engenheiros. cuias compe· tências estavam mal definidas. Com a emancipação deveria seguir pronta­mente a instalação do Município mas o partido da situacão tinha bons moti­vos para se opor. O Dl'. Blumenau con­tinuou como o diretor de uma parte da Colônia até 1882. No fim do ano de 1880, a população estava constituída de 14.981 nessoas (entre estas: 12.563 alemães ê austríacos, 947 italianos c 1.467 brasileiros) e em todo o Vale do Itajaí-Açu 19.000. O excedente dp nus­cimentos sobre os falecimentos {> mui­to grande (no ano de 1880 era de 629 J:ara 78). A imigracão vinda da. Euro­pa foi de apenas 432 pessoas. O Estado brasileiro, lamentavelmente dispersa Os poucos imigrantes que vieram por iniciativa própria, talvez intencional­nlente, pela numerosas e pequenas co­lônias, como também pelas províncias meridionais. O desenvolvimento da Co­lônia Blumenau foi prejudicadO sensi­velmente pelas cheias de 1880. O vale do Itajaí, assemelhava-se, naquela oca­sião, a um grande lago; no centro as águas subiram até o segundo andar

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das casas e, sem o auxilio do Va.por Progresso, muitas pessoas teriam pe­recido.

Agora, as plantações, estradas e casa.s estão recuperadas, graças ao lou­vável esforço, mas os danos ainda far­se-ão sentir por muitos anos.

Blumenau cedeu por muito tempo, grande parte de sua produção, por preços bons, aos imigrantes de Brus­que e outras colônias. Dedica-se ainda hoje, à produção de gêneros alimentí cios como farinha, de mandioca e ou­tros, mas que devido aos baixos pre­ços, são quase invendáveis. Pode-se afirmar oue os alemães dpsta área es­tão afixiàdos pelo excesso de produ­ção que não encontra mercado. No ano de 1879 a' importação de Blumenau foi de 502 contos (1 milhão de marcos). Esta seria- maior se os coJonos tivessem um bom produto de exportação (a ex­portação de 1879 foi 970 mil marcos :!

de 562 mil marcos no ano de 1880), Relatavam-se que no Rio de Janei­

ro todas as tentativas para produzir a manteiga, presunto, banha etc... no mercado local foram mal sucedidas pela falta de habilidade na competiU· vidade com os nrodutos vindos dos fornecedores tradicionais. O futuro de senvolvimento da Colônia depende da construção de boas estradas, sem esta a mesma esta fadada a vegetar. O atu­al estado da& vias de transporte, im­p.ossibilitam o escoamento da produ­ção dos colonos situados Rio acima.

A sede de Blurnenau é aprazível, num eenário com florestas, montanhas e que recebe um colorido especial com o magestoso Uaja1 e seus numerosos afluentes. Existe praticamente uma umca rua, não muito movimentada. Os edüícios (Casa da Diretoria da Co­lônia, Hospital, Igrejas Evangélica, It

Católica etc ... ) são magníficas, comI) também são a maioria das casas situa­das em extensas propriedades. mas pa­ra poupar área são construídas em dois pavimentos. Não consegui saber qual a população do núcleo, mas deve ser muito pequena, pois na concepção da Colônia não há lojas especializadas, ou um ou mais comerciantes vendem tudo o que a população necessita. A ati­vidade local recrudesce aos domingos. Cavalos e mulas trelados nas variadas viaturas estão às portas das casas de comércio com mulheres e crianças de feições robustas, cabelos louros doura­dos. Os colonos vêm dos arredores; as

mulheres e moças, montam 'a _ manem:l. dos homens mas, aparentemente, ' isso não faz com que se sintam à vontade. Achei ainda mais curioso o fato de al­gumas mulheres montarem à maneira feminina em celas masculinas, isto e, conseguindo manter-se sentada nesta posição em trote e galope. Isto se deve a longa prática, ,onde rapazes e moças montam sem o uso de sela utilizando-se de uma simoles corda como arreIo.

Durante rrünha permanência em Blu­menau, me hospedei na Pensão Schrepp, onde se paga uma diária de 2 a 3 mil réis (4 a 6 marcos). Recebe-se boa alimentação em todas as Colônias Alemãs, não há falta de carne de vaca, bezerro, porca, galinhas. ovos, verdu­ras, batatas inglesas, café, açúcar, la­ranjas etc... Como bebida. servem qua.­se que exclusivamente (além de cacha­ça. café e chá) cerveja de produção lo­cal preparada com malte e cevada im­portada da Europa.

A SITUAÇÃO ECONõMICA

Face às dificuldades não é propl cio o consumo de vinho e cerveja imo portadas. Outrora Blumenau tinha o cognome .. A divertida" e se caracteriza pelos inúmeros Clubes, os quaiS tinham os mesmos sócios. Desde a en­chente de ]880 domina um certo desâ­nimo que se revela no fato de não ter sido levado ao palco nenhuma p6!ça de teatro amador. O Kulturverein, ocu­pava um lugar relevante entre os clu­bes de Blumenau. Com aproximadamen­te 200 sócios, tem se dedicado primor­dialmente aos problemas de ordem agrícolas como também aos sociais.

A pessoa mais importante da Colô­nia é naturalmente seu fundador. Um homem com os mais elevados intuitos, às vezes não compreendido nas suas mtenções, atribuindo-lhe um lado de propõsitos egoísticos e de outro o acu­I'am pela falta de egoísmo, alheio -'l. realidade e senso prático que o está amargurando, apesar de tudo que rpalizou.

Blu:nenau, bem como Da. Francis­ca, possuem um manancial relativa­mente grande de pessoas que mesmo sem encargos públicos, dado sua posi­ção social. tem alta qualificação para a Direção da Colônia. Entre estes que­ro citar o senhor Victor Gaertner (Côn­sul Alemúo sobrinho do Dr. Blumenau) e o muito :!:onhecido em amplos círcu-

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los europeus, o natura.lista Aug. Muel· ler (Nota: houve um equívoco do autor: trata-se de Fritz Müller, grande admi­rador de Darwin).

Exercem a atividade de médico o Dr. Koeler, e o farmaoêutico Dr. EbeT­hardt. Com o Sr. Avé-Lallemant a ad­mInIstração colonial dispõe 、Hセ@ um v:t-10roso colaborador (sobrinho do co­nhecido escritor Robert). Entre os cír­culos industriais e comerciais os nomes Friedenreich, Meyer, Kleine, pr.obst e Sachtleben são os mais relevantes e a Colônia tem um órgão de publicidade próprio no "Blumenauer Zeitung" pu­blicado pelo Sr. Hermann Baumgar­ten e redigido pelo Sr. Haertel.

Em todo o Brasil, não ouvi queixas por parte dos protestantes quanto a li ­berdade religiosa, mas sim sobre as condições do ensino. cujo estado de­plorável se apresenta. Quem no Brasil é por demais preguiçoso ou estrambó­tico, apresenta-se como professor.

Os professores europeus competentes mesmo as pessoas bem situadas, e dis­postas a sacrüícios não conseguiram. A Igreja Católica com jesuítas nas dia · ceses das colônias alemãs é bem mais eficiente do que a protestante. O exer­cício eclesiástico no Brasil é vinculado a outras e maLores dificuldades do que na Europa. O Pastor Protestante de Blumenau. o セ L イN@ Sandretzky tem que celebrar seus cultos pm dez lugares diferentes e de difícil acesso , e quando se éncontra um sacerdote com botas de - cano alto e espóras mexicanas. nu;n cavalo fogoso . não se deve chegar a eonclusiJes falsas. Há outras düicul dades onde vivem alemães, italianos. poloneses e brasileir,os numa miscelânia de línguas. Contaram-me que o Padre Jacobs, sacerdote católico de Blume­nau, conhecido como bom orador e exe­lente educador, conseguiu resolver es­te problema n0 confessionário, por meio de um intérnrete que ficava nu­ma posição tal que não nodia ouvir SD

n confessor respondia sim ou n ão. Só existem trps famiJias brasileiras no núclpo de Blumenrlu, sem contar a. iá r.itada comissão de engenheiros. Em Rlumennu. o aue não aevmtece em tn­dos as h"!ares até os policiais são de m>,cionaliclade alemã, E anui. nela nri­meira vez. vi aue o uniormp 「イセウゥャ・ゥイッ@até podp ser bonito nestec; alemães

A visita de um vaso de guerra ale­mão sempre foi considerado um aC011-i ecimento revelante; SÓ acontpceu uma

vez em Blumenau há alguns anos atrás, quando o comandante e oficial do AL­HATRÓS, ancorado em Ita jaí, subiram o Rio até o núcleo, com uma barcaça a vapor.

A área da Colônia se estende do núcleo até cerca de 60 Km rio acima, e para o sul e narte pelos Vales até de cerca de 30 Km. O relevo é mais aci­dentado do que de Da. Francisca, isto P. os vales entre os morros cobertos de florestas são em geral estreitos; ape­sar disto, vi extensas áreas aradas sem tocos e sinais evidentes de adubação. Mesmo sem adub'3.c;ão, a terra derruba­da e queimada, mantém sua fertilida­de por longo tempo e quando as colhei­tas diminuem é transformada em pas­tagem, recuperando-se desta forma.

REBANHOS

O rebanho bovin0 tem boa aparên­cia mesmo com pouco cuidado, pernoi­tando mesmo no inverno ao relento. Sa· mente os colonos mais ativos c.onstro­pm abrigo num canto do pasto.

O gado leiteiro é acostumado a forragem verde no estábulo. Os cava­los são tratados com milho ao invés de aveia, mas no que diz; r espeito a alimentação humana, a mandioca ocu­pa o lugar do milho. (Jndian Corn dos Estados Unidos).

As casas bonitas geréllmente bem cuidadas, são de madeira e se situam a algumas centenas de passos por cerca­dos e se é cumprimentado pelo latir de cachorros. A ocupação principal das pessoas é capinar e muitos, pensando que eu pretendia estabelecer-me aqui , ofereceram-me seus terrenos para com­pra. Pretendiam mudar-se mais para o interior e começar de novo. Tais mu­danças de propriedade são freqUentes , mesmo nas colônias navas, dependendO da maior ou menor atividade do seu proprietário. Para alguns 05 100 mor­gos recebidos originalmente são de­mais, outros acham que os 500 morgos que possuem não s"io suficientes. Mas apesar disto não se f ormaram, em ne­nhum lugar, grandes complexos, na nossa concepção, e, na minha opinião, devido a situa('ii.o de mão de obra e na ,opiniãO de outras pessoas, que o peque­no agricultor vive melhor que o teóri­co.

Entre os colonos, os alemães nór­dicos nominalmente os da Pomerânia

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e Mecklenburg são considerados como os mais capa'Zes; e os menos capazes os provenientes de Baden, da região do Reno; e os tiro leses também e há con­senso que os italianos são os menos afeitos ao trabalho e os menos persis­tentes. Tudo isto constatei e posso con­firmar. Os pomeranos e mecklenburg, em 6 ou 7 anos após o primeiro rús­tico rancho de palmito, têm moradias bonitas e limpas de enxaimel c vi ita­lianos radicados na terra ,por muitos anos convivendo com crianças e suínos no mesmo recinto. Destes italianos, muitos são como Se pode ver pelos nf)­mes Leutersbach etc... tiro leses italia­nizados que rapidamente assimilaram a língua alemã. É interresante pene­trar nos interesses dos colonos: gira de uma forma monótona em torno dos porcos, bezerros, vacas, cavalos e car­roças. Têm muito apego ao dinheiro e somente os sacerdotes conseguem seus intentos, ameaçando-os com purgatório Por outro lado, se descuidam dos ーセ ᆳ

quenos rendimentos. Em'Pregados, por' exemplo, são uma raridade. (Em Santa Catarina paga-se o menor salário men­sal 6.000 mil réis: 12 marcos). Ouve-se freqüentemente um defeito atribuindo aos alemães por serem eles arrogan­tes e impertinentes, mas raramente or­gulhosos e nobri!s como os ingleses. Sob boa orientaç:io e um pouco de dis­HLiーャゥョセ@ ウセッ@ セ・@ não como os ingleses que so tem mterreses materiais), antas ー。セ。@ .tudo e para todas as campanhas; ーイセ」iーセャNュ・ョエ・@ セッ@ setor de colonização e ClentlI1co darIam ótimos soldados se h?l:lvesse ordem e disciplina e bons ofi· ClaIS. Sem isto, se comportam como recrutas antes de serem uniformizados. cッョ」セイョ・ョエ・ウ@ ao desenvol-dmento in­dustrIal de Blumenau quero mencionar アセ・@ não existem rn.0njolos para secar セiャィッ@ (como usa.m n:l Colônia D. Fr:3.l1-cIsca) mas, um número considerável de rod::\s el' água que obs::-rvei em vá­rias セ・イGイ。イゥ。NウZ@ que Blumenau fornece charutos e cigarros e que existem nf]­da menos que 9 cen'eiarias trabalh:m­elo セュ@ ritmo semanal. Minhas excursões lImItaram-se a numerosos passeios セ・ャ。@ floresta, uma visita feita a cavalo as quedas d' água distando 7 Km df) núcleo, e uma visita de três dias. de carroça. ao Ribeir:.ío do Neise (próxirr.o à divisa oeste da Colônia), distante 56 Km do nl'cleo elOS Km do mar. Se bem que idênticas condições naturais 13

próximas uma da outra, Biumenau e Joinville apresentam uma oonsiderável variação de vegetação, o que demons­tra a grande influência do homem so­bre a natureza. Em Blumenau, de 1l!'R lado muitas plantas (o palmito) n5.f) estão tão devastadas como D. Francis­ca; de outro lado, cuidou muito mais da aclimatizaç5.o de plantas de outra região. O Dl'. Blumenau foi incansável neste sentido e fez esforços ilimitados para o aprimoramento da agricultura e a introdução de novai; plantas.

Mas pecou também introduzido er­vas daninhas que inicialmente, utiliza­das talvez como planta ornamental num jardim e que agora já caracteri­za e domina grandes áreas. Nos climas subtropicais tudo cresce; quando o ho­mem veio uma migração de plantas o acompanhou e os pacíficos botânicos se tornaram エゥャ。セN@ Mas também há um .outro lado não menos interessante: ::mimais e jJlantas trazidas da. Europa para a América, Asia e da Austrália, sofrem mutações e por vezes logo algu­ma.s Se des('mvolvem aqui. de maneira tal, constituindo um campo ideal pa­ra estudrJs como ao DI'. F. Müller -Darwinista. Os resultados obtidos com plantas trazidas para Blumenau e Do­na Francisca diferem em alguns pon­tos mas de uma maneira geral p.ode-se dizer que árvores florestais e frutífe­ras aindq não Se aclimatizaram, mas legumes e verduras dão excelentes re­sultados. Das árvores florestais, somen­te -"i alguns exemplares de carvalho, faia (Euche), Tília (Linde), betuba (Bir­I,e), quo não se adaptaram. A única fruta, alemã que se aclimatizou com­pletamente e produz mais do que em アオ。ャアオセイ@ parte da Europa, é o pêssego; rr.orangüs crescem bem; ュ。セ|ウL@ pêras, Il.mtixas anrilots, cerejas, uvas, uva es­pim (Stochelbure) groselha e olivas não há por aqui. Em Da. Francisca 0S

resultados foram outros. Como frubs excelentes desta região, a banana (o ano todo). laranjas (floração em agos­to e colheita em abril a.té setembro). Mésneras bras. Wolnnesse. castanha do Pará e mangas. Entre os legumes eum­peus, ervilhas, feijão, aspargo, repolho e alface <leram resultados melhores. Em Blumenau não há dificuldade com o cultivo da batata inglesa. As culturas a.qui limitam-se ao café, cana de açú car, fumo. algodão. mandioca, milho, inhame, etc. O colono alemão nunca. op-

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tará pela. monocultura como é costumE' na India, (Nas ilhas Malucas, planta-se somente condimentos).

Entre as plantas ornamentais qU8-ro mencionar as numerosas palmeiras (coco e tamareiras não vingam por aqui) na sua maioria introduzidas, en· tre as qUilis se salienta a Palmeira Im· perial (Maximiliana Régia) e a Palmei­ra Anã Européia e mais o bambu gigan te curiosamente trazido de um8 estu­fa da Bélgica. Aqui se desenvolveu uma variedade que dentro de algum, anos crescem em alturas giganwscas e cuj0 caule atinge um diâmetro de 12 1/2 cm. Existem agaves Kohtecn (cactus), ma­ravilhosos Epheu (hera), violetas (em agosto), camélias em julho, rosas (du· rante o ano todo), cravos, azaléias Stielmütterches etc.

Inicialmente tive problemas para chegar à floresta. É o destino do no­vato ser tratado semelhante a uma cri­ança de menor idade. Quando chegava a alguém e dizia: "Empreste-me um fa­ção de mato por favor e diga-me aon­de posso chegar ao mato sem passar por cercas vivas e capoeiras, respol".· diam: Meu Deus do céu quant8. pressa! O senhor pode se perder! Vou providenciar uma carroça, mandar abrir uma picada (caminho) e arrumar um guia, e sabe Deus o que mais. Isto naturalmente não me servia, e depois de mais de meia dúzia de experiências neste sentido, procurei por conta pró· pria um caminho. A floresta mais bo­nita e preciosa, onde já haviam sido cortadas algumas das árvores mais va­liosas, situava-se a alguns passos da mi­nha hospedagem, mas no outro lado do rio, dada a falta de uma ponte é bal­seiro, só se podia atingir depois de lon­gas negociações. À margem do Rio, passava-se por uma plantação de ba.mt­nas mal cuidada, mas devido a isto exuberante e grandiosa estava uma nél­tureza variada sem igual nos jardins botânicos da Europa.

As árvores maiores de diâmetro € altura semelhantes ao carvalho. erarr, as figueiras ( variedade Ficus) e os CE'­dros (fornecem madeira para caixas rie charutos e é material excelente par::! canoas) entrelacados por centena.'> de yariedades de trepadeiras. Uma infin;­dadf' de plantas parasitas, (na verdade Epífitas), orquídeas, gravatás que nas bases das folhas retém água formando um habitat para um peculiar mundo

de insetos e até carangueijos. Ao S<.lU lado a Imbaúba, a árvore mais caracte­rística, dezenas de variedades de bam­bus, Riziumbaum, mamonas, palmitos. mais abaixo musgos, samambaias, gra­míneas, framboesas européias, (moran­gos silvestres crescem somente no pla­nalto) nóz moscada silvestre e dezen<ls de outras frutas, enfim invejo a rapa­ziada de Blumenau que me acampa· nhava por vezes e que esta.va bem mais informada que .os seus pais e avós. O mateiro legítimo anda descalço nas suas incursões como aliás é comum aqui, não por alta de recursos, mas sim por comodidade, desprezam qual­quer calçado.

Para abrir uma brecha no emara­nhado da floresta usa-se um fação e um outro menor que é a faca de caça. Quando bem afiada cada golpe corta os galhos e cipós como se fossem man­teiga ou queijo. No inicio se tem difi­culdades, mas aos poucos se pega o jei.­to que consiste somente em gOlpear o galho ou árvore no ângulo certo. Após alguns dias de prática consegui cortar palmitos da espessura de uma perna, bambu da altura de uma casa e meia dúzia. de cipós com um único golpe. Pa­ra se cortar uma, árvore grande neces­sita-se em média duas horas. Outras árvores de expessura maior requerem dois dias de trabalho de uma pessoa experimentada. Nota-se uma abundan­cia de palmitos (Euterpe edulis) miu­dos da altura de um dedo até a altura de uma casa de dois pavimentos. Os brotos desta planta útil fornece um le­gume que, preparado com óleo e vina­gre, é muito saboroso. Os colonos mais simples usam suas folhas para cobertu­ra de telhados e não lhe dão valor como um agricultor alemão não dá ao cham Dinhon e à criadilha (Teüffel). Em todos os lugares estavam jo.gados os palmitos envoltos em suas folhaG. parecidas ao pergaminho, sem Que aI. guém se desse ao trabalho de tirar o miolo. Lamentavelmente o homem des­trói desnecessariamente a natureza e somente ao atingir um nível mais elE'­vado de cultura restaura com muito t.rabalho pequena parte do destruído. Também n50 são raras as clareiras cau­sadas por temporais, mas nunca apre­sentam um aspecto tão triste como o cl.estruído intencionalmente pelo ho· mem.

Em contraposição セ@ auspicioso O

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intercâmbio que Blumenau entabolou nos últimos anos com jardineiros pai­sagistas. Gostaria de ficar por mais al­gumas semanas para ver as flores da prima.vera, as folhas novas de um ver· de mais claro que a primavera produz não de maneira acentuada como na nossa terra. Mas, o dever e o programa de viagem não me permitem. Mas, an­tes de me despedir' junto com o preZ:l' do leitor, gostaria de fazer algumas considerações, sobre a fauna.

As condições de caça não são re· gulamentadas e a existência de caça é esporádica. Num ponto, abate-se milhil­res de animais; noutro, procura-se em vão por dias e semanas caças. Eu en· contrei no mato somente beija-flores verdes, papagaios de cor verde e cinzl. periquitos, arapongas, lagartos, sapos boi (do tamanho de um gato) e ras­tos recentes do cervo maturo e escutei uma vez ao longe o bramido dos mo­nos, mas o que mais me agradou foi a visita a um lindo representante dos jardins e das florestas brasileira em meu quarto. Haviam colocado em fren­te ao espelho do meu quarto um rama­lhete de flores de laranja. Enquanto trabalha v!:', tive a impressão de ouvi!" o chilrear leve e ao levantar os 0lh0s deparei com dois olhos minúsculos que me olhavam. Era um beija-flor verde e branco do tamanho da falange do meu dedo. Foi atraído pelas flores e quan­do fechei a janela ficou meu prisionei­ro. Os animais são muito ariscos n;t época do seu acasalamento; procuram­se e facilmente morrem de saudades. tanto assim que logo devolvi a liberd3. de. Já se tentou muitas vezes mantê-los presos em gaiOlas mas, nunca se conse­guiu que aceitassem alimentos pois morrem de inanição após alguns dias . Em liberdade sã,o menos ariscos, fazem seus ninhos nos jardins, dando prefe· rência á artustos ao abrigo de uma fo­lha que protege os minúsculos ovos do sereno e da chuva. Os ninhos multic')­res são verdadeiras obra.s de arte e me contaram que uma avezinha chocando deixou-se acariciar pelo proprietário do jardim. No dia 20 de agosto chega­ram a Blumenau as primeiras andori­nhas anunciando a primavera. Com plumagem azul e branca, também o he­misfério sul tem suas aves migratórias com a diferença de que estas se salien tam mais pela linda plumagem do que pelo seu canto.

O clima, das Colônias alemãs foi

durante minha permanência. no coração do inverno, semelhante aos noss9s lin­dos dias do mês de maio. A temperatu­ra mais elevada no verão foi de 32° C Reaumur (4()0C) atingida por duas ve­zes nos últimos seis anos.

Cóler'a e febre amarela não vieram para Blumenau e Joinville mas sim, a febre intermitente, provalvelmente tra­

zida pelas imigrantes lombardos do Va­le do Pó e que me fez sofrer por alguns dias.

O verão não é propício para o es­tado de saúde dos Europeus nórdic.os (Dinamarqueses, Pomeranos, Holstei­ner etc.) e provoca mais doenças que o inverno. Chama a atenção a baixa in­cidência de casos de insolação; mesmo com a elevada temperatura, não houve um caso fatal durante os trinta anos de existência da Colônia. A precipitação em Blumenau é irregular. Predominam os aguaceiros fortes e as chuvas leves e contínuas ocorrem nos meses abra­ma,i.o, até setembro-outubro não faltan­do nesta época pancadas fortes.

rem todos os anos tem geada e gelo muito menos, mas elas ocorrem. As geadas mais fortes ocorreram em 1861. Naquele ano o termômetro baixou a sombra durante 4 dias um pouco abaixo de 3°C. Devido o desf,olhamento causado pela geada, morreram muitas árvores na floresta, mas a existência de muitas plantas sensíveis que pere­cem com frequentes geadas é e são substituídas por outras mais resistentes prova que as geadas são uma raridade.

Dona Francisca e Blumenau são Colônias gêmeas fundadas na mesma época e atingiram o mesmo grau dE' desenv,olvimento: sobre as quais mere­cem o mesmo elogio, mas diferem !'lO

seu espírito. Dona Francisca tem uma estrutura social agradável, visão ampla, uma indústria progressiva, uma boni­ta colônia com um planalto onde é cul­tivado o centeio e com um porto que dá acesso aos navios de todo o calado.

Blumenau em comparação tem par cialmente terras mais férteis, uma po­pulação mais radicada e adaptada ao trabalho, mais terra arável; um rio fa­cilmente navegável, maior potencial de energia hidráulica e mais terra dispo­nível abaixo da serra. Blumenau, con­centrou sua atenção desde o início à agricultura. localizando os agricultores em vales estreitos cercados de m0rrcs íngremes e distantes do centro, sem

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qUe os: meio!, de transporte acompa­,nhassem o . avanço.

Em Dona FrélJncisca houve desde o início mais centralização e com boas estradas facilitou-se a comunicação en­tre os colonos. As condições de Blume­nau foram mais desfavoráveis devido a incompreensão dos ministros que sem­pre mudavam, enquanto que Dona Francisca estava sob a tutela e orien· tação do Hamburg Verein (E:'ociedade Hamburguesa). As verbas destinadas a Blumenau por parte do Governo bra­sileiro vinham de forma irregular o seu valor era duvidoso.

O elemento humano, em todas as colônias, é composto de pessoas vindas de todas as partes da Alemanha, mas semelhantes em si- De onde vem entEto o fato de ter cada colônia suas indivi­dualidades, formando caracteristicas próprias que se refletem no comporta­mento geral da população?

Em parte provém da falta de オュセ@comunicação intensiva entre os colonos, como também da ,orientação diferen­ciada da administração. Uma certa afi_ nidade, um forte sentimento de unida­de é inegável: mas poucos moradores de Blumenau mesmo os que radicados há mais de 30 anos, jamais estiveram em Dona Francisca, e vice-versa. Isto vai melhorar depois do término da el"­trada calcula.da em 122Km entre Blume­nau e Joinville. Antes de dar meu pare­cer final sobre as colônias alemãs de Santa Catarina. desejo antecipar algum comentário. É impossível escrever para um público alemão sobre países estran­geir'os sem que Se aborde o problema emigratório. Em ocasiões anteriores tive a ingenuidade de pensar que bas­tava relatar as condições como elas são, sem aconselhar alguém que vá para lá ou acolá. Mas não é assim. Muitas pes .. soas tendem a interpretar o que lêem, o que almejam, mesmo que não corres­ponda ao escrito. Me aconteceu que pre­tensos emigrantes pediam informações sobre isto ou aquilo e quando a respos­ta .não correspondia às expectativas,

. respondiam exasperados que havia aconselhado a emigrar para o determi­nado país_ Estou convicto de nunca o ter feito e ao reler constatei que mi­nha. desaprovação não pOdia ter sido mais clara. Estas experiências repetidas me levam a exprimir com maior cla­reza possível. Quando se tem o pr,opó­sito de descrever países estrangeiros e

casualmente estes pa:Íses são lindos ª agradáveis, sua descrição não é na. rea­lidade uma recomendação à emigração para lá. Pelo contrário, não desmereço' mérito dos meus próprios trabalhos levianamente. Neste assunto todo jul­gamento pessoal é subjetivo, nunca objetivo. Minha impressão é que eu a­precio ver países _estrangeiros mas nun­ca cogito em viver minha vida .fora da minha pátria que me parece sempre a mais nobre.

A cada emigrante recomendo, três vezes, a ficar em casa. Se não pode ou não quer, digo-lhe: Enquanto セ ̄Nッ@ pos­suimos uma Colônia sob a bandeira. a­lemã, enquanto tivermos que pisar em solo estranho, a América do Sul em es· pecial, as Províncias sul brasileiras, Rio Grande do Sul e Santa Catarina em particular, oferecem condições me­lhores para o progresso do que os EUA e bem melhores que a Austrália ou ou­tro país que conheço.

Precisamos almejar, em primeiro lugar, colônias alemãs sob a bandeira alemã que multiplicariam a glória, a grandeza do nosso nobre povo, nossa gloriosa pátria. Enquanto não chegar­mos a este ponto, o melhor' que pode­mos fazer, já que não pode­mos retê-los, o que seria melhor era encaminhá-los para tOnde Se sentírão bem e aonde são pioneiros da tradi­ção alemã. A suposição que emigrar é um meio rápido para o acúmulo de riqueza e uma vida mais cômoda que na Alemanha, é uma loucura. Com tra­balho mais pesado do que qualquer tempo na Alemanha, Se tem uma pers­pectiva maior para uma posição abas­tada; é tudo o que o imigrante podf' esperar em colônias estrangeiras. É su­manente triste ver tantas pessoas che­garem aos EUA com esperanças exage­das. Fica pois a pergunta: emigrar ou não? Todo o entusiasmo é um erro. Certa.s pessoas esperam dos EUA mai­or liberdade, maior mobilidade, um campo de maior ação e maiores idéias. Isto está certo quando Se trata de re · lacionamento com pessoas ou com "­natureza. Pessoas parece que não en­contram a sua felicidade no isolamen­to da vida de colono ou outros empre· endimentos materiais. Estas deveriam pensar dez vezes antes de emigrar.

Piquei profundamente penalizado com pessoas com um patriotismo pro­fundo l'elacionaml2nto social seleto e

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vIda cultural farta chegarem éom a esperança de encontrar aquilo que lhes foi negado na Europa.

E as esperanças frustradas! A colo· nização se assemelha ao ataque a uma lmha de defesa: os primeiros tombam nas trincheiras e os que seguem mor­rem dos ferimentos; os terceiros plan­tam a 'bandeira vitoriosa e regressam conaecorados. Aos primeiros cabe a maior honra do que aos últimos. E tam­bém não é assim na vida cotidiana? Os que juntam fortunas por acaso tra· balham para si?

Nas Colônias é grande o número dos decepcionados, amargurados, mi­santr'Opos da velha guarda que lutou e está para morrer, sem o merecido fru· to do seu árduo trabalho, pPTsistência, desprendimento, sem alcançar o seu objetivo.

Ah! Se pudesse ver os trigais ')n­dulantes que aqui estar.}o no futur.:), disse·me um colono. Que aspecto terft esta terra daqui a ctez, quinze, vinte anos; em que direção cruzarüo tremi que vejo na minha imaginação; como cultivará esta nova Alemanha da qual sempre sonhei? A ciência para a vel·­gonha dos ingleses e outros bárbaros que não souberam aplicar seus recursos financeiros ilimitados. Sim quem alme­jou e quem tem a força para desfrutá· la?

Com as províncias do sul do Bra· sil, aconteceu o mesmo que se deu com a maioria dos outros países novos: de um lado, exageros, do outro críticac; improcedentes. Em nenhum outro pa.is que eu conheço há menos pobreza e i;> menor o número de fracassados. De outro lado não se pode negar que um quarto dos colonos está em terras de baixa fertilidade e um outro quart0 não usufrui nem pode usufruir o fruto do seu trabalho porque não produzem produtos exportáveis. O Brasil, de um modo geral, não é mais fértil do que a Eur.opa. Seria pecado dizer que o país, como Deus o fez, traria em si perspectivas para um bom desenvolvi· mento se não dominasse na maior par­te do país a preguiça, em lugar de um povo trabalhador. É mérito do '·Zen· tralverein fuer Handelgeographie und Vertretung Deutscher Interessen im Auslande" Sociedade Central de Eco­nomia Geográfica e Representação Ale­mã no Exterior' - a divulgação das vantagens da América do Sul, o Brasil

en'l. particular, sobre os :estados UnI· dos.

Quando se observa a sorte dos emi­grados para os Estados Unidos, e se estuda minuciosamente a sua situação a longo prazo; quando se leva em con­ta o elevado percentual dos fracassa­dos (50% em média, 75% em alguns ca· sos), não se entende porque ainda:a. maioria dos alemães segue a corrente que se locomove para lá. :E; interessan­tíssimo acompanhar os motivos que le­vam a este fenômeno. Em primeiro lu­gar está o fato de que os norte-ameri­canos suprimem por todos os meios qualquer opinião negativa. O otimismo está no sangue e .o estranho, para se resguardar de uma hostilidade geral a­dere à opinião dominante. O imigrante alemão nos EUA nem sequer espera ser indagado. Espontaneamente inicia seu canto de louvor, muitas vezes, desafi­nando. Por este motivo nunca se ouve nada dos milhares que fracassaram física e moralmente. Gargantearam tanto no começo e, se regressam po­bres, quietos e modestos à patria, evi­tam qualquer conversa sobre a Grande Terra. Ao mais emigram pessoas com posses para os EUA, pessoas que sa­bem muito bem que sem recursos, na­da ,os espera por lá. Para o Brasil diri­gem-se os que esperam uma passager.l paga e terras doadas, àqueles que na· da possuem, e quando os maus elemen­tos entre eles se vêem logrados na espe­rança de riqueza fácil, como mendigos. molestam os consulados e comercian­tes atacadistas.

Mas tndo isto não explica a pre­ferência pelos EUA. Devem existir ra­zões mais profundas na sua motivação. Não sou, verdade seja dita, um bajula· dor dos EUA, mas reconheço que ap6!­sar das condições melhores do Brasil, muitos optam pelos EUA pel.o fato de lá nunca dependerem dos caprichOS de um funcionário mulato. A realidade li é dura. Aço contra aço, o egoísmo hu­mano lá se mostra desvendado ao imi­grante e um percentual cinco vezes malor que no Brasil sucumbe (lá se calcula 10%) nesta luta e o prêmio, disto estou pessoalmente convencido. não compensa, mas todos carregam no seu próprio peito o seu destino, suo cesso ou fracasso, fato que somente se aplica aos velhos imigrantes do Brasll. Quando alguém não gosta da sua pro· fissão nos EUA, muda para outra;

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quando alguém no Brasil recebeu um lote infértil por ignorância ou manipu­ャ。セッL@ luta a metade da sua vida em vão_

Nos Estados Unidos, quandO al­guém se dirige a um Escritório de Imi­gração, perguntam-lhe em que Estad0, em アオセ@ rua, em que rio e qual a quu­lidade da terra que deseja. Muitas ve­zes estive presente - o assunto é resol­vido no menor lapso de tempo possível. No Brasil a resposta a esta pergunta é: Não sei! Quando se pergunta por um mapa, respondem: Ainda não existe, e quando existe um, é falso ou obra da imaginação. Isto freia a imigraç5.o mesmo que a terra no Brasil fosse 100 vezes mais em conta e melhor. Nos EUA .o processo é egoístico, pragmáti­co e rápidO. Nada se doa, constroem-se estradas, fazem-se medições, a terra nunca é doada, as passagens nas estra­das de Ferro têm abatimento, mas nun­ca são gratuitas. Os imigrantes com parcos recurso!!!, viajam até aonde seus meios permitem e lá se empregam como peões e finalmente chegam ao destino almejado.

Não quero me deter com assuntos já muito ventilados; quero mencionar porém que as primeiras considerações sobre emigração, surgiram poucos anos após a mudança da Corte de D. João VI, de Lisboa para o Brasil. A primei. ra colonização bem sucedida foi em 1824: a Colônia de São Leopoldo. na Província do Rio Grande do Sul. A idéia do culto e amável monarca D. João VI e principalmente as núpcias dl) seu filho D. Pedro I com uma princesa austriaca motivaram a colonização de sangue alemão d'J qual se esperava, pelo trabalho e energia, uma melhora na situação geral e um fortalecimento do Estado. Com a chegadã da inevitá­vel abolição da escravatura (escravI­dão) no Brasil, nasceu nos anos 50, principalmente no 60 e mesmo há ain­da na década d.os 70 u,n entusiasmo pe­la imigração, redundando no desperdí­cio de vultuosas somas da pa,rte do go­verno brasileiro. pela imigr'aç5.o, prin­Cipalmente de alemães P, se não fosse o estúpido Decret.o Lei de Heydt e a a­nimosidade geral na Alemanha - mui­tas regiões do Brasil se teriam torna­do uma Nova Alemanha com vantagens bilaterais.

Vamos deixur de lado os Contratos de Parceragem, muito mais injustamen-

te criticados do Senador Vergueiro, um grande simpatizante da Alemanha, poiS não tem relacionamento com a colo­nização 'alemã em particular. A locali­zação das colônias alemãs foi insensata e estúpida; sobre isto há consenso. Quando se observa a localização das co­lônias alemãs num mapa da Província, tem-se a impressão que os estadistas encarregados jogaram moedas no ar' e disseram: Aonde elas caem, fundas uma colônia alemã. O resultado corres­ponde ao sistema empregado. Ao invés de partIr do litoral e dos rios, como prescreve a própria natureza, ao invés de se fazer um estudo dos rios, rele­vos geográficos e qualidade do solo, designou-se uma área no interior, aten­dendo aos interesses pessoais de apa­drinhados. Quando o governo compra ou vende, dominam os interesses dos velhacos. O Governo brasileiro foi pró­digo com verbas, principalmente numa época na qual o interesse pela ゥュゥセイ。ᆳção alemã já havia esfriado, sendo subs tituido pelO entusiasmo, pela imigra­çüo de irlandeses. italianos e russos.

Os alemães não conseguiram con­vencer os estadistas brasileiros, por exemplo, que seria um progresso enor­me, a concessão de um aval estatal de 7% a usinas de açúcar, usinas que tra­balham com ótima rentabilidade há anos. A Colônia Itajaí-Brusque, na, pre­sente época, Se desenvolve bem, mas durante muito tempo foi objeto de preocupaç:'io, é um exemplo clássico neste sentido. A Colônia foi fundada pelo Barão de セL」ィョ・・「オイァ@ em 1860, ao qual sucederam na. direção o americano Barnabay Cottle, o barão von Klitzing, Firmino Correa, Johann Detzi, Betim Paes Leme, Pitanga, B. F. Albuquerque, Lima, e Dr. Pantoia. Sob a direção do barão von Schneeburg, o desenvolvi­mento foi normal, com a vinda do ame­ricano Cottle - que nem inglês sabia escrever - os colonos se esqueceram do trabalho; bares e teatros de amad;l­res surgiram. passeavam com botas (1E'

cano alto doados pelo Governo, e da­vam à colônia de Blumenau ótima ren­da com a compra de mantimentos, mas estes tinham que ser de primeira qua­lidade. Melhor ainda, no tempo de Pi­tanga. que em cinco trimestres (Fuenf­viertel = cinco quartos) nada menos de 1100 contos (2 200C'Ü0 marcos) gas tou. A Colônia com cerca de 9000 coln nos, (dos quais 6000 alemães, os demê:l­is italianos e tiroleses), custou ao go-

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vemo 7 a 8 milhões de marcos incluin­do as despesas com as passagens. O preço da c.ompra da terra, (3 mil réis por morgo) ainda não cobrado pelo go­verno e possivelmente também não sHセᆳ

rá. Aos atuais colonos cabe o mérito de serem ,os melhores de todos os envia­dos á colônia pelo Governo no decorr8r do tempo.

Brusque foi mal sucedido com os i.r· landeses; foram inicialmente recebidos com muita euforia e levas e mais levas foram encaminhadas para lá. Cedo

constatou-se serem elementos turbu­lentos e por muito tempo dispendia-se mensalmente 3 a 4.000 marcos para re· cambiá-los para Nova York. Os senh0-res irlandeses, dos quais dois ainda per­manecem no momento em Brusque. custaram de 1.000 a 2.000 mamos per­cápita.

As dua.s melhores colônias da Pro­víncia de Santa Catarina. desenvolve­ram-se por assim dizer, por força pró­pria, Blumenau custou ao Governo rela­tivamente pouco. D. Francisca muito pouco. Os auxíllOs para D. Francisca, minguados que eram, de r..oformidade com o contrato. vinham com regulari­dade e permitiam um planejamento; de­pendia-se de Hamburgo P. não de mi­nistérios e de políticos recém-forma­dos, proporcionando uma considerável vantagem, mesmo sobre Blumenau.

Blumf:nau, apesar de seu desen­volvimento completamente diferente do de D. Francisca. isto é, muito deve ao mérito do seu fundador e administra­dor, ,o que é um motivo de orgulho pa­ra o mesmo. Também n5.o Quero dei­xar de mencionar aqui que o capital dispendido pelo governo com a colo­nização, proporciona neste momento um retorno de 12 a 15% por ano pm impostos e taxas aduaneiras, aumen­tando progressivamente com o cres­cimento da Colônia.

Além dos empecilhos, estru-turação deficiente, ausência de vi'\ de transporte, existe a animosidade dos brasileiros não somente contra os alemães, como também contra os italianos e principalmente contra os portugueses que, de antemão. conhe­cedores da língua vernácl'la. são ele­mentos que maior concorrência fazem.

, As expressões .. Estrangeiro sem educação" e "nobre sangue do hrasilei.­ro de verdade" são corriqueiras, n:;o no contato com as pessoas, mas nos Jornais de segunda linha.

A conservação da língua e tradição alemã é uma recomendação para a co­lonização alemã, mas é vista pelos bra­sileiros sob outra perspectiva. Apesar dos maus resultados obtidos com a so­Ionização italiana, de um modo geral, ela tem no julgamento superficial do brasileiro, várias são as vantagens: o italiano é menos teimoso e cabeçudo e já na primeira geração se confunde com os brasileiros. Também é compreensí­\'el que atualmente há menos entusias­mo pela imigra.ção do que nos primei­ros anos apos a abolição da escravidão. Em todas as questões relacionadas com 8 imigração, interesses pessoais e eg:>­ísticos têm parte preponderante sobre os interesses nacionais e econômicos. É inegável que a política de colonização brasileira é uma sequência de dispara­tes; mas faça-se a pergulfta: Em que país, pobres imigrantes chegaram em tuo pouco tempo a uma situação de a bastados? Tolerariam alemães, caso possuissem terras em excesso, e ainda dispenderiam eles dinheiro, a fim de que, dez mil, cem mil franceses e ita­lianos ali se estabelecessem? Com toda a crítica ao brasileiro, ao desgoverno brasileiro, não se deve esquecer uma coisa: por mais curioso que é, este des­governo abriu as portas a estranhos. que aqui progridem no seu solo. Esti­veSSe o Brasil sob um governo inglês 0'.1 norte-americano, com uma população inglesa ou Yankee, com um sistema es­tatal perfeito, com vias de comunica­ção perfeitas, o campo n5.o seria tão propício para o progresso do imigran­te alemão, como sob a raça brasileira.

Dado o baixo nível de desenvolvimen­to d.o povo e do país, se já existisse uma cultura elevada este papel não ca­beria à cultura alemã. A melhora da e­ficiência IOstatal, proporciona uma me­lhora nas condições para o desenvolvi­mento das colônias alemãs. melhoran­do simultaneamente o desenvolvimento material do país, sendo que a recipro­ca també'm é verdadeira.

Os interesses da atual política da imigração, como me foi dito pelo fa.le­cido ministro da Agricultura, Buarque de Macedo, são: Cessfto da subvp.nçiío direta. emancipação das poucas ainds. não emancipadas colônias, concentra· cão da imigra('iío livre para. o Rio de Janeiro. seguindo o C'squema america­no, constru(';lO de uma casa de recep­ção com uma capacidade para receber

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¢ョオ。ャセ・ョエ・@ 50.0bà iÍnigrárites, provIsão para a alimentação de 40.000 imigrantes provisão para o transporte de 20.000 imigrantes ao seu destino, (espera-se que os demais se radiquem no Rio e 'redondezas) ou possui r'ecursos pró­prios, aquisição de 5 léguas quadradas junto a estradas de ferro, estradas, ou rios, nas Províncias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Ge­rais e Espírito Santo. Para quem conhe­ce o Brasil, não é precIso dizer que pouco passará de sua existência no pa­pel.

Conforme disse o Presidente da Provincia de Santa Catarina, os estran­geiros perfazem um terço (cerca de 200.000 almas) da população da Provín­cia. Dentre estes, o número de língua alemã (lamentavelmente os escritores de viagens citam o número dos nasC'i­dos na Alemanha) é de 55.000 a 60.00Cl. Ouvi muitas queixas sobre estes ale­mães, somente uma não, que relegaralYl sua lingua e cultura alemã, como nos Estados Unidos. Muito pelo contrário. no interesse material, nos locais onc1(' se aglomeram em grande número, pau­co aprendem o português.

Outrora, em Desterro e outros lu gares, as famílias bem situadas, aca­nhavam-se em falar o alemão mesmo dentro de casa, se bem que seu portu­guês espanava até os ratos. Agora hou­ve uma mudança e temos até o fato ('l_c belgas e italianos terem assimilado a língua alemã. Todos os médicos, com os quais eu falei, são unânimes em a· firmar que não houve mutaçã.a físir.:a com os alemães imigrados em nenhum e qualquer lugar_ Também o carát'.}r dos teuto-brasileiros, em todos os lu.­gares onde estão sob uma orientação e em sociedade, revela uma amabilida­de e as classes baixas se movimentam com mais desenvoltura, com mais compostura do que habitualmente ョセ@Alemanha.

Aonde porém vivem num ambien­te dominante brasileiro e não escuda­dos por grau cultural, aceitaram vários costumes negativos dos brasileiros sem nenhum dos positivos. Perdem o sen­so de ordem e limpeza inerente às grandes aglomerações. Alguns andam com camisas sujas e roupas rasgadas. se descuidam das crianças que an­dam despidas e descalças. Entram nas portas sem ba ter e com Chapéu 'na cabeça no teu quarto e acima de tüdo procuram duma maneira mais

grosseira que os brasileIros tIrar p1'O­veito. Nas várias colônias os alemães estão bastante unidos, não tão unidos como colonos de outra nacionalidade; lamentável porém é uma rirvalidade entre as colônias que vai além do li­mite permitido .

O coLono de Blumenau jura de pé junto que sua colônia é a melhor; ú

colono de D. Francisca já é um pou­co mais moderado . Ambos, porém, estão de comum acordo quando se trata da Prcvíncia. Um laço une to­dos os alemães no Brasil: a língu:l. comum, a literatura comum e princi­palmente interesses c0I'l!uns. Esta riva­lidade pode dar U!l1a impressão doloro­sa ao estranho, mas creio que não será um obstáculo ao desenvolvimento da cultura alemã. Na concorrência, na cé­lebre luta pela sobrevivência, o alemão leva vantagem sobre o brasileiro na maioria dos pontos de vista e em ou­tros fica atrás. De tudo o que pode di­zer e pensar dos brasileiros, eles são mais desembaraçados por natureza do que os alemães. As classes alem3s mais baixas, ocupam o degrau mais baixo na escada dos povos europeus.

A literatura (política e revistas beletrísticas) enviadas para aqui cons­tituem um respaldo para a conserva­çã,a da cultura e costumes, respaldo bem mais forte do que se supõe na A­lemanha. E este respeito que tributam à literatura alemã dificultou minha ta­refa. Fiquei apavorado ao saber o que de mim esperavam. Como pode um po­bre ser humano corresponder a tais ex­pectativas, pensei? É impossível a um viajante, mesmo com talento, competir em conhecimentos do paíS com os que passaram a metade ou toda sua vida neste país. É um consolo que se escre­ve, não para os que conhecem o paí3, mas sim para os que não ,o conhecem , E os que pensaram que eu era o pre­cursor de meia dúzia de navios imi­grantes milionários. Isto aos curiosos, mas por vezes era penoso. Nunca, em viagens anteriores, tive tanta dificulda­des em fazer as pessoas comprefderem que um escritor, que cumpre sua abri. gação, não é mais nem menos do que um agricultor, um comerciante que também cumpre suas obrigações. Mui­tas vezes içaram a bandeira alemã, ca­so disponível e me comboiaram numa marcha triunfal para o hotel. Isto difi­culta um trabalho calmo, imparcial e

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eonsclenci050 e não raramente o torna simplesmente impossível.

Pessoalmente lembro com prazer os lugares aonde fui recebido com afa­bilidade, atenção, como por exemplo, um engenheiro destacado para o levan­tamento para a construção de uma es· trada de ferro.

o escopo da política dos teuto-bra­sileiros deve ser a integração do ele­mento alemão na legislação e adminis· tração das Províncias para o qual, uma administração autônoma regida por le­gislação municipal, serve de base. Na administração de Joinville (o município compreende além da Colônia D. Fran­cisca, os territórios vizinhos) os ale­mães elegeram em data recente 3 brasi­leiros, sendo que anteriormente só ha­via alemães e desde então houve uma degradação. O municipio de Itajaí com­preende as colônias Blumenau e Brus­que, conta com cerca de VセNojo@ habitan­tes, entre estes 25.000 alemães, 4.000 i­talianos e 500 portugueses. Entre os 9 membros do Conselho Municipal estão 4 alemães, o cônsul Asseburg entre eles.

No juizado de Paz, (cargo honorá­rio, enfadoso e não remunerado) em Itajaí, existem dois juízes de Paz e dois brasileiros; em Blumenau somente ale­mães, em Brusque dois alemães e dois brasileiros.

Mas não se dE.ve tirar conclusões com poder Judiciário. Quem mencionar otimistas desta situação em relação o seguinte para ilustração: o Juiz de Direito da Comarca de Itajaí era C'on­servador. Quando em 18 i8 os Libera.is subiram 2,0 Poder, procuraram eviden­temente colocar um correligi.onário no cargo. Não foi tão fácil pois nada S0 podia reclamar do Juiz Conservador q tomou-se a decisão de extinguir toda 3-Comarca, eliminado o cargo. Posterior­mente pretendia-se criar a Comarca de novo e colocar um Liberal como Juiz de Direito. O ministro aquiesceu com a extinção, mas não concordou com a re­instalação da nova Oomarca dado a re­volta na ,opinião pública. Como conse­quência os cidadãos de Blumenau. quando têm algum problema judicial, procuram o juizado mais próximo, Jo­inville, uma viagem com uma duração igual a de Paris e Petersburgo, demo­rando às vezes 'o dobro do tempo.

Devido a estas rixas (que muitas vezes se refletem nas colônias), vem o

fato de besterro tl!!r em i3 セイエVa@ nadà menos do que 28 Presidentes de Provín­cia. E como Santa Catarina, sem caudi­lhos, possui pouca influéncia nos dois grandes partidos, explica ,o fato de 85-tar sem solU';ão o conflito de terras com a Província do Paraná, arbitráriÀ na sua decisão. Chegou a ocasião de fa­lar sobre a política partidária do Bra­sil.

O partido Conservador (a ele per­tencem os fazendeiros de origem por­tuguesa) corresponde ao nosso partido "Livre Conservador" e partido "Liberal Nacional" e o partido Liberal ao "Pro­gressista". Depois da morte do seu che­fe o Duque de Caxias, os "Con· servadores" perderam as rédeas, que por muito tempo mantinham, do gover­no. As eleições de 31 de outubro de 1881 lhes trouxeram apreciável refor­ço. Não se deve dar muito valor às di­ferenças dos programas e plataformas dos partidos; trata-se mais de pessoas do que de programas, mais de interes­ses do que de princípios. Temos que mencionar que parte dos Liberais têm confissão republicana, uma loucura, tim crime num país que tudo o que tem de vantagem sobre a América Es· panhola, deve ao seu Governo Monár­quico (aliado a um povo mais calmo).

É imprescindível que os teuto-bra­sileiros se .. naturalizem" tornando-se cidadãos brasileiros a fim de preservar

sua cultura e posição. Igualmente é desejável uma representação crescent<l nas Câmaras municipais e Assembléias Estaduais. Porém é duvidoso se é acon­selhável, mesmo se houver alemães ca­pazes, enviar ao "Reichstag" represen­tantes da Província de Santa Catarina. Nada poderiam ensinar aos braiiÍleiros. mas se fosse ,oportuno, é uma outra questão. E assim temos por' mais al­gum tempo candidatos que periodioa­mente os brasileiros de ambos os par­tidos cortejam os alemães com promes­sas e mais promessas que nunca são cumpridas. A pmpósito, em fevereiro de 1882 foi eleito pela primeira vez para a Assembléia Provincial o comer­ciante Leppert, de Joinville (nota: Lep­per'?)

Um terço das importações da Pro­víncia de Santa Catarina é de origem alemã e refuta de maneira flagrante o conceito de qUf.' uma crescente imigr:3.­ção, aumenta a exportação e seria bem maior se .os portos naturais que servem às colônias alemãs, tiveiSem uma AI-

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fândega para a liberação dos produtos importados. Há alguns anos até a A!­fândega do Porto de São Francisco foi extinta. Vapores chegando diretamen . te de Hamburgo para S,ão Franciscu, tinham que levar as mercadorias des· tinadas para este mesmo Porto, de volta para o Rio, lá fazer o desem­baraço alfandegário e transportá-las novamente para São Francisco, oneran­do mais do que o transporte da Euro­pa para cá.

Atualmente todas as importações vêm por Desterro ou o Rio de Janeiro e somente mercadorias isentas de ta­xas alfandegárias podem ser desembar­cadas nos portos de São Francisco, Ita­jaí, Porto Belo, e Laguna.

Estima-se a importação de 40 mar· cos per cápita - valor talvez elevado demais - da população alemã. As im­portações consistem principalmente em tecidos de lã e algodão, armarinhos, porcelana, louça, máquinas, instrumen­tos musicais, utensílios agrícolas, sal, ferro, artigos de ferro, vinh0 farinha de trigo, cerveja, drogas, carne-sec::t etc ...

Para todos os produtos exportados pelas colônias alemãs, desde que n30 consumidos na própria Província, Rio é o mercado natural. A maior casa de comércio é a do Cômml Hackraàt em Desterro. Não existe uma casa bancári'3. em toda a província. Juros de capital rendem de 8-10% o que é pouco (em relação a Austrália por exemplo) e é sinal de pouco dinamismo. Convém mencionar que Joinville e Itajaí têm ligação telegráfica com o mundo. Blu­menau não tem ligação.

O Brasil continua pobre em vias de transporte de primeira linha (estradas de ferro e boas estradas). Atualmente três estradas de ferro estão em cons­trução, uma na Província do Paraná, outra em Santa Catarina e a, terceira na Província do Rio Grande do Sul, sen­do que as duas primeiras Províncias não tinham nenhuma linha férrea 。エᄋセ@

o momento. A primeira destas estra­das de ferro em construção começa no Forto de paranaguá, passa pela serra para o Planalto de Curitiba. (Capital do Paraná). A concessão foi dada para uma companhia Francesa e já está em tráfego até Morretes. A segunda estnt­da de ferro, construída pelos ingleses, parte do porto planeja.do de Laguna pelo Vale do Rio Tubarão, onde consta

exi.!!tir uma jazida promissora de C3.r­vão, em direção serra acima. A tercei­ra, outra concessão dada aos franceses na Província do Rio Grande do Sul, se­rá comentada com mais detalhes em outra parte deste livro. Prioritária, para atender às necessidades do país, seria uma estrada de ferro paralela à costa, ao longo do planalto de São Paulo, pas­sando por Curitiba até Porto Alegre. Esta linha, da qual poderia falar de Rede Ferroviária Sul, ficará uma as­piração por dezenas de anos. No meio tempo, Blumenau está cogitando seria­mente numa ligação, bem como D. Francisca já conseguiu sua ligação, com o planalto, pela serra para Curiti­banos. As distâncias são medidas d'!. Barra do Itajaí, até Blumenau, 51 Km. Até o início da serra, 217,9 Km, até o topo da serTa 229,9 Km, e até Curitiba­nos, 286 Km. O custo da estrada está estimado em 4.480.000 marcos. Um Cél­miMO para montarias, 120.000 marcos. Temos que mencionar que o engenhei­ro brasileiro Jourdan obteve do gover­no uma concessão para a construção de uma estrada de ferro pelo vale do Itapocu (ao sul da Colônia D. Francis­ca). Esta estrada de ferro será proval­velmente construída nas próximas dé­cadas, porém dificilmente por este con· cessionário.

De acordo com o mapa desenhado por Riviére, aliás bastante incompleto, da Província de Santa Catarina (1872, Escala 1:500.000), as terras de proprie­tários particulares somam 300 léguas quadradas, as terras devolutas dispo­níveis, 700 léguas quadradas e as de posse duvidosa 100 léguas quadradas. Estes dados são naturalmente, frutos da imaginação e o Ministério da A!I;ri­cultura, o Escritório de Imigração no Rio e o Governo Provincial ignoram o volume e a localização das TerTas De­vodutas. Abaixo da Serra, isto é, ョセ@faixa subtropical litorânea, o Vale do Tubarão, possui as melhores terras; as do Vale do Itajaí estão em segundo lugar. O vale do Tubarão, que separa as Províncias Rio Grande do Sul e Santa Catarina, já está densamente povoado por brasileiros; no Alto do Itajaí, aci­ma da colônia Blumenau, existem cer­ca de 6.5::0 Km2 disponíveis e no Vale ão Itapocu, o Conde d' Eu, o esposo da princesa herdeira, possui 49 léguas quadradas de terras intocadas . Sobre este Vale há opiniões divergentes, uns consideram-no um paraíso fértil, 0"-

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tros um banhado, sendo porém a pri­meira opinião possivelmente a verdl'lr deira. Na totalidade do planalto, prin­cipalmente para o Oeste, já existem si­tiantes com terras legalizadas, ou não, principalmente criadores de gado, rú.,­ticos, mas como as propriedades estáo esparsas. não constituem obstáculo à colonização.

No momento não se pOde cogita!' em uma imigração em massa para;\ Provincia de Santa Catarina, devido a falta de infraestrutura. Dona Francisca está em condições de receber anualmen­te 1.500 pessoas, mas não duma vez só; Blumenau, um número idêntico e a Província toda pode absorver 6.000. sセᆳ

ria relativamente fácil providencié'r uma infraestrutura caso houvesse np­cessidade. No momento, nem o Gover­no Federal, nem o da província, quP tem orçamento bastante restrito, con­cedem livre-passagem ou outro 。オク■ャセッ@direto, mas isto está sujeito a mudan­ças rápidas, dependendo dos Ministéri­os. As terras podem ser adquiridas éo.

crédito nas grandes colônias. Pessoas que vêm a chamando de parentes, ou abastadas, não têm restriçoes para a aquisição de terras em qualquer lugar.

O sul do Brasil é um campo propí­cio para imigrantes agricultores e tra­balhadores de fábrica que se acostu­mam ao trabalho do campo, sendo que no momento só pode absorver um pe­queno número de imigrantes com alto nível cultural; estes teriam encontra­do um campo propício nas Ilhas do Sul se estas tivessem se tornado um entre­posto colonial alemão.

Quem cogita imigrar para o sul do Brasil não deve cogitar em trabalho assalariado, porque raramente leva su­cesso. Em D. Francisca, toma·se muito cuidado no que diz respeito ao trabalho assalariado de colonos, pois quer s., evitar que o agricultor esqueça sua profissão e por isso não paga mais do que 1.200 réis (2,40 marcos) por dia. Aliás, o Governo Brasileiro, desmorali­zou os preços, pagando temporariamen­te até 10 mil réis por dia àos colonos.

A seguir' quero dar um pequeno es­boço a eventuais Casas de Com§rcio alemãs que se predispõem a patrocinar emigração, fato que até o momento ra­ramente se deu, para uma colonização no planalto do Rio Grande do Sul e San­ta Catarina, de onde ela. se pode alas­trar para o Norte (Paraná) para o sul

(Uruguay) e para o oeste (Corrientes e Paraguay).

A colonização do Brasil não é um negócio lucrativo, prinCipalmente como foi o caso até o momento, quando se tratava de imigrantes em Quase sua tn­talidade, sem recursos. O custo médio, por muitos anos, por cada imigrantE., na colônia D. Francisca e Blumenau, in­cluindo tudo, chega a 75 mil réis ou 150 marcos. Nesta conta não foi consi­derada a aquisição da terra. Por esta quantia, na colônia D. Francisca (cujos dados consideramos nqui) o imigrante é recebido no navio transportado para JOinville, alojado nas barracas de even­tuais pessoas impedidas de camiRhar, e são transportadas ao local no qual o colono pretende se estabelecer. Ali lhe é consignado um terreno apropriado, medido e delimitario com piquetes e lhe é fornecido um título de Aquisição e efetuada a ligação com uma estrada.

Na quantia acima citada está in­cluida a despesa com o estabelecimen­to de médicos, farmacêuticos, clericais e professores (sendo que estes nem sempre incentivam a cultura alemiU, construção de hospitaiS e alojamentos bem como contribuiçqes para a cons­trução de capelas e escolas. Nesta base de cálculo, uma povoação de 10.000 pes­soas (adultos e crianças) necessitaria uma quantia de 1500.000 marcos num espaço de tempo ãe 12 a 15 anos, como foi até agora, e um pouco menos se fos­se num período de tempo menor. Parcl. a localização de 10.000 pessoas, são ne­cessários cerca de 50.000 habitantes de terra. contando-se em média 4 pessoas por família e 20 habitantes para cada família . O menor preço de Terras devo­lutas, fixado por Lei é de 112 Real por braça quadrada ou se.ia 1033 réis por hectare, custando, portanto, 50.000 hal:>t­tantes pouco mais de 100.000 marcos. A isto se junte.ffi as despesas com pros­peccii.o. mediçii.o e escrituração, um acréscimo de 10 a 15%. Terras particu­lares, no planalto de 8anta Catarina. poderiam ser adquiridas por 2000 a 3000 mil réis por hectare, mais os cus tos para medicão e outros. Calcula-se um preço médio de 2COO ré:s (4 mar· cos) por hectare, a aquisição de 50.000. Há importância em 200.000 marcos. Juntando-se os 1.500.000 ma.rcos de a('!i­ma. chegamos a um custo final de 1 . 70J . o セ Gj@ marcos.

Até o momento a terra foi vendida aos colonos por 12 mil réis o habitan-

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te (com excessão de São Bento, 8 mil réis) para pagamento à vista e por L:i mil réis para pagamento após 3 anos sem juros e após este prazo incide de revenda de 14 mil réis o habitante, 50.000 habitantes importam em 1.400.000 marcos, não cobrindo, portanto, o in­vestimento calculado acima.

A manuntenção dos preços de ven­da citados, somente foi possivel devida its subvenções consideráveis do Gover­no Brasileiro. A fundação de novas colônias só se torna , 'iável se o Gover­ver110 Brasileiro dispuser-se a dar con­tribuições semelhantes no futuro. Um[1 possibilidade existe se o Governo inde­nizasse as companhias colonizadoras pelas despesas com a construção de es­tradas de utilidade nacional.

Na Colônia D. Francisca foram, em média, construídos 668 metros corridos de estrada por cada 100 habitantes de ----_._---

terra. Em se considerando esta 「。ャAャセ L@50.000 habitantes requerem 334 Km de estradas. Se o Governo Brasileiro, pa­gasse por cada Kilômetro de estrada in­cluindo pontes e povoada com colonos, 1 conto (2.000 marcos), 334 Km corres­ponderiam a 334 contos, ou sejam, 668.000 marcos, o empreendimento ' to· maria um aspecto mais favorável. Po · rém, caso se cogite em uma, imigração em grande esc:lla, o mais certo seria a construção de uma Estrada de Ferro, seja por exemplo pelo Vale do Itapocu ao planalto, desde que o Governo se propusesse - como acontece nos Esta­dos Unidos - a doar uma faixa de ter­ra ao longo da Linha, á companhia construtora, ou como tem acontecido no Brasil, garantir à companhia juros <inuais de 7% sobre o capital investi­do.

(Traduç:ão: Curt Wi11y Hennings)

A co n tece u ... _________ Ab_ r_il_d_e _1_99_0

DIA 1° . - Apesar do mau tempo foi elevado o número de pessoas que compareceram ao ato de inauguração da sede do CTG Rancho da Tradição, situada no bairro Tatutiba I, em Itoupava Central. Presentes também estiveram representantes de diversos CTGs catar;nen­ses. Houve festividades que prosseguiram no dia seguinte. O CTG Ran­cho da Tradição é comandado por Isaias Felsky,

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DIA 2 - Em concorrida solenidade realizada no salão nobre da Prefeitura Municipal de Blumenau, aconteceu a entrega, pelo prefeito Vilson Kleinubing, do cargo que até então exerceu, ao vice-prefeito Victor Fernando Sasse que, a partir de então passou a dirigir os destinos do município como prefeito efetivo. Vilson Kleinubing afastou-se para can­didatar-se ao Governo do Estado nas eleições de outubro do mesmo ano. Por ocasião da solenidade, os destaqués f.oram os pronunciamentos do prefeito e do vice-prefeito , sobre a administração efetuada e os planos de continuidade de governo, respectivamente.

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DIA 2 - Trinta e um paraqued istas de elite da Brigada de Infanta­ria Paraquedista do Rio de Janeiro, estiveram em Blumenau para vários dias de treinamento no Aeroporto Quero-Quero.

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DIA 4 - Nos treinamentos que efetuavam os paraquedistas da

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t3rigada de Infantaria do Rio de Janeiro, nó aeroporto de Siumehau, ó paraquedista de nome Denis Batista Lamas, de 27 anos, foi infeliz no sal­to que realizou, porque seu paraqueda não abriu no percurso dos qua­tro mil metros que teve de queda, caindo sobre uma residência e mor­rendo instantaneamente. O acontecimento consternou a população blu­menaLiense.

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DIA 05 - A imprensa (JSC) noticia que, com a extinção do DNOS, através das medidas do Plano Brasil Novo, criou-se sério problema para a população do Vale do Itajaí, em face da paralisação total das obras com­plementares que ainda estavam faltando para a conclusão da barragem de Ibirama. A paralisação das diversas obras, inclusive do desaçoreamento do rio Itajaí, nas proximidades de Gaspar, deu-se a partir do dia 19 d'i março .

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DIA 7 - No Teatro Carlos Gomes apresentaram-se, com pleno su­cesso, dois elencos a!em2.es, num concerto de instrumentos de sopro. Fo­ram eles: Frieder:ch Held , com «Os Trompetistas de Augsburger» e a «Grassauer Blechblaeserensemble».

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DIA 18 - Foi lançado pela imprensa local, pela prefe:tura munIcI­pal, o edital de concorrência pública para a construção da ponte que liga­rá o bairro Itoupava Seca, proximidades do Posto Tamarino, ao de ltou­pava Norte, proximidades da Estação Rodoviária «Prefeito Hercílio Deeke», uma providência de há muito tempo aguardada pela comunidade blume­nauense. No referido edital consta também a construção dos acessos à mesma ponte.

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DIA 20 - No Pavilhão «A» da PROEB, em presença de numeroso público, com um ótimo programa de atrações, foi coroada Rainha da Okto­berfest-90, a j.ovem Patríc;a de Mello, de 19 anos, e que obteve 106 vo­tos. Patrícia é Miss Coty Brasil e havia conquistado o terceiro lugar no concurso Miss Santa Catarina 89.

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DIA 21 - No Teatro Carlos Gomes, estreou, com a presença de numeroso público, a peça «Oh! Calcutá», um dos espetáculos mais mon­tados e assistidos na Broadway e que já estivera em Blumenau em 1987.

* * * DIA 23 - Em solenidade realizada no salão nobre da prefeitura, o

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prefeito Victor Fernando Sasse deu posse a quatro novos secretários, que foram: arquiteta Claudia Siebert, no Planejamento, Oscar Jenichen, na chefia do gabinete, Salézio Stahelin, no Desenvolvimento Econômico e Amôuri Cadore, no Turismo.

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DIA 26 - Na Ga!eria Municipal de Artes aconteceu uma concorri­da noite cultural, promovida pelo Departamento de Cultura, com o lança­mento simultâneo de seis livros: «Intenção Poética», de Jorge Barcellos Pereira; «A Sociedade do Futuro», de Paloma ; «Habitat 2000», de Rober­to Diniz Saut; «A Força da Sobrevivência», de Fausto Marioni e «Não», de Marcelú Riccardo D'Almeida.

Errata

Na edição de abril, secgão «Aconteceu », ao registramos o faleci­mento do ex-prefeito Dr. Carlos Curtz Zadrozny, houve alteração no pe­ríodo de ieu governo à frente dos destinos de Blumenau. Ele administrou nosso município de janeiro de 1966 .té princípios de janeiro de 1970, passando então o cargo ao novo prefeito eleito, sr. Evelásio Vieira.

CARTAS

Do prezado colega Silveira Júnior, recebemos o seguinte: «Florianópolis, 1 0/5/90

Meu caro José Gonçalves:

O número de abril corrente do B. C . está ótimo. Aquela nova se­ção sobre anúncios nos jornais antigos deve ser mantida, se dona Edith tiver paciência para procurar essa publicidade nos velhos jornais de Blu­menau e Joinville. Bons tempos aquele em que o senhor Hering (deve -3r um dos dois peixinhos ... ) pedia o pagamento de contas com 11 anos de idade. Imagine, José, essa mesma conta hoje com juros e correção monetária ...

Mas quero me referir à carta da nossa confrade Urda Klueger, so­bre o taiá. Também eu fui um comedor desse tubérculo e vou dar o meu testemunho. Lá em Rio Branco (Guaramirim) onde me criei havia pelo menos duas espécies dessa arácea : uma que produzia tubérculos arredondados, pouco maiores que uma batata inglesa, e outra com algo como uma raiz, fina e comprida, mas com o mesmo gosto. Também as folhas セイ。ュ@ comestíveis e o seu ensopado não se diferenciaria de um

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prato de espinafre. Mas havia um taiá de folhas meio avermelhadas que .eram muito urticantes e impróprias para consumo humano.

Nós lá em Rio Branco usávamos o taiá ralado para acrescentar à massa do pão de milho, juntamente com o cará aéreo, qUe chamávamos de cará-de-pão. Cozido, comíamos com café ou com melado.

Sobre o inhame (da mesma família) em Rio Branco não conhecía­mos nenhuma espécie comestível pelo homel'D. Era ração para porco. Os pés cresciam quase sem nenhum cuidado às margens úmidas dos cur­sos de água e produziam uma raiz (aquilo será raiz, Urda?) enorme, de quase um metro de comprimento. Essa raiz, ou rizoma, ou seja lá o que for tem a mesma consistência do tubérculo de taiá, mas, mesmo cozida arranha a boca. Nós cozinhávamos para dar aos porcos, mas nunca mais vi em nenhum lugar essa prática. Ninguém mais hoje cria porcos com inhame cozido. Ou alguém cria?

Um abraço do Silveira Júnior

APICULTURA

セ Z[Nセ@"'J'J .• \1' ... -. .... Caso das Abelhas

Der Urwaldsbote - N°. 21 - Sá­bado, 17 de novembro de 1900 Ano 8

«Enviado. Quando hoje eu me manifesto

publicamente na tão comentada questão das abelhas, não desejo que isto se torne um «fraseado jor­nalístico», como o desejam muitos produtores de açúcar, 50b cuja vi­são talvez escreveu o senhor H. Hadlich. Depois que eu fui atacado aqui por «colonos açucareiros anô­nimos» o senhor H. Hadlich clareia um pouco a escuridão e termina sua «filosofia» com um «Pfui»!

Prezado senhor Hadlich, eu ini­cio minha réplica a suas manifesta­ções, que mostram desconhecimen­to ou maldade com um Pfui! O se­nhor não conseguirá elim inar do mundo, O reconhecido fato, que o

chamado «melado de cadáveres» já era vendido durante anos. Eu poderia trazer-lhe testemunhos, que um «colono açucareiro» que há 42 anos (tanto quanto o senhor) fabri­ca açúcar e certa vez vendeu o melado no qual cozinhou um gato morto e o resto preparou para ca­chaça, provavelmente para tornar o gosto da bebida um pouco mais picante. Um outro vendeu «mela­do de cadáver de gambá» e os fi­lhos deste higiênico fabricante per­guntaram alguns dias depois ao comprador se o molho de gambá tinha sido gostO$o.

O senhor quer mesmo a verda­de - o senhor é realmente tão ingênuo e infantil - então, o se­nhor procure na Colônia mais des­tes exemplos e os mesmos o ani­quilarão.

Senhor H. Hadlich se o princi-

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pio destes -fabricantes de açúcar é realmente trazer ao mercado um produto mais ou menos puro, en­tão esta questão de abalhas não teria causado tal tempestade. Pois com uma despesa mínima esta acu­sação justa dos apicultores pode­ria ser solucionada. Mas os violen­tes opositores, são só aqueles, que em sua porcaria - eu uso aqui es­ta expressão dos mu itos açucarei­ros - se sentem bem e só babo­seiam de princípios ideais e não querem despertar de hábitos insen­satos. Também a avareza talvez te­nha um papel primordial em um ou outro açucareiro que ali manipu­lam, arruinando as mald itas abelhas toda sua existência e tem também - bem como o senhor - empres­tado dinheiro a juros. Um medo ter­rível de gastar alguns vinténs para uma instalação nova leva estes se­nhores a tais declarações como nós ouvi mos. E certamente o se­nhor acredita que os apicultores estão cientes, de que os «colonos açucareiros», nesta sua atual insta­lação são encontrados pelas abe­lhas e também prejudicados. Mas justamente por isto deveria aconte­cer uma discussão pacífica de am­bas as partes.

Já há muito tempo nosso ins­petor sanitário deveria ter agido contra tal comerciali zação nojenta dos tais chamados molhos de ca­dáver. Talvez agora muitos «açuca­reiros» e o senhor Hadlich consi­gam isto através do seu protesto pouco sábio.

Além disto o senhor H. Hadl ich comunica que durante 32 anos fo i amigo das abelhas e agora inimi­g·o.

Brrr - oh! Pobres abelhas!

o senhor p-ermitá qUe eu du­vide da verac idade de suas pala­vras. Somente a avareza, pode re­pentinamente hostilizar esta tão útil população de abelhas, que são in­cansáve;s em seu trabalho, depois que nota bene durante 32 anos foi seu simpatizante. É uma ingratidão sem limites contra estes benfe ito­res, qUe por 32 anos lhe trouxeram sua colhe ita e gratificaram seu esforço. E as abelhas em 32 anos nunca roubaram açúcar cu 1.1€:é1-

de? Certamente não do seu do contrário não teria sido um amigo por 32 anos.

o apicultor deve proteger o «açucareiro» contra as abelhas. Quem protege o colono das tro- ' pas de gado, cavalos ou seja lá que animais que vêm da serra? . Todcs com cercas adequadas. Vo­cês co lonos, se tornam também ini­migos do gado, quando uma rês penetra uma vez em suas planta­ções, recusando-se em comer car­ne de gado. Isto é vingança contra o malvado gado, porque matá-los não podem, como às pobres abe­lhas.

Isto senhor Hadlich é minha resposta como amigo das abelhas e agora eu passo ao como asso­c iado do Volksverein.

Por diversas vezes o Volksve­rein, e respectivamente sua direto­ria foi acusada nesta questão.

Em primeiro lugar o senhor H. Hadlich declara que o senhor foi sócio do Volksverein. Graças a Deus! Um velho ditado diz: de a­migos falsos me guarde Deus! Com meus inimigos eu mesmo resolvo o assunto. De qUe o senhor acusa tudo a Sociedade e sobre que o

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Sênhor está informado, para mim é um enigma, caso não se possa qualificá-lo de maldoso. Quando o senhor baboseia de calunia por par­te da sociedade e exige uma retra­tação, então se deve duvidar de sua sanidade mental ou o senhor não entende a palavra «calúnia». Ou alguns rapazes maldosos o so­praram no ouvido do senhor? O se­nhor tem um delegado morando em sua rua, por que não deixa que o informem com exatidão antes de pubficar tal bobagem? Nu'nca a So­ciedade, e sua diretoria tomou par­tido - ele não convocou - por este motivo propôs uma reunião, de todos os apicultores e produtores de açúcar para uma discussão e união amigável dos do:s partidos.

O senhor não sabe o que a soc iedade pretende? Muito bem, is­to eu lhe posso dizer: Ele está es­forçado de criar para todos seus associados o direito e o bem estar social, e todos os que são corretos o apoiarão. Havia no início, tam­bém pessoas que se faziam sócios do Volksverein, para lá dentro in­trigar, prejudicá-lo e se possível desintegrá-lo. Estes agora devem ter reconhec ido seus erros, e «gra­ças a Deus» sairam, porque não e­ra um campo lucrativo para eles. Será que o senhor acredita real­mente senhor H. Hadlich que con­siga col'ocar maio Volksverein, que em pouco tempo se tornará um Volkspartei ». Que o senhor conse­guiu alguma vantagem ainda po­mos em dúvida. E agora «Passe bém!» Para mim o assunto com o senhor está encerrado.

Ass.: E. Schaefer».

Produiores - r・オョjセッ@Volksverein Der Urwaldsbote - N°. 22. Sábado, 24 de novembro 、セ@

19Q9 - Ano 8 Protocolo da reunião de apicul­

tores e produtores de açúcar de 4 de novembro de 1900.

O pró e contra que os dois partidos tinham a apresentar, já foi suficientemente divulgado nos jor­nais. A reunião em si foi pacífica. Depois de curto debate, chegou-se à conclusão, que para todas as par­tes, isto é, os apicultores, os produ­tores de açúcar e o público compra­dor de melado, seria preferível se os produtores protegessem suas vasilhas de melado com um prepa­rat ivo adequado contra abelhas e outros animais. Um dos produtores presentes disse que tinha visto tal preparativo num fabricante de açú­car no Garcia, que era muito bom e também barato. Além deste o re­ferido produtor havia vendido seu melado sempre com dois vinténs mais caro por garrafa, do qUil o preço comum, e os compradores sem reclamar pagavam este pre­ço mais alto, porque sabiam qUil adquiriam um produto limpo.

Foi resolvido, não elaborar uma lei sobre proteção as abelhas por enquanto, mas deixá-lo por conta do espírito de limpeza dos produ­tores de açúcar, em fechar adequa­damente seus recipientes de mela­do e apelar para seu sentimento de não envenenar as abelhas, com fermento e açúcar. Nesta reunião, foi expressado que os produtores, certamente tinham estes desejos voluntariamente; se no entanto Qla­borássemos uma lei ela se tornaria remitente. Enfim tal lei sob as cir­cunstâncias locais, seria difícil de realizar. Ass.: A Ciretoria do Volksverein».

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F U N D A ç Ã O 4/C A 5 A D R. B L UM E N A U"

Instituída pela Lei Municipal nr. 1835, de 7 de abril de 1972 . Declarada de Utilidade Pública Municipal pela Lei nr . 2.028, de 4/ 9/74. Declarada de Utilidade Pública Estadual pela Lei nr. 6.643, <de 3/10/ 85. Registrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas de Natureza

Cultural do Ministério da Cultura, sob o nr. 42. HIHIRRQセOXWMUPL@instituído pela Lei 7.505, de 2/7 /S6 .

83015 B L U M E NAU Sant2 Catsl'ina

INSTITUIÇAO Di FINS EXCLUSIVAMENTE CULTURAIS

SÃO OBJETIVOS IM FUNDAÇÃO:

- Zelar pela conservação do patrimônio histórico e cultural do município;

- Organizar e manter o Arquivo Histórico do .l\Iunicípi<9;

- Promover a conservação e a divulgaçãO das tradIções cul-turais e do folclore regional;

- Promover a edição de livros e outras pUbJicações que estu­dem e divulguem as tradições hisOrico-cl!llturuis do Muni­cípio;

- Criar e mantpr museus, bibliotecas, pinacotecas, discotecas e outras atividades, permanentes ou não, que sirvam de ゥョウセイオュ・ョエッ@ de diVUlgação cultural;

- Promover estudos e pesquisas sobre a história, as 1radiçõe'l, o folclore, a genealogia e outros aspectos de interesse cul­tural do MunicípiO;

- A Fundação realizará os seus objdivos através da manu­tenção das bibliotecas e museus, de instalaçl o e manuten­ção de novas unidades culturais de todos os tipos ligados a esses objetivos, bem como através da realização de cur sos, palestras, exposições, estudos, pesquisas e publieaçóes.

A FUNDAÇÃO "CASA DR. BbUMENAU", MANTÉM: Biblioteca Municipal "Dr. Fntz Müller" Arquivo Histórico "ProL José Ferreira da Silva" Museu da Família Colonial Horto Florestal "Edite Gaertner" Edita a revista "Blwnenau em Cadernos" Tipografia e Encadernação

CONSELHO CURADOR: Presidente - Frederico Kilian; vice-presiden­te - Urda Alice Klueger.

MEMBROS: Julio Zadrozny - Sra. Ilse Schmider - Martinho Bruning - Ernesto Stodiecl, Jr. _ Ingo Wolfgang Hering - Nes­tor Seara Heusi - Rolf Ehlke - Arthur Fouquet e Fran!, Graf!.

&IRETOR EXECUTIVO: José Gonçalves

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MUITA GENTE QUE FEZ A HISTÓRIA COLONIZADORA EM NOSSA REGIÃO, JÁ VESTIA A MACIEZ DAS CAMISETAS E ARTIGOS HERING.

QUANDO SE FALA NA HISTORIA DF. NOSSOS PIONEIROS, LE.J\'BRA·SE DOS IRMÃOS HERING, QUE HÁ MAIS DE CEM ANOS INST ALARAJV\ A PRIMEIRA INDÚSTRIA TÊXTIL EM BLUMEf''iAU.

HOJE "BLUMENAU EM CADERNosn E A HERING TÊM Murro EM COMUM. ACREDITAMOS NA NOSSA TERRA E NOS VALORES DA NOSSA GENTE.

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