Portfólio Claude Monet - 2 - Análise de Obra

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Análise da obra "Impressão: Sol Nascente" , de Claude Monet

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Impressão: Sol Nascente

1873

Óleo sobre tela

48x63cm

Musée Marmottan, Paris (França)

Monet e t e r n i zou- se nessa, que serviu para dar nome ao estilo que marcaria uma geração de pintores. A tela que batizou o Impressionismo é t ambém um dos ma i s notáveis trabalhos de Monet. Para compor sua impressão do amanhecer no porto de Le Havre , u sou p ince l ada s d e l i c a d a s e s o l t a s , q u e desrespeitavam todas as regras acadêmicas. Sua maior ousadia está na maneira como retrata a luz do sol refletida na água. As pinceladas da cor laranja parecem ter sido feitas a esmo, c r i a n d o u m c o n t r a s t e impressionante com os tons de cinza que predominam no quadro. Com essa obra, Monet deixava claro o objetivo do movimento, que era o de captar o frescor daquele momento em que a visão não percebeu todos os detalhes, mas apenas um impressão da totalidade. A tela foi duramente criticada, sendo comparada a borrões, mas a persistência – e a extrema competência – de Monet fez p r e v a l e c e r a f o r m a impressionista de pintar.

1. Os pescadores. Nesta tela, a presença humana é apenas intuída. Monet representa os pescadores de modo esquemático - com eles a remar em suas embarcações -, muitos dos quais não são mais do que pinceladas soltas. Somente o timoneiro surge com mais detalhes.

2. Os reexos do sol na água. Bem como os raios de sol parecem impregnar todo o céu com tonalidades amarelo-alaranjadas, na água seu reexo se limita a uma estreita faixa, feita com pinceladas horizontais de cor laranja que vão se espaçando à medida que se aproximam do espectador.

3. O sol. Sob inuência de Turner e Whistler, Monet dá o destaque ao sol graças à intensidade cromática que imprime a esse elemento, adicionando zarcão e amarelo ao laranja primitivo. Além da cor, as pinceladas criam um volume que permite delimitar com perfeição a esfera solar. A névoa que permeia a tela impede que a irradiação distorça a esfera.

4. As barcas. A embarcação situada no centro do quadro, único elemento da tela não coberto pela névoa, funciona para criar perspectiva, posicionando os outros dois barcos, por intuição, atrás dela. Juntos, criam uma diagonal que confere profundidade à tela.

5. A maquinaria do porto. A atividade do porto de Le Havre é representada pelos barcos mercantes, situados ao fundo, e pelas fábricas que operam intensamente, lançando colunas de fumaça no céu. Apenas algumas pinceladas são sucientes para esboçar tanto as embarcações como a maquinaria, feitas com uma mistura de tons azuis e verdes, que deixa entrever em alguns pontos a imprimadura da tela. Monet não procura ser meticuloso; apenas tem o afã de captar o instante.

6. A bruma. Monet cria uma bruma que envolve quase toda a tela à base de cinzas fundidas com pinceladas de malva que aplica em pinceladas largas e soltas. Trata-se mais de sugerir a presença da bruma do que transmitir uma presença real dentro da tela. Em certas zonas se intui, além disso, o fundo branco, o que dota o conjunto de luminosidade.