Portfolio | Ramon Cotta | Jornalista

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PORTFOLIO Ramon Cotta Jornalista 2014

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PORTFOLIO

Ramon Cotta

Jornalista

2014

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FESTIVAL DE INVERNO OURO PRETO E MARIANA

O Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana é uma das mais tradicionais festas do gênero em todo o país e ocorre simultaneamente em duas das mais importantes cidades históricas de Minas Gerais: Ouro Preto e Mariana. Trabalhei para o Festival na edição de 2012 e 2013 na produção de textos para o site e para a revista oficial do evento. Com o Festival, tive a oportunidade de exercer o jornalismo cultural em suas várias vertentes. Nas duas edições do Festival de Inverno Ouro Preto e Mariana também trabalhei no gerenciamento das redes sociais: Facebook (https://www.facebook.com/festinverno), Twitter (@festinverno) e Instagram (@festinverno). Realizei a cobertura em tempo real, na produção de textos exclusivos para as redes sociais e no atendimento ao público. Abaixo, algumas das reportagens que eu produzi para o site www.festivaldeinverno.ufop.br

22/07/2012

Grupo Derivasons traz apresentação inovadora para o Festival

Por Ramon Cotta

"Essa apresentação é totalmente diferente do que estamos acostumados", assim o curitibano Nilson Cardoso da Silva resumiu apresentação do grupo Derivasons, que ocorreu na noite de sábado, dia 21, no teatro SESI, em Mariana.

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Foto: Sarah Gonçalves

O grupo de música contemporânea Derivasons é formado por sete compositores ligados à Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O diferencial da apresentação é que os músicos não permanecem juntos durante o espetáculo. Cada apresentação traz um repertório diferente, com shows de flautas, contrabaixos elétricos, solos de oboé, violão, ukulelê e música eletrônica.

Um dos detalhes mais inusitados do show ficou a cargo do quarteto de contrabaixos que se apresentou no meio da plateia. Ao final do show, Everton Rodrigues, integrante do grupo, ressaltou a importância do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana: "O Festival abre espaço para todo tipo de música".

Link: http://www.festivaldeinverno.ufop.br/2012/noticias.php?id=221

15/07/2012

Sessão Brasil oferece cinema em praça pública e gratuito

Por Ramon Cotta

“O que é isso?”, disse um casal que passava pela Praça da Sé, em Mariana, no início da noite de sábado, dia 15 de julho. A Praça era ocupada por um grande telão, cadeiras e só se ouviam risos. Um verdadeiro cinema ao ar livre e gratuito. Essa é a proposta da Sessão Brasil, que vai exibir filmes nacionais até dia 21 de julho, diariamente, às 19h15.

O primeiro filme a ser exibido foi a comédia Macunaíma, baseada na obra de Mário de Andrade. Adriano Medeiros, curador da Artes Visuais do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, disse que a escolha do filme Macunaíma para abrir a Sessão Brasil foi para resgatar a história que, na sua opinião, é um patrimônio material esquecido: “O restante dos filmes será mais leve. A ideia de abrir com Macunaíma foi para chamar a atenção por ser algo diferente e interessante”.

Adriano falou também sobre a importância de a praça pública ser utilizada como cinema, mesmo com a responsabilidade de ter que lidar com imprevistos: “É uma forma de construir uma relação mais interativa com o público, principalmente em Mariana, onde as pessoas ainda são distantes da Universidade e do Festival. É um dialogo aberto e devagar”.

Neste domingo, a Sessão Brasil apresenta “Vida de Menina”, às 19h15, também na Praça da Sé. Confira a programação completa no site oficial do Festival de Inverno.

Link: http://www.festivaldeinverno.ufop.br/2012/noticias.php?id=125

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10/07/2012

Interação entre público e atores marca a apresentação do espetáculo

Ressonâncias em Mariana

Por Ramon Cotta

Ao som dos sinos, a Quik Companhia de Dança começou a apresentação do espetáculo Ressonâncias, na Praça Minas Gerais, em Mariana, na tarde de segunda-feira, 9 de julho. O espetáculo é sinônimo de interação e levou o público a também participar da apresentação, juntamente com os atores.

Foto: Sarah Gonçalves

Com a fusão de dança, teatro, música e arquitetura, Ressonâncias é construído no momento e varia de acordo com o espaço apresentado e a reação do público. A apresentação utilizou instrumentos musicais como saxofone, violino, tambor, entre outros, para realizar a trilha sonora. No final, público e atores se unem e realizam uma grande roda de dança.

A bailarina e diretora do espetáculo, Letícia Carneiro, apresentou pela primeira vez no Festival de Inverno e elogiou o público e a cidade de Mariana: „Teve um público bem aconchegante. Foi uma grande troca e espero voltar mais vezes”.

A turista Maria Helena Câmara Raposo Lopes, do Rio de Janeiro, que passava pela Praça durante a apresentação, disse que, inicialmente, estranhou, mas depois achou maravilhosa a interação com o público.

A companhia Quick é de Nova Lima e norteia seu trabalho para fortalecer a dança contemporânea em Minas Gerais e a criação de formas diferentes de se expressar pela arte. Rodrigo Quik e Leticia Carneiro criaram o grupo em 2000, destacando-se pelas ações que valorizam a experimentação.

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LINK: http://www.festivaldeinverno.ufop.br/2012/noticias.php?id=63

20/07/2013

Aline Calixto coloca o público para sambar

Ramon Cotta

„„Me deixa que eu quero sambar, o samba é capaz de fazer o nosso povo feliz‟. A canção de Aline Calixto descreveu o show da cantora nesta sexta-feira, 19 de julho, na Praça da UFOP. O público sambou (e muito) para espantar o frio ao som das canções da compositora e de músicas de artistas como: Clara Nunes, Chico Buarque, Beth Carvalho, entre outros sambistas consagrados.

Essa é a segunda vez neste ano que a cantora e compositora Aline Calixto se apresenta em Ouro Preto. ‟‟Sempre é uma delícia tocar aqui, porque é uma cidade que eu gosto e sempre visitei. Estou em casa‟‟, disse a artista.

Calixto comentou sobre a temática desta edição do Festival, Em tempos diversos. „„Hoje em dia a gente vive em tempos distintos numa época que temos acesso a outros tempos e consegue viver isso em um único espaço atemporal. Isso se dá em relação à música e à arte, por exemplo‟‟, conta.

Carioca, mas moradora de Minas Gerais, Aline une o Rio de Janeiro com a mineiridade, e acredita que samba é samba independente da localidade. „„É claro que cada samba agrega as referências de cada região. Aqui em Minas nosso samba vem de uma escola harmônica muito rica e o samba da Bahia tem uma levada diferenciada. Cada região tem sua pitada, mas não deixa de ser samba‟‟, enfatiza.

A cantora afirma que shows nesses espaços públicos e atrações gratuitas democratizam a cultura e levam trabalho de qualidade para a população. Assim também pensa a paulista, Bruna Pellegrini, que veio para Ouro Preto por causa do Festival. “É um ótimo espaço para a democracia. Eventos em lugares públicos proporcionam aos turistas e à população local, contato com a expressão artística que muitas vezes não conhece‟‟, disse a turista.

O biólogo Murilo Meirelles, veio de Brasília e disse que quanto maior for o acesso da população aos festivais é melhor para o público e para o artista. “Vim conhecer Ouro Preto e estou adorando as atividades do Festival‟‟, afirma. Para finalizar o show, a cantora disse no palco: “Até a próxima, que seja bem próxima‟‟. Que assim seja!

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Foto: Du Tropia

Link: http://www.festivaldeinverno.ufop.br/2013/noticias.php?id=355

24/07/2013

Espetáculo Os Bem-Intencionados promove interação entre público e

atores

Ramon Cotta

O público do Centro Acadêmico da Escola de Minas (Caem) na noite de terça-feira, 23, encontrou um cenário de bar com música ao vivo e foi recebido pelos próprios atores do espetáculo Os Bem-Intencionados, do Coletivo de Teatro LUME. A peça tem a proposta de envolver atores e plateia em um mesmo espaço cênico, trazendo um formato diferenciado de apresentação cênica.

Com duração de duas horas, a apresentação possui cenas dramáticas, de humor, apresentação musical e interação com o público, o que faz com que o espectador se sinta também um participante da história. “Calma que eu ainda estou tentando construir tudo que aconteceu aqui, mas gostei‟‟, disse Laura Bittencurt, de Belo Horizonte, que veio a Ouro Preto para o Festival. A estudante Rebeca Dias, de São João Del Rey, elogiou a apresentação do espetáculo. ‟‟Muito bacana a apresentação e estou me surpreendendo positivamente com as atrações do Festival, enfatiza.

O ator do LUME, Jesser de Souza, contou em entrevista para equipe do Festival de Inverno Ouro Preto e Mariana que o público do evento é maravilhoso porque as pessoas aqui gostam de assistir teatro e isso faz diferença para os atores.

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Foto: Isadora Faria

O espetáculo é exibido em forma não convencial e é uma provocação para quem faz teatro, segundo Jesser. ‟‟É um desafio e um lugar de insegurança e isso é muito prazeroso para o ator. A nossa peça é sempre a mesma, mas ao mesmo tempo é diferente, porque tem a participação do público‟‟.

O grupo LUME já se apresentou em mais de 26 países e o ator destaca que uma das qualidades do público brasileiro é a receptividade. “O brasileiro é mais caloroso, somos de uma cultura mais festiva e aberta. É muito mais fácil o público aqui ficar aberto para interagir com o ator”, concluiu.

O LUME reapresenta o espetáculo na noite desta quarta-feira, às 21h, novamente no Caem.

Link: http://www.festivaldeinverno.ufop.br/2013/noticias.php?id=385

22/07/2013

Aplicativo do Festival de Inverno auxilia o público

Ramon Cotta

Nos tempos atuais, a tecnologia é utilizada como meio para auxiliar as pessoas em variadas necessidades. Na edição deste ano, o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana - Fórum das Artes 2013 em parceria com o Departamento de Computação

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da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) lançou o aplicativo „uGuide Festival de Inverno‟ que reúne todas as informações imprescindíveis sobre as atrações do Festival e ajuda a locomoção do público, já que a programação está distribuída pelas duas cidades e distritos que recebem o evento.

O uGuide, que pode ser baixado em tablets e smartphones, informa sobre a programação, locais e horários das atrações, permite ao usuário marcar seu evento favorito e ainda acessar notícias publicadas no site do Festival. O aplicativo também envia notificações caso há alterações na agenda e avisa se tiver alguma atração acontecendo perto do local onde se encontra o usuário.

Desenvolvido pelo laboratório iMobilis, sob a coordenação do professor Ricardo Rabelo, e pelos alunos Brayan Neves, Bernardo Reis, Iury Souza, Gustavo Quintão, William Reis e Jeferson Rodrigues, o aplicativo já era utilizado pelos estudantes, para se localizarem dentro do campus. Para baixar o aplicativo clique aqui: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.ufop.uguide.festival.

LINK: http://www.festivaldeinverno.ufop.br/2013/noticias.php?id=370

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27/07/2013

Cia. CaravanMaschera leva risos para Praça da Sé, em Mariana

Ramon Cotta

A Praça da Sé, em Mariana, foi invadida por risadas na manhã deste sábado, 27. Tudo por causa do espetáculo O Cordel Clownesco do Romeu e da Julieta, da Cia. CaravanMaschera. A adaptação da peça shakespeariana foi apresentada pelos atores Leonardo Garcia Gonçalves e Giorgia Goldoni.

Lauriano Carneiro Monteiro levou o filho, João Victor, 5, para conferir a obra. ‟‟Gostei muito‟‟, disse o pequeno. O pai também elogiou o programa. ‟‟A peça é bastante interessante. Essa é a primeira vez que João assiste a uma apresentação teatral, e isso é o melhor do Festival, que é promover o teatro de rua‟‟, conta.

Suely Aguiar veio de Vitória, Espírito Santo, e está encantada com as atrações do Festival. ‟‟Podia ter esse evento sempre, não apenas em julho. A população precisa ter acesso às apresentações artísticas e assistir esses espetáculos lindos que são oferecidos‟‟, enfatiza.

Se de um lado os atores agradaram o público, do outro, Leonardo e Giorgia também elogiaram a participação da plateia. ‟‟O público aqui tem um senso crítico bastante legal e isso é muito bom para a comédia”, disse Leonardo. O entrevistado também destacou que o teatro não pode se limitar às casas de espetáculos, e tem que ir para rua buscar o público.

Giorgia é italiana e explicou que há temáticas que os brasileiros aceitam mais do que os italianos, como a morte e o sexo. “O povo brasileiro é bem aberto e ri muito mais. Para o artista, isso é maravilhoso‟‟, conta.

A atriz também disse que encenar em lugares públicos é um grande desafio para o profissional de artes cênicas, pois a improvisação influencia e faz parte do show. ‟‟O gratificante para o público é o componente surpresa, de encontrar na rua uma apresentação e ver de perto os atores. Assim, todo mundo brinca junto‟‟, finaliza.

A peça O Cordel Clownesco do Romeu e da Julieta, da CaravanMaschera, também será encenada em Ouro Preto, às 10h, neste domingo, 28, na Praça Tiradentes.

Link: http://www.festivaldeinverno.ufop.br/2013/noticias.php?id=406

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REVISTA DO FESTIVAL DE INVERNO OURO PRETO E

MARIANA

Além da cobertura para o site e redes sociais, tive a oportunidade de escrever reportagens para a Revista do Festival de Inverno em 2012 e 2013.

Versão online da revista:

http://issuu.com/aciufop/docs/revista_festival_2012/35

http://issuu.com/aciufop/docs/revista_festival_2013

Algumas das reportagens que produzi estão abaixo:

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Reflexões acerca da literatura

A América Latina e a questão da tradução na literatura entendida como metáfora da mediação cultural em sentido amplo foram aspectos discutidos durante os “Encontros Literários”, com participação de especialistas e escritores como Idelber Avelar, Wander Melo Miranda, Marcelo Tápia e Simone Homem de Mello. Segundo os organizadores dos Encontros, os professores Emílio Maciel e Marta Maia, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o evento foi uma oportunidade para discutir teorias e estabelecer valiosas trocas intelectuais. Para a realização dos “Encontros Literários”, a curadoria de Literatura convidou artistas e intelectuais relacionados ao tema proposto pelo Festival. Maia disse que os convidados procuraram articular a produção brasileira com a da América Latina, de forma a proporcionar um produtivo debate entre textos e contextos. Idelber Avelar, professor de Literatura da Universidade Tulane (EUA), falou sobre o luto suspenso vivido no Brasil por causa da ditadura militar, com todos os espancamentos, torturas e sequestros ocorridos. “Tudo isso nos permanece oculto”, observou Avelar. Segundo ele, sabe-se que tudo existiu, mas esses fatos não estão incorporados à narrativa sobre o nosso passado. “Seguramente não estão incorporados à narrativa que o Estado brasileiro faz sobre o seu passado, o que torna a situação brasileira absolutamente singular no contexto das ditaduras hispanoamericanas. É possível dizer que a Argentina, o Uruguai e o Chile criaram condições de narrabilidade acerca de seu passado, enquanto no Brasil a esperança recai agora na Comissão da Verdade, instituída em 2012‟‟, acrescentou Marta. Com participação ampla do público acadêmico, a professora da UFOP ressaltou que o grande desafio agora é ampliar a participação de outras pessoas no evento no próximo ano. Ou seja, trazer para os “Encontros” e para as oficinas a comunidade local. O prof. Emílio Maciel elogiou a participação do público e o espaço para se falar de literatura: “Embora seja pouco valorizada pela mídia e apareça muitas vezes relegada à mera condição de apêndice em muitos currículos escolares, a literatura continua a ser uma via de acesso privilegiada à complexidade do real. Os debates e eventos foram todos de altíssimo nível”, destacou Maciel.

O Balaio do Patrimônio e da Cultura

O debate sobre a importância da preservação do patrimônio imaterial também ocupou os espaços e os auditórios do Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Ouro Preto. No evento “Balaio do Patrimônio Cultural”, criado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN/Departamento de Patrimônio Imaterial, as ações voltadas para essa área e o reconhecimento delas foram debatidas sob vários aspectos.

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Primeiramente, foi discutida a política nacional de patrimônio imaterial, com participação de Corina Maria Rodrigues Moreira, responsável pela área na Superintendência do IPHAN, em Minas Gerais. Depois houve a mesa redonda “Patrimônio Cultural na América Latina – assuntos multilaterais e perspectivas”, com os convidados Marcelo Brito, assessor de Assuntos Internacionais do Instituto, e Célia Maria Corsino, presidente do Comitê Executivo Balaio do patrimônio do Centro Regional para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina. Ela ressaltou a relevância do debate no Festival de Inverno: “Achei o público ótimo, muito participativo, o que gerou uma boa discussão sobre a participação e inserção do Brasil no âmbito das políticas públicas, mais especificamente do patrimônio material e imaterial na América Latina“. Simone Fernandes, representante do IPHAN, responsável pela curadoria de Patrimônio Histórico do Festival, lembrou que Ouro Preto é uma cidade considerada patrimônio cultural da humanidade, pois ela guarda o maior conjunto preservado com tipologia urbana e arquitetônica do século XVIII no Brasil, além de ser um lugar onde as políticas públicas e as ações efetivas de conservação, restauração e revitalização serão sempre experimentadas e efetuadas. “Escolhemos temas definidos por área, para suscitarmos discussões a respeito. No ano passado trouxemos o „II Encontro Nacional de Educação Patrimonial‟; neste ano, foi o „Balaio do Patrimônio Imaterial‟. Vários outros temas poderão ser objetos de interesse nos próximos eventos: patrimônio ferroviário, arqueológico etc. Claro que essas escolhas serão feitas em consonância com o tema do evento”, esclareceu Fernandes.

América Latina reunida em museus e em exposições

Uma vez ouvi falar que Ouro Preto e Mariana são um museu a céu aberto. Nelas, a história do Brasil e da América Latina está documentada em cada igreja, ladeira, rua, casa ou praça. Ambas as cidades são referências para quem quer se aprofundar e conhecer um pouco mais a trajetória histórica latino-americana. Para quem compareceu ao Festival de Inverno, o Circuito Expositivo apresentou produções intelectuais da cultura do continente. Durante os 15 dias de evento, o público pôde realizar um passeio pelo Barroco de Aleijadinho, nas pinturas de Mestre Ataíde, conhecer as relíquias da arquitetura brasileira, os monumentos históricos tombados e outras atrações culturais. Em Mariana, a Catedral da Sé, o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e o Museu da Música também fizeram parte do Circuito. Em Ouro Preto, a Casa dos Contos recebeu a exposição “Mão da América‟‟. Baseada na escultura de Oscar Niemeyer, instalada na Praça Cívica da Fundação Memorial da América Latina, em São Paulo, a mostra foi inspirada na obra “As veias abertas da América Latina”, do escritor uruguaio Eduardo Galeano, e apresentou a pluralidade cultural latina. No Grêmio Literário Tristão de Ataíde, também em Ouro Preto, a exposição fotográfica “Faces da Terra‟‟, da artista Natália Goulart, abordou o cotidiano de diversos países. “Essa exposição foi muito especial para mim. Busquei retratar a história latina, os traços, jeitos, os recortes verdadeiros do nosso cotidiano nas fotografias”, explicou Goulart.

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Na galeria do Centro Cultural e Turístico do Sistema da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a exposição “Barroco Liberto”, do “Coletivo Olho de Vidro”, fez uma leitura do tema do Festival, articulada com as especificidades de Ouro Preto. Já a exposição “Amazonas, Amazônia, Amnésia”, apresentou, na Galeria de Arte Nello Nuno, na Fundação de Artes de Ouro Preto (Faop), fotografias, desenhos e instalações da obra do artista viajante Rodolphe Huguet, que vão desde o Marrocos até a Índia. Além disso, a exposição apresentou as últimas peças do artista, específicas para “Libertas, Libertad, Liberdade”, que, por sinal, foi o eixo temático do evento. “A palavra e o gesto e cores e sons de Lacerda”, que aconteceu no Cine Vila Rica, utilizou o documentário para atingir o público de maneira interativa. Juan Carlos Timótheo, curador de Artes Visuais, enfatizou a importância das exposições: “Uma possível resposta é pensar as exposições como um lugar intencional que deve pontuar a necessidade de um contínuo processo de formação‟‟, analisou. O “Circuito Expositivo” contou com 17 atividades, entre mostras, sessões de cinema, intervenções urbanas e exposições, além de ter sido um espaço dedicado aos artistas locais, para que eles pudessem apresentar seus trabalhos.

Jornal Lampião

No primeiro semestre de 2013, fiz a disciplina Jornal Laboratório na Universidade Federal de Ouro Preto. O Lampião, nome do jornal, já conquistou duas vezes como o melhor jornal laboratório na região Sudeste no Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) e o melhor jornal laboratório do Brasil no Intercom Nacional em 2012. Tive a oportunidade de participar da primeira Equipe Multimídia que reformou o site e reestruturou a forma como o Facebook do jornal funcionaria. Também fui repórter de duas matérias na edição número 9. Com o LAMPIÃO tive a oportunidade de aprender a linguagem do jornalismo impresso popular.

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Sorrisos sinceros interessam

Grama bem cortada, paredes bem pintadas, bancos coloridos e brinquedos bem cuidados, assim é a Comunidade da Figueira, localizada no Bairro Chácara, em Mariana. Cheguei lá e sentei para esperar o atendimento. Durante essa espera, a cada pessoa que passava ao meu lado, eu recebia abraços, beijos, apertos de mão, um sorriso, um “tá beleza?‟‟. Percebi naquele momento que não conseguiria talvez um grande depoimento para a reportagem sobre aquele lugar, e sim uma das expressões mais especiais que os humanos possuem: gestos repletos de carinho. Carinho. Sentimento mais visto na Comunidade. Sempre que perguntava às funcionárias o que elas faziam, primeiramente falavam “dar carinho‟‟ e, depois, a função que realizavam. Isabel Maria da Silva, que trabalha há nove anos no local, foi uma das que respondeu que sua função é ser carinhosa e depois cuidar da higiene dos usuários. “Eu aprendo aqui com eles o que é o amor. O abraço é o remédio‟‟. Amor, artesanato, teatro e música são alguns dos remédios utilizados para integrar cada vez mais as pessoas com algum tipo de deficiência à sociedade. Desde 1990, a Figueira funciona em Mariana, e conta, atualmente, com 57 usuários que passam o dia na Comunidade, realizando atividades. A Prefeitura de Mariana é responsável por pagar a folha salarial da instituição, mas que necessita de doações de alimentos, produtos de limpeza, ou apenas uma visita. A coordenadora Neuza Elena de Oliveira Melo enfatiza que a população pode visitá-los. “A sociedade tem que conhecer a beleza, a alegria e a inocência que são os usuários. Esse contato com eles leva a gente a ver as nossas deficiências, aquilo que a gente deveria estar fazendo e eles fazem‟‟, conta. Lá, você encontra, além de demonstrações de amor ao próximo, gente que quer contar história e te conhecer. “De onde você é?‟‟ “o que faz?‟‟ eram perguntas que eu respondia o tempo todo. A manifestação de querer conhecer e receber o outro se faz presente. Denize Diva dos Santos, 41 anos, deficiente visual, foi uma das que fez questão de contar a sua vida. Disse que se sente útil lá e seu hobby é cantar. “Meu maior sonho é ser irmã de caridade e trabalhar na Figueira ou com crianças‟‟, revela. Denize ama rezar e disse que cerca de duas horas do seu dia são dedicadas para orações. “Rezo não só pra mim e para a Comunidade, e sim para o mundo inteiro. Até pra quem eu não conheço‟‟. Na conversa, Denize conta que encara bem a sua deficiência. “Problema todo mundo tem, se um ajudar o outro tudo se resolve‟‟. Com certeza, Denize, talvez a pior deficiência de uma sociedade seja a falta de amor. Interessados em ajudar ou marcar uma visita devem ligar para 3557-2179.

Água em Ouro Preto: O passado e o presente

Ramon Cotta

A edição número 8 do LAMPIÃO abordou a gestão e a distribuição da água em Mariana e Ouro Preto. Construções abandonadas, desperdícios frequentes e denúncias administrativas foram alguns dos problemas identificados pelo nosso jornal. A situação presente não dialoga com o passado, em que a água significava

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ouro e não cabia desperdício. O Projeto “História do Controle e Uso da Água em Ouro Preto dos Séculos XVIII e XIX”, realizado pelo professor Alberto de Freitas Castro Fonseca, visou compreender como a água foi empregada e regulada durante o período colonial e imperial na cidade histórica de Ouro Preto. Através de artigos científicos, o Projeto gerou informações inéditas sobre o histórico sistema de água e esgotos da cidade que incentivou a prefeitura local e o IPHAN a promoverem ações de tombamento e valorização de obras hidráulicas e sanitárias.

Ouro Preto, no século XVIII, em função dos seus variados mananciais de água, foi bastante singular em comparação as outras cidades no que se refere às condições do saneamento básico. Não foram necessárias grandes obras de captação de água e nem grandes esforços para o esgotamento sanitário. Algumas residenciais coloniais possuíam em seus próprios terrenos chafarizes. ‟‟Ao contrário dos chafarizes públicos, os chafarizes particulares foram pouco estudados, de maneira que não se sabe ao certo se eles eram freqüentes nas residências. É provável que eles tenham se multiplicado à medida que a mineração entrou em decadência, isto é, à medida que a população decaiu e aumentou a disponibilidade de água na sede urbana. Ainda hoje, observam-se, em diversas casas de Ouro Preto, esses chafarizes privados, ou, pelo menos, resquícios deles‟‟, cita o artigo Ouro Preto, Água Limpa: O Abastecimento Doméstico de Água no Epicentro do Ciclo do Ouro.

A cidade de Ouro Preto na época colonial não teve planejamento para o abastecimento de água com olhar no futuro. O sistema de abastecimento reagiu à demanda do Ciclo do Ouro, ou seja, o período da história do Brasil em que a extração do ouro dominava a dinâmica econômica da colônia. O artigo destaca que não se pode dizer que não havia a preocupação do poder público com o consumo da água da população, pois o consentimento de água a casas particulares dependia da quantidade solicitada pelo cidadão. Outra dificuldade que se impunha ao Senado da Câmara de Ouro Preto na época era a de conciliar os interesses dos mineradores com os interesses de abastecimento doméstico. A forte dependência que a mineração tinha da água provocou múltiplos tumultos de uso.

O artigo destaca também que apesar de todos os problemas, a água de Ouro Preto obteve fama no período imperial, sendo bastante elogiada em relação aos seus aspectos qualitativos e quantitativos. ‟‟Dentre as mais expressivas frases proferidas sobre a água da cidade nesta época, destaca-se a repetida pelo viajante Richard Burton (1977, p. 302) quando ali esteve em meados do século XIX: “(…) em Ouro Preto, só há duas coisas boas: a cadeia e a água”, trecho do artigo.

Após três séculos, a cidade ainda possui muito do antigo sistema de abastecimento de água. Com o crescimento populacional e alterações da utilização do solo, tais características têm se mostrado conflitantes com a atual legislação e com as demandas do público. O projeto detectou diversos problemas, entre eles, a inexistência de monitoramento sistemático e abrangente da qualidade da água fornecida à população, falta de medição de consumo de água, mau estado de conservação de alguns reservatórios e elevada taxa de consumo de água per capita, estimada por técnicos da prefeitura entre 450 e 500 litros por habitante ao dia.

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O professor Alberto de Freitas Fonseca, autor do projeto, afirma que além do problema do abastecimento, os ouro-pretanos sofrem com o grau de incerteza da qualidade da água. ‟‟Falta investimento. A cidade já teve há mais de um século quase todo seu esgoto tratado e hoje tem quase todo seu esgoto não tratado‟‟, conta o professor.

Sobre a cobrança da água, Alberto diz que os políticos precisam entender mais sobre a tarifação da água e que esse debate ainda é muito amador na cidade. ‟‟O cidadão já paga pela água, mas vai pelo IPTU e outros impostos. O que tem que acontecer é uma tarifação mais direta e transparente. Qual é o custo de operar e manter o sistema de água e esgoto de água? É necessário criar um sistema para esse serviço e virar algo transparente, fala Alberto.

Alberto também critica os que dizem que criou uma cultura de não se pagar pela água em Ouro Preto, ele afirma que essa cultura não teve presente no século 18 e 19, e sim é algo presente do século 20. ‟‟Já teve cobrança de água no período do ciclo de ouro. Os problemas que temos de gestão e a distribuição da água são explicados mais pelo presente e pela a política ouro-pretana do que o passado‟, finaliza.

http://www.jornalismo.ufop.br/lampiao/?p=287

Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)

De fevereiro de 2012 até agosto de 2013 fui bolsista da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto. Lá, escrevia diariamente matérias de diversas áreas para o site da universidade e produção de releases para imprensa.

Seguem alguns dos meus textos produzidos

Professora da UFOP pesquisa as relações entre a moda e a sociologia

27-Mar-2012

Por Ramon Cotta De um lado a moda, do outro a sociologia. Entre elas, uma mistura que resultou em uma análise sociológica através da moda. A professora Luciana Crivellari Dulci, do Departamento de Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFOP, uniu seus dois maiores interesses e realizou estudos para descobrir como o papel do vestuário influencia na sociedade e como é fundamental entender as relações sociais através das roupas. Em 2009, Luciana concluiu sua tese intitulada “Da moda às modas no vestuário: entre a teoria hierárquica e o pluralismo, pelo olhar da consumidora popular em Belo Horizonte”, na Universidade Federal de Minas Gerais, que a levou à indagações sobre a relação entre a classe popular feminina e moda. Na tese, a professora descobriu que as mulheres das classes populares não têm acesso à

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informação e não se interessam muito por revistas de moda, ao contrário das classes de elites. A referência de moda para as classes baixas se torna, então, a TV. “A classe popular sofre uma influência imensa da televisão, algo singular no Brasil, graças às telenovelas. É impressionante o poder das novelas para influenciar estilo e vender produtos‟‟, explica Luciana. Discutir a moda no meio acadêmico não foi fácil. Luciana conta que enfrentou preconceitos em relação ao tema, mas acredita que a análise do vestuário é essencial para entendermos a sociedade. Todos os povos se caracterizam por valores políticos, culturais, morais e materiais: “A roupa é uma expressão material que no ponto de vista social é interessante de ser estudada”, enfatiza Luciana. Se o sentido original de moda é a mudança de tempos em tempos, o estilo de se vestir seguindo tendências e gostos do momento. “Nas últimas décadas, a moda incorporou o sentido de vestuário, porém, é um fenômeno maior do que isso”, afirma Luciana. Entram em jogo, então, questões ligadas à economia, política outras dimensões discursivas, como os meios de comunicação. A pesquisadora explica que até década de 50, o vestuário era utilizado como adereço, material de exposição de poder. A elite ditava o que era moda e a classe média copiava e reciclava do que jeito que podia o modo de vestir dos ricos. Com a industrialização e a produção em massa, a moda incorpora o funcionamento do sistema capitalista, no qual há necessidade de vender e inovar sempre. “Nesse contexto, ricos e pobres passam a ter a chance de possuir o mesmo estilo, mesmo que em níveis diferentes de poder aquisitivo”, explica a professora. Um dos estudos de Luciana remeteu justamente a este período da década de 1950, no Brasil. Analisando o cinema nacional e o papel da atriz Eliana Macedo, ela percebeu os níveis de influência da moda na sociedade brasileira daquela década. Luciana exemplifica que, se a pesquisa fosse refletir sobre o momento atual da moda, o objeto de estudo seria não o cinema, mas a televisão e o poder que as telenovelas têm no nosso país. “Hoje, em termos de impacto, a televisão é muito maior e muito mais rápida do que o cinema. O telespectador usa a figura do ator como projeção de desejo, sonho de consumo. É uma necessidade humana essa de buscar uma identificação. As mulheres das classes populares têm uma identificação muito grande com a televisão e as propagandas”, explica. Se antes o entendimento social da moda passava pela questão econômica e pela visão das classes sociais, atualmente a análise ficou mais complexa devido às manifestações plurais e simultâneas de consumo dentro da sociedade. A roupa demarcava separação de classes, mas agora a moda permite uma leitura social mais complexa do mundo, pois o vestuário pode maquiar a classe social das pessoas. Luciana cita o exemplo da calça jeans, item presente no guarda-roupa dos indivíduos independente de sua classe social. “Hoje em dia, o estilo de vestir não necessariamente tem a ver com a classe econômica, uma pessoa na mesma faixa de renda pode ter estilos diferentes de vestir”, reflete, sobre o grande desafio de sua pesquisa.

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Incubadora da UFOP beneficiará Universidade e região

14-Mai-2012

Com o lançamento oficial previsto para o segundo semestre de 2012, a Incubadora de Empreendimentos Sociais e Solidários da Universidade Federal de Ouro Preto (Incop) tem como objetivo o fortalecimento da parceria entre a Universidade e as comunidades locais por meio de geração de trabalho e renda. Há meses alguns grupos já estão trabalhando no mapeamento da região, contatos com parceiros, desenvolvimento de cartilhas e seminários de metodologia. Visitas a cooperativas em Minas Gerais e reuniões de formação também fazem parte das atividades que estão sendo desenvolvidas no âmbito da incubadora. Desde 2010, as professores da UFOP Sandra Rufino, Marlene Grade e Fernanda Santos Araújo articulam o projeto da Incop que teve recurso liberado pelo Ministério da Educação este ano. Mais de 1300 vagas de formação são estimadas para o público interno da Universidade, entre estudantes, servidores e professores. A comunidade acadêmica também terá a oportunidade de participar de cursos e palestras gratuitas. “Esse programa de extensão, assim como todos voltados ao desenvolvimento social do seu entorno, forma o aluno para enfrentar e confrontar teoria e pratica, ter melhor percepção e responsabilidade com seu entorno, senso critico, ética, pratica da cidadania entre outros aspectos”, garante Sandra, que trabalha com incubadoras de empreendimentos solidários há 12 anos pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares na Universidade de São Paulo (ITCP-USP) e é professora do Departamento de Engenharia de Produção da UFOP. A Incop também abrirá espaço para a comunidade local de Ouro Preto, Mariana, Itabirito, João Monlevade e Diogo de Vasconcelos. O propósito é dialogar com a comunidade e ajudar no desenvolvimento da região por meio de geração de emprego e renda de forma associativa. Sandra diz que a intenção é fortalecer empreendimentos que já existam e com isso torná-los viáveis. A incubadora incentivará também a formação de novos projetos como, por exemplo, um coletivo de mulheres com costura ou artesanato, músicos, guias turísticos, e outros que já demonstrem potencial de trabalho coletivo. Sandra Rufino faz questão de enfatizar que, com a criação da Incop, a Universidade e a comunidade ganham: “A comunidade ganha porque nós a ajudamos com a melhoria e desenvolvimento da região, com possibilidade de geração de trabalho e renda. A universidade ganha na formação de alunos que ampliam sua formação a partir do momento em que exercitam a extensão universitária. É uma formação com olhar mais crítico e mais responsável com as questões da sociedade, que confronta teoria e prática ao demandar conteúdos técnicos para atender as demandas da comunidade”.

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De acordo com Sandra Rufino, o Brasil possui mais de 80 incubadoras universitárias que, em geral, têm como objetivo a criação ou desenvolvimento de uma empresa. A ideia central é dar suporte ao cliente e oferecer estrutura física, consultoria jurídica, de marketing, auxílio na viabilização de inovações tecnológicas, entre outros. A maioria das incubadoras do Brasil é associada às universidades, e possui projetos de pesquisas e desenvolvimento científico e tecnológico. Mais informações visite o site da Incop

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Dia do idoso: Projeto da UFOP propõe melhorias para a

população de Ouro Preto

02-Out-2012

No dia 1º de outubro, comemora-se no Brasil o Dia do Idoso. No projeto do PET-Saúde da UFOP, a Universidade desenvolve atividades que discutem a situação do idoso com a intenção de colocar em práticas as melhorias para a população de Ouro Preto. O projeto conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Ouro Preto, Lar Vicente de Paula, Santa Casa e o ambulatório do Centro de Saúde da UFOP. Coordenado pelo professor da Escola de Medicina da UFOP, Fausto Aloísio Pedrosa Pimenta, as ações envolvem seis profissionais da área de saúde, cada um em uma especialidade: médico, psicólogo, assistente social, enfermeira, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. Cada um desses profissionais interage com três alunos da Medicina, Nutrição, Serviço Social, Educação Física e Farmácia para identificar os problemas e propor soluções. O professor Fausto Pimenta enxerga o desafio de fazer grupos de áreas diferentes trabalharem juntos com um objetivo semelhante, que é melhorar a qualidade de vida do idoso em Ouro Preto. “A situação do idoso na região é muito ruim, mas não é muito diferente do país. O diferencial daqui que prejudica os idosos é o clima e o relevo. A preocupação com a mobilidade e o problema cultural que o idoso só deve ficar em casa também são obstáculos, por isso temos um estudante que esta fazendo um levantamento na região de espaços de lazer para os idosos‟‟ explica o professor. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. Fausta afirma que as políticas públicas para o idoso no Brasil ainda não estão preparadas para a realidade social, comparadas com outros países que possuem acessibilidade adequada, por exemplo: “No Brasil, além de outros problemas, temos a falta de uma urbanização que restringe a participação social das pessoas com mais idade”.

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Desde de 2006, o dia do idoso é comemorado em 1° de outubro em razão do estatuto que regulamentou leis com os direitos dos idosos. ‟‟O estatuto é o melhor instrumento de pressão para políticas públicas que nós temos e é através dele que está começando a incomodar e dando mais valor para o idoso‟‟, disse Fausto. Nas manhãs das quintas-feiras, das 8h às 9h, o projeto realiza debates em torno do tema "Atenção à saúde do idoso". A programação completa com os temas pode ser encontrada aqui e os encontros são realizados na sala 207 do Bloco de Salas de Aula, no campus Morro do Cruzeiro, e são abertos à toda comunidade.

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UFOP promove Mostra de Profissões em 1º de

dezembro

22-Nov-2012

Ramon Cotta A escolha do curso de graduação sempre foi um dilema na vida dos jovens que querem ingressar na Universidade. Com o objetivo de ajudar nesse momento de decisão do futuro profissional, a UFOP realiza no dia 1° de dezembro, das 8h30 da manhã às 17h, a 6° edição da Mostra de Profissões, no campus Morro do Cruzeiro, no bairro Bauxita, em Ouro Preto. A mostra irá apresentar 38 cursos presenciais em salas interativas e uma sala para os cursos a distância oferecidos pelo Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD). Foram inscritos 7 mil alunos do Ensino Médio, vindos de diversas regiões de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, que terão a oportunidade de conhecer a estrutura da UFOP e conversar com estudantes e professores da Universidade por meio de palestras, apresentações culturais e visitas monitoradas a stands e laboratórios. Juliana Santos da Conceição, uma das coordenadoras da Mostra de Profissões, explica que, nesta edição, o evento terá um ponto de recepção dos alunos no ginásio da UFOP e a organização de stands das pró-reitorias e outros setores da instituição. „„Tal concentração e logística infra-estrutural serão essenciais para apresentar de uma só vez, para um público tão extenso, a constituição da universidade (ensino, pesquisa e extensão) e os serviços e programas oferecidos‟‟, destaca. A estudante de Belo Horizonte, Elisa Lengler Worm, aluna do 2° ano do ensino médio, ressalta que as feiras e visitas às Universidades contribuem para a escolha de qual curso optar no vestibular. „„Com as feiras temos uma boa noção, tanto da estrutura da universidade, quanto do curso em si. Assim fica mais fácil certificar ou até descartar uma opção. As universidades devem continuar investindo nas mostras de profissões porque ajudam bastante os indecisos‟‟, disse Elisa.

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As alunas de jornalismo da UFOP, Rafaela Buscacio e Jamylle Mol, antes de ingressarem na Universidade, participaram da Mostra de Profissões, e destacam que o evento fica bem mais dinâmico quando o curso é apresentado através do ponto de vista do aluno. “O interessante da Mostra de Profissões da UFOP é que são os próprios estudantes que apresentam seu curso, o que torna o depoimento mais próximo de quem quer saber como é a vida universitária”, contou Jamylle.

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Calouros falam da escolha pela UFOP

21-Jan-2013

Ramon Cotta Cumprindo o calendário de matrícula estabelecido pelo Ministério da Educação, a UFOP realiza a matrícula dos calouros, que começou no dia 21 de janeiro e se encerra amanhã, dia 22. No dia 28 será publicado o resultado da 2ª chamada. No Campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto, estudantes marcam presença, muitos deles acompanhados pelos pais, e não escondem o entusiasmo em se matricular na Universidade Federal de Ouro Preto.

Fotos: Felipe Sales

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O calouro de Engenharia de Minas, Bernardo Calazans, explica que escolheu o curso pela tradição e que espera crescer profissionalmente. A Escola de Minas, à qual o curso está vinculado, foi criada em 12 de outubro de 1876 e, juntamente com a Escola de Farmácia (1839), originou a fundação da UFOP em 1969. Roberto Calazans, pai do calouro, acredita que o filho fez uma boa escolha em razão do “excelente nível de aprendizado” e por ter amigos que já estudaram na UFOP e a recomendaram. Juliana Nunes dos Santos, caloura de Farmácia, e Monalisa Toledo de Lima, de Matemática, esperam que a experiência universitária seja positiva. Elas explicam que influenciou na escolha o fato de o campus ser localizado em Ouro Preto, considerada uma cidade rica culturalmente. Débora Barros Fritscher Puperi passou em Matemática e segue a tradição da família. A escolha foi feita porque os pais e o irmão já se formaram na Universidade. A estudante destaca, ainda, a qualidade do ensino da UFOP. Processo Seletivo A Universidade recebeu 40.003 inscrições pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação. O curso mais procurado foi Direito com 4.187 inscritos, seguido por Arquitetura e Urbanismo, com 3.909, e Medicina com 3.226. O pró-reitor Adjunto de Graduação, Adilson Pereira dos Santos, conta que a expectativa é de receber 30% dos convocados nessa primeira chamada. Adilson explica que o Sisu atinge um nível nacional e muitas pessoas testam a capacidade para ver se entrariam ou não na faculdade.

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Sou Mais Juventude aborda o papel da TV na formação dos

jovens

23-Mai-2013

Ramon Cotta A mesa redonda “As TVs e o processo de educação na juventude”, realizada no dia 22 de maio, durante o Sou Mais Juventude, abordou o papel e as influências da televisão na vivência dos jovens. A atividade atraiu cerca de 70 pessoas e foi mediada pelo professor de Telejornalismo da UFOP, Adriano Medeiros. O debate teve a participação do coordenador da Central de Comunicação Público-Educativa da UFOP, Chico Daher, do diretor de programação do Canal Futura, João Alegria, e do diretor presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve. Os palestrantes discutiram os desafios de se fazer uma programação com conteúdo educativo, que seja atraente ao público jovem. João Alegria, que também é formado em História na UFOP, afirma que a televisão e a internet devem ser vistas como amigas e essa junção é essencial para transformar algo interessante em atrativo à juventude. O diretor de programação do Canal Futura elogiou a Central de Comunicação Público Educativa da UFOP, que além de deixar a universidade mais pública e transparente, aumenta os laços da sociedade com o meio acadêmico. Chico Daher

Política de Ação Afirmativa – Lei de Cotas A UFOP, neste ano, ajustou as cotas da Ação Afirmativa à lei nº 12.711 que reservará, até 2016, 50% das vagas nas instituições de ensino federal para candidatos egressos de escolas públicas, com renda inferior a um salário mínimo e meio, incluindo pretos, pardos e indígenas. A legislação prevê que seja aplicado 12,5% já nos processos seletivos para ingressantes em 2013 e assim, progressivamente, até atingir a meta de 50% em 30 de agosto de 2016, que é o prazo final para a sua aplicação. Desde 2008, a Universidade adota a cota de 30% para escolas públicas e esse primeiro semestre de 2013 foi incluso nessa porcentagem as vagas por renda e étnico-racial, conforme a nova legislação sancionada em 2012.

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disse que a comunicação da Universidade tenta se aproximar da linguagem dos jovens e é possível unir educação, entretenimento e informação. Nelson Breve destacou que a comunicação é um serviço público e os veículos têm o serviço de formar os cidadãos. „„Quando discutimos educação e juventude, estamos falando de um mundo integrado com as redes sociais. O jovem a cada dia mais se apropria do direito de falar, compartilhar e curtir‟‟. Para o estudante de Jornalismo da UFOP, Arthur Gomes da Rosa, a palestra foi interessante. „„Debates assim são muito importantes, tanto para o crescimento pessoal quanto profissional, pois abordam temas que vão além do nosso cronograma e nos dão a oportunidade de ter um contato direto com profissionais especializados de cada área‟‟, finaliza.

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Dia Mundial da Liberdade de Imprensa alerta sobre o perigo da censura

03-Mai-2013

Ramon Cotta Comemorado em 03 de maio, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é uma oportunidade para avançar no debate sobre a censura nos meios de comunicação. A data é inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos e tem o objetivo de mostrar a necessidade de independência da mídia como princípio da democracia. A professora do curso de Jornalismo da UFOP, Juçara Brittes, explica que liberdade de imprensa é essencial para a prática do direito à comunicação, porém ressalta que isso não significa que se pode dizer e publicar tudo o que vem à mente. „„É preciso ter responsabilidade com as informações, que devem ser corretas e verdadeiras. Elas não podem ferir a intimidade das pessoas, nem sua honra e nem outros direitos elementares‟‟, conta. Juçara afirma que a censura prejudica de todas as maneiras a sociedade e relega as pessoas a um estado de ignorância. ‟‟Sem informação não há elementos para formar opiniões, para a tomada de atitudes, para escolhas lúcidas‟‟, explica. A professora destaca que as universidades têm a obrigação de formar jornalistas comprometidos com a verdade, com a sociedade e não com fornecedores ou patrocinadores. „„É preciso exigir que o estudante saiba escrever, porque de nada adianta uma consciência aberta, se não se sabe transmitir por meio da palavra, que é nossa principal ferramenta. Atentando para a ética, o resto é decorrência.‟‟

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Narrativas Transmídia é tema de aula inaugural do curso de

Jornalismo

21-Mai-2013

Ramon Cotta A aula inaugural do curso de Jornalismo da UFOP foi realizada na sexta feira, 17. Ela teve como tema Narrativas Transmídia e foi ministrada pelo professor Carlos Scolari, da Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona. Mais de cem alunos assistiram à apresentação que também contou com um espaço para perguntas do público. O professor Carlos Scolari afirmou que os meios de comunicação estão sendo vistos de forma integral, em convergência. Ele citou exemplos de uso de vários veículos ao mesmo tempo, como o seriado Lost, um produto televisivo que também ocupou espaços em outras mídias. A professora de Webjornalismo da UFOP, Jan Alyne Barbosa, enfatizou que as questões das narrativas transmídias aplicadas na ficção ou não ficção é um tema contemporâneo. "O assunto é de grande importância tanto no âmbito profissional quanto no ensino e Scolari traz isso no ponto de vista da linguagem e processos produtivos", ressalta. A estudante Letícia Afonso, do 3° período de Jornalismo, conta que o palestrante tratou o assunto de forma clara, sendo que o uso de exemplos facilitou o entendimento. "O tema, além de ser recorrente, é necessário na formação de um comunicador. Precisamos compreender o que está acontecendo para que possamos nos posicionar e produzir um conteúdo consciente. A palestra trouxe esclarecimentos e debates importantes", diz Letícia. O coordenador do curso de Jornalismo, Ricardo Augusto, disse que é fundamental colocar os alunos em contato com pessoas interessantes e que trabalhem na área jornalística. Ele argumentou que isso é essencial, principalmente, para os estudantes dos primeiros períodos, que possuem uma visão parcial sobre como é atuação da profissão.

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Decom investe em divulgação científica via blog

22-Jan-2013

Ramon Cotta

Divulgar o que é produzido dentro da Universidade Federal de Ouro Preto de forma simples e direta. Essa é a proposta do blog do laboratório Imobilis, do Departamento de Computação (Decom) da UFOP. Com uma sociedade cada vez mais conectada e a expansão de usuários nas redes sociais, a necessidade de ampliar o conhecimento científico para todos os meios e públicos se faz pertinente.

O Imobilis é um blog do laboratório do Decom que mostra tudo que está sendo trabalhado e produzido no Departamento. ‟‟Nossa área de tecnologia demanda muita geração de conhecimento e busca, então criamos um blog em que cada aluno atualiza o resultado de pesquisa. Antes de publicarmos o artigo cientifico é interessante mostrar para a comunidade‟‟, explica o professor e coordenador do laboratório iMobilis, Ricardo Rabelo. Ele conta que, além de cumprir o papel de divulgação, os blogs aproximam o estudante, já que os mesmos são conectados às redes sociais.

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O Imobilis foi criado há dois meses e já possui mais de sete mil visualizações. O conteúdo é postado toda semana. Conheça o blog e a página oficial no facebook. A equipe é composta por oito alunos de graduação, cinco de mestrado e um doutorando, além da colaboração de oitos professores.

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REVISTA CURINGA

A Curinga é a revista laboratório da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Na primeira edição eu fui responsável por três reportagens que abordaram desde a educação até música. Na segunda edição que está em fase de produção sou repórter fotográfico.

Abaixo as minhas matérias produzidas para edição 6 da Curinga.

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O Feminismo me representa

Cachorras, preparadas e poderosas: As funkeiras seriam as novas

feministas?

Ramon Cotta

Ao escutar o trecho da canção do Mc Roba Cena que citava ’’Se dormir, vai tomar dormindo’’, e em seguida ouvir a versão resposta dessa música na voz de As Pretas, onde o verso era ''Tomar dormindo nada, as minas aqui do baile gosta de tomar acordada'', Luisa Nolasco decidiu produzir o curta Mulheres no Funk. O filme acompanhou a vida de três funkeiras cariocas que lutam para conquistar um espaço que é predominantemente masculino. ‟‟Existe, sim, um feminismo no funk, mas não sei se é consciente. Tem um movimento delas por batalhar por direitos iguais e apropriar do seu lugar‟‟, acredita a diretora.

O funk brasileiro surgiu no Rio de Janeiro na década de 1980 influenciado pelo ritmo Miami Bass, da Florida. Ganhou ambiente nas periferias cariocas através dos bailes e das canções que narravam o cotidiano dos moradores das favelas. No final dos anos 1990, surgiram também os ‟‟proibidões‟‟ que são músicas com temas ligados ao tráfico de drogas e com intenso apelo sexual. A monografia ‟‟A representação feminina do funk em jornais populares do Rio de Janeiro‟‟, da estudante Mariana Gomes, conta que o número de mulheres nas favelas cariocas é superior ao número de homens. Mesmo sendo maioria nas favelas, ambiente onde surge o funk, elas são minoria nesse meio musical e poucas conseguem se inserir neste ambiente para cantar. Porém, esse fato não é característico apenas do funk, e sim, reflete o machismo tão presente na sociedade. Historicamente as mulheres demoraram a sair de casa e hoje aos poucos conquistam grandes chefias no mercado de trabalho. Quando ocorre a inversão de papéis e as mulheres deixam de ser um objeto de desejo e assumem o microfone, o funk é um meio que exibe uma mulher segura da sua sexualidade e com atitude. A grande maioria das músicas cantadas pelas funkeiras evidencia questões de erotismo como se fosse um grito de liberdade sexual, uma das bandeiras das feministas: “Só me dava porrada e partia pra farra. Eu ficava sozinha esperando você. Eu gritava e chorava, que nem uma maluca. Valeu, muito obrigada, mas agora eu virei puta!”, diz a canção da cantora Valesca Popozuda. Lola Aronovich, professora de Literatura em Língua Inglesa na Universidade Federal do Ceará e autora do blog feminista ‟‟Escreva, Lola, Escreva‟‟, acredita que o funk pode tratar machismo e feminismo em momentos distintos. ‟‟Quando explora a sexualidade da mulher como objeto de consumo, quando condena essa sexualidade, ou quando incita a violência, o funk é machista. Ao mesmo tempo, quando o funk põe a figura feminina como protagonista e agente da sua sexualidade, quando fala de prazer feminino como algo louvável, quando enaltece a sexualidade feminina não como algo feito para se exibir e excitar os homens, mas como manifestação do desejo da mulher, ele pode estar sendo feminista‟‟. Se no século 18, as mulheres lutavam por direitos civis, como o voto feminino, hoje, as cantoras do funk esbravejam pela liberdade do prazer sexual presente na cultura

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da qual fazem parte. As reivindicações são mais que razer, são denúncias cantadas sobre as opressões das quais foram submetidas ao longo da história: ’’Late que eu to passando’’.

Ser desajeitado é coisa séria

Ramon Cotta

Crianças que têm problema para escrever, manejar os materiais escolares, abotoar uma blusa, amarrar os sapatos e debruçar sobre a carteira nem sempre são preguiçosas ou desajeitadas. Esses são sintomas possíveis do transtorno do desenvolvimento da Coordenação, o TDC, que segundo dados de 2011 da tese de doutorado da Ana Amélia Cardoso Rodrigues, atinge 4,3% das crianças de 7 e 8 anos de idade de Belo Horizonte, Minas Gerais. O TDC não tem uma causa específica, mas é muito comum em pessoas que nasceram prematuras.

O indivíduo com o transtorno pode apresentar na infância retrocesso no sentar, engatinhar, andar e ter problemas em outras tarefas, como jogar bola, andar de bicicleta e usar talheres. Lívia de Castro Magalhães, terapeuta Ocupacional, enfatiza que essas dificuldades podem levar a pessoa portadora à restrição na participação social e impactar tanto no desempenho escolar quanto nas brincadeiras tipicamente infantis. ‟‟Crianças com TDC se cansam mais rápido e parecem mais desatentas, pois têm que prestar muita atenção visual e pensar no que fazer‟‟, conta. Na adolescência e fase adulta, os problemas persistem, porém com o risco para depressão e ansiedade. Pais e escola devem trabalhar juntos na identificação do transtorno, pois são os primeiros a identificar os sintomas. Lívia explica que na escola, por exemplo, os professores podem fazer adaptações encurtando as tarefas motoras e evitando o excesso de copia do quadro no caderno. ‟‟A parceria e troca de informações é essencial para a criança, pois há necessidade de maior suporte e encorajamento para o desempenho de tarefas motoras. A compreensão do problema é o primeiro passo‟‟, destaca Lívia.

Compartilhando as diferenças

Ramon Cotta

A ascensão das redes sociais trouxe a possibilidade das pessoas compartilharem experiências na internet e unir laços que fazem a diferença. Com esse objetivo, surgiu o blog Tudo bem Ser Diferente, em 2012, da Sônia Pessoa, mãe de Pedro, 7 anos, garoto que teve hidrocefalia quando bebê e ficou com sequelas de coordenação motora. O produto, que também possui uma página no Facebook, além de ser um fruto de angústias e um desabafo de Sônia, trata o tema educação inclusiva e da necessidade de uma sociedade que aceita os sujeitos com suas singularidades.

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Sônia conta que um passo importante para a educação inclusiva é entender o aluno, compreender os seus limites, valorizar as suas potencialidades e permitir que a cultura da padronização abra espaço para a cultura da heterogeneidade. „„As famílias não buscam pena e privilégios. Trata-se do direito à educação e da necessidade urgente de repensar uma educação baseada em padrões que não se aplicam à diversidade social típica da sociedade contemporânea. ‟‟ A escola e a sociedade precisam compreender que a educação inclusiva começa dentro de casa. Sônia destaca que modo como os pais tratam as questões de diversidade será o jeito como as crianças vão receber as informações sobre determinado assunto. „„Tentamos mostrar ao nosso filho a multiplicidade de pessoas, de um mundo no qual nós devemos buscar o nosso lugar e a nossa identidade, respeitando o outro, convivendo em harmonia e compreendendo que opinião e expressão são livres e individuais. E que o respeito ao outro traz também o respeito a nós mesmos‟‟, finaliza.

VERDEMAR

Publicação impressa do tradicional Supermercado Verdemar, de Belo Horizonte, aborda ingredientes, receitas, viagens e cultura desde 2004. Iniciei o meu trabalho na revista desde setembro de 2013 e tive a oportunidade de me aprofundar melhor em textos de revistas nos variados temas da gastronomia, além de escrever perfis de grandes profissionais gastronômicos.

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Doçaria portuguesa Ramon Cotta

Conventos e igrejas: nesses locais nasceram muitas das tradições que marcam a cultura de Portugal, entre elas os deliciosos doces de ovos. Segundo estudiosos, as freiras usavam as claras na confecção de hóstias para manterem os hábitos e também na clarificação dos vinhos, assim, deixavam as gemas para serem usadas nas sobremesas. Os nomes dos doces já apontam a forte ligação com a religiosidade: toucinho do céu, pastel de Santa Clara, jesuítas, pastel de Belém, quindim, papo de anjo. A notoriedade que os doces têm na mesa dos portugueses é antiga e se inicia quando Portugal começou a produção de açúcar em vasta escala em suas colônias atlânticas. De acordo com historiadores, já no tempo dos Lusitanos, existia o costume de confeccionar com farinha, leite e mel algumas refeições e que os romanos usavam bolos constituídos pelas mesmas substâncias. Vários documentos medievais apontam que muitos produtos da agricultura portuguesa, como azeite,

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nozes, amêndoas, passas, pinhões, entre outros, entravam na composição de diversas receitas de doçaria. A riqueza dos doces portugueses é um capítulo especial da gastronomia de Portugal. A doçaria sempre esteve entrelaçada com as histórias de um tempo e cada prato carrega em si uma curiosidade sobre sua criação. Uma característica marcante desse tipo de alimento em Portugal é que cada região possui suas receitas mais tradicionais e novas versões de pratos clássicos. Isso se deu porque cada convento tinha seus próprios receituários, que costumavam ser guardadas a sete chaves. A chef portuguesa, Carolina Oliveira, especializada em doçaria, conta que os conventos acolhiam as filhas da nobreza e das famílias mais ricas, que além dos seus dotes de importantes rendas em dinheiro, traziam consigo hábitos de alimentação e receitas familiares que deram origem a requintadas preparações gastronômicas. ‟‟As freiras dos vários conventos fabricavam doces para ajudar a manter as diferentes ordens eclesiásticas. Com o tempo, foram aperfeiçoando essas mesmas receitas ancestrais, guardando os segredos das composições e dos métodos de preparação‟‟, revela. O modo de preparação dos doces era propriedade do convento e as freiras se comprometiam a ocultar por toda a vida. No entanto, quando eram transferidas, levavam consigo a doçaria que preparavam ao longo dos anos para o outro convento. De acordo com Carolina, esse é um dos fatos que levam à existência das receitas similares em vários conventos, onde só mudam o nome. Também acontecia de serem acrescentados ingredientes diferentes como limão, canela, claras, o que acarretava em doces com o mesmo nome e de composição diferente. Durante muitos anos, as freiras faziam as sobremesas, mas nunca partilharam as receitas, já que eram grandes segredos guardados por gerações. Carolina Oliveira explica que em 1834, quando fecharam as diversas ordens religiosas, o receituário tradicional dos doces conventuais ficou em risco. Porém, as empregadas das freiras, que as ajudavam na confecção da doçaria, conheciam os ingredientes e o modo de confecção e acabaram passando as receitas para frente, com uma grande dose de mistério, é claro. Ainda nos dias de hoje, poucas pessoas têm acesso a alguns desses segredos gastronômicos. Sobremesa presente Maria Fernanda Affonso, proprietária das lojas Doce de Portugal, em Belo Horizonte, conta que a sobremesa é uma refeição que sempre fez presença na alimentação portuguesa. ‟‟Os portugueses comem muito doce, é uma tradição para eles. É interessante observar que o ovo e a gema eram um vilão para o colesterol, mas em Portugal sempre se comia muito doce com base em gemas. E é notório que o país não tenha uma diferença de índices de colesterol elevados na população em relação a outros países‟‟, realça Maria Fernanda, que revela que as sobremesas também são consumidas no café da manhã, em Portugal.

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Rodrigo Castelão Costa, empresário e sócio da confeitaria Arte Conventual, do Rio de Janeiro, explica que muitas das receitas consideradas tradicionalmente brasileiras são de origem portuguesa, como o arroz-doce, o papo de anjo e a ambrosia. ‟‟As receitas à base de ovo e açúcar são a principal semelhança entre os doces de Portugal e do Brasil. Já as diferenças surgem essencialmente pela forte influência dos indígenas‟‟, fala Rodrigo. Em seu estabelecimento, ele costuma adaptar algumas iguarias com ingredientes para se adequar ao paladar do brasileiro. ‟‟O quindim, por exemplo, teve as amêndoas substituídas por coco. Produzimos as duas versões. De uma forma geral, adaptamos as receitas em prol dos materiais disponíveis no Brasil‟‟, destaca.

Tortas de Guimarães Guimarães é uma das cidades históricas de Portugal, sendo o seu centro histórico considerado Patrimônio Cultural da Humanidade, o que torna um dos maiores centros turístico da região Norte. O fato de Guimarães ter abrigado um convento feminino influenciou muito a gastronomia da região, especialmente a doçaria, com produtos típicos como as tortas de Guimarães e o toucinho do céu. Apesar de a arte culinária chamar a atenção, as receitas dos doces são pouco conhecidas, pois são mantidas guardadas. O livro Doçaria de Guimarães e sua História conta que apenas duas receitas das tradicionais tortas foram encontradas em cadernos manuscritos em 1884. Ao contrário das tortas tradicionais, que na época que eram feitas com uma massa fina de ovos, farinha e manteiga e que só depois de cozidas eram recheadas e enroladas, as tortas de Guimarães são feitas com uma massa de farinha e são recheadas antes de irem para o forno.

Pastel de Belém: uma das sete maravilhas gastronômicas de Portugal Os pastéis de Belém são conhecidos popularmente no Brasil por esse nome, mas, em Portugal, apenas o alimento produzido na Fábrica dos Pastéis de Belém, em Lisboa, ganha essa nomeação. Lá eles são conhecidos como pastéis de nata e podem ser saboreados quentes, polvilhados com açúcar e canela em pó. Miguel Clarinha, gerente da Fábrica dos Pastéis de Belém, conta que, só em 2013, foram fabricados e comercializados cerca de 20 mil pastéis por dia. A história da fábrica se inicia no século XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerônimos, onde se fazia uma refinação de cana-de-açúcar associada a um pequeno local de comércio variado. Como consequência da revolução liberal ocorrida em 1820, foram encerrados todos os conventos de Portugal, expulsando o clero e os trabalhadores. Numa tentativa de sobrevivência, um funcionário do Mosteiro pôs à venda, nessa loja, os pastéis, que foram rapidamente nomeados "Pastéis de Belém".

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Em 1837, iniciou-se a produção desse alimento nas instalações anexas à refinação e a receita mantém-se igual até os dias de hoje. FICA A DICA O cliente Verdemar pode saborear o tradicional pastel de nata sem precisar viajar. Deliciosos, os doces, chamados Homemade Moments, são fabricados em Monte Redondo, Portugal e são vendidos congelados nas lojas Verdemar. Cada caixa contém seis desses pastéis. O preparo é bastante simples: basta colocar o alimento congelado em um tabuleiro no forno e deixar cozer por apenas 5 minutos. O sabor é divino, principalmente quando acaba de sair do forno. Combina muito bem com um capucino, café especial ou chá. Todos os dias, cerca de 90 mil pastéis de nata saem da fábrica de Monte Redondo, com destino a diversos países, como Espanha, Brasil, Canadá, Angola, Reino Unido, Luxemburgo, Alemanha e Holanda, entre outros.

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O patriotismo através da bola

Ramon Cotta

A competição pode ser até acirrada dentro dos campos, mas fora deles, a relação que as populações dos países, que disputam a copa do mundo, nutrem pelo o futebol é a mesma: muito amor. Altera apenas o formato de amar que cada nação trás no seu DNA.

A Verdemar mostra para você como os países que já ganharam esse mundial lidam com esse campeonato que mexe tanto com o nervosismo, o patriotismo de cada torcedor, e também, é claro, o que tem no prato de cada campeão da Copa da Mundo.

ALEMANHA „„A copa do mundo é o evento mais importante do ano para nós‟‟, direto assim o alemão Robert Nis deixa claro o amor pelo futebol que os alemães nutrem. A Alemanha já ganhou três copas do mundo, e perdeu o jogo final contra o Brasil, em 2002, na Coréia do Sul e Japão. Se nos campos os dois times brigam, fora deles, o

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modo que os torcedores lidam com esse mundial é parecido. „„Muitas pessoas assistem em bares, e as vezes, é impossível achar uma cadeira. Assistimos vendo os jogos por telões imensos. E para beber, tomamos cerveja e outros refrigerantes. E para comer, algo com salsichas, batatas, hambúrgueres‟‟, conta Robert Pedro Henrique Rocha, estudante brasileiro que está há dois meses em Düsseldorf, diz que o futebol é um dos esportes mais praticados na Alemanha, e a Copa do Mundo 2014 no Brasil recebe certa importância, o que é confirmado pelas propagandas presentes por lá das empresas que patrocinam o evento. „„Semelhante ao Brasil, existe na Alemanha um grande número de pessoas com grande fanatismo pelo futebol e o sentimento pós-jogo varia de pessoa para pessoa. Devido ao fuso horário a maioria dos jogos será transmitida por volta das seis da tarde, permitindo que as pessoas que trabalham durante o dia se reúnam com amigos e familiares em casa ou em bares, para assistirem juntos aos jogos. Isso tudo podendo ser acompanhado com a típica cerveja alemã‟‟, comenta. Sabine Koch Menezes é fundadora e diretora do Liebe & Lebe Deutsch, projeto para interessados em aprender o idioma alemão de maneira rápida e que realiza eventos interativos em alemão. Nascida na Alemanha, Sabine relembra que em seu país de origem costumava assistir às partidas em casa na companhia de amigos. „„Colocávamos um telão no quintal, e preparávamos um churrasco e a salada de macarrão para comermos enquanto assistíamos aos jogos‟‟, conta. Ela cita outros pratos alemães tradicionais, como o joelho de porco e o chucrute. "Temos também o Kartoffelklöβe, que é uma bolinha feita com uma massa de batata e o Fitnessbrot, o pão alemão vendido na Verdemar‟‟, diz. ARGENTINA A frase a seguir podia ser de um brasileiro, mas não, é de um argentino: „„Aqui o futebol é como uma religião. É a cultura, um costume de todos os dias, então para nós, ao chegar à copa é reviver a esperança de que podemos conseguir ser campeões. Deixamos de trabalhar ou de fazer qualquer coisa quando nosso país joga‟‟. Assim o argentino Pablo Delgado resume a relação da Argentina, campeã duas vezes da Copa do Mundo, com o futebol. Se eles têm Maradona, nós temos Pelé, mas isso essa é única rixa que existe entre os países, pois os sentimentos que as nações possuem por esse esporte são idênticos. Pablo expõe que gosta de assistir os jogos em um bar ou em casa, mas sempre na companhia de amigos. „„Começamos a cantar, gritar, tomar cerveja e vestimos roupas com cores da argentina. Na ultima vez que Argentina foi campeã, em 1986, eu ainda não havia nascido, mas vi vídeos de como se festejou, e parecia que era comemorar o dia da independência‟‟, fala. De acordo com o argentino, a comida e a bebida nessas ocasiões dependem do horário que é o jogo. „„Se for ao meio dia ou pela noite, se fazem picadas, que são frios, como mortadela, salame, queijo, presunto, entre outros, sempre na companhia da cerveja ou vinho‟‟ comenta.

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URUGUAI Uruguai tem uma relação com o futebol maior que podemos imaginar. São inventos uruguaios a volta olímpica, o futebol de salão e de botão e a palavra torcida. O que significa a expressão “ser uruguaio”, não pode ser compreendida sem o futebol, segundo Agustín Cano, professor da universidade da República do Uruguai. O primeiro mundial da história foi lá, em Montevidéu, no ano de 1930, e a seleção do país venceu da Argentina por 4 x 2 conquistando a primeira Copa do Mundo da história. Em 1950, quando ocorreu a copa do mundo no Brasil, foi o Uruguai que ganhou da nossa seleção no dia da grande final. A seleção Uruguaiana fez dois gols contra um do nosso time brasileiro. O jogo final no Maracanã é conhecido como "maracanaço", uma expressão latina usada pelos adversários para provocar os brasileiros. „„Quando juramos por aquilo que mais queremos, pensamos no time de nosso coração. Não existe outro país no mundo cujos músicos tenham composto tantas e tão belas canções dedicadas ao futebol igual Uruguai‟‟, aponta Agustín. Para ver os jogos do Uruguai, a população se junta as famílias e amigos, mas o professor diz que existem algumas regras. ‟‟Por exemplo, se um primo trouxe má sorte no jogo anterior ele não é mais convidado. A regra do futebol, é sem dúvida a superstição‟‟, relata. Para Agustin, quando termina a Copa do Mundo, os uruguaios se enchem de um sentimento de melancolia, um pouco de tristeza por saber que tudo acabou. ‟‟Quando acaba o mundial passa a promessa de felicidade total e o sentimento de unidade nacional‟‟, conta. A culinária do Uruguai é marcada por semelhanças das cozinhas italiana e espanhola. Também possui afinidade com a gastronomia do Brasil, pois o churrasco e o chimarrão são bastante populares por lá. As carnes se destacam entre elas o puchero, uma mistura de carnes que lembra a nossa feijoada, mas não leva feijão. ESPANHA O amor pelo futebol está presente neste país que foi vitorioso apenas uma vez, no mundial de 2010. A jornalista brasileira Camila Dias Araujo, que mora em Madri, conta que a relevância da Copa é a mesma por lá, mas, a tolerância em quesitos como aquela "escapadinha" do trabalho é menor. ‟‟Aqui não acontece do funcionário ter uma horinha a mais para ver o jogo da seleção, porém é um evento bastante social, assim como no Brasil. O mundial une as pessoas de certa forma‟‟, descreve. Na Espanha também é muito comum ver grupos de amigos em bares, com camisetas do time, torcendo juntos, porém o sucesso da seleção espanhola é bem recente. „„O futebol não é uma coisa que está arraigada na cultura na Espanha, como é no Brasil. Ultimamente o mundial e toda essa questão da possibilidade de vitória da Espanha surgem mais como uma válvula de escape em meio aos assuntos do dia a dia, já que a crise ainda é uma realidade‟‟, fala.

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A cozinha espanhola utiliza frequentemente o azeite de oliva, especiarias variadas e muitos vegetais. O prato internacionalmente conhecida é a paella, que é arroz, frutos do mar, galinha e chouriço, mas também têm os mariscos, a sopa de Gaspacho, Tortilhas, que também são opções de refeição para fazer e chamar os amigos para acompanhar a copa juntos. FRANÇA Há 11 anos na França, o brasileiro Élcio Antônio Ramalho, jornalista da redação brasileira da Rádio França Internacional e correspondente do SBT, no país francês, afirma que os franceses assistem futebol em casa, com amigos ou em bares. Durante a Copa do Mundo, a prefeitura de Paris coloca telões nas ruas para as pessoas acompanharem os jogos, já que acontecem durante o período de verão. „„Muitos amigos também se reúnem em casa para assistir juntos os jogos. Dependendo da importância dos jogos, eles saem às ruas para comemorar, mas não é muito comum. Em dias de jogos, um ou outro torcedor sai com a camiseta da seleção nas ruas‟‟, relata. A confiança da torcida brasileira é um grande diferencial por aqui, porém ao contrário dos torcedores franceses, eles são sempre muito céticos em relação à equipe. „„Eles desconfiam sempre e são muito pouco otimistas antes do jogo. Mas o torcedor francês também é muito apaixonado por futebol e, apesar dos altos e baixos da equipe, costuma lotar os estádios quando a seleção joga e vaiam quando não estão contentes com o espetáculo‟‟, aponta. Em 1998, na copa que ocorreu na França, a seleção francesa derrotou o Brasil por 3 a 0, mas, em 2006, perdeu para Itália numa disputa emocionante que foi decidida pelos pênaltis. Élcio revela que apesar de os franceses vestirem a camisa, as derrotas não são vividas como dramas nacionais porque o país tem outros esportes, como o rúgbi, que fazem muitos torcedores vibrarem. No quesito gastronomia os franceses possuem um grande prestígio pelo mundo por sua qualidade e variedade de queijos, vinhos, carnes e doces. Silvana Watel, do restaurante Au Bon Vivant, afirma que na época dos jogos os francesses consomem Rilletes, que são desfiado de carnes ou de peixes, e terrines. „„Tábuas de queijos e embutidos, pissaladiè, tartiflete, que também parece uma pizza, como a pissaladière, mas é feita com queijo reblochon, bacon e cebolas, também são opções da gastronomia bastante utilizada pelo torcedor‟‟, conta.

ITÁLIA A seleção italiana já levou quatros copas do mundo, e perdeu para o Brasil no mundial de 1994, nos Estados Unidos. De acordo com Carlos Santini, brasileiro que vive em Lucca, na Toscana, os italianos lidam com a copa do mundo igual o Brasil. „„Eles se reúnem em bares ou nas praças com grandes telas. A única diferença é que não usam fogos de artifício nas vitorias. Quando perdemos o campeonato, passamos imediatamente a torcer pelo Brasil‟‟, revela.

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Lilian Trigo, editora do portal „‟Eh, Già!‟‟ expõe que o italiano é mil vezes mais fanático que brasileiro. „„Eles levam o futebol muito à sério e existem rivalidades que passam de pai pra filho. A coisa é tão séria que eles deixam de torcer pela seleção se não tem nenhum jogador do time do coração nela‟‟,fala. Para a editora, semelhança entre a torcida brasileira e francesa é o amor pelo futebol e a diferença é que o italiano é mais lúcido na hora de criticar o que ele acha que está errado na seleção. „„O italiano não se acha o melhor do mundo, como o brasileiro. Eu diria que o italiano torce mais pelo time que pela seleção e o brasileiro, quando a seleção entra em campo, enxerga tudo verde e amarelo‟‟, opina. O chef Mássimo Battaglini, diz que os pratos que a população comem durante os jogos não fogem do que já é bastante consumido, por exemplo, Risoto, Carpaccio e Bruschetta INGLATERRA A Inglaterra ganhou apenas uma copa, em 1966. Segundo o brasileiro Vladimir Koscina, que vive em Londres ha 7 anos, embora muitos ingleses gostem de futebol e se interessem pela copa, percebe que o evento é muito mais uma festa de celebração e confraternização do que rivalidades. „„Logicamente eles gostariam de ver seu pais ganhar, mas isso não é uma questão que irá gerar uma catarse coletiva se não conseguirem‟‟narra. Para Vladimir, a grande maioria da população prefere se juntar com amigos num pub e assistir aos jogos. „„Nos campeonatos nacionais, podemos observar torcedores rivais no mesmo ambiente sem maiores problemas. Posso dizer que embora muitos gostem de futebol existe também muito interesse por outros esportes, como rúgbi e tênis‟‟, fala. Apesar de muitos ingleses realmente gostarem de futebol o grau de paixão, segundo Vladimir, é muito inferior ao que vemos em países, como o Brasil e Argentina. „„Você pode ir num churrasco e escutar alguma pessoas falando sobre futebol numa conversa de apenas alguns minutos, com opiniões muito sensatas e lógicas, ate técnicas, sem usar o apelo emocional. Jamais presenciei discussões acaloradas e brigas entre amigos por causa de futebol nem provocações e ironias‟‟, expõe. A alimentação dos torcedores é voltada aos ingredientes básico da culinária inglesa, por exemplo os cozidos à base de carne, o pão, as tortas assadas, o queijo, os peixes, e a batata frita, que geralmente são servidas com ervilhas, sal e vinagre de malte. Stephen Matthew Harrison, proprietário do bistrô da Matilda, diz que os ingleses celebram bebendo e os são apaixonados por futebol. „„Todo fanático por futebol, independente do país, acaba comemorando da mesma forma, gritando, chorando, esbravejando e se emocionando. Os ingleses também se julgam melhores treinadores e bebemos antes, durante e depois do jogo‟‟, explica.

BRASIL

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O Brasil já ganhou a copa do mundo cinco vezes, nos anos de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002 e é a equipe mais bem-sucedida de futebol na história das Copas do Mundo, sendo a seleção nacional que mais vezes conquistou títulos no Mundial. Brasileiro venera o futebol como se fosse religião, e discute seriamente como se fosse política. „„Está na alma do brasileiro torcer pelo futebol. Nos dias de jogo, não tem nada que impede o torcedor de reunir com a família e amigos para acompanhar os jogos. Sempre acompanhado, é claro, da cervejinha e dos petiscos‟‟, diz o estudante Thiago Mellilo, que também acredita que o futebol, além de ser uma paixão do povo, representa a identidade e a cultura do nossa país e a união dos cidadãos de todas as classes. O chef de cozinha, Guilherme Melo, fala que na época da copa do mundo, a comidas e bebida mais frequentes na mesa do torcedor é churrasco e a cerveja. „„Aqui, em Minas Gerais, gostamos muito de uma comida de boteco nos dias de jogos também‟‟, aponta.

AMIPÃO

O impresso da Associação Mineira dos panificadores é distribuída para mais de seis mil empresas gratuitamente. A revista é dirigida a um público qualificado e formador de opinião constituído por empresários, gerentes e funcionários de padarias e escrevi sobre novas parcerias, cobertura de eventos, formas de incentivo ao empreendedorismo, esclarecimentos de dúvidas, entrevistas, receitas, com muitas novidades e tendências para o setor.

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Benefícios do pão Ramon Cotta Consumido com moderação, os pães possuem numerosos benefícios para o nosso bem-estar. Este alimento é rico em vitaminas, minerais e hidratos de carbono de absorção lenta. Além disso, na base da pirâmide alimentar, o pão é uma fonte rica de carboidratos e fibras, nutrientes essenciais para a saúde. Os carboidratos que fazem parte dos pães fornecem energia ao organismo, ajudando a saciar a fome e diminuindo os níveis de açúcar no sangue. O pão também contém pouca gordura e, se for de origem integral, possui diversas vitaminas, principalmente a B1, essencial para o bom funcionamento do nosso sistema nervoso, dos músculos e do coração. Mito do pão que engorda Débora Bueno, nutricionista e proprietária da empresa PlusNutri, conta que o pão apesar de um elevado teor nutricional, é muitas vezes a primeira coisa excluída das dietas das pessoas quando elas querem perder peso. ‟‟Embora a maioria pense que pão é igual a carboidratos, ele também nos dá proteína, juntamente com uma grande variedade de nutrientes. As fibras presentes nos pães atuam no bom funcionamento intestinal. As opções integrais também possuem o complexo B, que beneficiam o cérebro e a memória‟‟, fala. Os pães são aliados dos esportistas, mas não só deles, consumir o pão no café da manhã é essencial para manter a energia e disposição durante o dia. ‟‟É preciso consumi-lo com moderação e não excluí-lo da dieta. A variedade integral é a melhor opção, já que é mais fácil de digerir e possui carboidratos mais complexos, sendo ideal para quem quer controlar o peso‟‟, aconselha Débora. O pão já não é mais um vilão do excesso de quilos. Com novas receitas, há uma variedade de opções integrais que são bem-vindas na alimentação diária. De acordo com Débora, se a pessoa pretende emagrecer, uma fatia de pão integral é uma opção mais saudável e menos calórica do que bolachas e biscoitos, mesmo as integrais ou dietéticas. ‟‟Este tipo de produtos leva uma grande quantidade de gordura para possuir sabor e textura agradável. E é certo que uma fatia ou pedaço de pão sacia muito mais do que bolachinhas‟‟, realça a nutricionista.

Revista Alphavida

A Revista AlphaVida é distribuída no Alphaville Lagoa dos Ingleses, de Nova Lima/MG, e tem como meta informar e entreter os moradores do condômino. Os temas abordados são diversos, pois a publicação permite abordar múltiplos temas. Já tive a oportunidade de escrever sobre educação, saúde, bem estar, gastronomia e meio ambiente, entre outros assuntos.

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Geração conectada Ramon Cotta

Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat e jogos: esses são alguns exemplos online que faz a criançada cada dia mais ficar conectada. A tecnologia está tão presente na vida infantil, que os nascidos depois de 2010 são chamados de geração Alpha, por interagir com a tecnologia desde o nascimento. Segundo uma pesquisa da AVG Technologies, 57% das crianças de até cinco anos sabem usar aplicativos em smartphones, mas somente 14% sabem amarrar os sapatos. O estudo também apontou que 58% das crianças sabem brincar com um jogo de computador, enquanto 43% conseguem andar de bicicleta e apenas 20% sabem nadar. A psicóloga Bruna Valdez Bizzotto enfatiza que é importante ter em mente que a tecnologia, antes de tudo, é uma ferramenta. O seu uso pode ser tanto benéfico quanto prejudicial, a depender do tipo de relação que estabelecemos com ela. „„Quando falamos sobre os riscos pertinentes ao uso que as crianças fazem da

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internet e de outros recursos informáticos, devemos nos remeter ao tipo de educação que podemos dar a essa criançada, que já nasce imersa em um mundo virtualmente conectado. Não podemos esperar que a criança identifique, por conta própria, se o tempo que ela passa online ou brincando no tablet é excessivo, por exemplo, ou se o tipo de conteúdo que ela acessa é apropriado ou não‟‟, fala. É essencial que os pais orientem seus filhos sobre a utilização adequada da tecnologia, atentando para o comportamento da criança em relação aos dispositivos virtuais e estipulando limites. A internet, por proporcionar acesso a todo tipo de informação e recursos, pode ter ferramentas benéficas para o desenvolvimento cognitivo da criança, de acordo com Bruna, mas ao mesmo tempo, justamente pelos mesmos motivos, ela viabiliza o acesso a conteúdo inapropriado e, portanto, deve ser monitorado. Cláudia Quadros, professora universitária e mãe do garoto Iago, de 11 anos de idade, conta que o filho pertence à geração que nasceu com o computador conectado. „„Desde os dois anos de idade ele acessa jogos educativos online. No início, eu mesma o colocava nos sites que oferecem estes jogos. Navegava com ele, sempre falando dos problemas que poderia encontrar na internet. A partir do momento que já tinha autonomia para navegar sozinho, ele já estava preparado. Hoje, algumas escolas também ajudam nesta orientação‟‟, elucida. A internet é um local onde as crianças se deparam com uma imensa oportunidade educacional, entram em contato com as diversidades do mundo, aprendem ou simplesmente se divertem. Os pais precisam ficar atentos, pois a vida virtual é igual ao mundo real, e é possível encontrar alguns perigos. Cláudia acredita que talvez tenha que se preocupar mais quando Iago chegar na adolescência, pois seus interesses serão outros, no entanto, acha que o diálogo sempre é a melhor solução para orientar o filho sobre os problemas que ele pode encontrar na internet ou na esquina de casa. De acordo com a mãe de Iago, o uso da internet pelas crianças possui lados positivos e negativos. Os positivos seriam que o uso da tecnologia desenvolve o raciocínio, criatividade, capacidade de comunicação escrita e falada, além de promover acesso a culturas e conteúdos variados. Já os negativos para a Cláudia seriam o excesso de navegação e acesso a conteúdos duvidosos. Vida virtual na sociedade real A psicóloga Luciana Mendonça é mãe de um menino de seis anos de idade e conta que o filho utiliza a internet apenas para baixar jogos, mas ela precisa autorizar antes. "Nunca baixo jogos que não são livres, mesmo que ele insista com "meu coleguinha da escola tem". Ainda quanto ao uso, procuro que ele tenha rotina normal e incluo outras brincadeiras mais tradicionais. Deixo sempre ao alcance lápis, papel, bonecos, carrinhos e livrinhos para incentivar outras atividades‟‟, diz.

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Luciana realça que a internet dá um conhecimento rápido às crianças e não se pode ignorar o fato que o mundo hoje já é totalmente digital. "A gente precisa desta tecnologia cada vez mais. Mas o acesso livre para crianças eu acho contra indicado, obviamente pelos conteúdos inapropriados que estão disponíveis‟‟, opina. A psicóloga recomenda aos pais buscarem respeitar a classificação indicativa dos filmes online e jogos. "A criança ainda está em formação de seu caráter, de seus conceitos e crenças. E é brincando ou jogando que ela vai treinando estes valores. Deixar a criança livremente na internet, geralmente em games, é deixar que as indústrias eduquem os seus filhos. Então, de repente, ele aprende que é melhor quem bate mais, quem explode mais, quem consegue se dar bem independente dos meios‟‟, alerta. Segundo Luciana, é importante deixar os filhos aprenderam a usar a tecnologia, porém reforça a relevância de viver em um mundo real, com gente de verdade.

Educação offline

Educar sem o uso da tecnologia em pleno século XXI não é uma utopia e, sim, uma realidade em muitas escolas. Por meio da pedagogia Waldorf, essas instituições de

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ensino preservam boa parte do tempo e do espaço para as crianças explorarem livremente atividades lúdicas e investem nas brincadeiras. O ato de brincar ajuda o desenvolvimento integral dos alunos, para que trabalhem não apenas o lado intelectual, mas também o emocional e o social. Tudo isso com um detalhe: sem qualquer tipo de aparato tecnológico e com muita música, pintura, literatura e artesanato, por exemplo.

Clarissa Haddad, psicóloga que trabalha com aconselhamento de pais de crianças de zero a sete anos, optou para o filho de seis anos a Waldorf, pois enxerga neste tipo de educação uma possibilidade de frear os impulsos do mundo contemporâneo, onde a velocidade da informação oferecida é muito rápida e o excesso da relação do ser humano com o mundo virtual é demasiado.

„„Na pedagogia Waldorf, nos primeiros sete anos o foco é no brincar e na imitação. Então a professora é um modelo a ser imitado, como os pais também. Assim, professora cuida daquela sala como se fosse uma casa, preparando um lanche comum para todos os alunos, cuida do jardim, produz algum brinquedo, mas tudo com material mais natural possível‟‟, explica.

A psicóloga realça que essas atividades, como subir numa árvore ou escutar um conto de fada, resgatam o que é correspondente da infância e não entra nessa sociedade descomedida que vivemos. „„A meu ver é o natural das crianças brincarem, experimentarem e conhecerem a autonomia do próprio corpo através do próprio tempo‟‟, diz.

Margrethe Skou Larsen, que já trabalhou em escolas e jardins Waldorf na Alemanha e no Brasil e dá diversas palestras sobre o tema, destaca que a essência desse segmento de pedagogia é a sua orientação pela observação da criança. Com base na Ciência Espiritual Antroposófica, os praticantes da Walford acreditam que a criança, principalmente nos sete primeiros anos de vida, precisa da presença de adultos que possam servir como exemplos.

„„É claro que em relação a isto não há diferença entre professores e pais. Todos os adultos que convivem com a criança são os seus educadores no sentido de exercer, querendo ou não, um impacto formador sobre ela. Quanto mais jovem a criança, mais forte este impacto‟‟, enfatiza Margrethe.

Clarissa também reforça que os pais querem exigir das crianças, mas não são modelos coerentes. ‟‟Os responsáveis têm que assumir os exemplos. Na hora da refeição não usar telefone, nem computador e televisão tem que estar desligada. Incentivar a relação cara a cara‟‟, sugere.

De acordo com ela, além de investir na instrução dentro de casa, os pais devem observar as outras influências externas e é imprescindível investigar como as escolas estão aplicando as tecnologias. ‟‟A criança é muito aberta nos primeiros anos de vida e filtra tudo o que ocorre ao redor dela. E os pais são os responsáveis para cuidar desse ambiente. Nos dois primeiros anos, o mínimo de tecnologia é o ideal, pois isso tem impacto no sistema neurológico das crianças, que pode gerar depois um déficit de atenção. A televisão é um estimulo visual e auditivo alto para o cérebro infantil‟‟, realça.

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Consequências da tecnologia

Margrethe alerta que as novidades tecnológicas aparecem no mercado em velocidade cada vez mais acelerada e estão sendo, normalmente, oferecidas para as crianças sem investigação prévia.

A dica principal de Margrethe para os pais é ir atrás da informação e buscar entender os aparatos tecnológicos antes de oferecê-los para os filhos. ‟‟Oferecer vivências reais para as crianças, na natureza e dentro de casa, esta é a chave para um desenvolvimento saudável para as crianças‟‟, destaca.

Para finalizar, ela confia que o mundo ainda não se tornou totalmente digital e conectado. ‟‟Espero que o bom senso entre em ação para que isto não aconteça, pois, afinal, a tecnologia veio para servir ao ser humano e não o ser humano à tecnologia. Na medida em que oferecem oportunidades para as crianças onde elas podem viver a vida real em cheio, todos os danos que a tecnologia pode causar serão amenizados‟‟, encerra.