PortifóLio AdãO

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CFORM – CENTRO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA UNB ADÃO LOURENÇO PORTIFÓLIO GESTAR II: PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 26º GERED – CANOINHAS – SC CANOINHAS 2009

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CFORM – CENTRO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA UNB

ADÃO LOURENÇO

PORTIFÓLIO GESTAR II: PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

26º GERED – CANOINHAS – SC

CANOINHAS

2009

ADÃO LOURENÇO

PORTIFÓLIOGESTAR II - SC

Portifólio apresentado como requisito parcial para obtenção de certificado de Formador em Língua Portuguesa, da CFORM, Centro de Formação Continuada de Professores da UNB.Orientador: Professora Ormezinda Maria Ribeiro Aya Ribeiro

CANOINHAS

2009

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 42 BIOGRAFIA......................................................................................................... 63 MEMORIAL......................................................................................................... 133.1 MEU PROCESSO DE VIDA E LETRAMENTO................................................ 133.2 MEMORIAL DE LEITURA................................................................................. 163.3 MEMORIAL PROFISSIONAL........................................................................... 174 RELATOS............................................................................................................ 194.1 RELATO PRESENCIAL.................................................................................... 194.2 RELATO COM OS CURSISTAS...................................................................... 215 PLANEJAMENTO DOS ENCONTROS E OFICINAS......................................... 276 REGISTRO DE ATIVIDADES............................................................................. 337 LEITURAS........................................................................................................... 358 AUTOAVALIAÇÃO............................................................................................. 379 CONSIDERAÇÕES FINAIS 40REFERÊNCIAS...................................................................................................... 42ANEXOS................................................................................................................. 43ANEXO A – REGISTRO......................................................................................... 44ANEXO B – CERTIFICADO FUNDAMENTAL....................................................... 45ANEXO C – CERTIFICADO DO MÉDIO................................................................ 46ANEXO D – CERTIFICADO GRADUÇÃO.............................................................. 47ANEXO E – CERTIFICADO DE PÓS-GRADUAÇÃO............................................. 48ANEXO F – FORMAÇÃO POPULAR E RELIGIOSA............................................. 49ANEXO F – ATIVIDADES DE CURSISTAS E ALUNOS........................................ 50

a

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1 INTRODUÇÃO

Este meu portifólio foi construído a partir das experiências vivenciadas como

formador e cursista do GESTAR II, Programa de Formação Continuada de

Professores. Nele apresento parte de minha vida pessoal e profissional; um breve

relato biográfico, memorial histórico, memorial de leitura e profissional; relatos de

experiências, enquanto estudante e professor formador; autoavaliação e

considerações finais.

O Gestar II, um programa voltado à formação continuada dos professores de

língua portuguesa e matemática têm sido uma excelente experiência para a

discussão, estudo e prática de abordagens já estudadas, inovação metodológica e

técnica. Falando especialmente da língua portuguesa, além de visitarmos

concepções já vistas na graduação e pós-graduação, o gestar se constituiu em um

momento riquíssimo de trocas de experiências, visitas as diversas abordagens no

que tange ao ensino da língua portuguesa, e a resignificação de nossas práticas em

sala de aula.

Desde minha biografia até minhas considerações finais, vou abordando e

discutindo a importância do gestar enquanto programa de formação e como

também, uma grande ferramenta para reencontro da coletividade e para

planejamentos de ações e práticas cotidianas. Juntamente com meus colegas

professores pudemos rediscutir essas práticas e inová-las, com diversas alternativas

estratégicas para proporcionar ao nosso aluno um melhor desempenho e progresso

em seu estudo. Um dos pontos importantes desse reencontro foi o de superarmos a

dicotomia entre gramática, texto e literatura. Ficou claro que a partir do ensino e

aprendizagem dos diversos gêneros textuais, é possível estudarmos também a

literatura e a gramática. Todas as TPS (Cadernos de teorias e prática) rumaram para

a superação dessa divisão.

Minha biografia é muito simples, porém muito especial. Abordo nela desde

meu primário até o gestar II. Além disso, é muito bom falar e escrever sobre minha

história. Muitas pessoas, não gostam de falar de si, mas eu adoro. A cada momento

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que teço nas linhas pontos importantes de meu processo histórico, um belo filme

perpassa em minha mente e, acontece uma profunda reflexão de meus atos e da

minha construção existencial. Meu memorial (processo de vida e letramento, leitura

e profissional); após meu processo biográfico; complementa as lembranças e as

reflexões que faço. Em meu memorial de leitura, relembro atividades simples desde

o começo de minha existência e meu sentir o mundo até minhas leituras clássicas

que não canso de revê-las e relê-las. Minha família, por mais simples que pareça,

proporcionou-me, talvez por intuição, talvez por sabedoria; um grande amor aos

livros. A bíblia e alguns catecismos velhos eram minha curiosidade. Já na escola,

incentivado por inúmeras professoras, fui, aos poucos, tomando contato com o

mundo maravilhoso da leitura. No memorial profissional, relato desde meus tempos

de adolescente até meus dias atuais de Gestar II. Trabalhei em muitas espécies de

serviços e foi uma experiência dignificante em todas as atividades que realizei e que

realizo. O trabalho sempre faz bem. As angústias que nos perpassam, não são as

tarefas das atividades a serem realizadas, mas sim as mazelas e a exploração que

assola a todos nós trabalhadores.

Com relação, aos relatos (presencial e com os cursistas), além de descrever e

passar minhas reflexões sobre as atividades que realizamos, procuro comentar a

importância dessas experiências coletivas. Desde as aulas presenciais até as

atividades com os cursistas, foram momentos dignificantes. Trocas de experiências,

reflexões teóricas, discussões calorosas e muito debate. Assim aconteceram as

oficinas e todos os encontros de forma geral. Cada colega professor contribuiu muito

para a riqueza de produções que o Gestar II tem proporcionado.

No que tange ao planejamento dos encontros e oficinas, registro de

atividades, leituras, autoavaliação considerações finais, faço exposições breves,

fundamentadas no cronograma desenvolvido por nossa coordenação, nos Cadernos

de Teoria e Prática e demais materiais trabalhados no decorrer do Gestar II. O

Planejamento teve como base, o cronograma, as TPs e os encontros presenciais. O

registro das atividades, os blogs desenvolvidos, fotos e trabalhos realizados. O

relato das leituras que fiz, abordam o meu processo de experiência humana, meus

livros, minhas músicas e tudo que li, durante toda a minha caminhada existencial.

Na minha autoavaliação e considerações finais, teço comentários sobre pontos

positivos e negativos do Gestar e apresento meus sentimentos e sensações do que

é, e da importância desse programa, na construção de uma sociedade melhor.

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2 BIOGRAFIA

Nasci em 04 de dezembro de 1970 (registro em anexo), por volta das 1:30 da

madrugada, no Hospital Santa Cruz de Canoinhas. Minha mãe, Maria Cesarina

Lourenço e meu pai, Arcidino Lourenco, valentes guerreiros, não mediram esforços

para que eu pudesse crescer e me desenvolver plenamente como ser humano e

como um ser em construção que procura fazer o melhor em sua trajetória

existencial.

Meus estudos de 1º a 4º séries aconteceram na E.E.B Maria Lovatel Pires

( antiga Escola Reunidas). Excelente recordação, eu tenho desse momento e guardo

com carinho muitas gratificantes lembranças como a foto em que estava na primeira

série.

Após o primário, tive que parar de estudar para ajudar meus pais. Trabalhei

em muitos lugares, sendo uma experiência muito rica também. Já com 16 anos,

percebi que deveria voltar a estudar. E foi na Escola de Educação Básica Almirante

Barroso que iniciei com 17 anos na quinta série, estudando lá até a 7º série.

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Devido a distância entre minha casa e o meu trabalho, mudei de escola. E foi

na E.E. B, antigo Colégio Santa Cruz que terminei minha oitava série (anexo

certificado) e conclui meu segundo grau (anexo). Muitas coisas boas aconteceram

em minha vida nesse período. Muitas conquistas aconteceram nesse momento,

tanto pessoal quanto profissional. Na foto abaixo retrata minha formação média em

1994.

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Terminado o ensino médio, veio o vestibular e faculdade. Amigos excelentes

que me ajudaram muito em minha caminhada de estudante. Lembro que naquele

momento participava de um grupo de jovens em que muita formação pessoal e

religiosa acontecia.

Essa foto retrata um momento de brincadeira por ter passado no vestibular

para o curso de LETRAS na FAFI – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de

União da Vitória – Paraná. Nessa magnífica Instituição graduei-me e fiz pós-

graduação. A graduação, em Língua Portuguesa e Inglês em 1998 (anexo). E a pós-

graduação em Língua inglesa em 2004 (anexo).

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Meus estudos com um dos meus

grandes amigos: O Professor Samuel

Antonio Ribeiro. .

Foto de minha graduação. Meu Pai e

minha Mãe, sempre presentes.

Na minha pós-graduação, tive grandes momentos de alegrias e muito estudo.

Muitas amizades e trocas de experiências também.

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Entre o período de minha graduação e pós-graduação, fiz muitos cursos de

formação e capacitação também. Abaixo um grande momento de estudo ao lado de

um dos meus grandes mestres, Pedro Uczai.

Curso de Formação em Educação Popular e Religiosa (em anexo certificado)

Entre estudos e muito trabalho, um dos momentos mais sublimes de minha

existência. Meu casamento com uma grande mulher. Janira Adriana Prust.

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Outra experiência que gostaria de relatar em minha biografia, foi a

participação e militância política em movimentos sociais e o PT – Partido dos

Trabalhadores. Apesar de ter deixado a militância, foi um momento muito rico em

minha formação e construção histórica e humana.

Poderia ter colocado muitos momentos importantes em minha biografia, mas

selecionei alguns que julgo ser extremamente importantes nesta trajetória pessoal,

estudantil e profissional.

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E termino essa biografia com mais duas fotos, retratando um momento de

muita emoção, em que fui Paraninfo da Formatura do Terceiro ano em 2006 e uns

dos momentos de reflexão e estudo e muito trabalho no GESTAR II, junto com a

formadora Selma, minha grande amiga.

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3 MEMORIAL

3.1 MEU PROCESSO DE VIDA E LETRAMENTO

Nasci em Canoinhas – SC (Hospital Santa Cruz, às 1:30 horas), dia 04 de

dezembro de 1970. Morei até meus 3 anos, na pequena vila de Felipe Shmidt,

distrito de canoinhas, em um pequeno casebre cujo lugar, ainda perpassa em minha

mente. Como por exemplo, a lembrança de uma bela árvore de natal que minha mãe

tinha feito e do cheiro de pão no forno na casa de minha avó que morava próximo,

em um lugarejo chamado Bugre. Após esse primeiro período, meu pai resolveu

mudar com minha família para cidade; trabalhar em uma cerâmica no bairro Alto da

Tijuca. Bairro esse, que moro até hoje. Nesse lugar está quase toda minha vida.

Posso recordar muitas coisas boas de minha infância, juventude e vida adulta. Meu

processo de letramento começa em uma casa que moramos, perto da cerâmica

kellner onde meu pai, eu e muitos amigos e parentes trabalhamos por um longo

tempo. Recordo-me que, eu e meus amigos brincávamos de que estávamos na

escola, escrevendo com um carvão em uma pequena lousa e outras vezes na

própria terra. A letra que mais escrevia era E e A do meu nome. Quando comecei a

ir à escola, no ano de 1978 (na Escola Isolada Municipal Alto da Tijuca – hoje E.B.M

Maria Lovatel Pires), lembro que havia uma professora que contava lindas histórias

para nós alunos. Houve outra professora, que fez com que eu escrevesse muitas

vezes meu nome. Talvez por isso, goste tanto dele. Mas foi na terceira série que tive

uma professora que, por eu não saber a tabuada de cinco e fazer alguns borrões no

caderno, deixou-me de castigo, perdendo o recreio, o lanche e as traquinagens com

os amiguinhos. Fiquei tão chateado que em casa, estudei e decorei todas as

tabuadas. No outro dia, não disse a ela só a tabuada de cinco, mas inclusive a de

sete, oito e nove. Terminado o primário, meu pai disse que eu não poderia mais

estudar, pois ele não tinha dinheiro para comprar o uniforme e os materiais

necessários para continuar meus estudos. Fui então trabalhar com um senhor em

seu pequeno sítio. Lá havia uma paisagem exuberante. Eu deliciava-me com

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aqueles momentos, buscando pastos para tratar as vacas, colhendo feijão e milho.

O sol ao nascer era belíssimo. Quando completei quatorze anos, comecei trabalhar

com carteira assinada, na cerâmica que acima citei. Foi um momento importante,

porque resolvi voltar a estudar. Para tanto era necessário, outro trabalho que

oportunizasse condições para o retorno aos estudos. Já com dezesseis anos,

arranjei trabalho em uma empresa de madeira chamada Wiegando Olsen em que

trabalhei em três belíssimos momentos, somando uma vida de esforços e dedicação

por quase dezessete anos. Entre os anos que trabalhei nessa empresa, cresci

profissionalmente e também em meu processo de estudo e letramento. Passei por

vários serviços nessa empresa. Desde limpador de banheiro até auxiliar contábil e

custo. Entre esse tempo, estudei nas escolas Almirante Barroso e Santa Cruz,

sendo a primeira, de uma importância enorme, devido ao apoio que tive da direção e

maioria dos professores. Lembro que havia uma professora de Língua Portuguesa e

de Religião que exigiam leitura e apresentação para os colegas de classe. Isso fez

com que nós nos desenvolvêssemos muito, tanto na oralidade, quanto na leitura e

escrita. Além das professoras que falei, houve outras professoras e professores

importantes. Nesse período, fui convidado a participar de um grupo de jovens pela

professora de PPT - Preparação para o Trabalho. Essa professora foi muito

especial, pois com ela aprendi muito, principalmente ultrapassar o limites do senso

comum, entrando no campo do senso critico. Participei da Pastoral da Juventude,

conhecendo enumeras pessoas inteligentes e bondosas que ajudaram em minha

vivência e letramento. Muitos cursos, reuniões, assembléias, debates, amizades

maravilhosas, culminando em minha militância no Partido dos Trabalhadores. Meu

processo de aprendizado foi muito rico nesse momento. Terminado o ensino médio,

iniciei o curso de Letras na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de União da

Vitória - FAFI. Não tinha muita clareza se queria essa formação, pois trabalhava com

contabilidade na madeireira que citei a pouco e, além disso, a dificuldade de

locomoção e alimentar eram grandes impedimentos, aliado ao cansaço. Mas a

influência de professores, amigos e a paixão por literatura e lingüística que foi se

desenvolvendo em mim, alem dos encontros pastorais e políticos, fizeram com que

eu persistisse. Ampliei muito minha visão de mundo e meu leque de leitura nesse

período. Após terminar a faculdade lecionava a noite, algumas aulas para ganhar

experiência e ver se era a educação, o caminho a seguir. Como a empresa que

trabalhava abriu falência, parti definitivamente para área educacional. Fiz Pós-

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Graduação em Língua Inglesa e concurso nas Redes, Estadual e Municipal,

efetivando-me nas Escolas de Educação Básica, Frei Menadro Kamps e José

Grosskopf em atuação, no momento, na Escola Presidente Castelo Branco. Quanto

a militância na Pastoral da Juventude, fui deixando aos poucos devido a outros

compromissos. E a participação no Partido dos Trabalhadores, apesar de riquíssima,

deixei-a em 2006, devido algumas decepções que tive. Mas como disse, foi um

momento que aprofundei muito, meu conhecimento e crenças. Fui duas vezes

candidato a Vice-Prefeito em Canoinhas e, participei ativamente na construção de

um novo momento histórico para o país; além de vários cursos que juntavam,

conhecimento da sociedade, ética, fé e política. A história e a Literatura são fontes

de profunda libertação de nossos medos e preconceitos. Nesse ano, completo dez

anos de magistério. Muitas alegrias tenho tido como professor, mas muitas tristezas

também. Há muito que fazer na área educacional. Há muito que fazer nas escolas,

contemplando, professores, alunos e comunidade; muitas vezes, vítimas de um

sistema cruel e perverso. Mas apesar das mazelas existentes, o grito de esperança

ecoa mais forte, fazendo com que busquemos outros horizontes e vislumbremos

dias melhores. A formação continuada, a luta por melhores salários e condições de

trabalho são tijolos de uma grande construção em processo de crescimento. E o

GESTAR II, em que estou atuando como formador e aprendiz, nesse momento; é

um grande tempero no processo e na transformação educacional de nosso país.

Meu processo de vida e letramento continua, ensinando e aprendendo, aprendendo

e ensinando, até o fim dos meus dias. Lembrando Paulo Freire, Marx, Vygotsky,

Bakhtin, Antônio Cândido, Paulo Fernando, Pedro Uksai e, tantos outros (a lista

seria enorme), a construção e constituição de dias melhores para o nosso país e

mundo, só acontece por meio de uma boa Educação, em todos os sentidos. E, ao

lado de minha estimada esposa Janira, meu filho Vitor, meus familiares e amigos;

meu computador, meus livros, meus discos (opa! cds, dvds e mps), meus sonhos,

crenças e anseios; sigo em frente, tentando ser um grão de areia no bolo dessa

grande massa e construção que é a arte de viver, conviver e ser feliz, aprendendo e

ensinando e, ensinando e aprendendo sempre, por toda a minha existência.

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3.2 MEMORIAL DE LEITURA

Iniciei meu processo de leitura, lendo e sentindo o mundo como aponta Paulo

Freire, (TP4, pág. 19). Lembro muito bem de minha infância, os locais em que

moramos, as historinhas que meu irmão e primos contavam, e as brincadeiras de

escolinha. Recordo-me das revistas em quadrinhos e das professoras no ensino

primário contando as histórias clássicas. Passado esse momento, já com 12 anos e

fora da escola, comecei ler a Bíblia, já que era o único livro que tinha em minha

casa. Li até o Livro dos Reis. Ai, eu pulei para o novo testamento e li todas as

partes. Voltei a estudar na escola formal com 17 anos e entrei em contato com

excelentes professores que ajudaram em meu processo de leitura. Mas foi quando

estava no ensino médio que não sei como e nem porque, comecei a montar uma

biblioteca para mim. Comecei comprando livros didáticos e preparação para

concursos e vestibulares. Após isso, criei uma paixão e vício por livros, comprando,

quando podia, tudo o que via pela frente. Quando fiz meu vestibular para o curso de

letras, já tinha uma boa biblioteca em minha casa. No curso de letras, foi o clímax,

além do contato definitivo com os grandes clássicos da literatura brasileira e

mundial, desenvolvi um gosto por teorias filosóficas, linguísticas e educacionais.

Entre todos os livros que li, minha paixão e releituras são, Machado de Assis, João

Guimarães Rosa, Gabriel Garcia Marques e Paulo Freire. Grande Sertão Veredas e

Cem Anos de Solidão de Guimarães Rosa e Gabriel Garcia Marques já os li,

inúmeras vezes, e pretendo lê-los novamente, assim que puder. No momento estou

lendo Dostoéviski, e procurando saber mais sobre a Literatura Russa. É sem duvida,

uma das melhores literaturas da humanidade. A leitura nos liberta e nos transforma.

É impossível ser a mesma pessoa a cada livro lido. O contato permanente com uma

boa leitura é transcendental. Não tem como descrever. Só lendo para sentir as

linhas que escrevo. Devido a isso, o que mais admiro e gosto em mim, é a paixão

que tenho pelos livros e pela leitura e escrita.

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3.3 MEMORIAL PROFISSIONAL

O ano era 1982, havia terminado meu curso primário, quando meu pai me

disse que não tinha condições de me ajudar a seguir nos meus estudos. Então,

resolvi trabalhar para ajudar minha família. Consegui trabalho em um pequeno sítio

perto de minha casa e trabalhei lá até meus 14 anos. Tendo idade para fazer minha

carteira profissional, procurei outro trabalho em que pudesse ser registrado. Lembro

que tinha sonho de trabalhar em uma madeireira chamada Wiegando Olsen,

empresa essa, que passei bons quinze anos de minha vida. Mas, como em um

primeiro momento não consegui trabalho na madeireira, fui trabalhar em uma

cerâmica chamada Kellner. Foi meu primeiro trabalho registrado. Passei quase dois

anos nessa fábrica. Aprendi muito lá e fiz muitas amizades. Após esse primeiro

emprego registrado, consegui emprego na referida madeireira. Havia realizado meu

primeiro sonho profissional. Na Madeireira Wiegando Olsen, trabalhei três belos

momentos, somando quase 15 anos de muito aprendizado, dedicação e

crescimento, tanto profissional, quanto intelectual. Foi importantíssimo esse

momento, pois nesse período que reiniciei meus estudos. Trabalhava o dia todo e

estudava a noite. Fiz meu ensino fundamental e médio com muita dedicação.

Aproveitava fazer também, todos os cursos que apareciam; desde datilografia,

computação, inglês e diversos cursos técnicos. Comecei trabalhando na Wiegando

Olsen S/A como auxiliar de produção e terminei como contador, mesmo não tendo o

tão sonhado curso de administração ou contabilidade. Fiz graduação em LETRAS

(Língua Portuguesa e Língua Inglesa). Primeiro por não ter muita opção, segundo,

porque o curso era gratuito e terceiro, por construir um amor incondicional aos livros,

ao curso e a literatura universal e brasileira. Após terminado minha graduação e

devido à empresa que trabalhava entrar em processo de falência, ingressei

definitivamente na educação. Lecionava a noite e após concursos efetuados na

esfera estadual e municipal efetivei-me na disciplina de Inglês e Português. Fiz pós-

graduação em língua inglesa e hoje estou cursando o Gestar II, como formador e

cursista. Tenho sonhado e me dedicado muito para melhorar a educação, apesar de

muitas vezes, pensar em desistir e mudar de profissão novamente. Pois a cada ano

que passa a impressão é de que as coisas estão piores. A começar pelo salário que

é vergonhoso em nosso país. Somando a isso o caos que impera no sistema

educacional, desde a falta de condições de trabalho até a violência verbal e física

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que tem acontecido em nossas escolas. Mas em meio a todas essas mazelas, é

preciso seguir em frente e acreditar. Pois tenho certeza que a educação e

conhecimento construído e adquirido são os únicos caminhos para a melhoria e

transformação de nosso querido Brasil.

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4 RELATOS

4.1 RELATO PRESENCIAL

A primeira etapa, realizada entre 05 a 09 de março do corrente ano foi muito

especial. Primeiro pela expectativa do novo. Depois, pelos compromissos que

teríamos que assumir e desenvolver ao longo do ano. Desde a ida, a emoção

tomava conta de muitas mentes e corações. O que seria esse tal do gestar? O que

teríamos que fazer? Como funcionaria? Muitas perguntas pairavam no ar. Mas, após

abertura e inicio, percebemos que seria uma semana de muito aprendizado, trocas

de experiências, encontros, reencontros e muita amizade. A professora Aya nos

proporcionou uma bela acolhida e uma semana maravilhosa. Iniciamos os estudos,

visitando o Guia Geral e logo em seguida teorizando e praticando o uso dos gêneros

textuais na TP3 (Caderno de Teoria e Prática 3). Achei um pouco esquisito começar

pela TP3, mas depois da explanação da professora, entendi a proposta. Uma das

coisas que me chamou atenção, além da inversão das TPs, foi a metodologia de

praticar primeiro e teorizar depois. Normalmente fazia ao contrário em sala de aula.

Teorizava primeiro e praticava depois. A professora nos passou um material de

apoio com vários textos, dentre eles o texto para estudo e prática “A casa”A Casa

Os dois garotos correram até a entrada da casa.”Veja, eu disse a você que hoje era um bom dia para brincar aqui”, disse Eduardo. “Mamãe nunca está em casa na quinta-feira”, ele acrescentou. Altos arbustos escondiam a entrada da casa; os meninos podiam correr no jardim extremamente bem cuidado, “Eu não sabia que sua casa era tão grande”, disse Marcos. “É , mas ela está mais bonita agora , desde que meu pai mandou revestir com pedras essa parede lateral que levava à garagem, que estava vazia exceto pelas três bicicletas com marchas guardadas aí.” Eles entraram pela porta lateral, Eduardo explicou que ela ficava sempre aberta para suas irmãs mais novas entrarem e saírem sem dificuldade.

Marcos queria ver a casa, então Eduardo começou a mostrá-la pela sala de estar Estava recém pintada, como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o som: o barulho preocupou Marcos. “ Não se preocupe, a casa mais próxima está a meio quilômetro daqui”, gritou Eduardo. Marcos se sentiu mais confortável ao observar que nenhuma casa podia ser vista em qualquer direção além do enorme jardim.

A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar para brincar: os garotos foram para a cozinha onde fizeram um lanche.

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Eduardo disse que não era para usar o lavabo porque ele ficara úmido e mofado uma vez que o encanamento arrebentara.

“Aqui é onde meu pai guarda suas coleções de selo e moedas raras”, disse Eduardo enquanto eles davam uma olhada no escritório. Além do escritório, havia três quartos no andar superior da casa.

Eduardo mostrou a Marcos o closet de sua mãe cheio de roupas e o cofre trancado onde havia jóias. O quarto de suas irmãs era tão bonito quanto o de seus pais, que estava revestido de mármore, mas para ele era a melhor coisa do mundo.” (Traduzido e adaptado de Pitchert, J.& Anderson, R. Taking “ different perspectives on a story, Journal of Education Psychology, 1977, 69).

Esse texto foi muito interessante, pois a partir dele construímos vários textos

em vários gêneros, tais como: classificados (vender a casa), anúncio, crônica, carta

(comprar a casa); petição (tombar a casa); pequenas narrativas e textos informais

(roubar a casa). Foi uma atividade extremamente importante para percebermos

como trabalhar gêneros. Houve outras atividades no que tange a TP3.

Com relação a TP4 (processo da leitura e escrita e letramento), assistimos ao

filme, “Narradores de Javé” para refletirmos a importância do processo da escrita e

do letramento. Pudemos fazer várias reflexões, além da comoção, para com os

povos que viveram ou vivem as margens dos rios. Trabalhamos um pouco o

processo de letramento de cada um de nós e também, realizamos diversas

atividades no que tange ao processo da leitura e escrita. Entre várias atividades,

explanações, teoria, prática e teoria, as amizades e trocas de experiências foram se

construindo e se constituindo em interessante processo no ato do viver e conviver,

ensinar e aprender, aprender e ensinar.

No estudo da TP5 (estilística, coesão e coerência), praticamos várias

atividades marcantes. Uma dessas atividades foi a imitação de pessoas que

carregam marcas e estilos fortes como os apresentados de televisão e rádio.

Também criamos um momento de reflexão de nossos próprios estilos com

exercícios voltados as diversas realidades que enfrentamos e ao lúdico. Enfim, foi

uma semana maravilhosa. Conheci grandes pessoas, com quem pude partilhar

experiências e embebedar-me em muitas fontes de sabedoria.

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4.2 RELATO COM OS CURSISTAS

Iniciamos o curso do Gestar II, dia 14 de abril do corrente ano, contemplando

os municípios de Canoinhas, Três Barras, Major Vieira e Bela Vista. A Gerente de

Educação da 26 Gered, Francisca Stoker Maiorki fez abertura do Gestar II,

desejando boas vindas a todos os cursistas. Em seguida, a Coordenadora Goreti

apresentou, por meio de data show, a importância da formação continuada para

todos os profissionais que atuam na educação e o desenvolvimento do Gestar II,

contemplando os professores de Língua e Portuguesa e Matemática. Foi

apresentado aos cursistas os formadores e passado um vídeo sobre “Saber e

sabor”. Em seguida, foi passado ao grupo o cronograma para o ano e explanado

como se dariam os encontros presenciais e estudo individual. Após esse momento,

os formadores conversaram com seus grupos, expondo os objetivos do programa e

estudo do Guia Geral.

Nós formadores de Língua Portuguesa, Adão Lourenço e Selma Dal Comuni,

resolvemos iniciar os trabalhos, juntando nossos grupos. Explanamos por meio de

data-show a proposta do Gestar e como iriam acontecer as oficinas. Também,

teorizamos um pouco a questão dos gêneros textuais e pedimos aos grupos que

lessem o Guia Geral e a TP3 (Caderno de Teoria e Prática), contemplando o estudo

dos gêneros.

No dia 28 de abril, fizemos a 1º Oficina. Por meio de data show, continuamos

explanando e discutindo os gêneros textuais, tipologias de textos e a temática o

trabalho, apresentado na TP3. A junção entre conhecimento de mundo, lingüístico e

textual. Após esse primeiro momento de teorização trabalhamos uma atividade

prática. Dividimos a turma em quatro grupos, trabalhando o texto “A Casa”, do

material de apoio. Foi lido, primeiramente o texto, e apresentado os temas para

desenvolvimento da atividade: “Vender a casa, Comprar a casa, Tombar a casa e

Roubar a casa”. Cada grupo, após a escrita, apresentou seus textos, lendo ou

encenando-os. Foi muito interessante essa atividade, pois pudemos sentir bem a

importância do trabalho com gêneros na sala de aula. Apresentado as atividades

pelos grupos, trabalhamos uma seção da unidade 9 da Tp e, pedimos para os

cursistas aplicarem com seus alunos, nos relatando no próximo encontro. Falamos

sobre a importância do projeto e fizemos uma rápida avaliação sobre a oficina. O

grupo pediu que continuássemos trabalhando em conjunto as oficinas.

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O terceiro encontro aconteceu no dia 12 de maio. Iniciamos com o filme, Narradores

de Javé e também, com a discussão sobre a diversidade de gêneros existente em

nossa sociedade. Após o filme, discutimos um roteiro de como poderia ser

trabalhado o filme em sala de aula. Em seguida, pedimos, por meio de um

questionário, que nos relatassem as atividades praticadas em sala de aula.

Avaliamos a oficina e terminamos com a escuta da canção “Construção” de Chico

Buarque.

Nosso quarto encontro que se deu no dia 19 de maio, foi muito produtivo.

Teorizamos por meio de transparências no retroprojetor os fundamentos práticos e

teóricos da TP3, amarrando a temática Trabalho as práticas dos gêneros textuais,

tendo no interior de cada gênero, as tipologias textuais. Após esse momento,

apresentamos uma proposta de trabalho em grupo, para estudo e apresentação,

teórica e prática de cada unidade da TP3. Foi um estudo excelente, pois os grupos

foram criativos e muito dinâmicos. Cada grupo, na sua especificidade, se saiu muito

bem. Foi uma amarração caprichada, dos gêneros e tipos textuais, com boas

pinceladas na gramática e literatura. Terminada, essa atividade, comentamos sobre

o andamento dos projetos e o tema do próximo encontro. Pedimos para que lessem

e trouxessem a TP4 (Caderno de Teorização e Prática, contemplando o processo de

desenvolvimento da escrita e leitura).

Em 26 de maio, realizamos nosso quinto encontro. Fizemos a dinâmica da teia, onde

cada cursista relatou seu processo de letramento. Como aprendeu a conhecer o

mundo, a ler e a escrever. Foi interessantíssima essa atividade, pois extrapolamos

todos os limites, tanto de planejamento, quanto de horário programado. Mas foi

excelente. Pois cada um de nós teve um momento de profunda troca de experiência.

Houve momentos de grande emoção no relato de cada participante. Paulo Freire e

Patativa do Assaré ficariam profundamente emocionados se estivessem presentes

nesse encontro. E de maneira transcendental, estavam. Após esse momento

riquíssimo, explanamos por meio de data show o estudo das discussões sobre

letramento. Aconteceu um debate acalorado sobre metodologias voltado ao ensino

de gramática e texto, como não havia mais tempo, deixamos para continuar o estudo

e debate no próximo encontro.

Na oficina do dia 02 de junho, continuamos as discussões sobre letramento.

Fizemos um momento teórico e outro prático. Explanamos por meio de

transparências as discussões sobre o processo de letramento, que estão em voga,

22

tanto de nós profissionais, quanto de nossos alunos. Ficou claro para todos nós que

o processo de letramento é uma construção constante, ultrapassando os limites da

alfabetização leitura e escrita. Como havíamos iniciado no encontro passado um

debate sobre as questões gramaticais, linguísticas e textuais. Convidamos os

cursistas para uma atividade em grupo; em que cada grupo teria que elaborar a

defesa de uma temática. Foram organizados os grupos contemplando três temas. O

primeiro grupo elaborou uma aula e defesa sob a luz do ensino da gramática e

tipologia textual tradicional; o segundo grupo, os textos literários e não literários sob

uma visão mais atual; e o terceiro grupo, a elaboração de uma aula e defesa sob o

foco dos gêneros textuais contemplando todos os aspectos temáticos das propostas

anteriores. Foi interessantíssimo esse debate, até para clarear que o material

proposto, não exclui a gramática do processo de ensino e aprendizagem da

linguagem, mas que está presente, juntamente com a literatura nas atividades de

interação contemplada pelos gêneros textuais.

Na data de 09/06/09, dedicamo-nos a orientação e estudo dos projetos, bem como a

formatação e postagem dos blogs que criamos. gestarcanoinhas.blogspot.com -

gestarselma.blogspot.com - adao-lourenco.blogspot.com

Em 16 de junho do corrente, realizamos uma oficina com diversas atividades

práticas e teóricas. Iniciamos com o relato escrito em que, cada cursista discorreu

sua experiência memorial do seu processo de letramento. Logo após, estudamos o

texto da TP4 "Expansão da pobreza". Em pares, foi elaborado perguntas

relacionando tópicos explícitos contido no texto, inferências textuais, percepção de

mundo e gosto pessoais. Discutimos em plenária as questões estudadas e

refletimos as questões teóricas "Ampliando referências" pág. 147 Por que meu aluno

não lê. Finalizando, trabalhamos em grupo a produção e leitura textual em que

estavam contidas as seguintes palavras: muxuango, hermeneuta, vituperado,

defenestração, perfunctório, falácia, ignóbil sibilino, uxoricídio e apoplexia. Um

momento de muito riso e descontração. E bastante reflexívo também.

No dia 23 de junho/09, novamente nos dedicamos a formatar nossos projetos e

blogs. Além de refletirmos as próximas oficinas que haveriamos de construir e

constituí-las. Fazia um frio danado e chovia muito. Porém, foi um momento propício

para a constituição de nossos escritos.

Em 30 de junho de 2009, realizamos uma oficina voltada ao estudo da TP5, unidade

17, referente as noções de Estilo. Abrimos o encontro com a leitura de um poema,

23

"Palavras". Em seguida, a cursista Zenilda apresentou ao grupo alguns pontos

teóricos e práticos sobre seu projeto em andamenteo na E.E.B. Gertrudes Muller.

Logo após, refletimos alguns tópicos teóricos, por meio de algumas transparências,

com relação a estilística; além de rirmos muito com as marcas, idioletos de certas

personalidades da mídia e do meio político "Por quê a galinha pulou a cerca?".

Realizamos uma atividade prática em que, cada cursista teve a tarefa de, reproduzir

um fragmento textual relacionado a leitura do texto "Os diferentes estilos" de Paulo

Mendes Campos e; de representar uma personalidade específica a partir do texto

estudado. Ouvimos alguns poemas de uma aluna convidada, Josiele da E.E.B Frei

Menandro Kamps; e também a cursista Juliete, que apresentou-nos o seu projeto,

em andamento na E.E.B Rodolfo Zipperer. Fechamos o encontro com mais uma

atividade prática, introduzindo a coerência e coesão textual, tema que abordado na

próxima oficina.

Na data de 07/07/2009, trabalhamos em grupos tópicos da TP5, abordando as

questões de estilo, coerência, coesão e relações lógicas no texto. Após alguns

pequenos problemas técnicos referente ao uso do notebook e data show;

conseguimos realizar ótimas apresentações. Os grupos foram brilhantes em suas

explanações e sugestões de atividades para o trabalho com os alunos em sala de

aula. Aprofundamos muito nosso estudo, referente a importância dos elementos

coesivos e coerentes presentes no texto. O conhecimento de mundo, linguístico e

textual; quanto mais ampliados e vivenciados, por nós e nossos alunos, mais torna-

se-ão ferramentas para construção e atribuição de sentidos, coerentes e coesos no

texto.

No dia 14/07/2009, nos reunimos para discussão dos projetos em andamento e

postagens das atividades em nossos blogs.

No dia 14/07/2009, nos reunimos para a discussão dos projetos em andamento e

postagem das atividades em nossos blogs.

Retomamos nossas atividades em 04/08/09. Iniciamos as atividades com algumas

reflexões e mensagens. Em seguida, trabalhamos alguns vídeos que abordavam

aspectos das variações linguísticas. Discutimos a importância desses

conhecimentos e assistimos ao filme - documentário "Línguas - Vidas em

Português".

24

Na data de 11/08/09, realizamos uma oficina bastante prática. Trabalhamos vídeos e

textos relacionados aos assuntos abordados na TP1. Variantes linguísticas: dialetos,

registros e desfazendo equívocos.

Dia 18/08/2009, realizamos uma oficina teorizando sobre os aspectos intertextuais -

alusão, paráfrase, paródia e citação. Iniciamos também a confecção de um livrinho

(com recortes de revistas, desenhos e outras ilustrações), praticando a

intertextualidade.

25/08/09. Continuamos trabalhando a construção dos intertextos, confecção de

livretos e apresentação das atividades.

01/08/09. Nos reunimos para discutirmos os projetos em andamento e para

postarmos atividades nos blogs

08/09/09. Iniciamos os estudos da TP2, debatendo a Un. 5 e 6, referentes as visões

gramaticais: produtiva, descritiva e normativa. Oração e frase.

15/09/09. Realizamos uma oficina muito produtiva. Iniciamos a oficina com uma

leitura textual, debatemos aspectos teóricos da TP2 e realizamos atividades em

grupos, estudando as unidades e os assuntos propostos da TP2. Em seguida, os

grupos apresentaram suas sugestões de trabalhos.

22/09/09. Nos reunimos no laboratório de informática para discutirmos os projetos e

postagem nos blogs

Em 29/09, iniciamos nosso encontro com belíssimos relatos e trocas de experiências

das atividades realizadas em sala de aula. Após esse momento, nos dedicamos ao

estudo das TP2 e início da TP6.

No encontro de 06/10/10, assistimos vários vídeos relacionados aos assuntos da

TP6, discutimos alguns pontos teóricos e realizamos atividades em grupos,

produzindo textos argumentativos com base em alguns provérbios estudados.

Em 17/11/09, trabalhamos no desenvolvimento dos projetos e postagem de

atividades nos blogs. Lindos trabalhos vem sendo desenvolvidos pelos cursistas. A

sala de aula está sendo um espaço extremamente rico de atividades belíssimas.

Na data de 24/11/09, fomos ao Município de Major Vieira prestigiar o trabalho

desenvolvido pelos cursistas: Aline, Ericléia, Henrique e Neide. Seus alunos nos

brindaram com lindas apresentações de leituras no Projeto Piquenique Literário. Um

momento de extrema beleza e encantamento em que professor-livro-aluno, aluno-

livro-professor (em meio ao ambiente gostoso da natureza); interagem-se, um ao

25

outro, provando ser um processo impar na relação ensino-aprendizagem, cultura e

educação.

Encerramos o Gestar II, com os cursistas dia 01 de dezembro de 2009, com um

encontro muito legal, em um lugar muito agradável. Como havíamos planejado,

faríamos a revelação do amigo secreto escolhido. Muito suspense e emoção.

Comentamos a importância do trabalho realizado, agradecemos a todos e nos

despedimos com um até breve.

26

5 PLANEJAMENTO DOS ENCONTROS E OFICINAS

O planejamento dos encontros e oficinas foi realizado como base no

cronograma efetuado pela coordenação do Gestar II, abaixo exposto.

CRONOGRAMA CURSISTAS- ENCONTROS PRESENCIAIS - GESTAR II

Fases Mês Semana AtividadeCH

ABRIL

14 de abril: Cnhas16 de abril: PortoU.

- Abertura do Programa- GESTAR II- 1ª Oficina Introdutória - LP/MTM 4

28 e 30 2ª Oficina Introdutória - LP/MTM 4

Elab

oraç

ão d

o Pr

ojet

o MAIO

12 e 14 LP/MTM - Oficina 01 4

19 e 21LP/MTM - Oficina 02Orientação coletiva p/ elaboração de projeto 4

26 e 28 LP/MTM - Oficina 03 4

JUNHO02 e 04

1ª Oficina Livre Orientação coletiva p/ elaboração de projeto 4

16 e 18 LP/MTM - Oficina 04 408 a 12 Orientação individual p/ elaboração de projeto 423 e 25 LP/MTM - Oficina 05 4

JULHO07 e 09 LP/MTM- Oficina 06 4

14 e 16Orientação coletiva p/ elaboração de projetoOrientação individual p/ elaboração de projeto 4

27

Des

envo

lvim

ento

do

Proj

eto

AGOSTO

04 e 06 2ª Oficina Livre 411 e 13 LP/MTM - Oficina 07 418 e 20 LP/MTM - Oficina 08

25 e 27

Orientação coletiva p/ elaboração de projetoOrientação individual p/ desenvolvimento de projeto 4

SETEMBRO 01 e 03 LP/MTM - Oficina 09 408 e 10 * Oficina Livre 415 e 17 3ª Oficina Livre 4

22 e 24Orientação coletiva p/ desenvolvimento do projeto 4

29 e 01/10 *Orientação individual p/ desenvolvimento de projeto 4

OUTUBRO

06 e 08 LP/MTM – Oficina 10 420 e 22 LP/MTM – Oficina 11 4

27 e 29

Orientação individual p/ desenvolvimento de projeto

4

Elab

oraç

ão d

o R

elat

ório

do

Proj

eto

NOVEMBRO

03 e 05 *LP/MTM - Oficina 12

4

10 e 12

Orientação coletiva p/ elaboração do relatório do desenvolvimento do projeto4ª Oficina Livre

4

24 e 26 1ª Oficina de Avaliação - LP/MTM 4

DEZEMBRO 01 e 03 2ª Oficina de Avaliação - LP/MTM 408 e 10 Avaliação do Curso 4

Seguindo esse cronograma planejamos nossos encontros e oficinas

contemplando reflexões e atividades teóricas e praticas conforme orientação de

nossos professores, coordenadores, guia geral, TPs e demais matérias do GESTAR.

PLANEJAMENTO – PRIMEIRO SEMESTRE 2009

LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

ENCONTROS TEMAS E MATERIAIS DESENVOLVIMENTO Carga horária

14 de abril

Apresentação e estudo

do Guia Geral

Vídeo Saber e Sabor

Slides e leituras

4h. presenciais

4h. estudo e

28

projetos

28 de abril

TP3 Gêneros textuais Discussões teóricas e

práticas por meio do

texto “A casa”

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos12 de maio Filme “Narradores de

Javé” e reflexões.

Assistir o filme e

refletir sobre as

atividades de leitura e

escrita

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

19 de maio

Estudo teórico e

prático da TP3

Trabalhos em grupos:

Cada grupo estuda

uma unidade da TP,

sugerindo atividades

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

26 de maio Introdução a TP4

Letramento

Dinâmica da teia.

Cada cursista conta

sua história e seu

processo de

letramento

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

02 de junho Estudo e reflexões

sobre letramento

Explanação por meio

de data-show sobre o

processo leitura e

escrita

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

09 de junho Estudo sobre a

elaboração do projeto

e formatação de blogs

Cada cursista precisa

pensar um tema para

o desenvolvimento do

projeto.

Sugestão de um blog

para Turma

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

16 de junho

Estudo da TP 4:

Letramento, leitura e

escrita

Escrita de memorial

Trabalhos em grupos

Estudo do texto; A

expansão da pobreza

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

29

23 de junho

Orientação coletiva

sobre o projeto

Estudo de temas e

postagem nos blogs

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

30 de junho

Estudo da TP5

Diferentes estilos

Cada cursista estuda

uma marca e um

estilo para apresentar

para o grupo

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

07 de julho TP5. Estilo, coesão e

coerência, relações

lógicas

Trabalho em grupos:

Cada grupo reflete

uma unidade e

apresenta em plenária

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

14 de julho

Projeto e blog Estudo e dos projetos

e postagem nos blogs

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

PLANEJAMENTO – SEGUNDO SEMESTRE 2009

LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

ENCONTROS TEMAS E

MATERIAIS

DESENVOLVIMENTO HORÁRIOS

04 de agosto

Variações linguísticas

Iniciação a TP1

Boas vindas ao

segundo semestre,

mensagem, vídeos,

filme “Vidas em

Português”,

comentários

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

11 de agosto

Estudo da TP1

Variantes, dialetos e

desfazendo possíveis

equívocos

Vídeos: Jô Soares

Chico Bento

Atividades em grupos

e relato de aplicações

do gestar em sala de

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

30

aula

18 de agosto

Intertextualidade e

reflexões

Teorização por meio

de slides sobre

aspectos intertextuais

e atividades em

grupos

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

25 de agosto

Construindo livretos

Atividade Intertextual

A partir da leitura

“O carteiro chegou”,

construir livretos em

grupos

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

01 de setembro

Formatações dos

projetos e postagem

nos blogs

Cada cursista em

grupo ou individual

deve rascunhar seus

projetos e postar

atividades no blog

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

08 de setembro

Estudo da TP2

Gramáticas

Slides sobre aspectos

gramaticais, reflexões

e debates em grupos

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

15 de setembro

Trabalho com a TP2

Atividades em grupo

Cada grupo estuda e

explana uma unidade

da TP para o grande

grupo

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

22 de setembro Orientação para o

projeto

Os cursistas estudam

e dão seqüência aos

seus projetos

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

29 de setembro

Revisão da TP2 e

introdução a TP6

Troca de experiências

de atividades, estudo

de pontos da TP2 e

iniciação a TP6

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

06 de outubro

TP6 – Argumentos

textuais

Vídeos sobre o poder

do argumento, estudo

de provérbios e

atividade escrita

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

20 de outubro

TP6 – O plano da

escrita e produção

A partir do vídeo “Ilha

das flores”, refletir a

4h. presenciais.

4h. estudo e

31

textual produção escrita e

planejamento textual

projetos

27 de outubro

Projeto e postagem

nos blogs

Alimentar os blogs

com textos, vídeos

estudos e produção d

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

03 de novembro

Oficina de textos Reflexão sobre a

importância de se

desenvolver oficinas

de textos nas escolas

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

10 de novembro

Debate e reflexões

sobre o andamento

dos projetos

Cada cursista deve

relatar ao grupo,

como esta sendo

desenvolvido seu

projeto

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

17 de novembro

Projetos e postagem

nos blogs

Posta as atividades

desenvolvidas nos

blogs e desenvolver

os projetos

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

24 de novembro

Piquenique Literário Acompanhar o projeto

desenvolvido pelos

cursistas de Major

Vieira sobre Leitura

4h. presenciais.

4h. estudo e

projetos

30 de novembro Projetos Orientação e entrega

de projetos

4h. estudos

01 de dezembro

Confraternização Comemorar o ano e

avaliar o Gestar II

4h. presenciais.

32

6 REGISTRO DAS ATIVIDADES

O registro das atividades aconteceu por meio de blogs, fotos, relatos, slides,

transparências e trabalhos, tanto realizado individualmente, quanto coletivamente.

Os blogs constituíram-se em ferramentas inovadoras para todos nós. Pois poucos

haviam usado tal forma de armazenar dados como: aulas, relatos comentários etc.

Criamos em conjunto com a formadora Selma, três blogs. Um para os cursistas das

duas turmas postarem suas atividades e, outros dois blogs para nós.

[email protected] – gestarcanoinhas.blogspot.com

[email protected] – adao-lourenco.blogspot.com

[email protected] - gestarselma.blogspot.com

33

Além dos blogs e trabalhos realizados por nós formadores e pelos cursistas,

os projetos desenvolvidos e em desenvolvimento e sala de aula, se constituem em

grandes fontes de registros e pesquisas. Muitas coisas boas foram e estão sendo

produzidos no decorrer do Gestar II. Desde os encontro e oficinas até o chão da

escola e espaço da sala de aula, as atividades interdisciplinares norteiam as práticas

do programa. Para não me delongar demais, coloco em anexo, alguns exemplares.

E abaixo uma atividade desenvolvida por alguns alunos meus na E.B.M. Presidente

Castelo Branco.

Esse projeto foi realizado na semana do trânsito em setembro do corrente

ano, sendo apresentado também em novembro na feira pedagógica da escola.

Outros importantes registros estão em anexo a esse portifólio.

34

35

7 LEITURAS

Esse ano fui muito produtivo no que tange a leitura. Como sabia que seria um

dos formadores do Gestar II, li tudo o que pude. Mas se aceitei o desafio de

formador, foi devido ter aproveitado desde minha infância, todas as oportunidades

de leituras. Desde ler o mundo na expressão de Paulo Freire, até chegar aos

clássicos de peso como Dostoiévski. Lembro que alguns romances que li, como um

dos nossos maiores escritores, Machado de Assis; havia citações sobre Dostoiévski.

Então, pensava de um dia ler esse escritor. E nos últimos três anos, tenho

procurado ler muito Dostoiéviski. Mas lógico que só a literatura não basta. Apesar de

adorar muito a literatura, a lingüística, filosofia, história e sociologia, além da

psicologia, têm sido minhas fontes de pesquisas e estudo. Já no segundo grau,

interessava-me por esses campos de leitura. E na graduação e pós-graduação,

aumentou muito mais meu interesse.

Ler é uma forma de conhecer e sentir o mundo. Meu Brasil perpassa em

minha mente como algo real, mesmo não ter estado em Pernambuco, Minas Gerais,

Bahia, Ceará e outros estados, quando lembro das leituras de Graciliano Ramos

(Vidas Secas). Mario de Andrade (Macunaíma), João Guimarães Rosa (Grande

Sertão Veredas), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Gilberto Freire

(Casa Grande & Senzala) e tantos outros; é como se eu estivesse estado nesses

lugares. Leitura é uma forma de viajar nos séculos e nas teorias. Marx, Machado de

Assis, Dostoiéviski transportam-me para o século XIX. Bakhtin, Marcuschi, Kock,

Bronckart são meus alicerces na lingüística. Minhas concepções filosóficas,

sociológicas e educacionais, devo a Freire, Marilene de Chauí, Paulo Fernando,

Vigotski, Antônio Candido, César Nunes e tantos outros. A lista seria muito grande.

Além das leituras clássicas; os artigos, as revistas, jornais, ensaios, as músicas,

vídeos, filmes, internet (blogs, sites, orkut, facebook, tuweter) periódicos, TPs do

Gestar II, documentos, propostas, parâmetros e muitos e-mails foram e são minhas

fontes permanentes de leitura.

Outra rica fonte de inspiração e leituras foram canções da MPB e da

musicalidade humana. A Música Popular Brasileira, muitas vezes, se funde e se

36

confunde como a própria expressão literária. Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano

Veloso, Vinícius de Moraes, João Gilberto, Toquinho, Renato Russo, Zé Ramalho, e

tantos mais, fazem poesias, e crônicas musicais lindíssimas que dignificam e

embelezam nossa existência. O que seria da humanidade sem a música? Músicas

clássicas, eruditas, românticas, históricas, com letra, sem letra, com tom e sem tom,

que dizem muito e que não dizem nada. A música é forma de ler e estar no mundo.

Quando um filme, por mais simples e sem sentido que seja, é acompanhado de uma

boa melodia, a magia do cinema transcende a atividade humana. Minha vida, meus

discos, meus filmes, minhas leituras apresentam muito mais brilho e cor, quando

acompanhado de uma bela trilha sonora. Uma boa leitura de livros, jornais, revistas

e a audição de uma bela canção, resignifica e renova o sentido da vida.

37

8 AUTOAVALIAÇÃO

O Gestar II, como já relatei em outros momentos desse meu Portifólio, foi uma

experiência riquíssima em todos os sentidos. Quantas amizades e trocas de

experiências. Quanta ansiedade e dedicação. Eu e meus colegas formadores, tenho

certeza, que procuramos fazer o melhor de nós. Foram momentos de profundo

estudo e dedicação. Mas não foram só flores também. Pois entre as belezas das

rosas, estão os espinhos que machucam e muito, se não tomarmos cuidado.

Recebi o convite para ser um dos Formadores do Gestar II, em novembro de

2008. Fiquei muito feliz e preocupado. Feliz por ser uma bela oportunidade e um

grande desafio para mim. Preocupado, porque não havia clareza, quanto ao

desenvolvimento do programa. Em março de 2009, iniciamos o Gestar II, na cidade

de Treze Tílias. Era o momento de clarear dúvidas e de nos prepararmos para o

trabalho com os cursistas. Foi um momento e uma semana maravilhosa, como já

mencionei no relato presencial. A professora Aya, sem comentários. Humilde,

inteligente, atenciosa. Soube nos repassar o programa de uma forma magnífica. Eu

e meus colegas formadores, soubemos aproveitar ao máximo.

Porém, no que diz respeito a informações burocráticas e informações gerais

sobre os procedimentos do Gestar II, no que tange a parte financeira, atribuição de

função e desenrolar do programa, ficou muito a desejar. Pairou um sentimento de

que não havia um entendimento preciso entre Secretaria de Educação e Mec. sobre

como proceder com os Formadores.

Superado um pouco essas confusões, iniciamos o Gestar II com os

Cursistas. Momento de extrema ansiedade, dúvidas e perspectivas. Mas no

desenrolar dos encontros e oficinas, fomos construindo junto um caminho a trilhar.

Muitos relatos, angústias, sonho, estudo, trocas de experiências, encontro,

desencontros e muita amizade também. Percebemos que muitos problemas que

temos em sala, são comuns. Alguns podemos resolver, reformulando nossas

práticas e outros, infelizmente ainda não, como por exemplo a violência e a

indisciplina crescente a cada dia em nossa escolas. Mas foi percebido, que

precisamos juntar força, estudar, pesquisar, rever conceitos, concepções e dar

38

novos sentidos as atividades cotidianas, para construirmos uma nova relação no

processo de ensino aprendizagem, melhorando nossas competências e habilidades

e consequentemente, melhorando o desempenho de nossos alunos.

Meu sentimento com relação ao GESTAR II, é o de que, apesar das mazelas

burocráticas que quase prejudicaram o programa, foi um momento de profunda

grandeza. Aprendi muito e penso que ensinei muito. Os encontros presenciais foram

maravilhosos. E meu encontro semanal com os cursistas, foram momentos

fenomenais. A turma contribuiu para que tivéssemos momentos de extrema beleza e

encantamento. Houve momentos cansativos também. Calor, leituras exaustivas,

pesquisa e escrita. Mas para que possamos vislumbrar o horizonte do alto de uma

montanha, primeiro temos que subi-la. Por isso, discordo em partes dessas novas

teorias que colocam que o processo de ensino e aprendizagem deve ser sempre

prazeroso para o aluno. Estudar, concentrar-se em uma leitura, refletir, pesquisar,

relatar, nem sempre é prazeroso. É sim muito árduo, demandando muito esforço e

dedicação.

O grande mérito do Gestar II tem sido mexer na massa educacional, revendo

conceitos, teorias e práticas, desmistificando preconceitos e propondo a construção

coletiva do ato de ensinar e aprender. Sinto-me muito realizado devido a isso. Pude

rever meus conceitos, mantendo alguns e transformando outros. Lógico que Gestar

não vai resolver todos os problemas da sala de aula. Até porque a sala de aula é um

espaço de vários conflitos. E infelizmente ainda os governos, como a população de

um modo geral, não têm a educação como prioridade. Haja visto que, poucas

escolas tem bibliotecas de e com qualidade e dificilmente há bibliotecárias com

formação. Para nós professores de Língua Portuguesa, nem sempre é possível dar

conta de tudo.

Mas apesar dos problemas estruturais que temos, é possível acreditar e

vislumbrar um futuro promissor. Nós, brasileiros, estamos no início de uma era

democrática e ainda aprendendo a ser democrático. A educação nossa, ainda é um

laboratório de inúmeras experiências. No entanto, acredito que a cada ano as

pessoas estão mais exigentes, querendo uma educação de qualidade. A gestão

governamental precisa melhorar, nós professores precisamos melhorar sempre; nós

enquanto povo, precisamos construir dias melhores e, consequentemente descobrir

caminhos para que nossos alunos e filhos melhorem também. O Gestar II,

juntamente com vários programas educacionais, são apenas ferramentas e

39

instrumentos de construção e transformação.

Fico extremamente grato e feliz por ter participado do GESTAR II, como

aprendiz e formador. Foi uma experiência interessantíssima, em todos os sentidos.

Como todo o ser humano, tive muitas falhas também. Houve momentos que pensei

em abandonar o programa, houve momentos de extrema frustração, mas os

momentos de encantamento, maestria e beleza superaram os instantes ruins. Assim

pude chegar ao fim do programa muito tranquilo para dizer que tentei fazer sempre o

meu melhor.

40

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para não ser redundante em tudo que já disse, refleti e relatei sobre o

GESTAR II, tecerei minhas considerações finais, de forma breve, musical e poética.

Embalado sobre vários sons e momentos que me fizeram sonhar, querer atuar,

querer transformar, querer construir um caminho, não novo, não tão diferenciado;

mas sim um caminho que ajude na constituição de dias melhores e que sirva de

pequenos tijolos na grande construção de um sonho, que é ver nosso país

transformado. Muitas pessoas inovando, educando e se educando; ensinando e

aprendendo, aprendendo e ensinando. Com zero por cento de iletrados (em todos

os sentidos), com escola com bibliotecas quantitativas e qualitativas. Com pessoas e

profissionais acreditando na formação continuada. Com Governos, sem

desgovernos, primando por bons objetivos e parâmetros educacionais. Com

valorização humana e menos numérica. Gestar, entre tantas coisas é romper

preconceitos, quebrar paradigmas, mostrar o que há de bom, ajudar a melhorar o

que não está tão bom. Gestar é nascer para um novo, fazer a felicidade e a paixão,

pelo saber, renascer em nossos corações e nos corações de nossos alunos. Gestar

é partilha. Gestar é troca. Troca de amizades, experiências. Troca de sonhos.

Gestar é querer que a educação dê certo. Que a leitura flua, a interpretação

aconteça. Que o sol nasça pra todos, que a distribuição de benefícios aconteça. Que

a democratização do saber não seja somente discursos demagógicos. Que além do

pão de cada dia, o livro, a poesia, a dança, a arte e as diferentes culturas se façam

presente em cada brasileiro e brasileira. E assim possamos ser um grande povo

universal que escreve sua história e não ter medo de ser feliz, inovar e transformar.

Gestar II, um dois três

O Brasil pediu e aconteceu mais uma vez

Educação, leitura, poesia, e alegria

Teoria e prática, prática e teoria

Estudo, esforço e busca de caminhos

Que inovem e transformem coletivos e não sozinhos

41

Gestar de norte ao sul, eis um macunaíma,

Mário e Andrades, para não perder a rima.

Riobaldo, Diadorim, Rosas e Lampião

Maria Bonita, cangaço, um pedaço do sertão

Chico, Caetano, Gil e outros mais

Renato, Titãs e o Vinícius de Moraes...

Em nossa música seriam, tantos

Nos romances outros quantos

Paulo Freire e Assaré, Suassuna e tantos mil

Brasileiros e brasileiras construindo o meu Brasil

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REFERÊNCIAS

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TPs. Caderno de Teoria e Prática. GESTAR II.

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ANEXOS

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