Porto, período Pós-Segunda Guerra -...
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MATERIAIS E SISTEMAS DE CONSTRUÇÃO
Porto, período Pós-Segunda Guerra
MATERIAIS E SISTEMAS DE CONSTRUÇÃO
Habitação Plurifamiliar no Porto, pós guerra
Ana Rita Silva | Catarina Azevêdo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
O período do Pós Guerra caracteriza-se pela reconstrução da Europa e pela
recolocção das pessoas desalojadas.
Em Portugal, adoptam-se estes principios e critérios de resposta ao problema da
habitação devido a um rápido crescimento populacional vivido sobretudo em Lisboa e
no Porto.
Numa altura em que o movimento moderno atingeuma inquestionável importância,
Os arquitectos do Porto procuram fazer uma revisão crítica ao movimento moderno
propondo soluções inovadoras para a questão da habitação, mas tentando ao
mesmo tempo evidênciar as referências locais.
MATERIAIS E SISTEMAS DE CONSTRUÇÃO
Habitação Plurifamiliar no Porto, pós guerra
Ana Rita Silva | Catarina Azevêdo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
Bloco da Carvalhosa, de Cassiano Barbosa e Arménio Losa (1945-50)
Bloco Costa Cabral, de Viana de Lima (1953-55)
Edíficio de Habitação e comércio da praça D. Afonso V, de Francisco Pereira da Costa (1953)
Edifício Parnaso, de José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos (1954-57).
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Bloco da Carvalhosa | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevêdo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Carvalho
O edifício da Carvalhosa situa-se na rua da Boavista, no Porto, e foi
projectado entre 1945 e 1950 pelos arquitectos Arménio Losa e
Cassiano Barbosa.
Sendo o primeiro edifício no Porto referido como dio de
Rendimento, o cliente José do Amaral Guimarães Júnior
ambicionava uma arquitectura nova onde os aspectos cnicos e a
qualidade habitacional fossem primordiais.
rua.
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Bloco da Carvalhosa | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevêdo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Carvalho
O edifício formado por 6 pisos de habitação, sendo o piso da cave semienterrado na fachada da frente e totalmente superfície nas traseiras graças ao desnível no terreno. O piso da cave é composto por por um T0 para o porteiro, um T1 e um T3. Por sua vez, no rés-do-chão existem dois T3 e o hall de entrada, onde os acessos verticais possuem uma o central. Os restantes pisos de o seguem a mesma planta, apenas acrescentando o quarto da criada. Quanto organização interior, esta encontra-se influenciada pela forma do edifício, que forma praticamente um U: o corpo paralelo rua
m todos os espacos sociais, enquanto os outros dois contem os espacos privados.
cio, ocupando toda a largura do terreno.
T3
T1
Estacionamento
T0
Acessos Verticais
Entrada
Solário
Zona Nocturna
Zona Diurna
Saguão
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Bloco da Carvalhosa | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevêdo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Carvalho
No
o. Podemos
o), contrastando com o plano transparente das varandas.
marcada o, com uma porta trabalhada como uma moldura saliente.
m a entrada. Há
o.
Janelas Piso Cave
Plano Reboco Liso
Moldura Porta Envidraçada
Acabamento em mármore
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Bloco da Carvalhosa | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevêdo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Carvalho
As paredes de elevação
o das escadas e elevador. A o armado.
cio usado pavimento em taco de madeira nas salas e
quartos; e azulejos na cozinha e quartos de banho. o feitas em madeira e existem diversas tipologias. Na
sala de estar o composto por 5 janelas fixas, uma porta de batente e ainda outra janela dividida em duas, sendo a parte inferior fixa e a superior de batente.
o de correr. Nas o de guilhotina, excepto no T0 que são
baculantes.
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Bloco da Costa Cabral | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevêdo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
O Arquitecto Viana de Lima propôs, em 1953, a construção
de quatro blocos habitacionais plurifamiliares para a Rua Costa
Cabral, localizada no Porto, tendo como principal influência a obra
Unités de Le Corbusier. Contudo, destes quatro blocos propostos
no projecto, apenas se construiu um deles.
Este edifício é, ainda hoje, um marco na Arquitectura Moderna Portuguesa .
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Bloco da Costa Cabral | PORTO
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O bloco apresenta seis pisos, sendo o primeiro rés-do-
chão e o último um piso recuado.
Começando pelo piso do rés-do-chão, este apresenta
quatro apartamentos T3. Os cinco pisos seguintes apresentam,
em cada um, cinco apartamentos correspondentes a três
tipologias de fogos: dois T4, um T3 e dois T1. Já o piso da
cobertura, que inicialmente tinha sido pensado apenas como um
terraço comum, onde iria ter uma lavandaria e um café para os
habitantes, é contrariamente à vontade do arquitecto,
aproveitado para a construção de dois apartamentos T5.
Entrada
T3
T5
T4
T3
T1
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Bloco da Costa Cabral | PORTO
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A fachada é apresentada com uma imagem simétrica e
modulada, graças à introdução das lajes de betão armado. Para
além do betão rebocado, a fachada é quase toda ela revestida por
superfícies de tijolo de burro vidrado, e ainda, na zona da caixa das
escadas, por tijolo de vidro. É ainda utilizado o granito para revestir
as colunas exteriores e a pintura a branco mate nas zonas da
caixilharia bem como nas paredes onde não está aplicado o tijolo
vidrado (betão rebocado).
Começando agora do interior para o exterior, as paredes
interiores são construídas em tijolo rebocado, tirando a dos quartos
de banho e as da cozinha, em que parte delas são revestidas a
azulejo. Da mesma maneira, as paredes do interior da galeria são
revestidas de um lado a reboco, e de outro a cortiça.
A mármore é usada para revestir o pavimento e paredes da
entrada principal do bloco, enquanto que nas escadas, zonas e
entradas de serviço o pavimento é revestido a marmorite.
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Bloco da Costa Cabral | PORTO
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Já as paredes exteriores são constituídas por planos duplos
de tijolo, o primeiro maciço e o segundo vazado, com a caixa de ar
no meio.
Quanto ao sistemas de vigas, pode-se dizer que estas se
encontravam resguardadas no interior dos pavimentos e das
paredes. Todavia existe uma grande viga, que é visível na parte
exterior do edifício até porque é suportada pelos pilotis que lá estão
presentes. Esta viga cria um piso intermédio de cerca de 1m, onde
estão presentes todas as infra-estruturas sanitárias. A entrada para o edifício é claramente identificada através de uma pala escultórica de betão assente apenas num pilar central.
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Bloco da Costa Cabral | PORTO
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Bloco de Habitação Praça D. Afonso V | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevedo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
O edifício de habitação e comércio da praça D.Afonso V
corresponde ao projecto de 1953 da autoria do arquitecto
Francisco Pereira da Costa, e insere-se no conjunto de edifícios
de habitação colectiva e social que caracterizam a arquitectura
do pós-guerra em Portugal.
O bloco localiza-se na zona ocidental da cidade do Porto,
conformando em conjunto com o Convento Dominicano do Cristo
Rei, a praça D. Afonso V. A implantação do edifício surge não só
como remate do conjunto de habitações a nascente, mas
também como uma grande varanda sobre a paisagem que
dominava.
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Bloco de Habitação Praça D. Afonso V | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevedo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
O edifício corresponde a um extenso bloco de nove fogos
por piso, constituído por cave, piso térreo destinado ao comércio,
três pisos de habitação (simplex e duplex)e um terraço, servido
por um único acesso vertical no lado nascente que dá acesso à
galeria de distribuição.
O Bloco assenta em pilotis que, ao mesmo tempo, formam
o pórtico para um grande hall de entrada, fazem a transição entre
os estabelecimentos comerciais e a praça e transportam a
estrutura e a modelação dos pisos superiores para o rés-do-chão. A caixa de escadas de acesso às galerias superiores
consiste numa torre volumetricamente independente, aberta para
o alçado nascente por um envidraçado.
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Bloco de Habitação Praça D. Afonso V | PORTO
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A estrutura e modulação do edifício são utilizadas como recurso formal e plástico nas fachadas. Na fachada poente, os pilotis que marcam o recuo do piso térreo têm correspondência nos pisos superiores, onde a estrutura formada pelas varandas das salas comuns e pelo brise-solei avança, marcando a modulação do edifício. Na fachada nascente, é possível perceber a marcação da estrutura através das galerias de distribuição, que fazem a leitura dos pisos, e de pilares que se soltam da parede nos segundo e terceiro pisos e definem a divisão dos fogos.
O módulo, constituído por dois fogos do tipo T2 espelhados, é perceptível na composição dos vãos e das grelhas metálicas que adornam as varandas na fachada poente. A métrica estrutural do bloco é feita assim de 3 em 3 metros no sentido vertical e demais ou menos 6 em e metros no sentido longitudinal.
Neste edifício é possível verificar, nas fachadas e no
interior dos fogos, a utilização de materiais inovadores para
a época, como o caso do betão revestido por cavan ou as
superfícies metálicas, como as guardas e os adornos nas
fachadas, mas também, o recurso a materiais tradicionais,
como é o caso dos caixilhos em madeira, tanto nos vãos
exteriores como nos vãos interiores.
O revestimento exterior em mármore Ruivina,
contrastando com o branco Estremoz dos pilares, o contínuo
envidraçado, o uso de perfis metálicos nos caixilhos e o
recuo das lojas em relação à rua ajudam na dissociação
volumétrica entre os diferentes sectores (comercial e
habitacional)
Cavan e reboco areado
Cavan - Marfim
Reboco areado fino – branco sujo
Chapa ondulada
Superfícies metálicas
Cavan – cinza platina
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Bloco de Habitação Praça D. Afonso V | PORTO
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Alçado nascente Alçado poente
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Bloco de Habitação Praça D. Afonso V | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevedo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
Em 2001, iniciaram-se as obras de reabilitação do bloco da praça
D. Afonso V, a cargo do arquitecto Lourenço Rocchi. Além da enorme
incoerência formal, o levantamento de patologias do edifício demonstrou
uma generalizada permeabilização do revestimento em cavan o que
causara a sua fissuração ou degradação, deixando a estrutura interior
visível e sem protecção.
As estruturas montadas nos terraços foram demolidas, as
superfícies de chapa ondulada foram substituídas por materiais
impermeabilizantes de textura igual à original, os tubos de escoamento
das águas pluviais foram associados à estrutura da fachada nascente,
as tubagens eléctricas, bem como toda a rede de água, foram
transferidas para sistemas embutidos, e foram colocadas caixilharias
duplas respeitando as caixilharias originais.
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Edifício Parnaso | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevedo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
O Parnaso a resposta rigorosa a uma o de singular
modernidade na cidade do Porto do cio dos anos 50,
integrando a Escola de sica e Danca, apartamentos e dois
pisos para o do promotor, o logo Fernando
Correia de Oliveira. do numa rua do centro do Porto
surge, com a maior naturalidade, simultaneamente como
corpo moderno e nomo e como parte integrante de uma
rua de antigas es.
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Edifício Parnaso | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevedo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
O edificio tem um afastamento de 5 metros do passeio na
rua N.S.Fátima, uma altura de rés-do-chão e 4 pisos, e
apenas rés- do-chão e um piso na rua Oliveira Monteiro,
dando continuidade às cérceas dos outros edifícios desta
rua. O edifício recorre a uma caixa de escadas para resolver
o gaveto. Os pisos organizam-se em fogos de tipologias T2
e T3 com acesso por galeria do lado norte. Os ltimos dois
pisos constituem uma nica o em plex, destinada
a Fernando Correia de Oliveira.
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Edifício Parnaso | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevedo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
A fachada trabalhada tridimensionalmente na o do
volume marcante da caixa de escada envidracada, com a
horizontalidade protagonizada pelo corpo principal, com galerias
abertas graficamente numa pequena alheta quadrada. Existe
um jogo dos materiais aplicados, o tijolo, a alvenaria pintada, o
mosaico vidrado, …
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Edifício Parnaso | PORTO
Ana Rita Silva | Catarina Azevedo | Elsa Dias | Sara Walton | Sílvia Correia
A estrutura da caixa de escada independente da do resto do
cio, por es de isolamento stico. A escada esta em
elementos vazados, com degraus sobrepostos, encastrada num dos
extremos numa parede de o armado a toda a altura do cio
travada por vigas altura dos pisos, servindo de apoio para a
caixilharia e tabique exterior da caixa de escada. As escadas o em
o armado.
Os pavimentos o elementos vazados de 17cm com 5cm de
camada de o, constituindo lajes nuas de 2 tramos
dispostos transversalmente e cortadas de 6,5m em 6,5 metros, para
assegurar o bom isolamento das es contiguas.