Portugal – O que nos define?

O que nos define é a nossa língua.

“A Língua é o que define melhor o carácter de um Povo, principalmente nos seus vocábulos intraduzíveis. Pascoaes chama a atenção para palavras específicas do nosso dialecto, como medo (ao qual está subjacente o desconhecido), remoto, ermo e saudade.

O que nos define é a nossa língua.

Esta última considera-a a mais significativa, a que traduz melhor a Alma colectiva. Significa Não o passadismo, mas a síntese do passado e do futuro. É o sentimento por excelência Português, a mais intraduzível em outras línguas.”

Clara TavaresRevista Nova Águianúmero 6

O que nos define é a nossa língua.

Esta riqueza cultural, simbólica e civilizacional que uma língua tão antiga, rica e universal como o português é hoje um dos maiores patrimónios comuns da Lusofonia, uma alavanca essencial à reconstrução de Portugal e elemento vital para a identidade nacional portuguesa.

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Assim como o português da Galiza é hoje elemento identificador da identidade nacional galega, a língua portuguesa funciona como cimento indispensável à coesão de países tão multilingues como Angola, Guiné-Bissau ou Moçambique.

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Também em Portugal a língua assume-se como um dos patrimónios nacionais que economicamente maiores retornos asseguram, imprimindo a Portugal um peso no cenário diplomático internacional que de outro modo um país – pequeno e periférico – como Portugal, nunca teria.

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A língua portuguesa (língua extensa e de cultura) é pois uma das nossas maiores riquezas. Se recentemente, na sua última deslocação à Europa, o Primeiro-ministro chinês escolheu apenas 4 países e se um destes, foi precisamente, Portugal, tal não se deveu ao nosso peso económico, militar ou político

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numa Europa que cada vez mais nos renega e quer diminuir. Tal deveu-se ao facto de, graças à língua termos hoje no mundo uma influência que extravasa em muito a nossa presença económica, demográfica e política e que se deve essencialmente à existência no mundo de 240 luso falantes.

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Se a língua é a nossa, devemos portanto assumi-la enquanto prioridade estratégica nacional. Investir na sua promoção, desenvolvimento e ensino um valor que corresponda à sua importância para a nossa identidade nacional

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(cada vez mais importante numa Europa plena de ambições assimiladoras e federalistas) e que nos permita ombrear, lado a lado, com essa grande potência lusófona que é o Brasil, na defesa e na promoção do português pelo mundo fora.

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A língua portuguesa é uma língua românica flexiva que se originou no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal derivada do latim vulgar que foi introduzido no oeste da Península Ibérica há cerca de dois mil anos.

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A língua portuguesa tem um substrato céltico/lusitano, resultante da língua nativa dos povos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da península (Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios).

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O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e XVI quando Portugal estabeleceu um Império Colonial e Comercial (1415-1999) que se estendeu do Brasil, na América, em Goa, na Ásia (Índia, Macau na China e Timor-Leste).

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Com mais de 240 milhões de falantes, é a quinta língua mais falada no mundo e usada na Internet, a mais falada no hemisfério sul, a terceira mais falada no mundo ocidental e das que usam o alfabeto latino.

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A língua Portuguesa é oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 13 de Julho de 2007, na Guiné Equatorial.

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Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialectos, até chegar ao estado conhecido actualmente.

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Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialectos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (o português brasileiro e o português europeu).

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Nos séculos XV e XVI, à medida que Portugal criava o primeiro Império Colonial e Comercial Europeu, a língua portuguesa espalhou-se pelo mundo, estendendo-se desde as costas Africanas até Macau, na China, ao Japão e ao Brasil, nas Américas.

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Como resultado dessa expansão, o português é agora língua oficial de oito países independentes além de Portugal.

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O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura é comemorado em 5 de Maio, sendo promovido pela CPLP e celebrado em todo o espaço lusófono.

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O português é conhecido como "A língua de Camões" (em homenagem a Luís Vaz de Camões, escritor português, autor de Os Lusíadas),

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"A última flor do Lácio" (expressão usada no soneto Língua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac). Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".