Português Aula12 Interpretação e Ordenação Textual

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIINTERPRETAO E ORDENAO TEXTUAL Hoje o encerramento do nosso curso. Espero que, aps esses nossos encontros, eu possa ter trazido pelo menos um novo ensinamento, uma dica proveitosa, ou, no mnimo, um sorriso a partir de uma das minhas brincadeiras. Espero que tenha conseguido, tambm, semear o prazer no estudo de nossa Lngua Portuguesa, a nica disciplina, alis, que tem aplicao diria e imediata. Alguns alunos tm solicitado questes que versem sobre interpretao de textos. Esse ponto do programa exigiria um curso completo e, mesmo assim, ao seu trmino, ficaramos com a sensao de que algo ficou faltando. Isso porque interpretao uma questo extremamente subjetiva. Seria o mesmo que um curso de natao por correspondncia. Somente a prtica pode levar perfeio ou, pelo menos, melhoria do rendimento em questes que explorem interpretao. Faam provas anteriores (so muitas as questes disponveis), treinem muito, no se contentem apenas com a resposta procurem entender o que h de errado na opo que foi considerada incorreta. A dificuldade que reside em questes desse tipo que, alm do texto inteiro, h necessidade de ler TODAS as opes. Sim, porque uma pode estar boazinha, mas a seguinte pode ser ainda melhor, mais completa. Isso demanda tempo de prova e seria um CRIME ler as opes sem ter lido o texto voc pode acabar sendo convencido por algum argumento invlido do examinador. Por isso, o treino fundamental. como tocar um instrumento musical, como o piano. No incio, dedilhamos. Depois de muitos exerccios, a msica flui e os dedos acompanham a melodia. Na interpretao, medida que lemos, aumentamos nosso vocabulrio, a facilidade em compreender e, a partir da, interpretar a mensagem. COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS Sim, existe diferena entre COMPREENSO e INTERPRETAO de um texto. No processo de recepo textual, o leitor, primeiramente, reconhece o sentido das palavras e, em funo da coeso e coerncia, os argumentos apresentados pelo autor. Esse o processo de compreenso textual. Em seguida, tomando por base outros elementos, como os conhecimentos que possui acerca do tema (chamado de conhecimento do mundo, em que pesam suas experincias pessoais, profissionais, ou seja, de vida), mede a verossimilhana do discurso e, a partir da, pode extrair inferncias do texto. Esse o processo de interpretao textual. Inferir algo tirar por concluso, deduzir por raciocnio (segundo Aurlio), ou seja, o processo de raciocnio que leva a uma concluso a partir do que se apresentou no texto, no necessariamente com as mesmas palavras do autor, mas com base na mesma idia. Uma boa dica para obter sucesso em COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS mergulhar no texto, ou seja, l-lo com gosto e boa-vontade. Afinal, no exatamente isso que fazemos ao ler um livro de cujo autor gostamos? Esquecemos da vida e at perdemos a hora (conheo gente que perdeu a estao do metr em que iria sair e acabou tendo de fazer todo o trajeto de volta...rs...). Quando lemos um texto interessante, que prende a nossa ateno e, sobretudo, cujo assunto dominamos, conseguimos compreend-lo e interpret-lo corretamente. Isso, contudo, no acontece ao lermos um texto sobre um assunto estranho, ao qual no estamos acostumados (no meu caso, textos sobre filosofia, informtica...). Com isso, criamos uma resistncia que deve ser quebrada. Mesmo que no compreenda exatamente todos os conceitos ou palavras, procure identificar elementos com os quais as opes tenham relao. Decomponha o texto em partes e extraia de cada trecho (um pargrafo ou parte dele) as idias bsicas.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIEntenda os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar sua tese. Entender um texto saber acompanhar o percurso argumentativo que o autor trilha. Identifique e grife ou escreva palavras-chave. Isso ajuda a eliminar as opes incorretas. Assim, mesmo sem compreender totalmente o texto (afinal, ele foge ao seu domnio), voc ter instrumentos para resolver a questo de prova. Algumas bancas costumam usar textos interessantes, ainda que longos e sem indicao de linhas ( o caso da Fundao Carlos Chagas, a banca da moda). Outras lanam mo de textos complicados, densos, repletos de linguagem tcnica ou simplesmente alheia ao padro comum. Esse o caso da ESAF e da CESPE. Em relao a esta ltima, outro elemento dificultoso so as prprias questes, em que se deve assinalar CERTO ou ERRADO. As questes podem apresentar argumentos que extrapolam ou contradizem (s vezes, usando as mesmas palavras, para complicar ainda mais) a tese do autor. Muitas vezes, os candidatos no se limitam ao texto e buscam nas respostas sua opinio sobre o tema. Com isso, acabam errando, e, nesse tipo de prova, um erro implica perda de ponto ganho em outra questo. cruel demais! Por isso, deixe a sua opinio sobre o tema para o barzinho com os amigos, na hora do chope com batatinha. Na hora da prova, atenha-se ao que o autor apresenta e, a partir do texto (e somente com base nele), analise as opes da prova. Algumas dicas podem ajud-lo nessa tarefa. 1 Leia o texto com calma, ateno, buscando extrair as idias principais e ter uma viso geral do assunto. 2 Se houver palavras desconhecidas, no se desespere prossiga a leitura. Muitas vezes, possvel inferir o seu significado a partir do contexto. 3 Volte ao texto e releia quantas vezes forem necessrias. Se no compreender algum trecho ou pargrafo, prossiga para ver se consegue faz-lo com os demais argumentos do autor. Caso contrrio, volte e releia, at conseguir extrair aquela idia-chave. 4 Para melhor compreenso, especialmente se o texto for longo, divida-o em segmentos (frases, perodos, pargrafos) e, se for preciso, sublinhe ou escreva ao lado palavras-chave. 5 Se for um texto dissertativo, procure identificar o posicionamento do autor e anote-o, para no confundi-lo com a sua prpria opinio. 6 Por fim, somente aps a leitura completa e bem feita, v s opes. Leia-as com a mesma calma que usou na leitura do texto. 7 Se o enunciado exigir correo gramatical, elimine antecipadamente as que apresentem erros como de sintaxe de concordncia, de regncia, ortografia, pontuao etc. Assim, aumentam as suas chances de gabaritar. 8 Se o enunciado buscar o trecho que COMPLETA o sentido, faa os mesmos passos acima (idia-ncleo, palavras-chave) em relao s opes, eliminando as que se distanciam da direo argumentativa do autor. por essas e outras que as provas apresentam textos (cada vez mais) longos e/ou complexos. O candidato que deixa a prova de Lngua Portuguesa para o fim, chega a ela cansado, esgotado, com pressa, e fica impedido de compreender o texto com perfeio. Acaba errando questes simples ou perde um tempo precioso em releituras que no seriam necessrias se estivesse com a mente descansada. Como j afirmamos em aulas anteriores, as bancas no buscam os candidatos que sabem mais; elas procuram os mais objetivos (e isso comea j na preparao), os que usam sua inteligncia a seu favor, sabendo explorar seus pontos fortes e sanar os pontos fracos.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKICOESO E COERNCIA TEXTUAL O que falar sobre as questes que envolvem coeso e coerncia textuais? Bem, preciso, para comear, dominar certos conceitos. Na construo de um texto, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreenso do que se l. Para isso, importante o bom uso tanto da pontuao (Aula 11) e de mecanismos lingsticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito (referentes textuais, tratados nas aulas sobre Pronomes e Conectivos Conjunes e Preposies). Esses referentes buscam garantir a coeso textual para que, como conseqncia, haja coerncia, tanto entre os elementos que compem a orao, como tambm entre a seqncia de oraes dentro do texto. Essa coeso tambm pode muitas vezes se dar de modo implcito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo tenham com o tema (o tal conhecimento do mundo). por isso que, como vimos, alguns textos, por tratarem de assuntos alheios ao conhecimento do candidato, so considerados desagradveis e de difcil compreenso. Costumamos usar uma linguagem figurada para apresentar os conceitos de coeso e coerncia. A coeso uma linha imaginria - composta de termos e expresses - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relaes de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetio, substituio, associao), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunes, numerais, elipses), constroem-se frases, oraes, perodos, que iro apresentar o contexto decorre da a coerncia textual. Um texto incoerente o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditria. Muitas vezes essa incoerncia resultado do mau uso daqueles elementos de coeso textual (uma conjuno inapropriada, um pronome mal empregado). Por isso, na organizao de perodos e de pargrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construdo com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. Se o examinador pedir ao candidato que aponte a assertiva que, alm dos aspectos de coeso e coerncia, apresente CORREO GRAMATICAL, uma boa dica (e somente nesse caso) , antes mesmo de ler o texto, verificar a correo gramatical das opes, descartando as que apresentarem erros de concordncia, regncia, pontuao, ortografia, etc. Assim, eliminam-se opes invlidas, aumentando, por conseguinte, as chances de identificar a correta. Em seguida, restando dois ou mais itens, a leitura do texto passa a ser fundamental. Na ltima prova para o TCU, a questo apontada como correta apresentava um erro de concordncia verbal. Vamos analis-la.

11- Indique a opo que pode anteceder o pargrafo transcrito abaixo, sem ferir os princpios de coerncia textual e desenvolvimento lgico das idias. Muito contribuiu para afirmaes desse tipo a divulgao da teoria de Cesare Lombroso (1835-1909), criminalista italiano, que procurou correlacionar aparncia fsica com tendncia para comportamentos criminosos. Por mais absurda que nos possa parecer, a teoria de Lombroso encontrou grande receptividade popular e, at recentemente, era ministrada em alguns cursos de direito, como verdade cientfica. Em nossos dias, o mau uso da sociobiologia tem exercido o mesmo papel. (Roque de Barros Laraia, Cultura um conceito antropolgico.)

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIa) O perigo da crena nas qualidades (positivas ou negativas) adquiridas graas transmisso gentica que facilmente elas podem vir associadas a padres discriminatrios, sejam raciais, sejam sociais, na tentativa de justificar as diferenas sociais. b) Os dados cientficos de que dispomos atualmente no confirmam a teoria segundo a qual as diferenas genticas hereditrias constituiriam um fator de importncia primordial entre as causas das diferenas que se manifestam entre as culturas e as obras das civilizaes dos diversos povos ou grupos tnicos. c) Os grupos humanos diferem uns dos outros pelos traos psicologicamente inatos, quer se trate de inteligncia, quer de temperamento. O desenvolvimento das aptides mentais se explicam, antes de tudo, pelo aparato inato de que vem dotado cada ser humano apangio do que se designa por espcie humana. d) As diferenas existentes entre os homens no podem ser explicadas em termos das limitaes que lhes so impostas pelo seu aparato biolgico ou pelo seu meio ambiente. A grande qualidade da espcie humana foi ter rompido com suas prprias limitaes: um animal frgil dominou toda a natureza e se transformou no mais temvel dos predadores. e) Um jovem lobo, separado de seus semelhantes no momento do nascimento, saber uivar quando necessrio; saber distinguir, entre muitos odores, o cheiro de uma fmea no cio e distinguir, entre numerosas espcies animais, aquelas que lhe so amistosas ou adversrias. Do mesmo modo, um cachorrinho criado com uma ninhada de gatinhos nem mesmo experimentar miar latir e rosnar a primeira vez que lhe pisarem a pata.

O trecho a ser indicado como correto deveria anteceder o segmento apresentado no enunciado. O item-chave o pronome demonstrativo da primeira orao: Muito contribuiu para afirmaes desse tipo.... Que afirmao foi essa? A de que grupos humanos diferem uns dos outros pelos traos psicologicamente inatos e que o aparato congnito de que vem dotado o ser humano justifica o desenvolvimento de certas aptides mentais. Esse tipo de argumentao embasou a polmica tese do criminalista italiano em que se correlaciona aparncia fsica com comportamento criminoso (resposta presente na opo c). No entanto, essa opo c, indicada como correta, apresenta ERRO DE SINTAXE DE CONCORDNCIA. Na passagem O desenvolvimento das aptides mentais se explicam ... o verbo explicar deve concordar com o substantivo que exerce a funo sinttica de ncleo do sujeito desenvolvimento , sendo a forma correta: O desenvolvimento das aptides mentais se explica.... O problema que o enunciado no exigia a correo gramatical do segmento, somente respeito aos princpios de coerncia textual e desenvolvimento lgico das idias. Ainda assim, a questo foi passvel de recurso, pois, para que haja coerncia, os aspectos gramaticais devem ser respeitados. A ESAF no teve outra sada e anulou a questo. ORDENAO TEXTUAL Em questes que envolvem ordenao textual (questes tpicas da ESAF, mas que podero estar presentes em provas de outras bancas, como j ocorreu com a FCC), a identificao dos referentes textuais ajuda (e como!) a eliminao de muitas opes. Quando isso no for suficiente, a sim, a leitura e interpretao so necessrias para identificao da ordem correta.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIDeveremos eliminar, primeiramente, as opes que no poderiam ser o primeiro pargrafo do texto. Essas opes apresentam termos ou expresses que dependem de indicaes antecedentes (pronomes, conjunes etc.). s vezes, isso basta para encontrarmos a resposta correta. Na maior parte, ficamos com apenas duas ou trs opes. A, devemos analisar cada uma das ordens propostas e verificar a que melhor respeita a coeso e coerncia textuais. Vamos analisar uma dessas questes. 07- (TRF 2003) Os trechos abaixo constituem um texto, mas esto desordenados. Ordeneos nos parnteses e, em seguida, assinale a seqncia correspondente. ( ) As operaes de compra de imveis pelas off shores tambm esto sendo monitoradas pela Receita. Os dados sero comparados com as declaraes de Imposto de Renda dos residentes no Brasil e at com o cadastro de imveis das prefeituras. ( ) Sem identificao dos donos, cujos nomes so mantidos em sigilo pela legislao dos pases onde esto registradas, muitas dessas empresas fazem negcios no Brasil, como a participao em empreendimentos comerciais ou industriais, compra e aluguel de imveis. ( ) Alm de no saber quem so os proprietrios dessas off shores, pois no h mecanismos legais que permitem acesso aos verdadeiros donos, o governo tambm no tem conhecimento da origem desse dinheiro aplicado no Pas, sem o recolhimento dos impostos devidos. ( ) A Receita Federal est fechando o cerco contra as empresas estrangeiras sediadas em parasos fiscais que atuam no Brasil, conhecidas como off shores. ( ) Para reduzir essa evaso fiscal, a Receita est identificando as pessoas fsicas que alugam imveis de luxo pertencentes a pessoas jurdicas ou mesmo fsicas que atuam em parasos fiscais. Toda remessa de aluguel tributada. (Adaptado de Ana D'Angelo, Andrea Cordeiro e Vicente Nunes, Correio Braziliense, 08/09/2003) a) 1,2,4,3,5 b) 2,3,5,4,1 c) 5,2,3,1,4 d) 1,5,4,3,2 e) 3,2,1,5,4

Veremos que a banca apresenta esse tipo de questo de diversas formas. Nessa, devemos colocar os numerais ordinais nos parnteses. Primeiramente, vamos eliminar as opes que apontam, como primeiro pargrafo do texto (1), segmentos que apresentam palavras ou expresses dependentes de informaes anteriores, quer gramaticalmente (emprego de pronomes com funo anafrica - essas, suas, que exigem referncia textual anterior, conjuno relacionando oraes de trechos diferentes, oraes cujo sujeito j deveria ter sido mencionado, etc.), quer semanticamente (no faz o menor sentido, faltam informaes). Eliminamos da primeira posio os seguintes segmentos: 1) As operaes ... tambm esto sendo monitoradas pela Receita. o vocbulo tambm indica a necessidade de ter sido mencionada outra operao que esteja sendo monitorada pela

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIReceita Federal. Alm disso, eu s sei que a Receita Federal por ter lido as demais opes. Em um texto, deve-se indicar inicialmente o nome do rgo de maneira completa. A indicao de parte desse nome Receita implica erro de coeso textual e prejudica a compreenso, pois o leitor no tem como saber que Receita essa (estadual, municipal, federal?). 2) Sem identificao dos donos, cujos nomes... donos de qu? muitas dessas empresas quais empresas? 3) Alm de no saber quem so os proprietrios dessas off shores... que off shores so essas??? O que isso?? 5) Para reduzir essa evaso fiscal ... que evaso??? S poderamos comear pelo quarto segmento: A Receita Federal (nome do rgo completinho agora, sim!) est fechando o cerco contra as empresas sediadas em parasos fiscais que atuam no Brasil, conhecidas como off shores. (tambm se apresentou o conceito de off shores que pode ser desconhecido do grande pblico). Agora, sim. Todas as informaes necessrias foram apresentadas. Vamos s opes: eliminam-se as letras a, b, d, e. RESPOSTA: C Incrvel que somente essa providncia levou ao gabarito! Mas no fique muito animadinho(a), hem? Nem sempre funciona desse jeito mole, mole... Se houver tempo, verifique a ordem e comprove que essa mesmo a resposta correta. Caso contrrio, marque o X e corra pro abrao...rs... Bem, espero que essas dicas o ajudem a resolver, daqui pra frente, as questes que envolvem esse assunto. Por fim, apresentamos, para o seu deleite, a poesia de Ricardo Alberty, extrada do livro homnimo ilustrado por Eliana Brando (Ed.Melhoramentos). Temos a oportunidade de fazer algumas anlises que envolvem a compreenso do texto (alm de absorver a lio de grande valia que ela nos traz). A casa feita de sonho Leve como uma pluma, Alta como uma torre, Quente como um ninho E doce com o mel. Assim imaginei desde pequeno a minha casa... Mais tarde, quando me encontrei s no mundo, como no tinha dinheiro, resolvi constru-la com as prprias mos. Fiz primeiro a minha casa de papel, que um material barato. E assim que ficou pronta, vieram todos os ventos da Terra e levaram a minha casa de papel, leve como uma pluma... Fiquei sem casa, mas no desisti. E fiz a minha casa beira-mar, com areia da praia, que um material barato. Mal estava pronta, vieram todas as mars do mundo e levaram a minha casa de areia, alta como uma torre...

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKITive vontade de desistir, mas eu precisava de uma casa, e sobretudo no podia abandonar o meu sonho. E resolvi fazer a minha casa de madeira, que um material barato. Cortei-a dos bosques, com as prprias mos! Ficou linda!... Escondida entre a folhagem... Mas ainda mal a tinha acabado, vieram todos os fogos do cu e queimaram a minha casa de madeira, quente como um ninho... Chorei sobre as cinzas, como se chora uma pessoa querida que morreu. Mas, mesmo assim, no desisti. E resolvi fazer a minha casa de acar... Mas o acar no um material barato! No . Mas eu precisava de uma casa, e sobretudo no podia abandonar o meu sonho... Trabalhei, lutei, passei fome, para juntar o acar suficiente... E quando a minha casa estava pronta eram de acar as paredes, o cho, o teto, os mveis, as portas e as janelas - vieram todos os bichos da Terra e devoraram a minha casa de acar, doce como o mel... Fiquei sem casa. E desisti de constru-la com as prprias mos... Perguntaram-me onde moro... Onde moro eu? Sei l!... Vou pelo mundo, aqui, alm, no bosque, beira-mar... Perguntam-me se no tenho casa... Tenho, sim! Eu podia l abandonar o meu sonho!... Resolvi imagin-la. Num lugar onde no chega o vento, nem o mar, nem o fogo, nem os bichos da Terra. Fiz a minha casa com o meu prprio sonho. Ficou linda! Leve como uma pluma, Alta como uma torre, Quente como um ninho E doce como o mel... Ainda que de origem portuguesa, o autor capaz de relacionar vrias caractersticas comuns ao povo brasileiro: a busca incessante pela casa prpria, a perseverana na luta por seus ideais, a falta de condies financeiras (procura materiais baratos e usa sua prpria fora de trabalho para a construo) etc.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIPodemos perceber que, medida que enfrenta as adversidades, o personagem se abate, sim, cada vez mais (chega a chorar, em uma delas), mas no o suficiente para desistir de alcanar seu ideal. A leveza (da pluma), a imponncia (representada pela torre), a firmeza (da madeira) e a doura (do acar) sucumbiram, mas no o nosso heri. Seu ideal foi mais forte e o levou a construir, finalmente, sua prpria casa dessa vez de forma que adversidade alguma seria capaz de destru-la: com seu prprio sonho, mantendo-a em sua prpria imaginao. Faa sua prpria interpretao do texto e tenha em mente que s no vence aquele que desiste. Agora, chega de conversa. Vamos treinar um pouco. Na primeira parte, apresentamos algumas questes de prova que tratam de coeso e coerncia textuais. Na segunda, falaremos sobre ordenao de texto. Apresentaremos algumas dicas para eliminar opes e, com isso, resolver a questo ou, no mnimo, aumentar as chances de acerto. QUESTES DE FIXAO 1- (ESAF/AFRF/2002.1) Marque, em cada item, o perodo que inicia o respectivo texto de forma coesa e coerente. Depois, escolha a seqncia correta. I ......................................................................... O abandono da tematizao do capitalismo, do imperialismo, das relaes centro-periferia, de conceitos como explorao, alienao, dominao, abriu caminho para o triunfo do liberalismo. (X) O socialismo, em conseqncia desses fatores, desapareceu do horizonte histrico, em virtude de ter ganho atualidade poltica com a vitria da Revoluo Sovitica de 1917. (Y) O triunfo do neoliberalismo se consolidou quando o pensamento social passou a ser dominado por teses conservadoras. II .............................................................. Compravam um passaporte para o camarote dos vencedores. Mas, como h uma dignidade que o vencedor no pode alcanar, como dizia Borges, o que ganharam em prestgio perderam em capacidade de anlise. (X) Os que abandonaram Marx com soltura de corpo e com alvio, como se se desvencilhassem de um peso, na verdade no trocavam um autor por outro, mas uma classe por outra. (Y) Eles substituram a explorao de classes e de pases pela temtica do totalitarismo, aperfeioando suas anlises polticas ao vincul-las dimenso social. III ........................................................................ No mundo contemporneo, tais modos nos permitem compreender a etapa atual do capitalismo, em sua fase de hegemonia poltica norte-americana. (X) Para atender a atualidade, so necessrios modos de compreenso frteis, capazes de dar conta das relaes entre a objetividade e a subjetividade, entre os homens como produtores e como produtos da histria.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI(Y) Trata-se de uma compreenso mope, que ignora componentes essenciais ao fenmeno do capitalismo que estamos vivendo. IV ......................................................................... Quem pode entender a poltica militarista dos EUA e do seu complexo militar-industrial sem a atualizao da noo de imperialismo? (X) Quem pode entender hoje a crise econmica superproduo, essencial ao capitalismo? internacional fora dos esquemas da

(Y) Portanto, a unipolaridade vigente h uma dcada que busca impor a dicotomia livre mercado/protecionismo. V ........................................................................... Nunca as relaes mercantis tiveram tanta universalidade, seja dentro de cada pas, seja nas novas fronteiras do capitalismo. (X) O capitalismo d mostras de enfrentar forte declnio, que leva os especialistas a preverem profunda fragmentao na ordem econmica interna de cada nao. (Y) Assiste-se ao capitalismo em plena fase imperialista consolidada, em que as formas de dominao se multiplicam. (Itens baseados em Emir Sader) a) X,X,Y,Y,X b) Y,X,X,X,Y c) Y,Y,X,X,Y d) X,Y,Y,X,Y e) X,Y,Y,X,X 2 - (ESAF/AFC SFC/2002) - Assinale, entre as opes propostas, aquela que se desvia, ainda que parcialmente, do conceito e da direo argumentativa expressos no perodo abaixo. Dizia o socilogo norte-americano, Robert Merton, que o que h de mais relevante e espantoso com as profecias que elas se auto-realizam, como um vaticnio, um augrio. a) Ao serem concebidas pela imaginao ilimitada dos homens, as profecias potencializam a chance de se transformarem em realidade, projetando e fortalecendo um desejo ou temor coletivo. b) Pelo simples fato de que foram inventadas por algum, com ousadia e eficcia simblica, ganham existncia real, criando a probabilidade de serem incorporadas vida social em futuro imediato ou distante. c) Quando uma grande (ou pequena) idia se cristaliza, sua fora transformadora entra em ao com os mesmos poderes que comandam as leis da Fsica. d) Acima de profetas e messias, est o imprio da histria, que constri o futuro com seus prprios vetores e foras internas atuando revelia do desiderato e do fado humanos. e) A histria da humanidade registra fatos que provam a existncia de uma simbiose natural entre os grandes sonhos e as grandes mudanas, fruto da magia pessoal e de uma vontade inabalvel.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI(Com base em artigo de Aspsia Camargo) 3 - (ESAF/AFRE MG/2005) Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formuladores do catolicismo, uniu a teologia filosofia. Sua contribuio para o estudo das taxas de juros, ainda que involuntria, foi tremenda. Em suas Confisses, o bispo de Hipona, filho de Santa Mnica, conta que, ainda adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse a castidade e a continncia e fez uma ressalva ansiava por essa graa, mas no de imediato. Ele admitiu que receava perder a concupiscncia natural da puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz impecavelmente a urgncia do ser humano em viver o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao desejo de adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqncias do desfrute presente sejam elas de ordem financeira ou de sade. justamente essa urgncia que explica a predisposio das pessoas, empresas e pases a pagar altas taxas de juros para usufruir o mais rpido possvel seu objeto de desejo. (Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia e Negcios, Revista Veja, 30/03/2005, p.90) Assinale a opo correta com base no que se depreende do texto. a) Na adolescncia, o bispo de Hipona foi concupiscente. b) O clamor de Santo Agostinho a Deus inclua o adiamento dos prazeres libidinosos. c) A predisposio para o pagamento de altas taxas de juros causa da urgncia de se querer viver intensamente o momento presente. d) A atitude tomada pelo filsofo catlico, na adolescncia, diferenciava-o dos demais homens e prenunciava a santificao futura. e) O telogo e filsofo do catolicismo contribuiu significativamente para a formulao do conceito das taxas de juros, ainda que fosse contrrio matria. 4 - (ESAF/AFC STN/2002) Relacione cada pargrafo correspondente pergunta constante da relao proposta e, depois, marque a seqncia correta. ( ) Mercados so pessoas! Pessoas com necessidades e problemas demandando solues; pessoas com informaes e conhecimento ofertando solues. gente falando com gente o tempo todo. Negcios so relacionamentos. At a pode parecer bvio. Mas pare para pensar! Compare com o que acontece na vida real: uma enorme deturpao do que verdadeiramente seja o entendimento de mercado e de negcio. Na fbrica, as mquinas, os equipamentos e as instalaes valem mais do que os funcionrios; no estabelecimento comercial, a loja, as prateleiras e os estoques valem mais do que os funcionrios. Ironicamente, os recursos fsicos e tcnicos valem mais do que as pessoas. Os meios se sobrepem aos fins. Na fbrica, as mquinas e os equipamentos recebem manuteno preventiva e corretiva, sistematicamente. Existe at a conta manuteno e conservao, que prev gastos voltados atualizao desses ativos. Existem tambm os gastos com segurana patrimonial,destinados a preservar o patrimnio composto dos ativos fixos e imobilizados. No pouco o que se gasta para preservar recursos fsicos e tcnicos. Crises econmicas mostram a pouca convico que existe no que se refere formao de

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIequipes e capacitao de pessoas. As pessoas no tm o privilgio das mquinas, eis a grande distoro. No existe a conta de aumento intelectual. (Baseado em Roberto Tranjan) 1. Quais as conseqncias nefastas da negligncia com a capacitao dos recursos humanos? 2. Qual a natureza dos mercados? 3. Consolidaram-se distores quanto a conceitos chave na economia de mercado? 4. Qual a prioridade na preservao do patrimnio no setor secundrio do sistema de produo? 5. Os recursos humanos nas diversas atividades produtivas esto subestimados? a) 2, 3, 5, 4, 1 b) 3, 1, 4, 5, 2 c) 2, 4, 3, 5, 1 d) 4, 5, 2, 1, 3 e) 5, 2, 1, 4, 3 5 - (ESAF/AFPS/2002) A entrada dos anos 2000 tm trazido a reverso das expectativas de que haveria a inaugurao de tempos de fraternidade, harmonia e entendimento da humanidade. Os resultados das cpulas mundiais alimentaram esperanas que novos tempos trariam novas perspectivas referentes a qualidade de vida e relacionamento humano em todos os nveis. Contudo, o movimento que se observa em nvel mundial sinaliza perdas que ainda no podemos avaliar. O recrudescimento do conservadorismo e de prticas autoritrias, efetivadas sombra do medo, tem representado fonte de frustrao dos ideais historicamente buscados. (Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptaes) Se cada perodo sinttico do texto for representado, respectivamente, pelas letras X, Y, W e Z, as relaes semnticas que se estabelecem no trecho correspondem s idias expressas pelos seguintes conectivos: a) X e Y mas W e Z. b) X porque Y porm W logo Z. c) X mas Y e W porque Z. d) No s X mas tambm Y porque W e Z. e) Tanto X como Y e W embora Z. 6 - (ESAF/AFRE MG/2005) Os tericos, ao dizerem que os indivduos so cronicamente insatisfeitos porque so consumistas, no esto constatando um fato, mas emitindo um julgamento moral, isto , a satisfao psicolgica obtida com a compra de objetos interpretada como insatisfao, porque seria um tipo de realizao emocional esprio. Em outras palavras, supe-se que existe uma forma mais nobre de satisfao emocional que se perderia no contato com o mundo dos artefatos, ou ento, como nos autores de orientao marxista, que a insatisfao inevitvel quando o sujeito expropriado do

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIque ele prprio produz e coagido a comprar os objetos produzidos pelos proprietrios do capital. Em suma, pode existir satisfao com os objetos de uso, mas, no, com os de troca, ou seja, com a mercadoria. (Texto adaptado de Jurandir Freire Costa. "O vestgio e a aura: corpo e consumismo na moral do espetculo", p.203) Assinale a afirmativa que est de acordo com o que argumenta o autor do texto. a) Na anlise do ser humano e de sua conduta pessoal e social, deve haver mais rigor, para que no prevaleam as crenas e os fatos sejam examinados com objetividade. b) Aqueles que criticam as leis de mercado, como os marxistas, por exemplo, elaboram anlises equivocadas a respeito dos estados psicolgicos do ser humano. c) verdadeiro o pressuposto de que espria a satisfao emocional resultante da compra de objetos, mas a relao de causa e efeito entre esses dois fatos falsa. d) A mercadoria, vil da satisfao plena do indivduo, referida por grande parte dos tericos como a forma mais nobre de satisfao emocional. e) Os tericos no estariam emitindo julgamento de valor se, ao contrrio do que afirmam sobre a insatisfao crnica dos indivduos, declarassem que, apesar de insatisfeitos, os indivduos continuam consumistas. (FCC / AFTE PB / 2006) Com base no texto a seguir, responde s questes 7 a 9. Os nmeros do relatrio da CPI dedicada originalmente aos Correios so expressivos, dos milhares de pginas de texto e documentos aos mais de cem acusados. o tempo do espanto. Um oceano nos separa, contudo, do resultado concreto, o das absolvies e o das punies. Os dois momentos do mar imenso entre relatrio e resultado esto no julgamento final, cuja tendncia pessimista, a contar de exemplos recentes. No deveria ser. No deveria ser pela natureza mesma das comisses parlamentares de inqurito, cujo nome raramente objeto de meditao at pelos operrios do direito. "Comisso", alm do significado mercantil (depreciativo, no caso do Parlamento), do dinheiro pago em remunerao de servio, tambm o do grupamento encarregado de realizar tarefa de interesse comum. Interesse comum? No. De interesses conflituosos pela prpria natureza poltica de seu trabalho, pois o vocbulo "parlamentares" as afirma integradas por componentes de uma das casas do Congresso ou mistas, funcionando segundo seus regimentos internos. (...) "As comisses so teis ou necessrias?", perguntar o leitor. Sem a menor dvida e vigorosamente, respondo sim. H abusos. So lamentveis, mas inerentes vida parlamentar, no Brasil e em qualquer pas onde haja comisses parlamentares. Se os legisladores devem ser a expresso mdia de seu povo, fica manifesto que os parlamentos sejam compostos por homens e mulheres de bem, dedicados e honestos, mas tambm por pilantras, patifes, cachaceiros, delinqentes e assim por diante. (...) Seria ideal que o povo escolhesse melhor seus representantes, dizem as elites, mas sem razo. O povo vota sob influncia do poder econmico, aps seleo dos favoritos de chefes partidrios, para excluso dos que assumam linha independente da adotada pelas lideranas e assim por diante. Voltando CPI dos Correios, cabe esclarecer por que h um oceano entre o relatrio e o resultado. "Inqurito" trabalho de apurao. Se bem feito, propicia bom material aos julgadores. Se malfeito, facilita a "pizza", essa maravilhosa inveno atribuda aos italianos em geral, mas que

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIvem do sul da Itlia. "Pizza" transformada em cambalacho e tapeao? No necessariamente. Muitas vezes o defeito da distncia entre a apurao e o julgamento est naquela, e no neste, principalmente se for judicial. O mal do julgamento poltico est em que no considera seu efeito paralelo do desprestgio para o Parlamento como um todo. No caso atual, porm, no se pode negar que j houve resultados apreciveis. Para o relatrio lido nesta semana cabe esperar pela travessia do oceano e torcer para que chegue a bom porto. (W. Ceneviva. Folha de S. Paulo. 01/04/2006, C2) Os dois momentos do mar imenso entre o relatrio e o resultado esto no julgamento final, cuja tendncia pessimista, a contar de exemplos recentes. De acordo com o texto, esse trecho significa (A) uma impressionante identidade entre relatrio e julgamento. (B) um julgamento pessimista, embora o relatrio seja um mar de otimismo. (C) um julgamento tendencioso que reflete o mar de ilcitos que constam do relatrio. (D) um desacordo considervel entre o resultado do julgamento e o relatrio. (E) um oceano de ilcitos, embora o relatrio seja tendencioso. 8 - De acordo com o texto, Pizza transformada em cambalacho e tapeao pode ser o resultado de (A) um julgamento em desacordo com as regras institucionais. (B) um relatrio que resulta de um inqurito que no apurou adequadamente os fatos. (C) uma maravilhosa inveno gastronmica, mas ruim por seu efeito paralelo. (D) um julgamento que no condiz com os fatos apurados. (E) uma Comisso Parlamentar de Inqurito dedicada a cambalachos e tapeao. 9 - As expresses travessia do oceano e bom porto podem ser substitudas, sem alterao de sentido, respectivamente por (A) apurao e bom julgamento. (B) julgamento e boa ncora. (C) relatrio e boa ncora. (D) relatrio e bom julgamento. (E) julgamento e bom termo. 10 (CESPE/BB/2002) Terminou mais um round na luta entre palestinos e israelenses. E pode-se dizer que h um empate tcnico. Feridos, os dois duelistas Ariel Sharon e Yasser Arafat seguem para seus cantos do ringue a fim de avaliar os danos. Arafat deixou seu isolamento forado de cinco meses mas ser que venceu? Sharon aparentemente se curvou s presses americanas mas tambm no se pode dizer que o premier israelense tenha sido derrotado, na opinio de analistas. Douglas McMillan. Round empatado. In: Jornal do Brasil, 2/5/2002, p. 7 (com adaptaes).

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIJulgue o item que se segue. Infere-se do texto que a complexidade da questo do Oriente Mdio de tal ordem que, no momento, no h certeza absoluta acerca de quem venceu o episdio entre palestinos e israelenses mencionado no texto.

11- (ESAF/TRF/2003) Os trechos abaixo constituem um texto, mas esto desordenados. Ordene-os nos parnteses e, em seguida, assinale a seqncia correspondente. ( ) As operaes de compra de imveis pelas off shores tambm esto sendo monitoradas pela Receita. Os dados sero comparados com as declaraes de Imposto de Renda dos residentes no Brasil e at com o cadastro de imveis das prefeituras. Sem identificao dos donos, cujos nomes so mantidos em sigilo pela legislao dos pases onde esto registradas, muitas dessas empresas fazem negcios no Brasil, como a participao em empreendimentos comerciais ou industriais, compra e aluguel de imveis. Alm de no saber quem so os proprietrios dessas off shores, pois no h mecanismos legais que permitem acesso aos verdadeiros donos, o governo tambm no tem conhecimento da origem desse dinheiro aplicado no Pas, sem o recolhimento dos impostos devidos. A Receita Federal est fechando o cerco contra as empresas estrangeiras sediadas em parasos fiscais que atuam no Brasil, conhecidas como off shores. Para reduzir essa evaso fiscal, a Receita est identificando as pessoas fsicas que alugam imveis de luxo pertencentes a pessoas jurdicas ou mesmo fsicas que atuam em parasos fiscais. Toda remessa de aluguel tributada. (Adaptado de Ana D'Angelo, Andrea Cordeiro e Vicente Nunes, Correio Braziliense, 08/09/2003) a) 1,2,4,3,5 b) 2,3,5,4,1 c) 5,2,3,1,4 d) 1,5,4,3,2 e) 3,2,1,5,4 12 - (ESAF/TRF/2003) Os trechos abaixo constituem um texto, mas esto desordenados. Ordeneos nos parnteses e, em seguida, assinale a seqncia correspondente. ( ) Em geral, esta firma constituda apenas para atuar como subsidiria da estrangeira, intermediando seus negcios. Caso a empresa compre imvel no Brasil, tem que haver registro, tem que existir um responsvel, com CPF, o que permite o controle. O investidor estrangeiro entra no Brasil via Bolsa de Valores, fundos de investimentos ou como scio de uma empresa brasileira. O secretrio da Receita admite, no entanto, que no h mecanismos para controlar a

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIatuao de brasileiros que mandam dinheiro ilcito para os parasos fiscais e o repatriam por meio de negcios realizados em nome das off shores. ( ) E tambm a contabilidade da empresa, em tais pases, no precisa ser auditada. Os donos dos recursos podem movimentar dinheiro ou constituir empresas por vrios meios que omitem seus nomes, como o sistema de aes ao portador. Esses pases conhecidos como parasos fiscais tm como principais atrativos a legislao tributria branda, com direito at a iseno de impostos, e garantia de sigilo bancrio, comercial e societrio. (Adaptado de Ana D'Angelo, Andrea Cordeiro e Vicente Nunes, Correio Braziliense, 08/09/2003) a) 1,2,4,3,5 b) 2,1,3,5,4 c) 3,2,1,5,4 d) 1,5,4,3,2 e) 5,2,3,1,4 13 - (ESAF/TRF/2000) Os fragmentos abaixo constituem um texto, mas esto desordenados. Ordene-os de forma coesa e coerente e assinale a resposta correta. A. Na sede da entidade, a Receita recolheu para anlise dezenas de notas fiscais, comprovantes de pagamentos e livros contbeis. Com base nos documentos, o rgo federal espera esclarecer a questo. O movimento financeiro durante os dez dias da festa avaliado pelo Sebrae da cidade em R$ 278 milhes. Segundo sua anlise, o evento rene 1 milho de pessoas, com uma mdia de R$ 278 gastos por freqentador. Desses R$ 278 milhes, a mdia de arrecadao de 3%. Segundo informaes obtidas pela Receita, metade desse percentual estaria sendo sonegado - ou seja, R$ 4,17 milhes. Alm do clube, devem ser fiscalizados hotis, restaurantes e a empresa que vende os anncios da festa. A suspeita de sonegao surgiu porque o recolhimento dos tributos por parte de comerciantes e empresrios da regio, no perodo da festa, o mesmo dos outros meses do ano. "Todo mundo diz que o faturamento dobra ou triplica no perodo da festa, mas o total arrecadado em impostos fica igual", diz o delegado da Receita. O primeiro alvo dos auditores na cidade foi o clube Os Independentes, instituio responsvel pela organizao da Festa do Peo de Boiadeiro. A Receita Federal de Franca est apurando a sonegao de impostos praticada pelas empresas e associaes que atuam na Festa do Peo de Boiadeiro de Barretos. (Rogrio Pagnan, Folha de S. Paulo, 15/08/2000, p. F2, com adaptaes) a) C, A, B, D b) D, C, A, B c) A, B, C, D d) D, B, C, A

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIe) B, C, D, A 14 - (FCC/Procurador BACEN/Janeiro 2006) Para responder a esta questo, considere os pargrafos que seguem. I. Essa situao prevaleceu ao menos durante os primeiros tempos da colnia. II. Vinte e sete anos mais tarde renova-se essa proibio, que s com a Restaurao seria parcialmente revogada, em favor de ingleses e holandeses. III. Com tudo isso, a administrao portuguesa parece, em alguns pontos, relativamente mais liberal do que a das possesses espanholas. Assim que, ao contrrio do que sucedia nessas, foi admitida aqui a livre entrada de estrangeiros que se dispusessem a vir trabalhar. Inmeros foram os espanhis, italianos, flamengos, ingleses, irlandeses, alemes que para c vieram, aproveitando-se dessa tolerncia. IV. S mudou em 1600, quando Felipe II ordenou fossem terminantemente excludos todos os estrangeiros do Brasil. Proibiu-se ento seu emprego como administradores de propriedades agrcolas, determinou-se fosse realizado o recenseamento de seu nmero, domiclio e cabedais, e em certos lugares como em Pernambuco deu-se-lhes ordem de embarque para os seus pases de origem. V. Aos estrangeiros era permitido, alm disso, percorrerem as costas brasileiras na qualidade de mercadores, desde que se obrigassem a pagar dez por cento do valor de suas mercadorias, como imposto de importao, e desde que no traficassem com os indgenas. Os pargrafos acima constituem um texto organizado, extrado do livro Razes do Brasil, de Srgio Buarque de Holanda (So Paulo: Jos Olympio, 1948, p. 153-4) cujos pargrafos foram transcritos de forma aleatria. A seqncia que reproduz a ordem original, garantindo clareza e coeso, : (A)) III, V, I, IV, II. (B) III, II, I, V, IV. (C) I, III, V, II, IV. (D) IV, V, I, III, II. (E) IV, I, V, II, III. 15 (ESAF/TRF/2006) Abaixo esto os segmentos inicial e final de uma correspondncia oficial. preciso complet-la nos espaos pontilhados, ordenando os pargrafos na ordem em que devem constar no documento. Numere os parnteses, obedecendo aos princpios de coeso, coerncia e encadeamento de idias. Assinale, a seguir, a opo que reproduz a ordem correta. E.M. n. 122 /Interministerial MF CGU-PR Braslia, 26 de setembro de 2005. Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica ......................................................................................... ......................................................................................... ......................................................................................

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIRespeitosamente, MURILO PORTUGAL FILHO Ministro de Estado da Fazenda Interino WALDIR PIRES Ministro de Estado do Controle e da Transparncia (....) Com o objetivo de dar fiel cumprimento quela determinao legal, cuja finalidade precpua consiste na preservao do princpio constitucional da publicidade, submetemos a Vossa Excelncia o incluso Relatrio de Gesto Fiscal do Poder Executivo Federal, referente ao perodo de janeiro a agosto do exerccio de 2005. (....) O referido Relatrio dever ser objeto de encaminhamento ao Congresso Nacional e ao Tribunal de Contas da Unio, conforme dispe o art. 116 da Lei n. 10.934, de 11 de agosto de 2004. (....) O Relatrio de Gesto Fiscal, consoante determina a supracitada Lei, deve conter informaes relativas despesa total com pessoal, dvida consolidada, concesso de garantias e operaes de crdito, devendo, no ltimo quadrimestre, ser acrescido de demonstrativos referentes ao montante das disponibilidades de caixa em 31 de dezembro, de cada exerccio e das inscries em restos a pagar. (....) Determina a mesma Lei que o Relatrio dever ser publicado e disponibilizado ao acesso pblico at trinta dias aps o encerramento do perodo a que corresponder, prazo esse que, para o segundo quadrimestre de 2005, se encerra em 30 de setembro do corrente. (....) A Lei Complementar n. 101, de 04 de maio de 2000, que estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, exige, em seu art. 54, a emisso, ao final de cada quadrimestre, pelos titulares dos Poderes e rgos referidos no art. 20, do Relatrio de Gesto Fiscal assinado pelo respectivo Chefe e pelas autoridades responsveis pela administrao financeira e pelo controle interno, bem como por outras autoridades que vierem a ser definidas por ato prprio de cada Poder ou rgo. (http://www.fazenda.gov.br/portugues/documentos/2005/ adaptaes) A seqncia correta : a) 5 4 1 3 2 b) 4 5 2 3 1 c) 5 2 4 3 1 d) 1 3 2 4 5 e) 1 2 4 3 5 GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTES DE FIXAO 1-B Essa foi a primeira questo do concurso de AFRF 2002.1, elaborada pela ESAF. A banca, obviamente, tentou desestabilizar o candidato. Essa questo tomava toda a primeira folha da prova 1, que se realizou no sbado primeiro dia de provas. Isso significa que essa foi a primeira questo de todo o concurso!!! relatorioLRF2005.pdf, com

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKISe o candidato conseguisse manter a calma, veria que essa questo poderia ser solucionada respondendo apenas aos dois primeiros trechos. Se eu estivesse l, certamente teria deixado essa questo para depois, pois o tempo despendido com ela, para ganhar apenas 1 ponto, poderia ser gasto resolvendo vrias outras questes simples e rpidas (garantindo mais do que 1, com certeza), mas isso vai de cada um. Todos os segmentos constituem um texto e, por isso, a partir do segundo (II), pode haver referncias a termos expressos em trechos anteriores. Bem, no segmento I, de sada, j eliminamos o perodo X, que faz referncia a certos fatores ainda no apresentados no texto. Assim, I-Y. Vamos s opes: eliminam-se as letras a, d, e (opa, j tenho 50% de chances de acertar!). No segmento II, o pargrafo comea indicando uma ao praticada por algum ainda no identificado (Compravam um passaporte para o camarote dos vencedores temos de identificar o sujeito da forma compravam). Como, no segmento I, no houve indicao de pessoa alguma, provavelmente essa meno se encontra no trecho omitido. O perodo X apresenta um candidato a sujeito: Os que abandonaram Marx, ou seja, aquelas pessoas que abandonaram Marx. J o perodo Y apresenta apenas um pronome pessoal reto Eles, tambm sem meno a seu referente, o que, se colocado no incio do pargrafo, prejudicaria a coeso textual. Assim, o segmento I deve ser preenchido pelo trecho X. At agora, temos Y X; vamos s opes: a resposta a letra b (a nica a apresentar essa disposio). A partir da, se o candidato for do tipo So Tom, pode confirmar que as demais sugestes de preenchimento atendem s exigncias textuais. III No pargrafo, h meno a determinados modos (tais modos), presentes no trecho X Para atender a atualidade, so necessrios modos de compreenso frteis, capazes de dar conta das relaes entre a objetividade e a subjetividade... - X IV H uma sucesso de questionamentos, iniciando-se pelo segmento X, dando continuidade com o trecho j apresentado e se encerram com uma concluso, apresentada pelo segmento Y, que seria colocado aps o trecho IV. Assim, a disposio seria: Introduo pelo segmento X: (X) Quem pode entender hoje a crise econmica superproduo, essencial ao capitalismo? internacional fora dos esquemas da

Quem pode entender a poltica militarista dos EUA e do seu complexo militar-industrial sem a atualizao da noo de imperialismo? E, na seqncia, o segmento Y: (Y) Portanto, a unipolaridade vigente h uma dcada que busca impor a dicotomia livre mercado/protecionismo. Assim, a lacuna seria preenchida por X. V Por fim, a expresso as formas de dominao se multiplicam, presente em Y, estabelece uma relao semntica com Nunca as relaes mercantis tiveram tanta universalidade Y. A ordem, portanto, Y X X X Y.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI2-D Por direo argumentativa, entende-se a linha de raciocnio do autor. Vamos resumir em algumas palavras o pargrafo em destaque: PROFECIAS SE REALIZAM. essa a idia principal. A partir da, leia cada uma das opes e identifique a que no apresenta essa idia. Em cada item, justifica-se de uma forma diferente a tese de que PROFECIAS SE REALIZAM, exceto na opo d: Acima de profetas e messias, est o imprio da histria, que constri o futuro com seus prprios vetores e foras internas atuando revelia do desiderato e do fado humanos. Neste caso, segundo o autor, a histria, com seus prprios vetores e foras internas, constri o futuro, revelia do desejo e da sorte e acima de profetas e messias (os que fazem as profecias). Ou seja, PROFECIAS NO SE REALIZAM. 3-A Em suas Confisses, (...) clamou a Deus que lhe concedesse a castidade e a continncia (...) mas no de imediato. Ele admitiu que receava perder a concupiscncia natural da puberdade. A partir dessa passagem, percebe-se que Santo Agostinho teria sido concupiscente (esse palavro significa aquele que deseja intensamente bens ou gozos materiais, inclusive em seu aspecto sexual). b) Segundo o trecho acima destacado, o que Santo Agostinho clamava era que fossem adiadas as graas da castidade e da continncia, e no os prazeres libidinosos, de que gostaria de fruir ainda na adolescncia. c) O autor utiliza o exemplo de Santo Agostinho para traar um paralelo com a predisposio das pessoas, empresas e pases a pagar altas taxas de juros na urgncia de usufruir o aqui e agora. Verifica-se, ento, que esta relao tem por CAUSA o viver intensamente e por CONSEQNCIA a disposio em arcar com esse nus to alto, e no o inverso como sugerido na opo. d) No h, no texto, nenhuma passagem que d respaldo a essa afirmao. e) Conforme comentrio da opo C, o que o autor fez foi traar um paralelo entre a atitude do bispo de Hipona e a dos seres humanos, empresas e governos, estes com relao s taxas de juros, no que tange urgncia em viver o aqui e o agora. 4-A Esse tipo de questo, se mal formulada, pode ser uma cilada para o candidato. Isto porque, numa entrevista, nem sempre a resposta condiz com a pergunta que foi formulada. s vezes, o entrevistado se entrega a devaneios e foge do assunto. Por isso, devemos buscar o que chamo de perguntas-chave. So perguntas simples, diretas, de preferncia que apresentem como resposta sim ou no. A pergunta-chave para resolver esse dilema a de n 2 Qual a natureza dos mercados?. Das respostas apresentadas, a nica que atende segmento). O mercado so pessoas! (primeiro

Vamos s opes: eliminamos trs opes: b, d, e (no acredito, de novo com 50%!!!). Em seguida, a pergunta 5 exige uma resposta afirmativa ou negativa: Os recursos humanos nas diversas atividades produtivas esto subestimados ?. A resposta, apresentada de forma indireta, est presente no terceiro segmento: Na fbrica, as mquinas, os equipamentos e as instalaes valem mais do que os funcionrios. A resposta, portanto, sim.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIDesse modo, a primeira lacuna preenchida com (2) e a terceira com (5) resposta: letra a. 5-A Para comear, o erro de concordncia do primeiro perodo foi objeto de questionamento em outro item e por isso ser mantido em nossos comentrios. Devemos, para iniciar a anlise em relao interpretao, identificar cada um dos perodos que compem o texto. Lembre-se de que o perodo se encerra com o ponto final, de interrogao ou de exclamao (s vezes, tambm com reticncias, mas nem sempre, pois estas podem indicar uma pausa no mesmo perodo, conforme lio da aula passada). X - A entrada dos anos 2000 tm trazido a reverso das expectativas de que haveria a inaugurao de tempos de fraternidade, harmonia e entendimento da humanidade. Y - Os resultados das cpulas mundiais alimentaram esperanas que novos tempos trariam novas perspectivas referentes a qualidade de vida e relacionamento humano em todos os nveis. W - Contudo, o movimento que se observa em nvel mundial sinaliza perdas que ainda no podemos avaliar. Z - O recrudescimento do conservadorismo e de prticas autoritrias, efetivadas sombra do medo, tem representado fonte de frustrao dos ideais historicamente buscados. Entre o segundo (Y) e o terceiro (W) perodos do texto, observamos a presena de uma conjuno adversativa: contudo. Por isso, eliminamos as opes c e d (apresentam a conjuno porque). Eliminamos, tambm, a opo e, pois indica o incio da adversativa no quarto perodo, em vez de no terceiro. Com quantas opes ficamos? Duas a, b (50% de novo!!!) A relao entre o primeiro e o segundo perodos de coordenao, servindo o segundo para adicionar informaes ao primeiro. O mesmo ocorre entre o terceiro e o quarto perodos. No se observa, entre eles, relao conclusiva. Por isso, a resposta que atende ao enunciado a de letra a X e Y mas W e Z. 6-A O autor j expe sua anlise crtica na primeira passagem do texto, ao afirmar que os tericos no esto constatando um fato, mas emitindo um julgamento moral. Por isso, a afirmao deste item corrobora a posio adotada pelo autor a de que deve haver maior objetividade na anlise do comportamento humano. Em relao s demais opes, cabe-nos comentar. b) No se afirma que os marxistas critiquem as leis do mercado segundo o texto, os autores de orientao marxista analisam o reflexo da expropriao da produo prpria em prol dos bens produzidos pelos detentores do capital. c) O autor apresenta essa argumentao de forma crtica, logo no poderia ser considerado verdadeiro esse pressuposto. d) Pelo contrrio. Segundo esses autores, supe-se que existam formas mais nobres de satisfao emocional do que a obtida a partir da compra de objetos. e) Ainda assim, sob essa argumentao, haveria emisso de juzo de valor por parte dos autores.

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7-D A partir dessa questo, voc poder perceber a diferena entre as questes da ESAF e da FCC em relao a interpretao de textos. Enquanto a ESAF apresenta textos curtos e densos, a FCC utiliza textos longos e de agradvel leitura. A dificuldade reside na falta de indicao de linhas, exigindo do candidato cuidado em lembrar qual a passagem do texto em referncia no enunciado da questo. O segmento em anlise foi extrado do primeiro pargrafo, reproduzido a seguir. Os nmeros do relatrio da CPI dedicada originalmente aos Correios so expressivos, dos milhares de pginas de texto e documentos aos mais de cem acusados. o tempo do espanto. Um oceano nos separa, contudo, do resultado concreto, o das absolvies e o das punies. Os dois momentos do mar imenso entre relatrio e resultado esto no julgamento final, cuja tendncia pessimista, a contar de exemplos recentes. No deveria ser. O que corrobora a resposta (opo D) o trecho que tem incio no segundo perodo ( o tempo do espanto). Nessa frase, o autor prepara o leitor para a observao que vir: Os dois momentos do mar imenso entre relatrio e resultado esto no julgamento final, cuja tendncia pessimista, a contar de exemplos recentes. V-se, assim, que h uma grande discrepncia (representada pela metfora mar imenso) entre relatrio e resultado. A afirmao que reproduz esse fato um desacordo considervel entre o resultado do julgamento e o relatrio.. 8-B Novamente, o autor se vale de expresses como oceano para retratar a disparidade entre o que se apura no processo (indicado no relatrio) e o resultado prtico dessa apurao. O autor contrape a afirmao de que Inqurito trabalho de apurao. Se bem feito, propicia bom material aos julgadores com Se malfeito, facilita a pizza... para subsidiar a argumentao seguinte: ...o defeito da distncia entre a apurao e o julgamento est naquela [apurao] e no neste [julgamento].... Assim, pode-se inferir que um julgamento ineficaz resultado de um relatrio em cujo inqurito no houve a apurao adequada dos fatos (opo b). 9-E Partindo do pressuposto de que o relatrio j foi lido (Para o relatrio lido nesta semana...), infere-se que j houve a apurao dos fatos e a elaborao do relatrio. Os passos que deveriam se seguir seriam: o julgamento e o resultado final (aplicao da pena, se houver). Por isso, a expresso travessia do oceano reproduz o julgamento (prximo passo), enquanto que bom porto a que se chega retrata o resultado desse julgamento (bom porto = bom termo = bom fim = bom resultado). 10 Item CORRETO A incerteza acerca do vencedor do embate entre palestinos e israelenses fica clara nas seguintes passagens: Arafat deixou seu isolamento (...) mas ser que venceu? (...) Sharom

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIaparentemente se curvou s presses americanas, mas tambm no se pode dizer que o premier israelense tenha sido derrotado .... 11- C Veremos que essa banca (ESAF) apresenta esse tipo de questo de diversas formas. Nessa, devemos colocar os numerais ordinais nos parnteses. Primeiramente, vamos eliminar as opes que apontam, como primeiro pargrafo do texto (1), segmentos que apresentam palavras ou expresses dependentes de informaes anteriores, quer gramaticalmente (emprego de pronomes com funo anafrica - essas, suas, que exigem referncia textual anterior, conjuno relacionando oraes de trechos diferentes, oraes cujo sujeito j deveria ter sido mencionado, etc.), quer semanticamente (no faz o menor sentido, faltam informaes). Eliminamos da primeira posio os seguintes segmentos: 1) As operaes ... tambm esto sendo monitoradas... depende da existncia / meno a outra operao que esteja sendo monitorada pela Receita Federal (a indicao de parte do nome do rgo Receita - tambm indica que j houve meno a ele, caso contrrio haveria prejuzo da compreenso textual que Receita - estadual, municipal, federal?); 2) Sem identificao dos donos, cujos nomes... donos de qu? muitas dessas empresas que empresas? 3) Alm de no saber quem so os proprietrios dessas off shores... que off shores??? O que isso?? 5) Para reduzir essa evaso fiscal ... que evaso??? S poderamos comear pelo quarto segmento A Receita Federal est fechando o cerco contra as empresas sediadas em parasos fiscais que atuam no Brasil, conhecidas como off shores. Agora, sim, houve meno a empresas off shores. Vamos s opes: eliminam-se as letras a, b, d, e. RESPOSTA: C Incrvel que somente essa providncia levou ao gabarito! Mas no se anime muito, hem? Nem sempre funciona desse jeito mole, mole... Agora, se houver tempo, verifique a ordem e comprove que essa mesmo a resposta correta (no tenho dvidas). 12 - B J comearemos riscando o que no pode ser o 1 pargrafo do texto. Eliminaremos os seguintes segmentos: 1) Em geral, esta firma... que firma??? 3) O secretrio da Receita admite, no entanto, ... uma orao que depende da existncia de outra anteriormente apresentada no texto, a fim de estabelecer uma relao adversativa com ela. 4) E tambm a contabilidade da empresa... posso??? No. 5) Esses pases conhecidos como parasos fiscais ... que pases?? Bem, s podemos comear pelo segundo segmento (O investidor estrangeiro entra no Brasil via Bolsa de Valores, fundos de investimento ou como scio de uma empresa brasileira.).

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIVamos s opes: eliminam-se as letras a, c, d, e. RESPOSTA: B Isso o que se chama de ganhar um ponto fcil, hem?? No fique acostumado com essa boa vida ela vai acabar j, j... 13 - B Pronto. Agora, comeou a mudar o estilo. Em vez de indicar a ordem em ordinais (1, 2 etc.), devemos dizer qual a ordem dos segmentos. CUIDADO, pois j vi muita gente boa e inteligente fazendo confuso. Voc dever dizer, agora, qual o primeiro segmento: A, B, C ou D. Eliminamos da primeira posio os seguintes segmentos: A Na sede da entidade,... qual a entidade? No houve meno a ela, ainda, ento no tenho como adivinhar. No posso comear o texto com esse pargrafo. B Segundo sua anlise... anlise de quem ??? Vou chamar a Me Dinah para responder isso... C A suspeita de sonegao surgiu porque... sonegao do qu? ...por parte de comerciantes e empresrios da regio,... de qual regio? Bem, s podemos iniciar pelo trecho D: A Receita Federal de Franca est apurando a sonegao de impostos praticada pelas empresas e associaes que atuam na Festa do Peo de Boiadeiro de Barretos.. Vamos s opes. Acabou a moleza, viu? Agora s podemos eliminar os segmentos das letras a, c, e. Mesmo assim, voc j tem 50% de chances de acertar (de novo!!!). No trecho B, h meno a um determinado clube Alm do clube, devem ser fiscalizados hotis, restaurantes e a empresa que vende os anncios da festa. mas que clube esse? o clube citado no trecho C O primeiro alvo dos auditores na cidade foi o clube Os Independentes, instituio responsvel pela organizao da Festa do Peo de Boiadeiro.. Logo, esse trecho C dever anteceder o trecho B. Assim, as opes seriam: D, C, B, A (no existe essa opo) ou D, C, A, B. RESPOSTA: B 14 - A Vimos que, especialmente nas questes da ESAF, podemos eliminar itens pelo fato de eles apresentarem referncias textuais. Infelizmente, isso no seria possvel nessa questo. TODOS os segmentos apresentam referncias textuais. Veja s: I - Essa situao... que situao? II ...renova-se essa proibio... que proibio? III Com tudo isso... - isso o qu? IV S mudou em 1600,... o que mudou em 1600? V - Aos estrangeiros era permitido, alm disso...- alm do qu? Como no podemos seguir aquele caminho, iremos, ento, usar outra estratgia.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKIVamos buscar, em cada trecho, uma relao com outro, estabelecendo, assim, uma ordem entre eles. Note que existe um nexo entre o que est sendo apresentado no trecho I e a informao acerca da mudana ocorrida em 1600 (IV): I - Essa situao prevaleceu ao menos durante os primeiros tempos da colnia; IV - S mudou em 1600, quando Felipe II ordenou fossem terminantemente excludos todos os estrangeiros do Brasil. Proibiu-se ento seu emprego como administradores de propriedades agrcolas, Em resposta pergunta o que mudou em 1600?, temos uma resposta, ainda que incompleta: a situao dos estrangeiros no pas. Mas que situao essa? Encontramos resposta para essa outra pergunta no trecho V Aos estrangeiros era permitido, alm disso, percorrerem as costas brasileiras na qualidade de mercadores... . Percebemos, portanto, que o trecho V deve anteceder os demais (I e IV). Alm disso, o trecho V apresenta um elemento de conexo: alm disso, que se refere ao trabalho dos estrangeiros, presente no trecho III (foi admitida aqui a livre entrada de estrangeiros que se dispusessem a vir trabalhar.). Esses dois pargrafos (III e V, nessa ordem) devem ser apresentados logo no incio do texto; depois vir o trecho I e, finalmente, o trecho IV (III - V I IV). Finalmente, como encerramento, o segmento II faz referncia a essa proibio (Vinte e sete anos mais tarde renova-se essa proibio ...), proibio presente no segmento IV ( Proibiu-se ento seu emprego como administradores de propriedades agrcolas...). Constatamos, pois, que a ordem [III, V, I, IV, II] forma um texto coeso e coerente, sendo correta a resposta (A).

15 - B Como j falamos, primeiramente, devemos eliminar da primeira posio do texto (indicao com o n 1) os segmentos que apresentam elementos de coeso textual que dependem de informaes antecedentes. So eles: 1 segmento Com o objetivo de dar fiel cumprimento quela determinao legal... 2 segmento O referido Relatrio... 3 segmento O Relatrio de Gesto Fiscal, consoante determina a supracitada Lei... 4 segmento - Determina a mesma Lei... Diante disso, conclumos que o texto s poderia comear com o 5 segmento (A Lei Complementar n. 101...). O que deveria, ento, fazer o candidato, de acordo com o enunciado? Colocar o n 1 nos parnteses que antecedem o quinto segmento. Assim, na quinta posio da enumerao, estaria o n 1. Quais so as opes que apresentam essa disposio? As letras b e c.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKINossa, professora, voc falou TRS VEZES que era para colocar o n 1 entre parnteses!!! Eu j entendi!!!. Sim, falei e repito, porque foi nesse ponto que muitos candidatos se confundiram. Equivocadamente, em virtude da pressa ou do cansao ou at de ambos leram somente uma parte do enunciado (Numere os parnteses...) e saram numerando seqencialmente os segmentos (indicaram o n 1 para Com o objetivo de dar...; o n 2 para O referido Relatrio... e assim por diante). Aps essa providncia, indicaram a ordem de acordo com o nmero que apuseram nos parnteses. A, consideraram que o texto comearia com o trecho de n 5 (o ltimo segmento). Como conseqncia, no encontraram a ordem correta e, como forma de arranjar uma resposta, mudaram a ordem adequada ao texto, indicando uma outra ordem apresentada pela opo a ou c. CUIDADO! NO FOI ESSA A DETERMINAO DO ENUNCIADO! Vejamos o que foi solicitado: Abaixo esto os segmentos inicial e final de uma correspondncia oficial. preciso complet-la nos espaos pontilhados, ordenando os pargrafos na ordem em que devem constar no documento. Numere os parnteses, obedecendo aos princpios de coeso, coerncia e encadeamento de idias. Assinale, a seguir, a opo que reproduz a ordem correta.. Nos parnteses deve ser indicado o nmero da posio que o segmento ocupar no texto (1 = 1 pargrafo; 2 = 2 pargrafo; e assim sucessivamente). A banca exige que se numere os parnteses, obedecendo aos princpios de coeso, coerncia e encadeamento de idias. Numerar de forma sucessiva, como muitos fizeram, prejudica os aspectos textuais exigidos pelo examinador. Voltando ordenao, vimos que o quinto segmento ocuparia a posio n 1 (A Lei Complementar n. 101, de 04 de maio de 2000, que estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, exige...).. Nele, faz-se meno, pela primeira vez, ao Relatrio de Gesto Fiscal (exige ... a emisso ... do Relatrio de Gesto Fiscal ...). Na seqncia, apresentar-se-o as informaes que devem constar desse relatrio, informaes essas presentes no TERCEIRO segmento, que receber, ento, nos parnteses, o n 2, quais sejam: O Relatrio de Gesto Fiscal, consoante determina a supracitada Lei, deve conter informaes relativas despesa total com pessoal, dvida consolidada, concesso de garantias e operaes de crdito. Alm disso, a expresso supracitada lei remete Lei n 101, mencionada na introduo do texto (quinto segmento posio 1), o que confirma a ordem at ento apresentada. No terceiro pargrafo do texto (ou seja, posio n 3), deve ser apresentado o QUARTO segmento, que trata da publicao do referido relatrio (Determina a mesma Lei que o Relatrio dever ser publicado e disponibilizado ao acesso pblico...). Em seguida, vir o PRIMEIRO segmento, que, por apresentar a expresso quela determinao legal, indica que este trecho se encontra distante do primeiro pargrafo (pronome demonstrativo aquela usado em referncia anafrica). Receber, portanto, o n 4. Finalmente, vir o SEGUNDO segmento, que encerra o texto indicando o encaminhamento que deve ser dado ao relatrio (O referido Relatrio dever ser objeto de encaminhamento ao Congresso Nacional e ao Tribunal de Contas da Unio ...) e, por isso, receber o n 5. Destarte, a ordenao dos segmentos seria: [ 4 5 2 3 1 ], opo do item b.

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CURSOS ON-LINE PORTUGUS CURSO REGULAR PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Desejo a vocs muito sucesso nessa empreitada e a plena realizao de seus projetos. Continuarei, sempre, disposio para quaisquer dvidas, crticas, elogios e convites de comemorao (rs...). Grande abrao e bons estudos, sempre.

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