PORTUGUES EM EXERCICIOS FCC

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PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ ICMS-SP – QUESTÕES FCC PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 0: ORTOGRAFIA Olá, pessoal Com a publicação do edital para o concurso de Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo, vulgo ICMS/SP, é hora de “afiar as garras” e sedimentar os conhecimentos. Então, nada melhor do que praticar (exercícios, muitos exercícios) como forma de rever a matéria. O propósito deste curso é estudar os principais tópicos da Língua Portuguesa a partir da resolução de questões de prova da Fundação Carlos Chagas, banca examinadora desse certame. Nessa disciplina, as provas elaboradas pela FCC são, em geral, muito bem feitas, com textos de leitura agradável, na maioria das vezes (ao contrário do que faz, por exemplo, a ESAF), explorando de forma clara o domínio da compreensão textual. Com calma e atenção, o candidato é capaz de acertar, senão todas, pelo menos a maior parte das questões de interpretação. Essas costumam ser as primeiras questões da prova e representam algo em torno de 30% da prova. Em seguida, a banca explora conhecimentos dos aspectos gramaticais, e é nesse ponto que “mora o perigo”. Algumas questões exigem do candidato domínio das regras da gramática normativa (norma culta). Em nosso curso, faremos uma breve revisão dessas regras e, sempre que possível, serão apresentadas dicas que possam auxiliar o candidato a compreendê-las e memorizá-las. Serão 6 (seis) encontros, incluindo este, em que comentaremos questões aplicadas nas provas da FCC sobre os principais pontos da Língua Portuguesa. O programa, apesar de traçado em poucas linhas no edital, é muito extenso. Por isso, abordaremos os principais tópicos, ou seja, aqueles que são recorrentemente exigidos nas provas dessa banca, como ortografia, verbos, concordância, regência, pronomes, crase e pontuação. Da mesma forma que fizemos em outra turma de exercícios, questões que abordem um único assunto serão reproduzidas na íntegra. As que explorem assuntos diversos na mesma questão serão tratadas de forma diferente: terão cada opção separada por assunto e sua correção será analisada sob a forma de certo ou errado (como nas provas da Cespe/UnB). Assim, o enunciado original dessas questões será modificado para “julgue a assertiva abaixo” ou algo parecido.

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AULA 0: ORTOGRAFIA

Olá, pessoal

Com a publicação do edital para o concurso de Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo, vulgo ICMS/SP, é hora de “afiar as garras” e sedimentar os conhecimentos. Então, nada melhor do que praticar (exercícios, muitos exercícios) como forma de rever a matéria.

O propósito deste curso é estudar os principais tópicos da Língua Portuguesa a partir da resolução de questões de prova da Fundação Carlos Chagas, banca examinadora desse certame.

Nessa disciplina, as provas elaboradas pela FCC são, em geral, muito bem feitas, com textos de leitura agradável, na maioria das vezes (ao contrário do que faz, por exemplo, a ESAF), explorando de forma clara o domínio da compreensão textual. Com calma e atenção, o candidato é capaz de acertar, senão todas, pelo menos a maior parte das questões de interpretação. Essas costumam ser as primeiras questões da prova e representam algo em torno de 30% da prova.

Em seguida, a banca explora conhecimentos dos aspectos gramaticais, e é nesse ponto que “mora o perigo”. Algumas questões exigem do candidato domínio das regras da gramática normativa (norma culta). Em nosso curso, faremos uma breve revisão dessas regras e, sempre que possível, serão apresentadas dicas que possam auxiliar o candidato a compreendê-las e memorizá-las.

Serão 6 (seis) encontros, incluindo este, em que comentaremos questões aplicadas nas provas da FCC sobre os principais pontos da Língua Portuguesa.

O programa, apesar de traçado em poucas linhas no edital, é muito extenso. Por isso, abordaremos os principais tópicos, ou seja, aqueles que são recorrentemente exigidos nas provas dessa banca, como ortografia, verbos, concordância, regência, pronomes, crase e pontuação.

Da mesma forma que fizemos em outra turma de exercícios, questões que abordem um único assunto serão reproduzidas na íntegra. As que explorem assuntos diversos na mesma questão serão tratadas de forma diferente: terão cada opção separada por assunto e sua correção será analisada sob a forma de certo ou errado (como nas provas da Cespe/UnB). Assim, o enunciado original dessas questões será modificado para “julgue a assertiva abaixo” ou algo parecido.

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Ao fim de cada aula, será apresentada a lista com todos os exercícios nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os resolva antes de ver o gabarito e ler os comentários correspondentes.

A aplicação das provas está prevista para os dias 30 de abril e 1º de maio, então não percamos mais tempo e vamos ao estudo, afinal, serão 40 questões de Língua Portuguesa e essa é a segunda disciplina no critério de desempate (atrás somente de Raciocínio Lógico e antes mesmo de Legislação Tributária – ou seja, os examinadores querem alguém que tenha um bom raciocínio - rápido, de preferência - e que domine a língua pátria. O principal instrumento de trabalho - a legislação estadual – acabou em terceiro plano!!!!).

Nosso assunto de hoje é ORTOGRAFIA.

Gosto muito de iniciar o nosso estudo alertando para o fato de que ninguém é obrigado a conhecer TODAS as palavras da língua. Logo, não é vergonha nenhuma desconhecer o significado de uma ou outra. É comum esta banca exigir questões exclusivas de ortografia, muitas vezes simples. Mas, de qualquer forma, não podemos nos descuidar, tampouco menosprezar o “adversário” (a banca). Havendo dúvidas, procure o “pai dos burros” e veja como se escreve determinada palavra.

O estudo da ORTOGRAFIA abrange:

1 - EMPREGO DE LETRAS (s/z; sc/sç/ss; j/g; izar/isar; etc)

2 - ACENTUAÇÃO GRÁFICA

3 - USO DE OUTROS SINAIS DIACRÍTICOS (principalmente o HÍFEN e o TREMA)

Como nosso estudo será o mais objetivo possível, lembro-lhe que a palavra derivada costuma conservar a grafia da palavra primitiva. Por exemplo, normalmente se usa “x” após “en” (enxuto, enxovalhar), mas isso não acontece com encher, que deriva de cheio, ou com encharcado, que provém de charco (pântano), pelo fato de o dígrafo “ch” já constar da palavra primitiva. “Costuma”, porque raras vezes podemos nos deparar com alguns casos (excepcionais) que buscam na etimologia a mudança das letrinhas, por exemplo, estender e extensão (o substantivo que manteve o x da forma verbal latina extendere, segundo Aurélio) ou catequese e catequizar. Recentemente, em uma prova da ESAF, a “bola da vez” foi o verbo que tem relação semântica com “dispêndio”. Você sabe qual é e como ele é grafado? Acertou quem respondeu: “despender”, com “e” na primeira sílaba. Isso porque houve alteração na formação do verbo e este se desligou de sua origem latina (“dispendere”, com “i”). Nada

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impede que estas palavras sejam exploradas também pela FCC, não é mesmo?

Outra dica preciosa: na dúvida com relação à grafia de uma palavra que sofreu algum processo de transformação (substantivo derivado de verbo ou substantivo derivado de adjetivo), busque a grafia de outra palavra conhecida sua (que servirá de paradigma), tomando o cuidado de observar se esta sofreu o mesmo processo daquela. Aquilo que aconteceu com uma irá acontecer com a outra também.

Veja os exemplos.

compreender -> compreensão / pretender -> pretensão

permitir -> permissão / emitir -> emissão

conceder -> concessão / retroceder -> retrocessão

Também podem ser objeto de prova as palavras que, apesar de “parecidas” não são sinônimas – são os parônimos, que veremos em uma das questões aqui estudadas.

Então, mãos à obra! Vamos às questões de prova da FCC e bom estudo!

ORTOGRAFIA

1 - (Técnico TRE AP/Janeiro 2006) Está correta a grafia de todas as palavras da frase:

(A)) Só os inescrupulosos continuam a gastar água sem analisar as conseqüências.

(B) O consumo excecivo de energia pode, um dia, vir a se tornar uma contravensão.

(C) Os que menospresavam o valor da água passaram a reconhecer sua escassês.

(D) Das turbinas de uma uzina a uma lâmpada acesa, o caminho é longo e sinuozo.

(E) Se a falta de energia fosse algo imprevizível, desculparíamos o coxilo dos responsáveis.

Gabarito: A

Comentário.

Vamos observar a grafia correta de alguns vocábulos apresentados na questão:

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(B) As duas incorreções estão nas grafias de:

- excessivo - que é em excesso, derivante de “exceder”, que não deve ser confundido com “exceção”, que deriva de excetuar;

- contravenção - cuja origem remonta ao verbo “contravir”, ou seja, “vir em sentido contrário”, transgredir, infringir.

(C) - menosprezavam – “prezar menos”, desprezar; se “prezado” é o tratamento que se dá a quem é “querido”, “estimado”, menosprezado e desprezado têm significado oposto; contudo, a grafia é a mesma, pois todos esses vocábulos têm a mesma origem e devem apresentar a letra “z”;

- escassez – substantivo abstrato relativo a “escasso” e, por isso, apresenta a mesma grafia do adjetivo. A terminação “ez/eza” se aplica aos substantivos derivados de adjetivos: escasso – escassez / tímido – timidez / rígido – rigidez / grande - grandeza. Já a terminação “ês/esa” é empregada em adjetivos pátrios, como “holandês”, “português”, “calabresa” (em caso de dúvida, dê uma olhadinha em nosso Ponto 3 – Ortografia, na área aberta do Ponto).

(D) usina (se você achou que esse erro foi gritante, espere só para ter uma surpresa...) e sinuoso - o sufixo nominal “-oso” denota “provido ou cheio de” (primeira acepção); por isso, “cheiroso”, “gostoso”, “afetuoso” são escritos com “s”. Como mencionamos no início do nosso estudo, essa comparação muitas vezes auxilia na hora da dúvida.

(E) - imprevisível – como o adjetivo referente a “ver” é “visível”, esta grafia se emprega também em “imprevisível” (que não tem verbo correspondente – não existe o verbo “imprever”). Mais uma vez, a regra do paradigma poderia auxiliar na resolução da questão.

- cochilo – palavra de origem africana que, segundo Aurélio, significa “sono leve”.

2 – (Analista Judiciário TRT 13ª Região / Dezembro 2005) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores.

(B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado.

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(C) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade.

(D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de campanha.

(E)) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido.

Gabarito: E

Comentário.

Vamos analisar as incorreções de cada um dos itens.

(A) A incorreção deste item está na conjugação verbal de “adequar” na terceira pessoa do singular do Presente do Indicativo. Como veremos na aula apropriada (Verbos – Conjugação), este é um verbo defectivo, ou seja, que apresenta “defeito”, pois, no presente do indicativo, apenas é conjugado nas primeira e segunda pessoas do plural. Aliás, veremos que esse “defeito” só aparece no presente do indicativo (e formas derivadas desse tempo verbal), sendo os verbos defectivos perfeitamente conjugados em qualquer outro tempo passado ou futuro.

Está correta a forma “contendores”. “Contenda” significa “discussão”, “debate”. Então, aquele vocábulo designa os serem que praticam essas ações, ou seja, os debatedores.

(B) Estão incorretas as grafias dos vocábulos altercações (“altercar” significa “discutir”. Portanto, “altercações” é o mesmo que “discussões”). Essa era uma palavrinha de difícil identificação, pois normalmente não faz parte do vocabulário padrão. Mas a banca resolveu “aliviar” a mão e colocou, em seguida, a palavra disseminar incorretamente grafada. Disseminar tem o sentido originário de “semear”. Por analogia, passou a significar “difundir, espalhar, propagar”.

(C) Os dois deslizes ortográficos são:

- a forma verbal constitui – muito comum o erro na conjugação dos verbos terminados em –uir (como “concluir”, “destituir”, “possuir”), na conjugação da terceira pessoa do singular no presente do indicativo (ele constitu...?).

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A explicação é que os verbos terminados em “ir” (partir, ferir, decidir) recebem na desinência a letra “e” – PARTIR: ele parte / eles partem - FERIR: ele fere / eles ferem - DECIDIR: ele decide / eles decidem. Fica fácil, então, usar o mesmo critério com os verbos terminados em hiato, como é o caso de ‘CONSTITUIR’(–uir). No entanto, nesses verbos, a conjugação da 3ª pessoa do singular (ele/ela/você) termina com a letra “i” – CONSTITUIR: constitui – CONCLUIR: conclui - OBSTRUIR: ele obstrui – POSSUIR: ele possui.

Mas, CUIDADO!!! Essa variação só ocorre na 3ª pessoa do singular. Na 3ª pessoa do plural, retoma-se a desinência “EM” (com “E”): CONCLUIR: eles concluem - OBSTRUIR: eles obstruem – POSSUIR: eles possuem.

- preservando – o verbo “preservar” é escrito com “s”, e não com “z”, como apresentado.

(D) Os dois vocábulos incorretos são inépcia (que significa “falta absoluta de aptidão”) e falacioso(que deriva de falácia, com “c”).

Aproveitamos a menção à palavra “inépcia” para tratar de consoantes mudas. Devemos ter cuidado com algumas palavras especiais: AFICIONADO (tem apenas um “c” – formalmente, não existe “aficcionado”), ABRUPTO , OPTAR (cuidado na conjugação do verbo, em que a letra “p” é muda – eu opto, tu optas...). Outras (e suas derivadas) facultam a colocação da letra muda – CONTA(C)TO, INFE(C)ÇÃO, CORRU(P)ÇÃO, A(C)CESSÍVEL (com o “c” dobrado, pronuncia-se <cs>), como o “x” de táxi). Não acredita? Consulte o Aurélio.

Outra palavra perigosa é “CARÁTER”. O plural correspondente busca em sua origem latina a grafia CARACTERES (“Aquele rapaz é um mau caráter. Aqueles rapazes são uns maus caracteres”).

3 – (PROCURADOR TCE AM /Fevereiro 2006) Está clara e correta a redação da seguinte frase:

(A)) Não basta, para o economista ético, fazer uma boa análise do processo produtivo em si mesmo; interessa-lhe, sobretudo, contribuir objetivamente para o fortalecimento do sentido social desse projeto.

(B) Ao avalisar, legitimar e referendar a produção da civilização atual, com a qual não é capaz de discordar, o economista técnico contribue apenas no sentido de confirmar o que se consolida economicamente.

(C) Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar, o economista ético deverá de compor algumas das contradições atuais,

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entre elas garantir a manutenção do emprego ao par do avanço tecnológico.

(D) Segundo a tese de que toda época histórica ressalta seus sacerdotes superiores, infere o autor de que o nosso tempo se caracteriza pelo previlegiamento da condição dos economistas.

(E) O economista técnico supõe que toda a economia é regida graças às leis de demanda e oferta, motivo porque ele se aplica tão somente em referendar o sistema globalizado vijente em nossos dias.

Gabarito: A

Comentário.

(B) Já falamos que uma palavra normalmente conserva a grafia da palavra primitiva. Se esta já apresentava a letra “s” em sua grafia, a palavra derivada irá manter essa letra. Assim, “paralisar” se escreve com “s” por causa de “paralisia”. Se não havia a letra “s” na primitiva, a palavra derivada irá receber um “z”. Por isso que “imunizar”, que deriva de imune, se escreve com “z”.

A partir desse conceito, diga-me: “avalisar” (assim está na questão) deriva de qual palavra? Resposta: “aval”. E “aval” possui a letra “s”? Resposta negativa. Então, qual a letra que devemos colocar? A letra “z”, grafando “avalizar”, assim como em computadorizado (computador), comercializar (que deriva de “comercial”), e paizinho (diminutivo de “pai”).

Enquanto isso, analisar (análise), atrasar (atraso) e paralisar (paralisia) são escritas com “s”.

O outro erro de grafia desse item está na conjugação do verbo “contribuir”. Como já mencionamos na correção do item “c” da questão anterior, os verbos terminados em –uir recebem na 3ª pessoa do singular a desinência “i” – contribui. Mais sobre isso será abordado na aula sobre verbos - conjugação verbal.

Finalmente, há um outro erro, desta vez de regência verbal – “alguém discorda DE alguma coisa”. Então, correta seria a construção “da qual (e não ‘com a qual’) não é capaz de discordar”. Esse assunto será explorado na aula sobre Regência.

(C) O erro é de construção verbal – a locução verbal “deverá compor” não necessita da preposição “de”. A construção “ao par de” é equivalente a “a par de”, porém menos usual que esta, cujo significado é “ao lado de”.

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(D) Não há registro formal da palavra “previlegiamento”, ou seja, nos dicionários e no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (http://www.academia.org.br/vocabulario/frame11.htm) não existe essa palavra. Mesmo que assim o fosse, sua grafia deveria seguir o padrão da palavra originária – privilégio, com “i” na primeira sílaba.

(E) “Vigente” significa “o que vige” (não confunda com “vixe”, muito comum na Bahia, inclusive, ressurgido em um sucesso no carnaval de Salvador: “Vixe, mainha”. Imagino eu que essa expressão deve ter origem em “virgem maria”. Por favor, se algum especialista em etimologia de termos baianos estiver entre nós, corrija-me se eu estiver errada!).

De volta ao estudo, como “viger” (ter ou estar em vigor, vigorar) é grafado com “g”, a forma nominal correspondente deve conservar a mesma letra - vigente. É um verbo defectivo, já que não se conjuga na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Vamos estudar mais verbos defectivos na aula sobre verbos. Aguarde.

Outro problema encontrado nessa opção está em “tão somente”. O advérbio (forma reforçada de “somente”) deve ter seus elementos ligados por hífen: tão-somente, assim como acontece com o correspondente “tão-só” (também com hífen). Esse é um dos tópicos de ortografia. Uma das funções desse sinal diacrítico é ligar elementos que formam palavras compostas. Por isso, há diferença entre “dia a dia” (locução adverbial que significa “diariamente”) e “dia-a-dia” (locução substantiva equivalente a cotidiano). Atualmente, algumas palavras já se encontram “dispensadas”, na língua coloquial, do sinal. Um bom exemplo é “ponto de vista”, que originariamente, no sentido de “opinião”, era grafado com hífen (“ponto-de-vista”).

Assim, em questões de prova, todo cuidado é pouco.

Finalmente, para encerrarmos essa (longa) questão, o último deslize foi apresentado na grafia de “porque”. Assunto igualmente longo este.

Em vários livros voltados para concursos públicos há listas e mais listas sobre o “porque” e suas formas (separado com acento, separado sem acento, junto com acento, junto sem acento).

Primeiro devemos entender o motivo da acentuação do vocábulo. Quando o pronome ou a conjunção está no início ou no meio do período, normalmente a palavra é átona, chegando, por regionalismo, a ser pronunciada como “porqui”. Todavia, no fim do período, recebe ênfase e passa a ser forte, tônica. É por isso que, nessa posição, recebe o acento circunflexo (por quê). Também é acentuado o substantivo porquê, que, na mudança de classe gramatical, passou a ter uma tonicidade que na forma de pronome ou conjunção não tinha.

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Em resumo: recebe acento circunflexo o vocábulo tônico, quer pronome interrogativo no fim da frase (“Eu preciso saber por quê.”), quer substantivo (“Ele não sabe o porquê da demissão.”).

Se for:

- conjunção (explicativa ou causal), é junto – porque.

- pronome relativo acompanhado de preposição (“Há muitas razões por que tanta gente presta concurso público.”) é separado e pode ser substituído por “pelo qual” e flexões – por que.

- preposição + pronome interrogativo (em pergunta direta ou indireta), ele é separado – por que (“Não sei por que você não veio.” / “Por que você não veio?” / “Você não veio por quê?” – recebeu acento por ser tônico), com a idéia de “por qual motivo / por qual razão”.

Usa-se essa forma também como complemento de expressões como eis, daí e em outras em que esteja implícita a palavra “motivo” – “Eis por que (motivo) eu não irei à festa.” / “Estive doente, daí por que (motivo) não fui à festa.” / “Não há por que (motivo) você se aborrecer comigo.”.

4 - (Analista TRT 8ª.Região / Dezembro 2004) Está correta a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Nem situações vexatórias, nem repreensões, nem as mais diferentes sanções têm evitado que os fumantes dêem vazão ao seu vício.

(B) A admissão de que há o direito do fumante não exclui, propõe o autor, direitos outros, sem a excessão dos direitos de quem não fuma.

(C) Se é certo que há intranzigência por parte de muitos antitabagistas, também é certo que muitos fumantes não recuam em suas obcessões.

(D) A vemência dos que se insurgem contra o cigarro é às vezes tão intensa que os torna mais incômodos, onde estejam, que os próprios tabagistas.

(E) Tempos atraz, o ato de fumar não estigmatisava: emprestava ao sujeito uma aura de elegante compenetração, de nobre austeridade.

Gabarito: A

Comentário.

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Estão perfeitamente grafadas todas as palavras dessa opção:

- “vexatória” é da mesma família de “vexame”, “vexar”, as formas variantes “avexar” e “avexado” (muito comuns no Nordeste e igualmente corretas), tudo com “x”;

- a conjugação da terceira pessoa do plural no presente do indicativo dos verbos LER, VER, CRER e DAR faz dobrar a letra “e”- lêem, vêem, crêem e dêem, exatamente como registrado na questão. Mais adiante, voltaremos a tratar disso.

As incorreções observadas nas demais opções são:

(B) exceção – já mencionamos a grafia dessa palavra, que se liga ao verbo excetuar (e não exceder, como bem observamos na questão 1).

(C) intransigência – uma das acepções do verbo “transigir” é “chegar a um acordo”. Logo, alguém instransigente normalmente não é dado ao dialógo, e intransigência é o substantivo que equivale a intolerância. Perceba que todos esses vocábulos são escritos com “s”.

Além disso, obsessão (perseguição) é o ato de obsediar ou obsedar, praticado por quem é obsessivo (todos com “s” após o “b” mudo). Não se deve confundir com obcecação, ato de obcecar (cegar, deslumbrar, induzir a erro), qualidade de quem é obcecado (todos com “c” após o “b” mudo). Uma boa forma de memorizar a grafia de certos vocábulos é estabelecendo uma comparação deles com outros, como fizemos aqui (obsessão x obcecação). Podemos fazer isso entre suscitar e sucinto. Veja que o primeiro apresenta o dígrafo “sc”, enquanto que o segundo é escrito somente com “c”. Uma forma de “guardar” – “sucinto” significa “breve”. Assim, para ser breve, economizou-se nas letras e, por isso, colocamos apenas uma (o “c”). Seu correspondente é “suscitar”, que se escreve com duas letras (“sc”). E aí, gostou? Bem, é uma tentativa de memorização, já que muitas vezes, não há justificativa que convença o porquê do uso de uma letra e não de outra.

(D) veemência significa intensidade, eloqüência e deve ser escrito com duas letras “e”.

(E) atrás e estigmatizava (acredito que essa foi a mais fácil de todas as opções). Em relação ao segundo vocábulo, lembramos que o substantivo correspondente é estigma (marca, sinal) e, assim, o verbo a ele correspondente, por não apresentar a letra “s”, recebe a letra “z”: estigmatizar. Sobre isso, já falamos no comentário à opção (B) da questão 3, quando abordamos a palavra “avalizar”. Agora, na próxima questão, observe como esse assunto se repete nas provas da FCC.

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5 - (Técnico TRT 3ª.Região/Janeiro 2005). Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:

(A) Para garantir a segurança dos trabalhadores e dos usuários, os responsáveis tomaram a decisão de paralizar, por algumas horas, os trabalhos na uzina.

(B) A intensa afluência de pessoas em áreas que possam produzir riqueza imediata pode gerar conflitos e degradação do meio ambiente.

(C) Boas intenções, que norteiam programas assistenciais, nem sempre são garantia de sucesso dos empreendimentos desenvolvidos.

(D) A exploração dos recursos naturais de uma determinada região e a necessária preservação do meio ambiente mobilizam defensores, tanto de uma quanto de outra.

(E) Embora estejam muito próximos de imensas riquezas, os garimpeiros dificilmente têm acesso a bens de consumo, pois vivem em extrema pobreza.

Gabarito: A

Comentário.

Quando afirmamos que fazer provas anteriores é essencial à preparação do candidato, não estamos brincando. Veja que nesta questão os dois erros já foram mencionados nessa aula – USINA e PARALISAR. O primeiro vocábulo foi objeto da prova de Técnico do TRE AMAPÁ (questão 1) e o segundo segue a explicação apresentada nos comentários às questões 3, item (B) - “avalizar” – e 4, item (E) – “estigmatizar”.

6 – (Procurador BACEN/ Janeiro 2006) Considerando-se as afirmativas abaixo, a respeito de aspectos lingüísticos constantes do texto, julgue os itens abaixo:

(I) incipiente tem o mesmo significado da palavra análoga insipiente.

(II) ganhos mais vultosos – o adjetivo grifado admite a forma variante vultuosos.

Itens INCORRETOS.

Comentário.

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Nessa questão, a banca exigiu o conhecimento sobre parônimos.

Incipiente significa o que está no começo (incipiente, com “c” de começo), enquanto que insipiente quer dizer “não sapiente”, ou seja, o que não sabe, ignorante; sua grafia tem origem em “sapiência” (sabedoria), por isso “insipiente” mantém a letra “s”.

Vultoso se refere a algo de grande vulto (reveja o que falamos sobre o sufixo “-oso” em uma das questões anteriores), ao passo que vultuoso, segundo o Aurélio, se refere ao aspecto da face quando está vermelha e tumefacta e com os olhos salientes (Nossa, deve ser horrível alguém/algo vultuoso!!!).

Há muitos outros parônimos, e o que não falta no mercado é material que apresente listas e mais listas com essas palavrinhas perigosas. Contudo, como o nosso estudo deve ser o mais objetivo possível, não iremos reproduzi-las aqui. Se o candidato julgar conveniente, busque estudar a grafia e o significado dos parônimos mais “famosos” (iminente/eminente – discriminar/descriminar – infringir/infligir, dentre tantos).

7 - (Técnico TRT 8ª. Região / Dezembro 2004) Há palavras escritas de maneira INCORRETA na frase:

(A) Recursos científicos e tecnológicos devem oferecer possibilidade de inserção social à população carente e desassistida das grandes cidades.

(B) Um regime de crescente colaboração entre governo, instituições privadas e sociedade garantirá o hesito de diversos programas direcionados a adolecentes mais pobres.

(C) Ao atribuir excessivo valor ao consumo de bens supérfluos, a sociedade passa a exigir que as pessoas aparentem poder econômico, mesmo falso.

(D) Em várias regiões, o inchaço urbano, resultante do intenso êxodo rural, é responsável pelo crescimento desmedido do número de favelados.

(E) Extensas áreas, em todo o mundo, encontram-se ocupadas por populações que vivem em situação de miséria, destituídas dos direitos básicos da cidadania.

Gabarito: B

Comentário

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Muitas vezes, a banca tenta confundir o candidato, usando, em uma palavra, a grafia que leve à lembrança de outra, totalmente inadequada à construção. Foi o que aconteceu aqui. Existe o verbo “hesitar”, cuja forma do presente do indicativo da 1ª. pessoa do singular é “(eu) hesito”. Contudo, na passagem do item “b”, o que deveria estar escrito é o substantivo “êxito” (sucesso). Talvez para “ajudar”, errou também na grafia de adolescentes (com o dígrafo “sc”).

Não podemos encerrar o nosso assunto sem falar sobre acentuação gráfica, um ponto muito importante que pode ser explorado em questões de ortografia.

De uma maneira geral, a regra é ACENTUAR O MÍNIMO DE PALAVRAS. Então, acentua-se o que há em menor número. Se buscarmos nos dicionários, bem menor é a quantidade de proparoxítonas. A maior parte das palavras da língua portuguesa é composta de paroxítonas e oxítonas (neste último caso, por exemplo, classificam-se todos os verbos no infinitivo impessoal – fazer, comer, estabelecer, etc.). Por isso, uma das regras de acentuação é: TODAS AS PROPAROXÍTONAS SÃO ACENTUADAS (como são poucas, põe acento em todas elas).

Por sua vez, é pequeno o número de oxítonas que terminam em A / E / O / EM, e seus respectivos plurais. Por isso, essas serão acentuadas.

De acordo com essa regra, as oxítonas terminadas por R ficaram de fora e, com isso, todos os verbos no infinitivo impessoal.

Veja, agora, o quadro resumidor sobre acentuação gráfica,

ACENTUAÇÃO GRÁFICA – são acentuados os:

MONOSSÍLABOS TÔNICOS TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S) - cá, pé, pó, rés, mós, cós, nó, pôr (verbo), jus, bis, si, mim, sol, cor;

OXÍTONOS TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S), EM(NS) – café, caqui (fruta), também, vender, reféns, dominó, ardil, português, sermão, juiz, país, raiz, colher, ruim (a sílaba tônica é “im”), parabéns, sabiá;

PAROXÍTONOS NÃO TERMINADOS EM A(S), E(S), O(S), EM(NS) - hífen (termina em EN), hifens (sem acento), biquíni, item, domino (verbo), fênix, bíceps, fácil, coco (fruta), álbum, difícil, fácil, cáqui (cor), sabia (verbo), táxi;

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PAROXÍTONOS TERMINADOS EM DITONGO CRESCENTE (*), EM –ÃO, EM –ÔO - glória, indivíduos, sábia, concordância, acórdão, abençôo;

TODAS AS PROPAROXÍTONAS - fósforo, matemática, hífenes

(*) Segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (V.O.L.P.), que tem força de lei no Brasil, a acentuação dos ditongos abertos é classificada na regra dos proparoxítonos (sé-ri-e / vi-tó-ri-a) e os monossílabos são classificados na mesma regra dos oxítonos.

ENCONTROS VOCÁLICOS:

OS DITONGOS ABERTOS –ÉI-, -ÉU-, -ÓI- : herói, apóiam, idéias, mausoléu

NUM HIATO, RECEBEM ACENTO I OU U, COMO 2ª VOGAL DO HIATO, SOZINHO (DESDE QUE NÃO SEGUIDO DE NH) OU ACOMPANHADO DE S. COM QUALQUER OUTRA LETRA OU SOZINHO E SEGUIDO DE NH, NÃO RECEBE O ACENTO AGUDO. Ex: Piauí, juízes, raízes, rainha, campainha, juiz, Luís, ruim, Itaú (apesar de terminar com U – regra das oxítonas – é acentuada por tratar-se de U como segunda vogal do hiato, sozinho na sílaba – I-ta-ú)

CUIDADO! A pronúncia de palavras como GRATUITO, FORTUITO FLUIDO (substantivo) assemelham-se à de MUITO. Nessas palavras não existe acento agudo na letra “i” (ao contrário do que acontece no particípio do verbo fluir - FLU-Í-DO), de modo que, naqueles casos, existe um ditongo, e não um hiato.

-ÊEM DOS VERBOS LER, VER, CRER, DAR e derivados - O Vocabulário Ortográfico determina que se conserva, por clareza gráfica, o acento circunflexo no plural desses verbos: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, desdêem, relêem, revêem, etc.

ACENTOS DIFERENCIAIS – A partir da mudança ortográfica, em 1971, conservaram-se somente os acentos diferenciais abaixo indicados:

DE TIMBRE (vogal aberta ou fechada) – o único que restou foi: pode (pres.indicativo) – pôde (pret.perf.ind)

DE INTENSIDADE ou TONICIDADE (vogal átona ou tônica). Os mais comuns são:

pôr (verbo) – por (preposição)

pára (verbo) – para (preposição)

pêlo (substantivo) – pelo (contração de por + o)

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O acento circunflexo do verbo pôr é usado para diferenciá-lo da preposição átona por (um dos casos de acento diferencial de tonicidade). Por isso, não há acento nos verbos derivados do “pôr”, como propor, dispor, contrapor, indispor, repor, cuja (falta de) acentuação gráfica se justifica pela norma das oxítonas.

Alguns gramáticos classificam o acento circunflexo dos verbos ter e vir (e derivados) na 3ª pessoa do plural (têm, vêm, contêm, entretêm, detêm, retêm etc.) como ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO ou MORFOLÓGICO.

As formas verbais singulares tem e vem são monossílabos tônicos e, por isso, dispensariam a acentuação (a regra é acentuar somente os monossílabos tônicos terminados em A / E / O).

A conjugação na 3ª pessoa do singular dos verbos derivados recebe acentuação (detém, contém, entretém etc.) em atendimento à regra dos oxítonos terminados por “EM”.

Esses gramáticos consideram, então, que o acento circunflexo (têm, vêm, detêm, contêm, entretêm) serve tão-somente para indicar que o verbo está no plural.

Dessa forma, a regra de acentuação, segundo eles, é:

têm (acento diferencial de número)

vêm (acento diferencial de número)

detém (oxítona terminada em EM)

detêm (acento diferencial de número c/c oxítona terminada em EM).

Apresentados esses conceitos, vamos às questões de prova.

8 - (Técnico TRT 3ª. Região / Janeiro 2005) As palavras do texto que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica nas palavras ofício e idéias, respectivamente, são

(A) único e história.

(B) salários e Níger.

(C) inteligências e notável.

(D) período e memória.

(E) agência e heróicas.

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Gabarito: E

Comentário.

Sem entrar na polêmica de classificar “ofício” como paroxítona terminada em ditongo crescente ou proparoxítona (segundo o P.V.O.L.P.), essa palavra segue a mesma regra de acentuação que “história” (A), “salários” (B), “inteligências” (C), “memória” (D) e “agência” (E).

Já “idéias” é acentuado por se tratar de um ditongo aberto (éu/ éi / ói), o mesmo ocorrendo em “heróicas”. Por isso, a resposta é a letra E.

As demais palavras são acentuadas de acordo com as seguintes regras:

- “único” e “período” – proparoxítonas;

- “Níger” e “notável” – paroxítonas não terminadas em a(s), e(s), o(s) e em(ens).

9 – (Analista TRT 23ª.Região / Outubro 2004) A mesma regra que justifica a acentuação no vocábulo início aplica-se em

(A) técnica.

(B) idéia.

(C) possível.

(D) jurídica.

(E) vários.

Gabarito: E

Comentário.

Desta vez, a banca deixou claro que segue a mesma linha de classificação da maioria dos gramáticos - apresentou “início” e a ela associou “vários”. Se classificasse esses vocábulos na regra das palavras proparoxítonas (seguindo a posição do P.V.O.L.P.), a questão seria anulada, pois haveria três respostas igualmente válidas – além de “vários”, também “técnica” e “jurídica”, que, indubitavelmente, são proparoxítonas.

Então, ATENÇÃO!!! A partir dessa questão, podemos identificar o posicionamento da banca da FCC para esta polêmica – “início” e “vários” são paroxítonas terminadas em ditongo crescente.

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As demais palavras são acentuadas de acordo com as seguintes regras:

(A) “técnica” – proparoxítona

(B) “idéia” – ditongo aberto (éi)

(C) “possível” – paroxítona não terminada em a(s), e(s), o(s) e em(ens)

(D) “jurídica” - proparoxítona

10 - (Técnico TRT 3ª. Região / Janeiro 2005) Palavras do texto que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica na palavra jacarés estão reproduzidas em:

(A) negócios e únicos.

(B) município e amazônica.

(C) mantém e tamanduás.

(D) tucunarés e santuários.

(E) ecológicos e tuiuiús.

Gabarito: C

Comentário.

Assim como “jacarés”, os vocábulos “mantém”, “tamanduás” e “tucunarés” são oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s) ou em(ens). Como a opção (C) abarca duas dessas palavras, é a resposta correta.

As demais são acentuadas pelos seguintes critérios:

- “negócios”, “município” e “santuários” – paroxítonas terminadas em ditongo crescente;

- “únicos”, “amazônica” e “ecológicos” – proparoxítonas;

- “tuiuiús” – “u” como segunda vogal de um hiato, acompanhado de “s”.

11 – (Técnico TRT 8ª. Região / Dezembro 2004) As palavras do texto que recebem acento pela mesma razão que o justifica em funcionários e excluída são, respectivamente,

(A) décadas e possível.

(B) revolucionária e benefícios.

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(C) países e fenômeno.

(D) mínimas e públicos.

(E) previdência e saúde.

Gabarito: E

Comentário.

“Funcionários” é uma paroxítona terminada em ditongo crescente, assim como “revolucionária”, “benefícios” e “previdência”. Já “excluída” apresenta a letra “i” como segunda vogal de um hiato, sozinha na sílaba, da mesma forma que ocorre em “países” e “saúde”. A opção que apresenta vocábulos cuja acentuação segue o paradigma apresentado no enunciado é a de letra E.

As demais palavras seguem as seguintes regras de acentuação:

- “décadas”, “fenômeno”, “mínimas” e “públicos” são proparoxítonas;

- “possível” é uma paroxítona não terminada em a(s), e(s), o(s) ou em(ens).

Como buscamos abordar principalmente as provas mais recentes da FCC, não encontramos muitas questões sobre ortografia (somente algumas, poucas delas bem feitas, como vimos).

Contudo, esse tópico está no programa e há grandes chances de surgir na prova. Por isso devemos estudar com afinco.

Fiquem tranqüilos, pois, em outros assuntos (como verbos, concordância e regência), teremos um número bem maior de questões.

Até a próxima.

LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

1 - (Técnico TRE AP/Janeiro 2006) Está correta a grafia de todas as palavras da frase:

(A)) Só os inescrupulosos continuam a gastar água sem analisar as conseqüências.

(B) O consumo excecivo de energia pode, um dia, vir a se tornar uma contravensão.

(C) Os que menospresavam o valor da água passaram a reconhecer sua escassês.

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(D) Das turbinas de uma uzina a uma lâmpada acesa, o caminho é longo e sinuozo.

(E) Se a falta de energia fosse algo imprevizível, desculparíamos o coxilo dos responsáveis.

2 – (Analista Judiciário TRT 13ª Região / Dezembro 2005) Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores.

(B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado.

(C) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade.

(D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de campanha.

(E)) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido.

3 – (PROCURADOR TCE AM /Fevereiro 2006) Está clara e correta a redação da seguinte frase:

(A)) Não basta, para o economista ético, fazer uma boa análise do processo produtivo em si mesmo; interessa-lhe, sobretudo, contribuir objetivamente para o fortalecimento do sentido social desse projeto.

(B) Ao avalisar, legitimar e referendar a produção da civilização atual, com a qual não é capaz de discordar, o economista técnico contribue apenas no sentido de confirmar o que se consolida economicamente.

(C) Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar, o economista ético deverá de compor algumas das contradições atuais, entre elas garantir a manutenção do emprego ao par do avanço tecnológico.

(D) Segundo a tese de que toda época histórica ressalta seus sacerdotes superiores, infere o autor de que o nosso tempo se caracteriza pelo previlegiamento da condição dos economistas.

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(E) O economista técnico supõe que toda a economia é regida graças às leis de demanda e oferta, motivo porque ele se aplica tão somente em referendar o sistema globalizado vijente em nossos dias.

4 - (Analista TRT 8ª.Região / Dezembro 2004) Está correta a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Nem situações vexatórias, nem repreensões, nem as mais diferentes sanções têm evitado que os fumantes dêem vazão ao seu vício.

(B) A admissão de que há o direito do fumante não exclui, propõe o autor, direitos outros, sem a excessão dos direitos de quem não fuma.

(C) Se é certo que há intranzigência por parte de muitos antitabagistas, também é certo que muitos fumantes não recuam em suas obcessões.

(D) A vemência dos que se insurgem contra o cigarro é às vezes tão intensa que os torna mais incômodos, onde estejam, que os próprios tabagistas.

(E) Tempos atraz, o ato de fumar não estigmatisava: emprestava ao sujeito uma aura de elegante compenetração, de nobre austeridade.

5 - (Técnico TRT 3ª.Região/Janeiro 2005). Há palavras escritas de modo INCORRETO na frase:

(A) Para garantir a segurança dos trabalhadores e dos usuários, os responsáveis tomaram a decisão de paralizar, por algumas horas, os trabalhos na uzina.

(B) A intensa afluência de pessoas em áreas que possam produzir riqueza imediata pode gerar conflitos e degradação do meio ambiente.

(C) Boas intenções, que norteiam programas assistenciais, nem sempre são garantia de sucesso dos empreendimentos desenvolvidos.

(D) A exploração dos recursos naturais de uma determinada região e a necessária preservação do meio ambiente mobilizam defensores, tanto de uma quanto de outra.

(E) Embora estejam muito próximos de imensas riquezas, os garimpeiros dificilmente têm acesso a bens de consumo, pois vivem em extrema pobreza.

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6 – (Procurador BACEN/ Janeiro 2006) Considerando-se as afirmativas abaixo, a respeito de aspectos lingüísticos constantes do texto, julgue os itens abaixo:

(I) incipiente tem o mesmo significado da palavra análoga insipiente.

(II) ganhos mais vultosos – o adjetivo grifado admite a forma variante vultuosos.

7 - (Técnico TRT 8ª. Região / Dezembro 2004) Há palavras escritas de maneira INCORRETA na frase:

(A) Recursos científicos e tecnológicos devem oferecer possibilidade de inserção social à população carente e desassistida das grandes cidades.

(B) Um regime de crescente colaboração entre governo, instituições privadas e sociedade garantirá o hesito de diversos programas direcionados a adolecentes mais pobres.

(C) Ao atribuir excessivo valor ao consumo de bens supérfluos, a sociedade passa a exigir que as pessoas aparentem poder econômico, mesmo falso.

(D) Em várias regiões, o inchaço urbano, resultante do intenso êxodo rural, é responsável pelo crescimento desmedido do número de favelados.

(E) Extensas áreas, em todo o mundo, encontram-se ocupadas por populações que vivem em situação de miséria, destituídas dos direitos básicos da cidadania.

8 - (Técnico TRT 3ª. Região / Janeiro 2005) As palavras do texto que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica nas palavras ofício e idéias, respectivamente, são

(A) único e história.

(B) salários e Níger.

(C) inteligências e notável.

(D) período e memória.

(E) agência e heróicas.

9 – (Analista TRT 23ª.Região / Outubro 2004) A mesma regra que justifica a acentuação no vocábulo início aplica-se em

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(A) técnica.

(B) idéia.

(C) possível.

(D) jurídica.

(E) vários.

10 - (Técnico TRT 3ª. Região / Janeiro 2005) Palavras do texto que recebem acento gráfico pela mesma razão que o justifica na palavra jacarés estão reproduzidas em:

(A) negócios e únicos.

(B) município e amazônica.

(C) mantém e tamanduás.

(D) tucunarés e santuários.

(E) ecológicos e tuiuiús.

11 – (Técnico TRT 8ª. Região / Dezembro 2004) As palavras do texto que recebem acento pela mesma razão que o justifica em funcionários e excluída são, respectivamente,

(A) décadas e possível.

(B) revolucionária e benefícios.

(C) países e fenômeno.

(D) mínimas e públicos.

(E) previdência e saúde.

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AULA 1 - VERBOS

Olá, pessoal

Preparem-se, pois a aula de hoje é importantíssima e longa.

Estudaremos um dos assuntos mais relevantes no estudo da Língua Portuguesa – VERBO. Quase tudo no estudo da gramática envolve verbo – concordância verbal, regência verbal, conjugação verbal (englobando, inclusive, questões de ortografia, como vimos na aula zero), colocação pronominal (a posição do pronome em relação ao verbo), análise sintática etc.

Ele é um verdadeiro coração do conjunto oracional – à sua volta, funcionam os demais elementos.

Abordaremos conjugação verbal (tempo, modo, formas nominais), correlação verbal (a relação entre os verbos que compõem o período) e vozes verbais (basicamente, voz ativa e passiva, e a transposição de uma para outra). Nesses três pontos, conseguiremos alcançar praticamente 25% da prova.

Lembro que na parte final do nosso estudo estão todas as questões comentadas. Por isso, se você preferir, imprima as últimas páginas, faça os exercícios e, somente depois disso, veja os comentários.

Bom estudo.

MODOS E TEMPOS VERBAIS

Para começar, temos de relembrar alguns conceitos básicos.

Conceito: VERBO é uma palavra variável (pode flexionar-se em número, pessoa, modo, tempo e voz) que indica uma ação, estado ou fenômeno.

A classificação dos verbos nos modos verbais depende da relação que o falante tem com aquilo que enuncia – se constata um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese, uma suposição (subjuntivo); se faz um pedido (imperativo).

Em outras palavras, depende do MODO com que enuncia a ação verbal. São três modos verbais:

INDICATIVO - como sugere o nome, indica um fato real, que pode pertencer ao presente, ao passado ou ao futuro.

SUBJUNTIVO - enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível.

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IMPERATIVO - expressa idéias de ordem, pedido, desejo, convite.

Enquanto que o modo INDICATIVO situa o fato no plano da realidade, da certeza, o SUBJUNTIVO coloca o fato no plano do que é provável, hipotético, possível, sem a certeza apresentada pelo modo indicativo. O modo SUBJUNTIVO também é bastante usado com determinadas conjunções (embora, caso, conquanto etc.)

Perceba a diferença entre as duas orações abaixo.

Ele procura um remédio que acaba com a dor de cabeça.

Ele procura um remédio que acabe com a dor de cabeça.

Na primeira, o sujeito já sabe qual é o medicamento que produz resultado. Vai à farmácia e pede ao balconista, porque sabe o resultado que obterá. O fato situa-se no plano da CERTEZA – modo INDICATIVO - acaba.

Na segunda, o sujeito não tem certeza de qual medicamento poderia surtir efeito. Vai ao balcão da farmácia, pede ao farmacêutico uma indicação, mas não tem certeza se irá obter a cura. Por isso, está no plano da possibilidade – modo SUBJUNTIVO - acabe.

Os TEMPOS VERBAIS têm a função de indicar o momento em que são enunciados os fatos.

No modo INDICATIVO:

PRESENTE – fato ocorre no momento em que se fala (Ouço ruídos na cozinha.); ou fato que é comum de ocorrer (Eu morro de inveja dele. / Chove todos os dias em Belém.); ou apresenta um princípio, um conceito ou um dado (Todos os anos, muitas crianças morrem de desnutrição no Brasil.)

PRETÉRITO PERFEITO – fato ocorrido e perfeitamente concluído antes do momento em que se fala (Todos souberam do assassinato de Celso Daniel.)

PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO – denota continuidade do ato, com início no passado (Eu tenho cometido muitos erros na escolha dos meus namorados.)

PRETÉRITO IMPERFEITO – fato realizado e não concluído (Ele buscava a perfeição antes de morrer.) ou que apresenta uma certa duração (Ele andava pela rua quando foi abordado pelos ladrões.)

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO – fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte, ele pedira o perdão aos filhos.)

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PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO – forma mais comum de expressar o fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.)

FUTURO DO PRESENTE – fato posterior certo de ocorrer no futuro (Doarei todo o material de estudo após a minha aprovação.)

FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO – denota futura ocorrência de um fato que se iniciou no presente (Até o próximo ano, terei acumulado quase um milhão de reais em dívidas.)

FUTURO DO PRETÉRITO – esse é um tempo bastante especial, pois apresenta diversas circunstâncias - 1) fato posterior a um fato passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que o nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO PASSADO].); ou 2) fato não chegou a se realizar (Eu iria à sua casa, mas tive um problema.); 3) também pode denotar incerteza (“Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico.”), hipótese relacionada a uma condição (“Se você tivesse comprado o carro [CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE].”) ou polidez (“Você poderia me passar o sal?”).

FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO – o mesmo que o Futuro do Pretérito com relação aos dois primeiros aspectos (Ele poderia ter comprado uma casa maior se não tivesse jogado tanto dinheiro fora.).

Vamos, agora, analisar como a Fundação Carlos Chagas aborda esse ponto do programa.

1 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário / Dezembro 2004)

“ ... para tudo que se refira ao mundo físico ...”

O verbo aparece nos mesmos tempo e modo em que se encontra a forma grifada acima na frase:

(A) ... e prossegue, aceleradamente, com o extraordinário desenvolvimento tecnológico ...

(B) ... que já nos vem do precedente...

(C)) ... que confiram sentido a sua vida.

(D) ... para que o objetivo de consumo se fosse convertendo...

(E) ... se tornou a motivação central do homem...

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Gabarito: C

Comentário.

A forma “refira” é a conjugação do verbo “referir-se” no presente do subjuntivo, a mesma conjugação do verbo “conferir” em “confiram”.

A conjugação da 1ª pessoa do singular (eu) do presente do indicativo dá origem a toda a conjugação do presente do subjuntivo, do imperativo negativo e de algumas formas do imperativo afirmativo (estudaremos conjugação do imperativo mais adiante), apresentando alteração apenas na desinência (parte final do verbo, que indica a flexão verbal em número, pessoa, tempo e/ou modo).

Exemplo:

(Pres.Indicativo) Eu confiro

(Pres.Subjuntivo) (que) eu confira / (que) tu confiras / (que) ele confira/ (que) nós confiramos / (que) vós confirais / (que) eles confiram

(Imperativo Negativo) - / não confiras / não confira / não confiramos / não confirais / não confiram

Vamos verificar o tempo e modo das demais formas:

(A) prossegue – presente do indicativo

(B) vem – presente do indicativo

(D) fosse convertendo – pretérito imperfeito do subjuntivo + gerúndio

(E) tornou – pretérito perfeito do indicativo

2 - (TRT 3ª Região – Técnico Judiciário / Janeiro 2005)

... que parecia suave anjo de voz tranqüila.

O verbo de mesmo tempo e modo em que se encontra o verbo grifado acima está na frase:

(A)) ... em que se amarrava cachorro com lingüiça ...

(B) Só num único e mesmo jornal permaneci mais de vinte anos.

(C) Algumas figuras se tornaram sombras ...

(D) ... morreu nas masmorras do Chile ...

(E) ... que largou o jornalismo ...

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Gabarito: A

Comentário.

A forma “parecia” está conjugada no pretérito imperfeito do indicativo, da mesma forma que “amarrava”.

Todas as demais formas estão conjugadas no pretérito perfeito do indicativo (permaneci, tornaram, morreu e largou).

3 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

... e vive angustiada num emprego...

O verbo está no mesmo tempo e modo daquele grifado acima na frase:

(A) No início do século passado acreditava-se que...

(B) Ocorreu exatamente o contrário.

(C) ... e acrescentaram doses extras de “stress” à vida de todos nós.

(D)) ... que ocupam as funções mais banais.

(E) Como se não bastasse...

Gabarito: D

Comentário.

A forma “vive” é a conjugação do verbo “viver” no presente do indicativo, assim como “ocupam”.

As demais formas estão nos seguintes tempos e modos:

(A) acreditava – pretérito imperfeito do indicativo

(B) ocorreu – pretérito perfeito do indicativo

(C) acrescentaram – pretérito perfeito do indicativo

(E) bastasse – pretérito imperfeito do subjuntivo

4 - (TRT 23ª Região – Técnico Judiciário / Outubro 2004)

Há quem diga que isso não é urbano...

O verbo empregado no mesmo tempo e modo que os do verbo grifado acima está na frase:

(A) ... que eu criei em 1985...

(B) ... em que a ocupação da Amazônia foi uma prioridade.

(C) ... a população ia para os núcleos urbanos.

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(D) Alguns colegas não gostam dessa abordagem...

(E)) ... que nossa urbanização seja igual à da Europa...

Gabarito: E

Comentário.

A forma “diga” (do verbo “dizer”) está no presente do subjuntivo, bem como “seja” (do verbo “ser”).

Lembre-se da regra de formação das conjugações: a 1ª p.s. pres.indicativo dá origem à formação do presente do subjuntivo (pres.ind.: eu digo / presente subjuntivo: diga/ digas/ diga ...).

As demais formas verbais estão no:

(A) criei – pretérito perfeito do indicativo

(B) foi – pretérito perfeito do indicativo

(C) ia – pretérito imperfeito do indicativo

(D) gostam – presente do indicativo

5 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário / Dezembro 2004)

Embora, é claro, devamos resistir à tentação fácil de elevar e idealizar os favelados, (...) também devemos, como propõe [o filósofo Alain] Badiou, enxergar as favelas...

É correto afirmar que o emprego do verbo dever em modos diferentes no segmento que inicia o último parágrafo do texto indica, respectivamente,

(A)) possibilidade de ação e fato real.

(B) explicação de um fato e dúvida concreta.

(C) suavização de uma ordem e repetição de um fato.

(D) fato anterior e hipótese futura.

(E) situação real e conseqüência imediata.

Gabarito: A

Comentário.

Como vimos no início do nosso estudo, o modo subjuntivo indica fatos que estão no campo da hipótese, incerteza, possibilidade, probabilidade, enquanto que o modo indicativo retrata fatos reais, concretos.

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Como a forma devamos está no presente do subjuntivo, indica um fato possível (possibilidade), enquanto que devemos, do presente do indicativo, denota um fato real. Está correta a opção de letra (A).

6 - (Assistente de Defesa Agropecuária MA / Março 2004)

Ainda que parte da água possa ser reaproveitada...

O emprego da forma verbal grifada indica, considerando-se o contexto,

(A) fato concreto.

(B))hipótese realizável.

(C) ação habitual.

(D) ordem imediata.

(E) situação pretérita.

Gabarito: B

Comentário.

Mais uma vez, a banca explora o conceito de emprego do modo subjuntivo.

A forma “possa” está no presente do subjuntivo que, como vimos, situa no plano da hipótese, possibilidade ou probabilidade os fatos que relata. Por isso, está correta a indicação de ser um caso de hipótese realizável.

7 - (Assistente de Defesa Agropecuária MA / Março 2004)

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase apresentada.

Os alimentos devem ser ...... em água limpa para que a população não ...... a ter problemas de saúde.

(A) cozinhados - venhe

(B) cozinhados - vem

(C) cozidos - venhe

(D) cozidos - venha

(E) cozidos - vêm

Gabarito: D

Comentário.

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Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que também podem ser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas: PARTICÍPIO, GERÚNDIO E INFINITIVO.

PARTICÍPIO:

Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo)

O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo)

GERÚNDIO:

O presidente fica persistindo na argumentação de que nada sabia sobre o valerioduto. (verbo)

Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado.. (advérbio de condição = “Caso persistam os sintomas...”)

INFINITIVO:

Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)

O pôr-do-sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)

Essas formas nominais (particípio, gerúndio e infinitivo) podem também fazer parte de uma locução verbal.

Locução verbal é o conjunto semântico de dois ou mais verbos. Forma-se com um verbo principal e um ou mais verbos auxiliares. Às vezes, no meio da locução verbal pode aparecer uma preposição (de, a), como em “comecei a trabalhar”, “hei de vencer” ou “tenho de esquecer”.

Enquanto o principal vem sob uma forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio), seu(s) auxiliar(es) pode(m) vir em uma forma finita (indicativo, subjuntivo, imperativo) ou também nominal. Nessa relação, o que se flexiona é o verbo auxiliar, mas do modo como o verbo principal iria variar.

Em outras palavras, o verbo auxiliar faz tudo o que o verbo principal iria fazer se estivesse sozinho.

Formam-se locuções verbais em:

construções de voz passiva, principalmente com os verbos auxiliares SER e ESTAR;

tempos compostos, com os verbos auxiliares TER e HAVER.

construções com auxiliares modais, que determinam com mais rigor o modo como se realiza – ou deixa de se realizar - a ação verbal. Expressam circunstâncias de: início ou fim (comecei a estudar, acabei de acordar), continuidade (vai andando), obrigação (tive de entregar), possibilidade (posso escrever), dúvida (parece gostar), tentativa (procura entender) e outras tantas.

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Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem trabalha é o empregado (ou você já viu algum chefe trabalhando???), na locução verbal, quem exerce a função de “chefe” é o verbo principal – ele fica “paradão”, só mandando, e o pobre do auxiliar se flexiona de acordo com as suas ordens.

No particípio, a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por “ado” / “ido”).

Contudo, existem algumas exceções: alguns verbos apresentam mais de uma forma – a regular (“ado” / “ido”), usada com os verbos ter e haver (tempo composto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva). Dentre eles, estão:

ACEITAR – (ter/haver) aceitado; (ser/estar) aceito

ELEGER – (ter/haver) elegido; (ser/estar) eleito

ENTREGAR - (ter/haver) entregado; (ser/estar) entregue

IMPRIMIR - (ter/haver) imprimido; (ser/estar) impresso

SALVAR – (ter/haver) salvado; (ser/estar) salvo

SUSPENDIDO – (ter/haver) suspendido; (ser/estar) suspenso

Outras curiosidades:

os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver, vir (e derivados) possuem apenas o particípio irregular (aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto e vindo – neste último, coincidem as formas de particípio e gerúndio);

alguns verbos aceitam ambas as formas (regular e irregular) para qualquer dois verbos auxiliares: segundo a maioria dos gramáticos, são quatro: pagar, pegar, ganhar e gastar (para memorizá-las, imagine a seguinte situação: no dia do pagamento, você ganha o salário e, no supermercado, pega o produto, paga por ele e gasta o dinheiro – gostou do método mnemônico?);

o particípio do verbo CHEGAR é um só – o regular CHEGADO. A forma “chego” é a conjugação de 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (“Eu chego”). Não existe a forma de particípio irregular para esse verbo. Então: “Eu tinha chegado ao escritório bem cedo.”.

De volta à questão, o verbo “cozer” muitas vezes se confunde com o correlativo “cozinhar”, mas cada um apresenta uma forma participial: cozinhado (usado basicamente em tempo composto: tinha/havia cozinhado) e cozido (geralmente construído na voz passiva: é/está cozido, mas também empregado em tempo composto: havia/tinha cozido).

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Na questão, o verbo “cozer” tem como auxiliar o verbo “ser”, figurando, portanto, em voz passiva. A forma correta será: cozidos.

Em seguida, como o fato se situa no campo da hipótese, devemos usar o presente do subjuntivo – “para que a população não venha a ter problemas de saúde”.

Está correta, pois, a opção (D).

Atenção: A questão 8 baseia-se no texto apresentado abaixo.

A economia vai devorar o planeta?

Para a maioria dos ecologistas, o impacto das atividades humanas sobre a natureza é real. A salvação do planeta passaria necessariamente pelo fim do crescimento de economias e populações, além da adoção de uma economia ecológica − com a reforma dos sistemas de produção de alimentos, materiais e energia. Uma economia ambientalmente sustentável seria movida por fontes renováveis de energia: eólica, solar e geotérmica. A eletricidade eólica seria usada para produzir hidrogênio. As estruturas atuais de gasodutos fariam o transporte do gás que moveria a frota de automóveis. Nesse sistema, a indústria da reciclagem e reutilização substituiria em grande parte as atividades extrativistas.

Para se alcançar esse estágio, os sistemas tributários mundiais precisariam ser reformulados, de modo a oferecer subsídios à reciclagem e à geração de energia limpa e renovável e taxar atividades insustentáveis, como o uso de combustível fóssil.

No entanto, sem estacionar a população mundial, nenhuma mudança terá realmente efeito. Mais pessoas requerem mais comida, mais água, mais espaço, bens, serviços e energia. Ocorre que deter ou até mesmo reduzir o crescimento da população mundial não é tão simples. O tamanho das famílias, em muitos países, está ligado à maneira como os casais encaram o sexo e a virilidade.

O tamanho e a complexidade dos sistemas mundiais tornam a adoção da ecoeconomia uma tarefa gigantesca e muito distante de ser realizada. O aumento da temperatura global, a superpopulação e a contaminação dos ecossistemas mundiais estão por toda parte: somente podem-se corrigir os efeitos que eles criam, com medidas de alcance global. Pequenas substituições e correções de rumo em alguns setores não constituem uma solução. Com 6 bilhões de pessoas no mundo, até metas mais óbvias, como deter o nível de desflorestamento, parecem distantes.

(Adaptado de Bruno Versolato, Superinteressante, maio de 2004, p. 69)

8 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário / Novembro 2004)

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As estruturas atuais de gasodutos fariam o transporte do gás que moveria a frota de automóveis.

O emprego das formas verbais grifadas acima indica, no contexto,

(A) incerteza da realização de um fato passado.

(B) dúvida real de que um fato se concretize.

(C) ação que se realiza habitualmente até o momento presente.

(D) fato consumado, anterior a outro, também passado.

(E) hipótese que depende de certa condição anterior.

Gabarito: E

Comentário.

No início do estudo, vimos que o futuro do pretérito do indicativo pode denotar incerteza, hipótese relacionada a uma condição ou polidez.

Note que, na estrutura apresentada, o fato de o gás mover a frota de automóveis depende da existência de gasodutos que viabilizem o transporte desse gás. Assim, a circunstância representada pelo tempo verbal é o da hipótese que depende de certa condição – a existência dos gasodutos (E).

9 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

... em questões nas quais a vinculação satisfaça objetivos políticos dos governantes.

O emprego da forma verbal grifada acima introduz no contexto a mesma noção do verbo empregado na frase:

(A) Duas críticas lhe são feitas...

(B) Os prazos já existem na lei...

(C) ... que lhes permitem intervir no processo...

(D)) ... segundo o ritmo que lhes convenha.

(E) ... que se está dando um passo à frente.

Gabarito: D

Comentário.

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A forma “satisfaça” está no presente do subjuntivo. A outra forma verbal de idêntica conjugação é “convenha”, do verbo “convir”, que é derivado do verbo “vir”.

Como veremos adiante, essa banca costuma exigir as formas de conjugação de verbos de terceira terminação (ir), e como ela gosta dos derivados do verbo “vir”!

As demais formas estão nos seguintes tempos e modos:

(A) são feitas – locução verbal de voz passiva com o verbo auxiliar no presente do indicativo e o verbo principal na forma nominal particípio.

(B) existem – presente do indicativo

(C) permitem – presente do indicativo

(D) está dando – locução verbal, cujo verbo auxiliar está no presente do indicativo e o principal, no gerúndio.

10 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Faça isso com a cabeça de um macaco.

É exemplo de emprego do mesmo modo do verbo grifado acima UM dos verbos que aparecem na frase:

(A) Não serão aceitas justificativas, quaisquer que sejam os motivos alegados.

(B) Saiba que valores devem ser respeitados, em qualquer tempo e lugar.

(C) Todo explorador desejaria entender como se reduzem cabeças.

(D) É necessária a existência de critério que justifique determinados atos de violência.

(E) Espera-se que ele possa entender as razões de certos costumes em determinadas civilizações.

Gabarito: B

Comentários.

Agora, o nosso assunto é a conjugação do IMPERATIVO.

Em vez de memorizar várias regras, vamos guardar apenas a exceção.

A REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o presente do subjuntivo.

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No imperativo, não há conjugação da 1ª pessoa do singular (a idéia é que ninguém poderia dar uma ordem a si mesmo).

São conjugados pelo presente do subjuntivo os verbos em todas as pessoas no imperativo negativo, e nas 3ª pessoas (singular e plural) e 1ª pessoa do plural no imperativo afirmativo. Essa é a regra.

Exemplo: “Venha para a Caixa você também” – 3ª pessoa do singular (O comercial estava errado!!!).

“Não nos deixeis cair em tentação” – 2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-se vós.)

Essa é a regra.

Agora a exceção, que deve ser memorizada, por ser em menor número.

A exceção fica por conta das segundas pessoas (tu e vós) no imperativo afirmativo. Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o “s” final.

RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e plural) buscam a conjugação do presente do indicativo e tiram a letra ‘s’. Todo o restante tem origem no presente do subjuntivo.

Exemplo:

1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A forma “dize” é a redução do presente do indicativo da 2ª pessoa do singular (dizes – [s] = dize).

Detalhe: o verbo “dizer”, assim como todos que têm essa terminação -zer, é um verbo abundante, que admite tanto “dize” como “diz”, no imperativo.

2 – “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma “fazei” é a conjugação no presente do indicativo da 2ª pessoa do plural (vós fazeis), sem o “s”.

Aliás, esse segundo exemplo foi retirado de uma oração – a Oração de São Francisco de Assis, que não é tão conhecida quanto o “Pai Nosso”. No “Pai Nosso”, temos vários exemplos do uso do imperativo, tanto afirmativo quanto negativo.

Dá-se a Deus a respeitosa forma de tratamento "vós", que, como já vimos, é da segunda pessoa do plural. Em "Perdoai as nossas ofensas", as pessoas que rezam dirigem-se ao Criador e pedem a Ele que lhes perdoe as ofensas praticadas.

É para isso que também serve o imperativo. Além de ordem, essa forma verbal pode expressar também súplica, desejo ardente, que é como são feitos esses pedidos.

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Na prece, “perdoai" e "livrai" ("perdoai as nossas ofensas"/"livrai-nos do mal") estão no imperativo afirmativo, enquanto que "deixeis" ("não nos deixeis cair em tentação") está no imperativo negativo.

"Perdoai" e "livrai" obedecem a um esquema que já vimos. Como são conjugações de 2ª pessoa do plural, essas formas vêm do presente do indicativo, sem o "s" final. Fazem parte da EXCEÇÃO.

E "Não nos deixeis cair em tentação"? É da conjugação do imperativo negativo e recai na REGRA GERAL, ou seja, se forma a partir do presente do subjuntivo (que eu deixe, que tu deixes, que ele deixe, que nós deixemos, que vós deixeis, que eles deixem).

Na hora da dúvida, mesmo que você não seja católico, comece a rezar o Pai Nosso e veja como se conjugam as formas verbais no Imperativo. Mas, para dar certo, você deve aprender a rezar direito!!!!

Voltando à questão (garanto que você já tinha até se esquecido da pobrezinha...), a forma “Faça” é uma ordem e, por isso, está conjugada no imperativo. A outra forma de idêntica conjugação é “Saiba”.

As duas formas verbais se dirigem a “você” que, como um pronome de tratamento que se preza, leva o verbo e os pronomes para a 3ª pessoa (singular ou plural). Aliás, essa é uma excelente maneira de lembrar como se usam os pronomes de tratamento – o que acontece com “você” acontece também com todos os demais pronomes (Vossa Excelência, Vossa Senhoria etc.) – o verbo e os pronomes ficam na 3ª pessoa. Exemplo: “Vossa Senhoria terá a obrigação de rever suas decisões.”. Finalmente, (só para encerrar esse assunto) usa-se “vossa” quando se dirige à autoridade e “sua” quando se faz menção a ela.

CO NJUGAÇÃO VERBAL

A partir de agora, o nosso assunto é CONJUGAÇÃO VERBAL, e, para ajudá-lo a resolver essas questões, usamos a técnica do paradigma.

Como é isso? Na dúvida com relação à conjugação de determinado verbo regular (geralmente o examinador busca um verbo pouco utilizado no seu dia-a-dia), basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR – 1ª conjugação, BEBER – 2ª conjugação, PARTIR – 3ª conjugação).

Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação “ar”, “er” ou “ir” do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical FAL-), e empregue as desinências, que são idênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação:

Por exemplo:

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CONSUMAR (verbo regular de 1ª conjugação):

Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)

Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)

CONSUMIR (verbo regular de 3ª conjug.):

Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)

Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)

E aí, como você preencheu? Vamos buscar a desinência dos verbos “paradigmas”.

Infinitivo Pres.Indicativo Pres.Subjuntivo

Falar Eu falo (que) eu fale

Consumar Eu consumo (que) eu consume

Partir Eu parto (que) eu parta

Consumir Eu consumo (igual) (que) eu consuma

Se o verbo for irregular, ou seja, apresenta alteração no radical em determinadas conjugações, procure outro verbo, também irregular, de mesma construção.

Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???)

Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações. Normalmente não conjugamos esse verbo (pelo menos, não com convicção) fora de uma locução verbal. Mas usamos bastante outro verbo de idêntica estrutura. Já sabe qual é??? REPETIR. Então, como fica a conjugação desse paradigma? Eu repito => Eu compito

E “ADERIR”? Como você conjugaria a primeira pessoa do singular do Presente do Indicativo? Está com dúvida? Busque um paradigma. Aceito sugestões.... Lembrou de algum? Eu conheço um – FERIR. Como fica a conjugação do paradigma? Eu firo. Logo, “eu adiro”.

Aliás, a banca da Fundação Carlos Chagas simplesmente ADORA os verbos de terceira conjugação, ou seja, os terminados por “IR”.

Outros verbos são mais perigosos e não seguem um padrão. Um desses verbos (REQUERER) será assunto uma de nossas próximas questões.

Vamos lá!

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11 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores.

(B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado.

(C) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade.

(D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de campanha.

(E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido.

Gabarito: E

Comentário.

Não, você não está enlouquecendo (ainda...), nós já abordamos essa questão na Aula Zero (demonstrativa),

Repetimo-la porque, além dos aspectos ortográficos, devem ser objeto de comentário duas construções verbais inadequadas.

A primeira, em relação ao verbo adequar, presente na opção (A). Esse é um verbo defectivo. Mas o que são verbos defectivos?

São os que apresentam DEFEITO em alguma conjugação, ou seja, em algum tempo/modo, o verbo não apresenta conjugação completa.

Sempre que se falar em defeito verbal, estamos nos referindo à conjugação do PRESENTE DO INDICATIVO e aos tempos dele derivados (Presente do Subjuntivo e Imperativo). O “defeito” existe apenas no presente, não existe no passado nem no futuro. Assim, mesmo defectivo, o verbo poderá ser conjugado inteiramente nos outros tempos e modos verbais, como, por exemplo, no Pretérito do Perfeito do Indicativo, no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, Futuro do Subjuntivo etc.

Há dois tipos de defeitos:

1º) não possuir a 1ª pessoa do singular, apenas. (explodir, abolir, colorir, delinqüir);

2º) só apresentar as conjugações da 1ª e 2ª pessoas do plural (adequar, reaver) – é o caso do verbo “adequar”. No presente do indicativo, só existem as formas “adequamos” (nós) e “adequais” (vós).

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Quando não existe a 1ª p.s. do presente do indicativo de um verbo, como é o caso do verbo adequar, não existirá, também, nenhuma forma de conjugação do presente do subjuntivo.

Assim, está incorreta a construção “se adeque”. Para sair dessa “saia justa”, podemos optar pelo emprego de uma locução verbal – “se deva adequar” ou pela troca do verbo por um sinônimo (na questão, uma boa opção seria “atenda”).

Uma última observação sobre verbos defectivos: alguns autores definem como defectivos, também, os verbos que, de acordo com o seu emprego, só podem ser conjugados nas terceiras pessoas, como URGIR (ter urgência), DOER (no sentido de causar dor – “alguma coisa dói.”) e os unipessoais, que representam vozes de animais ou fenômenos da natureza, quando utilizados no sentido original (sentido denotativo, com “d” de “dicionário”; seu oposto é o sentido conotativo, também chamado de figurado, quando a palavra é usada em um significado diferente do original).

A segunda construção verbal inadequada se refere à conjugação do verbo constituir (grafada na questão como “constitue”). A forma correta é constitui.

Os verbos, como constituir, terminados pelo hiato –UIR, exceto no caso dos defectivos (verbos que não possuem todas as formas de conjugação, como ruir), apresentam duas formas de conjugação:

1ª) O paradigma será POSSUIR (o radical é possu) – De acordo com esta regra, classificam-se praticamente todos os verbos com essa terminação. Nas 2ª e 3ª do singular trocam a letra ‘e’ da conjugação regular (como em ‘partir’) pela letra ‘i’. Mantêm as demais conjugações inalteradas em relação à conjugação do verbo paradigma ‘partir’: possuo, possuis, possui, possuímos, possuís, possuem.

Dessa forma, conjugam verbos como OBSTRUIR, AFLUIR, INFLUIR, ANUIR, ARGUIR (respeitada a acentuação), CONCLUIR, DISTRIBUIR, INCLUIR

2ª) CONSTRUIR (o radical é constru) e DESTRUIR (o radical é destru)– São verbos abundantes. Além da forma regular de conjugação (igual à do verbo POSSUIR: construo, construis, construi, construímos, construís, construem), mais comum em Portugal, apresenta também a conjugação irregular, em que as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto “ói": construo, constróis, constrói, construimos, construís, constroem, da mesma forma que os verbos terminados em -OER.

Assim, vimos que os verbos terminados em –UIR recebem, na 3ª pessoa do singular, a letra “i” – constitui, e não o “e” como apresentado na questão.

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Vamos analisar outras conjugações especiais.

1. VERBOS TERMINADOS EM HIATO:

–OER: As 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto ‘ói’. As demais pessoas, em todos os outros tempos verbais, seguem o paradigma ‘beber’, respeitadas as devidas acentuações tônicas.

Na hora de escolher um exemplo, lembrem que DOER (no sentido de causar dor) e SOER (costumar, ter hábito de) são defectivos e só se conjugam nas terceiras pessoas.

Exemplos: MOER (o radical é mo) - môo, móis, mói, moemos, moeis, moem

–EAR: recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical). Nas demais, segue o paradigma ‘falar’. Exemplo: pentear (radical pente).

A sílaba tônica foi sublinhada.

Pres.Indicativo - penteio, penteia, penteia, penteamos, penteais, penteiam

Pres.Subjuntivo – penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem

Pret.Perfeito: penteei, penteaste, penteou, penteamos, penteastes, pentearam

–IAR: os verbos dessa terminação são regulares, ou seja, seguem a conjugação do paradigma ‘falar’. Exemplos:

ADIAR (radical é adi) – Pres.Indicativo: adio, adias, adia, adiamos, adiais, adiam

VARIAR (radical é vari) - Pres.Indicativo: vario, varias, varia...

Dessa mesma forma, conjugam-se os verbos ARRIAR, MAQUIAR, VICIAR.

Por isso, nada de “VAREIA”, senão “VICEIA”!!! Como vimos, esses verbos são REGULARES.

Mas, então, por que será que tanta gente se engana? Porque ocorre uma “contaminação” com os verbos terminados em “EAR”, como “pentear”, apresentado acima.

No entanto, há cinco verbos terminados em -IAR que recebem a letra ‘e’ nas formas rizotônicas (formas em que a sílaba tônica recai no radical), ou seja, formas verbais em que a sílaba tônica recai no radical, como no Pres.Indicativo e Pres.Subjuntivo. Suas iniciais formam o anagrama M-A-R-I-O:

Mediar (e derivados, como intermediar), Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar

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Pres.Indicativo: intermedeio, intermedeia, intermedeia, intermediamos, intermediais, intermedeiam

Para facilitar, lembre-se da conjugação do verbo ODIAR, o mais comum deles.

2. VERBOS “DERIVADOS” DE ÁGUA – DESAGUAR, ENXAGUAR - mantêm a acentuação de “água” na conjugação.

Pres.Indicativo: deságuo, deságuas, deságuas, desaguamos, desaguais, deságuam

Pres.Subjuntivo: deságüe, deságües, deságüe, desagüemos, desagüeis, deságüem

3. AVERIGUAR, APAZIGUAR, APANIGUAR - Não seguem a regra dos “derivados” de água. Têm a acentuação tônica nas formas rizotônicas (no radical).

O radical de averiguar é [averigu-] e segue o paradigma “falar”, ressalvada a acentuação gráfica (especialmente no Pres.Subjuntivo).

Pres.Indicativo: averiguo, averiguas, averigua, averiguamos, averiguais, averiguam

Pres.Subjuntivo: averigúe, averigúes, averigúe, averigüemos, averigüeis, averigúem

(Antes da letra “e”, quando o “u” é pronunciado sem intensidade, leva trema - averigüemos; com intensidade, leva acento agudo - averigúe)

12 - (TRE AP - Técnico Judiciário/ Janeiro 2006)

Está corretamente flexionada a forma verbal sublinhada na frase:

(A) Se alguém propor medidas para economia de energia, que seja ouvido com atenção.

(B) Caso uma represa contenhe pouco volume de água, as turbinas da usina desligam-se.

(C)) Seria preciso que refizéssemos os cálculos da energia que estamos gastando.

(D) Só damos valor às coisas quando elas já escasseiaram.

(E) Se não determos os desperdícios, pagaremos cada vez mais caro por eles.

Gabarito: C

Comentário.

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O verbo “refazer” é derivado do verbo “fazer”. Como a conjugação deste verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo é fizéssemos, está correta a construção observada na oração.

Estão incorretas as demais opções:

(A) O verbo “propor” deriva do verbo “pôr” (mas, ao contrário deste, aquele não recebe acento circunflexo – na dúvida, reveja a Aula Zero). Assim, usamos a conjugação deste como paradigma para a construção daquele.

A forma verbal do pôr é “Se ele puser”. Então, a construção correta seria “Se alguém propuser”.

(B) O verbo “conter” é derivado do verbo “ter”. Se a forma com este verbo seria “Caso uma represa tenha” (presente do subjuntivo), a construção correta seria “Caso uma represa contenha”.

(Já podemos perceber que a FCC adora explorar a conjugação de verbos derivados. E você nem imagina quanto! Vamos continuar.)

(D) Como vimos na questão anterior, os verbos terminados em –EAR, só recebem a letra “i” nas formas em que a sílaba tônica recai no radical (formas rizotônicas). O radical do verbo escassear é “escasse-”. A sílaba tônica da conjugação da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo recai na desinência: escassearam. Assim, nada de colocar “i” nela, da mesma forma que em passearam, pentearam, cearam (atire a primeira pedra quem não pronunciou um “i” nesse último verbo, pela óbvia influência do substantivo “ceia”!).

(E) O verbo deter é derivado do verbo ter (assim como conter, da opção A). Então, a forma correta seria: “Se não detivermos os desperdícios...”.

13 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Estão corretas ambas as formas verbais sublinhadas na frase:

(A) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue, para muitos homens, uma prática esportiva.

(B)) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas constitui, para muitos homens, uma prática esportiva.

(C) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitui, para muitos homens, uma prática esportiva.

(D) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue, para muitos homens, uma prática esportiva.

(E) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue-se, para muitos homens, uma prática esportiva.

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Gabarito: B

Comentário

O verbo “intervir” é derivado do “vir” – assim, se falamos “alguém veio”, devemos também falar “alguém interveio”.

O outro verbo é “repeteco”. “Constituir”, na 3ª pessoa do singular, forma “constitui”, já comentado na questão 11.

14 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

O verbo flexionado corretamente está grifado na frase:

(A) Empresários requiseram licença ambiental para desenvolver seus projetos.

(B) Muitos turistas vinherão ao Brasil central, atraídos pelos esportes náuticos.

(C) Os investidores disporam-se a desenvolver um turismo ecológico na região.

(D)) Sobrevieram alguns contratempos, logo resolvidos, no alojamento dos visitantes.

(E) Poucos turistas obteram a licença para permanecer mais tempo na região.

Gabarito: D

Comentário.

Um candidato desatento, que só lesse a forma verbal sublinhada, poderia cair na casca de banana da FCC nessa questão.

O primeiro verbo grifado (requiseram) não significa “querer de novo”. “REQUERER” significa “pedir por meio de requerimento ou ação, exigir, pedir, demandar...”. Por isso, ele não é derivado do “querer”. Não obstante, como é irregular, em algumas formas se conjuga de modo idêntico ao “querer” (o que explica – mas não justifica – a confusão).

Pres. ind.: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem; Pres. subj.: requeira, requeiras, ...

Nas outras formas é regular e segue o paradigma “beber”.

Assim, a forma correta é (A) “Empresários requereram licença ambiental...”.

(B) “Muitos turistas virão ...” (futuro do presente do indicativo do verbo “vir”) [gente, fala sério: o que poderia ser “vinherão”????];

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(C) “Os investidores dispuseram-se a desenvolver...” (pretérito perfeito do indicativo do verbo “dispor”, que é derivado do verbo “pôr”);

(D) Esta é a resposta correta – sobrevir é derivado do verbo vir, formando a conjugação “sobrevieram”;

(E) “Poucos turistas obtiveram a licença...” (pretérito perfeito do indicativo do verbo “obter”, que é derivado do verbo “ter”).

15 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário / Novembro 2004)

O verbo flexionado de forma INCORRETA está grifado na frase:

(A) Com base na legislação vigente, os promotores propuseram às autoridades responsáveis as penalidades cabíveis.

(B)) Alguns policiais requiseram o cumprimento do dispositivo legal para garantir sua segurança durante as diligências.

(C) Estudam-se alterações no conteúdo de certas leis para que elas dêem resultados positivos no controle da violência.

(D) Apesar de rígidas, as condições de encarceramento para criminosos ainda não contêm a ocorrência de atos de violência.

(E) Ninguém ainda se deteve para analisar os resultados da aplicação rigorosa de penalidades aos detentos.

Gabarito: B

Comentário.

Novamente, a banca explorou o verbo REQUERER, mas agora ficou fácil – você já sabe que a forma correta é “Alguns policiais requereram o cumprimento...”.

16 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase:

(A) Giscard contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se pronunciava como se detera o monopólio do coração.

(B) A mãe interviu na discussão, alegando que seu filho era alérgico a pêlos de animais – razão pela qual se indispusera com a dona do cachorrinho.

(C) O autor afirma que sempre se comprazeu em participar de reuniões em que todos envidam esforços na busca de soluções conciliatórias.

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(D)) Se condissessem com a verdadeira prática democrática, as campanhas eleitorais não dariam lugar ao discurso que inclui arrogância na argumentação.

(E) Caso Mitterrand contesse o ímpeto de sua fala, não houvera de argumentar com tamanha simplificação e tão visível autoritarismo.

Gabarito: D

Comentário.

Está correta a forma verbal “condissessem”, que se refere a um dos verbos derivados de dizer (condizer = “dizer com” = estar de acordo, estar em harmonia), no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Temos agora uma ótima oportunidade de estudar um dos verbos mais difíceis da Língua Portuguesa – COMPRAZER, presente na opção (C).

Antes, porém, vamos analisar as demais opções:

(A) “Giscard contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se pronunciava como se detivesse o monopólio do coração.” – além de não existir a forma “detera" (no pretérito mais-que-perfeito, seria “detivera”), por ser derivado do verbo “ter”, o verbo “deter”, na construção, deve ser conjugado no modo subjuntivo que, como vimos anteriormente, situa o fato no campo da hipótese, suposição, possibilidade.

(B) “A mãe interveio na discussão...” – o verbo intervir já foi objeto de comentário na questão 13. A forma “indispusera” (pretérito mais-que-perfeito do verbo indispor) está corretamente flexionada.

(C) Em relação ao verbo “comprazer”, há divergência doutrinária. Alguns gramáticos afirmam que esse verbo apresenta todas as conjugações (tendo por paradigma o verbo “aprazer”), enquanto outros afirmam ser um verbo defectivo, que só se conjugaria nas 3ªs pessoas, singular e plural (pres.ind.: compraz, comprazem).

A questão da prova passou ao largo dessa discussão, por ter apresentado o verbo na 3ª pessoa do singular (“o autor se compr...”).

Esse verbo é derivado do verbo “prazer” (este, inquestionavelmente, defectivo).

O que torna difícil essa conjugação é que, no pretérito perfeito do indicativo, e nos tempos derivados deste (logo adiante, iremos falar sobre essa derivação), o verbo comprazer se conjuga como o verbo haver, como vimos no exemplo acima:

Pret.perf.ind: comprouve / comprouveste / comprouve / comprouvemos / comprouvestes / comprouveram.

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Pret.mais-que-perf.ind: comprouvera / comprouveras ...

Pret.imperfeito subjuntivo: comprouvesse / comprouvesses ...

Futuro do subjuntivo: comprouver / comprouveres / comprouver ...

A forma correta, portanto, é “O autor afirma que sempre se comprouve em participar de reuniões...”. Em tempo, “comprazer-se” significa “regozijar-se”, “deleitar-se”. Essa foi de matar, hem?

(E) “Caso Mitterrand contivesse o ímpeto de sua fala...” – o verbo “conter”, também derivado do verbo “ter”, já foi mencionado na questão 12.

Só para não perdermos a oportunidade, veja como se formam os tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo.

A 3ª pessoa do plural (eles) do pretérito perfeito dá origem às seguintes formas verbais: pretérito mais que perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.

Exemplo: Eles vieram (pret.perf.ind)

Pret.mais que perf.ind – eu viera / tu vieras / ele viera / nós viéramos / vós viéreis / eles vieram

Pret.imperf.subjuntivo – eu viesse / tu viesses ...

Futuro do subjuntivo – eu vier / tu vieres / ele vier ...

E, para matar a sua curiosidade, veja algumas formas de conjugação do verbo “comprazer” (igual ao aprazer, para os que não o consideram defectivo):

Pres.Ind – comprazo / comprazes / compraze / comprazemos / comprazeis / comprazem

Pres.Subj – compraza / comprazas ...

Fut.Pres.Ind – comprazerei / comprazerás / comprazerá...

Horrível, não é mesmo?!?!

Então, vamos passar correndo para a próxima questão.

17 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

É preciso corrigir a redação da seguinte frase:

(A) Quando se chega a resultados como estes, há que se pensar num reajuste dos parâmetros em que baseamos os nossos cálculos.

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(B) Os casamentos vêm ocorrendo entre pessoas cada vez menos jovens, o que talvez revele uma preocupação crescente com a assunção desse compromisso.

(C) Na televisão norte-americana, a cobertura da guerra no Iraque foi manifestamente patriótica: os repórteres da Fox pareciam liderar a torcida em favor das tropas invasoras.

(D)) As conseqüências que advirem da escolha pela qual você optou, são de sua responsabilidade, além do mais porque lhe advertimos sobre os riscos envolvidos.

(E) Os bons psicoterapeutas ensinam que, em vez de uma pessoa querer ser outra, é mais interessante que ela busque inventar o que pode fazer com o que já é.

Gabarito: D

Comentário.

Sem dúvida alguma, o verbo advir é campeão nas provas da FCC. Derivado que é do verbo “vir” (significa “vir em resultado, sobrevir”), segue a conjugação deste. Assim, a forma correta da opção (D) é: “As conseqüências que advierem da escolha ...”.

18 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Estão corretamente flexionadas e articuladas as formas verbais da frase:

(A) Para que não sobrevissem maiores violência, seria preciso interferir nesse processo de acumulação, que a tantos destitue das mínimas condições de sobrevivência.

(B) O autor do texto e seu colega Elio Gaspari conviram em que os “cidadãos descartáveis” constituíssem o efeito vivo do funcionamento da máquina liberal.

(C) Para que se extingua essa expropriação histórica, fazer-se-ia necessário que haja pleno controle do processo de acumulação.

(D) Os sonhos que advirem da contínua sedução que sobre nós exerce a máquina neoliberal estariam condenados à insatisfação.

(E) Por não terem podido resistir à expropriação de seus pedacinhos de terra, os servos feudais não contiveram um processo que só fez crescer ao longo dos séculos.

Gabarito: E

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Comentário.

Vamos começar pelos erros das opções:

(A) “sobrevir” é derivado do vir e sinônimo do “advir” (de novo!). Assim, a forma certa é: “Para que não sobreviessem maiores violências” (acho que a falta do “s” foi mais um erro de digitação da prova do que uma incorreção de concordância);

(B) “convir” significa “concordar” e segue a conjugação do verbo “vir” – “O autor do texto e seu colega Elio Gaspari convieram em que ...”;

(C) Pode parecer horrível aos seus ouvidos, mas o verbo “extinguir” (que não tem trema e, portanto, se pronuncia como “gui” de “guitarra”), na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, apresenta a forma “extingo”. Como vimos, é essa a forma que dá origem a todo o presente do subjuntivo – extinga, extingas, extinga, extingamos, extingais, extinga. Essa conjugação é seguida, também, pelo verbo “distinguir”;

(D) Olha o “advir” aí, gente!!! Você já sabe: “Os sonhos que advierem da contínua sedução...”;

(E) ESTA FOI A RESPOSTA CORRETA. “Podido” é o particípio (que os antigos chamavam de “particípio passado”, alguém aí se lembra disso?) do verbo “poder”. Curiosidade: você sabia que, segundo a norma culta, o verbo “poder” não admite construção no imperativo?

19 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004 - adaptada)

Julgue a opção abaixo, em relação à correção gramatical.

(E) Na medida em que os dados gerais eram compreendidos, a platéia manifestava um misto de entusiasmo e de vontade de saber mais, por isso adviram perguntas mais complexas.

Item INCORRETO

Comentário.

Agora já perdeu a graça. Foram tantas as vezes que esse verbo apareceu que teríamos um curso completo só com o verbo “advir”. O correto é “por isso, advieram perguntas mais complexas.”.

20 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

É preciso corrigir a redação da seguinte frase:

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(A) Há protestos que são ouvidos somente quando incomodam nossos tímpanos, quando atingem a exacerbação de um grito a que ninguém mais pode se mostrar surdo.

(B))Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe convir, não se espere que viesse a tomar quaisquer providências somente porque seja do nosso interesse.

(C) Medidas repressivas, tomadas em diferentes épocas por diferentes governos, vêm sobejamente demonstrando a ineficácia da força frente às questões sociais.

(D) Precisamos nos convencer, de uma vez por todas, de que a economia privada raramente se preocupa com o alcance social das metas pragmáticas que ela se propõe atingir.

(E) No início da globalização, muita gente julgava que por meio dela não apenas se multiplicariam, mas também se distribuiriam com justiça os dividendos econômicos.

Gabarito: B

Comentário.

Agora, o verbo em questão é convir, também derivado do verbo “vir”.

Após a correção, teríamos: “Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe convier...” (futuro do subjuntivo).

Relembrando: o futuro do subjuntivo é um tempo derivado da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (eles vieram – [quando] ele vier / [quando] lhe convier).

Um cuidado muito grande que você deve tomar é nas questões de concordância verbal (tema da próxima aula) que abordem verbos derivados do “vir”, do “ter” e terminados de forma nasal (õe / õem), como os derivados do “pôr”. Isso porque não há alteração fonética entre a forma singular e a plural (contém / contêm, dispõe / dispõem, convém / convêm). Isso costuma ser um “prato cheio” para “pegadinhas”, especialmente as da ESAF. Não vamos nos aprofundar aqui no assunto. Teremos uma aula todinha para falar sobre concordância.

21 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

Todas as formas verbais estão adequadamente flexionadas na frase:

(A) Os jovens que proviram do Sudão assustar-se-ão com a quantidade de casuísmos a que deverão se submeter em sua nova experiência de vida.

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(B) Por vezes, uma comparação da nossa cultura com a de outros povos restitue-nos o desejo de uma sociedade em que nada obstrui o caminho natural da justiça.

(C) Se viajar de avião já constitui, para essa leva de jovens, uma experiência assombrosa, imagine-se o assombro deles quando haverem de entrar em contato com nossas leis.

(D) Em suas tribos, os jovens sudaneses entretiam-se com as práticas da vida concreta, sem a preocupação de atentarem para intermináveis códigos de leis casuísticas.

(E)) Deveríamos agir segundo valores com os quais reouvéssemos o sentido do que é social, e não sob a pressão de códigos que advieram de uma progressiva indigência moral.

Gabarito: E

Comentário.

(A) O verbo “provir” é derivado de vir e indica a procedência. Assim, “Os jovens que provieram do Sudão...”;

(B) Já estudamos os verbos terminados em –UIR (questão 11) e vimos que, ao contrário dos outros verbos de 3ª conjugação, esses recebem a letra “i” na 3ª pessoa do singular – “... uma comparação ... restitui-nos...”;

(C) Há impropriedade na forma “quando haverem de entrar em contato...”. Deve ser empregado o futuro do subjuntivo do verbo “haver” – “quando houverem de entrar...”, uma vez que indica um fato hipotético referente ao futuro. “Haverem” é a forma do infinitivo flexionado na 3ª pessoal do plural, inadequada à passagem;

(D) O verbo “entreter” é derivado do “ter” e como ele se conjuga – “... os jovens sudaneses entretinham-se ...”;

(E) RESPOSTA CORRETA. Vale a pena observar a correta conjugação do verbo defectivo reaver. Este verbo é derivado do verbo “haver” (significa possuir novamente, recuperar, “haver” de novo), mas só se conjuga nas formas em que o verbo “haver” apresentar a letra “v”. Assim, no presente do indicativo, só possui as formas de 1ª e 2ª pessoas do plural: reavemos, reaveis. Conseqüentemente, não possui presente do subjuntivo nem imperativo. Nos demais tempos, conjuga-se como o verbo “haver”, por exemplo: “Ele reouve o relógio roubado.”, “Eu reaverei cada tostão que ele me roubou” ou, como apresentado na questão “reouvéssemos”.

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22 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase:

(A) Ao longo do tempo, os corruptos nem sempre se desaviram com as instituições; pelo contrário, muitos souberam usá-las em benefício próprio.

(B)) Em respeito à ética, se os interesses particulares se contrapuserem aos públicos, devem prevalecer estes, e não aqueles.

(C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos destrutivos, nenhuma sociedade conheceria um momento sequer de estabilização.

(D) Quando os estados nacionais não intervêem nas instituições corrompidas, a ordem social tende a fragilizar-se cada vez mais.

(E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa.

Gabarito: B

Comentário.

(A) A forma “desavir” significa “suscitar desavença” (essa palavra você deve conhecer – significa “discórdia”, “discussão”, “briga”).

Apesar de não ser derivado do verbo “vir”, segue sua conjugação – “os corruptos nem sempre se desavieram com instituições...”;

(C) O verbo “deter” é derivado do “ter” – “Caso não detivéssemos...”;

(D) O verbo “intervir” é derivado do “vir” – “Quando os estados nacionais não intervêm nas instituições corrompidas...”;

(E) Mais uma vez, observa-se o uso inapropriado do verbo “haver”; em “Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados haveriam de lutar,...”, o verbo auxiliar “haver”, que forma uma locução verbal com o principal “lutar”, se reporta a um fato hipotético, devendo ser conjugado no futuro do pretérito do indicativo.

CO RRELAÇÃO VERBAL

CORRELAÇÃO VERBAL consiste na articulação entre as formas verbais no período. Os verbos estabelecem, assim, uma correspondência entre si.

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Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue acertar usando o “ouvido”. Observe que alguma coisa parece estar errada na construção: “Se você se acomodasse com a situação, ela se tornará efetiva.”. Isso acontece porque não houve correlação entre a forma verbal da primeira oração (acomodasse) – que indica hipótese, possibilidade - com a da segunda (tornará) – que indica certeza.

A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listas), seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto de correlação verbal:

a) “Exijo que me diga a verdade.” Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo

b) “Exigi que me dissesse a verdade.” – Pret.Perf.Indicativo + Pret.Imperf.Subjuntivo.

c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” - Presente Indic.+ Pret.Perf.Comp.Subjuntivo.

d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” – Fut.Pretérito.Ind.+ Pret.Mais-que-perf.Comp.Subjuntivo

e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – Futuro do Subjuntivo + Fut.Presente Indicativo

f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” - Pret.Imperf.Subj.+ Fut.Pretérito do Indicativo

g) “Quando puder, lerei o seu material.” - Futuro Subj.+ Fut.Presente Indicativo

23 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

É adequada a articulação entre os tempos verbais na frase:

(A))Mais se respeitasse a democracia, mais se deveria lutar contra as falácias dos discursos dos candidatos.

(B) O que tem ficado implícito na simplificação sistemática da realidade foi o desrespeito aos eleitores que a prezassem.

(C) Não houvéssemos ultrapassado as dimensões das comunas medievais, poderemos ter decisões que não dependeriam do sistema representativo.

(D) Vindo a ocorrer a insultuosa infantilização dos votantes, reagissem estes, negando-se a votar em quem os subestimava.

(E) Seria possível que chegassem a um acordo a dona do cachorrinho e a mãe da criança asmática, desde que se disponham a ponderar a razão de cada uma.

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Gabarito: A

Comentário.

Na opção correta, vemos um exemplo de relação entre um verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (respeitasse) e outro no futuro do pretérito (deveria) – caso f.

Note que as orações reproduzem fatos que se situam no plano da hipótese, o que justifica o emprego dessa relação verbal.

Quanto às demais construções, uma opção de conjugação verbal que respeitaria a correlação entre os verbos seria:

(B) “O que tem ficado implícito na simplificação sistemática da realidade é o desrespeito aos eleitores que a prezam.” – todos os verbos, nessa opção, apresentam conceitos, devendo ser conjugados no presente do indicativo.

(C) “Não houvéssemos ultrapassado as dimensões das comunas medievais, poderíamos ter decisões que não dependeriam do sistema representativo.”. Esse período reproduz a relação verbal apresentada corretamente na opção A – verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (houvéssemos) combinado com verbos no futuro do pretérito do indicativo (poderíamos / dependeriam).

(D) “Vindo a ocorrer a insultuosa infantilização dos votantes, reagiriam estes, negando-se a votar em quem os subestimava.” – a forma de gerúndio “vindo” apresenta uma condição, equivalendo ao verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo – “se viesse a ocorrer...”, o que levaria o verbo subseqüente ao futuro do pretérito (reagiriam).

(E) “Seria possível que chegassem a um acordo a dona do cachorrinho e a mãe da criança asmática, desde que se dispusessem a ponderar a razão de cada uma.” – essa construção estava correta até que se conjugou indevidamente o verbo da oração condicional. Por estabelecer essa circunstância, o verbo deveria estar no pretérito imperfeito do subjuntivo.

24 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Os tempos e os modos verbais apresentam-se adequadamente articulados na frase:

(A) Fôssemos todos atores, o culto das aparências será a chave que nos libertasse do nosso destino.

(B) Os atores sempre nos enganarão, a cada vez que encarnarem os personagens de que costumam se fantasiar.

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(C) Enquanto o culto das aparências for a chave do sucesso, estaríamos todos preocupados com o papel que desempenhemos.

(D) Desde idos tempos os atores gozariam de uma admiração que só não será maior por conta da desconfiança que temos de todo fingimento.

(E) O autor estaria convencido de que nosso vizinho seja capaz de fingir tão bem quanto um ator, quando tivesse desfilado com um carro que não é seu.

Gabarito: B

Comentário.

Na opção correta, o verbo “enganar” no futuro do presente do indicativo (enganarão) estabelece um nexo com o verbo “encarnar” no futuro do subjuntivo (encarnarem). Na seqüência, o verbo “costumar” indica um fato que é usual de acontecer.

Estariam corretas as seguintes construções:

(A) “Fôssemos todos atores, o culto das aparências seria a chave que nos libertaria do nosso destino.” – Situações hipotéticas devem ser apresentadas em construções cujos verbos estejam no pretérito imperfeito do subjuntivo (fôssemos) combinados com verbos no futuro do pretérito do indicativo (seria / libertaria).

(C) “Enquanto o culto das aparências for a chave do sucesso, estaremos todos preocupados com o papel que desempenhamos.” – a forma verbal “for” (futuro do subjuntivo) leva a situação para o futuro, o que exige a forma verbal correspondente também nesse tempo – “estaremos” (futuro do presente). Como o verbo “desempenhar” indica uma situação real, poderia ser conjugado no presente do indicativo.

(D) “Desde tempos idos os atores gozam de uma admiração que só não é maior por conta da desconfiança que temos de todo fingimento.” – como o fato narrado é continuado e se reflete ainda no momento atual, os verbos das orações devem estar conjugados no presente do indicativo (gozam / é / temos).

(E) “O autor estaria convencido de que nosso vizinho era capaz de fingir tão bem quanto um ator, quando tivesse desfilado com um carro que não era seu.” – está correta a relação entre o futuro do pretérito do indicativo (estaria) e o pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo (tivesse desfilado). O problema está na conjugação das duas passagens do verbo “ser”, que apresenta um fato real situado também no passado.

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25 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

É inadequada a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase:

(A) Para que se possa entender o de que vou aqui tratar não é necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.

(B) Para que se venha a entender o de que aqui tratarei não será necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.

(C) Não foi necessário que se tenha muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se viesse a entender o de que aqui estivera tratando.

(D) Não seria necessário que se tivesse muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se entendesse o de que lá eu tratava.

(E) Para que se pudesse entender o de que aqui trataria, não seria necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.

Gabarito: C

Comentário.

Uma possibilidade de construção seria: “Não seria necessário que se tivesse muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se viesse a entender o de que aqui estivera tratando.”. Isso porque, mais uma vez, os verbos retratam situações hipotéticas.

26 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Atentando-se para a adequada articulação entre os tempos e os modos verbais, completa-se a frase Caso não fossem necessárias as instituições com o seguinte segmento:

(A) haverão os homens de tê-las criado?

(B) por que os homens as haverão de criar?

(C))tê-las-íamos criado?

(D) ainda assim as teremos criado?

(E) tê-las-emos criado?

Gabarito: C

Comentário.

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Para relacionar-se com o verbo que situa o fato no campo da possibilidade, a forma verbal seguinte deve estar no futuro do pretérito do indicativo. O que poderia dificultar a identificação deste verbo é a colocação pronominal. Como veremos em uma das próximas aulas, é proibido empregar o pronome oblíquo após um verbo no futuro do indicativo (tanto futuro do presente como do pretérito). São duas opções de colocação deste pronome: antes do verbo (próclise), desde que não inicie período (outro caso de proibição) ou no meio do verbo (mesóclise). É essa a forma de “tê-las-íamos”, que equivale a “teríamos + a”.

A grafia dessa forma verbal também nos possibilita comentar sua acentuação. O pronome acabou por separar o verbo em duas partes: “te / íamos”. Cada “pedacinho” do verbo foi acentuado como se formasse uma unidade lingüística própria. O segmento “tê” recebeu o acento circunflexo por ser um monossílabo tônico, enquanto que “íamos” foi acentuado segundo a regra das proparoxítonas (í-a-mos). É assim que se faz. Por isso, a forma “seqüestrá-la-íamos”, apresenta dois acentos agudos – o primeiro, em virtude de “seqüestrá” formar uma palavra oxítona terminada em a (a sílaba tônica foi sublinhada); o segundo, de acordo com a regra das proparoxítonas (í-a-mos).

VOZES VERBAIS

O verbo pode ser flexionado em vozes: ativa, passiva, reflexiva e, segundo Evanildo Bechara, recíproca.

Por enquanto, só nos interessam as duas primeiras.

1 – VOZ ATIVA

O sujeito é o agente da ação verbal.

2 – VOZ PASSIVA

O sujeito recebe ou sofre a ação verbal. Divide-se em :

2.1 – VOZ PASSIVA ANALÍTICA – O que é maior: uma análise ou uma síntese? Certamente, uma análise. Assim, a construção oracional em voz passiva analítica apresenta mais elementos do que na sintética, porque são empregadas locuções verbais, com os verbos auxiliares ser / estar acompanhados do particípio de certos verbos ativos (sou visto, estava abatido), além de apresentar, muitas vezes, a figura do agente da passiva.

2.2 – VOZ PASSIVA SINTÉTICA – Para “sintetizar” a construção, é eliminado o agente da passiva e, em vez de uma locução verbal de cunho passivo, o verbo (ou uma outra locução) é acompanhado do pronome “se”, que recebe o nome de pronome apassivador. Iremos estudar, em concordância, uma forma simples de identificar essa construção de voz passiva sintética e saber diferenciá-la de sujeito indeterminado. Por

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enquanto, iremos nos ater a estudar a transposição das vozes verbais, objeto de muitas questões da Fundação Carlos Chagas.

3 – VOZ REFLEXIVA

O sujeito, ao mesmo tempo, pratica e sofre a ação verbal.

4 – VOZ RECÍPROCA

O sujeito é expresso por mais de um agente e a ação é praticada por todos, uns em relação aos outros.

São muitas as questões em provas da Fundação Carlos Chagas que abordam a transposição da voz ativa para a passiva, ou vice-versa.

Por isso, vamos verificar o procedimento necessário para essa transformação.

O termo que exercia a função sintática de objeto direto na voz ativa será o sujeito da voz passiva.

No lugar de um verbo (ou uma locução verbal), teremos uma locução verbal com idéia de passividade (inclusão do verbo ser/estar).

O elemento que exercia a função de sujeito da voz ativa será, na voz passiva analítica, o agente da passiva.

Não há alteração nos demais complementos, como objeto direto, predicativo do objeto ou complementos adverbiais, que continuarão a exercer as mesmas funções.

Veja o esquema abaixo:

O professor deu o livro ao aluno.

VOZ ATIVA SUJEITO (AGENTE)

VERBO OBJETO DIRETO

OBJETO INDIRETO

O livro foi dado pelo professor ao aluno. VOZ PASSIVA ANALÍTICA

SUJEITO (PACIENTE)

LOCUÇÃO VERBAL

AGENTE DA PASSIVA

OBJETO INDIRETO

O livro deu-se - ao aluno. VOZ PASSIVA SINTÉTICA

Note que na passiva analítica, normalmente o verbo antecede

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o sujeito, formando: Deu-se o livro ao aluno.

Cuidados que devem ser tomados na transposição:

- identificar corretamente o objeto direto da voz ativa, que exercerá a função de sujeito da voz passiva e com o qual o verbo irá concordar;

- realizar a concordância verbal corretamente;

- manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo tempo e modo do verbo apresentado na voz ativa.

Vamos, então, às questões de prova.

27 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Não admite alteração na voz verbal a frase:

(A) Tantos carros incendiados nas ruas estão dando um recado claro.

(B)) Que papel caberá, enfim, ao deus Mercado?

(C) A globalização vem favorecendo a concentração de renda.

(D) E esse Primeiro Mundo, que exibe agora sua população de humilhados?

(E) Os jovens das periferias urbanas não estão vendo futuro algum em suas vidas.

Gabarito: B

Comentário.

Para a construção de voz passiva, é necessário que haja, na construção de voz ativa, um objeto direto. Isso porque esse termo exercerá, na voz passiva, o papel de sujeito paciente. Por isso, os verbos deverão ser TRANSITIVOS DIRETOS OU TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS.

Na questão, o verbo do item B é transitivo indireto – “O papel (SUJEITO) caberá ao deus Mercado (OBJETO INDIRETO).”. Não existe objeto direto.

Nas demais opções, os termos que exercem a função de objeto direto são:

(A) “um recado claro”; a locução “estão dando” apresenta o verbo “dar” como principal. Este verbo, na construção, é transitivo direto.

(C) “a concentração de renda”; a locução verbal “vem favorecendo” tem como verbo principal “favorecer”, que é transitivo direto também.

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(D) “sua população de humilhados”; o verbo “exibir” é transitivo direto.

(E) “futuro algum”; novamente, uma locução verbal (“estão vendo”) apresenta um verbo principal transitivo direto (ver).

28 - (TRE AP Técnico Judiciário / Janeiro 2006)

Transpondo-se para a voz passiva a frase Ele gasta dinheiro que nem água, a forma verbal resultante será

(A) será gasta.

(B) foi gasta.

(C) está sendo gasto.

(D) será gasto.

(E))é gasto.

Gabarito: E

Comentário.

Quando se fala em transposição de voz verbal, devemos tomar dois cuidados:

1 – manter a conjugação verbal no mesmo tempo e modo da construção anterior;

2 – identificar o objeto direto da voz ativa, pois será este o sujeito da construção passiva, com quem o verbo irá fazer a concordância.

Como vimos, o objeto direto da voz ativa será o sujeito da voz passiva. Assim, na construção original, dinheiro exerce a função de complemento verbal direto. Como o verbo está no presente do indicativo (gasta), a forma passiva correta será: “Dinheiro é gasto por ele que nem água.”

29 - (TRT 13ª Região Analista Judiciário/Dezembro 2005)

NÃO é possível a transposição para a voz passiva do segmento sublinhado da frase:

(A) Aprecio uma reunião em que há o esforço de inventar possíveis de convivência.

(B) O processo eleitoral parece ser o desmentido da humildade necessária para o exercício da democracia.

(C) Mitterrand perdeu as eleições por conta de uma declaração infeliz.

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(D) As reuniões de moradores não obteriam êxito caso eles agissem como candidatos numa eleição.

(E) As promessas mirabolantes e a retórica vazia vêm alimentando o discurso da maioria dos candidatos.

Gabarito: B

Comentário.

O que irá gerar essa impossibilidade de transposição de vozes é a ausência de um objeto direto na construção de voz ativa, termo que exerce a função de sujeito da voz passiva. Assim, devemos identificar qual dos verbos grifados NÃO É transitivo direto ou transitivo direto e indireto.

(A) Em “Aprecio uma reunião”, o verbo é transitivo direto (“uma reunião” – objeto direto);

(B) Em “parece ser o desmentido”, estamos diante de uma locução verbal e, para identificar a transitividade da locução, devemos analisar o verbo principal. Em “parece ser”, o verbo principal é “ser”, que, na construção, é um verbo de ligação. A expressão “o desmentido” exerce a função sintática de predicativo do sujeito. Assim, não é possível a transposição para voz passiva dessa construção.

(C) O verbo “perder” é transitivo direto, sendo “as eleições” o seu complemento.

(D) O vocábulo “êxito” é o objeto direto do verbo “obter”.

(E) Na locução “vêm alimentando”, o verbo principal (“alimentar”) é, na construção, transitivo direto, apresentando, como complemento “o discurso da maioria dos candidatos”.

30 - (Procurador TCE AM / Fevereiro 2006)

NÃO é possível a transposição para a voz passiva da seguinte frase:

(A) O autor do texto estabelece uma distinção entre dois tipos de economistas.

(B) Toda medida econômica deveria pressupor um padrão ético de base.

(C)) A um economista ético não ocorrem soluções meramente técnicas.

(D) A defesa da identidade nacional refrearia o ritmo do desenvolvimento?

(E) Os economistas éticos costumam enfrentar os desafios da modernidade.

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Gabarito: C

Comentário.

Na construção, “ocorrer” é um verbo transitivo indireto – “Soluções meramente técnicas não ocorrem a um economista ético.”, não sendo possível, portanto, a construção de voz passiva.

Nas demais formas, o objeto direto é:

(A) “uma distinção entre dois tipos de economistas”;

(B) “um padrão ético de base”;

(D) “o ritmo do desenvolvimento”;

(E) “os desafios da modernidade”.

31 - (Advogado CEAL / Junho 2005)

Está corretamente indicada entre parênteses a forma verbal resultante da transposição da seguinte frase para a voz passiva:

(A) (...) os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie daninha. (é considerada)

(B) (...) os mesmos cidadãos também menosprezam o homem comum. (são menosprezados)

(C) a candidatura do cidadão comum nos incomoda. (é incomodada)

(D)) queremos justificar nossa preguiça cívica. (seja justificada)

(E) a chave que nos liberta do nosso destino. (é libertado)

Gabarito: D

Comentário.

Lembrem-se de seguir os dois passos para realizar a transposição de vozes:

1 – observar a conjugação verbal original (tempo/modo) e mantê-la na locução verbal de voz passiva;

2 – identificar o objeto direto da voz ativa, que será o responsável pela flexão verbal (concordância) na voz passiva.

(A) “Os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie daninha”.

Temos, aqui, uma construção que apresenta um objeto direto e um predicativo de objeto direto. Esse verbo “considerar”, nessa construção, é chamado de verbo transobjetivo, pois requer como complemento, não

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só o objeto, mas também o predicativo do objeto. Note que somente o complemento não atenderia à exigência verbal:

“Os eleitores consideram os políticos profissionais...” – você logo perguntaria: “consideram o quê?”. A resposta será o termo que exerce a função de predicativo do objeto direto (uma espécie daninha – ou seja, o que se declara a respeito do objeto – qualidade, situação, estado...).

Na transposição para a voz passiva, o objeto direto (políticos profissionais) exercerá a função de sujeito paciente.

Não se esqueça de observar a conjugação do verbo – “consideram” está no presente do indicativo.

Então a construção de voz passiva seria: “os políticos profissionais são considerados pelos eleitores uma espécie daninha”.

Não foi à toa que a banca sugeriu “é considerada”. Tentava confundir o candidato e levá-lo a considerar “espécie daninha” o objeto direto da oração em voz ativa. Ainda bem que você já sabia que esse termo é o predicativo do objeto, não é mesmo?

(B) Vamos seguir o “passo a passo” da transposição? Então:

1 – conjugação verbal: “menosprezam” – presente do indicativo;

2 – objeto direto da voz ativa: “o homem comum”;

Então: “O homem comum é menosprezado pelos mesmos cidadãos.”

(C) “a candidatura do cidadão comum nos incomoda “ - Desta vez, o objeto direto do verbo “incomodar” está representado no pronome “nos”. Sabemos que é transitivo direto ao substituir o pronome por um nome (não adianta trocar o “nos” por “a nós”, uma vez que os pronomes “ele, ela, nós, vós, eles, elas”, quando oblíquos, são SEMPRE regidos por preposição). Então, a construção-teste poderia ser: “alguém incomoda o menino.”. Viu? O complemento ligou-se diretamente ao verbo. Logo, “incomodar” é transitivo direto e “nos” é o objeto direto.

Como o verbo está no presente do indicativo, a construção de voz passiva seria: “Nós somos incomodados pela candidatura do cidadão comum.”.

(D) Em “queremos justificar nossa preguiça cívica”, há duas orações. A primeira é “queremos”. A segunda, subordinada à primeira, é “justificar nossa preguiça cívica”, em que “preguiça cívica” exerce a função de objeto direto de “justificar”. Assim, há duas formas possíveis de transposição – oração reduzida de infinitivo (“ser nossa preguiça cívica justificada”) ou desenvolvida em uma oração subordinada objetiva

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direta (“que nossa preguiça cívica seja justificada”) – ESTÁ CORRETA A OPÇÃO.

(E) Em “a chave que nos liberta do nosso destino”, o verbo “libertar” tem dois complementos: objeto direto (nos) e objeto indireto (do nosso destino). Como o verbo está no presente do indicativo, a forma passiva seria: “nós somos libertados do nosso destino [pela chave]”.

32 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006)

É um fator a mais a favor da conveniência de se acelerar a política de redução dos juros.

Julgue a proposição feita em relação ao segmento grifado acima:

I. Substituindo-se a política de redução dos juros por os empréstimos, a frase passaria a ser de se acelerarem os empréstimos.

Item CORRETO.

Comentário.

O pronome “se”, em construções com verbos transitivos diretos ou diretos e indiretos, é pronome apassivador (construção de voz passiva). Assim, em “a conveniência de se acelerar a política...”, o sujeito paciente da forma verbal “acelerar” é “política”, equivalendo a “a conveniência de que a política seja acelerada...”. Se houver a substituição de “política” por “empréstimos”, este elemento, que é o sujeito da forma verbal, exige a flexão do infinitivo – “de se acelerarem os empréstimos”, o que seria equivalente a “de que os empréstimos sejam acelerados”.

33 - (TCE SP - Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Uma das contribuições desse tratado foi o deslocamento do conceito de virtude, que Maquiavel passa a compreender não mais em seu sentido moral, mas como discernimento político.

Analise a proposição abaixo.

(C) A opção pela forma passiva de passa a compreender levaria a passam a ser compreendidos.

Item INCORRETO.

Comentário.

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Na transposição para a voz passiva, o elemento que, na voz ativa, exerce a função de objeto direto passaria a ser o sujeito da voz passiva.

Feita a substituição do pronome relativo “que” pelo termo antecedente, na voz ativa, teremos: “Maquiavel passa a compreender o conceito de virtude.”

A locução verbal “passa a compreender”, na voz passiva, recebe o verbo “ser”, sendo registrada como “passa a ser compreendido”, no masculino para concordar com o núcleo do sujeito paciente – o conceito de virtude (termo que era o objeto direto da voz ativa).

A nova construção, na voz passiva, seria, então: O conceito de virtude passa a ser compreendido por Maquiavel.

34 - (Auditor Fiscal da Bahia / Julho 2004 - adaptada)

Os últimos anos têm sido marcados por um milenarismo invertido, segundo o qual os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro foram substituídos por decretos sobre o fim disto ou daquilo (o fim da ideologia, da arte, ou das classes sociais; a “crise” do leninismo, da socialdemocracia, ou do Estado do bem-estar etc.); em conjunto, é possível que tudo isso configure o que se denomina, cada vez mais freqüentemente, pós-modernismo.

Com relação ao fragmento acima transcrito, julgue as seguintes afirmações, indique V (verdadeira) ou F (falsa) e marque a opção que apresenta a ordem correta:

I - têm sido marcados constitui uma forma verbal que denota continuidade da ação.

II - se a frase grifada fosse iniciada com decretos, seria mantido o sentido original com o emprego da forma verbal “tinham substituído”.

III - a forma passiva analítica foram substituídos corresponde à sintética “substitui-se”.

(A) V – F - V

(B) F – V - F

(C) F – F - V

(D) V – F - F

(E) V – V - F

Gabarito: D

Comentário.

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Analisaremos cada uma das assertivas:

I – VERDADEIRO. A locução verbal de tempo composto têm sido, apresentada no item “a”, indica uma ação que apresentou certa continuidade no tempo. Em uma construção com somente o verbo ser (“os últimos anos são marcados”), haveria tão-somente a indicação de um fato estático no tempo.

II – FALSO. Em “os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro foram substituídos por decretos”, o termo “decreto” exerce a função de agente da passiva. Ele, no início de uma frase, ou seja, na função de sujeito, levaria a construção para a voz ativa. Devemos, então, observar a conjugação verbal da voz passiva. Em “foram substituídos”, o verbo principal está no pretérito perfeito do indicativo. Assim, a forma de voz ativa seria: “Decretos substituíram os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro.”.

III – FALSO. Na construção passiva analítica “os prognósticos foram substituídos por decretos”, o sujeito paciente está representado por “os prognósticos”.

A forma passiva sintética correspondente seria, portanto, “substituíram-se os prognósticos”, devendo o verbo se flexionar no plural para concordar com o núcleo do sujeito: “prognósticos”. Está INCORRETA a proposição.

A ordem, portanto, é V – F – F.

35 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

... e os integrantes da advocacia pública são favorecidos por regras...

Transpondo a frase acima para a voz ativa, a forma verbal passará a ser

(A))favorecem.

(B) favoreceu.

(C) tinha favorecido.

(D) estava favorecendo.

(E) estavam sendo favorecidos.

Gabarito: A

Comentário.

Primeiramente, deve-se observar atentamente a conjugação do verbo auxiliar da locução verbal presente na oração de voz passiva.

Em “são favorecidos”, o verbo auxiliar “ser” está no presente do indicativo, devendo o verbo “principal” ser conjugado da mesma forma. O segundo

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passo é verificar qual elemento exerce a função de objeto direto da voz ativa. Este é o termo que, na voz passiva, exerce a função de sujeito – os integrantes da advocacia pública. Finalmente, o elemento que, na voz passiva analítica, estiver exercendo a função sintática de agente da passiva será o sujeito da voz ativa: regras.

Assim, a construção passiva será: “Regras favorecem os integrantes da advocacia pública.”.

36 - (TRT 24ª Região - Analista Judiciário / Março 2006)

Transpondo-se para a voz passiva o segmento instituições macabras que os homens – lamentavelmente – criam contra sua própria humanidade, a forma verbal resultante será

(A) estão sendo criadas.

(B))são criadas.

(C) foram criadas.

(D) têm criado.

(E) têm sido criadas.

Gabarito: B

Comentário.

Vamos fazer o “passo a passo”. Em “instituições macabras que os homens – lamentavelmente – criam contra sua própria humanidade”:

1 – conjugação verbal: o verbo está no presente do indicativo;

2 – objeto direto: está representado pelo pronome relativo “que”, que tem como referente “instituições macabras”. Portanto, após a substituição do pronome relativo pelo antecedente e a colocação da oração na ordem direta, a voz ativa seria: “Os homens criam instituições macabras contra sua própria humanidade.”.

O sujeito da voz passiva, portanto, será o termo que exercia a função de objeto direto da voz ativa – instituições macabras.

Assim, a construção de voz passiva será:

“Instituições macabras são criadas pelos homens contra sua própria humanidade.”

37 - (TRT 23ª Região – Técnico Judiciário / Outubro 2004)

“... para que o talento seja desenvolvido por circunstâncias externas...”

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Transpondo a frase acima para a voz ativa, a forma verbal passa a ser

(A) desenvolveu.

(B))desenvolvam.

(C) se desenvolve.

(D) tinham desenvolvido.

(E) são desenvolvidas.

Gabarito: B

Comentário.

1 – Em “para que o talento seja desenvolvido por circunstâncias externas”, o verbo auxiliar (seja) está conjugado no presente do subjuntivo.

2 – O sujeito da voz passiva (o talento) será o objeto direto da voz ativa e o agente da passiva (circunstâncias externas) irá exercer, na voz ativa, a função sintática de sujeito.

Assim, a construção de voz ativa será: “... para que circunstâncias externas desenvolvam o talento.”.

38 - (TRT 23ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Passando para a voz passiva a frase A escrita das leis e atos normativos (...) retiraria elementos da escrita usual, obtém-se a forma verbal

(A) teriam sido retirados.

(B) retirar-se-ia.

(C))seriam retirados.

(D) teriam retirado.

(E) tinham sido retirados.

Gabarito: C

Comentário.

1 – conjugação verbal: na voz ativa, o verbo está conjugado no futuro do pretérito do indicativo.

2 - O objeto direto está representado por “elementos da escrita usual”.

Assim, a forma de voz passiva seria:

“Elementos da escrita usual seriam retirados pela escrita das leis e atos normativos.”

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39 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário / Novembro 2004)

Defender uma revisão na Lei de Crimes Hediondos não significa de modo algum ser leniente com a criminalidade, que precisa ser combatida com energia pelo poder público.

No trecho acima, transpondo-se a frase “... que precisa ser combatida com energia pelo poder público” para a voz ativa, a forma verbal passará a ser

(A) precisa combater.

(B) irá combater.

(C) vai ser combatida.

(D) deve ser combatido.

(E) se combaterá.

Gabarito: A

Comentário.

Substituindo o pronome relativo pelo seu antecedente e colocando a oração na ordem direta, a construção de voz ativa será:

“A criminalidade precisa ser combatida com energia pelo poder público.”

O primeiro verbo auxiliar da locução “precisa ser combatida” está conjugado no presente do indicativo. Note que a locução verbal está formada por três verbos – PRECISAR + SER + COMBATER, com dois auxiliares (precisa, ser) e um principal (combater).

Na voz ativa, continuará havendo uma locução verbal, mas, agora, com dois verbos – PRECISAR (auxiliar) + COMBATER (principal), sendo eliminado o verbo “ser”, que denota a passividade da construção.

O agente da passiva (poder público) exercerá a função de sujeito na voz ativa, e o sujeito paciente (a criminalidade) será o objeto direto.

Assim, teremos:

“O poder público precisa combater a criminalidade.”

40 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário / Dezembro 2004)

Isto, por sua vez, converte as pessoas em funcionários de turno do sistema ...

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Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passa a ser, corretamente,

(A) converteu-se.

(B) é convertido.

(C) tinham convertido.

(D) são convertidas.

(E) deveriam ser convertidas.

Gabarito: A

Comentário.

1 – conjugação verbal: o verbo da voz ativa (“converte”) está no presente do indicativo.

2 – objeto direto: desta vez, a construção de voz ativa apresenta dois complementos – objeto direto (as pessoas) e objeto indireto (em funcionários de turno do sistema). Este último elemento continuará, na voz passiva, a exercer a função sintática de objeto indireto, ao passo que o objeto direto passará a ser o sujeito da voz passiva.

Assim, a forma passiva será: “As pessoas são convertidas por isto em funcionários de turno do sistema.”

Pudemos, nessas 40 questões, estudar praticamente todas as formas como Fundação Carlos Chagas explora este assunto:“Verbos”.

Bons estudos para todos vocês e até a próxima.

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS.

1 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário / Dezembro 2004)

“ ... para tudo que se refira ao mundo físico ...”

O verbo aparece nos mesmos tempo e modo em que se encontra a forma grifada acima na frase:

(A) ... e prossegue, aceleradamente, com o extraordinário desenvolvimento tecnológico ...

(B) ... que já nos vem do precedente...

(C)) ... que confiram sentido a sua vida.

(D) ... para que o objetivo de consumo se fosse convertendo...

(E) ... se tornou a motivação central do homem...

2 - (TRT 3ª Região – Técnico Judiciário / Janeiro 2005)

... que parecia suave anjo de voz tranqüila.

O verbo de mesmo tempo e modo em que se encontra o verbo grifado acima está na frase:

(A)) ... em que se amarrava cachorro com lingüiça ...

(B) Só num único e mesmo jornal permaneci mais de vinte anos.

(C) Algumas figuras se tornaram sombras ...

(D) ... morreu nas masmorras do Chile ...

(E) ... que largou o jornalismo ...

3 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

... e vive angustiada num emprego...

O verbo está no mesmo tempo e modo daquele grifado acima na frase:

(A) No início do século passado acreditava-se que...

(B) Ocorreu exatamente o contrário.

(C) ... e acrescentaram doses extras de “stress” à vida de todos nós.

(D)) ... que ocupam as funções mais banais.

(E) Como se não bastasse...

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4 - (TRT 23ª Região – Técnico Judiciário / Outubro 2004)

Há quem diga que isso não é urbano...

O verbo empregado no mesmo tempo e modo que os do verbo grifado acima está na frase:

(A) ... que eu criei em 1985...

(B) ... em que a ocupação da Amazônia foi uma prioridade.

(C) ... a população ia para os núcleos urbanos.

(D) Alguns colegas não gostam dessa abordagem...

(E)) ... que nossa urbanização seja igual à da Europa...

5 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário / Dezembro 2004)

Embora, é claro, devamos resistir à tentação fácil de elevar e idealizar os favelados, (...) também devemos, como propõe [o filósofo Alain] Badiou, enxergar as favelas...

É correto afirmar que o emprego do verbo dever em modos diferentes no segmento que inicia o último parágrafo do texto indica, respectivamente,

(A)) possibilidade de ação e fato real.

(B) explicação de um fato e dúvida concreta.

(C) suavização de uma ordem e repetição de um fato.

(D) fato anterior e hipótese futura.

(E) situação real e conseqüência imediata.

6 - (Assistente de Defesa Agropecuária MA / Março 2004)

Ainda que parte da água possa ser reaproveitada...

O emprego da forma verbal grifada indica, considerando-se o contexto,

(A) fato concreto.

(B))hipótese realizável.

(C) ação habitual.

(D) ordem imediata.

(E) situação pretérita.

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7 - (Assistente de Defesa Agropecuária MA / Março 2004)

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase apresentada.

Os alimentos devem ser ...... em água limpa para que a população não ...... a ter problemas de saúde.

(A) cozinhados - venhe

(B) cozinhados - vem

(C) cozidos - venhe

(D) cozidos - venha

(E) cozidos - vêm

8 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário / Novembro 2004)

As estruturas atuais de gasodutos fariam o transporte do gás que moveria a frota de automóveis.

O emprego das formas verbais grifadas acima indica, no contexto,

(A) incerteza da realização de um fato passado.

(B) dúvida real de que um fato se concretize.

(C) ação que se realiza habitualmente até o momento presente.

(D) fato consumado, anterior a outro, também passado.

(E) hipótese que depende de certa condição anterior.

9 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

... em questões nas quais a vinculação satisfaça objetivos políticos dos governantes. (2o parágrafo)

O emprego da forma verbal grifada acima introduz no contexto a mesma noção do verbo empregado na frase:

(A) Duas críticas lhe são feitas...

(B) Os prazos já existem na lei...

(C) ... que lhes permitem intervir no processo...

(D)) ... segundo o ritmo que lhes convenha.

(E) ... que se está dando um passo à frente.

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10 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Faça isso com a cabeça de um macaco.

É exemplo de emprego do mesmo modo do verbo grifado acima UM dos verbos que aparecem na frase:

(A) Não serão aceitas justificativas, quaisquer que sejam os motivos alegados.

(B) Saiba que valores devem ser respeitados, em qualquer tempo e lugar.

(C) Todo explorador desejaria entender como se reduzem cabeças.

(D) É necessária a existência de critério que justifique determinados atos de violência.

(E) Espera-se que ele possa entender as razões de certos costumes em determinadas civilizações.

11 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase:

(A) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução que se adeque à expectativa dos contendores.

(B) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o outro do que esclarecimentos ao eleitorado.

(C) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão habilitados a cruzar prezervando sua dignidade.

(D) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo o que há de falascioso nos discursos de campanha.

(E) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido.

12 - (TRE AP - Técnico Judiciário/ Janeiro 2006)

Está corretamente flexionada a forma verbal sublinhada na frase:

(A) Se alguém propor medidas para economia de energia, que seja ouvido com atenção.

(B) Caso uma represa contenhe pouco volume de água, as turbinas da usina desligam-se.

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(C)) Seria preciso que refizéssemos os cálculos da energia que estamos gastando.

(D) Só damos valor às coisas quando elas já escasseiaram.

(E) Se não determos os desperdícios, pagaremos cada vez mais caro por eles.

13 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Estão corretas ambas as formas verbais sublinhadas na frase:

(A) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue, para muitos homens, uma prática esportiva.

(B)) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas constitui, para muitos homens, uma prática esportiva.

(C) Alguém interviu, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitui, para muitos homens, uma prática esportiva.

(D) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue, para muitos homens, uma prática esportiva.

(E) Alguém interveio, dizendo ao czar que a caça de borboletas e andorinhas constitue-se, para muitos homens, uma prática esportiva.

14 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

O verbo flexionado corretamente está grifado na frase:

(A) Empresários requiseram licença ambiental para desenvolver seus projetos.

(B) Muitos turistas vinherão ao Brasil central, atraídos pelos esportes náuticos.

(C) Os investidores disporam-se a desenvolver um turismo ecológico na região.

(D)) Sobrevieram alguns contratempos, logo resolvidos, no alojamento dos visitantes.

(E) Poucos turistas obteram a licença para permanecer mais tempo na região.

15 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário / Novembro 2004)

O verbo flexionado de forma INCORRETA está grifado na frase:

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(A) Com base na legislação vigente, os promotores propuseram às autoridades responsáveis as penalidades cabíveis.

(B)) Alguns policiais requiseram o cumprimento do dispositivo legal para garantir sua segurança durante as diligências.

(C) Estudam-se alterações no conteúdo de certas leis para que elas dêem resultados positivos no controle da violência.

(D) Apesar de rígidas, as condições de encarceramento para criminosos ainda não contêm a ocorrência de atos de violência.

(E) Ninguém ainda se deteve para analisar os resultados da aplicação rigorosa de penalidades aos detentos.

16 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase:

(A) Giscard contrapôs às falas de Mitterrand a impressão de que este se pronunciava como se detera o monopólio do coração.

(B) A mãe interviu na discussão, alegando que seu filho era alérgico a pêlos de animais – razão pela qual se indispusera com a dona do cachorrinho.

(C) O autor afirma que sempre se comprazeu em participar de reuniões em que todos envidam esforços na busca de soluções conciliatórias.

(D)) Se condissessem com a verdadeira prática democrática, as campanhas eleitorais não dariam lugar ao discurso que inclui arrogância na argumentação.

(E) Caso Mitterrand contesse o ímpeto de sua fala, não houvera de argumentar com tamanha simplificação e tão visível autoritarismo.

17 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

É preciso corrigir a redação da seguinte frase:

(A) Quando se chega a resultados como estes, há que se pensar num reajuste dos parâmetros em que baseamos os nossos cálculos.

(B) Os casamentos vêm ocorrendo entre pessoas cada vez menos jovens, o que talvez revele uma preocupação crescente com a assunção desse compromisso.

(C) Na televisão norte-americana, a cobertura da guerra no Iraque foi manifestamente patriótica: os repórteres da Fox pareciam liderar a torcida em favor das tropas invasoras.

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(D)) As conseqüências que advirem da escolha pela qual você optou, são de sua responsabilidade, além do mais porque lhe advertimos sobre os riscos envolvidos.

(E) Os bons psicoterapeutas ensinam que, em vez de uma pessoa querer ser outra, é mais interessante que ela busque inventar o que pode fazer com o que já é.

18 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Estão corretamente flexionadas e articuladas as formas verbais da frase:

(A) Para que não sobrevissem maiores violência, seria preciso interferir nesse processo de acumulação, que a tantos destitue das mínimas condições de sobrevivência.

(B) O autor do texto e seu colega Elio Gaspari conviram em que os “cidadãos descartáveis” constituíssem o efeito vivo do funcionamento da máquina liberal.

(C) Para que se extingua essa expropriação histórica, fazer-se-ia necessário que haja pleno controle do processo de acumulação.

(D) Os sonhos que advirem da contínua sedução que sobre nós exerce a máquina neoliberal estariam condenados à insatisfação.

(E) Por não terem podido resistir à expropriação de seus pedacinhos de terra, os servos feudais não contiveram um processo que só fez crescer ao longo dos séculos.

19 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004 - adaptada)

Julgue a opção abaixo, em relação à correção gramatical.

(E) Na medida em que os dados gerais eram compreendidos, a platéia manifestava um misto de entusiasmo e de vontade de saber mais, por isso adviram perguntas mais complexas.

20 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

É preciso corrigir a redação da seguinte frase:

(A) Há protestos que são ouvidos somente quando incomodam nossos tímpanos, quando atingem a exacerbação de um grito a que ninguém mais pode se mostrar surdo.

(B))Se é praxe do Estado agir apenas quando lhe convir, não se espere que viesse a tomar quaisquer providências somente porque seja do nosso interesse.

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(C) Medidas repressivas, tomadas em diferentes épocas por diferentes governos, vêm sobejamente demonstrando a ineficácia da força frente às questões sociais.

(D) Precisamos nos convencer, de uma vez por todas, de que a economia privada raramente se preocupa com o alcance social das metas pragmáticas que ela se propõe atingir.

(E) No início da globalização, muita gente julgava que por meio dela não apenas se multiplicariam, mas também se distribuiriam com justiça os dividendos econômicos.

21 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

Todas as formas verbais estão adequadamente flexionadas na frase:

(A) Os jovens que proviram do Sudão assustar-se-ão com a quantidade de casuísmos a que deverão se submeter em sua nova experiência de vida.

(B) Por vezes, uma comparação da nossa cultura com a de outros povos restitue-nos o desejo de uma sociedade em que nada obstrui o caminho natural da justiça.

(C) Se viajar de avião já constitui, para essa leva de jovens, uma experiência assombrosa, imagine-se o assombro deles quando haverem de entrar em contato com nossas leis.

(D) Em suas tribos, os jovens sudaneses entretiam-se com as práticas da vida concreta, sem a preocupação de atentarem para intermináveis códigos de leis casuísticas.

(E)) Deveríamos agir segundo valores com os quais reouvéssemos o sentido do que é social, e não sob a pressão de códigos que advieram de uma progressiva indigência moral.

22 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase:

(A) Ao longo do tempo, os corruptos nem sempre se desaviram com as instituições; pelo contrário, muitos souberam usá-las em benefício próprio.

(B)) Em respeito à ética, se os interesses particulares se contrapuserem aos públicos, devem prevalecer estes, e não aqueles.

(C) Caso não detêssemos boa parte dos nossos ímpetos destrutivos, nenhuma sociedade conheceria um momento sequer de estabilização.

(D) Quando os estados nacionais não intervêem nas instituições corrompidas, a ordem social tende a fragilizar-se cada vez mais.

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(E) Se tivessem prevalecido as boas causas pelas quais nossos antepassados haveram de lutar, estaríamos hoje numa sociedade mais justa.

23 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

É adequada a articulação entre os tempos verbais na frase:

(A))Mais se respeitasse a democracia, mais se deveria lutar contra as falácias dos discursos dos candidatos.

(B) O que tem ficado implícito na simplificação sistemática da realidade foi o desrespeito aos eleitores que a prezassem.

(C) Não houvéssemos ultrapassado as dimensões das comunas medievais, poderemos ter decisões que não dependeriam do sistema representativo.

(D) Vindo a ocorrer a insultuosa infantilização dos votantes, reagissem estes, negando-se a votar em quem os subestimava.

(E) Seria possível que chegassem a um acordo a dona do cachorrinho e a mãe da criança asmática, desde que se disponham a ponderar a razão de cada uma.

24 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Os tempos e os modos verbais apresentam-se adequadamente articulados na frase:

(A) Fôssemos todos atores, o culto das aparências será a chave que nos libertasse do nosso destino.

(B) Os atores sempre nos enganarão, a cada vez que encarnarem os personagens de que costumam se fantasiar.

(C) Enquanto o culto das aparências for a chave do sucesso, estaríamos todos preocupados com o papel que desempenhemos.

(D) Desde idos tempos os atores gozariam de uma admiração que só não será maior por conta da desconfiança que temos de todo fingimento.

(E) O autor estaria convencido de que nosso vizinho seja capaz de fingir tão bem quanto um ator, quando tivesse desfilado com um carro que não é seu.

25 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

É inadequada a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase:

(A) Para que se possa entender o de que vou aqui tratar não é necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.

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(B) Para que se venha a entender o de que aqui tratarei não será necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.

(C) Não foi necessário que se tenha muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se viesse a entender o de que aqui estivera tratando.

(D) Não seria necessário que se tivesse muita informação acerca da teoria dos buracos negros para que se entendesse o de que lá eu tratava.

(E) Para que se pudesse entender o de que aqui trataria, não seria necessário ter muita informação acerca da teoria dos buracos negros.

26 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Atentando-se para a adequada articulação entre os tempos e os modos verbais, completa-se a frase Caso não fossem necessárias as instituições com o seguinte segmento:

(A) haverão os homens de tê-las criado?

(B) por que os homens as haverão de criar?

(C))tê-las-íamos criado?

(D) ainda assim as teremos criado?

(E) tê-las-emos criado?

27 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Não admite alteração na voz verbal a frase:

(A) Tantos carros incendiados nas ruas estão dando um recado claro.

(B)) Que papel caberá, enfim, ao deus Mercado?

(C) A globalização vem favorecendo a concentração de renda.

(D) E esse Primeiro Mundo, que exibe agora sua população de humilhados?

(E) Os jovens das periferias urbanas não estão vendo futuro algum em suas vidas.

28 - (TRE AP Técnico Judiciário / Janeiro 2006)

Transpondo-se para a voz passiva a frase Ele gasta dinheiro que nem água, a forma verbal resultante será

(A) será gasta.

(B) foi gasta.

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(C) está sendo gasto.

(D) será gasto.

(E))é gasto.

29 - (TRT 13ª Região Analista Judiciário/Dezembro 2005)

NÃO é possível a transposição para a voz passiva do segmento sublinhado da frase:

(A) Aprecio uma reunião em que há o esforço de inventar possíveis de convivência.

(B) O processo eleitoral parece ser o desmentido da humildade necessária para o exercício da democracia.

(C) Mitterrand perdeu as eleições por conta de uma declaração infeliz.

(D) As reuniões de moradores não obteriam êxito caso eles agissem como candidatos numa eleição.

(E) As promessas mirabolantes e a retórica vazia vêm alimentando o discurso da maioria dos candidatos.

30 - (Procurador TCE AM / Fevereiro 2006)

NÃO é possível a transposição para a voz passiva da seguinte frase:

(A) O autor do texto estabelece uma distinção entre dois tipos de economistas.

(B) Toda medida econômica deveria pressupor um padrão ético de base.

(C)) A um economista ético não ocorrem soluções meramente técnicas.

(D) A defesa da identidade nacional refrearia o ritmo do desenvolvimento?

(E) Os economistas éticos costumam enfrentar os desafios da modernidade.

31 - (Advogado CEAL / Junho 2005)

Está corretamente indicada entre parênteses a forma verbal resultante da transposição da seguinte frase para a voz passiva:

(A) (...) os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie daninha. (é considerada)

(B) (...) os mesmos cidadãos também menosprezam o homem comum. (são menosprezados)

(C) a candidatura do cidadão comum nos incomoda. (é incomodada)

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(D)) queremos justificar nossa preguiça cívica. (seja justificada)

(E) a chave que nos liberta do nosso destino. (é libertado)

32 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006)

É um fator a mais a favor da conveniência de se acelerar a política de redução dos juros.

Julgue a proposição feita em relação ao segmento grifado acima:

I. Substituindo-se a política de redução dos juros por os empréstimos, a frase passaria a ser de se acelerarem os empréstimos.

33 - (TCE SP - Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Uma das contribuições desse tratado foi o deslocamento do conceito de virtude, que Maquiavel passa a compreender não mais em seu sentido moral, mas como discernimento político.

Analise a proposição abaixo.

(C) A opção pela forma passiva de passa a compreender levaria a passam a ser compreendidos.

34 - (Auditor Fiscal da Bahia / Julho 2004 - adaptada)

Os últimos anos têm sido marcados por um milenarismo invertido, segundo o qual os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro foram substituídos por decretos sobre o fim disto ou daquilo (o fim da ideologia, da arte, ou das classes sociais; a “crise” do leninismo, da socialdemocracia, ou do Estado do bem-estar etc.); em conjunto, é possível que tudo isso configure o que se denomina, cada vez mais freqüentemente, pós-modernismo.

Com relação ao fragmento acima transcrito, julgue as seguintes afirmações, indique V (verdadeira) ou F (falsa) e marque a opção que apresenta a ordem correta:

I - têm sido marcados constitui uma forma verbal que denota continuidade da ação.

II - se a frase grifada fosse iniciada com decretos, seria mantido o sentido original com o emprego da forma verbal “tinham substituído”.

III - a forma passiva analítica foram substituídos corresponde à sintética “substitui-se”.

(A) V – F - V

(B) F – V - F

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(C) F – F - V

(D) V – F - F

(E) V – V - F

35 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

... e os integrantes da advocacia pública são favorecidos por regras...

Transpondo a frase acima para a voz ativa, a forma verbal passará a ser

(A))favorecem.

(B) favoreceu.

(C) tinha favorecido.

(D) estava favorecendo.

(E) estavam sendo favorecidos.

36 - (TRT 24ª Região - Analista Judiciário / Março 2006)

Transpondo-se para a voz passiva o segmento instituições macabras que os homens – lamentavelmente – criam contra sua própria humanidade, a forma verbal resultante será

(A) estão sendo criadas.

(B))são criadas.

(C) foram criadas.

(D) têm criado.

(E) têm sido criadas.

37 - (TRT 23ª Região – Técnico Judiciário / Outubro 2004)

“... para que o talento seja desenvolvido por circunstâncias externas...”

Transpondo a frase acima para a voz ativa, a forma verbal passa a ser

(A) desenvolveu.

(B))desenvolvam.

(C) se desenvolve.

(D) tinham desenvolvido.

(E) são desenvolvidas.

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38 - (TRT 23ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Passando para a voz passiva a frase A escrita das leis e atos normativos (...) retiraria elementos da escrita usual, obtém-se a forma verbal

(A) teriam sido retirados.

(B) retirar-se-ia.

(C))seriam retirados.

(D) teriam retirado.

(E) tinham sido retirados.

39 - (TRT 22ª Região – Técnico Judiciário / Novembro 2004)

Defender uma revisão na Lei de Crimes Hediondos não significa de modo algum ser leniente com a criminalidade, que precisa ser combatida com energia pelo poder público.

No trecho acima, transpondo-se a frase “... que precisa ser combatida com energia pelo poder público” para a voz ativa, a forma verbal passará a ser

(A) precisa combater.

(B) irá combater.

(C) vai ser combatida.

(D) deve ser combatido.

(E) se combaterá.

40 - (TRT 8ª Região – Técnico Judiciário / Dezembro 2004)

Isto, por sua vez, converte as pessoas em funcionários de turno do sistema ...

Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal passa a ser, corretamente,

(A) converteu-se.

(B) é convertido.

(C) tinham convertido.

(D) são convertidas.

(E) deveriam ser convertidas.

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1

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Nosso assunto de hoje é CONCORDÂNCIA, que consiste no mecanismo que leva as palavras a adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal.

“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal quanto verbal, os elementos que compõem a frase devem estar em consonância uns com os outros.

Essa concordância poderá ser feita de duas formas:

- gramatical ou lógica – segue os padrões gramaticais vigentes;

- atrativa ou ideológica – dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor estilístico.

CONCORDÂNCIA VERBAL – variação do verbo, conformando-se ao número e à pessoa do sujeito.

CONCORDÂNCIA NOMINAL – adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).

À medida que comentarmos as questões de prova da ESAF, iremos abordar cada um dos casos de concordância, indistintamente (verbal e nominal).

Procuramos selecionar o maior número possível de situações em que esse tópico do programa costuma ser exigido.

Bons estudos.

QUESTÕES DE PROVA DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS

1 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Quando se desmoraliza, pela ação de uma pequena parcela de delinqüentes, a imagem de uma instituição pública saudável e necessária, propaga-se a crença de que a sociedade deva ser controlada pelo poder da força.

Considerando-se a frase, analise a afirmação:

(A) A forma verbal se desmoraliza não sofreria alteração caso se substituísse de uma instituição pública por das instituições públicas.

Item CORRETO

Comentário.

A concordância verbal se faz com o núcleo do sujeito.

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Neste caso, o sujeito está representado por “a imagem de uma instituição pública saudável e necessária, ...”. Note que, junto ao verbo desmoralizar, há o pronome “se”. Quando um verbo de transitividade direta ou direta e indireta estiver acompanhado do pronome se, podemos estar diante de uma construção de voz passiva.

Na aula passada, vimos que, na voz passiva, o objeto direto da voz ativa irá exercer a função de sujeito. Assim, para confirmação dessa passividade, temos de fazer duas perguntas:

1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?

2 – Existe uma idéia passiva na construção?

Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construção de voz passiva e, então, o verbo deverá se flexionar de acordo com o sujeito paciente (mais precisamente com o seu núcleo).

Assim, na questão de prova ora comentada, “Quando se desmoraliza (...) a imagem de uma instituição pública saudável e necessária”, temos de fazer as duas perguntas:

1ª pergunta: O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?

Resposta: O verbo desmoralizar é transitivo direto (alguém desmoraliza alguém ou alguma coisa).

2ª pergunta: Existe uma idéia passiva na construção?

Resposta: Sim, existe idéia passiva – a imagem é desmoralizada.

Conclusão: SIM, temos uma construção de voz passiva.

O segundo passo, agora, é verificar qual elemento é o núcleo do sujeito: em “a imagem de uma instituição pública saudável e necessária”, o núcleo é imagem, estando os demais elementos complementando o seu sentido. Desse modo, o verbo deverá ficar no singular, como, aliás, se apresentou.

A questão sugere a alteração de “de uma instituição pública” por “das instituições públicas” e afirma que isso não alteraria a flexão verbal.

Essa assertiva está correta, uma vez que, com a substituição proposta, não haveria alteração no núcleo do sujeito, que continuaria sendo “imagem”.

2 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Quanto às normas de concordância verbal, está inteiramente correta a frase:

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3

(A) As "operações" a que se aludem nessa crônica referem-se à redução de uma cabeça humana a proporções mínimas.

(B) A violência contra os homens, a quem perseguia como se persegue animais, pareciam ao czar mais natural do que a dirigida contra borboletas e andorinhas.

(C) Subentendem-se, nas palavras do índio jivaro, que a morte e a redução da cabeça de alguém se dá como represália contra um inimigo.

(D) Quem informou ao czar que também se caçam borboletas e andorinhas talvez não suspeitasse que isso causaria reações de espanto.

(E) Não costumam os chamados homens civilizados considerarem que a caça de borboletas e de andorinhas representem um ato de selvageria.

Gabarito: D

Comentário.

Vamos analisar cada uma das opções, a começar pela primeira:

(A) Temos de verificar se o pronome “se” que acompanha o verbo “aludir” é um pronome apassivador (construção de voz passiva) ou é um índice ou partícula de indeterminação do sujeito (caso de sujeito indeterminado).

Vimos na questão anterior a forma de analisar esse tipo de passividade – para formar voz passiva:

1 – o verbo deve ser transitivo direto ou direto e indireto;

2 – deve ser apresentada uma idéia passiva.

Os demais verbos (transitivo indireto, intransitivo, verbo de ligação), se estiverem acompanhados do pronome “se”, estarão formando o sujeito indeterminado e o pronome correspondente chama-se índice ou partícula de indeterminação do sujeito.

Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer dizer – quem é o agente da ação verbal. Também é usado em orações de sentido genérico, vago. São duas as formas de construção do sujeito indeterminado:

Forma 1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se (índice / partícula de indeterminação):

Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças. (verbo transitivo indireto)

Estava-se muito feliz com o resultado das provas. (verbo de ligação)

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Morria-se de tédio nas noites de inverno.(verbo intransitivo)

Forma 2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construção), sem o pronome, fica na 3ª pessoa do singular:

Desviaram dinheiro dos cofres públicos.

Bateram na porta.

Falaram mal de você.

Já na primeira análise, podemos constatar que o verbo “aludir” não poderia se submeter a esse tipo de construção passiva, pois é transitivo indireto (Alguém alude a alguma coisa).

Diante dessa impossibilidade, concluímos que se trata de uma construção com sujeito indeterminado, devendo o verbo ficar na 3ª pessoa do singular (Forma 1): “As "operações" a que se alude nessa crônica ...”.

(B) Novamente, devemos verificar qual elemento está na posição de núcleo do sujeito. Você notará que esse tipo de erro de concordância é muito comum nas provas da FCC, por isso denominamos de “caso clássico”. Assim, sugiro que você sublinhe (ou grife de qualquer forma) e o compare com a forma verbal apresentada.

Em “A violência contra os homens (...) pareciam ao czar mais natural do que a dirigida contra borboletas e andorinhas.”, o núcleo do sujeito está representado pelo vocábulo “violência”. Assim, o verbo deveria estar no singular – “parecia”.

No segmento isolado por vírgulas (omitido na transcrição acima), percebemos também um deslize de sintaxe de concordância: “a quem perseguia como se persegue animais” – o verbo perseguir é transitivo direto (Alguém persegue algo) e apresenta uma idéia passiva (animais são perseguidos). Assim, por estar acompanhado do pronome se (apassivador), o verbo deve com o sujeito paciente (animais) concordar – “como se perseguem animais”.

(C) Mais uma vez, nos deparamos com o pronome “se” junto de um verbo, o que nos leva à análise de verificação da voz passiva:

1 – o verbo é transitivo direto (Alguém subentende alguma coisa);

2 – há idéia passiva.

Note, porém, que o sujeito paciente (ou seja, aquilo que é subentendido) está representado por uma oração (“que a morte e a redução da cabeça de alguém se dá como represália contra um inimigo.”). O sujeito paciente é oracional, o que leva o verbo para a 3ª pessoa do singular – “Subentende-se (...) que a morte...”;

Já na oração subordinada subjetiva (a que exerce a função de sujeito paciente), temos mais uma vez o pronome “se” acompanhando um

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verbo transitivo direto – “dar”. Nesta acepção, tem o sentido de “se realiza” – “é realizado”. Deste modo, podemos considerar que este verbo apresenta uma idéia passiva. Como são dois os núcleos do sujeito (sujeito composto) e este sujeito vem antes do verbo correspondente (“que a morte e a redução da cabeça de alguém ...”), o verbo deverá ser flexionado no plural – (“...se dão como represália...”), sendo equivalente a dizer que “a morte e a redução da cabeça de alguém se realizam como represália”.

(E) Para percebermos um dos deslizes dessa construção, vamos colocar os termos da oração na ordem direta (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS): “Os chamados homens civilizados não costumam considerarem que ...” – Opa!

Em uma locução verbal (vimos na aula passada), o verbo principal não se flexiona (considerar), somente o faz o verbo auxiliar (costumam). Assim, a forma correta seria “não costumam considerar que...”. Na seqüência, vimos que, mais uma vez, o verbo não concorda com o núcleo do sujeito – “que a caça de borboletas e andorinhas represente um ato de selvageria.” – caso clássico.

3 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

O verbo entre parênteses deverá ser flexionado, obrigatoriamente, numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

(A) Mesmo que não ...... (caber) a vocês tomar a decisão final, gostaria que discutissem bem esse assunto.

(B) Eles sabiam que ...... (urgir) chegarem à pousada, mas não conseguiram evitar o atraso.

(C) A nenhum de vocês ...... (competir) decidir quem será o novo líder do grupo.

(D) Tais decisões não ....... (valer) a pena tomar assim, de afogadilho.

(E) A apenas um dos candidatos ...... (restar) ainda alguns minutos para rever a prova.

Gabarito: E

Comentário.

Esse é um tipo muito comum de questão da Fundação Carlos Chagas. A flexão exigida ora é no plural, ora é no singular.

Relembramos que, como vimos na questão anterior, os sujeitos apresentados sob a forma oracional levam o verbo correspondente para a 3ª pessoa do singular.

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Então, vamos às opções:

(A) Alguma coisa cabe a alguém. Na construção, “tomar a decisão final” cabe a vocês. Assim, o verbo se conjuga no singular: “Mesmo que não caiba a vocês tomar a decisão final, ...”.

(B) Algo urge (é urgente). O que urge? “Chegarem à pousada”. O verbo chegar foi flexionado por estar em correspondência com o pronome pessoal reto já apresentado na oração principal “Eles sabiam” (ao desenvolver a oração reduzida do infinitivo, teríamos: “... urge que chegassem à pousada”). Assim, fica mais evidente, em relação ao verbo urgir, a função de sujeito exercida pela oração “chegarem à pousada / que chegassem à pousada”. Novamente, por apresentar sujeito oracional, o verbo da lacuna fica no singular: “Eles sabiam que urge chegarem à pousada...”.

(C) O que não compete a nenhum de vocês? “Decidir quem será o novo líder do grupo”. O sujeito oracional exige o verbo competir na 3ª pessoa do singular:“A nenhum de vocês compete decidir...”.

(D) Note que, muitas vezes, devemos “ajeitar” a oração, colocando-a na ordem direta, para realizar a análise. Para isso, devemos partir do verbo. Há dois: valer e tomar. Vamos ao primeiro: o que não vale a pena? Tomar tais decisões. Assim, essa oração reduzida de infinitivo é o sujeito do verbo valer: “Tomar tais decisões não vale a pena.”. O verbo, portanto, fica no singular.

(E) Esse é o gabarito da questão. O que resta? Alguns minutos. Mais uma vez, o sujeito vem posposto ao verbo, o que poderia levar o candidato a pensar que, em vez de sujeito, seria esse elemento um objeto direto. Não. Partindo do verbo “restar”, colocamos a oração na ordem direta: “Alguns minutos ... restam a apenas um dos candidatos.”.

4 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção gramatical.

(E) O fato de haverem diferenças de forma entre os dois textos não eliminam as semelhanças de fundo que eles sugerem, numa leitura bem comparada.

Item INCORRETO

Comentário.

Há dois erros na construção. O primeiro já está “manjado” – o verbo não concorda com o núcleo do sujeito: “O fato (...) não eliminam as semelhanças...” – a distância entre o núcleo do sujeito e o verbo e a proximidade do complemento verbal no plural (as semelhanças) podem iludir o candidato em relação à correção dessa passagem.

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Como o núcleo é “fato”, o verbo deve ficar no singular – “O fato (...) não elimina...”.

O segundo erro foi em relação à flexão do verbo haver. Quando este verbo apresenta o significado de existir, permanece no singular por ser impessoal (não tem sujeito – o que se lhe segue é objeto direto).

Apesar de apresentarem significados iguais, as relações sintáticas entre os verbos haver e existir são completamente diferentes. Enquanto o verbo existir possui sujeito, com o qual deve concordar (Em “existem diferenças”, o substantivo diferenças é o sujeito), o verbo haver não possui sujeito, não se flexiona e o que se segue exerce a função de complemento verbal, ou seja, é o seu objeto direto (Em “há diferenças”, o substantivo é o objeto direto).

Assim, o período já corrigido seria: “O fato de haver diferenças de forma entre os dois textos não elimina as semelhanças de fundo que eles sugerem, numa leitura bem comparada.”.

5 - (TRE AP - Técnico Judiciário/ Janeiro 2006)

As normas de concordância verbal estão inteiramente respeitadas na frase:

(A) Sempre houve quem esbanjassem os recursos naturais.

(B) Se não houverem trabalho nem produção, não haverá atividade econômica.

(C) Alimentava-se muitas ilusões quanto ao custo e à disponibilidade da água.

(D) Nenhuma saída a curto prazo se avistam em nossos horizontes.

(E) Poderão vir a faltar outros recursos naturais, se não os pouparmos.

Gabarito: E

Comentário.

Analisemos cada uma das opções.

(A) A flexão do verbo haver está correta (“Sempre houve quem...”). O problema está na flexão do verbo esbanjar. Seu sujeito é o pronome indefinido “quem”, que leva o verbo à 3ª pessoa do singular: “Sempre houve quem esbanjasse os recursos naturais.”.

(B) Agora, a flexão do haver está incorreta. Como tem o sentido de existência, é impessoal e fica na 3ª p.sing.: “Se não houver trabalho nem produção, não haverá atividade econômica.”.

(C) Olha o pronome “se” junto de um verbo transitivo direto (Alguém alimentava alguma coisa) com idéia passiva (“muitas ilusões

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eram alimentadas”). Desse modo, o verbo concorda com o sujeito, que está na forma plural de “muitas ilusões”: “Alimentavam-se muitas ilusões...”.

(D) Pergunta-se: o que se avista (é avistado/a)? “Nenhuma saída”. “Avistar” é transitivo direto e apresenta uma idéia passiva. Se o sujeito paciente está no singular, o verbo também deverá estar: “Nenhuma saída a curto prazo se avista em nossos horizontes.”.

(E) Agora, há uma locução verbal com três verbos – dois auxiliares e um principal: “Poderão vir a faltar”. O principal é “faltar” e é a partir dele que faremos a seguinte análise: o que falta? “Outros recursos naturais”. Esse é o sujeito de “faltar”. Vimos na aula sobre verbos que quem “manda” é o principal e quem “obedece” (segue a flexão) é o auxiliar. No caso de mais de um, o “obediente” é o primeiro, enquanto que o segundo permanece em uma das formas nominais (particípio, gerúndio ou infinitivo). Se usássemos somente o verbo principal, ele iria para o plural, em concordância com o sujeito (recursos faltam). Assim, o verbo auxiliar (poder) irá seguir essa “ordem” e se flexionará no plural, mantendo o segundo verbo auxiliar em uma forma nominal (infinitivo – “vir”). Está correta, portanto, a construção “Poderão vir a faltar outros recursos naturais.”.

6 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

O verbo indicado entre parênteses adotará, obrigatoriamente, uma forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase:

(A) Certamente não ...... (caber) aos economistas técnicos tomar qualquer providência para reorientar um processo produtivo que não os escandaliza.

(B) Não ...... (ter) havido, em nosso tempo, tantas distorções sociais, caso não fossem banidos do sistema produtivo os valores éticos que o deveriam reger.

(C) Aqueles a quem não ...... (incomodar) tanto desequilíbrio social são os mesmos que aplaudem o sucesso duradouro da tecnocracia econômica.

(D) ...... (costumar) eximir-se de quaisquer culpas, em quaisquer situações, todo profissional que não pretender ser mais que um técnico habilitado.

(E) Ainda que se ...... (remover) do mercado globalizado suas marcas tecnocráticas, será preciso garantir o primado dos valores éticos.

Gabarito: E

Comentário.

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Em qual das opções o verbo da lacuna ficará no plural? É esse o enunciado. Então, vamos às opções.

(A) O que não cabe aos economistas? “Tomar qualquer providência...” – se o sujeito do verbo “caber” está na forma oracional, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular: “Certamente não cabe aos economistas técnicos tomar qualquer providência ...”.

(B) O verbo haver é o verbo principal de uma locução de tempo composto (tem havido). Assim, é ele quem manda. Com o sentido de existência, é impessoal. Assim, o verbo auxiliar fica na 3ª pessoa do singular: “Não teria havido (...) tantas distorções sociais...”;

(C) O que não incomoda? “Tanto desequilíbrio social” – o núcleo está no singular, devendo o verbo nesse número também ficar – “Aqueles a quem não incomoda tanto desequilíbrio social...”;

(D) O verbo “costumar” é o auxiliar modal (estabelece circunstância) de uma locução que apresenta como principal o verbo “eximir”, que é transitivo direto (nesta construção, reflexivo) e indireto – Alguém exime alguém/a si mesmo (O.D.) de/a alguma coisa (O.I.).

O sujeito está representado por “todo profissional que não pretende ser mais que um técnico habilitado”. Assim, como o núcleo do sujeito é singular (profissional), o verbo auxiliar mantém-se no singular também – “Costuma eximir-se ... todo profissional ...”;

(E) O verbo “remover” (transitivo direto e indireto – Alguém remove alguma coisa de algum lugar) está acompanhado do pronome “se” e apresenta uma idéia passiva (alguma coisa é removida). O sujeito paciente é “suas marcas tecnocráticas”. Como o núcleo está no plural (marcas), o verbo assim deve ser flexionado: “Ainda que se removam do mercado globalizado suas marcas tecnocráticas...”. Portanto, essa é a resposta.

7 - (TRT 8ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2004)

Para preencher corretamente as lacunas, deverão flexionar-se no singular os verbos indicados entre parênteses na frase:

(A) Não nos ...... (constar) que ...... (poder) haver muitas coisas em comum entre crianças e agentes do FMI.

(B) Além da fisiologia do corpo, ...... (existir), como traço comum entre nós todos, as condições de vida concreta que ...... (marcar) nosso cotidiano.

(C) A quem ...... (servir) o terrorismo, senão a quem não ...... (interessar) quaisquer aspectos da vida concreta?

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(D) Quando se ...... (bombardear) alvos civis, ...... (atingir-se) o último degrau da barbárie.

(E) Com que tipo de argumento ...... (poder) justificar-se as atrocidades que ...... (perpetrar-se) contra as populações indefesas?

Gabarito: A

Comentário.

Agora o que a banca quer é saber em qual a opção os verbos ficarão no singular.

(A) Vamos começar pela segunda lacuna. O verbo haver é o principal da locução. Como apresenta idéia de existência, é impessoal e obriga o verbo auxiliar a ficar no singular – “pode haver muitas coisas”.

Na primeira lacuna, temos o verbo constar, que, no sentido de “ser evidente ou com aparência de verdade”, pode ser intransitivo (normalmente com sujeito oracional – “Consta que ele se aposentou.”) ou transitivo indireto (Algo consta a alguém). O que consta a nós, ou seja, o sujeito do verbo “constar” está representado pela oração já analisada (“... que pode haver muitas coisas...”).

O sujeito oracional leva o verbo correspondente à 3ª pessoa do singular: “Não nos consta que pode haver muitas coisas em comum...”. Ambos os verbos ficam no singular, sendo essa a resposta correta.

(B) Agora, em vez do verbo haver, foi empregado o verbo existir, que possui sujeito e com ele deve concordar (Alguma coisa existe). O que existe? O núcleo do sujeito é “condições”. Assim, a construção seria “Além da fisiologia do corpo, existem, como traço comum entre nós todos, as condições de vida concreta que...”.

Agora, encontramos um pronome relativo “que”. O que é um pronome relativo e como funciona a concordância em construções como essa?

Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a algum outro termo (substantivo, pronome substantivo, oração substantiva) já mencionado anteriormente (ANTECEDENTE).

O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse antecedente uma característica, estado ou condição. Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronome relativo é uma oração subordinada adjetiva. Assim, concluímos que SEMPRE UM PRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO ADJETIVA.

Para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual termo o pronome relativo está se referindo, e com ele será feita a concordância verbal.

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No caso, o pronome faz referência à palavra condições e com esse vocábulo deve o verbo concordar: “... as condições da vida concreta que marcam nosso cotidiano.”.

(C) Colocando a oração na ordem direta, temos que “o terrorismo serve a [alguém]”. O verbo fica no singular para concordar com o núcleo do sujeito – terrorismo. Na seqüência, o sujeito do verbo “interessar” (algo interessa a alguém) é “quaisquer aspectos da vida concreta” (núcleo: aspectos). Assim, “senão a quem não interessam quaisquer aspectos da vida concreta”.

(D) O pronome “se” junto do verbo transitivo direto de idéia passiva “bombardear” apresenta uma construção de voz passiva (alvos civis são bombardeados), devendo o verbo se flexionar no plural – “Quando se bombardeiam alvos civis...”(para recordar a conjugação dos verbos terminados em –EAR, releia a Aula 1 – Verbo). Em seguida, vimos outra construção passiva, em que o verbo atingir (transitivo direto com idéia passiva: “algo é atingido”) deve concordar com o núcleo do sujeito, degrau – “...atinge-se o último degrau da barbárie.”.

(E) Note que o pronome “se” está junto do verbo principal de uma locução verbal (poder + justificar), sendo este um verbo transitivo direto (alguém justifica alguma coisa) com idéia passiva (as atrocidades são justificadas). Como o núcleo do sujeito paciente está no plural, deve o verbo auxiliar se flexionar do mesmo modo – “Com que tipo de argumento podem justificar-se as atrocidades...”, equivalente a “com que tipo de argumento podem ser justificadas as atrocidades...”.

O pronome relativo que vem em seguida se refere a atrocidades e leva o verbo para o plural – “... as atrocidades que se perpetram contra as populações indefesas.”.

8 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

(A) Compreenda-se as lições de O Príncipe não como exercícios de cinismo, mas como exemplos de análises a que não se devem furtar toda gente interessada na lógica do poder, seja para exercê-lo, seja para criticá-lo.

(B) A problemática divisão da Itália em principados, que tanto preocupavam Maquiavel, fizeram com que ele se dedicasse à ciência política, em cujos fundamentos espelha-se, até hoje, aqueles que se preocupam com o poder.

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(C) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido essencialmente religioso, até que Maquiavel, recusando esse plano de valores em que a inseriam, deslocou seu sentido para o campo da política.

(D) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu Maquiavel, compunha-se no campo da moral e da religião, e estendia-se à esfera da política, como se tudo fosse essencialmente um mesmo fenômeno.

(E) Nunca faltaram aos “príncipes” de ontem, de hoje e de sempre a ambição desmedida pelo poder e pela glória pessoal, mas couberam a poucos discernir as sutilezas da política, em que Maquiavel foi um mestre.

Gabarito: C

Comentário.

(A) O verbo “compreender” é transitivo direto (alguém compreende algo) e está sendo usado em construção de voz passiva sintética (ou pronominal). Como o sujeito paciente está no plural (as lições de O Princípe), o verbo também deve ser flexionado nesse número – “Compreendam-se as lições de O Príncipe...”.

Na seqüência, vamos analisar a seguinte passagem: “como exemplos de análises a que não se devem furtar toda gente interessada”.

Feita a substituição do pronome relativo pelo antecedente e organizada a oração na ordem direta, teremos:

“Toda gente interessada não se devem furtar a exemplos de análises.”

O verbo principal da locução “se + dever + furtar” é “furtar”, que, no sentido de “desviar-se de algo”, é transitivo direto (pronominal) e indireto (Alguém se furta a algo). O pronome “se”, portanto, não constrói voz passiva. Ele é, na verdade, um pronome reflexivo (“Alguém furta a si mesmo a algo”). O verbo “dever” é auxiliar na locução verbal e deve se flexionar na medida que o verbo principal (furtar) o faria. Como o sujeito é singular (núcleo: gente), a locução verbal deve permanecer no singular – “... a que não se deve furtar toda gente interessada.”.

(B) Vamos sublinhar o núcleo do sujeito para verificar a concordância. “A problemática divisão da Itália em principados, (...), fizeram ...” Ops, houve um erro aí. Se o núcleo é “divisão”, o verbo deverá ser conjugado na 3ª pessoa do singular – “A problemática divisão (...) fez...”.

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Em seguida, devemos organizar a oração na ordem direta para analisar a concordância (foi feita, também, a substituição do pronome relativo por seu antecedente):

“Aqueles que se preocupam com o poder espelha-se nos fundamentos da ciência política.”.

Perceba que há uma desarmonia entre o núcleo do sujeito (Aqueles) e o verbo (espelhar-se), devendo este se flexionar no plural: “Aqueles (...) espelham-se...”.

(C) Este é o gabarito da questão. Na ordem direta, a primeira oração é “A (qualidade) da virtude integrava as qualidades morais”. O adjetivo “tomada” retoma o mesmo substantivo (a virtude). O verbo “inserir”, na 3ª pessoa do plural, indica um sujeito indeterminado – os que inseriam a virtude em um plano de valores não são apresentados, pois o autor os indica de modo genérico.

(D) “Todas as acepções de virtude (...) compunha-se (...) e estendia-se à esfera da política (...).”. Note que os verbos “compor” e “estender”, ambos usados em construções passivas pronominais, estão em discordância com o núcleo do sujeito (plural). Para corrigir o período, é necessário flexionar ambos os verbos: “Todas as acepções (...) compunham-se (...) e estendiam-se à esfera da política...”.

(E) Pergunta-se: o que nunca faltou aos “príncipes” de ontem, de hoje e de sempre? Resposta: ambição. Assim, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular – “Nunca faltou (...) a ambição desmedida pelo poder e pela glória pessoal”. Em seguida, mais uma vez, a banca abordou o verbo “caber”, explorando sua flexão com um sujeito oracional. Já sabemos que o verbo deverá ficar no singular – “... mas coube a poucos discernir as sutilezas da política...”.

9 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

(A) Mesmo que não se incendeie mais carros, os recados dos jovens pobres dos países ricos já estão dados a quem os queiram ver e ouvir.

(B) Incendiar tantos automóveis nas ruas não abrem novos caminhos, mas não há mais como ignorar a multidão dos deserdados.

(C) Ao se exporem em sua fraqueza e em sua subserviência, ou nas medidas puramente repressivas, vê-se quão reduzido se encontra o Estado.

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(D) Se coubessem a todos os cidadãos promover em conjunto o planejamento de suas vidas, exerceria o Mercado o papel que o Estado lhe delegou?

(E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos vitima.

Gabarito: E

Comentário.

(A) O verbo incendiar, na construção, é transitivo direto e foi apresentado na forma passiva, sendo o sujeito representado por “mais carros”. Por isso, deve se flexionar o verbo no plural: “Mesmo que não se incendeiem mais carros...”.

Outro deslize de concordância foi na flexão do verbo “querer” em “... já estão dados a quem os queiram ver e ouvir”. O sujeito do verbo é o pronome indefinido “quem”, que leva o verbo para a 3ª pessoa do singular. O que pode influenciar nessa indevida flexão é a proximidade do pronome oblíquo “os” (referente a “recados”). Vamos, então, substituir o pronome oblíquo pelo substantivo correspondente e confirmar a concordância verbal: “...os recados (...) já estão dados a quem queira ver e ouvir os recados.”.

(B) O que não abre novos caminhos? Resposta: ‘Incendiar tantos automóveis nas ruas’ – sujeito oracional exige o verbo na 3ª pessoa do singular – “Incendiar tantos automóveis nas ruas não abre novos caminhos.”.

(C) Essa opção exigia bastante atenção. Quem se expôs em sua fraqueza e em sua subserviência? Resposta: “O Estado”. Assim, a forma nominal de infinitivo deve ser empregada no singular – “Ao se expor em sua fraqueza (...), vê-se quão reduzido se encontra o Estado.”.

(D) Verbo “caber” novamente, e com sujeito oracional (“promover em conjunto o planejamento de suas vidas”). O verbo fica no singular – “Se coubesse a todos os cidadãos promover...”.

(E) Estamos diante de uma construção perfeita em voz passiva pronominal – fogueiras são vistas e gritos são ouvidos. Assim, “Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes,...”. Na seqüência, o emprego adequado do verbo haver – “... não há sinais de medidas...”. E, para terminar, a flexão do verbo em decorrência da concordância com o termo antecedente do pronome relativo “que” – “... sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos (a crise) vitima.”. Dá até gosto ler uma coisinha tão bem feita como essa, você não acha?

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10 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

Julgue a assertiva abaixo

(C) Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar, o economista ético deverá de compor algumas das contradições atuais, entre elas garantir a manutenção do emprego ao par do avanço tecnológico.

Item INCORRETO

Comentário.

Eu sei que você já leu essa questão. Foi lá na aula demonstrativa, mais precisamente na questão 3. Naquela oportunidade, comentamos os erros de ortografia e demos uma “palhinha” sobre a locução verbal com uma preposição inadequada (deverá “de” compor).

Agora, aproveitamos para apresentar uma forma CORRETA de construção de voz passiva, presente nesse parágrafo.

Em “Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar...”, temos uma construção interessante: DEVER + SE + INFINITIVO + SUBSTANTIVO NO PLURAL.

Vamos substituir o pronome relativo “que” por seu antecedente para fins de análise.

Há duas possibilidades de construção e, conseqüentemente, de análise:

1) “Três grandes desafios se deve enfrentar.” (conforme apresentado na questão)

Neste caso, o sujeito da forma verbal “deve-se” é a oração reduzida de infinitivo “enfrentar três grandes desafios.”. Não há possibilidade de transposição para a voz passiva analítica. Como o sujeito está sob a forma oracional, o verbo fica na 3ª pessoa do singular – deve-se.

Já na oração que exerce a função de sujeito (“Enfrentar três grandes desafios” - classificada como oração subordinada subjetiva reduzida do infinitivo), o sintagma sublinhado exerce a função sintática de objeto direto do verbo “enfrentar”.

2) “Três grandes desafios se devem enfrentar.” (flexionando-se no plural o verbo “dever”)

Agora, há uma locução verbal – “deve enfrentar” – acompanhada do pronome apassivador “se”. O sujeito, nessa construção, é “três grandes desafios”. Como todo e qualquer verbo auxiliar, no caso da voz passiva, o verbo “dever” se flexiona no plural para concordar

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com o núcleo (desafios). Essa construção equivale a: “Três grandes desafios devem ser enfrentados.”

As duas formas estão corretas, mudando somente a análise que se faz dos elementos frasais.

Esse tipo de construção é possível com os verbos PODER e DEVER. Um outro exemplo:

1 - Deve-se manter os animais nas jaulas – Deve-se [manter os animais nas jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3ª pessoa do singular.

2 – Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais devem ser mantidos nas jaulas. – construção de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleo do sujeito: animais.

São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática diferente.

11 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Na proposta de uma nova redação para uma frase do texto, cometeu-se um deslize quanto à concordância verbal em:

(A) Não teriam sido suficientes quatro ou cinco séculos para que se extinguissem de vez as manifestações de violência principiadas no século XVI?

(B) Fez-se necessária não só a criação, mas também a multiplicação de sujeitos descartáveis para que se caracterizassem as condições de um capitalismo globalizado.

(C) Vendam-se os mesmos sabonetes ou filmes para todos, o principal requisito dos procedimentos neoliberais vai além disso, e atende a exigências que são de alta sofisticação.

(D) Devem-se notar, comparando-se as massas do século XVI e os migrantes da globalização, um quadro de semelhanças que não exclui uma importante diferença.

(E) Ao nos agraciar com sonhos de perfectibilidade, a máquina liberal inclui entre seus segredos estratégicos o sentimento da insatisfação radical.

Gabarito: D

Comentário.

O erro da opção (D) está exatamente na indevida flexão verbal do verbo “dever”.

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O que se deve notar? Resposta: um quadro de semelhanças que não exclui uma importante diferença. O núcleo do sujeito é “quadro”.

Ao contrário do que apresentamos na questão anterior, o substantivo (quadro) está no singular.

Qualquer que seja a análise, a única possibilidade de construção é “Deve-se notar (...) um quadro de semelhanças...”.

12 - (TRT 15ª Região – Analista Judiciário / Setembro 2004

_________ as aparências enganosas de exatidão.

Preenche-se corretamente a lacuna por:

(A) Deve ser evitado

(B) Deve serem evitadas

(C) Deve ser evitadas

(D) Devem ser evitado

(E))Devem ser evitadas

Gabarito: E

Comentário.

Mencionamos anteriormente que uma das possibilidades de análise da construção “DEVER + SE + INFINITIVO” seria como locução verbal de voz passiva pronominal (sintética). Se o sujeito paciente estiver no plural, o verbo auxiliar deverá ser flexionado.

Nessa questão, o que a banca propõe é a forma de voz passiva analítica em uma construção idêntica.

O sujeito, no caso, é “as aparência enganosas de exatidão”.

O verbo auxiliar é “dever”. Assim, na voz passiva analítica, a construção adequada seria: “Devem ser evitadas as aparências enganosas de exatidão.”.

13 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Deverá flexionar-se obrigatoriamente numa forma do plural o verbo indicado entre parênteses na frase:

(A) O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da exclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados.

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(B) Mesmo que não ...... (TER) havido outras razões, bastaria a do desemprego generalizado para motivar esses duros protestos.

(C) Ainda ...... (DEVER) ocorrer nas periferias das grandes cidades, a despeito das medidas repressivas, muita contestação violenta por parte dos desempregados.

(D) A toda e qualquer medida violenta que se ...... (VIR) a tomar contra os jovens, reagirão estes com força proporcional.

(E) Uma política séria de distribuição de renda é uma providência com a qual ...... (PRECISAR) preocupar-se os responsáveis pelo Estado e pelo mercado.

Gabarito: E

Comentário.

(A) A concordância do verbo da lacuna deve ser feita com “o que” (expressão composta pelo pronome demonstrativo “o” e pronome relativo “que”, equivalente a “aquilo que”). Assim, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular, independentemente do número (singular ou plural) do elemento que vem após o verbo “ser” – “O que se segue (...) são as manifestações violentas...”. O verbo que preenche a lacuna fica no singular, pois.

Além da concordância com a expressão “o que”, um dos casos de concordância mais especiais, e que merece o nosso comentário, é com o verbo ser (“... são as manifestações...”).

Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o seu predicativo, a concordância pode se dar tanto com o primeiro (Tudo é flores.) quanto com o segundo elemento (Tudo são flores.).

Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa faculdade.

Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo), prevalece a concordância com o elemento que estiver representado por:

1ª – um pronome pessoal reto: “Todo eu era olhos e coração. (Machado de Assis)”;

2ª – uma pessoa, em detrimento de outro que seja uma “coisa” (substantivo, pronome substantivo, oração substantiva): “Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes.” (A.F.Castilho).

Havendo elementos personativos (representam pessoas) em ambas as funções, a concordância é facultativa com o sujeito ou com o predicado, a não ser que em um deles haja um pronome pessoal, caso em que prevalece a concordância com este elemento (cai na 1ª regra de prevalência).

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Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem “coisas” (substantivos, pronomes substantivos, orações substantivas), a concordância é facultativa, dando-se preferência à concordância com o elemento no plural:

“Na vida, nem tudo são flores.”, “O resto são atributos sem importância.”

Essa última regra apresenta a justificativa para a flexão no plural do verbo “ser” na questão. Ele concorda com o predicativo do sujeito por estar no plural – concordância preferencial.

(B) Assim como no item (B) da questão 6, o verbo haver forma uma locução verbal com o verbo ter (tem havido) e, por ser impessoal, mantém o verbo auxiliar no singular – “Mesmo que não tenha havido outras razões...”.

(C) A locução verbal formada pelos verbos dever (auxiliar) e ocorrer (principal) deve concordar com o sujeito “muita contestação”, mantendo-se no singular – “Ainda deve ocorrer nas periferias das grandes cidades, a despeito das medidas repressivas, muita contestação violenta por parte dos desempregados.”. Essa técnica de manter distantes verbo e sujeito é comumente empregada em questões de concordância. Por isso, preste bastante atenção.

(D) Novamente, vemos uma locução verbal – VIR + A + TOMAR. Ainda observamos um pronome “se” que leva toda a construção para a voz passiva (tomar, na acepção empregada – adotar - é transitivo direto e apresenta idéia passiva: uma medida é tomada). O sujeito sintático da locução, porém, é o pronome relativo “que”, cujo antecedente, ou seja, o elemento com quem o verbo irá realizar a concordância, é medida. Como o verbo principal iria se manter no singular, o mesmo, então, deve ocorrer com o verbo auxiliar: “A toda e qualquer medida violenta que se venha a tomar contra os jovens...”.

(E) Parece que o assunto dessa questão foi mesmo locuções verbais. Dessa vez, o verbo “precisar” é o auxiliar modal do verbo “preocupar-se” – pronominal e reflexivo. Na ordem direta, feita a devida substituição, a construção seria: “Os responsáveis pelo Estado e pelo mercado precis... preocupar-se com a política de distribuição de renda.”. Note que o núcleo do sujeito é responsáveis. Assim, o verbo auxiliar irá também para o plural – precisam preocupar-se. Essa foi a resposta correta.

A respeito da colocação pronominal, não trataremos desse assunto nessa aula. Teremos uma aula todinha dedicada ao valor, uso e colocação dos pronomes.

14 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

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Justifica-se inteiramente o emprego na forma plural de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase:

(A))Já que se desprezam os atores, por que não se corrigem as mentiras da vida de cada um?

(B) A esses eleitores impõem-se admitir os preconceitos de que se nutrem seu julgamento na hora de importantes decisões.

(C) Nenhum dos votos, nas democracias, deixam de ter conseqüências, já que a todos se darão a mesma acolhida, com o mesmo peso.

(D) O que nessas frases se sugerem, quanto ao ator e seus filmes, é que, por serem medíocres, a eles não se devem reagir senão com desprezo.

(E) Teriam havido momentos, na História, em que se viessem a retribuir aos atores apenas com aplausos e homenagens?

Gabarito: A

Comentário.

O examinador deseja saber em qual das opções ambos os verbos são empregados no plural. Vamos à análise de cada uma delas.

(A) Verbo desprezar é transitivo direto, apresenta idéia passiva e está acompanhado do pronome “se” (apassivador). Resultado? Verbo no mesmo número do sujeito paciente – os atores. “Já que se desprezam os atores...”. Na seqüência, o verbo corrigir, transitivo direto, com idéia passiva e pronome apassivador. Qual é o sujeito paciente? “as mentiras da vida de cada um”, cujo núcleo é mentiras. Resultado? Verbo no plural também – “não se corrigem as mentiras ...”. É essa a resposta correta!

(B) O que se impõe a esses eleitores? Resposta: “Admitir os preconceitos ...”. Sujeito oracional leva o verbo para a 3ª pessoa do singular – “A esses eleitores impõe-se admitir os preconceitos...”. Em seguida, o pronome relativo “que” se refere ao substantivo “preconceitos”. Contudo, devemos analisar qual o elemento que exerce a função de sujeito do verbo “nutrir”: “... os preconceitos de que se nutr... seu julgamento”. O sujeito é julgamento – ele (o julgamento) é nutrido dos (alimentado pelos) preconceitos. Assim, o verbo, que faz parte da construção passiva, deve com “julgamento” concordar – “...de que se nutre seu julgamento.”. Os dois verbos, portanto, devem ser empregados no singular.

(C) Quando o pronome indefinido “nenhum” estiver acompanhado de substantivo no plural, o verbo deverá permanecer na 3ª pessoa do singular. Assim, o verbo auxiliar da locução formada por “deixar de

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ter” ficará no singular – “Nenhum dos votos, nas democracias, deixa de ter conseqüências...”.

Em casos de concordância como locuções pronominais (algum de nós/vós, alguns de nós/vós, qual de nós/vós, quais de nós/vós, quem de nós/vós, muitos de nós/vós), aplicam-se as seguintes regras:

- o verbo fica no singular quando o primeiro pronome (algum, qual, nenhum, quem) estiver no singular – essa regra também se aplica à expressão cada um de nós/vós;

- se o primeiro pronome estiver no plural (quais, alguns) o verbo pode concordar com esse (3ª pessoa do plural) ou como pronome pessoal (1ª ou 2ª pessoa do plural).

Essa segunda concordância tem um valor que transcende a questão gramatical. É uma questão de concordância ideológica, ou seja, uma escolha reveladora da posição do falante. Ao colocar o verbo na 1ª pessoa do plural, ele se inclui entre os elementos que praticam a ação. Por exemplo, em “muitos de nós sabem a verdade dos fatos.”, não se tem certeza se o falante se inclui ou não no rol de pessoas que sabem a verdade. Contudo, na construção “muitos de nós sabemos a verdade dos fatos.”, temos a certeza de que ele sabe, e, além dele, outros tantos.

Ainda nessa questão, o verbo “dar”, que é transitivo direto e está sendo empregado na voz passiva pronominal, deve concordar com o sujeito paciente, representado por “a mesma acolhida”, permanecendo, também, no singular – “... já que a todos se dará a mesma acolhida, com o mesmo peso.”.

(D) O verbo “sugerir”, acompanhado do apassivador “se”, deve concordar com a expressão “o que”, mantendo-se no singular – “O que nessas frases se sugere”. Como forma de confirmação, substitua a forma apresentada pela passiva analítica correspondente: “O que nessas frases é sugerido”. Ficou no singular, viu?

Na seqüência, temos uma das construções apresentadas na questão 11. Como no caso 1, o verbo “dever”, acompanhado do pronome apassivador, apresenta um sujeito oracional – reagir. Por isso, se mantém no singular – “... a eles não se deve reagir senão com desprezo”.

(E) O verbo haver no sentido de existir é impessoal e obriga o verbo auxiliar, com que constrói a locução verbal de tempo composto, a se manter no singular – “Teria havido momentos...”. Por sua vez, o verbo “retribuir” tem, na construção, transitividade indireta, não admitindo, por conseguinte, voz passiva. Com isso, o verbo auxiliar deve permanecer na 3ª pessoa do singular – “... em que se viesse a retribuir aos atores apenas com aplausos e homenagens”.

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15 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Uma das contribuições desse tratado foi o deslocamento do conceito de virtude, que Maquiavel passa a compreender não mais em seu sentido moral, mas como discernimento político.

No contexto da frase acima, julgue a seguinte proposição.

(D) seria preferível a utilização da forma plural foram, em atendimento à expressão Uma das contribuições.

Item INCORRETO

Comentário.

Em construções como “um dos (...) que”, a concordância pode ser feita com o numeral “um”, permanecendo o verbo no singular, ou com o complemento, caso em que vai para o plural. Essa faculdade permite que se dê ênfase ao elemento individual (singular) ou aos elementos que compõem o grupo (plural). Assim, não está correta a afirmação de que a forma plural do verbo é preferível, já que as duas estariam igualmente corretas.

Observe como a FCC abordou mais uma vez esse assunto.

16 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

Em relação ao fragmento, reproduzido abaixo, de um informe publicitário da Prefeitura Municipal de Campo Grande, julgue a assertiva abaixo.

QUALIDADE DE VIDA

Campo Grande é uma das capitais brasileiras que oferece melhor índice de qualidade de vida. Urbanizada, arborizada, sem favelas e com avenidas largas, a Capital do Mato Grosso do Sul registra alto índice de satisfação de seus moradores e empreendedores.

(B) ... uma das capitais que oferece − estaria correta também a forma de plural oferecem.

Item CORRETO

Comentário.

Conforme mencionamos na questão anterior, as duas formas verbais – no singular ou no plural – estariam igualmente corretas.

Essa questão nos lembra de outra, que trata, dentre outras coisas, de concordância com termos partitivos.

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17 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

A concordância está correta na frase:

(A) Alguns proprietários, que perceberam o potencial turístico da região, investiram em projetos voltados para atividades que não prejudiquem o meio ambiente.

(B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representa um paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de visitantes.

(C) As visitas a algum santuário ecológico deve ser agendado com antecedência e feito em pequenos grupos de turistas, monitorados por guias treinados.

(D) Romarias religiosas e festas folclóricas serve como atração a grande parte de turistas, que deseja visitar a região Centro-Oeste do Brasil.

(E) O potencial turístico da região central do país abrangem atividades variadas, que justifica os novos e múltiplos investimentos no setor.

Gabarito: A

Comentário.

Não há muito o que comentar em relação à opção A (correta). Vamos analisar as incorreções das demais.

(B) O núcleo do sujeito é maravilhas. Deve, pois, o verbo concordar com ele – representam (caso clássico). Em seguida, o pronome relativo “que” tem por antecedente o substantivo “paraíso”, com o qual o verbo e o adjetivo (foram feitas) da oração adjetiva devem estar em harmonia – “As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representam um paraíso que não foi feito para o turismo de massa de visitantes”.

(C) Novamente, há deslize de concordância, tanto verbal quanto nominal, no período. “As visitas [núcleo] a algum santuário ecológico devem ser agendadas com antecedência e feitas em pequenos grupos de turistas, monitorados [os grupos – correta construção] por guias treinados.”.

(D) Vimos inúmeras vezes nessa aula que a concordância se faz com o núcleo do sujeito.

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No caso de sujeito simples, há apenas um núcleo.

No caso de sujeito composto, há mais de um núcleo.

Quando a oração está na ordem DIRETA, ou seja, na forma de SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO, o verbo deverá OBRIGATORIAMENTE fazer a concordância gramatical, isto é, concordar com o(s) núcleo(s), uma vez que eles já foram apresentados.

Se a oração estiver em ordem INVERSA, com o sujeito composto após o verbo (VERBO + NÚCLEO DO SUJEITO 1 + NÚCLEO DO SUJEITO 2), a concordância poderá ser, FACULTATIVAMENTE, gramatical (com todos os elementos) ou atrativa, concordando, nesse caso, com o núcleo mais próximo.

Exemplo:

Nas estações de trem, fica difícil a entrada e a saída das composições nos horários de maior movimento. (concordância atrativa)

Nas estações de trem, ficam difíceis a entrada e a saída das composições nos horários de maior movimento. (concordância gramatical).

Neste item, temos um sujeito composto anteposto ao verbo. Por isso, a única forma possível de concordância é a gramatical – o verbo irá para o plural: “Romarias religiosas (NÚCLEO 1) e festas folclóricas (NÚCLEO 2) SERVEM como atração (...)”.

Este item também nos serve para tratarmos da concordância com termos partitivos, empregada corretamente aqui.

Em “... a grande parte de turistas, que deseja visitar a região...”, a concordância pode se dar com o núcleo do conjunto, parte, ou com o complemento, turistas. O verbo, portanto, poderia, facultativamente, ficar no singular ou no plural – “grande parte de turistas, que deseja / desejam visitar a região...”.

Vejamos o que consta do texto original do Manual de Redação da Presidência da República:

“Expressões de sentido quantitativo (grande número de, grande quantidade de, parte de, grande parte de, a maioria de, a maior parte de, etc), também chamadas de termos partitivos, por indicar parte de um todo, acompanhadas de complemento no plural, admitem concordância verbal no singular, estabelecendo a concordância com o núcleo do conjunto – concordância gramatical ou lógica, ou no plural, concordando com o complemento – concordância atrativa ou ideológica:

‘A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por confessar sua culpa.’

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‘Um grande número de Estados aprovaram (ou aprovou) a Resolução da ONU.’

‘Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as medidas.’.”

(E) Finalmente, temos um deslize “padrão” – “O potencial turístico da região central do país abrange atividades variadas que ...” – e o antecedente do pronome relativo (atividades) leva o verbo ao plural – “... atividades variadas que justificam os novos e múltiplos investimentos no setor”.

18 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

Julgue a correção da assertiva abaixo.

(C) Desde que sejam conflitantes, o direito das pessoas e o direito da sociedade não pode ficar interferindo um sobre o outro.

Item INCORRETO

Comentário.

Como acabamos de (re)ver, o sujeito composto anteposto ao verbo exige a concordância gramatical – “O direito das pessoas e o direito da sociedade não podem ficar interferindo um sobre o outro”.

19 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a frase:

(A) Tanto a liberdade de imprensa quanto o direito à informação ...... (estar) sob a proteção da nossa lei maior.

(B) Ainda que ...... (ocorrer), vez por outra, alguns sobressaltos, a tendência é a de um fortalecimento da liberdade de imprensa.

(C) Nunca se ...... (sanar) os males acarretados pela falta de liberdade.

(D) Somente ...... (haver) de merecer a confiança do leitor os jornalistas que se mantiverem independentes.

(E) Também aos leitores ...... (caber) vigiar o cumprimento da liberdade de imprensa.

Gabarito: E

Comentário.

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Essa questão trata de um assunto bastante polêmico, mas nos serve para verificar o posicionamento da banca sobre o tema. O examinador pede que seja indicada a construção que deveria [obrigatoriedade] apresentar o verbo no singular para preencher corretamente a frase.

Sobre a construção apresentada no item (A), há o seguinte ensinamento:

“Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática (...), o verbo concorda com o mais próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes do sujeito)”.(Evanildo Bechara)

Por série aditiva enfática entendemos todas as expressões que enumerem elementos de mesma função sintática, no caso, sujeito, com o mesmo sentido da conjunção aditiva ‘e’: não só... mas também; não só... como, tanto...como/quanto (EM CONSTRUÇÕES COMO A APRESENTADA).

Sobre esse ponto do assunto, contudo, há divergência doutrinária.

Enquanto o mestre Evanildo Bechara, como vimos, faculta a flexão verbal, Celso Cunha e Lindley Cintra (obra citada) destacam que, se não houver pausa entre os sujeitos (e, portanto, não houver vírgula), o verbo irá para o plural:

“Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.”

Na construção apresentada, há dois elementos que estão ligados pelo conectivo “Tanto... quanto” e não há pausa (vírgula) entre eles.

A partir dessa questão, temos que a banca examinadora da Fundação Carlos Chagas segue a lição de Celso Cunha e Lindley Cintra e considera que a flexão verbal no plural é obrigatória nesse caso (essa opção não foi a resposta da questão): “Tanto a liberdade de imprensa quanto o direito à informação estão sob a proteção da nossa lei maior.”.

(B) O verbo “ocorrer" deve concordar com o sujeito “alguns sobressaltos”, flexionando-se no plural – “Ainda que ocorram (...) alguns sobressaltos...”.

(C) O verbo “sanar”, transitivo direto e em construção passiva pronominal, deve ir para o plural, em concordância com o sujeito paciente males: “Nunca se sanam os males acarretados pela falta de liberdade.”.

(D) Dessa vez, o verbo “haver” não é principal. Ele é o verbo auxiliar de uma locução verbal. Então, analisaremos o verbo “merecer” , que irá “ditar as regras” da concordância. O que “merece” a confiança do leitor? Resposta: os jornalistas que se mantiverem independentes. Então, o verbo auxiliar “haver” será flexionado no

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plural – “Somente hão de merecer a confiança do leitor os jornalistas que se mantiverem independentes”.

(E) Ah... essa construção você já deve estar careca de conhecer – o verbo “caber” (de novo!!!). Com o sujeito oracional, ele fica no singular – “ Também aos leitores cabe vigiar o cumprimento da liberdade de imprensa.”.

20 - (TRT 22ª Região – Auxiliar Judiciário / Novembro 2004)

A concordância está inteiramente correta na frase:

(A) Grandes áreas de floresta foi desmatada para permitir o desenvolvimento da agricultura e da criação de gado, na região amazônica.

(B) Restam apenas 25% da vegetação original da Mata Atlântica e as áreas de alguns parques nacionais estão totalmente abandonadas.

(C) A construção de hidrelétricas também são uma ameaça aos rios, porque a barragem e as obras complementares pode inundar áreas de mata nativa.

(D) O acelerado ritmo de desmatamento da Amazônia pode torná-la um deserto, porque é as árvores que mantém o solo úmido e fértil.

(E) É apontado, como as principais razões para o desmatamento na região central, a mineração, a necessária abertura de estradas e a agropecuária.

Gabarito: B

Comentário.

Nesta opção, temos um caso de concordância com número percentual. Observemos que há dois elementos com os quais o verbo poderá se harmonizar – o numeral (25%) e o complemento (cujo núcleo é vegetação). Assim, as duas possibilidades de flexão verbal são:

– “25% da vegetação original da Mata Atlântica restam ...”(numeral maior do que 1 – verbo no plural); ou

- “25% da vegetação original da Mata Atlântica resta ...” (complemento no singular).

Caso o número percentual venha acompanhado de determinante (pronomes, artigos, adjetivos), a flexão passa a ser com o numeral – “Os 25% da vegetação se encontram devastados...”.

Esse mesmo tratamento recebe construções com números fracionários (concorda com o numerador ou com o complemento – “Dois quintos da turma saíram-se / saiu-se bem na prova), com

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expressões partitivas (maioria de, grande parte de, etc.) objeto de comentário na questão 17.

Estão incorretas as demais opções pelos motivos a seguir expostos:

(A) Caso clássico – o verbo não segue o número do sujeito – “Grandes áreas de floresta foram desmatadas...”.

(C) “A construção de hidrelétricas também é uma ameaça aos rios [caso clássico] porque a barragem e as obras complementares [sujeito composto anteposto ao verbo obriga a concordância gramatical] podem inundar áreas da mata nativa.”

(D) Nesse ponto, falaremos sobre a concordância com a expressão “é que”.

Vamos à lição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do Português Contemporâneo:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’.”

Perceba que a locução poderia ser retirada sem prejuízo para o período: “José trabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do seu esforço.”.

Por isso, é classificada como uma expressão denotativa de realce, que tem a única função de destacar os termos que acompanha (no caso, os substantivos José e irmãos, respectivamente).

E continuam os professores:

“É uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos.

Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se aproveitaram do seu esforço.’

Ou este:

‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’.”

Nesse último caso se enquadra a construção presente na opção (D) – “... porque são as árvores que mantêm o solo úmido e fértil”. O pronome relativo “que” se refere a “árvores”, levando o verbo “manter” para o plural.

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(E) Agora, veremos as possibilidades de concordância em predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito), em que predicado está anteposto ao sujeito (inversão da ordem direta).

Nesse caso, o verbo e, conseqüentemente, o predicativo do sujeito poderão concordar com o núcleo do sujeito mais próximo (concordância atrativa) ou fazer a concordância gramatical (com todos os núcleos).

Na construção “É apontado (...) a mineração, a necessária abertura de estradas e a agropecuária”, o sujeito composto é formado por três núcleos, todos os três do gênero feminino – mineração, abertura e agropecuária, sendo o mais próximo o substantivo mineração. Assim, o adjetivo apontado está em desacordo com o substantivo correlato, devendo figurar no masculino singular – apontada.

As duas possibilidades de concordância são: “São apontadas (concordância gramatical) / É apontada (concordância atrativa) a mineração, a necessária abertura de estradas e a agropecuária”.

21 - (TRT 3ª Região – Analista Judiciário / Janeiro 2005)

Levando-se em conta as normas de concordância verbal e nominal, a única frase inteiramente correta é:

(A) Se se acrescentar à tribo dos micreiros as tribos dos celuleiros, dos devedeiros etc., haverá de se incorporar à língua portuguesa muitos outros neologismos.

(B) Como se não bastassem as dificuldades que muita gente vêm demonstrando no uso do vocabulário tradicional, eis que novas aquisições se fazem necessárias a cada momento, proveniente da tecnologia.

(C) A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos campos tecnológicos fazem com que muitos desanimem, confessando-se inábeis para sua utilização.

(D) Estão entre as características do texto a citação de alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações em que ocorreu ambivalência de sentido, testemunhadas pelo autor.

(E) É costume que se dissemine, sobretudo entre os mais velhos, alguns preconceitos contra o universo dos mais jovens, contra o vocabulário que entre estes se propagam com mais facilidade.

Gabarito: D

Comentário.

Nessa opção (D), vemos um caso de sujeito posposto ao predicado nominal. São dois os núcleos do sujeito: citação e registro.

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Realizando a concordância gramatical, o verbo “estar” foi flexionado no plural – “Estão entre as características do texto a citação de alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações ...”. Uma outra possibilidade seria em concordância com o elemento mais próximo: “Está entre as características do texto a citação de alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações”.

As demais opções apresentam deslizes de concordância, quais sejam:

(A) O verbo “acrescentar” (transitivo direto e indireto), em construção passiva, deve concordar com o sujeito – “as tribos dos celuleiros, dos devedeiros etc.” – em outras palavras, “essas tribos serão acrescentadas à tribo dos micreiros”. Assim, o verbo deve estar no plural – “Se se acrescentarem à tribo dos micreiros as tribos dos celuleiros, dos devedeiros ...”.

(B) O sujeito da locução verbal “vêm demonstrando” é “muita gente”. Assim, o verbo auxiliar deve ficar no singular – “Como se não bastassem as dificuldades que muita gente vem demonstrando...”. Mais adiante, houve deslize de concordância nominal – o adjetivo “proveniente” se refere a “novas aquisições”, devendo com esse substantivo concordar – “...eis que novas aquisições se fazem necessárias a cada momento, provenientes da tecnologia.”.

(C) Caso clássico – “A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos campos tecnológicos faz com que muitos desanimem...” – olha só a quantidade de elementos no plural que separam “velocidade” do verbo “fazer” !!! Coitadinho do candidato que não sublinhou o substantivo “velocidade”, núcleo do sujeito e elemento com o qual o verbo deveria concordar.

(E) Verbo “disseminar” (transitivo direto) com o pronome “se” – qual o sujeito paciente, ou seja, o que é disseminado? “Alguns preconceitos”. Então, a construção correta seria “É costume que se disseminem, sobretudo entre os mais velhos, alguns preconceitos contra...”.

22 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

O verbo indicado entre parênteses deve, obrigatoriamente, ser flexionado no plural para preencher de modo correto a lacuna da seguinte frase:

(A) ...... (SER) com episódios como esse que se pode dar aos jovens alunos um exemplo de atitude científica.

(B) Nenhuma, entre as formas de fundamentalismo, ...... (MERECER) a admiração ou o respeito de Umberto Eco.

(C) Para Umberto Eco, neste texto, ...... (IMPORTAR) menos as correções teóricas de Hawking que sua atitude mesma.

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(D) Sendo muitos os princípios em que se ...... (BASEAR) a ciência moderna, o da falibilidade tem para Eco um peso decisivo.

(E) Quando ...... (URGIR) desmentir hipóteses de fato injustificáveis, não deve hesitar o cientista responsável.

Gabarito: C

Comentário.

O que importa menos que a atitude de Hawking, para Umberto Eco? Resposta: Suas correções teóricas. Assim, o núcleo do sujeito exige que o verbo se flexione no plural: “...importam menos as correções teóricas de Hawking que sua atitude mesma”.

Os demais verbos são empregados no singular:

(A) Agora, temos clara a função da expressão “é que”. Note que ela não deverá se flexionar e pode ser retirada do texto sem prejuízo gramatical – “É com episódios como esse que se pode dar aos jovens alunos um exemplo de atitude científica.”

A expressão só serve para destacar “com episódios como esse”, o que não aconteceria se fosse excluída a expressão denotativa de realce.

(B) “Nenhuma, entre as formas de fundamentalismo, merece a admiração e o respeito de Umberto Eco.” – sobre essa concordância, já falamos – questão 14, opção (C).

(D) A construção passiva “basear-se” (= é baseada) tem como sujeito paciente “a ciência moderna”, mantendo o verbo no singular – “... os princípios em que se baseia a ciência moderna...”.

(E) Inúmeras vezes vimos que o sujeito oracional leva o verbo para a 3ª pessoa do singular. Essa opção é idêntica à questão 3, item (B). “Quando urge desmentir hipóteses de fato injustificáveis, não deve hesitar o cientista responsável.”.

23 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004)

A frase totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita é:

(A) A medição e a avaliação das reais diferenças entre as telas só seria factível se observado novos parâmetros de análise, mas o pesquisador não o dominava completamente.

(B) Talvez muitas das distintas facetas que o autor descreveu não possa ser reconhecido neste único trabalho, mas deve haver outras obras em que sejam mais perceptíveis.

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(C) O estudioso considerou que certas manifestações da cultura brasileira já não devia ser tida como exemplar do momento estético a que ele se dedicava.

(D) Devem existir fortes razões que o façam defender essa concepção, mas, não as conhecendo, tenho de aceitar-lhe os argumentos, ou, então, devo tentar desqualificá-los.

(E) Qualquer que fossem os exemplos dos quais ele se utilizasse, poderiam, certamente, serem refutados, pois sempre haverá múltiplas perspectivas de enfoque de um objeto.

Gabarito: D

Comentário.

Já comentamos a diferença entre os verbos existir e haver. Como o sujeito da locução verbal “dever + existir” tem como núcleo o substantivo “razões”, o verbo auxiliar será empregado no plural. Esse mesmo substantivo é o referente do pronome relativo da oração “que o façam defender”, justificando, assim, a flexão verbal do verbo “fazer”. Em seguida, houve o adequado emprego do pronome oblíquo “as” em referência ao mesmo substantivo. Por fim, cabe-nos comentar o emprego do pronome oblíquo “lhe” em “... tenho de aceitar-lhe os argumentos”.

Perceba que a construção poderia ser “tenho de aceitar os seus argumentos”. Contudo, o autor optou por substituir o pronome possessivo seus pelo oblíquo lhe.

Compare essa estrutura com as seguintes:

- “Beijou-lhe o rosto” – o seu rosto;

- “Roubou-me a bolsa” – a minha bolsa.

Nessas orações, o pronome oblíquo está sendo usado com valor de possessivo. Assim, esse pronome oblíquo, apesar de ligado ao verbo (beijou-lhe / roubou-me / aceitar-lhe), tem valor possessivo e sua função é a de adjunto adnominal (a mesma função que seria exercida por um pronome possessivo – seu rosto / minha bolsa / seus argumentos).

As demais opções estão incorretas pelos seguintes motivos.

(A) Desta vez, o sujeito composto antecede o predicado nominal. A única possibilidade de concordância, nesse caso, é a gramatical (concorda com todos os núcleos), uma vez que o sujeito já foi apresentado. Assim, “A medição e a avaliação das reais diferenças entre as telas só seriam factíveis se...”. O adjetivo “observado” está se referindo a “parâmetros” e, por isso, deverá ser empregado no

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gênero masculino e número plural – “...se observados novos parâmetros de análise ...”. Por fim, houve uma impropriedade no emprego do pronome oblíquo em “... mas o pesquisador não o dominava completamente”. Podemos perceber que esse pronome faz referência a “novos parâmetros de análise”. Assim, o correto seria o uso do pronome “os” – “... mas o pesquisador não os dominava...”.

(B) Caso clássico – “Talvez muitas das distintas facetas que o autor descreveu não possam ser reconhecidas ...”.

(C) Novamente caso clássico de concordância – “O estudioso considerou que certas manifestações da cultura brasileira já não deviam ser tidas como exemplares...” - o adjetivo exemplar, por estar ligado a “manifestações”, deve com esse substantivo concordar em gênero e número.

(E) O pronome indefinido “qualquer” é a única palavra da Língua Portuguesa que sofre flexão dentro de si (se alguém conhecer outra, por favor, me avise). Isso se justifica por sua formação – qual (variável) + a 3ª pessoa do sing. do pres. ind. do v. querer – quer. Como se refere ao substantivo “exemplos” deve com ele concordar – “Quaisquer que fossem os exemplos...”. Em seguida, a separação dos elementos que compõem uma locução verbal tenta disfarçar o erro em sua flexão – “... poderiam, certamente, serem refutados...”. Eliminando o advérbio, teremos o “monstro”: poderiam serem refutados. Vimos que, neste caso, o segundo auxiliar (ser) não se flexiona – somente o primeiro (poder): “poderiam ser refutados”.

24 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Há plena observância das normas de concordância verbal na frase:

(A) Sempre haverá os que lucram com quaisquer iniciativas de que resulte algum ônus para a imagem de confiabilidade de que carecem as instituições públicas.

(B) A crescente disseminação de instituições que trabalham contra os interesses populares constituem um verdadeiro flagelo dos tempos modernos.

(C) É curioso chamarem-se crime organizado a um tipo de iniciativas que investe, exatamente, contra a ordem social.

(D) Não aprouvessem aos homens criar instituições, certamente viveríamos todos sob o signo da violência e da barbárie.

(E) Tudo o que tem mostrado as sucessivas civilizações faz concluir que as instituições servem tanto aos bons quanto aos maus propósitos humanos.

Gabarito: A

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Comentário.

Essa construção deixa clara a função sintática do que segue o verbo haver – objeto direto. Por isso, o verbo se mantém no singular – “Sempre haverá os que lucram...”. O verbo “resultar” tem como núcleo do sujeito “ônus” (resulta de quaisquer iniciativas), enquanto que o verbo “carecer” apresenta como sujeito “as instituições públicas” (carecem de confiabilidade).

Estão incorretas as seguintes opções:

(B) Caso clássico – “A crescente disseminação de instituições que trabalham contra os interesses populares constitui um verdadeiro flagelo dos tempos modernos.” – a proximidade com elementos no plural (instituições / interesses populares) pode acabar “mascarando” o erro de concordância verbal.

(C) O verbo chamar, no sentido de tachar, atribuir um nome a algo, é um verbo transobjetivo. Se você não lembrar o que isso significa, dê uma olhada na Aula 1 – Verbos, questão 31, comentário à opção (A). Esse verbo, além do objeto (direto ou indireto), exige um complemento, que vem sob a forma de predicativo de objeto (que pode estar antecedido ou não de preposição).

Eu chamei o rapaz (de) vagabundo.

A expressão “o rapaz” é o objeto direto do verbo “chamar”. Mas não basta que se apresente o objeto. É necessário, também, apresentar o nome que a ele foi atribuído – “vagabundo”.

O verbo “chamar”, nesta acepção, pode ser tanto transitivo direto quanto transitivo indireto. Aliás, é o único verbo transobjetivo que admite objeto indireto:

Eu chamei ao rapaz (de) vagabundo.

Voltando à questão, o verbo chamar tem por complemento a expressão “a um tipo de iniciativas que...” – esse é o objeto indireto. O predicativo, por sua vez, aquilo que a essas iniciativas se designou, é “crime organizado” – predicativo do objeto indireto.

Em outras palavras, “Atribuir a um tipo de iniciativa (objeto direto) o nome de “crime organizado” (predicativo do objeto) é curioso”.

Não poderia, portanto, haver uma voz passiva nessa construção, pois, além de “chamar” está sendo usado em sentido genérico, não apresentando, portanto, um sujeito, a construção também não possui objeto direto – há somente objeto indireto (“a um tipo de iniciativa que investem contra a ordem social”) e predicativo do objeto indireto (“crime organizado”).

Então, qual a função desse “se” em “chamar-se”? Exclusivamente de realce, assim como na construção – “Foi-se embora todo o meu

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salário.”. Poderíamos omitir o pronome, sem prejuízo gramatical para o período.

Então, a construção “chamar(-se) crime organizado a um tipo de iniciativa...”, que não possui sujeito (é impessoal, pois está sendo usada de modo genérico) e, com isso, não pode se flexionar, exerce a função sintática de sujeito da oração principal “É curioso”.

Você percebeu que houve alteração em “tipo de iniciativa”. Não seria adequado usar o substantivo no plural, uma vez que designa uma espécie (forma genérica). Feita essa alteração, não há necessidade de mudar a flexão do verbo da oração adjetiva “...um tipo de iniciativa que investe [a iniciativa], exatamente, contra a ordem social.”.

(D) Olha o verbo “aprazer” aí. Falamos sobre esse bendito na Aula 1 – Verbo. O sujeito desse verbo é uma oração reduzida de infinitivo – “Não aprouvessem aos homens criar instituições...”. Então, o verbo não poderia se flexionar no plural – deve ser conjugado na 3ª pessoa do singular – “Não aprouvesse aos homens criar instituições...”.

Uma passagem que merece nosso comentário é a concordância em “...certamente viveríamos todos sob o signo da violência e da barbárie.”.

Ora, “todos” é pronome indefinido que leva o verbo para a 3ª pessoa do plural – “todos vivem”. Quando o autor constrói o verbo na 1ª pessoa do plural, passa a se incluir em “todos”, omitindo o pronome “nós”. A isso se dá o nome de silepse – é uma concordância ideológica. Faz-se a concordância a partir da idéia, e não de acordo com os aspectos gramaticais (que, a rigor, exigiriam o verbo na 3ª pessoa). Como houve alteração de “pessoa” – da 3ª (eles) para a 1ª (nós), chama-se silepse de pessoa.

Também pode haver silepse de:

- gênero – “Vossa Senhoria (feminino) é muito educado (masculino)” – a concordância mostra que a autoridade a quem se dirige é um homem;

- número – “A criançada (singular) se diverte e brincam (plural) o dia todo no parque” – apesar de possuir um sujeito singular, a idéia de que o coletivo apresenta um número de “crianças” leva o segundo verbo ao plural.

(E) Todo cuidado é pouco em construções que não mantêm a ordem direta da oração. Nesse caso, o sujeito da locução verbal “tem mostrado” é “as sucessivas civilizações”. Isso fica explícito quando invertemos a ordem apresentada: “Tudo o que as sucessivas civilizações ...” – para que seja respeitada a concordância, o verbo auxiliar deve ir para o plural – “...têm mostrado”.

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25 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

As normas de concordância estão inteiramente respeitadas na frase:

(A) Deverão interessar ao plenário de cientistas, no pronunciamento que Hawking se prepara para fazer, as correções sobre a teoria dos buracos negros.

(B) Opõem-se às mais variadas formas de fundamentalismo todo e qualquer método científico que admite a hipótese de sua própria falibilidade.

(C) Os princípios que se deve ensinar aos jovens estudantes são aqueles em que se supõem todo o dinamismo das verdades da ciência.

(D) Não desanimam aos verdadeiros cientistas, nos passos de uma teoria, um eventual tropeço na observação de um fato ou na formulação de uma lei.

(E) Cabem aos cientistas sérios e honestos reformular suas teorias, toda vez que encontrem nelas seja uma falha grave, seja um pequeno deslize.

Gabarito: A

Comentário.

(A) O que deverá interessar ao plenário de cientistas? Resposta: “As correções sobre a teoria dos buracos negros”. Como o núcleo está representado por um substantivo no plural (correções), a locução verbal também deverá se flexionar da mesma forma – “Deverão interessar”.

Algumas pessoas poderiam imaginar um erro de pontuação a vírgula que separa o verbo “fazer” de “as correções”. Contudo, deve-se observar que “fazer” faz parte da oração de natureza adverbial que se encontra intercalada na oração principal (“no pronunciamento que Hawking se prepara para fazer”). Essa opção está correta.

Comentamos, em nossa aula de verbos, que você deve tomar muito cuidado também na concordância verbal dos derivados de ter, vir, pôr e outros verbos cujas terminações sejam nasais, pois, nesses casos, não há alteração fonética entre as formas de 3ª pessoa do singular e do plural. Lembra-se disso? Pois é, temos agora bons exemplos.

(B) O pronome “se” com o verbo “opor” tanto pode ser reflexivo como apassivador (no primeiro, significaria “colocar-se em oposição a algo” e, no segundo, “algo ser apresentado em oposição a outra coisa”).

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O sujeito apresenta como núcleo o substantivo “método”, devendo, pois, manter o verbo no singular – “Opõe-se às mais variadas formas de fundamentalismo todo e qualquer método científico...”. Como o verbo termina de forma nasal (-õe / -õem) e está próximo de um elemento no plural (mais variadas formas), o candidato poderia “não ver nem ouvir” o erro de concordância.

(C) Novamente, temos um verbo de terminação nasal – supor. Este verbo está acompanhado do pronome “se” e apresenta idéia passiva, além de possuir transitividade direta (Alguém supõe algo). O núcleo do sujeito é dinamismo, levando o verbo para o singular – “... que se supõe todo o dinamismo das verdades da ciência.”.

Logo no início do parágrafo, também vemos uma das construções “princípios se deve ensinar”, que, já sabemos, está correta (deve-se ensinar princípios).

(D) O verbo desanimar é transitivo DIRETO (Algo desanima alguém). Contudo, nessa construção, houve a necessidade de se empregar uma preposição antes do objeto direto para diferenciá-lo do sujeito (objeto direto preposicionado), evitando, assim, uma possível ambigüidade, dada a alteração da ordem direta (o sujeito está posposto ao verbo). Assim, pergunta-se: o que não desanima os verdadeiros cientistas? “Um eventual tropeço”. Como o núcleo do sujeito está no singular (tropeço), o verbo também segue esse número – “Não desanima aos verdadeiros cientistas (...) um eventual tropeço...”.

(E) Novamente, a banca explora o verbo “caber” (ninguém agüenta mais, não é?). O que cabe aos cientistas sérios e honestos? “Reformular suas teorias...” - sujeito oracional leva o verbo para a 3ª pessoa do singular: “Cabe aos cientistas (...) reformular suas teorias...”.

26 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é:

(A) Não costumam ocorrer, em reuniões de gente interessada na discussão de um problema comum, conflitos que uma boa exposição dos argumentos não possam resolver.

(B) Quando há desrespeito recíproco, as razões de cada candidato, mesmo quando justas em si mesmas, acaba por se dissolverem em meio às insolências e aos excessos.

(C) O maior dos paradoxos das eleições, de acordo com as ponderações do autor, se verificariam nos caminhos nada democráticos que se trilha para defender a democracia.

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(D) Quando se torna acirrado, nos debates eleitorais, o ânimo dos candidatos envolvidos, é muito difícil apurar de quem provém os melhores argumentos.

(E) Insatisfeitos com o tom maniqueísta e autoritário de que se valem os candidatos numa campanha, os eleitores franceses escolheram o que lhes pareceu menos insolente.

Gabarito: E

Comentário.

(A) Caso clássico – “... conflitos que uma boa exposição dos argumentos não possa resolver”.

(B) “... as razões de cada candidato (...) acabam por se dissolv....” (???) – o verbo auxiliar “acabar”, sem dúvida, deve ser flexionado para concordar com o núcleo do sujeito – razões. Na seqüência, vemos um caso de flexão do infinitivo. O sujeito do infinitivo “dissolver” é o mesmo de “acabar” – razões. Como o sujeito já foi apresentado, o verbo no infinitivo poderia se flexionar ou não – “acabam por se dissolver” ou “acabam por se dissolverem”.

Note que a primeira forma apresenta um texto mais conciso, limpo, do que a segunda, em que se flexionou o infinitivo. Vamos estudar, agora, os casos em que o infinitivo pode, deve ou não pode nem deve se flexionar.

INFINITIVO

O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o particípio.

O infinitivo pode ser IMPESSOAL (não se flexiona em número ou pessoa) ou PESSOAL (possui sujeito e com ele pode concordar, havendo, nesse caso, flexão de número e pessoa).

O infinitivo PESSOAL pode se flexionar ou não, a depender da construção.

Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por exemplo: vender, venderes, vender, vendermos, venderem.

CASOS EM QUE O INFINITIVO FLEXIONA

1. Quando o sujeito da forma nominal está claramente expresso, ou seja, o infinitivo estiver acompanhado de um pronome pessoal ou de um substantivo – é o único caso de flexão obrigatória.

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A eleição de 2006 será o momento de os eleitores decidirem por uma renovação do Congresso Nacional.

O sujeito da primeira construção (eleição) não é o mesmo do da forma infinitiva (eleitores).

2. Quando se deseja indicar o sujeito não expresso a partir da desinência verbal:

Está na hora de irmos embora.

Observe que, se não houvesse a indicação pela desinência, não ficaria claro quem deveria ir embora.

CASOS DE FLEXÃO FACULTATIVA DO INFINITIVO

Quando o sujeito do infinitivo já estiver expresso em outra oração, geralmente na oração principal, a flexão torna-se facultativa (caso apresentado na questão). Recomenda-se, inclusive, omitir a flexão para o texto mais enxuto e objetivo, a não ser que exista o risco de ambigüidade, caso em que a flexão será necessária para dissipar qualquer dúvida. De qualquer forma, a flexão do infinitivo, nesses casos, é opcional – pode-se flexionar ou não, a critério do autor.

As mulheres se reuniram para decidir/decidirem a melhor forma de conduta.

As trabalhadoras discutiram uma forma de se proteger/protegerem dos abusos no ambiente de trabalho.

O ministro convidou os índios para participar/participarem do debate.

CASOS DE FLEXÃO DO INFINITIVO EM VOZ PASSIVA

Com relação à flexão do infinitivo passivo (questão da prova de Auditor RN/2005), no esquema SUJEITO / PREPOSIÇÃO / SER / PARTICÍPIO, há duas possibilidades:

1 - Quando os sujeitos das orações são distintos e o do infinitivo vem logo após a preposição, as duas formas – FLEXIONADA OU NÃO - estão certas, dando-se preferência à flexão verbal.

O objetivo é coletar informações mais precisas para ser / serem cruzadas com outros bancos de dados.

Indique as providências a ser / serem tomadas.

Envio os documentos para ser / serem analisados.

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2 - Prefere-se a não-flexão:

a) quando o sujeito (plural) das duas orações for o mesmo:

Doenças desse tipo levam até cinco anos para ser / serem tratadas.

Eles estão para ser / serem expulsos.

Saíram sem ser / serem percebidos.

Os pedidos levaram dez dias para ser / serem analisados.

b) quando se tem um adjetivo antes da preposição:

São obras dignas de ser / serem imitadas.

Os alimentos estavam prontos para ser / serem comercializados.

As presas pareciam fáceis de ser / serem apanhadas.

Apresentamos exercícios simples de ser / serem feitos.

Observe que se trata de PREFERÊNCIA, a depender da ênfase que o autor queira dar. Não podemos tachar de certo ou errado. Ao não flexionar, valoriza-se a ação; com a flexão, dá-se ênfase ao sujeito que a pratica. Muitas vezes, a escolha é feita por questão de eufonia ou de clareza textual.

(C) Caso clássico combinado com construção de voz passiva – “O maior dos paradoxos das eleições, de acordo com as ponderações do autor, se verificaria nos caminhos nada democráticos que [pronome relativo que se refere a “caminhos”] se trilham [os caminhos são trilhados]...”.

(D) Agora, o verbo é um dos que derivam do verbo “vir” – provir, que significa “indicar a procedência, origem”. Na oração, “os melhores argumentos’ é o sujeito dessa forma verbal, levando-a para o plural: “... de quem provêm os melhores argumentos”.

27 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005)

A concordância está correta na frase:

(A) A diminuição das chuvas na Amazônia podem ser consideradas uma amostra do que nos esperam o futuro, se o ritmo de desmatamento não for contido.

(B) O controle dos recursos hídricos são desafio para os ambientalistas, tornando-se necessário a preservação da floresta, para garantir o ciclo das chuvas.

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(C) Em que pese as inúmeras tentativas de controle do desmatamento, é derrubado anualmente uma área equivalente a 17 mil quilômetros quadrados.

(D) Os habitantes da região amazônica, privilegiada por seus recursos hídricos, sofrem com a escassez de chuvas, que não lhes permite o transporte nem a pesca.

(E) O desrespeito à natureza provoca o aparecimento de fenômenos climáticos jamais imaginados, como mostra as cenas da estiagem na Amazônia.

Gabarito: D

Comentário.

Caso clássico de deslize de concordância nas opções (A), (B) e (E):

(A) “A diminuição das chuvas na Amazônia pode ser considerada uma amostra...”.

(B) “O controle dos recursos hídricos é desafio para os ambientalistas...”.

(E) “O desrespeito à natureza provoca o aparecimento de fenômenos climáticos jamais imaginados, como mostram as cenas da estiagem na Amazônia.”.

A opção (C) é uma ótima oportunidade de comentar o emprego da expressão “em que pese”.

Expressão equivalente a “a despeito de”, “apesar de” e outras que apresentam idéias opostas, a expressão “em que pese” pode ser empregada em duas construções:

1) diretamente ligada ao substantivo, realizando, assim, a concordância do verbo “pesar” com este. Exemplo:

“Em que pesem os argumentos contrários, ele aprovou a idéia.”

A idéia, nesse caso, é “ainda que os argumentos contrários tenham peso / tenham importância, ele aprovou a idéia”.

Essa é a construção mais comum na linguagem cotidiana.

2) indiretamente, regendo a preposição “a” : “Em que pese aos argumentos contrários, ele aprovou a idéia.”

Agora, tem-se em mente que “ainda que cause penar / prejuízo aos argumentos contrários, ele aprovou a idéia”. Essa é a construção clássica, presente em diversos textos literários.

Na questão, não se fez nem uma coisa, nem outra. Para a correção do período, poderíamos flexionar o verbo: “Em que pesem as

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inúmeras tentativas” ou usar o acento indicativo de crase “Em que pese às inúmeras tentativas...”.

28 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006)

A marcha ainda é lenta, mas o caminho para a renda mista insinua-se promissor. Analistas atestam o esforço dos investidores em ser menos acanhados e até sua disposição incipiente para considerar alguns riscos em troca de embolsar ganhos mais vultosos. O ambiente, por sua vez, tem se mostrado cada vez mais propício a uma passagem gradual. Com a expectativa no mercado de que a elevação da taxa Selic seja interrompida pelo Banco Central e de que a reversão da trajetória ocorra este ano, a remuneração dos fundos de renda fixa – que, historicamente, detêm a preferência nacional – tende a se tornar menos atraente. Ao mesmo tempo, especialistas sabem que a plena inclinação à renda variável continua restrita, pois o poupador brasileiro é carente de atrevimento. Daí se presume que a renda mista possa seguir na conquista de mais adesões.

(Adaptado de Estadão Investimentos, abril 2005, p. 42)

O primeiro período do texto aparece reescrito, com lógica e correção, SEM alteração do sentido original, em:

(A) A timidez dos investidores prometem um caminho lento, enquanto seguro, para obtenção de renda mista.

(B) Investidores sentem-se acanhados de disputar ganhos mais vultosos, se isso depende o caminho da renda mista.(disso – regência)

(C) Renda mista é uma forma de investimentos que está sendo mais vultoso em seus ganhos para o ambiente dos investidores.

(D) Investimentos em renda mista prometem bons resultados, embora seu crescimento ocorra de forma ainda bastante tímida.

(E) Caminhar para renda mista é o que os investimentos parecem sinalizarem na marcha dos investidores, contudo acanhados.

Gabarito: D

Comentário.

(A) Caso clássico – “A timidez dos investidores promete um caminho lento...”.

(B) O problema nesse item é de regência verbal, assunto a ser tratado mais adiante. O verbo ‘depender’ é transitivo indireto e rege a preposição “de” – “... se disso depende o caminho da renda mista” seria a forma correta da passagem.

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(C) Erro de concordância nominal – falta de correspondência entre o substantivo “forma” é o adjetivo “vultoso” – “Renda mista é uma forma de investimentos que está sendo mais vultosa [de grande vulto] em seus ganhos para o ambiente dos investidores.”.

(E) Erro na flexão verbal de uma locução – somente o verbo auxiliar vai para o plural – “... os investimentos parecem sinalizar na marcha dos investidores...”.

Sobre esse ponto, devemos lembrar as duas possibilidades de concordância:

PARECER + INFINITIVO

1) Como na questão, uma locução verbal, em que o verbo auxiliar se flexionada de acordo com o núcleo do sujeito - “Os investimentos parecem sinalizar”;

2) Em uma construção cujo verbo “parecer” é a própria oração principal – Algo parece – enquanto que o restante (Algo) faz a função sintática de sujeito – “Os investimentos parece sinalizarem”. Nesse caso, como o verbo “sinalizar” tem como sujeito “os investimentos”, deve se flexionar, enquanto que o verbo “parecer”, por apresentar um sujeito oracional reduzido de infinitivo, permanece na 3ª pessoa do singular. Essa construção equivale a “Parece que os investimentos sinalizam.”, onde fica clara a forma necessária de concordância dos verbos.

29 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

A concordância está feita de acordo com a norma culta em:

(A) Ocorre algumas vezes certos problemas que parece ser insolúvel à primeira vista, mas com calma se resolvem.

(B) A rotina de vida de muitas pessoas tornam-se uma série interminável de compromissos que os torna sempre mais tensos.

(C) Tem sido descoberto, em todo o país, vários casos de trabalhadores submetidos a trabalho sem o respeito à legislação.

(D) A utilização de computadores são de fundamental importância para atender a velocidade de informações da vida moderna.

(E) Como se tratasse de prazos muito curtos, foram convocados vários funcionários que terminariam os serviços rapidamente.

Gabarito: E

Comentário.

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(A) Caso clássico – “Ocorrem algumas vezes certos problemas que [pronome relativo se refere a “problemas”] parecem ser insolúveis [os problemas]...”.

(B) “A rotina de vida de muitas pessoas torna-se uma série interminável de compromissos que...” – o pronome relativo retoma a expressão “série interminável de compromissos”; essa série torna a vida de muitas pessoas mais tensa (e não os compromissos, como a concordância indevida sugere).

Assim, percebe-se o deslize na substituição do substantivo “vida” pelo pronome correspondente e, em decorrência disso, o adjetivo “tensos”.

A construção correta seria: “... uma série interminável de compromissos que a (a vida) torna mais tensa (a vida)”.

(C) O que tem sido descoberto? Resposta: “vários casos de trabalhadores submetidos a trabalho sem o respeito à legislação”.

Assim, houve erro tanto na conjugação do verbo quanto na flexão do adjetivo – “Têm sido descobertos (...) vários casos...”.

(D) Caso clássico - “A utilização de computadores é de fundamental importância...”.

30 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

Para o economista ético, faz-se necessário não apenas entender o processo produtivo de bens e serviços, como também influir na realização de objetivos definidos segundo um padrão eticamente aceitável.

Analise a proposição abaixo, em relação ao texto.

(C) a expressão faz-se necessário não sofreria qualquer variação formal caso viesse seguida de não apenas a compreensão do processo.

Item INCORRETO

Comentário.

O que se faz necessário? Resposta: não apenas entender o processo produtivo de bens e serviços, como também influir na realização de objetivos definidos.

Vemos, aí, uma construção com sujeito composto, ligado por uma série aditiva enfática (não apenas...como também), que permite, em função de estar após o verbo (sujeito posposto), a concordância atrativa (com o elemento mais próximo) ou gramatical (com todos).

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O primeiro elemento, na construção original, tem como núcleo um verbo – entender (sujeito oracional), o que justifica a forma neutra do verbo e do adjetivo (faz-se necessário).

Se substituirmos esse sujeito por “não apenas a compreensão do processo”, o núcleo do sujeito passaria a ser um substantivo feminino (compreensão), o que obrigaria, no caso de concordância atrativa, o verbo e o adjetivo a concordarem com ele – “faz-se necessária não apenas a compreensão...”.

Portanto, está INCORRETA a afirmação de que não haveria variação formal alguma decorrente dessa alteração.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Nesse trabalho, procuramos apresentar as possíveis formas de exigência do conhecimento acerca das regras de sintaxe de concordância.

Bom estudo a todos.

LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS.

1 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Quando se desmoraliza, pela ação de uma pequena parcela de delinqüentes, a imagem de uma instituição pública saudável e necessária, propaga-se a crença de que a sociedade deva ser controlada pelo poder da força.

Considerando-se a frase, analise a afirmação:

(A) A forma verbal se desmoraliza não sofreria alteração caso se substituísse de uma instituição pública por das instituições públicas.

2 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Quanto às normas de concordância verbal, está inteiramente correta a frase:

(A) As "operações" a que se aludem nessa crônica referem-se à redução de uma cabeça humana a proporções mínimas.

(B) A violência contra os homens, a quem perseguia como se persegue animais, pareciam ao czar mais natural do que a dirigida contra borboletas e andorinhas.

(C) Subentendem-se, nas palavras do índio jivaro, que a morte e a redução da cabeça de alguém se dá como represália contra um inimigo.

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(D) Quem informou ao czar que também se caçam borboletas e andorinhas talvez não suspeitasse que isso causaria reações de espanto.

(E) Não costumam os chamados homens civilizados considerarem que a caça de borboletas e de andorinhas representem um ato de selvageria.

3 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

O verbo entre parênteses deverá ser flexionado, obrigatoriamente, numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

(A) Mesmo que não ...... (caber) a vocês tomar a decisão final, gostaria que discutissem bem esse assunto.

(B) Eles sabiam que ...... (urgir) chegarem à pousada, mas não conseguiram evitar o atraso.

(C) A nenhum de vocês ...... (competir) decidir quem será o novo líder do grupo.

(D) Tais decisões não ....... (valer) a pena tomar assim, de afogadilho.

(E) A apenas um dos candidatos ...... (restar) ainda alguns minutos para rever a prova.

4 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Julgue a assertiva abaixo, em relação à correção gramatical.

(E) O fato de haverem diferenças de forma entre os dois textos não eliminam as semelhanças de fundo que eles sugerem, numa leitura bem comparada.

5 - (TRE AP - Técnico Judiciário/ Janeiro 2006)

As normas de concordância verbal estão inteiramente respeitadas na frase:

(A) Sempre houve quem esbanjassem os recursos naturais.

(B) Se não houverem trabalho nem produção, não haverá atividade econômica.

(C) Alimentava-se muitas ilusões quanto ao custo e à disponibilidade da água.

(D) Nenhuma saída a curto prazo se avistam em nossos horizontes.

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(E) Poderão vir a faltar outros recursos naturais, se não os pouparmos.

6 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

O verbo indicado entre parênteses adotará, obrigatoriamente, uma forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase:

(A) Certamente não ...... (caber) aos economistas técnicos tomar qualquer providência para reorientar um processo produtivo que não os escandaliza.

(B) Não ...... (ter) havido, em nosso tempo, tantas distorções sociais, caso não fossem banidos do sistema produtivo os valores éticos que o deveriam reger.

(C) Aqueles a quem não ...... (incomodar) tanto desequilíbrio social são os mesmos que aplaudem o sucesso duradouro da tecnocracia econômica.

(D) ...... (costumar) eximir-se de quaisquer culpas, em quaisquer situações, todo profissional que não pretender ser mais que um técnico habilitado.

(E) Ainda que se ...... (remover) do mercado globalizado suas marcas tecnocráticas, será preciso garantir o primado dos valores éticos.

7 - (TRT 8ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2004)

Para preencher corretamente as lacunas, deverão flexionar-se no singular os verbos indicados entre parênteses na frase:

(A) Não nos ...... (constar) que ...... (poder) haver muitas coisas em comum entre crianças e agentes do FMI.

(B) Além da fisiologia do corpo, ...... (existir), como traço comum entre nós todos, as condições de vida concreta que ...... (marcar) nosso cotidiano.

(C) A quem ...... (servir) o terrorismo, senão a quem não ...... (interessar) quaisquer aspectos da vida concreta?

(D) Quando se ...... (bombardear) alvos civis, ...... (atingir-se) o último degrau da barbárie.

(E) Com que tipo de argumento ...... (poder) justificar-se as atrocidades que ...... (perpetrar-se) contra as populações indefesas?

8 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

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As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

(A) Compreenda-se as lições de O Príncipe não como exercícios de cinismo, mas como exemplos de análises a que não se devem furtar toda gente interessada na lógica do poder, seja para exercê-lo, seja para criticá-lo.

(B) A problemática divisão da Itália em principados, que tanto preocupavam Maquiavel, fizeram com que ele se dedicasse à ciência política, em cujos fundamentos espelha-se, até hoje, aqueles que se preocupam com o poder.

(C) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido essencialmente religioso, até que Maquiavel, recusando esse plano de valores em que a inseriam, deslocou seu sentido para o campo da política.

(D) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu Maquiavel, compunha-se no campo da moral e da religião, e estendia-se à esfera da política, como se tudo fosse essencialmente um mesmo fenômeno.

(E) Nunca faltaram aos “príncipes” de ontem, de hoje e de sempre a ambição desmedida pelo poder e pela glória pessoal, mas couberam a poucos discernir as sutilezas da política, em que Maquiavel foi um mestre.

9 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

(A) Mesmo que não se incendeie mais carros, os recados dos jovens pobres dos países ricos já estão dados a quem os queiram ver e ouvir.

(B) Incendiar tantos automóveis nas ruas não abrem novos caminhos, mas não há mais como ignorar a multidão dos deserdados.

(C) Ao se exporem em sua fraqueza e em sua subserviência, ou nas medidas puramente repressivas, vê-se quão reduzido se encontra o Estado.

(D) Se coubessem a todos os cidadãos promover em conjunto o planejamento de suas vidas, exerceria o Mercado o papel que o Estado lhe delegou?

(E) Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, não há sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos vitima.

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10 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

Julgue a assertiva abaixo

(C) Quanto aos três grandes desafios que se deve enfrentar, o economista ético deverá de compor algumas das contradições atuais, entre elas garantir a manutenção do emprego ao par do avanço tecnológico.

11 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Na proposta de uma nova redação para uma frase do texto, cometeu-se um deslize quanto à concordância verbal em:

(A) Não teriam sido suficientes quatro ou cinco séculos para que se extinguissem de vez as manifestações de violência principiadas no século XVI?

(B) Fez-se necessária não só a criação, mas também a multiplicação de sujeitos descartáveis para que se caracterizassem as condições de um capitalismo globalizado.

(C) Vendam-se os mesmos sabonetes ou filmes para todos, o principal requisito dos procedimentos neoliberais vai além disso, e atende a exigências que são de alta sofisticação.

(D) Devem-se notar, comparando-se as massas do século XVI e os migrantes da globalização, um quadro de semelhanças que não exclui uma importante diferença.

(E) Ao nos agraciar com sonhos de perfectibilidade, a máquina liberal inclui entre seus segredos estratégicos o sentimento da insatisfação radical.

12 - (TRT 15ª Região – Analista Judiciário / Setembro 2004

_________ as aparências enganosas de exatidão.

Preenche-se corretamente a lacuna por:

(A) Deve ser evitado

(B) Deve serem evitadas

(C) Deve ser evitadas

(D) Devem ser evitado

(E) Devem ser evitadas

13 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

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Deverá flexionar-se obrigatoriamente numa forma do plural o verbo indicado entre parênteses na frase:

(A) O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da exclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados.

(B) Mesmo que não ...... (TER) havido outras razões, bastaria a do desemprego generalizado para motivar esses duros protestos.

(C) Ainda ...... (DEVER) ocorrer nas periferias das grandes cidades, a despeito das medidas repressivas, muita contestação violenta por parte dos desempregados.

(D) A toda e qualquer medida violenta que se ...... (VIR) a tomar contra os jovens, reagirão estes com força proporcional.

(E) Uma política séria de distribuição de renda é uma providência com a qual ...... (PRECISAR) preocupar-se os responsáveis pelo Estado e pelo mercado.

14 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Justifica-se inteiramente o emprego na forma plural de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase:

(A) Já que se desprezam os atores, por que não se corrigem as mentiras da vida de cada um?

(B) A esses eleitores impõem-se admitir os preconceitos de que se nutrem seu julgamento na hora de importantes decisões.

(C) Nenhum dos votos, nas democracias, deixam de ter conseqüências, já que a todos se darão a mesma acolhida, com o mesmo peso.

(D) O que nessas frases se sugerem, quanto ao ator e seus filmes, é que, por serem medíocres, a eles não se devem reagir senão com desprezo.

(E) Teriam havido momentos, na História, em que se viessem a retribuir aos atores apenas com aplausos e homenagens?

15 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Uma das contribuições desse tratado foi o deslocamento do conceito de virtude, que Maquiavel passa a compreender não mais em seu sentido moral, mas como discernimento político.

No contexto da frase acima, julgue a seguinte proposição.

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(D) seria preferível a utilização da forma plural foram, em atendimento à expressão Uma das contribuições.

16 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

Em relação ao fragmento, reproduzido abaixo, de um informe publicitário da Prefeitura Municipal de Campo Grande, julgue a assertiva abaixo.

QUALIDADE DE VIDA

Campo Grande é uma das capitais brasileiras que oferece melhor índice de qualidade de vida. Urbanizada, arborizada, sem favelas e com avenidas largas, a Capital do Mato Grosso do Sul registra alto índice de satisfação de seus moradores e empreendedores.

(B) ... uma das capitais que oferece − estaria correta também a forma de plural oferecem.

17 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

A concordância está correta na frase:

(A) Alguns proprietários, que perceberam o potencial turístico da região, investiram em projetos voltados para atividades que não prejudiquem o meio ambiente.

(B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representa um paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de visitantes.

(C) As visitas a algum santuário ecológico deve ser agendado com antecedência e feito em pequenos grupos de turistas, monitorados por guias treinados.

(D) Romarias religiosas e festas folclóricas serve como atração a grande parte de turistas, que deseja visitar a região Centro-Oeste do Brasil.

(E) O potencial turístico da região central do país abrangem atividades variadas, que justifica os novos e múltiplos investimentos no setor.

18 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

Julgue a correção da assertiva abaixo.

(C) Desde que sejam conflitantes, o direito das pessoas e o direito da sociedade não pode ficar interferindo um sobre o outro.

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19 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a frase:

(A) Tanto a liberdade de imprensa quanto o direito à informação ...... (estar) sob a proteção da nossa lei maior.

(B) Ainda que ...... (ocorrer), vez por outra, alguns sobressaltos, a tendência é a de um fortalecimento da liberdade de imprensa.

(C) Nunca se ...... (sanar) os males acarretados pela falta de liberdade.

(D) Somente ...... (haver) de merecer a confiança do leitor os jornalistas que se mantiverem independentes.

(E) Também aos leitores ...... (caber) vigiar o cumprimento da liberdade de imprensa.

20 - (TRT 22ª Região – Auxiliar Judiciário / Novembro 2004)

A concordância está inteiramente correta na frase:

(A) Grandes áreas de floresta foi desmatada para permitir o desenvolvimento da agricultura e da criação de gado, na região amazônica.

(B) Restam apenas 25% da vegetação original da Mata Atlântica e as áreas de alguns parques nacionais estão totalmente abandonadas.

(C) A construção de hidrelétricas também são uma ameaça aos rios, porque a barragem e as obras complementares pode inundar áreas de mata nativa.

(D) O acelerado ritmo de desmatamento da Amazônia pode torná-la um deserto, porque é as árvores que mantém o solo úmido e fértil.

(E) É apontado, como as principais razões para o desmatamento na região central, a mineração, a necessária abertura de estradas e a agropecuária.

21 - (TRT 3ª Região – Analista Judiciário / Janeiro 2005)

Levando-se em conta as normas de concordância verbal e nominal, a única frase inteiramente correta é:

(A) Se se acrescentar à tribo dos micreiros as tribos dos celuleiros, dos devedeiros etc., haverá de se incorporar à língua portuguesa muitos outros neologismos.

(B) Como se não bastassem as dificuldades que muita gente vêm demonstrando no uso do vocabulário tradicional, eis que novas

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aquisições se fazem necessárias a cada momento, proveniente da tecnologia.

(C) A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos campos tecnológicos fazem com que muitos desanimem, confessando-se inábeis para sua utilização.

(D) Estão entre as características do texto a citação de alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações em que ocorreu ambivalência de sentido, testemunhadas pelo autor.

(E) É costume que se dissemine, sobretudo entre os mais velhos, alguns preconceitos contra o universo dos mais jovens, contra o vocabulário que entre estes se propagam com mais facilidade.

22 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

O verbo indicado entre parênteses deve, obrigatoriamente, ser flexionado no plural para preencher de modo correto a lacuna da seguinte frase:

(A) ...... (SER) com episódios como esse que se pode dar aos jovens alunos um exemplo de atitude científica.

(B) Nenhuma, entre as formas de fundamentalismo, ...... (MERECER) a admiração ou o respeito de Umberto Eco.

(C) Para Umberto Eco, neste texto, ...... (IMPORTAR) menos as correções teóricas de Hawking que sua atitude mesma.

(D) Sendo muitos os princípios em que se ...... (BASEAR) a ciência moderna, o da falibilidade tem para Eco um peso decisivo.

(E) Quando ...... (URGIR) desmentir hipóteses de fato injustificáveis, não deve hesitar o cientista responsável.

23 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004)

A frase totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita é:

(A) A medição e a avaliação das reais diferenças entre as telas só seria factível se observado novos parâmetros de análise, mas o pesquisador não o dominava completamente.

(B) Talvez muitas das distintas facetas que o autor descreveu não possa ser reconhecido neste único trabalho, mas deve haver outras obras em que sejam mais perceptíveis.

(C) O estudioso considerou que certas manifestações da cultura brasileira já não devia ser tida como exemplar do momento estético a que ele se dedicava.

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(D) Devem existir fortes razões que o façam defender essa concepção, mas, não as conhecendo, tenho de aceitar-lhe os argumentos, ou, então, devo tentar desqualificá-los.

(E) Qualquer que fossem os exemplos dos quais ele se utilizasse, poderiam, certamente, serem refutados, pois sempre haverá múltiplas perspectivas de enfoque de um objeto.

24 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004)

Há plena observância das normas de concordância verbal na frase:

(A) Sempre haverá os que lucram com quaisquer iniciativas de que resulte algum ônus para a imagem de confiabilidade de que carecem as instituições públicas.

(B) A crescente disseminação de instituições que trabalham contra os interesses populares constituem um verdadeiro flagelo dos tempos modernos.

(C) É curioso chamarem-se crime organizado a um tipo de iniciativas que investe, exatamente, contra a ordem social.

(D) Não aprouvessem aos homens criar instituições, certamente viveríamos todos sob o signo da violência e da barbárie.

(E) Tudo o que tem mostrado as sucessivas civilizações faz concluir que as instituições servem tanto aos bons quanto aos maus propósitos humanos.

25 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

As normas de concordância estão inteiramente respeitadas na frase:

(A) Deverão interessar ao plenário de cientistas, no pronunciamento que Hawking se prepara para fazer, as correções sobre a teoria dos buracos negros.

(B) Opõem-se às mais variadas formas de fundamentalismo todo e qualquer método científico que admite a hipótese de sua própria falibilidade.

(C) Os princípios que se deve ensinar aos jovens estudantes são aqueles em que se supõem todo o dinamismo das verdades da ciência.

(D) Não desanimam aos verdadeiros cientistas, nos passos de uma teoria, um eventual tropeço na observação de um fato ou na formulação de uma lei.

(E) Cabem aos cientistas sérios e honestos reformular suas teorias, toda vez que encontrem nelas seja uma falha grave, seja um pequeno deslize.

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26 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é:

(A) Não costumam ocorrer, em reuniões de gente interessada na discussão de um problema comum, conflitos que uma boa exposição dos argumentos não possam resolver.

(B) Quando há desrespeito recíproco, as razões de cada candidato, mesmo quando justas em si mesmas, acaba por se dissolverem em meio às insolências e aos excessos.

(C) O maior dos paradoxos das eleições, de acordo com as ponderações do autor, se verificariam nos caminhos nada democráticos que se trilha para defender a democracia.

(D) Quando se torna acirrado, nos debates eleitorais, o ânimo dos candidatos envolvidos, é muito difícil apurar de quem provém os melhores argumentos.

(E) Insatisfeitos com o tom maniqueísta e autoritário de que se valem os candidatos numa campanha, os eleitores franceses escolheram o que lhes pareceu menos insolente.

27 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005)

A concordância está correta na frase:

(A) A diminuição das chuvas na Amazônia podem ser consideradas uma amostra do que nos esperam o futuro, se o ritmo de desmatamento não for contido.

(B) O controle dos recursos hídricos são desafio para os ambientalistas, tornando-se necessário a preservação da floresta, para garantir o ciclo das chuvas.

(C) Em que pese as inúmeras tentativas de controle do desmatamento, é derrubado anualmente uma área equivalente a 17 mil quilômetros quadrados.

(D) Os habitantes da região amazônica, privilegiada por seus recursos hídricos, sofrem com a escassez de chuvas, que não lhes permite o transporte nem a pesca.

(E) O desrespeito à natureza provoca o aparecimento de fenômenos climáticos jamais imaginados, como mostra as cenas da estiagem na Amazônia.

28 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006)

A marcha ainda é lenta, mas o caminho para a renda mista insinua-se promissor. Analistas atestam o esforço dos investidores em ser

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menos acanhados e até sua disposição incipiente para considerar alguns riscos em troca de embolsar ganhos mais vultosos. O ambiente, por sua vez, tem se mostrado cada vez mais propício a uma passagem gradual. Com a expectativa no mercado de que a elevação da taxa Selic seja interrompida pelo Banco Central e de que a reversão da trajetória ocorra este ano, a remuneração dos fundos de renda fixa – que, historicamente, detêm a preferência nacional – tende a se tornar menos atraente. Ao mesmo tempo, especialistas sabem que a plena inclinação à renda variável continua restrita, pois o poupador brasileiro é carente de atrevimento. Daí se presume que a renda mista possa seguir na conquista de mais adesões.

(Adaptado de Estadão Investimentos, abril 2005, p. 42)

O primeiro período do texto aparece reescrito, com lógica e correção, SEM alteração do sentido original, em:

(A) A timidez dos investidores prometem um caminho lento, enquanto seguro, para obtenção de renda mista.

(B) Investidores sentem-se acanhados de disputar ganhos mais vultosos, se isso depende o caminho da renda mista.(disso – regência)

(C) Renda mista é uma forma de investimentos que está sendo mais vultoso em seus ganhos para o ambiente dos investidores.

(D) Investimentos em renda mista prometem bons resultados, embora seu crescimento ocorra de forma ainda bastante tímida.

(E) Caminhar para renda mista é o que os investimentos parecem sinalizarem na marcha dos investidores, contudo acanhados.

29 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

A concordância está feita de acordo com a norma culta em:

(A) Ocorre algumas vezes certos problemas que parece ser insolúvel à primeira vista, mas com calma se resolvem.

(B) A rotina de vida de muitas pessoas tornam-se uma série interminável de compromissos que os torna sempre mais tensos.

(C) Tem sido descoberto, em todo o país, vários casos de trabalhadores submetidos a trabalho sem o respeito à legislação.

(D) A utilização de computadores são de fundamental importância para atender a velocidade de informações da vida moderna.

(E) Como se tratasse de prazos muito curtos, foram convocados vários funcionários que terminariam os serviços rapidamente.

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30 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

Para o economista ético, faz-se necessário não apenas entender o processo produtivo de bens e serviços, como também influir na realização de objetivos definidos segundo um padrão eticamente aceitável.

Analise a proposição abaixo, em relação ao texto.

(C) a expressão faz-se necessário não sofreria qualquer variação formal caso viesse seguida de não apenas a compreensão do processo.

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SINTAXE DE REGÊNCIA E CRASE

Um dos nossos assuntos de hoje é SINTAXE DE REGÊNCIA.

Há sempre, nas orações, elementos regentes e elementos regidos. Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de regidos aos que complementam o sentido dos primeiros.

A sintaxe de regência estudará, portanto, as relações de subordinação ou dependência entre os elementos da oração.

Em palavras mais simples: regência significa “uso ou não de preposição”. Veremos casos em que determinada palavra (substantivo, adjetivo, advérbio ou verbo) exige uma certa preposição ou tem o seu sentido/alcance modificado em virtude do emprego de alguma delas.

REGÊNCIA NOMINAL – estuda a relação entre um substantivo, um adjetivo ou um advérbio com o termo que complementa o seu significado.

REGÊNCIA VERBAL – analisa o emprego e o significado dos verbos de acordo com a preposição do seu complemento indireto (ou a ausência da preposição no complemento direto).

Nosso estudo terá por base as lições de Celso Pedro Luft presentes nas seguintes obras:

- Dicionário Prático de Regência Nominal - Editora Ática – 4ª edição - 2003;

- Dicionário Prático de Regência Verbal – Editora Ática – 8ª edição – 2002.

Por fim, outra expressão que usaremos aqui é “transitividade do verbo”. Nada mais é do que a relação que, em certa acepção, o verbo estabelece com o seu complemento, se é que este existe (no verbo intransitivo, não há complemento verbal).

Essa análise só pode ser feita na construção, pois, um mesmo verbo pode requerer complementos diferentes de acordo com o significado que venha a apresentar na oração.

Você poderia me perguntar: como esse assunto é abordado pela banca da Fundação Carlos Chagas?

Exploram-se conhecimentos acerca não só da regência dos verbos, mas também, inclusive na mesma questão, do emprego dos pronomes relativos e da colocação pronominal.

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Por isso, esta aula está bastante ligada à próxima, que irá tratar de Pronomes.

Outro assunto a ser estudado na aula de hoje é CRASE. A regência dos verbos e nomes (adjetivos, advérbios e substantivo), quando exigir a preposição “a”, pode provocar a ocorrência deste fenômeno (sim, crase é o fenômeno, e não o acento, que se chama grave). Mas vamos deixar para mais adiante esse aprofundamento. De início, trataremos de sintaxe de regência.

Bons estudos.

QUESTÕES DE PROVA DA FCC - REGÊNCIA

1 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

A expressão de que preenche corretamente a lacuna da frase:

(A) Continuamos a avaliar ...... seria melhor se você desistisse da eleição.

(B) A fonte ....... saciará nossa sede fica no alto daquela encosta.

(C))Há sonhos ...... é impossível se desviar, quando se pensa no futuro.

(D) Todos os momentos ...... devaneamos ficaram impressos na minha memória.

(E) Dos livros ...... me ative nos últimos dias, apenas dois têm grande valor.

Gabarito: C

Comentário.

Primeiramente cabe estabelecermos a distinção entre pronome relativo e conjunção.

Como saber, afinal, se aquele “que” é uma conjunção ou um pronome relativo “que”?

Vamos analisar a oração da opção (A). Para facilitar vamos substituir a locução verbal pela forma simples do verbo principal.

Assim, supomos que o período fosse:

“Avaliamos que seria melhor se você desistisse da eleição.”

Tudo o que se segue após o verbo avaliar poderia ser substituído pelo pronome substantivo ISSO:

“Avaliamos ISSO”.

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O sujeito da forma verbal (identificado pela desinência) está oculto: “[Nós] avaliamos ISSO”.

O pronome substantivo indefinido ISSO está exercendo a função sintática de objeto direto de avaliar (“Avaliar ISSO”), a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta. Traduzindo o “gramatiquês”:

- oração subordinada – porque exerce uma função sintática na oração principal;

- substantiva – porque, como vimos, ela pode ocupar o lugar de um substantivo (“avaliar o cumprimento”) ou de um pronome substantivo (“avaliar ISSO”);

- objetiva direta – porque ela exerce a função sintática de objeto direto em relação à oração principal.

A conjunção SEMPRE dá início a uma oração subordinada SUBSTANTIVA.

O pronome relativo SEMPRE dá início a uma oração subordinada ADJETIVA.

Note que a oração subordinada substantiva objetiva direta também apresenta um período composto: “seria melhor / se você desistisse da eleição”.

A partir da análise já realizada, vamos substituir a segunda oração pelo pronome: “seria melhor ISSO”.

A oração que foi substituída pelo pronome exerce, em relação à outra, a função de sujeito (“Isso seria melhor”). Assim, ela é classificada como uma oração subordinada substantiva subjetiva.

Podemos notar que as conjunções que iniciam orações subordinadas substantivas podem ser duas: que e se. Elas são chamadas de conjunções integrantes.

O PRONOME RELATIVO, por sua vez, se refere a algum termo que já foi mencionado, substituindo-o na oração subordinada adjetiva.

Se este pronome, na oração adjetiva, exercer a função sintática de sujeito, deve o verbo concordar com o termo antecedente.

Se, na oração adjetiva, algum termo (verbo, adjetivo, substantivo, advérbio) exigir uma preposição em relação a esse antecedente, esta

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preposição deverá ser colocada antes do pronome relativo, substituto do antecedente.

Para facilitar, vamos ao exemplo fornecido pela opção (B).

Podemos “desmembrar” o período composto em duas orações:

1ª - “A fonte fica no alto daquela encosta.”

2ª - “A fonte saciará nossa sede.”

Após a união das duas orações em um só período, a palavra “fonte”, que está repetida, será substituída pelo pronome relativo que:

“A fonte que saciará nossa sede fica no alto daquela encosta.”

Assim, a oração que não apresenta o pronome é chamada de oração principal (a 1ª oração do nosso exemplo), enquanto que a segunda, por estar definindo o alcance da palavra “fonte” (não é qualquer fonte, é a fonte que saciará a nossa sede), tem valor adjetivo (a oração poderia ser substituída por um adjetivo, como “fonte dourada”) e é chamada de oração subordinada adjetiva restritiva.

Como a palavra “fonte”, representada na oração adjetiva pelo pronome relativo que, exerce a função de sujeito na 2ª oração (“A fonte saciará nossa sede.”), não requer o emprego de nenhuma preposição antes do pronome.

Vimos, portanto, que essa opção (B) não atende ao enunciado (na lacuna, há apenas o pronome, sem preposição).

Imagine agora que a 2ª oração fosse outra:

1ª - “A fonte fica no alto daquela encosta.”

2ª - “Eu me referi à fonte.”

O novo período composto seria:

A fonte ... que eu me referi fica no alto daquela encosta.

Note que, na segunda oração, a palavra “fonte” é precedida da preposição “a” (contraída com o artigo formando “à”: “Eu me referi à fonte”) e exerce a função sintática de objeto indireto (Alguém se refere a alguma coisa).

Como, na oração subordinada adjetiva do período composto, essa palavra é representada pelo pronome relativo que, a preposição “a” deve anteceder o pronome: “A fonte | a que eu me referi | fica no alto daquela encosta.”

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Vejamos, agora, a construção apresentada na opção (C), tida como correta:

Há sonhos ...... é impossível se desviar, quando se pensa no futuro.

As três orações são:

1ª oração – Há sonhos

2ª oração – [sonhos] é impossível se desviar

3ª oração – quando se pensa no futuro (oração adverbial, que não nos interessa para a análise da regência verbal)

A palavra “sonhos” seria substituída pelo pronome relativo “que”. Vamos analisar, agora, a transitividade do verbo “desviar”: “Alguém se desvia de alguma coisa” – é um verbo transitivo indireto, regendo a preposição de.

Assim, a construção correta será: “Há sonhos de que [dos sonhos] é impossível se desviar, quando se pensa no futuro.”. Essa é, pois, a resposta CORRETA.

Para concluir, note que o pronome “se” é um índice de indeterminação do sujeito (pronome SE + verbo transitivo indireto), formando com o verbo “desviar” uma construção genérica (“Desviar-se dos sonhos é impossível”).

Por apresentar um sujeito oracional reduzido do infinitivo (desviar), o verbo ser e o adjetivo impossível permaneceram neutros (masculino singular). Em relação a essa análise, se restar dúvida, volte a ler a Aula 1 – Verbo e Aula 2 - Concordância, nos pontos em que tratamos desse assunto.

Veja como seriam preenchidas as lacunas das demais opções:

(A) Como vimos, a oração que tem início com a conjunção que se liga diretamente à locução verbal (“Continuamos a avaliar”). Em uma locução verbal, devemos avaliar a transitividade do verbo principal; “avaliar” é um verbo transitivo direto, não devendo ser colocada nenhuma preposição antes da conjunção: “Continuamos a avaliar que seria melhor se você desistisse da eleição.”.

(D) As duas orações são:

1ª - Todos os momentos ficaram impressos na minha memória.

2ª - Devaneamos ... todos os momentos.

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O verbo devanear, na acepção de “deixar-se ir em pensamentos vagos” é intransitivo (sem complemento) ou transitivo direto, com a preposição “em”. Como há complemento (“momentos”), devemos empregar esta última forma na oração (“Devaneamos em todos os momentos”). Quando é formado um único período para as duas orações, a preposição “em” deve anteceder o pronome relativo “que”, substituto da palavra “momentos”:

“Todos os momentos em que devaneamos ficaram impressos na minha memória.”

(E) O verbo ater-se (pronominal) é transitivo indireto, regendo a preposição “a”: “Alguém se atém a alguma coisa” (olhe a acentuação!). Na lacuna, emprega-se um pronome relativo que tem por referente a palavra “livros”. A oração subordinada adjetiva, antes da substituição pelo pronome e na ordem direta, seria: “[Eu] me ative aos livros”.

Assim, a preposição “a” deve anteceder o pronome relativo “que”: “Dos livros a que me ative nos últimos dias, apenas dois têm grande valor.”.

Em tempo e antes que alguém comece a se perguntar: “Dos livros”, que introduz o período, pertence à oração principal: “Apenas dois dos livros [a que me ative nos últimos dias] têm grande valor.”

2 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

As expressões de que e com que preenchem corretamente, nessa ordem, as lacunas da frase:

(A)) O prestígio ...... o texto de Maquiavel desfruta até hoje é merecido, pois é um tratado político ...... muitos têm muito a aprender.

(B) As qualidades morais ...... muitos estavam habituados a considerar como tais foram substituídas pelas políticas, no tratado ...... Maquiavel tornou uma obra basilar.

(C) Os valores abstratos ...... muita gente costuma cultuar não tinham, para Maquiavel, qualquer aplicação ...... pudesse se valer na análise da política.

(D) O adjetivo maquiavélico, ...... muitos utilizam para denegrir o caráter de alguém, ganhou uma acepção ...... costumam discordar os cientistas políticos.

(E) A leitura de O Príncipe, ...... muita gente até hoje se entrega, interessa a todos ...... se sintam envolvidos na lógica da política.

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Gabarito: A

Comentário.

Vamos analisar lacuna por lacuna.

(A) “O prestígio ..... o texto de Maquiavel desfruta até hoje” – o verbo desfrutar, na construção, é transitivo indireto com a preposição “de” (Alguém desfruta de alguma coisa); o pronome relativo se refere a “prestígio”. Logo a primeira lacuna deverá ser preenchida com “de que”.

Em seguida, na passagem “pois é um tratado político ..... muitos têm muito a aprender”, devemos analisar a transitividade do verbo principal da locução verbal “ter a aprender”. O verbo aprender, por estar acompanhado do advérbio “muito”, apresenta, na construção, a forma transitiva indireta, acompanhado da preposição “com” (da mesma forma que em “Eu aprendi muito com os meus erros”). Como o pronome relativo substitui a expressão “tratado político”, a construção deveria ser: “pois é um tratado político com que muitos têm muito a aprender”.

Lacunas: de que / com que - esta é a resposta correta.

(B) O verbo “considerar” é transitivo direto. Na oração “Muitos estavam habituados a considerar as qualidades morais” (termo este que será substituído pelo pronome relativo), não há necessidade do emprego de preposição alguma, já que o verbo considerar é transitivo direto.

Assim, a primeira lacuna será preenchida somente com o pronome relativo: “As qualidades morais que muitos estavam habituados a considerar como tais...”.

Na segunda lacuna, o pronome relativo exerce a função de objeto direto do verbo “tornar”. Este verbo é, na construção, transobjetivo, ou seja, além do objeto direto, requer um predicativo do objeto direto (já falamos sobre isso na Aula 1 – Verbos, questão 31).

Após a substituição do pronome relativo pelo substantivo (seu antecedente), a construção seria: “Maquiavel tornou o tratado uma obra basilar”, em que “o tratado” exerce a função de objeto direto e “uma obra basilar”, predicativo do objeto direto. Para deixarmos essa função de objeto direto bastante clara, vamos trocar o substantivo por um pronome oblíquo: “Maquiavel tornou-o uma obra basilar”.

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Observe que “obra basilar” tem valor adjetivo (atribui uma qualidade) em relação a “tratado”, e com ele não se confunde.

O predicativo do objeto é uma função necessária à compreensão. Não haveria nexo se este elemento faltasse ao período: “Maquiavel tornou o tratado ...” – a pergunta provavelmente seria: tornou o tratado o quê? O elemento que completa essa oração exerce a função de predicativo do objeto.

Como o objeto direto não requer preposição, na segunda lacuna há somente o pronome relativo: “no tratado que Maquiavel tornou uma obra basilar”.

Lacunas: que / que

(C) “Muita gente costuma cultuar alguma coisa” – o verbo cultuar (principal da locução) é transitivo direto. Assim, na primeira lacuna, há apenas o pronome relativo que se refere a “valores abstratos”: “Os valores abstratos que muita gente costuma cultuar...”.

No segundo período, o verbo valer-se exige complemento indireto com a preposição “de” (Alguém pode se valer de alguma coisa). Essa preposição irá anteceder o pronome relativo: “qualquer aplicação de que pudesse se valer na análise da política.”.

Lacunas: que / de que

(D) O verbo utilizar é transitivo direto – “muitos utilizam o adjetivo maquiavélico”. Não há necessidade de se empregar preposição alguma – “O adjetivo ‘maquiavélico’, que muitos utilizam para denegrir o caráter de alguém...”.

Na seqüência, o verbo discordar (verbo principal da locução verbal) é transitivo indireto, com a preposição “de” (Alguém discorda de alguma coisa). Observe que a oração está na ordem invertida: “os cientistas políticos” é sujeito: “... ganhou uma acepção de que costumam discordar os cientistas políticos.” (equivalente a “os cientistas políticos costumam discordar da acepção”).

Lacunas: que / de que

(E) Alguém se entrega a alguma coisa – o verbo entregar-se (pronominal) é transitivo indireto com a preposição “a”. Esta preposição deve anteceder o pronome relativo que substitui “a leitura de O Príncipe”: “A leitura de O Príncipe, a que muita gente até hoje se entrega...”.

Na seqüência, temos um caso de regência nominal – o adjetivo “envolvidos” exige a preposição “em” (Alguém se sente envolvido em alguma situação). Esse complemento nominal já está representado por

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“na lógica da política”. Já o pronome relativo exerce a função de sujeito da oração subordinada adjetiva e se refere a “todos”: “todos se sintam envolvidos na lógica da política”. A construção seria: “... interessa a todos que se sintam envolvidos na lógica da política”.

Lacunas: a que / que

3 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

Para entender o de que vou aqui tratar não é necessário saber o que são os buracos negros.

A frase acima permanecerá correta caso se substitua o elemento sublinhado por

(A) o de que aqui me referirei.

(B) aquilo que irei aludir.

(C) o que aqui me reportarei.

(D) àquilo de que aqui exporei.

(E)) o de que aqui me ocuparei.

Gabarito: E

Comentário.

Pode parecer estranha num primeiro momento, mas está perfeita a construção “Para entender o de que vou tratar”. Alguém entende alguma coisa. O objeto direto do verbo “entender” é o pronome demonstrativo “o”. Para ter certeza de que esse “o” é mesmo um pronome demonstrativo, tente trocá-lo por “aquele” (outro demonstrativo): “Para entender aquilo de que vou tratar”. Deu certo! Então é demonstrativo mesmo. Só para lembrar, esse “o” não poderia ser de maneira alguma um artigo definido (costumo brincar dizendo que “artigo” é como ARROZ – só serve para acompanhar. Ele só pode ser usado ao lado de um substantivo ou pronome substantivo, implícito ou explícito: O meu carro é mais bonito que o seu [carro].).

De volta à questão, vimos que “o” é objeto direto de “entender”. O pronome relativo “que”, acompanhado da preposição “de” (exigida pelo verbo “tratar”), se refere a esse pronome demonstrativo. Por isso, coloquialmente, ocorre essa contração – “Para entender do que vou tratar”.

O que o examinador busca nessa questão é saber em qual das construções apresentadas também está correto o emprego do pronome relativo.

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Uma boa maneira de analisar é a partir da regência verbal da oração subordinada adjetiva (para simplificar, retire o “aqui” de todas as opções):

(A) “Alguém se refere a alguma coisa” (transitivo indireto com a preposição “a”) – assim, “Para entender o a que me referirei” – é indevida o emprego da preposição “de”;

(B) “Alguém alude a alguma coisa” (transitivo indireto com a preposição “a”) – a troca seria, então, “Para entender aquilo a que irei aludir”;

(C) “Alguém se reporta a alguma coisa” (transitivo indireto com a preposição “a”) – a substituição seria “Para entender o a que me reportarei”;

(D) “Alguém expõe alguma coisa” (transitivo direto) – a nova construção seria “Para entender o que irei expor”;

(E) “Alguém se ocupa com ou de alguma coisa” (no sentido de “tratar”, o verbo ocupar-se é transitivo indireto com as preposições “com” ou “de”, indistintamente – “Ocupou-se dos/com os problemas domésticos”) – como há a possibilidade de usar a preposição “de”, está correta a resposta: “Para entender o de que me ocuparei”.

4 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas...

A frase cujo verbo, também grifado, apresenta regência idêntica à do grifado na frase acima é:

(A) ...que fez uma viagem de exploração à América do Sul...

(B)...que sabem reduzir a cabeça de um morto...

(C) Queria assistir a uma dessas operações...

(D) ...que ele tinha contas a acertar...

(E) Ele não me fez nenhum mal!

Gabarito: E

Comentário.

O que será analisado, a partir dessa questão, é a transitividade do verbo, que, como vimos, se refere à regência do verbo em determinada construção.

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O verbo dizer, na estrutura oracional apresentada, é transitivo direto e indireto (objeto direto: “que também se caçam borboletas e andorinhas” e objeto indireto: “lhe”).

Vamos analisar a transitividade de cada um dos verbos apresentados nas opções:

(A) transitivo direto (“fez uma viagem de exploração à América do Sul” – objeto direto sublinhado);

(B) transitivo direto (objeto direto oracional sublinhado: sabem reduzir a cabeça de um morto);

(C) transitivo indireto (objeto indireto regido pela preposição “a”: “uma dessas operações”);

(D) transitivo direto (objeto direto: “contas a acertar”);

(E) transitivo direto e indireto (GABARITO) – objeto direto: “nenhum mal”; objeto indireto “me”.

Aproveitamos para lembrar que os pronomes oblíquos me, te, se, nos e vos podem atuar tanto como objetos diretos quanto como objetos indiretos.

Para a análise, não vai adiantar nada trocar o “me” pelo “a mim”, ou o “nos” pelo “a nós”. Esses pronomes oblíquos (mim, ti, ele, ela, nós, vós, eles, elas) devem estar sempre acompanhados de preposição. Você estaria trocando seis por meia dúzia.

A melhor forma é trocar o ‘pronome’ pelo ‘nome’ (substantivo). Assim, no exemplo: “Ele não me fez mal” – no lugar do pronome (“me”) devemos usar um substantivo – “menino”: “Ele não fez mal ao menino”. Ficou clara a necessidade da preposição antes do nome. Assim, o pronome “me” é mesmo o objeto indireto da construção.

5 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005)

... os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) ... choveu menos na Amazônia.

(B) ... assim como aconteceu no início do século XX.

(C)) ... duplicando o impacto sobre o ambiente.

(D) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas.

(E) ... a atual seca se torna mais relativa.

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Gabarito: C

Comentário.

O verbo ter, na construção, é transitivo direto (objeto direto é “um sistema de braços flutuantes”).

Vamos verificar a transitividade dos demais verbos:

(A) intransitivo – A expressão “na Amazônia” apresenta valor circunstancial de lugar – é um advérbio e, portanto, exerce a função sintática de adjunto adverbial.

(B) intransitivo – O mesmo ocorre com a expressão adverbial “no início do século XX”, que apresenta um valor circunstancial de tempo/momento.

(C) transitivo direto – O objeto direto é “o impacto sobre o ambiente”. ESSA É A RESPOSTA CERTA!

(D) transitivo indireto – Esse é um emprego clássico de sujeito indeterminado. Como vimos na aula sobre concordância, o sujeito indeterminado se constrói de duas formas: com verbos transitivos indiretos, intransitivos ou de ligação, na 3ª pessoa do singular acompanhado do índice de indeterminação do sujeito “se”; com verbos de qualquer transitividade, na 3ª pessoa do plural (sem o pronome). Foi apresentada a primeira forma: “que se trata de variações médias ao longo de três décadas” (objeto indireto sublinhado).

(E) Essa foi a opção mais difícil. O verbo tornar, na construção apresentada, além do objeto direto (representado pelo pronome “se”), exige também um outro complemento – o predicativo do objeto direto: “mais relativa”. Esse é um verbo transobjetivo, que requer dois complementos – objeto direto e predicativo do objeto direto.

6 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

... é que elas não têm cheiro, nem temperaturas, nem ruídos, nem mosquitos...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) Nada, enfim, do que acontece nas desconfortáveis paisagens reais.

(B) Agradeci-lhe, horrorizado.

(C) Porque a poesia não é apenas a verdade...

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(D) Jamais acreditei em observação direta...

(E)) Não se pode conhecer nada num minuto...

Gabarito: E

Comentário.

Novamente, foi exigida a transitividade do verbo ter, que, na estrutura, é direta.

Os demais verbos têm a seguinte transitividade:

(A) acontecer - intransitivo

(B) O verbo agradecer é, na oração, transitivo indireto (objeto indireto: “lhe”).

Esse é um verbo especial que merece alguns comentários. Constrói-se com objeto direto para coisa e indireto para pessoa (Agradeço a Deus [O.I.] sua salvação [O.D].). Também ocorre a sintaxe agradecer-lhe por algo, por causa da significação “motivo ou causa” (verbo + objeto indireto + adjunto adverbial de causa).

Na questão, foi dispensado o objeto direto, mantendo-se, somente, o indireto (“lhe”).

(C) ser - verbo de ligação.

(D) acreditar – transitivo indireto, com a preposição “em”.

(E) Esse foi o gabarito. O verbo conhecer é transitivo direto (Alguém conhece alguma coisa). Note que a estrutura apresentada possibilita duas análises:

1 – Não se pode conhecer nada – o sintagma sublinhado é o sujeito oracional do verbo “poder” – o verbo poder, na oração, é transitivo direto e está construído em voz passiva (“não se pode isso”);

2 – Não se pode conhecer nada – “nada” é o sujeito da locução verbal pode conhecer. O verbo principal (conhecer) é transitivo direto, condição necessária para a construção de voz passiva. Como o que está em questão é a transitividade do verbo, ainda que seja essa a análise sintática, permanece correta a opção.

Mais sobre isso, veja no comentário à questão 10 da Aula 2 – Concordância.

7 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

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O Conselho Nacional de Justiça precisará de segmentos setoriais... (1o parágrafo)

O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está na frase:

(A) ... tornando-a mais rápida...

(B) ... limita a liberdade dos juízes...

(C) ... e pode permitir a influência do Executivo...

(D) ... se a aplicação for restrita a matérias tributárias...

(E) ... mas valem apenas para os advogados privados...

Gabarito: E

Comentário.

O verbo em epígrafe é transitivo indireto (precisará de segmentos setoriais). A construção verbal que apresenta idêntica transitividade é a da letra (E) – valem para os advogados.

Vamos analisar a dos demais verbos:

(A) transobjetivo – objeto direto: “a”; predicativo do objeto direto: “mais rápida”;

(B) transitivo direto – objeto direto: “a liberdade dos juízes”;

(C) transitivo direto – objeto direto: “a influência do Executivo”;

(D) verbo de ligação – predicativo do sujeito: “restrita”; complemento nominal (liga-se ao adjetivo “restrita”): “a matérias tributárias”. Essa era a pegadinha da questão. Muita gente deve ter marcado essa opção como correta imaginando que o elemento que exerce a função de complemento nominal seria objeto indireto – ledo engano! Não foi à toa que a opção correta era a letra (E).

8 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

Para responder a esta questão, considere o fragmento, reproduzido abaixo, de um informe publicitário da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

QUALIDADE DE VIDA

Campo Grande é uma das capitais brasileiras que oferece melhor índice de qualidade de vida. Urbanizada, arborizada, sem favelas

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e com avenidas largas, a Capital do Mato Grosso do Sul registra alto índice de satisfação de seus moradores e empreendedores.

Julgue a assertiva abaixo a partir dos elementos no texto existentes, é:

(A) Os verbos oferecer e registrar exigem o mesmo tipo de complemento.

Item CORRETO

Comentário.

Ambos os verbos têm, no texto, transitividade direta. O objeto direto de oferecer é “melhor índice de qualidade de vida”, enquanto que o do verbo registrar é “alto índice de satisfação de seus moradores e empreendedores”.

9 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006)

... e as cotações generosas empolgam os usineiros ...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) Nem só de problemas vive o campo.

(B) Enquanto estrelas de primeira grandeza como a soja vergam sob uma conjuntura desfavorável ...

(C) A razão é a alta do petróleo ...

(D)) ... e há meia centena de novas usinas projetadas ...

(E) ... que torna o álcool um combustível atraente.

Gabarito: D

Comentário.

O verbo em questão é empolgar, que, na oração, é transitivo direto. Vamos analisar as opções:

(A) transitivo indireto - objeto indireto é “de problemas”. “O campo” é o sujeito da oração.

(B) intransitivo – a expressão “sob uma conjuntura desfavorável” exerce a função de adjunto adverbial.

(C) verbo de ligação – predicativo do sujeito: “a alta do petróleo”.

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(D) O verbo haver no sentido de existência é impessoal, não possui sujeito. O que se segue é o objeto direto. Ele é, portanto, um verbo transitivo direto. ESSA É A RESPOSTA CERTA!!!

Cuidado para não confundir essa análise com a do verbo existir. Esse, sim, possui sujeito e com ele deve concordar. Como a expressão “meia centena de novas usinas projetadas” exerce a função de objeto direto do verbo haver, mesmo que estivesse representada por um termo no plural, não afetaria a flexão do verbo, que se mantém na 3ª pessoa do singular.

(E) Novamente, a banca explorou o conceito de verbo transobjetivo. Mais uma vez, empregou o verbo “tornar” em uma opção que buscava o verbo transitivo direto. Já dissemos mas vamos repetir: estes verbos exigem, além do objeto direto, um complemento – o predicativo do objeto direto. Por isso, não atendeu ao enunciado.

10 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

As liberdades ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a nossa Constituição.

Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, na ordem dada, as expressões:

(A)) a que - de que

(B) de que - com que

(C) a cujas - de cujos

(D) à que - em que

(E) em que - aos quais

Gabarito: A

Comentário.

Em relação à primeira lacuna, o verbo referir-se é transitivo indireto, exigindo a preposição “a”. Como o pronome relativo substitui o substantivo “liberdades”, a opção que pode preencher o espaço é a que (sem acento grave). A única opção que apresenta essa forma é (A).

Para confirmar o gabarito, veremos que a segunda lacuna deve ser preenchida pelo pronome relativo cujo referente é “direitos” e pela preposição “de”, exigência do verbo ocupar-se. Assim, a lacuna deve ser preenchida com de que.

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O período seria: “As liberdades a que se refere o autor dizem respeito a direitos de que se ocupa a nossa Constituição”.

11 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

O culto das aparências é a chave que nos dá acesso ao prestígio público.

Caso se substitua, na frase acima, culto por zelo e dá acesso por franqueia, as expressões sublinhadas devem ser substituídas, respectivamente, por

(A) nas aparências - no prestígio.

(B) às aparências - do prestígio.

(C)) pelas aparências - o prestígio.

(D) pelas aparências - pelo prestígio.

(E) nas aparências - para com o prestígio.

Gabarito: C

Comentário.

Essa questão é o mote para tratarmos de regência nominal. O termo regente, nesse caso, será um adjetivo, um advérbio ou um substantivo. Esta palavra exigirá o emprego de determinada preposição.

Na questão, são dois os substantivos empregados na forma original – culto e acesso. O examinador sugere a troca, respectivamente, por zelo e franquear (neste último caso, passa a ser regência verbal).

O substantivo zelo é usado costumeiramente com a preposição por, mas admite também as preposições a, de, para e com. Assim, eliminam-se as opções (A) e (E), que indicam a preposição em.

Já o verbo franquear é transitivo direto (Alguém franqueia alguma coisa). A única opção correta é, portanto, a de letra C.

De todas as provas que pesquisamos, essa foi a única questão exclusiva sobre regência nominal e uma das raras que abordam o assunto.

12 - (IPEA Assessor Especializado / Novembro 2004)

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Na frase Preferimos confiar e acreditar nas coisas..., a expressão sublinhada complementa corretamente, ao mesmo tempo, dois verbos que têm a mesma regência: confiar em, acreditar em. Do mesmo modo, está também correta a seguinte construção: Preferimos

(A) ignorar e desconfiar das coisas...

(B) subestimar e descuidar das coisas...

(C) não suspeitar e negligenciar as coisas...

(D) nos desviar e evitar as coisas...

(E))nos contrapor e resistir às coisas...

Gabarito: E

Comentário.

Quando um mesmo complemento servir a dois verbos, deve-se tomar muito cuidado com a regência destes para que não haja prejuízo gramatical.

Se os verbos apresentarem diferentes transitividades e/ou regerem preposições diversas, deverá ser repetido o complemento em cada ocorrência, respeitada a regência de cada um dos verbos. Vamos aos exemplos:

(A) verbo ignorar = Alguém ignora alguma coisa = verbo transitivo direto

verbo desconfiar = Alguém desconfia de alguma coisa = verbo transitivo indireto com a preposição “de”

Não podemos colocar o mesmo complemento para ambos os verbos, pois apresentam transitividades distintas. A estrutura mais adequada seria: “ignorar as coisas e desconfiar delas”.

(B) verbo subestimar = Alguém subestima alguma coisa = verbo transitivo direto

verbo descuidar = Alguém descuida de alguma coisa = verbo transitivo indireto com a preposição “de”

A construção poderia ser: subestimar as coisas e descuidar delas (cada verbo com o seu complemento).

(C) verbo suspeitar = Alguém suspeita de alguma coisa = transitivo indireto com a preposição “de”

verbo negligenciar = Alguém negligencia alguma coisa = transitivo direto

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Construção possível: não suspeitar das coisas e negligenciá-las.

(D) verbo desviar-se = Alguém desvia-se de alguma coisa = transitivo indireto com a preposição “de”

verbo evitar = Alguém evita alguma coisa = transitivo direto

Possibilidade de estrutura: [Preferimos] nos desviar das coisas e evitá-las.

(E) Os dois verbos aceitam complementos indiretos com a preposição “a”:

verbo contrapor-se = Alguém se contrapõe a alguma coisa

verbo resistir = Alguém resiste a alguma coisa

Somente nessa situação, é possível o mesmo complemento se ligar a dois verbos: nos contrapor e resistir às coisas. – ESSA É A RESPOSTA CORRETA.

Sobre a possibilidade de flexão do infinitivo, reveja a aula sobre concordância, comentário à questão 26, item (B).

CRASE

“Bom filho ... casa torna”

A partir desse adágio, começamos nossa aula sobre crase.

E aí, como você preencheu a lacuna? Com um “a”? Dois? Um com acento grave?

Afinal, o que é crase? Isso não nos cansamos de repetir – CRASE NÃO É O ACENTO, CRASE É O FENÔMENO!. Portanto, rejeito a forma “crasear” (arghh....), mesmo já tendo sido registrada nos melhores dicionários e aceita por tantos professores e gramáticos gabaritados. Prefiro usar “colocar o acento grave, indicativo de crase” ou “ocorre crase (fusão)” - essa expressão você vai ler bastante a partir de agora.

Dá-se o nome de crase ao encontro de duas vogais iguais e contíguas. Na língua portuguesa, só se registram com o acento grave os encontros da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo definido feminino, um pronome demonstrativo ou um pronome relativo.

COMO ANALISAR A OCORRÊNCIA DE CRASE?

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Da mesma forma como você ensina uma criança a atravessar a rua. “Filhinho, você deve olhar para os dois lados!”. Então aplicamos essa lição à análise de crase – devemos olhar para os dois lados.

“TERMO REGENTE + TERMO REGIDO”:

De um lado, há um termo regente, que pode ou não exigir uma preposição (e, nesta aula, só nos interessa a preposição a).

Do outro lado, há um termo regido, que pode aceitar ou não um artigo definido feminino. Nessa posição de “termo regido” também pode existir um pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s) ou aquilo, um pronome relativo a qual/as quais.

Se houver o encontro da preposição a com o outro a, OCORRE A CRASE: os dois viram um só “a” e recebem o acento grave (`) para indicar essa fusão: à.

Voltando ao ditado, antes de qualquer coisa, ajuda (e muito) construir a oração na ordem direta – “Bom filho torna ... casa.”.

De um lado, o termo regente (verbo tornar) exige a preposição a (tem o mesmo sentido e regência do verbo “retornar” – “Alguém torna/retorna a algum lugar.”).

Do outro lado, “casa”, no sentido de lar, não recebe o acompanhamento do artigo (“Quando eu for para casa, avisarei.” / “Passei o fim de semana em casa.”). Esse “casa” só aceita artigo quando identificado como a casa de alguém (“Nunca mais piso na casa da minha sogra!”)

Como o termo regido não aceita o artigo definido, há a ocorrência de apenas um “a” , que é a preposição exigida pelo termo regente, não ocorrendo crase. Por isso, a construção correta é “bom filho a casa torna”.

Em resumo: só haverá crase (fusão) se houver dois “as” - o termo regente exigir a preposição a e o termo regido:

- for o pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo;

- for o pronome relativo a qual / as quais;

- admitir artigo definido feminino (singular ou plural): a(s). Para ter certeza de que a palavra admite o artigo definido feminino, construa uma frase em que essa palavra seja o sujeito e verifique a possibilidade de colocar o artigo antes dela. Exemplo: a palavra escolhida é “você”: não seria possível usar o artigo feminino antes desse pronome de tratamento -“A você está linda hoje”-, logo não há crase antes de “você”.

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Nesse resumo estão várias daquelas regras de crase. Não ocorre crase:

antes de palavra masculina (pois não admite artigo definido feminino por ser masculina);

antes de verbo (pois não admite artigo definido feminino – mesmo quando substantivado, recebe o artigo masculino e não feminino – “o ranger”, “o regressar”);

antes de pronomes em geral; com exceção dos pronomes possessivos (como veremos adiante) e os enumerados no resumo (demonstrativos a, aquele, aquela, aquilo, e relativos a qual, e seus plurais), todos os demais não admitem artigo definido feminino;

antes de substantivos em sentido vago, genérico (não admitem artigo definido feminino por serem vagos, genéricos, como no exemplo do adágio);

em expressões de palavras repetidas (cara a cara, dia a dia, boca a boca).

Existem alguns casos em que o “a” recebe o acento grave (à) mesmo não havendo esse encontro de dois “as”. São os chamados casos especiais:

- locuções femininas, sejam elas adverbiais (à força, à vista), adjetivas (à fantasia, à toa), conjuntivas (à medida que, à proporção que) ou prepositivas (à espera de, à procura de);

- diante de masculino, em que esteja subentendida a expressão “à moda de”, “à maneira de” (“Ele escrevia à Machado de Assis.”, “O artilheiro fez um gol à Romário.”). Cuidado: em “bife a cavalo” ou em “frango a passarinho” não está subentendida essa expressão (não é à maneira do cavalo ou do passarinho) e, por isso, não leva acento.

Por fim, antes de iniciarmos os comentários às questões de prova, destacamos dois casos chamados “facultativos”, explicando onde reside essa “faculdade”:

- pronomes possessivos – esses pronomes admitem o artigo definido antes de si (“Minha mesa está suja” ou “A minha mesa está suja”). Por isso, caso se empregue o pronome possessivo com artigo, desde que o termo regente exija preposição a, haverá crase (preposição a + artigo definido feminino +

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possessivo = à sua – “Refiro-me à sua irmã.”); em se escolhendo não colocar o artigo antes do possessivo, haverá somente a preposição e, por isso, não haverá a ocorrência de crase (preposição a + possessivo = a sua - “Refiro-me a sua irmã.”). Alguns autores chamam de um caso facultativo de crase, mas o que ocorre, na verdade, é o uso opcional do artigo definido feminino;

- com a locução prepositiva “até a” (que é a junção das duas preposições: até + a). Havendo um termo regido que admita o artigo definido, haverá crase (até a + a = até à – “Andei até à entrada de sua casa.”). Essa locução prepositiva equivale à preposição “até”, que, quando usada na forma simples, não leva à fusão de dois ‘as’, pois só existe um – o artigo (até + a = até a - “Andei até a entrada de sua casa.”). Por isso, alguns falam simplesmente que, com a preposição “até”, a crase é facultativa. Na verdade, o que é facultativo é o uso da locução prepositiva “até a” ou da preposição simples “até” – com a primeira, haverá crase (até à); com segunda, não (até a).

A maior parte das questões de crase envolvem o esquema “TERMO REGENTE + TERMO REGIDO”, como veremos a partir de agora.

QUESTÕES DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS - CRASE

13 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Quanto à necessidade ou não do uso do sinal de crase, a frase inteiramente correta é:

(A) Reportamo-nos à inexperiência de um cidadão comum quando é candidato a um posto público, mas somos propensos à rejeitar a candidatura de um político profissional.

(B) O culto às aparências é um sintoma da vida moderna, uma vez que à elas nos prendemos todos, em nossa vida comum.

(C) É a gente que cabe identificar os preconceitos, sobretudo os que afetam àqueles artistas e profissionais que dão graça à nossa vida.

(D) Assistimos à exibição descarada de preconceitos, que tantos dissabores causam as pessoas, vítimas próximas ou à distância de nós.

(E)) Àqueles que alimentam um preconceito é inútil recomendar desprendimento, pois este se reserva às pessoas generosas.

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Gabarito: E

Comentário.

Para confirmar a existência da preposição antes de “aqueles”, é necessário, primeiramente, organizarmos a oração na ordem direta. Para isso, partimos do verbo ser e, para haver lógica, do adjetivo inútil. O que é inútil? Resposta: “recomendar desprendimento”.

O verbo “recomendar”, na construção, é transitivo direto e indireto (Recomendar alguma coisa a alguém). O que se recomenda (ou seja, qual é o objeto direto)? Desprendimento. A quem se recomenda desprendimento (qual é o objeto indireto?) Àqueles [a + aqueles] que alimentam um preconceito.

Então, seguindo a análise de TERMO REGENTE + TERMO REGIDO, o termo regente, verbo “recomendar”, exige a preposição “a”. O termo regido é o pronome demonstrativo “aqueles”. Houve crase, devendo ser indicado com o acento grave: “Àqueles que alimentam um preconceito é inútil recomendar desprendimento” – construção perfeita.

Na seqüência, há outra ocorrência de crase:

TERMO REGENTE – verbo “reservar”: Alguém reserva alguma coisa a alguém. Como está acompanhado do pronome “se” apassivador, o pronome “este”, que se refere a “desprendimento” é o sujeito paciente. Como vimos na aula sobre verbos, o objeto indireto da voz ativa (Fulano reservou alguma coisa a alguém) continua a exercer a mesma função na voz passiva (Alguma coisa foi reservada por Fulano a alguém) - tópico “Vozes Verbais” da Aula 1 - Verbos.

Como o termo regente exige a preposição “a” e o termo regido (“pessoas generosas”) admite artigo definido feminino plural, há ocorrência de crase, estando correta a construção: “...este se reserva às pessoas generosas”.

Os demais itens apresentam as seguintes incorreções.

(A) Dos dois registros de crase, somente o segundo está incorreto.

Na primeira ocorrência, o termo regente é o verbo reportar-se, que exige a preposição “a” (Alguém se reporta a alguém/alguma coisa). O termo regido é o substantivo inexperiência, que aceita o artigo definido feminino. Há, portanto, ocorrência de crase, que está devidamente indicada pelo acento grave em “Reportamo-nos à inexperiência de um cidadão...”.

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Já no segundo registro, o termo regente “propensos” (adjetivo) exige a preposição “a” (Alguém é propenso a alguma coisa). Contudo, o termo regido não admite o artigo definido, pois é um verbo (rejeitar). A construção seria: “somos propensos a rejeitar a candidatura de um político profissional”.

(B) A primeira ocorrência de crase está corretamente indicada. O termo regente culto exige a preposição “a”; o termo regido aparências admite o artigo definido feminino plural – há crase: “O culto às aparências”.

Já no segundo, o termo regente, o verbo prender, é transitivo direto e indireto e exige a preposição “a” (Alguém se prende a alguma coisa); no entanto, o termo regido é o pronome pessoal elas, que não admite o artigo definido antes de si. Há, portanto, apenas um “a”, que é a preposição – “uma vez que a elas nos prendemos todos, em nossa vida comum”.

(C) O termo regente caber é transitivo indireto (Alguma coisa cabe a alguém). A expressão que exerce a função de objeto indireto é “a gente”, que, segundo o contexto, apresenta a acepção equivalente a “nós”; uma vez antecedida da preposição “a”, forma crase. Para a análise, não se deve levar em conta a expressão denotativa “é que”; na ordem direta, a construção seria: “identificar os preconceitos (sujeito) cabe à gente.”.

Em seguida, o termo regente, verbo afetar, é transitivo indireto e exige a preposição “a” (Alguma coisa afeta a alguém). O termo regido é “aqueles artistas e profissionais”. Como a preposição “a”, exigida pelo termo regente, se encontra com o pronome demonstrativo “aqueles”, há ocorrência de crase, devendo haver o correspondente registro: “sobretudo os que afetam àqueles artistas” – crase corretamente indicada.

Finalmente, o termo regente dar é transitivo direto (objeto direto: graça) e indireto (obj.indireto: nossa vida), devendo o complemento indireto ser precedido da preposição “a”. Como o termo regido é iniciado por um pronome possessivo, o emprego de artigo definido feminino é facultativo, podendo ocorrer crase ou não (“profissionais que dão graça a / à nossa vida”). Portanto, está correta a indicação de crase.

(D) O termo regente, verbo assistir, no sentido de “ver, presenciar”, é transitivo indireto, exigindo a preposição “a”. O termo regido é “exibição”, que admite artigo definido feminino. Há crase: “Assistimos

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à exibição descarada de preconceitos...”. Correto emprego do acento grave.

O erro está na seqüência: o termo regente, verbo causar, é transitivo direto (coisa) e indireto (pessoa) (Fulano causou alguma coisa a alguém), regendo a preposição “a”; o termo regido é “pessoas”, que admite o artigo definido feminino plural. Houve o registro desse artigo, mas faltou a indicação de crase para registrar a existência da preposição. A forma correta seria: “que tantos dissabores causam às pessoas...”.

Por fim, a expressão “à distância” é objeto de bastante polêmica.

A maioria dos gramáticos afirma que, sem especificação, a expressão não recebe acento (“Mantenha-se a distância.”). Havendo definição dessa distância, usa-se o acento grave (“Mantenha-se à distância de 10 metros.”). Não se trata de “termo regente – termo regido”. É um dos casos especiais mencionados no início dessa parte da aula.

Contudo (agora vem a polêmica), segundo Celso Luft, atualmente se admite o acento nessa construção, considerando-se como locução adverbial.

Note que o examinador, nesta questão, não deixou clara a sua posição, ao indicar outro erro de crase antes dessa expressão. Ótimo, pois não precisamos nos preocupar em indicar o erro da opção. Mas, mesmo assim, todo cuidado é pouco. Leve esse conhecimento para a prova e, caso se depare com a polêmica expressão adverbial “a/à distância”, analise as demais opções para afirmar se está certo ou errado o emprego na questão.

14 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Deduz-se da leitura do texto que seu autor julga Maquiavel ter prestado um serviço não apenas aos poderosos governantes, mas também aqueles que têm interesse em analisar a exaustão as práticas políticas.

Para correção do texto, são necessárias algumas correções. Julgue as substituições propostas abaixo.

I. aqueles por àqueles.

II. a exaustão por à exaustão.

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Itens CORRETOS.

Comentário.

I – O termo regente, a locução verbal “ter prestado”, é transitiva direta (um serviço) e indireta, regendo a preposição “a” antes do objeto indireto, que, na construção, são dois: poderosos governantes e aqueles.

“ter prestado um serviço não apenas aos poderosos governantes, mas também [ter prestado um serviço] aqueles que têm interesse...”

O primeiro termo regido (poderosos governantes) foi corretamente precedido de preposição, formando “aos”. O segundo, contudo, está incorretamente grafado. A preposição “a”, exigida pelo termo regente, ao se encontrar com o pronome demonstrativo “aqueles” forma crase – “...mas também àqueles que têm interesse...”.

II - Logo após, a locução adverbial feminina “à exaustão” recebe acento grave: “... interesse em analisar à exaustão as práticas políticas”.

15 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004)

A frase totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita é:

(A) Devido à circunstância de não conterem eles a curiosidade, o pesquisador quis, com toda discrição, deixar claro que naquele momento se restringiria a citar a etimologia da palavra.

(B) O tema suscitou interesse que chegaram à pedir ao palestrante que lhes desse o privilégio de voltar, onde poderiam tirar dúvidas acerca do que tinham ouvido.

(C) Por todos os ângulos que se observe o pós-modernismo, não se pode minimizar a questão do modo que ele é entendido, sob pena de os artistas serem mal-compreendidos.

(D) Se os debatedores interviessem, mas sem reivindicar legitimidade exclusiva à seus pontos de vista, teria sido mais fácil pôr em ordem o que era efetivamente relevante.

(E) Na medida em que os dados gerais eram compreendidos, a platéia manifestava um misto de entusiasmo e de vontade de saber mais, por isso adviram perguntas mais complexas.

Gabarito: A

Comentário.

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A locução prepositiva “devido a” tem origem na forma participial adjetiva do verbo dever (devido).

Como assim “forma participial adjetiva”? QUEDIABÉISSO? CALMA! Vimos que o particípio é uma forma nominal que, muitas vezes, exerce a função que seria própria de um adjetivo, lembra? “Roupa lavada (adjetivo / particípio do verbo lavar)”, “cabelo penteado (adjetivo / particípio do verbo pentear)”, não foi?

Então, na função adjetiva, a palavra “devido” (adjetivo / particípio do verbo dever) concorda em gênero e número com o substantivo correspondente e rege a preposição a: “Sua ausência devida a problemas de saúde foi notada.”, “Muitos acidentes devidos à falta de prudência dos motoristas são registrados nas estradas brasileiras.”.

Apesar de condenada por diversos puristas, que acham que essa palavra só deve ser empregada na função adjetiva, a forma prepositiva “devido a” é abonada por ilustres como Celso Luft, sendo constantemente apresentada em questões de prova.

Quando presente na locução prepositiva (devido a), o vocábulo “devido” não se flexiona (pertence ao conjunto de palavras invariáveis) – “Devido aos problemas de saúde, ela não veio.”, “Muitos acidentes ocorrem devido à falta de prudência dos motoristas.”.

A preposição a, que faz parte da locução, poderá se contrair ao artigo subseqüente, no esquema “termo regente – termo regido”, como vimos recorrentemente neste estudo, havendo crase se o termo regido admitir artigo definido feminino (“O espetáculo foi cancelado devido à chuva”).

Assim, na opção (A), o termo regente é devido a. O termo regido é circunstância, que aceita o artigo definido feminino. Forma-se, então, crase – “Devido à circunstância de não conterem eles ...”.

Adiante, o termo regente restringir-se exige a preposição “a”, mas o termo regido “citar” não admite artigo definido feminino. Assim, há somente a preposição, não sendo devido o acento grave.

Essa opção (A) está certa!

Em relação às demais opções, houve deslizes de diversas espécies, inclusive de crase.

(B) A locução verbal “chegaram a pedir” comporta somente a preposição, não há artigo antes do verbo principal e, assim, não há

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justificativa para o acento grave. Em resumo, em locução verbal, não há crase.

Além disso, houve impropriedade ao empregar o pronome relativo “onde”, que só pode se referir a lugar ou algo que a isso se assemelhe. Em seu lugar, deveria ter sido usado “quando” (“No momento em que o palestrante voltasse, poderiam tirar dúvidas”). Sobre o emprego de pronomes relativos, falaremos na próxima aula.

(C) Os deslizes foram: sintaxe de regência e emprego de pronome relativo. Alguém observa alguma coisa de um determinado ângulo. Assim, “Por todos os ângulos de que se observe o pós-modernismo”.

Em seguida, “alguma coisa é entendida de determinado modo”. O pronome que se presta a indicar “modo” é “como”. Assim, a construção deveria ser: “...não se pode minimizar a questão do modo como ele é entendido”.

(D) O termo regente exclusiva exige a preposição “a”. O termo regido “seus pontos de vista” não admite o emprego de artigo definido feminino, por ser masculino e plural. Assim, há apenas a preposição: “sem reivindicar legitimidade exclusiva a seus pontos de vista.”

(E) Como mencionamos na aula sobre verbos, a FCC adora o verbo “advir”. Ele é derivado do verbo vir e deve ser conjugado tendo-o por paradigma: (vieram = advieram) “por isso advieram perguntas mais complexas”.

16 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

Justifica-se o sinal de crase em ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) Opõe-se o autor àqueles fundamentalistas que não admitem rever os resultados à que chegaram.

(B) Hawking dispôs-se à apresentar a um plenário de cientistas correções à sua teoria dos buracos negros.

(C) A quem aspira às certezas dogmáticas não satisfarão as hipóteses de trabalho, sempre sujeitas à alguma revisão.

(D)) Hawking filia-se à tradição dos grandes cientistas, que sempre souberam curvar-se às evidências de um equívoco.

(E) Fundamentalista é todo aquele que prefere às certezas dogmáticas às hipóteses sujeitas a verificação e a erro.

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Gabarito: D

Comentário.

O termo regente, filiar-se, exige preposição “a”. O termo regido “tradição” admite artigo definido feminino. Há crase: “Hawking filia-se à tradição dos grandes cientistas”.

Na segunda passagem, o termo regente, curvar-se, exige a preposição “a”, e o termo regido evidências admite artigo definido feminino plural. Há novamente crase: “sempre souberam curvar-se às evidências de um equívoco”. Como as duas ocorrências devem ser acentuadas, essa é a resposta certa.

Vamos analisar as demais opções.

(A) O termo regente, verbo opor, é transitivo direto e indireto, exigindo a preposição “a” (Alguém se opõe a alguma coisa). O termo regido é “aqueles fundamentalistas”. A contração da preposição com o “a” do pronome demonstrativo “aqueles” é indicada com o acento: “àqueles”. Essa indicação está correta.

A segunda, no entanto, está incorreta. Em “não admitem rever os resultados à que chegaram”, o pronome relativo “que” substitui “os resultados” em uma oração subordinada adjetiva. O verbo chegar exige a preposição “a”, que irá anteceder o pronome relativo. No entanto, antes do pronome relativo, não há artigo definido feminino. Assim, antes do pronome relativo, há apenas a preposição, não havendo justificativa para a indicação de crase: “não admitem rever os resultados a que chegaram”.

(B) O termo regente, verbo dispor-se (pronominal), é transitivo indireto, exigindo a preposição “a” (Alguém se dispõe a alguma coisa). O termo regido, contudo, é oracional, não admitindo, assim, um artigo definido feminino. Há apenas a preposição: “Hawking dispôs-se a apresentar...”. Está incorreta a indicação de crase.

Em seguida, o termo regente correções exige a preposição “a”. O termo regido é precedido por um pronome possessivo feminino. Assim, está correta a indicação de crase, por ser facultativo o emprego do artigo definido feminino antes do pronome possessivo (“correções a/à sua teoria dos buracos negros).

(C) O termo regente, verbo aspirar, no sentido de “desejar”, é transitivo indireto, com a preposição “a”. O termo regido é “certezas dogmáticas”, que admite o artigo definido feminino. Há crase, corretamente indicada: “A quem aspira às certezas dogmáticas”.

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Na segunda passagem de indicação de crase, o termo regente sujeitas exige a preposição “a”, mas o termo regido não admite artigo definido feminino (alguma revisão). Na dúvida, construa uma oração em que essa expressão seja o sujeito: “Alguma revisão deverá ser feita.”. Perceba que você não poderia construir “A alguma revisão...”. Isso porque essa expressão apresenta valor genérico, vago. Assim, o único “a” é a preposição, não havendo acento grave: “sempre sujeitas a alguma revisão”.

(E) Vamos falar agora sobre a regência do verbo preferir. Este verbo, na construção, é transitivo direto e indireto, exigindo a preposição “a”. Assim, não pode haver duas indicações de crase. Somente antes do objeto indireto é cabível, se o termo regido admitir o artigo definido feminino. O primeiro elemento (certezas dogmáticas) exerce a função de objeto direto, havendo somente o artigo definido feminino (“prefere as certezas dogmáticas”), enquanto que o segundo exerce a função de objeto indireto. Como o termo regido (hipóteses) admite artigo definido feminino, é devida a indicação de crase: “prefere as certezas dogmáticas às hipóteses sujeitas a verificação e a erro”.

Apesar de não ter sido objeto da questão, vamos analisar esta última passagem. O termo regente (sujeitas) exige preposição. Por uma questão de paralelismo sintático, tanto o primeiro termo regido (verificação) quanto o segundo (erro), por terem sido empregados de maneira genérica, encontram-se indefinidos, ou seja, sem artigos. Assim, está impossibilitada a ocorrência de crase, pois o que há é apenas preposição exigida pelo termo regente (“sujeitas a verificação e a erro”).

O que é paralelismo sintático? Havendo dois ou mais elementos de idêntica função sintática, o que for feito com um, deve ser repetido nos demais (são raros os casos em que isso não acontece, sempre levando em consideração o contexto). Assim, se fosse empregado o artigo antes do primeiro, o mesmo deveria ser feito em relação ao segundo.

17 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

Uma das maiores causas de desigualdade social prende-se...... dificuldade de acesso ...... informação e qualificação, essenciais ...... conquista de um salário mais digno.

Para completar corretamente a frase, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:

(A) à - à - à

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(B) à - à - a

(C) à - a - a

(D) a - a - à

(E) a - à - à

Gabarito: A

Comentário.

1ª lacuna: Termo regente: prender-se, verbo transitivo direto (pronominal) e indireto, exigindo a preposição “a” (Alguém se prende a alguma coisa). Termo regido: dificuldade, admite artigo definido feminino. Há crase: “prende-se à dificuldade de acesso”.

2ª lacuna: Nesta opção, há duas possibilidades de construção – com acento ou sem acento. Vamos à análise.

Termo regente: acesso, exige preposição “a” (Alguém tem acesso a alguma coisa). Termo regido: informação e qualificação.

Termo regido:

Primeira possibilidade: Apesar de esses vocábulos admitirem artigos definidos, não haveria o seu emprego por estarem usados em sentido vago, genérico (não é uma certa informação, é qualquer informação), como na oração “Informação e qualificação são elementos indispensáveis a um candidato”. Assim, haveria apenas a preposição: “dificuldade de acesso a informação e qualificação”.

Segunda possibilidade: No emprego de palavras coordenadas, ou seja, palavras que exerçam a mesma função sintática, em que ambas sejam regidas pela mesma preposição, pode-se repetir a preposição e, caso haja definição, contraí-la ao artigo (“acesso à informação e à qualificação”). Neste caso, enfatiza-se cada um dos elementos. Contudo, é desnecessária essa repetição se o objetivo for enfatizar o grupo que esses elementos formam. Nesta hipótese, os gramáticos indicam que, se não se repetir a preposição, não se deve repetir o artigo, recaindo a ênfase no conjunto. Assim, a preposição contraída com o artigo antecede apenas o primeiro elemento (“acesso à informação e qualificação”).

Assim, essa segunda lacuna poderia ser preenchida das seguintes formas: a (sentido genérico – apenas a preposição) ou à (sentido

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determinado, mas enfatizando-se o grupo que os dois elementos formam).

3ª lacuna: Termo regente: essenciais, exige preposição “a” (Coisas são essenciais a algo/alguém). Termo regido: conquista, admite artigo definido feminino. Há crase: “essenciais à conquista de um salário mais digno”.

A opção da banca em relação à segunda lacuna foi pela segunda forma (à), uma vez que não há a opção à / a / à . A resposta, portanto, é (A): à / à / à.

18 - (TRT 15ª Região – Analista Judiciário / Setembro 2004)

É preciso limitar as conclusões ...... poucas informações e ...... discussões referentes ...... pesquisa.

Para completar corretamente a frase as lacunas deverão ser preenchidas, respectivamente, por:

(A) à - as - à

(B))a - às - à

(C) a - às - a

(D) à - às - à

(E) a - as - a

Gabarito: B

Comentário.

1ª lacuna: Termo regente: limitar. Na construção, é transitivo direto e indireto, regendo a preposição “a” (Alguém limita alguma coisa a algo). Termo regido: poucas informações. Por estar usado em sentido genérico, sem artigo definido (como em: “Dispomos de poucas informações”; “Poucas informações são suficientes para entendermos”). Assim, não há crase (somente preposição “a”): “É preciso limitar as conclusões a poucas informações”.

2ª lacuna: Termo regente: limitar (o mesmo termo regente do primeiro caso). Termo regido: discussões. Este vocábulo, ao contrário do primeiro termo regido, está sendo usado em sentido específico: não

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são quaisquer discussões; são as “discussões referentes ... pesquisa”. Então o termo regido admite o artigo definido feminino, ocorrendo crase: “às discussões...”

3ª lacuna: Termo regente: referente; este adjetivo exige preposição “a” (Algo é referente a alguma coisa). Termo regido: pesquisa. A partir do contexto, percebe-se o uso determinado de “pesquisa” – é a que está sendo realizada. Assim, o substantivo admite o artigo definido feminino: “referentes à pesquisa”.

19 - (TRT 22ª Região – Auxiliar Judiciário / Novembro 2004)

Os dados comprovam que, de janeiro ...... julho deste ano, houve aumento na produção de veículos, em comparação com ...... obtida no ano passado. As montadoras passaram ...... exportar uma parte dessa produção.

As lacunas da frase acima devem ser corretamente preenchidas por

(A) a - a - a

(B) à - à - a

(C) à - a - à

(D) a - à - a

(E) a - à - à

Gabarito: A

Comentário.

1ª lacuna: Para começar, analise uma outra estrutura: “A loja funciona das 10h .... 18h”. Há um artigo (contraído com a preposição “de”) antes do primeiro elemento (das 10h). Então, deve haver artigo antes do segundo. Como já existe uma preposição “a”, ocorre a fusão: “das 10h às 18h”. A isso se dá o nome de paralelismo sintático (Lembra? O que acontece com um elemento ocorre também com os demais de mesma função sintática).

Note, agora, que antes de “janeiro” há somente uma preposição (“de”), não há artigo. Pois, se não há artigo antes do primeiro elemento, não pode haver antes dos demais. A relação é “de ... a ...”, somente com preposições. Por isso, não há crase: “de janeiro a julho”. Paralelismo nele!

2ª lacuna: Na expressão “em comparação com” já existe uma preposição (“com”), o que impossibilita a existência da preposição “a”.

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O que irá preencher a lacuna é o pronome demonstrativo “a”, equivalente a “aquela”, que se refere à palavra “produção” (“houve aumento na produção de veículos, em comparação com [a produção] obtida no ano passado”). Não há dois “as”, somente um - o pronome demonstrativo. Portanto, não há crase: “em comparação com a obtida...”.

3ª lacuna: Em locução verbal, há apenas preposição, sem artigo. Por isso, não há crase: “As montadoras passaram a exportar”.

A ordem será: a, a, a – opção (A)

20 - (TRT 23ª Região - Analista Judiciário/Outubro 2004)

Busca-se ...... muito tempo uma linguagem adequada ...... expressão das leis e ...... outras questões sociais.

As lacunas da frase acima serão corretamente preenchidas por

(A) a - à - à

(B) há - a - a

(C) a - a - à

(D) a - à - a

(E)) há - à - a

Gabarito: E

Comentário.

1ª lacuna: Indica-se, no primeiro período, a transposição de tempo. Para isso, deve-se usar o verbo haver, que, no sentido de tempo decorrido, não se flexiona (é impessoal, não possui sujeito). Essa lacuna é preenchida por “Busca-se há muito tempo...”.

2ª lacuna: Termo regente: adequada, adjetivo que exige a preposição “a” (Alguma coisa é adequada a outra). Termo regido: expressão das leis, que admite artigo definido feminino. Há crase: “uma linguagem adequada à expressão das leis”.

3ª lacuna: Termo regente: adequada (o mesmo da lacuna anterior). Termo regido: “outras questões sociais”, que, por não estar determinado (usado em sentido genérico: ‘tantas outras questões sociais’ ou ‘quaisquer outras questões sociais’), não admite artigo: “uma linguagem adequada (...) a outras questões sociais”.

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Note que há uma situação especial (uso de expressões em sentido vago) que permite a “quebra” do paralelismo sintático (usou artigo antes da primeira, mas não usou antes da segunda).

21 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

A cidade de Corumbá, que se situa ...... margens do rio Paraguai e ...... uma distância de 420 quilômetros de Campo Grande, recebe turistas sempre dispostos ...... pescar.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A)) às - a - a

(B) às - à - a

(C) às - à - à

(D) as - a - à

(E) as - à - à

Gabarito: A

Comentário.

Essa questão apresenta um erro de regência, mas quem quisesse acertar a questão deveria “tampar o nariz” e “engolir” a preposição da primeira lacuna como correta.

1ª lacuna: Termo regente: situar-se, na acepção de “estar localizado”, rege a preposição em, e não a preposição “a”, como apresentado pelo examinador. Como em nenhuma das opções vimos o respeito à sintaxe original do verbo, vamos relevar o erro, empregar a preposição “a” e continuar a análise (É assim que se faz prova. Não adianta “brigar” com a banca no momento em que se faz a prova: tente acertar a questão; se errar, a briga começa na segunda-feira, com os recursos).

Termo regido: margens, que aceita artigo definido feminino plural. Assim, considerando a hipótese de ser empregada a preposição “a”, a construção seria “que se situa às margens do rio Paraguai”.

Uma boa maneira de lembrar a regência de alguns verbos. Os que indicam movimento, normalmente apresentam a preposição “a” (chegar a, ir a, dirigir-se a), enquanto que os indicativos de “situação estática” regem preposição “em” (situar em, morar em, residir em).

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2ª lacuna: Ao se indicar tempo futuro ou distância, usa-se a preposição “a” (como em “A dez minutos do fim do jogo [idéia futura], ele fez o gol” ou “Minha casa fica a 3km do centro da cidade [distância].”). Assim, a lacuna será preenchida como: “...e a uma distância de 420 quilômetros de Campo Grande”.

3ª lacuna: Termo regente: dispostos, que exige a preposição “a” (Alguém está disposto a alguma coisa). Termo regido: pescar, que, por ser um verbo, não admite artigo definido feminino. Não há crase: “recebe turistas sempre dispostos a pescar”.

As opções são: às (aghhhh...), a, a. Resposta correta é a letra (A).

Em tempo, veja o que diz o Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso Luft, sobre o verbo situar:

TDI [verbo transitivo direto e indireto]: situá-lo em, entre...TDpI [verbo transitivo direto (pronominal) e indireto] situar-se em, entre... Colocar(-se); pôr(-se): situar as coisas no seu devido lugar. Situar(-se) alguém entre os cidadãos mais conceituados. Situar(-se) em determinadas condições.

Construir, edificar (em lugar próprio ou escolhido) (TDI); estar edificado ou localizado (TDpI): Situar(-se) uma casa numa esquina, entre árvores, entre dois edifícios, ... Dispor(-se) geograficamente

Essa última acepção foi a empregada na questão. Percebe-se, portanto, que o verbo transitivo direto (pronominal) e indireto rege a preposição em.

22 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

Quanto ao uso, ou não, do sinal de crase, a frase inteiramente correta é:

(A) Acaba de chegar a América um grupo de sudaneses, à que se darão diferentes destinos, certamente à revelia desses jovens, que chegaram como refugiados.

(B) O autor supõe que, tendo em vista à quantidade de leis às quais deverão obediência, os jovens refugiados passarão por poucas e boas, até a completa adaptação.

(C)) As normas da tribo, às quais faz o autor referência, são poucas e implícitas, visam à boa prática de valores consensuais, e não a uma mera catalogação de obrigações.

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(D) A angústia a que submeteremos esses jovens dever-se-á não apenas à essa quantidade de leis, mas sobretudo à maneira artificial pela qual pretendem aplicar-se à realidade.

(E) Quando à cada nova obrigação miúda corresponder uma nova norma, não haverá como pôr termo a inchação dos códigos, à uma sempre crescente lengalenga de leis.

Gabarito: C

Comentário.

Primeira ocorrência de crase - termo regente: referência, exige preposição “a” (Alguém faz referência a alguma coisa); termo regido: pronome relativo “as quais”, que se refere a “normas [da tribo]”. Há crase: “As normas da tribo, às quais faz o autor referência...”. Na dúvida, substitua “as quais” pelo relativo “que” : “As normas da tribo, a que faz o autor referência...”. Você nota a existência da preposição, que, associada ao “a” de “as quais”, forma crase.

Segunda ocorrência de crase – termo regente: visar, que, no sentido de “ter como objetivo”, rege a preposição “a”; termo regido: boa prática, que aceita o artigo definido feminino. Há crase: “visam à boa prática de valores consensuais”. Na seqüência, o outro complemento do verbo “visar” está antecedido do artigo indefinido, não ocorrendo a fusão de dois “as”: “... e não [visam] a uma mera catalogação de obrigações”.

Esta opção está inteiramente correta. Vamos à análise das demais:

(A) Para começar, vamos verificar se antes do topônimo (nome de lugar) “América” podemos empregar o artigo definido feminino. Se o topônimo aceitar um artigo definido feminino antes do nome do lugar e houver um termo regente a exigir a preposição, haverá a ocorrência de crase.

Para confirmar o emprego do artigo feminino, é plenamente válido o teste com o verbo ‘morar’ – “Eu morei na (em + a) Bahia”. Então “Bahia” é um topônimo que aceita o artigo definido feminino. Assim, na construção “Eu fui à Bahia”, há crase por existir, como termo regente, o verbo ir, que exige preposição a, e, no termo regido, o substantivo Bahia, que aceita artigo definido feminino. Aplica-se, portanto, a regra geral de análise termo regido - termo regente.

Vamos analisar “América”. Usando o verbo morar, a construção seria: “Eu morei na América” (e não “em América”). Assim, concluímos que “América” é um topônimo que aceita artigo definido feminino. Como o

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termo regente é chegar, verbo que exige a preposição “a” (Alguém chega a algum lugar), há crase: “Acaba de chegar à América...”.

Em seguida, o pronome relativo “que” em “à que se darão diferente destinos”, refere-se a um grupo de sudaneses. Alguém dá destino a alguém/alguma coisa. Há exigência da preposição “a”. Contudo, o termo regido é o pronome relativo, que não admite artigo definido feminino. Assim, há apenas a preposição: “um grupo de sudaneses, a que se darão diferentes destinos”.

Está correta a acentuação da expressão adverbial feminina “à revelia”. Como vimos, as locuções femininas, sejam elas adverbiais, prepositivas, adjetivas ou conjuntivas, recebem acento grave sem que haja necessidade de haver um “termo regente” (destaque apenas para a locução adverbial “à/a distância”, objeto de comentário na questão 13).

(B) É bastante válida a troca do feminino para o masculino para a verificação de ocorrência da crase. Em “tendo em vista à quantidade de leis”, vamos trocar o termo regido por um masculino: número – “tendo em vista o número de leis”. Nota-se, com isso, que não há preposição a reger essa expressão substantiva. Não há, portanto, justificativa para o acento grave: “tendo em vista a quantidade de leis”.

O verbo obedecer é transitivo indireto, regendo a preposição “a”. Assim, “Os jovens devem obediência às leis”. Só que, no lugar de “leis”, está o pronome relativo “as quais”. O encontro da preposição “a”, exigida pelo verbo, com o “a” de “as quais” forma crase, corretamente indicada (às quais).

(D) O verbo submeter é transitivo direto (de pessoa) e indireto (de coisa), regendo a preposição “a” (Fulano submete Beltrano a alguma situação). O termo regido é o pronome relativo, que substitui a palavra “angústia”. Está correta, portanto, a forma “A angústia a que submeteremos esses jovens”, sem acentuação por haver somente preposição, já que não pode haver artigo antes do pronome relativo.

Em seguida, o termo regente dever-se exige a preposição “a”. O termo regido, contudo, é o pronome demonstrativo “essa”, em “essa quantidade de leis”. Esse pronome não aceita artigo definido antes de si. Para confirmar, colocamos a estrutura na função de sujeito: “Essa reivindicação não produz resultados”. Não se admite: “A essa reivindicação não produz resultados.”.

Assim, o único “a” é a preposição: “não apenas a essa quantidade de leis”. Na seqüência, com o mesmo termo regente, dever-se, o termo regido maneira artificial admite artigo definido feminino, havendo a

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ocorrência de crase: “mas sobretudo à maneira artificial”. Finalmente, a última ocorrência de crase também está corretamente indicada: o termo regente aplicar-se rege a preposição “a”, enquanto que realidade, o termo regido, aceita artigo definido feminino (“pela qual pretendem aplicar-se à realidade”).

(E) Para facilitar a análise, vamos dispor os elementos da primeira oração na ordem direta: “Quando uma nova norma corresponder à cada nova obrigação...”. O termo regente corresponder é transitivo indireto e exige a preposição “a” (Algo corresponde a outra coisa). O termo regido, contudo, é “cada nova obrigação”. Essa estrutura não admite artigo definido feminino antes de si. Assim, não há crase: “Quando a cada nova obrigação miúda corresponder uma nova norma”.

Na oração seguinte, há outro deslize. Alguém põe termo (limite, fim) a alguma coisa. O termo regente exige preposição “a”. O termo regido inchação aceita artigo definido feminino. Há crase: “não haverá como pôr termo à inchação dos códigos”. O próximo termo regido desse mesmo termo regente (“pôr termo ... à uma sempre crescente lengalenga de leis”), contudo, está antecedido de um artigo indefinido, o que impede o emprego de um artigo definido. Não há crase: “a uma sempre crescente lengalenga de leis”.

Chegamos ao fim da aula de hoje.

A partir de hoje, não quero ver ninguém falando que errou uma questão de crase, hem???? Na maior parte das questões, é só estabelecer aquela relação “termo regente x termo regido” e contar com o pontinho garantido!

No próximo encontro, voltaremos a tratar de muitos desses pontos, já que as questões que abordam pronomes relativos exploram também, em sua maioria, aspectos de sintaxe de regência.

Até lá.

LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

1 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

A expressão de que preenche corretamente a lacuna da frase:

(A) Continuamos a avaliar ...... seria melhor se você desistisse da eleição.

(B) A fonte ....... saciará nossa sede fica no alto daquela encosta.

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(C)) Há sonhos ...... é impossível se desviar, quando se pensa no futuro.

(D) Todos os momentos ...... devaneamos ficaram impressos na minha memória.

(E) Dos livros ...... me ative nos últimos dias, apenas dois têm grande valor.

2 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

As expressões de que e com que preenchem corretamente, nessa ordem, as lacunas da frase:

(A)) O prestígio ...... o texto de Maquiavel desfruta até hoje é merecido, pois é um tratado político ...... muitos têm muito a aprender.

(B) As qualidades morais ...... muitos estavam habituados a considerar como tais foram substituídas pelas políticas, no tratado ...... Maquiavel tornou uma obra basilar.

(C) Os valores abstratos ...... muita gente costuma cultuar não tinham, para Maquiavel, qualquer aplicação ...... pudesse se valer na análise da política.

(D) O adjetivo maquiavélico, ...... muitos utilizam para denegrir o caráter de alguém, ganhou uma acepção ...... costumam discordar os cientistas políticos.

(E) A leitura de O Príncipe, ...... muita gente até hoje se entrega, interessa a todos ...... se sintam envolvidos na lógica da política.

3 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

Para entender o de que vou aqui tratar não é necessário saber o que são os buracos negros.

A frase acima permanecerá correta caso se substitua o elemento sublinhado por

(A) o de que aqui me referirei.

(B) aquilo que irei aludir.

(C) o que aqui me reportarei.

(D) àquilo de que aqui exporei.

(E)) o de que aqui me ocuparei.

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4 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas...

A frase cujo verbo, também grifado, apresenta regência idêntica à do grifado na frase acima é:

(A) ...que fez uma viagem de exploração à América do Sul...

(B)...que sabem reduzir a cabeça de um morto...

(C) Queria assistir a uma dessas operações...

(D) ...que ele tinha contas a acertar...

(E) Ele não me fez nenhum mal!

5 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005)

... os portos da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) ... choveu menos na Amazônia.

(B) ... assim como aconteceu no início do século XX.

(C)) ... duplicando o impacto sobre o ambiente.

(D) ... que se trata de variações médias ao longo de três décadas.

(E) ... a atual seca se torna mais relativa.

6 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

... é que elas não têm cheiro, nem temperaturas, nem ruídos, nem mosquitos...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) Nada, enfim, do que acontece nas desconfortáveis paisagens reais.

(B) Agradeci-lhe, horrorizado.

(C) Porque a poesia não é apenas a verdade...

(D) Jamais acreditei em observação direta...

(E)) Não se pode conhecer nada num minuto...

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7 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

O Conselho Nacional de Justiça precisará de segmentos setoriais... (1o parágrafo)

O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está na frase:

(A) ... tornando-a mais rápida...

(B) ... limita a liberdade dos juízes...

(C) ... e pode permitir a influência do Executivo...

(D) ... se a aplicação for restrita a matérias tributárias...

(E) ... mas valem apenas para os advogados privados...

8 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

Para responder a esta questão, considere o fragmento, reproduzido abaixo, de um informe publicitário da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

QUALIDADE DE VIDA

Campo Grande é uma das capitais brasileiras que oferece melhor índice de qualidade de vida. Urbanizada, arborizada, sem favelas e com avenidas largas, a Capital do Mato Grosso do Sul registra alto índice de satisfação de seus moradores e empreendedores.

Julgue a assertiva abaixo a partir dos elementos no texto existentes, é:

(A) Os verbos oferecer e registrar exigem o mesmo tipo de complemento.

9 - (Procurador BACEN / Janeiro 2006)

... e as cotações generosas empolgam os usineiros ...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:

(A) Nem só de problemas vive o campo.

(B) Enquanto estrelas de primeira grandeza como a soja vergam sob uma conjuntura desfavorável ...

(C) A razão é a alta do petróleo ...

(D)) ... e há meia centena de novas usinas projetadas ...

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(E) ... que torna o álcool um combustível atraente.

10 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

As liberdades ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a nossa Constituição.

Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, na ordem dada, as expressões:

(A)) a que - de que

(B) de que - com que

(C) a cujas - de cujos

(D) à que - em que

(E) em que - aos quais

11 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

O culto das aparências é a chave que nos dá acesso ao prestígio público.

Caso se substitua, na frase acima, culto por zelo e dá acesso por franqueia, as expressões sublinhadas devem ser substituídas, respectivamente, por

(A) nas aparências - no prestígio.

(B) às aparências - do prestígio.

(C)) pelas aparências - o prestígio.

(D) pelas aparências - pelo prestígio.

(E) nas aparências - para com o prestígio.

12 - (IPEA Assessor Especializado / Novembro 2004)

Na frase Preferimos confiar e acreditar nas coisas..., a expressão sublinhada complementa corretamente, ao mesmo tempo, dois verbos que têm a mesma regência: confiar em, acreditar em. Do mesmo modo, está também correta a seguinte construção: Preferimos

(A) ignorar e desconfiar das coisas...

(B) subestimar e descuidar das coisas...

(C) não suspeitar e negligenciar as coisas...

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(D) nos desviar e evitar as coisas...

(E))nos contrapor e resistir às coisas...

13 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Quanto à necessidade ou não do uso do sinal de crase, a frase inteiramente correta é:

(A) Reportamo-nos à inexperiência de um cidadão comum quando é candidato a um posto público, mas somos propensos à rejeitar a candidatura de um político profissional.

(B) O culto às aparências é um sintoma da vida moderna, uma vez que à elas nos prendemos todos, em nossa vida comum.

(C) É a gente que cabe identificar os preconceitos, sobretudo os que afetam àqueles artistas e profissionais que dão graça à nossa vida.

(D) Assistimos à exibição descarada de preconceitos, que tantos dissabores causam as pessoas, vítimas próximas ou à distância de nós.

(E)) Àqueles que alimentam um preconceito é inútil recomendar desprendimento, pois este se reserva às pessoas generosas.

14 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Deduz-se da leitura do texto que seu autor julga Maquiavel ter prestado um serviço não apenas aos poderosos governantes, mas também aqueles que têm interesse em analisar a exaustão as práticas políticas.

Para correção do texto, são necessárias algumas correções. Julgue as substituições propostas abaixo.

I. aqueles por àqueles.

II. a exaustão por à exaustão.

15 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004)

A frase totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita é:

(A) Devido à circunstância de não conterem eles a curiosidade, o pesquisador quis, com toda discrição, deixar claro que naquele momento se restringiria a citar a etimologia da palavra.

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(B) O tema suscitou interesse que chegaram à pedir ao palestrante que lhes desse o privilégio de voltar, onde poderiam tirar dúvidas acerca do que tinham ouvido.

(C) Por todos os ângulos que se observe o pós-modernismo, não se pode minimizar a questão do modo que ele é entendido, sob pena de os artistas serem mal-compreendidos.

(D) Se os debatedores interviessem, mas sem reivindicar legitimidade exclusiva à seus pontos de vista, teria sido mais fácil pôr em ordem o que era efetivamente relevante.

(E) Na medida em que os dados gerais eram compreendidos, a platéia manifestava um misto de entusiasmo e de vontade de saber mais, por isso adviram perguntas mais complexas.

16 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005)

Justifica-se o sinal de crase em ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) Opõe-se o autor àqueles fundamentalistas que não admitem rever os resultados à que chegaram.

(B) Hawking dispôs-se à apresentar a um plenário de cientistas correções à sua teoria dos buracos negros.

(C) A quem aspira às certezas dogmáticas não satisfarão as hipóteses de trabalho, sempre sujeitas à alguma revisão.

(D)) Hawking filia-se à tradição dos grandes cientistas, que sempre souberam curvar-se às evidências de um equívoco.

(E) Fundamentalista é todo aquele que prefere às certezas dogmáticas às hipóteses sujeitas a verificação e a erro.

17 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

Uma das maiores causas de desigualdade social prende-se...... dificuldade de acesso ...... informação e qualificação, essenciais ...... conquista de um salário mais digno.

Para completar corretamente a frase, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:

(A) à - à - à

(B) à - à - a

(C) à - a - a

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(D) a - a - à

(E) a - à - à

18 - (TRT 15ª Região – Analista Judiciário / Setembro 2004)

É preciso limitar as conclusões ...... poucas informações e ...... discussões referentes ...... pesquisa.

Para completar corretamente a frase as lacunas deverão ser preenchidas, respectivamente, por:

(A) à - as - à

(B))a - às - à

(C) a - às - a

(D) à - às - à

(E) a - as - a

19 - (TRT 22ª Região – Auxiliar Judiciário / Novembro 2004)

Os dados comprovam que, de janeiro ...... julho deste ano, houve aumento na produção de veículos, em comparação com ...... obtida no ano passado. As montadoras passaram ...... exportar uma parte dessa produção.

As lacunas da frase acima devem ser corretamente preenchidas por

(A) a - a - a

(B) à - à - a

(C) à - a - à

(D) a - à - a

(E) a - à - à

20 - (TRT 23ª Região - Analista Judiciário/Outubro 2004)

Busca-se ...... muito tempo uma linguagem adequada ...... expressão das leis e ...... outras questões sociais.

As lacunas da frase acima serão corretamente preenchidas por

(A) a - à - à

(B) há - a - a

(C) a - a - à

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(D) a - à - a

(E)) há - à - a

21 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

A cidade de Corumbá, que se situa ...... margens do rio Paraguai e ...... uma distância de 420 quilômetros de Campo Grande, recebe turistas sempre dispostos ...... pescar.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A)) às - a - a

(B) às - à - a

(C) às - à - à

(D) as - a - à

(E) as - à – à

22 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

Quanto ao uso, ou não, do sinal de crase, a frase inteiramente correta é:

(A) Acaba de chegar a América um grupo de sudaneses, à que se darão diferentes destinos, certamente à revelia desses jovens, que chegaram como refugiados.

(B) O autor supõe que, tendo em vista à quantidade de leis às quais deverão obediência, os jovens refugiados passarão por poucas e boas, até a completa adaptação.

(C)) As normas da tribo, às quais faz o autor referência, são poucas e implícitas, visam à boa prática de valores consensuais, e não a uma mera catalogação de obrigações.

(D) A angústia a que submeteremos esses jovens dever-se-á não apenas à essa quantidade de leis, mas sobretudo à maneira artificial pela qual pretendem aplicar-se à realidade.

(E) Quando à cada nova obrigação miúda corresponder uma nova norma, não haverá como pôr termo a inchação dos códigos, à uma sempre crescente lengalenga de leis.

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PRONOMES

Pronome é o vocábulo que, ao pé da letra, “fica no lugar do nome” (chamado de pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo).

Para compreender melhor a função dos pronomes, precisamos saber o conceito de coesão textual, pois essas palavras, assim como os conectivos (conjunção e preposição – a serem estudados na próxima aula), são responsáveis por estabelecer nexo entre as idéias do texto.

Coesão textual é a ligação entre os elementos da oração e delas em relação ao texto. A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta de coesão, exatamente porque a leitura fica prejudicada pelo emprego inadequado de pronomes, conjunções ou outros elementos textuais, inclusive a pontuação. Por exemplo, o uso inapropriado de “porquanto” ou de “a ele” pode levar o leitor a uma conclusão diversa da que se pretendia dar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (alguns chamam de “ruptura semântica”).

Os pronomes podem ser:

pessoais: referem-se às três pessoas do discurso - a que fala (1ª pessoa), a com quem se fala (2ª pessoa) e a de quem se fala (3ª pessoa); dividem-se em retos e oblíquos – regra geral, os retos exercem a função de sujeito ou de predicativo do sujeito, enquanto que os oblíquos funcionam como complementos (objetos diretos, indiretos ou adjuntos); os pronomes oblíquos devem obedecer a certas regras de colocação (sintaxe de colocação pronominal), a serem estudadas mais à frente;

possessivos: estabelecem relação de posse entre os elementos regente e regido; como veremos adiante, há casos em que um pronome pessoal oblíquo é usado com valor possessivo;

demonstrativos: indicam a posição dos seres no espaço e no tempo (função dêitica dos pronomes demonstrativos) ou em referência aos elementos do texto (função anafórica – referência anterior - ou catafórica – referência posterior); também podem substituir algum termo, expressão, oração ou idéia, evitando sua repetição, no papel de termos vicários (“Há muito tempo eu planejo sair de férias e vou fazê-lo no meio desse ano.” – fazê-lo = fazer isso = sair de férias, ou “Eu lhe jurei que seria fiel e vou sê-lo” – ser isso – ser fiel – o pronome permanece neutro, sem flexão de gênero ou número, assim como acontece com o “isso”);

indefinidos: têm sentido vago ou indeterminado;

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interrogativos: é uma subclasse dos pronomes indefinidos. Muito importante é compreender a distinção entre eles e os pronomes relativos, já que a grafia é a mesma em alguns casos (como, quando, quem etc): os pronomes indefinidos são usados nas interrogações, diretas ou indiretas, enquanto que os pronomes relativos apresentam referência a termos antecedentes;

relativos: referem-se a um termo anterior chamado antecedente ou referente (substantivo ou pronome substantivo); sempre dão início a orações subordinadas adjetivas.

Os pronomes exercem um papel decisivo na construção de um texto coeso e coerente, a partir de indicações corretas aos seus elementos.

Em “Não tive mais notícias de Ricardo porque não voltei a vê-lo. A ele não pretendo dirigir-me mais.”, os pronomes oblíquos “o” (ver + o = vê-lo) e “ele” (a ele) referem-se a “Ricardo”. Ficaria enfadonho o texto se houvesse a repetição do nome. Então, em seu lugar, foram usados pronomes. Esses dois pronomes têm o mesmo antecedente – Ricardo.

Vamos relembrar, agora, as regras do emprego do pronome demonstrativo em referências textuais.

O recurso lingüístico de ligar a elementos textuais os pronomes que a eles se referem chama-se referência anafórica (se o termo for antecedente ao pronome) ou catafórica (em caso de termo referente após o pronome).

Quando um pronome demonstrativo faz referência a algum elemento do texto, quer antecedente (referência anafórica), quer subseqüente (referência catafórica), lança-se mão de um recurso lingüístico para evitar a repetição de palavras, expressões ou mesmo orações: “Os sem-terra ameaçavam invadir a fazenda e isso aconteceu no último domingo.”. (isso = invadir a fazenda). “Para obter a aprovação em um concurso público, são necessários estes elementos: estudo, dedicação e persistência.” (estes = estudo, dedicação e persistência).

PRONOMES DEMONSTRATIVOS EM REFERÊNCIAS TEXTUAIS

Os pronomes demonstrativos possuem duas funções:

1 – indicam a posição dos seres no espaço e no tempo – chamada de função dêitica. Ao se referir ao momento presente (referência temporal) ou a algo que está próximo do falante (referência espacial), usam-se este, esta, isto; em relação a momento passado (temporal)

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ou próximo do ouvinte (espacial), usam-se esse, essa, isso; para se referir a momentos distantes (tanto no futuro quanto no passado – temporal) ou a algo que está distante dos dois (falante e ouvinte), usam-se aquele, aquela, aquilo.

Exemplos:

Naquela época (período distante), usava-se espartilho.

Naquele ano de 1969, o país foi submetido a uma das piores ditaduras da história universal.

Neste momento, estão todos dormindo.

Nesse fim de semana (o que passou), fomos ao teatro.

Neste fim de semana (o que está por vir), iremos ao teatro.

2 - em referência aos elementos do texto (função anafórica ou catafórica); também podem substituir algum termo, expressão, oração ou idéia, evitando sua repetição, no papel de termos vicários (“Há muito tempo eu planejo sair de férias e vou fazê-lo no meio desse ano.” – fazê-lo = fazer isso = sair de férias, ou “Eu lhe jurei que seria fiel e vou sê-lo” – ser isso – ser fiel – o pronome permanece neutro, sem flexão de gênero ou número, assim como acontece com o “isso”);

Quando, na função anafórica, há mais de um elemento sobre os quais iremos fazer menção, podemos usar “este” para o mais próximo e “aquele” para o mais distante. Exemplo: “Paulo e Mauro foram aprovados no concurso. Este (Mauro) irá para Porto Alegre, enquanto que aquele (Paulo), para Manaus.” ou “Estes argumentos (os que foram mencionados imediatamente antes desta citação) se contrapõem àqueles apresentados no início do debate.”

Podemos, então, resumir o emprego dos pronomes demonstrativos:

Forma 1 - Quando um pronome demonstrativo faz referência a algo já mencionado no texto, ou seja, a algo que está no “paSSado” do texto, deve-se usar ESSE / ESSA / ISSO (com o SS do paSSado). Se a referência ainda vier a ser apresentada (pertence ao fuTuro), usa-se ESTE / ESTA / ISTO (com o T do fuTuro) – gostou dessa dica mnemônica?

Forma 2 - Quando se citam dois elementos, retoma-se o último, ou seja, o mais próximo, pelo pronome "este" (ou "esta", "estes", "estas"). O primeiro elemento citado, isto é, o mais distante, é retomado por

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"aquele" (ou suas flexões). Exemplo: “Em 1998, João e Pedro fizeram a prova para Auditor da Receita Federal. Este para Aduana e aquele para Auditoria.” – Nesta construção, “este” é o referente mais próximo (Pedro) e aquele, o mais distante (João).

Mais adiante, em uma das questões comentadas, falaremos sobre o emprego do demonstrativo “mesmo” (e flexões).

Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome demonstrativo em referências textuais, inclusive em relação às provas mas, em textos formais, deve-se observar o correto emprego dos pronomes demonstrativos.

Agora, finalmente, trataremos do o conceito e o emprego dos pronomes relativos, que, sem sombra de dúvida, são os mais abordados nas questões da FCC.

PRONOMES RELATIVOS

O pronome relativo, como o próprio nome sugere, apresenta um referente, ou seja, um termo já mencionado, substituindo-o na oração adjetiva – “O número de candidatos que prestaram o concurso aumentou significativamente.” – o pronome relativo “que” está no lugar de “candidatos” (“os candidatos prestaram o concurso”).

Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos sobre concordância e regência com pronomes relativos. Agora, veremos quais são esses pronomes e como devem ser empregados na oração subordinada adjetiva que iniciam, especialmente em relação aos seus referentes e ao emprego da preposição porventura necessária.

Engraçado, sempre que abordo “pronomes relativos”, lembro a história da Branca de Neve (é sério, acredite!). Dos sete anões, seis eram fisicamente parecidos (pareciam gnomos), apesar de suas peculiaridades (zangado, dengoso...), e um se destacava dos demais – tinha um tipo físico completamente diferente (parecia um duende, além de ser mudo) e recebia tratamento especial (dizem que era o preferido da Branca de Neve, sei lá...).

Faço uma analogia com os relativos: os pronomes que/o qual, onde, quando, quanto, como e quem (são seis, se considerarmos os “que/o qual” como um só) devem ser usados, cada qual, de acordo com suas peculiaridades (veremos adiante), mas, grosso modo, fazem a mesma coisa - referência a um substantivo antecedente; já “cujo” (o “Dunga” do grupo) é diferente de todos – liga dois substantivos com “idéia de dependência” (coisa que os outros não fazem), flexiona-se em gênero e

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número com o substantivo subseqüente (coisa que os outros também não fazem – “o qual” varia, mas de acordo com o antecedente). Talvez seja esse o motivo de tanta gente já ter abolido o pobrezinho do seu dia-a-dia, usando o “que” indevidamente no seu lugar (vai dizer que nunca ouviu alguém falando algo assim: “a mulher que o marido fugiu de casa esteve aqui ontem” – ui...). A partir de hoje, procure empregar corretamente os pronomes relativos, bem como as preposições a eles ligadas. Assim, fica mais fácil apre(e)nder a matéria.

Vamos ver as características dos anões, digo, dos pronomes relativos.

QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado de “pronome relativo universal”. Normalmente é empregado em relação a “coisa”, já que os demais referentes têm pronomes relativos específicos (lugar, quantidade, modo).

Aceita somente preposições monossilábicas, exceto sem e sob.

O QUAL Assim como “que”, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceita preposição com duas ou mais sílabas, locuções prepositivas, além de sem e sob (rejeitadas pelo “que”).

É usado quando o referente se encontra distante ou para evitar ambigüidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente.

Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dúvida, uso “o qual” para ele ou “a qual” para ela.

QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá antecedido de preposição – Ele é o rapaz de quem lhe falei.

ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso se assemelhe (livro, jornal, página etc.) – “A gaveta onde guardei o dinheiro foi arrombada.”; pode ser substituído por “em que”.

COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA – O jeito como escreve mostra a pessoa que é.

QUANDO O antecedente dá idéia de TEMPO, também equivalente a “em que” – Época de ouro era aquela, quando todos andavam tranqüilos pelas ruas.

QUANTO O antecedente dá idéia de QUANTIDADE - normalmente precedido de um pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) – Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quanto quiser.

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Esses pronomes relativos representam sempre substantivos ou pronomes substantivos nas orações adjetivas que formam. Não os confunda com pronomes interrogativos, que não têm antecedentes e podem aparecer em orações interrogativas diretas ou indiretas (Quem bateu? / Não sei onde moras/ Quanto custa? / Como farei? / Preciso saber quando estará pronto o almoço. / Que gostaria de saber?).

CUJO (e flexões) – o mais especial de todos; liga dois substantivos indicando idéia de posse (entre os substantivos, haveria uma preposição de) – “O rapaz cuja mãe faleceu recentemente procurou por você.” (mãe do rapaz faleceu – rapaz cuja mãe faleceu); concorda com o substantivo subseqüente, flexionando-se em gênero e número, e dispensa o artigo (não existe “cujo o” ou “cuja a”);

DICA:

Ao usar o pronome relativo, verifique:

1 – qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do antecedente (coisa, pessoa, tempo, modo, lugar...);

2 – se o algum termo na oração adjetiva exige preposição.

Exemplo:

(1) Este é o livro | que ganhei.

Oração principal: Este é o livro

Oração subordinada adjetiva: que ganhei - O verbo ganhar é transitivo direto e não rege preposição.

(2) Este é o livro | a que me referi.

Oração principal: Este é o livro

Oração subordinada adjetiva: a que me referi – o verbo referir-se é indireto e rege a preposição de. Por isso, a preposição antecede o pronome relativo, que está no lugar do termo regido – “livro”.

(3) Aquele é o professor | por quem eu tenho muita admiração.

Oração principal: Aquele é o professor

Oração subordinada adjetiva: por quem eu tenho muita admiração – o substantivo admiração rege preposição por, que antecede o pronome relativo que substitui o termo regido – “professor”.

O conhecimento acerca da regência verbal e nominal é fundamental para resolver as questões que veremos a partir de agora.

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Sem mais rodeios, vamos às questões de prova da FCC.

QUESTÕES DA FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS - PRONOMES

1 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

É adequado o emprego da expressão sublinhada na seguinte frase:

(A) O jornal de cujo o Sr. Matter se valeu para contar sua história foi lido pelo cronista.

(B) A notícia à qual se deparou o cronista estimulou-o a escrever uma crônica.

(C)) O índio jivaro, com cuja reação o Sr. Matter não contava, espantou-se com a proposta.

(D) A barbaridade com cuja se espantou o czar era a caça de andorinhas e borboletas.

(E) A barbaridade à qual serviu ao poeta de tema não costuma espantar os civilizados.

Gabarito: C

Comentário.

Pode parecer estranho, mas, como qualquer outro pronome relativo, o “cujo” deve ser antecedido por uma preposição caso esta venha a ser exigida por algum termo presente na oração adjetiva. O verbo ‘contar’, na acepção apresentada, exige a preposição ‘com’ (Alguém conta com alguma coisa). Entre os substantivos “índio” e “reação”, há uma relação (a reação do índio); assim, está corretamente empregado o pronome relativo “cujo”, feita a devida flexão em gênero e número com o termo subseqüente (reação). A estrutura “O índio jivaro, com cuja reação o Sr.Matter não contava” está correta.

Vamos às demais opções (incorretas):

(A) O que mais veremos aqui, nas questões sobre pronomes, é o incorreto “cujo o”. Já comentamos que esse pronome “Dunga”, diferente de todos os demais, já apresenta a flexão de número e gênero em sua forma, dispensando, por conseguinte, a indicação do artigo definido no termo subseqüente. Além disso, esse pronome estabelece uma relação entre o antecedente e o subseqüente, conforme bem demonstrado na opção “C”. Não há essa relação entre “jornal” e “Sr.Matter” que justifique o emprego do ‘cujo’. Não se afirma na oração “jornal do Sr.Matter”.

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O “jornal”, representado na oração adjetiva pelo pronome relativo, exerce semanticamente a função de objeto indireto (“Sr.Matter se vale do jornal para contar a história...”).

O mais apropriado seria o pronome “que”, acompanhado da preposição “de” exigida pelo termo regente “valer-se” (Alguém se vale de alguma coisa) – “O jornal de que o Sr.Matter se valeu para contar sua história foi lido pelo cronista”.

(B) O erro foi de regência verbal. O verbo “deparar-se” exige a preposição “com”: “Alguém se depara com alguma coisa”. Assim, deve ser empregada a preposição “com” antes do pronome relativo que substitui “notícia”: “A notícia com a qual [ou com que] se deparou o cronista...”.

(D) Já falamos que o “cujo” liga dois substantivos que apresentam uma relação de dependência. Nessa opção, o pronome relativo liga “barbaridade” a um verbo, não sendo possível, pois, o emprego do “cujo”. Deve-se usar, então, o pronome relativo “que”: “A barbaridade com que se espantou o czar...”.

(E) Para a análise, vamos usar na oração adjetiva o substantivo: “A barbaridade serviu de tema ao poeta”. Note que “barbaridade”, representada na oração adjetiva pelo pronome relativo “a qual”, exerce a função de sujeito. Não há, pois, nenhuma explicação para o emprego da preposição “a”, contraída ao pronome relativo, em “à qual”. A forma correta seria, portanto: “A barbaridade a qual [que] serviu ao poeta de tema ...”.

Alguns puristas só aceitam o emprego de “a qual” como substituto do “que” em determinadas situações, como para evitar ambigüidade, ao lado de certas preposições (sem, sob, com mais de uma sílaba, locuções prepositivas), dentre outras. A troca, pura e simples, do “que” pelo “a qual” não se justificaria nessa passagem, segundo eles.

2 - (TRE AP - Técnico Judiciário/ Janeiro 2006)

A expressão sublinhada está empregada adequadamente na frase:

(A) A inesgotabilidade da água é uma ilusão na qual não podemos mais alimentar.

(B)) A cadeia econômica à qual o texto faz referência tem na água seu centro vital.

(C) Os maus tempos dos quais estamos atravessando devem-se a uma falta de previsão.

(D) A água é um elemento cujo o valor ninguém mais põe em dúvida.

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(E) A certeza em que ninguém mais pode fugir é a do valor inestimável da água.

Gabarito: B

Comentário.

O termo regente “referência” exige a preposição “a” (Alguém faz referência a alguma coisa). Como o pronome relativo “a qual” substitui “cadeia econômica”, houve crase: “A cadeia econômica à qual o texto faz referência...”. Está correta a construção.

(A) O verbo alimentar, naquela acepção, é transitivo direto (Alguém alimenta alguma coisa). Assim, não há preposição a reger o pronome relativo (“A inesgotabilidade da água é uma ilusão que não podemos mais alimentar”). Não estaria errado o emprego de “a qual”, mas seria mais adequado o emprego do pronome relativo “que”. Veja você mesmo e compare.

(C) Muitas das questões que envolvem o emprego dos relativos abordam também aspectos de regência verbal. Por isso, essa aula encontra-se bastante ligada à aula passada. O erro deste item foi novamente em relação à regência verbal – o verbo atravessar é transitivo direto (“Alguém atravessa alguma coisa”). Assim, deve-se alterar a construção para: “Os maus tempos os quais [que] estamos atravessando...”.

(D) Olha o ‘cujo o’. Agora é barbada, não é? Aparecendo algum “cujo o” ou “cujo a”, pode pegar a opção e riscar, rabiscar, furar a prova, só pra mostrar quem é que manda ali...(rs...)

A construção correta seria: ‘A água é um elemento cujo valor ninguém mais põe em dúvida”, sem preposição alguma antes do relativo, já que o verbo pôr é transitivo direto neste sentido: Alguém põe alguma coisa em dúvida (Ninguém põe o valor da água em dúvida).

(E) O verbo fugir, na construção, é transitivo indireto (Alguém foge de alguma coisa). Antes do pronome relativo deve ser empregada a preposição “de” – “A certeza de que ninguém mais pode fugir...”.

3 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) O autor preza a discussão à qual se envolvem os moradores de um condomínio, quando os anima a aspiração de um consenso.

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(B) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato Giscard não representava, de fato, uma posição com a qual ninguém pudesse discordar.

(C)) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de fato, o sentimento de superioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma clara manifestação.

(D) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposição entre o certo e errado à qual se apóiam os maniqueístas.

(E) O comportamento dos condôminos cuja a disposição é o consenso deveria servir de exemplo ao dos candidatos que seu único interesse é ganhar a eleição.

Gabarito: C

Comentário.

Como gosta de um “cujo” essa banca, hem? Praticamente em todas as questões de pronomes veremos um emprego desse pronome relativo, ora correto, ora equivocado.

Nessa opção (C), entre “teor” e “frase” há uma relação (teor da frase). Ambos são substantivos. Então, está correto o emprego do pronome. Como o verbo da oração adjetiva (“discordar”) exige a preposição “de” (Alguém discorda de alguma coisa), esta deve anteceder o pronome – “A frase de cujo teor Giscard discordou...”.

Em seguida, a expressão “uma clara manifestação” tem como complemento “o sentimento de superioridade”, apresentado na oração anterior (“O discurso de Mitterrand era uma clara manifestação do sentimento de superioridade”). Assim, no lugar do nome colocou-se o pronome e, antes deste, a preposição que liga o substantivo “manifestação” com seu complemento nominal – “sentimento de superioridade” (representado pelo relativo “o qual”).

Em relação às demais opções, seguem os comentários.

(A) “Os moradores de um condomínio se envolvem ... uma discussão.” – e aí? Qual foi a preposição que você imaginou? Alguém se envolve em alguma coisa. Como no lugar do nome “discussão”, presente na oração anterior, está o pronome relativo “a qual”, a preposição “em” deve antecedê-lo: “O autor preza a discussão na qual se envolvem os moradores de um condomínio...”.

Em seguida, o substantivo “aspiração” exige a preposição “a” (Alguém tem aspiração a alguma coisa), assim como ocorre com o verbo aspirar, no sentido de ter como alvo, como objetivo (Alguém aspira a um cargo).

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A forma correta, portanto, seria “quando os anima a aspiração a um consenso”.

(B) O verbo “arremeter-se” (lançar-se , atacar com ímpeto ou fúria) rege a preposição a ou contra (Alguém se arremete a/contra algo). O encontro do pronome relativo “a qual” (cujo referente é “frase”) com a preposição “a” exigida pelo termo regente, o verbo “arremeter-se” provoca a ocorrência de crase: “A frase de Mitterrand à qual se arremeteu o candidato Giscard...”.

Mais uma vez, o examinador explora a regência do verbo “discordar”. Alguém discorda de alguma coisa. Então, “uma posição da qual ninguém pudesse discordar”.

(D) Entre os substantivos “argumentos” e “candidatos” há uma relação (argumentos dos candidatos). É cabível, portanto, o emprego de “cujo”, com a devida flexão. O erro, no entanto, é em relação à preposição. Não há nenhum elemento que exija a preposição “em”, veja só:

1ª oração: “Os argumentos dos candidatos são fracos.”

2ª oração: “Os candidatos costumam valer-se da oposição...”

A união dessas duas orações forma o seguinte período:

“Os candidatos cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposição...”

Em seguida, há novamente problemas de regência verbal. Alguém se apóia em alguma coisa. Os maniqueístas se apóiam na oposição entre o certo e errado (faltou um artigo antes de “errado”, em respeito ao paralelismo sintático, mas isso não foi questionado pela banca na questão). Assim, no lugar de “oposição entre (o) certo e errado”, coloca-se o pronome relativo “a qual” (feminino para concordar com “oposição”). O período, então, seria: “costumam valer-se da oposição entre (o) certo e errado na qual (em que) se apóiam os maniqueístas”.

(E) Você, “de pronto”, já deveria ter eliminado essa opção, não é mesmo? Esse “cuja a” ninguém agüenta mais. Mesmo que o autor fosse gago ou tivesse problemas na dicção, não poderíamos admitir essa repetição desnecessária de “as” (cuja a). Retirado o artigo supérfluo, restaria correta a colocação do pronome, uma vez que, entre “condôminos” e “disposição”, há uma relação de dependência (a disposição dos condôminos).

Originalmente, na prova, houve um erro de digitação em “deveria servir de exemplo ao dos...”, mas como essa opção já está errada, não haveria maiores problemas. Na seqüência, mesmo com a falha da prova,

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percebemos que há uma relação entre “candidatos” e “interesse” (interesse dos candidatos), o que exige o emprego novamente do pronome relativo “cujo”: “deveria servir de exemplo ao (?) dos candidatos cujo único interesse é ganhar a eleição”.

4 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) A diferenciação entre profissionais, à que o autor faz referência, tem como critério um padrão ético, de cujo depende o rumo do processo civilizatório.

(B) Se há apenas avanço técnico, numa época onde impera a globalização, as demandas sociais ficarão sem o atendimento a que são carentes.

(C) As razões porque a globalização não distribui a riqueza prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda, cuja a crueldade é notória.

(D) Os tecnocratas maliciosos imputam para o exercício da democracia os desajustes econômicos em que assolam os excluídos da globalização.

(E)) O aumento da produção, de cuja necessidade não há quem discorde, deve prever qualquer impacto ecológico, para o qual se deve estar sempre alerta.

Gabarito: E

Comentário.

Agora, o examinador exige que ambas as formas grifadas estejam corretas. Vamos às opções:

(A) A preposição “a” é exigência do termo regente referência. Contudo, antes de pronome relativo “que” não há artigo. Por haver apenas um “a”, não há crase – “A diferenciação entre profissionais, a que o autor faz referência...”.

Não há um substantivo após o pronome relativo “cujo”, mas um verbo. Por isso, é indevido esse emprego. Em seu lugar, deve-se usar o pronome relativo “que”. A preposição está correta, pois é exigência do verbo “depender” (Algo depende de outra coisa). “O rumo do processo civilizatório” depende de um padrão ético. No lugar desse substantivo, coloca-se o pronome, ficando assim a construção: “tem como critério um padrão ético, de que [do qual] depende o rumo do processo civilizatório”.

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(B) O pronome relativo “onde” deve ser empregado com um referente que indique lugar ou outra coisa que a isso se assemelhe. É aí que mora a dificuldade. Alguns autores são profundamente clássicos e só aceitam referentes como bairro, cidade, habitação etc. Outros já consideram como lugar um livro, uma audiência, um processo. Teremos que analisar cada questão e tentar identificar qual a tendência da banca. De qualquer forma, há referentes que, de jeito algum, poderia ser considerado como antecedente do “onde” – é o caso de “época”, que indica tempo, e não lugar. Talvez o que pode levar o candidato a uma confusão é que o pronome relativo “que” seria antecedido da preposição “em” (“Em uma época...”), costumeiramente usada na indicação tanto de tempo (“Em um momento de sua vida”) quanto de lugar (“Em uma rua”). Mas, como diz o filósofo futebolístico, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”. Com referente “tempo”, pode-se usar o pronome relativo “quando”: “Se há apenas avanço técnico, numa época quando impera a globalização...”, ou o relativo universal “que”, acompanhado da preposição “em”: “numa época em que impera a globalização”.

Em seguida, o termo “carente” exige a preposição “de” (Alguém é carente de alguma coisa): “as demandas fiscais ficarão sem o atendimento de que são carentes”.

(C) Sobre o “porque”, temos de fazer algumas considerações importantes.

Já demos uma “palhinha” na Aula Demonstrativa – comentário à questão 3.

Primeiramente, vamos analisar a construção apresentada na opção (C):

“As razões ...... a globalização não distribui a riqueza prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda”.

Vamos separar as duas orações:

1 – As razões prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda

2 – A globalização não distribui a riqueza por [certas] razões.

As razões apresentadas na oração 1 estão definidas na oração 2 (subordinada adjetiva). No lugar de “razões”, foi empregado o pronome relativo “que”. Como havia a exigência da preposição “por” na oração 2, o período composto que se formou foi:

“As razões por que (pelas quais) a globalização não distribui a riqueza prendem-se...”.

Assim, esse “por que” nada mais é do que a preposição “por” acompanhada do pronome relativo “que”.

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Existe ainda um outro “por que” (separadinho): o ‘por que’ interrogativo. Já o “porque” (tudo junto) é uma conjunção, que pode ser causal ou explicativa.

O melhor jeito de você distinguir o "porque" (conjunção) do "por que" (prep + pron.relativo) e do "por que" (pronome interrogativo) é da seguinte forma:

- a conjunção liga duas orações com idéia de causa ou de explicação (Não devo sair, porque está chovendo bastante. – conjunção explicativa / Não fui à aula porque estava doente. - conjunção causal)

- se você puder usar "pelo qual" no lugar do "por que", é uma preposição (por) associada a um pronome relativo (que / o qual).

Exemplo 1: De todos os lugares por que eu passei, esse é o mais bonito. / De todos os lugares pelos quais eu passei,...

Exemplo 2: O motivo por que você não chegou foi o acidente na estrada. / O motivo pelo qual você não chegou foi ...

- Não confunda esses dois com o "por que" interrogativo. Exemplo:

Por que você não chegou? (interrogação direta)

Não sei / Gostaria de saber / Preciso saber por que você não chegou.

Nesses casos, nota-se claramente a existência de uma pergunta (direta ou indireta).

Finalmente, há ainda os que recebem acento circunflexo quando tônicos. Isso ocorre em duas situações – a primeira, quando usado na função de um substantivo – o porquê – ou, a segunda, quando interrogativo, sob a forma direta ou indireta, ao fim da oração, estando subentendida a expressão “por qual motivo”, “por qual razão” – “Não veio por quê?”, “Você não veio e todos sabemos por quê”.

Assim, na opção (C), o que existe é um pronome relativo (que) antecedido da preposição “por”, devendo ser grafado separadamente – por que. Para sepultar qualquer dúvida do candidato, quem vem salvá-lo? O “cuja a”!!! Beleza. Só marcou essa questão como certa (e errou!) quem não leu. Basta retirar o artigo para o período ficar correto (“... prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda, cuja realidade é notória”).

(D) O verbo “imputar”, na construção, é transitivo direto e indireto. O objeto direto é “os desajustes econômicos” e o indireto, “o exercício da democracia”. Alguém imputa alguma coisa a alguém/algo. A partir dessa análise vemos que o objeto indireto é precedido da preposição “a”. Está incorreto, portanto, o emprego da preposição “para”: “Os tecnocratas

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maliciosos imputam ao exercício da democracia os desajustes econômicos...”.

Em seguida, o pronome relativo “que”, que tem por referente “os desajustes econômicos”, exerce a função de sujeito da oração subordinada adjetiva (“Os desajustes econômicos assolam os excluídos da globalização”). Não há, portanto, justificativa para o emprego da preposição “em”.

5 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase:

(A)) A simpatia de que não goza um ator junto ao eleitorado é por vezes estendida a um político profissional sobre cuja honestidade há controvérsias.

(B) O candidato a que devotamos nosso respeito tem uma história aonde os fatos nem sempre revelam uma conduta irrepreensível.

(C) Reagan teve uma carreira de ator em cuja não houve momentos brilhantes, como também não houve os mesmos na de Schwarzenegger.

(D) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual espelha a divisão entre o respeito e o menosprezo que deles costumamos alimentar.

(E) Os atores sobre os quais se fez menção no texto construíram uma carreira cinematográfica de cujo sucesso comercial ninguém pode discutir.

Gabarito: A

Comentário.

O verbo gozar, no sentido de ter, possuir, rege a preposição de (“Fulano goza de boa saúde.”) . O pronome relativo “que” retoma o substantivo “simpatia”. A oração adjetiva, feita a devida substituição, seria “Um ator não goza da simpatia junto ao eleitorado”. Assim, está correta a construção “de que não goza um ator junto ao eleitorado”.

Adiante, na acepção empregada, o substantivo controvérsias requer a preposição “sobre” (“Há controvérsias sobre a honestidade do político profissional.”). Como entre “político profissional” e “honestidade” há uma relação de subordinação (a honestidade do político profissional), é apropriado o emprego do pronome relativo “cujo”: “estendida a um político profissional sobre cuja honestidade há controvérsias”.

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Perfeita a construção apresentada na opção (A).

Em relação às demais, cabem os seguintes comentários:

(B) O primeiro elemento destacado está correto – “[nós] devotamos respeito a alguém”; a regência nominal de “respeito” exige a preposição “a”, que deve anteceder o pronome relativo cujo referente é “candidato” (“respeito ao candidato”).

Contudo, na seqüência, houve um emprego incorreto de “aonde”. Este vocábulo é fruto da contração da preposição “a” com o pronome relativo (ou interrogativo, dependendo da construção) “onde”. Teremos de analisar a possibilidade de emprego de cada um desses termos. Devemos ter cuidado com o emprego de “onde” em referência que não seja explicitamente um “lugar” (já falamos sobre isso na questão anterior). No caso, o termo referente é “história”.

Além disso, note que entre “história” e “fatos” há uma estreita relação de subordinação (fatos da história). Por isso, o pronome relativo a ser empregado para ligar as duas orações é cujo, com a devida flexão em gênero e número: “tem uma história cujos fatos nem sempre revelam uma conduta irrepreensível”.

(C) Nessa construção, parece que, após o pronome relativo, faltou um substantivo. Veja bem: “Reagan teve uma carreira de ator em cuja (trajetória) não houve momentos brilhantes”. Do jeito que foi apresentado, houve prejuízo de coesão textual, uma vez que o pronome relativo “cuja” ligou “carreira” a um verbo, e não a outro substantivo.

Vamos falar, agora, do pronome demonstrativo “mesmo”, que tem sido empregado de forma incorreta (virou moda, como ocorreu com “a nível de”, alguns anos atrás).

PRONOME DEMONSTRATIVO “MESMO/MESMA”. Essas expressões só devem ser usadas acompanhadas dos pronomes pessoais, com a idéia reflexiva ou em caráter pessoal (equivalente a “próprio/a(s)”), ou de substantivos, no sentido de “igual”, “idêntica” ou “já mencionada”.

Exemplos: “Eles mesmos redigiram o pedido” ; “Ele não entende nem a si mesmo.” ; “Usei as mesmas palavras”; “Entendi a mesma coisa”.

Também há registro de uso como “a mesma coisa” (“O mesmo não se dá se não houver pedido formal”).

Não há respaldo gramatical para o emprego de formas equivalentes a “ela” ou “ele”, como em “Cuidado com as aranhas, pois as mesmas costumam atacar à noite” ou “Não use o elevador em caso de incêndio

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em virtude de poder ficar preso no mesmo”. Melhor seria o emprego de “elas” e “nele”, respectivamente.

Em relação à construção apresentada no item (C), o pronome demonstrativo deve ser empregado no singular: “como também não houve o mesmo na [carreira] de Schwarzenegger (ai...que horrível digitar esse sobrenome!)”. Esse “o mesmo” tem como referente toda a informação presente na oração anterior: “não houve momentos brilhantes”.

(E) Segundo o Dicionário Prático de Regência Nominal, o vocábulo “menção” admite as seguintes preposições: “a” (“O artigo começa com uma menção à atividade exercida...”) ou “de”, na locução “fazer menção de” (“Ele fez menção de sentar.”). Não há registro da preposição “sobre”. Assim, a construção correta seria: “Os atores aos quais se fez menção no texto...”.

Vemos que, entre “carreira” e “sucesso comercial” há uma relação de subordinação (sucesso da carreira), sendo possível empregar o pronome relativo “cujo”. Contudo, a preposição que acompanha esse pronome não é cabível, uma vez que o verbo da oração subordinada adjetiva, discutir, é transitivo direto (Alguém discute alguma coisa).

6 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) Os sonhos de cujos nós queremos alimentar não satisfazem os desejos com que a eles nos moveram.

(B) A expressão de Elio Gaspari, a qual se refere o autor do texto, é “cidadãos descartáveis”, e alude às criaturas desesperadas cujo o rumo é inteiramente incerto.

(C) Os objetivos de que se propõem os neoliberais não coincidem com as necessidades por cujas se movem os “cidadãos descartáveis”.

(D)) As miragens a que nos prendemos, ao longo da vida, são projeções de anseios cujo destino não é a satisfação conclusiva.

(E) A força do nosso trabalho, de que não relutamos em vender, dificilmente será paga pelo valor em que nos satisfaremos.

Gabarito: D

Comentário.

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Alguém se prende a alguma coisa – o verbo prender-se rege a preposição “a”. Como o pronome relativo se refere a “miragens”, está perfeita esta construção: “As miragens a que nos prendemos...”.

Em seguida, o relativo “cujo” une corretamente os substantivos “anseios” e “destino” (destino dos anseios).

Vamos à análise das opções incorretas:

(A) Como o “cujo” não liga dois substantivos, já vemos que está incorretamente aplicado. Em seu lugar, devemos colocar o pronome relativo universal “que”. Como o verbo “alimentar” é transitivo direto (Nós alimentamos um sonho), não deve haver preposição (“Os sonhos que nós queremos alimentar...”).

No próximo elemento sublinhado, o pronome relativo exerce, na oração adjetiva, a função de sujeito (“Os desejos [referente do pronome relativo] nos moveram aos sonhos [representado na oração por “a eles”].”). Assim, não há preposição “com”. A construção, totalmente corrigida, assim ficaria: “Os sonhos que nós queremos alimentar não satisfazem os desejos que a eles nos moveram.”.

(B) A oração subordinada adjetiva, iniciada por “a qual”, na ordem direta e feitas as substituições necessárias, seria: “O autor do texto se refere à expressão de Elio Gaspari.”. O verbo referir-se, presente na oração adjetiva, exige a preposição “a”. O encontro dessa preposição com o pronome relativo “a qual” (cujo referente é “expressão de Elio Gaspari”) forma a crase: “A expressão de Elio Gaspari, à qual se refere o autor do texto...”.

Na seqüência, vemos o terrível “cujo o”. Para a correção desse trecho, devemos retirar esse artigo “o”: “e alude às criaturas desesperadas cujo rumo é inteiramente incerto”, já que entre “rumo” e “criaturas desesperadas” há uma ligação de dependência (o rumo das criaturas).

(C) No sentido de “ter em vista”, “objetivar”, o verbo pronominal propor-se rege a preposição “a” (Alguém se propõe a alguma coisa). Assim, essa preposição deve anteceder o pronome relativo “que”: “Os objetivos a que se propõem os neoliberais...”.

Pergunto, agora, a você: o que é esse “cujas” ligando o “nada” a “lugar nenhum”? Já vimos inúmeras vezes que esse pronome liga dois substantivos que possuem relação de subordinação (X de Y). No lugar dessa aberração, deve-se usar “por que” – preposição exigida pela construção subseqüente (“os ‘cidadãos descartáveis’ se movem por essa necessidade”) junto com o pronome relativo “que”, cujo referente é “necessidades”. A forma corrigida seria: “Os objetivos a que se

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propõem os neoliberais não coincidem com as necessidades por que se movem os ‘cidadãos descartáveis’.”.

(E) Alguém vende alguma coisa. O verbo “vender” é transitivo direto. Assim, não há preposição “de” antes do pronome relativo: “A força do nosso trabalho, que não relutamos em vender...” [não relutamos em vender nossa força de trabalho].

Mais adiante, verificamos a regência do verbo “satisfazer-se” (pronominal). No sentido de ‘contentar-se’, rege a preposição com: Alguém se satisfaz com alguma coisa. Assim, após a correção, o período seria: “A força do nosso trabalho, que não relutamos em vender, dificilmente será paga pelo valor com que nos satisfaremos”.

7 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

É adequado o emprego de AMBAS as expressões sublinhadas na frase:

(A) As fogueiras de que todos testemunhamos nos noticiários da TV constituem um sinal a quem ninguém pode ser insensível.

(B) O encolhimento do Estado, ao qual muita gente foi complacente, abriu espaço para a lógica do mercado, de cuja frieza vem fazendo um sem-número de vítimas.

(C) Com essa sua subserviência, pela qual muitos se insurgem, o Estado deixa de cumprir o papel social de que tantos estão contando.

(D) As medidas repressivas de que o Estado vem se valendo em nada contribuem para o encaminhamento das soluções a que os desempregados aspiram.

(E) Diante da pujança do Mercado europeu, de cuja poucos vêm desfrutando, os excluídos acendem fogueiras cujo o vigor fala por si só.

Gabarito: D

Comentário.

A partir de agora, é “vapt-vupt”. Você já está escolado com esse tipo de questão. Vamos analisar, rapidamente, a regência do verbo e a propriedade do emprego do pronome relativo.

Na opção correta, o verbo “valer-se” (principal da locução verbal “vem se valendo”), pronominal (cujo sentido é “aproveitar-se”), exige a preposição “de” (Alguém se vale de alguma coisa). Como o pronome relativo “que” está (quase) sempre correto (só não cabe em construções exclusivas do “cujo”), está certo o período: “As medidas repressivas de

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que o Estado vem se valendo...”. Em seguida, o verbo aspirar, já mencionado na questão 3, item (A), no sentido de “desejar ardentemente”, é transitivo indireto e rege a preposição “a”: “para o encaminhamento das soluções a que os desempregados aspiram”. Certinha!

Já na opção:

(A) o verbo “testemunhar” é transitivo direto (Alguém testemunha alguma coisa): “As fogueiras que todos testemunhamos...”. A segunda construção tem correto o emprego da preposição (“Ninguém pode ser insensível a alguma coisa”), mas errou no emprego do pronome relativo. “Quem” é usado para “pessoa”, e o referente é “coisa”: sinal. Assim, deve-se usar o “que/o qual”: “constituem um sinal a que [ao qual] ninguém pode ser insensível”.

(B) “Muita gente foi complacente (para) com / em / de alguma coisa” – o adjetivo não admite a preposição “a”: “O encolhimento do Estado, (para) com o qual / do qual / no qual muita gente foi complacente...”.

Em seguida, não há nenhum elemento que exija a preposição “de” antes do pronome relativo “cuja”, corretamente empregado (“frieza do mercado”). Como essa expressão exerce, na oração adjetiva, a função de sujeito (“a frieza do mercado vem fazendo um sem-número de vítimas”), não há preposição. Assim, a construção corrigida seria: “... abriu espaço para a lógica do mercado, cuja frieza vem fazendo um sem-número de vítimas”.

(C) “Muitos se insurgem contra alguma coisa”. O verbo “insurgir-se” rege a preposição “contra”. Como essa preposição é dissílaba, só aceita a forma pronominal “a qual” (o referente é feminino: “subserviência”). Na seqüência, “todos estão contando com alguma coisa”. Feitas as devidas correções, o trecho correto seria: “Com essa sua subserviência, contra a qual muitos se insurgem, o Estado deixa de cumprir o papel social com que tantos estão contando”.

(E) “Poucos vêm desfrutando de alguma coisa” – o verbo desfrutar, assim como “gozar”, “fruir”, rege a preposição “de”. Não há justificativa para o emprego do “cujo” nesse primeiro elemento. Já no segundo, sim. O pronome liga dois substantivos: “fogueiras” e “vigor”, com idéia de subordinação (vigor das fogueiras). O problema está no artigo em “cujo o”. Corrigida, a construção passa a ser: “Diante da pujança do Mercado europeu, da qual [o referente é pujança] poucos vêm desfrutando, os excluídos acendem fogueiras cujo vigor fala por si só.”.

Aproveitamos essa última questão para falar dessa expressão “por si só”. O “só” concorda, em número (plural/singular), com o substantivo

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ou pronome ao qual o pronome “si” se refere (na oração, refere-se a “vigor”). Assim, “O vigor fala por si só”, “Essas coisas falam por si sós”, “Por si sós, vocês devem fazer a reserva do hotel.”.

8 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005)

A maior parte da água da chuva é interceptada pela copa das árvores, ...... cobrem toda a região. ...... evapora rapidamente, causando mais chuva, o que não ocorre em áreas desmatadas, ...... solo é pobre em matéria orgânica.

As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A) onde - A chuva - que o

(B) nas quais - Aquela chuva - cujo

(C) em que - A água da chuva - que o

(D) que elas - Essa chuva - aonde

(E)) que - Essa água - cujo

Gabarito: E

Comentário.

Ufa! Graças a Deus mudou o estilo de questão, não é mesmo? Acho que ninguém mais agüentava aquela história de “cujo o” pra cá, “cuja a” pra lá...

Devemos fazer a mesma análise que vínhamos fazendo até agora, só que preenchendo a lacuna da forma correta.

1ª lacuna) O elemento dessa lacuna é o sujeito do verbo “cobrir”. Pergunta: o que cobre toda a região? Dica: o verbo está no plural (cobrem). Resposta: as árvores. Como esse substantivo exerce a função de sujeito, não há preposição: devemos preencher com o pronome relativo “que” ou “as quais”. A única opção é a letra (E). Levamos um segundo para resolver a questão, hem? Na hora da prova, nada de perder tempo. Marcou a opção correta e partiu para a próxima. Como aqui estamos fazendo exercícios, vamos analisar as demais lacunas.

2ª) O que “evapora rapidamente” (verbo no singular)? Resposta: A água da chuva. Essa expressão já foi mencionada na oração anterior e o texto

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se tornaria repetitivo no caso de apresentá-la novamente. Assim, como elemento de coesão textual, usamos o pronome demonstrativo. Por ter sido apresentada no início do texto, podemos usar “essa água” (com “ss” de paSSado – lembra?) ou “aquela água” (já que está distante no texto, mas não há essa opção). Observe que o que evapora é a água, e não a chuva (fenômeno atmosférico). Neste ponto, entra a análise semântica, ou seja, o sentido que as palavras empregam ao texto/contexto.

3ª) Entre “solo” e “áreas desmatadas” há uma relação de dependência: o solo das áreas desmatadas. Devemos, então, empregar o pronome relativo cujo. Como o pronome faz parte do sujeito da oração subordinada adjetiva (“O solo das áreas desmatadas é pobre...”), não devemos colocar preposição alguma: “o que não ocorre em áreas desmatadas, cujo solo é pobre em matéria orgânica”.

A ordem será: que / Essa água / cujo.

9 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

As razões ______ ele deverá invocar para justificar o que fez não alcançarão qualquer ressonância _______ membros do Conselho, _____ votos ele depende para permanecer na empresa.

Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, respectivamente, as expressões:

(A) a que - para com os - de cujos

(B) de que - junto aos - cujos os

(C) que - diante dos - de quem os

(D) às quais - em vista dos - em cujos

(E)) que - junto aos - de cujos

G

abarito: E

Comentário.

1ª lacuna) A oração subordinada adjetiva, feita a devida substituição, é: “Ele deverá invocar razões para justificar o que fez.”. O verbo “invocar”, no sentido de “citar a seu favor”, é transitivo direto. Assim, na lacuna, deve haver apenas o pronome relativo “que” (“As razões que ele deverá invocar...”).

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2ª) Agora, explora-se o emprego de preposições e locuções prepositivas. É comum usar inadequadamente a expressão “junto a”. Muitas vezes, em vez de ‘junto a’, o mais apropriado é a pura e simples preposição “em”. Veja só um exemplo: “Ele solicitou a segunda via da certidão junto à Secretaria (sic).”. Por que complicar se podemos facilitar (e corrigir!)? “Ele solicitou a segunda via da certidão na Secretaria.”.

Segundo lição de Napoleão Mendes de Almeida (em “Dicionário de Questões Vernáculas”), tomam-se providências e fazem-se pedidos em algum lugar e não junto a. O mesmo acontece em construções como “O advogado peticionou junto ao Tribunal o relaxamento da prisão preventiva”. Pode-se usar, nesses casos, a preposição “perante” (“O advogado peticionou perante o Tribunal o relaxamento da prisão preventiva”).

Assim, com o significado de “em”, “perante” ou “ante”, não é apropriado o emprego de “junto a”. Essa foi a forma empregada na questão: “As razões (..) não alcançarão qualquer ressonância junto aos membros do Conselho”. Os puristas condenariam essa forma, que já é praticada na linguagem coloquial. Em seu lugar, deveria se empregada a preposição “em”: “As razões não alcançarão qualquer ressonância nos membros do Conselho.”. Contudo, essa forma não foi apresentada e, pelo preenchimento da primeira lacuna, já vemos que a resposta só poderia ser a letra (E). Assim, só nos resta respirar fundo e ir adiante.

Então, quando devemos usar essa locução prepositiva? Em construções que indicam proximidade ou contigüidade (equivalente a “próximo de”, “junto de”), como: “Estávamos junto ao padre no altar.” ou “Deixe o embrulho junto à porta de saída.”. Note que, por ser prepositiva, essa locução é invariável (no primeiro exemplo, “nós” junto ao padre).

Outros exemplos de uso apropriado da expressão são dados por Domingos Paschoal Cegalla (em seu Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa):

"Entrevistou o embaixador brasileiro junto ao Vaticano"; "Nosso representante diplomático junto ao governo americano se incumbirá do caso".

Existe aí essa idéia de “proximidade”, mesmo que não seja necessariamente física (valor não espacial).

3ª) Entre “membros do Conselho” e “votos” há uma relação (votos dos membros do Conselho). Então, devemos usar o “cujo”. O verbo depender é transitivo indireto, exigindo a preposição “de” (Alguém

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depende de alguma coisa). Assim, a forma correta é: “de cujos votos ele depende para permanecer na empresa”.

10 - (TRT 3ª Região – Técnico Judiciário / Janeiro 2005)

Em cada um dos segmentos abaixo, a substituição da expressão grifada pelo pronome correspondente está INCORRETA em:

(A) para oferecer trabalho = para oferecê-lo.

(B) evocar a lembrança de outro colega = evocar-lhe a lembrança.

(C) tomaram caminhos paralelos = tomaram-nos.

(D) a ocupar boa parte de minha vida = a ocupar-lhe.

(E) cativava inteligências e paladares = cativava-os.

Gabarito: D

Comentário.

Esse assunto já foi objeto de comentário na questão 23 da Aula 2 – Concordância, e agora podemos ver mais um caso em que foi empregado o pronome oblíquo com valor possessivo.

Em regra, os pronomes pessoais oblíquos são usados para representar um nome (substantivo), evitando, assim, sua repetição. Podem se ligar ao verbo por hífen (ênclise ou mesóclise) ou sem este sinal (próclise), e sua colocação é assunto complexo, a ser apresentado mais adiante.

Os pronomes oblíquos são:

1ª pessoa – singular: me, mim, comigo / plural: nos, nós (usado sempre com preposição), conosco

2ª pessoa – singular: te, ti, contigo / plural: vos, vós (sempre com preposição), convosco

3ª pessoa – singular: ele, ela (usados com preposição), o / a (objeto direto), lhe (objeto indireto), consigo (reflexivo)

plural: eles, elas (usados com preposição), os/as (objeto direto), lhes (objeto indireto), consigo (reflexivo)

No entanto, o pronome oblíquo pode ser também usado com valor possessivo. Vamos ao exemplo presente na opção (B), considerada correta.

“Evocar a lembrança de outro colega” – a expressão sublinhada tem valor possessivo, equivalente a “sua” (evocar a sua lembrança), ou

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seja, a lembrança que se tem dele. No lugar da expressão, foi empregado corretamente o pronome oblíquo – evocar-lhe a lembrança. Observe que, mesmo que o substantivo estivesse no plural (lembranças), o pronome permaneceria no singular por estar em correlação com “colega” (Evocar-lhe as lembranças).

As demais opções abordam o emprego dos pronomes oblíquos como objetos diretos ou indiretos. De acordo com o quadro acima, os pronomes “o”, “a” e plurais só são empregados quando o complemento for direto (sem preposição obrigatória), enquanto que “lhe(s)” é usado em objetos indiretos (com preposição).

Mencionamos na questão 4 que os pronomes me, te, se, nos e vos podem ser usados indistintamente em complementos diretos ou indiretos e que não adianta tentar identificar se é direto ou indireto trocando-os por “a mim”, “a ti”, “a eles” etc., pois esses pronomes oblíquos devem estar sempre preposicionados (“Vejo–te / Vejo a ti como um exemplo”). A troca, para verificação, deve ser feita por um substantivo (“Vejo o rapaz como um exemplo” – objeto direto). Aquele caso (a ti) é um objeto direto preposicionado por exigência do pronome oblíquo.

Quando os pronomes o, a, os, as são empregados após o verbo cuja terminação seja r, s, z, ao pronome é agregada ao pronome a letra L (lo, la, los, las) e o r, s, z ‘caem’. Processo parecido acontece com o pronome oblíquo nos, diferenciando-se apenas no fato de não haver alteração gráfica no pronome, que se mantém “nos” (“Reportamo-nos a V.Sa. no intuito de...”).

Exemplo: opção (A) para oferecer trabalho = para oferecê-lo.

Em relação à acentuação, já comentamos na aula de ortografia que este verbo é entendido como um vocábulo independente, devendo obedecer às regras: oferecê = oxítona terminada em “e”.´

Se o pronome dividir o verbo em duas partes, cada parte será analisada, para fins de acentuação, como se um único vocábulo formasse.

Exemplo: Nós distribuiríamos o medicamento.

Em mesóclise: DISTRIBUIRÍAMOS + O = DISTRIBUIR + O + ÍAMOS

A letra “r” cai e o pronome “o” vira “lo” = distribui-lo-íamos.

Agora, vamos à acentuação:

No “pedacinho” distribui , a sílaba tônica recai no “i”. Como segunda vogal do hiato, deve ser acentuada = distribuí (com acento agudo no “i”)

O outro “pedaço” íamos recebe acento por ser uma proparoxítona.

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Assim, a forma verbal correta é: distribuí-lo-íamos.

Quando o verbo termina de forma nasal (-m, -ão, -õe), aos pronomes o, a, os, as é acrescentada a letra “n”.

Exemplo: opção (C) – tomaram caminhos paralelos = TOMARAM + O = tomaram-nos. Observe que, fora do contexto, não temos como afirmar se o “nos” em “tomaram-nos” é o pronome oblíquo “os” ou “nos” (“tomaram a nós”).

O que está incorreto na opção (D) é o emprego do pronome “lhe” em substituição ao complemento direto “boa parte da vida”. Como o verbo é transitivo direto, correta estaria a construção: a ocupá-la.

A partir dessa questão, abordaremos também um dos pontos mais incidentes em questões que envolvem pronomes – COLOCAÇÃO PRONOMINAL.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A fim de facilitar, resumimos a três todas as regras de colocação pronominal:

1) REGRA GERAL:

Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais freqüente, por apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise em situações excepcionais, que são:

Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto.

Exemplos:

“Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força do advérbio de negação.

“Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória por força da conjunção;

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Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória.

Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acentua o pensador político” – uma oração subordinada causal, como a da questão, exige a próclise.).

2) EMPREGO PROIBIDO:

Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um copo d’água. / Permita-me fazer uma observação.);

Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos futuros, emprega-se o pronome em mesóclise.

Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido - nem “me concedida” – iniciar período com pronome é proibido).

“Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).

3) EMPREGO FACULTATIVO:

Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra “atrativa”, a colocação do verbo pode ser enclítica (após o verbo) ou proclítica (antes do verbo).

Exemplo:

“Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa.” “Para não colocar-me em situação ruim, encerrei a conversa.”

Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação, desde que não caia em um caso de proibição (começar período).

NÃO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO SUBJUNTIVO – Na maior parte dos verbos, essas formas são iguais (para comprar/quando comprar). Contudo, a regra da colocação pronominal só se aplica ao infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do subjuntivo, aplica-se a regra geral.

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Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do subjuntivo, troque o verbo por um que apresente formas diferentes, como o verbo trazer (para trazer / quando trouxer), fazer (para fazer/ quando fizer), pôr (para pôr/ quando puser), e tire a prova dos noves. Se for infinitivo, pode colocar o pronome antes ou depois, tanto faz. De qualquer jeito, estará certo, mesmo que haja uma palavra atrativa (invariável).

Observação importante: quando houver DUAS palavras invariáveis, o pronome poderá ser colocado entre elas. A esse fenômeno dá-se o nome de APOSSÍNCLESE.

Exemplo: “Para não levar-me a mal, irei apresentar minhas desculpas.” – como vimos, com infinitivo está sempre certa a colocação (caso facultativo), mesmo que haja uma palavra invariável (no caso, são duas – para e não).

COLOCAÇÕES IGUALMENTE POSSÍVEIS:

(1) “Para não me levar a mal, ...”- O pronome foi atraído pelo advérbio.

(2) “Para me não levar a mal, ...” – O pronome foi atraído pelo pronome.

11 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão pela qual a estratégia neoliberal convoca esses sonhos, atribui a esses sonhos um valor incomensurável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos.

Evitam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados na frase acima substituindo-os, na ordem dada, por:

(A) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-los

(B) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-los

(C) há-os - convoca-lhes - os atribui – realizá-los-emos

(D) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizaremos

(E)) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos

Gabarito: E

Comentário.

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Como “sonhos” é o objeto direto do verbo haver, para a sua substituição não podemos usar um pronome reto (eliminaremos, pois, a opção (A)).

Estes só exercem as funções sintáticas de sujeito e predicativo de sujeito. Os pronomes retos não podem ser usados como complementos verbais. Em seu lugar, empregam-se os pronomes oblíquos. Como o verbo é transitivo direto, a substituição é pelo pronome oblíquo “os”. Assim, a primeira substituição deve ser “os há” ou “há-os”.

Também seria possível o emprego de um pronome demonstrativo; contudo, as regras mencionadas no início desta aula devem ser respeitadas.

É possível o emprego de um pronome demonstrativo como “esses”, por fazer referência a um termo já mencionado, ou, com certa complacência, “estes”, por estar próximo.

A segunda substituição exige as noções de colocação pronominal que acabamos de ver. Em orações subordinadas, deve ser empregado o pronome antes do verbo (próclise). Como “sonhos” é objeto direto, não admite o emprego de “lhes”, que se presta à função de objeto indireto. A forma correta seria os convoca. Com isso, eliminamos as opções (C) e (D), uma vez que a (A) já havia sido rejeitada.

Na terceira proposta, o verbo atribuir é transitivo indireto, podendo o substantivo ser substituído por lhes ou a eles.

Finalmente, na quarta troca, vimos que o pronome átono NUNCA poderá ser colocado após particípio, futuro do presente ou futuro do pretérito do indicativo. Como existe um termo que “atrai” o pronome (nunca é palavra invariável), a única possibilidade de colocação é antes do verbo – os realizaremos.

A resposta é, portanto, a letra (E).

12 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

O czar caçava homens, não ocorrendo ao czar que, em vez de homens, se caçassem andorinhas e borboletas, parecendo-lhe uma barbaridade levar andorinhas e borboletas à morte.

Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se, de forma correta, os elementos sublinhados por, respectivamente,

(A) não o ocorrendo - de tais - levá-las.

(B) não ocorrendo-lhe - dos mesmos - levar-lhes.

(C) lhe não ocorrendo - destes - as levar-lhes.

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(D) não ocorrendo-o - dos cujos - as levarem.

(E)) não lhe ocorrendo - destes - levá-las.

Gabarito: E

Comentário.

Em “não ocorrendo ao czar”, o complemento verbal é indireto. Assim, o pronome oblíquo não poderia ser “o”, usado para objeto direto, mas “lhe” ou “a ele”, que se apresentam como objeto indireto. Eliminamos, pois, as opções (A) e (D).

O próximo passo é verificar a posição do pronome em relação ao verbo. Note que há um advérbio de negação antes do verbo (“não ocorrendo”). Vimos que o advérbio, como palavra invariável que é, atrai o pronome oblíquo, ou seja, não permite a ênclise pronominal. A única possibilidade seria, então, “não lhe ocorrendo”.

O que impede a forma “lhe não ocorrendo” é a inexistência de um outro termo invariável, que provocaria a apossínclese (colocação do pronome entre dois termos invariáveis contíguos, como em “Espero que lhe não diga a verdade...”).

A resposta certa, portanto, é letra (E).

Vamos continuar a análise da questão.

O substantivo “homens”, que já consta do texto logo no início do parágrafo: “O czar caçava homens”, volta a aparecer mais adiante: “em vez de homens”. Essa repetição pode ser evitada com o emprego de um pronome demonstrativo. Note que a resposta considerada pela banca como certa indica o pronome “destes”, com “t”. Vimos que, em referência anafórica (termo em passagem anterior), o mais apropriado seria “esses” (com “ss” de paSSado). Mas afirmamos que, modernamente, tem havido flexibilidade no emprego desses pronomes. Essa questão vem confirmar esse posicionamento pela banca da FCC. Mesmo se referindo a um termo já mencionado, a banca aceitou o uso de “destes”, em vez de “desses” (aliás, nem cogitou essa possibilidade nas opções). A regra para o emprego do pronome “mesmo”, que se estende ao pronome “tal” (e variações), já foi objeto de comentário na questão 5.

Em relação à terceira passagem, o verbo “levar” requer complemento direto (“andorinhas e borboletas”), sendo inapropriado o emprego do pronome “lhes”. Eliminam-se, pois, as opções (B) e (C) – a propósito, o que isto: “as levar-lhes”???? Ficou na dúvida e usou os dois

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pronomes??? Credo!!! O pronome adequado é “as”, que, em ênclise, forma “levá-las”.

Assim, a ordem correta seria a apresentada na letra (E).

13 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Gosto da democracia, pratico a democracia, respeito os fundamentos que mantêm em pé a democracia, mas nada disso me impede de associar a democracia às campanhas eleitorais, que negam a democracia.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por

(A) a pratico − mantêm-na em pé − lhe associar − a negam

(B) pratico-a − a mantêm em pé − associar-lhe − negam ela

(C) a pratico − mantêm ela em pé − a associar − lhe negam

(D)) pratico-a − a mantêm em pé − associá-la − a negam

(E) pratico-a − lhe mantêm em pé − a associar − negam-lhe

Gabarito: D

Comentário.

Na primeira passagem, as duas formas estaria corretas: “a pratico” ou “pratico-a”. Se você ficou na dúvida se poderia construir a primeira forma, lembro que a proibição se refere a iniciar o período. Nessa construção, o período é composto e já teve início em “Gosto”. Assim, o pronome pode iniciar, sim, a segunda oração sem problema algum.

Na segunda passagem, o verbo “manter” apresenta um complemento direto: “a democracia”. Assim, o pronome que deve substituir esse nome é o oblíquo “a”. Eliminamos, pois, as opções (E) e (C), por apresentar esta a forma de pronome reto (inapropriada como complemento verbal). Estariam corretas as formas: “mantêm-na” ou “a mantêm”.

O verbo “associar” é transitivo direto, devendo ser empregado o pronome “a” (“nada disso me impede de associá-la” ou “de a associar”).

Por fim, o verbo “negar” também requer complemento direto, sendo cabível o pronome “a”. Note que, antes do verbo, há o pronome relativo invariável “que” (além de iniciar uma oração subordinada), atraindo o pronome oblíquo para junto de si: “que a negam”.

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14 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Quanto aos políticos profissionais, o cidadão que considera os políticos profissionais uma espécie daninha insiste em eleger os políticos profissionais, em vez de preterir os políticos profissionais em favor de um espírito de renovação.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:

(A) os considera - lhes eleger - os preterir

(B) lhes considera - elegê-los - preterir-lhes

(C)) os considera - elegê-los - preteri-los

(D) considera estes - eleger a estes - lhes preterir

(E) considera os mesmos - eleger eles - os preterir

Gabarito: C

Comentário.

O verbo “considerar” é transobjetivo. O quê? Você já se esqueceu o significado de “verbo transobjetivo”??? Não creio!!!

Transobjetivo é o verbo que requer, além do objeto, um predicativo para esse objeto. Veja só: “O cidadão considera os políticos profissionais...” o quê? Faltou alguma coisa, não é? Então, o que ficou faltando foi o predicativo do objeto direto: “uma espécie daninha”. Como o objeto é DIRETO, só admite o pronome oblíquo “os”. Como existe uma palavra invariável antes do verbo, o pronome fica antes deste: “o cidadão que os considera uma espécie daninha...”.

O verbo “eleger” requer complemento direto (O cidadão insiste em eleger políticos). Então, o pronome adequado é “os”. Como o verbo está no infinitivo (eleger), mesmo com uma preposição “em” antes do verbo (“em eleger”), podemos colocar o pronome antes ou depois do verbo. Lembre-se: com infinitivo está sempre certo (só não pode iniciar período!): “insiste em os eleger” ou “insiste em elegê-los”.

Finalmente, o verbo “preterir” também é transitivo direto, exigindo o pronome “os”. Do mesmo modo que na passagem anterior, o verbo está no infinitivo, e com infinitivo está sempre certo: “em vez de os preterir” ou “em vez de preteri-los”.

15 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

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Julgue a assertiva abaixo.

(D) Muito embora tenham passado-se três ou quatro séculos, essa violência vem ocorrendo de forma sistemática.

Item INCORRETO

Comentário.

Esse é um dos casos de proibição. Não se pode colocar pronome após particípio, futuro do presente ou do pretérito do indicativo.

Estaria igualmente incorreta a forma “Muito embora tenham-se passado”, com o pronome em ênclise ao verbo auxiliar, uma vez que o termo invariável (a locução conjuntiva “Muito embora”) antes do verbo atrai o pronome: Muito embora se tenham passado”.

Já a construção “Muito embora tenham se passado”, apesar de comum na “língua do povo”, não encontra respaldo na norma culta. Considera-se inapropriado o emprego do pronome em próclise ao verbo principal (se passado), ou seja, o pronome “solto” entre os verbos. Segundo a norma culta, a única forma correta seria: “Muito embora se tenham passado”. Mas, como já vimos que a banca da FCC admite alguns “modernismos” (como o emprego de pronome demonstrativo “este” em referência anafórica), devemos ser um pouco mais “complacentes” com aquela colocação (tenham se passado).

16 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Deduz-se da leitura do texto que seu autor julga Maquiavel ter prestado um serviço não apenas aos poderosos governantes, mas também aqueles que têm interesse em analisar a exaustão as práticas políticas.

Julgue a correção da substituição abaixo proposta:

I. Deduz-se da leitura por Se deduz à leitura.

Item INCORRETO

Comentário.

Esse é o caso de proibição mais conhecido do vasto público (e usado no dia-a-dia, ou você já ouviu alguém no boteco pedir: “Dá-me uma cerveja”???).

Segundo a ortodoxia gramatical (expressão muito usada por algumas bancas, como a ESAF), não se pode iniciar período com o pronome oblíquo. Assim, a proposta “Se deduz à leitura” estaria incorreta por dois

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motivos: colocação pronominal (o certo é “Deduz-se”) e regência verbal (o correto é mesmo o emprego da preposição “de”).

17 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

Foi para defender essas propostas e para informar a sociedade brasileira sobre seu direito inalienável de receber informação livre que criamos a RDLI.

As expressões sublinhadas poderiam ser correta e respectivamente substituídas, no caso da utilização de pronomes, por:

(A) as defender - informar-lhe - lhe criamos

(B)) defendê-las - informá-la - a criamos

(C) lhes defender - informar-lhe - criamo-la

(D) defendê-las - lhe informar - criamo-lhe

(E) defender-lhes - informá-la - lhe criamos

Gabarito: B

Comentário.

O verbo “defender” está no infinitivo. Portanto, a colocação pronominal está sempre certa (só não pode iniciar período). Como o verbo é transitivo direto, o pronome adequado é “as”: “Foi para as defender” ou “Foi para defendê-las”. Eliminamos três das cinco opções. Restam somente as opções (A) e (D) – só a partir dessa análise, você já teria 50% de chances de ganhar esse ponto!

O verbo “informar” também é transitivo direto (pronome “a” = “sociedade brasileira”) e está no infinitivo. As duas construções possíveis são: “para a informar” ou “para informá-la”.

O verbo “criar” requer também complemento direto, sendo cabível o pronome “a” em substituição a “a RDLI”. Como existe uma palavra invariável antes do verbo, o pronome deve ficar em próclise: “que a criamos”.

18 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

Pesquisadores que ...... na defesa da ararinha-azul sabiam que ...... difícil impedir a extinção delas.

A colocação pronominal está correta nas formas

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(A) se envolveram - seria-lhes

(B) se envolveram - lhes seria

(C) envolveram-se - lhes seria

(D) envolveram-se - ser-lhes-ia

(E) envolveram-se - seria-lhes

Gabarito: B

Comentário.

O pronome relativo “que” atrai o pronome “se”: “Pesquisadores que se envolveram” é a única construção possível.

Já na segunda lacuna, o “que” é uma conjunção, igualmente invariável, atraindo, portanto, o pronome oblíquo: “sabiam que lhes seria difícil impedir a extinção delas”.

Você viu que todas as opções relativas à segunda lacuna indicam o pronome “lhes” ? Na ordem direta, a construção seria “impedir a extinção delas seria difícil a eles”. Esse complemento nominal é regido pela preposição “a” e o pronome que venha a substituí-lo deve ser o oblíquo “lhe”.

19 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

O tráfico de animais silvestres constitui prática ilegal. Para coibir a prática ilegal, as autoridades responsáveis montam barreiras nas estradas, o objetivo dessas barreiras é impedir as tentativas de exportar os animais silvestres.

Para tornar o segmento acima inteiramente correto, é preciso substituir os trechos grifados pelos pronomes correspondentes, na ordem,

(A) coibir-a - cujo o objetivo - exportá-los.

(B) coibir ela - onde o objetivo - exportar-lhes.

(C) coibir-na - onde o objetivo - exportá-los.

(D)) coibi-la - cujo objetivo - exportá-los.

(E) coibi-la - que o objetivo - exportar-lhes.

Gabarito: D

Comentário.

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O verbo “coibir” é transitivo direto (coibir a prática ilegal) e o pronome deve ser “a”. Como o verbo está no infinitivo, as duas formas possíveis são: “Para a coibir” ou “Para coibi-la”.

Entre “objetivo” e “barreiras” existe uma relação de dependência (O objetivo das barreiras), o que justifica o emprego do pronome relativo cujo (“montam barreiras ... cujo objetivo é impedir”).

Em relação a essa última construção, poderá haver quem alegue uma ambigüidade na construção: em “montam barreiras nas estradas, cujo objetivo é impedir as tentativas de exportar os animais silvestres”. Esse incauto poderia imaginar que “impedir” seria o objetivo “das estradas”, e não das barreiras (mesmo que isso não fizesse o menor sentido). Devemos, então, trabalhar com os instrumentos de que dispomos. As demais opções são:

- onde, que deve ter como referente um lugar. Até aí, tudo bem, já que esse “lugar” poderia ser a “estrada”. Mas teríamos eliminado essa possibilidade no preenchimento da primeira substituição. As opções que indicam “onde” propunham que, em substituição a “coibir a prática” fosse empregado: (B) coibir ela, e (C) coibir-na – ambas inaceitáveis. Então, mesmo que o candidato achasse que “onde” ficaria melhor do que “cujo”, isso não seria mais possível - já havíamos eliminado essas opções.

- que seria inadequado por existir a relação entre dois substantivos - objetivo e barreiras (ou “estradas”, não importa) – que leva ao emprego do cujo.

- cujo o - acho que nem precisamos mais falar sobre esse monstro, não é? Você já está cansado de saber que isso está completamente errado.

Assim, com ambigüidade ou não, o pronome adequado é mesmo “cujo”, e ponto final. Como diria a propaganda, “passa Gourmet que passa”... Rapadura é doce mas não é mole. De que adianta você ficar brigando com uma prova. Tente dançar conforme a música e garantir o ponto que pode fazer toda a diferença no resultado do concurso.

Vamos à terceira substituição. O verbo “exportar” é transitivo direto, devendo seu complemento pronominal ser “os” (= animais silvestres). Como, mais uma vez, o verbo está no infinitivo, temos duas possibilidades: “impedir as tentativas de os exportar” ou “de exportá-los”.

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20 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer nessas leis o vício da excessiva particularização, excessiva particularização que só revela a fragilidade dos princípios morais.

Evitam-se as desagradáveis repetições do período acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por

(A)) as há - reconhecer nelas - a qual.

(B) há as mesmas - reconhecê-las - a qual.

(C) há elas - reconhecer-lhes - cuja.

(D) as há - reconhecer a elas - cuja.

(E) há estas - reconhecê-las - onde.

Gabarito: A

Comentário.

Essa questão nos lembra bastante a de nº 11, que inicia essa série de COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Já mencionamos que o verbo haver, no sentido de existência, é impessoal e não possui sujeito. O que se lhe segue é o complemento (questão 9 da Aula 3 – Regência). Agora, essa questão vem confirmar isso.

Vimos que os pronomes retos exercem apenas duas funções sintáticas: sujeito (Ela é linda) ou predicativo do sujeito (minha irmã é ela). Não podem esses pronomes exercer função de complemento (objeto direto). Se surgir algum “ele/ela” como objeto direto ou indireto, é um pronome oblíquo, que deverá sempre estar acompanhado de uma preposição (Eu me dirijo a ela – objeto indireto / Todos ironizam a ela e não a mim – objetos diretos preposicionados).

Assim, em substituição a “leis”, deveríamos usar o pronome oblíquo “as”. Como existe um termo invariável antes do verbo (“quando há leis”), a próclise é obrigatória: “quando as há em excesso ...”. Ficamos apenas com duas opções: (A) e (D).

O verbo “reconhecer”, na construção, é transitivo direto. O objeto direto é “o vício da excessiva particularização”. A expressão “nessas leis” tem valor adverbial, podendo ser substituída por um pronome. A banca propôs “nelas”, ou seja, o pronome oblíquo “elas” acompanhado da preposição “em”. A forma “a elas” não seria adequada, por modificar a preposição adequada à construção.

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Por fim, como o pronome relativo substitui “excessiva particularização”, poderia ser empregado “a qual” ou “que”. Contudo, esse último poderia causar alguma ambigüidade com “vício” (“...deve-se reconhecer ... o vício da excessiva particularização, que só revela a fragilidade dos princípios morais” - quem revela essa fragilidade: o vício ou a particularização). Então, mais apropriado é mesmo o emprego de “a qual”.

Bem, pessoal, essas questões abarcam bem esse ponto do programa. Basta prestar atenção na regência (nominal e verbal) e no emprego do pronome relativo adequado.

Já estamos quase no fim do curso. O próximo tema será pontuação. Até lá.

Bons estudos a todos.

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

1 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

É adequado o emprego da expressão sublinhada na seguinte frase:

(A) O jornal de cujo o Sr. Matter se valeu para contar sua história foi lido pelo cronista.

(B) A notícia à qual se deparou o cronista estimulou-o a escrever uma crônica.

(C) O índio jivaro, com cuja reação o Sr. Matter não contava, espantou-se com a proposta.

(D) A barbaridade com cuja se espantou o czar era a caça de andorinhas e borboletas.

(E) A barbaridade à qual serviu ao poeta de tema não costuma espantar os civilizados.

2 - (TRE AP - Técnico Judiciário/ Janeiro 2006)

A expressão sublinhada está empregada adequadamente na frase:

(A) A inesgotabilidade da água é uma ilusão na qual não podemos mais alimentar.

(B) A cadeia econômica à qual o texto faz referência tem na água seu centro vital.

(C) Os maus tempos dos quais estamos atravessando devem-se a uma falta de previsão.

(D) A água é um elemento cujo o valor ninguém mais põe em dúvida.

(E) A certeza em que ninguém mais pode fugir é a do valor inestimável da água.

3 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) O autor preza a discussão à qual se envolvem os moradores de um condomínio, quando os anima a aspiração de um consenso.

(B) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato Giscard não representava, de fato, uma posição com a qual ninguém pudesse discordar.

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(C)) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de fato, o sentimento de superioridade do qual o discurso de Mitterrand era uma clara manifestação.

(D) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam valer-se da oposição entre o certo e errado à qual se apóiam os maniqueístas.

(E) O comportamento dos condôminos cuja a disposição é o consenso deveria servir de exemplo ao dos candidatos que seu único interesse é ganhar a eleição.

4 - (Procurador AM / Fevereiro 2006)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) A diferenciação entre profissionais, à que o autor faz referência, tem como critério um padrão ético, de cujo depende o rumo do processo civilizatório.

(B) Se há apenas avanço técnico, numa época onde impera a globalização, as demandas sociais ficarão sem o atendimento a que são carentes.

(C) As razões porque a globalização não distribui a riqueza prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda, cuja a crueldade é notória.

(D) Os tecnocratas maliciosos imputam para o exercício da democracia os desajustes econômicos em que assolam os excluídos da globalização.

(E)) O aumento da produção, de cuja necessidade não há quem discorde, deve prever qualquer impacto ecológico, para o qual se deve estar sempre alerta.

5 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase:

(A)) A simpatia de que não goza um ator junto ao eleitorado é por vezes estendida a um político profissional sobre cuja honestidade há controvérsias.

(B) O candidato a que devotamos nosso respeito tem uma história aonde os fatos nem sempre revelam uma conduta irrepreensível.

(C) Reagan teve uma carreira de ator em cuja não houve momentos brilhantes, como também não houve os mesmos na de Schwarzenegger.

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(D) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual espelha a divisão entre o respeito e o menosprezo que deles costumamos alimentar.

(E) Os atores sobre os quais se fez menção no texto construíram uma carreira cinematográfica de cujo sucesso comercial ninguém pode discutir.

6 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:

(A) Os sonhos de cujos nós queremos alimentar não satisfazem os desejos com que a eles nos moveram.

(B) A expressão de Elio Gaspari, a qual se refere o autor do texto, é “cidadãos descartáveis”, e alude às criaturas desesperadas cujo o rumo é inteiramente incerto.

(C) Os objetivos de que se propõem os neoliberais não coincidem com as necessidades por cujas se movem os “cidadãos descartáveis”.

(D)) As miragens a que nos prendemos, ao longo da vida, são projeções de anseios cujo destino não é a satisfação conclusiva.

(E) A força do nosso trabalho, de que não relutamos em vender, dificilmente será paga pelo valor em que nos satisfaremos.

7 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

É adequado o emprego de AMBAS as expressões sublinhadas na frase:

(A) As fogueiras de que todos testemunhamos nos noticiários da TV constituem um sinal a quem ninguém pode ser insensível.

(B) O encolhimento do Estado, ao qual muita gente foi complacente, abriu espaço para a lógica do mercado, de cuja frieza vem fazendo um sem-número de vítimas.

(C) Com essa sua subserviência, pela qual muitos se insurgem, o Estado deixa de cumprir o papel social de que tantos estão contando.

(D) As medidas repressivas de que o Estado vem se valendo em nada contribuem para o encaminhamento das soluções a que os desempregados aspiram.

(E) Diante da pujança do Mercado europeu, de cuja poucos vêm desfrutando, os excluídos acendem fogueiras cujo o vigor fala por si só.

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8 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005)

A maior parte da água da chuva é interceptada pela copa das árvores, ...... cobrem toda a região. ...... evapora rapidamente, causando mais chuva, o que não ocorre em áreas desmatadas, ...... solo é pobre em matéria orgânica.

As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A) onde - A chuva - que o

(B) nas quais - Aquela chuva - cujo

(C) em que - A água da chuva - que o

(D) que elas - Essa chuva - aonde

(E)) que - Essa água - cujo

9 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

As razões ______ ele deverá invocar para justificar o que fez não alcançarão qualquer ressonância _______ membros do Conselho, _____ votos ele depende para permanecer na empresa.

Preenchem de modo correto as lacunas da frase acima, respectivamente, as expressões:

(A) a que - para com os - de cujos

(B) de que - junto aos - cujos os

(C) que - diante dos - de quem os

(D) às quais - em vista dos - em cujos

(E)) que - junto aos - de cujos

10 - (TRT 3ª Região – Técnico Judiciário / Janeiro 2005)

Em cada um dos segmentos abaixo, a substituição da expressão grifada pelo pronome correspondente está INCORRETA em:

(A) para oferecer trabalho = para oferecê-lo.

(B) evocar a lembrança de outro colega = evocar-lhe a lembrança.

(C) tomaram caminhos paralelos = tomaram-nos.

(D) a ocupar boa parte de minha vida = a ocupar-lhe.

(E) cativava inteligências e paladares = cativava-os.

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11 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda parte, razão pela qual a estratégia neoliberal convoca esses sonhos, atribui a esses sonhos um valor incomensurável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos.

Evitam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados na frase acima substituindo-os, na ordem dada, por:

(A) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-los

(B) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-los

(C) há-os - convoca-lhes - os atribui – realizá-los-emos

(D) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizaremos

(E)) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos

12 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

O czar caçava homens, não ocorrendo ao czar que, em vez de homens, se caçassem andorinhas e borboletas, parecendo-lhe uma barbaridade levar andorinhas e borboletas à morte.

Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se, de forma correta, os elementos sublinhados por, respectivamente,

(A) não o ocorrendo - de tais - levá-las.

(B) não ocorrendo-lhe - dos mesmos - levar-lhes.

(C) lhe não ocorrendo - destes - as levar-lhes.

(D) não ocorrendo-o - dos cujos - as levarem.

(E)) não lhe ocorrendo - destes - levá-las.

13 - (TRT 13ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2005)

Gosto da democracia, pratico a democracia, respeito os fundamentos que mantêm em pé a democracia, mas nada disso me impede de associar a democracia às campanhas eleitorais, que negam a democracia.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por

(A) a pratico − mantêm-na em pé − lhe associar − a negam

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(B) pratico-a − a mantêm em pé − associar-lhe − negam ela

(C) a pratico − mantêm ela em pé − a associar − lhe negam

(D)) pratico-a − a mantêm em pé − associá-la − a negam

(E) pratico-a − lhe mantêm em pé − a associar − negam-lhe

14 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

Quanto aos políticos profissionais, o cidadão que considera os políticos profissionais uma espécie daninha insiste em eleger os políticos profissionais, em vez de preterir os políticos profissionais em favor de um espírito de renovação.

Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:

(A) os considera - lhes eleger - os preterir

(B) lhes considera - elegê-los - preterir-lhes

(C)) os considera - elegê-los - preteri-los

(D) considera estes - eleger a estes - lhes preterir

(E) considera os mesmos - eleger eles - os preterir

15 - (Analista BACEN / Janeiro 2006)

Julgue a assertiva abaixo.

(D) Muito embora tenham passado-se três ou quatro séculos, essa violência vem ocorrendo de forma sistemática.

16 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Deduz-se da leitura do texto que seu autor julga Maquiavel ter prestado um serviço não apenas aos poderosos governantes, mas também aqueles que têm interesse em analisar a exaustão as práticas políticas.

Julgue a correção da substituição abaixo proposta:

I. Deduz-se da leitura por Se deduz à leitura.

17 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005)

Foi para defender essas propostas e para informar a sociedade brasileira sobre seu direito inalienável de receber informação livre que criamos a RDLI.

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As expressões sublinhadas poderiam ser correta e respectivamente substituídas, no caso da utilização de pronomes, por:

(A) as defender - informar-lhe - lhe criamos

(B)) defendê-las - informá-la - a criamos

(C) lhes defender - informar-lhe - criamo-la

(D) defendê-las - lhe informar - criamo-lhe

(E) defender-lhes - informá-la - lhe criamos

18 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

Pesquisadores que ...... na defesa da ararinha-azul sabiam que ...... difícil impedir a extinção delas.

A colocação pronominal está correta nas formas

(A) se envolveram - seria-lhes

(B) se envolveram - lhes seria

(C) envolveram-se - lhes seria

(D) envolveram-se - ser-lhes-ia

(E) envolveram-se - seria-lhes

19 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006)

O tráfico de animais silvestres constitui prática ilegal. Para coibir a prática ilegal, as autoridades responsáveis montam barreiras nas estradas, o objetivo dessas barreiras é impedir as tentativas de exportar os animais silvestres.

Para tornar o segmento acima inteiramente correto, é preciso substituir os trechos grifados pelos pronomes correspondentes, na ordem,

(A) coibir-a - cujo o objetivo - exportá-los.

(B) coibir ela - onde o objetivo - exportar-lhes.

(C) coibir-na - onde o objetivo - exportá-los.

(D)) coibi-la - cujo objetivo - exportá-los.

(E) coibi-la - que o objetivo - exportar-lhes.

20 - (TRT 22ª Região – Analista Judiciário / Novembro 2004)

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Há um excesso de leis, e quando há leis em excesso deve-se reconhecer nessas leis o vício da excessiva particularização, excessiva particularização que só revela a fragilidade dos princípios morais.

Evitam-se as desagradáveis repetições do período acima substituindo-se os segmentos sublinhados, respectivamente, por

(A))as há - reconhecer nelas - a qual.

(B) há as mesmas - reconhecê-las - a qual.

(C) há elas - reconhecer-lhes - cuja.

(D) as há - reconhecer a elas - cuja.

(E) há estas - reconhecê-las - onde.

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PONTUAÇÃO

Bem, pessoal, estamos na reta final e nosso último assunto está sempre presente em qualquer prova de Língua Portuguesa de qualquer banca examinadora – Pontuação.

Nas provas da Fundação Carlos Chagas, o sinal de pontuação campeão de ocorrências é a vírgula.

Nossa aula de hoje terá um novo formato. Inicialmente, apresentaremos todos os conceitos pertinentes ao assunto. Em seguida, veremos as questões, relembrando o que já foi apresentado na parte introdutória.

Preparado(a)? Então, vamos!

Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da linguagem, como a entoação da voz, os gestos e as expressões faciais para denotar dúvida, hesitação, surpresa, incerteza etc.

Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a ter essa incumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa indevidamente o emprego de vírgula a uma pausa da respiração. Isso não tem sentido. Se assim o fosse, tínhamos de colocar vírgula a cada palavra escrita. Ou você, por acaso, prende a respiração ao escrever uma oração sem vírgulas?

Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto?

Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima, também se digna a eliminar ambigüidades que poderiam surgir em um texto sem pontuação ou a destacar certas palavras, expressões ou frases.

O texto que reproduzimos abaixo, cujo autor desconhecemos, exemplifica bem as funções da pontuação.

“Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu assim:

‘Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.’

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna?

Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

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‘Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’

3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele:

‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’

4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta pontuação:

‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.’

Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a diferença.”.

Cabe a nós, redatores, empregar a pontuação de modo que a mensagem por nós escrita chegue ao leitor no sentido exato que queríamos transmitir.

Para isso, devemos conhecer suas regras.

A pontuação depende da estrutura sintática da oração. Para começar, é interessante notar que a ordem direta das orações é a seguinte:

SUJEITO – VERBO – COMPLEMENTOS VERBAIS – ADJUNTOS

Para colocar a oração nessa ordem direta, devemos partir do verbo, perguntando a ele quem é o seu sujeito.

A partir daí, sabendo o sujeito e o verbo, identificaremos os complementos verbais (predicativos, objetos), que são os termos que complementam o sentido do verbo.

Por “adjuntos”, entendem-se as condições em que a ação expressa pelo verbo se estabelece – tempo, lugar, modo, intensidade, dúvida, negação. Essas circunstâncias são apresentadas pelos advérbios. É lógico que, se uma dessas circunstâncias (como a de negação) estiver acompanhando um termo específico (por exemplo, um verbo), o advérbio irá se posicionar próximo ao esse termo, e não no fim da oração (Eu não sairei daqui).

Os complementos, além de verbais, podem ser nominais, quando completam o sentido de um nome: necessidade de carinho. Também aos nomes ligam-se elementos para restringi-los ou designá-los (adjuntos adnominais). Esses termos regidos devem ficar próximos de seus termos regentes, onde quer que estejam (seja no sujeito, seja no predicado).

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Exemplos: Seu amor à pátria (o nome faz parte do sujeito) era fantástico; Não há necessidade de chorar (o nome faz parte do predicado).

Esses conceitos são fundamentais para compreendermos alguns casos de proibição.

Os sinais de pontuação são: ponto, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto de exclamação, ponto de interrogação, travessão, parênteses, aspas, reticências.

Eles indicam entoação ou pausa. Nas palavras de Celso Cunha (Nova Gramática do Português Contemporâneo), “esta distinção, didaticamente cômoda, não é, porém, rigorosa. Em geral, os sinais de pontuação indicam, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia.”.

O sinal mais explorado em questões de prova é, sem dúvida, a vírgula.

Por isso, começaremos por ela. Para fins didáticos, iremos estudar o assunto a partir das proibições e das situações especiais para o seu emprego. Após essa apresentação, começaremos a resolver as questões de prova.

VÍRGULA

CASOS PROIBIDOS:

1 - Separar por vírgula elementos inseparáveis na ordem direta:

1.1 – sujeito do verbo;

1.2 – verbo do complemento verbal;

1.3 – termo regente do termo regido (complemento nominal, adjunto adnominal);

1.4 – verbos que compõem uma locução verbal;

Algumas construções admitem, modernamente, a separação do sujeito do verbo – “Quem avisa, amigo é.” – o sujeito do verbo ser é a oração Quem avisa. Contudo, isso se justifica somente em casos especiais, normalmente por questão de estilo, já que, na fala, costumamos pausar após o verbo.

Observe que, se a oração não estiver na ordem direta, o deslocamento dos complementos deverá ser indicado por vírgulas, sem que isso constitua erro: “Por “adjuntos” (predicativo = complemento verbal), entendem-se as condições em que...”.

Se surgir uma vírgula após um desses elementos “inseparáveis”, verifique se não se trata de alguma intercalação de elementos. Para a

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correção do período, deve haver duas vírgulas nessa intercalação, uma abrindo o período e outra, fechando.

2 – Colocar apenas uma das duas vírgulas obrigatórias para isolar termos ou expressões deslocados de sua posição original na oração (exceto, obviamente, se estiver no início do período).

Desse jeito, o período deslocado fica “capenga”, faltando uma das vírgulas. Se abriu, tem que fechar. Portanto, são necessárias duas vírgulas, mesmo que alguma delas esteja exercendo dupla função (por exemplo, no caso de DOIS ou mais termos deslocados e adjacentes).

Hoje, às duas horas da tarde, próximo ao supermercado, houve um grave acidente.

SITUAÇÕES ESPECIAIS

- elipse de algum termo pode ser indicada por uma vírgula, como em : “Fui à festa levando muitos presentes; João, somente a boca.”

- adjuntos adverbiais deslocados, desde que pequenos e de fácil entendimento, dispensam a vírgula. Caso contrário, longos, em orações adverbiais extensas, ou, mesmo curtos, para dar ênfase ao adjunto, devem ser isolados por vírgula.

Hoje (,) irei embora.

Embora tenha me mantido distante das negociações, precisarei comparecer à reunião de acionistas.

Infelizmente (,) não poderei aceitar o convite.

- em relação a algumas conjunções, a vírgula tem tratamento especial:

conjunção coordenativa aditiva “e” – a regra é a dispensa da vírgula antes da conjunção aditiva e. Somente é admitida em situações especiais: quando apresenta sujeitos diferentes e seu emprego tem por objetivo a clareza textual; quando faz parte de uma figura de linguagem chamada polissíndeto (síndeto significa elemento de ligação - reveja o significado de orações assindéticas e sindéticas, na Aula 8 – Conectivos), o uso excessivo de vírgulas e de conjunções tem a função estilística de fazer supor um fim que nunca chega – com isso, enfatiza-se cada oração introduzida pela conjunção e:

De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.

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Soneto da Fidelidade – Vinícius de Moraes (a propósito, vocês viram o filme Vinícius? Lindo!)

Também por clareza textual, é possível uma vírgula anteceder a conjunção e mesmo que as orações apresentem o mesmo sujeito. Verifica-se isso, por exemplo, quando a primeira oração do período for tão extensa, que exija a retomada do sujeito. Isso é feito a partir da pausa, indicada com a vírgula.

conjunções coordenativas adversativas – a conjunção mas faculta a vírgula antes de si e não admite outra posição que não seja a de início da oração sindética:

A vida é dura(,) mas nada me tira a vontade de viver.

As demais conjunções (porém, entretanto, contudo, etc.) devem ser antecedidas por vírgula e, se deslocadas para o meio da oração, ficam, neste caso, isoladas por duas vírgulas:

A vida é dura, nada me tira, porém, a vontade de viver.

(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula)

Caso, entre as duas orações, tenha havido uma ruptura do período (indicada pelo ponto), a vírgula pode vir após a conjunção:

A vida é dura. Entretanto, nada me tira a vontade de viver.

conjunções coordenativas conclusivas – a conjunção pois deverá sempre vir posposta a um termo da oração sindética a que pertence e isolada por vírgulas:

Ela não respeita ninguém. É, pois, uma rebelde.

As demais conjunções conclusivas (logo, portanto, por conseguinte) podem iniciar a oração ou vir no meio dela. Do mesmo modo que as adversativas, são escritas, respectivamente, com uma vírgula anteposta ou entre vírgulas.

Ela não respeita ninguém, é, portanto, uma rebelde.

(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula)

Caso entre as duas orações tenha havido uma ruptura do período (ponto), a vírgula pode vir após a conjunção.

Ela não respeita ninguém. Portanto, é uma rebelde.

conjunções coordenativas explicativas – a conjunção pois, quando explicativa, deve iniciar a oração sindética. As demais seguem a mesma regra das conjunções conclusivas e adversativas no que tange à colocação de vírgula de acordo com a posição na oração. É comum uma vírgula ser colocada antes da conjunção

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explicativa, para representar a pausa que normalmente se dá na fala. Essa é uma das características que diferenciam a conjunção coordenativa explicativa porque da subordinativa causal homônima.

Consideram-na uma rebelde, pois não respeita ninguém.

- expressões denotativas ou de realce, como “ainda”, “mesmo assim”, “por exemplo”, “isto é”, que servem para introduzir argumentos, retificações ou desenvolvimento do assunto a ser explorado, ficam isoladas por vírgulas.

Mas, sem dúvida alguma, a banca da FCC, no que se refere a questões de pontuação, A-DO-RA separar elementos inseparáveis e sugerir troca de pontuação em orações adjetivas, questionando sua alteração semântica. Vejamos este último ponto agora:

- orações subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou explicativas:

restritivas - como o nome sugere, restringem o conceito dos substantivos e, a exemplo do que ocorre com adjetivos simples, não poderão ser separadas dos substantivos a que se refiram.

“Vou pintar meu quarto com a cor azul.” (não se separa o termo regido – azul – do termo regente - cor, já que o valor do adjetivo é restritivo – não é qualquer cor, mas somente a cor azul).

Por isso, se, em vez de um adjetivo simples, houver uma oração adjetiva restritiva, ela também não poderá ser separada do substantivo por vírgula:

Vou pintar o meu quarto com a cor de que eu gosto.

Então, em orações adjetivas restritivas, a vírgula é PROIBIDA!

Os políticos que se envolveram no escândalo do valerioduto deverão perder o seu mandato.

Quem deverá perder o mandato: todos os políticos ou somente os que se envolveram no escândalo de corrupção? Segundo a oração, somente aqueles envolvidos no escândalo.

E, com base nesse último exemplo, se colocássemos a oração adjetiva entre vírgulas, o que aconteceria? Ela passaria a ser explicativa.

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explicativas – sua função é somente explicar; por isso, como qualquer elemento de função meramente explicativa, deverão ser colocadas entre vírgulas. Se após a oração houver o encerramento do período, em vez de colocar a segunda vírgula, coloca-se o ponto final.

“A vida do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que foi o responsável pela mudança da sede da capital para Brasília, está sendo contada na série JK, da Rede Globo.”

Essa oração sublinhada tem valor explicativo e, por isso, foi colocada entre vírgulas.

Então, em orações adjetivas explicativas, a vírgula é OBRIGATÓRIA!

De volta àquele exemplo do valerioduto, segundo a construção “Os políticos, que se envolveram no escândalo do valerioduto, deverão perder o seu mandato.” todos os políticos (provavelmente já enumerados anteriormente no texto) deverão perder o mandato, pois agora a oração adjetiva é explicativa.

Mais um teste para fixação desse conceito: indique a pontuação adequada nas duas estruturas abaixo:

“O presidente do Banco Central ( ) Henrique Meirelles ( ) compareceu à cerimônia.”

“O ministro do Supremo Tribunal Federal ( ) Sepúlveda Pertence ( ) compareceu à cerimônia.”

A resposta: se a vírgula é obrigatória em termos/orações de valor explicativo e proibida em termos/orações de valor restritivo, primeiro vamos definir o que é explicativo e o que é restritivo.

Quantos presidentes o BACEN possui? Somente um. Então, o termo tem valor explicativo – “O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, compareceu...”. Com vírgulas.

Quantos ministros o STF possui? Onze! Então, o termo tem valor restritivo – “O ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence compareceu à cerimônia.”. Sem vírgulas.

Agora você percebe o porquê de não terem sido colocadas vírgulas em “ex-presidente Juscelino Kubitschek”? Porque são vários os ex-Presidentes da República (agora, em maiúscula, por designar o cargo).

E qual é o caso de vírgula facultativa em orações adjetivas? Resposta: NENHUM!!!!!

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Ou a vírgula é proibida (orações adjetivas restritivas), ou a vírgula é obrigatória (orações adjetivas explicativas).

PONTO

É a pausa máxima. Juntamente com o ponto de interrogação, de exclamação e, em alguns casos, das reticências, representa a ruptura do período, seja ele composto ou simples (oração absoluta). Quando os períodos sucedem-se nas idéias que expressam, usa-se o ponto simples para separá-los. Quando a ruptura é maior, representando, inclusive, a mudança de um grupo de idéias a outro, marca-se essa transposição maior com o “ponto-parágrafo”.

O ponto também é usado em abreviaturas (V.Sa./ Dr.Fulano/etc.). Quando o ponto abreviativo coincide com o fim de um período, emprega-se somente um, que passa a acumular as duas funções:

Ele foi à feira e comprou verduras, frutas, legumes etc.

Em relação à vírgula antes do “etc.”, encontramos divergências no tratamento. Há os que buscam na etimologia motivo para dispensá-la, uma vez estar presente, em seu significado, a conjunção e (etc. = et cetera = e as demais coisas.). Há os que a justificam como mais um elemento da enumeração , o que legitima essa pontuação. Por isso, dificilmente isso seria objeto de questão de prova. Se a banca adotasse (adotar) um desses posicionamentos, receberia uma enxurrada de recursos com argumentação consistente para a anulação da questão.

PONTO-E-VÍRGULA

Dizer que é um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula não ajuda muito, não é?

Trata-se de uma pausa de duração suficiente para denotar que o período não se encontra encerrado totalmente mas que, também, não pertence à oração anterior.

Basicamente, usa-se o ponto e vírgula, a depender do contexto, para atribuir clareza ao texto.

Por exemplo, quando, na oração, já existem elementos entre vírgulas, o ponto-e-vírgula é usado para subdividir os períodos:

A vida é dura; nada me tira, porém, a vontade de viver.

Ela não respeita ninguém; é, portanto, uma rebelde.

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(*) Agora, compare com as formas apresentadas anteriormente e veja como essas ficaram bem mais claras.

Também é usado para separar itens enunciativos de textos legislativos (leis, decretos, regulamentos):

Art. 4° O interessado, pessoa física ou jurídica, somente poderá exercer atividades relacionadas com o despacho aduaneiro:

I - por intermédio do despachante aduaneiro;

II - pessoalmente, se pessoa física, ou, se jurídica, também mediante:

a ) dirigente;

b ) empregado;

DOIS PONTOS

Esse sinal marca, na escrita, a suspensão de uma frase não concluída. Emprega-se, pois, para anunciar:

- uma citação:

Às margens do Ipiranga, gritou D.Pedro I:

- Independência ou Morte!

- uma enumeração:

Após o levantamento do inventário, devemos tomar as seguintes providências: encerrar o balanço patrimonial, convocar uma reunião extraordinária, providenciar uma auditoria nas contas.

(Esses elementos também poderiam estar separados por pontos-e-vírgulas, para maior clareza.)

- um esclarecimento, uma síntese ou uma conseqüência do que foi enunciado:

A razão é clara: achava a sua conversa menos cansativa que a dos outros homens.

PARÊNTESES

Servem para intercalar qualquer informação acessória, como uma explicação, uma circunstância, uma reflexão, uma nota do autor.

Em relação aos sinais de pontuação, indica o Formulário Ortográfico:

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“Quando uma pausa coincide com o início da construção parentética [entre parênteses], o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois dos parênteses mas, estando a proposição ou a frase inteira encerrada pelos parênteses, dentro deles se põe a competente notação.”.

“Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida.” (Rui Barbosa)

O ponto-e-vírgula permaneceu após o fim da construção entre os parênteses, por pertencer à oração que se antecedia a construção parentética.

“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que se tem inventado para a divulgação do pensamento.” (Carlos Laet)

O ponto de interrogação pertence à oração entre parênteses e lá deve ser empregado.

TRAVESSÃO

Segundo o Formulário Ortográfico, “emprega-se o travessão, e não o hífen, para ligar palavras ou grupos de palavras que formam, por assim dizer, uma cadeia na frase: O trajeto Mauá–Cascadura”.

A esse conceito, Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa) acrescentou que “o travessão pode substituir os parênteses para assinalar uma expressão intercalada”.

Assim, uma expressão explicativa ou simplesmente acessória pode ser apresentada entre vírgulas, entre travessões ou entre parênteses.

Se o período se encerra juntamente com essa expressão, o segundo travessão ou a segunda vírgula pode ser substituída pelo ponto final.

Se a expressão indicada entre os travessões estiver dentro de uma outra construção indicada entre vírgulas, não constitui erro a indicação do segundo travessão e, em seguida, a vírgula que encerra o deslocamento.

Apesar de seu tamanho – que causava terror a todos os que não o conheciam –, a sua índole era de uma criança inocente.

ASPAS

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Usam-se aspas para indicar uma citação (em todas as nossas aulas, há exemplos desse emprego, inclusive aqui), para destacar uma expressão ou palavra a que se queira dar relevo na construção, ou realçar ironicamente alguma palavra ou expressão.

A isso eu chamo de “hipocrisia burra”.

Esse é o país do “jeitinho”.

Celso Cunha alerta para o emprego da pontuação no emprego de aspas:

“Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que se acha entre aspas, coloca-se o competente sinal de pontuação depois delas, se encerram apenas uma parte da proposição. Quando, porém, as aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou expressão, a respectiva notação fica abrangida por elas.”

Ou seja, o mesmo tratamento dispensado pelo Formulário Ortográfico aos parênteses.

PONTO DE INTERROGAÇÃO O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta. PONTO DE EXCLAMAÇÃO

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc.

O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:

Oh! Valha-me Deus!

O ponto de exclamação, nesses casos, somente acompanha a interjeição, não valendo como o fim da frase. Por isso, ele acumula a função de vírgula:

Ai! que saudade da Bahia.

Perceba que a vírgula foi dispensada, porque a exclamação a substituiu. Note também que o sinal de pontuação não encerrou a frase; simplesmente acompanhou a interjeição. Se quiser usar inicial maiúscula após esse ponto, tudo bem. Mais erudito, porém, é não usá-lo.

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RETICÊNCIAS

As reticências são empregadas para marcar a interrupção da frase:

a) para assinalar interrupção do pensamento ou hesitação em enunciá-lo:

- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...

(Júlio Dinis)

b) para indicar, numa narrativa, certas inflexões de natureza emocional (de alegria, de tristeza, de raiva):

Mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? Não... não vale a pena...

(Florbela Espanca)

c) como forma de realçar uma palavra ou expressão, colocando-se as reticências antes dela:

E teve um fim trágico... pobrezinho...já tão novo com tanta responsabilidade!

Como sinal melódico, indica uma pausa maior quando associado a outros sinais, como a vírgula, o ponto de interrogação ou de exclamação.

Passai, ó vagas..., mas passai de manso! (C.Alves)

Certas pessoas merecem punição severa! ... esbravejou a vítima.

Muitos gramáticos recomendam o uso de reticências (inclusive entre parênteses), no início, no meio ou no fim de uma citação, para indicar supressão no trecho transcrito, em cada uma dessas partes.

“Do mesmo modo que a frase não é uma simples seqüência de palavras, o texto não é uma simples sucessão de frases. São elos transfrásicos, (...), que fazem do texto um conjunto de informações.” (Elisa Guimarães, “A Articulação do Texto”)

Celso Cunha, no entanto, faz distinção entre as reticências, como sinal melódico de pontuação, e os três pontos que marcam a supressão de palavras, expressões ou trechos de um texto.

"Modernamente”, continua o professor, “para evitar qualquer dúvida, tende a generalizar-se o uso de quatro pontos para marcar tais supressões, ficando os três pontos como sinal exclusivo de reticências."

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Vamos aos exercícios. Bons estudos.

QUESTÕES DE PROVA DA FCC

1 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

(A) Certamente, os homens caçados pelo czar prefeririam que este, como outros caçadores, tomasse como alvo apenas alguma borboleta, ou uma andorinha, ou mesmo um macaco.

(B) Macacos, borboletas, e andorinhas, são, para muita gente, interessantes alvos de caça, mas não para o índio jivaro, nem tampouco, para o czar naturalista.

(C) Tanto Rubem Braga em sua crônica, quanto Drummond, em seu poema motivam uma ampla discussão, acerca do que se pode ou não classificar, como uma ação bárbara.

(D) Nunca ocorreu, ao Sr. Matter, que, um índio jivaro, tivesse qualquer critério para escolher aquele, de quem reduziria a cabeça.

(E) A curiosidade do explorador Matter, não deixava de ser mórbida, mas por vezes, somos levados a apreciar a crueldade, sem pensar no que, esta, significa para a vítima.

Gabarito: A

Comentário.

(B) A vírgula entre ‘macacos’ e ‘borboletas’ serve para isolar elementos de uma enumeração. A indicação do último elemento com o emprego da conjunção “e” dispensa a vírgula após “borboletas”. Além disso, a que se segue, após ‘andorinhas’, separa o sujeito composto anteposto (“Macacos, borboletas e andorinhas”) do verbo correspondente (“são”). Em seguida, não há justificativa para o emprego de uma vírgula após “tampouco”, uma vez que essa conjunção une a expressão “para o czar naturalista” à anterior “não para o índio jivaro”.

A expressão “nem tampouco” une uma conjunção aditiva (nem = “e não”) com um advérbio “tampouco” (= também não). Não se trata de um erro ou uma redundância. É, na verdade, um recurso lingüístico de reforço da negação (presente nos dois vocábulos, como vimos),

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sobretudo, na linguagem falada. Em textos oficiais, o rigor formal prefere a forma simples “tampouco”, mesmo por questão de clareza textual.

(C) Por apresentar valor explicativo, as expressões “em sua crônica” e “em seu poema” devem estar isoladas por vírgulas. Inclusive, a ausência da segunda vírgula, após “poema” provoca um erro de pontuação, por separar o sujeito composto (“Tanto Rubem Braga ... quanto Drummond”) do verbo “motivam”.

Por fim, a expressão “como uma ação bárbara” complementa o sentido do verbo “classificar” e não deve ser separada deste pelo sinal de pontuação.

(D) Entre o verbo e seus complementos, na ordem direta, não pode haver vírgula. Esse erro está presente em “Nunca ocorreu, ao Sr.Matter”. A expressão “Sr.Matter” exerce a função de objeto indireto do verbo “ocorrer”. Assim, a vírgula que os separa deve ser retirada (“Nunca ocorreu ao Sr.Matter”).

O sujeito de “ocorrer” é oracional e também não poderia ser separado, por vírgula, do predicado correspondente. O mesmo volta a ocorrer na seqüência, em que “índio jivaro”, sujeito, é separado de “tivesse”, verbo. Por fim, entre termo regente e termo regido não pode haver pausa. “De quem reduziria a cabeça” é uma oração adjetiva restritiva em relação ao antecedente “aquele”; por isso, não deve haver vírgula entre esses elementos.

Após a correção, o período seria “Nunca ocorreu ao Sr.Matter que um índio jivaro tivesse qualquer critério para escolher aquele de quem reduziria a cabeça”.

2 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

O período cuja pontuação está inteiramente correta é:

(A) Não sendo político, um ator não deveria jamais candidatar-se a qualquer cargo segundo julga a maioria dos eleitores que assim, manifestam seu preconceito.

(B) Nômades, por um lado, devassos por outros: é com tais imputações que se revelam, os preconceitos que, alimentamos em relação aos atores.

(C) De todas as afirmações feitas no texto a que mais impressionou é a de que somos todos, atores, em virtude do fingimento pelo qual acabamos por regular nosso comportamento no cotidiano.

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(D) Ao se referir ao nosso absenteísmo, está o autor aludindo à nossa inércia, à acomodação política a que nos entregamos, mesmo nos momentos que exigem uma decisiva participação.

(E) Sendo a democracia, ao mesmo tempo um regime de decisão pessoal, e de representação coletiva, suscita entre os eleitores, uma notável ambivalência na hora de se decidirem.

Gabarito: D

Comentário.

(A) O único equívoco dessa opção foi a falta da segunda vírgula no isolamento da expressão “assim”, que poderia, também, vir sem pausa. Isso porque essa expressão tem valor adverbial, mas, por ser curta e de fácil entendimento, dispensa a pausa indicada pela vírgula. Assim, deve-se acrescentar uma vírgula antes desse vocábulo (“julga a maioria dos eleitores que, assim, manifestam seu preconceito”) ou retirar a que o sucede (“julga a maioria dos eleitores que assim manifestam seu preconceito”).

(B) Há duas opções de construção da primeira passagem:

1 - colocam-se as expressões “por um lado” e “por outros” entre vírgulas, empregando-se, após “lado”, um ponto-e-vírgula (por questão de clareza textual): “Nômades, por um lado; devassos, por outros: é com tais imputações...”; ou

2 - retira-se a vírgula após “Nômades” (“Nômades por um lado, devassos por outros: é com tais imputações...”).

Em seguida, a vírgula após “revelam” separa o verbo de seu complemento, “os preconceitos”.

Finalmente, não pode haver uma vírgula separando o pronome relativo do restante da oração adjetiva (O certo seria “que se revelam os preconceitos que alimentamos em relação aos atores”).

(C) A vírgula que isola o predicativo do sujeito “atores” do restante da oração deve ser retirada para a correção do período: “somos todos atores”.

(E) A expressão adverbial “ao mesmo tempo” deve ser isolada por vírgulas. Poderia também dispensá-las, por ser um termo curto. O que não pode é colocar somente uma. Faltou a segunda após “tempo”.

O substantivo ‘regime’ possui dois complementos: “de decisão pessoal” e “de representação coletiva”. A vírgula antes da conjunção que liga os

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dois elementos está separando termo regente (“regime”) do segundo termo regido (“de representação coletiva”), devendo, pois, ser retirada.

Está correta a vírgula após “coletiva”, pois encerra toda a estrutura adverbial “Sendo a democracia (...) de representação coletiva”.

Contudo, a que se apresenta após “eleitores” separa o verbo “suscita” de seu complemento direto “uma notável ambivalência”. Para a correção do período, pode-se acrescentar uma vírgula após o verbo, isolando, assim, a expressão “entre os eleitores”, ou retirar o já mencionado sinal (código de erro: vírgula “capenga”...rs...).

3 - (Analista BACEN / Janeiro 2006) Quanto à pontuação, está inteiramente correta a frase:

(A) É possível que entre os leitores, haja os que não concordem com a tese esposada pelo autor; a de que as condições de atuação do neoliberalismo são subjetivas, uma vez que incorporam sonhos de realização impossível.

(B) O jornalista Elio Gaspari, citado pelo autor, acredita, a julgar pela expressão de sua própria lavra, que há sujeitos inteiramente excluídos do processo civilizatório, mercê do funcionamento da máquina neoliberal.

(C) A busca incessante de status empreendida pela maioria das pessoas, faz parte de uma estratégia, segundo a qual, há sempre uma miragem que deve ser perseguida; como se miragens pudessem de repente ganhar corpo.

(D) Continuação ou repetição das mesmas violências – não importa – o fato é que não temos conseguido incluir, a maioria dos cidadãos, num processo em que houvesse um mínimo de justiça, na distribuição das riquezas.

(E) Ao se referir ao seu observatório psicanalítico o autor expõe a perspectiva, segundo a qual, detectou razões de ordem subjetiva, para que a máquina liberal aja em conformidade com uma estratégia aliás muito bem planejada.

Gabarito: B

Comentário.

(A) Note como as questões se repetem. A exemplo do que ocorreu no item (E) da questão 2, que acabamos de mencionar, a expressão “entre os leitores” poderia ser isolada por vírgulas ou vir sem nenhuma pausa. O erro está em indicar a vírgula somente uma delas, após “leitores”, separando, assim, a conjunção do restante da oração subordinada

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substantiva. Na seqüência, a expressão “a de que as condições...”, em que é apresentada a tese do autor, pode ser antecedida pelo sinal de dois pontos, em vez do ponto-e-vírgula, pois indica o início dessa explicação.

(C) A expressão explicativa “empreendida pela maioria das pessoas”, deve ser isolada por vírgulas, mas houve apenas a indicação da que encerra a intercalação (caso da vírgula “capenga”). Para o período deixar de ser “manco”, devemos acrescentar uma vírgula no início dessa expressão, após “status”.

Não há justificativa para a vírgula que separa o pronome relativo “a qual” do restante da oração adjetiva.

Por fim, deve-se substituir o ponto-e-vírgula (inadequado, pois indica uma pausa excessiva para o período), por uma vírgula em “há sempre uma miragem que deve ser perseguida, como se miragens pudessem (,) de repente (,) ganhar corpo” (a expressão “de repente” poderia, ou não, estar entre vírgulas).

(D) Note que, após “não importa”, há, na fala, uma pausa maior do que a indicada por um simples travessão. Essa pausa serve para indicar o encerramento do comentário do autor (“não importa”). Por isso, a pontuação deve indicar essa ruptura. As possibilidades são:

- após o segundo travessão, deveria ser colocada uma vírgula. Assim, o travessão encerra o comentário e a vírgula indica o deslocamento de toda a passagem sublinhada (“Continuação ou repetição das mesmas violências – não importa –, o fato é que...”)

- no lugar do segundo travessão, um ponto final, de modo a indicar essa ruptura do comentário do autor e o início da argumentação que se segue (“Continuação ou repetição das mesmas violências – não importa. O fato é que...”).

- no lugar dos travessões, respectivamente podemos empregar uma vírgula e um ponto-e-vírgula ou ponto final (“Continuação ou repetição das mesmas violências, não importa; o fato é que...”).

De qualquer modo, o simples travessão não indica a pausa mais longa, adequada à passagem.

A vírgula após o verbo “incluir” o separa de seu complemento (“a maioria dos cidadãos”), o mesmo ocorrendo em relação à expressão “num processo...”.

Em seguida, a vírgula separa o termo regente “justiça” da expressão regida “na distribuição das riquezas”. Por mais longa que seja a oração, se a pontuação separar elementos inseparáveis, deve ser corrigida.

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(E) A expressão adverbial deslocada do fim para o início do período (“Ao se referir ao seu observatório psicanalítico”) deve ser isolada por vírgula (após “psicanalítico”).

A oração adjetiva que tem início em “segundo a qual” tem valor restritivo, não admitindo, assim, a vírgula (o correto seria “o autor expõe a perspectiva segundo a qual detectou razões...”).

A exemplo do que aconteceu no item (C), a virgula separou indevidamente o pronome relativo “a qual” do restante da oração adjetiva (“segundo a qual, detectou razões...”). Em seguida, separou o termo regente “razões” de seu complemento oracional “para que a máquina liberal aja...”. Ambas devem ser retiradas.

4 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005) A pontuação está inteiramente correta em:

(A) Nicolau Maquiavel analisando os problemas dos principados italianos, escreveu em plena Renascença, um tratado sobre os fundamentos das ações políticas.

(B) Em plena Renascença, Maquiavel, analisando os problemas dos principados italianos, escreveu O Príncipe, um verdadeiro tratado de política.

(C) Quando escreveu O Príncipe Maquiavel preocupou-se com os problemas, dos principados italianos, resultando uma obra, considerada basilar, para quem se interesse por política.

(D) Tendo escrito O Príncipe, em plena Renascença Maquiavel nos legou sem dúvida, um tratado sobre política cujo valor continua sendo reconhecido em nosso tempo.

(E) Poucos imaginariam que, aquele tratado sobre política datado da Renascença, teria um valor tal que se manteria vivo, por tantos séculos, e, continuaria atual em plena modernidade.

Gabarito: B

Comentário.

A essa altura da aula, você já percebeu que as questões que envolvem pontuação estão, em sua maioria, explorando erros de emprego da vírgula, separando elementos inseparáveis (sujeito do verbo, verbo do complemento, termo regente do termo regido etc.) ou mantendo apenas

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uma das vírgulas que isolam expressões ou períodos (vírgula “capenga”).

(A) A expressão adverbial “analisando os problemas dos principados italianos” deve ser apresentada entre vírgulas, em função do deslocamento – houve apenas a indicação da segunda, provocando um erro de pontuação. Além disso, o verbo “escrever” foi separado de seu complemento “um tratado sobre os fundamentos das ações políticas” em virtude da ausência da primeira vírgula que isola a expressão “em plena Renascença”, também adverbial.

(C) Novamente, deveria ser colocada uma vírgula para indicar o término da expressão adverbial deslocada (“Quando escreveu O Príncipe”). O termo regido “dos principados italianos” foi separado de seu regente “problemas” por uma inadequada vírgula. Por fim, a expressão “considerada basilar”, que complementa o sentido de “obra” e regente de “para quem se interesse por política”, não poderia ser isolada por vírgulas.

(D) Isso já está se tornando repetitivo, hem? Mais uma vez, a expressão adverbial deslocada está com a vírgula incorretamente empregada. Nesta construção, o sinal, em vez de após “Renascença”, foi colocado após “Príncipe”. Além desse erro, outro: a indevida separação do complemento “um tratado sobre política” do verbo correspondente: “legou”. Feitas as correções, o período seria: “Tendo escrito O Princípe em plena Renascença, Maquiavel nos legou, sem dúvida, um tratado sobre política cujo valor continua sendo reconhecido em nosso tempo”.

5 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006) A frase corretamente pontuada é:

(A) Para proteger, os animais especialmente os silvestres que são cobiçados, por seu valor comercial formaram-se grupos de empresários que se uniram, aos ambientalistas.

(B) Para proteger os animais especialmente os silvestres, que são cobiçados por seu valor comercial formaram-se, grupos de empresários, que se uniram aos ambientalistas.

(C) Para proteger os animais, especialmente os silvestres, que são cobiçados por seu valor comercial, formaram-se grupos de empresários que se uniram aos ambientalistas.

(D) Para proteger os animais, especialmente, os silvestres que são cobiçados por seu valor comercial, formaram-se grupos, de empresários que se uniram aos ambientalistas.

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(E) Para, proteger os animais especialmente os silvestres, que são cobiçados, por seu valor comercial formaram-se, grupos de empresários que se uniram, aos ambientalistas.

Gabarito: C

Comentário.

Todas as opções apresentam o mesmo texto, alterando, apenas, a forma de pontuar. Estão corretamente empregados os sinais de pontuação da opção (C). A partir da comparação com esse texto, verificam-se os erros das demais opções.

O complemento do verbo ‘proteger’ é ‘os animais’. Entre esses termos não pode haver uma vírgula (opção A).

As expressões “especialmente os silvestres” e “que são cobiçados por seu valor comercial”, por terem valor explicativo, devem ser isoladas por vírgulas (erro das opções B, D e E).

A ligação entre os termos “cobiçados” e “por seu valor comercial”, por sua vez, não poderia ser interrompida por uma vírgula (opções A e E), o mesmo ocorrendo em relação à expressão “grupos de empresários” (opção D).

A vírgula que separa a forma verbal “uniram” de seu complemento indireto “aos ambientalistas” (opções A e E) também deve ser retirada.

6 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006) Para julgar as assertivas abaixo, considere o fragmento, reproduzido abaixo, de um informe publicitário da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

QUALIDADE DE VIDA

Campo Grande é uma das capitais brasileiras que oferece melhor índice de qualidade de vida. Urbanizada, arborizada, sem favelas e com avenidas largas, a Capital do Mato Grosso do Sul registra alto índice de satisfação de seus moradores e empreendedores.

I - As vírgulas separam elementos de mesmo valor no trecho Urbanizada, arborizada, sem favelas ...

II - A vírgula empregada após a expressão com avenidas largas pode ser corretamente substituída por um travessão, sem alteração do sentido original.

Itens CORRETOS

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Comentário.

I - Todas essas expressões têm valor adjetivo em relação a “a Capital do Mato Grosso do Sul” e, por formarem uma enumeração formada por elementos de igual função sintática, devem ser separadas por vírgulas.

II - As expressões mencionadas no item anterior, de valor adjetivo em relação a Campo Grande, apresentam o motivo pelo qual é alto o índice de satisfação de seus moradores e empreendedores. Assim, o conjunto possui natureza adverbial explicativa, sendo possível sua indicação por vírgula (como no texto) ou por travessão (conforme proposto pelo examinador).

7 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005) Julgue a clareza e correção da proposição abaixo.

(D) Em vista do livre acesso à informação pública, uma característica das democracias modernas, é que esta costuma ocorrer.

Item INCORRETO.

Comentário.

Vimos na Aula 2 – Concordância os casos em que a expressão “é que” tem caráter de realce, podendo ser retirada do texto sem prejuízo. O exemplo dado foi “José é que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.” – José trabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do seu esforço.

Mas CUIDADO! Não é essa a construção da proposição acima. Nela, o que há é o verbo ser (“é”) acompanhado de uma conjunção (“que”).

Para confirmar essa afirmação, veja que a oração poderia ser substituída por “ISSO”: “...uma característica das democracias é ISSO”. A oração que se segue (“que esta costuma ocorrer”) exerce a função de predicativo do sujeito (classificada como oração subordinada substantiva predicativa do sujeito).

Por isso, está errado o emprego da vírgula separando o sujeito (“uma característica das democracias modernas”) do predicado correspondente (“é que esta costuma ocorrer.”)

8 - (TRT 8ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2004) É preciso corrigir os equívocos na pontuação da seguinte frase:

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(A) Ao dizer que escolhe seu campo e toma posição, o autor demonstra coragem, pois o assunto de que trata é melindroso e excita muitas paixões.

(B) O autor demonstra coragem quando escolhe seu campo e toma posição: o assunto de que trata, a par de ser melindroso, excita fortes paixões.

(C) Escolher um campo e tomar posição exige coragem, sobretudo quando o assunto de que se trata é melindroso, ou quando provoca fortes paixões.

(D) Exige muita coragem, escolher um campo e tomar posição; ainda mais quando o assunto por ser melindroso, excita as mais fortes paixões.

(E) Por se tratar de um assunto melindroso, que excita fortes paixões, o autor demonstrou muita coragem, não hesitando em escolher seu campo e tomar posição.

Gabarito: D

Comentário.

O erro mais comum de pontuação é a vírgula separando o sujeito do predicado.

Na opção (D), o verbo “exigir” foi separado de seu sujeito. Eu pergunto a você: qual é o sujeito de “exigir”, ou seja, o que “exige muita coragem”? Resposta: “escolher um campo e tomar posição”. O sujeito é oracional. Assim, a vírgula após “coragem” está separando elementos inseparáveis. Mais adiante, o sujeito “o assunto” foi separado de seu verbo “excita”, uma vez que não foi colocada uma vírgula para iniciar a intercalação da expressão “por ser melindroso”.

Por fim, um ponto-e-vírgula após “posição” não seria adequado, uma vez não haver necessidade de uma pausa tão grande nessa passagem. Em seu lugar, bastaria empregar uma vírgula.

Feita a correção, a estrutura seria: “Exige muita coragem escolher um campo e tomar posição, ainda mais quando o assunto, por ser melindroso, excita as mais fortes paixões”.

9 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004)

Os últimos anos têm sido marcados por um milenarismo invertido, segundo o qual os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro foram substituídos por decretos sobre o fim disto ou

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daquilo (o fim da ideologia, da arte, ou das classes sociais; a “crise” do leninismo, da socialdemocracia, ou do Estado do bem-estar etc.); em conjunto, é possível que tudo isso configure o que se denomina, cada vez mais freqüentemente, pós-modernismo.

Com relação ao fragmento acima transcrito é correto afirmar:

(A) têm sido marcados constitui uma forma verbal que denota continuidade da ação.

(B) se a frase grifada fosse iniciada com decretos, seria mantido o sentido original com o emprego da forma verbal “tinham substituído”.

(C) o emprego de segundo empresta à frase a idéia de que um fato se deu em simultaneidade com algum outro fato.

(D) a forma passiva analítica foram substituídos corresponde à sintética “substitui-se”.

(E) o segmento final do texto estaria ainda de acordo com a norma culta da língua portuguesa se nele fosse introduzida uma vírgula entre possível e que (é possível, que).

Gabarito: A

Comentário.

Essa questão trata de diversos assuntos já estudados em nossos encontros.

Na opção A, considerada correta, é apresentada a função do tempo composto no pretérito perfeito do indicativo. Como vimos na Aula 1 – Verbo, o pretérito perfeito composto denota continuidade do ato, com início no passado. Está correta, portanto, a afirmação da opção (A).

Vamos às opções incorretas:

(B) O que o examinador sugere, nesta opção, é a transposição da voz verbal, para a voz ativa, com “decretos” (o agente da passiva) na função de sujeito.

A forma verbal de voz ativa “tinham substituído” (verbo auxiliar TER + verbo principal no particípio), sugerida pelo examinador, equivale, na voz passiva, a “tinham sido substituídos” (verbo auxiliar TER + verbo auxiliar SER + verbo principal no particípio).

Contudo, não é essa a construção de voz passiva presente no texto.

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De maneira resumida, na passagem do texto, a oração na voz passiva é: “os prognósticos (...) foram substituídos por decretos” - (verbo auxiliar SER + verbo principal).

Transpondo-se para a voz ativa, teríamos que: “Decretos substituíram os prognósticos” (somente o verbo principal, sem formar uma locução).

Está incorreta, portanto, a sugestão.

10 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Atente para as seguintes frases:

I. Os jovens da França, que se sentem marginalizados, incendeiam automóveis nas ruas.

II. A lógica da globalização, que espolia os mais fracos, é fria e calculista.

III. Inútil tentar apagar as fogueiras, que continuarão a se alastrar.

A supressão das vírgulas alterará o sentido de

(A) I, II e III.

(B) I e II, somente.

(C) II e III, somente.

(D) I e III, somente.

(E) II, somente.

Gabarito: A

Comentário.

Agora, iremos estudar o emprego da vírgula em orações subordinadas adjetivas.

As orações adjetivas podem ser explicativas (com vírgula obrigatória) ou restritivas (com vírgula proibida). Não existe caso de vírgula opcional em orações adjetivas.

Assim, ao retirar a vírgula que antecede uma oração adjetiva explicativa, iremos transformá-la em uma oração adjetiva restritiva.

Vamos a um exemplo que, de tão banal, facilita a compreensão.

“Vicente visitou sua namorada que mora no Ceará.”

Pergunta: quantas namoradas Vicente possui?

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Resposta: Com certeza, mais de uma. Isso porque a oração “que mora em Fortaleza” tem valor adjetivo restritivo (equivalente a “namorada cearense”). Ou seja, em outras palavras, do universo de namoradas de Vicente, a que mora no Ceará recebeu sua visita.

Já em “Vicente visitou sua namorada, que mora no Ceará”, estamos afirmando que ele tem só uma namorada e que esta namorada mora no Ceará. Notou a diferença que uma simples vírgula emprega na vida sentimental do Vicente? Depois ficam falando por aí que o cara é mulherengo. Pobrezinho!!! O problema é só de pontuação!

Esse é o raciocínio que iremos levar para as questões que envolvem a pontuação em orações subordinadas adjetivas. Com vírgula: explicativa; sem vírgula: restritiva.

I - Em “Os jovens da França, que se sentem marginalizados, incendeiam automóveis nas ruas.”, afirma-se que todos os jovens da França sentem-se marginalizados e incendeiam os automóveis. Já a retirada da vírgula restringe o conceito de “jovens”. Passa-se a afirmar que somente os jovens franceses que se sentem marginalizados são capazes de praticar tal vandalismo. Os demais, não. Notou a diferença significativa entre uma construção e outra? A retirada da vírgula altera o alcance e o sentido da oração subordinada.

Vejamos as demais.

II. A retirada da vírgula em “A lógica da globalização que espolia os mais fracos é fria e calculista” faz supor que há mais de uma lógica da globalização, e que somente a que espolia os fracos é fria e calculista. Altera-se, assim, o significado do referente.

III. Com a vírgula, esse “que” é uma conjunção explicativa, equivalente a “porque”. Afirma-se que é inútil tentar apagar as fogueiras, pois elas continuarão a se alastrar.

Retirando-se a vírgula, a interpretação que se dá é outra. O “que” passa a ser um pronome relativo e a oração, agora, é classificada como subordinada adjetiva restritiva. Afirma-se é inútil a tentativa de apagamento das fogueiras que se alastrarão.

Assim, em todas as três construções, houve alteração semântica após a retirada da vírgula.

11 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005) A supressão da(s) vírgula(s) implicará alteração de sentido na frase:

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(A) Ao longo das últimas décadas, as obras de Umberto Eco vêm ganhando mais e mais respeitabilidade.

(B) Umberto Eco homenageia os cientistas, que combatem o obscurantismo fundamentalista.

(C) O grande pensador italiano, Umberto Eco, homenageia em seu texto a atitude de um grande cientista.

(D) Na atitude de Stephen Hawking, há uma grandeza que todo cientista deveria imitar.

(E) Não há como deixar de reconhecer, no texto de Humberto Eco, uma homenagem a Stephen Hawking.

Gabarito: B

Comentário.

Cuidado com o enunciado. O examinador não busca a opção em que haverá prejuízo gramatical com a retirada da vírgula, mas a em que haverá alteração semântica (“sentido na frase”).

Observamos que essa alteração ocorre com a retirada da vírgula que inicia a oração subordinada adjetiva explicativa. Do modo com é apresentada na construção, a oração “que combatem o obscurantismo fundamentalista” indica essa prática por todos os cientistas a quem Umberto Eco presta homenagem.

A partir da retirada do sinal de pontuação, haveria mais de uma “espécie” de cientista, e só aos cientistas que combatem o obscurantismo fundamentalista o pensador italiano só renderia homenagens.

12 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005) Atente para as seguintes frases:

I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de expressão se encontra ameaçada.

II. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não preservam sua independência.

III. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da sociedade como um todo.

A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido APENAS do que está em

(A) I.

(B) II.

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(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

Gabarito: D

Comentário.

Na oração I, com a vírgula, afirma-se que o autor se preocupa com todos os jornalistas, pois eles (todos eles!) têm sua liberdade de expressão ameaçada. Após a retirada do sinal, a oração deixa de ter valor explicativo e passa a ser restritiva. Assim, de todos os jornalistas existentes no planeta, a preocupação do autor é em relação àqueles cuja liberdade de expressão se encontra ameaçada. Há, portanto, alteração semântica com a retirada da vírgula.

O mesmo acontece na oração II – após a retirada da vírgula, afirma-se que, do universo de jornalistas, aqueles que costumam cuidar de seus próprios interesses não preservam sua independência.

Já na oração III, a retirada da vírgula não provoca nenhuma alteração no sentido da frase. A expressão “também” admite ser colocada diretamente na oração, sem pausas: “O direito à livre informação é dos jornalistas e também da sociedade como um todo”.

Assim, houve alteração somente nas orações dos itens I e II.

13 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004) Atente para as seguintes frases:

I. O homem aplica-se em criar instituições, que podem lhe acarretar graves dissabores.

II. Os regimes autoritários, que decorrem diretamente do desvirtuamento das instituições, são os mais nefastos.

III. Não se impute defeito às instituições, cujo propósito essencial é permitir que os homens se organizem.

A supressão da(s) vírgula(s) acarretará alteração de sentido em

(A) I e II, apenas.

(B) I e III, apenas.

(C) II, apenas.

(D) II e III, apenas.

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(E) I, II e III.

Gabarito: E

Comentário.

Assim como na questão 10, todas as opções apresentam construções de orações subordinadas adjetivas, em que o emprego da vírgula provoca alteração de sentido e do alcance dessas orações.

I – Entende-se que as instituições criadas pelo homem (todas elas) podem acarretar graves dissabores. A partir da retirada da vírgula, afirma-se que o homem se aplica a criar somente instituições que podem lhe causar dissabores.

II – Com a vírgula, entende-se que todos os regimes autoritários são nefastos e decorrem diretamente do desvirtuamento das instituições. Já sem a vírgula, são nefastos os regimes autoritários que decorrem do desvirtuamento das instituições (caráter restritivo).

III – A partir da retirada da vírgula, não se impute defeito somente às instituições que possuem o propósito de permitir que os homens se organizem.

14 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005) Considere as frases do texto:

I. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico.

... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico” que impacta o Atlântico.

II. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram.

Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia; nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram.

III. .... têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses –, que sobem e descem...

... têm um sistema de braços flutuantes (inventado pelos ingleses), que sobem e descem...

Com a alteração dos sinais de pontuação, ocorreu também alteração de sentido SOMENTE em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

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(D) I e II.

(E) II e III.

Gabarito: A

Comentário.

Vemos, no item I, uma oração adjetiva. A vírgula atribui a essa oração um caráter explicativo (primeira forma), enquanto que sua ausência dá à oração um valor restritivo (segunda forma). Assim, a mudança da pontuação provoca alteração semântica.

Já o item II é um bom exemplo do emprego do ponto-e-vírgula. Diante de uma construção que apresenta vírgulas, o ponto-e-vírgula proporciona clareza ao texto, não acarretando nenhuma alteração no sentido da construção.

III – Expressões de valor explicativo podem vir entre vírgulas, travessões ou parênteses. Temos nesse item um bom emprego desses sinais de pontuação. A observação de que “o sistema de braços flutuantes foi inventado pelos ingleses” é mencionada no texto originalmente entre travessões. A sugestão de troca dos travessões pelos parênteses é perfeitamente válida, já que esses sinais se equivalem nesse emprego.

Note como houve, tanto após o segundo travessão quanto após o parêntese que encerra o período, o emprego da vírgula que inicia uma oração adjetiva em relação aos “braços flutuantes”. Essa vírgula é obrigatória em virtude do caráter explicativo dessa oração.

15 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

A aprovação, em primeiro turno, da reforma do Judiciário avança no sentido de estimular a prestação da Justiça, tornando-a mais rápida (com a súmula vinculante), disciplinada (com o Conselho Nacional de Justiça) e com os princípios da celeridade e da transparência. Se o projeto subsistir íntegro no segundo turno, experiências inovadoras serão postas à prova caso haja o aprimoramento da função judiciária. O Conselho Nacional de Justiça precisará de segmentos setoriais para as justiças autônomas (federal, estadual, trabalhista, militar) e seus problemas.

A súmula vinculante eliminará questões repetitivas, em que o poder público (o grande congestionador) terminará impedido de repetir procedimentos ao infinito, mesmo para pretensões repelidas anos a fio. A súmula vinculante precisará, porém, de reexame obrigatório de

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tempos em tempos. Duas críticas lhe são feitas: limita a liberdade dos juízes e pode permitir a influência do Executivo em questões nas quais a vinculação satisfaça objetivos políticos dos governantes. As duas alternativas não serão perigosas se a aplicação for restrita a matérias tributárias e previdenciárias.

Não há modo de assegurar a celeridade dos processos sem a disciplina eficaz. Os prazos já existem na lei, mas valem apenas para os advogados privados, pois, caso não os respeitem, o direito perece. Os juízes, os membros do Ministério Público e os integrantes da advocacia pública são favorecidos por regras que lhes permitem intervir no processo segundo o ritmo que lhes convenha. A razoabilidade da duração dos processos não decorre do número de recursos possíveis, mas do andamento lento entre os atos dos juízes, da máquina oficial e da inexistência do controle da produtividade dos agentes públicos.

No alusivo à transparência, esta será boa para a magistratura. Há julgamentos que, por exceção, podem correr em segredo de Justiça. A regra compatível com a Constituição é a da transparência plena, sobretudo nas sessões administrativas dos tribunais para questões internas, materiais ou funcionais. (...)

Sejam quais forem as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo bom que venham contraditórias, o fato é que se está dando um passo à frente.

(Walter Ceneviva. Folha de S. Paulo, A4, 8/07/2004)

... as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo bom que venham contraditórias, o fato é...(último parágrafo)

Observe as alterações feitas em relação à pontuação original do segmento grifado acima:

I. ... do projeto aprovado − sendo bom que venham contraditórias −

II. ... do projeto aprovado (sendo bom que venham contraditórias)

III. ... do projeto aprovado : sendo bom que venham contraditórias.

Estão corretas SOMENTE as alterações feitas em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

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Gabarito: D

Comentário.

Não haveria necessidade de leitura do texto. Ele só foi apresentado para que o candidato perceba que, muitas vezes, a questão que envolve aspectos gramaticais dispensa a leitura do texto na íntegra. No máximo, deve-se ler apenas um parágrafo ou dois. Como a prova para a qual estamos nos preparando terá 40 questões de Língua Portuguesa, sairá em vantagem o candidato mais objetivo. Havendo a necessidade de “ganhar tempo”, pule as questões de interpretação e tente resolver primeiramente as que abordam conceitos gramaticais. Leia somente o que realmente for necessário. Depois, com mais tranqüilidade, volte às questões que pulou e resolva-as. Assim, otimiza-se o tempo de prova.

Conforme afirmamos na questão anterior, por ter valor explicativo, a construção “sendo bom que venham contraditórias” pode ser apresentada entre vírgulas (originalmente no texto), entre um par de travessões (sugestão I) ou entre parênteses (sugestão II).

Já a indicação de dois pontos e do ponto final não é cabível, pois haveria uma interrupção na estrutura a que teria continuidade em “o fato é ...”.

Estão corretas, portanto, somente as alterações dos itens I e II.

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Encerramos, aqui, nosso curso de revisão com exercícios. Acredito que, a partir da resolução de questões anteriores e dos comentários aqui expostos, tivemos uma ótima oportunidade de rever os principais pontos da disciplina e perceber a forma com que a banca da Fundação Carlos Chagas explora os conhecimentos.

Não vou desejar sorte, pois esta só é imprescindível na hora do chute.

Como espero que você tenha na ponta da língua (e da caneta) a resposta certa para todas as questões, não terá necessidade de sorte.

Desejo, sim, uma excelente prova!

Grande abraço.

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS.

1 - (TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006)

Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

(A) Certamente, os homens caçados pelo czar prefeririam que este, como outros caçadores, tomasse como alvo apenas alguma borboleta, ou uma andorinha, ou mesmo um macaco.

(B) Macacos, borboletas, e andorinhas, são, para muita gente, interessantes alvos de caça, mas não para o índio jivaro, nem tampouco, para o czar naturalista.

(C) Tanto Rubem Braga em sua crônica, quanto Drummond, em seu poema motivam uma ampla discussão, acerca do que se pode ou não classificar, como uma ação bárbara.

(D) Nunca ocorreu, ao Sr. Matter, que, um índio jivaro, tivesse qualquer critério para escolher aquele, de quem reduziria a cabeça.

(E) A curiosidade do explorador Matter, não deixava de ser mórbida, mas por vezes, somos levados a apreciar a crueldade, sem pensar no que, esta, significa para a vítima.

2 - (CEAL – Advogado / Junho 2005)

O período cuja pontuação está inteiramente correta é:

(A) Não sendo político, um ator não deveria jamais candidatar-se a qualquer cargo segundo julga a maioria dos eleitores que assim, manifestam seu preconceito.

(B) Nômades, por um lado, devassos por outros: é com tais imputações que se revelam, os preconceitos que, alimentamos em relação aos atores.

(C) De todas as afirmações feitas no texto a que mais impressionou é a de que somos todos, atores, em virtude do fingimento pelo qual acabamos por regular nosso comportamento no cotidiano.

(D) Ao se referir ao nosso absenteísmo, está o autor aludindo à nossa inércia, à acomodação política a que nos entregamos, mesmo nos momentos que exigem uma decisiva participação.

(E) Sendo a democracia, ao mesmo tempo um regime de decisão pessoal, e de representação coletiva, suscita entre os eleitores, uma notável ambivalência na hora de se decidirem.

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3 - (Analista BACEN / Janeiro 2006) Quanto à pontuação, está inteiramente correta a frase:

(A) É possível que entre os leitores, haja os que não concordem com a tese esposada pelo autor; a de que as condições de atuação do neoliberalismo são subjetivas, uma vez que incorporam sonhos de realização impossível.

(B) O jornalista Elio Gaspari, citado pelo autor, acredita, a julgar pela expressão de sua própria lavra, que há sujeitos inteiramente excluídos do processo civilizatório, mercê do funcionamento da máquina neoliberal.

(C) A busca incessante de status empreendida pela maioria das pessoas, faz parte de uma estratégia, segundo a qual, há sempre uma miragem que deve ser perseguida; como se miragens pudessem de repente ganhar corpo.

(D) Continuação ou repetição das mesmas violências – não importa – o fato é que não temos conseguido incluir, a maioria dos cidadãos, num processo em que houvesse um mínimo de justiça, na distribuição das riquezas.

(E) Ao se referir ao seu observatório psicanalítico o autor expõe a perspectiva, segundo a qual, detectou razões de ordem subjetiva, para que a máquina liberal aja em conformidade com uma estratégia aliás muito bem planejada.

4 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005) A pontuação está inteiramente correta em:

(A) Nicolau Maquiavel analisando os problemas dos principados italianos, escreveu em plena Renascença, um tratado sobre os fundamentos das ações políticas.

(B) Em plena Renascença, Maquiavel, analisando os problemas dos principados italianos, escreveu O Príncipe, um verdadeiro tratado de política.

(C) Quando escreveu O Príncipe Maquiavel preocupou-se com os problemas, dos principados italianos, resultando uma obra, considerada basilar, para quem se interesse por política.

(D) Tendo escrito O Príncipe, em plena Renascença Maquiavel nos legou sem dúvida, um tratado sobre política cujo valor continua sendo reconhecido em nosso tempo.

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(E) Poucos imaginariam que, aquele tratado sobre política datado da Renascença, teria um valor tal que se manteria vivo, por tantos séculos, e, continuaria atual em plena modernidade.

5 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006) A frase corretamente pontuada é:

(A) Para proteger, os animais especialmente os silvestres que são cobiçados, por seu valor comercial formaram-se grupos de empresários que se uniram, aos ambientalistas.

(B) Para proteger os animais especialmente os silvestres, que são cobiçados por seu valor comercial formaram-se, grupos de empresários, que se uniram aos ambientalistas.

(C) Para proteger os animais, especialmente os silvestres, que são cobiçados por seu valor comercial, formaram-se grupos de empresários que se uniram aos ambientalistas.

(D) Para proteger os animais, especialmente, os silvestres que são cobiçados por seu valor comercial, formaram-se grupos, de empresários que se uniram aos ambientalistas.

(E) Para, proteger os animais especialmente os silvestres, que são cobiçados, por seu valor comercial formaram-se, grupos de empresários que se uniram, aos ambientalistas.

6 - (TRT 24ª Região – Técnico Judiciário / Março 2006) Para julgar as assertivas abaixo, considere o fragmento, reproduzido abaixo, de um informe publicitário da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

QUALIDADE DE VIDA

Campo Grande é uma das capitais brasileiras que oferece melhor índice de qualidade de vida. Urbanizada, arborizada, sem favelas e com avenidas largas, a Capital do Mato Grosso do Sul registra alto índice de satisfação de seus moradores e empreendedores.

I - As vírgulas separam elementos de mesmo valor no trecho Urbanizada, arborizada, sem favelas ...

II - A vírgula empregada após a expressão com avenidas largas pode ser corretamente substituída por um travessão, sem alteração do sentido original.

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7 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005) Julgue a clareza e correção da proposição abaixo.

(D) Em vista do livre acesso à informação pública, uma característica das democracias modernas, é que esta costuma ocorrer.

8 - (TRT 8ª Região – Analista Judiciário / Dezembro 2004) É preciso corrigir os equívocos na pontuação da seguinte frase:

(A) Ao dizer que escolhe seu campo e toma posição, o autor demonstra coragem, pois o assunto de que trata é melindroso e excita muitas paixões.

(B) O autor demonstra coragem quando escolhe seu campo e toma posição: o assunto de que trata, a par de ser melindroso, excita fortes paixões.

(C) Escolher um campo e tomar posição exige coragem, sobretudo quando o assunto de que se trata é melindroso, ou quando provoca fortes paixões.

(D) Exige muita coragem, escolher um campo e tomar posição; ainda mais quando o assunto por ser melindroso, excita as mais fortes paixões.

(E) Por se tratar de um assunto melindroso, que excita fortes paixões, o autor demonstrou muita coragem, não hesitando em escolher seu campo e tomar posição.

9 - (Auditor Fiscal BA / Julho 2004)

Os últimos anos têm sido marcados por um milenarismo invertido, segundo o qual os prognósticos, catastróficos ou redencionistas, a respeito do futuro foram substituídos por decretos sobre o fim disto ou daquilo (o fim da ideologia, da arte, ou das classes sociais; a “crise” do leninismo, da socialdemocracia, ou do Estado do bem-estar etc.); em conjunto, é possível que tudo isso configure o que se denomina, cada vez mais freqüentemente, pós-modernismo.

Com relação ao fragmento acima transcrito é correto afirmar:

(A) têm sido marcados constitui uma forma verbal que denota continuidade da ação.

(B) se a frase grifada fosse iniciada com decretos, seria mantido o sentido original com o emprego da forma verbal “tinham substituído”.

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(C) o emprego de segundo empresta à frase a idéia de que um fato se deu em simultaneidade com algum outro fato.

(D) a forma passiva analítica foram substituídos corresponde à sintética “substitui-se”.

(E) o segmento final do texto estaria ainda de acordo com a norma culta da língua portuguesa se nele fosse introduzida uma vírgula entre possível e que (é possível, que).

10 - (TCE SP – Agente de Fiscalização Financeira / Dezembro 2005)

Atente para as seguintes frases:

I. Os jovens da França, que se sentem marginalizados, incendeiam automóveis nas ruas.

II. A lógica da globalização, que espolia os mais fracos, é fria e calculista.

III. Inútil tentar apagar as fogueiras, que continuarão a se alastrar.

A supressão das vírgulas alterará o sentido de

(A) I, II e III.

(B) I e II, somente.

(C) II e III, somente.

(D) I e III, somente.

(E) II, somente.

11 - (TRE MG – Analista Judiciário / Julho 2005) A supressão da(s) vírgula(s) implicará alteração de sentido na frase:

(A) Ao longo das últimas décadas, as obras de Umberto Eco vêm ganhando mais e mais respeitabilidade.

(B) Umberto Eco homenageia os cientistas, que combatem o obscurantismo fundamentalista.

(C) O grande pensador italiano, Umberto Eco, homenageia em seu texto a atitude de um grande cientista.

(D) Na atitude de Stephen Hawking, há uma grandeza que todo cientista deveria imitar.

(E) Não há como deixar de reconhecer, no texto de Humberto Eco, uma homenagem a Stephen Hawking.

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12 - (TRE MG – Técnico / Julho 2005) Atente para as seguintes frases:

I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de expressão se encontra ameaçada.

II. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não preservam sua independência.

III. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da sociedade como um todo.

A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido APENAS do que está em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

13 - (TRT 24ª Região – Analista Judiciário / Outubro 2004) Atente para as seguintes frases:

I. O homem aplica-se em criar instituições, que podem lhe acarretar graves dissabores.

II. Os regimes autoritários, que decorrem diretamente do desvirtuamento das instituições, são os mais nefastos.

III. Não se impute defeito às instituições, cujo propósito essencial é permitir que os homens se organizem.

A supressão da(s) vírgula(s) acarretará alteração de sentido em

(A) I e II, apenas.

(B) I e III, apenas.

(C) II, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.

14 - (TCE MA – Analista / Novembro 2005) Considere as frases do texto:

I. ... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico.

... “variabilidade decadal do Oceano Pacífico” que impacta o Atlântico.

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II. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram.

Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia; nas três décadas seguintes, as chuvas aumentaram.

III. .... têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses –, que sobem e descem...

... têm um sistema de braços flutuantes (inventado pelos ingleses), que sobem e descem...

Com a alteração dos sinais de pontuação, ocorreu também alteração de sentido SOMENTE em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

15 - (TRT 15ª Região – Técnico Judiciário / Setembro 2004)

A aprovação, em primeiro turno, da reforma do Judiciário avança no sentido de estimular a prestação da Justiça, tornando-a mais rápida (com a súmula vinculante), disciplinada (com o Conselho Nacional de Justiça) e com os princípios da celeridade e da transparência. Se o projeto subsistir íntegro no segundo turno, experiências inovadoras serão postas à prova caso haja o aprimoramento da função judiciária. O Conselho Nacional de Justiça precisará de segmentos setoriais para as justiças autônomas (federal, estadual, trabalhista, militar) e seus problemas.

A súmula vinculante eliminará questões repetitivas, em que o poder público (o grande congestionador) terminará impedido de repetir procedimentos ao infinito, mesmo para pretensões repelidas anos a fio. A súmula vinculante precisará, porém, de reexame obrigatório de tempos em tempos. Duas críticas lhe são feitas: limita a liberdade dos juízes e pode permitir a influência do Executivo em questões nas quais a vinculação satisfaça objetivos políticos dos governantes. As duas alternativas não serão perigosas se a aplicação for restrita a matérias tributárias e previdenciárias.

Não há modo de assegurar a celeridade dos processos sem a disciplina eficaz. Os prazos já existem na lei, mas valem apenas para os advogados privados, pois, caso não os respeitem, o direito perece. Os

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PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ ICMS-SP – QUESTÕES FCC PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI

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juízes, os membros do Ministério Público e os integrantes da advocacia pública são favorecidos por regras que lhes permitem intervir no processo segundo o ritmo que lhes convenha. A razoabilidade da duração dos processos não decorre do número de recursos possíveis, mas do andamento lento entre os atos dos juízes, da máquina oficial e da inexistência do controle da produtividade dos agentes públicos.

No alusivo à transparência, esta será boa para a magistratura. Há julgamentos que, por exceção, podem correr em segredo de Justiça. A regra compatível com a Constituição é a da transparência plena, sobretudo nas sessões administrativas dos tribunais para questões internas, materiais ou funcionais. (...)

Sejam quais forem as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo bom que venham contraditórias, o fato é que se está dando um passo à frente.

(Walter Ceneviva. Folha de S. Paulo, A4, 8/07/2004)

... as opiniões a respeito do projeto aprovado, sendo bom que venham contraditórias, o fato é...(último parágrafo)

Observe as alterações feitas em relação à pontuação original do segmento grifado acima:

I. ... do projeto aprovado − sendo bom que venham contraditórias −

II. ... do projeto aprovado (sendo bom que venham contraditórias)

III. ... do projeto aprovado : sendo bom que venham contraditórias.

Estão corretas SOMENTE as alterações feitas em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.