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PORTUGUÊS P/ AFRFB - TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS PROFESSOR: DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 6 – Parte 2 (Emprego das classes de palavras) Complementando a primeira parte da aula 6, vamos trabalhar os pronomes. O estudo do pronome é importante, porque ele fundamentalmente é um vocábulo de coesão, isto é, liga estruturas do texto. Muitas questões das provas fundamentam-se simplesmente em reconhecer o referente do pronome. Por isso, esse assunto será muito importante também para trabalharmos as questões de continuação coesa e coerente de texto, ordenação das frases e a interpretação. A primeira divisão dos pronomes é quanto a sua finalidade: eles podem substituir palavras ou acompanhá-las. No primeiro caso, chamamos os pronomes de substantivo, pois ele passa a ocupar o lugar de um substantivo. Assim, tem a finalidade de retomar uma palavra anterior, constituindo o recurso anafórico. Veja: “O documento prevê cinco estratégias de vendas. Além disso, ele abre possibilidades para que elas sejam ampliadas.” Chamamos os pronomes “ele” e “elas” de pronomes substantivos, porque ocuparam o lugar dos substantivos “documento” e “estratégias”. Esse é o recurso chamado de coesão referencial (anafórica), pois esses pronomes retomam palavras anteriores. O pronome também pode ser adjetivo, quando simplesmente acompanha o substantivo, flexionando-se de acordo com ele: Sua família está feliz hoje, pois outra conquista ocorreu.” Os pronomes “Sua” e “outra” são chamados de pronomes adjetivos, porque acompanham os substantivos “família” e “conquista” e se flexionam de acordo com eles. Esta é a primeira divisão. Os pronomes substantivos se subdividem em pessoais, indefinidos, demonstrativos. Mas também os pronomes adjetivos podem se subdividir em demonstrativos, possessivos etc. Assim, não se quer que você decore os nomes desses pronomes, mas entenda seu emprego. É isso que cai na prova. Veja: Questão 1: DNIT 2013 – Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes 1 5 “Precisamos melhorar bastante o transporte coletivo. Muito, muitíssimo”, enfatiza o professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luis Antonio Lindau. Ele não vê a realização de grandes obras viárias como uma solução para o problema. “Não tem como resolver fazendo isso. Se hoje dispuséssemos de uma fortuna para investir em obras, isso não resolveria o problema, pois ele cresce de uma forma muito maior que nossa capacidade de fazer obras”, destaca. O especialista enfatiza que a criação de corredores exclusivos para os ônibus e de uma rede de transporte coletivo de alta eficiência são caminhos para se Português p/ Auditor-Fiscal da Receita Federal (teoria e questões comentadas)

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Aula 6 – Parte 2 (Emprego das classes de palavras)

Complementando a primeira parte da aula 6, vamos trabalhar os pronomes.

O estudo do pronome é importante, porque ele fundamentalmente é um vocábulo de coesão, isto é, liga estruturas do texto. Muitas questões das provas fundamentam-se simplesmente em reconhecer o referente do pronome. Por isso, esse assunto será muito importante também para trabalharmos as questões de continuação coesa e coerente de texto, ordenação das frases e a interpretação.

A primeira divisão dos pronomes é quanto a sua finalidade: eles podem substituir palavras ou acompanhá-las.

No primeiro caso, chamamos os pronomes de substantivo, pois ele passa a ocupar o lugar de um substantivo. Assim, tem a finalidade de retomar uma palavra anterior, constituindo o recurso anafórico. Veja:

“O documento prevê cinco estratégias de vendas. Além disso, ele abre possibilidades para que elas sejam ampliadas.”

Chamamos os pronomes “ele” e “elas” de pronomes substantivos, porque ocuparam o lugar dos substantivos “documento” e “estratégias”. Esse é o recurso chamado de coesão referencial (anafórica), pois esses pronomes retomam palavras anteriores.

O pronome também pode ser adjetivo, quando simplesmente acompanha o substantivo, flexionando-se de acordo com ele:

“Sua família está feliz hoje, pois outra conquista ocorreu.”

Os pronomes “Sua” e “outra” são chamados de pronomes adjetivos, porque acompanham os substantivos “família” e “conquista” e se flexionam de acordo com eles.

Esta é a primeira divisão. Os pronomes substantivos se subdividem em pessoais, indefinidos, demonstrativos. Mas também os pronomes adjetivos podem se subdividir em demonstrativos, possessivos etc.

Assim, não se quer que você decore os nomes desses pronomes, mas entenda seu emprego. É isso que cai na prova. Veja:

Questão 1: DNIT 2013 – Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes 1

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“Precisamos melhorar bastante o transporte coletivo. Muito, muitíssimo”, enfatiza o professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luis Antonio Lindau. Ele não vê a realização de grandes obras viárias como uma solução para o problema. “Não tem como resolver fazendo isso. Se hoje dispuséssemos de uma fortuna para investir em obras, isso não resolveria o problema, pois ele cresce de uma forma muito maior que nossa capacidade de fazer obras”, destaca. O especialista enfatiza que a criação de corredores exclusivos para os ônibus e de uma rede de transporte coletivo de alta eficiência são caminhos para se

Português p/ Auditor-Fiscal da Receita Federal (teoria e questões comentadas)

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10 resolver o problema. “Precisamos de uma solução de maior intensidade. Vamos nos concentrar no transporte coletivo”, diz ele.

(Adaptado de Juliano Tatsch – Jornal do Comércio, Soluçãopara problemas no trânsito está no transporte coletivo. http://portoimagem.

wordpress.com/2011/03/24, acesso em 5/12/20012)Assinale a expressão que, nas relações de coesão, não é usada para se referir ao autor das palavras transcritas no fragmento abaixo. a) “professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul”(ℓ. 2 e 3) b) “Ele”(ℓ. 3) c) “ele”(ℓ.6) d) “O especialista”(ℓ.7) e) “ele”(ℓ.11) Comentário: As expressões “professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul”, “Ele”, “O especialista” se refer-em ao autor dos trechos entre aspas no texto.

Já o pronome “ele”, da linha 6, se refere ao substantivo “problema”, e não ao autor do trecho. Assim, a alternativa a ser marcada é a (C).

Note que o pronome “ele” se refere ao último trecho entre aspas, do mesmo autor. Gabarito: C

Questão 2: MPOG 2008 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do Texto: O objetivo da Embratur é atrair mais turistas estrangeiros. Em média, segundo a empresa, eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome “eles” (ℓ. 2) constitui uma anáfora, pois se refere ao antecedente “turistas estrangeiros” (ℓ. 1 e 2). Comentário: Este é o caso do pronome substantivo, em que substitui o substantivo ou expressão anterior, para evitar a repetição desnecessária. Isso é também chamado de coesão referencial. Assim, realmente o pronome “eles” retoma “turistas estrangeiros”. Gabarito: C

Os pronomes pessoais têm valor substantivo e são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: quem fala (locutor), com quem se fala (interlocutor) e de quem se fala (referente).

Pronomes pessoais do caso reto: são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração, vocativo e predicativo. São os pronomes eu, tu, ele (ela), nós, vós, eles (elas).

Eu sou professor. O professor sou eu.Tu és professor. O professor és tu. Tu, não deixes de estudar!Ele é professor. O professor é ele.Nós somos professores. Os professores somos nós.Vós sois professores. Os professores sois vós. Vós, aceitai a reprimenda!Eles são professores. Os professores são eles.sujeito predicativo vocativo

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Pronomes pessoais do caso oblíquo: são os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal.

Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição.

a) Pronomes pessoais oblíquos átonos: são os seguintes: “me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”. Eles podem exercer diversos valores morfossintáticos nas orações:

Objeto direto: “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”. Ana Ana Ana Ana Ana Ana Ana

informou-me informou-te informou-se informou-o (a) informou-nos informou-vos informou-os (as)

do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido.

sujeito VTDI + OD + OI Se o verbo termina com as nasalizações “m”, ou “õe”; os pronomes o, a,

os, as transformam-se em no, na, nos, nas. Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.

Se o verbo termina em “r”, “s” ou “z”; excluem-se essas terminações, e os pronomes o, a, os, as mudam para lo, la, los, las.

Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.

As apostilas, perde-las toda semana. (sujeito oculto “tu”)

As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.

Independentemente da predicação verbal, se o verbo termina em “-mos”, seguido de “nos” ou de “vos”, retira-se a terminação “-s”.

Encontramo-nos ontem à noite. Solicitamo-vos a acolhida nesta noite.

Objeto Indireto: “me, te, se, lhe, nos, vos, lhes”. (valor sintático) AnaAnaAnaAnaAnaAnaAna

informou-me informou-te informou-lhe informou-nos informou-vos informou-lhesrevoga-se

o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o direito de ficar calada.

sujeito VTDI + OI + OD + oração subordinada substantiva completiva nominal

deverão trazer + as deverão trazê-las

perdes + as perde-las

seduz + as sedu-las

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Se o verbo for transitivo indireto terminado em “s”, seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação “-s”.

Obedecemos-lhe cegamente. Complemento nominal: “me, te, lhe, nos, vos, lhes”.

(você) Tenha-me respeito. Tenha respeito a mim. (eu) Tenho-te respeito. Tenho respeito a ti. (eu) Tenho-lhe respeito. Tenho respeito a ele. (você) Tenha-nos respeito. Tenha respeito a nós. (eu) Tenho-vos respeito. Tenho respeito a vós. (eu) Tenho-lhes respeito. Tenho respeito a eles. sujeito VTD + CN + OD VTD + OD + CN

Valor de posse (algo de alguém): “me, te, lhe, nos, vos, lhes”. Algumas gramáticas determinam a esses pronomes a função de adjunto

adnominal, outras, objeto indireto. Para nossa prova, basta entender o valor de posse. Doem-me as pernas. (As minhas pernas doem.) Doem-te as pernas. (As tuas pernas doem.) Doem-lhe as pernas. [As suas pernas doem. As pernas dele(dela) doem.] Doem-nos as pernas. (As nossas pernas doem.) Doem-vos as pernas. (As vossas pernas doem.) Doem-lhes as pernas. [As suas pernas doem. As pernas deles(delas) doem.]

Sujeito acusativo: Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”, quando estiverem em um período composto formado pelos verbos “fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir”, e um verbo no infinitivo ou no gerúndio. Esses são os verbos causativos e sensitivos estudados há pouco. Ex. Deixei-a entrar atrasada.

Mandaram-me conversar com o diretor. Parte Integrante do Verbo: Os pronomes me, te, se, nos, vos são parte

integrante do verbo pronominal. Verbo pronominal é aquele que não se conjuga sem o pronome em determinado contexto. São exemplos de verbo pronominal “suicidar-se, queixar-se, arrepender-se, esquecer-se, recordar-se, lembrar-se, tornar-se...” Ex. Queixei-me de Pedro por ter atrapalhado o nosso trabalho.

Arrependam-se, pecadores!

Observação: Dificilmente a banca ESAF pergunta o nome deste pronome, mas pode tentar induzi-lo a confundir com o pronome apassivador, com o índice de indeterminação do sujeito (vistos na aula de concordância) e com os pronomes reflexivos e recíprocos, os quais serão vistos adiante.

Partícula Expletiva ou de Realce: Os pronomes que são partícu-las expletivas, ou partícula de realce são me, te, se, nos, vos.

Ocorre a partícula de realce com verbo intransitivo, com sujeito claro. Esse pronome pode ser retirado da frase, sem prejuízo de significado. Ex. João foi-se embora.

Maria morria-se de ciúmes da cunhada.

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Questão 3: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: O antigo laço de amizade que me liga a Oscar Niemeyerlevou-me a transmitir-lhe minhas preocupações sobre os erros que eu acreditava terem sido cometidos em Brasília em consequência do planejamento puramente estético e quase ditatorial.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Atende à norma gramatical da língua padrão e preserva o sentido do texto original a seguinte substituição: “transmitir-lhe minhas preocupações sobre os erros” (linha 2) por “comunicar-lhe dos erros”. Comentário: Na construção original, o verbo “transmitir” é transitivo direto e indireto, o pronome “lhe” é objeto indireto e “preocupações” é o núcleo do objeto direto.

Com a substituição, o verbo “comunicar” é também transitivo direto e indireto, mas há dois objetos indiretos: “lhe” e “dos erros”. Assim, há um erro sintático.

Além disso, a substituição não preservou o sentido original, pois “minhas preocupações sobre os erros” não tem o mesmo sentido da expressão “dos erros”. Gabarito: E

Questão 4: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Berlusconi gosta de repetir que suas editoras publicam boa parte dos intelectuais de esquerda que o criticam.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “que o criticam”(ℓ.2), pode-se considerar que “o” funciona como uma preposição. Comentário: O vocábulo “o” é um pronome pessoal oblíquo átono (e não uma preposição, como afirmou a questão). Esse pronome retoma o substantivo “Berlusconi”. Gabarito: E

Questão 5: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Com isso, pode-se regionalizar a crítica, de forma que ela opere em espaços de pouca exposição (cadernos de cultura, livros de pequena tiragem, revistas especializadas). Basta deixá-la fora dos espaços midiáticos de grande exposição, os quais continuarão repetindo sempre o mesmo raciocínio monolítico e estabelecendo as pautas de discussão.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Há uma cadeia anafórica a partir da palavra “crítica”(ℓ.1) formada pelas seguintes substituições: o pronome pessoal “ela”(ℓ.2) e o pronome enclítico em “deixá-la”(ℓ.3). Comentário: A cadeia anafórica é a sequência de palavras que retomam uma anterior. É o recurso também chamado de coesão referencial. Realmente os pronomes “ela” e “-la” retomam “crítica”. Veja:

Com isso, pode-se regionalizar a crítica, de forma que ela opere em espaços de pouca exposição (cadernos de cultura, livros de pequena tiragem, revistas especializadas). Basta deixá-la fora dos espaços midiáticos de grande exposição, os quais continuarão repetindo sempre o mesmo raciocínio

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monolítico e estabelecendo as pautas de discussão. Um detalhe: pronome enclítico é aquele que se posiciona após o verbo.

Gabarito: C

Questão 6: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Neste sentido, o caso paradigmático foi Silvio Berlusconi: o primeiro-ministro italiano que hoje controla praticamente todo o sistema de comunicações da Itália. Graças a ele, lembramos que a mídia, mesmo em sociedades democráticas, pode funcionar como bloqueio à discussão política por meio de artifícios cada vez mais sutis.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “Graças a ele”(ℓ.3) o pronome “ele” é elemento coesivo que se refere a “Sílvio Berlusconi”(ℓ.1,2). Comentário: Foi fácil perceber que o pronome “ele” retomou “Silvio Berlusconi, não é? Gabarito: C

Questão 7: SUSEP 2010 Analista Técnico Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido no texto.

O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado desde o(1) início da década como a grande solução energética para o mundo, para substituir uma fonte não renovável (o petróleo) e reduzir a emissão(2) de poluentes, o etanol ainda não conquistou os fabricantes de veículos e os consumidores do mundo inteiro. Falta uma padronização internacional para transformar-lhe(3) em uma commodity facilmente comercializável nos diferentes mercados e ainda persistem barreiras protecionistas em muitos países. Nos EUA, por exemplo, há uma tarifa de importação de US$ 0,54 por galão. Para entrar na União Europeia, o etanol brasileiro paga 19 centavos de euro por litro.

É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na União Europeia, o potencial é menor, pois lá(4) o programa energético prevê a utilização de 10% de combustíveis renováveis no consumo total em 2020. Cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar — Unica indicam que isso resultaria na demanda de 14 bilhões de litros de etanol por ano (outra parte seria atendida(5) por biodiesel).

(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações)a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a preposição “desde” não admite ser seguida de outra preposição, mas admite ser seguida do artigo.

A alternativa (B) está correta, pois o verbo “reduzir” é transitivo direto e o núcleo do objeto direto (“emissão”) não é preposicionado, havendo apenas o artigo “a”.

A alternativa (C) é a errada, pois o verbo “transformar” é transitivo

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direto e indireto. Se o objeto indireto é “em uma commodity (...) comercializável”, o objeto direto é o termo pronominal “o”, e não “lhe”. Como o verbo termina em “r”, deve perder essa consoante e receber “l”: transformá-lo.

A alternativa (D) está correta, porque a conjunção “pois” inicia oração coordenada sindética explicativa e o advérbio de lugar “lá” retoma a expressão “Na União Européia”.

A alternativa (E) está correta, pois a locução verbal da voz passiva “seria atendida” concorda com o sujeito paciente “outra parte”. Gabarito: C

Questão 8: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: Ou seja, mesmo com um índice de desemprego ainda relativamente alto, de 8,9% no ano passado, o país vive o paradoxo de criar vagas e não encontrar profissionais que as preencham. A explicação, dizem as empresas, está, sobretudo, na escolaridade precária dos trabalhadores.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “as”(ℓ.3) funciona como pronome e retoma o antecedente “vagas”(ℓ.3). Comentário: O pronome pessoal oblíquo átono “as” realmente retoma o substantivo “vagas”. Isso é fácil perceber porque, além do sentido, é o único termo antecedente que se encontra no plural e feminino. Gabarito: C

Questão 9: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: É próprio das grandes crises despertar o potencial criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se possível, contorná-las.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Os pronomes “-lhes” e “-las” (ℓ. 2 e 3) se referem a antecedentes diferentes: “governos” e “crises” (ℓ. 2 e 1), respectivamente. Comentário: Na realidade, os dois pronomes retomam apenas a expressão “grandes crises”. Note que o pronome “lhes”, além de retomar “grandes crises”, tem o sentido de posse: reduzir-lhes os efeitos→ reduzir os efeitos das grandes crises. Gabarito: E

Questão 10: MPOG 2006 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Ter idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as idéias do outro e não sua pessoa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “tranformá-los”(ℓ.2), a forma pronominal “-los” retoma a idéia explicitada em “outros indivíduos”. Comentário: Mais uma questão de coesão referencial. Como há várias palavras no plural e masculino. Há que se ter cuidado para observar o referente. A expressão “em inimigos ferrenhos” nos contextualiza a retomada de pessoas: “outros indivíduos”.

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Gabarito: C

Questão 11: SUSEP 2006 Agente Exec-utivo 1

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O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.

(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Todas as ocorrências do pronome “ele”(ℓ.5,8,9,10 e 12) estabelecem, no texto, uma cadeia coesiva que retoma a referência a “O homem mais humilde”(ℓ.1); por isso, a retirada de todas elas do texto o deixariam subentendido, sem prejuízo da coerência e da correção gramatical. Comentário: A primeira parte da afirmação está correta, pois todos os pronomes elencados na questão se referem à expressão “O homem mais humilde”. Veja:

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O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono.

Porém, numa cadeia coesiva tão longa é muito difícil que se possam retirar todos os pronomes elencados, justamente porque são eles que fazem a ligação da informação das orações ao referente “O homem mais humilde”. Assim, sem alguns eles, o referente pode se perder. Faça a leitura do texto sem os pronomes, para perceber que os das linhas 8, 9, 10 podem ser retirados. Veja que “eles” é o sujeito determinado simples dos verbos “pague”,

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“bebe” e “pode ser obrigado”. Com a retirada, o sujeito passa a ser determinado elíptico, pois facilmente podemos subentender o referente: “O homem mais humilde”. Já o pronome da linha 5 não pode ser retirado porque o pronome “mesmo” reforça o valor reflexivo e exige a presença de tal pronome. A mesma exigência ocorre na linha 12, pois a preposição “por” exige a presença do agente da passiva “ele”. 1

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O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele Pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono.

Gabarito: E

Entendemos no geral o que é um pronome pessoal. Agora, veremos especificamente a colocação pronominal.

Colocação dos pronomes oblíquos átonos

A colocação significa a posição do pronome oblíquo átono antes do verbo (próclise), depois do verbo (ênclise) ou no meio do verbo (mesóclise).

Ênclise: o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua culta, é observada no início das frases ou quando não houver palavra que atraia esse pronome:

Apresento-lhe meus cumprimentos. Contaram-te tudo? Joana cansou-se de tanto andar.

Observação: deve-se ter em mente que não se inicia oração com pronome oblíquo átono: estão erradas as construções “Me disseram assim.”, o ideal é “Disseram-me assim.”

Próclise: o pronome surge antes do verbo, porque há uma palavra que o atrai, chamada palavra atrativa.

Não nos mostraram nada. Nada me disseram.

a) São palavras atrativas: advérbios¹, pronomes relativos², interrogativos³, conjunções subordinativas4 e, normalmente, as negações5:

Sempre¹ se encontram. É a pessoa que² nos orientou. Quem³ te disse isso? Nada foi feito, embora4 se conhecessem as consequências da omissão. Não5 me falaram nada a respeito disso.

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b) Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos etc), a atração perde força e o pronome deve posicionar-se após o verbo:

Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade. Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade.

c) O pronome átono, não inicial, pode vir antes da palavra negativa:

“...descia eu para Nápoles a busca de sol que o não havia nas terras do norte.”

d) A colocação pronominal enclítica ocorre por força gramatical, porém os autores modernos têm optado pela próclise, mesmo não havendo palavra atrativa, haja vista o processo eufônico (soar melhor). Veja:

O marceneiro feriu-se com a lâmina. O marceneiro se feriu com a lâmina.

Esse recurso ganhou gosto nos tempos modernos tendo em vista fugir de um suposto artificialismo da linguagem.

Assim, chegamos à conclusão de que, com palavra atrativa, ocorrerá próclise obrigatoriamente. Além disso, mesmo sem palavra atrativa, pode ocorrer próclise, por eufonia.

Observação: a tradição fixou a próclise ainda nos seguintes casos:

1) com o gerúndio precedido da preposição em:

Em lhe chegando o turno, volte ao trabalho com eficiência.

2) nas orações exclamativas e optativas, com o verbo no subjuntivo e sujeito anteposto ao verbo:

Bons ventos o levem! Deus te ajude!

Note a diferença com: “Benza-o Deus!”. Nesta frase, o sujeito ficou posposto ao verbo, porque o pronome teve de ser deslocado para não iniciar a frase.

3) Com a preposição “para” seguida de infinitivo, a colocação pronominal é facultativa (próclise ou ênclise), inclusive com palavra negativa:

Para se equilibrar, ele segurou um graveto. Para equilibrar-se, ele segurou um graveto. Para não se esquecer, escreveu o recado na mão. Para não esquecer-se, escreveu o recado na mão.

Mesóclise: o pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo. Mas, se houver palavra atrativa, mesmo com os verbos nestes tempos, a colocação é a próclise:

Mostrar-lhe-ei meus escritos. Falar-vos-iam a verdade? Nunca lhe mostrarei meus escritos. Jamais vos falarei a verdade.

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Agora, veja essas regras com uma locução verbal:

O pronome oblíquo átono pode posicionar-se em qualquer das três formas a seguir:

infinitivo gerúndio particípio 1 Vou-lhe falar. Estou-lhe falando. Tenho-lhe falado. 2 Vou lhe falar. Estou lhe falando. Tenho lhe falado. 3 Vou falar-lhe. Estou falando-lhe. —

Quando há hífen, sabe-se que ocorre ênclise. Assim, na estrutura 1, há ênclise ao verbo auxiliar; na 2 há próclise ao verbo principal e na 3 há ênclise ao verbo principal. Note que não pode haver ênclise com verbo no particípio.

“Dica para memorizar: o particípio não participa da colocação pronominal.”

Observe também que não se muda o sentido com a mudança de posição do pronome oblíquo átono.

Outra importante observação: via de regra, com palavra atrativa, o pronome oblíquo átono ficará proclítico ao auxiliar¹ ou ao principal², e enclítico ao principal³:

infinitivo gerúndio particípio

1 Não lhe vou falar. Não lhe estou falando. Não lhe tenho falado. 2 Não vou lhe falar. Não estou lhe falando. Não tenho lhe falado. 3 Não vou falar-lhe. Não estou falando-lhe. —

Portanto, há de se concluir que as normas de colocação pronominal não devem ser vistas como preceitos intocáveis, ficando, em muitos casos, subordinados às exigências da ênfase, da harmonia e espontaneidade da expressão.

Questão 12: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central (BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a correção gramatical e a idéia de voz passiva ao se substituir a expressão verbal “será promovida” (ℓ.1 e 2) por promover-se-á. Comentário: A locução verbal da voz passiva analítica “será promovida” pode ser transformada no verbo “promoverá” com o pronome apassivador “se”.

Como o verbo está flexionado no futuro do presente do indicativo, deve haver a colocação mesoclítica: promover-se-á

Gabarito: C

Questão 13: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e

verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principalverbo auxiliar verbo principal

verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principalverbo auxiliar verbo principal

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diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por influência da sílaba final do verbo, foi acrescentado n ao pronome em “obrigam-no” (ℓ.4); por isso, ao se mudar sua colocação para antes do verbo, volta à sua forma original, para que o texto se mantenha correto: o obrigam. Comentário: Como o verbo “obrigam” termina em “m”, o pronome pessoal oblíquo átono “o”, que está enclítico, recebe a consoante “n”. Perceba que, por motivo de eufonia (soa agradável), a questão impôs a colocação pronominal proclítica (pronome antes do verbo), mesmo não havendo palavra atrativa. Com isso, o motivo da inserção do “n” se desfez e o pronome voltou à sua forma normal: “o”. Gabarito: C

Questão 14: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Atualmente, com a predominância do modelo do Estado Social, a despeito dos fortes movimentos no sentido do ressur-gimento do liberalismo, não se pode abrir mão do uso dos tributos como eficazes instrumentos de política e de atuação estatal, nas mais diversas áreas, sobretudo na social e na econômica.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir “se pode” (ℓ.3) por pode-se. Comentário: Veja que há uma locução verbal (“pode abrir”) com palavra atrativa “não”. Assim, não é permitida a ênclise com o verbo auxiliar. Gabarito: E

Questão 15: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Frag-mento do texto: O bem comum é a finalidade e os direitos sociais, os meios para promovê-lo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte substituição no texto: “promovê-lo” por o promover. Comentário: Como há preposição “para” seguida de verbo no infinitivo (“promover”), tanto a ênclise (pronome átono após o verbo) quanto a próclise (pronome átono antes do verbo) estão corretas.

Já que a questão afirmou que essa substituição provocaria erro gramatical e incoerência textual, está errada. Gabarito: E

Questão 16: Analista de Comércio Exterior - MDIC 2002 Há(A) tempos está em tramitação no Congresso proposta para reforma do sistema financeiro que concede independência plena ao Banco Central. São fortes as pressões para que a matéria seja aprovada ainda s ob(B) o atual governo. A iniciativa contempla contradição insanável(C). Não existe fórmula política capaz de aumentar a independência do BC. Nenhuma agência governamental s uperaria-o(D) em matéria de liberdade. Atua independentemente(E) de qualquer controle externo.

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(Baseado em Josemar Dantas)a) A b) B c) C d) D e) E Comentário: A alternativa (A) está correta, porque o verbo “Há” está sendo empregado com sentido de tempo decorrido.

A alternativa (B) está correta, pois a preposição “sob” marca um posicionamento inferior.

A alternativa (C) está correta, pois o adjetivo “insanável” concorda com o substantivo “contradição”, além de seu sentido ser coerente com o contexto.

A alternativa (D) é a errada, pois o verbo no futuro do pretérito do indicativo não admite ênclise. A forma correta é a mesóclise: superá-lo-ia.

A alternativa (E) está correta, pois o advérbio “independentemente” está coerente com o contexto. Gabarito: D

Questão 17: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Marque o segmento do texto transcrito com erro

a) Por meio de maciços investimentos privados na região Centro-Oeste em anos recentes, o Brasil recuperou sua posição como um dos maiores produtores mundiais de algodão.

b) A safra de algodão em 2001 é a segunda maior do País nos últimos 25 anos.c) Dentro de dois ou três anos, o Brasil estará apto a exportar quantidades

substanciais, sendo relevante coibir práticas que distorcem os preços no mercado mundial.

d) Como no caso dos grãos, o algodão norte-americano também recebe subsídios consideráveis quando os preços mundiais estão em patamares baixos, onde incentiva-se o crescimento da produção.

e) Os pacotes de ajuda emergencial também têm destinado recursos adicionais aos produtores de algodão: US$ 85 milhões em 2001.

(Adaptado de Barreiras aos produtos e serviçosbrasileiros no mercado norte-americano. Embaixada

do Brasil em Washington, outubro de 2001)Comentário: A alternativa errada é a (D), pois o pronome relativo “onde” é palavra atrativa e força o pronome oblíquo átono “se” a se posicionar antes do verbo (“onde se incentiva”).

Além disso, há um problema sintático. Veja que o pronome relativo “onde” não retoma lugar, por isso seu uso está equivocado. Veja que a oração “onde se incentiva o crescimento da produção” está explicando patamares baixos; mas, na realidade, ela é o objetivo, a finalidade, de o algodão norteamericano receber subsídios consideráveis, por isso cabe uma oração subordinada adverbial de finalidade e não a adjetiva explicativa. Ela pode se posicionar logo após o referente:

Como no caso dos grãos, o algodão norte-americano também recebe subsídios consideráveis, para que se incentive o crescimento da produção, quando os

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preços mundiais estão em patamares baixos.

Ou no final do período:

Como no caso dos grãos, o algodão norte-americano também recebe subsídios consideráveis quando os preços mundiais estão em patamares baixos, para que se incentive o crescimento da produção.

A alternativa (A) está correta. Veja a vírgula separando a estrutura adverbial antecipada “Por meio de maciços investimentos privados na região Centro-Oeste em anos recentes”.

A alternativa (B) está correta. A estrutura sujeito-verbo-complemento em sua ordem normal possibilitou a clareza no trecho.

A alternativa (C) está correta. Note que o verbo “distorcem”, no presente do indicativo, transmite certeza, isto é, a frase informa que realmente há distorção dos preços no mercado mundial por tais práticas. Por isso, não foi usado o presente do subjuntivo (distorçam), o qual transmitiria dúvida, possibilidade.

A alternativa (E) está correta. Note os dois-pontos iniciando o aposto explicativo. Gabarito: D

Questão 18: Oficial de Chancelaria MRE 2002 No Brasil, os intelectuais formaram-se e desenvolveram-se à sombra(A) do Estado. São uma elite que reafirma-se(B) como classe média. Estiveram em evidência como pensadores do social nos anos 30, como ideólogos(C) do desenvolvimento na década de 60, como atores(D) políticos sob(E) a ditadura.

(Baseado em Ana Maria Fernandes)a) A b) B c) C d) D e) E Comentário: O erro se encontra na alternativa (B), pois o pronome relativo “que” é palavra atrativa. Assim, o pronome “se” deveria se posicionar antes do verbo: “que se reafirma”.

A alternativa (A) está correta, pois o adjunto adverbial de modo “à sombra” recebe crase, pois a própria estrutura adverbial possui a preposição “a” e o substantivo “sombra” é antecedido do artigo “a”.

As alternativas (C) e (D) estão corretas, pois o sentido das palavras “ideólogos” e “atores” cabe no contexto e a grafia está correta.

A alternativa (E) está correta, pois a preposição “sob” significa “abaixo”. Assim, entendemos que os atores políticos estavam abaixo da ditadura, sofreram a ditadura. Gabarito: B

Você viu como é importante a colocação pronominal? Assunto tão importante quanto esse são os valores do pronome “se”: índice de

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indeterminação do sujeito e pronome apassivador. Além disso, veremos outros valores desse pronome os quais caem muito em prova.

Valor do pronome oblíquo átono “se”

Índice de indeterminação do sujeito (voz ativa):

Vimos na aula 3 que o pronome “se” pode ser índice de indeterminação do sujeito (IIS), o qual se junta a verbo transitivo indireto, intransitivo e de ligação, na intenção de indeterminar o agente (sujeito). Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na voz ativa e o verbo obrigatoriamente fica na 3ª pessoa do singular.

Trata-se de assuntos sigilosos. (verbo transitivo indireto + IIS + objeto indireto)

Morre-se de fome em várias partes do mundo. (verbo intransitivo + IIS + adjunto adverbial de causa + adjunto adverbial de lugar)

É-se feliz aqui. (verbo de ligação + IIS + predicativo + adjunto adverbial de lugar)

Pronome apassivador (voz passiva sintética): Também vimos naquela mesma aula que o pronome “se” pode ser

pronome apassivador (PAp), o qual se junta a verbo transitivo direto ou a verbo transitivo direto e indireto, na intenção de indeterminar o agente (agente da passiva). Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na voz passiva sintética e o verbo concorda com o sujeito paciente:

Consertam-se carrocerias. Carrocerias são consertadas. VTD + PAp + sujeito paciente sujeito paciente locução verbal

voz passiva sintética voz passiva analítica

Pronome reflexivo (voz reflexiva):

Esse é um valor ainda não visto em nossas aulas. Diz-se que um pronome é reflexivo quando este “reflete” a ação ao mesmo elemento. Isto é, o sujeito age e o objeto direto sofre a ação, porém a mesma pessoa (ou coisa) será também o objeto direto. Veja:

Ana olhou-se no espelho. (Ana olhou alguém e esse alguém é ela mesma)

Porém, podemos ter dúvida se esse pronome é reflexivo ou apassivador. Por isso, vamos a suas diferenças:

Feriu-se o atleta durante a partida.

Há ambiguidade gerada a partir do se, pois não se sabe se o atleta agiu ou sofreu a ação. Por isso há necessidade de um contexto, e é isso que tem caído em prova.

Supondo-se que o atleta agiu contra ele mesmo (caiu sozinho, por exemplo), o pronome se será entendido como pronome reflexivo:

Feriu-se o atleta durante a partida. VTD + P Refl (OD)

sujeito agente

adjunto adverbial de tempo

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A ambiguidade é desfeita, substituindo o pronome átono “se” pela expressão tônica “a si mesmo”, da seguinte maneira:

O atleta feriu a si mesmo durante a partida. sujeito agente VTD + P Refl (OD prep) adjunto adverbial de tempo

Supondo-se que o atleta sofreu a ação de alguém (agente da passiva) que não foi identificado, o pronome se será entendido como pronome apassivador:

Feriu-se o atleta durante a partida. (* O agente da passiva está indeterminado) VTD + P Ap sujeito

paciente adjunto adverbial de tempo

A ambiguidade é desfeita da seguinte maneira:

O atleta foi ferido durante a partida. (* O agente da passiva continua indeterminado) sujeito

paciente locução verbal adjunto adverbial de tempo

Pronome reflexivo recíproco (voz reflexiva recíproca):

Esse pronome transmite uma reação dos objetos direto ou indireto à ação do sujeito, por isso é chamado de pronome reflexivo recíproco (P Rec) e compõe a voz recíproca, que é apenas uma variação da reflexiva, com o detalhe de que se necessita de no mínimo dois indivíduos para se efetivar a reciprocidade, motivo este que faz com que apenas os pronomes oblíquos átonos plurais possuam este valor. Uma forma prática de visualizar o pronome reflexivo recíproco é subentender os advérbios de modo “reciprocamente”, “mutuamente”:

Os deputados cumprimentaram-se após a sessão plenária. sujeito VTD + P Rec (OD) adjunto adverbial de tempo

voz reflexiva recíproca

Com base no que foi visto anteriormente sobre o pronome apassivador, reflexivo recíproco e o puramente reflexivo, entendamos a diferença entre eles, dependendo do contexto. Usamos para isso o sujeito iniciado com a expressão “mais de um”:

Feriu-se mais de um atleta durante a partida.VTD + P Refl sujeito agente adjunto adverbial de

tempo

Mais de um atleta feriu a si mesmo durante a partida.sujeito agente VTD + P Refl adjunto adverbial de tempo

Feriu-se mais de um atleta durante a partida.VTD + P Ap sujeito paciente adjunto adverbial de

tempo

Mais de um atleta foi ferido durante a partida.sujeito paciente locução

verbal adjunto adverbial de

tempo

Feriram-se mais de um atleta durante a partida. VTD + P Rec sujeito agente adjunto adverbial de

tempo

Mais de um atleta feriram-se mutuamente durante a partida.

Pronome reflexivo: cada atleta a seu tempo se machucou durante a partida; portanto, verbo no singular.

Pronome recíproco: os atletas se chocaram. Um contra o outro. Esta é a exceção à regra da concordância com o sujeito “mais de um”. Verbo no plural.

Pronome apassivador: cada atleta a seu tempo foi machucado por um agente (agente da passiva) que não foi identificado, isto é, está indeterminado. Verbo concorda no singular.

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sujeito agente VTD + P Rec + adj adv modo

adjunto adverbial de tempo

Vamos praticar?

Questão 19: Analista-Tributário da Receita Federal 2012 Fragmento do texto: Além disso, caberia impor aos futuros participantes do mercado de trabalho, por exemplo, uma idade mínima para a aposentadoria, como nos regimes previdenciários da maioria dos países. Trabalha-se com 60 anos para mulheres e 65 para homens, números que serão objeto de negociação no Congresso. Atualmente, há quem se aposente antes dos 50, com base no tempo de contribuição (30 e 35 anos, respectivamente, para obter o benefício integral).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “trabalha-se”(ℓ.3) e em “se aposente”(ℓ.5) o emprego do pronome “se” tem a mesma função morfossintática. Comentário: A afirmativa está errada, pois o verbo “Trabalha” é intransitivo, e o pronome “se” é o índice de indeterminação do sujeito. Note que não há referência clara ao sujeito agente, pois ele se encontra indeterminado.

Já, em “se aposente”, o verbo “aposente” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente é o pronome “quem”. Sempre que acharmos um pronome apassivador, devemos confirmá-lo com a substituição da voz passiva sintética pela analítica. Veja:

“...há quem se aposente antes dos 50....” (voz passiva sintética) “...há quem seja aposentado antes dos 50....” (voz passiva analítica) Gabarito: E

Questão 20: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal pronominal “se constrói” (ℓ.6) está na voz passiva e, portanto, corresponde, no texto, à locução verbal “é construído”. Comentário: Esta questão nos testa quanto à observação de o sujeito ser agente ou paciente. Vimos na teoria que o verbo transitivo direto, quando se junta ao pronome “se”, poderá estar na voz passiva, reflexiva ou recíproca.

Em algumas situações, sabemos que a estrutura “se constrói” poderá ser reescrita como “é construído”, pois o pronome “se” pode ser entendido como pronome apassivador, desde que o sujeito seja paciente, conforme vimos na teoria.

Porém, devemos ler atentamente o texto. Veja que há uma ênfase nas ações humanas. Assim, o homem é o agente. Isso é confirmado pela expressão “pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar”.

Assim, o sujeito “que” é o agente e o pronome “se” é reflexivo. Dessa

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forma, entendemos que o homem é um animal que constrói a si mesmo pela lembrança, pela recordação e pela saudade e desconstrói a si mesmo pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar.

Bom, vimos semanticamente que não cabe voz passiva. Cabe mesmo é a voz reflexiva. Agora, vamos observar sintaticamente como ficaria o trecho “que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade”.

O pronome relativo “que” é o sujeito agente, o pronome “se” é reflexivo na função de objeto direto, o verbo “constrói” é transitivo direto e o termo composto “pela lembrança, pela recordação e pela saudade” é o adjunto adverbial de meio, isto é, por meio da lembrança, da recordação e da saudade, o homem constrói a si mesmo.

Portanto, a afirmativa da questão é errada. Gabarito: E

Questão 21: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: Isso sugere que o modernismo tem suas próprias contradições e tensões dialéticas e que determinadas formas de pensamento e visão modernistas podem solidificar-se em ortodoxias dogmáticas e tornar-se arcaicas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As formas verbais “solidificar-se” (ℓ.3) e “tornar-se” (ℓ.3), como estão acompanhadas do pronome reflexivo “se”, poderiam ser também flexionadas na 3ª pessoa do plural: “solidificarem-se” e “tornarem-se”, como faculta a norma gramatical. Comentário: Esta questão, na realidade, aborda o tema concordância verbal. Naturalmente, você já percebeu que não podemos flexionar tais verbos, por serem eles os verbos principais de locuções verbais. Note que não podemos flexionar assim: podem solidificarem-se ou podem tornarem-se. Sabemos que, quando há locução verbal, somente o verbo auxiliar (primeiro verbo) pode se flexionar.

Bom, já vimos que a afirmativa está errada, mas chama atenção o fato de a banca afirmar que os pronomes “se” são reflexivos, informação também errada. Na realidade, podemos perceber que o verbo “solidificar” é transitivo direto e indireto e o pronome “se” é apassivador, pois podemos entender que as formas de pensamento e visão modernistas podem ser solidificadas em ortodoxias dogmáticas. Veja que conseguimos transpor para voz passiva analítica.

Já o verbo “tornar-se” é de ligação e possui o pronome “se”, como parte integrante do verbo. Vimos isso na página 4 desta aula. Vimos que este verbo é de ligação na página 12 da aula 2. Gabarito: E

Questão 22: STN 2013 – Analista de Finanças e Controle Fragmento do texto: De fato, algumas entradas provisórias devem ser, oportunamente, devolvidas, a exemplo das cauções, das fianças, dos depósitos recolhidos ao Tesouro etc. Já a receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência

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no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

O uso do pronome em “integrando-se” (ℓ.3) indica que “a entrada” (ℓ.3) constitui o agente e, ao mesmo tempo, também o objeto de integrar. Comentário: A afirmativa nos induziu a pensar que o pronome “se” seria reflexivo. Porém, perceba que não cabe subentender a expressão “a si mesma” no trecho. Veja:

Já a receita pública é a entrada que, integrando a si mesma no patrimônio público (...), vem acrescer o seu vulto.

Na realidade, o verbo “integrando” é transitivo direto e indireto, o pronome “se” é apassivador, o termo “no patrimônio público” é o objeto indireto e o pronome relativo “que” é o sujeito paciente, o qual retoma o substantivo “entrada”. Para termos certeza disso, basta transformarmos a voz passiva sintética em voz passiva analítica. Veja:

Já a receita pública é a entrada que, sendo integrada no patrimônio público (...), vem acrescer o seu vulto.

Gabarito: E

Questão 23: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: O próprio conceito de liberdade redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o desenvolvimento das forças econômicas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por se tratar de emprego reflexivo, "redefine-se" (ℓ.1) não admite substituição por é redefinido. Comentário: O verbo “redefine” é transitivo direto e o pronome “se” é apassivador (e não reflexivo como afirmou a questão). Assim, o termo “O próprio conceito de liberdade” é o sujeito paciente. Para termos certeza de que há pronome apassivador, devemos transformar a voz passiva sintética em analítica:

O próprio conceito de liberdade é redefinido através dos séculos... Portanto, a questão está errada.

Gabarito: E

Questão 24: MPOG 2001 Analista de Planejamento e Orçamento Fragmento do Texto: Embora o Brasil não tenha uma autêntica tradição de livre mercado e de competição, se se lograr superar a inércia, será fácil ao país lançar-se na vanguarda da modernidade, precisamente porque nossa reconhecida desvantagem, a de não possuirmos instituições estáveis e bem arraigadas, poderá ser, afinal, o nosso trunfo nesta vertiginosa era das comunicações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “lançar-se”(ℓ.3) o pronome “se” indica indeterminação do sujeito. Comentário: O pronome “se” é reflexivo, pois se subentende a expressão “ a si mesmo”: ...será fácil ao país lançar-se na vanguarda da modernidade...

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...será fácil ao país lançar a si mesmo na vanguarda da modernidade... Gabarito: E

Questão 25: MPOG 2001 Analista de Planejamento e Orçamento Fragmento do Texto: As fronteiras ideológicas embolaram, os valores das sociedades mudaram mais que os dogmas dos políticos – à esquerda e à direita – e as diferenças nas políticas econômicas de liberal conservadores e social democratas quase desapareceram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “embolaram”(ℓ.1) admite, nesse contexto, também o emprego reflexivo: embolaram-se. Comentário: Nesta questão, basta inserir o pronome “se” para perceber que a questão está correta. Veja:

“As fronteiras ideológicas embolaram-se...” Além disso, para ter certeza de que realmente há pronome reflexivo,

basta substituir por “a si mesmas”. Veja: As fronteiras ideológicas embolaram a si mesmas.

Gabarito: C

O mesmo fragmento do texto da questão anterior foi explorado por uma prova da banca CESPE. Nela é cobrado o mesmo tema, do mesmo texto; porém chamando a atenção quanto ao uso da vírgula. Veja:

Questão 26: Tribunal Regional Eleitoral RS 2005 Fragmento do texto: As fronteiras ideológicas embolaram, os valores das sociedades mudaram mais que os dogmas dos políticos — à esquerda e à direita — e as diferenças nas políticas econômicas de liberal-conservadores e social-democratas quase desapareceram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após “embolaram” indica que esse verbo deve ser entendido em seu emprego reflexivo, embora não apareça o pronome se. Comentário: A vírgula após “embolaram” ocorre por separar o primeiro do segundo elemento da enumeração, e essa enumeração faz parte de um período composto por coordenação: As fronteiras ideológicas embolaram, os valores das sociedades mudaram mais que os dogmas dos políticos — à esquerda e à direita — e as diferenças nas políticas econômicas de liberal-conservadores e social-democratas quase desapareceram.

Perceba que a prova afirma que a vírgula após “embolaram” indica (não quer dizer que seja esse o motivo de ela estar ali) que esse verbo deve ser entendido em seu emprego reflexivo (embolaram-se).

As fronteiras ideológicas embolaram-se, os valores das sociedades mudaram mais que os dogmas dos políticos ...

Coincidentemente, a vírgula também indica a ideia reflexiva, embora não seja o motivo de ela ter sido empregada após esse verbo. Se tirássemos a vírgula, iria parecer para o leitor que o termo “os valores...” seria o objeto direto de “embolaram” e isso implicaria erro gramatical. Veja:

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As fronteiras ideológicas embolaram os valores das sociedades mudaram...

Alguns candidatos poderiam ter marcado como erro a afirmação de ser subentendida a ideia reflexiva, pois, na realidade, ela é recíproca. As fronteiras embolaram umas às outras, reciprocamente. Porém, perceba que, para a banca, com base em muitas gramáticas normativas, a reciprocidade faz parte da ideia reflexiva, por isso muitas vezes chamam o pronome de reflexivo recíproco. Então a afirmativa está totalmente correta. Gabarito: C

Observação: Todas as questões deste curso são banca ESAF. Inseri esta questão da banca CESPE apenas para você observar a coincidência de cobrança com base nos mesmos textos, ok!!!!

Questão 27: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: O fenômeno já se fazia sentir com força, no final de 2009, na procura por engenheiros. Agora se vê que a carência de profissionais se espraia para vários níveis de formação - sobram vagas para farmacêuticos, mas também para eletricistas e torneiros.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “se espraia”(ℓ.3) o termo “se” funciona como indicador de sujeito indeterminado. Comentário: A banca está tentando nos induzir a enxergar o pronome “se” como índice de indeterminação do sujeito, porém o sujeito está determinado e bem claro no texto: é a expressão “a carência de profissionais”.

Como o verbo “espraiar” está sendo usado no sentido de “lançar-se para diferentes lados, espalhar-se”, podemos subentender a expressão “a si mesma”. Assim, o pronome “se” é reflexivo. Compare:

...a carência de profissionais se espraia para vários níveis de formação... ...a carência de profissionais espraia a si mesma para vários níveis de formação...

...a carência de profissionais se lança para vários níveis de formação... ...a carência de profissionais lança a si mesma para vários níveis de formação...

...a carência de profissionais se espalha para vários níveis de formação... ...a carência de profissionais espalha a si mesma para vários níveis de formação...

Neste caso, estamos entendendo o sujeito “a carência de profissionais” como agente da ação de “espraiar”. Por isso, há pronome reflexivo, e não pronome apassivador, nem índice de indeterminação do sujeito. Gabarito: E

Questão 28: Assistente de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Tomemos o Estado-Nação, por exemplo. Ele foi uma das maiores invenções de nossa era. Mas está se desfazendo em toda parte, porque a idéia de pluralismo político, sobre a qual se assentava, foi substituída pela idéia de separatismo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) De acordo com a argumentação do texto, as duas ocorrências do pronome “se”(ℓ.2) referem-se a toda e qualquer pessoa porque o pronome indica o

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sujeito indeterminado da oração em que ocorre. Comentário: A questão induz o candidato a pensar que as duas ocorrências do pronome “se” seriam índices de indeterminação do sujeito; mas devemos notar que há uma cadeia coesiva com base na expressão “o Estado-Nação”. Essa expressão é retomada pelo pronome pessoal do caso reto “Ele”, o qual é o sujeito determinado simples do verbo “foi” e está subentendido como sujeito determinado elíptico da locução verbal “está desfazendo” e do verbo “assentava”.

Assim, as duas ocorrências do “se” são pronomes apassivadores, pois as duas estruturas verbais são transitivas diretas e o sujeito determinado elíptico dos dois é paciente. Compare a voz passiva analítica com a voz passiva sintética: Ele foi uma das maiores invenções de nossa era. Mas está se desfazendo em toda parte, porque a idéia de pluralismo político, sobre a qual se assentava, foi substituída pela idéia de separatismo.

Ele foi uma das maiores invenções de nossa era. Mas está sendo desfeito em toda parte, porque a idéia de pluralismo político, sobre a qual estava assentado, foi substituída pela idéia de separatismo. Gabarito: E

b) Pronomes pessoais oblíquos tônicos:

Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.

Abaixo segue a diferença entre os tipos de pronomes pessoais:

Eu, tu / Mim, ti

Eu e tu exercem a função sintática de sujeito (então são pronomes pessoais do caso reto). Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição (então são pronomes pessoais do caso oblíquo tônico). Confira no exemplo abaixo:

Comprei um livro para eu ler. VTD + OD Suj + VI

oração principal or sub adv final (reduzida de infinitivo)

período composto

Comprei um livro para mim. VTDI + OD OI

período simples

Nada há entre mim e ti.

eu (sujeito): pronome pessoal do caso reto

entre mim e ti (adjunto adverbial de lugar): pronome pessoal do caso oblíquo tônico

O sujeito não admite preposição, por isso a preposição “para” se refere a toda a oração adverbial de finalidade, não só ao sujeito.

O objeto indireto e o adjunto adverbial são termos preposicionados, por isso há preposição antecedendo-os.

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OD +VTD adj adv de lugar período simples

Por isso, são construções viciosas as seguintes: “Comprei um livro para mim ler”, “Comprei um livro para eu” “Nada há entre eu e tu”.

Si, consigo

São pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.

Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho. Maria trouxe consigo os três irmãos.

Assim, é considerada errada a construção de “consigo” com o valor de “com você”: Gostaria de falar consigo. (vício de linguagem)

Troque por: Gostaria de falar com você.

Com nós, com vós / conosco, convosco

Maria esteve conosco. Falarei convosco.

Usa-se com nós ou com vós, quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.

Gilberto conversou com nós todos a respeito de seus estudos. Ele falou que sairia com nós dois.

Dele (do) + substantivo / De ele (de o) + substantivo. Vimos na primeira parte desta aula que não pode haver contração de

preposição e artigo antes do núcleo do sujeito. Da mesma forma, quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser contraídos com a preposição de.

É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade. (emprego correto) É chegada a hora dele assumir a responsabilidade. (emprego incorreto)

No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra. (emprego correto) No momento do orador discursar, faltou-lhe a palavra. (emprego incorreto)

Questão 29: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: Entretanto, fiquei estupefato com seu otimismo. Ele medisse que, em Brasília, os ajustamentos sociais que me estavam preocupando seriam, gradativamente, solucionados em harmonia com a nova arquitetura.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Atende à norma gramatical da língua padrão e preserva o sentido do texto original a seguinte substituição: “Ele me disse” (ℓ. 1 e 2) por “Ele disse a mim”. Comentário: Na construção original, o verbo “disse” é transitivo direto e indireto, o pronome “me” é o objeto indireto e a oração “que, em Brasília, os ajustamentos sociais (...) seriam, gradativamente, solucionados em harmonia com a nova arquitetura” é subordinada substantiva objetiva direta. Confirme isso da seguinte forma: ele disse isso a mim.

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Com a substituição, o verbo “disse” permaneceu com a oração subordinada substantiva objetiva direta e houve apenas a transformação, no objeto indireto, do pronome oblíquo átono “me” em tônico “a mim”. Gabarito: C

c. Pronomes Indefinidos Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de

uma maneira vaga, imprecisa, genérica. Eles podem ter valor substantivo (Alguém veio aqui.) ou adjetivo (Alguma coisa aconteceu aqui.). São eles:

Invariáveis Variáveis alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, , alhures, mais, menos, demais.

algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, vário, vária, vários, várias, etc

Acrescentam-se, ainda, as locuções pronominais indefinidas: cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...

Usos de alguns pronomes indefinidos

Todo: Deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos, não terá artigo, mesmo que o substantivo exija.

Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não admite artigo.)

Todos, todas: Devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir.

Todos os colegas o desprezam. Todas as meninas foram à festa. Todos vocês merecem respeito.

Algum: Tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando está depois do substantivo.

Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) Algum amigo o ajudará. (Alguém)

Certo: Será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo.

Certas pessoas não se preocupam com os demais. As pessoas certas sempre nos ajudam.

Qualquer: Designa coisa, lugar ou indivíduo indeterminado: Veio duma cidade qualquer.

Dependendo do contexto, a troca de posição faz mudar o sentido

Qualquer pessoa pode entrar naquela empresa!! (sentido de “toda”)

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Ele não é uma pessoa qualquer! (sentido pejorativo)

d. Pronomes Possessivos São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso.

São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s). Normalmente esses pronomes têm valor adjetivo, mas cabe também o valor substantivo:

“Sua casa é linda”. “Não venha com mais uma das suas!”

Empregos dos pronomes possessivos:

O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambiguidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos.

Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos.

De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para evitar a ambiguidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela.

Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela).

É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos.

Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.

e. Pronome demonstrativo

Esse pronome situa os seres no tempo, no espaço e no discurso (posição dentro do próprio texto). O posicionamento no discurso é dividido em anafórico e catafórico, os quais trabalham a coesão referencial, por retomar palavra ou expressão dita anteriormente ou referenciar-se a termo posterior, respectivamente. Esses pronomes podem ter valor adjetivo ou substantivo:

“Aquela casa é linda”. “Foi você quem fez aquilo?”

Os pronomes demonstrativos são este, esta, isto; esse, essa, isso; aquele, aquela, aquilo; tal; semelhante; próprio; mesmo; o; a. Os pronomes isto, isso, aquilo são invariáveis.

a. Uso de este, esta, isto; esse, essa, isso; aquele, aquela, aquilo:

I - Posicionamento referente a lugar e tempo:

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Este, esta, isto: são usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente.

Este chapéu que estou usando é de couro. Este ano está sendo cheio de surpresas.

Esse, essa, isso: são usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro.

Esse chapéu que você está usando é de couro? Dezembro. Esse mês será marcado pelo meu casamento. Em novembro de 2007, inauguramos a loja. Até esse mês, nada

sabíamos sobre comércio.

Aquele, aquela, aquilo: são usados para o que está distante da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto.

Aquele chapéu que ele está usando é de couro? Em 1980, eu tinha 15 anos. Naquela época, Campinas ainda era

considerada uma cidade pequena.

II - Posicionamento no discurso (no próprio texto):

Em uma citação oral ou escrita, usa-se “este, esta, isto” para o que ainda vai ser dito ou escrito (recurso catafórico), e “esse, essa, isso” (recurso anafórico) para o que já foi dito ou escrito.

A verdade é esta: o Brasil será campeão.

O Brasil será campeão. A verdade é essa.

Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se “este, esta, isto” em relação ao que foi mencionado por último e “aquele, aquela, aquilo”, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar.

(A, B. Este, aquele)

Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.

Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.

b. O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s).

Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou) Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu) A que apresentar o melhor texto será aprovada. (aquela que apresentar)

c. Tal, tais podem ter sentido próximo ao dos pronomes demonstrativos ou de semelhante, semelhantes:

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Os dois estão casados há 50 anos. Tal amor não se encontra facilmente. Embora tenha sido o mentor do plano, ele nunca admitiu tal fato.

d. Da mesma forma, semelhante, semelhantes são demonstrativos quando equivalem a tal, tais:

O Brasil ficou em choque com a tragédia na Região Serrana do Rio de janeiro. Não se veriam semelhantes catástrofes se os projetos urbanísticos municipais fossem eficazes ou, pelo menos, existissem.

Para o romano, o mundo dos prodígios ficava a Ocidente. Semelhante tradição vinha de longe, através dos escritores gregos, sobretudo de Platão” (Aquilino Ribeiro).

e. Mesmo, mesmos, mesma, mesmas; próprio, próprios, própria, próprias são demonstrativos quando têm o sentido de "idêntico", "em pessoa":

Não é possível continuar insistindo nos mesmos erros. Ela própria deve fiscalizar a mercadoria que lhe é entregue.

Os recursos anafóricos e catafóricos não são exclusividades do pronome demonstrativo, a retomada, por exemplo, já foi vista com outros pronomes substantivos, como o relativo, o pessoal, e também cabe a substantivos e a outras classes gramaticais:

Algo me incomoda: a fome no mundo. (recurso catafórico: algo→fome) Há dois detalhes não previstos: comida e água. (recurso catafórico:

detalhes→comida, água)

Questão 30: STN 2013 – Analista de Finanças e Controle 1

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A entidade estatal, para atender às suas finalidades, necessita de dinheiro. O ingresso deste nos cofres públicos caracteriza o que se denomina de entrada, contudo esta não corresponde obrigatoriamente à receita pública. De fato, algumas entradas provisórias devem ser, oportunamente, devolvidas, a exemplo das cauções, das fianças, dos depósitos recolhidos ao Tesouro etc. Já a receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. A entrada, destarte, é o gênero de que a receita pública é uma espécie. As receitas originárias resultam da atuação do Estado na exploração de atividade econômica, como uma empresa privada na busca do lucro. Embora o exercício de tal atividade ocorra sob o regime de direito privado, não há um total afastamento das normas de direito público. Na verdade, as empresas estatais não podem deixar de observar, no que a elas se aplicar, os princípios gerais da atividade econômica que estão dispostos no Capítulo I do Título VII da Constituição Federal.

(Adaptado de Lucas Clemente de Brito Pereirahttp://jus.com.br/revista/texto/10256/nocoes-gerais-acerca-das-financaspublicas,

acesso em 25/01/2013)Nas relações de coesão do texto, assinale a opção que não estabelece a correta referência para o pronome destacado na expressão. a) Em “ingresso deste” (ℓ.2) refere-se a “de dinheiro” (ℓ. 2).

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b) Em “se denomina” (ℓ.3) refere-se a “ingresso” (ℓ.2). c) Em “esta não corresponde” (ℓ.3) refere-se a “entrada” (ℓ.3). d) Em “tal atividade” (ℓ.13) refere-se a “atividade econômica” (ℓ.15). e) Em “o seu vulto” (ℓ.9) refere-se ao vulto da entrada como “receita pública”

(ℓ.7). Comentário: Veja que a questão pede a alternativa errada.

A alternativa (A) está correta, pois o pronome demonstrativo “deste” retoma o último substantivo enumerado: “dinheiro”. Assim, entendemos que o ingresso de dinheiro nos cofres públicos caracteriza o que se denomina de entrada.

A alternativa (B) é a errada, pois o verbo “denomina” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador, e o sujeito paciente é o pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome demonstrativo “o”. Para termos certeza de que há pronome apassivador, podemos transformar a voz passiva sintética em voz passiva analítica. Veja:

“...caracteriza o que se denomina de entrada...” (voz passiva sintética) “...caracteriza o que é denominado de entrada...” (voz passiva analítica)

Observação: O termo “de entrada” é o predicativo do sujeito paciente. Além disso, perceba que não há referência ao substantivo “ingresso”, como foi afirmado nesta alternativa.

A alternativa (C) está correta, pois o pronome demonstrativo “esta” retoma o último substantivo enumerado: “entrada”. Assim, entendemos que a entrada não corresponde obrigatoriamente à receita pública.

O ingresso deste nos cofres públicos caracteriza o que se denomina de entrada, contudo esta não corresponde obrigatoriamente à receita pública.

A alternativa (D) está correta, pois o pronome demonstrativo “tal” é seguido do substantivo “vulto”. Assim, retoma a última expressão feminina com o substantivo “atividade”: “atividade econômica”. Assim, entendemos que, embora o exercício da atividade econômica ocorra sob o regime de direito privado, não há um total afastamento das normas de direito público. As receitas originárias resultam da atuação do Estado na exploração de atividade econômica, como uma empresa privada na busca do lucro. Embora o exercício de tal atividade ocorra sob o regime de direito privado, não há um total afastamento das normas de direito público.

A alternativa (E) está correta, pois o pronome possessivo “seu” realmente se refere ao substantivo “entrada” e esta se refere à “receita pública”. Veja:

Já a receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. Gabarito: B

Questão 31: CGU - Analista de Finanças e Controle - 2012 Fragmento do texto: No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja,

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desde o fim dos anos 1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome “isso”(ℓ.3) retoma a ideia expressa por “globalização financeira”(ℓ.2). Comentário: A afirmativa está errada, pois o pronome “isso” retoma toda a informação expressa na oração anterior (“No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos 1960”). Gabarito: E

Questão 32: CGU - Analista de Finanças e Controle - 2012 1

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O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e baixos, a taxa de desemprego cai de forma consistente. Uma das possíveis causas é a redução do crescimento demográfico, que desacelera a expansão da população apta a trabalhar. Com menos pessoas buscando uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o baixo crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o número de desempregados e aumenta a renda. Por outro, eleva os custos e reduz a competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar as contas. É uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da produtividade – para manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados para produzir mais.

(Adaptado de Ernesto Yoshida, Outro ângulo. Exame, ano 46, n. 7,18/4/2012)Provoca-se erro gramatical, com consequente incoerência textual, ao alterar as relações de coesão no texto, inserindo

a) o termo desse desemprego depois de “causas”(ℓ.3). b) o pronome nossa antes de “economia”(ℓ.1). c) o pronome seu antes de “baixo crescimento”(ℓ.5,6). d) o termo para o Brasil depois de “bom”(ℓ.6). e) o pronome suas antes de “contas”(ℓ.9). Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois o texto nos informa que as causas não são do desemprego, mas da diminuição de forma consistente da taxa de desemprego. Assim, devemos trocar desse desemprego por dessa diminuição da taxa de desemprego.

A alternativa (B) está correta, pois o texto se refere à economia do Brasil, e o uso do pronome possessivo “nossa” enfatiza o enquadramento do autor e do leitor como membros dessa sociedade.

A alternativa (C) está correta, pois o pronome possessivo “seu” enfatiza que o baixo crescimento é da “taxa de desemprego”(linha 5).

A alternativa (D) está correta, pois o texto trata da taxa de desemprego do Brasil.

A alternativa (E) está correta, pois o pronome possessivo “suas” enfatiza que as contas são das “empresas”(linha 8). Gabarito: A

Questão 33: CGU - Analista de Finanças e Controle - 2012

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A fraqueza da produção manufatureira, nos últimos meses e anos, aqueceu o debate sobre o risco de desindustrialização no Brasil. No ano passado, seu crescimento foi de apenas 0,3%, uma ninharia em comparação com a alta de 6,7% no varejo. Mesmo que se considere um período mais longo, a diferença continua dramática: a manufatura está no nível do início de 2008, contra quase 35% de aumento nas vendas de varejo. Espera-se alguma retomada para este ano. Uma parte da desaceleração de 2011 decorreu da diminuição de estoques em alguns setores, como o automobilístico, pressionados por importações crescentes e vendas internas estagnadas. Feito um ajuste, a produção pode retornar ao nível normal.

(Adaptado do Editorial, Folha de S. Paulo, 29/3/2012)Em relação às estruturas linguísticas do texto, assinale a opção incorreta.

a) A substituição de “se considere”(ℓ.4) por sejam considerados mantém a correção gramatical do texto.

b) A substituição da expressão “uma ninharia”(ℓ.3) por insignificante respeita as relações de sentido do texto e confere-lhe mais formalidade.

c) O pronome “seu”(ℓ.3) retoma o antecedente “produção manufatureira”(ℓ.1).d) O emprego da voz passiva em “Espera-se”(ℓ.7) é recurso de

impessoalização do texto. e) A forma verbal “pressionados”(ℓ.9) está no masculino plural

porque concorda com “alguns setores”(ℓ.8,9). Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois o verbo “considere” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o termo singular “um período mais longo” é o sujeito paciente. Esta voz passiva sintética pode ser transposta para a voz passiva analítica:

“Mesmo que seja considerado um período mais longo”.

Assim, a forma plural “sejam considerados” está errada.

A alternativa (B) está correta, pois “ninharia” tem o mesmo sentido de “insignificante”, sendo aquela típica da linguagem coloquial e esta mais formal.

A alternativa (C) está correta, pois o pronome “seu” antecipa o termo “crescimento”, os quais se referem à expressão “produção manufatureira”.

A alternativa (D) está correta. Quando se usa a voz passiva sintética, a intenção é omitir o agente da passiva. Assim, há uma impessoalização. Veja:

“Espera-se alguma retomada para este ano.” (voz passiva sintética) “Alguma retomada para este ano é esperada (por alguém).” (voz passiva analítica)

A alternativa (E) está correta. O particípio “pressionados” inicia a oração subordinada adjetiva explicativa “pressionados por importações crescentes e vendas internas estagnadas”. Esse particípio tem como sujeito elíptico “alguns setores”, pois entendemos que alguns setores estão pressionados por importações crescentes e vendas internas estagnadas. Gabarito: A

Questão 34: MI / CENAD – 2012 Vários cargos de nível superior 1 A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais

profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e

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formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato) para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência. Essas necessidades básicas de bemestar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de ex-celentes creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos, piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, segurodesemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses, muitas bibliotecas públicas… No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a processos transformadores.

(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico:um olhar sobre o norte,outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica

http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011)Na organização das relações de coesão e coerência do texto, a) o pronome “todos” (ℓ.30) retoma e sintetiza os termos da enumeração “a

igualdade, o respeito e a dignidade” (ℓ.29 e 30). b) a expressão “tem limitada capacidade transformadora” (ℓ.22) retoma, com

outras palavras, a ideia de “reproduz o mundo com extrema facilidade” (ℓ.21).

c) o substantivo “seres” (ℓ.23) e o pronome “que” (ℓ.23) retomam a expressão “seus educados cidadãos” (ℓ.22 e 23).

d) a expressão “Esse resultado” (ℓ.26) retoma a ideia de “sociedade tão igualitária” (ℓ.20), já sintetizada em “isso” (ℓ.24).

e) os pronomes “sua” (ℓ.12), “suas” (ℓ.13), “ele” (ℓ.13) e “se” (ℓ.13) referemse a “o cidadão” (ℓ.11).

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o pronome “todos” se refere ao termo “educados cidadãos” (linhas 22 e 23).

A alternativa (B) está errada, pois a conjunção “mas” entre as duas

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expressões nos indica que elas não transmitem a mesma ideia, mas um contraste. Veja:

“No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora.”

A alternativa (C) está errada, pois o pronome relativo “que” retoma o substantivo “vida”, e não a expressão “seus educados cidadãos”. Note que o substantivo “seres” realmente se refere à expressão “seus educados cidadãos”.

“No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos.”

A alternativa (D) está errada, pois o pronome “isso” retoma toda a informação dos dois períodos anteriores a respeito da apatia da sociedade da Finlândia, e a expressão “Esse resultado” retoma a informação do período anterior: “É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras.”

“No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário.”

A alternativa (E) é a correta. Veja os referentes:

“A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência.” Gabarito: E

Questão 35: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Com dinheiro, você pode xingar o ditador da época e sair correndo para o exílio, ou financiar todos os candidatos a presidente e comparecer aos jantares de campanha de todos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical inserir o pronome eles depois de “todos” (ℓ.3). Comentário: Cuidado! Não confunda as duas ocorrências do pronome “todos”. Esta questão se refere ao pronome “todos” da linha 3. Muita gente já errou esta questão por não observar isso!!!!!

O vocábulo “todos” é um pronome indefinido adjetivo, isto é, ele necessita de um substantivo ou um termo de valor substantivo para ter

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sentido, mesmo que esteja implícito. Na linha 2, o pronome “todos” não admite o pronome “eles” por já haver

um substantivo (“candidatos”) ao qual ele se refere. Na linha 3, está subentendido o substantivo “candidatos” após o

pronome “todos”. Esse substantivo não foi inserido para se evitar a repetição viciosa, por isso ficou subentendido. Com a inserção, o pronome pessoal “eles” ocupa o espaço do substantivo subentendido “candidatos”. Por isso, preserva a coerência e a correção gramatical.

Como a questão afirmou que haveria desrespeito à coerência ou à correção gramatical, está errada. Gabarito: E

Questão 36: Engenharia Mecânica MPU 2004 A tragédia de Édipo é o primeiro testemunho que temos das práticas jurídicas gregas. Como todo mundo sabe, trata-se de uma história em que pessoas – um soberano, um povo –, ignorando uma certa verdade, conseguem, por uma série de técnicas, descobrir uma verdade que coloca em questão a própria soberania do soberano. A tragédia de Édipo é um procedimento de pesquisa da verdade que obedece exatamente às práticas judiciárias gregas daquela época.

(Adaptado de Michel Foucault)Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Seria mantida a correção gramatical, mas haveria mudança do sentido original do texto, caso as palavras “certa” (ℓ.3) e “própria”(ℓ.4) estivessem pospostas ao substantivo a que estão relacionadas. Comentário: Basta realizarmos o reposicionamento e compararmos:

Como todo mundo sabe, trata-se de uma história em que pessoas – um soberano, um povo –, ignorando uma certa verdade, conseguem, por uma série de técnicas, descobrir uma verdade que coloca em questão a própria soberania do soberano.

Como todo mundo sabe, trata-se de uma história em que pessoas – um soberano, um povo –, ignorando uma verdade certa, conseguem, por uma série de técnicas, descobrir uma verdade que coloca em questão a soberania própria do soberano.

Nos dois casos percebemos que há mudança de sentido.

O vocábulo “certa”, quando antecipado, é pronome indefinido e significa “alguma”. Já o seu posicionamento após o substantivo muda o sentido para “real”, “incontestável”.

O vocábulo “própria”, estando antecipado, neste caso, reforça o valor reflexivo e revela algo que não se espera naturalmente, por isso poderíamos entender dessa estrutura o seguinte: (“coloca em questão até a soberania dele mesmo”). Já o seu posicionamento após o substantivo muda sensivelmente o sentido para “propriedade”, aquilo que é natural dele, não havendo mais a quebra do que era esperado: coloca em questão a soberania que é própria do soberano. Gabarito: C

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Questão 37: SUSEP 2010 Analista Técnico 1

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A segunda metade dos anos 1990 foi caracterizada por crises nos países emergentes: México, Rússia, Brasil e Argentina. Em todos os casos, os países recorreram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para resolver seus problemas de endividamento externo e tiveram que se submeter a rigorosos programas de ajuste fiscal (redução de gastos públicos e aumento de impostos) e das contas externas exigidos pela organização. Após o período de retração do nível de atividade e aumento do desemprego, durante o qual a relação dívida/PIB e os déficits fiscais se acomodaram em níveis compatíveis com a capacidade de financiamento, todos os países, à exceção da Argentina, entraram em trajetória de crescimento, com estabilidade de preços. Como os fundamentos fiscais e monetários destes países estavam fortes, com equilíbrio fiscal, relação dívida/PIB e inflação sob controle, seus governos e bancos centrais puderam adotar políticas fiscais, monetárias, de crédito mais frouxas, que reverteram a trajetória de queda já no segundo trimestre de 2009.

(José Márcio Camargo, Tragédia grega. IstoÉ, 10/02/2010, comadaptações)

Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual, ao mesmo referente.

a) “países emergentes”(ℓ.2) – “os países”(ℓ.3) – “se”(ℓ.4) b) “todos os casos”(ℓ.2) – “problemas de endividamento externo”(ℓ.4) –

“seus”(ℓ.13) c) “Fundo Monetário internacional”(ℓ.3) – “seus”(ℓ.4) – “organização”(ℓ.6) d) “desemprego”(ℓ.8) – “o qual”(ℓ.8) – “se”(ℓ.9) e) “equilíbrio fiscal”(ℓ.13) – “políticas...de crédito”(ℓ.14) – “que”(ℓ.15) Comentário: Esta questão trabalha a coesão referencial. Assim, devemos nos atentar ao contexto, para verificar os referentes. Veja:

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A segunda metade dos anos 1990 foi caracterizada por crises nos países emergentes: México, Rússia, Brasil e Argentina. Em todos os casos, os países recorreram ao FFFuuunnndddooo MMMooonnneeetttááárrriiiooo IIInnnttteeerrrnnnaaaccciiiooonnnaaalll (FMI) para resolver ssseeeuuusss problemas de endividamento externo e tiveram que se submeter a

ããrigorosos programas de ajuste fiscal (redução de gastos públicos e aumento de impostos) e das contas externas exigidos pela ooorrrgggaaannniiizzzaaaçççãooo. Após o período de retração do nível de atividade e aumento do dddeeessseeemmmppprrreeegggooo, durante ooo qqquuuaaalll a relação dívida/PIB e os déficits fiscais ssseee acomodaram em níveis compatíveis com a capacidade de financiamento, todos os países, à exceção da Argentina, entraram em trajetória de crescimento, com estabilidade de preços. Como os fundamentos fiscais e monetários destes países estavam fortes, com equilíbrio fiscal, relação dívida/PIB e inflação sob controle, seus governos e bancos centrais puderam adotar políticas fiscais, monetárias, de crédito mais frouxas, que reverteram a trajetória de queda já no segundo trimestre de 2009.

(José Márcio Camargo, Tragédia grega. IstoÉ, 10/02/2010, comadaptações)

Assim, percebemos que a alternativa (A) é a correta, pois a expressão

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“países emergentes” é retomada pelo substantivo “países”, que está antecipado do artigo definido “os” para fazer referência a este substantivo já expresso anteriormente. Além disso, o pronome reflexivo “se” retoma a expressão “os países”, pois a locução verbal “tiveram que se submeter” (o mesmo que “tiveram de se submeter”) encontra-se numa oração coordenada e tem o mesmo sujeito do verbo “recorreram”: “os países”. Veja:

“...os países recorreram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para resolver seus problemas de endividamento externo e tiveram que se submeter a rigorosos programas de ajuste fiscal...”

A alternativa (B) está errada. Note que as expressões “todos os casos” e “problemas de endividamento externo”, de certa forma, possuem relações semânticas, mas o pronome “seus”, da linha 13, transmite valor de posse entre o substantivo “governos” (linha 13) e a expressão “destes países”, da linha 12.

A alternativa (C) está errada. O substantivo “organização” realmente retoma a expressão “Fundo Monetário Internacional”, porém o pronome “seus”, da linha 4, retoma “os países” (linha 3).

A alternativa (D) está errada. O pronome relativo “o qual” realmente retoma o substantivo “desemprego”, porém o pronome reflexivo “se” está na função sintática de objeto direto e retoma o sujeito do verbo “acomodaram”, que é “a relação dívida/PIB e os déficits fiscais”.

A alternativa (E) está errada. O pronome relativo “que” realmente retoma a expressão “políticas fiscais, monetárias, de crédito”, porém a expressão “equilíbrio fiscal” não foi retomada por nenhuma dessas palavras. Gabarito: A

Questão 38: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Durante muito tempo, a tributação foi vista apenas como um instrumento de receita do Estado. Apesar desta missão ser, por si só, relevante, na medida em que garante os recursos financeiros para que o Poder Público bem exerça seu mister, a verdade é que, pouco a pouco, descobriu-se outra faceta não menos importante na tributação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir “desta”(ℓ.2) por de esta. Comentário: No texto, há a contração da preposição “de”, que se encontra no final da locução prepositiva “Apesar de” (que inicia a oração subordinada adverbial concessiva reduzida de infinitivo) com o pronome demonstrativo “esta”, resultando “Apesar desta”. Se esta expressão iniciasse termo normalmente preposicionado como o adjunto adverbial de concessão, estaria correto. Veja um exemplo:

Apesar desta determinação legal, ele não usou o cinto de segurança.

Porém, a expressão “Apesar desta” inicia a oração subordinada adverbial concessiva reduzida de infinitivo, cujo sujeito é “esta missão”. Como sabemos que o sujeito não pode ser antecipado de preposição, a contração deve ser evitada na linguagem formal e culta. Assim, devemos separar os termos da seguinte forma:

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Apesar de esta missão ser, por si só, relevante (...), a verdade é que, pouco a pouco, descobriu-se outra faceta não menos importante na tributação. Gabarito: C

Questão 39: Engenharia Mecânica MPU 2004 A _______ intelectual de Nabuco provém de suas ________ e é por isso que nele ______, mais do que o artista, o pensador político. É uma tradição espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a______ vocação política se alie ______ sensibilidade artística.

(Baseado em Graça Aranha)a) qualidade raízes acentua-se esta a b) riqueza raízes se acentua esta à c) carreira influências marca-se tal à d) essência origens se acentua essa a e) vivência raízes acentua-se essa à Comentário: As lacunas 1 e 2 podem ser preenchidas por quaisquer dos substantivos das alternativas.

A lacuna 3 possui o pronome apassivador “se”, o qual é um pronome oblíquo átono. Deve haver a antecipação desse pronome, tendo em vista a presença do pronome pessoal na contração “nele”: “nele se acentua”. Assim, eliminamos as alternativas (A), (C) e (E). Mas, se você ainda teve dúvida, não as elimine.

Na lacuna 4, note que a expressão “vocação política” retoma o termo anterior “pensador político”. Assim, cabe o pronome demonstrativo “essa”.

Porém, se você ainda não eliminou nenhuma alternativa, poderia ter ficado na dúvida quanto ao uso dos pronomes “tal” e “esta”.

Como a expressão retoma termo anterior, cabe o pronome “tal”. Mas sua dúvida poderia recair entre o pronome “esta” e “essa”, pois, de certa forma, há um contraste entre dois termos anteriores: “artista” e “pensador político”. Mas esse contraste se esvai quando percebemos que o termo posterior possui o mesmo adjetivo do termo a ser retomado (“vocação política” retoma “pensador político”). Assim, está claro que há apenas um termo a ser retomado e por isso podemos utilizar o pronome “essa”.

Na lacuna 5, veja que o verbo “alie” é transitivo direto e indireto, e o termo “a _____ vocação política” é iniciado pela preposição “a”. Assim, só pode ser o objeto indireto. Dessa forma, a expressão “___ sensibilidade artística” só pode ser o sujeito paciente e não pode ser antecipada de preposição. Portanto, eliminamos a alternativa restante que possua crase: (B).

“A essência intelectual de Nabuco provém de suas origens e é por isso que nele se acentua, mais do que o artista, o pensador político. É uma tradição espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a essa vocação política se alie a sensibilidade artística.”

Bom, se você ficou na dúvida nas lacunas 3 e 4, naturalmente não eliminou nenhuma alternativa. Mas a lacuna 5 obriga-nos a eliminar as alternativas que possuam crase, concorda? Assim, eliminamos as alternativas (B), (C) e (E).

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Assim, fica claro que a questão está querendo testar seus conhecimentos de colocação pronominal (lacuna 3) e pronome demonstrativo (lacuna 4). Pela explicação anterior, sabemos que cabe o pronome “essa”. Para confirmar, perceba que o pronome pessoal contraído “nele” agiu como palavra atrativa. Assim, a alternativa (D) realmente é a correta. Gabarito: D

Questão 40: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: E as diferenças devem existir somente quando necessárias ao bem comum. Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um homem pode obter do processo social estão aproximadamente em função de seu poder de consumo, o que resulta do seu poder de propriedade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O valor demonstrativo do pronome o em “o que resulta”(ℓ.4) indica que pode haver aí a substituição pelo pronome isso, sem prejuízo da correção gramatical ou da coerência textual. Comentário: Lembre-se de que o pronome “o”, quando antecipado de vírgula e seguido de oração subordinada adjetiva restritiva, é o aposto recapitulativo, o qual retoma uma ação expressa na oração anterior.

Note que, neste contexto, o pronome demonstrativo “o” retoma a expressão “seu poder de consumo”. Para que haja correção gramatical e coerência textual, o correto é a substituição da expressão “o que” pelo pronome “isso”, ou até mesmo pela expressão “o qual”. Compare:

...em função de seu poder de consumo, o que resulta do seu poder de propriedade... ...em função de seu poder de consumo, isso resulta do seu poder de propriedade... ...em função de seu poder de consumo, o qual resulta do seu poder de propriedade... Gabarito: E

Questão 41: MPOG 2006 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Ter idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as idéias do outro e não sua pessoa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “o que se combate”(ℓ.3), o termo “o” pode , sem prejuízo gramatical para o período, ser substituído pelo pronome aquilo. Comentário: A questão está correta. Para ficar mais claro e evitarmos as “pegadinhas”, devemos realizar a substituição e lermos todo o trecho:

Ter idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as idéias do outro e não sua pessoa.

Ter idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal,

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aquilo que se combate são as idéias do outro e não sua pessoa. Gabarito: C

Questão 42: MPOG 2008 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do Texto: A média geral de gastos diários, por turista, foi de US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais que isso.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “isso” constitui elemento coesivo, pois retoma o antecedente “US$ 91,74”. Comentário: Outra questão simples de coesão referencial com base no pronome demonstrativo. Note que normalmente o pronome “isso” retoma ação. Neste caso, porém, retoma trecho de valor substantivo: “US$ 91,74”. Gabarito: C

Questão 43: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Fragmento do texto: A minha tese é que o modo de informação decreta uma reconfiguração radical da linguagem, que constitui sujeitos fora do padrão do indivíduo racional e autônomo. Esse sujeito familiar moderno é deslocado pelo “modo de informação” em favor de um que seja múltiplo, disseminado e descentrado, interpelado continuamente como uma identidade instável.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) “Esse sujeito familiar” (ℓ.3) corresponde ao “indivíduo racional e autônomo” (ℓ.3). Comentário: Esta questão trabalha a chamada coesão referencial, pois retoma expressão anterior.

Mas note que há expressões de valores distintos: Há o indivíduo racional e autônomo¹, visto como um sujeito familiar moderno¹. Porém, essa característica é deslocada em favor de uma outra: a do sujeito fora do padrão², múltiplo², disseminado², descentrado² e de identidade instável². Confira: A minha tese é que o modo de informação decreta uma reconfiguração radical da linguagem, que constitui sujeitos fora do padrão² do indivíduo racional e autônomo¹. Esse sujeito familiar moderno¹ é deslocado pelo “modo de informação” em favor de um que seja múltiplo, disseminado e descentrado, interpelado continuamente como uma identidade instável².

Assim, a afirmativa está correta. Gabarito: C

Questão 44: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não revelam o que se passa em seu interior.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao retirar o pronome “o”, do termo “o que”(ℓ.3). Comentário: Naturalmente a própria retirada e a leitura do trecho fariam com que você percebesse a incoerência, mas vamos à explicação gramatical. Compare:

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Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não revelam o que se passa em seu interior. Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não revelam que se passa em seu interior.

O verbo “revelam” é transitivo direto e o pronome demonstrativo “o” é o objeto direto e está seguido da oração subordinada adjetiva restritiva “que se passa em seu interior”. O pronome relativo “que” está na função sintática de sujeito do verbo “passa” e retoma o pronome demonstrativo “o”.

Com a retirada do pronome demonstrativo “o”, automaticamente a oração posterior deixa de ser adjetiva e passa a substantiva. Isso faz com que o pronome relativo “que” transforme-se em conjunção integrante “que”. Como a conjunção integrante não pode ter função sintática, o verbo “passa” fica sem sujeito e por isso a oração fica truncada, pois falta elemento para haver coerência.

Como a questão afirmou que haveria erro gramatical ou incoerência, está certa. Gabarito: C

Questão 45: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 1

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É necessário formar nítida consciência de que a auditoria penetra em todos os meandros dos negócios administrativos e que, por isso, o auditor tem condições para reunir um acervo de informações vitais sobre o organismo auditado, as quais, se escaparem do controle de sua administração, podem servir até para prejudicar aquele organismo ou interferir na sua administração. Maior se torna o perigo quando empresas de auditoria conseguem prestar serviços a clientes concorrentes do mesmo setor econômico, o que propicia àquelas reunir informações econômicas, financeiras, patrimoniais, administrativas e mesmo tecnológicas, não disponíveis por nenhuma das empresas auditadas, isoladamente. Na hipótese de as auditorias serem feitas por sociedades estrangeiras ou por contadores nacionais a serviço daquelas, a concentração de informações relativas às empresas auditadas pode pôr em risco a própria segurança nacional, mesmo na ausência de confrontos internacionais, ao facilitar a transferência ao exterior das informações aludidas e o controle dos mais importantes setores econômicos do País, especialmente quando os organismos auditados são empresas vitais à economia, quer sejam estatais, quer sejam do setor privado.

(Trecho extraído da justificação de um projeto de lei)Indique o item em que o elemento da coluna da esquerda faz remissão incorreta à palavra da coluna da direita. a) àquelas (ℓ.8) empresas de auditoria (ℓ.6) b) as quais(ℓ.4) informações vitais (ℓ.3) c) que(ℓ.8) o(ℓ.8) d) que(ℓ.1) nítida consciência(ℓ.1) e) daquelas(ℓ.12) sociedades estrangeiras (ℓ.11)

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Comentário: Para ficar mais claro, observe os referentes com suas cores diferentes: 1

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É necessário formar nítida consciência de que a auditoria penetra em todos os meandros dos negócios administrativos e que, por isso, o auditor tem condições para reunir um acervo de informações vitais sobre o organismo auditado, as quais, se escaparem do controle de sua administração, podem servir até para prejudicar aquele organismo ou interferir na sua administração. Maior se torna o perigo quando empresas de auditoria conseguem prestar serviços a clientes concorrentes do mesmo setor econômico, o que propicia àquelas reunir informações econômicas, financeiras, patrimoniais, administrativas e mesmo tecnológicas, não disponíveis por nenhuma das empresas auditadas, isoladamente. Na hipótese de as auditorias serem feitas por sociedades estrangeiras ou por contadores nacionais a serviço daquelas, a concentração de informações relativas às empresas auditadas pode pôr em risco a própria segurança nacional, mesmo na ausência de confrontos internacionais, ao facilitar a transferência ao exterior das informações aludidas e o controle dos mais importantes setores econômicos do País, especialmente quando os organismos auditados são empresas vitais à economia, quer sejam estatais, quer sejam do setor privado.

A alternativa (D) é a incorreta, porque o vocábulo “que” não é pronome relativo, ele é uma conjunção integrante, a qual não retoma palavra. Ela simplesmente é um conectivo que liga uma oração subordinada substantiva à oração principal. Neste caso, o substantivo “consciência” tem seu sentido completado pela oração subordinada substantiva completiva nominal “de que a auditoria penetra em todos os meandros dos negócios administrativos”.

A alternativa (A) está correta, pois “àquelas” é um pronome demonstrativo que retomou o primeiro de dois termos anteriores: “empresas de auditoria” e “clientes concorrentes”.

A alternativa (B) está correta, pois o pronome relativo “as quais” retoma o seu antecedente feminino e plural “informações vitais”. O mesmo ocorreu com o pronome relativo “que” retomando o pronome demonstrativo “o”, na alternativa (C), também correta.

A alternativa (E) está correta. Note que há um contraste entre “sociedade estrangeiras” e “contadores nacionais”. Por isso, o autor utilizou o pronome demonstrativo em contração com a preposição “de” (“daquelas”) para retomar o primeiro dos dois termos. Gabarito: D

MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental1

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Conciliar desenvolvimento e conservação da natureza é o dilema fundamental do mundo neste século. Para o Brasil é mais do que isso, é uma equação muito mais complexa do que a média mundial. O país abriga 60% da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta e o maior repositório de espécies animais e vegetais ainda desconhecidas, um tesouro genético de extraordinário significado para a sobrevivência e bem-estar das futuras gerações. Essa preciosidade biológica insubstituível tem sido queimada para abrir espaço para a pata do gado, como lenha para

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carvão sem valor algum. A incineração da floresta amazônica, ecossistema que uma vez perdido não pode ser reposto artificialmente, é ainda mais perversa por jogar na atmosfera volumes gigantescos de gases que aumentam o ritmo do temido aquecimento global.

Mas as pressões mais fortes sobre a mata rica e frágil vêm do Sul. O Brasil que necessita desenvolver-se olha para a Amazônia como a solução também para seus problemas de escassez energética. Para crescer no mesmo ritmo dos últimos dois anos, o país tem de aumentar em 50% sua capacidade de geração de energia. Nesse contexto, conciliar desenvolvimento e preservação talvez seja o desafio da geração atual de brasileiros com algum poder nas mãos.

(Veja, 21 de junho, 2009, com adaptações)Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Questão 46: O pronome “isso”(ℓ. 2) resume a ideia que o texto passa a desenvolver a partir da linha 3: as consequências de o Brasil abrigar grande parte da maior floresta tropical do mundo. Comentário: Note que o pronome “isso” não projeta a informação que virá em seguida, ele está sendo usado como recurso anafórico, ou seja, ele retoma informação já expressa no texto: “Conciliar desenvolvimento e conservação da natureza”. Gabarito: E

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Questão 47: A expressão “Nesse contexto” (ℓ.17) resume a ideia anteriormente generalizada de “incineração da floresta amazônica” (ℓ.9). Comentário: A expressão “Nesse contexto” retoma a informação anterior, sobre a necessidade de produção de energia e a Amazônia acaba sofrendo mais essa pressão, como possível fonte de energia elétrica. Gabarito: E

Questões cumulativas de revisão

Questão 48: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP Fragmento do texto: A invasão israelense intensifica o ambiente de privações e ameaças à integridade física em que vivem os habitantes de Gaza.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome relativo “que”(ℓ.2) retoma o sentido do termo antecedente: “integridade física”. Comentário: Dentro da oração subordinada adjetiva restritiva “em que vivem os habitantes de Gaza”, o verbo intransitivo “vivem” tem como sujeito o termo “os habitantes de Gaza”. Então o termo “em que” cumpre a função sintática de adjunto adverbial de lugar e, logicamente, a expressão “integridade física” não é um lugar. Por isso, o pronome relativo “que” retomou a expressão de lugar “ambiente de privações”, pois entendemos que “os habitantes de Gaza vivem em um ambiente de privações”. Gabarito: E

Questão 49: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental

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Fragmento do texto: Exatamente na medida em que não mais podemos identificar um paradigma dominante em nosso contexto de pensamento – referência básica para nossos projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo uma crise da própria necessidade e possibilidade de um paradigma hegemônico.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Embora as regras gramaticais permitam substituir os dois travessões, nas linhas 2 e 4, por vírgulas, tal substituição deveria ocorrer apenas na primeira delas, pois uma vírgula depois de “estéticos” (ℓ. 4) provocaria erro gramatical. Comentário: O duplo travessão sinaliza um aposto explicativo: “referência básica para nossos projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e mesmo estéticos”.

Não se pode substituir apenas um dos travessões por vírgula. A substituição deve ser do duplo travessão por dupla vírgula ou parênteses. Gabarito: E

Questão 50: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados passarão a pagar menos IPI.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Estaria gramaticalmente correto se em “a pagar” fosse colocado sin-al indicativo de crase. Comentário: Lembre-se de que não pode haver crase antes de verbo. Gabarito: E

Questão 51: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: A rede educacional do país, com suas falhas e distorções distribuídas do ensino fundamental à universidade, mostrase incapaz de oferecer ao mercado de trabalho mão de obra competente.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “mostra-se”(ℓ.2) tem como sujeito “distorções distribuídas do ensino fundamental à universidade”(ℓ.2). Comentário: O verbo “mostra” está flexionado no singular, porque o seu sujeito é o termo “A rede educacional do país”. Gabarito: E

Questão 52: SUSEP 2010 Analista Técnico Assinale a opção em que o texto foi transcrito com erro gramatical no termo sublinhado.

A historiografia econômica já explorou detidamente os mecanismos pelos quais(A) as eras históricas, que são nomeadas pelos respectivos sistemas de produção, ganharam uma fisionomia própria, uma identidade, entraram em crise, s endo(B) enfim substituídas implacavelmente em escala mundial. O feudalismo foi dissolvido pelo capital mercantil, e este, passado o processo de acumulação, deu lugar ao capitalismo industrial. O imperialismo é o ápice do processo capitalista e, até a bem(C) pouco tempo, o pensamento de esquerda

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ancorava-se na certeza de que o socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de morte. As dúvidas são hoje graves, mas a hipótese de que(D) as fases não só se encadeiam mas se ultrapassam é ainda um cânon de leitura poderoso, parecendo imbatível quando se examinam(E) os períodos de transição.

(Alfredo Bosi, O tempo e os tempos. In: Adauto Novaes (org.), Tempo eHistória. São Paulo: Companhia das Letras,1992, p.21, com adaptações)

a) (A) b) (B) c) (C) d) (D) e) (E) Comentário: Note que a alternativa (C) é a errada, pois se entende o sentido de tempo decorrido. Assim, o correto é o uso do verbo “há” antes da preposição “até”. O imperialismo é o ápice do processo capitalista e, há até bem pouco tempo, o pensamento de esquerda ancorava-se na certeza de que o socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de morte.

A alternativa (A) está correta, pois o pronome relativo está flexionado no plural e masculino porque retomou o substantivo “mecanismos”. Como a expressão “pelos quais” é o adjunto adverbial de meio, está corretamente empregada a preposição “por” (por + as = pelas).

A alternativa (B) está correta, porque o gerúndio “sendo” iniciou uma oração coordenada conclusiva, a qual se encontra reduzida.

A alternativa (D) está correta, pois o substantivo “hipótese” exigiu a oração subordinada substantiva completiva nominal “de que as fases não só se encadeiam”, por isso foi iniciada pela preposição “de” e pela conjunção integrante “que”.

A alternativa (E) está correta, pois o verbo “examinam” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente é o termo “os períodos de transição”, o qual força o verbo ao plural. Além disso, perceba que o pronome “se” é oblíquo átono, o qual está posicionado antes do verbo porque a conjunção “quando” é palavra atrativa. Gabarito: C

Questão 53: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da população mundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezes sendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a coerência textual ao empregar a expressão a maioria da população, em lugar de “dois terços da população”(ℓ.1), mas para manter a correção gramatical é necessário substituir “tem”(ℓ.2) por têm. Comentário: Veja que a expressão partitiva “dois terços da população mundial” é o sujeito dos verbos “sente” e “tem”. Normalmente esses verbos se flexionariam no plural para concordar com o numeral “dois terços”. Mas o autor preferiu concordar com o adjunto adnominal “da população mundial”. Isso é perfeitamente possível.

A banca quer que você substitua esse sujeito partitivo por outro que, de certa maneira, preserva contextualmente o sentido: a maioria da população.

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Isso estaria correto se a banca não forçasse a flexão do verbo “têm” no plural. Veja que, mesmo sendo o sujeito partitivo “a maioria da população”, o verbo deve se flexionar no singular, pois todas as palavras desse sujeito estão no singular. Gabarito: E

O que devo tomar nota como mais importante?

• Os valores do pronome “se”. • A colocação dos pronomes átonos.

Até nosso próximo encontro!

Grande abraço. Terror

Lista de questões

Questão 1: DNIT 2013 – Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes 1

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“Precisamos melhorar bastante o transporte coletivo. Muito, muitíssimo”, enfatiza o professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luis Antonio Lindau. Ele não vê a realização de grandes obras viárias como uma solução para o problema. “Não tem como resolver fazendo isso. Se hoje dispuséssemos de uma fortuna para investir em obras, isso não resolveria o problema, pois ele cresce de uma forma muito maior que nossa capacidade de fazer obras”, destaca. O especialista enfatiza que a criação de corredores exclusivos para os ônibus e de uma rede de transporte coletivo de alta eficiência são caminhos para se resolver o problema. “Precisamos de uma solução de maior intensidade. Vamos nos concentrar no transporte coletivo”, diz ele.

(Adaptado de Juliano Tatsch – Jornal do Comércio, Soluçãopara problemas no trânsito está no transporte coletivo. http://portoimagem.

wordpress.com/2011/03/24, acesso em 5/12/20012)Assinale a expressão que, nas relações de coesão, não é usada para se referir ao autor das palavras transcritas no fragmento abaixo. a) “professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul”(ℓ. 2 e 3) b) “Ele”(ℓ. 3) c) “ele”(ℓ.6) d) “O especialista”(ℓ.7) e) “ele”(ℓ.11)

Questão 2: MPOG 2008 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do Texto: O objetivo da Embratur é atrair mais turistas estrangeiros. Em média, segundo a empresa, eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome “eles” (ℓ. 2) constitui uma anáfora, pois se refere ao antecedente “turistas estrangeiros” (ℓ. 1 e 2).

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Questão 3: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: O antigo laço de amizade que me liga a Oscar Niemeyerlevou-me a transmitir-lhe minhas preocupações sobre os erros que eu acreditava terem sido cometidos em Brasília em consequência do planejamento puramente estético e quase ditatorial.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Atende à norma gramatical da língua padrão e preserva o sentido do texto original a seguinte substituição: “transmitir-lhe minhas preocupações sobre os erros” (linha 2) por “comunicar-lhe dos erros”.

Questão 4: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Berlusconi gosta de repetir que suas editoras publicam boa parte dos intelectuais de esquerda que o criticam.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “que o criticam”(ℓ.2), pode-se considerar que “o” funciona como uma preposição.

Questão 5: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Com isso, pode-se regionalizar a crítica, de forma que ela opere em espaços de pouca exposição (cadernos de cultura, livros de pequena tiragem, revistas especializadas). Basta deixá-la fora dos espaços midiáticos de grande exposição, os quais continuarão repetindo sempre o mesmo raciocínio monolítico e estabelecendo as pautas de discussão.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Há uma cadeia anafórica a partir da palavra “crítica”(ℓ.1) formada pelas seguintes substituições: o pronome pessoal “ela”(ℓ.2) e o pronome enclítico em “deixá-la”(ℓ.3).

Questão 6: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Neste sentido, o caso paradigmático foi Silvio Berlusconi: o primeiro-ministro italiano que hoje controla praticamente todo o sistema de comunicações da Itália. Graças a ele, lembramos que a mídia, mesmo em sociedades democráticas, pode funcionar como bloqueio à discussão política por meio de artifícios cada vez mais sutis.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “Graças a ele”(ℓ.3) o pronome “ele” é elemento coesivo que se refere a “Sílvio Berlusconi”(ℓ.1,2).

Questão 7: SUSEP 2010 Analista Técnico Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido no texto.

O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado desde o(1) início da década como a grande solução energética para o mundo, para substituir uma fonte não renovável (o petróleo) e reduzir a emissão(2) de poluentes, o etanol ainda não conquistou os fabricantes de veículos e os consumidores do mundo inteiro. Falta uma padronização internacional para transformar-lhe(3) em uma commodity facilmente comercializável nos diferentes mercados e ainda persistem barreiras protecionistas em muitos

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países. Nos EUA, por exemplo, há uma tarifa de importação de US$ 0,54 por galão. Para entrar na União Europeia, o etanol brasileiro paga 19 centavos de euro por litro.

É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na União Europeia, o potencial é menor, pois lá(4) o programa energético prevê a utilização de 10% de combustíveis renováveis no consumo total em 2020. Cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar — Unica indicam que isso resultaria na demanda de 14 bilhões de litros de etanol por ano (outra parte seria atendida(5) por biodiesel).

(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações)a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

Questão 8: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: Ou seja, mesmo com um índice de desemprego ainda relativamente alto, de 8,9% no ano passado, o país vive o paradoxo de criar vagas e não encontrar profissionais que as preencham. A explicação, dizem as empresas, está, sobretudo, na escolaridade precária dos trabalhadores.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “as”(ℓ.3) funciona como pronome e retoma o antecedente “vagas”(ℓ.3).

Questão 9: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: É próprio das grandes crises despertar o potencial criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se possível, contorná-las.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Os pronomes “-lhes” e “-las” (ℓ. 2 e 3) se referem a antecedentes diferentes: “governos” e “crises” (ℓ. 2 e 1), respectivamente.

Questão 10: MPOG 2006 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Ter idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as idéias do outro e não sua pessoa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “tranformá-los”(ℓ.2), a forma pronominal “-los” retoma a idéia explicitada em “outros indivíduos”.

Questão 11: SUSEP 2006 Agente Executivo 1

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O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de

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tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.

(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Todas as ocorrências do pronome “ele”(ℓ.5,8,9,10 e 12) estabelecem, no texto, uma cadeia coesiva que retoma a referência a “O homem mais humilde”(ℓ.1); por isso, a retirada de todas elas do texto o deixariam subentendido, sem prejuízo da coerência e da correção gramatical.

Questão 12: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central (BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a correção gramatical e a idéia de voz passiva ao se substituir a expressão verbal “será promovida” (ℓ.1 e 2) por promover-se-á.

Questão 13: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por influência da sílaba final do verbo, foi acrescentado n ao pronome em “obrigam-no” (ℓ.4); por isso, ao se mudar sua colocação para antes do verbo, volta à sua forma original, para que o texto se mantenha correto: o obrigam.

Questão 14: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Atualmente, com a predominância do modelo do Estado Social, a despeito dos fortes movimentos no sentido do ressur-gimento do liberalismo, não se pode abrir mão do uso dos tributos como eficazes instrumentos de política e de atuação estatal, nas mais diversas áreas, sobretudo na social e na econômica.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir “se pode” (ℓ.3) por pode-se.

Questão 15: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010

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Fragmento do texto: O bem comum é a finalidade e os direitos sociais, os meios para promovê-lo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte substituição no texto: “promovê-lo” por o promover.

Questão 16: Analista de Comércio Exterior - MDIC 2002 Há(A) tempos está em tramitação no Congresso proposta para reforma do sistema financeiro que concede independência plena ao Banco Central. São fortes as pressões para que a matéria seja aprovada ainda s ob(B) o atual governo. A iniciativa contempla contradição insanável(C). Não existe fórmula política capaz de aumentar a independência do BC. Nenhuma agência governamental s uperaria-o(D) em matéria de liber-dade. Atua independentemente(E) de qualquer controle externo.

(Baseado em Josemar Dantas)a) A b) B c) C d) D e) E

Questão 17: Oficial de Chancelaria MRE 2002 Marque o segmento do texto transcrito com erro

a) Por meio de maciços investimentos privados na região Centro-Oeste em anos recentes, o Brasil recuperou sua posição como um dos maiores produtores mundiais de algodão.

b) A safra de algodão em 2001 é a segunda maior do País nos últimos 25 anos.c) Dentro de dois ou três anos, o Brasil estará apto a exportar quantidades

substanciais, sendo relevante coibir práticas que distorcem os preços no mercado mundial.

d) Como no caso dos grãos, o algodão norte-americano também recebe subsídios consideráveis quando os preços mundiais estão em patamares baixos, onde incentiva-se o crescimento da produção.

e) Os pacotes de ajuda emergencial também têm destinado recursos adicionais aos produtores de algodão: US$ 85 milhões em 2001.

(Adaptado de Barreiras aos produtos e serviçosbrasileiros no mercado norte-americano. Embaixada

do Brasil em Washington, outubro de 2001)

Questão 18: Oficial de Chancelaria MRE 2002 No Brasil, os intelectuais formaram-se e desenvolveram-se à sombra(A) do Estado. São uma elite que reafirma-se(B) como classe média. Estiveram em evidência como pensadores do social nos anos 30, como ideólogos(C) do desenvolvimento na década de 60, como atores(D) políticos sob(E) a ditadura.

(Baseado em Ana Maria Fernandes)

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a) A b) B c) C d) D e) E

Questão 19: Analista-Tributário da Receita Federal 2012 Fragmento do texto: Além disso, caberia impor aos futuros participantes do mercado de trabalho, por exemplo, uma idade mínima para a aposentadoria, como nos regimes previdenciários da maioria dos países. Trabalha-se com 60 anos para mulheres e 65 para homens, números que serão objeto de negociação no Congresso. Atualmente, há quem se aposente antes dos 50, com base no tempo de contribuição (30 e 35 anos, respectivamente, para obter o benefício integral).

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “trabalha-se”(ℓ.3) e em “se aposente”(ℓ.5) o emprego do pronome “se” tem a mesma função morfossintática.

Questão 20: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal pronominal “se constrói” (ℓ.6) está na voz passiva e, portanto, corresponde, no texto, à locução verbal “é construído”.

Questão 21: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: Isso sugere que o modernismo tem suas próprias contradições e tensões dialéticas e que determinadas formas de pensamento e visão modernistas podem solidificar-se em ortodoxias dogmáticas e tornar-se arcaicas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As formas verbais “solidificar-se” (ℓ.3) e “tornar-se” (ℓ.3), como estão acompanhadas do pronome reflexivo “se”, poderiam ser também flexionadas na 3ª pessoa do plural: “solidificarem-se” e “tornarem-se”, como faculta a norma gramatical.

Questão 22: STN 2013 – Analista de Finanças e Controle Fragmento do texto: De fato, algumas entradas provisórias devem ser, oportunamente, devolvidas, a exemplo das cauções, das fianças, dos depósitos recolhidos ao Tesouro etc. Já a receita pública é a entrada que, integrando-se

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no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)O uso do pronome em “integrando-se” (ℓ.3) indica que “a entrada” (ℓ.3) constitui o agente e, ao mesmo tempo, também o objeto de integrar.

Questão 23: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: O próprio conceito de liberdade redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o desenvolvimento das forças econômicas.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por se tratar de emprego reflexivo, "redefine-se" (ℓ.1) não admite substituição por é redefinido.

Questão 24: MPOG 2001 Analista de Planejamento e Orçamento Fragmento do Texto: Embora o Brasil não tenha uma autêntica tradição de livre mercado e de competição, se se lograr superar a inércia, será fácil ao país lançar-se na vanguarda da modernidade, precisamente porque nossa reconhecida desvantagem, a de não possuirmos instituições estáveis e bem arraigadas, poderá ser, afinal, o nosso trunfo nesta vertiginosa era das comunicações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “lançar-se”(ℓ.3) o pronome “se” indica indeterminação do sujeito.

Questão 25: MPOG 2001 Analista de Planejamento e Orçamento Fragmento do Texto: As fronteiras ideológicas embolaram, os valores das sociedades mudaram mais que os dogmas dos políticos – à esquerda e à direita – e as diferenças nas políticas econômicas de liberal conservadores e social democratas quase desapareceram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “embolaram”(ℓ.1) admite, nesse contexto, também o emprego reflexivo: embolaram-se.

Questão 26: Tribunal Regional Eleitoral RS 2005 Fragmento do texto: As fronteiras ideológicas embolaram, os valores das sociedades mudaram mais que os dogmas dos políticos — à esquerda e à direita — e as diferenças nas políticas econômicas de liberal-conservadores e social-democratas quase desapareceram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula após “embolaram” indica que esse verbo deve ser entendido em seu emprego reflexivo, embora não apareça o pronome se.

Questão 27: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: O fenômeno já se fazia sentir com força, no final de 2009, na procura por engenheiros. Agora se vê que a carência de profissionais se espraia para vários níveis de formação - sobram vagas para farmacêuticos, mas também para eletricistas e torneiros.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

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Em “se espraia”(ℓ.3) o termo “se” funciona como indicador de sujeito indeterminado.

Questão 28: Assistente de Chancelaria MRE 2002 Fragmento do texto: Tomemos o Estado-Nação, por exemplo. Ele foi uma das maiores invenções de nossa era. Mas está se desfazendo em toda parte, porque a idéia de pluralismo político, sobre a qual se assentava, foi substituída pela idéia de separatismo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) De acordo com a argumentação do texto, as duas ocorrências do pronome “se”(ℓ.2) referem-se a toda e qualquer pessoa porque o pronome indica o sujeito indeterminado da oração em que ocorre.

Questão 29: DNIT 2013 - Analista de Infraestrutura de Transportes Fragmento do texto: Entretanto, fiquei estupefato com seu otimismo. Ele medisse que, em Brasília, os ajustamentos sociais que me estavam preocupando seriam, gradativamente, solucionados em harmonia com a nova arquitetura.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Atende à norma gramatical da língua padrão e preserva o sentido do texto original a seguinte substituição: “Ele me disse” (ℓ. 1 e 2) por “Ele disse a mim”.

Questão 30: STN 2013 – Analista de Finanças e Controle 1

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A entidade estatal, para atender às suas finalidades, necessita de dinheiro. O ingresso deste nos cofres públicos caracteriza o que se denomina de entrada, contudo esta não corresponde obrigatoriamente à receita pública. De fato, algumas entradas provisórias devem ser, oportunamente, devolvidas, a exemplo das cauções, das fianças, dos depósitos recolhidos ao Tesouro etc. Já a receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. A entrada, destarte, é o gênero de que a receita pública é uma espécie. As receitas originárias resultam da atuação do Estado na exploração de atividade econômica, como uma empresa privada na busca do lucro. Embora o exercício de tal atividade ocorra sob o regime de direito privado, não há um total afastamento das normas de direito público. Na verdade, as empresas estatais não podem deixar de observar, no que a elas se aplicar, os princípios gerais da atividade econômica que estão dispostos no Capítulo I do Título VII da Constituição Federal.

(Adaptado de Lucas Clemente de Brito Pereirahttp://jus.com.br/revista/texto/10256/nocoes-gerais-acerca-das-financaspublicas,

acesso em 25/01/2013)Nas relações de coesão do texto, assinale a opção que não estabelece a correta referência para o pronome destacado na expressão. a) Em “ingresso deste” (ℓ.2) refere-se a “de dinheiro” (ℓ. 2). b) Em “se denomina” (ℓ.3) refere-se a “ingresso” (ℓ.2).

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c) Em “esta não corresponde” (ℓ.3) refere-se a “entrada” (ℓ.3). d) Em “tal atividade” (ℓ.13) refere-se a “atividade econômica” (ℓ.15). e) Em “o seu vulto” (ℓ.9) refere-se ao vulto da entrada como “receita pública”

(ℓ.7).

Questão 31: CGU - Analista de Finanças e Controle - 2012 Fragmento do texto: No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos 1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome “isso”(ℓ.3) retoma a ideia expressa por “globalização financeira”(ℓ.2).

Questão 32: CGU - Analista de Finanças e Controle - 2012 1

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O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e baixos, a taxa de desemprego cai de forma consistente. Uma das possíveis causas é a redução do crescimento demográfico, que desacelera a expansão da população apta a trabalhar. Com menos pessoas buscando uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o baixo crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o número de desempregados e aumenta a renda. Por outro, eleva os custos e reduz a competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar as contas. É uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da produtividade – para manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados para produzir mais.

(Adaptado de Ernesto Yoshida, Outro ângulo. Exame, ano 46, n. 7,18/4/2012)Provoca-se erro gramatical, com consequente incoerência textual, ao alterar as relações de coesão no texto, inserindo a) o termo desse desemprego depois de “causas”(ℓ.3). b) o pronome nossa antes de “economia”(ℓ.1). c) o pronome seu antes de “baixo crescimento”(ℓ.5,6). d) o termo para o Brasil depois de “bom”(ℓ.6). e) o pronome suas antes de “contas”(ℓ.9).

Questão 33: CGU - Analista de Finanças e Controle - 2012 1

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A fraqueza da produção manufatureira, nos últimos meses e anos, aqueceu o debate sobre o risco de desindustrialização no Brasil. No ano passado, seu crescimento foi de apenas 0,3%, uma ninharia em comparação com a alta de 6,7% no varejo. Mesmo que se considere um período mais longo, a diferença continua dramática: a manufatura está no nível do início de 2008, contra quase 35% de aumento nas vendas de varejo. Espera-se alguma retomada para este ano. Uma parte da desaceleração de 2011 decorreu da diminuição de estoques em alguns setores, como o automobilístico, pressionados por importações crescentes e vendas internas estagnadas. Feito um ajuste, a produção pode retornar ao nível normal.

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(Adaptado do Editorial, Folha de S. Paulo, 29/3/2012)Em relação às estruturas linguísticas do texto, assinale a opção incorreta.

a) A substituição de “se considere”(ℓ.4) por sejam considerados mantém a correção gramatical do texto.

b) A substituição da expressão “uma ninharia”(ℓ.3) por insignificante respeita as relações de sentido do texto e confere-lhe mais formalidade.

c) O pronome “seu”(ℓ.3) retoma o antecedente “produção manufatureira”(ℓ.1).d) O emprego da voz passiva em “Espera-se”(ℓ.7) é recurso de

impessoalização do texto. e) A forma verbal “pressionados”(ℓ.9) está no masculino plural porque

concorda com “alguns setores”(ℓ.8,9).

Questão 34: MI / CENAD – 2012 Vários cargos de nível superi-or 1

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A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos faz refletir mais profundamente sobre a relação entre liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades, uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida humana, excelentes índices de educação, burocracia inteligente e serviços públicos voltados (de fato) para melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho para a produção de seres humanos mais plenos e sociedades mais inspiradoras. Talvez não seja assim. Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de mera distribuição equitativa da renda. A igualdade e a dignidade humana que uma sociedade pode produzir referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições materiais e subjetivas à sua disposição, para que, atendidas suas necessidades básicas e diárias de bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem-estar incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de excelentes creches, escolas, universidades, sistema de saúde e previdência a todos, piscinas públicas, parques, transporte confortável e excelente, seguro-desemprego por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses, muitas bibliotecas públicas… No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada capacidade transformadora. A maioria de seus educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos: questionam pouco a vida que levam e são fisicamente contidos. E isso não parece ter forte relação com o frio. É um acomodamento social, um respeito quase inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado, é evidente, pelo formato social igualitário. Em outros termos, não foi a igualdade que deixou o país apático. Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga é que a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico, e a processos transformadores.

(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico:um olhar sobre o norte,outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica

http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ - acesso em 12/12/2011)

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Na organização das relações de coesão e coerência do texto, a) o pronome “todos” (ℓ.30) retoma e sintetiza os termos da enumeração “a

igualdade, o respeito e a dignidade” (ℓ.29 e 30). b) a expressão “tem limitada capacidade transformadora” (ℓ.22) retoma, com

outras palavras, a ideia de “reproduz o mundo com extrema facilidade” (ℓ.21).

c) o substantivo “seres” (ℓ.23) e o pronome “que” (ℓ.23) retomam a expressão “seus educados cidadãos” (ℓ.22 e 23).

d) a expressão “Esse resultado” (ℓ.26) retoma a ideia de “sociedade tão igualitária” (ℓ.20), já sintetizada em “isso” (ℓ.24).

e) os pronomes “sua” (ℓ.12), “suas” (ℓ.13), “ele” (ℓ.13) e “se” (ℓ.13) referemse a “o cidadão” (ℓ.11).

Questão 35: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Com dinheiro, você pode xingar o ditador da época e sair correndo para o exílio, ou financiar todos os candidatos a presidente e comparecer aos jantares de campanha de todos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical inserir o pronome eles depois de “todos” (ℓ.3).

Questão 36: Engenharia Mecânica MPU 2004 A tragédia de Édipo é o primeiro testemunho que temos das práticas jurídicas gregas. Como todo mundo sabe, trata-se de uma história em que pessoas – um soberano, um povo –, ignorando uma certa verdade, conseguem, por uma série de técnicas, descobrir uma verdade que coloca em questão a própria soberania do soberano. A tragédia de Édipo é um procedimento de pesquisa da verdade que obedece exatamente às práticas judiciárias gregas daquela época.

(Adaptado de Michel Foucault)Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Seria mantida a correção gramatical, mas haveria mudança do sentido original do texto, caso as palavras “certa” (ℓ.3) e “própria”(ℓ.4) estivessem pospostas ao substantivo a que estão relacionadas.

Questão 37: SUSEP 2010 Analista Téc-nico 1

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A segunda metade dos anos 1990 foi caracterizada por crises nos países emergentes: México, Rússia, Brasil e Argentina. Em todos os casos, os países recorreram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para resolver seus problemas de endividamento externo e tiveram que se submeter a rigorosos programas de ajuste fiscal (redução de gastos públicos e aumento de impostos) e das contas externas exigidos pela organização. Após o período de retração do nível de atividade e aumento do desemprego, durante o qual a relação dívida/PIB e os déficits fiscais se acomodaram em níveis compatíveis com a capacidade de financiamento, todos os países, à exceção da Argentina, entraram em trajetória de crescimento, com estabilidade de preços. Como os

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fundamentos fiscais e monetários destes países estavam fortes, com equilíbrio fiscal, relação dívida/PIB e inflação sob controle, seus governos e bancos centrais puderam adotar políticas fiscais, monetárias, de crédito mais frouxas, que reverteram a trajetória de queda já no segundo trimestre de 2009.

(José Márcio Camargo, Tragédia grega. IstoÉ, 10/02/2010, comadaptações)

Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual, ao mesmo referente.

a) “países emergentes”(ℓ.2) – “os países”(ℓ.3) – “se”(ℓ.4) b) “todos os casos”(ℓ.2) – “problemas de endividamento externo”(ℓ.4) –

“seus”(ℓ.13) c) “Fundo Monetário internacional”(ℓ.3) – “seus”(ℓ.4) – “organização”(ℓ.6) d) “desemprego”(ℓ.8) – “o qual”(ℓ.8) – “se”(ℓ.9) e) “equilíbrio fiscal”(ℓ.13) – “políticas...de crédito”(ℓ.14) – “que”(ℓ.15)

Questão 38: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Frag-mento do texto: Durante muito tempo, a tributação foi vista apenas como um instrumento de receita do Estado. Apesar desta missão ser, por si só, relevante, na medida em que garante os recursos financeiros para que o Poder Público bem exerça seu mister, a verdade é que, pouco a pouco, descobriu-se outra faceta não menos importante na tributação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao substituir “desta”(ℓ.2) por de esta.

Questão 39: Engenharia Mecânica MPU 2004 A _______ intelectual de Nabuco provém de suas ________ e é por isso que nele ______, mais do que o artista, o pensador político. É uma tradição espiritual que ele conserva e eleva a um grau superior, ainda que a______ vocação política se alie ______ sensibilidade artística.

(Baseado em Graça Aranha)a) qualidade raízes acentua-se esta a b) riqueza raízes se acentua esta à c) carreira influências marca-se tal à d) essência origens se acentua essa a e) vivência raízes acentua-se essa à

Questão 40: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: E as diferenças devem existir somente quando necessárias ao bem comum. Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um homem pode obter do processo social estão aproximadamente em função de seu poder de consumo, o que resulta do seu poder de propriedade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O valor demonstrativo do pronome o em “o que resulta”(ℓ.4) indica que pode haver aí a substituição pelo pronome isso, sem prejuízo da correção gramatical ou da coerência textual.

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Questão 41: MPOG 2006 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Ter idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as idéias do outro e não sua pessoa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “o que se combate”(ℓ.3), o termo “o” pode , sem prejuízo gramatical para o período, ser substituído pelo pronome aquilo.

Questão 42: MPOG 2008 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do Texto: A média geral de gastos diários, por turista, foi de US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais que isso.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “isso” constitui elemento coesivo, pois retoma o antecedente “US$ 91,74”.

Questão 43: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 Fragmento do texto: A minha tese é que o modo de informação decreta uma reconfiguração radical da linguagem, que constitui sujeitos fora do padrão do indivíduo racional e autônomo. Esse sujeito familiar moderno é deslocado pelo “modo de informação” em favor de um que seja múltiplo, disseminado e descentrado, interpelado continuamente como uma identidade instável.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) “Esse sujeito familiar” (ℓ.3) corresponde ao “indivíduo racional e autônomo” (ℓ.3).

Questão 44: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não revelam o que se passa em seu interior.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao retir-ar o pronome “o”, do termo “o que”(ℓ.3).

Questão 45: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 1

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É necessário formar nítida consciência de que a auditoria penetra em todos os meandros dos negócios administrativos e que, por isso, o auditor tem condições para reunir um acervo de informações vitais sobre o organismo auditado, as quais, se escaparem do controle de sua administração, podem servir até para prejudicar aquele organismo ou interferir na sua administração. Maior se torna o perigo quando empresas de auditoria conseguem prestar serviços a clientes concorrentes do mesmo setor econômico, o que propicia àquelas reunir informações econômicas, financeiras, patrimoniais, administrativas e mesmo tecnológicas, não disponíveis por nenhuma das empresas auditadas, isoladamente. Na hipótese de as auditorias serem feitas por sociedades estrangeiras ou por contadores nacionais a serviço daquelas, a concentração de informações

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relativas às empresas auditadas pode pôr em risco a própria segurança nacional, mesmo na ausência de confrontos internacionais, ao facilitar a transferência ao exterior das informações aludidas e o controle dos mais importantes setores econômicos do País, especialmente quando os organismos auditados são empresas vitais à economia, quer sejam estatais, quer sejam do setor privado.

(Trecho extraído da justificação de um projeto de lei)Indique o item em que o elemento da coluna da esquerda faz remissão incorreta à palavra da coluna da direita. a) àquelas (ℓ.8) empresas de auditoria (ℓ.6) b) as quais(ℓ.4) informações vitais (ℓ.3) c) que(ℓ.8) o(ℓ.8) d) que(ℓ.1) nítida consciência(ℓ.1) e) daquelas(ℓ.12) sociedades estrangeiras (ℓ.11)

MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental1

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Conciliar desenvolvimento e conservação da natureza é o dilema fundamental do mundo neste século. Para o Brasil é mais do que isso, é uma equação muito mais complexa do que a média mundial. O país abriga 60% da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta e o maior repositório de espécies animais e vegetais ainda desconhecidas, um tesouro genético de extraordinário significado para a sobrevivência e bem-estar das futuras gerações. Essa preciosidade biológica insubstituível tem sido queimada para abrir espaço para a pata do gado, como lenha para carvão sem valor algum. A incineração da floresta amazônica, ecossistema que uma vez perdido não pode ser reposto artificialmente, é ainda mais perversa por jogar na atmosfera volumes gigantescos de gases que aumentam o ritmo do temido aquecimento global.

Mas as pressões mais fortes sobre a mata rica e frágil vêm do Sul. O Brasil que necessita desenvolver-se olha para a Amazônia como a solução também para seus problemas de escassez energética. Para crescer no mesmo ritmo dos últimos dois anos, o país tem de aumentar em 50% sua capacidade de geração de energia. Nesse contexto, conciliar desenvolvimento e preservação talvez seja o desafio da geração atual de brasileiros com algum poder nas mãos.

(Veja, 21 de junho, 2009, com adaptações)Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Questão 46: O pronome “isso”(ℓ. 2) resume a ideia que o texto passa a desenvolver a partir da linha 3: as consequências de o Brasil abrigar grande parte da maior floresta tropical do mundo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Questão 47: A expressão “Nesse contexto” (ℓ.17) resume a ideia anteriormente generalizada de “incineração da floresta amazônica” (ℓ.9).

Questão 48: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP Fragmento do texto: A invasão israelense intensifica o ambiente de privações e ameaças à integridade física em que vivem os habitantes de Gaza.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O pronome relativo “que”(ℓ.2) retoma o sentido do termo antecedente: “integridade física”.

Questão 49: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Exatamente na medida em que não mais podemos identificar um paradigma dominante em nosso contexto de pensamento – referência básica para nossos projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo uma crise da própria necessidade e possibilidade de um paradigma hegemônico.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Embora as regras gramaticais permitam substituir os dois travessões, nas linhas 2 e 4, por vírgulas, tal substituição deveria ocorrer apenas na primeira delas, pois uma vírgula depois de “estéticos” (ℓ. 4) provocaria erro gramatical.

Questão 50: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados passarão a pagar menos IPI.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Estaria gramaticalmente correto se em “a pagar” fosse colocado sin-al indicativo de crase.

Questão 51: SUSEP 2010 Analista Técnico Fragmento do texto: A rede educacional do país, com suas falhas e distorções distribuídas do ensino fundamental à universidade, mostrase incapaz de oferecer ao mercado de trabalho mão de obra competente.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “mostra-se”(ℓ.2) tem como sujeito “distorções distribuídas do ensino fundamental à universidade”(ℓ.2).

Questão 52: SUSEP 2010 Analista Técnico Assinale a opção em que o texto foi transcrito com erro gramatical no termo sublinhado.

A historiografia econômica já explorou detidamente os mecanismos pelos quais(A) as eras históricas, que são nomeadas pelos respectivos sistemas de produção, ganharam uma fisionomia própria, uma identidade, entraram em crise, s endo(B) enfim substituídas implacavelmente em escala mundial. O feudalismo foi dissolvido pelo capital mercantil, e este, passado o processo de acumulação, deu lugar ao capitalismo industrial. O imperialismo é o ápice do processo capitalista e, até a bem(C) pouco tempo, o pensamento de esquerda ancorava-se na certeza de que o socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de morte. As dúvidas são hoje graves, mas a hipótese de que(D) as fases não só se encadeiam mas se ultrapassam é ainda um cânon de leitura poderoso, parecendo imbatível quando se examinam(E) os períodos de transição.

(Alfredo Bosi, O tempo e os tempos. In: Adauto Novaes (org.), Tempo eHistória. São Paulo: Companhia das Letras,1992, p.21, com adaptações)

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a) (A) b) (B) c) (C) d) (D) e) (E)

Questão 53: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da população mundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezes sendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a coerência textual ao empregar a expressão a maioria da população, em lugar de “dois terços da população”(ℓ.1), mas para manter a correção gramatical é necessário substituir “tem”(ℓ.2) por têm.

GABARITO

1 C 2 C 3 E 4 E 5 C 6 C 7 C 8 C 9 E 10 C 11 E 12 C 13 C 14 E 15 E 16 D 17 D 18 B 19 E 20 E 21 E 22 E 23 E 24 E 25 C 26 C 27 E 28 E 29 C 30 B 31 E 32 A 33 A 34 E 35 E 36 C 37 A 38 C 39 D 40 E 41 C 42 C 43 C 44 C 45 D 46 E 47 E 48 E 49 E 50 E 51 E 52 C 53 E