Portuguese Tribune, July 1st 2011

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 a Quinzena de Julho de 2011 Ano XXXI - No. 1112 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Canada Inaugura Praça de Toiros Cônsul de Portugal em conversa com Tribuna Pág.31 America! America! NOTÍCIAS A Banda Filarmónica União Popular da Ribeira Seca, S. Jorge, Açores chega á Califór- nia dia 12 de Julho de 2011. Esta Banda Filarmónica permane- cerá na Califórnia até dia 26 de Julho. Esta banda é uma das filarmóni- cas mais antigas dos Açores e foi fundada em 1856. A Banda Fi- larmónica União Popular é uma instituição de utilidade publica, já tendo sido condecorada com a medalha benemérito da Região Autonoma dos Açores, atribuida pelo Governo Regional dos Aço- res, por ser a banda mais antiga dos Açores em continua activi- dade musical. Pág. 21 Projecto financiado de inves- tigação em Turismo na Univer- sidade de Aveiro - Emigrantes Portugueses convidados a cola- borar. Pág. 27 http://questionarios.ua.pt/in- dex.php?sid=24619&lang=pt Festas a sair na nossa próxima edição de 15 de Julho: Hayward, Tracy, Stevinson, Sebastopol, Atwater, Patter- son, Arcata. No dia 9 de Julho, a Ganadaria Sol e Toiros, Inc. de Élio Leal, vai inaugurar a sua nova Praça de Toiros "Monumental Vitor Men- des", na localidade de Dundalk, hora e meia ao norte de Toronto. Participam na Corrida Inaugural os cavaleiros Rui Santos, Tiago Pamplona, João Pamplona, matadores Vitor Mendes (padrinho da praça), António Villaverde Martin, Grupo de Forcados de Turlock e Grupo de Forcados do Canada. Toiros (5) da Ganadaria do Pico dos Padres e 2 da Ganadaria Casa Agrícola Machado, ambas da California. Forcados de Turlock em Portugal O Grupo de Forcados de Turlock, capitaneados por George Mar- tins vai deslocar-se a Portugal para pegar toiros nos dias 4, 5 e 6 de Agosto, respectivamente no Campo Pequeno (Corrida do Emi- grante, televisionada), Tomar e Monte Gordo (Algarve). Nova oportunidade para a forcadagem da California poder mos- trar o seu valor. We the People of the United States, in Order to form a more perfect Union, establish Justice, insure domestic Tranquility, provide for the common defence, promote the general Welfare, and secure the Blessings of Liberty to ourselves and our Posterity, do ordain and establish this Constitution for the United States of America. Happy 4th of July Espírito Santo na California Pág. 3,4,13 a 20, 29

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Julho de 2011Ano XXXI - No. 1112 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

CanadaInaugura Praça

de Toiros

Cônsul de Portugal emconversa com Tribuna Pág.31

A merica! A merica!

NOTÍCIASA Banda Filarmónica União Popular da Ribeira Seca, S. Jorge, Açores chega á Califór-nia dia 12 de Julho de 2011. Esta Banda Filarmónica permane-cerá na Califórnia até dia 26 de Julho. Esta banda é uma das filarmóni-cas mais antigas dos Açores e foi fundada em 1856. A Banda Fi-larmónica União Popular é uma instituição de utilidade publica, já tendo sido condecorada com a medalha benemérito da Região Autonoma dos Açores, atribuida pelo Governo Regional dos Aço-res, por ser a banda mais antiga dos Açores em continua activi-dade musical. Pág. 21

Projecto financiado de inves-tigação em Turismo na Univer-sidade de Aveiro - Emigrantes Portugueses convidados a cola-borar. Pág. 27http://questionarios.ua.pt/in-dex.php?sid=24619&lang=pt

Festas a sair na nossa próxima edição de 15 de Julho:

Hayward, Tracy, Stevinson, Sebastopol, Atwater, Patter-son, Arcata.

No dia 9 de Julho, a Ganadaria Sol e Toiros, Inc. de Élio Leal, vai inaugurar a sua nova Praça de Toiros "Monumental Vitor Men-des", na localidade de Dundalk, hora e meia ao norte de Toronto.Participam na Corrida Inaugural os cavaleiros Rui Santos, Tiago Pamplona, João Pamplona, matadores Vitor Mendes (padrinho da praça), António Villaverde Martin, Grupo de Forcados de Turlock e Grupo de Forcados do Canada. Toiros (5) da Ganadaria do Pico dos Padres e 2 da Ganadaria Casa Agrícola Machado, ambas da California.

Forcados de Turlock em Portugal

O Grupo de Forcados de Turlock, capitaneados por George Mar-tins vai deslocar-se a Portugal para pegar toiros nos dias 4, 5 e 6 de Agosto, respectivamente no Campo Pequeno (Corrida do Emi-grante, televisionada), Tomar e Monte Gordo (Algarve).Nova oportunidade para a forcadagem da California poder mos-trar o seu valor.

We the People of the United States, in Order to form a more perfect Union, establish Justice, insure domestic Tranquility, provide for the common defence, promote the general Welfare, and secure the Blessings of Liberty to ourselves and our Posterity, do ordain and establish this Constitution for the United States of America. Happy 4th of July

Espírito Santo na California

Pág. 3,4,13 a 20, 29

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Year XXXI, Number 1112, July 1st, 2011

2 1 de Julho de 2011SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL

Quando chega ao verão este jornal tem de esticar as suas páginas para poder cumprir as suas res-ponsabilidades de mostrar à nossa comunidade o que de melhor fazemos em terras americanas - as

festas tradicionais em Louvor ao Espírito Santo. Somos os melhores do mundo, como bem diz um dos nossos netos. Verdade, verdadinha, somos mesmo dos melhores do mun-do. Até as nossas Ilhas já copiam a nossa maneira de fazer comunidade. É bonito e não faz mal a ninguém.Sendo assim, até nos sentimos orgulhosos. Em Julho, a Filarmónica União Popular da Ribeira Seca, São Jorge, vem pela segunda vez visitar-nos. Mais uma vez damos guarida e amizade a uma grande banda que foi fun-dada em 1856. As bandas de música têm sido das mais im-portantes escolas na nossa comunidade, trazidas que foram as bases das bandas açorianas.Hoje temos 14 bandas na California e na maioria delas a juventude impera, quer em músicos quer em maestros. É importante que essas organizações continuem a receber apoio de todos nós, porque bem o merecem.

A conversa que tivemos com António Costa Moura, Cônsul-Geral de Portugal em San Francisco mostra bem a surpresa que ele sentiu quando se apercebeu das potencialidades da nossa Comunidade. Basta ter dois olhos e dois ouvidos para compreender o valor, o trabalho, a persistência de uma Co-munidade que está na Costa do Pacífico desde 1827. Portugal infelizmente ainda não nos viu, nem ouviu correc-tamente. Fazem visitas tipo relâmpago, voltam e bye-bye.António Costa Moura talvez lhes ensine o caminho de re-gresso a este dourado Estado. jose avila

Somos os melhores... Por uma noção de cultura

De que falamos nós quan-do falamos de cultura?Recorro a Vitorino Ne-mésio que foi pioneiro,

em Portugal, do interdisciplinar: “Cultura é uma perspectiva conver-gente e unitária de vários ramos do saber”. Está bem presente nesta afir-mação uma ideia de cultura como diálogo e confronto. Isto é, uma noção de cultura que implica cruzar saberes e campos de pesquisa.Reflectir sobre a cultura é fazê-la, construí-la, interpretá-la e torná-la viva – não é a mera ostentação de saberes. Porque em tempo de Inter-net, CD-Rom, imagem virtual e ou-tras tecnologias da informação e da comunicação, o nosso conceito de cultura não pode ficar cristalizado em valores do passado. Refiro-me à cultura prestígio, erudição, “bric-a-brac” de ideias feitas, sucessão de datas e nomes para esquecer ou para lembrar apenas quando for necessário.E, quanto a mim, a questão põe-se nestes termos: queremos, de facto, que a cultura nos traga uma mu-dança? Ocorre-me aqui a conhe-cida frase do escritor Lampedusa:

“É preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma”, dita pelo príncipe Di Salina no filme O leopardo. Nos tempos que correm, cultura deverá ser entendida como factor de liberdade individual e mo-tor de desenvolvimento colectivo.O conceito novo de cultura tem a ver com o que somos e com o modo de o ser, com a forma de estar no mundo, com o sentido que trazemos da beleza e da justiça, com a ma-neira por que exprimimos os nos-sos sentimentos de alegria ou tris-teza, com o que comemos e com o que vestimos, com os cuidados que prestamos ao nosso jardim ou à casa que habitamos. Uma perspectiva de cultura que tem a ver também com a paisagem que nos cerca, com os lugares que amamos ou que esco-lhemos para viver. Por conseguinte, uma ideia de democracia cultural que pressupõe que todos somos portadores de cultura, fazedores de cultura.É por isso que sempre desconfiei das chamadas “políticas culturais”… Os estados autoritários e as ditaduras é que costumam ter uma “política cultural”. As democracias felizmen-te não. Estaline tinha uma “política cultural” e através dela mandou ma-tar todos os seus inimigos… Hitler tinha uma “política cultural” e or-

denava aos artistas que exaltassem os méritos da juventude hitleriana, os malefícios do judaísmo e a su-premacia do nacional-socialismo. Salazar também teve uma “política cultural” (via António Ferro); a cele-brada “política do espírito”, que deu no que deu… Da “revolução cultu-ral” chinesa é melhor nem falar…Aqui há uns anos atrás, países como a União Soviética também tinham “políticas culturais” bem definidas: mandavam os escritores escrever sobre barragens ou sobre a necessi-dade de se aumentar a produção de trigo, ou sobre os triunfos espaciais soviéticos como prova da bondade do comunismo…É assim nos regimes de força. Nas democracias, quem faz a cultura são os indivíduos, de sua livre ini-ciativa. A cultura de uma sociedade livre não é planificada nem dirigida pelos gestores estatais, nem regio-nais: a cultura de uma sociedade livre e saudavelmente democrática é aquela que fazem, livremente, os seus cidadãos. Mas atenção: cultura não deve ser confundida com ani-mação e diversão, conforme se vai vendo por aí…Por conseguinte, na minha opinião, não deve o governo ter aquela “po-lítica cultural” que as ditaduras acham essencial que se tenha. É óbvio que o governo deve apoiar a cultura, mas discretamente, sem di-rigismos e sem paternalismos.Aprendamos com os erros do passa-do. E também com os do presente – pois que, em Portugal, continuamos a fazer da cultura uma actividade subsidiária…

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui Dores

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3FESTA DE STOCKTON

Festa do Clube Português de Stockton

A Festa do Espírito Santo do Club Portuguese of Stockton começou no dia 18 de Junho, com o Rosário às 7 horas, seguido do jantar de caçoila, coroação das rainhas e baile pelo Conjunto Progresso.No Domingo, dia 19 de Junho, formou-se a Coroação às 9:30 e a Missa foi realizada no Stockton Ballroom, presidida pelo Reverendo Eduino Silveira. As sopas foram servidas depois da missa, seguindo-se arrematações, e mais tarde jantar de sopas e carne.A Rainha Grande foi Alison de Sousa, filha de Joe e Lucy de Sousa, de Turlock; aia Lindsey Monroe, filha de Eric e Monica Piedra, de Turlock; aia Victoria Nunes, filha de Arthur e Alice Nunes, de Tur-lock.A Rainha Pequena foi Marie Wildenberg, filha de Darren e Cathy Wildenberg, de Oakdale; aia Ava Corallo, filha de Pete e Debbie Co-rallo, de Tracy; aia Amarica Acevedo, filha de Daniel e Rose Aceve-do, de Stockton.O Presidente da Festa foi Darren e Cathy Wildenberg. (na foto)Na sexta-feira seguinte realizou-se na Praça de Toiros Campo Peque-no de Tracy a tradicional Corrida de Toiros, com o cavaleiro Alber-to Conde, matadores Dennis Borba e Victor Blasquez, novilheiros Francisco Damas e David Serrilha. Grupo de Forcados de Merced, director de Corrida Frank Castro, abrilhantando a função a Azores Band of Escalon.

Jeannete Borges, Padre Eduino Silveira e Rainha Santa Isabel

Embaixo: aia Lindsey Monroe, Rainha Grande Alison de Sousa, aia Victoria Nunes

Aia Ava Corallo, Rainha Pequena Marie Wildenberg, aia Amariza Acevedo

fotos de Jorge Avila "Yaúca"

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4 1 de Julho de 2011FESTA DE STOCKTON

Padre Eduino coroando a Rainha Pequena Marie Wildenberg

Coroação do Presidente Darren e Cahty Wildenberg

Embaixo: aia Lindsey Monroe, Rainha Grande Alison de Sousa, aia Victoria Nunes

Coroação da Rainha Grande Alison de Sousa

Desde pequeninas que começam a participar nas nossas festas

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5COLABORAÇÃO

The official name for the town of Pinole originated from pinolli, the Aztec word for toasted and

ground seeds. As the Spaniards moved north through Mexico and into California, they changed the word to pinole, and used it to des-cribe a variety of flours and seed cakes. In 1775, for example, Na-tive Americans offered pinole to Jose de Canizares. Pilot of the pa-cket-boat “San Carlos, near today's town of Pinole, and the name has become permanently linked with the location, the expedition cha-plain, padre Vicente Santa Ma-ria, mentioned in his journal: "On this occasion they gave us a large quantity of pinoles, and some loa-ves made from the same substance. The pinoles were made from a seed that left me with a taste like that of toasted hazelnuts.”Allegedly, the townsite was foun-ded by Dr. Samuel Tennent, an Englishman who married Rafae-la Martinez, daughter of Ignacio Martinez, the owner of Rancho Pi-nole. In the early days, the beach at Pinole was the most favorable lan-ding place along the shoreline ofSan Pablo Bay. According to Geor-ge Emanuels, (Californi'a's Contra Costa County, An Illustrated His-tory, 1986 Edition), “with his small schooner a Portuguese sailor star-ted trading between there and San

Francisco in 1854.”Bernardo Fernandes was the name of that adventurous sai-lor. In 1843, at age 13, he had left his Portuguese native city of Porto, sailing first to Brazil, and spending the following ten ye-ars sailing to every continent in the world. Before reaching his twentieth birthday, he was alre-ady the master of a sailing ship. In August 1853 he arrived in San rancisco Bay on the clipper "Staghound”. Late the next year he found the landing at Pinole. Shortly thereafter, he bought 43 acres from the U.S. government there and settled down.Fernandes first built a storeroom and a warehouse. From there he traded, buying grain and local crops and selling them in San Francisco. His first warehouse was washed away in the 1862 flood, but he soon replaced it with two larger ones. He pur-chased so much grain, that by 1876 he had to build two more warehouses and later a fifth one. At one time the enterprising ex-sailor was storing as many as 100.000 sacks of grain.In 1859 Fernandes married Charlotte Cuadra, a Chilean, and the couple raised a family of six children. Fernandes ulti-mately owned over 3,000 acres of land and became one of the

Portuguese presence in Pinole

richest men in the county.In his book Old Times in Contra Costa, Robert Daras Tatam wro-te that "Bernardo Fernandes, one of the founders of Pinole, was a Portuguese sailor who purchased a schooner in 1854 and started a water freight business between Pinole and San Francisco. Ship-ping grain became his main bu-siness and he prospered over the years. In 1878, he owned four lar-ge warehouses for storing grain, three schooners, a long wharf, a three-gabled house, a lovely hill-side orchard, a general store (next to the house) and other real estate around Pinole.Cars went on tracks from his warehouses to and right on the wharf, dra-

wn by horses. Therewas a railroad depot on his land for com-bined passenger-freight trains.”Recently, I had the opportunity to visit the knoll atop which stands the Fernan-des' beautifulmansion, located at 100 Tennent Ave-nue. Actually, this is the second house he built in 1894, after the previous residen-

ce burned down. For many years the Fernandes family lived in the classic Italianete style mansion, even after the death of the grain magnate in 1912. After the fami-ly sold the mansion, it had a suc-cession of owners. In 1970 it was purchased by Dr. Joseph Mariotti, president of the Pinole Historical Society. He had the mansion re-paired and restored to its original magnificence.Apparently, the upkeep of the building is still an on-going pro-ject. I noticed several individuals working at the site, which borders

on Cuadra Court, certainly cho-sen because of Fernandes' wife's maiden name.Located at 595 Tennent Avenue is Fernandes Park, with play-grounds, picnic areas, baseball and basketball areas and a lawn with shade trees, The city park sprawls on a large parcel of land, which was donated in the 1930's by Bernardo's son, Dr. Manuel Fernandes.It is no exaggeration to credit Bernardo Fernandes as an ear-ly developer of Pinole, and one whose memory still lingers on at Pinole. His two and a half stories mansion has been placed on the National Register of California Historic Places, which states that it as built by Bernardo Fernandes "overlooking docks and warehou-ses in port complex which beca-me the nucleus of Pinole's active mercantile center."In closing, although Bernardo’s surname appears ubiquitously as Fernandez, the proper and correct Portuguese spelling is and should be Fernandes.

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Page 7: Portuguese Tribune, July 1st 2011

7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

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Foi no registo civil da Câmara Municipal da Praia da Vitória que o meu nome de batismo se arquivou há mais de meio sé-culo como recém-nascido filho do triunfante concelho. Não fazia então a mínima ideia da pitoresca Praia, nessa altura,

ainda tímida vila ensombrada pela urbana formosura de Angra – he-róica rainha da ilha e solene capital do distrito. Só dez anos depois, quando lá voltei, de fatinho preto e com papilão ao pescoço, para fazer o meu exame da quarta classe, me apercebi do inegável fascínio daquele encantador berço de Nemésio a embelezar o vistoso Ramo Grande.Mais tarde, já na maturidade dos vinte e dois, ao levantar vôo das Lages para os “States”, em viagem de ida sem volta certa, não contive duas lágrimas atrevidas a molharem-me as meninas dos meus olhos presos na vila, na ilha e nos amigos que para trás deixava, longe da vista...O coracão nunca nos trai quando a amizade prevalece. Já lá vão trinta anos. A Praia tornou-se cidade pouco depois de eu partir. Passei a vê-la ao longe mas a acompanhá-la de perto na fértil inspiração do meu amigalhaço, Paulo Codorniz, o iluminado letrista local que a tem feito bailhar e confraternizar, por altura das Festas, na contagiante alegria que todos lhe reconhecemos. As suas modelares letras das marchas, elogiados molhes de palavras cultivadas com primor, ano após ano, pincelam-nos a saudade de boa disposição e convidam-nos a lá irmos bronzear este umbilical apego à terra-mãe.Bem sabemos que nem sempre é possível marcar a passagem para o transatlântico abraço que a alma nos pede. Também não é nada fácil ficarmos do lado de cá, de orelha murcha e com o olho à espreita. Valham-nos então, como bálsamo consolante, estes textos talhados à melancólica medida dos nossos imigramados anseios.A Praia acaba de comemorar os seus 30 anos de cidade. O Paulo, uma vez mais, inspirou-se em grande. As palavras saíram-lhe com sabor que nos deleita. Reproduzir, aqui, na íntegra, a sua magnífica ode de amor ao torrão donde brotámos, dá-me um prazer enorme. É um abra-ço que muito prezo: “Com beijos de sal, de fogo e de lavaNasceram ilhas como suspiros,E a terra, que antes rugia de brava,Amainou e guardou vida nos seus retiros.Surgiram caminhos, cresceram as casas,As ilhas romperam a virgindade,E livres, ao vento, bateram asas.Nasceu uma vila, veio uma cidade…Mas, a cidade não éUma rua, uma praça ou uma avenida,Nem é, até,Um jardim com uma estátua de pedra no centro erguida,Nem é um bar ou café,Escola, hospital ou coisa parecida,Nem são as casas de pé,Nem os monumentos, nem coisas sem vida.Uma cidade é diferente.Uma cidade é tudo isto… com GENTE.Gente que amanha a terra e afaga o mar,Que entre vulcões estende raízes,Que canta e dança ao luarNa busca constante de dias felizes.

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Gente que trabalha e também descansa,E nestas paragens fundeou morada,Gente embalada ao som de uma dança,Do Espírito Santo ou de uma tourada.Gente que tem planícies de mar,Vagas de terra sulcadas de trilhos,Que em terramotos luta a rezarE semeia os dias melhores para os filhos.E são sorrisos rasgados de esperança,Um assobio, uma gargalhada,Uma promessa em cada criança,Conversas de rua, de tudo e de nada.Uma pirueta, um passo de dança,Os pares que se amam na noite calada.São os nossos filhos, são os nossos pais,Os nossos amigos, os nossos amores.É tudo isto. Talvez pouco mais:A lua e a praia, com marés de flores.

São os odores de mar e de faiaE a gente que fez e que faz a HistóriaDesta Cidade tão jovem, catraia,Com trinta anos cheios de Memória.Por isso, vivam os Praienses! E viva esta PraiaDa nossa Vitória!”

Mais palavras para quê?O Paulo, a Praia e o povo que a traz no coração – estamos todos de parabéns.

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8 1 de Julho de 2011COLABORAÇÃO

San José em FestaAgua Viva

Filomena [email protected]

E assim passou meio ano! Num instante, dizemos nós. Tal pare-ce, pelo menos.Já muito choveu, muitos ficaram

sem casa onde morar, a Natureza revoltou-se, tremeu a Terra, o Povo bradou aos Céus, como quem só se lembra de Santa Bárbara quando faz trovões. E alguns “se passaram” mais depressa com o susto do Mundo acabar, porque os “novos profec-tas” que andam de porta em porta, são para mim uma espécie de Velhos do Res-telo, anunciaram o dia e a hora em grandes cartazes nas auto-estradas da California e talvez no país inteiroNossa Senhora me valha... Antes perdê-los que achá-los! Não é por nada, é que a gente por mais que lhes dê a resposta, eles julgam-se os maiores, os mais inteligentes e os mais certos no caminho do encontro com Deus e isso exaspera-me! Fora deste assunto, até podem ser pessoas simpáticas em quem encontramos excelentes afinida-des, mas quando tratam de nos lavar o cé-rebro com a mesma cantilena, fico deveras impaciente e revoltada.

De resto, o próprio tempo vai-se encarre-gando de levar a cabo o que é da sua incum-bência. E não vale a pena assustar os que por bem vão cumprindo as suas promessas em dias de Festa ao Divino. Cada um tem a Fé que lhe foi ensinada ou transmitida e praticada e a que ficou no seu coração que se passeia por ruas abertas à Festa e à Fé, aos usos, costumes e tradições, mas fecha-das ao trânsito de um País que respeita a crença dos outros na medida normal.Faz gosto ver que nenhuma outra etnia possui este género de manifestação, que percorra os longos caminhos, ainda que com alguma vaidade à mistura, e encha os estômagos de tanta gente já cansada das longas caminhadas depois da coroação das raínhas, a bênção de cada refeição do povo à volta das tigelas ainda fumegantes de sopa saborosa e perfumada de hortelã. Mesmo em dias quentes, é assim que bem sabem ao paladar, não só dos que já co-nhecem o sabor, mas dos forasteiros que sempre aparecem, sobretudo os imigrantes hispânicos.Apesar de menos participado este ano o

cortejo da I.E.S. de São José, devido a ou-tras Irmandades congéneres estarem a ce-lebrar o seu centenário, ainda assim juntou grande multidão, não só com a juventude, como os admiradores da Cantoria Regio-nal, cuja atracção principal foi Maria Cla-ra (na foto), a “miúda-princesa das canto-

rias”, vinda da Ilha Terceira, freguesia do Raminho e que deixou encantados os que a viram e ouviram cantar ao desafio. Assunto foi o que não faltou, desde a qua-dra à sextilha, em versos improvisados, bem feitos e bem rimados, com graça e com espírito fazendo admirar os mais fer-renhos apreciadores da Cantoria. Para eles, a pequena Maria Clara é um verdadeiro fenómeno do género em qualquer lugar e mesmo sabendo que os seus 14 anos de idade podem conter algumas condicionan-tes, o Povo espera ansiosamente e ela tam-bém, poder brevemente começar a cantar as “Velhas”, tão do agrado da nossa gente, sobretudo a da Ilha Terceira. Tanto os im-provisadores colegas, como os tocadores ficaram contentes por acompanharem a jóvem revelação. Pela minha parte, foi por tudo isso e também por ter descoberto, tão longe da Ilha, que tenho na família uma prima com tão grande talento e a quem desejo com muito carinho e admiração, as maiores Felicidades!

ACTUAÇÕES DE ALCIDES MACHADO

Julho/Agosto

07/09/EASTON07/10/ EASTON07/18/ GUSTINE BULL ARENA07/23/BUHACH07/30/HALF MOON BAY08/06/SAN DIEGO08/15/ROSAIS Sao Jorge08/20/PVT08/21/ PISMO08/27/PV

CARTA ABERTA A PASSOS COELHOParabéns e muito sucesso na governação do país, senhor primeiro ministro, Pe-dro Passos Coelho. E se em grande parte o programa do seu governo esteja já an-tecipadamente traçado por instituições financeiras internacionais, com prazos e condições preestabelecidas, apesar disso, não deixará de existir margem para inova-ção e criatividade. Mesmo aqui à distância mínima de quatro a cinco horas de voo, e várias décadas de ausência, liberto das in-fluências, conveniências e pressões locais, faço votos para que tenha a coragem poli-tica de iniciar reformas estruturais de que o pais bem necessita. Mas, como académico, historia-dor e humanista, gostaria de focar a minha sugestão a uma outra reforma: a do trata-mento igualitário da língua portuguesa quanto ao género das palavras, o que não é tão insignificante como à primeira vista possa parecer. Numa altura em que o país precisa de decisões acertadas e orienta-ções claras, as palavras quase que são tão importantes como as obras. E vai precisar de todo o povo, não poderá omitir nem es

quecer ninguém, e como sabe o povo por-tuguês é constituído por homens e mu-lheres. Notei, porém, que no seu discurso pós-eleitoral, agradeceu e referiu-se uni-camente aos portugueses, como se as mu-lheres portuguesas ainda não votassem. Antes do 25 de Abril assim era, só poderia votar a mulher que desempenhasse o cargo de chefe de família, hoje não.Talvez seja demasiado jovem para se lem-brar do embaraço linguístico que causou ao país a nomeação de uma mulher para primeira ministra, Maria de Lurdes Pin-tassilgo. O país ficou gago, recorreu, de urgência, a uma discussão nacional de ‘prós e contras’, com os peritos da língua perfilados em mesa redonda, para decidir como devia ser tratada a mulher que ia ocupar um cargo até então exercido exclu-sivamente pelo homem. E o resultado das primeiras discussões públicas foi minima-lista, a montanha do saber nacional deu à luz um murganho, mudar apenas o artigo masculino ‘o’ para ‘a’, salvaguardando-se a dignidade masculina do cargo. Seria as-sim designada por “a primeiro ministro”! Mais tarde, prevaleceu a ideia de que era preciso evoluir... O caso de Maria de Lurdes Pintassilgo foi há cerca de trinta anos a esta parte, toda-

via, parece que pouco se aprendeu quanto ao uso do género das palavras em portu-guês. Usa-se o género masculino como se a sociedade continuasse a marcar pas-so dentro das botas inflexíveis das regras gramaticais, há muito ultrapassadas pela evolução dinâmica da sociedade. Mui-to boa gente de ambos os sexos continua com dificuldades e inibições neste campo. Machismo, talvez, inconsciente, preguiça mental, pertinácia intelectual, timidez ou arrogância!? Não sei. Na educação fala-se apenas dos professores; no trabalho em geral e nas ocupações profissionais, dos trabalhadores, dos operários, dos médicos, dos advogados; na família, dos pais, dos filhos, dos irmãos, deixando na sombra as mães, as filhas, as irmãs, cobertas com o véu (burka) da linguagem sexista, ocu-padas no asseio da casa e nos sabores da cozinha. Retrato caricato do passado dum Portugal que é preciso ultrapassar de uma vez para sempre.Outras duas pequenas reformas que to-maria a ousadia de sugerir seriam acabar de imediato com o cartão do cidadão, ou então passar a designá-lo por cartão da cidadania e com as lojas do cidadão, ou juntar-lhe só mais uma palavrinha – cida-dã, não custa nada, mas o significado e a mensagem seriam notáveis e respeitadoras de metade da sociedade. Há já alguns anos, com a esposa numa visita à nossa filha na universidade, em Londres, no Hyde Park, o tradicional foro público de todo o género de confrontos ideológicos, assistimos a uma interessan-te discussão entre dois casais, um judeu e outro muçulmano. A mulher muçulmana não participou, manteve-se a certa distân-

cia, coberta com a burka. A certa altura, o judeu perguntou ao muçulmano - porque razão a tua mulher não participa, ao que ele respondeu - porque a estimo e respeito mais do que tu respeitas a tua... Enfim, não creio que em Portugal a burka da lin-guagem sexista e a recusa de verbalmente reconhecer a presença da mulher em toda a atividade humana do presente seja por estima e respeito à mulher portuguesa!Senhor primeiro ministro, na próxima vi-tória politica, se a vier a ter, não se esque-ça de explicitamente agradecer também às portuguesas, lembre-se que sem as mulhe-res não conseguirá resolver os problemas intricados do país. É necessário chamar as coisas pelo seu nome, como se costuma dizer. É absurdo continuar a fazer de con-tas que a mulher só existe subentendida, e referir-se ao povo português como se ele fosse unissexo. E à AR como se tratasse de um clube masculino, quando no hemiciclo parlamentar já se sentam numerosas mu-lheres, e agora, uma delas eleita presiden-te. Sinceros parabéns pela nomeação!Por favor, lá, dirija-se aos deputados e de-putadas; e cá fora, aos médicos e médicas, aos trabalhadores e trabalhadoras, aos pais e mães, aos professores e professoras, aos alunos e alunas.... Lembre-se que todos os portugueses e portuguesas o vão escutar muito a sério nos próximos tempos, pois, em grande parte, o futuro de Portugal de-penderá do que o senhor primeiro ministro fizer e disser, neste período de crise nacio-nal e internacional.

*artigo escrito em linguagem não sexista

Apontamentos da Diáspora

Caetano Valadão [email protected]

Page 9: Portuguese Tribune, July 1st 2011

9 COLABORAÇÃO

Um futuro ao alcance das mãos: Sonho e realidade

Às vezes escrevo até altas horas e para não me sentir só deixo a tv ligada baixinho.

Numa dessas madrugadas, cha-mou-me a atenção uma repor-tagem feita nos Estados Unidos sobre jovens americanos que se preparam para vir trabalhar no Brasil. Segundo eles, um país que deixou de ser do futuro, que emergiu e se transformou num lugar de diversificadas oportuni-dades de trabalho, principalmen-te para os que têm especialização em determinada área. Buscam informações sobre nossa cultura e se antes havia quem achasse que falávamos espanhol, atual-mente fazem questão de aprender a nossa língua. Na Universida-de de Pittsburg, Pennsylvania, a língua portuguesa entrou no currículo dos futuros advogados, administradores e engenheiros. As turmas começaram pequenas, mas, agora contam com mais de cem pessoas frequentando as au-las regularmente. Anteriormen-te, nosso país chamava atenção por ser “exótico”. Hoje, desejam

conhecê-lo por ser importante para a economia global e pelos empregos que surgirão com a Copa do mundo de futebol e as Olimpíadas que acontecerão nos próximos anos.“Os Estados Unidos do pós-guerra e o Brasil de hoje vivem a antevéspera de uma expansão fe-nomenal”, afirma Bolívar Lamou-nier, doutor em ciência política pela Universidade da Califórnia. Após décadas de dificuldades econômicas e injustiça social pela grande desigualdade entre pobres e ricos, surge no Brasil uma nova classe média. Não igual à ameri-cana daquela época, que era uma sociedade próspera e mais igua-litária, porém, com “clara seme-lhança psicológica. Um otimis-mo, uma sensação de pujança, de que o futuro está ao alcance da mão”, enfatiza Lamounier. Esta não é a primeira vez que os americanos dos Estados Unidos se interessam em imigrar para o Brasil. Depois do término da guerra civil, pelos idos de 1865, quando o sul foi derrotado e a falta de alimentos, confisco de

colheitas e a destruição de estra-das e ferrovias eram noticias em todos os jornais, muitos sulistas passando por tal sofrimento, de-cidiram deixar sua terra natal e procurar segurança e melhor vida em outros paises. Quando o Rev.Ballard S. Dunn escreveu o livro “Brazil the Home for southerners (Brasil, o lar dos sulistas)”, gran-de parte deles tomou a decisão de vir para cá. Organizaram-se em associações de amigos e pa-rentes e enviaram representantes para sondagens em diversos pa-íses das Américas. Só ao Brasil mandaram cerca de trinta repre-sentantes, que foram muito bem acolhidos pelo governo de Dom Pedro II, Imperador nessa épo-ca, que colocou à disposição in-térpretes e transportes gratuitos, para que conhecessem as mais diversas regiões do país. Muitos Brasileiros também so-nham, ainda hoje, em fazer a vida nos Estados Unidos. O so-nho é diferente daqueles dos anos 50 e 60, quando o cinema nos mostrava a vida glamourosa dos artistas, quando o rock estava no

auge e nos apaixonávamos por aqueles homens belíssimos de olhos claros, que só víamos nos filmes e numa ou noutra revista. Os rapazes se identificavam com os “mocinhos” que “desbrava-vam o oeste em busca do ouro”. Sonhávamos o mesmo sonho dos americanos! Rejeitávamos o samba, só queríamos ouvir músi-cas americanas, vestir calças je-ans e amarrar o cabelo num rabo de cavalo como as meninas dos filmes. Era “chique” e sinal de status mandar os filhos passear na Disney. Hoje, ainda há ado-lescentes que preferem festejar lá seu aniversário de quinze anos. O sonho era maravilhoso, porém, seu despertar, para os que não re-cebiam o visto de entrada no país e usavam a fronteira do México, era (e é) o pesadelo de viver na clandestinidade, desempregados, sem dinheiro para voltar e muitas vezes sendo presos, isso quando não perdem a vida ao tentar atra-vessar a fronteira.Presentemente, a indústria de turismo americana pressiona para que a exigência do visto de

entrada para os brasileiros seja abolida. Uma pesquisa nos apon-tou como o povo que mais gas-ta dinheiro nos Estados Unidos. Calcula-se que a cada ano se cria 42 mil empregos com o movi-mento dos turistas brasileiros. E olha que, em média, aqui se espe-ra na fila uns quatro meses para que o consulado dê, ou não, o tal visto e o consulado de São Paulo é o que mais o emite para os Es-tados Unidos, no mundo. Porem, grande parte desiste de esperar e vai para a Europa, Oriente ou faz turismo por aqui mesmo. Agora o sonho se inverte: quem partiu, pelo sonho americano, hoje volta, pela realidade brasi-leira. Alguns, com emprego ar-rumado; outros, para montar o próprio negocio e muitos com a esperança de logo arranjar uma colocação. Voltam com alegria pelo reencontro com a família e o orgulho de serem filhos (e donos) do solo desta mãe gentil, chama-da Brasil.

PORTUGAL PAÍS DOS 3 F'S (XV) FADO FÁTIMA FUTEBOL

Falhanço Fiscal – Uma vez mais, Portugal está no limiar da ban-carrota. Como anteriormente o governo português, vai com o

saco às costas-vazio claro - pedir pão por Deus, que neste caso só aceita Euros, às portas do FMI (Fundo Monetário Interna-cional), Banco Central e Comissão Euro-peia. Este triunvirato, que os portugueses chamam com desdenho Troika, veio a Lis-boa - capital do Império falhado -, vascu-lhar, inspeccionar, as contas públicas do Estado e impôr as suas exigências, antes de conceder o resgate financeiro solicita-do. O Estados Unidos está a sofrer a mais grave crise económica desde a Grande De-pressão da década de 30. Sobrecarregado com uma pesada dívida de 14 Triliões de dólares com um T maiúsculo, consumin-do ± 2 biliões por semana nos 2 teatros de guerra, no Iraque e Afeganistão para punir o ataque de Setembro de 2001 às torres gé-meas de New York, perpetrado pelos in-fiéis muçulmanos radicais, cujo objectivo principal era e é a obliteração (destruição) da Civilização Cristã Ocidental. A Califor-nia, com ±40 milhões de habitantes con-tinua a luta para equilibrar o orçamento deficitário correspondente ao valor apro-ximado de 30 biliões de dólares. Quando a América espirra, a Europa apanha uma constipação. Foi precisamente o que acon-teceu com a grande depressão de 2008-09.Os países mais desenvolvidos do centro e norte da Europa, que desaprovam a irres-ponsabilidade na gestão das finanças e es-tilo de bon-vivant, dos países meridionais; apelidaram os mesmos de P.I.G.S. (porcos em inglês) acrónimo alusivo a Portugal, Ir-landa, Grécia e Espanha. Como corolário da conjuntura caótica do governo portu-guês, o elenco socialista de Sócrates caíu e novo governo do PSD, liderado por Passos Coelho, está presentemente a ser formado. Os franceses caracterizam esta manobra política com a frase - le Roi est mort! Vive

le Roi! - (o Rei m o r r e u , viva o ( n o v o ) Rei), ou

vira o disco e toca o mesmo como dizia o nosso povo. As sucessivas crises político-financeiras, são de natureza endémica e ciclíca e reflectem a negligência e incapa-cidade do governo em controlar as contas de casa. Bernardino Machado primeiro Presidente da Republica exclamou: É um pavor que no fim de 1919, a nossa dívida interna atinja 3 milhões de contos! 3 Mi-lhões!...Foram goradas e rejeitadas pelo governo, várias tentativas para contraír o empréstimo junto à Liga ou Sociedade das Nações, por serem consideradas ve-xantes para o brio patriótico da Nação. Em 1926/27 Portugal encontrava-se novamen-te na ante-câmara da insolvência fiscal e recorreu àquela instituíção para mais um empréstimo. Perante as condições humi-lhantes impostas, o Ministro das Finanças General Ivens Ferraz afirmou: "Portugal não está à venda nem por 12 milhões de li-bras (inglesas)".Perante esta desordem, foi convidado para arrumar a casa o Dr. Sa-lazar. Assumindo a pasta das finanças em 27 de Abril de 1928, com mão férrea, no espaço de um ano equilibrou o orçamento de Estado. Agora, como não inventamos outro Salazar somos coagidos a obedecer aos ditames da Troika de Bruxelas. So-mos os nossos próprios inimigos, porque temos vivido à grande e à francesa. No século XXI, não se justifica a existência do cargo de Representante da República nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Relembra os Alto Comissários da era colonial. Há muito abuso e desper-dício, tanto no Continente como nas Re-giões Autónomas. O sistema governativo a nível central e local está desactualizado. Existem partidos, ministros e deputados em demasia. Não há necessidade de go-vernos civis. Câmaras municipais e Juntas de Freguesia, precisam de reestruturação. Com populações aproximadamente a nivel idêntico, porque é que o Pico é contempla-do com 3 autarquias e o Faial só com uma. De acordo com a revista The Economist de 28 de Março de 1964… A crónica falta de dinheiro é a maior dor de cabeça do País. A solução consiste em o governo reduzir

as despesas, produzir mais, aumentar as exportações e minimizar as importações. O Presidente da Republica, Cavaco Silva, se fosse um Monarca, eu atribuía-lhe o cognome de O Sereníssimo. Essa perene máscara de tranquilidade desvaneceu-se,

quando recentemente num discurso na te-levisão declarou: "o que Portugal precisa é de trabalho! trabalho! e trabalho". Esta é uma receita que os Portugueses, conquan-to de forma penosa, vão ter que inevitável-mente de engolir e digerir.

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

Do Pacifíco ao Atlântico

Rufino Vargas

Page 10: Portuguese Tribune, July 1st 2011

10 1 de Julho de 2011PATROCINADORES

Page 11: Portuguese Tribune, July 1st 2011

11COLABORAÇÃO

Aquilo que há muito ad-vogamos vai finalmente acontecer ou não?

O Senado dos Estados Unidos preponderantemente votou para imediatamente cancelar “The Ethanol Tax/Tariff Subsidies”. Num voto de 73-23, o Senado dos E.U. votou numa emenda, para imediatamente cancelar os dois, “the Ethanol Blender’s Tax Cre-dit” e as tarifas em ethanol im-portado para os Estados Unidos.Para vos relembrar, o “Ethanol blender Tax Credit” (tambem co-nhecido como “Volumetric Etha-nol Excise Tax Credit, ou (VEE-TC) e $.45 por galão “tax credit”,

disponível ás companhias de "oil/gas" (não as fabricas de produ-ção) por cada galão de etanol que estas misturam no seu “fuel”. A tarifa, é $.54 por galão, em cada galão de etanol importado pelos Estados Unidos, o terceiro maior programa de assistência governa-mental a industria do etanol, e o maior dos três, e o “Renewable Fuels Stander, também conheci-do por “ethanol mandate” que co-manda que 12.6 biliões de galões de etanol sejam misturados no “Fuel” da nação em 2011, a esti-mativa mais real que possuímos é que será necessário 40% do mi-lho-grão produzido anualmente nos Estados Unidos para cumprir

com esta demanda governamen-tal. São imensas toneladas de “corn flakes,” leite e carne que vão ser mal direcionadas para os tanques de combustível das nos-sas viaturas, em vez do caminho certo, que parece ser os pequenos almoços das Escolas Primárias, ou das nossas famílias.O custo destas demandas, e a pre-sente lei dos subsídios está calcu-lado entre 5 e 6 biliões de dólares em perdas de rendimentos à Te-souraria dos pagadores de taxas americanos.Isto naturalmente não é o fim da historia, a proposta lei a que esta emenda está ligada “Econo-mic Development Revatalization

Act” e que ainda não foi aprova-da pelo Senado. Terá que o ser, e além disso terá que ser aprovada pelo Congresso, assinada pelo Presidente e tornar-se lei. No en-tanto que seja este ou outra qual-quer proposta de lei a transportar esta emenda, uma demonstração de voto no Senado 73-27, é uma indicação segura de que uma grande maioria está preparada para corrigir esta pobre ideia que trouxe grandes dificuldades à agricultura animal americana, nos ultimos anos.

Aqui mais perto na California, na semana passada foi aprovada na Legislatura Estadual e enviada ao Governador Jerry Brown para assinatura ou veto, o SB 104, proposta de lei que modificará a forma de voto, em como os possi-veis candidatos aos Sindicatos de trabalhadores agrícolas podem

ser conduzidos. O Governador Brown tem 12 dias para decidir a partir da data da entrega da pro-posta na sua mesa de trabalhos. Na altura em que produzimos este trabalho, não há ainda ne-nhuma informação. Esta proposta de lei emendará as leis de trabalho da California para autorizar que eleições que determinam se uma força de tra-balho vai ou não aderir aos sindi-catos, sejam assinados os cartões de voto na presença dos oficiais do mesmos Sindicatos, o que para muitos cidadãos não para-ce muito secreto e democrático. Esta não é a primeira vez que a mesma Legislatura aprovou esta medida, que foi todas as vezes sistematicamente vetada pelo en-tão Governador Arnold Schwar-zenegger.

Temas de Agropecuária

Egídio Almeida

[email protected]

The Ethanol Tax

Page 12: Portuguese Tribune, July 1st 2011

12 1 de Julho de 2011PATROCINADORES

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Page 13: Portuguese Tribune, July 1st 2011

13 FESTA DE TURLOCK

Turlock - construir uma Coroa

Construir uma Coroa du-rante o Ofertório foi muito bonito, uma ideia brilhante do Padre Luís Cordeiro, de como fazer coisas diferen-tes, simples e de muito sig-nificado. Turlock está de parabéns.

Embaixo: Pat RegoPadre Luís Cordeiro ao receber o Ceptro de Jordan Ahid para conclusão da Coroa e com o Vice-Presidente da Festa Bobby e Belina Estácio

Courtney Estácio trouxe a base da Coroa

Janene Olvera com um dos lados da Coroa

Celina (esquerda) e Joaquim Mancebo

Page 14: Portuguese Tribune, July 1st 2011

14 1 de Julho de 2011 FESTA DE TURLOCK

Rainha Santa Isabel, Mariah Ahid President Alfred e Tina Nunes, acompanhados pelo filho Alfred Junior

Padre Luis Cordeiro coroando a Rainha Grande Morgan Nunes, Rainha Pe-quena Cailyn Estácio e o Presidente Alfred, Tina Nunes e familia

A troca de Coroas é sempre um momento muito emocional para as jovens rai-nhas e aias

Page 15: Portuguese Tribune, July 1st 2011

15 FESTA DE TURLOCK

Construir uma Coroa durante o OfertórioNão sabemos se foi a primeira vez que se fez tal coisa, mas nunca tínhamos visto construir uma Coroa durante o Ofertório da Missa.Peça a peça levadas até ao celebrante e este por sua vez ia juntando as partes e no fim a coroa estava feita, tal como se pode ver na página 13. Cada parte da coroa era relacionada com um Evangelho - São Marcos, São Mateus, São Lucas e São João. Uma ideia muito linda, sui-generis, e que merece ser vista outra vez. Estão de parabéns o autor, Padre Luís Cordeiro e a própria festa.

Parece que a Festa de Turlock encontrou a maneira mais simples de continuar a tradição em Louvor ao Espírito Santo, convidando jovens casais para tomaram as rédeas da sua festa. E esta realidade de Tur-lock deve ser copiada por todas as outras festas que estão a encontrar dificuldades para preencher cargos directivos em muitas organiza-ções. Apostar na juventude é apostar no futuro. E por favor deixem os jovens fazerem as coisas à sua maneira, deixemos de ser "velhos do Restelo" sempre a criticar o que de diferente se faz.Se o vosso amor ao Espirito Santo é verdadeiro, cumprem-no, aju-dando os mais jovens, sem os criticar ou falar mal. Ponto final nesta ladainha.

A Festa de Turlock Pentecost Association começou no dia 13 com um almoço no Turlock Livestock Auction Yard seguido de leilão dos animais oferecidos. A partir do dia 14 houve Rosário na Capela da Sociedade.Na Sexta-feira, dia 17, depois do Rosário houve a Grande Noite de Fados, com Carmencita, Jesualda Azevedo, Debra Terra e os Rouxi-nóis - George Costa Jr., Steve Soares e Joseph Sousa.No Sábado e depois da recitação do Terço, assistiu-se à habitual Can-toria com José Plácido, Manuel dos Santos, José Ribeiro, António Azevedo, acompanhados por Victor Pedro Reis, George Costa Jr., Justin Rocha e Manuel Avila.Ao mesmo tempo, no outro Salão, houve baile abrilhantado pelo Luso Tones. Às 10 horas tivemos a apresentação das Rainhas e Ofi-ciais de 2011-2012.No Domingo, dia maior da Festa, houve Missa na Igreja do Sagrado Coração de Jesus celebrada pelo Padre Luís Cordeiro e depois do regresso da Coroação serviram-se as Sopas e Carne.Durante a tarde houve arrematações e a actuação do Grupo Folclóri-co Etnográfico do Espírito Santo do Vale de San Joaquin.Jantaram-se Sopas e Carne e depois do Terço houve baile com o Con-junto Progresso, e ao mesmo tempo cantoria com os mesmos impro-visadores da véspera.Na Segunda-feira Corrida de Toiros com Praça cheia até às bandei-ras.

Aia Alexia Nunes, Rainha Grande Morgan Nunes, aia Taylor Jordão

Vice-Presidente Bobby e Belina Estácio, Tina e Alfred Nunes, Presidente

Aia Jenna Gomes, Rainha Pequena Cailyn Estácio, aia Sara Drumonde

Page 16: Portuguese Tribune, July 1st 2011

16 1 de Julho de 2011FESTA DE TURLOCK

Turlock - a juventude no comando do futuro

Vice-Presidente Bobby e Belina Estácio, Tina e Alfred Nunes, Presidente, Padre Luís Cor-deiro, celebrante da Festa e Pároco da Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Turlock

Presidente Alfred Nunes com os seus padrinhos Celina e Joaquim Mancebo

Page 17: Portuguese Tribune, July 1st 2011

17

A Irmandade de Nossa Senhora de Fátima de Santa Clara celebrou a sua festa nos passados dias 9 e 10 de Outubro de 2010. A 56ª festa anual foi presidida por Elizabeth Gaspar e vice-presidente Henrietta e Manuel Silveira. A rainha foi Sydney Esco-bar acompanhada por Vanessa and Brianna Laranjo. A procissão encer-rou a Lafayette Street em direção à Igreja de St. Clare onde foi celebrada a missa cantada. O almoço de sopas e carne foi servido no salão da SES.

A 97ª festa anual em louvor ao Divino Espírito Santo da Irmandade do Espírito Santo (I.E.S.) de San José teve lugar entre 24 e 26 de Junho de 2011.As celebrações começaram na sexta-feira, 24 de Junho com a recitação do rosário na Capela do Espírito Santo seguido de baile com o conjunto ‘Zodiac’ e cantoria. No sába-do, 25, houve missa campal pelas 17 horas em frente à Capela do Espírito Santo seguida de actuações do grupos folclórico Tempos d’Outrora de San José e dos Irmãos Justinos de Rhode Island. Foram apresentadas as raínhas de 2010-2011 e de 2011-2012.O dia principal da festa foi como é de tradição o Domingo, 26 de Junho com a forma-ção da parada em frente à I.E.S. percorrendo a East Santa Clara Street até à Rua 28 e depois em direcção à Rua 34 para finalmente entrar na Igreja Nacional Portuguesa das Cinco Chagas para a missa solene concelebrada pelos Reverendos Padres António Reis e Leonard Traverso. Embora com menor número de organizações do que o ano anterior, a parada foi bonita e apreciada pelas pessoas que a observaram dos passeios da rua.Depois da missa, foram entoados os hinos nacionais e o hino do Espírito Santo e foram largadas as pombas brancas em frente à Capela do Espírito Santo. O almoço de sopas e carne foi servido aos milhares de participantes. A tarde de domingo foi preenchida com concertos das filarmónicas Banda Portuguesa de San José, União Portuguesa de Santa Clara, União Popular de San José e Nova Aliança também de San José. Houve ainda a participação dos Cavaleiros do Espírito Santo à moda da ilha de São Jorge nos Açores, baile com Chico Ávila, distribuição das rosquil-has, arrematações, quermesse e barracas de comes e bebes.A direcção da Irmandade do Espírito Santo de San José para 2010-2011 é presidida por Tony Silva, vice-presidente Irene e Joe Fagundes, secretária Dina e João Diniz, tesourei-ra Debbie Silveira e Rich Vargas, marechal Francisco e Maria Martins, directores Lino e Marie Bettencourt, Victor Silva, Goretti e Armando Velarde, Maria e Olegário Ávila,

Belta e Carlos Rodrigues, Tina Soares, Regina Fagundes, Linda e Rui Ávila, Rosa e Luis Aguilar e Fernando Silveira. A rainha grande é a Frankie-Marie Crabtree e as aias são Crystal e Sophia Costa. A rainha pequena é a Courtney Amaral e aias Mariah Amaral e Angela Simões.As festas em louvor ao Divino Espírito Santo em San José são anteriores à existência da Irmandade do Espírito Santo do East San José, que foi fundada em 1914. Segundo Maria da Ascensão da Cunha Carty no livro Holy Ghost Festas, a primeira fes-ta do Espírito Santo da I.E.S. teve lugar a 28 de Junho de 1914 com a construção de uma capela provisória ao fundo do que hoje é o estacionamento da I.E.S. Porventura teriam herdado alguns haveres de uma anterior irmandade, a Irmandade Velha da Alviso Road. A 16 de Novembro de 1913 tinha sido adquirida a propriedade onde seria mais tarde construida a capela (que serviu de primeira igreja da Paróquia Nacional Portuguesa das Cinco Chagas fundada em Novembro de 1914), salão de festas, dois coretos (hoje inex-istentes mas réplicas podem ser vistas no Museu Histórico Português no Kelley Park) e a Igreja Nacional Portuguesa das Cinco Chagas. A I.E.S. e a Igreja das Cinco Chagas estavam tão ligadas -- muitos dos fundadores foram os mesmos, incluindo Monsenhor Henrique Augusto Ribeiro -- que o primeiro estandarte da I.E.S. em veludo bordado a fio de ouro tem como símbolo a fachada da igreja e foi bordada pela Sra. Alemão, uma benfeitora da irmandade e da igreja. A 26 de Agosto de 1992 o salão da irmandade ardeu totalmente e com o fogo receava-se que se perdia a tradição. Em Junho de 1993, já estava de pé o novo (actual) salão para celebrar mais uma festa em louvor ao Divino. A força e perseverança chegam agora aos seus 97 anos.

Texto e fotos de Miguel Ávila

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San José IES, 97 Anos de Louvor ao Divino

FESTA DO IES

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18 1 de Julho de 2011FESTA DO IES

San José Juventude na Festa da IES

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San José IES, Devoção e Louvor ao Divino

FESTA DO IES

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20 1 de Julho de 2011

San José A Terceira Pessoa da Trindade

FESTA DO IES

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21 COMUNIDADE

O nosso avô, António Vargas, que foi conhecido igualmente pela sua alcunha de "Anthony

Cook" nasceu em 1919 nos Es-palhafatos, na pequena Ilha do Faial, Açores. O nosso avô nas-ceu de pais orgulhosos, António e Francisca Vargas.

Teve dois irmãos e uma irmã; Joe, Manuel e Maria da Glória. Perdeu a sua mãe quando tinha sómente 11 anos. Teve que traba-lhar duramente para ajudar seu pai na exploração agrícola. Por-que começou a trabalhar muito novo, foi incapaz de ir à Escola, mas aprendeu na escola da vida muitas coisas. Com a idade de 28 anos, casou com Maria da Glória no dia de Natal, em De-zembro de 1947.Em 1949 nasceu a sua primeira filha, Maria de Fátima, e mais tarde em 1953 sua segunda fi-lha, Mary Jo. Eram pais muito orgulhosos das suas bonitas filhas. Vivendo em Espalhafa-tos, trabalhou duramente na sua pequena e na agricultura para prover melhor vida à sua fami-lia. Igualmente trabalhou para a fábrica de queijo nos Cedros.O nosso avô sempre foi muito feliz na sua maravilhosa vida

nos Açores. Teve uma esposa sempre ao seu lado, duas filhas e o trabalho ao ar livre.Em 3 de Dezembro de 1958, teve a oportunidade de emigrar para os Estados Unidos com um visto

dado por uma tia avó da esposa, que vivia em Oxnard, CA. Em 1959, na companhia de seus pri-mos chegou a Stockton, CA. Pas-sou os próximos seis anos traba-lhando em explorações agrícolas diferentes e voltou então ao Faial para ver sua familia que tinha permanecido na Ilha. Três meses mais tarde, sua filha mais velha Maria de Fátima ficou noiva de Gabriel Freitas. Maria de Fátima chegou aos E.U. seis meses mais tarde e casou com o Gabriel. Du-rante algum tempo, trabalhou na exploração agrícola dos Nunes, em Novato.Em 1970, sua esposa Maria da Glória e sua filha Mary Jo, che-garam aos E.U. Foram viver para Corte Madera.Nesse tempo, o avô estava traba-lhando como jardineiro e com-prou uma casa em Corte Made-ra. Sua filha Mary Jo casou com Manuel Amaral. Foi abençoado com os seis netos: Jamie, Tony, Gabe, Melanie, Tor-re e Frank.Aposentou-se em 1985 e apre-ciou muitos anos de aposentado-ria. Adorava ir às Festas Portu-guesas.Sobretudo, gostava muito de fa-lar com amigos e de comer so-pas. Gostava muito de dançar a

Chamarrita com suas duas filhas. Nosso avô era um homem calmo, de muitas poucas palavras. Era um homem simples que sentia-se grato por tudo o que tinha conse-guido na vida.Era um homem honesto e muito respeitado em toda a comunida-de. Era um homem resistente, que tinha muito orgulho no tra-balho que tinha feito. Nosso avô era um homem humilde, nunca gostou de ser o centro das aten-ções. Era amigo dos seus amigos. Para toda a familia era uma pes-soa muito amável e estava sem-pre pronto para ajudar. Apreciou todas as nossas reuniões fami-liares que tivemos ao longo dos anos.O seu método de nos ensinar quulaquer coisa era um tanto não convencional, mas muito eficaz. Adorava falar sobre a sua juven-tude. Crescemos todos a ver o nosso avô usar os seus diferentes cha-péus que muito gostava. Nós igualmente recordamos com muita saudade as muitas vezes que vimos o avô passear na vi-

zinhança, na maioria das vezes com nossa avó a seu lado.Comemoraram recentemente o seu 63º aniversário de casamento e as suas memórias ficarão para sempre entre nós. Avô, sentiremos sempre a falta do teu sorriso, das tuas partidas, e do teu amor. Com a sua própria maneira pes-soal, ensinou-nos a ser pessoas fortes, amáveis e respeitadas. Como viveu uma vida longa e feliz, nós todos temos muitas memórias maravilhosas para re-cordar toda a vida.

Adeus.

Escrito pela familia e lido por Tony Freitas.

Dizer ADEUS a António Silveira Vargas

A Banda Filarmónica União Po-pular da Ribeira Seca, S. Jorge Açores chega á Califórnia dia 12 de Julho de 2011. Esta Banda Fi-larmónica permanecerá na Cali-fórnia até dia 26 de Julho. Esta banda é uma das bandas filarmónicas mais antigas dos Açores e foi fundada em 1856. A Banda Filarmónica União Popu-lar é uma instituição de utilidade publica, já tendo sido condeco-rada com a medalha benemérito da Região Autonoma dos Açores, atribuida pelo Governo Regional dos Açores, por ser a banda mais antiga dos Açores em continua actividade musical, ou seja, sem interrupções na sua actividade. Actualmente é composta por 42 elementos e 4 porta estandartes. Neste momento a banda é dirigi-

da por Marco Silva e tem como Presidente Elisete Silveira, sen-dos os restantes membros execu-tivos Ana Maria Silveira, Carla Silva, Lisete Macedo e Alfredo Serpa. Acompanhará a banda nesta digressão Décio Pereira, Presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Seca. Existem muitos laços que unem os membros desta banda á Cali-fórnia. Estes laços são essencial-mente familiares, de amizade, e até de saudade. Temos entre nós muitos membros da nossa comunidade que já fizeram par-te desta banda, e muitas outras pessoas que ainda se lembram de como esta Sociedade foi e é um elemento essencial na freguesia onde foi fundada, a Ribeira Seca. Em 1984 deslocou-se á Califór-

nia numa digressão que ain-da está na memória de muitas emigrantes e onde gravou o seu disco LP.Abaixo temos as datas e locais onde a banda irá actuar. Espe-ra-se que a comunidade receba esta banda de braços abertos e participe nas diversas actua-ções que terão lugar em várias cidades da Califórnia.- Terça-Feira – 12 de Julho – Chegada á Califórnia- Quinta-Feira – 14 de Julho - Casa Dos Açores em Hilmar -Jantar e Concerto- Sexta-Feira – 15 de Julho – Ban-da Portuguesa de S. José – Jantar e Concerto- Sábado – 16 de Julho – Gustine GPS – Bodo de Leite e Procis-são

- Domingo – 17 de Julho – Gusti-ne GPS – Parada – Oakley – Jan-tar e Concerto- Segunda-Feira – 18 de Julho – Gustine GPS – Tourada- Quinta–Feira – 21 de Julho – Tracy – Jantar e Concerto- Sexta-Feira - 22 de Julho – Gus-tine GPS – Jantar de Angariações de Fundos e Concerto- Sábado – 23 de Julho – Banda

União Popular de S. José – Jantar e Concerto- Domingo – 24 de Julho – Oakda-le - Parada - Terça-Feira – 26 de Julho – Re-gresso aos Açores

Visita da Filarmónica União Popular da Ribeira Seca

Antonio Silveira VargasJune 1, 1919 - April 19, 2011

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22 1 de Julho de 2011TAUROMAQUIA

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Como é que chegámos a tudo isto?

A nossa festa estará moribunda?

Nas duas ultimas corridas das Festas de Turlock e Stevinson, podemos dizer que os toiros en-traram em greve de bravura. Dos doze toiros corridos, 11 e meio fo-ram mansos, e muitos deles eram intoureáveis (palavra nova inven-tada neste momento) o que dá um resultado terrível para a nossa festa e para os nossos ganaderos. E se contarmos as trapalhadas e baldrocas havidas nas escolhas dos toiros, podemos dizer que es-tamos a passar um mês de Junho de horror taurino.O que nos tem salvo, tem sido o comportamento profissional dos cavaleiros e as boas exibições dos nossos grupos de forcados e o muito público que tem ocor-rido a encher a linda praça de Stevinson.E já que falamos da Praça de Ste-vinson, deixem-me expressar al-gumas ideias que gostaria de ver implementadas:1ª. Urgente (muito urgente) abrir duas saídas de emergência aos lados da rampa.2ª. Urgente a construção de um novo e maior (muito maior) quarto de banho para senhoras.3ª. Começar a pensar na cons-trução de curros ao nível das necessidades daquela importan-te praça.4ª. Simplificar a compra de gar-rafas de água. Não faz sentido esperar em linha tanto tempo por água, se a compra da cerve-ja é super rápida.

Todos nós sabemos que Stevinson Pentecost Association não anda a nadar em dinheiro para poder im-plementar algumas destas ideias, mas seria necessário desenvolver esforços, criar patrocinadores es-peciais, enfim, abrir a imaginação ao vento e deixar que ideias pos-sam ser concretizáveis para bem de todos os consumidores daque-la praça. O Tribuna estará sempre pronto para ajudar.

O ganadero Joe Parreira perdeu a oportunidade de uma vida ao não ter apresentado toiros com cara e trapio na Corrida de Stevinson. Num ganadero que corre pouco, e que foi convidado à ultima hora, como é que foi possível não o fa-zer? Estamos a entrar num estado de paranóia completo.

Tiro o meu chapéu aos nossos Forcados do Aposento de Turlock pela prestação muito positiva que tiveram na 2ª Corrida das Sanjoaninas 2011, com duas belas pe-gas à primeira tentativa. Ficámos orgulhosos de os ver naquela arena da Monumental da Terceira.

Não quero saber das trapalhadas que houve na escolha do curro da Corrida de Stevinson, mas quero que fique bem assente aquilo que eu penso sobre a es-colha de toiros para as nossas festas. Quem deve escolher toiros são os ganaderos. Não faz sentido nenhum no mundo, que presidentes, primos de presidentes, irmãos de presidentes, filhos de presiden-tes possam escolher toiros. Que sabem eles de toiros? Que sabem eles das linhas de toiros que devem correr na sua festa?Ninguém melhor que o ganadero para escolher o lote de toiros que melhor sirva esta ou aquela festa.Nas ultimas corridas de toiros tem havido tantas "ane-dotas", que a nossa festa parece que recuou mais de 15 anos. O que nos tem salvo tem sido o profissionalismo de alguns artistas e os nossos forcados.

O meu chapéu mudou de cor quando soubemos que a organização das Sanjoaninas decidiu não entre-gar os Prémios em disputa na 2ª Corrida das Sanjoa-ninas.É ou não verdade que os seis toiros foram toureados até ao fim?É ou não verdade que os cavaleiros em praça cravaram todos os ferros de lei e até mais alguns.É ou não verdade que houve pegas consumadas a vá-rios toiros e não houve mais por que aconteceram fenó-menos naturais mas extraordinários, para que tal não se pudesse concretizar em dois toiros.Então porque razão não se entregaram os prémios? Não faz sentido não o fazer só porque um toiro partiu um corno no fim da sua lide e houve a morte de um cavalo no fim da corrida.Sentimentalismos é uma coisa, responsabilidades é ou-tra. Quem ficou a perder? Todos nós.

Como é possível convidar matadores como aquele que toureou na Corrida de Stevinson?Onde é que ele aprendeu a tourear? A bandarilhar? Onde é que ele toureia no Mexico?Eis os resultados deste matador no escalafon mexica-no:Em 2008 toureou 13 vezes em praças de 3a. classeEm 2009 toureou 1 vezEm 2010 não consta nada Em 2011 toureou 1 vez

Pergunto: será que Stevinson não mereceia mais aten-ção com tantos reais valores mexicanos aqui ao pé da porta? Não dá para entender.Estamos a andar para trás a uma velocidade grande.

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23TAUROMAQUIA

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Em cima: Pega de Darren Mountain, do Grupo de Forcados do Aposento de TurlockÀ direita em cima: Pega de Fernando Machado Junior, do mesmo grupo.Direita: Despedida do Forcado Marco Fontes, do Grupo de Forcados da Tertúlia Tauromá-quica Terceirense.

As Sanjoaninas 2011 tinham um cartel muito bem escolhido, atendendo sempre aos pro-blemas económicos de uma pequena Ilha como é a Terceira, com artistas de primeira água, quer portugueses, quer espanhóis. No final podemos dizer que houve pouca sorte em diversos momentos das corridas: ma-tador apressado para apanhar o avião, toiro com corno partido devido à falta de atenção do peão de brega, morte de um cavalo, que o cavaleiro sabia de antemão poder criar problemas, caso ele abusasse dele, o que veio a acontecer, uma corrida debaixo de chuva, que poderia e deveria ter sido adiada. E na ultima corrida, goyesca, com toiros em que se depositavam muitas esperanças, cinco deles falharam, havendo um, que deu azo a que El Juli mostrasse mais uma vez a sua classe, a sua técnica e o seu profissionalismo.Não merecia a Tertúlia Tauromáquica Terceirense responsável pela organização desta Feira ter sofrido tantos dissabores. O importante é aprender com o que se passou e ter um plano B no futuro para resolver as questões a tempo e horas.Uma palavra aos realizadores da VITEC e Via Oceânica - é preciso ter uma certa sensibi-lidade quando incidentes ocorrem nas arenas. É altura própria de se fazerem reportagens, entrevistando artistas, mostrando o público, em vez de estarem sempre a focar no corno partido ou no estertor de um cavalo.

fotos de ricardo laureano no blogue porto das pipas, de miguel azevedo

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24 1 de Julho de 2011PATROCINADORES

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As Nossas Festas estão na Edição de 1 de Maio

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26 1 de Julho de 2011ARTES & LETRAS

Nunca me canso de ler as crónicas de-liciosas do escritor Onésimo Almeida. É que cada um dos seus textos é uma obra de arte. Aqui temos mais um texto magnífico já publicado na revista LER, para a qual o Onésimo colabora, regu-larmente. Aliás, é assim este Onésimo Almeida, académico numa das mais prestigiosas universidades americanas, a Brown em Providence, RI; autor de inúmeras obras literárias; colaborador de imensas publicações em Portugal e na diáspora e amigo dos amigos. É um homem extraordinário e ainda bem que permite que aqui nesta humilde página de artes e letras publiquemos os seus magníficos textos.Leiam e reflictam este texto de Onési-mo Almeida.abraços, cheios de calor, o calor do Vale de São Joaquim, em pleno verão.

diniz

O português do Brasil, a necessida-de de legendas para os brasilei-ros seguirem uma conversa lusa na TV ou no cinema, o esgotado

tema dos sotaques com a inevitável citação de Saramago a responder ao brasileiro que lhe pediu para repetir uma afirmação pois tivera dificuldade em entendê-la por cau-sa do sotaque (O sotaque é seu; a língua é minha! – reagiu Saramago), tudo isso e bastante mais foi repetido hoje numa mesa lusófona a entediar o almoço. Um visitante lusitano batia afirmações mais do que pré-históricas e eu tentava resistir à vontade de entrar na liça que me enfronharia mais uma

vez no labirinto desses barbudos temas de conversa, tanto mais que a mente do nosso interlocutor possuía a agilidade de um car-gueiro de petróleo encalhado na areia. Optei por fugir pela lateral contando es-tórias sobre variantes linguísticas e sota-ques. Aqui vão algumas.Na década de 70, um organismo federal es-tadunidense organizava excursões de estu-dantes universitários latino-americanos. O objectivo era fazê-los conhecer in loco os EUA, de modo a assim contrabalançarem a cultura de esquerda que imperava nas universidades dos seus países de origem. Seriam desse modo testemunhas oculares

da diferença entre a propaganda marxizan-te, a que estavam submetidos, e a realidade no terreno. Como a selecção era feita en-tre os mais radicais, quando os candidatos brasileiros descobriram esse importante pormenor passaram a responder o mais à esquerda possível às perguntas do teste prévio, com vista a assegurarem o passeio aos States.Estava eu ainda de fresco por esta Nova Inglaterra quando aconteceu encontrar-me com um grupo desses estudantes, todos do Brasil. De entre eles, dei-me particular-mente com uma carioca que nunca tinha conhecido um português. Mais ainda, o seu contacto com o português de Portugal limitara-se à queirosiana A Cidade e as Serras, ao tempo ainda leitura obrigatória no vestibular ou no ginásio. Aquele meu falar disse-lhe, viu-nos, ter-te-ia, far-lhe-á e quejandos foram-lhe causando impressão sem que eu desse por isso. Um dia, numa tarde mais romântica e de conversa sobre dois copos, exclamou: Ah! Onésimo você fala como Eça de Queirós!À mesa onde repeti a estória, os argumen-tos não melhoraram, e os clichés sobre línguas, particularmente as variantes do português, recrudesceram. Todos os an-cestrais desentendimentos entre os dois mundos falantes da mesma língua foram ali reencenados. De vez em quando surgia um elemento novo como o da jovem brasi-leira que foi para a estação do autocarro es-perar um português vindo de Nova Iorque. No e-mail fora-lhe dito que ele chegaria de comboio e ela simplesmente traduziu por ônibus. Lá foi, por isso, dependurar-se na sala de espera tempos sem fim, até telefo-nar irritada e alguém lhe corrigir a confu-são vocabular.Para aliviar tensões, e ainda a propósito de línguas, contei que uma vez num pequeno cruzeiro nas ilhas gregas dei com um casal brasileiro. Ouvi-os falar e meti conversa. Hoje esses cruzamentos são banalíssimos e já ninguém faz caso; na altura, porém, (anos setenta), eram coisa rara. O filhito deles – de uns cinco anos - nunca mais me

largou. Os pais desfaziam-se em desculpas mas percebi que até agradeciam a peque-na folga: Há três semanas não ouve nin-guém falar português além de nós. Porque eu arranhava algum grego, ele insistiu em que lhe mostrasse o barco e fomos os dois dar uma volta. A alturas tantas, cruzámo-nos com outros garotos a comerem gelado. Quis logo um. Indaguei onde se comprava e lá fomos. No meu grego elementar, pedi, paguei e entreguei ao brasileirito que, de cara espantada e gelado na mão, se vi-rou para mim e no tom mais nonchalant perguntou: Como é que ‘cê falou p’ra ele aquela bobagem e ele entendeu sorvete?

Onésimo Almeida

LusobrasilêsDiniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

Se ler uma obra deste prolífico escritor é já em si um prazer, este é ainda maior quando, num único livro estão reunidos algumas das suas melhores crónicas, que ele apelida sagazmente de “ensaios em mangas de camisa”. Assim sendo, neste volume ora edita-do, encontramos uma seleção de textos de cinco obras suas, a sa-ber Sapa(teia) Americana, Que Nome É Esse, ó Nésimo? – e outros advérbios de dúvida, Rio Atlântico, Onze Prozemas (e um final merencório), e Aventuras de um Nabogador & outras estórias-em-sanduíche. Os textos selecio-nados foram dispostos tematica-mente nos cinco capítulos que

compõem esta portentosa obra, intitulados, respetivamente “Da Portugalite Crónica”, “Da Lapa Atlântica”, “Da Margem Luso-Americana do Rio”, “Do Imen-so Mar Americano” e “Por Esse Mundo em Cata de Sentido”.

Apesar de viver nos Estados Uni-dos há várias décadas, Onésimo Almeida tem os Açores e Por-tugal no seu coração, mas essa afetividade não o inibe de tecer, por vezes, juízos críticos sobre a(s) realidade(s) portuguesas que tão bem conhece. No mundo que talvez lhe seja mais familiar, a L(USA)lândia, este autor colhe um manancial de histórias e es-

tórias que transcreve para o papel de um modo peculiar. Ler os seus textos é ficar a conhecer, de um modo realista, os açorianos e o caráter dos homens das ilhas. E também sobre o que é ser emi-grante, e sofrer com a ausência da terra natal, e das vicissitudes que os expatriados têm que lidar no seu quotidiano, no país to Un-cle Sam, que é mais tio para uns do que outros.

Ao longo da sua vida de escritor, Onésimo Almeida tem recebido inúmeras críticas positivas sobre a sua produção literária, e na par-te final desta obra, encontramos alguns excertos de comentários

aos seus livros de diversos auto-res reputados, a saber, Eugénio Lisboa, Urbano Tavares Rodri-gues, Maria Alzira Seixo, João de Melo, João Maurício Brás, Fernando Venâncio, Ana Paula Coutinho, Ungulani Ba Ka Kho-sa, George Monteiro, Gabriel Magalhães, David Brookshaw, Vamberto Freitas, Francisco Fa-gundes, Pedro Teixeira Neves e Dinis Borges, que vêm confirmar e sublinhar os dotes criativos des-te prolífico autor. Mas para além destes, esta obra encontra-se ain-da enriquecida com um Posfácio da autoria de Miguel Real, que traçou uma interessante análi-se aos textos que compõem esta

fantástica antologia.

Diz o autor que “O nome estra-nha-se. As estórias entranham-se.” E de que maneira. Depois de ler este autor ficamos mais ricos, mais cultos, e sobretudo mais alegres e bem-dispostos, e nunca esqueceremos as suas narrativas que, à vez, nos alegram, como-vem, e educam.

* (parcial) in blogue dos sócios da AICL associação internacio-nal dos colóquios da lusofonia

Onésimo Almeida visto por Chrys Chrystello*

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27 PATROCINADORES

PROJECTO FINANCIADO DE INVESTIGA-ÇÃO EM TURISMO NA UNIVERSIDADE DE AVEIRO- EMIGRANTES PORTUGUESES CONVIDADOS A COLABORARhttp://questionarios.ua.pt/index.php?sid=24619&lang=pt

Nos últimos anos, temos assistido a um período conturbado na economia portuguesa e o agravamento do desemprego tem sido uma das suas principais consequências. Dina-mizar a economia é um grande desafio em Portugal e as pequenas e médias empresas têm um papel fundamental na sua recuperação, pela sua capacidade de gerar emprego, aumentar a produção e produtividade e, por conseguinte, atingir o crescimento econó-mico. Neste âmbito, a promoção do turismo é primordial, pois a despesa turística cria mais emprego e rendimento do que qualquer outro sector da economia, bem como gera e mantém emprego em outros sectores da economia que fornecem os visitantes e as empresas turísticas. O regresso definitivo e a participação dos emigrantes portugue-ses em projectos de desenvolvimento turístico nas suas regiões de origem, que são as mais carenciadas em Portugal, poderão contribuir para estimular a economia regional e nacional, porque trazem competências técnicas e, eventualmente, capital financeiro obtidos durante a sua experiência de emigração. Na Universidade de Aveiro, encontra-se a decorrer (desde 2008) um projecto de inves-tigação de doutoramento em Turismo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tec-nologia, cujo tema centra-se na avaliação do contributo do potencial retorno e fixação dos emigrantes portugueses para o desenvolvimento do turismo no seu local de origem, em Portugal. Salvaguardando devidamente todos os aspectos de sigilo de informação, o próprio jornal adere a este projecto esperando dos seus leitores emigrantes, actores-chave do projecto, a mesma atitude de colaboração numa demonstração de verdadeiro espírito de cidadania. A recolha de dados úteis, passíveis de ter um valor científico reco-nhecido, faz-se neste caso, através do preenchimento de um questionário, localizado no link anunciado neste jornal, pelos emigrantes portugueses.

NOTA DO EDITOR:

Seria interessante responder a este importante inquérito.Tribuna Portuguesa pede a todos os seus assinantes e amigos do Facebook que dispen-sem alguns minutos da sua atarefada vida para responder a este Inquérito.Hoje em dia nada mais importante do que termos dados de variados aspectos da vida da comunidade em relação ao nosso País, e ainda por cima feito por reputados investigado-res da reconhecida Universidade de Aveiro.Um muito obrigado.

Page 28: Portuguese Tribune, July 1st 2011

28 1 de Julho de 2011ENGLISH SECTION

portuguese s e r v i n g t h e p o r t u g u e s e – a m e r i c a n c o m m u n i t i e s s i n c e 1 9 7 9 • e n g L i s h s e c t i o n

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

Miguel Ávila

90 years later, Sousa Mendes remembered as Consul General of Portugal in San Francisco

Aristides de Sousa Mendes, the Portuguese diplo-mat who saved 30,000 World War II refugees in June 1940 in Bordeaux, France, was remembered on June 17, 2011 at the Consulate of Portugal in San Francis-co on the 71st anniversary of his Act of Conscience and on the 90th anniversary of having taken office as Consul General in San Francisco.The ceremony took place outside the Consulate of Portugal in San Francisco, a post he held from 1921 through 1924. Among the invited guests were the Sousa Mendes family, the Deputy Consul General of Israel, Gideon Lustig, the three surviving found-ers of the International Committee to Commemorate Dr. Aristides de Sousa Mendes, Joan Abranches, Anne Treseder, and Robert Jacobvitz, best-selling author and award-winning journalist Reese Erlich, and Daniel Mattis, a university professor at the Uni-versity of Utah and Sousa Mendes visa recipient.Celebrating the 25th anniversary of the creation of the International Committee to Commemorate Sou-sa Mendes, Reese Erlich, Anne Treseder, and Robert Jacobvitz remembered the struggles in recognizing him by the Portuguese government between 1986 and 1988. Sousa Mendes granddaughter Sheila Abranches spoke on behalf of the family. Deputy Consul General of Israel, Gideon Lustig, himself a grandson of Holocaust survivors, spoke on the brav-ery and courage of the Portuguese diplomat. Consul General of Portugal António Costa Moura conclud-ed the ceremony by stating, “Aristides was what he did; we are what we do!” And that “the world would be so much better if more [diplomats like] Aristides de Sousa Mendes would have raised their voices.” A traveling exhibit on the life of Aristides de Sousa Mendes entitled “These are my people!” was also on display at the Consulate. This exhibit has been viewed by over 1,000 people over the last three weeks in Northern California. A Portuguese and Kosher reception was hosted by the Portuguese Fraternal Society of America (PFSA) at the private residence of the Consul General. This event was underwritten by the Sousa Mendes Foundation, the Consulate General of Portugal, PFSA, and The Por-tuguese Tribune.

Above: Sousa Mendes family with the banner of Aristides de Sousa Mendes designed by Portuguese Tribune’s art director Roberto Ávila. Below: Robert Jacobvitz, Reese Erlich, Anne Treseder, and Joan Abranches.

Clockwise from above left: The Portuguese Fraternal Society of America (PFSA) always supportive of Sousa Mendes events and hosts of the reception at the Consulate of Portugal; Sousa Mendes Foundation directors Miguel Ávila and Sheila Abranches with foundation national advisors Anne Treseder and Robert Jacobvitz [photo by Gary Resendes]; Consul General of Portugal António Costa Moura, Lidia and Gary Resendes, artist João de Brito, and Vice Consul Manuela Ávila Silveira; Portuguese and Kosher reception hosted by the PFSA.

Above: Sousa Mendes family members Eileen Garehime, Paul Abranches, Jason Abranches, Joan Abranches, Maria Alicia Anderson, Peter Abranches, Jalen and Jordie Pierce, Sheila Abranches, Joe Anderson. Below: Israel’s Deputy Consul General Gideon Lustig with Holocaust survivors Daniel and Noemi Mattis.

Page 29: Portuguese Tribune, July 1st 2011

29 FESTA DE SAN LEANDRO

fotos de Diliana PereiraFesta do I.D.E.S Alvarado Street

Realizou-se desde o dia 22 a 29 de Maio a Festa Anual do Divino Espí-rito Santo do I.D.E.S. of Alvarado Street em San Leandro. No Sábado, dia 28, abertura oficial seguindo-se folclore com a Alma Ribatejana, concerto pela Sociedade Filarmónica Recreio do Emigrante Português e depois do jantar de caçoila, baile com Alcides Machado e apresenta-ção das Rainhas e Oficiais.No Domingo a Coroação saíu do Salão em direcção à Igreja de St. Le-ander, acompanhada pela banda acima referida. Depois da Missa da Festa, regresso ao Salão onde foram servidas as sempre apreciadas So-pas e Carne. Durante a tarde houve arrematações e concerto musical.O Presidente da Festa foi José Mendes, tendo como Vice-Presidente Isolete Grácio.

Em direcção à St. Leander's Church

Page 30: Portuguese Tribune, July 1st 2011

30 1 de Julho de 2011

O casal Ildeberto e Ondina MedinaProprietários da Firma

Medina Constructionsand Maintenance Co.

COLABORAÇÃO

Saudam o I.E.S. de San José e todas as Festas em Louvor do Espírito Santo

Par t icipe nas nossas festas t radicionais

Como já é tradição, todos os anos na ulti-ma semana de Maio esta sociedade realiza a sua semana desportiva com uma diversi-dade de desportos, terminando no grande torneio de futebol, com a participação de doze equipas representantes das comuni-dades portuguesas do Estado da Califór-nia, desde o Sul, Centro e Norte.Durante toda a semana realizaram-se tor-neios de dominó, bilhar, matraquilhos, sueca e golfe. Na sexta-feira, após um jan-tar convívio, foram entregues as taças aos vencedores dos supracitados desportos, seguindo-se baile ao ar livre.No Sábado, dia 29, pelas 8 horas procedeu-se ao sorteio do torneio de futebol com a presença das seguintes equipas: Artesia D.E.S., Artesia D.E.S. B, Team Portugal de San Diego, Chino D.E.S. Futebol Clu-be, S.C. Santos de San Clemente, Benfica de Santa Maria, Tulare Angrense Atlético Clube, Casa dos Açores de Hilmar, Acadé-mica de Turlock, F. C. Azores de Escalon, Marítimo de Santa Clara e P.C.C. de Half Moon Bay.Cerca das 9 horas, as equipas formaram no terreno adjacente aos campos de jogos e além dos atletas tomaram parte na parada, directores, rainhas das sociedades, Mayor da Cidade de Artesia, grupos de árbitros e filarmónica.Depois de estarem alinhados em frente

à tribuna, seguiram-se as cerimónias da praxe e votos de “fair play”, cumprimen-tos do boas-vindas pelo vice-presidente da Direcção, entrega de ramos de flores aos convidados e capitães, tendo a filarmónica interpretado os hinos nacionais e o hino da sociedade.Seguidamente teve início os jogos usando-

se dois campos em simultâneo. A Corrida de toiros teve inicio mais tar-de do que o previsto devido a atraso do camião dos toiros. Também houve baile ao ar livre para acabar a noite de convívio desportivo, abrilhantado pelo Conjunto “Raça” de San José.No Domingo dia 29, reiniciou-se o torneio de futebol. Depois desta longa maratona de jogos, ficaram apurados para a final as equipas do Artesia D.E.S. e o Benfica de Santa Maria. Esta equipa ganhou por 2-1.Tanto uma equipa como a outra, por mo-mentos, praticaram bom futebol num en-contro bem disputado, que tanto poderia ter sido ganho por uma ou por a outra equipa. Ganhou a que teve mais sorte e por isso merece os nossos parabéns, extensi-vos também à vice-campeã Artesia D.E.S..As arbitragens estiveram a cargo de vários árbitros, entre os quais, o veterano Arnaldo Baptista, que, mais uma vez, estava sa-tisfeito da maneira como decorreu o torneio, mas descontente porque entre as doze equipas represen-tativas de outras comuni-dades portuguesas, só fa-larem Inglês e Espanhol,

nem uma palavra em Português. Também ouvimos um representante do grupo ven-cedor, Luís Gonçalves, oriundo da Mada-lena do Pico, ser o único que falava Portu-guês. Este jovem está entre nós sómente há quatro anos e guardará a sua língua por muitos bons anos.Pelas 7 horas foi oferecido jantar a todas

as equipas presentes. Pelas 9 horas houve baile ao ar livre e distribuição dos troféus aos felizes contemplados.Na Segunda-feira houve convívios fami-liares, torneio de voleibol, jogo de futsal e a terminar, pelas 5 horas, vacada pela Ga-

nadaria Miradouro.Mais uma vez a Direcção do Artesia D.E.S. está de parabéns pelo sucesso obtido nete grandioso festival.

Comunidades do Sul

Fernando Dutra

Inicio do desfile. Embaixo: Equipas formadas em frente à tribuna

Equipa do Benfica de Santa Maria, Campeã do Torneio de Futebol de Artesia

Equipa do Artesia D.E.S., vice-campeã do Torneio

38º Torneio de Futebol do Artesia D.E.S.

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31 ENTREVISTA

Passado quase dois anos de estadia na Califórnia, quais são as suas impressões gerais da nossa comunidade?

As minhas impressões sobre a comuni-dade são as melhores. Fará em 22 de Se-tembro dois anos que assumi funções em S. Francisco. Já tinha servido noutras; em Lisboa, em Luanda, na NATO, outra vez em Lisboa e por último em Paris, mas nunca como Cônsul-Geral. Hoje, em cada encontro, em cada reunião, em cada visita à Comunidade, deparo-me com institui-ções que funcionam, líderes associativos muito atentos, esclarecidos e motivados; e, claro, com muita gente anónima que, de-sinteressadamente, aqui luta pela defesa e pela promoção dos interesses de Portugal e dos portugueses. É uma grande honra ser-vir uma Comunidade tão bem integrada e activa na vida cívica, política, económica e cultural da sociedade norte-americana e, simultaneamente, tão coesa e solidária en-tre si. Sinto-me um privilegiado por isso.

Claro que nada nem ninguém é perfei-to e ambicionamos fazer mais e melhor, nomeadamente na vertente da ligação a Portugal, naquilo que costumo designar de “movimento de cá para lá”. Mas, não tenhamos ilusões: a área de jurisdição des-te Consulado-Geral estende-se do Alasca ao Havai, abrangendo treze Estados da costa Oeste dos Estados Unidos. São cerca de 4,8 milhões de quilómetros quadrados, um território maior que o dos 27 Estados-membros da União Europeia, todos juntos. Só a Califórnia é mais vasta que a Alema-nha ou que o Reino Unido; e em população e área é quatro vezes maior que Portugal. A geografia não é uma fatalidade, mas está lá; ou melhor, está cá, e temos de saber li-dar com ela, principalmente quando, como agora, escasseiam os meios disponíveis. Temos de ser realistas nos objectivos para que possamos continuar a ser credíveis nas acções. A Comunidade sabe bem do que falo e está bem consciente do novo cabo das tormentas que temos de enfrentar.

O que é que acha que comunidade e o consulado podem ganhar um com o ou-tro?

Podem ganhar muito. O Consulado é mais que uma extensão de serviços públicos, tipo loja do cidadão, onde um aglomerado desconhecido de portugueses e luso-des-cendentes apenas se desloca para tratar de papéis.Para além dos deveres de informação, representação e negociação, compete ao Consulado promover e proteger os interes-ses do Estado e dos cidadãos portugueses e luso-descendentes na sua área de jurisdi-ção. E são várias as frentes de trabalho em que temos vindo a actuar nesse sentido, desde a promoção da Língua e da Cultu-ra, até aos incentivos à participação cívica, passando pelo cumprimento da política económica externa definida pelo Governo.

Costumo dizer que o Consulado é a casa dos portugueses, quer dos que pagam im-

postos em Portugal, quer dos que vivem e trabalham aqui. Já acolhemos múltiplas manifestações artísticas, culturais e outras de relevância para a Comunidade, quer com autores vindos de Portugal, quer com outros oriundos da própria Comunidade. Temos em agenda o lançamento de um mais um livro para Setembro e a realiza-ção de pelo menos mais duas exposições de pintura até ao fim do ano. A ideia é colocar este bom e visível espaço de que dispomos em S. Francisco ao serviço dos valores mais criativos da Comunidade, promovendo-os junto das elites culturais da sociedade norte-americana. Conside-ro ser esta uma interacção vital para aqui conseguirmos manter vivo o património artístico e cultural que nos distingue como Nação.

O Conselho Consultivo poderá ser um veículo de melhor aproximação e com-preensão entre a comunidade e o consu-lado? Que mais poderá fazer?

Os pressupostos que presidiram à criação dos Conselhos Consultivos mantêm-se pertinentes, aliás como os objectivos tra-çados pela Lei que os instituiu. No caso de S. Francisco, conseguimos reunir um grupo de pessoas experientes, conhecedo-ras da Comunidade, oriundas de diferentes áreas geográficas e sectores de actividade. Com notável altruísmo, às vezes com pre-juízo para as suas vidas pessoais, têm-me prestado uma ajuda inexcedível no aconse-lhamento sobre as prioridades a seguir.

É verdade que, pelo lado do Estado, esta-mos ainda à espera da efectiva entrada em funções do Adjunto da Coordenação do Ensino do Português na costa Oeste e da reabilitação da representação da AICEP em S. Francisco. Tenho esperança que, não obstante o difícil quadro de conten-ção orçamental, Portugal saberá estar à altura dos desafios e das oportunidades que, em ambas as frentes, se nos deparam na Califórnia.

Consulado Aberto – uma boa e uma má ex-periência. O que e que se pode aprender com este resultado?

Quando, em concer-tação com o Conse-lho Consultivo, decidi promover acções de sensibilização e apelo à inscrição consular, ao recenseamento e à participação política em Portugal, estava consciente das dificul-dades ia enfrentar. Há mais de quinze anos que nada acontecia neste domínio na Cali-fórnia. Começámos por desenvolver acções em Santa Clara e Turlock;

os resultados não foram ex-traordinários, mas julgo ter-mos conseguido lançar uma importante semente para o futuro. Aprendemos com a experiência e, a partir de Se-tembro, vamos continuar, de-sejavelmente mais para Sul, tentando abranger as impor-tantes concentrações de por-tugueses e luso-descendentes localizadas ao longo do Vale de S. Joaquim.

Sabemos que nem sempre é evidente a percepção da im-portância de se estar inscri-to no Consulado, de se estar recenseado e de votar em Portugal. É uma pedagogia que teremos de continuar a fazer. Não se percebe que te-nhamos 55.255 pessoas ins-critas no Consulado-Geral e apenas cerca de 200 delas es-tejam recenseadas, ou seja, aptas a votar em Portugal.

Tem a nossa Comunidade usufruído da oportunidade existente no Consulado das novas tecnologias para obter o Car-tão do Cidadão ou outros documentos?

De Julho de 2010 até agora emitimos 977 cartões do cidadão e bilhetes de identida-de. Mas, desde Setembro de 2009, já fo-ram emitidos mais de 15000 documentos. A Comunidade pode e deve continuar a usufruir plenamente das oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias. Tere-mos talvez de fazer um esforço acrescido de divulgação.

Será que no futuro próximo Portugal possa melhor entender a América e as comunidades portuguesas?

Acho que sim. Contudo, repito: o mais im-portante é partir de pressupostos claros, traçar objectivos realistas e, com meios adequados, desenvolver acções credíveis. A síntese do que o País quer da Comunida-de na Califórnia e o que esta quer do País só pode fazer-se com muito trabalho nos dois sentidos: de lá para cá e de cá para lá.

Aqui, no terreno, procuraremos continu-ar a garantir uma correcta articulação e confluência de objectivos entre a acção cultural e a acção económica, na perspec-tiva da estruturação e funcionamento de um verdadeiro lobby português e luso-descendente à escala desta vasta área de jurisdição. Todos são importantes neste desafio colectivo: cidadãos, empresas, or-ganizações comunitárias, instituições de ensino, de cultura e investigação e a pró-pria comunicação social.

Como Cônsul, quais são os seus desejos para o futuro?

Só tenho um: termos a hombridade de aprender com o passado para evitar er-ros que podem custar o futuro. Às vezes, é precisa a coragem de não mudar apenas qualquer coisa para que tudo continue na mesma. A arte de ser Português está no-vamente à prova; em Pascoaes, e noutros, redescobriremos o engenho para moldar um futuro melhor.

António Costa Moura, Cônsul-Geral de Portugal em San Francisco

...aprender com o passado para evitar erros que podem custar o futuroTodos os Cônsules que temos tido na California têm o seu próprio estilo de se relacionarem com a Comunidade. Uns foram mais amigos do que outros, outros foram mais retraídos e houve aqueles que passa-ram o seu tempo sem quase os conhecermos.António Costa Moura é do género daqueles que "entram" pela Comu-nidade dentro, como se estivesse na sua própria casa.

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