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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES UM CERTO OLHAR:SOBRE AUTISMO. Por: Gisele Campos da Conceição Corrêa Mascarenhas Orientador Prof. FABIANE MUNIZ DA SILVA Niterói 2009

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

UM CERTO OLHAR:SOBRE AUTISMO.

Por: Gisele Campos da Conceição Corrêa Mascarenhas

Orientador

Prof. FABIANE MUNIZ DA SILVA

Niterói

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

UM CERTO OLHAR:SOBRE AUTISMO.

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em PSICOPEDAGOGIA.

Por: Gisele Campos da Conceição Corrêa

Mascarenhas.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família por entender

a ausência nos últimos dias, as minhas

colegas de formação e aos professores

do curso em especial a minha

orientadora que com muita paciência

me conduziu nesta etapa tão

importante da minha.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia as minhas filhas

e ao meu esposo, as amigas em geral e

em especial a Ana Ing, e a uma pessoa

que além de amiga é uma mãe especial

Tereza Quadros.

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RESUMO

A presente pesquisa tem o objetivo de apresentar como é a atuação do

Psicopedagogo com a criança portadora da síndrome do Autismo.

Utilizando como tratamento o protocolo de avaliação, a partir do programa

chamado Treatment and Education of Autistic and Related Communicattion

Handicapped Children- TEACCH, Foram verificados os desenvolvimentos de

cada área de interação social, comportamento, aspecto cognitivo e linguagem.

Conclui-se que independente do grau e do tipo de autismo existe

desenvolvimento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - O que é autismo.

CAPÍTULO II - O agir do professor perante um autista na aquisição do

conhecimento.

CAPÍTULO III – As formas de intervenção do Psicopedagogo perante as

desordens causadas pelo autismo.

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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INTRODUÇÃO

Este trabalho se propõe a fazer um estudo sobre o autismo

infantil, uma desordem tão devastadora, pois até os dias de hoje existem

dúvidas a cerca de um diagnóstico fechado sobre tal síndrome.

Baseando-se, em estudos já realizados anteriormente por outros

estudiosos e através de uma metodologia fundamentada, aprofundaremos as

contribuições psicopedagógicas, buscando esclarecer principalmente a

promoção de ,maiores e melhores condições de vida, para o portador da

síndrome do autismo.

O termo autismo foi introduzido em 1911 por E. Bleur, para

designar a perda do contato com a realidade com a realidade acarretando uma

impossibilidade para se comunicar com os demais, sintomas observados na

esquizofrenia do adulto. Em 1943 que Kanner, a partir da observação de 11

crianças destacou uma síndrome muito particular o autismo infantil precoce, no

quadro das psicoses infantil cuja denominação definiu uma patologia própria

da criança distinguindo-a patologia.

Considerando as particularidades das crianças Kanner destacou

como fator comum a todas elas, a incapacidade de se relacionar de forma

habitual com as pessoas e situação desde o inicio da vida.

As crianças com este transtorno também exibiam um

desenvolvimento da linguagem atrasado, apresentavam uma repetição

monótona de sons ou expressões verbais.

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CAPÍTULO I

O QUE É AUTISMO

¨Mas o que é autismo? Essa pergunta não é tão

fácil de responder, pois não se conseguiu até hoje,

uma definição e uma delimitação consensual das

terminologias sobre ele. A multiplicidade das

terminologias fenomenológicas e respectivamente,

sem sinônimos demonstram a complexidade do

problema e a diversidade dos princípios de

esclarecimento até hoje ¨.

José Raimundo Facion

Muito antes da identificação e descrição desta Síndrome ter sido

feita, outros autores já se debruçaram sobre o estudo das particularidades e

idiossincrasias do comportamento humano. Como exemplo disso, as

descrições de Victor, o rapaz selvagem de Aveyron de 1802. (FILIPE, 2005;

BAPTISTA&OLIVEIRA,apud BATISTA, 2002), que suscitaram posteriormente

possíveis correlações com um quadro Autista.

Autismo é uma palavra de origem grega (autós), que quer dizer

por si mesmo. É um termo usado na psiquiatria para falar que aquele

comportamento humano é centralizado em si mesmo.

Segundo (AJURIAGERRA,1991), o termo foi empregado por se

tratar de um retraimento.

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O que é autismo segundo AUTISMI SOCIETH OF AMERICAM =

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE AUTISMO. O autismo e uma inadequacidade

no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. È

incapacitante e aparece nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20

entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino

do que no feminino. È encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer

configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar

qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa

causar a doença. Os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro,

verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com individuo.

Incluem:

1- Distúrbios no ritmo de aparecimento de habilidades físicas,

sociais e linguistica

2- Reações anormais às sensações, as funções ou áreas mais

afetadas são: visão, audição

tato, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.

3- Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas

especificas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita

compreensão de idéias. Uso de palavras sem associação com significado.

4- Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas.

Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos usados

de maneira indevidas.

Segundo Schwartzman (2003),o grupo de Transtornos Invasivos

do Desenvolvimento pode ser marcado por um conjunto de anormalidades em

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relação a especificidade onde cabem outros distúrbios, o que prejudica um

diagnóstico preciso.

Para (FACION,2005,p.36), as dificuldades parecem tornar-se

ainda maiores quando, quadros clínicos de outras doença apresentam-se

concomitantemente.

Segundo o DSM-IV TR (2000), o transtorno autista consiste na

presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuado anormal da

intervenção social e da comunicação e um repertório muito restrito de

atividades e interesse. As manifestações do transtorno variam imensamente,

dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do individuo.

Ainda tratando das definições agora vamos ver o que aborda o

CID-10 (2000), transtorno global do desenvolvimento caracterizado por: a) um

desenvolvimento anormal ou afetado,manifestado antes do funcionamento em

cada um dos três domínios seguidos: interações sociais, comunicação,

comportamento focalizado e repetitivo. Além disso o transtorno se acompanha

comumente de numerosas outros manifestações inespecíficas,por exemplo:

fobias,perturbações de sono ou alimentação crises de birra,ou agressividade

(auto- agressividade).

Segundo a ASA (Autism Societh of American), indivíduos com

autismo usualmente exibem pelo menos metade das características a seguir:

1- dificuldade de relacionamento com outra criança.

2- riso inapropriado

3- pouco ou nenhum contato visual

4- aparente insensibilidade à dor

5- preferência pela solidão, modos arredios

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6- Rotação de objetos

7- fixação em objetos

8- ausência de respostas aos métodos normais de ensino.

Essas são apenas algumas características pois existem outras.

Vale apena lembrar que nem todas as crianças autistas apresentam essas

característica.

Segundo (AJURIAGERRA,1991). O termo autismo foi introduzido

em 1911 por E. Bleur, para designar a perda do contato com a realidade

acarretando uma impossibilidade para se comunicar com os demais, sintomas

observados na esquizofrenia do adulto.

Em 1943 que Leo Kanner, a partir da observação de 11 crianças

destacou uma síndrome muito particular destacou o autismo infantil precoce,

no quadro das psicoses infantis cuja denominação definiu uma patologia

própria da criança distinguindo-a da patologia própria do adulto.(ASSUMPÇAO

JR.,1995).

Considerando as particularidades das crianças Kanner destacou

como fator comum a todas elas a incapacidade de se relacionar de forma

habitual com as pessoas e situações desde o inicio da vida. Seus pais as

descreviam como auto-suficientes, elas reagiam como se as pessoas não

existissem.

Segundo LEBOYER (2003), todos os casos descritos por Kanner

indicavam a presença de uma “solidão autística extrema” e que se fecha a tudo

que chega do exterior. Esta é uma distinção clássica entre o autismo e a

esquizofrenia infantil pois nesta última as crianças conseguem estabelecer

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relações e vínculos normais até uma determinada idade quando então se

desencadeia algo da ordem da psicose e esse vínculo é interrompido.

Kanner foi o primeiro a marcar que existia uma especificidade

entre esquizofrenia infantil e o autismo.

Pode ser conhecido como autismo infantil precoce, autismo da

infância ou autismo de Kanner.

As características essenciais dos transtornos autista são a

ausência de atividades e interesses. As manifestações variam e vai depender

do desenvolvimento e da idade cronológica. Entre as manifestações

associadas mais freqüentes, poderíamos citar o retardo mental, crises

convulsivas, prejuízos da atenção–concentração com hiperatividade e

desordens psiquiátricas.

Segundo CAVALCANTE & ROCHA(2002), as qualidades

sensoriais- audição, tato,visão,etc.-ficam reduzidas a um estado fragmentado,

pois toda sua energia é utilizado na ansiedade, na compulsão por objetos nas

estereotipias desenvolvidas nessa criança.

As dificuldades na interação social podem manifestar-se com

uma inapropriação do comportamento e das manifestações de afeto, um

isolamento, uma esquiva do contato visual, uma completa falta de interação

com o outro, uma indiferença afetiva e uma falta de empatia social, assim

descreve Gadia e Tuchman (2004). Distúrbios do humor e do afeto são

comuns na síndrome do autismo, se manifestam através de crises de risos ou

de choros aparentemente desmotivados, falta de percepção de perigo ou medo

exagerado, ansiedade generalizada e pouca ou nenhuma reação emocional.

Essas dificuldades incluem hiperatividade, agressividade, desatenção e

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comportamento de automutilação, e interferem muito na interação das crianças

autistas dentro da família, da escola, da comunidade. Os distúrbios de

linguagem ocorrem em diferentes graus, algumas crianças não desenvolvem

nenhuma habilidade de comunicação verbal, outras têm uma comunicação

imatura caracterizadas por jargão, ecolalias, entonação monótona etc. As

crianças autistas apresentam padrões de comportamento repetitivos e

estereotipados relacionados à forte resistência a mudanças, apego excessivo a

rotina e a objetos e fascínio por movimentos circulares.

Segundo ASSUNÇAO & PIMENTEL (2000), a prevalência da

síndrome do autismo é quatro vezes maior em meninos do que em meninas.

Sua epidemiologia corresponde a aproximadamente 1 a 5 casos em cada

10.000 crianças, numa proporção de 2 a 3 homens para 1 mulher.

Segundo FERRARI (2007) nota que os testes de QI em crianças

autistas demonstram heterogeneidade e dispersão de resultados diferentes,

ainda que aplicados em uma mesma criança, estima-se que 60-70% das

crianças com autismo infantil tenham retardo mental variando entre leve e

severo; 20-35% apresentam inteligência limítrofe normal (QI entre 70-100) e

menos de 5% tem QI superior a 100. Mesmo os assim chamadas autistas de

bom rendimento apresentam prejuízos importantes na linguagem/comunicação

e comportamento.

É possível que simplesmente sempre

existiram várias crianças com Autismo e não eram

diagnosticadas; agora com o maior número de

profissionais lidando com a saúde infantil e com

melhores informações à respeito,propiciou-se maior

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possibilidade de diagnóstico. (ASSENCIO-

FERREIRA, 2005, p.102).

Os indivíduos com transtornos autista podem apresentar uma

gama de sintomas comportamentais incluindo hiperatividade, desatenção,

impulsividade, agressividade, comportamentos auto-agressivos e

particularmente em crianças mais jovens acesso de raiva .Pode haver

anomalias na alimentação, no sono, humor ou afeto. Pode haver atraso ou o

não desenvolvimento da fala, autistas que são verbais encontram dificuldades

de iniciar uma conversa ou mantê-la. , um uso estereotipado e repetido da

linguagem ou uma linguagem idiossincrática,isto é, quando formam frases

eles dão a entonação de interrogação ,mesmo elas sendo afirmativas. os

autistas que são verbais encontram dificuldades de iniciar uma conversa ou

mantê-la.

O prejuízo na interação social é persistente. Os indivíduos mais

jovens podem mostrar pouco ou nenhum interesse pelo estabelecimento de

amizades. Eles podem ignorar as outras crianças e não perceber o sofrimento

de outra pessoa. Na comunicação também é marcante e persistente, afetando

as habilidades tanto verbais quanto não verbais.

Os indivíduos com transtorno autístico tem padrões

restritos,repetidos e estereotipados de comportamento interesses e

atividades. Pequenos detalhes de mudança na casa pode alterar o

comportamento dessa criança, aproximadamente 75% das crianças funcionam

em um nível de retardo.

O inicio do transtorno autista ocorre antes dos três anos de idade,

pais relatam que desde o nascimento há falta de interesse social ,o bebê é

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excessivamente calmo, sonolento, chora sem consolo durante um tempo

prolongado, rejeita o colo ou outros aconchegos e tem problemas no sono.

Mais tarde, percebe-se que a criança não imita sons ou gestos, não demonstra

compartilhar sentimentos ou sensações, não aprende a se comunicar por

gestos, como por exemplo, acenar com as mãos para se despedir, rejeita

alimentação ou tem gosto restrito a certos alimentos. . .As primeiras

manifestações do transtorno na primeira infância são mais sutis e mais difíceis

de definir do que aquelas vistas após os dois anos.

No primeiro ano de vida pode apresentar um desenvolvimento

¨normal¨, porém a criança autista já emerge desde a nascença,com problemas

de vinculação e de ¨imprinting¨ maternal, com manifestações mais evidentes

entre dois e quatro anos de idade (período pré-operacional).

Vem sendo estudado por profissionais escalas, critérios e

questionários para identificação precoce por meio da atenção compartilhada,

onde se tenta que o bebê siga ou note um objeto mostrado. Esse diagnostico

raramente é feito tão precoce, o que facilitaria muito tanto aos pais para que

pudessem entender melhor esse bebê, quanto para os profissionais que

travam um luta ferrenha para um diagnostico preciso e assim iniciar um

tratamento correto com tal síndrome pois o fato de se ter uma perda de tempo

faz com que o trabalho de intervenção e orientação seja altamente

prejudicado.

Quanto mais cedo se identificar esse distúrbio melhor será a vida

do seu portador. Algumas crianças poderão beneficiar-se de um tratamento

medicamentoso. Contudo esta forma de tratamento não será a única e nem

mesmo a mais importante, pois o trabalho mais importante à ser feito com

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essa criança é de nível comportamental,o que geralmente é realizado pelos

pais e por profissionais de uma equipe multiprofissional onde temos

fonoaudiólogos, terapeutas- ocupacionais, psicólogos e nutricionistas.

Segundo (LANG, 2003), O autismo é um composto de

déficits,não uma característica única.

O tratamento do autismo infantil, quadro sério e complexo,

oferece um desafio muito grande à comunidade dos últimos 30 anos. Uma

variedade de tratamentos, baseados, em orientações teóricas diversas e de

diferentes níveis de abrangência (medicamentosos, terapia psicanalítica,

terapia comportamental, terapia de orientação cognitiva, terapia de integração

sensorial, terapia de contenção) foi usada na tentativa de tirar a pessoa com

autismo de seu isolamento, lidar com suas dificuldades e as distorções no

desenvolvimento e suas habilidades cognitivas, de comunicação e

socialização.

A terapia comportamental tem sua raízes em estudos de

aprendizagem, baseados nos princípios da análise experimental do

comportamento, propostos por Skinner (1938, 1953, 1957, 1974). Estes

princípios, que se originaram a partir de pesquisas de laboratório, analisam e

seu meio ambiente, salientando o papel crítico de condições antecedentes e

consequentes ao comportamento para que haja aprendizagem.

As primeiras pesquisas comportamentais, visando compreender a

criança com autismo, hoje consideradas, foram as de Ferster (1961), feitas em

laboratório. A contribuição principal de Ferster foi de demonstrar explícita e

concretamente a aplicabilidade dos princípios de aprendizagem ao estudo de

crianças com distúrbios de desenvolvimento e que, através de arranjos

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cuidadosos de certas consequências ambientais, o comportamento destas

crianças pode ser alterado, aumentando-se seus repertórios comportamentais

e diminuindo os comportamentos inadequados.

A causa do autismo ainda é desconhecida, mas acredita-se que

esteja relacionado a alguma anormalidade em determinada parte do cérebro,

pesquisas mostram uma diferença no tamanho do cérebro em uma grande

parte das pessoas com esse distúrbio.

Podemos dizer que há algumas condições geneticamente

determinadas que podem se associar ao autismo infantil. Entre os casos de

etiologia desconhecida, há evidências no sentido de uma maior probabilidade

de irmãos de autistas serem, também, afetados quando comparados com a

população geral. Há evidências de que alguns fatores podem modificar esta

propensão genética tais como o sexo do indivíduo, QI e insultos pré e

perinatais.

O autismo pode ser visto como Uma Cegueira Mental o individuo

que apresenta o espectro autístico é um ser que não consegue fazer

amizades ,pois o contato com o outro é bastante difícil esse indivíduo é

tomado por um medo e por insegurança muito grande. Dentro desse quadro

existem outras características bem marcantes como não olhar para ninguém

diretamente, o contato olho a olho é praticamente impossível , é um indivíduo

que o mundo do faz de contas não existe .

Trata-se de uma disfunção dos processos mais elementares de

comunicação não verbal e de interação social, com obvias dificuldades em

demonstrar reciprocidade afetiva e social.

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Por portar essa dificuldade de relação social ele se torna um ser

atípico, sem iniciativa,com uma grande indiferença afetiva, possui uma

dispersão da atenção, sem empatia, tende a um isolamento. Em determinados

casos pode se tornar um ser agressivo e com severas perturbações

emocionas, podendo desencadear repentinamente um choro sem um motivo

aparente por horas e subitamente parar. Essa alterações de comportamento

normalmente vem acompanhada de movimentos estereotipados que são

marcantes nos portadores de autismo,todos são feitos seguindo algum tipo de

ritual.

Nos sujeitos autistas mais novos há um desinteresse ou

simplesmente não há interesses para fazer amizades. Eles não compreendem

as regras da interação social. Não há um prazer em compartilhar seus

interesses ou realizações com outras pessoas, assim como mostrar, apontar ou

trazer objetos que julga interessantes. Pessoas com distúrbios autísticos tem

dificuldade de participar ativamente de jogos ou brincadeiras sociais simples,

preferindo os jogos solitários ou que envolvam os outros apenas como auxilio

ou instrumento mecânico. Eles apresentam uma consciência do outro muito

debilitada ignorando-o.

O comportamento repetitivo, estereotipado, rotinas e rituais

específicos inflexíveis são comuns aos autistas que apresentam apego não

somente a comportamentos, mas também a determinadas partes do

corpo,principalmente com as mãos sacudindo o tempo todo, ainda em seu

corpo pode escolher determinadas partes para apertar ou até mesmo morder.

Com os objetos gosta de enfileirar carrinhos, esta sempre arrumando algo é

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um ser extremamente organizado possui uma memória muito boa podendo

repetir movimentos e frases inúmeras vezes na mesma sequencia.

Possuem frequente ecolalia que pode ser imediata, horas ou até

mesmo dias depois. Costumam ficar repetindo por vários dias as mesmas

frases,as vezes respondem algo sem sentido à aquilo que lhe foi perguntado,o

seu tom de voz também pode ser modificado normalmente gritam para

responder algo mesmo que esteja bem próximo de quem ele quer responder.

Algumas crianças com autismo, quando abordados com

inspiração, apreciação e entusiasmo, têm se desenvolvido muito além dos

níveis ditados pelas abordagens convencionais do autismo. Sentir-se inspirado

por uma pessoa com autismo é o primeiro passo para ajudá-la a desenvolver a

motivação para aprender e para interagir socialmente. A família do indivíduo

autistas se vê frente à necessidade e ao desafio de ajustar seus planos, suas

expectativas e seu cotidiano, na adaptação do membro que possui limitações e

necessidades especificas, como acredita. As características da síndrome

afetam as condições físicas e mentais do sujeito, o que aumenta a sua

demanda por cuidados e, assim seu nível de dependência doa pais e/ou dos

cuidadores. Essa situação pode constituir um estressor em potencial para

familiares, por isso é importantíssimo o acompanhamento dessa família

também.

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Capitulo II

O AGIR DO PROFESSOR PERANTE UM AUTISTA NA

AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO.

O papel do professor de um aluno com autismo é semelhante ao

interprete que possui uma gama enorme de conhecimento: alguém que

entende ambas, as culturas e é capaz de traduzir as expectativas e

procedimentos de um ambiente não autístico para o aluno com autismo. Desta

forma, para ensinar um aluno com autismo,deve-se entender muito bem a sua

cultura e os pontos fortes e déficits associadas a esta. (ROCHA,2000).

Porém, com o tamanho das dificuldades encaradas pelo indivíduo

com Autismo, surgem, em nome da ciência, vários tipos de intérpretes.

Observamos o aumento de diferentes atuações disciplinares. Deixamos de

olhar o indivíduo com Autismo e passamos a tratar do Autismo. Repartimos os

saberes e instituímos graus de importância a cada área que apresenta

comprometimento neste indivíduo. Concordamos quanto à complexidade da

Síndrome e deletamos a complexidade do indivíduo. Como se pudéssemos

compartimentalizá-lo de acordo com a necessidade da construção do nosso

conhecimento específico. Como coloca Edgar Morin:

Os progressos conseguidos nos conhecimentos das

especializações disciplinares, estão dispersos e

desunidos, devido justamente à especialização que

muitas vezes fragmenta os contextos, as

globalidades e as complexidades. O

enfraquecimento da percepção global, conduz ao

enfraquecimento da responsabilidade, pois cada um

tende a ser responsável apenas por sua área

especializada. (Morin,2005)

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Este cenário bem conhecido, porém mal compreendido, resultou

na acumulação de uma massa gigantesca desconhecimentos,

compartimentalizada em disciplinas e especialidades vizinhas, porém que se

ignoram umas às outras e não se tocam.

Estamos então diante de uma diversidade de saberes

disciplinares com o advento das especializações. É imprescindível a

necessidade de ligações entre as diferentes disciplinas, para atender à

complexidade do nosso indivíduo com Autismo.

Segundo JAPIASSU (1976), é preciso esclarecer o sentido de

disciplinaridade, examinando primeiro o que vem a ser disciplina.

Disciplinas são arranjos lógicos e político-administrativos,

segundo padrões de racionalidade de uma dada situação histórica

(PAVIANI,2003). Pode ser usada também para designar uma área de

conhecimento ou matéria, ou ainda indicar o estudo de uma teoria. A disciplina

em geral, tende a coincidir com o programa de ensino, mas é possível que seja

ministrada com diversos conteúdos e perspectivas teóricas, atendendo às

estruturas curriculares e a profissionais que pretendem realizar isoladamente

as metas da formação científica.

Do ponto de vista epistemológico, disciplina terá o mesmo sentido

de ciência disciplinaridade significará então, a exploração científica e

especializada de determinado domínio homogêneo de estudo especializada de

determinado domínio homogêneo de estudo (IRIBARRY,2003). Tal exploração,

tem como objetivo fazer surgir novos conhecimentos que irão substituir os

antigos. Vale ainda ressaltar que, toda ciência é uma disciplina, mas nem toda

disciplina é uma ciência. Por isso, faz-se necessário estabelecer níveis de

agrupamento para as disciplinas em questão.

Falando de escola para alguns, autores é consenso colocar o

autista em escolas regulares, esperando que assim, comecem a imitar as

crianças ¨normais¨,e não crianças iguais a ela ou crianças com quadros mais

graves.

Segundo ROCHA (2007), a criança autista diminui a excitação e

as estereotipias e também as crises de raiva e de auto-agressão ao freqüentar

a escola. Além do mais, esta pode ainda lhe proporcionar algumas habilidades

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intelectuais e, até, diminuir suas dificuldades de comunicação. O mesmo autor

defende que a criança autista precisa de um ambiente escolar que desenvolva

uma boa programação de acordo com suas necessidades. Portanto, o

estabelecimento de metas no contexto escolar para cada criança é importante,

cabendo ao professor dedicação para conseguir êxito nas metas

estabelecidas. Neste sentido, diz o autor que o progresso no trabalho

educacional aparece quando o professor começa a ter afinidade com o autista,

e esse desenvolvimento deve ter a participação dos pais.

De acordo com MELLO (2001p.34) ¨ a criança autista quando

pequena raramente imita outras crianças passando a fazer isto após começar

a desenvolver a consciência dela mesma¨ sendo que algumas podem levar

muito tempo para aquisição da consciência sobre si própria e não chegam a

desenvolvê-las. Desta forma, outros autores defendem um atendimento

especializado antes da inclusão numa escola regular, com base no

entendimento poderá ajudar a desenvolver a consciência dessa criança em

relação as suas potencialidades.

Um dos procedimentos tradicionais de nossa

prática pedagógica é método de completar ou

selecionar os grupos escolares seguindo o nível de

atraso formam as melhores coletividades.

A investigação mostra que, se os deixar atuar

livremente, as crianças retardadas nunca se

agrupam segundo esta lei. Mas exatamente,

sempre a infringem. (VIGOTSKY,1997)

De acordo com VIGOTSKY (1997) o individuo que é

¨intelectualmente mais dotado adquire a possibilidade de manifestar sua

atividade social com respeito ao que é menos dotado e ativo.¨

O autor constatou que como acontece com as crianças ditas

normais, a aprendizagem também ocorrerá mais rápida se esses alunos

tiverem a oportunidade de estarem em contato com as diferenças. Dessa

forma,o que tem se apreendido é que os dois saem ganhando.

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È importante que se elabore uma avaliação detalhada da criança

quanto ao seu nível de desenvolvimento funcional. O principal problema que

preocupa pais e educadores.

A análise funcional do comportamento é um caminho importante

para a intervenção educacional, pois permite uma idéia de como os fatores

ambientas afetam o comportamento da criança,portanto esse profissional que

vai atuar ajudando na transmissão de conhecimento tem que estabelecer uma

rotina de ensino e se preparar para poder atuar diretamente com essa criança.

Atualmente, após uma importante evolução nas técnicas psico

educacionais, pretende-se que está inclua a da avaliação, psicológica como a

educativa garantindo a combinação de uma abordagem que tem como base a

união da informação individual com dados normativos que vão tornar

compatível este processo com as necessidades especificas dessa criança.

A aprendizagem e o desempenho das crianças autistas incidem

em quatro fatores que vão ser explorado: comunicação, resposta social,

processamento de informações e desenvolvimento das competências

cognitivas.

A prática da avaliação pode favorecer a detecção e a

identificação das áreas educativas em que se verificam mais dificuldade,

permitem também confirmar a discrepância entre o funcionamento corrente e o

desempenho esperado o que pode permitir o diagnóstico das faltas

particulares que não são facilmente percebidas.

Quais os métodos de avaliação utilizado.

A avaliação educacional é feita com a utilização de alguns testes

dentre eles os mais usados são: PEP, PEP-R e AAPER.

O PEP - Perfil educacional (SCHOPLER e REICHLER, 1976)

parte de uma concepção de que a criança sob uma perspectiva

desenvolvimentista (Piagetiana) aliada ao princípio do desenvolvimento

desarmônico destas crianças entre e inter-áreas procurava levantar suas

habilidades e dificuldades, assim como seu nível de desenvolvimento em nove

diferentes áreas funcionais e comportamentais incomuns em quatro áreas

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patológicas. A resposta para essa intervenção partiria da própria criança a

partir do momento que começar a mostrar novas atitudes perante as

características autistas.

Como instrumento de avaliação funcional, fornece informações

acerca do desenvolvimento nas áreas de: percepção, motricidade fina e global,

integração óculo motora,competência cognitiva e capacidade de cognição

verbal.

O PEP é formado por um conjunto de brinquedos e jogos

apresentados a criança por um examinador que tem a tarefa de observar,

avaliar e registrar as respostas para no fim ser somado as pontuações que

serão arrumadas em uma escala de sete itens de desenvolvimento e de

características patológicas (onde será traçado um perfil de desenvolvimento),

que irá definir as potencialidades e dificuldades.

O PEP tem uma grande vantagem encima dos testes pois ele

mostra que a criança tem algum conhecimento do que é preciso para

completar a tarefa mas não tem o entendimento completo ou a capacidade

necessária para completar a tarefa sozinha com sucesso.

O PEP-R (SCHOPLER e colaboradores, em 1990) e o AAPEP

(MESIBOV e colaboradores, em 1987) oferecem informações especificas

relacionadas ao desenvolvimento em diferentes aréas funcionais, assim como

características comportamentais, uma avaliação da capacidade de

comunicação espontânea no cotidiano (LORD et al, 1989 in VATAVUK, 1999).

A AAPEP estende a avaliação do PEP-R (SCHOPLER et al) ao

grupo de idade adolescente e mais velho no moderado à escala severa do

atraso mental. A ênfase está em avaliar habilidades funcionais de três áreas de

avaliação: trabalho da observação direta, a casa e da escola. A apropriação da

coloração em locais próprios para a instrução e em locais vocacionais é

sugerido. (ASSUNPÇAO & PIMENTEL, 2000).

Não podemos tratar as crianças autistas como crianças que

possuem apenas um atraso na fala, problemas de audição e dificuldades de

comportamento.

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A origem das dificuldades são completamente diferentes e a

compreensão do autismo pode ser o ponto de partida para um tratamento

psico educacional. Com o diagnóstico pronto e os profissionais que estarão

com essa criança construirão um atendimento com resultados satisfatórios.

O ato pedagógico, portanto deveria deixar de ser

uma decorrência do processo diagnóstico,

passando a integrar um movimento de investigação

que explora a pergunta: quem é esse sujeito?

Nesse sentindo, pretendemos que a busca de

valorização da história da educação especial possa

ser elucidativa, fortalecendo uma ampla discussão

relativa ao atendimento dos sujeitos em situação de

handicap, particularmente os sujeitos com autismo.

(BATISTA, BOSA & COLS, 2002 pg 95).

Um ponto forte das crianças autistas é sua percepção e essa

pode ser uma das formas de interagir com ela, dessa forma despertaremos o

seu interesse por determinadas tarefas. Ao invés de ficar esperando anos para

que a criança venha a gostar de algo vamos acelerar este processo.

Uma pessoa com autismo sente a ausência de significados para

sua vida portanto ajudar deve ser a primeira prioridade. Contudo, embora haja

limitações e inabilidades, antes de ser autista esse individuo é um ser humano

é um ser bio-socio-psico-histórico-cultural.

Uma das responsabilidades do educador é a de intervir na vida

humana por meio do pensamento e da ação desse pensar gerando estratégias

pedagógicas para o bem do educando, logo se é impossível fazer de conta,que

o autismo não existe, certamente enquanto profissionais de saúde nos

dispomos a busca de novas atitudes facilitadoras diferentes e o que é mais

importante, produtivas para a construção de uma melhor qualidade de vida

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para pessoas com autismo. Para agir dessa forma temos que desapegarmos

dos pré-conceitos estabelecidos como determinantes de destino.

É indispensável que os profissionais dessa equipe multidisciplinar

que atua diretamente com essa criança seja um conhecedor dessa síndrome e

de suas manifestações e esteja disposto a atuar direta e indiretamente.

É necessário que estes profissionais não tragam arraigado em si

métodos que não possam ser modificados. É importante que o educador

ponha em pratica todo seu conhecimento e que não seja contaminado por

atitudes que rotulem ou limitem essa criança.

A medida em que essa equipe vai ganhando experiência com

essa criança o conhecimento teórico vai se adaptando a esse novo conceito de

como pudesse ajudar a melhor absorção das atividades sugeridas.

E mais uma vez a intervenção do educador é fundamental pois

com seu olhar educacional vai capturar essa essência,que mostra um certo

limite de conhecimento mas não uma escuridão total.

Vale lembrar que autistas tem dificuldades de interpretar

expressões faciais, as emoções e o que é dito por metáforas, portanto cabe as

pessoas facilitarem as formas de comunicação.

Podemos falar em poucas palavras como é a cognição de um

autista, todos nascemos com alguns acessórios para captar as informações,

com isso os bebês preferem o som humano e com algum tipo de estimulação

eles conseguem processe-las e logo interagem com os adultos, no caso da

criança autista ela também vem com esse acessório, porém de forma

desorganizada é justamente isso que dificulta a sua cognição. Isso deve ser

levado em consideração ao lidar com uma criança autista.

Hoje em dia, sabe-se que com uma abordagem pedagógica e

terapêutica adequada, estas crianças podem vir a desenvolver-se,ainda que

com dificuldade, mais com sucesso,dentro das suas expectativas. Cabe a nós

ter um certo olhar.

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Segundo FÁTIMA ALVES (2005), é de fundamental importância o

trabalho conjunto entre a família e os profissionais, e também haverá sempre

necessidade que essa família esteja presente em todos os momentos dessa

criança, pois assim ele se sentira seguro e o mais importante amado.

A escola é um lugar certo para qualquer aluno desenvolver suas

potencialidades e superar seus limites, é um espaço onde acontece interação

e interesse.

Segundo MONTESSORI (2003), o aluno é o principal interlocutor

de seu aprendizado e é a escola que deve educar para a socialização e

convívio. FREIRE (1977), fala que não há educação fora das sociedades

humanas e não há homem no vazio.

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Capitulo III AS FORMAS DE INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO PERANTE AS DESRDENS CAUSADAS PELO AUTISMO.

¨A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem

humana, que adveio de uma demanda- o problema

de aprendizagem, colocado em um território pouco

explorado, situado além dos limites da psicologia e

da própria Pedagogia e, evolui devido á existência

de recursos, ainda que embrionários, para atender

a essa demanda, constituindo-se, assim em uma

prática.¨ Nadia A. Bossa

A Psicopedagogia não esta preocupada em estabelecer

conceitos teóricos, porém proporciona novas formas de ver a educação onde

se observa mais o aluno do que a tarefa propriamente dita.

Apoiados em MELLO, MIRANDA e MUSZKAT (2006) , falaremos de alguns

critérios que devem ser pensados quando falamos em psicopedagogia em

crianças com autismo: intencionalidade, reciprocidade, significado e

transcendência.

1- Intencionalidade: o mediador precisa deliberadamente interagir

com o mediado, selecionando,moldando e interpretando estímulos específicos.

Porém a intencionalidade não deve ficar apenas em um dos lados ela e

bilateral, podendo no inicio haver ou não consciência por aparte do mediado

pois ele ira formar aos poucos, o é muito comum em crianças autistas.

2- Reciprocidade: é o momento de troca de permuta entre

mediado e mediador mostra o momento de cooperação que envolve o

processo de aprendizado, utilizar de recompensa com crianças autista é bem

comum pois assim inibiremos respostas negativas e as positivas iram se

apresentar.

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3- Significado: acontece quando o mediador coloca um

significado a uma atividade, guardar o material que foi utilizado nas tarefas ,

faz com que essa criança comece a perceber que temos que cuidar desse

ambiente, isso para o individuo autista é muito importante pois assim terá uma

interação social na prática.

4- Transcendência: È quando ocorre uma ação que esta para

além da necessidade direta e imediata, ampliando e diversificando o sistema

de necessidades do aluno. O objetivo é promover a aquisição de princípios

,conceitos ou estratégias que podem generalizar-se para outras

situações.Assim a autista percebe que quando estiver com sede e quiser beber

água terá que pegar o copo e se servir, descobre que por sua independência

sempre que estiver com sede poderá beber água sem que alguém tenha que

servi-lo.

Em todo momento é necessário que o psicopedagogo esteja

consciente que seu trabalho e possibilitar formais educacionais ao educando,

mesmo diante de total dificuldade, para isso é apropriado que escolha formas

eficazes que tornarão sua pratica viável.

Segundo FONSECA (2008), todo estudante deve ter a

oportunidade de desenvolver o máximo do seu potencial cognitivo, e a escola

deve assumir o papel de outorga-lhe as possibilidades de aprendizagem. A

educação cognitiva deve envolver essencialmente duas capacidades: a

primeira de aprender a aprender e a segunda de resolver problemas.

FONSECA (2008) relata de forma detalhada que o aprender a

aprender envolve basicamente, o foco da atenção, formulação das estratégias,

estabelecer planificar estratégias, monitorar o desempenho cognitivo ate atingir

o seu objetivo, examinar toda a informação disponível, aplicar procedimentos

sistemáticos par resolver problemas.

O conhecimento não se constrói de forma linear mais sim de

forma divergente como em um tear educacional onde cada fio de seda tem a

função de construir uma etapa do aprender.

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Segundo MONTESSORI (2003), o aluno é o principal porta voz

do seu aprendizado pois a escola deve educar para a socialização, a

experiência tem demonstrado que criança autistas conseguem compartilhar

com outras desde que venha se fazendo esse trabalho de socialização de

ambos.

Para FREIRE (1977), não há educação fora das sociedades

humanas e não existe homem no vazio mesmo aquele com uma limitação

cognitiva o caminho mais seguro com um autista é dando o máximo de

proteção mais sem tirá-lo do contato com outras crianças, a escola deve

educar a todos para desenvolver sua autonomia do aprender, abrangendo toda

a individualidade do ser humano que é de uma complexidade tamanha cada

um possui a sua natureza é a criança autista também pois antes de ser autista

é um ser humano coberto de desejos mesmo que embutidos dentro de si.

Em toda intervenção, é preciso que o psicopedagogo esteja

consciente das possibilidades educacionais do seu educando, mesmo diante

de algum transtorno evasivo, com o autismo é preciso que se escolham meios

eficazes que tornarão o currículo escolar coerente com suas necessidades.

Sendo assim como o autismo não é identificado por um único sintoma ou

comportamento, não há uma abordagem que seja totalmente completa. A

escolha da abordagem vai depender de qual necessidade terá que ser suprida

e quais são os objetivos que terão que ser alcançados.

Segundo FONSECA (2008) o aluno autista também é um

aprendiz que elabora suas idéias, organiza suas ações fazendo uma sincronia

entre o funcionamento psíquico e a sua capacidade motora.Tudo que for

mediado por um estimulo será utilizado pois o autista possui uma cognição que

tem uma plasticidade, que altera estruturas e se adapta a novas condições,

deste modo quando estiver dentro de uma sala de aula estará produzindo

como qualquer aluno.

Podemos dizer que todo conhecimento que vem

pelo amor possui a excelência da perfeição. Acima

de tudo quem aprende e quem ensina precisa antes

do amor. Na verdade, todo conhecimento possui

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também a culminância da distinção quando se

designa ao amor. O amor é a sublimação do saber.

(CUNHA, extraído do livro ¨Afetividade na pratica

pedagógica” )

Inicialmente, deve-se ter em mente que as grandes dificuldades

dos autistas são a simbolização e a relação com o mundo a sua volta, sendo

necessário que o terapeuta aproxime-se dele, penetrando em sua

consciência, para poder trazê-lo para fora.

LEVIN (2001) propõe que é necessário que o terapeuta envolva-

se plenamente nesse labirinto com a criança, para se encontrar na face e no

verso do espelho, junto a ela, mas sem se confundir com sua imagem,

marcando seu contorno, mas deixando que se transborde o incipiente

labirinto que ela irá construindo à medida que se desenvolve na cena infantil.

Para alcançar este intento podem-se utilizar várias estratégias

como a musicoterapia, exercícios psicomotores, atividades aquáticas, a

convivência com outras crianças, entre tantas outras atividades que se

poderia pensar, onde o fundamental é que terapeuta e paciente possam

interagir para trabalhar a linguagem do corpo, mesmo que essa seja mínima,

pois no autismo, o principal instrumento psicomotor, o corpo, está ausente

em nível simbólico. Como diz Green (1982), um corpo vivo em relação à

vida, mas morto para a consciência. Um corpo onde não se vislumbra o

afeto e, portanto, não há o corpo que fala, mas um corpo autista. Através do

vínculo afetivo, que ultrapasse a barreira silenciosa do sujeito, essas

atividades podem se tornar instrumentos de aproximação e de construção da

relação paciente x terapeuta, paciente x mundo fora de si mesmo

Os estudos de FONSECA (1983) reforçam que a criança autista

apresenta uma desintegração de sua imagem corporal, uma motricidade

alterada, um prejuízo da sensibilidade que implica a disfunção da substância

reticulada, ocasionando hipo ou hiperatividade, dificuldades de espaço,

tempo e simbolização, daí a, necessidade dos exercícios psicomotores para

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a formação e/ou melhora da consciência corporal e conseqüente alívio dos

sintomas.

Em conjunto com este olhar psicopedagógico global do sujeito,

modelos e características particulares de cada paciente; o mais importante

atualmente, é o método TEACCH, desenvolvido pela Universidade da

Carolina do Norte e que tem como postulados básicos e filosofia

(SCHWARTZMAN; ASSUMPÇÃO JR, 1995):

a) propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com as

potencialidades e a faixa etária do paciente;

b) funcionalidade (aquisição de habilidades que tenham função

prática);

c) independência (desenvolvimento de capacidades que

permitam maior autonomia possível);

d) integração de prioridades entre família e programa, ou seja,

os objetivos a serem alcançados devem ser únicos e as estratégias

adotadas devem ser uniformes.

Dentro desse modelo, é estabelecido um plano terapêutico

individual, onde é definida uma programação diária para a criança. O

aprendizado parte de objetos concretos e passa gradativamente para

modelos representacionais e simbólicos, de acordo com as possibilidades de

cada paciente.

Segundo (FARAH, L.S.D.; GOLDENBERG, M., 2001:22), o

método procura seu foco principal na comunicação receptiva do aluno

acreditando que ela vem primeiro que a linguagem expressiva. As atividades

são formuladas através dos símbolos apresentados. Os princípios do método

TEACCH também enfocam que é muito difícil e mesmo improvável que um

autista construa a generalização de analogias, por isso estrutura totalmente

o ambiente com símbolos e direciona suas atividades.

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O Programa TEACCH: Histórico

Treatment and Education of Autistic and related Communication

handicapped CHildren . o TEACCH, ou Tratamento e Educação para Autistas e

Crianças com déficits relacionados à Comunicação é um programa que

envolve as esferas de atendimento educacional e clínico, em uma prática com

abordagem psicoeducativa, tornando-o por definição, um programa

transdisciplinar.

Criado em 1966, na divisão de Psiquiatria da Escola de Medicina

da Universidade da Carolina do Norte (EUA), por Eric Shopler e colaboradores,

através de um projeto de pesquisa que procurou questionar a prática clínica

daquela época, na sociedade americana, em que se acreditava que o Autismo

tinha uma causa emocional e deveria ser tratado através dos princípios da

psicanálise. (LEON,2002;SCHARTZMAN,1995).

O projeto envolvia basicamente a observação aprofundada e

criteriosa dos comportamentos de crianças autistas em diferentes settings e

frente a diferentes estímulos e propuseram a participação dos pais como

elementos importantes de ajuda em todo o processo.

Atualmente, o Programa TEACCH que iniciou como um projeto

de pesquisa, cresceu graças a seus resultados empíricos e hoje, a Divisão

TEACCH é responsável por todo o setor de educação e saúde pública do

Estado da Carolina do Norte, abrangendo as áreas de construção e

desenvolvimento de instrumentos de avaliação diagnóstica e psicoeducacional,

treinamento de profissionais, orientação a pais, além da criação de locais de

atendimentos, escolas, residências assistidas e programas de

acompanhamento profissional. (LEON, 2002)

Suas bases teóricas são a Teoria Behaviorista e a

Psicolingüística. A valorização das descrições das condutas, a utilização de

programas passo a passo e o uso de reforçadores, evidenciam as

características comportamentais. Por outro lado, foi na psicolingüística que se

buscou as estratégias para compensar os déficits comunicativos desta

Síndrome, como a utilização de recursos visuais, proporcionando interação

entre pensamento e linguagem e para ampliar as capacidades de

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compreensão, onde a imagem visual é geradora de comunicação. Assim, a

teoria comportamental e a psicolingüística. Bases epistemológicas do TEACCH

convergem para uma prática funcional e pragmática. Além disso, o

entendimento da condição neurobiológica da Síndrome é fundamental neste

modelo.

À medida que avança a pesquisa aliada à experiência clínica,

começam a ser questionadas as formulações iniciais, apontando o tratamento

educacional como o mais indicado, nos EUA e na Inglaterra

(RUTTER,1971,RIMLAND,1964) e a síndrome passa de uma patologia

parental às interpretações cognitivo-organicistas. Com isso, os pais foram

desenvolvendo uma atividade política, exigindo e estabelecendo serviços e

tratamento para seus filhos (LANSING & SCHOPLER,1978).

Sendo assim em 1972, o TEACCH foi legitimado pela legislação

do estado da Carolina do Norte como o primeiro programa estadual nos EUA

para atendimento vitalício às crianças autistas e deficiências na comunicação

correlata e suas famílias (SCHOPLER, MESIBOV, SHIGLEY, BASHFORD,

1984). Os objetivos da proposta de atendimento foi centrado em 4 pontos: (1)

oferecer ajuda e serviços para as crianças e suas famílias, (2) desenvolver

pesquisa em um contexto de ajuda e trabalho clínico (retorno à população

estudada), (3) capacitar profissionais no contexto do serviço, (4) esclarecer e

educar o público (SCHOPLER& VAN BOURGONDIEN,1991).

O TEACCH se propõe atualmente a garantir de forma vitalícia, o

desenvolvimento de uma ampla gama de serviços para pessoas com Autismo

e suas famílias. Para tanto, acredita que os programas de atendimento devam

ser tão abrangentes quanto o próprio continuum autístico, demandando

múltiplas abordagens, estruturas administrativas complexas e serviços

extensivos.

Os princípios cardeais são (SCHOPLER & VAN

BOURGONDIEN,1991; SCHOPLER,1995) :

1. o objetivo do programa é promover a adaptação de cada

indivíduo de duas formas trans-atuantes: a primeira é melhorar todas as

habilidades para o viver através das melhores técnicas educacionais

disponíveis; a segunda, na medida em que existe um déficit envolvido,

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entender e aceitar esta deficiência, planejando estruturas ambientais que

possam compensá-la;

2. estas pessoas serão mais bem apoiadas através de seus pais

e outros membros da família e com os pais e/ou responsáveis como co-

terapeutas. Na verdade, isto se traduz por uma colaboração mútua em nível de

trabalho ativo onde os profissionais aprendem com os pais e usam suas

experiências particulares relativas a seu próprio filho e, em contrapartida, os

profissionais oferecem aos pais seu conhecimento na área e sua experiência.

Juntos definem as prioridades dos programas, na Instituição, em casa e na

comunidade. Esta união é politicamente a mais potente, tanto para o

tratamento quanto para a pesquisa;

3. a base dos programas de tratamento é a avaliação que permita

a compreensão de quais são as habilidades atuais da criança, as habilidades

emergentes e o que ajuda a desenvolvê-las. Os programas específicos de

ensino e tratamento são individualizados e baseados em uma compreensão

personalizada de cada indivíduo. A avaliação cuidadosa de cada um envolve

tanto um processo de avaliação formal (os melhores e mais adequados testes

disponíveis, quando possível), quanto informal (observações melhores e mais

perspicazes dos pais, professores e outras pessoas em contato regular com a

criança);

4. dos sistemas teóricos, as teorias cognitivistas e behavioristas

são as mais úteis, e guiam tanto a pesquisa quanto os procedimentos

desenvolvidos pelo TEACCH;

5. um modelo generalista e transdisciplinar, no qual os

profissionais de qualquer disciplina interessados em trabalhar com esta

população são capacitados como Generalistas. Isto significa que se espera

que eles tenham uma habilidade funcional de lidar com toda a ampla gama de

problemas provocados pelo autismo, independentemente de suas áreas de

especialização. Isto permite que estes assumam a responsabilidade pelo

indivíduo como um todo, assim como de consultar especialistas quando

necessário, no entanto é à equipe que cabe a decisão. Com este modelo eles

também aprendem a conhecer o ponto de vista dos pais, pois deles se espera

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a função de generalistas em relação a seu filho, tendo estas necessidades

especiais ou não.

6. É fundamental que os profissionais que trabalham com

pessoas com Autismo recebam capacitação interna em oito áreas, cujos

conceitos e questões têm dirigido a maior parte da atividade de pesquisa do

TEACCH durante os últimos 30 anos:

1. Avaliações da criança diferentes situações;

2. envolvimento dos pais em colaboração com a família;

3. ensino estruturado;

4. manejo de comportamento;

5. desenvolvimento e aquisição de comunicação espontânea;

6. aquisição de habilidades sociais;

7. como ensinar capacitando nas áreas de independência e vocacional;

8. o desenvolvimento de habilidades de lazer e recreação.

Devido aos padrões cognitivos e comportamentais característicos

do autismo, o Programa TEACCH (MESIBOV, 1997; SPERRY & MESIBOV,

2005), tem desenvolvido formas de ajudar as pessoas com autismo a

funcionar, inseridos na cultura à sua volta.

Áreas de competência e interesses. Todos os alunos têm seus

pontos fortes e interesses que podem se tornar mais funcionais para eles. Para

isso, é preciso desenvolver uma avaliação cuidadosa e constante. Todos os

alunos têm potencial para desenvolver e melhorar suas habilidades.

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Conclusão

Conclui-se que falar sobre autismo ainda é uma tarefa complexa,

pois se trata de uma síndrome que não foi totalmente desvendada, cada vez

mais nos mostram que ainda a muito o que ser descoberto, porém temos

estudiosos que não cessam a sua vontade de ajudar a esclarecer as dúvida

que fazem parte do ser humano um ser que esta sempre disposto a aprender.

Nesta pesquisa, destacamos que é indispensável para se

trabalhar com uma criança autista amor, dedicação de todos os profissionais

que estão envolvidos e principalmente conhecimento sem que aja uma

separação de atividades todos devem ter o mesmo objetivo,por trás de uma

criança autista tem um ser desejoso um ser humano dotado de sensações que

devem ser descobertas.

Trabalhando e analisando o problema por meio de uma

abordagem histórico-cultural, achamos em Vigotsky referências que nos

mostram um rumo, onde o desenvolvimento também seria possível para essa

pessoa.

O autista de hoje não é o mesmo que poderia ter surgido no mundo

antigo, porque esse nome moderno, criado por Kanner, recorta e cria um novo

discurso que o situa e lhe dá lugar no mundo contemporâneo. Cria, com o

poder de criação do significante, um novo autista. Que prolifera, vai à mídia,

aos filmes, que enternece. Significa algo para a sociedade hoje, e é por ela

significado a partir das modernizações sociais à sua disposição.

O autista não poderá deixar de sofrer os efeitos desse lugar moderno

em que está situado. Sofre os efeitos dessa significação social, carrega a

exclusão da linguagem, e da circulação social, submetido a técnicas de

condicionamento para permanecer aí, na borda, lugar em que ele, de forma

surpreendente, se equilibra

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14. Orrú, Sílvia Ester, Autismo,linguagem e educação:interação social no

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15. Bossa, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil:contribuições a partir da

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16.TEACCH PROGRAM TRAINING COURSE. Summer class 2005. University

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Page 40: PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO … · infantil, uma desordem tão devastadora, pois até os dias de hoje existem dúvidas a cerca de um diagnóstico fechado sobre

40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O QUE É AUTISMO 9

CAPÍTULO II

O AGIR DO PROFESSOR PERANTE UM AUTISTA NA AQUISIÇÃO DO

CONHECIMENTO. 21

CAPÍTULO III

AS FORMAS DE INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO PERANTE AS

DESRDENS CAUSADAS PELO AUTISMO. 29

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 40