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O Processo de socialização contemporâneo: Implicações para a Educação
Rodrigo Pelegrini Ratier
Elaborado por Isabel Pereira dos Santos
A socialização é um tema bem explorado no campo da sociologia da educação.
Na atualidade o debate sobre suas especificidades parece tímido.
Hipóteses: Uma nova arquitetura do social, marcada pela centralidade da culturana construção das subjetividades, opera uma dupla transformação:
1. Potencializa a força socializadora de instituições como a mídia e as religiões
2. Amplia a capacidade reflexiva dos indivíduos
Proposta:
1. Rediscussão do conceito de socialização
2. Análise das implicações dessa nova configuração social para o campo da educação
Conceito de Socialização
Em sua contribuição fundamental com relação ao envolvimento entre indivíduo e sociedade, Émile Durkheim define a socialização como o conjunto de processos de integração do indivíduo aos grupos sociais.
Originalmente parte da concepção dual do indivíduo como um ser individual e um ser social
Segundo Durkheim a vida em sociedade supõe uma consciência coletiva, que os enquadra compulsoriamente na forma de regras e normas.
O indivíduo seria um executor das estruturas de reprodução e manutenção da ordem social.
Subjetivismo Weberiano faz oposição às concepções deDurkheim: O social só pode ser apreendido por meio das ações dos indivíduos. Impasse das duas posições:
1.De um lado, o social determinando o indivíduo
2.De outro, o indivíduo determinando o social
Caminho do meio: Karl Marx e Engels
Autonomia relativa: Pierre Bordieu propõe o conceito dehabitus e reintroduz a ação humana como construtora da realidade, ainda que essa ação seja limitada pordeterminantes sociais.
Setton: O conceito de habitus “ainda pode dar conta da especificidade da formação da identidade pessoal e grupal dos indivíduos na contemporaneidade.”
Socialização contemporânea e educação
A concepção de educação como processo de desenvolvimento é ressaltada por José Carlos Libâneo . Relembra ainda o sentido etimológico do termo educatio:“Cuidados que se aplicam aos educandos visando adaptar seu comportamento a expectativas e exigências de um determinado meio social.“Também reitera-se a concepção do ato educativo como um processo relacional indivíduo-sociedade, apontando para a semelhança entre educação e socialização.
Dubet assinala que se segue em curso um progressivo processo de desinstitucionalização , ocorrendo a perda das instâncias tradicionais (família e escola).
O ritmo frenético do avanço tecnológico também põe por terra o paradigma de que o vetor educativo é unidirecional, sempre dos mais velhos para os mais novos.
O papel da escola na contemporaneidade
Bordieu alerta para a essência da não neutralidade da transmissão realizada por Meio do sistema escolar.
Charlot acentua a dimensão política da educação escolar, afirmando que as idéias,modelos e normas sociais que a escola inculca na criança reforçam a ideologiadominante.
Libâneo aponta que uma das principais consequências da introdução de novosatores...no campo educacional foi a redução da distância entre a educação formal, não-formal e informal, que no ambiente escolar passaram a se interpenetrar cada vez está cada vez mais na educação
Em relação ao saber midiático, Gadotti afirma que: “A mídia na educação está cada vez mais presente, mas não produziu ainda as mudanças necessárias no currículo escolar, na pedagogia e na metodologia. Houve poucos avanços em termos práticos.”
Perspectiva sobre a especificidade da socialização escolar na contemporaneidade
Citelli: “A escola continuará, para se fazer uso de uma redundância formal, mas com carga significativa ampliadora, sendo escola, portanto, locus de sistematização e, sobretudo, produção de saber. A “leitura” dos sistemas de comunicação, no seu compósito de produção, circulação e, sobretudo, recepção, deve estar integrada aos fluxos crítico-dialógicos dos demais discursos com os quais a escola trabalha.”
Refletir, dentro da escola, sobre os saberes oriundos da educação informal e não formal à luz dos sistemas de percepção, pensamento e ação transmitidos pela própria escola, as matrizes erudita e popular serão postas em contato.
Vendo-as sob a ótica do reconhecimento mútuo, a escola pode deixar de ser o lugar de consagração da distinção para tornar-se uma instância socializadora dedicada ao entendimento mútuo e à redução das desigualdades.
Comunicação: A mediação escolar
Programas específicos de comunicação e educação procuram dar uma nova feição aesse papel escolar problematizando a influência midiática e analisando seu potencial socializador com maior complexidade.
O que é comunicação?
Etimologia: Deriva do substantivo latino communicationem, “a ação de tornar comum”
Comunicação:
• Manipulatória • Participativa
Recepção: As diferentes concepções
• Teoria da Informação
•Recepção passiva
•Teoria da manipulação•Teoria da persuaasão•Teoria crítica•Teoria Estuturalista (Louis Althusser)
•Teoria do diálogo
•Diálogo entre antagonistas•Desconfiança no diálogo
•Teoria dos estudos culturais
Intermediários na comunicação: do estímulo-resposta às mediações
Que tipo de (re)ação provoca no receptor a mensagem emitida pelos meios de comunicação?
• One-step flow of communication• Two-step flow of communication• Agenda setting
• Martín-Barbero: Teoria das mediações
• Guillermo Orozco: Teoria das múltiplas mediações
Recepção, mediação e produção de sentido
Citelli: “a única coisa que a comunicação e a educação produzem são as representações da linguagem.”
Bordieu e Balandier: “as representações são imagens mentais que constroem uma organização do real.
Charaudeau: “elas (as representações) estão incluídas no real ou mesmo dadas como se fossem o próprio real.”
Bakhtin:
1. “Não existe conteúdo fora da expressão...”2. A interação verbal constitui assim, a realidade fundamental da língua.”
Charaudeau: A construção dos sentidos se desdobra em três processos:
• Processo de transformação• Processo de transação• Processo da interpretação
Duas implicações advindas da reconceitualização de linguagem como interação social . Quando iluminamos o receptor:• É que o ato de comunicar passa a ser uma escolha de sentidos para influenciar o outro.• É que não se pode falar em receptor ideal: ele existe apenas como alvo imaginado pelo emissor.
Nesse sentido, os efeitos do discurso são apenas efeitos supostos. Os efeitos de fato produzidos no receptor real podem se afastar dos efeitos supostos.
Mediação escolar: como a escola tem trabalhado a comunicação
Jesús Martín-Barbero: “O livro continua e continuará sendo a chave da primeira alfabetização formal,...segunda alfabetização...hoje conformando o mundo do audiovisual e da informática.(...) ...pluralidade de escritas que passa, hoje, a construção de cidadãos que saibam ler tanto jornais como noticiários de televisão, videogames, videoclipes e hipertextos.”
Segundo Soares houveram importantes iniciativas de aproximar comunicação e educação:• Mediações tecnológicas nos espaços educativos• Educação para a comunicação• Estudos da recepção com duas vertentes:
• Culturalista• Dialética
Martinez de Toda cria duas categorias para agrupar os programas de educação para os meios na América Latina:• Metodologia crítica• Metodologia Progressista
• Nos anos 90 surge uma terceira área de intervenção sociopedagógica: Gestão comunicativa , coordenada por Soares.
Da consolidação desta área surgiu um novo campo do conhecimento, o da educomunicação, definido como “O conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e a fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais, assim como melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, incluindo as relacionadas ao uso dos recursos da informação no processo de aprendizagem.”
Considerações Finais
• Percepção da presença de um grau não desprezível de senso crítico e capacidade questionadora dos jovens analisados.
• Considera o papel central dos meios de comunicação na formação de valores, idéias e modelos de conduta dos jovens.
•O autor concorda com Soares e Penteado, afirmando que a gestão da comunicação e a metodologia de comunicação escolar podem ser excelentes ferramentas para mediação de conflitos, idéia confirmada por este trabalho, que aponta os avanços na comunicação interpessoal e grupal em sala de aula como uma das principais conquistas do período de aulas.