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Transcript of Ppt0000002 [Somente leitura] - sgc.goias.gov.br€¦ · Leptospirose éuma doença febril aguda...

LeptospiroseLeptospirose

JosJoséé CerbinoCerbinoMMéédico Infectologistadico Infectologista

Pesquisador do Instituto de Pesquisa ClPesquisador do Instituto de Pesquisa Clíínica nica Evandro Chagas Evandro Chagas ‐‐ FiocruzFiocruz

Leptospirose é uma doença febril aguda 

causada por espiroquetas patogênicas do 

gênero Leptospira.

É a zoonose mais comum, com distribuição 

global;

IntroduIntroduççãoão

Antiguidade: 

Vei Ni (China): icterícia da colheita de arroz

Akiyami (Japão): febre outonal

Associação ocupacional e sazonal;

HistHistóóricorico

Adolf Weil, 1886: 

Descrição clínica ‐ febre, 

icterícia esplenomegalia

e nefrite;

HistHistóóricorico

Stimson, 1907: Primeira visualização do agente, em 

histopatologia de FA ‐ Spirochaeta interrogans; 

1915: Primeiro cultivo (Japão e Alemanha) –

Spirochaeta icterohaemorrhagiae;

Aragão e McDowel, 1917: Primeira descrição de casos 

humanos e identificação em roedores no Brasil;

HistHistóóricorico

A Leptospira: Grego Leptos (fino) e Latim Spira

(espiral).

Não é classificada como Gram positiva ou 

negativa.

14 espécies descritas, mais de 250 sorovares

(LPS).

Agente EtiolAgente Etiolóógicogico

Fonte: Centers for Disease Control e Prevention, US

Fonte: Centers for Disease Control e Prevention, US

Fonte: Levett and Haake, 2010 

Caráter endêmico ou epidêmico;

Ocupacional ; Medicina de Viagem;

Grandes epidemias em centros urbanos:

Chuvas

Inundações

Saneamento.

Epidemiologia e TransmissãoEpidemiologia e Transmissão

Animais portadores ‐ colonização dos túbulos renais;

Roedores, pequenos mamíferos, animais domésticos 

(cães) e de interesse econômico (gado);

Contato direto (animal) ou indireto (veiculação hídrica);

A Leptospira penetra ativamente através de mucosas e 

lesões de pele.  Através de pele íntegra em imersão 

prolongada é questionável. Ingestão de água e  alimentos 

contaminados.

Epidemiologia e TransmissãoEpidemiologia e Transmissão

Fonte: OMS, 2010

Entre expostos, 15 a 40 % são infectados sem 

desenvolver sintomas;

Entre sintomáticos, 90% apresentam a forma branda 

da doença;

5 a 10%  apresentam a forma grave ictero‐

hemorrágica (Síndrome de Weil);

Forma grave mais comum no adulto jovem, 90% do 

sexo masculino.

ManifestaManifestaçções Clões Clíínicasnicas

Período de incubação de uma a duas 

semanas, variando de 2 a 30 dias.

Amplo espectro de apresentação clínica;

Forma leve pode apresentar caráter bifásico:

Fase septicêmica: 4 a 7 dias

Fase imune: 10 a 30 dias

ManifestaManifestaçções Clões Clíínicasnicas

Início súbito com febre alta contínua com 

calafrios.

Cefaléia intensa frontal ou retrorbitrária, podendo 

haver fotofobia e confusão mental. 

Mialgia intensa mais notável em  panturrilhas.

Hiperemia conjuntival e sufusões hemorrágicas 

subconjuntivais.

Forma Forma AnictAnictééricarica

Dor abdominal, diarréia, náusea e vômitos;

Tosse, dor torácica e hemoptise;

Rash cutâneo (macular, máculo‐papular, 

eritematoso, urticareiforme ou hemorrágico); 

Hepatomegalia, linfadenomegalia, faringite e 

esplenomegalia;

Dura 4 a 7 dias;

Forma Forma AnictAnictééricarica

Fonte: Levett and Haake, 2010 

Sinais e Sintomas na Admissão Sinais e Sintomas na Admissão ‐‐ Grandes SGrandes Sééries de Casosries de Casos

24h a 72h após defervescência sintomas 

podem ressurgir, em geral mais brandos;

Meningite asséptica (menos de 15% dos 

pacientes), com bom prognóstico;

Irite, Iridociclite e Coriorretinite podem 

aparecer tardiamente e permanecer por anos;

Forma Forma AnictAnictééricarica

Forma IctForma Ictééricarica

Também chamada ictero‐hemorrágica ou síndrome de Weil, 

caracteriza‐se por icterícia, insuficiência renal, distúrbios 

hemorrágicos e alta mortalidade.

Apresentação clínica inicial idêntica,  com agravamento após 4 

a 9 dias de doença;

A icterícia assume coloração alaranjada ou rubínica (icterícia  

com vasculite),  sem necrose hepática grave.  

Hepatomegalia é comum e esplenomegalia aparece em 20% 

dos casos.   

Forma IctForma Ictééricarica

Insuficiência Renal aparece normalmente na segunda 

semana.  Necrose tubular aguda com anúria ou oligúria

(sinal de mau prognóstico).

Tosse, dispnéia e hemoptise;

Epistaxe, petéquias, púrpura e equimoses.

Descritos também rabdomiólise, hemólise, miocardite, 

pericardite, ICC, choque cardiogênico e insuficiência de 

múltiplos órgãos.   

Forma PulmonarForma Pulmonar

Forma pulmonar grave de Leptospirose, aumenta a 

taxa de letalidade para 60 a 70%;

Mais comum em jovens adultos infectados pelo 

sorovar Copenhageni;

Hemorragia pulmonar intensa e grave, levando à

insuficiência respiratória e à morte por asfixia. 

Início entre 4 e 6 dias de doença, inicialmente brandos 

com agravamento súbito, e óbito em até 72h;

Infiltrado intersticial difuso em paciente com SARA

Fonte: Clavel et al. Crit Care Res Pract. 2010 

CT de tCT de tóórax com infiltrado alveolar difuso, dia 1.rax com infiltrado alveolar difuso, dia 1.Fonte: Clavel et al. Crit Care Res Pract. 2010 

Fonte: Clavel et al. Crit Care Res Pract. 2010 

CT de tCT de tóórax com padrão de vidro fosco e rax com padrão de vidro fosco e atelectasiaatelectasia, dia 8., dia 8.

CT de TCT de Tóórax com padrão rax com padrão reticuloreticulo‐‐nodularnodular e lineare linear

Fonte: García et al.  Eur J Clin M Inf Dis, 2000.

Infiltrado alveolar difuso Infiltrado alveolar difuso –– hemorragia pulmonarhemorragia pulmonar

Fonte: Segura et al. Clin Infect Dis, 2008

Fonte: Segura et al. Clin Infect Dis, 2008

Lobo pulmonar inferior direito Lobo pulmonar inferior direito hemorrhemorráágico e frigico e friáávelvel

DiagnDiagnóósticostico

Diagnóstico diferencial formas brandas: influenza, 

dengue, toxoplasmose, mononucleose infecciosa, 

síndrome de soroconversão pelo HIV.

Formas graves: dengue hemorrágico, hantavirose, 

febre amarela e outras febres hemorrágicas virais, 

ricketsioses, brucelose, malária, septicemias,  febre 

tifóide e outras febres entéricas, hepatite viral.

DiagnDiagnóósticosticoExames laboratoriais inespecíficos.

Leucocitose com neutrofilia. 

Casos graves com 50% de trombocitopenia (IR)  e 26% 

de anemia (mesmo sem sangramento);

VHS alto (diferencial com febre amarela).

Aumento de uréia e creatinina com potássio normal 

ou diminuído.

Acidose metabólica com hipoxemia.

DiagnDiagnóósticostico

Exames laboratoriais inespecíficos.

TAP aumentado nas formas ictéricas.

Aumento de 3 a 5 vezes da AST e ALT (maior AST) – DD 

febre amarela e hepatites.

Aumento de bilirrubina com predomínio de direta.

Elevação de amilase, CK (miosite) e CK‐MB 

(miocardite).

DiagnDiagnóósticostico

Diagnóstico específico

Isolamento de Leptospiras: podem  ser isoladas em 

hemoculturas, LCR e urina. Em geral levam duas a 

quatro semanas , não utilizados na prática.

PCR:  Mais sensível que o cultivo, possibilita o 

diagnóstico nos primeiros dias de doença. Pode ser 

utilizado em soro, urina e liquor.

Fonte: Centers for Disease Control e Prevention, US

DiagnDiagnóósticostico

Testes sorológicos disponíveis são o ELISA e a MAT. 

ELISA mais simples e disponível no mercado. A MAT é

considerado de alta complexidade e tem menor 

disponibilidade.

As sorologias são positivas se primeira  amostra for 

negativa com a segunda positiva, ou se houver 

aumento de quatro vezes nos títulos pareados. Devem 

ser colhidas com intervalo de 7 a 21 dias.

DiagnDiagnóósticostico

Histopatologia

Utilizado em material de autópsia

Impregnação pela prata

Imunohistoquímica

PCR

Fonte: Centers for Disease Control e Prevention, US

Tecido Hepático corado pela prata

Fonte: Centers for Disease Control e Prevention, US

Tecido Hepático corado pela prata

Fonte: Centers for Disease Control e Prevention, US

Tecido Renal corado pela prata

Fonte: Centers for Disease Control e Prevention, US

Imunohistoquímica em tecido hepático

TratamentoTratamento

AntibioticoterapiaAntibioticoterapia

HidrataHidrataçção ão 

SuporteSuporte

TratamentoTratamentoAntibioticoterapiaAntibioticoterapia

AtAtéé quarto dia de doenquarto dia de doençça;a;

Tratar por 5 a 7 dias;Tratar por 5 a 7 dias;

•• Penicilina G cristalina 100.000 UI/kg/d EV  de q4hPenicilina G cristalina 100.000 UI/kg/d EV  de q4h

•• CeftriaxoneCeftriaxone 1g EV 1g EV qdqd

•• DoxiciclinaDoxiciclina 100mg 12/12h100mg 12/12h

•• AmoxicilinaAmoxicilina 500mg 500mg qidqid

•• EritromicinaEritromicina 500mg 500mg qidqid

HidrataHidrataçção Oralão Oral

ÉÉ medida fundamental no tratamento;medida fundamental no tratamento;

Recomendada para todos os pacientes;Recomendada para todos os pacientes;

Forma Forma anictanictééricarica sem sinais de desidratasem sinais de desidrataçção: ão: 

estimular estimular ingestaingesta hhíídrica com ldrica com lííquidos habituaisquidos habituais

Forma Forma anictanictééricarica com sinais de desidratacom sinais de desidrataçção: ão: 

TRO com soluTRO com soluçção especão especíífica;fica;

HidrataHidrataçção Parenteralão Parenteral

Em formas brandas sem possibilidade de Em formas brandas sem possibilidade de 

hidratahidrataçção oral;ão oral;

Em todas as formas ictEm todas as formas ictééricas;ricas;

Não retardar o inNão retardar o iníício;cio;

Avaliar grau de desidrataAvaliar grau de desidrataçção, fatores de risco, ão, fatores de risco, 

eletreletróólitos , urlitos , urééia, ia, creatininacreatinina e gasometria arteriale gasometria arterial

SuporteSuporte

VentilatVentilatóóriorio

HemodinâmicoHemodinâmico

DialDialííticotico

Deve ser iniciado precocementeDeve ser iniciado precocemente

DP ou HemodiDP ou Hemodiááliselise

SuporteSuporte

IndicaIndicaçções de diões de diáálise:lise:

ClClíínica de uremia;nica de uremia;

UrUrééia acima de 200mg/ia acima de 200mg/dldl;;

Sobrecarga hSobrecarga híídrica;drica;

HiperpotassemiaHiperpotassemia refratrefratáária (rara)ria (rara)

ProfilaxiaProfilaxia

Pós exposição: Situação não‐epidêmica, após 

exposição a risco conhecido

Doxiciclina 200mg/d, por 5 a 7 dias

Pré exposição: Antes de exposição a risco 

conhecido por período curto

Doxiciclina 200mg/semana

[email protected]@ipec.fiocruz.br