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ATM 1750-‐1820 A. Latino 2013-‐14 1
ATM 1750-‐1820 2013-‐2014 Adriana Latino
Texto do Powerpoint 1 Nota prévia: A informação tem por base os respectivos artigos do Grove 2001
2. Período de transição: c. 1725/c.1750
Um estilo
Estilo galante Duas correntes de pensamento musical
Emfindsamkeit
Sturm und Drang 3.-‐8. Estilo Galante
Os termos galante e galanteria foram usados por toda a Europa entre c. 1630 e c. 1740 com diferentes sentidos.
Na Alemanha, galanteria foi muitas vezes associado à música vocal.
Segundo o Grove, o termo galante foi usado de forma generalizada no século XVIII para designar música com melodias periódicas e com acompanhamento simples bem como a maneira apropriada de a executar.
“Ser galante”, escreveu Voltaire, “significa procurar agradar”.
Para Mattheson (1681-‐1764), a boa música requeria melodia, harmonia e galanteria.
A galanteria era, para ele, equiparada ao estilo teatral, oposto ao estilo rigoroso ou de igreja, e não submetido a regras, excepto as do bom gosto.
Ao longo do século XVIII vários autores associaram o estilo galante ao estilo teatral dizendo que permitia uma maneira mais livre e menos académica de escrever música.
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São exemplos Scheibe, C. Ph. E. Bach, Marpurg, Quantz, etc.
O terceiro quartel do século XVIII (entre c. 1750 e c. 1775) é considerado o ponto culminante do estilo galante.
Neste período proliferaram na literatura para grupos de câmara ou para solistas as peças instrumentais designadas especificamente como galantes ou galanterias.
William Newman afirmou que os picos qualitativos foram alcançados nas sonatas para tecla de Galuppi (que se orgulhava de escrever minuetes em compasso 3/8 com a mais ténue das texturas), Soler e J. C. Bach e na música de câmara de G. B. Sammartini.
O “menuet galant” representava o epítome do estilo.
9.-‐10. Testemunhos da época
Rousseau, Dictionnaire (1768): “le caractère du menuet est une élégante et noble simplicité”
(para C. Ph. E. Bach o objectivo principal na execução ao teclado era a “edle Einfalt
des Gesangs” [a nobre simplicidade do canto]).
Sultzer, Allgemeine Theorie der schönen Künste (1771-‐4): o afecto do minuete é “nobre e de encantador decoro, e contudo unido à simplicidade”; “mais do que qualquer outra dança [o minuete] é apropriado para sociedades de pessoas que se distinguem pela sua requintada maneira de viver”.
11.-‐18. Emfindsamkeit
“Estética musical associada ao norte da Alemanha em meados do século XVIII e personificada naquilo que foi designado por “Empfindsamer Stil”. Os seus objectivos eram conseguir uma expressão íntima, sensível e subjectiva; delicadas lágrimas de melancolia eram uma das respostas mais desejadas.” (Grove, s. v.)
O termo é habitualmente traduzido por sensibilidade (no sentido do século XVIII ou de Jane Austin, derivado do francês sensibilité).
Sentimental é uma outra tradução.
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A Empfindsamkeit alemã integrou um amplo fenómeno literário e estético europeu, em parte de origem britânica, o qual considerou a iminência de uma resposta emocional como um guia mais seguro do que o intelecto para um comportamento moral adequado.
C. P. E. Bach foi quem melhor corporizou os ideais da Empfindsamkeit no que diz respeito à música. No seu Versuch über die wahre Art das Clavier zu spielen (1753) declarou que os principais objectivos da música eram tocar o coração e mover os afectos; para fazer isso, especificou que era necessário tocar com alma (“aus der Seele”).
Este estilo musical não se distinguiu claramente do idioma internacional, caracterizado por uma melodia periódica de nuances subtis sustentada por um acompanhamento de textura ligeira: era uma reacção ao estilo “rigoroso” ou “académico” e, noutros lugares, podia aparecer com o nome de “galante”. Uma diferença importante era que os alemães tendiam a evitar uma ornamentação demasiado abundante: tanto Bach como Quantz advertiram contra o excesso de ornamentos.
O dispositivo “retórico” mais facilmente identificável neste estilo era o recitativo instrumental. Envolvia a imitação do recitativo elaborado ou obbligato da ópera séria, do qual Hasse e o seu círculo em Dresden foram os maiores alvos de admiração na Alemanha. Bach providenciou um belo exemplo nas suas Sonatas “Prussianas”, escritas em 1740.
O excesso de sentimento começou a ser criticado na década de 80 do século XVIII. Lessing (1729-‐1781) condenou de forma irónica os poemas de Klopstock dizendo que eles eram “so voller Empfindung, das man oft gar nichts dabey empfindet” [tão cheios de sentimento que as pessoas muitas vezes não sentiam nada perante eles”]
Audição: sonata prussiana de C. Ph. E. Bach
19.-‐25. Sturm und Drang
Traduzido à letra significa tempestade e impulso.
A expressão “Sturm und Drang” é muitas vezes traduzida em português, ao nível das correntes literárias, por Impetuosismo ou Titanismo.
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Movimento das letras alemãs, reflectido nas outras artes, que atingiu o seu ponto mais alto nos anos 70 do século XVIII. É mais facilmente definido através dos seus fins artísticos: intimidar, atordoar, subjugar com emoção. Em conjugação com estes objectivos havia uma ênfase extrema numa abordagem anti-‐racional e subjectiva a toda a espécie de arte. (Grove)
O movimento foi iniciado na literatura alemã por Goethe com a sua peça Götz von Berlichingen (1773), sobre um tema medieval alemão. Vários autores de meados do século que estavam ainda parcialmente ligados ao apelo à sentimentalidade em voga na época (Empfidsamkeit) contribuíram para o seu aparecimento.
Outros elementos anteciparam o aparecimento deste movimento. Por exemplo:
• A redescoberta dos mais terríveis aspectos da natureza feita por Rousseau, desde os cumes dos Alpes até às profundezas dos oceanos.
• Os frequentes e influentes apelos de Diderot a qualidades sombrias, selvagens e grandiosas na pintura, poesia e música.
A expressão “Sturm und Drang” vem do título de uma peça sobre a revolução americana, escrita em 1776 por Friedrich Maximilian Klinger.
Considera-‐se que o movimento atingiu o seu zénite com a peça Die Räuber (1780-‐81) de Schiller.
Houve movimentos paralelos nas outras artes. A moda das tempestades e dos naufrágios na pintura criou um capital de transmissão de medo e terror.
26.-‐29. Tempestades na pintura (4) 30.-‐32. As prisões de Piranesi (+ duas reproduções.
A moda dos Carceri de Piranesi, a partir de meados do século, representa um outro aspecto na revelação de sentimentos sombrios e torturados. Masmorras góticas à maneira de Piranesi prestaram-‐se a algumas das mais fortes afirmações em termos visuais sobre os palcos de ópera da época.
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33.-‐34. Conclusão
Estimular respostas fortemente emocionais foi um importante objectivo da reforma da ópera c. 1760.
Aquilo que foi considerado na época como a mais potente arma para a expressão apaixonada e desenfreada foi o recitativo obbligato ou com acompanhamento orquestral.
Mozart contactou com o movimento em Mannheim em 1777-‐78. Haydn mostra algumas influências nas obras de câmara e orquestrais dos anos 70. O S. u. D. é um movimento essencialmente alemão, com poucos reflexos noutros países, mesmo de língua alemã