PRÉ-PROJETO DE DISSERTAÇÃO · 2019. 8. 4. · Title: PRÉ-PROJETO DE DISSERTAÇÃO Author:...
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O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS
estudos de caso em Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes
REINALDO CAcircNDIDO TEIXEIRA FACULDADES INTEGRADAS DE PEDRO LEOPOLDO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS
estudos de caso em Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes
PEDRO LEOPOLDO-MG 2008
REINALDO CAcircNDIDO TEIXEIRA
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS
estudos de caso em Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo das Faculdades Pedro Leopoldo como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Administraccedilatildeo Aacuterea de concentraccedilatildeo Gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas organizaccedilotildees natildeo-governamentais e desenvolvimento regional Orientador Professor Dr Luis Aureliano Gama de Andrade
PEDRO LEOPOLDO-MG 2008
AGRADECIMENTOS Agradeccedilo a Deus pela vida e por esta nova etapa de minha caminhada
Agradeccedilo aos meus pais e meus irmatildeos pela educaccedilatildeo e pela criaccedilatildeo em um
caminho difiacutecil mas com honestidade e honradez
Agradeccedilo especialmente a minha esposa Hildinha e aos meus filhos Nataacutelia e
Mateus pela compreensatildeo de minha ausecircncia no periacuteodo deste projeto que foi
nosso
Agradeccedilo ao Centro Universitaacuterio Newton Paiva Ferreira pela confianccedila no meu
trabalho como docente e pelo investimento no projeto
Agradeccedilo ao Grupo SIM pela confianccedila e parceria eu serei sempre grato
especialmente aos amigos Nelton Nilton Ceacutesar e Nilton de Aquino pelo apoio
constante
Agradeccedilo agrave Fundaccedilatildeo Cultural Dr Pedro Leopoldo pela criaccedilatildeo deste
mestrado foi o que possibilitou a realizaccedilatildeo deste sonho
Agradeccedilo a todos os Professores do Curso em especial aos Professores Dr
Luiz Aureliano Dra Adelaide e Dr Luacutecio pelos ensinamentos pelo exemplo de
comprometimento humildade companheirismo e especialmente pelo exemplo
de vida
Agradeccedilo aos entrevistados dos Municiacutepios que gentilmente forneceram as
informaccedilotildees necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo desta pesquisa
Agradeccedilo tambeacutem a meus amigos do mestrado que nos momentos difiacuteceis me
incentivaram a continuar firme e forte
ldquoA educaccedilatildeo eacute a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo
Nelson Mandela
RESUMO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS estudos de caso em Municiacutepios
mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Esta dissertaccedilatildeo trata da avaliaccedilatildeo do efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes Foram realizadas anaacutelises qualitativas A pesquisa inicia-se
com um levantamento bibliograacutefico seguido de pesquisa em 60 Municiacutepios
escolhidos como amostra global cujos dados estatildeo disponiacuteveis no sitio da
STN Na sequumlecircncia foram realizados estudos de caso em quatro Municiacutepios
escolhidos pela facilidade de acesso Nestes utilizou-se para coleta de dados
levantamento documental e entrevistas Para seguranccedila na aplicaccedilatildeo das
entrevistas realizou-se um preacute-teste no municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves O
periacuteodo utilizado para pesquisa nos 60 Municiacutepios foi entre 1998 a 2006 e
para aplicaccedilatildeo das entrevistas e levantamento documental foi de 1998 e 2006
Conclui-se nos estudos por meio de vaacuterios indicadores como restos a pagar
endividamento gastos com pessoal gastos com sauacutede gastos com educaccedilatildeo
dentre outros e nas entrevistas que o efeito da lei foi positivo e que os
Municiacutepios conseguiram cumprir os limites estabelecidos pela LRF Cabe
ressaltar que alguns itens pesquisados como quantidades de decretos
utilizados para modificaccedilotildees do orccedilamento puacuteblico em sua execuccedilatildeo nos
quatro Municiacutepios evidenciou que o planejamento pode melhorar muito
Conclui-se ainda que a LRF brasileira a exemplo da Nova Zelacircndia pode ser
revisada para atender agrave nova realidade apoacutes sete anos de vigecircncia
Palavras Chave Responsabilidade Fiscal planejamento equiliacutebrio fiscal
ABSTRACT
The Impact of Fiscal Responsibility Law on City Planning Case Studies in cities of the state of Minas Gerais with more than 50000 inhabitants
The objective of this study was to evaluate the effect of the Fiscal Responsibility
Law (LRF) on budget and financial planning of cities of the State of Minas
Gerais with more than 50000 inhabitants Qualitative analyses were performed
and the study began with a literature review followed by survey in 60 cities that
were chosen as global sample with data available at the STN site
Subsequently case studies were carried out in four cities that were chosen by
their easy access Documental survey and interviews were used for data
collection and to guarantee safety in their application a pre-test took place in
the city of Ribeiratildeo das Neves The research period in the 60 cities of Minas
Gerais was from 1998 to 2006 where as the interviews and the documental
survey occurred in the year of 1998 and 2006 The conclusion led by the
interviews and several indicators such as unspent commitments debt position
personnel expenses health expenses and education expenses among others
was that LRF effect was positive and the cities managed to comply with the
limits established by the law It is worth pointing out that some items surveyed in
four cities such as the amount of decrees used for changing public budgets in
relation to their implementation showed that planning can bring a great
improvement to it It was also concluded that Brazilian LRF similarly to New
Zealand could be reviewed to meet a new reality after seven years of validity
Keywords Fiscal responsibility planning fiscal balance
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Atos das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias
ARO Antecipaccedilatildeo de Receita Orccedilamentaacuteria
BCB Banco Central do Brasil
CF Constituiccedilatildeo Federal
DASP Departamento Administrativo do Serviccedilo Puacuteblico
DILSP Diacutevida Interna Liquida do Setor Puacuteblico
FUNDEF Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental
ILPESCEPAL Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y
SocialComissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotores
ICMS Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
LDO Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias
LOA Lei Orccedilamentaacuteria Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MF Ministeacuterio da Fazenda
MPO Ministeacuterio de Planejamento e Orccedilamento
MPOG Ministeacuterio de Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo
NFGC Necessidade de Financiamento do Governo Central
PAEG Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desenvolvimento
PND Planos Nacionais de Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
SIACEPCA Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de
Contas Anual
SIDOR Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios
SIDORNET Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da
Internet
SIGPLAN Sistema de Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento
SOF Secretaria de Orccedilamento Federal
TCEMG Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
FIGURA 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo
Horizonte 83
FIGURA 2 Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora 122
GRAacuteFICO 1 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP 88
GRAacuteFICO 2 Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
90
GRAacuteFICO 3 Percentual de Endividamento Consolidado 91
GRAacuteFICO 4 Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF 92
GRAacuteFICO 5 Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira -
PRPDF 93
GRAacuteFICO 6 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL -
PGSSRCL 94
GRAacuteFICO 7 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL
- PGAPRCL 95
GRAacuteFICO 8 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash
PGECRCL 96
GRAacuteFICO 9 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas 99
GRAacuteFICO 10 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia -
Alfenas 100
GRAacuteFICO 11 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas 100
GRAacuteFICO 12 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas 101
GRAacuteFICO 13 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas 102
GRAacuteFICO 14 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora
105
GRAacuteFICO 15 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz
de Fora 105
GRAacuteFICO 16 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora 106
GRAacuteFICO 17 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 19 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 20 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas
110
GRAacuteFICO 21 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash
Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 22 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 23 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 24 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 25 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso 114
GRAacuteFICO 26 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso 115
GRAacuteFICO 27 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
115
GRAacuteFICO 28 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
GRAacuteFICO 29 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA 40
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas 47
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento 54
QUADRO 4 Processo Orccedilamentaacuterio 56
QUADRO 5 Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento 57
QUADRO 6 Etapas do processo de planejamento 58
QUADRO 7 Composiccedilatildeo da RCL 60
QUADRO 8 Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para
Estudos de Caso 83
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de
entrevistas 85
QUADRO 10 Blocos para levantamento documental 85
QUADRO 11 Blocos para entrevistas 86
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos 88
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro
Municiacutepios 98
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas 101
QUADRO 15 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste 118
QUADRO 16 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 120
QUADRO 17 Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas120
QUADRO 18 Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede 124
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 127
QUADRO 20 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 131
QUADRO 21 Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo 134
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico 31
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil
entre 1991 e 2000 32
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira 69
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 74
TABELA 5 Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
90
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
11 Tema Problema 16
12 Objetivos 17
121 Objetivo Principal 17
122 Objetivos Secundaacuterios 17
13 Justificativa 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil 19
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento 29
221 Introduccedilatildeo 29
222 Surgimento da LRF 31
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico 34
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 59
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal 65
231 Introduccedilatildeo 65
232 Programaccedilatildeo Financeira 66
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 71
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas 75
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica 76
3 METODOLOGIA 81
31 Estrateacutegia de Pesquisa 81
311 Universo e amostra 82
312 Coleta de Dados 84
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 87
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP 88
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF 90
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC 91
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e
Bancos ndash PRPDF 92
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente
Liacutequida - PGSSRCL 94
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL 95
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente
Liacutequida - PGECRCL 96
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 97
421 Municiacutepio de Alfenas 98
422 Municiacutepio de Juiz de Fora 103
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas 109
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 113
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de
Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 117
431 Municiacutepio de Alfenas 118
432 Municiacutepio de Juiz de Fora 120
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas 127
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 131
5 CONCLUSAtildeO 137
REFEREcircNCIAS 143
APEcircNDICES 146
14
1 INTRODUCcedilAtildeO Trata-se nesta pesquisa de uma anaacutelise a partir de levantamento de dados
no siacutetio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) anaacutelises de documentos e
entrevistas dirigidas e semi-estruturadas do efeito produzido pela Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro nos Municiacutepios
Mineiros com mais de 50000 habitantes
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 84) planejar eacute estabelecer com
antecedecircncia objetivos accedilotildees e metas com base em alguma metodologia ou
loacutegica preacute-definida Uma vez que esse conceito deve ser observado
principalmente na administraccedilatildeo puacuteblica e considerando que LRF dedicou
grande parte aos instrumentos de planejamento puacuteblico nosso estudo foi
direcionado para o processo de construccedilatildeo e acompanhamento dos principais
instrumentos de planejamento puacuteblico Plano Plurianual Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e a Lei Orccedilamentaacuteria Anual O enfoque do estudo foi dado a
Municiacutepios considerados estrateacutegicos do estado de Minas Gerais Priorizando
as temaacuteticas de educaccedilatildeo e sauacutede que representam a maior fatia dos
investimentos e demandas dos Municiacutepios Seratildeo avaliados tambeacutem dados
relevantes de sessenta Municiacutepios do estado de Minas Gerais com mais
50000 mil habitantes
Seraacute dada maior ecircnfase ao orccedilamento puacuteblico devido ao fato de ele antes de
qualquer outra definiccedilatildeo ser uma decisatildeo poliacutetica por meio da qual ocorre a
materializaccedilatildeo da despesa puacuteblica O orccedilamento puacuteblico eacute considerado uma
dos mais antigos instrumentos de gestatildeo e eacute por meio dele que os governos
nacionais ou sub-nacionais viabilizam suas poliacuteticas Serve como norteador e
limitador para administraccedilatildeo direta e indireta e tem a capacidade de aproximar
o administrador puacuteblico do cidadatildeo
15
O Brasil conforme dados do Banco Central possui um niacutevel alto de
endividamento puacuteblico Corrobora com este fato para tornar ainda mais difiacutecil a
gestatildeo dos recursos puacuteblicos a falta de recursos para arcar com as demandas
da sociedade os consecutivos deacuteficits orccedilamentaacuterios e ateacute mesmo a
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 que ampliou a receita dos Municiacutepios
vinculando as receitas mais expressivas a determinadas temaacuteticas como
educaccedilatildeo sauacutede Essa satildeo razotildees para se falar do planejamento puacuteblico nos
Municiacutepios mineiros e do efeito produzido pela Lei Complementar nordm 101 de
2000 ndash Lei de Responsabilidade Fiscal
O Brasil para a elaboraccedilatildeo da referida lei embasou-se tanto em modelos
aplicados na Uniatildeo Europeacuteia quanto em princiacutepios da experiecircncia norte-
americana Na Uniatildeo Europeacuteia o modelo eacute o tratado de Maastricht no qual
estatildeo previstas penalidades que vatildeo desde multa e restriccedilotildees de acesso a
novos creacuteditos e financiamentos agraves ocorrecircncias de deacuteficits orccedilamentaacuterios
considerados excessivos Neste modelo admite-se desvios fiscais desde que
mantido o efetivo compromisso de ajuste Os princiacutepios norte-americanos
seguidos pelo Brasil referem-se agrave exigecircncia de compensaccedilatildeo de renuacutencia de
receitas e das novas despesas obrigatoacuterias de caraacuteter continuado
Tambeacutem seguindo outros modelos bem-sucedidos a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira adotou o princiacutepio da transparecircncia utilizando-se do modelo da
Nova Zelacircndia Como exemplo a elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio de
Gestatildeo Fiscal conforme descrito no artigo 48 da lei brasileira transcrito a
seguir
Art 48 Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos Paraacutegrafo uacutenico A transparecircncia seraacute assegurada tambeacutem mediante incentivo agrave participaccedilatildeo popular e realizaccedilatildeo de audiecircncias puacuteblicas durante os processos de elaboraccedilatildeo e de discussatildeo dos planos lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e orccedilamentos
16
Para analisar o impacto da lei utilizaram-se dados comparativos de dois
exerciacutecios um periacuteodo anterior agrave lei (1998) e outro posterior (2006) Avaliou-se
tambeacutem com base em dados disponiacuteveis no siacutetio da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) gastos com pessoal diacutevida restos a pagar educaccedilatildeo e
cultura sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia referente ao
periacuteodo de 1998 a 2006
A estrutura da dissertaccedilatildeo estaacute organizada em cinco capiacutetulos O primeiro eacute a
introduccedilatildeo sendo ela dividida em tema problema objetivos principal e
secundaacuterios e justificativa O segundo capiacutetulo conteacutem o referencial teoacuterico
que sustenta a pesquisa e eacute composto de trecircs sub-capiacutetulos um relato
histoacuterico sobre o planejamento puacuteblico no Brasil a apresentaccedilatildeo da lei de
responsabilidade fiscal e o planejamento puacuteblico e por fim um estudo sobre a
gestatildeo do orccedilamento municipal Procurou-se neste capiacutetulo dar sustentaccedilatildeo
teoacuterica agrave pesquisa O terceiro capiacutetulo refere-se agrave metodologia de pesquisa O
quarto eacute composto de apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados O quinto e
uacuteltimo as conclusotildees da pesquisa seguidos das referecircncias e apecircndices
11 Tema Problema Para nortear nossos estudos a questatildeo central seraacute
Qual o efeito produzido no Planejamento Orccedilamentaacuterio e Financeiro nos
Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei de
Responsabilidade Fiscal
17
12 Objetivos 121 Objetivo Principal
Identificar qual foi o efeito produzido no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro
dos Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal
122 Objetivos Secundaacuterios
bull Investigar como a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu no Brasil
bull Analisar o processo histoacuterico de planejamento puacuteblico no Brasil
bull Identificar como funciona o processo de construccedilatildeo e gestatildeo dos
principais instrumentos de planejamento puacuteblico nos Municiacutepios com especial
atenccedilatildeo para aacutereas de Educaccedilatildeo e Sauacutede
bull Analisar se a Lei de Responsabilidade Fiscal afetou de forma positiva ou
negativa o planejamento e a gestatildeo dos Municiacutepios mineiros
13 Justificativa
A pesquisa se justifica em funccedilatildeo da importacircncia dos Municiacutepios para a naccedilatildeo
brasileira Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) os
Executivos municipais representam um dos maiores empregadores
18
Com a constituiccedilatildeo de 1988 os Municiacutepios ganharam mais autonomia e mais
receitas no entanto com mais responsabilidades e mais demandas por
serviccedilos puacuteblicos O controle externo tanto teacutecnico como social tornou-se mais
exigente razatildeo pela qual os principais planos de governo foram formalizados
sendo estes planos Plano Plurianual Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias e Lei
Orccedilamentaacuteria Anual
A Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco histoacuterico para as
financcedilas Tendo especialmente tratado um problema antigo que eacute o controle
dos gastos com pessoal e do endividamento puacuteblico esta lei busca o equiliacutebrio
das contas puacuteblicas fundamental para continuidade e implementaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas necessaacuterias e urgentes para o povo brasileiro
19
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil
O orccedilamento puacuteblico tem o propoacutesito de permitir uma relaccedilatildeo entre governos e
a sociedade isto porque eacute por meio dele que eacute possiacutevel determinar o gasto
puacuteblico Para uma melhor compreensatildeo e exerciacutecio deste direito eacute importante
entendermos que os desvios de cumprimento de regras e normas natildeo satildeo de
agora eles satildeo resultado de um longo processo histoacuterico Para Castro e Garcia
(2004 p 44) a evoluccedilatildeo institucional da Administraccedilatildeo Puacuteblica no Brasil
remonta ao periacuteodo colonial com a absorccedilatildeo das caracteriacutesticas do
absolutismo vigente em Portugal caracterizado por amplos poderes para o
soberano no paiacutes e nas colocircnias
O primeiro orccedilamento puacuteblico do paiacutes data de 1827 cinco anos apoacutes a
proclamaccedilatildeo da independecircncia foi para Giacomoni (2007 p 40) um
orccedilamento frustrado com mecanismos arrecadadores deficientes em relaccedilatildeo
agraves proviacutencias enfrentando dificuldades nas comunicaccedilotildees e certos conflitos
com normas legais oriundas do periacuteodo colonial
Conforme Vieira1 (apud Castro e Garcia 2004 p 46) do ponto de vista
teoacuterico o Legislativo tinha autonomia para limitar o gasto do Imperador No
entanto este poder natildeo ocorria de fato pois o Poder Legislativo natildeo possuiacutea
capacidade teacutecnica e nem informaccedilotildees necessaacuterias Aleacutem disso utilizavam-se
da possibilidade de incluiacuterem propostas de interesse proacuteprio no projeto de lei
orccedilamentaacuteria anual isso dava a impressatildeo de que o congresso era incapaz de
lidar com a mateacuteria financeira de forma responsaacutevel
1 VIEIRA L V O processo orccedilamentaacuterio brasileiro e o modelo principal ndash agente uma anaacutelise poliacutetica positiva 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Departamento de Economia da Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia
20
Esse modelo inadequado ocorre ateacute hoje especialmente em Legislativos
municipais mas tambeacutem no Congresso Nacional Brasileiro onde as emendas
ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo satildeo objeto de negociaccedilatildeo e busca de interesses
privados em detrimento do interesse puacuteblico
Diversos doutrinadores concordam que natildeo haacute planejamento que funcione de
forma satisfatoacuteria sem o devido controle e acompanhamento Com este
objetivo em 1850 foi criado o Tribunal do Tesouro Puacuteblico Nacional do
Governo Imperial com a competecircncia de fiscalizar a Administraccedilatildeo da
Fazenda e em 1858 foi criada uma Diretoria exclusiva para o processo de
tomadas de contas dos agentes envolvidos com a despesa puacuteblica ampliando
dessa forma a competecircncia do tribunal
O modelo que em termos seria uma evoluccedilatildeo apresenta vulnerabilidades tais
como a vinculaccedilatildeo e a dependecircncia financeira da Diretoria de Tomada de
Contas ao Ministeacuterio da Fazenda com isso certamente gerava uma
desconfianccedila no pleno exerciacutecio de suas competecircncias de fiscalizaccedilatildeo Este
modelo sofreu pressotildees para a criaccedilatildeo de uma estrutura de controle de contas
vinculada ao Parlamento com total independecircncia do Tesouro Puacuteblico
Nacional e do Ministeacuterio da Fazenda
Faz-se importante uma verificaccedilatildeo do processo orccedilamentaacuterio percorrido pelo
Brasil para possibilitar a comparaccedilatildeo e analise atualmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal Para isso elaborou-se pesquisa iniciada a partir da
deacutecada de 30
Plano Especial de Obras Puacuteblicas e Aparelhamento do Estado Nacional ndash 19391944 Mesmo natildeo tendo o ecircxito desejado para Albuquerque Medeiros e Silva (2006
p 93) o plano especial foi o resultado direto da nova concepccedilatildeo de Estado que
se criara no Brasil na deacutecada de 30 ou seja o Estado como propulsor da
21
economia e do desenvolvimento O plano foi notadamente um marco inicial do
planejamento puacuteblico no Brasil especialmente por se tratar da primeira
experiecircncia de planejamento
Com este modelo o Estado assume um papel intervencionista interferindo
diretamente no processo de crescimento econocircmico em diversos setores da
economia como induacutestria e infra-estrutura
Plano SALTE ndash 1950 a 1954
O Plano SALTE ndash Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia instituiacutedo
conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 93) a partir de duas
missotildees norte-americanas que influenciaram fortemente os teacutecnicos brasileiros
na aacuterea de planejamento do ponto de vista metodoloacutegico Teve grandes
avanccedilos em relaccedilatildeo ao plano anterior no entanto com vida curta em funccedilatildeo de
problemas econocircmicos enfrentados na eacutepoca e seus recursos foram
incorporados ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo
Conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 94) o plano foi
implementado no Governo do Presidente Dutra Este elegeu quatro temaacuteticas
como prioritaacuterias Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia das quais se
originou o nome do plano
Primeiro plano que descentralizava suas accedilotildees para outros entes da federaccedilatildeo
e para suas proacuteprias autarquias e sociedades de economia mista Estendeu-se
tambeacutem a entidades privadas e possuiacutea promoccedilatildeo de entendimentos e
convecircnios para parcerias com Estados e Municiacutepios
O plano fracassou por algumas razotildees tais com a coordenaccedilatildeo centralizada na
presidecircncia da repuacuteblica os poucos recursos disponibilizados contrariando o
que foi proposto inicialmente e a falta de controle
22
Plano de Metas
Juscelino Kubistchek estruturou objetivos para nortear a aplicaccedilatildeo de recursos
puacuteblicos por um periacuteodo de meacutedio prazo formulando assim o chamado ldquoPlano
de Metasrdquo Neste plano priorizou-se a construccedilatildeo de estaacutegios superiores da
piracircmide industrial vertical integrada2 e propocirc-se a continuidade da poliacutetica de
substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
Com caracteriacutestica marcante o plano de metas adotou estruturas paralelas ao
poder puacuteblico formal aumentando a capacidade de decisatildeo com alcance de
resultados mais raacutepidos diminuindo a burocracia ora instalada nos ministeacuterios
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
O plano de metas inaugura no Brasil a utilizaccedilatildeo do planejamento indicativo (embora em pequena escala) ou seja a distinccedilatildeo entre onde o governo vai atuar como agente econocircmico e onde deve haver apenas a indicaccedilatildeo para o setor privado Conseguiu ecircxito no plano de industrializaccedilatildeo da economia e na superaccedilatildeo de pontos de estrangulamento que impediam o desenvolvimento nacional poreacutem teve como consequumlecircncias desequiliacutebrios na balanccedila de pagamento e aumento das taxas de inflaccedilatildeo
Plano Trienal
Em 1961 foi criada a Comissatildeo Nacional de Planejamento e em 1962 foi
elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econocircmico e Social para o
triecircnio 1963-1965 cujo objetivo macro era compatibilizar a meta global de
aumento da atividade econocircmica com a taxa de crescimento e estabilizaccedilatildeo da
moeda
Neste periacuteodo cabia ao Executivo a competecircncia para elaborar a peccedila
orccedilamentaacuteria O Congresso Nacional influenciava na alocaccedilatildeo de recursos
conforme sua representaccedilatildeo 2 Investimentos no setor de energia-transporte siderurgia e refino de petroacuteleo e no setor secundaacuterio para produccedilatildeo de equipamentos e insumos com funccedilotildees de alta intensidade de capital
23
Mesmo com os claros avanccedilos para Giacomoni apud Castro e Garcia (2004 p
49) o orccedilamento era chamado de Tradicional3 isto porque tratava somente de
duas classificaccedilotildees convencionais Classificaccedilatildeo por Unidades (podemos
chamaacute-la atualmente de classificaccedilatildeo institucional) e uma econocircmica (por
objeto e item de despesa)
Todos estes avanccedilos natildeo ocorreram por acaso O crescimento urbano
mudanccedilas na economia e na poliacutetica exigiam modernizaccedilotildees no planejamento
puacuteblico
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
o plano trienal procurou pela primeira vez soluccedilotildees para os problemas estruturais do paiacutes abordando de forma integrada a estrutura econocircmica e social do Brasil Conferiu importacircncia fundamental ao planejamento no processo de desenvolvimento econocircmico Caberia a ele antecipar as principais modificaccedilotildees estruturais desenvolvidas e indicar medidas a serem tomadas
PAEG ndash Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo ndash 1964 a 1966
Segundo Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95) os objetivos principais do
plano eram acelerar o ritmo do desenvolvimento econocircmico conter
progressivamente o processo inflacionaacuterio atenuar os desniacuteveis econocircmicos
setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego aleacutem de corrigir a
tendecircncia a deacuteficits descontrolados do balanccedilo de pagamentos
Outro acontecimento histoacuterico que devemos reconhecer como sendo um
grande avanccedilo no processo orccedilamentaacuterio deste periacuteodo foi a promulgaccedilatildeo da
Lei 4320 de 1964 Considerada o embriatildeo da moderna teacutecnica orccedilamentaacuteria
chamada de orccedilamento-programa dispotildee em seu art 2ordm
3 Esse tipo de orccedilamento eacute tambeacutem conhecido como ldquoLei de Meiosrdquo pois representava um inventaacuterio dos ldquomeiosrdquo com os quais o Estado contava para realizar suas tarefas Foi utilizado ateacute o advento da Lei ndeg 43201964
24
A Lei de Orccedilamento conteraacute a discriminaccedilatildeo da receita e despesa de forma a evidenciar a poliacutetica econocircmico-financeira e o programa de trabalho do Governo obedecidos os princiacutepios de unidade universalidade e anualidade sect 1ordm Integraratildeo a Lei do Orccedilamento ndash sumaacuterio geral da receita por fontes e da despesa por funccedilotildees do Governo II ndash quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econocircmicas na forma do Anexo 1 III ndash quadro discriminatoacuterio da receita por fontes e respectiva legislaccedilatildeo IV ndash quadro das dotaccedilotildees por oacutergatildeos do Governo e da Administraccedilatildeo sect 2ordm Acompanharatildeo a Lei de Orccedilamento I ndash quadros demonstrativos da receita e planos de aplicaccedilatildeo dos fundos especiais II ndash quadros demonstrativos da despesa na forma dos Anexos ndegs 6 e 9 III ndash quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo em termos de realizaccedilatildeo de obras e de prestaccedilatildeo de serviccedilos
Mesmo em um periacuteodo de autoritarismo militar esta lei foi sem duacutevida
nenhuma um grande avanccedilo para a administraccedilatildeo puacuteblica nos trecircs niacuteveis de
governo Vigora ateacute a presente data sem nenhuma alteraccedilatildeo Existe hoje uma
proposta de alteraccedilatildeo que tramita no congresso nacional mas sem mudanccedilas
significativas em seu conteuacutedo
Outro elemento significativo foi o Decreto-lei ndeg 20067 Instrumento da
Reforma Administrativa de 1967 criou o Ministeacuterio do Planejamento e
Coordenaccedilatildeo Geral que dentre outras atribuiccedilotildees ficou incumbido da
elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e da proposta orccedilamentaacuteria anual
Deacutecada de 1980 - Constituiccedilatildeo Cidadatilde
Com a CF de 1988 retornou ao congresso as discussotildees sobre planejamento
e orccedilamento que consagrou princiacutepios fundamentais como legalidade
moralidade impessoalidade Publicidade eficiecircncia e do interesse puacuteblico
Esta constituiccedilatildeo tratou dentre outros temas fundamentais para o paiacutes sobre o
processo de planejamento e orccedilamento instituindo o Art 165 conforme
descrito
25
Art 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabeleceratildeo I - o plano plurianual II III sect 1ordm - A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraccedilatildeo continuada
Foi um avanccedilo no sentido de determinar regras mais claras especialmente
quando se unifica em um uacutenico instrumento diretrizes objetivos e metas para
todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
No mesmo artigo tambeacutem foi tratado sobre a Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias ndash
(LDO) e Lei Orccedilamentaacuteria Anual (LOA) Esta constituiccedilatildeo estabeleceu que
nenhum plano setorial ou qualquer plano do governo deve estar em desacordo
com o Plano Plurianual (PPA)
Do ponto de vista de avaliaccedilatildeo e controle na execuccedilatildeo destes instrumentos de
planejamento foi um grande avanccedilo se observarmos o constante no artigo 74
Este artigo estabeleceu a implementaccedilatildeo de um sistema integrado de controle
interno com o principal objetivo de avaliar o cumprimento das metas
estabelecidas nas accedilotildees governamentais conforme descrito a seguir
Art 74 Os Poderes Legislativo Executivo e Judiciaacuterio manteratildeo de forma integrada sistema de controle interno com a finalidade de I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execuccedilatildeo dos programas de governo e dos orccedilamentos da Uniatildeo II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira e patrimonial nos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo federal bem como da aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos por entidades de direito privado III - exercer o controle das operaccedilotildees de creacutedito avais e garantias bem como dos direitos e haveres da Uniatildeo IV - apoiar o controle externo no exerciacutecio de sua missatildeo institucional sect 1ordm - Os responsaacuteveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade dela daratildeo ciecircncia ao Tribunal de Contas da Uniatildeo sob pena de responsabilidade solidaacuteria sect 2ordm - Qualquer cidadatildeo partido poliacutetico associaccedilatildeo ou sindicato eacute parte legiacutetima para na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniatildeo
26
Mesmo com os grandes avanccedilos na Constituiccedilatildeo o processo de
implementaccedilatildeo e a formalidade herdada do regime militar natildeo foram
superados com a rapidez necessaacuteria para implementar completamente tais
dispositivos com a eficiecircncia desejada
O Primeiro PPA
Segundo Castro e Garcia (2004 p55) a ineficaacutecia do primeiro PPA como
organizador das iniciativas governamentais que buscavam enfrentar alguns
problemas nacionais foi evidenciado pelo relatoacuterio Retrato do Desperdiacutecio no
Brasil da Comissatildeo Temporaacuteria das Obras Inacabadas do Senado Federal
(Brasil Senado Federal 1995) Neste relatoacuterio constatou-se a existecircncia de
milhares de obras que foram iniciadas absorveram grande soma de recursos e
natildeo estatildeo cumprindo a sua finalidaderdquo A Comissatildeo ldquocadastrou 2214 obras
onde foram aplicados mais de R$ 150 bilhotildeesrdquo
Mais uma vez ao contraacuterio do que era esperado o PPA serviu somente para
cumprir norma constitucional deste periacuteodo de 1991 a 1995 De competecircncia
do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PPA foi pouco discutido pelo
Congresso Nacional e aprovado sem muitas discussotildees
PPA 1996-1999 ndash Brasil em Accedilatildeo
O resultado ao final deste plano natildeo foi positivo considerando que manteve a
situaccedilatildeo econocircmica sem apontar para nenhum avanccedilo relacionado aos iacutendices
econocircmicos e sociais o maior e mais importante objetivo
PPA 2000 ndash 2003 ndash Avanccedila Brasil
Um avanccedilo considerado importante no PPA 2000-2003 foi o direcionamento
das accedilotildees prioritaacuterias em um programa especial do governo denominado
ldquoBrasil em Accedilatildeordquo Este plano recebeu um gerenciamento especial recebido
27
provando que resultados podem efetivamente ser alcanccedilados quando existe
um acompanhamento efetivo Iniciativa importante para o planejamento no
Brasil foi a nomeaccedilatildeo de um gerente para acompanhamento dos projetos
tendo como atribuiccedilatildeo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores envolvidos no
processo
Conforme Castro e outro (2004 p 57) em 14 de outubro 1997 foi instituiacutedo um
grupo de trabalho4 tendo como principal finalidade a elaboraccedilatildeo de projeto de
lei complementar regulamentadora do art 165 sect 9ordm da Constituiccedilatildeo Federal de
1988 O grupo de trabalho objetiva integrar o que foi planejado com a
programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Conforme Castro e Garcia (2004 p 57) o PPA do periacuteodo 2000-2003 teve
como marco inicial o Decreto 2829 e a Portaria MPO ndeg 42 de 14 de abril de
1999 que estabeleceram normas e conceitos para a elaboraccedilatildeo e
acompanhamento incluindo a gestatildeo dos Orccedilamentos
Com estas inovaccedilotildees ficou claro que a intenccedilatildeo era incluir elementos no
planejamento puacuteblico que definiriam responsabilidades gerenciais para
execuccedilatildeo das accedilotildees do setor puacuteblico O objetivo era criar mecanismos de
aproximaccedilatildeo entre o setor privado e o setor puacuteblico valorizando a
descentralizaccedilatildeo para Estados Municiacutepios e terceiro setor para melhorar os
resultados a serem alcanccedilados na execuccedilatildeo dos programas de governo
Conforme Castro e Garcia (2004 p 58) a partir do Grupo de Trabalho de
1997 foi proposto um novo conceito de Programa de Governo que passou a
ser definido como unidade baacutesica de organizaccedilatildeo do PPA e de integraccedilatildeo
orccedilamentaacuteria
4 Composto pelo Ministeacuterio do Planejamento e Orccedilamento (SPA SOF SEST IPEA IBGE) e da Fazenda 9STN SFC SRF BACEN) do Tribunal de Contas da Uniatildeo do CONFAZ do IBAM da ABOP e da Associaccedilatildeo dos Profissionais em Financcedilas Puacuteblicas
28
Esta nova etapa permite concluir que os dois instrumentos (PPA e LOA)
passam a ter uma harmonia ou compatibilidade pois os dois estavam
direcionados para soluccedilatildeo de problemas comuns
Os programas de governo foram tipificados em Programas de Gestatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas Programas de Serviccedilos ao Estado e Programas de Apoio
administrativo Tambeacutem as accedilotildees governamentais conforme Portaria 42 foram
divididas em Atividade Projeto e Operaccedilotildees Especiais
Houve diversos avanccedilos no planejamento puacuteblico dentre eles a criaccedilatildeo junto
ao Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo o Sistema de
Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN tendo como objetivo o
acompanhamento e a avaliaccedilatildeo da execuccedilatildeo das accedilotildees governamentais para
melhor aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O PPA 2004-2007 mesmo com a mudanccedila do Chefe do Executivo Federal
manteve a mesma metodologia quanto aos conceitos instituiacutedos pela Portaria
42 de 1999 A anaacutelise sobre PPA seraacute aprofundada no capiacutetulo ldquoA Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Planejamentordquo
PPA 2004 ndash 2007 ndash Brasil de Todos
Conforme Castro e Garcia (2004 p 61) o presidente Luiz Inaacutecio Lula da Silva
empossado em 1ordm de janeiro de 2003 manteve a metodologia instituiacuteda em
2000
No proacuteximo capiacutetulo trataremos do surgimento da LRF e sua influecircncia no
planejamento governamental especialmente na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
de planejamento puacuteblico no Brasil PPA LDO e LOA e a compatibilidade entre
estes instrumentos
29
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
221 Introduccedilatildeo
Inicialmente eacute importante um relato sobre os caminhos percorridos pela
federaccedilatildeo brasileira ateacute chegar no momento histoacuterico da regulamentaccedilatildeo do
art 163 da CF de 1988 Abordaremos sobre o tema especialmente sob o
ponto de vista da reparticcedilatildeo tributaacuteria que culminou na aprovaccedilatildeo e
promulgaccedilatildeo da LRF em maio de 2000
A Federaccedilatildeo brasileira foi marcada por um movimento pendular que ora
centralizava ou descentralizava o poder no governo central ou nas entidades
sub-nacionais Foi notoacuteria esta predominacircncia de centralizaccedilatildeo na Uniatildeo isto
em todos os aspectos sejam eles tributaacuterios poliacuteticos econocircmicos ou legais
a partir sobretudo dos anos 30
Se comparado com os Municiacutepios a autonomia dos Estados estava em
processo mais acelerado A maior conquista foi com a aprovaccedilatildeo da CF de
1988 na qual os Municiacutepios tambeacutem foram contemplados com mais
autonomia especialmente com a descentralizaccedilatildeo de recursos tributaacuterios com
recebimento de transferecircncias de tributos da Uniatildeo e dos Estados bem como
com a competecircncia para instituir e cobrar alguns tributos de sua
responsabilidade Ressalte-se que tal conquista natildeo foi muita surpresa uma
vez que se tratava de uma tendecircncia mundial a reforma dos modelos de
governo
No entanto conforme Costa (apud de Avelar e Octaacutevio 2007 p 214) a
descentralizaccedilatildeo veio em um momento de crise fiscal do governo central em
que a transferecircncia dos impostos e receitas para os governos subnacionais5
5 Satildeo os entes federados Estados e Municiacutepios
30
dificultava o ajuste fiscal pelo governo ajuste necessaacuterio para que o Estado
brasileiro nacional retomasse sua capacidade de investimento e reduzisse as
desigualdades regionais
O grande desafio do paiacutes era conciliar este novo modelo com as necessidades
da populaccedilatildeo ampliando a capacidade da maacutequina estatal para atender a
grande demanda de serviccedilos puacuteblicos existentes Caso contraacuterio de nada
adiantaria os esforccedilos para esta nova etapa do Estado brasileiro
O agravamento da crise do Estado brasileiro fenocircmeno que data da mesma deacutecada da abertura democraacutetica e da entrada em vigor da nova Carta Magna acabou fortalecendo as iniciativas de transferecircncia de encargos para os Estados e os Municiacutepios Entretanto essa descentralizaccedilatildeo nem sempre foi fruto de uma accedilatildeo programada e os recursos transferidos para fazer frente aos novos encargos muitas vezes mostraram-se insuficientes O fortalecimento do papel dos Municiacutepios atraveacutes das mudanccedilas constitucionais e do proacuteprio processo de transferecircncia de encargos jaacute mencionados aumentou suas responsabilidades muitas vezes em ritmo superior ao das capacidades exigidas para enfrentaacute-las (CHALFUN 2001 p 6)
Nesse cenaacuterio o aprimoramento da gestatildeo puacuteblica assume uma importacircncia
fundamental Um dos aspectos mais importantes desse aprimoramento eacute a
necessidade de maior responsabilidade eficiecircncia e austeridade do gestor
local em relaccedilatildeo ao planejamento e agrave administraccedilatildeo das despesas e das
receitas municipais de forma a possibilitar o enfrentamento dos dilemas
econocircmico-sociais e ambientais deste iniacutecio de seacuteculo
Pensando de maneira um pouco diferenciada Costa (apud de Avelar e Octaacutevio
2007 p 220) considera que o que culminou na aprovaccedilatildeo da LRF em 2000 e
que caracterizou um dos problemas centrais do federalismo foi a transferecircncia
de responsabilidades dos Estados e Municiacutepios para a Uniatildeo Os Estados e
Municiacutepios gastavam mais do que arrecadavam se endividavam e depois
procuravam ajuda do governo federal Ao longo de toda a histoacuteria republicana
os governos estaduais procuraram transferir suas diacutevidas para o governo
federal realizando novos empreacutestimos no mercado aumentando a diacutevida
federal num eterno ciclo de endividamento e inflaccedilatildeo
31
A Tabela 1 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida liacutequida do setor puacuteblico em
anos recentes
TABELA 1
Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico
Ano Governo Federal Estados e Municiacutepios Soma 1991 341 79 420 1992 299 74 373 1993 272 91 363 1994 230 93 323 1995 194 100 294 1996 182 98 280 1997 200 106 306 1998 206 121 327 1999 333 138 471 2000 302 148 450
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
Os dois pontos de vista satildeo importantes O primeiro refere-se a autonomia dos
Estados e dos Municiacutepios Estes uacuteltimos com os recursos que recebiam natildeo
atendiam as demandas por serviccedilos que a sociedade esperava
Aleacutem disse ocorria um conflito de responsabilidades entre os entes e para
exemplificar podemos mencionar a questatildeo da seguranccedila puacuteblica que eacute
compartilhada entre os trecircs entes
Por outro lado ocorria de fato a transferecircncia de diacutevidas especialmente dos
Estados originaacuterias da maacute gestatildeo dos recursos A falta de limites ou regras
claras para as diretrizes da administraccedilatildeo e a inexistecircncia de puniccedilatildeo
associado agrave necessidade de manutenccedilatildeo da estabilidade monetaacuteria foram
razotildees suficientes para a implementaccedilatildeo da Lei de Responsabilidade Fiscal
que seraacute tratada no proacuteximo sub-capiacutetulo
222 Surgimento da LRF
Como jaacute relatou-se os altos iacutendices de endividamento das administraccedilotildees
puacuteblicas no Brasil o aumento das despesas puacuteblicas especialmente despesas
32
para manutenccedilatildeo do governo e o deacuteficit puacuteblico ao longo de vaacuterias deacutecadas
culminaram no comprometimento de investimentos em infra-estrutura em aacutereas
extremamente necessaacuterias como sauacutede educaccedilatildeo seguranccedila e outras aacutereas
sociais Isso impedia o paiacutes de crescer de maneira sustentaacutevel
A Tabela 2 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor
Puacuteblico (DILSP) no Brasil entre 1991 e 2000 Essa grandeza eacute liacutequida pois
exclui creacuteditos diversos do setor puacuteblico entre os quais sobressaem depoacutesitos
no sistema bancaacuterio e no Banco Central e disponibilidades e aplicaccedilotildees
diversas e vaacuterios fundos constitucionais
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil entre 1991 e 2000
ANO DILSP ( do PIB) ()
1991 420 ------- 1992 373 -110 1993 363 -27 1994 323 -1101 1995 294 -898 1996 280 -47 1997 306 93 1998 327 70 1999 471 440 2000 450 -44
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
A LRF brasileira surgiu com o objetivo principal de implementar mecanismos de
controle e maior responsabilidade na gestatildeo fiscal tanto para Municiacutepios
quanto para Estados Distrito Federal Uniatildeo e suas autarquias e entidades a
elas pertencentes
Como jaacute mencionado anteriormente natildeo eacute por acaso que a LRF brasileira foi
inspirada em grande parte no modelo da Nova Zelacircndia Mesmo sendo um paiacutes
tatildeo diferente do ponto de vista geograacutefico e populacional o modelo
neozelandecircs tem despertado conforme Piancastelli (2006 p 11) atenccedilatildeo de
analistas poliacuteticos de Executivos de grandes empresas e de autoridades de
governo em todo o mundo
33
Piancastelli ainda relata os trecircs instrumentos principais que reverteram o
quadro complicado da Nova Zelacircndia sendo o Ato do setor Estado de 1988 o
Ato das Financcedilas Puacuteblicas de 1989 e o Ato de Responsabilidade Fiscal de
1994 Estes instrumentos foram consolidados pelo parlamento em dezembro
de 2003 com alguns aperfeiccediloamentos
A mudanccedila do quadro da Nova Zelacircndia se deu efetivamente a partir de 1994
apoacutes vaacuterias deacutecadas de deacuteficits puacuteblicos e endividamento com a instituiccedilatildeo do
Ato de Responsabilidade Fiscal ou Fiscal Responsibility Act cujos princiacutepios
satildeo
1ordm - Eacute obrigatoacuterio que o governo mantenha superaacutevits operacionais
ateacute que a diacutevida a puacuteblica seja reduzida a niacuteveis prudentes
2ordm - Uma vez atingidos tais patamares para a diacutevida puacuteblica eles
devem ser mantidos Para tanto as contas puacuteblicas deveratildeo manter
um superaacutevit operacional meacutedio quando considerado um periacuteodo
razoaacutevel
3ordm - Alcanccedilar e manter um niacutevel de patrimocircnio liacutequido governamental
capaz de natildeo soacute propiciar ao estado condiccedilotildees de manter a
adequaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos mas tambeacutem de assegurar esta
capacidade ante a choques adversos
4ordm - Gerenciar os riscos fiscais com os quais o governo possa se
defrontar
5ordm - Implementar poliacuteticas fiscais que sejam compatiacuteveis com a
estabilidade e a previsibilidade das aliacutequotas ora vigentes (PIANCASTELLI 2006 p 12)
As duas leis possuiacuteam objetivo comum de controlar as contas puacuteblicas Isso
era essencial para reverter tributos e outras receitas em serviccedilos puacuteblicos para
sociedade No entanto estas leis possuem diferenccedilas marcantes decorrentes
do direito da qual se originam
O Fiscal Responsibility Act recebe influecircncia dos princiacutepios de funcionamento
do Direito Consetudinaacuterio Anglo-Saxatildeo O que significa que a lei estabelece
princiacutepios gerais para a accedilatildeo dos governos e natildeo regras riacutegidas e especiacuteficas
34
como no caso da lei brasileira com limites expliacutecitos de pessoal
endividamento e regras para inscriccedilatildeo em restos a pagar
A LRF brasileira apesar de basear-se na implementaccedilatildeo e funcionamento do
Ato de Responsabilidade fiscal da Nova Zelacircndia seguiu a tradiccedilatildeo do direito
romano-germacircnico isso devido ao fato de este direito possuir tendecircncia a
fixaccedilatildeo de regras claras e riacutegidas para a atuaccedilatildeo dos indiviacuteduos Fator
necessaacuterio ao sistema legal brasileiro vigente ateacute entatildeo incapaz de punir
infratores
Outra diferenccedila jaacute destacada eacute a dimensatildeo territorial O Brasil possui mais de
5500 Municiacutepios distribuiacutedos entre os diversos Estados da federaccedilatildeo e dentre
eles diversas entidades sujeitas a aplicaccedilatildeo das regras
Alguns pesquisadores e especialistas mesmo considerando os efeitos
beneacuteficos na LRF brasileira acharam que ela natildeo teve um amadurecimento
necessaacuterio Sua discussatildeo e aprovaccedilatildeo foi muito raacutepida Em 12 de maio de
1999 instalou-se uma comissatildeo especial para discutir o projeto de Lei de
Responsabilidade Fiscal na cacircmara dos deputados no dia 18 do mesmo mecircs
promoveu-se a primeira audiecircncia puacuteblica Em 14 de dezembro do mesmo ano
a comissatildeo especial aprovou o projeto por dezessete votos a cinco
Em 25 de janeiro de 2000 por 385 votos favoraacuteveis e 86 contraacuterios a Cacircmara
dos deputados aprovou a lei complementar que regulamentava a
responsabilidade fiscal na administraccedilatildeo puacuteblica brasileira No dia 04 de abril o
referido projeto foi aprovado sem emendas e encaminhado para sanccedilatildeo que
se efetivou no dia 04 de maio de 2000
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
Como se viu em sub-capiacutetulo anterior o planejamento puacuteblico no Brasil vinha
sendo instituiacutedo haacute vaacuterias deacutecadas No entanto os efeitos da implementaccedilatildeo
35
de vaacuterios planos isolados PPAs LDOs e LOAs natildeo surtiram os efeitos
desejados Houve um crescente e indiscriminado endividamento do setor
puacuteblico em todas as esferas de governo isso confirma que as metas e
objetivos dos planos natildeo foram suficientes para conter tal endividamento
Para Waterston (1969 p13) as discussotildees sobre planejamento satildeo antigas e
desde a segunda guerra mundial tem-se acumulado uma consideraacutevel
bibliografia sobre este tema No entanto praticamente toda esta bibliografia era
direcionada para como deveria ser praticado o planejamento para a forma em
que o planejamento deveria funcionar ou na visatildeo do autor natildeo se partia de
experiecircncias concretas Isso pode explicar esta falta de ecircxito do planejamento
O que ocorreu foi uma discrepacircncia entre as diversas teorias e a praacutetica do
planejamento
Segundo Waterston (1969 p 16) eacute um erro imaginar que um certo sistema de
planejamento ou determinada classe de plano seja a chave do
desenvolvimento de uma naccedilatildeo A maior parte dos paises natildeo aceitam na
praacutetica o planejamento com isso os planejadores somente conseguem
separar suas atividades e seus planos do processo de planejamento
O que deve ser praticado conforme Waterston (1969 p 17) eacute ldquoexaminar as
coisas como elas satildeo observar o que eacute realmente necessaacuterio fazer estudar os
meios que conta para realizaacute-lo e entatildeo a partir daiacute elaborar medidas praticas
para procederrdquo
Para o autor o caminho natildeo eacute tatildeo simples como imaginam alguns planejadores
um diagnoacutestico sucinto e situacional deve ser previamente elaborado de forma
que os planos possam ser direcionados para a realidade daquele paiacutes A teoria
eacute importante mas ela tem que ser aplicaacutevel e complementar agraves accedilotildees
Outro fator importante citado por Waterston (1969 p 256) eacute que os planos
podem ser executados poreacutem sem alcanccedilar eficaacutecia O autor menciona
36
experiecircncia do Paquistatildeo onde na tentativa de alcanccedilar niacuteveis desejados de
equiliacutebrio fiscal criou-se um sistema de controle financeiro centralizado no
Ministeacuterio da Fazenda apoiado em um sistema burocraacutetico para autorizaccedilatildeo da
execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria Poreacutem na realidade o orccedilamento foi executado nas
unidades chamadas operativas tornando assim o controle ineficaz
Um dos pontos principais para o alcance dos objetivos dos planos eacute uma
coordenaccedilatildeo central organizada de maneira a gerenciar a execuccedilatildeo dos
planos evitando desperdiacutecios e desvios conforme Waterston (1969 p 259)
Um exemplo praacutetico de falta de coordenaccedilatildeo central eacute o ocorrido em
Madagascar em que o Ministeacuterio encarregado de repavimentar uma estrada
repavimentou a estrada antes que o Ministeacuterio das Telecomunicaccedilotildees tivesse
colocado os cabos telefocircnicos subterracircneos
O autor ainda revela que com uma fragmentaccedilatildeo ou duplicaccedilatildeo de funccedilotildees
torna difiacutecil conseguir que todas as entidades governamentais interessadas
faccedilam o que eacute requerido para realizar os projetos e os programas de acordo
com uma poliacutetica coerente
O insucesso dos planos se deve a esses fatores e ainda conforme W Lewis6
apud de Waterston (1969 p 267) ouvimos muito sobre a corrupccedilatildeo nas naccedilotildees subdesenvolvidas mas o dano feito pelo suborno ou pelo roubo raramente excede a centenas de milhares e ainda que do ponto de vista moral isto seja deploraacutevel eacute sumamente pequeno se comparado com o estrago que se faz designando pessoas para ocupar os grandes postos para os quais natildeo tecircm a competecircncia apropriada7
Para W Lewis (apud de WATERSTON 1969 p 267) os males da falta de
resultados natildeo estatildeo associados a fatores isolados A distacircncia entre os
6 Arthur W Lewis 7 Traduccedilatildeo Nossa (Waterston 1969 p 267) Oiacutemos mucho acerca de la corrupcioacuten en las naciones subdesarrolladas pero el dantildeo hecho por el soborno o po el robo rara vez excede a cientos de miles de libras al antildeo y aunque desde un punto de vista moral esto es deccedilorable es sumamente pequentildeo si se le compara con el dantildeo que se hace desingando personas para ocupar los grandes puestos para los cuales no tienen la competencia apropriada
37
planejadores e especialistas elaboradores de planos entre dirigentes e oacutergatildeos
decisoacuterios dos governos eacute o fator que mais impede o ecircxito dos planos
estabelecidos
Para Waterston (1969 p 271) talvez a maior parte dos planejadores e dos
especialistas em administraccedilatildeo puacuteblica assumem a posiccedilatildeo de que a melhora
administrativa eacute uma condiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel Todavia
especialistas no assunto creditam o sucesso dos planos a uma anterior
reestruturaccedilatildeo da maacutequina administrativa como condiccedilatildeo de que os resultados
sejam alcanccedilados somente os planos isolados natildeo surtiriam os efeitos
desejados
Ainda conforme Waterston (1969 p 272)
As proposiccedilotildees para mudanccedilas de sistemas administrativos de paiacuteses em desenvolvimento satildeo com frequumlecircncia obras de especialistas estrangeiros que se guiam por princiacutepios que funcionam bem nas naccedilotildees avanccediladas A aplicaccedilatildeo desses princiacutepios podem requerer inovaccedilotildees maiores ou o enxerto de formas institucionais estranhas a tradiccedilatildeo da naccedilatildeo que recebe a assessoria Em muitos casos portanto as naccedilotildees menos desenvolvidas ou se recusam a adotar as preposiccedilotildees ou se as adotam descobrem que natildeo operam bem porque natildeo satildeo aceitas8
O bom planejador natildeo deve simplesmente estabelecer metas e objetivos
mesmo que bem delineados Ele deve ainda quando sabedor dos obstaacuteculos
administrativos para o alcance dos planos natildeo soacute recomendar correccedilatildeo dos
planos como tomar medidas especiacuteficas para criar um sistema administrativo
capaz de viabilizar a realizaccedilatildeo das metas e objetivos
No Brasil presenciou-se no acircmbito do governo federal mesmo com orccedilamento
aprovado pelo congresso com recursos disponibilizados e accedilotildees 8 Traduccedilatildeo nossa (Waterston 1969 p 272) Las proposiciones para revisar los sistemas administrativos em las naciones menos desarrolladas a menudo son obra de expertos extranjeros que se guiacutean por princiacutepios que funcionan bien en las naciones avanzadas La aplicacioacuten de estos principios pueden requerir innovacines mayores o el injerto de formas instucionales extrantildeas e la tradicioacuten de la nacioacuten que recibe la asesoriacutea En muchos casos por tanto las naciones menos desarrolladas o bien se rechusan a adoptar das proposiciones o si las adoptan hallan que no operan bien porque no son aceptadas
38
governamentais aprovadas estas natildeo foram realizadas pelos ministeacuterios
Sobraram recursos financeiros no caixa do governo devido aos diversos
fatores mencionados anteriormente como a burocracia e a incapacidade
administrativa
A seguir trataremos de um dos principais instrumentos de planejamento e da
contribuiccedilatildeo da LRF para evoluccedilatildeo do planejamento no Brasil uma tentativa de
minimizar os efeitos dos problemas enfrentados pelos planejadores
A Constituiccedilatildeo de 1988 fortalece e cria regras mais claras para o planejamento
puacuteblico brasileiro Aleacutem de instituir formalmente a figura do plano plurianual
estabelece criteacuterios relativos aos planos nacionais regionais e setoriais de
desenvolvimento econocircmico e social
Para Andrade Batista e Souza apud de Aguilar et al (2004 p 8)
no PPA deve conter a delimitaccedilatildeo e a enunciaccedilatildeo das diretrizes geneacutericas e abrangentes com os respectivos objetivos programas accedilotildees e metas inclusive com valores financeiros possibilitando a cobertura das definiccedilotildees governamentais que se queira executar
Para a compreensatildeo efetiva desse importante instrumento de planejamento
puacuteblico no atual seguimento vejamos o conceito de plano plurianual no
entendimento de Chalfun (2001 p 26) instrumento para planejar as accedilotildees governamentais de caraacuteter mais estrateacutegico poliacutetico e de longo prazo a ser considerado pelos administradores municipais Sendo o instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as poliacuteticas as diretrizes e as accedilotildees programadas no longo prazo e os respectivos objetivos a serem alcanccedilados devidamente quantificados fisicamente (grifo nosso)
Vejamos ainda o conteuacutedo baacutesico do plano plurianual conforme a
Constituiccedilatildeo Federal CF de 1988 art 165 sect1deg A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para os programas de duraccedilatildeo continuada
39
No sect 9ordm do mesmo art 165 a Constituiccedilatildeo determina que lei complementar
entre outros assuntos trataraacute da elaboraccedilatildeo e da organizaccedilatildeo do plano
plurianual regulando o conteuacutedo acima
CF de 1988 art 165 sect 9ordm Cabe agrave lei complementar I - dispor sobre o exerciacutecio financeiro a vigecircncia os prazos a elaboraccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do plano plurianual da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e da lei orccedilamentaacuteria anual II - estabelecer normas de gestatildeo financeira e patrimonial da administraccedilatildeo direta e indireta bem como condiccedilotildees para a instituiccedilatildeo e funcionamento de fundos
E para um melhor entendimento sobre os conceitos instituiacutedos no artigo acima
a seguir apresenta-se tabela com definiccedilotildees e exemplos de cada item
incluindo outros importantes natildeo mencionados na referida norma
O Quadro 1 a seguir poderaacute ajudar no entendimento sobre as definiccedilotildees
40
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA
Tiacutetulos Definiccedilotildees Exemplos Diretrizes Poliacuteticas direccedilatildeo
apontam rumos buacutessolas
No governo Lula foram definidas trecircs diretrizes baacutesicas 1) Inclusatildeo social e reduccedilatildeo das desigualdades sociais 2) Crescimento com geraccedilatildeo de emprego e renda ambientalmente sustentaacutevel e redutor das desigualdades regionais 3) Promoccedilatildeo e expansatildeo da cidadania e fortalecimento da democracia
Objetivos Resultados esperados Executar as accedilotildees de prevenccedilatildeo e de melhoria do atendimento meacutedico-ambulatorial e hospitalar
Programas Conjunto de accedilotildees Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Baacutesica Accedilotildees Alvo a ser atingido
Iniciativas tais como Projetos atividades operaccedilotildees especiais
Definir o que vai fazer Ex construir comprar reformar atender manter os produtos Escola preacutedio veiacuteculo etc
Metas Fiacutesicas Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de itens com quantitativos de aquisiccedilotildees construccedilotildees serviccedilos disponibilizados populaccedilatildeo atendida etc
Metas Fiscais Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de receitas bases de caacutelculo e percentual a aplicar
Projetos Resulta um produto que concorre para a expansatildeo ou o aperfeiccediloamento da accedilatildeo de governo
Construccedilatildeo de unidades de sauacutede
Atividades Resulta um produto necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da accedilatildeo de governo
Manutenccedilatildeo de Unidades de Sauacutedes
Operaccedilotildees especiais
Natildeo contribuem para a manutenccedilatildeo Natildeo resulta um produto Natildeo geram contraprestaccedilatildeo direta sob a forma de bens ou serviccedilos
Amortizaccedilotildees e encargos de diacutevidas
Fonte Adaptaccedilatildeo do autor
A ausecircncia da lei complementar faz com que existam muitas interrogaccedilotildees
sobre como elaborar o PPA Alguns autores procuraram tratar do assunto como
forma de suprir a falta da legislaccedilatildeo especiacutefica
No entendimento de Giacomoni apud de Aguilar et al (2004 p 20)
regionalizaccedilatildeo na Uniatildeo seria como exemplo o proposto no PPA 2000-2003
elaborado na Uniatildeo que distribuiu a programaccedilatildeo entre as regiotildees
macroeconocircmicas Norte Nordeste Sudeste Sul e Centro-Oeste As normas
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baixadas traziam instruccedilotildees para a elaboraccedilatildeo do PPA prevendo a regionalizaccedilatildeo
das metas por Estado No entanto essa determinaccedilatildeo natildeo foi observada e o plano
continuou nos moldes tradicionais ou seja segundo as cinco regiotildees
Jaacute nos Estados natildeo haacute modelos uacutenicos de regionalizaccedilatildeo a serem utilizados
no planejamento Assim sendo eacute recomendaacutevel que cada Estado adote
criteacuterios de regionalizaccedilatildeo que atendam da melhor forma possiacutevel agraves
necessidades da programaccedilatildeo Em alguns Estados a base da regionalizaccedilatildeo eacute
a estrutura administrativa em outros utilizam-se nuacutecleos de desenvolvimento
Nos Municiacutepios a regionalizaccedilatildeo dos planos plurianuais municipais traz
desafios ainda maiores especialmente nos Municiacutepios de pequeno porte
Provavelmente apenas os Municiacutepios maiores com experiecircncia em
zoneamento e em administraccedilatildeo descentralizada - subprefeituras - poderatildeo
realizar de maneira vantajosa a regionalizaccedilatildeo do PPA
Quanto aos prazos para elaboraccedilatildeo de envio ao Legislativo na falta de lei
complementar vigora o estabelecido no Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais
Transitoacuterias (ADCT)9 no acircmbito federal o projeto de lei seraacute encaminhado pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional ateacute quatro meses antes do
encerramento do exerciacutecio ndash 31 de agosto ndash e devolvido para sanccedilatildeo ateacute o
encerramento da sessatildeo legislativa ndash 15 de dezembro Os Municiacutepios por
simetria podem no caso de natildeo existecircncia de lei complementar adotar os
mesmos prazos da referida norma
Conforme Vainer et al (2007) o PPA tem um ciclo em sua gestatildeo decorrente
da proacutepria dinacircmica do planejamento estrateacutegico conforme etapas a seguir
Elaboraccedilatildeo Implantaccedilatildeo Monitoramento Avaliaccedilatildeo Revisatildeo
9 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 ADCT art 35 sect 2ordm I
42
Na fase de elaboraccedilatildeo constroacutei-se a base para definiccedilatildeo dos programas e
accedilotildees atraveacutes dos quais se materializaraacute a accedilatildeo do governo Este apresentaraacute
ao Legislativo um projeto de lei para discussatildeo e aprovaccedilatildeo
Esta materializaccedilatildeo ocorreraacute na execuccedilatildeo do orccedilamento puacuteblico constituindo-
se em prestaccedilatildeo de serviccedilos agrave sociedade pelo governo cujo objetivo principal eacute
interesse puacuteblico
A fase de implementaccedilatildeo ocorre apoacutes o plano aprovado e disponibilizado para
a execuccedilatildeo com seus programas e accedilotildees governamentais
A etapa de monitoramento refere-se ao acompanhamento da execuccedilatildeo das
accedilotildees dos programas Ela eacute fundamental para o alcance das metas e
indicadores constantes nas accedilotildees e programas
A avaliaccedilatildeo dos planos busca aferir ateacute que ponto as estrateacutegias adotadas e as
poliacuteticas puacuteblicas desenvolvidas atendem a demandas da sociedade que
nortearam a elaboraccedilatildeo dos programas que integram o PPA
A revisatildeo surge das fases de monitoramento e avaliaccedilatildeo do plano Neste
momento eacute importante a adequaccedilatildeo caso necessaacuteria que pode ser originaacuteria
de fatores internos e externos da conjuntura poliacutetica social e econocircmica
A Lei de Responsabilidade Fiscal com contribuiccedilatildeo fundamental para o
planejamento puacuteblico brasileiro em seu artigo 16 prescreve
A criaccedilatildeo expansatildeo ou aperfeiccediloamento de accedilatildeo governamental que acarrete aumento da despesa seraacute acompanhado de II - declaraccedilatildeo do ordenador da despesa de que o aumento tem adequaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira com a lei orccedilamentaacuteria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
43
Jaacute o art 17 da LRF dispotildee
Art 17 Considera-se obrigatoacuteria de caraacuteter continuado a despesa corrente derivada de lei medida provisoacuteria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigaccedilatildeo legal de sua execuccedilatildeo por um periacuteodo superior a dois exerciacutecios sect 1o sect 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deveratildeo ser instruiacutedos com a estimativa prevista no inciso I do art 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio sect 2o Para efeito do atendimento do sect 1o o ato seraacute acompanhado de comprovaccedilatildeo de que a despesa criada ou aumentada natildeo afetaraacute as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no sect 1o do art 4o devendo seus efeitos financeiros nos periacuteodos seguintes ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduccedilatildeo permanente de despesa sect 3o sect 4o A comprovaccedilatildeo referida no sect 2o apresentada pelo proponente conteraacute as premissas e metodologia de caacutelculo utilizadas sem prejuiacutezo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
Em seu art 45 reafirma o fundamento conforme descrito a seguir
Art 45 Observado o disposto no sect 5o do art 5o a lei orccedilamentaacuteria e as de creacuteditos adicionais soacute incluiratildeo novos projetos apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Os artigos mencionados seguiram o direcionamento jaacute previsto na Portaria
42MP de 1999 da STN na qual consta que os programas e accedilotildees previstos no
PPA devem ser alocados na Lei Orccedilamentaacuteria Anual transformando-se em
projetos e atividades Nesta com detalhamento por natureza de despesa
A compatibilizaccedilatildeo entre os instrumentos PPA LDO e LOA deveraacute ser
observada constantemente na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo dos instrumentos de
planejamento Os trecircs instrumentos natildeo devem ter sua elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo
de forma isolada e sempre deve observar-se o conteuacutedo dos primeiros para
construccedilatildeo dos demais consagrando o princiacutepio do planejamento expliacutecito
A Seguir trataremos das mudanccedilas inseridas pela LRF na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
44
Quando comparada com o PPA e com a LOA a LDO eacute considerada por
muitos doutrinadores como a principal lei apoacutes a vigecircncia da LRF Isso porque
eacute nela que se estabelece metas fiscais metas de resultado primaacuterio metas de
resultado nominal e que se determina regras que norteiam o funcionamento
das administraccedilotildees puacuteblicas em todas as esferas de governo
A LDO tem como principal papel orientar a elaboraccedilatildeo da LOA servindo como
elo entre o PPA e LOA A LDO aleacutem de estabelecer regras define as accedilotildees
prioritaacuterias do governo
As regras inicialmente foram estabelecidas pela CF de 198810 definindo para
seu conteuacutedo o estabelecimento de metas e prioridades da administraccedilatildeo
puacuteblica federal incluindo as despesas de capital para o exerciacutecio financeiro
subsequumlente orientaraacute a elaboraccedilatildeo da LOA disporaacute sobre as alteraccedilotildees na
legislaccedilatildeo tributaacuteria e estabeleceraacute a poliacutetica de aplicaccedilatildeo das agecircncias
financeiras oficiais de fomento
Outro tema importante definido para o conteuacutedo da LDO refere-se aos
paracircmetros para iniciativa de lei de fixaccedilatildeo das remuneraccedilotildees no acircmbito do
Poder Legislativo para a criaccedilatildeo de cargos empregos e funccedilotildees ou alteraccedilatildeo
de estrutura de carreiras bem como para a admissatildeo ou contrataccedilatildeo de
pessoal a qualquer tiacutetulo pelos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta ressalvadas as empresas puacuteblicas e sociedades de economia mista
No entanto foi com a LRF que ocorreu a mudanccedila significativa na gestatildeo
puacuteblica Ela inseriu definiccedilotildees e regras fundamentais para o planejamento e
gestatildeo financeira dos entes federados Alguns pontos de abrangecircncia
conforme artigo 4ordm da LRF satildeo
- o equiliacutebrio entre receitas e despesas
- os criteacuterios e a forma de limitaccedilatildeo de empenho a ser efetivado quando a
10 Constituiccedilatildeo Federal artigos 51 IV 52 XIII art 99 sect 1ordm artigos 127 sect 3ordm 165 sect 2ordm e 169 sect 1ordm
45
arrecadaccedilatildeo da receita comprometer os resultados primaacuterio e nominal
pretendidos
- as normas relativas ao controle de custos e agrave avaliaccedilatildeo dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orccedilamentos
- as normas relacionadas com as condiccedilotildees e as exigecircncias para
transferecircncias de recursos a entidades puacuteblicas e privadas
- a forma de utilizaccedilatildeo e o montante da reserva de contingecircncia definida com
base na receita corrente liacutequida destinado ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
- os criteacuterios para inclusatildeo de novos projetos na lei orccedilamentaacuteria e nas leis de
creacuteditos adicionais apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico
O equiliacutebrio das contas puacuteblicas entre receitas e despesas eacute um dos principais
pontos da LRF Em siacutentese eacute o estabelecimento de quanto seratildeo as receitas
para o proacuteximo exerciacutecio de quanto seraacute a despesa e de regras antes da
execuccedilatildeo efetiva do orccedilamento puacuteblico
Com as regras tambeacutem se cria a figura da integraccedilatildeo ou compatibilidade das
trecircs leis PPA LDO LOA Natildeo deve haver tratamento diferenciado para os
mesmos temas e para um mesmo exerciacutecio financeiro
A limitaccedilatildeo de empenho eacute um criteacuterio adotado para impedir que as unidades e
entidades que compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica gastem mais que a
capacidade real da administraccedilatildeo Esta mudanccedila foi embasada no artigo 9ordm da
LRF que determina
Art 9ordm Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo das Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
46
Esse artigo cuidou para que a LDO estabeleccedila percentuais ou outro criteacuterio
para contenccedilatildeo da despesa trinta dias apoacutes o encerramento de cada
bimestre caso as metas de receitas natildeo estejam compatiacuteveis com a
execuccedilatildeo das despesas
Eacute notoacuterio que a regra eacute imposta a partir da escolha de criteacuterios e formas
pela administraccedilatildeo que perduraratildeo ateacute que a situaccedilatildeo financeira da
entidade se regularize
Ressalta-se que natildeo estatildeo todas as despesas sujeitas a estas regras Natildeo
seratildeo objeto de limitaccedilatildeo financeira ou de empenho as despesas que
constituam obrigaccedilotildees constitucionais e legais inclusive as destinadas ao
pagamento do serviccedilo da diacutevida e outras mencionadas na proacutepria LDO
As metas de resultado primaacuterio e nominal satildeo definidas por Chalfun (2001 p
50) como a diferenccedila entre receitas e despesas natildeo financeiras da
entidade central (Municiacutepio) realizadas no periacuteodo em referecircncia
A seguir um quadro exemplificativo de apuraccedilatildeo das metas de resultado
primaacuterio para um determinado periacuteodo
47
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas
a) Receita Menos b) Despesa (+) Receita Orccedilamentaacuteria arrecadada ( ndash ) operaccedilotildees de creacutedito ( ndash ) receitas de privatizaccedilatildeo ( ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar ( ndash ) receitas financeiras ( ndash ) retornos das operaccedilotildees de creacutedito Receita Total Liacutequida
(+) Despesa Total ( ndash ) amortizaccedilatildeo de empreacutestimos
( ndash ) encargos da diacutevida interna e externa (ndash ) encargos com aquisiccedilatildeo de tiacutetulos de capital jaacute integralizado
(ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar inscritos no exerciacutecio anterior
( ndash ) despesas com concessatildeo de empreacutestimos
Despesa Total Liacutequida Resultado Primaacuterio (que eacute a diferenccedila apurada conforme jaacute explicado)
Fonte Elaborado pelo autor
Resultado Nominal eacute a variaccedilatildeo no periacuteodo da diacutevida fiscal liacutequida (diacutevida
consolidada liacutequida acrescidas as receitas de privatizaccedilatildeo) Se o resultado
apurado for negativo eacute indicador de crescimento da diacutevida
A LRF dispotildee que a LDO conteraacute normas relativas ao controle de custos e agrave
avaliaccedilatildeo dos resultados dos programas financiados com recursos dos
orccedilamentos Nesta determinaccedilatildeo encontram-se presentes dois itens
completamente diferentes entre si ainda que possa parecer estarem ligados
custos e avaliaccedilatildeo de resultados Para Chalfun (2001 p 43) ldquocustos eacute o
consumo efetivo de insumos ou recursos destinados agrave prestaccedilatildeo de
serviccedilos ou agrave formaccedilatildeo de um produtordquo Avaliaccedilatildeo de resultados eacute a
atividade destinada a aferir mediante o emprego de indicadores o
desempenho da organizaccedilatildeo na execuccedilatildeo das accedilotildees que lhes satildeo pertinentes
e que tenham contribuiacutedo para a prestaccedilatildeo de um serviccedilo ou para a
formaccedilatildeo de um produto qualquer
A legislaccedilatildeo jaacute vem tratando haacute algum tempo desse assunto A LRF
consagrou este fundamento Natildeo existe plano que seja suficientemente
perfeito que consiga alcanccedilar seus objetivos sem um controle e avaliaccedilatildeo
adequados Por isso para LRF a LDO deve conter criteacuterios para tal Este eacute o
48
grande desafio da administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal a de
conciliar planejamento e controle e avaliaccedilatildeo
Os criteacuterios para transferecircncias a entidades puacuteblicas ou privadas e LRF exigiu
que a LDO criasse regras mas riacutegidas e claras para cooperaccedilatildeo natildeo ficando
portando somente por conta da LOA a autorizaccedilatildeo para tal
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) agora natildeo mais se justificam
autorizaccedilotildees geneacutericas sob a singela forma de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria Com
efeito o parlamentar deve conhecer e aprovar por exemplo qual asilo
orfanato albergue a ser contemplado com os auxiacutelios governamentais No
entendimento do autor a ajuda financeira estatal depende de triacuteplice previsatildeo
legal na LDO em lei especiacutefica e na LOA ou nos creacuteditos adicionais
Para Chalfun (2001 p 44) a reserva de contingecircncia constituiacutea-se de uma
parcela do superaacutevit corrente apurado no confronto entre as Receitas
Correntes e as Despesas Correntes sobre o qual era aplicado um percentual
estabelecido pela proacutepria administraccedilatildeo da entidade governamental
Atualmente de acordo com o art 5ordm inciso III da LRF a LOA conteraacute a
Reserva de Contingecircncia cuja forma de utilizaccedilatildeo e cujo montante
calculado com base na RCL seratildeo estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e destinados em princiacutepio ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
O autor ainda relata que a LRF deixou a decisatildeo sobre o percentual a ser
aplicado sobre a RCL para a formaccedilatildeo do seu montante a cargo da
administraccedilatildeo da entidade que deveraacute ter o cuidado de natildeo incluir um
valor maior do que o necessaacuterio e utilizaacute-lo sempre como um valor
restrito agrave sua finalidade
Com a exigecircncia de criteacuterios para inclusatildeo de projetos novos a lei cria regras
49
para proteccedilatildeo do patrimocircnio garantindo recursos suficientes para conclusatildeo
de projetos em andamento evitando desperdiacutecios
A seguir trataremos da LOA e as contribuiccedilotildees da Lei de Responsabilidade
Fiscal para este instrumento de planejamento
A LOA foi contemplada na Lei Federal 4320 de 1964 sendo esta como
principal norma legal Com o decorrer dos anos ficou defasada devido
sobretudo agraves modificaccedilotildees introduzidas pela Constituiccedilatildeo de 1988 Os gargalos
satildeo tratados nos proacuteprios entes federados por meio da Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
Os conteuacutedos da norma legal para os orccedilamentos dos entes federados satildeo O
orccedilamento fiscal da seguridade e investimento das empresas estatais
O estabelecimento de processos para elaboraccedilatildeo dos orccedilamentos satildeo
fundamentais para o ecircxito do projeto Este processo poderaacute ser conduzido por
Ministeacuterios no caso da Uniatildeo Secretarias de Estado ou Secretarias
Municipais conforme se originem respectivamente na Uniatildeo nos Estados ou
em Municiacutepios
Conforme Giacomoni (2007 p 240) o processo organizado pela Uniatildeo se daacute
por meio do Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da Internet
(SIDORNET) Este nos uacuteltimos anos vem sendo alimentado pela Internet e
representa um avanccedilo nos trabalhos operacionais para os agentes envolvidos
Este mesmo procedimento poderaacute ser adotado pelos Municiacutepios basta
estruturaccedilatildeo por meio de sistemas informatizados atualmente disponiacuteveis no
mercado
A etapas do processo na Uniatildeo conforme de acordo com Giacomoni (2007 p
240) satildeo formadas conforme a seguir
50
1ordf - Planejamento do Processo de elaboraccedilatildeo da proposta - etapa atualmente
de responsabilidade Secretaria de Orccedilamento e Financcedilas (SOF) que define a
estrateacutegia do processo identifica as etapas produtos e os agentes envolvidos
com seus respectivos papeacuteis Estabelece ainda metodologia para projeccedilatildeo de
receitas e despesas bem como o fluxo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria Nesta etapa Constroem-se orientaccedilotildees para detalhamento da
proposta setorial
2ordf - Definiccedilatildeo de macrodiretrizes - juntamente com a assessoria econocircmica do
MPOG do MF da Casa Civil e Oacutergatildeos setoriais a SOF estabelece as
principais diretrizes para elaboraccedilatildeo da LOA Com paracircmetros mais
macroeconocircmicos Destacando-se a importante modificaccedilatildeo inserida pela LRF
que eacute o demonstrativo para expansatildeo de despesas de caraacuteter continuado
3ordf - Revisatildeo da Estrutura Programaacutetica - etapa muito importante pois eacute nela
que os gerentes de programas organizados e inseridos por meio do PPA e
demais responsaacuteveis efetuam a revisatildeo da estrutura programaacutetica
4ordf - Avaliaccedilatildeo da Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC)
para a proposta orccedilamentaacuteria - com participaccedilatildeo novamente do MPOG e da
SOF e de outros oacutergatildeos realiza-se levantamento para verificar a necessidade
de financiamento por parte do governo
5ordf - Estudo definiccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de limites para as propostas setoriais - a
SOF com respaldo da Casa Civil estabelece limites para cada oacutergatildeo setorial
Os Oacutergatildeos repassam estes limites para as unidades orccedilamentaacuterias para
viabilizar a execuccedilatildeo dos projetos
6ordf - Captaccedilatildeo das propostas setoriais - as unidades orccedilamentaacuterias e oacutergatildeos
setoriais detalham suas propostas no Sistema Integrado de Dados
Orccedilamentaacuterios (SIDOR)
51
7ordf - Anaacutelise e ajuste das propostas setoriais - a SOF analisa ajusta e define as
propostas setoriais
8ordf - Fechamento compatibilizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da proposta orccedilamentaacuteria - o
MPGO e a Presidecircncia da Repuacuteblica aprovam a proposta recebem a indicaccedilatildeo
das fontes consolidando-a e compatibilizando-a com a CF de 1988 PPA LDO
e LRF
9ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo da mensagem presidencial e do projeto de lei
orccedilamentaacuteria - a SOF coordena o processo envolvendo vaacuterios oacutergatildeos do Poder
Executivo enviando mensagem presidencial juntamente com a proposta
orccedilamentaacuteria ao congresso nacional
10ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo das informaccedilotildees complementares ao projeto
de lei orccedilamentaacuteria - satildeo definiccedilotildees especiacuteficas da LDO da Uniatildeo que satildeo
encaminhadas conforme previsatildeo na lei mencionada
O processo detalhado com informaccedilotildees precisas definiccedilatildeo de prazos e
responsabilidades eacute fundamental para que o projeto de lei seja adequado e
atenda agraves necessidades da sociedade Eacute por meio dele que o poder puacuteblico
viabiliza suas accedilotildees governamentais atendendo aos anseios da sociedade As
etapas descritas acima podem ser e jaacute satildeo adaptadas aos Municiacutepios sempre
observando suas particularidades
Em seu artigo 5ordm inciso I a LRF incluiu novos conteuacutedos para a Lei
Orccedilamentaacuteria Anual Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 62) o referido
dispositivo atesta a compatibilidade entre a LDO e LOA e que estas devem
manter consistecircncia entre as metas de resultado originadas da comparaccedilatildeo
entre receitas e despesas e a evoluccedilatildeo patrimonial Assim se haacute previsatildeo no
Anexo de Metas Fiscais da LDO de um superaacutevit de 2 na peccedila orccedilamentaacuteria
a estimativa da receita deveraacute superar em 2 a fixaccedilatildeo da despesa No
comentaacuterio do autor a lei reafirma a compatibilidade entre os principais
52
instrumentos de planejamento estabelecendo uma sequumlecircncia uma coerecircncia
entre a LDO e a LOA
No mesmo artigo o inciso II segundo Toledo Jr E Ciquera (2002 p 62)
reitera mandamento constitucional constante do Artigo 165 sect 6ordm determinando
a anexaccedilatildeo de documento em que se revele o impacto orccedilamentaacuterio de toda e
qualquer renuacutencia fiscal que ainda persista na vida financeira do Municiacutepio
Natildeo importa a eacutepoca em que foram concedidas essas desistecircncias
fazendaacuterias
O dispositivo tenta conter as iniciativas que natildeo satildeo de interesse puacuteblico
implementando mais transparecircncia para a sociedade e para o parlamentar
ficando evidenciado o interesse da sociedade
A segunda exigecircncia da LRF no mesmo artigo trata da inserccedilatildeo de informaccedilatildeo
complementar demonstrando a forma de compensaccedilatildeo das despesas
obrigatoacuterias continuadas e das novas renuacutencias de receitas
O inciso III estabelece a necessidade de manter-se no projeto original a
reserva de contingecircncia para cobertura de passivos contingentes e os outros
riscos e eventos fiscais imprevistos informaccedilotildees jaacute constantes no Anexo de
Riscos Fiscais no sect 3ordm do art 4ordm
Tal reserva sempre foi utilizada como fonte para abertura de creacuteditos
adicionais e continua como tal especialmente nos orccedilamentos municipais
Nestes no entanto amplia sua funccedilatildeo pois ao ser inserida a reserva
comumente conhecida como reserva teacutecnica ocasiona um certo superaacutevit
orccedilamentaacuterio quando descontado seu valor
Para concluirmos nossos estudos sobre os principais instrumentos de
planejamento puacuteblico brasileiros tratados anteriormente eacute fundamental
53
discorrermos sobre o sistema e o processo orccedilamentaacuterio no qual a seguir
trataremos a partir da visatildeo de algumas doutrinas
Segundo Giacomoni (2007 p 202) a lei orccedilamentaacuteria e seus anexos
representam a expressatildeo mais clara do que se pode denominar de sistema
orccedilamentaacuterio E como jaacute vimos em nossos estudos o orccedilamento atualmente
natildeo pode ser visto de forma isolada ele eacute parte de um sistema maior advindo
de outros planos e programas para culminar na construccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria
No quadro 3 a seguir estaacute representada uma espeacutecie de sistema integrado de
planejamento e orccedilamento segundo a concepccedilatildeo bastante difundida na
Ameacuterica Latina por meio do ILPESCEPAL11
11 Esta concepccedilatildeo foi extraiacuteda de El presuposto Y el processo de planificacioacuten Belo Horizonte Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da UFMG 1971 (mimeo) Esse trabalho foi baseado em dois documentos do Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y Social (ILPES) ldquoReflexiones em torno de dos problemas actuales de la planifcacioacuten em Ameacuterica Latinardquo e ldquoMetodologia para la formulaciacuteon de planes operativos anualesrdquo O ILPES eacute um oacutergatildeo da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina (CEPAL) organismo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
54
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de El presupesto Y el proceso de planificacioacuten Cit
O quadro estaacute organizado e estruturado a partir da ldquoestrateacutegia de
desenvolvimentordquo definida segundo Giacomoni (2007 p 202) como
a) Imagem prospectiva originaacuteria de projetos soacuteciais baacutesicos cujos
objetivos e metas a serem alcanccediladas satildeo estruturados para a mudanccedila do
plano econocircmico-social atual
b) Os Projetos Estrateacutegicos satildeo os que estabelecem efetivamente elementos
para a mudanccedila idealizada pela imagem prospectiva Satildeo em pouca
55
quantidade envolvem vaacuterios setores dos governos trabalhando de forma
coordenada
c) Enunciado de Poliacuteticas Baacutesicas surge da viabilizaccedilatildeo dos projetos
estrateacutegicos
Giacomoni (2007 p 204) exemplifica o quadro com o Primeiro Plano Nacional
de Desenvolvimento (I PND) ocorrido no Brasil no periacuteodo de 197274 Nele
foram definidas trecircs imagens prospectivas sendo a primeira colocar o Brasil
no espaccedilo de uma geraccedilatildeo na categoria das naccedilotildees desenvolvidas A
segunda era duplicar ateacute 1980 a renda per capita do Brasil em relaccedilatildeo a
1969 observando o crescimento anual do PIB equivalente ao dos uacuteltimos trecircs
anos A terceira prospectiva seria elevar a economia em 1974 agraves dimensotildees
resultantes de um crescimento anual do PIB entre 8 e 10
Como projetos estrateacutegicos foram definidos dentre outros os seguintes a)
modernizaccedilatildeo da empresa nacional b) mobilizaccedilatildeo do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais c) implementaccedilatildeo de programas de
desenvolvimento tecnoloacutegico
Como poliacuteticas baacutesicas definidas pelo I PND cita-se a tiacutetulo exemplificativo a)
modelo econocircmico de mercado orientado para a descentralizaccedilatildeo das decisotildees
econocircmicas com vistas no crescimento progressivo do mercado de consumo
b) alianccedila entre o setor privado e o governo com a aceitaccedilatildeo da influecircncia
crescente desse uacuteltimo na gestatildeo do sistema econocircmico na realizaccedilatildeo de
investimentos e na capacidade de regulamentar
O quadro 3 demonstra que os planos de meacutedio prazo satildeo formados por etapas
estrateacutegicas e satildeo de maneira geral planos setoriais e regionaissetoriais que
se constituem de programas baacutesicos determinando objetivos e metas de
resultado setorial Os planos anuais operativos no modelo satildeo oriundos das
definiccedilotildees estrateacutegicas dos planos de meacutedio prazo estabelecem metas de
56
curto prazo a cargo do setor puacuteblico definindo orientaccedilotildees e regras a serem
cumpridas pelo setor privado
Os principais planos operativos conforme Giacomoni (2007 p 206) satildeo
Orccedilamento Econocircmico Orccedilamento monetaacuterio orccedilamento do balanccedilo de
pagamentos balanccedilos projetados programas de execuccedilatildeo e o orccedilamento do
setor puacuteblico
O processo orccedilamentaacuterio caracteriza-se basicamente por sua dinacircmica ciacuteclica
que transita por quatro etapas e cada ciclo da proposta orccedilamentaacuteria anual e
de maneira bem simplificada conforme demonstrado no quadro 4 a seguir
QUADRO 4
Processo Orccedilamentaacuterio
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
O processo de planejamento e orccedilamento no Brasil estaacute basicamente
representado por Planos Nacionais de Desenvolvimento Econocircmico e Social
Exemplos destes planos satildeo o Programa de Aceleraccedilatildeo do Crescimento
(PAC) e o PPA Este detalhado no capiacutetulo 223 tem relaccedilatildeo direta com os
programas especiais e especialmente com a LOA que com a nova proposta
assume as accedilotildees governamentais prevista no PPA para serem materializadas
no orccedilamento anual
57
O quadro a seguir representa as varias etapas do que Giacomoni (2007 p
209) denomina processo integrado de planejamento e orccedilamento
QUADRO 5
Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
Segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 209) os modelo de
planejamentos descritos anteriormente
Embora os planos de desenvolvimento tenham proliferado e as teacutecnicas por eles utilizadas sejam melhores a taxa anual meacutedia de crescimento do produto interno real nos paiacuteses menos desenvolvidos natildeo demonstra qualquer melhoria sensiacutevel na Ameacuterica Latina desde os anos 50 chegando mesmo a declinar na Aacutesia Meridional e no Sudeste
Para o autor o modelo seria eficaz e efetivo se os resultados fossem
adequados agraves necessidades do paiacutes De nada adiantariam uma boa teacutecnica
planejadora e um bom modelo com o crescimento do paiacutes que natildeo atendam agraves
necessidades da sociedade
Em paiacuteses com instabilidade poliacutetica e incerteza econocircmica natildeo se aplicariam
planos de longo e meacutedio prazo segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p
210) Associam-se a essas caracteriacutesticas deficiecircncias teacutecnicas falta de
58
informaccedilotildees e sistema administrativo deficiente Tais modelos satildeo
predominantes em paiacuteses em desenvolvimento
Ainda segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 210) os resultados do
planejamento em niacuteveis nacionais regionais ou urbanos satildeo insatisfatoacuterios
quando se utiliza o modelo que ele nomeia de tradicional
Isso se deve em parte agrave deficiecircncia de meacutetodo e em parte tambeacutem ao ambiente desfavoraacutevel em que com frequumlecircncia o planejamento convencional opera mas a razatildeo mais importante eacute que o planejamento convencional natildeo satisfaz agraves necessidades sociais Talvez seja nesse uacuteltimo sentido que existem maiores razotildees para se afirmar que o planejamento convencional tem fracassado pois eacute aiacute que costuma ser maior o abismo entre as aspiraccedilotildees e os resultados obtidos
Para o autor o meacutetodo pode ser concentrado para a soluccedilatildeo de problemas
para metas muito aleacutem da realidade ou ateacute mesmo sem o foco no problema
isso poderaacute solucionaacute-lo apenas parcialmente ou ateacute criar outro
As etapas do processo de planejamento estatildeo demonstradas no quadro 6 a
seguir num paralelo entre um modelo considerado convencional para alguns
autores e um modelo voltado para soluccedilatildeo de problemas
QUADRO 6
Etapas do processo de planejamento
Fonte Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
59
Para Wildavsky (apud Giacamoni 2007 p 211) o principal fator determinante
do tamanho e do conteuacutedo do orccedilamento de um determinado ano seria o
orccedilamento do ano imediatamente anterior Com isso existiria pouca
flexibilidade na elaboraccedilatildeo de cada novo orccedilamento Logo decisotildees tomadas
haacute bastante tempo natildeo modificaacuteveis em determinado momento e tenderiam a
se perpetuar
A esta visatildeo dar-se o nome de ldquoincrementalrdquo Nela ocorre efetivamente uma
repeticcedilatildeo sucessiva dos orccedilamentos somente com certo incremento mas com
a maior parte dos programas vindos do exerciacutecio anterior
Seguindo a linha de pensamento de Wildavsky pode-se dizer que o PPA
instituiacutedo pela CF de 1988 no Brasil seguiu de certa forma a linha do
incrementalismo Pois estabelece que em seu conteuacutedo que deve conter
despesas de capital outras delas decorrentes e despesas de caraacuteter
continuado Previa-se portanto que os programas e accedilotildees jaacute existentes e que
natildeo eram discricionaacuterios do governo deveriam constar no PPA e
consequumlentemente na LOA
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
A definiccedilatildeo de despesas com pessoal estaacute contida no art 18 da LRF como o
somatoacuterio dos gastos com os ativos os inativos e os pensionistas os
relativos a mandatos eletivos cargos funccedilotildees ou empregos civis e de
membros do Poder Executivo e do Poder Legislat ivo com quaisquer
espeacutecies remuneratoacuterias tais como vencimentos e vantagens fixas e
variaacuteveis subsiacutedios proventos da aposentadoria reformas e pensotildees
inclusive adicionais gratificaccedilotildees horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza bem como encargos sociais e contribuiccedilotildees recolhidas
pelo municiacutepio agraves entidades de previdecircncia
60
Aleacutem disso a LRF fixa o limite para a despesa total com pessoal nos
Municiacutepios em 60 (sessenta por cento) da Receita Corrente Liacutequida Desta
porcentagem 6 para o Legislativo e 54 para o Executivo Neste uacuteltimo
deve-ser considerar suas respectivas administraccedilotildees indiretas cuja
composiccedilatildeo se encontra estabelecida no art 2ordm IV aliacutenea c e nos seus
paraacutegrafos 1ordm e 2ordm e eacute demonstrada no quadro a seguir
QUADRO 7
Composiccedilatildeo da RCL
Receitas Correntes (+) Tributaacuterias (+) de Contribuiccedilotildees (+) Patrimoniais (+) Industriais (+) Agropecuaacuterias (+) de Serviccedilos (+) Transferecircncias Correntes (+) Outras Receitas Correntes Subtotal 1 ( ndash ) Contribuiccedilotildees Previdenciaacuterias ( ndash ) Receitas de Compensaccedilatildeo Financeira Receita Corrente Liacutequida Fonte Elaborado pelo Autor
Para apuraccedilatildeo da RCL e dos gastos com pessoal considera-se pela lei o
periacuteodo entre o mecircs de apuraccedilatildeo e os 11 meses anteriores A apuraccedilatildeo das
despesas com pessoal deve-se considerar entatildeo um periacuteodo de 12
meses com algumas deduccedilotildees tais como
bull indenizaccedilatildeo por demissatildeo de servidores ou empregados
bull incentivos agrave demissatildeo voluntaacuteria
bull despesas decorrentes de decisatildeo judicial cuja competecircncia seja de
periacuteodo imediatamente anterior a 11 meses ao da apuraccedilatildeo
bull despesas com inativos ainda que por intermeacutedio de fundo especiacutefico
custeado por recursos provenientes da arrecadaccedilatildeo de contribuiccedilotildees dos
segurados
bull compensaccedilatildeo financeira entre fundos de previdecircncia e das demais
61
receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade inclusive
o produto da alienaccedilatildeo de bens direitos e ativos bem como seu superaacutevit
financeiro
A LRF estabeleceu ainda um limite prudencial de 95 (noventa e cinco por
cento) do limite estabelecido para cada poder A apuraccedilatildeo deveraacute ser
realizada a cada quadrimestre do exerciacutecio sujeitando-se o municiacutepio a
restabelecer os limites ultrapassados nos dois quadrimestres seguintes Caso
natildeo cumpra tal dispositivo o municiacutepio poderaacute deixar de receber as
transferecircncias voluntaacuterias de obter garantias e natildeo poderaacute contratar
operaccedilotildees de creacutedito
O estabelecimento de limites para o endividamento puacuteblico foi um dos pontos
especiais da LRF A diacutevida limita a accedilatildeo governamental na execuccedilatildeo de
serviccedilos puacuteblicos e seu crescimento desordenado e ilimitado compromete
aleacutem da execuccedilatildeo de obras de infra-estrutura programas finaliacutesticos dos
governos nacionais e sub-nacionais despesas com pessoal e despesas para
manutenccedilatildeo da maacutequina puacuteblica
Em seu artigo 29 a LRF considera diacutevida puacuteblica consolidada ou fundada o
montante total apurada sem duplicidade das obrigaccedilotildees financeiras do ente
da Federaccedilatildeo assumidas em virtude de leis contratos convecircnios ou tratados
e da realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de creacutedito para amortizaccedilatildeo em prazo superior a
doze meses
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 187) na conceituaccedilatildeo do art 29 diacutevida
fundada ou consolidada proveacutem da contrataccedilatildeo de empreacutestimos ou
financiamentos com prazo de pagamento superior a doze meses A proacutepria
LRF contudo no paraacutegrafo 3ordm jaacute excepciona tal regra satildeo as operaccedilotildees de
prazo inferior a doze meses que passam a compor essa espeacutecie de
endividamento
62
A apuraccedilatildeo quadrimestral da diacutevida consolidada seraacute demonstrada no RGF
considerando-se a diacutevida da administraccedilatildeo direta e indireta conforme
determinaccedilatildeo do artigo 50 da LRF
A LRF natildeo definiu limites para o endividamento puacuteblico ficando para
regulamentaccedilatildeo do Senado Federal que definiu por meio da Resoluccedilatildeo nordm 40
de 2001 a diacutevida consolidada liacutequida Conforme o seu art 1ordm sect 1ordm V a
diacutevida consolidada liacutequida eacute a diacutevida puacuteblica consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa as aplicaccedilotildees financeiras e os demais haveres
financeiros
Ainda na Resoluccedilatildeo 40 em seu art 3ordm II a diacutevida consolidada liacutequida dos
Municiacutepios ao final do deacutecimo quinto exerciacutecio financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicaccedilatildeo da Resoluccedilatildeo natildeo poderaacute exceder a
12 (um inteiro e dois deacutecimos) vezes a receita corrente liacutequida
Para a amortizaccedilatildeo de diacutevidas tambeacutem existe um limite anual definido pelo
Senado Federal em sua Resoluccedilatildeo nordm 432001 art 7ordm II Esta legislaccedilatildeo
define que o comprometimento anual com amortizaccedilotildees juros e demais
encargos da diacutevida consolidada inclusive relativos a valores a desembolsar
de operaccedilotildees de creacutedito jaacute contratadas e a contratar natildeo poderaacute exceder a
115 (onze inteiros e cinco deacutecimos por cento) da receita corrente liacutequida
Ainda por meio da mesma Resoluccedilatildeo com alteraccedilotildees trazidas pela Resoluccedilatildeo
nordm 052002 dispocircs-se sobre os limites globais para o montante da diacutevida
puacuteblica consolidada e da diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria A Resoluccedilatildeo nordm 43 de
21 de dezembro de 2001 com alteraccedilotildees na Resoluccedilatildeo nordm 032002 definiu
limites por ocasiatildeo da execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Com a instituiccedilatildeo da LRF a administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal
passou a ter maior atenccedilatildeo em suas accedilotildees Consta em seu art 1ordm sect 1ordm que
63
A responsabilidade na gestatildeo fiscal pressupotildee a accedilatildeo planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediecircncia a limites e condiccedilotildees no que tange a renuacutencia de receita geraccedilatildeo de despesas com pessoal da seguridade social e outras diacutevidas consolidada e mobiliaacuteria operaccedilotildees de creacutedito inclusive por antecipaccedilatildeo de receita concessatildeo de garantia e inscriccedilatildeo em Restos a Pagar (grifo nosso)
O princiacutepio da transparecircncia na LRF brasileira como jaacute mencionado foi um dos
pontos tambeacutem trabalhados na LRF da Nova Zelacircndia A principal intenccedilatildeo
destes eacute o fortalecimento do controle social aumentando a pressatildeo para que o
gestor puacuteblico fique mais atento na conduccedilatildeo de seus atos O gestor tambeacutem
com a divulgaccedilatildeo de suas contas com a realizaccedilatildeo de audiecircncias ganha
politicamente quando tende a aproximar-se da populaccedilatildeo
O artigo que trabalhou o fundamento da transparecircncia eacute o 48 da LRF
conforme se segue
Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) o controle social do eraacuterio eacute
fundamento baacutesico da LRF que para tanto estabelece intensa agenda de
debate popular e de publicidade das contas dentre elas realizaccedilatildeo de
audiecircncias puacuteblicas com objetivo de debater a construccedilatildeo do PPA LDO e LOA
e verificar o cumprimento das metas orccedilamentaacuterias e patrimoniais
disponibilizaccedilatildeo das contas municipais durante todo o ano natildeo mais sessenta
dias como previsto anteriormente pela CF de 1988 Aleacutem disso o ministeacuterio
puacuteblico deve divulgar os nomes dos Municiacutepios que ultrapassaram os limites
determinados para a diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria No mesmo artigo 48 tambeacutem haacute
determinaccedilatildeo expressa para ampla divulgaccedilatildeo dos orccedilamentos balanccedilos e
pareceres dos tribunais de contas sobre o julgamento dos gestores do dinheiro
puacuteblico
64
Todos os dispositivos satildeo essenciais para a gestatildeo fiscal responsaacutevel Cabe ao
gestor incentivar a participaccedilatildeo popular articulando com a sociedade
organizada e orientando o exerciacutecio da cidadania e a evoluccedilatildeo do controle
social
A transparecircncia foi citada no artigo 52 da mesma disciplina legal constando
que ldquoO relatoacuterio a que se refere o sect 3o do art 165 da Constituiccedilatildeo abrangeraacute
todos os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico seraacute publicado ateacute trinta dias apoacutes o
encerramento de cada bimestrerdquo
As prestaccedilotildees de contas anteriores a LRF eram encaminhadas anualmente
Por mais avanccedilados e especializados que fossem os Tribunais de contas natildeo
seria possiacutevel por exemplo uma accedilatildeo em tempo necessaacuterio para correccedilatildeo dos
rumos da administraccedilatildeo evitando deacuteficits e diacutevidas para o patrimocircnio puacuteblico
A veiculaccedilatildeo das informaccedilotildees fiscais publicadas nas dependecircncias das
entidades puacuteblicas e em meio magneacutetico trinta dias apoacutes o encerramento de
cada bimestre torna mais transparente a gestatildeo puacuteblica bem como possibilita
uma accedilatildeo em tempo real pela sociedade e pelos oacutergatildeos de controle interno e
externo
Informaccedilotildees importantes e novos conceitos foram trabalhados para que a
transparecircncia seja possiacutevel No artigo 53 do mesmo diploma legal trata de
informaccedilotildees que acompanharatildeo os relatoacuterios resumidos da execuccedilatildeo
orccedilamentaacuteria Satildeo elas apuraccedilatildeo da RCL receitas e despesas previdenciaacuterias
quando cabiacuteveis resultado nominal e primaacuterio despesas com juros restos a
pagar projeccedilotildees atuariais dos regimes de previdecircncia social geral e proacuteprio
dos servidores puacuteblicos variaccedilatildeo patrimonial evidenciando a alienaccedilatildeo de
ativos e a aplicaccedilatildeo dos recursos dela decorrentes da limitaccedilatildeo de empenhos
e da frustraccedilatildeo de receitas especificando as medidas de combate agrave sonegaccedilatildeo
e agrave evasatildeo fiscal adotadas e a adotar e as accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e cobranccedila
65
A LRF trabalhou juntamente com a transparecircncia o fortalecimento do controle
determinando responsabilidades pelas informaccedilotildees do relatoacuterio de gestatildeo
fiscal No artigo 20 trata das responsabilidades do presidente e demais
membros da mesa diretora dos Legislativos ou oacutergatildeo decisoacuterio equivalente
Nos regimentos internos destes oacutergatildeos devem constar as responsabilidades
do presidente e de demais membros da mesa diretora Nos oacutergatildeos do Poder
Judiciaacuterio no ministeacuterio puacuteblico da Uniatildeo e dos Estados da mesma forma
Aleacutem disso traz a responsabilizaccedilatildeo pelas informaccedilotildees dos responsaacuteveis pela
administraccedilatildeo financeira e pelo controle interno Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 275) de quatro em quatro meses a
Prefeitura e a Cacircmara de Vereadores cada uma emitiraacute o segundo relatoacuterio de
verificaccedilatildeo orccedilamentaacuteria agrave luz da LRF o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal ndash RGF Haacute
o RGF do Poder Executivo assinado pelo Prefeito Secretaacuterio ou Diretor de
Financcedilas e tambeacutem por quem responde pelo controle interno De igual modo
haacute o RGF do Poder Legislativo chancelado por toda a Mesa Diretora da
Cacircmara dos Vereadores pelo responsaacutevel financeiro e ainda pelo servidor
que titulariza o controle interno
Apoacutes tratado sobre o planejamento e os pontos estrateacutegicos da LRF
realizaremos um estudo o sobre a gestatildeo do orccedilamento puacuteblico
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
231 Introduccedilatildeo
A Lei de Responsabilidade Fiscal dentre as diversas contribuiccedilotildees para as
financcedilas puacuteblicas brasileiras teve seguramente como principal objetivo o
66
ldquoequiliacutebrio das contas puacuteblicasrdquo consagrado como princiacutepio por diversos
doutrinadores
Na elaboraccedilatildeo dos trecircs mais importantes instrumentos de planejamento PPA
LDO e a LOA os Municiacutepios e os outros entes federados buscam o equiliacutebrio
entre receitas e despesas fundamentados em princiacutepios contidos na Lei
Federal 4320 de 1964 e reafirmados pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Embora esses trecircs instrumentos de planejamento mencionados sejam de
fundamental importacircncia natildeo haacute garantias de equiliacutebrio financeiro por mais
eficientes que sejam os departamentos ou teacutecnicos orccedilamentistas As
estimativas das receitas e a fixaccedilatildeo das despesas satildeo projetadas para um
exerciacutecio inteiro A LRF para tentar conciliar a autorizaccedilatildeo prevista na LOA
com a efetiva execuccedilatildeo do orccedilamento anual instituiu a programaccedilatildeo
financeira cronograma mensal de desembolso metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo e cotas Analisaremos detalhadamente cada um destes itens
instituiacutedos pela LRF
232 Programaccedilatildeo Financeira
Natildeo podemos afirmar que em nenhum Municiacutepio exista uma regularidade nas
entradas das receitas por mais precisa que seja a previsatildeo pois receitas como
o IPTU12 o IPVA13 e o ICMS14 tem ocorrecircncia maior no inicio do exerciacutecio
Por isso antes que se inicie a execuccedilatildeo do orccedilamento ou seja do
planejamento traccedilado eacute preciso que o gestor tome iniciativa de traccedilar planos
orccedilamentaacuterios e financeiros mais detalhados abrangendo espaccedilos menores de
tempo que possibilitem uma adequaccedilatildeo temporal e financeira compatiacutevel com
as despesas a serem executadas
12 Imposto Predial e Territorial Urbana tributo municipal instituiacutedo pelo Constituiccedilatildeo Federal de 1988 13 Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotivos 14 Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
67
A programaccedilatildeo financeira foi inserida na gestatildeo do orccedilamento municipal por
meio do Art 8ordm da Lei de Responsabilidade Fiscal descrito a seguir
Art 8ordm Ateacute trinta dias apoacutes a publicaccedilatildeo dos orccedilamentos nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e observando o disposto na aliacutenea c do inciso I do artigo 4ordm o Poder Executivo estabeleceraacute a programaccedilatildeo financeira e o cronograma de execuccedilatildeo mensal de desembolso Paraacutegrafo Uacutenico Os recursos legalmente vinculados agrave finalidade especiacutefica seratildeo utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculaccedilatildeo ainda que em exerciacutecio diverso daquele em que ocorrer o ingresso
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) este dispositivo visa a ajustar os
compromissos do governo agrave efetiva existecircncia de numeraacuterios e a evitar
insuficiecircncias de tesouraria Dessa forma eacute que empreacutestimos de curto prazo e
operaccedilatildeo de creacutedito por antecipaccedilatildeo da receita orccedilamentaacuteria (ARO) poderatildeo
ser evitadas Este dispositivo serve ainda para compatibilizar as entradas das
receitas com a execuccedilatildeo das despesas especialmente as de caraacuteter
discricionaacuterio do governo
Para o autor ocorre uma controveacutersia entre este dispositivo e o artigo 47 da Lei
Federal 4320 que estabelecia uma programaccedilatildeo financeira trimestral No
entanto prevalece o dispositivo mais recente Assim a planificaccedilatildeo financeira
passa vigorar mensalmente
Considerando que anterior a LRF existiam percentuais mais elevados de
deacuteficitrsquos financeiros com maacute aplicaccedilatildeo do disposto na Lei Federal 4320 a
utilizaccedilatildeo eficiente de um controle mensal tornou-se necessaacuteria Importante
mencionar que nesta programaccedilatildeo devem ser considerados todos os creacuteditos
os iniciais fixados os demais que venham ocorrer como suplementares
especiais e extraordinaacuterios e ainda os restos a pagar dos exerciacutecios anteriores
porventura existentes
Os recursos carimbados ou vinculados conforme citado no artigo acima
devem ter sua utilizaccedilatildeo exclusivamente direcionadas para seus fins
68
acordados caso ocorram sobras elas poderatildeo ser utilizadas em exerciacutecio
adverso desde que atenda ao estabelecido em instrumento inicial
Podemos dizer que estes recursos satildeo pequenos orccedilamentos dentro do
orccedilamento geral do Municiacutepio Eles devem obedecer a um equiliacutebrio particular
evitando sobras utilizaccedilatildeo indevida devoluccedilatildeo de recursos e
consequumlentemente evitando aplicaccedilatildeo de penalidades pelos oacutergatildeos de
fiscalizaccedilatildeo externa e pelo ministeacuterio puacuteblico
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 74) os saldos financeiros remanescentes
continuam pertencendo ao ente Por isso eacute que poderiam mesmo ter sua
utilizaccedilatildeo em exerciacutecio adverso ao seu ingresso
A LRF contribuiu para a aplicaccedilatildeo e controle das financcedilas Para isso instituiu
normas que sua aplicaccedilatildeo efetiva pelas entidades depende de iniciativa para
sua regulamentaccedilatildeo A Uniatildeo sujeita agraves normas regulamentou por meio do
anexo VI da Portaria interministerial MFMP Nordm 125 de 19 de maio de 2006 sua
programaccedilatildeo financeira para 2006 conforme tabela a seguir
69
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira
ANEXO VI DA PORTARIA INTERMINISTERIAL MFMP Nordm 125 DE 19 DE MAIO DE 2006
VALORES AUTORIZADOS PARA PAGAMENTO RELATIVOS A DOTACcedilOtildeES CONSTANTES
DA LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA PARA 2006 E AOS RESTOS A PAGAR DE 2005 Data de atualizaccedilatildeo 09012007 R$ Mil
ATEacute MAI ATEacute JUN ATEacute JUL ATEacute AGO ATEacute SET ATEacute OUT ATEacute NOV ATEacute DEZ OacuteRGAtildeOS EOU UNIDADES ORCcedilAMENTAacuteRIAS
20101 PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 295802
349209
452616
506022
550988
595953
691918
810026
20102 GAB DA VICE-PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 998
1198
1398
1698
1868
2037
2721
2890
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIAtildeO 39814
45524
51234
60345
67704
75063
79922
94781
22000 MIN DA AGRIC PEC E ABASTECIMENTO 238546
354485
400424
460563
526646
589462
674777
874179
24000 MIN DA CIEcircNCIA E TECNOLOGIA 616141
788828
954130
1198017
1312077
1449359
1695323
2234942
25000 MIN DA FAZENDA 461494
607980
760465
1052064
1306841
1372881
1458411
1589215
26000 MIN DA EDUCACcedilAtildeO 2431224
3091435
3528998
4166209
4865611
5568436
6271262
7064088
28000 MIN DO DESENV IND E COMEacuteRCIO EXTERIOR 90763
99587
125231
134555
152459
159337
166214
214091
30000 MIN DA JUSTICcedilA 456383
541391
653548
765704
862253
958802
1055351
1231900
32000 MIN DE MINAS E ENERGIA 85465
114630
143796
186053
210688
258607
306525
379444
33000 MIN DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL 299527
457649
539558
625468
711378
797288
883197
969107
35000 MIN DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES 347097
377226
407355
467485
520419
633354
716289
885223
70
36000 MIN DA SAUacuteDE 13050504
15924886
18815009
21705132
24482919
27260706
30038492
34588170
38000 MIN DO TRABALHO E EMPREGO 161118
181567
251612
341578
364691
387805
410918
452031
39000 MIN DOS TRANSPORTES 668160
749053
829946
1077339
1286381
1602422
1671464
2335793
41000 MIN DAS COMUNICACcedilOtildeES 122628
142098
161667
190557
220868
264603
308338
363472
42000 MIN DA CULTURA 155156
182753
213850
257547
278457
301566
325476
384885
44000 MIN DO MEIO AMBIENTE 115444
158213
193482
243551
271981
301461
329891
403421
47000 MIN DO PLANEJ ORCcedilAMENTO E GESTAtildeO 144840
168562
207104
238386
281455
309915
368376
443436
49000 MIN DO DESENVOLVIMENTO AGRAacuteRIO 285471
723196
934922
1036647
1112176
1406829
1706481
2012818
51000 MIN DO ESPORTE 106895
181039
217283
244027
260430
325044
388858
507842
52000 MIN DA DEFESA 784728
1042536
1215345
1520953
1989733
2341660
2696194
3687152
53000 MIN DA INTEGRACcedilAtildeO NACIONAL 352210
382066
495608
580249
693417
778159
841451
1077819
54000 MIN DO TURISMO 108586
198430
278459
333388
346698
402446
466194
700142
55000 MIN DO DESENV SOCIAL E COMB Agrave FOME 478367
705610
932852
1160095
1369197
1852448
2335700
2736782
56000 MIN DAS CIDADES 202042
299230
412819
440908
452024
485141
531557
1003796
71000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIAtildeO 96894
153836
167777
209719
249063
288408
327752
366096
73101 RECURSOS SOB SUPERV DO MIN DA FAZENDA 39869
43845
47820
52496
56272
60049
63825
67601
74000 OPERACcedilOtildeES OFICIAIS DE CREacuteDITO 34330
37521
40713
53740
53740
53740
53740
78740
TOTAL GERAL 22270494 28103583 33435022 39310495 44858433 50882980 56866619 67559884
Fonte httpwwwtesourofazendagovbrprogramacao_financeira horaacuterio 2200 do dia 040208
71
Na Uniatildeo segundo Giacomoni (2007 p 318) a principal norma
disciplinadora eacute o Decreto-lei ndeg 20067 que define a programaccedilatildeo
financeira de desembolso como instrumento baacutesico do planejamento
Especificamente os artigos 17 e 72 a seguir descritos
Art 17 Para ajustar o ritmo de execuccedilatildeo do orccedilamento-programa ao fluxo provaacutevel de recursos o Ministeacuterio do Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral e o Ministeacuterio da Fazenda elaboraratildeo em conjunto a programaccedilatildeo financeira de desembolso de modo a assegurar a liberaccedilatildeo automaacutetica e oportuna dos recursos necessaacuterios agrave execuccedilatildeo dos programas anuais de trabalhatildeordquo e ldquoArt 72 Com base na lei orccedilamentaacuteria creacuteditos adicionais e seus atos complementares o oacutergatildeo central da programaccedilatildeo financeira fixaraacute as cotas e prazos de utilizaccedilatildeo de recursos pelos oacutergatildeos da Presidecircncia da Repuacuteblica pelos ministeacuterios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciaacuterio para atender agrave movimentaccedilatildeo dos creacuteditos orccedilamentaacuterios
Na Uniatildeo os artigos do referido decreto que tratam de programaccedilatildeo
financeira satildeo inseridos a cada exerciacutecios financeiro da LDO
disciplinando a execuccedilatildeo financeira
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do orccedilamento geralmente eacute dado atenccedilatildeo especial
para realizaccedilatildeo da despesa A LRF inovou e dedicou artigos importantes para
as receitas puacuteblicas esquecidas especialmente pelos Municiacutepios A praacutetica de
calcular as despesas e apoacutes equilibraacute-las sem criteacuterio com a receita natildeo se
admite mais
O artigo 12 jaacute trabalha regras para o processo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria como se segue
Art 12 As previsotildees de receita observaratildeo as normas teacutecnicas e legais consideraratildeo os efeitos das alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo da variaccedilatildeo do iacutendice de preccedilos do crescimento econocircmico ou de qualquer outro fator relevante e seratildeo acompanhadas de
72
demonstrativo de sua evoluccedilatildeo nos uacuteltimos trecircs anos da projeccedilatildeo para os dois seguintes agravequele a que se referirem e da metodologia de caacutelculo e premissas utilizadasrdquo
Dessa forma estaria no miacutenimo qualquer dos entes federados ao superestimar
a receita desobedecendo ao princiacutepio da legalidade expressamente definido
no artigo 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal
A execuccedilatildeo do orccedilamento foi regulamentada pelo artigo 13 d LRF abaixo
transcrito
Art 13 No prazo previsto no art 8o as receitas previstas seratildeo desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo com a especificaccedilatildeo em separado quando cabiacutevel das medidas de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos tributaacuterios passiacuteveis de cobranccedila administrativa (grifo nosso)
Ateacute 30 dias apoacutes a publicaccedilatildeo da LOA eacute necessaacuterio que o municiacutepio aleacutem de
elaborar programaccedilatildeo financeira estabelecida no artigo 8ordm providencie o
desdobramento das receitas estimadas anualmente em metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
Poreacutem o entendimento da doutrina eacute que para se chegar em metas bimestrais
conforme previsto na lei seria necessaacuterio o desdobramento inicialmente em
metas mensais A forma mais apropriada para a construccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira mensal estaacute conforme estabelecida no artigo 8ordm Ressalta-se que
como todo planejamento a receita tambeacutem tem inconstacircncias e uma revisatildeo
perioacutedica seria apropriada para natildeo afetar as metas estabelecidas
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 98) o detalhamento bimestral aleacutem do
mais fundamenta-se no comportamento oscilante natildeo linear em decorrecircncia
do IPTU pago a vista da transferecircncia de 50 do IPVA e de um ICMS
alentado pelas vendas de fim de ano A receita municipal ingressa com mais
vigor no iniacutecio do exerciacutecio depois flutua em virtude do niacutevel da atividade
73
econocircmica seja ela local regional ou nacional Por isso o orccedilamentista se
basearaacute na execuccedilatildeo ocorrida em exerciacutecios preteacuteritos
Em seguir apresenta-se tabela demonstrando as metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
74
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO MUNICIacutePIO OacuteRGAcircO BIMESTRE META DE ARRECADACcedilAtildeO RECEITA ARRECADA DIFERENCcedilA1ordm 2ordm 3ordm 4ordm 5ordm 6ordm TOTAL Observaccedilotildees ndash Medidas adotadas quando cabiacuteveis de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos passiacuteveis de cobranccedila administrativa ____________________________________ __________________________________ ____________________________________ ORDENADOR CONTADOR CONTROLE INTERNO
Fonte TCEMG - Adaptaccedilatildeo do Autor
75
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
Eacute comum que leis e atos instituiacutedos nos Municiacutepios natildeo sejam obedecidos
pelas unidades orccedilamentaacuterias e pelas entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta O caminho para garantir que seja cumprida a programaccedilatildeo financeira
especialmente para os que ainda insistem em elaborar leis orccedilamentaacuterias com
receitas superestimadas eacute a instituiccedilatildeo de cotas financeiras
Para corrigir possiacuteveis falhas de planejamento eacute necessaacuterio que durante a sua
execuccedilatildeo sejam corrigidas as distorccedilotildees Assim sendo a soluccedilatildeo eacute promover a
limitaccedilatildeo de gastos durante a execuccedilatildeo do orccedilamento por meio das cotas
levando-se em consideraccedilatildeo a receita efetivamente arrecadada e natildeo o
montante do orccedilamento autorizado pelo Legislativo
Os artigos 47 e 48 da Lei Federal 4320 de 1964 como transcritos a seguir jaacute
tratavam deste tema
Art 47 Imediatamente apoacutes a promulgaccedilatildeo da Lei de Orccedilamento e com base nos limites nela fixados o Poder Executivo aprovaraacute um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orccedilamentaacuteria fica autorizada a utilizar Art 48 A fixaccedilatildeo das cotas a que se refere o artigo anterior atenderaacute aos seguintes objetivos a) assegurar agraves unidades orccedilamentaacuterias em tempo uacutetil a soma de recursos necessaacuterios e suficientes agrave melhor execuccedilatildeo do seu programa anual de trabalho b) manter durante o exerciacutecio na medida do possiacutevel o equiliacutebrio entre a receita arrecada e a despesa realizada de modo a reduzir ao miacutenimo eventuais insuficiecircncias de tesouraria (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) o art 8ordm da LRF natildeo contradiz o
dispositivo mencionado pois a programaccedilatildeo financeira poderaacute continuar
trimestral e as regras para o desembolso ficariam mensais
Tal medida serve para ldquodosarrdquo a execuccedilatildeo da despesa e o instrumento que
permite isto satildeo as cotas A cota limita a execuccedilatildeo do orccedilamento pois embora
76
exista um valor previsto para o exerciacutecio este natildeo pode ser executado de uma
uacutenica vez e aleacutem disso depende da realizaccedilatildeo das receitas
Eacute importante que a distribuiccedilatildeo seja de acordo com as necessidades de cada
unidade orccedilamentaacuteria ou gestora da entidade Deve-se levar em consideraccedilatildeo
as receitas vinculadas e obedecer a criteacuterios miacutenimos como por grupo de
despesa conforme classificaccedilatildeo da portaria 42 da STN
As cotas financeiras aleacutem de atender ao planejamento do cronograma de
desembolso previsto auxiliam o gestor principalmente no uacuteltimo ano de
mandato no controle da disponibilidade de caixa atraveacutes de um fluxo de caixa
para atendimento do disposto no artigo 42 conforme descrito a seguir
Art 42 Eacute vedado ao titular de Poder ou oacutergatildeo referido no art 20 nos uacuteltimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigaccedilatildeo de despesa que natildeo possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenha parcelas a serem pagas no exerciacutecio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito Paraacutegrafo uacutenico Na determinaccedilatildeo da disponibilidade de caixa seratildeo considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar ateacute o final do exerciacutecio
As cotas podem auxiliar tambeacutem no cumprimento das metas de resultado
primaacuterio e nominal caso as metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo natildeo atinjam
niacuteveis necessaacuterios
Eacute importante destacar que a cota eacute um instrumento que flexibiliza a gestatildeo
considerando que para sua construccedilatildeo deve haver participaccedilatildeo ativa de todos
os ordenadores de despesa
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
Para a construccedilatildeo do conceito de fluxo de caixa seguimos um passo
importante que foi o entendimento de conceitos fundamentais como metas de
77
arrecadaccedilatildeo programaccedilatildeo financeira e cotas Como vimos sugere-se que
haja em primeiro lugar o estabelecimento das metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo ou mensais que daratildeo suporte para elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira que por sua vez daraacute sustentaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das cotas
Eacute necessaacuterio que haja uma integraccedilatildeo de todos os departamentos da entidade
puacuteblica municipal seja ela do Executivo ou Legislativo da administraccedilatildeo direta
ou indireta para que as ferramentas proporcionem uma autonomia monitorada
Trabalhar com o cronograma de cota proporcionaraacute agraves unidades
administrativas a autonomia para trabalharem dentro de limites
preestabelecidos Assim tambeacutem cada despesa precisa de informaccedilotildees que a
classifiquem no cronograma de desembolso
O cronograma de Desembolso por cota (das despesas orccedilamentaacuterias) do
Executivo pode ser elaborado conforme a expectativa de disponibilidade de
caixa da entidade ou seja descontando os compromissos jaacute tidos como certos
como por exemplo transferecircncias para o Legislativo transferecircncias financeiras
para Fundos Especiais e restos a pagar
Com o controle de cotas torna-se evidente o alcance ou permanecircncia do
equiliacutebrio fiscal tendo em vista que existiraacute a informaccedilatildeo para que a medida
seja tomada ou natildeo quanto agrave realizaccedilatildeo da despesa
Isso natildeo implica que os desembolsos sejam iguais agraves cotas Eles podem ser
inferiores com o objetivo de economizar para um periacuteodo seguinte Esses
valores tambeacutem poderatildeo ser alterados para mais conforme a necessidade da
unidade orccedilamentaacuteria desde seja negociado com o gestor das cotas e demais
unidades envolvidas na mudanccedila
Ao assumir um compromisso torna-se imprescindiacutevel contemplar informaccedilatildeo
que defina a previsatildeo de pagamento das parcelas dos contratos
especialmente os de natureza continuada e os demais ou outro instrumento
78
que venha substituiacute-lo
O pagamento de cada compromisso no respectivo mecircs estaraacute limitado ao saldo
disponibilizado no Cronograma de Desembolso por cota
O fluxo de caixa aliado ao cronograma de desembolso deve observar os
limites legais de aplicaccedilatildeo dos recursos vinculados a gastos tais como ensino
sauacutede entre outros e por outro lado garantir o cumprimento de despesas com
pessoal e de outras jaacute compromissadas
Conforme Aguilar e outros (2004 p 23) eacute necessaacuterio um instrumento de
gestatildeo que demonstre o reflexo das decisotildees governamentais no equiliacutebrio das
contas ao longo do tempo no momento em que o mesmo eacute cogitado
Mesmo a lei natildeo tendo de forma explicita mencionado o termo ldquoFluxo de
Caixardquo seja projetado ou realizado ela deixa claro a intenccedilatildeo em seu objetivo
principal o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Os instrumentos mencionados ndash
metas bimestrais e cronograma mensal de desembolso satildeo insuficientes para
demonstrar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Eles natildeo tratam de detalhes como
por exemplo os saldos financeiros das contas bancaacuterias anteriores e
posteriores e somente levam em consideraccedilatildeo a competecircncia do exerciacutecio
financeiro em execuccedilatildeo Daiacute a importacircncia da implementaccedilatildeo do fluxo de
caixa
E para reafirmar a necessidade de um fluxo de caixa a LRF instituiu a limitaccedilatildeo
de empenho da despesa quando comprovado o natildeo-cumprimento de metas de
resultado primaacuterio e nominal O controle de fluxo de caixa previsto pode
colaborar na tomada de decisatildeo de limitaccedilatildeo de empenho quando apresenta
resultado insatisfatoacuterio
Art 9o Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos
79
montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Neste instrumento de planejamento financeiro devem ser levadas em
consideraccedilatildeo as despesas mensais fixas ou de caraacuteter continuado tais como
contratos folha de pagamento encargos sociais serviccedilos puacuteblicos de telefone
energia eleacutetrica e aacutegua juros e encargos da diacutevida transferecircncias financeiras a
entidades entre outras O ldquofluxo de caixa previstordquo atende bem a esta
demanda por ser um recurso muito divulgado que demonstra o
comportamento financeiro futuro tanto em longo quanto em curto prazo
Geralmente o ldquofluxo de caixardquo eacute um dispositivo utilizado na iniciativa privada e
na administraccedilatildeo puacuteblica Satildeo raras ou inexistentes as publicaccedilotildees na aacuterea
puacuteblica sobre como elaboraacute-lo e utilizaacute-lo de forma integrada aos diplomas
legais e ao processo decisoacuterio
Observa-se que a maioria dos instrumentos de gestatildeo eacute pouco utilizada e
quando utilizada depende de normas legais especiacuteficas e riacutegidas
Na anaacutelise da funccedilatildeo econocircmica-financeira deve-se procurar responder questotildees relativas a qual a composiccedilatildeo da receita E das despesas O grau de endividamento os indicadores de liquidez indicadores de rentabilidade sistema de planejamento e controle financeiro sistema de contabilidade e folha de pagamento relacionamento com bancos (Monteiro 1997 p 66)
Os Municiacutepios satildeo obrigados a aplicar um limite miacutenimo dos recursos recebidos
de impostos e transferecircncias constitucionais em educaccedilatildeo e sauacutede Isso deve
ser considerado na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa Em geral administram-se
muitos recursos vinculados a uma finalidade especiacutefica sendo vedado o seu
uso para fins diversos A LRF em seu art 50 I determina que ldquoa
disponibilidade de caixa constaraacute de registro proacuteprio de modo que os recursos
vinculados a oacutergatildeo fundo ou despesa obrigatoacuteria fiquem identificados e
escriturados de forma individualizadardquo O fluxo de caixa deve ser adequado ao
plano de contas da entidade puacuteblica Pode-se vincular os recursos do Ativo
80
Financeiro assim como uma reserva que recomenda-se denominar de
provisatildeo
Na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa eacute imprescindiacutevel o esforccedilo do gestor para
alocar os recursos financeiros aos compromissos assumidos O planejamento e
o controle permitiratildeo que o gestor possa evitar a busca de recursos de
terceiros ou seja os empreacutestimos por meio de antecipaccedilatildeo de receitas
orccedilamentaacuterias ou mesmo financiamentos em longo prazo No proacuteximo capiacutetulo
seraacute tratado da metodologia de pesquisa adotada para esta dissertaccedilatildeo
81
3 METODOLOGIA
31 Estrateacutegia de Pesquisa
Para a pesquisa quanto a sua natureza utilizou-se a qualitativa que segundo
Godoy (1995 p 62) ldquotem como objetivo o estudo e a anaacutelise do mundo
empiacuterico em seu ambiente naturalrdquo
A pesquisa foi realizada em duas etapas sendo a primeira por meio de um
levantamento bibliograacutefico que se constitui segundo Vergara (2000 p 48) em
um estudo sistematizado desenvolvido com base em materiais puacuteblicos tais
como leis livros revistas jornais redes eletrocircnicas
Para a segunda etapa utilizou-se ldquoEstudos de Casordquo como estrateacutegia de
pesquisa que conforme Yin (2001 p 27) eacute uma estrateacutegia escolhida ao se
examinar acontecimentos contemporacircneos mas quando natildeo se podem
manipular comportamentos relevantes
A pesquisa conta ainda com uma variante que eacute conforme Yin (2001 p 33) o
estudo de caso muacuteltiplo tendo em vista que seratildeo investigados quatro
Municiacutepios objetos de nosso estudo
Para maior seguranccedila foi realizado um preacute-teste para avaliar o comportamento
dos entrevistados antes da aplicaccedilatildeo efetiva na amostra escolhida Com isso
poderemos manter a estrateacutegia escolhida ou modificaacute-la em tempo necessaacuterio
No preacute-teste foram entrevistados quatro participantes sendo Secretaacuterio de
planejamento Superintendente de Financcedilas Coordenadora do Fundo
Municipal de Sauacutede e Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo
82
311 Universo e amostra
O universo da pesquisa objeto desta investigaccedilatildeo foi formado por Municiacutepios
mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes
Foram pesquisados Municiacutepios com mais 50000 mil habitantes nos itens
Divida Consolidada gastos com pessoal evoluccedilatildeo de restos a pagar gastos
com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia gastos com
educaccedilatildeo Para mediccedilatildeo comparamos os valores aplicados nos itens
relacionados anteriormente com a Receita Corrente Liacutequida de cada exerciacutecio
os exerciacutecios escolhidos para investigaccedilatildeo foram 1998 a 2006 somente os
valores inscritos em restos a pagar foram comparados com os valores
disponiacuteveis em bancos e caixa
Para esta etapa a amostra utilizada foram 60 Municiacutepios dos 67 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes conforme IBGE e demonstrados no quadro 22
da pesquisa Os 60 utilizados foram os que possuiacuteam todos os dados
necessaacuterios e em conformidade com a proposta da pesquisa
Jaacute para a pesquisa com mais profundidade de detalhes a amostra escolhida
seguiu criteacuterio de importacircncia regional pela localizaccedilatildeo e pela facilidade de
acesso aos Municiacutepios em funccedilatildeo de atividade profissional que para Vergara
(2000 p 50) eacute o tipo de amostra natildeo probabiliacutestica e como criteacuterio de
acessibilidade eacute a que longe de qualquer procedimento estatiacutestico seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles
Foram analisados os Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso conforme dados apresentados no quadro 8 a seguir
83
QUADRO 8
Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para Estudos de Caso Municiacutepio Localizaccedilatildeo Aacuterea em Kmsup2 Populaccedilatildeo
Alfenas Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo de Alfenas
85133 kmsup2 75899
Juiz de Fora Macrorregiatildeo da Mata Microrregiatildeo
de Juiz de Fora
143387 kmsup2 501153
Paraacute de Minas Macrorregiatildeo Central Microrregiatildeo
de Paraacute de Minas
54357 kmsup2 80409
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
81372 kmsup2 64150
Fonte IBGE ndash Adaptaccedilatildeo do Autor
FIGURA 1 - Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo Horizonte Fonte Elaborado pelo autor
84
312 Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada utilizando-se dois instrumentos
complementares anaacutelise documental e entrevistas dirigidas e semi-
estruturadas
As informaccedilotildees para pesquisa dos 60 Municiacutepios foram extraiacutedas do sistema
Financcedilas Brasil (FINBRA) da STN
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 periacuteodo anterior durante e
apoacutes vigecircncia da LRF
Os exerciacutecios escolhidos para anaacutelise em profundidade nos quatro Municiacutepios
ndash 1998 e 2006 ndash representam meados de mandato especificamente o
segundo ano para que nenhuma outra caracteriacutestica peculiar aos outros anos
afetasse resultado O primeiro periacuteodo compreende o mandato de 1997 a 2000
anterior agrave vigecircncia da LRF e o segundo de 2005 a 2008 posterior agrave instituiccedilatildeo
da LRF
A escolha dos entrevistados seguiu criteacuterios de envolvimento no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e que trabalharam na elaboraccedilatildeo e
gestatildeo dos instrumentos de planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro tanto para
o exerciacutecio de 1998 quanto para de 2006
A seguir quadro dos Municiacutepios com cargos aacutereas de atuaccedilatildeo e quantidade
de entrevistas realizadas em cada municiacutepio
85
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de entrevistas
MUNICIacutePIOS ENTREVISTADOS AacuteREA EXERCIacuteCIOS QUANTIDADE
ENTREVISTAS Alfenas Secretaacuterios Municipais
planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede e Assessoria Teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede
Nenhuma
Juiz de Fora Chefe de Orccedilamento e Assessores Teacutecnicos
Planejamento 04
Paraacute de Minas Secretaacuterios Municipais de Planejamento e Assessorias Teacutecnicas
Planejamento 01
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Secretaacuterios Municipais de Planejamento Sauacutede Educaccedilatildeo e assessoria teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo e Sauacutede
1998 e 2006
03
Fonte Elaborado pelo autor
Considerou-se para esta pesquisa o meio eletrocircnico como o mais apropriado
para o encaminhamento das entrevistas Apoacutes encaminhaacute-las confirmou-se
via telefone o recebimento Posteriormente foi efetuada a visita ldquoin locordquo para
fechamento e validaccedilatildeo dos trabalhos
A seguir quadros com especificaccedilatildeo dos blocos para roteiro de levantamento
documental e entrevistas
QUADRO 10
Blocos para levantamento documental
Os levantamentos foram realizados ldquoin locordquo em arquivos ou informaccedilotildees veiculados nos siacutetios dos Municiacutepios do Tribunal de Contas do Estado Secretaria do Tesouro Nacional Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo dentre outros disponiacuteveis O objetivo foi identificar aspectos de ordem teacutecnica que estatildeo estruturados em roteiro para exame a seguir especificado BLOCO I Roteiro para levantamento de dados dos 60 Municiacutepios ndash Despesas com
endividamento pessoal e restos a pagar gastos com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo dos Municiacutepios do Estado de Minas Gerais com mais de 50000 mil habitantes com cruzamento de dados entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
BLOCO II Roteiro para levantamento documental dos quatro Municiacutepios ndash Estrutura do Executivo e Processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria ndash 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo autor
86
QUADRO 11 Blocos para entrevistas
BLOCO I Processo de participaccedilatildeo e construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento
dirigidas aos Secretaacuterios de Planejamento e Financcedilas e Assessores e Teacutecnicos da aacuterea de planejamento trabalhou-se questotildees sobre construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento processo de participaccedilatildeo da sociedade e ciclo de planejamento aplicado
BLOCO II Processo de elaboraccedilatildeo dos Instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios de Sauacutede
BLOCO III Processo de elaboraccedilatildeo dos instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios Municipais de Educaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor
87
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
41 Anaacutelise dos Dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 A avaliaccedilatildeo foi realizada por
meio de dados obtidos de 60 Municiacutepios mineiros em um universo de 67 com
mais de 50000 mil habitantes segundo dados estimados pelo IBGE em 2004
As informaccedilotildees acima foram extraiacutedas do sistema Financcedilas Brasil (FINBRA) da
STN
Todos os iacutendices ou percentuais constantes do quadro 14 a seguir foram
obtidos da comparaccedilatildeo entre os gastos informados no quadro quando
comparados com a RCL dos 60 Municiacutepios pesquisados Estes dados satildeo
consolidados de todos os Municiacutepios e foram comparados a cada exerciacutecio
realizando a evoluccedilatildeo no periacuteodo proposto para esta pesquisa A uacutenica
exceccedilatildeo eacute a despesa com restos a pagar que eacute comparada com a
disponibilidade financeira em bancos e caixa de cada exerciacutecio
A seguir quadro 12 com os sete iacutendices ou percentuais analisados objeto da
anaacutelise mencionada
88
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos
ORDEM INDICADORES EXERCIacuteCIOS
01 PCGP ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal 02 PCGPF ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por
Faixa 03 PEC ndash Percentual de Endividamento Consolidado 04 PRPDF ndash Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade
Financeira de Caixa e Bancos 05 PGSSRCL ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento
x Receita Corrente Liacutequida 06 PGAPRCL ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia e
Previdecircncia x Receita Corrente Liacutequida 07 PGECRCL ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x
Receita Corrente Liacutequida
1998 a 2006
Fonte Elaborado pelo autor
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal (PCGP)
4203 3795 3956 41524842 4902
4572 4563 4342
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evoluccedilatildeo Desp Pessoal
GRAacuteFICO 1 ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP Fonte Elaborado pelo autor
O graacutefico representa o percentual aplicado com pessoal somado os valores dos
60 Municiacutepios a partir de 1998 iniciando com 4203 dentro da faixa entre
40 a 50 com exceccedilatildeo de 1999 e 2000 que esteve na faixa entre 30 a
40 chegando em 2006 com 4342 Verifica-se uma oscilaccedilatildeo durante os
nove anos sendo que se atingiu o miacutenimo de 3795 em 1999 um ano antes
da aprovaccedilatildeo da LRF e a maacutexima de 4902 em 2003 logo dois anos apoacutes a
89
vigecircncia da lei fiscal Nos anos seguintes a esta maacutexima haacute um percebiacutevel e
constante decreacutescimo ateacute 2006
90
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa (PCGPF)
000100020003000400050006000700080009000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
20 a 3536 a 4041 a 4546 acima
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF
TABELA 5 - Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
EVOLUCcedilAtildeO DE GASTOS DE PESSOAL POR FAIXA PERCENTUAL
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 FAIXA QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE
20 a 35 7 1167 8 1333 3 500 6 1000 2 333 1 167 3 500 5 833 4 66736 a 40 2 333 7 1167 6 1000 10 1667 9 1500 4 667 8 1333 5 833 6 100041 a 45 6 1000 10 1667 11 1833 6 1000 10 1667 9 1500 14 2333 18 3000 12 200046 acima 45 7500 35 5833 40 6667 38 6333 39 6500 46 7667 35 5833 32 5333 38 6333
GRAacuteFICO 2 ndash Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
Fonte Elaborado pelo Autor
Fonte Elaborado pelo Autor
91
O PCGPF foi formado pela distribuiccedilatildeo entre os 60 Municiacutepios pesquisados
separando-se por faixa de gastos com pessoal Na primeira faixa 20 a 35
iniciado em 1998 com 7 Municiacutepios representando 1167 da amostra
chegando em 2006 4 representando 667 da amostra A segunda faixa
analisada foi quem gastou entre 36 a 40 tendo iniciado em 1998 com 2
Municiacutepios representando 333 da amostra chegando em 2006 com 6
representando 10 da amostra A terceira faixa analisada eacute quem gastou entre
41 a 45 tendo iniciado em 1998 com 6 representando 10 da amostra
chegando em 2006 com 12 representando 20 da amostra A quarta e uacuteltima
faixa eacute quem gastou acima de 46 tendo iniciado em 1998 com 45
representando 75 da amostra chegando em 2006 com 38 representando
6333 da amostra
Percebi-se que uma oscilaccedilatildeo significativa na menor faixa analisada com uma
diminuiccedilatildeo de Municiacutepios de 7 para 4 Outra faixa que chamou a atenccedilatildeo foi a
quarta quem gastava acima de 46 com uma variaccedilatildeo de 45 para 38
Municiacutepios
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
PERCENTUAL DE ENDIVIDAMENTO PUacuteBLICO (PEC)
1809
2358 21962352
2540 2577
20182228
2561
000
500
1000
1500
2000
2500
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Diacutevida
GRAacuteFICO 3 ndash Percentual de Endividamento Consolidado Fonte Elaborado pelo Autor
92
O PEC iniciou em 1998 com um percentual de 2358 dentro da faixa entre 20
a 25 chegando a 2006 com 1809 passando para a faixa entre 15 a
20 Os dois percentuais estatildeo dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluccedilatildeo 40 do Senador Federal
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e Bancos ndash PRPDF
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira
00020000000000400000000006000000000080000000000
100000000000120000000000140000000000160000000000180000000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Restos a pagarDisponibilidade Financeira
GRAacuteFICO 4 ndash Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 os valores nominais iniciaram com mais de R$ 60000000000
(seiscentos milhotildees de reais) com Restos a Pagar com uma disponibilidade
financeira abaixo de R$ 20000000000 (duzentos milhotildees de reais) Chegou-
se em 2006 com uma situaccedilatildeo inversa com uma Disponibilidade Financeira
acima de R$ 160000000000 (um bilhatildeo e seiscentos milhotildees de reais) e
com restos a pagar inferior a R$ 140000000000 (um bilhatildeo e quatrocentos
milhotildees de reais)
Os nuacutemeros finais representam uma situaccedilatildeo altamente favoraacutevel com um
equiliacutebrio financeiro efetivo mas natildeo podemos deixar que as sobras elevadas
perdurem por um longo tempo no caixa dos governos existem diversas
93
demandas de serviccedilos puacuteblicos o ideal eacute realmente uma igualdade ou uma
sobre menor de recursos
Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira (PRPDF)
8267974994361716316892
27262
5293645050
49609
000
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Indicador de RP 1998 a 2006
GRAacuteFICO 5 ndash Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
O PRPDF iniciou 1998 com percentual de 49609 e chegou em 2006 com
percentual de 8267
O percentual em 2006 eacute altamente favoraacutevel Jaacute o percentual em 1998
representa que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 39609 a
mais do que o disponiacutevel em Bancos e Caixa Os Municiacutepios chegaram em
2006 com uma situaccedilatildeo totalmente inversa e favoraacutevel se eles pagassem tudo
que deviam em restos a pagar sobrariam recursos em bancos e caixa O
indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos a pagar consumiria
somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
94
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente Liacutequida - PGSSRCL
Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL (PGSSRCL)
341433982888 2977 3117 2993
3566 3572
3254
000
1000
2000
3000
4000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL
GRAacuteFICO 6 ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL - PGSSRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGSSRCL natildeo representa um indicador fiscal representa uma medida social
de aplicaccedilatildeo em sauacutede puacuteblica e saneamento tendo iniciado em 1998 com
percentual de 2888 na faixa entre 20 a 30 e chegando em 2006 com
3414 jaacute na faixa entre 30 a 40 o indicador teve ligeira tendecircncia pra cima
no entanto sem variaccedilatildeo consideraacutevel e natildeo afetando o equiliacutebrio das contas
puacuteblicas
95
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL
Percentual de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL (PGAPRCL)
813744739
549 547
805734
802 736
000
200
400
600
800
1000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL
GRAacuteFICO 7 ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL - PGAPRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia x Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL tambeacutem natildeo eacute indicador fiscal eacute uma medida
de investimento social tendo iniciado em 1998 com percentual de 739 e
chegando em 2006 com 813 o indicador oscilou para menos nos anos de
1999 e 2000 retomando uma tendecircncia de crescimento a partir de 2001
permanecendo ateacute 2006
96
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente Liacutequida - PGECRCL
Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL (PGERCL)
22422229220822092530
2805273927712818
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL
GRAacuteFICO 8 ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash PGECRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGECRCL representa um indicador social e iniciou 1998 com percentual de
2818 chegou em 2006 com 2242 os dois na mesma faixa analisada
Como o percentual estaacute somando Educaccedilatildeo e Cultura natildeo foi possiacutevel aferir
se os Municiacutepios cumpriram ou natildeo o percentual constitucional com educaccedilatildeo
o que analisaremos adiante com dados dos quatro Municiacutepios objeto de nosso
estudo mais detalhado
97
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Os exerciacutecios analisados no levantamento documental proposto para pesquisa
nos quatros estudos de caso correspondem a 1998 e 2006 com dados
obtidos na contabilidade nas secretarias de planejamento orccedilamento e gestatildeo
das prefeituras por meio de visita ldquoin locordquo e envio de alguns dados pela
contabilidade das prefeituras Os dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2006
foram obtidos no sitio da Secretaria do Tesouro Nacional Os Municiacutepios
pesquisados foram Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
Como a participaccedilatildeo na pesquisa eacute espontacircnea alguns Municiacutepios natildeo
disponibilizaram todos os dados solicitados
A evoluccedilatildeo dos gastos com pessoal endividamento puacuteblico e com as funccedilotildees
sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo e cultura
foram obtidos da comparaccedilatildeo destes com a RCL de cada Municiacutepio e de cada
exerciacutecio A evoluccedilatildeo dos restos a pagar foi objeto da comparaccedilatildeo com as
disponibilidades financeiras em bancos e caixa de cada municiacutepio
A seguir quadro com siacutentese do levantamento documental realizado nos quatro
Municiacutepios conforme proposta da pesquisa
98
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro Municiacutepios
Ordem levantamento documental Dados especiacuteficos Composiccedilatildeo da administraccedilatildeo puacuteblica do municiacutepio
De quais entidades eacute composto seu municiacutepio
Estrutura organizacional do Executivo Qual eacute a estrutura de organizaccedilatildeo do Poder Executivo de seu Municiacutepio
Informaccedilotildees do programas de governo Quais informaccedilotildees compunham os programas de governo em 1998 e 2006
Despesas constantes do PPA Quais despesas constavam no PPA de 1998 e 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento Qual a aplicaccedilatildeo em sauacutede e saneamento de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia
Qual a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com pessoal Qual a aplicaccedilatildeo em pessoal entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo do endividamento puacuteblico Qual o percentual do endividamento puacuteblico no periacuteodo de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de restos a pagar Qual o percentual de restos a pagar no periacuteodo de 1998 a 2006
Comportamento das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Qual o percentual de suplementaccedilatildeo em 1998 e 2006
Emissatildeo de decretos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Quantos decretos foram emitidos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias no periacuteodo de 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo Autor 421 Municiacutepio de Alfenas
O Municiacutepio de Alfenas eacute formado de Poder Executivo Cacircmara e Fundo
Municipal de Sauacutede todos pertencentes a administraccedilatildeo direta natildeo possuindo
administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional do Executivo eacute composta de
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 ndash Secretaria de Fazenda e Planejamento
99
05 ndash Secretaria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Secretaria de Defesa Social
07 ndash Secretaria de Desenvolvimento Econocircmico Accedilatildeo Regional e Turismo
08 ndash Secretaria de Governo
09 ndash Secretaria de Desenvolvimento Social Sauacutede e Meio Ambiente
10 ndash Procuradoria
11 ndash Controladoria
12 - Coordenadoria de Informaacutetica
13 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo
14 ndash Secretaria de Desenvolvimento Urbano
15 ndash Secretaria de Esporte
Relativamente agraves informaccedilotildees sobre os programas governamentais e
despesas constantes no PPA referente ao periacuteodo de 1998 e 2006 natildeo foi
possiacutevel consegui-las devido a dificuldades encontradas para o levantamento
destes dados
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Alfenas
1292
443738913568
4103
1028 1168
41924377
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 9 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas iniciou o ano de 1998 com 1028 de gastos com
sauacutede e saneamento Poreacutem pode-se observar que a partir de 2001 primeiro
ano apoacutes a LRF o investimento nesta aacuterea foi altamente reforccedilado saindo de
100
1292 em 2000 para 4377 em 2001 O Municiacutepio manteve praticamente os
mesmos percentuais ateacute 2006 chegando neste exerciacutecio com 4437
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas
781
159574649708
140138 094 218
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 10 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
Os gastos com assistecircncia social e previdecircncia do Municiacutepio de Alfenas
iniciou-se em 1998 com 708 o menor na comparaccedilatildeo com os demais Em
2006 esse percentual eacute ainda mais baixo apenas 218 Interessante notar
que nos gastos com sauacutede e saneamento este mesmo municiacutepio chegou ao
iacutendice de 4437
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas
43804079
365740833968
4048
49644961
6280
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 11 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
101
O Municiacutepio de Alfenas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal em 4961
tendo uma alta significante para 1999 para 6280 a uacutenica maior que 60 Em
2006 observa-se uma aplicaccedilatildeo de 5047 os percentuais mantiveram-se
dentro dos limites da LRF durante todo periacuteodo analisado com exceccedilatildeo de
1999 ano que ainda natildeo estava em vigor a lei
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas
000 000 000 000 000 000 000 000 000000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 12 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
O Municiacutepio de Alfenas natildeo apresentou diacutevidas no periacuteodo analisado conforme
informaccedilotildees disponiacuteveis no sitio da STN e acreditando na fidelidade dos
dados considera-se exemplar especialmente quando comparada com os
demais Municiacutepios pesquisados
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas
Municiacutepios 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
ALFENAS 2968 6864 1322 6520 13757 14448 2143 3784 18139
Fonte Elaborado pelo Autor
102
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas
18139378421431444813757
6520132268642968000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 13 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas apresentou um quadro desfavoraacutevel em 2006 Iniciou
1998 com percentual de 2968 com percentuais no periacuteodo variando pra
cima e para abaixo do ideal que eacute de 100 chegando em 2006 com 18139
O percentual obtido em 1998 demonstra que o Municiacutepio devia em restos a
pagar somente 2968 dos valores disponiacuteveis em bancos e caixa jaacute em 2006
com percentual desfavoraacutevel de 18139 representando 8139 a mais que
os valores disponiacuteveis em bancos e caixa do Executivo
No entanto como 2006 natildeo era o uacuteltimo ano de governo o gestor tinha mais
dois anos para equilibrar as contas e transferir para o novo governo uma
situaccedilatildeo favoraacutevel em relaccedilatildeo a restos a pagar
As modificaccedilotildees constantes e em grande quantidade no orccedilamento municipal
podem representar tanto que o municiacutepio natildeo planejou bem tanto que algo
ficou errado no processo que antecede a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria com a
existecircncia de fatores que possam ter contribuiacutedo para percentuais elevados de
suplementaccedilatildeo
O Executivo de Alfenas em 1998 conforme documentos fornecidos pela
contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 30 para
suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias Natildeo foram fornecidos documentos que
103
comprovassem o percentual efetivamente realizado Entende-se que o
percentual autorizado atende plenamente agraves modificaccedilotildees porventura
necessaacuterias agrave execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Em 2006 o Executivo de Alfenas obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 25
realizando o percentual de 3727 Isso representa 1227 acima do limite
autorizado inicialmente na lei orccedilamentaacuteria ndeg 3877 de 29 de dezembro de
2005 Esse percentual realizado demonstra que o planejamento natildeo foi
elaborado de forma adequada o que pode comprometer os resultados
pretendidos pela administraccedilatildeo
Outro fator pesquisado na realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees foram as
quantidades e periacuteodos em que os decretos para abertura das suplementaccedilotildees
foram utilizados Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo em 1998 em funccedilatildeo de natildeo terem
sido fornecidos os documentos necessaacuterios
Jaacute em 2006 foram utilizados 135 decretos durante todo o exerciacutecio no primeiro
trimestre utilizou-se 32 no segundo 34 no terceiro 35 e no uacuteltimo 34 decretos
Natildeo foi possiacutevel avaliar se ocorreram variaccedilotildees para mais ou para menos entre
1998 e 2006 por falta de acesso as estes documentos
422 Municiacutepio de Juiz de Fora
O Municiacutepio de Juiz de Fora eacute formado de Poder Executivo Legislativo
pertencentes a administraccedilatildeo direta De Agecircncia de Gestatildeo do Transporte e
Tracircnsito ndash GETTRAN Departamento Municipal de Limpeza Urbana ndash
DEMLURB Agecircncia de Gestatildeo Ambiental de Juiz de Fora ndash AGENDA
Fundaccedilatildeo Cultural Alfredo Ferreira Lage ndash FUNALFA Agecircncia de Proteccedilatildeo e
Defesa do Consumidor ndash PROCON Fundaccedilatildeo Museu Mariano Procoacutepio ndash
MAPRO como administraccedilatildeo indireta
104
A estrutura organizacional do Executivo eacute formada por
01 ndash Secretaria de Governo e Articulaccedilatildeo Institucional
02 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo e Qualidade
03 ndash Procuradoria Geral do Municiacutepio
04 ndash Comissatildeo Permanente de Licitaccedilatildeo
05 ndash Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Estrateacutegica
06 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo e Recursos Humanos
07 ndash Secretaria de Receita e Controle Interno
08 ndash Secretaria de Poliacutetica Urbana
09 ndash Secretaria de Sauacutede Saneamento e Desenvolvimento Ambiental
10 ndash Secretaria de Poliacutetica Social
11 ndash Secretaria dos Centros Regionais
12 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
13 ndash Secretaria de Seguranccedila Puacuteblica e Defesa Social
14 ndash Secretaria de Agropecuaacuteria e Abastecimento
15 ndash Secretaria de Turismo Induacutestria e Comeacutercio
Relativamente agraves informaccedilotildees de programas governamentais de 1998 natildeo foi
possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees sobre o conteuacutedo dos programas de
governo considerando dificuldades enfrentadas Para 2006 foi identificado que
constavam nos programas governamentais caracteriacutesticas objetivos
indicadores e custo financeiro Conforme informado pelo chefe do setor de
orccedilamento a unidade responsaacutevel e o gerente de programas natildeo constam nos
programas contidos no PPA considerando que podem ocorrer vinculaccedilatildeo de
programas governamentais a mais de uma secretaria e a gerente responsaacutevel
Em relaccedilatildeo agraves despesas constantes no PPA referentes aos exerciacutecios de 1998
e 2006 somente as deste uacuteltimo ano eacute que foi possiacutevel o levantamento das
informaccedilotildees No conteuacutedo dos programas de governo constavam despesas de
capital de duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de
capital Verificando que constam todas as despesas para o PPA 2005 a 2009
105
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Juiz de Fora
3627 3954355335793612
3640 3580 35983403
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 14 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de em 1998 apresentou percentual de gastos com sauacutede
e saneamento de 3640 mantendo-se este percentual dentro da mesma
faixa fechando 2006 com 3954 representando uma estabilidade neste
gasto
Natildeo se pretendeu medir a aplicaccedilatildeo legal do municiacutepio em sauacutede e
saneamento conforme dispositivo constitucional utilizando-se para anaacutelise da
evoluccedilatildeo em sauacutede e saneamento servindo como informaccedilatildeo relevante da
pesquisa
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Juiz de Fora
643
107511561160
9121051102710411064
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 15 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
106
Juiz de Fora iniciou em 1998 com percentual de evoluccedilatildeo de gastos com
assistecircncia social e previdecircncia com 1064 O Municiacutepio permaneceu durante
todo periacuteodo analisado na faixa de 10 a 15 e somente em 2002 ficando
912 Fechando 2006 com 643 percentual
Como a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia natildeo estaacute limitada por lei
natildeo analisou-se cumprimento de miacutenimos ou maacuteximos Verificou-se que o
percentual do Municiacutepio de Juiz de Fora quando comparado com os outros trecircs
analisados fica acima em todos os exerciacutecios com exceccedilatildeo de 1998 e 2000
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Juiz de Fora
441245034745
51755499 5652
5195 52265306
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 16 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora com relaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo em pessoal iniciou em
1998 com 4758 O percentual oscilou em todos os anos dentro da faixa entre
40 e 60 tendo findado em 2006 com aplicaccedilatildeo de 5306 O percentual
comportou-se em todo periacuteodo dentro dos limites estabelecidos pela LRF mas
com variaccedilatildeo negativa quando comparou-se 1998 com 2006
107
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Juiz de Fora
14181096
1139917900
109
1529
000
857
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 17 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora iniciou 1998 com percentual de endividamento
puacuteblico na ordem de 1529 Ocorreram oscilaccedilotildees para percentuais menores
nos demais exerciacutecios analisados Destaca-se o percentual zerado nos
exerciacutecios de 2000 e 2002 concluindo que o Municiacutepio natildeo devia nada
Chegou-se em 2006 com 1096 dentro dos limites estabelecidos pela
resoluccedilatildeo 40 do senado feral que eacute de 120 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Juiz de Fora
10093
65345
9781 10288 9407 8801 15116 167377472
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 19 ndashEvoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
108
Para os percentuais de aplicados em restos a pagar do Municiacutepio de Juiz de
Fora iniciou 1998 com percentual de 65345 representando que o percentual
em restos a pagar superou as disponibilidades de bancos e caixa em
55345 Os anos de 2000 2003 e 2004 tambeacutem apresentaram situaccedilatildeo
negativa Os demais exerciacutecios apresentaram situaccedilatildeo positiva com
disponibilidades acima dos valores inscritos em restos a pagar
Em 2006 Juiz de Fora apresentou percentual de 10093 representando
praticamente uma igualdade entre os dois valores o que avalia-se como
positivo o referido percentual
O Executivo municipal de Juiz de Fora em 1998 conforme documentos
fornecidos pela contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa
de entre 21 a 30 para suplementaccedilotildees nas dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias
utilizando desta autorizaccedilatildeo entre 1 a 20
Tal percentual utilizado demonstra que o municiacutepio planejou bem suas accedilotildees
utilizando percentual abaixo do autorizado pelo Legislativo municipal
Em 2006 o Executivo obteve autorizaccedilatildeo entre 1 a 20 realizando
suplementaccedilotildees dentro do mesmo limite
O percentual autorizado e realizado significa o Executivo tambeacutem planejou e
executo bem as accedilotildees governamentais dentro do esperado
Outro fator pesquisado foi a realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees investigando
quantos e quais os periacuteodos foram emitidos decretos para modificaccedilotildees
orccedilamentaacuterias
Em 1998 para o primeiro trimestre utilizou-se 44 decretos jaacute para o primeiro
trimestre de 2006 utilizou-se 52 no segundo trimestre de 1998 foi utilizado 28
decretos no segundo trimestre de 2006 42 decretos no terceiro trimestre de
109
1998 utilizou-se 26 no terceiro trimestre de 2006 41 decretos no quarto e
uacuteltimo trimestre de 1998 utilizou-se 21 jaacute em 2006 44 decretos
Nesta anaacutelise podemos conclui-se que o planejamento piorou regrediu em
todos os trimestres sem nenhuma exceccedilatildeo o Executivo utilizou mais decretos
para realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
O Municiacutepio estaacute composto em Executivo e Legislativo representando a
administraccedilatildeo direta e natildeo possuindo administraccedilatildeo indireta
O Poder Executivo municipal estaacute organizado em
01 - Secretaria de Fazenda
02 ndash Secretaria de Gestatildeo Puacuteblica
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 - Controladoria e Corregedoria
05 ndash Secretaria de Cultura Meio Ambiente e Agronegoacutecio
06 ndash Secretaria de Accedilatildeo Social
07 ndash Secretaria de Obras
08 ndash Secretaria de Planejamento
09 ndash Secretaria de Sauacutede
10 - Procuradoria Geral
As informaccedilotildees referentes a 1998 natildeo foram possiacuteveis de levantamento
considerando dificuldades de acesso enfrentadas no levantamento documental
Para 2006 identificou-se que os programas governamentais constam
caracteriacutesticas objetivos indicadores custo financeiro unidade responsaacutevel e
110
o gerente de programas Estas informaccedilotildees satildeo consideradas necessaacuterias e
satisfatoacuterias o estabelecimento e acompanhamento dos planos de governo
Para o exerciacutecio de 1998 natildeo foi possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees
tendo em vista dificuldades enfrentadas para consegui-las Para 2006
constavam nos programas governamentais despesas de capital despesas de
duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de capital Estas
informaccedilotildees representam que todas as despesas puacuteblicas fazem parte do PPA
planejado para 2005 a 2009
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Paraacute de Minas
23992464220621002385
19601452
22641645
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 20 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou 1998 com percentual em sauacutede puacutebica e
saneamento com 1960 oscilando na faixa entre 10 a 30 durante o periacuteodo
analisado Chegou em 2006 com percentual aplicado de 2464 este
percentual eacute o menor quando comparado com os demais Municiacutepios
analisados
111
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Paraacute de Minas
319407388
645629
1086114110451021
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 21 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia iniciou-se em 1998 com
1064 com ligeira queda em 1999 oscilando para cima em 2000 e com
queda acentuada nos proacuteximos exerciacutecios O percentual chegou em 2006 com
218 percentual pequeno quando comparado com os demais Municiacutepios da
pesquisa natildeo sendo possiacutevel aferir percentual miacutenimo ou maacuteximo
considerando natildeo haver legislaccedilatildeo aplicada a este fato
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Paraacute de Minas
5047
475349965536
46603919
7360
4758 4215
000
10002000
3000
4000
50006000
7000
8000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 22 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal
com 4758 e em 1999 com pequena queda para 4412 com alta
112
expressiva em 2000 para 7360 totalmente acima do limite permitido na LRF
retornando em 2001 para 3919 O Municiacutepio manteve-se dentro dos limites
nos demais exerciacutecios Chegou-se em 2006 com percentual de 5047
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Paraacute de Minas
131000
506
000000
617 529363
167
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 23 ndash Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento em Paraacute de Minas Iniciou-se 1998 com 000
e somente em 2001 chegou no percentual de 617 O Municiacutepio permaneceu
na faixa entre 0 a 10 nos proacuteximos exerciacutecios chegando em 2006 com
131 dentro dos limites estabelecidos pela resoluccedilatildeo 40 do senado federal
que eacute 120 d RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Paraacute de Minas
370833994324
154591117411393
67998
9354
60491
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 24 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
113
Paraacute de Minas iniciou em 1998 com percentual de gastos com restos a pagar
em 60491 O percentual representa que o Municiacutepio possui 50491 a mais
em restos a pagar quando comparados com a disponibilidade de caixa e
bancos do exerciacutecio de 1998 Na sequumlecircncia em 1999 com queda expressiva
para 934 Em 2000 primeiro ano de vigecircncia da LRF voltou a patamares
elevados com 67998 oscilando nos proacuteximos exerciacutecios para mais e
menos O percentual chegou em 2006 com 3708 seguindo tendecircncia de
baixa iniciada em 2004 atendendo plenamente ao disposto na LRF
Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo dos percentuais autorizados e realizados para
suplementaccedilotildees nos exerciacutecio de 1998 e 2006 considerando dificuldades no
levantamento dos documentos
O Municiacutepio em 2006 realizou modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias por meio de
decretos no primeiro trimestre de 2006 com 36 decretos no segundo 58 no
terceiro 46 no quarto 64 decretos totalizando 204 decretos o que considera-
se elevado aferindo-se um planejamento inadequado
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
O Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso eacute formado de Executivo Legislativo
como administraccedilatildeo direta e Instituto de Previdecircncia dos Servidores do
Municiacutepio representando a administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional estaacute organizada em
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Procuradoria
03 ndash Diretoria de Controle Interno
04 ndash Diretoria de Seguranccedila Puacuteblica
114
05 ndash Diretoria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Diretoria de Planejamento e Gestatildeo
07 ndash Diretoria de Educaccedilatildeo e Esportes
08 ndash Diretoria de Obras e uacuteltima
09 - Diretoria de Sauacutede e Assistecircncia Social
Os programas governamentais do Municiacutepio em 1998 continham objetivos e
custo financeiro Em 2006 os programas continham caracteriacutesticas objetivos
unidades responsaacuteveis gerentes indicadores e custo financeiro dos programas
de governo o que considera-se conteuacutedo necessaacuterio e fundamental para o
planejamento acompanhamento e alcance dos resultados pretendidos pelos
governantes
As despesas constantes do PPA tanto de 1998 ou 2006 satildeo despesas de
capital e outras delas decorrentes e duraccedilatildeo continuada o que representam
praticamente todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
19852530
3180
22932356
2039 24292790
2595
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 25 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio aplicou em sauacutede e saneamento em 1998 2293 ocorrendo
variaccedilotildees entre as faixas de 20 a 30 e 30 a 40 fechando 2006 com
2790
115
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
206
774791749
911587
1268
767
1456
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 26 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 o Municiacutepio aplicou em assistecircncia social e previdecircncia o percentual
de 1456 o maior quando comparado com os trecircs Municiacutepios pesquisados
seguindo tendecircncia de queda fechando 2006 com percentual de 206 Em
2006 o percentual foi o menor na comparaccedilatildeo com os outros trecircs no entanto
os demais tambeacutem a mesma tendecircncia de queda neste investimento
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
48785531
62355556
4484 4700 46364344
5362
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 27 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 iniciou com 5531 em gastos com pessoal com queda em 1999
para 4878 chegando no primeiro ano da vigecircncia da LRF com 6235
retomando nos proacuteximos exerciacutecios percentuais abaixo do limite legal com
116
tendecircncia de queda O percentual chegou em 2006 com 5306 dentro do
limite maacuteximo estabelecido pela LRF que eacute de 60
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
772799867
000
2088
328000 000
1203
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 28 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998
com 328 oscilando entre as faixas de 0 a 30 fechado em 2006 com
772 abaixo do limite estabelecido na resoluccedilatildeo 40 do senador federal de
120 ou 12 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
19269
109251
7684
115613
13619 10834 191409922 8470
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 29 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
117
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998 com percentual de gastos em restos
a pagar em 109251 99251 acima das disponibilidades de caixa e bancos
Em 1999 obteve queda acentuada para 7684 retornando em 2000 para
115613 e para os proacuteximos mantendo-se nas faixas 0 a 200 fechando em
2006 com 19269
Os percentuais desejaacuteveis satildeo 100 ou seja o maacuteximo de restos a pagar seria
a mesma disponibilidade de caixa e bancos para arcar com estes
compromissos
Para 1998 o Legislativo autorizou percentual de suplementaccedilatildeo de 12 das
dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias para utilizaccedilatildeo efetiva natildeo possiacutevel tendo em vista
dificuldades de acesso agraves informaccedilotildees
Para 2006 o Legislativo autorizou percentual de 24 das dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias natildeo sendo possiacutevel a afericcedilatildeo do percentual de execuccedilatildeo em
funccedilatildeo diante da negativa no acesso a estas informaccedilotildees
A anaacutelise de emissatildeo de atos tambeacutem natildeo possiacutevel por falta de dificuldades no
levantamento dos documentos necessaacuterios
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
As entrevistas foram dirigidas a secretaacuterios municipais de planejamento e
financcedilas educaccedilatildeo e sauacutede diretores de orccedilamento e planejamento
assessores e servidores da aacuterea teacutecnica envolvidos no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e gestatildeo dos instrumentos de
planejamento para o exerciacutecio de 1998 e 2006
118
E como proposto na metodologia foi realizado um preacute-teste tendo como
escolhido o municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves com entrevistas realizadas no dia
26 de fevereiro de 2008
Os dados da entrevista do preacute-teste foram os constantes no quadro a seguir
QUADRO 15
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste
Planejamento Secretaacuterio de Planejamento Financcedilas Superintendente Tesouro e Contabilidade Sauacutede Coordenadora do Fundo Municipal de Sauacutede Educaccedilatildeo Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo Fonte elaborado pelo autor
O preacute-teste foi fundamental para esclarecimento de algumas questotildees
determinando que algumas informaccedilotildees somente poderiam ser conseguidas
por meio de levantamento documental como exemplo os percentuais legais de
aplicaccedilatildeo em sauacutede e educaccedilatildeo
Os dados da entrevista do preacute-teste natildeo seratildeo analisados considerando sua
finalidade a seguir apresentaremos o resultado das entrevistas dos quatro
Municiacutepios objeto da pesquisa
431 Municiacutepio de Alfenas
Apoacutes vaacuterios contatos com a controladoria geral com o secretaacuterio de
planejamento sem ecircxito e outras dificuldades natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo de
entrevista no Municiacutepio de Alfenas portanto natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e
anaacutelise dos dados da entrevista No entanto algumas informaccedilotildees objeto da
entrevista foram fornecidas pelo setor de contabilidade da prefeitura
119
Em 2006 o Municiacutepio aplicou em serviccedilos puacuteblicos em sauacutede 2389 das
receitas provenientes de impostos e transferecircncias constitucionais atendendo
ao limite miacutenimo previsto na CF de 1988 que eacute de 15
Em 1998 o FUNDEF recebeu R$ 112895304 (um milhatildeo cento e vinte e oito
mil novecentos e cinquumlenta e trecircs reais e quatro centavos) aplicando R$
193755797 com profissionais do magisteacuterio conforme documento extraiacutedo do
Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de Contas Anual
(SIACEPCA) este valor representa que o Municiacutepio aplicou 17162 dos
recursos recebidos no exerciacutecio Este fato natildeo apurado na pesquisa mas que
certamente representa sobra de valores financeiros de exerciacutecios anteriores ou
contabilizaccedilatildeo irregular no FUNDEF
Em 2006 o FUNDEF recebeu R$ 544926146 (cinco milhotildees quatrocentos e
quarenta e nove mil duzentos e sessenta e um reais e quarenta e seis
centavos) aplicando 8647 com profissionais do magisteacuterio Os demais
recursos foram aplicados em outras despesas do ensino fundamental
atendendo ao miacutenimo obrigatoacuterio conforme legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou 3172 dos recursos originaacuterios de impostos e
transferecircncias constitucionais em manutenccedilatildeo e desenvolvimento da
educaccedilatildeo representando em valores nominais R$ 384337709 (trecircs milhotildees
oitocentos e quarenta e trecircs mil trezentos e setenta e sete reais e nove
centavos) Do valor total aplicado em educaccedilatildeo o Municiacutepio aplicou 9053 no
ensino fundamental atendendo ao limite miacutenimo estabelecido em lei
Em 2006 o municiacutepio aplicou 2833 na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do
ensino dos recursos originaacuterios de impostos e transferecircncias constitucionais
este percentual representou em valores nominais R$ 1160598213 (onze
milhotildees seiscentos e cinco mil novecentos e oitenta e dois reais e treze
centavos) O percentual representa tambeacutem uma queda quando comparado
120
com 1998 mas atendendo o limite miacutenimo de 25 conforme previsto na CF de
1988 destes valores aplicou-se 9432 no ensino fundamental
432 Municiacutepio de Juiz de Fora
As entrevistas no municiacutepio de Juiz de Fora ocorreram nos dias 15 e 27 de
marccedilo e 01 de abril de 2008 respectivamente no departamento de orccedilamento
sub-secretaria de financcedilas e secretaria de sauacutede
QUADRO 16
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Chefe do Departamento de Orccedilamento Assessora Teacutecnica de Financcedilas
Planejamento Financcedilas
Assessora Teacutecnica de Financcedilas Sauacutede Sub-secretaacuterio de Sauacutede Fonte elaborado pelo autor
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de planejamento e
financcedilas elaborou-se uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das
perguntas e respostas conforme demonstrado a seguir
QUADRO 17
Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Processo alteraccedilatildeo e participaccedilatildeo PPA e LOA Agentes participantes Etapas para elaboraccedilatildeo da LOA Etapas percorridas Regiotildees orccedilamentaacuterias Organizaccedilatildeo do municiacutepio em regiotildees Publicaccedilatildeo de Informaccedilotildees Transparecircncia na Administraccedilatildeo Avaliaccedilatildeo de Programas de Governo Acompanhamento do programas de governo Estrutura Fiacutesica e de Pessoal Modificaccedilotildees estruturais com a LRF Compatibilidade entre PPA e LOA Compatibilidade entre PPA e LOA Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Fluxo de Caixa Existecircncia de Fluxo de Caixa Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Despesas Novas Criaccedilatildeo de Despesas Novas e expansatildeo Opiniatildeo do que mudou com LRF Informaccedilotildees complementares sobre
mudanccedilas da LRF Fonte Elaborado pelo autor
121
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento Em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento contabilidade e sociedade organizada
Natildeo foi um orccedilamento participativo aberto no entanto nos exerciacutecios de 2003
2004 e 2005 os centros regionais instituiacutedos tiveram participaccedilatildeo efetiva no
processo de planejamento A partir de 2006 os conselhos participaram
efetivamente na definiccedilatildeo das accedilotildees governamentais especialmente os
conselhos de sauacutede educaccedilatildeo e assistecircncia social prova efetiva do avanccedilo e
fortalecimento da participaccedilatildeo popular
Quanto agraves etapas percorridas se estabeleciam da seguinte forma 1ordm ndash
Levantamento de dados histoacutericos e estatiacutesticos 2ordm ndash Inicia-se o processo
externo da LOA reunindo as secretarias envolvidas no processo para
explanaccedilatildeo sobre o meacutetodo 3ordm - Inserccedilatildeo dos dados pelas secretarias em
sistema informatizado sendo que nesta a secretaria obedece a limites como
pessoal custeio e neste somente eacute validado pelos conselhos e pelo
Departamento de Orccedilamento 4ordm - Consolidaccedilatildeo de dados pelo Departamento
de Orccedilamento 5ordm - Reuni-se o primeiro escalatildeo com o prefeito e teacutecnicos do
departamento de orccedilamento 6ordm - Processa modificaccedilotildees necessaacuterias e envia
ao Legislativo uacuteltimo e 7ordm - Reuacutene com membros do Legislativo para
discussatildeo reformulaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da proposta
O municiacutepio estaacute organizado em 8 regiotildees administrativas e que satildeo utilizadas
para definiccedilotildees orccedilamentaacuterias conforme figura 2 a seguir
122
FIGURA 2 - Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora Fonte wwwpjfmggovbr
Para publicaccedilatildeo de informaccedilotildees relativas a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria natildeo foi
possiacutevel obter respostas no entanto conseguimos informaccedilotildees no site da
prefeitura no qual constavam informaccedilotildees somente do exerciacutecio de 2006 apoacutes
o advento da LRF
O Municiacutepio de Juiz de Fora natildeo realizava avaliaccedilotildees de indicadores de
programas e accedilotildees governamentais em 1998 Em 2006 ocorreram avaliaccedilotildees
desta ordem em periodicidade anual
Quanto agraves modificaccedilotildees estruturais e de pessoal em 1998 a estrutura era
formada por apenas um funcionaacuterio no setor de planejamento e orccedilamento Em
2002 jaacute com maior demanda o departamento passou a contar com mais dois
funcionaacuterios todos com constante capacitaccedilatildeo profissional e atualizaccedilatildeo de
sistemas informatizados para atendimento agraves demandas
123
Para existecircncia de compatibilizaccedilatildeo entre o PPA e LOA o municiacutepio de Juiz de
Fora manifestou que para inclusatildeo de accedilotildees governamentais no orccedilamento
puacuteblico eacute necessaacuterio que conste primeiro do PPA e tambeacutem condiccedilatildeo
obrigatoacuteria a existecircncia de unidades fiacutesicas nas accedilotildees mas para os valores
financeiros eacute somente indicativo os valores natildeo satildeo obrigados estarem
idecircnticos isto pode ocorrer na elaboraccedilatildeo de cada orccedilamento anual para os
dois exerciacutecio de 1998 e 2006
Natildeo foi possiacutevel identificar a utilizaccedilatildeo de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo em
1998 tendo em dificuldades encontradas para essa entrevista Em 2006 o
municiacutepio adotou o instrumento por ser obrigatoacuterio pela LRF exigido pelo
tribunal e por servir como instrumento de acompanhamento e controle
Para os desembolsos o Executivo estabelecia cronograma nos dois exerciacutecios
ficando mais criterioso com o advento da LRF
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa ocorriam controles sem criteacuterios bem
riacutegidos Em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado foi utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal Em 2006
passou-se a estabelecer metas que eram encaminhadas ao tribunal de contas
do estado de minas gerias (TCE) e a STN
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o planejamento como um todo foi modificado para
melhor especialmente quando ocorreu o envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos
gestores de cada unidade permitindo assim que cada responsaacutevel tanto de
124
cargos de comando como de execuccedilatildeo operacional participassem do processo
conhecendo os conceitos para elaboraccedilatildeo do PPA LDO e LOA
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de sauacutede elaborou-se
uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das perguntas e respostas
conforme demonstrado a seguir
QUADRO 18
Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da sauacutede Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da
sauacutede Gestor da sauacutede Quem gerencia a sauacutede eacute a proacutepria
Secretaria ou a Secretaria de Financcedilas Quais recursos estavam disponiacuteveis para sauacutede
Com qual recurso a sauacutede pedia contar
Despesas aplicadas com sauacutede Com quais despesas a sauacutede gasta os recursos recebidos
Percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Qual percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Mudanccedila efetiva com o advento da LRF O que mudou efetivamente com o advento da LRF
Fonte Elaborado pelo autor
Na elaboraccedilatildeo do orccedilamento da sauacutede em 1998 mesmo existindo o Plano
Municipal de Sauacutede natildeo ocorria consistecircncia entre este o PPA LDO e LOA
falava-se da compatibilidade sem trabalhar a loacutegica do sistema os planos
ficavam como peccedila de ficccedilatildeo sem planos detalhados mensais e anuais de
execuccedilatildeo
A gestatildeo semi-plena do sistema de sauacutede em Juiz de Fora iniciou em 1995
entatildeo em 1998 jaacute estava com a autonomia administrativa patrimonial e
financeira no entanto nesta data o municiacutepio natildeo era obrigado a aplicar 15
de suas receitas com serviccedilos de sauacutede puacuteblica
Em 2006 o municiacutepio continuou com a autonomia jaacute estando sujeito a
aplicaccedilatildeo do percentual de 15 dos recursos proacuteprios definidos em emenda
125
constitucional em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede no entanto estes recursos eram
planejados e orccedilados na secretaria de sauacutede e sua gestatildeo financeira ocorria na
secretaria de financcedilas do municiacutepio
Natildeo foi possiacutevel na entrevista a resposta de quais recursos o municiacutepio contava
em 1998 no entanto a contabilidade da secretaria forneceu informaccedilatildeo por
meio de documentos que os recursos fundo a fundo foram campanha de
cacircmara de compensaccedilatildeo urgecircncia e emergecircncia gestatildeo plena de sistema
municipal piso de atenccedilatildeo baacutesica ndash fixo (semiplena) pab fixo programa de
combate agraves carecircncias nutricionais sauacutede da famiacutelia accedilotildees baacutesicas de
vigilacircncia sanitaacuteria totalizando R$ 2316454526 (vinte e trecircs milhotildees cento e
sessenta e quatro mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e seis
centavos)
Juntamente com os recursos do proacuteprio governo o Municiacutepio aplicou R$
7546542400 (setenta e cinco milhotildees quatrocentos e sessenta e cinco mil
quatrocentos e vinte e quatro reais) sendo 2239 em pessoal 7723 em
outras despesas correntes da sauacutede e somente 038 em investimentos
Em 2006 a receitas de transferecircncia de fundo a fundo totalizaram R$
10479820272 (cento e quatro milhotildees setecentos e noventa e oito mil
duzentos e dois reais e setenta e dois centavos) e governo local aplicou mais
R$ 7046832221 (setenta milhotildees quatrocentos e sessenta e oito mil
trezentos e vinte e dois reais e vinte e dois centavos) totalizando R$
17526652493 (cento e setenta e cinco milhotildees duzentos e sessenta e seis
mil quinhentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos)
Os recursos que foram aplicados com pessoal representaram 3695 com
outras despesas correntes do governo 5839 e somente 466 em
investimentos ocorrendo uma mudanccedila significativa de despesas com pessoal
para mais e outras despesas correntes do governo para menos
126
Em 1998 a aplicaccedilatildeo de percentual das receitas proacuteprias do governo natildeo eram
obrigatoacuterias jaacute em 2006 a aplicaccedilatildeo deste percentual totalizou 2624
conforme anexo XIV enviado ao TCEMG percentual acima do estabelecido no
artigo 198 da CF de 1998
E o que mudou efetivamente com o advento da LRF na opiniatildeo do sub-
secretaacuterio de sauacutede depende mais do gestor puacuteblico no Brasil a
responsabilidade estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo a gestatildeo da sauacutede puacuteblica ficou
inviabilizada em funccedilatildeo da judicializaccedilatildeo da sauacutede a partir de 2004 como
exemplo o municiacutepio em 2007 pagou despesas acima do planejado na ordem
de R$ 400000000 (quatro milhotildees de reais)
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na aacuterea de ldquoeducaccedilatildeordquo apoacutes
vaacuterias tentativas no entanto conseguiu-se informaccedilotildees importantes sobre o
tema fornecidas pela contabilidade da prefeitura conforme apresenta-se a
seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 969985273 (nove
milhotildees seiscentos e noventa e nove mil oitocentos e cinquumlenta e dois reais e
setenta e trecircs centavos) aplicando destes valores 9167 em profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 4480746927
(quarenta e quatro milhotildees oitocentos e sete mil quatrocentos e sessenta e
nove reais e vinte e sete centavos) e destes aplicou 8128 em profissionais
do magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 3051062865 representando um
percentual de 3052 e destes valores aplicou-se o percentual de 9034 no
ensino fundamental
127
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 7480484044 (setenta e quatro
milhotildees oitocentos e quatro mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e
quatro centavos) representando um percentual de 2624 e destes valores
aplicou-se 8128 no ensino fundamental
Mesmo com uma queda de percentual nos dois exerciacutecios municiacutepio cumpriu o
disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo 25 dos
recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Planejamento Financcedilas Diretora de Orccedilamento Fonte elaborado pelo autor
O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas deste municiacutepio seguiu roteiro estabelecido na siacutentese descrita no
quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento e sociedade organizada
Em 2006 foi instituiacuteda uma comissatildeo de conselho participativo com interaccedilatildeo
efetiva no processo de planejamento
128
Em 1998 somente a secretaria de planejamento elaborava a proposta
orccedilamentaacuteria com informaccedilotildees histoacutericas e encaminhava para as demais para
validaccedilatildeo
Jaacute em 2006 jaacute com a instituiccedilatildeo da comissatildeo de conselho participativo que
definiccedilatildeo suas prioridades e eram obedecidas definidas em audiecircncias
puacuteblicas as accedilotildees estrateacutegicas do governo eram definidas pelos secretaacuterios
com validaccedilatildeo final do chefe do Executivo
O municiacutepio era composto de mais de dez regiotildees setoriais realizava-se
reUniatildeo com todos ao final acontecia uma reUniatildeo geral para definiccedilatildeo de trecircs
accedilotildees que interessavam a todas as regiotildees o que geralmente eram obras de
infra-estrutura
As publicaccedilotildees dos relatoacuterios da execuccedilatildeo do orccedilamento bimestrais e
quadrimestrais natildeo eram realizadas em 1998 utilizando-se somente o boletim
diaacuterio de caixa
Em 2006 as publicaccedilotildees jaacute com a vigecircncia da LRF satildeo realizadas nos periacuteodos
determinados representando um avanccedilo na administraccedilatildeo do dinheiro puacuteblico
Em 1998 natildeo realizava-se avaliaccedilatildeo de programas governamentais em 2006
as avaliaccedilotildees das accedilotildees foram ao final do exerciacutecio pelo controle interno
conforme determinaccedilatildeo do TCEMG
Com as novas exigecircncias quantitativas e qualitativas exigiu-se mais
funcionaacuterios mais investimentos em infra-estrutura (moacuteveis e equipamentos) e
a qualificaccedilatildeo dos servidores para atuarem no planejamento e execuccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento
A compatibilidade entre o PPA e LOA jaacute existia em 1998 e permaneceu para
2006
129
O estabelecimento de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo jaacute ocorria em 1998 e
permaneceu para 2006 servindo como instrumento de planejamento e
acompanhamento das receitas puacuteblicas em prazo necessaacuterio para tomadas de
decisotildees porventura necessaacuterias
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
com a vigecircncia da LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos
desembolsos a serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o municiacutepio passou a administrar com mais clareza o
dinheiro puacuteblico
Apoacutes contatos com a secretaria de sauacutede sem ecircxito natildeo foi concedida a
entrevista natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e anaacutelise dos dados
No entanto algumas informaccedilotildees objeto da entrevista foram fornecidas pelo
setor de contabilidade da prefeitura
Para 1998 natildeo era obrigatoacuteria a aplicaccedilatildeo de percentuais em accedilotildees e serviccedilos
puacuteblicos de sauacutede
130
Jaacute para 2006 o municiacutepio aplicou 225 das receitas originaacuterias de impostos e
transferecircncias constitucionais aplicando acima do limite miacutenimo de 15
conforme determinaccedilatildeo constitucional
Uma observaccedilatildeo importante eacute que em 2006 dos R$ 923138811 (nove
milhotildees duzentos e trinta e um mil trezentos e oitenta e oito reais e onze
centavos) 7224 foram aplicados em atenccedilatildeo baacutesica
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo da entrevista na aacuterea de educaccedilatildeo apoacutes vaacuterias
tentativas no entanto informaccedilotildees foram fornecidas pela contabilidade da
prefeitura conforme apresenta-se a seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 96418693
(novecentos e sessenta e quatro mil centro e oitenta e seis reais e noventa e
trecircs centavos) aplicando destes valores 6006 com profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF receber recursos na ordem de R$ 538446787 (cinco
milhotildees trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e sessenta e sete reais
e oitenta e sete centavos) e destes aplicou 6315 com profissionais do
magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Na comparaccedilatildeo entre os dois exerciacutecios observa-se que mesmo tendo um
crescimento de 55845 de 1998 para 2006 os percentuais destinados a
profissionais do magisteacuterio praticamente mantiveram-se com os mesmos
percentuais
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 373749873 (trecircs milhotildees
setecentos e trinta e sete mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e
trecircs centavos) representando um percentual de 3090
131
Do valor total aplicado em educaccedilatildeo pelo municiacutepio em 1998 foi aplicado
70918 no ensino fundamental conforme documento fornecido pela
contabilidade
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 1141044393 (onze milhotildees
quatrocentos e dez mil quatrocentos e quarenta e trecircs reais e noventa e trecircs
centavos) representando um percentual de 2781 e destes valores aplicou-
se 6566 no ensino fundamental
Mesmo com uma forte queda de percentual nos dois exerciacutecios o municiacutepio
cumpriu o disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo
25 dos recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais bem
como o percentual miacutenimo de 60 no ensino fundamental
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
QUADRO 20
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Diretor de Planejamento e Gestatildeo Planejamento Financcedilas Chefe de Contabilidade
Educaccedilatildeo Assessor Teacutecnico Fonte elaborado pelo autor O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas do municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso seratildeo seguidos pela
siacutentese descrita no quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito contabilidade e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
132
vigecircncia da LRF jaacute estavam inseridos no processo os secretaacuterios e a
sociedade organizada
Em 1998 todo o processo ocorria na contabilidade o orccedilamento era
praticamente uma coacutepia do orccedilamento do ano anterior
Jaacute em 2006 1ordm - Ocorriam reuniotildees do chefe do Executivo com todos os
diretores gerentes e assessores discutindo temas relacionados ao
planejamento 2ordm - Com a proximidade do envio da LOA reunia-se novamente
com todos os envolvidos com apresentaccedilotildees de palestras debates temaacuteticos
3ordm - Eacute construiacuteda o projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo municipal
O municiacutepio estaacute dividido entre seis a dez regiotildees orccedilamentaacuterias que tambeacutem
participam com indicaccedilatildeo de accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo eram publicados relatoacuterios originados da execuccedilatildeo do
orccedilamento tanto bimestrais quanto quadrimestrais natildeo publicando tambeacutem
boletim diaacuterio de caixa e relatoacuterios a serem encaminhados a STN
Em 2006 jaacute com vigente a LRF as publicaccedilotildees satildeo periodicamente conforme
determinaccedilatildeo legal inclusive com apresentaccedilatildeo em audiecircncia puacuteblica no
Legislativo municipal
Em 1998 as avaliaccedilotildees dos programas governamentais eram realizadas de
maneira superficial jaacute em 2006 a avaliaccedilatildeo das accedilotildees eram realizadas com
criteacuterios mais definidos
Em 1998 as accedilotildees eram concentradas em poucos servidores o pessoal
necessaacuterio para execuccedilatildeo dos serviccedilos jaacute existia no entanto por questotildees
culturais natildeo ocorriam distribuiccedilatildeo de responsabilidades de forma a atender agraves
demandas dos serviccedilos de planejamento financeiro e contaacutebil
133
Em 2006 com as novas demandas para administraccedilatildeo puacuteblica o Executivo jaacute
contava com uma equipe capacitada e com uma estrutura fiacutesica adequada agraves
necessidades a LRF reafirmou a responsabilizaccedilatildeo dos envolvidos no
processo contribuindo para melhoria nos serviccedilos
Em 1998 observava-se a compatibilidade entre accedilotildees a serem incluiacutedas na
LOA com o PPA bem como a consistecircncia entre os valores financeiros dos
programas e accedilotildees governamentais natildeo sendo observada somente a
existecircncia de unidade fiacutesica nas accedilotildees de governo
Em 2006 repetiu-se a compatibilidade de 1998 acrescentando a verificaccedilatildeo de
unidades fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo utilizava-se o estabelecimento de metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo em 2006 jaacute estava funcionando o instrumento tendo iniciado em
2000
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
vigente a LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos desembolsos a
serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
134
E concluindo conforme entrevista dos envolvidos com o advento da LRF a
administraccedilatildeo puacuteblica passou a planejar melhor suas accedilotildees tendo dispositivos
e limites orientadores para suas accedilotildees trabalhando com transparecircncia
atribuindo maiores responsabilidades aos gestores no entanto temos muito a
avanccedilar na administraccedilatildeo puacuteblica
Apoacutes vaacuterias tentativas sem ecircxito natildeo possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na
secretaria de sauacutede no entanto informaccedilotildees importantes foram fornecidas
pela contabilidade da prefeitura conforme se segue
Em 2006 o municiacutepio aplicou em accedilotildees puacuteblicas de sauacutede 2236 das receitas
originaacuterias de impostos e transferecircncias constitucionais representando em
valores nominais R$ 747907818 (sete milhotildees quatrocentos e setenta e nove
mil setenta e oito reais e dezoito centavos)
Dos valores aplicados o municiacutepio aplicou 3925 em atenccedilatildeo baacutesica e
4228 em assistecircncia hospitalar e ambulatorial
A seguir apresenta-se o quadro 21 com siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
QUADRO 21
Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da educaccedilatildeo
Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da educaccedilatildeo
Gestatildeo da educaccedilatildeo De quem eacute a gestatildeo da educaccedilatildeo Despesas da educaccedilatildeo Com quais despesas a educaccedilatildeo aplicava
seus recursos Despesas do FUNDEF Com quais despesas eram aplicados os
recursos do FUNDEF Percentual aplicado com educaccedilatildeo Qual o percentual aplicado com educaccedilatildeo
com recursos do governo conforme artigo 212 da CF de 1988
Fonte Elaborado pelo autor
135
Em 1998 o orccedilamento era totalmente centralizado na contabilidade central do
Executivo a secretaria de educaccedilatildeo natildeo participava de nenhuma decisatildeo de
investimento o planejamento ficava comprometido o orccedilamento era coacutepia fiel
do ano anterior
Em 2006 o orccedilamento teve participaccedilatildeo efetiva das secretarias inclusive a
educaccedilatildeo o secretario reunia-se com seus assessores determinavam as
prioridades para manutenccedilatildeo dos serviccedilos definindo tambeacutem os novos
investimentos
Em 1998 toda a gestatildeo ocorria pela contabilidade e setor financeiro da
prefeitura a secretaria de educaccedilatildeo era praticamente um setor operacional
Em 2006 a competecircncia pela elaboraccedilatildeo do planejamento e gestatildeo eram da
secretaria de educaccedilatildeo todas as etapas da despesa puacuteblica eram
acompanhadas e autorizadas pela educaccedilatildeo por meio de assessores ou pelo
proacuteprio secretario(a)
Em 1998 e 2006 as despesas do ensino eram aplicadas com pessoal efetivo e
contratado despesas legais manutenccedilatildeo investimentos sendo que todos
podem tambeacutem ser demandados da sociedade
Em 1998 o municiacutepio recebeu R$ 25062144 (duzentos e cinquumlenta mil
seiscentos e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) aplicando os
recursos totalmente com profissionais do magisteacuterio
Para 2006 o municiacutepio recebeu R$ 426139478 (quatro milhotildees duzentos e
sessenta e um mil trezentos e noventa e quatro reais setenta e oito centavos)
aplicando 6687 com profissionais do magisteacuterio e o restante com ensino
fundamental
O municiacutepio aplicou em 1998 2687 das receitas provenientes com impostos
e transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
136
Em 2006 aplicou 2621 das receitas provenientes de impostos e
transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
E na opiniatildeo do entrevistado a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia
para praacutetico de seus atos determinando normas mais claras e voltadas para
maior responsabilidade na gestatildeo fiscal prevenindo riscos e possibilitando
corrigir possiacuteveis desvios ampliando a participaccedilatildeo da sociedade na aplicaccedilatildeo
dos recursos obrigando o gestor a agir com maior responsabilidade
137
5 CONCLUSAtildeO
A proposta desta dissertaccedilatildeo foi investigar o efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes e especialmente nos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso realizar um estudo mais detalhado
Para tanto utilizou-se de pesquisa empiacuterica anaacutelise documental e entrevistas
dirigidas e semi-estruturadas Anteriormente a essa etapa realizou-se uma
pesquisa bibliograacutefica
Na anaacutelise de dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
constatou-se que no que tange aos percentuais de gastos com pessoal
consolidado a LRF natildeo afetou de forma positiva ou negativa tais percentuais
no entanto verifica-se que os percentuais mantiveram-se dentro dos limites
legais estabelecidos que eacute de 60 para os Municiacutepios
Quanto ao percentual consolidado de gastos com pessoal por faixa utilizado na
pesquisa consta-se tambeacutem que a LRF natildeo produziu o efeito desejado a
oscilaccedilatildeo natildeo foi significativa o que pode-se concluir eacute que os Municiacutepios
mantiveram-se dentre do limite estabelecido que eacute de 60
Quanto ao percentual de endividamento puacuteblico conclui-se que a aplicaccedilatildeo da
LRF teve um efeito positivo ocorreu uma reduccedilatildeo significativa no percentual de
1998 para 2006 de 2358 para 1809
Conclui-se que o efeito nos restos a pagar foi nitidamente positivo tendo
iniciado com uma situaccedilatildeo altamente desfavoraacutevel em 1998 representando
que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 49609 a mais do
que o disponiacutevel em Bancos e Caixa e chegando em 2006 com uma situaccedilatildeo
de sobra de recursos O indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos
a pagar consumiria somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
138
Quantos aos percentuais considerados na pesquisa como natildeo fiscais sauacutede
puacuteblica e saneamento assistecircncia social e previdecircncia educaccedilatildeo e cultura
observa-se nos gatos com sauacutede uma variaccedilatildeo para cima jaacute educaccedilatildeo
observa-se o inverso em 1998 era de 2814 caindo para 2242 em 2006
no tocante aos gastos com assistecircncia social e previdecircncia 1998 iniciou-se com
739 chegando em 2006 com 813 sem que para nenhum dos percentuais
possa-se afirmar um efeito positivo ou negativo da LRF
Os quatro Municiacutepios pesquisados em profundidade iniciaram o exerciacutecio de
1998 com percentual de aplicaccedilatildeo em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e
saneamento entre as faixas de 10 a 40 Eles chegaram em 2006 nas faixas
entre 20 a 50 alguns nas inferiores e outros nas superiores Esta evoluccedilatildeo
representa indiacutecios de que o planejamento avanccedilou efetivamente quando se
considera o direcionamento para temas essenciais e estrateacutegicos dos governos
como a sauacutede puacuteblica por exemplo Percebe-se tambeacutem que nesta temaacutetica os
quatro seguiram a tendecircncia dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Nas temaacuteticas de assistecircncia social e previdecircncia os quatro Municiacutepios
iniciaram 1998 nas faixas entre 5 a 15 e chegaram em 2006 nas faixas entre
0 a 10 Isso evidencia uma inversatildeo de prioridades dos governos ou uma
migraccedilatildeo para outras temaacuteticas como comprovado na anaacutelise de outros dados
a exemplo de serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e saneamento Observa-se tambeacutem
que a tendecircncia dos quatro natildeo segue a mesma quando compara-se a
aplicaccedilatildeo na mesma temaacutetica dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Em relaccedilatildeo aos gastos com pessoal que representam um dos maiores dos
governos os quatro Municiacutepios iniciaram em 1998 nas faixas entre 40 a 60
houve variaccedilotildees no periacuteodo analisado entre 30 a 80 chegando em 2006
dentro das faixas de 40 a 60
139
Por meio do percentual de gastos com pessoal nos quatro Municiacutepios
pesquisados comprovou-se que a LRF foi capaz de manter os gastos dentro
dos limites propostos natildeo sendo possiacutevel afirmar efeitos significativos nestes
percentuais e com indiacutecios que os nuacutemeros que merecem uma atenccedilatildeo
especial
Pode-se considerar a diacutevida consolidada dos quatro Municiacutepios como
exemplar Todos atendem plenamente aos limites da resoluccedilatildeo 40 do senado
federal O indicador iniciou em 1998 nas faixas entre 0 a 30 chegando a
2006 nas mesmas faixas
Os restos a pagar uma das mais importantes inovaccedilotildees da LRF foram
tratados de maneira responsaacutevel pelos quatro Municiacutepios Com exceccedilatildeo de
Alfenas os demais iniciaram em 1998 com percentuais exorbitantes na faixa
entre 400 a 1200 chegando em 2006 nas faixas entre 0 a 200
O municiacutepio de Alfenas iniciou a conta restos a pagar em 1998 na faixa entre 0
a 200 exatamente com 2968 e chegou em 2006 na mesma faixa soacute que
com 18139 O iacutendice recomendado eacute de 100 Deve-se ressaltar que este
municiacutepio em todo periacuteodo analisado esteve dentro do iacutendice recomendado
contudo deve dispensar atenccedilatildeo especial para este indicador Tambeacutem Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso apesar de este indicador ter melhorado e atingido
iacutendices satisfatoacuterios deve ficar atento ao resultado de 19269 apresentado
em 2006
Mesmo natildeo sendo recomendada tal situaccedilatildeo os Municiacutepios que apresentaram
percentuais de restos a pagar acima do recomendado poderatildeo reverter tal
situaccedilatildeo ateacute 2008 exerciacutecio que a LRF reservou conteuacutedo especial para o
tema
A conclusatildeo relacionada a creacuteditos suplementares eacute que os quatro Municiacutepios
natildeo avanccedilaram com a LRF Somente Juiz de Fora realizou suplementaccedilotildees
140
dentro dos limites estabelecidos na LOA No entanto todos expediram decretos
para modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias em 2006 maiores que 1998 representando
uma falta de planejamento mesmo apoacutes vaacuterios anos de vigecircncia da lei fiscal
brasileira
Os percentuais aplicados em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede natildeo eram obrigatoacuterios
em 1998 por isso somente os dados de 2006 foram analisados Constatou-se
que os quatro Municiacutepios cumpriram os percentuais determinados Alfenas
Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso aplicaram
respectivamente 2389 2624 2389 e 2236 Conclui-se com estas
aplicaccedilotildees no miacutenimo como representativas da responsabilidade com o
dinheiro puacuteblico e com a legislaccedilatildeo aplicada
Os percentuais legais aplicados com recursos do proacuteprio governo com
educaccedilatildeo e os recursos do FUNDEF tambeacutem foram cumpridos tanto em 1998
quanto em 2006 O municiacutepio de Alfenas aplicou em educaccedilatildeo no ano de
1998 um percentual de 3172 Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso aplicaram respectivamente 3052 3090 e 2687
Em 2006 Alfenas aplicou em educaccedilatildeo o percentual de 2833 Juiz de Fora
2624 Paraacute de Minas 2787 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 2621 Quando
comparados com 1998 observam-se percentuais menores de aplicaccedilatildeo em
educaccedilatildeo No entanto os quatro Municiacutepios cumpriram o limite estabelecido no
artigo 212 da CF de 1988
Os quatro Municiacutepios tambeacutem cumpriram os limites miacutenimos de 60 para
aplicaccedilatildeo dos recursos recebidos do FUNDEF com profissionais do magisteacuterio
Em 1998 Alfenas aplicou 17162 Juiz de Fora 9167 Paraacute de Minas
6006 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 100 dos recursos
Em 2006 Alfenas aplicou 8647 Juiz de Fora 8128 Paraacute de Minas 6315
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 6687 representando responsabilidade com os
141
recursos da educaccedilatildeo e do FUNDEF atenderam aos limites miacutenimos sem
prejudicar os indicadores financeiros descritos anteriormente
Constatou-se ainda um avanccedilo no processo de planejamento e gestatildeo
puacuteblica Houve maior envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos secretaacuterios
municipais e servidores das unidades operativas tanto na elaboraccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento quanto na execuccedilatildeo destes planos
A pesquisa comprovou por meio das entrevistas que o planejamento em Juiz
de Fora por exemplo melhorou em geral apoacutes a implementaccedilatildeo da LRF
Evidenciou-se que ocorreu envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos gestores de
cada unidade orccedilamentaacuteria Permitiu-se a cada responsaacutevel por cargos tanto
de comando quanto operativos que participassem do processo e facilitou-se o
conhecimento de conceitos e meacutetodos para elaboraccedilatildeo do PPA da LDO e da
LOA
Na secretaria de sauacutede de Juiz de Fora o que mudou efetivamente dependeu
mais da responsabilidade de cada gestor No Brasil a responsabilidade fiscal
estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo e o planejamento da sauacutede estaacute prejudicado nos
Municiacutepios em funccedilatildeo do chamado ldquojudicializaccedilatildeo da sauacutederdquo
Judicializaccedilatildeo na opiniatildeo do entrevistado satildeo sentenccedilas judiciais contra o
municiacutepio impetradas por usuaacuterios dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede garantindo
atendimentos de alta complexidade natildeo planejados pelo pode puacuteblico
municipal
Para a entrevistada de Paraacute de Minas os administradores passaram com a LRF
administrar com mais transparecircncia o dinheiro puacuteblico Os entrevistados dos
setores de planejamento e gestatildeo de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso afirmam que
apoacutes a LRF especialmente devido agrave imposiccedilatildeo de limites pela lei fiscal a
administraccedilatildeo passou a planejar melhor suas accedilotildees trabalhando com mais
transparecircncia e atribuindo mais responsabilidade aos gestores
142
Segundo o entrevistado da secretaria de educaccedilatildeo em Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia para a praacutetica de seus
atos com normas mais claras e voltadas para maior responsabilidade na
gestatildeo fiscal O entrevistado acredita que ao ampliar a participaccedilatildeo popular a
LRF intensifica as responsabilidades do gestor
Apoacutes anaacutelise dos dados desta pesquisa conclui-se que a LRF surtiu efeito
positivo nos Municiacutepios analisados com maior participaccedilatildeo da sociedade com
implementaccedilatildeo de instrumentos de gestatildeo orccedilamentaacuteria e financeira exigidos
pela Lei Fiscal Brasileira e com os percentuais e informaccedilotildees apresentadas na
pesquisa No entanto podemos avanccedilar mais e a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira deve e pode ser modificada em alguns pontos para atender agrave
nova realidade dos Municiacutepios a exemplo sobre a utilizaccedilatildeo da reserva de
contingecircncia unificaccedilatildeo das prestaccedilotildees de contas aos tribunais e a STN
contrataccedilatildeo pelos entes no uacuteltimo ano de governo Uma lei para manter-se
necessita ajustar-se constantemente agrave dinacircmica e agraves exigecircncias da
comunidade especialmente a lei mais importante para as financcedilas puacuteblicas
brasileira
A Lei Fiscal Brasileira foi um marco histoacuterico para as financcedilas puacuteblicas
brasileira estabelecendo limites e regras fundamentais para o planejamento
controle e gestatildeo com contribuiccedilatildeo relevante para administraccedilatildeo puacuteblica e
toda sociedade
143
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APEcircNDICES
APEcircNDICE A
BLOCO I - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
DESPESAS COM ENDIVIDAMENTO PESSOAL E RESTOS A PAGAR SAUacuteDE E SANEAMENTO ASSISTEcircNCIA E PREVIDEcircNCIA E EDUCACcedilAtildeO
1) Relaccedilatildeo Diacutevida Fundada Consolidada com a RCL dos Municiacutepios
Mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes exerciacutecios de 1998 a
2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
2) Despesas com Pessoal dos Municiacutepios Mineiros com populaccedilatildeo superior a
50000 mil habitantes Relaccedilatildeo com Receita Corrente Liacutequida exerciacutecio de
1998 a 2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
3) Valores constantes em Restos a Pagar nos Municiacutepios Mineiros com mais
de 50000 mil habitantes referente saldo final nos exerciacutecios de 1998 a 2006
comparado com o valor da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
4) Valores realizados com Sauacutede e Saneamento em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
5) Valores realizados com Assistecircncia e Previdecircncia em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
6) Valores realizados com Educaccedilatildeo em Relaccedilatildeo da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
BLOCO II - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO EXECUTIVO E PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GESTAtildeO
ORCcedilAMENTAacuteRIA
1) Quais entidades compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica no Municiacutepio
2) Qual eacute a estrutura organizacional do Poder Executivo (pode ser
representada por figuraorganograma)
3) Quais informaccedilotildees continham nos programas governamentais nos exerciacutecio
de 1998 e 2006
INFORMACcedilOtildeES 1998 2006
Caracteriacutestica do Programa
Objetivo do Programa
Unidade Responsaacutevel
Gerente Responsaacutevel pelo Programa
Indicador do Programa
Custo Financeiro do Programa
4) Quais tipos de despesas constavam no PPA nos exerciacutecios de 1998 e 2006
TIPOS DE DESPESAS 1998 2006
Somente despesas de capital
Despesas de capital e Despesas de Duraccedilatildeo Continuada
Despesas de capital e Outras delas decorrentes
5) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizada em Sauacutede e
Saneamento para os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizado em Assistecircncia
social e Previdecircncia entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
7) Qual o percentual da Receita Corrente Liacutequida aplicado em Pessoal nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) ateacute 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
8) Qual o percentual apurado da comparaccedilatildeo entre Receita Corrente Liacutequida
realizada com o saldo da diacutevida consolidada do municiacutepio nos exerciacutecios de
1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
9) Qual o valor de restos a pagar em relaccedilatildeo Disponibilidade Financeira nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
EXERCIacuteCIO VALORES
1998
2006
10) Qual o percentual de suplementaccedilatildeo autorizado e efetivamente realizado
para os exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL AUTORIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
11) Quantos atos legais o Executivo emitiu em e em quais periacuteodos para
abertura de creacuteditos adicionais suplementares
EXERCIacuteCIO TRIMESTRE QUANTIDADE DE DECRETOS
1ordm
2ordm
3ordm
1998
4ordm
1ordm
2ordm
3ordm
2006
4ordm
APEcircNDICE B
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BLOCO I ndash PROCESSO DE PARTICIPACcedilAtildeO E CONSTRUCcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS DE PLANEJAMENTO FINANCcedilAS ASSESSORES E TEacuteCNICOS DA AacuteREA DE PLANEJAMENTO
O presente instrumento tem como objetivo de sua utilizaccedilatildeo um estudo de caso
da dissertaccedilatildeo de Mestrado do aluno Reinaldo Cacircndido Teixeira sobre
orientaccedilatildeo do Professor Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade pela Fundaccedilatildeo
Educacional Dr Pedro Leopoldo Prometemos manter sigilo quanto agraves
informaccedilotildees que nos seratildeo passadas fazendo uso das mesmas uacutenica e
exclusivamente para realizaccedilatildeo deste projeto
As respostas desta entrevista seratildeo com base no processo orccedilamentaacuterio e
financeiro dos exerciacutecios de 1998 e 2006
1) Relacione os agentes que participaram do processo de alteraccedilatildeoelaboraccedilatildeo
do PPA e da LOA para os exerciacutecios de 1998 e 2006
AGENTES 1998 2006
Prefeito
Secretaacuterios
Sociedade Organizada (sindicatos associaccedilatildeo de bairros)
Contabilidade
Secretaacuteria de Planejamento
11 ndash Relacione outros agentes se julgar necessaacuterio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento Municipal
EXERCIacuteCIO RESPOSTAS
1998
2006
3) Em quantas regiotildees orccedilamentaacuterias (bairros) foram divididas(os) seu
municiacutepio para fins de alocaccedilatildeo de recursos para os exerciacutecios de 1998 e
2006
ASSINALAR COM X
QUANTIDADE DE REGIOtildeES 1998 2006
1 a 5
6 a 10
Acima de 10
31 ndash Caso entenda necessaacuterio comente algum fator relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) A transparecircncia tem sido uma dos avanccedilos na administraccedilatildeo puacuteblica qual
era diferenccedila entre os exerciacutecios de 1998 e 2006 conforme itens a seguir
RELACcedilAtildeO DE ITENS 1998 2006
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios Resumidos da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria afixado
em local puacuteblico e Internet
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios de Gestatildeo Fiscal afixado em local puacuteblico ou
Internet
Boletim Diaacuterio de Caixa
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional
41 ndash Mencione outras informaccedilotildees caso julgue importantes ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Existia avaliaccedilatildeo perioacutedica dos resultados da execuccedilatildeo dos programas
governamentais nos exerciacutecios de 1998 e 2006
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
6) Do ponto de vista de estrutura Fiacutesica e de Pessoal ocorreu alguma
mudanccedila qual era sua estrutura nos exerciacutecios objeto da pesquisa exigiu mais
funcionaacuterios para atender agraves demandas exigiu contrataccedilatildeo de pessoal mais
qualificado ou ateacute mesmo a qualificaccedilatildeo da equipe jaacute existente
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
7) O Poder Executivo observou regra de compatibilidade entre PPA e LOA para
em sua elaboraccedilatildeo para 1998 e 2006
REGRAS DE COMPATIBILIDADE 1998 2006
Existecircncia de accedilotildees governamentais no PPA como condiccedilatildeo para inclusatildeo
na LOA
Os mesmos valores financeiros constantes nos totalizadores dos
Programas e Accedilotildees Governamentais do PPA com a LOA
Existecircncia de UN fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
71 ndash Mencione outras regras caso haja necessidade ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) O Poder Executivo estabelecia metas de arrecadaccedilatildeo mensais ou
bimestrais para os exerciacutecios de 1998 e 2006 utilizando como instrumento
orientador de planejamento
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
9) O Poder Executivo Municipal estabelecia algum tipo de cronograma de
desembolso como instrumento de planejamento financeiro para o exerciacutecio de
1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
10) O Poder Executivo Municipal estabelecia fluxo de caixa projetado para o
exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
11) O Poder Executivo Municipal estabelecia Metas de Resultado Primaacuterio e
Nominal para exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
12) Para expansatildeo de criaccedilatildeo de despesas novas havia algum tipo de regra
para medir o impacto orccedilamentaacuterio e financeiro no exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
13) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
BLOCO II ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE SAacuteUDE
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Sauacutede
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Sauacutede (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento) somente
do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os) como por
exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para 2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
3) Quais os recursos o Municiacutepio contava em 1998 e 2006 para financiar os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede
RECURSOS 1998 2006
Porcentagem das Receitas Tributaacuterias e Trans Constitucionais do
Municiacutepio
MAC ndash Meacutedia e Alta Complexidade
PAB Fixo ndash Piso de Atenccedilatildeo Baacutesico Fixo
Programa Sauacutede da Famiacutelia
Programa Sauacutede Bucal
Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
11 ndash Relacione outra fonte caso entenda como relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da sauacutede no orccedilamento
no exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL DA ARRECADACcedilAtildeO CONFORME EMENDA 29 DE 2000 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________ MAC ndash MEacuteDIA E ALTA COMPLEXIDADE 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
42 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PAB FIXO ndash PISO DE ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
43 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual foi o percentual Fixado e Realizado das receitas originaacuterias de
impostos e de transferecircncias constitucionais para sauacutede puacuteblica no Orccedilamento
do exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
BLOCO III ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE EDUCACcedilAtildeO
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Educaccedilatildeo EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Educaccedilatildeo (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento)
somente do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os)
como por exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para
2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da educaccedilatildeo no
orccedilamento nos exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL DE 25 DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFEREcircNCIAS CONSTITUCIONAIS
1998
2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legais para manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
31 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Em 1998 e 2006 jaacute vigorando a Lei 9424 ndash Dispotildee sobre o Fundo de
Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio - FUNDEF como era a distribuiccedilatildeo destes recursos
CRITEacuteRIOS 1998 2006
Totalmente direcionado a Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Somente garantia os 60 aos Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Destinou a ampliaccedilatildeo real dos vencimentos de Pessoal do Magisteacuterio do
Ensino Fundamental
Destinado a todos os trabalhadores da educaccedilatildeo do Ensino Fundamental
Destinava agraves demais despesas com educaccedilatildeo fundamental
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual o percentual Fixado e Realizado das Receitas Originaacuterias de Impostos
e Transferecircncias Constitucionais destinados para Educaccedilatildeo no exerciacutecio de
1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 25
( ) 251 a 30
( ) acima de 30
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria de
seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________
______________________________ _____________________________
Reinaldo Cacircndido Teixeira Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade
Aluno MPA Professor Orientador
APEcircNDICE C
QUADRO 22 Relaccedilatildeo de Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes utilizados na pesquisa
Ndeg DE ORDEM UF MUNICIPIO POPULACcedilAtildeO
1 MG Alfenas 64674002 MG Araxaacute 77270003 MG Barbacena 114738004 MG Belo Horizonte 2154161005 MG Betim 318694006 MG Campo Belo 49325007 MG Caratinga 73139008 MG Contagem 529805009 MG Coronel Fabriciano 968530010 MG Curvelo 696140011 MG Divinoacutepolis 1892940012 MG Esmeraldas 372210013 MG Formiga 620920014 MG Frutal 501030015 MG Governador Valadares 2318750016 MG Ibiriteacute 1320300017 MG Ipatinga 2096600018 MG Itabira 1044260019 MG Itajubaacute 833570020 MG Ituibutaba 913750021 MG Janauacuteba 630070022 MG Januaacuteria 631550023 MG Juiz de Fora 4584170024 MG Lavras 800120025 MG Leopoldina 474560026 MG Manhuaccediluacute 598420027 MG Mariana 418780028 MG Monte Carmelo 438210029 MG Montes Claros 2906090030 MG Muriaeacute 884120031 MG Nova Lima 624770032 MG Nova Serrana 301480033 MG Ouro Preto 609190034 MG Paraacute de Minas 752270035 MG Paracatu 746370036 MG Passos 1007000037 MG Patos de Minas 1213250038 MG Patrociacutenio 751100039 MG Pedro Leopoldo 519270040 MG Pirapora 506940041 MG Poccedilos de Caldas 1321560042 MG Ponte Nova 565680043 MG Pouso Alegre 1021890044 MG Ribeiratildeo das Neves 24391700
45 MG Sabaraacute 1100630046 MG Santa Luzia 1681030047 MG Satildeo Francisco 553160048 MG Satildeo Joatildeo Del Rei 782860049 MG Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 588350050 MG Sete Lagoas 1879110051 MG Teoacutefilo Otoni 1235410052 MG Timoacuteteo 718450053 MG Trecircs Pontas 492360054 MG Ubaacute 846320055 MG Uberaba 2545200056 MG Uberlacircndia 5024160057 MG Unaiacute 679090058 MG Varginha 1108790059 MG Vespasiano 668550060 MG Viccedilosa 6301400
Fonte IBGE - Estimativa de 2004
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 11 Tema Problema
- 12 Objetivos
- 121 Objetivo Principal
- 122 Objetivos Secundaacuterios
- 13 Justificativa
- 2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
- 21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Bras
- 22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
- 221 Introduccedilatildeo
- 222 Surgimento da LRF
- 223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
- 224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
- 23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
- 231 Introduccedilatildeo
- 232 Programaccedilatildeo Financeira
- 233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
- 234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
- 235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
- 3 METODOLOGIA
- 31 Estrateacutegia de Pesquisa
- 311 Universo e amostra
- 312 Coleta de Dados
- 4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
- 411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
- 412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa
- 413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
- 414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Finance
- 415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita
- 416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircn
- 417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita
- 42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
- 421 Municiacutepio de Alfenas
- 422 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfe
- 431 Municiacutepio de Alfenas
- 432 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 5 CONCLUSAtildeO
- REFEREcircNCIAS
- APEcircNDICES
-
REINALDO CAcircNDIDO TEIXEIRA FACULDADES INTEGRADAS DE PEDRO LEOPOLDO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS
estudos de caso em Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes
PEDRO LEOPOLDO-MG 2008
REINALDO CAcircNDIDO TEIXEIRA
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS
estudos de caso em Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo das Faculdades Pedro Leopoldo como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Administraccedilatildeo Aacuterea de concentraccedilatildeo Gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas organizaccedilotildees natildeo-governamentais e desenvolvimento regional Orientador Professor Dr Luis Aureliano Gama de Andrade
PEDRO LEOPOLDO-MG 2008
AGRADECIMENTOS Agradeccedilo a Deus pela vida e por esta nova etapa de minha caminhada
Agradeccedilo aos meus pais e meus irmatildeos pela educaccedilatildeo e pela criaccedilatildeo em um
caminho difiacutecil mas com honestidade e honradez
Agradeccedilo especialmente a minha esposa Hildinha e aos meus filhos Nataacutelia e
Mateus pela compreensatildeo de minha ausecircncia no periacuteodo deste projeto que foi
nosso
Agradeccedilo ao Centro Universitaacuterio Newton Paiva Ferreira pela confianccedila no meu
trabalho como docente e pelo investimento no projeto
Agradeccedilo ao Grupo SIM pela confianccedila e parceria eu serei sempre grato
especialmente aos amigos Nelton Nilton Ceacutesar e Nilton de Aquino pelo apoio
constante
Agradeccedilo agrave Fundaccedilatildeo Cultural Dr Pedro Leopoldo pela criaccedilatildeo deste
mestrado foi o que possibilitou a realizaccedilatildeo deste sonho
Agradeccedilo a todos os Professores do Curso em especial aos Professores Dr
Luiz Aureliano Dra Adelaide e Dr Luacutecio pelos ensinamentos pelo exemplo de
comprometimento humildade companheirismo e especialmente pelo exemplo
de vida
Agradeccedilo aos entrevistados dos Municiacutepios que gentilmente forneceram as
informaccedilotildees necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo desta pesquisa
Agradeccedilo tambeacutem a meus amigos do mestrado que nos momentos difiacuteceis me
incentivaram a continuar firme e forte
ldquoA educaccedilatildeo eacute a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo
Nelson Mandela
RESUMO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS estudos de caso em Municiacutepios
mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Esta dissertaccedilatildeo trata da avaliaccedilatildeo do efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes Foram realizadas anaacutelises qualitativas A pesquisa inicia-se
com um levantamento bibliograacutefico seguido de pesquisa em 60 Municiacutepios
escolhidos como amostra global cujos dados estatildeo disponiacuteveis no sitio da
STN Na sequumlecircncia foram realizados estudos de caso em quatro Municiacutepios
escolhidos pela facilidade de acesso Nestes utilizou-se para coleta de dados
levantamento documental e entrevistas Para seguranccedila na aplicaccedilatildeo das
entrevistas realizou-se um preacute-teste no municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves O
periacuteodo utilizado para pesquisa nos 60 Municiacutepios foi entre 1998 a 2006 e
para aplicaccedilatildeo das entrevistas e levantamento documental foi de 1998 e 2006
Conclui-se nos estudos por meio de vaacuterios indicadores como restos a pagar
endividamento gastos com pessoal gastos com sauacutede gastos com educaccedilatildeo
dentre outros e nas entrevistas que o efeito da lei foi positivo e que os
Municiacutepios conseguiram cumprir os limites estabelecidos pela LRF Cabe
ressaltar que alguns itens pesquisados como quantidades de decretos
utilizados para modificaccedilotildees do orccedilamento puacuteblico em sua execuccedilatildeo nos
quatro Municiacutepios evidenciou que o planejamento pode melhorar muito
Conclui-se ainda que a LRF brasileira a exemplo da Nova Zelacircndia pode ser
revisada para atender agrave nova realidade apoacutes sete anos de vigecircncia
Palavras Chave Responsabilidade Fiscal planejamento equiliacutebrio fiscal
ABSTRACT
The Impact of Fiscal Responsibility Law on City Planning Case Studies in cities of the state of Minas Gerais with more than 50000 inhabitants
The objective of this study was to evaluate the effect of the Fiscal Responsibility
Law (LRF) on budget and financial planning of cities of the State of Minas
Gerais with more than 50000 inhabitants Qualitative analyses were performed
and the study began with a literature review followed by survey in 60 cities that
were chosen as global sample with data available at the STN site
Subsequently case studies were carried out in four cities that were chosen by
their easy access Documental survey and interviews were used for data
collection and to guarantee safety in their application a pre-test took place in
the city of Ribeiratildeo das Neves The research period in the 60 cities of Minas
Gerais was from 1998 to 2006 where as the interviews and the documental
survey occurred in the year of 1998 and 2006 The conclusion led by the
interviews and several indicators such as unspent commitments debt position
personnel expenses health expenses and education expenses among others
was that LRF effect was positive and the cities managed to comply with the
limits established by the law It is worth pointing out that some items surveyed in
four cities such as the amount of decrees used for changing public budgets in
relation to their implementation showed that planning can bring a great
improvement to it It was also concluded that Brazilian LRF similarly to New
Zealand could be reviewed to meet a new reality after seven years of validity
Keywords Fiscal responsibility planning fiscal balance
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Atos das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias
ARO Antecipaccedilatildeo de Receita Orccedilamentaacuteria
BCB Banco Central do Brasil
CF Constituiccedilatildeo Federal
DASP Departamento Administrativo do Serviccedilo Puacuteblico
DILSP Diacutevida Interna Liquida do Setor Puacuteblico
FUNDEF Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental
ILPESCEPAL Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y
SocialComissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotores
ICMS Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
LDO Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias
LOA Lei Orccedilamentaacuteria Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MF Ministeacuterio da Fazenda
MPO Ministeacuterio de Planejamento e Orccedilamento
MPOG Ministeacuterio de Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo
NFGC Necessidade de Financiamento do Governo Central
PAEG Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desenvolvimento
PND Planos Nacionais de Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
SIACEPCA Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de
Contas Anual
SIDOR Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios
SIDORNET Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da
Internet
SIGPLAN Sistema de Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento
SOF Secretaria de Orccedilamento Federal
TCEMG Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
FIGURA 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo
Horizonte 83
FIGURA 2 Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora 122
GRAacuteFICO 1 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP 88
GRAacuteFICO 2 Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
90
GRAacuteFICO 3 Percentual de Endividamento Consolidado 91
GRAacuteFICO 4 Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF 92
GRAacuteFICO 5 Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira -
PRPDF 93
GRAacuteFICO 6 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL -
PGSSRCL 94
GRAacuteFICO 7 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL
- PGAPRCL 95
GRAacuteFICO 8 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash
PGECRCL 96
GRAacuteFICO 9 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas 99
GRAacuteFICO 10 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia -
Alfenas 100
GRAacuteFICO 11 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas 100
GRAacuteFICO 12 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas 101
GRAacuteFICO 13 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas 102
GRAacuteFICO 14 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora
105
GRAacuteFICO 15 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz
de Fora 105
GRAacuteFICO 16 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora 106
GRAacuteFICO 17 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 19 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 20 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas
110
GRAacuteFICO 21 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash
Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 22 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 23 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 24 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 25 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso 114
GRAacuteFICO 26 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso 115
GRAacuteFICO 27 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
115
GRAacuteFICO 28 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
GRAacuteFICO 29 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA 40
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas 47
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento 54
QUADRO 4 Processo Orccedilamentaacuterio 56
QUADRO 5 Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento 57
QUADRO 6 Etapas do processo de planejamento 58
QUADRO 7 Composiccedilatildeo da RCL 60
QUADRO 8 Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para
Estudos de Caso 83
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de
entrevistas 85
QUADRO 10 Blocos para levantamento documental 85
QUADRO 11 Blocos para entrevistas 86
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos 88
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro
Municiacutepios 98
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas 101
QUADRO 15 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste 118
QUADRO 16 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 120
QUADRO 17 Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas120
QUADRO 18 Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede 124
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 127
QUADRO 20 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 131
QUADRO 21 Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo 134
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico 31
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil
entre 1991 e 2000 32
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira 69
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 74
TABELA 5 Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
90
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
11 Tema Problema 16
12 Objetivos 17
121 Objetivo Principal 17
122 Objetivos Secundaacuterios 17
13 Justificativa 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil 19
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento 29
221 Introduccedilatildeo 29
222 Surgimento da LRF 31
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico 34
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 59
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal 65
231 Introduccedilatildeo 65
232 Programaccedilatildeo Financeira 66
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 71
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas 75
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica 76
3 METODOLOGIA 81
31 Estrateacutegia de Pesquisa 81
311 Universo e amostra 82
312 Coleta de Dados 84
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 87
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP 88
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF 90
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC 91
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e
Bancos ndash PRPDF 92
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente
Liacutequida - PGSSRCL 94
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL 95
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente
Liacutequida - PGECRCL 96
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 97
421 Municiacutepio de Alfenas 98
422 Municiacutepio de Juiz de Fora 103
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas 109
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 113
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de
Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 117
431 Municiacutepio de Alfenas 118
432 Municiacutepio de Juiz de Fora 120
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas 127
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 131
5 CONCLUSAtildeO 137
REFEREcircNCIAS 143
APEcircNDICES 146
14
1 INTRODUCcedilAtildeO Trata-se nesta pesquisa de uma anaacutelise a partir de levantamento de dados
no siacutetio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) anaacutelises de documentos e
entrevistas dirigidas e semi-estruturadas do efeito produzido pela Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro nos Municiacutepios
Mineiros com mais de 50000 habitantes
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 84) planejar eacute estabelecer com
antecedecircncia objetivos accedilotildees e metas com base em alguma metodologia ou
loacutegica preacute-definida Uma vez que esse conceito deve ser observado
principalmente na administraccedilatildeo puacuteblica e considerando que LRF dedicou
grande parte aos instrumentos de planejamento puacuteblico nosso estudo foi
direcionado para o processo de construccedilatildeo e acompanhamento dos principais
instrumentos de planejamento puacuteblico Plano Plurianual Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e a Lei Orccedilamentaacuteria Anual O enfoque do estudo foi dado a
Municiacutepios considerados estrateacutegicos do estado de Minas Gerais Priorizando
as temaacuteticas de educaccedilatildeo e sauacutede que representam a maior fatia dos
investimentos e demandas dos Municiacutepios Seratildeo avaliados tambeacutem dados
relevantes de sessenta Municiacutepios do estado de Minas Gerais com mais
50000 mil habitantes
Seraacute dada maior ecircnfase ao orccedilamento puacuteblico devido ao fato de ele antes de
qualquer outra definiccedilatildeo ser uma decisatildeo poliacutetica por meio da qual ocorre a
materializaccedilatildeo da despesa puacuteblica O orccedilamento puacuteblico eacute considerado uma
dos mais antigos instrumentos de gestatildeo e eacute por meio dele que os governos
nacionais ou sub-nacionais viabilizam suas poliacuteticas Serve como norteador e
limitador para administraccedilatildeo direta e indireta e tem a capacidade de aproximar
o administrador puacuteblico do cidadatildeo
15
O Brasil conforme dados do Banco Central possui um niacutevel alto de
endividamento puacuteblico Corrobora com este fato para tornar ainda mais difiacutecil a
gestatildeo dos recursos puacuteblicos a falta de recursos para arcar com as demandas
da sociedade os consecutivos deacuteficits orccedilamentaacuterios e ateacute mesmo a
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 que ampliou a receita dos Municiacutepios
vinculando as receitas mais expressivas a determinadas temaacuteticas como
educaccedilatildeo sauacutede Essa satildeo razotildees para se falar do planejamento puacuteblico nos
Municiacutepios mineiros e do efeito produzido pela Lei Complementar nordm 101 de
2000 ndash Lei de Responsabilidade Fiscal
O Brasil para a elaboraccedilatildeo da referida lei embasou-se tanto em modelos
aplicados na Uniatildeo Europeacuteia quanto em princiacutepios da experiecircncia norte-
americana Na Uniatildeo Europeacuteia o modelo eacute o tratado de Maastricht no qual
estatildeo previstas penalidades que vatildeo desde multa e restriccedilotildees de acesso a
novos creacuteditos e financiamentos agraves ocorrecircncias de deacuteficits orccedilamentaacuterios
considerados excessivos Neste modelo admite-se desvios fiscais desde que
mantido o efetivo compromisso de ajuste Os princiacutepios norte-americanos
seguidos pelo Brasil referem-se agrave exigecircncia de compensaccedilatildeo de renuacutencia de
receitas e das novas despesas obrigatoacuterias de caraacuteter continuado
Tambeacutem seguindo outros modelos bem-sucedidos a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira adotou o princiacutepio da transparecircncia utilizando-se do modelo da
Nova Zelacircndia Como exemplo a elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio de
Gestatildeo Fiscal conforme descrito no artigo 48 da lei brasileira transcrito a
seguir
Art 48 Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos Paraacutegrafo uacutenico A transparecircncia seraacute assegurada tambeacutem mediante incentivo agrave participaccedilatildeo popular e realizaccedilatildeo de audiecircncias puacuteblicas durante os processos de elaboraccedilatildeo e de discussatildeo dos planos lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e orccedilamentos
16
Para analisar o impacto da lei utilizaram-se dados comparativos de dois
exerciacutecios um periacuteodo anterior agrave lei (1998) e outro posterior (2006) Avaliou-se
tambeacutem com base em dados disponiacuteveis no siacutetio da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) gastos com pessoal diacutevida restos a pagar educaccedilatildeo e
cultura sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia referente ao
periacuteodo de 1998 a 2006
A estrutura da dissertaccedilatildeo estaacute organizada em cinco capiacutetulos O primeiro eacute a
introduccedilatildeo sendo ela dividida em tema problema objetivos principal e
secundaacuterios e justificativa O segundo capiacutetulo conteacutem o referencial teoacuterico
que sustenta a pesquisa e eacute composto de trecircs sub-capiacutetulos um relato
histoacuterico sobre o planejamento puacuteblico no Brasil a apresentaccedilatildeo da lei de
responsabilidade fiscal e o planejamento puacuteblico e por fim um estudo sobre a
gestatildeo do orccedilamento municipal Procurou-se neste capiacutetulo dar sustentaccedilatildeo
teoacuterica agrave pesquisa O terceiro capiacutetulo refere-se agrave metodologia de pesquisa O
quarto eacute composto de apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados O quinto e
uacuteltimo as conclusotildees da pesquisa seguidos das referecircncias e apecircndices
11 Tema Problema Para nortear nossos estudos a questatildeo central seraacute
Qual o efeito produzido no Planejamento Orccedilamentaacuterio e Financeiro nos
Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei de
Responsabilidade Fiscal
17
12 Objetivos 121 Objetivo Principal
Identificar qual foi o efeito produzido no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro
dos Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal
122 Objetivos Secundaacuterios
bull Investigar como a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu no Brasil
bull Analisar o processo histoacuterico de planejamento puacuteblico no Brasil
bull Identificar como funciona o processo de construccedilatildeo e gestatildeo dos
principais instrumentos de planejamento puacuteblico nos Municiacutepios com especial
atenccedilatildeo para aacutereas de Educaccedilatildeo e Sauacutede
bull Analisar se a Lei de Responsabilidade Fiscal afetou de forma positiva ou
negativa o planejamento e a gestatildeo dos Municiacutepios mineiros
13 Justificativa
A pesquisa se justifica em funccedilatildeo da importacircncia dos Municiacutepios para a naccedilatildeo
brasileira Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) os
Executivos municipais representam um dos maiores empregadores
18
Com a constituiccedilatildeo de 1988 os Municiacutepios ganharam mais autonomia e mais
receitas no entanto com mais responsabilidades e mais demandas por
serviccedilos puacuteblicos O controle externo tanto teacutecnico como social tornou-se mais
exigente razatildeo pela qual os principais planos de governo foram formalizados
sendo estes planos Plano Plurianual Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias e Lei
Orccedilamentaacuteria Anual
A Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco histoacuterico para as
financcedilas Tendo especialmente tratado um problema antigo que eacute o controle
dos gastos com pessoal e do endividamento puacuteblico esta lei busca o equiliacutebrio
das contas puacuteblicas fundamental para continuidade e implementaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas necessaacuterias e urgentes para o povo brasileiro
19
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil
O orccedilamento puacuteblico tem o propoacutesito de permitir uma relaccedilatildeo entre governos e
a sociedade isto porque eacute por meio dele que eacute possiacutevel determinar o gasto
puacuteblico Para uma melhor compreensatildeo e exerciacutecio deste direito eacute importante
entendermos que os desvios de cumprimento de regras e normas natildeo satildeo de
agora eles satildeo resultado de um longo processo histoacuterico Para Castro e Garcia
(2004 p 44) a evoluccedilatildeo institucional da Administraccedilatildeo Puacuteblica no Brasil
remonta ao periacuteodo colonial com a absorccedilatildeo das caracteriacutesticas do
absolutismo vigente em Portugal caracterizado por amplos poderes para o
soberano no paiacutes e nas colocircnias
O primeiro orccedilamento puacuteblico do paiacutes data de 1827 cinco anos apoacutes a
proclamaccedilatildeo da independecircncia foi para Giacomoni (2007 p 40) um
orccedilamento frustrado com mecanismos arrecadadores deficientes em relaccedilatildeo
agraves proviacutencias enfrentando dificuldades nas comunicaccedilotildees e certos conflitos
com normas legais oriundas do periacuteodo colonial
Conforme Vieira1 (apud Castro e Garcia 2004 p 46) do ponto de vista
teoacuterico o Legislativo tinha autonomia para limitar o gasto do Imperador No
entanto este poder natildeo ocorria de fato pois o Poder Legislativo natildeo possuiacutea
capacidade teacutecnica e nem informaccedilotildees necessaacuterias Aleacutem disso utilizavam-se
da possibilidade de incluiacuterem propostas de interesse proacuteprio no projeto de lei
orccedilamentaacuteria anual isso dava a impressatildeo de que o congresso era incapaz de
lidar com a mateacuteria financeira de forma responsaacutevel
1 VIEIRA L V O processo orccedilamentaacuterio brasileiro e o modelo principal ndash agente uma anaacutelise poliacutetica positiva 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Departamento de Economia da Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia
20
Esse modelo inadequado ocorre ateacute hoje especialmente em Legislativos
municipais mas tambeacutem no Congresso Nacional Brasileiro onde as emendas
ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo satildeo objeto de negociaccedilatildeo e busca de interesses
privados em detrimento do interesse puacuteblico
Diversos doutrinadores concordam que natildeo haacute planejamento que funcione de
forma satisfatoacuteria sem o devido controle e acompanhamento Com este
objetivo em 1850 foi criado o Tribunal do Tesouro Puacuteblico Nacional do
Governo Imperial com a competecircncia de fiscalizar a Administraccedilatildeo da
Fazenda e em 1858 foi criada uma Diretoria exclusiva para o processo de
tomadas de contas dos agentes envolvidos com a despesa puacuteblica ampliando
dessa forma a competecircncia do tribunal
O modelo que em termos seria uma evoluccedilatildeo apresenta vulnerabilidades tais
como a vinculaccedilatildeo e a dependecircncia financeira da Diretoria de Tomada de
Contas ao Ministeacuterio da Fazenda com isso certamente gerava uma
desconfianccedila no pleno exerciacutecio de suas competecircncias de fiscalizaccedilatildeo Este
modelo sofreu pressotildees para a criaccedilatildeo de uma estrutura de controle de contas
vinculada ao Parlamento com total independecircncia do Tesouro Puacuteblico
Nacional e do Ministeacuterio da Fazenda
Faz-se importante uma verificaccedilatildeo do processo orccedilamentaacuterio percorrido pelo
Brasil para possibilitar a comparaccedilatildeo e analise atualmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal Para isso elaborou-se pesquisa iniciada a partir da
deacutecada de 30
Plano Especial de Obras Puacuteblicas e Aparelhamento do Estado Nacional ndash 19391944 Mesmo natildeo tendo o ecircxito desejado para Albuquerque Medeiros e Silva (2006
p 93) o plano especial foi o resultado direto da nova concepccedilatildeo de Estado que
se criara no Brasil na deacutecada de 30 ou seja o Estado como propulsor da
21
economia e do desenvolvimento O plano foi notadamente um marco inicial do
planejamento puacuteblico no Brasil especialmente por se tratar da primeira
experiecircncia de planejamento
Com este modelo o Estado assume um papel intervencionista interferindo
diretamente no processo de crescimento econocircmico em diversos setores da
economia como induacutestria e infra-estrutura
Plano SALTE ndash 1950 a 1954
O Plano SALTE ndash Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia instituiacutedo
conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 93) a partir de duas
missotildees norte-americanas que influenciaram fortemente os teacutecnicos brasileiros
na aacuterea de planejamento do ponto de vista metodoloacutegico Teve grandes
avanccedilos em relaccedilatildeo ao plano anterior no entanto com vida curta em funccedilatildeo de
problemas econocircmicos enfrentados na eacutepoca e seus recursos foram
incorporados ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo
Conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 94) o plano foi
implementado no Governo do Presidente Dutra Este elegeu quatro temaacuteticas
como prioritaacuterias Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia das quais se
originou o nome do plano
Primeiro plano que descentralizava suas accedilotildees para outros entes da federaccedilatildeo
e para suas proacuteprias autarquias e sociedades de economia mista Estendeu-se
tambeacutem a entidades privadas e possuiacutea promoccedilatildeo de entendimentos e
convecircnios para parcerias com Estados e Municiacutepios
O plano fracassou por algumas razotildees tais com a coordenaccedilatildeo centralizada na
presidecircncia da repuacuteblica os poucos recursos disponibilizados contrariando o
que foi proposto inicialmente e a falta de controle
22
Plano de Metas
Juscelino Kubistchek estruturou objetivos para nortear a aplicaccedilatildeo de recursos
puacuteblicos por um periacuteodo de meacutedio prazo formulando assim o chamado ldquoPlano
de Metasrdquo Neste plano priorizou-se a construccedilatildeo de estaacutegios superiores da
piracircmide industrial vertical integrada2 e propocirc-se a continuidade da poliacutetica de
substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
Com caracteriacutestica marcante o plano de metas adotou estruturas paralelas ao
poder puacuteblico formal aumentando a capacidade de decisatildeo com alcance de
resultados mais raacutepidos diminuindo a burocracia ora instalada nos ministeacuterios
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
O plano de metas inaugura no Brasil a utilizaccedilatildeo do planejamento indicativo (embora em pequena escala) ou seja a distinccedilatildeo entre onde o governo vai atuar como agente econocircmico e onde deve haver apenas a indicaccedilatildeo para o setor privado Conseguiu ecircxito no plano de industrializaccedilatildeo da economia e na superaccedilatildeo de pontos de estrangulamento que impediam o desenvolvimento nacional poreacutem teve como consequumlecircncias desequiliacutebrios na balanccedila de pagamento e aumento das taxas de inflaccedilatildeo
Plano Trienal
Em 1961 foi criada a Comissatildeo Nacional de Planejamento e em 1962 foi
elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econocircmico e Social para o
triecircnio 1963-1965 cujo objetivo macro era compatibilizar a meta global de
aumento da atividade econocircmica com a taxa de crescimento e estabilizaccedilatildeo da
moeda
Neste periacuteodo cabia ao Executivo a competecircncia para elaborar a peccedila
orccedilamentaacuteria O Congresso Nacional influenciava na alocaccedilatildeo de recursos
conforme sua representaccedilatildeo 2 Investimentos no setor de energia-transporte siderurgia e refino de petroacuteleo e no setor secundaacuterio para produccedilatildeo de equipamentos e insumos com funccedilotildees de alta intensidade de capital
23
Mesmo com os claros avanccedilos para Giacomoni apud Castro e Garcia (2004 p
49) o orccedilamento era chamado de Tradicional3 isto porque tratava somente de
duas classificaccedilotildees convencionais Classificaccedilatildeo por Unidades (podemos
chamaacute-la atualmente de classificaccedilatildeo institucional) e uma econocircmica (por
objeto e item de despesa)
Todos estes avanccedilos natildeo ocorreram por acaso O crescimento urbano
mudanccedilas na economia e na poliacutetica exigiam modernizaccedilotildees no planejamento
puacuteblico
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
o plano trienal procurou pela primeira vez soluccedilotildees para os problemas estruturais do paiacutes abordando de forma integrada a estrutura econocircmica e social do Brasil Conferiu importacircncia fundamental ao planejamento no processo de desenvolvimento econocircmico Caberia a ele antecipar as principais modificaccedilotildees estruturais desenvolvidas e indicar medidas a serem tomadas
PAEG ndash Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo ndash 1964 a 1966
Segundo Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95) os objetivos principais do
plano eram acelerar o ritmo do desenvolvimento econocircmico conter
progressivamente o processo inflacionaacuterio atenuar os desniacuteveis econocircmicos
setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego aleacutem de corrigir a
tendecircncia a deacuteficits descontrolados do balanccedilo de pagamentos
Outro acontecimento histoacuterico que devemos reconhecer como sendo um
grande avanccedilo no processo orccedilamentaacuterio deste periacuteodo foi a promulgaccedilatildeo da
Lei 4320 de 1964 Considerada o embriatildeo da moderna teacutecnica orccedilamentaacuteria
chamada de orccedilamento-programa dispotildee em seu art 2ordm
3 Esse tipo de orccedilamento eacute tambeacutem conhecido como ldquoLei de Meiosrdquo pois representava um inventaacuterio dos ldquomeiosrdquo com os quais o Estado contava para realizar suas tarefas Foi utilizado ateacute o advento da Lei ndeg 43201964
24
A Lei de Orccedilamento conteraacute a discriminaccedilatildeo da receita e despesa de forma a evidenciar a poliacutetica econocircmico-financeira e o programa de trabalho do Governo obedecidos os princiacutepios de unidade universalidade e anualidade sect 1ordm Integraratildeo a Lei do Orccedilamento ndash sumaacuterio geral da receita por fontes e da despesa por funccedilotildees do Governo II ndash quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econocircmicas na forma do Anexo 1 III ndash quadro discriminatoacuterio da receita por fontes e respectiva legislaccedilatildeo IV ndash quadro das dotaccedilotildees por oacutergatildeos do Governo e da Administraccedilatildeo sect 2ordm Acompanharatildeo a Lei de Orccedilamento I ndash quadros demonstrativos da receita e planos de aplicaccedilatildeo dos fundos especiais II ndash quadros demonstrativos da despesa na forma dos Anexos ndegs 6 e 9 III ndash quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo em termos de realizaccedilatildeo de obras e de prestaccedilatildeo de serviccedilos
Mesmo em um periacuteodo de autoritarismo militar esta lei foi sem duacutevida
nenhuma um grande avanccedilo para a administraccedilatildeo puacuteblica nos trecircs niacuteveis de
governo Vigora ateacute a presente data sem nenhuma alteraccedilatildeo Existe hoje uma
proposta de alteraccedilatildeo que tramita no congresso nacional mas sem mudanccedilas
significativas em seu conteuacutedo
Outro elemento significativo foi o Decreto-lei ndeg 20067 Instrumento da
Reforma Administrativa de 1967 criou o Ministeacuterio do Planejamento e
Coordenaccedilatildeo Geral que dentre outras atribuiccedilotildees ficou incumbido da
elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e da proposta orccedilamentaacuteria anual
Deacutecada de 1980 - Constituiccedilatildeo Cidadatilde
Com a CF de 1988 retornou ao congresso as discussotildees sobre planejamento
e orccedilamento que consagrou princiacutepios fundamentais como legalidade
moralidade impessoalidade Publicidade eficiecircncia e do interesse puacuteblico
Esta constituiccedilatildeo tratou dentre outros temas fundamentais para o paiacutes sobre o
processo de planejamento e orccedilamento instituindo o Art 165 conforme
descrito
25
Art 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabeleceratildeo I - o plano plurianual II III sect 1ordm - A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraccedilatildeo continuada
Foi um avanccedilo no sentido de determinar regras mais claras especialmente
quando se unifica em um uacutenico instrumento diretrizes objetivos e metas para
todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
No mesmo artigo tambeacutem foi tratado sobre a Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias ndash
(LDO) e Lei Orccedilamentaacuteria Anual (LOA) Esta constituiccedilatildeo estabeleceu que
nenhum plano setorial ou qualquer plano do governo deve estar em desacordo
com o Plano Plurianual (PPA)
Do ponto de vista de avaliaccedilatildeo e controle na execuccedilatildeo destes instrumentos de
planejamento foi um grande avanccedilo se observarmos o constante no artigo 74
Este artigo estabeleceu a implementaccedilatildeo de um sistema integrado de controle
interno com o principal objetivo de avaliar o cumprimento das metas
estabelecidas nas accedilotildees governamentais conforme descrito a seguir
Art 74 Os Poderes Legislativo Executivo e Judiciaacuterio manteratildeo de forma integrada sistema de controle interno com a finalidade de I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execuccedilatildeo dos programas de governo e dos orccedilamentos da Uniatildeo II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira e patrimonial nos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo federal bem como da aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos por entidades de direito privado III - exercer o controle das operaccedilotildees de creacutedito avais e garantias bem como dos direitos e haveres da Uniatildeo IV - apoiar o controle externo no exerciacutecio de sua missatildeo institucional sect 1ordm - Os responsaacuteveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade dela daratildeo ciecircncia ao Tribunal de Contas da Uniatildeo sob pena de responsabilidade solidaacuteria sect 2ordm - Qualquer cidadatildeo partido poliacutetico associaccedilatildeo ou sindicato eacute parte legiacutetima para na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniatildeo
26
Mesmo com os grandes avanccedilos na Constituiccedilatildeo o processo de
implementaccedilatildeo e a formalidade herdada do regime militar natildeo foram
superados com a rapidez necessaacuteria para implementar completamente tais
dispositivos com a eficiecircncia desejada
O Primeiro PPA
Segundo Castro e Garcia (2004 p55) a ineficaacutecia do primeiro PPA como
organizador das iniciativas governamentais que buscavam enfrentar alguns
problemas nacionais foi evidenciado pelo relatoacuterio Retrato do Desperdiacutecio no
Brasil da Comissatildeo Temporaacuteria das Obras Inacabadas do Senado Federal
(Brasil Senado Federal 1995) Neste relatoacuterio constatou-se a existecircncia de
milhares de obras que foram iniciadas absorveram grande soma de recursos e
natildeo estatildeo cumprindo a sua finalidaderdquo A Comissatildeo ldquocadastrou 2214 obras
onde foram aplicados mais de R$ 150 bilhotildeesrdquo
Mais uma vez ao contraacuterio do que era esperado o PPA serviu somente para
cumprir norma constitucional deste periacuteodo de 1991 a 1995 De competecircncia
do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PPA foi pouco discutido pelo
Congresso Nacional e aprovado sem muitas discussotildees
PPA 1996-1999 ndash Brasil em Accedilatildeo
O resultado ao final deste plano natildeo foi positivo considerando que manteve a
situaccedilatildeo econocircmica sem apontar para nenhum avanccedilo relacionado aos iacutendices
econocircmicos e sociais o maior e mais importante objetivo
PPA 2000 ndash 2003 ndash Avanccedila Brasil
Um avanccedilo considerado importante no PPA 2000-2003 foi o direcionamento
das accedilotildees prioritaacuterias em um programa especial do governo denominado
ldquoBrasil em Accedilatildeordquo Este plano recebeu um gerenciamento especial recebido
27
provando que resultados podem efetivamente ser alcanccedilados quando existe
um acompanhamento efetivo Iniciativa importante para o planejamento no
Brasil foi a nomeaccedilatildeo de um gerente para acompanhamento dos projetos
tendo como atribuiccedilatildeo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores envolvidos no
processo
Conforme Castro e outro (2004 p 57) em 14 de outubro 1997 foi instituiacutedo um
grupo de trabalho4 tendo como principal finalidade a elaboraccedilatildeo de projeto de
lei complementar regulamentadora do art 165 sect 9ordm da Constituiccedilatildeo Federal de
1988 O grupo de trabalho objetiva integrar o que foi planejado com a
programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Conforme Castro e Garcia (2004 p 57) o PPA do periacuteodo 2000-2003 teve
como marco inicial o Decreto 2829 e a Portaria MPO ndeg 42 de 14 de abril de
1999 que estabeleceram normas e conceitos para a elaboraccedilatildeo e
acompanhamento incluindo a gestatildeo dos Orccedilamentos
Com estas inovaccedilotildees ficou claro que a intenccedilatildeo era incluir elementos no
planejamento puacuteblico que definiriam responsabilidades gerenciais para
execuccedilatildeo das accedilotildees do setor puacuteblico O objetivo era criar mecanismos de
aproximaccedilatildeo entre o setor privado e o setor puacuteblico valorizando a
descentralizaccedilatildeo para Estados Municiacutepios e terceiro setor para melhorar os
resultados a serem alcanccedilados na execuccedilatildeo dos programas de governo
Conforme Castro e Garcia (2004 p 58) a partir do Grupo de Trabalho de
1997 foi proposto um novo conceito de Programa de Governo que passou a
ser definido como unidade baacutesica de organizaccedilatildeo do PPA e de integraccedilatildeo
orccedilamentaacuteria
4 Composto pelo Ministeacuterio do Planejamento e Orccedilamento (SPA SOF SEST IPEA IBGE) e da Fazenda 9STN SFC SRF BACEN) do Tribunal de Contas da Uniatildeo do CONFAZ do IBAM da ABOP e da Associaccedilatildeo dos Profissionais em Financcedilas Puacuteblicas
28
Esta nova etapa permite concluir que os dois instrumentos (PPA e LOA)
passam a ter uma harmonia ou compatibilidade pois os dois estavam
direcionados para soluccedilatildeo de problemas comuns
Os programas de governo foram tipificados em Programas de Gestatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas Programas de Serviccedilos ao Estado e Programas de Apoio
administrativo Tambeacutem as accedilotildees governamentais conforme Portaria 42 foram
divididas em Atividade Projeto e Operaccedilotildees Especiais
Houve diversos avanccedilos no planejamento puacuteblico dentre eles a criaccedilatildeo junto
ao Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo o Sistema de
Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN tendo como objetivo o
acompanhamento e a avaliaccedilatildeo da execuccedilatildeo das accedilotildees governamentais para
melhor aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O PPA 2004-2007 mesmo com a mudanccedila do Chefe do Executivo Federal
manteve a mesma metodologia quanto aos conceitos instituiacutedos pela Portaria
42 de 1999 A anaacutelise sobre PPA seraacute aprofundada no capiacutetulo ldquoA Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Planejamentordquo
PPA 2004 ndash 2007 ndash Brasil de Todos
Conforme Castro e Garcia (2004 p 61) o presidente Luiz Inaacutecio Lula da Silva
empossado em 1ordm de janeiro de 2003 manteve a metodologia instituiacuteda em
2000
No proacuteximo capiacutetulo trataremos do surgimento da LRF e sua influecircncia no
planejamento governamental especialmente na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
de planejamento puacuteblico no Brasil PPA LDO e LOA e a compatibilidade entre
estes instrumentos
29
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
221 Introduccedilatildeo
Inicialmente eacute importante um relato sobre os caminhos percorridos pela
federaccedilatildeo brasileira ateacute chegar no momento histoacuterico da regulamentaccedilatildeo do
art 163 da CF de 1988 Abordaremos sobre o tema especialmente sob o
ponto de vista da reparticcedilatildeo tributaacuteria que culminou na aprovaccedilatildeo e
promulgaccedilatildeo da LRF em maio de 2000
A Federaccedilatildeo brasileira foi marcada por um movimento pendular que ora
centralizava ou descentralizava o poder no governo central ou nas entidades
sub-nacionais Foi notoacuteria esta predominacircncia de centralizaccedilatildeo na Uniatildeo isto
em todos os aspectos sejam eles tributaacuterios poliacuteticos econocircmicos ou legais
a partir sobretudo dos anos 30
Se comparado com os Municiacutepios a autonomia dos Estados estava em
processo mais acelerado A maior conquista foi com a aprovaccedilatildeo da CF de
1988 na qual os Municiacutepios tambeacutem foram contemplados com mais
autonomia especialmente com a descentralizaccedilatildeo de recursos tributaacuterios com
recebimento de transferecircncias de tributos da Uniatildeo e dos Estados bem como
com a competecircncia para instituir e cobrar alguns tributos de sua
responsabilidade Ressalte-se que tal conquista natildeo foi muita surpresa uma
vez que se tratava de uma tendecircncia mundial a reforma dos modelos de
governo
No entanto conforme Costa (apud de Avelar e Octaacutevio 2007 p 214) a
descentralizaccedilatildeo veio em um momento de crise fiscal do governo central em
que a transferecircncia dos impostos e receitas para os governos subnacionais5
5 Satildeo os entes federados Estados e Municiacutepios
30
dificultava o ajuste fiscal pelo governo ajuste necessaacuterio para que o Estado
brasileiro nacional retomasse sua capacidade de investimento e reduzisse as
desigualdades regionais
O grande desafio do paiacutes era conciliar este novo modelo com as necessidades
da populaccedilatildeo ampliando a capacidade da maacutequina estatal para atender a
grande demanda de serviccedilos puacuteblicos existentes Caso contraacuterio de nada
adiantaria os esforccedilos para esta nova etapa do Estado brasileiro
O agravamento da crise do Estado brasileiro fenocircmeno que data da mesma deacutecada da abertura democraacutetica e da entrada em vigor da nova Carta Magna acabou fortalecendo as iniciativas de transferecircncia de encargos para os Estados e os Municiacutepios Entretanto essa descentralizaccedilatildeo nem sempre foi fruto de uma accedilatildeo programada e os recursos transferidos para fazer frente aos novos encargos muitas vezes mostraram-se insuficientes O fortalecimento do papel dos Municiacutepios atraveacutes das mudanccedilas constitucionais e do proacuteprio processo de transferecircncia de encargos jaacute mencionados aumentou suas responsabilidades muitas vezes em ritmo superior ao das capacidades exigidas para enfrentaacute-las (CHALFUN 2001 p 6)
Nesse cenaacuterio o aprimoramento da gestatildeo puacuteblica assume uma importacircncia
fundamental Um dos aspectos mais importantes desse aprimoramento eacute a
necessidade de maior responsabilidade eficiecircncia e austeridade do gestor
local em relaccedilatildeo ao planejamento e agrave administraccedilatildeo das despesas e das
receitas municipais de forma a possibilitar o enfrentamento dos dilemas
econocircmico-sociais e ambientais deste iniacutecio de seacuteculo
Pensando de maneira um pouco diferenciada Costa (apud de Avelar e Octaacutevio
2007 p 220) considera que o que culminou na aprovaccedilatildeo da LRF em 2000 e
que caracterizou um dos problemas centrais do federalismo foi a transferecircncia
de responsabilidades dos Estados e Municiacutepios para a Uniatildeo Os Estados e
Municiacutepios gastavam mais do que arrecadavam se endividavam e depois
procuravam ajuda do governo federal Ao longo de toda a histoacuteria republicana
os governos estaduais procuraram transferir suas diacutevidas para o governo
federal realizando novos empreacutestimos no mercado aumentando a diacutevida
federal num eterno ciclo de endividamento e inflaccedilatildeo
31
A Tabela 1 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida liacutequida do setor puacuteblico em
anos recentes
TABELA 1
Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico
Ano Governo Federal Estados e Municiacutepios Soma 1991 341 79 420 1992 299 74 373 1993 272 91 363 1994 230 93 323 1995 194 100 294 1996 182 98 280 1997 200 106 306 1998 206 121 327 1999 333 138 471 2000 302 148 450
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
Os dois pontos de vista satildeo importantes O primeiro refere-se a autonomia dos
Estados e dos Municiacutepios Estes uacuteltimos com os recursos que recebiam natildeo
atendiam as demandas por serviccedilos que a sociedade esperava
Aleacutem disse ocorria um conflito de responsabilidades entre os entes e para
exemplificar podemos mencionar a questatildeo da seguranccedila puacuteblica que eacute
compartilhada entre os trecircs entes
Por outro lado ocorria de fato a transferecircncia de diacutevidas especialmente dos
Estados originaacuterias da maacute gestatildeo dos recursos A falta de limites ou regras
claras para as diretrizes da administraccedilatildeo e a inexistecircncia de puniccedilatildeo
associado agrave necessidade de manutenccedilatildeo da estabilidade monetaacuteria foram
razotildees suficientes para a implementaccedilatildeo da Lei de Responsabilidade Fiscal
que seraacute tratada no proacuteximo sub-capiacutetulo
222 Surgimento da LRF
Como jaacute relatou-se os altos iacutendices de endividamento das administraccedilotildees
puacuteblicas no Brasil o aumento das despesas puacuteblicas especialmente despesas
32
para manutenccedilatildeo do governo e o deacuteficit puacuteblico ao longo de vaacuterias deacutecadas
culminaram no comprometimento de investimentos em infra-estrutura em aacutereas
extremamente necessaacuterias como sauacutede educaccedilatildeo seguranccedila e outras aacutereas
sociais Isso impedia o paiacutes de crescer de maneira sustentaacutevel
A Tabela 2 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor
Puacuteblico (DILSP) no Brasil entre 1991 e 2000 Essa grandeza eacute liacutequida pois
exclui creacuteditos diversos do setor puacuteblico entre os quais sobressaem depoacutesitos
no sistema bancaacuterio e no Banco Central e disponibilidades e aplicaccedilotildees
diversas e vaacuterios fundos constitucionais
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil entre 1991 e 2000
ANO DILSP ( do PIB) ()
1991 420 ------- 1992 373 -110 1993 363 -27 1994 323 -1101 1995 294 -898 1996 280 -47 1997 306 93 1998 327 70 1999 471 440 2000 450 -44
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
A LRF brasileira surgiu com o objetivo principal de implementar mecanismos de
controle e maior responsabilidade na gestatildeo fiscal tanto para Municiacutepios
quanto para Estados Distrito Federal Uniatildeo e suas autarquias e entidades a
elas pertencentes
Como jaacute mencionado anteriormente natildeo eacute por acaso que a LRF brasileira foi
inspirada em grande parte no modelo da Nova Zelacircndia Mesmo sendo um paiacutes
tatildeo diferente do ponto de vista geograacutefico e populacional o modelo
neozelandecircs tem despertado conforme Piancastelli (2006 p 11) atenccedilatildeo de
analistas poliacuteticos de Executivos de grandes empresas e de autoridades de
governo em todo o mundo
33
Piancastelli ainda relata os trecircs instrumentos principais que reverteram o
quadro complicado da Nova Zelacircndia sendo o Ato do setor Estado de 1988 o
Ato das Financcedilas Puacuteblicas de 1989 e o Ato de Responsabilidade Fiscal de
1994 Estes instrumentos foram consolidados pelo parlamento em dezembro
de 2003 com alguns aperfeiccediloamentos
A mudanccedila do quadro da Nova Zelacircndia se deu efetivamente a partir de 1994
apoacutes vaacuterias deacutecadas de deacuteficits puacuteblicos e endividamento com a instituiccedilatildeo do
Ato de Responsabilidade Fiscal ou Fiscal Responsibility Act cujos princiacutepios
satildeo
1ordm - Eacute obrigatoacuterio que o governo mantenha superaacutevits operacionais
ateacute que a diacutevida a puacuteblica seja reduzida a niacuteveis prudentes
2ordm - Uma vez atingidos tais patamares para a diacutevida puacuteblica eles
devem ser mantidos Para tanto as contas puacuteblicas deveratildeo manter
um superaacutevit operacional meacutedio quando considerado um periacuteodo
razoaacutevel
3ordm - Alcanccedilar e manter um niacutevel de patrimocircnio liacutequido governamental
capaz de natildeo soacute propiciar ao estado condiccedilotildees de manter a
adequaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos mas tambeacutem de assegurar esta
capacidade ante a choques adversos
4ordm - Gerenciar os riscos fiscais com os quais o governo possa se
defrontar
5ordm - Implementar poliacuteticas fiscais que sejam compatiacuteveis com a
estabilidade e a previsibilidade das aliacutequotas ora vigentes (PIANCASTELLI 2006 p 12)
As duas leis possuiacuteam objetivo comum de controlar as contas puacuteblicas Isso
era essencial para reverter tributos e outras receitas em serviccedilos puacuteblicos para
sociedade No entanto estas leis possuem diferenccedilas marcantes decorrentes
do direito da qual se originam
O Fiscal Responsibility Act recebe influecircncia dos princiacutepios de funcionamento
do Direito Consetudinaacuterio Anglo-Saxatildeo O que significa que a lei estabelece
princiacutepios gerais para a accedilatildeo dos governos e natildeo regras riacutegidas e especiacuteficas
34
como no caso da lei brasileira com limites expliacutecitos de pessoal
endividamento e regras para inscriccedilatildeo em restos a pagar
A LRF brasileira apesar de basear-se na implementaccedilatildeo e funcionamento do
Ato de Responsabilidade fiscal da Nova Zelacircndia seguiu a tradiccedilatildeo do direito
romano-germacircnico isso devido ao fato de este direito possuir tendecircncia a
fixaccedilatildeo de regras claras e riacutegidas para a atuaccedilatildeo dos indiviacuteduos Fator
necessaacuterio ao sistema legal brasileiro vigente ateacute entatildeo incapaz de punir
infratores
Outra diferenccedila jaacute destacada eacute a dimensatildeo territorial O Brasil possui mais de
5500 Municiacutepios distribuiacutedos entre os diversos Estados da federaccedilatildeo e dentre
eles diversas entidades sujeitas a aplicaccedilatildeo das regras
Alguns pesquisadores e especialistas mesmo considerando os efeitos
beneacuteficos na LRF brasileira acharam que ela natildeo teve um amadurecimento
necessaacuterio Sua discussatildeo e aprovaccedilatildeo foi muito raacutepida Em 12 de maio de
1999 instalou-se uma comissatildeo especial para discutir o projeto de Lei de
Responsabilidade Fiscal na cacircmara dos deputados no dia 18 do mesmo mecircs
promoveu-se a primeira audiecircncia puacuteblica Em 14 de dezembro do mesmo ano
a comissatildeo especial aprovou o projeto por dezessete votos a cinco
Em 25 de janeiro de 2000 por 385 votos favoraacuteveis e 86 contraacuterios a Cacircmara
dos deputados aprovou a lei complementar que regulamentava a
responsabilidade fiscal na administraccedilatildeo puacuteblica brasileira No dia 04 de abril o
referido projeto foi aprovado sem emendas e encaminhado para sanccedilatildeo que
se efetivou no dia 04 de maio de 2000
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
Como se viu em sub-capiacutetulo anterior o planejamento puacuteblico no Brasil vinha
sendo instituiacutedo haacute vaacuterias deacutecadas No entanto os efeitos da implementaccedilatildeo
35
de vaacuterios planos isolados PPAs LDOs e LOAs natildeo surtiram os efeitos
desejados Houve um crescente e indiscriminado endividamento do setor
puacuteblico em todas as esferas de governo isso confirma que as metas e
objetivos dos planos natildeo foram suficientes para conter tal endividamento
Para Waterston (1969 p13) as discussotildees sobre planejamento satildeo antigas e
desde a segunda guerra mundial tem-se acumulado uma consideraacutevel
bibliografia sobre este tema No entanto praticamente toda esta bibliografia era
direcionada para como deveria ser praticado o planejamento para a forma em
que o planejamento deveria funcionar ou na visatildeo do autor natildeo se partia de
experiecircncias concretas Isso pode explicar esta falta de ecircxito do planejamento
O que ocorreu foi uma discrepacircncia entre as diversas teorias e a praacutetica do
planejamento
Segundo Waterston (1969 p 16) eacute um erro imaginar que um certo sistema de
planejamento ou determinada classe de plano seja a chave do
desenvolvimento de uma naccedilatildeo A maior parte dos paises natildeo aceitam na
praacutetica o planejamento com isso os planejadores somente conseguem
separar suas atividades e seus planos do processo de planejamento
O que deve ser praticado conforme Waterston (1969 p 17) eacute ldquoexaminar as
coisas como elas satildeo observar o que eacute realmente necessaacuterio fazer estudar os
meios que conta para realizaacute-lo e entatildeo a partir daiacute elaborar medidas praticas
para procederrdquo
Para o autor o caminho natildeo eacute tatildeo simples como imaginam alguns planejadores
um diagnoacutestico sucinto e situacional deve ser previamente elaborado de forma
que os planos possam ser direcionados para a realidade daquele paiacutes A teoria
eacute importante mas ela tem que ser aplicaacutevel e complementar agraves accedilotildees
Outro fator importante citado por Waterston (1969 p 256) eacute que os planos
podem ser executados poreacutem sem alcanccedilar eficaacutecia O autor menciona
36
experiecircncia do Paquistatildeo onde na tentativa de alcanccedilar niacuteveis desejados de
equiliacutebrio fiscal criou-se um sistema de controle financeiro centralizado no
Ministeacuterio da Fazenda apoiado em um sistema burocraacutetico para autorizaccedilatildeo da
execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria Poreacutem na realidade o orccedilamento foi executado nas
unidades chamadas operativas tornando assim o controle ineficaz
Um dos pontos principais para o alcance dos objetivos dos planos eacute uma
coordenaccedilatildeo central organizada de maneira a gerenciar a execuccedilatildeo dos
planos evitando desperdiacutecios e desvios conforme Waterston (1969 p 259)
Um exemplo praacutetico de falta de coordenaccedilatildeo central eacute o ocorrido em
Madagascar em que o Ministeacuterio encarregado de repavimentar uma estrada
repavimentou a estrada antes que o Ministeacuterio das Telecomunicaccedilotildees tivesse
colocado os cabos telefocircnicos subterracircneos
O autor ainda revela que com uma fragmentaccedilatildeo ou duplicaccedilatildeo de funccedilotildees
torna difiacutecil conseguir que todas as entidades governamentais interessadas
faccedilam o que eacute requerido para realizar os projetos e os programas de acordo
com uma poliacutetica coerente
O insucesso dos planos se deve a esses fatores e ainda conforme W Lewis6
apud de Waterston (1969 p 267) ouvimos muito sobre a corrupccedilatildeo nas naccedilotildees subdesenvolvidas mas o dano feito pelo suborno ou pelo roubo raramente excede a centenas de milhares e ainda que do ponto de vista moral isto seja deploraacutevel eacute sumamente pequeno se comparado com o estrago que se faz designando pessoas para ocupar os grandes postos para os quais natildeo tecircm a competecircncia apropriada7
Para W Lewis (apud de WATERSTON 1969 p 267) os males da falta de
resultados natildeo estatildeo associados a fatores isolados A distacircncia entre os
6 Arthur W Lewis 7 Traduccedilatildeo Nossa (Waterston 1969 p 267) Oiacutemos mucho acerca de la corrupcioacuten en las naciones subdesarrolladas pero el dantildeo hecho por el soborno o po el robo rara vez excede a cientos de miles de libras al antildeo y aunque desde un punto de vista moral esto es deccedilorable es sumamente pequentildeo si se le compara con el dantildeo que se hace desingando personas para ocupar los grandes puestos para los cuales no tienen la competencia apropriada
37
planejadores e especialistas elaboradores de planos entre dirigentes e oacutergatildeos
decisoacuterios dos governos eacute o fator que mais impede o ecircxito dos planos
estabelecidos
Para Waterston (1969 p 271) talvez a maior parte dos planejadores e dos
especialistas em administraccedilatildeo puacuteblica assumem a posiccedilatildeo de que a melhora
administrativa eacute uma condiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel Todavia
especialistas no assunto creditam o sucesso dos planos a uma anterior
reestruturaccedilatildeo da maacutequina administrativa como condiccedilatildeo de que os resultados
sejam alcanccedilados somente os planos isolados natildeo surtiriam os efeitos
desejados
Ainda conforme Waterston (1969 p 272)
As proposiccedilotildees para mudanccedilas de sistemas administrativos de paiacuteses em desenvolvimento satildeo com frequumlecircncia obras de especialistas estrangeiros que se guiam por princiacutepios que funcionam bem nas naccedilotildees avanccediladas A aplicaccedilatildeo desses princiacutepios podem requerer inovaccedilotildees maiores ou o enxerto de formas institucionais estranhas a tradiccedilatildeo da naccedilatildeo que recebe a assessoria Em muitos casos portanto as naccedilotildees menos desenvolvidas ou se recusam a adotar as preposiccedilotildees ou se as adotam descobrem que natildeo operam bem porque natildeo satildeo aceitas8
O bom planejador natildeo deve simplesmente estabelecer metas e objetivos
mesmo que bem delineados Ele deve ainda quando sabedor dos obstaacuteculos
administrativos para o alcance dos planos natildeo soacute recomendar correccedilatildeo dos
planos como tomar medidas especiacuteficas para criar um sistema administrativo
capaz de viabilizar a realizaccedilatildeo das metas e objetivos
No Brasil presenciou-se no acircmbito do governo federal mesmo com orccedilamento
aprovado pelo congresso com recursos disponibilizados e accedilotildees 8 Traduccedilatildeo nossa (Waterston 1969 p 272) Las proposiciones para revisar los sistemas administrativos em las naciones menos desarrolladas a menudo son obra de expertos extranjeros que se guiacutean por princiacutepios que funcionan bien en las naciones avanzadas La aplicacioacuten de estos principios pueden requerir innovacines mayores o el injerto de formas instucionales extrantildeas e la tradicioacuten de la nacioacuten que recibe la asesoriacutea En muchos casos por tanto las naciones menos desarrolladas o bien se rechusan a adoptar das proposiciones o si las adoptan hallan que no operan bien porque no son aceptadas
38
governamentais aprovadas estas natildeo foram realizadas pelos ministeacuterios
Sobraram recursos financeiros no caixa do governo devido aos diversos
fatores mencionados anteriormente como a burocracia e a incapacidade
administrativa
A seguir trataremos de um dos principais instrumentos de planejamento e da
contribuiccedilatildeo da LRF para evoluccedilatildeo do planejamento no Brasil uma tentativa de
minimizar os efeitos dos problemas enfrentados pelos planejadores
A Constituiccedilatildeo de 1988 fortalece e cria regras mais claras para o planejamento
puacuteblico brasileiro Aleacutem de instituir formalmente a figura do plano plurianual
estabelece criteacuterios relativos aos planos nacionais regionais e setoriais de
desenvolvimento econocircmico e social
Para Andrade Batista e Souza apud de Aguilar et al (2004 p 8)
no PPA deve conter a delimitaccedilatildeo e a enunciaccedilatildeo das diretrizes geneacutericas e abrangentes com os respectivos objetivos programas accedilotildees e metas inclusive com valores financeiros possibilitando a cobertura das definiccedilotildees governamentais que se queira executar
Para a compreensatildeo efetiva desse importante instrumento de planejamento
puacuteblico no atual seguimento vejamos o conceito de plano plurianual no
entendimento de Chalfun (2001 p 26) instrumento para planejar as accedilotildees governamentais de caraacuteter mais estrateacutegico poliacutetico e de longo prazo a ser considerado pelos administradores municipais Sendo o instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as poliacuteticas as diretrizes e as accedilotildees programadas no longo prazo e os respectivos objetivos a serem alcanccedilados devidamente quantificados fisicamente (grifo nosso)
Vejamos ainda o conteuacutedo baacutesico do plano plurianual conforme a
Constituiccedilatildeo Federal CF de 1988 art 165 sect1deg A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para os programas de duraccedilatildeo continuada
39
No sect 9ordm do mesmo art 165 a Constituiccedilatildeo determina que lei complementar
entre outros assuntos trataraacute da elaboraccedilatildeo e da organizaccedilatildeo do plano
plurianual regulando o conteuacutedo acima
CF de 1988 art 165 sect 9ordm Cabe agrave lei complementar I - dispor sobre o exerciacutecio financeiro a vigecircncia os prazos a elaboraccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do plano plurianual da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e da lei orccedilamentaacuteria anual II - estabelecer normas de gestatildeo financeira e patrimonial da administraccedilatildeo direta e indireta bem como condiccedilotildees para a instituiccedilatildeo e funcionamento de fundos
E para um melhor entendimento sobre os conceitos instituiacutedos no artigo acima
a seguir apresenta-se tabela com definiccedilotildees e exemplos de cada item
incluindo outros importantes natildeo mencionados na referida norma
O Quadro 1 a seguir poderaacute ajudar no entendimento sobre as definiccedilotildees
40
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA
Tiacutetulos Definiccedilotildees Exemplos Diretrizes Poliacuteticas direccedilatildeo
apontam rumos buacutessolas
No governo Lula foram definidas trecircs diretrizes baacutesicas 1) Inclusatildeo social e reduccedilatildeo das desigualdades sociais 2) Crescimento com geraccedilatildeo de emprego e renda ambientalmente sustentaacutevel e redutor das desigualdades regionais 3) Promoccedilatildeo e expansatildeo da cidadania e fortalecimento da democracia
Objetivos Resultados esperados Executar as accedilotildees de prevenccedilatildeo e de melhoria do atendimento meacutedico-ambulatorial e hospitalar
Programas Conjunto de accedilotildees Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Baacutesica Accedilotildees Alvo a ser atingido
Iniciativas tais como Projetos atividades operaccedilotildees especiais
Definir o que vai fazer Ex construir comprar reformar atender manter os produtos Escola preacutedio veiacuteculo etc
Metas Fiacutesicas Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de itens com quantitativos de aquisiccedilotildees construccedilotildees serviccedilos disponibilizados populaccedilatildeo atendida etc
Metas Fiscais Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de receitas bases de caacutelculo e percentual a aplicar
Projetos Resulta um produto que concorre para a expansatildeo ou o aperfeiccediloamento da accedilatildeo de governo
Construccedilatildeo de unidades de sauacutede
Atividades Resulta um produto necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da accedilatildeo de governo
Manutenccedilatildeo de Unidades de Sauacutedes
Operaccedilotildees especiais
Natildeo contribuem para a manutenccedilatildeo Natildeo resulta um produto Natildeo geram contraprestaccedilatildeo direta sob a forma de bens ou serviccedilos
Amortizaccedilotildees e encargos de diacutevidas
Fonte Adaptaccedilatildeo do autor
A ausecircncia da lei complementar faz com que existam muitas interrogaccedilotildees
sobre como elaborar o PPA Alguns autores procuraram tratar do assunto como
forma de suprir a falta da legislaccedilatildeo especiacutefica
No entendimento de Giacomoni apud de Aguilar et al (2004 p 20)
regionalizaccedilatildeo na Uniatildeo seria como exemplo o proposto no PPA 2000-2003
elaborado na Uniatildeo que distribuiu a programaccedilatildeo entre as regiotildees
macroeconocircmicas Norte Nordeste Sudeste Sul e Centro-Oeste As normas
41
baixadas traziam instruccedilotildees para a elaboraccedilatildeo do PPA prevendo a regionalizaccedilatildeo
das metas por Estado No entanto essa determinaccedilatildeo natildeo foi observada e o plano
continuou nos moldes tradicionais ou seja segundo as cinco regiotildees
Jaacute nos Estados natildeo haacute modelos uacutenicos de regionalizaccedilatildeo a serem utilizados
no planejamento Assim sendo eacute recomendaacutevel que cada Estado adote
criteacuterios de regionalizaccedilatildeo que atendam da melhor forma possiacutevel agraves
necessidades da programaccedilatildeo Em alguns Estados a base da regionalizaccedilatildeo eacute
a estrutura administrativa em outros utilizam-se nuacutecleos de desenvolvimento
Nos Municiacutepios a regionalizaccedilatildeo dos planos plurianuais municipais traz
desafios ainda maiores especialmente nos Municiacutepios de pequeno porte
Provavelmente apenas os Municiacutepios maiores com experiecircncia em
zoneamento e em administraccedilatildeo descentralizada - subprefeituras - poderatildeo
realizar de maneira vantajosa a regionalizaccedilatildeo do PPA
Quanto aos prazos para elaboraccedilatildeo de envio ao Legislativo na falta de lei
complementar vigora o estabelecido no Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais
Transitoacuterias (ADCT)9 no acircmbito federal o projeto de lei seraacute encaminhado pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional ateacute quatro meses antes do
encerramento do exerciacutecio ndash 31 de agosto ndash e devolvido para sanccedilatildeo ateacute o
encerramento da sessatildeo legislativa ndash 15 de dezembro Os Municiacutepios por
simetria podem no caso de natildeo existecircncia de lei complementar adotar os
mesmos prazos da referida norma
Conforme Vainer et al (2007) o PPA tem um ciclo em sua gestatildeo decorrente
da proacutepria dinacircmica do planejamento estrateacutegico conforme etapas a seguir
Elaboraccedilatildeo Implantaccedilatildeo Monitoramento Avaliaccedilatildeo Revisatildeo
9 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 ADCT art 35 sect 2ordm I
42
Na fase de elaboraccedilatildeo constroacutei-se a base para definiccedilatildeo dos programas e
accedilotildees atraveacutes dos quais se materializaraacute a accedilatildeo do governo Este apresentaraacute
ao Legislativo um projeto de lei para discussatildeo e aprovaccedilatildeo
Esta materializaccedilatildeo ocorreraacute na execuccedilatildeo do orccedilamento puacuteblico constituindo-
se em prestaccedilatildeo de serviccedilos agrave sociedade pelo governo cujo objetivo principal eacute
interesse puacuteblico
A fase de implementaccedilatildeo ocorre apoacutes o plano aprovado e disponibilizado para
a execuccedilatildeo com seus programas e accedilotildees governamentais
A etapa de monitoramento refere-se ao acompanhamento da execuccedilatildeo das
accedilotildees dos programas Ela eacute fundamental para o alcance das metas e
indicadores constantes nas accedilotildees e programas
A avaliaccedilatildeo dos planos busca aferir ateacute que ponto as estrateacutegias adotadas e as
poliacuteticas puacuteblicas desenvolvidas atendem a demandas da sociedade que
nortearam a elaboraccedilatildeo dos programas que integram o PPA
A revisatildeo surge das fases de monitoramento e avaliaccedilatildeo do plano Neste
momento eacute importante a adequaccedilatildeo caso necessaacuteria que pode ser originaacuteria
de fatores internos e externos da conjuntura poliacutetica social e econocircmica
A Lei de Responsabilidade Fiscal com contribuiccedilatildeo fundamental para o
planejamento puacuteblico brasileiro em seu artigo 16 prescreve
A criaccedilatildeo expansatildeo ou aperfeiccediloamento de accedilatildeo governamental que acarrete aumento da despesa seraacute acompanhado de II - declaraccedilatildeo do ordenador da despesa de que o aumento tem adequaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira com a lei orccedilamentaacuteria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
43
Jaacute o art 17 da LRF dispotildee
Art 17 Considera-se obrigatoacuteria de caraacuteter continuado a despesa corrente derivada de lei medida provisoacuteria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigaccedilatildeo legal de sua execuccedilatildeo por um periacuteodo superior a dois exerciacutecios sect 1o sect 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deveratildeo ser instruiacutedos com a estimativa prevista no inciso I do art 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio sect 2o Para efeito do atendimento do sect 1o o ato seraacute acompanhado de comprovaccedilatildeo de que a despesa criada ou aumentada natildeo afetaraacute as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no sect 1o do art 4o devendo seus efeitos financeiros nos periacuteodos seguintes ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduccedilatildeo permanente de despesa sect 3o sect 4o A comprovaccedilatildeo referida no sect 2o apresentada pelo proponente conteraacute as premissas e metodologia de caacutelculo utilizadas sem prejuiacutezo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
Em seu art 45 reafirma o fundamento conforme descrito a seguir
Art 45 Observado o disposto no sect 5o do art 5o a lei orccedilamentaacuteria e as de creacuteditos adicionais soacute incluiratildeo novos projetos apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Os artigos mencionados seguiram o direcionamento jaacute previsto na Portaria
42MP de 1999 da STN na qual consta que os programas e accedilotildees previstos no
PPA devem ser alocados na Lei Orccedilamentaacuteria Anual transformando-se em
projetos e atividades Nesta com detalhamento por natureza de despesa
A compatibilizaccedilatildeo entre os instrumentos PPA LDO e LOA deveraacute ser
observada constantemente na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo dos instrumentos de
planejamento Os trecircs instrumentos natildeo devem ter sua elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo
de forma isolada e sempre deve observar-se o conteuacutedo dos primeiros para
construccedilatildeo dos demais consagrando o princiacutepio do planejamento expliacutecito
A Seguir trataremos das mudanccedilas inseridas pela LRF na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
44
Quando comparada com o PPA e com a LOA a LDO eacute considerada por
muitos doutrinadores como a principal lei apoacutes a vigecircncia da LRF Isso porque
eacute nela que se estabelece metas fiscais metas de resultado primaacuterio metas de
resultado nominal e que se determina regras que norteiam o funcionamento
das administraccedilotildees puacuteblicas em todas as esferas de governo
A LDO tem como principal papel orientar a elaboraccedilatildeo da LOA servindo como
elo entre o PPA e LOA A LDO aleacutem de estabelecer regras define as accedilotildees
prioritaacuterias do governo
As regras inicialmente foram estabelecidas pela CF de 198810 definindo para
seu conteuacutedo o estabelecimento de metas e prioridades da administraccedilatildeo
puacuteblica federal incluindo as despesas de capital para o exerciacutecio financeiro
subsequumlente orientaraacute a elaboraccedilatildeo da LOA disporaacute sobre as alteraccedilotildees na
legislaccedilatildeo tributaacuteria e estabeleceraacute a poliacutetica de aplicaccedilatildeo das agecircncias
financeiras oficiais de fomento
Outro tema importante definido para o conteuacutedo da LDO refere-se aos
paracircmetros para iniciativa de lei de fixaccedilatildeo das remuneraccedilotildees no acircmbito do
Poder Legislativo para a criaccedilatildeo de cargos empregos e funccedilotildees ou alteraccedilatildeo
de estrutura de carreiras bem como para a admissatildeo ou contrataccedilatildeo de
pessoal a qualquer tiacutetulo pelos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta ressalvadas as empresas puacuteblicas e sociedades de economia mista
No entanto foi com a LRF que ocorreu a mudanccedila significativa na gestatildeo
puacuteblica Ela inseriu definiccedilotildees e regras fundamentais para o planejamento e
gestatildeo financeira dos entes federados Alguns pontos de abrangecircncia
conforme artigo 4ordm da LRF satildeo
- o equiliacutebrio entre receitas e despesas
- os criteacuterios e a forma de limitaccedilatildeo de empenho a ser efetivado quando a
10 Constituiccedilatildeo Federal artigos 51 IV 52 XIII art 99 sect 1ordm artigos 127 sect 3ordm 165 sect 2ordm e 169 sect 1ordm
45
arrecadaccedilatildeo da receita comprometer os resultados primaacuterio e nominal
pretendidos
- as normas relativas ao controle de custos e agrave avaliaccedilatildeo dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orccedilamentos
- as normas relacionadas com as condiccedilotildees e as exigecircncias para
transferecircncias de recursos a entidades puacuteblicas e privadas
- a forma de utilizaccedilatildeo e o montante da reserva de contingecircncia definida com
base na receita corrente liacutequida destinado ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
- os criteacuterios para inclusatildeo de novos projetos na lei orccedilamentaacuteria e nas leis de
creacuteditos adicionais apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico
O equiliacutebrio das contas puacuteblicas entre receitas e despesas eacute um dos principais
pontos da LRF Em siacutentese eacute o estabelecimento de quanto seratildeo as receitas
para o proacuteximo exerciacutecio de quanto seraacute a despesa e de regras antes da
execuccedilatildeo efetiva do orccedilamento puacuteblico
Com as regras tambeacutem se cria a figura da integraccedilatildeo ou compatibilidade das
trecircs leis PPA LDO LOA Natildeo deve haver tratamento diferenciado para os
mesmos temas e para um mesmo exerciacutecio financeiro
A limitaccedilatildeo de empenho eacute um criteacuterio adotado para impedir que as unidades e
entidades que compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica gastem mais que a
capacidade real da administraccedilatildeo Esta mudanccedila foi embasada no artigo 9ordm da
LRF que determina
Art 9ordm Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo das Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
46
Esse artigo cuidou para que a LDO estabeleccedila percentuais ou outro criteacuterio
para contenccedilatildeo da despesa trinta dias apoacutes o encerramento de cada
bimestre caso as metas de receitas natildeo estejam compatiacuteveis com a
execuccedilatildeo das despesas
Eacute notoacuterio que a regra eacute imposta a partir da escolha de criteacuterios e formas
pela administraccedilatildeo que perduraratildeo ateacute que a situaccedilatildeo financeira da
entidade se regularize
Ressalta-se que natildeo estatildeo todas as despesas sujeitas a estas regras Natildeo
seratildeo objeto de limitaccedilatildeo financeira ou de empenho as despesas que
constituam obrigaccedilotildees constitucionais e legais inclusive as destinadas ao
pagamento do serviccedilo da diacutevida e outras mencionadas na proacutepria LDO
As metas de resultado primaacuterio e nominal satildeo definidas por Chalfun (2001 p
50) como a diferenccedila entre receitas e despesas natildeo financeiras da
entidade central (Municiacutepio) realizadas no periacuteodo em referecircncia
A seguir um quadro exemplificativo de apuraccedilatildeo das metas de resultado
primaacuterio para um determinado periacuteodo
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QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas
a) Receita Menos b) Despesa (+) Receita Orccedilamentaacuteria arrecadada ( ndash ) operaccedilotildees de creacutedito ( ndash ) receitas de privatizaccedilatildeo ( ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar ( ndash ) receitas financeiras ( ndash ) retornos das operaccedilotildees de creacutedito Receita Total Liacutequida
(+) Despesa Total ( ndash ) amortizaccedilatildeo de empreacutestimos
( ndash ) encargos da diacutevida interna e externa (ndash ) encargos com aquisiccedilatildeo de tiacutetulos de capital jaacute integralizado
(ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar inscritos no exerciacutecio anterior
( ndash ) despesas com concessatildeo de empreacutestimos
Despesa Total Liacutequida Resultado Primaacuterio (que eacute a diferenccedila apurada conforme jaacute explicado)
Fonte Elaborado pelo autor
Resultado Nominal eacute a variaccedilatildeo no periacuteodo da diacutevida fiscal liacutequida (diacutevida
consolidada liacutequida acrescidas as receitas de privatizaccedilatildeo) Se o resultado
apurado for negativo eacute indicador de crescimento da diacutevida
A LRF dispotildee que a LDO conteraacute normas relativas ao controle de custos e agrave
avaliaccedilatildeo dos resultados dos programas financiados com recursos dos
orccedilamentos Nesta determinaccedilatildeo encontram-se presentes dois itens
completamente diferentes entre si ainda que possa parecer estarem ligados
custos e avaliaccedilatildeo de resultados Para Chalfun (2001 p 43) ldquocustos eacute o
consumo efetivo de insumos ou recursos destinados agrave prestaccedilatildeo de
serviccedilos ou agrave formaccedilatildeo de um produtordquo Avaliaccedilatildeo de resultados eacute a
atividade destinada a aferir mediante o emprego de indicadores o
desempenho da organizaccedilatildeo na execuccedilatildeo das accedilotildees que lhes satildeo pertinentes
e que tenham contribuiacutedo para a prestaccedilatildeo de um serviccedilo ou para a
formaccedilatildeo de um produto qualquer
A legislaccedilatildeo jaacute vem tratando haacute algum tempo desse assunto A LRF
consagrou este fundamento Natildeo existe plano que seja suficientemente
perfeito que consiga alcanccedilar seus objetivos sem um controle e avaliaccedilatildeo
adequados Por isso para LRF a LDO deve conter criteacuterios para tal Este eacute o
48
grande desafio da administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal a de
conciliar planejamento e controle e avaliaccedilatildeo
Os criteacuterios para transferecircncias a entidades puacuteblicas ou privadas e LRF exigiu
que a LDO criasse regras mas riacutegidas e claras para cooperaccedilatildeo natildeo ficando
portando somente por conta da LOA a autorizaccedilatildeo para tal
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) agora natildeo mais se justificam
autorizaccedilotildees geneacutericas sob a singela forma de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria Com
efeito o parlamentar deve conhecer e aprovar por exemplo qual asilo
orfanato albergue a ser contemplado com os auxiacutelios governamentais No
entendimento do autor a ajuda financeira estatal depende de triacuteplice previsatildeo
legal na LDO em lei especiacutefica e na LOA ou nos creacuteditos adicionais
Para Chalfun (2001 p 44) a reserva de contingecircncia constituiacutea-se de uma
parcela do superaacutevit corrente apurado no confronto entre as Receitas
Correntes e as Despesas Correntes sobre o qual era aplicado um percentual
estabelecido pela proacutepria administraccedilatildeo da entidade governamental
Atualmente de acordo com o art 5ordm inciso III da LRF a LOA conteraacute a
Reserva de Contingecircncia cuja forma de utilizaccedilatildeo e cujo montante
calculado com base na RCL seratildeo estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e destinados em princiacutepio ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
O autor ainda relata que a LRF deixou a decisatildeo sobre o percentual a ser
aplicado sobre a RCL para a formaccedilatildeo do seu montante a cargo da
administraccedilatildeo da entidade que deveraacute ter o cuidado de natildeo incluir um
valor maior do que o necessaacuterio e utilizaacute-lo sempre como um valor
restrito agrave sua finalidade
Com a exigecircncia de criteacuterios para inclusatildeo de projetos novos a lei cria regras
49
para proteccedilatildeo do patrimocircnio garantindo recursos suficientes para conclusatildeo
de projetos em andamento evitando desperdiacutecios
A seguir trataremos da LOA e as contribuiccedilotildees da Lei de Responsabilidade
Fiscal para este instrumento de planejamento
A LOA foi contemplada na Lei Federal 4320 de 1964 sendo esta como
principal norma legal Com o decorrer dos anos ficou defasada devido
sobretudo agraves modificaccedilotildees introduzidas pela Constituiccedilatildeo de 1988 Os gargalos
satildeo tratados nos proacuteprios entes federados por meio da Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
Os conteuacutedos da norma legal para os orccedilamentos dos entes federados satildeo O
orccedilamento fiscal da seguridade e investimento das empresas estatais
O estabelecimento de processos para elaboraccedilatildeo dos orccedilamentos satildeo
fundamentais para o ecircxito do projeto Este processo poderaacute ser conduzido por
Ministeacuterios no caso da Uniatildeo Secretarias de Estado ou Secretarias
Municipais conforme se originem respectivamente na Uniatildeo nos Estados ou
em Municiacutepios
Conforme Giacomoni (2007 p 240) o processo organizado pela Uniatildeo se daacute
por meio do Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da Internet
(SIDORNET) Este nos uacuteltimos anos vem sendo alimentado pela Internet e
representa um avanccedilo nos trabalhos operacionais para os agentes envolvidos
Este mesmo procedimento poderaacute ser adotado pelos Municiacutepios basta
estruturaccedilatildeo por meio de sistemas informatizados atualmente disponiacuteveis no
mercado
A etapas do processo na Uniatildeo conforme de acordo com Giacomoni (2007 p
240) satildeo formadas conforme a seguir
50
1ordf - Planejamento do Processo de elaboraccedilatildeo da proposta - etapa atualmente
de responsabilidade Secretaria de Orccedilamento e Financcedilas (SOF) que define a
estrateacutegia do processo identifica as etapas produtos e os agentes envolvidos
com seus respectivos papeacuteis Estabelece ainda metodologia para projeccedilatildeo de
receitas e despesas bem como o fluxo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria Nesta etapa Constroem-se orientaccedilotildees para detalhamento da
proposta setorial
2ordf - Definiccedilatildeo de macrodiretrizes - juntamente com a assessoria econocircmica do
MPOG do MF da Casa Civil e Oacutergatildeos setoriais a SOF estabelece as
principais diretrizes para elaboraccedilatildeo da LOA Com paracircmetros mais
macroeconocircmicos Destacando-se a importante modificaccedilatildeo inserida pela LRF
que eacute o demonstrativo para expansatildeo de despesas de caraacuteter continuado
3ordf - Revisatildeo da Estrutura Programaacutetica - etapa muito importante pois eacute nela
que os gerentes de programas organizados e inseridos por meio do PPA e
demais responsaacuteveis efetuam a revisatildeo da estrutura programaacutetica
4ordf - Avaliaccedilatildeo da Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC)
para a proposta orccedilamentaacuteria - com participaccedilatildeo novamente do MPOG e da
SOF e de outros oacutergatildeos realiza-se levantamento para verificar a necessidade
de financiamento por parte do governo
5ordf - Estudo definiccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de limites para as propostas setoriais - a
SOF com respaldo da Casa Civil estabelece limites para cada oacutergatildeo setorial
Os Oacutergatildeos repassam estes limites para as unidades orccedilamentaacuterias para
viabilizar a execuccedilatildeo dos projetos
6ordf - Captaccedilatildeo das propostas setoriais - as unidades orccedilamentaacuterias e oacutergatildeos
setoriais detalham suas propostas no Sistema Integrado de Dados
Orccedilamentaacuterios (SIDOR)
51
7ordf - Anaacutelise e ajuste das propostas setoriais - a SOF analisa ajusta e define as
propostas setoriais
8ordf - Fechamento compatibilizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da proposta orccedilamentaacuteria - o
MPGO e a Presidecircncia da Repuacuteblica aprovam a proposta recebem a indicaccedilatildeo
das fontes consolidando-a e compatibilizando-a com a CF de 1988 PPA LDO
e LRF
9ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo da mensagem presidencial e do projeto de lei
orccedilamentaacuteria - a SOF coordena o processo envolvendo vaacuterios oacutergatildeos do Poder
Executivo enviando mensagem presidencial juntamente com a proposta
orccedilamentaacuteria ao congresso nacional
10ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo das informaccedilotildees complementares ao projeto
de lei orccedilamentaacuteria - satildeo definiccedilotildees especiacuteficas da LDO da Uniatildeo que satildeo
encaminhadas conforme previsatildeo na lei mencionada
O processo detalhado com informaccedilotildees precisas definiccedilatildeo de prazos e
responsabilidades eacute fundamental para que o projeto de lei seja adequado e
atenda agraves necessidades da sociedade Eacute por meio dele que o poder puacuteblico
viabiliza suas accedilotildees governamentais atendendo aos anseios da sociedade As
etapas descritas acima podem ser e jaacute satildeo adaptadas aos Municiacutepios sempre
observando suas particularidades
Em seu artigo 5ordm inciso I a LRF incluiu novos conteuacutedos para a Lei
Orccedilamentaacuteria Anual Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 62) o referido
dispositivo atesta a compatibilidade entre a LDO e LOA e que estas devem
manter consistecircncia entre as metas de resultado originadas da comparaccedilatildeo
entre receitas e despesas e a evoluccedilatildeo patrimonial Assim se haacute previsatildeo no
Anexo de Metas Fiscais da LDO de um superaacutevit de 2 na peccedila orccedilamentaacuteria
a estimativa da receita deveraacute superar em 2 a fixaccedilatildeo da despesa No
comentaacuterio do autor a lei reafirma a compatibilidade entre os principais
52
instrumentos de planejamento estabelecendo uma sequumlecircncia uma coerecircncia
entre a LDO e a LOA
No mesmo artigo o inciso II segundo Toledo Jr E Ciquera (2002 p 62)
reitera mandamento constitucional constante do Artigo 165 sect 6ordm determinando
a anexaccedilatildeo de documento em que se revele o impacto orccedilamentaacuterio de toda e
qualquer renuacutencia fiscal que ainda persista na vida financeira do Municiacutepio
Natildeo importa a eacutepoca em que foram concedidas essas desistecircncias
fazendaacuterias
O dispositivo tenta conter as iniciativas que natildeo satildeo de interesse puacuteblico
implementando mais transparecircncia para a sociedade e para o parlamentar
ficando evidenciado o interesse da sociedade
A segunda exigecircncia da LRF no mesmo artigo trata da inserccedilatildeo de informaccedilatildeo
complementar demonstrando a forma de compensaccedilatildeo das despesas
obrigatoacuterias continuadas e das novas renuacutencias de receitas
O inciso III estabelece a necessidade de manter-se no projeto original a
reserva de contingecircncia para cobertura de passivos contingentes e os outros
riscos e eventos fiscais imprevistos informaccedilotildees jaacute constantes no Anexo de
Riscos Fiscais no sect 3ordm do art 4ordm
Tal reserva sempre foi utilizada como fonte para abertura de creacuteditos
adicionais e continua como tal especialmente nos orccedilamentos municipais
Nestes no entanto amplia sua funccedilatildeo pois ao ser inserida a reserva
comumente conhecida como reserva teacutecnica ocasiona um certo superaacutevit
orccedilamentaacuterio quando descontado seu valor
Para concluirmos nossos estudos sobre os principais instrumentos de
planejamento puacuteblico brasileiros tratados anteriormente eacute fundamental
53
discorrermos sobre o sistema e o processo orccedilamentaacuterio no qual a seguir
trataremos a partir da visatildeo de algumas doutrinas
Segundo Giacomoni (2007 p 202) a lei orccedilamentaacuteria e seus anexos
representam a expressatildeo mais clara do que se pode denominar de sistema
orccedilamentaacuterio E como jaacute vimos em nossos estudos o orccedilamento atualmente
natildeo pode ser visto de forma isolada ele eacute parte de um sistema maior advindo
de outros planos e programas para culminar na construccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria
No quadro 3 a seguir estaacute representada uma espeacutecie de sistema integrado de
planejamento e orccedilamento segundo a concepccedilatildeo bastante difundida na
Ameacuterica Latina por meio do ILPESCEPAL11
11 Esta concepccedilatildeo foi extraiacuteda de El presuposto Y el processo de planificacioacuten Belo Horizonte Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da UFMG 1971 (mimeo) Esse trabalho foi baseado em dois documentos do Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y Social (ILPES) ldquoReflexiones em torno de dos problemas actuales de la planifcacioacuten em Ameacuterica Latinardquo e ldquoMetodologia para la formulaciacuteon de planes operativos anualesrdquo O ILPES eacute um oacutergatildeo da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina (CEPAL) organismo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
54
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de El presupesto Y el proceso de planificacioacuten Cit
O quadro estaacute organizado e estruturado a partir da ldquoestrateacutegia de
desenvolvimentordquo definida segundo Giacomoni (2007 p 202) como
a) Imagem prospectiva originaacuteria de projetos soacuteciais baacutesicos cujos
objetivos e metas a serem alcanccediladas satildeo estruturados para a mudanccedila do
plano econocircmico-social atual
b) Os Projetos Estrateacutegicos satildeo os que estabelecem efetivamente elementos
para a mudanccedila idealizada pela imagem prospectiva Satildeo em pouca
55
quantidade envolvem vaacuterios setores dos governos trabalhando de forma
coordenada
c) Enunciado de Poliacuteticas Baacutesicas surge da viabilizaccedilatildeo dos projetos
estrateacutegicos
Giacomoni (2007 p 204) exemplifica o quadro com o Primeiro Plano Nacional
de Desenvolvimento (I PND) ocorrido no Brasil no periacuteodo de 197274 Nele
foram definidas trecircs imagens prospectivas sendo a primeira colocar o Brasil
no espaccedilo de uma geraccedilatildeo na categoria das naccedilotildees desenvolvidas A
segunda era duplicar ateacute 1980 a renda per capita do Brasil em relaccedilatildeo a
1969 observando o crescimento anual do PIB equivalente ao dos uacuteltimos trecircs
anos A terceira prospectiva seria elevar a economia em 1974 agraves dimensotildees
resultantes de um crescimento anual do PIB entre 8 e 10
Como projetos estrateacutegicos foram definidos dentre outros os seguintes a)
modernizaccedilatildeo da empresa nacional b) mobilizaccedilatildeo do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais c) implementaccedilatildeo de programas de
desenvolvimento tecnoloacutegico
Como poliacuteticas baacutesicas definidas pelo I PND cita-se a tiacutetulo exemplificativo a)
modelo econocircmico de mercado orientado para a descentralizaccedilatildeo das decisotildees
econocircmicas com vistas no crescimento progressivo do mercado de consumo
b) alianccedila entre o setor privado e o governo com a aceitaccedilatildeo da influecircncia
crescente desse uacuteltimo na gestatildeo do sistema econocircmico na realizaccedilatildeo de
investimentos e na capacidade de regulamentar
O quadro 3 demonstra que os planos de meacutedio prazo satildeo formados por etapas
estrateacutegicas e satildeo de maneira geral planos setoriais e regionaissetoriais que
se constituem de programas baacutesicos determinando objetivos e metas de
resultado setorial Os planos anuais operativos no modelo satildeo oriundos das
definiccedilotildees estrateacutegicas dos planos de meacutedio prazo estabelecem metas de
56
curto prazo a cargo do setor puacuteblico definindo orientaccedilotildees e regras a serem
cumpridas pelo setor privado
Os principais planos operativos conforme Giacomoni (2007 p 206) satildeo
Orccedilamento Econocircmico Orccedilamento monetaacuterio orccedilamento do balanccedilo de
pagamentos balanccedilos projetados programas de execuccedilatildeo e o orccedilamento do
setor puacuteblico
O processo orccedilamentaacuterio caracteriza-se basicamente por sua dinacircmica ciacuteclica
que transita por quatro etapas e cada ciclo da proposta orccedilamentaacuteria anual e
de maneira bem simplificada conforme demonstrado no quadro 4 a seguir
QUADRO 4
Processo Orccedilamentaacuterio
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
O processo de planejamento e orccedilamento no Brasil estaacute basicamente
representado por Planos Nacionais de Desenvolvimento Econocircmico e Social
Exemplos destes planos satildeo o Programa de Aceleraccedilatildeo do Crescimento
(PAC) e o PPA Este detalhado no capiacutetulo 223 tem relaccedilatildeo direta com os
programas especiais e especialmente com a LOA que com a nova proposta
assume as accedilotildees governamentais prevista no PPA para serem materializadas
no orccedilamento anual
57
O quadro a seguir representa as varias etapas do que Giacomoni (2007 p
209) denomina processo integrado de planejamento e orccedilamento
QUADRO 5
Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
Segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 209) os modelo de
planejamentos descritos anteriormente
Embora os planos de desenvolvimento tenham proliferado e as teacutecnicas por eles utilizadas sejam melhores a taxa anual meacutedia de crescimento do produto interno real nos paiacuteses menos desenvolvidos natildeo demonstra qualquer melhoria sensiacutevel na Ameacuterica Latina desde os anos 50 chegando mesmo a declinar na Aacutesia Meridional e no Sudeste
Para o autor o modelo seria eficaz e efetivo se os resultados fossem
adequados agraves necessidades do paiacutes De nada adiantariam uma boa teacutecnica
planejadora e um bom modelo com o crescimento do paiacutes que natildeo atendam agraves
necessidades da sociedade
Em paiacuteses com instabilidade poliacutetica e incerteza econocircmica natildeo se aplicariam
planos de longo e meacutedio prazo segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p
210) Associam-se a essas caracteriacutesticas deficiecircncias teacutecnicas falta de
58
informaccedilotildees e sistema administrativo deficiente Tais modelos satildeo
predominantes em paiacuteses em desenvolvimento
Ainda segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 210) os resultados do
planejamento em niacuteveis nacionais regionais ou urbanos satildeo insatisfatoacuterios
quando se utiliza o modelo que ele nomeia de tradicional
Isso se deve em parte agrave deficiecircncia de meacutetodo e em parte tambeacutem ao ambiente desfavoraacutevel em que com frequumlecircncia o planejamento convencional opera mas a razatildeo mais importante eacute que o planejamento convencional natildeo satisfaz agraves necessidades sociais Talvez seja nesse uacuteltimo sentido que existem maiores razotildees para se afirmar que o planejamento convencional tem fracassado pois eacute aiacute que costuma ser maior o abismo entre as aspiraccedilotildees e os resultados obtidos
Para o autor o meacutetodo pode ser concentrado para a soluccedilatildeo de problemas
para metas muito aleacutem da realidade ou ateacute mesmo sem o foco no problema
isso poderaacute solucionaacute-lo apenas parcialmente ou ateacute criar outro
As etapas do processo de planejamento estatildeo demonstradas no quadro 6 a
seguir num paralelo entre um modelo considerado convencional para alguns
autores e um modelo voltado para soluccedilatildeo de problemas
QUADRO 6
Etapas do processo de planejamento
Fonte Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
59
Para Wildavsky (apud Giacamoni 2007 p 211) o principal fator determinante
do tamanho e do conteuacutedo do orccedilamento de um determinado ano seria o
orccedilamento do ano imediatamente anterior Com isso existiria pouca
flexibilidade na elaboraccedilatildeo de cada novo orccedilamento Logo decisotildees tomadas
haacute bastante tempo natildeo modificaacuteveis em determinado momento e tenderiam a
se perpetuar
A esta visatildeo dar-se o nome de ldquoincrementalrdquo Nela ocorre efetivamente uma
repeticcedilatildeo sucessiva dos orccedilamentos somente com certo incremento mas com
a maior parte dos programas vindos do exerciacutecio anterior
Seguindo a linha de pensamento de Wildavsky pode-se dizer que o PPA
instituiacutedo pela CF de 1988 no Brasil seguiu de certa forma a linha do
incrementalismo Pois estabelece que em seu conteuacutedo que deve conter
despesas de capital outras delas decorrentes e despesas de caraacuteter
continuado Previa-se portanto que os programas e accedilotildees jaacute existentes e que
natildeo eram discricionaacuterios do governo deveriam constar no PPA e
consequumlentemente na LOA
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
A definiccedilatildeo de despesas com pessoal estaacute contida no art 18 da LRF como o
somatoacuterio dos gastos com os ativos os inativos e os pensionistas os
relativos a mandatos eletivos cargos funccedilotildees ou empregos civis e de
membros do Poder Executivo e do Poder Legislat ivo com quaisquer
espeacutecies remuneratoacuterias tais como vencimentos e vantagens fixas e
variaacuteveis subsiacutedios proventos da aposentadoria reformas e pensotildees
inclusive adicionais gratificaccedilotildees horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza bem como encargos sociais e contribuiccedilotildees recolhidas
pelo municiacutepio agraves entidades de previdecircncia
60
Aleacutem disso a LRF fixa o limite para a despesa total com pessoal nos
Municiacutepios em 60 (sessenta por cento) da Receita Corrente Liacutequida Desta
porcentagem 6 para o Legislativo e 54 para o Executivo Neste uacuteltimo
deve-ser considerar suas respectivas administraccedilotildees indiretas cuja
composiccedilatildeo se encontra estabelecida no art 2ordm IV aliacutenea c e nos seus
paraacutegrafos 1ordm e 2ordm e eacute demonstrada no quadro a seguir
QUADRO 7
Composiccedilatildeo da RCL
Receitas Correntes (+) Tributaacuterias (+) de Contribuiccedilotildees (+) Patrimoniais (+) Industriais (+) Agropecuaacuterias (+) de Serviccedilos (+) Transferecircncias Correntes (+) Outras Receitas Correntes Subtotal 1 ( ndash ) Contribuiccedilotildees Previdenciaacuterias ( ndash ) Receitas de Compensaccedilatildeo Financeira Receita Corrente Liacutequida Fonte Elaborado pelo Autor
Para apuraccedilatildeo da RCL e dos gastos com pessoal considera-se pela lei o
periacuteodo entre o mecircs de apuraccedilatildeo e os 11 meses anteriores A apuraccedilatildeo das
despesas com pessoal deve-se considerar entatildeo um periacuteodo de 12
meses com algumas deduccedilotildees tais como
bull indenizaccedilatildeo por demissatildeo de servidores ou empregados
bull incentivos agrave demissatildeo voluntaacuteria
bull despesas decorrentes de decisatildeo judicial cuja competecircncia seja de
periacuteodo imediatamente anterior a 11 meses ao da apuraccedilatildeo
bull despesas com inativos ainda que por intermeacutedio de fundo especiacutefico
custeado por recursos provenientes da arrecadaccedilatildeo de contribuiccedilotildees dos
segurados
bull compensaccedilatildeo financeira entre fundos de previdecircncia e das demais
61
receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade inclusive
o produto da alienaccedilatildeo de bens direitos e ativos bem como seu superaacutevit
financeiro
A LRF estabeleceu ainda um limite prudencial de 95 (noventa e cinco por
cento) do limite estabelecido para cada poder A apuraccedilatildeo deveraacute ser
realizada a cada quadrimestre do exerciacutecio sujeitando-se o municiacutepio a
restabelecer os limites ultrapassados nos dois quadrimestres seguintes Caso
natildeo cumpra tal dispositivo o municiacutepio poderaacute deixar de receber as
transferecircncias voluntaacuterias de obter garantias e natildeo poderaacute contratar
operaccedilotildees de creacutedito
O estabelecimento de limites para o endividamento puacuteblico foi um dos pontos
especiais da LRF A diacutevida limita a accedilatildeo governamental na execuccedilatildeo de
serviccedilos puacuteblicos e seu crescimento desordenado e ilimitado compromete
aleacutem da execuccedilatildeo de obras de infra-estrutura programas finaliacutesticos dos
governos nacionais e sub-nacionais despesas com pessoal e despesas para
manutenccedilatildeo da maacutequina puacuteblica
Em seu artigo 29 a LRF considera diacutevida puacuteblica consolidada ou fundada o
montante total apurada sem duplicidade das obrigaccedilotildees financeiras do ente
da Federaccedilatildeo assumidas em virtude de leis contratos convecircnios ou tratados
e da realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de creacutedito para amortizaccedilatildeo em prazo superior a
doze meses
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 187) na conceituaccedilatildeo do art 29 diacutevida
fundada ou consolidada proveacutem da contrataccedilatildeo de empreacutestimos ou
financiamentos com prazo de pagamento superior a doze meses A proacutepria
LRF contudo no paraacutegrafo 3ordm jaacute excepciona tal regra satildeo as operaccedilotildees de
prazo inferior a doze meses que passam a compor essa espeacutecie de
endividamento
62
A apuraccedilatildeo quadrimestral da diacutevida consolidada seraacute demonstrada no RGF
considerando-se a diacutevida da administraccedilatildeo direta e indireta conforme
determinaccedilatildeo do artigo 50 da LRF
A LRF natildeo definiu limites para o endividamento puacuteblico ficando para
regulamentaccedilatildeo do Senado Federal que definiu por meio da Resoluccedilatildeo nordm 40
de 2001 a diacutevida consolidada liacutequida Conforme o seu art 1ordm sect 1ordm V a
diacutevida consolidada liacutequida eacute a diacutevida puacuteblica consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa as aplicaccedilotildees financeiras e os demais haveres
financeiros
Ainda na Resoluccedilatildeo 40 em seu art 3ordm II a diacutevida consolidada liacutequida dos
Municiacutepios ao final do deacutecimo quinto exerciacutecio financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicaccedilatildeo da Resoluccedilatildeo natildeo poderaacute exceder a
12 (um inteiro e dois deacutecimos) vezes a receita corrente liacutequida
Para a amortizaccedilatildeo de diacutevidas tambeacutem existe um limite anual definido pelo
Senado Federal em sua Resoluccedilatildeo nordm 432001 art 7ordm II Esta legislaccedilatildeo
define que o comprometimento anual com amortizaccedilotildees juros e demais
encargos da diacutevida consolidada inclusive relativos a valores a desembolsar
de operaccedilotildees de creacutedito jaacute contratadas e a contratar natildeo poderaacute exceder a
115 (onze inteiros e cinco deacutecimos por cento) da receita corrente liacutequida
Ainda por meio da mesma Resoluccedilatildeo com alteraccedilotildees trazidas pela Resoluccedilatildeo
nordm 052002 dispocircs-se sobre os limites globais para o montante da diacutevida
puacuteblica consolidada e da diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria A Resoluccedilatildeo nordm 43 de
21 de dezembro de 2001 com alteraccedilotildees na Resoluccedilatildeo nordm 032002 definiu
limites por ocasiatildeo da execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Com a instituiccedilatildeo da LRF a administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal
passou a ter maior atenccedilatildeo em suas accedilotildees Consta em seu art 1ordm sect 1ordm que
63
A responsabilidade na gestatildeo fiscal pressupotildee a accedilatildeo planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediecircncia a limites e condiccedilotildees no que tange a renuacutencia de receita geraccedilatildeo de despesas com pessoal da seguridade social e outras diacutevidas consolidada e mobiliaacuteria operaccedilotildees de creacutedito inclusive por antecipaccedilatildeo de receita concessatildeo de garantia e inscriccedilatildeo em Restos a Pagar (grifo nosso)
O princiacutepio da transparecircncia na LRF brasileira como jaacute mencionado foi um dos
pontos tambeacutem trabalhados na LRF da Nova Zelacircndia A principal intenccedilatildeo
destes eacute o fortalecimento do controle social aumentando a pressatildeo para que o
gestor puacuteblico fique mais atento na conduccedilatildeo de seus atos O gestor tambeacutem
com a divulgaccedilatildeo de suas contas com a realizaccedilatildeo de audiecircncias ganha
politicamente quando tende a aproximar-se da populaccedilatildeo
O artigo que trabalhou o fundamento da transparecircncia eacute o 48 da LRF
conforme se segue
Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) o controle social do eraacuterio eacute
fundamento baacutesico da LRF que para tanto estabelece intensa agenda de
debate popular e de publicidade das contas dentre elas realizaccedilatildeo de
audiecircncias puacuteblicas com objetivo de debater a construccedilatildeo do PPA LDO e LOA
e verificar o cumprimento das metas orccedilamentaacuterias e patrimoniais
disponibilizaccedilatildeo das contas municipais durante todo o ano natildeo mais sessenta
dias como previsto anteriormente pela CF de 1988 Aleacutem disso o ministeacuterio
puacuteblico deve divulgar os nomes dos Municiacutepios que ultrapassaram os limites
determinados para a diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria No mesmo artigo 48 tambeacutem haacute
determinaccedilatildeo expressa para ampla divulgaccedilatildeo dos orccedilamentos balanccedilos e
pareceres dos tribunais de contas sobre o julgamento dos gestores do dinheiro
puacuteblico
64
Todos os dispositivos satildeo essenciais para a gestatildeo fiscal responsaacutevel Cabe ao
gestor incentivar a participaccedilatildeo popular articulando com a sociedade
organizada e orientando o exerciacutecio da cidadania e a evoluccedilatildeo do controle
social
A transparecircncia foi citada no artigo 52 da mesma disciplina legal constando
que ldquoO relatoacuterio a que se refere o sect 3o do art 165 da Constituiccedilatildeo abrangeraacute
todos os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico seraacute publicado ateacute trinta dias apoacutes o
encerramento de cada bimestrerdquo
As prestaccedilotildees de contas anteriores a LRF eram encaminhadas anualmente
Por mais avanccedilados e especializados que fossem os Tribunais de contas natildeo
seria possiacutevel por exemplo uma accedilatildeo em tempo necessaacuterio para correccedilatildeo dos
rumos da administraccedilatildeo evitando deacuteficits e diacutevidas para o patrimocircnio puacuteblico
A veiculaccedilatildeo das informaccedilotildees fiscais publicadas nas dependecircncias das
entidades puacuteblicas e em meio magneacutetico trinta dias apoacutes o encerramento de
cada bimestre torna mais transparente a gestatildeo puacuteblica bem como possibilita
uma accedilatildeo em tempo real pela sociedade e pelos oacutergatildeos de controle interno e
externo
Informaccedilotildees importantes e novos conceitos foram trabalhados para que a
transparecircncia seja possiacutevel No artigo 53 do mesmo diploma legal trata de
informaccedilotildees que acompanharatildeo os relatoacuterios resumidos da execuccedilatildeo
orccedilamentaacuteria Satildeo elas apuraccedilatildeo da RCL receitas e despesas previdenciaacuterias
quando cabiacuteveis resultado nominal e primaacuterio despesas com juros restos a
pagar projeccedilotildees atuariais dos regimes de previdecircncia social geral e proacuteprio
dos servidores puacuteblicos variaccedilatildeo patrimonial evidenciando a alienaccedilatildeo de
ativos e a aplicaccedilatildeo dos recursos dela decorrentes da limitaccedilatildeo de empenhos
e da frustraccedilatildeo de receitas especificando as medidas de combate agrave sonegaccedilatildeo
e agrave evasatildeo fiscal adotadas e a adotar e as accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e cobranccedila
65
A LRF trabalhou juntamente com a transparecircncia o fortalecimento do controle
determinando responsabilidades pelas informaccedilotildees do relatoacuterio de gestatildeo
fiscal No artigo 20 trata das responsabilidades do presidente e demais
membros da mesa diretora dos Legislativos ou oacutergatildeo decisoacuterio equivalente
Nos regimentos internos destes oacutergatildeos devem constar as responsabilidades
do presidente e de demais membros da mesa diretora Nos oacutergatildeos do Poder
Judiciaacuterio no ministeacuterio puacuteblico da Uniatildeo e dos Estados da mesma forma
Aleacutem disso traz a responsabilizaccedilatildeo pelas informaccedilotildees dos responsaacuteveis pela
administraccedilatildeo financeira e pelo controle interno Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 275) de quatro em quatro meses a
Prefeitura e a Cacircmara de Vereadores cada uma emitiraacute o segundo relatoacuterio de
verificaccedilatildeo orccedilamentaacuteria agrave luz da LRF o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal ndash RGF Haacute
o RGF do Poder Executivo assinado pelo Prefeito Secretaacuterio ou Diretor de
Financcedilas e tambeacutem por quem responde pelo controle interno De igual modo
haacute o RGF do Poder Legislativo chancelado por toda a Mesa Diretora da
Cacircmara dos Vereadores pelo responsaacutevel financeiro e ainda pelo servidor
que titulariza o controle interno
Apoacutes tratado sobre o planejamento e os pontos estrateacutegicos da LRF
realizaremos um estudo o sobre a gestatildeo do orccedilamento puacuteblico
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
231 Introduccedilatildeo
A Lei de Responsabilidade Fiscal dentre as diversas contribuiccedilotildees para as
financcedilas puacuteblicas brasileiras teve seguramente como principal objetivo o
66
ldquoequiliacutebrio das contas puacuteblicasrdquo consagrado como princiacutepio por diversos
doutrinadores
Na elaboraccedilatildeo dos trecircs mais importantes instrumentos de planejamento PPA
LDO e a LOA os Municiacutepios e os outros entes federados buscam o equiliacutebrio
entre receitas e despesas fundamentados em princiacutepios contidos na Lei
Federal 4320 de 1964 e reafirmados pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Embora esses trecircs instrumentos de planejamento mencionados sejam de
fundamental importacircncia natildeo haacute garantias de equiliacutebrio financeiro por mais
eficientes que sejam os departamentos ou teacutecnicos orccedilamentistas As
estimativas das receitas e a fixaccedilatildeo das despesas satildeo projetadas para um
exerciacutecio inteiro A LRF para tentar conciliar a autorizaccedilatildeo prevista na LOA
com a efetiva execuccedilatildeo do orccedilamento anual instituiu a programaccedilatildeo
financeira cronograma mensal de desembolso metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo e cotas Analisaremos detalhadamente cada um destes itens
instituiacutedos pela LRF
232 Programaccedilatildeo Financeira
Natildeo podemos afirmar que em nenhum Municiacutepio exista uma regularidade nas
entradas das receitas por mais precisa que seja a previsatildeo pois receitas como
o IPTU12 o IPVA13 e o ICMS14 tem ocorrecircncia maior no inicio do exerciacutecio
Por isso antes que se inicie a execuccedilatildeo do orccedilamento ou seja do
planejamento traccedilado eacute preciso que o gestor tome iniciativa de traccedilar planos
orccedilamentaacuterios e financeiros mais detalhados abrangendo espaccedilos menores de
tempo que possibilitem uma adequaccedilatildeo temporal e financeira compatiacutevel com
as despesas a serem executadas
12 Imposto Predial e Territorial Urbana tributo municipal instituiacutedo pelo Constituiccedilatildeo Federal de 1988 13 Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotivos 14 Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
67
A programaccedilatildeo financeira foi inserida na gestatildeo do orccedilamento municipal por
meio do Art 8ordm da Lei de Responsabilidade Fiscal descrito a seguir
Art 8ordm Ateacute trinta dias apoacutes a publicaccedilatildeo dos orccedilamentos nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e observando o disposto na aliacutenea c do inciso I do artigo 4ordm o Poder Executivo estabeleceraacute a programaccedilatildeo financeira e o cronograma de execuccedilatildeo mensal de desembolso Paraacutegrafo Uacutenico Os recursos legalmente vinculados agrave finalidade especiacutefica seratildeo utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculaccedilatildeo ainda que em exerciacutecio diverso daquele em que ocorrer o ingresso
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) este dispositivo visa a ajustar os
compromissos do governo agrave efetiva existecircncia de numeraacuterios e a evitar
insuficiecircncias de tesouraria Dessa forma eacute que empreacutestimos de curto prazo e
operaccedilatildeo de creacutedito por antecipaccedilatildeo da receita orccedilamentaacuteria (ARO) poderatildeo
ser evitadas Este dispositivo serve ainda para compatibilizar as entradas das
receitas com a execuccedilatildeo das despesas especialmente as de caraacuteter
discricionaacuterio do governo
Para o autor ocorre uma controveacutersia entre este dispositivo e o artigo 47 da Lei
Federal 4320 que estabelecia uma programaccedilatildeo financeira trimestral No
entanto prevalece o dispositivo mais recente Assim a planificaccedilatildeo financeira
passa vigorar mensalmente
Considerando que anterior a LRF existiam percentuais mais elevados de
deacuteficitrsquos financeiros com maacute aplicaccedilatildeo do disposto na Lei Federal 4320 a
utilizaccedilatildeo eficiente de um controle mensal tornou-se necessaacuteria Importante
mencionar que nesta programaccedilatildeo devem ser considerados todos os creacuteditos
os iniciais fixados os demais que venham ocorrer como suplementares
especiais e extraordinaacuterios e ainda os restos a pagar dos exerciacutecios anteriores
porventura existentes
Os recursos carimbados ou vinculados conforme citado no artigo acima
devem ter sua utilizaccedilatildeo exclusivamente direcionadas para seus fins
68
acordados caso ocorram sobras elas poderatildeo ser utilizadas em exerciacutecio
adverso desde que atenda ao estabelecido em instrumento inicial
Podemos dizer que estes recursos satildeo pequenos orccedilamentos dentro do
orccedilamento geral do Municiacutepio Eles devem obedecer a um equiliacutebrio particular
evitando sobras utilizaccedilatildeo indevida devoluccedilatildeo de recursos e
consequumlentemente evitando aplicaccedilatildeo de penalidades pelos oacutergatildeos de
fiscalizaccedilatildeo externa e pelo ministeacuterio puacuteblico
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 74) os saldos financeiros remanescentes
continuam pertencendo ao ente Por isso eacute que poderiam mesmo ter sua
utilizaccedilatildeo em exerciacutecio adverso ao seu ingresso
A LRF contribuiu para a aplicaccedilatildeo e controle das financcedilas Para isso instituiu
normas que sua aplicaccedilatildeo efetiva pelas entidades depende de iniciativa para
sua regulamentaccedilatildeo A Uniatildeo sujeita agraves normas regulamentou por meio do
anexo VI da Portaria interministerial MFMP Nordm 125 de 19 de maio de 2006 sua
programaccedilatildeo financeira para 2006 conforme tabela a seguir
69
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira
ANEXO VI DA PORTARIA INTERMINISTERIAL MFMP Nordm 125 DE 19 DE MAIO DE 2006
VALORES AUTORIZADOS PARA PAGAMENTO RELATIVOS A DOTACcedilOtildeES CONSTANTES
DA LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA PARA 2006 E AOS RESTOS A PAGAR DE 2005 Data de atualizaccedilatildeo 09012007 R$ Mil
ATEacute MAI ATEacute JUN ATEacute JUL ATEacute AGO ATEacute SET ATEacute OUT ATEacute NOV ATEacute DEZ OacuteRGAtildeOS EOU UNIDADES ORCcedilAMENTAacuteRIAS
20101 PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 295802
349209
452616
506022
550988
595953
691918
810026
20102 GAB DA VICE-PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 998
1198
1398
1698
1868
2037
2721
2890
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIAtildeO 39814
45524
51234
60345
67704
75063
79922
94781
22000 MIN DA AGRIC PEC E ABASTECIMENTO 238546
354485
400424
460563
526646
589462
674777
874179
24000 MIN DA CIEcircNCIA E TECNOLOGIA 616141
788828
954130
1198017
1312077
1449359
1695323
2234942
25000 MIN DA FAZENDA 461494
607980
760465
1052064
1306841
1372881
1458411
1589215
26000 MIN DA EDUCACcedilAtildeO 2431224
3091435
3528998
4166209
4865611
5568436
6271262
7064088
28000 MIN DO DESENV IND E COMEacuteRCIO EXTERIOR 90763
99587
125231
134555
152459
159337
166214
214091
30000 MIN DA JUSTICcedilA 456383
541391
653548
765704
862253
958802
1055351
1231900
32000 MIN DE MINAS E ENERGIA 85465
114630
143796
186053
210688
258607
306525
379444
33000 MIN DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL 299527
457649
539558
625468
711378
797288
883197
969107
35000 MIN DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES 347097
377226
407355
467485
520419
633354
716289
885223
70
36000 MIN DA SAUacuteDE 13050504
15924886
18815009
21705132
24482919
27260706
30038492
34588170
38000 MIN DO TRABALHO E EMPREGO 161118
181567
251612
341578
364691
387805
410918
452031
39000 MIN DOS TRANSPORTES 668160
749053
829946
1077339
1286381
1602422
1671464
2335793
41000 MIN DAS COMUNICACcedilOtildeES 122628
142098
161667
190557
220868
264603
308338
363472
42000 MIN DA CULTURA 155156
182753
213850
257547
278457
301566
325476
384885
44000 MIN DO MEIO AMBIENTE 115444
158213
193482
243551
271981
301461
329891
403421
47000 MIN DO PLANEJ ORCcedilAMENTO E GESTAtildeO 144840
168562
207104
238386
281455
309915
368376
443436
49000 MIN DO DESENVOLVIMENTO AGRAacuteRIO 285471
723196
934922
1036647
1112176
1406829
1706481
2012818
51000 MIN DO ESPORTE 106895
181039
217283
244027
260430
325044
388858
507842
52000 MIN DA DEFESA 784728
1042536
1215345
1520953
1989733
2341660
2696194
3687152
53000 MIN DA INTEGRACcedilAtildeO NACIONAL 352210
382066
495608
580249
693417
778159
841451
1077819
54000 MIN DO TURISMO 108586
198430
278459
333388
346698
402446
466194
700142
55000 MIN DO DESENV SOCIAL E COMB Agrave FOME 478367
705610
932852
1160095
1369197
1852448
2335700
2736782
56000 MIN DAS CIDADES 202042
299230
412819
440908
452024
485141
531557
1003796
71000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIAtildeO 96894
153836
167777
209719
249063
288408
327752
366096
73101 RECURSOS SOB SUPERV DO MIN DA FAZENDA 39869
43845
47820
52496
56272
60049
63825
67601
74000 OPERACcedilOtildeES OFICIAIS DE CREacuteDITO 34330
37521
40713
53740
53740
53740
53740
78740
TOTAL GERAL 22270494 28103583 33435022 39310495 44858433 50882980 56866619 67559884
Fonte httpwwwtesourofazendagovbrprogramacao_financeira horaacuterio 2200 do dia 040208
71
Na Uniatildeo segundo Giacomoni (2007 p 318) a principal norma
disciplinadora eacute o Decreto-lei ndeg 20067 que define a programaccedilatildeo
financeira de desembolso como instrumento baacutesico do planejamento
Especificamente os artigos 17 e 72 a seguir descritos
Art 17 Para ajustar o ritmo de execuccedilatildeo do orccedilamento-programa ao fluxo provaacutevel de recursos o Ministeacuterio do Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral e o Ministeacuterio da Fazenda elaboraratildeo em conjunto a programaccedilatildeo financeira de desembolso de modo a assegurar a liberaccedilatildeo automaacutetica e oportuna dos recursos necessaacuterios agrave execuccedilatildeo dos programas anuais de trabalhatildeordquo e ldquoArt 72 Com base na lei orccedilamentaacuteria creacuteditos adicionais e seus atos complementares o oacutergatildeo central da programaccedilatildeo financeira fixaraacute as cotas e prazos de utilizaccedilatildeo de recursos pelos oacutergatildeos da Presidecircncia da Repuacuteblica pelos ministeacuterios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciaacuterio para atender agrave movimentaccedilatildeo dos creacuteditos orccedilamentaacuterios
Na Uniatildeo os artigos do referido decreto que tratam de programaccedilatildeo
financeira satildeo inseridos a cada exerciacutecios financeiro da LDO
disciplinando a execuccedilatildeo financeira
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do orccedilamento geralmente eacute dado atenccedilatildeo especial
para realizaccedilatildeo da despesa A LRF inovou e dedicou artigos importantes para
as receitas puacuteblicas esquecidas especialmente pelos Municiacutepios A praacutetica de
calcular as despesas e apoacutes equilibraacute-las sem criteacuterio com a receita natildeo se
admite mais
O artigo 12 jaacute trabalha regras para o processo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria como se segue
Art 12 As previsotildees de receita observaratildeo as normas teacutecnicas e legais consideraratildeo os efeitos das alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo da variaccedilatildeo do iacutendice de preccedilos do crescimento econocircmico ou de qualquer outro fator relevante e seratildeo acompanhadas de
72
demonstrativo de sua evoluccedilatildeo nos uacuteltimos trecircs anos da projeccedilatildeo para os dois seguintes agravequele a que se referirem e da metodologia de caacutelculo e premissas utilizadasrdquo
Dessa forma estaria no miacutenimo qualquer dos entes federados ao superestimar
a receita desobedecendo ao princiacutepio da legalidade expressamente definido
no artigo 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal
A execuccedilatildeo do orccedilamento foi regulamentada pelo artigo 13 d LRF abaixo
transcrito
Art 13 No prazo previsto no art 8o as receitas previstas seratildeo desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo com a especificaccedilatildeo em separado quando cabiacutevel das medidas de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos tributaacuterios passiacuteveis de cobranccedila administrativa (grifo nosso)
Ateacute 30 dias apoacutes a publicaccedilatildeo da LOA eacute necessaacuterio que o municiacutepio aleacutem de
elaborar programaccedilatildeo financeira estabelecida no artigo 8ordm providencie o
desdobramento das receitas estimadas anualmente em metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
Poreacutem o entendimento da doutrina eacute que para se chegar em metas bimestrais
conforme previsto na lei seria necessaacuterio o desdobramento inicialmente em
metas mensais A forma mais apropriada para a construccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira mensal estaacute conforme estabelecida no artigo 8ordm Ressalta-se que
como todo planejamento a receita tambeacutem tem inconstacircncias e uma revisatildeo
perioacutedica seria apropriada para natildeo afetar as metas estabelecidas
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 98) o detalhamento bimestral aleacutem do
mais fundamenta-se no comportamento oscilante natildeo linear em decorrecircncia
do IPTU pago a vista da transferecircncia de 50 do IPVA e de um ICMS
alentado pelas vendas de fim de ano A receita municipal ingressa com mais
vigor no iniacutecio do exerciacutecio depois flutua em virtude do niacutevel da atividade
73
econocircmica seja ela local regional ou nacional Por isso o orccedilamentista se
basearaacute na execuccedilatildeo ocorrida em exerciacutecios preteacuteritos
Em seguir apresenta-se tabela demonstrando as metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
74
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO MUNICIacutePIO OacuteRGAcircO BIMESTRE META DE ARRECADACcedilAtildeO RECEITA ARRECADA DIFERENCcedilA1ordm 2ordm 3ordm 4ordm 5ordm 6ordm TOTAL Observaccedilotildees ndash Medidas adotadas quando cabiacuteveis de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos passiacuteveis de cobranccedila administrativa ____________________________________ __________________________________ ____________________________________ ORDENADOR CONTADOR CONTROLE INTERNO
Fonte TCEMG - Adaptaccedilatildeo do Autor
75
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
Eacute comum que leis e atos instituiacutedos nos Municiacutepios natildeo sejam obedecidos
pelas unidades orccedilamentaacuterias e pelas entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta O caminho para garantir que seja cumprida a programaccedilatildeo financeira
especialmente para os que ainda insistem em elaborar leis orccedilamentaacuterias com
receitas superestimadas eacute a instituiccedilatildeo de cotas financeiras
Para corrigir possiacuteveis falhas de planejamento eacute necessaacuterio que durante a sua
execuccedilatildeo sejam corrigidas as distorccedilotildees Assim sendo a soluccedilatildeo eacute promover a
limitaccedilatildeo de gastos durante a execuccedilatildeo do orccedilamento por meio das cotas
levando-se em consideraccedilatildeo a receita efetivamente arrecadada e natildeo o
montante do orccedilamento autorizado pelo Legislativo
Os artigos 47 e 48 da Lei Federal 4320 de 1964 como transcritos a seguir jaacute
tratavam deste tema
Art 47 Imediatamente apoacutes a promulgaccedilatildeo da Lei de Orccedilamento e com base nos limites nela fixados o Poder Executivo aprovaraacute um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orccedilamentaacuteria fica autorizada a utilizar Art 48 A fixaccedilatildeo das cotas a que se refere o artigo anterior atenderaacute aos seguintes objetivos a) assegurar agraves unidades orccedilamentaacuterias em tempo uacutetil a soma de recursos necessaacuterios e suficientes agrave melhor execuccedilatildeo do seu programa anual de trabalho b) manter durante o exerciacutecio na medida do possiacutevel o equiliacutebrio entre a receita arrecada e a despesa realizada de modo a reduzir ao miacutenimo eventuais insuficiecircncias de tesouraria (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) o art 8ordm da LRF natildeo contradiz o
dispositivo mencionado pois a programaccedilatildeo financeira poderaacute continuar
trimestral e as regras para o desembolso ficariam mensais
Tal medida serve para ldquodosarrdquo a execuccedilatildeo da despesa e o instrumento que
permite isto satildeo as cotas A cota limita a execuccedilatildeo do orccedilamento pois embora
76
exista um valor previsto para o exerciacutecio este natildeo pode ser executado de uma
uacutenica vez e aleacutem disso depende da realizaccedilatildeo das receitas
Eacute importante que a distribuiccedilatildeo seja de acordo com as necessidades de cada
unidade orccedilamentaacuteria ou gestora da entidade Deve-se levar em consideraccedilatildeo
as receitas vinculadas e obedecer a criteacuterios miacutenimos como por grupo de
despesa conforme classificaccedilatildeo da portaria 42 da STN
As cotas financeiras aleacutem de atender ao planejamento do cronograma de
desembolso previsto auxiliam o gestor principalmente no uacuteltimo ano de
mandato no controle da disponibilidade de caixa atraveacutes de um fluxo de caixa
para atendimento do disposto no artigo 42 conforme descrito a seguir
Art 42 Eacute vedado ao titular de Poder ou oacutergatildeo referido no art 20 nos uacuteltimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigaccedilatildeo de despesa que natildeo possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenha parcelas a serem pagas no exerciacutecio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito Paraacutegrafo uacutenico Na determinaccedilatildeo da disponibilidade de caixa seratildeo considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar ateacute o final do exerciacutecio
As cotas podem auxiliar tambeacutem no cumprimento das metas de resultado
primaacuterio e nominal caso as metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo natildeo atinjam
niacuteveis necessaacuterios
Eacute importante destacar que a cota eacute um instrumento que flexibiliza a gestatildeo
considerando que para sua construccedilatildeo deve haver participaccedilatildeo ativa de todos
os ordenadores de despesa
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
Para a construccedilatildeo do conceito de fluxo de caixa seguimos um passo
importante que foi o entendimento de conceitos fundamentais como metas de
77
arrecadaccedilatildeo programaccedilatildeo financeira e cotas Como vimos sugere-se que
haja em primeiro lugar o estabelecimento das metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo ou mensais que daratildeo suporte para elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira que por sua vez daraacute sustentaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das cotas
Eacute necessaacuterio que haja uma integraccedilatildeo de todos os departamentos da entidade
puacuteblica municipal seja ela do Executivo ou Legislativo da administraccedilatildeo direta
ou indireta para que as ferramentas proporcionem uma autonomia monitorada
Trabalhar com o cronograma de cota proporcionaraacute agraves unidades
administrativas a autonomia para trabalharem dentro de limites
preestabelecidos Assim tambeacutem cada despesa precisa de informaccedilotildees que a
classifiquem no cronograma de desembolso
O cronograma de Desembolso por cota (das despesas orccedilamentaacuterias) do
Executivo pode ser elaborado conforme a expectativa de disponibilidade de
caixa da entidade ou seja descontando os compromissos jaacute tidos como certos
como por exemplo transferecircncias para o Legislativo transferecircncias financeiras
para Fundos Especiais e restos a pagar
Com o controle de cotas torna-se evidente o alcance ou permanecircncia do
equiliacutebrio fiscal tendo em vista que existiraacute a informaccedilatildeo para que a medida
seja tomada ou natildeo quanto agrave realizaccedilatildeo da despesa
Isso natildeo implica que os desembolsos sejam iguais agraves cotas Eles podem ser
inferiores com o objetivo de economizar para um periacuteodo seguinte Esses
valores tambeacutem poderatildeo ser alterados para mais conforme a necessidade da
unidade orccedilamentaacuteria desde seja negociado com o gestor das cotas e demais
unidades envolvidas na mudanccedila
Ao assumir um compromisso torna-se imprescindiacutevel contemplar informaccedilatildeo
que defina a previsatildeo de pagamento das parcelas dos contratos
especialmente os de natureza continuada e os demais ou outro instrumento
78
que venha substituiacute-lo
O pagamento de cada compromisso no respectivo mecircs estaraacute limitado ao saldo
disponibilizado no Cronograma de Desembolso por cota
O fluxo de caixa aliado ao cronograma de desembolso deve observar os
limites legais de aplicaccedilatildeo dos recursos vinculados a gastos tais como ensino
sauacutede entre outros e por outro lado garantir o cumprimento de despesas com
pessoal e de outras jaacute compromissadas
Conforme Aguilar e outros (2004 p 23) eacute necessaacuterio um instrumento de
gestatildeo que demonstre o reflexo das decisotildees governamentais no equiliacutebrio das
contas ao longo do tempo no momento em que o mesmo eacute cogitado
Mesmo a lei natildeo tendo de forma explicita mencionado o termo ldquoFluxo de
Caixardquo seja projetado ou realizado ela deixa claro a intenccedilatildeo em seu objetivo
principal o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Os instrumentos mencionados ndash
metas bimestrais e cronograma mensal de desembolso satildeo insuficientes para
demonstrar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Eles natildeo tratam de detalhes como
por exemplo os saldos financeiros das contas bancaacuterias anteriores e
posteriores e somente levam em consideraccedilatildeo a competecircncia do exerciacutecio
financeiro em execuccedilatildeo Daiacute a importacircncia da implementaccedilatildeo do fluxo de
caixa
E para reafirmar a necessidade de um fluxo de caixa a LRF instituiu a limitaccedilatildeo
de empenho da despesa quando comprovado o natildeo-cumprimento de metas de
resultado primaacuterio e nominal O controle de fluxo de caixa previsto pode
colaborar na tomada de decisatildeo de limitaccedilatildeo de empenho quando apresenta
resultado insatisfatoacuterio
Art 9o Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos
79
montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Neste instrumento de planejamento financeiro devem ser levadas em
consideraccedilatildeo as despesas mensais fixas ou de caraacuteter continuado tais como
contratos folha de pagamento encargos sociais serviccedilos puacuteblicos de telefone
energia eleacutetrica e aacutegua juros e encargos da diacutevida transferecircncias financeiras a
entidades entre outras O ldquofluxo de caixa previstordquo atende bem a esta
demanda por ser um recurso muito divulgado que demonstra o
comportamento financeiro futuro tanto em longo quanto em curto prazo
Geralmente o ldquofluxo de caixardquo eacute um dispositivo utilizado na iniciativa privada e
na administraccedilatildeo puacuteblica Satildeo raras ou inexistentes as publicaccedilotildees na aacuterea
puacuteblica sobre como elaboraacute-lo e utilizaacute-lo de forma integrada aos diplomas
legais e ao processo decisoacuterio
Observa-se que a maioria dos instrumentos de gestatildeo eacute pouco utilizada e
quando utilizada depende de normas legais especiacuteficas e riacutegidas
Na anaacutelise da funccedilatildeo econocircmica-financeira deve-se procurar responder questotildees relativas a qual a composiccedilatildeo da receita E das despesas O grau de endividamento os indicadores de liquidez indicadores de rentabilidade sistema de planejamento e controle financeiro sistema de contabilidade e folha de pagamento relacionamento com bancos (Monteiro 1997 p 66)
Os Municiacutepios satildeo obrigados a aplicar um limite miacutenimo dos recursos recebidos
de impostos e transferecircncias constitucionais em educaccedilatildeo e sauacutede Isso deve
ser considerado na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa Em geral administram-se
muitos recursos vinculados a uma finalidade especiacutefica sendo vedado o seu
uso para fins diversos A LRF em seu art 50 I determina que ldquoa
disponibilidade de caixa constaraacute de registro proacuteprio de modo que os recursos
vinculados a oacutergatildeo fundo ou despesa obrigatoacuteria fiquem identificados e
escriturados de forma individualizadardquo O fluxo de caixa deve ser adequado ao
plano de contas da entidade puacuteblica Pode-se vincular os recursos do Ativo
80
Financeiro assim como uma reserva que recomenda-se denominar de
provisatildeo
Na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa eacute imprescindiacutevel o esforccedilo do gestor para
alocar os recursos financeiros aos compromissos assumidos O planejamento e
o controle permitiratildeo que o gestor possa evitar a busca de recursos de
terceiros ou seja os empreacutestimos por meio de antecipaccedilatildeo de receitas
orccedilamentaacuterias ou mesmo financiamentos em longo prazo No proacuteximo capiacutetulo
seraacute tratado da metodologia de pesquisa adotada para esta dissertaccedilatildeo
81
3 METODOLOGIA
31 Estrateacutegia de Pesquisa
Para a pesquisa quanto a sua natureza utilizou-se a qualitativa que segundo
Godoy (1995 p 62) ldquotem como objetivo o estudo e a anaacutelise do mundo
empiacuterico em seu ambiente naturalrdquo
A pesquisa foi realizada em duas etapas sendo a primeira por meio de um
levantamento bibliograacutefico que se constitui segundo Vergara (2000 p 48) em
um estudo sistematizado desenvolvido com base em materiais puacuteblicos tais
como leis livros revistas jornais redes eletrocircnicas
Para a segunda etapa utilizou-se ldquoEstudos de Casordquo como estrateacutegia de
pesquisa que conforme Yin (2001 p 27) eacute uma estrateacutegia escolhida ao se
examinar acontecimentos contemporacircneos mas quando natildeo se podem
manipular comportamentos relevantes
A pesquisa conta ainda com uma variante que eacute conforme Yin (2001 p 33) o
estudo de caso muacuteltiplo tendo em vista que seratildeo investigados quatro
Municiacutepios objetos de nosso estudo
Para maior seguranccedila foi realizado um preacute-teste para avaliar o comportamento
dos entrevistados antes da aplicaccedilatildeo efetiva na amostra escolhida Com isso
poderemos manter a estrateacutegia escolhida ou modificaacute-la em tempo necessaacuterio
No preacute-teste foram entrevistados quatro participantes sendo Secretaacuterio de
planejamento Superintendente de Financcedilas Coordenadora do Fundo
Municipal de Sauacutede e Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo
82
311 Universo e amostra
O universo da pesquisa objeto desta investigaccedilatildeo foi formado por Municiacutepios
mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes
Foram pesquisados Municiacutepios com mais 50000 mil habitantes nos itens
Divida Consolidada gastos com pessoal evoluccedilatildeo de restos a pagar gastos
com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia gastos com
educaccedilatildeo Para mediccedilatildeo comparamos os valores aplicados nos itens
relacionados anteriormente com a Receita Corrente Liacutequida de cada exerciacutecio
os exerciacutecios escolhidos para investigaccedilatildeo foram 1998 a 2006 somente os
valores inscritos em restos a pagar foram comparados com os valores
disponiacuteveis em bancos e caixa
Para esta etapa a amostra utilizada foram 60 Municiacutepios dos 67 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes conforme IBGE e demonstrados no quadro 22
da pesquisa Os 60 utilizados foram os que possuiacuteam todos os dados
necessaacuterios e em conformidade com a proposta da pesquisa
Jaacute para a pesquisa com mais profundidade de detalhes a amostra escolhida
seguiu criteacuterio de importacircncia regional pela localizaccedilatildeo e pela facilidade de
acesso aos Municiacutepios em funccedilatildeo de atividade profissional que para Vergara
(2000 p 50) eacute o tipo de amostra natildeo probabiliacutestica e como criteacuterio de
acessibilidade eacute a que longe de qualquer procedimento estatiacutestico seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles
Foram analisados os Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso conforme dados apresentados no quadro 8 a seguir
83
QUADRO 8
Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para Estudos de Caso Municiacutepio Localizaccedilatildeo Aacuterea em Kmsup2 Populaccedilatildeo
Alfenas Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo de Alfenas
85133 kmsup2 75899
Juiz de Fora Macrorregiatildeo da Mata Microrregiatildeo
de Juiz de Fora
143387 kmsup2 501153
Paraacute de Minas Macrorregiatildeo Central Microrregiatildeo
de Paraacute de Minas
54357 kmsup2 80409
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
81372 kmsup2 64150
Fonte IBGE ndash Adaptaccedilatildeo do Autor
FIGURA 1 - Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo Horizonte Fonte Elaborado pelo autor
84
312 Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada utilizando-se dois instrumentos
complementares anaacutelise documental e entrevistas dirigidas e semi-
estruturadas
As informaccedilotildees para pesquisa dos 60 Municiacutepios foram extraiacutedas do sistema
Financcedilas Brasil (FINBRA) da STN
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 periacuteodo anterior durante e
apoacutes vigecircncia da LRF
Os exerciacutecios escolhidos para anaacutelise em profundidade nos quatro Municiacutepios
ndash 1998 e 2006 ndash representam meados de mandato especificamente o
segundo ano para que nenhuma outra caracteriacutestica peculiar aos outros anos
afetasse resultado O primeiro periacuteodo compreende o mandato de 1997 a 2000
anterior agrave vigecircncia da LRF e o segundo de 2005 a 2008 posterior agrave instituiccedilatildeo
da LRF
A escolha dos entrevistados seguiu criteacuterios de envolvimento no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e que trabalharam na elaboraccedilatildeo e
gestatildeo dos instrumentos de planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro tanto para
o exerciacutecio de 1998 quanto para de 2006
A seguir quadro dos Municiacutepios com cargos aacutereas de atuaccedilatildeo e quantidade
de entrevistas realizadas em cada municiacutepio
85
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de entrevistas
MUNICIacutePIOS ENTREVISTADOS AacuteREA EXERCIacuteCIOS QUANTIDADE
ENTREVISTAS Alfenas Secretaacuterios Municipais
planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede e Assessoria Teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede
Nenhuma
Juiz de Fora Chefe de Orccedilamento e Assessores Teacutecnicos
Planejamento 04
Paraacute de Minas Secretaacuterios Municipais de Planejamento e Assessorias Teacutecnicas
Planejamento 01
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Secretaacuterios Municipais de Planejamento Sauacutede Educaccedilatildeo e assessoria teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo e Sauacutede
1998 e 2006
03
Fonte Elaborado pelo autor
Considerou-se para esta pesquisa o meio eletrocircnico como o mais apropriado
para o encaminhamento das entrevistas Apoacutes encaminhaacute-las confirmou-se
via telefone o recebimento Posteriormente foi efetuada a visita ldquoin locordquo para
fechamento e validaccedilatildeo dos trabalhos
A seguir quadros com especificaccedilatildeo dos blocos para roteiro de levantamento
documental e entrevistas
QUADRO 10
Blocos para levantamento documental
Os levantamentos foram realizados ldquoin locordquo em arquivos ou informaccedilotildees veiculados nos siacutetios dos Municiacutepios do Tribunal de Contas do Estado Secretaria do Tesouro Nacional Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo dentre outros disponiacuteveis O objetivo foi identificar aspectos de ordem teacutecnica que estatildeo estruturados em roteiro para exame a seguir especificado BLOCO I Roteiro para levantamento de dados dos 60 Municiacutepios ndash Despesas com
endividamento pessoal e restos a pagar gastos com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo dos Municiacutepios do Estado de Minas Gerais com mais de 50000 mil habitantes com cruzamento de dados entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
BLOCO II Roteiro para levantamento documental dos quatro Municiacutepios ndash Estrutura do Executivo e Processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria ndash 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo autor
86
QUADRO 11 Blocos para entrevistas
BLOCO I Processo de participaccedilatildeo e construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento
dirigidas aos Secretaacuterios de Planejamento e Financcedilas e Assessores e Teacutecnicos da aacuterea de planejamento trabalhou-se questotildees sobre construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento processo de participaccedilatildeo da sociedade e ciclo de planejamento aplicado
BLOCO II Processo de elaboraccedilatildeo dos Instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios de Sauacutede
BLOCO III Processo de elaboraccedilatildeo dos instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios Municipais de Educaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor
87
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
41 Anaacutelise dos Dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 A avaliaccedilatildeo foi realizada por
meio de dados obtidos de 60 Municiacutepios mineiros em um universo de 67 com
mais de 50000 mil habitantes segundo dados estimados pelo IBGE em 2004
As informaccedilotildees acima foram extraiacutedas do sistema Financcedilas Brasil (FINBRA) da
STN
Todos os iacutendices ou percentuais constantes do quadro 14 a seguir foram
obtidos da comparaccedilatildeo entre os gastos informados no quadro quando
comparados com a RCL dos 60 Municiacutepios pesquisados Estes dados satildeo
consolidados de todos os Municiacutepios e foram comparados a cada exerciacutecio
realizando a evoluccedilatildeo no periacuteodo proposto para esta pesquisa A uacutenica
exceccedilatildeo eacute a despesa com restos a pagar que eacute comparada com a
disponibilidade financeira em bancos e caixa de cada exerciacutecio
A seguir quadro 12 com os sete iacutendices ou percentuais analisados objeto da
anaacutelise mencionada
88
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos
ORDEM INDICADORES EXERCIacuteCIOS
01 PCGP ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal 02 PCGPF ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por
Faixa 03 PEC ndash Percentual de Endividamento Consolidado 04 PRPDF ndash Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade
Financeira de Caixa e Bancos 05 PGSSRCL ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento
x Receita Corrente Liacutequida 06 PGAPRCL ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia e
Previdecircncia x Receita Corrente Liacutequida 07 PGECRCL ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x
Receita Corrente Liacutequida
1998 a 2006
Fonte Elaborado pelo autor
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal (PCGP)
4203 3795 3956 41524842 4902
4572 4563 4342
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evoluccedilatildeo Desp Pessoal
GRAacuteFICO 1 ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP Fonte Elaborado pelo autor
O graacutefico representa o percentual aplicado com pessoal somado os valores dos
60 Municiacutepios a partir de 1998 iniciando com 4203 dentro da faixa entre
40 a 50 com exceccedilatildeo de 1999 e 2000 que esteve na faixa entre 30 a
40 chegando em 2006 com 4342 Verifica-se uma oscilaccedilatildeo durante os
nove anos sendo que se atingiu o miacutenimo de 3795 em 1999 um ano antes
da aprovaccedilatildeo da LRF e a maacutexima de 4902 em 2003 logo dois anos apoacutes a
89
vigecircncia da lei fiscal Nos anos seguintes a esta maacutexima haacute um percebiacutevel e
constante decreacutescimo ateacute 2006
90
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa (PCGPF)
000100020003000400050006000700080009000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
20 a 3536 a 4041 a 4546 acima
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF
TABELA 5 - Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
EVOLUCcedilAtildeO DE GASTOS DE PESSOAL POR FAIXA PERCENTUAL
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 FAIXA QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE
20 a 35 7 1167 8 1333 3 500 6 1000 2 333 1 167 3 500 5 833 4 66736 a 40 2 333 7 1167 6 1000 10 1667 9 1500 4 667 8 1333 5 833 6 100041 a 45 6 1000 10 1667 11 1833 6 1000 10 1667 9 1500 14 2333 18 3000 12 200046 acima 45 7500 35 5833 40 6667 38 6333 39 6500 46 7667 35 5833 32 5333 38 6333
GRAacuteFICO 2 ndash Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
Fonte Elaborado pelo Autor
Fonte Elaborado pelo Autor
91
O PCGPF foi formado pela distribuiccedilatildeo entre os 60 Municiacutepios pesquisados
separando-se por faixa de gastos com pessoal Na primeira faixa 20 a 35
iniciado em 1998 com 7 Municiacutepios representando 1167 da amostra
chegando em 2006 4 representando 667 da amostra A segunda faixa
analisada foi quem gastou entre 36 a 40 tendo iniciado em 1998 com 2
Municiacutepios representando 333 da amostra chegando em 2006 com 6
representando 10 da amostra A terceira faixa analisada eacute quem gastou entre
41 a 45 tendo iniciado em 1998 com 6 representando 10 da amostra
chegando em 2006 com 12 representando 20 da amostra A quarta e uacuteltima
faixa eacute quem gastou acima de 46 tendo iniciado em 1998 com 45
representando 75 da amostra chegando em 2006 com 38 representando
6333 da amostra
Percebi-se que uma oscilaccedilatildeo significativa na menor faixa analisada com uma
diminuiccedilatildeo de Municiacutepios de 7 para 4 Outra faixa que chamou a atenccedilatildeo foi a
quarta quem gastava acima de 46 com uma variaccedilatildeo de 45 para 38
Municiacutepios
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
PERCENTUAL DE ENDIVIDAMENTO PUacuteBLICO (PEC)
1809
2358 21962352
2540 2577
20182228
2561
000
500
1000
1500
2000
2500
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Diacutevida
GRAacuteFICO 3 ndash Percentual de Endividamento Consolidado Fonte Elaborado pelo Autor
92
O PEC iniciou em 1998 com um percentual de 2358 dentro da faixa entre 20
a 25 chegando a 2006 com 1809 passando para a faixa entre 15 a
20 Os dois percentuais estatildeo dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluccedilatildeo 40 do Senador Federal
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e Bancos ndash PRPDF
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira
00020000000000400000000006000000000080000000000
100000000000120000000000140000000000160000000000180000000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Restos a pagarDisponibilidade Financeira
GRAacuteFICO 4 ndash Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 os valores nominais iniciaram com mais de R$ 60000000000
(seiscentos milhotildees de reais) com Restos a Pagar com uma disponibilidade
financeira abaixo de R$ 20000000000 (duzentos milhotildees de reais) Chegou-
se em 2006 com uma situaccedilatildeo inversa com uma Disponibilidade Financeira
acima de R$ 160000000000 (um bilhatildeo e seiscentos milhotildees de reais) e
com restos a pagar inferior a R$ 140000000000 (um bilhatildeo e quatrocentos
milhotildees de reais)
Os nuacutemeros finais representam uma situaccedilatildeo altamente favoraacutevel com um
equiliacutebrio financeiro efetivo mas natildeo podemos deixar que as sobras elevadas
perdurem por um longo tempo no caixa dos governos existem diversas
93
demandas de serviccedilos puacuteblicos o ideal eacute realmente uma igualdade ou uma
sobre menor de recursos
Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira (PRPDF)
8267974994361716316892
27262
5293645050
49609
000
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Indicador de RP 1998 a 2006
GRAacuteFICO 5 ndash Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
O PRPDF iniciou 1998 com percentual de 49609 e chegou em 2006 com
percentual de 8267
O percentual em 2006 eacute altamente favoraacutevel Jaacute o percentual em 1998
representa que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 39609 a
mais do que o disponiacutevel em Bancos e Caixa Os Municiacutepios chegaram em
2006 com uma situaccedilatildeo totalmente inversa e favoraacutevel se eles pagassem tudo
que deviam em restos a pagar sobrariam recursos em bancos e caixa O
indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos a pagar consumiria
somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
94
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente Liacutequida - PGSSRCL
Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL (PGSSRCL)
341433982888 2977 3117 2993
3566 3572
3254
000
1000
2000
3000
4000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL
GRAacuteFICO 6 ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL - PGSSRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGSSRCL natildeo representa um indicador fiscal representa uma medida social
de aplicaccedilatildeo em sauacutede puacuteblica e saneamento tendo iniciado em 1998 com
percentual de 2888 na faixa entre 20 a 30 e chegando em 2006 com
3414 jaacute na faixa entre 30 a 40 o indicador teve ligeira tendecircncia pra cima
no entanto sem variaccedilatildeo consideraacutevel e natildeo afetando o equiliacutebrio das contas
puacuteblicas
95
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL
Percentual de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL (PGAPRCL)
813744739
549 547
805734
802 736
000
200
400
600
800
1000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL
GRAacuteFICO 7 ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL - PGAPRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia x Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL tambeacutem natildeo eacute indicador fiscal eacute uma medida
de investimento social tendo iniciado em 1998 com percentual de 739 e
chegando em 2006 com 813 o indicador oscilou para menos nos anos de
1999 e 2000 retomando uma tendecircncia de crescimento a partir de 2001
permanecendo ateacute 2006
96
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente Liacutequida - PGECRCL
Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL (PGERCL)
22422229220822092530
2805273927712818
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL
GRAacuteFICO 8 ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash PGECRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGECRCL representa um indicador social e iniciou 1998 com percentual de
2818 chegou em 2006 com 2242 os dois na mesma faixa analisada
Como o percentual estaacute somando Educaccedilatildeo e Cultura natildeo foi possiacutevel aferir
se os Municiacutepios cumpriram ou natildeo o percentual constitucional com educaccedilatildeo
o que analisaremos adiante com dados dos quatro Municiacutepios objeto de nosso
estudo mais detalhado
97
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Os exerciacutecios analisados no levantamento documental proposto para pesquisa
nos quatros estudos de caso correspondem a 1998 e 2006 com dados
obtidos na contabilidade nas secretarias de planejamento orccedilamento e gestatildeo
das prefeituras por meio de visita ldquoin locordquo e envio de alguns dados pela
contabilidade das prefeituras Os dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2006
foram obtidos no sitio da Secretaria do Tesouro Nacional Os Municiacutepios
pesquisados foram Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
Como a participaccedilatildeo na pesquisa eacute espontacircnea alguns Municiacutepios natildeo
disponibilizaram todos os dados solicitados
A evoluccedilatildeo dos gastos com pessoal endividamento puacuteblico e com as funccedilotildees
sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo e cultura
foram obtidos da comparaccedilatildeo destes com a RCL de cada Municiacutepio e de cada
exerciacutecio A evoluccedilatildeo dos restos a pagar foi objeto da comparaccedilatildeo com as
disponibilidades financeiras em bancos e caixa de cada municiacutepio
A seguir quadro com siacutentese do levantamento documental realizado nos quatro
Municiacutepios conforme proposta da pesquisa
98
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro Municiacutepios
Ordem levantamento documental Dados especiacuteficos Composiccedilatildeo da administraccedilatildeo puacuteblica do municiacutepio
De quais entidades eacute composto seu municiacutepio
Estrutura organizacional do Executivo Qual eacute a estrutura de organizaccedilatildeo do Poder Executivo de seu Municiacutepio
Informaccedilotildees do programas de governo Quais informaccedilotildees compunham os programas de governo em 1998 e 2006
Despesas constantes do PPA Quais despesas constavam no PPA de 1998 e 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento Qual a aplicaccedilatildeo em sauacutede e saneamento de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia
Qual a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com pessoal Qual a aplicaccedilatildeo em pessoal entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo do endividamento puacuteblico Qual o percentual do endividamento puacuteblico no periacuteodo de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de restos a pagar Qual o percentual de restos a pagar no periacuteodo de 1998 a 2006
Comportamento das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Qual o percentual de suplementaccedilatildeo em 1998 e 2006
Emissatildeo de decretos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Quantos decretos foram emitidos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias no periacuteodo de 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo Autor 421 Municiacutepio de Alfenas
O Municiacutepio de Alfenas eacute formado de Poder Executivo Cacircmara e Fundo
Municipal de Sauacutede todos pertencentes a administraccedilatildeo direta natildeo possuindo
administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional do Executivo eacute composta de
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 ndash Secretaria de Fazenda e Planejamento
99
05 ndash Secretaria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Secretaria de Defesa Social
07 ndash Secretaria de Desenvolvimento Econocircmico Accedilatildeo Regional e Turismo
08 ndash Secretaria de Governo
09 ndash Secretaria de Desenvolvimento Social Sauacutede e Meio Ambiente
10 ndash Procuradoria
11 ndash Controladoria
12 - Coordenadoria de Informaacutetica
13 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo
14 ndash Secretaria de Desenvolvimento Urbano
15 ndash Secretaria de Esporte
Relativamente agraves informaccedilotildees sobre os programas governamentais e
despesas constantes no PPA referente ao periacuteodo de 1998 e 2006 natildeo foi
possiacutevel consegui-las devido a dificuldades encontradas para o levantamento
destes dados
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Alfenas
1292
443738913568
4103
1028 1168
41924377
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 9 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas iniciou o ano de 1998 com 1028 de gastos com
sauacutede e saneamento Poreacutem pode-se observar que a partir de 2001 primeiro
ano apoacutes a LRF o investimento nesta aacuterea foi altamente reforccedilado saindo de
100
1292 em 2000 para 4377 em 2001 O Municiacutepio manteve praticamente os
mesmos percentuais ateacute 2006 chegando neste exerciacutecio com 4437
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas
781
159574649708
140138 094 218
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 10 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
Os gastos com assistecircncia social e previdecircncia do Municiacutepio de Alfenas
iniciou-se em 1998 com 708 o menor na comparaccedilatildeo com os demais Em
2006 esse percentual eacute ainda mais baixo apenas 218 Interessante notar
que nos gastos com sauacutede e saneamento este mesmo municiacutepio chegou ao
iacutendice de 4437
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas
43804079
365740833968
4048
49644961
6280
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 11 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
101
O Municiacutepio de Alfenas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal em 4961
tendo uma alta significante para 1999 para 6280 a uacutenica maior que 60 Em
2006 observa-se uma aplicaccedilatildeo de 5047 os percentuais mantiveram-se
dentro dos limites da LRF durante todo periacuteodo analisado com exceccedilatildeo de
1999 ano que ainda natildeo estava em vigor a lei
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas
000 000 000 000 000 000 000 000 000000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 12 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
O Municiacutepio de Alfenas natildeo apresentou diacutevidas no periacuteodo analisado conforme
informaccedilotildees disponiacuteveis no sitio da STN e acreditando na fidelidade dos
dados considera-se exemplar especialmente quando comparada com os
demais Municiacutepios pesquisados
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas
Municiacutepios 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
ALFENAS 2968 6864 1322 6520 13757 14448 2143 3784 18139
Fonte Elaborado pelo Autor
102
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas
18139378421431444813757
6520132268642968000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 13 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas apresentou um quadro desfavoraacutevel em 2006 Iniciou
1998 com percentual de 2968 com percentuais no periacuteodo variando pra
cima e para abaixo do ideal que eacute de 100 chegando em 2006 com 18139
O percentual obtido em 1998 demonstra que o Municiacutepio devia em restos a
pagar somente 2968 dos valores disponiacuteveis em bancos e caixa jaacute em 2006
com percentual desfavoraacutevel de 18139 representando 8139 a mais que
os valores disponiacuteveis em bancos e caixa do Executivo
No entanto como 2006 natildeo era o uacuteltimo ano de governo o gestor tinha mais
dois anos para equilibrar as contas e transferir para o novo governo uma
situaccedilatildeo favoraacutevel em relaccedilatildeo a restos a pagar
As modificaccedilotildees constantes e em grande quantidade no orccedilamento municipal
podem representar tanto que o municiacutepio natildeo planejou bem tanto que algo
ficou errado no processo que antecede a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria com a
existecircncia de fatores que possam ter contribuiacutedo para percentuais elevados de
suplementaccedilatildeo
O Executivo de Alfenas em 1998 conforme documentos fornecidos pela
contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 30 para
suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias Natildeo foram fornecidos documentos que
103
comprovassem o percentual efetivamente realizado Entende-se que o
percentual autorizado atende plenamente agraves modificaccedilotildees porventura
necessaacuterias agrave execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Em 2006 o Executivo de Alfenas obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 25
realizando o percentual de 3727 Isso representa 1227 acima do limite
autorizado inicialmente na lei orccedilamentaacuteria ndeg 3877 de 29 de dezembro de
2005 Esse percentual realizado demonstra que o planejamento natildeo foi
elaborado de forma adequada o que pode comprometer os resultados
pretendidos pela administraccedilatildeo
Outro fator pesquisado na realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees foram as
quantidades e periacuteodos em que os decretos para abertura das suplementaccedilotildees
foram utilizados Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo em 1998 em funccedilatildeo de natildeo terem
sido fornecidos os documentos necessaacuterios
Jaacute em 2006 foram utilizados 135 decretos durante todo o exerciacutecio no primeiro
trimestre utilizou-se 32 no segundo 34 no terceiro 35 e no uacuteltimo 34 decretos
Natildeo foi possiacutevel avaliar se ocorreram variaccedilotildees para mais ou para menos entre
1998 e 2006 por falta de acesso as estes documentos
422 Municiacutepio de Juiz de Fora
O Municiacutepio de Juiz de Fora eacute formado de Poder Executivo Legislativo
pertencentes a administraccedilatildeo direta De Agecircncia de Gestatildeo do Transporte e
Tracircnsito ndash GETTRAN Departamento Municipal de Limpeza Urbana ndash
DEMLURB Agecircncia de Gestatildeo Ambiental de Juiz de Fora ndash AGENDA
Fundaccedilatildeo Cultural Alfredo Ferreira Lage ndash FUNALFA Agecircncia de Proteccedilatildeo e
Defesa do Consumidor ndash PROCON Fundaccedilatildeo Museu Mariano Procoacutepio ndash
MAPRO como administraccedilatildeo indireta
104
A estrutura organizacional do Executivo eacute formada por
01 ndash Secretaria de Governo e Articulaccedilatildeo Institucional
02 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo e Qualidade
03 ndash Procuradoria Geral do Municiacutepio
04 ndash Comissatildeo Permanente de Licitaccedilatildeo
05 ndash Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Estrateacutegica
06 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo e Recursos Humanos
07 ndash Secretaria de Receita e Controle Interno
08 ndash Secretaria de Poliacutetica Urbana
09 ndash Secretaria de Sauacutede Saneamento e Desenvolvimento Ambiental
10 ndash Secretaria de Poliacutetica Social
11 ndash Secretaria dos Centros Regionais
12 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
13 ndash Secretaria de Seguranccedila Puacuteblica e Defesa Social
14 ndash Secretaria de Agropecuaacuteria e Abastecimento
15 ndash Secretaria de Turismo Induacutestria e Comeacutercio
Relativamente agraves informaccedilotildees de programas governamentais de 1998 natildeo foi
possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees sobre o conteuacutedo dos programas de
governo considerando dificuldades enfrentadas Para 2006 foi identificado que
constavam nos programas governamentais caracteriacutesticas objetivos
indicadores e custo financeiro Conforme informado pelo chefe do setor de
orccedilamento a unidade responsaacutevel e o gerente de programas natildeo constam nos
programas contidos no PPA considerando que podem ocorrer vinculaccedilatildeo de
programas governamentais a mais de uma secretaria e a gerente responsaacutevel
Em relaccedilatildeo agraves despesas constantes no PPA referentes aos exerciacutecios de 1998
e 2006 somente as deste uacuteltimo ano eacute que foi possiacutevel o levantamento das
informaccedilotildees No conteuacutedo dos programas de governo constavam despesas de
capital de duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de
capital Verificando que constam todas as despesas para o PPA 2005 a 2009
105
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Juiz de Fora
3627 3954355335793612
3640 3580 35983403
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 14 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de em 1998 apresentou percentual de gastos com sauacutede
e saneamento de 3640 mantendo-se este percentual dentro da mesma
faixa fechando 2006 com 3954 representando uma estabilidade neste
gasto
Natildeo se pretendeu medir a aplicaccedilatildeo legal do municiacutepio em sauacutede e
saneamento conforme dispositivo constitucional utilizando-se para anaacutelise da
evoluccedilatildeo em sauacutede e saneamento servindo como informaccedilatildeo relevante da
pesquisa
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Juiz de Fora
643
107511561160
9121051102710411064
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 15 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
106
Juiz de Fora iniciou em 1998 com percentual de evoluccedilatildeo de gastos com
assistecircncia social e previdecircncia com 1064 O Municiacutepio permaneceu durante
todo periacuteodo analisado na faixa de 10 a 15 e somente em 2002 ficando
912 Fechando 2006 com 643 percentual
Como a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia natildeo estaacute limitada por lei
natildeo analisou-se cumprimento de miacutenimos ou maacuteximos Verificou-se que o
percentual do Municiacutepio de Juiz de Fora quando comparado com os outros trecircs
analisados fica acima em todos os exerciacutecios com exceccedilatildeo de 1998 e 2000
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Juiz de Fora
441245034745
51755499 5652
5195 52265306
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 16 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora com relaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo em pessoal iniciou em
1998 com 4758 O percentual oscilou em todos os anos dentro da faixa entre
40 e 60 tendo findado em 2006 com aplicaccedilatildeo de 5306 O percentual
comportou-se em todo periacuteodo dentro dos limites estabelecidos pela LRF mas
com variaccedilatildeo negativa quando comparou-se 1998 com 2006
107
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Juiz de Fora
14181096
1139917900
109
1529
000
857
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 17 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora iniciou 1998 com percentual de endividamento
puacuteblico na ordem de 1529 Ocorreram oscilaccedilotildees para percentuais menores
nos demais exerciacutecios analisados Destaca-se o percentual zerado nos
exerciacutecios de 2000 e 2002 concluindo que o Municiacutepio natildeo devia nada
Chegou-se em 2006 com 1096 dentro dos limites estabelecidos pela
resoluccedilatildeo 40 do senado feral que eacute de 120 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Juiz de Fora
10093
65345
9781 10288 9407 8801 15116 167377472
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 19 ndashEvoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
108
Para os percentuais de aplicados em restos a pagar do Municiacutepio de Juiz de
Fora iniciou 1998 com percentual de 65345 representando que o percentual
em restos a pagar superou as disponibilidades de bancos e caixa em
55345 Os anos de 2000 2003 e 2004 tambeacutem apresentaram situaccedilatildeo
negativa Os demais exerciacutecios apresentaram situaccedilatildeo positiva com
disponibilidades acima dos valores inscritos em restos a pagar
Em 2006 Juiz de Fora apresentou percentual de 10093 representando
praticamente uma igualdade entre os dois valores o que avalia-se como
positivo o referido percentual
O Executivo municipal de Juiz de Fora em 1998 conforme documentos
fornecidos pela contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa
de entre 21 a 30 para suplementaccedilotildees nas dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias
utilizando desta autorizaccedilatildeo entre 1 a 20
Tal percentual utilizado demonstra que o municiacutepio planejou bem suas accedilotildees
utilizando percentual abaixo do autorizado pelo Legislativo municipal
Em 2006 o Executivo obteve autorizaccedilatildeo entre 1 a 20 realizando
suplementaccedilotildees dentro do mesmo limite
O percentual autorizado e realizado significa o Executivo tambeacutem planejou e
executo bem as accedilotildees governamentais dentro do esperado
Outro fator pesquisado foi a realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees investigando
quantos e quais os periacuteodos foram emitidos decretos para modificaccedilotildees
orccedilamentaacuterias
Em 1998 para o primeiro trimestre utilizou-se 44 decretos jaacute para o primeiro
trimestre de 2006 utilizou-se 52 no segundo trimestre de 1998 foi utilizado 28
decretos no segundo trimestre de 2006 42 decretos no terceiro trimestre de
109
1998 utilizou-se 26 no terceiro trimestre de 2006 41 decretos no quarto e
uacuteltimo trimestre de 1998 utilizou-se 21 jaacute em 2006 44 decretos
Nesta anaacutelise podemos conclui-se que o planejamento piorou regrediu em
todos os trimestres sem nenhuma exceccedilatildeo o Executivo utilizou mais decretos
para realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
O Municiacutepio estaacute composto em Executivo e Legislativo representando a
administraccedilatildeo direta e natildeo possuindo administraccedilatildeo indireta
O Poder Executivo municipal estaacute organizado em
01 - Secretaria de Fazenda
02 ndash Secretaria de Gestatildeo Puacuteblica
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 - Controladoria e Corregedoria
05 ndash Secretaria de Cultura Meio Ambiente e Agronegoacutecio
06 ndash Secretaria de Accedilatildeo Social
07 ndash Secretaria de Obras
08 ndash Secretaria de Planejamento
09 ndash Secretaria de Sauacutede
10 - Procuradoria Geral
As informaccedilotildees referentes a 1998 natildeo foram possiacuteveis de levantamento
considerando dificuldades de acesso enfrentadas no levantamento documental
Para 2006 identificou-se que os programas governamentais constam
caracteriacutesticas objetivos indicadores custo financeiro unidade responsaacutevel e
110
o gerente de programas Estas informaccedilotildees satildeo consideradas necessaacuterias e
satisfatoacuterias o estabelecimento e acompanhamento dos planos de governo
Para o exerciacutecio de 1998 natildeo foi possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees
tendo em vista dificuldades enfrentadas para consegui-las Para 2006
constavam nos programas governamentais despesas de capital despesas de
duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de capital Estas
informaccedilotildees representam que todas as despesas puacuteblicas fazem parte do PPA
planejado para 2005 a 2009
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Paraacute de Minas
23992464220621002385
19601452
22641645
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 20 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou 1998 com percentual em sauacutede puacutebica e
saneamento com 1960 oscilando na faixa entre 10 a 30 durante o periacuteodo
analisado Chegou em 2006 com percentual aplicado de 2464 este
percentual eacute o menor quando comparado com os demais Municiacutepios
analisados
111
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Paraacute de Minas
319407388
645629
1086114110451021
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 21 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia iniciou-se em 1998 com
1064 com ligeira queda em 1999 oscilando para cima em 2000 e com
queda acentuada nos proacuteximos exerciacutecios O percentual chegou em 2006 com
218 percentual pequeno quando comparado com os demais Municiacutepios da
pesquisa natildeo sendo possiacutevel aferir percentual miacutenimo ou maacuteximo
considerando natildeo haver legislaccedilatildeo aplicada a este fato
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Paraacute de Minas
5047
475349965536
46603919
7360
4758 4215
000
10002000
3000
4000
50006000
7000
8000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 22 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal
com 4758 e em 1999 com pequena queda para 4412 com alta
112
expressiva em 2000 para 7360 totalmente acima do limite permitido na LRF
retornando em 2001 para 3919 O Municiacutepio manteve-se dentro dos limites
nos demais exerciacutecios Chegou-se em 2006 com percentual de 5047
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Paraacute de Minas
131000
506
000000
617 529363
167
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 23 ndash Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento em Paraacute de Minas Iniciou-se 1998 com 000
e somente em 2001 chegou no percentual de 617 O Municiacutepio permaneceu
na faixa entre 0 a 10 nos proacuteximos exerciacutecios chegando em 2006 com
131 dentro dos limites estabelecidos pela resoluccedilatildeo 40 do senado federal
que eacute 120 d RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Paraacute de Minas
370833994324
154591117411393
67998
9354
60491
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 24 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
113
Paraacute de Minas iniciou em 1998 com percentual de gastos com restos a pagar
em 60491 O percentual representa que o Municiacutepio possui 50491 a mais
em restos a pagar quando comparados com a disponibilidade de caixa e
bancos do exerciacutecio de 1998 Na sequumlecircncia em 1999 com queda expressiva
para 934 Em 2000 primeiro ano de vigecircncia da LRF voltou a patamares
elevados com 67998 oscilando nos proacuteximos exerciacutecios para mais e
menos O percentual chegou em 2006 com 3708 seguindo tendecircncia de
baixa iniciada em 2004 atendendo plenamente ao disposto na LRF
Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo dos percentuais autorizados e realizados para
suplementaccedilotildees nos exerciacutecio de 1998 e 2006 considerando dificuldades no
levantamento dos documentos
O Municiacutepio em 2006 realizou modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias por meio de
decretos no primeiro trimestre de 2006 com 36 decretos no segundo 58 no
terceiro 46 no quarto 64 decretos totalizando 204 decretos o que considera-
se elevado aferindo-se um planejamento inadequado
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
O Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso eacute formado de Executivo Legislativo
como administraccedilatildeo direta e Instituto de Previdecircncia dos Servidores do
Municiacutepio representando a administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional estaacute organizada em
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Procuradoria
03 ndash Diretoria de Controle Interno
04 ndash Diretoria de Seguranccedila Puacuteblica
114
05 ndash Diretoria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Diretoria de Planejamento e Gestatildeo
07 ndash Diretoria de Educaccedilatildeo e Esportes
08 ndash Diretoria de Obras e uacuteltima
09 - Diretoria de Sauacutede e Assistecircncia Social
Os programas governamentais do Municiacutepio em 1998 continham objetivos e
custo financeiro Em 2006 os programas continham caracteriacutesticas objetivos
unidades responsaacuteveis gerentes indicadores e custo financeiro dos programas
de governo o que considera-se conteuacutedo necessaacuterio e fundamental para o
planejamento acompanhamento e alcance dos resultados pretendidos pelos
governantes
As despesas constantes do PPA tanto de 1998 ou 2006 satildeo despesas de
capital e outras delas decorrentes e duraccedilatildeo continuada o que representam
praticamente todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
19852530
3180
22932356
2039 24292790
2595
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 25 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio aplicou em sauacutede e saneamento em 1998 2293 ocorrendo
variaccedilotildees entre as faixas de 20 a 30 e 30 a 40 fechando 2006 com
2790
115
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
206
774791749
911587
1268
767
1456
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 26 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 o Municiacutepio aplicou em assistecircncia social e previdecircncia o percentual
de 1456 o maior quando comparado com os trecircs Municiacutepios pesquisados
seguindo tendecircncia de queda fechando 2006 com percentual de 206 Em
2006 o percentual foi o menor na comparaccedilatildeo com os outros trecircs no entanto
os demais tambeacutem a mesma tendecircncia de queda neste investimento
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
48785531
62355556
4484 4700 46364344
5362
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 27 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 iniciou com 5531 em gastos com pessoal com queda em 1999
para 4878 chegando no primeiro ano da vigecircncia da LRF com 6235
retomando nos proacuteximos exerciacutecios percentuais abaixo do limite legal com
116
tendecircncia de queda O percentual chegou em 2006 com 5306 dentro do
limite maacuteximo estabelecido pela LRF que eacute de 60
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
772799867
000
2088
328000 000
1203
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 28 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998
com 328 oscilando entre as faixas de 0 a 30 fechado em 2006 com
772 abaixo do limite estabelecido na resoluccedilatildeo 40 do senador federal de
120 ou 12 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
19269
109251
7684
115613
13619 10834 191409922 8470
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 29 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
117
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998 com percentual de gastos em restos
a pagar em 109251 99251 acima das disponibilidades de caixa e bancos
Em 1999 obteve queda acentuada para 7684 retornando em 2000 para
115613 e para os proacuteximos mantendo-se nas faixas 0 a 200 fechando em
2006 com 19269
Os percentuais desejaacuteveis satildeo 100 ou seja o maacuteximo de restos a pagar seria
a mesma disponibilidade de caixa e bancos para arcar com estes
compromissos
Para 1998 o Legislativo autorizou percentual de suplementaccedilatildeo de 12 das
dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias para utilizaccedilatildeo efetiva natildeo possiacutevel tendo em vista
dificuldades de acesso agraves informaccedilotildees
Para 2006 o Legislativo autorizou percentual de 24 das dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias natildeo sendo possiacutevel a afericcedilatildeo do percentual de execuccedilatildeo em
funccedilatildeo diante da negativa no acesso a estas informaccedilotildees
A anaacutelise de emissatildeo de atos tambeacutem natildeo possiacutevel por falta de dificuldades no
levantamento dos documentos necessaacuterios
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
As entrevistas foram dirigidas a secretaacuterios municipais de planejamento e
financcedilas educaccedilatildeo e sauacutede diretores de orccedilamento e planejamento
assessores e servidores da aacuterea teacutecnica envolvidos no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e gestatildeo dos instrumentos de
planejamento para o exerciacutecio de 1998 e 2006
118
E como proposto na metodologia foi realizado um preacute-teste tendo como
escolhido o municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves com entrevistas realizadas no dia
26 de fevereiro de 2008
Os dados da entrevista do preacute-teste foram os constantes no quadro a seguir
QUADRO 15
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste
Planejamento Secretaacuterio de Planejamento Financcedilas Superintendente Tesouro e Contabilidade Sauacutede Coordenadora do Fundo Municipal de Sauacutede Educaccedilatildeo Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo Fonte elaborado pelo autor
O preacute-teste foi fundamental para esclarecimento de algumas questotildees
determinando que algumas informaccedilotildees somente poderiam ser conseguidas
por meio de levantamento documental como exemplo os percentuais legais de
aplicaccedilatildeo em sauacutede e educaccedilatildeo
Os dados da entrevista do preacute-teste natildeo seratildeo analisados considerando sua
finalidade a seguir apresentaremos o resultado das entrevistas dos quatro
Municiacutepios objeto da pesquisa
431 Municiacutepio de Alfenas
Apoacutes vaacuterios contatos com a controladoria geral com o secretaacuterio de
planejamento sem ecircxito e outras dificuldades natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo de
entrevista no Municiacutepio de Alfenas portanto natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e
anaacutelise dos dados da entrevista No entanto algumas informaccedilotildees objeto da
entrevista foram fornecidas pelo setor de contabilidade da prefeitura
119
Em 2006 o Municiacutepio aplicou em serviccedilos puacuteblicos em sauacutede 2389 das
receitas provenientes de impostos e transferecircncias constitucionais atendendo
ao limite miacutenimo previsto na CF de 1988 que eacute de 15
Em 1998 o FUNDEF recebeu R$ 112895304 (um milhatildeo cento e vinte e oito
mil novecentos e cinquumlenta e trecircs reais e quatro centavos) aplicando R$
193755797 com profissionais do magisteacuterio conforme documento extraiacutedo do
Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de Contas Anual
(SIACEPCA) este valor representa que o Municiacutepio aplicou 17162 dos
recursos recebidos no exerciacutecio Este fato natildeo apurado na pesquisa mas que
certamente representa sobra de valores financeiros de exerciacutecios anteriores ou
contabilizaccedilatildeo irregular no FUNDEF
Em 2006 o FUNDEF recebeu R$ 544926146 (cinco milhotildees quatrocentos e
quarenta e nove mil duzentos e sessenta e um reais e quarenta e seis
centavos) aplicando 8647 com profissionais do magisteacuterio Os demais
recursos foram aplicados em outras despesas do ensino fundamental
atendendo ao miacutenimo obrigatoacuterio conforme legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou 3172 dos recursos originaacuterios de impostos e
transferecircncias constitucionais em manutenccedilatildeo e desenvolvimento da
educaccedilatildeo representando em valores nominais R$ 384337709 (trecircs milhotildees
oitocentos e quarenta e trecircs mil trezentos e setenta e sete reais e nove
centavos) Do valor total aplicado em educaccedilatildeo o Municiacutepio aplicou 9053 no
ensino fundamental atendendo ao limite miacutenimo estabelecido em lei
Em 2006 o municiacutepio aplicou 2833 na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do
ensino dos recursos originaacuterios de impostos e transferecircncias constitucionais
este percentual representou em valores nominais R$ 1160598213 (onze
milhotildees seiscentos e cinco mil novecentos e oitenta e dois reais e treze
centavos) O percentual representa tambeacutem uma queda quando comparado
120
com 1998 mas atendendo o limite miacutenimo de 25 conforme previsto na CF de
1988 destes valores aplicou-se 9432 no ensino fundamental
432 Municiacutepio de Juiz de Fora
As entrevistas no municiacutepio de Juiz de Fora ocorreram nos dias 15 e 27 de
marccedilo e 01 de abril de 2008 respectivamente no departamento de orccedilamento
sub-secretaria de financcedilas e secretaria de sauacutede
QUADRO 16
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Chefe do Departamento de Orccedilamento Assessora Teacutecnica de Financcedilas
Planejamento Financcedilas
Assessora Teacutecnica de Financcedilas Sauacutede Sub-secretaacuterio de Sauacutede Fonte elaborado pelo autor
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de planejamento e
financcedilas elaborou-se uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das
perguntas e respostas conforme demonstrado a seguir
QUADRO 17
Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Processo alteraccedilatildeo e participaccedilatildeo PPA e LOA Agentes participantes Etapas para elaboraccedilatildeo da LOA Etapas percorridas Regiotildees orccedilamentaacuterias Organizaccedilatildeo do municiacutepio em regiotildees Publicaccedilatildeo de Informaccedilotildees Transparecircncia na Administraccedilatildeo Avaliaccedilatildeo de Programas de Governo Acompanhamento do programas de governo Estrutura Fiacutesica e de Pessoal Modificaccedilotildees estruturais com a LRF Compatibilidade entre PPA e LOA Compatibilidade entre PPA e LOA Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Fluxo de Caixa Existecircncia de Fluxo de Caixa Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Despesas Novas Criaccedilatildeo de Despesas Novas e expansatildeo Opiniatildeo do que mudou com LRF Informaccedilotildees complementares sobre
mudanccedilas da LRF Fonte Elaborado pelo autor
121
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento Em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento contabilidade e sociedade organizada
Natildeo foi um orccedilamento participativo aberto no entanto nos exerciacutecios de 2003
2004 e 2005 os centros regionais instituiacutedos tiveram participaccedilatildeo efetiva no
processo de planejamento A partir de 2006 os conselhos participaram
efetivamente na definiccedilatildeo das accedilotildees governamentais especialmente os
conselhos de sauacutede educaccedilatildeo e assistecircncia social prova efetiva do avanccedilo e
fortalecimento da participaccedilatildeo popular
Quanto agraves etapas percorridas se estabeleciam da seguinte forma 1ordm ndash
Levantamento de dados histoacutericos e estatiacutesticos 2ordm ndash Inicia-se o processo
externo da LOA reunindo as secretarias envolvidas no processo para
explanaccedilatildeo sobre o meacutetodo 3ordm - Inserccedilatildeo dos dados pelas secretarias em
sistema informatizado sendo que nesta a secretaria obedece a limites como
pessoal custeio e neste somente eacute validado pelos conselhos e pelo
Departamento de Orccedilamento 4ordm - Consolidaccedilatildeo de dados pelo Departamento
de Orccedilamento 5ordm - Reuni-se o primeiro escalatildeo com o prefeito e teacutecnicos do
departamento de orccedilamento 6ordm - Processa modificaccedilotildees necessaacuterias e envia
ao Legislativo uacuteltimo e 7ordm - Reuacutene com membros do Legislativo para
discussatildeo reformulaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da proposta
O municiacutepio estaacute organizado em 8 regiotildees administrativas e que satildeo utilizadas
para definiccedilotildees orccedilamentaacuterias conforme figura 2 a seguir
122
FIGURA 2 - Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora Fonte wwwpjfmggovbr
Para publicaccedilatildeo de informaccedilotildees relativas a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria natildeo foi
possiacutevel obter respostas no entanto conseguimos informaccedilotildees no site da
prefeitura no qual constavam informaccedilotildees somente do exerciacutecio de 2006 apoacutes
o advento da LRF
O Municiacutepio de Juiz de Fora natildeo realizava avaliaccedilotildees de indicadores de
programas e accedilotildees governamentais em 1998 Em 2006 ocorreram avaliaccedilotildees
desta ordem em periodicidade anual
Quanto agraves modificaccedilotildees estruturais e de pessoal em 1998 a estrutura era
formada por apenas um funcionaacuterio no setor de planejamento e orccedilamento Em
2002 jaacute com maior demanda o departamento passou a contar com mais dois
funcionaacuterios todos com constante capacitaccedilatildeo profissional e atualizaccedilatildeo de
sistemas informatizados para atendimento agraves demandas
123
Para existecircncia de compatibilizaccedilatildeo entre o PPA e LOA o municiacutepio de Juiz de
Fora manifestou que para inclusatildeo de accedilotildees governamentais no orccedilamento
puacuteblico eacute necessaacuterio que conste primeiro do PPA e tambeacutem condiccedilatildeo
obrigatoacuteria a existecircncia de unidades fiacutesicas nas accedilotildees mas para os valores
financeiros eacute somente indicativo os valores natildeo satildeo obrigados estarem
idecircnticos isto pode ocorrer na elaboraccedilatildeo de cada orccedilamento anual para os
dois exerciacutecio de 1998 e 2006
Natildeo foi possiacutevel identificar a utilizaccedilatildeo de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo em
1998 tendo em dificuldades encontradas para essa entrevista Em 2006 o
municiacutepio adotou o instrumento por ser obrigatoacuterio pela LRF exigido pelo
tribunal e por servir como instrumento de acompanhamento e controle
Para os desembolsos o Executivo estabelecia cronograma nos dois exerciacutecios
ficando mais criterioso com o advento da LRF
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa ocorriam controles sem criteacuterios bem
riacutegidos Em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado foi utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal Em 2006
passou-se a estabelecer metas que eram encaminhadas ao tribunal de contas
do estado de minas gerias (TCE) e a STN
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o planejamento como um todo foi modificado para
melhor especialmente quando ocorreu o envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos
gestores de cada unidade permitindo assim que cada responsaacutevel tanto de
124
cargos de comando como de execuccedilatildeo operacional participassem do processo
conhecendo os conceitos para elaboraccedilatildeo do PPA LDO e LOA
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de sauacutede elaborou-se
uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das perguntas e respostas
conforme demonstrado a seguir
QUADRO 18
Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da sauacutede Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da
sauacutede Gestor da sauacutede Quem gerencia a sauacutede eacute a proacutepria
Secretaria ou a Secretaria de Financcedilas Quais recursos estavam disponiacuteveis para sauacutede
Com qual recurso a sauacutede pedia contar
Despesas aplicadas com sauacutede Com quais despesas a sauacutede gasta os recursos recebidos
Percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Qual percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Mudanccedila efetiva com o advento da LRF O que mudou efetivamente com o advento da LRF
Fonte Elaborado pelo autor
Na elaboraccedilatildeo do orccedilamento da sauacutede em 1998 mesmo existindo o Plano
Municipal de Sauacutede natildeo ocorria consistecircncia entre este o PPA LDO e LOA
falava-se da compatibilidade sem trabalhar a loacutegica do sistema os planos
ficavam como peccedila de ficccedilatildeo sem planos detalhados mensais e anuais de
execuccedilatildeo
A gestatildeo semi-plena do sistema de sauacutede em Juiz de Fora iniciou em 1995
entatildeo em 1998 jaacute estava com a autonomia administrativa patrimonial e
financeira no entanto nesta data o municiacutepio natildeo era obrigado a aplicar 15
de suas receitas com serviccedilos de sauacutede puacuteblica
Em 2006 o municiacutepio continuou com a autonomia jaacute estando sujeito a
aplicaccedilatildeo do percentual de 15 dos recursos proacuteprios definidos em emenda
125
constitucional em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede no entanto estes recursos eram
planejados e orccedilados na secretaria de sauacutede e sua gestatildeo financeira ocorria na
secretaria de financcedilas do municiacutepio
Natildeo foi possiacutevel na entrevista a resposta de quais recursos o municiacutepio contava
em 1998 no entanto a contabilidade da secretaria forneceu informaccedilatildeo por
meio de documentos que os recursos fundo a fundo foram campanha de
cacircmara de compensaccedilatildeo urgecircncia e emergecircncia gestatildeo plena de sistema
municipal piso de atenccedilatildeo baacutesica ndash fixo (semiplena) pab fixo programa de
combate agraves carecircncias nutricionais sauacutede da famiacutelia accedilotildees baacutesicas de
vigilacircncia sanitaacuteria totalizando R$ 2316454526 (vinte e trecircs milhotildees cento e
sessenta e quatro mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e seis
centavos)
Juntamente com os recursos do proacuteprio governo o Municiacutepio aplicou R$
7546542400 (setenta e cinco milhotildees quatrocentos e sessenta e cinco mil
quatrocentos e vinte e quatro reais) sendo 2239 em pessoal 7723 em
outras despesas correntes da sauacutede e somente 038 em investimentos
Em 2006 a receitas de transferecircncia de fundo a fundo totalizaram R$
10479820272 (cento e quatro milhotildees setecentos e noventa e oito mil
duzentos e dois reais e setenta e dois centavos) e governo local aplicou mais
R$ 7046832221 (setenta milhotildees quatrocentos e sessenta e oito mil
trezentos e vinte e dois reais e vinte e dois centavos) totalizando R$
17526652493 (cento e setenta e cinco milhotildees duzentos e sessenta e seis
mil quinhentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos)
Os recursos que foram aplicados com pessoal representaram 3695 com
outras despesas correntes do governo 5839 e somente 466 em
investimentos ocorrendo uma mudanccedila significativa de despesas com pessoal
para mais e outras despesas correntes do governo para menos
126
Em 1998 a aplicaccedilatildeo de percentual das receitas proacuteprias do governo natildeo eram
obrigatoacuterias jaacute em 2006 a aplicaccedilatildeo deste percentual totalizou 2624
conforme anexo XIV enviado ao TCEMG percentual acima do estabelecido no
artigo 198 da CF de 1998
E o que mudou efetivamente com o advento da LRF na opiniatildeo do sub-
secretaacuterio de sauacutede depende mais do gestor puacuteblico no Brasil a
responsabilidade estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo a gestatildeo da sauacutede puacuteblica ficou
inviabilizada em funccedilatildeo da judicializaccedilatildeo da sauacutede a partir de 2004 como
exemplo o municiacutepio em 2007 pagou despesas acima do planejado na ordem
de R$ 400000000 (quatro milhotildees de reais)
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na aacuterea de ldquoeducaccedilatildeordquo apoacutes
vaacuterias tentativas no entanto conseguiu-se informaccedilotildees importantes sobre o
tema fornecidas pela contabilidade da prefeitura conforme apresenta-se a
seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 969985273 (nove
milhotildees seiscentos e noventa e nove mil oitocentos e cinquumlenta e dois reais e
setenta e trecircs centavos) aplicando destes valores 9167 em profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 4480746927
(quarenta e quatro milhotildees oitocentos e sete mil quatrocentos e sessenta e
nove reais e vinte e sete centavos) e destes aplicou 8128 em profissionais
do magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 3051062865 representando um
percentual de 3052 e destes valores aplicou-se o percentual de 9034 no
ensino fundamental
127
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 7480484044 (setenta e quatro
milhotildees oitocentos e quatro mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e
quatro centavos) representando um percentual de 2624 e destes valores
aplicou-se 8128 no ensino fundamental
Mesmo com uma queda de percentual nos dois exerciacutecios municiacutepio cumpriu o
disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo 25 dos
recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Planejamento Financcedilas Diretora de Orccedilamento Fonte elaborado pelo autor
O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas deste municiacutepio seguiu roteiro estabelecido na siacutentese descrita no
quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento e sociedade organizada
Em 2006 foi instituiacuteda uma comissatildeo de conselho participativo com interaccedilatildeo
efetiva no processo de planejamento
128
Em 1998 somente a secretaria de planejamento elaborava a proposta
orccedilamentaacuteria com informaccedilotildees histoacutericas e encaminhava para as demais para
validaccedilatildeo
Jaacute em 2006 jaacute com a instituiccedilatildeo da comissatildeo de conselho participativo que
definiccedilatildeo suas prioridades e eram obedecidas definidas em audiecircncias
puacuteblicas as accedilotildees estrateacutegicas do governo eram definidas pelos secretaacuterios
com validaccedilatildeo final do chefe do Executivo
O municiacutepio era composto de mais de dez regiotildees setoriais realizava-se
reUniatildeo com todos ao final acontecia uma reUniatildeo geral para definiccedilatildeo de trecircs
accedilotildees que interessavam a todas as regiotildees o que geralmente eram obras de
infra-estrutura
As publicaccedilotildees dos relatoacuterios da execuccedilatildeo do orccedilamento bimestrais e
quadrimestrais natildeo eram realizadas em 1998 utilizando-se somente o boletim
diaacuterio de caixa
Em 2006 as publicaccedilotildees jaacute com a vigecircncia da LRF satildeo realizadas nos periacuteodos
determinados representando um avanccedilo na administraccedilatildeo do dinheiro puacuteblico
Em 1998 natildeo realizava-se avaliaccedilatildeo de programas governamentais em 2006
as avaliaccedilotildees das accedilotildees foram ao final do exerciacutecio pelo controle interno
conforme determinaccedilatildeo do TCEMG
Com as novas exigecircncias quantitativas e qualitativas exigiu-se mais
funcionaacuterios mais investimentos em infra-estrutura (moacuteveis e equipamentos) e
a qualificaccedilatildeo dos servidores para atuarem no planejamento e execuccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento
A compatibilidade entre o PPA e LOA jaacute existia em 1998 e permaneceu para
2006
129
O estabelecimento de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo jaacute ocorria em 1998 e
permaneceu para 2006 servindo como instrumento de planejamento e
acompanhamento das receitas puacuteblicas em prazo necessaacuterio para tomadas de
decisotildees porventura necessaacuterias
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
com a vigecircncia da LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos
desembolsos a serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o municiacutepio passou a administrar com mais clareza o
dinheiro puacuteblico
Apoacutes contatos com a secretaria de sauacutede sem ecircxito natildeo foi concedida a
entrevista natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e anaacutelise dos dados
No entanto algumas informaccedilotildees objeto da entrevista foram fornecidas pelo
setor de contabilidade da prefeitura
Para 1998 natildeo era obrigatoacuteria a aplicaccedilatildeo de percentuais em accedilotildees e serviccedilos
puacuteblicos de sauacutede
130
Jaacute para 2006 o municiacutepio aplicou 225 das receitas originaacuterias de impostos e
transferecircncias constitucionais aplicando acima do limite miacutenimo de 15
conforme determinaccedilatildeo constitucional
Uma observaccedilatildeo importante eacute que em 2006 dos R$ 923138811 (nove
milhotildees duzentos e trinta e um mil trezentos e oitenta e oito reais e onze
centavos) 7224 foram aplicados em atenccedilatildeo baacutesica
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo da entrevista na aacuterea de educaccedilatildeo apoacutes vaacuterias
tentativas no entanto informaccedilotildees foram fornecidas pela contabilidade da
prefeitura conforme apresenta-se a seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 96418693
(novecentos e sessenta e quatro mil centro e oitenta e seis reais e noventa e
trecircs centavos) aplicando destes valores 6006 com profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF receber recursos na ordem de R$ 538446787 (cinco
milhotildees trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e sessenta e sete reais
e oitenta e sete centavos) e destes aplicou 6315 com profissionais do
magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Na comparaccedilatildeo entre os dois exerciacutecios observa-se que mesmo tendo um
crescimento de 55845 de 1998 para 2006 os percentuais destinados a
profissionais do magisteacuterio praticamente mantiveram-se com os mesmos
percentuais
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 373749873 (trecircs milhotildees
setecentos e trinta e sete mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e
trecircs centavos) representando um percentual de 3090
131
Do valor total aplicado em educaccedilatildeo pelo municiacutepio em 1998 foi aplicado
70918 no ensino fundamental conforme documento fornecido pela
contabilidade
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 1141044393 (onze milhotildees
quatrocentos e dez mil quatrocentos e quarenta e trecircs reais e noventa e trecircs
centavos) representando um percentual de 2781 e destes valores aplicou-
se 6566 no ensino fundamental
Mesmo com uma forte queda de percentual nos dois exerciacutecios o municiacutepio
cumpriu o disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo
25 dos recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais bem
como o percentual miacutenimo de 60 no ensino fundamental
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
QUADRO 20
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Diretor de Planejamento e Gestatildeo Planejamento Financcedilas Chefe de Contabilidade
Educaccedilatildeo Assessor Teacutecnico Fonte elaborado pelo autor O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas do municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso seratildeo seguidos pela
siacutentese descrita no quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito contabilidade e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
132
vigecircncia da LRF jaacute estavam inseridos no processo os secretaacuterios e a
sociedade organizada
Em 1998 todo o processo ocorria na contabilidade o orccedilamento era
praticamente uma coacutepia do orccedilamento do ano anterior
Jaacute em 2006 1ordm - Ocorriam reuniotildees do chefe do Executivo com todos os
diretores gerentes e assessores discutindo temas relacionados ao
planejamento 2ordm - Com a proximidade do envio da LOA reunia-se novamente
com todos os envolvidos com apresentaccedilotildees de palestras debates temaacuteticos
3ordm - Eacute construiacuteda o projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo municipal
O municiacutepio estaacute dividido entre seis a dez regiotildees orccedilamentaacuterias que tambeacutem
participam com indicaccedilatildeo de accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo eram publicados relatoacuterios originados da execuccedilatildeo do
orccedilamento tanto bimestrais quanto quadrimestrais natildeo publicando tambeacutem
boletim diaacuterio de caixa e relatoacuterios a serem encaminhados a STN
Em 2006 jaacute com vigente a LRF as publicaccedilotildees satildeo periodicamente conforme
determinaccedilatildeo legal inclusive com apresentaccedilatildeo em audiecircncia puacuteblica no
Legislativo municipal
Em 1998 as avaliaccedilotildees dos programas governamentais eram realizadas de
maneira superficial jaacute em 2006 a avaliaccedilatildeo das accedilotildees eram realizadas com
criteacuterios mais definidos
Em 1998 as accedilotildees eram concentradas em poucos servidores o pessoal
necessaacuterio para execuccedilatildeo dos serviccedilos jaacute existia no entanto por questotildees
culturais natildeo ocorriam distribuiccedilatildeo de responsabilidades de forma a atender agraves
demandas dos serviccedilos de planejamento financeiro e contaacutebil
133
Em 2006 com as novas demandas para administraccedilatildeo puacuteblica o Executivo jaacute
contava com uma equipe capacitada e com uma estrutura fiacutesica adequada agraves
necessidades a LRF reafirmou a responsabilizaccedilatildeo dos envolvidos no
processo contribuindo para melhoria nos serviccedilos
Em 1998 observava-se a compatibilidade entre accedilotildees a serem incluiacutedas na
LOA com o PPA bem como a consistecircncia entre os valores financeiros dos
programas e accedilotildees governamentais natildeo sendo observada somente a
existecircncia de unidade fiacutesica nas accedilotildees de governo
Em 2006 repetiu-se a compatibilidade de 1998 acrescentando a verificaccedilatildeo de
unidades fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo utilizava-se o estabelecimento de metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo em 2006 jaacute estava funcionando o instrumento tendo iniciado em
2000
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
vigente a LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos desembolsos a
serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
134
E concluindo conforme entrevista dos envolvidos com o advento da LRF a
administraccedilatildeo puacuteblica passou a planejar melhor suas accedilotildees tendo dispositivos
e limites orientadores para suas accedilotildees trabalhando com transparecircncia
atribuindo maiores responsabilidades aos gestores no entanto temos muito a
avanccedilar na administraccedilatildeo puacuteblica
Apoacutes vaacuterias tentativas sem ecircxito natildeo possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na
secretaria de sauacutede no entanto informaccedilotildees importantes foram fornecidas
pela contabilidade da prefeitura conforme se segue
Em 2006 o municiacutepio aplicou em accedilotildees puacuteblicas de sauacutede 2236 das receitas
originaacuterias de impostos e transferecircncias constitucionais representando em
valores nominais R$ 747907818 (sete milhotildees quatrocentos e setenta e nove
mil setenta e oito reais e dezoito centavos)
Dos valores aplicados o municiacutepio aplicou 3925 em atenccedilatildeo baacutesica e
4228 em assistecircncia hospitalar e ambulatorial
A seguir apresenta-se o quadro 21 com siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
QUADRO 21
Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da educaccedilatildeo
Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da educaccedilatildeo
Gestatildeo da educaccedilatildeo De quem eacute a gestatildeo da educaccedilatildeo Despesas da educaccedilatildeo Com quais despesas a educaccedilatildeo aplicava
seus recursos Despesas do FUNDEF Com quais despesas eram aplicados os
recursos do FUNDEF Percentual aplicado com educaccedilatildeo Qual o percentual aplicado com educaccedilatildeo
com recursos do governo conforme artigo 212 da CF de 1988
Fonte Elaborado pelo autor
135
Em 1998 o orccedilamento era totalmente centralizado na contabilidade central do
Executivo a secretaria de educaccedilatildeo natildeo participava de nenhuma decisatildeo de
investimento o planejamento ficava comprometido o orccedilamento era coacutepia fiel
do ano anterior
Em 2006 o orccedilamento teve participaccedilatildeo efetiva das secretarias inclusive a
educaccedilatildeo o secretario reunia-se com seus assessores determinavam as
prioridades para manutenccedilatildeo dos serviccedilos definindo tambeacutem os novos
investimentos
Em 1998 toda a gestatildeo ocorria pela contabilidade e setor financeiro da
prefeitura a secretaria de educaccedilatildeo era praticamente um setor operacional
Em 2006 a competecircncia pela elaboraccedilatildeo do planejamento e gestatildeo eram da
secretaria de educaccedilatildeo todas as etapas da despesa puacuteblica eram
acompanhadas e autorizadas pela educaccedilatildeo por meio de assessores ou pelo
proacuteprio secretario(a)
Em 1998 e 2006 as despesas do ensino eram aplicadas com pessoal efetivo e
contratado despesas legais manutenccedilatildeo investimentos sendo que todos
podem tambeacutem ser demandados da sociedade
Em 1998 o municiacutepio recebeu R$ 25062144 (duzentos e cinquumlenta mil
seiscentos e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) aplicando os
recursos totalmente com profissionais do magisteacuterio
Para 2006 o municiacutepio recebeu R$ 426139478 (quatro milhotildees duzentos e
sessenta e um mil trezentos e noventa e quatro reais setenta e oito centavos)
aplicando 6687 com profissionais do magisteacuterio e o restante com ensino
fundamental
O municiacutepio aplicou em 1998 2687 das receitas provenientes com impostos
e transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
136
Em 2006 aplicou 2621 das receitas provenientes de impostos e
transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
E na opiniatildeo do entrevistado a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia
para praacutetico de seus atos determinando normas mais claras e voltadas para
maior responsabilidade na gestatildeo fiscal prevenindo riscos e possibilitando
corrigir possiacuteveis desvios ampliando a participaccedilatildeo da sociedade na aplicaccedilatildeo
dos recursos obrigando o gestor a agir com maior responsabilidade
137
5 CONCLUSAtildeO
A proposta desta dissertaccedilatildeo foi investigar o efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes e especialmente nos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso realizar um estudo mais detalhado
Para tanto utilizou-se de pesquisa empiacuterica anaacutelise documental e entrevistas
dirigidas e semi-estruturadas Anteriormente a essa etapa realizou-se uma
pesquisa bibliograacutefica
Na anaacutelise de dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
constatou-se que no que tange aos percentuais de gastos com pessoal
consolidado a LRF natildeo afetou de forma positiva ou negativa tais percentuais
no entanto verifica-se que os percentuais mantiveram-se dentro dos limites
legais estabelecidos que eacute de 60 para os Municiacutepios
Quanto ao percentual consolidado de gastos com pessoal por faixa utilizado na
pesquisa consta-se tambeacutem que a LRF natildeo produziu o efeito desejado a
oscilaccedilatildeo natildeo foi significativa o que pode-se concluir eacute que os Municiacutepios
mantiveram-se dentre do limite estabelecido que eacute de 60
Quanto ao percentual de endividamento puacuteblico conclui-se que a aplicaccedilatildeo da
LRF teve um efeito positivo ocorreu uma reduccedilatildeo significativa no percentual de
1998 para 2006 de 2358 para 1809
Conclui-se que o efeito nos restos a pagar foi nitidamente positivo tendo
iniciado com uma situaccedilatildeo altamente desfavoraacutevel em 1998 representando
que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 49609 a mais do
que o disponiacutevel em Bancos e Caixa e chegando em 2006 com uma situaccedilatildeo
de sobra de recursos O indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos
a pagar consumiria somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
138
Quantos aos percentuais considerados na pesquisa como natildeo fiscais sauacutede
puacuteblica e saneamento assistecircncia social e previdecircncia educaccedilatildeo e cultura
observa-se nos gatos com sauacutede uma variaccedilatildeo para cima jaacute educaccedilatildeo
observa-se o inverso em 1998 era de 2814 caindo para 2242 em 2006
no tocante aos gastos com assistecircncia social e previdecircncia 1998 iniciou-se com
739 chegando em 2006 com 813 sem que para nenhum dos percentuais
possa-se afirmar um efeito positivo ou negativo da LRF
Os quatro Municiacutepios pesquisados em profundidade iniciaram o exerciacutecio de
1998 com percentual de aplicaccedilatildeo em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e
saneamento entre as faixas de 10 a 40 Eles chegaram em 2006 nas faixas
entre 20 a 50 alguns nas inferiores e outros nas superiores Esta evoluccedilatildeo
representa indiacutecios de que o planejamento avanccedilou efetivamente quando se
considera o direcionamento para temas essenciais e estrateacutegicos dos governos
como a sauacutede puacuteblica por exemplo Percebe-se tambeacutem que nesta temaacutetica os
quatro seguiram a tendecircncia dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Nas temaacuteticas de assistecircncia social e previdecircncia os quatro Municiacutepios
iniciaram 1998 nas faixas entre 5 a 15 e chegaram em 2006 nas faixas entre
0 a 10 Isso evidencia uma inversatildeo de prioridades dos governos ou uma
migraccedilatildeo para outras temaacuteticas como comprovado na anaacutelise de outros dados
a exemplo de serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e saneamento Observa-se tambeacutem
que a tendecircncia dos quatro natildeo segue a mesma quando compara-se a
aplicaccedilatildeo na mesma temaacutetica dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Em relaccedilatildeo aos gastos com pessoal que representam um dos maiores dos
governos os quatro Municiacutepios iniciaram em 1998 nas faixas entre 40 a 60
houve variaccedilotildees no periacuteodo analisado entre 30 a 80 chegando em 2006
dentro das faixas de 40 a 60
139
Por meio do percentual de gastos com pessoal nos quatro Municiacutepios
pesquisados comprovou-se que a LRF foi capaz de manter os gastos dentro
dos limites propostos natildeo sendo possiacutevel afirmar efeitos significativos nestes
percentuais e com indiacutecios que os nuacutemeros que merecem uma atenccedilatildeo
especial
Pode-se considerar a diacutevida consolidada dos quatro Municiacutepios como
exemplar Todos atendem plenamente aos limites da resoluccedilatildeo 40 do senado
federal O indicador iniciou em 1998 nas faixas entre 0 a 30 chegando a
2006 nas mesmas faixas
Os restos a pagar uma das mais importantes inovaccedilotildees da LRF foram
tratados de maneira responsaacutevel pelos quatro Municiacutepios Com exceccedilatildeo de
Alfenas os demais iniciaram em 1998 com percentuais exorbitantes na faixa
entre 400 a 1200 chegando em 2006 nas faixas entre 0 a 200
O municiacutepio de Alfenas iniciou a conta restos a pagar em 1998 na faixa entre 0
a 200 exatamente com 2968 e chegou em 2006 na mesma faixa soacute que
com 18139 O iacutendice recomendado eacute de 100 Deve-se ressaltar que este
municiacutepio em todo periacuteodo analisado esteve dentro do iacutendice recomendado
contudo deve dispensar atenccedilatildeo especial para este indicador Tambeacutem Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso apesar de este indicador ter melhorado e atingido
iacutendices satisfatoacuterios deve ficar atento ao resultado de 19269 apresentado
em 2006
Mesmo natildeo sendo recomendada tal situaccedilatildeo os Municiacutepios que apresentaram
percentuais de restos a pagar acima do recomendado poderatildeo reverter tal
situaccedilatildeo ateacute 2008 exerciacutecio que a LRF reservou conteuacutedo especial para o
tema
A conclusatildeo relacionada a creacuteditos suplementares eacute que os quatro Municiacutepios
natildeo avanccedilaram com a LRF Somente Juiz de Fora realizou suplementaccedilotildees
140
dentro dos limites estabelecidos na LOA No entanto todos expediram decretos
para modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias em 2006 maiores que 1998 representando
uma falta de planejamento mesmo apoacutes vaacuterios anos de vigecircncia da lei fiscal
brasileira
Os percentuais aplicados em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede natildeo eram obrigatoacuterios
em 1998 por isso somente os dados de 2006 foram analisados Constatou-se
que os quatro Municiacutepios cumpriram os percentuais determinados Alfenas
Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso aplicaram
respectivamente 2389 2624 2389 e 2236 Conclui-se com estas
aplicaccedilotildees no miacutenimo como representativas da responsabilidade com o
dinheiro puacuteblico e com a legislaccedilatildeo aplicada
Os percentuais legais aplicados com recursos do proacuteprio governo com
educaccedilatildeo e os recursos do FUNDEF tambeacutem foram cumpridos tanto em 1998
quanto em 2006 O municiacutepio de Alfenas aplicou em educaccedilatildeo no ano de
1998 um percentual de 3172 Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso aplicaram respectivamente 3052 3090 e 2687
Em 2006 Alfenas aplicou em educaccedilatildeo o percentual de 2833 Juiz de Fora
2624 Paraacute de Minas 2787 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 2621 Quando
comparados com 1998 observam-se percentuais menores de aplicaccedilatildeo em
educaccedilatildeo No entanto os quatro Municiacutepios cumpriram o limite estabelecido no
artigo 212 da CF de 1988
Os quatro Municiacutepios tambeacutem cumpriram os limites miacutenimos de 60 para
aplicaccedilatildeo dos recursos recebidos do FUNDEF com profissionais do magisteacuterio
Em 1998 Alfenas aplicou 17162 Juiz de Fora 9167 Paraacute de Minas
6006 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 100 dos recursos
Em 2006 Alfenas aplicou 8647 Juiz de Fora 8128 Paraacute de Minas 6315
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 6687 representando responsabilidade com os
141
recursos da educaccedilatildeo e do FUNDEF atenderam aos limites miacutenimos sem
prejudicar os indicadores financeiros descritos anteriormente
Constatou-se ainda um avanccedilo no processo de planejamento e gestatildeo
puacuteblica Houve maior envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos secretaacuterios
municipais e servidores das unidades operativas tanto na elaboraccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento quanto na execuccedilatildeo destes planos
A pesquisa comprovou por meio das entrevistas que o planejamento em Juiz
de Fora por exemplo melhorou em geral apoacutes a implementaccedilatildeo da LRF
Evidenciou-se que ocorreu envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos gestores de
cada unidade orccedilamentaacuteria Permitiu-se a cada responsaacutevel por cargos tanto
de comando quanto operativos que participassem do processo e facilitou-se o
conhecimento de conceitos e meacutetodos para elaboraccedilatildeo do PPA da LDO e da
LOA
Na secretaria de sauacutede de Juiz de Fora o que mudou efetivamente dependeu
mais da responsabilidade de cada gestor No Brasil a responsabilidade fiscal
estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo e o planejamento da sauacutede estaacute prejudicado nos
Municiacutepios em funccedilatildeo do chamado ldquojudicializaccedilatildeo da sauacutederdquo
Judicializaccedilatildeo na opiniatildeo do entrevistado satildeo sentenccedilas judiciais contra o
municiacutepio impetradas por usuaacuterios dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede garantindo
atendimentos de alta complexidade natildeo planejados pelo pode puacuteblico
municipal
Para a entrevistada de Paraacute de Minas os administradores passaram com a LRF
administrar com mais transparecircncia o dinheiro puacuteblico Os entrevistados dos
setores de planejamento e gestatildeo de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso afirmam que
apoacutes a LRF especialmente devido agrave imposiccedilatildeo de limites pela lei fiscal a
administraccedilatildeo passou a planejar melhor suas accedilotildees trabalhando com mais
transparecircncia e atribuindo mais responsabilidade aos gestores
142
Segundo o entrevistado da secretaria de educaccedilatildeo em Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia para a praacutetica de seus
atos com normas mais claras e voltadas para maior responsabilidade na
gestatildeo fiscal O entrevistado acredita que ao ampliar a participaccedilatildeo popular a
LRF intensifica as responsabilidades do gestor
Apoacutes anaacutelise dos dados desta pesquisa conclui-se que a LRF surtiu efeito
positivo nos Municiacutepios analisados com maior participaccedilatildeo da sociedade com
implementaccedilatildeo de instrumentos de gestatildeo orccedilamentaacuteria e financeira exigidos
pela Lei Fiscal Brasileira e com os percentuais e informaccedilotildees apresentadas na
pesquisa No entanto podemos avanccedilar mais e a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira deve e pode ser modificada em alguns pontos para atender agrave
nova realidade dos Municiacutepios a exemplo sobre a utilizaccedilatildeo da reserva de
contingecircncia unificaccedilatildeo das prestaccedilotildees de contas aos tribunais e a STN
contrataccedilatildeo pelos entes no uacuteltimo ano de governo Uma lei para manter-se
necessita ajustar-se constantemente agrave dinacircmica e agraves exigecircncias da
comunidade especialmente a lei mais importante para as financcedilas puacuteblicas
brasileira
A Lei Fiscal Brasileira foi um marco histoacuterico para as financcedilas puacuteblicas
brasileira estabelecendo limites e regras fundamentais para o planejamento
controle e gestatildeo com contribuiccedilatildeo relevante para administraccedilatildeo puacuteblica e
toda sociedade
143
REFEREcircNCIAS
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146
APEcircNDICES
APEcircNDICE A
BLOCO I - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
DESPESAS COM ENDIVIDAMENTO PESSOAL E RESTOS A PAGAR SAUacuteDE E SANEAMENTO ASSISTEcircNCIA E PREVIDEcircNCIA E EDUCACcedilAtildeO
1) Relaccedilatildeo Diacutevida Fundada Consolidada com a RCL dos Municiacutepios
Mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes exerciacutecios de 1998 a
2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
2) Despesas com Pessoal dos Municiacutepios Mineiros com populaccedilatildeo superior a
50000 mil habitantes Relaccedilatildeo com Receita Corrente Liacutequida exerciacutecio de
1998 a 2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
3) Valores constantes em Restos a Pagar nos Municiacutepios Mineiros com mais
de 50000 mil habitantes referente saldo final nos exerciacutecios de 1998 a 2006
comparado com o valor da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
4) Valores realizados com Sauacutede e Saneamento em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
5) Valores realizados com Assistecircncia e Previdecircncia em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
6) Valores realizados com Educaccedilatildeo em Relaccedilatildeo da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
BLOCO II - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO EXECUTIVO E PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GESTAtildeO
ORCcedilAMENTAacuteRIA
1) Quais entidades compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica no Municiacutepio
2) Qual eacute a estrutura organizacional do Poder Executivo (pode ser
representada por figuraorganograma)
3) Quais informaccedilotildees continham nos programas governamentais nos exerciacutecio
de 1998 e 2006
INFORMACcedilOtildeES 1998 2006
Caracteriacutestica do Programa
Objetivo do Programa
Unidade Responsaacutevel
Gerente Responsaacutevel pelo Programa
Indicador do Programa
Custo Financeiro do Programa
4) Quais tipos de despesas constavam no PPA nos exerciacutecios de 1998 e 2006
TIPOS DE DESPESAS 1998 2006
Somente despesas de capital
Despesas de capital e Despesas de Duraccedilatildeo Continuada
Despesas de capital e Outras delas decorrentes
5) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizada em Sauacutede e
Saneamento para os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizado em Assistecircncia
social e Previdecircncia entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
7) Qual o percentual da Receita Corrente Liacutequida aplicado em Pessoal nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) ateacute 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
8) Qual o percentual apurado da comparaccedilatildeo entre Receita Corrente Liacutequida
realizada com o saldo da diacutevida consolidada do municiacutepio nos exerciacutecios de
1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
9) Qual o valor de restos a pagar em relaccedilatildeo Disponibilidade Financeira nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
EXERCIacuteCIO VALORES
1998
2006
10) Qual o percentual de suplementaccedilatildeo autorizado e efetivamente realizado
para os exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL AUTORIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
11) Quantos atos legais o Executivo emitiu em e em quais periacuteodos para
abertura de creacuteditos adicionais suplementares
EXERCIacuteCIO TRIMESTRE QUANTIDADE DE DECRETOS
1ordm
2ordm
3ordm
1998
4ordm
1ordm
2ordm
3ordm
2006
4ordm
APEcircNDICE B
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BLOCO I ndash PROCESSO DE PARTICIPACcedilAtildeO E CONSTRUCcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS DE PLANEJAMENTO FINANCcedilAS ASSESSORES E TEacuteCNICOS DA AacuteREA DE PLANEJAMENTO
O presente instrumento tem como objetivo de sua utilizaccedilatildeo um estudo de caso
da dissertaccedilatildeo de Mestrado do aluno Reinaldo Cacircndido Teixeira sobre
orientaccedilatildeo do Professor Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade pela Fundaccedilatildeo
Educacional Dr Pedro Leopoldo Prometemos manter sigilo quanto agraves
informaccedilotildees que nos seratildeo passadas fazendo uso das mesmas uacutenica e
exclusivamente para realizaccedilatildeo deste projeto
As respostas desta entrevista seratildeo com base no processo orccedilamentaacuterio e
financeiro dos exerciacutecios de 1998 e 2006
1) Relacione os agentes que participaram do processo de alteraccedilatildeoelaboraccedilatildeo
do PPA e da LOA para os exerciacutecios de 1998 e 2006
AGENTES 1998 2006
Prefeito
Secretaacuterios
Sociedade Organizada (sindicatos associaccedilatildeo de bairros)
Contabilidade
Secretaacuteria de Planejamento
11 ndash Relacione outros agentes se julgar necessaacuterio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento Municipal
EXERCIacuteCIO RESPOSTAS
1998
2006
3) Em quantas regiotildees orccedilamentaacuterias (bairros) foram divididas(os) seu
municiacutepio para fins de alocaccedilatildeo de recursos para os exerciacutecios de 1998 e
2006
ASSINALAR COM X
QUANTIDADE DE REGIOtildeES 1998 2006
1 a 5
6 a 10
Acima de 10
31 ndash Caso entenda necessaacuterio comente algum fator relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) A transparecircncia tem sido uma dos avanccedilos na administraccedilatildeo puacuteblica qual
era diferenccedila entre os exerciacutecios de 1998 e 2006 conforme itens a seguir
RELACcedilAtildeO DE ITENS 1998 2006
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios Resumidos da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria afixado
em local puacuteblico e Internet
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios de Gestatildeo Fiscal afixado em local puacuteblico ou
Internet
Boletim Diaacuterio de Caixa
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional
41 ndash Mencione outras informaccedilotildees caso julgue importantes ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Existia avaliaccedilatildeo perioacutedica dos resultados da execuccedilatildeo dos programas
governamentais nos exerciacutecios de 1998 e 2006
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
6) Do ponto de vista de estrutura Fiacutesica e de Pessoal ocorreu alguma
mudanccedila qual era sua estrutura nos exerciacutecios objeto da pesquisa exigiu mais
funcionaacuterios para atender agraves demandas exigiu contrataccedilatildeo de pessoal mais
qualificado ou ateacute mesmo a qualificaccedilatildeo da equipe jaacute existente
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
7) O Poder Executivo observou regra de compatibilidade entre PPA e LOA para
em sua elaboraccedilatildeo para 1998 e 2006
REGRAS DE COMPATIBILIDADE 1998 2006
Existecircncia de accedilotildees governamentais no PPA como condiccedilatildeo para inclusatildeo
na LOA
Os mesmos valores financeiros constantes nos totalizadores dos
Programas e Accedilotildees Governamentais do PPA com a LOA
Existecircncia de UN fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
71 ndash Mencione outras regras caso haja necessidade ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) O Poder Executivo estabelecia metas de arrecadaccedilatildeo mensais ou
bimestrais para os exerciacutecios de 1998 e 2006 utilizando como instrumento
orientador de planejamento
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
9) O Poder Executivo Municipal estabelecia algum tipo de cronograma de
desembolso como instrumento de planejamento financeiro para o exerciacutecio de
1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
10) O Poder Executivo Municipal estabelecia fluxo de caixa projetado para o
exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
11) O Poder Executivo Municipal estabelecia Metas de Resultado Primaacuterio e
Nominal para exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
12) Para expansatildeo de criaccedilatildeo de despesas novas havia algum tipo de regra
para medir o impacto orccedilamentaacuterio e financeiro no exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
13) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
BLOCO II ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE SAacuteUDE
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Sauacutede
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Sauacutede (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento) somente
do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os) como por
exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para 2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
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2006
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3) Quais os recursos o Municiacutepio contava em 1998 e 2006 para financiar os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede
RECURSOS 1998 2006
Porcentagem das Receitas Tributaacuterias e Trans Constitucionais do
Municiacutepio
MAC ndash Meacutedia e Alta Complexidade
PAB Fixo ndash Piso de Atenccedilatildeo Baacutesico Fixo
Programa Sauacutede da Famiacutelia
Programa Sauacutede Bucal
Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
11 ndash Relacione outra fonte caso entenda como relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da sauacutede no orccedilamento
no exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL DA ARRECADACcedilAtildeO CONFORME EMENDA 29 DE 2000 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________ MAC ndash MEacuteDIA E ALTA COMPLEXIDADE 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
42 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PAB FIXO ndash PISO DE ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
43 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual foi o percentual Fixado e Realizado das receitas originaacuterias de
impostos e de transferecircncias constitucionais para sauacutede puacuteblica no Orccedilamento
do exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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BLOCO III ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE EDUCACcedilAtildeO
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Educaccedilatildeo EXERCICIO RESPOSTAS
1998
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2006
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2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Educaccedilatildeo (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento)
somente do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os)
como por exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para
2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
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2006
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3) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da educaccedilatildeo no
orccedilamento nos exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL DE 25 DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFEREcircNCIAS CONSTITUCIONAIS
1998
2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legais para manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
31 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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4) Em 1998 e 2006 jaacute vigorando a Lei 9424 ndash Dispotildee sobre o Fundo de
Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio - FUNDEF como era a distribuiccedilatildeo destes recursos
CRITEacuteRIOS 1998 2006
Totalmente direcionado a Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Somente garantia os 60 aos Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Destinou a ampliaccedilatildeo real dos vencimentos de Pessoal do Magisteacuterio do
Ensino Fundamental
Destinado a todos os trabalhadores da educaccedilatildeo do Ensino Fundamental
Destinava agraves demais despesas com educaccedilatildeo fundamental
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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5) Qual o percentual Fixado e Realizado das Receitas Originaacuterias de Impostos
e Transferecircncias Constitucionais destinados para Educaccedilatildeo no exerciacutecio de
1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 25
( ) 251 a 30
( ) acima de 30
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria de
seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
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Reinaldo Cacircndido Teixeira Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade
Aluno MPA Professor Orientador
APEcircNDICE C
QUADRO 22 Relaccedilatildeo de Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes utilizados na pesquisa
Ndeg DE ORDEM UF MUNICIPIO POPULACcedilAtildeO
1 MG Alfenas 64674002 MG Araxaacute 77270003 MG Barbacena 114738004 MG Belo Horizonte 2154161005 MG Betim 318694006 MG Campo Belo 49325007 MG Caratinga 73139008 MG Contagem 529805009 MG Coronel Fabriciano 968530010 MG Curvelo 696140011 MG Divinoacutepolis 1892940012 MG Esmeraldas 372210013 MG Formiga 620920014 MG Frutal 501030015 MG Governador Valadares 2318750016 MG Ibiriteacute 1320300017 MG Ipatinga 2096600018 MG Itabira 1044260019 MG Itajubaacute 833570020 MG Ituibutaba 913750021 MG Janauacuteba 630070022 MG Januaacuteria 631550023 MG Juiz de Fora 4584170024 MG Lavras 800120025 MG Leopoldina 474560026 MG Manhuaccediluacute 598420027 MG Mariana 418780028 MG Monte Carmelo 438210029 MG Montes Claros 2906090030 MG Muriaeacute 884120031 MG Nova Lima 624770032 MG Nova Serrana 301480033 MG Ouro Preto 609190034 MG Paraacute de Minas 752270035 MG Paracatu 746370036 MG Passos 1007000037 MG Patos de Minas 1213250038 MG Patrociacutenio 751100039 MG Pedro Leopoldo 519270040 MG Pirapora 506940041 MG Poccedilos de Caldas 1321560042 MG Ponte Nova 565680043 MG Pouso Alegre 1021890044 MG Ribeiratildeo das Neves 24391700
45 MG Sabaraacute 1100630046 MG Santa Luzia 1681030047 MG Satildeo Francisco 553160048 MG Satildeo Joatildeo Del Rei 782860049 MG Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 588350050 MG Sete Lagoas 1879110051 MG Teoacutefilo Otoni 1235410052 MG Timoacuteteo 718450053 MG Trecircs Pontas 492360054 MG Ubaacute 846320055 MG Uberaba 2545200056 MG Uberlacircndia 5024160057 MG Unaiacute 679090058 MG Varginha 1108790059 MG Vespasiano 668550060 MG Viccedilosa 6301400
Fonte IBGE - Estimativa de 2004
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 11 Tema Problema
- 12 Objetivos
- 121 Objetivo Principal
- 122 Objetivos Secundaacuterios
- 13 Justificativa
- 2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
- 21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Bras
- 22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
- 221 Introduccedilatildeo
- 222 Surgimento da LRF
- 223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
- 224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
- 23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
- 231 Introduccedilatildeo
- 232 Programaccedilatildeo Financeira
- 233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
- 234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
- 235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
- 3 METODOLOGIA
- 31 Estrateacutegia de Pesquisa
- 311 Universo e amostra
- 312 Coleta de Dados
- 4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
- 411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
- 412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa
- 413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
- 414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Finance
- 415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita
- 416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircn
- 417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita
- 42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
- 421 Municiacutepio de Alfenas
- 422 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfe
- 431 Municiacutepio de Alfenas
- 432 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 5 CONCLUSAtildeO
- REFEREcircNCIAS
- APEcircNDICES
-
REINALDO CAcircNDIDO TEIXEIRA
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS
estudos de caso em Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo das Faculdades Pedro Leopoldo como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Administraccedilatildeo Aacuterea de concentraccedilatildeo Gestatildeo de poliacuteticas puacuteblicas organizaccedilotildees natildeo-governamentais e desenvolvimento regional Orientador Professor Dr Luis Aureliano Gama de Andrade
PEDRO LEOPOLDO-MG 2008
AGRADECIMENTOS Agradeccedilo a Deus pela vida e por esta nova etapa de minha caminhada
Agradeccedilo aos meus pais e meus irmatildeos pela educaccedilatildeo e pela criaccedilatildeo em um
caminho difiacutecil mas com honestidade e honradez
Agradeccedilo especialmente a minha esposa Hildinha e aos meus filhos Nataacutelia e
Mateus pela compreensatildeo de minha ausecircncia no periacuteodo deste projeto que foi
nosso
Agradeccedilo ao Centro Universitaacuterio Newton Paiva Ferreira pela confianccedila no meu
trabalho como docente e pelo investimento no projeto
Agradeccedilo ao Grupo SIM pela confianccedila e parceria eu serei sempre grato
especialmente aos amigos Nelton Nilton Ceacutesar e Nilton de Aquino pelo apoio
constante
Agradeccedilo agrave Fundaccedilatildeo Cultural Dr Pedro Leopoldo pela criaccedilatildeo deste
mestrado foi o que possibilitou a realizaccedilatildeo deste sonho
Agradeccedilo a todos os Professores do Curso em especial aos Professores Dr
Luiz Aureliano Dra Adelaide e Dr Luacutecio pelos ensinamentos pelo exemplo de
comprometimento humildade companheirismo e especialmente pelo exemplo
de vida
Agradeccedilo aos entrevistados dos Municiacutepios que gentilmente forneceram as
informaccedilotildees necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo desta pesquisa
Agradeccedilo tambeacutem a meus amigos do mestrado que nos momentos difiacuteceis me
incentivaram a continuar firme e forte
ldquoA educaccedilatildeo eacute a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo
Nelson Mandela
RESUMO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS estudos de caso em Municiacutepios
mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Esta dissertaccedilatildeo trata da avaliaccedilatildeo do efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes Foram realizadas anaacutelises qualitativas A pesquisa inicia-se
com um levantamento bibliograacutefico seguido de pesquisa em 60 Municiacutepios
escolhidos como amostra global cujos dados estatildeo disponiacuteveis no sitio da
STN Na sequumlecircncia foram realizados estudos de caso em quatro Municiacutepios
escolhidos pela facilidade de acesso Nestes utilizou-se para coleta de dados
levantamento documental e entrevistas Para seguranccedila na aplicaccedilatildeo das
entrevistas realizou-se um preacute-teste no municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves O
periacuteodo utilizado para pesquisa nos 60 Municiacutepios foi entre 1998 a 2006 e
para aplicaccedilatildeo das entrevistas e levantamento documental foi de 1998 e 2006
Conclui-se nos estudos por meio de vaacuterios indicadores como restos a pagar
endividamento gastos com pessoal gastos com sauacutede gastos com educaccedilatildeo
dentre outros e nas entrevistas que o efeito da lei foi positivo e que os
Municiacutepios conseguiram cumprir os limites estabelecidos pela LRF Cabe
ressaltar que alguns itens pesquisados como quantidades de decretos
utilizados para modificaccedilotildees do orccedilamento puacuteblico em sua execuccedilatildeo nos
quatro Municiacutepios evidenciou que o planejamento pode melhorar muito
Conclui-se ainda que a LRF brasileira a exemplo da Nova Zelacircndia pode ser
revisada para atender agrave nova realidade apoacutes sete anos de vigecircncia
Palavras Chave Responsabilidade Fiscal planejamento equiliacutebrio fiscal
ABSTRACT
The Impact of Fiscal Responsibility Law on City Planning Case Studies in cities of the state of Minas Gerais with more than 50000 inhabitants
The objective of this study was to evaluate the effect of the Fiscal Responsibility
Law (LRF) on budget and financial planning of cities of the State of Minas
Gerais with more than 50000 inhabitants Qualitative analyses were performed
and the study began with a literature review followed by survey in 60 cities that
were chosen as global sample with data available at the STN site
Subsequently case studies were carried out in four cities that were chosen by
their easy access Documental survey and interviews were used for data
collection and to guarantee safety in their application a pre-test took place in
the city of Ribeiratildeo das Neves The research period in the 60 cities of Minas
Gerais was from 1998 to 2006 where as the interviews and the documental
survey occurred in the year of 1998 and 2006 The conclusion led by the
interviews and several indicators such as unspent commitments debt position
personnel expenses health expenses and education expenses among others
was that LRF effect was positive and the cities managed to comply with the
limits established by the law It is worth pointing out that some items surveyed in
four cities such as the amount of decrees used for changing public budgets in
relation to their implementation showed that planning can bring a great
improvement to it It was also concluded that Brazilian LRF similarly to New
Zealand could be reviewed to meet a new reality after seven years of validity
Keywords Fiscal responsibility planning fiscal balance
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Atos das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias
ARO Antecipaccedilatildeo de Receita Orccedilamentaacuteria
BCB Banco Central do Brasil
CF Constituiccedilatildeo Federal
DASP Departamento Administrativo do Serviccedilo Puacuteblico
DILSP Diacutevida Interna Liquida do Setor Puacuteblico
FUNDEF Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental
ILPESCEPAL Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y
SocialComissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotores
ICMS Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
LDO Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias
LOA Lei Orccedilamentaacuteria Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MF Ministeacuterio da Fazenda
MPO Ministeacuterio de Planejamento e Orccedilamento
MPOG Ministeacuterio de Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo
NFGC Necessidade de Financiamento do Governo Central
PAEG Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desenvolvimento
PND Planos Nacionais de Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
SIACEPCA Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de
Contas Anual
SIDOR Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios
SIDORNET Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da
Internet
SIGPLAN Sistema de Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento
SOF Secretaria de Orccedilamento Federal
TCEMG Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
FIGURA 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo
Horizonte 83
FIGURA 2 Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora 122
GRAacuteFICO 1 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP 88
GRAacuteFICO 2 Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
90
GRAacuteFICO 3 Percentual de Endividamento Consolidado 91
GRAacuteFICO 4 Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF 92
GRAacuteFICO 5 Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira -
PRPDF 93
GRAacuteFICO 6 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL -
PGSSRCL 94
GRAacuteFICO 7 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL
- PGAPRCL 95
GRAacuteFICO 8 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash
PGECRCL 96
GRAacuteFICO 9 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas 99
GRAacuteFICO 10 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia -
Alfenas 100
GRAacuteFICO 11 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas 100
GRAacuteFICO 12 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas 101
GRAacuteFICO 13 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas 102
GRAacuteFICO 14 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora
105
GRAacuteFICO 15 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz
de Fora 105
GRAacuteFICO 16 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora 106
GRAacuteFICO 17 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 19 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 20 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas
110
GRAacuteFICO 21 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash
Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 22 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 23 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 24 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 25 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso 114
GRAacuteFICO 26 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso 115
GRAacuteFICO 27 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
115
GRAacuteFICO 28 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
GRAacuteFICO 29 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA 40
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas 47
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento 54
QUADRO 4 Processo Orccedilamentaacuterio 56
QUADRO 5 Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento 57
QUADRO 6 Etapas do processo de planejamento 58
QUADRO 7 Composiccedilatildeo da RCL 60
QUADRO 8 Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para
Estudos de Caso 83
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de
entrevistas 85
QUADRO 10 Blocos para levantamento documental 85
QUADRO 11 Blocos para entrevistas 86
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos 88
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro
Municiacutepios 98
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas 101
QUADRO 15 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste 118
QUADRO 16 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 120
QUADRO 17 Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas120
QUADRO 18 Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede 124
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 127
QUADRO 20 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 131
QUADRO 21 Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo 134
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico 31
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil
entre 1991 e 2000 32
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira 69
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 74
TABELA 5 Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
90
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
11 Tema Problema 16
12 Objetivos 17
121 Objetivo Principal 17
122 Objetivos Secundaacuterios 17
13 Justificativa 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil 19
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento 29
221 Introduccedilatildeo 29
222 Surgimento da LRF 31
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico 34
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 59
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal 65
231 Introduccedilatildeo 65
232 Programaccedilatildeo Financeira 66
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 71
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas 75
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica 76
3 METODOLOGIA 81
31 Estrateacutegia de Pesquisa 81
311 Universo e amostra 82
312 Coleta de Dados 84
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 87
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP 88
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF 90
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC 91
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e
Bancos ndash PRPDF 92
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente
Liacutequida - PGSSRCL 94
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL 95
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente
Liacutequida - PGECRCL 96
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 97
421 Municiacutepio de Alfenas 98
422 Municiacutepio de Juiz de Fora 103
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas 109
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 113
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de
Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 117
431 Municiacutepio de Alfenas 118
432 Municiacutepio de Juiz de Fora 120
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas 127
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 131
5 CONCLUSAtildeO 137
REFEREcircNCIAS 143
APEcircNDICES 146
14
1 INTRODUCcedilAtildeO Trata-se nesta pesquisa de uma anaacutelise a partir de levantamento de dados
no siacutetio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) anaacutelises de documentos e
entrevistas dirigidas e semi-estruturadas do efeito produzido pela Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro nos Municiacutepios
Mineiros com mais de 50000 habitantes
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 84) planejar eacute estabelecer com
antecedecircncia objetivos accedilotildees e metas com base em alguma metodologia ou
loacutegica preacute-definida Uma vez que esse conceito deve ser observado
principalmente na administraccedilatildeo puacuteblica e considerando que LRF dedicou
grande parte aos instrumentos de planejamento puacuteblico nosso estudo foi
direcionado para o processo de construccedilatildeo e acompanhamento dos principais
instrumentos de planejamento puacuteblico Plano Plurianual Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e a Lei Orccedilamentaacuteria Anual O enfoque do estudo foi dado a
Municiacutepios considerados estrateacutegicos do estado de Minas Gerais Priorizando
as temaacuteticas de educaccedilatildeo e sauacutede que representam a maior fatia dos
investimentos e demandas dos Municiacutepios Seratildeo avaliados tambeacutem dados
relevantes de sessenta Municiacutepios do estado de Minas Gerais com mais
50000 mil habitantes
Seraacute dada maior ecircnfase ao orccedilamento puacuteblico devido ao fato de ele antes de
qualquer outra definiccedilatildeo ser uma decisatildeo poliacutetica por meio da qual ocorre a
materializaccedilatildeo da despesa puacuteblica O orccedilamento puacuteblico eacute considerado uma
dos mais antigos instrumentos de gestatildeo e eacute por meio dele que os governos
nacionais ou sub-nacionais viabilizam suas poliacuteticas Serve como norteador e
limitador para administraccedilatildeo direta e indireta e tem a capacidade de aproximar
o administrador puacuteblico do cidadatildeo
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O Brasil conforme dados do Banco Central possui um niacutevel alto de
endividamento puacuteblico Corrobora com este fato para tornar ainda mais difiacutecil a
gestatildeo dos recursos puacuteblicos a falta de recursos para arcar com as demandas
da sociedade os consecutivos deacuteficits orccedilamentaacuterios e ateacute mesmo a
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 que ampliou a receita dos Municiacutepios
vinculando as receitas mais expressivas a determinadas temaacuteticas como
educaccedilatildeo sauacutede Essa satildeo razotildees para se falar do planejamento puacuteblico nos
Municiacutepios mineiros e do efeito produzido pela Lei Complementar nordm 101 de
2000 ndash Lei de Responsabilidade Fiscal
O Brasil para a elaboraccedilatildeo da referida lei embasou-se tanto em modelos
aplicados na Uniatildeo Europeacuteia quanto em princiacutepios da experiecircncia norte-
americana Na Uniatildeo Europeacuteia o modelo eacute o tratado de Maastricht no qual
estatildeo previstas penalidades que vatildeo desde multa e restriccedilotildees de acesso a
novos creacuteditos e financiamentos agraves ocorrecircncias de deacuteficits orccedilamentaacuterios
considerados excessivos Neste modelo admite-se desvios fiscais desde que
mantido o efetivo compromisso de ajuste Os princiacutepios norte-americanos
seguidos pelo Brasil referem-se agrave exigecircncia de compensaccedilatildeo de renuacutencia de
receitas e das novas despesas obrigatoacuterias de caraacuteter continuado
Tambeacutem seguindo outros modelos bem-sucedidos a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira adotou o princiacutepio da transparecircncia utilizando-se do modelo da
Nova Zelacircndia Como exemplo a elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio de
Gestatildeo Fiscal conforme descrito no artigo 48 da lei brasileira transcrito a
seguir
Art 48 Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos Paraacutegrafo uacutenico A transparecircncia seraacute assegurada tambeacutem mediante incentivo agrave participaccedilatildeo popular e realizaccedilatildeo de audiecircncias puacuteblicas durante os processos de elaboraccedilatildeo e de discussatildeo dos planos lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e orccedilamentos
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Para analisar o impacto da lei utilizaram-se dados comparativos de dois
exerciacutecios um periacuteodo anterior agrave lei (1998) e outro posterior (2006) Avaliou-se
tambeacutem com base em dados disponiacuteveis no siacutetio da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) gastos com pessoal diacutevida restos a pagar educaccedilatildeo e
cultura sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia referente ao
periacuteodo de 1998 a 2006
A estrutura da dissertaccedilatildeo estaacute organizada em cinco capiacutetulos O primeiro eacute a
introduccedilatildeo sendo ela dividida em tema problema objetivos principal e
secundaacuterios e justificativa O segundo capiacutetulo conteacutem o referencial teoacuterico
que sustenta a pesquisa e eacute composto de trecircs sub-capiacutetulos um relato
histoacuterico sobre o planejamento puacuteblico no Brasil a apresentaccedilatildeo da lei de
responsabilidade fiscal e o planejamento puacuteblico e por fim um estudo sobre a
gestatildeo do orccedilamento municipal Procurou-se neste capiacutetulo dar sustentaccedilatildeo
teoacuterica agrave pesquisa O terceiro capiacutetulo refere-se agrave metodologia de pesquisa O
quarto eacute composto de apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados O quinto e
uacuteltimo as conclusotildees da pesquisa seguidos das referecircncias e apecircndices
11 Tema Problema Para nortear nossos estudos a questatildeo central seraacute
Qual o efeito produzido no Planejamento Orccedilamentaacuterio e Financeiro nos
Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei de
Responsabilidade Fiscal
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12 Objetivos 121 Objetivo Principal
Identificar qual foi o efeito produzido no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro
dos Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal
122 Objetivos Secundaacuterios
bull Investigar como a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu no Brasil
bull Analisar o processo histoacuterico de planejamento puacuteblico no Brasil
bull Identificar como funciona o processo de construccedilatildeo e gestatildeo dos
principais instrumentos de planejamento puacuteblico nos Municiacutepios com especial
atenccedilatildeo para aacutereas de Educaccedilatildeo e Sauacutede
bull Analisar se a Lei de Responsabilidade Fiscal afetou de forma positiva ou
negativa o planejamento e a gestatildeo dos Municiacutepios mineiros
13 Justificativa
A pesquisa se justifica em funccedilatildeo da importacircncia dos Municiacutepios para a naccedilatildeo
brasileira Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) os
Executivos municipais representam um dos maiores empregadores
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Com a constituiccedilatildeo de 1988 os Municiacutepios ganharam mais autonomia e mais
receitas no entanto com mais responsabilidades e mais demandas por
serviccedilos puacuteblicos O controle externo tanto teacutecnico como social tornou-se mais
exigente razatildeo pela qual os principais planos de governo foram formalizados
sendo estes planos Plano Plurianual Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias e Lei
Orccedilamentaacuteria Anual
A Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco histoacuterico para as
financcedilas Tendo especialmente tratado um problema antigo que eacute o controle
dos gastos com pessoal e do endividamento puacuteblico esta lei busca o equiliacutebrio
das contas puacuteblicas fundamental para continuidade e implementaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas necessaacuterias e urgentes para o povo brasileiro
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2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil
O orccedilamento puacuteblico tem o propoacutesito de permitir uma relaccedilatildeo entre governos e
a sociedade isto porque eacute por meio dele que eacute possiacutevel determinar o gasto
puacuteblico Para uma melhor compreensatildeo e exerciacutecio deste direito eacute importante
entendermos que os desvios de cumprimento de regras e normas natildeo satildeo de
agora eles satildeo resultado de um longo processo histoacuterico Para Castro e Garcia
(2004 p 44) a evoluccedilatildeo institucional da Administraccedilatildeo Puacuteblica no Brasil
remonta ao periacuteodo colonial com a absorccedilatildeo das caracteriacutesticas do
absolutismo vigente em Portugal caracterizado por amplos poderes para o
soberano no paiacutes e nas colocircnias
O primeiro orccedilamento puacuteblico do paiacutes data de 1827 cinco anos apoacutes a
proclamaccedilatildeo da independecircncia foi para Giacomoni (2007 p 40) um
orccedilamento frustrado com mecanismos arrecadadores deficientes em relaccedilatildeo
agraves proviacutencias enfrentando dificuldades nas comunicaccedilotildees e certos conflitos
com normas legais oriundas do periacuteodo colonial
Conforme Vieira1 (apud Castro e Garcia 2004 p 46) do ponto de vista
teoacuterico o Legislativo tinha autonomia para limitar o gasto do Imperador No
entanto este poder natildeo ocorria de fato pois o Poder Legislativo natildeo possuiacutea
capacidade teacutecnica e nem informaccedilotildees necessaacuterias Aleacutem disso utilizavam-se
da possibilidade de incluiacuterem propostas de interesse proacuteprio no projeto de lei
orccedilamentaacuteria anual isso dava a impressatildeo de que o congresso era incapaz de
lidar com a mateacuteria financeira de forma responsaacutevel
1 VIEIRA L V O processo orccedilamentaacuterio brasileiro e o modelo principal ndash agente uma anaacutelise poliacutetica positiva 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Departamento de Economia da Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia
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Esse modelo inadequado ocorre ateacute hoje especialmente em Legislativos
municipais mas tambeacutem no Congresso Nacional Brasileiro onde as emendas
ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo satildeo objeto de negociaccedilatildeo e busca de interesses
privados em detrimento do interesse puacuteblico
Diversos doutrinadores concordam que natildeo haacute planejamento que funcione de
forma satisfatoacuteria sem o devido controle e acompanhamento Com este
objetivo em 1850 foi criado o Tribunal do Tesouro Puacuteblico Nacional do
Governo Imperial com a competecircncia de fiscalizar a Administraccedilatildeo da
Fazenda e em 1858 foi criada uma Diretoria exclusiva para o processo de
tomadas de contas dos agentes envolvidos com a despesa puacuteblica ampliando
dessa forma a competecircncia do tribunal
O modelo que em termos seria uma evoluccedilatildeo apresenta vulnerabilidades tais
como a vinculaccedilatildeo e a dependecircncia financeira da Diretoria de Tomada de
Contas ao Ministeacuterio da Fazenda com isso certamente gerava uma
desconfianccedila no pleno exerciacutecio de suas competecircncias de fiscalizaccedilatildeo Este
modelo sofreu pressotildees para a criaccedilatildeo de uma estrutura de controle de contas
vinculada ao Parlamento com total independecircncia do Tesouro Puacuteblico
Nacional e do Ministeacuterio da Fazenda
Faz-se importante uma verificaccedilatildeo do processo orccedilamentaacuterio percorrido pelo
Brasil para possibilitar a comparaccedilatildeo e analise atualmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal Para isso elaborou-se pesquisa iniciada a partir da
deacutecada de 30
Plano Especial de Obras Puacuteblicas e Aparelhamento do Estado Nacional ndash 19391944 Mesmo natildeo tendo o ecircxito desejado para Albuquerque Medeiros e Silva (2006
p 93) o plano especial foi o resultado direto da nova concepccedilatildeo de Estado que
se criara no Brasil na deacutecada de 30 ou seja o Estado como propulsor da
21
economia e do desenvolvimento O plano foi notadamente um marco inicial do
planejamento puacuteblico no Brasil especialmente por se tratar da primeira
experiecircncia de planejamento
Com este modelo o Estado assume um papel intervencionista interferindo
diretamente no processo de crescimento econocircmico em diversos setores da
economia como induacutestria e infra-estrutura
Plano SALTE ndash 1950 a 1954
O Plano SALTE ndash Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia instituiacutedo
conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 93) a partir de duas
missotildees norte-americanas que influenciaram fortemente os teacutecnicos brasileiros
na aacuterea de planejamento do ponto de vista metodoloacutegico Teve grandes
avanccedilos em relaccedilatildeo ao plano anterior no entanto com vida curta em funccedilatildeo de
problemas econocircmicos enfrentados na eacutepoca e seus recursos foram
incorporados ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo
Conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 94) o plano foi
implementado no Governo do Presidente Dutra Este elegeu quatro temaacuteticas
como prioritaacuterias Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia das quais se
originou o nome do plano
Primeiro plano que descentralizava suas accedilotildees para outros entes da federaccedilatildeo
e para suas proacuteprias autarquias e sociedades de economia mista Estendeu-se
tambeacutem a entidades privadas e possuiacutea promoccedilatildeo de entendimentos e
convecircnios para parcerias com Estados e Municiacutepios
O plano fracassou por algumas razotildees tais com a coordenaccedilatildeo centralizada na
presidecircncia da repuacuteblica os poucos recursos disponibilizados contrariando o
que foi proposto inicialmente e a falta de controle
22
Plano de Metas
Juscelino Kubistchek estruturou objetivos para nortear a aplicaccedilatildeo de recursos
puacuteblicos por um periacuteodo de meacutedio prazo formulando assim o chamado ldquoPlano
de Metasrdquo Neste plano priorizou-se a construccedilatildeo de estaacutegios superiores da
piracircmide industrial vertical integrada2 e propocirc-se a continuidade da poliacutetica de
substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
Com caracteriacutestica marcante o plano de metas adotou estruturas paralelas ao
poder puacuteblico formal aumentando a capacidade de decisatildeo com alcance de
resultados mais raacutepidos diminuindo a burocracia ora instalada nos ministeacuterios
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
O plano de metas inaugura no Brasil a utilizaccedilatildeo do planejamento indicativo (embora em pequena escala) ou seja a distinccedilatildeo entre onde o governo vai atuar como agente econocircmico e onde deve haver apenas a indicaccedilatildeo para o setor privado Conseguiu ecircxito no plano de industrializaccedilatildeo da economia e na superaccedilatildeo de pontos de estrangulamento que impediam o desenvolvimento nacional poreacutem teve como consequumlecircncias desequiliacutebrios na balanccedila de pagamento e aumento das taxas de inflaccedilatildeo
Plano Trienal
Em 1961 foi criada a Comissatildeo Nacional de Planejamento e em 1962 foi
elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econocircmico e Social para o
triecircnio 1963-1965 cujo objetivo macro era compatibilizar a meta global de
aumento da atividade econocircmica com a taxa de crescimento e estabilizaccedilatildeo da
moeda
Neste periacuteodo cabia ao Executivo a competecircncia para elaborar a peccedila
orccedilamentaacuteria O Congresso Nacional influenciava na alocaccedilatildeo de recursos
conforme sua representaccedilatildeo 2 Investimentos no setor de energia-transporte siderurgia e refino de petroacuteleo e no setor secundaacuterio para produccedilatildeo de equipamentos e insumos com funccedilotildees de alta intensidade de capital
23
Mesmo com os claros avanccedilos para Giacomoni apud Castro e Garcia (2004 p
49) o orccedilamento era chamado de Tradicional3 isto porque tratava somente de
duas classificaccedilotildees convencionais Classificaccedilatildeo por Unidades (podemos
chamaacute-la atualmente de classificaccedilatildeo institucional) e uma econocircmica (por
objeto e item de despesa)
Todos estes avanccedilos natildeo ocorreram por acaso O crescimento urbano
mudanccedilas na economia e na poliacutetica exigiam modernizaccedilotildees no planejamento
puacuteblico
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
o plano trienal procurou pela primeira vez soluccedilotildees para os problemas estruturais do paiacutes abordando de forma integrada a estrutura econocircmica e social do Brasil Conferiu importacircncia fundamental ao planejamento no processo de desenvolvimento econocircmico Caberia a ele antecipar as principais modificaccedilotildees estruturais desenvolvidas e indicar medidas a serem tomadas
PAEG ndash Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo ndash 1964 a 1966
Segundo Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95) os objetivos principais do
plano eram acelerar o ritmo do desenvolvimento econocircmico conter
progressivamente o processo inflacionaacuterio atenuar os desniacuteveis econocircmicos
setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego aleacutem de corrigir a
tendecircncia a deacuteficits descontrolados do balanccedilo de pagamentos
Outro acontecimento histoacuterico que devemos reconhecer como sendo um
grande avanccedilo no processo orccedilamentaacuterio deste periacuteodo foi a promulgaccedilatildeo da
Lei 4320 de 1964 Considerada o embriatildeo da moderna teacutecnica orccedilamentaacuteria
chamada de orccedilamento-programa dispotildee em seu art 2ordm
3 Esse tipo de orccedilamento eacute tambeacutem conhecido como ldquoLei de Meiosrdquo pois representava um inventaacuterio dos ldquomeiosrdquo com os quais o Estado contava para realizar suas tarefas Foi utilizado ateacute o advento da Lei ndeg 43201964
24
A Lei de Orccedilamento conteraacute a discriminaccedilatildeo da receita e despesa de forma a evidenciar a poliacutetica econocircmico-financeira e o programa de trabalho do Governo obedecidos os princiacutepios de unidade universalidade e anualidade sect 1ordm Integraratildeo a Lei do Orccedilamento ndash sumaacuterio geral da receita por fontes e da despesa por funccedilotildees do Governo II ndash quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econocircmicas na forma do Anexo 1 III ndash quadro discriminatoacuterio da receita por fontes e respectiva legislaccedilatildeo IV ndash quadro das dotaccedilotildees por oacutergatildeos do Governo e da Administraccedilatildeo sect 2ordm Acompanharatildeo a Lei de Orccedilamento I ndash quadros demonstrativos da receita e planos de aplicaccedilatildeo dos fundos especiais II ndash quadros demonstrativos da despesa na forma dos Anexos ndegs 6 e 9 III ndash quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo em termos de realizaccedilatildeo de obras e de prestaccedilatildeo de serviccedilos
Mesmo em um periacuteodo de autoritarismo militar esta lei foi sem duacutevida
nenhuma um grande avanccedilo para a administraccedilatildeo puacuteblica nos trecircs niacuteveis de
governo Vigora ateacute a presente data sem nenhuma alteraccedilatildeo Existe hoje uma
proposta de alteraccedilatildeo que tramita no congresso nacional mas sem mudanccedilas
significativas em seu conteuacutedo
Outro elemento significativo foi o Decreto-lei ndeg 20067 Instrumento da
Reforma Administrativa de 1967 criou o Ministeacuterio do Planejamento e
Coordenaccedilatildeo Geral que dentre outras atribuiccedilotildees ficou incumbido da
elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e da proposta orccedilamentaacuteria anual
Deacutecada de 1980 - Constituiccedilatildeo Cidadatilde
Com a CF de 1988 retornou ao congresso as discussotildees sobre planejamento
e orccedilamento que consagrou princiacutepios fundamentais como legalidade
moralidade impessoalidade Publicidade eficiecircncia e do interesse puacuteblico
Esta constituiccedilatildeo tratou dentre outros temas fundamentais para o paiacutes sobre o
processo de planejamento e orccedilamento instituindo o Art 165 conforme
descrito
25
Art 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabeleceratildeo I - o plano plurianual II III sect 1ordm - A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraccedilatildeo continuada
Foi um avanccedilo no sentido de determinar regras mais claras especialmente
quando se unifica em um uacutenico instrumento diretrizes objetivos e metas para
todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
No mesmo artigo tambeacutem foi tratado sobre a Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias ndash
(LDO) e Lei Orccedilamentaacuteria Anual (LOA) Esta constituiccedilatildeo estabeleceu que
nenhum plano setorial ou qualquer plano do governo deve estar em desacordo
com o Plano Plurianual (PPA)
Do ponto de vista de avaliaccedilatildeo e controle na execuccedilatildeo destes instrumentos de
planejamento foi um grande avanccedilo se observarmos o constante no artigo 74
Este artigo estabeleceu a implementaccedilatildeo de um sistema integrado de controle
interno com o principal objetivo de avaliar o cumprimento das metas
estabelecidas nas accedilotildees governamentais conforme descrito a seguir
Art 74 Os Poderes Legislativo Executivo e Judiciaacuterio manteratildeo de forma integrada sistema de controle interno com a finalidade de I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execuccedilatildeo dos programas de governo e dos orccedilamentos da Uniatildeo II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira e patrimonial nos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo federal bem como da aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos por entidades de direito privado III - exercer o controle das operaccedilotildees de creacutedito avais e garantias bem como dos direitos e haveres da Uniatildeo IV - apoiar o controle externo no exerciacutecio de sua missatildeo institucional sect 1ordm - Os responsaacuteveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade dela daratildeo ciecircncia ao Tribunal de Contas da Uniatildeo sob pena de responsabilidade solidaacuteria sect 2ordm - Qualquer cidadatildeo partido poliacutetico associaccedilatildeo ou sindicato eacute parte legiacutetima para na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniatildeo
26
Mesmo com os grandes avanccedilos na Constituiccedilatildeo o processo de
implementaccedilatildeo e a formalidade herdada do regime militar natildeo foram
superados com a rapidez necessaacuteria para implementar completamente tais
dispositivos com a eficiecircncia desejada
O Primeiro PPA
Segundo Castro e Garcia (2004 p55) a ineficaacutecia do primeiro PPA como
organizador das iniciativas governamentais que buscavam enfrentar alguns
problemas nacionais foi evidenciado pelo relatoacuterio Retrato do Desperdiacutecio no
Brasil da Comissatildeo Temporaacuteria das Obras Inacabadas do Senado Federal
(Brasil Senado Federal 1995) Neste relatoacuterio constatou-se a existecircncia de
milhares de obras que foram iniciadas absorveram grande soma de recursos e
natildeo estatildeo cumprindo a sua finalidaderdquo A Comissatildeo ldquocadastrou 2214 obras
onde foram aplicados mais de R$ 150 bilhotildeesrdquo
Mais uma vez ao contraacuterio do que era esperado o PPA serviu somente para
cumprir norma constitucional deste periacuteodo de 1991 a 1995 De competecircncia
do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PPA foi pouco discutido pelo
Congresso Nacional e aprovado sem muitas discussotildees
PPA 1996-1999 ndash Brasil em Accedilatildeo
O resultado ao final deste plano natildeo foi positivo considerando que manteve a
situaccedilatildeo econocircmica sem apontar para nenhum avanccedilo relacionado aos iacutendices
econocircmicos e sociais o maior e mais importante objetivo
PPA 2000 ndash 2003 ndash Avanccedila Brasil
Um avanccedilo considerado importante no PPA 2000-2003 foi o direcionamento
das accedilotildees prioritaacuterias em um programa especial do governo denominado
ldquoBrasil em Accedilatildeordquo Este plano recebeu um gerenciamento especial recebido
27
provando que resultados podem efetivamente ser alcanccedilados quando existe
um acompanhamento efetivo Iniciativa importante para o planejamento no
Brasil foi a nomeaccedilatildeo de um gerente para acompanhamento dos projetos
tendo como atribuiccedilatildeo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores envolvidos no
processo
Conforme Castro e outro (2004 p 57) em 14 de outubro 1997 foi instituiacutedo um
grupo de trabalho4 tendo como principal finalidade a elaboraccedilatildeo de projeto de
lei complementar regulamentadora do art 165 sect 9ordm da Constituiccedilatildeo Federal de
1988 O grupo de trabalho objetiva integrar o que foi planejado com a
programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Conforme Castro e Garcia (2004 p 57) o PPA do periacuteodo 2000-2003 teve
como marco inicial o Decreto 2829 e a Portaria MPO ndeg 42 de 14 de abril de
1999 que estabeleceram normas e conceitos para a elaboraccedilatildeo e
acompanhamento incluindo a gestatildeo dos Orccedilamentos
Com estas inovaccedilotildees ficou claro que a intenccedilatildeo era incluir elementos no
planejamento puacuteblico que definiriam responsabilidades gerenciais para
execuccedilatildeo das accedilotildees do setor puacuteblico O objetivo era criar mecanismos de
aproximaccedilatildeo entre o setor privado e o setor puacuteblico valorizando a
descentralizaccedilatildeo para Estados Municiacutepios e terceiro setor para melhorar os
resultados a serem alcanccedilados na execuccedilatildeo dos programas de governo
Conforme Castro e Garcia (2004 p 58) a partir do Grupo de Trabalho de
1997 foi proposto um novo conceito de Programa de Governo que passou a
ser definido como unidade baacutesica de organizaccedilatildeo do PPA e de integraccedilatildeo
orccedilamentaacuteria
4 Composto pelo Ministeacuterio do Planejamento e Orccedilamento (SPA SOF SEST IPEA IBGE) e da Fazenda 9STN SFC SRF BACEN) do Tribunal de Contas da Uniatildeo do CONFAZ do IBAM da ABOP e da Associaccedilatildeo dos Profissionais em Financcedilas Puacuteblicas
28
Esta nova etapa permite concluir que os dois instrumentos (PPA e LOA)
passam a ter uma harmonia ou compatibilidade pois os dois estavam
direcionados para soluccedilatildeo de problemas comuns
Os programas de governo foram tipificados em Programas de Gestatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas Programas de Serviccedilos ao Estado e Programas de Apoio
administrativo Tambeacutem as accedilotildees governamentais conforme Portaria 42 foram
divididas em Atividade Projeto e Operaccedilotildees Especiais
Houve diversos avanccedilos no planejamento puacuteblico dentre eles a criaccedilatildeo junto
ao Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo o Sistema de
Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN tendo como objetivo o
acompanhamento e a avaliaccedilatildeo da execuccedilatildeo das accedilotildees governamentais para
melhor aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O PPA 2004-2007 mesmo com a mudanccedila do Chefe do Executivo Federal
manteve a mesma metodologia quanto aos conceitos instituiacutedos pela Portaria
42 de 1999 A anaacutelise sobre PPA seraacute aprofundada no capiacutetulo ldquoA Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Planejamentordquo
PPA 2004 ndash 2007 ndash Brasil de Todos
Conforme Castro e Garcia (2004 p 61) o presidente Luiz Inaacutecio Lula da Silva
empossado em 1ordm de janeiro de 2003 manteve a metodologia instituiacuteda em
2000
No proacuteximo capiacutetulo trataremos do surgimento da LRF e sua influecircncia no
planejamento governamental especialmente na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
de planejamento puacuteblico no Brasil PPA LDO e LOA e a compatibilidade entre
estes instrumentos
29
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
221 Introduccedilatildeo
Inicialmente eacute importante um relato sobre os caminhos percorridos pela
federaccedilatildeo brasileira ateacute chegar no momento histoacuterico da regulamentaccedilatildeo do
art 163 da CF de 1988 Abordaremos sobre o tema especialmente sob o
ponto de vista da reparticcedilatildeo tributaacuteria que culminou na aprovaccedilatildeo e
promulgaccedilatildeo da LRF em maio de 2000
A Federaccedilatildeo brasileira foi marcada por um movimento pendular que ora
centralizava ou descentralizava o poder no governo central ou nas entidades
sub-nacionais Foi notoacuteria esta predominacircncia de centralizaccedilatildeo na Uniatildeo isto
em todos os aspectos sejam eles tributaacuterios poliacuteticos econocircmicos ou legais
a partir sobretudo dos anos 30
Se comparado com os Municiacutepios a autonomia dos Estados estava em
processo mais acelerado A maior conquista foi com a aprovaccedilatildeo da CF de
1988 na qual os Municiacutepios tambeacutem foram contemplados com mais
autonomia especialmente com a descentralizaccedilatildeo de recursos tributaacuterios com
recebimento de transferecircncias de tributos da Uniatildeo e dos Estados bem como
com a competecircncia para instituir e cobrar alguns tributos de sua
responsabilidade Ressalte-se que tal conquista natildeo foi muita surpresa uma
vez que se tratava de uma tendecircncia mundial a reforma dos modelos de
governo
No entanto conforme Costa (apud de Avelar e Octaacutevio 2007 p 214) a
descentralizaccedilatildeo veio em um momento de crise fiscal do governo central em
que a transferecircncia dos impostos e receitas para os governos subnacionais5
5 Satildeo os entes federados Estados e Municiacutepios
30
dificultava o ajuste fiscal pelo governo ajuste necessaacuterio para que o Estado
brasileiro nacional retomasse sua capacidade de investimento e reduzisse as
desigualdades regionais
O grande desafio do paiacutes era conciliar este novo modelo com as necessidades
da populaccedilatildeo ampliando a capacidade da maacutequina estatal para atender a
grande demanda de serviccedilos puacuteblicos existentes Caso contraacuterio de nada
adiantaria os esforccedilos para esta nova etapa do Estado brasileiro
O agravamento da crise do Estado brasileiro fenocircmeno que data da mesma deacutecada da abertura democraacutetica e da entrada em vigor da nova Carta Magna acabou fortalecendo as iniciativas de transferecircncia de encargos para os Estados e os Municiacutepios Entretanto essa descentralizaccedilatildeo nem sempre foi fruto de uma accedilatildeo programada e os recursos transferidos para fazer frente aos novos encargos muitas vezes mostraram-se insuficientes O fortalecimento do papel dos Municiacutepios atraveacutes das mudanccedilas constitucionais e do proacuteprio processo de transferecircncia de encargos jaacute mencionados aumentou suas responsabilidades muitas vezes em ritmo superior ao das capacidades exigidas para enfrentaacute-las (CHALFUN 2001 p 6)
Nesse cenaacuterio o aprimoramento da gestatildeo puacuteblica assume uma importacircncia
fundamental Um dos aspectos mais importantes desse aprimoramento eacute a
necessidade de maior responsabilidade eficiecircncia e austeridade do gestor
local em relaccedilatildeo ao planejamento e agrave administraccedilatildeo das despesas e das
receitas municipais de forma a possibilitar o enfrentamento dos dilemas
econocircmico-sociais e ambientais deste iniacutecio de seacuteculo
Pensando de maneira um pouco diferenciada Costa (apud de Avelar e Octaacutevio
2007 p 220) considera que o que culminou na aprovaccedilatildeo da LRF em 2000 e
que caracterizou um dos problemas centrais do federalismo foi a transferecircncia
de responsabilidades dos Estados e Municiacutepios para a Uniatildeo Os Estados e
Municiacutepios gastavam mais do que arrecadavam se endividavam e depois
procuravam ajuda do governo federal Ao longo de toda a histoacuteria republicana
os governos estaduais procuraram transferir suas diacutevidas para o governo
federal realizando novos empreacutestimos no mercado aumentando a diacutevida
federal num eterno ciclo de endividamento e inflaccedilatildeo
31
A Tabela 1 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida liacutequida do setor puacuteblico em
anos recentes
TABELA 1
Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico
Ano Governo Federal Estados e Municiacutepios Soma 1991 341 79 420 1992 299 74 373 1993 272 91 363 1994 230 93 323 1995 194 100 294 1996 182 98 280 1997 200 106 306 1998 206 121 327 1999 333 138 471 2000 302 148 450
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
Os dois pontos de vista satildeo importantes O primeiro refere-se a autonomia dos
Estados e dos Municiacutepios Estes uacuteltimos com os recursos que recebiam natildeo
atendiam as demandas por serviccedilos que a sociedade esperava
Aleacutem disse ocorria um conflito de responsabilidades entre os entes e para
exemplificar podemos mencionar a questatildeo da seguranccedila puacuteblica que eacute
compartilhada entre os trecircs entes
Por outro lado ocorria de fato a transferecircncia de diacutevidas especialmente dos
Estados originaacuterias da maacute gestatildeo dos recursos A falta de limites ou regras
claras para as diretrizes da administraccedilatildeo e a inexistecircncia de puniccedilatildeo
associado agrave necessidade de manutenccedilatildeo da estabilidade monetaacuteria foram
razotildees suficientes para a implementaccedilatildeo da Lei de Responsabilidade Fiscal
que seraacute tratada no proacuteximo sub-capiacutetulo
222 Surgimento da LRF
Como jaacute relatou-se os altos iacutendices de endividamento das administraccedilotildees
puacuteblicas no Brasil o aumento das despesas puacuteblicas especialmente despesas
32
para manutenccedilatildeo do governo e o deacuteficit puacuteblico ao longo de vaacuterias deacutecadas
culminaram no comprometimento de investimentos em infra-estrutura em aacutereas
extremamente necessaacuterias como sauacutede educaccedilatildeo seguranccedila e outras aacutereas
sociais Isso impedia o paiacutes de crescer de maneira sustentaacutevel
A Tabela 2 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor
Puacuteblico (DILSP) no Brasil entre 1991 e 2000 Essa grandeza eacute liacutequida pois
exclui creacuteditos diversos do setor puacuteblico entre os quais sobressaem depoacutesitos
no sistema bancaacuterio e no Banco Central e disponibilidades e aplicaccedilotildees
diversas e vaacuterios fundos constitucionais
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil entre 1991 e 2000
ANO DILSP ( do PIB) ()
1991 420 ------- 1992 373 -110 1993 363 -27 1994 323 -1101 1995 294 -898 1996 280 -47 1997 306 93 1998 327 70 1999 471 440 2000 450 -44
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
A LRF brasileira surgiu com o objetivo principal de implementar mecanismos de
controle e maior responsabilidade na gestatildeo fiscal tanto para Municiacutepios
quanto para Estados Distrito Federal Uniatildeo e suas autarquias e entidades a
elas pertencentes
Como jaacute mencionado anteriormente natildeo eacute por acaso que a LRF brasileira foi
inspirada em grande parte no modelo da Nova Zelacircndia Mesmo sendo um paiacutes
tatildeo diferente do ponto de vista geograacutefico e populacional o modelo
neozelandecircs tem despertado conforme Piancastelli (2006 p 11) atenccedilatildeo de
analistas poliacuteticos de Executivos de grandes empresas e de autoridades de
governo em todo o mundo
33
Piancastelli ainda relata os trecircs instrumentos principais que reverteram o
quadro complicado da Nova Zelacircndia sendo o Ato do setor Estado de 1988 o
Ato das Financcedilas Puacuteblicas de 1989 e o Ato de Responsabilidade Fiscal de
1994 Estes instrumentos foram consolidados pelo parlamento em dezembro
de 2003 com alguns aperfeiccediloamentos
A mudanccedila do quadro da Nova Zelacircndia se deu efetivamente a partir de 1994
apoacutes vaacuterias deacutecadas de deacuteficits puacuteblicos e endividamento com a instituiccedilatildeo do
Ato de Responsabilidade Fiscal ou Fiscal Responsibility Act cujos princiacutepios
satildeo
1ordm - Eacute obrigatoacuterio que o governo mantenha superaacutevits operacionais
ateacute que a diacutevida a puacuteblica seja reduzida a niacuteveis prudentes
2ordm - Uma vez atingidos tais patamares para a diacutevida puacuteblica eles
devem ser mantidos Para tanto as contas puacuteblicas deveratildeo manter
um superaacutevit operacional meacutedio quando considerado um periacuteodo
razoaacutevel
3ordm - Alcanccedilar e manter um niacutevel de patrimocircnio liacutequido governamental
capaz de natildeo soacute propiciar ao estado condiccedilotildees de manter a
adequaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos mas tambeacutem de assegurar esta
capacidade ante a choques adversos
4ordm - Gerenciar os riscos fiscais com os quais o governo possa se
defrontar
5ordm - Implementar poliacuteticas fiscais que sejam compatiacuteveis com a
estabilidade e a previsibilidade das aliacutequotas ora vigentes (PIANCASTELLI 2006 p 12)
As duas leis possuiacuteam objetivo comum de controlar as contas puacuteblicas Isso
era essencial para reverter tributos e outras receitas em serviccedilos puacuteblicos para
sociedade No entanto estas leis possuem diferenccedilas marcantes decorrentes
do direito da qual se originam
O Fiscal Responsibility Act recebe influecircncia dos princiacutepios de funcionamento
do Direito Consetudinaacuterio Anglo-Saxatildeo O que significa que a lei estabelece
princiacutepios gerais para a accedilatildeo dos governos e natildeo regras riacutegidas e especiacuteficas
34
como no caso da lei brasileira com limites expliacutecitos de pessoal
endividamento e regras para inscriccedilatildeo em restos a pagar
A LRF brasileira apesar de basear-se na implementaccedilatildeo e funcionamento do
Ato de Responsabilidade fiscal da Nova Zelacircndia seguiu a tradiccedilatildeo do direito
romano-germacircnico isso devido ao fato de este direito possuir tendecircncia a
fixaccedilatildeo de regras claras e riacutegidas para a atuaccedilatildeo dos indiviacuteduos Fator
necessaacuterio ao sistema legal brasileiro vigente ateacute entatildeo incapaz de punir
infratores
Outra diferenccedila jaacute destacada eacute a dimensatildeo territorial O Brasil possui mais de
5500 Municiacutepios distribuiacutedos entre os diversos Estados da federaccedilatildeo e dentre
eles diversas entidades sujeitas a aplicaccedilatildeo das regras
Alguns pesquisadores e especialistas mesmo considerando os efeitos
beneacuteficos na LRF brasileira acharam que ela natildeo teve um amadurecimento
necessaacuterio Sua discussatildeo e aprovaccedilatildeo foi muito raacutepida Em 12 de maio de
1999 instalou-se uma comissatildeo especial para discutir o projeto de Lei de
Responsabilidade Fiscal na cacircmara dos deputados no dia 18 do mesmo mecircs
promoveu-se a primeira audiecircncia puacuteblica Em 14 de dezembro do mesmo ano
a comissatildeo especial aprovou o projeto por dezessete votos a cinco
Em 25 de janeiro de 2000 por 385 votos favoraacuteveis e 86 contraacuterios a Cacircmara
dos deputados aprovou a lei complementar que regulamentava a
responsabilidade fiscal na administraccedilatildeo puacuteblica brasileira No dia 04 de abril o
referido projeto foi aprovado sem emendas e encaminhado para sanccedilatildeo que
se efetivou no dia 04 de maio de 2000
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
Como se viu em sub-capiacutetulo anterior o planejamento puacuteblico no Brasil vinha
sendo instituiacutedo haacute vaacuterias deacutecadas No entanto os efeitos da implementaccedilatildeo
35
de vaacuterios planos isolados PPAs LDOs e LOAs natildeo surtiram os efeitos
desejados Houve um crescente e indiscriminado endividamento do setor
puacuteblico em todas as esferas de governo isso confirma que as metas e
objetivos dos planos natildeo foram suficientes para conter tal endividamento
Para Waterston (1969 p13) as discussotildees sobre planejamento satildeo antigas e
desde a segunda guerra mundial tem-se acumulado uma consideraacutevel
bibliografia sobre este tema No entanto praticamente toda esta bibliografia era
direcionada para como deveria ser praticado o planejamento para a forma em
que o planejamento deveria funcionar ou na visatildeo do autor natildeo se partia de
experiecircncias concretas Isso pode explicar esta falta de ecircxito do planejamento
O que ocorreu foi uma discrepacircncia entre as diversas teorias e a praacutetica do
planejamento
Segundo Waterston (1969 p 16) eacute um erro imaginar que um certo sistema de
planejamento ou determinada classe de plano seja a chave do
desenvolvimento de uma naccedilatildeo A maior parte dos paises natildeo aceitam na
praacutetica o planejamento com isso os planejadores somente conseguem
separar suas atividades e seus planos do processo de planejamento
O que deve ser praticado conforme Waterston (1969 p 17) eacute ldquoexaminar as
coisas como elas satildeo observar o que eacute realmente necessaacuterio fazer estudar os
meios que conta para realizaacute-lo e entatildeo a partir daiacute elaborar medidas praticas
para procederrdquo
Para o autor o caminho natildeo eacute tatildeo simples como imaginam alguns planejadores
um diagnoacutestico sucinto e situacional deve ser previamente elaborado de forma
que os planos possam ser direcionados para a realidade daquele paiacutes A teoria
eacute importante mas ela tem que ser aplicaacutevel e complementar agraves accedilotildees
Outro fator importante citado por Waterston (1969 p 256) eacute que os planos
podem ser executados poreacutem sem alcanccedilar eficaacutecia O autor menciona
36
experiecircncia do Paquistatildeo onde na tentativa de alcanccedilar niacuteveis desejados de
equiliacutebrio fiscal criou-se um sistema de controle financeiro centralizado no
Ministeacuterio da Fazenda apoiado em um sistema burocraacutetico para autorizaccedilatildeo da
execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria Poreacutem na realidade o orccedilamento foi executado nas
unidades chamadas operativas tornando assim o controle ineficaz
Um dos pontos principais para o alcance dos objetivos dos planos eacute uma
coordenaccedilatildeo central organizada de maneira a gerenciar a execuccedilatildeo dos
planos evitando desperdiacutecios e desvios conforme Waterston (1969 p 259)
Um exemplo praacutetico de falta de coordenaccedilatildeo central eacute o ocorrido em
Madagascar em que o Ministeacuterio encarregado de repavimentar uma estrada
repavimentou a estrada antes que o Ministeacuterio das Telecomunicaccedilotildees tivesse
colocado os cabos telefocircnicos subterracircneos
O autor ainda revela que com uma fragmentaccedilatildeo ou duplicaccedilatildeo de funccedilotildees
torna difiacutecil conseguir que todas as entidades governamentais interessadas
faccedilam o que eacute requerido para realizar os projetos e os programas de acordo
com uma poliacutetica coerente
O insucesso dos planos se deve a esses fatores e ainda conforme W Lewis6
apud de Waterston (1969 p 267) ouvimos muito sobre a corrupccedilatildeo nas naccedilotildees subdesenvolvidas mas o dano feito pelo suborno ou pelo roubo raramente excede a centenas de milhares e ainda que do ponto de vista moral isto seja deploraacutevel eacute sumamente pequeno se comparado com o estrago que se faz designando pessoas para ocupar os grandes postos para os quais natildeo tecircm a competecircncia apropriada7
Para W Lewis (apud de WATERSTON 1969 p 267) os males da falta de
resultados natildeo estatildeo associados a fatores isolados A distacircncia entre os
6 Arthur W Lewis 7 Traduccedilatildeo Nossa (Waterston 1969 p 267) Oiacutemos mucho acerca de la corrupcioacuten en las naciones subdesarrolladas pero el dantildeo hecho por el soborno o po el robo rara vez excede a cientos de miles de libras al antildeo y aunque desde un punto de vista moral esto es deccedilorable es sumamente pequentildeo si se le compara con el dantildeo que se hace desingando personas para ocupar los grandes puestos para los cuales no tienen la competencia apropriada
37
planejadores e especialistas elaboradores de planos entre dirigentes e oacutergatildeos
decisoacuterios dos governos eacute o fator que mais impede o ecircxito dos planos
estabelecidos
Para Waterston (1969 p 271) talvez a maior parte dos planejadores e dos
especialistas em administraccedilatildeo puacuteblica assumem a posiccedilatildeo de que a melhora
administrativa eacute uma condiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel Todavia
especialistas no assunto creditam o sucesso dos planos a uma anterior
reestruturaccedilatildeo da maacutequina administrativa como condiccedilatildeo de que os resultados
sejam alcanccedilados somente os planos isolados natildeo surtiriam os efeitos
desejados
Ainda conforme Waterston (1969 p 272)
As proposiccedilotildees para mudanccedilas de sistemas administrativos de paiacuteses em desenvolvimento satildeo com frequumlecircncia obras de especialistas estrangeiros que se guiam por princiacutepios que funcionam bem nas naccedilotildees avanccediladas A aplicaccedilatildeo desses princiacutepios podem requerer inovaccedilotildees maiores ou o enxerto de formas institucionais estranhas a tradiccedilatildeo da naccedilatildeo que recebe a assessoria Em muitos casos portanto as naccedilotildees menos desenvolvidas ou se recusam a adotar as preposiccedilotildees ou se as adotam descobrem que natildeo operam bem porque natildeo satildeo aceitas8
O bom planejador natildeo deve simplesmente estabelecer metas e objetivos
mesmo que bem delineados Ele deve ainda quando sabedor dos obstaacuteculos
administrativos para o alcance dos planos natildeo soacute recomendar correccedilatildeo dos
planos como tomar medidas especiacuteficas para criar um sistema administrativo
capaz de viabilizar a realizaccedilatildeo das metas e objetivos
No Brasil presenciou-se no acircmbito do governo federal mesmo com orccedilamento
aprovado pelo congresso com recursos disponibilizados e accedilotildees 8 Traduccedilatildeo nossa (Waterston 1969 p 272) Las proposiciones para revisar los sistemas administrativos em las naciones menos desarrolladas a menudo son obra de expertos extranjeros que se guiacutean por princiacutepios que funcionan bien en las naciones avanzadas La aplicacioacuten de estos principios pueden requerir innovacines mayores o el injerto de formas instucionales extrantildeas e la tradicioacuten de la nacioacuten que recibe la asesoriacutea En muchos casos por tanto las naciones menos desarrolladas o bien se rechusan a adoptar das proposiciones o si las adoptan hallan que no operan bien porque no son aceptadas
38
governamentais aprovadas estas natildeo foram realizadas pelos ministeacuterios
Sobraram recursos financeiros no caixa do governo devido aos diversos
fatores mencionados anteriormente como a burocracia e a incapacidade
administrativa
A seguir trataremos de um dos principais instrumentos de planejamento e da
contribuiccedilatildeo da LRF para evoluccedilatildeo do planejamento no Brasil uma tentativa de
minimizar os efeitos dos problemas enfrentados pelos planejadores
A Constituiccedilatildeo de 1988 fortalece e cria regras mais claras para o planejamento
puacuteblico brasileiro Aleacutem de instituir formalmente a figura do plano plurianual
estabelece criteacuterios relativos aos planos nacionais regionais e setoriais de
desenvolvimento econocircmico e social
Para Andrade Batista e Souza apud de Aguilar et al (2004 p 8)
no PPA deve conter a delimitaccedilatildeo e a enunciaccedilatildeo das diretrizes geneacutericas e abrangentes com os respectivos objetivos programas accedilotildees e metas inclusive com valores financeiros possibilitando a cobertura das definiccedilotildees governamentais que se queira executar
Para a compreensatildeo efetiva desse importante instrumento de planejamento
puacuteblico no atual seguimento vejamos o conceito de plano plurianual no
entendimento de Chalfun (2001 p 26) instrumento para planejar as accedilotildees governamentais de caraacuteter mais estrateacutegico poliacutetico e de longo prazo a ser considerado pelos administradores municipais Sendo o instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as poliacuteticas as diretrizes e as accedilotildees programadas no longo prazo e os respectivos objetivos a serem alcanccedilados devidamente quantificados fisicamente (grifo nosso)
Vejamos ainda o conteuacutedo baacutesico do plano plurianual conforme a
Constituiccedilatildeo Federal CF de 1988 art 165 sect1deg A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para os programas de duraccedilatildeo continuada
39
No sect 9ordm do mesmo art 165 a Constituiccedilatildeo determina que lei complementar
entre outros assuntos trataraacute da elaboraccedilatildeo e da organizaccedilatildeo do plano
plurianual regulando o conteuacutedo acima
CF de 1988 art 165 sect 9ordm Cabe agrave lei complementar I - dispor sobre o exerciacutecio financeiro a vigecircncia os prazos a elaboraccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do plano plurianual da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e da lei orccedilamentaacuteria anual II - estabelecer normas de gestatildeo financeira e patrimonial da administraccedilatildeo direta e indireta bem como condiccedilotildees para a instituiccedilatildeo e funcionamento de fundos
E para um melhor entendimento sobre os conceitos instituiacutedos no artigo acima
a seguir apresenta-se tabela com definiccedilotildees e exemplos de cada item
incluindo outros importantes natildeo mencionados na referida norma
O Quadro 1 a seguir poderaacute ajudar no entendimento sobre as definiccedilotildees
40
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA
Tiacutetulos Definiccedilotildees Exemplos Diretrizes Poliacuteticas direccedilatildeo
apontam rumos buacutessolas
No governo Lula foram definidas trecircs diretrizes baacutesicas 1) Inclusatildeo social e reduccedilatildeo das desigualdades sociais 2) Crescimento com geraccedilatildeo de emprego e renda ambientalmente sustentaacutevel e redutor das desigualdades regionais 3) Promoccedilatildeo e expansatildeo da cidadania e fortalecimento da democracia
Objetivos Resultados esperados Executar as accedilotildees de prevenccedilatildeo e de melhoria do atendimento meacutedico-ambulatorial e hospitalar
Programas Conjunto de accedilotildees Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Baacutesica Accedilotildees Alvo a ser atingido
Iniciativas tais como Projetos atividades operaccedilotildees especiais
Definir o que vai fazer Ex construir comprar reformar atender manter os produtos Escola preacutedio veiacuteculo etc
Metas Fiacutesicas Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de itens com quantitativos de aquisiccedilotildees construccedilotildees serviccedilos disponibilizados populaccedilatildeo atendida etc
Metas Fiscais Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de receitas bases de caacutelculo e percentual a aplicar
Projetos Resulta um produto que concorre para a expansatildeo ou o aperfeiccediloamento da accedilatildeo de governo
Construccedilatildeo de unidades de sauacutede
Atividades Resulta um produto necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da accedilatildeo de governo
Manutenccedilatildeo de Unidades de Sauacutedes
Operaccedilotildees especiais
Natildeo contribuem para a manutenccedilatildeo Natildeo resulta um produto Natildeo geram contraprestaccedilatildeo direta sob a forma de bens ou serviccedilos
Amortizaccedilotildees e encargos de diacutevidas
Fonte Adaptaccedilatildeo do autor
A ausecircncia da lei complementar faz com que existam muitas interrogaccedilotildees
sobre como elaborar o PPA Alguns autores procuraram tratar do assunto como
forma de suprir a falta da legislaccedilatildeo especiacutefica
No entendimento de Giacomoni apud de Aguilar et al (2004 p 20)
regionalizaccedilatildeo na Uniatildeo seria como exemplo o proposto no PPA 2000-2003
elaborado na Uniatildeo que distribuiu a programaccedilatildeo entre as regiotildees
macroeconocircmicas Norte Nordeste Sudeste Sul e Centro-Oeste As normas
41
baixadas traziam instruccedilotildees para a elaboraccedilatildeo do PPA prevendo a regionalizaccedilatildeo
das metas por Estado No entanto essa determinaccedilatildeo natildeo foi observada e o plano
continuou nos moldes tradicionais ou seja segundo as cinco regiotildees
Jaacute nos Estados natildeo haacute modelos uacutenicos de regionalizaccedilatildeo a serem utilizados
no planejamento Assim sendo eacute recomendaacutevel que cada Estado adote
criteacuterios de regionalizaccedilatildeo que atendam da melhor forma possiacutevel agraves
necessidades da programaccedilatildeo Em alguns Estados a base da regionalizaccedilatildeo eacute
a estrutura administrativa em outros utilizam-se nuacutecleos de desenvolvimento
Nos Municiacutepios a regionalizaccedilatildeo dos planos plurianuais municipais traz
desafios ainda maiores especialmente nos Municiacutepios de pequeno porte
Provavelmente apenas os Municiacutepios maiores com experiecircncia em
zoneamento e em administraccedilatildeo descentralizada - subprefeituras - poderatildeo
realizar de maneira vantajosa a regionalizaccedilatildeo do PPA
Quanto aos prazos para elaboraccedilatildeo de envio ao Legislativo na falta de lei
complementar vigora o estabelecido no Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais
Transitoacuterias (ADCT)9 no acircmbito federal o projeto de lei seraacute encaminhado pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional ateacute quatro meses antes do
encerramento do exerciacutecio ndash 31 de agosto ndash e devolvido para sanccedilatildeo ateacute o
encerramento da sessatildeo legislativa ndash 15 de dezembro Os Municiacutepios por
simetria podem no caso de natildeo existecircncia de lei complementar adotar os
mesmos prazos da referida norma
Conforme Vainer et al (2007) o PPA tem um ciclo em sua gestatildeo decorrente
da proacutepria dinacircmica do planejamento estrateacutegico conforme etapas a seguir
Elaboraccedilatildeo Implantaccedilatildeo Monitoramento Avaliaccedilatildeo Revisatildeo
9 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 ADCT art 35 sect 2ordm I
42
Na fase de elaboraccedilatildeo constroacutei-se a base para definiccedilatildeo dos programas e
accedilotildees atraveacutes dos quais se materializaraacute a accedilatildeo do governo Este apresentaraacute
ao Legislativo um projeto de lei para discussatildeo e aprovaccedilatildeo
Esta materializaccedilatildeo ocorreraacute na execuccedilatildeo do orccedilamento puacuteblico constituindo-
se em prestaccedilatildeo de serviccedilos agrave sociedade pelo governo cujo objetivo principal eacute
interesse puacuteblico
A fase de implementaccedilatildeo ocorre apoacutes o plano aprovado e disponibilizado para
a execuccedilatildeo com seus programas e accedilotildees governamentais
A etapa de monitoramento refere-se ao acompanhamento da execuccedilatildeo das
accedilotildees dos programas Ela eacute fundamental para o alcance das metas e
indicadores constantes nas accedilotildees e programas
A avaliaccedilatildeo dos planos busca aferir ateacute que ponto as estrateacutegias adotadas e as
poliacuteticas puacuteblicas desenvolvidas atendem a demandas da sociedade que
nortearam a elaboraccedilatildeo dos programas que integram o PPA
A revisatildeo surge das fases de monitoramento e avaliaccedilatildeo do plano Neste
momento eacute importante a adequaccedilatildeo caso necessaacuteria que pode ser originaacuteria
de fatores internos e externos da conjuntura poliacutetica social e econocircmica
A Lei de Responsabilidade Fiscal com contribuiccedilatildeo fundamental para o
planejamento puacuteblico brasileiro em seu artigo 16 prescreve
A criaccedilatildeo expansatildeo ou aperfeiccediloamento de accedilatildeo governamental que acarrete aumento da despesa seraacute acompanhado de II - declaraccedilatildeo do ordenador da despesa de que o aumento tem adequaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira com a lei orccedilamentaacuteria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
43
Jaacute o art 17 da LRF dispotildee
Art 17 Considera-se obrigatoacuteria de caraacuteter continuado a despesa corrente derivada de lei medida provisoacuteria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigaccedilatildeo legal de sua execuccedilatildeo por um periacuteodo superior a dois exerciacutecios sect 1o sect 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deveratildeo ser instruiacutedos com a estimativa prevista no inciso I do art 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio sect 2o Para efeito do atendimento do sect 1o o ato seraacute acompanhado de comprovaccedilatildeo de que a despesa criada ou aumentada natildeo afetaraacute as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no sect 1o do art 4o devendo seus efeitos financeiros nos periacuteodos seguintes ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduccedilatildeo permanente de despesa sect 3o sect 4o A comprovaccedilatildeo referida no sect 2o apresentada pelo proponente conteraacute as premissas e metodologia de caacutelculo utilizadas sem prejuiacutezo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
Em seu art 45 reafirma o fundamento conforme descrito a seguir
Art 45 Observado o disposto no sect 5o do art 5o a lei orccedilamentaacuteria e as de creacuteditos adicionais soacute incluiratildeo novos projetos apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Os artigos mencionados seguiram o direcionamento jaacute previsto na Portaria
42MP de 1999 da STN na qual consta que os programas e accedilotildees previstos no
PPA devem ser alocados na Lei Orccedilamentaacuteria Anual transformando-se em
projetos e atividades Nesta com detalhamento por natureza de despesa
A compatibilizaccedilatildeo entre os instrumentos PPA LDO e LOA deveraacute ser
observada constantemente na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo dos instrumentos de
planejamento Os trecircs instrumentos natildeo devem ter sua elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo
de forma isolada e sempre deve observar-se o conteuacutedo dos primeiros para
construccedilatildeo dos demais consagrando o princiacutepio do planejamento expliacutecito
A Seguir trataremos das mudanccedilas inseridas pela LRF na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
44
Quando comparada com o PPA e com a LOA a LDO eacute considerada por
muitos doutrinadores como a principal lei apoacutes a vigecircncia da LRF Isso porque
eacute nela que se estabelece metas fiscais metas de resultado primaacuterio metas de
resultado nominal e que se determina regras que norteiam o funcionamento
das administraccedilotildees puacuteblicas em todas as esferas de governo
A LDO tem como principal papel orientar a elaboraccedilatildeo da LOA servindo como
elo entre o PPA e LOA A LDO aleacutem de estabelecer regras define as accedilotildees
prioritaacuterias do governo
As regras inicialmente foram estabelecidas pela CF de 198810 definindo para
seu conteuacutedo o estabelecimento de metas e prioridades da administraccedilatildeo
puacuteblica federal incluindo as despesas de capital para o exerciacutecio financeiro
subsequumlente orientaraacute a elaboraccedilatildeo da LOA disporaacute sobre as alteraccedilotildees na
legislaccedilatildeo tributaacuteria e estabeleceraacute a poliacutetica de aplicaccedilatildeo das agecircncias
financeiras oficiais de fomento
Outro tema importante definido para o conteuacutedo da LDO refere-se aos
paracircmetros para iniciativa de lei de fixaccedilatildeo das remuneraccedilotildees no acircmbito do
Poder Legislativo para a criaccedilatildeo de cargos empregos e funccedilotildees ou alteraccedilatildeo
de estrutura de carreiras bem como para a admissatildeo ou contrataccedilatildeo de
pessoal a qualquer tiacutetulo pelos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta ressalvadas as empresas puacuteblicas e sociedades de economia mista
No entanto foi com a LRF que ocorreu a mudanccedila significativa na gestatildeo
puacuteblica Ela inseriu definiccedilotildees e regras fundamentais para o planejamento e
gestatildeo financeira dos entes federados Alguns pontos de abrangecircncia
conforme artigo 4ordm da LRF satildeo
- o equiliacutebrio entre receitas e despesas
- os criteacuterios e a forma de limitaccedilatildeo de empenho a ser efetivado quando a
10 Constituiccedilatildeo Federal artigos 51 IV 52 XIII art 99 sect 1ordm artigos 127 sect 3ordm 165 sect 2ordm e 169 sect 1ordm
45
arrecadaccedilatildeo da receita comprometer os resultados primaacuterio e nominal
pretendidos
- as normas relativas ao controle de custos e agrave avaliaccedilatildeo dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orccedilamentos
- as normas relacionadas com as condiccedilotildees e as exigecircncias para
transferecircncias de recursos a entidades puacuteblicas e privadas
- a forma de utilizaccedilatildeo e o montante da reserva de contingecircncia definida com
base na receita corrente liacutequida destinado ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
- os criteacuterios para inclusatildeo de novos projetos na lei orccedilamentaacuteria e nas leis de
creacuteditos adicionais apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico
O equiliacutebrio das contas puacuteblicas entre receitas e despesas eacute um dos principais
pontos da LRF Em siacutentese eacute o estabelecimento de quanto seratildeo as receitas
para o proacuteximo exerciacutecio de quanto seraacute a despesa e de regras antes da
execuccedilatildeo efetiva do orccedilamento puacuteblico
Com as regras tambeacutem se cria a figura da integraccedilatildeo ou compatibilidade das
trecircs leis PPA LDO LOA Natildeo deve haver tratamento diferenciado para os
mesmos temas e para um mesmo exerciacutecio financeiro
A limitaccedilatildeo de empenho eacute um criteacuterio adotado para impedir que as unidades e
entidades que compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica gastem mais que a
capacidade real da administraccedilatildeo Esta mudanccedila foi embasada no artigo 9ordm da
LRF que determina
Art 9ordm Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo das Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
46
Esse artigo cuidou para que a LDO estabeleccedila percentuais ou outro criteacuterio
para contenccedilatildeo da despesa trinta dias apoacutes o encerramento de cada
bimestre caso as metas de receitas natildeo estejam compatiacuteveis com a
execuccedilatildeo das despesas
Eacute notoacuterio que a regra eacute imposta a partir da escolha de criteacuterios e formas
pela administraccedilatildeo que perduraratildeo ateacute que a situaccedilatildeo financeira da
entidade se regularize
Ressalta-se que natildeo estatildeo todas as despesas sujeitas a estas regras Natildeo
seratildeo objeto de limitaccedilatildeo financeira ou de empenho as despesas que
constituam obrigaccedilotildees constitucionais e legais inclusive as destinadas ao
pagamento do serviccedilo da diacutevida e outras mencionadas na proacutepria LDO
As metas de resultado primaacuterio e nominal satildeo definidas por Chalfun (2001 p
50) como a diferenccedila entre receitas e despesas natildeo financeiras da
entidade central (Municiacutepio) realizadas no periacuteodo em referecircncia
A seguir um quadro exemplificativo de apuraccedilatildeo das metas de resultado
primaacuterio para um determinado periacuteodo
47
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas
a) Receita Menos b) Despesa (+) Receita Orccedilamentaacuteria arrecadada ( ndash ) operaccedilotildees de creacutedito ( ndash ) receitas de privatizaccedilatildeo ( ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar ( ndash ) receitas financeiras ( ndash ) retornos das operaccedilotildees de creacutedito Receita Total Liacutequida
(+) Despesa Total ( ndash ) amortizaccedilatildeo de empreacutestimos
( ndash ) encargos da diacutevida interna e externa (ndash ) encargos com aquisiccedilatildeo de tiacutetulos de capital jaacute integralizado
(ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar inscritos no exerciacutecio anterior
( ndash ) despesas com concessatildeo de empreacutestimos
Despesa Total Liacutequida Resultado Primaacuterio (que eacute a diferenccedila apurada conforme jaacute explicado)
Fonte Elaborado pelo autor
Resultado Nominal eacute a variaccedilatildeo no periacuteodo da diacutevida fiscal liacutequida (diacutevida
consolidada liacutequida acrescidas as receitas de privatizaccedilatildeo) Se o resultado
apurado for negativo eacute indicador de crescimento da diacutevida
A LRF dispotildee que a LDO conteraacute normas relativas ao controle de custos e agrave
avaliaccedilatildeo dos resultados dos programas financiados com recursos dos
orccedilamentos Nesta determinaccedilatildeo encontram-se presentes dois itens
completamente diferentes entre si ainda que possa parecer estarem ligados
custos e avaliaccedilatildeo de resultados Para Chalfun (2001 p 43) ldquocustos eacute o
consumo efetivo de insumos ou recursos destinados agrave prestaccedilatildeo de
serviccedilos ou agrave formaccedilatildeo de um produtordquo Avaliaccedilatildeo de resultados eacute a
atividade destinada a aferir mediante o emprego de indicadores o
desempenho da organizaccedilatildeo na execuccedilatildeo das accedilotildees que lhes satildeo pertinentes
e que tenham contribuiacutedo para a prestaccedilatildeo de um serviccedilo ou para a
formaccedilatildeo de um produto qualquer
A legislaccedilatildeo jaacute vem tratando haacute algum tempo desse assunto A LRF
consagrou este fundamento Natildeo existe plano que seja suficientemente
perfeito que consiga alcanccedilar seus objetivos sem um controle e avaliaccedilatildeo
adequados Por isso para LRF a LDO deve conter criteacuterios para tal Este eacute o
48
grande desafio da administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal a de
conciliar planejamento e controle e avaliaccedilatildeo
Os criteacuterios para transferecircncias a entidades puacuteblicas ou privadas e LRF exigiu
que a LDO criasse regras mas riacutegidas e claras para cooperaccedilatildeo natildeo ficando
portando somente por conta da LOA a autorizaccedilatildeo para tal
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) agora natildeo mais se justificam
autorizaccedilotildees geneacutericas sob a singela forma de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria Com
efeito o parlamentar deve conhecer e aprovar por exemplo qual asilo
orfanato albergue a ser contemplado com os auxiacutelios governamentais No
entendimento do autor a ajuda financeira estatal depende de triacuteplice previsatildeo
legal na LDO em lei especiacutefica e na LOA ou nos creacuteditos adicionais
Para Chalfun (2001 p 44) a reserva de contingecircncia constituiacutea-se de uma
parcela do superaacutevit corrente apurado no confronto entre as Receitas
Correntes e as Despesas Correntes sobre o qual era aplicado um percentual
estabelecido pela proacutepria administraccedilatildeo da entidade governamental
Atualmente de acordo com o art 5ordm inciso III da LRF a LOA conteraacute a
Reserva de Contingecircncia cuja forma de utilizaccedilatildeo e cujo montante
calculado com base na RCL seratildeo estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e destinados em princiacutepio ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
O autor ainda relata que a LRF deixou a decisatildeo sobre o percentual a ser
aplicado sobre a RCL para a formaccedilatildeo do seu montante a cargo da
administraccedilatildeo da entidade que deveraacute ter o cuidado de natildeo incluir um
valor maior do que o necessaacuterio e utilizaacute-lo sempre como um valor
restrito agrave sua finalidade
Com a exigecircncia de criteacuterios para inclusatildeo de projetos novos a lei cria regras
49
para proteccedilatildeo do patrimocircnio garantindo recursos suficientes para conclusatildeo
de projetos em andamento evitando desperdiacutecios
A seguir trataremos da LOA e as contribuiccedilotildees da Lei de Responsabilidade
Fiscal para este instrumento de planejamento
A LOA foi contemplada na Lei Federal 4320 de 1964 sendo esta como
principal norma legal Com o decorrer dos anos ficou defasada devido
sobretudo agraves modificaccedilotildees introduzidas pela Constituiccedilatildeo de 1988 Os gargalos
satildeo tratados nos proacuteprios entes federados por meio da Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
Os conteuacutedos da norma legal para os orccedilamentos dos entes federados satildeo O
orccedilamento fiscal da seguridade e investimento das empresas estatais
O estabelecimento de processos para elaboraccedilatildeo dos orccedilamentos satildeo
fundamentais para o ecircxito do projeto Este processo poderaacute ser conduzido por
Ministeacuterios no caso da Uniatildeo Secretarias de Estado ou Secretarias
Municipais conforme se originem respectivamente na Uniatildeo nos Estados ou
em Municiacutepios
Conforme Giacomoni (2007 p 240) o processo organizado pela Uniatildeo se daacute
por meio do Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da Internet
(SIDORNET) Este nos uacuteltimos anos vem sendo alimentado pela Internet e
representa um avanccedilo nos trabalhos operacionais para os agentes envolvidos
Este mesmo procedimento poderaacute ser adotado pelos Municiacutepios basta
estruturaccedilatildeo por meio de sistemas informatizados atualmente disponiacuteveis no
mercado
A etapas do processo na Uniatildeo conforme de acordo com Giacomoni (2007 p
240) satildeo formadas conforme a seguir
50
1ordf - Planejamento do Processo de elaboraccedilatildeo da proposta - etapa atualmente
de responsabilidade Secretaria de Orccedilamento e Financcedilas (SOF) que define a
estrateacutegia do processo identifica as etapas produtos e os agentes envolvidos
com seus respectivos papeacuteis Estabelece ainda metodologia para projeccedilatildeo de
receitas e despesas bem como o fluxo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria Nesta etapa Constroem-se orientaccedilotildees para detalhamento da
proposta setorial
2ordf - Definiccedilatildeo de macrodiretrizes - juntamente com a assessoria econocircmica do
MPOG do MF da Casa Civil e Oacutergatildeos setoriais a SOF estabelece as
principais diretrizes para elaboraccedilatildeo da LOA Com paracircmetros mais
macroeconocircmicos Destacando-se a importante modificaccedilatildeo inserida pela LRF
que eacute o demonstrativo para expansatildeo de despesas de caraacuteter continuado
3ordf - Revisatildeo da Estrutura Programaacutetica - etapa muito importante pois eacute nela
que os gerentes de programas organizados e inseridos por meio do PPA e
demais responsaacuteveis efetuam a revisatildeo da estrutura programaacutetica
4ordf - Avaliaccedilatildeo da Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC)
para a proposta orccedilamentaacuteria - com participaccedilatildeo novamente do MPOG e da
SOF e de outros oacutergatildeos realiza-se levantamento para verificar a necessidade
de financiamento por parte do governo
5ordf - Estudo definiccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de limites para as propostas setoriais - a
SOF com respaldo da Casa Civil estabelece limites para cada oacutergatildeo setorial
Os Oacutergatildeos repassam estes limites para as unidades orccedilamentaacuterias para
viabilizar a execuccedilatildeo dos projetos
6ordf - Captaccedilatildeo das propostas setoriais - as unidades orccedilamentaacuterias e oacutergatildeos
setoriais detalham suas propostas no Sistema Integrado de Dados
Orccedilamentaacuterios (SIDOR)
51
7ordf - Anaacutelise e ajuste das propostas setoriais - a SOF analisa ajusta e define as
propostas setoriais
8ordf - Fechamento compatibilizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da proposta orccedilamentaacuteria - o
MPGO e a Presidecircncia da Repuacuteblica aprovam a proposta recebem a indicaccedilatildeo
das fontes consolidando-a e compatibilizando-a com a CF de 1988 PPA LDO
e LRF
9ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo da mensagem presidencial e do projeto de lei
orccedilamentaacuteria - a SOF coordena o processo envolvendo vaacuterios oacutergatildeos do Poder
Executivo enviando mensagem presidencial juntamente com a proposta
orccedilamentaacuteria ao congresso nacional
10ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo das informaccedilotildees complementares ao projeto
de lei orccedilamentaacuteria - satildeo definiccedilotildees especiacuteficas da LDO da Uniatildeo que satildeo
encaminhadas conforme previsatildeo na lei mencionada
O processo detalhado com informaccedilotildees precisas definiccedilatildeo de prazos e
responsabilidades eacute fundamental para que o projeto de lei seja adequado e
atenda agraves necessidades da sociedade Eacute por meio dele que o poder puacuteblico
viabiliza suas accedilotildees governamentais atendendo aos anseios da sociedade As
etapas descritas acima podem ser e jaacute satildeo adaptadas aos Municiacutepios sempre
observando suas particularidades
Em seu artigo 5ordm inciso I a LRF incluiu novos conteuacutedos para a Lei
Orccedilamentaacuteria Anual Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 62) o referido
dispositivo atesta a compatibilidade entre a LDO e LOA e que estas devem
manter consistecircncia entre as metas de resultado originadas da comparaccedilatildeo
entre receitas e despesas e a evoluccedilatildeo patrimonial Assim se haacute previsatildeo no
Anexo de Metas Fiscais da LDO de um superaacutevit de 2 na peccedila orccedilamentaacuteria
a estimativa da receita deveraacute superar em 2 a fixaccedilatildeo da despesa No
comentaacuterio do autor a lei reafirma a compatibilidade entre os principais
52
instrumentos de planejamento estabelecendo uma sequumlecircncia uma coerecircncia
entre a LDO e a LOA
No mesmo artigo o inciso II segundo Toledo Jr E Ciquera (2002 p 62)
reitera mandamento constitucional constante do Artigo 165 sect 6ordm determinando
a anexaccedilatildeo de documento em que se revele o impacto orccedilamentaacuterio de toda e
qualquer renuacutencia fiscal que ainda persista na vida financeira do Municiacutepio
Natildeo importa a eacutepoca em que foram concedidas essas desistecircncias
fazendaacuterias
O dispositivo tenta conter as iniciativas que natildeo satildeo de interesse puacuteblico
implementando mais transparecircncia para a sociedade e para o parlamentar
ficando evidenciado o interesse da sociedade
A segunda exigecircncia da LRF no mesmo artigo trata da inserccedilatildeo de informaccedilatildeo
complementar demonstrando a forma de compensaccedilatildeo das despesas
obrigatoacuterias continuadas e das novas renuacutencias de receitas
O inciso III estabelece a necessidade de manter-se no projeto original a
reserva de contingecircncia para cobertura de passivos contingentes e os outros
riscos e eventos fiscais imprevistos informaccedilotildees jaacute constantes no Anexo de
Riscos Fiscais no sect 3ordm do art 4ordm
Tal reserva sempre foi utilizada como fonte para abertura de creacuteditos
adicionais e continua como tal especialmente nos orccedilamentos municipais
Nestes no entanto amplia sua funccedilatildeo pois ao ser inserida a reserva
comumente conhecida como reserva teacutecnica ocasiona um certo superaacutevit
orccedilamentaacuterio quando descontado seu valor
Para concluirmos nossos estudos sobre os principais instrumentos de
planejamento puacuteblico brasileiros tratados anteriormente eacute fundamental
53
discorrermos sobre o sistema e o processo orccedilamentaacuterio no qual a seguir
trataremos a partir da visatildeo de algumas doutrinas
Segundo Giacomoni (2007 p 202) a lei orccedilamentaacuteria e seus anexos
representam a expressatildeo mais clara do que se pode denominar de sistema
orccedilamentaacuterio E como jaacute vimos em nossos estudos o orccedilamento atualmente
natildeo pode ser visto de forma isolada ele eacute parte de um sistema maior advindo
de outros planos e programas para culminar na construccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria
No quadro 3 a seguir estaacute representada uma espeacutecie de sistema integrado de
planejamento e orccedilamento segundo a concepccedilatildeo bastante difundida na
Ameacuterica Latina por meio do ILPESCEPAL11
11 Esta concepccedilatildeo foi extraiacuteda de El presuposto Y el processo de planificacioacuten Belo Horizonte Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da UFMG 1971 (mimeo) Esse trabalho foi baseado em dois documentos do Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y Social (ILPES) ldquoReflexiones em torno de dos problemas actuales de la planifcacioacuten em Ameacuterica Latinardquo e ldquoMetodologia para la formulaciacuteon de planes operativos anualesrdquo O ILPES eacute um oacutergatildeo da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina (CEPAL) organismo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
54
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de El presupesto Y el proceso de planificacioacuten Cit
O quadro estaacute organizado e estruturado a partir da ldquoestrateacutegia de
desenvolvimentordquo definida segundo Giacomoni (2007 p 202) como
a) Imagem prospectiva originaacuteria de projetos soacuteciais baacutesicos cujos
objetivos e metas a serem alcanccediladas satildeo estruturados para a mudanccedila do
plano econocircmico-social atual
b) Os Projetos Estrateacutegicos satildeo os que estabelecem efetivamente elementos
para a mudanccedila idealizada pela imagem prospectiva Satildeo em pouca
55
quantidade envolvem vaacuterios setores dos governos trabalhando de forma
coordenada
c) Enunciado de Poliacuteticas Baacutesicas surge da viabilizaccedilatildeo dos projetos
estrateacutegicos
Giacomoni (2007 p 204) exemplifica o quadro com o Primeiro Plano Nacional
de Desenvolvimento (I PND) ocorrido no Brasil no periacuteodo de 197274 Nele
foram definidas trecircs imagens prospectivas sendo a primeira colocar o Brasil
no espaccedilo de uma geraccedilatildeo na categoria das naccedilotildees desenvolvidas A
segunda era duplicar ateacute 1980 a renda per capita do Brasil em relaccedilatildeo a
1969 observando o crescimento anual do PIB equivalente ao dos uacuteltimos trecircs
anos A terceira prospectiva seria elevar a economia em 1974 agraves dimensotildees
resultantes de um crescimento anual do PIB entre 8 e 10
Como projetos estrateacutegicos foram definidos dentre outros os seguintes a)
modernizaccedilatildeo da empresa nacional b) mobilizaccedilatildeo do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais c) implementaccedilatildeo de programas de
desenvolvimento tecnoloacutegico
Como poliacuteticas baacutesicas definidas pelo I PND cita-se a tiacutetulo exemplificativo a)
modelo econocircmico de mercado orientado para a descentralizaccedilatildeo das decisotildees
econocircmicas com vistas no crescimento progressivo do mercado de consumo
b) alianccedila entre o setor privado e o governo com a aceitaccedilatildeo da influecircncia
crescente desse uacuteltimo na gestatildeo do sistema econocircmico na realizaccedilatildeo de
investimentos e na capacidade de regulamentar
O quadro 3 demonstra que os planos de meacutedio prazo satildeo formados por etapas
estrateacutegicas e satildeo de maneira geral planos setoriais e regionaissetoriais que
se constituem de programas baacutesicos determinando objetivos e metas de
resultado setorial Os planos anuais operativos no modelo satildeo oriundos das
definiccedilotildees estrateacutegicas dos planos de meacutedio prazo estabelecem metas de
56
curto prazo a cargo do setor puacuteblico definindo orientaccedilotildees e regras a serem
cumpridas pelo setor privado
Os principais planos operativos conforme Giacomoni (2007 p 206) satildeo
Orccedilamento Econocircmico Orccedilamento monetaacuterio orccedilamento do balanccedilo de
pagamentos balanccedilos projetados programas de execuccedilatildeo e o orccedilamento do
setor puacuteblico
O processo orccedilamentaacuterio caracteriza-se basicamente por sua dinacircmica ciacuteclica
que transita por quatro etapas e cada ciclo da proposta orccedilamentaacuteria anual e
de maneira bem simplificada conforme demonstrado no quadro 4 a seguir
QUADRO 4
Processo Orccedilamentaacuterio
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
O processo de planejamento e orccedilamento no Brasil estaacute basicamente
representado por Planos Nacionais de Desenvolvimento Econocircmico e Social
Exemplos destes planos satildeo o Programa de Aceleraccedilatildeo do Crescimento
(PAC) e o PPA Este detalhado no capiacutetulo 223 tem relaccedilatildeo direta com os
programas especiais e especialmente com a LOA que com a nova proposta
assume as accedilotildees governamentais prevista no PPA para serem materializadas
no orccedilamento anual
57
O quadro a seguir representa as varias etapas do que Giacomoni (2007 p
209) denomina processo integrado de planejamento e orccedilamento
QUADRO 5
Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
Segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 209) os modelo de
planejamentos descritos anteriormente
Embora os planos de desenvolvimento tenham proliferado e as teacutecnicas por eles utilizadas sejam melhores a taxa anual meacutedia de crescimento do produto interno real nos paiacuteses menos desenvolvidos natildeo demonstra qualquer melhoria sensiacutevel na Ameacuterica Latina desde os anos 50 chegando mesmo a declinar na Aacutesia Meridional e no Sudeste
Para o autor o modelo seria eficaz e efetivo se os resultados fossem
adequados agraves necessidades do paiacutes De nada adiantariam uma boa teacutecnica
planejadora e um bom modelo com o crescimento do paiacutes que natildeo atendam agraves
necessidades da sociedade
Em paiacuteses com instabilidade poliacutetica e incerteza econocircmica natildeo se aplicariam
planos de longo e meacutedio prazo segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p
210) Associam-se a essas caracteriacutesticas deficiecircncias teacutecnicas falta de
58
informaccedilotildees e sistema administrativo deficiente Tais modelos satildeo
predominantes em paiacuteses em desenvolvimento
Ainda segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 210) os resultados do
planejamento em niacuteveis nacionais regionais ou urbanos satildeo insatisfatoacuterios
quando se utiliza o modelo que ele nomeia de tradicional
Isso se deve em parte agrave deficiecircncia de meacutetodo e em parte tambeacutem ao ambiente desfavoraacutevel em que com frequumlecircncia o planejamento convencional opera mas a razatildeo mais importante eacute que o planejamento convencional natildeo satisfaz agraves necessidades sociais Talvez seja nesse uacuteltimo sentido que existem maiores razotildees para se afirmar que o planejamento convencional tem fracassado pois eacute aiacute que costuma ser maior o abismo entre as aspiraccedilotildees e os resultados obtidos
Para o autor o meacutetodo pode ser concentrado para a soluccedilatildeo de problemas
para metas muito aleacutem da realidade ou ateacute mesmo sem o foco no problema
isso poderaacute solucionaacute-lo apenas parcialmente ou ateacute criar outro
As etapas do processo de planejamento estatildeo demonstradas no quadro 6 a
seguir num paralelo entre um modelo considerado convencional para alguns
autores e um modelo voltado para soluccedilatildeo de problemas
QUADRO 6
Etapas do processo de planejamento
Fonte Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
59
Para Wildavsky (apud Giacamoni 2007 p 211) o principal fator determinante
do tamanho e do conteuacutedo do orccedilamento de um determinado ano seria o
orccedilamento do ano imediatamente anterior Com isso existiria pouca
flexibilidade na elaboraccedilatildeo de cada novo orccedilamento Logo decisotildees tomadas
haacute bastante tempo natildeo modificaacuteveis em determinado momento e tenderiam a
se perpetuar
A esta visatildeo dar-se o nome de ldquoincrementalrdquo Nela ocorre efetivamente uma
repeticcedilatildeo sucessiva dos orccedilamentos somente com certo incremento mas com
a maior parte dos programas vindos do exerciacutecio anterior
Seguindo a linha de pensamento de Wildavsky pode-se dizer que o PPA
instituiacutedo pela CF de 1988 no Brasil seguiu de certa forma a linha do
incrementalismo Pois estabelece que em seu conteuacutedo que deve conter
despesas de capital outras delas decorrentes e despesas de caraacuteter
continuado Previa-se portanto que os programas e accedilotildees jaacute existentes e que
natildeo eram discricionaacuterios do governo deveriam constar no PPA e
consequumlentemente na LOA
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
A definiccedilatildeo de despesas com pessoal estaacute contida no art 18 da LRF como o
somatoacuterio dos gastos com os ativos os inativos e os pensionistas os
relativos a mandatos eletivos cargos funccedilotildees ou empregos civis e de
membros do Poder Executivo e do Poder Legislat ivo com quaisquer
espeacutecies remuneratoacuterias tais como vencimentos e vantagens fixas e
variaacuteveis subsiacutedios proventos da aposentadoria reformas e pensotildees
inclusive adicionais gratificaccedilotildees horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza bem como encargos sociais e contribuiccedilotildees recolhidas
pelo municiacutepio agraves entidades de previdecircncia
60
Aleacutem disso a LRF fixa o limite para a despesa total com pessoal nos
Municiacutepios em 60 (sessenta por cento) da Receita Corrente Liacutequida Desta
porcentagem 6 para o Legislativo e 54 para o Executivo Neste uacuteltimo
deve-ser considerar suas respectivas administraccedilotildees indiretas cuja
composiccedilatildeo se encontra estabelecida no art 2ordm IV aliacutenea c e nos seus
paraacutegrafos 1ordm e 2ordm e eacute demonstrada no quadro a seguir
QUADRO 7
Composiccedilatildeo da RCL
Receitas Correntes (+) Tributaacuterias (+) de Contribuiccedilotildees (+) Patrimoniais (+) Industriais (+) Agropecuaacuterias (+) de Serviccedilos (+) Transferecircncias Correntes (+) Outras Receitas Correntes Subtotal 1 ( ndash ) Contribuiccedilotildees Previdenciaacuterias ( ndash ) Receitas de Compensaccedilatildeo Financeira Receita Corrente Liacutequida Fonte Elaborado pelo Autor
Para apuraccedilatildeo da RCL e dos gastos com pessoal considera-se pela lei o
periacuteodo entre o mecircs de apuraccedilatildeo e os 11 meses anteriores A apuraccedilatildeo das
despesas com pessoal deve-se considerar entatildeo um periacuteodo de 12
meses com algumas deduccedilotildees tais como
bull indenizaccedilatildeo por demissatildeo de servidores ou empregados
bull incentivos agrave demissatildeo voluntaacuteria
bull despesas decorrentes de decisatildeo judicial cuja competecircncia seja de
periacuteodo imediatamente anterior a 11 meses ao da apuraccedilatildeo
bull despesas com inativos ainda que por intermeacutedio de fundo especiacutefico
custeado por recursos provenientes da arrecadaccedilatildeo de contribuiccedilotildees dos
segurados
bull compensaccedilatildeo financeira entre fundos de previdecircncia e das demais
61
receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade inclusive
o produto da alienaccedilatildeo de bens direitos e ativos bem como seu superaacutevit
financeiro
A LRF estabeleceu ainda um limite prudencial de 95 (noventa e cinco por
cento) do limite estabelecido para cada poder A apuraccedilatildeo deveraacute ser
realizada a cada quadrimestre do exerciacutecio sujeitando-se o municiacutepio a
restabelecer os limites ultrapassados nos dois quadrimestres seguintes Caso
natildeo cumpra tal dispositivo o municiacutepio poderaacute deixar de receber as
transferecircncias voluntaacuterias de obter garantias e natildeo poderaacute contratar
operaccedilotildees de creacutedito
O estabelecimento de limites para o endividamento puacuteblico foi um dos pontos
especiais da LRF A diacutevida limita a accedilatildeo governamental na execuccedilatildeo de
serviccedilos puacuteblicos e seu crescimento desordenado e ilimitado compromete
aleacutem da execuccedilatildeo de obras de infra-estrutura programas finaliacutesticos dos
governos nacionais e sub-nacionais despesas com pessoal e despesas para
manutenccedilatildeo da maacutequina puacuteblica
Em seu artigo 29 a LRF considera diacutevida puacuteblica consolidada ou fundada o
montante total apurada sem duplicidade das obrigaccedilotildees financeiras do ente
da Federaccedilatildeo assumidas em virtude de leis contratos convecircnios ou tratados
e da realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de creacutedito para amortizaccedilatildeo em prazo superior a
doze meses
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 187) na conceituaccedilatildeo do art 29 diacutevida
fundada ou consolidada proveacutem da contrataccedilatildeo de empreacutestimos ou
financiamentos com prazo de pagamento superior a doze meses A proacutepria
LRF contudo no paraacutegrafo 3ordm jaacute excepciona tal regra satildeo as operaccedilotildees de
prazo inferior a doze meses que passam a compor essa espeacutecie de
endividamento
62
A apuraccedilatildeo quadrimestral da diacutevida consolidada seraacute demonstrada no RGF
considerando-se a diacutevida da administraccedilatildeo direta e indireta conforme
determinaccedilatildeo do artigo 50 da LRF
A LRF natildeo definiu limites para o endividamento puacuteblico ficando para
regulamentaccedilatildeo do Senado Federal que definiu por meio da Resoluccedilatildeo nordm 40
de 2001 a diacutevida consolidada liacutequida Conforme o seu art 1ordm sect 1ordm V a
diacutevida consolidada liacutequida eacute a diacutevida puacuteblica consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa as aplicaccedilotildees financeiras e os demais haveres
financeiros
Ainda na Resoluccedilatildeo 40 em seu art 3ordm II a diacutevida consolidada liacutequida dos
Municiacutepios ao final do deacutecimo quinto exerciacutecio financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicaccedilatildeo da Resoluccedilatildeo natildeo poderaacute exceder a
12 (um inteiro e dois deacutecimos) vezes a receita corrente liacutequida
Para a amortizaccedilatildeo de diacutevidas tambeacutem existe um limite anual definido pelo
Senado Federal em sua Resoluccedilatildeo nordm 432001 art 7ordm II Esta legislaccedilatildeo
define que o comprometimento anual com amortizaccedilotildees juros e demais
encargos da diacutevida consolidada inclusive relativos a valores a desembolsar
de operaccedilotildees de creacutedito jaacute contratadas e a contratar natildeo poderaacute exceder a
115 (onze inteiros e cinco deacutecimos por cento) da receita corrente liacutequida
Ainda por meio da mesma Resoluccedilatildeo com alteraccedilotildees trazidas pela Resoluccedilatildeo
nordm 052002 dispocircs-se sobre os limites globais para o montante da diacutevida
puacuteblica consolidada e da diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria A Resoluccedilatildeo nordm 43 de
21 de dezembro de 2001 com alteraccedilotildees na Resoluccedilatildeo nordm 032002 definiu
limites por ocasiatildeo da execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Com a instituiccedilatildeo da LRF a administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal
passou a ter maior atenccedilatildeo em suas accedilotildees Consta em seu art 1ordm sect 1ordm que
63
A responsabilidade na gestatildeo fiscal pressupotildee a accedilatildeo planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediecircncia a limites e condiccedilotildees no que tange a renuacutencia de receita geraccedilatildeo de despesas com pessoal da seguridade social e outras diacutevidas consolidada e mobiliaacuteria operaccedilotildees de creacutedito inclusive por antecipaccedilatildeo de receita concessatildeo de garantia e inscriccedilatildeo em Restos a Pagar (grifo nosso)
O princiacutepio da transparecircncia na LRF brasileira como jaacute mencionado foi um dos
pontos tambeacutem trabalhados na LRF da Nova Zelacircndia A principal intenccedilatildeo
destes eacute o fortalecimento do controle social aumentando a pressatildeo para que o
gestor puacuteblico fique mais atento na conduccedilatildeo de seus atos O gestor tambeacutem
com a divulgaccedilatildeo de suas contas com a realizaccedilatildeo de audiecircncias ganha
politicamente quando tende a aproximar-se da populaccedilatildeo
O artigo que trabalhou o fundamento da transparecircncia eacute o 48 da LRF
conforme se segue
Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) o controle social do eraacuterio eacute
fundamento baacutesico da LRF que para tanto estabelece intensa agenda de
debate popular e de publicidade das contas dentre elas realizaccedilatildeo de
audiecircncias puacuteblicas com objetivo de debater a construccedilatildeo do PPA LDO e LOA
e verificar o cumprimento das metas orccedilamentaacuterias e patrimoniais
disponibilizaccedilatildeo das contas municipais durante todo o ano natildeo mais sessenta
dias como previsto anteriormente pela CF de 1988 Aleacutem disso o ministeacuterio
puacuteblico deve divulgar os nomes dos Municiacutepios que ultrapassaram os limites
determinados para a diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria No mesmo artigo 48 tambeacutem haacute
determinaccedilatildeo expressa para ampla divulgaccedilatildeo dos orccedilamentos balanccedilos e
pareceres dos tribunais de contas sobre o julgamento dos gestores do dinheiro
puacuteblico
64
Todos os dispositivos satildeo essenciais para a gestatildeo fiscal responsaacutevel Cabe ao
gestor incentivar a participaccedilatildeo popular articulando com a sociedade
organizada e orientando o exerciacutecio da cidadania e a evoluccedilatildeo do controle
social
A transparecircncia foi citada no artigo 52 da mesma disciplina legal constando
que ldquoO relatoacuterio a que se refere o sect 3o do art 165 da Constituiccedilatildeo abrangeraacute
todos os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico seraacute publicado ateacute trinta dias apoacutes o
encerramento de cada bimestrerdquo
As prestaccedilotildees de contas anteriores a LRF eram encaminhadas anualmente
Por mais avanccedilados e especializados que fossem os Tribunais de contas natildeo
seria possiacutevel por exemplo uma accedilatildeo em tempo necessaacuterio para correccedilatildeo dos
rumos da administraccedilatildeo evitando deacuteficits e diacutevidas para o patrimocircnio puacuteblico
A veiculaccedilatildeo das informaccedilotildees fiscais publicadas nas dependecircncias das
entidades puacuteblicas e em meio magneacutetico trinta dias apoacutes o encerramento de
cada bimestre torna mais transparente a gestatildeo puacuteblica bem como possibilita
uma accedilatildeo em tempo real pela sociedade e pelos oacutergatildeos de controle interno e
externo
Informaccedilotildees importantes e novos conceitos foram trabalhados para que a
transparecircncia seja possiacutevel No artigo 53 do mesmo diploma legal trata de
informaccedilotildees que acompanharatildeo os relatoacuterios resumidos da execuccedilatildeo
orccedilamentaacuteria Satildeo elas apuraccedilatildeo da RCL receitas e despesas previdenciaacuterias
quando cabiacuteveis resultado nominal e primaacuterio despesas com juros restos a
pagar projeccedilotildees atuariais dos regimes de previdecircncia social geral e proacuteprio
dos servidores puacuteblicos variaccedilatildeo patrimonial evidenciando a alienaccedilatildeo de
ativos e a aplicaccedilatildeo dos recursos dela decorrentes da limitaccedilatildeo de empenhos
e da frustraccedilatildeo de receitas especificando as medidas de combate agrave sonegaccedilatildeo
e agrave evasatildeo fiscal adotadas e a adotar e as accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e cobranccedila
65
A LRF trabalhou juntamente com a transparecircncia o fortalecimento do controle
determinando responsabilidades pelas informaccedilotildees do relatoacuterio de gestatildeo
fiscal No artigo 20 trata das responsabilidades do presidente e demais
membros da mesa diretora dos Legislativos ou oacutergatildeo decisoacuterio equivalente
Nos regimentos internos destes oacutergatildeos devem constar as responsabilidades
do presidente e de demais membros da mesa diretora Nos oacutergatildeos do Poder
Judiciaacuterio no ministeacuterio puacuteblico da Uniatildeo e dos Estados da mesma forma
Aleacutem disso traz a responsabilizaccedilatildeo pelas informaccedilotildees dos responsaacuteveis pela
administraccedilatildeo financeira e pelo controle interno Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 275) de quatro em quatro meses a
Prefeitura e a Cacircmara de Vereadores cada uma emitiraacute o segundo relatoacuterio de
verificaccedilatildeo orccedilamentaacuteria agrave luz da LRF o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal ndash RGF Haacute
o RGF do Poder Executivo assinado pelo Prefeito Secretaacuterio ou Diretor de
Financcedilas e tambeacutem por quem responde pelo controle interno De igual modo
haacute o RGF do Poder Legislativo chancelado por toda a Mesa Diretora da
Cacircmara dos Vereadores pelo responsaacutevel financeiro e ainda pelo servidor
que titulariza o controle interno
Apoacutes tratado sobre o planejamento e os pontos estrateacutegicos da LRF
realizaremos um estudo o sobre a gestatildeo do orccedilamento puacuteblico
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
231 Introduccedilatildeo
A Lei de Responsabilidade Fiscal dentre as diversas contribuiccedilotildees para as
financcedilas puacuteblicas brasileiras teve seguramente como principal objetivo o
66
ldquoequiliacutebrio das contas puacuteblicasrdquo consagrado como princiacutepio por diversos
doutrinadores
Na elaboraccedilatildeo dos trecircs mais importantes instrumentos de planejamento PPA
LDO e a LOA os Municiacutepios e os outros entes federados buscam o equiliacutebrio
entre receitas e despesas fundamentados em princiacutepios contidos na Lei
Federal 4320 de 1964 e reafirmados pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Embora esses trecircs instrumentos de planejamento mencionados sejam de
fundamental importacircncia natildeo haacute garantias de equiliacutebrio financeiro por mais
eficientes que sejam os departamentos ou teacutecnicos orccedilamentistas As
estimativas das receitas e a fixaccedilatildeo das despesas satildeo projetadas para um
exerciacutecio inteiro A LRF para tentar conciliar a autorizaccedilatildeo prevista na LOA
com a efetiva execuccedilatildeo do orccedilamento anual instituiu a programaccedilatildeo
financeira cronograma mensal de desembolso metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo e cotas Analisaremos detalhadamente cada um destes itens
instituiacutedos pela LRF
232 Programaccedilatildeo Financeira
Natildeo podemos afirmar que em nenhum Municiacutepio exista uma regularidade nas
entradas das receitas por mais precisa que seja a previsatildeo pois receitas como
o IPTU12 o IPVA13 e o ICMS14 tem ocorrecircncia maior no inicio do exerciacutecio
Por isso antes que se inicie a execuccedilatildeo do orccedilamento ou seja do
planejamento traccedilado eacute preciso que o gestor tome iniciativa de traccedilar planos
orccedilamentaacuterios e financeiros mais detalhados abrangendo espaccedilos menores de
tempo que possibilitem uma adequaccedilatildeo temporal e financeira compatiacutevel com
as despesas a serem executadas
12 Imposto Predial e Territorial Urbana tributo municipal instituiacutedo pelo Constituiccedilatildeo Federal de 1988 13 Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotivos 14 Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
67
A programaccedilatildeo financeira foi inserida na gestatildeo do orccedilamento municipal por
meio do Art 8ordm da Lei de Responsabilidade Fiscal descrito a seguir
Art 8ordm Ateacute trinta dias apoacutes a publicaccedilatildeo dos orccedilamentos nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e observando o disposto na aliacutenea c do inciso I do artigo 4ordm o Poder Executivo estabeleceraacute a programaccedilatildeo financeira e o cronograma de execuccedilatildeo mensal de desembolso Paraacutegrafo Uacutenico Os recursos legalmente vinculados agrave finalidade especiacutefica seratildeo utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculaccedilatildeo ainda que em exerciacutecio diverso daquele em que ocorrer o ingresso
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) este dispositivo visa a ajustar os
compromissos do governo agrave efetiva existecircncia de numeraacuterios e a evitar
insuficiecircncias de tesouraria Dessa forma eacute que empreacutestimos de curto prazo e
operaccedilatildeo de creacutedito por antecipaccedilatildeo da receita orccedilamentaacuteria (ARO) poderatildeo
ser evitadas Este dispositivo serve ainda para compatibilizar as entradas das
receitas com a execuccedilatildeo das despesas especialmente as de caraacuteter
discricionaacuterio do governo
Para o autor ocorre uma controveacutersia entre este dispositivo e o artigo 47 da Lei
Federal 4320 que estabelecia uma programaccedilatildeo financeira trimestral No
entanto prevalece o dispositivo mais recente Assim a planificaccedilatildeo financeira
passa vigorar mensalmente
Considerando que anterior a LRF existiam percentuais mais elevados de
deacuteficitrsquos financeiros com maacute aplicaccedilatildeo do disposto na Lei Federal 4320 a
utilizaccedilatildeo eficiente de um controle mensal tornou-se necessaacuteria Importante
mencionar que nesta programaccedilatildeo devem ser considerados todos os creacuteditos
os iniciais fixados os demais que venham ocorrer como suplementares
especiais e extraordinaacuterios e ainda os restos a pagar dos exerciacutecios anteriores
porventura existentes
Os recursos carimbados ou vinculados conforme citado no artigo acima
devem ter sua utilizaccedilatildeo exclusivamente direcionadas para seus fins
68
acordados caso ocorram sobras elas poderatildeo ser utilizadas em exerciacutecio
adverso desde que atenda ao estabelecido em instrumento inicial
Podemos dizer que estes recursos satildeo pequenos orccedilamentos dentro do
orccedilamento geral do Municiacutepio Eles devem obedecer a um equiliacutebrio particular
evitando sobras utilizaccedilatildeo indevida devoluccedilatildeo de recursos e
consequumlentemente evitando aplicaccedilatildeo de penalidades pelos oacutergatildeos de
fiscalizaccedilatildeo externa e pelo ministeacuterio puacuteblico
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 74) os saldos financeiros remanescentes
continuam pertencendo ao ente Por isso eacute que poderiam mesmo ter sua
utilizaccedilatildeo em exerciacutecio adverso ao seu ingresso
A LRF contribuiu para a aplicaccedilatildeo e controle das financcedilas Para isso instituiu
normas que sua aplicaccedilatildeo efetiva pelas entidades depende de iniciativa para
sua regulamentaccedilatildeo A Uniatildeo sujeita agraves normas regulamentou por meio do
anexo VI da Portaria interministerial MFMP Nordm 125 de 19 de maio de 2006 sua
programaccedilatildeo financeira para 2006 conforme tabela a seguir
69
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira
ANEXO VI DA PORTARIA INTERMINISTERIAL MFMP Nordm 125 DE 19 DE MAIO DE 2006
VALORES AUTORIZADOS PARA PAGAMENTO RELATIVOS A DOTACcedilOtildeES CONSTANTES
DA LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA PARA 2006 E AOS RESTOS A PAGAR DE 2005 Data de atualizaccedilatildeo 09012007 R$ Mil
ATEacute MAI ATEacute JUN ATEacute JUL ATEacute AGO ATEacute SET ATEacute OUT ATEacute NOV ATEacute DEZ OacuteRGAtildeOS EOU UNIDADES ORCcedilAMENTAacuteRIAS
20101 PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 295802
349209
452616
506022
550988
595953
691918
810026
20102 GAB DA VICE-PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 998
1198
1398
1698
1868
2037
2721
2890
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIAtildeO 39814
45524
51234
60345
67704
75063
79922
94781
22000 MIN DA AGRIC PEC E ABASTECIMENTO 238546
354485
400424
460563
526646
589462
674777
874179
24000 MIN DA CIEcircNCIA E TECNOLOGIA 616141
788828
954130
1198017
1312077
1449359
1695323
2234942
25000 MIN DA FAZENDA 461494
607980
760465
1052064
1306841
1372881
1458411
1589215
26000 MIN DA EDUCACcedilAtildeO 2431224
3091435
3528998
4166209
4865611
5568436
6271262
7064088
28000 MIN DO DESENV IND E COMEacuteRCIO EXTERIOR 90763
99587
125231
134555
152459
159337
166214
214091
30000 MIN DA JUSTICcedilA 456383
541391
653548
765704
862253
958802
1055351
1231900
32000 MIN DE MINAS E ENERGIA 85465
114630
143796
186053
210688
258607
306525
379444
33000 MIN DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL 299527
457649
539558
625468
711378
797288
883197
969107
35000 MIN DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES 347097
377226
407355
467485
520419
633354
716289
885223
70
36000 MIN DA SAUacuteDE 13050504
15924886
18815009
21705132
24482919
27260706
30038492
34588170
38000 MIN DO TRABALHO E EMPREGO 161118
181567
251612
341578
364691
387805
410918
452031
39000 MIN DOS TRANSPORTES 668160
749053
829946
1077339
1286381
1602422
1671464
2335793
41000 MIN DAS COMUNICACcedilOtildeES 122628
142098
161667
190557
220868
264603
308338
363472
42000 MIN DA CULTURA 155156
182753
213850
257547
278457
301566
325476
384885
44000 MIN DO MEIO AMBIENTE 115444
158213
193482
243551
271981
301461
329891
403421
47000 MIN DO PLANEJ ORCcedilAMENTO E GESTAtildeO 144840
168562
207104
238386
281455
309915
368376
443436
49000 MIN DO DESENVOLVIMENTO AGRAacuteRIO 285471
723196
934922
1036647
1112176
1406829
1706481
2012818
51000 MIN DO ESPORTE 106895
181039
217283
244027
260430
325044
388858
507842
52000 MIN DA DEFESA 784728
1042536
1215345
1520953
1989733
2341660
2696194
3687152
53000 MIN DA INTEGRACcedilAtildeO NACIONAL 352210
382066
495608
580249
693417
778159
841451
1077819
54000 MIN DO TURISMO 108586
198430
278459
333388
346698
402446
466194
700142
55000 MIN DO DESENV SOCIAL E COMB Agrave FOME 478367
705610
932852
1160095
1369197
1852448
2335700
2736782
56000 MIN DAS CIDADES 202042
299230
412819
440908
452024
485141
531557
1003796
71000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIAtildeO 96894
153836
167777
209719
249063
288408
327752
366096
73101 RECURSOS SOB SUPERV DO MIN DA FAZENDA 39869
43845
47820
52496
56272
60049
63825
67601
74000 OPERACcedilOtildeES OFICIAIS DE CREacuteDITO 34330
37521
40713
53740
53740
53740
53740
78740
TOTAL GERAL 22270494 28103583 33435022 39310495 44858433 50882980 56866619 67559884
Fonte httpwwwtesourofazendagovbrprogramacao_financeira horaacuterio 2200 do dia 040208
71
Na Uniatildeo segundo Giacomoni (2007 p 318) a principal norma
disciplinadora eacute o Decreto-lei ndeg 20067 que define a programaccedilatildeo
financeira de desembolso como instrumento baacutesico do planejamento
Especificamente os artigos 17 e 72 a seguir descritos
Art 17 Para ajustar o ritmo de execuccedilatildeo do orccedilamento-programa ao fluxo provaacutevel de recursos o Ministeacuterio do Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral e o Ministeacuterio da Fazenda elaboraratildeo em conjunto a programaccedilatildeo financeira de desembolso de modo a assegurar a liberaccedilatildeo automaacutetica e oportuna dos recursos necessaacuterios agrave execuccedilatildeo dos programas anuais de trabalhatildeordquo e ldquoArt 72 Com base na lei orccedilamentaacuteria creacuteditos adicionais e seus atos complementares o oacutergatildeo central da programaccedilatildeo financeira fixaraacute as cotas e prazos de utilizaccedilatildeo de recursos pelos oacutergatildeos da Presidecircncia da Repuacuteblica pelos ministeacuterios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciaacuterio para atender agrave movimentaccedilatildeo dos creacuteditos orccedilamentaacuterios
Na Uniatildeo os artigos do referido decreto que tratam de programaccedilatildeo
financeira satildeo inseridos a cada exerciacutecios financeiro da LDO
disciplinando a execuccedilatildeo financeira
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do orccedilamento geralmente eacute dado atenccedilatildeo especial
para realizaccedilatildeo da despesa A LRF inovou e dedicou artigos importantes para
as receitas puacuteblicas esquecidas especialmente pelos Municiacutepios A praacutetica de
calcular as despesas e apoacutes equilibraacute-las sem criteacuterio com a receita natildeo se
admite mais
O artigo 12 jaacute trabalha regras para o processo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria como se segue
Art 12 As previsotildees de receita observaratildeo as normas teacutecnicas e legais consideraratildeo os efeitos das alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo da variaccedilatildeo do iacutendice de preccedilos do crescimento econocircmico ou de qualquer outro fator relevante e seratildeo acompanhadas de
72
demonstrativo de sua evoluccedilatildeo nos uacuteltimos trecircs anos da projeccedilatildeo para os dois seguintes agravequele a que se referirem e da metodologia de caacutelculo e premissas utilizadasrdquo
Dessa forma estaria no miacutenimo qualquer dos entes federados ao superestimar
a receita desobedecendo ao princiacutepio da legalidade expressamente definido
no artigo 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal
A execuccedilatildeo do orccedilamento foi regulamentada pelo artigo 13 d LRF abaixo
transcrito
Art 13 No prazo previsto no art 8o as receitas previstas seratildeo desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo com a especificaccedilatildeo em separado quando cabiacutevel das medidas de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos tributaacuterios passiacuteveis de cobranccedila administrativa (grifo nosso)
Ateacute 30 dias apoacutes a publicaccedilatildeo da LOA eacute necessaacuterio que o municiacutepio aleacutem de
elaborar programaccedilatildeo financeira estabelecida no artigo 8ordm providencie o
desdobramento das receitas estimadas anualmente em metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
Poreacutem o entendimento da doutrina eacute que para se chegar em metas bimestrais
conforme previsto na lei seria necessaacuterio o desdobramento inicialmente em
metas mensais A forma mais apropriada para a construccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira mensal estaacute conforme estabelecida no artigo 8ordm Ressalta-se que
como todo planejamento a receita tambeacutem tem inconstacircncias e uma revisatildeo
perioacutedica seria apropriada para natildeo afetar as metas estabelecidas
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 98) o detalhamento bimestral aleacutem do
mais fundamenta-se no comportamento oscilante natildeo linear em decorrecircncia
do IPTU pago a vista da transferecircncia de 50 do IPVA e de um ICMS
alentado pelas vendas de fim de ano A receita municipal ingressa com mais
vigor no iniacutecio do exerciacutecio depois flutua em virtude do niacutevel da atividade
73
econocircmica seja ela local regional ou nacional Por isso o orccedilamentista se
basearaacute na execuccedilatildeo ocorrida em exerciacutecios preteacuteritos
Em seguir apresenta-se tabela demonstrando as metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
74
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO MUNICIacutePIO OacuteRGAcircO BIMESTRE META DE ARRECADACcedilAtildeO RECEITA ARRECADA DIFERENCcedilA1ordm 2ordm 3ordm 4ordm 5ordm 6ordm TOTAL Observaccedilotildees ndash Medidas adotadas quando cabiacuteveis de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos passiacuteveis de cobranccedila administrativa ____________________________________ __________________________________ ____________________________________ ORDENADOR CONTADOR CONTROLE INTERNO
Fonte TCEMG - Adaptaccedilatildeo do Autor
75
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
Eacute comum que leis e atos instituiacutedos nos Municiacutepios natildeo sejam obedecidos
pelas unidades orccedilamentaacuterias e pelas entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta O caminho para garantir que seja cumprida a programaccedilatildeo financeira
especialmente para os que ainda insistem em elaborar leis orccedilamentaacuterias com
receitas superestimadas eacute a instituiccedilatildeo de cotas financeiras
Para corrigir possiacuteveis falhas de planejamento eacute necessaacuterio que durante a sua
execuccedilatildeo sejam corrigidas as distorccedilotildees Assim sendo a soluccedilatildeo eacute promover a
limitaccedilatildeo de gastos durante a execuccedilatildeo do orccedilamento por meio das cotas
levando-se em consideraccedilatildeo a receita efetivamente arrecadada e natildeo o
montante do orccedilamento autorizado pelo Legislativo
Os artigos 47 e 48 da Lei Federal 4320 de 1964 como transcritos a seguir jaacute
tratavam deste tema
Art 47 Imediatamente apoacutes a promulgaccedilatildeo da Lei de Orccedilamento e com base nos limites nela fixados o Poder Executivo aprovaraacute um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orccedilamentaacuteria fica autorizada a utilizar Art 48 A fixaccedilatildeo das cotas a que se refere o artigo anterior atenderaacute aos seguintes objetivos a) assegurar agraves unidades orccedilamentaacuterias em tempo uacutetil a soma de recursos necessaacuterios e suficientes agrave melhor execuccedilatildeo do seu programa anual de trabalho b) manter durante o exerciacutecio na medida do possiacutevel o equiliacutebrio entre a receita arrecada e a despesa realizada de modo a reduzir ao miacutenimo eventuais insuficiecircncias de tesouraria (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) o art 8ordm da LRF natildeo contradiz o
dispositivo mencionado pois a programaccedilatildeo financeira poderaacute continuar
trimestral e as regras para o desembolso ficariam mensais
Tal medida serve para ldquodosarrdquo a execuccedilatildeo da despesa e o instrumento que
permite isto satildeo as cotas A cota limita a execuccedilatildeo do orccedilamento pois embora
76
exista um valor previsto para o exerciacutecio este natildeo pode ser executado de uma
uacutenica vez e aleacutem disso depende da realizaccedilatildeo das receitas
Eacute importante que a distribuiccedilatildeo seja de acordo com as necessidades de cada
unidade orccedilamentaacuteria ou gestora da entidade Deve-se levar em consideraccedilatildeo
as receitas vinculadas e obedecer a criteacuterios miacutenimos como por grupo de
despesa conforme classificaccedilatildeo da portaria 42 da STN
As cotas financeiras aleacutem de atender ao planejamento do cronograma de
desembolso previsto auxiliam o gestor principalmente no uacuteltimo ano de
mandato no controle da disponibilidade de caixa atraveacutes de um fluxo de caixa
para atendimento do disposto no artigo 42 conforme descrito a seguir
Art 42 Eacute vedado ao titular de Poder ou oacutergatildeo referido no art 20 nos uacuteltimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigaccedilatildeo de despesa que natildeo possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenha parcelas a serem pagas no exerciacutecio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito Paraacutegrafo uacutenico Na determinaccedilatildeo da disponibilidade de caixa seratildeo considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar ateacute o final do exerciacutecio
As cotas podem auxiliar tambeacutem no cumprimento das metas de resultado
primaacuterio e nominal caso as metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo natildeo atinjam
niacuteveis necessaacuterios
Eacute importante destacar que a cota eacute um instrumento que flexibiliza a gestatildeo
considerando que para sua construccedilatildeo deve haver participaccedilatildeo ativa de todos
os ordenadores de despesa
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
Para a construccedilatildeo do conceito de fluxo de caixa seguimos um passo
importante que foi o entendimento de conceitos fundamentais como metas de
77
arrecadaccedilatildeo programaccedilatildeo financeira e cotas Como vimos sugere-se que
haja em primeiro lugar o estabelecimento das metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo ou mensais que daratildeo suporte para elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira que por sua vez daraacute sustentaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das cotas
Eacute necessaacuterio que haja uma integraccedilatildeo de todos os departamentos da entidade
puacuteblica municipal seja ela do Executivo ou Legislativo da administraccedilatildeo direta
ou indireta para que as ferramentas proporcionem uma autonomia monitorada
Trabalhar com o cronograma de cota proporcionaraacute agraves unidades
administrativas a autonomia para trabalharem dentro de limites
preestabelecidos Assim tambeacutem cada despesa precisa de informaccedilotildees que a
classifiquem no cronograma de desembolso
O cronograma de Desembolso por cota (das despesas orccedilamentaacuterias) do
Executivo pode ser elaborado conforme a expectativa de disponibilidade de
caixa da entidade ou seja descontando os compromissos jaacute tidos como certos
como por exemplo transferecircncias para o Legislativo transferecircncias financeiras
para Fundos Especiais e restos a pagar
Com o controle de cotas torna-se evidente o alcance ou permanecircncia do
equiliacutebrio fiscal tendo em vista que existiraacute a informaccedilatildeo para que a medida
seja tomada ou natildeo quanto agrave realizaccedilatildeo da despesa
Isso natildeo implica que os desembolsos sejam iguais agraves cotas Eles podem ser
inferiores com o objetivo de economizar para um periacuteodo seguinte Esses
valores tambeacutem poderatildeo ser alterados para mais conforme a necessidade da
unidade orccedilamentaacuteria desde seja negociado com o gestor das cotas e demais
unidades envolvidas na mudanccedila
Ao assumir um compromisso torna-se imprescindiacutevel contemplar informaccedilatildeo
que defina a previsatildeo de pagamento das parcelas dos contratos
especialmente os de natureza continuada e os demais ou outro instrumento
78
que venha substituiacute-lo
O pagamento de cada compromisso no respectivo mecircs estaraacute limitado ao saldo
disponibilizado no Cronograma de Desembolso por cota
O fluxo de caixa aliado ao cronograma de desembolso deve observar os
limites legais de aplicaccedilatildeo dos recursos vinculados a gastos tais como ensino
sauacutede entre outros e por outro lado garantir o cumprimento de despesas com
pessoal e de outras jaacute compromissadas
Conforme Aguilar e outros (2004 p 23) eacute necessaacuterio um instrumento de
gestatildeo que demonstre o reflexo das decisotildees governamentais no equiliacutebrio das
contas ao longo do tempo no momento em que o mesmo eacute cogitado
Mesmo a lei natildeo tendo de forma explicita mencionado o termo ldquoFluxo de
Caixardquo seja projetado ou realizado ela deixa claro a intenccedilatildeo em seu objetivo
principal o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Os instrumentos mencionados ndash
metas bimestrais e cronograma mensal de desembolso satildeo insuficientes para
demonstrar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Eles natildeo tratam de detalhes como
por exemplo os saldos financeiros das contas bancaacuterias anteriores e
posteriores e somente levam em consideraccedilatildeo a competecircncia do exerciacutecio
financeiro em execuccedilatildeo Daiacute a importacircncia da implementaccedilatildeo do fluxo de
caixa
E para reafirmar a necessidade de um fluxo de caixa a LRF instituiu a limitaccedilatildeo
de empenho da despesa quando comprovado o natildeo-cumprimento de metas de
resultado primaacuterio e nominal O controle de fluxo de caixa previsto pode
colaborar na tomada de decisatildeo de limitaccedilatildeo de empenho quando apresenta
resultado insatisfatoacuterio
Art 9o Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos
79
montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Neste instrumento de planejamento financeiro devem ser levadas em
consideraccedilatildeo as despesas mensais fixas ou de caraacuteter continuado tais como
contratos folha de pagamento encargos sociais serviccedilos puacuteblicos de telefone
energia eleacutetrica e aacutegua juros e encargos da diacutevida transferecircncias financeiras a
entidades entre outras O ldquofluxo de caixa previstordquo atende bem a esta
demanda por ser um recurso muito divulgado que demonstra o
comportamento financeiro futuro tanto em longo quanto em curto prazo
Geralmente o ldquofluxo de caixardquo eacute um dispositivo utilizado na iniciativa privada e
na administraccedilatildeo puacuteblica Satildeo raras ou inexistentes as publicaccedilotildees na aacuterea
puacuteblica sobre como elaboraacute-lo e utilizaacute-lo de forma integrada aos diplomas
legais e ao processo decisoacuterio
Observa-se que a maioria dos instrumentos de gestatildeo eacute pouco utilizada e
quando utilizada depende de normas legais especiacuteficas e riacutegidas
Na anaacutelise da funccedilatildeo econocircmica-financeira deve-se procurar responder questotildees relativas a qual a composiccedilatildeo da receita E das despesas O grau de endividamento os indicadores de liquidez indicadores de rentabilidade sistema de planejamento e controle financeiro sistema de contabilidade e folha de pagamento relacionamento com bancos (Monteiro 1997 p 66)
Os Municiacutepios satildeo obrigados a aplicar um limite miacutenimo dos recursos recebidos
de impostos e transferecircncias constitucionais em educaccedilatildeo e sauacutede Isso deve
ser considerado na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa Em geral administram-se
muitos recursos vinculados a uma finalidade especiacutefica sendo vedado o seu
uso para fins diversos A LRF em seu art 50 I determina que ldquoa
disponibilidade de caixa constaraacute de registro proacuteprio de modo que os recursos
vinculados a oacutergatildeo fundo ou despesa obrigatoacuteria fiquem identificados e
escriturados de forma individualizadardquo O fluxo de caixa deve ser adequado ao
plano de contas da entidade puacuteblica Pode-se vincular os recursos do Ativo
80
Financeiro assim como uma reserva que recomenda-se denominar de
provisatildeo
Na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa eacute imprescindiacutevel o esforccedilo do gestor para
alocar os recursos financeiros aos compromissos assumidos O planejamento e
o controle permitiratildeo que o gestor possa evitar a busca de recursos de
terceiros ou seja os empreacutestimos por meio de antecipaccedilatildeo de receitas
orccedilamentaacuterias ou mesmo financiamentos em longo prazo No proacuteximo capiacutetulo
seraacute tratado da metodologia de pesquisa adotada para esta dissertaccedilatildeo
81
3 METODOLOGIA
31 Estrateacutegia de Pesquisa
Para a pesquisa quanto a sua natureza utilizou-se a qualitativa que segundo
Godoy (1995 p 62) ldquotem como objetivo o estudo e a anaacutelise do mundo
empiacuterico em seu ambiente naturalrdquo
A pesquisa foi realizada em duas etapas sendo a primeira por meio de um
levantamento bibliograacutefico que se constitui segundo Vergara (2000 p 48) em
um estudo sistematizado desenvolvido com base em materiais puacuteblicos tais
como leis livros revistas jornais redes eletrocircnicas
Para a segunda etapa utilizou-se ldquoEstudos de Casordquo como estrateacutegia de
pesquisa que conforme Yin (2001 p 27) eacute uma estrateacutegia escolhida ao se
examinar acontecimentos contemporacircneos mas quando natildeo se podem
manipular comportamentos relevantes
A pesquisa conta ainda com uma variante que eacute conforme Yin (2001 p 33) o
estudo de caso muacuteltiplo tendo em vista que seratildeo investigados quatro
Municiacutepios objetos de nosso estudo
Para maior seguranccedila foi realizado um preacute-teste para avaliar o comportamento
dos entrevistados antes da aplicaccedilatildeo efetiva na amostra escolhida Com isso
poderemos manter a estrateacutegia escolhida ou modificaacute-la em tempo necessaacuterio
No preacute-teste foram entrevistados quatro participantes sendo Secretaacuterio de
planejamento Superintendente de Financcedilas Coordenadora do Fundo
Municipal de Sauacutede e Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo
82
311 Universo e amostra
O universo da pesquisa objeto desta investigaccedilatildeo foi formado por Municiacutepios
mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes
Foram pesquisados Municiacutepios com mais 50000 mil habitantes nos itens
Divida Consolidada gastos com pessoal evoluccedilatildeo de restos a pagar gastos
com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia gastos com
educaccedilatildeo Para mediccedilatildeo comparamos os valores aplicados nos itens
relacionados anteriormente com a Receita Corrente Liacutequida de cada exerciacutecio
os exerciacutecios escolhidos para investigaccedilatildeo foram 1998 a 2006 somente os
valores inscritos em restos a pagar foram comparados com os valores
disponiacuteveis em bancos e caixa
Para esta etapa a amostra utilizada foram 60 Municiacutepios dos 67 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes conforme IBGE e demonstrados no quadro 22
da pesquisa Os 60 utilizados foram os que possuiacuteam todos os dados
necessaacuterios e em conformidade com a proposta da pesquisa
Jaacute para a pesquisa com mais profundidade de detalhes a amostra escolhida
seguiu criteacuterio de importacircncia regional pela localizaccedilatildeo e pela facilidade de
acesso aos Municiacutepios em funccedilatildeo de atividade profissional que para Vergara
(2000 p 50) eacute o tipo de amostra natildeo probabiliacutestica e como criteacuterio de
acessibilidade eacute a que longe de qualquer procedimento estatiacutestico seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles
Foram analisados os Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso conforme dados apresentados no quadro 8 a seguir
83
QUADRO 8
Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para Estudos de Caso Municiacutepio Localizaccedilatildeo Aacuterea em Kmsup2 Populaccedilatildeo
Alfenas Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo de Alfenas
85133 kmsup2 75899
Juiz de Fora Macrorregiatildeo da Mata Microrregiatildeo
de Juiz de Fora
143387 kmsup2 501153
Paraacute de Minas Macrorregiatildeo Central Microrregiatildeo
de Paraacute de Minas
54357 kmsup2 80409
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
81372 kmsup2 64150
Fonte IBGE ndash Adaptaccedilatildeo do Autor
FIGURA 1 - Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo Horizonte Fonte Elaborado pelo autor
84
312 Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada utilizando-se dois instrumentos
complementares anaacutelise documental e entrevistas dirigidas e semi-
estruturadas
As informaccedilotildees para pesquisa dos 60 Municiacutepios foram extraiacutedas do sistema
Financcedilas Brasil (FINBRA) da STN
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 periacuteodo anterior durante e
apoacutes vigecircncia da LRF
Os exerciacutecios escolhidos para anaacutelise em profundidade nos quatro Municiacutepios
ndash 1998 e 2006 ndash representam meados de mandato especificamente o
segundo ano para que nenhuma outra caracteriacutestica peculiar aos outros anos
afetasse resultado O primeiro periacuteodo compreende o mandato de 1997 a 2000
anterior agrave vigecircncia da LRF e o segundo de 2005 a 2008 posterior agrave instituiccedilatildeo
da LRF
A escolha dos entrevistados seguiu criteacuterios de envolvimento no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e que trabalharam na elaboraccedilatildeo e
gestatildeo dos instrumentos de planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro tanto para
o exerciacutecio de 1998 quanto para de 2006
A seguir quadro dos Municiacutepios com cargos aacutereas de atuaccedilatildeo e quantidade
de entrevistas realizadas em cada municiacutepio
85
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de entrevistas
MUNICIacutePIOS ENTREVISTADOS AacuteREA EXERCIacuteCIOS QUANTIDADE
ENTREVISTAS Alfenas Secretaacuterios Municipais
planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede e Assessoria Teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede
Nenhuma
Juiz de Fora Chefe de Orccedilamento e Assessores Teacutecnicos
Planejamento 04
Paraacute de Minas Secretaacuterios Municipais de Planejamento e Assessorias Teacutecnicas
Planejamento 01
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Secretaacuterios Municipais de Planejamento Sauacutede Educaccedilatildeo e assessoria teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo e Sauacutede
1998 e 2006
03
Fonte Elaborado pelo autor
Considerou-se para esta pesquisa o meio eletrocircnico como o mais apropriado
para o encaminhamento das entrevistas Apoacutes encaminhaacute-las confirmou-se
via telefone o recebimento Posteriormente foi efetuada a visita ldquoin locordquo para
fechamento e validaccedilatildeo dos trabalhos
A seguir quadros com especificaccedilatildeo dos blocos para roteiro de levantamento
documental e entrevistas
QUADRO 10
Blocos para levantamento documental
Os levantamentos foram realizados ldquoin locordquo em arquivos ou informaccedilotildees veiculados nos siacutetios dos Municiacutepios do Tribunal de Contas do Estado Secretaria do Tesouro Nacional Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo dentre outros disponiacuteveis O objetivo foi identificar aspectos de ordem teacutecnica que estatildeo estruturados em roteiro para exame a seguir especificado BLOCO I Roteiro para levantamento de dados dos 60 Municiacutepios ndash Despesas com
endividamento pessoal e restos a pagar gastos com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo dos Municiacutepios do Estado de Minas Gerais com mais de 50000 mil habitantes com cruzamento de dados entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
BLOCO II Roteiro para levantamento documental dos quatro Municiacutepios ndash Estrutura do Executivo e Processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria ndash 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo autor
86
QUADRO 11 Blocos para entrevistas
BLOCO I Processo de participaccedilatildeo e construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento
dirigidas aos Secretaacuterios de Planejamento e Financcedilas e Assessores e Teacutecnicos da aacuterea de planejamento trabalhou-se questotildees sobre construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento processo de participaccedilatildeo da sociedade e ciclo de planejamento aplicado
BLOCO II Processo de elaboraccedilatildeo dos Instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios de Sauacutede
BLOCO III Processo de elaboraccedilatildeo dos instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios Municipais de Educaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor
87
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
41 Anaacutelise dos Dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 A avaliaccedilatildeo foi realizada por
meio de dados obtidos de 60 Municiacutepios mineiros em um universo de 67 com
mais de 50000 mil habitantes segundo dados estimados pelo IBGE em 2004
As informaccedilotildees acima foram extraiacutedas do sistema Financcedilas Brasil (FINBRA) da
STN
Todos os iacutendices ou percentuais constantes do quadro 14 a seguir foram
obtidos da comparaccedilatildeo entre os gastos informados no quadro quando
comparados com a RCL dos 60 Municiacutepios pesquisados Estes dados satildeo
consolidados de todos os Municiacutepios e foram comparados a cada exerciacutecio
realizando a evoluccedilatildeo no periacuteodo proposto para esta pesquisa A uacutenica
exceccedilatildeo eacute a despesa com restos a pagar que eacute comparada com a
disponibilidade financeira em bancos e caixa de cada exerciacutecio
A seguir quadro 12 com os sete iacutendices ou percentuais analisados objeto da
anaacutelise mencionada
88
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos
ORDEM INDICADORES EXERCIacuteCIOS
01 PCGP ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal 02 PCGPF ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por
Faixa 03 PEC ndash Percentual de Endividamento Consolidado 04 PRPDF ndash Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade
Financeira de Caixa e Bancos 05 PGSSRCL ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento
x Receita Corrente Liacutequida 06 PGAPRCL ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia e
Previdecircncia x Receita Corrente Liacutequida 07 PGECRCL ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x
Receita Corrente Liacutequida
1998 a 2006
Fonte Elaborado pelo autor
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal (PCGP)
4203 3795 3956 41524842 4902
4572 4563 4342
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evoluccedilatildeo Desp Pessoal
GRAacuteFICO 1 ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP Fonte Elaborado pelo autor
O graacutefico representa o percentual aplicado com pessoal somado os valores dos
60 Municiacutepios a partir de 1998 iniciando com 4203 dentro da faixa entre
40 a 50 com exceccedilatildeo de 1999 e 2000 que esteve na faixa entre 30 a
40 chegando em 2006 com 4342 Verifica-se uma oscilaccedilatildeo durante os
nove anos sendo que se atingiu o miacutenimo de 3795 em 1999 um ano antes
da aprovaccedilatildeo da LRF e a maacutexima de 4902 em 2003 logo dois anos apoacutes a
89
vigecircncia da lei fiscal Nos anos seguintes a esta maacutexima haacute um percebiacutevel e
constante decreacutescimo ateacute 2006
90
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa (PCGPF)
000100020003000400050006000700080009000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
20 a 3536 a 4041 a 4546 acima
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF
TABELA 5 - Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
EVOLUCcedilAtildeO DE GASTOS DE PESSOAL POR FAIXA PERCENTUAL
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 FAIXA QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE
20 a 35 7 1167 8 1333 3 500 6 1000 2 333 1 167 3 500 5 833 4 66736 a 40 2 333 7 1167 6 1000 10 1667 9 1500 4 667 8 1333 5 833 6 100041 a 45 6 1000 10 1667 11 1833 6 1000 10 1667 9 1500 14 2333 18 3000 12 200046 acima 45 7500 35 5833 40 6667 38 6333 39 6500 46 7667 35 5833 32 5333 38 6333
GRAacuteFICO 2 ndash Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
Fonte Elaborado pelo Autor
Fonte Elaborado pelo Autor
91
O PCGPF foi formado pela distribuiccedilatildeo entre os 60 Municiacutepios pesquisados
separando-se por faixa de gastos com pessoal Na primeira faixa 20 a 35
iniciado em 1998 com 7 Municiacutepios representando 1167 da amostra
chegando em 2006 4 representando 667 da amostra A segunda faixa
analisada foi quem gastou entre 36 a 40 tendo iniciado em 1998 com 2
Municiacutepios representando 333 da amostra chegando em 2006 com 6
representando 10 da amostra A terceira faixa analisada eacute quem gastou entre
41 a 45 tendo iniciado em 1998 com 6 representando 10 da amostra
chegando em 2006 com 12 representando 20 da amostra A quarta e uacuteltima
faixa eacute quem gastou acima de 46 tendo iniciado em 1998 com 45
representando 75 da amostra chegando em 2006 com 38 representando
6333 da amostra
Percebi-se que uma oscilaccedilatildeo significativa na menor faixa analisada com uma
diminuiccedilatildeo de Municiacutepios de 7 para 4 Outra faixa que chamou a atenccedilatildeo foi a
quarta quem gastava acima de 46 com uma variaccedilatildeo de 45 para 38
Municiacutepios
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
PERCENTUAL DE ENDIVIDAMENTO PUacuteBLICO (PEC)
1809
2358 21962352
2540 2577
20182228
2561
000
500
1000
1500
2000
2500
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Diacutevida
GRAacuteFICO 3 ndash Percentual de Endividamento Consolidado Fonte Elaborado pelo Autor
92
O PEC iniciou em 1998 com um percentual de 2358 dentro da faixa entre 20
a 25 chegando a 2006 com 1809 passando para a faixa entre 15 a
20 Os dois percentuais estatildeo dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluccedilatildeo 40 do Senador Federal
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e Bancos ndash PRPDF
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira
00020000000000400000000006000000000080000000000
100000000000120000000000140000000000160000000000180000000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Restos a pagarDisponibilidade Financeira
GRAacuteFICO 4 ndash Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 os valores nominais iniciaram com mais de R$ 60000000000
(seiscentos milhotildees de reais) com Restos a Pagar com uma disponibilidade
financeira abaixo de R$ 20000000000 (duzentos milhotildees de reais) Chegou-
se em 2006 com uma situaccedilatildeo inversa com uma Disponibilidade Financeira
acima de R$ 160000000000 (um bilhatildeo e seiscentos milhotildees de reais) e
com restos a pagar inferior a R$ 140000000000 (um bilhatildeo e quatrocentos
milhotildees de reais)
Os nuacutemeros finais representam uma situaccedilatildeo altamente favoraacutevel com um
equiliacutebrio financeiro efetivo mas natildeo podemos deixar que as sobras elevadas
perdurem por um longo tempo no caixa dos governos existem diversas
93
demandas de serviccedilos puacuteblicos o ideal eacute realmente uma igualdade ou uma
sobre menor de recursos
Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira (PRPDF)
8267974994361716316892
27262
5293645050
49609
000
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Indicador de RP 1998 a 2006
GRAacuteFICO 5 ndash Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
O PRPDF iniciou 1998 com percentual de 49609 e chegou em 2006 com
percentual de 8267
O percentual em 2006 eacute altamente favoraacutevel Jaacute o percentual em 1998
representa que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 39609 a
mais do que o disponiacutevel em Bancos e Caixa Os Municiacutepios chegaram em
2006 com uma situaccedilatildeo totalmente inversa e favoraacutevel se eles pagassem tudo
que deviam em restos a pagar sobrariam recursos em bancos e caixa O
indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos a pagar consumiria
somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
94
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente Liacutequida - PGSSRCL
Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL (PGSSRCL)
341433982888 2977 3117 2993
3566 3572
3254
000
1000
2000
3000
4000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL
GRAacuteFICO 6 ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL - PGSSRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGSSRCL natildeo representa um indicador fiscal representa uma medida social
de aplicaccedilatildeo em sauacutede puacuteblica e saneamento tendo iniciado em 1998 com
percentual de 2888 na faixa entre 20 a 30 e chegando em 2006 com
3414 jaacute na faixa entre 30 a 40 o indicador teve ligeira tendecircncia pra cima
no entanto sem variaccedilatildeo consideraacutevel e natildeo afetando o equiliacutebrio das contas
puacuteblicas
95
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL
Percentual de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL (PGAPRCL)
813744739
549 547
805734
802 736
000
200
400
600
800
1000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL
GRAacuteFICO 7 ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL - PGAPRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia x Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL tambeacutem natildeo eacute indicador fiscal eacute uma medida
de investimento social tendo iniciado em 1998 com percentual de 739 e
chegando em 2006 com 813 o indicador oscilou para menos nos anos de
1999 e 2000 retomando uma tendecircncia de crescimento a partir de 2001
permanecendo ateacute 2006
96
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente Liacutequida - PGECRCL
Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL (PGERCL)
22422229220822092530
2805273927712818
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL
GRAacuteFICO 8 ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash PGECRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGECRCL representa um indicador social e iniciou 1998 com percentual de
2818 chegou em 2006 com 2242 os dois na mesma faixa analisada
Como o percentual estaacute somando Educaccedilatildeo e Cultura natildeo foi possiacutevel aferir
se os Municiacutepios cumpriram ou natildeo o percentual constitucional com educaccedilatildeo
o que analisaremos adiante com dados dos quatro Municiacutepios objeto de nosso
estudo mais detalhado
97
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Os exerciacutecios analisados no levantamento documental proposto para pesquisa
nos quatros estudos de caso correspondem a 1998 e 2006 com dados
obtidos na contabilidade nas secretarias de planejamento orccedilamento e gestatildeo
das prefeituras por meio de visita ldquoin locordquo e envio de alguns dados pela
contabilidade das prefeituras Os dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2006
foram obtidos no sitio da Secretaria do Tesouro Nacional Os Municiacutepios
pesquisados foram Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
Como a participaccedilatildeo na pesquisa eacute espontacircnea alguns Municiacutepios natildeo
disponibilizaram todos os dados solicitados
A evoluccedilatildeo dos gastos com pessoal endividamento puacuteblico e com as funccedilotildees
sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo e cultura
foram obtidos da comparaccedilatildeo destes com a RCL de cada Municiacutepio e de cada
exerciacutecio A evoluccedilatildeo dos restos a pagar foi objeto da comparaccedilatildeo com as
disponibilidades financeiras em bancos e caixa de cada municiacutepio
A seguir quadro com siacutentese do levantamento documental realizado nos quatro
Municiacutepios conforme proposta da pesquisa
98
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro Municiacutepios
Ordem levantamento documental Dados especiacuteficos Composiccedilatildeo da administraccedilatildeo puacuteblica do municiacutepio
De quais entidades eacute composto seu municiacutepio
Estrutura organizacional do Executivo Qual eacute a estrutura de organizaccedilatildeo do Poder Executivo de seu Municiacutepio
Informaccedilotildees do programas de governo Quais informaccedilotildees compunham os programas de governo em 1998 e 2006
Despesas constantes do PPA Quais despesas constavam no PPA de 1998 e 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento Qual a aplicaccedilatildeo em sauacutede e saneamento de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia
Qual a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com pessoal Qual a aplicaccedilatildeo em pessoal entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo do endividamento puacuteblico Qual o percentual do endividamento puacuteblico no periacuteodo de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de restos a pagar Qual o percentual de restos a pagar no periacuteodo de 1998 a 2006
Comportamento das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Qual o percentual de suplementaccedilatildeo em 1998 e 2006
Emissatildeo de decretos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Quantos decretos foram emitidos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias no periacuteodo de 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo Autor 421 Municiacutepio de Alfenas
O Municiacutepio de Alfenas eacute formado de Poder Executivo Cacircmara e Fundo
Municipal de Sauacutede todos pertencentes a administraccedilatildeo direta natildeo possuindo
administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional do Executivo eacute composta de
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 ndash Secretaria de Fazenda e Planejamento
99
05 ndash Secretaria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Secretaria de Defesa Social
07 ndash Secretaria de Desenvolvimento Econocircmico Accedilatildeo Regional e Turismo
08 ndash Secretaria de Governo
09 ndash Secretaria de Desenvolvimento Social Sauacutede e Meio Ambiente
10 ndash Procuradoria
11 ndash Controladoria
12 - Coordenadoria de Informaacutetica
13 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo
14 ndash Secretaria de Desenvolvimento Urbano
15 ndash Secretaria de Esporte
Relativamente agraves informaccedilotildees sobre os programas governamentais e
despesas constantes no PPA referente ao periacuteodo de 1998 e 2006 natildeo foi
possiacutevel consegui-las devido a dificuldades encontradas para o levantamento
destes dados
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Alfenas
1292
443738913568
4103
1028 1168
41924377
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 9 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas iniciou o ano de 1998 com 1028 de gastos com
sauacutede e saneamento Poreacutem pode-se observar que a partir de 2001 primeiro
ano apoacutes a LRF o investimento nesta aacuterea foi altamente reforccedilado saindo de
100
1292 em 2000 para 4377 em 2001 O Municiacutepio manteve praticamente os
mesmos percentuais ateacute 2006 chegando neste exerciacutecio com 4437
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas
781
159574649708
140138 094 218
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 10 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
Os gastos com assistecircncia social e previdecircncia do Municiacutepio de Alfenas
iniciou-se em 1998 com 708 o menor na comparaccedilatildeo com os demais Em
2006 esse percentual eacute ainda mais baixo apenas 218 Interessante notar
que nos gastos com sauacutede e saneamento este mesmo municiacutepio chegou ao
iacutendice de 4437
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas
43804079
365740833968
4048
49644961
6280
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 11 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
101
O Municiacutepio de Alfenas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal em 4961
tendo uma alta significante para 1999 para 6280 a uacutenica maior que 60 Em
2006 observa-se uma aplicaccedilatildeo de 5047 os percentuais mantiveram-se
dentro dos limites da LRF durante todo periacuteodo analisado com exceccedilatildeo de
1999 ano que ainda natildeo estava em vigor a lei
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas
000 000 000 000 000 000 000 000 000000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 12 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
O Municiacutepio de Alfenas natildeo apresentou diacutevidas no periacuteodo analisado conforme
informaccedilotildees disponiacuteveis no sitio da STN e acreditando na fidelidade dos
dados considera-se exemplar especialmente quando comparada com os
demais Municiacutepios pesquisados
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas
Municiacutepios 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
ALFENAS 2968 6864 1322 6520 13757 14448 2143 3784 18139
Fonte Elaborado pelo Autor
102
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas
18139378421431444813757
6520132268642968000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 13 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas apresentou um quadro desfavoraacutevel em 2006 Iniciou
1998 com percentual de 2968 com percentuais no periacuteodo variando pra
cima e para abaixo do ideal que eacute de 100 chegando em 2006 com 18139
O percentual obtido em 1998 demonstra que o Municiacutepio devia em restos a
pagar somente 2968 dos valores disponiacuteveis em bancos e caixa jaacute em 2006
com percentual desfavoraacutevel de 18139 representando 8139 a mais que
os valores disponiacuteveis em bancos e caixa do Executivo
No entanto como 2006 natildeo era o uacuteltimo ano de governo o gestor tinha mais
dois anos para equilibrar as contas e transferir para o novo governo uma
situaccedilatildeo favoraacutevel em relaccedilatildeo a restos a pagar
As modificaccedilotildees constantes e em grande quantidade no orccedilamento municipal
podem representar tanto que o municiacutepio natildeo planejou bem tanto que algo
ficou errado no processo que antecede a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria com a
existecircncia de fatores que possam ter contribuiacutedo para percentuais elevados de
suplementaccedilatildeo
O Executivo de Alfenas em 1998 conforme documentos fornecidos pela
contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 30 para
suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias Natildeo foram fornecidos documentos que
103
comprovassem o percentual efetivamente realizado Entende-se que o
percentual autorizado atende plenamente agraves modificaccedilotildees porventura
necessaacuterias agrave execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Em 2006 o Executivo de Alfenas obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 25
realizando o percentual de 3727 Isso representa 1227 acima do limite
autorizado inicialmente na lei orccedilamentaacuteria ndeg 3877 de 29 de dezembro de
2005 Esse percentual realizado demonstra que o planejamento natildeo foi
elaborado de forma adequada o que pode comprometer os resultados
pretendidos pela administraccedilatildeo
Outro fator pesquisado na realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees foram as
quantidades e periacuteodos em que os decretos para abertura das suplementaccedilotildees
foram utilizados Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo em 1998 em funccedilatildeo de natildeo terem
sido fornecidos os documentos necessaacuterios
Jaacute em 2006 foram utilizados 135 decretos durante todo o exerciacutecio no primeiro
trimestre utilizou-se 32 no segundo 34 no terceiro 35 e no uacuteltimo 34 decretos
Natildeo foi possiacutevel avaliar se ocorreram variaccedilotildees para mais ou para menos entre
1998 e 2006 por falta de acesso as estes documentos
422 Municiacutepio de Juiz de Fora
O Municiacutepio de Juiz de Fora eacute formado de Poder Executivo Legislativo
pertencentes a administraccedilatildeo direta De Agecircncia de Gestatildeo do Transporte e
Tracircnsito ndash GETTRAN Departamento Municipal de Limpeza Urbana ndash
DEMLURB Agecircncia de Gestatildeo Ambiental de Juiz de Fora ndash AGENDA
Fundaccedilatildeo Cultural Alfredo Ferreira Lage ndash FUNALFA Agecircncia de Proteccedilatildeo e
Defesa do Consumidor ndash PROCON Fundaccedilatildeo Museu Mariano Procoacutepio ndash
MAPRO como administraccedilatildeo indireta
104
A estrutura organizacional do Executivo eacute formada por
01 ndash Secretaria de Governo e Articulaccedilatildeo Institucional
02 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo e Qualidade
03 ndash Procuradoria Geral do Municiacutepio
04 ndash Comissatildeo Permanente de Licitaccedilatildeo
05 ndash Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Estrateacutegica
06 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo e Recursos Humanos
07 ndash Secretaria de Receita e Controle Interno
08 ndash Secretaria de Poliacutetica Urbana
09 ndash Secretaria de Sauacutede Saneamento e Desenvolvimento Ambiental
10 ndash Secretaria de Poliacutetica Social
11 ndash Secretaria dos Centros Regionais
12 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
13 ndash Secretaria de Seguranccedila Puacuteblica e Defesa Social
14 ndash Secretaria de Agropecuaacuteria e Abastecimento
15 ndash Secretaria de Turismo Induacutestria e Comeacutercio
Relativamente agraves informaccedilotildees de programas governamentais de 1998 natildeo foi
possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees sobre o conteuacutedo dos programas de
governo considerando dificuldades enfrentadas Para 2006 foi identificado que
constavam nos programas governamentais caracteriacutesticas objetivos
indicadores e custo financeiro Conforme informado pelo chefe do setor de
orccedilamento a unidade responsaacutevel e o gerente de programas natildeo constam nos
programas contidos no PPA considerando que podem ocorrer vinculaccedilatildeo de
programas governamentais a mais de uma secretaria e a gerente responsaacutevel
Em relaccedilatildeo agraves despesas constantes no PPA referentes aos exerciacutecios de 1998
e 2006 somente as deste uacuteltimo ano eacute que foi possiacutevel o levantamento das
informaccedilotildees No conteuacutedo dos programas de governo constavam despesas de
capital de duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de
capital Verificando que constam todas as despesas para o PPA 2005 a 2009
105
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Juiz de Fora
3627 3954355335793612
3640 3580 35983403
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 14 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de em 1998 apresentou percentual de gastos com sauacutede
e saneamento de 3640 mantendo-se este percentual dentro da mesma
faixa fechando 2006 com 3954 representando uma estabilidade neste
gasto
Natildeo se pretendeu medir a aplicaccedilatildeo legal do municiacutepio em sauacutede e
saneamento conforme dispositivo constitucional utilizando-se para anaacutelise da
evoluccedilatildeo em sauacutede e saneamento servindo como informaccedilatildeo relevante da
pesquisa
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Juiz de Fora
643
107511561160
9121051102710411064
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 15 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
106
Juiz de Fora iniciou em 1998 com percentual de evoluccedilatildeo de gastos com
assistecircncia social e previdecircncia com 1064 O Municiacutepio permaneceu durante
todo periacuteodo analisado na faixa de 10 a 15 e somente em 2002 ficando
912 Fechando 2006 com 643 percentual
Como a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia natildeo estaacute limitada por lei
natildeo analisou-se cumprimento de miacutenimos ou maacuteximos Verificou-se que o
percentual do Municiacutepio de Juiz de Fora quando comparado com os outros trecircs
analisados fica acima em todos os exerciacutecios com exceccedilatildeo de 1998 e 2000
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Juiz de Fora
441245034745
51755499 5652
5195 52265306
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 16 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora com relaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo em pessoal iniciou em
1998 com 4758 O percentual oscilou em todos os anos dentro da faixa entre
40 e 60 tendo findado em 2006 com aplicaccedilatildeo de 5306 O percentual
comportou-se em todo periacuteodo dentro dos limites estabelecidos pela LRF mas
com variaccedilatildeo negativa quando comparou-se 1998 com 2006
107
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Juiz de Fora
14181096
1139917900
109
1529
000
857
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 17 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora iniciou 1998 com percentual de endividamento
puacuteblico na ordem de 1529 Ocorreram oscilaccedilotildees para percentuais menores
nos demais exerciacutecios analisados Destaca-se o percentual zerado nos
exerciacutecios de 2000 e 2002 concluindo que o Municiacutepio natildeo devia nada
Chegou-se em 2006 com 1096 dentro dos limites estabelecidos pela
resoluccedilatildeo 40 do senado feral que eacute de 120 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Juiz de Fora
10093
65345
9781 10288 9407 8801 15116 167377472
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 19 ndashEvoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
108
Para os percentuais de aplicados em restos a pagar do Municiacutepio de Juiz de
Fora iniciou 1998 com percentual de 65345 representando que o percentual
em restos a pagar superou as disponibilidades de bancos e caixa em
55345 Os anos de 2000 2003 e 2004 tambeacutem apresentaram situaccedilatildeo
negativa Os demais exerciacutecios apresentaram situaccedilatildeo positiva com
disponibilidades acima dos valores inscritos em restos a pagar
Em 2006 Juiz de Fora apresentou percentual de 10093 representando
praticamente uma igualdade entre os dois valores o que avalia-se como
positivo o referido percentual
O Executivo municipal de Juiz de Fora em 1998 conforme documentos
fornecidos pela contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa
de entre 21 a 30 para suplementaccedilotildees nas dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias
utilizando desta autorizaccedilatildeo entre 1 a 20
Tal percentual utilizado demonstra que o municiacutepio planejou bem suas accedilotildees
utilizando percentual abaixo do autorizado pelo Legislativo municipal
Em 2006 o Executivo obteve autorizaccedilatildeo entre 1 a 20 realizando
suplementaccedilotildees dentro do mesmo limite
O percentual autorizado e realizado significa o Executivo tambeacutem planejou e
executo bem as accedilotildees governamentais dentro do esperado
Outro fator pesquisado foi a realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees investigando
quantos e quais os periacuteodos foram emitidos decretos para modificaccedilotildees
orccedilamentaacuterias
Em 1998 para o primeiro trimestre utilizou-se 44 decretos jaacute para o primeiro
trimestre de 2006 utilizou-se 52 no segundo trimestre de 1998 foi utilizado 28
decretos no segundo trimestre de 2006 42 decretos no terceiro trimestre de
109
1998 utilizou-se 26 no terceiro trimestre de 2006 41 decretos no quarto e
uacuteltimo trimestre de 1998 utilizou-se 21 jaacute em 2006 44 decretos
Nesta anaacutelise podemos conclui-se que o planejamento piorou regrediu em
todos os trimestres sem nenhuma exceccedilatildeo o Executivo utilizou mais decretos
para realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
O Municiacutepio estaacute composto em Executivo e Legislativo representando a
administraccedilatildeo direta e natildeo possuindo administraccedilatildeo indireta
O Poder Executivo municipal estaacute organizado em
01 - Secretaria de Fazenda
02 ndash Secretaria de Gestatildeo Puacuteblica
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 - Controladoria e Corregedoria
05 ndash Secretaria de Cultura Meio Ambiente e Agronegoacutecio
06 ndash Secretaria de Accedilatildeo Social
07 ndash Secretaria de Obras
08 ndash Secretaria de Planejamento
09 ndash Secretaria de Sauacutede
10 - Procuradoria Geral
As informaccedilotildees referentes a 1998 natildeo foram possiacuteveis de levantamento
considerando dificuldades de acesso enfrentadas no levantamento documental
Para 2006 identificou-se que os programas governamentais constam
caracteriacutesticas objetivos indicadores custo financeiro unidade responsaacutevel e
110
o gerente de programas Estas informaccedilotildees satildeo consideradas necessaacuterias e
satisfatoacuterias o estabelecimento e acompanhamento dos planos de governo
Para o exerciacutecio de 1998 natildeo foi possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees
tendo em vista dificuldades enfrentadas para consegui-las Para 2006
constavam nos programas governamentais despesas de capital despesas de
duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de capital Estas
informaccedilotildees representam que todas as despesas puacuteblicas fazem parte do PPA
planejado para 2005 a 2009
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Paraacute de Minas
23992464220621002385
19601452
22641645
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 20 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou 1998 com percentual em sauacutede puacutebica e
saneamento com 1960 oscilando na faixa entre 10 a 30 durante o periacuteodo
analisado Chegou em 2006 com percentual aplicado de 2464 este
percentual eacute o menor quando comparado com os demais Municiacutepios
analisados
111
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Paraacute de Minas
319407388
645629
1086114110451021
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 21 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia iniciou-se em 1998 com
1064 com ligeira queda em 1999 oscilando para cima em 2000 e com
queda acentuada nos proacuteximos exerciacutecios O percentual chegou em 2006 com
218 percentual pequeno quando comparado com os demais Municiacutepios da
pesquisa natildeo sendo possiacutevel aferir percentual miacutenimo ou maacuteximo
considerando natildeo haver legislaccedilatildeo aplicada a este fato
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Paraacute de Minas
5047
475349965536
46603919
7360
4758 4215
000
10002000
3000
4000
50006000
7000
8000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 22 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal
com 4758 e em 1999 com pequena queda para 4412 com alta
112
expressiva em 2000 para 7360 totalmente acima do limite permitido na LRF
retornando em 2001 para 3919 O Municiacutepio manteve-se dentro dos limites
nos demais exerciacutecios Chegou-se em 2006 com percentual de 5047
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Paraacute de Minas
131000
506
000000
617 529363
167
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 23 ndash Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento em Paraacute de Minas Iniciou-se 1998 com 000
e somente em 2001 chegou no percentual de 617 O Municiacutepio permaneceu
na faixa entre 0 a 10 nos proacuteximos exerciacutecios chegando em 2006 com
131 dentro dos limites estabelecidos pela resoluccedilatildeo 40 do senado federal
que eacute 120 d RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Paraacute de Minas
370833994324
154591117411393
67998
9354
60491
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 24 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
113
Paraacute de Minas iniciou em 1998 com percentual de gastos com restos a pagar
em 60491 O percentual representa que o Municiacutepio possui 50491 a mais
em restos a pagar quando comparados com a disponibilidade de caixa e
bancos do exerciacutecio de 1998 Na sequumlecircncia em 1999 com queda expressiva
para 934 Em 2000 primeiro ano de vigecircncia da LRF voltou a patamares
elevados com 67998 oscilando nos proacuteximos exerciacutecios para mais e
menos O percentual chegou em 2006 com 3708 seguindo tendecircncia de
baixa iniciada em 2004 atendendo plenamente ao disposto na LRF
Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo dos percentuais autorizados e realizados para
suplementaccedilotildees nos exerciacutecio de 1998 e 2006 considerando dificuldades no
levantamento dos documentos
O Municiacutepio em 2006 realizou modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias por meio de
decretos no primeiro trimestre de 2006 com 36 decretos no segundo 58 no
terceiro 46 no quarto 64 decretos totalizando 204 decretos o que considera-
se elevado aferindo-se um planejamento inadequado
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
O Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso eacute formado de Executivo Legislativo
como administraccedilatildeo direta e Instituto de Previdecircncia dos Servidores do
Municiacutepio representando a administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional estaacute organizada em
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Procuradoria
03 ndash Diretoria de Controle Interno
04 ndash Diretoria de Seguranccedila Puacuteblica
114
05 ndash Diretoria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Diretoria de Planejamento e Gestatildeo
07 ndash Diretoria de Educaccedilatildeo e Esportes
08 ndash Diretoria de Obras e uacuteltima
09 - Diretoria de Sauacutede e Assistecircncia Social
Os programas governamentais do Municiacutepio em 1998 continham objetivos e
custo financeiro Em 2006 os programas continham caracteriacutesticas objetivos
unidades responsaacuteveis gerentes indicadores e custo financeiro dos programas
de governo o que considera-se conteuacutedo necessaacuterio e fundamental para o
planejamento acompanhamento e alcance dos resultados pretendidos pelos
governantes
As despesas constantes do PPA tanto de 1998 ou 2006 satildeo despesas de
capital e outras delas decorrentes e duraccedilatildeo continuada o que representam
praticamente todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
19852530
3180
22932356
2039 24292790
2595
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 25 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio aplicou em sauacutede e saneamento em 1998 2293 ocorrendo
variaccedilotildees entre as faixas de 20 a 30 e 30 a 40 fechando 2006 com
2790
115
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
206
774791749
911587
1268
767
1456
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 26 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 o Municiacutepio aplicou em assistecircncia social e previdecircncia o percentual
de 1456 o maior quando comparado com os trecircs Municiacutepios pesquisados
seguindo tendecircncia de queda fechando 2006 com percentual de 206 Em
2006 o percentual foi o menor na comparaccedilatildeo com os outros trecircs no entanto
os demais tambeacutem a mesma tendecircncia de queda neste investimento
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
48785531
62355556
4484 4700 46364344
5362
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 27 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 iniciou com 5531 em gastos com pessoal com queda em 1999
para 4878 chegando no primeiro ano da vigecircncia da LRF com 6235
retomando nos proacuteximos exerciacutecios percentuais abaixo do limite legal com
116
tendecircncia de queda O percentual chegou em 2006 com 5306 dentro do
limite maacuteximo estabelecido pela LRF que eacute de 60
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
772799867
000
2088
328000 000
1203
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 28 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998
com 328 oscilando entre as faixas de 0 a 30 fechado em 2006 com
772 abaixo do limite estabelecido na resoluccedilatildeo 40 do senador federal de
120 ou 12 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
19269
109251
7684
115613
13619 10834 191409922 8470
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 29 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
117
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998 com percentual de gastos em restos
a pagar em 109251 99251 acima das disponibilidades de caixa e bancos
Em 1999 obteve queda acentuada para 7684 retornando em 2000 para
115613 e para os proacuteximos mantendo-se nas faixas 0 a 200 fechando em
2006 com 19269
Os percentuais desejaacuteveis satildeo 100 ou seja o maacuteximo de restos a pagar seria
a mesma disponibilidade de caixa e bancos para arcar com estes
compromissos
Para 1998 o Legislativo autorizou percentual de suplementaccedilatildeo de 12 das
dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias para utilizaccedilatildeo efetiva natildeo possiacutevel tendo em vista
dificuldades de acesso agraves informaccedilotildees
Para 2006 o Legislativo autorizou percentual de 24 das dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias natildeo sendo possiacutevel a afericcedilatildeo do percentual de execuccedilatildeo em
funccedilatildeo diante da negativa no acesso a estas informaccedilotildees
A anaacutelise de emissatildeo de atos tambeacutem natildeo possiacutevel por falta de dificuldades no
levantamento dos documentos necessaacuterios
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
As entrevistas foram dirigidas a secretaacuterios municipais de planejamento e
financcedilas educaccedilatildeo e sauacutede diretores de orccedilamento e planejamento
assessores e servidores da aacuterea teacutecnica envolvidos no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e gestatildeo dos instrumentos de
planejamento para o exerciacutecio de 1998 e 2006
118
E como proposto na metodologia foi realizado um preacute-teste tendo como
escolhido o municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves com entrevistas realizadas no dia
26 de fevereiro de 2008
Os dados da entrevista do preacute-teste foram os constantes no quadro a seguir
QUADRO 15
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste
Planejamento Secretaacuterio de Planejamento Financcedilas Superintendente Tesouro e Contabilidade Sauacutede Coordenadora do Fundo Municipal de Sauacutede Educaccedilatildeo Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo Fonte elaborado pelo autor
O preacute-teste foi fundamental para esclarecimento de algumas questotildees
determinando que algumas informaccedilotildees somente poderiam ser conseguidas
por meio de levantamento documental como exemplo os percentuais legais de
aplicaccedilatildeo em sauacutede e educaccedilatildeo
Os dados da entrevista do preacute-teste natildeo seratildeo analisados considerando sua
finalidade a seguir apresentaremos o resultado das entrevistas dos quatro
Municiacutepios objeto da pesquisa
431 Municiacutepio de Alfenas
Apoacutes vaacuterios contatos com a controladoria geral com o secretaacuterio de
planejamento sem ecircxito e outras dificuldades natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo de
entrevista no Municiacutepio de Alfenas portanto natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e
anaacutelise dos dados da entrevista No entanto algumas informaccedilotildees objeto da
entrevista foram fornecidas pelo setor de contabilidade da prefeitura
119
Em 2006 o Municiacutepio aplicou em serviccedilos puacuteblicos em sauacutede 2389 das
receitas provenientes de impostos e transferecircncias constitucionais atendendo
ao limite miacutenimo previsto na CF de 1988 que eacute de 15
Em 1998 o FUNDEF recebeu R$ 112895304 (um milhatildeo cento e vinte e oito
mil novecentos e cinquumlenta e trecircs reais e quatro centavos) aplicando R$
193755797 com profissionais do magisteacuterio conforme documento extraiacutedo do
Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de Contas Anual
(SIACEPCA) este valor representa que o Municiacutepio aplicou 17162 dos
recursos recebidos no exerciacutecio Este fato natildeo apurado na pesquisa mas que
certamente representa sobra de valores financeiros de exerciacutecios anteriores ou
contabilizaccedilatildeo irregular no FUNDEF
Em 2006 o FUNDEF recebeu R$ 544926146 (cinco milhotildees quatrocentos e
quarenta e nove mil duzentos e sessenta e um reais e quarenta e seis
centavos) aplicando 8647 com profissionais do magisteacuterio Os demais
recursos foram aplicados em outras despesas do ensino fundamental
atendendo ao miacutenimo obrigatoacuterio conforme legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou 3172 dos recursos originaacuterios de impostos e
transferecircncias constitucionais em manutenccedilatildeo e desenvolvimento da
educaccedilatildeo representando em valores nominais R$ 384337709 (trecircs milhotildees
oitocentos e quarenta e trecircs mil trezentos e setenta e sete reais e nove
centavos) Do valor total aplicado em educaccedilatildeo o Municiacutepio aplicou 9053 no
ensino fundamental atendendo ao limite miacutenimo estabelecido em lei
Em 2006 o municiacutepio aplicou 2833 na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do
ensino dos recursos originaacuterios de impostos e transferecircncias constitucionais
este percentual representou em valores nominais R$ 1160598213 (onze
milhotildees seiscentos e cinco mil novecentos e oitenta e dois reais e treze
centavos) O percentual representa tambeacutem uma queda quando comparado
120
com 1998 mas atendendo o limite miacutenimo de 25 conforme previsto na CF de
1988 destes valores aplicou-se 9432 no ensino fundamental
432 Municiacutepio de Juiz de Fora
As entrevistas no municiacutepio de Juiz de Fora ocorreram nos dias 15 e 27 de
marccedilo e 01 de abril de 2008 respectivamente no departamento de orccedilamento
sub-secretaria de financcedilas e secretaria de sauacutede
QUADRO 16
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Chefe do Departamento de Orccedilamento Assessora Teacutecnica de Financcedilas
Planejamento Financcedilas
Assessora Teacutecnica de Financcedilas Sauacutede Sub-secretaacuterio de Sauacutede Fonte elaborado pelo autor
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de planejamento e
financcedilas elaborou-se uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das
perguntas e respostas conforme demonstrado a seguir
QUADRO 17
Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Processo alteraccedilatildeo e participaccedilatildeo PPA e LOA Agentes participantes Etapas para elaboraccedilatildeo da LOA Etapas percorridas Regiotildees orccedilamentaacuterias Organizaccedilatildeo do municiacutepio em regiotildees Publicaccedilatildeo de Informaccedilotildees Transparecircncia na Administraccedilatildeo Avaliaccedilatildeo de Programas de Governo Acompanhamento do programas de governo Estrutura Fiacutesica e de Pessoal Modificaccedilotildees estruturais com a LRF Compatibilidade entre PPA e LOA Compatibilidade entre PPA e LOA Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Fluxo de Caixa Existecircncia de Fluxo de Caixa Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Despesas Novas Criaccedilatildeo de Despesas Novas e expansatildeo Opiniatildeo do que mudou com LRF Informaccedilotildees complementares sobre
mudanccedilas da LRF Fonte Elaborado pelo autor
121
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento Em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento contabilidade e sociedade organizada
Natildeo foi um orccedilamento participativo aberto no entanto nos exerciacutecios de 2003
2004 e 2005 os centros regionais instituiacutedos tiveram participaccedilatildeo efetiva no
processo de planejamento A partir de 2006 os conselhos participaram
efetivamente na definiccedilatildeo das accedilotildees governamentais especialmente os
conselhos de sauacutede educaccedilatildeo e assistecircncia social prova efetiva do avanccedilo e
fortalecimento da participaccedilatildeo popular
Quanto agraves etapas percorridas se estabeleciam da seguinte forma 1ordm ndash
Levantamento de dados histoacutericos e estatiacutesticos 2ordm ndash Inicia-se o processo
externo da LOA reunindo as secretarias envolvidas no processo para
explanaccedilatildeo sobre o meacutetodo 3ordm - Inserccedilatildeo dos dados pelas secretarias em
sistema informatizado sendo que nesta a secretaria obedece a limites como
pessoal custeio e neste somente eacute validado pelos conselhos e pelo
Departamento de Orccedilamento 4ordm - Consolidaccedilatildeo de dados pelo Departamento
de Orccedilamento 5ordm - Reuni-se o primeiro escalatildeo com o prefeito e teacutecnicos do
departamento de orccedilamento 6ordm - Processa modificaccedilotildees necessaacuterias e envia
ao Legislativo uacuteltimo e 7ordm - Reuacutene com membros do Legislativo para
discussatildeo reformulaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da proposta
O municiacutepio estaacute organizado em 8 regiotildees administrativas e que satildeo utilizadas
para definiccedilotildees orccedilamentaacuterias conforme figura 2 a seguir
122
FIGURA 2 - Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora Fonte wwwpjfmggovbr
Para publicaccedilatildeo de informaccedilotildees relativas a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria natildeo foi
possiacutevel obter respostas no entanto conseguimos informaccedilotildees no site da
prefeitura no qual constavam informaccedilotildees somente do exerciacutecio de 2006 apoacutes
o advento da LRF
O Municiacutepio de Juiz de Fora natildeo realizava avaliaccedilotildees de indicadores de
programas e accedilotildees governamentais em 1998 Em 2006 ocorreram avaliaccedilotildees
desta ordem em periodicidade anual
Quanto agraves modificaccedilotildees estruturais e de pessoal em 1998 a estrutura era
formada por apenas um funcionaacuterio no setor de planejamento e orccedilamento Em
2002 jaacute com maior demanda o departamento passou a contar com mais dois
funcionaacuterios todos com constante capacitaccedilatildeo profissional e atualizaccedilatildeo de
sistemas informatizados para atendimento agraves demandas
123
Para existecircncia de compatibilizaccedilatildeo entre o PPA e LOA o municiacutepio de Juiz de
Fora manifestou que para inclusatildeo de accedilotildees governamentais no orccedilamento
puacuteblico eacute necessaacuterio que conste primeiro do PPA e tambeacutem condiccedilatildeo
obrigatoacuteria a existecircncia de unidades fiacutesicas nas accedilotildees mas para os valores
financeiros eacute somente indicativo os valores natildeo satildeo obrigados estarem
idecircnticos isto pode ocorrer na elaboraccedilatildeo de cada orccedilamento anual para os
dois exerciacutecio de 1998 e 2006
Natildeo foi possiacutevel identificar a utilizaccedilatildeo de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo em
1998 tendo em dificuldades encontradas para essa entrevista Em 2006 o
municiacutepio adotou o instrumento por ser obrigatoacuterio pela LRF exigido pelo
tribunal e por servir como instrumento de acompanhamento e controle
Para os desembolsos o Executivo estabelecia cronograma nos dois exerciacutecios
ficando mais criterioso com o advento da LRF
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa ocorriam controles sem criteacuterios bem
riacutegidos Em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado foi utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal Em 2006
passou-se a estabelecer metas que eram encaminhadas ao tribunal de contas
do estado de minas gerias (TCE) e a STN
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o planejamento como um todo foi modificado para
melhor especialmente quando ocorreu o envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos
gestores de cada unidade permitindo assim que cada responsaacutevel tanto de
124
cargos de comando como de execuccedilatildeo operacional participassem do processo
conhecendo os conceitos para elaboraccedilatildeo do PPA LDO e LOA
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de sauacutede elaborou-se
uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das perguntas e respostas
conforme demonstrado a seguir
QUADRO 18
Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da sauacutede Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da
sauacutede Gestor da sauacutede Quem gerencia a sauacutede eacute a proacutepria
Secretaria ou a Secretaria de Financcedilas Quais recursos estavam disponiacuteveis para sauacutede
Com qual recurso a sauacutede pedia contar
Despesas aplicadas com sauacutede Com quais despesas a sauacutede gasta os recursos recebidos
Percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Qual percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Mudanccedila efetiva com o advento da LRF O que mudou efetivamente com o advento da LRF
Fonte Elaborado pelo autor
Na elaboraccedilatildeo do orccedilamento da sauacutede em 1998 mesmo existindo o Plano
Municipal de Sauacutede natildeo ocorria consistecircncia entre este o PPA LDO e LOA
falava-se da compatibilidade sem trabalhar a loacutegica do sistema os planos
ficavam como peccedila de ficccedilatildeo sem planos detalhados mensais e anuais de
execuccedilatildeo
A gestatildeo semi-plena do sistema de sauacutede em Juiz de Fora iniciou em 1995
entatildeo em 1998 jaacute estava com a autonomia administrativa patrimonial e
financeira no entanto nesta data o municiacutepio natildeo era obrigado a aplicar 15
de suas receitas com serviccedilos de sauacutede puacuteblica
Em 2006 o municiacutepio continuou com a autonomia jaacute estando sujeito a
aplicaccedilatildeo do percentual de 15 dos recursos proacuteprios definidos em emenda
125
constitucional em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede no entanto estes recursos eram
planejados e orccedilados na secretaria de sauacutede e sua gestatildeo financeira ocorria na
secretaria de financcedilas do municiacutepio
Natildeo foi possiacutevel na entrevista a resposta de quais recursos o municiacutepio contava
em 1998 no entanto a contabilidade da secretaria forneceu informaccedilatildeo por
meio de documentos que os recursos fundo a fundo foram campanha de
cacircmara de compensaccedilatildeo urgecircncia e emergecircncia gestatildeo plena de sistema
municipal piso de atenccedilatildeo baacutesica ndash fixo (semiplena) pab fixo programa de
combate agraves carecircncias nutricionais sauacutede da famiacutelia accedilotildees baacutesicas de
vigilacircncia sanitaacuteria totalizando R$ 2316454526 (vinte e trecircs milhotildees cento e
sessenta e quatro mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e seis
centavos)
Juntamente com os recursos do proacuteprio governo o Municiacutepio aplicou R$
7546542400 (setenta e cinco milhotildees quatrocentos e sessenta e cinco mil
quatrocentos e vinte e quatro reais) sendo 2239 em pessoal 7723 em
outras despesas correntes da sauacutede e somente 038 em investimentos
Em 2006 a receitas de transferecircncia de fundo a fundo totalizaram R$
10479820272 (cento e quatro milhotildees setecentos e noventa e oito mil
duzentos e dois reais e setenta e dois centavos) e governo local aplicou mais
R$ 7046832221 (setenta milhotildees quatrocentos e sessenta e oito mil
trezentos e vinte e dois reais e vinte e dois centavos) totalizando R$
17526652493 (cento e setenta e cinco milhotildees duzentos e sessenta e seis
mil quinhentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos)
Os recursos que foram aplicados com pessoal representaram 3695 com
outras despesas correntes do governo 5839 e somente 466 em
investimentos ocorrendo uma mudanccedila significativa de despesas com pessoal
para mais e outras despesas correntes do governo para menos
126
Em 1998 a aplicaccedilatildeo de percentual das receitas proacuteprias do governo natildeo eram
obrigatoacuterias jaacute em 2006 a aplicaccedilatildeo deste percentual totalizou 2624
conforme anexo XIV enviado ao TCEMG percentual acima do estabelecido no
artigo 198 da CF de 1998
E o que mudou efetivamente com o advento da LRF na opiniatildeo do sub-
secretaacuterio de sauacutede depende mais do gestor puacuteblico no Brasil a
responsabilidade estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo a gestatildeo da sauacutede puacuteblica ficou
inviabilizada em funccedilatildeo da judicializaccedilatildeo da sauacutede a partir de 2004 como
exemplo o municiacutepio em 2007 pagou despesas acima do planejado na ordem
de R$ 400000000 (quatro milhotildees de reais)
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na aacuterea de ldquoeducaccedilatildeordquo apoacutes
vaacuterias tentativas no entanto conseguiu-se informaccedilotildees importantes sobre o
tema fornecidas pela contabilidade da prefeitura conforme apresenta-se a
seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 969985273 (nove
milhotildees seiscentos e noventa e nove mil oitocentos e cinquumlenta e dois reais e
setenta e trecircs centavos) aplicando destes valores 9167 em profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 4480746927
(quarenta e quatro milhotildees oitocentos e sete mil quatrocentos e sessenta e
nove reais e vinte e sete centavos) e destes aplicou 8128 em profissionais
do magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 3051062865 representando um
percentual de 3052 e destes valores aplicou-se o percentual de 9034 no
ensino fundamental
127
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 7480484044 (setenta e quatro
milhotildees oitocentos e quatro mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e
quatro centavos) representando um percentual de 2624 e destes valores
aplicou-se 8128 no ensino fundamental
Mesmo com uma queda de percentual nos dois exerciacutecios municiacutepio cumpriu o
disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo 25 dos
recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Planejamento Financcedilas Diretora de Orccedilamento Fonte elaborado pelo autor
O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas deste municiacutepio seguiu roteiro estabelecido na siacutentese descrita no
quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento e sociedade organizada
Em 2006 foi instituiacuteda uma comissatildeo de conselho participativo com interaccedilatildeo
efetiva no processo de planejamento
128
Em 1998 somente a secretaria de planejamento elaborava a proposta
orccedilamentaacuteria com informaccedilotildees histoacutericas e encaminhava para as demais para
validaccedilatildeo
Jaacute em 2006 jaacute com a instituiccedilatildeo da comissatildeo de conselho participativo que
definiccedilatildeo suas prioridades e eram obedecidas definidas em audiecircncias
puacuteblicas as accedilotildees estrateacutegicas do governo eram definidas pelos secretaacuterios
com validaccedilatildeo final do chefe do Executivo
O municiacutepio era composto de mais de dez regiotildees setoriais realizava-se
reUniatildeo com todos ao final acontecia uma reUniatildeo geral para definiccedilatildeo de trecircs
accedilotildees que interessavam a todas as regiotildees o que geralmente eram obras de
infra-estrutura
As publicaccedilotildees dos relatoacuterios da execuccedilatildeo do orccedilamento bimestrais e
quadrimestrais natildeo eram realizadas em 1998 utilizando-se somente o boletim
diaacuterio de caixa
Em 2006 as publicaccedilotildees jaacute com a vigecircncia da LRF satildeo realizadas nos periacuteodos
determinados representando um avanccedilo na administraccedilatildeo do dinheiro puacuteblico
Em 1998 natildeo realizava-se avaliaccedilatildeo de programas governamentais em 2006
as avaliaccedilotildees das accedilotildees foram ao final do exerciacutecio pelo controle interno
conforme determinaccedilatildeo do TCEMG
Com as novas exigecircncias quantitativas e qualitativas exigiu-se mais
funcionaacuterios mais investimentos em infra-estrutura (moacuteveis e equipamentos) e
a qualificaccedilatildeo dos servidores para atuarem no planejamento e execuccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento
A compatibilidade entre o PPA e LOA jaacute existia em 1998 e permaneceu para
2006
129
O estabelecimento de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo jaacute ocorria em 1998 e
permaneceu para 2006 servindo como instrumento de planejamento e
acompanhamento das receitas puacuteblicas em prazo necessaacuterio para tomadas de
decisotildees porventura necessaacuterias
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
com a vigecircncia da LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos
desembolsos a serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o municiacutepio passou a administrar com mais clareza o
dinheiro puacuteblico
Apoacutes contatos com a secretaria de sauacutede sem ecircxito natildeo foi concedida a
entrevista natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e anaacutelise dos dados
No entanto algumas informaccedilotildees objeto da entrevista foram fornecidas pelo
setor de contabilidade da prefeitura
Para 1998 natildeo era obrigatoacuteria a aplicaccedilatildeo de percentuais em accedilotildees e serviccedilos
puacuteblicos de sauacutede
130
Jaacute para 2006 o municiacutepio aplicou 225 das receitas originaacuterias de impostos e
transferecircncias constitucionais aplicando acima do limite miacutenimo de 15
conforme determinaccedilatildeo constitucional
Uma observaccedilatildeo importante eacute que em 2006 dos R$ 923138811 (nove
milhotildees duzentos e trinta e um mil trezentos e oitenta e oito reais e onze
centavos) 7224 foram aplicados em atenccedilatildeo baacutesica
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo da entrevista na aacuterea de educaccedilatildeo apoacutes vaacuterias
tentativas no entanto informaccedilotildees foram fornecidas pela contabilidade da
prefeitura conforme apresenta-se a seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 96418693
(novecentos e sessenta e quatro mil centro e oitenta e seis reais e noventa e
trecircs centavos) aplicando destes valores 6006 com profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF receber recursos na ordem de R$ 538446787 (cinco
milhotildees trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e sessenta e sete reais
e oitenta e sete centavos) e destes aplicou 6315 com profissionais do
magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Na comparaccedilatildeo entre os dois exerciacutecios observa-se que mesmo tendo um
crescimento de 55845 de 1998 para 2006 os percentuais destinados a
profissionais do magisteacuterio praticamente mantiveram-se com os mesmos
percentuais
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 373749873 (trecircs milhotildees
setecentos e trinta e sete mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e
trecircs centavos) representando um percentual de 3090
131
Do valor total aplicado em educaccedilatildeo pelo municiacutepio em 1998 foi aplicado
70918 no ensino fundamental conforme documento fornecido pela
contabilidade
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 1141044393 (onze milhotildees
quatrocentos e dez mil quatrocentos e quarenta e trecircs reais e noventa e trecircs
centavos) representando um percentual de 2781 e destes valores aplicou-
se 6566 no ensino fundamental
Mesmo com uma forte queda de percentual nos dois exerciacutecios o municiacutepio
cumpriu o disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo
25 dos recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais bem
como o percentual miacutenimo de 60 no ensino fundamental
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
QUADRO 20
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Diretor de Planejamento e Gestatildeo Planejamento Financcedilas Chefe de Contabilidade
Educaccedilatildeo Assessor Teacutecnico Fonte elaborado pelo autor O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas do municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso seratildeo seguidos pela
siacutentese descrita no quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito contabilidade e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
132
vigecircncia da LRF jaacute estavam inseridos no processo os secretaacuterios e a
sociedade organizada
Em 1998 todo o processo ocorria na contabilidade o orccedilamento era
praticamente uma coacutepia do orccedilamento do ano anterior
Jaacute em 2006 1ordm - Ocorriam reuniotildees do chefe do Executivo com todos os
diretores gerentes e assessores discutindo temas relacionados ao
planejamento 2ordm - Com a proximidade do envio da LOA reunia-se novamente
com todos os envolvidos com apresentaccedilotildees de palestras debates temaacuteticos
3ordm - Eacute construiacuteda o projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo municipal
O municiacutepio estaacute dividido entre seis a dez regiotildees orccedilamentaacuterias que tambeacutem
participam com indicaccedilatildeo de accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo eram publicados relatoacuterios originados da execuccedilatildeo do
orccedilamento tanto bimestrais quanto quadrimestrais natildeo publicando tambeacutem
boletim diaacuterio de caixa e relatoacuterios a serem encaminhados a STN
Em 2006 jaacute com vigente a LRF as publicaccedilotildees satildeo periodicamente conforme
determinaccedilatildeo legal inclusive com apresentaccedilatildeo em audiecircncia puacuteblica no
Legislativo municipal
Em 1998 as avaliaccedilotildees dos programas governamentais eram realizadas de
maneira superficial jaacute em 2006 a avaliaccedilatildeo das accedilotildees eram realizadas com
criteacuterios mais definidos
Em 1998 as accedilotildees eram concentradas em poucos servidores o pessoal
necessaacuterio para execuccedilatildeo dos serviccedilos jaacute existia no entanto por questotildees
culturais natildeo ocorriam distribuiccedilatildeo de responsabilidades de forma a atender agraves
demandas dos serviccedilos de planejamento financeiro e contaacutebil
133
Em 2006 com as novas demandas para administraccedilatildeo puacuteblica o Executivo jaacute
contava com uma equipe capacitada e com uma estrutura fiacutesica adequada agraves
necessidades a LRF reafirmou a responsabilizaccedilatildeo dos envolvidos no
processo contribuindo para melhoria nos serviccedilos
Em 1998 observava-se a compatibilidade entre accedilotildees a serem incluiacutedas na
LOA com o PPA bem como a consistecircncia entre os valores financeiros dos
programas e accedilotildees governamentais natildeo sendo observada somente a
existecircncia de unidade fiacutesica nas accedilotildees de governo
Em 2006 repetiu-se a compatibilidade de 1998 acrescentando a verificaccedilatildeo de
unidades fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo utilizava-se o estabelecimento de metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo em 2006 jaacute estava funcionando o instrumento tendo iniciado em
2000
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
vigente a LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos desembolsos a
serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
134
E concluindo conforme entrevista dos envolvidos com o advento da LRF a
administraccedilatildeo puacuteblica passou a planejar melhor suas accedilotildees tendo dispositivos
e limites orientadores para suas accedilotildees trabalhando com transparecircncia
atribuindo maiores responsabilidades aos gestores no entanto temos muito a
avanccedilar na administraccedilatildeo puacuteblica
Apoacutes vaacuterias tentativas sem ecircxito natildeo possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na
secretaria de sauacutede no entanto informaccedilotildees importantes foram fornecidas
pela contabilidade da prefeitura conforme se segue
Em 2006 o municiacutepio aplicou em accedilotildees puacuteblicas de sauacutede 2236 das receitas
originaacuterias de impostos e transferecircncias constitucionais representando em
valores nominais R$ 747907818 (sete milhotildees quatrocentos e setenta e nove
mil setenta e oito reais e dezoito centavos)
Dos valores aplicados o municiacutepio aplicou 3925 em atenccedilatildeo baacutesica e
4228 em assistecircncia hospitalar e ambulatorial
A seguir apresenta-se o quadro 21 com siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
QUADRO 21
Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da educaccedilatildeo
Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da educaccedilatildeo
Gestatildeo da educaccedilatildeo De quem eacute a gestatildeo da educaccedilatildeo Despesas da educaccedilatildeo Com quais despesas a educaccedilatildeo aplicava
seus recursos Despesas do FUNDEF Com quais despesas eram aplicados os
recursos do FUNDEF Percentual aplicado com educaccedilatildeo Qual o percentual aplicado com educaccedilatildeo
com recursos do governo conforme artigo 212 da CF de 1988
Fonte Elaborado pelo autor
135
Em 1998 o orccedilamento era totalmente centralizado na contabilidade central do
Executivo a secretaria de educaccedilatildeo natildeo participava de nenhuma decisatildeo de
investimento o planejamento ficava comprometido o orccedilamento era coacutepia fiel
do ano anterior
Em 2006 o orccedilamento teve participaccedilatildeo efetiva das secretarias inclusive a
educaccedilatildeo o secretario reunia-se com seus assessores determinavam as
prioridades para manutenccedilatildeo dos serviccedilos definindo tambeacutem os novos
investimentos
Em 1998 toda a gestatildeo ocorria pela contabilidade e setor financeiro da
prefeitura a secretaria de educaccedilatildeo era praticamente um setor operacional
Em 2006 a competecircncia pela elaboraccedilatildeo do planejamento e gestatildeo eram da
secretaria de educaccedilatildeo todas as etapas da despesa puacuteblica eram
acompanhadas e autorizadas pela educaccedilatildeo por meio de assessores ou pelo
proacuteprio secretario(a)
Em 1998 e 2006 as despesas do ensino eram aplicadas com pessoal efetivo e
contratado despesas legais manutenccedilatildeo investimentos sendo que todos
podem tambeacutem ser demandados da sociedade
Em 1998 o municiacutepio recebeu R$ 25062144 (duzentos e cinquumlenta mil
seiscentos e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) aplicando os
recursos totalmente com profissionais do magisteacuterio
Para 2006 o municiacutepio recebeu R$ 426139478 (quatro milhotildees duzentos e
sessenta e um mil trezentos e noventa e quatro reais setenta e oito centavos)
aplicando 6687 com profissionais do magisteacuterio e o restante com ensino
fundamental
O municiacutepio aplicou em 1998 2687 das receitas provenientes com impostos
e transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
136
Em 2006 aplicou 2621 das receitas provenientes de impostos e
transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
E na opiniatildeo do entrevistado a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia
para praacutetico de seus atos determinando normas mais claras e voltadas para
maior responsabilidade na gestatildeo fiscal prevenindo riscos e possibilitando
corrigir possiacuteveis desvios ampliando a participaccedilatildeo da sociedade na aplicaccedilatildeo
dos recursos obrigando o gestor a agir com maior responsabilidade
137
5 CONCLUSAtildeO
A proposta desta dissertaccedilatildeo foi investigar o efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes e especialmente nos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso realizar um estudo mais detalhado
Para tanto utilizou-se de pesquisa empiacuterica anaacutelise documental e entrevistas
dirigidas e semi-estruturadas Anteriormente a essa etapa realizou-se uma
pesquisa bibliograacutefica
Na anaacutelise de dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
constatou-se que no que tange aos percentuais de gastos com pessoal
consolidado a LRF natildeo afetou de forma positiva ou negativa tais percentuais
no entanto verifica-se que os percentuais mantiveram-se dentro dos limites
legais estabelecidos que eacute de 60 para os Municiacutepios
Quanto ao percentual consolidado de gastos com pessoal por faixa utilizado na
pesquisa consta-se tambeacutem que a LRF natildeo produziu o efeito desejado a
oscilaccedilatildeo natildeo foi significativa o que pode-se concluir eacute que os Municiacutepios
mantiveram-se dentre do limite estabelecido que eacute de 60
Quanto ao percentual de endividamento puacuteblico conclui-se que a aplicaccedilatildeo da
LRF teve um efeito positivo ocorreu uma reduccedilatildeo significativa no percentual de
1998 para 2006 de 2358 para 1809
Conclui-se que o efeito nos restos a pagar foi nitidamente positivo tendo
iniciado com uma situaccedilatildeo altamente desfavoraacutevel em 1998 representando
que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 49609 a mais do
que o disponiacutevel em Bancos e Caixa e chegando em 2006 com uma situaccedilatildeo
de sobra de recursos O indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos
a pagar consumiria somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
138
Quantos aos percentuais considerados na pesquisa como natildeo fiscais sauacutede
puacuteblica e saneamento assistecircncia social e previdecircncia educaccedilatildeo e cultura
observa-se nos gatos com sauacutede uma variaccedilatildeo para cima jaacute educaccedilatildeo
observa-se o inverso em 1998 era de 2814 caindo para 2242 em 2006
no tocante aos gastos com assistecircncia social e previdecircncia 1998 iniciou-se com
739 chegando em 2006 com 813 sem que para nenhum dos percentuais
possa-se afirmar um efeito positivo ou negativo da LRF
Os quatro Municiacutepios pesquisados em profundidade iniciaram o exerciacutecio de
1998 com percentual de aplicaccedilatildeo em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e
saneamento entre as faixas de 10 a 40 Eles chegaram em 2006 nas faixas
entre 20 a 50 alguns nas inferiores e outros nas superiores Esta evoluccedilatildeo
representa indiacutecios de que o planejamento avanccedilou efetivamente quando se
considera o direcionamento para temas essenciais e estrateacutegicos dos governos
como a sauacutede puacuteblica por exemplo Percebe-se tambeacutem que nesta temaacutetica os
quatro seguiram a tendecircncia dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Nas temaacuteticas de assistecircncia social e previdecircncia os quatro Municiacutepios
iniciaram 1998 nas faixas entre 5 a 15 e chegaram em 2006 nas faixas entre
0 a 10 Isso evidencia uma inversatildeo de prioridades dos governos ou uma
migraccedilatildeo para outras temaacuteticas como comprovado na anaacutelise de outros dados
a exemplo de serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e saneamento Observa-se tambeacutem
que a tendecircncia dos quatro natildeo segue a mesma quando compara-se a
aplicaccedilatildeo na mesma temaacutetica dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Em relaccedilatildeo aos gastos com pessoal que representam um dos maiores dos
governos os quatro Municiacutepios iniciaram em 1998 nas faixas entre 40 a 60
houve variaccedilotildees no periacuteodo analisado entre 30 a 80 chegando em 2006
dentro das faixas de 40 a 60
139
Por meio do percentual de gastos com pessoal nos quatro Municiacutepios
pesquisados comprovou-se que a LRF foi capaz de manter os gastos dentro
dos limites propostos natildeo sendo possiacutevel afirmar efeitos significativos nestes
percentuais e com indiacutecios que os nuacutemeros que merecem uma atenccedilatildeo
especial
Pode-se considerar a diacutevida consolidada dos quatro Municiacutepios como
exemplar Todos atendem plenamente aos limites da resoluccedilatildeo 40 do senado
federal O indicador iniciou em 1998 nas faixas entre 0 a 30 chegando a
2006 nas mesmas faixas
Os restos a pagar uma das mais importantes inovaccedilotildees da LRF foram
tratados de maneira responsaacutevel pelos quatro Municiacutepios Com exceccedilatildeo de
Alfenas os demais iniciaram em 1998 com percentuais exorbitantes na faixa
entre 400 a 1200 chegando em 2006 nas faixas entre 0 a 200
O municiacutepio de Alfenas iniciou a conta restos a pagar em 1998 na faixa entre 0
a 200 exatamente com 2968 e chegou em 2006 na mesma faixa soacute que
com 18139 O iacutendice recomendado eacute de 100 Deve-se ressaltar que este
municiacutepio em todo periacuteodo analisado esteve dentro do iacutendice recomendado
contudo deve dispensar atenccedilatildeo especial para este indicador Tambeacutem Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso apesar de este indicador ter melhorado e atingido
iacutendices satisfatoacuterios deve ficar atento ao resultado de 19269 apresentado
em 2006
Mesmo natildeo sendo recomendada tal situaccedilatildeo os Municiacutepios que apresentaram
percentuais de restos a pagar acima do recomendado poderatildeo reverter tal
situaccedilatildeo ateacute 2008 exerciacutecio que a LRF reservou conteuacutedo especial para o
tema
A conclusatildeo relacionada a creacuteditos suplementares eacute que os quatro Municiacutepios
natildeo avanccedilaram com a LRF Somente Juiz de Fora realizou suplementaccedilotildees
140
dentro dos limites estabelecidos na LOA No entanto todos expediram decretos
para modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias em 2006 maiores que 1998 representando
uma falta de planejamento mesmo apoacutes vaacuterios anos de vigecircncia da lei fiscal
brasileira
Os percentuais aplicados em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede natildeo eram obrigatoacuterios
em 1998 por isso somente os dados de 2006 foram analisados Constatou-se
que os quatro Municiacutepios cumpriram os percentuais determinados Alfenas
Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso aplicaram
respectivamente 2389 2624 2389 e 2236 Conclui-se com estas
aplicaccedilotildees no miacutenimo como representativas da responsabilidade com o
dinheiro puacuteblico e com a legislaccedilatildeo aplicada
Os percentuais legais aplicados com recursos do proacuteprio governo com
educaccedilatildeo e os recursos do FUNDEF tambeacutem foram cumpridos tanto em 1998
quanto em 2006 O municiacutepio de Alfenas aplicou em educaccedilatildeo no ano de
1998 um percentual de 3172 Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso aplicaram respectivamente 3052 3090 e 2687
Em 2006 Alfenas aplicou em educaccedilatildeo o percentual de 2833 Juiz de Fora
2624 Paraacute de Minas 2787 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 2621 Quando
comparados com 1998 observam-se percentuais menores de aplicaccedilatildeo em
educaccedilatildeo No entanto os quatro Municiacutepios cumpriram o limite estabelecido no
artigo 212 da CF de 1988
Os quatro Municiacutepios tambeacutem cumpriram os limites miacutenimos de 60 para
aplicaccedilatildeo dos recursos recebidos do FUNDEF com profissionais do magisteacuterio
Em 1998 Alfenas aplicou 17162 Juiz de Fora 9167 Paraacute de Minas
6006 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 100 dos recursos
Em 2006 Alfenas aplicou 8647 Juiz de Fora 8128 Paraacute de Minas 6315
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 6687 representando responsabilidade com os
141
recursos da educaccedilatildeo e do FUNDEF atenderam aos limites miacutenimos sem
prejudicar os indicadores financeiros descritos anteriormente
Constatou-se ainda um avanccedilo no processo de planejamento e gestatildeo
puacuteblica Houve maior envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos secretaacuterios
municipais e servidores das unidades operativas tanto na elaboraccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento quanto na execuccedilatildeo destes planos
A pesquisa comprovou por meio das entrevistas que o planejamento em Juiz
de Fora por exemplo melhorou em geral apoacutes a implementaccedilatildeo da LRF
Evidenciou-se que ocorreu envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos gestores de
cada unidade orccedilamentaacuteria Permitiu-se a cada responsaacutevel por cargos tanto
de comando quanto operativos que participassem do processo e facilitou-se o
conhecimento de conceitos e meacutetodos para elaboraccedilatildeo do PPA da LDO e da
LOA
Na secretaria de sauacutede de Juiz de Fora o que mudou efetivamente dependeu
mais da responsabilidade de cada gestor No Brasil a responsabilidade fiscal
estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo e o planejamento da sauacutede estaacute prejudicado nos
Municiacutepios em funccedilatildeo do chamado ldquojudicializaccedilatildeo da sauacutederdquo
Judicializaccedilatildeo na opiniatildeo do entrevistado satildeo sentenccedilas judiciais contra o
municiacutepio impetradas por usuaacuterios dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede garantindo
atendimentos de alta complexidade natildeo planejados pelo pode puacuteblico
municipal
Para a entrevistada de Paraacute de Minas os administradores passaram com a LRF
administrar com mais transparecircncia o dinheiro puacuteblico Os entrevistados dos
setores de planejamento e gestatildeo de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso afirmam que
apoacutes a LRF especialmente devido agrave imposiccedilatildeo de limites pela lei fiscal a
administraccedilatildeo passou a planejar melhor suas accedilotildees trabalhando com mais
transparecircncia e atribuindo mais responsabilidade aos gestores
142
Segundo o entrevistado da secretaria de educaccedilatildeo em Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia para a praacutetica de seus
atos com normas mais claras e voltadas para maior responsabilidade na
gestatildeo fiscal O entrevistado acredita que ao ampliar a participaccedilatildeo popular a
LRF intensifica as responsabilidades do gestor
Apoacutes anaacutelise dos dados desta pesquisa conclui-se que a LRF surtiu efeito
positivo nos Municiacutepios analisados com maior participaccedilatildeo da sociedade com
implementaccedilatildeo de instrumentos de gestatildeo orccedilamentaacuteria e financeira exigidos
pela Lei Fiscal Brasileira e com os percentuais e informaccedilotildees apresentadas na
pesquisa No entanto podemos avanccedilar mais e a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira deve e pode ser modificada em alguns pontos para atender agrave
nova realidade dos Municiacutepios a exemplo sobre a utilizaccedilatildeo da reserva de
contingecircncia unificaccedilatildeo das prestaccedilotildees de contas aos tribunais e a STN
contrataccedilatildeo pelos entes no uacuteltimo ano de governo Uma lei para manter-se
necessita ajustar-se constantemente agrave dinacircmica e agraves exigecircncias da
comunidade especialmente a lei mais importante para as financcedilas puacuteblicas
brasileira
A Lei Fiscal Brasileira foi um marco histoacuterico para as financcedilas puacuteblicas
brasileira estabelecendo limites e regras fundamentais para o planejamento
controle e gestatildeo com contribuiccedilatildeo relevante para administraccedilatildeo puacuteblica e
toda sociedade
143
REFEREcircNCIAS
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146
APEcircNDICES
APEcircNDICE A
BLOCO I - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
DESPESAS COM ENDIVIDAMENTO PESSOAL E RESTOS A PAGAR SAUacuteDE E SANEAMENTO ASSISTEcircNCIA E PREVIDEcircNCIA E EDUCACcedilAtildeO
1) Relaccedilatildeo Diacutevida Fundada Consolidada com a RCL dos Municiacutepios
Mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes exerciacutecios de 1998 a
2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
2) Despesas com Pessoal dos Municiacutepios Mineiros com populaccedilatildeo superior a
50000 mil habitantes Relaccedilatildeo com Receita Corrente Liacutequida exerciacutecio de
1998 a 2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
3) Valores constantes em Restos a Pagar nos Municiacutepios Mineiros com mais
de 50000 mil habitantes referente saldo final nos exerciacutecios de 1998 a 2006
comparado com o valor da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
4) Valores realizados com Sauacutede e Saneamento em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
5) Valores realizados com Assistecircncia e Previdecircncia em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
6) Valores realizados com Educaccedilatildeo em Relaccedilatildeo da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
BLOCO II - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO EXECUTIVO E PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GESTAtildeO
ORCcedilAMENTAacuteRIA
1) Quais entidades compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica no Municiacutepio
2) Qual eacute a estrutura organizacional do Poder Executivo (pode ser
representada por figuraorganograma)
3) Quais informaccedilotildees continham nos programas governamentais nos exerciacutecio
de 1998 e 2006
INFORMACcedilOtildeES 1998 2006
Caracteriacutestica do Programa
Objetivo do Programa
Unidade Responsaacutevel
Gerente Responsaacutevel pelo Programa
Indicador do Programa
Custo Financeiro do Programa
4) Quais tipos de despesas constavam no PPA nos exerciacutecios de 1998 e 2006
TIPOS DE DESPESAS 1998 2006
Somente despesas de capital
Despesas de capital e Despesas de Duraccedilatildeo Continuada
Despesas de capital e Outras delas decorrentes
5) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizada em Sauacutede e
Saneamento para os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizado em Assistecircncia
social e Previdecircncia entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
7) Qual o percentual da Receita Corrente Liacutequida aplicado em Pessoal nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) ateacute 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
8) Qual o percentual apurado da comparaccedilatildeo entre Receita Corrente Liacutequida
realizada com o saldo da diacutevida consolidada do municiacutepio nos exerciacutecios de
1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
9) Qual o valor de restos a pagar em relaccedilatildeo Disponibilidade Financeira nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
EXERCIacuteCIO VALORES
1998
2006
10) Qual o percentual de suplementaccedilatildeo autorizado e efetivamente realizado
para os exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL AUTORIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
11) Quantos atos legais o Executivo emitiu em e em quais periacuteodos para
abertura de creacuteditos adicionais suplementares
EXERCIacuteCIO TRIMESTRE QUANTIDADE DE DECRETOS
1ordm
2ordm
3ordm
1998
4ordm
1ordm
2ordm
3ordm
2006
4ordm
APEcircNDICE B
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BLOCO I ndash PROCESSO DE PARTICIPACcedilAtildeO E CONSTRUCcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS DE PLANEJAMENTO FINANCcedilAS ASSESSORES E TEacuteCNICOS DA AacuteREA DE PLANEJAMENTO
O presente instrumento tem como objetivo de sua utilizaccedilatildeo um estudo de caso
da dissertaccedilatildeo de Mestrado do aluno Reinaldo Cacircndido Teixeira sobre
orientaccedilatildeo do Professor Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade pela Fundaccedilatildeo
Educacional Dr Pedro Leopoldo Prometemos manter sigilo quanto agraves
informaccedilotildees que nos seratildeo passadas fazendo uso das mesmas uacutenica e
exclusivamente para realizaccedilatildeo deste projeto
As respostas desta entrevista seratildeo com base no processo orccedilamentaacuterio e
financeiro dos exerciacutecios de 1998 e 2006
1) Relacione os agentes que participaram do processo de alteraccedilatildeoelaboraccedilatildeo
do PPA e da LOA para os exerciacutecios de 1998 e 2006
AGENTES 1998 2006
Prefeito
Secretaacuterios
Sociedade Organizada (sindicatos associaccedilatildeo de bairros)
Contabilidade
Secretaacuteria de Planejamento
11 ndash Relacione outros agentes se julgar necessaacuterio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento Municipal
EXERCIacuteCIO RESPOSTAS
1998
2006
3) Em quantas regiotildees orccedilamentaacuterias (bairros) foram divididas(os) seu
municiacutepio para fins de alocaccedilatildeo de recursos para os exerciacutecios de 1998 e
2006
ASSINALAR COM X
QUANTIDADE DE REGIOtildeES 1998 2006
1 a 5
6 a 10
Acima de 10
31 ndash Caso entenda necessaacuterio comente algum fator relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) A transparecircncia tem sido uma dos avanccedilos na administraccedilatildeo puacuteblica qual
era diferenccedila entre os exerciacutecios de 1998 e 2006 conforme itens a seguir
RELACcedilAtildeO DE ITENS 1998 2006
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios Resumidos da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria afixado
em local puacuteblico e Internet
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios de Gestatildeo Fiscal afixado em local puacuteblico ou
Internet
Boletim Diaacuterio de Caixa
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional
41 ndash Mencione outras informaccedilotildees caso julgue importantes ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Existia avaliaccedilatildeo perioacutedica dos resultados da execuccedilatildeo dos programas
governamentais nos exerciacutecios de 1998 e 2006
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
6) Do ponto de vista de estrutura Fiacutesica e de Pessoal ocorreu alguma
mudanccedila qual era sua estrutura nos exerciacutecios objeto da pesquisa exigiu mais
funcionaacuterios para atender agraves demandas exigiu contrataccedilatildeo de pessoal mais
qualificado ou ateacute mesmo a qualificaccedilatildeo da equipe jaacute existente
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
7) O Poder Executivo observou regra de compatibilidade entre PPA e LOA para
em sua elaboraccedilatildeo para 1998 e 2006
REGRAS DE COMPATIBILIDADE 1998 2006
Existecircncia de accedilotildees governamentais no PPA como condiccedilatildeo para inclusatildeo
na LOA
Os mesmos valores financeiros constantes nos totalizadores dos
Programas e Accedilotildees Governamentais do PPA com a LOA
Existecircncia de UN fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
71 ndash Mencione outras regras caso haja necessidade ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) O Poder Executivo estabelecia metas de arrecadaccedilatildeo mensais ou
bimestrais para os exerciacutecios de 1998 e 2006 utilizando como instrumento
orientador de planejamento
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
9) O Poder Executivo Municipal estabelecia algum tipo de cronograma de
desembolso como instrumento de planejamento financeiro para o exerciacutecio de
1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
10) O Poder Executivo Municipal estabelecia fluxo de caixa projetado para o
exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
11) O Poder Executivo Municipal estabelecia Metas de Resultado Primaacuterio e
Nominal para exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
12) Para expansatildeo de criaccedilatildeo de despesas novas havia algum tipo de regra
para medir o impacto orccedilamentaacuterio e financeiro no exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
13) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
BLOCO II ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE SAacuteUDE
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Sauacutede
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Sauacutede (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento) somente
do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os) como por
exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para 2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
3) Quais os recursos o Municiacutepio contava em 1998 e 2006 para financiar os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede
RECURSOS 1998 2006
Porcentagem das Receitas Tributaacuterias e Trans Constitucionais do
Municiacutepio
MAC ndash Meacutedia e Alta Complexidade
PAB Fixo ndash Piso de Atenccedilatildeo Baacutesico Fixo
Programa Sauacutede da Famiacutelia
Programa Sauacutede Bucal
Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
11 ndash Relacione outra fonte caso entenda como relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da sauacutede no orccedilamento
no exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL DA ARRECADACcedilAtildeO CONFORME EMENDA 29 DE 2000 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________ MAC ndash MEacuteDIA E ALTA COMPLEXIDADE 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
42 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PAB FIXO ndash PISO DE ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
43 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual foi o percentual Fixado e Realizado das receitas originaacuterias de
impostos e de transferecircncias constitucionais para sauacutede puacuteblica no Orccedilamento
do exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
BLOCO III ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE EDUCACcedilAtildeO
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Educaccedilatildeo EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Educaccedilatildeo (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento)
somente do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os)
como por exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para
2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da educaccedilatildeo no
orccedilamento nos exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL DE 25 DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFEREcircNCIAS CONSTITUCIONAIS
1998
2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legais para manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
31 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Em 1998 e 2006 jaacute vigorando a Lei 9424 ndash Dispotildee sobre o Fundo de
Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio - FUNDEF como era a distribuiccedilatildeo destes recursos
CRITEacuteRIOS 1998 2006
Totalmente direcionado a Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Somente garantia os 60 aos Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Destinou a ampliaccedilatildeo real dos vencimentos de Pessoal do Magisteacuterio do
Ensino Fundamental
Destinado a todos os trabalhadores da educaccedilatildeo do Ensino Fundamental
Destinava agraves demais despesas com educaccedilatildeo fundamental
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual o percentual Fixado e Realizado das Receitas Originaacuterias de Impostos
e Transferecircncias Constitucionais destinados para Educaccedilatildeo no exerciacutecio de
1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 25
( ) 251 a 30
( ) acima de 30
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria de
seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________
______________________________ _____________________________
Reinaldo Cacircndido Teixeira Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade
Aluno MPA Professor Orientador
APEcircNDICE C
QUADRO 22 Relaccedilatildeo de Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes utilizados na pesquisa
Ndeg DE ORDEM UF MUNICIPIO POPULACcedilAtildeO
1 MG Alfenas 64674002 MG Araxaacute 77270003 MG Barbacena 114738004 MG Belo Horizonte 2154161005 MG Betim 318694006 MG Campo Belo 49325007 MG Caratinga 73139008 MG Contagem 529805009 MG Coronel Fabriciano 968530010 MG Curvelo 696140011 MG Divinoacutepolis 1892940012 MG Esmeraldas 372210013 MG Formiga 620920014 MG Frutal 501030015 MG Governador Valadares 2318750016 MG Ibiriteacute 1320300017 MG Ipatinga 2096600018 MG Itabira 1044260019 MG Itajubaacute 833570020 MG Ituibutaba 913750021 MG Janauacuteba 630070022 MG Januaacuteria 631550023 MG Juiz de Fora 4584170024 MG Lavras 800120025 MG Leopoldina 474560026 MG Manhuaccediluacute 598420027 MG Mariana 418780028 MG Monte Carmelo 438210029 MG Montes Claros 2906090030 MG Muriaeacute 884120031 MG Nova Lima 624770032 MG Nova Serrana 301480033 MG Ouro Preto 609190034 MG Paraacute de Minas 752270035 MG Paracatu 746370036 MG Passos 1007000037 MG Patos de Minas 1213250038 MG Patrociacutenio 751100039 MG Pedro Leopoldo 519270040 MG Pirapora 506940041 MG Poccedilos de Caldas 1321560042 MG Ponte Nova 565680043 MG Pouso Alegre 1021890044 MG Ribeiratildeo das Neves 24391700
45 MG Sabaraacute 1100630046 MG Santa Luzia 1681030047 MG Satildeo Francisco 553160048 MG Satildeo Joatildeo Del Rei 782860049 MG Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 588350050 MG Sete Lagoas 1879110051 MG Teoacutefilo Otoni 1235410052 MG Timoacuteteo 718450053 MG Trecircs Pontas 492360054 MG Ubaacute 846320055 MG Uberaba 2545200056 MG Uberlacircndia 5024160057 MG Unaiacute 679090058 MG Varginha 1108790059 MG Vespasiano 668550060 MG Viccedilosa 6301400
Fonte IBGE - Estimativa de 2004
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 11 Tema Problema
- 12 Objetivos
- 121 Objetivo Principal
- 122 Objetivos Secundaacuterios
- 13 Justificativa
- 2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
- 21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Bras
- 22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
- 221 Introduccedilatildeo
- 222 Surgimento da LRF
- 223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
- 224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
- 23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
- 231 Introduccedilatildeo
- 232 Programaccedilatildeo Financeira
- 233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
- 234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
- 235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
- 3 METODOLOGIA
- 31 Estrateacutegia de Pesquisa
- 311 Universo e amostra
- 312 Coleta de Dados
- 4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
- 411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
- 412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa
- 413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
- 414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Finance
- 415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita
- 416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircn
- 417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita
- 42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
- 421 Municiacutepio de Alfenas
- 422 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfe
- 431 Municiacutepio de Alfenas
- 432 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 5 CONCLUSAtildeO
- REFEREcircNCIAS
- APEcircNDICES
-
AGRADECIMENTOS Agradeccedilo a Deus pela vida e por esta nova etapa de minha caminhada
Agradeccedilo aos meus pais e meus irmatildeos pela educaccedilatildeo e pela criaccedilatildeo em um
caminho difiacutecil mas com honestidade e honradez
Agradeccedilo especialmente a minha esposa Hildinha e aos meus filhos Nataacutelia e
Mateus pela compreensatildeo de minha ausecircncia no periacuteodo deste projeto que foi
nosso
Agradeccedilo ao Centro Universitaacuterio Newton Paiva Ferreira pela confianccedila no meu
trabalho como docente e pelo investimento no projeto
Agradeccedilo ao Grupo SIM pela confianccedila e parceria eu serei sempre grato
especialmente aos amigos Nelton Nilton Ceacutesar e Nilton de Aquino pelo apoio
constante
Agradeccedilo agrave Fundaccedilatildeo Cultural Dr Pedro Leopoldo pela criaccedilatildeo deste
mestrado foi o que possibilitou a realizaccedilatildeo deste sonho
Agradeccedilo a todos os Professores do Curso em especial aos Professores Dr
Luiz Aureliano Dra Adelaide e Dr Luacutecio pelos ensinamentos pelo exemplo de
comprometimento humildade companheirismo e especialmente pelo exemplo
de vida
Agradeccedilo aos entrevistados dos Municiacutepios que gentilmente forneceram as
informaccedilotildees necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo desta pesquisa
Agradeccedilo tambeacutem a meus amigos do mestrado que nos momentos difiacuteceis me
incentivaram a continuar firme e forte
ldquoA educaccedilatildeo eacute a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo
Nelson Mandela
RESUMO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS estudos de caso em Municiacutepios
mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Esta dissertaccedilatildeo trata da avaliaccedilatildeo do efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes Foram realizadas anaacutelises qualitativas A pesquisa inicia-se
com um levantamento bibliograacutefico seguido de pesquisa em 60 Municiacutepios
escolhidos como amostra global cujos dados estatildeo disponiacuteveis no sitio da
STN Na sequumlecircncia foram realizados estudos de caso em quatro Municiacutepios
escolhidos pela facilidade de acesso Nestes utilizou-se para coleta de dados
levantamento documental e entrevistas Para seguranccedila na aplicaccedilatildeo das
entrevistas realizou-se um preacute-teste no municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves O
periacuteodo utilizado para pesquisa nos 60 Municiacutepios foi entre 1998 a 2006 e
para aplicaccedilatildeo das entrevistas e levantamento documental foi de 1998 e 2006
Conclui-se nos estudos por meio de vaacuterios indicadores como restos a pagar
endividamento gastos com pessoal gastos com sauacutede gastos com educaccedilatildeo
dentre outros e nas entrevistas que o efeito da lei foi positivo e que os
Municiacutepios conseguiram cumprir os limites estabelecidos pela LRF Cabe
ressaltar que alguns itens pesquisados como quantidades de decretos
utilizados para modificaccedilotildees do orccedilamento puacuteblico em sua execuccedilatildeo nos
quatro Municiacutepios evidenciou que o planejamento pode melhorar muito
Conclui-se ainda que a LRF brasileira a exemplo da Nova Zelacircndia pode ser
revisada para atender agrave nova realidade apoacutes sete anos de vigecircncia
Palavras Chave Responsabilidade Fiscal planejamento equiliacutebrio fiscal
ABSTRACT
The Impact of Fiscal Responsibility Law on City Planning Case Studies in cities of the state of Minas Gerais with more than 50000 inhabitants
The objective of this study was to evaluate the effect of the Fiscal Responsibility
Law (LRF) on budget and financial planning of cities of the State of Minas
Gerais with more than 50000 inhabitants Qualitative analyses were performed
and the study began with a literature review followed by survey in 60 cities that
were chosen as global sample with data available at the STN site
Subsequently case studies were carried out in four cities that were chosen by
their easy access Documental survey and interviews were used for data
collection and to guarantee safety in their application a pre-test took place in
the city of Ribeiratildeo das Neves The research period in the 60 cities of Minas
Gerais was from 1998 to 2006 where as the interviews and the documental
survey occurred in the year of 1998 and 2006 The conclusion led by the
interviews and several indicators such as unspent commitments debt position
personnel expenses health expenses and education expenses among others
was that LRF effect was positive and the cities managed to comply with the
limits established by the law It is worth pointing out that some items surveyed in
four cities such as the amount of decrees used for changing public budgets in
relation to their implementation showed that planning can bring a great
improvement to it It was also concluded that Brazilian LRF similarly to New
Zealand could be reviewed to meet a new reality after seven years of validity
Keywords Fiscal responsibility planning fiscal balance
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Atos das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias
ARO Antecipaccedilatildeo de Receita Orccedilamentaacuteria
BCB Banco Central do Brasil
CF Constituiccedilatildeo Federal
DASP Departamento Administrativo do Serviccedilo Puacuteblico
DILSP Diacutevida Interna Liquida do Setor Puacuteblico
FUNDEF Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental
ILPESCEPAL Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y
SocialComissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotores
ICMS Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
LDO Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias
LOA Lei Orccedilamentaacuteria Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MF Ministeacuterio da Fazenda
MPO Ministeacuterio de Planejamento e Orccedilamento
MPOG Ministeacuterio de Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo
NFGC Necessidade de Financiamento do Governo Central
PAEG Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desenvolvimento
PND Planos Nacionais de Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
SIACEPCA Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de
Contas Anual
SIDOR Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios
SIDORNET Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da
Internet
SIGPLAN Sistema de Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento
SOF Secretaria de Orccedilamento Federal
TCEMG Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
FIGURA 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo
Horizonte 83
FIGURA 2 Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora 122
GRAacuteFICO 1 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP 88
GRAacuteFICO 2 Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
90
GRAacuteFICO 3 Percentual de Endividamento Consolidado 91
GRAacuteFICO 4 Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF 92
GRAacuteFICO 5 Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira -
PRPDF 93
GRAacuteFICO 6 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL -
PGSSRCL 94
GRAacuteFICO 7 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL
- PGAPRCL 95
GRAacuteFICO 8 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash
PGECRCL 96
GRAacuteFICO 9 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas 99
GRAacuteFICO 10 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia -
Alfenas 100
GRAacuteFICO 11 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas 100
GRAacuteFICO 12 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas 101
GRAacuteFICO 13 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas 102
GRAacuteFICO 14 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora
105
GRAacuteFICO 15 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz
de Fora 105
GRAacuteFICO 16 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora 106
GRAacuteFICO 17 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 19 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 20 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas
110
GRAacuteFICO 21 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash
Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 22 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 23 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 24 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 25 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso 114
GRAacuteFICO 26 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso 115
GRAacuteFICO 27 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
115
GRAacuteFICO 28 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
GRAacuteFICO 29 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA 40
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas 47
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento 54
QUADRO 4 Processo Orccedilamentaacuterio 56
QUADRO 5 Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento 57
QUADRO 6 Etapas do processo de planejamento 58
QUADRO 7 Composiccedilatildeo da RCL 60
QUADRO 8 Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para
Estudos de Caso 83
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de
entrevistas 85
QUADRO 10 Blocos para levantamento documental 85
QUADRO 11 Blocos para entrevistas 86
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos 88
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro
Municiacutepios 98
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas 101
QUADRO 15 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste 118
QUADRO 16 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 120
QUADRO 17 Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas120
QUADRO 18 Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede 124
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 127
QUADRO 20 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 131
QUADRO 21 Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo 134
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico 31
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil
entre 1991 e 2000 32
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira 69
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 74
TABELA 5 Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
90
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
11 Tema Problema 16
12 Objetivos 17
121 Objetivo Principal 17
122 Objetivos Secundaacuterios 17
13 Justificativa 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil 19
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento 29
221 Introduccedilatildeo 29
222 Surgimento da LRF 31
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico 34
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 59
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal 65
231 Introduccedilatildeo 65
232 Programaccedilatildeo Financeira 66
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 71
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas 75
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica 76
3 METODOLOGIA 81
31 Estrateacutegia de Pesquisa 81
311 Universo e amostra 82
312 Coleta de Dados 84
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 87
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP 88
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF 90
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC 91
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e
Bancos ndash PRPDF 92
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente
Liacutequida - PGSSRCL 94
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL 95
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente
Liacutequida - PGECRCL 96
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 97
421 Municiacutepio de Alfenas 98
422 Municiacutepio de Juiz de Fora 103
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas 109
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 113
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de
Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 117
431 Municiacutepio de Alfenas 118
432 Municiacutepio de Juiz de Fora 120
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas 127
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 131
5 CONCLUSAtildeO 137
REFEREcircNCIAS 143
APEcircNDICES 146
14
1 INTRODUCcedilAtildeO Trata-se nesta pesquisa de uma anaacutelise a partir de levantamento de dados
no siacutetio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) anaacutelises de documentos e
entrevistas dirigidas e semi-estruturadas do efeito produzido pela Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro nos Municiacutepios
Mineiros com mais de 50000 habitantes
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 84) planejar eacute estabelecer com
antecedecircncia objetivos accedilotildees e metas com base em alguma metodologia ou
loacutegica preacute-definida Uma vez que esse conceito deve ser observado
principalmente na administraccedilatildeo puacuteblica e considerando que LRF dedicou
grande parte aos instrumentos de planejamento puacuteblico nosso estudo foi
direcionado para o processo de construccedilatildeo e acompanhamento dos principais
instrumentos de planejamento puacuteblico Plano Plurianual Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e a Lei Orccedilamentaacuteria Anual O enfoque do estudo foi dado a
Municiacutepios considerados estrateacutegicos do estado de Minas Gerais Priorizando
as temaacuteticas de educaccedilatildeo e sauacutede que representam a maior fatia dos
investimentos e demandas dos Municiacutepios Seratildeo avaliados tambeacutem dados
relevantes de sessenta Municiacutepios do estado de Minas Gerais com mais
50000 mil habitantes
Seraacute dada maior ecircnfase ao orccedilamento puacuteblico devido ao fato de ele antes de
qualquer outra definiccedilatildeo ser uma decisatildeo poliacutetica por meio da qual ocorre a
materializaccedilatildeo da despesa puacuteblica O orccedilamento puacuteblico eacute considerado uma
dos mais antigos instrumentos de gestatildeo e eacute por meio dele que os governos
nacionais ou sub-nacionais viabilizam suas poliacuteticas Serve como norteador e
limitador para administraccedilatildeo direta e indireta e tem a capacidade de aproximar
o administrador puacuteblico do cidadatildeo
15
O Brasil conforme dados do Banco Central possui um niacutevel alto de
endividamento puacuteblico Corrobora com este fato para tornar ainda mais difiacutecil a
gestatildeo dos recursos puacuteblicos a falta de recursos para arcar com as demandas
da sociedade os consecutivos deacuteficits orccedilamentaacuterios e ateacute mesmo a
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 que ampliou a receita dos Municiacutepios
vinculando as receitas mais expressivas a determinadas temaacuteticas como
educaccedilatildeo sauacutede Essa satildeo razotildees para se falar do planejamento puacuteblico nos
Municiacutepios mineiros e do efeito produzido pela Lei Complementar nordm 101 de
2000 ndash Lei de Responsabilidade Fiscal
O Brasil para a elaboraccedilatildeo da referida lei embasou-se tanto em modelos
aplicados na Uniatildeo Europeacuteia quanto em princiacutepios da experiecircncia norte-
americana Na Uniatildeo Europeacuteia o modelo eacute o tratado de Maastricht no qual
estatildeo previstas penalidades que vatildeo desde multa e restriccedilotildees de acesso a
novos creacuteditos e financiamentos agraves ocorrecircncias de deacuteficits orccedilamentaacuterios
considerados excessivos Neste modelo admite-se desvios fiscais desde que
mantido o efetivo compromisso de ajuste Os princiacutepios norte-americanos
seguidos pelo Brasil referem-se agrave exigecircncia de compensaccedilatildeo de renuacutencia de
receitas e das novas despesas obrigatoacuterias de caraacuteter continuado
Tambeacutem seguindo outros modelos bem-sucedidos a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira adotou o princiacutepio da transparecircncia utilizando-se do modelo da
Nova Zelacircndia Como exemplo a elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio de
Gestatildeo Fiscal conforme descrito no artigo 48 da lei brasileira transcrito a
seguir
Art 48 Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos Paraacutegrafo uacutenico A transparecircncia seraacute assegurada tambeacutem mediante incentivo agrave participaccedilatildeo popular e realizaccedilatildeo de audiecircncias puacuteblicas durante os processos de elaboraccedilatildeo e de discussatildeo dos planos lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e orccedilamentos
16
Para analisar o impacto da lei utilizaram-se dados comparativos de dois
exerciacutecios um periacuteodo anterior agrave lei (1998) e outro posterior (2006) Avaliou-se
tambeacutem com base em dados disponiacuteveis no siacutetio da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) gastos com pessoal diacutevida restos a pagar educaccedilatildeo e
cultura sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia referente ao
periacuteodo de 1998 a 2006
A estrutura da dissertaccedilatildeo estaacute organizada em cinco capiacutetulos O primeiro eacute a
introduccedilatildeo sendo ela dividida em tema problema objetivos principal e
secundaacuterios e justificativa O segundo capiacutetulo conteacutem o referencial teoacuterico
que sustenta a pesquisa e eacute composto de trecircs sub-capiacutetulos um relato
histoacuterico sobre o planejamento puacuteblico no Brasil a apresentaccedilatildeo da lei de
responsabilidade fiscal e o planejamento puacuteblico e por fim um estudo sobre a
gestatildeo do orccedilamento municipal Procurou-se neste capiacutetulo dar sustentaccedilatildeo
teoacuterica agrave pesquisa O terceiro capiacutetulo refere-se agrave metodologia de pesquisa O
quarto eacute composto de apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados O quinto e
uacuteltimo as conclusotildees da pesquisa seguidos das referecircncias e apecircndices
11 Tema Problema Para nortear nossos estudos a questatildeo central seraacute
Qual o efeito produzido no Planejamento Orccedilamentaacuterio e Financeiro nos
Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei de
Responsabilidade Fiscal
17
12 Objetivos 121 Objetivo Principal
Identificar qual foi o efeito produzido no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro
dos Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal
122 Objetivos Secundaacuterios
bull Investigar como a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu no Brasil
bull Analisar o processo histoacuterico de planejamento puacuteblico no Brasil
bull Identificar como funciona o processo de construccedilatildeo e gestatildeo dos
principais instrumentos de planejamento puacuteblico nos Municiacutepios com especial
atenccedilatildeo para aacutereas de Educaccedilatildeo e Sauacutede
bull Analisar se a Lei de Responsabilidade Fiscal afetou de forma positiva ou
negativa o planejamento e a gestatildeo dos Municiacutepios mineiros
13 Justificativa
A pesquisa se justifica em funccedilatildeo da importacircncia dos Municiacutepios para a naccedilatildeo
brasileira Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) os
Executivos municipais representam um dos maiores empregadores
18
Com a constituiccedilatildeo de 1988 os Municiacutepios ganharam mais autonomia e mais
receitas no entanto com mais responsabilidades e mais demandas por
serviccedilos puacuteblicos O controle externo tanto teacutecnico como social tornou-se mais
exigente razatildeo pela qual os principais planos de governo foram formalizados
sendo estes planos Plano Plurianual Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias e Lei
Orccedilamentaacuteria Anual
A Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco histoacuterico para as
financcedilas Tendo especialmente tratado um problema antigo que eacute o controle
dos gastos com pessoal e do endividamento puacuteblico esta lei busca o equiliacutebrio
das contas puacuteblicas fundamental para continuidade e implementaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas necessaacuterias e urgentes para o povo brasileiro
19
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil
O orccedilamento puacuteblico tem o propoacutesito de permitir uma relaccedilatildeo entre governos e
a sociedade isto porque eacute por meio dele que eacute possiacutevel determinar o gasto
puacuteblico Para uma melhor compreensatildeo e exerciacutecio deste direito eacute importante
entendermos que os desvios de cumprimento de regras e normas natildeo satildeo de
agora eles satildeo resultado de um longo processo histoacuterico Para Castro e Garcia
(2004 p 44) a evoluccedilatildeo institucional da Administraccedilatildeo Puacuteblica no Brasil
remonta ao periacuteodo colonial com a absorccedilatildeo das caracteriacutesticas do
absolutismo vigente em Portugal caracterizado por amplos poderes para o
soberano no paiacutes e nas colocircnias
O primeiro orccedilamento puacuteblico do paiacutes data de 1827 cinco anos apoacutes a
proclamaccedilatildeo da independecircncia foi para Giacomoni (2007 p 40) um
orccedilamento frustrado com mecanismos arrecadadores deficientes em relaccedilatildeo
agraves proviacutencias enfrentando dificuldades nas comunicaccedilotildees e certos conflitos
com normas legais oriundas do periacuteodo colonial
Conforme Vieira1 (apud Castro e Garcia 2004 p 46) do ponto de vista
teoacuterico o Legislativo tinha autonomia para limitar o gasto do Imperador No
entanto este poder natildeo ocorria de fato pois o Poder Legislativo natildeo possuiacutea
capacidade teacutecnica e nem informaccedilotildees necessaacuterias Aleacutem disso utilizavam-se
da possibilidade de incluiacuterem propostas de interesse proacuteprio no projeto de lei
orccedilamentaacuteria anual isso dava a impressatildeo de que o congresso era incapaz de
lidar com a mateacuteria financeira de forma responsaacutevel
1 VIEIRA L V O processo orccedilamentaacuterio brasileiro e o modelo principal ndash agente uma anaacutelise poliacutetica positiva 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Departamento de Economia da Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia
20
Esse modelo inadequado ocorre ateacute hoje especialmente em Legislativos
municipais mas tambeacutem no Congresso Nacional Brasileiro onde as emendas
ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo satildeo objeto de negociaccedilatildeo e busca de interesses
privados em detrimento do interesse puacuteblico
Diversos doutrinadores concordam que natildeo haacute planejamento que funcione de
forma satisfatoacuteria sem o devido controle e acompanhamento Com este
objetivo em 1850 foi criado o Tribunal do Tesouro Puacuteblico Nacional do
Governo Imperial com a competecircncia de fiscalizar a Administraccedilatildeo da
Fazenda e em 1858 foi criada uma Diretoria exclusiva para o processo de
tomadas de contas dos agentes envolvidos com a despesa puacuteblica ampliando
dessa forma a competecircncia do tribunal
O modelo que em termos seria uma evoluccedilatildeo apresenta vulnerabilidades tais
como a vinculaccedilatildeo e a dependecircncia financeira da Diretoria de Tomada de
Contas ao Ministeacuterio da Fazenda com isso certamente gerava uma
desconfianccedila no pleno exerciacutecio de suas competecircncias de fiscalizaccedilatildeo Este
modelo sofreu pressotildees para a criaccedilatildeo de uma estrutura de controle de contas
vinculada ao Parlamento com total independecircncia do Tesouro Puacuteblico
Nacional e do Ministeacuterio da Fazenda
Faz-se importante uma verificaccedilatildeo do processo orccedilamentaacuterio percorrido pelo
Brasil para possibilitar a comparaccedilatildeo e analise atualmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal Para isso elaborou-se pesquisa iniciada a partir da
deacutecada de 30
Plano Especial de Obras Puacuteblicas e Aparelhamento do Estado Nacional ndash 19391944 Mesmo natildeo tendo o ecircxito desejado para Albuquerque Medeiros e Silva (2006
p 93) o plano especial foi o resultado direto da nova concepccedilatildeo de Estado que
se criara no Brasil na deacutecada de 30 ou seja o Estado como propulsor da
21
economia e do desenvolvimento O plano foi notadamente um marco inicial do
planejamento puacuteblico no Brasil especialmente por se tratar da primeira
experiecircncia de planejamento
Com este modelo o Estado assume um papel intervencionista interferindo
diretamente no processo de crescimento econocircmico em diversos setores da
economia como induacutestria e infra-estrutura
Plano SALTE ndash 1950 a 1954
O Plano SALTE ndash Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia instituiacutedo
conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 93) a partir de duas
missotildees norte-americanas que influenciaram fortemente os teacutecnicos brasileiros
na aacuterea de planejamento do ponto de vista metodoloacutegico Teve grandes
avanccedilos em relaccedilatildeo ao plano anterior no entanto com vida curta em funccedilatildeo de
problemas econocircmicos enfrentados na eacutepoca e seus recursos foram
incorporados ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo
Conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 94) o plano foi
implementado no Governo do Presidente Dutra Este elegeu quatro temaacuteticas
como prioritaacuterias Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia das quais se
originou o nome do plano
Primeiro plano que descentralizava suas accedilotildees para outros entes da federaccedilatildeo
e para suas proacuteprias autarquias e sociedades de economia mista Estendeu-se
tambeacutem a entidades privadas e possuiacutea promoccedilatildeo de entendimentos e
convecircnios para parcerias com Estados e Municiacutepios
O plano fracassou por algumas razotildees tais com a coordenaccedilatildeo centralizada na
presidecircncia da repuacuteblica os poucos recursos disponibilizados contrariando o
que foi proposto inicialmente e a falta de controle
22
Plano de Metas
Juscelino Kubistchek estruturou objetivos para nortear a aplicaccedilatildeo de recursos
puacuteblicos por um periacuteodo de meacutedio prazo formulando assim o chamado ldquoPlano
de Metasrdquo Neste plano priorizou-se a construccedilatildeo de estaacutegios superiores da
piracircmide industrial vertical integrada2 e propocirc-se a continuidade da poliacutetica de
substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
Com caracteriacutestica marcante o plano de metas adotou estruturas paralelas ao
poder puacuteblico formal aumentando a capacidade de decisatildeo com alcance de
resultados mais raacutepidos diminuindo a burocracia ora instalada nos ministeacuterios
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
O plano de metas inaugura no Brasil a utilizaccedilatildeo do planejamento indicativo (embora em pequena escala) ou seja a distinccedilatildeo entre onde o governo vai atuar como agente econocircmico e onde deve haver apenas a indicaccedilatildeo para o setor privado Conseguiu ecircxito no plano de industrializaccedilatildeo da economia e na superaccedilatildeo de pontos de estrangulamento que impediam o desenvolvimento nacional poreacutem teve como consequumlecircncias desequiliacutebrios na balanccedila de pagamento e aumento das taxas de inflaccedilatildeo
Plano Trienal
Em 1961 foi criada a Comissatildeo Nacional de Planejamento e em 1962 foi
elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econocircmico e Social para o
triecircnio 1963-1965 cujo objetivo macro era compatibilizar a meta global de
aumento da atividade econocircmica com a taxa de crescimento e estabilizaccedilatildeo da
moeda
Neste periacuteodo cabia ao Executivo a competecircncia para elaborar a peccedila
orccedilamentaacuteria O Congresso Nacional influenciava na alocaccedilatildeo de recursos
conforme sua representaccedilatildeo 2 Investimentos no setor de energia-transporte siderurgia e refino de petroacuteleo e no setor secundaacuterio para produccedilatildeo de equipamentos e insumos com funccedilotildees de alta intensidade de capital
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Mesmo com os claros avanccedilos para Giacomoni apud Castro e Garcia (2004 p
49) o orccedilamento era chamado de Tradicional3 isto porque tratava somente de
duas classificaccedilotildees convencionais Classificaccedilatildeo por Unidades (podemos
chamaacute-la atualmente de classificaccedilatildeo institucional) e uma econocircmica (por
objeto e item de despesa)
Todos estes avanccedilos natildeo ocorreram por acaso O crescimento urbano
mudanccedilas na economia e na poliacutetica exigiam modernizaccedilotildees no planejamento
puacuteblico
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
o plano trienal procurou pela primeira vez soluccedilotildees para os problemas estruturais do paiacutes abordando de forma integrada a estrutura econocircmica e social do Brasil Conferiu importacircncia fundamental ao planejamento no processo de desenvolvimento econocircmico Caberia a ele antecipar as principais modificaccedilotildees estruturais desenvolvidas e indicar medidas a serem tomadas
PAEG ndash Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo ndash 1964 a 1966
Segundo Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95) os objetivos principais do
plano eram acelerar o ritmo do desenvolvimento econocircmico conter
progressivamente o processo inflacionaacuterio atenuar os desniacuteveis econocircmicos
setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego aleacutem de corrigir a
tendecircncia a deacuteficits descontrolados do balanccedilo de pagamentos
Outro acontecimento histoacuterico que devemos reconhecer como sendo um
grande avanccedilo no processo orccedilamentaacuterio deste periacuteodo foi a promulgaccedilatildeo da
Lei 4320 de 1964 Considerada o embriatildeo da moderna teacutecnica orccedilamentaacuteria
chamada de orccedilamento-programa dispotildee em seu art 2ordm
3 Esse tipo de orccedilamento eacute tambeacutem conhecido como ldquoLei de Meiosrdquo pois representava um inventaacuterio dos ldquomeiosrdquo com os quais o Estado contava para realizar suas tarefas Foi utilizado ateacute o advento da Lei ndeg 43201964
24
A Lei de Orccedilamento conteraacute a discriminaccedilatildeo da receita e despesa de forma a evidenciar a poliacutetica econocircmico-financeira e o programa de trabalho do Governo obedecidos os princiacutepios de unidade universalidade e anualidade sect 1ordm Integraratildeo a Lei do Orccedilamento ndash sumaacuterio geral da receita por fontes e da despesa por funccedilotildees do Governo II ndash quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econocircmicas na forma do Anexo 1 III ndash quadro discriminatoacuterio da receita por fontes e respectiva legislaccedilatildeo IV ndash quadro das dotaccedilotildees por oacutergatildeos do Governo e da Administraccedilatildeo sect 2ordm Acompanharatildeo a Lei de Orccedilamento I ndash quadros demonstrativos da receita e planos de aplicaccedilatildeo dos fundos especiais II ndash quadros demonstrativos da despesa na forma dos Anexos ndegs 6 e 9 III ndash quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo em termos de realizaccedilatildeo de obras e de prestaccedilatildeo de serviccedilos
Mesmo em um periacuteodo de autoritarismo militar esta lei foi sem duacutevida
nenhuma um grande avanccedilo para a administraccedilatildeo puacuteblica nos trecircs niacuteveis de
governo Vigora ateacute a presente data sem nenhuma alteraccedilatildeo Existe hoje uma
proposta de alteraccedilatildeo que tramita no congresso nacional mas sem mudanccedilas
significativas em seu conteuacutedo
Outro elemento significativo foi o Decreto-lei ndeg 20067 Instrumento da
Reforma Administrativa de 1967 criou o Ministeacuterio do Planejamento e
Coordenaccedilatildeo Geral que dentre outras atribuiccedilotildees ficou incumbido da
elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e da proposta orccedilamentaacuteria anual
Deacutecada de 1980 - Constituiccedilatildeo Cidadatilde
Com a CF de 1988 retornou ao congresso as discussotildees sobre planejamento
e orccedilamento que consagrou princiacutepios fundamentais como legalidade
moralidade impessoalidade Publicidade eficiecircncia e do interesse puacuteblico
Esta constituiccedilatildeo tratou dentre outros temas fundamentais para o paiacutes sobre o
processo de planejamento e orccedilamento instituindo o Art 165 conforme
descrito
25
Art 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabeleceratildeo I - o plano plurianual II III sect 1ordm - A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraccedilatildeo continuada
Foi um avanccedilo no sentido de determinar regras mais claras especialmente
quando se unifica em um uacutenico instrumento diretrizes objetivos e metas para
todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
No mesmo artigo tambeacutem foi tratado sobre a Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias ndash
(LDO) e Lei Orccedilamentaacuteria Anual (LOA) Esta constituiccedilatildeo estabeleceu que
nenhum plano setorial ou qualquer plano do governo deve estar em desacordo
com o Plano Plurianual (PPA)
Do ponto de vista de avaliaccedilatildeo e controle na execuccedilatildeo destes instrumentos de
planejamento foi um grande avanccedilo se observarmos o constante no artigo 74
Este artigo estabeleceu a implementaccedilatildeo de um sistema integrado de controle
interno com o principal objetivo de avaliar o cumprimento das metas
estabelecidas nas accedilotildees governamentais conforme descrito a seguir
Art 74 Os Poderes Legislativo Executivo e Judiciaacuterio manteratildeo de forma integrada sistema de controle interno com a finalidade de I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execuccedilatildeo dos programas de governo e dos orccedilamentos da Uniatildeo II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira e patrimonial nos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo federal bem como da aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos por entidades de direito privado III - exercer o controle das operaccedilotildees de creacutedito avais e garantias bem como dos direitos e haveres da Uniatildeo IV - apoiar o controle externo no exerciacutecio de sua missatildeo institucional sect 1ordm - Os responsaacuteveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade dela daratildeo ciecircncia ao Tribunal de Contas da Uniatildeo sob pena de responsabilidade solidaacuteria sect 2ordm - Qualquer cidadatildeo partido poliacutetico associaccedilatildeo ou sindicato eacute parte legiacutetima para na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniatildeo
26
Mesmo com os grandes avanccedilos na Constituiccedilatildeo o processo de
implementaccedilatildeo e a formalidade herdada do regime militar natildeo foram
superados com a rapidez necessaacuteria para implementar completamente tais
dispositivos com a eficiecircncia desejada
O Primeiro PPA
Segundo Castro e Garcia (2004 p55) a ineficaacutecia do primeiro PPA como
organizador das iniciativas governamentais que buscavam enfrentar alguns
problemas nacionais foi evidenciado pelo relatoacuterio Retrato do Desperdiacutecio no
Brasil da Comissatildeo Temporaacuteria das Obras Inacabadas do Senado Federal
(Brasil Senado Federal 1995) Neste relatoacuterio constatou-se a existecircncia de
milhares de obras que foram iniciadas absorveram grande soma de recursos e
natildeo estatildeo cumprindo a sua finalidaderdquo A Comissatildeo ldquocadastrou 2214 obras
onde foram aplicados mais de R$ 150 bilhotildeesrdquo
Mais uma vez ao contraacuterio do que era esperado o PPA serviu somente para
cumprir norma constitucional deste periacuteodo de 1991 a 1995 De competecircncia
do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PPA foi pouco discutido pelo
Congresso Nacional e aprovado sem muitas discussotildees
PPA 1996-1999 ndash Brasil em Accedilatildeo
O resultado ao final deste plano natildeo foi positivo considerando que manteve a
situaccedilatildeo econocircmica sem apontar para nenhum avanccedilo relacionado aos iacutendices
econocircmicos e sociais o maior e mais importante objetivo
PPA 2000 ndash 2003 ndash Avanccedila Brasil
Um avanccedilo considerado importante no PPA 2000-2003 foi o direcionamento
das accedilotildees prioritaacuterias em um programa especial do governo denominado
ldquoBrasil em Accedilatildeordquo Este plano recebeu um gerenciamento especial recebido
27
provando que resultados podem efetivamente ser alcanccedilados quando existe
um acompanhamento efetivo Iniciativa importante para o planejamento no
Brasil foi a nomeaccedilatildeo de um gerente para acompanhamento dos projetos
tendo como atribuiccedilatildeo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores envolvidos no
processo
Conforme Castro e outro (2004 p 57) em 14 de outubro 1997 foi instituiacutedo um
grupo de trabalho4 tendo como principal finalidade a elaboraccedilatildeo de projeto de
lei complementar regulamentadora do art 165 sect 9ordm da Constituiccedilatildeo Federal de
1988 O grupo de trabalho objetiva integrar o que foi planejado com a
programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Conforme Castro e Garcia (2004 p 57) o PPA do periacuteodo 2000-2003 teve
como marco inicial o Decreto 2829 e a Portaria MPO ndeg 42 de 14 de abril de
1999 que estabeleceram normas e conceitos para a elaboraccedilatildeo e
acompanhamento incluindo a gestatildeo dos Orccedilamentos
Com estas inovaccedilotildees ficou claro que a intenccedilatildeo era incluir elementos no
planejamento puacuteblico que definiriam responsabilidades gerenciais para
execuccedilatildeo das accedilotildees do setor puacuteblico O objetivo era criar mecanismos de
aproximaccedilatildeo entre o setor privado e o setor puacuteblico valorizando a
descentralizaccedilatildeo para Estados Municiacutepios e terceiro setor para melhorar os
resultados a serem alcanccedilados na execuccedilatildeo dos programas de governo
Conforme Castro e Garcia (2004 p 58) a partir do Grupo de Trabalho de
1997 foi proposto um novo conceito de Programa de Governo que passou a
ser definido como unidade baacutesica de organizaccedilatildeo do PPA e de integraccedilatildeo
orccedilamentaacuteria
4 Composto pelo Ministeacuterio do Planejamento e Orccedilamento (SPA SOF SEST IPEA IBGE) e da Fazenda 9STN SFC SRF BACEN) do Tribunal de Contas da Uniatildeo do CONFAZ do IBAM da ABOP e da Associaccedilatildeo dos Profissionais em Financcedilas Puacuteblicas
28
Esta nova etapa permite concluir que os dois instrumentos (PPA e LOA)
passam a ter uma harmonia ou compatibilidade pois os dois estavam
direcionados para soluccedilatildeo de problemas comuns
Os programas de governo foram tipificados em Programas de Gestatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas Programas de Serviccedilos ao Estado e Programas de Apoio
administrativo Tambeacutem as accedilotildees governamentais conforme Portaria 42 foram
divididas em Atividade Projeto e Operaccedilotildees Especiais
Houve diversos avanccedilos no planejamento puacuteblico dentre eles a criaccedilatildeo junto
ao Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo o Sistema de
Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN tendo como objetivo o
acompanhamento e a avaliaccedilatildeo da execuccedilatildeo das accedilotildees governamentais para
melhor aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O PPA 2004-2007 mesmo com a mudanccedila do Chefe do Executivo Federal
manteve a mesma metodologia quanto aos conceitos instituiacutedos pela Portaria
42 de 1999 A anaacutelise sobre PPA seraacute aprofundada no capiacutetulo ldquoA Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Planejamentordquo
PPA 2004 ndash 2007 ndash Brasil de Todos
Conforme Castro e Garcia (2004 p 61) o presidente Luiz Inaacutecio Lula da Silva
empossado em 1ordm de janeiro de 2003 manteve a metodologia instituiacuteda em
2000
No proacuteximo capiacutetulo trataremos do surgimento da LRF e sua influecircncia no
planejamento governamental especialmente na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
de planejamento puacuteblico no Brasil PPA LDO e LOA e a compatibilidade entre
estes instrumentos
29
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
221 Introduccedilatildeo
Inicialmente eacute importante um relato sobre os caminhos percorridos pela
federaccedilatildeo brasileira ateacute chegar no momento histoacuterico da regulamentaccedilatildeo do
art 163 da CF de 1988 Abordaremos sobre o tema especialmente sob o
ponto de vista da reparticcedilatildeo tributaacuteria que culminou na aprovaccedilatildeo e
promulgaccedilatildeo da LRF em maio de 2000
A Federaccedilatildeo brasileira foi marcada por um movimento pendular que ora
centralizava ou descentralizava o poder no governo central ou nas entidades
sub-nacionais Foi notoacuteria esta predominacircncia de centralizaccedilatildeo na Uniatildeo isto
em todos os aspectos sejam eles tributaacuterios poliacuteticos econocircmicos ou legais
a partir sobretudo dos anos 30
Se comparado com os Municiacutepios a autonomia dos Estados estava em
processo mais acelerado A maior conquista foi com a aprovaccedilatildeo da CF de
1988 na qual os Municiacutepios tambeacutem foram contemplados com mais
autonomia especialmente com a descentralizaccedilatildeo de recursos tributaacuterios com
recebimento de transferecircncias de tributos da Uniatildeo e dos Estados bem como
com a competecircncia para instituir e cobrar alguns tributos de sua
responsabilidade Ressalte-se que tal conquista natildeo foi muita surpresa uma
vez que se tratava de uma tendecircncia mundial a reforma dos modelos de
governo
No entanto conforme Costa (apud de Avelar e Octaacutevio 2007 p 214) a
descentralizaccedilatildeo veio em um momento de crise fiscal do governo central em
que a transferecircncia dos impostos e receitas para os governos subnacionais5
5 Satildeo os entes federados Estados e Municiacutepios
30
dificultava o ajuste fiscal pelo governo ajuste necessaacuterio para que o Estado
brasileiro nacional retomasse sua capacidade de investimento e reduzisse as
desigualdades regionais
O grande desafio do paiacutes era conciliar este novo modelo com as necessidades
da populaccedilatildeo ampliando a capacidade da maacutequina estatal para atender a
grande demanda de serviccedilos puacuteblicos existentes Caso contraacuterio de nada
adiantaria os esforccedilos para esta nova etapa do Estado brasileiro
O agravamento da crise do Estado brasileiro fenocircmeno que data da mesma deacutecada da abertura democraacutetica e da entrada em vigor da nova Carta Magna acabou fortalecendo as iniciativas de transferecircncia de encargos para os Estados e os Municiacutepios Entretanto essa descentralizaccedilatildeo nem sempre foi fruto de uma accedilatildeo programada e os recursos transferidos para fazer frente aos novos encargos muitas vezes mostraram-se insuficientes O fortalecimento do papel dos Municiacutepios atraveacutes das mudanccedilas constitucionais e do proacuteprio processo de transferecircncia de encargos jaacute mencionados aumentou suas responsabilidades muitas vezes em ritmo superior ao das capacidades exigidas para enfrentaacute-las (CHALFUN 2001 p 6)
Nesse cenaacuterio o aprimoramento da gestatildeo puacuteblica assume uma importacircncia
fundamental Um dos aspectos mais importantes desse aprimoramento eacute a
necessidade de maior responsabilidade eficiecircncia e austeridade do gestor
local em relaccedilatildeo ao planejamento e agrave administraccedilatildeo das despesas e das
receitas municipais de forma a possibilitar o enfrentamento dos dilemas
econocircmico-sociais e ambientais deste iniacutecio de seacuteculo
Pensando de maneira um pouco diferenciada Costa (apud de Avelar e Octaacutevio
2007 p 220) considera que o que culminou na aprovaccedilatildeo da LRF em 2000 e
que caracterizou um dos problemas centrais do federalismo foi a transferecircncia
de responsabilidades dos Estados e Municiacutepios para a Uniatildeo Os Estados e
Municiacutepios gastavam mais do que arrecadavam se endividavam e depois
procuravam ajuda do governo federal Ao longo de toda a histoacuteria republicana
os governos estaduais procuraram transferir suas diacutevidas para o governo
federal realizando novos empreacutestimos no mercado aumentando a diacutevida
federal num eterno ciclo de endividamento e inflaccedilatildeo
31
A Tabela 1 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida liacutequida do setor puacuteblico em
anos recentes
TABELA 1
Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico
Ano Governo Federal Estados e Municiacutepios Soma 1991 341 79 420 1992 299 74 373 1993 272 91 363 1994 230 93 323 1995 194 100 294 1996 182 98 280 1997 200 106 306 1998 206 121 327 1999 333 138 471 2000 302 148 450
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
Os dois pontos de vista satildeo importantes O primeiro refere-se a autonomia dos
Estados e dos Municiacutepios Estes uacuteltimos com os recursos que recebiam natildeo
atendiam as demandas por serviccedilos que a sociedade esperava
Aleacutem disse ocorria um conflito de responsabilidades entre os entes e para
exemplificar podemos mencionar a questatildeo da seguranccedila puacuteblica que eacute
compartilhada entre os trecircs entes
Por outro lado ocorria de fato a transferecircncia de diacutevidas especialmente dos
Estados originaacuterias da maacute gestatildeo dos recursos A falta de limites ou regras
claras para as diretrizes da administraccedilatildeo e a inexistecircncia de puniccedilatildeo
associado agrave necessidade de manutenccedilatildeo da estabilidade monetaacuteria foram
razotildees suficientes para a implementaccedilatildeo da Lei de Responsabilidade Fiscal
que seraacute tratada no proacuteximo sub-capiacutetulo
222 Surgimento da LRF
Como jaacute relatou-se os altos iacutendices de endividamento das administraccedilotildees
puacuteblicas no Brasil o aumento das despesas puacuteblicas especialmente despesas
32
para manutenccedilatildeo do governo e o deacuteficit puacuteblico ao longo de vaacuterias deacutecadas
culminaram no comprometimento de investimentos em infra-estrutura em aacutereas
extremamente necessaacuterias como sauacutede educaccedilatildeo seguranccedila e outras aacutereas
sociais Isso impedia o paiacutes de crescer de maneira sustentaacutevel
A Tabela 2 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor
Puacuteblico (DILSP) no Brasil entre 1991 e 2000 Essa grandeza eacute liacutequida pois
exclui creacuteditos diversos do setor puacuteblico entre os quais sobressaem depoacutesitos
no sistema bancaacuterio e no Banco Central e disponibilidades e aplicaccedilotildees
diversas e vaacuterios fundos constitucionais
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil entre 1991 e 2000
ANO DILSP ( do PIB) ()
1991 420 ------- 1992 373 -110 1993 363 -27 1994 323 -1101 1995 294 -898 1996 280 -47 1997 306 93 1998 327 70 1999 471 440 2000 450 -44
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
A LRF brasileira surgiu com o objetivo principal de implementar mecanismos de
controle e maior responsabilidade na gestatildeo fiscal tanto para Municiacutepios
quanto para Estados Distrito Federal Uniatildeo e suas autarquias e entidades a
elas pertencentes
Como jaacute mencionado anteriormente natildeo eacute por acaso que a LRF brasileira foi
inspirada em grande parte no modelo da Nova Zelacircndia Mesmo sendo um paiacutes
tatildeo diferente do ponto de vista geograacutefico e populacional o modelo
neozelandecircs tem despertado conforme Piancastelli (2006 p 11) atenccedilatildeo de
analistas poliacuteticos de Executivos de grandes empresas e de autoridades de
governo em todo o mundo
33
Piancastelli ainda relata os trecircs instrumentos principais que reverteram o
quadro complicado da Nova Zelacircndia sendo o Ato do setor Estado de 1988 o
Ato das Financcedilas Puacuteblicas de 1989 e o Ato de Responsabilidade Fiscal de
1994 Estes instrumentos foram consolidados pelo parlamento em dezembro
de 2003 com alguns aperfeiccediloamentos
A mudanccedila do quadro da Nova Zelacircndia se deu efetivamente a partir de 1994
apoacutes vaacuterias deacutecadas de deacuteficits puacuteblicos e endividamento com a instituiccedilatildeo do
Ato de Responsabilidade Fiscal ou Fiscal Responsibility Act cujos princiacutepios
satildeo
1ordm - Eacute obrigatoacuterio que o governo mantenha superaacutevits operacionais
ateacute que a diacutevida a puacuteblica seja reduzida a niacuteveis prudentes
2ordm - Uma vez atingidos tais patamares para a diacutevida puacuteblica eles
devem ser mantidos Para tanto as contas puacuteblicas deveratildeo manter
um superaacutevit operacional meacutedio quando considerado um periacuteodo
razoaacutevel
3ordm - Alcanccedilar e manter um niacutevel de patrimocircnio liacutequido governamental
capaz de natildeo soacute propiciar ao estado condiccedilotildees de manter a
adequaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos mas tambeacutem de assegurar esta
capacidade ante a choques adversos
4ordm - Gerenciar os riscos fiscais com os quais o governo possa se
defrontar
5ordm - Implementar poliacuteticas fiscais que sejam compatiacuteveis com a
estabilidade e a previsibilidade das aliacutequotas ora vigentes (PIANCASTELLI 2006 p 12)
As duas leis possuiacuteam objetivo comum de controlar as contas puacuteblicas Isso
era essencial para reverter tributos e outras receitas em serviccedilos puacuteblicos para
sociedade No entanto estas leis possuem diferenccedilas marcantes decorrentes
do direito da qual se originam
O Fiscal Responsibility Act recebe influecircncia dos princiacutepios de funcionamento
do Direito Consetudinaacuterio Anglo-Saxatildeo O que significa que a lei estabelece
princiacutepios gerais para a accedilatildeo dos governos e natildeo regras riacutegidas e especiacuteficas
34
como no caso da lei brasileira com limites expliacutecitos de pessoal
endividamento e regras para inscriccedilatildeo em restos a pagar
A LRF brasileira apesar de basear-se na implementaccedilatildeo e funcionamento do
Ato de Responsabilidade fiscal da Nova Zelacircndia seguiu a tradiccedilatildeo do direito
romano-germacircnico isso devido ao fato de este direito possuir tendecircncia a
fixaccedilatildeo de regras claras e riacutegidas para a atuaccedilatildeo dos indiviacuteduos Fator
necessaacuterio ao sistema legal brasileiro vigente ateacute entatildeo incapaz de punir
infratores
Outra diferenccedila jaacute destacada eacute a dimensatildeo territorial O Brasil possui mais de
5500 Municiacutepios distribuiacutedos entre os diversos Estados da federaccedilatildeo e dentre
eles diversas entidades sujeitas a aplicaccedilatildeo das regras
Alguns pesquisadores e especialistas mesmo considerando os efeitos
beneacuteficos na LRF brasileira acharam que ela natildeo teve um amadurecimento
necessaacuterio Sua discussatildeo e aprovaccedilatildeo foi muito raacutepida Em 12 de maio de
1999 instalou-se uma comissatildeo especial para discutir o projeto de Lei de
Responsabilidade Fiscal na cacircmara dos deputados no dia 18 do mesmo mecircs
promoveu-se a primeira audiecircncia puacuteblica Em 14 de dezembro do mesmo ano
a comissatildeo especial aprovou o projeto por dezessete votos a cinco
Em 25 de janeiro de 2000 por 385 votos favoraacuteveis e 86 contraacuterios a Cacircmara
dos deputados aprovou a lei complementar que regulamentava a
responsabilidade fiscal na administraccedilatildeo puacuteblica brasileira No dia 04 de abril o
referido projeto foi aprovado sem emendas e encaminhado para sanccedilatildeo que
se efetivou no dia 04 de maio de 2000
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
Como se viu em sub-capiacutetulo anterior o planejamento puacuteblico no Brasil vinha
sendo instituiacutedo haacute vaacuterias deacutecadas No entanto os efeitos da implementaccedilatildeo
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de vaacuterios planos isolados PPAs LDOs e LOAs natildeo surtiram os efeitos
desejados Houve um crescente e indiscriminado endividamento do setor
puacuteblico em todas as esferas de governo isso confirma que as metas e
objetivos dos planos natildeo foram suficientes para conter tal endividamento
Para Waterston (1969 p13) as discussotildees sobre planejamento satildeo antigas e
desde a segunda guerra mundial tem-se acumulado uma consideraacutevel
bibliografia sobre este tema No entanto praticamente toda esta bibliografia era
direcionada para como deveria ser praticado o planejamento para a forma em
que o planejamento deveria funcionar ou na visatildeo do autor natildeo se partia de
experiecircncias concretas Isso pode explicar esta falta de ecircxito do planejamento
O que ocorreu foi uma discrepacircncia entre as diversas teorias e a praacutetica do
planejamento
Segundo Waterston (1969 p 16) eacute um erro imaginar que um certo sistema de
planejamento ou determinada classe de plano seja a chave do
desenvolvimento de uma naccedilatildeo A maior parte dos paises natildeo aceitam na
praacutetica o planejamento com isso os planejadores somente conseguem
separar suas atividades e seus planos do processo de planejamento
O que deve ser praticado conforme Waterston (1969 p 17) eacute ldquoexaminar as
coisas como elas satildeo observar o que eacute realmente necessaacuterio fazer estudar os
meios que conta para realizaacute-lo e entatildeo a partir daiacute elaborar medidas praticas
para procederrdquo
Para o autor o caminho natildeo eacute tatildeo simples como imaginam alguns planejadores
um diagnoacutestico sucinto e situacional deve ser previamente elaborado de forma
que os planos possam ser direcionados para a realidade daquele paiacutes A teoria
eacute importante mas ela tem que ser aplicaacutevel e complementar agraves accedilotildees
Outro fator importante citado por Waterston (1969 p 256) eacute que os planos
podem ser executados poreacutem sem alcanccedilar eficaacutecia O autor menciona
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experiecircncia do Paquistatildeo onde na tentativa de alcanccedilar niacuteveis desejados de
equiliacutebrio fiscal criou-se um sistema de controle financeiro centralizado no
Ministeacuterio da Fazenda apoiado em um sistema burocraacutetico para autorizaccedilatildeo da
execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria Poreacutem na realidade o orccedilamento foi executado nas
unidades chamadas operativas tornando assim o controle ineficaz
Um dos pontos principais para o alcance dos objetivos dos planos eacute uma
coordenaccedilatildeo central organizada de maneira a gerenciar a execuccedilatildeo dos
planos evitando desperdiacutecios e desvios conforme Waterston (1969 p 259)
Um exemplo praacutetico de falta de coordenaccedilatildeo central eacute o ocorrido em
Madagascar em que o Ministeacuterio encarregado de repavimentar uma estrada
repavimentou a estrada antes que o Ministeacuterio das Telecomunicaccedilotildees tivesse
colocado os cabos telefocircnicos subterracircneos
O autor ainda revela que com uma fragmentaccedilatildeo ou duplicaccedilatildeo de funccedilotildees
torna difiacutecil conseguir que todas as entidades governamentais interessadas
faccedilam o que eacute requerido para realizar os projetos e os programas de acordo
com uma poliacutetica coerente
O insucesso dos planos se deve a esses fatores e ainda conforme W Lewis6
apud de Waterston (1969 p 267) ouvimos muito sobre a corrupccedilatildeo nas naccedilotildees subdesenvolvidas mas o dano feito pelo suborno ou pelo roubo raramente excede a centenas de milhares e ainda que do ponto de vista moral isto seja deploraacutevel eacute sumamente pequeno se comparado com o estrago que se faz designando pessoas para ocupar os grandes postos para os quais natildeo tecircm a competecircncia apropriada7
Para W Lewis (apud de WATERSTON 1969 p 267) os males da falta de
resultados natildeo estatildeo associados a fatores isolados A distacircncia entre os
6 Arthur W Lewis 7 Traduccedilatildeo Nossa (Waterston 1969 p 267) Oiacutemos mucho acerca de la corrupcioacuten en las naciones subdesarrolladas pero el dantildeo hecho por el soborno o po el robo rara vez excede a cientos de miles de libras al antildeo y aunque desde un punto de vista moral esto es deccedilorable es sumamente pequentildeo si se le compara con el dantildeo que se hace desingando personas para ocupar los grandes puestos para los cuales no tienen la competencia apropriada
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planejadores e especialistas elaboradores de planos entre dirigentes e oacutergatildeos
decisoacuterios dos governos eacute o fator que mais impede o ecircxito dos planos
estabelecidos
Para Waterston (1969 p 271) talvez a maior parte dos planejadores e dos
especialistas em administraccedilatildeo puacuteblica assumem a posiccedilatildeo de que a melhora
administrativa eacute uma condiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel Todavia
especialistas no assunto creditam o sucesso dos planos a uma anterior
reestruturaccedilatildeo da maacutequina administrativa como condiccedilatildeo de que os resultados
sejam alcanccedilados somente os planos isolados natildeo surtiriam os efeitos
desejados
Ainda conforme Waterston (1969 p 272)
As proposiccedilotildees para mudanccedilas de sistemas administrativos de paiacuteses em desenvolvimento satildeo com frequumlecircncia obras de especialistas estrangeiros que se guiam por princiacutepios que funcionam bem nas naccedilotildees avanccediladas A aplicaccedilatildeo desses princiacutepios podem requerer inovaccedilotildees maiores ou o enxerto de formas institucionais estranhas a tradiccedilatildeo da naccedilatildeo que recebe a assessoria Em muitos casos portanto as naccedilotildees menos desenvolvidas ou se recusam a adotar as preposiccedilotildees ou se as adotam descobrem que natildeo operam bem porque natildeo satildeo aceitas8
O bom planejador natildeo deve simplesmente estabelecer metas e objetivos
mesmo que bem delineados Ele deve ainda quando sabedor dos obstaacuteculos
administrativos para o alcance dos planos natildeo soacute recomendar correccedilatildeo dos
planos como tomar medidas especiacuteficas para criar um sistema administrativo
capaz de viabilizar a realizaccedilatildeo das metas e objetivos
No Brasil presenciou-se no acircmbito do governo federal mesmo com orccedilamento
aprovado pelo congresso com recursos disponibilizados e accedilotildees 8 Traduccedilatildeo nossa (Waterston 1969 p 272) Las proposiciones para revisar los sistemas administrativos em las naciones menos desarrolladas a menudo son obra de expertos extranjeros que se guiacutean por princiacutepios que funcionan bien en las naciones avanzadas La aplicacioacuten de estos principios pueden requerir innovacines mayores o el injerto de formas instucionales extrantildeas e la tradicioacuten de la nacioacuten que recibe la asesoriacutea En muchos casos por tanto las naciones menos desarrolladas o bien se rechusan a adoptar das proposiciones o si las adoptan hallan que no operan bien porque no son aceptadas
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governamentais aprovadas estas natildeo foram realizadas pelos ministeacuterios
Sobraram recursos financeiros no caixa do governo devido aos diversos
fatores mencionados anteriormente como a burocracia e a incapacidade
administrativa
A seguir trataremos de um dos principais instrumentos de planejamento e da
contribuiccedilatildeo da LRF para evoluccedilatildeo do planejamento no Brasil uma tentativa de
minimizar os efeitos dos problemas enfrentados pelos planejadores
A Constituiccedilatildeo de 1988 fortalece e cria regras mais claras para o planejamento
puacuteblico brasileiro Aleacutem de instituir formalmente a figura do plano plurianual
estabelece criteacuterios relativos aos planos nacionais regionais e setoriais de
desenvolvimento econocircmico e social
Para Andrade Batista e Souza apud de Aguilar et al (2004 p 8)
no PPA deve conter a delimitaccedilatildeo e a enunciaccedilatildeo das diretrizes geneacutericas e abrangentes com os respectivos objetivos programas accedilotildees e metas inclusive com valores financeiros possibilitando a cobertura das definiccedilotildees governamentais que se queira executar
Para a compreensatildeo efetiva desse importante instrumento de planejamento
puacuteblico no atual seguimento vejamos o conceito de plano plurianual no
entendimento de Chalfun (2001 p 26) instrumento para planejar as accedilotildees governamentais de caraacuteter mais estrateacutegico poliacutetico e de longo prazo a ser considerado pelos administradores municipais Sendo o instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as poliacuteticas as diretrizes e as accedilotildees programadas no longo prazo e os respectivos objetivos a serem alcanccedilados devidamente quantificados fisicamente (grifo nosso)
Vejamos ainda o conteuacutedo baacutesico do plano plurianual conforme a
Constituiccedilatildeo Federal CF de 1988 art 165 sect1deg A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para os programas de duraccedilatildeo continuada
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No sect 9ordm do mesmo art 165 a Constituiccedilatildeo determina que lei complementar
entre outros assuntos trataraacute da elaboraccedilatildeo e da organizaccedilatildeo do plano
plurianual regulando o conteuacutedo acima
CF de 1988 art 165 sect 9ordm Cabe agrave lei complementar I - dispor sobre o exerciacutecio financeiro a vigecircncia os prazos a elaboraccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do plano plurianual da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e da lei orccedilamentaacuteria anual II - estabelecer normas de gestatildeo financeira e patrimonial da administraccedilatildeo direta e indireta bem como condiccedilotildees para a instituiccedilatildeo e funcionamento de fundos
E para um melhor entendimento sobre os conceitos instituiacutedos no artigo acima
a seguir apresenta-se tabela com definiccedilotildees e exemplos de cada item
incluindo outros importantes natildeo mencionados na referida norma
O Quadro 1 a seguir poderaacute ajudar no entendimento sobre as definiccedilotildees
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QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA
Tiacutetulos Definiccedilotildees Exemplos Diretrizes Poliacuteticas direccedilatildeo
apontam rumos buacutessolas
No governo Lula foram definidas trecircs diretrizes baacutesicas 1) Inclusatildeo social e reduccedilatildeo das desigualdades sociais 2) Crescimento com geraccedilatildeo de emprego e renda ambientalmente sustentaacutevel e redutor das desigualdades regionais 3) Promoccedilatildeo e expansatildeo da cidadania e fortalecimento da democracia
Objetivos Resultados esperados Executar as accedilotildees de prevenccedilatildeo e de melhoria do atendimento meacutedico-ambulatorial e hospitalar
Programas Conjunto de accedilotildees Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Baacutesica Accedilotildees Alvo a ser atingido
Iniciativas tais como Projetos atividades operaccedilotildees especiais
Definir o que vai fazer Ex construir comprar reformar atender manter os produtos Escola preacutedio veiacuteculo etc
Metas Fiacutesicas Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de itens com quantitativos de aquisiccedilotildees construccedilotildees serviccedilos disponibilizados populaccedilatildeo atendida etc
Metas Fiscais Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de receitas bases de caacutelculo e percentual a aplicar
Projetos Resulta um produto que concorre para a expansatildeo ou o aperfeiccediloamento da accedilatildeo de governo
Construccedilatildeo de unidades de sauacutede
Atividades Resulta um produto necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da accedilatildeo de governo
Manutenccedilatildeo de Unidades de Sauacutedes
Operaccedilotildees especiais
Natildeo contribuem para a manutenccedilatildeo Natildeo resulta um produto Natildeo geram contraprestaccedilatildeo direta sob a forma de bens ou serviccedilos
Amortizaccedilotildees e encargos de diacutevidas
Fonte Adaptaccedilatildeo do autor
A ausecircncia da lei complementar faz com que existam muitas interrogaccedilotildees
sobre como elaborar o PPA Alguns autores procuraram tratar do assunto como
forma de suprir a falta da legislaccedilatildeo especiacutefica
No entendimento de Giacomoni apud de Aguilar et al (2004 p 20)
regionalizaccedilatildeo na Uniatildeo seria como exemplo o proposto no PPA 2000-2003
elaborado na Uniatildeo que distribuiu a programaccedilatildeo entre as regiotildees
macroeconocircmicas Norte Nordeste Sudeste Sul e Centro-Oeste As normas
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baixadas traziam instruccedilotildees para a elaboraccedilatildeo do PPA prevendo a regionalizaccedilatildeo
das metas por Estado No entanto essa determinaccedilatildeo natildeo foi observada e o plano
continuou nos moldes tradicionais ou seja segundo as cinco regiotildees
Jaacute nos Estados natildeo haacute modelos uacutenicos de regionalizaccedilatildeo a serem utilizados
no planejamento Assim sendo eacute recomendaacutevel que cada Estado adote
criteacuterios de regionalizaccedilatildeo que atendam da melhor forma possiacutevel agraves
necessidades da programaccedilatildeo Em alguns Estados a base da regionalizaccedilatildeo eacute
a estrutura administrativa em outros utilizam-se nuacutecleos de desenvolvimento
Nos Municiacutepios a regionalizaccedilatildeo dos planos plurianuais municipais traz
desafios ainda maiores especialmente nos Municiacutepios de pequeno porte
Provavelmente apenas os Municiacutepios maiores com experiecircncia em
zoneamento e em administraccedilatildeo descentralizada - subprefeituras - poderatildeo
realizar de maneira vantajosa a regionalizaccedilatildeo do PPA
Quanto aos prazos para elaboraccedilatildeo de envio ao Legislativo na falta de lei
complementar vigora o estabelecido no Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais
Transitoacuterias (ADCT)9 no acircmbito federal o projeto de lei seraacute encaminhado pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional ateacute quatro meses antes do
encerramento do exerciacutecio ndash 31 de agosto ndash e devolvido para sanccedilatildeo ateacute o
encerramento da sessatildeo legislativa ndash 15 de dezembro Os Municiacutepios por
simetria podem no caso de natildeo existecircncia de lei complementar adotar os
mesmos prazos da referida norma
Conforme Vainer et al (2007) o PPA tem um ciclo em sua gestatildeo decorrente
da proacutepria dinacircmica do planejamento estrateacutegico conforme etapas a seguir
Elaboraccedilatildeo Implantaccedilatildeo Monitoramento Avaliaccedilatildeo Revisatildeo
9 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 ADCT art 35 sect 2ordm I
42
Na fase de elaboraccedilatildeo constroacutei-se a base para definiccedilatildeo dos programas e
accedilotildees atraveacutes dos quais se materializaraacute a accedilatildeo do governo Este apresentaraacute
ao Legislativo um projeto de lei para discussatildeo e aprovaccedilatildeo
Esta materializaccedilatildeo ocorreraacute na execuccedilatildeo do orccedilamento puacuteblico constituindo-
se em prestaccedilatildeo de serviccedilos agrave sociedade pelo governo cujo objetivo principal eacute
interesse puacuteblico
A fase de implementaccedilatildeo ocorre apoacutes o plano aprovado e disponibilizado para
a execuccedilatildeo com seus programas e accedilotildees governamentais
A etapa de monitoramento refere-se ao acompanhamento da execuccedilatildeo das
accedilotildees dos programas Ela eacute fundamental para o alcance das metas e
indicadores constantes nas accedilotildees e programas
A avaliaccedilatildeo dos planos busca aferir ateacute que ponto as estrateacutegias adotadas e as
poliacuteticas puacuteblicas desenvolvidas atendem a demandas da sociedade que
nortearam a elaboraccedilatildeo dos programas que integram o PPA
A revisatildeo surge das fases de monitoramento e avaliaccedilatildeo do plano Neste
momento eacute importante a adequaccedilatildeo caso necessaacuteria que pode ser originaacuteria
de fatores internos e externos da conjuntura poliacutetica social e econocircmica
A Lei de Responsabilidade Fiscal com contribuiccedilatildeo fundamental para o
planejamento puacuteblico brasileiro em seu artigo 16 prescreve
A criaccedilatildeo expansatildeo ou aperfeiccediloamento de accedilatildeo governamental que acarrete aumento da despesa seraacute acompanhado de II - declaraccedilatildeo do ordenador da despesa de que o aumento tem adequaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira com a lei orccedilamentaacuteria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
43
Jaacute o art 17 da LRF dispotildee
Art 17 Considera-se obrigatoacuteria de caraacuteter continuado a despesa corrente derivada de lei medida provisoacuteria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigaccedilatildeo legal de sua execuccedilatildeo por um periacuteodo superior a dois exerciacutecios sect 1o sect 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deveratildeo ser instruiacutedos com a estimativa prevista no inciso I do art 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio sect 2o Para efeito do atendimento do sect 1o o ato seraacute acompanhado de comprovaccedilatildeo de que a despesa criada ou aumentada natildeo afetaraacute as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no sect 1o do art 4o devendo seus efeitos financeiros nos periacuteodos seguintes ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduccedilatildeo permanente de despesa sect 3o sect 4o A comprovaccedilatildeo referida no sect 2o apresentada pelo proponente conteraacute as premissas e metodologia de caacutelculo utilizadas sem prejuiacutezo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
Em seu art 45 reafirma o fundamento conforme descrito a seguir
Art 45 Observado o disposto no sect 5o do art 5o a lei orccedilamentaacuteria e as de creacuteditos adicionais soacute incluiratildeo novos projetos apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Os artigos mencionados seguiram o direcionamento jaacute previsto na Portaria
42MP de 1999 da STN na qual consta que os programas e accedilotildees previstos no
PPA devem ser alocados na Lei Orccedilamentaacuteria Anual transformando-se em
projetos e atividades Nesta com detalhamento por natureza de despesa
A compatibilizaccedilatildeo entre os instrumentos PPA LDO e LOA deveraacute ser
observada constantemente na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo dos instrumentos de
planejamento Os trecircs instrumentos natildeo devem ter sua elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo
de forma isolada e sempre deve observar-se o conteuacutedo dos primeiros para
construccedilatildeo dos demais consagrando o princiacutepio do planejamento expliacutecito
A Seguir trataremos das mudanccedilas inseridas pela LRF na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
44
Quando comparada com o PPA e com a LOA a LDO eacute considerada por
muitos doutrinadores como a principal lei apoacutes a vigecircncia da LRF Isso porque
eacute nela que se estabelece metas fiscais metas de resultado primaacuterio metas de
resultado nominal e que se determina regras que norteiam o funcionamento
das administraccedilotildees puacuteblicas em todas as esferas de governo
A LDO tem como principal papel orientar a elaboraccedilatildeo da LOA servindo como
elo entre o PPA e LOA A LDO aleacutem de estabelecer regras define as accedilotildees
prioritaacuterias do governo
As regras inicialmente foram estabelecidas pela CF de 198810 definindo para
seu conteuacutedo o estabelecimento de metas e prioridades da administraccedilatildeo
puacuteblica federal incluindo as despesas de capital para o exerciacutecio financeiro
subsequumlente orientaraacute a elaboraccedilatildeo da LOA disporaacute sobre as alteraccedilotildees na
legislaccedilatildeo tributaacuteria e estabeleceraacute a poliacutetica de aplicaccedilatildeo das agecircncias
financeiras oficiais de fomento
Outro tema importante definido para o conteuacutedo da LDO refere-se aos
paracircmetros para iniciativa de lei de fixaccedilatildeo das remuneraccedilotildees no acircmbito do
Poder Legislativo para a criaccedilatildeo de cargos empregos e funccedilotildees ou alteraccedilatildeo
de estrutura de carreiras bem como para a admissatildeo ou contrataccedilatildeo de
pessoal a qualquer tiacutetulo pelos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta ressalvadas as empresas puacuteblicas e sociedades de economia mista
No entanto foi com a LRF que ocorreu a mudanccedila significativa na gestatildeo
puacuteblica Ela inseriu definiccedilotildees e regras fundamentais para o planejamento e
gestatildeo financeira dos entes federados Alguns pontos de abrangecircncia
conforme artigo 4ordm da LRF satildeo
- o equiliacutebrio entre receitas e despesas
- os criteacuterios e a forma de limitaccedilatildeo de empenho a ser efetivado quando a
10 Constituiccedilatildeo Federal artigos 51 IV 52 XIII art 99 sect 1ordm artigos 127 sect 3ordm 165 sect 2ordm e 169 sect 1ordm
45
arrecadaccedilatildeo da receita comprometer os resultados primaacuterio e nominal
pretendidos
- as normas relativas ao controle de custos e agrave avaliaccedilatildeo dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orccedilamentos
- as normas relacionadas com as condiccedilotildees e as exigecircncias para
transferecircncias de recursos a entidades puacuteblicas e privadas
- a forma de utilizaccedilatildeo e o montante da reserva de contingecircncia definida com
base na receita corrente liacutequida destinado ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
- os criteacuterios para inclusatildeo de novos projetos na lei orccedilamentaacuteria e nas leis de
creacuteditos adicionais apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico
O equiliacutebrio das contas puacuteblicas entre receitas e despesas eacute um dos principais
pontos da LRF Em siacutentese eacute o estabelecimento de quanto seratildeo as receitas
para o proacuteximo exerciacutecio de quanto seraacute a despesa e de regras antes da
execuccedilatildeo efetiva do orccedilamento puacuteblico
Com as regras tambeacutem se cria a figura da integraccedilatildeo ou compatibilidade das
trecircs leis PPA LDO LOA Natildeo deve haver tratamento diferenciado para os
mesmos temas e para um mesmo exerciacutecio financeiro
A limitaccedilatildeo de empenho eacute um criteacuterio adotado para impedir que as unidades e
entidades que compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica gastem mais que a
capacidade real da administraccedilatildeo Esta mudanccedila foi embasada no artigo 9ordm da
LRF que determina
Art 9ordm Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo das Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
46
Esse artigo cuidou para que a LDO estabeleccedila percentuais ou outro criteacuterio
para contenccedilatildeo da despesa trinta dias apoacutes o encerramento de cada
bimestre caso as metas de receitas natildeo estejam compatiacuteveis com a
execuccedilatildeo das despesas
Eacute notoacuterio que a regra eacute imposta a partir da escolha de criteacuterios e formas
pela administraccedilatildeo que perduraratildeo ateacute que a situaccedilatildeo financeira da
entidade se regularize
Ressalta-se que natildeo estatildeo todas as despesas sujeitas a estas regras Natildeo
seratildeo objeto de limitaccedilatildeo financeira ou de empenho as despesas que
constituam obrigaccedilotildees constitucionais e legais inclusive as destinadas ao
pagamento do serviccedilo da diacutevida e outras mencionadas na proacutepria LDO
As metas de resultado primaacuterio e nominal satildeo definidas por Chalfun (2001 p
50) como a diferenccedila entre receitas e despesas natildeo financeiras da
entidade central (Municiacutepio) realizadas no periacuteodo em referecircncia
A seguir um quadro exemplificativo de apuraccedilatildeo das metas de resultado
primaacuterio para um determinado periacuteodo
47
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas
a) Receita Menos b) Despesa (+) Receita Orccedilamentaacuteria arrecadada ( ndash ) operaccedilotildees de creacutedito ( ndash ) receitas de privatizaccedilatildeo ( ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar ( ndash ) receitas financeiras ( ndash ) retornos das operaccedilotildees de creacutedito Receita Total Liacutequida
(+) Despesa Total ( ndash ) amortizaccedilatildeo de empreacutestimos
( ndash ) encargos da diacutevida interna e externa (ndash ) encargos com aquisiccedilatildeo de tiacutetulos de capital jaacute integralizado
(ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar inscritos no exerciacutecio anterior
( ndash ) despesas com concessatildeo de empreacutestimos
Despesa Total Liacutequida Resultado Primaacuterio (que eacute a diferenccedila apurada conforme jaacute explicado)
Fonte Elaborado pelo autor
Resultado Nominal eacute a variaccedilatildeo no periacuteodo da diacutevida fiscal liacutequida (diacutevida
consolidada liacutequida acrescidas as receitas de privatizaccedilatildeo) Se o resultado
apurado for negativo eacute indicador de crescimento da diacutevida
A LRF dispotildee que a LDO conteraacute normas relativas ao controle de custos e agrave
avaliaccedilatildeo dos resultados dos programas financiados com recursos dos
orccedilamentos Nesta determinaccedilatildeo encontram-se presentes dois itens
completamente diferentes entre si ainda que possa parecer estarem ligados
custos e avaliaccedilatildeo de resultados Para Chalfun (2001 p 43) ldquocustos eacute o
consumo efetivo de insumos ou recursos destinados agrave prestaccedilatildeo de
serviccedilos ou agrave formaccedilatildeo de um produtordquo Avaliaccedilatildeo de resultados eacute a
atividade destinada a aferir mediante o emprego de indicadores o
desempenho da organizaccedilatildeo na execuccedilatildeo das accedilotildees que lhes satildeo pertinentes
e que tenham contribuiacutedo para a prestaccedilatildeo de um serviccedilo ou para a
formaccedilatildeo de um produto qualquer
A legislaccedilatildeo jaacute vem tratando haacute algum tempo desse assunto A LRF
consagrou este fundamento Natildeo existe plano que seja suficientemente
perfeito que consiga alcanccedilar seus objetivos sem um controle e avaliaccedilatildeo
adequados Por isso para LRF a LDO deve conter criteacuterios para tal Este eacute o
48
grande desafio da administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal a de
conciliar planejamento e controle e avaliaccedilatildeo
Os criteacuterios para transferecircncias a entidades puacuteblicas ou privadas e LRF exigiu
que a LDO criasse regras mas riacutegidas e claras para cooperaccedilatildeo natildeo ficando
portando somente por conta da LOA a autorizaccedilatildeo para tal
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) agora natildeo mais se justificam
autorizaccedilotildees geneacutericas sob a singela forma de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria Com
efeito o parlamentar deve conhecer e aprovar por exemplo qual asilo
orfanato albergue a ser contemplado com os auxiacutelios governamentais No
entendimento do autor a ajuda financeira estatal depende de triacuteplice previsatildeo
legal na LDO em lei especiacutefica e na LOA ou nos creacuteditos adicionais
Para Chalfun (2001 p 44) a reserva de contingecircncia constituiacutea-se de uma
parcela do superaacutevit corrente apurado no confronto entre as Receitas
Correntes e as Despesas Correntes sobre o qual era aplicado um percentual
estabelecido pela proacutepria administraccedilatildeo da entidade governamental
Atualmente de acordo com o art 5ordm inciso III da LRF a LOA conteraacute a
Reserva de Contingecircncia cuja forma de utilizaccedilatildeo e cujo montante
calculado com base na RCL seratildeo estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e destinados em princiacutepio ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
O autor ainda relata que a LRF deixou a decisatildeo sobre o percentual a ser
aplicado sobre a RCL para a formaccedilatildeo do seu montante a cargo da
administraccedilatildeo da entidade que deveraacute ter o cuidado de natildeo incluir um
valor maior do que o necessaacuterio e utilizaacute-lo sempre como um valor
restrito agrave sua finalidade
Com a exigecircncia de criteacuterios para inclusatildeo de projetos novos a lei cria regras
49
para proteccedilatildeo do patrimocircnio garantindo recursos suficientes para conclusatildeo
de projetos em andamento evitando desperdiacutecios
A seguir trataremos da LOA e as contribuiccedilotildees da Lei de Responsabilidade
Fiscal para este instrumento de planejamento
A LOA foi contemplada na Lei Federal 4320 de 1964 sendo esta como
principal norma legal Com o decorrer dos anos ficou defasada devido
sobretudo agraves modificaccedilotildees introduzidas pela Constituiccedilatildeo de 1988 Os gargalos
satildeo tratados nos proacuteprios entes federados por meio da Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
Os conteuacutedos da norma legal para os orccedilamentos dos entes federados satildeo O
orccedilamento fiscal da seguridade e investimento das empresas estatais
O estabelecimento de processos para elaboraccedilatildeo dos orccedilamentos satildeo
fundamentais para o ecircxito do projeto Este processo poderaacute ser conduzido por
Ministeacuterios no caso da Uniatildeo Secretarias de Estado ou Secretarias
Municipais conforme se originem respectivamente na Uniatildeo nos Estados ou
em Municiacutepios
Conforme Giacomoni (2007 p 240) o processo organizado pela Uniatildeo se daacute
por meio do Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da Internet
(SIDORNET) Este nos uacuteltimos anos vem sendo alimentado pela Internet e
representa um avanccedilo nos trabalhos operacionais para os agentes envolvidos
Este mesmo procedimento poderaacute ser adotado pelos Municiacutepios basta
estruturaccedilatildeo por meio de sistemas informatizados atualmente disponiacuteveis no
mercado
A etapas do processo na Uniatildeo conforme de acordo com Giacomoni (2007 p
240) satildeo formadas conforme a seguir
50
1ordf - Planejamento do Processo de elaboraccedilatildeo da proposta - etapa atualmente
de responsabilidade Secretaria de Orccedilamento e Financcedilas (SOF) que define a
estrateacutegia do processo identifica as etapas produtos e os agentes envolvidos
com seus respectivos papeacuteis Estabelece ainda metodologia para projeccedilatildeo de
receitas e despesas bem como o fluxo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria Nesta etapa Constroem-se orientaccedilotildees para detalhamento da
proposta setorial
2ordf - Definiccedilatildeo de macrodiretrizes - juntamente com a assessoria econocircmica do
MPOG do MF da Casa Civil e Oacutergatildeos setoriais a SOF estabelece as
principais diretrizes para elaboraccedilatildeo da LOA Com paracircmetros mais
macroeconocircmicos Destacando-se a importante modificaccedilatildeo inserida pela LRF
que eacute o demonstrativo para expansatildeo de despesas de caraacuteter continuado
3ordf - Revisatildeo da Estrutura Programaacutetica - etapa muito importante pois eacute nela
que os gerentes de programas organizados e inseridos por meio do PPA e
demais responsaacuteveis efetuam a revisatildeo da estrutura programaacutetica
4ordf - Avaliaccedilatildeo da Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC)
para a proposta orccedilamentaacuteria - com participaccedilatildeo novamente do MPOG e da
SOF e de outros oacutergatildeos realiza-se levantamento para verificar a necessidade
de financiamento por parte do governo
5ordf - Estudo definiccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de limites para as propostas setoriais - a
SOF com respaldo da Casa Civil estabelece limites para cada oacutergatildeo setorial
Os Oacutergatildeos repassam estes limites para as unidades orccedilamentaacuterias para
viabilizar a execuccedilatildeo dos projetos
6ordf - Captaccedilatildeo das propostas setoriais - as unidades orccedilamentaacuterias e oacutergatildeos
setoriais detalham suas propostas no Sistema Integrado de Dados
Orccedilamentaacuterios (SIDOR)
51
7ordf - Anaacutelise e ajuste das propostas setoriais - a SOF analisa ajusta e define as
propostas setoriais
8ordf - Fechamento compatibilizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da proposta orccedilamentaacuteria - o
MPGO e a Presidecircncia da Repuacuteblica aprovam a proposta recebem a indicaccedilatildeo
das fontes consolidando-a e compatibilizando-a com a CF de 1988 PPA LDO
e LRF
9ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo da mensagem presidencial e do projeto de lei
orccedilamentaacuteria - a SOF coordena o processo envolvendo vaacuterios oacutergatildeos do Poder
Executivo enviando mensagem presidencial juntamente com a proposta
orccedilamentaacuteria ao congresso nacional
10ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo das informaccedilotildees complementares ao projeto
de lei orccedilamentaacuteria - satildeo definiccedilotildees especiacuteficas da LDO da Uniatildeo que satildeo
encaminhadas conforme previsatildeo na lei mencionada
O processo detalhado com informaccedilotildees precisas definiccedilatildeo de prazos e
responsabilidades eacute fundamental para que o projeto de lei seja adequado e
atenda agraves necessidades da sociedade Eacute por meio dele que o poder puacuteblico
viabiliza suas accedilotildees governamentais atendendo aos anseios da sociedade As
etapas descritas acima podem ser e jaacute satildeo adaptadas aos Municiacutepios sempre
observando suas particularidades
Em seu artigo 5ordm inciso I a LRF incluiu novos conteuacutedos para a Lei
Orccedilamentaacuteria Anual Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 62) o referido
dispositivo atesta a compatibilidade entre a LDO e LOA e que estas devem
manter consistecircncia entre as metas de resultado originadas da comparaccedilatildeo
entre receitas e despesas e a evoluccedilatildeo patrimonial Assim se haacute previsatildeo no
Anexo de Metas Fiscais da LDO de um superaacutevit de 2 na peccedila orccedilamentaacuteria
a estimativa da receita deveraacute superar em 2 a fixaccedilatildeo da despesa No
comentaacuterio do autor a lei reafirma a compatibilidade entre os principais
52
instrumentos de planejamento estabelecendo uma sequumlecircncia uma coerecircncia
entre a LDO e a LOA
No mesmo artigo o inciso II segundo Toledo Jr E Ciquera (2002 p 62)
reitera mandamento constitucional constante do Artigo 165 sect 6ordm determinando
a anexaccedilatildeo de documento em que se revele o impacto orccedilamentaacuterio de toda e
qualquer renuacutencia fiscal que ainda persista na vida financeira do Municiacutepio
Natildeo importa a eacutepoca em que foram concedidas essas desistecircncias
fazendaacuterias
O dispositivo tenta conter as iniciativas que natildeo satildeo de interesse puacuteblico
implementando mais transparecircncia para a sociedade e para o parlamentar
ficando evidenciado o interesse da sociedade
A segunda exigecircncia da LRF no mesmo artigo trata da inserccedilatildeo de informaccedilatildeo
complementar demonstrando a forma de compensaccedilatildeo das despesas
obrigatoacuterias continuadas e das novas renuacutencias de receitas
O inciso III estabelece a necessidade de manter-se no projeto original a
reserva de contingecircncia para cobertura de passivos contingentes e os outros
riscos e eventos fiscais imprevistos informaccedilotildees jaacute constantes no Anexo de
Riscos Fiscais no sect 3ordm do art 4ordm
Tal reserva sempre foi utilizada como fonte para abertura de creacuteditos
adicionais e continua como tal especialmente nos orccedilamentos municipais
Nestes no entanto amplia sua funccedilatildeo pois ao ser inserida a reserva
comumente conhecida como reserva teacutecnica ocasiona um certo superaacutevit
orccedilamentaacuterio quando descontado seu valor
Para concluirmos nossos estudos sobre os principais instrumentos de
planejamento puacuteblico brasileiros tratados anteriormente eacute fundamental
53
discorrermos sobre o sistema e o processo orccedilamentaacuterio no qual a seguir
trataremos a partir da visatildeo de algumas doutrinas
Segundo Giacomoni (2007 p 202) a lei orccedilamentaacuteria e seus anexos
representam a expressatildeo mais clara do que se pode denominar de sistema
orccedilamentaacuterio E como jaacute vimos em nossos estudos o orccedilamento atualmente
natildeo pode ser visto de forma isolada ele eacute parte de um sistema maior advindo
de outros planos e programas para culminar na construccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria
No quadro 3 a seguir estaacute representada uma espeacutecie de sistema integrado de
planejamento e orccedilamento segundo a concepccedilatildeo bastante difundida na
Ameacuterica Latina por meio do ILPESCEPAL11
11 Esta concepccedilatildeo foi extraiacuteda de El presuposto Y el processo de planificacioacuten Belo Horizonte Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da UFMG 1971 (mimeo) Esse trabalho foi baseado em dois documentos do Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y Social (ILPES) ldquoReflexiones em torno de dos problemas actuales de la planifcacioacuten em Ameacuterica Latinardquo e ldquoMetodologia para la formulaciacuteon de planes operativos anualesrdquo O ILPES eacute um oacutergatildeo da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina (CEPAL) organismo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
54
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de El presupesto Y el proceso de planificacioacuten Cit
O quadro estaacute organizado e estruturado a partir da ldquoestrateacutegia de
desenvolvimentordquo definida segundo Giacomoni (2007 p 202) como
a) Imagem prospectiva originaacuteria de projetos soacuteciais baacutesicos cujos
objetivos e metas a serem alcanccediladas satildeo estruturados para a mudanccedila do
plano econocircmico-social atual
b) Os Projetos Estrateacutegicos satildeo os que estabelecem efetivamente elementos
para a mudanccedila idealizada pela imagem prospectiva Satildeo em pouca
55
quantidade envolvem vaacuterios setores dos governos trabalhando de forma
coordenada
c) Enunciado de Poliacuteticas Baacutesicas surge da viabilizaccedilatildeo dos projetos
estrateacutegicos
Giacomoni (2007 p 204) exemplifica o quadro com o Primeiro Plano Nacional
de Desenvolvimento (I PND) ocorrido no Brasil no periacuteodo de 197274 Nele
foram definidas trecircs imagens prospectivas sendo a primeira colocar o Brasil
no espaccedilo de uma geraccedilatildeo na categoria das naccedilotildees desenvolvidas A
segunda era duplicar ateacute 1980 a renda per capita do Brasil em relaccedilatildeo a
1969 observando o crescimento anual do PIB equivalente ao dos uacuteltimos trecircs
anos A terceira prospectiva seria elevar a economia em 1974 agraves dimensotildees
resultantes de um crescimento anual do PIB entre 8 e 10
Como projetos estrateacutegicos foram definidos dentre outros os seguintes a)
modernizaccedilatildeo da empresa nacional b) mobilizaccedilatildeo do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais c) implementaccedilatildeo de programas de
desenvolvimento tecnoloacutegico
Como poliacuteticas baacutesicas definidas pelo I PND cita-se a tiacutetulo exemplificativo a)
modelo econocircmico de mercado orientado para a descentralizaccedilatildeo das decisotildees
econocircmicas com vistas no crescimento progressivo do mercado de consumo
b) alianccedila entre o setor privado e o governo com a aceitaccedilatildeo da influecircncia
crescente desse uacuteltimo na gestatildeo do sistema econocircmico na realizaccedilatildeo de
investimentos e na capacidade de regulamentar
O quadro 3 demonstra que os planos de meacutedio prazo satildeo formados por etapas
estrateacutegicas e satildeo de maneira geral planos setoriais e regionaissetoriais que
se constituem de programas baacutesicos determinando objetivos e metas de
resultado setorial Os planos anuais operativos no modelo satildeo oriundos das
definiccedilotildees estrateacutegicas dos planos de meacutedio prazo estabelecem metas de
56
curto prazo a cargo do setor puacuteblico definindo orientaccedilotildees e regras a serem
cumpridas pelo setor privado
Os principais planos operativos conforme Giacomoni (2007 p 206) satildeo
Orccedilamento Econocircmico Orccedilamento monetaacuterio orccedilamento do balanccedilo de
pagamentos balanccedilos projetados programas de execuccedilatildeo e o orccedilamento do
setor puacuteblico
O processo orccedilamentaacuterio caracteriza-se basicamente por sua dinacircmica ciacuteclica
que transita por quatro etapas e cada ciclo da proposta orccedilamentaacuteria anual e
de maneira bem simplificada conforme demonstrado no quadro 4 a seguir
QUADRO 4
Processo Orccedilamentaacuterio
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
O processo de planejamento e orccedilamento no Brasil estaacute basicamente
representado por Planos Nacionais de Desenvolvimento Econocircmico e Social
Exemplos destes planos satildeo o Programa de Aceleraccedilatildeo do Crescimento
(PAC) e o PPA Este detalhado no capiacutetulo 223 tem relaccedilatildeo direta com os
programas especiais e especialmente com a LOA que com a nova proposta
assume as accedilotildees governamentais prevista no PPA para serem materializadas
no orccedilamento anual
57
O quadro a seguir representa as varias etapas do que Giacomoni (2007 p
209) denomina processo integrado de planejamento e orccedilamento
QUADRO 5
Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
Segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 209) os modelo de
planejamentos descritos anteriormente
Embora os planos de desenvolvimento tenham proliferado e as teacutecnicas por eles utilizadas sejam melhores a taxa anual meacutedia de crescimento do produto interno real nos paiacuteses menos desenvolvidos natildeo demonstra qualquer melhoria sensiacutevel na Ameacuterica Latina desde os anos 50 chegando mesmo a declinar na Aacutesia Meridional e no Sudeste
Para o autor o modelo seria eficaz e efetivo se os resultados fossem
adequados agraves necessidades do paiacutes De nada adiantariam uma boa teacutecnica
planejadora e um bom modelo com o crescimento do paiacutes que natildeo atendam agraves
necessidades da sociedade
Em paiacuteses com instabilidade poliacutetica e incerteza econocircmica natildeo se aplicariam
planos de longo e meacutedio prazo segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p
210) Associam-se a essas caracteriacutesticas deficiecircncias teacutecnicas falta de
58
informaccedilotildees e sistema administrativo deficiente Tais modelos satildeo
predominantes em paiacuteses em desenvolvimento
Ainda segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 210) os resultados do
planejamento em niacuteveis nacionais regionais ou urbanos satildeo insatisfatoacuterios
quando se utiliza o modelo que ele nomeia de tradicional
Isso se deve em parte agrave deficiecircncia de meacutetodo e em parte tambeacutem ao ambiente desfavoraacutevel em que com frequumlecircncia o planejamento convencional opera mas a razatildeo mais importante eacute que o planejamento convencional natildeo satisfaz agraves necessidades sociais Talvez seja nesse uacuteltimo sentido que existem maiores razotildees para se afirmar que o planejamento convencional tem fracassado pois eacute aiacute que costuma ser maior o abismo entre as aspiraccedilotildees e os resultados obtidos
Para o autor o meacutetodo pode ser concentrado para a soluccedilatildeo de problemas
para metas muito aleacutem da realidade ou ateacute mesmo sem o foco no problema
isso poderaacute solucionaacute-lo apenas parcialmente ou ateacute criar outro
As etapas do processo de planejamento estatildeo demonstradas no quadro 6 a
seguir num paralelo entre um modelo considerado convencional para alguns
autores e um modelo voltado para soluccedilatildeo de problemas
QUADRO 6
Etapas do processo de planejamento
Fonte Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
59
Para Wildavsky (apud Giacamoni 2007 p 211) o principal fator determinante
do tamanho e do conteuacutedo do orccedilamento de um determinado ano seria o
orccedilamento do ano imediatamente anterior Com isso existiria pouca
flexibilidade na elaboraccedilatildeo de cada novo orccedilamento Logo decisotildees tomadas
haacute bastante tempo natildeo modificaacuteveis em determinado momento e tenderiam a
se perpetuar
A esta visatildeo dar-se o nome de ldquoincrementalrdquo Nela ocorre efetivamente uma
repeticcedilatildeo sucessiva dos orccedilamentos somente com certo incremento mas com
a maior parte dos programas vindos do exerciacutecio anterior
Seguindo a linha de pensamento de Wildavsky pode-se dizer que o PPA
instituiacutedo pela CF de 1988 no Brasil seguiu de certa forma a linha do
incrementalismo Pois estabelece que em seu conteuacutedo que deve conter
despesas de capital outras delas decorrentes e despesas de caraacuteter
continuado Previa-se portanto que os programas e accedilotildees jaacute existentes e que
natildeo eram discricionaacuterios do governo deveriam constar no PPA e
consequumlentemente na LOA
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
A definiccedilatildeo de despesas com pessoal estaacute contida no art 18 da LRF como o
somatoacuterio dos gastos com os ativos os inativos e os pensionistas os
relativos a mandatos eletivos cargos funccedilotildees ou empregos civis e de
membros do Poder Executivo e do Poder Legislat ivo com quaisquer
espeacutecies remuneratoacuterias tais como vencimentos e vantagens fixas e
variaacuteveis subsiacutedios proventos da aposentadoria reformas e pensotildees
inclusive adicionais gratificaccedilotildees horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza bem como encargos sociais e contribuiccedilotildees recolhidas
pelo municiacutepio agraves entidades de previdecircncia
60
Aleacutem disso a LRF fixa o limite para a despesa total com pessoal nos
Municiacutepios em 60 (sessenta por cento) da Receita Corrente Liacutequida Desta
porcentagem 6 para o Legislativo e 54 para o Executivo Neste uacuteltimo
deve-ser considerar suas respectivas administraccedilotildees indiretas cuja
composiccedilatildeo se encontra estabelecida no art 2ordm IV aliacutenea c e nos seus
paraacutegrafos 1ordm e 2ordm e eacute demonstrada no quadro a seguir
QUADRO 7
Composiccedilatildeo da RCL
Receitas Correntes (+) Tributaacuterias (+) de Contribuiccedilotildees (+) Patrimoniais (+) Industriais (+) Agropecuaacuterias (+) de Serviccedilos (+) Transferecircncias Correntes (+) Outras Receitas Correntes Subtotal 1 ( ndash ) Contribuiccedilotildees Previdenciaacuterias ( ndash ) Receitas de Compensaccedilatildeo Financeira Receita Corrente Liacutequida Fonte Elaborado pelo Autor
Para apuraccedilatildeo da RCL e dos gastos com pessoal considera-se pela lei o
periacuteodo entre o mecircs de apuraccedilatildeo e os 11 meses anteriores A apuraccedilatildeo das
despesas com pessoal deve-se considerar entatildeo um periacuteodo de 12
meses com algumas deduccedilotildees tais como
bull indenizaccedilatildeo por demissatildeo de servidores ou empregados
bull incentivos agrave demissatildeo voluntaacuteria
bull despesas decorrentes de decisatildeo judicial cuja competecircncia seja de
periacuteodo imediatamente anterior a 11 meses ao da apuraccedilatildeo
bull despesas com inativos ainda que por intermeacutedio de fundo especiacutefico
custeado por recursos provenientes da arrecadaccedilatildeo de contribuiccedilotildees dos
segurados
bull compensaccedilatildeo financeira entre fundos de previdecircncia e das demais
61
receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade inclusive
o produto da alienaccedilatildeo de bens direitos e ativos bem como seu superaacutevit
financeiro
A LRF estabeleceu ainda um limite prudencial de 95 (noventa e cinco por
cento) do limite estabelecido para cada poder A apuraccedilatildeo deveraacute ser
realizada a cada quadrimestre do exerciacutecio sujeitando-se o municiacutepio a
restabelecer os limites ultrapassados nos dois quadrimestres seguintes Caso
natildeo cumpra tal dispositivo o municiacutepio poderaacute deixar de receber as
transferecircncias voluntaacuterias de obter garantias e natildeo poderaacute contratar
operaccedilotildees de creacutedito
O estabelecimento de limites para o endividamento puacuteblico foi um dos pontos
especiais da LRF A diacutevida limita a accedilatildeo governamental na execuccedilatildeo de
serviccedilos puacuteblicos e seu crescimento desordenado e ilimitado compromete
aleacutem da execuccedilatildeo de obras de infra-estrutura programas finaliacutesticos dos
governos nacionais e sub-nacionais despesas com pessoal e despesas para
manutenccedilatildeo da maacutequina puacuteblica
Em seu artigo 29 a LRF considera diacutevida puacuteblica consolidada ou fundada o
montante total apurada sem duplicidade das obrigaccedilotildees financeiras do ente
da Federaccedilatildeo assumidas em virtude de leis contratos convecircnios ou tratados
e da realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de creacutedito para amortizaccedilatildeo em prazo superior a
doze meses
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 187) na conceituaccedilatildeo do art 29 diacutevida
fundada ou consolidada proveacutem da contrataccedilatildeo de empreacutestimos ou
financiamentos com prazo de pagamento superior a doze meses A proacutepria
LRF contudo no paraacutegrafo 3ordm jaacute excepciona tal regra satildeo as operaccedilotildees de
prazo inferior a doze meses que passam a compor essa espeacutecie de
endividamento
62
A apuraccedilatildeo quadrimestral da diacutevida consolidada seraacute demonstrada no RGF
considerando-se a diacutevida da administraccedilatildeo direta e indireta conforme
determinaccedilatildeo do artigo 50 da LRF
A LRF natildeo definiu limites para o endividamento puacuteblico ficando para
regulamentaccedilatildeo do Senado Federal que definiu por meio da Resoluccedilatildeo nordm 40
de 2001 a diacutevida consolidada liacutequida Conforme o seu art 1ordm sect 1ordm V a
diacutevida consolidada liacutequida eacute a diacutevida puacuteblica consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa as aplicaccedilotildees financeiras e os demais haveres
financeiros
Ainda na Resoluccedilatildeo 40 em seu art 3ordm II a diacutevida consolidada liacutequida dos
Municiacutepios ao final do deacutecimo quinto exerciacutecio financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicaccedilatildeo da Resoluccedilatildeo natildeo poderaacute exceder a
12 (um inteiro e dois deacutecimos) vezes a receita corrente liacutequida
Para a amortizaccedilatildeo de diacutevidas tambeacutem existe um limite anual definido pelo
Senado Federal em sua Resoluccedilatildeo nordm 432001 art 7ordm II Esta legislaccedilatildeo
define que o comprometimento anual com amortizaccedilotildees juros e demais
encargos da diacutevida consolidada inclusive relativos a valores a desembolsar
de operaccedilotildees de creacutedito jaacute contratadas e a contratar natildeo poderaacute exceder a
115 (onze inteiros e cinco deacutecimos por cento) da receita corrente liacutequida
Ainda por meio da mesma Resoluccedilatildeo com alteraccedilotildees trazidas pela Resoluccedilatildeo
nordm 052002 dispocircs-se sobre os limites globais para o montante da diacutevida
puacuteblica consolidada e da diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria A Resoluccedilatildeo nordm 43 de
21 de dezembro de 2001 com alteraccedilotildees na Resoluccedilatildeo nordm 032002 definiu
limites por ocasiatildeo da execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Com a instituiccedilatildeo da LRF a administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal
passou a ter maior atenccedilatildeo em suas accedilotildees Consta em seu art 1ordm sect 1ordm que
63
A responsabilidade na gestatildeo fiscal pressupotildee a accedilatildeo planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediecircncia a limites e condiccedilotildees no que tange a renuacutencia de receita geraccedilatildeo de despesas com pessoal da seguridade social e outras diacutevidas consolidada e mobiliaacuteria operaccedilotildees de creacutedito inclusive por antecipaccedilatildeo de receita concessatildeo de garantia e inscriccedilatildeo em Restos a Pagar (grifo nosso)
O princiacutepio da transparecircncia na LRF brasileira como jaacute mencionado foi um dos
pontos tambeacutem trabalhados na LRF da Nova Zelacircndia A principal intenccedilatildeo
destes eacute o fortalecimento do controle social aumentando a pressatildeo para que o
gestor puacuteblico fique mais atento na conduccedilatildeo de seus atos O gestor tambeacutem
com a divulgaccedilatildeo de suas contas com a realizaccedilatildeo de audiecircncias ganha
politicamente quando tende a aproximar-se da populaccedilatildeo
O artigo que trabalhou o fundamento da transparecircncia eacute o 48 da LRF
conforme se segue
Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) o controle social do eraacuterio eacute
fundamento baacutesico da LRF que para tanto estabelece intensa agenda de
debate popular e de publicidade das contas dentre elas realizaccedilatildeo de
audiecircncias puacuteblicas com objetivo de debater a construccedilatildeo do PPA LDO e LOA
e verificar o cumprimento das metas orccedilamentaacuterias e patrimoniais
disponibilizaccedilatildeo das contas municipais durante todo o ano natildeo mais sessenta
dias como previsto anteriormente pela CF de 1988 Aleacutem disso o ministeacuterio
puacuteblico deve divulgar os nomes dos Municiacutepios que ultrapassaram os limites
determinados para a diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria No mesmo artigo 48 tambeacutem haacute
determinaccedilatildeo expressa para ampla divulgaccedilatildeo dos orccedilamentos balanccedilos e
pareceres dos tribunais de contas sobre o julgamento dos gestores do dinheiro
puacuteblico
64
Todos os dispositivos satildeo essenciais para a gestatildeo fiscal responsaacutevel Cabe ao
gestor incentivar a participaccedilatildeo popular articulando com a sociedade
organizada e orientando o exerciacutecio da cidadania e a evoluccedilatildeo do controle
social
A transparecircncia foi citada no artigo 52 da mesma disciplina legal constando
que ldquoO relatoacuterio a que se refere o sect 3o do art 165 da Constituiccedilatildeo abrangeraacute
todos os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico seraacute publicado ateacute trinta dias apoacutes o
encerramento de cada bimestrerdquo
As prestaccedilotildees de contas anteriores a LRF eram encaminhadas anualmente
Por mais avanccedilados e especializados que fossem os Tribunais de contas natildeo
seria possiacutevel por exemplo uma accedilatildeo em tempo necessaacuterio para correccedilatildeo dos
rumos da administraccedilatildeo evitando deacuteficits e diacutevidas para o patrimocircnio puacuteblico
A veiculaccedilatildeo das informaccedilotildees fiscais publicadas nas dependecircncias das
entidades puacuteblicas e em meio magneacutetico trinta dias apoacutes o encerramento de
cada bimestre torna mais transparente a gestatildeo puacuteblica bem como possibilita
uma accedilatildeo em tempo real pela sociedade e pelos oacutergatildeos de controle interno e
externo
Informaccedilotildees importantes e novos conceitos foram trabalhados para que a
transparecircncia seja possiacutevel No artigo 53 do mesmo diploma legal trata de
informaccedilotildees que acompanharatildeo os relatoacuterios resumidos da execuccedilatildeo
orccedilamentaacuteria Satildeo elas apuraccedilatildeo da RCL receitas e despesas previdenciaacuterias
quando cabiacuteveis resultado nominal e primaacuterio despesas com juros restos a
pagar projeccedilotildees atuariais dos regimes de previdecircncia social geral e proacuteprio
dos servidores puacuteblicos variaccedilatildeo patrimonial evidenciando a alienaccedilatildeo de
ativos e a aplicaccedilatildeo dos recursos dela decorrentes da limitaccedilatildeo de empenhos
e da frustraccedilatildeo de receitas especificando as medidas de combate agrave sonegaccedilatildeo
e agrave evasatildeo fiscal adotadas e a adotar e as accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e cobranccedila
65
A LRF trabalhou juntamente com a transparecircncia o fortalecimento do controle
determinando responsabilidades pelas informaccedilotildees do relatoacuterio de gestatildeo
fiscal No artigo 20 trata das responsabilidades do presidente e demais
membros da mesa diretora dos Legislativos ou oacutergatildeo decisoacuterio equivalente
Nos regimentos internos destes oacutergatildeos devem constar as responsabilidades
do presidente e de demais membros da mesa diretora Nos oacutergatildeos do Poder
Judiciaacuterio no ministeacuterio puacuteblico da Uniatildeo e dos Estados da mesma forma
Aleacutem disso traz a responsabilizaccedilatildeo pelas informaccedilotildees dos responsaacuteveis pela
administraccedilatildeo financeira e pelo controle interno Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 275) de quatro em quatro meses a
Prefeitura e a Cacircmara de Vereadores cada uma emitiraacute o segundo relatoacuterio de
verificaccedilatildeo orccedilamentaacuteria agrave luz da LRF o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal ndash RGF Haacute
o RGF do Poder Executivo assinado pelo Prefeito Secretaacuterio ou Diretor de
Financcedilas e tambeacutem por quem responde pelo controle interno De igual modo
haacute o RGF do Poder Legislativo chancelado por toda a Mesa Diretora da
Cacircmara dos Vereadores pelo responsaacutevel financeiro e ainda pelo servidor
que titulariza o controle interno
Apoacutes tratado sobre o planejamento e os pontos estrateacutegicos da LRF
realizaremos um estudo o sobre a gestatildeo do orccedilamento puacuteblico
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
231 Introduccedilatildeo
A Lei de Responsabilidade Fiscal dentre as diversas contribuiccedilotildees para as
financcedilas puacuteblicas brasileiras teve seguramente como principal objetivo o
66
ldquoequiliacutebrio das contas puacuteblicasrdquo consagrado como princiacutepio por diversos
doutrinadores
Na elaboraccedilatildeo dos trecircs mais importantes instrumentos de planejamento PPA
LDO e a LOA os Municiacutepios e os outros entes federados buscam o equiliacutebrio
entre receitas e despesas fundamentados em princiacutepios contidos na Lei
Federal 4320 de 1964 e reafirmados pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Embora esses trecircs instrumentos de planejamento mencionados sejam de
fundamental importacircncia natildeo haacute garantias de equiliacutebrio financeiro por mais
eficientes que sejam os departamentos ou teacutecnicos orccedilamentistas As
estimativas das receitas e a fixaccedilatildeo das despesas satildeo projetadas para um
exerciacutecio inteiro A LRF para tentar conciliar a autorizaccedilatildeo prevista na LOA
com a efetiva execuccedilatildeo do orccedilamento anual instituiu a programaccedilatildeo
financeira cronograma mensal de desembolso metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo e cotas Analisaremos detalhadamente cada um destes itens
instituiacutedos pela LRF
232 Programaccedilatildeo Financeira
Natildeo podemos afirmar que em nenhum Municiacutepio exista uma regularidade nas
entradas das receitas por mais precisa que seja a previsatildeo pois receitas como
o IPTU12 o IPVA13 e o ICMS14 tem ocorrecircncia maior no inicio do exerciacutecio
Por isso antes que se inicie a execuccedilatildeo do orccedilamento ou seja do
planejamento traccedilado eacute preciso que o gestor tome iniciativa de traccedilar planos
orccedilamentaacuterios e financeiros mais detalhados abrangendo espaccedilos menores de
tempo que possibilitem uma adequaccedilatildeo temporal e financeira compatiacutevel com
as despesas a serem executadas
12 Imposto Predial e Territorial Urbana tributo municipal instituiacutedo pelo Constituiccedilatildeo Federal de 1988 13 Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotivos 14 Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
67
A programaccedilatildeo financeira foi inserida na gestatildeo do orccedilamento municipal por
meio do Art 8ordm da Lei de Responsabilidade Fiscal descrito a seguir
Art 8ordm Ateacute trinta dias apoacutes a publicaccedilatildeo dos orccedilamentos nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e observando o disposto na aliacutenea c do inciso I do artigo 4ordm o Poder Executivo estabeleceraacute a programaccedilatildeo financeira e o cronograma de execuccedilatildeo mensal de desembolso Paraacutegrafo Uacutenico Os recursos legalmente vinculados agrave finalidade especiacutefica seratildeo utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculaccedilatildeo ainda que em exerciacutecio diverso daquele em que ocorrer o ingresso
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) este dispositivo visa a ajustar os
compromissos do governo agrave efetiva existecircncia de numeraacuterios e a evitar
insuficiecircncias de tesouraria Dessa forma eacute que empreacutestimos de curto prazo e
operaccedilatildeo de creacutedito por antecipaccedilatildeo da receita orccedilamentaacuteria (ARO) poderatildeo
ser evitadas Este dispositivo serve ainda para compatibilizar as entradas das
receitas com a execuccedilatildeo das despesas especialmente as de caraacuteter
discricionaacuterio do governo
Para o autor ocorre uma controveacutersia entre este dispositivo e o artigo 47 da Lei
Federal 4320 que estabelecia uma programaccedilatildeo financeira trimestral No
entanto prevalece o dispositivo mais recente Assim a planificaccedilatildeo financeira
passa vigorar mensalmente
Considerando que anterior a LRF existiam percentuais mais elevados de
deacuteficitrsquos financeiros com maacute aplicaccedilatildeo do disposto na Lei Federal 4320 a
utilizaccedilatildeo eficiente de um controle mensal tornou-se necessaacuteria Importante
mencionar que nesta programaccedilatildeo devem ser considerados todos os creacuteditos
os iniciais fixados os demais que venham ocorrer como suplementares
especiais e extraordinaacuterios e ainda os restos a pagar dos exerciacutecios anteriores
porventura existentes
Os recursos carimbados ou vinculados conforme citado no artigo acima
devem ter sua utilizaccedilatildeo exclusivamente direcionadas para seus fins
68
acordados caso ocorram sobras elas poderatildeo ser utilizadas em exerciacutecio
adverso desde que atenda ao estabelecido em instrumento inicial
Podemos dizer que estes recursos satildeo pequenos orccedilamentos dentro do
orccedilamento geral do Municiacutepio Eles devem obedecer a um equiliacutebrio particular
evitando sobras utilizaccedilatildeo indevida devoluccedilatildeo de recursos e
consequumlentemente evitando aplicaccedilatildeo de penalidades pelos oacutergatildeos de
fiscalizaccedilatildeo externa e pelo ministeacuterio puacuteblico
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 74) os saldos financeiros remanescentes
continuam pertencendo ao ente Por isso eacute que poderiam mesmo ter sua
utilizaccedilatildeo em exerciacutecio adverso ao seu ingresso
A LRF contribuiu para a aplicaccedilatildeo e controle das financcedilas Para isso instituiu
normas que sua aplicaccedilatildeo efetiva pelas entidades depende de iniciativa para
sua regulamentaccedilatildeo A Uniatildeo sujeita agraves normas regulamentou por meio do
anexo VI da Portaria interministerial MFMP Nordm 125 de 19 de maio de 2006 sua
programaccedilatildeo financeira para 2006 conforme tabela a seguir
69
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira
ANEXO VI DA PORTARIA INTERMINISTERIAL MFMP Nordm 125 DE 19 DE MAIO DE 2006
VALORES AUTORIZADOS PARA PAGAMENTO RELATIVOS A DOTACcedilOtildeES CONSTANTES
DA LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA PARA 2006 E AOS RESTOS A PAGAR DE 2005 Data de atualizaccedilatildeo 09012007 R$ Mil
ATEacute MAI ATEacute JUN ATEacute JUL ATEacute AGO ATEacute SET ATEacute OUT ATEacute NOV ATEacute DEZ OacuteRGAtildeOS EOU UNIDADES ORCcedilAMENTAacuteRIAS
20101 PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 295802
349209
452616
506022
550988
595953
691918
810026
20102 GAB DA VICE-PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 998
1198
1398
1698
1868
2037
2721
2890
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIAtildeO 39814
45524
51234
60345
67704
75063
79922
94781
22000 MIN DA AGRIC PEC E ABASTECIMENTO 238546
354485
400424
460563
526646
589462
674777
874179
24000 MIN DA CIEcircNCIA E TECNOLOGIA 616141
788828
954130
1198017
1312077
1449359
1695323
2234942
25000 MIN DA FAZENDA 461494
607980
760465
1052064
1306841
1372881
1458411
1589215
26000 MIN DA EDUCACcedilAtildeO 2431224
3091435
3528998
4166209
4865611
5568436
6271262
7064088
28000 MIN DO DESENV IND E COMEacuteRCIO EXTERIOR 90763
99587
125231
134555
152459
159337
166214
214091
30000 MIN DA JUSTICcedilA 456383
541391
653548
765704
862253
958802
1055351
1231900
32000 MIN DE MINAS E ENERGIA 85465
114630
143796
186053
210688
258607
306525
379444
33000 MIN DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL 299527
457649
539558
625468
711378
797288
883197
969107
35000 MIN DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES 347097
377226
407355
467485
520419
633354
716289
885223
70
36000 MIN DA SAUacuteDE 13050504
15924886
18815009
21705132
24482919
27260706
30038492
34588170
38000 MIN DO TRABALHO E EMPREGO 161118
181567
251612
341578
364691
387805
410918
452031
39000 MIN DOS TRANSPORTES 668160
749053
829946
1077339
1286381
1602422
1671464
2335793
41000 MIN DAS COMUNICACcedilOtildeES 122628
142098
161667
190557
220868
264603
308338
363472
42000 MIN DA CULTURA 155156
182753
213850
257547
278457
301566
325476
384885
44000 MIN DO MEIO AMBIENTE 115444
158213
193482
243551
271981
301461
329891
403421
47000 MIN DO PLANEJ ORCcedilAMENTO E GESTAtildeO 144840
168562
207104
238386
281455
309915
368376
443436
49000 MIN DO DESENVOLVIMENTO AGRAacuteRIO 285471
723196
934922
1036647
1112176
1406829
1706481
2012818
51000 MIN DO ESPORTE 106895
181039
217283
244027
260430
325044
388858
507842
52000 MIN DA DEFESA 784728
1042536
1215345
1520953
1989733
2341660
2696194
3687152
53000 MIN DA INTEGRACcedilAtildeO NACIONAL 352210
382066
495608
580249
693417
778159
841451
1077819
54000 MIN DO TURISMO 108586
198430
278459
333388
346698
402446
466194
700142
55000 MIN DO DESENV SOCIAL E COMB Agrave FOME 478367
705610
932852
1160095
1369197
1852448
2335700
2736782
56000 MIN DAS CIDADES 202042
299230
412819
440908
452024
485141
531557
1003796
71000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIAtildeO 96894
153836
167777
209719
249063
288408
327752
366096
73101 RECURSOS SOB SUPERV DO MIN DA FAZENDA 39869
43845
47820
52496
56272
60049
63825
67601
74000 OPERACcedilOtildeES OFICIAIS DE CREacuteDITO 34330
37521
40713
53740
53740
53740
53740
78740
TOTAL GERAL 22270494 28103583 33435022 39310495 44858433 50882980 56866619 67559884
Fonte httpwwwtesourofazendagovbrprogramacao_financeira horaacuterio 2200 do dia 040208
71
Na Uniatildeo segundo Giacomoni (2007 p 318) a principal norma
disciplinadora eacute o Decreto-lei ndeg 20067 que define a programaccedilatildeo
financeira de desembolso como instrumento baacutesico do planejamento
Especificamente os artigos 17 e 72 a seguir descritos
Art 17 Para ajustar o ritmo de execuccedilatildeo do orccedilamento-programa ao fluxo provaacutevel de recursos o Ministeacuterio do Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral e o Ministeacuterio da Fazenda elaboraratildeo em conjunto a programaccedilatildeo financeira de desembolso de modo a assegurar a liberaccedilatildeo automaacutetica e oportuna dos recursos necessaacuterios agrave execuccedilatildeo dos programas anuais de trabalhatildeordquo e ldquoArt 72 Com base na lei orccedilamentaacuteria creacuteditos adicionais e seus atos complementares o oacutergatildeo central da programaccedilatildeo financeira fixaraacute as cotas e prazos de utilizaccedilatildeo de recursos pelos oacutergatildeos da Presidecircncia da Repuacuteblica pelos ministeacuterios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciaacuterio para atender agrave movimentaccedilatildeo dos creacuteditos orccedilamentaacuterios
Na Uniatildeo os artigos do referido decreto que tratam de programaccedilatildeo
financeira satildeo inseridos a cada exerciacutecios financeiro da LDO
disciplinando a execuccedilatildeo financeira
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do orccedilamento geralmente eacute dado atenccedilatildeo especial
para realizaccedilatildeo da despesa A LRF inovou e dedicou artigos importantes para
as receitas puacuteblicas esquecidas especialmente pelos Municiacutepios A praacutetica de
calcular as despesas e apoacutes equilibraacute-las sem criteacuterio com a receita natildeo se
admite mais
O artigo 12 jaacute trabalha regras para o processo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria como se segue
Art 12 As previsotildees de receita observaratildeo as normas teacutecnicas e legais consideraratildeo os efeitos das alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo da variaccedilatildeo do iacutendice de preccedilos do crescimento econocircmico ou de qualquer outro fator relevante e seratildeo acompanhadas de
72
demonstrativo de sua evoluccedilatildeo nos uacuteltimos trecircs anos da projeccedilatildeo para os dois seguintes agravequele a que se referirem e da metodologia de caacutelculo e premissas utilizadasrdquo
Dessa forma estaria no miacutenimo qualquer dos entes federados ao superestimar
a receita desobedecendo ao princiacutepio da legalidade expressamente definido
no artigo 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal
A execuccedilatildeo do orccedilamento foi regulamentada pelo artigo 13 d LRF abaixo
transcrito
Art 13 No prazo previsto no art 8o as receitas previstas seratildeo desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo com a especificaccedilatildeo em separado quando cabiacutevel das medidas de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos tributaacuterios passiacuteveis de cobranccedila administrativa (grifo nosso)
Ateacute 30 dias apoacutes a publicaccedilatildeo da LOA eacute necessaacuterio que o municiacutepio aleacutem de
elaborar programaccedilatildeo financeira estabelecida no artigo 8ordm providencie o
desdobramento das receitas estimadas anualmente em metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
Poreacutem o entendimento da doutrina eacute que para se chegar em metas bimestrais
conforme previsto na lei seria necessaacuterio o desdobramento inicialmente em
metas mensais A forma mais apropriada para a construccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira mensal estaacute conforme estabelecida no artigo 8ordm Ressalta-se que
como todo planejamento a receita tambeacutem tem inconstacircncias e uma revisatildeo
perioacutedica seria apropriada para natildeo afetar as metas estabelecidas
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 98) o detalhamento bimestral aleacutem do
mais fundamenta-se no comportamento oscilante natildeo linear em decorrecircncia
do IPTU pago a vista da transferecircncia de 50 do IPVA e de um ICMS
alentado pelas vendas de fim de ano A receita municipal ingressa com mais
vigor no iniacutecio do exerciacutecio depois flutua em virtude do niacutevel da atividade
73
econocircmica seja ela local regional ou nacional Por isso o orccedilamentista se
basearaacute na execuccedilatildeo ocorrida em exerciacutecios preteacuteritos
Em seguir apresenta-se tabela demonstrando as metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
74
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO MUNICIacutePIO OacuteRGAcircO BIMESTRE META DE ARRECADACcedilAtildeO RECEITA ARRECADA DIFERENCcedilA1ordm 2ordm 3ordm 4ordm 5ordm 6ordm TOTAL Observaccedilotildees ndash Medidas adotadas quando cabiacuteveis de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos passiacuteveis de cobranccedila administrativa ____________________________________ __________________________________ ____________________________________ ORDENADOR CONTADOR CONTROLE INTERNO
Fonte TCEMG - Adaptaccedilatildeo do Autor
75
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
Eacute comum que leis e atos instituiacutedos nos Municiacutepios natildeo sejam obedecidos
pelas unidades orccedilamentaacuterias e pelas entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta O caminho para garantir que seja cumprida a programaccedilatildeo financeira
especialmente para os que ainda insistem em elaborar leis orccedilamentaacuterias com
receitas superestimadas eacute a instituiccedilatildeo de cotas financeiras
Para corrigir possiacuteveis falhas de planejamento eacute necessaacuterio que durante a sua
execuccedilatildeo sejam corrigidas as distorccedilotildees Assim sendo a soluccedilatildeo eacute promover a
limitaccedilatildeo de gastos durante a execuccedilatildeo do orccedilamento por meio das cotas
levando-se em consideraccedilatildeo a receita efetivamente arrecadada e natildeo o
montante do orccedilamento autorizado pelo Legislativo
Os artigos 47 e 48 da Lei Federal 4320 de 1964 como transcritos a seguir jaacute
tratavam deste tema
Art 47 Imediatamente apoacutes a promulgaccedilatildeo da Lei de Orccedilamento e com base nos limites nela fixados o Poder Executivo aprovaraacute um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orccedilamentaacuteria fica autorizada a utilizar Art 48 A fixaccedilatildeo das cotas a que se refere o artigo anterior atenderaacute aos seguintes objetivos a) assegurar agraves unidades orccedilamentaacuterias em tempo uacutetil a soma de recursos necessaacuterios e suficientes agrave melhor execuccedilatildeo do seu programa anual de trabalho b) manter durante o exerciacutecio na medida do possiacutevel o equiliacutebrio entre a receita arrecada e a despesa realizada de modo a reduzir ao miacutenimo eventuais insuficiecircncias de tesouraria (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) o art 8ordm da LRF natildeo contradiz o
dispositivo mencionado pois a programaccedilatildeo financeira poderaacute continuar
trimestral e as regras para o desembolso ficariam mensais
Tal medida serve para ldquodosarrdquo a execuccedilatildeo da despesa e o instrumento que
permite isto satildeo as cotas A cota limita a execuccedilatildeo do orccedilamento pois embora
76
exista um valor previsto para o exerciacutecio este natildeo pode ser executado de uma
uacutenica vez e aleacutem disso depende da realizaccedilatildeo das receitas
Eacute importante que a distribuiccedilatildeo seja de acordo com as necessidades de cada
unidade orccedilamentaacuteria ou gestora da entidade Deve-se levar em consideraccedilatildeo
as receitas vinculadas e obedecer a criteacuterios miacutenimos como por grupo de
despesa conforme classificaccedilatildeo da portaria 42 da STN
As cotas financeiras aleacutem de atender ao planejamento do cronograma de
desembolso previsto auxiliam o gestor principalmente no uacuteltimo ano de
mandato no controle da disponibilidade de caixa atraveacutes de um fluxo de caixa
para atendimento do disposto no artigo 42 conforme descrito a seguir
Art 42 Eacute vedado ao titular de Poder ou oacutergatildeo referido no art 20 nos uacuteltimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigaccedilatildeo de despesa que natildeo possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenha parcelas a serem pagas no exerciacutecio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito Paraacutegrafo uacutenico Na determinaccedilatildeo da disponibilidade de caixa seratildeo considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar ateacute o final do exerciacutecio
As cotas podem auxiliar tambeacutem no cumprimento das metas de resultado
primaacuterio e nominal caso as metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo natildeo atinjam
niacuteveis necessaacuterios
Eacute importante destacar que a cota eacute um instrumento que flexibiliza a gestatildeo
considerando que para sua construccedilatildeo deve haver participaccedilatildeo ativa de todos
os ordenadores de despesa
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
Para a construccedilatildeo do conceito de fluxo de caixa seguimos um passo
importante que foi o entendimento de conceitos fundamentais como metas de
77
arrecadaccedilatildeo programaccedilatildeo financeira e cotas Como vimos sugere-se que
haja em primeiro lugar o estabelecimento das metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo ou mensais que daratildeo suporte para elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira que por sua vez daraacute sustentaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das cotas
Eacute necessaacuterio que haja uma integraccedilatildeo de todos os departamentos da entidade
puacuteblica municipal seja ela do Executivo ou Legislativo da administraccedilatildeo direta
ou indireta para que as ferramentas proporcionem uma autonomia monitorada
Trabalhar com o cronograma de cota proporcionaraacute agraves unidades
administrativas a autonomia para trabalharem dentro de limites
preestabelecidos Assim tambeacutem cada despesa precisa de informaccedilotildees que a
classifiquem no cronograma de desembolso
O cronograma de Desembolso por cota (das despesas orccedilamentaacuterias) do
Executivo pode ser elaborado conforme a expectativa de disponibilidade de
caixa da entidade ou seja descontando os compromissos jaacute tidos como certos
como por exemplo transferecircncias para o Legislativo transferecircncias financeiras
para Fundos Especiais e restos a pagar
Com o controle de cotas torna-se evidente o alcance ou permanecircncia do
equiliacutebrio fiscal tendo em vista que existiraacute a informaccedilatildeo para que a medida
seja tomada ou natildeo quanto agrave realizaccedilatildeo da despesa
Isso natildeo implica que os desembolsos sejam iguais agraves cotas Eles podem ser
inferiores com o objetivo de economizar para um periacuteodo seguinte Esses
valores tambeacutem poderatildeo ser alterados para mais conforme a necessidade da
unidade orccedilamentaacuteria desde seja negociado com o gestor das cotas e demais
unidades envolvidas na mudanccedila
Ao assumir um compromisso torna-se imprescindiacutevel contemplar informaccedilatildeo
que defina a previsatildeo de pagamento das parcelas dos contratos
especialmente os de natureza continuada e os demais ou outro instrumento
78
que venha substituiacute-lo
O pagamento de cada compromisso no respectivo mecircs estaraacute limitado ao saldo
disponibilizado no Cronograma de Desembolso por cota
O fluxo de caixa aliado ao cronograma de desembolso deve observar os
limites legais de aplicaccedilatildeo dos recursos vinculados a gastos tais como ensino
sauacutede entre outros e por outro lado garantir o cumprimento de despesas com
pessoal e de outras jaacute compromissadas
Conforme Aguilar e outros (2004 p 23) eacute necessaacuterio um instrumento de
gestatildeo que demonstre o reflexo das decisotildees governamentais no equiliacutebrio das
contas ao longo do tempo no momento em que o mesmo eacute cogitado
Mesmo a lei natildeo tendo de forma explicita mencionado o termo ldquoFluxo de
Caixardquo seja projetado ou realizado ela deixa claro a intenccedilatildeo em seu objetivo
principal o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Os instrumentos mencionados ndash
metas bimestrais e cronograma mensal de desembolso satildeo insuficientes para
demonstrar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Eles natildeo tratam de detalhes como
por exemplo os saldos financeiros das contas bancaacuterias anteriores e
posteriores e somente levam em consideraccedilatildeo a competecircncia do exerciacutecio
financeiro em execuccedilatildeo Daiacute a importacircncia da implementaccedilatildeo do fluxo de
caixa
E para reafirmar a necessidade de um fluxo de caixa a LRF instituiu a limitaccedilatildeo
de empenho da despesa quando comprovado o natildeo-cumprimento de metas de
resultado primaacuterio e nominal O controle de fluxo de caixa previsto pode
colaborar na tomada de decisatildeo de limitaccedilatildeo de empenho quando apresenta
resultado insatisfatoacuterio
Art 9o Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos
79
montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Neste instrumento de planejamento financeiro devem ser levadas em
consideraccedilatildeo as despesas mensais fixas ou de caraacuteter continuado tais como
contratos folha de pagamento encargos sociais serviccedilos puacuteblicos de telefone
energia eleacutetrica e aacutegua juros e encargos da diacutevida transferecircncias financeiras a
entidades entre outras O ldquofluxo de caixa previstordquo atende bem a esta
demanda por ser um recurso muito divulgado que demonstra o
comportamento financeiro futuro tanto em longo quanto em curto prazo
Geralmente o ldquofluxo de caixardquo eacute um dispositivo utilizado na iniciativa privada e
na administraccedilatildeo puacuteblica Satildeo raras ou inexistentes as publicaccedilotildees na aacuterea
puacuteblica sobre como elaboraacute-lo e utilizaacute-lo de forma integrada aos diplomas
legais e ao processo decisoacuterio
Observa-se que a maioria dos instrumentos de gestatildeo eacute pouco utilizada e
quando utilizada depende de normas legais especiacuteficas e riacutegidas
Na anaacutelise da funccedilatildeo econocircmica-financeira deve-se procurar responder questotildees relativas a qual a composiccedilatildeo da receita E das despesas O grau de endividamento os indicadores de liquidez indicadores de rentabilidade sistema de planejamento e controle financeiro sistema de contabilidade e folha de pagamento relacionamento com bancos (Monteiro 1997 p 66)
Os Municiacutepios satildeo obrigados a aplicar um limite miacutenimo dos recursos recebidos
de impostos e transferecircncias constitucionais em educaccedilatildeo e sauacutede Isso deve
ser considerado na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa Em geral administram-se
muitos recursos vinculados a uma finalidade especiacutefica sendo vedado o seu
uso para fins diversos A LRF em seu art 50 I determina que ldquoa
disponibilidade de caixa constaraacute de registro proacuteprio de modo que os recursos
vinculados a oacutergatildeo fundo ou despesa obrigatoacuteria fiquem identificados e
escriturados de forma individualizadardquo O fluxo de caixa deve ser adequado ao
plano de contas da entidade puacuteblica Pode-se vincular os recursos do Ativo
80
Financeiro assim como uma reserva que recomenda-se denominar de
provisatildeo
Na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa eacute imprescindiacutevel o esforccedilo do gestor para
alocar os recursos financeiros aos compromissos assumidos O planejamento e
o controle permitiratildeo que o gestor possa evitar a busca de recursos de
terceiros ou seja os empreacutestimos por meio de antecipaccedilatildeo de receitas
orccedilamentaacuterias ou mesmo financiamentos em longo prazo No proacuteximo capiacutetulo
seraacute tratado da metodologia de pesquisa adotada para esta dissertaccedilatildeo
81
3 METODOLOGIA
31 Estrateacutegia de Pesquisa
Para a pesquisa quanto a sua natureza utilizou-se a qualitativa que segundo
Godoy (1995 p 62) ldquotem como objetivo o estudo e a anaacutelise do mundo
empiacuterico em seu ambiente naturalrdquo
A pesquisa foi realizada em duas etapas sendo a primeira por meio de um
levantamento bibliograacutefico que se constitui segundo Vergara (2000 p 48) em
um estudo sistematizado desenvolvido com base em materiais puacuteblicos tais
como leis livros revistas jornais redes eletrocircnicas
Para a segunda etapa utilizou-se ldquoEstudos de Casordquo como estrateacutegia de
pesquisa que conforme Yin (2001 p 27) eacute uma estrateacutegia escolhida ao se
examinar acontecimentos contemporacircneos mas quando natildeo se podem
manipular comportamentos relevantes
A pesquisa conta ainda com uma variante que eacute conforme Yin (2001 p 33) o
estudo de caso muacuteltiplo tendo em vista que seratildeo investigados quatro
Municiacutepios objetos de nosso estudo
Para maior seguranccedila foi realizado um preacute-teste para avaliar o comportamento
dos entrevistados antes da aplicaccedilatildeo efetiva na amostra escolhida Com isso
poderemos manter a estrateacutegia escolhida ou modificaacute-la em tempo necessaacuterio
No preacute-teste foram entrevistados quatro participantes sendo Secretaacuterio de
planejamento Superintendente de Financcedilas Coordenadora do Fundo
Municipal de Sauacutede e Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo
82
311 Universo e amostra
O universo da pesquisa objeto desta investigaccedilatildeo foi formado por Municiacutepios
mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes
Foram pesquisados Municiacutepios com mais 50000 mil habitantes nos itens
Divida Consolidada gastos com pessoal evoluccedilatildeo de restos a pagar gastos
com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia gastos com
educaccedilatildeo Para mediccedilatildeo comparamos os valores aplicados nos itens
relacionados anteriormente com a Receita Corrente Liacutequida de cada exerciacutecio
os exerciacutecios escolhidos para investigaccedilatildeo foram 1998 a 2006 somente os
valores inscritos em restos a pagar foram comparados com os valores
disponiacuteveis em bancos e caixa
Para esta etapa a amostra utilizada foram 60 Municiacutepios dos 67 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes conforme IBGE e demonstrados no quadro 22
da pesquisa Os 60 utilizados foram os que possuiacuteam todos os dados
necessaacuterios e em conformidade com a proposta da pesquisa
Jaacute para a pesquisa com mais profundidade de detalhes a amostra escolhida
seguiu criteacuterio de importacircncia regional pela localizaccedilatildeo e pela facilidade de
acesso aos Municiacutepios em funccedilatildeo de atividade profissional que para Vergara
(2000 p 50) eacute o tipo de amostra natildeo probabiliacutestica e como criteacuterio de
acessibilidade eacute a que longe de qualquer procedimento estatiacutestico seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles
Foram analisados os Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso conforme dados apresentados no quadro 8 a seguir
83
QUADRO 8
Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para Estudos de Caso Municiacutepio Localizaccedilatildeo Aacuterea em Kmsup2 Populaccedilatildeo
Alfenas Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo de Alfenas
85133 kmsup2 75899
Juiz de Fora Macrorregiatildeo da Mata Microrregiatildeo
de Juiz de Fora
143387 kmsup2 501153
Paraacute de Minas Macrorregiatildeo Central Microrregiatildeo
de Paraacute de Minas
54357 kmsup2 80409
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
81372 kmsup2 64150
Fonte IBGE ndash Adaptaccedilatildeo do Autor
FIGURA 1 - Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo Horizonte Fonte Elaborado pelo autor
84
312 Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada utilizando-se dois instrumentos
complementares anaacutelise documental e entrevistas dirigidas e semi-
estruturadas
As informaccedilotildees para pesquisa dos 60 Municiacutepios foram extraiacutedas do sistema
Financcedilas Brasil (FINBRA) da STN
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 periacuteodo anterior durante e
apoacutes vigecircncia da LRF
Os exerciacutecios escolhidos para anaacutelise em profundidade nos quatro Municiacutepios
ndash 1998 e 2006 ndash representam meados de mandato especificamente o
segundo ano para que nenhuma outra caracteriacutestica peculiar aos outros anos
afetasse resultado O primeiro periacuteodo compreende o mandato de 1997 a 2000
anterior agrave vigecircncia da LRF e o segundo de 2005 a 2008 posterior agrave instituiccedilatildeo
da LRF
A escolha dos entrevistados seguiu criteacuterios de envolvimento no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e que trabalharam na elaboraccedilatildeo e
gestatildeo dos instrumentos de planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro tanto para
o exerciacutecio de 1998 quanto para de 2006
A seguir quadro dos Municiacutepios com cargos aacutereas de atuaccedilatildeo e quantidade
de entrevistas realizadas em cada municiacutepio
85
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de entrevistas
MUNICIacutePIOS ENTREVISTADOS AacuteREA EXERCIacuteCIOS QUANTIDADE
ENTREVISTAS Alfenas Secretaacuterios Municipais
planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede e Assessoria Teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede
Nenhuma
Juiz de Fora Chefe de Orccedilamento e Assessores Teacutecnicos
Planejamento 04
Paraacute de Minas Secretaacuterios Municipais de Planejamento e Assessorias Teacutecnicas
Planejamento 01
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Secretaacuterios Municipais de Planejamento Sauacutede Educaccedilatildeo e assessoria teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo e Sauacutede
1998 e 2006
03
Fonte Elaborado pelo autor
Considerou-se para esta pesquisa o meio eletrocircnico como o mais apropriado
para o encaminhamento das entrevistas Apoacutes encaminhaacute-las confirmou-se
via telefone o recebimento Posteriormente foi efetuada a visita ldquoin locordquo para
fechamento e validaccedilatildeo dos trabalhos
A seguir quadros com especificaccedilatildeo dos blocos para roteiro de levantamento
documental e entrevistas
QUADRO 10
Blocos para levantamento documental
Os levantamentos foram realizados ldquoin locordquo em arquivos ou informaccedilotildees veiculados nos siacutetios dos Municiacutepios do Tribunal de Contas do Estado Secretaria do Tesouro Nacional Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo dentre outros disponiacuteveis O objetivo foi identificar aspectos de ordem teacutecnica que estatildeo estruturados em roteiro para exame a seguir especificado BLOCO I Roteiro para levantamento de dados dos 60 Municiacutepios ndash Despesas com
endividamento pessoal e restos a pagar gastos com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo dos Municiacutepios do Estado de Minas Gerais com mais de 50000 mil habitantes com cruzamento de dados entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
BLOCO II Roteiro para levantamento documental dos quatro Municiacutepios ndash Estrutura do Executivo e Processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria ndash 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo autor
86
QUADRO 11 Blocos para entrevistas
BLOCO I Processo de participaccedilatildeo e construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento
dirigidas aos Secretaacuterios de Planejamento e Financcedilas e Assessores e Teacutecnicos da aacuterea de planejamento trabalhou-se questotildees sobre construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento processo de participaccedilatildeo da sociedade e ciclo de planejamento aplicado
BLOCO II Processo de elaboraccedilatildeo dos Instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios de Sauacutede
BLOCO III Processo de elaboraccedilatildeo dos instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios Municipais de Educaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor
87
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
41 Anaacutelise dos Dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 A avaliaccedilatildeo foi realizada por
meio de dados obtidos de 60 Municiacutepios mineiros em um universo de 67 com
mais de 50000 mil habitantes segundo dados estimados pelo IBGE em 2004
As informaccedilotildees acima foram extraiacutedas do sistema Financcedilas Brasil (FINBRA) da
STN
Todos os iacutendices ou percentuais constantes do quadro 14 a seguir foram
obtidos da comparaccedilatildeo entre os gastos informados no quadro quando
comparados com a RCL dos 60 Municiacutepios pesquisados Estes dados satildeo
consolidados de todos os Municiacutepios e foram comparados a cada exerciacutecio
realizando a evoluccedilatildeo no periacuteodo proposto para esta pesquisa A uacutenica
exceccedilatildeo eacute a despesa com restos a pagar que eacute comparada com a
disponibilidade financeira em bancos e caixa de cada exerciacutecio
A seguir quadro 12 com os sete iacutendices ou percentuais analisados objeto da
anaacutelise mencionada
88
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos
ORDEM INDICADORES EXERCIacuteCIOS
01 PCGP ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal 02 PCGPF ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por
Faixa 03 PEC ndash Percentual de Endividamento Consolidado 04 PRPDF ndash Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade
Financeira de Caixa e Bancos 05 PGSSRCL ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento
x Receita Corrente Liacutequida 06 PGAPRCL ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia e
Previdecircncia x Receita Corrente Liacutequida 07 PGECRCL ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x
Receita Corrente Liacutequida
1998 a 2006
Fonte Elaborado pelo autor
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal (PCGP)
4203 3795 3956 41524842 4902
4572 4563 4342
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evoluccedilatildeo Desp Pessoal
GRAacuteFICO 1 ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP Fonte Elaborado pelo autor
O graacutefico representa o percentual aplicado com pessoal somado os valores dos
60 Municiacutepios a partir de 1998 iniciando com 4203 dentro da faixa entre
40 a 50 com exceccedilatildeo de 1999 e 2000 que esteve na faixa entre 30 a
40 chegando em 2006 com 4342 Verifica-se uma oscilaccedilatildeo durante os
nove anos sendo que se atingiu o miacutenimo de 3795 em 1999 um ano antes
da aprovaccedilatildeo da LRF e a maacutexima de 4902 em 2003 logo dois anos apoacutes a
89
vigecircncia da lei fiscal Nos anos seguintes a esta maacutexima haacute um percebiacutevel e
constante decreacutescimo ateacute 2006
90
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa (PCGPF)
000100020003000400050006000700080009000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
20 a 3536 a 4041 a 4546 acima
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF
TABELA 5 - Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
EVOLUCcedilAtildeO DE GASTOS DE PESSOAL POR FAIXA PERCENTUAL
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 FAIXA QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE
20 a 35 7 1167 8 1333 3 500 6 1000 2 333 1 167 3 500 5 833 4 66736 a 40 2 333 7 1167 6 1000 10 1667 9 1500 4 667 8 1333 5 833 6 100041 a 45 6 1000 10 1667 11 1833 6 1000 10 1667 9 1500 14 2333 18 3000 12 200046 acima 45 7500 35 5833 40 6667 38 6333 39 6500 46 7667 35 5833 32 5333 38 6333
GRAacuteFICO 2 ndash Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
Fonte Elaborado pelo Autor
Fonte Elaborado pelo Autor
91
O PCGPF foi formado pela distribuiccedilatildeo entre os 60 Municiacutepios pesquisados
separando-se por faixa de gastos com pessoal Na primeira faixa 20 a 35
iniciado em 1998 com 7 Municiacutepios representando 1167 da amostra
chegando em 2006 4 representando 667 da amostra A segunda faixa
analisada foi quem gastou entre 36 a 40 tendo iniciado em 1998 com 2
Municiacutepios representando 333 da amostra chegando em 2006 com 6
representando 10 da amostra A terceira faixa analisada eacute quem gastou entre
41 a 45 tendo iniciado em 1998 com 6 representando 10 da amostra
chegando em 2006 com 12 representando 20 da amostra A quarta e uacuteltima
faixa eacute quem gastou acima de 46 tendo iniciado em 1998 com 45
representando 75 da amostra chegando em 2006 com 38 representando
6333 da amostra
Percebi-se que uma oscilaccedilatildeo significativa na menor faixa analisada com uma
diminuiccedilatildeo de Municiacutepios de 7 para 4 Outra faixa que chamou a atenccedilatildeo foi a
quarta quem gastava acima de 46 com uma variaccedilatildeo de 45 para 38
Municiacutepios
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
PERCENTUAL DE ENDIVIDAMENTO PUacuteBLICO (PEC)
1809
2358 21962352
2540 2577
20182228
2561
000
500
1000
1500
2000
2500
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Diacutevida
GRAacuteFICO 3 ndash Percentual de Endividamento Consolidado Fonte Elaborado pelo Autor
92
O PEC iniciou em 1998 com um percentual de 2358 dentro da faixa entre 20
a 25 chegando a 2006 com 1809 passando para a faixa entre 15 a
20 Os dois percentuais estatildeo dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluccedilatildeo 40 do Senador Federal
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e Bancos ndash PRPDF
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira
00020000000000400000000006000000000080000000000
100000000000120000000000140000000000160000000000180000000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Restos a pagarDisponibilidade Financeira
GRAacuteFICO 4 ndash Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 os valores nominais iniciaram com mais de R$ 60000000000
(seiscentos milhotildees de reais) com Restos a Pagar com uma disponibilidade
financeira abaixo de R$ 20000000000 (duzentos milhotildees de reais) Chegou-
se em 2006 com uma situaccedilatildeo inversa com uma Disponibilidade Financeira
acima de R$ 160000000000 (um bilhatildeo e seiscentos milhotildees de reais) e
com restos a pagar inferior a R$ 140000000000 (um bilhatildeo e quatrocentos
milhotildees de reais)
Os nuacutemeros finais representam uma situaccedilatildeo altamente favoraacutevel com um
equiliacutebrio financeiro efetivo mas natildeo podemos deixar que as sobras elevadas
perdurem por um longo tempo no caixa dos governos existem diversas
93
demandas de serviccedilos puacuteblicos o ideal eacute realmente uma igualdade ou uma
sobre menor de recursos
Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira (PRPDF)
8267974994361716316892
27262
5293645050
49609
000
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Indicador de RP 1998 a 2006
GRAacuteFICO 5 ndash Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
O PRPDF iniciou 1998 com percentual de 49609 e chegou em 2006 com
percentual de 8267
O percentual em 2006 eacute altamente favoraacutevel Jaacute o percentual em 1998
representa que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 39609 a
mais do que o disponiacutevel em Bancos e Caixa Os Municiacutepios chegaram em
2006 com uma situaccedilatildeo totalmente inversa e favoraacutevel se eles pagassem tudo
que deviam em restos a pagar sobrariam recursos em bancos e caixa O
indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos a pagar consumiria
somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
94
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente Liacutequida - PGSSRCL
Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL (PGSSRCL)
341433982888 2977 3117 2993
3566 3572
3254
000
1000
2000
3000
4000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL
GRAacuteFICO 6 ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL - PGSSRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGSSRCL natildeo representa um indicador fiscal representa uma medida social
de aplicaccedilatildeo em sauacutede puacuteblica e saneamento tendo iniciado em 1998 com
percentual de 2888 na faixa entre 20 a 30 e chegando em 2006 com
3414 jaacute na faixa entre 30 a 40 o indicador teve ligeira tendecircncia pra cima
no entanto sem variaccedilatildeo consideraacutevel e natildeo afetando o equiliacutebrio das contas
puacuteblicas
95
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL
Percentual de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL (PGAPRCL)
813744739
549 547
805734
802 736
000
200
400
600
800
1000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL
GRAacuteFICO 7 ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL - PGAPRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia x Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL tambeacutem natildeo eacute indicador fiscal eacute uma medida
de investimento social tendo iniciado em 1998 com percentual de 739 e
chegando em 2006 com 813 o indicador oscilou para menos nos anos de
1999 e 2000 retomando uma tendecircncia de crescimento a partir de 2001
permanecendo ateacute 2006
96
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente Liacutequida - PGECRCL
Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL (PGERCL)
22422229220822092530
2805273927712818
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL
GRAacuteFICO 8 ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash PGECRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGECRCL representa um indicador social e iniciou 1998 com percentual de
2818 chegou em 2006 com 2242 os dois na mesma faixa analisada
Como o percentual estaacute somando Educaccedilatildeo e Cultura natildeo foi possiacutevel aferir
se os Municiacutepios cumpriram ou natildeo o percentual constitucional com educaccedilatildeo
o que analisaremos adiante com dados dos quatro Municiacutepios objeto de nosso
estudo mais detalhado
97
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Os exerciacutecios analisados no levantamento documental proposto para pesquisa
nos quatros estudos de caso correspondem a 1998 e 2006 com dados
obtidos na contabilidade nas secretarias de planejamento orccedilamento e gestatildeo
das prefeituras por meio de visita ldquoin locordquo e envio de alguns dados pela
contabilidade das prefeituras Os dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2006
foram obtidos no sitio da Secretaria do Tesouro Nacional Os Municiacutepios
pesquisados foram Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
Como a participaccedilatildeo na pesquisa eacute espontacircnea alguns Municiacutepios natildeo
disponibilizaram todos os dados solicitados
A evoluccedilatildeo dos gastos com pessoal endividamento puacuteblico e com as funccedilotildees
sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo e cultura
foram obtidos da comparaccedilatildeo destes com a RCL de cada Municiacutepio e de cada
exerciacutecio A evoluccedilatildeo dos restos a pagar foi objeto da comparaccedilatildeo com as
disponibilidades financeiras em bancos e caixa de cada municiacutepio
A seguir quadro com siacutentese do levantamento documental realizado nos quatro
Municiacutepios conforme proposta da pesquisa
98
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro Municiacutepios
Ordem levantamento documental Dados especiacuteficos Composiccedilatildeo da administraccedilatildeo puacuteblica do municiacutepio
De quais entidades eacute composto seu municiacutepio
Estrutura organizacional do Executivo Qual eacute a estrutura de organizaccedilatildeo do Poder Executivo de seu Municiacutepio
Informaccedilotildees do programas de governo Quais informaccedilotildees compunham os programas de governo em 1998 e 2006
Despesas constantes do PPA Quais despesas constavam no PPA de 1998 e 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento Qual a aplicaccedilatildeo em sauacutede e saneamento de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia
Qual a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com pessoal Qual a aplicaccedilatildeo em pessoal entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo do endividamento puacuteblico Qual o percentual do endividamento puacuteblico no periacuteodo de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de restos a pagar Qual o percentual de restos a pagar no periacuteodo de 1998 a 2006
Comportamento das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Qual o percentual de suplementaccedilatildeo em 1998 e 2006
Emissatildeo de decretos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Quantos decretos foram emitidos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias no periacuteodo de 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo Autor 421 Municiacutepio de Alfenas
O Municiacutepio de Alfenas eacute formado de Poder Executivo Cacircmara e Fundo
Municipal de Sauacutede todos pertencentes a administraccedilatildeo direta natildeo possuindo
administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional do Executivo eacute composta de
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 ndash Secretaria de Fazenda e Planejamento
99
05 ndash Secretaria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Secretaria de Defesa Social
07 ndash Secretaria de Desenvolvimento Econocircmico Accedilatildeo Regional e Turismo
08 ndash Secretaria de Governo
09 ndash Secretaria de Desenvolvimento Social Sauacutede e Meio Ambiente
10 ndash Procuradoria
11 ndash Controladoria
12 - Coordenadoria de Informaacutetica
13 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo
14 ndash Secretaria de Desenvolvimento Urbano
15 ndash Secretaria de Esporte
Relativamente agraves informaccedilotildees sobre os programas governamentais e
despesas constantes no PPA referente ao periacuteodo de 1998 e 2006 natildeo foi
possiacutevel consegui-las devido a dificuldades encontradas para o levantamento
destes dados
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Alfenas
1292
443738913568
4103
1028 1168
41924377
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 9 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas iniciou o ano de 1998 com 1028 de gastos com
sauacutede e saneamento Poreacutem pode-se observar que a partir de 2001 primeiro
ano apoacutes a LRF o investimento nesta aacuterea foi altamente reforccedilado saindo de
100
1292 em 2000 para 4377 em 2001 O Municiacutepio manteve praticamente os
mesmos percentuais ateacute 2006 chegando neste exerciacutecio com 4437
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas
781
159574649708
140138 094 218
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 10 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
Os gastos com assistecircncia social e previdecircncia do Municiacutepio de Alfenas
iniciou-se em 1998 com 708 o menor na comparaccedilatildeo com os demais Em
2006 esse percentual eacute ainda mais baixo apenas 218 Interessante notar
que nos gastos com sauacutede e saneamento este mesmo municiacutepio chegou ao
iacutendice de 4437
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas
43804079
365740833968
4048
49644961
6280
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 11 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
101
O Municiacutepio de Alfenas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal em 4961
tendo uma alta significante para 1999 para 6280 a uacutenica maior que 60 Em
2006 observa-se uma aplicaccedilatildeo de 5047 os percentuais mantiveram-se
dentro dos limites da LRF durante todo periacuteodo analisado com exceccedilatildeo de
1999 ano que ainda natildeo estava em vigor a lei
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas
000 000 000 000 000 000 000 000 000000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 12 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
O Municiacutepio de Alfenas natildeo apresentou diacutevidas no periacuteodo analisado conforme
informaccedilotildees disponiacuteveis no sitio da STN e acreditando na fidelidade dos
dados considera-se exemplar especialmente quando comparada com os
demais Municiacutepios pesquisados
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas
Municiacutepios 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
ALFENAS 2968 6864 1322 6520 13757 14448 2143 3784 18139
Fonte Elaborado pelo Autor
102
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas
18139378421431444813757
6520132268642968000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 13 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas apresentou um quadro desfavoraacutevel em 2006 Iniciou
1998 com percentual de 2968 com percentuais no periacuteodo variando pra
cima e para abaixo do ideal que eacute de 100 chegando em 2006 com 18139
O percentual obtido em 1998 demonstra que o Municiacutepio devia em restos a
pagar somente 2968 dos valores disponiacuteveis em bancos e caixa jaacute em 2006
com percentual desfavoraacutevel de 18139 representando 8139 a mais que
os valores disponiacuteveis em bancos e caixa do Executivo
No entanto como 2006 natildeo era o uacuteltimo ano de governo o gestor tinha mais
dois anos para equilibrar as contas e transferir para o novo governo uma
situaccedilatildeo favoraacutevel em relaccedilatildeo a restos a pagar
As modificaccedilotildees constantes e em grande quantidade no orccedilamento municipal
podem representar tanto que o municiacutepio natildeo planejou bem tanto que algo
ficou errado no processo que antecede a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria com a
existecircncia de fatores que possam ter contribuiacutedo para percentuais elevados de
suplementaccedilatildeo
O Executivo de Alfenas em 1998 conforme documentos fornecidos pela
contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 30 para
suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias Natildeo foram fornecidos documentos que
103
comprovassem o percentual efetivamente realizado Entende-se que o
percentual autorizado atende plenamente agraves modificaccedilotildees porventura
necessaacuterias agrave execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Em 2006 o Executivo de Alfenas obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 25
realizando o percentual de 3727 Isso representa 1227 acima do limite
autorizado inicialmente na lei orccedilamentaacuteria ndeg 3877 de 29 de dezembro de
2005 Esse percentual realizado demonstra que o planejamento natildeo foi
elaborado de forma adequada o que pode comprometer os resultados
pretendidos pela administraccedilatildeo
Outro fator pesquisado na realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees foram as
quantidades e periacuteodos em que os decretos para abertura das suplementaccedilotildees
foram utilizados Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo em 1998 em funccedilatildeo de natildeo terem
sido fornecidos os documentos necessaacuterios
Jaacute em 2006 foram utilizados 135 decretos durante todo o exerciacutecio no primeiro
trimestre utilizou-se 32 no segundo 34 no terceiro 35 e no uacuteltimo 34 decretos
Natildeo foi possiacutevel avaliar se ocorreram variaccedilotildees para mais ou para menos entre
1998 e 2006 por falta de acesso as estes documentos
422 Municiacutepio de Juiz de Fora
O Municiacutepio de Juiz de Fora eacute formado de Poder Executivo Legislativo
pertencentes a administraccedilatildeo direta De Agecircncia de Gestatildeo do Transporte e
Tracircnsito ndash GETTRAN Departamento Municipal de Limpeza Urbana ndash
DEMLURB Agecircncia de Gestatildeo Ambiental de Juiz de Fora ndash AGENDA
Fundaccedilatildeo Cultural Alfredo Ferreira Lage ndash FUNALFA Agecircncia de Proteccedilatildeo e
Defesa do Consumidor ndash PROCON Fundaccedilatildeo Museu Mariano Procoacutepio ndash
MAPRO como administraccedilatildeo indireta
104
A estrutura organizacional do Executivo eacute formada por
01 ndash Secretaria de Governo e Articulaccedilatildeo Institucional
02 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo e Qualidade
03 ndash Procuradoria Geral do Municiacutepio
04 ndash Comissatildeo Permanente de Licitaccedilatildeo
05 ndash Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Estrateacutegica
06 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo e Recursos Humanos
07 ndash Secretaria de Receita e Controle Interno
08 ndash Secretaria de Poliacutetica Urbana
09 ndash Secretaria de Sauacutede Saneamento e Desenvolvimento Ambiental
10 ndash Secretaria de Poliacutetica Social
11 ndash Secretaria dos Centros Regionais
12 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
13 ndash Secretaria de Seguranccedila Puacuteblica e Defesa Social
14 ndash Secretaria de Agropecuaacuteria e Abastecimento
15 ndash Secretaria de Turismo Induacutestria e Comeacutercio
Relativamente agraves informaccedilotildees de programas governamentais de 1998 natildeo foi
possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees sobre o conteuacutedo dos programas de
governo considerando dificuldades enfrentadas Para 2006 foi identificado que
constavam nos programas governamentais caracteriacutesticas objetivos
indicadores e custo financeiro Conforme informado pelo chefe do setor de
orccedilamento a unidade responsaacutevel e o gerente de programas natildeo constam nos
programas contidos no PPA considerando que podem ocorrer vinculaccedilatildeo de
programas governamentais a mais de uma secretaria e a gerente responsaacutevel
Em relaccedilatildeo agraves despesas constantes no PPA referentes aos exerciacutecios de 1998
e 2006 somente as deste uacuteltimo ano eacute que foi possiacutevel o levantamento das
informaccedilotildees No conteuacutedo dos programas de governo constavam despesas de
capital de duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de
capital Verificando que constam todas as despesas para o PPA 2005 a 2009
105
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Juiz de Fora
3627 3954355335793612
3640 3580 35983403
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 14 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de em 1998 apresentou percentual de gastos com sauacutede
e saneamento de 3640 mantendo-se este percentual dentro da mesma
faixa fechando 2006 com 3954 representando uma estabilidade neste
gasto
Natildeo se pretendeu medir a aplicaccedilatildeo legal do municiacutepio em sauacutede e
saneamento conforme dispositivo constitucional utilizando-se para anaacutelise da
evoluccedilatildeo em sauacutede e saneamento servindo como informaccedilatildeo relevante da
pesquisa
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Juiz de Fora
643
107511561160
9121051102710411064
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 15 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
106
Juiz de Fora iniciou em 1998 com percentual de evoluccedilatildeo de gastos com
assistecircncia social e previdecircncia com 1064 O Municiacutepio permaneceu durante
todo periacuteodo analisado na faixa de 10 a 15 e somente em 2002 ficando
912 Fechando 2006 com 643 percentual
Como a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia natildeo estaacute limitada por lei
natildeo analisou-se cumprimento de miacutenimos ou maacuteximos Verificou-se que o
percentual do Municiacutepio de Juiz de Fora quando comparado com os outros trecircs
analisados fica acima em todos os exerciacutecios com exceccedilatildeo de 1998 e 2000
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Juiz de Fora
441245034745
51755499 5652
5195 52265306
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 16 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora com relaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo em pessoal iniciou em
1998 com 4758 O percentual oscilou em todos os anos dentro da faixa entre
40 e 60 tendo findado em 2006 com aplicaccedilatildeo de 5306 O percentual
comportou-se em todo periacuteodo dentro dos limites estabelecidos pela LRF mas
com variaccedilatildeo negativa quando comparou-se 1998 com 2006
107
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Juiz de Fora
14181096
1139917900
109
1529
000
857
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 17 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora iniciou 1998 com percentual de endividamento
puacuteblico na ordem de 1529 Ocorreram oscilaccedilotildees para percentuais menores
nos demais exerciacutecios analisados Destaca-se o percentual zerado nos
exerciacutecios de 2000 e 2002 concluindo que o Municiacutepio natildeo devia nada
Chegou-se em 2006 com 1096 dentro dos limites estabelecidos pela
resoluccedilatildeo 40 do senado feral que eacute de 120 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Juiz de Fora
10093
65345
9781 10288 9407 8801 15116 167377472
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 19 ndashEvoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
108
Para os percentuais de aplicados em restos a pagar do Municiacutepio de Juiz de
Fora iniciou 1998 com percentual de 65345 representando que o percentual
em restos a pagar superou as disponibilidades de bancos e caixa em
55345 Os anos de 2000 2003 e 2004 tambeacutem apresentaram situaccedilatildeo
negativa Os demais exerciacutecios apresentaram situaccedilatildeo positiva com
disponibilidades acima dos valores inscritos em restos a pagar
Em 2006 Juiz de Fora apresentou percentual de 10093 representando
praticamente uma igualdade entre os dois valores o que avalia-se como
positivo o referido percentual
O Executivo municipal de Juiz de Fora em 1998 conforme documentos
fornecidos pela contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa
de entre 21 a 30 para suplementaccedilotildees nas dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias
utilizando desta autorizaccedilatildeo entre 1 a 20
Tal percentual utilizado demonstra que o municiacutepio planejou bem suas accedilotildees
utilizando percentual abaixo do autorizado pelo Legislativo municipal
Em 2006 o Executivo obteve autorizaccedilatildeo entre 1 a 20 realizando
suplementaccedilotildees dentro do mesmo limite
O percentual autorizado e realizado significa o Executivo tambeacutem planejou e
executo bem as accedilotildees governamentais dentro do esperado
Outro fator pesquisado foi a realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees investigando
quantos e quais os periacuteodos foram emitidos decretos para modificaccedilotildees
orccedilamentaacuterias
Em 1998 para o primeiro trimestre utilizou-se 44 decretos jaacute para o primeiro
trimestre de 2006 utilizou-se 52 no segundo trimestre de 1998 foi utilizado 28
decretos no segundo trimestre de 2006 42 decretos no terceiro trimestre de
109
1998 utilizou-se 26 no terceiro trimestre de 2006 41 decretos no quarto e
uacuteltimo trimestre de 1998 utilizou-se 21 jaacute em 2006 44 decretos
Nesta anaacutelise podemos conclui-se que o planejamento piorou regrediu em
todos os trimestres sem nenhuma exceccedilatildeo o Executivo utilizou mais decretos
para realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
O Municiacutepio estaacute composto em Executivo e Legislativo representando a
administraccedilatildeo direta e natildeo possuindo administraccedilatildeo indireta
O Poder Executivo municipal estaacute organizado em
01 - Secretaria de Fazenda
02 ndash Secretaria de Gestatildeo Puacuteblica
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 - Controladoria e Corregedoria
05 ndash Secretaria de Cultura Meio Ambiente e Agronegoacutecio
06 ndash Secretaria de Accedilatildeo Social
07 ndash Secretaria de Obras
08 ndash Secretaria de Planejamento
09 ndash Secretaria de Sauacutede
10 - Procuradoria Geral
As informaccedilotildees referentes a 1998 natildeo foram possiacuteveis de levantamento
considerando dificuldades de acesso enfrentadas no levantamento documental
Para 2006 identificou-se que os programas governamentais constam
caracteriacutesticas objetivos indicadores custo financeiro unidade responsaacutevel e
110
o gerente de programas Estas informaccedilotildees satildeo consideradas necessaacuterias e
satisfatoacuterias o estabelecimento e acompanhamento dos planos de governo
Para o exerciacutecio de 1998 natildeo foi possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees
tendo em vista dificuldades enfrentadas para consegui-las Para 2006
constavam nos programas governamentais despesas de capital despesas de
duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de capital Estas
informaccedilotildees representam que todas as despesas puacuteblicas fazem parte do PPA
planejado para 2005 a 2009
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Paraacute de Minas
23992464220621002385
19601452
22641645
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 20 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou 1998 com percentual em sauacutede puacutebica e
saneamento com 1960 oscilando na faixa entre 10 a 30 durante o periacuteodo
analisado Chegou em 2006 com percentual aplicado de 2464 este
percentual eacute o menor quando comparado com os demais Municiacutepios
analisados
111
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Paraacute de Minas
319407388
645629
1086114110451021
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 21 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia iniciou-se em 1998 com
1064 com ligeira queda em 1999 oscilando para cima em 2000 e com
queda acentuada nos proacuteximos exerciacutecios O percentual chegou em 2006 com
218 percentual pequeno quando comparado com os demais Municiacutepios da
pesquisa natildeo sendo possiacutevel aferir percentual miacutenimo ou maacuteximo
considerando natildeo haver legislaccedilatildeo aplicada a este fato
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Paraacute de Minas
5047
475349965536
46603919
7360
4758 4215
000
10002000
3000
4000
50006000
7000
8000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 22 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal
com 4758 e em 1999 com pequena queda para 4412 com alta
112
expressiva em 2000 para 7360 totalmente acima do limite permitido na LRF
retornando em 2001 para 3919 O Municiacutepio manteve-se dentro dos limites
nos demais exerciacutecios Chegou-se em 2006 com percentual de 5047
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Paraacute de Minas
131000
506
000000
617 529363
167
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 23 ndash Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento em Paraacute de Minas Iniciou-se 1998 com 000
e somente em 2001 chegou no percentual de 617 O Municiacutepio permaneceu
na faixa entre 0 a 10 nos proacuteximos exerciacutecios chegando em 2006 com
131 dentro dos limites estabelecidos pela resoluccedilatildeo 40 do senado federal
que eacute 120 d RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Paraacute de Minas
370833994324
154591117411393
67998
9354
60491
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 24 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
113
Paraacute de Minas iniciou em 1998 com percentual de gastos com restos a pagar
em 60491 O percentual representa que o Municiacutepio possui 50491 a mais
em restos a pagar quando comparados com a disponibilidade de caixa e
bancos do exerciacutecio de 1998 Na sequumlecircncia em 1999 com queda expressiva
para 934 Em 2000 primeiro ano de vigecircncia da LRF voltou a patamares
elevados com 67998 oscilando nos proacuteximos exerciacutecios para mais e
menos O percentual chegou em 2006 com 3708 seguindo tendecircncia de
baixa iniciada em 2004 atendendo plenamente ao disposto na LRF
Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo dos percentuais autorizados e realizados para
suplementaccedilotildees nos exerciacutecio de 1998 e 2006 considerando dificuldades no
levantamento dos documentos
O Municiacutepio em 2006 realizou modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias por meio de
decretos no primeiro trimestre de 2006 com 36 decretos no segundo 58 no
terceiro 46 no quarto 64 decretos totalizando 204 decretos o que considera-
se elevado aferindo-se um planejamento inadequado
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
O Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso eacute formado de Executivo Legislativo
como administraccedilatildeo direta e Instituto de Previdecircncia dos Servidores do
Municiacutepio representando a administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional estaacute organizada em
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Procuradoria
03 ndash Diretoria de Controle Interno
04 ndash Diretoria de Seguranccedila Puacuteblica
114
05 ndash Diretoria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Diretoria de Planejamento e Gestatildeo
07 ndash Diretoria de Educaccedilatildeo e Esportes
08 ndash Diretoria de Obras e uacuteltima
09 - Diretoria de Sauacutede e Assistecircncia Social
Os programas governamentais do Municiacutepio em 1998 continham objetivos e
custo financeiro Em 2006 os programas continham caracteriacutesticas objetivos
unidades responsaacuteveis gerentes indicadores e custo financeiro dos programas
de governo o que considera-se conteuacutedo necessaacuterio e fundamental para o
planejamento acompanhamento e alcance dos resultados pretendidos pelos
governantes
As despesas constantes do PPA tanto de 1998 ou 2006 satildeo despesas de
capital e outras delas decorrentes e duraccedilatildeo continuada o que representam
praticamente todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
19852530
3180
22932356
2039 24292790
2595
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 25 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio aplicou em sauacutede e saneamento em 1998 2293 ocorrendo
variaccedilotildees entre as faixas de 20 a 30 e 30 a 40 fechando 2006 com
2790
115
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
206
774791749
911587
1268
767
1456
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 26 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 o Municiacutepio aplicou em assistecircncia social e previdecircncia o percentual
de 1456 o maior quando comparado com os trecircs Municiacutepios pesquisados
seguindo tendecircncia de queda fechando 2006 com percentual de 206 Em
2006 o percentual foi o menor na comparaccedilatildeo com os outros trecircs no entanto
os demais tambeacutem a mesma tendecircncia de queda neste investimento
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
48785531
62355556
4484 4700 46364344
5362
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 27 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 iniciou com 5531 em gastos com pessoal com queda em 1999
para 4878 chegando no primeiro ano da vigecircncia da LRF com 6235
retomando nos proacuteximos exerciacutecios percentuais abaixo do limite legal com
116
tendecircncia de queda O percentual chegou em 2006 com 5306 dentro do
limite maacuteximo estabelecido pela LRF que eacute de 60
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
772799867
000
2088
328000 000
1203
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 28 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998
com 328 oscilando entre as faixas de 0 a 30 fechado em 2006 com
772 abaixo do limite estabelecido na resoluccedilatildeo 40 do senador federal de
120 ou 12 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
19269
109251
7684
115613
13619 10834 191409922 8470
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 29 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
117
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998 com percentual de gastos em restos
a pagar em 109251 99251 acima das disponibilidades de caixa e bancos
Em 1999 obteve queda acentuada para 7684 retornando em 2000 para
115613 e para os proacuteximos mantendo-se nas faixas 0 a 200 fechando em
2006 com 19269
Os percentuais desejaacuteveis satildeo 100 ou seja o maacuteximo de restos a pagar seria
a mesma disponibilidade de caixa e bancos para arcar com estes
compromissos
Para 1998 o Legislativo autorizou percentual de suplementaccedilatildeo de 12 das
dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias para utilizaccedilatildeo efetiva natildeo possiacutevel tendo em vista
dificuldades de acesso agraves informaccedilotildees
Para 2006 o Legislativo autorizou percentual de 24 das dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias natildeo sendo possiacutevel a afericcedilatildeo do percentual de execuccedilatildeo em
funccedilatildeo diante da negativa no acesso a estas informaccedilotildees
A anaacutelise de emissatildeo de atos tambeacutem natildeo possiacutevel por falta de dificuldades no
levantamento dos documentos necessaacuterios
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
As entrevistas foram dirigidas a secretaacuterios municipais de planejamento e
financcedilas educaccedilatildeo e sauacutede diretores de orccedilamento e planejamento
assessores e servidores da aacuterea teacutecnica envolvidos no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e gestatildeo dos instrumentos de
planejamento para o exerciacutecio de 1998 e 2006
118
E como proposto na metodologia foi realizado um preacute-teste tendo como
escolhido o municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves com entrevistas realizadas no dia
26 de fevereiro de 2008
Os dados da entrevista do preacute-teste foram os constantes no quadro a seguir
QUADRO 15
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste
Planejamento Secretaacuterio de Planejamento Financcedilas Superintendente Tesouro e Contabilidade Sauacutede Coordenadora do Fundo Municipal de Sauacutede Educaccedilatildeo Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo Fonte elaborado pelo autor
O preacute-teste foi fundamental para esclarecimento de algumas questotildees
determinando que algumas informaccedilotildees somente poderiam ser conseguidas
por meio de levantamento documental como exemplo os percentuais legais de
aplicaccedilatildeo em sauacutede e educaccedilatildeo
Os dados da entrevista do preacute-teste natildeo seratildeo analisados considerando sua
finalidade a seguir apresentaremos o resultado das entrevistas dos quatro
Municiacutepios objeto da pesquisa
431 Municiacutepio de Alfenas
Apoacutes vaacuterios contatos com a controladoria geral com o secretaacuterio de
planejamento sem ecircxito e outras dificuldades natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo de
entrevista no Municiacutepio de Alfenas portanto natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e
anaacutelise dos dados da entrevista No entanto algumas informaccedilotildees objeto da
entrevista foram fornecidas pelo setor de contabilidade da prefeitura
119
Em 2006 o Municiacutepio aplicou em serviccedilos puacuteblicos em sauacutede 2389 das
receitas provenientes de impostos e transferecircncias constitucionais atendendo
ao limite miacutenimo previsto na CF de 1988 que eacute de 15
Em 1998 o FUNDEF recebeu R$ 112895304 (um milhatildeo cento e vinte e oito
mil novecentos e cinquumlenta e trecircs reais e quatro centavos) aplicando R$
193755797 com profissionais do magisteacuterio conforme documento extraiacutedo do
Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de Contas Anual
(SIACEPCA) este valor representa que o Municiacutepio aplicou 17162 dos
recursos recebidos no exerciacutecio Este fato natildeo apurado na pesquisa mas que
certamente representa sobra de valores financeiros de exerciacutecios anteriores ou
contabilizaccedilatildeo irregular no FUNDEF
Em 2006 o FUNDEF recebeu R$ 544926146 (cinco milhotildees quatrocentos e
quarenta e nove mil duzentos e sessenta e um reais e quarenta e seis
centavos) aplicando 8647 com profissionais do magisteacuterio Os demais
recursos foram aplicados em outras despesas do ensino fundamental
atendendo ao miacutenimo obrigatoacuterio conforme legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou 3172 dos recursos originaacuterios de impostos e
transferecircncias constitucionais em manutenccedilatildeo e desenvolvimento da
educaccedilatildeo representando em valores nominais R$ 384337709 (trecircs milhotildees
oitocentos e quarenta e trecircs mil trezentos e setenta e sete reais e nove
centavos) Do valor total aplicado em educaccedilatildeo o Municiacutepio aplicou 9053 no
ensino fundamental atendendo ao limite miacutenimo estabelecido em lei
Em 2006 o municiacutepio aplicou 2833 na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do
ensino dos recursos originaacuterios de impostos e transferecircncias constitucionais
este percentual representou em valores nominais R$ 1160598213 (onze
milhotildees seiscentos e cinco mil novecentos e oitenta e dois reais e treze
centavos) O percentual representa tambeacutem uma queda quando comparado
120
com 1998 mas atendendo o limite miacutenimo de 25 conforme previsto na CF de
1988 destes valores aplicou-se 9432 no ensino fundamental
432 Municiacutepio de Juiz de Fora
As entrevistas no municiacutepio de Juiz de Fora ocorreram nos dias 15 e 27 de
marccedilo e 01 de abril de 2008 respectivamente no departamento de orccedilamento
sub-secretaria de financcedilas e secretaria de sauacutede
QUADRO 16
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Chefe do Departamento de Orccedilamento Assessora Teacutecnica de Financcedilas
Planejamento Financcedilas
Assessora Teacutecnica de Financcedilas Sauacutede Sub-secretaacuterio de Sauacutede Fonte elaborado pelo autor
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de planejamento e
financcedilas elaborou-se uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das
perguntas e respostas conforme demonstrado a seguir
QUADRO 17
Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Processo alteraccedilatildeo e participaccedilatildeo PPA e LOA Agentes participantes Etapas para elaboraccedilatildeo da LOA Etapas percorridas Regiotildees orccedilamentaacuterias Organizaccedilatildeo do municiacutepio em regiotildees Publicaccedilatildeo de Informaccedilotildees Transparecircncia na Administraccedilatildeo Avaliaccedilatildeo de Programas de Governo Acompanhamento do programas de governo Estrutura Fiacutesica e de Pessoal Modificaccedilotildees estruturais com a LRF Compatibilidade entre PPA e LOA Compatibilidade entre PPA e LOA Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Fluxo de Caixa Existecircncia de Fluxo de Caixa Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Despesas Novas Criaccedilatildeo de Despesas Novas e expansatildeo Opiniatildeo do que mudou com LRF Informaccedilotildees complementares sobre
mudanccedilas da LRF Fonte Elaborado pelo autor
121
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento Em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento contabilidade e sociedade organizada
Natildeo foi um orccedilamento participativo aberto no entanto nos exerciacutecios de 2003
2004 e 2005 os centros regionais instituiacutedos tiveram participaccedilatildeo efetiva no
processo de planejamento A partir de 2006 os conselhos participaram
efetivamente na definiccedilatildeo das accedilotildees governamentais especialmente os
conselhos de sauacutede educaccedilatildeo e assistecircncia social prova efetiva do avanccedilo e
fortalecimento da participaccedilatildeo popular
Quanto agraves etapas percorridas se estabeleciam da seguinte forma 1ordm ndash
Levantamento de dados histoacutericos e estatiacutesticos 2ordm ndash Inicia-se o processo
externo da LOA reunindo as secretarias envolvidas no processo para
explanaccedilatildeo sobre o meacutetodo 3ordm - Inserccedilatildeo dos dados pelas secretarias em
sistema informatizado sendo que nesta a secretaria obedece a limites como
pessoal custeio e neste somente eacute validado pelos conselhos e pelo
Departamento de Orccedilamento 4ordm - Consolidaccedilatildeo de dados pelo Departamento
de Orccedilamento 5ordm - Reuni-se o primeiro escalatildeo com o prefeito e teacutecnicos do
departamento de orccedilamento 6ordm - Processa modificaccedilotildees necessaacuterias e envia
ao Legislativo uacuteltimo e 7ordm - Reuacutene com membros do Legislativo para
discussatildeo reformulaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da proposta
O municiacutepio estaacute organizado em 8 regiotildees administrativas e que satildeo utilizadas
para definiccedilotildees orccedilamentaacuterias conforme figura 2 a seguir
122
FIGURA 2 - Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora Fonte wwwpjfmggovbr
Para publicaccedilatildeo de informaccedilotildees relativas a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria natildeo foi
possiacutevel obter respostas no entanto conseguimos informaccedilotildees no site da
prefeitura no qual constavam informaccedilotildees somente do exerciacutecio de 2006 apoacutes
o advento da LRF
O Municiacutepio de Juiz de Fora natildeo realizava avaliaccedilotildees de indicadores de
programas e accedilotildees governamentais em 1998 Em 2006 ocorreram avaliaccedilotildees
desta ordem em periodicidade anual
Quanto agraves modificaccedilotildees estruturais e de pessoal em 1998 a estrutura era
formada por apenas um funcionaacuterio no setor de planejamento e orccedilamento Em
2002 jaacute com maior demanda o departamento passou a contar com mais dois
funcionaacuterios todos com constante capacitaccedilatildeo profissional e atualizaccedilatildeo de
sistemas informatizados para atendimento agraves demandas
123
Para existecircncia de compatibilizaccedilatildeo entre o PPA e LOA o municiacutepio de Juiz de
Fora manifestou que para inclusatildeo de accedilotildees governamentais no orccedilamento
puacuteblico eacute necessaacuterio que conste primeiro do PPA e tambeacutem condiccedilatildeo
obrigatoacuteria a existecircncia de unidades fiacutesicas nas accedilotildees mas para os valores
financeiros eacute somente indicativo os valores natildeo satildeo obrigados estarem
idecircnticos isto pode ocorrer na elaboraccedilatildeo de cada orccedilamento anual para os
dois exerciacutecio de 1998 e 2006
Natildeo foi possiacutevel identificar a utilizaccedilatildeo de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo em
1998 tendo em dificuldades encontradas para essa entrevista Em 2006 o
municiacutepio adotou o instrumento por ser obrigatoacuterio pela LRF exigido pelo
tribunal e por servir como instrumento de acompanhamento e controle
Para os desembolsos o Executivo estabelecia cronograma nos dois exerciacutecios
ficando mais criterioso com o advento da LRF
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa ocorriam controles sem criteacuterios bem
riacutegidos Em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado foi utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal Em 2006
passou-se a estabelecer metas que eram encaminhadas ao tribunal de contas
do estado de minas gerias (TCE) e a STN
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o planejamento como um todo foi modificado para
melhor especialmente quando ocorreu o envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos
gestores de cada unidade permitindo assim que cada responsaacutevel tanto de
124
cargos de comando como de execuccedilatildeo operacional participassem do processo
conhecendo os conceitos para elaboraccedilatildeo do PPA LDO e LOA
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de sauacutede elaborou-se
uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das perguntas e respostas
conforme demonstrado a seguir
QUADRO 18
Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da sauacutede Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da
sauacutede Gestor da sauacutede Quem gerencia a sauacutede eacute a proacutepria
Secretaria ou a Secretaria de Financcedilas Quais recursos estavam disponiacuteveis para sauacutede
Com qual recurso a sauacutede pedia contar
Despesas aplicadas com sauacutede Com quais despesas a sauacutede gasta os recursos recebidos
Percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Qual percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Mudanccedila efetiva com o advento da LRF O que mudou efetivamente com o advento da LRF
Fonte Elaborado pelo autor
Na elaboraccedilatildeo do orccedilamento da sauacutede em 1998 mesmo existindo o Plano
Municipal de Sauacutede natildeo ocorria consistecircncia entre este o PPA LDO e LOA
falava-se da compatibilidade sem trabalhar a loacutegica do sistema os planos
ficavam como peccedila de ficccedilatildeo sem planos detalhados mensais e anuais de
execuccedilatildeo
A gestatildeo semi-plena do sistema de sauacutede em Juiz de Fora iniciou em 1995
entatildeo em 1998 jaacute estava com a autonomia administrativa patrimonial e
financeira no entanto nesta data o municiacutepio natildeo era obrigado a aplicar 15
de suas receitas com serviccedilos de sauacutede puacuteblica
Em 2006 o municiacutepio continuou com a autonomia jaacute estando sujeito a
aplicaccedilatildeo do percentual de 15 dos recursos proacuteprios definidos em emenda
125
constitucional em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede no entanto estes recursos eram
planejados e orccedilados na secretaria de sauacutede e sua gestatildeo financeira ocorria na
secretaria de financcedilas do municiacutepio
Natildeo foi possiacutevel na entrevista a resposta de quais recursos o municiacutepio contava
em 1998 no entanto a contabilidade da secretaria forneceu informaccedilatildeo por
meio de documentos que os recursos fundo a fundo foram campanha de
cacircmara de compensaccedilatildeo urgecircncia e emergecircncia gestatildeo plena de sistema
municipal piso de atenccedilatildeo baacutesica ndash fixo (semiplena) pab fixo programa de
combate agraves carecircncias nutricionais sauacutede da famiacutelia accedilotildees baacutesicas de
vigilacircncia sanitaacuteria totalizando R$ 2316454526 (vinte e trecircs milhotildees cento e
sessenta e quatro mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e seis
centavos)
Juntamente com os recursos do proacuteprio governo o Municiacutepio aplicou R$
7546542400 (setenta e cinco milhotildees quatrocentos e sessenta e cinco mil
quatrocentos e vinte e quatro reais) sendo 2239 em pessoal 7723 em
outras despesas correntes da sauacutede e somente 038 em investimentos
Em 2006 a receitas de transferecircncia de fundo a fundo totalizaram R$
10479820272 (cento e quatro milhotildees setecentos e noventa e oito mil
duzentos e dois reais e setenta e dois centavos) e governo local aplicou mais
R$ 7046832221 (setenta milhotildees quatrocentos e sessenta e oito mil
trezentos e vinte e dois reais e vinte e dois centavos) totalizando R$
17526652493 (cento e setenta e cinco milhotildees duzentos e sessenta e seis
mil quinhentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos)
Os recursos que foram aplicados com pessoal representaram 3695 com
outras despesas correntes do governo 5839 e somente 466 em
investimentos ocorrendo uma mudanccedila significativa de despesas com pessoal
para mais e outras despesas correntes do governo para menos
126
Em 1998 a aplicaccedilatildeo de percentual das receitas proacuteprias do governo natildeo eram
obrigatoacuterias jaacute em 2006 a aplicaccedilatildeo deste percentual totalizou 2624
conforme anexo XIV enviado ao TCEMG percentual acima do estabelecido no
artigo 198 da CF de 1998
E o que mudou efetivamente com o advento da LRF na opiniatildeo do sub-
secretaacuterio de sauacutede depende mais do gestor puacuteblico no Brasil a
responsabilidade estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo a gestatildeo da sauacutede puacuteblica ficou
inviabilizada em funccedilatildeo da judicializaccedilatildeo da sauacutede a partir de 2004 como
exemplo o municiacutepio em 2007 pagou despesas acima do planejado na ordem
de R$ 400000000 (quatro milhotildees de reais)
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na aacuterea de ldquoeducaccedilatildeordquo apoacutes
vaacuterias tentativas no entanto conseguiu-se informaccedilotildees importantes sobre o
tema fornecidas pela contabilidade da prefeitura conforme apresenta-se a
seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 969985273 (nove
milhotildees seiscentos e noventa e nove mil oitocentos e cinquumlenta e dois reais e
setenta e trecircs centavos) aplicando destes valores 9167 em profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 4480746927
(quarenta e quatro milhotildees oitocentos e sete mil quatrocentos e sessenta e
nove reais e vinte e sete centavos) e destes aplicou 8128 em profissionais
do magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 3051062865 representando um
percentual de 3052 e destes valores aplicou-se o percentual de 9034 no
ensino fundamental
127
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 7480484044 (setenta e quatro
milhotildees oitocentos e quatro mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e
quatro centavos) representando um percentual de 2624 e destes valores
aplicou-se 8128 no ensino fundamental
Mesmo com uma queda de percentual nos dois exerciacutecios municiacutepio cumpriu o
disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo 25 dos
recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Planejamento Financcedilas Diretora de Orccedilamento Fonte elaborado pelo autor
O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas deste municiacutepio seguiu roteiro estabelecido na siacutentese descrita no
quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento e sociedade organizada
Em 2006 foi instituiacuteda uma comissatildeo de conselho participativo com interaccedilatildeo
efetiva no processo de planejamento
128
Em 1998 somente a secretaria de planejamento elaborava a proposta
orccedilamentaacuteria com informaccedilotildees histoacutericas e encaminhava para as demais para
validaccedilatildeo
Jaacute em 2006 jaacute com a instituiccedilatildeo da comissatildeo de conselho participativo que
definiccedilatildeo suas prioridades e eram obedecidas definidas em audiecircncias
puacuteblicas as accedilotildees estrateacutegicas do governo eram definidas pelos secretaacuterios
com validaccedilatildeo final do chefe do Executivo
O municiacutepio era composto de mais de dez regiotildees setoriais realizava-se
reUniatildeo com todos ao final acontecia uma reUniatildeo geral para definiccedilatildeo de trecircs
accedilotildees que interessavam a todas as regiotildees o que geralmente eram obras de
infra-estrutura
As publicaccedilotildees dos relatoacuterios da execuccedilatildeo do orccedilamento bimestrais e
quadrimestrais natildeo eram realizadas em 1998 utilizando-se somente o boletim
diaacuterio de caixa
Em 2006 as publicaccedilotildees jaacute com a vigecircncia da LRF satildeo realizadas nos periacuteodos
determinados representando um avanccedilo na administraccedilatildeo do dinheiro puacuteblico
Em 1998 natildeo realizava-se avaliaccedilatildeo de programas governamentais em 2006
as avaliaccedilotildees das accedilotildees foram ao final do exerciacutecio pelo controle interno
conforme determinaccedilatildeo do TCEMG
Com as novas exigecircncias quantitativas e qualitativas exigiu-se mais
funcionaacuterios mais investimentos em infra-estrutura (moacuteveis e equipamentos) e
a qualificaccedilatildeo dos servidores para atuarem no planejamento e execuccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento
A compatibilidade entre o PPA e LOA jaacute existia em 1998 e permaneceu para
2006
129
O estabelecimento de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo jaacute ocorria em 1998 e
permaneceu para 2006 servindo como instrumento de planejamento e
acompanhamento das receitas puacuteblicas em prazo necessaacuterio para tomadas de
decisotildees porventura necessaacuterias
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
com a vigecircncia da LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos
desembolsos a serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o municiacutepio passou a administrar com mais clareza o
dinheiro puacuteblico
Apoacutes contatos com a secretaria de sauacutede sem ecircxito natildeo foi concedida a
entrevista natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e anaacutelise dos dados
No entanto algumas informaccedilotildees objeto da entrevista foram fornecidas pelo
setor de contabilidade da prefeitura
Para 1998 natildeo era obrigatoacuteria a aplicaccedilatildeo de percentuais em accedilotildees e serviccedilos
puacuteblicos de sauacutede
130
Jaacute para 2006 o municiacutepio aplicou 225 das receitas originaacuterias de impostos e
transferecircncias constitucionais aplicando acima do limite miacutenimo de 15
conforme determinaccedilatildeo constitucional
Uma observaccedilatildeo importante eacute que em 2006 dos R$ 923138811 (nove
milhotildees duzentos e trinta e um mil trezentos e oitenta e oito reais e onze
centavos) 7224 foram aplicados em atenccedilatildeo baacutesica
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo da entrevista na aacuterea de educaccedilatildeo apoacutes vaacuterias
tentativas no entanto informaccedilotildees foram fornecidas pela contabilidade da
prefeitura conforme apresenta-se a seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 96418693
(novecentos e sessenta e quatro mil centro e oitenta e seis reais e noventa e
trecircs centavos) aplicando destes valores 6006 com profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF receber recursos na ordem de R$ 538446787 (cinco
milhotildees trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e sessenta e sete reais
e oitenta e sete centavos) e destes aplicou 6315 com profissionais do
magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Na comparaccedilatildeo entre os dois exerciacutecios observa-se que mesmo tendo um
crescimento de 55845 de 1998 para 2006 os percentuais destinados a
profissionais do magisteacuterio praticamente mantiveram-se com os mesmos
percentuais
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 373749873 (trecircs milhotildees
setecentos e trinta e sete mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e
trecircs centavos) representando um percentual de 3090
131
Do valor total aplicado em educaccedilatildeo pelo municiacutepio em 1998 foi aplicado
70918 no ensino fundamental conforme documento fornecido pela
contabilidade
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 1141044393 (onze milhotildees
quatrocentos e dez mil quatrocentos e quarenta e trecircs reais e noventa e trecircs
centavos) representando um percentual de 2781 e destes valores aplicou-
se 6566 no ensino fundamental
Mesmo com uma forte queda de percentual nos dois exerciacutecios o municiacutepio
cumpriu o disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo
25 dos recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais bem
como o percentual miacutenimo de 60 no ensino fundamental
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
QUADRO 20
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Diretor de Planejamento e Gestatildeo Planejamento Financcedilas Chefe de Contabilidade
Educaccedilatildeo Assessor Teacutecnico Fonte elaborado pelo autor O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas do municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso seratildeo seguidos pela
siacutentese descrita no quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito contabilidade e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
132
vigecircncia da LRF jaacute estavam inseridos no processo os secretaacuterios e a
sociedade organizada
Em 1998 todo o processo ocorria na contabilidade o orccedilamento era
praticamente uma coacutepia do orccedilamento do ano anterior
Jaacute em 2006 1ordm - Ocorriam reuniotildees do chefe do Executivo com todos os
diretores gerentes e assessores discutindo temas relacionados ao
planejamento 2ordm - Com a proximidade do envio da LOA reunia-se novamente
com todos os envolvidos com apresentaccedilotildees de palestras debates temaacuteticos
3ordm - Eacute construiacuteda o projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo municipal
O municiacutepio estaacute dividido entre seis a dez regiotildees orccedilamentaacuterias que tambeacutem
participam com indicaccedilatildeo de accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo eram publicados relatoacuterios originados da execuccedilatildeo do
orccedilamento tanto bimestrais quanto quadrimestrais natildeo publicando tambeacutem
boletim diaacuterio de caixa e relatoacuterios a serem encaminhados a STN
Em 2006 jaacute com vigente a LRF as publicaccedilotildees satildeo periodicamente conforme
determinaccedilatildeo legal inclusive com apresentaccedilatildeo em audiecircncia puacuteblica no
Legislativo municipal
Em 1998 as avaliaccedilotildees dos programas governamentais eram realizadas de
maneira superficial jaacute em 2006 a avaliaccedilatildeo das accedilotildees eram realizadas com
criteacuterios mais definidos
Em 1998 as accedilotildees eram concentradas em poucos servidores o pessoal
necessaacuterio para execuccedilatildeo dos serviccedilos jaacute existia no entanto por questotildees
culturais natildeo ocorriam distribuiccedilatildeo de responsabilidades de forma a atender agraves
demandas dos serviccedilos de planejamento financeiro e contaacutebil
133
Em 2006 com as novas demandas para administraccedilatildeo puacuteblica o Executivo jaacute
contava com uma equipe capacitada e com uma estrutura fiacutesica adequada agraves
necessidades a LRF reafirmou a responsabilizaccedilatildeo dos envolvidos no
processo contribuindo para melhoria nos serviccedilos
Em 1998 observava-se a compatibilidade entre accedilotildees a serem incluiacutedas na
LOA com o PPA bem como a consistecircncia entre os valores financeiros dos
programas e accedilotildees governamentais natildeo sendo observada somente a
existecircncia de unidade fiacutesica nas accedilotildees de governo
Em 2006 repetiu-se a compatibilidade de 1998 acrescentando a verificaccedilatildeo de
unidades fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo utilizava-se o estabelecimento de metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo em 2006 jaacute estava funcionando o instrumento tendo iniciado em
2000
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
vigente a LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos desembolsos a
serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
134
E concluindo conforme entrevista dos envolvidos com o advento da LRF a
administraccedilatildeo puacuteblica passou a planejar melhor suas accedilotildees tendo dispositivos
e limites orientadores para suas accedilotildees trabalhando com transparecircncia
atribuindo maiores responsabilidades aos gestores no entanto temos muito a
avanccedilar na administraccedilatildeo puacuteblica
Apoacutes vaacuterias tentativas sem ecircxito natildeo possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na
secretaria de sauacutede no entanto informaccedilotildees importantes foram fornecidas
pela contabilidade da prefeitura conforme se segue
Em 2006 o municiacutepio aplicou em accedilotildees puacuteblicas de sauacutede 2236 das receitas
originaacuterias de impostos e transferecircncias constitucionais representando em
valores nominais R$ 747907818 (sete milhotildees quatrocentos e setenta e nove
mil setenta e oito reais e dezoito centavos)
Dos valores aplicados o municiacutepio aplicou 3925 em atenccedilatildeo baacutesica e
4228 em assistecircncia hospitalar e ambulatorial
A seguir apresenta-se o quadro 21 com siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
QUADRO 21
Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da educaccedilatildeo
Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da educaccedilatildeo
Gestatildeo da educaccedilatildeo De quem eacute a gestatildeo da educaccedilatildeo Despesas da educaccedilatildeo Com quais despesas a educaccedilatildeo aplicava
seus recursos Despesas do FUNDEF Com quais despesas eram aplicados os
recursos do FUNDEF Percentual aplicado com educaccedilatildeo Qual o percentual aplicado com educaccedilatildeo
com recursos do governo conforme artigo 212 da CF de 1988
Fonte Elaborado pelo autor
135
Em 1998 o orccedilamento era totalmente centralizado na contabilidade central do
Executivo a secretaria de educaccedilatildeo natildeo participava de nenhuma decisatildeo de
investimento o planejamento ficava comprometido o orccedilamento era coacutepia fiel
do ano anterior
Em 2006 o orccedilamento teve participaccedilatildeo efetiva das secretarias inclusive a
educaccedilatildeo o secretario reunia-se com seus assessores determinavam as
prioridades para manutenccedilatildeo dos serviccedilos definindo tambeacutem os novos
investimentos
Em 1998 toda a gestatildeo ocorria pela contabilidade e setor financeiro da
prefeitura a secretaria de educaccedilatildeo era praticamente um setor operacional
Em 2006 a competecircncia pela elaboraccedilatildeo do planejamento e gestatildeo eram da
secretaria de educaccedilatildeo todas as etapas da despesa puacuteblica eram
acompanhadas e autorizadas pela educaccedilatildeo por meio de assessores ou pelo
proacuteprio secretario(a)
Em 1998 e 2006 as despesas do ensino eram aplicadas com pessoal efetivo e
contratado despesas legais manutenccedilatildeo investimentos sendo que todos
podem tambeacutem ser demandados da sociedade
Em 1998 o municiacutepio recebeu R$ 25062144 (duzentos e cinquumlenta mil
seiscentos e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) aplicando os
recursos totalmente com profissionais do magisteacuterio
Para 2006 o municiacutepio recebeu R$ 426139478 (quatro milhotildees duzentos e
sessenta e um mil trezentos e noventa e quatro reais setenta e oito centavos)
aplicando 6687 com profissionais do magisteacuterio e o restante com ensino
fundamental
O municiacutepio aplicou em 1998 2687 das receitas provenientes com impostos
e transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
136
Em 2006 aplicou 2621 das receitas provenientes de impostos e
transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
E na opiniatildeo do entrevistado a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia
para praacutetico de seus atos determinando normas mais claras e voltadas para
maior responsabilidade na gestatildeo fiscal prevenindo riscos e possibilitando
corrigir possiacuteveis desvios ampliando a participaccedilatildeo da sociedade na aplicaccedilatildeo
dos recursos obrigando o gestor a agir com maior responsabilidade
137
5 CONCLUSAtildeO
A proposta desta dissertaccedilatildeo foi investigar o efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes e especialmente nos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso realizar um estudo mais detalhado
Para tanto utilizou-se de pesquisa empiacuterica anaacutelise documental e entrevistas
dirigidas e semi-estruturadas Anteriormente a essa etapa realizou-se uma
pesquisa bibliograacutefica
Na anaacutelise de dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
constatou-se que no que tange aos percentuais de gastos com pessoal
consolidado a LRF natildeo afetou de forma positiva ou negativa tais percentuais
no entanto verifica-se que os percentuais mantiveram-se dentro dos limites
legais estabelecidos que eacute de 60 para os Municiacutepios
Quanto ao percentual consolidado de gastos com pessoal por faixa utilizado na
pesquisa consta-se tambeacutem que a LRF natildeo produziu o efeito desejado a
oscilaccedilatildeo natildeo foi significativa o que pode-se concluir eacute que os Municiacutepios
mantiveram-se dentre do limite estabelecido que eacute de 60
Quanto ao percentual de endividamento puacuteblico conclui-se que a aplicaccedilatildeo da
LRF teve um efeito positivo ocorreu uma reduccedilatildeo significativa no percentual de
1998 para 2006 de 2358 para 1809
Conclui-se que o efeito nos restos a pagar foi nitidamente positivo tendo
iniciado com uma situaccedilatildeo altamente desfavoraacutevel em 1998 representando
que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 49609 a mais do
que o disponiacutevel em Bancos e Caixa e chegando em 2006 com uma situaccedilatildeo
de sobra de recursos O indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos
a pagar consumiria somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
138
Quantos aos percentuais considerados na pesquisa como natildeo fiscais sauacutede
puacuteblica e saneamento assistecircncia social e previdecircncia educaccedilatildeo e cultura
observa-se nos gatos com sauacutede uma variaccedilatildeo para cima jaacute educaccedilatildeo
observa-se o inverso em 1998 era de 2814 caindo para 2242 em 2006
no tocante aos gastos com assistecircncia social e previdecircncia 1998 iniciou-se com
739 chegando em 2006 com 813 sem que para nenhum dos percentuais
possa-se afirmar um efeito positivo ou negativo da LRF
Os quatro Municiacutepios pesquisados em profundidade iniciaram o exerciacutecio de
1998 com percentual de aplicaccedilatildeo em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e
saneamento entre as faixas de 10 a 40 Eles chegaram em 2006 nas faixas
entre 20 a 50 alguns nas inferiores e outros nas superiores Esta evoluccedilatildeo
representa indiacutecios de que o planejamento avanccedilou efetivamente quando se
considera o direcionamento para temas essenciais e estrateacutegicos dos governos
como a sauacutede puacuteblica por exemplo Percebe-se tambeacutem que nesta temaacutetica os
quatro seguiram a tendecircncia dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Nas temaacuteticas de assistecircncia social e previdecircncia os quatro Municiacutepios
iniciaram 1998 nas faixas entre 5 a 15 e chegaram em 2006 nas faixas entre
0 a 10 Isso evidencia uma inversatildeo de prioridades dos governos ou uma
migraccedilatildeo para outras temaacuteticas como comprovado na anaacutelise de outros dados
a exemplo de serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e saneamento Observa-se tambeacutem
que a tendecircncia dos quatro natildeo segue a mesma quando compara-se a
aplicaccedilatildeo na mesma temaacutetica dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Em relaccedilatildeo aos gastos com pessoal que representam um dos maiores dos
governos os quatro Municiacutepios iniciaram em 1998 nas faixas entre 40 a 60
houve variaccedilotildees no periacuteodo analisado entre 30 a 80 chegando em 2006
dentro das faixas de 40 a 60
139
Por meio do percentual de gastos com pessoal nos quatro Municiacutepios
pesquisados comprovou-se que a LRF foi capaz de manter os gastos dentro
dos limites propostos natildeo sendo possiacutevel afirmar efeitos significativos nestes
percentuais e com indiacutecios que os nuacutemeros que merecem uma atenccedilatildeo
especial
Pode-se considerar a diacutevida consolidada dos quatro Municiacutepios como
exemplar Todos atendem plenamente aos limites da resoluccedilatildeo 40 do senado
federal O indicador iniciou em 1998 nas faixas entre 0 a 30 chegando a
2006 nas mesmas faixas
Os restos a pagar uma das mais importantes inovaccedilotildees da LRF foram
tratados de maneira responsaacutevel pelos quatro Municiacutepios Com exceccedilatildeo de
Alfenas os demais iniciaram em 1998 com percentuais exorbitantes na faixa
entre 400 a 1200 chegando em 2006 nas faixas entre 0 a 200
O municiacutepio de Alfenas iniciou a conta restos a pagar em 1998 na faixa entre 0
a 200 exatamente com 2968 e chegou em 2006 na mesma faixa soacute que
com 18139 O iacutendice recomendado eacute de 100 Deve-se ressaltar que este
municiacutepio em todo periacuteodo analisado esteve dentro do iacutendice recomendado
contudo deve dispensar atenccedilatildeo especial para este indicador Tambeacutem Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso apesar de este indicador ter melhorado e atingido
iacutendices satisfatoacuterios deve ficar atento ao resultado de 19269 apresentado
em 2006
Mesmo natildeo sendo recomendada tal situaccedilatildeo os Municiacutepios que apresentaram
percentuais de restos a pagar acima do recomendado poderatildeo reverter tal
situaccedilatildeo ateacute 2008 exerciacutecio que a LRF reservou conteuacutedo especial para o
tema
A conclusatildeo relacionada a creacuteditos suplementares eacute que os quatro Municiacutepios
natildeo avanccedilaram com a LRF Somente Juiz de Fora realizou suplementaccedilotildees
140
dentro dos limites estabelecidos na LOA No entanto todos expediram decretos
para modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias em 2006 maiores que 1998 representando
uma falta de planejamento mesmo apoacutes vaacuterios anos de vigecircncia da lei fiscal
brasileira
Os percentuais aplicados em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede natildeo eram obrigatoacuterios
em 1998 por isso somente os dados de 2006 foram analisados Constatou-se
que os quatro Municiacutepios cumpriram os percentuais determinados Alfenas
Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso aplicaram
respectivamente 2389 2624 2389 e 2236 Conclui-se com estas
aplicaccedilotildees no miacutenimo como representativas da responsabilidade com o
dinheiro puacuteblico e com a legislaccedilatildeo aplicada
Os percentuais legais aplicados com recursos do proacuteprio governo com
educaccedilatildeo e os recursos do FUNDEF tambeacutem foram cumpridos tanto em 1998
quanto em 2006 O municiacutepio de Alfenas aplicou em educaccedilatildeo no ano de
1998 um percentual de 3172 Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso aplicaram respectivamente 3052 3090 e 2687
Em 2006 Alfenas aplicou em educaccedilatildeo o percentual de 2833 Juiz de Fora
2624 Paraacute de Minas 2787 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 2621 Quando
comparados com 1998 observam-se percentuais menores de aplicaccedilatildeo em
educaccedilatildeo No entanto os quatro Municiacutepios cumpriram o limite estabelecido no
artigo 212 da CF de 1988
Os quatro Municiacutepios tambeacutem cumpriram os limites miacutenimos de 60 para
aplicaccedilatildeo dos recursos recebidos do FUNDEF com profissionais do magisteacuterio
Em 1998 Alfenas aplicou 17162 Juiz de Fora 9167 Paraacute de Minas
6006 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 100 dos recursos
Em 2006 Alfenas aplicou 8647 Juiz de Fora 8128 Paraacute de Minas 6315
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 6687 representando responsabilidade com os
141
recursos da educaccedilatildeo e do FUNDEF atenderam aos limites miacutenimos sem
prejudicar os indicadores financeiros descritos anteriormente
Constatou-se ainda um avanccedilo no processo de planejamento e gestatildeo
puacuteblica Houve maior envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos secretaacuterios
municipais e servidores das unidades operativas tanto na elaboraccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento quanto na execuccedilatildeo destes planos
A pesquisa comprovou por meio das entrevistas que o planejamento em Juiz
de Fora por exemplo melhorou em geral apoacutes a implementaccedilatildeo da LRF
Evidenciou-se que ocorreu envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos gestores de
cada unidade orccedilamentaacuteria Permitiu-se a cada responsaacutevel por cargos tanto
de comando quanto operativos que participassem do processo e facilitou-se o
conhecimento de conceitos e meacutetodos para elaboraccedilatildeo do PPA da LDO e da
LOA
Na secretaria de sauacutede de Juiz de Fora o que mudou efetivamente dependeu
mais da responsabilidade de cada gestor No Brasil a responsabilidade fiscal
estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo e o planejamento da sauacutede estaacute prejudicado nos
Municiacutepios em funccedilatildeo do chamado ldquojudicializaccedilatildeo da sauacutederdquo
Judicializaccedilatildeo na opiniatildeo do entrevistado satildeo sentenccedilas judiciais contra o
municiacutepio impetradas por usuaacuterios dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede garantindo
atendimentos de alta complexidade natildeo planejados pelo pode puacuteblico
municipal
Para a entrevistada de Paraacute de Minas os administradores passaram com a LRF
administrar com mais transparecircncia o dinheiro puacuteblico Os entrevistados dos
setores de planejamento e gestatildeo de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso afirmam que
apoacutes a LRF especialmente devido agrave imposiccedilatildeo de limites pela lei fiscal a
administraccedilatildeo passou a planejar melhor suas accedilotildees trabalhando com mais
transparecircncia e atribuindo mais responsabilidade aos gestores
142
Segundo o entrevistado da secretaria de educaccedilatildeo em Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia para a praacutetica de seus
atos com normas mais claras e voltadas para maior responsabilidade na
gestatildeo fiscal O entrevistado acredita que ao ampliar a participaccedilatildeo popular a
LRF intensifica as responsabilidades do gestor
Apoacutes anaacutelise dos dados desta pesquisa conclui-se que a LRF surtiu efeito
positivo nos Municiacutepios analisados com maior participaccedilatildeo da sociedade com
implementaccedilatildeo de instrumentos de gestatildeo orccedilamentaacuteria e financeira exigidos
pela Lei Fiscal Brasileira e com os percentuais e informaccedilotildees apresentadas na
pesquisa No entanto podemos avanccedilar mais e a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira deve e pode ser modificada em alguns pontos para atender agrave
nova realidade dos Municiacutepios a exemplo sobre a utilizaccedilatildeo da reserva de
contingecircncia unificaccedilatildeo das prestaccedilotildees de contas aos tribunais e a STN
contrataccedilatildeo pelos entes no uacuteltimo ano de governo Uma lei para manter-se
necessita ajustar-se constantemente agrave dinacircmica e agraves exigecircncias da
comunidade especialmente a lei mais importante para as financcedilas puacuteblicas
brasileira
A Lei Fiscal Brasileira foi um marco histoacuterico para as financcedilas puacuteblicas
brasileira estabelecendo limites e regras fundamentais para o planejamento
controle e gestatildeo com contribuiccedilatildeo relevante para administraccedilatildeo puacuteblica e
toda sociedade
143
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APEcircNDICES
APEcircNDICE A
BLOCO I - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
DESPESAS COM ENDIVIDAMENTO PESSOAL E RESTOS A PAGAR SAUacuteDE E SANEAMENTO ASSISTEcircNCIA E PREVIDEcircNCIA E EDUCACcedilAtildeO
1) Relaccedilatildeo Diacutevida Fundada Consolidada com a RCL dos Municiacutepios
Mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes exerciacutecios de 1998 a
2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
2) Despesas com Pessoal dos Municiacutepios Mineiros com populaccedilatildeo superior a
50000 mil habitantes Relaccedilatildeo com Receita Corrente Liacutequida exerciacutecio de
1998 a 2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
3) Valores constantes em Restos a Pagar nos Municiacutepios Mineiros com mais
de 50000 mil habitantes referente saldo final nos exerciacutecios de 1998 a 2006
comparado com o valor da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
4) Valores realizados com Sauacutede e Saneamento em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
5) Valores realizados com Assistecircncia e Previdecircncia em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
6) Valores realizados com Educaccedilatildeo em Relaccedilatildeo da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
BLOCO II - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO EXECUTIVO E PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GESTAtildeO
ORCcedilAMENTAacuteRIA
1) Quais entidades compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica no Municiacutepio
2) Qual eacute a estrutura organizacional do Poder Executivo (pode ser
representada por figuraorganograma)
3) Quais informaccedilotildees continham nos programas governamentais nos exerciacutecio
de 1998 e 2006
INFORMACcedilOtildeES 1998 2006
Caracteriacutestica do Programa
Objetivo do Programa
Unidade Responsaacutevel
Gerente Responsaacutevel pelo Programa
Indicador do Programa
Custo Financeiro do Programa
4) Quais tipos de despesas constavam no PPA nos exerciacutecios de 1998 e 2006
TIPOS DE DESPESAS 1998 2006
Somente despesas de capital
Despesas de capital e Despesas de Duraccedilatildeo Continuada
Despesas de capital e Outras delas decorrentes
5) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizada em Sauacutede e
Saneamento para os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizado em Assistecircncia
social e Previdecircncia entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
7) Qual o percentual da Receita Corrente Liacutequida aplicado em Pessoal nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) ateacute 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
8) Qual o percentual apurado da comparaccedilatildeo entre Receita Corrente Liacutequida
realizada com o saldo da diacutevida consolidada do municiacutepio nos exerciacutecios de
1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
9) Qual o valor de restos a pagar em relaccedilatildeo Disponibilidade Financeira nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
EXERCIacuteCIO VALORES
1998
2006
10) Qual o percentual de suplementaccedilatildeo autorizado e efetivamente realizado
para os exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL AUTORIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
11) Quantos atos legais o Executivo emitiu em e em quais periacuteodos para
abertura de creacuteditos adicionais suplementares
EXERCIacuteCIO TRIMESTRE QUANTIDADE DE DECRETOS
1ordm
2ordm
3ordm
1998
4ordm
1ordm
2ordm
3ordm
2006
4ordm
APEcircNDICE B
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BLOCO I ndash PROCESSO DE PARTICIPACcedilAtildeO E CONSTRUCcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS DE PLANEJAMENTO FINANCcedilAS ASSESSORES E TEacuteCNICOS DA AacuteREA DE PLANEJAMENTO
O presente instrumento tem como objetivo de sua utilizaccedilatildeo um estudo de caso
da dissertaccedilatildeo de Mestrado do aluno Reinaldo Cacircndido Teixeira sobre
orientaccedilatildeo do Professor Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade pela Fundaccedilatildeo
Educacional Dr Pedro Leopoldo Prometemos manter sigilo quanto agraves
informaccedilotildees que nos seratildeo passadas fazendo uso das mesmas uacutenica e
exclusivamente para realizaccedilatildeo deste projeto
As respostas desta entrevista seratildeo com base no processo orccedilamentaacuterio e
financeiro dos exerciacutecios de 1998 e 2006
1) Relacione os agentes que participaram do processo de alteraccedilatildeoelaboraccedilatildeo
do PPA e da LOA para os exerciacutecios de 1998 e 2006
AGENTES 1998 2006
Prefeito
Secretaacuterios
Sociedade Organizada (sindicatos associaccedilatildeo de bairros)
Contabilidade
Secretaacuteria de Planejamento
11 ndash Relacione outros agentes se julgar necessaacuterio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento Municipal
EXERCIacuteCIO RESPOSTAS
1998
2006
3) Em quantas regiotildees orccedilamentaacuterias (bairros) foram divididas(os) seu
municiacutepio para fins de alocaccedilatildeo de recursos para os exerciacutecios de 1998 e
2006
ASSINALAR COM X
QUANTIDADE DE REGIOtildeES 1998 2006
1 a 5
6 a 10
Acima de 10
31 ndash Caso entenda necessaacuterio comente algum fator relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) A transparecircncia tem sido uma dos avanccedilos na administraccedilatildeo puacuteblica qual
era diferenccedila entre os exerciacutecios de 1998 e 2006 conforme itens a seguir
RELACcedilAtildeO DE ITENS 1998 2006
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios Resumidos da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria afixado
em local puacuteblico e Internet
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios de Gestatildeo Fiscal afixado em local puacuteblico ou
Internet
Boletim Diaacuterio de Caixa
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional
41 ndash Mencione outras informaccedilotildees caso julgue importantes ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Existia avaliaccedilatildeo perioacutedica dos resultados da execuccedilatildeo dos programas
governamentais nos exerciacutecios de 1998 e 2006
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
6) Do ponto de vista de estrutura Fiacutesica e de Pessoal ocorreu alguma
mudanccedila qual era sua estrutura nos exerciacutecios objeto da pesquisa exigiu mais
funcionaacuterios para atender agraves demandas exigiu contrataccedilatildeo de pessoal mais
qualificado ou ateacute mesmo a qualificaccedilatildeo da equipe jaacute existente
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
7) O Poder Executivo observou regra de compatibilidade entre PPA e LOA para
em sua elaboraccedilatildeo para 1998 e 2006
REGRAS DE COMPATIBILIDADE 1998 2006
Existecircncia de accedilotildees governamentais no PPA como condiccedilatildeo para inclusatildeo
na LOA
Os mesmos valores financeiros constantes nos totalizadores dos
Programas e Accedilotildees Governamentais do PPA com a LOA
Existecircncia de UN fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
71 ndash Mencione outras regras caso haja necessidade ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) O Poder Executivo estabelecia metas de arrecadaccedilatildeo mensais ou
bimestrais para os exerciacutecios de 1998 e 2006 utilizando como instrumento
orientador de planejamento
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
9) O Poder Executivo Municipal estabelecia algum tipo de cronograma de
desembolso como instrumento de planejamento financeiro para o exerciacutecio de
1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
10) O Poder Executivo Municipal estabelecia fluxo de caixa projetado para o
exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
11) O Poder Executivo Municipal estabelecia Metas de Resultado Primaacuterio e
Nominal para exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
12) Para expansatildeo de criaccedilatildeo de despesas novas havia algum tipo de regra
para medir o impacto orccedilamentaacuterio e financeiro no exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
13) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
BLOCO II ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE SAacuteUDE
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Sauacutede
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Sauacutede (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento) somente
do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os) como por
exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para 2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
3) Quais os recursos o Municiacutepio contava em 1998 e 2006 para financiar os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede
RECURSOS 1998 2006
Porcentagem das Receitas Tributaacuterias e Trans Constitucionais do
Municiacutepio
MAC ndash Meacutedia e Alta Complexidade
PAB Fixo ndash Piso de Atenccedilatildeo Baacutesico Fixo
Programa Sauacutede da Famiacutelia
Programa Sauacutede Bucal
Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
11 ndash Relacione outra fonte caso entenda como relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da sauacutede no orccedilamento
no exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL DA ARRECADACcedilAtildeO CONFORME EMENDA 29 DE 2000 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________ MAC ndash MEacuteDIA E ALTA COMPLEXIDADE 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
42 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PAB FIXO ndash PISO DE ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
43 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual foi o percentual Fixado e Realizado das receitas originaacuterias de
impostos e de transferecircncias constitucionais para sauacutede puacuteblica no Orccedilamento
do exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
BLOCO III ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE EDUCACcedilAtildeO
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Educaccedilatildeo EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Educaccedilatildeo (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento)
somente do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os)
como por exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para
2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da educaccedilatildeo no
orccedilamento nos exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL DE 25 DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFEREcircNCIAS CONSTITUCIONAIS
1998
2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legais para manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
31 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Em 1998 e 2006 jaacute vigorando a Lei 9424 ndash Dispotildee sobre o Fundo de
Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio - FUNDEF como era a distribuiccedilatildeo destes recursos
CRITEacuteRIOS 1998 2006
Totalmente direcionado a Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Somente garantia os 60 aos Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Destinou a ampliaccedilatildeo real dos vencimentos de Pessoal do Magisteacuterio do
Ensino Fundamental
Destinado a todos os trabalhadores da educaccedilatildeo do Ensino Fundamental
Destinava agraves demais despesas com educaccedilatildeo fundamental
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual o percentual Fixado e Realizado das Receitas Originaacuterias de Impostos
e Transferecircncias Constitucionais destinados para Educaccedilatildeo no exerciacutecio de
1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 25
( ) 251 a 30
( ) acima de 30
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria de
seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________
______________________________ _____________________________
Reinaldo Cacircndido Teixeira Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade
Aluno MPA Professor Orientador
APEcircNDICE C
QUADRO 22 Relaccedilatildeo de Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes utilizados na pesquisa
Ndeg DE ORDEM UF MUNICIPIO POPULACcedilAtildeO
1 MG Alfenas 64674002 MG Araxaacute 77270003 MG Barbacena 114738004 MG Belo Horizonte 2154161005 MG Betim 318694006 MG Campo Belo 49325007 MG Caratinga 73139008 MG Contagem 529805009 MG Coronel Fabriciano 968530010 MG Curvelo 696140011 MG Divinoacutepolis 1892940012 MG Esmeraldas 372210013 MG Formiga 620920014 MG Frutal 501030015 MG Governador Valadares 2318750016 MG Ibiriteacute 1320300017 MG Ipatinga 2096600018 MG Itabira 1044260019 MG Itajubaacute 833570020 MG Ituibutaba 913750021 MG Janauacuteba 630070022 MG Januaacuteria 631550023 MG Juiz de Fora 4584170024 MG Lavras 800120025 MG Leopoldina 474560026 MG Manhuaccediluacute 598420027 MG Mariana 418780028 MG Monte Carmelo 438210029 MG Montes Claros 2906090030 MG Muriaeacute 884120031 MG Nova Lima 624770032 MG Nova Serrana 301480033 MG Ouro Preto 609190034 MG Paraacute de Minas 752270035 MG Paracatu 746370036 MG Passos 1007000037 MG Patos de Minas 1213250038 MG Patrociacutenio 751100039 MG Pedro Leopoldo 519270040 MG Pirapora 506940041 MG Poccedilos de Caldas 1321560042 MG Ponte Nova 565680043 MG Pouso Alegre 1021890044 MG Ribeiratildeo das Neves 24391700
45 MG Sabaraacute 1100630046 MG Santa Luzia 1681030047 MG Satildeo Francisco 553160048 MG Satildeo Joatildeo Del Rei 782860049 MG Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 588350050 MG Sete Lagoas 1879110051 MG Teoacutefilo Otoni 1235410052 MG Timoacuteteo 718450053 MG Trecircs Pontas 492360054 MG Ubaacute 846320055 MG Uberaba 2545200056 MG Uberlacircndia 5024160057 MG Unaiacute 679090058 MG Varginha 1108790059 MG Vespasiano 668550060 MG Viccedilosa 6301400
Fonte IBGE - Estimativa de 2004
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 11 Tema Problema
- 12 Objetivos
- 121 Objetivo Principal
- 122 Objetivos Secundaacuterios
- 13 Justificativa
- 2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
- 21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Bras
- 22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
- 221 Introduccedilatildeo
- 222 Surgimento da LRF
- 223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
- 224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
- 23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
- 231 Introduccedilatildeo
- 232 Programaccedilatildeo Financeira
- 233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
- 234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
- 235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
- 3 METODOLOGIA
- 31 Estrateacutegia de Pesquisa
- 311 Universo e amostra
- 312 Coleta de Dados
- 4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
- 411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
- 412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa
- 413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
- 414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Finance
- 415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita
- 416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircn
- 417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita
- 42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
- 421 Municiacutepio de Alfenas
- 422 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfe
- 431 Municiacutepio de Alfenas
- 432 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 5 CONCLUSAtildeO
- REFEREcircNCIAS
- APEcircNDICES
-
ldquoA educaccedilatildeo eacute a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo
Nelson Mandela
RESUMO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS estudos de caso em Municiacutepios
mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Esta dissertaccedilatildeo trata da avaliaccedilatildeo do efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes Foram realizadas anaacutelises qualitativas A pesquisa inicia-se
com um levantamento bibliograacutefico seguido de pesquisa em 60 Municiacutepios
escolhidos como amostra global cujos dados estatildeo disponiacuteveis no sitio da
STN Na sequumlecircncia foram realizados estudos de caso em quatro Municiacutepios
escolhidos pela facilidade de acesso Nestes utilizou-se para coleta de dados
levantamento documental e entrevistas Para seguranccedila na aplicaccedilatildeo das
entrevistas realizou-se um preacute-teste no municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves O
periacuteodo utilizado para pesquisa nos 60 Municiacutepios foi entre 1998 a 2006 e
para aplicaccedilatildeo das entrevistas e levantamento documental foi de 1998 e 2006
Conclui-se nos estudos por meio de vaacuterios indicadores como restos a pagar
endividamento gastos com pessoal gastos com sauacutede gastos com educaccedilatildeo
dentre outros e nas entrevistas que o efeito da lei foi positivo e que os
Municiacutepios conseguiram cumprir os limites estabelecidos pela LRF Cabe
ressaltar que alguns itens pesquisados como quantidades de decretos
utilizados para modificaccedilotildees do orccedilamento puacuteblico em sua execuccedilatildeo nos
quatro Municiacutepios evidenciou que o planejamento pode melhorar muito
Conclui-se ainda que a LRF brasileira a exemplo da Nova Zelacircndia pode ser
revisada para atender agrave nova realidade apoacutes sete anos de vigecircncia
Palavras Chave Responsabilidade Fiscal planejamento equiliacutebrio fiscal
ABSTRACT
The Impact of Fiscal Responsibility Law on City Planning Case Studies in cities of the state of Minas Gerais with more than 50000 inhabitants
The objective of this study was to evaluate the effect of the Fiscal Responsibility
Law (LRF) on budget and financial planning of cities of the State of Minas
Gerais with more than 50000 inhabitants Qualitative analyses were performed
and the study began with a literature review followed by survey in 60 cities that
were chosen as global sample with data available at the STN site
Subsequently case studies were carried out in four cities that were chosen by
their easy access Documental survey and interviews were used for data
collection and to guarantee safety in their application a pre-test took place in
the city of Ribeiratildeo das Neves The research period in the 60 cities of Minas
Gerais was from 1998 to 2006 where as the interviews and the documental
survey occurred in the year of 1998 and 2006 The conclusion led by the
interviews and several indicators such as unspent commitments debt position
personnel expenses health expenses and education expenses among others
was that LRF effect was positive and the cities managed to comply with the
limits established by the law It is worth pointing out that some items surveyed in
four cities such as the amount of decrees used for changing public budgets in
relation to their implementation showed that planning can bring a great
improvement to it It was also concluded that Brazilian LRF similarly to New
Zealand could be reviewed to meet a new reality after seven years of validity
Keywords Fiscal responsibility planning fiscal balance
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Atos das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias
ARO Antecipaccedilatildeo de Receita Orccedilamentaacuteria
BCB Banco Central do Brasil
CF Constituiccedilatildeo Federal
DASP Departamento Administrativo do Serviccedilo Puacuteblico
DILSP Diacutevida Interna Liquida do Setor Puacuteblico
FUNDEF Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental
ILPESCEPAL Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y
SocialComissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotores
ICMS Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
LDO Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias
LOA Lei Orccedilamentaacuteria Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MF Ministeacuterio da Fazenda
MPO Ministeacuterio de Planejamento e Orccedilamento
MPOG Ministeacuterio de Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo
NFGC Necessidade de Financiamento do Governo Central
PAEG Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desenvolvimento
PND Planos Nacionais de Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
SIACEPCA Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de
Contas Anual
SIDOR Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios
SIDORNET Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da
Internet
SIGPLAN Sistema de Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento
SOF Secretaria de Orccedilamento Federal
TCEMG Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
FIGURA 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo
Horizonte 83
FIGURA 2 Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora 122
GRAacuteFICO 1 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP 88
GRAacuteFICO 2 Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
90
GRAacuteFICO 3 Percentual de Endividamento Consolidado 91
GRAacuteFICO 4 Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF 92
GRAacuteFICO 5 Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira -
PRPDF 93
GRAacuteFICO 6 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL -
PGSSRCL 94
GRAacuteFICO 7 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL
- PGAPRCL 95
GRAacuteFICO 8 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash
PGECRCL 96
GRAacuteFICO 9 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas 99
GRAacuteFICO 10 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia -
Alfenas 100
GRAacuteFICO 11 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas 100
GRAacuteFICO 12 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas 101
GRAacuteFICO 13 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas 102
GRAacuteFICO 14 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora
105
GRAacuteFICO 15 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz
de Fora 105
GRAacuteFICO 16 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora 106
GRAacuteFICO 17 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 19 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 20 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas
110
GRAacuteFICO 21 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash
Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 22 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 23 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 24 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 25 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso 114
GRAacuteFICO 26 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso 115
GRAacuteFICO 27 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
115
GRAacuteFICO 28 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
GRAacuteFICO 29 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA 40
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas 47
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento 54
QUADRO 4 Processo Orccedilamentaacuterio 56
QUADRO 5 Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento 57
QUADRO 6 Etapas do processo de planejamento 58
QUADRO 7 Composiccedilatildeo da RCL 60
QUADRO 8 Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para
Estudos de Caso 83
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de
entrevistas 85
QUADRO 10 Blocos para levantamento documental 85
QUADRO 11 Blocos para entrevistas 86
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos 88
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro
Municiacutepios 98
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas 101
QUADRO 15 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste 118
QUADRO 16 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 120
QUADRO 17 Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas120
QUADRO 18 Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede 124
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 127
QUADRO 20 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 131
QUADRO 21 Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo 134
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico 31
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil
entre 1991 e 2000 32
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira 69
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 74
TABELA 5 Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
90
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
11 Tema Problema 16
12 Objetivos 17
121 Objetivo Principal 17
122 Objetivos Secundaacuterios 17
13 Justificativa 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil 19
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento 29
221 Introduccedilatildeo 29
222 Surgimento da LRF 31
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico 34
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 59
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal 65
231 Introduccedilatildeo 65
232 Programaccedilatildeo Financeira 66
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 71
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas 75
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica 76
3 METODOLOGIA 81
31 Estrateacutegia de Pesquisa 81
311 Universo e amostra 82
312 Coleta de Dados 84
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 87
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP 88
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF 90
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC 91
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e
Bancos ndash PRPDF 92
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente
Liacutequida - PGSSRCL 94
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL 95
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente
Liacutequida - PGECRCL 96
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 97
421 Municiacutepio de Alfenas 98
422 Municiacutepio de Juiz de Fora 103
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas 109
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 113
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de
Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 117
431 Municiacutepio de Alfenas 118
432 Municiacutepio de Juiz de Fora 120
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas 127
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 131
5 CONCLUSAtildeO 137
REFEREcircNCIAS 143
APEcircNDICES 146
14
1 INTRODUCcedilAtildeO Trata-se nesta pesquisa de uma anaacutelise a partir de levantamento de dados
no siacutetio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) anaacutelises de documentos e
entrevistas dirigidas e semi-estruturadas do efeito produzido pela Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro nos Municiacutepios
Mineiros com mais de 50000 habitantes
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 84) planejar eacute estabelecer com
antecedecircncia objetivos accedilotildees e metas com base em alguma metodologia ou
loacutegica preacute-definida Uma vez que esse conceito deve ser observado
principalmente na administraccedilatildeo puacuteblica e considerando que LRF dedicou
grande parte aos instrumentos de planejamento puacuteblico nosso estudo foi
direcionado para o processo de construccedilatildeo e acompanhamento dos principais
instrumentos de planejamento puacuteblico Plano Plurianual Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e a Lei Orccedilamentaacuteria Anual O enfoque do estudo foi dado a
Municiacutepios considerados estrateacutegicos do estado de Minas Gerais Priorizando
as temaacuteticas de educaccedilatildeo e sauacutede que representam a maior fatia dos
investimentos e demandas dos Municiacutepios Seratildeo avaliados tambeacutem dados
relevantes de sessenta Municiacutepios do estado de Minas Gerais com mais
50000 mil habitantes
Seraacute dada maior ecircnfase ao orccedilamento puacuteblico devido ao fato de ele antes de
qualquer outra definiccedilatildeo ser uma decisatildeo poliacutetica por meio da qual ocorre a
materializaccedilatildeo da despesa puacuteblica O orccedilamento puacuteblico eacute considerado uma
dos mais antigos instrumentos de gestatildeo e eacute por meio dele que os governos
nacionais ou sub-nacionais viabilizam suas poliacuteticas Serve como norteador e
limitador para administraccedilatildeo direta e indireta e tem a capacidade de aproximar
o administrador puacuteblico do cidadatildeo
15
O Brasil conforme dados do Banco Central possui um niacutevel alto de
endividamento puacuteblico Corrobora com este fato para tornar ainda mais difiacutecil a
gestatildeo dos recursos puacuteblicos a falta de recursos para arcar com as demandas
da sociedade os consecutivos deacuteficits orccedilamentaacuterios e ateacute mesmo a
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 que ampliou a receita dos Municiacutepios
vinculando as receitas mais expressivas a determinadas temaacuteticas como
educaccedilatildeo sauacutede Essa satildeo razotildees para se falar do planejamento puacuteblico nos
Municiacutepios mineiros e do efeito produzido pela Lei Complementar nordm 101 de
2000 ndash Lei de Responsabilidade Fiscal
O Brasil para a elaboraccedilatildeo da referida lei embasou-se tanto em modelos
aplicados na Uniatildeo Europeacuteia quanto em princiacutepios da experiecircncia norte-
americana Na Uniatildeo Europeacuteia o modelo eacute o tratado de Maastricht no qual
estatildeo previstas penalidades que vatildeo desde multa e restriccedilotildees de acesso a
novos creacuteditos e financiamentos agraves ocorrecircncias de deacuteficits orccedilamentaacuterios
considerados excessivos Neste modelo admite-se desvios fiscais desde que
mantido o efetivo compromisso de ajuste Os princiacutepios norte-americanos
seguidos pelo Brasil referem-se agrave exigecircncia de compensaccedilatildeo de renuacutencia de
receitas e das novas despesas obrigatoacuterias de caraacuteter continuado
Tambeacutem seguindo outros modelos bem-sucedidos a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira adotou o princiacutepio da transparecircncia utilizando-se do modelo da
Nova Zelacircndia Como exemplo a elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio de
Gestatildeo Fiscal conforme descrito no artigo 48 da lei brasileira transcrito a
seguir
Art 48 Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos Paraacutegrafo uacutenico A transparecircncia seraacute assegurada tambeacutem mediante incentivo agrave participaccedilatildeo popular e realizaccedilatildeo de audiecircncias puacuteblicas durante os processos de elaboraccedilatildeo e de discussatildeo dos planos lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e orccedilamentos
16
Para analisar o impacto da lei utilizaram-se dados comparativos de dois
exerciacutecios um periacuteodo anterior agrave lei (1998) e outro posterior (2006) Avaliou-se
tambeacutem com base em dados disponiacuteveis no siacutetio da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) gastos com pessoal diacutevida restos a pagar educaccedilatildeo e
cultura sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia referente ao
periacuteodo de 1998 a 2006
A estrutura da dissertaccedilatildeo estaacute organizada em cinco capiacutetulos O primeiro eacute a
introduccedilatildeo sendo ela dividida em tema problema objetivos principal e
secundaacuterios e justificativa O segundo capiacutetulo conteacutem o referencial teoacuterico
que sustenta a pesquisa e eacute composto de trecircs sub-capiacutetulos um relato
histoacuterico sobre o planejamento puacuteblico no Brasil a apresentaccedilatildeo da lei de
responsabilidade fiscal e o planejamento puacuteblico e por fim um estudo sobre a
gestatildeo do orccedilamento municipal Procurou-se neste capiacutetulo dar sustentaccedilatildeo
teoacuterica agrave pesquisa O terceiro capiacutetulo refere-se agrave metodologia de pesquisa O
quarto eacute composto de apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados O quinto e
uacuteltimo as conclusotildees da pesquisa seguidos das referecircncias e apecircndices
11 Tema Problema Para nortear nossos estudos a questatildeo central seraacute
Qual o efeito produzido no Planejamento Orccedilamentaacuterio e Financeiro nos
Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei de
Responsabilidade Fiscal
17
12 Objetivos 121 Objetivo Principal
Identificar qual foi o efeito produzido no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro
dos Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal
122 Objetivos Secundaacuterios
bull Investigar como a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu no Brasil
bull Analisar o processo histoacuterico de planejamento puacuteblico no Brasil
bull Identificar como funciona o processo de construccedilatildeo e gestatildeo dos
principais instrumentos de planejamento puacuteblico nos Municiacutepios com especial
atenccedilatildeo para aacutereas de Educaccedilatildeo e Sauacutede
bull Analisar se a Lei de Responsabilidade Fiscal afetou de forma positiva ou
negativa o planejamento e a gestatildeo dos Municiacutepios mineiros
13 Justificativa
A pesquisa se justifica em funccedilatildeo da importacircncia dos Municiacutepios para a naccedilatildeo
brasileira Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) os
Executivos municipais representam um dos maiores empregadores
18
Com a constituiccedilatildeo de 1988 os Municiacutepios ganharam mais autonomia e mais
receitas no entanto com mais responsabilidades e mais demandas por
serviccedilos puacuteblicos O controle externo tanto teacutecnico como social tornou-se mais
exigente razatildeo pela qual os principais planos de governo foram formalizados
sendo estes planos Plano Plurianual Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias e Lei
Orccedilamentaacuteria Anual
A Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco histoacuterico para as
financcedilas Tendo especialmente tratado um problema antigo que eacute o controle
dos gastos com pessoal e do endividamento puacuteblico esta lei busca o equiliacutebrio
das contas puacuteblicas fundamental para continuidade e implementaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas necessaacuterias e urgentes para o povo brasileiro
19
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil
O orccedilamento puacuteblico tem o propoacutesito de permitir uma relaccedilatildeo entre governos e
a sociedade isto porque eacute por meio dele que eacute possiacutevel determinar o gasto
puacuteblico Para uma melhor compreensatildeo e exerciacutecio deste direito eacute importante
entendermos que os desvios de cumprimento de regras e normas natildeo satildeo de
agora eles satildeo resultado de um longo processo histoacuterico Para Castro e Garcia
(2004 p 44) a evoluccedilatildeo institucional da Administraccedilatildeo Puacuteblica no Brasil
remonta ao periacuteodo colonial com a absorccedilatildeo das caracteriacutesticas do
absolutismo vigente em Portugal caracterizado por amplos poderes para o
soberano no paiacutes e nas colocircnias
O primeiro orccedilamento puacuteblico do paiacutes data de 1827 cinco anos apoacutes a
proclamaccedilatildeo da independecircncia foi para Giacomoni (2007 p 40) um
orccedilamento frustrado com mecanismos arrecadadores deficientes em relaccedilatildeo
agraves proviacutencias enfrentando dificuldades nas comunicaccedilotildees e certos conflitos
com normas legais oriundas do periacuteodo colonial
Conforme Vieira1 (apud Castro e Garcia 2004 p 46) do ponto de vista
teoacuterico o Legislativo tinha autonomia para limitar o gasto do Imperador No
entanto este poder natildeo ocorria de fato pois o Poder Legislativo natildeo possuiacutea
capacidade teacutecnica e nem informaccedilotildees necessaacuterias Aleacutem disso utilizavam-se
da possibilidade de incluiacuterem propostas de interesse proacuteprio no projeto de lei
orccedilamentaacuteria anual isso dava a impressatildeo de que o congresso era incapaz de
lidar com a mateacuteria financeira de forma responsaacutevel
1 VIEIRA L V O processo orccedilamentaacuterio brasileiro e o modelo principal ndash agente uma anaacutelise poliacutetica positiva 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Departamento de Economia da Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia
20
Esse modelo inadequado ocorre ateacute hoje especialmente em Legislativos
municipais mas tambeacutem no Congresso Nacional Brasileiro onde as emendas
ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo satildeo objeto de negociaccedilatildeo e busca de interesses
privados em detrimento do interesse puacuteblico
Diversos doutrinadores concordam que natildeo haacute planejamento que funcione de
forma satisfatoacuteria sem o devido controle e acompanhamento Com este
objetivo em 1850 foi criado o Tribunal do Tesouro Puacuteblico Nacional do
Governo Imperial com a competecircncia de fiscalizar a Administraccedilatildeo da
Fazenda e em 1858 foi criada uma Diretoria exclusiva para o processo de
tomadas de contas dos agentes envolvidos com a despesa puacuteblica ampliando
dessa forma a competecircncia do tribunal
O modelo que em termos seria uma evoluccedilatildeo apresenta vulnerabilidades tais
como a vinculaccedilatildeo e a dependecircncia financeira da Diretoria de Tomada de
Contas ao Ministeacuterio da Fazenda com isso certamente gerava uma
desconfianccedila no pleno exerciacutecio de suas competecircncias de fiscalizaccedilatildeo Este
modelo sofreu pressotildees para a criaccedilatildeo de uma estrutura de controle de contas
vinculada ao Parlamento com total independecircncia do Tesouro Puacuteblico
Nacional e do Ministeacuterio da Fazenda
Faz-se importante uma verificaccedilatildeo do processo orccedilamentaacuterio percorrido pelo
Brasil para possibilitar a comparaccedilatildeo e analise atualmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal Para isso elaborou-se pesquisa iniciada a partir da
deacutecada de 30
Plano Especial de Obras Puacuteblicas e Aparelhamento do Estado Nacional ndash 19391944 Mesmo natildeo tendo o ecircxito desejado para Albuquerque Medeiros e Silva (2006
p 93) o plano especial foi o resultado direto da nova concepccedilatildeo de Estado que
se criara no Brasil na deacutecada de 30 ou seja o Estado como propulsor da
21
economia e do desenvolvimento O plano foi notadamente um marco inicial do
planejamento puacuteblico no Brasil especialmente por se tratar da primeira
experiecircncia de planejamento
Com este modelo o Estado assume um papel intervencionista interferindo
diretamente no processo de crescimento econocircmico em diversos setores da
economia como induacutestria e infra-estrutura
Plano SALTE ndash 1950 a 1954
O Plano SALTE ndash Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia instituiacutedo
conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 93) a partir de duas
missotildees norte-americanas que influenciaram fortemente os teacutecnicos brasileiros
na aacuterea de planejamento do ponto de vista metodoloacutegico Teve grandes
avanccedilos em relaccedilatildeo ao plano anterior no entanto com vida curta em funccedilatildeo de
problemas econocircmicos enfrentados na eacutepoca e seus recursos foram
incorporados ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo
Conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 94) o plano foi
implementado no Governo do Presidente Dutra Este elegeu quatro temaacuteticas
como prioritaacuterias Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia das quais se
originou o nome do plano
Primeiro plano que descentralizava suas accedilotildees para outros entes da federaccedilatildeo
e para suas proacuteprias autarquias e sociedades de economia mista Estendeu-se
tambeacutem a entidades privadas e possuiacutea promoccedilatildeo de entendimentos e
convecircnios para parcerias com Estados e Municiacutepios
O plano fracassou por algumas razotildees tais com a coordenaccedilatildeo centralizada na
presidecircncia da repuacuteblica os poucos recursos disponibilizados contrariando o
que foi proposto inicialmente e a falta de controle
22
Plano de Metas
Juscelino Kubistchek estruturou objetivos para nortear a aplicaccedilatildeo de recursos
puacuteblicos por um periacuteodo de meacutedio prazo formulando assim o chamado ldquoPlano
de Metasrdquo Neste plano priorizou-se a construccedilatildeo de estaacutegios superiores da
piracircmide industrial vertical integrada2 e propocirc-se a continuidade da poliacutetica de
substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
Com caracteriacutestica marcante o plano de metas adotou estruturas paralelas ao
poder puacuteblico formal aumentando a capacidade de decisatildeo com alcance de
resultados mais raacutepidos diminuindo a burocracia ora instalada nos ministeacuterios
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
O plano de metas inaugura no Brasil a utilizaccedilatildeo do planejamento indicativo (embora em pequena escala) ou seja a distinccedilatildeo entre onde o governo vai atuar como agente econocircmico e onde deve haver apenas a indicaccedilatildeo para o setor privado Conseguiu ecircxito no plano de industrializaccedilatildeo da economia e na superaccedilatildeo de pontos de estrangulamento que impediam o desenvolvimento nacional poreacutem teve como consequumlecircncias desequiliacutebrios na balanccedila de pagamento e aumento das taxas de inflaccedilatildeo
Plano Trienal
Em 1961 foi criada a Comissatildeo Nacional de Planejamento e em 1962 foi
elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econocircmico e Social para o
triecircnio 1963-1965 cujo objetivo macro era compatibilizar a meta global de
aumento da atividade econocircmica com a taxa de crescimento e estabilizaccedilatildeo da
moeda
Neste periacuteodo cabia ao Executivo a competecircncia para elaborar a peccedila
orccedilamentaacuteria O Congresso Nacional influenciava na alocaccedilatildeo de recursos
conforme sua representaccedilatildeo 2 Investimentos no setor de energia-transporte siderurgia e refino de petroacuteleo e no setor secundaacuterio para produccedilatildeo de equipamentos e insumos com funccedilotildees de alta intensidade de capital
23
Mesmo com os claros avanccedilos para Giacomoni apud Castro e Garcia (2004 p
49) o orccedilamento era chamado de Tradicional3 isto porque tratava somente de
duas classificaccedilotildees convencionais Classificaccedilatildeo por Unidades (podemos
chamaacute-la atualmente de classificaccedilatildeo institucional) e uma econocircmica (por
objeto e item de despesa)
Todos estes avanccedilos natildeo ocorreram por acaso O crescimento urbano
mudanccedilas na economia e na poliacutetica exigiam modernizaccedilotildees no planejamento
puacuteblico
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
o plano trienal procurou pela primeira vez soluccedilotildees para os problemas estruturais do paiacutes abordando de forma integrada a estrutura econocircmica e social do Brasil Conferiu importacircncia fundamental ao planejamento no processo de desenvolvimento econocircmico Caberia a ele antecipar as principais modificaccedilotildees estruturais desenvolvidas e indicar medidas a serem tomadas
PAEG ndash Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo ndash 1964 a 1966
Segundo Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95) os objetivos principais do
plano eram acelerar o ritmo do desenvolvimento econocircmico conter
progressivamente o processo inflacionaacuterio atenuar os desniacuteveis econocircmicos
setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego aleacutem de corrigir a
tendecircncia a deacuteficits descontrolados do balanccedilo de pagamentos
Outro acontecimento histoacuterico que devemos reconhecer como sendo um
grande avanccedilo no processo orccedilamentaacuterio deste periacuteodo foi a promulgaccedilatildeo da
Lei 4320 de 1964 Considerada o embriatildeo da moderna teacutecnica orccedilamentaacuteria
chamada de orccedilamento-programa dispotildee em seu art 2ordm
3 Esse tipo de orccedilamento eacute tambeacutem conhecido como ldquoLei de Meiosrdquo pois representava um inventaacuterio dos ldquomeiosrdquo com os quais o Estado contava para realizar suas tarefas Foi utilizado ateacute o advento da Lei ndeg 43201964
24
A Lei de Orccedilamento conteraacute a discriminaccedilatildeo da receita e despesa de forma a evidenciar a poliacutetica econocircmico-financeira e o programa de trabalho do Governo obedecidos os princiacutepios de unidade universalidade e anualidade sect 1ordm Integraratildeo a Lei do Orccedilamento ndash sumaacuterio geral da receita por fontes e da despesa por funccedilotildees do Governo II ndash quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econocircmicas na forma do Anexo 1 III ndash quadro discriminatoacuterio da receita por fontes e respectiva legislaccedilatildeo IV ndash quadro das dotaccedilotildees por oacutergatildeos do Governo e da Administraccedilatildeo sect 2ordm Acompanharatildeo a Lei de Orccedilamento I ndash quadros demonstrativos da receita e planos de aplicaccedilatildeo dos fundos especiais II ndash quadros demonstrativos da despesa na forma dos Anexos ndegs 6 e 9 III ndash quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo em termos de realizaccedilatildeo de obras e de prestaccedilatildeo de serviccedilos
Mesmo em um periacuteodo de autoritarismo militar esta lei foi sem duacutevida
nenhuma um grande avanccedilo para a administraccedilatildeo puacuteblica nos trecircs niacuteveis de
governo Vigora ateacute a presente data sem nenhuma alteraccedilatildeo Existe hoje uma
proposta de alteraccedilatildeo que tramita no congresso nacional mas sem mudanccedilas
significativas em seu conteuacutedo
Outro elemento significativo foi o Decreto-lei ndeg 20067 Instrumento da
Reforma Administrativa de 1967 criou o Ministeacuterio do Planejamento e
Coordenaccedilatildeo Geral que dentre outras atribuiccedilotildees ficou incumbido da
elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e da proposta orccedilamentaacuteria anual
Deacutecada de 1980 - Constituiccedilatildeo Cidadatilde
Com a CF de 1988 retornou ao congresso as discussotildees sobre planejamento
e orccedilamento que consagrou princiacutepios fundamentais como legalidade
moralidade impessoalidade Publicidade eficiecircncia e do interesse puacuteblico
Esta constituiccedilatildeo tratou dentre outros temas fundamentais para o paiacutes sobre o
processo de planejamento e orccedilamento instituindo o Art 165 conforme
descrito
25
Art 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabeleceratildeo I - o plano plurianual II III sect 1ordm - A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraccedilatildeo continuada
Foi um avanccedilo no sentido de determinar regras mais claras especialmente
quando se unifica em um uacutenico instrumento diretrizes objetivos e metas para
todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
No mesmo artigo tambeacutem foi tratado sobre a Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias ndash
(LDO) e Lei Orccedilamentaacuteria Anual (LOA) Esta constituiccedilatildeo estabeleceu que
nenhum plano setorial ou qualquer plano do governo deve estar em desacordo
com o Plano Plurianual (PPA)
Do ponto de vista de avaliaccedilatildeo e controle na execuccedilatildeo destes instrumentos de
planejamento foi um grande avanccedilo se observarmos o constante no artigo 74
Este artigo estabeleceu a implementaccedilatildeo de um sistema integrado de controle
interno com o principal objetivo de avaliar o cumprimento das metas
estabelecidas nas accedilotildees governamentais conforme descrito a seguir
Art 74 Os Poderes Legislativo Executivo e Judiciaacuterio manteratildeo de forma integrada sistema de controle interno com a finalidade de I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execuccedilatildeo dos programas de governo e dos orccedilamentos da Uniatildeo II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira e patrimonial nos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo federal bem como da aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos por entidades de direito privado III - exercer o controle das operaccedilotildees de creacutedito avais e garantias bem como dos direitos e haveres da Uniatildeo IV - apoiar o controle externo no exerciacutecio de sua missatildeo institucional sect 1ordm - Os responsaacuteveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade dela daratildeo ciecircncia ao Tribunal de Contas da Uniatildeo sob pena de responsabilidade solidaacuteria sect 2ordm - Qualquer cidadatildeo partido poliacutetico associaccedilatildeo ou sindicato eacute parte legiacutetima para na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniatildeo
26
Mesmo com os grandes avanccedilos na Constituiccedilatildeo o processo de
implementaccedilatildeo e a formalidade herdada do regime militar natildeo foram
superados com a rapidez necessaacuteria para implementar completamente tais
dispositivos com a eficiecircncia desejada
O Primeiro PPA
Segundo Castro e Garcia (2004 p55) a ineficaacutecia do primeiro PPA como
organizador das iniciativas governamentais que buscavam enfrentar alguns
problemas nacionais foi evidenciado pelo relatoacuterio Retrato do Desperdiacutecio no
Brasil da Comissatildeo Temporaacuteria das Obras Inacabadas do Senado Federal
(Brasil Senado Federal 1995) Neste relatoacuterio constatou-se a existecircncia de
milhares de obras que foram iniciadas absorveram grande soma de recursos e
natildeo estatildeo cumprindo a sua finalidaderdquo A Comissatildeo ldquocadastrou 2214 obras
onde foram aplicados mais de R$ 150 bilhotildeesrdquo
Mais uma vez ao contraacuterio do que era esperado o PPA serviu somente para
cumprir norma constitucional deste periacuteodo de 1991 a 1995 De competecircncia
do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PPA foi pouco discutido pelo
Congresso Nacional e aprovado sem muitas discussotildees
PPA 1996-1999 ndash Brasil em Accedilatildeo
O resultado ao final deste plano natildeo foi positivo considerando que manteve a
situaccedilatildeo econocircmica sem apontar para nenhum avanccedilo relacionado aos iacutendices
econocircmicos e sociais o maior e mais importante objetivo
PPA 2000 ndash 2003 ndash Avanccedila Brasil
Um avanccedilo considerado importante no PPA 2000-2003 foi o direcionamento
das accedilotildees prioritaacuterias em um programa especial do governo denominado
ldquoBrasil em Accedilatildeordquo Este plano recebeu um gerenciamento especial recebido
27
provando que resultados podem efetivamente ser alcanccedilados quando existe
um acompanhamento efetivo Iniciativa importante para o planejamento no
Brasil foi a nomeaccedilatildeo de um gerente para acompanhamento dos projetos
tendo como atribuiccedilatildeo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores envolvidos no
processo
Conforme Castro e outro (2004 p 57) em 14 de outubro 1997 foi instituiacutedo um
grupo de trabalho4 tendo como principal finalidade a elaboraccedilatildeo de projeto de
lei complementar regulamentadora do art 165 sect 9ordm da Constituiccedilatildeo Federal de
1988 O grupo de trabalho objetiva integrar o que foi planejado com a
programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Conforme Castro e Garcia (2004 p 57) o PPA do periacuteodo 2000-2003 teve
como marco inicial o Decreto 2829 e a Portaria MPO ndeg 42 de 14 de abril de
1999 que estabeleceram normas e conceitos para a elaboraccedilatildeo e
acompanhamento incluindo a gestatildeo dos Orccedilamentos
Com estas inovaccedilotildees ficou claro que a intenccedilatildeo era incluir elementos no
planejamento puacuteblico que definiriam responsabilidades gerenciais para
execuccedilatildeo das accedilotildees do setor puacuteblico O objetivo era criar mecanismos de
aproximaccedilatildeo entre o setor privado e o setor puacuteblico valorizando a
descentralizaccedilatildeo para Estados Municiacutepios e terceiro setor para melhorar os
resultados a serem alcanccedilados na execuccedilatildeo dos programas de governo
Conforme Castro e Garcia (2004 p 58) a partir do Grupo de Trabalho de
1997 foi proposto um novo conceito de Programa de Governo que passou a
ser definido como unidade baacutesica de organizaccedilatildeo do PPA e de integraccedilatildeo
orccedilamentaacuteria
4 Composto pelo Ministeacuterio do Planejamento e Orccedilamento (SPA SOF SEST IPEA IBGE) e da Fazenda 9STN SFC SRF BACEN) do Tribunal de Contas da Uniatildeo do CONFAZ do IBAM da ABOP e da Associaccedilatildeo dos Profissionais em Financcedilas Puacuteblicas
28
Esta nova etapa permite concluir que os dois instrumentos (PPA e LOA)
passam a ter uma harmonia ou compatibilidade pois os dois estavam
direcionados para soluccedilatildeo de problemas comuns
Os programas de governo foram tipificados em Programas de Gestatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas Programas de Serviccedilos ao Estado e Programas de Apoio
administrativo Tambeacutem as accedilotildees governamentais conforme Portaria 42 foram
divididas em Atividade Projeto e Operaccedilotildees Especiais
Houve diversos avanccedilos no planejamento puacuteblico dentre eles a criaccedilatildeo junto
ao Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo o Sistema de
Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN tendo como objetivo o
acompanhamento e a avaliaccedilatildeo da execuccedilatildeo das accedilotildees governamentais para
melhor aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O PPA 2004-2007 mesmo com a mudanccedila do Chefe do Executivo Federal
manteve a mesma metodologia quanto aos conceitos instituiacutedos pela Portaria
42 de 1999 A anaacutelise sobre PPA seraacute aprofundada no capiacutetulo ldquoA Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Planejamentordquo
PPA 2004 ndash 2007 ndash Brasil de Todos
Conforme Castro e Garcia (2004 p 61) o presidente Luiz Inaacutecio Lula da Silva
empossado em 1ordm de janeiro de 2003 manteve a metodologia instituiacuteda em
2000
No proacuteximo capiacutetulo trataremos do surgimento da LRF e sua influecircncia no
planejamento governamental especialmente na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
de planejamento puacuteblico no Brasil PPA LDO e LOA e a compatibilidade entre
estes instrumentos
29
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
221 Introduccedilatildeo
Inicialmente eacute importante um relato sobre os caminhos percorridos pela
federaccedilatildeo brasileira ateacute chegar no momento histoacuterico da regulamentaccedilatildeo do
art 163 da CF de 1988 Abordaremos sobre o tema especialmente sob o
ponto de vista da reparticcedilatildeo tributaacuteria que culminou na aprovaccedilatildeo e
promulgaccedilatildeo da LRF em maio de 2000
A Federaccedilatildeo brasileira foi marcada por um movimento pendular que ora
centralizava ou descentralizava o poder no governo central ou nas entidades
sub-nacionais Foi notoacuteria esta predominacircncia de centralizaccedilatildeo na Uniatildeo isto
em todos os aspectos sejam eles tributaacuterios poliacuteticos econocircmicos ou legais
a partir sobretudo dos anos 30
Se comparado com os Municiacutepios a autonomia dos Estados estava em
processo mais acelerado A maior conquista foi com a aprovaccedilatildeo da CF de
1988 na qual os Municiacutepios tambeacutem foram contemplados com mais
autonomia especialmente com a descentralizaccedilatildeo de recursos tributaacuterios com
recebimento de transferecircncias de tributos da Uniatildeo e dos Estados bem como
com a competecircncia para instituir e cobrar alguns tributos de sua
responsabilidade Ressalte-se que tal conquista natildeo foi muita surpresa uma
vez que se tratava de uma tendecircncia mundial a reforma dos modelos de
governo
No entanto conforme Costa (apud de Avelar e Octaacutevio 2007 p 214) a
descentralizaccedilatildeo veio em um momento de crise fiscal do governo central em
que a transferecircncia dos impostos e receitas para os governos subnacionais5
5 Satildeo os entes federados Estados e Municiacutepios
30
dificultava o ajuste fiscal pelo governo ajuste necessaacuterio para que o Estado
brasileiro nacional retomasse sua capacidade de investimento e reduzisse as
desigualdades regionais
O grande desafio do paiacutes era conciliar este novo modelo com as necessidades
da populaccedilatildeo ampliando a capacidade da maacutequina estatal para atender a
grande demanda de serviccedilos puacuteblicos existentes Caso contraacuterio de nada
adiantaria os esforccedilos para esta nova etapa do Estado brasileiro
O agravamento da crise do Estado brasileiro fenocircmeno que data da mesma deacutecada da abertura democraacutetica e da entrada em vigor da nova Carta Magna acabou fortalecendo as iniciativas de transferecircncia de encargos para os Estados e os Municiacutepios Entretanto essa descentralizaccedilatildeo nem sempre foi fruto de uma accedilatildeo programada e os recursos transferidos para fazer frente aos novos encargos muitas vezes mostraram-se insuficientes O fortalecimento do papel dos Municiacutepios atraveacutes das mudanccedilas constitucionais e do proacuteprio processo de transferecircncia de encargos jaacute mencionados aumentou suas responsabilidades muitas vezes em ritmo superior ao das capacidades exigidas para enfrentaacute-las (CHALFUN 2001 p 6)
Nesse cenaacuterio o aprimoramento da gestatildeo puacuteblica assume uma importacircncia
fundamental Um dos aspectos mais importantes desse aprimoramento eacute a
necessidade de maior responsabilidade eficiecircncia e austeridade do gestor
local em relaccedilatildeo ao planejamento e agrave administraccedilatildeo das despesas e das
receitas municipais de forma a possibilitar o enfrentamento dos dilemas
econocircmico-sociais e ambientais deste iniacutecio de seacuteculo
Pensando de maneira um pouco diferenciada Costa (apud de Avelar e Octaacutevio
2007 p 220) considera que o que culminou na aprovaccedilatildeo da LRF em 2000 e
que caracterizou um dos problemas centrais do federalismo foi a transferecircncia
de responsabilidades dos Estados e Municiacutepios para a Uniatildeo Os Estados e
Municiacutepios gastavam mais do que arrecadavam se endividavam e depois
procuravam ajuda do governo federal Ao longo de toda a histoacuteria republicana
os governos estaduais procuraram transferir suas diacutevidas para o governo
federal realizando novos empreacutestimos no mercado aumentando a diacutevida
federal num eterno ciclo de endividamento e inflaccedilatildeo
31
A Tabela 1 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida liacutequida do setor puacuteblico em
anos recentes
TABELA 1
Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico
Ano Governo Federal Estados e Municiacutepios Soma 1991 341 79 420 1992 299 74 373 1993 272 91 363 1994 230 93 323 1995 194 100 294 1996 182 98 280 1997 200 106 306 1998 206 121 327 1999 333 138 471 2000 302 148 450
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
Os dois pontos de vista satildeo importantes O primeiro refere-se a autonomia dos
Estados e dos Municiacutepios Estes uacuteltimos com os recursos que recebiam natildeo
atendiam as demandas por serviccedilos que a sociedade esperava
Aleacutem disse ocorria um conflito de responsabilidades entre os entes e para
exemplificar podemos mencionar a questatildeo da seguranccedila puacuteblica que eacute
compartilhada entre os trecircs entes
Por outro lado ocorria de fato a transferecircncia de diacutevidas especialmente dos
Estados originaacuterias da maacute gestatildeo dos recursos A falta de limites ou regras
claras para as diretrizes da administraccedilatildeo e a inexistecircncia de puniccedilatildeo
associado agrave necessidade de manutenccedilatildeo da estabilidade monetaacuteria foram
razotildees suficientes para a implementaccedilatildeo da Lei de Responsabilidade Fiscal
que seraacute tratada no proacuteximo sub-capiacutetulo
222 Surgimento da LRF
Como jaacute relatou-se os altos iacutendices de endividamento das administraccedilotildees
puacuteblicas no Brasil o aumento das despesas puacuteblicas especialmente despesas
32
para manutenccedilatildeo do governo e o deacuteficit puacuteblico ao longo de vaacuterias deacutecadas
culminaram no comprometimento de investimentos em infra-estrutura em aacutereas
extremamente necessaacuterias como sauacutede educaccedilatildeo seguranccedila e outras aacutereas
sociais Isso impedia o paiacutes de crescer de maneira sustentaacutevel
A Tabela 2 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor
Puacuteblico (DILSP) no Brasil entre 1991 e 2000 Essa grandeza eacute liacutequida pois
exclui creacuteditos diversos do setor puacuteblico entre os quais sobressaem depoacutesitos
no sistema bancaacuterio e no Banco Central e disponibilidades e aplicaccedilotildees
diversas e vaacuterios fundos constitucionais
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil entre 1991 e 2000
ANO DILSP ( do PIB) ()
1991 420 ------- 1992 373 -110 1993 363 -27 1994 323 -1101 1995 294 -898 1996 280 -47 1997 306 93 1998 327 70 1999 471 440 2000 450 -44
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
A LRF brasileira surgiu com o objetivo principal de implementar mecanismos de
controle e maior responsabilidade na gestatildeo fiscal tanto para Municiacutepios
quanto para Estados Distrito Federal Uniatildeo e suas autarquias e entidades a
elas pertencentes
Como jaacute mencionado anteriormente natildeo eacute por acaso que a LRF brasileira foi
inspirada em grande parte no modelo da Nova Zelacircndia Mesmo sendo um paiacutes
tatildeo diferente do ponto de vista geograacutefico e populacional o modelo
neozelandecircs tem despertado conforme Piancastelli (2006 p 11) atenccedilatildeo de
analistas poliacuteticos de Executivos de grandes empresas e de autoridades de
governo em todo o mundo
33
Piancastelli ainda relata os trecircs instrumentos principais que reverteram o
quadro complicado da Nova Zelacircndia sendo o Ato do setor Estado de 1988 o
Ato das Financcedilas Puacuteblicas de 1989 e o Ato de Responsabilidade Fiscal de
1994 Estes instrumentos foram consolidados pelo parlamento em dezembro
de 2003 com alguns aperfeiccediloamentos
A mudanccedila do quadro da Nova Zelacircndia se deu efetivamente a partir de 1994
apoacutes vaacuterias deacutecadas de deacuteficits puacuteblicos e endividamento com a instituiccedilatildeo do
Ato de Responsabilidade Fiscal ou Fiscal Responsibility Act cujos princiacutepios
satildeo
1ordm - Eacute obrigatoacuterio que o governo mantenha superaacutevits operacionais
ateacute que a diacutevida a puacuteblica seja reduzida a niacuteveis prudentes
2ordm - Uma vez atingidos tais patamares para a diacutevida puacuteblica eles
devem ser mantidos Para tanto as contas puacuteblicas deveratildeo manter
um superaacutevit operacional meacutedio quando considerado um periacuteodo
razoaacutevel
3ordm - Alcanccedilar e manter um niacutevel de patrimocircnio liacutequido governamental
capaz de natildeo soacute propiciar ao estado condiccedilotildees de manter a
adequaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos mas tambeacutem de assegurar esta
capacidade ante a choques adversos
4ordm - Gerenciar os riscos fiscais com os quais o governo possa se
defrontar
5ordm - Implementar poliacuteticas fiscais que sejam compatiacuteveis com a
estabilidade e a previsibilidade das aliacutequotas ora vigentes (PIANCASTELLI 2006 p 12)
As duas leis possuiacuteam objetivo comum de controlar as contas puacuteblicas Isso
era essencial para reverter tributos e outras receitas em serviccedilos puacuteblicos para
sociedade No entanto estas leis possuem diferenccedilas marcantes decorrentes
do direito da qual se originam
O Fiscal Responsibility Act recebe influecircncia dos princiacutepios de funcionamento
do Direito Consetudinaacuterio Anglo-Saxatildeo O que significa que a lei estabelece
princiacutepios gerais para a accedilatildeo dos governos e natildeo regras riacutegidas e especiacuteficas
34
como no caso da lei brasileira com limites expliacutecitos de pessoal
endividamento e regras para inscriccedilatildeo em restos a pagar
A LRF brasileira apesar de basear-se na implementaccedilatildeo e funcionamento do
Ato de Responsabilidade fiscal da Nova Zelacircndia seguiu a tradiccedilatildeo do direito
romano-germacircnico isso devido ao fato de este direito possuir tendecircncia a
fixaccedilatildeo de regras claras e riacutegidas para a atuaccedilatildeo dos indiviacuteduos Fator
necessaacuterio ao sistema legal brasileiro vigente ateacute entatildeo incapaz de punir
infratores
Outra diferenccedila jaacute destacada eacute a dimensatildeo territorial O Brasil possui mais de
5500 Municiacutepios distribuiacutedos entre os diversos Estados da federaccedilatildeo e dentre
eles diversas entidades sujeitas a aplicaccedilatildeo das regras
Alguns pesquisadores e especialistas mesmo considerando os efeitos
beneacuteficos na LRF brasileira acharam que ela natildeo teve um amadurecimento
necessaacuterio Sua discussatildeo e aprovaccedilatildeo foi muito raacutepida Em 12 de maio de
1999 instalou-se uma comissatildeo especial para discutir o projeto de Lei de
Responsabilidade Fiscal na cacircmara dos deputados no dia 18 do mesmo mecircs
promoveu-se a primeira audiecircncia puacuteblica Em 14 de dezembro do mesmo ano
a comissatildeo especial aprovou o projeto por dezessete votos a cinco
Em 25 de janeiro de 2000 por 385 votos favoraacuteveis e 86 contraacuterios a Cacircmara
dos deputados aprovou a lei complementar que regulamentava a
responsabilidade fiscal na administraccedilatildeo puacuteblica brasileira No dia 04 de abril o
referido projeto foi aprovado sem emendas e encaminhado para sanccedilatildeo que
se efetivou no dia 04 de maio de 2000
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
Como se viu em sub-capiacutetulo anterior o planejamento puacuteblico no Brasil vinha
sendo instituiacutedo haacute vaacuterias deacutecadas No entanto os efeitos da implementaccedilatildeo
35
de vaacuterios planos isolados PPAs LDOs e LOAs natildeo surtiram os efeitos
desejados Houve um crescente e indiscriminado endividamento do setor
puacuteblico em todas as esferas de governo isso confirma que as metas e
objetivos dos planos natildeo foram suficientes para conter tal endividamento
Para Waterston (1969 p13) as discussotildees sobre planejamento satildeo antigas e
desde a segunda guerra mundial tem-se acumulado uma consideraacutevel
bibliografia sobre este tema No entanto praticamente toda esta bibliografia era
direcionada para como deveria ser praticado o planejamento para a forma em
que o planejamento deveria funcionar ou na visatildeo do autor natildeo se partia de
experiecircncias concretas Isso pode explicar esta falta de ecircxito do planejamento
O que ocorreu foi uma discrepacircncia entre as diversas teorias e a praacutetica do
planejamento
Segundo Waterston (1969 p 16) eacute um erro imaginar que um certo sistema de
planejamento ou determinada classe de plano seja a chave do
desenvolvimento de uma naccedilatildeo A maior parte dos paises natildeo aceitam na
praacutetica o planejamento com isso os planejadores somente conseguem
separar suas atividades e seus planos do processo de planejamento
O que deve ser praticado conforme Waterston (1969 p 17) eacute ldquoexaminar as
coisas como elas satildeo observar o que eacute realmente necessaacuterio fazer estudar os
meios que conta para realizaacute-lo e entatildeo a partir daiacute elaborar medidas praticas
para procederrdquo
Para o autor o caminho natildeo eacute tatildeo simples como imaginam alguns planejadores
um diagnoacutestico sucinto e situacional deve ser previamente elaborado de forma
que os planos possam ser direcionados para a realidade daquele paiacutes A teoria
eacute importante mas ela tem que ser aplicaacutevel e complementar agraves accedilotildees
Outro fator importante citado por Waterston (1969 p 256) eacute que os planos
podem ser executados poreacutem sem alcanccedilar eficaacutecia O autor menciona
36
experiecircncia do Paquistatildeo onde na tentativa de alcanccedilar niacuteveis desejados de
equiliacutebrio fiscal criou-se um sistema de controle financeiro centralizado no
Ministeacuterio da Fazenda apoiado em um sistema burocraacutetico para autorizaccedilatildeo da
execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria Poreacutem na realidade o orccedilamento foi executado nas
unidades chamadas operativas tornando assim o controle ineficaz
Um dos pontos principais para o alcance dos objetivos dos planos eacute uma
coordenaccedilatildeo central organizada de maneira a gerenciar a execuccedilatildeo dos
planos evitando desperdiacutecios e desvios conforme Waterston (1969 p 259)
Um exemplo praacutetico de falta de coordenaccedilatildeo central eacute o ocorrido em
Madagascar em que o Ministeacuterio encarregado de repavimentar uma estrada
repavimentou a estrada antes que o Ministeacuterio das Telecomunicaccedilotildees tivesse
colocado os cabos telefocircnicos subterracircneos
O autor ainda revela que com uma fragmentaccedilatildeo ou duplicaccedilatildeo de funccedilotildees
torna difiacutecil conseguir que todas as entidades governamentais interessadas
faccedilam o que eacute requerido para realizar os projetos e os programas de acordo
com uma poliacutetica coerente
O insucesso dos planos se deve a esses fatores e ainda conforme W Lewis6
apud de Waterston (1969 p 267) ouvimos muito sobre a corrupccedilatildeo nas naccedilotildees subdesenvolvidas mas o dano feito pelo suborno ou pelo roubo raramente excede a centenas de milhares e ainda que do ponto de vista moral isto seja deploraacutevel eacute sumamente pequeno se comparado com o estrago que se faz designando pessoas para ocupar os grandes postos para os quais natildeo tecircm a competecircncia apropriada7
Para W Lewis (apud de WATERSTON 1969 p 267) os males da falta de
resultados natildeo estatildeo associados a fatores isolados A distacircncia entre os
6 Arthur W Lewis 7 Traduccedilatildeo Nossa (Waterston 1969 p 267) Oiacutemos mucho acerca de la corrupcioacuten en las naciones subdesarrolladas pero el dantildeo hecho por el soborno o po el robo rara vez excede a cientos de miles de libras al antildeo y aunque desde un punto de vista moral esto es deccedilorable es sumamente pequentildeo si se le compara con el dantildeo que se hace desingando personas para ocupar los grandes puestos para los cuales no tienen la competencia apropriada
37
planejadores e especialistas elaboradores de planos entre dirigentes e oacutergatildeos
decisoacuterios dos governos eacute o fator que mais impede o ecircxito dos planos
estabelecidos
Para Waterston (1969 p 271) talvez a maior parte dos planejadores e dos
especialistas em administraccedilatildeo puacuteblica assumem a posiccedilatildeo de que a melhora
administrativa eacute uma condiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel Todavia
especialistas no assunto creditam o sucesso dos planos a uma anterior
reestruturaccedilatildeo da maacutequina administrativa como condiccedilatildeo de que os resultados
sejam alcanccedilados somente os planos isolados natildeo surtiriam os efeitos
desejados
Ainda conforme Waterston (1969 p 272)
As proposiccedilotildees para mudanccedilas de sistemas administrativos de paiacuteses em desenvolvimento satildeo com frequumlecircncia obras de especialistas estrangeiros que se guiam por princiacutepios que funcionam bem nas naccedilotildees avanccediladas A aplicaccedilatildeo desses princiacutepios podem requerer inovaccedilotildees maiores ou o enxerto de formas institucionais estranhas a tradiccedilatildeo da naccedilatildeo que recebe a assessoria Em muitos casos portanto as naccedilotildees menos desenvolvidas ou se recusam a adotar as preposiccedilotildees ou se as adotam descobrem que natildeo operam bem porque natildeo satildeo aceitas8
O bom planejador natildeo deve simplesmente estabelecer metas e objetivos
mesmo que bem delineados Ele deve ainda quando sabedor dos obstaacuteculos
administrativos para o alcance dos planos natildeo soacute recomendar correccedilatildeo dos
planos como tomar medidas especiacuteficas para criar um sistema administrativo
capaz de viabilizar a realizaccedilatildeo das metas e objetivos
No Brasil presenciou-se no acircmbito do governo federal mesmo com orccedilamento
aprovado pelo congresso com recursos disponibilizados e accedilotildees 8 Traduccedilatildeo nossa (Waterston 1969 p 272) Las proposiciones para revisar los sistemas administrativos em las naciones menos desarrolladas a menudo son obra de expertos extranjeros que se guiacutean por princiacutepios que funcionan bien en las naciones avanzadas La aplicacioacuten de estos principios pueden requerir innovacines mayores o el injerto de formas instucionales extrantildeas e la tradicioacuten de la nacioacuten que recibe la asesoriacutea En muchos casos por tanto las naciones menos desarrolladas o bien se rechusan a adoptar das proposiciones o si las adoptan hallan que no operan bien porque no son aceptadas
38
governamentais aprovadas estas natildeo foram realizadas pelos ministeacuterios
Sobraram recursos financeiros no caixa do governo devido aos diversos
fatores mencionados anteriormente como a burocracia e a incapacidade
administrativa
A seguir trataremos de um dos principais instrumentos de planejamento e da
contribuiccedilatildeo da LRF para evoluccedilatildeo do planejamento no Brasil uma tentativa de
minimizar os efeitos dos problemas enfrentados pelos planejadores
A Constituiccedilatildeo de 1988 fortalece e cria regras mais claras para o planejamento
puacuteblico brasileiro Aleacutem de instituir formalmente a figura do plano plurianual
estabelece criteacuterios relativos aos planos nacionais regionais e setoriais de
desenvolvimento econocircmico e social
Para Andrade Batista e Souza apud de Aguilar et al (2004 p 8)
no PPA deve conter a delimitaccedilatildeo e a enunciaccedilatildeo das diretrizes geneacutericas e abrangentes com os respectivos objetivos programas accedilotildees e metas inclusive com valores financeiros possibilitando a cobertura das definiccedilotildees governamentais que se queira executar
Para a compreensatildeo efetiva desse importante instrumento de planejamento
puacuteblico no atual seguimento vejamos o conceito de plano plurianual no
entendimento de Chalfun (2001 p 26) instrumento para planejar as accedilotildees governamentais de caraacuteter mais estrateacutegico poliacutetico e de longo prazo a ser considerado pelos administradores municipais Sendo o instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as poliacuteticas as diretrizes e as accedilotildees programadas no longo prazo e os respectivos objetivos a serem alcanccedilados devidamente quantificados fisicamente (grifo nosso)
Vejamos ainda o conteuacutedo baacutesico do plano plurianual conforme a
Constituiccedilatildeo Federal CF de 1988 art 165 sect1deg A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para os programas de duraccedilatildeo continuada
39
No sect 9ordm do mesmo art 165 a Constituiccedilatildeo determina que lei complementar
entre outros assuntos trataraacute da elaboraccedilatildeo e da organizaccedilatildeo do plano
plurianual regulando o conteuacutedo acima
CF de 1988 art 165 sect 9ordm Cabe agrave lei complementar I - dispor sobre o exerciacutecio financeiro a vigecircncia os prazos a elaboraccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do plano plurianual da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e da lei orccedilamentaacuteria anual II - estabelecer normas de gestatildeo financeira e patrimonial da administraccedilatildeo direta e indireta bem como condiccedilotildees para a instituiccedilatildeo e funcionamento de fundos
E para um melhor entendimento sobre os conceitos instituiacutedos no artigo acima
a seguir apresenta-se tabela com definiccedilotildees e exemplos de cada item
incluindo outros importantes natildeo mencionados na referida norma
O Quadro 1 a seguir poderaacute ajudar no entendimento sobre as definiccedilotildees
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QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA
Tiacutetulos Definiccedilotildees Exemplos Diretrizes Poliacuteticas direccedilatildeo
apontam rumos buacutessolas
No governo Lula foram definidas trecircs diretrizes baacutesicas 1) Inclusatildeo social e reduccedilatildeo das desigualdades sociais 2) Crescimento com geraccedilatildeo de emprego e renda ambientalmente sustentaacutevel e redutor das desigualdades regionais 3) Promoccedilatildeo e expansatildeo da cidadania e fortalecimento da democracia
Objetivos Resultados esperados Executar as accedilotildees de prevenccedilatildeo e de melhoria do atendimento meacutedico-ambulatorial e hospitalar
Programas Conjunto de accedilotildees Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Baacutesica Accedilotildees Alvo a ser atingido
Iniciativas tais como Projetos atividades operaccedilotildees especiais
Definir o que vai fazer Ex construir comprar reformar atender manter os produtos Escola preacutedio veiacuteculo etc
Metas Fiacutesicas Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de itens com quantitativos de aquisiccedilotildees construccedilotildees serviccedilos disponibilizados populaccedilatildeo atendida etc
Metas Fiscais Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de receitas bases de caacutelculo e percentual a aplicar
Projetos Resulta um produto que concorre para a expansatildeo ou o aperfeiccediloamento da accedilatildeo de governo
Construccedilatildeo de unidades de sauacutede
Atividades Resulta um produto necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da accedilatildeo de governo
Manutenccedilatildeo de Unidades de Sauacutedes
Operaccedilotildees especiais
Natildeo contribuem para a manutenccedilatildeo Natildeo resulta um produto Natildeo geram contraprestaccedilatildeo direta sob a forma de bens ou serviccedilos
Amortizaccedilotildees e encargos de diacutevidas
Fonte Adaptaccedilatildeo do autor
A ausecircncia da lei complementar faz com que existam muitas interrogaccedilotildees
sobre como elaborar o PPA Alguns autores procuraram tratar do assunto como
forma de suprir a falta da legislaccedilatildeo especiacutefica
No entendimento de Giacomoni apud de Aguilar et al (2004 p 20)
regionalizaccedilatildeo na Uniatildeo seria como exemplo o proposto no PPA 2000-2003
elaborado na Uniatildeo que distribuiu a programaccedilatildeo entre as regiotildees
macroeconocircmicas Norte Nordeste Sudeste Sul e Centro-Oeste As normas
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baixadas traziam instruccedilotildees para a elaboraccedilatildeo do PPA prevendo a regionalizaccedilatildeo
das metas por Estado No entanto essa determinaccedilatildeo natildeo foi observada e o plano
continuou nos moldes tradicionais ou seja segundo as cinco regiotildees
Jaacute nos Estados natildeo haacute modelos uacutenicos de regionalizaccedilatildeo a serem utilizados
no planejamento Assim sendo eacute recomendaacutevel que cada Estado adote
criteacuterios de regionalizaccedilatildeo que atendam da melhor forma possiacutevel agraves
necessidades da programaccedilatildeo Em alguns Estados a base da regionalizaccedilatildeo eacute
a estrutura administrativa em outros utilizam-se nuacutecleos de desenvolvimento
Nos Municiacutepios a regionalizaccedilatildeo dos planos plurianuais municipais traz
desafios ainda maiores especialmente nos Municiacutepios de pequeno porte
Provavelmente apenas os Municiacutepios maiores com experiecircncia em
zoneamento e em administraccedilatildeo descentralizada - subprefeituras - poderatildeo
realizar de maneira vantajosa a regionalizaccedilatildeo do PPA
Quanto aos prazos para elaboraccedilatildeo de envio ao Legislativo na falta de lei
complementar vigora o estabelecido no Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais
Transitoacuterias (ADCT)9 no acircmbito federal o projeto de lei seraacute encaminhado pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional ateacute quatro meses antes do
encerramento do exerciacutecio ndash 31 de agosto ndash e devolvido para sanccedilatildeo ateacute o
encerramento da sessatildeo legislativa ndash 15 de dezembro Os Municiacutepios por
simetria podem no caso de natildeo existecircncia de lei complementar adotar os
mesmos prazos da referida norma
Conforme Vainer et al (2007) o PPA tem um ciclo em sua gestatildeo decorrente
da proacutepria dinacircmica do planejamento estrateacutegico conforme etapas a seguir
Elaboraccedilatildeo Implantaccedilatildeo Monitoramento Avaliaccedilatildeo Revisatildeo
9 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 ADCT art 35 sect 2ordm I
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Na fase de elaboraccedilatildeo constroacutei-se a base para definiccedilatildeo dos programas e
accedilotildees atraveacutes dos quais se materializaraacute a accedilatildeo do governo Este apresentaraacute
ao Legislativo um projeto de lei para discussatildeo e aprovaccedilatildeo
Esta materializaccedilatildeo ocorreraacute na execuccedilatildeo do orccedilamento puacuteblico constituindo-
se em prestaccedilatildeo de serviccedilos agrave sociedade pelo governo cujo objetivo principal eacute
interesse puacuteblico
A fase de implementaccedilatildeo ocorre apoacutes o plano aprovado e disponibilizado para
a execuccedilatildeo com seus programas e accedilotildees governamentais
A etapa de monitoramento refere-se ao acompanhamento da execuccedilatildeo das
accedilotildees dos programas Ela eacute fundamental para o alcance das metas e
indicadores constantes nas accedilotildees e programas
A avaliaccedilatildeo dos planos busca aferir ateacute que ponto as estrateacutegias adotadas e as
poliacuteticas puacuteblicas desenvolvidas atendem a demandas da sociedade que
nortearam a elaboraccedilatildeo dos programas que integram o PPA
A revisatildeo surge das fases de monitoramento e avaliaccedilatildeo do plano Neste
momento eacute importante a adequaccedilatildeo caso necessaacuteria que pode ser originaacuteria
de fatores internos e externos da conjuntura poliacutetica social e econocircmica
A Lei de Responsabilidade Fiscal com contribuiccedilatildeo fundamental para o
planejamento puacuteblico brasileiro em seu artigo 16 prescreve
A criaccedilatildeo expansatildeo ou aperfeiccediloamento de accedilatildeo governamental que acarrete aumento da despesa seraacute acompanhado de II - declaraccedilatildeo do ordenador da despesa de que o aumento tem adequaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira com a lei orccedilamentaacuteria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
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Jaacute o art 17 da LRF dispotildee
Art 17 Considera-se obrigatoacuteria de caraacuteter continuado a despesa corrente derivada de lei medida provisoacuteria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigaccedilatildeo legal de sua execuccedilatildeo por um periacuteodo superior a dois exerciacutecios sect 1o sect 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deveratildeo ser instruiacutedos com a estimativa prevista no inciso I do art 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio sect 2o Para efeito do atendimento do sect 1o o ato seraacute acompanhado de comprovaccedilatildeo de que a despesa criada ou aumentada natildeo afetaraacute as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no sect 1o do art 4o devendo seus efeitos financeiros nos periacuteodos seguintes ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduccedilatildeo permanente de despesa sect 3o sect 4o A comprovaccedilatildeo referida no sect 2o apresentada pelo proponente conteraacute as premissas e metodologia de caacutelculo utilizadas sem prejuiacutezo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
Em seu art 45 reafirma o fundamento conforme descrito a seguir
Art 45 Observado o disposto no sect 5o do art 5o a lei orccedilamentaacuteria e as de creacuteditos adicionais soacute incluiratildeo novos projetos apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Os artigos mencionados seguiram o direcionamento jaacute previsto na Portaria
42MP de 1999 da STN na qual consta que os programas e accedilotildees previstos no
PPA devem ser alocados na Lei Orccedilamentaacuteria Anual transformando-se em
projetos e atividades Nesta com detalhamento por natureza de despesa
A compatibilizaccedilatildeo entre os instrumentos PPA LDO e LOA deveraacute ser
observada constantemente na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo dos instrumentos de
planejamento Os trecircs instrumentos natildeo devem ter sua elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo
de forma isolada e sempre deve observar-se o conteuacutedo dos primeiros para
construccedilatildeo dos demais consagrando o princiacutepio do planejamento expliacutecito
A Seguir trataremos das mudanccedilas inseridas pela LRF na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
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Quando comparada com o PPA e com a LOA a LDO eacute considerada por
muitos doutrinadores como a principal lei apoacutes a vigecircncia da LRF Isso porque
eacute nela que se estabelece metas fiscais metas de resultado primaacuterio metas de
resultado nominal e que se determina regras que norteiam o funcionamento
das administraccedilotildees puacuteblicas em todas as esferas de governo
A LDO tem como principal papel orientar a elaboraccedilatildeo da LOA servindo como
elo entre o PPA e LOA A LDO aleacutem de estabelecer regras define as accedilotildees
prioritaacuterias do governo
As regras inicialmente foram estabelecidas pela CF de 198810 definindo para
seu conteuacutedo o estabelecimento de metas e prioridades da administraccedilatildeo
puacuteblica federal incluindo as despesas de capital para o exerciacutecio financeiro
subsequumlente orientaraacute a elaboraccedilatildeo da LOA disporaacute sobre as alteraccedilotildees na
legislaccedilatildeo tributaacuteria e estabeleceraacute a poliacutetica de aplicaccedilatildeo das agecircncias
financeiras oficiais de fomento
Outro tema importante definido para o conteuacutedo da LDO refere-se aos
paracircmetros para iniciativa de lei de fixaccedilatildeo das remuneraccedilotildees no acircmbito do
Poder Legislativo para a criaccedilatildeo de cargos empregos e funccedilotildees ou alteraccedilatildeo
de estrutura de carreiras bem como para a admissatildeo ou contrataccedilatildeo de
pessoal a qualquer tiacutetulo pelos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta ressalvadas as empresas puacuteblicas e sociedades de economia mista
No entanto foi com a LRF que ocorreu a mudanccedila significativa na gestatildeo
puacuteblica Ela inseriu definiccedilotildees e regras fundamentais para o planejamento e
gestatildeo financeira dos entes federados Alguns pontos de abrangecircncia
conforme artigo 4ordm da LRF satildeo
- o equiliacutebrio entre receitas e despesas
- os criteacuterios e a forma de limitaccedilatildeo de empenho a ser efetivado quando a
10 Constituiccedilatildeo Federal artigos 51 IV 52 XIII art 99 sect 1ordm artigos 127 sect 3ordm 165 sect 2ordm e 169 sect 1ordm
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arrecadaccedilatildeo da receita comprometer os resultados primaacuterio e nominal
pretendidos
- as normas relativas ao controle de custos e agrave avaliaccedilatildeo dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orccedilamentos
- as normas relacionadas com as condiccedilotildees e as exigecircncias para
transferecircncias de recursos a entidades puacuteblicas e privadas
- a forma de utilizaccedilatildeo e o montante da reserva de contingecircncia definida com
base na receita corrente liacutequida destinado ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
- os criteacuterios para inclusatildeo de novos projetos na lei orccedilamentaacuteria e nas leis de
creacuteditos adicionais apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico
O equiliacutebrio das contas puacuteblicas entre receitas e despesas eacute um dos principais
pontos da LRF Em siacutentese eacute o estabelecimento de quanto seratildeo as receitas
para o proacuteximo exerciacutecio de quanto seraacute a despesa e de regras antes da
execuccedilatildeo efetiva do orccedilamento puacuteblico
Com as regras tambeacutem se cria a figura da integraccedilatildeo ou compatibilidade das
trecircs leis PPA LDO LOA Natildeo deve haver tratamento diferenciado para os
mesmos temas e para um mesmo exerciacutecio financeiro
A limitaccedilatildeo de empenho eacute um criteacuterio adotado para impedir que as unidades e
entidades que compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica gastem mais que a
capacidade real da administraccedilatildeo Esta mudanccedila foi embasada no artigo 9ordm da
LRF que determina
Art 9ordm Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo das Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
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Esse artigo cuidou para que a LDO estabeleccedila percentuais ou outro criteacuterio
para contenccedilatildeo da despesa trinta dias apoacutes o encerramento de cada
bimestre caso as metas de receitas natildeo estejam compatiacuteveis com a
execuccedilatildeo das despesas
Eacute notoacuterio que a regra eacute imposta a partir da escolha de criteacuterios e formas
pela administraccedilatildeo que perduraratildeo ateacute que a situaccedilatildeo financeira da
entidade se regularize
Ressalta-se que natildeo estatildeo todas as despesas sujeitas a estas regras Natildeo
seratildeo objeto de limitaccedilatildeo financeira ou de empenho as despesas que
constituam obrigaccedilotildees constitucionais e legais inclusive as destinadas ao
pagamento do serviccedilo da diacutevida e outras mencionadas na proacutepria LDO
As metas de resultado primaacuterio e nominal satildeo definidas por Chalfun (2001 p
50) como a diferenccedila entre receitas e despesas natildeo financeiras da
entidade central (Municiacutepio) realizadas no periacuteodo em referecircncia
A seguir um quadro exemplificativo de apuraccedilatildeo das metas de resultado
primaacuterio para um determinado periacuteodo
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QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas
a) Receita Menos b) Despesa (+) Receita Orccedilamentaacuteria arrecadada ( ndash ) operaccedilotildees de creacutedito ( ndash ) receitas de privatizaccedilatildeo ( ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar ( ndash ) receitas financeiras ( ndash ) retornos das operaccedilotildees de creacutedito Receita Total Liacutequida
(+) Despesa Total ( ndash ) amortizaccedilatildeo de empreacutestimos
( ndash ) encargos da diacutevida interna e externa (ndash ) encargos com aquisiccedilatildeo de tiacutetulos de capital jaacute integralizado
(ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar inscritos no exerciacutecio anterior
( ndash ) despesas com concessatildeo de empreacutestimos
Despesa Total Liacutequida Resultado Primaacuterio (que eacute a diferenccedila apurada conforme jaacute explicado)
Fonte Elaborado pelo autor
Resultado Nominal eacute a variaccedilatildeo no periacuteodo da diacutevida fiscal liacutequida (diacutevida
consolidada liacutequida acrescidas as receitas de privatizaccedilatildeo) Se o resultado
apurado for negativo eacute indicador de crescimento da diacutevida
A LRF dispotildee que a LDO conteraacute normas relativas ao controle de custos e agrave
avaliaccedilatildeo dos resultados dos programas financiados com recursos dos
orccedilamentos Nesta determinaccedilatildeo encontram-se presentes dois itens
completamente diferentes entre si ainda que possa parecer estarem ligados
custos e avaliaccedilatildeo de resultados Para Chalfun (2001 p 43) ldquocustos eacute o
consumo efetivo de insumos ou recursos destinados agrave prestaccedilatildeo de
serviccedilos ou agrave formaccedilatildeo de um produtordquo Avaliaccedilatildeo de resultados eacute a
atividade destinada a aferir mediante o emprego de indicadores o
desempenho da organizaccedilatildeo na execuccedilatildeo das accedilotildees que lhes satildeo pertinentes
e que tenham contribuiacutedo para a prestaccedilatildeo de um serviccedilo ou para a
formaccedilatildeo de um produto qualquer
A legislaccedilatildeo jaacute vem tratando haacute algum tempo desse assunto A LRF
consagrou este fundamento Natildeo existe plano que seja suficientemente
perfeito que consiga alcanccedilar seus objetivos sem um controle e avaliaccedilatildeo
adequados Por isso para LRF a LDO deve conter criteacuterios para tal Este eacute o
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grande desafio da administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal a de
conciliar planejamento e controle e avaliaccedilatildeo
Os criteacuterios para transferecircncias a entidades puacuteblicas ou privadas e LRF exigiu
que a LDO criasse regras mas riacutegidas e claras para cooperaccedilatildeo natildeo ficando
portando somente por conta da LOA a autorizaccedilatildeo para tal
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) agora natildeo mais se justificam
autorizaccedilotildees geneacutericas sob a singela forma de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria Com
efeito o parlamentar deve conhecer e aprovar por exemplo qual asilo
orfanato albergue a ser contemplado com os auxiacutelios governamentais No
entendimento do autor a ajuda financeira estatal depende de triacuteplice previsatildeo
legal na LDO em lei especiacutefica e na LOA ou nos creacuteditos adicionais
Para Chalfun (2001 p 44) a reserva de contingecircncia constituiacutea-se de uma
parcela do superaacutevit corrente apurado no confronto entre as Receitas
Correntes e as Despesas Correntes sobre o qual era aplicado um percentual
estabelecido pela proacutepria administraccedilatildeo da entidade governamental
Atualmente de acordo com o art 5ordm inciso III da LRF a LOA conteraacute a
Reserva de Contingecircncia cuja forma de utilizaccedilatildeo e cujo montante
calculado com base na RCL seratildeo estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e destinados em princiacutepio ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
O autor ainda relata que a LRF deixou a decisatildeo sobre o percentual a ser
aplicado sobre a RCL para a formaccedilatildeo do seu montante a cargo da
administraccedilatildeo da entidade que deveraacute ter o cuidado de natildeo incluir um
valor maior do que o necessaacuterio e utilizaacute-lo sempre como um valor
restrito agrave sua finalidade
Com a exigecircncia de criteacuterios para inclusatildeo de projetos novos a lei cria regras
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para proteccedilatildeo do patrimocircnio garantindo recursos suficientes para conclusatildeo
de projetos em andamento evitando desperdiacutecios
A seguir trataremos da LOA e as contribuiccedilotildees da Lei de Responsabilidade
Fiscal para este instrumento de planejamento
A LOA foi contemplada na Lei Federal 4320 de 1964 sendo esta como
principal norma legal Com o decorrer dos anos ficou defasada devido
sobretudo agraves modificaccedilotildees introduzidas pela Constituiccedilatildeo de 1988 Os gargalos
satildeo tratados nos proacuteprios entes federados por meio da Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
Os conteuacutedos da norma legal para os orccedilamentos dos entes federados satildeo O
orccedilamento fiscal da seguridade e investimento das empresas estatais
O estabelecimento de processos para elaboraccedilatildeo dos orccedilamentos satildeo
fundamentais para o ecircxito do projeto Este processo poderaacute ser conduzido por
Ministeacuterios no caso da Uniatildeo Secretarias de Estado ou Secretarias
Municipais conforme se originem respectivamente na Uniatildeo nos Estados ou
em Municiacutepios
Conforme Giacomoni (2007 p 240) o processo organizado pela Uniatildeo se daacute
por meio do Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da Internet
(SIDORNET) Este nos uacuteltimos anos vem sendo alimentado pela Internet e
representa um avanccedilo nos trabalhos operacionais para os agentes envolvidos
Este mesmo procedimento poderaacute ser adotado pelos Municiacutepios basta
estruturaccedilatildeo por meio de sistemas informatizados atualmente disponiacuteveis no
mercado
A etapas do processo na Uniatildeo conforme de acordo com Giacomoni (2007 p
240) satildeo formadas conforme a seguir
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1ordf - Planejamento do Processo de elaboraccedilatildeo da proposta - etapa atualmente
de responsabilidade Secretaria de Orccedilamento e Financcedilas (SOF) que define a
estrateacutegia do processo identifica as etapas produtos e os agentes envolvidos
com seus respectivos papeacuteis Estabelece ainda metodologia para projeccedilatildeo de
receitas e despesas bem como o fluxo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria Nesta etapa Constroem-se orientaccedilotildees para detalhamento da
proposta setorial
2ordf - Definiccedilatildeo de macrodiretrizes - juntamente com a assessoria econocircmica do
MPOG do MF da Casa Civil e Oacutergatildeos setoriais a SOF estabelece as
principais diretrizes para elaboraccedilatildeo da LOA Com paracircmetros mais
macroeconocircmicos Destacando-se a importante modificaccedilatildeo inserida pela LRF
que eacute o demonstrativo para expansatildeo de despesas de caraacuteter continuado
3ordf - Revisatildeo da Estrutura Programaacutetica - etapa muito importante pois eacute nela
que os gerentes de programas organizados e inseridos por meio do PPA e
demais responsaacuteveis efetuam a revisatildeo da estrutura programaacutetica
4ordf - Avaliaccedilatildeo da Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC)
para a proposta orccedilamentaacuteria - com participaccedilatildeo novamente do MPOG e da
SOF e de outros oacutergatildeos realiza-se levantamento para verificar a necessidade
de financiamento por parte do governo
5ordf - Estudo definiccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de limites para as propostas setoriais - a
SOF com respaldo da Casa Civil estabelece limites para cada oacutergatildeo setorial
Os Oacutergatildeos repassam estes limites para as unidades orccedilamentaacuterias para
viabilizar a execuccedilatildeo dos projetos
6ordf - Captaccedilatildeo das propostas setoriais - as unidades orccedilamentaacuterias e oacutergatildeos
setoriais detalham suas propostas no Sistema Integrado de Dados
Orccedilamentaacuterios (SIDOR)
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7ordf - Anaacutelise e ajuste das propostas setoriais - a SOF analisa ajusta e define as
propostas setoriais
8ordf - Fechamento compatibilizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da proposta orccedilamentaacuteria - o
MPGO e a Presidecircncia da Repuacuteblica aprovam a proposta recebem a indicaccedilatildeo
das fontes consolidando-a e compatibilizando-a com a CF de 1988 PPA LDO
e LRF
9ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo da mensagem presidencial e do projeto de lei
orccedilamentaacuteria - a SOF coordena o processo envolvendo vaacuterios oacutergatildeos do Poder
Executivo enviando mensagem presidencial juntamente com a proposta
orccedilamentaacuteria ao congresso nacional
10ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo das informaccedilotildees complementares ao projeto
de lei orccedilamentaacuteria - satildeo definiccedilotildees especiacuteficas da LDO da Uniatildeo que satildeo
encaminhadas conforme previsatildeo na lei mencionada
O processo detalhado com informaccedilotildees precisas definiccedilatildeo de prazos e
responsabilidades eacute fundamental para que o projeto de lei seja adequado e
atenda agraves necessidades da sociedade Eacute por meio dele que o poder puacuteblico
viabiliza suas accedilotildees governamentais atendendo aos anseios da sociedade As
etapas descritas acima podem ser e jaacute satildeo adaptadas aos Municiacutepios sempre
observando suas particularidades
Em seu artigo 5ordm inciso I a LRF incluiu novos conteuacutedos para a Lei
Orccedilamentaacuteria Anual Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 62) o referido
dispositivo atesta a compatibilidade entre a LDO e LOA e que estas devem
manter consistecircncia entre as metas de resultado originadas da comparaccedilatildeo
entre receitas e despesas e a evoluccedilatildeo patrimonial Assim se haacute previsatildeo no
Anexo de Metas Fiscais da LDO de um superaacutevit de 2 na peccedila orccedilamentaacuteria
a estimativa da receita deveraacute superar em 2 a fixaccedilatildeo da despesa No
comentaacuterio do autor a lei reafirma a compatibilidade entre os principais
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instrumentos de planejamento estabelecendo uma sequumlecircncia uma coerecircncia
entre a LDO e a LOA
No mesmo artigo o inciso II segundo Toledo Jr E Ciquera (2002 p 62)
reitera mandamento constitucional constante do Artigo 165 sect 6ordm determinando
a anexaccedilatildeo de documento em que se revele o impacto orccedilamentaacuterio de toda e
qualquer renuacutencia fiscal que ainda persista na vida financeira do Municiacutepio
Natildeo importa a eacutepoca em que foram concedidas essas desistecircncias
fazendaacuterias
O dispositivo tenta conter as iniciativas que natildeo satildeo de interesse puacuteblico
implementando mais transparecircncia para a sociedade e para o parlamentar
ficando evidenciado o interesse da sociedade
A segunda exigecircncia da LRF no mesmo artigo trata da inserccedilatildeo de informaccedilatildeo
complementar demonstrando a forma de compensaccedilatildeo das despesas
obrigatoacuterias continuadas e das novas renuacutencias de receitas
O inciso III estabelece a necessidade de manter-se no projeto original a
reserva de contingecircncia para cobertura de passivos contingentes e os outros
riscos e eventos fiscais imprevistos informaccedilotildees jaacute constantes no Anexo de
Riscos Fiscais no sect 3ordm do art 4ordm
Tal reserva sempre foi utilizada como fonte para abertura de creacuteditos
adicionais e continua como tal especialmente nos orccedilamentos municipais
Nestes no entanto amplia sua funccedilatildeo pois ao ser inserida a reserva
comumente conhecida como reserva teacutecnica ocasiona um certo superaacutevit
orccedilamentaacuterio quando descontado seu valor
Para concluirmos nossos estudos sobre os principais instrumentos de
planejamento puacuteblico brasileiros tratados anteriormente eacute fundamental
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discorrermos sobre o sistema e o processo orccedilamentaacuterio no qual a seguir
trataremos a partir da visatildeo de algumas doutrinas
Segundo Giacomoni (2007 p 202) a lei orccedilamentaacuteria e seus anexos
representam a expressatildeo mais clara do que se pode denominar de sistema
orccedilamentaacuterio E como jaacute vimos em nossos estudos o orccedilamento atualmente
natildeo pode ser visto de forma isolada ele eacute parte de um sistema maior advindo
de outros planos e programas para culminar na construccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria
No quadro 3 a seguir estaacute representada uma espeacutecie de sistema integrado de
planejamento e orccedilamento segundo a concepccedilatildeo bastante difundida na
Ameacuterica Latina por meio do ILPESCEPAL11
11 Esta concepccedilatildeo foi extraiacuteda de El presuposto Y el processo de planificacioacuten Belo Horizonte Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da UFMG 1971 (mimeo) Esse trabalho foi baseado em dois documentos do Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y Social (ILPES) ldquoReflexiones em torno de dos problemas actuales de la planifcacioacuten em Ameacuterica Latinardquo e ldquoMetodologia para la formulaciacuteon de planes operativos anualesrdquo O ILPES eacute um oacutergatildeo da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina (CEPAL) organismo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
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QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de El presupesto Y el proceso de planificacioacuten Cit
O quadro estaacute organizado e estruturado a partir da ldquoestrateacutegia de
desenvolvimentordquo definida segundo Giacomoni (2007 p 202) como
a) Imagem prospectiva originaacuteria de projetos soacuteciais baacutesicos cujos
objetivos e metas a serem alcanccediladas satildeo estruturados para a mudanccedila do
plano econocircmico-social atual
b) Os Projetos Estrateacutegicos satildeo os que estabelecem efetivamente elementos
para a mudanccedila idealizada pela imagem prospectiva Satildeo em pouca
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quantidade envolvem vaacuterios setores dos governos trabalhando de forma
coordenada
c) Enunciado de Poliacuteticas Baacutesicas surge da viabilizaccedilatildeo dos projetos
estrateacutegicos
Giacomoni (2007 p 204) exemplifica o quadro com o Primeiro Plano Nacional
de Desenvolvimento (I PND) ocorrido no Brasil no periacuteodo de 197274 Nele
foram definidas trecircs imagens prospectivas sendo a primeira colocar o Brasil
no espaccedilo de uma geraccedilatildeo na categoria das naccedilotildees desenvolvidas A
segunda era duplicar ateacute 1980 a renda per capita do Brasil em relaccedilatildeo a
1969 observando o crescimento anual do PIB equivalente ao dos uacuteltimos trecircs
anos A terceira prospectiva seria elevar a economia em 1974 agraves dimensotildees
resultantes de um crescimento anual do PIB entre 8 e 10
Como projetos estrateacutegicos foram definidos dentre outros os seguintes a)
modernizaccedilatildeo da empresa nacional b) mobilizaccedilatildeo do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais c) implementaccedilatildeo de programas de
desenvolvimento tecnoloacutegico
Como poliacuteticas baacutesicas definidas pelo I PND cita-se a tiacutetulo exemplificativo a)
modelo econocircmico de mercado orientado para a descentralizaccedilatildeo das decisotildees
econocircmicas com vistas no crescimento progressivo do mercado de consumo
b) alianccedila entre o setor privado e o governo com a aceitaccedilatildeo da influecircncia
crescente desse uacuteltimo na gestatildeo do sistema econocircmico na realizaccedilatildeo de
investimentos e na capacidade de regulamentar
O quadro 3 demonstra que os planos de meacutedio prazo satildeo formados por etapas
estrateacutegicas e satildeo de maneira geral planos setoriais e regionaissetoriais que
se constituem de programas baacutesicos determinando objetivos e metas de
resultado setorial Os planos anuais operativos no modelo satildeo oriundos das
definiccedilotildees estrateacutegicas dos planos de meacutedio prazo estabelecem metas de
56
curto prazo a cargo do setor puacuteblico definindo orientaccedilotildees e regras a serem
cumpridas pelo setor privado
Os principais planos operativos conforme Giacomoni (2007 p 206) satildeo
Orccedilamento Econocircmico Orccedilamento monetaacuterio orccedilamento do balanccedilo de
pagamentos balanccedilos projetados programas de execuccedilatildeo e o orccedilamento do
setor puacuteblico
O processo orccedilamentaacuterio caracteriza-se basicamente por sua dinacircmica ciacuteclica
que transita por quatro etapas e cada ciclo da proposta orccedilamentaacuteria anual e
de maneira bem simplificada conforme demonstrado no quadro 4 a seguir
QUADRO 4
Processo Orccedilamentaacuterio
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
O processo de planejamento e orccedilamento no Brasil estaacute basicamente
representado por Planos Nacionais de Desenvolvimento Econocircmico e Social
Exemplos destes planos satildeo o Programa de Aceleraccedilatildeo do Crescimento
(PAC) e o PPA Este detalhado no capiacutetulo 223 tem relaccedilatildeo direta com os
programas especiais e especialmente com a LOA que com a nova proposta
assume as accedilotildees governamentais prevista no PPA para serem materializadas
no orccedilamento anual
57
O quadro a seguir representa as varias etapas do que Giacomoni (2007 p
209) denomina processo integrado de planejamento e orccedilamento
QUADRO 5
Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
Segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 209) os modelo de
planejamentos descritos anteriormente
Embora os planos de desenvolvimento tenham proliferado e as teacutecnicas por eles utilizadas sejam melhores a taxa anual meacutedia de crescimento do produto interno real nos paiacuteses menos desenvolvidos natildeo demonstra qualquer melhoria sensiacutevel na Ameacuterica Latina desde os anos 50 chegando mesmo a declinar na Aacutesia Meridional e no Sudeste
Para o autor o modelo seria eficaz e efetivo se os resultados fossem
adequados agraves necessidades do paiacutes De nada adiantariam uma boa teacutecnica
planejadora e um bom modelo com o crescimento do paiacutes que natildeo atendam agraves
necessidades da sociedade
Em paiacuteses com instabilidade poliacutetica e incerteza econocircmica natildeo se aplicariam
planos de longo e meacutedio prazo segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p
210) Associam-se a essas caracteriacutesticas deficiecircncias teacutecnicas falta de
58
informaccedilotildees e sistema administrativo deficiente Tais modelos satildeo
predominantes em paiacuteses em desenvolvimento
Ainda segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 210) os resultados do
planejamento em niacuteveis nacionais regionais ou urbanos satildeo insatisfatoacuterios
quando se utiliza o modelo que ele nomeia de tradicional
Isso se deve em parte agrave deficiecircncia de meacutetodo e em parte tambeacutem ao ambiente desfavoraacutevel em que com frequumlecircncia o planejamento convencional opera mas a razatildeo mais importante eacute que o planejamento convencional natildeo satisfaz agraves necessidades sociais Talvez seja nesse uacuteltimo sentido que existem maiores razotildees para se afirmar que o planejamento convencional tem fracassado pois eacute aiacute que costuma ser maior o abismo entre as aspiraccedilotildees e os resultados obtidos
Para o autor o meacutetodo pode ser concentrado para a soluccedilatildeo de problemas
para metas muito aleacutem da realidade ou ateacute mesmo sem o foco no problema
isso poderaacute solucionaacute-lo apenas parcialmente ou ateacute criar outro
As etapas do processo de planejamento estatildeo demonstradas no quadro 6 a
seguir num paralelo entre um modelo considerado convencional para alguns
autores e um modelo voltado para soluccedilatildeo de problemas
QUADRO 6
Etapas do processo de planejamento
Fonte Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
59
Para Wildavsky (apud Giacamoni 2007 p 211) o principal fator determinante
do tamanho e do conteuacutedo do orccedilamento de um determinado ano seria o
orccedilamento do ano imediatamente anterior Com isso existiria pouca
flexibilidade na elaboraccedilatildeo de cada novo orccedilamento Logo decisotildees tomadas
haacute bastante tempo natildeo modificaacuteveis em determinado momento e tenderiam a
se perpetuar
A esta visatildeo dar-se o nome de ldquoincrementalrdquo Nela ocorre efetivamente uma
repeticcedilatildeo sucessiva dos orccedilamentos somente com certo incremento mas com
a maior parte dos programas vindos do exerciacutecio anterior
Seguindo a linha de pensamento de Wildavsky pode-se dizer que o PPA
instituiacutedo pela CF de 1988 no Brasil seguiu de certa forma a linha do
incrementalismo Pois estabelece que em seu conteuacutedo que deve conter
despesas de capital outras delas decorrentes e despesas de caraacuteter
continuado Previa-se portanto que os programas e accedilotildees jaacute existentes e que
natildeo eram discricionaacuterios do governo deveriam constar no PPA e
consequumlentemente na LOA
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
A definiccedilatildeo de despesas com pessoal estaacute contida no art 18 da LRF como o
somatoacuterio dos gastos com os ativos os inativos e os pensionistas os
relativos a mandatos eletivos cargos funccedilotildees ou empregos civis e de
membros do Poder Executivo e do Poder Legislat ivo com quaisquer
espeacutecies remuneratoacuterias tais como vencimentos e vantagens fixas e
variaacuteveis subsiacutedios proventos da aposentadoria reformas e pensotildees
inclusive adicionais gratificaccedilotildees horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza bem como encargos sociais e contribuiccedilotildees recolhidas
pelo municiacutepio agraves entidades de previdecircncia
60
Aleacutem disso a LRF fixa o limite para a despesa total com pessoal nos
Municiacutepios em 60 (sessenta por cento) da Receita Corrente Liacutequida Desta
porcentagem 6 para o Legislativo e 54 para o Executivo Neste uacuteltimo
deve-ser considerar suas respectivas administraccedilotildees indiretas cuja
composiccedilatildeo se encontra estabelecida no art 2ordm IV aliacutenea c e nos seus
paraacutegrafos 1ordm e 2ordm e eacute demonstrada no quadro a seguir
QUADRO 7
Composiccedilatildeo da RCL
Receitas Correntes (+) Tributaacuterias (+) de Contribuiccedilotildees (+) Patrimoniais (+) Industriais (+) Agropecuaacuterias (+) de Serviccedilos (+) Transferecircncias Correntes (+) Outras Receitas Correntes Subtotal 1 ( ndash ) Contribuiccedilotildees Previdenciaacuterias ( ndash ) Receitas de Compensaccedilatildeo Financeira Receita Corrente Liacutequida Fonte Elaborado pelo Autor
Para apuraccedilatildeo da RCL e dos gastos com pessoal considera-se pela lei o
periacuteodo entre o mecircs de apuraccedilatildeo e os 11 meses anteriores A apuraccedilatildeo das
despesas com pessoal deve-se considerar entatildeo um periacuteodo de 12
meses com algumas deduccedilotildees tais como
bull indenizaccedilatildeo por demissatildeo de servidores ou empregados
bull incentivos agrave demissatildeo voluntaacuteria
bull despesas decorrentes de decisatildeo judicial cuja competecircncia seja de
periacuteodo imediatamente anterior a 11 meses ao da apuraccedilatildeo
bull despesas com inativos ainda que por intermeacutedio de fundo especiacutefico
custeado por recursos provenientes da arrecadaccedilatildeo de contribuiccedilotildees dos
segurados
bull compensaccedilatildeo financeira entre fundos de previdecircncia e das demais
61
receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade inclusive
o produto da alienaccedilatildeo de bens direitos e ativos bem como seu superaacutevit
financeiro
A LRF estabeleceu ainda um limite prudencial de 95 (noventa e cinco por
cento) do limite estabelecido para cada poder A apuraccedilatildeo deveraacute ser
realizada a cada quadrimestre do exerciacutecio sujeitando-se o municiacutepio a
restabelecer os limites ultrapassados nos dois quadrimestres seguintes Caso
natildeo cumpra tal dispositivo o municiacutepio poderaacute deixar de receber as
transferecircncias voluntaacuterias de obter garantias e natildeo poderaacute contratar
operaccedilotildees de creacutedito
O estabelecimento de limites para o endividamento puacuteblico foi um dos pontos
especiais da LRF A diacutevida limita a accedilatildeo governamental na execuccedilatildeo de
serviccedilos puacuteblicos e seu crescimento desordenado e ilimitado compromete
aleacutem da execuccedilatildeo de obras de infra-estrutura programas finaliacutesticos dos
governos nacionais e sub-nacionais despesas com pessoal e despesas para
manutenccedilatildeo da maacutequina puacuteblica
Em seu artigo 29 a LRF considera diacutevida puacuteblica consolidada ou fundada o
montante total apurada sem duplicidade das obrigaccedilotildees financeiras do ente
da Federaccedilatildeo assumidas em virtude de leis contratos convecircnios ou tratados
e da realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de creacutedito para amortizaccedilatildeo em prazo superior a
doze meses
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 187) na conceituaccedilatildeo do art 29 diacutevida
fundada ou consolidada proveacutem da contrataccedilatildeo de empreacutestimos ou
financiamentos com prazo de pagamento superior a doze meses A proacutepria
LRF contudo no paraacutegrafo 3ordm jaacute excepciona tal regra satildeo as operaccedilotildees de
prazo inferior a doze meses que passam a compor essa espeacutecie de
endividamento
62
A apuraccedilatildeo quadrimestral da diacutevida consolidada seraacute demonstrada no RGF
considerando-se a diacutevida da administraccedilatildeo direta e indireta conforme
determinaccedilatildeo do artigo 50 da LRF
A LRF natildeo definiu limites para o endividamento puacuteblico ficando para
regulamentaccedilatildeo do Senado Federal que definiu por meio da Resoluccedilatildeo nordm 40
de 2001 a diacutevida consolidada liacutequida Conforme o seu art 1ordm sect 1ordm V a
diacutevida consolidada liacutequida eacute a diacutevida puacuteblica consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa as aplicaccedilotildees financeiras e os demais haveres
financeiros
Ainda na Resoluccedilatildeo 40 em seu art 3ordm II a diacutevida consolidada liacutequida dos
Municiacutepios ao final do deacutecimo quinto exerciacutecio financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicaccedilatildeo da Resoluccedilatildeo natildeo poderaacute exceder a
12 (um inteiro e dois deacutecimos) vezes a receita corrente liacutequida
Para a amortizaccedilatildeo de diacutevidas tambeacutem existe um limite anual definido pelo
Senado Federal em sua Resoluccedilatildeo nordm 432001 art 7ordm II Esta legislaccedilatildeo
define que o comprometimento anual com amortizaccedilotildees juros e demais
encargos da diacutevida consolidada inclusive relativos a valores a desembolsar
de operaccedilotildees de creacutedito jaacute contratadas e a contratar natildeo poderaacute exceder a
115 (onze inteiros e cinco deacutecimos por cento) da receita corrente liacutequida
Ainda por meio da mesma Resoluccedilatildeo com alteraccedilotildees trazidas pela Resoluccedilatildeo
nordm 052002 dispocircs-se sobre os limites globais para o montante da diacutevida
puacuteblica consolidada e da diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria A Resoluccedilatildeo nordm 43 de
21 de dezembro de 2001 com alteraccedilotildees na Resoluccedilatildeo nordm 032002 definiu
limites por ocasiatildeo da execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Com a instituiccedilatildeo da LRF a administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal
passou a ter maior atenccedilatildeo em suas accedilotildees Consta em seu art 1ordm sect 1ordm que
63
A responsabilidade na gestatildeo fiscal pressupotildee a accedilatildeo planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediecircncia a limites e condiccedilotildees no que tange a renuacutencia de receita geraccedilatildeo de despesas com pessoal da seguridade social e outras diacutevidas consolidada e mobiliaacuteria operaccedilotildees de creacutedito inclusive por antecipaccedilatildeo de receita concessatildeo de garantia e inscriccedilatildeo em Restos a Pagar (grifo nosso)
O princiacutepio da transparecircncia na LRF brasileira como jaacute mencionado foi um dos
pontos tambeacutem trabalhados na LRF da Nova Zelacircndia A principal intenccedilatildeo
destes eacute o fortalecimento do controle social aumentando a pressatildeo para que o
gestor puacuteblico fique mais atento na conduccedilatildeo de seus atos O gestor tambeacutem
com a divulgaccedilatildeo de suas contas com a realizaccedilatildeo de audiecircncias ganha
politicamente quando tende a aproximar-se da populaccedilatildeo
O artigo que trabalhou o fundamento da transparecircncia eacute o 48 da LRF
conforme se segue
Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) o controle social do eraacuterio eacute
fundamento baacutesico da LRF que para tanto estabelece intensa agenda de
debate popular e de publicidade das contas dentre elas realizaccedilatildeo de
audiecircncias puacuteblicas com objetivo de debater a construccedilatildeo do PPA LDO e LOA
e verificar o cumprimento das metas orccedilamentaacuterias e patrimoniais
disponibilizaccedilatildeo das contas municipais durante todo o ano natildeo mais sessenta
dias como previsto anteriormente pela CF de 1988 Aleacutem disso o ministeacuterio
puacuteblico deve divulgar os nomes dos Municiacutepios que ultrapassaram os limites
determinados para a diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria No mesmo artigo 48 tambeacutem haacute
determinaccedilatildeo expressa para ampla divulgaccedilatildeo dos orccedilamentos balanccedilos e
pareceres dos tribunais de contas sobre o julgamento dos gestores do dinheiro
puacuteblico
64
Todos os dispositivos satildeo essenciais para a gestatildeo fiscal responsaacutevel Cabe ao
gestor incentivar a participaccedilatildeo popular articulando com a sociedade
organizada e orientando o exerciacutecio da cidadania e a evoluccedilatildeo do controle
social
A transparecircncia foi citada no artigo 52 da mesma disciplina legal constando
que ldquoO relatoacuterio a que se refere o sect 3o do art 165 da Constituiccedilatildeo abrangeraacute
todos os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico seraacute publicado ateacute trinta dias apoacutes o
encerramento de cada bimestrerdquo
As prestaccedilotildees de contas anteriores a LRF eram encaminhadas anualmente
Por mais avanccedilados e especializados que fossem os Tribunais de contas natildeo
seria possiacutevel por exemplo uma accedilatildeo em tempo necessaacuterio para correccedilatildeo dos
rumos da administraccedilatildeo evitando deacuteficits e diacutevidas para o patrimocircnio puacuteblico
A veiculaccedilatildeo das informaccedilotildees fiscais publicadas nas dependecircncias das
entidades puacuteblicas e em meio magneacutetico trinta dias apoacutes o encerramento de
cada bimestre torna mais transparente a gestatildeo puacuteblica bem como possibilita
uma accedilatildeo em tempo real pela sociedade e pelos oacutergatildeos de controle interno e
externo
Informaccedilotildees importantes e novos conceitos foram trabalhados para que a
transparecircncia seja possiacutevel No artigo 53 do mesmo diploma legal trata de
informaccedilotildees que acompanharatildeo os relatoacuterios resumidos da execuccedilatildeo
orccedilamentaacuteria Satildeo elas apuraccedilatildeo da RCL receitas e despesas previdenciaacuterias
quando cabiacuteveis resultado nominal e primaacuterio despesas com juros restos a
pagar projeccedilotildees atuariais dos regimes de previdecircncia social geral e proacuteprio
dos servidores puacuteblicos variaccedilatildeo patrimonial evidenciando a alienaccedilatildeo de
ativos e a aplicaccedilatildeo dos recursos dela decorrentes da limitaccedilatildeo de empenhos
e da frustraccedilatildeo de receitas especificando as medidas de combate agrave sonegaccedilatildeo
e agrave evasatildeo fiscal adotadas e a adotar e as accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e cobranccedila
65
A LRF trabalhou juntamente com a transparecircncia o fortalecimento do controle
determinando responsabilidades pelas informaccedilotildees do relatoacuterio de gestatildeo
fiscal No artigo 20 trata das responsabilidades do presidente e demais
membros da mesa diretora dos Legislativos ou oacutergatildeo decisoacuterio equivalente
Nos regimentos internos destes oacutergatildeos devem constar as responsabilidades
do presidente e de demais membros da mesa diretora Nos oacutergatildeos do Poder
Judiciaacuterio no ministeacuterio puacuteblico da Uniatildeo e dos Estados da mesma forma
Aleacutem disso traz a responsabilizaccedilatildeo pelas informaccedilotildees dos responsaacuteveis pela
administraccedilatildeo financeira e pelo controle interno Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 275) de quatro em quatro meses a
Prefeitura e a Cacircmara de Vereadores cada uma emitiraacute o segundo relatoacuterio de
verificaccedilatildeo orccedilamentaacuteria agrave luz da LRF o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal ndash RGF Haacute
o RGF do Poder Executivo assinado pelo Prefeito Secretaacuterio ou Diretor de
Financcedilas e tambeacutem por quem responde pelo controle interno De igual modo
haacute o RGF do Poder Legislativo chancelado por toda a Mesa Diretora da
Cacircmara dos Vereadores pelo responsaacutevel financeiro e ainda pelo servidor
que titulariza o controle interno
Apoacutes tratado sobre o planejamento e os pontos estrateacutegicos da LRF
realizaremos um estudo o sobre a gestatildeo do orccedilamento puacuteblico
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
231 Introduccedilatildeo
A Lei de Responsabilidade Fiscal dentre as diversas contribuiccedilotildees para as
financcedilas puacuteblicas brasileiras teve seguramente como principal objetivo o
66
ldquoequiliacutebrio das contas puacuteblicasrdquo consagrado como princiacutepio por diversos
doutrinadores
Na elaboraccedilatildeo dos trecircs mais importantes instrumentos de planejamento PPA
LDO e a LOA os Municiacutepios e os outros entes federados buscam o equiliacutebrio
entre receitas e despesas fundamentados em princiacutepios contidos na Lei
Federal 4320 de 1964 e reafirmados pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Embora esses trecircs instrumentos de planejamento mencionados sejam de
fundamental importacircncia natildeo haacute garantias de equiliacutebrio financeiro por mais
eficientes que sejam os departamentos ou teacutecnicos orccedilamentistas As
estimativas das receitas e a fixaccedilatildeo das despesas satildeo projetadas para um
exerciacutecio inteiro A LRF para tentar conciliar a autorizaccedilatildeo prevista na LOA
com a efetiva execuccedilatildeo do orccedilamento anual instituiu a programaccedilatildeo
financeira cronograma mensal de desembolso metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo e cotas Analisaremos detalhadamente cada um destes itens
instituiacutedos pela LRF
232 Programaccedilatildeo Financeira
Natildeo podemos afirmar que em nenhum Municiacutepio exista uma regularidade nas
entradas das receitas por mais precisa que seja a previsatildeo pois receitas como
o IPTU12 o IPVA13 e o ICMS14 tem ocorrecircncia maior no inicio do exerciacutecio
Por isso antes que se inicie a execuccedilatildeo do orccedilamento ou seja do
planejamento traccedilado eacute preciso que o gestor tome iniciativa de traccedilar planos
orccedilamentaacuterios e financeiros mais detalhados abrangendo espaccedilos menores de
tempo que possibilitem uma adequaccedilatildeo temporal e financeira compatiacutevel com
as despesas a serem executadas
12 Imposto Predial e Territorial Urbana tributo municipal instituiacutedo pelo Constituiccedilatildeo Federal de 1988 13 Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotivos 14 Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
67
A programaccedilatildeo financeira foi inserida na gestatildeo do orccedilamento municipal por
meio do Art 8ordm da Lei de Responsabilidade Fiscal descrito a seguir
Art 8ordm Ateacute trinta dias apoacutes a publicaccedilatildeo dos orccedilamentos nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e observando o disposto na aliacutenea c do inciso I do artigo 4ordm o Poder Executivo estabeleceraacute a programaccedilatildeo financeira e o cronograma de execuccedilatildeo mensal de desembolso Paraacutegrafo Uacutenico Os recursos legalmente vinculados agrave finalidade especiacutefica seratildeo utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculaccedilatildeo ainda que em exerciacutecio diverso daquele em que ocorrer o ingresso
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) este dispositivo visa a ajustar os
compromissos do governo agrave efetiva existecircncia de numeraacuterios e a evitar
insuficiecircncias de tesouraria Dessa forma eacute que empreacutestimos de curto prazo e
operaccedilatildeo de creacutedito por antecipaccedilatildeo da receita orccedilamentaacuteria (ARO) poderatildeo
ser evitadas Este dispositivo serve ainda para compatibilizar as entradas das
receitas com a execuccedilatildeo das despesas especialmente as de caraacuteter
discricionaacuterio do governo
Para o autor ocorre uma controveacutersia entre este dispositivo e o artigo 47 da Lei
Federal 4320 que estabelecia uma programaccedilatildeo financeira trimestral No
entanto prevalece o dispositivo mais recente Assim a planificaccedilatildeo financeira
passa vigorar mensalmente
Considerando que anterior a LRF existiam percentuais mais elevados de
deacuteficitrsquos financeiros com maacute aplicaccedilatildeo do disposto na Lei Federal 4320 a
utilizaccedilatildeo eficiente de um controle mensal tornou-se necessaacuteria Importante
mencionar que nesta programaccedilatildeo devem ser considerados todos os creacuteditos
os iniciais fixados os demais que venham ocorrer como suplementares
especiais e extraordinaacuterios e ainda os restos a pagar dos exerciacutecios anteriores
porventura existentes
Os recursos carimbados ou vinculados conforme citado no artigo acima
devem ter sua utilizaccedilatildeo exclusivamente direcionadas para seus fins
68
acordados caso ocorram sobras elas poderatildeo ser utilizadas em exerciacutecio
adverso desde que atenda ao estabelecido em instrumento inicial
Podemos dizer que estes recursos satildeo pequenos orccedilamentos dentro do
orccedilamento geral do Municiacutepio Eles devem obedecer a um equiliacutebrio particular
evitando sobras utilizaccedilatildeo indevida devoluccedilatildeo de recursos e
consequumlentemente evitando aplicaccedilatildeo de penalidades pelos oacutergatildeos de
fiscalizaccedilatildeo externa e pelo ministeacuterio puacuteblico
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 74) os saldos financeiros remanescentes
continuam pertencendo ao ente Por isso eacute que poderiam mesmo ter sua
utilizaccedilatildeo em exerciacutecio adverso ao seu ingresso
A LRF contribuiu para a aplicaccedilatildeo e controle das financcedilas Para isso instituiu
normas que sua aplicaccedilatildeo efetiva pelas entidades depende de iniciativa para
sua regulamentaccedilatildeo A Uniatildeo sujeita agraves normas regulamentou por meio do
anexo VI da Portaria interministerial MFMP Nordm 125 de 19 de maio de 2006 sua
programaccedilatildeo financeira para 2006 conforme tabela a seguir
69
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira
ANEXO VI DA PORTARIA INTERMINISTERIAL MFMP Nordm 125 DE 19 DE MAIO DE 2006
VALORES AUTORIZADOS PARA PAGAMENTO RELATIVOS A DOTACcedilOtildeES CONSTANTES
DA LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA PARA 2006 E AOS RESTOS A PAGAR DE 2005 Data de atualizaccedilatildeo 09012007 R$ Mil
ATEacute MAI ATEacute JUN ATEacute JUL ATEacute AGO ATEacute SET ATEacute OUT ATEacute NOV ATEacute DEZ OacuteRGAtildeOS EOU UNIDADES ORCcedilAMENTAacuteRIAS
20101 PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 295802
349209
452616
506022
550988
595953
691918
810026
20102 GAB DA VICE-PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 998
1198
1398
1698
1868
2037
2721
2890
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIAtildeO 39814
45524
51234
60345
67704
75063
79922
94781
22000 MIN DA AGRIC PEC E ABASTECIMENTO 238546
354485
400424
460563
526646
589462
674777
874179
24000 MIN DA CIEcircNCIA E TECNOLOGIA 616141
788828
954130
1198017
1312077
1449359
1695323
2234942
25000 MIN DA FAZENDA 461494
607980
760465
1052064
1306841
1372881
1458411
1589215
26000 MIN DA EDUCACcedilAtildeO 2431224
3091435
3528998
4166209
4865611
5568436
6271262
7064088
28000 MIN DO DESENV IND E COMEacuteRCIO EXTERIOR 90763
99587
125231
134555
152459
159337
166214
214091
30000 MIN DA JUSTICcedilA 456383
541391
653548
765704
862253
958802
1055351
1231900
32000 MIN DE MINAS E ENERGIA 85465
114630
143796
186053
210688
258607
306525
379444
33000 MIN DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL 299527
457649
539558
625468
711378
797288
883197
969107
35000 MIN DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES 347097
377226
407355
467485
520419
633354
716289
885223
70
36000 MIN DA SAUacuteDE 13050504
15924886
18815009
21705132
24482919
27260706
30038492
34588170
38000 MIN DO TRABALHO E EMPREGO 161118
181567
251612
341578
364691
387805
410918
452031
39000 MIN DOS TRANSPORTES 668160
749053
829946
1077339
1286381
1602422
1671464
2335793
41000 MIN DAS COMUNICACcedilOtildeES 122628
142098
161667
190557
220868
264603
308338
363472
42000 MIN DA CULTURA 155156
182753
213850
257547
278457
301566
325476
384885
44000 MIN DO MEIO AMBIENTE 115444
158213
193482
243551
271981
301461
329891
403421
47000 MIN DO PLANEJ ORCcedilAMENTO E GESTAtildeO 144840
168562
207104
238386
281455
309915
368376
443436
49000 MIN DO DESENVOLVIMENTO AGRAacuteRIO 285471
723196
934922
1036647
1112176
1406829
1706481
2012818
51000 MIN DO ESPORTE 106895
181039
217283
244027
260430
325044
388858
507842
52000 MIN DA DEFESA 784728
1042536
1215345
1520953
1989733
2341660
2696194
3687152
53000 MIN DA INTEGRACcedilAtildeO NACIONAL 352210
382066
495608
580249
693417
778159
841451
1077819
54000 MIN DO TURISMO 108586
198430
278459
333388
346698
402446
466194
700142
55000 MIN DO DESENV SOCIAL E COMB Agrave FOME 478367
705610
932852
1160095
1369197
1852448
2335700
2736782
56000 MIN DAS CIDADES 202042
299230
412819
440908
452024
485141
531557
1003796
71000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIAtildeO 96894
153836
167777
209719
249063
288408
327752
366096
73101 RECURSOS SOB SUPERV DO MIN DA FAZENDA 39869
43845
47820
52496
56272
60049
63825
67601
74000 OPERACcedilOtildeES OFICIAIS DE CREacuteDITO 34330
37521
40713
53740
53740
53740
53740
78740
TOTAL GERAL 22270494 28103583 33435022 39310495 44858433 50882980 56866619 67559884
Fonte httpwwwtesourofazendagovbrprogramacao_financeira horaacuterio 2200 do dia 040208
71
Na Uniatildeo segundo Giacomoni (2007 p 318) a principal norma
disciplinadora eacute o Decreto-lei ndeg 20067 que define a programaccedilatildeo
financeira de desembolso como instrumento baacutesico do planejamento
Especificamente os artigos 17 e 72 a seguir descritos
Art 17 Para ajustar o ritmo de execuccedilatildeo do orccedilamento-programa ao fluxo provaacutevel de recursos o Ministeacuterio do Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral e o Ministeacuterio da Fazenda elaboraratildeo em conjunto a programaccedilatildeo financeira de desembolso de modo a assegurar a liberaccedilatildeo automaacutetica e oportuna dos recursos necessaacuterios agrave execuccedilatildeo dos programas anuais de trabalhatildeordquo e ldquoArt 72 Com base na lei orccedilamentaacuteria creacuteditos adicionais e seus atos complementares o oacutergatildeo central da programaccedilatildeo financeira fixaraacute as cotas e prazos de utilizaccedilatildeo de recursos pelos oacutergatildeos da Presidecircncia da Repuacuteblica pelos ministeacuterios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciaacuterio para atender agrave movimentaccedilatildeo dos creacuteditos orccedilamentaacuterios
Na Uniatildeo os artigos do referido decreto que tratam de programaccedilatildeo
financeira satildeo inseridos a cada exerciacutecios financeiro da LDO
disciplinando a execuccedilatildeo financeira
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do orccedilamento geralmente eacute dado atenccedilatildeo especial
para realizaccedilatildeo da despesa A LRF inovou e dedicou artigos importantes para
as receitas puacuteblicas esquecidas especialmente pelos Municiacutepios A praacutetica de
calcular as despesas e apoacutes equilibraacute-las sem criteacuterio com a receita natildeo se
admite mais
O artigo 12 jaacute trabalha regras para o processo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria como se segue
Art 12 As previsotildees de receita observaratildeo as normas teacutecnicas e legais consideraratildeo os efeitos das alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo da variaccedilatildeo do iacutendice de preccedilos do crescimento econocircmico ou de qualquer outro fator relevante e seratildeo acompanhadas de
72
demonstrativo de sua evoluccedilatildeo nos uacuteltimos trecircs anos da projeccedilatildeo para os dois seguintes agravequele a que se referirem e da metodologia de caacutelculo e premissas utilizadasrdquo
Dessa forma estaria no miacutenimo qualquer dos entes federados ao superestimar
a receita desobedecendo ao princiacutepio da legalidade expressamente definido
no artigo 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal
A execuccedilatildeo do orccedilamento foi regulamentada pelo artigo 13 d LRF abaixo
transcrito
Art 13 No prazo previsto no art 8o as receitas previstas seratildeo desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo com a especificaccedilatildeo em separado quando cabiacutevel das medidas de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos tributaacuterios passiacuteveis de cobranccedila administrativa (grifo nosso)
Ateacute 30 dias apoacutes a publicaccedilatildeo da LOA eacute necessaacuterio que o municiacutepio aleacutem de
elaborar programaccedilatildeo financeira estabelecida no artigo 8ordm providencie o
desdobramento das receitas estimadas anualmente em metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
Poreacutem o entendimento da doutrina eacute que para se chegar em metas bimestrais
conforme previsto na lei seria necessaacuterio o desdobramento inicialmente em
metas mensais A forma mais apropriada para a construccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira mensal estaacute conforme estabelecida no artigo 8ordm Ressalta-se que
como todo planejamento a receita tambeacutem tem inconstacircncias e uma revisatildeo
perioacutedica seria apropriada para natildeo afetar as metas estabelecidas
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 98) o detalhamento bimestral aleacutem do
mais fundamenta-se no comportamento oscilante natildeo linear em decorrecircncia
do IPTU pago a vista da transferecircncia de 50 do IPVA e de um ICMS
alentado pelas vendas de fim de ano A receita municipal ingressa com mais
vigor no iniacutecio do exerciacutecio depois flutua em virtude do niacutevel da atividade
73
econocircmica seja ela local regional ou nacional Por isso o orccedilamentista se
basearaacute na execuccedilatildeo ocorrida em exerciacutecios preteacuteritos
Em seguir apresenta-se tabela demonstrando as metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
74
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO MUNICIacutePIO OacuteRGAcircO BIMESTRE META DE ARRECADACcedilAtildeO RECEITA ARRECADA DIFERENCcedilA1ordm 2ordm 3ordm 4ordm 5ordm 6ordm TOTAL Observaccedilotildees ndash Medidas adotadas quando cabiacuteveis de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos passiacuteveis de cobranccedila administrativa ____________________________________ __________________________________ ____________________________________ ORDENADOR CONTADOR CONTROLE INTERNO
Fonte TCEMG - Adaptaccedilatildeo do Autor
75
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
Eacute comum que leis e atos instituiacutedos nos Municiacutepios natildeo sejam obedecidos
pelas unidades orccedilamentaacuterias e pelas entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta O caminho para garantir que seja cumprida a programaccedilatildeo financeira
especialmente para os que ainda insistem em elaborar leis orccedilamentaacuterias com
receitas superestimadas eacute a instituiccedilatildeo de cotas financeiras
Para corrigir possiacuteveis falhas de planejamento eacute necessaacuterio que durante a sua
execuccedilatildeo sejam corrigidas as distorccedilotildees Assim sendo a soluccedilatildeo eacute promover a
limitaccedilatildeo de gastos durante a execuccedilatildeo do orccedilamento por meio das cotas
levando-se em consideraccedilatildeo a receita efetivamente arrecadada e natildeo o
montante do orccedilamento autorizado pelo Legislativo
Os artigos 47 e 48 da Lei Federal 4320 de 1964 como transcritos a seguir jaacute
tratavam deste tema
Art 47 Imediatamente apoacutes a promulgaccedilatildeo da Lei de Orccedilamento e com base nos limites nela fixados o Poder Executivo aprovaraacute um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orccedilamentaacuteria fica autorizada a utilizar Art 48 A fixaccedilatildeo das cotas a que se refere o artigo anterior atenderaacute aos seguintes objetivos a) assegurar agraves unidades orccedilamentaacuterias em tempo uacutetil a soma de recursos necessaacuterios e suficientes agrave melhor execuccedilatildeo do seu programa anual de trabalho b) manter durante o exerciacutecio na medida do possiacutevel o equiliacutebrio entre a receita arrecada e a despesa realizada de modo a reduzir ao miacutenimo eventuais insuficiecircncias de tesouraria (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) o art 8ordm da LRF natildeo contradiz o
dispositivo mencionado pois a programaccedilatildeo financeira poderaacute continuar
trimestral e as regras para o desembolso ficariam mensais
Tal medida serve para ldquodosarrdquo a execuccedilatildeo da despesa e o instrumento que
permite isto satildeo as cotas A cota limita a execuccedilatildeo do orccedilamento pois embora
76
exista um valor previsto para o exerciacutecio este natildeo pode ser executado de uma
uacutenica vez e aleacutem disso depende da realizaccedilatildeo das receitas
Eacute importante que a distribuiccedilatildeo seja de acordo com as necessidades de cada
unidade orccedilamentaacuteria ou gestora da entidade Deve-se levar em consideraccedilatildeo
as receitas vinculadas e obedecer a criteacuterios miacutenimos como por grupo de
despesa conforme classificaccedilatildeo da portaria 42 da STN
As cotas financeiras aleacutem de atender ao planejamento do cronograma de
desembolso previsto auxiliam o gestor principalmente no uacuteltimo ano de
mandato no controle da disponibilidade de caixa atraveacutes de um fluxo de caixa
para atendimento do disposto no artigo 42 conforme descrito a seguir
Art 42 Eacute vedado ao titular de Poder ou oacutergatildeo referido no art 20 nos uacuteltimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigaccedilatildeo de despesa que natildeo possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenha parcelas a serem pagas no exerciacutecio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito Paraacutegrafo uacutenico Na determinaccedilatildeo da disponibilidade de caixa seratildeo considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar ateacute o final do exerciacutecio
As cotas podem auxiliar tambeacutem no cumprimento das metas de resultado
primaacuterio e nominal caso as metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo natildeo atinjam
niacuteveis necessaacuterios
Eacute importante destacar que a cota eacute um instrumento que flexibiliza a gestatildeo
considerando que para sua construccedilatildeo deve haver participaccedilatildeo ativa de todos
os ordenadores de despesa
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
Para a construccedilatildeo do conceito de fluxo de caixa seguimos um passo
importante que foi o entendimento de conceitos fundamentais como metas de
77
arrecadaccedilatildeo programaccedilatildeo financeira e cotas Como vimos sugere-se que
haja em primeiro lugar o estabelecimento das metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo ou mensais que daratildeo suporte para elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira que por sua vez daraacute sustentaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das cotas
Eacute necessaacuterio que haja uma integraccedilatildeo de todos os departamentos da entidade
puacuteblica municipal seja ela do Executivo ou Legislativo da administraccedilatildeo direta
ou indireta para que as ferramentas proporcionem uma autonomia monitorada
Trabalhar com o cronograma de cota proporcionaraacute agraves unidades
administrativas a autonomia para trabalharem dentro de limites
preestabelecidos Assim tambeacutem cada despesa precisa de informaccedilotildees que a
classifiquem no cronograma de desembolso
O cronograma de Desembolso por cota (das despesas orccedilamentaacuterias) do
Executivo pode ser elaborado conforme a expectativa de disponibilidade de
caixa da entidade ou seja descontando os compromissos jaacute tidos como certos
como por exemplo transferecircncias para o Legislativo transferecircncias financeiras
para Fundos Especiais e restos a pagar
Com o controle de cotas torna-se evidente o alcance ou permanecircncia do
equiliacutebrio fiscal tendo em vista que existiraacute a informaccedilatildeo para que a medida
seja tomada ou natildeo quanto agrave realizaccedilatildeo da despesa
Isso natildeo implica que os desembolsos sejam iguais agraves cotas Eles podem ser
inferiores com o objetivo de economizar para um periacuteodo seguinte Esses
valores tambeacutem poderatildeo ser alterados para mais conforme a necessidade da
unidade orccedilamentaacuteria desde seja negociado com o gestor das cotas e demais
unidades envolvidas na mudanccedila
Ao assumir um compromisso torna-se imprescindiacutevel contemplar informaccedilatildeo
que defina a previsatildeo de pagamento das parcelas dos contratos
especialmente os de natureza continuada e os demais ou outro instrumento
78
que venha substituiacute-lo
O pagamento de cada compromisso no respectivo mecircs estaraacute limitado ao saldo
disponibilizado no Cronograma de Desembolso por cota
O fluxo de caixa aliado ao cronograma de desembolso deve observar os
limites legais de aplicaccedilatildeo dos recursos vinculados a gastos tais como ensino
sauacutede entre outros e por outro lado garantir o cumprimento de despesas com
pessoal e de outras jaacute compromissadas
Conforme Aguilar e outros (2004 p 23) eacute necessaacuterio um instrumento de
gestatildeo que demonstre o reflexo das decisotildees governamentais no equiliacutebrio das
contas ao longo do tempo no momento em que o mesmo eacute cogitado
Mesmo a lei natildeo tendo de forma explicita mencionado o termo ldquoFluxo de
Caixardquo seja projetado ou realizado ela deixa claro a intenccedilatildeo em seu objetivo
principal o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Os instrumentos mencionados ndash
metas bimestrais e cronograma mensal de desembolso satildeo insuficientes para
demonstrar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Eles natildeo tratam de detalhes como
por exemplo os saldos financeiros das contas bancaacuterias anteriores e
posteriores e somente levam em consideraccedilatildeo a competecircncia do exerciacutecio
financeiro em execuccedilatildeo Daiacute a importacircncia da implementaccedilatildeo do fluxo de
caixa
E para reafirmar a necessidade de um fluxo de caixa a LRF instituiu a limitaccedilatildeo
de empenho da despesa quando comprovado o natildeo-cumprimento de metas de
resultado primaacuterio e nominal O controle de fluxo de caixa previsto pode
colaborar na tomada de decisatildeo de limitaccedilatildeo de empenho quando apresenta
resultado insatisfatoacuterio
Art 9o Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos
79
montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Neste instrumento de planejamento financeiro devem ser levadas em
consideraccedilatildeo as despesas mensais fixas ou de caraacuteter continuado tais como
contratos folha de pagamento encargos sociais serviccedilos puacuteblicos de telefone
energia eleacutetrica e aacutegua juros e encargos da diacutevida transferecircncias financeiras a
entidades entre outras O ldquofluxo de caixa previstordquo atende bem a esta
demanda por ser um recurso muito divulgado que demonstra o
comportamento financeiro futuro tanto em longo quanto em curto prazo
Geralmente o ldquofluxo de caixardquo eacute um dispositivo utilizado na iniciativa privada e
na administraccedilatildeo puacuteblica Satildeo raras ou inexistentes as publicaccedilotildees na aacuterea
puacuteblica sobre como elaboraacute-lo e utilizaacute-lo de forma integrada aos diplomas
legais e ao processo decisoacuterio
Observa-se que a maioria dos instrumentos de gestatildeo eacute pouco utilizada e
quando utilizada depende de normas legais especiacuteficas e riacutegidas
Na anaacutelise da funccedilatildeo econocircmica-financeira deve-se procurar responder questotildees relativas a qual a composiccedilatildeo da receita E das despesas O grau de endividamento os indicadores de liquidez indicadores de rentabilidade sistema de planejamento e controle financeiro sistema de contabilidade e folha de pagamento relacionamento com bancos (Monteiro 1997 p 66)
Os Municiacutepios satildeo obrigados a aplicar um limite miacutenimo dos recursos recebidos
de impostos e transferecircncias constitucionais em educaccedilatildeo e sauacutede Isso deve
ser considerado na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa Em geral administram-se
muitos recursos vinculados a uma finalidade especiacutefica sendo vedado o seu
uso para fins diversos A LRF em seu art 50 I determina que ldquoa
disponibilidade de caixa constaraacute de registro proacuteprio de modo que os recursos
vinculados a oacutergatildeo fundo ou despesa obrigatoacuteria fiquem identificados e
escriturados de forma individualizadardquo O fluxo de caixa deve ser adequado ao
plano de contas da entidade puacuteblica Pode-se vincular os recursos do Ativo
80
Financeiro assim como uma reserva que recomenda-se denominar de
provisatildeo
Na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa eacute imprescindiacutevel o esforccedilo do gestor para
alocar os recursos financeiros aos compromissos assumidos O planejamento e
o controle permitiratildeo que o gestor possa evitar a busca de recursos de
terceiros ou seja os empreacutestimos por meio de antecipaccedilatildeo de receitas
orccedilamentaacuterias ou mesmo financiamentos em longo prazo No proacuteximo capiacutetulo
seraacute tratado da metodologia de pesquisa adotada para esta dissertaccedilatildeo
81
3 METODOLOGIA
31 Estrateacutegia de Pesquisa
Para a pesquisa quanto a sua natureza utilizou-se a qualitativa que segundo
Godoy (1995 p 62) ldquotem como objetivo o estudo e a anaacutelise do mundo
empiacuterico em seu ambiente naturalrdquo
A pesquisa foi realizada em duas etapas sendo a primeira por meio de um
levantamento bibliograacutefico que se constitui segundo Vergara (2000 p 48) em
um estudo sistematizado desenvolvido com base em materiais puacuteblicos tais
como leis livros revistas jornais redes eletrocircnicas
Para a segunda etapa utilizou-se ldquoEstudos de Casordquo como estrateacutegia de
pesquisa que conforme Yin (2001 p 27) eacute uma estrateacutegia escolhida ao se
examinar acontecimentos contemporacircneos mas quando natildeo se podem
manipular comportamentos relevantes
A pesquisa conta ainda com uma variante que eacute conforme Yin (2001 p 33) o
estudo de caso muacuteltiplo tendo em vista que seratildeo investigados quatro
Municiacutepios objetos de nosso estudo
Para maior seguranccedila foi realizado um preacute-teste para avaliar o comportamento
dos entrevistados antes da aplicaccedilatildeo efetiva na amostra escolhida Com isso
poderemos manter a estrateacutegia escolhida ou modificaacute-la em tempo necessaacuterio
No preacute-teste foram entrevistados quatro participantes sendo Secretaacuterio de
planejamento Superintendente de Financcedilas Coordenadora do Fundo
Municipal de Sauacutede e Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo
82
311 Universo e amostra
O universo da pesquisa objeto desta investigaccedilatildeo foi formado por Municiacutepios
mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes
Foram pesquisados Municiacutepios com mais 50000 mil habitantes nos itens
Divida Consolidada gastos com pessoal evoluccedilatildeo de restos a pagar gastos
com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia gastos com
educaccedilatildeo Para mediccedilatildeo comparamos os valores aplicados nos itens
relacionados anteriormente com a Receita Corrente Liacutequida de cada exerciacutecio
os exerciacutecios escolhidos para investigaccedilatildeo foram 1998 a 2006 somente os
valores inscritos em restos a pagar foram comparados com os valores
disponiacuteveis em bancos e caixa
Para esta etapa a amostra utilizada foram 60 Municiacutepios dos 67 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes conforme IBGE e demonstrados no quadro 22
da pesquisa Os 60 utilizados foram os que possuiacuteam todos os dados
necessaacuterios e em conformidade com a proposta da pesquisa
Jaacute para a pesquisa com mais profundidade de detalhes a amostra escolhida
seguiu criteacuterio de importacircncia regional pela localizaccedilatildeo e pela facilidade de
acesso aos Municiacutepios em funccedilatildeo de atividade profissional que para Vergara
(2000 p 50) eacute o tipo de amostra natildeo probabiliacutestica e como criteacuterio de
acessibilidade eacute a que longe de qualquer procedimento estatiacutestico seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles
Foram analisados os Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso conforme dados apresentados no quadro 8 a seguir
83
QUADRO 8
Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para Estudos de Caso Municiacutepio Localizaccedilatildeo Aacuterea em Kmsup2 Populaccedilatildeo
Alfenas Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo de Alfenas
85133 kmsup2 75899
Juiz de Fora Macrorregiatildeo da Mata Microrregiatildeo
de Juiz de Fora
143387 kmsup2 501153
Paraacute de Minas Macrorregiatildeo Central Microrregiatildeo
de Paraacute de Minas
54357 kmsup2 80409
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
81372 kmsup2 64150
Fonte IBGE ndash Adaptaccedilatildeo do Autor
FIGURA 1 - Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo Horizonte Fonte Elaborado pelo autor
84
312 Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada utilizando-se dois instrumentos
complementares anaacutelise documental e entrevistas dirigidas e semi-
estruturadas
As informaccedilotildees para pesquisa dos 60 Municiacutepios foram extraiacutedas do sistema
Financcedilas Brasil (FINBRA) da STN
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 periacuteodo anterior durante e
apoacutes vigecircncia da LRF
Os exerciacutecios escolhidos para anaacutelise em profundidade nos quatro Municiacutepios
ndash 1998 e 2006 ndash representam meados de mandato especificamente o
segundo ano para que nenhuma outra caracteriacutestica peculiar aos outros anos
afetasse resultado O primeiro periacuteodo compreende o mandato de 1997 a 2000
anterior agrave vigecircncia da LRF e o segundo de 2005 a 2008 posterior agrave instituiccedilatildeo
da LRF
A escolha dos entrevistados seguiu criteacuterios de envolvimento no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e que trabalharam na elaboraccedilatildeo e
gestatildeo dos instrumentos de planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro tanto para
o exerciacutecio de 1998 quanto para de 2006
A seguir quadro dos Municiacutepios com cargos aacutereas de atuaccedilatildeo e quantidade
de entrevistas realizadas em cada municiacutepio
85
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de entrevistas
MUNICIacutePIOS ENTREVISTADOS AacuteREA EXERCIacuteCIOS QUANTIDADE
ENTREVISTAS Alfenas Secretaacuterios Municipais
planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede e Assessoria Teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede
Nenhuma
Juiz de Fora Chefe de Orccedilamento e Assessores Teacutecnicos
Planejamento 04
Paraacute de Minas Secretaacuterios Municipais de Planejamento e Assessorias Teacutecnicas
Planejamento 01
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Secretaacuterios Municipais de Planejamento Sauacutede Educaccedilatildeo e assessoria teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo e Sauacutede
1998 e 2006
03
Fonte Elaborado pelo autor
Considerou-se para esta pesquisa o meio eletrocircnico como o mais apropriado
para o encaminhamento das entrevistas Apoacutes encaminhaacute-las confirmou-se
via telefone o recebimento Posteriormente foi efetuada a visita ldquoin locordquo para
fechamento e validaccedilatildeo dos trabalhos
A seguir quadros com especificaccedilatildeo dos blocos para roteiro de levantamento
documental e entrevistas
QUADRO 10
Blocos para levantamento documental
Os levantamentos foram realizados ldquoin locordquo em arquivos ou informaccedilotildees veiculados nos siacutetios dos Municiacutepios do Tribunal de Contas do Estado Secretaria do Tesouro Nacional Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo dentre outros disponiacuteveis O objetivo foi identificar aspectos de ordem teacutecnica que estatildeo estruturados em roteiro para exame a seguir especificado BLOCO I Roteiro para levantamento de dados dos 60 Municiacutepios ndash Despesas com
endividamento pessoal e restos a pagar gastos com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo dos Municiacutepios do Estado de Minas Gerais com mais de 50000 mil habitantes com cruzamento de dados entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
BLOCO II Roteiro para levantamento documental dos quatro Municiacutepios ndash Estrutura do Executivo e Processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria ndash 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo autor
86
QUADRO 11 Blocos para entrevistas
BLOCO I Processo de participaccedilatildeo e construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento
dirigidas aos Secretaacuterios de Planejamento e Financcedilas e Assessores e Teacutecnicos da aacuterea de planejamento trabalhou-se questotildees sobre construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento processo de participaccedilatildeo da sociedade e ciclo de planejamento aplicado
BLOCO II Processo de elaboraccedilatildeo dos Instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios de Sauacutede
BLOCO III Processo de elaboraccedilatildeo dos instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios Municipais de Educaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor
87
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
41 Anaacutelise dos Dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 A avaliaccedilatildeo foi realizada por
meio de dados obtidos de 60 Municiacutepios mineiros em um universo de 67 com
mais de 50000 mil habitantes segundo dados estimados pelo IBGE em 2004
As informaccedilotildees acima foram extraiacutedas do sistema Financcedilas Brasil (FINBRA) da
STN
Todos os iacutendices ou percentuais constantes do quadro 14 a seguir foram
obtidos da comparaccedilatildeo entre os gastos informados no quadro quando
comparados com a RCL dos 60 Municiacutepios pesquisados Estes dados satildeo
consolidados de todos os Municiacutepios e foram comparados a cada exerciacutecio
realizando a evoluccedilatildeo no periacuteodo proposto para esta pesquisa A uacutenica
exceccedilatildeo eacute a despesa com restos a pagar que eacute comparada com a
disponibilidade financeira em bancos e caixa de cada exerciacutecio
A seguir quadro 12 com os sete iacutendices ou percentuais analisados objeto da
anaacutelise mencionada
88
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos
ORDEM INDICADORES EXERCIacuteCIOS
01 PCGP ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal 02 PCGPF ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por
Faixa 03 PEC ndash Percentual de Endividamento Consolidado 04 PRPDF ndash Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade
Financeira de Caixa e Bancos 05 PGSSRCL ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento
x Receita Corrente Liacutequida 06 PGAPRCL ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia e
Previdecircncia x Receita Corrente Liacutequida 07 PGECRCL ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x
Receita Corrente Liacutequida
1998 a 2006
Fonte Elaborado pelo autor
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal (PCGP)
4203 3795 3956 41524842 4902
4572 4563 4342
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evoluccedilatildeo Desp Pessoal
GRAacuteFICO 1 ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP Fonte Elaborado pelo autor
O graacutefico representa o percentual aplicado com pessoal somado os valores dos
60 Municiacutepios a partir de 1998 iniciando com 4203 dentro da faixa entre
40 a 50 com exceccedilatildeo de 1999 e 2000 que esteve na faixa entre 30 a
40 chegando em 2006 com 4342 Verifica-se uma oscilaccedilatildeo durante os
nove anos sendo que se atingiu o miacutenimo de 3795 em 1999 um ano antes
da aprovaccedilatildeo da LRF e a maacutexima de 4902 em 2003 logo dois anos apoacutes a
89
vigecircncia da lei fiscal Nos anos seguintes a esta maacutexima haacute um percebiacutevel e
constante decreacutescimo ateacute 2006
90
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa (PCGPF)
000100020003000400050006000700080009000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
20 a 3536 a 4041 a 4546 acima
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF
TABELA 5 - Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
EVOLUCcedilAtildeO DE GASTOS DE PESSOAL POR FAIXA PERCENTUAL
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 FAIXA QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE
20 a 35 7 1167 8 1333 3 500 6 1000 2 333 1 167 3 500 5 833 4 66736 a 40 2 333 7 1167 6 1000 10 1667 9 1500 4 667 8 1333 5 833 6 100041 a 45 6 1000 10 1667 11 1833 6 1000 10 1667 9 1500 14 2333 18 3000 12 200046 acima 45 7500 35 5833 40 6667 38 6333 39 6500 46 7667 35 5833 32 5333 38 6333
GRAacuteFICO 2 ndash Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
Fonte Elaborado pelo Autor
Fonte Elaborado pelo Autor
91
O PCGPF foi formado pela distribuiccedilatildeo entre os 60 Municiacutepios pesquisados
separando-se por faixa de gastos com pessoal Na primeira faixa 20 a 35
iniciado em 1998 com 7 Municiacutepios representando 1167 da amostra
chegando em 2006 4 representando 667 da amostra A segunda faixa
analisada foi quem gastou entre 36 a 40 tendo iniciado em 1998 com 2
Municiacutepios representando 333 da amostra chegando em 2006 com 6
representando 10 da amostra A terceira faixa analisada eacute quem gastou entre
41 a 45 tendo iniciado em 1998 com 6 representando 10 da amostra
chegando em 2006 com 12 representando 20 da amostra A quarta e uacuteltima
faixa eacute quem gastou acima de 46 tendo iniciado em 1998 com 45
representando 75 da amostra chegando em 2006 com 38 representando
6333 da amostra
Percebi-se que uma oscilaccedilatildeo significativa na menor faixa analisada com uma
diminuiccedilatildeo de Municiacutepios de 7 para 4 Outra faixa que chamou a atenccedilatildeo foi a
quarta quem gastava acima de 46 com uma variaccedilatildeo de 45 para 38
Municiacutepios
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
PERCENTUAL DE ENDIVIDAMENTO PUacuteBLICO (PEC)
1809
2358 21962352
2540 2577
20182228
2561
000
500
1000
1500
2000
2500
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Diacutevida
GRAacuteFICO 3 ndash Percentual de Endividamento Consolidado Fonte Elaborado pelo Autor
92
O PEC iniciou em 1998 com um percentual de 2358 dentro da faixa entre 20
a 25 chegando a 2006 com 1809 passando para a faixa entre 15 a
20 Os dois percentuais estatildeo dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluccedilatildeo 40 do Senador Federal
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e Bancos ndash PRPDF
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira
00020000000000400000000006000000000080000000000
100000000000120000000000140000000000160000000000180000000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Restos a pagarDisponibilidade Financeira
GRAacuteFICO 4 ndash Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 os valores nominais iniciaram com mais de R$ 60000000000
(seiscentos milhotildees de reais) com Restos a Pagar com uma disponibilidade
financeira abaixo de R$ 20000000000 (duzentos milhotildees de reais) Chegou-
se em 2006 com uma situaccedilatildeo inversa com uma Disponibilidade Financeira
acima de R$ 160000000000 (um bilhatildeo e seiscentos milhotildees de reais) e
com restos a pagar inferior a R$ 140000000000 (um bilhatildeo e quatrocentos
milhotildees de reais)
Os nuacutemeros finais representam uma situaccedilatildeo altamente favoraacutevel com um
equiliacutebrio financeiro efetivo mas natildeo podemos deixar que as sobras elevadas
perdurem por um longo tempo no caixa dos governos existem diversas
93
demandas de serviccedilos puacuteblicos o ideal eacute realmente uma igualdade ou uma
sobre menor de recursos
Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira (PRPDF)
8267974994361716316892
27262
5293645050
49609
000
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Indicador de RP 1998 a 2006
GRAacuteFICO 5 ndash Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
O PRPDF iniciou 1998 com percentual de 49609 e chegou em 2006 com
percentual de 8267
O percentual em 2006 eacute altamente favoraacutevel Jaacute o percentual em 1998
representa que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 39609 a
mais do que o disponiacutevel em Bancos e Caixa Os Municiacutepios chegaram em
2006 com uma situaccedilatildeo totalmente inversa e favoraacutevel se eles pagassem tudo
que deviam em restos a pagar sobrariam recursos em bancos e caixa O
indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos a pagar consumiria
somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
94
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente Liacutequida - PGSSRCL
Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL (PGSSRCL)
341433982888 2977 3117 2993
3566 3572
3254
000
1000
2000
3000
4000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL
GRAacuteFICO 6 ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL - PGSSRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGSSRCL natildeo representa um indicador fiscal representa uma medida social
de aplicaccedilatildeo em sauacutede puacuteblica e saneamento tendo iniciado em 1998 com
percentual de 2888 na faixa entre 20 a 30 e chegando em 2006 com
3414 jaacute na faixa entre 30 a 40 o indicador teve ligeira tendecircncia pra cima
no entanto sem variaccedilatildeo consideraacutevel e natildeo afetando o equiliacutebrio das contas
puacuteblicas
95
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL
Percentual de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL (PGAPRCL)
813744739
549 547
805734
802 736
000
200
400
600
800
1000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL
GRAacuteFICO 7 ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL - PGAPRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia x Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL tambeacutem natildeo eacute indicador fiscal eacute uma medida
de investimento social tendo iniciado em 1998 com percentual de 739 e
chegando em 2006 com 813 o indicador oscilou para menos nos anos de
1999 e 2000 retomando uma tendecircncia de crescimento a partir de 2001
permanecendo ateacute 2006
96
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente Liacutequida - PGECRCL
Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL (PGERCL)
22422229220822092530
2805273927712818
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL
GRAacuteFICO 8 ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash PGECRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGECRCL representa um indicador social e iniciou 1998 com percentual de
2818 chegou em 2006 com 2242 os dois na mesma faixa analisada
Como o percentual estaacute somando Educaccedilatildeo e Cultura natildeo foi possiacutevel aferir
se os Municiacutepios cumpriram ou natildeo o percentual constitucional com educaccedilatildeo
o que analisaremos adiante com dados dos quatro Municiacutepios objeto de nosso
estudo mais detalhado
97
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Os exerciacutecios analisados no levantamento documental proposto para pesquisa
nos quatros estudos de caso correspondem a 1998 e 2006 com dados
obtidos na contabilidade nas secretarias de planejamento orccedilamento e gestatildeo
das prefeituras por meio de visita ldquoin locordquo e envio de alguns dados pela
contabilidade das prefeituras Os dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2006
foram obtidos no sitio da Secretaria do Tesouro Nacional Os Municiacutepios
pesquisados foram Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
Como a participaccedilatildeo na pesquisa eacute espontacircnea alguns Municiacutepios natildeo
disponibilizaram todos os dados solicitados
A evoluccedilatildeo dos gastos com pessoal endividamento puacuteblico e com as funccedilotildees
sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo e cultura
foram obtidos da comparaccedilatildeo destes com a RCL de cada Municiacutepio e de cada
exerciacutecio A evoluccedilatildeo dos restos a pagar foi objeto da comparaccedilatildeo com as
disponibilidades financeiras em bancos e caixa de cada municiacutepio
A seguir quadro com siacutentese do levantamento documental realizado nos quatro
Municiacutepios conforme proposta da pesquisa
98
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro Municiacutepios
Ordem levantamento documental Dados especiacuteficos Composiccedilatildeo da administraccedilatildeo puacuteblica do municiacutepio
De quais entidades eacute composto seu municiacutepio
Estrutura organizacional do Executivo Qual eacute a estrutura de organizaccedilatildeo do Poder Executivo de seu Municiacutepio
Informaccedilotildees do programas de governo Quais informaccedilotildees compunham os programas de governo em 1998 e 2006
Despesas constantes do PPA Quais despesas constavam no PPA de 1998 e 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento Qual a aplicaccedilatildeo em sauacutede e saneamento de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia
Qual a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com pessoal Qual a aplicaccedilatildeo em pessoal entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo do endividamento puacuteblico Qual o percentual do endividamento puacuteblico no periacuteodo de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de restos a pagar Qual o percentual de restos a pagar no periacuteodo de 1998 a 2006
Comportamento das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Qual o percentual de suplementaccedilatildeo em 1998 e 2006
Emissatildeo de decretos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Quantos decretos foram emitidos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias no periacuteodo de 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo Autor 421 Municiacutepio de Alfenas
O Municiacutepio de Alfenas eacute formado de Poder Executivo Cacircmara e Fundo
Municipal de Sauacutede todos pertencentes a administraccedilatildeo direta natildeo possuindo
administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional do Executivo eacute composta de
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 ndash Secretaria de Fazenda e Planejamento
99
05 ndash Secretaria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Secretaria de Defesa Social
07 ndash Secretaria de Desenvolvimento Econocircmico Accedilatildeo Regional e Turismo
08 ndash Secretaria de Governo
09 ndash Secretaria de Desenvolvimento Social Sauacutede e Meio Ambiente
10 ndash Procuradoria
11 ndash Controladoria
12 - Coordenadoria de Informaacutetica
13 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo
14 ndash Secretaria de Desenvolvimento Urbano
15 ndash Secretaria de Esporte
Relativamente agraves informaccedilotildees sobre os programas governamentais e
despesas constantes no PPA referente ao periacuteodo de 1998 e 2006 natildeo foi
possiacutevel consegui-las devido a dificuldades encontradas para o levantamento
destes dados
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Alfenas
1292
443738913568
4103
1028 1168
41924377
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 9 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas iniciou o ano de 1998 com 1028 de gastos com
sauacutede e saneamento Poreacutem pode-se observar que a partir de 2001 primeiro
ano apoacutes a LRF o investimento nesta aacuterea foi altamente reforccedilado saindo de
100
1292 em 2000 para 4377 em 2001 O Municiacutepio manteve praticamente os
mesmos percentuais ateacute 2006 chegando neste exerciacutecio com 4437
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas
781
159574649708
140138 094 218
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 10 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
Os gastos com assistecircncia social e previdecircncia do Municiacutepio de Alfenas
iniciou-se em 1998 com 708 o menor na comparaccedilatildeo com os demais Em
2006 esse percentual eacute ainda mais baixo apenas 218 Interessante notar
que nos gastos com sauacutede e saneamento este mesmo municiacutepio chegou ao
iacutendice de 4437
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas
43804079
365740833968
4048
49644961
6280
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 11 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
101
O Municiacutepio de Alfenas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal em 4961
tendo uma alta significante para 1999 para 6280 a uacutenica maior que 60 Em
2006 observa-se uma aplicaccedilatildeo de 5047 os percentuais mantiveram-se
dentro dos limites da LRF durante todo periacuteodo analisado com exceccedilatildeo de
1999 ano que ainda natildeo estava em vigor a lei
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas
000 000 000 000 000 000 000 000 000000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 12 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
O Municiacutepio de Alfenas natildeo apresentou diacutevidas no periacuteodo analisado conforme
informaccedilotildees disponiacuteveis no sitio da STN e acreditando na fidelidade dos
dados considera-se exemplar especialmente quando comparada com os
demais Municiacutepios pesquisados
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas
Municiacutepios 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
ALFENAS 2968 6864 1322 6520 13757 14448 2143 3784 18139
Fonte Elaborado pelo Autor
102
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas
18139378421431444813757
6520132268642968000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 13 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas apresentou um quadro desfavoraacutevel em 2006 Iniciou
1998 com percentual de 2968 com percentuais no periacuteodo variando pra
cima e para abaixo do ideal que eacute de 100 chegando em 2006 com 18139
O percentual obtido em 1998 demonstra que o Municiacutepio devia em restos a
pagar somente 2968 dos valores disponiacuteveis em bancos e caixa jaacute em 2006
com percentual desfavoraacutevel de 18139 representando 8139 a mais que
os valores disponiacuteveis em bancos e caixa do Executivo
No entanto como 2006 natildeo era o uacuteltimo ano de governo o gestor tinha mais
dois anos para equilibrar as contas e transferir para o novo governo uma
situaccedilatildeo favoraacutevel em relaccedilatildeo a restos a pagar
As modificaccedilotildees constantes e em grande quantidade no orccedilamento municipal
podem representar tanto que o municiacutepio natildeo planejou bem tanto que algo
ficou errado no processo que antecede a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria com a
existecircncia de fatores que possam ter contribuiacutedo para percentuais elevados de
suplementaccedilatildeo
O Executivo de Alfenas em 1998 conforme documentos fornecidos pela
contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 30 para
suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias Natildeo foram fornecidos documentos que
103
comprovassem o percentual efetivamente realizado Entende-se que o
percentual autorizado atende plenamente agraves modificaccedilotildees porventura
necessaacuterias agrave execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Em 2006 o Executivo de Alfenas obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 25
realizando o percentual de 3727 Isso representa 1227 acima do limite
autorizado inicialmente na lei orccedilamentaacuteria ndeg 3877 de 29 de dezembro de
2005 Esse percentual realizado demonstra que o planejamento natildeo foi
elaborado de forma adequada o que pode comprometer os resultados
pretendidos pela administraccedilatildeo
Outro fator pesquisado na realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees foram as
quantidades e periacuteodos em que os decretos para abertura das suplementaccedilotildees
foram utilizados Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo em 1998 em funccedilatildeo de natildeo terem
sido fornecidos os documentos necessaacuterios
Jaacute em 2006 foram utilizados 135 decretos durante todo o exerciacutecio no primeiro
trimestre utilizou-se 32 no segundo 34 no terceiro 35 e no uacuteltimo 34 decretos
Natildeo foi possiacutevel avaliar se ocorreram variaccedilotildees para mais ou para menos entre
1998 e 2006 por falta de acesso as estes documentos
422 Municiacutepio de Juiz de Fora
O Municiacutepio de Juiz de Fora eacute formado de Poder Executivo Legislativo
pertencentes a administraccedilatildeo direta De Agecircncia de Gestatildeo do Transporte e
Tracircnsito ndash GETTRAN Departamento Municipal de Limpeza Urbana ndash
DEMLURB Agecircncia de Gestatildeo Ambiental de Juiz de Fora ndash AGENDA
Fundaccedilatildeo Cultural Alfredo Ferreira Lage ndash FUNALFA Agecircncia de Proteccedilatildeo e
Defesa do Consumidor ndash PROCON Fundaccedilatildeo Museu Mariano Procoacutepio ndash
MAPRO como administraccedilatildeo indireta
104
A estrutura organizacional do Executivo eacute formada por
01 ndash Secretaria de Governo e Articulaccedilatildeo Institucional
02 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo e Qualidade
03 ndash Procuradoria Geral do Municiacutepio
04 ndash Comissatildeo Permanente de Licitaccedilatildeo
05 ndash Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Estrateacutegica
06 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo e Recursos Humanos
07 ndash Secretaria de Receita e Controle Interno
08 ndash Secretaria de Poliacutetica Urbana
09 ndash Secretaria de Sauacutede Saneamento e Desenvolvimento Ambiental
10 ndash Secretaria de Poliacutetica Social
11 ndash Secretaria dos Centros Regionais
12 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
13 ndash Secretaria de Seguranccedila Puacuteblica e Defesa Social
14 ndash Secretaria de Agropecuaacuteria e Abastecimento
15 ndash Secretaria de Turismo Induacutestria e Comeacutercio
Relativamente agraves informaccedilotildees de programas governamentais de 1998 natildeo foi
possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees sobre o conteuacutedo dos programas de
governo considerando dificuldades enfrentadas Para 2006 foi identificado que
constavam nos programas governamentais caracteriacutesticas objetivos
indicadores e custo financeiro Conforme informado pelo chefe do setor de
orccedilamento a unidade responsaacutevel e o gerente de programas natildeo constam nos
programas contidos no PPA considerando que podem ocorrer vinculaccedilatildeo de
programas governamentais a mais de uma secretaria e a gerente responsaacutevel
Em relaccedilatildeo agraves despesas constantes no PPA referentes aos exerciacutecios de 1998
e 2006 somente as deste uacuteltimo ano eacute que foi possiacutevel o levantamento das
informaccedilotildees No conteuacutedo dos programas de governo constavam despesas de
capital de duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de
capital Verificando que constam todas as despesas para o PPA 2005 a 2009
105
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Juiz de Fora
3627 3954355335793612
3640 3580 35983403
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 14 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de em 1998 apresentou percentual de gastos com sauacutede
e saneamento de 3640 mantendo-se este percentual dentro da mesma
faixa fechando 2006 com 3954 representando uma estabilidade neste
gasto
Natildeo se pretendeu medir a aplicaccedilatildeo legal do municiacutepio em sauacutede e
saneamento conforme dispositivo constitucional utilizando-se para anaacutelise da
evoluccedilatildeo em sauacutede e saneamento servindo como informaccedilatildeo relevante da
pesquisa
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Juiz de Fora
643
107511561160
9121051102710411064
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 15 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
106
Juiz de Fora iniciou em 1998 com percentual de evoluccedilatildeo de gastos com
assistecircncia social e previdecircncia com 1064 O Municiacutepio permaneceu durante
todo periacuteodo analisado na faixa de 10 a 15 e somente em 2002 ficando
912 Fechando 2006 com 643 percentual
Como a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia natildeo estaacute limitada por lei
natildeo analisou-se cumprimento de miacutenimos ou maacuteximos Verificou-se que o
percentual do Municiacutepio de Juiz de Fora quando comparado com os outros trecircs
analisados fica acima em todos os exerciacutecios com exceccedilatildeo de 1998 e 2000
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Juiz de Fora
441245034745
51755499 5652
5195 52265306
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 16 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora com relaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo em pessoal iniciou em
1998 com 4758 O percentual oscilou em todos os anos dentro da faixa entre
40 e 60 tendo findado em 2006 com aplicaccedilatildeo de 5306 O percentual
comportou-se em todo periacuteodo dentro dos limites estabelecidos pela LRF mas
com variaccedilatildeo negativa quando comparou-se 1998 com 2006
107
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Juiz de Fora
14181096
1139917900
109
1529
000
857
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 17 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora iniciou 1998 com percentual de endividamento
puacuteblico na ordem de 1529 Ocorreram oscilaccedilotildees para percentuais menores
nos demais exerciacutecios analisados Destaca-se o percentual zerado nos
exerciacutecios de 2000 e 2002 concluindo que o Municiacutepio natildeo devia nada
Chegou-se em 2006 com 1096 dentro dos limites estabelecidos pela
resoluccedilatildeo 40 do senado feral que eacute de 120 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Juiz de Fora
10093
65345
9781 10288 9407 8801 15116 167377472
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 19 ndashEvoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
108
Para os percentuais de aplicados em restos a pagar do Municiacutepio de Juiz de
Fora iniciou 1998 com percentual de 65345 representando que o percentual
em restos a pagar superou as disponibilidades de bancos e caixa em
55345 Os anos de 2000 2003 e 2004 tambeacutem apresentaram situaccedilatildeo
negativa Os demais exerciacutecios apresentaram situaccedilatildeo positiva com
disponibilidades acima dos valores inscritos em restos a pagar
Em 2006 Juiz de Fora apresentou percentual de 10093 representando
praticamente uma igualdade entre os dois valores o que avalia-se como
positivo o referido percentual
O Executivo municipal de Juiz de Fora em 1998 conforme documentos
fornecidos pela contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa
de entre 21 a 30 para suplementaccedilotildees nas dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias
utilizando desta autorizaccedilatildeo entre 1 a 20
Tal percentual utilizado demonstra que o municiacutepio planejou bem suas accedilotildees
utilizando percentual abaixo do autorizado pelo Legislativo municipal
Em 2006 o Executivo obteve autorizaccedilatildeo entre 1 a 20 realizando
suplementaccedilotildees dentro do mesmo limite
O percentual autorizado e realizado significa o Executivo tambeacutem planejou e
executo bem as accedilotildees governamentais dentro do esperado
Outro fator pesquisado foi a realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees investigando
quantos e quais os periacuteodos foram emitidos decretos para modificaccedilotildees
orccedilamentaacuterias
Em 1998 para o primeiro trimestre utilizou-se 44 decretos jaacute para o primeiro
trimestre de 2006 utilizou-se 52 no segundo trimestre de 1998 foi utilizado 28
decretos no segundo trimestre de 2006 42 decretos no terceiro trimestre de
109
1998 utilizou-se 26 no terceiro trimestre de 2006 41 decretos no quarto e
uacuteltimo trimestre de 1998 utilizou-se 21 jaacute em 2006 44 decretos
Nesta anaacutelise podemos conclui-se que o planejamento piorou regrediu em
todos os trimestres sem nenhuma exceccedilatildeo o Executivo utilizou mais decretos
para realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
O Municiacutepio estaacute composto em Executivo e Legislativo representando a
administraccedilatildeo direta e natildeo possuindo administraccedilatildeo indireta
O Poder Executivo municipal estaacute organizado em
01 - Secretaria de Fazenda
02 ndash Secretaria de Gestatildeo Puacuteblica
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 - Controladoria e Corregedoria
05 ndash Secretaria de Cultura Meio Ambiente e Agronegoacutecio
06 ndash Secretaria de Accedilatildeo Social
07 ndash Secretaria de Obras
08 ndash Secretaria de Planejamento
09 ndash Secretaria de Sauacutede
10 - Procuradoria Geral
As informaccedilotildees referentes a 1998 natildeo foram possiacuteveis de levantamento
considerando dificuldades de acesso enfrentadas no levantamento documental
Para 2006 identificou-se que os programas governamentais constam
caracteriacutesticas objetivos indicadores custo financeiro unidade responsaacutevel e
110
o gerente de programas Estas informaccedilotildees satildeo consideradas necessaacuterias e
satisfatoacuterias o estabelecimento e acompanhamento dos planos de governo
Para o exerciacutecio de 1998 natildeo foi possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees
tendo em vista dificuldades enfrentadas para consegui-las Para 2006
constavam nos programas governamentais despesas de capital despesas de
duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de capital Estas
informaccedilotildees representam que todas as despesas puacuteblicas fazem parte do PPA
planejado para 2005 a 2009
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Paraacute de Minas
23992464220621002385
19601452
22641645
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 20 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou 1998 com percentual em sauacutede puacutebica e
saneamento com 1960 oscilando na faixa entre 10 a 30 durante o periacuteodo
analisado Chegou em 2006 com percentual aplicado de 2464 este
percentual eacute o menor quando comparado com os demais Municiacutepios
analisados
111
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Paraacute de Minas
319407388
645629
1086114110451021
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 21 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia iniciou-se em 1998 com
1064 com ligeira queda em 1999 oscilando para cima em 2000 e com
queda acentuada nos proacuteximos exerciacutecios O percentual chegou em 2006 com
218 percentual pequeno quando comparado com os demais Municiacutepios da
pesquisa natildeo sendo possiacutevel aferir percentual miacutenimo ou maacuteximo
considerando natildeo haver legislaccedilatildeo aplicada a este fato
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Paraacute de Minas
5047
475349965536
46603919
7360
4758 4215
000
10002000
3000
4000
50006000
7000
8000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 22 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal
com 4758 e em 1999 com pequena queda para 4412 com alta
112
expressiva em 2000 para 7360 totalmente acima do limite permitido na LRF
retornando em 2001 para 3919 O Municiacutepio manteve-se dentro dos limites
nos demais exerciacutecios Chegou-se em 2006 com percentual de 5047
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Paraacute de Minas
131000
506
000000
617 529363
167
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 23 ndash Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento em Paraacute de Minas Iniciou-se 1998 com 000
e somente em 2001 chegou no percentual de 617 O Municiacutepio permaneceu
na faixa entre 0 a 10 nos proacuteximos exerciacutecios chegando em 2006 com
131 dentro dos limites estabelecidos pela resoluccedilatildeo 40 do senado federal
que eacute 120 d RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Paraacute de Minas
370833994324
154591117411393
67998
9354
60491
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 24 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
113
Paraacute de Minas iniciou em 1998 com percentual de gastos com restos a pagar
em 60491 O percentual representa que o Municiacutepio possui 50491 a mais
em restos a pagar quando comparados com a disponibilidade de caixa e
bancos do exerciacutecio de 1998 Na sequumlecircncia em 1999 com queda expressiva
para 934 Em 2000 primeiro ano de vigecircncia da LRF voltou a patamares
elevados com 67998 oscilando nos proacuteximos exerciacutecios para mais e
menos O percentual chegou em 2006 com 3708 seguindo tendecircncia de
baixa iniciada em 2004 atendendo plenamente ao disposto na LRF
Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo dos percentuais autorizados e realizados para
suplementaccedilotildees nos exerciacutecio de 1998 e 2006 considerando dificuldades no
levantamento dos documentos
O Municiacutepio em 2006 realizou modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias por meio de
decretos no primeiro trimestre de 2006 com 36 decretos no segundo 58 no
terceiro 46 no quarto 64 decretos totalizando 204 decretos o que considera-
se elevado aferindo-se um planejamento inadequado
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
O Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso eacute formado de Executivo Legislativo
como administraccedilatildeo direta e Instituto de Previdecircncia dos Servidores do
Municiacutepio representando a administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional estaacute organizada em
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Procuradoria
03 ndash Diretoria de Controle Interno
04 ndash Diretoria de Seguranccedila Puacuteblica
114
05 ndash Diretoria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Diretoria de Planejamento e Gestatildeo
07 ndash Diretoria de Educaccedilatildeo e Esportes
08 ndash Diretoria de Obras e uacuteltima
09 - Diretoria de Sauacutede e Assistecircncia Social
Os programas governamentais do Municiacutepio em 1998 continham objetivos e
custo financeiro Em 2006 os programas continham caracteriacutesticas objetivos
unidades responsaacuteveis gerentes indicadores e custo financeiro dos programas
de governo o que considera-se conteuacutedo necessaacuterio e fundamental para o
planejamento acompanhamento e alcance dos resultados pretendidos pelos
governantes
As despesas constantes do PPA tanto de 1998 ou 2006 satildeo despesas de
capital e outras delas decorrentes e duraccedilatildeo continuada o que representam
praticamente todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
19852530
3180
22932356
2039 24292790
2595
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 25 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio aplicou em sauacutede e saneamento em 1998 2293 ocorrendo
variaccedilotildees entre as faixas de 20 a 30 e 30 a 40 fechando 2006 com
2790
115
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
206
774791749
911587
1268
767
1456
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 26 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 o Municiacutepio aplicou em assistecircncia social e previdecircncia o percentual
de 1456 o maior quando comparado com os trecircs Municiacutepios pesquisados
seguindo tendecircncia de queda fechando 2006 com percentual de 206 Em
2006 o percentual foi o menor na comparaccedilatildeo com os outros trecircs no entanto
os demais tambeacutem a mesma tendecircncia de queda neste investimento
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
48785531
62355556
4484 4700 46364344
5362
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 27 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 iniciou com 5531 em gastos com pessoal com queda em 1999
para 4878 chegando no primeiro ano da vigecircncia da LRF com 6235
retomando nos proacuteximos exerciacutecios percentuais abaixo do limite legal com
116
tendecircncia de queda O percentual chegou em 2006 com 5306 dentro do
limite maacuteximo estabelecido pela LRF que eacute de 60
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
772799867
000
2088
328000 000
1203
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 28 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998
com 328 oscilando entre as faixas de 0 a 30 fechado em 2006 com
772 abaixo do limite estabelecido na resoluccedilatildeo 40 do senador federal de
120 ou 12 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
19269
109251
7684
115613
13619 10834 191409922 8470
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 29 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
117
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998 com percentual de gastos em restos
a pagar em 109251 99251 acima das disponibilidades de caixa e bancos
Em 1999 obteve queda acentuada para 7684 retornando em 2000 para
115613 e para os proacuteximos mantendo-se nas faixas 0 a 200 fechando em
2006 com 19269
Os percentuais desejaacuteveis satildeo 100 ou seja o maacuteximo de restos a pagar seria
a mesma disponibilidade de caixa e bancos para arcar com estes
compromissos
Para 1998 o Legislativo autorizou percentual de suplementaccedilatildeo de 12 das
dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias para utilizaccedilatildeo efetiva natildeo possiacutevel tendo em vista
dificuldades de acesso agraves informaccedilotildees
Para 2006 o Legislativo autorizou percentual de 24 das dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias natildeo sendo possiacutevel a afericcedilatildeo do percentual de execuccedilatildeo em
funccedilatildeo diante da negativa no acesso a estas informaccedilotildees
A anaacutelise de emissatildeo de atos tambeacutem natildeo possiacutevel por falta de dificuldades no
levantamento dos documentos necessaacuterios
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
As entrevistas foram dirigidas a secretaacuterios municipais de planejamento e
financcedilas educaccedilatildeo e sauacutede diretores de orccedilamento e planejamento
assessores e servidores da aacuterea teacutecnica envolvidos no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e gestatildeo dos instrumentos de
planejamento para o exerciacutecio de 1998 e 2006
118
E como proposto na metodologia foi realizado um preacute-teste tendo como
escolhido o municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves com entrevistas realizadas no dia
26 de fevereiro de 2008
Os dados da entrevista do preacute-teste foram os constantes no quadro a seguir
QUADRO 15
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste
Planejamento Secretaacuterio de Planejamento Financcedilas Superintendente Tesouro e Contabilidade Sauacutede Coordenadora do Fundo Municipal de Sauacutede Educaccedilatildeo Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo Fonte elaborado pelo autor
O preacute-teste foi fundamental para esclarecimento de algumas questotildees
determinando que algumas informaccedilotildees somente poderiam ser conseguidas
por meio de levantamento documental como exemplo os percentuais legais de
aplicaccedilatildeo em sauacutede e educaccedilatildeo
Os dados da entrevista do preacute-teste natildeo seratildeo analisados considerando sua
finalidade a seguir apresentaremos o resultado das entrevistas dos quatro
Municiacutepios objeto da pesquisa
431 Municiacutepio de Alfenas
Apoacutes vaacuterios contatos com a controladoria geral com o secretaacuterio de
planejamento sem ecircxito e outras dificuldades natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo de
entrevista no Municiacutepio de Alfenas portanto natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e
anaacutelise dos dados da entrevista No entanto algumas informaccedilotildees objeto da
entrevista foram fornecidas pelo setor de contabilidade da prefeitura
119
Em 2006 o Municiacutepio aplicou em serviccedilos puacuteblicos em sauacutede 2389 das
receitas provenientes de impostos e transferecircncias constitucionais atendendo
ao limite miacutenimo previsto na CF de 1988 que eacute de 15
Em 1998 o FUNDEF recebeu R$ 112895304 (um milhatildeo cento e vinte e oito
mil novecentos e cinquumlenta e trecircs reais e quatro centavos) aplicando R$
193755797 com profissionais do magisteacuterio conforme documento extraiacutedo do
Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de Contas Anual
(SIACEPCA) este valor representa que o Municiacutepio aplicou 17162 dos
recursos recebidos no exerciacutecio Este fato natildeo apurado na pesquisa mas que
certamente representa sobra de valores financeiros de exerciacutecios anteriores ou
contabilizaccedilatildeo irregular no FUNDEF
Em 2006 o FUNDEF recebeu R$ 544926146 (cinco milhotildees quatrocentos e
quarenta e nove mil duzentos e sessenta e um reais e quarenta e seis
centavos) aplicando 8647 com profissionais do magisteacuterio Os demais
recursos foram aplicados em outras despesas do ensino fundamental
atendendo ao miacutenimo obrigatoacuterio conforme legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou 3172 dos recursos originaacuterios de impostos e
transferecircncias constitucionais em manutenccedilatildeo e desenvolvimento da
educaccedilatildeo representando em valores nominais R$ 384337709 (trecircs milhotildees
oitocentos e quarenta e trecircs mil trezentos e setenta e sete reais e nove
centavos) Do valor total aplicado em educaccedilatildeo o Municiacutepio aplicou 9053 no
ensino fundamental atendendo ao limite miacutenimo estabelecido em lei
Em 2006 o municiacutepio aplicou 2833 na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do
ensino dos recursos originaacuterios de impostos e transferecircncias constitucionais
este percentual representou em valores nominais R$ 1160598213 (onze
milhotildees seiscentos e cinco mil novecentos e oitenta e dois reais e treze
centavos) O percentual representa tambeacutem uma queda quando comparado
120
com 1998 mas atendendo o limite miacutenimo de 25 conforme previsto na CF de
1988 destes valores aplicou-se 9432 no ensino fundamental
432 Municiacutepio de Juiz de Fora
As entrevistas no municiacutepio de Juiz de Fora ocorreram nos dias 15 e 27 de
marccedilo e 01 de abril de 2008 respectivamente no departamento de orccedilamento
sub-secretaria de financcedilas e secretaria de sauacutede
QUADRO 16
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Chefe do Departamento de Orccedilamento Assessora Teacutecnica de Financcedilas
Planejamento Financcedilas
Assessora Teacutecnica de Financcedilas Sauacutede Sub-secretaacuterio de Sauacutede Fonte elaborado pelo autor
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de planejamento e
financcedilas elaborou-se uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das
perguntas e respostas conforme demonstrado a seguir
QUADRO 17
Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Processo alteraccedilatildeo e participaccedilatildeo PPA e LOA Agentes participantes Etapas para elaboraccedilatildeo da LOA Etapas percorridas Regiotildees orccedilamentaacuterias Organizaccedilatildeo do municiacutepio em regiotildees Publicaccedilatildeo de Informaccedilotildees Transparecircncia na Administraccedilatildeo Avaliaccedilatildeo de Programas de Governo Acompanhamento do programas de governo Estrutura Fiacutesica e de Pessoal Modificaccedilotildees estruturais com a LRF Compatibilidade entre PPA e LOA Compatibilidade entre PPA e LOA Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Fluxo de Caixa Existecircncia de Fluxo de Caixa Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Despesas Novas Criaccedilatildeo de Despesas Novas e expansatildeo Opiniatildeo do que mudou com LRF Informaccedilotildees complementares sobre
mudanccedilas da LRF Fonte Elaborado pelo autor
121
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento Em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento contabilidade e sociedade organizada
Natildeo foi um orccedilamento participativo aberto no entanto nos exerciacutecios de 2003
2004 e 2005 os centros regionais instituiacutedos tiveram participaccedilatildeo efetiva no
processo de planejamento A partir de 2006 os conselhos participaram
efetivamente na definiccedilatildeo das accedilotildees governamentais especialmente os
conselhos de sauacutede educaccedilatildeo e assistecircncia social prova efetiva do avanccedilo e
fortalecimento da participaccedilatildeo popular
Quanto agraves etapas percorridas se estabeleciam da seguinte forma 1ordm ndash
Levantamento de dados histoacutericos e estatiacutesticos 2ordm ndash Inicia-se o processo
externo da LOA reunindo as secretarias envolvidas no processo para
explanaccedilatildeo sobre o meacutetodo 3ordm - Inserccedilatildeo dos dados pelas secretarias em
sistema informatizado sendo que nesta a secretaria obedece a limites como
pessoal custeio e neste somente eacute validado pelos conselhos e pelo
Departamento de Orccedilamento 4ordm - Consolidaccedilatildeo de dados pelo Departamento
de Orccedilamento 5ordm - Reuni-se o primeiro escalatildeo com o prefeito e teacutecnicos do
departamento de orccedilamento 6ordm - Processa modificaccedilotildees necessaacuterias e envia
ao Legislativo uacuteltimo e 7ordm - Reuacutene com membros do Legislativo para
discussatildeo reformulaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da proposta
O municiacutepio estaacute organizado em 8 regiotildees administrativas e que satildeo utilizadas
para definiccedilotildees orccedilamentaacuterias conforme figura 2 a seguir
122
FIGURA 2 - Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora Fonte wwwpjfmggovbr
Para publicaccedilatildeo de informaccedilotildees relativas a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria natildeo foi
possiacutevel obter respostas no entanto conseguimos informaccedilotildees no site da
prefeitura no qual constavam informaccedilotildees somente do exerciacutecio de 2006 apoacutes
o advento da LRF
O Municiacutepio de Juiz de Fora natildeo realizava avaliaccedilotildees de indicadores de
programas e accedilotildees governamentais em 1998 Em 2006 ocorreram avaliaccedilotildees
desta ordem em periodicidade anual
Quanto agraves modificaccedilotildees estruturais e de pessoal em 1998 a estrutura era
formada por apenas um funcionaacuterio no setor de planejamento e orccedilamento Em
2002 jaacute com maior demanda o departamento passou a contar com mais dois
funcionaacuterios todos com constante capacitaccedilatildeo profissional e atualizaccedilatildeo de
sistemas informatizados para atendimento agraves demandas
123
Para existecircncia de compatibilizaccedilatildeo entre o PPA e LOA o municiacutepio de Juiz de
Fora manifestou que para inclusatildeo de accedilotildees governamentais no orccedilamento
puacuteblico eacute necessaacuterio que conste primeiro do PPA e tambeacutem condiccedilatildeo
obrigatoacuteria a existecircncia de unidades fiacutesicas nas accedilotildees mas para os valores
financeiros eacute somente indicativo os valores natildeo satildeo obrigados estarem
idecircnticos isto pode ocorrer na elaboraccedilatildeo de cada orccedilamento anual para os
dois exerciacutecio de 1998 e 2006
Natildeo foi possiacutevel identificar a utilizaccedilatildeo de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo em
1998 tendo em dificuldades encontradas para essa entrevista Em 2006 o
municiacutepio adotou o instrumento por ser obrigatoacuterio pela LRF exigido pelo
tribunal e por servir como instrumento de acompanhamento e controle
Para os desembolsos o Executivo estabelecia cronograma nos dois exerciacutecios
ficando mais criterioso com o advento da LRF
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa ocorriam controles sem criteacuterios bem
riacutegidos Em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado foi utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal Em 2006
passou-se a estabelecer metas que eram encaminhadas ao tribunal de contas
do estado de minas gerias (TCE) e a STN
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o planejamento como um todo foi modificado para
melhor especialmente quando ocorreu o envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos
gestores de cada unidade permitindo assim que cada responsaacutevel tanto de
124
cargos de comando como de execuccedilatildeo operacional participassem do processo
conhecendo os conceitos para elaboraccedilatildeo do PPA LDO e LOA
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de sauacutede elaborou-se
uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das perguntas e respostas
conforme demonstrado a seguir
QUADRO 18
Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da sauacutede Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da
sauacutede Gestor da sauacutede Quem gerencia a sauacutede eacute a proacutepria
Secretaria ou a Secretaria de Financcedilas Quais recursos estavam disponiacuteveis para sauacutede
Com qual recurso a sauacutede pedia contar
Despesas aplicadas com sauacutede Com quais despesas a sauacutede gasta os recursos recebidos
Percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Qual percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Mudanccedila efetiva com o advento da LRF O que mudou efetivamente com o advento da LRF
Fonte Elaborado pelo autor
Na elaboraccedilatildeo do orccedilamento da sauacutede em 1998 mesmo existindo o Plano
Municipal de Sauacutede natildeo ocorria consistecircncia entre este o PPA LDO e LOA
falava-se da compatibilidade sem trabalhar a loacutegica do sistema os planos
ficavam como peccedila de ficccedilatildeo sem planos detalhados mensais e anuais de
execuccedilatildeo
A gestatildeo semi-plena do sistema de sauacutede em Juiz de Fora iniciou em 1995
entatildeo em 1998 jaacute estava com a autonomia administrativa patrimonial e
financeira no entanto nesta data o municiacutepio natildeo era obrigado a aplicar 15
de suas receitas com serviccedilos de sauacutede puacuteblica
Em 2006 o municiacutepio continuou com a autonomia jaacute estando sujeito a
aplicaccedilatildeo do percentual de 15 dos recursos proacuteprios definidos em emenda
125
constitucional em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede no entanto estes recursos eram
planejados e orccedilados na secretaria de sauacutede e sua gestatildeo financeira ocorria na
secretaria de financcedilas do municiacutepio
Natildeo foi possiacutevel na entrevista a resposta de quais recursos o municiacutepio contava
em 1998 no entanto a contabilidade da secretaria forneceu informaccedilatildeo por
meio de documentos que os recursos fundo a fundo foram campanha de
cacircmara de compensaccedilatildeo urgecircncia e emergecircncia gestatildeo plena de sistema
municipal piso de atenccedilatildeo baacutesica ndash fixo (semiplena) pab fixo programa de
combate agraves carecircncias nutricionais sauacutede da famiacutelia accedilotildees baacutesicas de
vigilacircncia sanitaacuteria totalizando R$ 2316454526 (vinte e trecircs milhotildees cento e
sessenta e quatro mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e seis
centavos)
Juntamente com os recursos do proacuteprio governo o Municiacutepio aplicou R$
7546542400 (setenta e cinco milhotildees quatrocentos e sessenta e cinco mil
quatrocentos e vinte e quatro reais) sendo 2239 em pessoal 7723 em
outras despesas correntes da sauacutede e somente 038 em investimentos
Em 2006 a receitas de transferecircncia de fundo a fundo totalizaram R$
10479820272 (cento e quatro milhotildees setecentos e noventa e oito mil
duzentos e dois reais e setenta e dois centavos) e governo local aplicou mais
R$ 7046832221 (setenta milhotildees quatrocentos e sessenta e oito mil
trezentos e vinte e dois reais e vinte e dois centavos) totalizando R$
17526652493 (cento e setenta e cinco milhotildees duzentos e sessenta e seis
mil quinhentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos)
Os recursos que foram aplicados com pessoal representaram 3695 com
outras despesas correntes do governo 5839 e somente 466 em
investimentos ocorrendo uma mudanccedila significativa de despesas com pessoal
para mais e outras despesas correntes do governo para menos
126
Em 1998 a aplicaccedilatildeo de percentual das receitas proacuteprias do governo natildeo eram
obrigatoacuterias jaacute em 2006 a aplicaccedilatildeo deste percentual totalizou 2624
conforme anexo XIV enviado ao TCEMG percentual acima do estabelecido no
artigo 198 da CF de 1998
E o que mudou efetivamente com o advento da LRF na opiniatildeo do sub-
secretaacuterio de sauacutede depende mais do gestor puacuteblico no Brasil a
responsabilidade estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo a gestatildeo da sauacutede puacuteblica ficou
inviabilizada em funccedilatildeo da judicializaccedilatildeo da sauacutede a partir de 2004 como
exemplo o municiacutepio em 2007 pagou despesas acima do planejado na ordem
de R$ 400000000 (quatro milhotildees de reais)
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na aacuterea de ldquoeducaccedilatildeordquo apoacutes
vaacuterias tentativas no entanto conseguiu-se informaccedilotildees importantes sobre o
tema fornecidas pela contabilidade da prefeitura conforme apresenta-se a
seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 969985273 (nove
milhotildees seiscentos e noventa e nove mil oitocentos e cinquumlenta e dois reais e
setenta e trecircs centavos) aplicando destes valores 9167 em profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 4480746927
(quarenta e quatro milhotildees oitocentos e sete mil quatrocentos e sessenta e
nove reais e vinte e sete centavos) e destes aplicou 8128 em profissionais
do magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 3051062865 representando um
percentual de 3052 e destes valores aplicou-se o percentual de 9034 no
ensino fundamental
127
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 7480484044 (setenta e quatro
milhotildees oitocentos e quatro mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e
quatro centavos) representando um percentual de 2624 e destes valores
aplicou-se 8128 no ensino fundamental
Mesmo com uma queda de percentual nos dois exerciacutecios municiacutepio cumpriu o
disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo 25 dos
recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Planejamento Financcedilas Diretora de Orccedilamento Fonte elaborado pelo autor
O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas deste municiacutepio seguiu roteiro estabelecido na siacutentese descrita no
quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento e sociedade organizada
Em 2006 foi instituiacuteda uma comissatildeo de conselho participativo com interaccedilatildeo
efetiva no processo de planejamento
128
Em 1998 somente a secretaria de planejamento elaborava a proposta
orccedilamentaacuteria com informaccedilotildees histoacutericas e encaminhava para as demais para
validaccedilatildeo
Jaacute em 2006 jaacute com a instituiccedilatildeo da comissatildeo de conselho participativo que
definiccedilatildeo suas prioridades e eram obedecidas definidas em audiecircncias
puacuteblicas as accedilotildees estrateacutegicas do governo eram definidas pelos secretaacuterios
com validaccedilatildeo final do chefe do Executivo
O municiacutepio era composto de mais de dez regiotildees setoriais realizava-se
reUniatildeo com todos ao final acontecia uma reUniatildeo geral para definiccedilatildeo de trecircs
accedilotildees que interessavam a todas as regiotildees o que geralmente eram obras de
infra-estrutura
As publicaccedilotildees dos relatoacuterios da execuccedilatildeo do orccedilamento bimestrais e
quadrimestrais natildeo eram realizadas em 1998 utilizando-se somente o boletim
diaacuterio de caixa
Em 2006 as publicaccedilotildees jaacute com a vigecircncia da LRF satildeo realizadas nos periacuteodos
determinados representando um avanccedilo na administraccedilatildeo do dinheiro puacuteblico
Em 1998 natildeo realizava-se avaliaccedilatildeo de programas governamentais em 2006
as avaliaccedilotildees das accedilotildees foram ao final do exerciacutecio pelo controle interno
conforme determinaccedilatildeo do TCEMG
Com as novas exigecircncias quantitativas e qualitativas exigiu-se mais
funcionaacuterios mais investimentos em infra-estrutura (moacuteveis e equipamentos) e
a qualificaccedilatildeo dos servidores para atuarem no planejamento e execuccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento
A compatibilidade entre o PPA e LOA jaacute existia em 1998 e permaneceu para
2006
129
O estabelecimento de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo jaacute ocorria em 1998 e
permaneceu para 2006 servindo como instrumento de planejamento e
acompanhamento das receitas puacuteblicas em prazo necessaacuterio para tomadas de
decisotildees porventura necessaacuterias
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
com a vigecircncia da LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos
desembolsos a serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o municiacutepio passou a administrar com mais clareza o
dinheiro puacuteblico
Apoacutes contatos com a secretaria de sauacutede sem ecircxito natildeo foi concedida a
entrevista natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e anaacutelise dos dados
No entanto algumas informaccedilotildees objeto da entrevista foram fornecidas pelo
setor de contabilidade da prefeitura
Para 1998 natildeo era obrigatoacuteria a aplicaccedilatildeo de percentuais em accedilotildees e serviccedilos
puacuteblicos de sauacutede
130
Jaacute para 2006 o municiacutepio aplicou 225 das receitas originaacuterias de impostos e
transferecircncias constitucionais aplicando acima do limite miacutenimo de 15
conforme determinaccedilatildeo constitucional
Uma observaccedilatildeo importante eacute que em 2006 dos R$ 923138811 (nove
milhotildees duzentos e trinta e um mil trezentos e oitenta e oito reais e onze
centavos) 7224 foram aplicados em atenccedilatildeo baacutesica
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo da entrevista na aacuterea de educaccedilatildeo apoacutes vaacuterias
tentativas no entanto informaccedilotildees foram fornecidas pela contabilidade da
prefeitura conforme apresenta-se a seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 96418693
(novecentos e sessenta e quatro mil centro e oitenta e seis reais e noventa e
trecircs centavos) aplicando destes valores 6006 com profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF receber recursos na ordem de R$ 538446787 (cinco
milhotildees trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e sessenta e sete reais
e oitenta e sete centavos) e destes aplicou 6315 com profissionais do
magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Na comparaccedilatildeo entre os dois exerciacutecios observa-se que mesmo tendo um
crescimento de 55845 de 1998 para 2006 os percentuais destinados a
profissionais do magisteacuterio praticamente mantiveram-se com os mesmos
percentuais
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 373749873 (trecircs milhotildees
setecentos e trinta e sete mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e
trecircs centavos) representando um percentual de 3090
131
Do valor total aplicado em educaccedilatildeo pelo municiacutepio em 1998 foi aplicado
70918 no ensino fundamental conforme documento fornecido pela
contabilidade
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 1141044393 (onze milhotildees
quatrocentos e dez mil quatrocentos e quarenta e trecircs reais e noventa e trecircs
centavos) representando um percentual de 2781 e destes valores aplicou-
se 6566 no ensino fundamental
Mesmo com uma forte queda de percentual nos dois exerciacutecios o municiacutepio
cumpriu o disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo
25 dos recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais bem
como o percentual miacutenimo de 60 no ensino fundamental
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
QUADRO 20
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Diretor de Planejamento e Gestatildeo Planejamento Financcedilas Chefe de Contabilidade
Educaccedilatildeo Assessor Teacutecnico Fonte elaborado pelo autor O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas do municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso seratildeo seguidos pela
siacutentese descrita no quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito contabilidade e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
132
vigecircncia da LRF jaacute estavam inseridos no processo os secretaacuterios e a
sociedade organizada
Em 1998 todo o processo ocorria na contabilidade o orccedilamento era
praticamente uma coacutepia do orccedilamento do ano anterior
Jaacute em 2006 1ordm - Ocorriam reuniotildees do chefe do Executivo com todos os
diretores gerentes e assessores discutindo temas relacionados ao
planejamento 2ordm - Com a proximidade do envio da LOA reunia-se novamente
com todos os envolvidos com apresentaccedilotildees de palestras debates temaacuteticos
3ordm - Eacute construiacuteda o projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo municipal
O municiacutepio estaacute dividido entre seis a dez regiotildees orccedilamentaacuterias que tambeacutem
participam com indicaccedilatildeo de accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo eram publicados relatoacuterios originados da execuccedilatildeo do
orccedilamento tanto bimestrais quanto quadrimestrais natildeo publicando tambeacutem
boletim diaacuterio de caixa e relatoacuterios a serem encaminhados a STN
Em 2006 jaacute com vigente a LRF as publicaccedilotildees satildeo periodicamente conforme
determinaccedilatildeo legal inclusive com apresentaccedilatildeo em audiecircncia puacuteblica no
Legislativo municipal
Em 1998 as avaliaccedilotildees dos programas governamentais eram realizadas de
maneira superficial jaacute em 2006 a avaliaccedilatildeo das accedilotildees eram realizadas com
criteacuterios mais definidos
Em 1998 as accedilotildees eram concentradas em poucos servidores o pessoal
necessaacuterio para execuccedilatildeo dos serviccedilos jaacute existia no entanto por questotildees
culturais natildeo ocorriam distribuiccedilatildeo de responsabilidades de forma a atender agraves
demandas dos serviccedilos de planejamento financeiro e contaacutebil
133
Em 2006 com as novas demandas para administraccedilatildeo puacuteblica o Executivo jaacute
contava com uma equipe capacitada e com uma estrutura fiacutesica adequada agraves
necessidades a LRF reafirmou a responsabilizaccedilatildeo dos envolvidos no
processo contribuindo para melhoria nos serviccedilos
Em 1998 observava-se a compatibilidade entre accedilotildees a serem incluiacutedas na
LOA com o PPA bem como a consistecircncia entre os valores financeiros dos
programas e accedilotildees governamentais natildeo sendo observada somente a
existecircncia de unidade fiacutesica nas accedilotildees de governo
Em 2006 repetiu-se a compatibilidade de 1998 acrescentando a verificaccedilatildeo de
unidades fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo utilizava-se o estabelecimento de metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo em 2006 jaacute estava funcionando o instrumento tendo iniciado em
2000
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
vigente a LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos desembolsos a
serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
134
E concluindo conforme entrevista dos envolvidos com o advento da LRF a
administraccedilatildeo puacuteblica passou a planejar melhor suas accedilotildees tendo dispositivos
e limites orientadores para suas accedilotildees trabalhando com transparecircncia
atribuindo maiores responsabilidades aos gestores no entanto temos muito a
avanccedilar na administraccedilatildeo puacuteblica
Apoacutes vaacuterias tentativas sem ecircxito natildeo possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na
secretaria de sauacutede no entanto informaccedilotildees importantes foram fornecidas
pela contabilidade da prefeitura conforme se segue
Em 2006 o municiacutepio aplicou em accedilotildees puacuteblicas de sauacutede 2236 das receitas
originaacuterias de impostos e transferecircncias constitucionais representando em
valores nominais R$ 747907818 (sete milhotildees quatrocentos e setenta e nove
mil setenta e oito reais e dezoito centavos)
Dos valores aplicados o municiacutepio aplicou 3925 em atenccedilatildeo baacutesica e
4228 em assistecircncia hospitalar e ambulatorial
A seguir apresenta-se o quadro 21 com siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
QUADRO 21
Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da educaccedilatildeo
Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da educaccedilatildeo
Gestatildeo da educaccedilatildeo De quem eacute a gestatildeo da educaccedilatildeo Despesas da educaccedilatildeo Com quais despesas a educaccedilatildeo aplicava
seus recursos Despesas do FUNDEF Com quais despesas eram aplicados os
recursos do FUNDEF Percentual aplicado com educaccedilatildeo Qual o percentual aplicado com educaccedilatildeo
com recursos do governo conforme artigo 212 da CF de 1988
Fonte Elaborado pelo autor
135
Em 1998 o orccedilamento era totalmente centralizado na contabilidade central do
Executivo a secretaria de educaccedilatildeo natildeo participava de nenhuma decisatildeo de
investimento o planejamento ficava comprometido o orccedilamento era coacutepia fiel
do ano anterior
Em 2006 o orccedilamento teve participaccedilatildeo efetiva das secretarias inclusive a
educaccedilatildeo o secretario reunia-se com seus assessores determinavam as
prioridades para manutenccedilatildeo dos serviccedilos definindo tambeacutem os novos
investimentos
Em 1998 toda a gestatildeo ocorria pela contabilidade e setor financeiro da
prefeitura a secretaria de educaccedilatildeo era praticamente um setor operacional
Em 2006 a competecircncia pela elaboraccedilatildeo do planejamento e gestatildeo eram da
secretaria de educaccedilatildeo todas as etapas da despesa puacuteblica eram
acompanhadas e autorizadas pela educaccedilatildeo por meio de assessores ou pelo
proacuteprio secretario(a)
Em 1998 e 2006 as despesas do ensino eram aplicadas com pessoal efetivo e
contratado despesas legais manutenccedilatildeo investimentos sendo que todos
podem tambeacutem ser demandados da sociedade
Em 1998 o municiacutepio recebeu R$ 25062144 (duzentos e cinquumlenta mil
seiscentos e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) aplicando os
recursos totalmente com profissionais do magisteacuterio
Para 2006 o municiacutepio recebeu R$ 426139478 (quatro milhotildees duzentos e
sessenta e um mil trezentos e noventa e quatro reais setenta e oito centavos)
aplicando 6687 com profissionais do magisteacuterio e o restante com ensino
fundamental
O municiacutepio aplicou em 1998 2687 das receitas provenientes com impostos
e transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
136
Em 2006 aplicou 2621 das receitas provenientes de impostos e
transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
E na opiniatildeo do entrevistado a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia
para praacutetico de seus atos determinando normas mais claras e voltadas para
maior responsabilidade na gestatildeo fiscal prevenindo riscos e possibilitando
corrigir possiacuteveis desvios ampliando a participaccedilatildeo da sociedade na aplicaccedilatildeo
dos recursos obrigando o gestor a agir com maior responsabilidade
137
5 CONCLUSAtildeO
A proposta desta dissertaccedilatildeo foi investigar o efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes e especialmente nos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso realizar um estudo mais detalhado
Para tanto utilizou-se de pesquisa empiacuterica anaacutelise documental e entrevistas
dirigidas e semi-estruturadas Anteriormente a essa etapa realizou-se uma
pesquisa bibliograacutefica
Na anaacutelise de dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
constatou-se que no que tange aos percentuais de gastos com pessoal
consolidado a LRF natildeo afetou de forma positiva ou negativa tais percentuais
no entanto verifica-se que os percentuais mantiveram-se dentro dos limites
legais estabelecidos que eacute de 60 para os Municiacutepios
Quanto ao percentual consolidado de gastos com pessoal por faixa utilizado na
pesquisa consta-se tambeacutem que a LRF natildeo produziu o efeito desejado a
oscilaccedilatildeo natildeo foi significativa o que pode-se concluir eacute que os Municiacutepios
mantiveram-se dentre do limite estabelecido que eacute de 60
Quanto ao percentual de endividamento puacuteblico conclui-se que a aplicaccedilatildeo da
LRF teve um efeito positivo ocorreu uma reduccedilatildeo significativa no percentual de
1998 para 2006 de 2358 para 1809
Conclui-se que o efeito nos restos a pagar foi nitidamente positivo tendo
iniciado com uma situaccedilatildeo altamente desfavoraacutevel em 1998 representando
que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 49609 a mais do
que o disponiacutevel em Bancos e Caixa e chegando em 2006 com uma situaccedilatildeo
de sobra de recursos O indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos
a pagar consumiria somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
138
Quantos aos percentuais considerados na pesquisa como natildeo fiscais sauacutede
puacuteblica e saneamento assistecircncia social e previdecircncia educaccedilatildeo e cultura
observa-se nos gatos com sauacutede uma variaccedilatildeo para cima jaacute educaccedilatildeo
observa-se o inverso em 1998 era de 2814 caindo para 2242 em 2006
no tocante aos gastos com assistecircncia social e previdecircncia 1998 iniciou-se com
739 chegando em 2006 com 813 sem que para nenhum dos percentuais
possa-se afirmar um efeito positivo ou negativo da LRF
Os quatro Municiacutepios pesquisados em profundidade iniciaram o exerciacutecio de
1998 com percentual de aplicaccedilatildeo em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e
saneamento entre as faixas de 10 a 40 Eles chegaram em 2006 nas faixas
entre 20 a 50 alguns nas inferiores e outros nas superiores Esta evoluccedilatildeo
representa indiacutecios de que o planejamento avanccedilou efetivamente quando se
considera o direcionamento para temas essenciais e estrateacutegicos dos governos
como a sauacutede puacuteblica por exemplo Percebe-se tambeacutem que nesta temaacutetica os
quatro seguiram a tendecircncia dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Nas temaacuteticas de assistecircncia social e previdecircncia os quatro Municiacutepios
iniciaram 1998 nas faixas entre 5 a 15 e chegaram em 2006 nas faixas entre
0 a 10 Isso evidencia uma inversatildeo de prioridades dos governos ou uma
migraccedilatildeo para outras temaacuteticas como comprovado na anaacutelise de outros dados
a exemplo de serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e saneamento Observa-se tambeacutem
que a tendecircncia dos quatro natildeo segue a mesma quando compara-se a
aplicaccedilatildeo na mesma temaacutetica dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Em relaccedilatildeo aos gastos com pessoal que representam um dos maiores dos
governos os quatro Municiacutepios iniciaram em 1998 nas faixas entre 40 a 60
houve variaccedilotildees no periacuteodo analisado entre 30 a 80 chegando em 2006
dentro das faixas de 40 a 60
139
Por meio do percentual de gastos com pessoal nos quatro Municiacutepios
pesquisados comprovou-se que a LRF foi capaz de manter os gastos dentro
dos limites propostos natildeo sendo possiacutevel afirmar efeitos significativos nestes
percentuais e com indiacutecios que os nuacutemeros que merecem uma atenccedilatildeo
especial
Pode-se considerar a diacutevida consolidada dos quatro Municiacutepios como
exemplar Todos atendem plenamente aos limites da resoluccedilatildeo 40 do senado
federal O indicador iniciou em 1998 nas faixas entre 0 a 30 chegando a
2006 nas mesmas faixas
Os restos a pagar uma das mais importantes inovaccedilotildees da LRF foram
tratados de maneira responsaacutevel pelos quatro Municiacutepios Com exceccedilatildeo de
Alfenas os demais iniciaram em 1998 com percentuais exorbitantes na faixa
entre 400 a 1200 chegando em 2006 nas faixas entre 0 a 200
O municiacutepio de Alfenas iniciou a conta restos a pagar em 1998 na faixa entre 0
a 200 exatamente com 2968 e chegou em 2006 na mesma faixa soacute que
com 18139 O iacutendice recomendado eacute de 100 Deve-se ressaltar que este
municiacutepio em todo periacuteodo analisado esteve dentro do iacutendice recomendado
contudo deve dispensar atenccedilatildeo especial para este indicador Tambeacutem Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso apesar de este indicador ter melhorado e atingido
iacutendices satisfatoacuterios deve ficar atento ao resultado de 19269 apresentado
em 2006
Mesmo natildeo sendo recomendada tal situaccedilatildeo os Municiacutepios que apresentaram
percentuais de restos a pagar acima do recomendado poderatildeo reverter tal
situaccedilatildeo ateacute 2008 exerciacutecio que a LRF reservou conteuacutedo especial para o
tema
A conclusatildeo relacionada a creacuteditos suplementares eacute que os quatro Municiacutepios
natildeo avanccedilaram com a LRF Somente Juiz de Fora realizou suplementaccedilotildees
140
dentro dos limites estabelecidos na LOA No entanto todos expediram decretos
para modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias em 2006 maiores que 1998 representando
uma falta de planejamento mesmo apoacutes vaacuterios anos de vigecircncia da lei fiscal
brasileira
Os percentuais aplicados em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede natildeo eram obrigatoacuterios
em 1998 por isso somente os dados de 2006 foram analisados Constatou-se
que os quatro Municiacutepios cumpriram os percentuais determinados Alfenas
Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso aplicaram
respectivamente 2389 2624 2389 e 2236 Conclui-se com estas
aplicaccedilotildees no miacutenimo como representativas da responsabilidade com o
dinheiro puacuteblico e com a legislaccedilatildeo aplicada
Os percentuais legais aplicados com recursos do proacuteprio governo com
educaccedilatildeo e os recursos do FUNDEF tambeacutem foram cumpridos tanto em 1998
quanto em 2006 O municiacutepio de Alfenas aplicou em educaccedilatildeo no ano de
1998 um percentual de 3172 Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso aplicaram respectivamente 3052 3090 e 2687
Em 2006 Alfenas aplicou em educaccedilatildeo o percentual de 2833 Juiz de Fora
2624 Paraacute de Minas 2787 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 2621 Quando
comparados com 1998 observam-se percentuais menores de aplicaccedilatildeo em
educaccedilatildeo No entanto os quatro Municiacutepios cumpriram o limite estabelecido no
artigo 212 da CF de 1988
Os quatro Municiacutepios tambeacutem cumpriram os limites miacutenimos de 60 para
aplicaccedilatildeo dos recursos recebidos do FUNDEF com profissionais do magisteacuterio
Em 1998 Alfenas aplicou 17162 Juiz de Fora 9167 Paraacute de Minas
6006 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 100 dos recursos
Em 2006 Alfenas aplicou 8647 Juiz de Fora 8128 Paraacute de Minas 6315
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 6687 representando responsabilidade com os
141
recursos da educaccedilatildeo e do FUNDEF atenderam aos limites miacutenimos sem
prejudicar os indicadores financeiros descritos anteriormente
Constatou-se ainda um avanccedilo no processo de planejamento e gestatildeo
puacuteblica Houve maior envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos secretaacuterios
municipais e servidores das unidades operativas tanto na elaboraccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento quanto na execuccedilatildeo destes planos
A pesquisa comprovou por meio das entrevistas que o planejamento em Juiz
de Fora por exemplo melhorou em geral apoacutes a implementaccedilatildeo da LRF
Evidenciou-se que ocorreu envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos gestores de
cada unidade orccedilamentaacuteria Permitiu-se a cada responsaacutevel por cargos tanto
de comando quanto operativos que participassem do processo e facilitou-se o
conhecimento de conceitos e meacutetodos para elaboraccedilatildeo do PPA da LDO e da
LOA
Na secretaria de sauacutede de Juiz de Fora o que mudou efetivamente dependeu
mais da responsabilidade de cada gestor No Brasil a responsabilidade fiscal
estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo e o planejamento da sauacutede estaacute prejudicado nos
Municiacutepios em funccedilatildeo do chamado ldquojudicializaccedilatildeo da sauacutederdquo
Judicializaccedilatildeo na opiniatildeo do entrevistado satildeo sentenccedilas judiciais contra o
municiacutepio impetradas por usuaacuterios dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede garantindo
atendimentos de alta complexidade natildeo planejados pelo pode puacuteblico
municipal
Para a entrevistada de Paraacute de Minas os administradores passaram com a LRF
administrar com mais transparecircncia o dinheiro puacuteblico Os entrevistados dos
setores de planejamento e gestatildeo de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso afirmam que
apoacutes a LRF especialmente devido agrave imposiccedilatildeo de limites pela lei fiscal a
administraccedilatildeo passou a planejar melhor suas accedilotildees trabalhando com mais
transparecircncia e atribuindo mais responsabilidade aos gestores
142
Segundo o entrevistado da secretaria de educaccedilatildeo em Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia para a praacutetica de seus
atos com normas mais claras e voltadas para maior responsabilidade na
gestatildeo fiscal O entrevistado acredita que ao ampliar a participaccedilatildeo popular a
LRF intensifica as responsabilidades do gestor
Apoacutes anaacutelise dos dados desta pesquisa conclui-se que a LRF surtiu efeito
positivo nos Municiacutepios analisados com maior participaccedilatildeo da sociedade com
implementaccedilatildeo de instrumentos de gestatildeo orccedilamentaacuteria e financeira exigidos
pela Lei Fiscal Brasileira e com os percentuais e informaccedilotildees apresentadas na
pesquisa No entanto podemos avanccedilar mais e a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira deve e pode ser modificada em alguns pontos para atender agrave
nova realidade dos Municiacutepios a exemplo sobre a utilizaccedilatildeo da reserva de
contingecircncia unificaccedilatildeo das prestaccedilotildees de contas aos tribunais e a STN
contrataccedilatildeo pelos entes no uacuteltimo ano de governo Uma lei para manter-se
necessita ajustar-se constantemente agrave dinacircmica e agraves exigecircncias da
comunidade especialmente a lei mais importante para as financcedilas puacuteblicas
brasileira
A Lei Fiscal Brasileira foi um marco histoacuterico para as financcedilas puacuteblicas
brasileira estabelecendo limites e regras fundamentais para o planejamento
controle e gestatildeo com contribuiccedilatildeo relevante para administraccedilatildeo puacuteblica e
toda sociedade
143
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146
APEcircNDICES
APEcircNDICE A
BLOCO I - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
DESPESAS COM ENDIVIDAMENTO PESSOAL E RESTOS A PAGAR SAUacuteDE E SANEAMENTO ASSISTEcircNCIA E PREVIDEcircNCIA E EDUCACcedilAtildeO
1) Relaccedilatildeo Diacutevida Fundada Consolidada com a RCL dos Municiacutepios
Mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes exerciacutecios de 1998 a
2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
2) Despesas com Pessoal dos Municiacutepios Mineiros com populaccedilatildeo superior a
50000 mil habitantes Relaccedilatildeo com Receita Corrente Liacutequida exerciacutecio de
1998 a 2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
3) Valores constantes em Restos a Pagar nos Municiacutepios Mineiros com mais
de 50000 mil habitantes referente saldo final nos exerciacutecios de 1998 a 2006
comparado com o valor da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
4) Valores realizados com Sauacutede e Saneamento em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
5) Valores realizados com Assistecircncia e Previdecircncia em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
6) Valores realizados com Educaccedilatildeo em Relaccedilatildeo da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
BLOCO II - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO EXECUTIVO E PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GESTAtildeO
ORCcedilAMENTAacuteRIA
1) Quais entidades compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica no Municiacutepio
2) Qual eacute a estrutura organizacional do Poder Executivo (pode ser
representada por figuraorganograma)
3) Quais informaccedilotildees continham nos programas governamentais nos exerciacutecio
de 1998 e 2006
INFORMACcedilOtildeES 1998 2006
Caracteriacutestica do Programa
Objetivo do Programa
Unidade Responsaacutevel
Gerente Responsaacutevel pelo Programa
Indicador do Programa
Custo Financeiro do Programa
4) Quais tipos de despesas constavam no PPA nos exerciacutecios de 1998 e 2006
TIPOS DE DESPESAS 1998 2006
Somente despesas de capital
Despesas de capital e Despesas de Duraccedilatildeo Continuada
Despesas de capital e Outras delas decorrentes
5) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizada em Sauacutede e
Saneamento para os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizado em Assistecircncia
social e Previdecircncia entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
7) Qual o percentual da Receita Corrente Liacutequida aplicado em Pessoal nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) ateacute 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
8) Qual o percentual apurado da comparaccedilatildeo entre Receita Corrente Liacutequida
realizada com o saldo da diacutevida consolidada do municiacutepio nos exerciacutecios de
1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
9) Qual o valor de restos a pagar em relaccedilatildeo Disponibilidade Financeira nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
EXERCIacuteCIO VALORES
1998
2006
10) Qual o percentual de suplementaccedilatildeo autorizado e efetivamente realizado
para os exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL AUTORIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
11) Quantos atos legais o Executivo emitiu em e em quais periacuteodos para
abertura de creacuteditos adicionais suplementares
EXERCIacuteCIO TRIMESTRE QUANTIDADE DE DECRETOS
1ordm
2ordm
3ordm
1998
4ordm
1ordm
2ordm
3ordm
2006
4ordm
APEcircNDICE B
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BLOCO I ndash PROCESSO DE PARTICIPACcedilAtildeO E CONSTRUCcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS DE PLANEJAMENTO FINANCcedilAS ASSESSORES E TEacuteCNICOS DA AacuteREA DE PLANEJAMENTO
O presente instrumento tem como objetivo de sua utilizaccedilatildeo um estudo de caso
da dissertaccedilatildeo de Mestrado do aluno Reinaldo Cacircndido Teixeira sobre
orientaccedilatildeo do Professor Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade pela Fundaccedilatildeo
Educacional Dr Pedro Leopoldo Prometemos manter sigilo quanto agraves
informaccedilotildees que nos seratildeo passadas fazendo uso das mesmas uacutenica e
exclusivamente para realizaccedilatildeo deste projeto
As respostas desta entrevista seratildeo com base no processo orccedilamentaacuterio e
financeiro dos exerciacutecios de 1998 e 2006
1) Relacione os agentes que participaram do processo de alteraccedilatildeoelaboraccedilatildeo
do PPA e da LOA para os exerciacutecios de 1998 e 2006
AGENTES 1998 2006
Prefeito
Secretaacuterios
Sociedade Organizada (sindicatos associaccedilatildeo de bairros)
Contabilidade
Secretaacuteria de Planejamento
11 ndash Relacione outros agentes se julgar necessaacuterio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento Municipal
EXERCIacuteCIO RESPOSTAS
1998
2006
3) Em quantas regiotildees orccedilamentaacuterias (bairros) foram divididas(os) seu
municiacutepio para fins de alocaccedilatildeo de recursos para os exerciacutecios de 1998 e
2006
ASSINALAR COM X
QUANTIDADE DE REGIOtildeES 1998 2006
1 a 5
6 a 10
Acima de 10
31 ndash Caso entenda necessaacuterio comente algum fator relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) A transparecircncia tem sido uma dos avanccedilos na administraccedilatildeo puacuteblica qual
era diferenccedila entre os exerciacutecios de 1998 e 2006 conforme itens a seguir
RELACcedilAtildeO DE ITENS 1998 2006
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios Resumidos da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria afixado
em local puacuteblico e Internet
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios de Gestatildeo Fiscal afixado em local puacuteblico ou
Internet
Boletim Diaacuterio de Caixa
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional
41 ndash Mencione outras informaccedilotildees caso julgue importantes ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Existia avaliaccedilatildeo perioacutedica dos resultados da execuccedilatildeo dos programas
governamentais nos exerciacutecios de 1998 e 2006
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
6) Do ponto de vista de estrutura Fiacutesica e de Pessoal ocorreu alguma
mudanccedila qual era sua estrutura nos exerciacutecios objeto da pesquisa exigiu mais
funcionaacuterios para atender agraves demandas exigiu contrataccedilatildeo de pessoal mais
qualificado ou ateacute mesmo a qualificaccedilatildeo da equipe jaacute existente
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
7) O Poder Executivo observou regra de compatibilidade entre PPA e LOA para
em sua elaboraccedilatildeo para 1998 e 2006
REGRAS DE COMPATIBILIDADE 1998 2006
Existecircncia de accedilotildees governamentais no PPA como condiccedilatildeo para inclusatildeo
na LOA
Os mesmos valores financeiros constantes nos totalizadores dos
Programas e Accedilotildees Governamentais do PPA com a LOA
Existecircncia de UN fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
71 ndash Mencione outras regras caso haja necessidade ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) O Poder Executivo estabelecia metas de arrecadaccedilatildeo mensais ou
bimestrais para os exerciacutecios de 1998 e 2006 utilizando como instrumento
orientador de planejamento
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
9) O Poder Executivo Municipal estabelecia algum tipo de cronograma de
desembolso como instrumento de planejamento financeiro para o exerciacutecio de
1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
10) O Poder Executivo Municipal estabelecia fluxo de caixa projetado para o
exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
11) O Poder Executivo Municipal estabelecia Metas de Resultado Primaacuterio e
Nominal para exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
12) Para expansatildeo de criaccedilatildeo de despesas novas havia algum tipo de regra
para medir o impacto orccedilamentaacuterio e financeiro no exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
13) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
BLOCO II ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE SAacuteUDE
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Sauacutede
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Sauacutede (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento) somente
do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os) como por
exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para 2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
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2006
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3) Quais os recursos o Municiacutepio contava em 1998 e 2006 para financiar os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede
RECURSOS 1998 2006
Porcentagem das Receitas Tributaacuterias e Trans Constitucionais do
Municiacutepio
MAC ndash Meacutedia e Alta Complexidade
PAB Fixo ndash Piso de Atenccedilatildeo Baacutesico Fixo
Programa Sauacutede da Famiacutelia
Programa Sauacutede Bucal
Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
11 ndash Relacione outra fonte caso entenda como relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da sauacutede no orccedilamento
no exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL DA ARRECADACcedilAtildeO CONFORME EMENDA 29 DE 2000 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________ MAC ndash MEacuteDIA E ALTA COMPLEXIDADE 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
42 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PAB FIXO ndash PISO DE ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
43 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual foi o percentual Fixado e Realizado das receitas originaacuterias de
impostos e de transferecircncias constitucionais para sauacutede puacuteblica no Orccedilamento
do exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
BLOCO III ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE EDUCACcedilAtildeO
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Educaccedilatildeo EXERCICIO RESPOSTAS
1998
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2006
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2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Educaccedilatildeo (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento)
somente do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os)
como por exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para
2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
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_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da educaccedilatildeo no
orccedilamento nos exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL DE 25 DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFEREcircNCIAS CONSTITUCIONAIS
1998
2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legais para manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
31 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Em 1998 e 2006 jaacute vigorando a Lei 9424 ndash Dispotildee sobre o Fundo de
Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio - FUNDEF como era a distribuiccedilatildeo destes recursos
CRITEacuteRIOS 1998 2006
Totalmente direcionado a Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Somente garantia os 60 aos Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Destinou a ampliaccedilatildeo real dos vencimentos de Pessoal do Magisteacuterio do
Ensino Fundamental
Destinado a todos os trabalhadores da educaccedilatildeo do Ensino Fundamental
Destinava agraves demais despesas com educaccedilatildeo fundamental
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual o percentual Fixado e Realizado das Receitas Originaacuterias de Impostos
e Transferecircncias Constitucionais destinados para Educaccedilatildeo no exerciacutecio de
1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 25
( ) 251 a 30
( ) acima de 30
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria de
seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
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Reinaldo Cacircndido Teixeira Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade
Aluno MPA Professor Orientador
APEcircNDICE C
QUADRO 22 Relaccedilatildeo de Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes utilizados na pesquisa
Ndeg DE ORDEM UF MUNICIPIO POPULACcedilAtildeO
1 MG Alfenas 64674002 MG Araxaacute 77270003 MG Barbacena 114738004 MG Belo Horizonte 2154161005 MG Betim 318694006 MG Campo Belo 49325007 MG Caratinga 73139008 MG Contagem 529805009 MG Coronel Fabriciano 968530010 MG Curvelo 696140011 MG Divinoacutepolis 1892940012 MG Esmeraldas 372210013 MG Formiga 620920014 MG Frutal 501030015 MG Governador Valadares 2318750016 MG Ibiriteacute 1320300017 MG Ipatinga 2096600018 MG Itabira 1044260019 MG Itajubaacute 833570020 MG Ituibutaba 913750021 MG Janauacuteba 630070022 MG Januaacuteria 631550023 MG Juiz de Fora 4584170024 MG Lavras 800120025 MG Leopoldina 474560026 MG Manhuaccediluacute 598420027 MG Mariana 418780028 MG Monte Carmelo 438210029 MG Montes Claros 2906090030 MG Muriaeacute 884120031 MG Nova Lima 624770032 MG Nova Serrana 301480033 MG Ouro Preto 609190034 MG Paraacute de Minas 752270035 MG Paracatu 746370036 MG Passos 1007000037 MG Patos de Minas 1213250038 MG Patrociacutenio 751100039 MG Pedro Leopoldo 519270040 MG Pirapora 506940041 MG Poccedilos de Caldas 1321560042 MG Ponte Nova 565680043 MG Pouso Alegre 1021890044 MG Ribeiratildeo das Neves 24391700
45 MG Sabaraacute 1100630046 MG Santa Luzia 1681030047 MG Satildeo Francisco 553160048 MG Satildeo Joatildeo Del Rei 782860049 MG Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 588350050 MG Sete Lagoas 1879110051 MG Teoacutefilo Otoni 1235410052 MG Timoacuteteo 718450053 MG Trecircs Pontas 492360054 MG Ubaacute 846320055 MG Uberaba 2545200056 MG Uberlacircndia 5024160057 MG Unaiacute 679090058 MG Varginha 1108790059 MG Vespasiano 668550060 MG Viccedilosa 6301400
Fonte IBGE - Estimativa de 2004
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 11 Tema Problema
- 12 Objetivos
- 121 Objetivo Principal
- 122 Objetivos Secundaacuterios
- 13 Justificativa
- 2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
- 21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Bras
- 22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
- 221 Introduccedilatildeo
- 222 Surgimento da LRF
- 223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
- 224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
- 23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
- 231 Introduccedilatildeo
- 232 Programaccedilatildeo Financeira
- 233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
- 234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
- 235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
- 3 METODOLOGIA
- 31 Estrateacutegia de Pesquisa
- 311 Universo e amostra
- 312 Coleta de Dados
- 4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
- 411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
- 412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa
- 413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
- 414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Finance
- 415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita
- 416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircn
- 417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita
- 42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
- 421 Municiacutepio de Alfenas
- 422 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfe
- 431 Municiacutepio de Alfenas
- 432 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 5 CONCLUSAtildeO
- REFEREcircNCIAS
- APEcircNDICES
-
RESUMO
O IMPACTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO PLANEJAMENTO DOS MUNICIacutePIOS estudos de caso em Municiacutepios
mineiros com mais de 50000 mil habitantes
Esta dissertaccedilatildeo trata da avaliaccedilatildeo do efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes Foram realizadas anaacutelises qualitativas A pesquisa inicia-se
com um levantamento bibliograacutefico seguido de pesquisa em 60 Municiacutepios
escolhidos como amostra global cujos dados estatildeo disponiacuteveis no sitio da
STN Na sequumlecircncia foram realizados estudos de caso em quatro Municiacutepios
escolhidos pela facilidade de acesso Nestes utilizou-se para coleta de dados
levantamento documental e entrevistas Para seguranccedila na aplicaccedilatildeo das
entrevistas realizou-se um preacute-teste no municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves O
periacuteodo utilizado para pesquisa nos 60 Municiacutepios foi entre 1998 a 2006 e
para aplicaccedilatildeo das entrevistas e levantamento documental foi de 1998 e 2006
Conclui-se nos estudos por meio de vaacuterios indicadores como restos a pagar
endividamento gastos com pessoal gastos com sauacutede gastos com educaccedilatildeo
dentre outros e nas entrevistas que o efeito da lei foi positivo e que os
Municiacutepios conseguiram cumprir os limites estabelecidos pela LRF Cabe
ressaltar que alguns itens pesquisados como quantidades de decretos
utilizados para modificaccedilotildees do orccedilamento puacuteblico em sua execuccedilatildeo nos
quatro Municiacutepios evidenciou que o planejamento pode melhorar muito
Conclui-se ainda que a LRF brasileira a exemplo da Nova Zelacircndia pode ser
revisada para atender agrave nova realidade apoacutes sete anos de vigecircncia
Palavras Chave Responsabilidade Fiscal planejamento equiliacutebrio fiscal
ABSTRACT
The Impact of Fiscal Responsibility Law on City Planning Case Studies in cities of the state of Minas Gerais with more than 50000 inhabitants
The objective of this study was to evaluate the effect of the Fiscal Responsibility
Law (LRF) on budget and financial planning of cities of the State of Minas
Gerais with more than 50000 inhabitants Qualitative analyses were performed
and the study began with a literature review followed by survey in 60 cities that
were chosen as global sample with data available at the STN site
Subsequently case studies were carried out in four cities that were chosen by
their easy access Documental survey and interviews were used for data
collection and to guarantee safety in their application a pre-test took place in
the city of Ribeiratildeo das Neves The research period in the 60 cities of Minas
Gerais was from 1998 to 2006 where as the interviews and the documental
survey occurred in the year of 1998 and 2006 The conclusion led by the
interviews and several indicators such as unspent commitments debt position
personnel expenses health expenses and education expenses among others
was that LRF effect was positive and the cities managed to comply with the
limits established by the law It is worth pointing out that some items surveyed in
four cities such as the amount of decrees used for changing public budgets in
relation to their implementation showed that planning can bring a great
improvement to it It was also concluded that Brazilian LRF similarly to New
Zealand could be reviewed to meet a new reality after seven years of validity
Keywords Fiscal responsibility planning fiscal balance
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Atos das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias
ARO Antecipaccedilatildeo de Receita Orccedilamentaacuteria
BCB Banco Central do Brasil
CF Constituiccedilatildeo Federal
DASP Departamento Administrativo do Serviccedilo Puacuteblico
DILSP Diacutevida Interna Liquida do Setor Puacuteblico
FUNDEF Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental
ILPESCEPAL Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y
SocialComissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotores
ICMS Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
LDO Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias
LOA Lei Orccedilamentaacuteria Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MF Ministeacuterio da Fazenda
MPO Ministeacuterio de Planejamento e Orccedilamento
MPOG Ministeacuterio de Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo
NFGC Necessidade de Financiamento do Governo Central
PAEG Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desenvolvimento
PND Planos Nacionais de Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
SIACEPCA Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de
Contas Anual
SIDOR Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios
SIDORNET Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da
Internet
SIGPLAN Sistema de Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento
SOF Secretaria de Orccedilamento Federal
TCEMG Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
FIGURA 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo
Horizonte 83
FIGURA 2 Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora 122
GRAacuteFICO 1 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP 88
GRAacuteFICO 2 Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
90
GRAacuteFICO 3 Percentual de Endividamento Consolidado 91
GRAacuteFICO 4 Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF 92
GRAacuteFICO 5 Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira -
PRPDF 93
GRAacuteFICO 6 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL -
PGSSRCL 94
GRAacuteFICO 7 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL
- PGAPRCL 95
GRAacuteFICO 8 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash
PGECRCL 96
GRAacuteFICO 9 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas 99
GRAacuteFICO 10 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia -
Alfenas 100
GRAacuteFICO 11 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas 100
GRAacuteFICO 12 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas 101
GRAacuteFICO 13 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas 102
GRAacuteFICO 14 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora
105
GRAacuteFICO 15 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz
de Fora 105
GRAacuteFICO 16 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora 106
GRAacuteFICO 17 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 19 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 20 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas
110
GRAacuteFICO 21 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash
Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 22 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 23 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 24 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 25 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso 114
GRAacuteFICO 26 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso 115
GRAacuteFICO 27 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
115
GRAacuteFICO 28 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
GRAacuteFICO 29 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA 40
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas 47
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento 54
QUADRO 4 Processo Orccedilamentaacuterio 56
QUADRO 5 Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento 57
QUADRO 6 Etapas do processo de planejamento 58
QUADRO 7 Composiccedilatildeo da RCL 60
QUADRO 8 Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para
Estudos de Caso 83
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de
entrevistas 85
QUADRO 10 Blocos para levantamento documental 85
QUADRO 11 Blocos para entrevistas 86
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos 88
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro
Municiacutepios 98
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas 101
QUADRO 15 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste 118
QUADRO 16 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 120
QUADRO 17 Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas120
QUADRO 18 Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede 124
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 127
QUADRO 20 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 131
QUADRO 21 Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo 134
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico 31
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil
entre 1991 e 2000 32
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira 69
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 74
TABELA 5 Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
90
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
11 Tema Problema 16
12 Objetivos 17
121 Objetivo Principal 17
122 Objetivos Secundaacuterios 17
13 Justificativa 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil 19
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento 29
221 Introduccedilatildeo 29
222 Surgimento da LRF 31
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico 34
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 59
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal 65
231 Introduccedilatildeo 65
232 Programaccedilatildeo Financeira 66
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 71
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas 75
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica 76
3 METODOLOGIA 81
31 Estrateacutegia de Pesquisa 81
311 Universo e amostra 82
312 Coleta de Dados 84
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 87
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP 88
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF 90
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC 91
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e
Bancos ndash PRPDF 92
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente
Liacutequida - PGSSRCL 94
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL 95
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente
Liacutequida - PGECRCL 96
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 97
421 Municiacutepio de Alfenas 98
422 Municiacutepio de Juiz de Fora 103
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas 109
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 113
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de
Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 117
431 Municiacutepio de Alfenas 118
432 Municiacutepio de Juiz de Fora 120
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas 127
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 131
5 CONCLUSAtildeO 137
REFEREcircNCIAS 143
APEcircNDICES 146
14
1 INTRODUCcedilAtildeO Trata-se nesta pesquisa de uma anaacutelise a partir de levantamento de dados
no siacutetio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) anaacutelises de documentos e
entrevistas dirigidas e semi-estruturadas do efeito produzido pela Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro nos Municiacutepios
Mineiros com mais de 50000 habitantes
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 84) planejar eacute estabelecer com
antecedecircncia objetivos accedilotildees e metas com base em alguma metodologia ou
loacutegica preacute-definida Uma vez que esse conceito deve ser observado
principalmente na administraccedilatildeo puacuteblica e considerando que LRF dedicou
grande parte aos instrumentos de planejamento puacuteblico nosso estudo foi
direcionado para o processo de construccedilatildeo e acompanhamento dos principais
instrumentos de planejamento puacuteblico Plano Plurianual Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e a Lei Orccedilamentaacuteria Anual O enfoque do estudo foi dado a
Municiacutepios considerados estrateacutegicos do estado de Minas Gerais Priorizando
as temaacuteticas de educaccedilatildeo e sauacutede que representam a maior fatia dos
investimentos e demandas dos Municiacutepios Seratildeo avaliados tambeacutem dados
relevantes de sessenta Municiacutepios do estado de Minas Gerais com mais
50000 mil habitantes
Seraacute dada maior ecircnfase ao orccedilamento puacuteblico devido ao fato de ele antes de
qualquer outra definiccedilatildeo ser uma decisatildeo poliacutetica por meio da qual ocorre a
materializaccedilatildeo da despesa puacuteblica O orccedilamento puacuteblico eacute considerado uma
dos mais antigos instrumentos de gestatildeo e eacute por meio dele que os governos
nacionais ou sub-nacionais viabilizam suas poliacuteticas Serve como norteador e
limitador para administraccedilatildeo direta e indireta e tem a capacidade de aproximar
o administrador puacuteblico do cidadatildeo
15
O Brasil conforme dados do Banco Central possui um niacutevel alto de
endividamento puacuteblico Corrobora com este fato para tornar ainda mais difiacutecil a
gestatildeo dos recursos puacuteblicos a falta de recursos para arcar com as demandas
da sociedade os consecutivos deacuteficits orccedilamentaacuterios e ateacute mesmo a
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 que ampliou a receita dos Municiacutepios
vinculando as receitas mais expressivas a determinadas temaacuteticas como
educaccedilatildeo sauacutede Essa satildeo razotildees para se falar do planejamento puacuteblico nos
Municiacutepios mineiros e do efeito produzido pela Lei Complementar nordm 101 de
2000 ndash Lei de Responsabilidade Fiscal
O Brasil para a elaboraccedilatildeo da referida lei embasou-se tanto em modelos
aplicados na Uniatildeo Europeacuteia quanto em princiacutepios da experiecircncia norte-
americana Na Uniatildeo Europeacuteia o modelo eacute o tratado de Maastricht no qual
estatildeo previstas penalidades que vatildeo desde multa e restriccedilotildees de acesso a
novos creacuteditos e financiamentos agraves ocorrecircncias de deacuteficits orccedilamentaacuterios
considerados excessivos Neste modelo admite-se desvios fiscais desde que
mantido o efetivo compromisso de ajuste Os princiacutepios norte-americanos
seguidos pelo Brasil referem-se agrave exigecircncia de compensaccedilatildeo de renuacutencia de
receitas e das novas despesas obrigatoacuterias de caraacuteter continuado
Tambeacutem seguindo outros modelos bem-sucedidos a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira adotou o princiacutepio da transparecircncia utilizando-se do modelo da
Nova Zelacircndia Como exemplo a elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio de
Gestatildeo Fiscal conforme descrito no artigo 48 da lei brasileira transcrito a
seguir
Art 48 Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos Paraacutegrafo uacutenico A transparecircncia seraacute assegurada tambeacutem mediante incentivo agrave participaccedilatildeo popular e realizaccedilatildeo de audiecircncias puacuteblicas durante os processos de elaboraccedilatildeo e de discussatildeo dos planos lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e orccedilamentos
16
Para analisar o impacto da lei utilizaram-se dados comparativos de dois
exerciacutecios um periacuteodo anterior agrave lei (1998) e outro posterior (2006) Avaliou-se
tambeacutem com base em dados disponiacuteveis no siacutetio da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) gastos com pessoal diacutevida restos a pagar educaccedilatildeo e
cultura sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia referente ao
periacuteodo de 1998 a 2006
A estrutura da dissertaccedilatildeo estaacute organizada em cinco capiacutetulos O primeiro eacute a
introduccedilatildeo sendo ela dividida em tema problema objetivos principal e
secundaacuterios e justificativa O segundo capiacutetulo conteacutem o referencial teoacuterico
que sustenta a pesquisa e eacute composto de trecircs sub-capiacutetulos um relato
histoacuterico sobre o planejamento puacuteblico no Brasil a apresentaccedilatildeo da lei de
responsabilidade fiscal e o planejamento puacuteblico e por fim um estudo sobre a
gestatildeo do orccedilamento municipal Procurou-se neste capiacutetulo dar sustentaccedilatildeo
teoacuterica agrave pesquisa O terceiro capiacutetulo refere-se agrave metodologia de pesquisa O
quarto eacute composto de apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados O quinto e
uacuteltimo as conclusotildees da pesquisa seguidos das referecircncias e apecircndices
11 Tema Problema Para nortear nossos estudos a questatildeo central seraacute
Qual o efeito produzido no Planejamento Orccedilamentaacuterio e Financeiro nos
Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei de
Responsabilidade Fiscal
17
12 Objetivos 121 Objetivo Principal
Identificar qual foi o efeito produzido no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro
dos Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal
122 Objetivos Secundaacuterios
bull Investigar como a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu no Brasil
bull Analisar o processo histoacuterico de planejamento puacuteblico no Brasil
bull Identificar como funciona o processo de construccedilatildeo e gestatildeo dos
principais instrumentos de planejamento puacuteblico nos Municiacutepios com especial
atenccedilatildeo para aacutereas de Educaccedilatildeo e Sauacutede
bull Analisar se a Lei de Responsabilidade Fiscal afetou de forma positiva ou
negativa o planejamento e a gestatildeo dos Municiacutepios mineiros
13 Justificativa
A pesquisa se justifica em funccedilatildeo da importacircncia dos Municiacutepios para a naccedilatildeo
brasileira Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) os
Executivos municipais representam um dos maiores empregadores
18
Com a constituiccedilatildeo de 1988 os Municiacutepios ganharam mais autonomia e mais
receitas no entanto com mais responsabilidades e mais demandas por
serviccedilos puacuteblicos O controle externo tanto teacutecnico como social tornou-se mais
exigente razatildeo pela qual os principais planos de governo foram formalizados
sendo estes planos Plano Plurianual Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias e Lei
Orccedilamentaacuteria Anual
A Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco histoacuterico para as
financcedilas Tendo especialmente tratado um problema antigo que eacute o controle
dos gastos com pessoal e do endividamento puacuteblico esta lei busca o equiliacutebrio
das contas puacuteblicas fundamental para continuidade e implementaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas necessaacuterias e urgentes para o povo brasileiro
19
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil
O orccedilamento puacuteblico tem o propoacutesito de permitir uma relaccedilatildeo entre governos e
a sociedade isto porque eacute por meio dele que eacute possiacutevel determinar o gasto
puacuteblico Para uma melhor compreensatildeo e exerciacutecio deste direito eacute importante
entendermos que os desvios de cumprimento de regras e normas natildeo satildeo de
agora eles satildeo resultado de um longo processo histoacuterico Para Castro e Garcia
(2004 p 44) a evoluccedilatildeo institucional da Administraccedilatildeo Puacuteblica no Brasil
remonta ao periacuteodo colonial com a absorccedilatildeo das caracteriacutesticas do
absolutismo vigente em Portugal caracterizado por amplos poderes para o
soberano no paiacutes e nas colocircnias
O primeiro orccedilamento puacuteblico do paiacutes data de 1827 cinco anos apoacutes a
proclamaccedilatildeo da independecircncia foi para Giacomoni (2007 p 40) um
orccedilamento frustrado com mecanismos arrecadadores deficientes em relaccedilatildeo
agraves proviacutencias enfrentando dificuldades nas comunicaccedilotildees e certos conflitos
com normas legais oriundas do periacuteodo colonial
Conforme Vieira1 (apud Castro e Garcia 2004 p 46) do ponto de vista
teoacuterico o Legislativo tinha autonomia para limitar o gasto do Imperador No
entanto este poder natildeo ocorria de fato pois o Poder Legislativo natildeo possuiacutea
capacidade teacutecnica e nem informaccedilotildees necessaacuterias Aleacutem disso utilizavam-se
da possibilidade de incluiacuterem propostas de interesse proacuteprio no projeto de lei
orccedilamentaacuteria anual isso dava a impressatildeo de que o congresso era incapaz de
lidar com a mateacuteria financeira de forma responsaacutevel
1 VIEIRA L V O processo orccedilamentaacuterio brasileiro e o modelo principal ndash agente uma anaacutelise poliacutetica positiva 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Departamento de Economia da Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia
20
Esse modelo inadequado ocorre ateacute hoje especialmente em Legislativos
municipais mas tambeacutem no Congresso Nacional Brasileiro onde as emendas
ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo satildeo objeto de negociaccedilatildeo e busca de interesses
privados em detrimento do interesse puacuteblico
Diversos doutrinadores concordam que natildeo haacute planejamento que funcione de
forma satisfatoacuteria sem o devido controle e acompanhamento Com este
objetivo em 1850 foi criado o Tribunal do Tesouro Puacuteblico Nacional do
Governo Imperial com a competecircncia de fiscalizar a Administraccedilatildeo da
Fazenda e em 1858 foi criada uma Diretoria exclusiva para o processo de
tomadas de contas dos agentes envolvidos com a despesa puacuteblica ampliando
dessa forma a competecircncia do tribunal
O modelo que em termos seria uma evoluccedilatildeo apresenta vulnerabilidades tais
como a vinculaccedilatildeo e a dependecircncia financeira da Diretoria de Tomada de
Contas ao Ministeacuterio da Fazenda com isso certamente gerava uma
desconfianccedila no pleno exerciacutecio de suas competecircncias de fiscalizaccedilatildeo Este
modelo sofreu pressotildees para a criaccedilatildeo de uma estrutura de controle de contas
vinculada ao Parlamento com total independecircncia do Tesouro Puacuteblico
Nacional e do Ministeacuterio da Fazenda
Faz-se importante uma verificaccedilatildeo do processo orccedilamentaacuterio percorrido pelo
Brasil para possibilitar a comparaccedilatildeo e analise atualmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal Para isso elaborou-se pesquisa iniciada a partir da
deacutecada de 30
Plano Especial de Obras Puacuteblicas e Aparelhamento do Estado Nacional ndash 19391944 Mesmo natildeo tendo o ecircxito desejado para Albuquerque Medeiros e Silva (2006
p 93) o plano especial foi o resultado direto da nova concepccedilatildeo de Estado que
se criara no Brasil na deacutecada de 30 ou seja o Estado como propulsor da
21
economia e do desenvolvimento O plano foi notadamente um marco inicial do
planejamento puacuteblico no Brasil especialmente por se tratar da primeira
experiecircncia de planejamento
Com este modelo o Estado assume um papel intervencionista interferindo
diretamente no processo de crescimento econocircmico em diversos setores da
economia como induacutestria e infra-estrutura
Plano SALTE ndash 1950 a 1954
O Plano SALTE ndash Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia instituiacutedo
conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 93) a partir de duas
missotildees norte-americanas que influenciaram fortemente os teacutecnicos brasileiros
na aacuterea de planejamento do ponto de vista metodoloacutegico Teve grandes
avanccedilos em relaccedilatildeo ao plano anterior no entanto com vida curta em funccedilatildeo de
problemas econocircmicos enfrentados na eacutepoca e seus recursos foram
incorporados ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo
Conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 94) o plano foi
implementado no Governo do Presidente Dutra Este elegeu quatro temaacuteticas
como prioritaacuterias Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia das quais se
originou o nome do plano
Primeiro plano que descentralizava suas accedilotildees para outros entes da federaccedilatildeo
e para suas proacuteprias autarquias e sociedades de economia mista Estendeu-se
tambeacutem a entidades privadas e possuiacutea promoccedilatildeo de entendimentos e
convecircnios para parcerias com Estados e Municiacutepios
O plano fracassou por algumas razotildees tais com a coordenaccedilatildeo centralizada na
presidecircncia da repuacuteblica os poucos recursos disponibilizados contrariando o
que foi proposto inicialmente e a falta de controle
22
Plano de Metas
Juscelino Kubistchek estruturou objetivos para nortear a aplicaccedilatildeo de recursos
puacuteblicos por um periacuteodo de meacutedio prazo formulando assim o chamado ldquoPlano
de Metasrdquo Neste plano priorizou-se a construccedilatildeo de estaacutegios superiores da
piracircmide industrial vertical integrada2 e propocirc-se a continuidade da poliacutetica de
substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
Com caracteriacutestica marcante o plano de metas adotou estruturas paralelas ao
poder puacuteblico formal aumentando a capacidade de decisatildeo com alcance de
resultados mais raacutepidos diminuindo a burocracia ora instalada nos ministeacuterios
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
O plano de metas inaugura no Brasil a utilizaccedilatildeo do planejamento indicativo (embora em pequena escala) ou seja a distinccedilatildeo entre onde o governo vai atuar como agente econocircmico e onde deve haver apenas a indicaccedilatildeo para o setor privado Conseguiu ecircxito no plano de industrializaccedilatildeo da economia e na superaccedilatildeo de pontos de estrangulamento que impediam o desenvolvimento nacional poreacutem teve como consequumlecircncias desequiliacutebrios na balanccedila de pagamento e aumento das taxas de inflaccedilatildeo
Plano Trienal
Em 1961 foi criada a Comissatildeo Nacional de Planejamento e em 1962 foi
elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econocircmico e Social para o
triecircnio 1963-1965 cujo objetivo macro era compatibilizar a meta global de
aumento da atividade econocircmica com a taxa de crescimento e estabilizaccedilatildeo da
moeda
Neste periacuteodo cabia ao Executivo a competecircncia para elaborar a peccedila
orccedilamentaacuteria O Congresso Nacional influenciava na alocaccedilatildeo de recursos
conforme sua representaccedilatildeo 2 Investimentos no setor de energia-transporte siderurgia e refino de petroacuteleo e no setor secundaacuterio para produccedilatildeo de equipamentos e insumos com funccedilotildees de alta intensidade de capital
23
Mesmo com os claros avanccedilos para Giacomoni apud Castro e Garcia (2004 p
49) o orccedilamento era chamado de Tradicional3 isto porque tratava somente de
duas classificaccedilotildees convencionais Classificaccedilatildeo por Unidades (podemos
chamaacute-la atualmente de classificaccedilatildeo institucional) e uma econocircmica (por
objeto e item de despesa)
Todos estes avanccedilos natildeo ocorreram por acaso O crescimento urbano
mudanccedilas na economia e na poliacutetica exigiam modernizaccedilotildees no planejamento
puacuteblico
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
o plano trienal procurou pela primeira vez soluccedilotildees para os problemas estruturais do paiacutes abordando de forma integrada a estrutura econocircmica e social do Brasil Conferiu importacircncia fundamental ao planejamento no processo de desenvolvimento econocircmico Caberia a ele antecipar as principais modificaccedilotildees estruturais desenvolvidas e indicar medidas a serem tomadas
PAEG ndash Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo ndash 1964 a 1966
Segundo Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95) os objetivos principais do
plano eram acelerar o ritmo do desenvolvimento econocircmico conter
progressivamente o processo inflacionaacuterio atenuar os desniacuteveis econocircmicos
setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego aleacutem de corrigir a
tendecircncia a deacuteficits descontrolados do balanccedilo de pagamentos
Outro acontecimento histoacuterico que devemos reconhecer como sendo um
grande avanccedilo no processo orccedilamentaacuterio deste periacuteodo foi a promulgaccedilatildeo da
Lei 4320 de 1964 Considerada o embriatildeo da moderna teacutecnica orccedilamentaacuteria
chamada de orccedilamento-programa dispotildee em seu art 2ordm
3 Esse tipo de orccedilamento eacute tambeacutem conhecido como ldquoLei de Meiosrdquo pois representava um inventaacuterio dos ldquomeiosrdquo com os quais o Estado contava para realizar suas tarefas Foi utilizado ateacute o advento da Lei ndeg 43201964
24
A Lei de Orccedilamento conteraacute a discriminaccedilatildeo da receita e despesa de forma a evidenciar a poliacutetica econocircmico-financeira e o programa de trabalho do Governo obedecidos os princiacutepios de unidade universalidade e anualidade sect 1ordm Integraratildeo a Lei do Orccedilamento ndash sumaacuterio geral da receita por fontes e da despesa por funccedilotildees do Governo II ndash quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econocircmicas na forma do Anexo 1 III ndash quadro discriminatoacuterio da receita por fontes e respectiva legislaccedilatildeo IV ndash quadro das dotaccedilotildees por oacutergatildeos do Governo e da Administraccedilatildeo sect 2ordm Acompanharatildeo a Lei de Orccedilamento I ndash quadros demonstrativos da receita e planos de aplicaccedilatildeo dos fundos especiais II ndash quadros demonstrativos da despesa na forma dos Anexos ndegs 6 e 9 III ndash quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo em termos de realizaccedilatildeo de obras e de prestaccedilatildeo de serviccedilos
Mesmo em um periacuteodo de autoritarismo militar esta lei foi sem duacutevida
nenhuma um grande avanccedilo para a administraccedilatildeo puacuteblica nos trecircs niacuteveis de
governo Vigora ateacute a presente data sem nenhuma alteraccedilatildeo Existe hoje uma
proposta de alteraccedilatildeo que tramita no congresso nacional mas sem mudanccedilas
significativas em seu conteuacutedo
Outro elemento significativo foi o Decreto-lei ndeg 20067 Instrumento da
Reforma Administrativa de 1967 criou o Ministeacuterio do Planejamento e
Coordenaccedilatildeo Geral que dentre outras atribuiccedilotildees ficou incumbido da
elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e da proposta orccedilamentaacuteria anual
Deacutecada de 1980 - Constituiccedilatildeo Cidadatilde
Com a CF de 1988 retornou ao congresso as discussotildees sobre planejamento
e orccedilamento que consagrou princiacutepios fundamentais como legalidade
moralidade impessoalidade Publicidade eficiecircncia e do interesse puacuteblico
Esta constituiccedilatildeo tratou dentre outros temas fundamentais para o paiacutes sobre o
processo de planejamento e orccedilamento instituindo o Art 165 conforme
descrito
25
Art 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabeleceratildeo I - o plano plurianual II III sect 1ordm - A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraccedilatildeo continuada
Foi um avanccedilo no sentido de determinar regras mais claras especialmente
quando se unifica em um uacutenico instrumento diretrizes objetivos e metas para
todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
No mesmo artigo tambeacutem foi tratado sobre a Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias ndash
(LDO) e Lei Orccedilamentaacuteria Anual (LOA) Esta constituiccedilatildeo estabeleceu que
nenhum plano setorial ou qualquer plano do governo deve estar em desacordo
com o Plano Plurianual (PPA)
Do ponto de vista de avaliaccedilatildeo e controle na execuccedilatildeo destes instrumentos de
planejamento foi um grande avanccedilo se observarmos o constante no artigo 74
Este artigo estabeleceu a implementaccedilatildeo de um sistema integrado de controle
interno com o principal objetivo de avaliar o cumprimento das metas
estabelecidas nas accedilotildees governamentais conforme descrito a seguir
Art 74 Os Poderes Legislativo Executivo e Judiciaacuterio manteratildeo de forma integrada sistema de controle interno com a finalidade de I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execuccedilatildeo dos programas de governo e dos orccedilamentos da Uniatildeo II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira e patrimonial nos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo federal bem como da aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos por entidades de direito privado III - exercer o controle das operaccedilotildees de creacutedito avais e garantias bem como dos direitos e haveres da Uniatildeo IV - apoiar o controle externo no exerciacutecio de sua missatildeo institucional sect 1ordm - Os responsaacuteveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade dela daratildeo ciecircncia ao Tribunal de Contas da Uniatildeo sob pena de responsabilidade solidaacuteria sect 2ordm - Qualquer cidadatildeo partido poliacutetico associaccedilatildeo ou sindicato eacute parte legiacutetima para na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniatildeo
26
Mesmo com os grandes avanccedilos na Constituiccedilatildeo o processo de
implementaccedilatildeo e a formalidade herdada do regime militar natildeo foram
superados com a rapidez necessaacuteria para implementar completamente tais
dispositivos com a eficiecircncia desejada
O Primeiro PPA
Segundo Castro e Garcia (2004 p55) a ineficaacutecia do primeiro PPA como
organizador das iniciativas governamentais que buscavam enfrentar alguns
problemas nacionais foi evidenciado pelo relatoacuterio Retrato do Desperdiacutecio no
Brasil da Comissatildeo Temporaacuteria das Obras Inacabadas do Senado Federal
(Brasil Senado Federal 1995) Neste relatoacuterio constatou-se a existecircncia de
milhares de obras que foram iniciadas absorveram grande soma de recursos e
natildeo estatildeo cumprindo a sua finalidaderdquo A Comissatildeo ldquocadastrou 2214 obras
onde foram aplicados mais de R$ 150 bilhotildeesrdquo
Mais uma vez ao contraacuterio do que era esperado o PPA serviu somente para
cumprir norma constitucional deste periacuteodo de 1991 a 1995 De competecircncia
do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PPA foi pouco discutido pelo
Congresso Nacional e aprovado sem muitas discussotildees
PPA 1996-1999 ndash Brasil em Accedilatildeo
O resultado ao final deste plano natildeo foi positivo considerando que manteve a
situaccedilatildeo econocircmica sem apontar para nenhum avanccedilo relacionado aos iacutendices
econocircmicos e sociais o maior e mais importante objetivo
PPA 2000 ndash 2003 ndash Avanccedila Brasil
Um avanccedilo considerado importante no PPA 2000-2003 foi o direcionamento
das accedilotildees prioritaacuterias em um programa especial do governo denominado
ldquoBrasil em Accedilatildeordquo Este plano recebeu um gerenciamento especial recebido
27
provando que resultados podem efetivamente ser alcanccedilados quando existe
um acompanhamento efetivo Iniciativa importante para o planejamento no
Brasil foi a nomeaccedilatildeo de um gerente para acompanhamento dos projetos
tendo como atribuiccedilatildeo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores envolvidos no
processo
Conforme Castro e outro (2004 p 57) em 14 de outubro 1997 foi instituiacutedo um
grupo de trabalho4 tendo como principal finalidade a elaboraccedilatildeo de projeto de
lei complementar regulamentadora do art 165 sect 9ordm da Constituiccedilatildeo Federal de
1988 O grupo de trabalho objetiva integrar o que foi planejado com a
programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Conforme Castro e Garcia (2004 p 57) o PPA do periacuteodo 2000-2003 teve
como marco inicial o Decreto 2829 e a Portaria MPO ndeg 42 de 14 de abril de
1999 que estabeleceram normas e conceitos para a elaboraccedilatildeo e
acompanhamento incluindo a gestatildeo dos Orccedilamentos
Com estas inovaccedilotildees ficou claro que a intenccedilatildeo era incluir elementos no
planejamento puacuteblico que definiriam responsabilidades gerenciais para
execuccedilatildeo das accedilotildees do setor puacuteblico O objetivo era criar mecanismos de
aproximaccedilatildeo entre o setor privado e o setor puacuteblico valorizando a
descentralizaccedilatildeo para Estados Municiacutepios e terceiro setor para melhorar os
resultados a serem alcanccedilados na execuccedilatildeo dos programas de governo
Conforme Castro e Garcia (2004 p 58) a partir do Grupo de Trabalho de
1997 foi proposto um novo conceito de Programa de Governo que passou a
ser definido como unidade baacutesica de organizaccedilatildeo do PPA e de integraccedilatildeo
orccedilamentaacuteria
4 Composto pelo Ministeacuterio do Planejamento e Orccedilamento (SPA SOF SEST IPEA IBGE) e da Fazenda 9STN SFC SRF BACEN) do Tribunal de Contas da Uniatildeo do CONFAZ do IBAM da ABOP e da Associaccedilatildeo dos Profissionais em Financcedilas Puacuteblicas
28
Esta nova etapa permite concluir que os dois instrumentos (PPA e LOA)
passam a ter uma harmonia ou compatibilidade pois os dois estavam
direcionados para soluccedilatildeo de problemas comuns
Os programas de governo foram tipificados em Programas de Gestatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas Programas de Serviccedilos ao Estado e Programas de Apoio
administrativo Tambeacutem as accedilotildees governamentais conforme Portaria 42 foram
divididas em Atividade Projeto e Operaccedilotildees Especiais
Houve diversos avanccedilos no planejamento puacuteblico dentre eles a criaccedilatildeo junto
ao Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo o Sistema de
Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN tendo como objetivo o
acompanhamento e a avaliaccedilatildeo da execuccedilatildeo das accedilotildees governamentais para
melhor aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O PPA 2004-2007 mesmo com a mudanccedila do Chefe do Executivo Federal
manteve a mesma metodologia quanto aos conceitos instituiacutedos pela Portaria
42 de 1999 A anaacutelise sobre PPA seraacute aprofundada no capiacutetulo ldquoA Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Planejamentordquo
PPA 2004 ndash 2007 ndash Brasil de Todos
Conforme Castro e Garcia (2004 p 61) o presidente Luiz Inaacutecio Lula da Silva
empossado em 1ordm de janeiro de 2003 manteve a metodologia instituiacuteda em
2000
No proacuteximo capiacutetulo trataremos do surgimento da LRF e sua influecircncia no
planejamento governamental especialmente na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
de planejamento puacuteblico no Brasil PPA LDO e LOA e a compatibilidade entre
estes instrumentos
29
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
221 Introduccedilatildeo
Inicialmente eacute importante um relato sobre os caminhos percorridos pela
federaccedilatildeo brasileira ateacute chegar no momento histoacuterico da regulamentaccedilatildeo do
art 163 da CF de 1988 Abordaremos sobre o tema especialmente sob o
ponto de vista da reparticcedilatildeo tributaacuteria que culminou na aprovaccedilatildeo e
promulgaccedilatildeo da LRF em maio de 2000
A Federaccedilatildeo brasileira foi marcada por um movimento pendular que ora
centralizava ou descentralizava o poder no governo central ou nas entidades
sub-nacionais Foi notoacuteria esta predominacircncia de centralizaccedilatildeo na Uniatildeo isto
em todos os aspectos sejam eles tributaacuterios poliacuteticos econocircmicos ou legais
a partir sobretudo dos anos 30
Se comparado com os Municiacutepios a autonomia dos Estados estava em
processo mais acelerado A maior conquista foi com a aprovaccedilatildeo da CF de
1988 na qual os Municiacutepios tambeacutem foram contemplados com mais
autonomia especialmente com a descentralizaccedilatildeo de recursos tributaacuterios com
recebimento de transferecircncias de tributos da Uniatildeo e dos Estados bem como
com a competecircncia para instituir e cobrar alguns tributos de sua
responsabilidade Ressalte-se que tal conquista natildeo foi muita surpresa uma
vez que se tratava de uma tendecircncia mundial a reforma dos modelos de
governo
No entanto conforme Costa (apud de Avelar e Octaacutevio 2007 p 214) a
descentralizaccedilatildeo veio em um momento de crise fiscal do governo central em
que a transferecircncia dos impostos e receitas para os governos subnacionais5
5 Satildeo os entes federados Estados e Municiacutepios
30
dificultava o ajuste fiscal pelo governo ajuste necessaacuterio para que o Estado
brasileiro nacional retomasse sua capacidade de investimento e reduzisse as
desigualdades regionais
O grande desafio do paiacutes era conciliar este novo modelo com as necessidades
da populaccedilatildeo ampliando a capacidade da maacutequina estatal para atender a
grande demanda de serviccedilos puacuteblicos existentes Caso contraacuterio de nada
adiantaria os esforccedilos para esta nova etapa do Estado brasileiro
O agravamento da crise do Estado brasileiro fenocircmeno que data da mesma deacutecada da abertura democraacutetica e da entrada em vigor da nova Carta Magna acabou fortalecendo as iniciativas de transferecircncia de encargos para os Estados e os Municiacutepios Entretanto essa descentralizaccedilatildeo nem sempre foi fruto de uma accedilatildeo programada e os recursos transferidos para fazer frente aos novos encargos muitas vezes mostraram-se insuficientes O fortalecimento do papel dos Municiacutepios atraveacutes das mudanccedilas constitucionais e do proacuteprio processo de transferecircncia de encargos jaacute mencionados aumentou suas responsabilidades muitas vezes em ritmo superior ao das capacidades exigidas para enfrentaacute-las (CHALFUN 2001 p 6)
Nesse cenaacuterio o aprimoramento da gestatildeo puacuteblica assume uma importacircncia
fundamental Um dos aspectos mais importantes desse aprimoramento eacute a
necessidade de maior responsabilidade eficiecircncia e austeridade do gestor
local em relaccedilatildeo ao planejamento e agrave administraccedilatildeo das despesas e das
receitas municipais de forma a possibilitar o enfrentamento dos dilemas
econocircmico-sociais e ambientais deste iniacutecio de seacuteculo
Pensando de maneira um pouco diferenciada Costa (apud de Avelar e Octaacutevio
2007 p 220) considera que o que culminou na aprovaccedilatildeo da LRF em 2000 e
que caracterizou um dos problemas centrais do federalismo foi a transferecircncia
de responsabilidades dos Estados e Municiacutepios para a Uniatildeo Os Estados e
Municiacutepios gastavam mais do que arrecadavam se endividavam e depois
procuravam ajuda do governo federal Ao longo de toda a histoacuteria republicana
os governos estaduais procuraram transferir suas diacutevidas para o governo
federal realizando novos empreacutestimos no mercado aumentando a diacutevida
federal num eterno ciclo de endividamento e inflaccedilatildeo
31
A Tabela 1 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida liacutequida do setor puacuteblico em
anos recentes
TABELA 1
Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico
Ano Governo Federal Estados e Municiacutepios Soma 1991 341 79 420 1992 299 74 373 1993 272 91 363 1994 230 93 323 1995 194 100 294 1996 182 98 280 1997 200 106 306 1998 206 121 327 1999 333 138 471 2000 302 148 450
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
Os dois pontos de vista satildeo importantes O primeiro refere-se a autonomia dos
Estados e dos Municiacutepios Estes uacuteltimos com os recursos que recebiam natildeo
atendiam as demandas por serviccedilos que a sociedade esperava
Aleacutem disse ocorria um conflito de responsabilidades entre os entes e para
exemplificar podemos mencionar a questatildeo da seguranccedila puacuteblica que eacute
compartilhada entre os trecircs entes
Por outro lado ocorria de fato a transferecircncia de diacutevidas especialmente dos
Estados originaacuterias da maacute gestatildeo dos recursos A falta de limites ou regras
claras para as diretrizes da administraccedilatildeo e a inexistecircncia de puniccedilatildeo
associado agrave necessidade de manutenccedilatildeo da estabilidade monetaacuteria foram
razotildees suficientes para a implementaccedilatildeo da Lei de Responsabilidade Fiscal
que seraacute tratada no proacuteximo sub-capiacutetulo
222 Surgimento da LRF
Como jaacute relatou-se os altos iacutendices de endividamento das administraccedilotildees
puacuteblicas no Brasil o aumento das despesas puacuteblicas especialmente despesas
32
para manutenccedilatildeo do governo e o deacuteficit puacuteblico ao longo de vaacuterias deacutecadas
culminaram no comprometimento de investimentos em infra-estrutura em aacutereas
extremamente necessaacuterias como sauacutede educaccedilatildeo seguranccedila e outras aacutereas
sociais Isso impedia o paiacutes de crescer de maneira sustentaacutevel
A Tabela 2 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor
Puacuteblico (DILSP) no Brasil entre 1991 e 2000 Essa grandeza eacute liacutequida pois
exclui creacuteditos diversos do setor puacuteblico entre os quais sobressaem depoacutesitos
no sistema bancaacuterio e no Banco Central e disponibilidades e aplicaccedilotildees
diversas e vaacuterios fundos constitucionais
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil entre 1991 e 2000
ANO DILSP ( do PIB) ()
1991 420 ------- 1992 373 -110 1993 363 -27 1994 323 -1101 1995 294 -898 1996 280 -47 1997 306 93 1998 327 70 1999 471 440 2000 450 -44
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
A LRF brasileira surgiu com o objetivo principal de implementar mecanismos de
controle e maior responsabilidade na gestatildeo fiscal tanto para Municiacutepios
quanto para Estados Distrito Federal Uniatildeo e suas autarquias e entidades a
elas pertencentes
Como jaacute mencionado anteriormente natildeo eacute por acaso que a LRF brasileira foi
inspirada em grande parte no modelo da Nova Zelacircndia Mesmo sendo um paiacutes
tatildeo diferente do ponto de vista geograacutefico e populacional o modelo
neozelandecircs tem despertado conforme Piancastelli (2006 p 11) atenccedilatildeo de
analistas poliacuteticos de Executivos de grandes empresas e de autoridades de
governo em todo o mundo
33
Piancastelli ainda relata os trecircs instrumentos principais que reverteram o
quadro complicado da Nova Zelacircndia sendo o Ato do setor Estado de 1988 o
Ato das Financcedilas Puacuteblicas de 1989 e o Ato de Responsabilidade Fiscal de
1994 Estes instrumentos foram consolidados pelo parlamento em dezembro
de 2003 com alguns aperfeiccediloamentos
A mudanccedila do quadro da Nova Zelacircndia se deu efetivamente a partir de 1994
apoacutes vaacuterias deacutecadas de deacuteficits puacuteblicos e endividamento com a instituiccedilatildeo do
Ato de Responsabilidade Fiscal ou Fiscal Responsibility Act cujos princiacutepios
satildeo
1ordm - Eacute obrigatoacuterio que o governo mantenha superaacutevits operacionais
ateacute que a diacutevida a puacuteblica seja reduzida a niacuteveis prudentes
2ordm - Uma vez atingidos tais patamares para a diacutevida puacuteblica eles
devem ser mantidos Para tanto as contas puacuteblicas deveratildeo manter
um superaacutevit operacional meacutedio quando considerado um periacuteodo
razoaacutevel
3ordm - Alcanccedilar e manter um niacutevel de patrimocircnio liacutequido governamental
capaz de natildeo soacute propiciar ao estado condiccedilotildees de manter a
adequaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos mas tambeacutem de assegurar esta
capacidade ante a choques adversos
4ordm - Gerenciar os riscos fiscais com os quais o governo possa se
defrontar
5ordm - Implementar poliacuteticas fiscais que sejam compatiacuteveis com a
estabilidade e a previsibilidade das aliacutequotas ora vigentes (PIANCASTELLI 2006 p 12)
As duas leis possuiacuteam objetivo comum de controlar as contas puacuteblicas Isso
era essencial para reverter tributos e outras receitas em serviccedilos puacuteblicos para
sociedade No entanto estas leis possuem diferenccedilas marcantes decorrentes
do direito da qual se originam
O Fiscal Responsibility Act recebe influecircncia dos princiacutepios de funcionamento
do Direito Consetudinaacuterio Anglo-Saxatildeo O que significa que a lei estabelece
princiacutepios gerais para a accedilatildeo dos governos e natildeo regras riacutegidas e especiacuteficas
34
como no caso da lei brasileira com limites expliacutecitos de pessoal
endividamento e regras para inscriccedilatildeo em restos a pagar
A LRF brasileira apesar de basear-se na implementaccedilatildeo e funcionamento do
Ato de Responsabilidade fiscal da Nova Zelacircndia seguiu a tradiccedilatildeo do direito
romano-germacircnico isso devido ao fato de este direito possuir tendecircncia a
fixaccedilatildeo de regras claras e riacutegidas para a atuaccedilatildeo dos indiviacuteduos Fator
necessaacuterio ao sistema legal brasileiro vigente ateacute entatildeo incapaz de punir
infratores
Outra diferenccedila jaacute destacada eacute a dimensatildeo territorial O Brasil possui mais de
5500 Municiacutepios distribuiacutedos entre os diversos Estados da federaccedilatildeo e dentre
eles diversas entidades sujeitas a aplicaccedilatildeo das regras
Alguns pesquisadores e especialistas mesmo considerando os efeitos
beneacuteficos na LRF brasileira acharam que ela natildeo teve um amadurecimento
necessaacuterio Sua discussatildeo e aprovaccedilatildeo foi muito raacutepida Em 12 de maio de
1999 instalou-se uma comissatildeo especial para discutir o projeto de Lei de
Responsabilidade Fiscal na cacircmara dos deputados no dia 18 do mesmo mecircs
promoveu-se a primeira audiecircncia puacuteblica Em 14 de dezembro do mesmo ano
a comissatildeo especial aprovou o projeto por dezessete votos a cinco
Em 25 de janeiro de 2000 por 385 votos favoraacuteveis e 86 contraacuterios a Cacircmara
dos deputados aprovou a lei complementar que regulamentava a
responsabilidade fiscal na administraccedilatildeo puacuteblica brasileira No dia 04 de abril o
referido projeto foi aprovado sem emendas e encaminhado para sanccedilatildeo que
se efetivou no dia 04 de maio de 2000
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
Como se viu em sub-capiacutetulo anterior o planejamento puacuteblico no Brasil vinha
sendo instituiacutedo haacute vaacuterias deacutecadas No entanto os efeitos da implementaccedilatildeo
35
de vaacuterios planos isolados PPAs LDOs e LOAs natildeo surtiram os efeitos
desejados Houve um crescente e indiscriminado endividamento do setor
puacuteblico em todas as esferas de governo isso confirma que as metas e
objetivos dos planos natildeo foram suficientes para conter tal endividamento
Para Waterston (1969 p13) as discussotildees sobre planejamento satildeo antigas e
desde a segunda guerra mundial tem-se acumulado uma consideraacutevel
bibliografia sobre este tema No entanto praticamente toda esta bibliografia era
direcionada para como deveria ser praticado o planejamento para a forma em
que o planejamento deveria funcionar ou na visatildeo do autor natildeo se partia de
experiecircncias concretas Isso pode explicar esta falta de ecircxito do planejamento
O que ocorreu foi uma discrepacircncia entre as diversas teorias e a praacutetica do
planejamento
Segundo Waterston (1969 p 16) eacute um erro imaginar que um certo sistema de
planejamento ou determinada classe de plano seja a chave do
desenvolvimento de uma naccedilatildeo A maior parte dos paises natildeo aceitam na
praacutetica o planejamento com isso os planejadores somente conseguem
separar suas atividades e seus planos do processo de planejamento
O que deve ser praticado conforme Waterston (1969 p 17) eacute ldquoexaminar as
coisas como elas satildeo observar o que eacute realmente necessaacuterio fazer estudar os
meios que conta para realizaacute-lo e entatildeo a partir daiacute elaborar medidas praticas
para procederrdquo
Para o autor o caminho natildeo eacute tatildeo simples como imaginam alguns planejadores
um diagnoacutestico sucinto e situacional deve ser previamente elaborado de forma
que os planos possam ser direcionados para a realidade daquele paiacutes A teoria
eacute importante mas ela tem que ser aplicaacutevel e complementar agraves accedilotildees
Outro fator importante citado por Waterston (1969 p 256) eacute que os planos
podem ser executados poreacutem sem alcanccedilar eficaacutecia O autor menciona
36
experiecircncia do Paquistatildeo onde na tentativa de alcanccedilar niacuteveis desejados de
equiliacutebrio fiscal criou-se um sistema de controle financeiro centralizado no
Ministeacuterio da Fazenda apoiado em um sistema burocraacutetico para autorizaccedilatildeo da
execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria Poreacutem na realidade o orccedilamento foi executado nas
unidades chamadas operativas tornando assim o controle ineficaz
Um dos pontos principais para o alcance dos objetivos dos planos eacute uma
coordenaccedilatildeo central organizada de maneira a gerenciar a execuccedilatildeo dos
planos evitando desperdiacutecios e desvios conforme Waterston (1969 p 259)
Um exemplo praacutetico de falta de coordenaccedilatildeo central eacute o ocorrido em
Madagascar em que o Ministeacuterio encarregado de repavimentar uma estrada
repavimentou a estrada antes que o Ministeacuterio das Telecomunicaccedilotildees tivesse
colocado os cabos telefocircnicos subterracircneos
O autor ainda revela que com uma fragmentaccedilatildeo ou duplicaccedilatildeo de funccedilotildees
torna difiacutecil conseguir que todas as entidades governamentais interessadas
faccedilam o que eacute requerido para realizar os projetos e os programas de acordo
com uma poliacutetica coerente
O insucesso dos planos se deve a esses fatores e ainda conforme W Lewis6
apud de Waterston (1969 p 267) ouvimos muito sobre a corrupccedilatildeo nas naccedilotildees subdesenvolvidas mas o dano feito pelo suborno ou pelo roubo raramente excede a centenas de milhares e ainda que do ponto de vista moral isto seja deploraacutevel eacute sumamente pequeno se comparado com o estrago que se faz designando pessoas para ocupar os grandes postos para os quais natildeo tecircm a competecircncia apropriada7
Para W Lewis (apud de WATERSTON 1969 p 267) os males da falta de
resultados natildeo estatildeo associados a fatores isolados A distacircncia entre os
6 Arthur W Lewis 7 Traduccedilatildeo Nossa (Waterston 1969 p 267) Oiacutemos mucho acerca de la corrupcioacuten en las naciones subdesarrolladas pero el dantildeo hecho por el soborno o po el robo rara vez excede a cientos de miles de libras al antildeo y aunque desde un punto de vista moral esto es deccedilorable es sumamente pequentildeo si se le compara con el dantildeo que se hace desingando personas para ocupar los grandes puestos para los cuales no tienen la competencia apropriada
37
planejadores e especialistas elaboradores de planos entre dirigentes e oacutergatildeos
decisoacuterios dos governos eacute o fator que mais impede o ecircxito dos planos
estabelecidos
Para Waterston (1969 p 271) talvez a maior parte dos planejadores e dos
especialistas em administraccedilatildeo puacuteblica assumem a posiccedilatildeo de que a melhora
administrativa eacute uma condiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel Todavia
especialistas no assunto creditam o sucesso dos planos a uma anterior
reestruturaccedilatildeo da maacutequina administrativa como condiccedilatildeo de que os resultados
sejam alcanccedilados somente os planos isolados natildeo surtiriam os efeitos
desejados
Ainda conforme Waterston (1969 p 272)
As proposiccedilotildees para mudanccedilas de sistemas administrativos de paiacuteses em desenvolvimento satildeo com frequumlecircncia obras de especialistas estrangeiros que se guiam por princiacutepios que funcionam bem nas naccedilotildees avanccediladas A aplicaccedilatildeo desses princiacutepios podem requerer inovaccedilotildees maiores ou o enxerto de formas institucionais estranhas a tradiccedilatildeo da naccedilatildeo que recebe a assessoria Em muitos casos portanto as naccedilotildees menos desenvolvidas ou se recusam a adotar as preposiccedilotildees ou se as adotam descobrem que natildeo operam bem porque natildeo satildeo aceitas8
O bom planejador natildeo deve simplesmente estabelecer metas e objetivos
mesmo que bem delineados Ele deve ainda quando sabedor dos obstaacuteculos
administrativos para o alcance dos planos natildeo soacute recomendar correccedilatildeo dos
planos como tomar medidas especiacuteficas para criar um sistema administrativo
capaz de viabilizar a realizaccedilatildeo das metas e objetivos
No Brasil presenciou-se no acircmbito do governo federal mesmo com orccedilamento
aprovado pelo congresso com recursos disponibilizados e accedilotildees 8 Traduccedilatildeo nossa (Waterston 1969 p 272) Las proposiciones para revisar los sistemas administrativos em las naciones menos desarrolladas a menudo son obra de expertos extranjeros que se guiacutean por princiacutepios que funcionan bien en las naciones avanzadas La aplicacioacuten de estos principios pueden requerir innovacines mayores o el injerto de formas instucionales extrantildeas e la tradicioacuten de la nacioacuten que recibe la asesoriacutea En muchos casos por tanto las naciones menos desarrolladas o bien se rechusan a adoptar das proposiciones o si las adoptan hallan que no operan bien porque no son aceptadas
38
governamentais aprovadas estas natildeo foram realizadas pelos ministeacuterios
Sobraram recursos financeiros no caixa do governo devido aos diversos
fatores mencionados anteriormente como a burocracia e a incapacidade
administrativa
A seguir trataremos de um dos principais instrumentos de planejamento e da
contribuiccedilatildeo da LRF para evoluccedilatildeo do planejamento no Brasil uma tentativa de
minimizar os efeitos dos problemas enfrentados pelos planejadores
A Constituiccedilatildeo de 1988 fortalece e cria regras mais claras para o planejamento
puacuteblico brasileiro Aleacutem de instituir formalmente a figura do plano plurianual
estabelece criteacuterios relativos aos planos nacionais regionais e setoriais de
desenvolvimento econocircmico e social
Para Andrade Batista e Souza apud de Aguilar et al (2004 p 8)
no PPA deve conter a delimitaccedilatildeo e a enunciaccedilatildeo das diretrizes geneacutericas e abrangentes com os respectivos objetivos programas accedilotildees e metas inclusive com valores financeiros possibilitando a cobertura das definiccedilotildees governamentais que se queira executar
Para a compreensatildeo efetiva desse importante instrumento de planejamento
puacuteblico no atual seguimento vejamos o conceito de plano plurianual no
entendimento de Chalfun (2001 p 26) instrumento para planejar as accedilotildees governamentais de caraacuteter mais estrateacutegico poliacutetico e de longo prazo a ser considerado pelos administradores municipais Sendo o instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as poliacuteticas as diretrizes e as accedilotildees programadas no longo prazo e os respectivos objetivos a serem alcanccedilados devidamente quantificados fisicamente (grifo nosso)
Vejamos ainda o conteuacutedo baacutesico do plano plurianual conforme a
Constituiccedilatildeo Federal CF de 1988 art 165 sect1deg A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para os programas de duraccedilatildeo continuada
39
No sect 9ordm do mesmo art 165 a Constituiccedilatildeo determina que lei complementar
entre outros assuntos trataraacute da elaboraccedilatildeo e da organizaccedilatildeo do plano
plurianual regulando o conteuacutedo acima
CF de 1988 art 165 sect 9ordm Cabe agrave lei complementar I - dispor sobre o exerciacutecio financeiro a vigecircncia os prazos a elaboraccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do plano plurianual da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e da lei orccedilamentaacuteria anual II - estabelecer normas de gestatildeo financeira e patrimonial da administraccedilatildeo direta e indireta bem como condiccedilotildees para a instituiccedilatildeo e funcionamento de fundos
E para um melhor entendimento sobre os conceitos instituiacutedos no artigo acima
a seguir apresenta-se tabela com definiccedilotildees e exemplos de cada item
incluindo outros importantes natildeo mencionados na referida norma
O Quadro 1 a seguir poderaacute ajudar no entendimento sobre as definiccedilotildees
40
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA
Tiacutetulos Definiccedilotildees Exemplos Diretrizes Poliacuteticas direccedilatildeo
apontam rumos buacutessolas
No governo Lula foram definidas trecircs diretrizes baacutesicas 1) Inclusatildeo social e reduccedilatildeo das desigualdades sociais 2) Crescimento com geraccedilatildeo de emprego e renda ambientalmente sustentaacutevel e redutor das desigualdades regionais 3) Promoccedilatildeo e expansatildeo da cidadania e fortalecimento da democracia
Objetivos Resultados esperados Executar as accedilotildees de prevenccedilatildeo e de melhoria do atendimento meacutedico-ambulatorial e hospitalar
Programas Conjunto de accedilotildees Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Baacutesica Accedilotildees Alvo a ser atingido
Iniciativas tais como Projetos atividades operaccedilotildees especiais
Definir o que vai fazer Ex construir comprar reformar atender manter os produtos Escola preacutedio veiacuteculo etc
Metas Fiacutesicas Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de itens com quantitativos de aquisiccedilotildees construccedilotildees serviccedilos disponibilizados populaccedilatildeo atendida etc
Metas Fiscais Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de receitas bases de caacutelculo e percentual a aplicar
Projetos Resulta um produto que concorre para a expansatildeo ou o aperfeiccediloamento da accedilatildeo de governo
Construccedilatildeo de unidades de sauacutede
Atividades Resulta um produto necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da accedilatildeo de governo
Manutenccedilatildeo de Unidades de Sauacutedes
Operaccedilotildees especiais
Natildeo contribuem para a manutenccedilatildeo Natildeo resulta um produto Natildeo geram contraprestaccedilatildeo direta sob a forma de bens ou serviccedilos
Amortizaccedilotildees e encargos de diacutevidas
Fonte Adaptaccedilatildeo do autor
A ausecircncia da lei complementar faz com que existam muitas interrogaccedilotildees
sobre como elaborar o PPA Alguns autores procuraram tratar do assunto como
forma de suprir a falta da legislaccedilatildeo especiacutefica
No entendimento de Giacomoni apud de Aguilar et al (2004 p 20)
regionalizaccedilatildeo na Uniatildeo seria como exemplo o proposto no PPA 2000-2003
elaborado na Uniatildeo que distribuiu a programaccedilatildeo entre as regiotildees
macroeconocircmicas Norte Nordeste Sudeste Sul e Centro-Oeste As normas
41
baixadas traziam instruccedilotildees para a elaboraccedilatildeo do PPA prevendo a regionalizaccedilatildeo
das metas por Estado No entanto essa determinaccedilatildeo natildeo foi observada e o plano
continuou nos moldes tradicionais ou seja segundo as cinco regiotildees
Jaacute nos Estados natildeo haacute modelos uacutenicos de regionalizaccedilatildeo a serem utilizados
no planejamento Assim sendo eacute recomendaacutevel que cada Estado adote
criteacuterios de regionalizaccedilatildeo que atendam da melhor forma possiacutevel agraves
necessidades da programaccedilatildeo Em alguns Estados a base da regionalizaccedilatildeo eacute
a estrutura administrativa em outros utilizam-se nuacutecleos de desenvolvimento
Nos Municiacutepios a regionalizaccedilatildeo dos planos plurianuais municipais traz
desafios ainda maiores especialmente nos Municiacutepios de pequeno porte
Provavelmente apenas os Municiacutepios maiores com experiecircncia em
zoneamento e em administraccedilatildeo descentralizada - subprefeituras - poderatildeo
realizar de maneira vantajosa a regionalizaccedilatildeo do PPA
Quanto aos prazos para elaboraccedilatildeo de envio ao Legislativo na falta de lei
complementar vigora o estabelecido no Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais
Transitoacuterias (ADCT)9 no acircmbito federal o projeto de lei seraacute encaminhado pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional ateacute quatro meses antes do
encerramento do exerciacutecio ndash 31 de agosto ndash e devolvido para sanccedilatildeo ateacute o
encerramento da sessatildeo legislativa ndash 15 de dezembro Os Municiacutepios por
simetria podem no caso de natildeo existecircncia de lei complementar adotar os
mesmos prazos da referida norma
Conforme Vainer et al (2007) o PPA tem um ciclo em sua gestatildeo decorrente
da proacutepria dinacircmica do planejamento estrateacutegico conforme etapas a seguir
Elaboraccedilatildeo Implantaccedilatildeo Monitoramento Avaliaccedilatildeo Revisatildeo
9 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 ADCT art 35 sect 2ordm I
42
Na fase de elaboraccedilatildeo constroacutei-se a base para definiccedilatildeo dos programas e
accedilotildees atraveacutes dos quais se materializaraacute a accedilatildeo do governo Este apresentaraacute
ao Legislativo um projeto de lei para discussatildeo e aprovaccedilatildeo
Esta materializaccedilatildeo ocorreraacute na execuccedilatildeo do orccedilamento puacuteblico constituindo-
se em prestaccedilatildeo de serviccedilos agrave sociedade pelo governo cujo objetivo principal eacute
interesse puacuteblico
A fase de implementaccedilatildeo ocorre apoacutes o plano aprovado e disponibilizado para
a execuccedilatildeo com seus programas e accedilotildees governamentais
A etapa de monitoramento refere-se ao acompanhamento da execuccedilatildeo das
accedilotildees dos programas Ela eacute fundamental para o alcance das metas e
indicadores constantes nas accedilotildees e programas
A avaliaccedilatildeo dos planos busca aferir ateacute que ponto as estrateacutegias adotadas e as
poliacuteticas puacuteblicas desenvolvidas atendem a demandas da sociedade que
nortearam a elaboraccedilatildeo dos programas que integram o PPA
A revisatildeo surge das fases de monitoramento e avaliaccedilatildeo do plano Neste
momento eacute importante a adequaccedilatildeo caso necessaacuteria que pode ser originaacuteria
de fatores internos e externos da conjuntura poliacutetica social e econocircmica
A Lei de Responsabilidade Fiscal com contribuiccedilatildeo fundamental para o
planejamento puacuteblico brasileiro em seu artigo 16 prescreve
A criaccedilatildeo expansatildeo ou aperfeiccediloamento de accedilatildeo governamental que acarrete aumento da despesa seraacute acompanhado de II - declaraccedilatildeo do ordenador da despesa de que o aumento tem adequaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira com a lei orccedilamentaacuteria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
43
Jaacute o art 17 da LRF dispotildee
Art 17 Considera-se obrigatoacuteria de caraacuteter continuado a despesa corrente derivada de lei medida provisoacuteria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigaccedilatildeo legal de sua execuccedilatildeo por um periacuteodo superior a dois exerciacutecios sect 1o sect 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deveratildeo ser instruiacutedos com a estimativa prevista no inciso I do art 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio sect 2o Para efeito do atendimento do sect 1o o ato seraacute acompanhado de comprovaccedilatildeo de que a despesa criada ou aumentada natildeo afetaraacute as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no sect 1o do art 4o devendo seus efeitos financeiros nos periacuteodos seguintes ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduccedilatildeo permanente de despesa sect 3o sect 4o A comprovaccedilatildeo referida no sect 2o apresentada pelo proponente conteraacute as premissas e metodologia de caacutelculo utilizadas sem prejuiacutezo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
Em seu art 45 reafirma o fundamento conforme descrito a seguir
Art 45 Observado o disposto no sect 5o do art 5o a lei orccedilamentaacuteria e as de creacuteditos adicionais soacute incluiratildeo novos projetos apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Os artigos mencionados seguiram o direcionamento jaacute previsto na Portaria
42MP de 1999 da STN na qual consta que os programas e accedilotildees previstos no
PPA devem ser alocados na Lei Orccedilamentaacuteria Anual transformando-se em
projetos e atividades Nesta com detalhamento por natureza de despesa
A compatibilizaccedilatildeo entre os instrumentos PPA LDO e LOA deveraacute ser
observada constantemente na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo dos instrumentos de
planejamento Os trecircs instrumentos natildeo devem ter sua elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo
de forma isolada e sempre deve observar-se o conteuacutedo dos primeiros para
construccedilatildeo dos demais consagrando o princiacutepio do planejamento expliacutecito
A Seguir trataremos das mudanccedilas inseridas pela LRF na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
44
Quando comparada com o PPA e com a LOA a LDO eacute considerada por
muitos doutrinadores como a principal lei apoacutes a vigecircncia da LRF Isso porque
eacute nela que se estabelece metas fiscais metas de resultado primaacuterio metas de
resultado nominal e que se determina regras que norteiam o funcionamento
das administraccedilotildees puacuteblicas em todas as esferas de governo
A LDO tem como principal papel orientar a elaboraccedilatildeo da LOA servindo como
elo entre o PPA e LOA A LDO aleacutem de estabelecer regras define as accedilotildees
prioritaacuterias do governo
As regras inicialmente foram estabelecidas pela CF de 198810 definindo para
seu conteuacutedo o estabelecimento de metas e prioridades da administraccedilatildeo
puacuteblica federal incluindo as despesas de capital para o exerciacutecio financeiro
subsequumlente orientaraacute a elaboraccedilatildeo da LOA disporaacute sobre as alteraccedilotildees na
legislaccedilatildeo tributaacuteria e estabeleceraacute a poliacutetica de aplicaccedilatildeo das agecircncias
financeiras oficiais de fomento
Outro tema importante definido para o conteuacutedo da LDO refere-se aos
paracircmetros para iniciativa de lei de fixaccedilatildeo das remuneraccedilotildees no acircmbito do
Poder Legislativo para a criaccedilatildeo de cargos empregos e funccedilotildees ou alteraccedilatildeo
de estrutura de carreiras bem como para a admissatildeo ou contrataccedilatildeo de
pessoal a qualquer tiacutetulo pelos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta ressalvadas as empresas puacuteblicas e sociedades de economia mista
No entanto foi com a LRF que ocorreu a mudanccedila significativa na gestatildeo
puacuteblica Ela inseriu definiccedilotildees e regras fundamentais para o planejamento e
gestatildeo financeira dos entes federados Alguns pontos de abrangecircncia
conforme artigo 4ordm da LRF satildeo
- o equiliacutebrio entre receitas e despesas
- os criteacuterios e a forma de limitaccedilatildeo de empenho a ser efetivado quando a
10 Constituiccedilatildeo Federal artigos 51 IV 52 XIII art 99 sect 1ordm artigos 127 sect 3ordm 165 sect 2ordm e 169 sect 1ordm
45
arrecadaccedilatildeo da receita comprometer os resultados primaacuterio e nominal
pretendidos
- as normas relativas ao controle de custos e agrave avaliaccedilatildeo dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orccedilamentos
- as normas relacionadas com as condiccedilotildees e as exigecircncias para
transferecircncias de recursos a entidades puacuteblicas e privadas
- a forma de utilizaccedilatildeo e o montante da reserva de contingecircncia definida com
base na receita corrente liacutequida destinado ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
- os criteacuterios para inclusatildeo de novos projetos na lei orccedilamentaacuteria e nas leis de
creacuteditos adicionais apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico
O equiliacutebrio das contas puacuteblicas entre receitas e despesas eacute um dos principais
pontos da LRF Em siacutentese eacute o estabelecimento de quanto seratildeo as receitas
para o proacuteximo exerciacutecio de quanto seraacute a despesa e de regras antes da
execuccedilatildeo efetiva do orccedilamento puacuteblico
Com as regras tambeacutem se cria a figura da integraccedilatildeo ou compatibilidade das
trecircs leis PPA LDO LOA Natildeo deve haver tratamento diferenciado para os
mesmos temas e para um mesmo exerciacutecio financeiro
A limitaccedilatildeo de empenho eacute um criteacuterio adotado para impedir que as unidades e
entidades que compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica gastem mais que a
capacidade real da administraccedilatildeo Esta mudanccedila foi embasada no artigo 9ordm da
LRF que determina
Art 9ordm Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo das Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
46
Esse artigo cuidou para que a LDO estabeleccedila percentuais ou outro criteacuterio
para contenccedilatildeo da despesa trinta dias apoacutes o encerramento de cada
bimestre caso as metas de receitas natildeo estejam compatiacuteveis com a
execuccedilatildeo das despesas
Eacute notoacuterio que a regra eacute imposta a partir da escolha de criteacuterios e formas
pela administraccedilatildeo que perduraratildeo ateacute que a situaccedilatildeo financeira da
entidade se regularize
Ressalta-se que natildeo estatildeo todas as despesas sujeitas a estas regras Natildeo
seratildeo objeto de limitaccedilatildeo financeira ou de empenho as despesas que
constituam obrigaccedilotildees constitucionais e legais inclusive as destinadas ao
pagamento do serviccedilo da diacutevida e outras mencionadas na proacutepria LDO
As metas de resultado primaacuterio e nominal satildeo definidas por Chalfun (2001 p
50) como a diferenccedila entre receitas e despesas natildeo financeiras da
entidade central (Municiacutepio) realizadas no periacuteodo em referecircncia
A seguir um quadro exemplificativo de apuraccedilatildeo das metas de resultado
primaacuterio para um determinado periacuteodo
47
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas
a) Receita Menos b) Despesa (+) Receita Orccedilamentaacuteria arrecadada ( ndash ) operaccedilotildees de creacutedito ( ndash ) receitas de privatizaccedilatildeo ( ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar ( ndash ) receitas financeiras ( ndash ) retornos das operaccedilotildees de creacutedito Receita Total Liacutequida
(+) Despesa Total ( ndash ) amortizaccedilatildeo de empreacutestimos
( ndash ) encargos da diacutevida interna e externa (ndash ) encargos com aquisiccedilatildeo de tiacutetulos de capital jaacute integralizado
(ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar inscritos no exerciacutecio anterior
( ndash ) despesas com concessatildeo de empreacutestimos
Despesa Total Liacutequida Resultado Primaacuterio (que eacute a diferenccedila apurada conforme jaacute explicado)
Fonte Elaborado pelo autor
Resultado Nominal eacute a variaccedilatildeo no periacuteodo da diacutevida fiscal liacutequida (diacutevida
consolidada liacutequida acrescidas as receitas de privatizaccedilatildeo) Se o resultado
apurado for negativo eacute indicador de crescimento da diacutevida
A LRF dispotildee que a LDO conteraacute normas relativas ao controle de custos e agrave
avaliaccedilatildeo dos resultados dos programas financiados com recursos dos
orccedilamentos Nesta determinaccedilatildeo encontram-se presentes dois itens
completamente diferentes entre si ainda que possa parecer estarem ligados
custos e avaliaccedilatildeo de resultados Para Chalfun (2001 p 43) ldquocustos eacute o
consumo efetivo de insumos ou recursos destinados agrave prestaccedilatildeo de
serviccedilos ou agrave formaccedilatildeo de um produtordquo Avaliaccedilatildeo de resultados eacute a
atividade destinada a aferir mediante o emprego de indicadores o
desempenho da organizaccedilatildeo na execuccedilatildeo das accedilotildees que lhes satildeo pertinentes
e que tenham contribuiacutedo para a prestaccedilatildeo de um serviccedilo ou para a
formaccedilatildeo de um produto qualquer
A legislaccedilatildeo jaacute vem tratando haacute algum tempo desse assunto A LRF
consagrou este fundamento Natildeo existe plano que seja suficientemente
perfeito que consiga alcanccedilar seus objetivos sem um controle e avaliaccedilatildeo
adequados Por isso para LRF a LDO deve conter criteacuterios para tal Este eacute o
48
grande desafio da administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal a de
conciliar planejamento e controle e avaliaccedilatildeo
Os criteacuterios para transferecircncias a entidades puacuteblicas ou privadas e LRF exigiu
que a LDO criasse regras mas riacutegidas e claras para cooperaccedilatildeo natildeo ficando
portando somente por conta da LOA a autorizaccedilatildeo para tal
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) agora natildeo mais se justificam
autorizaccedilotildees geneacutericas sob a singela forma de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria Com
efeito o parlamentar deve conhecer e aprovar por exemplo qual asilo
orfanato albergue a ser contemplado com os auxiacutelios governamentais No
entendimento do autor a ajuda financeira estatal depende de triacuteplice previsatildeo
legal na LDO em lei especiacutefica e na LOA ou nos creacuteditos adicionais
Para Chalfun (2001 p 44) a reserva de contingecircncia constituiacutea-se de uma
parcela do superaacutevit corrente apurado no confronto entre as Receitas
Correntes e as Despesas Correntes sobre o qual era aplicado um percentual
estabelecido pela proacutepria administraccedilatildeo da entidade governamental
Atualmente de acordo com o art 5ordm inciso III da LRF a LOA conteraacute a
Reserva de Contingecircncia cuja forma de utilizaccedilatildeo e cujo montante
calculado com base na RCL seratildeo estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e destinados em princiacutepio ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
O autor ainda relata que a LRF deixou a decisatildeo sobre o percentual a ser
aplicado sobre a RCL para a formaccedilatildeo do seu montante a cargo da
administraccedilatildeo da entidade que deveraacute ter o cuidado de natildeo incluir um
valor maior do que o necessaacuterio e utilizaacute-lo sempre como um valor
restrito agrave sua finalidade
Com a exigecircncia de criteacuterios para inclusatildeo de projetos novos a lei cria regras
49
para proteccedilatildeo do patrimocircnio garantindo recursos suficientes para conclusatildeo
de projetos em andamento evitando desperdiacutecios
A seguir trataremos da LOA e as contribuiccedilotildees da Lei de Responsabilidade
Fiscal para este instrumento de planejamento
A LOA foi contemplada na Lei Federal 4320 de 1964 sendo esta como
principal norma legal Com o decorrer dos anos ficou defasada devido
sobretudo agraves modificaccedilotildees introduzidas pela Constituiccedilatildeo de 1988 Os gargalos
satildeo tratados nos proacuteprios entes federados por meio da Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
Os conteuacutedos da norma legal para os orccedilamentos dos entes federados satildeo O
orccedilamento fiscal da seguridade e investimento das empresas estatais
O estabelecimento de processos para elaboraccedilatildeo dos orccedilamentos satildeo
fundamentais para o ecircxito do projeto Este processo poderaacute ser conduzido por
Ministeacuterios no caso da Uniatildeo Secretarias de Estado ou Secretarias
Municipais conforme se originem respectivamente na Uniatildeo nos Estados ou
em Municiacutepios
Conforme Giacomoni (2007 p 240) o processo organizado pela Uniatildeo se daacute
por meio do Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da Internet
(SIDORNET) Este nos uacuteltimos anos vem sendo alimentado pela Internet e
representa um avanccedilo nos trabalhos operacionais para os agentes envolvidos
Este mesmo procedimento poderaacute ser adotado pelos Municiacutepios basta
estruturaccedilatildeo por meio de sistemas informatizados atualmente disponiacuteveis no
mercado
A etapas do processo na Uniatildeo conforme de acordo com Giacomoni (2007 p
240) satildeo formadas conforme a seguir
50
1ordf - Planejamento do Processo de elaboraccedilatildeo da proposta - etapa atualmente
de responsabilidade Secretaria de Orccedilamento e Financcedilas (SOF) que define a
estrateacutegia do processo identifica as etapas produtos e os agentes envolvidos
com seus respectivos papeacuteis Estabelece ainda metodologia para projeccedilatildeo de
receitas e despesas bem como o fluxo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria Nesta etapa Constroem-se orientaccedilotildees para detalhamento da
proposta setorial
2ordf - Definiccedilatildeo de macrodiretrizes - juntamente com a assessoria econocircmica do
MPOG do MF da Casa Civil e Oacutergatildeos setoriais a SOF estabelece as
principais diretrizes para elaboraccedilatildeo da LOA Com paracircmetros mais
macroeconocircmicos Destacando-se a importante modificaccedilatildeo inserida pela LRF
que eacute o demonstrativo para expansatildeo de despesas de caraacuteter continuado
3ordf - Revisatildeo da Estrutura Programaacutetica - etapa muito importante pois eacute nela
que os gerentes de programas organizados e inseridos por meio do PPA e
demais responsaacuteveis efetuam a revisatildeo da estrutura programaacutetica
4ordf - Avaliaccedilatildeo da Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC)
para a proposta orccedilamentaacuteria - com participaccedilatildeo novamente do MPOG e da
SOF e de outros oacutergatildeos realiza-se levantamento para verificar a necessidade
de financiamento por parte do governo
5ordf - Estudo definiccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de limites para as propostas setoriais - a
SOF com respaldo da Casa Civil estabelece limites para cada oacutergatildeo setorial
Os Oacutergatildeos repassam estes limites para as unidades orccedilamentaacuterias para
viabilizar a execuccedilatildeo dos projetos
6ordf - Captaccedilatildeo das propostas setoriais - as unidades orccedilamentaacuterias e oacutergatildeos
setoriais detalham suas propostas no Sistema Integrado de Dados
Orccedilamentaacuterios (SIDOR)
51
7ordf - Anaacutelise e ajuste das propostas setoriais - a SOF analisa ajusta e define as
propostas setoriais
8ordf - Fechamento compatibilizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da proposta orccedilamentaacuteria - o
MPGO e a Presidecircncia da Repuacuteblica aprovam a proposta recebem a indicaccedilatildeo
das fontes consolidando-a e compatibilizando-a com a CF de 1988 PPA LDO
e LRF
9ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo da mensagem presidencial e do projeto de lei
orccedilamentaacuteria - a SOF coordena o processo envolvendo vaacuterios oacutergatildeos do Poder
Executivo enviando mensagem presidencial juntamente com a proposta
orccedilamentaacuteria ao congresso nacional
10ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo das informaccedilotildees complementares ao projeto
de lei orccedilamentaacuteria - satildeo definiccedilotildees especiacuteficas da LDO da Uniatildeo que satildeo
encaminhadas conforme previsatildeo na lei mencionada
O processo detalhado com informaccedilotildees precisas definiccedilatildeo de prazos e
responsabilidades eacute fundamental para que o projeto de lei seja adequado e
atenda agraves necessidades da sociedade Eacute por meio dele que o poder puacuteblico
viabiliza suas accedilotildees governamentais atendendo aos anseios da sociedade As
etapas descritas acima podem ser e jaacute satildeo adaptadas aos Municiacutepios sempre
observando suas particularidades
Em seu artigo 5ordm inciso I a LRF incluiu novos conteuacutedos para a Lei
Orccedilamentaacuteria Anual Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 62) o referido
dispositivo atesta a compatibilidade entre a LDO e LOA e que estas devem
manter consistecircncia entre as metas de resultado originadas da comparaccedilatildeo
entre receitas e despesas e a evoluccedilatildeo patrimonial Assim se haacute previsatildeo no
Anexo de Metas Fiscais da LDO de um superaacutevit de 2 na peccedila orccedilamentaacuteria
a estimativa da receita deveraacute superar em 2 a fixaccedilatildeo da despesa No
comentaacuterio do autor a lei reafirma a compatibilidade entre os principais
52
instrumentos de planejamento estabelecendo uma sequumlecircncia uma coerecircncia
entre a LDO e a LOA
No mesmo artigo o inciso II segundo Toledo Jr E Ciquera (2002 p 62)
reitera mandamento constitucional constante do Artigo 165 sect 6ordm determinando
a anexaccedilatildeo de documento em que se revele o impacto orccedilamentaacuterio de toda e
qualquer renuacutencia fiscal que ainda persista na vida financeira do Municiacutepio
Natildeo importa a eacutepoca em que foram concedidas essas desistecircncias
fazendaacuterias
O dispositivo tenta conter as iniciativas que natildeo satildeo de interesse puacuteblico
implementando mais transparecircncia para a sociedade e para o parlamentar
ficando evidenciado o interesse da sociedade
A segunda exigecircncia da LRF no mesmo artigo trata da inserccedilatildeo de informaccedilatildeo
complementar demonstrando a forma de compensaccedilatildeo das despesas
obrigatoacuterias continuadas e das novas renuacutencias de receitas
O inciso III estabelece a necessidade de manter-se no projeto original a
reserva de contingecircncia para cobertura de passivos contingentes e os outros
riscos e eventos fiscais imprevistos informaccedilotildees jaacute constantes no Anexo de
Riscos Fiscais no sect 3ordm do art 4ordm
Tal reserva sempre foi utilizada como fonte para abertura de creacuteditos
adicionais e continua como tal especialmente nos orccedilamentos municipais
Nestes no entanto amplia sua funccedilatildeo pois ao ser inserida a reserva
comumente conhecida como reserva teacutecnica ocasiona um certo superaacutevit
orccedilamentaacuterio quando descontado seu valor
Para concluirmos nossos estudos sobre os principais instrumentos de
planejamento puacuteblico brasileiros tratados anteriormente eacute fundamental
53
discorrermos sobre o sistema e o processo orccedilamentaacuterio no qual a seguir
trataremos a partir da visatildeo de algumas doutrinas
Segundo Giacomoni (2007 p 202) a lei orccedilamentaacuteria e seus anexos
representam a expressatildeo mais clara do que se pode denominar de sistema
orccedilamentaacuterio E como jaacute vimos em nossos estudos o orccedilamento atualmente
natildeo pode ser visto de forma isolada ele eacute parte de um sistema maior advindo
de outros planos e programas para culminar na construccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria
No quadro 3 a seguir estaacute representada uma espeacutecie de sistema integrado de
planejamento e orccedilamento segundo a concepccedilatildeo bastante difundida na
Ameacuterica Latina por meio do ILPESCEPAL11
11 Esta concepccedilatildeo foi extraiacuteda de El presuposto Y el processo de planificacioacuten Belo Horizonte Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da UFMG 1971 (mimeo) Esse trabalho foi baseado em dois documentos do Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y Social (ILPES) ldquoReflexiones em torno de dos problemas actuales de la planifcacioacuten em Ameacuterica Latinardquo e ldquoMetodologia para la formulaciacuteon de planes operativos anualesrdquo O ILPES eacute um oacutergatildeo da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina (CEPAL) organismo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
54
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de El presupesto Y el proceso de planificacioacuten Cit
O quadro estaacute organizado e estruturado a partir da ldquoestrateacutegia de
desenvolvimentordquo definida segundo Giacomoni (2007 p 202) como
a) Imagem prospectiva originaacuteria de projetos soacuteciais baacutesicos cujos
objetivos e metas a serem alcanccediladas satildeo estruturados para a mudanccedila do
plano econocircmico-social atual
b) Os Projetos Estrateacutegicos satildeo os que estabelecem efetivamente elementos
para a mudanccedila idealizada pela imagem prospectiva Satildeo em pouca
55
quantidade envolvem vaacuterios setores dos governos trabalhando de forma
coordenada
c) Enunciado de Poliacuteticas Baacutesicas surge da viabilizaccedilatildeo dos projetos
estrateacutegicos
Giacomoni (2007 p 204) exemplifica o quadro com o Primeiro Plano Nacional
de Desenvolvimento (I PND) ocorrido no Brasil no periacuteodo de 197274 Nele
foram definidas trecircs imagens prospectivas sendo a primeira colocar o Brasil
no espaccedilo de uma geraccedilatildeo na categoria das naccedilotildees desenvolvidas A
segunda era duplicar ateacute 1980 a renda per capita do Brasil em relaccedilatildeo a
1969 observando o crescimento anual do PIB equivalente ao dos uacuteltimos trecircs
anos A terceira prospectiva seria elevar a economia em 1974 agraves dimensotildees
resultantes de um crescimento anual do PIB entre 8 e 10
Como projetos estrateacutegicos foram definidos dentre outros os seguintes a)
modernizaccedilatildeo da empresa nacional b) mobilizaccedilatildeo do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais c) implementaccedilatildeo de programas de
desenvolvimento tecnoloacutegico
Como poliacuteticas baacutesicas definidas pelo I PND cita-se a tiacutetulo exemplificativo a)
modelo econocircmico de mercado orientado para a descentralizaccedilatildeo das decisotildees
econocircmicas com vistas no crescimento progressivo do mercado de consumo
b) alianccedila entre o setor privado e o governo com a aceitaccedilatildeo da influecircncia
crescente desse uacuteltimo na gestatildeo do sistema econocircmico na realizaccedilatildeo de
investimentos e na capacidade de regulamentar
O quadro 3 demonstra que os planos de meacutedio prazo satildeo formados por etapas
estrateacutegicas e satildeo de maneira geral planos setoriais e regionaissetoriais que
se constituem de programas baacutesicos determinando objetivos e metas de
resultado setorial Os planos anuais operativos no modelo satildeo oriundos das
definiccedilotildees estrateacutegicas dos planos de meacutedio prazo estabelecem metas de
56
curto prazo a cargo do setor puacuteblico definindo orientaccedilotildees e regras a serem
cumpridas pelo setor privado
Os principais planos operativos conforme Giacomoni (2007 p 206) satildeo
Orccedilamento Econocircmico Orccedilamento monetaacuterio orccedilamento do balanccedilo de
pagamentos balanccedilos projetados programas de execuccedilatildeo e o orccedilamento do
setor puacuteblico
O processo orccedilamentaacuterio caracteriza-se basicamente por sua dinacircmica ciacuteclica
que transita por quatro etapas e cada ciclo da proposta orccedilamentaacuteria anual e
de maneira bem simplificada conforme demonstrado no quadro 4 a seguir
QUADRO 4
Processo Orccedilamentaacuterio
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
O processo de planejamento e orccedilamento no Brasil estaacute basicamente
representado por Planos Nacionais de Desenvolvimento Econocircmico e Social
Exemplos destes planos satildeo o Programa de Aceleraccedilatildeo do Crescimento
(PAC) e o PPA Este detalhado no capiacutetulo 223 tem relaccedilatildeo direta com os
programas especiais e especialmente com a LOA que com a nova proposta
assume as accedilotildees governamentais prevista no PPA para serem materializadas
no orccedilamento anual
57
O quadro a seguir representa as varias etapas do que Giacomoni (2007 p
209) denomina processo integrado de planejamento e orccedilamento
QUADRO 5
Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
Segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 209) os modelo de
planejamentos descritos anteriormente
Embora os planos de desenvolvimento tenham proliferado e as teacutecnicas por eles utilizadas sejam melhores a taxa anual meacutedia de crescimento do produto interno real nos paiacuteses menos desenvolvidos natildeo demonstra qualquer melhoria sensiacutevel na Ameacuterica Latina desde os anos 50 chegando mesmo a declinar na Aacutesia Meridional e no Sudeste
Para o autor o modelo seria eficaz e efetivo se os resultados fossem
adequados agraves necessidades do paiacutes De nada adiantariam uma boa teacutecnica
planejadora e um bom modelo com o crescimento do paiacutes que natildeo atendam agraves
necessidades da sociedade
Em paiacuteses com instabilidade poliacutetica e incerteza econocircmica natildeo se aplicariam
planos de longo e meacutedio prazo segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p
210) Associam-se a essas caracteriacutesticas deficiecircncias teacutecnicas falta de
58
informaccedilotildees e sistema administrativo deficiente Tais modelos satildeo
predominantes em paiacuteses em desenvolvimento
Ainda segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 210) os resultados do
planejamento em niacuteveis nacionais regionais ou urbanos satildeo insatisfatoacuterios
quando se utiliza o modelo que ele nomeia de tradicional
Isso se deve em parte agrave deficiecircncia de meacutetodo e em parte tambeacutem ao ambiente desfavoraacutevel em que com frequumlecircncia o planejamento convencional opera mas a razatildeo mais importante eacute que o planejamento convencional natildeo satisfaz agraves necessidades sociais Talvez seja nesse uacuteltimo sentido que existem maiores razotildees para se afirmar que o planejamento convencional tem fracassado pois eacute aiacute que costuma ser maior o abismo entre as aspiraccedilotildees e os resultados obtidos
Para o autor o meacutetodo pode ser concentrado para a soluccedilatildeo de problemas
para metas muito aleacutem da realidade ou ateacute mesmo sem o foco no problema
isso poderaacute solucionaacute-lo apenas parcialmente ou ateacute criar outro
As etapas do processo de planejamento estatildeo demonstradas no quadro 6 a
seguir num paralelo entre um modelo considerado convencional para alguns
autores e um modelo voltado para soluccedilatildeo de problemas
QUADRO 6
Etapas do processo de planejamento
Fonte Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
59
Para Wildavsky (apud Giacamoni 2007 p 211) o principal fator determinante
do tamanho e do conteuacutedo do orccedilamento de um determinado ano seria o
orccedilamento do ano imediatamente anterior Com isso existiria pouca
flexibilidade na elaboraccedilatildeo de cada novo orccedilamento Logo decisotildees tomadas
haacute bastante tempo natildeo modificaacuteveis em determinado momento e tenderiam a
se perpetuar
A esta visatildeo dar-se o nome de ldquoincrementalrdquo Nela ocorre efetivamente uma
repeticcedilatildeo sucessiva dos orccedilamentos somente com certo incremento mas com
a maior parte dos programas vindos do exerciacutecio anterior
Seguindo a linha de pensamento de Wildavsky pode-se dizer que o PPA
instituiacutedo pela CF de 1988 no Brasil seguiu de certa forma a linha do
incrementalismo Pois estabelece que em seu conteuacutedo que deve conter
despesas de capital outras delas decorrentes e despesas de caraacuteter
continuado Previa-se portanto que os programas e accedilotildees jaacute existentes e que
natildeo eram discricionaacuterios do governo deveriam constar no PPA e
consequumlentemente na LOA
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
A definiccedilatildeo de despesas com pessoal estaacute contida no art 18 da LRF como o
somatoacuterio dos gastos com os ativos os inativos e os pensionistas os
relativos a mandatos eletivos cargos funccedilotildees ou empregos civis e de
membros do Poder Executivo e do Poder Legislat ivo com quaisquer
espeacutecies remuneratoacuterias tais como vencimentos e vantagens fixas e
variaacuteveis subsiacutedios proventos da aposentadoria reformas e pensotildees
inclusive adicionais gratificaccedilotildees horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza bem como encargos sociais e contribuiccedilotildees recolhidas
pelo municiacutepio agraves entidades de previdecircncia
60
Aleacutem disso a LRF fixa o limite para a despesa total com pessoal nos
Municiacutepios em 60 (sessenta por cento) da Receita Corrente Liacutequida Desta
porcentagem 6 para o Legislativo e 54 para o Executivo Neste uacuteltimo
deve-ser considerar suas respectivas administraccedilotildees indiretas cuja
composiccedilatildeo se encontra estabelecida no art 2ordm IV aliacutenea c e nos seus
paraacutegrafos 1ordm e 2ordm e eacute demonstrada no quadro a seguir
QUADRO 7
Composiccedilatildeo da RCL
Receitas Correntes (+) Tributaacuterias (+) de Contribuiccedilotildees (+) Patrimoniais (+) Industriais (+) Agropecuaacuterias (+) de Serviccedilos (+) Transferecircncias Correntes (+) Outras Receitas Correntes Subtotal 1 ( ndash ) Contribuiccedilotildees Previdenciaacuterias ( ndash ) Receitas de Compensaccedilatildeo Financeira Receita Corrente Liacutequida Fonte Elaborado pelo Autor
Para apuraccedilatildeo da RCL e dos gastos com pessoal considera-se pela lei o
periacuteodo entre o mecircs de apuraccedilatildeo e os 11 meses anteriores A apuraccedilatildeo das
despesas com pessoal deve-se considerar entatildeo um periacuteodo de 12
meses com algumas deduccedilotildees tais como
bull indenizaccedilatildeo por demissatildeo de servidores ou empregados
bull incentivos agrave demissatildeo voluntaacuteria
bull despesas decorrentes de decisatildeo judicial cuja competecircncia seja de
periacuteodo imediatamente anterior a 11 meses ao da apuraccedilatildeo
bull despesas com inativos ainda que por intermeacutedio de fundo especiacutefico
custeado por recursos provenientes da arrecadaccedilatildeo de contribuiccedilotildees dos
segurados
bull compensaccedilatildeo financeira entre fundos de previdecircncia e das demais
61
receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade inclusive
o produto da alienaccedilatildeo de bens direitos e ativos bem como seu superaacutevit
financeiro
A LRF estabeleceu ainda um limite prudencial de 95 (noventa e cinco por
cento) do limite estabelecido para cada poder A apuraccedilatildeo deveraacute ser
realizada a cada quadrimestre do exerciacutecio sujeitando-se o municiacutepio a
restabelecer os limites ultrapassados nos dois quadrimestres seguintes Caso
natildeo cumpra tal dispositivo o municiacutepio poderaacute deixar de receber as
transferecircncias voluntaacuterias de obter garantias e natildeo poderaacute contratar
operaccedilotildees de creacutedito
O estabelecimento de limites para o endividamento puacuteblico foi um dos pontos
especiais da LRF A diacutevida limita a accedilatildeo governamental na execuccedilatildeo de
serviccedilos puacuteblicos e seu crescimento desordenado e ilimitado compromete
aleacutem da execuccedilatildeo de obras de infra-estrutura programas finaliacutesticos dos
governos nacionais e sub-nacionais despesas com pessoal e despesas para
manutenccedilatildeo da maacutequina puacuteblica
Em seu artigo 29 a LRF considera diacutevida puacuteblica consolidada ou fundada o
montante total apurada sem duplicidade das obrigaccedilotildees financeiras do ente
da Federaccedilatildeo assumidas em virtude de leis contratos convecircnios ou tratados
e da realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de creacutedito para amortizaccedilatildeo em prazo superior a
doze meses
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 187) na conceituaccedilatildeo do art 29 diacutevida
fundada ou consolidada proveacutem da contrataccedilatildeo de empreacutestimos ou
financiamentos com prazo de pagamento superior a doze meses A proacutepria
LRF contudo no paraacutegrafo 3ordm jaacute excepciona tal regra satildeo as operaccedilotildees de
prazo inferior a doze meses que passam a compor essa espeacutecie de
endividamento
62
A apuraccedilatildeo quadrimestral da diacutevida consolidada seraacute demonstrada no RGF
considerando-se a diacutevida da administraccedilatildeo direta e indireta conforme
determinaccedilatildeo do artigo 50 da LRF
A LRF natildeo definiu limites para o endividamento puacuteblico ficando para
regulamentaccedilatildeo do Senado Federal que definiu por meio da Resoluccedilatildeo nordm 40
de 2001 a diacutevida consolidada liacutequida Conforme o seu art 1ordm sect 1ordm V a
diacutevida consolidada liacutequida eacute a diacutevida puacuteblica consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa as aplicaccedilotildees financeiras e os demais haveres
financeiros
Ainda na Resoluccedilatildeo 40 em seu art 3ordm II a diacutevida consolidada liacutequida dos
Municiacutepios ao final do deacutecimo quinto exerciacutecio financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicaccedilatildeo da Resoluccedilatildeo natildeo poderaacute exceder a
12 (um inteiro e dois deacutecimos) vezes a receita corrente liacutequida
Para a amortizaccedilatildeo de diacutevidas tambeacutem existe um limite anual definido pelo
Senado Federal em sua Resoluccedilatildeo nordm 432001 art 7ordm II Esta legislaccedilatildeo
define que o comprometimento anual com amortizaccedilotildees juros e demais
encargos da diacutevida consolidada inclusive relativos a valores a desembolsar
de operaccedilotildees de creacutedito jaacute contratadas e a contratar natildeo poderaacute exceder a
115 (onze inteiros e cinco deacutecimos por cento) da receita corrente liacutequida
Ainda por meio da mesma Resoluccedilatildeo com alteraccedilotildees trazidas pela Resoluccedilatildeo
nordm 052002 dispocircs-se sobre os limites globais para o montante da diacutevida
puacuteblica consolidada e da diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria A Resoluccedilatildeo nordm 43 de
21 de dezembro de 2001 com alteraccedilotildees na Resoluccedilatildeo nordm 032002 definiu
limites por ocasiatildeo da execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Com a instituiccedilatildeo da LRF a administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal
passou a ter maior atenccedilatildeo em suas accedilotildees Consta em seu art 1ordm sect 1ordm que
63
A responsabilidade na gestatildeo fiscal pressupotildee a accedilatildeo planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediecircncia a limites e condiccedilotildees no que tange a renuacutencia de receita geraccedilatildeo de despesas com pessoal da seguridade social e outras diacutevidas consolidada e mobiliaacuteria operaccedilotildees de creacutedito inclusive por antecipaccedilatildeo de receita concessatildeo de garantia e inscriccedilatildeo em Restos a Pagar (grifo nosso)
O princiacutepio da transparecircncia na LRF brasileira como jaacute mencionado foi um dos
pontos tambeacutem trabalhados na LRF da Nova Zelacircndia A principal intenccedilatildeo
destes eacute o fortalecimento do controle social aumentando a pressatildeo para que o
gestor puacuteblico fique mais atento na conduccedilatildeo de seus atos O gestor tambeacutem
com a divulgaccedilatildeo de suas contas com a realizaccedilatildeo de audiecircncias ganha
politicamente quando tende a aproximar-se da populaccedilatildeo
O artigo que trabalhou o fundamento da transparecircncia eacute o 48 da LRF
conforme se segue
Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) o controle social do eraacuterio eacute
fundamento baacutesico da LRF que para tanto estabelece intensa agenda de
debate popular e de publicidade das contas dentre elas realizaccedilatildeo de
audiecircncias puacuteblicas com objetivo de debater a construccedilatildeo do PPA LDO e LOA
e verificar o cumprimento das metas orccedilamentaacuterias e patrimoniais
disponibilizaccedilatildeo das contas municipais durante todo o ano natildeo mais sessenta
dias como previsto anteriormente pela CF de 1988 Aleacutem disso o ministeacuterio
puacuteblico deve divulgar os nomes dos Municiacutepios que ultrapassaram os limites
determinados para a diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria No mesmo artigo 48 tambeacutem haacute
determinaccedilatildeo expressa para ampla divulgaccedilatildeo dos orccedilamentos balanccedilos e
pareceres dos tribunais de contas sobre o julgamento dos gestores do dinheiro
puacuteblico
64
Todos os dispositivos satildeo essenciais para a gestatildeo fiscal responsaacutevel Cabe ao
gestor incentivar a participaccedilatildeo popular articulando com a sociedade
organizada e orientando o exerciacutecio da cidadania e a evoluccedilatildeo do controle
social
A transparecircncia foi citada no artigo 52 da mesma disciplina legal constando
que ldquoO relatoacuterio a que se refere o sect 3o do art 165 da Constituiccedilatildeo abrangeraacute
todos os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico seraacute publicado ateacute trinta dias apoacutes o
encerramento de cada bimestrerdquo
As prestaccedilotildees de contas anteriores a LRF eram encaminhadas anualmente
Por mais avanccedilados e especializados que fossem os Tribunais de contas natildeo
seria possiacutevel por exemplo uma accedilatildeo em tempo necessaacuterio para correccedilatildeo dos
rumos da administraccedilatildeo evitando deacuteficits e diacutevidas para o patrimocircnio puacuteblico
A veiculaccedilatildeo das informaccedilotildees fiscais publicadas nas dependecircncias das
entidades puacuteblicas e em meio magneacutetico trinta dias apoacutes o encerramento de
cada bimestre torna mais transparente a gestatildeo puacuteblica bem como possibilita
uma accedilatildeo em tempo real pela sociedade e pelos oacutergatildeos de controle interno e
externo
Informaccedilotildees importantes e novos conceitos foram trabalhados para que a
transparecircncia seja possiacutevel No artigo 53 do mesmo diploma legal trata de
informaccedilotildees que acompanharatildeo os relatoacuterios resumidos da execuccedilatildeo
orccedilamentaacuteria Satildeo elas apuraccedilatildeo da RCL receitas e despesas previdenciaacuterias
quando cabiacuteveis resultado nominal e primaacuterio despesas com juros restos a
pagar projeccedilotildees atuariais dos regimes de previdecircncia social geral e proacuteprio
dos servidores puacuteblicos variaccedilatildeo patrimonial evidenciando a alienaccedilatildeo de
ativos e a aplicaccedilatildeo dos recursos dela decorrentes da limitaccedilatildeo de empenhos
e da frustraccedilatildeo de receitas especificando as medidas de combate agrave sonegaccedilatildeo
e agrave evasatildeo fiscal adotadas e a adotar e as accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e cobranccedila
65
A LRF trabalhou juntamente com a transparecircncia o fortalecimento do controle
determinando responsabilidades pelas informaccedilotildees do relatoacuterio de gestatildeo
fiscal No artigo 20 trata das responsabilidades do presidente e demais
membros da mesa diretora dos Legislativos ou oacutergatildeo decisoacuterio equivalente
Nos regimentos internos destes oacutergatildeos devem constar as responsabilidades
do presidente e de demais membros da mesa diretora Nos oacutergatildeos do Poder
Judiciaacuterio no ministeacuterio puacuteblico da Uniatildeo e dos Estados da mesma forma
Aleacutem disso traz a responsabilizaccedilatildeo pelas informaccedilotildees dos responsaacuteveis pela
administraccedilatildeo financeira e pelo controle interno Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 275) de quatro em quatro meses a
Prefeitura e a Cacircmara de Vereadores cada uma emitiraacute o segundo relatoacuterio de
verificaccedilatildeo orccedilamentaacuteria agrave luz da LRF o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal ndash RGF Haacute
o RGF do Poder Executivo assinado pelo Prefeito Secretaacuterio ou Diretor de
Financcedilas e tambeacutem por quem responde pelo controle interno De igual modo
haacute o RGF do Poder Legislativo chancelado por toda a Mesa Diretora da
Cacircmara dos Vereadores pelo responsaacutevel financeiro e ainda pelo servidor
que titulariza o controle interno
Apoacutes tratado sobre o planejamento e os pontos estrateacutegicos da LRF
realizaremos um estudo o sobre a gestatildeo do orccedilamento puacuteblico
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
231 Introduccedilatildeo
A Lei de Responsabilidade Fiscal dentre as diversas contribuiccedilotildees para as
financcedilas puacuteblicas brasileiras teve seguramente como principal objetivo o
66
ldquoequiliacutebrio das contas puacuteblicasrdquo consagrado como princiacutepio por diversos
doutrinadores
Na elaboraccedilatildeo dos trecircs mais importantes instrumentos de planejamento PPA
LDO e a LOA os Municiacutepios e os outros entes federados buscam o equiliacutebrio
entre receitas e despesas fundamentados em princiacutepios contidos na Lei
Federal 4320 de 1964 e reafirmados pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Embora esses trecircs instrumentos de planejamento mencionados sejam de
fundamental importacircncia natildeo haacute garantias de equiliacutebrio financeiro por mais
eficientes que sejam os departamentos ou teacutecnicos orccedilamentistas As
estimativas das receitas e a fixaccedilatildeo das despesas satildeo projetadas para um
exerciacutecio inteiro A LRF para tentar conciliar a autorizaccedilatildeo prevista na LOA
com a efetiva execuccedilatildeo do orccedilamento anual instituiu a programaccedilatildeo
financeira cronograma mensal de desembolso metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo e cotas Analisaremos detalhadamente cada um destes itens
instituiacutedos pela LRF
232 Programaccedilatildeo Financeira
Natildeo podemos afirmar que em nenhum Municiacutepio exista uma regularidade nas
entradas das receitas por mais precisa que seja a previsatildeo pois receitas como
o IPTU12 o IPVA13 e o ICMS14 tem ocorrecircncia maior no inicio do exerciacutecio
Por isso antes que se inicie a execuccedilatildeo do orccedilamento ou seja do
planejamento traccedilado eacute preciso que o gestor tome iniciativa de traccedilar planos
orccedilamentaacuterios e financeiros mais detalhados abrangendo espaccedilos menores de
tempo que possibilitem uma adequaccedilatildeo temporal e financeira compatiacutevel com
as despesas a serem executadas
12 Imposto Predial e Territorial Urbana tributo municipal instituiacutedo pelo Constituiccedilatildeo Federal de 1988 13 Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotivos 14 Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
67
A programaccedilatildeo financeira foi inserida na gestatildeo do orccedilamento municipal por
meio do Art 8ordm da Lei de Responsabilidade Fiscal descrito a seguir
Art 8ordm Ateacute trinta dias apoacutes a publicaccedilatildeo dos orccedilamentos nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e observando o disposto na aliacutenea c do inciso I do artigo 4ordm o Poder Executivo estabeleceraacute a programaccedilatildeo financeira e o cronograma de execuccedilatildeo mensal de desembolso Paraacutegrafo Uacutenico Os recursos legalmente vinculados agrave finalidade especiacutefica seratildeo utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculaccedilatildeo ainda que em exerciacutecio diverso daquele em que ocorrer o ingresso
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) este dispositivo visa a ajustar os
compromissos do governo agrave efetiva existecircncia de numeraacuterios e a evitar
insuficiecircncias de tesouraria Dessa forma eacute que empreacutestimos de curto prazo e
operaccedilatildeo de creacutedito por antecipaccedilatildeo da receita orccedilamentaacuteria (ARO) poderatildeo
ser evitadas Este dispositivo serve ainda para compatibilizar as entradas das
receitas com a execuccedilatildeo das despesas especialmente as de caraacuteter
discricionaacuterio do governo
Para o autor ocorre uma controveacutersia entre este dispositivo e o artigo 47 da Lei
Federal 4320 que estabelecia uma programaccedilatildeo financeira trimestral No
entanto prevalece o dispositivo mais recente Assim a planificaccedilatildeo financeira
passa vigorar mensalmente
Considerando que anterior a LRF existiam percentuais mais elevados de
deacuteficitrsquos financeiros com maacute aplicaccedilatildeo do disposto na Lei Federal 4320 a
utilizaccedilatildeo eficiente de um controle mensal tornou-se necessaacuteria Importante
mencionar que nesta programaccedilatildeo devem ser considerados todos os creacuteditos
os iniciais fixados os demais que venham ocorrer como suplementares
especiais e extraordinaacuterios e ainda os restos a pagar dos exerciacutecios anteriores
porventura existentes
Os recursos carimbados ou vinculados conforme citado no artigo acima
devem ter sua utilizaccedilatildeo exclusivamente direcionadas para seus fins
68
acordados caso ocorram sobras elas poderatildeo ser utilizadas em exerciacutecio
adverso desde que atenda ao estabelecido em instrumento inicial
Podemos dizer que estes recursos satildeo pequenos orccedilamentos dentro do
orccedilamento geral do Municiacutepio Eles devem obedecer a um equiliacutebrio particular
evitando sobras utilizaccedilatildeo indevida devoluccedilatildeo de recursos e
consequumlentemente evitando aplicaccedilatildeo de penalidades pelos oacutergatildeos de
fiscalizaccedilatildeo externa e pelo ministeacuterio puacuteblico
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 74) os saldos financeiros remanescentes
continuam pertencendo ao ente Por isso eacute que poderiam mesmo ter sua
utilizaccedilatildeo em exerciacutecio adverso ao seu ingresso
A LRF contribuiu para a aplicaccedilatildeo e controle das financcedilas Para isso instituiu
normas que sua aplicaccedilatildeo efetiva pelas entidades depende de iniciativa para
sua regulamentaccedilatildeo A Uniatildeo sujeita agraves normas regulamentou por meio do
anexo VI da Portaria interministerial MFMP Nordm 125 de 19 de maio de 2006 sua
programaccedilatildeo financeira para 2006 conforme tabela a seguir
69
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira
ANEXO VI DA PORTARIA INTERMINISTERIAL MFMP Nordm 125 DE 19 DE MAIO DE 2006
VALORES AUTORIZADOS PARA PAGAMENTO RELATIVOS A DOTACcedilOtildeES CONSTANTES
DA LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA PARA 2006 E AOS RESTOS A PAGAR DE 2005 Data de atualizaccedilatildeo 09012007 R$ Mil
ATEacute MAI ATEacute JUN ATEacute JUL ATEacute AGO ATEacute SET ATEacute OUT ATEacute NOV ATEacute DEZ OacuteRGAtildeOS EOU UNIDADES ORCcedilAMENTAacuteRIAS
20101 PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 295802
349209
452616
506022
550988
595953
691918
810026
20102 GAB DA VICE-PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 998
1198
1398
1698
1868
2037
2721
2890
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIAtildeO 39814
45524
51234
60345
67704
75063
79922
94781
22000 MIN DA AGRIC PEC E ABASTECIMENTO 238546
354485
400424
460563
526646
589462
674777
874179
24000 MIN DA CIEcircNCIA E TECNOLOGIA 616141
788828
954130
1198017
1312077
1449359
1695323
2234942
25000 MIN DA FAZENDA 461494
607980
760465
1052064
1306841
1372881
1458411
1589215
26000 MIN DA EDUCACcedilAtildeO 2431224
3091435
3528998
4166209
4865611
5568436
6271262
7064088
28000 MIN DO DESENV IND E COMEacuteRCIO EXTERIOR 90763
99587
125231
134555
152459
159337
166214
214091
30000 MIN DA JUSTICcedilA 456383
541391
653548
765704
862253
958802
1055351
1231900
32000 MIN DE MINAS E ENERGIA 85465
114630
143796
186053
210688
258607
306525
379444
33000 MIN DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL 299527
457649
539558
625468
711378
797288
883197
969107
35000 MIN DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES 347097
377226
407355
467485
520419
633354
716289
885223
70
36000 MIN DA SAUacuteDE 13050504
15924886
18815009
21705132
24482919
27260706
30038492
34588170
38000 MIN DO TRABALHO E EMPREGO 161118
181567
251612
341578
364691
387805
410918
452031
39000 MIN DOS TRANSPORTES 668160
749053
829946
1077339
1286381
1602422
1671464
2335793
41000 MIN DAS COMUNICACcedilOtildeES 122628
142098
161667
190557
220868
264603
308338
363472
42000 MIN DA CULTURA 155156
182753
213850
257547
278457
301566
325476
384885
44000 MIN DO MEIO AMBIENTE 115444
158213
193482
243551
271981
301461
329891
403421
47000 MIN DO PLANEJ ORCcedilAMENTO E GESTAtildeO 144840
168562
207104
238386
281455
309915
368376
443436
49000 MIN DO DESENVOLVIMENTO AGRAacuteRIO 285471
723196
934922
1036647
1112176
1406829
1706481
2012818
51000 MIN DO ESPORTE 106895
181039
217283
244027
260430
325044
388858
507842
52000 MIN DA DEFESA 784728
1042536
1215345
1520953
1989733
2341660
2696194
3687152
53000 MIN DA INTEGRACcedilAtildeO NACIONAL 352210
382066
495608
580249
693417
778159
841451
1077819
54000 MIN DO TURISMO 108586
198430
278459
333388
346698
402446
466194
700142
55000 MIN DO DESENV SOCIAL E COMB Agrave FOME 478367
705610
932852
1160095
1369197
1852448
2335700
2736782
56000 MIN DAS CIDADES 202042
299230
412819
440908
452024
485141
531557
1003796
71000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIAtildeO 96894
153836
167777
209719
249063
288408
327752
366096
73101 RECURSOS SOB SUPERV DO MIN DA FAZENDA 39869
43845
47820
52496
56272
60049
63825
67601
74000 OPERACcedilOtildeES OFICIAIS DE CREacuteDITO 34330
37521
40713
53740
53740
53740
53740
78740
TOTAL GERAL 22270494 28103583 33435022 39310495 44858433 50882980 56866619 67559884
Fonte httpwwwtesourofazendagovbrprogramacao_financeira horaacuterio 2200 do dia 040208
71
Na Uniatildeo segundo Giacomoni (2007 p 318) a principal norma
disciplinadora eacute o Decreto-lei ndeg 20067 que define a programaccedilatildeo
financeira de desembolso como instrumento baacutesico do planejamento
Especificamente os artigos 17 e 72 a seguir descritos
Art 17 Para ajustar o ritmo de execuccedilatildeo do orccedilamento-programa ao fluxo provaacutevel de recursos o Ministeacuterio do Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral e o Ministeacuterio da Fazenda elaboraratildeo em conjunto a programaccedilatildeo financeira de desembolso de modo a assegurar a liberaccedilatildeo automaacutetica e oportuna dos recursos necessaacuterios agrave execuccedilatildeo dos programas anuais de trabalhatildeordquo e ldquoArt 72 Com base na lei orccedilamentaacuteria creacuteditos adicionais e seus atos complementares o oacutergatildeo central da programaccedilatildeo financeira fixaraacute as cotas e prazos de utilizaccedilatildeo de recursos pelos oacutergatildeos da Presidecircncia da Repuacuteblica pelos ministeacuterios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciaacuterio para atender agrave movimentaccedilatildeo dos creacuteditos orccedilamentaacuterios
Na Uniatildeo os artigos do referido decreto que tratam de programaccedilatildeo
financeira satildeo inseridos a cada exerciacutecios financeiro da LDO
disciplinando a execuccedilatildeo financeira
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do orccedilamento geralmente eacute dado atenccedilatildeo especial
para realizaccedilatildeo da despesa A LRF inovou e dedicou artigos importantes para
as receitas puacuteblicas esquecidas especialmente pelos Municiacutepios A praacutetica de
calcular as despesas e apoacutes equilibraacute-las sem criteacuterio com a receita natildeo se
admite mais
O artigo 12 jaacute trabalha regras para o processo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria como se segue
Art 12 As previsotildees de receita observaratildeo as normas teacutecnicas e legais consideraratildeo os efeitos das alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo da variaccedilatildeo do iacutendice de preccedilos do crescimento econocircmico ou de qualquer outro fator relevante e seratildeo acompanhadas de
72
demonstrativo de sua evoluccedilatildeo nos uacuteltimos trecircs anos da projeccedilatildeo para os dois seguintes agravequele a que se referirem e da metodologia de caacutelculo e premissas utilizadasrdquo
Dessa forma estaria no miacutenimo qualquer dos entes federados ao superestimar
a receita desobedecendo ao princiacutepio da legalidade expressamente definido
no artigo 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal
A execuccedilatildeo do orccedilamento foi regulamentada pelo artigo 13 d LRF abaixo
transcrito
Art 13 No prazo previsto no art 8o as receitas previstas seratildeo desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo com a especificaccedilatildeo em separado quando cabiacutevel das medidas de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos tributaacuterios passiacuteveis de cobranccedila administrativa (grifo nosso)
Ateacute 30 dias apoacutes a publicaccedilatildeo da LOA eacute necessaacuterio que o municiacutepio aleacutem de
elaborar programaccedilatildeo financeira estabelecida no artigo 8ordm providencie o
desdobramento das receitas estimadas anualmente em metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
Poreacutem o entendimento da doutrina eacute que para se chegar em metas bimestrais
conforme previsto na lei seria necessaacuterio o desdobramento inicialmente em
metas mensais A forma mais apropriada para a construccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira mensal estaacute conforme estabelecida no artigo 8ordm Ressalta-se que
como todo planejamento a receita tambeacutem tem inconstacircncias e uma revisatildeo
perioacutedica seria apropriada para natildeo afetar as metas estabelecidas
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 98) o detalhamento bimestral aleacutem do
mais fundamenta-se no comportamento oscilante natildeo linear em decorrecircncia
do IPTU pago a vista da transferecircncia de 50 do IPVA e de um ICMS
alentado pelas vendas de fim de ano A receita municipal ingressa com mais
vigor no iniacutecio do exerciacutecio depois flutua em virtude do niacutevel da atividade
73
econocircmica seja ela local regional ou nacional Por isso o orccedilamentista se
basearaacute na execuccedilatildeo ocorrida em exerciacutecios preteacuteritos
Em seguir apresenta-se tabela demonstrando as metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
74
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO MUNICIacutePIO OacuteRGAcircO BIMESTRE META DE ARRECADACcedilAtildeO RECEITA ARRECADA DIFERENCcedilA1ordm 2ordm 3ordm 4ordm 5ordm 6ordm TOTAL Observaccedilotildees ndash Medidas adotadas quando cabiacuteveis de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos passiacuteveis de cobranccedila administrativa ____________________________________ __________________________________ ____________________________________ ORDENADOR CONTADOR CONTROLE INTERNO
Fonte TCEMG - Adaptaccedilatildeo do Autor
75
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
Eacute comum que leis e atos instituiacutedos nos Municiacutepios natildeo sejam obedecidos
pelas unidades orccedilamentaacuterias e pelas entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta O caminho para garantir que seja cumprida a programaccedilatildeo financeira
especialmente para os que ainda insistem em elaborar leis orccedilamentaacuterias com
receitas superestimadas eacute a instituiccedilatildeo de cotas financeiras
Para corrigir possiacuteveis falhas de planejamento eacute necessaacuterio que durante a sua
execuccedilatildeo sejam corrigidas as distorccedilotildees Assim sendo a soluccedilatildeo eacute promover a
limitaccedilatildeo de gastos durante a execuccedilatildeo do orccedilamento por meio das cotas
levando-se em consideraccedilatildeo a receita efetivamente arrecadada e natildeo o
montante do orccedilamento autorizado pelo Legislativo
Os artigos 47 e 48 da Lei Federal 4320 de 1964 como transcritos a seguir jaacute
tratavam deste tema
Art 47 Imediatamente apoacutes a promulgaccedilatildeo da Lei de Orccedilamento e com base nos limites nela fixados o Poder Executivo aprovaraacute um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orccedilamentaacuteria fica autorizada a utilizar Art 48 A fixaccedilatildeo das cotas a que se refere o artigo anterior atenderaacute aos seguintes objetivos a) assegurar agraves unidades orccedilamentaacuterias em tempo uacutetil a soma de recursos necessaacuterios e suficientes agrave melhor execuccedilatildeo do seu programa anual de trabalho b) manter durante o exerciacutecio na medida do possiacutevel o equiliacutebrio entre a receita arrecada e a despesa realizada de modo a reduzir ao miacutenimo eventuais insuficiecircncias de tesouraria (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) o art 8ordm da LRF natildeo contradiz o
dispositivo mencionado pois a programaccedilatildeo financeira poderaacute continuar
trimestral e as regras para o desembolso ficariam mensais
Tal medida serve para ldquodosarrdquo a execuccedilatildeo da despesa e o instrumento que
permite isto satildeo as cotas A cota limita a execuccedilatildeo do orccedilamento pois embora
76
exista um valor previsto para o exerciacutecio este natildeo pode ser executado de uma
uacutenica vez e aleacutem disso depende da realizaccedilatildeo das receitas
Eacute importante que a distribuiccedilatildeo seja de acordo com as necessidades de cada
unidade orccedilamentaacuteria ou gestora da entidade Deve-se levar em consideraccedilatildeo
as receitas vinculadas e obedecer a criteacuterios miacutenimos como por grupo de
despesa conforme classificaccedilatildeo da portaria 42 da STN
As cotas financeiras aleacutem de atender ao planejamento do cronograma de
desembolso previsto auxiliam o gestor principalmente no uacuteltimo ano de
mandato no controle da disponibilidade de caixa atraveacutes de um fluxo de caixa
para atendimento do disposto no artigo 42 conforme descrito a seguir
Art 42 Eacute vedado ao titular de Poder ou oacutergatildeo referido no art 20 nos uacuteltimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigaccedilatildeo de despesa que natildeo possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenha parcelas a serem pagas no exerciacutecio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito Paraacutegrafo uacutenico Na determinaccedilatildeo da disponibilidade de caixa seratildeo considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar ateacute o final do exerciacutecio
As cotas podem auxiliar tambeacutem no cumprimento das metas de resultado
primaacuterio e nominal caso as metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo natildeo atinjam
niacuteveis necessaacuterios
Eacute importante destacar que a cota eacute um instrumento que flexibiliza a gestatildeo
considerando que para sua construccedilatildeo deve haver participaccedilatildeo ativa de todos
os ordenadores de despesa
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
Para a construccedilatildeo do conceito de fluxo de caixa seguimos um passo
importante que foi o entendimento de conceitos fundamentais como metas de
77
arrecadaccedilatildeo programaccedilatildeo financeira e cotas Como vimos sugere-se que
haja em primeiro lugar o estabelecimento das metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo ou mensais que daratildeo suporte para elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira que por sua vez daraacute sustentaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das cotas
Eacute necessaacuterio que haja uma integraccedilatildeo de todos os departamentos da entidade
puacuteblica municipal seja ela do Executivo ou Legislativo da administraccedilatildeo direta
ou indireta para que as ferramentas proporcionem uma autonomia monitorada
Trabalhar com o cronograma de cota proporcionaraacute agraves unidades
administrativas a autonomia para trabalharem dentro de limites
preestabelecidos Assim tambeacutem cada despesa precisa de informaccedilotildees que a
classifiquem no cronograma de desembolso
O cronograma de Desembolso por cota (das despesas orccedilamentaacuterias) do
Executivo pode ser elaborado conforme a expectativa de disponibilidade de
caixa da entidade ou seja descontando os compromissos jaacute tidos como certos
como por exemplo transferecircncias para o Legislativo transferecircncias financeiras
para Fundos Especiais e restos a pagar
Com o controle de cotas torna-se evidente o alcance ou permanecircncia do
equiliacutebrio fiscal tendo em vista que existiraacute a informaccedilatildeo para que a medida
seja tomada ou natildeo quanto agrave realizaccedilatildeo da despesa
Isso natildeo implica que os desembolsos sejam iguais agraves cotas Eles podem ser
inferiores com o objetivo de economizar para um periacuteodo seguinte Esses
valores tambeacutem poderatildeo ser alterados para mais conforme a necessidade da
unidade orccedilamentaacuteria desde seja negociado com o gestor das cotas e demais
unidades envolvidas na mudanccedila
Ao assumir um compromisso torna-se imprescindiacutevel contemplar informaccedilatildeo
que defina a previsatildeo de pagamento das parcelas dos contratos
especialmente os de natureza continuada e os demais ou outro instrumento
78
que venha substituiacute-lo
O pagamento de cada compromisso no respectivo mecircs estaraacute limitado ao saldo
disponibilizado no Cronograma de Desembolso por cota
O fluxo de caixa aliado ao cronograma de desembolso deve observar os
limites legais de aplicaccedilatildeo dos recursos vinculados a gastos tais como ensino
sauacutede entre outros e por outro lado garantir o cumprimento de despesas com
pessoal e de outras jaacute compromissadas
Conforme Aguilar e outros (2004 p 23) eacute necessaacuterio um instrumento de
gestatildeo que demonstre o reflexo das decisotildees governamentais no equiliacutebrio das
contas ao longo do tempo no momento em que o mesmo eacute cogitado
Mesmo a lei natildeo tendo de forma explicita mencionado o termo ldquoFluxo de
Caixardquo seja projetado ou realizado ela deixa claro a intenccedilatildeo em seu objetivo
principal o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Os instrumentos mencionados ndash
metas bimestrais e cronograma mensal de desembolso satildeo insuficientes para
demonstrar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Eles natildeo tratam de detalhes como
por exemplo os saldos financeiros das contas bancaacuterias anteriores e
posteriores e somente levam em consideraccedilatildeo a competecircncia do exerciacutecio
financeiro em execuccedilatildeo Daiacute a importacircncia da implementaccedilatildeo do fluxo de
caixa
E para reafirmar a necessidade de um fluxo de caixa a LRF instituiu a limitaccedilatildeo
de empenho da despesa quando comprovado o natildeo-cumprimento de metas de
resultado primaacuterio e nominal O controle de fluxo de caixa previsto pode
colaborar na tomada de decisatildeo de limitaccedilatildeo de empenho quando apresenta
resultado insatisfatoacuterio
Art 9o Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos
79
montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Neste instrumento de planejamento financeiro devem ser levadas em
consideraccedilatildeo as despesas mensais fixas ou de caraacuteter continuado tais como
contratos folha de pagamento encargos sociais serviccedilos puacuteblicos de telefone
energia eleacutetrica e aacutegua juros e encargos da diacutevida transferecircncias financeiras a
entidades entre outras O ldquofluxo de caixa previstordquo atende bem a esta
demanda por ser um recurso muito divulgado que demonstra o
comportamento financeiro futuro tanto em longo quanto em curto prazo
Geralmente o ldquofluxo de caixardquo eacute um dispositivo utilizado na iniciativa privada e
na administraccedilatildeo puacuteblica Satildeo raras ou inexistentes as publicaccedilotildees na aacuterea
puacuteblica sobre como elaboraacute-lo e utilizaacute-lo de forma integrada aos diplomas
legais e ao processo decisoacuterio
Observa-se que a maioria dos instrumentos de gestatildeo eacute pouco utilizada e
quando utilizada depende de normas legais especiacuteficas e riacutegidas
Na anaacutelise da funccedilatildeo econocircmica-financeira deve-se procurar responder questotildees relativas a qual a composiccedilatildeo da receita E das despesas O grau de endividamento os indicadores de liquidez indicadores de rentabilidade sistema de planejamento e controle financeiro sistema de contabilidade e folha de pagamento relacionamento com bancos (Monteiro 1997 p 66)
Os Municiacutepios satildeo obrigados a aplicar um limite miacutenimo dos recursos recebidos
de impostos e transferecircncias constitucionais em educaccedilatildeo e sauacutede Isso deve
ser considerado na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa Em geral administram-se
muitos recursos vinculados a uma finalidade especiacutefica sendo vedado o seu
uso para fins diversos A LRF em seu art 50 I determina que ldquoa
disponibilidade de caixa constaraacute de registro proacuteprio de modo que os recursos
vinculados a oacutergatildeo fundo ou despesa obrigatoacuteria fiquem identificados e
escriturados de forma individualizadardquo O fluxo de caixa deve ser adequado ao
plano de contas da entidade puacuteblica Pode-se vincular os recursos do Ativo
80
Financeiro assim como uma reserva que recomenda-se denominar de
provisatildeo
Na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa eacute imprescindiacutevel o esforccedilo do gestor para
alocar os recursos financeiros aos compromissos assumidos O planejamento e
o controle permitiratildeo que o gestor possa evitar a busca de recursos de
terceiros ou seja os empreacutestimos por meio de antecipaccedilatildeo de receitas
orccedilamentaacuterias ou mesmo financiamentos em longo prazo No proacuteximo capiacutetulo
seraacute tratado da metodologia de pesquisa adotada para esta dissertaccedilatildeo
81
3 METODOLOGIA
31 Estrateacutegia de Pesquisa
Para a pesquisa quanto a sua natureza utilizou-se a qualitativa que segundo
Godoy (1995 p 62) ldquotem como objetivo o estudo e a anaacutelise do mundo
empiacuterico em seu ambiente naturalrdquo
A pesquisa foi realizada em duas etapas sendo a primeira por meio de um
levantamento bibliograacutefico que se constitui segundo Vergara (2000 p 48) em
um estudo sistematizado desenvolvido com base em materiais puacuteblicos tais
como leis livros revistas jornais redes eletrocircnicas
Para a segunda etapa utilizou-se ldquoEstudos de Casordquo como estrateacutegia de
pesquisa que conforme Yin (2001 p 27) eacute uma estrateacutegia escolhida ao se
examinar acontecimentos contemporacircneos mas quando natildeo se podem
manipular comportamentos relevantes
A pesquisa conta ainda com uma variante que eacute conforme Yin (2001 p 33) o
estudo de caso muacuteltiplo tendo em vista que seratildeo investigados quatro
Municiacutepios objetos de nosso estudo
Para maior seguranccedila foi realizado um preacute-teste para avaliar o comportamento
dos entrevistados antes da aplicaccedilatildeo efetiva na amostra escolhida Com isso
poderemos manter a estrateacutegia escolhida ou modificaacute-la em tempo necessaacuterio
No preacute-teste foram entrevistados quatro participantes sendo Secretaacuterio de
planejamento Superintendente de Financcedilas Coordenadora do Fundo
Municipal de Sauacutede e Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo
82
311 Universo e amostra
O universo da pesquisa objeto desta investigaccedilatildeo foi formado por Municiacutepios
mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes
Foram pesquisados Municiacutepios com mais 50000 mil habitantes nos itens
Divida Consolidada gastos com pessoal evoluccedilatildeo de restos a pagar gastos
com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia gastos com
educaccedilatildeo Para mediccedilatildeo comparamos os valores aplicados nos itens
relacionados anteriormente com a Receita Corrente Liacutequida de cada exerciacutecio
os exerciacutecios escolhidos para investigaccedilatildeo foram 1998 a 2006 somente os
valores inscritos em restos a pagar foram comparados com os valores
disponiacuteveis em bancos e caixa
Para esta etapa a amostra utilizada foram 60 Municiacutepios dos 67 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes conforme IBGE e demonstrados no quadro 22
da pesquisa Os 60 utilizados foram os que possuiacuteam todos os dados
necessaacuterios e em conformidade com a proposta da pesquisa
Jaacute para a pesquisa com mais profundidade de detalhes a amostra escolhida
seguiu criteacuterio de importacircncia regional pela localizaccedilatildeo e pela facilidade de
acesso aos Municiacutepios em funccedilatildeo de atividade profissional que para Vergara
(2000 p 50) eacute o tipo de amostra natildeo probabiliacutestica e como criteacuterio de
acessibilidade eacute a que longe de qualquer procedimento estatiacutestico seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles
Foram analisados os Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso conforme dados apresentados no quadro 8 a seguir
83
QUADRO 8
Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para Estudos de Caso Municiacutepio Localizaccedilatildeo Aacuterea em Kmsup2 Populaccedilatildeo
Alfenas Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo de Alfenas
85133 kmsup2 75899
Juiz de Fora Macrorregiatildeo da Mata Microrregiatildeo
de Juiz de Fora
143387 kmsup2 501153
Paraacute de Minas Macrorregiatildeo Central Microrregiatildeo
de Paraacute de Minas
54357 kmsup2 80409
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
81372 kmsup2 64150
Fonte IBGE ndash Adaptaccedilatildeo do Autor
FIGURA 1 - Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo Horizonte Fonte Elaborado pelo autor
84
312 Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada utilizando-se dois instrumentos
complementares anaacutelise documental e entrevistas dirigidas e semi-
estruturadas
As informaccedilotildees para pesquisa dos 60 Municiacutepios foram extraiacutedas do sistema
Financcedilas Brasil (FINBRA) da STN
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 periacuteodo anterior durante e
apoacutes vigecircncia da LRF
Os exerciacutecios escolhidos para anaacutelise em profundidade nos quatro Municiacutepios
ndash 1998 e 2006 ndash representam meados de mandato especificamente o
segundo ano para que nenhuma outra caracteriacutestica peculiar aos outros anos
afetasse resultado O primeiro periacuteodo compreende o mandato de 1997 a 2000
anterior agrave vigecircncia da LRF e o segundo de 2005 a 2008 posterior agrave instituiccedilatildeo
da LRF
A escolha dos entrevistados seguiu criteacuterios de envolvimento no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e que trabalharam na elaboraccedilatildeo e
gestatildeo dos instrumentos de planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro tanto para
o exerciacutecio de 1998 quanto para de 2006
A seguir quadro dos Municiacutepios com cargos aacutereas de atuaccedilatildeo e quantidade
de entrevistas realizadas em cada municiacutepio
85
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de entrevistas
MUNICIacutePIOS ENTREVISTADOS AacuteREA EXERCIacuteCIOS QUANTIDADE
ENTREVISTAS Alfenas Secretaacuterios Municipais
planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede e Assessoria Teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede
Nenhuma
Juiz de Fora Chefe de Orccedilamento e Assessores Teacutecnicos
Planejamento 04
Paraacute de Minas Secretaacuterios Municipais de Planejamento e Assessorias Teacutecnicas
Planejamento 01
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Secretaacuterios Municipais de Planejamento Sauacutede Educaccedilatildeo e assessoria teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo e Sauacutede
1998 e 2006
03
Fonte Elaborado pelo autor
Considerou-se para esta pesquisa o meio eletrocircnico como o mais apropriado
para o encaminhamento das entrevistas Apoacutes encaminhaacute-las confirmou-se
via telefone o recebimento Posteriormente foi efetuada a visita ldquoin locordquo para
fechamento e validaccedilatildeo dos trabalhos
A seguir quadros com especificaccedilatildeo dos blocos para roteiro de levantamento
documental e entrevistas
QUADRO 10
Blocos para levantamento documental
Os levantamentos foram realizados ldquoin locordquo em arquivos ou informaccedilotildees veiculados nos siacutetios dos Municiacutepios do Tribunal de Contas do Estado Secretaria do Tesouro Nacional Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo dentre outros disponiacuteveis O objetivo foi identificar aspectos de ordem teacutecnica que estatildeo estruturados em roteiro para exame a seguir especificado BLOCO I Roteiro para levantamento de dados dos 60 Municiacutepios ndash Despesas com
endividamento pessoal e restos a pagar gastos com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo dos Municiacutepios do Estado de Minas Gerais com mais de 50000 mil habitantes com cruzamento de dados entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
BLOCO II Roteiro para levantamento documental dos quatro Municiacutepios ndash Estrutura do Executivo e Processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria ndash 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo autor
86
QUADRO 11 Blocos para entrevistas
BLOCO I Processo de participaccedilatildeo e construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento
dirigidas aos Secretaacuterios de Planejamento e Financcedilas e Assessores e Teacutecnicos da aacuterea de planejamento trabalhou-se questotildees sobre construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento processo de participaccedilatildeo da sociedade e ciclo de planejamento aplicado
BLOCO II Processo de elaboraccedilatildeo dos Instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios de Sauacutede
BLOCO III Processo de elaboraccedilatildeo dos instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios Municipais de Educaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor
87
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
41 Anaacutelise dos Dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 A avaliaccedilatildeo foi realizada por
meio de dados obtidos de 60 Municiacutepios mineiros em um universo de 67 com
mais de 50000 mil habitantes segundo dados estimados pelo IBGE em 2004
As informaccedilotildees acima foram extraiacutedas do sistema Financcedilas Brasil (FINBRA) da
STN
Todos os iacutendices ou percentuais constantes do quadro 14 a seguir foram
obtidos da comparaccedilatildeo entre os gastos informados no quadro quando
comparados com a RCL dos 60 Municiacutepios pesquisados Estes dados satildeo
consolidados de todos os Municiacutepios e foram comparados a cada exerciacutecio
realizando a evoluccedilatildeo no periacuteodo proposto para esta pesquisa A uacutenica
exceccedilatildeo eacute a despesa com restos a pagar que eacute comparada com a
disponibilidade financeira em bancos e caixa de cada exerciacutecio
A seguir quadro 12 com os sete iacutendices ou percentuais analisados objeto da
anaacutelise mencionada
88
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos
ORDEM INDICADORES EXERCIacuteCIOS
01 PCGP ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal 02 PCGPF ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por
Faixa 03 PEC ndash Percentual de Endividamento Consolidado 04 PRPDF ndash Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade
Financeira de Caixa e Bancos 05 PGSSRCL ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento
x Receita Corrente Liacutequida 06 PGAPRCL ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia e
Previdecircncia x Receita Corrente Liacutequida 07 PGECRCL ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x
Receita Corrente Liacutequida
1998 a 2006
Fonte Elaborado pelo autor
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal (PCGP)
4203 3795 3956 41524842 4902
4572 4563 4342
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evoluccedilatildeo Desp Pessoal
GRAacuteFICO 1 ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP Fonte Elaborado pelo autor
O graacutefico representa o percentual aplicado com pessoal somado os valores dos
60 Municiacutepios a partir de 1998 iniciando com 4203 dentro da faixa entre
40 a 50 com exceccedilatildeo de 1999 e 2000 que esteve na faixa entre 30 a
40 chegando em 2006 com 4342 Verifica-se uma oscilaccedilatildeo durante os
nove anos sendo que se atingiu o miacutenimo de 3795 em 1999 um ano antes
da aprovaccedilatildeo da LRF e a maacutexima de 4902 em 2003 logo dois anos apoacutes a
89
vigecircncia da lei fiscal Nos anos seguintes a esta maacutexima haacute um percebiacutevel e
constante decreacutescimo ateacute 2006
90
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa (PCGPF)
000100020003000400050006000700080009000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
20 a 3536 a 4041 a 4546 acima
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF
TABELA 5 - Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
EVOLUCcedilAtildeO DE GASTOS DE PESSOAL POR FAIXA PERCENTUAL
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 FAIXA QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE
20 a 35 7 1167 8 1333 3 500 6 1000 2 333 1 167 3 500 5 833 4 66736 a 40 2 333 7 1167 6 1000 10 1667 9 1500 4 667 8 1333 5 833 6 100041 a 45 6 1000 10 1667 11 1833 6 1000 10 1667 9 1500 14 2333 18 3000 12 200046 acima 45 7500 35 5833 40 6667 38 6333 39 6500 46 7667 35 5833 32 5333 38 6333
GRAacuteFICO 2 ndash Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
Fonte Elaborado pelo Autor
Fonte Elaborado pelo Autor
91
O PCGPF foi formado pela distribuiccedilatildeo entre os 60 Municiacutepios pesquisados
separando-se por faixa de gastos com pessoal Na primeira faixa 20 a 35
iniciado em 1998 com 7 Municiacutepios representando 1167 da amostra
chegando em 2006 4 representando 667 da amostra A segunda faixa
analisada foi quem gastou entre 36 a 40 tendo iniciado em 1998 com 2
Municiacutepios representando 333 da amostra chegando em 2006 com 6
representando 10 da amostra A terceira faixa analisada eacute quem gastou entre
41 a 45 tendo iniciado em 1998 com 6 representando 10 da amostra
chegando em 2006 com 12 representando 20 da amostra A quarta e uacuteltima
faixa eacute quem gastou acima de 46 tendo iniciado em 1998 com 45
representando 75 da amostra chegando em 2006 com 38 representando
6333 da amostra
Percebi-se que uma oscilaccedilatildeo significativa na menor faixa analisada com uma
diminuiccedilatildeo de Municiacutepios de 7 para 4 Outra faixa que chamou a atenccedilatildeo foi a
quarta quem gastava acima de 46 com uma variaccedilatildeo de 45 para 38
Municiacutepios
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
PERCENTUAL DE ENDIVIDAMENTO PUacuteBLICO (PEC)
1809
2358 21962352
2540 2577
20182228
2561
000
500
1000
1500
2000
2500
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Diacutevida
GRAacuteFICO 3 ndash Percentual de Endividamento Consolidado Fonte Elaborado pelo Autor
92
O PEC iniciou em 1998 com um percentual de 2358 dentro da faixa entre 20
a 25 chegando a 2006 com 1809 passando para a faixa entre 15 a
20 Os dois percentuais estatildeo dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluccedilatildeo 40 do Senador Federal
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e Bancos ndash PRPDF
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira
00020000000000400000000006000000000080000000000
100000000000120000000000140000000000160000000000180000000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Restos a pagarDisponibilidade Financeira
GRAacuteFICO 4 ndash Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 os valores nominais iniciaram com mais de R$ 60000000000
(seiscentos milhotildees de reais) com Restos a Pagar com uma disponibilidade
financeira abaixo de R$ 20000000000 (duzentos milhotildees de reais) Chegou-
se em 2006 com uma situaccedilatildeo inversa com uma Disponibilidade Financeira
acima de R$ 160000000000 (um bilhatildeo e seiscentos milhotildees de reais) e
com restos a pagar inferior a R$ 140000000000 (um bilhatildeo e quatrocentos
milhotildees de reais)
Os nuacutemeros finais representam uma situaccedilatildeo altamente favoraacutevel com um
equiliacutebrio financeiro efetivo mas natildeo podemos deixar que as sobras elevadas
perdurem por um longo tempo no caixa dos governos existem diversas
93
demandas de serviccedilos puacuteblicos o ideal eacute realmente uma igualdade ou uma
sobre menor de recursos
Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira (PRPDF)
8267974994361716316892
27262
5293645050
49609
000
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Indicador de RP 1998 a 2006
GRAacuteFICO 5 ndash Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
O PRPDF iniciou 1998 com percentual de 49609 e chegou em 2006 com
percentual de 8267
O percentual em 2006 eacute altamente favoraacutevel Jaacute o percentual em 1998
representa que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 39609 a
mais do que o disponiacutevel em Bancos e Caixa Os Municiacutepios chegaram em
2006 com uma situaccedilatildeo totalmente inversa e favoraacutevel se eles pagassem tudo
que deviam em restos a pagar sobrariam recursos em bancos e caixa O
indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos a pagar consumiria
somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
94
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente Liacutequida - PGSSRCL
Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL (PGSSRCL)
341433982888 2977 3117 2993
3566 3572
3254
000
1000
2000
3000
4000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL
GRAacuteFICO 6 ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL - PGSSRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGSSRCL natildeo representa um indicador fiscal representa uma medida social
de aplicaccedilatildeo em sauacutede puacuteblica e saneamento tendo iniciado em 1998 com
percentual de 2888 na faixa entre 20 a 30 e chegando em 2006 com
3414 jaacute na faixa entre 30 a 40 o indicador teve ligeira tendecircncia pra cima
no entanto sem variaccedilatildeo consideraacutevel e natildeo afetando o equiliacutebrio das contas
puacuteblicas
95
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL
Percentual de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL (PGAPRCL)
813744739
549 547
805734
802 736
000
200
400
600
800
1000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL
GRAacuteFICO 7 ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL - PGAPRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia x Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL tambeacutem natildeo eacute indicador fiscal eacute uma medida
de investimento social tendo iniciado em 1998 com percentual de 739 e
chegando em 2006 com 813 o indicador oscilou para menos nos anos de
1999 e 2000 retomando uma tendecircncia de crescimento a partir de 2001
permanecendo ateacute 2006
96
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente Liacutequida - PGECRCL
Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL (PGERCL)
22422229220822092530
2805273927712818
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL
GRAacuteFICO 8 ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash PGECRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGECRCL representa um indicador social e iniciou 1998 com percentual de
2818 chegou em 2006 com 2242 os dois na mesma faixa analisada
Como o percentual estaacute somando Educaccedilatildeo e Cultura natildeo foi possiacutevel aferir
se os Municiacutepios cumpriram ou natildeo o percentual constitucional com educaccedilatildeo
o que analisaremos adiante com dados dos quatro Municiacutepios objeto de nosso
estudo mais detalhado
97
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Os exerciacutecios analisados no levantamento documental proposto para pesquisa
nos quatros estudos de caso correspondem a 1998 e 2006 com dados
obtidos na contabilidade nas secretarias de planejamento orccedilamento e gestatildeo
das prefeituras por meio de visita ldquoin locordquo e envio de alguns dados pela
contabilidade das prefeituras Os dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2006
foram obtidos no sitio da Secretaria do Tesouro Nacional Os Municiacutepios
pesquisados foram Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
Como a participaccedilatildeo na pesquisa eacute espontacircnea alguns Municiacutepios natildeo
disponibilizaram todos os dados solicitados
A evoluccedilatildeo dos gastos com pessoal endividamento puacuteblico e com as funccedilotildees
sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo e cultura
foram obtidos da comparaccedilatildeo destes com a RCL de cada Municiacutepio e de cada
exerciacutecio A evoluccedilatildeo dos restos a pagar foi objeto da comparaccedilatildeo com as
disponibilidades financeiras em bancos e caixa de cada municiacutepio
A seguir quadro com siacutentese do levantamento documental realizado nos quatro
Municiacutepios conforme proposta da pesquisa
98
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro Municiacutepios
Ordem levantamento documental Dados especiacuteficos Composiccedilatildeo da administraccedilatildeo puacuteblica do municiacutepio
De quais entidades eacute composto seu municiacutepio
Estrutura organizacional do Executivo Qual eacute a estrutura de organizaccedilatildeo do Poder Executivo de seu Municiacutepio
Informaccedilotildees do programas de governo Quais informaccedilotildees compunham os programas de governo em 1998 e 2006
Despesas constantes do PPA Quais despesas constavam no PPA de 1998 e 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento Qual a aplicaccedilatildeo em sauacutede e saneamento de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia
Qual a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com pessoal Qual a aplicaccedilatildeo em pessoal entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo do endividamento puacuteblico Qual o percentual do endividamento puacuteblico no periacuteodo de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de restos a pagar Qual o percentual de restos a pagar no periacuteodo de 1998 a 2006
Comportamento das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Qual o percentual de suplementaccedilatildeo em 1998 e 2006
Emissatildeo de decretos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Quantos decretos foram emitidos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias no periacuteodo de 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo Autor 421 Municiacutepio de Alfenas
O Municiacutepio de Alfenas eacute formado de Poder Executivo Cacircmara e Fundo
Municipal de Sauacutede todos pertencentes a administraccedilatildeo direta natildeo possuindo
administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional do Executivo eacute composta de
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 ndash Secretaria de Fazenda e Planejamento
99
05 ndash Secretaria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Secretaria de Defesa Social
07 ndash Secretaria de Desenvolvimento Econocircmico Accedilatildeo Regional e Turismo
08 ndash Secretaria de Governo
09 ndash Secretaria de Desenvolvimento Social Sauacutede e Meio Ambiente
10 ndash Procuradoria
11 ndash Controladoria
12 - Coordenadoria de Informaacutetica
13 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo
14 ndash Secretaria de Desenvolvimento Urbano
15 ndash Secretaria de Esporte
Relativamente agraves informaccedilotildees sobre os programas governamentais e
despesas constantes no PPA referente ao periacuteodo de 1998 e 2006 natildeo foi
possiacutevel consegui-las devido a dificuldades encontradas para o levantamento
destes dados
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Alfenas
1292
443738913568
4103
1028 1168
41924377
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 9 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas iniciou o ano de 1998 com 1028 de gastos com
sauacutede e saneamento Poreacutem pode-se observar que a partir de 2001 primeiro
ano apoacutes a LRF o investimento nesta aacuterea foi altamente reforccedilado saindo de
100
1292 em 2000 para 4377 em 2001 O Municiacutepio manteve praticamente os
mesmos percentuais ateacute 2006 chegando neste exerciacutecio com 4437
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas
781
159574649708
140138 094 218
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 10 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
Os gastos com assistecircncia social e previdecircncia do Municiacutepio de Alfenas
iniciou-se em 1998 com 708 o menor na comparaccedilatildeo com os demais Em
2006 esse percentual eacute ainda mais baixo apenas 218 Interessante notar
que nos gastos com sauacutede e saneamento este mesmo municiacutepio chegou ao
iacutendice de 4437
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas
43804079
365740833968
4048
49644961
6280
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 11 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
101
O Municiacutepio de Alfenas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal em 4961
tendo uma alta significante para 1999 para 6280 a uacutenica maior que 60 Em
2006 observa-se uma aplicaccedilatildeo de 5047 os percentuais mantiveram-se
dentro dos limites da LRF durante todo periacuteodo analisado com exceccedilatildeo de
1999 ano que ainda natildeo estava em vigor a lei
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas
000 000 000 000 000 000 000 000 000000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 12 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
O Municiacutepio de Alfenas natildeo apresentou diacutevidas no periacuteodo analisado conforme
informaccedilotildees disponiacuteveis no sitio da STN e acreditando na fidelidade dos
dados considera-se exemplar especialmente quando comparada com os
demais Municiacutepios pesquisados
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas
Municiacutepios 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
ALFENAS 2968 6864 1322 6520 13757 14448 2143 3784 18139
Fonte Elaborado pelo Autor
102
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas
18139378421431444813757
6520132268642968000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 13 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas apresentou um quadro desfavoraacutevel em 2006 Iniciou
1998 com percentual de 2968 com percentuais no periacuteodo variando pra
cima e para abaixo do ideal que eacute de 100 chegando em 2006 com 18139
O percentual obtido em 1998 demonstra que o Municiacutepio devia em restos a
pagar somente 2968 dos valores disponiacuteveis em bancos e caixa jaacute em 2006
com percentual desfavoraacutevel de 18139 representando 8139 a mais que
os valores disponiacuteveis em bancos e caixa do Executivo
No entanto como 2006 natildeo era o uacuteltimo ano de governo o gestor tinha mais
dois anos para equilibrar as contas e transferir para o novo governo uma
situaccedilatildeo favoraacutevel em relaccedilatildeo a restos a pagar
As modificaccedilotildees constantes e em grande quantidade no orccedilamento municipal
podem representar tanto que o municiacutepio natildeo planejou bem tanto que algo
ficou errado no processo que antecede a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria com a
existecircncia de fatores que possam ter contribuiacutedo para percentuais elevados de
suplementaccedilatildeo
O Executivo de Alfenas em 1998 conforme documentos fornecidos pela
contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 30 para
suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias Natildeo foram fornecidos documentos que
103
comprovassem o percentual efetivamente realizado Entende-se que o
percentual autorizado atende plenamente agraves modificaccedilotildees porventura
necessaacuterias agrave execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Em 2006 o Executivo de Alfenas obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 25
realizando o percentual de 3727 Isso representa 1227 acima do limite
autorizado inicialmente na lei orccedilamentaacuteria ndeg 3877 de 29 de dezembro de
2005 Esse percentual realizado demonstra que o planejamento natildeo foi
elaborado de forma adequada o que pode comprometer os resultados
pretendidos pela administraccedilatildeo
Outro fator pesquisado na realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees foram as
quantidades e periacuteodos em que os decretos para abertura das suplementaccedilotildees
foram utilizados Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo em 1998 em funccedilatildeo de natildeo terem
sido fornecidos os documentos necessaacuterios
Jaacute em 2006 foram utilizados 135 decretos durante todo o exerciacutecio no primeiro
trimestre utilizou-se 32 no segundo 34 no terceiro 35 e no uacuteltimo 34 decretos
Natildeo foi possiacutevel avaliar se ocorreram variaccedilotildees para mais ou para menos entre
1998 e 2006 por falta de acesso as estes documentos
422 Municiacutepio de Juiz de Fora
O Municiacutepio de Juiz de Fora eacute formado de Poder Executivo Legislativo
pertencentes a administraccedilatildeo direta De Agecircncia de Gestatildeo do Transporte e
Tracircnsito ndash GETTRAN Departamento Municipal de Limpeza Urbana ndash
DEMLURB Agecircncia de Gestatildeo Ambiental de Juiz de Fora ndash AGENDA
Fundaccedilatildeo Cultural Alfredo Ferreira Lage ndash FUNALFA Agecircncia de Proteccedilatildeo e
Defesa do Consumidor ndash PROCON Fundaccedilatildeo Museu Mariano Procoacutepio ndash
MAPRO como administraccedilatildeo indireta
104
A estrutura organizacional do Executivo eacute formada por
01 ndash Secretaria de Governo e Articulaccedilatildeo Institucional
02 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo e Qualidade
03 ndash Procuradoria Geral do Municiacutepio
04 ndash Comissatildeo Permanente de Licitaccedilatildeo
05 ndash Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Estrateacutegica
06 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo e Recursos Humanos
07 ndash Secretaria de Receita e Controle Interno
08 ndash Secretaria de Poliacutetica Urbana
09 ndash Secretaria de Sauacutede Saneamento e Desenvolvimento Ambiental
10 ndash Secretaria de Poliacutetica Social
11 ndash Secretaria dos Centros Regionais
12 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
13 ndash Secretaria de Seguranccedila Puacuteblica e Defesa Social
14 ndash Secretaria de Agropecuaacuteria e Abastecimento
15 ndash Secretaria de Turismo Induacutestria e Comeacutercio
Relativamente agraves informaccedilotildees de programas governamentais de 1998 natildeo foi
possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees sobre o conteuacutedo dos programas de
governo considerando dificuldades enfrentadas Para 2006 foi identificado que
constavam nos programas governamentais caracteriacutesticas objetivos
indicadores e custo financeiro Conforme informado pelo chefe do setor de
orccedilamento a unidade responsaacutevel e o gerente de programas natildeo constam nos
programas contidos no PPA considerando que podem ocorrer vinculaccedilatildeo de
programas governamentais a mais de uma secretaria e a gerente responsaacutevel
Em relaccedilatildeo agraves despesas constantes no PPA referentes aos exerciacutecios de 1998
e 2006 somente as deste uacuteltimo ano eacute que foi possiacutevel o levantamento das
informaccedilotildees No conteuacutedo dos programas de governo constavam despesas de
capital de duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de
capital Verificando que constam todas as despesas para o PPA 2005 a 2009
105
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Juiz de Fora
3627 3954355335793612
3640 3580 35983403
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 14 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de em 1998 apresentou percentual de gastos com sauacutede
e saneamento de 3640 mantendo-se este percentual dentro da mesma
faixa fechando 2006 com 3954 representando uma estabilidade neste
gasto
Natildeo se pretendeu medir a aplicaccedilatildeo legal do municiacutepio em sauacutede e
saneamento conforme dispositivo constitucional utilizando-se para anaacutelise da
evoluccedilatildeo em sauacutede e saneamento servindo como informaccedilatildeo relevante da
pesquisa
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Juiz de Fora
643
107511561160
9121051102710411064
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 15 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
106
Juiz de Fora iniciou em 1998 com percentual de evoluccedilatildeo de gastos com
assistecircncia social e previdecircncia com 1064 O Municiacutepio permaneceu durante
todo periacuteodo analisado na faixa de 10 a 15 e somente em 2002 ficando
912 Fechando 2006 com 643 percentual
Como a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia natildeo estaacute limitada por lei
natildeo analisou-se cumprimento de miacutenimos ou maacuteximos Verificou-se que o
percentual do Municiacutepio de Juiz de Fora quando comparado com os outros trecircs
analisados fica acima em todos os exerciacutecios com exceccedilatildeo de 1998 e 2000
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Juiz de Fora
441245034745
51755499 5652
5195 52265306
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 16 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora com relaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo em pessoal iniciou em
1998 com 4758 O percentual oscilou em todos os anos dentro da faixa entre
40 e 60 tendo findado em 2006 com aplicaccedilatildeo de 5306 O percentual
comportou-se em todo periacuteodo dentro dos limites estabelecidos pela LRF mas
com variaccedilatildeo negativa quando comparou-se 1998 com 2006
107
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Juiz de Fora
14181096
1139917900
109
1529
000
857
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 17 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora iniciou 1998 com percentual de endividamento
puacuteblico na ordem de 1529 Ocorreram oscilaccedilotildees para percentuais menores
nos demais exerciacutecios analisados Destaca-se o percentual zerado nos
exerciacutecios de 2000 e 2002 concluindo que o Municiacutepio natildeo devia nada
Chegou-se em 2006 com 1096 dentro dos limites estabelecidos pela
resoluccedilatildeo 40 do senado feral que eacute de 120 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Juiz de Fora
10093
65345
9781 10288 9407 8801 15116 167377472
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 19 ndashEvoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
108
Para os percentuais de aplicados em restos a pagar do Municiacutepio de Juiz de
Fora iniciou 1998 com percentual de 65345 representando que o percentual
em restos a pagar superou as disponibilidades de bancos e caixa em
55345 Os anos de 2000 2003 e 2004 tambeacutem apresentaram situaccedilatildeo
negativa Os demais exerciacutecios apresentaram situaccedilatildeo positiva com
disponibilidades acima dos valores inscritos em restos a pagar
Em 2006 Juiz de Fora apresentou percentual de 10093 representando
praticamente uma igualdade entre os dois valores o que avalia-se como
positivo o referido percentual
O Executivo municipal de Juiz de Fora em 1998 conforme documentos
fornecidos pela contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa
de entre 21 a 30 para suplementaccedilotildees nas dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias
utilizando desta autorizaccedilatildeo entre 1 a 20
Tal percentual utilizado demonstra que o municiacutepio planejou bem suas accedilotildees
utilizando percentual abaixo do autorizado pelo Legislativo municipal
Em 2006 o Executivo obteve autorizaccedilatildeo entre 1 a 20 realizando
suplementaccedilotildees dentro do mesmo limite
O percentual autorizado e realizado significa o Executivo tambeacutem planejou e
executo bem as accedilotildees governamentais dentro do esperado
Outro fator pesquisado foi a realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees investigando
quantos e quais os periacuteodos foram emitidos decretos para modificaccedilotildees
orccedilamentaacuterias
Em 1998 para o primeiro trimestre utilizou-se 44 decretos jaacute para o primeiro
trimestre de 2006 utilizou-se 52 no segundo trimestre de 1998 foi utilizado 28
decretos no segundo trimestre de 2006 42 decretos no terceiro trimestre de
109
1998 utilizou-se 26 no terceiro trimestre de 2006 41 decretos no quarto e
uacuteltimo trimestre de 1998 utilizou-se 21 jaacute em 2006 44 decretos
Nesta anaacutelise podemos conclui-se que o planejamento piorou regrediu em
todos os trimestres sem nenhuma exceccedilatildeo o Executivo utilizou mais decretos
para realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
O Municiacutepio estaacute composto em Executivo e Legislativo representando a
administraccedilatildeo direta e natildeo possuindo administraccedilatildeo indireta
O Poder Executivo municipal estaacute organizado em
01 - Secretaria de Fazenda
02 ndash Secretaria de Gestatildeo Puacuteblica
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 - Controladoria e Corregedoria
05 ndash Secretaria de Cultura Meio Ambiente e Agronegoacutecio
06 ndash Secretaria de Accedilatildeo Social
07 ndash Secretaria de Obras
08 ndash Secretaria de Planejamento
09 ndash Secretaria de Sauacutede
10 - Procuradoria Geral
As informaccedilotildees referentes a 1998 natildeo foram possiacuteveis de levantamento
considerando dificuldades de acesso enfrentadas no levantamento documental
Para 2006 identificou-se que os programas governamentais constam
caracteriacutesticas objetivos indicadores custo financeiro unidade responsaacutevel e
110
o gerente de programas Estas informaccedilotildees satildeo consideradas necessaacuterias e
satisfatoacuterias o estabelecimento e acompanhamento dos planos de governo
Para o exerciacutecio de 1998 natildeo foi possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees
tendo em vista dificuldades enfrentadas para consegui-las Para 2006
constavam nos programas governamentais despesas de capital despesas de
duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de capital Estas
informaccedilotildees representam que todas as despesas puacuteblicas fazem parte do PPA
planejado para 2005 a 2009
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Paraacute de Minas
23992464220621002385
19601452
22641645
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 20 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou 1998 com percentual em sauacutede puacutebica e
saneamento com 1960 oscilando na faixa entre 10 a 30 durante o periacuteodo
analisado Chegou em 2006 com percentual aplicado de 2464 este
percentual eacute o menor quando comparado com os demais Municiacutepios
analisados
111
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Paraacute de Minas
319407388
645629
1086114110451021
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 21 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia iniciou-se em 1998 com
1064 com ligeira queda em 1999 oscilando para cima em 2000 e com
queda acentuada nos proacuteximos exerciacutecios O percentual chegou em 2006 com
218 percentual pequeno quando comparado com os demais Municiacutepios da
pesquisa natildeo sendo possiacutevel aferir percentual miacutenimo ou maacuteximo
considerando natildeo haver legislaccedilatildeo aplicada a este fato
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Paraacute de Minas
5047
475349965536
46603919
7360
4758 4215
000
10002000
3000
4000
50006000
7000
8000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 22 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal
com 4758 e em 1999 com pequena queda para 4412 com alta
112
expressiva em 2000 para 7360 totalmente acima do limite permitido na LRF
retornando em 2001 para 3919 O Municiacutepio manteve-se dentro dos limites
nos demais exerciacutecios Chegou-se em 2006 com percentual de 5047
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Paraacute de Minas
131000
506
000000
617 529363
167
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 23 ndash Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento em Paraacute de Minas Iniciou-se 1998 com 000
e somente em 2001 chegou no percentual de 617 O Municiacutepio permaneceu
na faixa entre 0 a 10 nos proacuteximos exerciacutecios chegando em 2006 com
131 dentro dos limites estabelecidos pela resoluccedilatildeo 40 do senado federal
que eacute 120 d RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Paraacute de Minas
370833994324
154591117411393
67998
9354
60491
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 24 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
113
Paraacute de Minas iniciou em 1998 com percentual de gastos com restos a pagar
em 60491 O percentual representa que o Municiacutepio possui 50491 a mais
em restos a pagar quando comparados com a disponibilidade de caixa e
bancos do exerciacutecio de 1998 Na sequumlecircncia em 1999 com queda expressiva
para 934 Em 2000 primeiro ano de vigecircncia da LRF voltou a patamares
elevados com 67998 oscilando nos proacuteximos exerciacutecios para mais e
menos O percentual chegou em 2006 com 3708 seguindo tendecircncia de
baixa iniciada em 2004 atendendo plenamente ao disposto na LRF
Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo dos percentuais autorizados e realizados para
suplementaccedilotildees nos exerciacutecio de 1998 e 2006 considerando dificuldades no
levantamento dos documentos
O Municiacutepio em 2006 realizou modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias por meio de
decretos no primeiro trimestre de 2006 com 36 decretos no segundo 58 no
terceiro 46 no quarto 64 decretos totalizando 204 decretos o que considera-
se elevado aferindo-se um planejamento inadequado
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
O Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso eacute formado de Executivo Legislativo
como administraccedilatildeo direta e Instituto de Previdecircncia dos Servidores do
Municiacutepio representando a administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional estaacute organizada em
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Procuradoria
03 ndash Diretoria de Controle Interno
04 ndash Diretoria de Seguranccedila Puacuteblica
114
05 ndash Diretoria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Diretoria de Planejamento e Gestatildeo
07 ndash Diretoria de Educaccedilatildeo e Esportes
08 ndash Diretoria de Obras e uacuteltima
09 - Diretoria de Sauacutede e Assistecircncia Social
Os programas governamentais do Municiacutepio em 1998 continham objetivos e
custo financeiro Em 2006 os programas continham caracteriacutesticas objetivos
unidades responsaacuteveis gerentes indicadores e custo financeiro dos programas
de governo o que considera-se conteuacutedo necessaacuterio e fundamental para o
planejamento acompanhamento e alcance dos resultados pretendidos pelos
governantes
As despesas constantes do PPA tanto de 1998 ou 2006 satildeo despesas de
capital e outras delas decorrentes e duraccedilatildeo continuada o que representam
praticamente todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
19852530
3180
22932356
2039 24292790
2595
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 25 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio aplicou em sauacutede e saneamento em 1998 2293 ocorrendo
variaccedilotildees entre as faixas de 20 a 30 e 30 a 40 fechando 2006 com
2790
115
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
206
774791749
911587
1268
767
1456
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 26 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 o Municiacutepio aplicou em assistecircncia social e previdecircncia o percentual
de 1456 o maior quando comparado com os trecircs Municiacutepios pesquisados
seguindo tendecircncia de queda fechando 2006 com percentual de 206 Em
2006 o percentual foi o menor na comparaccedilatildeo com os outros trecircs no entanto
os demais tambeacutem a mesma tendecircncia de queda neste investimento
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
48785531
62355556
4484 4700 46364344
5362
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 27 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 iniciou com 5531 em gastos com pessoal com queda em 1999
para 4878 chegando no primeiro ano da vigecircncia da LRF com 6235
retomando nos proacuteximos exerciacutecios percentuais abaixo do limite legal com
116
tendecircncia de queda O percentual chegou em 2006 com 5306 dentro do
limite maacuteximo estabelecido pela LRF que eacute de 60
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
772799867
000
2088
328000 000
1203
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 28 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998
com 328 oscilando entre as faixas de 0 a 30 fechado em 2006 com
772 abaixo do limite estabelecido na resoluccedilatildeo 40 do senador federal de
120 ou 12 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
19269
109251
7684
115613
13619 10834 191409922 8470
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 29 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
117
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998 com percentual de gastos em restos
a pagar em 109251 99251 acima das disponibilidades de caixa e bancos
Em 1999 obteve queda acentuada para 7684 retornando em 2000 para
115613 e para os proacuteximos mantendo-se nas faixas 0 a 200 fechando em
2006 com 19269
Os percentuais desejaacuteveis satildeo 100 ou seja o maacuteximo de restos a pagar seria
a mesma disponibilidade de caixa e bancos para arcar com estes
compromissos
Para 1998 o Legislativo autorizou percentual de suplementaccedilatildeo de 12 das
dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias para utilizaccedilatildeo efetiva natildeo possiacutevel tendo em vista
dificuldades de acesso agraves informaccedilotildees
Para 2006 o Legislativo autorizou percentual de 24 das dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias natildeo sendo possiacutevel a afericcedilatildeo do percentual de execuccedilatildeo em
funccedilatildeo diante da negativa no acesso a estas informaccedilotildees
A anaacutelise de emissatildeo de atos tambeacutem natildeo possiacutevel por falta de dificuldades no
levantamento dos documentos necessaacuterios
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
As entrevistas foram dirigidas a secretaacuterios municipais de planejamento e
financcedilas educaccedilatildeo e sauacutede diretores de orccedilamento e planejamento
assessores e servidores da aacuterea teacutecnica envolvidos no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e gestatildeo dos instrumentos de
planejamento para o exerciacutecio de 1998 e 2006
118
E como proposto na metodologia foi realizado um preacute-teste tendo como
escolhido o municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves com entrevistas realizadas no dia
26 de fevereiro de 2008
Os dados da entrevista do preacute-teste foram os constantes no quadro a seguir
QUADRO 15
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste
Planejamento Secretaacuterio de Planejamento Financcedilas Superintendente Tesouro e Contabilidade Sauacutede Coordenadora do Fundo Municipal de Sauacutede Educaccedilatildeo Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo Fonte elaborado pelo autor
O preacute-teste foi fundamental para esclarecimento de algumas questotildees
determinando que algumas informaccedilotildees somente poderiam ser conseguidas
por meio de levantamento documental como exemplo os percentuais legais de
aplicaccedilatildeo em sauacutede e educaccedilatildeo
Os dados da entrevista do preacute-teste natildeo seratildeo analisados considerando sua
finalidade a seguir apresentaremos o resultado das entrevistas dos quatro
Municiacutepios objeto da pesquisa
431 Municiacutepio de Alfenas
Apoacutes vaacuterios contatos com a controladoria geral com o secretaacuterio de
planejamento sem ecircxito e outras dificuldades natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo de
entrevista no Municiacutepio de Alfenas portanto natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e
anaacutelise dos dados da entrevista No entanto algumas informaccedilotildees objeto da
entrevista foram fornecidas pelo setor de contabilidade da prefeitura
119
Em 2006 o Municiacutepio aplicou em serviccedilos puacuteblicos em sauacutede 2389 das
receitas provenientes de impostos e transferecircncias constitucionais atendendo
ao limite miacutenimo previsto na CF de 1988 que eacute de 15
Em 1998 o FUNDEF recebeu R$ 112895304 (um milhatildeo cento e vinte e oito
mil novecentos e cinquumlenta e trecircs reais e quatro centavos) aplicando R$
193755797 com profissionais do magisteacuterio conforme documento extraiacutedo do
Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de Contas Anual
(SIACEPCA) este valor representa que o Municiacutepio aplicou 17162 dos
recursos recebidos no exerciacutecio Este fato natildeo apurado na pesquisa mas que
certamente representa sobra de valores financeiros de exerciacutecios anteriores ou
contabilizaccedilatildeo irregular no FUNDEF
Em 2006 o FUNDEF recebeu R$ 544926146 (cinco milhotildees quatrocentos e
quarenta e nove mil duzentos e sessenta e um reais e quarenta e seis
centavos) aplicando 8647 com profissionais do magisteacuterio Os demais
recursos foram aplicados em outras despesas do ensino fundamental
atendendo ao miacutenimo obrigatoacuterio conforme legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou 3172 dos recursos originaacuterios de impostos e
transferecircncias constitucionais em manutenccedilatildeo e desenvolvimento da
educaccedilatildeo representando em valores nominais R$ 384337709 (trecircs milhotildees
oitocentos e quarenta e trecircs mil trezentos e setenta e sete reais e nove
centavos) Do valor total aplicado em educaccedilatildeo o Municiacutepio aplicou 9053 no
ensino fundamental atendendo ao limite miacutenimo estabelecido em lei
Em 2006 o municiacutepio aplicou 2833 na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do
ensino dos recursos originaacuterios de impostos e transferecircncias constitucionais
este percentual representou em valores nominais R$ 1160598213 (onze
milhotildees seiscentos e cinco mil novecentos e oitenta e dois reais e treze
centavos) O percentual representa tambeacutem uma queda quando comparado
120
com 1998 mas atendendo o limite miacutenimo de 25 conforme previsto na CF de
1988 destes valores aplicou-se 9432 no ensino fundamental
432 Municiacutepio de Juiz de Fora
As entrevistas no municiacutepio de Juiz de Fora ocorreram nos dias 15 e 27 de
marccedilo e 01 de abril de 2008 respectivamente no departamento de orccedilamento
sub-secretaria de financcedilas e secretaria de sauacutede
QUADRO 16
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Chefe do Departamento de Orccedilamento Assessora Teacutecnica de Financcedilas
Planejamento Financcedilas
Assessora Teacutecnica de Financcedilas Sauacutede Sub-secretaacuterio de Sauacutede Fonte elaborado pelo autor
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de planejamento e
financcedilas elaborou-se uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das
perguntas e respostas conforme demonstrado a seguir
QUADRO 17
Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Processo alteraccedilatildeo e participaccedilatildeo PPA e LOA Agentes participantes Etapas para elaboraccedilatildeo da LOA Etapas percorridas Regiotildees orccedilamentaacuterias Organizaccedilatildeo do municiacutepio em regiotildees Publicaccedilatildeo de Informaccedilotildees Transparecircncia na Administraccedilatildeo Avaliaccedilatildeo de Programas de Governo Acompanhamento do programas de governo Estrutura Fiacutesica e de Pessoal Modificaccedilotildees estruturais com a LRF Compatibilidade entre PPA e LOA Compatibilidade entre PPA e LOA Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Fluxo de Caixa Existecircncia de Fluxo de Caixa Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Despesas Novas Criaccedilatildeo de Despesas Novas e expansatildeo Opiniatildeo do que mudou com LRF Informaccedilotildees complementares sobre
mudanccedilas da LRF Fonte Elaborado pelo autor
121
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento Em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento contabilidade e sociedade organizada
Natildeo foi um orccedilamento participativo aberto no entanto nos exerciacutecios de 2003
2004 e 2005 os centros regionais instituiacutedos tiveram participaccedilatildeo efetiva no
processo de planejamento A partir de 2006 os conselhos participaram
efetivamente na definiccedilatildeo das accedilotildees governamentais especialmente os
conselhos de sauacutede educaccedilatildeo e assistecircncia social prova efetiva do avanccedilo e
fortalecimento da participaccedilatildeo popular
Quanto agraves etapas percorridas se estabeleciam da seguinte forma 1ordm ndash
Levantamento de dados histoacutericos e estatiacutesticos 2ordm ndash Inicia-se o processo
externo da LOA reunindo as secretarias envolvidas no processo para
explanaccedilatildeo sobre o meacutetodo 3ordm - Inserccedilatildeo dos dados pelas secretarias em
sistema informatizado sendo que nesta a secretaria obedece a limites como
pessoal custeio e neste somente eacute validado pelos conselhos e pelo
Departamento de Orccedilamento 4ordm - Consolidaccedilatildeo de dados pelo Departamento
de Orccedilamento 5ordm - Reuni-se o primeiro escalatildeo com o prefeito e teacutecnicos do
departamento de orccedilamento 6ordm - Processa modificaccedilotildees necessaacuterias e envia
ao Legislativo uacuteltimo e 7ordm - Reuacutene com membros do Legislativo para
discussatildeo reformulaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da proposta
O municiacutepio estaacute organizado em 8 regiotildees administrativas e que satildeo utilizadas
para definiccedilotildees orccedilamentaacuterias conforme figura 2 a seguir
122
FIGURA 2 - Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora Fonte wwwpjfmggovbr
Para publicaccedilatildeo de informaccedilotildees relativas a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria natildeo foi
possiacutevel obter respostas no entanto conseguimos informaccedilotildees no site da
prefeitura no qual constavam informaccedilotildees somente do exerciacutecio de 2006 apoacutes
o advento da LRF
O Municiacutepio de Juiz de Fora natildeo realizava avaliaccedilotildees de indicadores de
programas e accedilotildees governamentais em 1998 Em 2006 ocorreram avaliaccedilotildees
desta ordem em periodicidade anual
Quanto agraves modificaccedilotildees estruturais e de pessoal em 1998 a estrutura era
formada por apenas um funcionaacuterio no setor de planejamento e orccedilamento Em
2002 jaacute com maior demanda o departamento passou a contar com mais dois
funcionaacuterios todos com constante capacitaccedilatildeo profissional e atualizaccedilatildeo de
sistemas informatizados para atendimento agraves demandas
123
Para existecircncia de compatibilizaccedilatildeo entre o PPA e LOA o municiacutepio de Juiz de
Fora manifestou que para inclusatildeo de accedilotildees governamentais no orccedilamento
puacuteblico eacute necessaacuterio que conste primeiro do PPA e tambeacutem condiccedilatildeo
obrigatoacuteria a existecircncia de unidades fiacutesicas nas accedilotildees mas para os valores
financeiros eacute somente indicativo os valores natildeo satildeo obrigados estarem
idecircnticos isto pode ocorrer na elaboraccedilatildeo de cada orccedilamento anual para os
dois exerciacutecio de 1998 e 2006
Natildeo foi possiacutevel identificar a utilizaccedilatildeo de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo em
1998 tendo em dificuldades encontradas para essa entrevista Em 2006 o
municiacutepio adotou o instrumento por ser obrigatoacuterio pela LRF exigido pelo
tribunal e por servir como instrumento de acompanhamento e controle
Para os desembolsos o Executivo estabelecia cronograma nos dois exerciacutecios
ficando mais criterioso com o advento da LRF
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa ocorriam controles sem criteacuterios bem
riacutegidos Em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado foi utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal Em 2006
passou-se a estabelecer metas que eram encaminhadas ao tribunal de contas
do estado de minas gerias (TCE) e a STN
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o planejamento como um todo foi modificado para
melhor especialmente quando ocorreu o envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos
gestores de cada unidade permitindo assim que cada responsaacutevel tanto de
124
cargos de comando como de execuccedilatildeo operacional participassem do processo
conhecendo os conceitos para elaboraccedilatildeo do PPA LDO e LOA
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de sauacutede elaborou-se
uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das perguntas e respostas
conforme demonstrado a seguir
QUADRO 18
Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da sauacutede Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da
sauacutede Gestor da sauacutede Quem gerencia a sauacutede eacute a proacutepria
Secretaria ou a Secretaria de Financcedilas Quais recursos estavam disponiacuteveis para sauacutede
Com qual recurso a sauacutede pedia contar
Despesas aplicadas com sauacutede Com quais despesas a sauacutede gasta os recursos recebidos
Percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Qual percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Mudanccedila efetiva com o advento da LRF O que mudou efetivamente com o advento da LRF
Fonte Elaborado pelo autor
Na elaboraccedilatildeo do orccedilamento da sauacutede em 1998 mesmo existindo o Plano
Municipal de Sauacutede natildeo ocorria consistecircncia entre este o PPA LDO e LOA
falava-se da compatibilidade sem trabalhar a loacutegica do sistema os planos
ficavam como peccedila de ficccedilatildeo sem planos detalhados mensais e anuais de
execuccedilatildeo
A gestatildeo semi-plena do sistema de sauacutede em Juiz de Fora iniciou em 1995
entatildeo em 1998 jaacute estava com a autonomia administrativa patrimonial e
financeira no entanto nesta data o municiacutepio natildeo era obrigado a aplicar 15
de suas receitas com serviccedilos de sauacutede puacuteblica
Em 2006 o municiacutepio continuou com a autonomia jaacute estando sujeito a
aplicaccedilatildeo do percentual de 15 dos recursos proacuteprios definidos em emenda
125
constitucional em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede no entanto estes recursos eram
planejados e orccedilados na secretaria de sauacutede e sua gestatildeo financeira ocorria na
secretaria de financcedilas do municiacutepio
Natildeo foi possiacutevel na entrevista a resposta de quais recursos o municiacutepio contava
em 1998 no entanto a contabilidade da secretaria forneceu informaccedilatildeo por
meio de documentos que os recursos fundo a fundo foram campanha de
cacircmara de compensaccedilatildeo urgecircncia e emergecircncia gestatildeo plena de sistema
municipal piso de atenccedilatildeo baacutesica ndash fixo (semiplena) pab fixo programa de
combate agraves carecircncias nutricionais sauacutede da famiacutelia accedilotildees baacutesicas de
vigilacircncia sanitaacuteria totalizando R$ 2316454526 (vinte e trecircs milhotildees cento e
sessenta e quatro mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e seis
centavos)
Juntamente com os recursos do proacuteprio governo o Municiacutepio aplicou R$
7546542400 (setenta e cinco milhotildees quatrocentos e sessenta e cinco mil
quatrocentos e vinte e quatro reais) sendo 2239 em pessoal 7723 em
outras despesas correntes da sauacutede e somente 038 em investimentos
Em 2006 a receitas de transferecircncia de fundo a fundo totalizaram R$
10479820272 (cento e quatro milhotildees setecentos e noventa e oito mil
duzentos e dois reais e setenta e dois centavos) e governo local aplicou mais
R$ 7046832221 (setenta milhotildees quatrocentos e sessenta e oito mil
trezentos e vinte e dois reais e vinte e dois centavos) totalizando R$
17526652493 (cento e setenta e cinco milhotildees duzentos e sessenta e seis
mil quinhentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos)
Os recursos que foram aplicados com pessoal representaram 3695 com
outras despesas correntes do governo 5839 e somente 466 em
investimentos ocorrendo uma mudanccedila significativa de despesas com pessoal
para mais e outras despesas correntes do governo para menos
126
Em 1998 a aplicaccedilatildeo de percentual das receitas proacuteprias do governo natildeo eram
obrigatoacuterias jaacute em 2006 a aplicaccedilatildeo deste percentual totalizou 2624
conforme anexo XIV enviado ao TCEMG percentual acima do estabelecido no
artigo 198 da CF de 1998
E o que mudou efetivamente com o advento da LRF na opiniatildeo do sub-
secretaacuterio de sauacutede depende mais do gestor puacuteblico no Brasil a
responsabilidade estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo a gestatildeo da sauacutede puacuteblica ficou
inviabilizada em funccedilatildeo da judicializaccedilatildeo da sauacutede a partir de 2004 como
exemplo o municiacutepio em 2007 pagou despesas acima do planejado na ordem
de R$ 400000000 (quatro milhotildees de reais)
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na aacuterea de ldquoeducaccedilatildeordquo apoacutes
vaacuterias tentativas no entanto conseguiu-se informaccedilotildees importantes sobre o
tema fornecidas pela contabilidade da prefeitura conforme apresenta-se a
seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 969985273 (nove
milhotildees seiscentos e noventa e nove mil oitocentos e cinquumlenta e dois reais e
setenta e trecircs centavos) aplicando destes valores 9167 em profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 4480746927
(quarenta e quatro milhotildees oitocentos e sete mil quatrocentos e sessenta e
nove reais e vinte e sete centavos) e destes aplicou 8128 em profissionais
do magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 3051062865 representando um
percentual de 3052 e destes valores aplicou-se o percentual de 9034 no
ensino fundamental
127
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 7480484044 (setenta e quatro
milhotildees oitocentos e quatro mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e
quatro centavos) representando um percentual de 2624 e destes valores
aplicou-se 8128 no ensino fundamental
Mesmo com uma queda de percentual nos dois exerciacutecios municiacutepio cumpriu o
disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo 25 dos
recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Planejamento Financcedilas Diretora de Orccedilamento Fonte elaborado pelo autor
O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas deste municiacutepio seguiu roteiro estabelecido na siacutentese descrita no
quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento e sociedade organizada
Em 2006 foi instituiacuteda uma comissatildeo de conselho participativo com interaccedilatildeo
efetiva no processo de planejamento
128
Em 1998 somente a secretaria de planejamento elaborava a proposta
orccedilamentaacuteria com informaccedilotildees histoacutericas e encaminhava para as demais para
validaccedilatildeo
Jaacute em 2006 jaacute com a instituiccedilatildeo da comissatildeo de conselho participativo que
definiccedilatildeo suas prioridades e eram obedecidas definidas em audiecircncias
puacuteblicas as accedilotildees estrateacutegicas do governo eram definidas pelos secretaacuterios
com validaccedilatildeo final do chefe do Executivo
O municiacutepio era composto de mais de dez regiotildees setoriais realizava-se
reUniatildeo com todos ao final acontecia uma reUniatildeo geral para definiccedilatildeo de trecircs
accedilotildees que interessavam a todas as regiotildees o que geralmente eram obras de
infra-estrutura
As publicaccedilotildees dos relatoacuterios da execuccedilatildeo do orccedilamento bimestrais e
quadrimestrais natildeo eram realizadas em 1998 utilizando-se somente o boletim
diaacuterio de caixa
Em 2006 as publicaccedilotildees jaacute com a vigecircncia da LRF satildeo realizadas nos periacuteodos
determinados representando um avanccedilo na administraccedilatildeo do dinheiro puacuteblico
Em 1998 natildeo realizava-se avaliaccedilatildeo de programas governamentais em 2006
as avaliaccedilotildees das accedilotildees foram ao final do exerciacutecio pelo controle interno
conforme determinaccedilatildeo do TCEMG
Com as novas exigecircncias quantitativas e qualitativas exigiu-se mais
funcionaacuterios mais investimentos em infra-estrutura (moacuteveis e equipamentos) e
a qualificaccedilatildeo dos servidores para atuarem no planejamento e execuccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento
A compatibilidade entre o PPA e LOA jaacute existia em 1998 e permaneceu para
2006
129
O estabelecimento de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo jaacute ocorria em 1998 e
permaneceu para 2006 servindo como instrumento de planejamento e
acompanhamento das receitas puacuteblicas em prazo necessaacuterio para tomadas de
decisotildees porventura necessaacuterias
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
com a vigecircncia da LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos
desembolsos a serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o municiacutepio passou a administrar com mais clareza o
dinheiro puacuteblico
Apoacutes contatos com a secretaria de sauacutede sem ecircxito natildeo foi concedida a
entrevista natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e anaacutelise dos dados
No entanto algumas informaccedilotildees objeto da entrevista foram fornecidas pelo
setor de contabilidade da prefeitura
Para 1998 natildeo era obrigatoacuteria a aplicaccedilatildeo de percentuais em accedilotildees e serviccedilos
puacuteblicos de sauacutede
130
Jaacute para 2006 o municiacutepio aplicou 225 das receitas originaacuterias de impostos e
transferecircncias constitucionais aplicando acima do limite miacutenimo de 15
conforme determinaccedilatildeo constitucional
Uma observaccedilatildeo importante eacute que em 2006 dos R$ 923138811 (nove
milhotildees duzentos e trinta e um mil trezentos e oitenta e oito reais e onze
centavos) 7224 foram aplicados em atenccedilatildeo baacutesica
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo da entrevista na aacuterea de educaccedilatildeo apoacutes vaacuterias
tentativas no entanto informaccedilotildees foram fornecidas pela contabilidade da
prefeitura conforme apresenta-se a seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 96418693
(novecentos e sessenta e quatro mil centro e oitenta e seis reais e noventa e
trecircs centavos) aplicando destes valores 6006 com profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF receber recursos na ordem de R$ 538446787 (cinco
milhotildees trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e sessenta e sete reais
e oitenta e sete centavos) e destes aplicou 6315 com profissionais do
magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Na comparaccedilatildeo entre os dois exerciacutecios observa-se que mesmo tendo um
crescimento de 55845 de 1998 para 2006 os percentuais destinados a
profissionais do magisteacuterio praticamente mantiveram-se com os mesmos
percentuais
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 373749873 (trecircs milhotildees
setecentos e trinta e sete mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e
trecircs centavos) representando um percentual de 3090
131
Do valor total aplicado em educaccedilatildeo pelo municiacutepio em 1998 foi aplicado
70918 no ensino fundamental conforme documento fornecido pela
contabilidade
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 1141044393 (onze milhotildees
quatrocentos e dez mil quatrocentos e quarenta e trecircs reais e noventa e trecircs
centavos) representando um percentual de 2781 e destes valores aplicou-
se 6566 no ensino fundamental
Mesmo com uma forte queda de percentual nos dois exerciacutecios o municiacutepio
cumpriu o disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo
25 dos recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais bem
como o percentual miacutenimo de 60 no ensino fundamental
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
QUADRO 20
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Diretor de Planejamento e Gestatildeo Planejamento Financcedilas Chefe de Contabilidade
Educaccedilatildeo Assessor Teacutecnico Fonte elaborado pelo autor O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas do municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso seratildeo seguidos pela
siacutentese descrita no quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito contabilidade e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
132
vigecircncia da LRF jaacute estavam inseridos no processo os secretaacuterios e a
sociedade organizada
Em 1998 todo o processo ocorria na contabilidade o orccedilamento era
praticamente uma coacutepia do orccedilamento do ano anterior
Jaacute em 2006 1ordm - Ocorriam reuniotildees do chefe do Executivo com todos os
diretores gerentes e assessores discutindo temas relacionados ao
planejamento 2ordm - Com a proximidade do envio da LOA reunia-se novamente
com todos os envolvidos com apresentaccedilotildees de palestras debates temaacuteticos
3ordm - Eacute construiacuteda o projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo municipal
O municiacutepio estaacute dividido entre seis a dez regiotildees orccedilamentaacuterias que tambeacutem
participam com indicaccedilatildeo de accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo eram publicados relatoacuterios originados da execuccedilatildeo do
orccedilamento tanto bimestrais quanto quadrimestrais natildeo publicando tambeacutem
boletim diaacuterio de caixa e relatoacuterios a serem encaminhados a STN
Em 2006 jaacute com vigente a LRF as publicaccedilotildees satildeo periodicamente conforme
determinaccedilatildeo legal inclusive com apresentaccedilatildeo em audiecircncia puacuteblica no
Legislativo municipal
Em 1998 as avaliaccedilotildees dos programas governamentais eram realizadas de
maneira superficial jaacute em 2006 a avaliaccedilatildeo das accedilotildees eram realizadas com
criteacuterios mais definidos
Em 1998 as accedilotildees eram concentradas em poucos servidores o pessoal
necessaacuterio para execuccedilatildeo dos serviccedilos jaacute existia no entanto por questotildees
culturais natildeo ocorriam distribuiccedilatildeo de responsabilidades de forma a atender agraves
demandas dos serviccedilos de planejamento financeiro e contaacutebil
133
Em 2006 com as novas demandas para administraccedilatildeo puacuteblica o Executivo jaacute
contava com uma equipe capacitada e com uma estrutura fiacutesica adequada agraves
necessidades a LRF reafirmou a responsabilizaccedilatildeo dos envolvidos no
processo contribuindo para melhoria nos serviccedilos
Em 1998 observava-se a compatibilidade entre accedilotildees a serem incluiacutedas na
LOA com o PPA bem como a consistecircncia entre os valores financeiros dos
programas e accedilotildees governamentais natildeo sendo observada somente a
existecircncia de unidade fiacutesica nas accedilotildees de governo
Em 2006 repetiu-se a compatibilidade de 1998 acrescentando a verificaccedilatildeo de
unidades fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo utilizava-se o estabelecimento de metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo em 2006 jaacute estava funcionando o instrumento tendo iniciado em
2000
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
vigente a LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos desembolsos a
serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
134
E concluindo conforme entrevista dos envolvidos com o advento da LRF a
administraccedilatildeo puacuteblica passou a planejar melhor suas accedilotildees tendo dispositivos
e limites orientadores para suas accedilotildees trabalhando com transparecircncia
atribuindo maiores responsabilidades aos gestores no entanto temos muito a
avanccedilar na administraccedilatildeo puacuteblica
Apoacutes vaacuterias tentativas sem ecircxito natildeo possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na
secretaria de sauacutede no entanto informaccedilotildees importantes foram fornecidas
pela contabilidade da prefeitura conforme se segue
Em 2006 o municiacutepio aplicou em accedilotildees puacuteblicas de sauacutede 2236 das receitas
originaacuterias de impostos e transferecircncias constitucionais representando em
valores nominais R$ 747907818 (sete milhotildees quatrocentos e setenta e nove
mil setenta e oito reais e dezoito centavos)
Dos valores aplicados o municiacutepio aplicou 3925 em atenccedilatildeo baacutesica e
4228 em assistecircncia hospitalar e ambulatorial
A seguir apresenta-se o quadro 21 com siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
QUADRO 21
Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da educaccedilatildeo
Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da educaccedilatildeo
Gestatildeo da educaccedilatildeo De quem eacute a gestatildeo da educaccedilatildeo Despesas da educaccedilatildeo Com quais despesas a educaccedilatildeo aplicava
seus recursos Despesas do FUNDEF Com quais despesas eram aplicados os
recursos do FUNDEF Percentual aplicado com educaccedilatildeo Qual o percentual aplicado com educaccedilatildeo
com recursos do governo conforme artigo 212 da CF de 1988
Fonte Elaborado pelo autor
135
Em 1998 o orccedilamento era totalmente centralizado na contabilidade central do
Executivo a secretaria de educaccedilatildeo natildeo participava de nenhuma decisatildeo de
investimento o planejamento ficava comprometido o orccedilamento era coacutepia fiel
do ano anterior
Em 2006 o orccedilamento teve participaccedilatildeo efetiva das secretarias inclusive a
educaccedilatildeo o secretario reunia-se com seus assessores determinavam as
prioridades para manutenccedilatildeo dos serviccedilos definindo tambeacutem os novos
investimentos
Em 1998 toda a gestatildeo ocorria pela contabilidade e setor financeiro da
prefeitura a secretaria de educaccedilatildeo era praticamente um setor operacional
Em 2006 a competecircncia pela elaboraccedilatildeo do planejamento e gestatildeo eram da
secretaria de educaccedilatildeo todas as etapas da despesa puacuteblica eram
acompanhadas e autorizadas pela educaccedilatildeo por meio de assessores ou pelo
proacuteprio secretario(a)
Em 1998 e 2006 as despesas do ensino eram aplicadas com pessoal efetivo e
contratado despesas legais manutenccedilatildeo investimentos sendo que todos
podem tambeacutem ser demandados da sociedade
Em 1998 o municiacutepio recebeu R$ 25062144 (duzentos e cinquumlenta mil
seiscentos e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) aplicando os
recursos totalmente com profissionais do magisteacuterio
Para 2006 o municiacutepio recebeu R$ 426139478 (quatro milhotildees duzentos e
sessenta e um mil trezentos e noventa e quatro reais setenta e oito centavos)
aplicando 6687 com profissionais do magisteacuterio e o restante com ensino
fundamental
O municiacutepio aplicou em 1998 2687 das receitas provenientes com impostos
e transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
136
Em 2006 aplicou 2621 das receitas provenientes de impostos e
transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
E na opiniatildeo do entrevistado a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia
para praacutetico de seus atos determinando normas mais claras e voltadas para
maior responsabilidade na gestatildeo fiscal prevenindo riscos e possibilitando
corrigir possiacuteveis desvios ampliando a participaccedilatildeo da sociedade na aplicaccedilatildeo
dos recursos obrigando o gestor a agir com maior responsabilidade
137
5 CONCLUSAtildeO
A proposta desta dissertaccedilatildeo foi investigar o efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes e especialmente nos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso realizar um estudo mais detalhado
Para tanto utilizou-se de pesquisa empiacuterica anaacutelise documental e entrevistas
dirigidas e semi-estruturadas Anteriormente a essa etapa realizou-se uma
pesquisa bibliograacutefica
Na anaacutelise de dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
constatou-se que no que tange aos percentuais de gastos com pessoal
consolidado a LRF natildeo afetou de forma positiva ou negativa tais percentuais
no entanto verifica-se que os percentuais mantiveram-se dentro dos limites
legais estabelecidos que eacute de 60 para os Municiacutepios
Quanto ao percentual consolidado de gastos com pessoal por faixa utilizado na
pesquisa consta-se tambeacutem que a LRF natildeo produziu o efeito desejado a
oscilaccedilatildeo natildeo foi significativa o que pode-se concluir eacute que os Municiacutepios
mantiveram-se dentre do limite estabelecido que eacute de 60
Quanto ao percentual de endividamento puacuteblico conclui-se que a aplicaccedilatildeo da
LRF teve um efeito positivo ocorreu uma reduccedilatildeo significativa no percentual de
1998 para 2006 de 2358 para 1809
Conclui-se que o efeito nos restos a pagar foi nitidamente positivo tendo
iniciado com uma situaccedilatildeo altamente desfavoraacutevel em 1998 representando
que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 49609 a mais do
que o disponiacutevel em Bancos e Caixa e chegando em 2006 com uma situaccedilatildeo
de sobra de recursos O indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos
a pagar consumiria somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
138
Quantos aos percentuais considerados na pesquisa como natildeo fiscais sauacutede
puacuteblica e saneamento assistecircncia social e previdecircncia educaccedilatildeo e cultura
observa-se nos gatos com sauacutede uma variaccedilatildeo para cima jaacute educaccedilatildeo
observa-se o inverso em 1998 era de 2814 caindo para 2242 em 2006
no tocante aos gastos com assistecircncia social e previdecircncia 1998 iniciou-se com
739 chegando em 2006 com 813 sem que para nenhum dos percentuais
possa-se afirmar um efeito positivo ou negativo da LRF
Os quatro Municiacutepios pesquisados em profundidade iniciaram o exerciacutecio de
1998 com percentual de aplicaccedilatildeo em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e
saneamento entre as faixas de 10 a 40 Eles chegaram em 2006 nas faixas
entre 20 a 50 alguns nas inferiores e outros nas superiores Esta evoluccedilatildeo
representa indiacutecios de que o planejamento avanccedilou efetivamente quando se
considera o direcionamento para temas essenciais e estrateacutegicos dos governos
como a sauacutede puacuteblica por exemplo Percebe-se tambeacutem que nesta temaacutetica os
quatro seguiram a tendecircncia dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Nas temaacuteticas de assistecircncia social e previdecircncia os quatro Municiacutepios
iniciaram 1998 nas faixas entre 5 a 15 e chegaram em 2006 nas faixas entre
0 a 10 Isso evidencia uma inversatildeo de prioridades dos governos ou uma
migraccedilatildeo para outras temaacuteticas como comprovado na anaacutelise de outros dados
a exemplo de serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e saneamento Observa-se tambeacutem
que a tendecircncia dos quatro natildeo segue a mesma quando compara-se a
aplicaccedilatildeo na mesma temaacutetica dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Em relaccedilatildeo aos gastos com pessoal que representam um dos maiores dos
governos os quatro Municiacutepios iniciaram em 1998 nas faixas entre 40 a 60
houve variaccedilotildees no periacuteodo analisado entre 30 a 80 chegando em 2006
dentro das faixas de 40 a 60
139
Por meio do percentual de gastos com pessoal nos quatro Municiacutepios
pesquisados comprovou-se que a LRF foi capaz de manter os gastos dentro
dos limites propostos natildeo sendo possiacutevel afirmar efeitos significativos nestes
percentuais e com indiacutecios que os nuacutemeros que merecem uma atenccedilatildeo
especial
Pode-se considerar a diacutevida consolidada dos quatro Municiacutepios como
exemplar Todos atendem plenamente aos limites da resoluccedilatildeo 40 do senado
federal O indicador iniciou em 1998 nas faixas entre 0 a 30 chegando a
2006 nas mesmas faixas
Os restos a pagar uma das mais importantes inovaccedilotildees da LRF foram
tratados de maneira responsaacutevel pelos quatro Municiacutepios Com exceccedilatildeo de
Alfenas os demais iniciaram em 1998 com percentuais exorbitantes na faixa
entre 400 a 1200 chegando em 2006 nas faixas entre 0 a 200
O municiacutepio de Alfenas iniciou a conta restos a pagar em 1998 na faixa entre 0
a 200 exatamente com 2968 e chegou em 2006 na mesma faixa soacute que
com 18139 O iacutendice recomendado eacute de 100 Deve-se ressaltar que este
municiacutepio em todo periacuteodo analisado esteve dentro do iacutendice recomendado
contudo deve dispensar atenccedilatildeo especial para este indicador Tambeacutem Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso apesar de este indicador ter melhorado e atingido
iacutendices satisfatoacuterios deve ficar atento ao resultado de 19269 apresentado
em 2006
Mesmo natildeo sendo recomendada tal situaccedilatildeo os Municiacutepios que apresentaram
percentuais de restos a pagar acima do recomendado poderatildeo reverter tal
situaccedilatildeo ateacute 2008 exerciacutecio que a LRF reservou conteuacutedo especial para o
tema
A conclusatildeo relacionada a creacuteditos suplementares eacute que os quatro Municiacutepios
natildeo avanccedilaram com a LRF Somente Juiz de Fora realizou suplementaccedilotildees
140
dentro dos limites estabelecidos na LOA No entanto todos expediram decretos
para modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias em 2006 maiores que 1998 representando
uma falta de planejamento mesmo apoacutes vaacuterios anos de vigecircncia da lei fiscal
brasileira
Os percentuais aplicados em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede natildeo eram obrigatoacuterios
em 1998 por isso somente os dados de 2006 foram analisados Constatou-se
que os quatro Municiacutepios cumpriram os percentuais determinados Alfenas
Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso aplicaram
respectivamente 2389 2624 2389 e 2236 Conclui-se com estas
aplicaccedilotildees no miacutenimo como representativas da responsabilidade com o
dinheiro puacuteblico e com a legislaccedilatildeo aplicada
Os percentuais legais aplicados com recursos do proacuteprio governo com
educaccedilatildeo e os recursos do FUNDEF tambeacutem foram cumpridos tanto em 1998
quanto em 2006 O municiacutepio de Alfenas aplicou em educaccedilatildeo no ano de
1998 um percentual de 3172 Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso aplicaram respectivamente 3052 3090 e 2687
Em 2006 Alfenas aplicou em educaccedilatildeo o percentual de 2833 Juiz de Fora
2624 Paraacute de Minas 2787 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 2621 Quando
comparados com 1998 observam-se percentuais menores de aplicaccedilatildeo em
educaccedilatildeo No entanto os quatro Municiacutepios cumpriram o limite estabelecido no
artigo 212 da CF de 1988
Os quatro Municiacutepios tambeacutem cumpriram os limites miacutenimos de 60 para
aplicaccedilatildeo dos recursos recebidos do FUNDEF com profissionais do magisteacuterio
Em 1998 Alfenas aplicou 17162 Juiz de Fora 9167 Paraacute de Minas
6006 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 100 dos recursos
Em 2006 Alfenas aplicou 8647 Juiz de Fora 8128 Paraacute de Minas 6315
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 6687 representando responsabilidade com os
141
recursos da educaccedilatildeo e do FUNDEF atenderam aos limites miacutenimos sem
prejudicar os indicadores financeiros descritos anteriormente
Constatou-se ainda um avanccedilo no processo de planejamento e gestatildeo
puacuteblica Houve maior envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos secretaacuterios
municipais e servidores das unidades operativas tanto na elaboraccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento quanto na execuccedilatildeo destes planos
A pesquisa comprovou por meio das entrevistas que o planejamento em Juiz
de Fora por exemplo melhorou em geral apoacutes a implementaccedilatildeo da LRF
Evidenciou-se que ocorreu envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos gestores de
cada unidade orccedilamentaacuteria Permitiu-se a cada responsaacutevel por cargos tanto
de comando quanto operativos que participassem do processo e facilitou-se o
conhecimento de conceitos e meacutetodos para elaboraccedilatildeo do PPA da LDO e da
LOA
Na secretaria de sauacutede de Juiz de Fora o que mudou efetivamente dependeu
mais da responsabilidade de cada gestor No Brasil a responsabilidade fiscal
estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo e o planejamento da sauacutede estaacute prejudicado nos
Municiacutepios em funccedilatildeo do chamado ldquojudicializaccedilatildeo da sauacutederdquo
Judicializaccedilatildeo na opiniatildeo do entrevistado satildeo sentenccedilas judiciais contra o
municiacutepio impetradas por usuaacuterios dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede garantindo
atendimentos de alta complexidade natildeo planejados pelo pode puacuteblico
municipal
Para a entrevistada de Paraacute de Minas os administradores passaram com a LRF
administrar com mais transparecircncia o dinheiro puacuteblico Os entrevistados dos
setores de planejamento e gestatildeo de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso afirmam que
apoacutes a LRF especialmente devido agrave imposiccedilatildeo de limites pela lei fiscal a
administraccedilatildeo passou a planejar melhor suas accedilotildees trabalhando com mais
transparecircncia e atribuindo mais responsabilidade aos gestores
142
Segundo o entrevistado da secretaria de educaccedilatildeo em Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia para a praacutetica de seus
atos com normas mais claras e voltadas para maior responsabilidade na
gestatildeo fiscal O entrevistado acredita que ao ampliar a participaccedilatildeo popular a
LRF intensifica as responsabilidades do gestor
Apoacutes anaacutelise dos dados desta pesquisa conclui-se que a LRF surtiu efeito
positivo nos Municiacutepios analisados com maior participaccedilatildeo da sociedade com
implementaccedilatildeo de instrumentos de gestatildeo orccedilamentaacuteria e financeira exigidos
pela Lei Fiscal Brasileira e com os percentuais e informaccedilotildees apresentadas na
pesquisa No entanto podemos avanccedilar mais e a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira deve e pode ser modificada em alguns pontos para atender agrave
nova realidade dos Municiacutepios a exemplo sobre a utilizaccedilatildeo da reserva de
contingecircncia unificaccedilatildeo das prestaccedilotildees de contas aos tribunais e a STN
contrataccedilatildeo pelos entes no uacuteltimo ano de governo Uma lei para manter-se
necessita ajustar-se constantemente agrave dinacircmica e agraves exigecircncias da
comunidade especialmente a lei mais importante para as financcedilas puacuteblicas
brasileira
A Lei Fiscal Brasileira foi um marco histoacuterico para as financcedilas puacuteblicas
brasileira estabelecendo limites e regras fundamentais para o planejamento
controle e gestatildeo com contribuiccedilatildeo relevante para administraccedilatildeo puacuteblica e
toda sociedade
143
REFEREcircNCIAS
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146
APEcircNDICES
APEcircNDICE A
BLOCO I - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
DESPESAS COM ENDIVIDAMENTO PESSOAL E RESTOS A PAGAR SAUacuteDE E SANEAMENTO ASSISTEcircNCIA E PREVIDEcircNCIA E EDUCACcedilAtildeO
1) Relaccedilatildeo Diacutevida Fundada Consolidada com a RCL dos Municiacutepios
Mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes exerciacutecios de 1998 a
2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
2) Despesas com Pessoal dos Municiacutepios Mineiros com populaccedilatildeo superior a
50000 mil habitantes Relaccedilatildeo com Receita Corrente Liacutequida exerciacutecio de
1998 a 2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
3) Valores constantes em Restos a Pagar nos Municiacutepios Mineiros com mais
de 50000 mil habitantes referente saldo final nos exerciacutecios de 1998 a 2006
comparado com o valor da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
4) Valores realizados com Sauacutede e Saneamento em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
5) Valores realizados com Assistecircncia e Previdecircncia em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
6) Valores realizados com Educaccedilatildeo em Relaccedilatildeo da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
BLOCO II - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO EXECUTIVO E PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GESTAtildeO
ORCcedilAMENTAacuteRIA
1) Quais entidades compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica no Municiacutepio
2) Qual eacute a estrutura organizacional do Poder Executivo (pode ser
representada por figuraorganograma)
3) Quais informaccedilotildees continham nos programas governamentais nos exerciacutecio
de 1998 e 2006
INFORMACcedilOtildeES 1998 2006
Caracteriacutestica do Programa
Objetivo do Programa
Unidade Responsaacutevel
Gerente Responsaacutevel pelo Programa
Indicador do Programa
Custo Financeiro do Programa
4) Quais tipos de despesas constavam no PPA nos exerciacutecios de 1998 e 2006
TIPOS DE DESPESAS 1998 2006
Somente despesas de capital
Despesas de capital e Despesas de Duraccedilatildeo Continuada
Despesas de capital e Outras delas decorrentes
5) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizada em Sauacutede e
Saneamento para os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizado em Assistecircncia
social e Previdecircncia entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
7) Qual o percentual da Receita Corrente Liacutequida aplicado em Pessoal nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) ateacute 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
8) Qual o percentual apurado da comparaccedilatildeo entre Receita Corrente Liacutequida
realizada com o saldo da diacutevida consolidada do municiacutepio nos exerciacutecios de
1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
9) Qual o valor de restos a pagar em relaccedilatildeo Disponibilidade Financeira nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
EXERCIacuteCIO VALORES
1998
2006
10) Qual o percentual de suplementaccedilatildeo autorizado e efetivamente realizado
para os exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL AUTORIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
11) Quantos atos legais o Executivo emitiu em e em quais periacuteodos para
abertura de creacuteditos adicionais suplementares
EXERCIacuteCIO TRIMESTRE QUANTIDADE DE DECRETOS
1ordm
2ordm
3ordm
1998
4ordm
1ordm
2ordm
3ordm
2006
4ordm
APEcircNDICE B
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BLOCO I ndash PROCESSO DE PARTICIPACcedilAtildeO E CONSTRUCcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS DE PLANEJAMENTO FINANCcedilAS ASSESSORES E TEacuteCNICOS DA AacuteREA DE PLANEJAMENTO
O presente instrumento tem como objetivo de sua utilizaccedilatildeo um estudo de caso
da dissertaccedilatildeo de Mestrado do aluno Reinaldo Cacircndido Teixeira sobre
orientaccedilatildeo do Professor Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade pela Fundaccedilatildeo
Educacional Dr Pedro Leopoldo Prometemos manter sigilo quanto agraves
informaccedilotildees que nos seratildeo passadas fazendo uso das mesmas uacutenica e
exclusivamente para realizaccedilatildeo deste projeto
As respostas desta entrevista seratildeo com base no processo orccedilamentaacuterio e
financeiro dos exerciacutecios de 1998 e 2006
1) Relacione os agentes que participaram do processo de alteraccedilatildeoelaboraccedilatildeo
do PPA e da LOA para os exerciacutecios de 1998 e 2006
AGENTES 1998 2006
Prefeito
Secretaacuterios
Sociedade Organizada (sindicatos associaccedilatildeo de bairros)
Contabilidade
Secretaacuteria de Planejamento
11 ndash Relacione outros agentes se julgar necessaacuterio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento Municipal
EXERCIacuteCIO RESPOSTAS
1998
2006
3) Em quantas regiotildees orccedilamentaacuterias (bairros) foram divididas(os) seu
municiacutepio para fins de alocaccedilatildeo de recursos para os exerciacutecios de 1998 e
2006
ASSINALAR COM X
QUANTIDADE DE REGIOtildeES 1998 2006
1 a 5
6 a 10
Acima de 10
31 ndash Caso entenda necessaacuterio comente algum fator relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) A transparecircncia tem sido uma dos avanccedilos na administraccedilatildeo puacuteblica qual
era diferenccedila entre os exerciacutecios de 1998 e 2006 conforme itens a seguir
RELACcedilAtildeO DE ITENS 1998 2006
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios Resumidos da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria afixado
em local puacuteblico e Internet
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios de Gestatildeo Fiscal afixado em local puacuteblico ou
Internet
Boletim Diaacuterio de Caixa
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional
41 ndash Mencione outras informaccedilotildees caso julgue importantes ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Existia avaliaccedilatildeo perioacutedica dos resultados da execuccedilatildeo dos programas
governamentais nos exerciacutecios de 1998 e 2006
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
6) Do ponto de vista de estrutura Fiacutesica e de Pessoal ocorreu alguma
mudanccedila qual era sua estrutura nos exerciacutecios objeto da pesquisa exigiu mais
funcionaacuterios para atender agraves demandas exigiu contrataccedilatildeo de pessoal mais
qualificado ou ateacute mesmo a qualificaccedilatildeo da equipe jaacute existente
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
7) O Poder Executivo observou regra de compatibilidade entre PPA e LOA para
em sua elaboraccedilatildeo para 1998 e 2006
REGRAS DE COMPATIBILIDADE 1998 2006
Existecircncia de accedilotildees governamentais no PPA como condiccedilatildeo para inclusatildeo
na LOA
Os mesmos valores financeiros constantes nos totalizadores dos
Programas e Accedilotildees Governamentais do PPA com a LOA
Existecircncia de UN fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
71 ndash Mencione outras regras caso haja necessidade ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) O Poder Executivo estabelecia metas de arrecadaccedilatildeo mensais ou
bimestrais para os exerciacutecios de 1998 e 2006 utilizando como instrumento
orientador de planejamento
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
9) O Poder Executivo Municipal estabelecia algum tipo de cronograma de
desembolso como instrumento de planejamento financeiro para o exerciacutecio de
1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
10) O Poder Executivo Municipal estabelecia fluxo de caixa projetado para o
exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
11) O Poder Executivo Municipal estabelecia Metas de Resultado Primaacuterio e
Nominal para exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
12) Para expansatildeo de criaccedilatildeo de despesas novas havia algum tipo de regra
para medir o impacto orccedilamentaacuterio e financeiro no exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
13) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
BLOCO II ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE SAacuteUDE
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Sauacutede
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Sauacutede (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento) somente
do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os) como por
exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para 2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
3) Quais os recursos o Municiacutepio contava em 1998 e 2006 para financiar os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede
RECURSOS 1998 2006
Porcentagem das Receitas Tributaacuterias e Trans Constitucionais do
Municiacutepio
MAC ndash Meacutedia e Alta Complexidade
PAB Fixo ndash Piso de Atenccedilatildeo Baacutesico Fixo
Programa Sauacutede da Famiacutelia
Programa Sauacutede Bucal
Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
11 ndash Relacione outra fonte caso entenda como relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da sauacutede no orccedilamento
no exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL DA ARRECADACcedilAtildeO CONFORME EMENDA 29 DE 2000 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________ MAC ndash MEacuteDIA E ALTA COMPLEXIDADE 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
42 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PAB FIXO ndash PISO DE ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
43 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual foi o percentual Fixado e Realizado das receitas originaacuterias de
impostos e de transferecircncias constitucionais para sauacutede puacuteblica no Orccedilamento
do exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
BLOCO III ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE EDUCACcedilAtildeO
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Educaccedilatildeo EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Educaccedilatildeo (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento)
somente do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os)
como por exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para
2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da educaccedilatildeo no
orccedilamento nos exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL DE 25 DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFEREcircNCIAS CONSTITUCIONAIS
1998
2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legais para manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
31 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Em 1998 e 2006 jaacute vigorando a Lei 9424 ndash Dispotildee sobre o Fundo de
Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio - FUNDEF como era a distribuiccedilatildeo destes recursos
CRITEacuteRIOS 1998 2006
Totalmente direcionado a Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Somente garantia os 60 aos Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Destinou a ampliaccedilatildeo real dos vencimentos de Pessoal do Magisteacuterio do
Ensino Fundamental
Destinado a todos os trabalhadores da educaccedilatildeo do Ensino Fundamental
Destinava agraves demais despesas com educaccedilatildeo fundamental
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual o percentual Fixado e Realizado das Receitas Originaacuterias de Impostos
e Transferecircncias Constitucionais destinados para Educaccedilatildeo no exerciacutecio de
1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 25
( ) 251 a 30
( ) acima de 30
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria de
seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________
______________________________ _____________________________
Reinaldo Cacircndido Teixeira Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade
Aluno MPA Professor Orientador
APEcircNDICE C
QUADRO 22 Relaccedilatildeo de Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes utilizados na pesquisa
Ndeg DE ORDEM UF MUNICIPIO POPULACcedilAtildeO
1 MG Alfenas 64674002 MG Araxaacute 77270003 MG Barbacena 114738004 MG Belo Horizonte 2154161005 MG Betim 318694006 MG Campo Belo 49325007 MG Caratinga 73139008 MG Contagem 529805009 MG Coronel Fabriciano 968530010 MG Curvelo 696140011 MG Divinoacutepolis 1892940012 MG Esmeraldas 372210013 MG Formiga 620920014 MG Frutal 501030015 MG Governador Valadares 2318750016 MG Ibiriteacute 1320300017 MG Ipatinga 2096600018 MG Itabira 1044260019 MG Itajubaacute 833570020 MG Ituibutaba 913750021 MG Janauacuteba 630070022 MG Januaacuteria 631550023 MG Juiz de Fora 4584170024 MG Lavras 800120025 MG Leopoldina 474560026 MG Manhuaccediluacute 598420027 MG Mariana 418780028 MG Monte Carmelo 438210029 MG Montes Claros 2906090030 MG Muriaeacute 884120031 MG Nova Lima 624770032 MG Nova Serrana 301480033 MG Ouro Preto 609190034 MG Paraacute de Minas 752270035 MG Paracatu 746370036 MG Passos 1007000037 MG Patos de Minas 1213250038 MG Patrociacutenio 751100039 MG Pedro Leopoldo 519270040 MG Pirapora 506940041 MG Poccedilos de Caldas 1321560042 MG Ponte Nova 565680043 MG Pouso Alegre 1021890044 MG Ribeiratildeo das Neves 24391700
45 MG Sabaraacute 1100630046 MG Santa Luzia 1681030047 MG Satildeo Francisco 553160048 MG Satildeo Joatildeo Del Rei 782860049 MG Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 588350050 MG Sete Lagoas 1879110051 MG Teoacutefilo Otoni 1235410052 MG Timoacuteteo 718450053 MG Trecircs Pontas 492360054 MG Ubaacute 846320055 MG Uberaba 2545200056 MG Uberlacircndia 5024160057 MG Unaiacute 679090058 MG Varginha 1108790059 MG Vespasiano 668550060 MG Viccedilosa 6301400
Fonte IBGE - Estimativa de 2004
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 11 Tema Problema
- 12 Objetivos
- 121 Objetivo Principal
- 122 Objetivos Secundaacuterios
- 13 Justificativa
- 2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
- 21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Bras
- 22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
- 221 Introduccedilatildeo
- 222 Surgimento da LRF
- 223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
- 224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
- 23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
- 231 Introduccedilatildeo
- 232 Programaccedilatildeo Financeira
- 233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
- 234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
- 235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
- 3 METODOLOGIA
- 31 Estrateacutegia de Pesquisa
- 311 Universo e amostra
- 312 Coleta de Dados
- 4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
- 411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
- 412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa
- 413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
- 414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Finance
- 415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita
- 416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircn
- 417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita
- 42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
- 421 Municiacutepio de Alfenas
- 422 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfe
- 431 Municiacutepio de Alfenas
- 432 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 5 CONCLUSAtildeO
- REFEREcircNCIAS
- APEcircNDICES
-
ABSTRACT
The Impact of Fiscal Responsibility Law on City Planning Case Studies in cities of the state of Minas Gerais with more than 50000 inhabitants
The objective of this study was to evaluate the effect of the Fiscal Responsibility
Law (LRF) on budget and financial planning of cities of the State of Minas
Gerais with more than 50000 inhabitants Qualitative analyses were performed
and the study began with a literature review followed by survey in 60 cities that
were chosen as global sample with data available at the STN site
Subsequently case studies were carried out in four cities that were chosen by
their easy access Documental survey and interviews were used for data
collection and to guarantee safety in their application a pre-test took place in
the city of Ribeiratildeo das Neves The research period in the 60 cities of Minas
Gerais was from 1998 to 2006 where as the interviews and the documental
survey occurred in the year of 1998 and 2006 The conclusion led by the
interviews and several indicators such as unspent commitments debt position
personnel expenses health expenses and education expenses among others
was that LRF effect was positive and the cities managed to comply with the
limits established by the law It is worth pointing out that some items surveyed in
four cities such as the amount of decrees used for changing public budgets in
relation to their implementation showed that planning can bring a great
improvement to it It was also concluded that Brazilian LRF similarly to New
Zealand could be reviewed to meet a new reality after seven years of validity
Keywords Fiscal responsibility planning fiscal balance
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADCT Atos das Disposiccedilotildees Constitucionais Transitoacuterias
ARO Antecipaccedilatildeo de Receita Orccedilamentaacuteria
BCB Banco Central do Brasil
CF Constituiccedilatildeo Federal
DASP Departamento Administrativo do Serviccedilo Puacuteblico
DILSP Diacutevida Interna Liquida do Setor Puacuteblico
FUNDEF Fundo de Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental
ILPESCEPAL Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y
SocialComissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina
IPTU Imposto Predial Territorial Urbano
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotores
ICMS Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
LDO Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias
LOA Lei Orccedilamentaacuteria Anual
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MF Ministeacuterio da Fazenda
MPO Ministeacuterio de Planejamento e Orccedilamento
MPOG Ministeacuterio de Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo
NFGC Necessidade de Financiamento do Governo Central
PAEG Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desenvolvimento
PND Planos Nacionais de Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
SIACEPCA Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de
Contas Anual
SIDOR Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios
SIDORNET Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da
Internet
SIGPLAN Sistema de Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento
SOF Secretaria de Orccedilamento Federal
TCEMG Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
FIGURA 1 Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo
Horizonte 83
FIGURA 2 Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora 122
GRAacuteFICO 1 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP 88
GRAacuteFICO 2 Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
90
GRAacuteFICO 3 Percentual de Endividamento Consolidado 91
GRAacuteFICO 4 Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF 92
GRAacuteFICO 5 Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira -
PRPDF 93
GRAacuteFICO 6 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL -
PGSSRCL 94
GRAacuteFICO 7 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL
- PGAPRCL 95
GRAacuteFICO 8 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash
PGECRCL 96
GRAacuteFICO 9 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas 99
GRAacuteFICO 10 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia -
Alfenas 100
GRAacuteFICO 11 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas 100
GRAacuteFICO 12 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas 101
GRAacuteFICO 13 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas 102
GRAacuteFICO 14 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora
105
GRAacuteFICO 15 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz
de Fora 105
GRAacuteFICO 16 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora 106
GRAacuteFICO 17 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 19 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora 107
GRAacuteFICO 20 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas
110
GRAacuteFICO 21 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash
Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 22 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas 111
GRAacuteFICO 23 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 24 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas 112
GRAacuteFICO 25 Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso 114
GRAacuteFICO 26 Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso 115
GRAacuteFICO 27 Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
115
GRAacuteFICO 28 Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
GRAacuteFICO 29 Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 116
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA 40
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas 47
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento 54
QUADRO 4 Processo Orccedilamentaacuterio 56
QUADRO 5 Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento 57
QUADRO 6 Etapas do processo de planejamento 58
QUADRO 7 Composiccedilatildeo da RCL 60
QUADRO 8 Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para
Estudos de Caso 83
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de
entrevistas 85
QUADRO 10 Blocos para levantamento documental 85
QUADRO 11 Blocos para entrevistas 86
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos 88
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro
Municiacutepios 98
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas 101
QUADRO 15 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste 118
QUADRO 16 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 120
QUADRO 17 Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas120
QUADRO 18 Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede 124
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 127
QUADRO 20 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos 131
QUADRO 21 Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo 134
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico 31
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil
entre 1991 e 2000 32
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira 69
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 74
TABELA 5 Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
90
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 14
11 Tema Problema 16
12 Objetivos 17
121 Objetivo Principal 17
122 Objetivos Secundaacuterios 17
13 Justificativa 17
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil 19
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento 29
221 Introduccedilatildeo 29
222 Surgimento da LRF 31
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico 34
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 59
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal 65
231 Introduccedilatildeo 65
232 Programaccedilatildeo Financeira 66
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo 71
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas 75
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica 76
3 METODOLOGIA 81
31 Estrateacutegia de Pesquisa 81
311 Universo e amostra 82
312 Coleta de Dados 84
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS 87
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP 88
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF 90
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC 91
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e
Bancos ndash PRPDF 92
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente
Liacutequida - PGSSRCL 94
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL 95
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente
Liacutequida - PGECRCL 96
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 97
421 Municiacutepio de Alfenas 98
422 Municiacutepio de Juiz de Fora 103
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas 109
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 113
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de
Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 117
431 Municiacutepio de Alfenas 118
432 Municiacutepio de Juiz de Fora 120
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas 127
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 131
5 CONCLUSAtildeO 137
REFEREcircNCIAS 143
APEcircNDICES 146
14
1 INTRODUCcedilAtildeO Trata-se nesta pesquisa de uma anaacutelise a partir de levantamento de dados
no siacutetio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) anaacutelises de documentos e
entrevistas dirigidas e semi-estruturadas do efeito produzido pela Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro nos Municiacutepios
Mineiros com mais de 50000 habitantes
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 84) planejar eacute estabelecer com
antecedecircncia objetivos accedilotildees e metas com base em alguma metodologia ou
loacutegica preacute-definida Uma vez que esse conceito deve ser observado
principalmente na administraccedilatildeo puacuteblica e considerando que LRF dedicou
grande parte aos instrumentos de planejamento puacuteblico nosso estudo foi
direcionado para o processo de construccedilatildeo e acompanhamento dos principais
instrumentos de planejamento puacuteblico Plano Plurianual Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e a Lei Orccedilamentaacuteria Anual O enfoque do estudo foi dado a
Municiacutepios considerados estrateacutegicos do estado de Minas Gerais Priorizando
as temaacuteticas de educaccedilatildeo e sauacutede que representam a maior fatia dos
investimentos e demandas dos Municiacutepios Seratildeo avaliados tambeacutem dados
relevantes de sessenta Municiacutepios do estado de Minas Gerais com mais
50000 mil habitantes
Seraacute dada maior ecircnfase ao orccedilamento puacuteblico devido ao fato de ele antes de
qualquer outra definiccedilatildeo ser uma decisatildeo poliacutetica por meio da qual ocorre a
materializaccedilatildeo da despesa puacuteblica O orccedilamento puacuteblico eacute considerado uma
dos mais antigos instrumentos de gestatildeo e eacute por meio dele que os governos
nacionais ou sub-nacionais viabilizam suas poliacuteticas Serve como norteador e
limitador para administraccedilatildeo direta e indireta e tem a capacidade de aproximar
o administrador puacuteblico do cidadatildeo
15
O Brasil conforme dados do Banco Central possui um niacutevel alto de
endividamento puacuteblico Corrobora com este fato para tornar ainda mais difiacutecil a
gestatildeo dos recursos puacuteblicos a falta de recursos para arcar com as demandas
da sociedade os consecutivos deacuteficits orccedilamentaacuterios e ateacute mesmo a
Constituiccedilatildeo Federal de 1988 que ampliou a receita dos Municiacutepios
vinculando as receitas mais expressivas a determinadas temaacuteticas como
educaccedilatildeo sauacutede Essa satildeo razotildees para se falar do planejamento puacuteblico nos
Municiacutepios mineiros e do efeito produzido pela Lei Complementar nordm 101 de
2000 ndash Lei de Responsabilidade Fiscal
O Brasil para a elaboraccedilatildeo da referida lei embasou-se tanto em modelos
aplicados na Uniatildeo Europeacuteia quanto em princiacutepios da experiecircncia norte-
americana Na Uniatildeo Europeacuteia o modelo eacute o tratado de Maastricht no qual
estatildeo previstas penalidades que vatildeo desde multa e restriccedilotildees de acesso a
novos creacuteditos e financiamentos agraves ocorrecircncias de deacuteficits orccedilamentaacuterios
considerados excessivos Neste modelo admite-se desvios fiscais desde que
mantido o efetivo compromisso de ajuste Os princiacutepios norte-americanos
seguidos pelo Brasil referem-se agrave exigecircncia de compensaccedilatildeo de renuacutencia de
receitas e das novas despesas obrigatoacuterias de caraacuteter continuado
Tambeacutem seguindo outros modelos bem-sucedidos a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira adotou o princiacutepio da transparecircncia utilizando-se do modelo da
Nova Zelacircndia Como exemplo a elaboraccedilatildeo e divulgaccedilatildeo do Relatoacuterio de
Gestatildeo Fiscal conforme descrito no artigo 48 da lei brasileira transcrito a
seguir
Art 48 Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos Paraacutegrafo uacutenico A transparecircncia seraacute assegurada tambeacutem mediante incentivo agrave participaccedilatildeo popular e realizaccedilatildeo de audiecircncias puacuteblicas durante os processos de elaboraccedilatildeo e de discussatildeo dos planos lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e orccedilamentos
16
Para analisar o impacto da lei utilizaram-se dados comparativos de dois
exerciacutecios um periacuteodo anterior agrave lei (1998) e outro posterior (2006) Avaliou-se
tambeacutem com base em dados disponiacuteveis no siacutetio da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) gastos com pessoal diacutevida restos a pagar educaccedilatildeo e
cultura sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia referente ao
periacuteodo de 1998 a 2006
A estrutura da dissertaccedilatildeo estaacute organizada em cinco capiacutetulos O primeiro eacute a
introduccedilatildeo sendo ela dividida em tema problema objetivos principal e
secundaacuterios e justificativa O segundo capiacutetulo conteacutem o referencial teoacuterico
que sustenta a pesquisa e eacute composto de trecircs sub-capiacutetulos um relato
histoacuterico sobre o planejamento puacuteblico no Brasil a apresentaccedilatildeo da lei de
responsabilidade fiscal e o planejamento puacuteblico e por fim um estudo sobre a
gestatildeo do orccedilamento municipal Procurou-se neste capiacutetulo dar sustentaccedilatildeo
teoacuterica agrave pesquisa O terceiro capiacutetulo refere-se agrave metodologia de pesquisa O
quarto eacute composto de apresentaccedilatildeo e anaacutelise dos resultados O quinto e
uacuteltimo as conclusotildees da pesquisa seguidos das referecircncias e apecircndices
11 Tema Problema Para nortear nossos estudos a questatildeo central seraacute
Qual o efeito produzido no Planejamento Orccedilamentaacuterio e Financeiro nos
Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei de
Responsabilidade Fiscal
17
12 Objetivos 121 Objetivo Principal
Identificar qual foi o efeito produzido no planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro
dos Municiacutepios mineiros com mais de 50000 habitantes com o advento da Lei
Complementar 101 de 2000 mais conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal
122 Objetivos Secundaacuterios
bull Investigar como a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu no Brasil
bull Analisar o processo histoacuterico de planejamento puacuteblico no Brasil
bull Identificar como funciona o processo de construccedilatildeo e gestatildeo dos
principais instrumentos de planejamento puacuteblico nos Municiacutepios com especial
atenccedilatildeo para aacutereas de Educaccedilatildeo e Sauacutede
bull Analisar se a Lei de Responsabilidade Fiscal afetou de forma positiva ou
negativa o planejamento e a gestatildeo dos Municiacutepios mineiros
13 Justificativa
A pesquisa se justifica em funccedilatildeo da importacircncia dos Municiacutepios para a naccedilatildeo
brasileira Conforme Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) os
Executivos municipais representam um dos maiores empregadores
18
Com a constituiccedilatildeo de 1988 os Municiacutepios ganharam mais autonomia e mais
receitas no entanto com mais responsabilidades e mais demandas por
serviccedilos puacuteblicos O controle externo tanto teacutecnico como social tornou-se mais
exigente razatildeo pela qual os principais planos de governo foram formalizados
sendo estes planos Plano Plurianual Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias e Lei
Orccedilamentaacuteria Anual
A Lei de Responsabilidade Fiscal representa um marco histoacuterico para as
financcedilas Tendo especialmente tratado um problema antigo que eacute o controle
dos gastos com pessoal e do endividamento puacuteblico esta lei busca o equiliacutebrio
das contas puacuteblicas fundamental para continuidade e implementaccedilatildeo de
poliacuteticas puacuteblicas necessaacuterias e urgentes para o povo brasileiro
19
2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Brasil
O orccedilamento puacuteblico tem o propoacutesito de permitir uma relaccedilatildeo entre governos e
a sociedade isto porque eacute por meio dele que eacute possiacutevel determinar o gasto
puacuteblico Para uma melhor compreensatildeo e exerciacutecio deste direito eacute importante
entendermos que os desvios de cumprimento de regras e normas natildeo satildeo de
agora eles satildeo resultado de um longo processo histoacuterico Para Castro e Garcia
(2004 p 44) a evoluccedilatildeo institucional da Administraccedilatildeo Puacuteblica no Brasil
remonta ao periacuteodo colonial com a absorccedilatildeo das caracteriacutesticas do
absolutismo vigente em Portugal caracterizado por amplos poderes para o
soberano no paiacutes e nas colocircnias
O primeiro orccedilamento puacuteblico do paiacutes data de 1827 cinco anos apoacutes a
proclamaccedilatildeo da independecircncia foi para Giacomoni (2007 p 40) um
orccedilamento frustrado com mecanismos arrecadadores deficientes em relaccedilatildeo
agraves proviacutencias enfrentando dificuldades nas comunicaccedilotildees e certos conflitos
com normas legais oriundas do periacuteodo colonial
Conforme Vieira1 (apud Castro e Garcia 2004 p 46) do ponto de vista
teoacuterico o Legislativo tinha autonomia para limitar o gasto do Imperador No
entanto este poder natildeo ocorria de fato pois o Poder Legislativo natildeo possuiacutea
capacidade teacutecnica e nem informaccedilotildees necessaacuterias Aleacutem disso utilizavam-se
da possibilidade de incluiacuterem propostas de interesse proacuteprio no projeto de lei
orccedilamentaacuteria anual isso dava a impressatildeo de que o congresso era incapaz de
lidar com a mateacuteria financeira de forma responsaacutevel
1 VIEIRA L V O processo orccedilamentaacuterio brasileiro e o modelo principal ndash agente uma anaacutelise poliacutetica positiva 2001 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Departamento de Economia da Universidade de Brasiacutelia Brasiacutelia
20
Esse modelo inadequado ocorre ateacute hoje especialmente em Legislativos
municipais mas tambeacutem no Congresso Nacional Brasileiro onde as emendas
ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo satildeo objeto de negociaccedilatildeo e busca de interesses
privados em detrimento do interesse puacuteblico
Diversos doutrinadores concordam que natildeo haacute planejamento que funcione de
forma satisfatoacuteria sem o devido controle e acompanhamento Com este
objetivo em 1850 foi criado o Tribunal do Tesouro Puacuteblico Nacional do
Governo Imperial com a competecircncia de fiscalizar a Administraccedilatildeo da
Fazenda e em 1858 foi criada uma Diretoria exclusiva para o processo de
tomadas de contas dos agentes envolvidos com a despesa puacuteblica ampliando
dessa forma a competecircncia do tribunal
O modelo que em termos seria uma evoluccedilatildeo apresenta vulnerabilidades tais
como a vinculaccedilatildeo e a dependecircncia financeira da Diretoria de Tomada de
Contas ao Ministeacuterio da Fazenda com isso certamente gerava uma
desconfianccedila no pleno exerciacutecio de suas competecircncias de fiscalizaccedilatildeo Este
modelo sofreu pressotildees para a criaccedilatildeo de uma estrutura de controle de contas
vinculada ao Parlamento com total independecircncia do Tesouro Puacuteblico
Nacional e do Ministeacuterio da Fazenda
Faz-se importante uma verificaccedilatildeo do processo orccedilamentaacuterio percorrido pelo
Brasil para possibilitar a comparaccedilatildeo e analise atualmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal Para isso elaborou-se pesquisa iniciada a partir da
deacutecada de 30
Plano Especial de Obras Puacuteblicas e Aparelhamento do Estado Nacional ndash 19391944 Mesmo natildeo tendo o ecircxito desejado para Albuquerque Medeiros e Silva (2006
p 93) o plano especial foi o resultado direto da nova concepccedilatildeo de Estado que
se criara no Brasil na deacutecada de 30 ou seja o Estado como propulsor da
21
economia e do desenvolvimento O plano foi notadamente um marco inicial do
planejamento puacuteblico no Brasil especialmente por se tratar da primeira
experiecircncia de planejamento
Com este modelo o Estado assume um papel intervencionista interferindo
diretamente no processo de crescimento econocircmico em diversos setores da
economia como induacutestria e infra-estrutura
Plano SALTE ndash 1950 a 1954
O Plano SALTE ndash Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia instituiacutedo
conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 93) a partir de duas
missotildees norte-americanas que influenciaram fortemente os teacutecnicos brasileiros
na aacuterea de planejamento do ponto de vista metodoloacutegico Teve grandes
avanccedilos em relaccedilatildeo ao plano anterior no entanto com vida curta em funccedilatildeo de
problemas econocircmicos enfrentados na eacutepoca e seus recursos foram
incorporados ao Orccedilamento Geral da Uniatildeo
Conforme Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 94) o plano foi
implementado no Governo do Presidente Dutra Este elegeu quatro temaacuteticas
como prioritaacuterias Sauacutede Alimentaccedilatildeo Transporte e Energia das quais se
originou o nome do plano
Primeiro plano que descentralizava suas accedilotildees para outros entes da federaccedilatildeo
e para suas proacuteprias autarquias e sociedades de economia mista Estendeu-se
tambeacutem a entidades privadas e possuiacutea promoccedilatildeo de entendimentos e
convecircnios para parcerias com Estados e Municiacutepios
O plano fracassou por algumas razotildees tais com a coordenaccedilatildeo centralizada na
presidecircncia da repuacuteblica os poucos recursos disponibilizados contrariando o
que foi proposto inicialmente e a falta de controle
22
Plano de Metas
Juscelino Kubistchek estruturou objetivos para nortear a aplicaccedilatildeo de recursos
puacuteblicos por um periacuteodo de meacutedio prazo formulando assim o chamado ldquoPlano
de Metasrdquo Neste plano priorizou-se a construccedilatildeo de estaacutegios superiores da
piracircmide industrial vertical integrada2 e propocirc-se a continuidade da poliacutetica de
substituiccedilatildeo de importaccedilotildees
Com caracteriacutestica marcante o plano de metas adotou estruturas paralelas ao
poder puacuteblico formal aumentando a capacidade de decisatildeo com alcance de
resultados mais raacutepidos diminuindo a burocracia ora instalada nos ministeacuterios
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
O plano de metas inaugura no Brasil a utilizaccedilatildeo do planejamento indicativo (embora em pequena escala) ou seja a distinccedilatildeo entre onde o governo vai atuar como agente econocircmico e onde deve haver apenas a indicaccedilatildeo para o setor privado Conseguiu ecircxito no plano de industrializaccedilatildeo da economia e na superaccedilatildeo de pontos de estrangulamento que impediam o desenvolvimento nacional poreacutem teve como consequumlecircncias desequiliacutebrios na balanccedila de pagamento e aumento das taxas de inflaccedilatildeo
Plano Trienal
Em 1961 foi criada a Comissatildeo Nacional de Planejamento e em 1962 foi
elaborado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econocircmico e Social para o
triecircnio 1963-1965 cujo objetivo macro era compatibilizar a meta global de
aumento da atividade econocircmica com a taxa de crescimento e estabilizaccedilatildeo da
moeda
Neste periacuteodo cabia ao Executivo a competecircncia para elaborar a peccedila
orccedilamentaacuteria O Congresso Nacional influenciava na alocaccedilatildeo de recursos
conforme sua representaccedilatildeo 2 Investimentos no setor de energia-transporte siderurgia e refino de petroacuteleo e no setor secundaacuterio para produccedilatildeo de equipamentos e insumos com funccedilotildees de alta intensidade de capital
23
Mesmo com os claros avanccedilos para Giacomoni apud Castro e Garcia (2004 p
49) o orccedilamento era chamado de Tradicional3 isto porque tratava somente de
duas classificaccedilotildees convencionais Classificaccedilatildeo por Unidades (podemos
chamaacute-la atualmente de classificaccedilatildeo institucional) e uma econocircmica (por
objeto e item de despesa)
Todos estes avanccedilos natildeo ocorreram por acaso O crescimento urbano
mudanccedilas na economia e na poliacutetica exigiam modernizaccedilotildees no planejamento
puacuteblico
Para Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95)
o plano trienal procurou pela primeira vez soluccedilotildees para os problemas estruturais do paiacutes abordando de forma integrada a estrutura econocircmica e social do Brasil Conferiu importacircncia fundamental ao planejamento no processo de desenvolvimento econocircmico Caberia a ele antecipar as principais modificaccedilotildees estruturais desenvolvidas e indicar medidas a serem tomadas
PAEG ndash Programa de Accedilatildeo Econocircmica do Governo ndash 1964 a 1966
Segundo Albuquerque Medeiros e Silva (2006 p 95) os objetivos principais do
plano eram acelerar o ritmo do desenvolvimento econocircmico conter
progressivamente o processo inflacionaacuterio atenuar os desniacuteveis econocircmicos
setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego aleacutem de corrigir a
tendecircncia a deacuteficits descontrolados do balanccedilo de pagamentos
Outro acontecimento histoacuterico que devemos reconhecer como sendo um
grande avanccedilo no processo orccedilamentaacuterio deste periacuteodo foi a promulgaccedilatildeo da
Lei 4320 de 1964 Considerada o embriatildeo da moderna teacutecnica orccedilamentaacuteria
chamada de orccedilamento-programa dispotildee em seu art 2ordm
3 Esse tipo de orccedilamento eacute tambeacutem conhecido como ldquoLei de Meiosrdquo pois representava um inventaacuterio dos ldquomeiosrdquo com os quais o Estado contava para realizar suas tarefas Foi utilizado ateacute o advento da Lei ndeg 43201964
24
A Lei de Orccedilamento conteraacute a discriminaccedilatildeo da receita e despesa de forma a evidenciar a poliacutetica econocircmico-financeira e o programa de trabalho do Governo obedecidos os princiacutepios de unidade universalidade e anualidade sect 1ordm Integraratildeo a Lei do Orccedilamento ndash sumaacuterio geral da receita por fontes e da despesa por funccedilotildees do Governo II ndash quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econocircmicas na forma do Anexo 1 III ndash quadro discriminatoacuterio da receita por fontes e respectiva legislaccedilatildeo IV ndash quadro das dotaccedilotildees por oacutergatildeos do Governo e da Administraccedilatildeo sect 2ordm Acompanharatildeo a Lei de Orccedilamento I ndash quadros demonstrativos da receita e planos de aplicaccedilatildeo dos fundos especiais II ndash quadros demonstrativos da despesa na forma dos Anexos ndegs 6 e 9 III ndash quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo em termos de realizaccedilatildeo de obras e de prestaccedilatildeo de serviccedilos
Mesmo em um periacuteodo de autoritarismo militar esta lei foi sem duacutevida
nenhuma um grande avanccedilo para a administraccedilatildeo puacuteblica nos trecircs niacuteveis de
governo Vigora ateacute a presente data sem nenhuma alteraccedilatildeo Existe hoje uma
proposta de alteraccedilatildeo que tramita no congresso nacional mas sem mudanccedilas
significativas em seu conteuacutedo
Outro elemento significativo foi o Decreto-lei ndeg 20067 Instrumento da
Reforma Administrativa de 1967 criou o Ministeacuterio do Planejamento e
Coordenaccedilatildeo Geral que dentre outras atribuiccedilotildees ficou incumbido da
elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e da proposta orccedilamentaacuteria anual
Deacutecada de 1980 - Constituiccedilatildeo Cidadatilde
Com a CF de 1988 retornou ao congresso as discussotildees sobre planejamento
e orccedilamento que consagrou princiacutepios fundamentais como legalidade
moralidade impessoalidade Publicidade eficiecircncia e do interesse puacuteblico
Esta constituiccedilatildeo tratou dentre outros temas fundamentais para o paiacutes sobre o
processo de planejamento e orccedilamento instituindo o Art 165 conforme
descrito
25
Art 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabeleceratildeo I - o plano plurianual II III sect 1ordm - A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraccedilatildeo continuada
Foi um avanccedilo no sentido de determinar regras mais claras especialmente
quando se unifica em um uacutenico instrumento diretrizes objetivos e metas para
todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
No mesmo artigo tambeacutem foi tratado sobre a Lei de Diretrizes Orccedilamentaacuterias ndash
(LDO) e Lei Orccedilamentaacuteria Anual (LOA) Esta constituiccedilatildeo estabeleceu que
nenhum plano setorial ou qualquer plano do governo deve estar em desacordo
com o Plano Plurianual (PPA)
Do ponto de vista de avaliaccedilatildeo e controle na execuccedilatildeo destes instrumentos de
planejamento foi um grande avanccedilo se observarmos o constante no artigo 74
Este artigo estabeleceu a implementaccedilatildeo de um sistema integrado de controle
interno com o principal objetivo de avaliar o cumprimento das metas
estabelecidas nas accedilotildees governamentais conforme descrito a seguir
Art 74 Os Poderes Legislativo Executivo e Judiciaacuterio manteratildeo de forma integrada sistema de controle interno com a finalidade de I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual a execuccedilatildeo dos programas de governo e dos orccedilamentos da Uniatildeo II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto agrave eficaacutecia e eficiecircncia da gestatildeo orccedilamentaacuteria financeira e patrimonial nos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo federal bem como da aplicaccedilatildeo de recursos puacuteblicos por entidades de direito privado III - exercer o controle das operaccedilotildees de creacutedito avais e garantias bem como dos direitos e haveres da Uniatildeo IV - apoiar o controle externo no exerciacutecio de sua missatildeo institucional sect 1ordm - Os responsaacuteveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade dela daratildeo ciecircncia ao Tribunal de Contas da Uniatildeo sob pena de responsabilidade solidaacuteria sect 2ordm - Qualquer cidadatildeo partido poliacutetico associaccedilatildeo ou sindicato eacute parte legiacutetima para na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da Uniatildeo
26
Mesmo com os grandes avanccedilos na Constituiccedilatildeo o processo de
implementaccedilatildeo e a formalidade herdada do regime militar natildeo foram
superados com a rapidez necessaacuteria para implementar completamente tais
dispositivos com a eficiecircncia desejada
O Primeiro PPA
Segundo Castro e Garcia (2004 p55) a ineficaacutecia do primeiro PPA como
organizador das iniciativas governamentais que buscavam enfrentar alguns
problemas nacionais foi evidenciado pelo relatoacuterio Retrato do Desperdiacutecio no
Brasil da Comissatildeo Temporaacuteria das Obras Inacabadas do Senado Federal
(Brasil Senado Federal 1995) Neste relatoacuterio constatou-se a existecircncia de
milhares de obras que foram iniciadas absorveram grande soma de recursos e
natildeo estatildeo cumprindo a sua finalidaderdquo A Comissatildeo ldquocadastrou 2214 obras
onde foram aplicados mais de R$ 150 bilhotildeesrdquo
Mais uma vez ao contraacuterio do que era esperado o PPA serviu somente para
cumprir norma constitucional deste periacuteodo de 1991 a 1995 De competecircncia
do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PPA foi pouco discutido pelo
Congresso Nacional e aprovado sem muitas discussotildees
PPA 1996-1999 ndash Brasil em Accedilatildeo
O resultado ao final deste plano natildeo foi positivo considerando que manteve a
situaccedilatildeo econocircmica sem apontar para nenhum avanccedilo relacionado aos iacutendices
econocircmicos e sociais o maior e mais importante objetivo
PPA 2000 ndash 2003 ndash Avanccedila Brasil
Um avanccedilo considerado importante no PPA 2000-2003 foi o direcionamento
das accedilotildees prioritaacuterias em um programa especial do governo denominado
ldquoBrasil em Accedilatildeordquo Este plano recebeu um gerenciamento especial recebido
27
provando que resultados podem efetivamente ser alcanccedilados quando existe
um acompanhamento efetivo Iniciativa importante para o planejamento no
Brasil foi a nomeaccedilatildeo de um gerente para acompanhamento dos projetos
tendo como atribuiccedilatildeo a interlocuccedilatildeo com os diversos atores envolvidos no
processo
Conforme Castro e outro (2004 p 57) em 14 de outubro 1997 foi instituiacutedo um
grupo de trabalho4 tendo como principal finalidade a elaboraccedilatildeo de projeto de
lei complementar regulamentadora do art 165 sect 9ordm da Constituiccedilatildeo Federal de
1988 O grupo de trabalho objetiva integrar o que foi planejado com a
programaccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Conforme Castro e Garcia (2004 p 57) o PPA do periacuteodo 2000-2003 teve
como marco inicial o Decreto 2829 e a Portaria MPO ndeg 42 de 14 de abril de
1999 que estabeleceram normas e conceitos para a elaboraccedilatildeo e
acompanhamento incluindo a gestatildeo dos Orccedilamentos
Com estas inovaccedilotildees ficou claro que a intenccedilatildeo era incluir elementos no
planejamento puacuteblico que definiriam responsabilidades gerenciais para
execuccedilatildeo das accedilotildees do setor puacuteblico O objetivo era criar mecanismos de
aproximaccedilatildeo entre o setor privado e o setor puacuteblico valorizando a
descentralizaccedilatildeo para Estados Municiacutepios e terceiro setor para melhorar os
resultados a serem alcanccedilados na execuccedilatildeo dos programas de governo
Conforme Castro e Garcia (2004 p 58) a partir do Grupo de Trabalho de
1997 foi proposto um novo conceito de Programa de Governo que passou a
ser definido como unidade baacutesica de organizaccedilatildeo do PPA e de integraccedilatildeo
orccedilamentaacuteria
4 Composto pelo Ministeacuterio do Planejamento e Orccedilamento (SPA SOF SEST IPEA IBGE) e da Fazenda 9STN SFC SRF BACEN) do Tribunal de Contas da Uniatildeo do CONFAZ do IBAM da ABOP e da Associaccedilatildeo dos Profissionais em Financcedilas Puacuteblicas
28
Esta nova etapa permite concluir que os dois instrumentos (PPA e LOA)
passam a ter uma harmonia ou compatibilidade pois os dois estavam
direcionados para soluccedilatildeo de problemas comuns
Os programas de governo foram tipificados em Programas de Gestatildeo de
Poliacuteticas Puacuteblicas Programas de Serviccedilos ao Estado e Programas de Apoio
administrativo Tambeacutem as accedilotildees governamentais conforme Portaria 42 foram
divididas em Atividade Projeto e Operaccedilotildees Especiais
Houve diversos avanccedilos no planejamento puacuteblico dentre eles a criaccedilatildeo junto
ao Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo o Sistema de
Informaccedilotildees Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN tendo como objetivo o
acompanhamento e a avaliaccedilatildeo da execuccedilatildeo das accedilotildees governamentais para
melhor aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O PPA 2004-2007 mesmo com a mudanccedila do Chefe do Executivo Federal
manteve a mesma metodologia quanto aos conceitos instituiacutedos pela Portaria
42 de 1999 A anaacutelise sobre PPA seraacute aprofundada no capiacutetulo ldquoA Lei de
Responsabilidade Fiscal e o Planejamentordquo
PPA 2004 ndash 2007 ndash Brasil de Todos
Conforme Castro e Garcia (2004 p 61) o presidente Luiz Inaacutecio Lula da Silva
empossado em 1ordm de janeiro de 2003 manteve a metodologia instituiacuteda em
2000
No proacuteximo capiacutetulo trataremos do surgimento da LRF e sua influecircncia no
planejamento governamental especialmente na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
de planejamento puacuteblico no Brasil PPA LDO e LOA e a compatibilidade entre
estes instrumentos
29
22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
221 Introduccedilatildeo
Inicialmente eacute importante um relato sobre os caminhos percorridos pela
federaccedilatildeo brasileira ateacute chegar no momento histoacuterico da regulamentaccedilatildeo do
art 163 da CF de 1988 Abordaremos sobre o tema especialmente sob o
ponto de vista da reparticcedilatildeo tributaacuteria que culminou na aprovaccedilatildeo e
promulgaccedilatildeo da LRF em maio de 2000
A Federaccedilatildeo brasileira foi marcada por um movimento pendular que ora
centralizava ou descentralizava o poder no governo central ou nas entidades
sub-nacionais Foi notoacuteria esta predominacircncia de centralizaccedilatildeo na Uniatildeo isto
em todos os aspectos sejam eles tributaacuterios poliacuteticos econocircmicos ou legais
a partir sobretudo dos anos 30
Se comparado com os Municiacutepios a autonomia dos Estados estava em
processo mais acelerado A maior conquista foi com a aprovaccedilatildeo da CF de
1988 na qual os Municiacutepios tambeacutem foram contemplados com mais
autonomia especialmente com a descentralizaccedilatildeo de recursos tributaacuterios com
recebimento de transferecircncias de tributos da Uniatildeo e dos Estados bem como
com a competecircncia para instituir e cobrar alguns tributos de sua
responsabilidade Ressalte-se que tal conquista natildeo foi muita surpresa uma
vez que se tratava de uma tendecircncia mundial a reforma dos modelos de
governo
No entanto conforme Costa (apud de Avelar e Octaacutevio 2007 p 214) a
descentralizaccedilatildeo veio em um momento de crise fiscal do governo central em
que a transferecircncia dos impostos e receitas para os governos subnacionais5
5 Satildeo os entes federados Estados e Municiacutepios
30
dificultava o ajuste fiscal pelo governo ajuste necessaacuterio para que o Estado
brasileiro nacional retomasse sua capacidade de investimento e reduzisse as
desigualdades regionais
O grande desafio do paiacutes era conciliar este novo modelo com as necessidades
da populaccedilatildeo ampliando a capacidade da maacutequina estatal para atender a
grande demanda de serviccedilos puacuteblicos existentes Caso contraacuterio de nada
adiantaria os esforccedilos para esta nova etapa do Estado brasileiro
O agravamento da crise do Estado brasileiro fenocircmeno que data da mesma deacutecada da abertura democraacutetica e da entrada em vigor da nova Carta Magna acabou fortalecendo as iniciativas de transferecircncia de encargos para os Estados e os Municiacutepios Entretanto essa descentralizaccedilatildeo nem sempre foi fruto de uma accedilatildeo programada e os recursos transferidos para fazer frente aos novos encargos muitas vezes mostraram-se insuficientes O fortalecimento do papel dos Municiacutepios atraveacutes das mudanccedilas constitucionais e do proacuteprio processo de transferecircncia de encargos jaacute mencionados aumentou suas responsabilidades muitas vezes em ritmo superior ao das capacidades exigidas para enfrentaacute-las (CHALFUN 2001 p 6)
Nesse cenaacuterio o aprimoramento da gestatildeo puacuteblica assume uma importacircncia
fundamental Um dos aspectos mais importantes desse aprimoramento eacute a
necessidade de maior responsabilidade eficiecircncia e austeridade do gestor
local em relaccedilatildeo ao planejamento e agrave administraccedilatildeo das despesas e das
receitas municipais de forma a possibilitar o enfrentamento dos dilemas
econocircmico-sociais e ambientais deste iniacutecio de seacuteculo
Pensando de maneira um pouco diferenciada Costa (apud de Avelar e Octaacutevio
2007 p 220) considera que o que culminou na aprovaccedilatildeo da LRF em 2000 e
que caracterizou um dos problemas centrais do federalismo foi a transferecircncia
de responsabilidades dos Estados e Municiacutepios para a Uniatildeo Os Estados e
Municiacutepios gastavam mais do que arrecadavam se endividavam e depois
procuravam ajuda do governo federal Ao longo de toda a histoacuteria republicana
os governos estaduais procuraram transferir suas diacutevidas para o governo
federal realizando novos empreacutestimos no mercado aumentando a diacutevida
federal num eterno ciclo de endividamento e inflaccedilatildeo
31
A Tabela 1 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida liacutequida do setor puacuteblico em
anos recentes
TABELA 1
Diacutevida Liacutequida do Setor Puacuteblico
Ano Governo Federal Estados e Municiacutepios Soma 1991 341 79 420 1992 299 74 373 1993 272 91 363 1994 230 93 323 1995 194 100 294 1996 182 98 280 1997 200 106 306 1998 206 121 327 1999 333 138 471 2000 302 148 450
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
Os dois pontos de vista satildeo importantes O primeiro refere-se a autonomia dos
Estados e dos Municiacutepios Estes uacuteltimos com os recursos que recebiam natildeo
atendiam as demandas por serviccedilos que a sociedade esperava
Aleacutem disse ocorria um conflito de responsabilidades entre os entes e para
exemplificar podemos mencionar a questatildeo da seguranccedila puacuteblica que eacute
compartilhada entre os trecircs entes
Por outro lado ocorria de fato a transferecircncia de diacutevidas especialmente dos
Estados originaacuterias da maacute gestatildeo dos recursos A falta de limites ou regras
claras para as diretrizes da administraccedilatildeo e a inexistecircncia de puniccedilatildeo
associado agrave necessidade de manutenccedilatildeo da estabilidade monetaacuteria foram
razotildees suficientes para a implementaccedilatildeo da Lei de Responsabilidade Fiscal
que seraacute tratada no proacuteximo sub-capiacutetulo
222 Surgimento da LRF
Como jaacute relatou-se os altos iacutendices de endividamento das administraccedilotildees
puacuteblicas no Brasil o aumento das despesas puacuteblicas especialmente despesas
32
para manutenccedilatildeo do governo e o deacuteficit puacuteblico ao longo de vaacuterias deacutecadas
culminaram no comprometimento de investimentos em infra-estrutura em aacutereas
extremamente necessaacuterias como sauacutede educaccedilatildeo seguranccedila e outras aacutereas
sociais Isso impedia o paiacutes de crescer de maneira sustentaacutevel
A Tabela 2 a seguir mostra a evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor
Puacuteblico (DILSP) no Brasil entre 1991 e 2000 Essa grandeza eacute liacutequida pois
exclui creacuteditos diversos do setor puacuteblico entre os quais sobressaem depoacutesitos
no sistema bancaacuterio e no Banco Central e disponibilidades e aplicaccedilotildees
diversas e vaacuterios fundos constitucionais
TABELA 2 A evoluccedilatildeo da Diacutevida Interna Liacutequida do Setor Puacuteblico no Brasil entre 1991 e 2000
ANO DILSP ( do PIB) ()
1991 420 ------- 1992 373 -110 1993 363 -27 1994 323 -1101 1995 294 -898 1996 280 -47 1997 306 93 1998 327 70 1999 471 440 2000 450 -44
Fonte Banco Central do Brasil Boletim Seccedilatildeo Financcedilas Puacuteblicas (BCB BoletimF Puacutebl)
A LRF brasileira surgiu com o objetivo principal de implementar mecanismos de
controle e maior responsabilidade na gestatildeo fiscal tanto para Municiacutepios
quanto para Estados Distrito Federal Uniatildeo e suas autarquias e entidades a
elas pertencentes
Como jaacute mencionado anteriormente natildeo eacute por acaso que a LRF brasileira foi
inspirada em grande parte no modelo da Nova Zelacircndia Mesmo sendo um paiacutes
tatildeo diferente do ponto de vista geograacutefico e populacional o modelo
neozelandecircs tem despertado conforme Piancastelli (2006 p 11) atenccedilatildeo de
analistas poliacuteticos de Executivos de grandes empresas e de autoridades de
governo em todo o mundo
33
Piancastelli ainda relata os trecircs instrumentos principais que reverteram o
quadro complicado da Nova Zelacircndia sendo o Ato do setor Estado de 1988 o
Ato das Financcedilas Puacuteblicas de 1989 e o Ato de Responsabilidade Fiscal de
1994 Estes instrumentos foram consolidados pelo parlamento em dezembro
de 2003 com alguns aperfeiccediloamentos
A mudanccedila do quadro da Nova Zelacircndia se deu efetivamente a partir de 1994
apoacutes vaacuterias deacutecadas de deacuteficits puacuteblicos e endividamento com a instituiccedilatildeo do
Ato de Responsabilidade Fiscal ou Fiscal Responsibility Act cujos princiacutepios
satildeo
1ordm - Eacute obrigatoacuterio que o governo mantenha superaacutevits operacionais
ateacute que a diacutevida a puacuteblica seja reduzida a niacuteveis prudentes
2ordm - Uma vez atingidos tais patamares para a diacutevida puacuteblica eles
devem ser mantidos Para tanto as contas puacuteblicas deveratildeo manter
um superaacutevit operacional meacutedio quando considerado um periacuteodo
razoaacutevel
3ordm - Alcanccedilar e manter um niacutevel de patrimocircnio liacutequido governamental
capaz de natildeo soacute propiciar ao estado condiccedilotildees de manter a
adequaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos mas tambeacutem de assegurar esta
capacidade ante a choques adversos
4ordm - Gerenciar os riscos fiscais com os quais o governo possa se
defrontar
5ordm - Implementar poliacuteticas fiscais que sejam compatiacuteveis com a
estabilidade e a previsibilidade das aliacutequotas ora vigentes (PIANCASTELLI 2006 p 12)
As duas leis possuiacuteam objetivo comum de controlar as contas puacuteblicas Isso
era essencial para reverter tributos e outras receitas em serviccedilos puacuteblicos para
sociedade No entanto estas leis possuem diferenccedilas marcantes decorrentes
do direito da qual se originam
O Fiscal Responsibility Act recebe influecircncia dos princiacutepios de funcionamento
do Direito Consetudinaacuterio Anglo-Saxatildeo O que significa que a lei estabelece
princiacutepios gerais para a accedilatildeo dos governos e natildeo regras riacutegidas e especiacuteficas
34
como no caso da lei brasileira com limites expliacutecitos de pessoal
endividamento e regras para inscriccedilatildeo em restos a pagar
A LRF brasileira apesar de basear-se na implementaccedilatildeo e funcionamento do
Ato de Responsabilidade fiscal da Nova Zelacircndia seguiu a tradiccedilatildeo do direito
romano-germacircnico isso devido ao fato de este direito possuir tendecircncia a
fixaccedilatildeo de regras claras e riacutegidas para a atuaccedilatildeo dos indiviacuteduos Fator
necessaacuterio ao sistema legal brasileiro vigente ateacute entatildeo incapaz de punir
infratores
Outra diferenccedila jaacute destacada eacute a dimensatildeo territorial O Brasil possui mais de
5500 Municiacutepios distribuiacutedos entre os diversos Estados da federaccedilatildeo e dentre
eles diversas entidades sujeitas a aplicaccedilatildeo das regras
Alguns pesquisadores e especialistas mesmo considerando os efeitos
beneacuteficos na LRF brasileira acharam que ela natildeo teve um amadurecimento
necessaacuterio Sua discussatildeo e aprovaccedilatildeo foi muito raacutepida Em 12 de maio de
1999 instalou-se uma comissatildeo especial para discutir o projeto de Lei de
Responsabilidade Fiscal na cacircmara dos deputados no dia 18 do mesmo mecircs
promoveu-se a primeira audiecircncia puacuteblica Em 14 de dezembro do mesmo ano
a comissatildeo especial aprovou o projeto por dezessete votos a cinco
Em 25 de janeiro de 2000 por 385 votos favoraacuteveis e 86 contraacuterios a Cacircmara
dos deputados aprovou a lei complementar que regulamentava a
responsabilidade fiscal na administraccedilatildeo puacuteblica brasileira No dia 04 de abril o
referido projeto foi aprovado sem emendas e encaminhado para sanccedilatildeo que
se efetivou no dia 04 de maio de 2000
223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
Como se viu em sub-capiacutetulo anterior o planejamento puacuteblico no Brasil vinha
sendo instituiacutedo haacute vaacuterias deacutecadas No entanto os efeitos da implementaccedilatildeo
35
de vaacuterios planos isolados PPAs LDOs e LOAs natildeo surtiram os efeitos
desejados Houve um crescente e indiscriminado endividamento do setor
puacuteblico em todas as esferas de governo isso confirma que as metas e
objetivos dos planos natildeo foram suficientes para conter tal endividamento
Para Waterston (1969 p13) as discussotildees sobre planejamento satildeo antigas e
desde a segunda guerra mundial tem-se acumulado uma consideraacutevel
bibliografia sobre este tema No entanto praticamente toda esta bibliografia era
direcionada para como deveria ser praticado o planejamento para a forma em
que o planejamento deveria funcionar ou na visatildeo do autor natildeo se partia de
experiecircncias concretas Isso pode explicar esta falta de ecircxito do planejamento
O que ocorreu foi uma discrepacircncia entre as diversas teorias e a praacutetica do
planejamento
Segundo Waterston (1969 p 16) eacute um erro imaginar que um certo sistema de
planejamento ou determinada classe de plano seja a chave do
desenvolvimento de uma naccedilatildeo A maior parte dos paises natildeo aceitam na
praacutetica o planejamento com isso os planejadores somente conseguem
separar suas atividades e seus planos do processo de planejamento
O que deve ser praticado conforme Waterston (1969 p 17) eacute ldquoexaminar as
coisas como elas satildeo observar o que eacute realmente necessaacuterio fazer estudar os
meios que conta para realizaacute-lo e entatildeo a partir daiacute elaborar medidas praticas
para procederrdquo
Para o autor o caminho natildeo eacute tatildeo simples como imaginam alguns planejadores
um diagnoacutestico sucinto e situacional deve ser previamente elaborado de forma
que os planos possam ser direcionados para a realidade daquele paiacutes A teoria
eacute importante mas ela tem que ser aplicaacutevel e complementar agraves accedilotildees
Outro fator importante citado por Waterston (1969 p 256) eacute que os planos
podem ser executados poreacutem sem alcanccedilar eficaacutecia O autor menciona
36
experiecircncia do Paquistatildeo onde na tentativa de alcanccedilar niacuteveis desejados de
equiliacutebrio fiscal criou-se um sistema de controle financeiro centralizado no
Ministeacuterio da Fazenda apoiado em um sistema burocraacutetico para autorizaccedilatildeo da
execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria Poreacutem na realidade o orccedilamento foi executado nas
unidades chamadas operativas tornando assim o controle ineficaz
Um dos pontos principais para o alcance dos objetivos dos planos eacute uma
coordenaccedilatildeo central organizada de maneira a gerenciar a execuccedilatildeo dos
planos evitando desperdiacutecios e desvios conforme Waterston (1969 p 259)
Um exemplo praacutetico de falta de coordenaccedilatildeo central eacute o ocorrido em
Madagascar em que o Ministeacuterio encarregado de repavimentar uma estrada
repavimentou a estrada antes que o Ministeacuterio das Telecomunicaccedilotildees tivesse
colocado os cabos telefocircnicos subterracircneos
O autor ainda revela que com uma fragmentaccedilatildeo ou duplicaccedilatildeo de funccedilotildees
torna difiacutecil conseguir que todas as entidades governamentais interessadas
faccedilam o que eacute requerido para realizar os projetos e os programas de acordo
com uma poliacutetica coerente
O insucesso dos planos se deve a esses fatores e ainda conforme W Lewis6
apud de Waterston (1969 p 267) ouvimos muito sobre a corrupccedilatildeo nas naccedilotildees subdesenvolvidas mas o dano feito pelo suborno ou pelo roubo raramente excede a centenas de milhares e ainda que do ponto de vista moral isto seja deploraacutevel eacute sumamente pequeno se comparado com o estrago que se faz designando pessoas para ocupar os grandes postos para os quais natildeo tecircm a competecircncia apropriada7
Para W Lewis (apud de WATERSTON 1969 p 267) os males da falta de
resultados natildeo estatildeo associados a fatores isolados A distacircncia entre os
6 Arthur W Lewis 7 Traduccedilatildeo Nossa (Waterston 1969 p 267) Oiacutemos mucho acerca de la corrupcioacuten en las naciones subdesarrolladas pero el dantildeo hecho por el soborno o po el robo rara vez excede a cientos de miles de libras al antildeo y aunque desde un punto de vista moral esto es deccedilorable es sumamente pequentildeo si se le compara con el dantildeo que se hace desingando personas para ocupar los grandes puestos para los cuales no tienen la competencia apropriada
37
planejadores e especialistas elaboradores de planos entre dirigentes e oacutergatildeos
decisoacuterios dos governos eacute o fator que mais impede o ecircxito dos planos
estabelecidos
Para Waterston (1969 p 271) talvez a maior parte dos planejadores e dos
especialistas em administraccedilatildeo puacuteblica assumem a posiccedilatildeo de que a melhora
administrativa eacute uma condiccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel Todavia
especialistas no assunto creditam o sucesso dos planos a uma anterior
reestruturaccedilatildeo da maacutequina administrativa como condiccedilatildeo de que os resultados
sejam alcanccedilados somente os planos isolados natildeo surtiriam os efeitos
desejados
Ainda conforme Waterston (1969 p 272)
As proposiccedilotildees para mudanccedilas de sistemas administrativos de paiacuteses em desenvolvimento satildeo com frequumlecircncia obras de especialistas estrangeiros que se guiam por princiacutepios que funcionam bem nas naccedilotildees avanccediladas A aplicaccedilatildeo desses princiacutepios podem requerer inovaccedilotildees maiores ou o enxerto de formas institucionais estranhas a tradiccedilatildeo da naccedilatildeo que recebe a assessoria Em muitos casos portanto as naccedilotildees menos desenvolvidas ou se recusam a adotar as preposiccedilotildees ou se as adotam descobrem que natildeo operam bem porque natildeo satildeo aceitas8
O bom planejador natildeo deve simplesmente estabelecer metas e objetivos
mesmo que bem delineados Ele deve ainda quando sabedor dos obstaacuteculos
administrativos para o alcance dos planos natildeo soacute recomendar correccedilatildeo dos
planos como tomar medidas especiacuteficas para criar um sistema administrativo
capaz de viabilizar a realizaccedilatildeo das metas e objetivos
No Brasil presenciou-se no acircmbito do governo federal mesmo com orccedilamento
aprovado pelo congresso com recursos disponibilizados e accedilotildees 8 Traduccedilatildeo nossa (Waterston 1969 p 272) Las proposiciones para revisar los sistemas administrativos em las naciones menos desarrolladas a menudo son obra de expertos extranjeros que se guiacutean por princiacutepios que funcionan bien en las naciones avanzadas La aplicacioacuten de estos principios pueden requerir innovacines mayores o el injerto de formas instucionales extrantildeas e la tradicioacuten de la nacioacuten que recibe la asesoriacutea En muchos casos por tanto las naciones menos desarrolladas o bien se rechusan a adoptar das proposiciones o si las adoptan hallan que no operan bien porque no son aceptadas
38
governamentais aprovadas estas natildeo foram realizadas pelos ministeacuterios
Sobraram recursos financeiros no caixa do governo devido aos diversos
fatores mencionados anteriormente como a burocracia e a incapacidade
administrativa
A seguir trataremos de um dos principais instrumentos de planejamento e da
contribuiccedilatildeo da LRF para evoluccedilatildeo do planejamento no Brasil uma tentativa de
minimizar os efeitos dos problemas enfrentados pelos planejadores
A Constituiccedilatildeo de 1988 fortalece e cria regras mais claras para o planejamento
puacuteblico brasileiro Aleacutem de instituir formalmente a figura do plano plurianual
estabelece criteacuterios relativos aos planos nacionais regionais e setoriais de
desenvolvimento econocircmico e social
Para Andrade Batista e Souza apud de Aguilar et al (2004 p 8)
no PPA deve conter a delimitaccedilatildeo e a enunciaccedilatildeo das diretrizes geneacutericas e abrangentes com os respectivos objetivos programas accedilotildees e metas inclusive com valores financeiros possibilitando a cobertura das definiccedilotildees governamentais que se queira executar
Para a compreensatildeo efetiva desse importante instrumento de planejamento
puacuteblico no atual seguimento vejamos o conceito de plano plurianual no
entendimento de Chalfun (2001 p 26) instrumento para planejar as accedilotildees governamentais de caraacuteter mais estrateacutegico poliacutetico e de longo prazo a ser considerado pelos administradores municipais Sendo o instrumento que evidencia o programa de trabalho do governo e no qual se enfatizam as poliacuteticas as diretrizes e as accedilotildees programadas no longo prazo e os respectivos objetivos a serem alcanccedilados devidamente quantificados fisicamente (grifo nosso)
Vejamos ainda o conteuacutedo baacutesico do plano plurianual conforme a
Constituiccedilatildeo Federal CF de 1988 art 165 sect1deg A lei que instituir o plano plurianual estabeleceraacute de forma regionalizada as diretrizes objetivos e metas da administraccedilatildeo puacuteblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para os programas de duraccedilatildeo continuada
39
No sect 9ordm do mesmo art 165 a Constituiccedilatildeo determina que lei complementar
entre outros assuntos trataraacute da elaboraccedilatildeo e da organizaccedilatildeo do plano
plurianual regulando o conteuacutedo acima
CF de 1988 art 165 sect 9ordm Cabe agrave lei complementar I - dispor sobre o exerciacutecio financeiro a vigecircncia os prazos a elaboraccedilatildeo e a organizaccedilatildeo do plano plurianual da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e da lei orccedilamentaacuteria anual II - estabelecer normas de gestatildeo financeira e patrimonial da administraccedilatildeo direta e indireta bem como condiccedilotildees para a instituiccedilatildeo e funcionamento de fundos
E para um melhor entendimento sobre os conceitos instituiacutedos no artigo acima
a seguir apresenta-se tabela com definiccedilotildees e exemplos de cada item
incluindo outros importantes natildeo mencionados na referida norma
O Quadro 1 a seguir poderaacute ajudar no entendimento sobre as definiccedilotildees
40
QUADRO 1 Definiccedilotildees sobre Conteuacutedo do PPA
Tiacutetulos Definiccedilotildees Exemplos Diretrizes Poliacuteticas direccedilatildeo
apontam rumos buacutessolas
No governo Lula foram definidas trecircs diretrizes baacutesicas 1) Inclusatildeo social e reduccedilatildeo das desigualdades sociais 2) Crescimento com geraccedilatildeo de emprego e renda ambientalmente sustentaacutevel e redutor das desigualdades regionais 3) Promoccedilatildeo e expansatildeo da cidadania e fortalecimento da democracia
Objetivos Resultados esperados Executar as accedilotildees de prevenccedilatildeo e de melhoria do atendimento meacutedico-ambulatorial e hospitalar
Programas Conjunto de accedilotildees Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Baacutesica Accedilotildees Alvo a ser atingido
Iniciativas tais como Projetos atividades operaccedilotildees especiais
Definir o que vai fazer Ex construir comprar reformar atender manter os produtos Escola preacutedio veiacuteculo etc
Metas Fiacutesicas Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de itens com quantitativos de aquisiccedilotildees construccedilotildees serviccedilos disponibilizados populaccedilatildeo atendida etc
Metas Fiscais Medidas e indicadores Identificaccedilatildeo de receitas bases de caacutelculo e percentual a aplicar
Projetos Resulta um produto que concorre para a expansatildeo ou o aperfeiccediloamento da accedilatildeo de governo
Construccedilatildeo de unidades de sauacutede
Atividades Resulta um produto necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da accedilatildeo de governo
Manutenccedilatildeo de Unidades de Sauacutedes
Operaccedilotildees especiais
Natildeo contribuem para a manutenccedilatildeo Natildeo resulta um produto Natildeo geram contraprestaccedilatildeo direta sob a forma de bens ou serviccedilos
Amortizaccedilotildees e encargos de diacutevidas
Fonte Adaptaccedilatildeo do autor
A ausecircncia da lei complementar faz com que existam muitas interrogaccedilotildees
sobre como elaborar o PPA Alguns autores procuraram tratar do assunto como
forma de suprir a falta da legislaccedilatildeo especiacutefica
No entendimento de Giacomoni apud de Aguilar et al (2004 p 20)
regionalizaccedilatildeo na Uniatildeo seria como exemplo o proposto no PPA 2000-2003
elaborado na Uniatildeo que distribuiu a programaccedilatildeo entre as regiotildees
macroeconocircmicas Norte Nordeste Sudeste Sul e Centro-Oeste As normas
41
baixadas traziam instruccedilotildees para a elaboraccedilatildeo do PPA prevendo a regionalizaccedilatildeo
das metas por Estado No entanto essa determinaccedilatildeo natildeo foi observada e o plano
continuou nos moldes tradicionais ou seja segundo as cinco regiotildees
Jaacute nos Estados natildeo haacute modelos uacutenicos de regionalizaccedilatildeo a serem utilizados
no planejamento Assim sendo eacute recomendaacutevel que cada Estado adote
criteacuterios de regionalizaccedilatildeo que atendam da melhor forma possiacutevel agraves
necessidades da programaccedilatildeo Em alguns Estados a base da regionalizaccedilatildeo eacute
a estrutura administrativa em outros utilizam-se nuacutecleos de desenvolvimento
Nos Municiacutepios a regionalizaccedilatildeo dos planos plurianuais municipais traz
desafios ainda maiores especialmente nos Municiacutepios de pequeno porte
Provavelmente apenas os Municiacutepios maiores com experiecircncia em
zoneamento e em administraccedilatildeo descentralizada - subprefeituras - poderatildeo
realizar de maneira vantajosa a regionalizaccedilatildeo do PPA
Quanto aos prazos para elaboraccedilatildeo de envio ao Legislativo na falta de lei
complementar vigora o estabelecido no Ato das Disposiccedilotildees Constitucionais
Transitoacuterias (ADCT)9 no acircmbito federal o projeto de lei seraacute encaminhado pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional ateacute quatro meses antes do
encerramento do exerciacutecio ndash 31 de agosto ndash e devolvido para sanccedilatildeo ateacute o
encerramento da sessatildeo legislativa ndash 15 de dezembro Os Municiacutepios por
simetria podem no caso de natildeo existecircncia de lei complementar adotar os
mesmos prazos da referida norma
Conforme Vainer et al (2007) o PPA tem um ciclo em sua gestatildeo decorrente
da proacutepria dinacircmica do planejamento estrateacutegico conforme etapas a seguir
Elaboraccedilatildeo Implantaccedilatildeo Monitoramento Avaliaccedilatildeo Revisatildeo
9 Constituiccedilatildeo Federal de 1988 ADCT art 35 sect 2ordm I
42
Na fase de elaboraccedilatildeo constroacutei-se a base para definiccedilatildeo dos programas e
accedilotildees atraveacutes dos quais se materializaraacute a accedilatildeo do governo Este apresentaraacute
ao Legislativo um projeto de lei para discussatildeo e aprovaccedilatildeo
Esta materializaccedilatildeo ocorreraacute na execuccedilatildeo do orccedilamento puacuteblico constituindo-
se em prestaccedilatildeo de serviccedilos agrave sociedade pelo governo cujo objetivo principal eacute
interesse puacuteblico
A fase de implementaccedilatildeo ocorre apoacutes o plano aprovado e disponibilizado para
a execuccedilatildeo com seus programas e accedilotildees governamentais
A etapa de monitoramento refere-se ao acompanhamento da execuccedilatildeo das
accedilotildees dos programas Ela eacute fundamental para o alcance das metas e
indicadores constantes nas accedilotildees e programas
A avaliaccedilatildeo dos planos busca aferir ateacute que ponto as estrateacutegias adotadas e as
poliacuteticas puacuteblicas desenvolvidas atendem a demandas da sociedade que
nortearam a elaboraccedilatildeo dos programas que integram o PPA
A revisatildeo surge das fases de monitoramento e avaliaccedilatildeo do plano Neste
momento eacute importante a adequaccedilatildeo caso necessaacuteria que pode ser originaacuteria
de fatores internos e externos da conjuntura poliacutetica social e econocircmica
A Lei de Responsabilidade Fiscal com contribuiccedilatildeo fundamental para o
planejamento puacuteblico brasileiro em seu artigo 16 prescreve
A criaccedilatildeo expansatildeo ou aperfeiccediloamento de accedilatildeo governamental que acarrete aumento da despesa seraacute acompanhado de II - declaraccedilatildeo do ordenador da despesa de que o aumento tem adequaccedilatildeo orccedilamentaacuteria e financeira com a lei orccedilamentaacuteria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
43
Jaacute o art 17 da LRF dispotildee
Art 17 Considera-se obrigatoacuteria de caraacuteter continuado a despesa corrente derivada de lei medida provisoacuteria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigaccedilatildeo legal de sua execuccedilatildeo por um periacuteodo superior a dois exerciacutecios sect 1o sect 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deveratildeo ser instruiacutedos com a estimativa prevista no inciso I do art 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio sect 2o Para efeito do atendimento do sect 1o o ato seraacute acompanhado de comprovaccedilatildeo de que a despesa criada ou aumentada natildeo afetaraacute as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no sect 1o do art 4o devendo seus efeitos financeiros nos periacuteodos seguintes ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela reduccedilatildeo permanente de despesa sect 3o sect 4o A comprovaccedilatildeo referida no sect 2o apresentada pelo proponente conteraacute as premissas e metodologia de caacutelculo utilizadas sem prejuiacutezo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orccedilamentaacuterias (grifo nosso)
Em seu art 45 reafirma o fundamento conforme descrito a seguir
Art 45 Observado o disposto no sect 5o do art 5o a lei orccedilamentaacuteria e as de creacuteditos adicionais soacute incluiratildeo novos projetos apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Os artigos mencionados seguiram o direcionamento jaacute previsto na Portaria
42MP de 1999 da STN na qual consta que os programas e accedilotildees previstos no
PPA devem ser alocados na Lei Orccedilamentaacuteria Anual transformando-se em
projetos e atividades Nesta com detalhamento por natureza de despesa
A compatibilizaccedilatildeo entre os instrumentos PPA LDO e LOA deveraacute ser
observada constantemente na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo dos instrumentos de
planejamento Os trecircs instrumentos natildeo devem ter sua elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo
de forma isolada e sempre deve observar-se o conteuacutedo dos primeiros para
construccedilatildeo dos demais consagrando o princiacutepio do planejamento expliacutecito
A Seguir trataremos das mudanccedilas inseridas pela LRF na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
44
Quando comparada com o PPA e com a LOA a LDO eacute considerada por
muitos doutrinadores como a principal lei apoacutes a vigecircncia da LRF Isso porque
eacute nela que se estabelece metas fiscais metas de resultado primaacuterio metas de
resultado nominal e que se determina regras que norteiam o funcionamento
das administraccedilotildees puacuteblicas em todas as esferas de governo
A LDO tem como principal papel orientar a elaboraccedilatildeo da LOA servindo como
elo entre o PPA e LOA A LDO aleacutem de estabelecer regras define as accedilotildees
prioritaacuterias do governo
As regras inicialmente foram estabelecidas pela CF de 198810 definindo para
seu conteuacutedo o estabelecimento de metas e prioridades da administraccedilatildeo
puacuteblica federal incluindo as despesas de capital para o exerciacutecio financeiro
subsequumlente orientaraacute a elaboraccedilatildeo da LOA disporaacute sobre as alteraccedilotildees na
legislaccedilatildeo tributaacuteria e estabeleceraacute a poliacutetica de aplicaccedilatildeo das agecircncias
financeiras oficiais de fomento
Outro tema importante definido para o conteuacutedo da LDO refere-se aos
paracircmetros para iniciativa de lei de fixaccedilatildeo das remuneraccedilotildees no acircmbito do
Poder Legislativo para a criaccedilatildeo de cargos empregos e funccedilotildees ou alteraccedilatildeo
de estrutura de carreiras bem como para a admissatildeo ou contrataccedilatildeo de
pessoal a qualquer tiacutetulo pelos oacutergatildeos e entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta ressalvadas as empresas puacuteblicas e sociedades de economia mista
No entanto foi com a LRF que ocorreu a mudanccedila significativa na gestatildeo
puacuteblica Ela inseriu definiccedilotildees e regras fundamentais para o planejamento e
gestatildeo financeira dos entes federados Alguns pontos de abrangecircncia
conforme artigo 4ordm da LRF satildeo
- o equiliacutebrio entre receitas e despesas
- os criteacuterios e a forma de limitaccedilatildeo de empenho a ser efetivado quando a
10 Constituiccedilatildeo Federal artigos 51 IV 52 XIII art 99 sect 1ordm artigos 127 sect 3ordm 165 sect 2ordm e 169 sect 1ordm
45
arrecadaccedilatildeo da receita comprometer os resultados primaacuterio e nominal
pretendidos
- as normas relativas ao controle de custos e agrave avaliaccedilatildeo dos resultados
dos programas financiados com recursos dos orccedilamentos
- as normas relacionadas com as condiccedilotildees e as exigecircncias para
transferecircncias de recursos a entidades puacuteblicas e privadas
- a forma de utilizaccedilatildeo e o montante da reserva de contingecircncia definida com
base na receita corrente liacutequida destinado ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
- os criteacuterios para inclusatildeo de novos projetos na lei orccedilamentaacuteria e nas leis de
creacuteditos adicionais apoacutes adequadamente atendidos os em andamento e
contempladas as despesas de conservaccedilatildeo do patrimocircnio puacuteblico
O equiliacutebrio das contas puacuteblicas entre receitas e despesas eacute um dos principais
pontos da LRF Em siacutentese eacute o estabelecimento de quanto seratildeo as receitas
para o proacuteximo exerciacutecio de quanto seraacute a despesa e de regras antes da
execuccedilatildeo efetiva do orccedilamento puacuteblico
Com as regras tambeacutem se cria a figura da integraccedilatildeo ou compatibilidade das
trecircs leis PPA LDO LOA Natildeo deve haver tratamento diferenciado para os
mesmos temas e para um mesmo exerciacutecio financeiro
A limitaccedilatildeo de empenho eacute um criteacuterio adotado para impedir que as unidades e
entidades que compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica gastem mais que a
capacidade real da administraccedilatildeo Esta mudanccedila foi embasada no artigo 9ordm da
LRF que determina
Art 9ordm Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo das Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
46
Esse artigo cuidou para que a LDO estabeleccedila percentuais ou outro criteacuterio
para contenccedilatildeo da despesa trinta dias apoacutes o encerramento de cada
bimestre caso as metas de receitas natildeo estejam compatiacuteveis com a
execuccedilatildeo das despesas
Eacute notoacuterio que a regra eacute imposta a partir da escolha de criteacuterios e formas
pela administraccedilatildeo que perduraratildeo ateacute que a situaccedilatildeo financeira da
entidade se regularize
Ressalta-se que natildeo estatildeo todas as despesas sujeitas a estas regras Natildeo
seratildeo objeto de limitaccedilatildeo financeira ou de empenho as despesas que
constituam obrigaccedilotildees constitucionais e legais inclusive as destinadas ao
pagamento do serviccedilo da diacutevida e outras mencionadas na proacutepria LDO
As metas de resultado primaacuterio e nominal satildeo definidas por Chalfun (2001 p
50) como a diferenccedila entre receitas e despesas natildeo financeiras da
entidade central (Municiacutepio) realizadas no periacuteodo em referecircncia
A seguir um quadro exemplificativo de apuraccedilatildeo das metas de resultado
primaacuterio para um determinado periacuteodo
47
QUADRO 2 Apuraccedilatildeo de metas
a) Receita Menos b) Despesa (+) Receita Orccedilamentaacuteria arrecadada ( ndash ) operaccedilotildees de creacutedito ( ndash ) receitas de privatizaccedilatildeo ( ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar ( ndash ) receitas financeiras ( ndash ) retornos das operaccedilotildees de creacutedito Receita Total Liacutequida
(+) Despesa Total ( ndash ) amortizaccedilatildeo de empreacutestimos
( ndash ) encargos da diacutevida interna e externa (ndash ) encargos com aquisiccedilatildeo de tiacutetulos de capital jaacute integralizado
(ndash ) anulaccedilatildeo de restos a pagar inscritos no exerciacutecio anterior
( ndash ) despesas com concessatildeo de empreacutestimos
Despesa Total Liacutequida Resultado Primaacuterio (que eacute a diferenccedila apurada conforme jaacute explicado)
Fonte Elaborado pelo autor
Resultado Nominal eacute a variaccedilatildeo no periacuteodo da diacutevida fiscal liacutequida (diacutevida
consolidada liacutequida acrescidas as receitas de privatizaccedilatildeo) Se o resultado
apurado for negativo eacute indicador de crescimento da diacutevida
A LRF dispotildee que a LDO conteraacute normas relativas ao controle de custos e agrave
avaliaccedilatildeo dos resultados dos programas financiados com recursos dos
orccedilamentos Nesta determinaccedilatildeo encontram-se presentes dois itens
completamente diferentes entre si ainda que possa parecer estarem ligados
custos e avaliaccedilatildeo de resultados Para Chalfun (2001 p 43) ldquocustos eacute o
consumo efetivo de insumos ou recursos destinados agrave prestaccedilatildeo de
serviccedilos ou agrave formaccedilatildeo de um produtordquo Avaliaccedilatildeo de resultados eacute a
atividade destinada a aferir mediante o emprego de indicadores o
desempenho da organizaccedilatildeo na execuccedilatildeo das accedilotildees que lhes satildeo pertinentes
e que tenham contribuiacutedo para a prestaccedilatildeo de um serviccedilo ou para a
formaccedilatildeo de um produto qualquer
A legislaccedilatildeo jaacute vem tratando haacute algum tempo desse assunto A LRF
consagrou este fundamento Natildeo existe plano que seja suficientemente
perfeito que consiga alcanccedilar seus objetivos sem um controle e avaliaccedilatildeo
adequados Por isso para LRF a LDO deve conter criteacuterios para tal Este eacute o
48
grande desafio da administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal a de
conciliar planejamento e controle e avaliaccedilatildeo
Os criteacuterios para transferecircncias a entidades puacuteblicas ou privadas e LRF exigiu
que a LDO criasse regras mas riacutegidas e claras para cooperaccedilatildeo natildeo ficando
portando somente por conta da LOA a autorizaccedilatildeo para tal
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) agora natildeo mais se justificam
autorizaccedilotildees geneacutericas sob a singela forma de dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria Com
efeito o parlamentar deve conhecer e aprovar por exemplo qual asilo
orfanato albergue a ser contemplado com os auxiacutelios governamentais No
entendimento do autor a ajuda financeira estatal depende de triacuteplice previsatildeo
legal na LDO em lei especiacutefica e na LOA ou nos creacuteditos adicionais
Para Chalfun (2001 p 44) a reserva de contingecircncia constituiacutea-se de uma
parcela do superaacutevit corrente apurado no confronto entre as Receitas
Correntes e as Despesas Correntes sobre o qual era aplicado um percentual
estabelecido pela proacutepria administraccedilatildeo da entidade governamental
Atualmente de acordo com o art 5ordm inciso III da LRF a LOA conteraacute a
Reserva de Contingecircncia cuja forma de utilizaccedilatildeo e cujo montante
calculado com base na RCL seratildeo estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias e destinados em princiacutepio ao atendimento de passivos
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos
O autor ainda relata que a LRF deixou a decisatildeo sobre o percentual a ser
aplicado sobre a RCL para a formaccedilatildeo do seu montante a cargo da
administraccedilatildeo da entidade que deveraacute ter o cuidado de natildeo incluir um
valor maior do que o necessaacuterio e utilizaacute-lo sempre como um valor
restrito agrave sua finalidade
Com a exigecircncia de criteacuterios para inclusatildeo de projetos novos a lei cria regras
49
para proteccedilatildeo do patrimocircnio garantindo recursos suficientes para conclusatildeo
de projetos em andamento evitando desperdiacutecios
A seguir trataremos da LOA e as contribuiccedilotildees da Lei de Responsabilidade
Fiscal para este instrumento de planejamento
A LOA foi contemplada na Lei Federal 4320 de 1964 sendo esta como
principal norma legal Com o decorrer dos anos ficou defasada devido
sobretudo agraves modificaccedilotildees introduzidas pela Constituiccedilatildeo de 1988 Os gargalos
satildeo tratados nos proacuteprios entes federados por meio da Lei de Diretrizes
Orccedilamentaacuterias
Os conteuacutedos da norma legal para os orccedilamentos dos entes federados satildeo O
orccedilamento fiscal da seguridade e investimento das empresas estatais
O estabelecimento de processos para elaboraccedilatildeo dos orccedilamentos satildeo
fundamentais para o ecircxito do projeto Este processo poderaacute ser conduzido por
Ministeacuterios no caso da Uniatildeo Secretarias de Estado ou Secretarias
Municipais conforme se originem respectivamente na Uniatildeo nos Estados ou
em Municiacutepios
Conforme Giacomoni (2007 p 240) o processo organizado pela Uniatildeo se daacute
por meio do Sistema Integrado de Dados Orccedilamentaacuterios por meio da Internet
(SIDORNET) Este nos uacuteltimos anos vem sendo alimentado pela Internet e
representa um avanccedilo nos trabalhos operacionais para os agentes envolvidos
Este mesmo procedimento poderaacute ser adotado pelos Municiacutepios basta
estruturaccedilatildeo por meio de sistemas informatizados atualmente disponiacuteveis no
mercado
A etapas do processo na Uniatildeo conforme de acordo com Giacomoni (2007 p
240) satildeo formadas conforme a seguir
50
1ordf - Planejamento do Processo de elaboraccedilatildeo da proposta - etapa atualmente
de responsabilidade Secretaria de Orccedilamento e Financcedilas (SOF) que define a
estrateacutegia do processo identifica as etapas produtos e os agentes envolvidos
com seus respectivos papeacuteis Estabelece ainda metodologia para projeccedilatildeo de
receitas e despesas bem como o fluxo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria Nesta etapa Constroem-se orientaccedilotildees para detalhamento da
proposta setorial
2ordf - Definiccedilatildeo de macrodiretrizes - juntamente com a assessoria econocircmica do
MPOG do MF da Casa Civil e Oacutergatildeos setoriais a SOF estabelece as
principais diretrizes para elaboraccedilatildeo da LOA Com paracircmetros mais
macroeconocircmicos Destacando-se a importante modificaccedilatildeo inserida pela LRF
que eacute o demonstrativo para expansatildeo de despesas de caraacuteter continuado
3ordf - Revisatildeo da Estrutura Programaacutetica - etapa muito importante pois eacute nela
que os gerentes de programas organizados e inseridos por meio do PPA e
demais responsaacuteveis efetuam a revisatildeo da estrutura programaacutetica
4ordf - Avaliaccedilatildeo da Necessidade de Financiamento do Governo Central (NFGC)
para a proposta orccedilamentaacuteria - com participaccedilatildeo novamente do MPOG e da
SOF e de outros oacutergatildeos realiza-se levantamento para verificar a necessidade
de financiamento por parte do governo
5ordf - Estudo definiccedilatildeo e divulgaccedilatildeo de limites para as propostas setoriais - a
SOF com respaldo da Casa Civil estabelece limites para cada oacutergatildeo setorial
Os Oacutergatildeos repassam estes limites para as unidades orccedilamentaacuterias para
viabilizar a execuccedilatildeo dos projetos
6ordf - Captaccedilatildeo das propostas setoriais - as unidades orccedilamentaacuterias e oacutergatildeos
setoriais detalham suas propostas no Sistema Integrado de Dados
Orccedilamentaacuterios (SIDOR)
51
7ordf - Anaacutelise e ajuste das propostas setoriais - a SOF analisa ajusta e define as
propostas setoriais
8ordf - Fechamento compatibilizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da proposta orccedilamentaacuteria - o
MPGO e a Presidecircncia da Repuacuteblica aprovam a proposta recebem a indicaccedilatildeo
das fontes consolidando-a e compatibilizando-a com a CF de 1988 PPA LDO
e LRF
9ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo da mensagem presidencial e do projeto de lei
orccedilamentaacuteria - a SOF coordena o processo envolvendo vaacuterios oacutergatildeos do Poder
Executivo enviando mensagem presidencial juntamente com a proposta
orccedilamentaacuteria ao congresso nacional
10ordf - Elaboraccedilatildeo e formalizaccedilatildeo das informaccedilotildees complementares ao projeto
de lei orccedilamentaacuteria - satildeo definiccedilotildees especiacuteficas da LDO da Uniatildeo que satildeo
encaminhadas conforme previsatildeo na lei mencionada
O processo detalhado com informaccedilotildees precisas definiccedilatildeo de prazos e
responsabilidades eacute fundamental para que o projeto de lei seja adequado e
atenda agraves necessidades da sociedade Eacute por meio dele que o poder puacuteblico
viabiliza suas accedilotildees governamentais atendendo aos anseios da sociedade As
etapas descritas acima podem ser e jaacute satildeo adaptadas aos Municiacutepios sempre
observando suas particularidades
Em seu artigo 5ordm inciso I a LRF incluiu novos conteuacutedos para a Lei
Orccedilamentaacuteria Anual Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 62) o referido
dispositivo atesta a compatibilidade entre a LDO e LOA e que estas devem
manter consistecircncia entre as metas de resultado originadas da comparaccedilatildeo
entre receitas e despesas e a evoluccedilatildeo patrimonial Assim se haacute previsatildeo no
Anexo de Metas Fiscais da LDO de um superaacutevit de 2 na peccedila orccedilamentaacuteria
a estimativa da receita deveraacute superar em 2 a fixaccedilatildeo da despesa No
comentaacuterio do autor a lei reafirma a compatibilidade entre os principais
52
instrumentos de planejamento estabelecendo uma sequumlecircncia uma coerecircncia
entre a LDO e a LOA
No mesmo artigo o inciso II segundo Toledo Jr E Ciquera (2002 p 62)
reitera mandamento constitucional constante do Artigo 165 sect 6ordm determinando
a anexaccedilatildeo de documento em que se revele o impacto orccedilamentaacuterio de toda e
qualquer renuacutencia fiscal que ainda persista na vida financeira do Municiacutepio
Natildeo importa a eacutepoca em que foram concedidas essas desistecircncias
fazendaacuterias
O dispositivo tenta conter as iniciativas que natildeo satildeo de interesse puacuteblico
implementando mais transparecircncia para a sociedade e para o parlamentar
ficando evidenciado o interesse da sociedade
A segunda exigecircncia da LRF no mesmo artigo trata da inserccedilatildeo de informaccedilatildeo
complementar demonstrando a forma de compensaccedilatildeo das despesas
obrigatoacuterias continuadas e das novas renuacutencias de receitas
O inciso III estabelece a necessidade de manter-se no projeto original a
reserva de contingecircncia para cobertura de passivos contingentes e os outros
riscos e eventos fiscais imprevistos informaccedilotildees jaacute constantes no Anexo de
Riscos Fiscais no sect 3ordm do art 4ordm
Tal reserva sempre foi utilizada como fonte para abertura de creacuteditos
adicionais e continua como tal especialmente nos orccedilamentos municipais
Nestes no entanto amplia sua funccedilatildeo pois ao ser inserida a reserva
comumente conhecida como reserva teacutecnica ocasiona um certo superaacutevit
orccedilamentaacuterio quando descontado seu valor
Para concluirmos nossos estudos sobre os principais instrumentos de
planejamento puacuteblico brasileiros tratados anteriormente eacute fundamental
53
discorrermos sobre o sistema e o processo orccedilamentaacuterio no qual a seguir
trataremos a partir da visatildeo de algumas doutrinas
Segundo Giacomoni (2007 p 202) a lei orccedilamentaacuteria e seus anexos
representam a expressatildeo mais clara do que se pode denominar de sistema
orccedilamentaacuterio E como jaacute vimos em nossos estudos o orccedilamento atualmente
natildeo pode ser visto de forma isolada ele eacute parte de um sistema maior advindo
de outros planos e programas para culminar na construccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria
No quadro 3 a seguir estaacute representada uma espeacutecie de sistema integrado de
planejamento e orccedilamento segundo a concepccedilatildeo bastante difundida na
Ameacuterica Latina por meio do ILPESCEPAL11
11 Esta concepccedilatildeo foi extraiacuteda de El presuposto Y el processo de planificacioacuten Belo Horizonte Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas da UFMG 1971 (mimeo) Esse trabalho foi baseado em dois documentos do Instituto latinoamericano de Planificacioacuten Econocircmica y Social (ILPES) ldquoReflexiones em torno de dos problemas actuales de la planifcacioacuten em Ameacuterica Latinardquo e ldquoMetodologia para la formulaciacuteon de planes operativos anualesrdquo O ILPES eacute um oacutergatildeo da Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina (CEPAL) organismo da Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU)
54
QUADRO 3 Sistema Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de El presupesto Y el proceso de planificacioacuten Cit
O quadro estaacute organizado e estruturado a partir da ldquoestrateacutegia de
desenvolvimentordquo definida segundo Giacomoni (2007 p 202) como
a) Imagem prospectiva originaacuteria de projetos soacuteciais baacutesicos cujos
objetivos e metas a serem alcanccediladas satildeo estruturados para a mudanccedila do
plano econocircmico-social atual
b) Os Projetos Estrateacutegicos satildeo os que estabelecem efetivamente elementos
para a mudanccedila idealizada pela imagem prospectiva Satildeo em pouca
55
quantidade envolvem vaacuterios setores dos governos trabalhando de forma
coordenada
c) Enunciado de Poliacuteticas Baacutesicas surge da viabilizaccedilatildeo dos projetos
estrateacutegicos
Giacomoni (2007 p 204) exemplifica o quadro com o Primeiro Plano Nacional
de Desenvolvimento (I PND) ocorrido no Brasil no periacuteodo de 197274 Nele
foram definidas trecircs imagens prospectivas sendo a primeira colocar o Brasil
no espaccedilo de uma geraccedilatildeo na categoria das naccedilotildees desenvolvidas A
segunda era duplicar ateacute 1980 a renda per capita do Brasil em relaccedilatildeo a
1969 observando o crescimento anual do PIB equivalente ao dos uacuteltimos trecircs
anos A terceira prospectiva seria elevar a economia em 1974 agraves dimensotildees
resultantes de um crescimento anual do PIB entre 8 e 10
Como projetos estrateacutegicos foram definidos dentre outros os seguintes a)
modernizaccedilatildeo da empresa nacional b) mobilizaccedilatildeo do sistema financeiro
nacional e do mercado de capitais c) implementaccedilatildeo de programas de
desenvolvimento tecnoloacutegico
Como poliacuteticas baacutesicas definidas pelo I PND cita-se a tiacutetulo exemplificativo a)
modelo econocircmico de mercado orientado para a descentralizaccedilatildeo das decisotildees
econocircmicas com vistas no crescimento progressivo do mercado de consumo
b) alianccedila entre o setor privado e o governo com a aceitaccedilatildeo da influecircncia
crescente desse uacuteltimo na gestatildeo do sistema econocircmico na realizaccedilatildeo de
investimentos e na capacidade de regulamentar
O quadro 3 demonstra que os planos de meacutedio prazo satildeo formados por etapas
estrateacutegicas e satildeo de maneira geral planos setoriais e regionaissetoriais que
se constituem de programas baacutesicos determinando objetivos e metas de
resultado setorial Os planos anuais operativos no modelo satildeo oriundos das
definiccedilotildees estrateacutegicas dos planos de meacutedio prazo estabelecem metas de
56
curto prazo a cargo do setor puacuteblico definindo orientaccedilotildees e regras a serem
cumpridas pelo setor privado
Os principais planos operativos conforme Giacomoni (2007 p 206) satildeo
Orccedilamento Econocircmico Orccedilamento monetaacuterio orccedilamento do balanccedilo de
pagamentos balanccedilos projetados programas de execuccedilatildeo e o orccedilamento do
setor puacuteblico
O processo orccedilamentaacuterio caracteriza-se basicamente por sua dinacircmica ciacuteclica
que transita por quatro etapas e cada ciclo da proposta orccedilamentaacuteria anual e
de maneira bem simplificada conforme demonstrado no quadro 4 a seguir
QUADRO 4
Processo Orccedilamentaacuterio
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
O processo de planejamento e orccedilamento no Brasil estaacute basicamente
representado por Planos Nacionais de Desenvolvimento Econocircmico e Social
Exemplos destes planos satildeo o Programa de Aceleraccedilatildeo do Crescimento
(PAC) e o PPA Este detalhado no capiacutetulo 223 tem relaccedilatildeo direta com os
programas especiais e especialmente com a LOA que com a nova proposta
assume as accedilotildees governamentais prevista no PPA para serem materializadas
no orccedilamento anual
57
O quadro a seguir representa as varias etapas do que Giacomoni (2007 p
209) denomina processo integrado de planejamento e orccedilamento
QUADRO 5
Processo Integrado de Planejamento e Orccedilamento
Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
Segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 209) os modelo de
planejamentos descritos anteriormente
Embora os planos de desenvolvimento tenham proliferado e as teacutecnicas por eles utilizadas sejam melhores a taxa anual meacutedia de crescimento do produto interno real nos paiacuteses menos desenvolvidos natildeo demonstra qualquer melhoria sensiacutevel na Ameacuterica Latina desde os anos 50 chegando mesmo a declinar na Aacutesia Meridional e no Sudeste
Para o autor o modelo seria eficaz e efetivo se os resultados fossem
adequados agraves necessidades do paiacutes De nada adiantariam uma boa teacutecnica
planejadora e um bom modelo com o crescimento do paiacutes que natildeo atendam agraves
necessidades da sociedade
Em paiacuteses com instabilidade poliacutetica e incerteza econocircmica natildeo se aplicariam
planos de longo e meacutedio prazo segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p
210) Associam-se a essas caracteriacutesticas deficiecircncias teacutecnicas falta de
58
informaccedilotildees e sistema administrativo deficiente Tais modelos satildeo
predominantes em paiacuteses em desenvolvimento
Ainda segundo Waterston (apud Giacomoni 2007 p 210) os resultados do
planejamento em niacuteveis nacionais regionais ou urbanos satildeo insatisfatoacuterios
quando se utiliza o modelo que ele nomeia de tradicional
Isso se deve em parte agrave deficiecircncia de meacutetodo e em parte tambeacutem ao ambiente desfavoraacutevel em que com frequumlecircncia o planejamento convencional opera mas a razatildeo mais importante eacute que o planejamento convencional natildeo satisfaz agraves necessidades sociais Talvez seja nesse uacuteltimo sentido que existem maiores razotildees para se afirmar que o planejamento convencional tem fracassado pois eacute aiacute que costuma ser maior o abismo entre as aspiraccedilotildees e os resultados obtidos
Para o autor o meacutetodo pode ser concentrado para a soluccedilatildeo de problemas
para metas muito aleacutem da realidade ou ateacute mesmo sem o foco no problema
isso poderaacute solucionaacute-lo apenas parcialmente ou ateacute criar outro
As etapas do processo de planejamento estatildeo demonstradas no quadro 6 a
seguir num paralelo entre um modelo considerado convencional para alguns
autores e um modelo voltado para soluccedilatildeo de problemas
QUADRO 6
Etapas do processo de planejamento
Fonte Fonte Adaptaccedilatildeo do Autor de James Giacomoni 2007
59
Para Wildavsky (apud Giacamoni 2007 p 211) o principal fator determinante
do tamanho e do conteuacutedo do orccedilamento de um determinado ano seria o
orccedilamento do ano imediatamente anterior Com isso existiria pouca
flexibilidade na elaboraccedilatildeo de cada novo orccedilamento Logo decisotildees tomadas
haacute bastante tempo natildeo modificaacuteveis em determinado momento e tenderiam a
se perpetuar
A esta visatildeo dar-se o nome de ldquoincrementalrdquo Nela ocorre efetivamente uma
repeticcedilatildeo sucessiva dos orccedilamentos somente com certo incremento mas com
a maior parte dos programas vindos do exerciacutecio anterior
Seguindo a linha de pensamento de Wildavsky pode-se dizer que o PPA
instituiacutedo pela CF de 1988 no Brasil seguiu de certa forma a linha do
incrementalismo Pois estabelece que em seu conteuacutedo que deve conter
despesas de capital outras delas decorrentes e despesas de caraacuteter
continuado Previa-se portanto que os programas e accedilotildees jaacute existentes e que
natildeo eram discricionaacuterios do governo deveriam constar no PPA e
consequumlentemente na LOA
224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
A definiccedilatildeo de despesas com pessoal estaacute contida no art 18 da LRF como o
somatoacuterio dos gastos com os ativos os inativos e os pensionistas os
relativos a mandatos eletivos cargos funccedilotildees ou empregos civis e de
membros do Poder Executivo e do Poder Legislat ivo com quaisquer
espeacutecies remuneratoacuterias tais como vencimentos e vantagens fixas e
variaacuteveis subsiacutedios proventos da aposentadoria reformas e pensotildees
inclusive adicionais gratificaccedilotildees horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza bem como encargos sociais e contribuiccedilotildees recolhidas
pelo municiacutepio agraves entidades de previdecircncia
60
Aleacutem disso a LRF fixa o limite para a despesa total com pessoal nos
Municiacutepios em 60 (sessenta por cento) da Receita Corrente Liacutequida Desta
porcentagem 6 para o Legislativo e 54 para o Executivo Neste uacuteltimo
deve-ser considerar suas respectivas administraccedilotildees indiretas cuja
composiccedilatildeo se encontra estabelecida no art 2ordm IV aliacutenea c e nos seus
paraacutegrafos 1ordm e 2ordm e eacute demonstrada no quadro a seguir
QUADRO 7
Composiccedilatildeo da RCL
Receitas Correntes (+) Tributaacuterias (+) de Contribuiccedilotildees (+) Patrimoniais (+) Industriais (+) Agropecuaacuterias (+) de Serviccedilos (+) Transferecircncias Correntes (+) Outras Receitas Correntes Subtotal 1 ( ndash ) Contribuiccedilotildees Previdenciaacuterias ( ndash ) Receitas de Compensaccedilatildeo Financeira Receita Corrente Liacutequida Fonte Elaborado pelo Autor
Para apuraccedilatildeo da RCL e dos gastos com pessoal considera-se pela lei o
periacuteodo entre o mecircs de apuraccedilatildeo e os 11 meses anteriores A apuraccedilatildeo das
despesas com pessoal deve-se considerar entatildeo um periacuteodo de 12
meses com algumas deduccedilotildees tais como
bull indenizaccedilatildeo por demissatildeo de servidores ou empregados
bull incentivos agrave demissatildeo voluntaacuteria
bull despesas decorrentes de decisatildeo judicial cuja competecircncia seja de
periacuteodo imediatamente anterior a 11 meses ao da apuraccedilatildeo
bull despesas com inativos ainda que por intermeacutedio de fundo especiacutefico
custeado por recursos provenientes da arrecadaccedilatildeo de contribuiccedilotildees dos
segurados
bull compensaccedilatildeo financeira entre fundos de previdecircncia e das demais
61
receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade inclusive
o produto da alienaccedilatildeo de bens direitos e ativos bem como seu superaacutevit
financeiro
A LRF estabeleceu ainda um limite prudencial de 95 (noventa e cinco por
cento) do limite estabelecido para cada poder A apuraccedilatildeo deveraacute ser
realizada a cada quadrimestre do exerciacutecio sujeitando-se o municiacutepio a
restabelecer os limites ultrapassados nos dois quadrimestres seguintes Caso
natildeo cumpra tal dispositivo o municiacutepio poderaacute deixar de receber as
transferecircncias voluntaacuterias de obter garantias e natildeo poderaacute contratar
operaccedilotildees de creacutedito
O estabelecimento de limites para o endividamento puacuteblico foi um dos pontos
especiais da LRF A diacutevida limita a accedilatildeo governamental na execuccedilatildeo de
serviccedilos puacuteblicos e seu crescimento desordenado e ilimitado compromete
aleacutem da execuccedilatildeo de obras de infra-estrutura programas finaliacutesticos dos
governos nacionais e sub-nacionais despesas com pessoal e despesas para
manutenccedilatildeo da maacutequina puacuteblica
Em seu artigo 29 a LRF considera diacutevida puacuteblica consolidada ou fundada o
montante total apurada sem duplicidade das obrigaccedilotildees financeiras do ente
da Federaccedilatildeo assumidas em virtude de leis contratos convecircnios ou tratados
e da realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de creacutedito para amortizaccedilatildeo em prazo superior a
doze meses
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 187) na conceituaccedilatildeo do art 29 diacutevida
fundada ou consolidada proveacutem da contrataccedilatildeo de empreacutestimos ou
financiamentos com prazo de pagamento superior a doze meses A proacutepria
LRF contudo no paraacutegrafo 3ordm jaacute excepciona tal regra satildeo as operaccedilotildees de
prazo inferior a doze meses que passam a compor essa espeacutecie de
endividamento
62
A apuraccedilatildeo quadrimestral da diacutevida consolidada seraacute demonstrada no RGF
considerando-se a diacutevida da administraccedilatildeo direta e indireta conforme
determinaccedilatildeo do artigo 50 da LRF
A LRF natildeo definiu limites para o endividamento puacuteblico ficando para
regulamentaccedilatildeo do Senado Federal que definiu por meio da Resoluccedilatildeo nordm 40
de 2001 a diacutevida consolidada liacutequida Conforme o seu art 1ordm sect 1ordm V a
diacutevida consolidada liacutequida eacute a diacutevida puacuteblica consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa as aplicaccedilotildees financeiras e os demais haveres
financeiros
Ainda na Resoluccedilatildeo 40 em seu art 3ordm II a diacutevida consolidada liacutequida dos
Municiacutepios ao final do deacutecimo quinto exerciacutecio financeiro contado a partir
do encerramento do ano de publicaccedilatildeo da Resoluccedilatildeo natildeo poderaacute exceder a
12 (um inteiro e dois deacutecimos) vezes a receita corrente liacutequida
Para a amortizaccedilatildeo de diacutevidas tambeacutem existe um limite anual definido pelo
Senado Federal em sua Resoluccedilatildeo nordm 432001 art 7ordm II Esta legislaccedilatildeo
define que o comprometimento anual com amortizaccedilotildees juros e demais
encargos da diacutevida consolidada inclusive relativos a valores a desembolsar
de operaccedilotildees de creacutedito jaacute contratadas e a contratar natildeo poderaacute exceder a
115 (onze inteiros e cinco deacutecimos por cento) da receita corrente liacutequida
Ainda por meio da mesma Resoluccedilatildeo com alteraccedilotildees trazidas pela Resoluccedilatildeo
nordm 052002 dispocircs-se sobre os limites globais para o montante da diacutevida
puacuteblica consolidada e da diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria A Resoluccedilatildeo nordm 43 de
21 de dezembro de 2001 com alteraccedilotildees na Resoluccedilatildeo nordm 032002 definiu
limites por ocasiatildeo da execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Com a instituiccedilatildeo da LRF a administraccedilatildeo puacuteblica especialmente a municipal
passou a ter maior atenccedilatildeo em suas accedilotildees Consta em seu art 1ordm sect 1ordm que
63
A responsabilidade na gestatildeo fiscal pressupotildee a accedilatildeo planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediecircncia a limites e condiccedilotildees no que tange a renuacutencia de receita geraccedilatildeo de despesas com pessoal da seguridade social e outras diacutevidas consolidada e mobiliaacuteria operaccedilotildees de creacutedito inclusive por antecipaccedilatildeo de receita concessatildeo de garantia e inscriccedilatildeo em Restos a Pagar (grifo nosso)
O princiacutepio da transparecircncia na LRF brasileira como jaacute mencionado foi um dos
pontos tambeacutem trabalhados na LRF da Nova Zelacircndia A principal intenccedilatildeo
destes eacute o fortalecimento do controle social aumentando a pressatildeo para que o
gestor puacuteblico fique mais atento na conduccedilatildeo de seus atos O gestor tambeacutem
com a divulgaccedilatildeo de suas contas com a realizaccedilatildeo de audiecircncias ganha
politicamente quando tende a aproximar-se da populaccedilatildeo
O artigo que trabalhou o fundamento da transparecircncia eacute o 48 da LRF
conforme se segue
Satildeo instrumentos de transparecircncia da gestatildeo fiscal aos quais seraacute dada ampla divulgaccedilatildeo inclusive em meios eletrocircnicos de acesso puacuteblico os planos orccedilamentos e leis de diretrizes orccedilamentaacuterias as prestaccedilotildees de contas e o respectivo parecer preacutevio o Relatoacuterio Resumido da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria e o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal e as versotildees simplificadas desses documentos (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 48) o controle social do eraacuterio eacute
fundamento baacutesico da LRF que para tanto estabelece intensa agenda de
debate popular e de publicidade das contas dentre elas realizaccedilatildeo de
audiecircncias puacuteblicas com objetivo de debater a construccedilatildeo do PPA LDO e LOA
e verificar o cumprimento das metas orccedilamentaacuterias e patrimoniais
disponibilizaccedilatildeo das contas municipais durante todo o ano natildeo mais sessenta
dias como previsto anteriormente pela CF de 1988 Aleacutem disso o ministeacuterio
puacuteblico deve divulgar os nomes dos Municiacutepios que ultrapassaram os limites
determinados para a diacutevida puacuteblica mobiliaacuteria No mesmo artigo 48 tambeacutem haacute
determinaccedilatildeo expressa para ampla divulgaccedilatildeo dos orccedilamentos balanccedilos e
pareceres dos tribunais de contas sobre o julgamento dos gestores do dinheiro
puacuteblico
64
Todos os dispositivos satildeo essenciais para a gestatildeo fiscal responsaacutevel Cabe ao
gestor incentivar a participaccedilatildeo popular articulando com a sociedade
organizada e orientando o exerciacutecio da cidadania e a evoluccedilatildeo do controle
social
A transparecircncia foi citada no artigo 52 da mesma disciplina legal constando
que ldquoO relatoacuterio a que se refere o sect 3o do art 165 da Constituiccedilatildeo abrangeraacute
todos os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico seraacute publicado ateacute trinta dias apoacutes o
encerramento de cada bimestrerdquo
As prestaccedilotildees de contas anteriores a LRF eram encaminhadas anualmente
Por mais avanccedilados e especializados que fossem os Tribunais de contas natildeo
seria possiacutevel por exemplo uma accedilatildeo em tempo necessaacuterio para correccedilatildeo dos
rumos da administraccedilatildeo evitando deacuteficits e diacutevidas para o patrimocircnio puacuteblico
A veiculaccedilatildeo das informaccedilotildees fiscais publicadas nas dependecircncias das
entidades puacuteblicas e em meio magneacutetico trinta dias apoacutes o encerramento de
cada bimestre torna mais transparente a gestatildeo puacuteblica bem como possibilita
uma accedilatildeo em tempo real pela sociedade e pelos oacutergatildeos de controle interno e
externo
Informaccedilotildees importantes e novos conceitos foram trabalhados para que a
transparecircncia seja possiacutevel No artigo 53 do mesmo diploma legal trata de
informaccedilotildees que acompanharatildeo os relatoacuterios resumidos da execuccedilatildeo
orccedilamentaacuteria Satildeo elas apuraccedilatildeo da RCL receitas e despesas previdenciaacuterias
quando cabiacuteveis resultado nominal e primaacuterio despesas com juros restos a
pagar projeccedilotildees atuariais dos regimes de previdecircncia social geral e proacuteprio
dos servidores puacuteblicos variaccedilatildeo patrimonial evidenciando a alienaccedilatildeo de
ativos e a aplicaccedilatildeo dos recursos dela decorrentes da limitaccedilatildeo de empenhos
e da frustraccedilatildeo de receitas especificando as medidas de combate agrave sonegaccedilatildeo
e agrave evasatildeo fiscal adotadas e a adotar e as accedilotildees de fiscalizaccedilatildeo e cobranccedila
65
A LRF trabalhou juntamente com a transparecircncia o fortalecimento do controle
determinando responsabilidades pelas informaccedilotildees do relatoacuterio de gestatildeo
fiscal No artigo 20 trata das responsabilidades do presidente e demais
membros da mesa diretora dos Legislativos ou oacutergatildeo decisoacuterio equivalente
Nos regimentos internos destes oacutergatildeos devem constar as responsabilidades
do presidente e de demais membros da mesa diretora Nos oacutergatildeos do Poder
Judiciaacuterio no ministeacuterio puacuteblico da Uniatildeo e dos Estados da mesma forma
Aleacutem disso traz a responsabilizaccedilatildeo pelas informaccedilotildees dos responsaacuteveis pela
administraccedilatildeo financeira e pelo controle interno Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 275) de quatro em quatro meses a
Prefeitura e a Cacircmara de Vereadores cada uma emitiraacute o segundo relatoacuterio de
verificaccedilatildeo orccedilamentaacuteria agrave luz da LRF o Relatoacuterio de Gestatildeo Fiscal ndash RGF Haacute
o RGF do Poder Executivo assinado pelo Prefeito Secretaacuterio ou Diretor de
Financcedilas e tambeacutem por quem responde pelo controle interno De igual modo
haacute o RGF do Poder Legislativo chancelado por toda a Mesa Diretora da
Cacircmara dos Vereadores pelo responsaacutevel financeiro e ainda pelo servidor
que titulariza o controle interno
Apoacutes tratado sobre o planejamento e os pontos estrateacutegicos da LRF
realizaremos um estudo o sobre a gestatildeo do orccedilamento puacuteblico
23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
231 Introduccedilatildeo
A Lei de Responsabilidade Fiscal dentre as diversas contribuiccedilotildees para as
financcedilas puacuteblicas brasileiras teve seguramente como principal objetivo o
66
ldquoequiliacutebrio das contas puacuteblicasrdquo consagrado como princiacutepio por diversos
doutrinadores
Na elaboraccedilatildeo dos trecircs mais importantes instrumentos de planejamento PPA
LDO e a LOA os Municiacutepios e os outros entes federados buscam o equiliacutebrio
entre receitas e despesas fundamentados em princiacutepios contidos na Lei
Federal 4320 de 1964 e reafirmados pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Embora esses trecircs instrumentos de planejamento mencionados sejam de
fundamental importacircncia natildeo haacute garantias de equiliacutebrio financeiro por mais
eficientes que sejam os departamentos ou teacutecnicos orccedilamentistas As
estimativas das receitas e a fixaccedilatildeo das despesas satildeo projetadas para um
exerciacutecio inteiro A LRF para tentar conciliar a autorizaccedilatildeo prevista na LOA
com a efetiva execuccedilatildeo do orccedilamento anual instituiu a programaccedilatildeo
financeira cronograma mensal de desembolso metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo e cotas Analisaremos detalhadamente cada um destes itens
instituiacutedos pela LRF
232 Programaccedilatildeo Financeira
Natildeo podemos afirmar que em nenhum Municiacutepio exista uma regularidade nas
entradas das receitas por mais precisa que seja a previsatildeo pois receitas como
o IPTU12 o IPVA13 e o ICMS14 tem ocorrecircncia maior no inicio do exerciacutecio
Por isso antes que se inicie a execuccedilatildeo do orccedilamento ou seja do
planejamento traccedilado eacute preciso que o gestor tome iniciativa de traccedilar planos
orccedilamentaacuterios e financeiros mais detalhados abrangendo espaccedilos menores de
tempo que possibilitem uma adequaccedilatildeo temporal e financeira compatiacutevel com
as despesas a serem executadas
12 Imposto Predial e Territorial Urbana tributo municipal instituiacutedo pelo Constituiccedilatildeo Federal de 1988 13 Imposto sobre Propriedade de Veiacuteculos Automotivos 14 Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos
67
A programaccedilatildeo financeira foi inserida na gestatildeo do orccedilamento municipal por
meio do Art 8ordm da Lei de Responsabilidade Fiscal descrito a seguir
Art 8ordm Ateacute trinta dias apoacutes a publicaccedilatildeo dos orccedilamentos nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orccedilamentaacuterias e observando o disposto na aliacutenea c do inciso I do artigo 4ordm o Poder Executivo estabeleceraacute a programaccedilatildeo financeira e o cronograma de execuccedilatildeo mensal de desembolso Paraacutegrafo Uacutenico Os recursos legalmente vinculados agrave finalidade especiacutefica seratildeo utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculaccedilatildeo ainda que em exerciacutecio diverso daquele em que ocorrer o ingresso
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) este dispositivo visa a ajustar os
compromissos do governo agrave efetiva existecircncia de numeraacuterios e a evitar
insuficiecircncias de tesouraria Dessa forma eacute que empreacutestimos de curto prazo e
operaccedilatildeo de creacutedito por antecipaccedilatildeo da receita orccedilamentaacuteria (ARO) poderatildeo
ser evitadas Este dispositivo serve ainda para compatibilizar as entradas das
receitas com a execuccedilatildeo das despesas especialmente as de caraacuteter
discricionaacuterio do governo
Para o autor ocorre uma controveacutersia entre este dispositivo e o artigo 47 da Lei
Federal 4320 que estabelecia uma programaccedilatildeo financeira trimestral No
entanto prevalece o dispositivo mais recente Assim a planificaccedilatildeo financeira
passa vigorar mensalmente
Considerando que anterior a LRF existiam percentuais mais elevados de
deacuteficitrsquos financeiros com maacute aplicaccedilatildeo do disposto na Lei Federal 4320 a
utilizaccedilatildeo eficiente de um controle mensal tornou-se necessaacuteria Importante
mencionar que nesta programaccedilatildeo devem ser considerados todos os creacuteditos
os iniciais fixados os demais que venham ocorrer como suplementares
especiais e extraordinaacuterios e ainda os restos a pagar dos exerciacutecios anteriores
porventura existentes
Os recursos carimbados ou vinculados conforme citado no artigo acima
devem ter sua utilizaccedilatildeo exclusivamente direcionadas para seus fins
68
acordados caso ocorram sobras elas poderatildeo ser utilizadas em exerciacutecio
adverso desde que atenda ao estabelecido em instrumento inicial
Podemos dizer que estes recursos satildeo pequenos orccedilamentos dentro do
orccedilamento geral do Municiacutepio Eles devem obedecer a um equiliacutebrio particular
evitando sobras utilizaccedilatildeo indevida devoluccedilatildeo de recursos e
consequumlentemente evitando aplicaccedilatildeo de penalidades pelos oacutergatildeos de
fiscalizaccedilatildeo externa e pelo ministeacuterio puacuteblico
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 74) os saldos financeiros remanescentes
continuam pertencendo ao ente Por isso eacute que poderiam mesmo ter sua
utilizaccedilatildeo em exerciacutecio adverso ao seu ingresso
A LRF contribuiu para a aplicaccedilatildeo e controle das financcedilas Para isso instituiu
normas que sua aplicaccedilatildeo efetiva pelas entidades depende de iniciativa para
sua regulamentaccedilatildeo A Uniatildeo sujeita agraves normas regulamentou por meio do
anexo VI da Portaria interministerial MFMP Nordm 125 de 19 de maio de 2006 sua
programaccedilatildeo financeira para 2006 conforme tabela a seguir
69
TABELA 3 Programaccedilatildeo Financeira
ANEXO VI DA PORTARIA INTERMINISTERIAL MFMP Nordm 125 DE 19 DE MAIO DE 2006
VALORES AUTORIZADOS PARA PAGAMENTO RELATIVOS A DOTACcedilOtildeES CONSTANTES
DA LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA PARA 2006 E AOS RESTOS A PAGAR DE 2005 Data de atualizaccedilatildeo 09012007 R$ Mil
ATEacute MAI ATEacute JUN ATEacute JUL ATEacute AGO ATEacute SET ATEacute OUT ATEacute NOV ATEacute DEZ OacuteRGAtildeOS EOU UNIDADES ORCcedilAMENTAacuteRIAS
20101 PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 295802
349209
452616
506022
550988
595953
691918
810026
20102 GAB DA VICE-PRESIDEcircNCIA DA REPUacuteBLICA 998
1198
1398
1698
1868
2037
2721
2890
20114 ADVOCACIA-GERAL DA UNIAtildeO 39814
45524
51234
60345
67704
75063
79922
94781
22000 MIN DA AGRIC PEC E ABASTECIMENTO 238546
354485
400424
460563
526646
589462
674777
874179
24000 MIN DA CIEcircNCIA E TECNOLOGIA 616141
788828
954130
1198017
1312077
1449359
1695323
2234942
25000 MIN DA FAZENDA 461494
607980
760465
1052064
1306841
1372881
1458411
1589215
26000 MIN DA EDUCACcedilAtildeO 2431224
3091435
3528998
4166209
4865611
5568436
6271262
7064088
28000 MIN DO DESENV IND E COMEacuteRCIO EXTERIOR 90763
99587
125231
134555
152459
159337
166214
214091
30000 MIN DA JUSTICcedilA 456383
541391
653548
765704
862253
958802
1055351
1231900
32000 MIN DE MINAS E ENERGIA 85465
114630
143796
186053
210688
258607
306525
379444
33000 MIN DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL 299527
457649
539558
625468
711378
797288
883197
969107
35000 MIN DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES 347097
377226
407355
467485
520419
633354
716289
885223
70
36000 MIN DA SAUacuteDE 13050504
15924886
18815009
21705132
24482919
27260706
30038492
34588170
38000 MIN DO TRABALHO E EMPREGO 161118
181567
251612
341578
364691
387805
410918
452031
39000 MIN DOS TRANSPORTES 668160
749053
829946
1077339
1286381
1602422
1671464
2335793
41000 MIN DAS COMUNICACcedilOtildeES 122628
142098
161667
190557
220868
264603
308338
363472
42000 MIN DA CULTURA 155156
182753
213850
257547
278457
301566
325476
384885
44000 MIN DO MEIO AMBIENTE 115444
158213
193482
243551
271981
301461
329891
403421
47000 MIN DO PLANEJ ORCcedilAMENTO E GESTAtildeO 144840
168562
207104
238386
281455
309915
368376
443436
49000 MIN DO DESENVOLVIMENTO AGRAacuteRIO 285471
723196
934922
1036647
1112176
1406829
1706481
2012818
51000 MIN DO ESPORTE 106895
181039
217283
244027
260430
325044
388858
507842
52000 MIN DA DEFESA 784728
1042536
1215345
1520953
1989733
2341660
2696194
3687152
53000 MIN DA INTEGRACcedilAtildeO NACIONAL 352210
382066
495608
580249
693417
778159
841451
1077819
54000 MIN DO TURISMO 108586
198430
278459
333388
346698
402446
466194
700142
55000 MIN DO DESENV SOCIAL E COMB Agrave FOME 478367
705610
932852
1160095
1369197
1852448
2335700
2736782
56000 MIN DAS CIDADES 202042
299230
412819
440908
452024
485141
531557
1003796
71000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIAtildeO 96894
153836
167777
209719
249063
288408
327752
366096
73101 RECURSOS SOB SUPERV DO MIN DA FAZENDA 39869
43845
47820
52496
56272
60049
63825
67601
74000 OPERACcedilOtildeES OFICIAIS DE CREacuteDITO 34330
37521
40713
53740
53740
53740
53740
78740
TOTAL GERAL 22270494 28103583 33435022 39310495 44858433 50882980 56866619 67559884
Fonte httpwwwtesourofazendagovbrprogramacao_financeira horaacuterio 2200 do dia 040208
71
Na Uniatildeo segundo Giacomoni (2007 p 318) a principal norma
disciplinadora eacute o Decreto-lei ndeg 20067 que define a programaccedilatildeo
financeira de desembolso como instrumento baacutesico do planejamento
Especificamente os artigos 17 e 72 a seguir descritos
Art 17 Para ajustar o ritmo de execuccedilatildeo do orccedilamento-programa ao fluxo provaacutevel de recursos o Ministeacuterio do Planejamento e Coordenaccedilatildeo Geral e o Ministeacuterio da Fazenda elaboraratildeo em conjunto a programaccedilatildeo financeira de desembolso de modo a assegurar a liberaccedilatildeo automaacutetica e oportuna dos recursos necessaacuterios agrave execuccedilatildeo dos programas anuais de trabalhatildeordquo e ldquoArt 72 Com base na lei orccedilamentaacuteria creacuteditos adicionais e seus atos complementares o oacutergatildeo central da programaccedilatildeo financeira fixaraacute as cotas e prazos de utilizaccedilatildeo de recursos pelos oacutergatildeos da Presidecircncia da Repuacuteblica pelos ministeacuterios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciaacuterio para atender agrave movimentaccedilatildeo dos creacuteditos orccedilamentaacuterios
Na Uniatildeo os artigos do referido decreto que tratam de programaccedilatildeo
financeira satildeo inseridos a cada exerciacutecios financeiro da LDO
disciplinando a execuccedilatildeo financeira
233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Na elaboraccedilatildeo e execuccedilatildeo do orccedilamento geralmente eacute dado atenccedilatildeo especial
para realizaccedilatildeo da despesa A LRF inovou e dedicou artigos importantes para
as receitas puacuteblicas esquecidas especialmente pelos Municiacutepios A praacutetica de
calcular as despesas e apoacutes equilibraacute-las sem criteacuterio com a receita natildeo se
admite mais
O artigo 12 jaacute trabalha regras para o processo de elaboraccedilatildeo da proposta
orccedilamentaacuteria como se segue
Art 12 As previsotildees de receita observaratildeo as normas teacutecnicas e legais consideraratildeo os efeitos das alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo da variaccedilatildeo do iacutendice de preccedilos do crescimento econocircmico ou de qualquer outro fator relevante e seratildeo acompanhadas de
72
demonstrativo de sua evoluccedilatildeo nos uacuteltimos trecircs anos da projeccedilatildeo para os dois seguintes agravequele a que se referirem e da metodologia de caacutelculo e premissas utilizadasrdquo
Dessa forma estaria no miacutenimo qualquer dos entes federados ao superestimar
a receita desobedecendo ao princiacutepio da legalidade expressamente definido
no artigo 12 da Lei de Responsabilidade Fiscal
A execuccedilatildeo do orccedilamento foi regulamentada pelo artigo 13 d LRF abaixo
transcrito
Art 13 No prazo previsto no art 8o as receitas previstas seratildeo desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo com a especificaccedilatildeo em separado quando cabiacutevel das medidas de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos tributaacuterios passiacuteveis de cobranccedila administrativa (grifo nosso)
Ateacute 30 dias apoacutes a publicaccedilatildeo da LOA eacute necessaacuterio que o municiacutepio aleacutem de
elaborar programaccedilatildeo financeira estabelecida no artigo 8ordm providencie o
desdobramento das receitas estimadas anualmente em metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
Poreacutem o entendimento da doutrina eacute que para se chegar em metas bimestrais
conforme previsto na lei seria necessaacuterio o desdobramento inicialmente em
metas mensais A forma mais apropriada para a construccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira mensal estaacute conforme estabelecida no artigo 8ordm Ressalta-se que
como todo planejamento a receita tambeacutem tem inconstacircncias e uma revisatildeo
perioacutedica seria apropriada para natildeo afetar as metas estabelecidas
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 98) o detalhamento bimestral aleacutem do
mais fundamenta-se no comportamento oscilante natildeo linear em decorrecircncia
do IPTU pago a vista da transferecircncia de 50 do IPVA e de um ICMS
alentado pelas vendas de fim de ano A receita municipal ingressa com mais
vigor no iniacutecio do exerciacutecio depois flutua em virtude do niacutevel da atividade
73
econocircmica seja ela local regional ou nacional Por isso o orccedilamentista se
basearaacute na execuccedilatildeo ocorrida em exerciacutecios preteacuteritos
Em seguir apresenta-se tabela demonstrando as metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo
74
TABELA 4 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO MUNICIacutePIO OacuteRGAcircO BIMESTRE META DE ARRECADACcedilAtildeO RECEITA ARRECADA DIFERENCcedilA1ordm 2ordm 3ordm 4ordm 5ordm 6ordm TOTAL Observaccedilotildees ndash Medidas adotadas quando cabiacuteveis de combate agrave evasatildeo e agrave sonegaccedilatildeo da quantidade e valores de accedilotildees ajuizadas para cobranccedila da diacutevida ativa bem como da evoluccedilatildeo do montante dos creacuteditos passiacuteveis de cobranccedila administrativa ____________________________________ __________________________________ ____________________________________ ORDENADOR CONTADOR CONTROLE INTERNO
Fonte TCEMG - Adaptaccedilatildeo do Autor
75
234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
Eacute comum que leis e atos instituiacutedos nos Municiacutepios natildeo sejam obedecidos
pelas unidades orccedilamentaacuterias e pelas entidades da administraccedilatildeo direta e
indireta O caminho para garantir que seja cumprida a programaccedilatildeo financeira
especialmente para os que ainda insistem em elaborar leis orccedilamentaacuterias com
receitas superestimadas eacute a instituiccedilatildeo de cotas financeiras
Para corrigir possiacuteveis falhas de planejamento eacute necessaacuterio que durante a sua
execuccedilatildeo sejam corrigidas as distorccedilotildees Assim sendo a soluccedilatildeo eacute promover a
limitaccedilatildeo de gastos durante a execuccedilatildeo do orccedilamento por meio das cotas
levando-se em consideraccedilatildeo a receita efetivamente arrecadada e natildeo o
montante do orccedilamento autorizado pelo Legislativo
Os artigos 47 e 48 da Lei Federal 4320 de 1964 como transcritos a seguir jaacute
tratavam deste tema
Art 47 Imediatamente apoacutes a promulgaccedilatildeo da Lei de Orccedilamento e com base nos limites nela fixados o Poder Executivo aprovaraacute um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orccedilamentaacuteria fica autorizada a utilizar Art 48 A fixaccedilatildeo das cotas a que se refere o artigo anterior atenderaacute aos seguintes objetivos a) assegurar agraves unidades orccedilamentaacuterias em tempo uacutetil a soma de recursos necessaacuterios e suficientes agrave melhor execuccedilatildeo do seu programa anual de trabalho b) manter durante o exerciacutecio na medida do possiacutevel o equiliacutebrio entre a receita arrecada e a despesa realizada de modo a reduzir ao miacutenimo eventuais insuficiecircncias de tesouraria (grifo nosso)
Para Toledo Jr e Ciquera (2002 p 71) o art 8ordm da LRF natildeo contradiz o
dispositivo mencionado pois a programaccedilatildeo financeira poderaacute continuar
trimestral e as regras para o desembolso ficariam mensais
Tal medida serve para ldquodosarrdquo a execuccedilatildeo da despesa e o instrumento que
permite isto satildeo as cotas A cota limita a execuccedilatildeo do orccedilamento pois embora
76
exista um valor previsto para o exerciacutecio este natildeo pode ser executado de uma
uacutenica vez e aleacutem disso depende da realizaccedilatildeo das receitas
Eacute importante que a distribuiccedilatildeo seja de acordo com as necessidades de cada
unidade orccedilamentaacuteria ou gestora da entidade Deve-se levar em consideraccedilatildeo
as receitas vinculadas e obedecer a criteacuterios miacutenimos como por grupo de
despesa conforme classificaccedilatildeo da portaria 42 da STN
As cotas financeiras aleacutem de atender ao planejamento do cronograma de
desembolso previsto auxiliam o gestor principalmente no uacuteltimo ano de
mandato no controle da disponibilidade de caixa atraveacutes de um fluxo de caixa
para atendimento do disposto no artigo 42 conforme descrito a seguir
Art 42 Eacute vedado ao titular de Poder ou oacutergatildeo referido no art 20 nos uacuteltimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigaccedilatildeo de despesa que natildeo possa ser cumprida integralmente dentro dele ou que tenha parcelas a serem pagas no exerciacutecio seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito Paraacutegrafo uacutenico Na determinaccedilatildeo da disponibilidade de caixa seratildeo considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar ateacute o final do exerciacutecio
As cotas podem auxiliar tambeacutem no cumprimento das metas de resultado
primaacuterio e nominal caso as metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo natildeo atinjam
niacuteveis necessaacuterios
Eacute importante destacar que a cota eacute um instrumento que flexibiliza a gestatildeo
considerando que para sua construccedilatildeo deve haver participaccedilatildeo ativa de todos
os ordenadores de despesa
235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
Para a construccedilatildeo do conceito de fluxo de caixa seguimos um passo
importante que foi o entendimento de conceitos fundamentais como metas de
77
arrecadaccedilatildeo programaccedilatildeo financeira e cotas Como vimos sugere-se que
haja em primeiro lugar o estabelecimento das metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo ou mensais que daratildeo suporte para elaboraccedilatildeo da programaccedilatildeo
financeira que por sua vez daraacute sustentaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das cotas
Eacute necessaacuterio que haja uma integraccedilatildeo de todos os departamentos da entidade
puacuteblica municipal seja ela do Executivo ou Legislativo da administraccedilatildeo direta
ou indireta para que as ferramentas proporcionem uma autonomia monitorada
Trabalhar com o cronograma de cota proporcionaraacute agraves unidades
administrativas a autonomia para trabalharem dentro de limites
preestabelecidos Assim tambeacutem cada despesa precisa de informaccedilotildees que a
classifiquem no cronograma de desembolso
O cronograma de Desembolso por cota (das despesas orccedilamentaacuterias) do
Executivo pode ser elaborado conforme a expectativa de disponibilidade de
caixa da entidade ou seja descontando os compromissos jaacute tidos como certos
como por exemplo transferecircncias para o Legislativo transferecircncias financeiras
para Fundos Especiais e restos a pagar
Com o controle de cotas torna-se evidente o alcance ou permanecircncia do
equiliacutebrio fiscal tendo em vista que existiraacute a informaccedilatildeo para que a medida
seja tomada ou natildeo quanto agrave realizaccedilatildeo da despesa
Isso natildeo implica que os desembolsos sejam iguais agraves cotas Eles podem ser
inferiores com o objetivo de economizar para um periacuteodo seguinte Esses
valores tambeacutem poderatildeo ser alterados para mais conforme a necessidade da
unidade orccedilamentaacuteria desde seja negociado com o gestor das cotas e demais
unidades envolvidas na mudanccedila
Ao assumir um compromisso torna-se imprescindiacutevel contemplar informaccedilatildeo
que defina a previsatildeo de pagamento das parcelas dos contratos
especialmente os de natureza continuada e os demais ou outro instrumento
78
que venha substituiacute-lo
O pagamento de cada compromisso no respectivo mecircs estaraacute limitado ao saldo
disponibilizado no Cronograma de Desembolso por cota
O fluxo de caixa aliado ao cronograma de desembolso deve observar os
limites legais de aplicaccedilatildeo dos recursos vinculados a gastos tais como ensino
sauacutede entre outros e por outro lado garantir o cumprimento de despesas com
pessoal e de outras jaacute compromissadas
Conforme Aguilar e outros (2004 p 23) eacute necessaacuterio um instrumento de
gestatildeo que demonstre o reflexo das decisotildees governamentais no equiliacutebrio das
contas ao longo do tempo no momento em que o mesmo eacute cogitado
Mesmo a lei natildeo tendo de forma explicita mencionado o termo ldquoFluxo de
Caixardquo seja projetado ou realizado ela deixa claro a intenccedilatildeo em seu objetivo
principal o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Os instrumentos mencionados ndash
metas bimestrais e cronograma mensal de desembolso satildeo insuficientes para
demonstrar o equiliacutebrio das contas puacuteblicas Eles natildeo tratam de detalhes como
por exemplo os saldos financeiros das contas bancaacuterias anteriores e
posteriores e somente levam em consideraccedilatildeo a competecircncia do exerciacutecio
financeiro em execuccedilatildeo Daiacute a importacircncia da implementaccedilatildeo do fluxo de
caixa
E para reafirmar a necessidade de um fluxo de caixa a LRF instituiu a limitaccedilatildeo
de empenho da despesa quando comprovado o natildeo-cumprimento de metas de
resultado primaacuterio e nominal O controle de fluxo de caixa previsto pode
colaborar na tomada de decisatildeo de limitaccedilatildeo de empenho quando apresenta
resultado insatisfatoacuterio
Art 9o Se verificado ao final de um bimestre que a realizaccedilatildeo da receita poderaacute natildeo comportar o cumprimento das metas de resultado primaacuterio ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais os Poderes e o Ministeacuterio Puacuteblico promoveratildeo por ato proacuteprio e nos
79
montantes necessaacuterios nos trinta dias subsequumlentes limitaccedilatildeo de empenho e movimentaccedilatildeo financeira segundo os criteacuterios fixados pela lei de diretrizes orccedilamentaacuterias
Neste instrumento de planejamento financeiro devem ser levadas em
consideraccedilatildeo as despesas mensais fixas ou de caraacuteter continuado tais como
contratos folha de pagamento encargos sociais serviccedilos puacuteblicos de telefone
energia eleacutetrica e aacutegua juros e encargos da diacutevida transferecircncias financeiras a
entidades entre outras O ldquofluxo de caixa previstordquo atende bem a esta
demanda por ser um recurso muito divulgado que demonstra o
comportamento financeiro futuro tanto em longo quanto em curto prazo
Geralmente o ldquofluxo de caixardquo eacute um dispositivo utilizado na iniciativa privada e
na administraccedilatildeo puacuteblica Satildeo raras ou inexistentes as publicaccedilotildees na aacuterea
puacuteblica sobre como elaboraacute-lo e utilizaacute-lo de forma integrada aos diplomas
legais e ao processo decisoacuterio
Observa-se que a maioria dos instrumentos de gestatildeo eacute pouco utilizada e
quando utilizada depende de normas legais especiacuteficas e riacutegidas
Na anaacutelise da funccedilatildeo econocircmica-financeira deve-se procurar responder questotildees relativas a qual a composiccedilatildeo da receita E das despesas O grau de endividamento os indicadores de liquidez indicadores de rentabilidade sistema de planejamento e controle financeiro sistema de contabilidade e folha de pagamento relacionamento com bancos (Monteiro 1997 p 66)
Os Municiacutepios satildeo obrigados a aplicar um limite miacutenimo dos recursos recebidos
de impostos e transferecircncias constitucionais em educaccedilatildeo e sauacutede Isso deve
ser considerado na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa Em geral administram-se
muitos recursos vinculados a uma finalidade especiacutefica sendo vedado o seu
uso para fins diversos A LRF em seu art 50 I determina que ldquoa
disponibilidade de caixa constaraacute de registro proacuteprio de modo que os recursos
vinculados a oacutergatildeo fundo ou despesa obrigatoacuteria fiquem identificados e
escriturados de forma individualizadardquo O fluxo de caixa deve ser adequado ao
plano de contas da entidade puacuteblica Pode-se vincular os recursos do Ativo
80
Financeiro assim como uma reserva que recomenda-se denominar de
provisatildeo
Na elaboraccedilatildeo do fluxo de caixa eacute imprescindiacutevel o esforccedilo do gestor para
alocar os recursos financeiros aos compromissos assumidos O planejamento e
o controle permitiratildeo que o gestor possa evitar a busca de recursos de
terceiros ou seja os empreacutestimos por meio de antecipaccedilatildeo de receitas
orccedilamentaacuterias ou mesmo financiamentos em longo prazo No proacuteximo capiacutetulo
seraacute tratado da metodologia de pesquisa adotada para esta dissertaccedilatildeo
81
3 METODOLOGIA
31 Estrateacutegia de Pesquisa
Para a pesquisa quanto a sua natureza utilizou-se a qualitativa que segundo
Godoy (1995 p 62) ldquotem como objetivo o estudo e a anaacutelise do mundo
empiacuterico em seu ambiente naturalrdquo
A pesquisa foi realizada em duas etapas sendo a primeira por meio de um
levantamento bibliograacutefico que se constitui segundo Vergara (2000 p 48) em
um estudo sistematizado desenvolvido com base em materiais puacuteblicos tais
como leis livros revistas jornais redes eletrocircnicas
Para a segunda etapa utilizou-se ldquoEstudos de Casordquo como estrateacutegia de
pesquisa que conforme Yin (2001 p 27) eacute uma estrateacutegia escolhida ao se
examinar acontecimentos contemporacircneos mas quando natildeo se podem
manipular comportamentos relevantes
A pesquisa conta ainda com uma variante que eacute conforme Yin (2001 p 33) o
estudo de caso muacuteltiplo tendo em vista que seratildeo investigados quatro
Municiacutepios objetos de nosso estudo
Para maior seguranccedila foi realizado um preacute-teste para avaliar o comportamento
dos entrevistados antes da aplicaccedilatildeo efetiva na amostra escolhida Com isso
poderemos manter a estrateacutegia escolhida ou modificaacute-la em tempo necessaacuterio
No preacute-teste foram entrevistados quatro participantes sendo Secretaacuterio de
planejamento Superintendente de Financcedilas Coordenadora do Fundo
Municipal de Sauacutede e Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo
82
311 Universo e amostra
O universo da pesquisa objeto desta investigaccedilatildeo foi formado por Municiacutepios
mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes
Foram pesquisados Municiacutepios com mais 50000 mil habitantes nos itens
Divida Consolidada gastos com pessoal evoluccedilatildeo de restos a pagar gastos
com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia gastos com
educaccedilatildeo Para mediccedilatildeo comparamos os valores aplicados nos itens
relacionados anteriormente com a Receita Corrente Liacutequida de cada exerciacutecio
os exerciacutecios escolhidos para investigaccedilatildeo foram 1998 a 2006 somente os
valores inscritos em restos a pagar foram comparados com os valores
disponiacuteveis em bancos e caixa
Para esta etapa a amostra utilizada foram 60 Municiacutepios dos 67 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes conforme IBGE e demonstrados no quadro 22
da pesquisa Os 60 utilizados foram os que possuiacuteam todos os dados
necessaacuterios e em conformidade com a proposta da pesquisa
Jaacute para a pesquisa com mais profundidade de detalhes a amostra escolhida
seguiu criteacuterio de importacircncia regional pela localizaccedilatildeo e pela facilidade de
acesso aos Municiacutepios em funccedilatildeo de atividade profissional que para Vergara
(2000 p 50) eacute o tipo de amostra natildeo probabiliacutestica e como criteacuterio de
acessibilidade eacute a que longe de qualquer procedimento estatiacutestico seleciona
elementos pela facilidade de acesso a eles
Foram analisados os Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso conforme dados apresentados no quadro 8 a seguir
83
QUADRO 8
Seleccedilatildeo de Municiacutepios Mineiros por regiatildeo kmsup2 e Populaccedilatildeo para Estudos de Caso Municiacutepio Localizaccedilatildeo Aacuterea em Kmsup2 Populaccedilatildeo
Alfenas Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo de Alfenas
85133 kmsup2 75899
Juiz de Fora Macrorregiatildeo da Mata Microrregiatildeo
de Juiz de Fora
143387 kmsup2 501153
Paraacute de Minas Macrorregiatildeo Central Microrregiatildeo
de Paraacute de Minas
54357 kmsup2 80409
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Macrorregiatildeo Sul de Minas
Microrregiatildeo Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
81372 kmsup2 64150
Fonte IBGE ndash Adaptaccedilatildeo do Autor
FIGURA 1 - Mapa de localizaccedilatildeo dos quatro Municiacutepios com referecircncia a Belo Horizonte Fonte Elaborado pelo autor
84
312 Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada utilizando-se dois instrumentos
complementares anaacutelise documental e entrevistas dirigidas e semi-
estruturadas
As informaccedilotildees para pesquisa dos 60 Municiacutepios foram extraiacutedas do sistema
Financcedilas Brasil (FINBRA) da STN
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 periacuteodo anterior durante e
apoacutes vigecircncia da LRF
Os exerciacutecios escolhidos para anaacutelise em profundidade nos quatro Municiacutepios
ndash 1998 e 2006 ndash representam meados de mandato especificamente o
segundo ano para que nenhuma outra caracteriacutestica peculiar aos outros anos
afetasse resultado O primeiro periacuteodo compreende o mandato de 1997 a 2000
anterior agrave vigecircncia da LRF e o segundo de 2005 a 2008 posterior agrave instituiccedilatildeo
da LRF
A escolha dos entrevistados seguiu criteacuterios de envolvimento no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e que trabalharam na elaboraccedilatildeo e
gestatildeo dos instrumentos de planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro tanto para
o exerciacutecio de 1998 quanto para de 2006
A seguir quadro dos Municiacutepios com cargos aacutereas de atuaccedilatildeo e quantidade
de entrevistas realizadas em cada municiacutepio
85
QUADRO 9 Roteiro Aacutereas exerciacutecios para entrevistas e quantidade de entrevistas
MUNICIacutePIOS ENTREVISTADOS AacuteREA EXERCIacuteCIOS QUANTIDADE
ENTREVISTAS Alfenas Secretaacuterios Municipais
planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede e Assessoria Teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo Sauacutede
Nenhuma
Juiz de Fora Chefe de Orccedilamento e Assessores Teacutecnicos
Planejamento 04
Paraacute de Minas Secretaacuterios Municipais de Planejamento e Assessorias Teacutecnicas
Planejamento 01
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Secretaacuterios Municipais de Planejamento Sauacutede Educaccedilatildeo e assessoria teacutecnica
Planejamento Educaccedilatildeo e Sauacutede
1998 e 2006
03
Fonte Elaborado pelo autor
Considerou-se para esta pesquisa o meio eletrocircnico como o mais apropriado
para o encaminhamento das entrevistas Apoacutes encaminhaacute-las confirmou-se
via telefone o recebimento Posteriormente foi efetuada a visita ldquoin locordquo para
fechamento e validaccedilatildeo dos trabalhos
A seguir quadros com especificaccedilatildeo dos blocos para roteiro de levantamento
documental e entrevistas
QUADRO 10
Blocos para levantamento documental
Os levantamentos foram realizados ldquoin locordquo em arquivos ou informaccedilotildees veiculados nos siacutetios dos Municiacutepios do Tribunal de Contas do Estado Secretaria do Tesouro Nacional Ministeacuterio do Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo dentre outros disponiacuteveis O objetivo foi identificar aspectos de ordem teacutecnica que estatildeo estruturados em roteiro para exame a seguir especificado BLOCO I Roteiro para levantamento de dados dos 60 Municiacutepios ndash Despesas com
endividamento pessoal e restos a pagar gastos com sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo dos Municiacutepios do Estado de Minas Gerais com mais de 50000 mil habitantes com cruzamento de dados entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
BLOCO II Roteiro para levantamento documental dos quatro Municiacutepios ndash Estrutura do Executivo e Processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria ndash 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo autor
86
QUADRO 11 Blocos para entrevistas
BLOCO I Processo de participaccedilatildeo e construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento
dirigidas aos Secretaacuterios de Planejamento e Financcedilas e Assessores e Teacutecnicos da aacuterea de planejamento trabalhou-se questotildees sobre construccedilatildeo dos instrumentos de planejamento processo de participaccedilatildeo da sociedade e ciclo de planejamento aplicado
BLOCO II Processo de elaboraccedilatildeo dos Instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios de Sauacutede
BLOCO III Processo de elaboraccedilatildeo dos instrumentos de planejamento dirigida a Secretaacuterios Municipais de Educaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor
87
4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
41 Anaacutelise dos Dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
Os exerciacutecios analisados foram de 1998 a 2006 A avaliaccedilatildeo foi realizada por
meio de dados obtidos de 60 Municiacutepios mineiros em um universo de 67 com
mais de 50000 mil habitantes segundo dados estimados pelo IBGE em 2004
As informaccedilotildees acima foram extraiacutedas do sistema Financcedilas Brasil (FINBRA) da
STN
Todos os iacutendices ou percentuais constantes do quadro 14 a seguir foram
obtidos da comparaccedilatildeo entre os gastos informados no quadro quando
comparados com a RCL dos 60 Municiacutepios pesquisados Estes dados satildeo
consolidados de todos os Municiacutepios e foram comparados a cada exerciacutecio
realizando a evoluccedilatildeo no periacuteodo proposto para esta pesquisa A uacutenica
exceccedilatildeo eacute a despesa com restos a pagar que eacute comparada com a
disponibilidade financeira em bancos e caixa de cada exerciacutecio
A seguir quadro 12 com os sete iacutendices ou percentuais analisados objeto da
anaacutelise mencionada
88
QUADRO 12 Indicadores e Periacuteodos
ORDEM INDICADORES EXERCIacuteCIOS
01 PCGP ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal 02 PCGPF ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por
Faixa 03 PEC ndash Percentual de Endividamento Consolidado 04 PRPDF ndash Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade
Financeira de Caixa e Bancos 05 PGSSRCL ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento
x Receita Corrente Liacutequida 06 PGAPRCL ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia e
Previdecircncia x Receita Corrente Liacutequida 07 PGECRCL ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x
Receita Corrente Liacutequida
1998 a 2006
Fonte Elaborado pelo autor
411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal (PCGP)
4203 3795 3956 41524842 4902
4572 4563 4342
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evoluccedilatildeo Desp Pessoal
GRAacuteFICO 1 ndash Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal - PCGP Fonte Elaborado pelo autor
O graacutefico representa o percentual aplicado com pessoal somado os valores dos
60 Municiacutepios a partir de 1998 iniciando com 4203 dentro da faixa entre
40 a 50 com exceccedilatildeo de 1999 e 2000 que esteve na faixa entre 30 a
40 chegando em 2006 com 4342 Verifica-se uma oscilaccedilatildeo durante os
nove anos sendo que se atingiu o miacutenimo de 3795 em 1999 um ano antes
da aprovaccedilatildeo da LRF e a maacutexima de 4902 em 2003 logo dois anos apoacutes a
89
vigecircncia da lei fiscal Nos anos seguintes a esta maacutexima haacute um percebiacutevel e
constante decreacutescimo ateacute 2006
90
Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa (PCGPF)
000100020003000400050006000700080009000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
20 a 3536 a 4041 a 4546 acima
412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa - PCGPF
TABELA 5 - Evoluccedilatildeo de Gastos Consolidado com Pessoal Por Faixa Percentual
EVOLUCcedilAtildeO DE GASTOS DE PESSOAL POR FAIXA PERCENTUAL
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 FAIXA QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE QTDE
20 a 35 7 1167 8 1333 3 500 6 1000 2 333 1 167 3 500 5 833 4 66736 a 40 2 333 7 1167 6 1000 10 1667 9 1500 4 667 8 1333 5 833 6 100041 a 45 6 1000 10 1667 11 1833 6 1000 10 1667 9 1500 14 2333 18 3000 12 200046 acima 45 7500 35 5833 40 6667 38 6333 39 6500 46 7667 35 5833 32 5333 38 6333
GRAacuteFICO 2 ndash Gastos Consolidados com Pessoal por Faixa Percentual - PCGPF
Fonte Elaborado pelo Autor
Fonte Elaborado pelo Autor
91
O PCGPF foi formado pela distribuiccedilatildeo entre os 60 Municiacutepios pesquisados
separando-se por faixa de gastos com pessoal Na primeira faixa 20 a 35
iniciado em 1998 com 7 Municiacutepios representando 1167 da amostra
chegando em 2006 4 representando 667 da amostra A segunda faixa
analisada foi quem gastou entre 36 a 40 tendo iniciado em 1998 com 2
Municiacutepios representando 333 da amostra chegando em 2006 com 6
representando 10 da amostra A terceira faixa analisada eacute quem gastou entre
41 a 45 tendo iniciado em 1998 com 6 representando 10 da amostra
chegando em 2006 com 12 representando 20 da amostra A quarta e uacuteltima
faixa eacute quem gastou acima de 46 tendo iniciado em 1998 com 45
representando 75 da amostra chegando em 2006 com 38 representando
6333 da amostra
Percebi-se que uma oscilaccedilatildeo significativa na menor faixa analisada com uma
diminuiccedilatildeo de Municiacutepios de 7 para 4 Outra faixa que chamou a atenccedilatildeo foi a
quarta quem gastava acima de 46 com uma variaccedilatildeo de 45 para 38
Municiacutepios
413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
PERCENTUAL DE ENDIVIDAMENTO PUacuteBLICO (PEC)
1809
2358 21962352
2540 2577
20182228
2561
000
500
1000
1500
2000
2500
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Diacutevida
GRAacuteFICO 3 ndash Percentual de Endividamento Consolidado Fonte Elaborado pelo Autor
92
O PEC iniciou em 1998 com um percentual de 2358 dentro da faixa entre 20
a 25 chegando a 2006 com 1809 passando para a faixa entre 15 a
20 Os dois percentuais estatildeo dentro dos limites estabelecidos pela
Resoluccedilatildeo 40 do Senador Federal
414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira de Caixa e Bancos ndash PRPDF
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira
00020000000000400000000006000000000080000000000
100000000000120000000000140000000000160000000000180000000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Restos a pagarDisponibilidade Financeira
GRAacuteFICO 4 ndash Percentual de RP X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 os valores nominais iniciaram com mais de R$ 60000000000
(seiscentos milhotildees de reais) com Restos a Pagar com uma disponibilidade
financeira abaixo de R$ 20000000000 (duzentos milhotildees de reais) Chegou-
se em 2006 com uma situaccedilatildeo inversa com uma Disponibilidade Financeira
acima de R$ 160000000000 (um bilhatildeo e seiscentos milhotildees de reais) e
com restos a pagar inferior a R$ 140000000000 (um bilhatildeo e quatrocentos
milhotildees de reais)
Os nuacutemeros finais representam uma situaccedilatildeo altamente favoraacutevel com um
equiliacutebrio financeiro efetivo mas natildeo podemos deixar que as sobras elevadas
perdurem por um longo tempo no caixa dos governos existem diversas
93
demandas de serviccedilos puacuteblicos o ideal eacute realmente uma igualdade ou uma
sobre menor de recursos
Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Financeira (PRPDF)
8267974994361716316892
27262
5293645050
49609
000
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Indicador de RP 1998 a 2006
GRAacuteFICO 5 ndash Percentual de Restos a Pagar X Disponibilidade Financeira - PRPDF Fonte Elaborado pelo Autor
O PRPDF iniciou 1998 com percentual de 49609 e chegou em 2006 com
percentual de 8267
O percentual em 2006 eacute altamente favoraacutevel Jaacute o percentual em 1998
representa que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 39609 a
mais do que o disponiacutevel em Bancos e Caixa Os Municiacutepios chegaram em
2006 com uma situaccedilatildeo totalmente inversa e favoraacutevel se eles pagassem tudo
que deviam em restos a pagar sobrariam recursos em bancos e caixa O
indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos a pagar consumiria
somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
94
415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita Corrente Liacutequida - PGSSRCL
Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL (PGSSRCL)
341433982888 2977 3117 2993
3566 3572
3254
000
1000
2000
3000
4000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL
GRAacuteFICO 6 ndash Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x RCL - PGSSRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGSSRCL natildeo representa um indicador fiscal representa uma medida social
de aplicaccedilatildeo em sauacutede puacuteblica e saneamento tendo iniciado em 1998 com
percentual de 2888 na faixa entre 20 a 30 e chegando em 2006 com
3414 jaacute na faixa entre 30 a 40 o indicador teve ligeira tendecircncia pra cima
no entanto sem variaccedilatildeo consideraacutevel e natildeo afetando o equiliacutebrio das contas
puacuteblicas
95
416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X Receita Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL
Percentual de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL (PGAPRCL)
813744739
549 547
805734
802 736
000
200
400
600
800
1000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Assitecircncia e Previdecircncia x RCL
GRAacuteFICO 7 ndash Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia X RCL - PGAPRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia x Receita
Corrente Liacutequida ndash PGAPRCL tambeacutem natildeo eacute indicador fiscal eacute uma medida
de investimento social tendo iniciado em 1998 com percentual de 739 e
chegando em 2006 com 813 o indicador oscilou para menos nos anos de
1999 e 2000 retomando uma tendecircncia de crescimento a partir de 2001
permanecendo ateacute 2006
96
417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita Corrente Liacutequida - PGECRCL
Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL (PGERCL)
22422229220822092530
2805273927712818
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Iacutendice de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x RCL
GRAacuteFICO 8 ndash Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura X RCL ndash PGECRCL Fonte Elaborado pelo Autor
O PGECRCL representa um indicador social e iniciou 1998 com percentual de
2818 chegou em 2006 com 2242 os dois na mesma faixa analisada
Como o percentual estaacute somando Educaccedilatildeo e Cultura natildeo foi possiacutevel aferir
se os Municiacutepios cumpriram ou natildeo o percentual constitucional com educaccedilatildeo
o que analisaremos adiante com dados dos quatro Municiacutepios objeto de nosso
estudo mais detalhado
97
42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
Os exerciacutecios analisados no levantamento documental proposto para pesquisa
nos quatros estudos de caso correspondem a 1998 e 2006 com dados
obtidos na contabilidade nas secretarias de planejamento orccedilamento e gestatildeo
das prefeituras por meio de visita ldquoin locordquo e envio de alguns dados pela
contabilidade das prefeituras Os dados referentes ao periacuteodo de 1998 a 2006
foram obtidos no sitio da Secretaria do Tesouro Nacional Os Municiacutepios
pesquisados foram Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso
Como a participaccedilatildeo na pesquisa eacute espontacircnea alguns Municiacutepios natildeo
disponibilizaram todos os dados solicitados
A evoluccedilatildeo dos gastos com pessoal endividamento puacuteblico e com as funccedilotildees
sauacutede e saneamento assistecircncia social e previdecircncia e educaccedilatildeo e cultura
foram obtidos da comparaccedilatildeo destes com a RCL de cada Municiacutepio e de cada
exerciacutecio A evoluccedilatildeo dos restos a pagar foi objeto da comparaccedilatildeo com as
disponibilidades financeiras em bancos e caixa de cada municiacutepio
A seguir quadro com siacutentese do levantamento documental realizado nos quatro
Municiacutepios conforme proposta da pesquisa
98
QUADRO 13 Siacutentese Levantamento Documental Aplicado aos Quatro Municiacutepios
Ordem levantamento documental Dados especiacuteficos Composiccedilatildeo da administraccedilatildeo puacuteblica do municiacutepio
De quais entidades eacute composto seu municiacutepio
Estrutura organizacional do Executivo Qual eacute a estrutura de organizaccedilatildeo do Poder Executivo de seu Municiacutepio
Informaccedilotildees do programas de governo Quais informaccedilotildees compunham os programas de governo em 1998 e 2006
Despesas constantes do PPA Quais despesas constavam no PPA de 1998 e 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento Qual a aplicaccedilatildeo em sauacutede e saneamento de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia
Qual a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de gastos com pessoal Qual a aplicaccedilatildeo em pessoal entre 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo do endividamento puacuteblico Qual o percentual do endividamento puacuteblico no periacuteodo de 1998 a 2006
Evoluccedilatildeo de restos a pagar Qual o percentual de restos a pagar no periacuteodo de 1998 a 2006
Comportamento das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Qual o percentual de suplementaccedilatildeo em 1998 e 2006
Emissatildeo de decretos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
Quantos decretos foram emitidos para suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias no periacuteodo de 1998 e 2006
Fonte Elaborado pelo Autor 421 Municiacutepio de Alfenas
O Municiacutepio de Alfenas eacute formado de Poder Executivo Cacircmara e Fundo
Municipal de Sauacutede todos pertencentes a administraccedilatildeo direta natildeo possuindo
administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional do Executivo eacute composta de
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 ndash Secretaria de Fazenda e Planejamento
99
05 ndash Secretaria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Secretaria de Defesa Social
07 ndash Secretaria de Desenvolvimento Econocircmico Accedilatildeo Regional e Turismo
08 ndash Secretaria de Governo
09 ndash Secretaria de Desenvolvimento Social Sauacutede e Meio Ambiente
10 ndash Procuradoria
11 ndash Controladoria
12 - Coordenadoria de Informaacutetica
13 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo
14 ndash Secretaria de Desenvolvimento Urbano
15 ndash Secretaria de Esporte
Relativamente agraves informaccedilotildees sobre os programas governamentais e
despesas constantes no PPA referente ao periacuteodo de 1998 e 2006 natildeo foi
possiacutevel consegui-las devido a dificuldades encontradas para o levantamento
destes dados
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Alfenas
1292
443738913568
4103
1028 1168
41924377
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 9 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas iniciou o ano de 1998 com 1028 de gastos com
sauacutede e saneamento Poreacutem pode-se observar que a partir de 2001 primeiro
ano apoacutes a LRF o investimento nesta aacuterea foi altamente reforccedilado saindo de
100
1292 em 2000 para 4377 em 2001 O Municiacutepio manteve praticamente os
mesmos percentuais ateacute 2006 chegando neste exerciacutecio com 4437
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas
781
159574649708
140138 094 218
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 10 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
Os gastos com assistecircncia social e previdecircncia do Municiacutepio de Alfenas
iniciou-se em 1998 com 708 o menor na comparaccedilatildeo com os demais Em
2006 esse percentual eacute ainda mais baixo apenas 218 Interessante notar
que nos gastos com sauacutede e saneamento este mesmo municiacutepio chegou ao
iacutendice de 4437
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas
43804079
365740833968
4048
49644961
6280
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 11 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
101
O Municiacutepio de Alfenas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal em 4961
tendo uma alta significante para 1999 para 6280 a uacutenica maior que 60 Em
2006 observa-se uma aplicaccedilatildeo de 5047 os percentuais mantiveram-se
dentro dos limites da LRF durante todo periacuteodo analisado com exceccedilatildeo de
1999 ano que ainda natildeo estava em vigor a lei
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas
000 000 000 000 000 000 000 000 000000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 12 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Alfenas Fonte Elaborado pelo autor
O Municiacutepio de Alfenas natildeo apresentou diacutevidas no periacuteodo analisado conforme
informaccedilotildees disponiacuteveis no sitio da STN e acreditando na fidelidade dos
dados considera-se exemplar especialmente quando comparada com os
demais Municiacutepios pesquisados
QUADRO 14 Evoluccedilatildeo de Restos Pagar - Alfenas
Municiacutepios 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
ALFENAS 2968 6864 1322 6520 13757 14448 2143 3784 18139
Fonte Elaborado pelo Autor
102
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas
18139378421431444813757
6520132268642968000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 13 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Alfenas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Alfenas apresentou um quadro desfavoraacutevel em 2006 Iniciou
1998 com percentual de 2968 com percentuais no periacuteodo variando pra
cima e para abaixo do ideal que eacute de 100 chegando em 2006 com 18139
O percentual obtido em 1998 demonstra que o Municiacutepio devia em restos a
pagar somente 2968 dos valores disponiacuteveis em bancos e caixa jaacute em 2006
com percentual desfavoraacutevel de 18139 representando 8139 a mais que
os valores disponiacuteveis em bancos e caixa do Executivo
No entanto como 2006 natildeo era o uacuteltimo ano de governo o gestor tinha mais
dois anos para equilibrar as contas e transferir para o novo governo uma
situaccedilatildeo favoraacutevel em relaccedilatildeo a restos a pagar
As modificaccedilotildees constantes e em grande quantidade no orccedilamento municipal
podem representar tanto que o municiacutepio natildeo planejou bem tanto que algo
ficou errado no processo que antecede a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria com a
existecircncia de fatores que possam ter contribuiacutedo para percentuais elevados de
suplementaccedilatildeo
O Executivo de Alfenas em 1998 conforme documentos fornecidos pela
contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 30 para
suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias Natildeo foram fornecidos documentos que
103
comprovassem o percentual efetivamente realizado Entende-se que o
percentual autorizado atende plenamente agraves modificaccedilotildees porventura
necessaacuterias agrave execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria
Em 2006 o Executivo de Alfenas obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa de 25
realizando o percentual de 3727 Isso representa 1227 acima do limite
autorizado inicialmente na lei orccedilamentaacuteria ndeg 3877 de 29 de dezembro de
2005 Esse percentual realizado demonstra que o planejamento natildeo foi
elaborado de forma adequada o que pode comprometer os resultados
pretendidos pela administraccedilatildeo
Outro fator pesquisado na realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees foram as
quantidades e periacuteodos em que os decretos para abertura das suplementaccedilotildees
foram utilizados Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo em 1998 em funccedilatildeo de natildeo terem
sido fornecidos os documentos necessaacuterios
Jaacute em 2006 foram utilizados 135 decretos durante todo o exerciacutecio no primeiro
trimestre utilizou-se 32 no segundo 34 no terceiro 35 e no uacuteltimo 34 decretos
Natildeo foi possiacutevel avaliar se ocorreram variaccedilotildees para mais ou para menos entre
1998 e 2006 por falta de acesso as estes documentos
422 Municiacutepio de Juiz de Fora
O Municiacutepio de Juiz de Fora eacute formado de Poder Executivo Legislativo
pertencentes a administraccedilatildeo direta De Agecircncia de Gestatildeo do Transporte e
Tracircnsito ndash GETTRAN Departamento Municipal de Limpeza Urbana ndash
DEMLURB Agecircncia de Gestatildeo Ambiental de Juiz de Fora ndash AGENDA
Fundaccedilatildeo Cultural Alfredo Ferreira Lage ndash FUNALFA Agecircncia de Proteccedilatildeo e
Defesa do Consumidor ndash PROCON Fundaccedilatildeo Museu Mariano Procoacutepio ndash
MAPRO como administraccedilatildeo indireta
104
A estrutura organizacional do Executivo eacute formada por
01 ndash Secretaria de Governo e Articulaccedilatildeo Institucional
02 ndash Secretaria de Comunicaccedilatildeo e Qualidade
03 ndash Procuradoria Geral do Municiacutepio
04 ndash Comissatildeo Permanente de Licitaccedilatildeo
05 ndash Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Estrateacutegica
06 ndash Secretaria de Administraccedilatildeo e Recursos Humanos
07 ndash Secretaria de Receita e Controle Interno
08 ndash Secretaria de Poliacutetica Urbana
09 ndash Secretaria de Sauacutede Saneamento e Desenvolvimento Ambiental
10 ndash Secretaria de Poliacutetica Social
11 ndash Secretaria dos Centros Regionais
12 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
13 ndash Secretaria de Seguranccedila Puacuteblica e Defesa Social
14 ndash Secretaria de Agropecuaacuteria e Abastecimento
15 ndash Secretaria de Turismo Induacutestria e Comeacutercio
Relativamente agraves informaccedilotildees de programas governamentais de 1998 natildeo foi
possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees sobre o conteuacutedo dos programas de
governo considerando dificuldades enfrentadas Para 2006 foi identificado que
constavam nos programas governamentais caracteriacutesticas objetivos
indicadores e custo financeiro Conforme informado pelo chefe do setor de
orccedilamento a unidade responsaacutevel e o gerente de programas natildeo constam nos
programas contidos no PPA considerando que podem ocorrer vinculaccedilatildeo de
programas governamentais a mais de uma secretaria e a gerente responsaacutevel
Em relaccedilatildeo agraves despesas constantes no PPA referentes aos exerciacutecios de 1998
e 2006 somente as deste uacuteltimo ano eacute que foi possiacutevel o levantamento das
informaccedilotildees No conteuacutedo dos programas de governo constavam despesas de
capital de duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de
capital Verificando que constam todas as despesas para o PPA 2005 a 2009
105
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Juiz de Fora
3627 3954355335793612
3640 3580 35983403
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 14 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de em 1998 apresentou percentual de gastos com sauacutede
e saneamento de 3640 mantendo-se este percentual dentro da mesma
faixa fechando 2006 com 3954 representando uma estabilidade neste
gasto
Natildeo se pretendeu medir a aplicaccedilatildeo legal do municiacutepio em sauacutede e
saneamento conforme dispositivo constitucional utilizando-se para anaacutelise da
evoluccedilatildeo em sauacutede e saneamento servindo como informaccedilatildeo relevante da
pesquisa
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Juiz de Fora
643
107511561160
9121051102710411064
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 15 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
106
Juiz de Fora iniciou em 1998 com percentual de evoluccedilatildeo de gastos com
assistecircncia social e previdecircncia com 1064 O Municiacutepio permaneceu durante
todo periacuteodo analisado na faixa de 10 a 15 e somente em 2002 ficando
912 Fechando 2006 com 643 percentual
Como a aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia natildeo estaacute limitada por lei
natildeo analisou-se cumprimento de miacutenimos ou maacuteximos Verificou-se que o
percentual do Municiacutepio de Juiz de Fora quando comparado com os outros trecircs
analisados fica acima em todos os exerciacutecios com exceccedilatildeo de 1998 e 2000
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Juiz de Fora
441245034745
51755499 5652
5195 52265306
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 16 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora com relaccedilatildeo a aplicaccedilatildeo em pessoal iniciou em
1998 com 4758 O percentual oscilou em todos os anos dentro da faixa entre
40 e 60 tendo findado em 2006 com aplicaccedilatildeo de 5306 O percentual
comportou-se em todo periacuteodo dentro dos limites estabelecidos pela LRF mas
com variaccedilatildeo negativa quando comparou-se 1998 com 2006
107
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Juiz de Fora
14181096
1139917900
109
1529
000
857
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 17 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Juiz de Fora iniciou 1998 com percentual de endividamento
puacuteblico na ordem de 1529 Ocorreram oscilaccedilotildees para percentuais menores
nos demais exerciacutecios analisados Destaca-se o percentual zerado nos
exerciacutecios de 2000 e 2002 concluindo que o Municiacutepio natildeo devia nada
Chegou-se em 2006 com 1096 dentro dos limites estabelecidos pela
resoluccedilatildeo 40 do senado feral que eacute de 120 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Juiz de Fora
10093
65345
9781 10288 9407 8801 15116 167377472
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 19 ndashEvoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Juiz de Fora Fonte Elaborado pelo Autor
108
Para os percentuais de aplicados em restos a pagar do Municiacutepio de Juiz de
Fora iniciou 1998 com percentual de 65345 representando que o percentual
em restos a pagar superou as disponibilidades de bancos e caixa em
55345 Os anos de 2000 2003 e 2004 tambeacutem apresentaram situaccedilatildeo
negativa Os demais exerciacutecios apresentaram situaccedilatildeo positiva com
disponibilidades acima dos valores inscritos em restos a pagar
Em 2006 Juiz de Fora apresentou percentual de 10093 representando
praticamente uma igualdade entre os dois valores o que avalia-se como
positivo o referido percentual
O Executivo municipal de Juiz de Fora em 1998 conforme documentos
fornecidos pela contabilidade da prefeitura obteve uma autorizaccedilatildeo legislativa
de entre 21 a 30 para suplementaccedilotildees nas dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias
utilizando desta autorizaccedilatildeo entre 1 a 20
Tal percentual utilizado demonstra que o municiacutepio planejou bem suas accedilotildees
utilizando percentual abaixo do autorizado pelo Legislativo municipal
Em 2006 o Executivo obteve autorizaccedilatildeo entre 1 a 20 realizando
suplementaccedilotildees dentro do mesmo limite
O percentual autorizado e realizado significa o Executivo tambeacutem planejou e
executo bem as accedilotildees governamentais dentro do esperado
Outro fator pesquisado foi a realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees investigando
quantos e quais os periacuteodos foram emitidos decretos para modificaccedilotildees
orccedilamentaacuterias
Em 1998 para o primeiro trimestre utilizou-se 44 decretos jaacute para o primeiro
trimestre de 2006 utilizou-se 52 no segundo trimestre de 1998 foi utilizado 28
decretos no segundo trimestre de 2006 42 decretos no terceiro trimestre de
109
1998 utilizou-se 26 no terceiro trimestre de 2006 41 decretos no quarto e
uacuteltimo trimestre de 1998 utilizou-se 21 jaacute em 2006 44 decretos
Nesta anaacutelise podemos conclui-se que o planejamento piorou regrediu em
todos os trimestres sem nenhuma exceccedilatildeo o Executivo utilizou mais decretos
para realizaccedilatildeo das suplementaccedilotildees orccedilamentaacuterias
423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
O Municiacutepio estaacute composto em Executivo e Legislativo representando a
administraccedilatildeo direta e natildeo possuindo administraccedilatildeo indireta
O Poder Executivo municipal estaacute organizado em
01 - Secretaria de Fazenda
02 ndash Secretaria de Gestatildeo Puacuteblica
03 ndash Secretaria de Educaccedilatildeo
04 - Controladoria e Corregedoria
05 ndash Secretaria de Cultura Meio Ambiente e Agronegoacutecio
06 ndash Secretaria de Accedilatildeo Social
07 ndash Secretaria de Obras
08 ndash Secretaria de Planejamento
09 ndash Secretaria de Sauacutede
10 - Procuradoria Geral
As informaccedilotildees referentes a 1998 natildeo foram possiacuteveis de levantamento
considerando dificuldades de acesso enfrentadas no levantamento documental
Para 2006 identificou-se que os programas governamentais constam
caracteriacutesticas objetivos indicadores custo financeiro unidade responsaacutevel e
110
o gerente de programas Estas informaccedilotildees satildeo consideradas necessaacuterias e
satisfatoacuterias o estabelecimento e acompanhamento dos planos de governo
Para o exerciacutecio de 1998 natildeo foi possiacutevel o levantamento das informaccedilotildees
tendo em vista dificuldades enfrentadas para consegui-las Para 2006
constavam nos programas governamentais despesas de capital despesas de
duraccedilatildeo continuada e despesas decorrentes das despesas de capital Estas
informaccedilotildees representam que todas as despesas puacuteblicas fazem parte do PPA
planejado para 2005 a 2009
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Paraacute de Minas
23992464220621002385
19601452
22641645
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 20 ndash Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou 1998 com percentual em sauacutede puacutebica e
saneamento com 1960 oscilando na faixa entre 10 a 30 durante o periacuteodo
analisado Chegou em 2006 com percentual aplicado de 2464 este
percentual eacute o menor quando comparado com os demais Municiacutepios
analisados
111
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Paraacute de Minas
319407388
645629
1086114110451021
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 21 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O aplicaccedilatildeo em assistecircncia social e previdecircncia iniciou-se em 1998 com
1064 com ligeira queda em 1999 oscilando para cima em 2000 e com
queda acentuada nos proacuteximos exerciacutecios O percentual chegou em 2006 com
218 percentual pequeno quando comparado com os demais Municiacutepios da
pesquisa natildeo sendo possiacutevel aferir percentual miacutenimo ou maacuteximo
considerando natildeo haver legislaccedilatildeo aplicada a este fato
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Paraacute de Minas
5047
475349965536
46603919
7360
4758 4215
000
10002000
3000
4000
50006000
7000
8000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 22 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio de Paraacute de Minas iniciou em 1998 com aplicaccedilatildeo em pessoal
com 4758 e em 1999 com pequena queda para 4412 com alta
112
expressiva em 2000 para 7360 totalmente acima do limite permitido na LRF
retornando em 2001 para 3919 O Municiacutepio manteve-se dentro dos limites
nos demais exerciacutecios Chegou-se em 2006 com percentual de 5047
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Paraacute de Minas
131000
506
000000
617 529363
167
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 23 ndash Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento em Paraacute de Minas Iniciou-se 1998 com 000
e somente em 2001 chegou no percentual de 617 O Municiacutepio permaneceu
na faixa entre 0 a 10 nos proacuteximos exerciacutecios chegando em 2006 com
131 dentro dos limites estabelecidos pela resoluccedilatildeo 40 do senado federal
que eacute 120 d RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Paraacute de Minas
370833994324
154591117411393
67998
9354
60491
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 24 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Paraacute de Minas Fonte Elaborado pelo Autor
113
Paraacute de Minas iniciou em 1998 com percentual de gastos com restos a pagar
em 60491 O percentual representa que o Municiacutepio possui 50491 a mais
em restos a pagar quando comparados com a disponibilidade de caixa e
bancos do exerciacutecio de 1998 Na sequumlecircncia em 1999 com queda expressiva
para 934 Em 2000 primeiro ano de vigecircncia da LRF voltou a patamares
elevados com 67998 oscilando nos proacuteximos exerciacutecios para mais e
menos O percentual chegou em 2006 com 3708 seguindo tendecircncia de
baixa iniciada em 2004 atendendo plenamente ao disposto na LRF
Natildeo foi possiacutevel afericcedilatildeo dos percentuais autorizados e realizados para
suplementaccedilotildees nos exerciacutecio de 1998 e 2006 considerando dificuldades no
levantamento dos documentos
O Municiacutepio em 2006 realizou modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias por meio de
decretos no primeiro trimestre de 2006 com 36 decretos no segundo 58 no
terceiro 46 no quarto 64 decretos totalizando 204 decretos o que considera-
se elevado aferindo-se um planejamento inadequado
424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
O Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso eacute formado de Executivo Legislativo
como administraccedilatildeo direta e Instituto de Previdecircncia dos Servidores do
Municiacutepio representando a administraccedilatildeo indireta
A estrutura organizacional estaacute organizada em
01 - Gabinete do Prefeito
02 ndash Procuradoria
03 ndash Diretoria de Controle Interno
04 ndash Diretoria de Seguranccedila Puacuteblica
114
05 ndash Diretoria de Desenvolvimento Rural
06 ndash Diretoria de Planejamento e Gestatildeo
07 ndash Diretoria de Educaccedilatildeo e Esportes
08 ndash Diretoria de Obras e uacuteltima
09 - Diretoria de Sauacutede e Assistecircncia Social
Os programas governamentais do Municiacutepio em 1998 continham objetivos e
custo financeiro Em 2006 os programas continham caracteriacutesticas objetivos
unidades responsaacuteveis gerentes indicadores e custo financeiro dos programas
de governo o que considera-se conteuacutedo necessaacuterio e fundamental para o
planejamento acompanhamento e alcance dos resultados pretendidos pelos
governantes
As despesas constantes do PPA tanto de 1998 ou 2006 satildeo despesas de
capital e outras delas decorrentes e duraccedilatildeo continuada o que representam
praticamente todas as despesas da administraccedilatildeo puacuteblica
Evoluccedilatildeo de gastos com sauacutede e saneamento - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
19852530
3180
22932356
2039 24292790
2595
000
1000
2000
3000
4000
5000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 25 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Sauacutede e Saneamento ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O Municiacutepio aplicou em sauacutede e saneamento em 1998 2293 ocorrendo
variaccedilotildees entre as faixas de 20 a 30 e 30 a 40 fechando 2006 com
2790
115
Evoluccedilatildeo de gastos com Assitecircncia Social e Previdecircncia - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
206
774791749
911587
1268
767
1456
000
500
1000
1500
2000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 26 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircncia ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 o Municiacutepio aplicou em assistecircncia social e previdecircncia o percentual
de 1456 o maior quando comparado com os trecircs Municiacutepios pesquisados
seguindo tendecircncia de queda fechando 2006 com percentual de 206 Em
2006 o percentual foi o menor na comparaccedilatildeo com os outros trecircs no entanto
os demais tambeacutem a mesma tendecircncia de queda neste investimento
Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
48785531
62355556
4484 4700 46364344
5362
000
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 27 - Evoluccedilatildeo de Gastos com Pessoal ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
Em 1998 iniciou com 5531 em gastos com pessoal com queda em 1999
para 4878 chegando no primeiro ano da vigecircncia da LRF com 6235
retomando nos proacuteximos exerciacutecios percentuais abaixo do limite legal com
116
tendecircncia de queda O percentual chegou em 2006 com 5306 dentro do
limite maacuteximo estabelecido pela LRF que eacute de 60
Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
772799867
000
2088
328000 000
1203
000
1000
2000
3000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 28 - Evoluccedilatildeo da Diacutevida Consolidada ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
O percentual de endividamento de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998
com 328 oscilando entre as faixas de 0 a 30 fechado em 2006 com
772 abaixo do limite estabelecido na resoluccedilatildeo 40 do senador federal de
120 ou 12 da RCL
Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar - Satildeo Sebastiatildeo do Paraiso
19269
109251
7684
115613
13619 10834 191409922 8470
000
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
GRAacuteFICO 29 - Evoluccedilatildeo de Restos a Pagar ndash Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso Fonte Elaborado pelo Autor
117
Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso iniciou em 1998 com percentual de gastos em restos
a pagar em 109251 99251 acima das disponibilidades de caixa e bancos
Em 1999 obteve queda acentuada para 7684 retornando em 2000 para
115613 e para os proacuteximos mantendo-se nas faixas 0 a 200 fechando em
2006 com 19269
Os percentuais desejaacuteveis satildeo 100 ou seja o maacuteximo de restos a pagar seria
a mesma disponibilidade de caixa e bancos para arcar com estes
compromissos
Para 1998 o Legislativo autorizou percentual de suplementaccedilatildeo de 12 das
dotaccedilotildees orccedilamentaacuterias para utilizaccedilatildeo efetiva natildeo possiacutevel tendo em vista
dificuldades de acesso agraves informaccedilotildees
Para 2006 o Legislativo autorizou percentual de 24 das dotaccedilotildees
orccedilamentaacuterias natildeo sendo possiacutevel a afericcedilatildeo do percentual de execuccedilatildeo em
funccedilatildeo diante da negativa no acesso a estas informaccedilotildees
A anaacutelise de emissatildeo de atos tambeacutem natildeo possiacutevel por falta de dificuldades no
levantamento dos documentos necessaacuterios
43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
As entrevistas foram dirigidas a secretaacuterios municipais de planejamento e
financcedilas educaccedilatildeo e sauacutede diretores de orccedilamento e planejamento
assessores e servidores da aacuterea teacutecnica envolvidos no processo de
planejamento orccedilamentaacuterio dos Municiacutepios e gestatildeo dos instrumentos de
planejamento para o exerciacutecio de 1998 e 2006
118
E como proposto na metodologia foi realizado um preacute-teste tendo como
escolhido o municiacutepio de Ribeiratildeo das Neves com entrevistas realizadas no dia
26 de fevereiro de 2008
Os dados da entrevista do preacute-teste foram os constantes no quadro a seguir
QUADRO 15
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos do preacute-teste
Planejamento Secretaacuterio de Planejamento Financcedilas Superintendente Tesouro e Contabilidade Sauacutede Coordenadora do Fundo Municipal de Sauacutede Educaccedilatildeo Assistente Teacutecnico de Educaccedilatildeo Fonte elaborado pelo autor
O preacute-teste foi fundamental para esclarecimento de algumas questotildees
determinando que algumas informaccedilotildees somente poderiam ser conseguidas
por meio de levantamento documental como exemplo os percentuais legais de
aplicaccedilatildeo em sauacutede e educaccedilatildeo
Os dados da entrevista do preacute-teste natildeo seratildeo analisados considerando sua
finalidade a seguir apresentaremos o resultado das entrevistas dos quatro
Municiacutepios objeto da pesquisa
431 Municiacutepio de Alfenas
Apoacutes vaacuterios contatos com a controladoria geral com o secretaacuterio de
planejamento sem ecircxito e outras dificuldades natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo de
entrevista no Municiacutepio de Alfenas portanto natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e
anaacutelise dos dados da entrevista No entanto algumas informaccedilotildees objeto da
entrevista foram fornecidas pelo setor de contabilidade da prefeitura
119
Em 2006 o Municiacutepio aplicou em serviccedilos puacuteblicos em sauacutede 2389 das
receitas provenientes de impostos e transferecircncias constitucionais atendendo
ao limite miacutenimo previsto na CF de 1988 que eacute de 15
Em 1998 o FUNDEF recebeu R$ 112895304 (um milhatildeo cento e vinte e oito
mil novecentos e cinquumlenta e trecircs reais e quatro centavos) aplicando R$
193755797 com profissionais do magisteacuterio conforme documento extraiacutedo do
Sistema de Apoio ao Controle Externo ndash Prestaccedilatildeo de Contas Anual
(SIACEPCA) este valor representa que o Municiacutepio aplicou 17162 dos
recursos recebidos no exerciacutecio Este fato natildeo apurado na pesquisa mas que
certamente representa sobra de valores financeiros de exerciacutecios anteriores ou
contabilizaccedilatildeo irregular no FUNDEF
Em 2006 o FUNDEF recebeu R$ 544926146 (cinco milhotildees quatrocentos e
quarenta e nove mil duzentos e sessenta e um reais e quarenta e seis
centavos) aplicando 8647 com profissionais do magisteacuterio Os demais
recursos foram aplicados em outras despesas do ensino fundamental
atendendo ao miacutenimo obrigatoacuterio conforme legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou 3172 dos recursos originaacuterios de impostos e
transferecircncias constitucionais em manutenccedilatildeo e desenvolvimento da
educaccedilatildeo representando em valores nominais R$ 384337709 (trecircs milhotildees
oitocentos e quarenta e trecircs mil trezentos e setenta e sete reais e nove
centavos) Do valor total aplicado em educaccedilatildeo o Municiacutepio aplicou 9053 no
ensino fundamental atendendo ao limite miacutenimo estabelecido em lei
Em 2006 o municiacutepio aplicou 2833 na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do
ensino dos recursos originaacuterios de impostos e transferecircncias constitucionais
este percentual representou em valores nominais R$ 1160598213 (onze
milhotildees seiscentos e cinco mil novecentos e oitenta e dois reais e treze
centavos) O percentual representa tambeacutem uma queda quando comparado
120
com 1998 mas atendendo o limite miacutenimo de 25 conforme previsto na CF de
1988 destes valores aplicou-se 9432 no ensino fundamental
432 Municiacutepio de Juiz de Fora
As entrevistas no municiacutepio de Juiz de Fora ocorreram nos dias 15 e 27 de
marccedilo e 01 de abril de 2008 respectivamente no departamento de orccedilamento
sub-secretaria de financcedilas e secretaria de sauacutede
QUADRO 16
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Chefe do Departamento de Orccedilamento Assessora Teacutecnica de Financcedilas
Planejamento Financcedilas
Assessora Teacutecnica de Financcedilas Sauacutede Sub-secretaacuterio de Sauacutede Fonte elaborado pelo autor
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de planejamento e
financcedilas elaborou-se uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das
perguntas e respostas conforme demonstrado a seguir
QUADRO 17
Siacutentese das entrevistas nas aacutereas de planejamento e financcedilas
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Processo alteraccedilatildeo e participaccedilatildeo PPA e LOA Agentes participantes Etapas para elaboraccedilatildeo da LOA Etapas percorridas Regiotildees orccedilamentaacuterias Organizaccedilatildeo do municiacutepio em regiotildees Publicaccedilatildeo de Informaccedilotildees Transparecircncia na Administraccedilatildeo Avaliaccedilatildeo de Programas de Governo Acompanhamento do programas de governo Estrutura Fiacutesica e de Pessoal Modificaccedilotildees estruturais com a LRF Compatibilidade entre PPA e LOA Compatibilidade entre PPA e LOA Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Cronograma de Desembolso Existecircncia de Fluxo de Caixa Existecircncia de Fluxo de Caixa Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Estabelecimento de Metas de Resultado Primaacuterio e Nominal
Despesas Novas Criaccedilatildeo de Despesas Novas e expansatildeo Opiniatildeo do que mudou com LRF Informaccedilotildees complementares sobre
mudanccedilas da LRF Fonte Elaborado pelo autor
121
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento Em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento contabilidade e sociedade organizada
Natildeo foi um orccedilamento participativo aberto no entanto nos exerciacutecios de 2003
2004 e 2005 os centros regionais instituiacutedos tiveram participaccedilatildeo efetiva no
processo de planejamento A partir de 2006 os conselhos participaram
efetivamente na definiccedilatildeo das accedilotildees governamentais especialmente os
conselhos de sauacutede educaccedilatildeo e assistecircncia social prova efetiva do avanccedilo e
fortalecimento da participaccedilatildeo popular
Quanto agraves etapas percorridas se estabeleciam da seguinte forma 1ordm ndash
Levantamento de dados histoacutericos e estatiacutesticos 2ordm ndash Inicia-se o processo
externo da LOA reunindo as secretarias envolvidas no processo para
explanaccedilatildeo sobre o meacutetodo 3ordm - Inserccedilatildeo dos dados pelas secretarias em
sistema informatizado sendo que nesta a secretaria obedece a limites como
pessoal custeio e neste somente eacute validado pelos conselhos e pelo
Departamento de Orccedilamento 4ordm - Consolidaccedilatildeo de dados pelo Departamento
de Orccedilamento 5ordm - Reuni-se o primeiro escalatildeo com o prefeito e teacutecnicos do
departamento de orccedilamento 6ordm - Processa modificaccedilotildees necessaacuterias e envia
ao Legislativo uacuteltimo e 7ordm - Reuacutene com membros do Legislativo para
discussatildeo reformulaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da proposta
O municiacutepio estaacute organizado em 8 regiotildees administrativas e que satildeo utilizadas
para definiccedilotildees orccedilamentaacuterias conforme figura 2 a seguir
122
FIGURA 2 - Regiotildees Administrativas Municiacutepio de Juiz de Fora Fonte wwwpjfmggovbr
Para publicaccedilatildeo de informaccedilotildees relativas a execuccedilatildeo orccedilamentaacuteria natildeo foi
possiacutevel obter respostas no entanto conseguimos informaccedilotildees no site da
prefeitura no qual constavam informaccedilotildees somente do exerciacutecio de 2006 apoacutes
o advento da LRF
O Municiacutepio de Juiz de Fora natildeo realizava avaliaccedilotildees de indicadores de
programas e accedilotildees governamentais em 1998 Em 2006 ocorreram avaliaccedilotildees
desta ordem em periodicidade anual
Quanto agraves modificaccedilotildees estruturais e de pessoal em 1998 a estrutura era
formada por apenas um funcionaacuterio no setor de planejamento e orccedilamento Em
2002 jaacute com maior demanda o departamento passou a contar com mais dois
funcionaacuterios todos com constante capacitaccedilatildeo profissional e atualizaccedilatildeo de
sistemas informatizados para atendimento agraves demandas
123
Para existecircncia de compatibilizaccedilatildeo entre o PPA e LOA o municiacutepio de Juiz de
Fora manifestou que para inclusatildeo de accedilotildees governamentais no orccedilamento
puacuteblico eacute necessaacuterio que conste primeiro do PPA e tambeacutem condiccedilatildeo
obrigatoacuteria a existecircncia de unidades fiacutesicas nas accedilotildees mas para os valores
financeiros eacute somente indicativo os valores natildeo satildeo obrigados estarem
idecircnticos isto pode ocorrer na elaboraccedilatildeo de cada orccedilamento anual para os
dois exerciacutecio de 1998 e 2006
Natildeo foi possiacutevel identificar a utilizaccedilatildeo de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo em
1998 tendo em dificuldades encontradas para essa entrevista Em 2006 o
municiacutepio adotou o instrumento por ser obrigatoacuterio pela LRF exigido pelo
tribunal e por servir como instrumento de acompanhamento e controle
Para os desembolsos o Executivo estabelecia cronograma nos dois exerciacutecios
ficando mais criterioso com o advento da LRF
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa ocorriam controles sem criteacuterios bem
riacutegidos Em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado foi utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal Em 2006
passou-se a estabelecer metas que eram encaminhadas ao tribunal de contas
do estado de minas gerias (TCE) e a STN
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o planejamento como um todo foi modificado para
melhor especialmente quando ocorreu o envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos
gestores de cada unidade permitindo assim que cada responsaacutevel tanto de
124
cargos de comando como de execuccedilatildeo operacional participassem do processo
conhecendo os conceitos para elaboraccedilatildeo do PPA LDO e LOA
A partir da proposta completa para entrevistas na aacuterea de sauacutede elaborou-se
uma siacutentese das entrevistas para facilitar anaacutelise das perguntas e respostas
conforme demonstrado a seguir
QUADRO 18
Siacutentese das entrevistas da aacuterea de sauacutede
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da sauacutede Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da
sauacutede Gestor da sauacutede Quem gerencia a sauacutede eacute a proacutepria
Secretaria ou a Secretaria de Financcedilas Quais recursos estavam disponiacuteveis para sauacutede
Com qual recurso a sauacutede pedia contar
Despesas aplicadas com sauacutede Com quais despesas a sauacutede gasta os recursos recebidos
Percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Qual percentual aplicado com recursos do proacuteprio governo
Mudanccedila efetiva com o advento da LRF O que mudou efetivamente com o advento da LRF
Fonte Elaborado pelo autor
Na elaboraccedilatildeo do orccedilamento da sauacutede em 1998 mesmo existindo o Plano
Municipal de Sauacutede natildeo ocorria consistecircncia entre este o PPA LDO e LOA
falava-se da compatibilidade sem trabalhar a loacutegica do sistema os planos
ficavam como peccedila de ficccedilatildeo sem planos detalhados mensais e anuais de
execuccedilatildeo
A gestatildeo semi-plena do sistema de sauacutede em Juiz de Fora iniciou em 1995
entatildeo em 1998 jaacute estava com a autonomia administrativa patrimonial e
financeira no entanto nesta data o municiacutepio natildeo era obrigado a aplicar 15
de suas receitas com serviccedilos de sauacutede puacuteblica
Em 2006 o municiacutepio continuou com a autonomia jaacute estando sujeito a
aplicaccedilatildeo do percentual de 15 dos recursos proacuteprios definidos em emenda
125
constitucional em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede no entanto estes recursos eram
planejados e orccedilados na secretaria de sauacutede e sua gestatildeo financeira ocorria na
secretaria de financcedilas do municiacutepio
Natildeo foi possiacutevel na entrevista a resposta de quais recursos o municiacutepio contava
em 1998 no entanto a contabilidade da secretaria forneceu informaccedilatildeo por
meio de documentos que os recursos fundo a fundo foram campanha de
cacircmara de compensaccedilatildeo urgecircncia e emergecircncia gestatildeo plena de sistema
municipal piso de atenccedilatildeo baacutesica ndash fixo (semiplena) pab fixo programa de
combate agraves carecircncias nutricionais sauacutede da famiacutelia accedilotildees baacutesicas de
vigilacircncia sanitaacuteria totalizando R$ 2316454526 (vinte e trecircs milhotildees cento e
sessenta e quatro mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e seis
centavos)
Juntamente com os recursos do proacuteprio governo o Municiacutepio aplicou R$
7546542400 (setenta e cinco milhotildees quatrocentos e sessenta e cinco mil
quatrocentos e vinte e quatro reais) sendo 2239 em pessoal 7723 em
outras despesas correntes da sauacutede e somente 038 em investimentos
Em 2006 a receitas de transferecircncia de fundo a fundo totalizaram R$
10479820272 (cento e quatro milhotildees setecentos e noventa e oito mil
duzentos e dois reais e setenta e dois centavos) e governo local aplicou mais
R$ 7046832221 (setenta milhotildees quatrocentos e sessenta e oito mil
trezentos e vinte e dois reais e vinte e dois centavos) totalizando R$
17526652493 (cento e setenta e cinco milhotildees duzentos e sessenta e seis
mil quinhentos e vinte e quatro reais e noventa e quatro centavos)
Os recursos que foram aplicados com pessoal representaram 3695 com
outras despesas correntes do governo 5839 e somente 466 em
investimentos ocorrendo uma mudanccedila significativa de despesas com pessoal
para mais e outras despesas correntes do governo para menos
126
Em 1998 a aplicaccedilatildeo de percentual das receitas proacuteprias do governo natildeo eram
obrigatoacuterias jaacute em 2006 a aplicaccedilatildeo deste percentual totalizou 2624
conforme anexo XIV enviado ao TCEMG percentual acima do estabelecido no
artigo 198 da CF de 1998
E o que mudou efetivamente com o advento da LRF na opiniatildeo do sub-
secretaacuterio de sauacutede depende mais do gestor puacuteblico no Brasil a
responsabilidade estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo a gestatildeo da sauacutede puacuteblica ficou
inviabilizada em funccedilatildeo da judicializaccedilatildeo da sauacutede a partir de 2004 como
exemplo o municiacutepio em 2007 pagou despesas acima do planejado na ordem
de R$ 400000000 (quatro milhotildees de reais)
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na aacuterea de ldquoeducaccedilatildeordquo apoacutes
vaacuterias tentativas no entanto conseguiu-se informaccedilotildees importantes sobre o
tema fornecidas pela contabilidade da prefeitura conforme apresenta-se a
seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 969985273 (nove
milhotildees seiscentos e noventa e nove mil oitocentos e cinquumlenta e dois reais e
setenta e trecircs centavos) aplicando destes valores 9167 em profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 4480746927
(quarenta e quatro milhotildees oitocentos e sete mil quatrocentos e sessenta e
nove reais e vinte e sete centavos) e destes aplicou 8128 em profissionais
do magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 3051062865 representando um
percentual de 3052 e destes valores aplicou-se o percentual de 9034 no
ensino fundamental
127
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 7480484044 (setenta e quatro
milhotildees oitocentos e quatro mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e
quatro centavos) representando um percentual de 2624 e destes valores
aplicou-se 8128 no ensino fundamental
Mesmo com uma queda de percentual nos dois exerciacutecios municiacutepio cumpriu o
disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo 25 dos
recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais
433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
QUADRO 19 Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Planejamento Financcedilas Diretora de Orccedilamento Fonte elaborado pelo autor
O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas deste municiacutepio seguiu roteiro estabelecido na siacutentese descrita no
quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito secretaacuterios e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
vigecircncia da LRF a participaccedilatildeo foi ampliada para prefeito secretaacuterios
secretaria de planejamento e sociedade organizada
Em 2006 foi instituiacuteda uma comissatildeo de conselho participativo com interaccedilatildeo
efetiva no processo de planejamento
128
Em 1998 somente a secretaria de planejamento elaborava a proposta
orccedilamentaacuteria com informaccedilotildees histoacutericas e encaminhava para as demais para
validaccedilatildeo
Jaacute em 2006 jaacute com a instituiccedilatildeo da comissatildeo de conselho participativo que
definiccedilatildeo suas prioridades e eram obedecidas definidas em audiecircncias
puacuteblicas as accedilotildees estrateacutegicas do governo eram definidas pelos secretaacuterios
com validaccedilatildeo final do chefe do Executivo
O municiacutepio era composto de mais de dez regiotildees setoriais realizava-se
reUniatildeo com todos ao final acontecia uma reUniatildeo geral para definiccedilatildeo de trecircs
accedilotildees que interessavam a todas as regiotildees o que geralmente eram obras de
infra-estrutura
As publicaccedilotildees dos relatoacuterios da execuccedilatildeo do orccedilamento bimestrais e
quadrimestrais natildeo eram realizadas em 1998 utilizando-se somente o boletim
diaacuterio de caixa
Em 2006 as publicaccedilotildees jaacute com a vigecircncia da LRF satildeo realizadas nos periacuteodos
determinados representando um avanccedilo na administraccedilatildeo do dinheiro puacuteblico
Em 1998 natildeo realizava-se avaliaccedilatildeo de programas governamentais em 2006
as avaliaccedilotildees das accedilotildees foram ao final do exerciacutecio pelo controle interno
conforme determinaccedilatildeo do TCEMG
Com as novas exigecircncias quantitativas e qualitativas exigiu-se mais
funcionaacuterios mais investimentos em infra-estrutura (moacuteveis e equipamentos) e
a qualificaccedilatildeo dos servidores para atuarem no planejamento e execuccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento
A compatibilidade entre o PPA e LOA jaacute existia em 1998 e permaneceu para
2006
129
O estabelecimento de metas bimestrais de arrecadaccedilatildeo jaacute ocorria em 1998 e
permaneceu para 2006 servindo como instrumento de planejamento e
acompanhamento das receitas puacuteblicas em prazo necessaacuterio para tomadas de
decisotildees porventura necessaacuterias
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
com a vigecircncia da LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos
desembolsos a serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
E concluindo a entrevista o municiacutepio passou a administrar com mais clareza o
dinheiro puacuteblico
Apoacutes contatos com a secretaria de sauacutede sem ecircxito natildeo foi concedida a
entrevista natildeo sendo possiacutevel descriccedilatildeo e anaacutelise dos dados
No entanto algumas informaccedilotildees objeto da entrevista foram fornecidas pelo
setor de contabilidade da prefeitura
Para 1998 natildeo era obrigatoacuteria a aplicaccedilatildeo de percentuais em accedilotildees e serviccedilos
puacuteblicos de sauacutede
130
Jaacute para 2006 o municiacutepio aplicou 225 das receitas originaacuterias de impostos e
transferecircncias constitucionais aplicando acima do limite miacutenimo de 15
conforme determinaccedilatildeo constitucional
Uma observaccedilatildeo importante eacute que em 2006 dos R$ 923138811 (nove
milhotildees duzentos e trinta e um mil trezentos e oitenta e oito reais e onze
centavos) 7224 foram aplicados em atenccedilatildeo baacutesica
Natildeo foi possiacutevel a realizaccedilatildeo da entrevista na aacuterea de educaccedilatildeo apoacutes vaacuterias
tentativas no entanto informaccedilotildees foram fornecidas pela contabilidade da
prefeitura conforme apresenta-se a seguir
Em 1998 o FUNDEF recebeu recursos na ordem de R$ 96418693
(novecentos e sessenta e quatro mil centro e oitenta e seis reais e noventa e
trecircs centavos) aplicando destes valores 6006 com profissionais do
magisteacuterio e os demais recursos no ensino fundamental
Em 2006 o FUNDEF receber recursos na ordem de R$ 538446787 (cinco
milhotildees trezentos e oitenta e quatro mil quatrocentos e sessenta e sete reais
e oitenta e sete centavos) e destes aplicou 6315 com profissionais do
magisteacuterio e o restante no ensino fundamental os dois atenderam a
legislaccedilatildeo
Na comparaccedilatildeo entre os dois exerciacutecios observa-se que mesmo tendo um
crescimento de 55845 de 1998 para 2006 os percentuais destinados a
profissionais do magisteacuterio praticamente mantiveram-se com os mesmos
percentuais
Em 1998 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 373749873 (trecircs milhotildees
setecentos e trinta e sete mil quatrocentos e noventa e oito reais e setenta e
trecircs centavos) representando um percentual de 3090
131
Do valor total aplicado em educaccedilatildeo pelo municiacutepio em 1998 foi aplicado
70918 no ensino fundamental conforme documento fornecido pela
contabilidade
Em 2006 o municiacutepio aplicou na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino com
recursos do proacuteprio governo o valor de R$ 1141044393 (onze milhotildees
quatrocentos e dez mil quatrocentos e quarenta e trecircs reais e noventa e trecircs
centavos) representando um percentual de 2781 e destes valores aplicou-
se 6566 no ensino fundamental
Mesmo com uma forte queda de percentual nos dois exerciacutecios o municiacutepio
cumpriu o disposto no artigo 212 da constituiccedilatildeo federal aplicando no miacutenimo
25 dos recursos recebidos de impostos e transferecircncias constitucionais bem
como o percentual miacutenimo de 60 no ensino fundamental
434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
QUADRO 20
Relaccedilatildeo de locais e respectivos cargos
Diretor de Planejamento e Gestatildeo Planejamento Financcedilas Chefe de Contabilidade
Educaccedilatildeo Assessor Teacutecnico Fonte elaborado pelo autor O roteiro para descriccedilatildeo e anaacutelise da entrevista dos setores de planejamento e
financcedilas do municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso seratildeo seguidos pela
siacutentese descrita no quadro 17 desta pesquisa
Quanto aos agentes que participaram do processo de planejamento em 1998
foram o prefeito contabilidade e secretaria de Planejamento jaacute em 2006 apoacutes
132
vigecircncia da LRF jaacute estavam inseridos no processo os secretaacuterios e a
sociedade organizada
Em 1998 todo o processo ocorria na contabilidade o orccedilamento era
praticamente uma coacutepia do orccedilamento do ano anterior
Jaacute em 2006 1ordm - Ocorriam reuniotildees do chefe do Executivo com todos os
diretores gerentes e assessores discutindo temas relacionados ao
planejamento 2ordm - Com a proximidade do envio da LOA reunia-se novamente
com todos os envolvidos com apresentaccedilotildees de palestras debates temaacuteticos
3ordm - Eacute construiacuteda o projeto de lei a ser encaminhado ao Legislativo municipal
O municiacutepio estaacute dividido entre seis a dez regiotildees orccedilamentaacuterias que tambeacutem
participam com indicaccedilatildeo de accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo eram publicados relatoacuterios originados da execuccedilatildeo do
orccedilamento tanto bimestrais quanto quadrimestrais natildeo publicando tambeacutem
boletim diaacuterio de caixa e relatoacuterios a serem encaminhados a STN
Em 2006 jaacute com vigente a LRF as publicaccedilotildees satildeo periodicamente conforme
determinaccedilatildeo legal inclusive com apresentaccedilatildeo em audiecircncia puacuteblica no
Legislativo municipal
Em 1998 as avaliaccedilotildees dos programas governamentais eram realizadas de
maneira superficial jaacute em 2006 a avaliaccedilatildeo das accedilotildees eram realizadas com
criteacuterios mais definidos
Em 1998 as accedilotildees eram concentradas em poucos servidores o pessoal
necessaacuterio para execuccedilatildeo dos serviccedilos jaacute existia no entanto por questotildees
culturais natildeo ocorriam distribuiccedilatildeo de responsabilidades de forma a atender agraves
demandas dos serviccedilos de planejamento financeiro e contaacutebil
133
Em 2006 com as novas demandas para administraccedilatildeo puacuteblica o Executivo jaacute
contava com uma equipe capacitada e com uma estrutura fiacutesica adequada agraves
necessidades a LRF reafirmou a responsabilizaccedilatildeo dos envolvidos no
processo contribuindo para melhoria nos serviccedilos
Em 1998 observava-se a compatibilidade entre accedilotildees a serem incluiacutedas na
LOA com o PPA bem como a consistecircncia entre os valores financeiros dos
programas e accedilotildees governamentais natildeo sendo observada somente a
existecircncia de unidade fiacutesica nas accedilotildees de governo
Em 2006 repetiu-se a compatibilidade de 1998 acrescentando a verificaccedilatildeo de
unidades fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
Em 1998 natildeo utilizava-se o estabelecimento de metas bimestrais de
arrecadaccedilatildeo em 2006 jaacute estava funcionando o instrumento tendo iniciado em
2000
Em 1998 o Executivo natildeo instituiacutea cronograma de desembolso jaacute em 2006 jaacute
vigente a LRF adotou-se tal instrumento para orientaccedilatildeo nos desembolsos a
serem efetuados
Em 1998 natildeo se utilizava o fluxo de caixa havia controles sem criteacuterios bem
riacutegidos em 2006 o fluxo de caixa projetado e realizado era utilizado
efetivamente como instrumento de acompanhamento e controle financeiro
Em 1998 natildeo estabelecia-se metas de resultado primaacuterio e nominal jaacute em
2006 os dois indicadores jaacute estavam em plena utilizaccedilatildeo
Para expansatildeo e criaccedilatildeo de despesas novas ao orccedilamento para 1998 bastava
abertura por meio de lei enviada ao Legislativo para 2006 jaacute com as regras da
LRF era necessaacuterio demonstraccedilatildeo de impacto orccedilamentaacuterio e financeiro para
justificar tal medida
134
E concluindo conforme entrevista dos envolvidos com o advento da LRF a
administraccedilatildeo puacuteblica passou a planejar melhor suas accedilotildees tendo dispositivos
e limites orientadores para suas accedilotildees trabalhando com transparecircncia
atribuindo maiores responsabilidades aos gestores no entanto temos muito a
avanccedilar na administraccedilatildeo puacuteblica
Apoacutes vaacuterias tentativas sem ecircxito natildeo possiacutevel a realizaccedilatildeo das entrevistas na
secretaria de sauacutede no entanto informaccedilotildees importantes foram fornecidas
pela contabilidade da prefeitura conforme se segue
Em 2006 o municiacutepio aplicou em accedilotildees puacuteblicas de sauacutede 2236 das receitas
originaacuterias de impostos e transferecircncias constitucionais representando em
valores nominais R$ 747907818 (sete milhotildees quatrocentos e setenta e nove
mil setenta e oito reais e dezoito centavos)
Dos valores aplicados o municiacutepio aplicou 3925 em atenccedilatildeo baacutesica e
4228 em assistecircncia hospitalar e ambulatorial
A seguir apresenta-se o quadro 21 com siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
QUADRO 21
Siacutentese das entrevistas na aacuterea de educaccedilatildeo
Ordem das perguntas para entrevista Dados especiacuteficos Etapas do orccedilamento da educaccedilatildeo
Etapas para elaboraccedilatildeo do orccedilamento da educaccedilatildeo
Gestatildeo da educaccedilatildeo De quem eacute a gestatildeo da educaccedilatildeo Despesas da educaccedilatildeo Com quais despesas a educaccedilatildeo aplicava
seus recursos Despesas do FUNDEF Com quais despesas eram aplicados os
recursos do FUNDEF Percentual aplicado com educaccedilatildeo Qual o percentual aplicado com educaccedilatildeo
com recursos do governo conforme artigo 212 da CF de 1988
Fonte Elaborado pelo autor
135
Em 1998 o orccedilamento era totalmente centralizado na contabilidade central do
Executivo a secretaria de educaccedilatildeo natildeo participava de nenhuma decisatildeo de
investimento o planejamento ficava comprometido o orccedilamento era coacutepia fiel
do ano anterior
Em 2006 o orccedilamento teve participaccedilatildeo efetiva das secretarias inclusive a
educaccedilatildeo o secretario reunia-se com seus assessores determinavam as
prioridades para manutenccedilatildeo dos serviccedilos definindo tambeacutem os novos
investimentos
Em 1998 toda a gestatildeo ocorria pela contabilidade e setor financeiro da
prefeitura a secretaria de educaccedilatildeo era praticamente um setor operacional
Em 2006 a competecircncia pela elaboraccedilatildeo do planejamento e gestatildeo eram da
secretaria de educaccedilatildeo todas as etapas da despesa puacuteblica eram
acompanhadas e autorizadas pela educaccedilatildeo por meio de assessores ou pelo
proacuteprio secretario(a)
Em 1998 e 2006 as despesas do ensino eram aplicadas com pessoal efetivo e
contratado despesas legais manutenccedilatildeo investimentos sendo que todos
podem tambeacutem ser demandados da sociedade
Em 1998 o municiacutepio recebeu R$ 25062144 (duzentos e cinquumlenta mil
seiscentos e vinte e um reais e quarenta e quatro centavos) aplicando os
recursos totalmente com profissionais do magisteacuterio
Para 2006 o municiacutepio recebeu R$ 426139478 (quatro milhotildees duzentos e
sessenta e um mil trezentos e noventa e quatro reais setenta e oito centavos)
aplicando 6687 com profissionais do magisteacuterio e o restante com ensino
fundamental
O municiacutepio aplicou em 1998 2687 das receitas provenientes com impostos
e transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
136
Em 2006 aplicou 2621 das receitas provenientes de impostos e
transferecircncias constitucionais na manutenccedilatildeo e desenvolvimento do ensino
E na opiniatildeo do entrevistado a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia
para praacutetico de seus atos determinando normas mais claras e voltadas para
maior responsabilidade na gestatildeo fiscal prevenindo riscos e possibilitando
corrigir possiacuteveis desvios ampliando a participaccedilatildeo da sociedade na aplicaccedilatildeo
dos recursos obrigando o gestor a agir com maior responsabilidade
137
5 CONCLUSAtildeO
A proposta desta dissertaccedilatildeo foi investigar o efeito produzido pela LRF no
planejamento orccedilamentaacuterio e financeiro dos Municiacutepios mineiros com mais de
50000 habitantes e especialmente nos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso realizar um estudo mais detalhado
Para tanto utilizou-se de pesquisa empiacuterica anaacutelise documental e entrevistas
dirigidas e semi-estruturadas Anteriormente a essa etapa realizou-se uma
pesquisa bibliograacutefica
Na anaacutelise de dados dos 60 Municiacutepios com mais de 50000 mil habitantes
constatou-se que no que tange aos percentuais de gastos com pessoal
consolidado a LRF natildeo afetou de forma positiva ou negativa tais percentuais
no entanto verifica-se que os percentuais mantiveram-se dentro dos limites
legais estabelecidos que eacute de 60 para os Municiacutepios
Quanto ao percentual consolidado de gastos com pessoal por faixa utilizado na
pesquisa consta-se tambeacutem que a LRF natildeo produziu o efeito desejado a
oscilaccedilatildeo natildeo foi significativa o que pode-se concluir eacute que os Municiacutepios
mantiveram-se dentre do limite estabelecido que eacute de 60
Quanto ao percentual de endividamento puacuteblico conclui-se que a aplicaccedilatildeo da
LRF teve um efeito positivo ocorreu uma reduccedilatildeo significativa no percentual de
1998 para 2006 de 2358 para 1809
Conclui-se que o efeito nos restos a pagar foi nitidamente positivo tendo
iniciado com uma situaccedilatildeo altamente desfavoraacutevel em 1998 representando
que os Municiacutepios analisados deviam em restos a pagar 49609 a mais do
que o disponiacutevel em Bancos e Caixa e chegando em 2006 com uma situaccedilatildeo
de sobra de recursos O indicador de 2006 representa que a diacutevida com restos
a pagar consumiria somente 8267 dos recursos disponiacuteveis
138
Quantos aos percentuais considerados na pesquisa como natildeo fiscais sauacutede
puacuteblica e saneamento assistecircncia social e previdecircncia educaccedilatildeo e cultura
observa-se nos gatos com sauacutede uma variaccedilatildeo para cima jaacute educaccedilatildeo
observa-se o inverso em 1998 era de 2814 caindo para 2242 em 2006
no tocante aos gastos com assistecircncia social e previdecircncia 1998 iniciou-se com
739 chegando em 2006 com 813 sem que para nenhum dos percentuais
possa-se afirmar um efeito positivo ou negativo da LRF
Os quatro Municiacutepios pesquisados em profundidade iniciaram o exerciacutecio de
1998 com percentual de aplicaccedilatildeo em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e
saneamento entre as faixas de 10 a 40 Eles chegaram em 2006 nas faixas
entre 20 a 50 alguns nas inferiores e outros nas superiores Esta evoluccedilatildeo
representa indiacutecios de que o planejamento avanccedilou efetivamente quando se
considera o direcionamento para temas essenciais e estrateacutegicos dos governos
como a sauacutede puacuteblica por exemplo Percebe-se tambeacutem que nesta temaacutetica os
quatro seguiram a tendecircncia dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Nas temaacuteticas de assistecircncia social e previdecircncia os quatro Municiacutepios
iniciaram 1998 nas faixas entre 5 a 15 e chegaram em 2006 nas faixas entre
0 a 10 Isso evidencia uma inversatildeo de prioridades dos governos ou uma
migraccedilatildeo para outras temaacuteticas como comprovado na anaacutelise de outros dados
a exemplo de serviccedilos puacuteblicos de sauacutede e saneamento Observa-se tambeacutem
que a tendecircncia dos quatro natildeo segue a mesma quando compara-se a
aplicaccedilatildeo na mesma temaacutetica dos percentuais consolidados dos 60 Municiacutepios
com mais de 50000 habitantes
Em relaccedilatildeo aos gastos com pessoal que representam um dos maiores dos
governos os quatro Municiacutepios iniciaram em 1998 nas faixas entre 40 a 60
houve variaccedilotildees no periacuteodo analisado entre 30 a 80 chegando em 2006
dentro das faixas de 40 a 60
139
Por meio do percentual de gastos com pessoal nos quatro Municiacutepios
pesquisados comprovou-se que a LRF foi capaz de manter os gastos dentro
dos limites propostos natildeo sendo possiacutevel afirmar efeitos significativos nestes
percentuais e com indiacutecios que os nuacutemeros que merecem uma atenccedilatildeo
especial
Pode-se considerar a diacutevida consolidada dos quatro Municiacutepios como
exemplar Todos atendem plenamente aos limites da resoluccedilatildeo 40 do senado
federal O indicador iniciou em 1998 nas faixas entre 0 a 30 chegando a
2006 nas mesmas faixas
Os restos a pagar uma das mais importantes inovaccedilotildees da LRF foram
tratados de maneira responsaacutevel pelos quatro Municiacutepios Com exceccedilatildeo de
Alfenas os demais iniciaram em 1998 com percentuais exorbitantes na faixa
entre 400 a 1200 chegando em 2006 nas faixas entre 0 a 200
O municiacutepio de Alfenas iniciou a conta restos a pagar em 1998 na faixa entre 0
a 200 exatamente com 2968 e chegou em 2006 na mesma faixa soacute que
com 18139 O iacutendice recomendado eacute de 100 Deve-se ressaltar que este
municiacutepio em todo periacuteodo analisado esteve dentro do iacutendice recomendado
contudo deve dispensar atenccedilatildeo especial para este indicador Tambeacutem Satildeo
Sebastiatildeo do Paraiacuteso apesar de este indicador ter melhorado e atingido
iacutendices satisfatoacuterios deve ficar atento ao resultado de 19269 apresentado
em 2006
Mesmo natildeo sendo recomendada tal situaccedilatildeo os Municiacutepios que apresentaram
percentuais de restos a pagar acima do recomendado poderatildeo reverter tal
situaccedilatildeo ateacute 2008 exerciacutecio que a LRF reservou conteuacutedo especial para o
tema
A conclusatildeo relacionada a creacuteditos suplementares eacute que os quatro Municiacutepios
natildeo avanccedilaram com a LRF Somente Juiz de Fora realizou suplementaccedilotildees
140
dentro dos limites estabelecidos na LOA No entanto todos expediram decretos
para modificaccedilotildees orccedilamentaacuterias em 2006 maiores que 1998 representando
uma falta de planejamento mesmo apoacutes vaacuterios anos de vigecircncia da lei fiscal
brasileira
Os percentuais aplicados em serviccedilos puacuteblicos de sauacutede natildeo eram obrigatoacuterios
em 1998 por isso somente os dados de 2006 foram analisados Constatou-se
que os quatro Municiacutepios cumpriram os percentuais determinados Alfenas
Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso aplicaram
respectivamente 2389 2624 2389 e 2236 Conclui-se com estas
aplicaccedilotildees no miacutenimo como representativas da responsabilidade com o
dinheiro puacuteblico e com a legislaccedilatildeo aplicada
Os percentuais legais aplicados com recursos do proacuteprio governo com
educaccedilatildeo e os recursos do FUNDEF tambeacutem foram cumpridos tanto em 1998
quanto em 2006 O municiacutepio de Alfenas aplicou em educaccedilatildeo no ano de
1998 um percentual de 3172 Juiz de Fora Paraacute de Minas e Satildeo Sebastiatildeo
do Paraiacuteso aplicaram respectivamente 3052 3090 e 2687
Em 2006 Alfenas aplicou em educaccedilatildeo o percentual de 2833 Juiz de Fora
2624 Paraacute de Minas 2787 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 2621 Quando
comparados com 1998 observam-se percentuais menores de aplicaccedilatildeo em
educaccedilatildeo No entanto os quatro Municiacutepios cumpriram o limite estabelecido no
artigo 212 da CF de 1988
Os quatro Municiacutepios tambeacutem cumpriram os limites miacutenimos de 60 para
aplicaccedilatildeo dos recursos recebidos do FUNDEF com profissionais do magisteacuterio
Em 1998 Alfenas aplicou 17162 Juiz de Fora 9167 Paraacute de Minas
6006 e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 100 dos recursos
Em 2006 Alfenas aplicou 8647 Juiz de Fora 8128 Paraacute de Minas 6315
e Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 6687 representando responsabilidade com os
141
recursos da educaccedilatildeo e do FUNDEF atenderam aos limites miacutenimos sem
prejudicar os indicadores financeiros descritos anteriormente
Constatou-se ainda um avanccedilo no processo de planejamento e gestatildeo
puacuteblica Houve maior envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos secretaacuterios
municipais e servidores das unidades operativas tanto na elaboraccedilatildeo dos
instrumentos de planejamento quanto na execuccedilatildeo destes planos
A pesquisa comprovou por meio das entrevistas que o planejamento em Juiz
de Fora por exemplo melhorou em geral apoacutes a implementaccedilatildeo da LRF
Evidenciou-se que ocorreu envolvimento e responsabilizaccedilatildeo dos gestores de
cada unidade orccedilamentaacuteria Permitiu-se a cada responsaacutevel por cargos tanto
de comando quanto operativos que participassem do processo e facilitou-se o
conhecimento de conceitos e meacutetodos para elaboraccedilatildeo do PPA da LDO e da
LOA
Na secretaria de sauacutede de Juiz de Fora o que mudou efetivamente dependeu
mais da responsabilidade de cada gestor No Brasil a responsabilidade fiscal
estaacute vinculada agrave puniccedilatildeo e o planejamento da sauacutede estaacute prejudicado nos
Municiacutepios em funccedilatildeo do chamado ldquojudicializaccedilatildeo da sauacutederdquo
Judicializaccedilatildeo na opiniatildeo do entrevistado satildeo sentenccedilas judiciais contra o
municiacutepio impetradas por usuaacuterios dos serviccedilos puacuteblicos de sauacutede garantindo
atendimentos de alta complexidade natildeo planejados pelo pode puacuteblico
municipal
Para a entrevistada de Paraacute de Minas os administradores passaram com a LRF
administrar com mais transparecircncia o dinheiro puacuteblico Os entrevistados dos
setores de planejamento e gestatildeo de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso afirmam que
apoacutes a LRF especialmente devido agrave imposiccedilatildeo de limites pela lei fiscal a
administraccedilatildeo passou a planejar melhor suas accedilotildees trabalhando com mais
transparecircncia e atribuindo mais responsabilidade aos gestores
142
Segundo o entrevistado da secretaria de educaccedilatildeo em Satildeo Sebastiatildeo do
Paraiacuteso a LRF trouxe ao gestor uma nova consciecircncia para a praacutetica de seus
atos com normas mais claras e voltadas para maior responsabilidade na
gestatildeo fiscal O entrevistado acredita que ao ampliar a participaccedilatildeo popular a
LRF intensifica as responsabilidades do gestor
Apoacutes anaacutelise dos dados desta pesquisa conclui-se que a LRF surtiu efeito
positivo nos Municiacutepios analisados com maior participaccedilatildeo da sociedade com
implementaccedilatildeo de instrumentos de gestatildeo orccedilamentaacuteria e financeira exigidos
pela Lei Fiscal Brasileira e com os percentuais e informaccedilotildees apresentadas na
pesquisa No entanto podemos avanccedilar mais e a Lei de Responsabilidade
Fiscal brasileira deve e pode ser modificada em alguns pontos para atender agrave
nova realidade dos Municiacutepios a exemplo sobre a utilizaccedilatildeo da reserva de
contingecircncia unificaccedilatildeo das prestaccedilotildees de contas aos tribunais e a STN
contrataccedilatildeo pelos entes no uacuteltimo ano de governo Uma lei para manter-se
necessita ajustar-se constantemente agrave dinacircmica e agraves exigecircncias da
comunidade especialmente a lei mais importante para as financcedilas puacuteblicas
brasileira
A Lei Fiscal Brasileira foi um marco histoacuterico para as financcedilas puacuteblicas
brasileira estabelecendo limites e regras fundamentais para o planejamento
controle e gestatildeo com contribuiccedilatildeo relevante para administraccedilatildeo puacuteblica e
toda sociedade
143
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APEcircNDICES
APEcircNDICE A
BLOCO I - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
DESPESAS COM ENDIVIDAMENTO PESSOAL E RESTOS A PAGAR SAUacuteDE E SANEAMENTO ASSISTEcircNCIA E PREVIDEcircNCIA E EDUCACcedilAtildeO
1) Relaccedilatildeo Diacutevida Fundada Consolidada com a RCL dos Municiacutepios
Mineiros com populaccedilatildeo superior a 50000 mil habitantes exerciacutecios de 1998 a
2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
2) Despesas com Pessoal dos Municiacutepios Mineiros com populaccedilatildeo superior a
50000 mil habitantes Relaccedilatildeo com Receita Corrente Liacutequida exerciacutecio de
1998 a 2006
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
3) Valores constantes em Restos a Pagar nos Municiacutepios Mineiros com mais
de 50000 mil habitantes referente saldo final nos exerciacutecios de 1998 a 2006
comparado com o valor da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
4) Valores realizados com Sauacutede e Saneamento em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
5) Valores realizados com Assistecircncia e Previdecircncia em Relaccedilatildeo a RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
6) Valores realizados com Educaccedilatildeo em Relaccedilatildeo da RCL
EXERCIacuteCIOS VALORES OU PERCENTUAL
1998 a 2006
BLOCO II - ROTEIRO PARA LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO EXECUTIVO E PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GESTAtildeO
ORCcedilAMENTAacuteRIA
1) Quais entidades compotildeem a administraccedilatildeo puacuteblica no Municiacutepio
2) Qual eacute a estrutura organizacional do Poder Executivo (pode ser
representada por figuraorganograma)
3) Quais informaccedilotildees continham nos programas governamentais nos exerciacutecio
de 1998 e 2006
INFORMACcedilOtildeES 1998 2006
Caracteriacutestica do Programa
Objetivo do Programa
Unidade Responsaacutevel
Gerente Responsaacutevel pelo Programa
Indicador do Programa
Custo Financeiro do Programa
4) Quais tipos de despesas constavam no PPA nos exerciacutecios de 1998 e 2006
TIPOS DE DESPESAS 1998 2006
Somente despesas de capital
Despesas de capital e Despesas de Duraccedilatildeo Continuada
Despesas de capital e Outras delas decorrentes
5) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizada em Sauacutede e
Saneamento para os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Qual o percentual das receita corrente liacutequida realizado em Assistecircncia
social e Previdecircncia entre os exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
7) Qual o percentual da Receita Corrente Liacutequida aplicado em Pessoal nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) ateacute 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
8) Qual o percentual apurado da comparaccedilatildeo entre Receita Corrente Liacutequida
realizada com o saldo da diacutevida consolidada do municiacutepio nos exerciacutecios de
1998 a 2006
PERCENTUAL 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 40
( ) 41 a 60
( ) acima de 60
9) Qual o valor de restos a pagar em relaccedilatildeo Disponibilidade Financeira nos
exerciacutecios de 1998 a 2006
EXERCIacuteCIO VALORES
1998
2006
10) Qual o percentual de suplementaccedilatildeo autorizado e efetivamente realizado
para os exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL AUTORIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 20
( ) 21 a 30
( ) 31 a 50
( ) acima de 50
11) Quantos atos legais o Executivo emitiu em e em quais periacuteodos para
abertura de creacuteditos adicionais suplementares
EXERCIacuteCIO TRIMESTRE QUANTIDADE DE DECRETOS
1ordm
2ordm
3ordm
1998
4ordm
1ordm
2ordm
3ordm
2006
4ordm
APEcircNDICE B
ROTEIRO PARA ENTREVISTA
BLOCO I ndash PROCESSO DE PARTICIPACcedilAtildeO E CONSTRUCcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS DE PLANEJAMENTO FINANCcedilAS ASSESSORES E TEacuteCNICOS DA AacuteREA DE PLANEJAMENTO
O presente instrumento tem como objetivo de sua utilizaccedilatildeo um estudo de caso
da dissertaccedilatildeo de Mestrado do aluno Reinaldo Cacircndido Teixeira sobre
orientaccedilatildeo do Professor Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade pela Fundaccedilatildeo
Educacional Dr Pedro Leopoldo Prometemos manter sigilo quanto agraves
informaccedilotildees que nos seratildeo passadas fazendo uso das mesmas uacutenica e
exclusivamente para realizaccedilatildeo deste projeto
As respostas desta entrevista seratildeo com base no processo orccedilamentaacuterio e
financeiro dos exerciacutecios de 1998 e 2006
1) Relacione os agentes que participaram do processo de alteraccedilatildeoelaboraccedilatildeo
do PPA e da LOA para os exerciacutecios de 1998 e 2006
AGENTES 1998 2006
Prefeito
Secretaacuterios
Sociedade Organizada (sindicatos associaccedilatildeo de bairros)
Contabilidade
Secretaacuteria de Planejamento
11 ndash Relacione outros agentes se julgar necessaacuterio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento Municipal
EXERCIacuteCIO RESPOSTAS
1998
2006
3) Em quantas regiotildees orccedilamentaacuterias (bairros) foram divididas(os) seu
municiacutepio para fins de alocaccedilatildeo de recursos para os exerciacutecios de 1998 e
2006
ASSINALAR COM X
QUANTIDADE DE REGIOtildeES 1998 2006
1 a 5
6 a 10
Acima de 10
31 ndash Caso entenda necessaacuterio comente algum fator relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) A transparecircncia tem sido uma dos avanccedilos na administraccedilatildeo puacuteblica qual
era diferenccedila entre os exerciacutecios de 1998 e 2006 conforme itens a seguir
RELACcedilAtildeO DE ITENS 1998 2006
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios Resumidos da Execuccedilatildeo Orccedilamentaacuteria afixado
em local puacuteblico e Internet
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios de Gestatildeo Fiscal afixado em local puacuteblico ou
Internet
Boletim Diaacuterio de Caixa
Publicaccedilatildeo de Relatoacuterios exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional
41 ndash Mencione outras informaccedilotildees caso julgue importantes ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Existia avaliaccedilatildeo perioacutedica dos resultados da execuccedilatildeo dos programas
governamentais nos exerciacutecios de 1998 e 2006
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
6) Do ponto de vista de estrutura Fiacutesica e de Pessoal ocorreu alguma
mudanccedila qual era sua estrutura nos exerciacutecios objeto da pesquisa exigiu mais
funcionaacuterios para atender agraves demandas exigiu contrataccedilatildeo de pessoal mais
qualificado ou ateacute mesmo a qualificaccedilatildeo da equipe jaacute existente
EXERCIacuteCIO COMENTAacuteRIOS
1998
2006
7) O Poder Executivo observou regra de compatibilidade entre PPA e LOA para
em sua elaboraccedilatildeo para 1998 e 2006
REGRAS DE COMPATIBILIDADE 1998 2006
Existecircncia de accedilotildees governamentais no PPA como condiccedilatildeo para inclusatildeo
na LOA
Os mesmos valores financeiros constantes nos totalizadores dos
Programas e Accedilotildees Governamentais do PPA com a LOA
Existecircncia de UN fiacutesicas nas accedilotildees governamentais
71 ndash Mencione outras regras caso haja necessidade ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) O Poder Executivo estabelecia metas de arrecadaccedilatildeo mensais ou
bimestrais para os exerciacutecios de 1998 e 2006 utilizando como instrumento
orientador de planejamento
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
9) O Poder Executivo Municipal estabelecia algum tipo de cronograma de
desembolso como instrumento de planejamento financeiro para o exerciacutecio de
1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
10) O Poder Executivo Municipal estabelecia fluxo de caixa projetado para o
exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
11) O Poder Executivo Municipal estabelecia Metas de Resultado Primaacuterio e
Nominal para exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
12) Para expansatildeo de criaccedilatildeo de despesas novas havia algum tipo de regra
para medir o impacto orccedilamentaacuterio e financeiro no exerciacutecio de 1998 e 2006
ASSINALDE SIM OU NAtildeO 1998 2006
( ) SIM
( ) NAtildeO
13) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
__________________________________________________
BLOCO II ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE SAacuteUDE
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Sauacutede
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Sauacutede (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento) somente
do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os) como por
exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para 2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
3) Quais os recursos o Municiacutepio contava em 1998 e 2006 para financiar os
serviccedilos puacuteblicos de sauacutede
RECURSOS 1998 2006
Porcentagem das Receitas Tributaacuterias e Trans Constitucionais do
Municiacutepio
MAC ndash Meacutedia e Alta Complexidade
PAB Fixo ndash Piso de Atenccedilatildeo Baacutesico Fixo
Programa Sauacutede da Famiacutelia
Programa Sauacutede Bucal
Programa Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede
11 ndash Relacione outra fonte caso entenda como relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da sauacutede no orccedilamento
no exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL DA ARRECADACcedilAtildeO CONFORME EMENDA 29 DE 2000 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________ MAC ndash MEacuteDIA E ALTA COMPLEXIDADE 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
42 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PAB FIXO ndash PISO DE ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 1998 2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legas de manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
Estritamente conforme orientaccedilatildeo da Legislaccedilatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede
43 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual foi o percentual Fixado e Realizado das receitas originaacuterias de
impostos e de transferecircncias constitucionais para sauacutede puacuteblica no Orccedilamento
do exerciacutecio de 1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 10
( ) 11 a 20
( ) acima de 20
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo orccedilamentaacuterio e financeiro
de seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
BLOCO III ndash PROCESSO DE ELABORACcedilAtildeO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO
ENTREVISTA DIRIGIDA A SECRETAacuteRIOS MUNICIPAIS DE EDUCACcedilAtildeO
1) Quais as etapas percorridas ou processos estabelecidos nos exerciacutecios
mencionados para elaboraccedilatildeo do Orccedilamento da Secretaria Municipal de
Educaccedilatildeo EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) De quem eacute a competecircncia para Elaboraccedilatildeo e a Gestatildeo do Orccedilamento da
Secretaria de Educaccedilatildeo (Licitaccedilatildeo Empenho Liquidaccedilatildeo e Pagamento)
somente do responsaacutevel pela Secretaria ou existe participaccedilatildeo de terceiro(os)
como por exemplo do Secretaacuterio de Financcedilas e o que modificou de 1998 para
2006
EXERCICIO RESPOSTAS
1998
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2006
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Qual o criteacuterio utilizado para alocaccedilatildeo dos recursos da educaccedilatildeo no
orccedilamento nos exerciacutecios de 1998 e 2006
PERCENTUAL DE 25 DAS RECEITAS DE IMPOSTOS E TRANSFEREcircNCIAS CONSTITUCIONAIS
1998
2006
Pessoal Efetivo e Contratado
Despesas Obrigatoacuterias e legais para manutenccedilatildeo
Investimentos
Demandas levantadas da sociedade
31 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
4) Em 1998 e 2006 jaacute vigorando a Lei 9424 ndash Dispotildee sobre o Fundo de
Manutenccedilatildeo e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaccedilatildeo do
Magisteacuterio - FUNDEF como era a distribuiccedilatildeo destes recursos
CRITEacuteRIOS 1998 2006
Totalmente direcionado a Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Somente garantia os 60 aos Profissionais do Magisteacuterio do Ensino
Fundamental
Destinou a ampliaccedilatildeo real dos vencimentos de Pessoal do Magisteacuterio do
Ensino Fundamental
Destinado a todos os trabalhadores da educaccedilatildeo do Ensino Fundamental
Destinava agraves demais despesas com educaccedilatildeo fundamental
41 ndash Relacione outro criteacuterio caso entenda relevante ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
5) Qual o percentual Fixado e Realizado das Receitas Originaacuterias de Impostos
e Transferecircncias Constitucionais destinados para Educaccedilatildeo no exerciacutecio de
1998 e 2006
PERCENTUAL REALIZADO 1998 2006
( ) 1 a 25
( ) 251 a 30
( ) acima de 30
6) Caso haja algum comentaacuterio adicional sobre as mudanccedilas ocorridas com
implementaccedilatildeo da LRF no processo de elaboraccedilatildeo e gestatildeo orccedilamentaacuteria de
seu municiacutepio ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________
______________________________ _____________________________
Reinaldo Cacircndido Teixeira Dr Luiz Aureliano Gama de Andrade
Aluno MPA Professor Orientador
APEcircNDICE C
QUADRO 22 Relaccedilatildeo de Municiacutepios mineiros com mais de 50000 mil habitantes utilizados na pesquisa
Ndeg DE ORDEM UF MUNICIPIO POPULACcedilAtildeO
1 MG Alfenas 64674002 MG Araxaacute 77270003 MG Barbacena 114738004 MG Belo Horizonte 2154161005 MG Betim 318694006 MG Campo Belo 49325007 MG Caratinga 73139008 MG Contagem 529805009 MG Coronel Fabriciano 968530010 MG Curvelo 696140011 MG Divinoacutepolis 1892940012 MG Esmeraldas 372210013 MG Formiga 620920014 MG Frutal 501030015 MG Governador Valadares 2318750016 MG Ibiriteacute 1320300017 MG Ipatinga 2096600018 MG Itabira 1044260019 MG Itajubaacute 833570020 MG Ituibutaba 913750021 MG Janauacuteba 630070022 MG Januaacuteria 631550023 MG Juiz de Fora 4584170024 MG Lavras 800120025 MG Leopoldina 474560026 MG Manhuaccediluacute 598420027 MG Mariana 418780028 MG Monte Carmelo 438210029 MG Montes Claros 2906090030 MG Muriaeacute 884120031 MG Nova Lima 624770032 MG Nova Serrana 301480033 MG Ouro Preto 609190034 MG Paraacute de Minas 752270035 MG Paracatu 746370036 MG Passos 1007000037 MG Patos de Minas 1213250038 MG Patrociacutenio 751100039 MG Pedro Leopoldo 519270040 MG Pirapora 506940041 MG Poccedilos de Caldas 1321560042 MG Ponte Nova 565680043 MG Pouso Alegre 1021890044 MG Ribeiratildeo das Neves 24391700
45 MG Sabaraacute 1100630046 MG Santa Luzia 1681030047 MG Satildeo Francisco 553160048 MG Satildeo Joatildeo Del Rei 782860049 MG Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso 588350050 MG Sete Lagoas 1879110051 MG Teoacutefilo Otoni 1235410052 MG Timoacuteteo 718450053 MG Trecircs Pontas 492360054 MG Ubaacute 846320055 MG Uberaba 2545200056 MG Uberlacircndia 5024160057 MG Unaiacute 679090058 MG Varginha 1108790059 MG Vespasiano 668550060 MG Viccedilosa 6301400
Fonte IBGE - Estimativa de 2004
- 1 INTRODUCcedilAtildeO
- 11 Tema Problema
- 12 Objetivos
- 121 Objetivo Principal
- 122 Objetivos Secundaacuterios
- 13 Justificativa
- 2 REFERENCIAL TEOacuteRICO
- 21 Um Relato Histoacuterico Sobre o Planejamento Puacuteblico no Bras
- 22 A Lei de Responsabilidade Fiscal e O Planejamento
- 221 Introduccedilatildeo
- 222 Surgimento da LRF
- 223 Contribuiccedilotildees da LRF para o Planejamento Puacuteblico
- 224 Pontos Estrateacutegicos da Lei de Responsabilidade Fiscal
- 23 Gestatildeo do Orccedilamento Municipal
- 231 Introduccedilatildeo
- 232 Programaccedilatildeo Financeira
- 233 Metas Bimestrais de Arrecadaccedilatildeo
- 234 Distribuiccedilatildeo de Cotas
- 235 Fluxo de Caixa na Administraccedilatildeo Puacuteblica
- 3 METODOLOGIA
- 31 Estrateacutegia de Pesquisa
- 311 Universo e amostra
- 312 Coleta de Dados
- 4 ANAacuteLISE E DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS
- 411 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal ndash PCGP
- 412 Percentual Consolidado de Gastos com Pessoal por Faixa
- 413 Percentual de Endividamento Consolidado - PEC
- 414 Percentual de Restos a Pagar x Disponibilidade Finance
- 415 Percentual de Gastos com Sauacutede e Saneamento x Receita
- 416 Percentual de Gastos com Assistecircncia Social e Previdecircn
- 417 Percentual de Gastos com Educaccedilatildeo e Cultura x Receita
- 42 Anaacutelise de Dados dos Municiacutepios de Alfenas Juiz de Fora
- 421 Municiacutepio de Alfenas
- 422 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 423 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 424 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 43 Dados e Descriccedilatildeo das Entrevistas dos Municiacutepios de Alfe
- 431 Municiacutepio de Alfenas
- 432 Municiacutepio de Juiz de Fora
- 433 Municiacutepio de Paraacute de Minas
- 434 Municiacutepio de Satildeo Sebastiatildeo do Paraiacuteso
- 5 CONCLUSAtildeO
- REFEREcircNCIAS
- APEcircNDICES
-