PRÉ-SEMINARISTA! ro · vontade de Deus a nosso respeito, que, se for aceite e cumprida, se tor-na...

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Em Frente (Contacto com os Pré-seminaristas Dehonianos) Publicação Mensal - Ano IX - nº 193 - Novembro de 2009 Proprietário, Director e Editor: Pe. Fernando Ribeiro, SCJ Redacção e Administração: Caminho do Monte, 9 | Ap. 430 | 9001-905 - FUNCHAL Telf.: 291 22 10 23 | Website: emfrente.wordpress.com | Email: [email protected] Impresso nos Serviços Privativos do Colégio Missionário Sagrado Coração - FUNCHAL Depósito Legal nº 120 306 Aproxima-se a data do 3º “encontro formativo” do presen- te ano lectivo. Passado cerca de um mês depois do último “encontro”, vamos mais uma vez aproveitar e aproveitar bem mais esta oportunidade que Jesus nos oferece. E é exac- tamente porque se trata de uma oportunidade oferecida por Jesus, que deve ser bem aproveitada. Para isso, a primeira coisa a fazer é marcar presença. Por isso não vais cair no erro de arranjar desculpas esfarrapadas para não comparecer. Infelizmente, isso por vezes acontece. Já mais do que uma vez se chamou a atenção para o cuida- do que todos devem ter de não faltar, custe o que custar. Faltar aos “encontro” é muito prejudicial. Por que isto é como quem está a realizar uma caminhada em conjunto com outros. Deixar-se ficar para trás traz muitos inconvenientes. Neste “encontro” terá lugar a “Reunião de Pais”. Alerta os teus para isso, a fim de que não sejam apanhados de sur- presa pela respectiva “convocatória” que irão receber dentro de alguns dias. Repara agora nos pontos que se seguem: - DATA: 21-22 de Novembro; - CHEGADA: entre as 9.00 e as 10.30, sem falta; - REGRESSO A CASA: só no fim da Reunião dos Pais; - TRAZER: as coisas do costume, mas com especial cuidado para não esquecer mesmo nada. NÃO TE ESQUEÇAS que tens à tua disposição a versão on-line do EM FRENTE. Vai a: emfrente.wordpress.com novembro Caro PRÉ-SEMINARISTA! Estamos no mês de Novembro. É um mês que começa com dois dias muito importantes para nós cristãos. O primeiro é um dia santo, dedicado a todos os Santos. É uma oportunidade para todos pensarmos em algumas coisas que, embora venham a ser explicadas no nosso encontro formativo, é bom que fiquem aqui para as recordares melhor. Falando de santos, referimo-nos a todos aqueles homens e mulhe- res de todas as idades e de todos os tempos e lugares da terra, conheci- dos ou desconhecidos, que foram aquilo que nós somos hoje e já chega- ram junto de Deus e com Ele se encontram felizes para sempre. Costumamos considerar santos apenas aqueles que praticaram virtudes heróicas , fizeram coisas extraordinárias e foram oficialmente reconhecidos e proclamados pela Igreja (canonizados). Mas os santos que celebramos no dia 1 de Novembro não são apenas esses. São, no fundo, todos aqueles que viveram e morreram na amizade de Deus. Temos de saber e não esquecer que o nosso destino é sermos tam- bém nós um dia aquilo que eles são. É isso que entendemos, quando dizemos que a nossa vocação é a santidade. Nunca é demais dizê-lo. Todos, sem excepção, somos chamados à santidade. O segredo para o conseguir é não termos na vida senão a vontade séria de amar o nosso Deus e de agradar-Lhe no cumprumento da sua santa vontade. Daí a importância de sabermos cada um de nós qual é a nossa vocação pessoal, porque ela é nem mais nem menos do que a vontade de Deus a nosso respeito, que, se for aceite e cumprida, se tor- na garantia de verdadeira felicidade. O dia 2 é a “Comemoração dos Fiéis Defuntos”, ou seja, a recorda- ção de todos aqueles que saíram deste mundo ao encontro de Deus, mas ainda não chegaram a esse encontro. Estão a completar a sua puri- ficação, antes de serem admitidos definitivamente à presenaça de Deus, para encontrarem n’Ele finalmente a felicidade completa e para sempre. Tanto o dia 1 como o dia 2 despertam a nossa consciência para a realidade da nossa vida que, infelizmente, é tão fácil esquecer. Essa rea- lidade é: não somos deste mundo. Aqui estamos apenas de passagem. O nosso destino é o Céu. Pare ele devemos caminhar, a ele devemos aspi- rar, porque lá é que se encontram as verdadeiras alegrias para sempre. Pe. Fernando Ribeiro, SCJ Publ. Mensal - nº 192 - Novembro de 2009 - Preço 0,25€ (IVA incl.) Contacto com os Pré Contacto com os Pré- seminaristas Dehonianos seminaristas Dehonianos

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Em Frente (Contacto com os Pré-seminaristas Dehonianos) Publicação Mensal - Ano IX - nº 193 - Novembro de 2009

Proprietário, Director e Editor: Pe. Fernando Ribeiro, SCJ Redacção e Administração: Caminho do Monte, 9 | Ap. 430 | 9001-905 - FUNCHAL

Telf.: 291 22 10 23 | Website: emfrente.wordpress.com | Email: [email protected] Impresso nos Serviços Privativos do Colégio Missionário Sagrado Coração - FUNCHAL

Depósito Legal nº 120 306

Aproxima-se a data do 3º “encontro formativo” do presen-te ano lectivo. Passado cerca de um mês depois do último “encontro”, vamos mais uma vez aproveitar e aproveitar bem mais esta oportunidade que Jesus nos oferece. E é exac-tamente porque se trata de uma oportunidade oferecida por Jesus, que deve ser bem aproveitada.

Para isso, a primeira coisa a fazer é marcar presença. Por isso não vais cair no erro de arranjar desculpas esfarrapadas para não comparecer. Infelizmente, isso por vezes acontece.

Já mais do que uma vez se chamou a atenção para o cuida-do que todos devem ter de não faltar, custe o que custar. Faltar aos “encontro” é muito prejudicial. Por que isto é como quem está a realizar uma caminhada em conjunto com outros. Deixar-se ficar para trás traz muitos inconvenientes.

Neste “encontro” terá lugar a “Reunião de Pais”. Alerta os teus para isso, a fim de que não sejam apanhados de sur-presa pela respectiva “convocatória” que irão receber dentro de alguns dias.

Repara agora nos pontos que se seguem:

- DATA: 21-22 de Novembro; - CHEGADA: entre as 9.00 e as 10.30, sem falta; - REGRESSO A CASA: só no fim da Reunião dos Pais; - TRAZER: as coisas do costume, mas com especial cuidado

para não esquecer mesmo nada.

NÃO TE ESQUEÇAS que tens à tua disposição a versão on-line do EM FRENTE. Vai a:

emfrente.wordpress.com

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mb

ro Caro PRÉ-SEMINARISTA!

Estamos no mês de Novembro. É um mês que começa com dois dias muito importantes para nós cristãos.

O primeiro é um dia santo, dedicado a todos os Santos. É uma oportunidade para todos pensarmos em algumas coisas que, embora venham a ser explicadas no nosso encontro formativo, é bom que fiquem aqui para as recordares melhor.

Falando de santos, referimo-nos a todos aqueles homens e mulhe-res de todas as idades e de todos os tempos e lugares da terra, conheci-dos ou desconhecidos, que foram aquilo que nós somos hoje e já chega-ram junto de Deus e com Ele se encontram felizes para sempre.

Costumamos considerar santos apenas aqueles que praticaram virtudes heróicas , fizeram coisas extraordinárias e foram oficialmente reconhecidos e proclamados pela Igreja (canonizados). Mas os santos que celebramos no dia 1 de Novembro não são apenas esses. São, no fundo, todos aqueles que viveram e morreram na amizade de Deus.

Temos de saber e não esquecer que o nosso destino é sermos tam-bém nós um dia aquilo que eles são. É isso que entendemos, quando dizemos que a nossa vocação é a santidade. Nunca é demais dizê-lo. Todos, sem excepção, somos chamados à santidade.

O segredo para o conseguir é não termos na vida senão a vontade séria de amar o nosso Deus e de agradar-Lhe no cumprumento da sua santa vontade. Daí a importância de sabermos cada um de nós qual é a nossa vocação pessoal, porque ela é nem mais nem menos do que a vontade de Deus a nosso respeito, que, se for aceite e cumprida, se tor-na garantia de verdadeira felicidade.

O dia 2 é a “Comemoração dos Fiéis Defuntos”, ou seja, a recorda-ção de todos aqueles que saíram deste mundo ao encontro de Deus, mas ainda não chegaram a esse encontro. Estão a completar a sua puri-ficação, antes de serem admitidos definitivamente à presenaça de Deus, para encontrarem n’Ele finalmente a felicidade completa e para sempre.

Tanto o dia 1 como o dia 2 despertam a nossa consciência para a realidade da nossa vida que, infelizmente, é tão fácil esquecer. Essa rea-lidade é: não somos deste mundo. Aqui estamos apenas de passagem. O nosso destino é o Céu. Pare ele devemos caminhar, a ele devemos aspi-rar, porque lá é que se encontram as verdadeiras alegrias para sempre.

Pe. Fernando Ribeiro, SCJ

Publ. Mensal - nº 192 - Novembro de 2009 - Preço 0,25€ (IVA incl.)

C o n t a c t o c o m o s P r éC o n t a c t o c o m o s P r é -- s e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o ss e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o s

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Jesus quer ser honrado e adorado em espírito e em verdade, não só em templos, igrejas ou capelas construídas pelas mãos dos homens, mas sobretudo nos corações dos homens que veio salvar.

É aí que Ele quer estabelecer a sua morada, obter a adoração e o amor, e neles reinar pelo seu amor e pela sua graça, como um rei no seu reino e no seu trono. Jesus pede-nos o coração para nele reinar. E nós havemos de Lho recusar? Quando pedimos, recebemos sempre. Ele pede o nosso coração; fá-lo-á em vão?

Jesus pede corações que O escutem, que O compreendam, que O amem de verdade com um amor puro e não dividido. Bate à porta dos nossos corações, com paciência e clemência infinitas, com um desejo ardente de ser atendido, de tomar posse dos nossos corações e de ser amado.

COMENTÁRIO:

Jesus é mais que um rei. É Deus. Mas podemos dizer que é rei, para significar que Ele é tudo para nós. Como tal, quer ser hon-rado em toda a parte, especialmente nos locais sagrados que o Pe. Dehon refere no primeiro parágrafo. Mas não só. É sobretudo em nós, nos nossos corações, que Ele quer ser honrado.

S. Paulo ensina que nós somos templos que Deus habita. Mais do que templos mate-riais "construídos pelas mãos dos homens" é nos templos vivos que somos nós que Deus quer ter a sua morada. Jesus também disse: Se alguém Me ama, também meu Pai o ama-rá e Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada".

O trono de

esus J Para ti, A PALAVRA DO PADRE DEHON

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[eler] [eflectir] [esponder]

1.

2. 3. 4.

5.

6.

7. 8.

a) Por que deves alegrar-te também? b) Que foi que retomaste em Outubro? c) Que deve ser para um pré-seminarista começar o novo ano lectivo? d) Para que devem ter servido as férias? e) Como devias ter voltado aos teus estudos? f) Que merecem os teus estudos? g) Qual é o erro que não deves cometer? h) Que é que deves saber a respeito do desânimo?

a) Que é que S. João ensinou ao mundo, no dizer do Pe. Dehon? b) E como foi que o ensinou?

a) Constrói uma frase que sirva de resposta às duas perguntas que faz o Papa. b) Numa curta frase repete aquilo que o Papa diz que é preciso reafirmar.

a) Que segredo revelou o lavrador, antes de morrer? b) Por que morria ele contente? c) Por que é que ele não revelou antes o segredo?

a) Que faz o poder do amor divino? b) De quem é que Maria é modelo? c) Que necessidade sente o Papa, lembrando a recomendação de Jesus? d) Qual é a certeza que devemos ter, apesar da escassez de sacerdotes que se verifica?

a) Que aconteceu a Luís Cobeñas, quando se encontrou com o Senhor? b) Que aspiração tinha ele, antes de descobrir a vocação? c) Que é que de melhor lhe poderia ter acontecido e porquê?

Interpreta a afirmação de Madre Teresa de Calcutá.

Perguntas sobre o “Directório” (páginas 23-25) a) De quem dependem as condições para o bom funcionamento do Pré-Seminário? b) Que é que compete à Congregação dos SCJ, através dos responsáveis pelo Pré-Se-

minário? c) Com que condições a Congregação admite um pré-adolescente

ou adolescente ao Pré-Seminário? d) Que assegura a Congregação ao pré-seminarista? e) Qual é, em resumo, o grande objectivo do Pré-Seminário?

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Eu gostava de ser um bom Padre! Há muita falta de pastores para orientar o nosso

povo. Lembro-me de que Jesus disse: “Tenho compaixão desta gente! São como ovelhas sem pastor”.

Precisamos realmente de bons Padres. Em Trás-os- -Montes, onde vivo, há muitas aldeias que já não têm Missa ao domingo. Os Padres têm muitas paróquias e andam cansados com tanto trabalho. E daqui a alguns anos não teremos ninguém, pois os Padres são de idade avançada e também morrem.

Precisamos de Padres jovens! Ninguém educa os jovens. Os pais não sabem como

educar os filhos. Os jovens precisam de catequese, mas não há ninguém capaz de dar catequese aos jovens.

Nós, jovens, precisamos de rezar. Jesus disse que pedíssemos ao Dono da seara mais trabalhadores para anunciar o Reino de Deus. Por isso temos que pedir.

Mas não basta pedir que o Senhor dê essa vocação a muitos jovens, os necessários para a Igreja e para o mun-do: é preciso também que nós estejamos atentos, por-que pode ser que sejamos nós aqueles jovens.

Só haverá Padres, se houver rapazes que acolham este dom de Jesus. Não estará Jesus a chamar para esta vocação a ti que me estás a ler? Se alguém sente intensa-mente esta falta de bons sacerdotes, é sinal de que Jesus está a chamá-lo para ser sacerdote. Perante a necessida-de que verificamos, como é que é possível ficar indiferen-te? Se Jesus precisa de mim, não posso dizer-Lhe que não.

Precisamos de abrir os nossos olhos para ver e os nos-sos ouvidos para ouvir. Ver as necessidades e ouvir o gri-to dos irmãos que esperam a salvação de Jesus.

Os pais devem deixar que os seus filhos sigam a voca-ção a que Deus os chama e apoiá-los.

Todas as vocações são necessárias e a todos Deus dá uma vocação.

Francisco Manuel

PARA LER E MEDITAR

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A consciência de sermos salvos pelo amor de Cristo, que cada Eucaristia alimenta nos crentes e de modo especial nos sacerdotes, não pode deixar de suscitar neles um confian-te abandono a Cristo que deu a vida por nós. Deste modo, acreditar no Senhor e aceitar o seu dom leva a entregar-se a Ele com ânimo agradecido aderindo ao seu projecto salvífi-co. Se tal acontecer, o «vocacionado» de bom grado abandona tudo e entra na escola do divino Mestre; inicia-se então um fecundo diálogo entre Deus e a pessoa, um misterioso encontro entre o amor do Senhor que chama e a liberdade do ser humano que Lhe res-ponde no amor, sentindo ressoar no seu espírito as palavras de Jesus: «Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto permanecer» (Da Mensagem para o Dia das Vocações de 2009) COMENTÁRIO:

Vamos dar um bocadinho de atenção a estas palavras do Santo Padre contidas na sua Mensagem. Ele começa por referir-se à Eucaristia, que é o grande sacramento do amor de Deus, o maior dos sacramentos. Tu sabes que a Eucaristia é a Missa, mas não só. É também a comunhão (que é a possibilidade que temos de nos alimentarmos com o Corpo e Sangue de Jesus) e a presença de Jesus no sacrário. Pois a respeito da Eucaristia o Papa faz as seguintes afirmações:

1. A Eucaristia alimenta em nós “a consciência de sermos salvos pelo amor de Cristo”. 2. A Eucaristia suscita em nós “um confiante abandono a Cristo que deu a vida por nós”. 3. “Acreditar no Senhor e aceitar o seu dom leva a entregar-se a Ele”. 4. Aquele que é chamado a entregar-se (isto é, o “vocacionado”) de boa vontade

“abandona tudo e entra na escola do divino Mestre”. 5. Essa entrega dá início a “um fecundo diálogo entre Deus e a pessoa” chamada. 6. Esse diálogo é “um misterioso encontro entre o amor do Senhor que chama e a liber-

dade do ser humano que Lhe responde”. 7. Essa resposta da liberdade humana é dada “no amor” e por amor. 8. Na parte final do texto o Santo Padre cita uma frase de Jesus, a recordar que uma pes-

soa que se consagra a Deus nunca o faz por sua escolha ou iniciativa. Mesmo que às vezes pareça que é a pessoa que escolhe, a verdade é outra: ela é escolhida. E quem escolhe é sempre Jeus. É uma escolha feita por amor. Ele chama, porque ama. E escolhe para a pessoa ir e produzir fruto. Esse fruto é todo o bem que a pessoa consagrada poderá fazer em benefício dos seus irmãos. Mas sem esquecer que o primeiro fruto é a felicidade da própria pessoa.

DIÁLOGO FECUNDO

A PALAVRA DO PAPA, para ti

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UMA HISTÓRIA DE CADA VEZ

A 4 de Novembro de 2001 foi final-mente beatificado e elevado às hon-ras dos altares (beatificado) o portu-guês que viveu e morreu com fama de santo e manteve essa fama durante séculos. Trata-se de D. Frei Bartolo-meu dos Mártires.

Nasceu em Lisboa em Maio de 1514, no reinado de D. Manuel I, ten-do-lhe sido dado o nome de Bartolo-meu, ao qual acrescentaram o apelido ‘dos Mártires’ por ter nascido e sido baptizado na freguesia de Nossa Senhora dos Mártires.

Aos 14 anos entrou na Ordem de S. Domingos (dominicanos), onde sem-pre se distinguiu pela sua piedade, mortificação e ciência.

Em 1557, perante o Capítulo Geral da sua Ordem, reunido em Salamanca (Espanha) doutorou-se com brilho em Teologia. Ensinou essa disciplina e também Filosofia em Évora, Lisboa e, sobretudo, no Mosteiro da Batalha.

Em 1558 ficou vaga a Arquidiocese de Braga. Os nossos reis tinham na altura o privilégio de propor ao Papa o nome dos futuros Bispos. Foi indica-do exactamente o nome de Fr. Barto-lomeu, na altura Prior do Convento de

S. Domingos de Benfica (Lisboa). Não queria aceitar, mas foi obrigado por obediência. Aos 45 anos de idade recebeu a ordenação episcopal e seguiu para Braga.

Ao cabo de dois anos dirigiu-se para Trento (norte da Itália), a fim de participar no grande e famoso Concí-lio Ecuménico. Aí salientou-se como um dos vultos mais insignes do Concí-lio.

De regresso a Braga, retomou o governo da diocese, até que o Papa aceitou a sua demissão, por motivos de idade e de saúde. Retirou-se então para o Convento de S. Domingos, em Viana do Castelo, por ele mesmo fun-dado. Ali passou os últimos anos da sua vida, na humildade, oração e cari-dade.

Pela heróica fidelidade à sua função, Frei Bartolo-meu dos Mártires é reco-nhecidamente tido por

um dos maiores pastores da Igreja de então e até

de todos os tempos.

BEATO BARTOLOMEU DOS MARTIRES

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9

sabedoria

10 grãos de

1. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom; e o mau, do mau tesouro tira o que é mau. (Jesus)

2. O amor é o acto por excelência, de que o pensamento não é mais do que a preparação, e a acção a consequência. (Padre Dehon)

3. A única coisa para a qual vale a pena viver é dar-se aos outos. (Pasteur)

4. O homem agita-se, mas é Deus quem o dirige. (Fénélon)

5. A vocação é um facto tão singular e tão delicado, tão sagrado, que não pode prescindir da intervenção da Igreja: a Igreja estuda-o, a Igreja favorece-o, a Igreja educa-o, a Igreja verifica-o, a Igreja assume-o. (Paulo VI)

6. Estamos na terra para mostrar aos outros, através de nós, que Deus nos ama. (Alguém)

7. O que fazes com alegria resulta melhor. (A. Bonnafous)

8. A vocação é uma graça. Por sua natureza, supõe e exige que uma voz se faça ouvir, precisamente a voz do Pai, por Cristo, no Espírito, o ine-fável convite: Vem! Esta é uma graça que tem em si mesma o seu poder de atracção, de convicção, de certeza. No fundo, não se trata senão de verificá-la e, depois, de aceitá-la generosamente. (Paulo VI)

9. Na ordem estabelecida pela Providência, para conseguir o seu efeito, acção e oração devem andar juntas. Pedir ao Senhor que mande operá-rios à sua Igreja e não oferecer a própria colaboração, podendo e devendo, torna vã a oração. (Pe. Aníbal di Francia)

10. Na imensidade da criação, só o homem sabe orar. O homem que não tem o hábito de orar, não leva vida propriamente humana. Só vegeta. (Tihamér Toth)

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Por volta dos 12 anos entrei no seminário menor de Fornos de Algo-dres, onde permaneci durante 6 anos. Terminado o 12º ano entrei no seminário maior de Viseu no qual ain-da me encontro.

Encontro-me cada vez mais diante do passo definitivo da minha vida, isto porque o horizonte que se me depara é imenso, absoluto e eterno, mas a responsabilidade é traduzida pelos pequenos passos diários que vou dando. Passos esses que são de entrega a Deus.

Como gostaria de expressar o que pode acontecer a uma alma que se entrega a Deus… Ele conhece-nos por dentro, não com um conhecimen-to que nos julga, mas sim com um conhecimento amoroso. Ele ama-nos

tal como somos, não espera que seja-mos melhores parar nos amar… Per-cebi na minha caminhada já realizada, que é de Deus que aprendemos a amar e a amarmo-nos sem condições nem preconceitos. Por isso entregar-se a Ele é a melhor maneira de viver em plenitude…, de viver verdadeira-mente.

Na nossa vida só há uma coisa que vale a pena: Amar. O Evangelho resu-me-se nisto… Amar a Deus e ao pró-ximo.

Para concluir apenas vos quero dizer mais que descobri Deus como o mais importante da minha vida; Cristo como o exemplo apaixonante a imi-tar, exemplo de plenitude de vida. O Espírito Santo como o fiel inspirador dos meus actos, suave presença de Deus amor. Maria é a companheira fiel, a Mãe atenta aos acontecimen-tos do nosso viver… Por isso não tenhais medo de vos entregar a Cris-to, pois Ele nada tira, tudo dá.

Deus conhece-nos por dentro, não com um conhecimento que

nos julga, mas sim com um conhecimento amoroso.

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A 16 de Julho de 1590, festa de Nos-sa Senhora do Carmo, expirou suave-mente. Os homens de Viana da Castelo, com armas na mão, guardaram dia e noite o seu corpo, para que os seus admiradores e devotos de Braga não conseguissem raptá-lo e levá-lo para a cidade que tanto tinha honrado com a sua prudência e santidade.

Um dos seus mais competentes his-toriadores assim o definiu: “Pela herói-ca fidelidade à sua função, Frei Bartolo-meu dos Mártires é reconhecidamente tido por um dos maiores pastores da Igreja de então e até de todos os tem-pos” (Raul Rolo).

Para ele era urgente e indispensável a reforma da Igreja. Numa sessão do Concílio discutiu-se se essa reforma devia aplicar-se também aos cardeais. Todos votaram que não era necessário.

Chegando a vez do Arcebispo de Braga, declarou: “Os Ilustríssimos e Reverendíssimos Cardeais têm necessidade de uma ilustríssima e reverendíssima reforma”. Com uma grande vénia, voltou-se para os cinco cardeais presentes e explicou--lhes que, “sendo suas senhorias ilustríssimas as fontes donde todos os prelados bebiam, convinha que essa água fosse muito limpa e pura.”.

Escreveu: “Que é um Bispo senão o sol da sua diocese, um homem inflamado, consagrado totalmente à conquista das almas para Cristo, arrastando sempre pelo seu exemplo e pela sua prega-ção assídua?”

Escreveu um livro para os Bis-pos, fundou escolas de formação para os sacerdotes, espalhou entre os seus Padres vários livros tanto da sua autoria como outros, a fim de combater a sua falta de instru-ção e de preparação. Para a evan-gelização do povo preparou e edi-tou um Catecismo ou Doutrina Cristã e Práticas Espirituais.

Fundou em Braga um colégio que confiou à Companhia de Jesus, na pessoa do seu grande amigo Beato Inácio de Azevedo. Tomou como um dos seus encargos princi-pais visitar as paróquias da sua enorme diocese que se estendia na altura por alguns c0ncelhos de Bra-gança, todo o distrito de Vila Real, Viana do Castelo e Braga. Ficou célebre a sua visita às serranias do Barroso, onde não havia memória de terem visto um Bispo.

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O Espírito Santo de Deus escreve, no coração e na vida de cada baptizado, um projecto de amor e de graça, o único que pode dar pleno sentido à existência, abrindo a estrada para a liberdade dos filhos de Deus e habilitando a oferecer o próprio contributo, pes-soal e insubstituível, para o progres-so da humanidade no caminho da justiça e da verdade.

O Espírito não somente ajuda a pessoa a colocar-se com sincerida-de perante as grandes perguntas do próprio coração – de onde venho, para onde vou, quem sou eu, qual é a finalidade da vida, como empregar o meu tempo – mas abre caminho para respostas corajosas.

Felizes aqueles que, atraídos pela força da palavra, e plasmados pelos Sacramentos, pronunciam o seu “Estou aqui!”.

Na vida nova que brota do Baptismo e se desenvolve mediante a Palavra e os Sacramentos, alimentam-se os carismas, os ministérios e as várias formas de vida consagrada.

A nossa atenção volta-se, de modo especial, para as vocações ao sacerdó-cio e à vida consagrada, para o papel fundamental que elas têm na vida da Igreja e no cumprimento da sua missão.

A serviço do sacerdócio universal da Nova Aliança, Jesus chamou os Doze, a fim de que "estivessem com Ele, e também para os enviar a pregar, e para que tivessem o poder de expelir os demónios (Mc 3,14-15).

(Bento XVI)

PÁGINA VOCACIONAL

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TESTEMUNHO

Acabou este domingo a semana de oração pelas vocações, como tal também não posso de deixar de por este meio deixar-vos o meu testemu-nho vocacional. Já vai atrasado mas não muito... Esta é a minha história vocacional, um testemunho, uma vida, um sentido... Um caminhar de alegrias com algumas tristezas à mis-tura, com saltos e quedas, e com algumas feridas provocadas por essas quedas que se vão curando com a ajuda de Deus.

Se há uma expressão que defina a minha experiência vocacional é sem duvida a já conhecida frase de Jesus: “Não fostes vós que Me escolhestes; Fui Eu que vos escolhi a vós…” Ao contemplar a minha vida vejo que nada foi fruto do acaso, tudo foi con-duzido pela mão de Deus, como um Pai conduz o seu filho.

Nasci no seio de uma família cristã e fui introduzido na vida de fé sobre-tudo pela minha mãe.

Era apenas um jovem no meio de tantos outros. Gostava de estar com os amigos, de tudo o que era típico da minha idade… contudo havia algo mais que me atraía…

Apesar de ainda ser muito novo, percebi que Deus me chamava, mes-mo não o sabendo expressar assim. Tudo isto ecoava dentro de mim, mas o mundo tem muitas vozes e eu mui-tas vezes escutei-as e deixei-me levar…

Mesmo assim, Deus, como bom artista, com as circunstâncias da vida, ia moldando o meu ser, … cada situa-ção foi um presente do seu Amor, ainda que só agora saiba reconhecer o seu grande valor, o seu significado mais profundo. >