PRADO, Luiz Carlos Delorme, EARP, Fábio Sá. O “milagre” brasileiro - crescimento acelerado,...

3
PRADO, Luiz Carlos Delorme, EARP, Fábio Sá. O “milagre” brasileiro: crescimento acelerado, integração internacional e concentração de renda (1967-1973). In – O Brasil republicano – o tempo da ditadura INTRODUÇÃO: O DEBATE SOBRE A CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA NO INÍCIODA DÉCADA DE 1960 - primeiros anos da década de 1960: marcaram o fim de um período de crescimento acelerado na economia brasileira - economistas estruturalistas: consideravam que características herdadas da antiga inserção brasileira na economia internacional (exportação de produtos primários tropicais) e os mecanismos que promoviam a crescente concentração de renda no Brasil (estrutura fundiária) estavam na origem da perda de dinamismo do desenvolvimento brasileiro; (p. 209-210) - economistas liberais: consideravam que a ideia de reformas de base e de intervenção do Estado para superar a crise do desenvolvimento era equivocada, e seria justamente o excesso de intervenção estatal e o descaso com a estabilidade econômica as principais razões da persistência do atraso econômico brasileiro; (p. 212) - esse debate foi resolvido com o golpe militar de 1964, que determinou a vitória da estratégia econômica defendida pelos liberais; A NECESSIDADE POLÍTICA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO - Médici: o principal problema do governo era superar o subdesenvolvimento de forma a reduzir a distância que separa o Brasil dos países desenvolvidos; (p. 221) - 1971: I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND) prometia transformar o Brasil em “nação desenvolvida” dentro de uma geração;

Transcript of PRADO, Luiz Carlos Delorme, EARP, Fábio Sá. O “milagre” brasileiro - crescimento acelerado,...

Page 1: PRADO, Luiz Carlos Delorme, EARP, Fábio Sá. O “milagre” brasileiro - crescimento acelerado, integração internacional e concentração de renda (1967-1973). In – O Brasil

PRADO, Luiz Carlos Delorme, EARP, Fábio Sá. O “milagre” brasileiro: crescimento acelerado,

integração internacional e concentração de renda (1967-1973). In – O Brasil republicano – o tempo

da ditadura

INTRODUÇÃO: O DEBATE SOBRE A CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA NO INÍCIODA

DÉCADA DE 1960

- primeiros anos da década de 1960: marcaram o fim de um período de crescimento acelerado na

economia brasileira

- economistas estruturalistas: consideravam que características herdadas da antiga inserção brasileira

na economia internacional (exportação de produtos primários tropicais) e os mecanismos que

promoviam a crescente concentração de renda no Brasil (estrutura fundiária) estavam na origem da

perda de dinamismo do desenvolvimento brasileiro; (p. 209-210)

- economistas liberais: consideravam que a ideia de reformas de base e de intervenção do Estado

para superar a crise do desenvolvimento era equivocada, e seria justamente o excesso de intervenção

estatal e o descaso com a estabilidade econômica as principais razões da persistência do atraso

econômico brasileiro; (p. 212)

- esse debate foi resolvido com o golpe militar de 1964, que determinou a vitória da estratégia

econômica defendida pelos liberais;

A NECESSIDADE POLÍTICA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO

- Médici: o principal problema do governo era superar o subdesenvolvimento de forma a reduzir a

distância que separa o Brasil dos países desenvolvidos; (p. 221)

- 1971: I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND) prometia transformar o Brasil em “nação

desenvolvida” dentro de uma geração;

O BOOM

- a principal marca do “milagre” foi o caráter inesperado das taxas de crescimento; (p. 222)

- era politicamente inadiável crescer para esvaziar a oposição ao regime, frustrada com a

manutenção do poder militar; (p. 223)

- os resultados mais exuberantes foram aqueles obtidos no comércio exterior, que cresceu muito

mais rapidamente que o PIB; (p. 226)

- se era inegável que o Brasil crescia, estes benefícios não se distribuíam equitativamente; (p. 228)

Page 2: PRADO, Luiz Carlos Delorme, EARP, Fábio Sá. O “milagre” brasileiro - crescimento acelerado, integração internacional e concentração de renda (1967-1973). In – O Brasil

CRESCIMENTO ECONÔMICO SEM EQUIDADE

- segundo Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares (estruturalistas). A má distribuição de renda

era uma característica estrutural do sistema, sem a qual o dinamismo econômico desse período não

seria possível; (p. 231)

A CONTROVÉRSIA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

- a constatação de que a distribuição de renda tinha piorado no Brasil na década de 1960 e as

denúncias dos economistas da oposição mostraram que este era o calcanhar-de-aquiles do governo;

- trabalho de Langoni foi a principal defesa do governo à crítica quanto à concentração de renda no

Brasil segundo ele, haveria um aumento provisório da desigualdade; (p. 232-233)

- modelo brasileiro tinha a característica de ser fortemente concentrador de renda essa seria uma

das mais pesadas heranças que o período do “milagre” deixou para o futuro;

CONCLUSÃO

- mito da predestinação brasileira para um crescimento econômico sem interrupções ou limites; (p.

235)