Pragas e Controle Alho e Cebola
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GUIA DE MANEJO DE PRAGAS
CEBOLA/ALHO
Tradução: Rayane Gonçalves Melo
Insetos e Ácaros
ÁCAROS DO BULBO (6/08)
Nomes Científicos: Rhizoglypus spp., Tyrophagus spp.
DESCRIÇÃO DAS PRAGAS
Os ácaros do bulbo têm aparência branca-amarelada, lustrosa, inchada e tamanho que varia
de 0,5 a 1 mm de comprimento. Têm quatro pares de pequenas patas marrons e parecem
minúsculas pérolas com patas. Geralmente estão presentes em colônias, habitando áreas
danificadas sob a lamela da raiz dos bulbos da cebola ou bulbilhos de alho. Têm uma
grande variedade de hospedeiros, alimentam-se em diversos tipos de bulbos, raízes e
tubérculos e podem infestar bulbos armazenados ou na lavoura. No campo, os ácaros do
bulbo podem sobreviver na vegetação em processo de apodrecimento até que esta esteja
completamente decomposta.
DANO
Os ácaros do bulbo danificam os bulbos ao penetrarem nas escamas mais externas do
tecido, permitindo que organismos que causam a podridão penetrem. Essa praga é mais
prejudicial quando o crescimento da planta é retardado pelo clima ameno e pela umidade.
Os ácaros do bulbo podem reduzir as culturas, impedir o crescimento da planta e promover
o apodrecimento dos bulbos armazenados. Nas cebolas semeadas, eles podem cortar a
radícula antes que a planta se estabeleça.
MANEJO
Controle Cultural
A rápida rotação de uma cultura para outra ocasiona a sobrevivência de ácaros na vegetação
de cultivos anteriores remanescente no solo. As couves em apodrecimento, especialmente a
couve-flor, podem hospedar populações muito elevadas de ácaros do bulbo. Deixe a terra
em pousio para permitir a completa decomposição da matéria orgânica, o que irá reduzir as
populações do ácaro. Evite o plantio de culturas sucessivas de cebola e alho. A irrigação
por inundação ou chuvas fortes durante o inverno podem reduzir a quantidade de ácaros no
solo. Os produtores de alho devem insistir na limpeza dos bulbilhos-semente. O tratamento
do alho-semente com água quente antes do plantio pode reduzir a infestação por ácaros.
Decisões de Monitoramento e Manejo
Não há nenhum método específico de monitoramento disponível. Use um microscópio para
observar os fragmentos de vegetações não decompostas presentes no solo, bem como
cebolas ou alhos voluntários que podem apresentar ácaros.
Os tratamentos geralmente são preventivos e devem ser considerados para campos com
grande quantidade de massa vegetal ou que tiveram problemas com ácaros do bulbo
anteriormente. Não existem limiares de tratamento.
MOSCAS MINADORAS (6/08)
Nome Científico: Liriomyza spp.
DESCRIÇÃO DAS PRAGAS
Os adultos são pequenas moscas de coloração amarelada à preta. As fêmeas perfuram a
folha para se alimentar da seiva da planta e para depositar os ovos no tecido foliar. Os ovos
eclodem dentro de 2 ou 4 dias e as pequenas larvas de cor amarela à branca abrem um túnel
no tecido foliar. As larvas maiores podem se alimentar dentro das folhas ocas das cebolas
ou alhos e, assim, produzem as características “minas”, que são visíveis na parte externa da
folha. As larvas saem da folha logo após o término de seu desenvolvimento e empupam no
solo ou nas axilas foliares das plantas. Muitas gerações ocorrem por ano.
DANO
O dano causado pelas moscas minadoras nas cebolinhas verdes é principalmente estético,
mas a contaminação pelas pupas e larvas é um problema. Os danos às cebolas secas e ao
alho são de pouca preocupação, a menos que as populações cheguem a um nível tão
elevado que matem prematuramente a folhagem.
MANEJO
Controle Biológico
Os inimigos naturais, especialmente as vespas parasitas, são comumente encontrados
diminuindo a quantidade de moscas minadoras. Porém, as vespas parasitas são bastante
suscetíveis a pulverizações com inseticidas e podem não ser importantes em lavouras onde
inseticidas já foram usados.
Controle Cultural
As moscas minadoras atacam uma grande variedade de culturas na região costeira da
Califórnia. A grande proximidade com algumas culturas, tais como de alface, aipo ou
espinafre, aumenta o potencial de danos causados pelas moscas minadoras nas cebolas.
Também é importante que os campos destinados ao cultivo de cebola que tiveram
anteriormente alguma dessas culturas suscetíveis sejam trabalhados cuidadosamente e seja
deixado um espaço de tempo suficiente passar antes de efetuar o plantio nesses campos, de
modo que as pupas presentes no solo apareçam.
Métodos Organicamente Aceitáveis
Os controles biológicos são freqüentemente eficazes no controle dessa praga nas culturas de
cebola e alho organicamente produzidas. Raramente as largadas suplementares e
inundativas de parasitas são economicamente justificáveis. Controles culturais como os
descritos acima são muito importantes. Produtos de neem são permitidos como materiais de
uso restrito.
Decisões de Monitoramento e Manejo
Não há um limiar estabelecido para a mosca minadora nas cebolas. Haja vista que as
grandes populações de adultos nem sempre chegam a grandes populações de larva, suas
decisões de manejo devem ser baseadas no nível de infestação das larvas nas plantas.
LARVAS DE INSETOS (6/08)
Nomes Científicos: Mosca da semente do milho: Delia platura
Mosca da cebola: Delia antiqua
DESCRIÇÃO DAS PRAGAS
Os adultos da espécie Delia são pequenas moscas de coloração acinzentada e um pouco
menores que as moscas domésticas. Quando estão em repouso, mantêm as asas cruzadas
uma sobre a outra. As larvas são branco-amareladas, ápodas e medem cerca de 10 mm de
comprimento. Uma análise microscópica é necessária para a distinção entre espécies. As
moscas depositam os ovos na superfície do solo próximos às plantas que estão germinando.
As larvas se alimentam de plântulas em desenvolvimento e, no caso da mosca da cebola, no
bulbo em fase de crescimento. A pupação das larvas maduras acontece no solo. Ocorrem
várias gerações por ano. As larvas preferem solos ricos em matéria orgânica, onde podem
sobreviver e se mover para as sementes. As moscas da semente do milho são encontradas
em todas as regiões produtoras de alho e cebola da Califórnia. As moscas da cebola são
mais restritas aos climas mais amenos da região litorânea. As larvas são pragas que atingem
principalmente a cebola e geralmente não causam prejuízos econômicos para o alho.
DANO
As larvas das moscas da semente do milho atacam a plântula, alimentando-se de raízes em
desenvolvimento e do epicótilo. Seu dano é geralmente restrito ao estádio bastante primário
da plântula. As moscas da cebola provocam dano similar, mas podem continuar a se
alimentar do bulbo em desenvolvimento durante os estádios posteriores de crescimento.
Isso resulta no aumento do apodrecimento dos bulbos armazenados.
MANEJO
Controle Cultural
Evite o plantio em solos com alto nível de matéria orgânica não decomposta, tais como
campos que procederam recentemente à cultura de pastagem ou a uma grande quantidade
de plantas daninhas. Em solos nos quais foi utilizado esterco animal, proporcione tempo
suficiente para que o adubo se decomponha antes do plantio. Evite o plantio sucessivo de
rotações da cultura de cebola. As lavouras de cebola plantadas no início da primavera,
quando o solo está com a temperatura muito amena para uma rápida germinação e
emergência, são mais suscetíveis a danos. Se previstas infestações sérias, espere até que o
solo esquente na primavera ou, se possível, plante no outono enquanto o solo ainda está
quente. Quando fizer o plantio, use uma corrente de arrasto ou um instrumento similar atrás
da máquina de semear para cobrir a fileira de sementes.
Decisões de monitoramento e manejo
Nenhum método específico de monitoramento foi desenvolvido. Entretanto, estimativas de
atividade da mosca adulta obtidas por meio de armadilhas cromotrópicas amarelas têm sido
usadas em outras partes da Califórnia para ajudar a determinar a necessidade e o tempo de
tratamento. O uso de armadilhas cromotrópicas amarelas também pode ser útil em outras
áreas de cultivo da Califórnia onde as cebolas são plantadas no verão ou no outono. Os
tratamentos para as moscas da cebola e da semente do milho são preventivos e devem ser
uma alternativa para campos ricos em matéria orgânica ou material orgânico não
decomposto, bem como àqueles que tiveram problemas com larvas de insetos
anteriormente.
TRIPES (6/08)
Nomes Científicos: Tripes da cebola: Thrips tabaci
Tripes das flores: Frankliniella occidentalis
DESCRIÇÃO DAS PRAGAS
Os tripes são insetos muito pequenos e delgados que são vistos melhor com uma lupa: os
tripes da cebola adultos medem cerca de 1,3 mm de comprimento e os tripes das flores são
ligeiramente maiores, medindo 1,5 mm. A característica mais distintiva dos tripes são os
dois pares de asas que são cobertas por longas franjas. Os adultos apresentam coloração
entre amarelo claro e marrom claro. Nos estádios mais jovens, o corpo apresenta a mesma
forma, mas eles são mais claros e não têm asas. Quando são observados em um
microscópio, o tripes das flores pode ser diferenciado do tripes da cebola pelos seus olhos
vermelhos e pelas antenas seguimentadas em 8 partes, enquanto os olhos do tripes da
cebola são cinzas e as antenas têm 7 segmentações.
Tanto o tripes da cebola quanto o da flor têm uma grande variedade de hospedeiros,
incluindo cereais e plantas dicotiledôneas. Ambas as espécies atacam as cebolas, mas
acredita-se que os tripes da cebola são mais predominantes e nocivos. Também podem ser
um problema para o alho, mas geralmente não são uma praga tão importante quanto é para
a cebola. Os tripes da cebola se desenvolvem em condições quentes e secas e geralmente
são mais prejudiciais em áreas onde essas condições climáticas prevalecem na maior parte
do período produtivo.
DANO
Os tripes são os insetos-pragas mais comuns e importantes a atacarem as cebolas e são
encontrados em qualquer local da Califórnia em que se cultive cebolas. A elevada
população de tripes pode reduzir tanto a produção quanto a qualidade das cebolas. Os tripes
são mais prejudiciais quando se alimentam durante o período de formação prematura do
bulbo e durante o desenvolvimento da planta. A cicatriz foliar é um problema sério nas
cebolas imaturas.
Os tripes têm aparatos de raspagem e sucção na boca e se alimentam raspando a superfície
das folhas e sugando a seiva liberado pela planta. Alimentam-se sob as dobras foliares e nas
folhas interiores protegidas que estão próximas ao bulbo. Quando o índice populacional
está elevado, os tripes também podem ser encontrados se alimentando na superfície de
folhas expostas. Tanto os adultos quanto as ninfas causam danos. Quando as folhas estão
seriamente danificadas, toda a lavoura assume uma aparência prateada. As cicatrizes
severas também criam uma porta de entrada para patógenos foliares.
MANEJO
Controle Biológico
Os inimigos naturais, incluindo ácaros predadores, minúsculas espécies de Orius e
hemeróbios, são freqüentemente encontrados se alimentando de tripes. Entretanto, esse tipo
de recurso é muito suscetível a pulverizações com inseticidas e pode não ser interessante
em áreas onde já houve a utilização de inseticidas.
Controle Cultural
Se possível, evitar o plantio de cebolas perto de campos de cultivo de grãos porque a
quantidade de tripes em cereais aumenta na primavera. A irrigação por aspersão e as chuvas
promovem a supressão das populações de tripes, mas tratamentos ainda são freqüentemente
necessários.
Métodos Organicamente Aceitáveis
Os controles biológico e cultural, bem como pulverizações com a solução de Entrust de
spinosad são aceitáveis para a aplicação em culturas organicamente certificadas.
Decisões de controle e manejo
Apesar da alimentação do tripes durante o estádio imaturo do bulbo ser o mais prejudicial à
produção, o tripes deve ser controlado antes que as cebolas cheguem a esse estádio, de
modo que as populações não excedam os níveis passíveis de um controle adequado. As
cebolas podem suportar populações mais elevadas de tripes quando a época da colheita se
aproxima, porém no caso de cebolas podadas manualmente o tripes pode ser extremamente
importuno para os pontos de produção e o tratamento próximo à colheita pode ser
necessário.
Para se fazer uma avaliação superficial dos níveis de infestação dos tripes, retire amostras
aleatórias de folhas e faça a avaliação do número de tripes e do dano sob as dobras foliares.
Entretanto, um meio bem mais confiável de avaliar as populações de tripes é tirar,
aleatoriamente, uma amostra da planta toda. Assim, as folhas podem ser separadas e,
usando uma lupa, todos os tripes das folhas centrais perto do bulbo podem ser contados,
bem como aqueles encontrados sob as dobras foliares. Retire amostras de pelo menos cinco
plantas de quatro áreas distintas da lavoura. Um tratamento limiar confiável ainda não foi
desenvolvido, porém, um limiar de 30 tripes por planta de meia-estação (baixo para plantas
muito novas e alto para plantas mais velhas) tem sido usado com sucesso para bulbos secos
de mesa e cebolas em processo de secagem.
No processamento das cebolas, monitore o tripes examinando o crescimento de toda a parte
superior da cebola e conte a quantidade tripes. Selecione 10 amostras de plantas de quatro
áreas do campo. Faça amostras semanalmente, ou mais freqüentemente quando a
quantidade exceder 20 tripes por planta. Calcule a média de tripes por planta em duas datas
sucessivas de amostras. Divida a média pelo número de dias entre as amostras para chegar
ao número de tripes por planta ao dia ou tripes-dia. Some os tripes-dia ao dia de amostra
para chegar ao valor cumulativo de tripes-dia (CTD) durante o crescimento da cultura.
Pesquisas indicam que uma perda de produção significativa ocorre quando 500 a 600 CTD
ou mais são acumuladas. Isso equivale a uma quantidade de 50 a 60 tripes por planta/dia
durante 10 dias, 25 a 30 tripes por planta/dia durante 20 dias e assim por diante.
A negociabilidade de cebolas verdes (aquelas de mesa com as folhas pregadas) é
drasticamente reduzida pela cicatrizes causadas pelo tripes; aplique tratamento ao primeiro
sinal da alimentação do tripes. Nas cebolas desenvolvidas para semeadura, o tripes pode
reduzir a produtividade e a qualidade do cultivo de semente durante a produção desta, mas
ainda não foi estabelecido nenhum tratamento limiar.
Enquanto a resistência aos inseticidas de organofosfato não foi avaliada na Califórnia, já foi
documentada em outros estados e suspeita-se de sua ocorrência na Califórnia. Portanto,
alterne inseticidas de diferentes famílias químicas quando diversos tratamentos são
necessários durante uma safra. Uma cobertura completa é essencial para o controle, já que a
maioria dos tripes se alimentam em áreas protegidas das plantas.
MICRO-ÁCARO-DO-ALHO (1/07)
Nome Científico: Eriophyes tulipae
DESCRIÇÃO DA PRAGA
Os micro-ácaros-do-alho são organismos microscópicos, brancos e vermiformes e têm
cerca de 0,25 mm de comprimento. As patas são minúsculas e localizadas próximo à
cabeça. Esses ácaros se alimentam dos bulbos de liliáceas, grãos de cereais e gramíneas
silvestres. São menores e mais alongados que os ácaros do bulbo, que têm forma globular.
DANO
Esse ácaro é uma praga que ataca principalmente bulbos armazenados. Ao se alimentar
causa a dessecação das cebolas e alhos mantidos em armazéns. O micro-ácaro-do-alho é
um vetor de organismos que causam o apodrecimento no campo e no produto armazenado.
Altas infestações no campo provocam estrias necróticas e retorcimento nas folhas de alho e
reduzem a resistência da planta, bem como a produção.
MANEJO
Controle Cultural
Os campos em que há a rotação de cultura entre cebola ou alho e milho ou sorgo
apresentam índices mais elevados de micro-ácaros-do-alho. A irrigação por inundação ou
as fortes chuvas de inverno podem reduzir as populações no campo. Evite plantios
consecutivos de cebola ou alho. O tratamento do alho-semente com água quente diminui a
infestação nas sementes. Infestações leves a moderadas também podem ser controladas
durante o processo comum de secagem antes do armazenamento.
Decisões de Manejo e Monitoramento
Métodos de monitoramento não foram desenvolvidos. A superfície do bulbilho-semente de
alho pode ser examinada no microscópio para determinar a presença de ácaros, mas
nenhum tratamento químico é recomendado.
Doenças
PODRIDÃO-MOLE BACTERIANA (1/07)
Patógenos: Erwinia carotovora ssp. carotovora, E. chrysanthemi, Pseudomonas gladioli e
Enterobacter cloacae
SINTOMAS
A podridão-mole bacteriana é caracterizada pelo amolecimento e retenção de água de uma
ou mais das escamas centrais mais espessas do bulbo. O tecido afetado é inicialmente
amarelo, tornando-se marrom conforme a doença progride ao longo do bulbo. O
pseudocaule de bulbos infectados pode estar chocho quando pressionado. Esses organismos
geralmente aparecem no período anterior ou no momento da colheita, bem como no
armazenamento.
OBSERVAÇÕES SOBRE AS DOENÇAS
A podridão-mole bacteriana é um problema que afeta principalmente as cebolas, mas não o
alho. A presença de água é essencial para a entrada e propagação da bactéria. Folhas
lesionadas e velhas são o meio pelo qual a bactéria entra no bulbo. Os patógenos são
transmitidos pelo solo e podem ser propagados pela água da irrigação.
MANEJO
Controle Cultural
Evite a irrigação por aspersão quando as cebolas começarem a bulbificar (a bulbificação
ocorre aproximadamente quando o bulbo está com o diâmetro duas vezes maior que o
pseudocaule). Faça a colheita somente quando os talos da cebola estiverem bem maduros.
Prepare-se para a secagem rápida seguida à poda, principalmente se a temperatura estiver
alta.
PODRIDÃO BASAL (1/07)
Patógeno: Fusarium oxysporum f. SP. Cepae
SINTOMAS
As plantas afetadas pela podridão basal apresentam um amarelamento progressivo e a seca
do ponteiro nas extremidades das folhas. As raízes afetadas variam sua coloração entre
marrom escuro e rosa escuro. Um crescimento fúngico esbranquiçado algumas vezes é
evidente na base dos bulbos infectados. Quando um bulbo infectado é cortado
verticalmente, é aparente uma coloração marrom na lamela de tecidos do caule.
Posteriormente, o tecido do caule apresenta buracos e uma casca seca. Sob condições de
clima seco, a lamela do caule e as escamas secas mais externas se rompem. A podridão
basal pode continuar na armazenagem.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
O fungo sobrevive por um tempo indefinido no solo. A infecção ocorre por meio de feridas
ou próximo a cicatrizes de raízes velhas na base do bulbo. A doença é favorecida por
temperaturas do solo variando entre 13,8 e 32,2 ºC, sendo adequadas as temperaturas de
26,1 a 27,7 ºC. A podridão basal prevalece mais em cebolas transplantadas do que em
cebolas de semeadura direta.
MANEJO
Controle Cultural
Evite campos com histórico de problemas com a podridão basal e, nessas áreas, promova a
rotação de culturas pelo período de 3 a 4 anos sem cultivos de cebolas, alhos e alhos-poró.
Controle os insetos do solo e as doenças foliares. Faça a cura apropriada das folhas antes de
armazenar. Armazene em temperaturas amenas, pois a infecção é favorecida por
temperaturas elevadas.
MOFO-PRETO (1/07)
Patógeno: Aspergillus niger
SINTOMAS
O mofo-preto ocorre tanto em cebolas quanto em alhos. O fungo é primeiramente evidente
na parte superior ou lateral do bulbo, onde a doença ou ferimento tenha causado um
rompimento na pele. O fungo se desenvolve entre as escamas secas e mortas da parte
externa e as escamas centrais mais espessas do bulbo. As escamas invadidas ficam
inicialmente aquosas. Sob temperaturas secas as escamas doentes secam e murcham.
Massas de esporos de cor preta são visíveis entre as escamas externas. As escamas doentes
também podem ser invadidas pela bactéria da podridão-mole, fazendo com que todo o
bulbo seja deteriorado pela a podridão-mole aquosa.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
O mofo-preto ocorre mais comumente onde as cebolas ou alhos são cultivados em
condições quentes e secas, tais como áreas de deserto da Califórnia. Afeta mais as culturas
de cebola do que de alho. O fungo sobrevive em matéria orgânica em decomposição, tais
como nos restos culturais.
MANEJO
Não há produtos químicos para o controle direto do mofo-preto. Pesquisas indicam que um
bom programa de controle de fungicidas para doenças foliares reduzirá a incidência do
mofo-preto. O armazenamento em temperaturas entre 12,8ºC e 0,6ºC é recomendado para
conter o desenvolvimento do mofo-preto. O manejo dos bulbos de modo a evitar machucá-
los também reduz os ferimentos e locais onde os fungos possam invadir.
PODRIDÃO DO MOFO-AZUL (6/08)
Patógeno: Penicillium spp.
SINTOMAS
O mofo-azul geralmente aparece durante a colheita e armazenagem. Os sintomas iniciais
incluem áreas aquosas na superfície das escamas externas. Posteriormente, um bolor
pulverulento de cor verde a verde-azulado pode se desenvolver na superfície das lesões.
Áreas infectadas das escamas espessas são de coloração castanho-amareladas ou cinzas
quando cortadas. Nos estádios avançados, os bulbos infectados podem desintegrar-se em
uma podridão aquosa.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
Muitas espécies de Penicillium podem causar o mofo-azul. Esses fungos são saprófitos
comumente encontrados em restos culturais e tecidos velhos das plantas. A invasão dos
bulbos da cebola e do alho geralmente acontece pelas feridas, machucaduras ou tecido não
curado do pseudocaule. Uma vez dentro do bulbo, o micélio se desenvolve pelas escamas
espessas, posteriormente formando muitos esporos na superfície das lesões e feridas.
Condições adequadas incluem temperaturas moderadas, variando de 21 a 25ºC e alta
umidade relativa.
MANEJO
Evite ferimentos e danos ocasionados por insetos nos bulbos. Colha e maneje os bulbos da
cebola causando o mínimo de ferimentos e lesões e, o mais importante, cure imediatamente
os bulbos para que os pseudocaules estejam secos. Armazene os bulbos a temperatura de
5ºC ou menos com uma baixa umidade relativa.
PODRIDÃO CINZENTA (6/08)
Patógeno: Botrytis cinerea
SINTOMAS
A podridão cinzenta ocorre nas cebolas. Manchas afundadas nas folhas geralmente são os
primeiros sinais da infestação. As manchas são pequenas, de 0,5mm a 6mm de
comprimento, e tendem a ser ovais. Estas, às vezes, apresentam uma auréola verde-clara e
podem ter uma aparência aquosa. A epiderme em volta das manchas pode ficar prateada.
Quando há numerosas quantidades de manchas, os ponteiros foliares secam e folhas inteiras
podem necrosar.
COMENTÁRIOS SOBRE A DOENÇA
Os esporos de Botrytis cinerea pousam nas superfícies das folhas e, na presença de
umidade, germinam e produzem enzimas que matam o tecido foliar. O fungo danifica a
folha ao manchá-la. As superfícies das folhas precisam estar molhadas de orvalho ou chuva
por longos períodos (20 horas ou mais) para que o mofo acinzentado se desenvolva. A
temperatura adequada para germinação dos esporos é 15ºC e para o crescimento do micélio
deve ser de 21,1 a 26,1ºC.
MANEJO
Controle Cultural
Isole os campos de semeadura das culturas de cebolas de mesa e campos em tratamento,
pois os bulbos são a maior fonte de inóculos de esporo. Para reduzir a quantidade de
inóculos no solo use o esquema de rotação de 3 anos sem culturas de Allium e destrua o
refugo de cebolas voluntárias durante esse período.
Controle Químico
Monitore os campos e aplique um tratamento ao primeiro sinal das manchas na folha.
PODRIDÃO AQUOSA (6/08)
Patógeno: Botrytis allii
SINTOMAS
Nas cebolas, a podridão aquosa geralmente aparece durante a armazenagem, apesar da
infecção se originar no campo. Os sintomas iniciais geralmente começam no pseudocaule,
onde o tecido afetado amolece, fica aquoso e marrom. Em uma atmosfera úmida, o
crescimento de uma espécie de feltro cinza aparece nas escamas apodrecidas e os micélios
podem se desenvolver entre estas. Os escleródios podem posteriormente se desenvolver no
pseudocaule e às vezes entre as escamas. No alho, os sintomas aparecem no campo
próximo ao fim da safra ou durante a armazenagem. As plantas infectadas no campo podem
atrofiar devido às folhas externas necrosadas ou necróticas. O tecido afetado é aquoso
inicialmente, mas depois fica seco e necrosado. Os escleródios se formam no pseudocaule
ou se aderem às escamas externas podres do bulbo. Tanto na cebola quanto no alho, as
infecções iniciais podem ser latentes e os sintomas se desenvolverem somente quando as
folhas envelhecerem e necrosarem.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
A podridão aquosa afeta o alho, a cebola, o alho-poró e a echalote. O fungo permanece nas
cebolas mortas e no tecido do alho e, por longos períodos, como escleródios no solo. Os
escleródios germinam com a umidade e produzem conídios liberados no ar, que pousam
nos tecidos, germinam e infectam quando as condições são favoráveis. A maior incidência
da infecção ocorre em temperaturas amenas, variando entre 10 a 24ºC e com umidade
predominante. O fungo está associado ao alho e à cebola onde quer que sejam cultivados e
é um típico colonizador de tecidos velhos.
MANEJO
Durante o período de crescimento da safra, diminua os danos causados por insetos e
doenças no bulbo. Evite a aplicação pesada e tardia de adubação nitrogenada. Faça a
colheita das cebolas e alhos somente quando as plantas estiverem adultas e que os
pseudocaules estiverem bem curados. Maneje as safras causando o mínimo de ferimentos e
lesões. Evite a irrigação no período de safrinha para permitir que o tecido seque antes da
colheita. O tecido do pseudocaule deve estar bem curado antes que a safra seja armazenada.
Cebolas saudáveis devidamente armazenadas são raramente afetadas. Armazene os bulbos
à temperatura de 5 ºC ou menos, com baixa umidade relativa do ar e boa circulação.
MÍLDIO (6/08)
Patógeno: Peronospora destructor
SINTOMAS
O míldio pode infectar a cebola e o alho. A primeira evidência da doença é uma pequena
eflorescência aveludada e de cor acinzentada a púrpura na superfície das folhas mais
velhas. O tecido foliar sob a eflorescência ganha uma tonalidade verde-clara, depois
amarelada e por fim torna-se necrótico. Uma área vasta de touceiras amareladas de plantas
infectadas, com poucos ou muitos metros de diâmetro, pode ser o primeiro sintoma a ser
percebido no campo. O amarelado freqüentemente aumenta na direção dos ventos
dominantes.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
O míldio pode se desenvolver de uma infecção inicial causada por esporos presentes no ar
em uma epidemia muito rapidamente, se as condições de umidade e temperatura (1,5 a 7
horas de molhamento foliar em 6 a 27ºC) forem favoráveis. Os esporângios podem
percorrer longas distâncias no ar úmido, mas morrem rapidamente em condições secas. As
fontes iniciais da doença podem ser os bulbos infectados, mudas e restos culturais.
MANEJO
Controle Cultural
Use bulbos, mudas e sementes não contaminadas. Faça um rotação de 3 anos sem culturas
de Allium nos campos onde ocorreram a doença. Destrua as plantas voluntárias de Allium
dentro e nas adjacências do campo e armazéns. Localize os campos de cultivo de cebola
onde há uma boa circulação de ar para promover a secagem rápida das folhas. Atualmente
existem cultivares de cebola roxa (por exemplo, a Cv. Calred cultivada na Califórnia) que
são resistentes ao míldio.
Controle Químico
Pulverize aos primeiros sinais da doença; os fungicidas podem ser aplicados durante 7 dias,
se necessário. Para todos os fungicidas é importante a cobertura completa da folhagem para
o controle do míldio.
MOSAICO DO ALHO (1/07)
Patógeno: diversos vírus do gênero potyvírus
SINTOMAS
Os sintomas do mosaico do alho incluem mosaico (de moderado a severo), manchas
cloróticas, queda e estrias nas folhas. Os sintomas geralmente são mais acentuados nas
folhas jovens. As plantas infectadas apresentam subdesenvolvimento e o tamanho do bulbo
reduzido.
COMENTÁRIOS SOBRE A DOENÇA
Haja vista que o alho é propagado vegetativamente, diversos vírus estão comumente
presentes em todos os alhos. O nome “mosaico do alho” tem sido aplicado a vários vírus
distintos em países diferentes e isso tem causado algumas confusões. Porém, há uma
tendência a se referir ao mosaico do alho como uma doença causada por um ou mais vírus
pertencentes ao grupo dos potyvírus (Cv. Onion yellow dwarf virus (OYDV), Cv. Leek
yellow stripe virus (LYsV) e vários outros). Além de serem dispersados pela reprodução
vegetativa, esses potyvírus também podem ser transmitidos por diversos afídeos.
MANEJO
Linhagens sadias devem ser produzidas de culturas de ápices meristemáticos e reproduzidas
em áreas livres do alho-comum para prevenir a reinfecção por insetos. O uso dessas
linhagens “sadias” pode resultar em uma produtividade substancialmente mais elevada.
IRIS YELLOW SPOT (1/07)
Patógeno: Iris yellow spot virus (IYSV)
SINTOMAS
Os sintomas do Cv. iris yellow spot na cebola incluem lesões de coloração amarelada à
palha nas folhas e escapos. Pintas ou lesões secas e alongadas podem assemelhar-se aos
ferimentos ocasionados pelo tripes. As lesões podem ser romboidais (isso raramente
acontece nas folhas, é mais comum nos escapos). Na safrinha, as hastes florais e folhas
infectadas podem aparecer. O vigor da planta e o tamanho do bulbo podem diminuir.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
O patógeno é um tospovírus que é transmitido pelo tripes da cebola, Thrips tabaci. O vírus
infecta a maioria das espécies de Allium, apesar de se acreditar que o alho não é um
hospedeiro. Também infecta algumas plantas ornamentais (íris, lisianthus) e algumas
plantas daninhas (estramônio, tabaco, beldros). A maior incidência da doença acontece
tipicamente perto das adjacências do campo. As plantas sadias, diferentemente, podem
apresentar poucos sintomas e manter um crescimento satisfatório, enquanto as plantas
estressadas podem morrer. A doença é errática, mas é mais comum no Vale Imperial da
Califórnia.
MANEJO
Mantenha a boa fertilidade do solo e sua umidade adequada para reduzir o estresse da
planta. Mantenha um saneamento adequado, remova e destrua plantas infectadas
juntamente com o monte de restolho. Elimine as plantas daninhas de dentro e das cercanias
das cultuas de cebola, principalmente as cebolas voluntárias e alhos selvagens.
Controle Químico
A severidade da doença está associada às populações de tripes; o controle do TRIPES DA
CEBOLA ajudará a reduzir a incidência dessa doença.
NANISMO AMARELADO DA CEBOLA (1/07)Pagógeno: onion yellow dwarf virus – OYDV (vírus do nanismo amarelado da cebola)
SINTOMAS
Em cebolas jovens, os primeiros sintomas do nanismo amarelado são estrias amareladas nas
bases das primeiras folhas verdadeiras. Todas as folhas que se desenvolvem depois desses
sintomas iniciais apresentam sintomas variando de estrias amarelas a folhas completamente
amareladas. As folhas às vezes ficam enrugadas e achatadas e tendem a cair. Os bulbos
ficam com o tamanho reduzido.
Esse vírus faz parte do complexo de vírus que causa o MOSAICO DO ALHO.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
O vírus do nanismo amarelado da cebola é um potyvírus que tem uma lista limitada de
hospedeiros (cebolas, alhos, chalotas e alguns alhos ornamentais). Sobrevive nos bulbos e
mudas e também pode ser transmitido durante a reprodução vegetativa. Apesar de o vírus
não passar para a semente, a semente de plantas infectadas é de baixa qualidade. Pode
sobreviver em cebolas voluntárias. É disseminado de planta para planta pelo pulgão-verde-
do-pessegeiro, Myzus persicae e outros afídeos de forma não-persistente.
MANEJO
O controle dos afídeos não previne a doença porque eles rapidamente transmitem os vírus
quando se movem pela cultura em busca dos hospedeiros preferidos. Use a verdadeira
semente da cebola ao invés de mudas. Use procedências livres de vírus para o plantio (no
alho, a indexação do vírus e a cultura do ápice meristemático eliminam o vírus). Retire as
plantas infectadas.
Não há controle químico para essa doença.
RAÍZ ROSADA (6/08)
Patógeno: Phoma terrestris
SINTOMAS
O principal sintoma da raiz rosada é, como o nome sugere, a raiz de coloração rosada. A
princípio, as raízes infectadas ficam rosa claro, depois escurecem para vermelho ou roxo,
murcham, ficam pretas e morrem. A descoloração vermelha rosada pode se propagar pelas
escamas do bulbo. Novas raízes também podem ser infectadas. Se a infecção continuar, as
plantas atrofiam. A doença raramente resulta na morte da planta. A infecção é limitada às
raízes e às escamas mais externas do bulbo. Muitas espécies fracas de Fusarium também
podem causar a raiz rosada, particularmente nas raízes velhas; o diagnóstico da raiz rosada
pode ser dado com precisão somente em plantas com o crescimento ativo.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
A raiz rosada é, principalmente, um problema que acomete a cebola; o alho é infectado pelo
organismo da raiz rosada, mas a doença raramente ocorre em um nível economicamente
importante. O fungo é um habitante comum dos solos que penetra diretamente nas raízes
das cebolas; ferimentos não são necessários para ocorrer a infecção, mas as plantas fracas
são mais suscetíveis. O patógeno pode persistir no solo indefinidamente; quanto mais
tempo as cebolas ficam crescendo no campo, mais destrutiva a doença se torna. O fungo
pode se propagar pela água e no equipamento sujo. A temperatura ideal para o
desenvolvimento da doença varia de 23,89 ºC a 29,44 ºC.
MANEJO
A prevenção e o controle incluem: evitar cultivar repetidamente cebola no mesmo solo; o
uso de variedades resistentes; o bom cultivo do solo e a fertilidade; o controle de insetos e
outras doenças para manter as plantas saudáveis; e a fumigação do solo de semeadura. Haja
vista que muitas culturas são hospedeiras do patógeno, a rotação não é um controle efetivo,
mas as rotações de longo prazo sem cebola pelo período 5 anos ou mais são mais
recomendadas porque a cada cultura de cebola a incidência de doença aumenta. Plantar
cebolas depois de cereais também pode ser arriscado, pois o potencial de inoculação
geralmente se torna maior com os cereais do que com as cebolas.
Variedades resistentes à doença estão disponíveis, mas muitas variedades populares não
têm essa característica; além disso, muitas variedades resistentes conseguem resistir em
algumas localidades, mas em outras não, dependendo do isolado de fungo que estiver
presente. A fumigação com metam-sódico ou a cloropicrina pode ser efetiva contra alguns
tipos de isolado de fungos, mas não é efetiva contra muitos mais nocivos. Também não é
sempre econômica, a menos que uma produção de semente de alto valor esteja sendo
cultivada. A solarização se mostrou efetiva em áreas como o Vale de San Joaquin
(Califórnia), onde cebolas são plantadas no outono depois de um período de pousio de
verão.
MANCHA PÚRPURA e ESTENFILIOSE (6/08)
Patógenos: Mancha púrpura: Alternaria porri
Estenfiliose: Stemphylium vesicarium
SINTOMAS
A mancha púrpura e a estenfiliose ocorrem primeiramente nas cebolas como uma
queimadura com o formato oval e lesões púrpuras profundas nas lâminas foliares. Listras
amareladas, que ganham a coloração marrom, prolongam-se pela lâmina em ambas as
direções da lesão. Nos estágios avançados, as lesões podem rodear e matar as folhas e os
ramos das sementes. Áreas concêntricas podem se desenvolver dentro das lesões.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
A estenfiliose é mais comum que a mancha púrpura na Califórnia, mas o sintomas são
idênticos para as duas doenças e são manejadas da mesma forma. Essas doenças são
favorecidas pela abundância de orvalho nas áreas desérticas e pela tempo nebuloso e
chuvoso em outras regiões; as temperaturas favoráveis para o desenvolvimento da doença
estão na média dos 21,1 ºC. Os esporos são transportados pelo ar. Na Califórnia, essas
doenças são frequentemente associadas às lesões do míldio na cebola; elas ocorrem menos
comumente no alho. A infecção das hastes florais podem reduzir a produção das sementes e
a sua qualidade.
MANEJO
Controle Químico
O tratamento contra o míldio também controla a mancha púrpura e a estenfiliose. Essas
doenças geralmente não são um problema depois do fim a estação chuvosa, exceto no Vale
Imperial, onde elas podem causar danos até a época da colheita sob condições de alta
umidade e abundância de orvalho no período noturno.
FERRUGEM (6/08)
Patógeno: Puccinia porri
SINTOMAS
A ferrugem é uma doença que afeta principalmente o alho, apesar de a cebola, alhos-poró,
chalotas e espécies silvestres do Allium também serem hospedeiros. Pústulas pequenas e
ovais de cor avermelhada a laranja-claro se desenvolvem nos limbos foliares. Urediosporos
avermelhados presentes no ar são abundatemente produzidos dentro das lesões. Ao fim do
período de crescimento da safra, as lesões podem parecer escuras porque teliósporos pretos
se desenvolvem dentro das pústulas. As folhas altamente infectadas ficam amareladas e
podem morrer prematuramente. Quando a infecção é severa, o tamanho e a qualidade do
bulbo são reduzidos.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
A ferrugem é uma doença esporádica que geralmente ocasiona pouco ou nenhum prejuízo
econômico. Porém, desde 1998, a ferrugem tem causado danos severos a algumas áreas
produtoras de alho. Evidentemente, a doença só prejudica as cebolas quando estas são
plantadas próximas a lavouras de alho altamente infectadas. O fungo provavelmente
sobrevive durante o inverno no alho ou em plantações voluntárias de Allium.
MANEJO
Faça a rotação sem o plantio de Allium de 2 a 3 anos e destruir as plantas voluntárias de
Allium durante este período. Os fungicidas podem ser usados se mais que algumas poucas
pústulas se desenvolverem nas plantas.
Podridão Bacteriana da Escama (1/07)
Patógeno: Pseudomonas (Burkholderia) cepacia
SINTOMAS
Folhas isoladas afetadas pela podridão bacteriana da escama murcham e secam.
Internamente, as folhas desenvolvem uma podridão mole e aquosa. As escamas espessas
associadas com as folhas infectadas apodrecem, de modo a formar um anel viscoso de cor
castanha-amarelada no bulbo. Anéis adjacentes podem continuar saudáveis. O pseudocaule
dos bulbos infectados parece macio quando pressionado.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
A podridão bacteriana da escama atinge tanto a cebola quanto o alho, mas geralmente é um
problema somente para a cebola. O patógeno, que sobrevive no solo, é borrifado nas folhas
e no pseudocaule das cebolas durante a chuva ou durante a irrigação por aspersão. As
bactérias entram pelos ferimentos e tecidos aquosos. Uma vez estando na folha, as bactérias
continuam a crescer debaixo da lâmina, dentro do bulbo. Temperaturas quentes favorecem
o desenvolvimento da doença; a temperatura ideal para o desenvolvimento da doença é
acima dos 29,4ºC.
MANEJO
Controle Cultural
Mude de irrigação por aspersão para irrigação por sulcos quando as cebolas começarem a
bulbificar (a bulbificação ocorre aproximadamente quando o bulbo está com o diâmetro
duas vezes maior que o pseudocaule). Certifique-se que os talos das cebolas estão bem
maduros antes de fazer a colheita. Prepare-se para a secagem rápida seguida à poda,
principalmente se a temperatura estiver alta.
PODRIDÃO BRANCA (6/08)
Patógeno: Sclerotium cepivorum
SINTOMAS
As folhas das plantas infectadas com o patógeno da podridão branca apresentam
amarelecimento, quedas das folhas e murchidão. A queda das folhas começa na base, de
modo que as folhas velhas são as primeiras a caírem. Uma deterioração semi-aquosa das
escamas do bulbo é ocasionada. As raízes também apodrecem e a planta pode ser
facilmente arrancada do solo. Associada à podridão está um crescimento peludo
esbranquiçado, o micélio fúngico, que se desenvolve ao redor da base do bulbo. À medida
que a doença progride, o micélio se torna mais compacto, menos visível, com numerosos
corpos pretos e esféricos (esclerotos) formando uma camada de micélio. Esses esclerotos,
os corpos estacionários do patógeno, têm o tamanho aproximado da cabeça de um alfinete
ou de uma semente de papoula. As plantas podem ficar infectadas em qualquer estádio de
crescimento, mas na Califórnia, os sintomas geralmente aparecem da meia-estação à
colheita.
OBSERVAÇÕES SOBRE A DOENÇA
O patógeno permanece como estruturas pequenas e inativas, chamadas escleródios, no solo.
Os escleródios podem sobreviver por mais de 20 anos, ainda que na ausência de uma planta
hospedeira. A severidade da doença depende da quantidade de escleródios no solo quando
do plantio. Até mesmo um escleródio a cada 10 quilogramas de solo pode iniciar a doença.
Somente um escleródio por quilograma de solo pode causar uma perda substancial pela
doença e de 10 a 20 escleródios por quilograma resultam na infecção de praticamente todas
as plantas.
Os escleródios podem se disseminar por através de um campo ou de campo para campo
pela água das enxurradas, pelos equipamentos ou pelo material das plantas, incluindo as
escamas carregadas pelo vento. Os escleródios permanecem inativos na ausência de cebola
ou outra cultura de Allium. Sua germinação é estimulada pelos exsudatos e extratos da raiz
de Allium que se entendem no solo por aproximadamente 1,27cm da raiz.
O desenvolvimento da doença é favorecido por condições de umidade do solo e frio. A
temperatura que favorece a infecção varia de 10 ºC a 23,8 ºC, sendo a temperatura
adequada de 15,5 ºC a 18,3 ºC. Em solos com temperaturas acima de 25,5 ºC, a doença é
notadamente inibida. As condições de umidade do solo que são favoráveis para o
crescimento da cebola e do alho também são ideais para o desenvolvimento da podridão
branca.
MANEJO
Os controles mais efetivos contra a podridão branca são a abstenção e o saneamento. Uma
vez que o solo foi infectado, os tratamentos químicos são necessários para a produção de
cebola e alho.
Controle Cultural
Não desloque os bulbos estragados, lixo ou terra de um campo infestado para um não
infestado. Sempre limpe o equipamento antes de movê-lo de um campo para outro. A
semente de cebola não é propensa a carregar escleródios, mas plantas transplantadas e
mudas podem. No alho, a doença é comumente introduzida no campo por meio dos
bulbilhos-semente. O meio mais eficiente de evitar esse tipo de contaminação da doença é
plantar somente quando estes estão limpos e têm origem conhecida, sem antecedentes com
a podridão branca. Entretanto, o fungo é vulnerável em temperaturas acima de 46,1 ºC.
Portanto, mergulhar a semente de alho na água quente irá a reduzir bastante a quantidade de
patógenos e é uma boa medida preventiva, apesar de não erradicar completamente o fungo.
Do mesmo modo, temperaturas acima de 48,8 ºC podem matar o alho, sendo, assim,
fundamental o controle minucioso da temperatura.
Se a doença for observada, a suspensão da irrigação pode minimizar os danos, mas não
parar a doença. Além disso, siga um programa de rotação por longo período e não faça o
cultivo consecutivo de Allium e outras culturas de Allium. Somente a rotação não será
suficiente para controlar a podridão branca porque os escleródios podem sobreviver mais de
20 anos no solo, mas isso ajudará a prevenir o desenvolvimento do patógeno.
Métodos organicamente aceitáveis
Controle cultural e tratamentos do extrato de alho.
Decisões de Manejo
O fungo da podridão branca produz esporos não funcionais. Ele se propaga somente pela
produção de escleródios redondos, com o tamanho da semente de papoula, produzidos nas
raízes de plantas hospedeiras apodrecidas. Os escleródios germinam somente em resposta à
exsudação da raiz peculiar ao gênero Allium. A reação específica entre os escleródios e as
exsudações sugere um possível uso de estimulantes da germinação de esclerócios para
controlar a doença da podridão branca. Se produtos contendo as exsudações da raiz forem
aplicados no solo na ausência de uma cultura de Allium, os escleródios podem ter sua
germinação “enganada”. Na ausência de um hospedeiro, o micélio de escleródios em
germinação persiste de alguns dias a muitas semanas, dependendo da temperatura do solo e,
então, morrem depois de esgotar as reservas nutritivas. Os produtos naturais de Allium, ou
certos produtos artificiais do refinamento do petróleo (por exemplo, diallyl disulfide)
aplicados no solo também podem estimular a germinação dos escleródios. Na ausência do
cultivo de Allium, esses compostos resultam na alta mortalidade do fungo, o que permite
que o cultivo subsequente de cebola e alho tenha sucesso. Para usar o extrato de alho,
aplique pelo menos um ano depois que todos os cultivos de Allium, inclusive de Alliums
voluntários, forem removidos do campo. As condições adequadas para a germinação dos
escleródios ocorrem quando a temperatura do solo está entre 15 ºC e 17,7 ºC; esse também
é o melhor momento para aplicar o extrato de alho.
Nematóides (6/08)
Nomes científicos: Nematóide dos caules e bulbos: Ditylenchus dipsaci
Nematóide das galhas das raízes: Meloidogyne hapla, M. incógnita, M.
javanica e M. chitwoodi
Nematóide das raízes em coto: Paratrichodorus sp.
DESCRIÇÃO DAS PRAGAS
Os nematóides parasitas de plantas são nematelmintos microscópicos que vivem no solo e
no tecido das plantas e se alimentam destas perfurando e sugando o conteúdo celular com
um estilete em forma de agulha. O nematóide dos caules e bulbos vive dentro das plantas,
alimentando-se dos caules, folhas e bulbos. Consegue sobreviver sem água e suporta a
dissecação por vários anos. Os nematóides das galhas das raízes vivem dentro das raízes; os
juvenis de segundo estádio são dotados de mobilidade e os outros estádios são sedentários.
O nematóide das raízes em coto vive no solo e se alimenta das raízes. O nematóide das
lesões radiculares, tem tido sua ocorrência relatada em cebolas e alhos em outros estados
onde impede o crescimento e rendimento dessas produções.
DANO
O nematóide dos caules e bulbo e Nematóide das galhas das raízes causam danos
substanciais e têm maior incidência na Califórnia. O nematóide dos caules e bulbo penetra
no bulbilho em fase de germinação e destrói o tecido ao mover-se pelo em busca de
alimento. A sucção do conteúdo celular pelos nematóides e suas secreções salivares causam
a morte das células. O nematóide das galhas das raízes pode ocasionar um déficit de
crescimento e reduzir a cultura. O nematóide das raízes em coto estagna o crescimento das
plantas.
SINTOMAS
Os sintomas descritos abaixo podem indicar um problema com nematóides, mas não são
um diagnóstico, pois também podem ter outra causa. As plantas infestadas pelo nematóide
dos caules e bulbos têm o tecido retorcido e intumescido com uma aparência esponjosa; as
plantas apresentam déficit de crescimento e folhas finas e curtas, frequentemente com
manchas marrons ou amareladas. O tecido do bulbo começa a amolecer no pseudocaule e
gradualmente na parte interna; as escamas têm aparência acinzentada e os bulbos dissecam
e racham na base sob condições secas. Em condições de umidade, invasores secundários
como as bactérias, os fungos e as moscas da cebola, induzem à podridão-mole e estragam
os bulbos. A infestação de nematóides das galhas das raízes pode ocasionar o déficit de
crescimento, a cultura irregular e produz galhas nas raízes. As galhas induzidas pela M.
hapla geralmente são pequenas e difíceis de ver, enquanto que as produzidas por outras
espécies de nematóides das galhas das raízes são maiores. As raízes acometidas pelo
nematóide das raízes em coto são extremamente pequenas com a coloração amarela a
marrom.
AVALIAÇÃO DO CAMPO
É crucial saber as espécies de nematóides presentes e a densidade populacional para tomar
as decisões de manejo. Se um campo ou cultura anterior teve problemas causados pelos
nematóides que também são pragas da cebola ou do alho, as populações desses nematóides
pode ser alta o suficiente para causar danos às mudas.
Se as espécies de nematóides não forem previamente identificadas, tire amostras do solo e
encaminhe ao laboratório de diagnóstico para identificação. Divida o campo em blocos
amostrais entre 20.234,2m² a 80.937,1m² cada, que são representativos da história da
plantação, os danos da cultura ou a textura do solo. Certifique-se de recolher amostra de
solo da região da raiz (15,2cm a 45,7cm de profundidade) e inclua amostras de plantas
suspeitas. Tire várias subamostras aleatoriamente de um bloco, misture-as e faça uma
amostra composta por 1 litro de cada bloco. Coloque amostras de cada bloco em sacos
plásticos separados, lacre-os e coloque um rótulo com seu nome na parte de fora, endereço,
localidade e a cultura atual/anterior, bem como a plantação que pretende cultivar. Mantenha
as amostras em temperatura moderada (não congele) e transporte o mais rápido possível
para um laboratório de diagnóstico. Entre em contato com seu agrônomo para mais detalhes
sobre a amostragem, para ajudar a encontrar um laboratório para extrair e indentificar os
nematóides e para ajudar a interpretar os resultados da amostra.
MANEJO
Práticas culturais. Determine a história da plantação ou campos a serem plantados com
alhos-semente, cebola transplantada ou mudas de cebola. Se não se sabe de caso de
infestação do campo por pragas de nematóide em cebola e alho, certifique-se, ao plantar
alho, que os bulbilhos estejam limpos e não infestados. Os bulbilhos de alho podem ser
testados por laboratórios particulares na Califórnia ou pelo Califórnia Department of Food
and Agriculture (Departamento de Alimentos e Agricultura) para determinar se estão
infestados. Produzir culturas que não são hospedeiras, como cenouras e alface por vários
anos ajuda a reduzir as populações de nematóides dos caules e bulbos e geralmente não é
viável em campos com os nematóides das galhas das raízes e os nematóides das raízes em
coto devido a sua grande quantidade de hospedeiros. Evite infestar novos campos,
limpando o maquinário e equipamento com água e previna o deslocamento de solo
infestado.
Cultivares resistentes. Atualmente não existem cultivares resistentes disponíveis.
Decisão de tratamento. Tratar os bulbos com água quente mostrou erradicar os
nematóides dos bulbilhos de alho. Entre em contato seu agrônomo da região para
informações mais atualizadas.
A fumigação antes do plantio pode ser efetiva em campos de cebola.
Plantas daninhas
MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS (6/08)
Cebolas e alhos são cultivos de crescimento lento e raízes rasas que podem sofrer severas
perdas de campo devido à competição com as plantas daninhas. Suas folhas estreitas e
eretas não competem bem com as plantas daninhas. Além disso, seu longo período de
crescimento os torna suscetíveis a grandes quantidades de plantas daninhas.
As cebolas são plantadas em altas densidades e não espaçadas para o maior aproveitamento
possível do campo por acre. São plantadas de 4 a 6 fileiras de sementes no topo dos
canteiros, que têm de 101,6cm a 106,7cm de distância de sulco para sulco. Haja vista que o
topo do canteiro tem somente 55,9cm a 61cm de extensão, não há espaço para cultivar a
área plantada e somente as laterais e os sulcos são cultivados. A roçagem é difícil devida à
alta densidade de plantas e geralmente traz tantos danos quanto benefícios. O alho não é
plantado tão densamente quanto a cebola, tendo somente de 1 a 2 linhas de sementes por
canteiro; mas como a cebola, não é espaçado.
Um programa de manejo integrado de plantas daninhas é fundamental para a produção de
cebola e alho porque essas culturas não são competitivas contra as plantas daninhas, a
seleção de herbicidas é limitada e o plantio mecânico e a capina manual têm valor mínimo
porque o cultivo mecânico é muito difícil de ser realizado nos canteiros com múltimas
linhas de sementes, além disso a capina manual é muito onerosa.
MONITORAMENTO
Monitorar os campos e manter os registros das espécies de plantas daninhas que ocorreram
em cada campo durante o período do ano quando as culturas estarão crescendo. Tenha uma
atenção especial com as plantas daninhas que têm mais possibilidade de aparecer no
momento da plantação. Esses registros não são somente valiosos para a escolha dos campos
mais adequados para a produção de cebola e alho, como também ajudam a rastrear a
ocorrência de plantas daninhas de difícil controle. Plante cebolas e alhos nos campos mais
livres de erva daninha disponíveis, evitando campos com alta quantidade de populações de
plantas daninhas de difícil controle, como tiririca, trepadeira do campo, pastagem de
bermuda e trevos.
Controle não químico
As opções de controle não químico estão limitadas principalmente ao período de semeadura
na produção de cebola e alho.
Semeadura
Para prevenir o desenvolvimento de sementes de erva daninha no solo, lavre as plantas
daninhas antes que deixem suas sementes na rotação de culturas. Depois da colheita, cultive
o campo limpo ou plante culturas com adubo verde para limitar as infestações de erva
daninha. Os campos altamente coberto por tiririca podem ser arados com uma charrua de
aiveca para enterrar os tubérculos de 25,4cm a 30,4cm. Isso pode reduzir a população de
tiririca de 95 a 98%.
Antes de plantar a cebola e o alho, irrigue previamente o campo para germinar as sementes
de plantas daninhas e cultivá-las para, então, destruí-las. A irrigação prévia e o cultivo mais
próximo possível da época de plantação garante que a temperatura do solo e as condições
climáticas estão similares ao período de germinação da cultura, aumentando o número de
plantas daninhas controladas. Cultive o quão raso possível, de modo que a semente das
plantas daninhas não sejam emergidas de camadas mais profundas do solo.
A solarização do solo é processo não químico e de pasteurização do solo que controlará a
maioria das plantas daninhas da cebola e do alho. Também controlará algumas importantes
doenças dessas culturas, tais como a raiz rosada. Para solarizar coloque um plático limpo no
topo do canteiro de semente úmido e limpo por 4 a 6 semanas durante o período mais
quente do ano. Tendo em vista que a solarização do solo necessita de um período de pousio
de verão para tratamento, ela se adéqua melhor à cultura plantada no outono.
HERBICIDAS
Os herbicidas, combinados com boas práticas culturais, controlam muitas pragas de plantas
daninhas na cebola e no alho. Os herbicidas podem ser aplicados antes ou depois do
plantio. Herbicidas aplicados nas folhas podem ser utilizados depois que a cultura emerge.
Os herbicidas para a pré-colheita são aplicados para limpar os solo cultivado em um certo
estádio de desenvolvimento da cultura para mantê-la livre de plantas daninhas até a
colheita. A maioria dos campos necessita uma aplicação entre o plantio e a pré-emergência
da planta e um tratamento de pré-colheita. Os tratamentos durante a semeadura são usados
nos campos com problemas persistentes com plantas daninhas perenes.
A seleção dos herbicidas depende das espécies de plantas daninhas que se espera aparecer.
Restrições quanto ao re-plantio precisam ser consideradas ao selecionar os herbicidas; os
resíduos desses produtos no solo podem limitar o crescimento da rotação de culturas
suscetíveis. Os rótulos dos herbicidas são as melhores fontes de informações sobre
restrições de re-plantio.
ANTES DO PLANTIO (Cebola e alho). Os tratamentos no pré-plantio com metam-
sódico acabará com a maioria das plantas daninhas. O paraquat e o glifosato (Roundup)
podem ser usados antes do plantio da cultura para o controle de plantas daninhas que já
tenham emergido. O glifosato tem sido particularmente útil no controle de plantas daninhas
perenes na estação antes do plantio.
DEPOIS DO PLANTIO (Cebola). O DCPA é usado na maioria das culturas de cebola
para o controle de gramíneas anuais e plantas daninhas dicotiledôneas. É aplicado depois do
plantio, antes da emergência das plantas daninhas, e frequentemente é feita a irrigação por
aspersão para incorporação. O DCPA não controla todas as espécies de plantas daninhas,
mas é extremamente importante para reduzir a competição das plantas daninhas durante o
estágio primário crítico de estabelecimento da cultura.
O Bensulide (Prefar) pode ser usado com segurança como um herbicida pré-emergente nas
cebolas na quantidade de 4,4834kg i.a./ha, mas causa danos à cultura quando usado
6,7251kg i.a., o índice máximo indicado no rótulo. O Bensulide é mais efetivo em
gramíneas anuais e em algumas espécies dicotiledôneas, como a knotweed, a fedegosa e a
beldroega. O Nortron também é registrado para aplicação no pós-plantio e pré-emergência
no controle de uma variedade de dicotiledôneas e infestantes gramíneas.
Ocasionalmente, uma aplicação de glifosato e paraquat é necessária para controlar as
plantas daninhas que germinarem antes da emergência da cultura. O período de tratamento
é arriscado porque qualquer cultura de plantas que tenha emergido será exterminada se
entrar em contato com esses herbicidas.
Depois que a cultura emerge, o bromoxinil (Buctril), o oxifluorfem (Goal), a pendimetalina
(Prowl), o etofumesato (Nortron), a dimetenamida (Outlook), o sethoxydim (Poast),
fluazifop-p-butil (Fusilade) e o cletodim (Prism) podem ser usados. Porém, o broxinil e o
oxifluorfem somente podem ser usados quando a cultura de cebola está nova (apresentando
de 2 a 4 folhas).
O bromoxinil é muito efetivo no controle de pequenas plantas daninhas dicotiledôneas. O
dano às cebolas ocorre se as orientações do rótulo não forem seguidas rigorosamente. Não
faça o tratamento antes que as plantas da cultura tenham duas folhas verdadeiras e somente
se a epiderme das folhas estiver com uma aparência de cera. Em dias nublados, o vento e os
jatos de areia, as geadas e outras aplicações de pesticidas, ou a alimentação dos insetos
podem reduzir a espessura da epiderme. Se aplicado em plantas com a epiderme fina, o
bromoxinil pode causar danos severos à cultura.
O oxifluorfem é conhecido como um herbicida pós-emergente da cebola. A fórmula do
Goal 2XL é usada na cultura em estágio de 2 a 4 folhas, mas a fórmula do GoalTender 4F
pode ser usada nas plantas com a primeira folha verdadeira, como no caso do bromoxinil.
Também controla pequenas plantas daninhas dicotiledôneas e algumas gramíneas. O
oxifluorfem tem um bom efeito com o bromoxinil, juntos eles controlam com maior
intensidade as plantas daninhas, comparado à ação destes isoladamente. Eles geralmente
são usados um após o outro, com aproximadamente uma semana de intervalo, mas isso
depende do índice de crescimento da cultura e das plantas daninhas. A ordem de aplicação
varia de acordo com a experiência.
O etofumesato é considerado um herbicida pós-emergente e pode promover o controle de
uma variedade de dicodiledôneas e de gramíneas invasoras. A dimetenamida é registrada
para o uso no estágio da segunda folha verdadeira e pode controlar a tiririca amarela, se
aplicada antes da emergência dessa erva daninha.
O sethoxydim e o fluazifop-p-butil são efetivos no controle de gramíneas anuais novas e
gramíneas perenes. Sua efetividade é reduzida quando as gramíneas estão em condições de
muita umidade. Os estádios mais tardios de crescimento das gramíneas anuais são de mais
difícil controle. Nem mesmo os herbicidas podem controlar o capim-do-campo anual e a
erva-negra. O cletodim é registrado para ao uso na cebola (do bulbo seco) e alho. Ele
controla efetivamente a erva-negra anual, bem como muitas outras espécies de gramíneas.
Nas cebolas, os fertilizantes nitrogenados, tais como o nitrato de amônia, o tiossulfato de
amônia ou misturas de uréia e ácido sulfúrico (N-Phurick e Enquick), aplicados quando as
plantas têm uma folha verdadeira estimularão o crescimento das cebolas novas e
aumentarão sua competitividade com as plantas daninhas dicotiledôneas, que são
exterminadas pelo fertilizante.
APÓS O PLANTIO (Alho). O DCPA é usado nas culturas de alho para controlar
gramíneas anuais e plantas daninhas dicotiledôneas. É aplicado após o plantio e antes de as
plantas daninhas emergirem. No alho, a irrigação por sulcos é geralmente usada para
germinar a semente (dentes de alho); os canteiros de alho completamente encharcados no
pós-plantio ativarão o DCPA e promoverão o controle das plantas daninhas. O DCPA não
controla todas as espécies de plantas daninhas, mas é extremamente importante para a
redução da competição das plantas daninhas durante o crítico estágio primário de
estabelecimento da cultura.
A pendimetalina (Prowl) controla muitas gramíneas anuais e plantas daninhas
dicotiledôneas, mas a irrigação por aspersão é fundamental para o adequado controle das
plantas invasoras.
Ocasionalmente, uma aplicação foliar de glifosato ou paraquat é necessária para o controle
das plantas daninhas que germinarem antes da emergência da cultura. O período de
tratamento é arriscado porque qualquer planta da cultura que emergir será morta se entrar
em contado com esses herbicidas.
Depois que a cultura emerge, o bromoxinil (Buctril), o sethoxydim (Poast), o fluazifop-p-
butil (Fusilade) e o cletodim (Prism) podem ser usados.
O bromoxinil é muito efetivo no controle de pequenas plantas daninhas dicotiledôneas. O
alho é mais tolerante ao bromoxinil que a cebola e seu material pode ser usado no alho a
qualquer tempo depois que a cultura emerge e antes que alcance 30,48cm de altura.
O sethoxydim e o fluazifop-p-butil são efetivos no controle de pequenas gramíneas anuais
novas e de algumas gramíneas perenes. Sua efetividade é reduzida quando as gramíneas
estão sob alta condição de umidade. O estádio mais tardio de crescimento das gramíneas
anuais é de mais difícil controle. Nem mesmo os herbicidas poderão controlar a erva-negra
anual, com o controle do cletodim na maioria das outras espécies de gramíneas.
Pré-colheita (Cebola e Alho). O DCPA tem seu uso registrado durante o período de pré-
colheita da cebola e do alho, enquanto a pendimetalina é registrada para o uso somente no
alho. Ambos herbicidas controlam gramíneas de emergência tardia e algumas plantas
daninhas anuais dicotiledôneas, proporcionando campos mais limpos na colheita. São
aplicados por cima da cultura e ativados com irrigação. Não controlam plantas daninhas
que já emergiram e não são usados depois do cultivo dos sulcos. Podem ficar algumas
plantas remanescentes em algumas condições, criando o problema de retorno das plantas.
Consulte o rótulo do herbicida antes da aplicação.
MANEJO ORGÂNICO DA ERVA DANINHA (6/08)
O controle da erva daninha em cebolas e alhos orgânicos necessita uma atenção especial
para prevenir problemas com essas plantas invasoras antes que elas comecem. Qualquer
método que reduza a quantidade de sementes de erva daninha reduzirá custos subseqüentes
com o controle destas durante a produção da cultura. Uma das melhores formas de prevenir
o problema com plantas daninhas é controlar a existência destas antes que produzam
sementes.
As cebolas e alhos apresentam desafios específicos para o controle de plantas daninhas
porque eles não cobrem o solo, nem mesmo quando maduros. Desse modo, eles estão
sujeitos à germinação e crescimento de plantas daninhas durante todo ciclo de suas vidas.
Deve-se dar ênfase quanto ao estabelecimento das plantações em campos com baixa
pressão de plantas daninhas ou em técnicas que reduzam a pressão destas antes de plantar.
É particularmente importante evitar campos com plantas daninhas perenes, como a
trepadeira do campo e a tiririca amarela e roxa. Também é importante localizar os campos
fora de áreas infestadas com plantas daninhas com sementes que podem ser levadas pelo
vento, como a tasneira, a serralha e a buva. O objetivo das técnicas de controle orgânico
das plantas daninhas é reduzir a pressão destas para a produção econômica da cultura.
O primeiro passo para desenvolver um programa de manejo de plantas daninhas é
identificar essas plantas invasoras que estão infestando o local da plantação. Familiarize-se
com o crescimento de cada erva daninha e com os hábitos reprodutivos para escolher as
opções de manejo mais efetivas. Veja as fotos relacionadas a plantas daninhas na lista de
NOMES COMUNS E NOMES CIENTÍFICOS DAS PLANTAS DANINHAS.
MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS ANTES DO PLANTIO
A solarização do solo. A solarização do solo pode reduzir significativamente sementes
viáveis de plantas daninhas na camada superior do solo. A solarização do solo captura a
energia solar abaixo de um filme plástico transparente, aumentando a temperatura do solo
até níveis letais para muitas sementes de plantas daninhas, bem como para estruturas
vegetativas de plantas daninhas perenes. Entretanto, a solarização não controla tão
efetivamente as plantas perenes como controla as anuais. Mudas de pastagem de bermuda,
sorgo e trepadeira do campo são controladas, mas não as plantas. A tiririca amarela é
parcialmente controlada, enquanto a tiririca roxa não é significativamente afetada.
A solarização efetiva do solo começa com a preparação de um canteiro de sementes plano,
de modo que o plástico possa ser colocado o mais próximo possível da superfície do solo.
Passe a grade de discos para fragmentar a terra e aplanar o solo. Remova qualquer material
que poderá furar ou levantar a lona de plástico, tal como pedras e plantas daninhas. Irrigue
antes e depois de colocar o plástico porque o solo úmido conduz o calor melhor que o seco.
Cubra o solo com o plástico o mais rápido possível depois da irrigação. É possível irrigar
depois de colocado o plástico instalando o sistema de gotejamento antes do plantio.
Use plástico transparente que tem espessura de 1,5 a 2mm e impregnado de inibidores de
radiação U.V. para prevenir que o material estrague precocemente. Enterre as laterais do
plástico juntas às laterais do canteiro para criar um lacre no solo; isso também ajudará a
prevenir que o plástico seja levado pelo vento. Máquinas que assentam o plástico estão
disponíveis para automatizar o processo. O plástico deve permanecer no local por, no
mínimo, 4 semanas (a duração depende da incidência de radiação solar) e ser removido
imediatamente antes do plantio da cultura. Para mais culturas, os agricultores fazem
buracos na cobertura de plástico e transplantam diretamente neles, porém esta prática pode
ser de valor limitado para plantios de cebola e alho de alta densidade.
No deserto e no Central Valley, o plástico deve ser colocado de junho até agosto e pode
permanecer no local até o início do plantio. A solarização pode não ser efetiva em regiões
costeiras mais frias, pois não aquece o solo em camadas mais profundas. Nessas regiões,
coloque o plástico no outono, quando há menos possibilidade de nevoeiros (por exemplo,
em agosto e setembro). Cultive o solo solarizado com menos de 7,62 cm de profundidade
para evitar trazer sementes de plantas daninhas viáveis para a superfície, onde elas podem
germinar.
Pré-germinação de plantas daninhas. A pré-germinação envolve o uso de irrigação ou
chuva para estimular a germinação das sementes de plantas daninhas antes do plantio de
cebolas e alhos. As mudas que já emergiram são, então, mortas pelo cultivo raso, pela
queima, herbicida orgânico ou combinação desses tratamentos. Pré-germine o mais
próximo possível aos dias do plantio para assegurar que o espectro das ervas daninhas não
tenha mudado antes do plantio da olericultura. As mudanças no espectro das ervas daninhas
pode ocorrer devido a mudanças de estações ou tempo.
O tempo do ano, o sistema de irrigação e o intervalo entre a irrigação e o controle das
plantas daninhas, todos irão afetar a eficácia dessa técnica. Esperar 14 dias da pré-irrigação
ao controle das ervas daninhas com o cultivo raso pode proporcionar o controle de até 50%
das ervas daninhas da cultura subsequente. Se o tempo permitir, a pré-germinação pode ser
repetida para uma maior redução das populações de ervas daninhas. Além disso, o
tratamento de queima ou herbicidas orgânicos também podem ser usados para matar o
crescimento súbito de ervas daninhas a qualquer momento entre a semeadura da cultura e
sua emergência. Entretanto, a queima e os herbicidas orgânicos são menos efetivos nas
plantas daninhas gramíneas. Para todos os métodos de controle de plantas daninhas, medir
o tempo é importante porque as mudas pequenas de plantas invasoras são mais difíceis de
serem exterminadas do que as maiores.
Aração profunda. A aração profunda é uma técnica de cultivo que enterra as sementes de
planta daninha ou propágulos de plantas perenes abaixo da profundidade que podem
germinar. A viabilidade das sementes de ervas daninhas enterradas diminui ao longo do
tempo. Um intervalo relativamente longo (3-5 anos) é preferível entre uma aração profunda
e uma subsequente para evitar trazer à tona uma grande quantidade de sementes viáveis de
plantas invasoras de volta à superfície do solo.
Cobertura vegetal. As coberturas vegetais são uma prática cultural essencial na produção
orgânica e oferecem vários benefícios para a produção da cultura. Entretanto, as coberturas
vegetais também têm o potencial tanto para aumentar quanto para diminuir os sistemas de
produção vegetal. Infelizmente, plantas daninhas anuais frequentemente se estabelecem no
momento da cobertura vegetal e, dependendo das espécies, podem crescer na cobertura
vegetal e fixar suas sementes despercebidamente. Muitas vezes as plantas daninhas
apodrecem antes do fim do ciclo da cobertura vegetal, tornando sua detecção difícil. Em
tais casos, as coberturas vegetais atuam como culturas guardiãs para as plantas daninhas,
dando uma importante contribuição para o banco de sementes. O crescimento lento das
coberturas vegetais do inverno pode ser particularmente problemático por agravar os
prejuízos com plantas daninhas. Por exemplo, muitos legumes e misturas de
cereais/legumes permitem um forte crescimento de plantas daninhas e as sementes se fixam
cedo no ciclo de crescimento da cobertura vegetal.
As coberturas vegetais de inverno com crescimento rápido incluem cereais e mostardas que
permitem a cobertura completa do solo nos primeiros 30 dias do ciclo da cobertura vegetal.
As variedades competitivas de coberturas vegetais incluem o centeio (Secale cereale), a
mostarda-branca (Sinapis Alba) e a mostarda indiana (Brassica juncea). A adequação do
índice de semeadura também é um importante fator para a rápida cobertura do solo. É
importante monitorar a cobertura vegetal, principalmente nos primeiros 40 dias que
sucedem a semeadura para certificar-se que não está desenvolvendo nenhum problema com
plantas daninhas para os plantios de cebola e alho subseqüentes.
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS DEPOIS DO PLANTIO
Cultivo. O cultivo é uma das práticas culturais de pós-plantio mais efetivas. Em fileiras
duplas de canteiros de 101,6cm é possível cultivar 80% dos canteiros (assumindo que são
deixadas faixas de 10,16cm de extensão para cada fileira de sementes). Entretanto, os
modos de plantio de cebolas tipicamente utilizam mais de duas fileiras de sementes por
canteiro de 101,6cm e a efetividade do cultivo é bastante reduzida. Nos primeiros cultivos,
corte as plantas daninhas com pás de arado e facas e em cultivos posteriores empurre o solo
contra a base da planta para enterrar pequenas ervas daninhas.
O objetivo do cultivo é cortar as mudas de plantas daninhas o mais próximo das fileiras de
semente possível sem criar problemas na cultura. Os novos sistemas precisos de direção
para cultivo (por exemplo, EcoDan®) podem ajudar a melhorar a precisão das operações de
cultivo. Cultivos mais precisos permitem reduzir a amplitude de faixas não cultivadas e,
assim, remover uma porcentagem maior de plantas daninhas. Plantas daninhas fora de
controle nas fileiras de sementes são removidas com a mão ou outros meios mecânicos.
Herbicidas. Existem poucos herbicidas organicamente aceitos disponíveis para uso na
cebola orgânica e na produção de alho. Todos os herbicidas orgânicos são de materiais de
contato não-seletivo que contêm vários óleos essenciais. É melhor usado para o tratamento
de queima das plantas daninhas antes da emergência da cultura. A eficácia de todos esses
materiais depende do estádio de crescimento das plantas daninhas (por exemplo, menos de
1-2 folhas verdadeiras) e da quantidade de aplicação. Ambientes com temperaturas altas
aumentam a sua eficácia.
Coberturas. Coberturas de plástico escuras (por exemplo, pretas, marrons e verdes)
previnem que a luz atinja a superfície do solo, prevenindo, assim a germinação das plantas
daninhas. As coberturas também são usadas para o controle de algumas plantas daninhas
em culturas orgânicas, tais como pimentas, tomates e melões. Seria caro usar em culturas
de alta densidade, tais como cebolas e alhos, mas poderia ser justificada onde as culturas
têm um valor mais alto.
Capina. A capina é geralmente necessária na produção de cebola e alho orgânicos. É difícil
devido ao curto espaçamento das plantas e às múltiplas fileiras de sementes por canteiro. O
sucesso no emprego das técnicas mencionadas pode ajudar a fazer operações de roçagem
das ervas daninhas em menor tempo e de forma mais efetiva.
PROBLEMAS COM ERVAS DANINHAS ESPECIAIS (6/08)
TREVO AMARELO e MELILOTO BRANCO. Esses trevos são difíceis de controlar
na cebola e no alho porque nenhum dos herbicidas registrados pode controlá-los. Evite o
crescimento de culturas de cebola e alho em campos onde sabe-se que há uma alta
infestação dessas plantas daninhas.
TIRIRICA. A tiririca é uma planta daninha séria nas culturas plantadas na primavera e
verão. A tiririca amarela e roxa são plantas daninhas perenes que se reproduzem de
tubérculos subterrâneos que podem sobreviver por vários anos no solo. Cada tubérculo
contém vários brotos que são capazes de produzir plantas. Somente um broto germina por
vez para produzir uma nova planta, porém, se aquele broto ou planta é destruído pelo
cultivo ou um herbicida, então um novo broto é ativado. O controle é conseguido melhor
pelo cultivo continuo durante um período de pousio de verão ou pela rotação de culturas,
em que herbicidas efetivos e os métodos de controle cultural podem ser usados. A aração
profunda com charruas de aiveca para enterrar os tubérculos de 25,4cm a 30,48cm pode ser
usada para reduzir significativamente a população. A dimetenamida controla parcialmente
essa planta daninha se aplicada antes da emergência da tiririca.
ERVA-NEGRA ANUAL. No baixo deserto do Rio Colorado, a erva-negra anual pode
alcançar populações muito numerosas no campo e se tornar difícil de controlar. Nessa
região, alguns campos podem não ser mais usados para cultivar cebolas devido à erva-
negra anual. Um dos motivos para isso é o uso regular de herbicidas de gramíneas seletivos
(sethoxydim e fluazifop) que não controlam a erva-negra anual. Os herbicidas que
controlam a erva-negra anual no Vale de San Joaquin e nos vales costeiros (o DCPA e o
bensulide nas cebolas e a pendimetalina no alho) não controlam efetivamente a erva-negra
anual nas áreas do baixo deserto. O cletodim não controla a erva-negra anual.
CUSCUTA. A cuscuta é uma planta daninha parasita que pode crescer nos campos de
cebola no Vale de San Joaquin e em regiões de cultivo do vale costeiro. Evite campos com
um histórico conhecido dessa planta daninha. O DCPA (cebola e alho) e a pendimetalina
(somente no alho) acaba e/ou controla essa erva daninha.
NOMES POPULARES E CIENTÍFICOS DAS PLANTAS DANINHAS (6/08)
Nomes Populares Nomes Científicos
Cevada dos ratos Hordeum murinum ssp. leporinumCanarana, capim-quicé, capim-andrequicé Echinochloa crus-galliPastagem de bermuda Cynodon dactylonCorriola Convolvulus arvensisCabelo-de-cão, Cabelo-de-cão-anual; Erva-das-galinhas; Erva-negra; Poa annuaPé-de-galinha; Pêlo-de-cão; Poa-anual; Poa-comum; Relva-dos-caminhos Luzerna, alfafa Medicago polymorphaAlpiste Phalaris canariensisMorugem, morugem-branca, morugem-verdadeira, esparguta e Stellaria mediamorugem vulgar Capim-colchão Digitaria spp.Cotonária Gnaphalium spp.Língua-de-vaca Rumex spp.Cuscuta, cipó-chumbo Cuscuta spp.- Amsinckia spp.Bico-de-cegonha Erodium spp.Buva Conyza bonariensisRabo-de-raposa Setaria spp.Quenopódio Chenopodium spp.Fisalis Physalis spp.Tasneira Senecio spp.Chuchapitos Lamium amplexicauleBuva Conyza canadensisSorgo Sorghum halepenseKnotweed Polygonum arenastrumFalsa-Erva-de-Santa-Maria, Ançarinha-Branca Chenopodium album Alface brava Lactuca serriolaCapim-anoni Eragrostis spp.Malva, malva-de-botica, malva-de-cheiro, malvisco, malvaísco Malva parvifloraCorda-de-viola Ipomoea spp.Canola Brassica spp.Urtigas Urtica spp.Erva-moura Solanum nigrum- Solanum sarrachoidesTiririca-do-brejo, hamassuguê, capim-dandá, cebolinha, erva-côco, Cyperus rotundusjunca-aromática, tiririca-comum Chufa Cyperus esculentusAveia-brava, aveia-fátua, aveia-selvagem Avena fatuaCapim-do-banhado ou Painço Panicum dichotomiflorumCaruru-da-angola, bredo, bredo-rabaça, caruru-crista-de-galo Amaranthus spp.Caruru-do-mato, crista-de-galo Cabeça-de-gato, espinho-do-diabo e erva-daninha-do-diabo Tribulus terrestrisBeldroega Portulaca oleraceaSaramago Raphanus raphanistrum- Sisymbrium irioAzevém Lolium spp.Bolsa-de-pastor, chapéu-de-frade Capsella bursa-pastorisSerralha Sonchus spp.Girassol Helianthus spp.Trevo Melilotus spp.Gramata Salsola tragus