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FONSECA, SELVA GUIMARÃES. Didática e prática de ensino de história: experiências, reflexões e aprendizados. 9.ed. São Paulo: Papirus, 2009. Abordagens historiográficas recorrentes no ensino fundamental e médio A autora fala que diferente do ensino superior, as escolas de educação básica são meros espaços de transmissão de uma ou outra leitura historiográfica que fragmentada e simplificada, acaba impondo uma versão como sendo uma verdade absoluta sobre determinado assunto. Ela fala que as abordagens chamadas história tradicional e história nova são consideradas, na atualidade, as mais presentes no ensino mas também é possível encontrar a presença de outras perspectivas, tais como o materialismo histórico e a historiografia social inglesa. Selva segue falando que a historiografia brasileira, nas últimas décadas do séc. XX, inspirou-se basicamente na nova história francesa e na historiografia social

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FONSECA, SELVA GUIMARÃES. Didática e prática de ensino de história: experiências, reflexões e aprendizados. 9.ed. São Paulo: Papirus, 2009.

Abordagens historiográficas recorrentes no ensino fundamental e médio

A autora fala que diferente do ensino superior, as escolas de educação básica são meros espaços de transmissão de uma ou outra leitura historiográfica que fragmentada e simplificada, acaba impondo uma versão como sendo uma verdade absoluta sobre determinado assunto. Ela fala que as abordagens chamadas história tradicional e história nova são consideradas, na atualidade, as mais presentes no ensino mas também é possível encontrar a presença de outras perspectivas, tais como o materialismo histórico e a historiografia social inglesa.

Selva segue falando que a historiografia brasileira, nas últimas décadas do séc. XX, inspirou-se basicamente na nova história francesa e na historiografia social inglesa. Abrindo aos historiadores brasileiros a possibilidade do alargamento dos conceitos de história e política. Temas até então escanteados pela historiografia passaram a ser objeto de investigação. O critério de renovação da historiografia brasileira foi, nesse período, basicamente a ampliação de temas, fontes e problemas. Passou-se a discutir diferentes modos de investigar e interpretar a história. No livro é falado que é possível buscar renovar, no dia-dia, as práticas de ensino de história dentro e fora da escola. Agindo como cidadãos, sujeitos da história e do conhecimento e dialogando com as abordagens históricas tradicionais.

Selva Guimarães mostra, no capítulo, as principais características da história tradicional positivista e da nova história, a chamada Escola dos Annales. Ela fala que a história tradicional positivista usa como fontes os documentos oficiais e não oficiais escritos. Valoriza os sítios arqueológicos, as edificações e os objetos de coleções e museus. Seus principais personagens são as grandes personalidades políticas, religiosas e militares. Seus principais focos de estudo são os grandes acontecimentos diplomáticos, políticos e religiosos do passado. Acontecimentos esse que são apresentados numa sequência linear e progressiva. A história tradicional positivista tem sua presença bastante marcante no ensino e nos livros didáticos.

Sobre a nova história, a autora diz que ela ampliou as novas fontes de estudos, passando a utilizar também as fontes orais, as fontes audiovisuais, além de obras de arte, como pinturas e esculturas. Os agentes da história são: homens e mulheres; ricos e pobres; pretos, índios e brancos; governantes e governados e patrões e empregados. E ela não é só feita por atores individuais mas também por movimentos sociais, pela classe trabalhadora etc. A história nova aborda tudo aquilo que o homem fez no passado e também no presente. Segundo ela os vários tempos convivem e o homem usa vários calendários. A história nova não estuda os fatos apresentados de forma linear, mas nos seus diversos ritmos, tempos e espaços.

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Selva segue o capítulo fazendo uma análise das abordagens tradicionalmente recorrentes no ensino com elementos da visão de Walter Benjamin da história. Benjamin critica a sequência temporal linear e evolutiva do progresso da humanidade. A critica à historiografia sequêncial, factual, causal e teleológica é recorrente no meio acadêmico brasileiro. Um dos modelos historiográficos dominantes no ensino brasileiro é o do "quadripartite francês", divisão do tempo composto pelos quatro grandes períodos. Benjamin fala também de outra visão abordada por alguns setores da historiografia brasileira que é a versão marxista ortodoxa da evolução dos modos de produção. Ou seja, a humanidade evolui com o desenvolvimento inexorável das forças produtivas. O início, meio e fim da história estão previamente determinados. O "progresso" é fundamental para que nosso destino se realize. As duas visões historiográficas (positivista e marxista ortodoxo) presentes no ensino de história negam o caráter construtivista e dialético da história.

Um outro elemento de grande relevância do pensamento benjaminiano é a valorização daquilo que tradicionalmente não tem significado para a história, pois o cronista que narra os acontecimentos sem distinguir entre os grandes e os pequenos leva em conta a verdade de que nada do que um dia aconteceu pode ser considerado perdido para a história. A principal característica da historiografia marxista ortodoxa e da historiografia positivista é a fragmentação das diversas dimensões constitutivas da mesma realidade social, política, cultural, econômica, espiritual e o privilegiar dos aspectos-chave para a elaboração discurso explicativo. Benjamin alerta aos historiadores para as transformações menos perceptíveis, pois a experiência humana se manifesta não apenas na natureza política da luta de classes, mas como sentimentos, valores e imagens.

A autora finaliza o capítulo falando que é preciso fazer crescer a consciência dos jovens por meio de um trabalho de reflexão e de reconstrução da natureza humana. E que a escolha do que é ensinado e do como ensinar é uma decisão fundamentalmente político-cultural e educativo. A história como construção deve dar lugar aos esquemas simplificadores e reducionistas e nossa visão historiográfica está intimamente ligada à nossa postura diante do mundo, do conhecimento e da educação.

ALUNO: FELIPE FRANCISCO J. DA SILVATURMA: 2° PERÍODO