Prática_Peneiramento
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Universidade Federal de Alfenas campus Poços de Caldas
Instituto de Ciência e Tecnologia
Operações Unitárias I- ICT 29
Prof.ª Mônica M. Gonçalves
RELATÓRIO 1 : PENEIRAMENTO
Jeferson Almeida Dias 2010.1.25.088
Marcel de Freitas Santos 2009.2.25.113
Rikelli Zanetti 2010.1.25.118
Shella Maria dos Santos 2010.1.25.120
Thiago Gonçalves Carvalho 2010.1.25.124
Vinicius de Oliveira Dias 2010.1.25.127
Poços de Caldas
2012
I. INTRODUÇÃO
Para se fazer a classificação granulométrica de solos, o peneiramento é
um dos métodos mais utilizados. Este consiste em separar em classes de
tamanho diferentes um material granular, de forma mecânica.[1] O processo é
do tipo “passa/não -passa” , onde o material passa por uma ou mais peneiras,
constituídas por malhas com espaçamentos regulares entre os fios, com
dimensões definidas.[2]
A montagem das peneiras é feita de tal forma, que o material passe
primeiramente pela de maior diâmetro para a de menor, passando por peneiras
de diâmetros intermediários. Desta forma pode-se quantificar a granulometria
em cada estágio. O material retido na peneira é chamado oversize e o
passante, undersize.[3]
As escalas granulométricas usadas seguem a equação de Rittinger[3]:
onde:
= abertura de ordem n;
= abertura de referência ( =1mm (Richards e ISO*) e
=74μm(Tylor));
= razão da escala ( (Tylor e ISO*) e = 1,19
(Richards)).
Para as duas escalas, Tylor e Richards, a relação é feita com o número
de malhas,mesh, ou seja, o número de aberturas em um comprimento de
25,4mm.[3]
Esse processo é usados industrialmente com inúmeros objetivos, dentre
eles, evitar entrada de partículas menores ou maiores nos estágios
subsequentes, adequar o produto às especificações, além de aumentar a
eficiência das operações a jusante.[2]
*International Standard Opening
II. OBJETIVOS
O experimento que se segue visa obter a separação quantitativa dos
grãos de diferentes diâmetros de uma amostra de areia utilizada na construção
civil. Essa análise, chamada de Granulométrica, quando realizada por processo
de peneiramento deve distinguir o percentual de grãos que compõe a amostra
dentro de faixas pré-determinadas. Neste experimento, visa-se apresentar tais
resultados da análise granulométrica em forma de tabela, gráfico com a análise
diferencial, gráfico com a análise cumulativa, cálculo do numero de partículas
da mistura e cálculo da superfície especifica da mistura.
III. METODOLOGIA
MATERIAIS
No experimento realizado no dia 31 de Março de 2012, foram utilizados:
Cinco peneiras granulométricas,
Uma base metálica,
Uma tampa metálica,
Uma proveta de 1 litro,
Uma peneira vibratória da marca Bertel,
Uma balança semi-analítica,
Um cronômetro
Aproximadamente 200,5 g de areia.
MÉTODO
Inicialmente montou o sistema de forma a empilhar as peneiras em
ordem decrescente, ou seja, a parte superior foi iniciada pela peneira de maior
diâmetro. De cima para baixo, tinha-se: inicialmente uma base, posteriormente
uma peneira de 200 mesh, depois a peneira de 140 mesh, em seguida a
peneira de 100 mesh, a peneira de 80 mesh e a peneira de 70 mesh a qual se
situava no topo, e logo em seguida uma tampa metálica.
Ao colocar em ordem o sistema de peneiras, pesou-se em balança semi-
analítica 200 g de areia e a colocou no topo desse sistema e o fecho com a
tampa metálica; após essa etapa, colocou o sistema fechado na peneira
vibratória e cronometrou-se 20 minutos, obtendo finalmente, a areia distribuída
pelas peneiras do sistema, em diferentes quantidades, devido à granulometria
das partículas. Então aferiu-se a massa de cada uma das peneiras, o que
possibilita saber a distribuição do sistema;
Para finalizar, pesou-se uma proveta vazia de 1 litro e inseriu-se 100 ml
de areia na mesma e logo após se aferiu a massa com o auxílio de balança
semi-analítica, possibilitando assim posterior calculo para encontrar a
densidade da areia utilizada.
IV. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os dados obtidos em laboratório referentes à massa das peneiras para
antes e depois do peneiramento são dispostos em Tabela 1.
Tabela 1: Massa das peneiras antes e após o processo de peneiramento
Malha
(mesh)
Massa da
peneira vazia
(g)
Massa da peneira com
amostra retida (g)
Massa retida (g)
70 496,92 304,05 192,87
80 310,59 306,19 4,40
100 308,66 307,32 1,34
140 309,54 308,50 1,04
200 314,29 313,96 0,33
Base 375,24 375,87 0,63
Total 1915,26 2115,87 200,61
Além desses dados, é importante citar que o valor obtido para a massa
total de amostra antes do processo de peneiramento foi de 200,50g.
Levando-se em consideração a possibilidade de perda durante o
processo experimental, faz-se o balanço de massas, equacionado por:
pi pj
m
a
M MF
M
-=
1
n
amostra i
i
M m=
= å
(1)
Onde,
Mamostra é a massa total aferida antes do peneiramento;
mi é a massa retida em cada uma das peneiras.
Assim, substituindo os dados obtidos em (1):
O balanço sugere um acréscimo de 1,1. 10-1 g. Tal fator pode ser
justificado pelas flutuações provenientes dos erros instrumentais sendo que a
balança analítica fornece um erro instrumental correspondente a ±0,1g, porém
neste estudo, adotar-se-á a diferença desprezível e supondo – se então que
não houve perda de material durante o experimento.
Após aferido as massas retidas em cada peneira é possível realizar uma
análise granulométrica utilizando-se de equações para determinar o diâmetro
médio das partículas retidas e a respectiva fração de massa como
demonstrado em tabela 2. Para tanto, a expressão do diâmetro médio das
partículas Dm:
(2)
Onde,
Ai é a abertura da malha onde foi retida;
Ai-1 a abertura da malha imediatamente anterior.
O parcela de massa retida (Fm) pode ser equacionada como:
(3)
Onde,
Mpi é massa da peneira após o peneiramento, ou seja, com uma alíquota da
1
2i i
m
A AD --
=
200,50 200,61g g¹
1
200,50 192,87 4,40 1,34 1,04 0,33 0,63n
amostra i
i
M m=
= ® = + + + + +å
amostra retida;
Mpj é a massa da peneira i vazia;
Ma é a massa total da amostra.
Através do equacionamento descrito anteriormente, obtém-se os valores
de análise granulométrica, tal que se apresentam na tabela a seguir.
Tabela 2- Análise Tabelar Granulométrica do peneiramento
Malha
(mesh)
Abertura da
malha (mm)
Diâmetro médio das
partículas de acordo
com Eq.2 (mm)
Massa retida (%)
60 [5] 0,250 - -
70 0,212 0,231 96,14
80 0,180 0,196 2,19
100 0,150 0,165 0,67
140 0,106 0,128 0,52
200 0,075 0,091 0,16
250[5] 0,063
Base - 0,069 0,31
Para uma segunda alíquota de amostra ocupando volume de 100 ml em
uma proveta, aferiu-se a massa dessa proveta vazia e com a referente alíquota,
sendo encontrados 520,63g e 669,56g respectivamente. Para estimar a massa
específica das partículas, utiliza-se a seguinte relação:
(4)
Onde
m1 é a massa da proveta com material retido;
m0 é a massa da mesma vazia e V o volume ocupado.
V =100 mL
Substituindo os valores coletados:
1 0m mm
V Vr
-= ®
3669,56 520,631,49 .
100g cmr --
= =
Para determinar o número de partículas faz-se uso da expressão:
(5)
Sendo,
m a massa total da amostra,
b uma constante de correção,
ρ a massa específica,
Fm a fração mássica retida,
D o diâmetro médio relacionado à última.
Utilizando os diâmetros médios iguais aos diâmetros das partículas
retidas e admitindo b igual a , tem-se:
Para cálculo da superfície externa da amostra, utiliza-se o seguinte
equacionamento:
(6)
Onde ,
a e b são constantes,
m é a massa total,
ρ a massa específica,
Fm a fração mássica retida
D o diâmetro médio de cada secção.
1
i
nm
i i
FmN
b Dr =
Dæ ö= ç ÷
è øå
1
i
nm
i i
FamS
b Dr =
æ ö= ç ÷
è øå
Supondo que a é igual à 4 e mantendo o valor de b, tem-se:
Tabela 3: Análise diferencial tabular
Malha Massa retida
(g)
Di Fração retida (Xi) X(%)
60[5] 192,87 0,231 0,961 0,039
70-80 4,4 0,196 0,022 0,017
80-100 1,34 0,165 0,007 0,010
100-
140
1,04 0,128 0,005 0,005
140-
200
0,33 0,091 0,002 0,003
250[5] 0,63 0,069 0,003 0,000
Total 200,61
Para ampliar os tipos de visualizações dos resultados, segue a analise
diferencial e cumulativa em gráficos. Para realizarmos a analise diferencial
usamos o diâmetro médio calculado anteriormente e a fração ponderada de
massa retida em cada uma das malhas, como pode ser observada abaixo na
tabela e no gráfico.
Tabela 4- Analise Diferencial
Diâmetro médio (mm)
Xi (fração ponderal de massa retida)
0,0905 0,962
0,128 0,022
0,165 0,007
0,196 0,005
0,231 0,002
Base 0,003
Figura 1 – Gráfico de analise diferencial
Para a analise cumulativa utilizamos o diâmetro da malha e a fração
ponderal de massa retida e para uma segunda analise a fração ponderal
cumulativa de massa não retida, essa fração é dada pela fórmula:
Para o segundo caso em que consideramos a massa não retida utilizou-
se a seguinte fórmula:
Os resultados obtidos foram apresentados nas formas das tabelas e
gráficos abaixo:
Tabela 5- Analise cumulativa
Diâmetro da malha (mm)
0,212 0,962 0,038
0,18 0,984 0,016
0,15 0,991 0,009
0,106 0,996 0,004
0,075 0,997 0,003
Base 1,001 -0,001
Figura 2 – Gráfico da analise cumulativa ( massa retida)
Figura 3 – Gráfico da analise cumulativa (massa não retida)
V. CONCLUSÃO
O peneiramento é muito indicado para separar e identificar o tamanho de
partículas uniformes. Entre outros, o peneiramento é o meio mais prático, de
fácil conclusão para o grupo por não exigir muitos conhecimentos específicos
para executar o procedimento e é útil quando se trata de partículas entre 40μm
a 7 cm, conforme informação apresentada durante a aula. Dessa forma, de
acordo com a Tab.2, pode-se observar que o método de peneiramento para a
análise granulométrica é pertinente, visto que os diâmetros encontrados para
as partículas vão de 0,0069cm a 0,025cm. [4]
O grupo não obteve dificuldades relevantes durante o procedimento,
visto que o peneiramento trata-se de uma técnica considerada simples, porém
o gargalo durante o experimento foi esperar um tempo que o empilhamento das
peneiras permaneceu da peneira vibratória, o que correspondeu a 20 minutos,
implicando em um atraso para demais grupos.
Através do peneiramento foi feita uma analise granulométrica que além
de determinar possíveis diâmetros das partículas da mistura, foi possível
determinar também o numero de partículas presentes em aproximadamente
200,5g de material, onde o valor encontrado foi de 2,16 106 partículas.
Observa-se que mesmo em uma pequena amostra há um numero gigante,
ordem 106, de partículas. A superfície específica da mistura obteve um valor
de 4,54 m2, é um valor condizente para a mistura toda visto que a razão entre
a superfície da mistura e o numero de partículas total resulta em uma área
superficial de 2,19,10 -6 m² para a partícula de areia
Porém, a partir da Tab. 1 identifica-se uma falha na seleção das
peneiras utilizadas, pois a peneira inicial de 70 mesh reteve mais de 95% da
massa da amostra. Como dica de melhoria do procedimento é interessante que
a sequência de peneiras inicia em uma peneira mais grossa, ou seja, aumente
o numero de peneiras variando mais o diâmetro correspondente a abertura de
cada uma, como por exemplo, a série de Tyler que é composta por 14
peneiras. Se Tal procedimento fosse adotado, influenciaria muito nos
resultados, visto que na primeira peneira reteve-se mais 96 % da amostra e tal
porcentagem de massa apresentava folhas entre outros detritos de diferentes
diâmetros.
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] MOREIRA, R.F.P.M. Operações Unitáriasde Transferência de Quantidade de Movimento. Peneiramento. Acessado em 08/04/12. Disponível em: http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5313/Peneiramento.html
[2] LUZ, J.A.M.; CARVALHO, S.C. Modelamento matemático de peneiramento vibratório (Parte 1): dimensionamento clássico.Jan/Mar-2005. Acessado em 08/04/12. Disponível em :http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0370-44672005000100010&script=sci_arttext
[3] CARRISSO, R.C.C; CORREIRA, J.C.G. CLASSIFICAÇÃO E PENEIRAMENTO. Capítulo 5. Dezembro,2004. Acessado em 08/14/12. Disponível em http://www.cetem.gov.br/publicacao/CTs/CT2004-183-00.pdf
[4] GONÇALVES. MÔNICA M. Caracterização de sólidos particulados-
Operações Unitárias I-ict 29
[5]SPLABOR EQUIPAMENTOS PARA LABORATORIOS.Peneiras
granulométricas em aço inox- diâmetro 8’’(203,2 mm)X altura 2’’(50mm).
Acessado em 15/04/12. Disponível em
http://www.splabor.com.br/acessorio/peneiras-granulom-tricas/peneiras-
granulometricas-em-aco-inox-diametro-8-203-2mm-x-altura-2-50mm.html