Práticas sutentáveis

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técnicas de sustentabilidade

Transcript of Práticas sutentáveis

  • Copyright2009, by Thomas Enlazador

    3 edio Recife, 2010Edio Independente

    Contedo sob licena Creative Commons para Atribuio e Compartilhamento pela mesma licena (bysa, 3.0Brasil)O contedo deste livro pode ser copiado, no todo ou em partes, compartilhado, distribudo e modificado sob asseguintes condies:1. Sejam dados os crditos ao autor original, da forma especificada na licena2. Caso a obra seja alterada, transformada, ou derivada em outra, a obra resultante s poder ser distribudasob uma licena idntica a esta3. Qualquer outro uso, cpia, distribuio ou alterao desta obra, que no obedea os termos previstos nestalicena, constituir infrao aos direitos autorais, passvel de punio na esfera civil e criminalOs termos desta licena tambm esto disponvveis em www.creativecommons.org/licenses/bysa/3.0/br

    Este almanaque foi totalmente produzido com Software Livre.Durante o processo de elaborao foram utilizados: Ubuntu, Slackware, Mozilla Firefox,OpenOffice.org, Scribus, GIMP e Inkscape.

    574 Enlazador, ThomasE56a

    Almanaque de Prticas Sustentveis / Thomas Enlazador contribuies de Adriana Ayubcoautoria de Adriana Ayub, Pedro Jatob e Kalinne Ribeiro. 3. ed. Recife: autores, 2010.

    82 p.

    1. Sustentabilidade. 2. Consumo Sustentvel. I. Ayub, Adriana. II. Jatob, Pedro. III. Ribeiro,Kalinne. IV. Ttulo.

    CDU 574

    Bibliotecria responsvel: Caroline FerreiraCRB 4 / p1603

  • FICHA TCNICA

    Thomas Enlazador | [email protected] tor e organ i zador

    Mestre em Gesto e Polticas Ambientais pelo Prodema UFPE, Cientista Jurdicocom foco em legislao e educao ambiental. Escritor, Palestrante Internacional,Educador Ambiental h mais de 10 anos, articulador de redes sciosolidrias eculturais. Desenvolvedor de polticas pblicas e consultor nas reas de EconomiaSolidria e Cultura da Sustentabilidade. Coordenador do Ponto de CulturaSustentvel Ciranda Solidria Minc e do Centro Ecopedaggico Bicho do Mato,membro da organizao do Frum Social Mundial e idealizador das Aldeias da Paznos FSMs. Curador do Eixo Sustentabilidade na Expoidea.

    Adriana Ayub | ayub.adriana@gmailproduo colabora ti va : pr ti cas permacu ltu ra i s

    Bacharel em Cincias Biolgicas, educadora em Permacultura, educao ambientale cidad e consumo sustentvel. Scia fundadora da ecoempresa CASA CriaesAlternativas pela Sustentabilidade Ambiental , artes em cosmticos naturais eassessora em gesto de negcios.

    Pedro Henrique Jatob | [email protected] colabora ti va : pr ti cas em Software Li vre

    Bacharel em Cincia da Computao, pesquisador nas reas de ambientes colaborativos e cultura digital. Integra o Instituto Intercidadania como Diretor deCultura e contribuiu na concepo do projeto iTEIA, onde atua na coordenao deFormao e Articulao.

    Kalinne Ribeiro | [email protected] colabora ti va : bebes ecolgi cos e sagrado femin i no

    Musicista, compositora e autora do CD "Vo Mgico", licenciado em CreativeCommons. Militante do Parto Natural Ecologizado, faz formao em PedagogiaWaldorf e Coordena o Circulo de Mulheres no Ecocentro Bicho do Mato.

    Marcelo Soares | [email protected] | marcelosoares.orgproduo colabora ti va : xi lografi a

    Xilogravador, poeta cordelista e arteeducador h 35 anos. Mora em Timbaba,Pernambuco.

  • Pedro Pereira dos Santos | [email protected] colabora ti va : revi so

    Professor licenciado em matemtica e atuante na rea de projetos e trabalhos acadmicos, tanto como orientador quanto como corretor da lngua portuguesa e daABNT.

    Clia Menezes | [email protected] | encontrolivre.orgproduo colabora ti va : pro j eto grfi co

    Graduanda em Letras pela UFPE, possui pesquisas nas reas de gnero, mdia etecnologias livres. Organiza o Encontro Livre Disseminando Cultura e Conhecimento, evento realizado em Recife que se prope a abordar a Cultura Livre.

    Gustavo Sousa | [email protected] | jeporu.comproduo colabora ti va : pro j eto grfi co

    Desenvolvedor web, trabalha com Software Livre h trs anos. Organiza o EncontroLivre Disseminando Cultura e Conhecimento, evento realizado em Recife que seprope a abordar a Cultura Livre.

    Mart Pet Comunicao | [email protected] colabora ti va : capa

  • A terceira edioIntroduo1. Conceitos e princpios da sustentabilidade2. Prticas sustentveis

    2.1. Reeducao sustentvel no dia a dia2.2. gua: bem comum da comunidade2.3. Transporte coletivo e carros2.4. O lixo como soluo2.5. Alimentao saudvel2.6. Bebs ecolgicos (Ecobebs)2.7. Solues alternativas para limpeza e higiene pessoal2.7. A reconexo das mulheres com a Me Terra2.8. Reforme e construa sua morada de forma sustentvel2.9. Voc j plantou uma rvore?2.10. Conduta consciente em ambientes naturais2.11. Dicas para a cidadania planetria2.12. Permacultura: caminho para a sustentabilidade em ao2.13. Economia solidria: um instrumento para o consumo crtico e

    sustentvel2.14. Software Livre & Economia Solidria: uma unio pela susten

    tabilidadeSugestesAnexos

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    ndice

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    A TERCEIRA EDIO

    O ALMANAQUE DE PRTICAS SUSTENTVEIS, agora na 3 edio, traz um aumentode prticas e uma novidade: xilogravuras do um tom regional a esta obra produzida em Pernambuco. Com o passar dos anos, ele vem se consolidando e ocupandouma demanda latente ao apontar novos caminhos para uma mudana comportamental, paradigmtica e metamorfoseante: a transformao individual! Ofereceferramentas para cidados e cidads que acreditam na mudana florescendo dedentro para fora.

    A simplicidade voluntria torna o ALMANAQUE um instrumento dirio para aprxis da sustentabilidade.

    Este material, escrito colaborativamente com a participao de educadores, autores annimos, donas de casa e sugestes de rgos ambientais dopoder pblico e de ONGs, prope um reorientar de prticas que fomentem valorescomo solidariedade, sustentabilidade, paz, amor, cooperao, conscincia, igualdade, cuidado ao prximo e ao Planeta Terra. So discutidas aqui aes cotidianase experincias bemsucedidas aplicadas em prticas ecopedaggicas, solidrias,individuais, familiares e comunitrias.

    Ampliamos os 3 erres e chegamos a 7: Refletir, Recusar, Reduzir,Reutilizar, Reciclar, Repensar e Radicalizar.

    Nos ltimos quatro anos de publicao e difuso, milhares de indivduos acessaram dezenas de portais e baixaram, divulgaram e aplicaram as aespropostas. Este , sem dvida, mais um milagre da criao e organizao de umaobra com licena livre e aberta, onde todos podem baixar, copiar, utilizar,reformular e metareciclar as informaes e aes nela contidas. Convido os leitoresa se apropriarem, enviarem novas dicas, criticarem, indicarem e ajudarem aincrementar o guia e suas prticas.

    Outra novidade a abertura para uma produo colaborativa. Novoscompanheiros e companheiras escreveram aes prticas valiosas e contriburamcom diagramao, ilustrao e difuso. Essa ajuda foi e continua sendo fundamental para melhoria e alcance do propsito do Guia de Prticas Sustentveis:chegar a 999 dicas at 2012. Inserimos captulos sobre Software Livre e Permacultura que ampliaro o conceito e a viso de uma Cultura Sustentvel.

    O ALMANAQUE foi produzido para ser metaculturalmentereciclado. Adaptese, recriese e difunda novas prticas sustentveis pela cura do planeta. Boa leiturae faa voc mesmo a diferena! Thomas Enlazador

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    INTRODUO

    A chegada do novo milnio trouxe uma nova onda de reflexo e ao. Omomento que nosso planeta vive mpar, crucial e sem precedentes na histria dahumanidade. Somos parte dessa epopeia e possumos a rara oportunidade demudar o rumo da nossa nave e ajudar na preservao das geraes presentes efuturas. No temos mais tempo, a contagem regressiva j comeou... Nossa atitude deve mudar: reciclar, renovar e transcender. O comprometimento individual noAQUIAGORA vai favorecer a corrente pela sustentabilidade, e essa ao forte emrede sensibilizar a tod@s que ainda no acordaram do sono profundo e continuammaltratando nossa me natureza (Gaia, Pachamama).

    As Mudanas Climticas Globais e Locais (glocais) j so eminentes noso meros dados, estatsticas acadmicas e probabilidades matemticas. A cadams temos novos furaces, novas enchentes, secas e doenas causadas por superbactrias e vrus mutantes. A necessidade de uma ao contnua e participativa,buscando solues imediatas e em longo prazo, chegou. Finalmente, a hora daimplementao bateu na porta. AGORA ou AGORA!

    A parceria entre sociedade civil, poder pblico e setores privados atnica principal para o enriquecimento e a materializao dos debates. Todospodem e devem se envolver com a temtica socioambiental. O meio ambiente,ecologicamente equilibrado, um bem de uso comum do povo e fundamental paraa qualidade de vida dos seres vivos do Planeta. Assim diz o artigo 225 da nossaConstituio Federal que impe ao poder pblico e a coletividade o dever de defender o meio ambiente e preservlo para as geraes presentes e futuras. Alis,voc j leu ou utilizou a Constituio Federal para pleitear seus direitos?

    O tempo voa e as mudanas se acumulam. Os padres de consumo so insustentveis. Se consumssemos como os norteamericanos, precisaramos de pelo menos trsplanetas para suprir essa grande demanda.Fomos e estamos direcionados a consumir, abuscar o que mais prtico, rpido, descartvel, barato enfim, nos tornamos, de certo

    modo, compulsivos pelo consumo e isso causou um efeito danoso ao meioambiente e nossa sociedade. Vivemos a Era da Artificializao, das mentespasteurizadas, dos hbitos hamburguerizados e da ao normalizada.

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    Cuidar do meio ambiente cuidar de ns mesmos!A obrigao e a responsabilidade so coletivas, difusas, pertencentes s

    cidads e aos cidados coerentes na prxis ambiental: atuando, contratando,consumindo e produzindo aes produtos e servios que faam parte de umUniverso Solidrio e Sustentvel.

    Espalhem essa semente, pois ela florescer em plena abundncia,sincronizada com uma fora superior universal que nos impulsiona a agir de formatica e solidria. So pequenos passos que nos levam a uma grande e virtuosajornada rumo Cidadania Planetria e a construo de uma Cultura Sustentvel.

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    1 . CONCEITOS E PRINCPIOS DA SUSTENTABILIDADE

    A expresso desenvolvimento sustentvel surgiu em 1980, na Estratgia Mundial de Preservao, tendo recebido posio de destaque no relatrioBrundtland na Comisso Mundial das Naes Unidas para o Meio Ambiente e oDesenvolvimento. Foi consagrada em 1992 pela Conferncia das Naes Unidaspara o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO 92), realizada no Rio de Janeiro.Agora nos preparamos para o Rio + 20, vinte anos depois da maior reunio globalsobre o meio ambiente. O panorama bem diferente. Pesa o compromisso de cadanao refletindo diretamente na vida de mais de sete bilhes de habitantes e emcada canto do Globo Terrestre.

    A definio oficial das Naes Unidas para o desenvolvimento sustentvel a seguinte: o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, semcomprometer a capacidade das geraes futuras de suprir suas prpriasnecessidades. Existem algumas linhas que refutam o termo desenvolvimento,alegando que o (des)envolvimento deixa de integrar, e esse conceito no inclui deforma participativa e democrtica todos os envolvidos.

    Ampliando esse entendimento, Foladori (2005) divide em trs linhas asustentabilidade: sustentabilidade econmica, sustentabilidade ecolgica e sustentabilidade social. Essas trs dimenses clareiam caminhos para englobar a miradede vertentes que envolvem a temtica ambiental e podem apontar para soluestransitrias e pragmticas pscapitalistas assim como o prprio consumo solidrio, consciente e sustentvel, o comrcio justo, a agroecologia, a economiasolidria e outras iniciativas.

    O conceito de Sustentabilidade, ou melhor, a Cultura da Sustentabilidade, aocontrrio do Desenvolvimento Sustentvel, no desconhece as razes da violncia,injustia social e fome reconhece tambm as disparidades econmicas entre ricose pobres, os perversos efeitos da poluio do meio ambiente, a explorao dosrecursos naturais em detrimento das comunidades locais e a dilapidao dabiodiversidade (ENLAZADOR, 2008).

    Considerando a prtica da sustentabilidade, Sachs (1993) insere cincoprincpios que poderiam fundamentla: o social, cujo pressuposto equidade darenda econmica (diminuio da desigualdade social) a ecolgica, para a manuteno dos recursos naturais a econmica, que seria possvel atravs da alocaodo gerenciamento mais eficiente dos recursos e de um fluxo constante deinvestimentos a cultural, o que implica na continuidade das culturas em cada sociedade, agregando s descobertas cientficotecnolgicas e a espacial, me

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    lhorando a distribuio dos assentamentos humanos.Optase, aqui, pela interconexo conceitual no sentido mais amplo e

    poltico, como vis motivador para um consumo sustentvel, considerandoo umaalternativa eficaz de transio para uma sociedade de baixo carbono, prativa etangvel para transformar a relao entre produtores e consumidores e, assim,construir uma base terica com novos conceitos, criando uma viso crtica do atode consumir, subsidiando a construo de politicas pblicas ambientais para o setor,buscando respostas em referncias tericas que apontam alternativas globalizao hegemnica ou a Globalitarizao (SANTOS, 2000).

    Dois instrumentos importantes para a implementao de aes sustentveis so a Agenda 21 e a Carta da Terra. Eles foram gerados tambm na ECO92. A Agenda 21 foi subscrita por 179 pases. A expresso Agenda tem o sentidode planejar a participao de toda a sociedade civil, setor privado e pblico, convocandoos a participar e assumir compromissos que visem solucionar problemas acurto, mdio e longo prazo. O Slogan da Agenda 21 : Pensar Global e Agir Local.

    Mesmo diante de incontveis evidncias, ainda pequeno o nmero deaes para a concretizao de polticas pblicas slidas e sistmicas e de projetos ediretrizes que fomentem essa nova conscincia.

    Um passo que buscamos avanar a aplicabilidade da Lei que instituiu aPoltica Nacional de Educao Ambiental.

    O artigo 1o da Lei 9.795/99 define o conceito de Educao Ambiental:Entendemse por educao ambiental os processos por meio dos quais o indivduoe a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes ecompetncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comumdo povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

    Uma tendncia global na rea ambiental a anlise da nossa pegadaecolgica. So diversos clculos que passam: pelos quilmetros que percorremosem automveis e avies, no uso racional de eletrodomsticos, na compra dealimentos orgnicos, no consumo de menos embalagens e sacolas plsticas, etc. Apartir de um clculo sistmico, chegamos a um nmero X de emisso de gases doefeito estufa e a um total de rvores que devemos plantar para sequestrar ocarbono emitido. Esse eco X do quanto estamos colaborando ou no para asustentabilidade planetria e como podemos reverter e aprimorar nossa prxisdiria enriquecer nosso horizonte sustentvel.

    As questes ambientais no so mais vistas como exageros de ONGs,ecologistas apaixonados, hippies visionrios e alternativos. Todos esto convocados

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    para agir e fazer a sua parte nessa jornada evolutiva pela cura do planeta.A adoo de prticas sustentveis pode ser entendida como uma ao ru

    mo a um consumo sustentvel. O termo consumo sustentvel surgiu tambm, nombito das discusses da Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente, em 1987,quando foi proposta a seguinte definio: Consumo sustentvel o desenvolvimento que atende s necessidades do presente, sem comprometer a capacidadedas futuras geraes em atenderem s suas. (Relatrio Brundtland, 1987, p.87).Assim, observase que o consumo sustentvel est diretamente conectado squestes que envolvem as prticas cotidianas que podem ou no ser consideradascomo compatveis com a capacidade de absoro dos impactos ambientaisproduzidos pelas atividades antrpicas e de reposio e resilincia (poder derecuperao) do planeta.

    O Consumo Sustentvel, dentro de uma viso planetria e sistmica demundo, emerge como ferramenta para atuao polticacidad individual e coletivadentro de uma sociedade cujos indivduos perderam a dimenso do que significacidadania. Esta atuao exercida pela maioria das pessoas do planeta, apenaspelas relaes de consumo (produtos ou servios), que contribuem enormemente,direta ou indiretamente, nas condies sociais, ambientais, econmicas e culturaisdo mundo, sem ao menos estarem cientes de que so responsveis por isso. Aresponsabilidade aqui no est sendo tirada das grandes empresas, pelo contrrio:o sistema social de produo capitalista j demonstrou sua insustentabilidade empoucas dcadas de funcionamento. A mudana real nas relaes de produo econsumo cabe tambm aos cidados comuns, que so os principais afetados por talconjuntura e, ao mesmo tempo, so os principais mantenedores de tal estrutura.

    Essa estrutura movida por tentculos: as Transnacionais Involutivas NoResgatveis (TINRs). Elas incorporam e manifestam o fundamentalismo capitalista.So extremas nas suas aes, no tem escrpulos, tica ou respeito ao Planeta eaos seres vivos que habitam a Biosfera cometem, dentro do seu sistema (anti)social de produo, brutalidades socioambientais, culturais e econmicas (maisinformaes: ENLAZADOR, 2010).

    A Terra vista por muitos como um organismo vivo e em contnuaevoluo, segundo a Teoria de Gaia (LOVELOCK, 2006). Ela o nosso endereo e a partir dela que promovemos a educao reeducando nosso olhar para a prticada Cultura da Sustentabilidade. A preservao do meio ambiente depende daconscincia ecolgica, e a formao da conscincia depende da educao. aquique entra em cena a Pedagogia da Terra, a Ecopedagogia: Ela a pedagogia de

  • promoo da aprendizagem do sentido das coisas a partir da vida cotidiana.(GUTIERREZ CRUZPRADO, 1998).

    Lanamos aqui o desafio para que cada passo dado nesse sentidocontagie, sensibilize, mobilize, articule, repense, compartilhe, doe e inicie um planode sustentabilidade dentro da sua casa, rua, bairro, empresa, escola e universidade, irradiando valores e sentimentos de amor, solidariedade e respeito pelanossa grande Me Terra Pachamama.

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    2. PRTICAS SUSTENTVEIS

    relevante ressaltar a importncia de explorar as novas modalidades deprticas sustentveis, incentivando sua adoo por parte de cidads e cidados,rgos governamentais, associaes, setor privado e grupos que buscam formasde minimizar o impacto de suas aes dirias. Elencase o que encaramos comoprticas sustentveis:a) consumo de alimentos orgnicos e agroecolgicosb) consumo de alimentos naturais (vendidos a granel e integrais)c) baixo ou nenhum tipo de consumo de carned) boicote aos alimentos transgnicose) fazer uso dos rgos de defesa do consumidorf) consumir produtos de empresas, cooperativas ou grupos informais sem histricode impactos sociais e ambientaisg) participar de movimentos sociais, ambientais, ONGs ou campanhash) incentivar a economia solidria e o comrcio justoi) consumir produtos com certificado ambientalj) praticar os 7 erres: Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar, Resignificar eRadicalizar.

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    Impregnar o cotidiano de prticas sustentveis um dos caminhos a serem percorridos para realizarmos, ao menos, nosso dever de casa. Simples dicaspara um manejo menos impactante de lmpadas, equipamentos, meios de transporte, papis, alimentos, resduos,gua e afins so passos importantesque contribuem para uma slidamudana pessoal, local e planetria.Geralmente ns criticamos as atitudes das outras pessoas sem nosdamos conta de que, em primeirolugar, nosso exemplo individual deveser dado e reafirmado diariamente.

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    2.1 . Reeducao sustentvel no dia a dia

    Dicas para uma prxis cotidiana sustentvel

    Troque o ar cond i ci onado por um bom venti lador de teto

    Este consome menos energia do que o arcondicionado e no incomodacomo o ventilador de mesa.Raci one o uso do ar-cond i ci onado

    Na maioria das vezes, uma janela aberta resolve o incmodo do caloralm de ajudar na iluminao do ambiente. Quando for usar o arcondicionado,aumente a temperatura em 2 graus em relao mdia utilizada. Com essapequena atitude, voc evita que 900 kg de dixido de carbono por ano subam paraa atmosfera.Troque as lmpadas i ncandescentes por verses fluorescentes ou de LED, ma i s

    econmi cas

    Elas podem gastar at 65% menos energia e durar at 10 vezes mais doque as lmpadas de filamento reduzindo, assim, a gerao de resduos. So, portanto, muito econmicas, mas bom observar o selo Procel (dura de 10 a 15 milhoras contra durao de 800 a mil horas sem o selo). Ateno: essas lmpadascontm mercrio, substncia txica nociva ao ser humano e ao meio ambiente, eprecisam ser manuseadas, descartadas e recicladas de forma correta. Para informaes sobre reciclagem de distintos materiais no Brasil, visite a pgina:www.coletasolidaria.gov.br

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    Compre apenas eletrodomsti cos que tenham ava li ao A no selo Procel

    Eles ajudam a diminuir sua conta de luz e permitem o uso mais eficientede energia eltrica. Veja a lista dos eletrodomsticos que tm o selo Procel.Desli gue o mon i tor do computador quando sa i r da sa la

    A proteo de tela tambm gasta energia que pode ser economizada.No coloque a geladei ra perto do fogo ou de uma j anela que receba mu i to sol

    Ela ter de consumir mais para se manter fria.No seque mei as ou outras roupas a trs da geladei ra

    Utilize o sol para isso. Colocandose peas de roupas nesta parte, o processo de conveco de ar normal do aparelho (retirada de ar quente de dentro dageladeira) cessar ou ser prejudicado, e isto dificultar muito o processo de trocade calor entre o ar e o condensador, pois peas de roupas obstruem a livrepassagem do ar. Dessa forma, o interior da geladeira ficar com uma temperaturamais elevada, o que far com que o aparelho trabalhe mais, ou seja, gaste maisenergia para manter a temperatura interna adequada.Feche sempre a porta da geladei ra

    Quando aberta h um maior consumo de energia para manter a temperatura. No deixe a porta aberta enquanto pensa no que vai tirar dela, nem a abra efeche repetidas vezes.Reti re os aparelhos eletrn i cos do stand -by

    Fique atento conta de luz da sua casa e perceba quantos aparelhos eletrnicos ficam no modo de espera (standby) constantemente. Crie o hbito e tireos aparelhos de televiso, DVDs, sons e outros da tomada. Em modo de esperaeles consomem de 5 a 10 % de energia. Calcule a economia na conta!Sa i a por a apagando todas as luzes desnecess ri a s

    Em casa, trabalho, banheiros pblicos, shoppings, restaurantes e afins. Aconta em reais nem sempre voc quem paga, mas o nus ambiental reflete emtodo o planeta.Reuti li ze embalagens sempre que possvel

    Vrias embalagens que consumimos diariamente, principalmente os vidrosde maionese, gelias, azeitonas e afins, podem ser reutilizados para armazenarcomida e objetos.

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    Reci cle seu li xo

    Mais da metade do que produzimos, tratado pela grande maioria das pessoas como lixo, pode ser reciclado. Lave e seque os resduos para facilitar a vidadas cooperativas de catadores e no inviabilizar a reciclagem.Separe materi a i s reci clvei s , li xo orgn i co e o que no pode ser reci clado

    Consulte a prefeitura do seu Municpio ou associao de catadores parasaber mais sobre os horrios e condies da Coleta Seletiva na sua cidade.Mantenha a tampa da panela fechada

    Simples! Assim voc concentra mais calor e economiza gs de cozinha.Traba lhe em casa a lguns d i as por semana

    Se a sua atividade profissional permitir, claro. Voc gasta menos combustvel, fica mais prximo da famlia e diminui o estresse dos deslocamentos.Faa reun ies pelo comun i cador vi a i n ternet

    J refletiu quantas reunies voc j foi que poderiam ser resolvidas porcomunicao prvia, melhor planejamento ou uma simples conversa de 10 minutospelo comunicador instantneo na internet? Dessa forma, voc economiza tempo ecombustvel, poupando alguns quilos de CO2 a serem lanados na atmosfera.Raci ona li ze o uso de pi lhas , procu rando usar p i lhas recarregvei s

    Dessa maneira, voc evita o descarte desnecessrio de pilhas, as quaisnecessitam de um acondicionamento e encaminhamento especial, alm de economizar.Deposi te as pi lhas usadas em ca i xas coletoras especfi cas

    As pilhas contaminam a gua e o solo com metais pesados e a atmosferacom vapores txicos. Verifique em sua cidade os locais de coleta.Encaminhe seu li xo eletrn i co para loca i s especi a li zados

    Verifique se o fabricante do aparelho recolhe os produtos descartados. Seno, verifique os locais de coleta de sua cidade.Envi e computadores e peri fri cos para centra i s de metareci clagem

    Saiba mais no site: www.rede.metareciclagem.org.Opte sempre pelo papel reci clado

    A fabricao de mais papel estimula a derrubada de mais rvores, o queaumenta o aquecimento global e diminui a qualidade do ar e da gua. O cloro usado para o branqueamento contaminante. Cuidado com os selos Monocultura deEucalipto e Pinus, pois no significam que os produtos provem de reflorestamentos.

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    Imprima apenas o necess ri o

    Sempre que puder, imprima no modo econmico e utilize os dois lados dafolha. Assim voc economiza papel e tinta da impressora (modo econmico).Boi cote a i ndstri a dos descartvei s

    Prefira o coador de pano, os alimentos fora das bandejas de isopor, fraldasde pano, o copo de vidro, a econeca (caneca durvel), as sacolas e guardanapos depano, enfim. Lave e use novamente os produtos usados, em vez de jogar fora.Adote uma caneca

    Leve sempre sua sacola para fazer compras

    Avise ao caixa que voc carrega a sua prpria sacola e exera seu direitode reduzir para preservar. Dessa maneira voc deixa de consumir milhares de sacolas por ano. Esqueceu a sacola? Pea uma caixa de papelo e leve suas compras!Evi te comprar produ tos em embalagens de i sopor

    Boicote frutas, legumes e verduras no isopor. Este material demora cercade 400 anos para se decompor e a maioria no reciclado. Prefira compras agranel ou embalagens de papelo que so reciclveis.Troque a pa lha de ao e a espon j a s i n tti ca pela bucha vegeta l para lavar loua

    O efeito o mesmo e a bucha, alm de mais barata, biodegradvel.Informaes sobre o projeto da Bucha Vegetal no site: www.nabucha.net.Faa seu prpri o ti ra ru dos das portas

    Se a porta estiver rangendo, faa uma mistura de raspa de grafite (pontade lpis) e algumas gotas de leo de cozinha. Coloque aos poucos nas dobradias,fazendo um movimento de abrir e fechar a porta, para que a mistura penetre bemnas dobradias.

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    2.2 gua: bem comum da comunidade

    Substncia composta por duas partes de hidrognio e uma de oxignio(H2O) que forma os rios, os lagos, o mar e tambm grande parte dos organismos.A gua cobre 70% da superfcie terrestre e dela depende a vida. Mais de 50% docorpo humano constituise de gua. Ela tem vrios usos: mata a sede, cura,refresca, serve agricultura, indstria e meio de transporte. Pela lei brasileira,

    Em que bacia hidrogrfica voc mora?

    Procu re se i nformar sobre o funci onamento do Comi t de sua baci a h i d rogrfi ca

    e sobre as organ i zaes da soci edade ci vi l que traba lham com o tema gua .

    Entre em contato com essas organizaes para saber como anda a regulamentao e a cobrana pelo uso da gua, como tambm as atividades de preservao e de recuperao dos recursos hdricos, matas ciliares e despoluio decorpos dgua.

    Dicas para economizar gua e reduzir a poluio

    No varra nada com gua , e s im com uma vassoura

    Dim inua o tempo no banho

    Cerca de 75% da gua que consumimos em casa gasta no banheiro,sendo que 32% do consumo domstico de gua vem dos chuveiros: um banho dechuveiro gasta cerca de 10 litros de gua por minuto.Tenha bom senso no seu banho: dei xe a tornei ra aberta somente para se molhar

    e reti ra r o sabonete do corpo

    Pense em quantos banhos voc poderia tomar com a gua que desperdiada enquanto voc se ensaboa.

    esses usos dependem de outorga e daclasse dos corpos dgua (Dicionrio deEcologia, Lei Federal 9433/97).

    Apenas 0,7% do volume totalde gua da Terra so formados porgua potvel, isto , pronta para oconsumo humano. Hoje em dia, quasedois bilhes de pessoas no dispemde gua potvel.

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    Feche a tornei ra enquanto esti ver escovando os dentes e fazendo a barba

    Com a torneira aberta, so desperdiados de 30 a 50 litros de gua enquanto se escova os dentes ou se faz a barba. Aprenda a utilizar a torneira commenos vazo possvel. Uma torneira aberta deixa correr de 12 a 20 litros de guapor minuto.

    Segundo a Organizao das Naes Unidas (ONU), a previso de que em2050 mais de 45% da populao mundial estar vivendo em pases que nopodero garantir a quota diria de 50 litros de gua por pessoa para suasnecessidades bsicas. O Brasil tem uma posio privilegiada perante a maioria dospases quanto ao seu volume de recursos hdricos, pois possui 13,7% da gua docedo mundo no entanto, apresenta uma disponibilidade desigual de gua. Mais de73% da gua doce disponvel do pas encontrase na Bacia Amaznica, que habitada por menos de 5% da populao. Portanto, apenas 27% dos recursos hdricosbrasileiros esto disponveis para 95% da populao (LIMA, 2000).No use o vaso san i t ri o como li xe i ra .

    Isso contribui para aumentar o gasto de gua, alm poluir nossos rios emares com o lixo slido.Acumule roupa su j a e use a mqu i na de lavar roupas com a capaci dade mxima

    Voc economiza em mdia 50 litros de gua por dia, diminuindo ou acionando dos equipamentos pela metade.Ao lavar fru tas e vegeta i s , u se baci a e escova vegeta l para reti ra r a su j e i ra

    Concerte imed i a tamente os vazamentos

    Uma torneira pingando gasta cerca de 45 litros/dia. Em filete, so 180 a350 litros/dia.Coloque um prato emba i xo dos vasos quando reg -los

    Assim, voc apanha a gua em excesso e pode utilizar essa gua paramolhar outras plantas. Ateno para no acumular larvas de mosquitos!Armazene o leo para deposi ta r em coletores ou loca i s especi a li zados

    Jogar leo no ralo ou na privada (ou na rua, onde acabar chegando aoesgoto) o mesmo que despejlo diretamente num rio ou lago.Torne-se um guard i o da gua

    Saia por a fechando torneiras que esto pingando, estimule e mostre aosamigos e parentes a importncia de utilizar esse recurso de forma consciente.

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    Coloque trs bacias mdias em uma bancada. Enche-as de gua. Na primeira pingue5 gotas de gua sanitria e na ltima ponha limes j espremidos para dar um odorespecial.Retire todo o excesso de comida em um balde ao lado da estao. Com uma buchavegetal e sabo neutro, esfregue e tire o excesso com a primeira bacia. J com oprato esfregado, tire o excesso de sabo com a segunda bacia e d o toque final coma ltima. As guas das bacias vo sendo substitudas gradativamente da primeirapara a ltima.

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    Faa xi xi du rante o banho

    Antes de tomar banho, no h a necessidade de fazer xixi na bacia sanitria e dar descarga, se voc pode fazer no banho. Faa isso e economize milhares delitros dgua por ano.Para lavar o carro u ti li ze o ba lde

    Desperdiase muito utilizando mangueira.Cri e uma estao de lavagem em casa

    Esta uma forma simples e efetiva para lavar louas, panelas e afins.Lavar loua gasta muita gua e quando realizamos festinhas, almoos e jantares econvidamos aquela galera toda, essa a maneira mais solidria e econmica dedeixar sua cozinha tinindo. Veja a receita abaixo:

    Evi te o consumo de gua engarrafada , no contri bua para a pri va ti zao da gua

    Anualmente so consumidos bilhes de toneladas de plsticos para essasgarrafas. Antes de sair de casa, leve uma garrafinha de vidro com gua potvelpara o seu consumo e reabastea nos bebedouros pblicos. Assita, baixe e difundao vdeo "A histria da gua engarrafada" em http://miud.in/i83.Se puder, recolha a gua da chuva em baldes e u ti li ze-a para d i ferentes fi ns

    Em nossas cidades cimentadas, sem a terra para absorvla, a gua dachuva vai para os bueiros, misturada ao esgoto. Um presente do cu desperdiado.Regue suas plantas de manh cedo

    Durante o dia, a evaporao da gua bem maior, o que aumenta o desperdcio, e, noite, aumenta o risco de proliferao de fungos.Prefi ra plantas nati vas s exti cas

    Plantas nativas consomem 54% menos de gua, so mais saudveis e noesgotam o solo. Alm disso, ao plantar uma extica, contribuise para a perda dadiversidade nativa, arriscandose a disseminar uma planta invasora.

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    Exi j a do poder pbli co o saneamento bsi co de sua regi o

    A falta de gua tratada combinada com a falta de saneamento bsico (esgoto, lixo) vem matando cerca de 12 milhes de pessoas por ano no mundo.

    Polticas pblicas para minimizar a poluio das guas

    Exi j a que o mun i cp i o mantenha um

    manejo adequado dos resduos txi cos

    Proponha a instalao de umaestao de recebimento de produtos txicos domiciliares, tais como restos detinta, solventes, petrleo e outros.Exi j a das au tori d ades que o esgoto

    sej a tra tado em estaes apropri adas e

    no jogado d i retamente nos ri os e mares

    Ligue para o Servi o de Atend imen-

    to ao Consumidor (SAC) das empresas

    produ toras de pi lhas , ba teri a s , lmpadas ,

    pneus e produ tos qu mi cos ou txi cos

    Devese saber se as empresas publicam o Balano Ambiental, que deveconter dados sobre o destino e tratamento de efluentes e de emisses atmosfricas, entre outras medidas preventivas de responsabilidade integral dos produtores.Exi j a do mun i cp i o programas de revi ta li zao dos ri os e parti ci pe dos Comi ts

    Gestores das Baci as H i d rogrfi cas

    necessrio que as nascentes e calhas dos rios estejam bem protegidaspara que continuem a fornecer gua para as cidades.

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    2.3. Transporte coletivo e carros

    Um dos grandes responsveis pelo aquecimento global o crescimento dafrota automobilstica movida a combustveis fsseis, como o diesel e a gasolina.Com o barateamento da modeobra, o emergente mercado asitico e os financiamentos facilitados, o automvel est mais acessvel. Imaginem se todos inventassem de ter um veculo movido a combustvel fssil?Press i one e a j ude a constru i r

    polti cas pbli cas pela melhori a

    no transporte pbli co , cri ao de

    ci clovi as e i nvestimento em novas

    frotas de carros com energi as re-

    novvei s no transporte

    Pra ti que o Eco-Dri ve

    A maneira como usamosos veculos contribui para o aumento das emisses de CO2. Porisso, foi criado o movimento EcoDrive, que pretende ensinar osmotoristas a dirigir de forma menos impactante, diminuindo oconsumo de combustvel, as emisses de poluentes e aumentando a segurana no trnsito. O movimento defende que nos ltimos anos a tecnologia dos motores e a performance dos automveisevoluram rapidamente, mas os motoristas no adaptaram o estilo de direo. A direo ecolgica se adapta tecnologia moderna dos motores e diminui o consumo de combustvel de 5 a 10%.Ande ma i s a p

    Algumas distncias so curtas demais para ir de carro. Alm de diminuir aemisso de CO2, voc ainda contribui para a promoo da sade fsica e ambiental.Locomova-se de bi ci cleta !

    Sem dvida, a forma mais ecolgica de direo a bicicleta. Sempre quepossvel, utilizea.Opte pelo transporte pbli co

    Caso haja a impossibilidade de se mover de bicicleta, opte pelo transportepblico, moto e por ltimo o carro.

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    Diretrizes para dirigir de maneira Ecoeficiente

    Manter a veloci dade sempre com ba i xo gi ro , u sando a ma ior marcha possvel

    Portanto, mude para a marcha mais alta assim que possvel.Mantenha uma veloci dade constante

    Faa uso dos d i sposi ti vos i nsta lados para poupar combustvel

    Como computadores de bordo, econmetros e controladores develocidade.Li vre-se do excesso de peso dentro do vecu lo

    Mude as marchas da 1 para a 3 em um passo

    Desli gue o motor em paradas cu rtas (1 minu to)

    Evi te aceleraes e frenagens desnecess ri a s

    No seja um p de breque! Isso fica mais fcil se voc antecipar o trfego frente.Libere o peda l do acelerador em desci das

    Cheque qu i nzena lmente o leo, fi ltros e a gua do rad i ador

    Olhe semana lmente os pneus

    Manter os pneus calibrados pode diminuir o consumo de combustvel emmais de 3%. Cada litro economizado evita que 3 kg de dixido de carbono subampara a atmosfera.Mantenha sempre regu lado seu carbu rador ou i n j eo eletrn i ca

    Essa manuteno economiza a vida til do motor, emite menos poluio eo carro fica mais econmico. Procure oficinas e mea a emisso de poluentes quesai do escapamento do seu carro. Caso esteja acima da mdia permitida, revise outroque o catalisador do escapamento. Ele um importante filtro dos gases prejudiciais ao aquecimento global.

    importante que o motorista seja consciente de que a maneira como ele dirige refletediretamente no consumo de combustvel, e que dirigir de maneira mais suave umaforma fcil para contribuir com o meio ambiente e com a paz no trnsito.

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    Use menos o carro

    A cada quilmetro que deixar depercorrer de carro voc evita a emisso decerca de 300 gramas de dixido de carbono.No troque o leo do carro na rua ou em

    ofi ci nas onde no sa i ba o desti no dado a ele

    leo jogado no cho pode seinfiltrar no solo e contaminar mananciais.Uma lata de um litro de leo para motor capaz de poluir um milho de litros de guapotvel.Opte por carros com motor flex

    Utilizando combustveis menos poluentes, como lcool ou gs natural, vocevita que toneladas de CO2 sejam emitidos.Pegue carona

    Ao se dirigir ao trabalho, eventos, seminrios, aulas ou viagens, procuresaber quem vai de carro. Voc pode criar uma rede de carona solidria. Nas grandes capitais, a grande maioria dos veculos particulares circula com uma ou duaspessoas no mximo. Cadastrese na Rede Carona www.caronas.com.br.Na hora de abastecer, prefi ra postos de gasoli na naci ona i s

    Algumas multinacionais petrolferas so grandes impactadoras ambientaismundo afora e, ainda por cima, financiam guerras.Em vez de pensar em trocar de carro todo ano, cu i de do seu vecu lo com cari nho

    Assim, voc no estimula o aumento da produo automotiva e os impactos envolvidos nesse ciclo.Tenha sempre um saco de li xo no carro e nunca j ogue li xo na rua ou pela j anela

    Alm de falta de educao e cidadania, essa atitude contribui para o desequilbrio de uma cidade com o entupimento dos bueiros e aumento de doenascausadas pelo lixo acumulado.Respei te as regras de trnsi to e sej a cau teloso nas ruas

    As ruas esto caticas devido falta de respeito s leis e ao prximo. Este um dos maiores exemplos de falta de coletividade em nossa sociedade. No contribua para isso. Seja cauteloso e respeitoso!

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    2.4. O lixo como soluo

    Quanto mais rica a populao, maior a produo de lixo. O europeu,por exemplo, gera entre 1 kg e 1,4 kg de lixo por dia. J o norte americano descarta 2 kg por dia em mdia! O morador de grandes capitais brasileiras produz emtorno de 900 gramas diariamente. Independentemente do quanto descartado,quase sempre 35% do lixo poderia ser reciclado, e outros 60% virariam hmusmediante compostagem. Segundo dados do IBGE, somente 14% dos municpios

    Resduo orgnico? Transforme-o em terra frtil j!

    Os restos de sobras de alimentos, conhecidos como lixo orgnico ou mido, so compostos principalmente por gua (98% da massa de uma folha de alface gua, por exemplo). No processo de decomposio nos lixes, parte desta guaescorre para o solo, o que chamado de chorume (aquele lquido que produz umcheiro ftido e fica no fundo do saco de lixo). Este chorume se infiltra no solo, levando consigo outros materiais que esto naquele meio (venenos, metais pesados,produtos de limpeza, etc.) at atingir o lenol fretico, o qual formar os rios deonde coletamos a gua poluda para beber.

    Compostagem caseira: qualquer um pode fazer?

    Sim! Hoje, novas tecnologias e mtodos de compostagem permitem queat um minsculo apartamento receba uma composteira eficiente e sem odores desagradveis, de maneira higinica e, o melhor, produzindo adubo para seus vasossem poluir os lenis freticos.Composte os resduos orgn i cos em casa

    A compostagem um processo natural, impulsionado por bactrias aerbicas (que necessitam de oxignio) e micro organismos geradores da vida que utiliza a matria orgnica restos de vegetais (frutas, cascas, pedaos de legumes everduras, sobras, etc.) e animais (para quem ainda come eles) e a transforma

    brasileiros possuem aterros sanitrios. Os outros 86% depositam os resduos em lixes, oque contamina o solo, a gua e tambm o arpor conta da queima de gases. Apenas 1,5%do lixo orgnico domstico vai para as composteiras, de acordo com a ONG CEMPRE(www.cempre.org.br). Os outros 98,5% sodesperdiados.

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    em hmus atravs do processo da decomposio. s seguir o exemplo da floresta, onde observamos que cada resduo, seja ele de origem animal ou vegetal, reaproveitado pelo ecossistema como fonte de alimento para as plantas e microorganismos que sustentam a vida no Planeta Terra. Seguindo o fluxo da natureza,compostamos nossas sobras, damos continuidade formao da vida e destinamoscorretamente nossos resduos.

    O uso de composteiras indicado para quintais, varandas de apartamentos ou garagens, pois ocupam uma superfcie pequena quando comparadas pilhade composto aberta.

    COMPOSTAGEM = POSTURA + COMPOSTURA"O mais importante em uma composteira, independentemente do

    tamanho e forma, que ela permita a circulao de ar e comporte cerca de 1metro cbico de resduos" afirma o professor Marcelo Jahnel, da Escola Superiorde Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de So Paulo. Se for muito alta(mais de 1,5 m), o peso do material deixar a base compactada demais,dificultando o revolvimento e impedindo uma aerao adequada. Se tiver menos de1 metro de altura ou de largura, perder calor e umidade. Se a largura ultrapassar1,5 metro, o ar no penetrar no interior do composto.

    Para tornar isso realidade na sua casa ou apartamento, voc pode estudaros inmeros tipos de composteiras e as formas de compostagem que podem serfeitas artesanalmente ou comprados para facilitar quem no quer colocar a mo naterra. Veja um exemplo de composteira domstica no site do Bicho do Mato:www.ecocentrobichodomato.org

    De acordo com as disponibilidades de materiais e a criatividade de cadaum, podem ser construdos outros tipos de recipientes para compostagem. Vocpode descobrir na prtica que outras medidas tambm funcionam. Construindo aprpria composteira, voc economiza dinheiro, contribui para a sade ambiental eaproveita os materiais disponveis ou de fcil acesso na regio. O importante comear, pois uma vez experimentados os benefcios da compostagem haver umaumento da conscincia da produo diria de resduos e voc se torna um microprodutor de adubo natural.

    Na prxima pgina voc pode conferir um passo a passo para produzir asua prpria composteira.

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    NO COMPOSTVEL

    PlsticosVidrosTecidoCouroMetaisPapel ou madeira com tintaIsoporPilhas, baterias, etc

    Primeiro, reserve um recipiente para depositar o lixo orgnico. Em seguida, montea composteira em um canto com sombra, utilizando madeira velha ou tijolos, caixasde plstico duras ou outro material similar disponvel. Deposite em apenas um doslados da composteira o material separado e o cubra totalmente o com folhas.Regue o monte para umedecer a camada superficial e cubra a composteira paraproteg-la da chuva e do sol direto.Uma vez por semana, transfira o monte de lado para arejar. O material deveesquentar, indicando que a decomposio est de fato ocorrendo. Voc podeadicionar mais material a sempre que achar necessrio. Em aproximadamente doismeses, o composto deve estar pronto. A cor deve estar marrom caf e o cheiroagradvel de terra.

    COMPOSTVEL

    Cascas de FrutasFolhasRestos de comidaMidos de animaisGravetosPapel ou papelo sem tintaEstercoBorra-de-caf

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    2.5 Alimentao saudvel

    Olhe atentamente o rtu lo de qua lquer produ to comprado no mercado

    Veja se voc conhece os ingredientes que esto no rtulo. Na dvida doque ir ingerir, no compre!Procu re saber a i donei dade da empresa que voc est comprando e, consequen-

    temente, fi nanci ando

    Lembrese: a escolha sua! Voc pode votar no ato de consumir, fazendoassim uma enorme diferena sendo um consumidor consciente.Se puder escolher, opte por produ tos e servi os proven i entes de empresas na -

    ci ona i s e , sobretudo, loca i s

    Opte sempre por produ tos no refi nados .

    Acar mascavo, sal marinho, arroz e farinhas integrais, alm de seremmais saudveis, ajudam o meio ambiente por no passarem pelo refino e clareamento qumico. Para permitir a estocagem prolongada, o arroz branco e a farinhabranca perdem, durante o processamento, a casca, o farelo e o grmen. Junto como farelo e o grmen perdemse a vitamina E, do complexo B, fibras e outros elementos vitais.Prefi ra manteiga margari na

    A margarina um produto muito didtico quando queremos avaliar de queforma o poder da indstria e da mdia ligada cincia mdica consegue fazer deum produto praticamente no alimentar algo que lota as prateleiras dos supermercados e ainda se passa por alimento de incremento sade. Os seus componentes vem se modificando com o passar do tempo, mas foi principalmente aps asedimentao da indstria qumica alimentar, que iniciou uma guerra santa contraa gordura saturada e os produtos de origem animal, que a margarina ganhou acomposio mais prxima da atual, baseandose em extratos oleoginosos vegetais.

    O processo atual inclui o uso de solventes de petrleo (geralmente ohexano, que bem barato), cido fosfrico, soda. Esta mistura d origem em umasubstncia marrom e mal cheirosa, que sofre novo tratamento com cidosclordrico ou sulfrico, altas temperaturas e catalisao com nquel, o que deixa oproduto parcialmente hidrogenado. O resultado final um produto de timo prazode conservao, com textura firme mesmo a temperatura ambiente, que norana, no pega fungos, no atacado por insetos ou roedores. Enfim um noalimento. Portanto, a manteiga bem mais saudvel do que a margarina.

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    Prefi ra azei te a leo

    Somente o leo extrado mecanicamente, a frio, como o azeite de oliva,conserva o seu valor biolgico.Consuma a limentos orgn i cos sempre

    Frequente as fe i ras agroecolgi cas

    Crie o hbito de comprar alimentos orgnicossem agrotxicos. Se o produto orgnico for comprado diretamente com o produtor, ele pode sair mais barato doque o produto convencional contaminado do mercado.Consulte o guia nacional de feira agroecolgicas em:www.agrisustentavel.com/feiras.htmNo poupe com a sua sade a limenta r

    Os processos modernos de agricultura e tratamento industrial destroem os elementos vitais e adicionam produtos qumicos que mesmo em pequenas doses so txicos. Invista em bons alimentos.Procu re lo j as , fe i ras e redes que comerci a li zam produtos com certi fi cados

    Os certificados devem garantir o comrcio Justo, produtos agroecolgicose biodinmicos, e entre outras iniciativas que beneficiam o meio ambiente erespeitam a relao com o trabalhador.D prefernci a s qu i tandas , mercad i nhos e armazns do seu ba i rro (eles esto

    em ri sco de exti no)

    Os grandes hipermercados padronizaram o consumo e descaracterizaramo comrcio local tradicional.Evi te o consumo de carne bovi na e descubra novos sabores

    Existem vrias razes para no se consumir carne. Se voc ainda noconseguiu abandonla, conhea a campanha mundial Segunda sem Carne.

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    Para produzir um quilo de carne bovinaexigese ao longo de todo o ciclo de vida,morte e transporte do boi, cerca de 15 millitros de gua. Se uma pessoa come 200gramas de carne bovina por dia, estarconsumindo 3 mil litros de gua. Somandocom o consumo domstico, chega a 4 millitros dirios por pessoa. Calculando oconsumo de uma pessoa que vive 70 anos,

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    multiplicamos 4 mil por 365 dias, teremos 1,44 milhes de litros por ano e 100,8milhes de litros de gua em 70 anos, a mdia de vida brasileira. Muita gua eimpacto ambiental para pouco alimento.

    O consumo de carne bovina um dos grandes viles do desmatamentodevido aos milhes de quilmetros de pastos espalhados pelo planeta. Hoje, cercade 80% da soja produzida na Amaznia destinada para produzir rao para bois.Enquanto a floresta acaba, a soja cresce para alimentar o gado!Pra ti que o vegeta ri an i smo

    O vegetarianismo uma opo sustentvel e pouco impactante.Compre ovos de ga li nha de capoei ra ou ca i p i ra

    Galinhas e ovos de granja so contaminados com antibiticos e hormniosque os animais engaiolados recebem nas indstrias do frango qumico.Troque o refri gerante pelo suco natu ra l da fru ta .

    Prestigie nossas frutas tropicais frescas e evite as polpas congeladas. Afruta fresca concentra muito mais vida, minerais e vitaminas.Recuse servi os de fast-food

    Alm do excesso de produtos descartveis, como guardanapos, copos, canudos, colherzinhas de plstico, pacotes de catchup, maionese, etc., eles fazemmal a nossa sade fsica e ambiental.Evi te a limentos com excesso de embalagens

    Cu lti ve a limentos em casa

    Mesmo em pequenos espaos, como apartamentos, voc pode cultivaralguns alimentos. Dessa forma, voc pode economizar no bolso, ter um hobby eainda contribuir para a promoo de sua sade.Faa o canud i nho permanente

    Sabe aquele mamoeiro atrs de casa ou no terreno do vizinho? Alm deproduzir uma deliciosa e saudvel fruta, fundamental para o trato intestinal, seustalos podem ser cortados e serem modelados como canudinhos orgnicos e outrosutenslios criativos, com razovel durabilidade. O sabor fica mais gostoso e voc evita a produo de lixo.Opte por a limentos que no sej am transgn i cos

    O que um transgnico?

    Transgnicos, ou organismos geneticamente modificados (OGM), so seresvivos criados em laboratrio a partir de cruzamentos que jamais aconteceriam na

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    No confunda transgenia com melhoramento gentico. Este um processo utilizado emplantas e animais para a obteno de indivduos ou populaes com certas caracters-ticas desejveis, sendo uma tcnica que desenvolve cruzamentos dentro da prpriaespcie, ou seja, milho com milho, soja com soja, arroz com arroz, etc.

    natureza: planta com bactria, animal com inseto, bactria com vrus, etc. Utilizando uma tcnica que permite cortar genes de uma determinada espcie e collos em outra, os cientistas criam organismos totalmente novos com caractersticasespecficas. A soja Roundup Ready, da Transnacional Monsanto, por exemplo, recebeu genes de um vrus, duas bactrias e uma flor para se tornar resistente aoagrotxico vendido pela prpria empresa.

    Que tipos de transgnicos existem hoje no mundo?

    Desde o incio da utilizao dos transgnicos em larga escala, em 1997,apenas trs tipos foram adotados comercialmente: os transgnicos para resistir aum determinado agrotxico os transgnicos criados para terem propriedadesinseticidas e os transgnicos que combinam essas duas caractersticas.

    Muitas pessoas acreditam que os OGMs foram criados para produzir mais,ou para ter mais nutrientes, ou ainda para resistir a chuvas, secas e temperaturasextremas. No entanto, depois de mais de 10 anos da primeira plantao comercialde transgnicos, nada disso se confirmou. Essas variedades at foram estudadasem laboratrio, mas nunca chegaram a ser comercializadas.

    Os 7 pecados capitais dos transgnicos

    1. Contaminao genticaAgricultores que queiram se dedicar ao cultivo convencional ou orgnico j

    sabem: se houver alguma plantao transgnica nas redondezas, a contaminao garantida e a misso tornase impossvel. Tem sido assim nos Estados Unidos,onde tudo comeou, na Europa, Argentina e sul do Brasil. Devido contaminao,os agricultores acumulam prejuzos ao perderem o direito de vender suas safrasconvencionais e/ou orgnicas.

    2. Ameaa biodiversidadeA contaminao gentica pode ter tambm um efeito devastador na biodi

    versidade do planeta. Ao liberar organismos geneticamente modificados na natureza, colocamos em risco variedades nativas de sementes que vm sendo cultiva

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    das h milnios pela humanidade. Alm disso, eles podem afetar diretamente seresvivos que habitam o entorno das plantaes, conforme indicam estudos cientficos,como o caso das borboletas monarcas, que no so alvo da planta transgnicainseticida mas so atingidas.

    3. Dependncia dos agricultoresA empresa de biotecnologia Monsanto hoje a maior produtora de semen

    tes convencionais e transgnicas do mundo. Alm disso, tambm uma das maiores fabricantes de herbicidas, com destaque para o Roundup, muito utilizado emplantaes de soja geneticamente modificada no sul do Brasil. Com essa venda casada semente transgnica mais o herbicida ao qual a planta resistente os agricultores ficam presos num ciclo vicioso, totalmente dependentes de poucasempresas e das polticas de preos adotadas por elas.

    Outro grande problema verificado nos pases que tm adotado os transgnicos, principalmente os Estados Unidos e a Argentina, a propriedadeintelectual exercida pelas empresas sobre as sementes transgnicas. O agricultor proibido de guardar sementes de um ano para o outro, podendo sofrer pesadosprocessos caso faa isso, e ainda corre o risco de ser processado de qualquermaneira caso a sua plantao sofra contaminao gentica de outra transgnica.

    4. Baixa produtividadeOs argumentos de quem defende os transgnicos como soluo para a crisealimentar que vivemos vm caindo por terra dia aps dia. Os transgnicos j semostraram pouco competitivos economicamente e recentes estudos promovidospor universidades americanas comprovaram que variedades transgnicas so at15% menos produtivas do que as convencionais. Confrontadas com os resultadosdas pesquisas, empresas de biotecnologia admitiram que seus transgnicos noforam criados para serem mais produtivos, mas sim para serem resistentes aosagrotxicos fabricados por elas mesmas. Em um primeiro momento, o

    cultivo dos alimentos transgnicos podeat ser mais rentvel e produtivo em relao aos cultivos convencionais ouorgnicoecolgicos. Porm, a mdio elongo prazo, visvel uma reduo napruoduo e um aumento significativonos preos dos insumos como o glifosato, principal herbicida usado nestetipo de plantao.

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    5. Desrespeito ao consumidor (rotulagem)O Brasil tem uma lei de rotulagem, em vigor desde 2004, que obriga os

    fabricantes de alimentos a rotular as embalagens de todo produto que usa 1% oumais de matriaprima transgnica. No entanto, apenas duas empresas de leo desoja rotulam algumas de suas marcas do produto e apenas depois de terem sidoacionadas judicialmente pelo Ministrio Pblico. H milhares de produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros que chegam mesa das pessoas sem a devidainformao sobre o uso de substncias geneticamente modificadas, numa afrontadireta lei e num claro desrespeito ao consumidor.

    6. Uso excessivo de herbicidaO caso da Argentina emblemtico: depois que os transgnicos comea

    ram a ser plantados em suas terras, o consumo de herbicida explodiu. A explicao simples: como os transgnicos so resistentes a um tipo especfico de herbicida,o agricultor o utiliza cada vez mais para proteger sua plantao contra pragas. Como tempo, no entanto, esse uso excessivo provoca problemas no solo, nos trabalhadores e promove o surgimento de pragas resistentes ao herbicida, exigindo maise mais aplicaes.

    7. Ameaa sade humanaNo existem estudos cientficos que comprovem a segurana dos trans

    gnicos para a sade humana. Apesar de exigidos por governos de todo o mundo,as empresas de biotecnologia nunca conseguiram apresentar relatrios nessesentido e ainda assim seus produtos so aprovados. Por outro lado, alguns estudos independentes indicaram problemas srios, como alteraes de rgos internos(rins e fgado) de cobaias alimentadas com milho transgnico MON863 da empresaMonsanto.

    No Brasil, infelizmente, no existe o mesmo cuidado. A Comisso TcnicaNacional de Biossegurana (CTNBio), responsvel pela aprovao de transgnicosno pas, vem dando sinal verde para variedades que enfrentam grande resistnciaem outros pases, como no caso do milho MON810 da Monsanto, proibido naEuropa e liberado no Brasil.

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    2.6 Bebs ecolgicos (EcoBebs)

    Ao chegar ao Planeta Terra, os bebs j imprimem uma grande pegadaecolgica. O prprio ato de parir/nascer j se descaracteriza do natural. O Brasilpossui um triste recorde: o campeo em cesarianas (um parto nada ecolgico enada natural), atingindo cerca de 90% na rede privada a grande maioria destas desnecessria e com dia e hora marcada. Esse dado reflete o modo como nossasociedade est inorganicamente se relacionando com o mundo. O imediatismo e apraticidade se tornaram fontes de desconexo com o sagro ato de nascer. Nobastasse um nascimento intervencionista, ao longo de ao menos trs anos, o bebj chega fadado a consumir milhares de fraldas descartveis, centenas de quilos deplstico, quilmetros de latas de alumnio evrias superficialidades empurradas para ospapais e mames que vivem hoje em ritmo frentico nas cidades, aumentando os ndices do hiperconsumo insustentvel e desnecessrio.

    Este captulo alerta para o perigo daartificializao da infncia e demonstra alternativas para que, desde o nascimento, essespequenos e lindos anjinhos sejam exemplosde ecobebs.Opte por fra ldas de pano

    Dados relevantes sobre as fraldas descartveis: um beb utiliza em mdia124 fraldas descartveis por ms, totalizando uma mdia de 3.000 (trs mil)fraldas em dois anos de vida. Existem papais e mames que abusam aumentandoa mdia para 5.000 (cinco mil) fraldas! S nos EUA, vo para o lixo 18 bilhes defraldas descartveis por ano. Uma vez utilizadas, cerca de 90% delas entram nociclo do lixo caseiro e vo parar em lixes ou aterros, criando de imediato umproblema de sade pblica.

    Anualmente, so desperdiadas 100.000 toneladas de plstico e 800.000toneladas de polpa de rvores (celulose utilizada na fabricao das fraldasdescartveis). So necessrios de 400 a 800 kg de pasta de papel (celulose) parasustentar um beb, em termos de fraldas, durante dois anos. Por outro lado,optando pelas fraldas de pano, utilizase 5 kg de algodo para dois anos de fraldas!Esse um meio significativo de reduzir o consumo de petrleo.

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    De acordo com a CDC (Cotton Diaper Coalition), so necessriasquantidades macias de gua para transformar a polpa da madeira (celulose) empapel para descartveis. A produo de uma fralda descartvel tem um preoambiental muito elevado em termos de gua e energia. Pense nisso antes decomprar a prxima!

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    Voc sabia?At o incio dos anos 80 a grande maioria dos bebs utilizava somente

    fraldas de pano. Hoje, devido busca de praticidade de pais e mes ocupados, asfraldas de pano esto esquecidas e as descartveis correspondem a mais de 90% dasvendas no Brasil.

    O EcoBeb utiliza fraldas de pano. Ele diminui sua pegada ecolgica econtribui efetivamente para a diminuio dos lixes. Lembre-se que um dia, ele ircrescer e no ficar satisfeito com a pegada ecolgica que os papais e mames lheimprimiram.

    Diminua o consumo de fra ldas descartvei s

    Mesmo que voc no consiga utilizar somente fraldas de pano, faa umesforo e tente usar ao menos 50% para oferecer uma melhor qualidade de vida aoseu beb e ao planeta. As fraldas de pano so a melhor opo para a sua crianaporque no h contato da pele com substncias qumicas e at mesmo cancergenas. O tecido leva 1 ano para se decompor, enquanto o plstico pode demorarat 600 anos.Amamente!

    O aleitamento materno um direito do beb e um dever da me. At os 6meses alimenteo exclusivamente com o leite materno. Essa atitude o proteger dedoenas e o deixar mais esperto e saudvel. Evite o pseudo leite de vaca em p!I n forme-se sobre os benefci os do parto natu ra l

    Se tiver condies, essa a mais linda, segura e mgica forma de trazerseu filho ao mundo.Ateno aos proced imentos pad res dos hospi ta i s

    Alguns procedimentos so de rotina e foram instaurados h muito tempoatrs. A maioria dos profissionais de sade no questiona a eficcia e pertinnciados mesmos, submetendo a mulher e o beb desnecessariamente a procedimentosagressivos. A busca de informao pelo casal grvido a melhor alternativa parase evitar procedimentos desnecessrios pelo mdico.

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    Opte por parto natu ra l

    A artificializao do parto/nascimento trs diversas consequncias para ame e o beb. Opte pelo nascimento orgnico, sem hora marcada, seguindo os ciclos naturais da relao me e filho.Evi te as comidas i ndustri a li zadas

    Faa voc mesmo (a) as papinhas com legumes frescos sem agrotxicos.Use o mnimo de sal e acar, tendo como base o arroz integral e leguminosas (feijo, lentilha, ervilha, vagem). A sade do seu beb agradece!Para assadu ras , u ti li ze o amido de mi lho

    mais barato, natural e mais eficiente que os talcos vendidos nas farmcias repletos de ingredientes artificialmente cheirosos.Prefi ra pomadas natu ra i s , como as de ca lndu la ou leos essenci a i s pu ros

    Busque um ped i a tra homeopata

    Evite medicar seu filho com drogas qumicas. Lembrese de que o organismo do beb sensvel e qualquer medicao deve ser ponderada.Estude e u ti li ze os med i camentos fi toterpi cos

    Evi te fumar, zangar-se ou d i scu ti r na frente do seu fi lho

    As crianas so espelhos e refletem as aes dos seus pais. Lembresesempre disso!Amor, ca ri nho, ded i cao, paci nci a e boa educao so va lores fundamenta i s

    para que seu fi lho se torne um cidado consci ente , contri bu i ndo para um mundo

    melhor

    Sa i a da roti na !

    O dia a dia pode desgastar um relacionamento. Passeie, viaje, v ao cinema, faa trilhas, curta uma praia e entenda que algumas simples vivncias podemimprimir laos de afeto e carinho por toda uma vida.

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    2.7 Solues alternativas para limpeza e higiene pessoal

    Faa as contas e veja o quanto voc gasta por ms comprando produtosde limpeza. A grande maioria deles no biodegradvel e contamina o solo, a guae o ar. Alm disso, so prejudiciais sade quando ingeridos acidentalmente,inalados ou em contato com os olhos.

    Por sua vez, a maioria dos produtos de higiene pessoal tambm no biodegradvel, so testados em animais e possuem diversas substancias prejudiciais.Prefi ra empresas que no uti li za an ima i s como coba i as

    Faa voc mesmo os seus produ tos de uso d i ri o

    Receitas caseiras ecologicamente corretas de produtos de limpeza

    As dicas a seguir so sugestes para a substituio de alguns produtosqumicos vendidos nos mercados por receitas caseiras, econmicas e sustentveispara o planeta e para a sade humana. No comeo, pode parecer estranho, mascom o tempo e com o dinheiro economizado, essas receitas iro fazer parte do seucotidiano e cada qual adaptar e criar receitas novas e mais ecoeficientes.Limpa tudo

    Soluo de quatro colheres de sopa de bicarbonato de sdio em um litrode gua fervida. Adicione uma colher de sopa de vinagre branco, ou suco de limo,para dissolver a gordura.Desentupi r p i a

    Jogue no ralo um punhado de bicarbonato de sdio, algumas colheres devinagre branco e gua fervente. Aquele conhecido refrigerante a base de cola faz oservio, mas no nada sustentvel.Limpar vi d ro

    Passe uma soluo de gua e vinagre, e depois use jornal para dar brilho.Para encera r

    Misture uma parte de leo vegetal, como a linhaa, com outra de suco delimo ou vinagre. Aplique com uma flanela.Para lu stra r mvei s

    Faa uma soluo de uma parte de suco de limo e duas partes de leovegetal. D brilho com uma flanela.

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    Desi nfetante san i t ri o

    Misture bicarbonato de sdio com vinagre, gua fervente e cascas de limo ou laranja.Detergente

    Ingredientes: 500 gramas de sabo de coco, suco de dois limes, 4colheres de amonaco e 4 litros de gua.

    Modo de preparar: raspe o sabo de coco e dilua em 2 litros de guaquente. Junte a gua restante, coloque o suco dos limes e o amonaco, mexa beme guarde em garrafas de vidro escuras, tampadas e com identificao.Ti ra r manchas

    Gordura: mistura de gua quente com sabo e umas gotas de detergente(de preferncia ao biodegradvel). Lavar e, se restar algum vestgio, polvilhar talcoe deixar por algumas horas esfregar um pedao de cebola tambm ajuda.

    Frutas, doces e tintas: esfregue lcool ou vinagre branco. Manchas detinta de caneta devem ser lavadas com leite.Espanta r moscas e mosqu i tos

    Folhas de louro, eucalipto e manjerico, maceradas em gua ou espalhadas pelo ambiente sacos de plstico pendurados transparentes com gua ajudam.Evi ta r traas

    Cnfora substitui a txica e mal cheirosa naftalina: to eficiente quantoe mais sustentvel.Umidade no armri o

    Colocar um pedao de carvo vegetal em uma tigela de vidro no armrio.Amaci a r roupas

    Ingredientes: 5 litros de gua, 4 colheres de glicerina, 1 sabonete ralado(quanto mais perfumado, melhor), 2 colheres de sopa de leite de rosas.

    Modo de preparar: ferver 1 litro de gua com o sabonete ralado at dissolver, acrescentar mais 4 litros de gua fria, as 04 colheres de glicerina e as duasde leite de rosas, mexer bem at misturar e depois engarrafar. Algumas pessoastm utilizado somente a glicerina, a gua e uma essncia de perfume natural.Repeli r i nsetos

    O leo de citronela pode ser utilizado em difusores, tendose o cuidado deapliclo algumas horas antes do ambiente ser ocupado, pois o leo ctrico e podecausar mal estar. Hoje em dia fcil encontrar sprays/incensos base de citronela.

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    No uti li ze i nseti ci d as aerossi s

    Eles so caros, poluentes e prejudiciais sade se inalados.Resgate um costume dos nossos avs : troque o detergente pelo sabo de coco

    Alm de poluir menos, verstil na cozinha, no banheiro e na lavanderia.Aposente o sabo em p e experimente a Bola Mgi ca

    A Bola Mgica uma descoberta cientfica (nanotecnologia) que atua deforma natural na lavagem de nossas roupas e louas, melhorando a nossa sade,bem estar e a proteo do meio ambiente. um produto cientfico inovador esubstitui o sabo em p. Informaes em: www.ecocentrobichodomato.org.

    Receitas caseiras ecologicamente corretas de produtos de higiene pessoal

    Experimente o p denta l como alterna ti va pasta de dente

    Misture p de ju com p de menta, canela ou cravo. A proporo de70% para o ju e os outros 30% ficam conforme o paladar. Essa frmula econmica, gostosa, no possui alumnio e flor como as pastas tradicionais.Sabonete corpora l

    Ingredientes: base de glicerina slida, chde ervas (a escolha), essncia (a escolha), frmaspara sabonete, panela de gata e esptula.

    Modo de preparo: na panela de gata,dissolva 250g de base de glicerina em banhomaria.Quando derreter basta acrescentar 10 ml do ch e3 ml da essncia. Despeje nas frmas, espere secare desfrute!Xampu

    Ingredientes: 200 ml de base para xampu (ver se natural porque oscomerciais so cheios de molculas aritificiais), 1 L de gua destilada, 20 ml deessncia, 5 ml de extrato vegetal, corante base de gua, embalagem de plsticoou de vidro com vlvula.

    Modo de preparo: coloque no copo graduado a base de xampu e mexacom a gua destilada. Em seguida, acrescente a essncia e o extrato vegetal emexa bastante. Por fim, adicione o corante aos poucos e continue misturando.Deixe em repouso at que no tenha mais espuma na superfcie. Envase naembalagem.

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    Cond i ci onador

    Ingredientes: 1 kg de base para condicionador de enxgue, 10 ml deessncia de algas marinhas, 15 ml de extrato vegetal de algas marinhas, gotas decorante cosmtico para condicionador na cor azul, potes para embalar produtos.

    Modo de preparo: em um recipiente, misture a base do condicionador,acrescente a essncia, o extrato vegetal e o corante (se desejar) e misture bem.Envase em potes apropriados e deixe macerar por trs dias antes de usar.Aromati zante de ambiente

    Ingredientes: copo graduado de vidro para 1000 ml, basto de vidro, 300ml de gua destilada, 10 ml de lcool de cereais, 3 colheres de caf (rasas) deessncia de bergamota, 2 colheres de caf (rasas) de essncia de canela, frasco devidro com vlvula spray.

    Modo de preparo: coloque a gua e o lcool em um recipiente de vidro.Acrescente as essncias mexendo at o produto ficar homogneo. Ponha no frascocom a vlvula de spray. Deixe descansar por dois dias antes de usar, para que oselementos se incorporem.leo corpora l para massagem

    Ingredientes: 1 ampola de vitamina A, 15 ml de amndoa doce, 10 gotasda essncia de sua preferncia, leo de semente de uva, recipiente de vidro, frascode vidro.

    Modo de preparo: num recipiente de vidro, despeje a ampola de vitaminaA, acrescente o leo de amndoas doce, a essncia desejada, junte o leo desemente de uva e misture bem, por aproximadamente 30 minutos.Desodorante

    Ingredientes: 100 ml de gua deionizada, 20g de bicarbonato de sdio, 20ml de lcool de cereais, essncia de sua preferncia.

    Modo de preparo: misture tudo em um frasco e agite bem antes de usar.

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    2.7 A reconexo das mulheres com a Me Terra

    Por Ka li nne Ribei ro

    O sangue menstrual o sangue da vida, ele irriga todo o tero no momento da fecundao do vulo. Ao longo dos tempos, a sociedade patriarcal gerounas mulheres uma averso ao seu prprio sangue, uma repugnncia ilusria, quese reflete tambm, na atual rejeio social maternidade. Como todas as fmeasmamferas sangram, naturalmente seguimos o fluxo da sabedoria divina do corpohumano. O sangue nos reequilibra e realinha a nossa conexo e comunicao coma Terra.

    A Me Terra nutre, acolhe e nos fortalece, e como mulheres ns temos odom de poder devolver Terra, em gratido, um pouco da nutrio oferecida,entregando a Ela o nosso sangue.

    Os absorventes descartveis, juntandose ao time das fraldas, agravam oproblema dos lixes. Certas partes do absorvente podem levar at 100 anos parase decompor. Cada mulher usa em torno de 10 mil absorventes descartveis aolongo de sua vida frtil. Haja lixo e energia para essa produo. S nos EstadosUnidos so jogados fora 12 bilhes de absorventes e 7 bilhes de tampes por ano.Adote os absorventes reu ti li zvei s , como os abiosorventes ou copo menstrua l

    Os copos menstruais duram at oito anos, o que representa uma economia razovel de dinheiro que iria direto para o lixo na forma de absorventes descartveis, financiando grandes multinacionais. Seu bolso, sua sade e a naturezaagradecem!

    Os abiosorventes so feitos depano como na poca da vov.So feitos de algodo, comtoalhas internas e externas

    (presas com elstico), que absorvem o fluxo e permite uma nova relao com ocorpo e com o sangue menstrual. Para saber mais detalhes, acesse o sitewww.fiodaterra.wordpress.com

    O seu uso promove a prtica da ecologia feminina com a renovao dociclo com a energia da Terra, possibilitando criar, assim, uma conexo mais saudvel e uma comunicao mais materna com a Terra ao devolver Ela a nutrioque ela nos oferta atravs do nosso sangue.

    Confira as vantagens de usar abiosorventes:

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    Para o planeta Reduzi a quantidade de lixo no reciclvel; Nutre a terra com o sangue sagrado do ventre; Boicota indstrias de absorventes descartveis que causam impacto ambiental; Evita a produo de plstico, reduzindo assim o consumo do petrleo; Diminui a pegada ecolgica pessoal.

    Para a sade da mulher Evita o contato da pele com substncias cancergenas; Diminui o risco de alergias e infeces na pele (devido s substncias qumicas); Reduzindo as clicas menstruais (com uma nova conexo com a Me Terra); Reduzindo a quantidade do fluxo menstrual.

    Experimente os copos menstrua i s

    J os copos menstruais foram desenvolvidos recentemente e so fabricados com silicone cirrgico, o qual pode ser lavado e secado a cada troca. Superprticos e simples. Conhea e experimente essa tecnologia sustentvel feminina:www.teardoventre.wordpress.com

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    2.8 Reforme e construa sua morada de forma sustentvel

    Antes de reformar ou constru i r, pesqu i se a lterna ti vas , como a Bioconstruo

    Esta forma de construo aproveita os recursos locais e recicla inmerosmateriais que, em uma concepo de arquitetura convencional, no seriam aceitos.Estude sempre o fluxo dos ventos, a entrada do Sol e pesquise modelos de casassustentveis. Pesquise empresas na sua cidade que trabalham dessa maneira. EmPernambuco existe o Coletivo CASA: www.coletivocasa.blogspot.comColete a gua do telhado em uma ca i xa d gua

    Voc pode utilizar essa gua para diversos fins, como regar plantas.Exi j a o Selo FSC (Forest Stewardsh ip Counci l) ao comprar madei ra

    Este selo comprova que a madeira proveniente de um manejo sustentvel e no do corte predatrio. No site do FSC (www.fsc.org.br) h uma lista completa de florestas e empresas certificadas pelo selo, confira.I n sta le um aquecedor sola r para o chuvei ro

    A economia de energia eltrica proporciona um retorno do investimento,em mdia de 10 anos.Deixe reas permevei s no terreno, como gramados

    Isso reduz a necessidade de captao de gua pluvial pela Prefeitura,alm de melhorar a recomposio dos aquferos subterrneos e reduzir os efeitosde enchentes.Adote as tornei ras com presso e v lvu las au tomti cas

    Elas economizam gua e limpam com maior presso as mos.Pin te os cmodos da casa com cores cla ras

    Cores escuras absorvem luz, e as claras a refletem, deixando o ambientemais agradvel.Se possvel, i n sta le sensores de ocupao nos cmodos

    Assim no h jeito de esquecer as luzes acesas ao desocupar o cmodo.Troque a descarga com vlvu las por aquelas que acompanham ca i xas de 6 li tros

    de gua

    A descarga de vlvula gasta de 10 a 20 litros quando acionada.I n sta le telhas transparentes para a entrada de luz du rante o d i a

    Assim, voc evita ligar as luzes durante o dia sem necessidade.

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    Proj ete a casa com abertu ras para a ci rcu lao do vento

    Hoje em dia, as casas so projetadas apenas se pensando no aspectoesttico. No se esquea da funcionalidade.Prefi ra ti j olos ecolgi cos , a ss im como os de solo cimento ou reu ti li zados

    I nsta le um j a rd im no telhado

    O chamado telhado vivo simplesmente um jardim no topo de sua casa.Muito utilizado mundo afora, possibilita um maior arejamento da parte interna dacasa, com um resfriamento de at 5 graus, alm de dar um timo visual e umarea para se plantar.

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    2.9 Voc j plantou uma rvore?

    Uma reflexo e um convite

    Se cada brasileiro vier a plantar uma rvore anualmente, sero 190 milhes de rvores a mais por ano no pas. Se o mundo todo plantar, sero setebilhes. Uma rvore em crescimento absorve mais dixido de carbono da atmosfera do que emite, reduzindo os gases responsveis pelo aquecimento global.

    Comece agora, siga os seguintes passos

    1 . Quando

    A melhor poca de plantio de mudas no incio da estao chuvosa. Sevoc no pode agula, opte por esse perodo. Quando no chove, devese regarde uma a duas vezes ao dia, no incio da manh ou fim de tarde. No inverno, regase s uma vez ao dia.2. Onde

    Escolha um local adequado para a planta. Estude bem a rvore que irplantar. D preferncia para rvores nativas. As espcies exticas invasoras so asegunda maior causa de perda de biodiversidade no Planeta. Se informe maissobre as espcies invasoras e nativas no site: www.institutohorus.org.br.3. Como

    Faa uma cova com 60 centmetros de dimetro e igual profundidade. Misture a terra que retirou ao composto orgnico (duas partes de terra, para uma decomposto) e reserve. Em seguida, rasgue o saquinho onde est a muda (caso contrrio, a raiz no se desenvolver), retirandoa com o torro de terra sem quebrar.Dica: em vez de fazer um nico corte no saquinho, para retirlo, faa vrios, facilitando a retirada do torro. Depois coloque metade da mistura de terra e composto de volta na cova. No momento do plantio emane energias positivas e mentalize que essa rvore gerar frutos, flores e boa sombra para todos aqueles que aliestiverem. Introduza a muda com o torro na cova e preencha o resto do buracocom a mesma mistura.

    Para finalizar, pressione um pouco o cho do local plantado para deixar amuda firme. Dica importante: no local da cova, o terreno deve ficar uns doiscentmetros abaixo do nvel do solo. Isso facilita regas. A primeira rega j poderocorrer logo aps o plantio.

    Uma boa idia cobrir o solo com folhas secas, o que ajudar a manter a

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    umidade da terra. Especialmente se o plantio for em rea urbana (numa calada,praa ou jardim) tambm vale colocar uma grade de proteo em torno da rvore,para que ningum quebre a plantinha desavisadamente.

    Para que a ela cresa reta interessante amarrla a um tutor. Pode atser um cabo de vassoura ou um pedao de madeira reciclado, fixado verticalmenteno cho, logo ao lado da muda. Nunca deixe que o barbante "estrangule" o tronco,atrapalhando o crescimento.

    Plante o mximo de rvores que puder, mas sa i ba qua l, onde e como

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    2.1 0 Conduta consciente em ambientes naturais

    Fonte : MMA (2003 )

    Vi a j e em grupos pequenos de at 10 pessoas

    Grupos pequenos se harmonizam melhor com a natureza e causam menosimpacto.Evi te vi a j a r para as reas ma i s popu la res du rante feri ados prolongados e fri a s

    Durante uma vi a j em ou passei o , certi fi que-se de que voc possu i uma forma de

    acond i ci onar seu li xo para traz-lo de volta

    Dim inua a quanti d ade de li xo, dei xe em casa as embalagens desnecess ri a s

    Prote j a o patrimn io natu ra l e cu ltu ra l dos loca i s vi s i tados

    Respeite as normas existentes e denuncie as agresses observadas.Leve sempre as embalagens de volta

    Embalagens vazias pesam pouco e ocupam espao mnimo na mochila. Sevoc pde levar as embalagens cheias na ida, no vai ter dificuldade em trazlasvazias na volta.No queime nem enterre o li xo

    As embalagens podem no queimar completamente, e os animais podemcavar o lixo e espalhlo.No use sabo nem lave u tensli os em fontes de gua

    Resi sta tentao de levar lembranas para sua casa

    Deixe pedras, artefatos, flores, conchas, etc., onde voc os encontrou,para que outros tambm possam aprecilos.Ande e acampe em si lnci o

    Preserve a tranquilidade e a sensao de harmonia que a naturezaoferece. Deixe rdios e instrumentos sonoros em casa.Ti re apenas fotografi a s

    Deixe apenas suas pegadas, mate apenas o tempo e leve apenas suasmemrias.Ande sempre nas tri lhas , sem sa i r delas

    As trilhas esto ali com um propsito. Ao sair delas, voc contribui para oaumento da rea degradada e ainda impacta locais antes intocados.

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    Em Un idades de Conservao, contra te os servi os dos gu i as loca i s

    Alm de contribuir para a gerao de renda local, voc no corre o riscode se perder e de sair das trilhas com prejuzo para o ambiente.Colabore com a educao de outros vi s i tan tes

    Transmita os princpios de mnimo impacto sempre que houveroportunidade.

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    2.1 1 Dicas para a cidadania planetria

    Paulo Freire nos ensinou que mudar o mundo urgente, difcil e necessrio. Essa mudana, na construo desse outro mundo possvel lema do FrumSocial Mundial passa por uma profunda mudana de conscincia de cada indivduo. Para transformar preciso entender e ler o mundo politicamente, ao lado deconheclo cientificamente, culturalmente e, sobretudo, intervir organizadamente.A construo da Cidadania Planetria alicerada em valores como a Cultura daPaz, Sustentabilidade e Solidariedade, alm de ser, hoje, um conceito que se contrape propositivamente Globalizao, com a chamada Planetarizao.

    Cri e o saudvel hbi to de substi tu i r o elevador pelas escadas

    Alm de economizar energia, voc far bem para a sua sade.Vote! Mas vote consci entemente

    Seu voto um forte instrumento de mudana local e global. Lembreseque elegendo pessoas preocupadas com a causa ambiental voc consegue, porconsequncia, uma melhor qualidade de vida.Acompanhe, press i one e cobre os polti cos que esto no poder

    Para que ajam de forma tica na construo de um mundo ambientalmente sustentvel e socialmente justo.Ao presenci a r um crime ambienta l, denunci e !

    Ligue para o IBAMA ou rgo ambiental do seu municpio ou estado. Aocalarse voc contribui para que esses crimes continuem acontecendo. No se omita, faa sua parte!I n forme-se sobre a legi slao ambienta l e a j ude para que a le i se j a apli cada

    Saiba mais nos portais www.ibama.gov.br e www.mma.gov.br.Cri e , reavi va e/ou parti ci pe de associ aes no governamenta i s voltadas ao am-

    bi ente, sade, ci d adan i a , cu ltu ra e d i re i tos soci a i s

    Adote a Pr-Ci clagem

    Escolha produtos que no tem no seu ciclo de produo e comercializaoum histrico de agresso aos recursos naturais. Incentive cooperativas, microempresas autogestionadas e coletivas que atuam pela sustentabilidade social e ambiental no seu ciclo de produo.

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    Ajude a proteger as rvores , denunci e o corte i lega l

    As rvores so de grande importncia para o planeta: so abrigos de inmeras espcies, protegem os solos, reduzem a poluio atmosfrica e sonora. Asrvores da sua rua, bairro e cidade, so patrimnios pblicos. Lembrese: para podlas ou cortlas, necessitase de uma autorizao especial.Boi cote e denunci e a venda de an ima i s s i lvestres , peles ou qua i squer produ tos

    extra dos de an ima i s

    Desestimule esta prtica criminosa.Exi j a que as escolas tra tem a ci dadan i a ambienta l com seri edade

    Ajude a construir um modelo de Escola Sustentvel.I n centi ve os j ovens a segu i r ca rre i ras cri adas no setor ambienta l

    Esta rea profissional auspiciosa, transdisciplinar e fundamental para oplaneta. Gera novas oportunidades de trabalho que alm de render frutosfinanceiros podem ajudar a salvar recursos naturais importantes.Parti ci pe de aud i nci as pbli cas na sua ci dade

    Saiba o que est acontecendo na sua cidade e saiba que voc tem o poderde mudar o que no concorda. Nessa ocasio podemos interferir, questionar e atbarrar obras sugeridas por grandes empresas.Sa i a da normose controlada

    Reduza o tempo na frente da televiso, leia mais livros e programe um fimde semana alternativo. Conhea alguma unidade de conservao perto da suacidade, faa uma trilha, curta uma cachoeira e reavive a cultura do picnic.Apoie as ci clovi as

    Alm de promover a sade das pessoas, andar de bicicleta reduz apoluio sonora e atmosfrica dos centros urbanos.Tenha vi so crti ca com a publi ci d ade e marketi ng

    O consumo estimulado pela grande mdia no sustentvel, agride oplaneta e atrapalha seu poder de deciso criando necessidades desnecessrias.Aj a loca lmente, mas tambm globa lmente

    A Terra faz parte do cosmos e ns somos um pedao da Terra. Somosparte do universo, do todo. Pense e aja localmente como seres componentes doecossistema, pois somos a teia e fomentadores da cidadania planetria.

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    Adote a Ah imsa (no violnci a no d i a leto snscri to)

    Promova a cultura da paz. Em toda a histria da humanidade, nenhumasoluo feliz se conseguiu por meio de processos violentos.I nvi sta na sua evoluo espi ri tua l

    O maior desafio para a sustentabilidade humana na Terra a prtica datica e dos valores humanos.Construa um forno sola r em casa e tenha uma boa economia

    Alm de ajudar o meio ambiente, voc no se preocupa se o seu alimentovai queimar ou no. uma tecnologia social e ambiental barata e de fcil acesso atodos. Acesse e veja o passo a passo de como construir um forno solar com umcusto pequeno e materiais reciclados no site www.br.geocities.com/fornosolar.Sa i a do cli ch comerci a l: evi te os Shoppings

    Quando for dar um presente, use a criatividade e procure surpreendercom presentes educativos, ecolgicos e artesanais.Reci cle as energi as : faa da troca soli d ri a e da doao hbi tos constantes

    Muitas roupas, CDs, DVDs, livros, enfeites e outros objetos paradospodem ser de grande valia para outras pessoas e, no entanto, acabam criandotraas nos armrios e caixas acumuladas em casa. Estimule as feiras de trocas.Comece o d i a com pensamentos posi ti vos , repletos de gestos soli d ri os , huma-

    n i zados e ecolgi cos

    I ncenti ve a produo cu ltu ra l loca l

    Muitas vezes s damos valor ao que de fora e esquecemos que na biorregio em que vivemos existem artistas maravilhosos que precisam servalorizados.

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    2.1 2 Permacultura: caminho para sustentabilidade em ao

    Por Adri ana Ayub

    A Permacultura surgiu nos anos 70 com Bill Mollison e seu aluno DavidHolmgren, que cunhou o termo como agricultura permanente. Dessa forma, aPermacultura surge como uma crtica alternativa aos mtodos convencionais daagricultura da Revoluo Verde com a pr