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CARREIRA NO BB Como começar e o que fazer PREVI Pré-97 x Pós-97 Por que há diferenças? Quais as soluções para corrigir essa injustiça? REINTEGRAÇÃO DE PEDEVISTAS Banco se pronuncia sobre o assunto ANO XXII - N O 199 - ABRIL 2008 BB 200 ANOS Confira o terceiro fascículo da coleção

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Ação Abril 2008 | 1

Carreira no BBComo começare o que fazer

PreVi

Pré-97 x Pós-97Por que há diferenças?

Quais as soluções para corrigir essa injustiça?

reintegração de PedeVistasBanco sepronuncia sobre o assunto

ANO XXII - NO 199 - AbrIl 2008

BB 200 anosConfira o terceiro fascículo da coleção

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No último dia 14 de abril, completei 32 anos de Banco e no dia 9 de agosto vou completar 39 anos de previdência oficial. No dia 14 de maio, faço 55 anos de idade e a cro-nologia me permite afirmar que já passou da hora de estar aposentado. Para qualquer trabalhador, o tempo é o único fator determinante para a aposentadoria, mas para um su-jeito como eu não. Gostaria de, como qualquer trabalhador, me aposentar. Mas aposentar mesmo. Tenho muita admi-ração por muitos aposentados que continuam trabalhando, até para continuar sobrevivendo com dignidade, mas con-fesso que chego a invejar aqueles que podem se aposentar de verdade. Desocupar a cabeça e o corpo e se ocupar com uma única preocupação: aproveitar a vida.

Assisti a uma palestra do Divaldo Pereira Franco, espírita baiano, em que ele narrava uma conversa que tivera com a mãe. Certa altura, ela lhe perguntou: Divaldo, você que con-versa com os espíritos, já perguntou para eles como Deus faz para escolher a hora de levar as pessoas para outro plano? No que ele respondeu: mãe, eu não ocupo os meus amigos com estas perguntas, mas fique tranqüila, depois de mais de 80 anos, acho que eles esqueceram a senhora aqui. Por que a preocupação? No que ela emendou: é que eu acho que ele fica olhando aqui para baixo e dizendo: aquele está pronto, aquela está pronta e eu então, estou deixando sempre uma coisinha pra fazer. Às vezes, com relação à aposentadoria, me sinto um pouco como a mãe do Dr. Divaldo: tenho sempre uma coisinha pra fazer.

Tenho certeza que a grande maioria dos aposentados do Banco do Brasil também tem sempre uma coisinha pra fazer. Muitos atuam de forma brilhante nas direções das en-tidades ligadas ao Banco e, em alguns casos, até mesmo na direção do próprio Banco. Outros contribuem de forma so-lidária e parceira na gestão de instituições sociais que pra-ticam ações de valor incontestável. Mas uma grande parte, que eu conheço, se ocupa apenas das tarefas domésticas e vive a condição de avôs e avós presentes, substituindo os pais em muitos momentos da vida dos netos. O que não deixa de ser uma tarefa muito prazerosa. Esta opção, por enquanto, ainda não tenho e meu tempo de aposentadoria deverá ser ocupado de outra forma.

Você deve estar se perguntando por que eu estou ocu-pando este espaço para falar de aposentadoria. É que, neste momento, estou muito preocupado com os nossos colegas que não tiveram a chance de se aposentar e fo-ram empurrados para fora do Banco, sem direito a uma boa parte das reservas matemáticas da Previ. A maioria dos pedevistas está passando dificuldades e assistindo de lon-ge o debate sobre o espetacular superávit da nossa Caixa de Previdência, com a certeza de que uma parte dele lhe pertence. Penso também nos colegas que se aposentaram antes da hora e em condições salariais muito ruins, rece-bendo benefícios irrisórios. Tem muita coisa que me man-tém na luta. Aquelas coisinhas por fazer a que a mãe do Dr. Divaldo se referia. A aposentadoria para mim vai chegar uma hora, mas enquanto puder vou continuar lutando para resolver algumas coisinhas.

CArTAS

Sem reCONheCImeNTOGostaria de mostrar minha solidariedade ao colega Celso Peito Macedo. História idêntica aconteceu 12 anos antes (1992) e terminou em 1996, quando começou a dele. Meu ir-mão assumiu no Banco em 1962 e faltando um ano, mais ou menos, para se aposentar, foi destituído do cargo comissionado. Todos os abonos e licença-prêmio adquiridos duran-te os quase 30 anos de banco foram usados para se afastar do Banco e aposentar com di-reito à comissão. Acho que seu sofrimento foi tão grande que, como o Sr. Celso, adquiriu um câncer de pâncreas. Conseguiu ser avô como era o seu sonho, mas não acompanhar os pri-meiros passos de seu neto e nem chegar aos 60 anos. Acho que a década de 90 deve estar bem cheia de histórias parecidas. Algumas mais, outras menos sofridas.Dalva A. PassamaniColatina - eS

PrevI e beNefíCIO úNICOReferente ao Ação 198, penso o seguinte sobre a resposta do presidente da ANABB Valmir Camilo: que no futuro teremos que discutir a criação de um outro plano de bene-fício dentro do atual plano. Pode-se pensar, por exemplo, em destinar partes das reser-vas para pagar um benefício complementar de R$ 500,00 para todos os aposentados e pensionistas. Para algumas pessoas, não será uma grande mudança, para muitos, como eu, será uma melhora espetacular no benefício. O Plano de Benefícios 1 é hoje um fundo desigual. Há muitos que podem viver bem com o benefício da Previ, mas outros enfrentam dificuldades. E é o que está acon-tecendo comigo. Por isso é importante discu-tir e implantar esse novo benefício.Armando BettkerSanto Ângelo - rS

reINTegrAçãO de PedevISTASSomos um grupo de funcionários exonera-dos - PDV e Dispensa Desmotivada. Esta-mos nos mobilizando quanto a aprovação do PL 512/2007, matéria de conhecimento da ANABB. Neste momento, necessitamos do apoio da ANABB, quanto a divulgação do nosso movimento para conhecimento de todos os funcionários da ativa e aposenta-dos e principalmente dos que se encontram nessa situação. Pedimos, encarecidamente que seja divulgado o nosso endereço na inter-net (www.romildo.com) para que possamos ampliar o debate em favor da nossa causa. Contando com seu irrestrito apoio em prol do

justo e honesto. Celeste Brasilmembro participante do blog do romildo (www.romildo.com)

PeSquISA NAS AgêNCIASVenho parabenizar a excelente pesquisa realizada pelo jornal Ação (ANABB jan/fev 08), pois mostra uma realidade que não é divulgada de maneira transparente pela em-presa. Como funcionário, há quase 28 anos, deveria sentir orgulho, mas o que vejo são poucas perspectivas de se reverter tão la-mentável quadro, mas acredito em algumas mudanças em curto prazo. Mas para isso temos de pressionar os órgãos competentes para conseguirmos algum resultado. Tenho pedido sugestões junto ao GEPES, mas o que encontro, quando me respondem, são respostas inócuas e sem conteúdo e às vezes até de maneira duvidosa. Mas, com matérias como esta e por um órgão competente como a ANABB, acredito naquele ditado que diz: “a esperança é a última que morre”.Luiz Cláudio da Silva BarbosaNiterói - rJ

TrAbAlhO NO bbVenho parabenizar e me solidarizar com os colegas Carlos e Pedro (nomes fictícios) pelos seus comentários (pra lá de verdadeiros) no artigo intitulado “Saudade do Banco do Bra-sil” [Ação 197]. Assim como também com o Sr. Diretor William José Alves Bento pelo seu lú-cido e competente artigo na Carta do Diretor. Infelizmente, nos dias de hoje, o comporta-mento do Banco nos comentários acima só tem denegrido a sua imagem e ainda pior quando o Banco obriga seus gerentes de atendimento a venderem aos seus clientes produtos nada rentáveis, como o Ourocap, por exemplo, e que o correntista adquire ape-nas por cortesia para ajudar aos gerentes a cumprirem a meta que lhes foi “imposta”.Paulo Roberto Magalhãesrio de Janeiro - rJ

vITórIA NA JuSTIçASurpresa e felicidade foi o que senti quando recebi a carta da ANABB comunicando que havia um depósito referente ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Agradeço a dedicação e competência dos advogados e funcionários que trabalharam para tornar tudo possível. Muito obrigada.Maria de Lurdes KilppCuritiba - Pr

Ação

ANAbb - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600Site: www.anabb.org.br e-mail: [email protected] redação: Ana Cristina Padilha, Fabiana Castro, Priscila Mendese Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana Castro e-mail: [email protected] edição: Felipe Alvarez Bittencourt MTB 7355JD/DF revisão: Juliana Rodrigues editoração: Raido Propaganda foto da Capa: AbleStockPerio dicidade: mensal Tiragem: 160 milbanco de Imagem: AbleStockImpressão: Gráfica Positiva fotolito: Photoimage

dIreTOrIA-eXeCuTIvA

CONSelhO delIberATIvO

vAlmIr CAmIlOPresidente

WIllIAm JOSé AlveS beNTODiretor Administrativo e Financeiro

deNISe lOPeS vIANNADiretora de Comunicação e Desenvolvimento

grAçA mAChAdODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência emílIO S. rIbAS rOdrIgueSDiretor de Relações Externas e Parlamentares

ANTONIO gONçAlveS (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoGenildo Ferreira ReisInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelNilton Brunelli de AzevedoRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSelhO fISCAl

humberTO eudeS vIeIrA dINIZ (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

dIreTOreS eSTAduAIS

Paulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Solonel Drumond Júnior (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi (PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras enti-dades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF

jornal CArTA dO PreSIdeNTe

Valmir CamiloPresidente da ANABB

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Já dizia o ditado “o que é do homem, o bicho não come”. Pensando por essa premissa, os associados do Plano de Benefícios 1 da Previ poderiam ficar tranqüilos em relação a suas aposen-tadorias. O Plano, agora com a conta gorda, está tendo como desafio anual saber o que fazer com tanto superávit. Em linhas gerais, tem-se revertido gran-de parte desses recursos em benefícios para os associados. No entanto, devido a uma série de perdas sofridas durante a carreira no Banco do Brasil, o funcio-nário que se aposentou após o ano de 1997 vê na aposentadoria as marcas de uma trajetória de arrocho salarial e mudanças de regras no Plano de Cargos e Salários do BB. Sendo assim, esses aposentados (e os que ainda estão para se aposentar pelo Plano 1), que contri-buíram para formar o superávit da Previ, vêem claramente a diferença de benefí-cios se comparados aos dos colegas que se aposentaram antes de 97. Resultado: uns estão felizes, outros nem tanto.

Agora, ao discutir mais um ano de superávit na Previ, a ANABB toma a ini-ciativa e apresenta sugestões para mu-dar essa situação. “A Previ tem dinheiro e pode corrigir uma injustiça que a polí-tica salarial do Banco do Brasil impôs a tantos colegas. E a ANABB vai lutar por

isso”, afirma Valmir Camilo, presidente da ANABB e conselheiro deliberativo da Previ.

POrque há dIfereNçASMarcílio da Costa* se aposentou

em 1994, com 32 anos de contribuição para a Previ. Recebia, na época de sua saída do Banco, um salário bruto de R$ 6.800,00 (valor convertido em reais). Agora, após 14 anos de apo-sentaria, Marcílio recebe um benefício mensal de R$ 16.500,00.

Já Viviane Nunes*, que se aposen-tou com 31 anos de contribuição, não viu tantas diferenças entre seu salário da ativa e o benefício de aposentado-ria. Em 2006, quando se aposentou, re-cebia um salário bruto de R$ 7.511,68. Em outubro de 2007, um ano após se aposentar, seu benefício estava estipu-lado em cerca de R$ 7.000,00; sendo R$ 1.564,72 pagos pelo INSS e R$ 5.437,82 complementados pela Pre-vi. Agora, após algumas modificações com o superávit, Viviane recebe R$ 7.989,57. Ela protesta: “o pessoal que se aposentou antes de 97 recebe bem mais que a gente”.

Por que Marcílio da Costa viu seu benefício crescer exorbitantemente du-rante sua aposentadoria e Viviane Nu-nes não pode dizer o mesmo? Uma sé-

rie de fatores influenciou para haver a discrepância de valores dos benefícios dos pós e pré-97. Grande parte desta culpa pôde ser conferida ainda quando esses funcionários estavam na ativa.

Em 1997, o Banco do Brasil lançou um Plano de Cargos e Salários (PCS) que modificava principalmente a pro-gressão salarial. O novo PCS partia de um Valor Padrão (VP) inicial (E1) que era menos de 1/5 do valor do VP de 1988. Além disso, a cada nova promo-ção, os interstícios, que variavam de 12% a 16%, foram reduzidos para 3% (veja quadro 1 - Mudança de Plano de Cargos e Salários em 1997).

Para quem já trabalhava no Banco, na prática, manteve-se o VP já conquis-tado – apenas a diferença passou a ser paga com outro nome. Quem estava no nível E12, por exemplo, não tinha o que perder, porque nenhuma promoção fal-tava conquistar. Mas quem ainda estava no E4 ou no E2 havia conquistado bem pouco e suas promoções passaram a ser vigoradas pelas novas regras.

Além do novo PCS, os funcionários pós-97 também foram prejudicados pelo arrocho salarial do governo Fer-nando Henrique Cardoso, que deixou os bancários do BB durante oito anos sem reajuste. O reajuste zero assombrou os

UM PESO...

em época de discutir novo superávit da Previ, a anaBB apresenta soluções para corrigir uma injustiça: a diferença de benefícios entre aposentados pré e pós-97. esses segmentos vivenciaram políticas salariais muito diferentes dentro do Banco do Brasil e carregam, em suas aposentadorias, os reflexos dessas políticas

CAPA

DUAS MEDIDAS?

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PREVI

por Ana Cristina Padilhacolaboração Priscila Mendes

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dissídios dos funcionários do BB entre 1996 e 1999. De 2000 a 2002, os índices de reajustes sobre os salários-padrão foram de 1,70%, 2% e 5%, res-pectivamente. A partir de 1995, com o “congelamento”, institucionalizou-se a concessão de abonos, que, embora dessem conta do aperto insuportável, não foram incorporados aos salários. Soma-se a isso, o fim do anuênio, que também ocorreu na mesma época.

O impacto de todos esses fatores nos benefícios das aposentadorias dos associados é óbvio. O cálculo da apo-sentadoria utiliza como base o valor do salário do funcionário. Em resumo: sa-lário defasado, aposentadoria menor.

mudANçAS TAmbém NA PrevIMas não foi apenas o salário da

ativa que impactou na diferença entre benefícios dos pré e pós-97. Em 1997, a Previ realizou uma reforma no Regu-lamento do Plano de Benefícios. A for-ma de cálculo foi modificada de 100% para 75% das verbas. No entanto, a nova regra proibiu que fossem inci-didas para cálculo de aposentadoria alguns complementos, como venda de licenças-prêmio, por exemplo.

Acrescenta-se a isso a criação da Par-cela Previ (PP), também nesta mesma época. A PP passou a ser o valor-base para o cálculo da Parcela de Referência (PR) e entrou na fórmula de cálculo do benefício. Com isso, a complementação da Previ deixou de ser atrelada ao INSS e passou a ter como base a PP. A prin-cípio, a PP foi fixada no mesmo valor do teto de aposentadoria do INSS, o que não acarretou problemas para quem se aposentava. Mas depois, a Parcela Previ foi aumentando e os aposentados viram suas aposentadorias serem achatadas. Atualmente, a Parcela Previ deixou de ser um problema, pois seu valor já foi refor-mulado. Em 2006, depois da aprovação do novo Regulamento do Plano de Be-

nefícios 1 da Previ, o valor da PP passou de R$ 2.200,02 para R$ 1.468,21 uma redução de, aproximadamente, 33%. De acordo com dados de abril de 2008, a PP está em R$ 1.596,97. Os aposentados e pensionistas foram beneficiados com o pagamento da diferença, retroativo a 1º de dezembro de 2005.

CálCulOS PArA reAJuSTeSAinda em 1996, o presidente da

ANABB, Valmir Camilo, antecipou que os reajustes dos benefícios da Previ deve-riam deixar de ser vinculados ao rea-juste dos funcionários da ativa, como era feito na época. “O que eu quero é que minha aposentadoria mantenha o mesmo poder aquisitivo ao longo dos anos, sem ser corroída pela inflação”, afirmou na época. Por meio de esta-tísticas compiladas pela subseção da ANABB do Dieese, ele mostrou que as aposentadorias vinham sendo ar-rastadas para baixo pela defasagem

progressiva dos salários no Banco, enquanto o capital investido pela Previ vinha crescendo sempre. Camilo mos-trou que, longe de proteger os aposen-tados, a paridade com os vencimentos do pessoal da ativa estava arrastan-do as aposentadorias para baixo. Na época, Valmir frisou que o momento era de grande dificuldade, tanto para os funcionários da ativa quanto para os aposentados. “O sinal que vem do Banco é de reajuste zero. E pelas re-gras atuais, isto significa reajuste zero para os aposentados”, antecipou.

Em 1997, os reajustes da Previ foram desvinculados dos reajustes dos funcionários da ativa e

não demorou muito para todos per-ceberem que a atitude da ANABB em defender esta idéia estava correta. Os números comprovam: de 1997 a 2007, os aposentados conquistaram um reajuste de 164,21%, segundo dados da Previ. Já o acumulado dos reajustes dos funcionários da ativa re-sultou em 54,75% no mesmo período (pode haver uma pequena diferen-ça entre esses dados uma vez que o reajuste da Previ ocorre em junho e o da ativa em setembro). Os salários dos funcionários da ativa tiveram per-das inclusive em relação a inflação, uma média de 23% (veja dados no gráfico 1 - Reajustes - aposentados e funcionários da ativa).

A partir de então, de acordo com o novo regulamento da Previ, ficou esti-pulado que os benefícios do Plano 1 seriam reajustados pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços). O IGP-DI manteve-se como indexador até 2003. Neste ano,

a Previ, justificando que este índice vinha apresentando comportamento bastante di-ferenciado dos demais índices de preços, estabeleceu o INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) como novo inde-

xador. O INPC é aplicado até hoje. Apesar de ter havido mudanças de

indexador, os associados da Previ não foram prejudicados. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da ANABB, analisou as mudanças de índices e identificou que a diferença do acumulado entre IGP-DI e INPC não foi significante. Se as aposentadorias fossem reajustadas até hoje somente pelo IGP-DI, o acumulado de reajuste chegaria a 170,52% de 97 a 2007, enquanto o reajuste acumulado com IGP-DI e INPC no período resultou em 164,21% de 97 a 2007 (veja quadro 2 - Reajustes IGP-DI x INPC).

“a Previ tem dinheiro e pode corrigir uma injustiça que a política salarial do Banco do Brasil impôs a tantos colegas. e a anaBB vai lutar por isso”

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ANTIguIdAde

letra remuneração Interstício Anos

A1 1.070,63 2A2 1.102,50 3% 3A3 1.135,88 3% 3A4 1.169,25 3% 3A5 1.204,13 3% 3A6 1.240,50 3% 3A7 1.278,00 3% 3A8 1.315,50 3% 3A9 1.356,00 3% 3A10 1.395,75 3% 3A11 1.438,13 3% 3A12 1.480,88 3% 3 35

TAbelAS de remuNerAçãO ATuAIS (2008)mérITO

letra remuneração (r$)

M1 58,88M2 117,76M3 176,64M4 235,52M5 294,40M6 353,28M7 412,16M8 471,04M9 529,92M10 588,80M11 647,68M12 706,56M13 765,44

M14 824,32M15 883,20M16 942,08M17 1.000,96M18 1.059,84M19 1.118,72M20 1.177,60M21 1.236,48M22 1.295,36M23 1.354,24M24 1.413,12M25 1.480,88

letra remuneração

Interstíciodiferença

r$ %

Elaboração: Dieese Subseção ANABB – em fevereiro de 1998

quAdrO 1: mudANçA de PlANO de CArgOS e SAlárIOS em 1997O Plano de Cargos e Salários de 1997 foi um dos principais motivos das distorções no Plano de Benefícios 1 da Previ. Menores salários, menores aposentadorias. Confira como era o PCS e como ficou na época:

vP em 01/08/97Interstício

vP em 31/07/97Nível

E1 585,60 - 585,60 - - -E2 656,10 12% 603,30 3% 52,80 -8%E3 735,00 12% 621,30 3% 113,70 -15,5%E4 823,20 12% 639,90 3% 183,30 -22,3%E5 922,20 12% 659,10 3% 263,10 -28,5%E6 1.033,20 12% 678,90 3% 354,30 -34,3%E7 1.157,40 12% 699,30 3% 458,10 -39,6%E8 1.296,60 12% 720,30 3% 576,30 -44,4%E9 1.452,30 12% 741,90 3% 710,40 -48,9%E10 1.684,80 16% 764,10 3% 920,70 -54,6%E11 1.954,50 16% 787,20 3% 1.167,30 -59,7%E12 2.267,40 16% 810,90 3% 1.456,50 -64,2%

jan/1996 a dez/2003 136,6 84,62 28,16jun/1996 a mai/2003 122,68 72,28 29,25jun/2003 a mai/2007 21,49 19,47 1,69

acumulado (1996 a 2007) 170,52 105,82 31,44

IgP-dI % INPC % diferença %Período

quAdrO 2 - reAJuSTeS IgP-dI X INPCO quadro abaixo mostra que a diferença entre os dois índices de inflação ocorreu, sobretudo, entre 1996 e 2003.

*Fonte: Dieese

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Ação - há distorções entre aposenta-dorias pré-97 e pós-97? Se houver, o que a Previ está fazendo para corrigir essas distorções?Sérgio rosa - Acho que hoje existem diferenças sim, nos critérios de apo-sentadorias, nos regimes de contribui-ções que vigoraram a cada período. Mas acho que as maiores distorções já foram corrigidas, quando se reduziu o valor da Parcela Previ, quando se in-troduziu a proporcionalidade do cálculo da própria PP para efeito de apuração do benefício. Foram medidas que já mo-dificaram as principais distorções que ocorriam entre quem se aposentou até 1997 e quem se aposentou depois dis-so. Hoje estamos muito mais voltados

para algum benefício de efeito linear, do que temos identificado distorções que ainda precisam ser corrigidas.

Ação - então não é uma realidade na Previ pessoas que se aposentaram an-tes de 1997 receberem praticamen-te o dobro do valor de aposentadoria comparado aos que se aposentaram após esse período?Sérgio rosa - Existem alguns efeitos sim, mas dados por regras que nós entendemos, foram justas a cada épo-ca. Só para citar um exemplo: quem se aposentou e quem já estava aposen-tado em 1997 teve reajustes. Então quem tinha, eventualmente, um salá-rio de R$ 1.000 naquela época, hoje

está recebendo R$ 2.600, porque teve um reajuste de 160% nesse período. A mesma pessoa que ficou no Banco teve um período de congelamento sa-larial. Esse congelamento só começou a ser revertido em 2002 e, portanto, eventualmente essa pessoa vai se apo-sentar com um salário menor do que o aposentado daquela época alcançou. Mas foi aplicação de regras, que a gen-te, talvez, não pudesse fazer diferente. Nós protegemos aquilo que devíamos proteger, que era o valor real do benefí-cio do nosso aposentado. Infelizmente acho que a gente não podia proteger o salário de quem estava na ativa, cujo pagamento, o valor, não era de respon-sabilidade da Previ.

Presidente da Previ, Sérgio rosa, fala sobre diferenças entre pós e pré-97

“só para citar um exemplo: quem se aposentou e quem já estava aposentado em 1997 teve reajustes. então quem tinha, eventualmente, um salá-rio de r$ 1.000 naquela época, hoje está recebendo r$ 2.600, porque teve um reajuste de 160% nesse período.”

Devido aos consecutivos superávits da Previ e a constante discussão sobre o que fazer com esse dinheiro, muitos associados entraram em contato com a ANABB questionando se há uma maneira de corrigir as injustiças sofridas pelos fun-cionários que se aposentaram após 1997. De acordo com o presidente da ANABB, Valmir Camilo, do ponto de vista de bene-fício, falta pouco para resolver o problema, pois o cálculo de aposentadoria mudou de 75% para 90% e, provavelmente, vai che-gar a 100%. No entanto, Valmir esclarece que “o que desequilibrou essa relação en-

tre pré-97 e pós-97 foram três mudanças essenciais ocorridas naquele período: a mudança do Plano de Cargos e Salários, o fim do anuênio e o reajuste zero”, diz.

Diante deste cenário, Valmir Camilo, que também é conselheiro deliberativo da Previ, faz uma proposta inovadora. “O plano de aposentadoria não está atrela-do ao plano salarial do Banco. Então, a Previ tem como refazer o plano de car-reira desses funcionários e calcular o benefício em cima desta carreira fictícia”, diz. Trocando em miúdos, Valmir explica que o que pode ser feito é manter para-lelamente os valores do salário com as correções, com os anuênios e tudo que o funcionário pós-97 perdeu. “Teríamos que identificar onde o funcionário estaria se não tivesse sofrido todas aquelas per-das. A base de cálculo do benefício dele seria feita a partir desta informação”, explica. Valmir afirma que essa base de

cálculo seria uma base de informação exclusiva para o cálculo do benefício. “Desta forma, a Previ estaria dando um passo claro de correção de injustiça, pois encontraríamos um equilíbrio entre quem ficou no Banco e quem já estava aposen-tado naquela época”. Em resumo, o cál-culo de quem se aposentou após 97 ou ainda vai se aposentar seguiria o mesmo cálculo feito para as aposentadorias de antes deste período: VP atualizado pelo reajuste adquirido pelos aposentados, continuidade do anuênio (considerando o tempo de serviço) e Plano de Cargos e Salários anterior a 97, que estipulava in-terstícios de 12% a 16%.

“A Previ tem dinheiro, os funcioná-rios pós-97 contribuíram para o supe-rávit, e existe uma forma de reverter essa injustiça. O que não dá é ter dois segmentos em um mesmo plano com benefícios tão discrepantes”, finaliza.

ANAbb Sugere que PrevI reveJA CálCulO dOS PóS-97

sugestão da anaBB Para CálCulo da aPosentadoria dos Pós-97Valor Padrão (VP) corrigido pelos reajustes dos aposentados + 1% para cada ano trabalhado x 1,36 ou 100% do Valor de referência (Vr) - o que for maior.

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Perda salarial:Pelo INPC-IBGE, perda de 23,45%Pelo IVC-DIEESE, perda de 23,93%reposição salarial necessária Pelo INPC, reposição de 30,64%Pelo IVC, de 31,46%

*Fontes: Acordos coletivos e Dieese

quadro 03reAJuSTeS de fuNCIONárIOS dA ATIvA e INflAçãO

1997 0 4,30 6,721998 0 3,59 1,141999 0 4,16 4,462000 1,7 6,96 9,222001 2 7,31 8,292002 5 9,16 7,452003 12,6 17,53 15,502004 8,5 6,64 7,812005 6,0 5,01 4,892006 3,5 2,85 2,802007 6,0 4,80 4,75Acumulado 54,75 102,16 103,43

170%

160%

150%

140%

130%

120%

110%

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0

Previ Funcionários da ativa

Gráfico 1Reajustes – aposentados e funcionários da ativa

164,21%

54,75%

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Uma das formas para utilização do superávit da Previ é o que está sendo chamado de “Benefício Especial Renda Certa”. Esse benefício é calculado com base nas contribuições - pessoais e pa-tronais - dos participantes que contribu-íram por mais de 30 anos a partir de 4 de março de 1980 até a aposentadoria, limitado a 31 de dezembro de 2006.

A Previ está devolvendo estes valo-res ao associado. No entanto, a ANA-BB tem uma posição contrária a esse benefício nos moldes como está sendo implantado, uma vez que essa medida acentua ainda mais as injustiças não só com os funcionários que se apo-sentaram após 1997 ou ainda vão se aposentar, mas também com os fun-cionários que se aposentaram antes de 1997, com 30 anos ou menos de contribuição. “Pense em alguém que entrou no Banco em 1967 e se aposen-tou em 1997, com 30 anos de contri-buição. Este colega está recebendo um benefício sem qualquer adicional, mas continuou contribuindo como aposen-tado até 2007. Quem se aposentou em 1997 com 35 anos de trabalho, mas com os mesmos 30 anos de contribui-ção (todo mundo começou a contribuir em 1967), está recebendo um benefí-cio muito superior. E agora, ainda está recebendo cinco anos de contribuição (pessoal e patronal) corrigida pelos índices de reajuste dos benefícios do

período, na forma de Benefício Espe-cial Renda Certa. Não é justo,” afirma o presidente da ANABB e conselheiro deliberativo da Previ, Valmir Camilo.

Em 1997, os funcionários do BB en-contraram um cenário que criava, além de uma redução da base de cálculo do benefício, uma obrigação de ficar mais tempo trabalhando. Isso porque houve mudanças na Previdência Oficial que in-cluiu, entre outras coisas, a idade míni-ma, tempo de serviço de 35 anos e fator previdenciário. Sendo assim, muita gen-te, mesmo querendo se aposentar, teve

que continuar trabalhando, sem acres-centar qualquer melhoria ao benefício, pois a regra foi modificada em 1997 e ele continuou contribuindo para a Previ. Assim, a Previ passou a receber 31/30, 32/30 até 35/30 avos ou mais de con-tribuição sem a contrapartida da obriga-ção de melhorar o benefício dos colegas. Valmir Camilo defendeu a idéia de que o valor da contribuição adicional deve ser anexado ao cálculo de aposentadoria dos participantes. Para ele, os pós-97, com a mudança no plano de benefício a

partir de 98, não conseguiam alcançar o benefício já colocado na regra de 75% e agora 90%. Isso porque eles tiveram o plano de cargos rebaixados, reajuste zero por oito anos e a perda do anuênio. “Se com 30 anos de BB, o participan-te tem 100% do que está previsto no regulamento (não é 100% do salário e sim 100% do cálculo do benefício), isso significa que cada ano trabalhado deve incorporar no seu benefício 3,33% da-quela aposentadoria calculada. E essa é a posição da ANABB”.

Camilo afirma que, na época de dis-cutir o superávit, apresentou a proposta ao Conselho da Previ. No entanto, uma negociação en-tre diretoria da Previ e diretoria do Banco do Brasil resultou no Benefício Especial Renda Certa. “A proposta que apresentamos estipulava que deveria ser acres-

cido 3,33% por ano de trabalho até os 35 anos. Isso porque a pessoa com 35 anos de trabalho pode se aposentar independente da idade. Sendo assim, após esse período, a obrigatoriedade de ficar no Banco já não mais existiria e deixaria de ser um obstáculo para a aposentadoria”, explica Camilo. Segun-do Valmir, esse aumento chegaria a, no máximo, 17% a mais no cálculo de bene-fício. “Não seria muito, mas melhoraria um pouco a vida das pessoas. E essas pessoas seriam as que se aposentaram

OS PóS-97 e OS Pré-97 que TAmbém CONTrIbuírAm COm mAIS de 30 ANOS PArA A PrevI eSTãO SeNdO PreJudICAdOS PelO ChAmAdO

beNefíCIO eSPeCIAl reNdA CerTA. eNTeNdA O que ACONTeCeu

AS IncOERêncIAS DA “REnDA cERtA”

a partir de 97 ou vão se aposentar ain-da, que têm um benefício médio que re-presenta metade do benefício médio de quem se aposentou antes de 98”.

A ANABB também não concorda que o pagamento deve ser estendido a quem se aposentou em 1980, por exemplo. “É uma loucura isso. Se essa pessoa se aposentou em 1985, significa que ela contribuiu para a Previ durante 18 anos (1967 a 1985), antes da aposentado-ria, e ainda recebeu de volta cinco anos de contribuição, corrigida pelos índices de reajustes, incluindo a parte patronal que era de 2 x 1”, afirma o presidente da ANABB. Valmir explica que esta regra só seria justa se todos os participantes, com mais de 30 anos de contribuição – considerado o tempo de contribuição na ativa e como aposentado – recebes-sem também até cinco anos de contri-buição nas mesmas condições daque-les que estão recebendo pela regra da Renda Certa. Pois quem está receben-do o Benefício Especial, por conta dos mais de 30 anos de trabalho – não de contribuição – recebeu e ainda vai con-tinuar recebendo benefícios mensais

muito superiores a quem se aposentou com 30 anos. “Assim, ele pagou para ganhar mais, no entanto, por esta regra injusta esta recebendo os cinco anos de contribuição que, em muitos casos, sig-nifica muito dinheiro. Um equívoco que a ANABB quer continuar discutindo com o funcionalismo”, diz. Camilo denuncia que o pagamento de Renda Certa para pessoas que se aposentaram em 1980 nunca esteve na pauta de reivindica-ções dos aposentados. Portanto, a culpa não pode ser de quem está recebendo. “Quero deixar bem claro que essa não foi uma proposta minha e eu não apoiei isso. As pessoas que colocaram no bol-so, em alguns casos, quase um milhão de reais, podem ter certeza que não foi com a minha ajuda e, portanto, não que-ro esta honra”, diz. O presidente da ANA-BB também revela que, como conselhei-ro da Previ, questionou o destino desse dinheiro e o quanto foi pago a cada um dos colegas, mas só teve acesso a es-ses dados na última reunião do Conse-lho Deliberativo, dia 25 de abril. Nesse dia os conselheiros, por unanimidade, decidiram suspender o pagamento do

Benefício Especial Renda Certa.O assunto voltou para a Diretoria

Executiva da Previ que deverá examinar o caso, uma vez que a aplicação das medidas aprovadas pelo Conselho Deli-berativo e pela própria Diretoria, previa somente a devolução das contribuições pessoais e patronais, a partir de 361º até 420º contribuição. Portanto, se as contribuições começaram em abril de 1967, somente aqueles que se aposen-taram depois de abril de 1997 é que te-riam o direito. Mais de R$ 250 milhões já foram pagos, a maior parte deste va-lor de forma irregular. A ANABB continua defendendo a proposta original que cor-rigiria, verdadeiramente, uma injustiça, custando menos do que 10% do que já foi gasto até agora. Os próximos passos devem ser identificação daqueles que receberam o benefício indevido, sustar definitivamente os pagamentos futuros e construir uma alternativa para reaver os valores que já foram pagos. No âm-bito da gestão da Previ é imperioso que se identifiquem os responsáveis, com a aplicação das punições previstas nos normativos da Previ e do Banco.

o assunto voltou para a diretoria executiva da Previ que deverá examinar o caso, uma vez que a aplicação das medidas aprovadas pelo Conselho deliberativo e pela própria diretoria, previa somente a devolução das contribuições pessoais e patronais, a partir de 361o

até 420o contribuição. Portanto, se as contribuições começaram em abril de 1967, somente aqueles que se aposentaram depois de abril de 1997 é que teriam o direito.

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em 1997, os funcionários do BB encontraram um cenário que criava, além de uma redução da base de cálculo do benefício, uma obrigação de ficar mais tempo trabalhando

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bANCO dO bANCárIO

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Em 1975, Clarindo José Sperandio concretizou um sonho. Tomou posse no Banco do Brasil, na agência Linhares, Espírito Santo. A esperança de ser um funcionário do BB começou na década de 60, quando seu irmão foi aprovado num concurso para ingressar no Banco. Ele observava os funcionários, seus cos-tumes, lazeres, suas residências e a cada dia lutava para alcançar o ideal. “Aprendi a gostar do Banco do Brasil. Não impor-tava o excesso de trabalho, mesmo nos finais de semana, e às vezes sem remu-neração pelo excedente”, desabafa.

Da sua posse no Banco à aposenta-doria em abril de 2004, Clarindo almejou crescer profissionalmente e, com isso, conseguiu galgar diversas etapas e car-gos. Foi comissionado Gerente de Expe-diente em várias cidades. Em 1995, após concorrência nacional, ganhou comissão para Gerente de Expediente na agência Centro Vitória (ES). “Fui locado em qua-se todos os setores da agência e penso que queriam testar minha capacidade. Modéstia à parte, eu tinha vasto conheci-mento bancário. Em 1998, foi descomis-sionado por excesso de contingente. Mas para fechar o círculo com chave de ouro, foi convidado em junho de 2000 para o cargo de Analista de Operações na antiga EQESP. Posso dizer que minha dignidade foi restabelecida e findei minha carreira com elevada auto-estima”.

Assim como Clarindo, fazer carreira no Banco do Brasil é um sonho para mui-tas pessoas. Quais os passos, cursos, por onde começar? A equipe do Jornal Ação levou as principais dúvidas para Ana Cris-tina Rosa Garcia, gerente de Divisão de Identificação e Seleção de Competências Profissionais do Banco do Brasil. A seguir, estão os principais critérios que o Banco utiliza para a ascensão profissional e que poderão ajudar os funcionários na busca por oportunidades na instituição.

PrImeIrO PASSOO Banco do Brasil compõe a admi-

nistração indireta e se caracteriza como uma sociedade de economia mista. Esse

requisito impõe a obrigatoriedade de con-curso público para provimento dos cargos. Qualquer pessoa que seja aprovada num concurso do Banco do Brasil começa a trabalhar como escriturário de agência. O cargo exige nível médio (2º grau).

Ao integrar o quadro pessoal, o funcio-nário é cadastrado em um sistema intitu-lado TAO (Talentos e Oportunidades). É nele que o Banco guarda as informações profissionais dos funcionários – antes e pós-BB – como numa espécie de currícu-lo eletrônico e o utiliza para se basear e atender as demandas de cargos e empre-gados com determinado conhecimento.

Após os 90 dias de experiência, to-dos os funcionários podem concorrer a oportunidades na empresa. “O TAO é um sistema democratizante, as pessoas têm

acesso de maneira igualitária e a empre-sa também pode ver o perfil dos funcio-nários”, destaca Ana Cristina.

A partir do momento que o funcioná-rio entra no Banco, todas as informações de cargo, de tempo no Banco e cursos se-rão acumuladas. “Esse sistema preserva os talentos da empresa, há espaço para os conhecimentos que o funcionário traz de fora, o cargo que ele exerceu, curso su-perior, especializações”.

O TAO também é base para os proces-sos seletivos do Banco para cargos co-missionados ou para o comissionamento direto. “Todos os cargos têm uma concor-rência, tanto para o local quanto para a comissão propriamente dita. Por exemplo, se numa agência houver necessidade de um gerente de módulo, vai ser aberta uma oportunidade e os funcionários poderão concorrer”, explica Ana Cristina.

C rITérIOS PArA SeleçãO de CArgOS COmISSIONAdOS Existe o critério de experiência e de

formação. O funcionário vai pontuar, de acordo com o cargo que ele exerceu, o tempo que está na empresa, a avaliação de desempenho que teve dentro do BB. Curso superior, pós-graduação, se é edu-cador, tudo pontua no TAO. Dependendo da pontuação, o funcionário estará me-lhor classificado.

O gestor pode verificar a lista dos funcionários mais bem pontuados e nomear uma pessoa dessa lista; ou pode fazer um processo seletivo, com as pessoas que estão melhor pontuadas no TAO. O funcionário que ganha um cargo comissionado, recebe um salário proporcional ao

valor da comissão que varia (analista pleno, master, executivo etc). É importante destacar que assim como ele ganha um cargo comissionado, também pode perdê-lo.

CurSOS

O TAO também armazena cursos de graduação e de pós- graduação que o funcionário fez

ou que venha a fazer quando entra no BB. Vale salientar que o Banco fornece uma bolsa que auxilia o funcionário no paga-mento de graduação e pós-graduação.

Hoje, todas as graduações são pon-tuadas. Umas com mais pontos, outras com menos, dependendo da área pela qual o funcionário está concorrendo.

No Banco, existem áreas de traba-lho para grande parte dos cursos su-periores. Se um funcionário deseja se deslocar para a área de contabilidade, uma formação em contabilidade, ma-temática, talvez engenharia, pontue mais. Se o setor desejado é a tecnolo-gia, a formação na área de informática terá mais pontuação. Isso não impede, todavia, que uma pessoa que cursou educação artística, por exemplo, tenha determinada pontuação, caso deseje trabalhar na área de tecnologia.

Se o seu sonho é crescer profissionalmente no Banco, saiba como começar e o que fazer

FAzER cARREIRA nO BAncO DO BRASIl

“a partir do momento que o funcionário entra no Banco, todas as informações de cargo, de tempo no Banco e cursos serão acumuladas.”

TrAbAlhO

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Maria de Fátima Castro Damá-sio tomou posse no Banco do Bra-sil em 1971 e, ao contrário da his-tória de Clarindo, contada no início dessa matéria, não quis ser bancá-ria por ideal. “Não tinha a mínima noção de serviços bancários, fiz o concurso por curiosidade, pois foi a primeira vez que se permitiu inscri-ção para “as moças”, pelo menos na minha região”.

Ela relembra que havia um concur-so interno feito após dois anos de casa e, a cada dois anos, era repetido. Antes disso o máximo que se chegava era a caixa-executivo substituto. “Só conse-gui passar quando estava com quatro anos de trabalho”. A meta de Fátima era a nomeação para caixa efetivo, uma vitória que conseguiu após dois anos. Ela também conta que por meio de um sistema era possível concorrer aos cargos nas agências escolhidas. Foi numa dessas concorrências que Fátima foi nomeada supervisora numa agência. “Esse era um requisito impor-tante - disposição de assumir cargo numa região menos desenvolvida”. De auxiliar de escrita, Fátima foi caixa, su-pervisora, gerente adjunto e em 1986 foi nomeada gerente geral. Nesse car-go, passou por quatro agências até a aposentadoria em 1998. “No período de minha progressão, a própria cultura do BB motivava os funcionários a fazer carreira. Era raro ver alguém que não aspirava ser no mínimo supervisor”, conta. “Hoje recordo com alegria, mui-tos fatos que me edificaram e ajuda-ram na promoção humana, espiritual e social. Coisas que o BB proporcionou, nós administramos e foi muito bom”, finaliza Fátima.

mudANçA de CIdAdeOs concursos do Banco são regio-

nalizados. Para que o funcionário mude de cidade é preciso que haja um inte-

resse pessoal e profissional. Os novatos gostam de conhecer outras regiões, no entanto é necessário ficar por um perío-do na região em que ele foi aprovado.

PrOgreSSãO de CArgOSPara atingir cargos mais altos, a

gerente de Divisão de Identificação e Seleção de Competências Profissionais do Banco do Brasil explica que o proce-dimento não é linear. Existem pessoas que entram no Banco com uma baga-gem profissional de outras empresas ou de outros bancos. Não necessariamente, esse funcionário subirá o primeiro degrau na evolução de cargos. Ele pode ir para um grau mais alto dentro de uma agên-cia, como, por exemplo, uma direção ge-ral ou um órgão regional.

Normalmente, os funcionários concor-rem a cargos dentro da própria agência. Ele nem precisa estar entre os primeiros colocados. Se ele tiver um bom desem-penho, o gestor pode nomeá-lo. Frequen-temente, o funcionário com pouco tempo de casa vai concorrer dentro da agência como gerente de módulo ou assistente. Existem inúmeros programas de ascen-são: para rede de agências, para área internacional. Os funcionários são instruí-dos quando entram no Banco.

fOrmAçãO de eXeCuTIvOSPara a formação de executivos é pre-

ciso que o Banco mostre interesse. A em-presa busca fazer seleções mais especia-lizadas e se preocupa com as formações. No entanto, essa é uma área que está em constante mutação, haja visto o dina-mismo da empresa e do mercado.

CArgO mAIS AlTOPara cargos de presidente e vice-pre-

sidente que são estatutários, não há ne-cessidade de que seu ocupante seja um funcionário de carreira. O funcionário pode alcançar o cargo de diretor e even-tualmente até o de presidente como acon-

teceu com o mais recente presidente do Banco do Brasil (Antônio Francisco de Lima Neto entrou como menor aprendiz, percorreu longa trajetória na empresa até chegar à presidência). O Banco pos-sui centenas de cargos. Para alguns mais estratégicos, como executivo e gerente, existem outras formas de no-meação, em que a partir de uma prova de conhecimentos, avaliação de habili-dades e atitudes do funcionário ganha o cargo comissionado.

OPOrTuNIdAdeSAna Cristina enfatiza também que

o concurso do Banco do Brasil, por exi-gir apenas nível médio, é abragente e possibilita que muitas pessoas tenham acesso. Após a entrada do funcionário na empresa, o Banco valoriza o esforço e abre oportunidades para ascensão. Infelizmente, não é possível que todos os funcionários do Banco sejam comis-sionados. É preciso que ele tenha pos-tura e inteligência emocional e aprovei-te as chances que aparecerem, finaliza Ana Cristina.

O diretor executivo do grupo Catho, bruno goytisolo, dá algumas dicas para os funcionários que desejam fa-zer carreira em uma empresa.

1. qual deve ser o pensamento do funcionário que deseja fazer carreira numa empresa privada ou serviço público?

Primeiramente o funcionário preci-sa avaliar se a expectativa de carreira que possui está alinhada ao que a or-ganização pode oferecer. Os perfis dos profissionais são reflexos do perfil dos indivíduos. Portanto, enquanto algumas empresas apresentam planos agressi-vos de encarreiramento de acordo com cumprimento de metas, outras prezam pelo encarreiramento mais lento e pau-tado no nível de maturidade. Caso haja compatibilidade entre a carreira ofereci-

da pela organização e a carreira que o profissional aspira, temos o casamento perfeito. Se não houver, é recomendado que procure outra empresa para desen-volver a carreira.

2. Os cursos oferecidos pela empresa devem ser aproveitados?

O aperfeiçoamento profissional por meio de cursos e especializações é fundamental. O engajamento no constante desenvolvimento demons-tra que o funcionário busca se apri-morar tecnicamente, desenvolvendo competências técnicas e comporta-mentais necessárias para desempe-nhar melhor suas funções. Quanto maior o grau de escolaridade e co-nhecimento técnico, maiores são as chances do profissional em ascender hierarquicamente.

3. O interesse em crescer profis-sionalmente deve ser seguido de quais atitudes?

As habilidades comportamentais fa-zem muita diferença. São profissionais diferenciados os que apresentam aná-lise crítica para solução de problemas, sociabilidade com os colegas de todos os níveis, facilidade de comunicação e transparência em seu discurso e ações.

4. Nem sempre o candidato consegue a promoção no primeiro momento. é importante manter a motivação e o bom desempenho?

O trabalho, quando bem desempe-nhado, é o melhor cartão de visitas do profissional. A qualidade do trabalho certificará o profissional para assumir novos desafios. É apenas uma questão de tempo, mas certamente ocorrerá.

“normalmente, os funcionários concorrem a cargos dentro da própria agência. ele nem precisa

estar entre os primeiros colocados. se ele tiver um bom desempenho, o gestor pode nomeá-lo. Frequentemente, o funcionário, com pouco tempo

de casa, vai concorrer dentro da agência como ge-

rente de módulo ou assistente. existem inúmeros

programas de ascensão: para rede de agências,

para área internacional. os funcionários são ins-

truídos quando entram no Banco.”

ana Cristina enfatiza também que o concurso do Banco do Brasil, por exigir apenas nível médio, é abragente e possibilita que muitas pessoas tenham acesso.

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Aposentar-se deixou de ser o fim da trajetória trabalhista para muitos bra-sileiros. Atualmente, 20% dos idosos aposentados no Brasil continuam na ativa conforme constatação do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE). Quando somados aos que procuram emprego, esse percentual chega a 33%, ou seja, um em cada três aposentados está empregado ou à procura de trabalho: um universo de 6,4 milhões de pessoas.

Em 1992, os aposentados com uma ocupação representavam 4,3% (2,8 milhões) do total de ativos no país. Dez anos depois, esse percentual subiu para 6%, eles somavam 4,5 milhões. De acordo com projeção feita com base em informações das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs), em 2010 essa participação deve chegar a 8,2% - o que significa 7,2 milhões de pessoas. Uma das justifica-tivas para esse aumento é que a renda previdenciária é insuficiente para reti-rar do mercado quem se aposentou. No país, cerca de 17 milhões de aposenta-dos recebem salário mínimo.

O crescimento do percentual de tra-balhadores em atividade, mesmo após a aposentadoria, também foi motivado pela decisão do STF que, em 2006, con-siderou inconstitucional o artigo 453 da Consolidação das Leis do Trabalho, o qual previa no parágrafo 1º que “na aposentadoria espontânea de empre-gados das empresas públicas e socie-

dades de economia mista é permitida sua readmissão desde que atendidos os requisitos constantes do art. 37, XVI, da Constituição Federal, e condiciona-da à prestação de concurso público”; e no parágrafo 2º, “o ato de concessão de benefício de aposentadoria a emprega-do que não tiver completado 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, ou 30 (trinta), se mulher, importa em extin-ção do vínculo empregatício.”

De acordo com o juiz federal do Trabalho, Raimundo Itamar Lemos Fernandes Júnior, a decisão do STF resguarda ao trabalhador o direito de permanecer no emprego após a apo-sentadoria espontânea, mas ressalva que se o empregador não tiver mais interesse nos serviços prestados pelo aposentado, poderá até dispensá-lo, mas deverá pagar todas as indeniza-ções trabalhistas incidentes em de-missões sem justa causa.

A permanência daqueles que se aposentaram voluntariamente é reco-nhecida pelo Banco do Brasil. Como não há extinção do contrato de traba-

lho, também não há a necessidade de prestação de um novo concurso públi-co, como previa o parágrafo 1º do ar-tigo 453 da CLT. De acordo com infor-mações do Banco, muitos funcionários nem mesmo avisam ao BB sobre a apo-sentadoria espontânea.

“A aposentadoria é uma relação segurado/previdência que não afeta o contrato de trabalho nas obrigações trabalhistas. Por isso, o trabalhador não continua contribuindo para o INSS. Eles devem comunicar ao empregador para não fazer mais o recolhimento do INSS”, afirma o juiz federal Raimundo Itamar Lemos.

Segundo interpretação do juiz fe-deral, uma vez aposentado, na regra geral, o empregado não poderá gozar de outros benefícios concedidos pela Previdência Social, como afastamen-tos por motivo de saúde ou aposenta-doria por invalidez. Excepcionalmente, poderá haver exceção para casos em que é previsto o acúmulo de cargos como professor, profissionais de saú-de, entre outros.

segundo o iBge, quase 20% dos idosos aposentados continuam no mercado de trabalho

APOSEntADORIA E tRABAlhO nEM SEMPRE EStãO EM

lADOS OPOStOS

PrevIdêNCIA

por Priscila Mendes

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É grande a polêmica sobre a rein-tegração dos funcionários do Banco do Brasil demitidos entre 1995 e 2002. O assunto, que é tema do pro-jeto de lei 512/2007, movimentou a Câmara dos Deputados no final de 2007. Uma audiência pública colocou deputados, funcionários, ex-funcio-nários e diretores do BB cara-a-cara. Naquela ocasião pouco se avançou. No entanto, no último dia 2 de abril, o diretor de Recursos Humanos do Banco do Brasil, Juraci Masiero, foi convocado para apresentar dados sobre as demissões. No encontro que teve com os deputados, entre eles o relator do projeto, Roberto Santiago (PV/SP), o diretor, pela primeira vez, deixou clara a posição do Banco: o

projeto de lei, da forma como está, é inviável para o BB.

Em conversa por telefone com a equipe do Jornal Ação, Masiero afir-mou que muitos anos já se passaram e seria difícil para o Banco delimitar qual foi a motivação das pessoas que saíram. “A posição do Banco é contrá-ria ao projeto, pois ele é gravoso para o BB. É muito difícil levantar os dados e saber quem realmente foi prejudicado. Foram 40 mil pessoas e, hoje, o Banco tem um quadro de 85 mil funcionários na ativa”. Mais uma vez, Masiero desta-cou que as demissões, sob o ponto de vista jurídico, foram legais e legítimas.

Com a primeira análise do Ban-co, milhares de pessoas, despedidas sem justa causa ou coagidas a pedir

demissão, estão desamparadas. É o caso de Edmar Boni, de Belo Horizon-te. Ele lembra que, após vários anos de trabalho e dedicação no Banco, teve apenas 14 dias para decidir o destino profissional. “Particularmente, no meu caso, antes de falar em PDVs, demissões, terrorismo interno etc, fui transferido arbitrariamente para outra dependência, onde perdi o cargo co-missionado, amigos e ironicamente, tudo aconteceu no dia do meu aniver-sário. Se não aderisse ao Programa de Demissão Voluntária, qual seria a minha próxima transferência?”

Situação semelhante foi vivida pelo aposentado Ailton Garcia Bar-bosa, de Ceres (GO). Ele também foi pressionado a assinar um documen-

Pela primeira vez, o Banco do Brasil dá sua opinião sobre o projeto de lei de reintegração de pedevistas: “da forma como foi elaborado, o Banco tem posição contrária ao projeto”, resume

o diretor de recursos Humanos, Juraci Masiero

POlíTICA

SEM SOlUçãO

por Tatiane Lopes

to que o incluía ao PDV. “Estava de férias e fui chamado pelo Banco. Meu gerente disse que, como eu não era comissiona-do, a empresa não tinha mais interesse em mim. Ou assinava o papel ou teria que procurar uma outra agência. Eu fui um dos que menos sofri, porque logo depois consegui a aposentadoria. Mas tenho vários amigos que entraram em parafuso”. Ailton, que entrou no Banco em 1975, acredita que o Banco é capaz de avaliar quais os funcionários foram motivados e quais saíram por decisão própria. “O Banco tem um cadastro e faz avaliação de cada funcionário. Quere-mos tentar resolver esse impasse”.

O funcionário do BB, Tarcísio Maria Rodrigues, defende a tese de que as de-missões, via PDV, não podem ser resumi-das à visão de que o Banco foi um vilão e que os pedevistas são pobres vítimas. “Eu já fazia parte do quadro do Banco à época e vi muitos colegas decidirem pela sua saída, porque se ofuscaram pelo montante financeiro dos benefícios que iam receber. O Banco mudou, o país mudou nesses 13 anos que passaram após o PDV. O que não dá é que o projeto preveja que o Banco tenha que readmitir esse pessoal no mesmo cargo ocupado anteriormente, com garantia de progres-são salarial. Pode acontecer dessas pes-soas não conseguirem desempenhar a função daquele período. Se quiserem ser readmitidos, têm que ser no posto

efetivo, com o mesmo salário inicial que qualquer novo concursado”.

Em contrapartida, quem vivenciou a situação guarda outras lembranças. Em carta enviada a ANABB, vários funcioná-rios demitidos pelo PDV, em Fortaleza, no Ceará, externam a triste realidade que invadiu os lares há 12 anos. “Só aqui no Ceará, foram expulsos do Banco, sem justa causa, quase 500 funcionários, dentre esses, 50 não quiserem receber o montante financeiro. Foram muitos pais de famílias que ficaram sem emprego. Homens e mulheres que nunca cogita-ram pedir o famigerado PDV. Assim como houve os que se ofuscaram, também houve os injustiçados pelos excessos de quem inventou os famosos PDVs”, diz um trecho da carta.

Ex-funcionário do BB, demitido no PDV de 1995, Dilermando Germano da Costa, confirma que o programa deses-truturou famílias por todo o Brasil. “O maquiavélico PDV destruiu a carreira de milhares de colegas e suas famílias. Nunca houve uma demissão em massa de tamanha envergadura para aten-der interesses alheios às vontades dos funcionários do Banco. Não queremos receber a qualificação de vítimas e sim de prejudicados com a maneira com que fomos tratados depois de décadas a serviço do Banco do Brasil”.

A legalidade ou não das demissões é outra questão apontada por Francis-

co Olavo dos Santos. Ele avalia que as demissões foram ilegais e irregulares, diferentemente do que foi dito pelo dire-tor de Recursos Humanos do BB, Juraci Masiero. “O Banco não tinha o direito de resilir coletivamente do jeito que fez. Era preciso um processo administrativo, para depois do caso apurado e provado, demi-tir por justa causa”, ressalta Santos.

O projeto de lei, de autoria dos de-putados Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Chico Lopes (PCdoB/CE), readmite os funcionários do BB que tenham sido “despedidos ou dispensados do Banco sem justa causa” e “coagidos a pedir demissão do Banco, inclusive por transferências arbitrárias”. A intenção é corrigir as injustiças cometidas con-tra bancários, que por conta da política de demissões, sofreram coações, as-sédios, tortura e, alguns, até suicídio. O projeto está parado na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) e, se aprovado, segui-rá para a Comissão de Constituição e Justiça, cuja avaliação é decisiva para o andamento do projeto.

Se você tiver interesse em receber informações sobre o assunto, mande um e-mail com nome, telefone, endereço e e-mail para: [email protected] o assunto: reintegração de pedevistas.

“estava de férias e fui chamado pelo Banco. Meu gerente disse que, como eu não era comissionado, a empresa não tinha mais interesse em mim. eu fui um dos que menos sofri, porque logo depois consegui a aposentadoria. Mas tenho vários amigos que entraram em parafuso”.Ailton Garcia Barbosa, ex-funcionário BB - Ceres (GO)

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Os dois maiores patrimônios do funcionalismo do Ban-co do Brasil alcançaram o equilíbrio financeiro. A Previ com superávits sucessivos e o Plano de Associados da Cassi se restabeleceu, após anos apresentando déficit. Como sem-pre ocorre no início de cada ano, as caixas de Assistência

e Previdência divulgaram seus relatórios anuais de 2007, com as informações e demonstrações contábeis, análise econômica de cada uma das entidades, bem como os projetos realizados em 2007 e as expectativas para 2008. Veja abaixo os grandes números da Cassi e Previ.

as caixas de assistência e Previdência divulgaram seus relatórios anuais de 2007 e confirmaram crescimento e superávit

BAlAnçO PREVI E cASSI

De acordo com o relatório anual de 2007, a Cassi registrou superávit de R$ 326,5 milhões em 2007, sendo R$ 137,5 milhões do Cassi Família e R$ 189 mi-lhões do Plano de Associados, considera-dos os R$ 150 milhões repassados pelo Banco do Brasil em novembro de 2007.

O resultado do Cassi Família foi 66,2% superior ao apurado em 2006, que tota-lizou R$ 82,7 milhões. Quanto ao Plano de Associados, a entidade reverteu um histórico de déficits crescentes. Em 2004, o resultado negativo totalizou R$ 17,5 mi-lhões, chegando a R$ 63,2 milhões em 2005, e a R$ 105,4 milhões em 2006.

As medidas estruturantes adotadas com a aprovação do novo estatuto trouxe-ram elevação expressiva no desempenho da Caixa de Assistência, que havia apre-sentado, em 2006, resultado negativo de R$ 22,6 milhões.

Mesmo sem o repasse financeiro do BB, as contas do Plano de Associados ficariam positivas em R$ 37,9 milhões, em virtude das medidas da reforma es-tatutária. Foram R$ 11,8 milhões vindos do acordo pelo qual o Banco do Brasil assumiu o déficit dos dependentes indi-retos. A contribuição pela patrocinadora de 4,5% sobre o salário dos funcionários admitidos a partir de 1998 aumentou

as receitas em 18,5 milhões. Já as con-tribuições pessoais e patronais sobre o 13° salário permitiram a contabilização de mais de R$ 64,5 milhões em recei-tas. As receitas básicas provenientes das contribuições do Plano de Associados e mensalidades do Plano Cassi Família ob-tiveram incremento de R$ 185.706 mil, em relação a 2006, impactados pelo re-cebimento de contribuições decorrentes da aprovação do novo estatuto da Cassi, do aumento de benefícios de aposenta-dorias e pensões vinculados à Previ, au-mento dos salários dos funcionários do Banco do Brasil e reajuste de mensalida-de do Plano Cassi Família.

As despesas básicas, que registram todos os custos dos serviços médicos, hospitalares e laboratoriais contratados na rede credenciada e parte dos custos dos serviços próprios, apresentaram de-créscimo de 0,11%, totalizando R$ 1.395 milhões em 2007.

Foram mais de 132 mil participan-tes cadastrados na Estratégia Saúde da Família e 596.166 atendimentos nos módulos de atenção à saúde. O número de médicos existentes e a população da Cassi em comparação com o restante do país também são favoráveis. Na região Nordeste, por exemplo, existe 1 médico

para cada 36 associados, enquanto que de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a rede pública oferece 1 médico para 1.063 pessoas. No Sudeste, 1/21 (Cassi) e 1/640 (OMS). Nessa região, a Cassi atende cerca de 300 mil pessoas.

Em 2007, os participantes da Cassi ul-trapassavam a casa dos 744 mil associa-dos. Um decréscimo de 2,01%, em com-paração a 2006. “Essa é uma questão que nos preocupa, pois é muito importan-te no mercado de saúde, na negociação com hospitais, médicos e laboratórios. Quanto mais pessoas utilizam, maior é a possibilidade de acordos e contratos com preços mais reduzidos e vantagens na despesa final”, justifica o Presidente da Cassi, Carlos Eduardo Neri.

Entre as ações iniciadas em 2007 e que serão implementadas em 2008, es-tão a revisão da estrutura da Cassi, plano de cargos e salários e política de remune-ração variável, revisão do parque tecno-lógico, ajustes na política farmacêutica, reestruturação da central de atendimen-to da Cassi. Para 2008, foram citados, entre outros assuntos, a reorganização da Rede Credenciada, a campanha Cassi Família com Odontologia, ajustes na Política Farmacêutica e o Programa de Gerenciamento de Crônicos.

CASSI:

A Previ fechou 2007 com patrimônio de R$ 138, 2 bilhões. Esse número engloba o resultado dos três Pla-nos da Previ: Plano 1, Previ Futuro e Capec. Houve uma evolução de 30,3% em relação ao patrimônio do final de 2006. O Plano 1 chegou num ativo total de R$ 137,1 bilhões. O número foi representativo, segundo o presi-dente da Caixa de Previdência, Sérgio Rosa, pois mostra a evolução de 215,1% do Plano 1, desde 2002.

De acordo com dados da entidade, a utilização do superávit começou em 2006 com a redução da Parce-la Previ (PP) e o aumento do benefício mínimo, além do corte de 40% nas contribuições e da diminuição da taxa de juros para 5,75%. No ano passado, foi definido o uso do superávit para mudar a tábua atuarial para a AT-83, suspender as contribuições, elevar o teto de contribuição de 75% para 90%, alterar a fórmula de cálculo do comple-mento Previ e pagar benefício especial para quem contri-buiu por mais de 30 anos.

Sérgio Rosa também destacou o Plano Previ Futuro, principalmente por ter superado o Plano 1 em número de participantes ativos. Em 2007, 88,9% dos funcionários que tomaram posse no Banco do Brasil aderiram ao Previ Futuro, que terminou o ano com 45.877 participantes e

assistidos. Alcançou patrimônio de R$ 914 milhões. Ao contrário do Plano 1, o Previ Futuro não contabiliza su-perávit, porque toda a rentabilidade do plano corrige as cotas que são individuais.

A Capec terminou 2007 com patrimônio de R$ 167,3 milhões e pagou 1.214 pecúlios em 2007. O número foi menor do que o total pago em 2006, 1.278.

A entidade gastou R$ 5,3 bilhões com pagamentos de aposentadorias, pensões, devoluções de contribuições, renda mensal temporária e de benefício proporcional di-ferido. O número de participantes e assistidos do Plano 1 e do Previ Futuro em dezembro de 2007 foi de 169.718.

Entre as principais novidades em 2007, destaque para a criação de benefícios especiais para milhares de associados; aporte de R$ 5,6 bilhões para novos benefícios; primeiro ano com contribuição zero; recor-de de aposentadorias (7,5 mil); Previ Futuro supera Plano 1 em número de participantes ativos; e rentabi-lidades: Plano 1: 37,27% e Previ Futuro: 15,96%. Sér-gio Rosa enfatizou ainda o número de atendimentos realizados no ano passado. O destaque foi a internet, com 1.728.601 acessos ao auto-atendimento do site e consultas por e-mail.

PREVI

VeCONOmIA

Cerca de 70 pessoas participaram do debate para apresentação dos relatórios anuais de 2007 da Cassi e Previ, no dia 26 de março, na ANABB, em Brasília. O 1° Encontro de Associações de Aposentados do Banco do Brasil reuniu diretores das caixas de Assistência e Previ-dência e representantes de diversos estados do Brasil.

No encontro, os participantes debateram temas refe-rentes à Cassi e Previ, esclareceram dúvidas, deram su-gestões e soluções para os problemas das duas entidades mais representativas do funcionalismo do BB. “A intenção é que o encontro tenha um efeito multiplicador, já que cada participante poderá levar a discussão para suas bases e debater com as diretorias. No caso da Previ, os associa-dos devem estar atentos, pois a entidade tem um fundo superavitário e todo ano vai apresentar uma conta para ser discutida com o quadro de participantes. Do ponto de vista da Cassi, devemos evitar que a nossa caixa seja debatida de forma equivocada. Devemos ter vigilância e cuidado”, declarou o presidente da ANABB, Valmir Camilo.

“a intenção é que o encontro tenha um efeito multiplicador, já que cada participante poderá levar a discussão para suas bases e debater com as diretorias.”

por Tatiane Lopes

CASSI E PREVI SÃO TEMAS DE ENCONTRO

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Herança da CPMFO governo vai fazer um corte de R$ 20 bilhões no Orçamento da União para compensar a perda de arrecadação com o fim da CPMF. A informação foi divulgada pela Agên-cia Brasil, órgão oficial de comunica-ção do Governo Federal. O Orçamen-to foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 24 de março e prevê despesas totais de R$ 1,36 trilhão, incluindo o refinan-ciamento da dívida pública e os in-vestimentos das empresas estatais.Site UOL, 01/04/08

troCa JustaO Governo Federal planeja trocar

educação superior por trabalho. Uma proposta do Ministério da Educação (MEC) quer colocar médicos e profes-sores formados com auxílio do Finan-ciamento Estudantil (Fies) trabalhando no sistema público de saúde e educa-ção e, em troca, oferecer a quitação de seus empréstimos. Aos médicos, caberia trabalhar em algum dos cerca de 1,2 mil municípios brasileiros onde até hoje não há atendimento. Já os pro-fessores seriam contratados para ten-tar preencher o déficit de 250 mil va-gas existentes hoje no sistema público de ensino básico. A intenção do MEC é colocar o programa em funcionamen-to a partir dos contratos deste ano. A Tarde On line, 20/03/08

NO CrAvO e NA ferrAdurA

BeneFíCios entraM Para a História

No Ação 161 de junho de 2003 os associados liam a seguinte notícia “Pla-no de saúde odontológico: vantagem para os associados ANABB - A ANABB e a Fenabb firmaram parceria para ofe-recer a seus associados os benefícios do melhor plano odontológico empresa-rial do país [...] Trata-se da Odontoprev, que, com 15 anos de experiência no mercado, atende a mais de 650 mil as-sociados, através da assistência pres-tada por cerca de 8.500 especialistas. [...] Qualquer associado pode usufruir do novo serviço. [...] O titular poderá incluir o companheiro, filhos naturais ou adotivos até 21 anos — ou 24 anos, desde que esteja cursando faculdade — além de dependentes econômicos, conforme estabelecido pelo INSS e Re-ceita Federal. O acesso aos benefícios custará apenas R$ 15,94 mensais por usuário. [...]”

Pouco mais de quatro anos o que era bom, ficou ainda melhor: no final de 2007, os associados recebiam a seguinte notícia: “2008: ano pra você sorrir à toa - Os associados pediram e a ANABB inicia 2008 com uma novida-de. É o OdontoANABB. A partir de 1° de janeiro, todo associado da ANABB terá direito a plano odontológico sem custo adicional. Essa é mais uma novidade para os associados que terão acesso a uma rede de mais de 13 mil profis-sionais credenciados altamente qualifi-cados. O OdontoANABB é uma parceria entre a ANABB e a OdontoPrev que beneficiará todos aqueles que estão em dia com a sua contribuição. [...] Os dependentes inscritos serão beneficia-dos com uma redução na mensalidade, que passará a ser de R$ 9,90 (por de-pendente coberto). [...]”

Essa é mais uma prova de que a ANABB luta para garantir o que há de melhor para os associados.

memórIA

O presidente Lula vetou a obrigato-riedade de sindicatos, centrais sindi-cais, federações e confederações de trabalhadores e patrões de prestarem contas ao TCU (Tribunal de Contas da União). O presidente justificou sua de-cisão dizendo que o artigo aprovado no Congresso Nacional poderia acabar com a autonomia sindical. Segundo o presidente, essa fiscalização deve ser feita pela própria entidade. “Deus queira que tanto a categoria de empre-sários, quanto a categoria dos trabalha-dores fiscalizem os seus sindicatos.”

Blog O Filtro

PArAbólICA

ZerO e deZ

FisCalização sindiCal

tariFas BanCárias

Entraram em vigor no fim do mês de abril as novas regras para as tarifas cobradas pelos bancos. A determi-nação torna as operações bancárias mais transparentes para os clientes, já que os bancos ficam obrigados a divulgar nas agências e em suas pá-ginas na internet a nova tabela de tarifas dos serviços cobradas de pes-soas físicas. A resolução do Banco Central (BACEN) também classifica os serviços em quatro categorias, am-plia os chamados Serviços Essenciais (gratuitos) e exige a padronização dos

nomes dos serviços prestados para que os correntistas

possam comparar e avaliar os custos.

Agência ANABB com informa-

ções do G1

Crédito iMoBiliário FortaleCido

Amparado pela mudança de re-gras autorizada pelo Conselho Mo-netário Nacional, o Banco do Brasil (BB) pretende entrar com mais força no mercado de crédito imobiliário e quer emprestar mais R$ 2 bilhões para a compra da casa própria até o final deste ano, segundo revelou o vice-presidente de Negócios da insti-tuição financeira, Aldo Mendes.

Atualmente, segundo lembrou ele, o BB já possui R$ 350 milhões em empréstimos habitacionais, a sua maior parte na cidade de São Paulo, mais algumas operações também no Rio de Janeiro e Distrito Federal. Es-tas operações, entretanto, foram fei-tas com recursos próprios. A intenção

do BB é disponibilizar o crédito imo-biliário para todo o país assim que o Banco Central der a aprovação final para que a instituição tenha tais ope-rações - com recursos da poupança.Site G1, 27/03/08

bANCO dO brASIl

O Brasil perde, a cada ano, o equiva-lente a 5% do PIB, ou R$ 130 bilhões, por causa da corrupção, segundo cálculos do economista Marcos Fernandes, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de São Paulo. De acordo com os estudos, o PIB do Brasil poderia crescer até 2 pontos percentuais a mais todos os anos, se não fosse a corrupção.Época, 17/3/08

de QueM é a Conta?Há suspeita de descaso por parte da Prefeitura do Rio de Janeiro no combate a dengue. Segundo o Tribunal de Con-tas do Município, a Prefeitura do Rio de Janeiro deixou de usar cerca de R$ 5,5 milhões repassados pelo Governo Fe-deral no ano de 2006 no “combate de vetores” (como a dengue). Informação que preocupa quando são vistos os dados sobre a contaminação causada pelo mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti). A dengue hemorrágica

está matando 20 vezes mais na cida-de do Rio do que o índice tolerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o índice está 20%, enquanto o recomendado pela OMS é até 1%. Se as medidas de prevenção falharem, existe o risco de uma nova epidemia em 2009 ou 2010.

Mazelas da CorruPção

brASIl

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Se você trocar uma idéia com um colega que está na ati-va, uma das primeiras coisas que ele vai dizer é o seguinte: “o Banco de hoje é totalmente diferente do Banco do seu tempo”. É um chavão usado pelo pessoal da ativa, talvez na tentativa de ter uma valorização da trabalheira e do sacrifício que ele também faz para alcançar as famosas metas, que sempre existiram.

Quando entrei no Banco em 1965, lá estavam meus dois irmãos, aprovados em 1962, quando também me inscrevi e não fui fazer a prova. Um vizinho nosso dizia que “esse não vai dar pra nada, jamais passará em concurso do Banco do Brasil”. Ele ficou surpreso quando soube que eu também não dei pra nada, fui ser bancário do Banco do Brasil. Entrei no Banco com 22 anos e, após trabalhar em 13 dependências, inclusive na Direção Geral em Brasília, me aposentei no ano de 1995, com 29 anos e 4 meses, além de 32 de INSS.

Nos primeiros depoimentos contados no Jornal Ação, na edição de agosto/setembro de 2007, as histórias de Marco, Paulo e Márcia (nomes fictícios): o primeiro, já aposentado, disse: “fazíamos questão de levantar o nome do Banco do Brasil, tínhamos muito orgulho de trabalhar nele”, os ou-tros, ainda na ativa, dizem: “hoje, o que impera é a des-mobilização e a desmotivação do quadro pessoal” e “tenho estudado para outros concursos. Se passar saio do Banco com certeza.” Opiniões de duas gerações diferentes. Um da minha época, já aposentado, quando tirou o maior provei-to possível da sua passagem pelo Banco e que trabalhava com prazer, com dedicação e muito empenho. Não que os outros também não sejam.

O Banco continua firme e forte no cenário nacional. A concorrência com os bancos particulares existe e, muitas vezes, se privilegia o “lucro” em detrimento do “pessoal”. In-felizmente, é o mercado no mundo capitalista que assim faz

processar os negócios.A realidade é que em toda e qualquer época existirão rea-

lizados, satisfeitos e insatisfeitos por esse país afora. Os que adoram e os que odeiam o Banco do Brasil, que vivem por ele e dele, além daqueles que têm com ele apenas uma rela-ção de “bico”, esperando condições melhores para mandá-lo pras “cucuias”.

No meu tempo, eu me dediquei e fazia o trabalho, porque gostava, o que é fundamental. O Banco foi pra mim também uma escola em todos os sentidos. Sentia-me recompensado pelo que ele me pagava, que não era muito, mas suficiente para cobrir as minhas obrigações e de minha família.

É importante dizer que, durante sua vida bancária, você precisa ter uma família que lhe dê apoio e viva com você as suas fases boas e ruins. O Banco nada fica me devendo. As-sim como ele me deu a devida compensação, a ele também paguei com muito trabalho e dedicação.

José Fernando Brígido gomesAposentadoIngressou no BB em 1965Fortaleza - CE

O bANCO dO brASIl de TOdOS OS TemPOSO Banco nada fica me devendo. Assim como ele me deu a devida compensação, a ele também paguei com muito trabalho e dedicação

PartiCiPe!Envie seu depoimento sobre sua relação com o BB. Envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF. O assunto deve ser Banco do Bancário.

o Banco paternalista que encontrei faleceu.tenho visto um monstro insaciável por lucro surgir

Ingressei no Banco em 1983, depois de um disputa-díssimo concurso nacional. Tinha 18 anos e foi o meu pri-meiro emprego. Na época achei que iria seguir carreira, alcançar satisfação profissional e, finalmente, ter a mere-cida aposentadoria.

Hoje, 24 anos depois, vejo um Banco muito diferente daquele que encontrei quando tomei posse e muito dis-tante daquele Banco ideal que planejava deixar quando me aposentasse.

Acredito que as dependências (digo agências) têm se tornado verdadeiras galés, onde ao soar dos tambores, cujo ritmo é ditado pelas superintendências com suas metas infernais, insaciáveis e inalcançáveis, soa: vende...vende...vende. Triste destino dos novos companheiros que entraram após-1998. Existe um verdadeiro racha entre o funcionalismo. Tudo diabólica e minuciosamente calculado pela direção desta casa, pela qual muitos de nós, quando ingressamos em seu quadro funcional, fo-mos instruídos a “vestir a camisa” e a “suar por ela”.

O Banco paternalista que encontrei faleceu. No seu lugar, vejo surgir um monstro insaciável por lucro. O rico tesouro formado pelo quadro funcional virou um monte de números, cuja ordem é diminuir os gastos com os salários.

Hoje, chicoteados por inúmeros anos sem aumento de salário, planos econômicos, PDV, PAQ, PAA, vejo com ale-gria (e uma ponta de inveja) os colegas que saíram pelos incentivos que o Banco “generosamente” deu.

Agora, este humilde ser que faz parte da faixa de “fun-cionários caros” para o Banco, pois tem mais de 21 anos de BB, férias de 35 dias, 18 dias de licença-prêmio anu-

al, além dos cinco dias de abono, pergunta: por que não posso ter o direito de sair com os mesmos benefícios? Se vou receber, por parte da Previ, um valor proporcional ao que paguei é problema meu em sobreviver com ele, mas o fato é que o Banco ficaria livre de mais um “funcionário caro” e poderia me substituir por três ou quatro “genéri-cos” (desculpem-me os colegas novos pelo trocadilho).

O que eu vou fazer lá fora é problema meu e acho que as duas partes saem ganhando: eu por encontrar a feli-cidade (seja em outro emprego ou simplesmente sobrevi-vendo, porque já suei muito minha camisa pela casa) e o Banco, por colocar mais “sangue novo” no meu lugar.

Simplesmente, cansei! Não vejo motivação para se-guir carreira e quero tocar o barco. Por isso, digo nova-mente em alto e bom som: quero sair! Por favor, abram essa porta pra mim!

augusto*Ingressou no BB em 1983Ribeirão Preto - SP

querO SAIr!

bANCO dO bANCárIO

“Hoje, 24 anos depois, vejo um Banco muito diferente daquele que encontrei quando tomei posse e muito distante daquele Banco ideal que planejava deixar quando me aposentasse.”

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Ação Abril 2008 | 31

NOTAS

Entre os dias 16 e 28/05 serão realizadas as eleições Previ 2008. O mandato para os membros eleitos será de 02/06/2008 a 31/05/2012. As chapas inscritas foram “A PREVI É SUA”, “PREVI NOVA ERA”, “COMPETÊNCIA, SEGURAN-ÇA E MAIS BENEFÍCIOS”, e “PREVI BRASIL, A PREVI É DOS AS-SOCIADOS!” Acesse o site www.previ.com.br para ver a compo-sição das chapas.

PrevI reAlIZA eleIçõeS em mAIO

A Diretoria de Tecnologia do BB está revitalizando o acervo do seu museu localizado no Complexo Central de Tecnologia, em Brasília. O museu contará um pouco da história da tecnolo-gia da empresa, por meio de fotos, documentos e da exposição de equipamentos. Caso algum funcionário, ou dependência do Banco, possua algum item que ajude a contar essa história e queira doá-lo para o museu, basta encaminhar uma men-sagem eletrônica para o endereço [email protected], com o título Projeto 200 Anos, indicando nome e telefone. Um representante do Comitê 200 Anos da Diretoria de Tecnologia entrará em contato para fornecer orientações sobre a remessa de documentos ou para fazer uma avaliação conjunta sobre a possibilidade de remanejamento e a melhor forma de transportar o material doado.

revITAlIZAçãO de muSeu TeCNOlógICO dO bb

Um dos grandes nomes da história do Banco do Brasil com-pletou 80 anos. Camillo Calazans, ex-presidente do BB e um dos fundadores da ANABB, recebeu em sua casa, em Campinas, diri-gentes da nossa Associação que foram cumprimentá-lo pelo seu aniversário. Representaram a direção da entidade na homena-gem o diretor William José Alves Bento e os conselheiros Antonio Gonçalves e Romildo Gouveia.

Camillo Calazans teve uma trajetória de grandes realizações e ainda participa da defesa do funcionalismo do BB, como conselhei-ro eleito da ANABB. Foi presidente do Banco do Brasil na década de 1980, nomeado por Tancredo Neves e confirmado por José Sarney. Naquela época, desencadeou campanha para reverter a péssima situação financeira por que passava o Banco do Brasil. Sua lideran-ça produziu uma alteração fantástica: em 3 anos, a participação do BB no mercado pulou de 7% para 30% e o Banco passou a captar por meio de vários tipos de recursos no mercado financeiro: cader-netas de poupança, depósitos a prazo, CDBs, entre outros.

Calazans foi demitido da Presidência do Banco, em 1988, por defender o direito de reajuste do funcionalismo da instituição. O então ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, determinou o não pagamento da terceira parcela do reajuste de 40% con-cedido aos funcionários. Mas a determinação foi apenas verbal e Calazans ponderou que só poderia examiná-la se ela fosse transmitida oficialmente, o que não aconteceu. Esta atitude foi considerada pelo ministro um ato de rebeldia. Inclusive, Maílson da Nóbrega, após a saída de Calazans, determinou a anulação

do aumento salarial, mas felizmente esse veto foi negado pela Justiça e o aumento concedido prevaleceu.

Depois de deixar o BB, Camillo Calazans recebeu dos funcio-nários inúmeras homenagens, como reconhecimento por sua gestão, além de manifestações de empresários nacionais, prin-cipalmente da área rural.

Finalmente, é imprescindível destacar a importância do apoio de Calazans às entidades do funcionalismo, especial-mente à ANABB e às AABBs, e o relacionamento respeitoso que sempre manteve com as entidades sindicais. A esse grande colega e cidadão – cuja presença na história do BB merece ser conhecida também pelas novas gerações de funcionários - a homenagem e os parabéns de todo o nosso corpo associativo.

CAlAZANS, 80 ANOS

William José Alves bento, Camillo Calazans, Antonio gonçalvese romildo gouveia

Foto: Marcelo Giovanini

Page 17: Pré-97 x Pós-97 - ANABB · publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras enti-dades, como Cassi e Previ, serão

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OPINIãO

BAnCos que ConfiAm no

BrAsilPesquisa do BACEN dá conta que, até 01.09.2007, ti-

nham os bancos públicos financiado o setor público, Governo Federal - 83% e Estadual/Municipal - 80%, no se-tor privado rural - 56%, habitação - 72% , e outros serviços com grande lucratividade ao sistema financeiro. Nestes está instalada a Banca do Sistema Financeiro Nacional e Interna-cional, a exemplo dos empréstimos a pessoas físicas (juros de 56% a.a.) que detêm 83% dos financiamentos. A obsessão privatizante de alguns ignora o procedimento de países em desenvolvimento e também o dos desenvolvidos. Supridores do financiamento indispensável ao desenvolvimento econômi-co, social e político, impossível de obter espontaneamente no mercado de dinheiro, devido ao longo prazo de retorno, os bancos públicos são instituições fundamentais, em especial nos países em desenvolvimento. Como foi demonstrado, eles garantem empréstimos à agricultura, às pequenas e médias empresas, ao desenvolvimento regional, à produção de habitações populares, à exportação, ao desenvolvimen-to tecnológico e à proteção ambiental, segmentos cruciais para o desenvolvimento auto-sustentado. Todos os países em desenvolvimento têm instituições financeiras públicas encarregadas de atrair e mobilizar recursos para o progres-so econômico e social. No Brasil, embora torpedeado pela cultura neoliberal, o financiamento público é indispensável em diversas áreas. Cabe ao Banco do Brasil fornecer cré-dito à agricultura; à Caixa Econômica Federal, o crédito à infra-estrutura urbana e habitacional, contando este último segmento com recursos também das caixas econômicas estaduais. A Finep supre o crédito para o desenvolvimen-to tecnológico. O BNDES e as suas subsidiárias FINAME e BNDESPAR concedem crédito de longo prazo e realizam operações no mercado de capitais para apoio à indústria e às exportações. Os bancos regionais desempenham papel importante nas diversas regiões do país. As instituições de

fomento e financiamento do desenvolvimento são decisivas também para o progresso da agricultura, das pequenas e médias empresas, do comércio exterior, do desenvolvimento industrial e de novas tecnologias, da habitação e do desen-volvimento regional nos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão. Um exemplo que deveria inspirar com freqüência o Brasil, tão receptivo a iniciativas discutí-veis dos países ricos. Outra questão a ser considerada de 2003 a 2006, os bancos públicos federais, gestores oficiais dos programas de financiamento para o turismo, desembol-saram para o setor R$ 6,7 bilhões. A evolução no volume de recursos coincide com a criação do Ministério do Turismo. Desde então, o MTur uniu-se às instituições financeiras fe-derais, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econô-mica Federal, Banco da Amazônia e BNDES, na execução de políticas públicas de incentivo à atividade produtiva do turismo. Assim, cresce 20% a.a. o volume de recursos dire-cionados pelos bancos públicos ao setor para projetos de investimentos em ampliação, modernização e instalação de empreendimentos turísticos e operações de capital de giro. Os bancos públicos cobram as menores taxas de ju-ros no empréstimo pessoal e no cheque especial. Isso é o que mostram levantamentos feitos pela Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) no período de janeiro a outubro de 2007. Na opinião do Procon-SP, os índices menores destes bancos estão, em parte, relacionados à função social que têm, com financiamentos de políticas públicas e de pessoas de baixa renda. Lembro-me de uma frase do então ministro Delfim Netto: “Quando quero saber como andam os negó-cios agropecuários no país ligo para um gerente do Banco do Brasil”. Mesmo diante da nova dinâmica e modernidade do nosso Banco do Brasil, acreditamos na empresa cidadã e seremos sempre personagens atuantes do desenvolvimen-to do nosso país.

emílio S. ribas rodriguesDiretor de Relações Externas e Parlamentares - [email protected]

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