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PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL … · A partir disso construiu-se material...
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PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
Autor: Celso Jose Silvestri1
Orientador: Prof. Dr. Fábio Ruela de Oliveira
Resumo
Esta proposta teve como objetivo analisar a trajetória sociológica verificando-se os fatores que fizeram com que aumentasse o preconceito e a discriminação racial no Brasil contemporâneo. Dentro desta proposta verificou-se que o Brasil do século XXI não comporta mais a reprodução da pobreza imposta à população negra, menos ainda as disparidades tão evidentes e tão acentuadas ao longo dos séculos XIX e XX. Cabe ao Estado e ao conjunto da sociedade encontrar caminhos de superação das desigualdades entre brancos, negros e mestiços, seja nos bancos escolares, nas universidades, nos postos de trabalho, na liderança política, nos meios de comunicação, enfim, em todos os campos das atividades humanas. A construção do futuro implica no reconhecimento público do papel dos negros na história, na conquista e consolidação de estatutos de igualdade e de cidadania para todos, sem qualquer distinção, e na efetivação de tratamento livre de preconceito e discriminação. É preciso acabar de vez com o cinismo que permeou, durante muito tempo, as relações sociais entre brancos e negros. Para a realização desse projeto foram realizadas oficinas temáticas com os alunos da 7ª (A) série do Colégio Estadual Costa e Silva do Município de Itaipulândia – PR. Também foram analisados através de oficinas, textos de como ocorreu o racismo na história, na qual se fez a ampliação, discussão de questões em grupo e montagem de texto sobre o que o aluno pensa sobre racismo. Desta forma, estas oficinas tiveram por objetivo principal analisar os fatores que contribuem para o preconceito e a discriminação racial no Brasil contemporâneo deixando mais a vontade os professores para abordar o tema no espaço escolar. Nas oficinas, coube destacar a relevância de discutir a construção histórica de forma que se reforçou o problema do trabalho, que é: utilizar as informações, reflexões e conhecimentos na elaboração de aulas e materiais pedagógicos para melhor atender a perspectiva das Diretrizes Curriculares Estaduais sobre os conteúdos da História.
PALAVRAS-CHAVE: Preconceito Racial. Negros. História.
1 Professor de História no Colégio Estadual Costa e Silva / Itaipulândia/PR – 4ª turma de Professores PDE (2010-2012) da UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon/PR.
1 Introdução
A sociedade brasileira caracterizou-se por uma pluralidade étnica, sendo por
um processo histórico que inseriu num mesmo cenário três grupos distintos:
portugueses, índios e negros de origem africana. Esse contato favoreceu o
intercurso dessas culturas, levando à construção de um país inegavelmente
miscigenado (muitas etnias, mistura de raças), multifacetado (muitas faces), ou seja,
uma unicidade marcada pelo esforço de vários subsistemas e pela qualidade,
caráter ou condição de vivência.
A proposta de discutir o tema do preconceito e da discriminação racial no
Brasil recente surgiu através da percepção de que este talvez seja um problema
latente, porém ainda ignorado. Colocando-se tal problema em pauta pudemos
investigar se entre os alunos ou mesmo entre os professores e demais funcionários
do Colégio Estadual Costa e Silva já havia ocorrido indício do problema trabalhado.
Sendo assim, o estudo da cultura Afro-Brasileira e Africana, obrigatório a
partir da Lei Federal2 “nº 10.639 de 2003, que modificou a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB), estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de cultura
africana e afro-brasileira nas escolas públicas e privadas de todos os estados
brasileiros”. (http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/tendencias-debates/lei-da-cultura-
africana-e-afro-brasileira-combate-a-discriminacao-ou-aumento-da-segregacao).
Devido à grandeza do tema, a História Brasileira desde o início da colonização
sempre foi marcada pela presença africana. Também, pode-se dizer que a
observação escolar e o trabalho com os alunos têm se constituído numa das etapas
do processo de ensino aprendizagem, servindo-se para obter conhecimento e
experiência do trabalho do educador na escola.
Por que desenvolver este trabalho sobre preconceito e discriminação no
Brasil contemporâneo? Qual a relação entre esse assunto e o trabalho feito com os
alunos do referido colégio estadual? Qual a real importância de desenvolver esse
projeto pelo PDE (Plano de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná)
sobre a história e cultura afro-brasileira e africana?
2 (http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/tendencias-debates/lei-da-cultura-africana-e-afro-brasileira-combate-a-discriminacao-ou-aumento-da-segregacao).
Este artigo procura refletir de que modo o preconceito e a discriminação racial
estão ainda presentes no Brasil contemporâneo. A partir disso construiu-se material
didático para o ensino de história no nível Fundamental. Investigando sobre o papel
da escola na luta contra o preconceito e de outro modo avaliar até que ponto ela
esteve engendrando o processo de discriminação racial mais amplo.
• Buscou-se o embasamento teórico sobre preconceito, discriminação, e as
relações étnicas no Brasil atual.
• Sensibilizaram-se os alunos da rede de Ensino Fundamental fase I, para a
observação e o questionamento sobre os preconceitos contra os negros no
Brasil de hoje;
• Realizou-se a discussão do tema da discriminação racial, a qual se deu a
partir dos textos dos fascículos “Os Negros” da revista Caros Amigos e
demais referências bibliográficas, onde se expôs documentários relacionados
ao tema;
• Elaborou-se material pedagógico, a fim de que as aulas de história tivessem
um bom encaminhamento abordando a temática assim como toda a
problemática que envolveu o assunto.
Sendo assim, observaram-se as questões sobre preconceito e discriminação
racial no Brasil contemporâneo onde se investigou situações vivenciadas no
cotidiano.
O preconceito constitui-se numa atitude interior do indivíduo ou grupo, uma
ideia pré-concebida acerca de algo ou alguém. Neste caso, verificou-se que a
discriminação está relacionada à ausência de conhecimento sobre a realidade do
outro, do diferente. A discriminação é diversamente do preconceito, que se implicou
necessariamente numa ação, que produz um impacto “diferencial e negativo” nos
membro do grupo discriminado.
Torres apud Cadernos Temáticos3 (2006, p. 29) comenta que:
Uma ação educativa e persuasiva pode contribuir para a diminuição do preconceito e para a revisão dos estereótipos, levando à valorização das diferenças da diversidade. Já no caso da descriminação, entretanto, por se tratar de prática, há de se usar também dispositivos legais, ou não se terá alteração no quadro das desigualdades.
3 CADERNOS TEMÁTICOS: História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Curitiba: SEED/PR, 2006
Verificou-se também que o racismo é um problema mundial, mas, geralmente
no Brasil é tratado como se existisse apenas fora do país. Através deste trabalho
procurar-se-á mostrar que o racismo existe em nossa sociedade, porém, nos últimos
anos este cenário já se transformou bastante. As leis criadas e o trabalho feito nas
entidades educacionais favoreceram essa mudança.
Fez-se necessário discutir o problema para promover a superação do racismo
contra os negros no Brasil. Precisou-se também admitir a existência desse problema
e que o assunto fosse debatido para conscientizar os envolvidos (no caso os
alunos). A situação provocada pelo racismo é tão absurda e tão irracional que,
muitas vezes, ao se tratar da questão, sente-se uma profunda sensação de
impotência. Na sociedade atual, cada vez mais controlada pelos mecanismos de
multimídia, o perigo de cristalização dessas imagens é cada vez mais intensa. Por
isso, com o intuito de contribuir para a eliminação do racismo no Brasil, algumas
ações foram desenvolvidas nos planos educativos e culturais.
Pretendeu-se então colocar em discussão aspectos históricos das relações
entre negros e brancos no Brasil, demonstrando-se dificuldades existentes e
soluções tomadas para o problema, nesta última década.
Para a reflexão proposta utilizamos como fonte primária de análise os
fascículos “Os Negros” da revista Caros Amigos, os quais trataram de várias
questões importantes e decisivas na história do país, em que os negros foram
protagonistas deixando um grande legado histórico e cultural nas Arte, cultura,
música, religião, guerras, resistências e lutas.
Portanto para a realização do referido trabalho partiu-se do presente,
observado na Revista “Carta Capital”4 (09/03/2011) a qual circulou no carnaval de
2011 e trouxe o seguinte editorial: “A maior desgraça: Três séculos de escravidão
vincam até hoje os comportamentos da sociedade brasileira.” Este texto falou do
racismo e da discriminação na questão do indivíduo negro rico e do indivíduo negro
pobre.
Comenta também a referida carta sobre a colonização predatória, “uma
independência se quer percebida pelo povo de então, uma república decidida pelos
generais, avanços respeitáveis”. Pode-se comentar que o que deixa-nos mais
4 Revista Carta Capital. Ecos da Escravidão. Cynara Menezes. 09/03/2011
enfurecido, sendo que o rico não vai para a cadeia, mas esta já está cheia de pobres
e miseráveis, pois estes são condenados, até muitas vezes pela cor de sua pele.
1.1 O negro na sociedade hoje
O momento em que estamos vivendo da realidade brasileira, com certeza,
marcará a história deste novo século, quando as classes pobres que são a maioria
passam a ser ouvidas e suas vozes ecoam nos diferentes segmentos clamando por
transformações sociais será possível pensar num país sem preconceito, sendo que
no momento é impossível pensar o Brasil do século XXI sem reconhecer a
significativa e decisiva contribuição dos negros nessa trajetória de 500 anos.
Ainda hoje o preconceito e a discriminação estão presentes nos vários
ambientes sociais, no mundo empresarial e do trabalho, no universo cultural, na vida
política.
É preciso olhar nas entranhas da história para enxergar a presença decisiva
dos trabalhadores negros na primeira onda da cana de açúcar, ainda na época
colonial e dos antigos senhores de engenho. Também é impossível pensar no
acelerado processo de urbanização vivido pelo país, ao longo do século XX, sem a
forte contribuição da população negra, nos mais variados setores e serviços criados
pela vida nas cidades.
A sociedade brasileira, ou melhor, as classes dominantes, que exercem sua
influencia nos sistemas culturais, no sistema educacional, nos meios de
comunicação de massa, ainda devem aos negros, aos afro descendentes, aos filhos,
netos e bisnetos dos ex-escravos, a necessária reparação pelo sofrimento, exclusão
e segregação que viveram no passado.
O principal problema a ser discutido nessa proposta é: como utilizar as
informações, reflexões e conhecimentos na elaboração de aulas e materiais
pedagógicos para melhor atender a perspectiva das Diretrizes Curriculares
Estaduais sobre os conteúdos da História e Cultura Afro-brasileira e Africana?
Segundo as palavras de Mino de Carta:
Escrevi certa vez que se Ronaldo, o Fenômeno, se postasse na calada da noite em certas esquinas de São Paulo ou do Rio, e de improviso passasse a Ronda, seria imediata e sumariamente carregado para o xilindró mais próximo. Digo o mesmo Ronaldo que foi ídolo do Brasil canarinho quando adentrava ao gramado. Até Pelé, creio eu, nas mesmas circunstâncias enfrentaria maus bocados, embora se trate de “um negro de alma branca”.Aí está: o protótipo do preto brasileiro, o modelo-padrão, está habilitado a representar e orgulhar o Brasil ao lidar com a redonda ou ao compor música (popular, esclareça-se logo), mas em um beco escuro será encarado como ameaça potencial. Muitos, dezenas de milhões, acreditam em uma lorota imposta pela retórica oficial: entre nós não há preconceito de raça e cor. Pero que lo hay, lo hay. Existem provas abundantes a respeito e a reportagem de capa desta edição traz mais uma, atualíssima. Na origem, obviamente, a escravidão, mal maior da história do Brasil. (Carta Capital5, 09/03/2011, p. 12).
Na leitura atenta da reportagem de capa, no interior dessa edição, de que nos
fala Mino Carta, observamos que a reportagem traz algumas informações bem
significativas. Observe:
No anúncio da TV feito para atrair turistas pelo governo da Bahia, o menino dizia que, quando crescesse, queria ser capoeirista como o pai. Por volta das 10 da noite de 21 de novembro do ano passado, Mestre Ninha, pai de Joel da Conceição Castro, chamou os filhos para dentro de casa, no instante em que a polícia fazia uma incursão pelo bairro onde mora a família, Nordeste de Amaralina, um dos mais violentos de Salvador. Segundos depois, o garoto foi atingido por uma bala perdida e morreu. Tinha 10 anos de idade (Carta Capital, 09/03/2011, p. 24).
E ainda, na continuação desta reportagem, há a indicação de que “até mesmo
entre os suicidas os negros mortos superaram os brancos. Houve crescimento de
8,6% nos suicídios de cidadãos brancos, mas, entre os negros, os que tiraram a
própria vida aumentaram 51,3%”. A reportagem também toca na questão dos
critérios de definição de cor. De acordo com Carta Capital6:
Os critérios utilizados para definir a “cor” das vítimas de violência são os mesmos do censo do IBGE. Nos atestados de óbito do Brasil, a partir de 1996, mais notadamente desde 2002, passaram a ser apontadas as características físicas dos mortos. Foram considerados no estudo todos os classificados como “pardos”, “pretos” e “negros” para chegar a esses números que assustam, em um País onde, como alguns insistem em dizer, principalmente nestes dias de carnaval, “não existe racismo”. Os passistas, puxadores de samba e operários das escolas de samba, que serão saudados como exemplos do “congraçamento de raças” são os mais propensos a perder a vida, sem confete, sem serpentina e em alguma esquina escura da periferia (Idem).
5 Revista Carta Capital. Ecos da Escravidão. Cynara Menezes. 09/03/20116 idem
Estas questões articuladas aos conteúdos propostos pelas Diretrizes
Curriculares Estaduais para o ensino de História e sua respectiva fundamentaram a
base para a elaboração teórica de práticas pedagógicas. Em resumo, tanto o objeto
de estudo como os objetivos do projeto de pesquisa foram coerentes com as
políticas públicas recentes do Estado do Paraná na área da disciplina de História,
investigando Preconceito e Discriminação racial no Brasil contemporâneo.
A Educação é o elemento da vida social responsável pela organização da
experiência dos indivíduos na vida cotidiana, pelo desenvolvimento de sua
personalidade e pela garantia da sobrevivência e do funcionamento das próprias
coletividades humanas.
Estudar a trajetória e verificar os fatores que contribuem para a discriminação
e o preconceito do negro no Brasil é fator de busca e conhecimento acerca da
promoção, respeito e valorização das diversidades étnico-raciais.
Segundo Emília Viotti da Costa7 (1989, p. 476),
A abolição representa uma etapa no processo de liquidação do sistema colonial no país, envolvendo ampla revisão dos estilos de vida e dos valores de nossa sociedade. A Lei Áurea é o ponto culminante de um processo que se liga, de um lado, à desagregação do sistema escravista no mundo e, de outro, às modificações ocorridas na estrutura econômica e social do Brasil, na segunda metade do século XIX. Durante mais de três séculos, a escravidão foi uma das peças fundamentais do sistema colonial. No Brasil, e em outras regiões da América onde havia terra em abundância e a mão de obra era escassa e pouco adaptada aos serviços da lavoura, o desenvolvimento da economia de exportação determinou a concentração da propriedade e acarretou intenso tráfico de escravos.
De acordo com Valente8 (1994, p. 12), “Ser negro no Brasil hoje não é fácil.
Aliás, nunca foi”. Hoje, no Brasil, ainda é possível ver os reflexos dessa história de
desigualdade e exploração. Alguns indicadores referentes à população, família,
educação, trabalho e rendimento e que são importantes para retratar de forma
resumida a situação social de brancos, pretos e pardos, revelam desigualdades em
todas as dimensões e áreas geográficas do País. Apontam, também, para uma
situação marcada pela pobreza, sobretudo para a população de pretos e pardos.
Dados retirados do endereço eletrônico do IBGE na internet apontam que:
7 COSTA, Emília Viotti da. Da senzala á colônia. 3.ed. Brasiliense, São Paulo, 1989.8 VALENTE, Ana Lúcia E. F. Ser Negro no Brasil Hoje. Coleção Polêmica. Ed. Moderna. 16ª ed. 1994.
Segundo dados da publicação Síntese de Indicadores Sociais - 2000 - que reúne dados de pesquisas do IBGE, em 1999, a população brasileira era composta por 54% de pessoas que se declararam brancas, 5,4% de pretas, 39,9% de pardas e 0,6% de amarelas e indígenas9. (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/04/30/ibge-brasil-e-mais-negro-cuidado-com-o-racismo/ acessado: 01/05/2011, às 18:45h)
Sabemos que muitas coisas mudaram desde a escravidão, porém ainda há
muito que ser feito para que esse cenário realmente se transforme definitivamente.
Procurando compreender mais, Valente10 (1994, p. 14), comenta que:
O racismo entre brancos e negros teve origem no escravismo e foi mantido nas relações de produção posteriores, adquirindo então novas formas. Mesmo com as mudanças nos sistemas econômicos, nas relações de trabalho e nas formas de opressão, verificamos que os negros continuaram e continuam a ser ideologicamente definidos como “inferiores.
O problema do preconceito aos negros se pauta no capitalismo, em uma
estrutura de classe em que poucos têm muito e muitos têm pouco. Por isso, a
grande maioria dos negros sofre discriminação e preconceito, tanto pela raça quanto
pela condição social.
Segundo Conrad11 (1985):
É possível calcular com precisão a quantidade de africanos escravizados que desembarcaram no Brasil por meio do tráfico? Estabelecer limites para esses números é uma das questões que tem dividido muitos historiadores. Os pesquisadores aventuram-se sobre documentos disponíveis, incluindo relatórios de viagem e registros portuários. É um exemplo de como o debate acadêmico compreende não apenas interpretações diferentes de um mesmo fato, mas também conclusões divergentes sobre os mesmos dados.
Pode-se dizer que o número exato de escravos introduzidos no Brasil
durante um período de mais de três séculos jamais será conhecido, mas certamente
o tráfico foi grande e constante durante todo esse tempo.
9 http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/04/30/ibge-brasil-e-mais-negro-cuidado-com-o-racismo/ acessado: 01/05/2011, às 18:45h.10 VALENTE, Ana Lúcia E. F. Ser Negro no Brasil Hoje. Coleção Polêmica. Ed. Moderna. 16ª ed. 1994.11 CONRAD, Robert Edgar. Tumbeiros: o tráfico escravista para o Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1985.
Estudos feitos pelo IBGE12 (2010) na questão de negros e pardos, os dados
trazem ainda a informação de que há mais pessoas se declarando pretas e pardas.
Este grupo subiu para 43,1% e 7,6%, respectivamente, na década de 2000,
enquanto, no censo anterior, era 38,4% e 6,2% do total da população brasileira. Já a
população branca representava, em 2010, 47,7% do total; a população amarela
(oriental) 1,1% e, a indígena, 0,4%. Nessas condições, o:
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o crescimento do número de pretos e pardos no ensino superior. Em dez anos, a proporção de pessoas pretas com 25 anos ou mais que têm ensino superior completo passou de 2,3% para 5,3% em 2009. Já entre os pardos a graduação cresceu de 2,3% do total em 1999 para 4,7% no ano passado. Entre a população branca, os percentuais foram 9,8% há dez anos e 15% em 2009.
Segundo o IBGE o negro tem uma vida um pouco melhor, ou melhor dizendo,
eles tem as condições básicas para exigirem o direito a certas coisas que no
passado não tinham como: escola, universidade, saúde, emprego, moradia. Hoje no
Brasil ainda existe racismo e preconceito, tem pessoas que acham que os negros
são inferiores aos outros. O racismo é um crime inafiançável. Para retratar de forma
resumida, a situação social dos brancos, negros e pardos é muito diferente e
apontam também uma situação marcada pela pobreza, sobretudo a população de
negros e pardos.
Para Lara13 (2008, p. 487),
Segundo o relatório Retrato das desigualdades de Gênero e raça, de 2008, os índices de desemprego da população negra são os maiores entre os brasileiros. Situação que piora ainda mais para mulheres negras que tem níveis de desocupação em torno de 11%, seguido por homens negros com 7,1%, em comparação ao índice de desemprego entre brancos que é estimado em torno de 5,7%.
Nesta situação vale ressaltar que a inserção dos negros no mercado de
trabalho geralmente sempre é mais cedo do que os brancos. Mais triste ainda, é que
o trabalho feito pelo negro é sempre o pesado, o mais difícil, que um branco não
faria. Com isso gera situações de subemprego e acima de tudo a exploração.
12 http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/04/30/ibge-brasil-e-mais-negro-cuidado-com-o-racismo/ acessado: 01/05/2011, às 18:45h.13 LARA, Silvia H. Escravidão Cidadania e História do Trabalho no Brasil. Revista Projeto Histórias, n.16. São Paulo: Ed. Globo, 2008.
Para completar o quadro socioeconômico do negro no Brasil atual verifica-se
ainda que o negro continue sendo mal remunerado, e vivendo em situações na
grande maioria precária, revelando que talvez ainda muito pouco tenha se
modificado realmente, neste último século, nas relações sociais e econômicas do
país.
1.2 O estudo da cultura afro-brasileira nas escolas
Pensando-se assim, pautado nas Diretrizes Curriculares da Educação
Básica14 (2008), a finalidade do ensino de História é a formação do pensamento
histórico dos alunos por meio da consciência histórica e crítica.
Segundo o fascículo 16, “Os Negros” da Revista Caros Amigos15 (p. 483), o
texto ressalta
a presença marcante do Afro-brasileiro na construção do Brasil, no século 21 sem reconhecer a significativa e decisiva contribuição dos negros nessa trajetória de 500 anos. Sejam como força de trabalho escrava ou assalariada, como difusor e gerador cultural, como militância intelectual e política, como criador e artista, os africanos e os afro-descendentes marcaram o desenvolvimento do país.
A história oficial não costuma fazer justiça à população negra, aos
trabalhadores, aos intelectuais, a todos aqueles que forneceram à riqueza nacional e
brasileira com a criatividade e o seu suor.
Gramsci16 indaga:
A elaboração de uma visão organizada de mundo não se faz arbitrariamente em torno de uma ideologia qualquer, vontade de alguma personalidade, de grupos fanáticos filosóficos ou religiosos. A não adesão ou adesão da massa a uma ideologia demonstra a crítica da racionalidade histórica dos modos de pensar. As construções arbitrárias são as primeiras a serem
14 BRASIL. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: História. Secretaria do Estado da Educação do Paraná. Governo do Estado do Paraná. Projeto Gráfico e diagramação, 2008.15 Revista Carta Capital. Séculos de escravidão vincam até hoje os comportamentos da sociedade brasileira. Mino Carta. 2011.16 GRAMSCI, Antonio. Introdução ao estudo da Filosofia. A Filosofia de Benedetto Croce. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1999. http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/644.htm, acesso dia 29/01/2011 ás 21:39h
eliminadas na competição histórica; já as construções que correspondem às exigências de um período histórico complexo e orgânico terminam sempre por se impor e prevalecer, ainda que atravessem muitas fases intermediárias nas qual a sua afirmação ocorre apenas em combinações mais ou menos bizarras e heteróclitas (GRAMSCI17, 1999, p. 111).
Para Gramsci, o processo hegemônico vincula o ato pedagógico ao político.
Ambos isolados não concretizam, de forma plena, o estado hegemônico. A
educação das massas, para a elevação de sua cultura, é um ato preliminar que
serve de suporte à tomada do poder.
Segundo depoimento de Sodré citado por Domingues em “Uma história não
contada” no capítulo IV, “A luta dos negros pela sobrevivência”, da Revista18 Caros
Amigos (2008, p. 203) diz que:
Para nós o negro constitui tema, assunto, pitoresco, derivativo. A pigmentação ainda classifica ou tende a classificar, não importa, nesse sentido, que a legislação proíba ou esconda o problema. Uma ciência de brancos, isto é, de colonizadores que o processo histórico permitiu tivessem a cor egrégia uma arte de brancos, um corpo cultural de brancos, unge os nossos procedimentos, os nossos ideais, os nossos costumes. O choque consiste, precisamente, em que a realidade é outra, é contrastante, é negra, é eivada de sangue negro, e o negro está por toda a parte, de tal sorte que sua presença, não pode ser negada, tende a ser omitida, refugada para segundo plano, como se tal realidade correspondesse a um pecado original que tivéssemos de pagar a vida inteira.
Nestes termos pode-se considerar que o mito da democracia racial é tão
eficaz no controle da população negra que muitos negros acabam por incorporar a
ideia de que não existe problema racial no país. O mito da democracia racial busca
esconder os conflitos raciais existentes e diminuir sua importância, passam assim
uma ideia mais harmoniosa para a sociedade.
Combater mitos que ainda estão vivos na sociedade é sempre uma tarefa difícil e perigosa. No Brasil, o mito da democracia racial não está completamente morto. Embora profundamente enfraquecido nos centros urbanos, o sistema de clientela e patronagem ainda sobrevive no Brasil – quase intacto, como em algumas regiões do interior, ou remodelado para ajustar-se à sociedade moderna. Isso explica [...] porque os professores Ianni e Fernandes, como muitos outros que consideravam como sua a tarefa de destruir os mitos tradicionais que inibiam o processo de democratização da sociedade brasileira, foram forçados a se retirar da Universidade de São Paulo em 1969. (COSTA19, 1979, p. 242).
17 idem.18 CAROS AMIGOS. Os Negros. Resistência e rebeliões II. Caros Amigos Editora, São Paulo: 2008.19 COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. 2. ed. São Paulo, Livraria Editora Ciências Humanas. 1979.
Os Cadernos Temáticos, a Secretaria de Estado da Educação enfatizaram
este tema nas Diretrizes Curriculares de História20 (2006), através dos conteúdos
específicos apontando para o tratamento da temática nas aulas de história. Sobre o
ensino de História as referidas Diretrizes fazem uma revisão do período da década
de 1970 aos dias atuais, analisando as principais características do currículo da
disciplina, suas permanências, mudanças, rupturas, aponta uma perspectiva de
inclusão social, considerando a diversidade cultural que busque contemplar novas
demandas da sociedade, entre elas, o cumprimento da Lei n. 10.639/03 sobre a
obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira.
O mesmo possibilita reflexões a respeito dos contextos históricos em que os
saberes foram produzidos. A organização do currículo para o ensino de História tem
como referência os conteúdos estruturantes, entre eles à dimensão cultural, que
aponta, entre outras, a Nova História Cultural, onde o ensino de História pode se
beneficiar dessa corrente historiográfica, porque valoriza, também, a diversificação
de documentos na construção do conhecimento histórico que podem desenvolver
consciência histórica que leve em conta as diversas práticas culturais dos sujeitos.
Para Chartier21 (1987), a cultura não é situada nem acima nem abaixo das
relações econômicas e sociais. No estado do Paraná a participação dos afro-
descendentes foi marcante. O início da presença africana no atual território
paranaense ocorreu na procura de ouro de aluvião, pois eram os práticos na
mineração. Posteriormente a presença africana ocorreu no tropeirismo, setor
hegemônico da economia entre os séculos XVIII e XIX.
Neste período o número de escravos africanos/afrodescendentes aumentará
constantemente. Eram eles que realizavam muitas das tarefas especializadas:
carpinteiros, marceneiros, tropeiros, agricultores, entre outras. No caso da extração
do mate, também temos a presença dos negros, fornecendo mão-de-obra, com
realizações culturais em nosso estado. Porém, ao longo de sua história, tendeu-se a
priorizar o relato a respeito dos imigrantes, minimizando-se a presença e a
participação da população negra na construção da economia, história, cultura e
política do nosso estado, com uma abordagem histórica eurocêntrica. 20 Cadernos Temáticos: História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Curitiba: 2006.21 CHARTIER, Roger. A história Cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand, Brasil. 1987.
Esse processo, ao tentar excluir os afro-descendentes, distorceu valores,
conceitos e a própria identidade paranaense, trazendo conseqüências para o
desenvolvimento de sua população, ofuscando um legado que influenciou na
formação do Paraná.
A presença dos negros no Estado do Paraná foi omitida e a historiografia
tradicional relativizou a importância dos negros embasando-se muitas vezes, na
inexistência de grandes plantéis de escravos negros para justificar essa teoria.
Felizmente hoje esta afirmação vem sendo revisada e autores como Pena22 (1999) já
procura tratar dos afro-descendentes e da escravidão no Paraná sob outra ótica,
mostrando o negro como um sujeito atuante da história, desmistificando assim a
idéia de passividade que por tantos anos foi delegada a ele.
Ianni23 (1962) ressalta também a presença dos negros em atividades
econômicas desde os primórdios da História do Paraná, primeiro o indígena foi
explorado como mão-de-obra e depois o africano. Nos engenhos do mate era a
força do braço negro escravizado ou livre que movia a produção. Como podemos
verificar:
Pereira24 (1996, p. 69) comenta que:
O grande contingente populacional de não-brancos sugere que os engenhos de mate utilizavam simultaneamente o trabalho de escravos e de jornaleiros livres negros e mulatos. Os serviços portuários de carga e descarga de navios nos portos de Antonina e Paranaguá também utilizavam mão-de-obra negra, livre ou escravizada em grande escala.
A presença de escravos ao lado dos trabalhadores livres, exercendo as
mesmas funções era uma constante, pode dizer depois de muita leitura que durante
muitas décadas o negro, foi a mão de obra para a produção econômica do Brasil,
sendo de fundamental importância para a formação de riquezas.
A participação dos Afro-descendentes na História do Paraná está sendo
analisada, visando a importância deste estudo e mais uma vez ressaltar que,
22www.google.com.br/search?q=Pena (1999) &ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:pt-BR:official&client=firefox-a&source=hp&channel=np23 IANNI, Octávio. As metamorfoses do escravo: apogeu e crise da escravaturano Brasil Meridional. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1962, 310 p.24 PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. Semeando iras rumo ao progresso:ordenamento jurídico da sociedade paranaense, 1829-1889. Curitiba, Ed. DaUFPR, 1996, 184p.
diferente do que muitos autores já tentaram demonstrar, a presença dos afro-
descendentes foi uma constante na realidade paranaense.
Com a vinda dos negros para o Brasil, vieram também suas histórias, seus
personagens e seus conhecimentos que continuam presentes na vida de muitos
brasileiros. Através dos aspectos enfocados, é possível reconhecer a cultura afro e
sua importância para a formação cultural e religiosa do Brasil. Uma forma prática
para que aconteça à inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-brasileira nos
currículos escolares.
O “Folhas”, em seu início propõem aos alunos a investigação da cultura afro-
descendente, em especial o legado religioso, fazendo alusões a alguns contos
populares brasileiros relativos às tradições religiosas predominantes na cultura e na
história do Brasil, no caso, a cristã; como, por exemplo, as parábolas dos
evangelhos.
Ou, ainda, a história de algumas pessoas que tiveram uma vida voltada para
a religiosidade e que posteriormente foram consideradas pela Igreja Católica como
santificadas. É o caso, por exemplo, de São Francisco de Assis e Santa Clara, ou as
histórias de anjos.
Destaca também a importância do respeito à diversidade cultural e religiosa,
que é uma característica marcante do Brasil. A liberdade de consciência e de crença
é um dos direitos e garantias fundamentais do cidadão existentes na Constituição do
Brasil, bem como o livre exercício dos cultos religiosos.
As tradições religiosas possuem vários contos e histórias. Por meio deles, é
possível conhecer um pouco mais sobre outras tradições religiosas que não seja a
sua, já que no Brasil a diversidade cultural e religiosa é uma característica muito
marcante e que deve ser estudada e compreendida para superar toda e qualquer
forma de discriminação.
Para Zibordi25 (2008, p. 264), “quem não conhece não distingue as inúmeras
diferenças entre os rituais religiosos de origem africana no Brasil”. O povo que não
conhece logo fala em “macumba”, onde os cultos são interpretados como mera
algazarra de batuques, danças, comidas e espíritos incorporados em pessoas
vestidas com roupas extravagantes.
25 ZIBORDI, Marcos. Coleção Caros Amigos e História do Negro no Brasil. Fascículo 9. São Paulo: 2008.
O preconceito nega a existência de uma teologia afro brasileira, tão ou mais
complexa do que a cristã. Descrever a festa dos “eguns”, durante a qual o espírito
dos mortos visita os descendentes vivos, permite caracterizar e distinguir o ritual
entre os vários trazidos da África.
Antonio26 apud Revista Caros Amigos (2001, p. 264), que presenciou e
escreveu sobre a cerimônia na Ilha de Itaparica, notou bem: “essa festa nada tem a
ver com orixás ou com o comum do candomblé, É única”. Tal singularidade tem
vários motivos: orixá é representação de forças da natureza, como os raios, o mar
ou a floresta; egum “é espírito de pessoa morta, geralmente da família” (p. 265).
Além disso, o culto aos orixás é corriqueiro, motivo da maioria das cerimônias
nos terreiros do país, enquanto a celebração dos “eguns” é raríssima.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Ensino Religioso27 (2008, p.
64) comentam sobre os Ritos onde dizem que: “... São celebrações das traduções e
manifestações religiosas que possibilitam um encontro interpessoal”. Essas
celebrações são formadas por um conjunto de rituais, ou seja, podem ser
compreendidas como a recapitulação de um acontecimento sagrado anterior,
servem à memória e à preservação da identidade de diferentes tradições e
manifestações contemporâneas.
Maçaneiro28 (2011) descreve a possibilidade que temos de sondar e como é o
fascinante mundo da experiência religiosa: busca decifrar antigas hierofanias;
descreve a dança de ‘eros’ no jardim da mística; acolhe o sentido transcendente da
Natureza; indaga sobre a relação entre religião e cultura da paz; reivindica a ternura
como força transformadora do humano. Então, religião, psique e cultura são os fios
que atravessam os oito ensaios deste livro.
Analisando o desenvolver-se dos anos e a história, vemos este labirinto se
desenhando no horizonte global, multipolar, habitado por sujeitos que buscam o seu
lugar no mundo, disposto a dialogar, sabores de que as diferenças não significam,
necessariamente, divergências. Na qual situados em pontos distintos do planeta, tais
sujeitos podem se cruzar na busca do centro ou na procura das saídas, sem que um
26 CAROS AMIGOS. Os Negros. As muitas religiões II. Caros Amigos Editora: São Paulo: 2008.27 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Ensino Religioso. Paraná: 2008.28 MAÇANEIRO, Marcial. O Labirinto Sagrado: Ensaios sobre religião, psique e cultura. SCJ. Paulus Editora. 2011.
ser negue o outro. As dificuldades e problemas até podem ser complexos, porem
sempre haverá uma oportunidade de escolhas e de encontros.
Considerações finais
Ao se findar este trabalho de PDE, pode-se compreender que os negros
chegaram ao Brasil e aqui vivenciaram outras histórias e outros costumes com
diversos grupos sociais: portugueses, crioulos, indígenas e africanos de diferentes
partes da África. Neste lugar tentaram garantir sua sobrevivência, estabelecendo
relações com seus companheiros de cor e de origem, construindo espaços para a
prática de solidariedade. Recriando assim, sua cultura e sua visão de mundo,
associando a sua religião a dos brasileiros que aqui se encontravam.
Pode-se também dizer que, compreender sobre os preconceitos e verdades
sobre a discriminação racial no Brasil contemporâneo, foi um dos caminhos para
afastar atitudes como a indiferença, a intolerância e o preconceito que muitos ainda
têm. Essa perspectiva de compreensão contribui para que muitos negros e também
não negros valorizem todos os cidadãos, respeitando suas diferenças e aceitando as
suas diversidades entendendo-se e reconhecendo-se que todos são importantes.
Portanto, espera-se que essa pesquisa tenha contribuído para o
fortalecimento da escola, a fim de que não haja discriminação, exclusão e evasão.
Outra contribuição foi o material didático produzido, que poderá nos orientar sobre
tal problema, fazendo com que ao ser usado possa favorecer a diminuição do
preconceito e da discriminação racial que existe no Brasil atual.
Podemos também dizer que as oficinas realizadas com os alunos vieram de
encontro a sanar dificuldades encontradas no dia a dia, referentes à discriminação
racial.
Depois de se responder algumas questões referentes preconceito racial
começa-se a se entender, mas, posso dizer que as oficinas não se finalizam, o
trabalho sobre o assunto não se esgota, pois diariamente encontramos preconceitos
e precisamos trabalhar constantemente.
Para o momento, os alunos empolgados disseram que eles não fazem, que
por parte deles não existiria o racismo, mas, já presenciaram no seu cotidiano
pessoas sendo discriminadas.
O formato final destas oficinas foi um grupo de alunos conscientes, que
precisam ajudar a disseminar a igualdade entre todos. Que todos são seres
humanos e precisam ser valorizados.
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CAROS AMIGOS. Os Negros. As muitas religiões II. Caros Amigos Editora: São Paulo, 2008.
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