Prédica 2º domingo da páscoa.doc

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Irmãos e irmãs em Cristo! Hoje nós celebramos o 2º Domingo da Páscoa, também conhecido como Quasimodogeniti - Como crianças recém-nascidas (1Pedro 2.2) = Aborda-se uma fé incipiente a partir de um fato novo! De fato, passado o dia da ressurreição de Jesus Cristo, perguntaram-se os discípulos de Jesus, perguntou-se a comunidade do evangelista Marcos e perguntamo-nos nós, que mais uma vez recebemos a mensagem, o testemunho bíblico da Páscoa: O que faremos com isto? Originalmente, o evangelho de Marcos encerrava no capítulo 16, versículo 8, mostrando pessoas paralisadas pelo espanto e pelo medo, não sabendo o que fazer com a notícia do túmulo vazio. Posteriormente, vieram os versículos 9 a 22 do capítulo 16 como acréscimo ao evangelho, dando-nos conta da necessidade de superar as dificuldades da fé e de dar testemunho da ressurreição. O texto conclui com o envio dessas pessoas fracas e inseguras, justamente com a missão de evangelizar o mundo. É disso que trata o texto bíblico indicado para este 1º Domingo após a Páscoa. Quem fez o acréscimo ao evangelho não concordava com a informação de que as mulheres teriam ficado caladas (v. 8). Do contrário, segundo a lógica, não existiria a comunidade de Marcos nem existiria a nossa comunidade. A Boa Nova, o Evangelho da ressurreição de Jesus Cristo e o seu consequente testemunho é a razão do existir de nossa comunidade. O texto bíblico relata que Maria Madalena anunciou a Boa Nova da ressurreição de Jesus Cristo aos demais discípulos, que estavam tristes e choravam (v.10). Porém, eles não acreditaram. O fato parecia extraordinário demais para ser verdade. E o texto continua batendo mais uma vez na mesma tecla: Também o testemunho dos dois discípulos de Emaús (cf. Lucas 24), de que o Senhor vive, não encontrou ouvidos e corações receptivos pelos demais discípulos. Tamanha era sua dificuldade para crer. Por fim, pela terceira vez os discípulos foram abordados com a Boa Nova da ressurreição. Agora era o próprio Senhor ressuscitado que se revelou aos discípulos. E Jesus censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração (v. 14), pois não haviam dado crédito ao testemunho daqueles que tinham se encontrado com o Senhor vivo. Esta aparição do Ressuscitado se deu quando os discípulos estavam à mesa (v. 14), numa clara alusão à Santa Ceia. Foi ali que os olhos deles se abriram e o reconheceram (experiência semelhante feita pelos discípulos de Emaús = eles reconheceram a presença do Ressuscitado na Palavra e no partir do pão - Lucas 24.30-32). Além de reconhecê-lo como Senhor da Vida, os discípulos receberam a missão de anunciar esta Boa Nova da Libertação, o Evangelho, a toda criatura

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Irmãos e irmãs em Cristo!

Hoje nós celebramos o 2º Domingo da Páscoa, também conhecido como Quasimodogeniti - Como crianças recém-nascidas (1Pedro 2.2) = Aborda-se uma fé incipiente a partir de um fato novo!

De fato, passado o dia da ressurreição de Jesus Cristo, perguntaram-se os discípulos de Jesus, perguntou-se a comunidade do evangelista Marcos e perguntamo-nos nós, que mais uma vez recebemos a mensagem, o testemunho bíblico da Páscoa: O que faremos com isto?

Originalmente, o evangelho de Marcos encerrava no capítulo 16, versículo 8, mostrando pessoas paralisadas pelo espanto e pelo medo, não sabendo o que fazer com a notícia do túmulo vazio.

Posteriormente, vieram os versículos 9 a 22 do capítulo 16 como acréscimo ao evangelho, dando-nos conta da necessidade de superar as dificuldades da fé e de dar testemunho da ressurreição. O texto conclui com o envio dessas pessoas fracas e inseguras, justamente com a missão de evangelizar o mundo. É disso que trata o texto bíblico indicado para este 1º Domingo após a Páscoa.

Quem fez o acréscimo ao evangelho não concordava com a informação de que as mulheres teriam ficado caladas (v. 8). Do contrário, segundo a lógica, não existiria a comunidade de Marcos nem existiria a nossa comunidade. A Boa Nova, o Evangelho da ressurreição de Jesus Cristo e o seu consequente testemunho é a razão do existir de nossa comunidade.

O texto bíblico relata que Maria Madalena anunciou a Boa Nova da ressurreição de Jesus Cristo aos demais discípulos, que estavam tristes e choravam (v.10). Porém, eles não acreditaram. O fato parecia extraordinário demais para ser verdade. E o texto continua batendo mais uma vez na mesma tecla: Também o testemunho dos dois discípulos de Emaús (cf. Lucas 24), de que o Senhor vive, não encontrou ouvidos e corações receptivos pelos demais discípulos. Tamanha era sua dificuldade para crer.

Por fim, pela terceira vez os discípulos foram abordados com a Boa Nova da ressurreição. Agora era o próprio Senhor ressuscitado que se revelou aos discípulos. E Jesus censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração (v. 14), pois não haviam dado crédito ao testemunho daqueles que tinham se encontrado com o Senhor vivo. Esta aparição do Ressuscitado se deu quando os discípulos estavam à mesa (v. 14), numa clara alusão à Santa Ceia. Foi ali que os olhos deles se abriram e o reconheceram (experiência semelhante feita pelos discípulos de Emaús = eles reconheceram a presença do Ressuscitado na Palavra e no partir do pão - Lucas 24.30-32).

Além de reconhecê-lo como Senhor da Vida, os discípulos receberam a missão de anunciar esta Boa Nova da Libertação, o Evangelho, a toda criatura (v.15). As pessoas deveriam compreender sobre qual fundamento suas vidas verdadeiramente estariam alicerçadas, o que realmente daria sentido à vida, no que consistiria sua libertação e sua alegria. A aceitação dessa nova vida se daria através do Batismo (v. 16).

O acréscimo ao evangelho de Marcos fala de salvação. À luz da ressurreição de Jesus, este é o testemunho que nós devemos vivenciar na realidade em que vivem as pessoas de nossa época - No encontro com o Senhor da Vida, a comunidade (membros, lideranças e ministros/as) precisa vencer suas dificuldades de crer e descobrir jeitos de trazer esta mensagem do Evangelho libertador para dentro da vida prática, do dia-a-dia das pessoas e, assim, ajudá-las, pela fé no Ressuscitado, a transformar suas condições de vida para uma (com)vivência justa e fraterna.

O Ressuscitado envia seus discípulos, envia sua comunidade, para ali onde as coisas acontecem. Eles devem anunciar, testemunhar e vivenciar a Nova Vida a partir da ressurreição de Jesus Cristo em meio às situações sofridas, que as pessoas enfrentam no dia-a-dia. Eles devem dar nome às estruturas injustas e posicionar-se contra tudo que ameaça a vida e que causa sofrimento às pessoas. Eles devem anunciar o evangelho ao mundo, anunciar a vontade de Deus, que oferece vida plena e verdadeira através do Ressuscitado.

Esta é a mensagem central da Páscoa!

O Ressuscitado dirige o nosso olhar em direção do mundo, da vida que se sente ameaçada, e nos coloca a caminho. Enquanto conversavam pelo caminho com o Salvador, a fé dos discípulos foi amadurecendo e despertou neles a necessidade de testemunhar e de agir, de vivenciar a novidade de vida. Assim também acontece conosco.

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O que faremos com a mensagem da ressurreição? Esta foi nossa pergunta inicial. E o Evangelho responde: Não calar! Comunicar, testemunhar, colocar-se a caminho e vivenciar a nova vida revelada pelo Ressuscitado - o Senhor da Vida!

O Senhor ressuscitou! Aleluia

Sim, ele verdadeiramente ressuscitou! Aleluia.