pregação

9
Com cinco pedras na mão : 1 Samuel 17.39-40Eis a história como nos conta a Bíblia: o gigante Golias ameaçava e humilhava o povo de Israel. Ele era um guerreiro profissional, com vasta experiência em combates. Ele era o orgulho da raça filistéia, e não seria exagero dizer que muitos jovens de sua terra queriam crescer e ser como ele: um vencedor.Ele estava certo da vitória contra os israelitas, por isso propôs que houvesse um duelo, uma luta entre dois guerreiros apenas, cada um representando o seu povo. O povo do guerreiro derrotado se tornaria escravo do povo do guerreiro vencedor. A terra devia tremer quando aquele brutamontes pisava com vontade. Durante 40 dias ele humilhou o povo de Israel. Ninguém se atrevia a descer na arena e enfrentar o monstro, que além da força física, estava tão armado que mais parecia um arsenal ambulante. Até que apareceu Davi no cenário. O jovem pastor de ovelhas não era um guerreiro. Mas quando ouviu as provocações do gigante, ficou chocado que ninguém se oferecesse para o enfrentar. É assim que Davi salta para as páginas da fama na Bíblia. Indignado, ele vai ao riacho, apanha cinco pedras e vai enfrentar a fera. Era como se cada pedra representasse uma coisa boa, como coragem, convicção, competência, confiança e conquista. 1. A pedra da CORAGEM Davi demonstrou não estar com medo do gigante. Chegou-se para o rei Saul e lhe disse: “Ninguém deve ficar com o coração abatido por causa desse filisteu; teu servo irá e lutará com ele” (v. 32). Às vezes, a gente fica impressionado com o tamanho dos nossos golias, os problemas, e fica se encolhendo de medo. Davi parecia não estar com medo. Será que ele era tão ingênuo assim? Ou será que foi porque ele tinha uma outra visão do problema? Lendo ou ouvindo o texto, fica a impressão de que os soldados de Israel se comparavam com o gigante e se intimidavam. Davi, não. Ele comparava o poder do gigante com o poder de Deus, e foi daí que extraiu coragem. 2. A pedra da CONVICÇÃO Davi levou consigo a pedra da convicção. Para convencer o rei de que ele, Davi, tinha alguma experiência com as lutas da vida, ele disse: “O Senhor que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu” (v. 37). Davi não pressupôs que ele mesmo tivesse alguma força, mas atribuiu ao Senhor suas vitórias sobre um leão e sobre um urso. E estava convicto de que o mesmo Senhor lhe daria também esta outra vitória. Como diria Stanley Jones, ele não apenas possuía convicções; mas ele, sim, é que estava possuído por elas. Sem convicção, uma pessoa se encolhe, se esconde, empalidece, enfraquece, esmorece, estremece e esquece o que deveria fazer; mas se ela tem convicção, ela reúne forças, vai à luta e vence o inimigo. 3. A pedra da COMPETÊNCIA

Transcript of pregação

Page 1: pregação

Com cinco pedras na mão: 1 Samuel 17.39-40Eis a história como nos conta a Bíblia: o gigante Golias ameaçava e

humilhava o povo de Israel. Ele era um guerreiro profissional, com vasta experiência em

combates. Ele era o orgulho da raça filistéia, e não seria exagero dizer que muitos jovens de

sua terra queriam crescer e ser como ele: um vencedor.Ele estava certo da vitória contra os

israelitas, por isso propôs que houvesse um duelo, uma luta entre dois guerreiros apenas,

cada um representando o seu povo. O povo do guerreiro derrotado se tornaria escravo do

povo do guerreiro vencedor. A terra devia tremer quando aquele brutamontes pisava com

vontade. Durante 40 dias ele humilhou o povo de Israel. Ninguém se atrevia a descer na

arena e enfrentar o monstro, que além da força física, estava tão armado que mais parecia

um arsenal ambulante. Até que apareceu Davi no cenário. O jovem pastor de ovelhas não

era um guerreiro.

Mas quando ouviu as provocações do gigante, ficou chocado que ninguém se

oferecesse para o enfrentar. É assim que Davi salta para as páginas da fama na Bíblia.

Indignado, ele vai ao riacho, apanha cinco pedras e vai enfrentar a fera. Era como se cada

pedra

representasse uma coisa boa, como coragem, convicção, competência, confiança

e conquista.

1. A pedra da CORAGEM

Davi demonstrou não estar com medo do gigante. Chegou-se para o rei Saul e lhe disse:

“Ninguém deve ficar com o coração abatido por causa desse filisteu; teu servo irá e lutará

com ele” (v. 32).

Às vezes, a gente fica impressionado com o tamanho dos nossos golias, os problemas, e fica

se encolhendo de medo. Davi parecia não estar com medo. Será que ele era tão ingênuo

assim? Ou será que foi porque ele tinha uma outra visão do problema? Lendo

ou ouvindo o texto, fica a impressão de que os soldados de Israel se comparavam com

o gigante e se intimidavam. Davi, não. Ele comparava o poder do gigante com o poder

de Deus, e foi daí que extraiu coragem.

2. A pedra da CONVICÇÃO

Davi levou consigo a pedra da convicção. Para convencer o rei de que ele, Davi,

tinha alguma experiência com as lutas da vida, ele disse: “O Senhor que me livrou das

garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu” (v. 37). Davi

não pressupôs que ele mesmo tivesse alguma força, mas atribuiu ao Senhor suas

vitórias sobre um leão e sobre um urso. E estava convicto de que o mesmo Senhor lhe

daria também esta outra vitória. Como diria Stanley Jones, ele não apenas

possuía convicções; mas ele, sim, é que estava possuído por elas. Sem convicção, uma

pessoa se encolhe, se esconde, empalidece, enfraquece, esmorece,

estremece e esquece o que deveria fazer; mas se ela tem convicção, ela reúne forças, vai à

luta e vence o inimigo.

3. A pedra da COMPETÊNCIA

O rei Saul quis ajudar Davi a se preparar para a luta e colocou nele armas

reluzentes, bonitas, caras, provavelmente até importadas. Mas a cena ficou ridícula, e

Davi devolveu as armas de Saul, dizendo: “Não consigo andar com isto, pois não

estou acostumado” (v. 39). Esta palavra é importante: você só vai conseguir utilizar as

armas que Deus lhe dá, se você estiver acostumado com elas. A Bíblia é espada de

Page 2: pregação

dois gumes, poderosa como poucas armas, mas infelizmente há irmãos que não

estão acostumados a manejá-la. E assim, ficam expostos ao perigo. Recomenda-se pois que

todo guerreiro de Cristo tenha intimidade com as armas espirituais: a Palavra de Deus,

a oração, a adoração, a obediência…

Davi se preparou conveniente e competentemente: foi ao riacho e escolheu cinco

pedras lisas e as colocou em sua bolsa, levando também sua atiradeira (v. 40).

4. A pedra da CONFIANÇA

Davi disse ao filisteu: “Você vem contra

mim com espada, com lança e com

dardos, mas eu vou contra você em nome

do Senhor dos Exércitos, o Deus dos

exércitos de Israel, a quem você desafiou”

(v. 45).

O gigante zombou de Davi e suas armas.

Mas quando vamos em nome de Deus,

somos “mais que vencedores”. O gigante

achava que entendia tudo de lutas e

combates, mas Davi foi ao encontro dele

“em nome do Senhor dos Exércitos”. Em

Provérbios 21.31

lemos: “…o cavalo prepara-se para o dia

da batalha, mas do Senhor vem a vitória”.

Ouviu, irmão? Então… de onde vem a

vitória?

Não vem de nossa sabedoria, Não vem de

nossa esperteza no lidar com os Golias da

vida,

Não vem da sofisticação de nossos

recursos.

Não vem da potência de nossas armas.

Vem do Senhor, o Deus de Davi.

A Bíblia diz que o nosso Deus é Senhor de

tudo, inclusive “Senhor dos exércitos”.

5. A pedra da CONQUISTA

Davi correu ao encontro do gigante, e

atirou nele uma pedra. Atirou e acertou.

Foi uma pedra só; era a pedra da

conquista. O gigante caiu feio, fazendo

muito barulho na queda e foi derrotado (v.

49). Com toda a sua experiência nos

campos de batalha, com todas

as armas que ele trazia consigo, ainda

assim o gigante perdeu. Por que

perdeu? O gigante perdeu porque zombou

de Deus, e de Deus ninguém deve zombar.

Ele é um Deus que nos criou, nos protege,

nos sustenta, nos ama, nos abençoa, mas

também quer ser levado a sério. Ele não

quer que o nome dEle seja usado em vão.

Ele quer que sua Palavra seja observada.

Ele não é brincadeirinha de gente

desocupada. A Bíblia deixa claro isso

quando diz: “Horrenda coisa é cair nas

mãos do Deus vivo” (He 10.31).

Quer ver só?

1. Os irmãos de José zombaram de Deus,

venderam o seu irmão como

escravo, como se ele fosse um animal, e

depois tiveram que se desculpar com ele

e reconhecer que ele era instrumento de

Deus para a sobrevivência deles.

2. Faraó zombou de Deus, caiu nas mãos

do Deus vivo, afundou e se afogou no Mar

Vermelho com todos os seus “carros e

cavaleiros”!

3. Os cananeus zombaram de Deus,

caíram nas mãos do Deus vivo e sumiram

da história.

4. O ambicioso Absalão zombou de Deus,

do pai e do país, caiu nas mãos do

Deus vivo e morreu jovem, sem trono e

sem nome.

5. Jezabel zombou de Deus, morreu e

virou ração para cachorro.

6. O orgulhosíssimo Nabucodonozor

zombou de Deus, caiu nas mãos do Deus

vivo e foi comer grama com e como os

animais!

7. Os conspiradores contra Daniel

zombaram de Deus, e foram devorados

pelos leões da Babilônia.

8. O político inescrupuloso na corte persa,

Hamã, planejou um Holocausto contra

o povo de Deus, e foi executado na

Page 3: pregação

própria forca que mandou preparar

para Mardoqueu.

Deus é amor. Se você o temer e servir, ele

colocará a vitória nas suas mãos, como

fez com o jovem Davi. Mas se você fizer

como o povo de Israel fez ao tempo de

Jeremias, Ele revelará o outro lado de sua

pessoa, que você não vai ficar feliz em

conhecer.

Davi venceu o gigante zombador. Venceu

porque Deus lhe deu a vitória!

Conclusão

É imensa a tentação de pensar que a

vitória é produto do próprio braço do

homem.

Como na história do pica-pau, que li faz

pouco e com a qual concluo:

Era uma vez um pica-pau que se pôs a dar

bicadas no tronco de uma árvore.

Concentrou toda a sua força no bico e

começou a trabalhar.

Ao mesmo tempo em que fazia isso, uma

forte tempestade se aproximava.

Chuva, trovões, relâmpagos.

Um raio caiu e derrubou a árvore.

Vendo aquilo, o pica-pau primeiro recuou

assustado.

Depois, se empinou e foi, fanfarrão, dizer

aos amigos:

— Vocês viram como eu sou forte?

Davi não diria isso; na verdade, o que ele

disse foi: “…eu sou pobre e

necessitado; contudo o Senhor cuida de

mim. Tu és o meu auxílio e o meu

libertador; não te detenhas, ó meu Deus”

(Sl 40.17).

A grande maratona da fé: Hebreus 12.1-11 O que vamos conversar aqui remete ao “relacionamento

fundamental” (com Deus), que impulsiona e inspira os demais

relacionamentos…

- Nos relacionamos com Ele caminhando. Paramos para ouvir, falar, adorar,

lamentar, etc., mas, ao caminhar, não paramos de nos relacionar com Deus…

- Permitam-me usar o exemplo da corrida – falo muito com Deus (em

pensamento) enquanto corro… Momentos de força e também de

vulnerabilidade.

- Associação com a vida peregrina – vida do povo de Deus. Longa tradição na

Bíblia; dois sentidos: (a) expatriação dos Israelitas, por várias razões (Pedro

chama os cristãos de “peregrinos e forasteiros”); (b) estrangeiros que viviam

entre os israelitas

- Nas duas circunstâncias, Deus é o pastor, que cuida e está preocupado com o

bem-estar de suas ovelhas, tanto as da dispersão, como as “estranhas”

- É a elas que Ele se refere em João: “Tenho outras ovelhas que não são deste

aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz,

e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10.16).

Page 4: pregação

- Peregrinamos como corredores em uma maratona, que têm uma longa

distância a percorrer; só que a nossa maratona é a Grande Maratona da Fé…

- Essa maratona tem um percurso maluco às vezes, uma geografia incerta.

Quanto mais caminhamos/corremos, maior é a sensação de que ainda falta

muito a percorrer…

Transição

A questão, porém, é: como encontrar ânimo para seguir nesse caminho sem

desistir? Esse texto de Hebreus nos oferece algumas pistas nesse sentido.

Quero destacar três:

(1) Convite: entre na corrida… (v. 1-2 – “corramos”)

1.1. Perseverança – primeiro pensamento: “será que eu consigo?”.

Imagem A: aqueles que, antes de nós, percorreram, perseveraram e chegaram

(“nuvem de testemunhas”);

Imagem B: um Deus perseverante, que não desiste e que caminha conosco

(Conselho antes da Maratona de SP: “Vai lá e corre pra Jesus”)

1.2. Motivação – numa corrida é preciso ter uma motivação. Na corrida da fé

essa motivação é Jesus: “Olhos fitos em Jesus”; ele começou e terminou essa

corrida na qual estamos; precisamos estudar como ele fez e tê-lo como

referência.

#Aplicação 1: A corrida me faz pensar na corrida da fé: você corre com prazer,

mas sofre e sente dores; e o que te mantém firme é a esperança da chegada.

(2) Conselho: prepare-se para os obstáculos… (v. 3-6 – “pensem bem”)

2.1. Cansaço – resultado natural da corrida. Só se cansa quem corre. Diversas

formas de cansaço: físico, mental, relacional, espiritual…

2.2. Desânimo – o passo seguinte ao cansaço é o desânimo. Então nós nos

frustramos por não conseguir, entregamos os pontos, queremos desistir…

- E como desistimos fácil das coisas (pessoas, situações, desafios), não é

mesmo?

- [Jr 12.5] – “Se te fadigas correndo com os homens que vão a pé, como

poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes

seguro, que farás na floresta do Jordão”.

2.3. Resistência – Lembrar dessa história de Jesus pode ajudar a injetar

“adrenalina em nossas almas”, e nos fazer superar “na força que Deus supre”.

- [v. 4] – “Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de

derramar o próprio sangue”…

#Aplicação 2 – Antes de “jogar a toalha” de vez, diante de um obstáculo na

corrida, precisamos nos perguntar: “Eu já resisti o suficiente nessa luta?”.

(3) Desafio: aceite a disciplina… (v. 7-11 – “suportem”)

- A disciplina é uma das coisas fundamentais para um corredor. Enfrentar a

maratona sem disciplina (treinamento) é o mesmo que sair nu numa

temperatura de – 30º C.

Page 5: pregação

3.1. Acolhimento – admitir que algumas dores são inevitáveis (e necessárias)

para a disciplina. Sem dor não há cura; sem exercício e disciplina não há

resistência possível.

3.2. Submissão – não por medo (Deus carrasco), nem por interesse (Deus Papai

Noel), mas porque entendemos que Deus é nosso Pai/Mãe, quer (e sabe) o

melhor para nós.

3.3. Participação – há diferentes maneiras de participar numa corrida. Na

corrida da fé, Deus quer que participemos da sua santidade. O que isso

significa?

- Me “hidrato” e me “energizo” para a corrida me revestindo dos valores de

Deus; é inadmissível aos filhos o participar “de qualquer jeito”…

#Aplicação 3 – O resultado da aceitação e exercício da disciplina é poder ver

frutos de paz e justiça sendo gerados em nós e em quem está ao nosso redor.

Conclusão

Cantares (Antonio Machado)

…Caminhante, são tuas pegadas o caminho e nada mais;

caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar

Ao andar se faz caminho e ao voltar a vista atrás

se vê a senda que nunca se há de voltar a pisar

Caminhante não há caminho, senão há marcas no mar…

Faz algum tempo neste lugar, onde hoje os bosques se vestem de espinhos

se ouviu a voz de um poeta gritar: “Caminhante não há caminho,

se faz caminho ao andar”…  Golpe a golpe, verso a verso…

- Na grande Maratona da fé, Cristo é o caminho, a verdade, a vida. Não

podemos completar essa corrida sem: (a) aceitar seu convite; (b) prepara-nos

pra receber os golpes a ela inerentes; (c) permitir-se ser educado por Deus,

pra participar Nele e com Ele.

- Não é um caminho fácil, é? É um caminho que se faz ao caminhar. Não tem

nada pronto; há muitos quilômetros ainda a percorrer, não é mesmo? Então,

peça agora a Deus que anime de novo a sua fé e te encha de coragem e força

pra prosseguir…

CONQUISTAS DA ESPERANÇA - DIA DOS DESBRAVADORES 2012

Introdução:

Page 6: pregação

Em nosso mundo, as pessoas tendem a atribuir sucesso, valorização, destaque e honras àqueles que chamam

atenção da mídia e do público por aquilo que podem acumular, exibir ou escandalizar.

É comum destacar biografias de grandes líderes militares, pop stars, políticos, gente rica, descobridores,

conquistadores, etc. Mas, e as pessoas comuns? Que destaque a vida lhes reserva? Que importância o mundo

lhes dá? Onde podemos encontrar suas histórias e o seu legado?

James Dobson conta em de seus livros a história de um técnico de futebol americano, por nome John McKay, da

Universidade da Califórnia do Sul. O filho de MacKay, John, era um jogador de sucesso no time de seu pai.

Quando lhe pediram para falar sobre o orgulho que ele sentia dos feitos de seu filho em campo, McKay

respondeu: “Sim, eu estou satisfeito que John tenha tido uma boa temporada no ano passado. Ele faz um ótimo

trabalho e estou muito orgulhoso. Todavia, estaria orgulhoso do mesmo modo, mesmo que ele nunca tivesse

jogado futebol”. MacKay nos ensina uma boa lição. O talento futebolístico de seu filho John é reconhecido e

apreciado, mas o seu valor humano não depende de suas habilidades para jogar futebol.

Numa entrevista perguntaram à Ida Eisenhower, mãe do presidente americano Dwight D. Eisenhower, se ela

estava orgulhosa de seu filho. “Sim, estou muito orgulhosa. De qual filho?”, respondeu ela. Valor é mais que

realizações ou posição.

A Bíblia é um livro para todas as pessoas, e neste livro as pessoas comuns se identificam grandemente, pois há

inúmeras histórias de pessoas simples que agiram de modo extraordinário. Não eram famosos  nem nasceram em

berço de ouro, não tiveram pai ou mãe influente, não eram de nenhuma família real ou abastada, mas, com

métodos divinos, realizaram grandes feitos.

Assim são as Conquistas da Esperança. Elas não são reduzidas a um grupo especial ou a uma casta privilegiada.

Elas são principalmente para aqueles que lançam mão dos métodos divinos. E nesta manhã queremos contar a

história de uma pessoa do povo comum que saiu do anonimato para entrar nas páginas da história eterna da

redenção.

I – Rute: Conquistadora da Esperança

A) Leiamos Rute 1:1-5.  Depois que Noemi perdeu o seu marido e filhos, ela planejou voltar à sua terra natal, pois

a fome que assolava o seu povo havia passado.

Noemi, agora viúva e velha, não tinha esperança de ter descendência.

B) A tragédia parecia ser completa, e os obstáculos, intransponíveis. Portanto, querendo poupar suas noras de

mais sofrimentos, Noemi instou com elas para que voltassem para suas respectivas famílias onde possivelmente

teriam uma sorte melhor (1:16, 21; 2:10, 11).

Todavia, diante deste cenário caótico, a decisão de Rute encheu Noemi de esperanças, confortou-lhe, abrindo a

possibilidade de um novo começo (Rute 1:16).

C) Quem já leu com atenção o livro de Rute, certamente já percebeu a repetição da palavra “Moabe”, ou da

expressão “Rute, a moabita”, ou da palavra “moabita”. Estes vocábulos aparecem catorze vezes neste pequeno

livro da Bíblia, e o autor parece repetir estes termos deliberadamente, o que nos leva a fazer uma pergunta: Qual

era o significado desta palavra Moabe para os israelitas e no que isso pesava para a recepção de Rute por parte

do povo de Deus?

D) A resposta está na história da origem deste povo e de alguns incidentes entre Israel e Moabe. A nação moabita

surgira de um ato pecaminoso, de uma astúcia imoral e de uma imprudência vergonhosa.

A narrativa está registrada em Gênesis 19:30-38 e começa quando a filha primogênita de Ló trama com a mais

nova uma forma de perpetuar a sua descendência, e para tanto recorrem a um atalho, e o resultado foi um

incesto, do qual se originaram os moabitas e amonitas.

E) Pela origem vergonhosa dos moabitas, os judeus sentiam grande superioridade moral em relação a eles. Isso

porque a nação judaica começou de forma gloriosa. Para Israel, houve um chamado de Deus, uma promessa de

Page 7: pregação

Abraão, que se tornaria Pai de uma grande nação, e tudo começou através de uma intervenção miraculosa de

Deus na concepção de Isaque.

II) Como Rute conquistou respeito, vencendo o preconceito, seu passado inglório e sua origem

desastrosa?

Há pelo menos duas palavras que fazem oposição à palavra Moabe, que remonta a uma triste realidade. Estas

palavras estão intimamente ligadas à personalidade de Rute e fazem dela uma moabita singular e diferente.

A primeira palavra é seu próprio nome, Rute, que significa “amiga”. Rute foi uma amiga de verdade. A respeito

deste tipo de amigo, John A. Mackay escreveu: “Um amigo é o primeiro a entrar, depois de todos terem

abandonado a casa”.

Há amizade sincera no seu clube?

E a segunda que se destaca é a palavra hebraica “hesed”, que traduzida pode significar “generosidade fervorosa”,

“bondade amável”, “devoção e benevolência”.

Misericórdia é muito mais que simples lealdade humana. Ela imita a iniciativa divina que nos sobrevêm, mesmo

não a merecendo.

A palavra misericórdia é tão importante na Bíblia, que atribui esta qualidade mais particularmente a Deus, quando

Deus se revela a Moisés fazendo passar toda a Sua glória na forma de MISERICÓRDIA. Êx 33:19. Rute é a amiga

que personifica misericórdia, pois a encontramos:

Apanhando espigas para Noemi. Fazendo assim, ela não só providencia alimento para a sua sogra como também

traz segurança emocional.

Encontramos Rute, através de meios lícitos, buscando um casamento, no qual pudesse fazer seu esposo feliz e

dar uma descendência digna para a sua sogra.

Rute conquistou a admiração da sociedade com verdadeira amizade e misericórdia.

III) Rute conquistou sua salvação agindo com confiança e fé.

Numa das mais lindas passagens poéticas da Bíblia, Rute expressa sua fé incondicional no Deus Todo Poderoso

de sua sogra: “Rute, porém, respondeu: Não insistas comigo que te deixe e que não mais te acompanhe. Aonde

fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!” (Rute 1:16).

Charles H. Spurgeon escreveu sobre a necessidade que todos nós temos de uma grande fé no Deus de Israel.

Pois segundo ele, “uma pequena fé levará a vossa alma aos céus, mas uma grande fé trará os céus a vossa

alma”. Rute conquistou pela fé.

IV) Rute conquistou seu espaço na sociedade com determinação.

Rute não se deixou acorrentar pelas cadeias da herança genética, ou seja, do determinismo biológico, nem

tampouco pelos estereótipos negativos e o estigma de ser uma moabita. Muitos de nós somos semelhantes a

Rute, temos um passado que não é muito de se orgulhar. Nosso passado histórico não é lá um dos melhores.

Aliás, afirmam que, na ocasião da exploração do Brasil, vieram para cá os piores criminosos, desonestos e

traficantes, os quais a sociedade de Portugal não queria mais entre eles. Quem sabe, queridos desbravadores, os

seus ancestrais não tem um passado muito admirável? Quem sabe haja casos em sua família marcados por

grandes vergonhas? Quem sabe você tinha tudo para dar errado? Mas eu gostaria que você, pelo poder de Jesus,

fosse influenciado pelo exemplo de Rute. Pois Rute, quando se viu numa situação difícil, não esperou que as

coisas simplesmente acontecessem. Ela não hesitou, foi atrás dos seus direitos, não se acomodou, foi à luta. Ela

não ficou se remoendo, queixando-se de sua má sorte. Ela foi em busca de novas conquistas.

Uma grande educadora, chamada Ellen G. White, certa vez escreveu: “Não vos deveis contentar com realizações

mesquinhas. Aspirai à altura, e não vos poupeis trabalhos para alcançá-la” (Fundamentos da Educação Cristã, p.

82).

V) As Recompensas de Rute

Os métodos usados por Rute poderiam até não dar a ela notoriedade na mídia popular de hoje, mas a Bíblia

Page 8: pregação

apresenta as recompensas duradouras que ela recebeu:

Amor e segurança nos braços de Boaz, ou seja, satisfação emocional. (Vocês, desbravadores, podem, no futuro,

encontrar amor e segurança se não se apressarem, como não se apressou Rute.)

Reconhecimento de toda a comunidade de Belém, como exemplo de mulher virtuosa, apesar de suas origens

(Rute 4:15). (Sejam desbravadores exemplares como Rute foi.)

Sua história como modelo de amor a Deus e aos seus filhos.

A sua descendência privilegiada que culminaria em Cristo Jesus, o sonho de toda família israelita. (Marque as

gerações com uma influência positiva.)

Seu nome no livro da vida. Muito mais que um nome na Bíblia. (Registre seu nome também no livro do Céu).

Conclusão

Rute não foi uma grande líder militar, nem uma grande profetiza, nem tampouco fez milagres impressionantes.

Rute foi uma mulher comum, que com atitudes “comuns”, de bondade e misericórdia, saiu do cenário efêmero

deste mundo, para adentrar no palco celestial. Rute foi uma conquistadora da esperança bíblica: “E não somente

isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a

perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é

derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5:3-5).

O Clube de Desbravadores precisa de meninos e meninas que assim como Rute, em suas atividades diárias,

busquem personificar amizade, misericórdia, amor, fidelidade e determinação.

O Clube precisa de meninos e meninas que, mesmo sendo pessoas comuns, procurem, pelos métodos de Jesus,

alcançar grandes conquistas, sendo a maior delas a grande esperança que é a Volta de Jesus.