Preparação e caracterização do polímero biodegradável poli ...‡ÃO... · Ao meu orientador...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS - FIMAT
Preparação e caracterização do polímero biodegradável poli-butileno adipato co-
tereftalato, associado aos polímeros semicondutores poli-o-etoxianilina e poli-o-
metoxianilina e ao óxido de estanho e índio.
BRUNO ELIAS PEREIRA NOGUEIRA DA GAMA
OURO PRETO
MAIO DE 2014
BRUNO ELIAS PEREIRA NOGUEIRA DA GAMA
Preparação e caracterização do polímero biodegradável poli-butileno adipato co-
tereftalato, associado aos polímeros semicondutores poli-o-etoxianilina e poli-o-
metoxianilina e ao óxido de estanho e índio.
Dissertação apresentada pelo mestrando Bruno Elias Pereira Nogueira da Gama como pré-requisito necessário para a obtenção do título de Mestre em Ciências do Programa de Pós Graduação em Ciências – Física dos Materiais da Universidade Federal de Ouro Preto sob orientação do Prof. Dr. Silmar Antônio Travain.
OURO PRETO
MAIO DE 2014
Catalogação: [email protected]
G184p Gama, Bruno Elias Pereira Nogueira da.
Preparação e caracterização do polímero biodegradável poli-butileno adipato
co-tereftalato, associado aos polímeros semicondutores poli-o-etoxianilina e
poli-o-metoxianilina e ao óxido de estanho e índio [manuscrito] / Bruno Elias
Pereira Nogueira da Gama. – 2014.
77f.: il. color., grafs., tabs.; imagens de Microscopia de Força Atômica e
fotografias.
Orientador: Prof. Dr. Silmar Antonio Travain.
“Devemos aceitar com serenidade as coisas que não podemos modificar, ter coragem para modificar as que podemos e sabedoria para perceber a diferença”.
São Francisco de Assis
Às matriarcas de minha família, minhas avós, Canuta e Alzira e a minha eterna orientadora Profa. Dra. Alceni Augusta Werle.
AGRADECIMENTOS
Inicialmente a Deus pela dádiva maior a Vida!
Aos meus amados pais Francisco e Glória, pelo amor, apoio e incentivos incondicionais em minha vida e na realização de meus sonhos!
À minha irmã Jaqueline pelo companheirismo, pela presença constante e por seu exemplo de profissionalismo.
Às matriarcas de minha família minhas avós Canuta e Alzira e à memória de meus avôs Benedito e Omir
Aos meus tios e primos pelo apoio e pela presença constante em minha vida de modo especial às minhas tias Cleuza e Regina, ao meu tio Ivon e ao meu primo Davi
À Universidade Federal de Ouro Preto que me acolheu há 10 anos desde as graduações, pelo ensino de qualidade, de modo especial ao Instituto de Ciências Exatas e Biológicas e aos Departamentos de Química e Física.
Ao meu orientador Prof. Dr. Silmar Antonio Travain, pela amizade, entusiasmo, incentivo incondicional e apoio constante em todas as etapas do projeto.
À minha eterna orientadora (“mãe científica”) Profa. Dra. Alceni Augusta Werle que me fez aprender os caminhos da Química Orgânica e do profissional da Química; agradeço a sua amizade, sua orientação, seu apoio, seus conselhos, seus “puxões de orelha” e pelos seus inúmeros exemplos de competência e profissionalismo como professor e dirigente a eterna gratidão e a minha homenagem.
Ao Prof. Dr. Rodrigo Fernando Bianchi e a família LAPPEM pelo acolhimento, ensinamentos e companheirismo que nunca faltaram. Agradeço aos professores, alunos de pós graduação de modo especial Giovana, Mariana e Mirela. Aos alunos de graduação que sempre estiveram ao meu lado, de modo especial Aline Paranhos, Isabelle, Ana Paula, Gleicekelly, Adriana Santos.
Ao Prof. Dr. Antônio Claret Soares Sabioni pelos conselhos durante a qualificação.
Ao Prof. Dr. Genivaldo Julio Perpétuo, coordenador do Programa de Pós Graduação em Ciências – Física de Materiais – FIMAT e a Secretaria do Programa pelo apoio constante de modo especial à Mariana Cristina Souza Moreira.
Aos colegas da turma de mestrado FIMAT 2012 pelo companheirismo, conselhos e amizade formada ao longo de todo o período.
Ao Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP), de modo especial ao Grupo de Polímeros Prof. Benhard Gross nas pessoas dos professores Dr. Roberto Mendonça de Faria e Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Jr. que sempre disponibilizaram o grupo para realização das caracterizações dos materiais.
À Dra. Débora Terezia Balogh, Dr. Marcelo Assumpção Pereira da Silva e Msc. Bruno Bassi Millan Torres do Grupo de Polímeros Prof. Benhard Gross
Aos técnicos dos laboratórios de Química da UFOP, pelo apoio constante e amizade, Leonel, Vicente, Geraldino, João, Pacheco, Patrícia, Margarida e Chicão.
Aos amigos que conquistei e me conquistaram ao longo desta jornada, de modo especial Cláudia Susana Cristino, Jorge Tadeu de Brito Machado Guimarães, Renato de Andrade Campos e Silva, Adriane Soares Guimarães, Kátia Vilela, Bruna Lavorato e Mauro Francisco de Souza Silva.
Ao casal Sr. Antônio Crisóstomo Cristino e Eurídice Ana Hunh Cristino pela amizade, conselhos e pelo acolhimento.
À Cínthia Travain e aos seus pais Lourdes e Antônio pela receptividade quando em São Carlos.
Por fim a todos que de forma direta ou indireta colaboram para a realização deste trabalho e para a minha formação profissional, o meu mais sincero MUITO OBRIGADO!!
RESUMO
A utilização de diversos tipos de materiais pelo homem inicia-se desde os primórdios,
quando estes passaram a dominar o fogo. O emprego de materiais como pedras, madeira,
terra dentre outros foi de suma importância para o seu desenvolvimento social e científico.
Inicialmente estes foram utilizados como ferramentas e/ou armas para a subsistência do
homem primitivo. O desenvolvimento de novos materiais se tornou cada vez mais constante
devido à necessidade crescente por compostos que visam atender uma sociedade
industrializada, utilizando materiais associados. Com o avanço científico e tecnológico
acelerado, o uso de materiais associados a recursos naturais, passou a ter uma posição de
destaque devido à preocupação ambiental. Desta forma, o emprego de materiais que geram
um menor impacto ambiental passa a fazer parte do cotidiano acadêmico-tecnológico.
Várias são as pesquisas que têm sido realizadas com o emprego de materiais biodegradáveis
associados a outros materiais que favorecem diversas aplicações para a sociedade em geral.
Um exemplo desta utilização está na associação de polímeros a materiais de engenharia que
possuem propriedades mecânicas, químicas e elétricas. Neste contexto, a utilização de
polímeros semicondutores associados a materiais biodegradáveis tem grandes possibilidades
de aplicações na área de dispositivos eletrônicos descartáveis. O objetivo deste trabalho
consiste na preparação e caracterização de materiais híbridos utilizando como matriz o
polímero biodegradável poli(butileno adipato co-tereftalato) (PBAT), associado aos
polímeros condutores poli-o-metoxianilina (POMA), poli-o-etoxianilina (POEA) e ao óxido
de estanho e índio (ITO). Medidas elétricas realizadas nos compósitos PBAT/POMA/ITO e
PBAT/POEA/ITO mostraram que o acréscimo de óxido no sistema, aumenta sua
condutividade elétrica. Medidas de microscopia de força atômica mostraram que a dispersão
do óxido na matriz do polímero PBAT influencia na uniformidade e condutividade elétrica
destes compósitos. As medidas de Infravermelho mostraram que não houve interação
química forte entre os polímeros biodegradável e semicondutor. Os compósitos apresentam
características biodegradáveis em sua matriz, favorecendo sua utilização como dispositivos
descartáveis, com consequente redução no impacto ambiental. O interesse deste material
híbrido está na sua possível aplicação em dispositivos amperométricos.
Palavras Chave: poli(butileno adipato co-tereftalato), poli-o-metoxianilina, poli-o-etoxianilina, condutividade elétrica, dispositivos eletrônicos, polímeros biodegradáveis e semicondutores.
ABSTRACT
The use of various types of materials by man starts since the beginning, when they
came to dominate the fire. The use of materials such as stone, wood, earth and others was of
paramount importance to the social and scientific development. Initially these were used as
tools and / or weapons to the livelihoods of primitive man. The development of new
materials has become increasingly constant due to the growing need for compounds that aim
to meet an industrialized society, using associated materials. With the rapid technological
and scientific advances, the use of materials associated with natural resources, now has a
prominent position due to environmental concerns. Thus, the use of materials that generate
less environmental impact becomes part of the academic-technological everyday. There are
several studies that have been conducted with the use of biodegradable materials associated
with other materials that encourage diverse applications for society in general. An example
of this use is in combination of polymers to engineering materials that have mechanical,
chemical and electrical properties. In this context, the uses of semiconducting polymers
associated with biodegradable materials have great potential for applications in the area of
disposable electronic devices. The objective of this work is the preparation and
characterization of hybrid materials using as template the biodegradable poly (butylene
adipate co-terephthalate) (PBAT), associated with conducting polymer poly-o-
methoxyaniline (POMA), poly-o-ethoxyaniline (POEA) and indium tin oxide (ITO).
Electrical measurements performed on composite PBAT / POMA / ITO and PBAT / POEA /
ITO showed that the addition of oxide in the system increases its electrical conductivity.
Atomic force microscopy measurements showed that the oxide dispersion in the polymer
matrix influences the PBAT uniformity and electrical conductivity of these composites.
Infrared measurements showed no strong chemical interaction between biodegradable
polymers and semiconductor. The biodegradable composites exhibit characteristics in its
matrix, favoring their use as disposables, with consequent reduction in environmental
impact. The interest of this hybrid material is in its possible application to amperometric
devices.
Keywords: poly (butylene adipate co-terephthalate), poly-o-methoxyaniline, poly-o-
ethoxyaniline, electrical conductivity, electronic devices, biodegradable polymers and
semiconductors.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIMBÓLOS
PANI Polianilina
POMA Poli (o-metoxianilina)
POEA Poli (o-etoxianilina)
PBAT Poli (butileno adipato co-tereftalato)
ITO Indium-tin Oxide (Óxidode Estanho e Índio)
HOMO Highest Occupied Molecular Orbital (Orbital molecular ocupado de maior energia)
LUMO Lowest Unoccupied Molecular Orbital (Orbital molecular desocupado de menor energia)
UV-VIS Ultravioleta – Visível
TCOS Óxidos Condutores Transparentes
FTIR Infravermelho
AFM Microscopia de Força Atômica
A Absorbância
T Transmitância
RMN Ressonância Magnética Nuclear
Z* Impedância Complexa
σ* Condutividade Complexa
σdc Condutividade em Regime de Corrente Contínua
SUMÁRIO
1.Introdução 1
2. Revisão Bibliográfica 2
2.1 Polímeros: conceito geral 2
2.2 Polímeros Semicondutores 3
2.2.1 Poli(o-metoxianilina) (POMA) e Poli(o-etoxianilina) (POEA) 8
2.2.1.1 O mecanismo de polimerização 9
2.3 Polímeros Biodegradáveis 10
2.3.1 Poli(butileno adipato co-tereftalato) (PBAT) 11
2.4 Óxidos condutores transparentes (TCOs) 12
2.4.1 Óxido de Estanho dopado com Índio 12
2.5 Materiais Híbridos 14
2.6 Mercado atual – Materiais Híbridos 15
3. Materiais e Métodos 17
3.1 Síntese dos polímeros semicondutores 17
3.2 Preparação dos materiais híbridos 19
3.3. Caracterização por UV 20
3.4 Caracterização por FTIR 21
3.5 Caracterização por Raios-X 21
3.6 Caracterização por Microscopia de Força Atômica 21
3.7 Caracterização por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) 22
3.8 Caracterização elétrica 22
4. Resultados e discussão 26
4.1 Espectroscopia de Ultravioleta 26
4.2 Espectroscopia de Infravermelho (FTIR) 27
4.2.1 Caracterização dos Polímeros POMA e POEA 27
4.2.2 Caracterização do PBAT 29
4.2.3 Caracterização dos Materiais Híbridos a partir de POMA e POEA 30
4.3 Difração de Raios-X 33
4.3.1 Caracterização dos Polímeros POMA e POEA 33
4.3.2 Caracterização do PBAT 35
4.3.3 Caracterização do ITO 36
4.3.4 Caracterização dos Materiais Híbridos a partir de POMA e POEA 36
4.4 Microscopia de Forca Atômica (AFM) 38
4.4.1 Caracterização dos Polímeros POMA e POEA 38
4.4.2 Caracterização do PBAT 40
4.4.3 Caracterização do ITO 41
4.4.4.Caracterização dos Materiais Híbridos a partir de POMA e POEA 42
4.5 Ressonância Magnética Nuclear (RMN) 45
4.5.1 Caracterização do PBAT por RMN 1H e 13C 45
4.6 Espectroscopia de Impedância Elétrica 46
4.6.1 Caracterização elétrica do PBAT 46
4.6.2 Caracterização elétrica dos Materiais Híbridos de POMA e POEA 47
5 Conclusões 56
6 Referências Bibliográficas 57
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Hibridização do tipo sp2típica dos polímeros conjugados 4
Figura 2: Representação esquemática de níveis de energia para materiais semicondutores,
isolantes e condutores 6
Figura 3: Estruturas e valores de gap de energia para alguns polímeros conjugados 7
Figura 4a: Estrutura química da POMA 8
Figura 4b: Estrutura química da POEA 8
Figura 4c: Estrutura química da PANI 8
Figura 5: Mecanismo de reação de polimerização para a POMA ou POEA 10
Figura 6: Diferentes estágios de biodegradação de um filme de PBAT no solo em quatro
semanas 11
Figura 7: Estrutura química do PBAT 12
Figura 8: Célula unitária do ITO mostrando as posições dos átomos de oxigênio (O) na face
central e átomos de índio (In) e estanho (Sn) nas arestas do cubo 13
Figura 9: Fluxograma da sintese dos polimeros semicondutores 18
Figura 10: Imagem de amostras com eletrodos de ouro 23
Figura 11: Esquema representativo dos eletrodos de ouro sobre as amostras e pontos
aleatórios de medidas elétricas 23
Figura 12 Espectro de UV-vis para POMA dopada e desdopada em concentração de
0,001g/mL em solucao de CHCl3 26
Figura 13 Espectro de UV-vis para POEA dopada e desdopadaem concentração de
0,001g/mL em solucao de CHCl3 27
Figura 14:Espectro de FTIR das amostras de POMA dopada e desdopada em pastilhas de
KBr 28
Figura 15:Espectro de FTIR das amostras de POEA dopada e desdopada em pastilhas de
KBr 28
Figura 16: Espectro de FTIR da amostra de PBAT 29
Figura 17: Espectros de FTIR dos filmes de materiais híbridos de POMA desdopada 30
Figura 18: Espectros de FTIR dos filmes de materiais hibridos de POMA dopada 31
Figura 19: Espectros de FTIR dos filmes de materiais hibridosde POEA desdopada 31
Figura 20: Espectros de FTIR dos filmes de materiais hibridosde POEA dopada 32
Figura 21: Difratograma de Raios-X das amostras de POMA e POEA dopadas (3°-90°)34
Figura 22: Difratograma de Raios-X das amostras de POMA e POEA dopadas (3°-45°) 34
Figura 23: Difratograma de Raios-X da amostra de PBAT (3°-90°) 35
Figura 24: Difratograma de Raios-X da amostra de PBAT (3°-55°) 35
Figura 25 Difratograma de Raios-X da amostra de ITO (3°-90°) 36
Figura 26: Difratograma de Raios-X das amostras híbridas contendo POMA dopada 37
Figura 27: Difratograma de Raios-X das amostras híbridas contendo POMA dopada 37
Figura 28: (a) Imagem real e (b) de fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) da
POMA dopada 38
Figura 29(a) Imagem real e (b) de fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) da POEA
dopada 39
Figura 30: Imagens de Microscopia de Força Atômica (AFM) em trêsdimensões das
amostras de(a) POMA e(b) POEA dopadas 40
Figura 31: (a) Imagens real e (b) de fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) de PBAT
40
Figura 32: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) em (a) trêsdimensões e (b) do
perfil topográfico do filme fino de PBAT 41
Figura 33: Imagemde Microscopia de Força Atômica (AFM) (a) real e (b) de fase de ITO
42
Figura 34: Imagem de Microscopia de Forca Atômica (AFM) em trêsdimensões da amostra
de ITO 42
Figura 35: Imagem(a) real e de (b) defase de Microscopia de Força Atômica (AFM) do filme
fino híbrido de POMA dopada (representa a amostra POMADP-4) 43
Figura 36:Imagem (a) real e de (b) de fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) do
filme fino híbrido de POEA dopada (representa a amostra POEADP-4) 43
Figura 37: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) em (a) trêsdimensões do filme
fino de POMA e de (b) perfil topográfico que representa a amostra POMADP-4 44
Figura 38: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) em (a) três dimensões do
filme fino de POEA e de (b) perfil topográfico que representa a amostra POEADP-4 45
Figura 39: Espectro de RMN 1H da amostra de PBAT em CDCl3, 600MHz 46
Figura 40: Espectro de RMN 1H da amostra de PBAT em CDCl3, 600MHz 46
Figura 41: Condutividade Real e Imaginária da amostra de PBAT 47
Figura 42: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADS-1 48
Figura 43: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADP-1 48
Figura 44: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADS-1 48
Figura 45: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADP-1 48
Figura 46: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADS-2 49
Figura 47: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADP-2 49
Figura 48: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADS-2 49
Figura 49: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADP-2 49
Figura 50: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADS-3 50
Figura 51: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADP-3 50
Figura 52: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADS-3 50
Figura 53: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADP-3 50
Figura 54: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADS-4 51
Figura 55: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADP-4 51
Figura 56: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADS-4 51
Figura 57: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADP-4 51
Figura 58: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADS-5 52
Figura 59: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADP-5 52
Figura 60: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADS-5 52
Figura 61: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADP-5 52
Figura 62: Condutividade Real e Imagináriada amostra de POMADS-6 53
Figura 63: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADP-6 53
Figura 64: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADS-6 53
Figura 65: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADP-6 53
Figura 66: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADS-7 54
Figura 67: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POMADP-7 54
Figura 68: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADS-7 54
Figura 69: Condutividade Real e Imaginária da amostra de POEADP-7 54
Figura 70: Variação da condutividade real X massa de polimero POMA desdopada 55
Figura 71: Variação da condutividade real X massa de polimero POEA desdopada 55
Figura 72: Variação da condutividade real X massa de polimero POMA desdopada 55
Figura 73: Variação da condutividade real X massa de polimero POEA desdopada 55
0
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:Massas dos polímeros de POMAou POEA desdopados, PBAT e ITO utilizadas na preparação dos materiais híbridos. 18
Tabela 2: Massas dos polímeros de POMAou POEA dopados, PBAT e ITO utilizadas na preparação dos materiais híbridos. 18
Tabela 3: Medidas de espessura dos materiais híbridos de POMA 21
Tabela 4: Medidas de espessura dos materiais híbridos de POEA 22
Tabela 5: Dados das bandas obtidas nos espectros das substancias isoladas e dos materais hibridos 28
1
1. INTRODUÇÃO
A utilização de diversos tipos de materiais pelo homem inicia-se desde os
primórdios, quando estes passaram a dominar o fogo. O emprego de materiais como
pedras, madeira, terra dentre outros foi de suma importância para o seu
desenvolvimento social e científico. Inicialmente estes foram utilizados como
ferramentas e/ou armas para a subsistência do homem primitivo. Com o avançar
tecnológico o emprego de outros materiais, assim como o desenvolvimento de novos foi
se tornando cada vez mais constante devido à necessidade crescente por compostos que
visavam atender uma sociedade cada vez mais industrializada. Neste contexto, destaca-
se a utilização de materiais associados.
A associação de materiais inicialmente visava à obtenção de compostos com
propriedades interessantes para a indústria, porém, com o avanço tecnológico e
científico cada vez mais acelerado, aliados com os aspectos ambientais, esses objetivos
foram alterados. Desta forma, o emprego de materiais que geram um menor impacto
ambiental passa a fazer parte do cotidiano acadêmico-tecnológico.
Atualmente, em pesquisas de novos materiais utilizam-se a associação de
materiais biodegradáveis a outros tipos de materiais. Um exemplo clássico desta
utilização está na associação de polímeros a outros tipos de materiais de engenharia que
possuem propriedades mecânicas, químicas e elétricas. Dentro deste contexto a
utilização de polímeros semicondutores associados a materiais biodegradáveis pode ter
grandes possibilidades de aplicações na área de dispositivos eletrônicos descartáveis.
O objetivo deste trabalho é a preparação e caracterização de filmes
autossustentáveis de materiais híbridos utilizando como matriz o polímero
biodegradável Poli(butileno adipato co-tereftalato) (PBAT) associado aos polímeros
semicondutores (Poli o-metoxianilina (POMA) e Poli-o-etoxianilina (POEA)) e ao
óxido de estanho dopado com índio (ITO). O interesse deste tipo de material está na sua
possível aplicação em dispositivos amperométricos, mantendo as características de
biodegradabilidade da matriz.
O fato deste material apresentar características biodegradáveis em sua matriz,
favorece sua utilização como dispositivos descartáveis, com consequente redução do
impacto ambiental. Nesse contexto, a redução do impacto ambiental está associada à
redução do volume de material não biodegradável no ambiente e não somente pela
degradação total dos constituintes utilizados na fabricação destes materiais híbridos.
2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 - POLÍMEROS: CONCEITO GERAL
As possibilidades de associações químicas podem ser diversas, dependendo das
características das moléculas e dos átomos que as constituem e das condições
reacionais, incluindo a estequiometria empregada. Os produtos destas associações
podem produzir macromoléculas, isto ocorre quando as moléculas interagem formando
um grande composto, contendo vários átomos encadeados, superior a cem átomos e em
alguns casos atingindo valores ilimitados [1, 14].
As propriedades destas macromoléculas podem ser diferenciadas, dependendo da
natureza química dos átomos, grupos funcionais presentes, forma e comprimento das
ramificações presentes na estrutura da cadeia de átomos. As interações intermoleculares
do tipo ligação de hidrogênio, dipolo-dipolo permanente e Van de Waals, também têm
importante influência nas características das macromoléculas em estado sólido, gerando
um aumento na resistência quando comparadas às moléculas de cadeia curta. Já quando
em solução, essas interações podem influenciar em outras propriedades como no
aumento da viscosidade em relação aos seus monômeros. Outra importante propriedade
está ligada à taxa de evaporação dos solventes das soluções viscosas, que podem
resultar em filmes, enquanto que nos materiais sólidos de baixo peso molecular podem
ser gerados cristais ou pós. Uma das formas de diferenciação de compostos de cadeia
curta para macromoléculas está justamente na possibilidade de formação de filmes e/ou
películas [1, 14].
As macromoléculas podem ser encontradas em diversos produtos sintéticos e/ou
naturais, de natureza orgânica e inorgânica. As proteínas, polissacarídeos, ácidos
nucléicos, borracha de seringueira, amido, são alguns exemplos de macromoléculas
naturais orgânicas. Já náilon, isopor, poli (tereftalato de etileno) (PET), constituem
exemplos de macromoléculas sintéticas orgânicas. As macromoléculas inorgânicas
sintéticas podem ser exemplificadas pelo diamante e sílica [1].
Quando se tratam de polímeros, muitos são as semelhanças conceituais destes
com as macromoléculas. A expressão polímero foi introduzida por Berzelius em 1832 a
qual designava compostos de pesos moleculares múltiplos, porém este conceito não é
mais adotado. Atualmente é aceito que os polímeros são moléculas relativamente
grandes, com peso molecular na ordem de 103 – 106 g.mol-1, e nas estruturas são
3
encontradas repetições das unidades químicas simples, chamados de meros. A
terminologia polímeros vem do grego, significando muitas partes e é caracterizado
como indefinido no que diz respeito ao tamanho da molécula. Desta forma, qualquer
molécula com algumas partes repetidas (meros) é conhecida como polímero. Porém,
esta expressão é utilizada para moléculas maiores de forma que as propriedades
associadas às moléculas de grandes cadeias tornam-se evidentes [1, 5, 26].
As propriedades dos polímeros aparecem nestes materiais independentemente de
um peso molecular definido, porém a partir de 1000-1500 g.mol-1 as propriedades
começam a surgir, ficando mais pronunciadas à medida que o peso molecular aumenta,
sendo que as propriedades físicas úteis para aplicações técnicas aparecem com pesos
moleculares na ordem de 102 – 105 g.mol-1 [1].
2.2 POLÍMEROS SEMICONDUTORES
Frente ao desenvolvimento científico e tecnológico das últimas décadas o uso de
polímeros semicondutores tem se intensificado. Este aumento é justificado pelas
características apresentadas por estes materiais, como leveza, características físico-
químicas, resistência química, facilidade de processabilidade, propriedades mecânicas,
ópticas e eletrônicas. Pesquisas sobre propriedades eletrônicas e transporte de cargas
nos materiais poliméricos foram inicialmente estudadas pelos cientistas Alan J. Heeger,
Alan G. MacDiamid e Hideki Shirakawa em meados dos anos 70 [10, 30, 31].
MacDiamid e Heeger identificaram o aumento da condutividade elétrica em
aproximadamente 11 ordens de grandeza a partir da dopagem com iodo do polímero
conjugado poliacetileno. Devido a estas respostas pesquisas atuais se intensificaram
favorecendo o desenvolvimento desta classe de polímeros [10, 16, 30].
Dentro das características estruturais apresentadas pelos polímeros
semicondutores, está a alternância de sistemas sigma (σ) e pi (π) ao longo da cadeia
polimérica principal, constituindo um sistema conjugado, o que implica na presença de
carbonos com hibridização sp2 [16, 22, 32, 33]. Para o entendimento da conjugação do
sistema polimérico é necessário inicialmente à compreensão da estrutura do átomo de
carbono frente às ligações químicas.
A configuração eletrônica do átomo de carbono em seu estado fundamental é 1s2
2s2 2p2, possuindo 2 elétrons desemparelhados em orbitais 2px e 2py. No estado
excitado um elétron do orbital 2s é promovido para o orbital 2pz e a seguir ocorrem as
hibridações, podendo formar carbonos com quatro orbitais híbridos (sp3), os quais
4
podem formar quatro ligações covalentes do tipo σ. A hibridação pode envolver
também o orbital s e dois orbitais p, produzindo um carbono com hibridação do tipo sp2.
Também ocorre hibridação entre o orbital s e somente um orbital p, formando um
carbono com hibridação sp. Cada uma destas hibridações apresenta geometria
característica, onde os arranjos entre os orbitais têm a menor repulsão eletrônica [22, 36,
44, 46].
Os efeitos da superposição dos orbitais atômicos interferem diretamente na força
da ligação química. Quanto maior a taxa de sobreposição dos orbitais, mais forte será a
ligação química. A ligação σ entre átomos de carbono é formada pela sobreposição
frontal dos orbitais híbridos. Entre carbonos com hibridação sp2 ocorre o entrosamento
frontal de dois orbitais híbridos formando uma ligação σ e um entrosamento lateral dos
orbitais p formando a ligação π. O sistema resultante deste entrosamento resulta em 2
orbitais moleculares, um do tipo σ e o outro do tipo π [46].
A formação dos orbitais moleculares está diretamente ligada às energias
envolvidas na interação dos orbitais atômicos, e podem ser interações construtivas ou
destrutivas. No caso das interações construtivas as funções de onda estão em fase
(mesmo sinal), resultando em um orbital molecular ligante. Devido ao fato de haver um
acumulo de densidade eletrônica entre os núcleos, ocorre uma diminuição da energia
quando comparada às energias dos orbitais atômicos que lhe deram origem [40, 44, 46].
Já no caso das interações destrutivas as funções de onda estão fora de fase (sinais
diferentes), gerando um orbital molecular antiligante, que possui uma maior energia,
quando comparados aos orbitais atômicos de origem. Este efeito é resultado da
diminuição da densidade eletrônica ao redor dos núcleos que favorece uma diminuição
da interação do elétron com os núcleos. A Figura 1 ilustra a hibridização sp2, típica dos
polímeros conjugados semicondutores onde ocorrem sistemas σ e π conjugados [17, 36,
39, 46].
Orbitais sp2
Oribitais p
Figura 1: Hibridização do tipo sp2 típica dos polímeros conjugados (adaptado de VOLLHARDT, 2004)
5
Nos polímeros conjugados a estrutura eletrônica pode ser descrita em termos da
sobreposição dos orbitais pz, oriundos da hibridização sp2 + pz dos átomos de carbono.
Neste caso as ligações σ conectam os átomos de carbono da cadeia polimérica principal
e as ligações π dão origem aos orbitais ocupados (π) e vazios (π*). Estes dão origem a
orbitais moleculares análogos às conhecidas bandas de condução (BC) e de valência
(BV) encontradas em materiais semicondutores inorgânicos [17, 18, 44].
Em polímeros conjugados com cadeias longas os orbitais π e π* dão origem a
bandas de energia que possuem todos os estados eletrônicos ocupados e outra que
contém todos os estados eletrônicos desocupados. Em termos físicos são chamados,
respectivamente, de bandas de valência (BV) e condução (BC). Em uma linguagem
química são denominadas de HOMO (Highest Occupied Molecular Orbital) e LUMO
(Lowest Unoccupied Molecular Orbital) que correspondem aos limites das bandas de
valência e de condução [15, 16, 44].
A forma de interação dos elétrons de valência dos átomos que constituem os
materiais no estado sólido resulta na formação de bandas de energia. As propriedades
ópticas e elétricas de um material dependem do preenchimento das bandas eletrônicas e
da energia que as separa (gap de energia). Nesta porção de energia não há elétrons que
ocupam este espaço. A variação de energia envolvida nas transições eletrônicas dos
materiais pode qualificá-los em isolantes, semicondutores e condutores. Um material é
considerado isolante quando o gap de energia é maior que 4,0 eV, e materiais
semicondutores tem gap de energia menores que 4,0 eV . Quando não há uma clara
diferenciação energética entre as bandas de valência (BC) e bandas de condução (BC) o
material é condutor. A Figura 2 representa esquematicamente as variações de energia
dos diferentes materiais [17, 31, 35, 44].
6
Figura 2: Representação esquemática de níveis de energia para materiais semicondutores, isolantes e condutores. (Adaptado de BIANCHI, 2002; TRAVAIN, 2006).
Os elétrons podem preencher totalmente e/ou parcialmente as bandas de valência
(HOMO) e os comportamentos distintos dos materiais dependem do índice de
preenchimento. Nos casos em que HOMO (BV) está parcialmente preenchido, como
ocorre nos metais, vários estados vazios próximos existem, de forma que os elétrons
possam realizar condução. Quando HOMO (BV) está totalmente preenchido, como é o
caso de materiais de semicondutores e isolantes, e houver um gap entre BV e BC, uma
determinada quantidade de energia é necessária para a promoção dos elétrons de
HOMO (BV) para LUMO (BC) [9, 10, 16, 37].
Em vários polímeros conjugados a energia necessária para transição HOMO
(BV) para LUMO (BC) é correspondente a fótons de luz visível (1,5 a 4,0 eV), por isso
muitos destes materiais absorvem ou emitem luz visível, viabilizando a obtenção de
espectros na região do ultravioleta-visível [28, 32, 43]. Os espectros são dependentes da
estrutura eletrônica do estado fundamental, assim como dos primeiros estados
excitados, que variam de acordo com o material. Outros aspectos que devem ser levados
em conta são a largura e as intensidades relativas entre os picos, que estão ligados à
probabilidade da ocorrência da transição entre os níveis vibracionais. Estas
características despertam interesse para área de optoeletrônica. Na Figura 3 são
7
apresentados alguns valores de energia (gap) e estruturas de alguns polímeros
conjugados [2, 3, 4, 9, 10, 17, 44].
n
trans-poliacetileno(gap) - 1,5 eV
S
npolitiofeno(gap) - 2,0eV
N
H npolipirrol(gap) - 3,1eV
HN
npolianilina(gap) - 3,2eV
Figura 3: Estruturas e valores de gap de energia para alguns polímeros conjugados (Adaptado de BIANCHI, 2002; TRAVAIN, 2006; PEREIRA, 2012).
A condutividade elétrica pode ser justificada pela conjugação de ligações π ao
longo da cadeia polimérica. Neste caso há a superposição das nuvens eletrônicas que
contribuem para a condução da corrente elétrica. Pelo fato dos sistemas conjugados
possuírem sistemas π, estes apresentam maior mobilidade de seus elétrons, favorecendo
a ocorrência do processo de oxidação e redução ao longo do polímero. Desta forma, há
uma maior facilidade em remover ou adicionar elétrons à cadeia polimérica, sem que
ocorra a quebra de ligações químicas que mantém a estabilidade da macromolécula [2,
3, 4, 10].
Os valores de condutividade elétrica de materiais condutores e isolantes podem
variar em 32 ordens de grandeza, apresentando valores de 1010 S/cm para condutores,
sob determinadas condições de temperatura, à 10-22 S/cm para materiais isolantes. Os
polímeros semicondutores possuem uma condutividade intermediária, que varia de 10-8
a 106 S/cm [10, 18, 22, 33].
O processo de dopagem consiste em adicionar portadores de cargas a um
material polimérico. Este mecanismo é semelhante àquele que ocorre em
semicondutores tradicionais. Estes portadores de cargas são adicionados através da
remoção e/ou adição de elétrons na cadeia polimérica, quando há a remoção de um
elétron é gerado um buraco eletrônico o qual pode ser preenchido por um elétron
vizinho sob a ação de um campo magnético externo e excitação térmica.
Consequentemente o elétron que ocupa esta vacância gera uma nova lacuna, de forma
que o processo se repita continuamente, permitindo o movimento dos portadores de
carga. Esta movimentação de elétrons é o que justifica a condutividade elétrica em
polímeros conjugados dopados. Os polímeros semicondutores podem variar sua
condutividade, passando de materiais isolantes a condutores dependendo do seu nível de
8
dopagem. Necessariamente para que este fenômeno ocorra o polímero precisa estar
dopado [17, 36].
2.2.1 – POLI(O-METOXIANILINA) (POMA) E POLI(O-ETOXIANILINA) (POEA)
A história destes compostos iniciou em meados do século XIX com o relato da
primeira síntese da polianilina (PAni), como negro de anilina. Destaca-se o emprego
deste polímero devido a sua estabilidade química e possibilidade de controle de
condutividade com ácidos/base de Brönsted [39, 44].
Os polímeros Poli(o-metoxianilina) (POMA) (Figura 4a) e Poli(o-etoxianilina)
(POEA) (Figura 4b) são polímeros derivados da PAni (Figura 4c) e diferem desta pelos
grupos ligados na posição orto do anel aromático, sendo que a POMA apresenta um
grupamento metoxi (-OCH3), enquanto a POEA apresenta o grupo etoxi (-OCH2CH3).
Estes grupos favorecem algumas propriedades destes polímeros como a solubilidade em
solventes orgânicos. Na POMA e POEA ocorre um aumento da solubilidade em água,
em relação à PAni, pode ser atribuída ao aumento da polaridade e favorecimento da
torção da cadeia gerada pela presença de grupos alcóxido ao longo da cadeia polimérica
favorecendo repulsão das nuvens eletrônicas destes grupos alcóxidos. Desta forma,
quanto maior o volume do substituinte do anel aromático maior será o favorecimento de
torção da cadeia polimérica [36, 39, 40, 42].
(a)
N
H
N
H
N
H
OCH3 OCH3 OCH3 OCH3
n
(b)
N
H
N
H
N
H
OCH2CH3 OCH2CH3 OCH2CH3 OCH2CH3
n
(c)
N
H
N
H
N N*
y 1-yn
Figura 4: Estrutura química da (a) POMA, da (b) POEA e da (c) PAni.
9
Um dos grandes atrativos do uso da PAni e seus derivados, POMA e POEA está
ligado diretamente às suas características quanto à estabilidade química, propriedades
mecânicas, facilidade de síntese, manipulação e dopagem, além da estabilidade quando
em estado dopado em condições ambientais. As sínteses da POMA e POEA podem ser
preparadas de forma similar a PAni, obtendo os materiais na forma de pó. Nestas
sínteses são utilizados agentes oxidantes apropriados como peroxidissulfato de amônio
((NH4)2S2O8), óxido de manganês (MnO2), peróxido de hidrogênio (H2O2), dicromato
de potássio (K2Cr2O7) , clorato de potássio (KClO3). Estas sínteses são preparadas em
meio ácido e são utilizados ácido clorídrico (HCl), ácido sulfúrico (H2SO4), ácido
fosfórico (H3PO4), ácido perclórico (HClO4), ácido canforssulfônico (CSA), ácido
dodecilbenzenosulfônico (DBSA), entre outros. Os métodos mais empregados na
obtenção destes polímeros utilizam o (NH4)2S2O8 em um meio ácido de HCl mantendo-
se o pH entre 0 e 2 [4, 18].
2.2.1.1 – O MECANISMO DE POLIMERIZAÇÃO
A reação de polimerização é iniciada pela oxidação do monômero, na qual um
elétron do orbital 2s do átomo de nitrogênio é retirado, gerando um cátion radical. Tal
processo ocorre independente do pH do meio reacional. O radical formado possui
estruturas de ressonância que levam a formação de radicais energeticamente mais
reativos. Nesta situação o elétron na posição para em relação ao grupo amina é mais
estável devido ao efeito ressonância, além de ser a posição de menor impedimento
estérico, gerado pelos grupos substituintes (metoxi e/ou alcoxi). A partir destes radicais
e em meio ácido há o favorecimento do acoplamento cabeça-cauda levando a formação
de um dímero que predomina nos processos de polimerização da PAni e seus derivados,
o qual leva a formação do polímero pelo mesmo tipo de acoplamento. Na Figura 5 é
apresentado o mecanismo proposto [2, 3, 5, 8, 9, 12].
10
NH2
X
(NH4)2S2O8
HCl
NH3
-H+X
NH2
- e-
NH2 NH2
NH2
NH2
N
H
H
NH2
H
N
H
NH2
-2H+
-2e-
N
H
NH2
NH2
N
H
H
NH2
H
N
H
N
H
NH2N
H
-2e-
N
H
NH2N
H
X X X
X
X
X X X X
X X X X X
X
X X X X X X
NH2
X
+
-2H+
NH2N
H
NN
XXXX
NN
H
NN
XXXX Hn
-2e-
-2H+n vezes
POMA ou POEA
X = -OCH3 ou -OCH2CH3
Figura 5: Mecanismo de reação de polimerização para a POMA ou POEA (adaptado de PEREIRA, 2012; QUINTANILHA, 2010).
2.3 - POLÍMEROS BIODEGRADÁVEIS
Nos últimos anos as pesquisas técnico-científicas, buscam o descobrimento de
materiais versáteis para o cotidiano, que devem ter baixo custo e durabilidade. Dentro
desta perspectiva, e aliado ao desenvolvimento industrial, o uso de materiais
poliméricos foi cada vez mais disseminado [41].
Como consequência do aumento do uso destes materiais para diversas situações
do cotidiano pode ser apontada o aumento do descarte dos mesmos, o que ampliou a
geração de resíduos poliméricos no meio ambiente. Contemporaneamente a estes
eventos tecnológicos a sociedade também começou a ter preocupações com relação ao
meio ambiente [39, 41].
Polímeros biodegradáveis são aqueles que apresentam uma boa taxa de
biodegradação, que pode ser promovida por bactérias, fungos e algas, e em período
reduzido de tempo (semanas, meses) levam a formação de sub-produtos como CO2,
CH4, H2O, carbono, dentre outros, segundo as regras estabelecidas pela American
Standard for Testing and Methods (ASTM-D-833). Apesar da intensificação das
11
pesquisas nesta área o emprego destes polímeros ainda é mínimo quando considerado o
mercado internacional de materiais poliméricos [24, 25, 41]. Estes materiais
biodegradáveis vêm despertando interesse e podem ser usados como material único ou
em adição a materiais resistentes a degradação para melhorar a taxa de degradação geral
do material [1, 4].
2.3.1 – POLI(BUTILENO ADIPATO CO-TEREFTALATO) (PBAT)
O Poli(butileno adipato co-tereftalato) (PBAT) é classificado como um polímero
biodegradável e compostável sintético produzido pela empresa BASF (Alemanha) desde
meados da década de 90. Também é conhecido por Ecoflex®, e foi o primeiro material
totalmente biodegradável produzido pela empresa alemã. Para comprovar a eficiência o
PBAT, possui certificações européias (EN13432) e norte-americanas (ASTM 6400) que
comprovam a sua biodegradabilidade e compostabilidade. A Figura 6 ilustra os estágios
de degradação de um filme de Ecoflex® no solo em 4 semanas [41, 47].
(estágio inicial) (após 4 semanas – 55°C)
Figura 6: Diferentes estágios de biodegradação de um filme de PBAT no solo em quatro semanas. Fonte: BASF Corporation – disponível em http://www.basf.com.br/nasuavida/Images
Este polímero está disponível para o mercado desde a década de 90. Devido as
suas propriedades mecânicas, térmicas, e físico-químicas, o PBAT pode ser processado
da mesma maneira que os plásticos convencionais e, dentre suas possíveis utilizações,
pode-se citar a extrusão de filmes, chapas, monofilamentos, sopro, termoformação a
vácuo, injeção e colaminação com papel. Pelo fato deste polímero apresentar
autosustentabilidade, além de ser compatível com diversos tipos de materiais, a
utilização deste polímero em substituição a outros materiais pode ser intensificada
visando produzir produtos que causam menor impacto ambiental quando descartados no
meio ambiente [47].
12
O PBAT foi desenvolvido a partir da associação do ácido tereftálico, 1,4-
butanodiol e do ácido adípico, resultando em um copoliéster aromático, com a estrutura
apresentada na Figura 7 [47].
O
O
OO
O
O
OO
n n
Figura 7: Estrutura química do PBAT.
2.4 - ÓXIDOS CONDUTORES TRANSPARENTES (TCOS)
Um dos grandes atrativos tecnológicos na área de sensores são materiais de fácil
utilização, baixo custo, e que tenham respostas rápidas. Os materiais condutores de
corrente elétrica e transparentes à luz visível pode ser um atrativo de grande interesse
para a área [28, 37, 45].
Os óxidos condutores transparentes (TCOs) são bons condutores de corrente
elétrica e podem ser depositadas na forma de filmes finos, características que garantem
uma maior empregabilidade e versatilidade. Dentre os materiais mais utilizados estão o
óxido de estanho dopado com índio (In2O3:Sn), conhecido como ITO, óxido de zinco
(ZnO) que pode ser dopado com alumínio (AZO), com gálio (GZO) ou índio (IZO).
Outros óxidos empregados são o óxido de estanho (SnO2) que pode ser dopado com
flúor (FTO) ou antimônio (ATO) [19, 21, 24].
A dopagem pode ser feita com diferentes metais, porém, selecionada em função
das propriedades que tecnologicamente tenham interesse. A dopagem de óxidos
metálicos com metais tem por objetivo a diminuição do band gap de energia, tornando-
os bons condutores de corrente elétrica. Dispositivos orgânicos emissores de luz
dopados com ITO são muito utilizados na fabricação de displays eletrônicos [12, 19].
2.4.1 - ÓXIDO DE ESTANHO DOPADO COM ÍNDIO
O óxido de índio puro (In2O3) é um material que apresenta características
isolantes em sua forma estequiométrica. Este quando é preparado com deficiência de
oxigênio, pode alcançar alto nível de dopagem, gerado pelos defeitos intrínsecos, como
as vacâncias de oxigênio [48]. Quando o óxido de índio é dopado com estanho este
material pode ser considerado uma impureza doadora de elétrons pelo fato de ser um
elemento tetravalente que passa a dopar o índio (In) que é um elemento trivalente. O
13
nível adequado de adição de estanho ao In2O3 varia entre 5 e 10%, uma vez que a
presença do estanho pode não somente promover elétrons à camada de condução, mas
também reduz a mobilidade dos elétrons condutores [19, 48]. Neste tipo de dopagem as
vacâncias de oxigênio (O) e a presença de estanho (Sn) favorecem a condução de
elétrons no ITO. Desta forma, dois são os possíveis mecanismos de geração de elétrons
condutores. O primeiro deles está associado às lacunas de oxigênio geradas na estrutura
de óxido de índio que podem fornecer no máximo dois elétrons livres, formando
estruturas do tipo In2O3-x. A segunda está associada à substituição randômica de íons
In3+ por íons Sn4+ favorecendo a promoção de um elétron para camada de condução,
formando moléculas do tipo In2-xSnxO3. Desta maneira o óxido de índio dopado com
estanho (ITO), são bons condutores de corrente elétrica e devem ser estruturas não
estequiométricas [21, 48].
A rede cristalina do ITO é do tipo cúbica, formada por uma sub-rede cúbica de
face centrada de íons de índio (In), a qual três quartos (3/4) dos interstícios tetraédricos
são preenchidos por íons de oxigênio e um quarto (1/4) permanecendo vazio [45]. Os
íons de estanho substituem os átomos de índio, formando um material que favorece a
condução de corrente elétrica [19, 21, 48]. A Figura 8 representa uma célula unitária do
ITO com os átomos de oxigênio da face central e as substituições de íons de índio por
estanho. Nesta Figura também é possível observar o tamanho dos átomos, de forma
relativa [19, 20].
Figura 8: Célula unitária do ITO mostrando as posições dos átomos de oxigênio (O) na face central e átomos de índio (In) e estanho (Sn) nas arestas do cubo (LOURENÇO, 1993; DENIS, 2009).
Os filmes de In2O3 são encontrados no seu estado reduzido e são representados
pela fórmula In2O3-2x onde “x” representa as vacâncias de oxigênio nos interstícios dos
sítios tetraédricos da sub-rede cúbica de face centrada do índio [19,21].
14
2.5 - MATERIAIS HÍBRIDOS
A demanda por novos produtos é uma constante na sociedade. Para atender este
interesse social, econômico e ambiental, faz-se necessário o desenvolvimento constante
de novos materiais. Dentro desta perspectiva, a utilização de materiais híbridos tem sido
importante na obtenção de novos produtos.
A utilização de materiais híbridos se inicia na indústria de tintas onde compostos
de origem inorgânica eram dispersos em uma matriz orgânica, formando um composto
híbrido orgânico-inorgânico, embora à época esta nomenclatura não foi utilizada. Esta
terminologia começou a ser utilizada com o desenvolvimento de silicatos organicamente
modificados, chamados de ORMOSILS [11].
Um material híbrido é caracterizado por ser constituído de dois ou mais
componentes com diferentes propriedades e fases que podem ser identificadas
macroscopicamente. O termo material-híbrido também pode ser empregado quando o
material é produzido em escala laboratorial seja por deposição controlada de camadas
ou por auto-organização. No primeiro caso, as camadas orgânicas e inorgânicas são
combinadas consecutivamente e para o segundo caso ocorre à formação espontânea de
uma estrutura ordenada gerada pelo efeito cooperativo das espécies envolvidas [11, 23,
29].
Os compostos híbridos devem ter características tecnologicamente interessantes,
por isso, demandam constantes pesquisas visando desenvolver materiais com aplicações
técnico-industriais. Para estas aplicações os materiais híbridos devem apresentar
propriedades físico-químicas, mecânicas, térmicas, ópticas, elétricas, dentre outras,
especiais [25, 39, 40]. As propriedades dos materiais híbridos não podem ser um
simples somatório das propriedades individuais, devem ser respostas do arranjo
estrutural dos componentes no material final. Para a preparação destes híbridos é feita a
incorporação física dos compostos; que pode permitir a formação de ligações químicas
entre as substâncias utilizadas ou a combinação dos dois casos [5, 8, 10, 11].
Vários materiais podem ser associados para gerar um composto híbrido. Os
polímeros quando associados a materiais inorgânicos e/ou fibras formam materiais
híbridos importantes para diversas aplicações tecnológicas. A associação de um
polímero a um composto inorgânico visa normalmente à otimização de propriedades
elétricas e ópticas [15, 23, 39], como no caso do material híbrido onde o polímero P3HT
(Poli (3-hexil-tiofeno)) é misturado com óxido de vanádio [48].
15
2.6 – MERCADO ATUAL - MATERIAIS HÍBRIDOS
A utilização de materiais consorciados como os polímeros biodegradáveis e
semicondutores têm sido bastante difundida no meio acadêmico científico devido a
possibilidade de construção de dispositivos que visa a melhoria de diversas situações do
cotidiano humano. Uma das necessidades descritas na literatura está na construção de
dispositivos que são capazes de transmitir corrente elétrica e ao mesmo tempo serem
biodegradáveis para a serem utilizados na regeneração de células do Sistema Nervoso
Central do organismo humano [48]. Outra utilização está na área de embalagens
inteligentes que visam a fabricação de materiais para determinação das condições de
acondicionamento e conservação de gêneros alimentícios da indústria até o consumidor
final [49]. Dentro desta perspectiva destaca-se o trabalho de GOMES, 2013 que
consistia na preparação de polímeros eletrocrômicos para possíveis aplicações em
embalagens inteligentes. Neste caso, a utilização seria como sensor de umidade [49].
Além disso, é destacada a necessidade de confecção de um produto que gere um menor
impacto ambiental, daí a possibilidade de utilização de polímeros biodegradáveis [49].
Outra aplicação na literatura descrita por SILVA, 2009 está na elaboração e
caracterização de blendas de polímeros biodegradáveis e semicondutores que visem
uma aplicação na área médica, como sensores transmissores de impulso nervoso em
pacientes com algum tipo de lesão[48]. Neste trabalho é possível observar a utilização
dos polímeros biodegradáveis poli(ε-caprolactona) (PCL) e poli(3-hidroxibutirato)
(P3HB) associados ao polímero semicondutor polipirrol. Neste é observada uma
alteração na condutividade da corrente elétrica do material produzido na medida em que
é alterada a concentração de polipirrol na matriz polimérica [49]. Quando é feita uma
correlação deste trabalho com os resultados das amostras de POMA/PBAT/ITO e
POEA/PBAT/ITO é possível observar variação na condutividade elétrica, devido a
presença do óxido metálico dopado, que influi diretamente na condução da corrente
elétrica.
Outras possibilidades de aplicação estão na utilização como um sensor
descartável de umidade. Neste caso, a umidade presente no ambiente favorece a
alteração na condutividade elétrica, devido a alteração no nível de dopagem do
polímero.
16
Pelo fato da temperatura alterar a condutividade elétrica em materiais
poliméricos, outra aplicação seria a utilização como um possível sensor térmico.
Trabalhos descritos na literatura como GONÇALVES, 2013 aponta diferenciação de
condutividade de polímero semicondutor PAni e ITO à medida que é alterada a
temperatura do material, além disso, observa-se um incremento na condutividade
elétrica a medida que a massa de ITO é aumentada no sistema [37]. Um aumento da
temperatura pode favorecer o aumento da condução da corrente elétrica para sistemas
desordenados [37].
17
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Os polímeros semicondutores POMA e POEA foram preparados seguindo
metodologias descritas na literatura [2,15,35,36]. Os experimentos foram realizados
utilizando reagentes disponíveis comercialmente, os quais apresentam diferentes graus
de pureza. Visando um maior rendimento reacional os monômeros o-metoxianilina (o-
anisidina – C7H9NO) e o-etoxianilina (o-fenetidina – C8H11NO), respectivos precursores
dos polímeros POMA e POEA foram previamente purificados através da técnica de
destilação fracionada sob pressão reduzida. Os destilados (incolores) foram mantidos ao
abrigo de luz e conservados sob refrigeração. A pureza destes materiais foi avaliada
através da medida do índice de refração.
3.1 – SÍNTESE DOS POLÍMEROS SEMICONDUTORES
A síntese dos polímeros semicondutores POMA e POEA foram realizadas
utilizando respectivamente excesso dos monômeros o-anisidina e o-fenetidina em
solução aquosa de ácido clorídrico, a baixa temperatura, mantendo uma relação molar
oxidante/monômero igual a 0,2 [15,18,22,31].
Inicialmente foi preparada solução, denominada de A, misturando 28mL de o-
anisidina em 300mL de solução de HCl 1M para síntese da POMA e 33mL de o-
fenetidina em 300mL de solução de HCl 1M para síntese da POEA. Também foi
preparada uma solução denominada de B com 11,52g de peroxidissulfato de amônio,
((NH4)2S2O8) em 200mL de solução de HCl 1M. As soluções A e B foram resfriadas a
temperatura de 0°C e por gotejamento, a solução B foi adicionada na solução A,
mantendo a mistura reacional entre 0-2°C, sob agitação constante, por 4 horas. A
mistura reacional foi filtrada a vácuo e o sólido obtido foi lavado com cerca de 200mL
de acetona, obtendo cerca de 7,0 g um pó de coloração verde escura característica do
polímero POMA (sal de esmeraldina) e um pó de coloração avermelhada característica
do polímero POEA. Estes polímeros foram submetidos ao processo de desdopagem pela
adição de 1L de solução de hidróxido de amônio (NH4OH) 0,1M em cada amostra e a
mistura reacional foi mantida sob agitação e ao abrigo de luz, por 16 horas para POMA
e 24h para POEA, à temperatura ambiente. Posteriormente, as suspensões foram
filtradas a vácuo, lavando-se os polímeros com cerca de 200mL de acetona. O pós
obtidos apresentaram coloração azulada típica dos polímeros desdopados (base de
18
esmeraldina). A metade da massa obtida de cada um dos polímeros foi dopada com 1L
de solução de HCl 1mol/L cada, sob agitação constante à temperatura ambiente, por 2h
para POMA e 3h para POEA. As suspensões foram filtradas a vácuo, obtendo-se um pó
de coloração verde escuro típica do polímero POMA dopado e de coloração
avermelhada típica do polímero POEA dopado. Todos os materiais obtidos, dopado e
desdopado foram secos em estufa a vácuo por 24 horas à temperatura de 30°C. A Figura
9 apresenta o esquema da síntese química realizada.
Figura 9: Fluxograma da síntese dos polímeros semicondutores.
A caracterização dos polímeros semicondutores POMA e POEA foram realizadas
através das técnicas de Espectroscopia de Ultravioleta-Visível (UV-Vis),
Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourrier (FTIR) e
Espectroscopia de Impedância Elétrica e para as amostras dopadas foram feitas também
as caracterizações de Difração de Raios-X e de Microscopia de Força Atômica (AFM).
19
3.2 – PREPARAÇÃO DOS MATERIAIS HÍBRIDOS
A partir dos polímeros POMA e POEA em suas formas dopada e desdopada,
foram preparados materiais híbridos na forma de filme contendo polímero semicondutor
(POMA ou POEA), PBAT e ITO, com diferentes massas.
a) Preparação da vidraria (lavagem dos substratos)
Toda a vidraria utilizada na preparação dos materiais híbridos foi submetida à
lavagem analítica. O material é lavado com detergente neutro e água corrente. Em
seguida é imerso em um recipiente contendo água destilada. Com o auxílio de uma
pinça a vidraria é retirada, escorrendo-se o excesso de água destilada e em seguida
mergulhada em um recipiente contendo acetona por aproximadamente 1 minuto.
Passado este período retiram-se as peças com auxílio da pinça, escorre-se o excesso de
acetona e mergulha-as em álcool isopropílico por aproximadamente 1 minuto. Em
seguida as vidrarias são lavadas com água destilada e secas com jato de ar.
b) Preparação de solução de PBAT
A solução de PBAT foi preparada em clorofórmio, com uma concentração de
0,1g/mL, em um frasco vedado com filme plástico Parafilm mantendo-a sobre agitação
constante por aproximadamente 30 minutos, à temperatura ambiente. O PBAT utilizado
foi adquirido da empresa BASF e foi caracterizado pelas técnicas de Espectroscopia de
Infravermelho com Transformada de Fourrier (FTIR), Espectroscopia de Impedância
Elétrica, Difração de Raios-X, Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e Microscopia
de Força Atômica (AFM).
c) Preparação dos materiais híbridos
Os materiais híbridos foram preparados a partir dos polímeros semicondutores
POMA e POEA, em suas formas dopada e desdopada, além do PBAT e ITO. O ITO foi
adquirido da empresa Aldrich com granulometria de aproximadamente de 0,05 mesh
Para a preparação destes materiais híbridos utilizou-se o PBAT como matriz, mantida a
proporção de 50% em massa deste em todas as amostras. A massa total do sistema
híbrido em todas as amostras foi sempre de 0,20g (polímero semicondutor/PBAT/ITO).
Em balança analítica Shimadzu modelo AY220 foram pesadas massas de POMA
e POEA, conforme apresentado nas Tabelas 1 e 2, as quais foram solubilizadas em 2
mL de clorofórmio com auxílio do agitador magnético, denominadas de solução 1. Em
20
seguida foram pesadas as massas de ITO, conforme Tabelas 1 e 2, foram preparadas
suspensões deste com 2mL de clorofórmio, denominadas de suspensão 1. A solução 1
foi vertida sobre a suspensão 1 e acrescentada 1mL da solução de PBAT 0,1g/mL. A
mistura reacional foi agitada por 5 minutos, e vertida sobre a sobre uma placa de Petri.
O material foi seco a temperatura ambiente. Desta forma era gerado filme de material
híbrido autossutentável. Também foram preparados materiais contendo apenas POMA
ou POEA e PBAT, respeitando a massa total de 0,20g (polímero semicondutor/PBAT).
TABELA 01: Massa dos polímeros de POMA ou POEA desdopados, PBAT e ITO utilizadas na preparação dos materiais híbridos.
Massa de POMA ou POEA desdopada (g)
Massa de PBAT (g)
Massa de ITO (g)
Massa total (g)
Sigla (POMA)
Sigla (POEA)
0,10 0,10 0,00 0,20 POMADS-7 POEADS-7 0,09 0,10 0,01 0,20 POMADS-6 POEADS-6 0,08 0,10 0,02 0,20 POMADS-5 POEADS-5 0,06 0,10 0,04 0,20 POMADS-4 POEADS-4 0,04 0,10 0,06 0,20 POMADS-3 POEADS-3 0,02 0,10 0,08 0,20 POMADS-2 POEADS-2 0,01 0,10 0,09 0,20 POMADS-1 POEADS-1
TABELA 02: Massa dos polímeros de POMA ou POEA dopados, PBAT e ITO utilizadas na preparação dos materiais híbridos.
Massa de POMA ou POEA dopada (g)
Massa de PBAT (g)
Massa de ITO (g)
Massa total (g)
Sigla (POMA)
Sigla (POEA)
0,10 0,10 0,00 0,20 POMADP-7 POEADP-7 0,09 0,10 0,01 0,20 POMADP-6 POEADP-6 0,08 0,10 0,02 0,20 POMADP-5 POEADP-5 0,06 0,10 0,04 0,20 POMADP-4 POEADP-4 0,04 0,10 0,06 0,20 POMADP-3 POEADP-3 0,02 0,10 0,08 0,20 POMADP-2 POEADP-2 0,01 0,10 0,09 0,20 POMADP-1 POEADP-1
Os materiais obtidos foram caracterizados através das técnicas de Espectroscopia
de Infravermelho com Transformada de Fourrier (FTIR) e Espectroscopia de
Impedância Elétrica. Para algumas amostras dopadas foram realizados caracterizações
de Difração de Raios-X e Microscopia de Força Atômica (AFM).
3.3 – CARACTERIZAÇÃO POR UV
A utilização desta técnica teve por objetivo identificar as transições eletrônicas
dos polímeros POMA e POEA. As medidas de UV-Vis foram realizadas no
equipamento da marca Shimadzu modelo 1650PC, no Laboratório de Polímeros e
Propriedades Eletrônicas de Materiais (LAPPEM), do Departamento de Física (DEFIS),
21
da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). As medidas foram realizadas em
soluções de clorofórmio de concentrações 0,001 g/mL para POMA e POEA. As
amostras foram realizadas em cubetas de quartzo na faixa de 1100nm até 200nm.
3.4 – CARACTERIZAÇÃO POR FTIR
A utilização desta técnica teve por objetivo identificar as ligações químicas
presentes nos polímeros semicondutores. Os experimentos foram realizados em um
equipamento FTIR marca Nicolet Instrument Corporation, modelo NEXUS 470, no
laboratório do Grupo de Polímeros Bernhard Gross do Instituto de Física de São Carlos
(IFSC), da Universidade de São Paulo (USP). Para se obter as medidas necessárias,
foram preparadas pastilhas dos polímeros POMA e POEA em brometo de potássio
(KBr), na proporção de 10:1. Para o polímero PBAT foi preparada uma solução de 0,2g
em 2mL de clorofórmio, transferido para uma placa de Petri e após evaporação do
solvente obteve-se um filme autossustentável. Os experimentos de FTIR dos materiais
híbridos (polímero semicondutor/PBAT/ITO) também foram realizados a partir dos
respectivos filmes pela técnica de ATR.
3.5 - CARACTERIZAÇÃO POR DIFRAÇÃO DE RAIO-X
Os difratogramas de Difração de Raio-X foram realizados visando a identificação
do material inorgânico (ITO) disperso na matriz polimérica, além de avaliar a
cristalinidade dos materiais híbridos. Os experimentos foram realizados em um
equipamento Rigaku RotaFlex, operado com radiação CuKα, 50kV e 100mA
pertencente ao Grupo de Pesquisa em Biofísica do Instituto de Física de São Carlos
(IFSC) da Universidade de São Paulo (USP). As medidas das amostras dos polímeros
POMA e POEA foram realizadas em forma de pó, enquanto que as medidas dos
materiais híbridos foram realizadas a partir de alguns filmes dopados, pois não foi
possível observar visualmente a presença do ITO. Para todas as amostras foram
realizadas varreduras de 3° à 90° na velocidade de 2°/min.
3.6 – CARACTERIZAÇÃO POR MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA (AFM)
A utilização da técnica de Microscopia de Força Atômica teve por objetivo avaliar
a superfície dos materiais, assim como a dispersão do polímero semicondutor e do
óxido metálico sobre a matriz polimérica biodegradável. A partir desta técnica também
22
foi avaliado o perfil de crescimento e uniformidade das amostras de materiais híbridos.
A microscopia foi realizada em um equipamento da marca Bruker, modelo Dimension
ICON, pertencente ao Grupo de Polímeros Bernhard Gross do Instituto de Física de São
Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP). As imagens dos materiais
individuais e híbridos foram preparadas pela técnica de dipping sobre um substrato de
vidro previamente lavado, conforme descrito no item 3.2a.
3.7 – CARACTERIZAÇÃO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN)
As técnicas de Ressonância Magnética Nuclear de 1H e de 13C foram utilizadas
para confirmar a estrutura do polímero PBAT. A Ressonância foi realizada utilizando
um equipamento da marca Brunker 600MHz no laboratório da EMBRAPA
Instrumentação de São Carlos (SP).
3.8 – CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA
A caracterização elétrica foi realizada utilizando equipamento de
Impedanciometro Solartron – Impedance/Gain Phase Analyser modelo SI-1260,
operando no intervalo de freqüência entre 10-1 a 107 Hz com tensão alternada de 0 a 3V
de amplitude. Estas medidas foram realizadas no Laboratório de Polímeros e
Propriedades Eletrônicas de Materiais (LAPPEM), do Departamento de Física (DEFIS),
da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e no Grupo de Polímeros Bernhard
Gross do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP).
Esta técnica de caracterização é utilizada no estudo das propriedades elétricas de
materiais dielétricos (PBAT) e semicondutores (sistemas híbridos POMA/PBAT/ITO e
POEA/PBAT/ITO). Foram preparadas máscaras circulares de diâmetro de 2 mm para
posterior evaporação de ouro (Au) sobre as superfícies (posterior e inferior) das
amostras autossustentáveis. A evaporação foi realizada sob vácuo por 16h e após este
período o ouro metálico foi vaporizado sobre cada uma das amostras, conforme Figura
10. As medidas elétricas de impedância complexa das componentes real (z’) e
imaginária (z”) foram realizadas no volume dos materiais (POMA ou
POEA/PBAT/ITO).
23
Figura 10: Imagem de amostras com eletrodos de ouro.
Em cada uma das amostras foram montados dois eletrodos e nestes foram feitas
cinco medidas elétricas, em pontos alternados e aleatórios, conforme mostrados no
esquema da Figura 11. Este procedimento foi adotado para que os dados tivessem
representatividade, devido à possibilidade de dispersão não uniforme sobre a matriz
orgânica e também para excluir a interferência de não uniformidade de concentração de
material devido ao procedimento de secagem do solvente.
Figura 11: Esquema representativo dos eletrodos de ouro sobre as amostras e pontos aleatórios de medidas elétricas.
Para cada uma das amostras foram realizados ensaios de impedância elétrica
(Z*=Z’+Z”), a temperatura ambiente. Foi medida a espessura de cada amostra em um
micrômetro, em cinco pontos aleatórios dos eletrodos. Para o cálculo da condutividade
elétrica foi utilizado a média destas medidas. Os dados das espessuras dos materiais
híbridos de POMA e de POEA são apresentados nas tabelas 3 e 4.
As variações das medidas de espessuras podem influenciar diretamente no
resultado final das análises de condutividade elétrica de forma que medidas de
espessuras menores podem aumentar a condutividade elétrica. Em todas as amostras a
distribuição uniforme de massa do material metálico (ITO) quem será o fator
determinante para o aumento e/ou diminuição da condutividade elétrica do material
hibrido autossustentável. A dispersão dos valores de espessura está intimamente ligado
24
a distribuição dos materiais em torno da matriz polimérica. Devido a forma de
preparação e secagem do material não houve formas para o controle das espessuras dos
filmes híbridos autossustentáveis.
TABELA 3: Medidas de espessura dos materiais híbridos de POMA
Medidas de espessura para amostras dos materiais híbridos de POMA (µm) Amostra Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Média
POMADP-1 90 130 135 85 160 120 POMADP-2 100 140 130 110 120 120 POMADP-3 100 100 90 100 110 102 POMADP-4 100 95 110 110 80 99 POMADP-5 80 110 105 95 120 102 POMADP-6 135 100 150 100 105 118 POMADP-7 60 75 150 130 110 105 POMADS-1 75 120 130 150 90 113 POMADS-2 100 120 135 160 140 131 POMADS-3 90 230 200 130 100 150 POMADS-4 130 85 120 150 140 125 POMADS-5 200 160 100 125 130 143 POMADS-6 230 130 180 140 200 176 POMADS-7 110 185 90 100 100 117
TABELA 4: Medidas de espessura dos materiais híbridos de POEA
Medidas de espessura para amostras dos materiais híbridos de POEA (µm) Amostra Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Média
POEADP-1 65 85 94 100 105 89,9 POEADP-2 112 98 92 82 55 87,8 POEADP-3 80 88 80 105 115 93,6 POEADP-4 85 92 75 90 87 85,8 POEADP-5 105 100 110 115 100 106 POEADP-6 80 65 60 70 80 71 POEADP-7 50 62 75 60 65 62,4 POEADS-1 160 110 150 140 135 139 POEADS-2 75 140 100 100 90 101 POEADS-3 70 90 110 80 90 88 POEADS-4 72 100 150 80 80 96,4 POEADS-5 98 80 100 90 90 91,6 POEADS-6 75 80 70 100 90 83 POEADS-7 42 62 63 65 130 72,4
Para obtenção dos dados de condutividade elétrica real (σ’) e imaginária (σ”) das
amostras, foi feito um tratamento matemático, usando os valores de impedância das
componentes real (Z’) e imaginária (Z”), baseando-se nas equações (1);(1’) e (2); (2’):
Equação (1) – Componente Real Y’(ω) = Z’/ ((Z’)2 + (Z”)2)
Equação (1’) – Componente Imaginária Y”(ω) = Z”/ ((Z’)2 + (Z”)2)
25
Equação (2) – Componente Real σ’(ω) = (l/A) * Y’(ω)
Equação (2’) – Componente Imaginária σ”(ω) = (l/A) * Y”(ω)
Onde:
Z’ = Impedância Real Z’’ = Impedância Imaginária Y’ = Admitância Real Y’’ = Admitância Imaginária σ’ = Condutividade Real σ” = Condutividade Imaginária
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A utilização das diversas técnicas de caracterização tem como objetivo identificar
os materiais individuais, assim como avaliar a alteração das características físico
químicas após a sua associação, além de analisar a influência dos portadores de carga
nos sistemas híbridos.
4.1 – ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO DE ULTRAVIOLETA
Os espectros da POMA e POEA em suas formas dopada e desdopada são
apresentados nas Figuras 12 e 13, respectivamente.
Em todas as quatro amostras são observadas a presença de uma banda na região
de 300nm a qual pode ser atribuída à transição eletrônica π-π* dos sistemas aromáticos
conjugados presentes no polímero POMA. No espectro da POMA e POEA desdopadas
é possível observar a banda de absorção na região de 620nm, a qual é atribuída à
transição eletrônica do tipo n-π* resultante da transferência de carga dos anéis
benzenóides para o anel quinóide. Nas amostras dopadas esta banda de absorção está
deslocada para a região de 500nm no caso da POMA e para 420nm para POEA, devido
a protonação do nitrogênio, requerendo maior energia para esta transição [15,17,35].
200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
2,1
2,4
2,7
3,0
3,3
Ab
sorb
ancia
Comprimento de onda (nm)
POMA desdopada
POMA dopada
Figura 12: Espectro de absorção de UV-Vis para POMA dopada e desdopada em concentração de 0,001g/mL em solução de CHCl3.
27
200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Ab
so
rbnم
cia
Comprimento de onda (nm)
POEA desdopada
POEA dopada
Figura 13: Espectro de absorção de UV-Vis para POEA dopada e desdopada em concentração de 0,001g/mL em solução de CHCl3.
4.2 – ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO DE INFRAVERMELHO (FTIR)
4.2.1 – CARACTERIZAÇÃO DOS POLÍMEROS POMA E POEA
Na análise dos espectros apresentados nas Figuras 14 e 15 é possível confirmar
para amostra de POMA dopada a presença da vibração em 3452 cm-1 e 3369 cm-1 para
amostra desdopada, as quais são atribuídas a deformação axial da ligação N-H. Esta
mesma vibração é observada nas amostras de POEA dopada e desdopada [4,17,18]. Na
amostra dopada o pico está em 3430 cm-1 e na amostra desdopada 3394 cm-1. As
diferenças dos espectros entre as amostras dopadas e desdopadas estão associadas à
presença do nitrogênio quaternário, atribuído às amostras dopadas, onde ocorre uma
diminuição da energia de ligação [4,15,30]. As bandas na região de 3073, 2998 e 2992
cm-1 e 3072, 2982, 2941 cm-1, respectivamente, dos polímeros POMA e POEA em suas
formas dopada e desdopada são característica da deformação axial da ligação C-H de
carbono aromático, carbono sp3 dos carbonos metílicos e metilênicos [17,30,44]. Os
picos na região de 1600 a 1400 cm-1 são relativos às deformações angulares das ligações
C=N e N-H. Nas regiões de 1577-1481 cm-1 – POMA dopada e 1591-1501 cm-1 POMA
desdopada; 1594-1490 cm-1 – POEA dopada e 1587-1498 cm-1 POEA desdopada são
atribuídas à deformação axial do carbono do anel quinônico ligado ao N e a deformação
axial da ligação C-N do anel aromático [30,44]. A região entre 1400 a 1290 cm-1
apresenta diversos picos os quais podem ser atribuídos à deformação axial da ligação N-
28
H de aminas aromáticas [17,30,45]. As bandas em 1280 a 1190 cm-1 são atribuídas a
deformação assimétrica da ligação C-O-C da função éter [30]. Na região de 750 cm-1 é
possível identificar o pico da deformação angular fora do plano da ligação N-H [30].
3900 3600 3300 3000 2700 2400 2100 1800 1500 1200 900
6
8
10
12
14
16
18
Tra
nsm
ita
ncia
%
Numero de onda (cm-1)
Amostra desdopada
Amostra dopada
Espectro de FTIR de POMA
Figura 14: Espectro de FTIR das amostras de POMA desdopada e dopada em pastilhas de KBr.
4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800
4
5
6
7
8
9
10
Tra
nsm
ita
ncia
%
Numero de onda (cm-1)
Amostra desdopada
Amostra dopada
Espectro de FTIR de POEA
Figura 15: Espectro de FTIR das amostras de POEA desdopada e dopada em pastilhas de KBr.
29
4.2.2 – CARACTERIZAÇÃO DO PBAT
A partir análise do espectro apresentado na Figura 16 é possível confirmar a
presença da vibração na região de 2956 cm-1 a qual é atribuída à deformação axial da
ligação C-H de carbono alifático [30,47]. A banda na região de 1709 cm-1 é
característica do estiramento de ligação C=O. Cabe ressaltar que de acordo com a
estrutura fornecida pela empresa BASF a estrutura química apresenta 2 tipos de
carbonila, sendo a primeira localizada entre anel aromático e uma segunda localizada
entre sistema alifático [47]. No primeiro caso, devido ao aumento do caráter π do
sistema carbonílico a banda se apresenta em torno de 1710 cm-1, conforme pode ser
observado na Figura 16 [30]. Já o segundo tipo de carbonila, há uma diminuição do
caráter π, que favorece o deslocamento desta banda para região em torno de 1730 cm-1
[30]. Esta banda típica não foi identificada no espectro de infravermelho apresentado na
Figura 16, porém trata-se do mesmo material. A justificativa para este resultado está na
forma de análise da amostra que foi feita no modo ATR em que o feixe apenas penetra
na superfície da amostra. Desta forma, a ligação deve estar perfeitamente alinhada ao
feixe para que a vibração possa ser observada no espectro. A região de 1453 cm-1 pode
ser atribuído ao dobramento da ligação C-H do grupo metilena [30,47]. A região de
1267 cm-1 é atribuída ao estiramento da ligação C-O de éster [30,47]. O pico na região
de 874 cm-1 é atribuído ao dobramento da ligação C-H de anéis aromáticos [30,47].
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
98
99
100
101
102
103
104
105
Tra
nsm
ita
ncia
%
Numero de onda (cm-1)
Espectro de IV de PBAT
Figura 16: Espectro de FTIR da amostra de PBAT.
30
4.2.3 – CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS HÍBRIDOS A PARTIR DE POMA E POEA
Os espectros de FTIR dos materiais híbridos foram obtidos com o objetivo de
identificar interações intermoleculares de alto conteúdo energético entre os seus
componentes (interações do tipo ligação de hidrogênio). Visando esta avaliação foram
feitos espectros de filmes de algumas amostras POMA e POEA em suas formas dopadas
e desdopadas. Foram selecionados materiais híbridos com maior percentual de óxido
metálico (POMADP-1, POMADS-1, POEADP-1, POEADS-1), com menor percentual
de óxido metálico (POMADP-6, POMADS-6, POEADP-6, POEADS-6) e das amostras
que contém apenas os polímeros semicondutores e biodegradável (POMADP-7,
POMADS-7, POEADP-7, POEADS-7). Visando identificar as interações, os espectros
foram agrupados por natureza da amostra (polímeros desdopados – Figuras 17 e 19 e
dopados – Figuras 18 e 20):
i) polímeros desdopados: Figura 17 (POMADS-1, POMADS-6, POMADS-
7); Figura 19 (POEADS-1, POEADS-6, POEADS-7).
ii) polímeros dopados: Figura 18 (POMADP-1, POMADP-6, POMADP-7);
Figura 20 (POEADP-1, POEADP-6, POEADP-7).
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
97,0
97,5
98,0
98,5
99,0
99,5
100,0
100,5
Tra
nsm
itan
cia
%
Numero de onda (cm-1)
Medida 7
Medida 6
Medida 1
Figura 17: Espectros de FTIR dos filmes de materiais híbridos de POMA desdopada.
31
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
98,0
98,5
99,0
99,5
100,0
100,5
101,0
Tra
nsm
ita
ncia
%
Numero de onda (cm-1)
Medida 7
Medida 6
Medida 1
Figura 18: Espectros de FTIR dos filmes de materiais híbridos de POMA dopada.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
Tra
nsm
ita
ncia
%
Numero de onda (cm-1)
POEADS-7
POEADS-6
POEADS-1
Figura 19: Espectros de FTIR dos filmes de materiais híbridos de POEA desdopada.
32
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
Tra
nsm
itan
cia
%
Numero de onda (cm-1)
POEADP-7
POEADP-6
POEADP-1
Figura 20: Espectros de FTIR dos filmes de materiais híbridos de POEA dopada.
As substâncias presentes em cada um dos materiais componentes, teoricamente,
podem apresentar interações intermoleculares entre os hidrogênios conectados ao átomo
de nitrogênio das moléculas dos polímeros, par de elétrons não ligantes do nitrogênio
dos polímeros desdopados, par de elétrons não ligantes do oxigênio da carbonila da
molécula do PBAT e orbitais vazios dos átomos metálicos do ITO. Havendo interações
entre os sítios apontados, poderiam ser observados deslocamentos das respectivas
bandas de absorção, em relação às substancias orgânicas isoladas. Na Tabela 5 são
apresentados os dados das amostras das bandas obtidas nos espectros das substancias
isoladas e os dados observados nos materiais híbridos.
33
TABELA 05: Dados das bandas obtidas nos espectros das substancias isoladas e dos materiais híbridos.
Amostra Frequências de
absorção (cm-1
)
Amostra Frequências de
absorção (cm-1
)
N-H C=O N-H C=O
POMA desdopada 3399 - POEA desdopada 3398 -
POMADS 1 3373 1709 POEADS 1 3403 1709
POMADS 6 3377 1711 POEADS 6 3400 1711
POMADS 7 3375 1711 POEADS 7 3398 1711
POMA dopada 3432 - POEA dopada 3414 -
POMADP 1 3679 1709 POEADP 1 3758 1709
POMADP 6 3676 1711 POEADP 6 3763 1711
POMADP 7 3676 1711 POEADP 7 3735 1711
PBAT - 1710 PBAT - 1710
Pela análise dos dados apresentados é possível concluir que não ocorrem
interações intermoleculares fortes entre os sítios apontados (interações do tipo ligação
de hidrogênio). Esta afirmação se baseia nos pequenos deslocamentos das bandas de
absorção que são observados comparando os dados dos materiais híbridos nas diferentes
formulações com os dos polímeros isolados.
4.3 – DIFRAÇÃO DE RAIOS-X
4.3.1 – CARACTERIZAÇÃO DOS POLÍMEROS POMA E POEA
A partir dos difratogramas de Raios-X apresentados nas Figuras 21 e 22 é possível
observar picos em regiões em que ângulo 2θ está próximo de 10°, 15° e 25° o que pode
indicar que os polímeros apresentam regiões de cristalização. Relatos da literatura [45]
apontam que a condutividade elétrica dos polímeros semicondutores está relacionada
com a cristalinidade e a orientação das cadeias poliméricas. Outros apontam [43], que
em contraste com os materiais tipicamente cristalinos em que há a ocorrência de picos
bem definidos e em regiões específicas, no caso dos polímeros há uma difusão dos picos
34
o que evidencia que o material possui regiões ordenadas e desordenadas [43]. Para uma
melhor observação destes picos foi analisado o difratograma ilustrado na Figura 22
onde 2θ variou de 3° até 45°. É possível observar os picos de 2θ = 7,5°, 12°, 17° e 25,5°
para a POMA e 7,5°, 12,5°, 18° e 25° para a POEA. Estes últimos, quando comparados
ao polímero POMA são similares. As pequenas diferenças apresentadas podem ser
atribuídas à maior repulsão gerada pelas nuvens eletrônicas dos grupos etoxi presente na
cadeia polimérica, favorecendo um rearranjo pouco diferenciado.
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
0
100
200
300
400
500
600
700
Inte
nsid
ade
(con
tage
m)
2-teta (o)
POMA dopada
POEA dopada
Figura 21: Difratograma de Raios-X de amostras de POMA e POEA dopadas (3°-90°).
5 10 15 20 25 30 35 40 45
100
200
300
400
500
600
700
Inte
nsid
ade (
con
tag
em
)
2-teta (°)
POMA dopada
POEA dopada
7,5°
12°17°
25,5°
12,5° 18°
Figura 22: Difratograma de Raios-X de amostras de POMA e POEA dopadas (3°-45°).
35
4.3.2 – CARACTERIZAÇÃO DO PBAT
A partir do difratograma de Raios-X apresentado na Figura 23 é possível observar
picos na região entre 15° e 50° o que podem indicar regiões de cristalização do polímero
PBAT. Para uma melhor avaliação destes picos foi analisado o difratograma
apresentado na Figura 24 onde 2θ varia de 3° até 55°. Neste difratograma é possível
observar os picos de 2θ em aproximadamente 18°, 21°, 24°, 32° 46,5°. A literatura
descreve que para polímeros de maneira geral [43] que uma maior organização do
polímero, pode favorecer na melhora das qualidades mecânicas do material. O
deslocamento nas regiões de cristalização (bandas), apresentadas nos materiais
poliméricos indica que o material possui uma variabilidade de regiões ordenadas e
desordenadas.
10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Inte
nsid
ad
e (
co
nta
gem
)
2-teta (°)
Difratograma de Raios-X: Amostra PBAT
Figura 23: Difratograma de Raios-X da amostra de PBAT (3°-90°).
3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
800
850
900
950
46,5°
24°
32°
21°
Inte
nsid
ad
e (
co
nta
ge
m)
2-teta (°)
18°
Difratograma de Raios-X: Amostra PBAT
Figura 24: Difratograma de Raios-X da amostra de PBAT (3°-55°).
36
4.3.3 – CARACTERIZAÇÃO DO ITO
A partir do difratograma de Raios-X apresentado na Figura 25 mostra que o
material apresenta picos em 2θ variando de 20° à 86°. Neste análise é possível observar
os picos de maior intensidade em 2θ=31°, 36°, 51,5°, 61,5°, 83° e 86° que estão
descritos na literatura como sendo característicos do ITO [21, 23].
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
86°83°
61,5°
51,5°
45,5°
36°
31°
27°
Inte
nsid
ad
e (
co
nta
ge
m)
2-teta (°)
Difratograma de Raios-X: Amostra ITO
21,5°
Figura 25: Difratograma de Raios-X da amostra de ITO (3°-90°).
4.3.4 – CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS HÍBRIDOS A PARTIR DE POMA E POEA
As amostras dos materiais híbridos de POMA e POEA foram caracterizadas por
Difração de Raios-X, resultando nos difratogramas apresentados nas Figuras 26 e 27.
Estes difratogramas correspondem as amostras que contém o maior e o menor
percentual de óxido metálico. As demais amostras que possuem concentrações
intermediárias às apresentadas resultaram em difratogramas semelhantes. Nestes
difratogramas é possível observar a presença dos picos característicos dos polímeros e
do ITO. Após associação dos materiais (POMA ou POEA/PBAT/ITO) é possível
verificar a presença de outros picos que não são característicos de nenhum dos materiais
individuais. O aumento neste número de picos indica que o sistema está mais
organizado tendendo a uma cristalização, o que pode favorecer melhores propriedades
mecânicas, como por exemplo, o aumento da tração. Estes picos estão localizados na
região de 2θ= 43°, 56°, 59°, 62° e 63°. Não há possibilidades de afirmação que a
37
presença do material metálico (ITO) sobre o sistema polimérico influencia diretamente
na não ocorrência das interações fortes (interação do tipo ligação de hidrogênio) que
poderiam ser observadas nos espectros de FTIR.
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
0
250
500
750
1000
1250
1500
1750
2000
2250
2500
2750
63°
62°56°
43°86°83°
61,5°
51,5°
45,5°
36°
31°
27°
21°
17°
Inte
nsid
ade (
con
tagem
)
2-teta (°)
POMADP-7
POMADP-2
POMADP-1
7,5°
Figura 26: Difratogramas de Raios-X das amostras híbridas de POMA dopada.
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
0
250
500
750
1000
1250
1500
1750
2000
2250
2500
59°86°82°
63°
62°
61,5°
56°
51,5°
45,5°43°
36°
31°
25°
7,5°
21°
Inte
nsid
ad
e (
co
nta
ge
m)
2-teta (°)
POEADP-7
POEADP-2
POEADP-1
12°
Figura 27: Difratogramas de Raios-X das amostras híbridas de POEA dopada.
4.4 – MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA (AFM)
38
4.4.1 – CARACTERIZAÇÃO DOS POLÍMEROS POMA E POEA
Os polímeros POMA e POEA em suas formas dopadas foram solubilizados em
4mL CHCl3 depositados pela técnica de dipping em vidros tipo BK-7, previamente
lavados, conforme descrito no item 3.2A. A opção por esta técnica baseou-se
inicialmente na dificuldade de obtenção de filme autossustentável dos polímeros POMA
e POEA. Já a escolha do vidro BK-7 foi baseada no fato do vidro apresentar uma
superfície plana com mínima rugosidade, fator este que pode influenciar diretamente na
organização do polímero. As imagens dos novos filmes finos de POMA e POEA são
representadas em duas dimensões nas Figuras 28 e 29. Nestas imagens é possível
observar a formação de grãos de aspecto arredondado típico de polímeros [17,44].
Podemos observar também que o tamanho dos primeiros núcleos dos filmes de POEA -
Figura 29, (presença do grupo etil ao longo da cadeia polimérica principal) são maiores
quando comparados com o tamanho dos primeiros núcleos dos filmes de POMA -
Figura 28 (presença do grupo metil ao longo da cadeia polimérica principal). Nas figras
28 e 29 é possível observar que não estão nas mesmas escalas e este fato é justificado
pela dificuldade de obtenção de imagens de qualidade para POMA em escala de 2,0
micrometros.
(a)
(b)
Figura 28: (a) Imagem real e (b) de fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) da POMA dopada.
39
(a)
(b)
Figura 29: (a) Imagem real e (b) de fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) de POEA dopada.
A Figura 30 corresponde a imagem em três dimensões dos polímeros POMA e
POEA. Neste caso, os filmes finos depositados pelo método dipping mostram um perfil
de crescimento tipo avalanche, formado por pequenos núcleos que crescem de forma
desordenada em todas as direções. Nos filmes de POMA observamos maior quantidade
de núcleos, distribuídos regularmente, indicando um preenchimento de camada mais
uniforme. Nos filmes de POEA estes núcleos se associam em grupos maiores, gerando
um aspecto menos uniforme, indicando um filme com maior rugosidade.
(a)
(b)
Figura 30: Imagens de Microscopia de Força Atômica (AFM) em três dimensões das amostras de (a) POMA e (b) POEA dopadas.
40
4.4.2 – CARACTERIZAÇÃO DO PBAT
A amostra de PBAT, preparada por dipping sobre vidro BK-7, previamente limpo,
conforme descrito no item 3.2A, A opção por esta técnica foi baseada na necessidade de
obtenção de um filme fino autossustentável sobre uma superfície com baixa rugosidade.
A amostra de PBAT foi submetida à caracterização de Microscopia de Força Atômica a
partir da qual foram geradas as imagens nas Figuras 31 e 32. A imagem da Figura 31a
corresponde a uma imagem real da amostra, enquanto que a imagem da Figura 31b
corresponde a uma imagem gerada pelo equipamento. É possível observar a formação
de poros ao longo da estrutura polimérica de aparência planar. Estas mesmas
características podem ser observadas na imagem de fase. Os poros estão localizados ao
longo da estrutura polimérica, apresentado formato e tamanhos diferenciados. Este
padrão de poros foi típica do polímero biodegradável, porém não é possível afirmar que
este comportamento é característico de todos os polímeros.
(a)
(b)
Figura 31: (a) Imagem real e (b) de fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) de PBAT.
A Figura 32 corresponde a imagem da superfície do polímero PBAT e o seu perfil
topográfico. Na imagem de perfil de crescimento é possível observar formação de
glóbulos sobrepostos, resultando em uma superfície com partes arredondadas. O perfil
topográfico foi obtido através do corte transversal na imagem. Este perfil é obtido por
software que acompanha o equipamento (NanoScope Analysis) no qual é traçada uma
linha em que há a necessidade de visualização do perfil topográfico. Nestas imagens é
possível observar que a amostra apresenta um perfil topográfico irregular, com
espessura média entre 100 e 200nm, destacando a região entre 10 - 12µm uma
41
descontinuidade na superfície, que corresponde a um dos poros apresentados na Figura
32a, conforme indicação na Figura 32b.
(a)
(b)
Figura 32: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) em (a) três dimensões e (b) do perfil topográfico do filme fino de PBAT.
4.4.3 – CARACTERIZAÇÃO DO ITO
A amostra de ITO foi suspendida em CHCl3 e depositada pela técnica de dipping
sobre vidro BK-7, previamente limpo, conforme procedimento descrito no item 3.2 A.
A suspensão preparada foi depositada sobre vidro BK-7 devido a impossibilidade de se
obter filme fino uniforme. A caracterização foi realizada em um ponto específico da
amostra o que resultou em uma imagem de material com aspecto aglomerado, conforme
observado na Figura 33. Devido a secagem aleatória do material e por não ser solúvel
em solvente orgânico, isto favoreceu a formação de aglomerados. Nestas imagens eram
esperadas a identificação de esferas sobre toda a superfície da amostra analisada.
Quando a amostra é comparada com os polímeros POMA, POEA e PBAT é possível
observar a similaridade na morfologia já que ambas apresentam aspectos esféricos
42
(a) (b)
Figura 33: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) (a) real e (b)de fase de ITO.
A imagem em três dimensões da amostra de ITO, apresentada na Figura 34
mostra regiões de aspecto globular semelhante aos polímeros, porém é observada uma
região de aglomeração no centro da imagem. Este resultado pode estar relacionado a
não homogeneização do sistema, além da secagem do solvente que resultou em um
material de aspecto aglomerado.
Figura 34: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) em três dimensões da amostra de ITO.
4.4.4 – CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS HÍBRIDOS A PARTIR DE POMA E POEA
Utilizando a mesma concentração da amostra POMADP-4, foram preparados
filmes finos de materiais híbridos de POMA em sua forma dopada pela técnica dipping.
Na Figura 35a foi observada uma superfície aparentemente plana com pequenos grãos
de tamanhos diferenciados, evidente na imagem de fase da amostra, Figura 35b. Estes
43
grãos distribuídos podem ser atribuídos ao ITO que foi disperso na fase polimérica,
aumentando a homogeneidade na superfície. Nestas imagens não é possível diferenciar
os polímeros presentes na amostra.
(a)
(b)
Figura 35: Imagem (a) real e de (b) fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) do filme fino híbrido de POMA dopada (representa a amostra POMADP-4).
Utilizando a mesma concentração da amostra POEADP-4, foram preparados
filmes finos de materiais híbridos de POEA em sua forma dopada pela técnica dipping.
Na Figura 36a foi observada uma superfície irregular com pequenos grãos de tamanhos
diferenciados distribuídos sobre a superfície da amostra, conforme imagem de fase,
apresentada na Figura 36b. É possível observar aspecto globular ao longo da superfície
que é típica dos polímeros. Quanto aos grãos distribuídos ao longo da superfície, estes
podem ser atribuídos ao ITO que foi disperso na fase polimérica. Nestas imagens não é
possível fazer diferenciação entre os polímeros presentes na amostra.
(a)
(b)
Figura 36: Imagem (a) real e de (b) fase de Microscopia de Força Atômica (AFM) do filme fino híbrido de POEA dopada (representa a amostra POEADP-4).
44
As imagens em três dimensões das amostras de filmes finos híbridos de POMA e
POEA são representadas nas Figuras 37 e 38. Na comparação destas imagens é possível
observar uma maior irregularidade na superfície da amostra contendo POEA. Esta
alteração de superfície pode estar relacionada à organização das cadeias poliméricas da
POEA, causada pelo maior tamanho do substituinte ligado ao anel aromático (grupo
etoxi), resultando em uma maior repulsão das nuvens eletrônicas. Estas forças
repulsivas podem ser responsáveis por esta desorganização.
O perfil topográfico de ambas as amostras foram obtidos através dos cortes
transversais das imagens. Estas são representas nas Figuras 37b e 38b. Enquanto a
amostra correspondente a POMADP-4 apresenta crescimento no máximo de 50nm, a
amostra correspondente a POEADP-4 apresenta crescimento de cerca de 100nm. Em
ambos os casos é possível observar pequenas irregularidades na superfície, que pode
afetar a condução da corrente elétrica nos sistemas híbridos. Quando estas amostras são
comparadas com a imagem de PBAT é possível afirmar que os polímeros
semicondutores estão dispersos na matriz uma vez que não são observados aumentos
nos valores de perfil topográfico de ambas as amostra híbridas.
(a)
(b)
Figura 37: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) em (a) três dimensões do filme fino híbrido de POMA e de (b) perfil topográfico que representa a amostra de POMADP-4.
45
(a)
(b)
Figura 38: Imagem de Microscopia de Força Atômica (AFM) em (a) três dimensões do filme fino híbrido de POEA e do (b) perfil topográfico que representa a amostra de POEADP-4.
4.5 – RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR
4.5.1 – CARACTERIZAÇÃO DO PBAT POR RMN 1H E
13C
Os espectros de RMN de 1H e 13C foram obtidos a partir da solubilização da
amostra de PBAT em clorofórmio deuterado (CDCl3), resultando nos espectros
apresentados nas Figuras 39 e 40. Nestes espectros foi possível confirmar a presença de
carbonilas distintas na amostra de PBAT, as quais não foram identificadas no espectro
de FTIR. No espectro de RMN de 1H é possível confirmar a presença dos hidrogênios
metilênicos α ao grupo éster ligado ao anel aromático (4,4 ppm) e hidrogênios
metilênicos α ao grupo éster ligado a cadeia alifática (4,1 ppm). O sinal em 2,3 ppm é
atribuído aos hidrogênios metilênicos α a carbonila alifática. Também são identificados
os hidrogênios aromáticos com deslocamento químico de 8,1 ppm. Também são
identificados picos com deslocamentos químicos compreendidos entre 1,6 e 1,9 ppm
que correspondem à presença dos demais hidrogênios metilênicos presentes na molécula
No espectro de RMN de 13C (Figura 40) são identificados os dois carbonos carbonílicos
com deslocamentos químicos em 165,7 e 173,2 ppm, respectivamente, referentes as
carbonilas conectadas a cadeias alifáticas e aromáticas. Também são identificados os
deslocamentos químicos dos carbonos aromáticos não substituídos em (129,8 ppm) dos
carbonos aromáticos substituídos (134,0 ppm). Também são identificados sinais com
deslocamentos químicos entre 24,4, a 77,1 ppm, atribuídos aos demais carbonos
alifáticos da molécula [30]
46
10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0
4,104,39
2,33
1H deslocamento quimico (ppm)
8,08
Figura 39: Espectro de RMN 1H da amostra de PBAT, em CDCl3, 600 MHz.
200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0
129,8
134,0
165,7
13C deslocamento quimico (ppm)
173,2
Figura 40: Espectro de RMN 13C da amostra de PBAT, em CDCl3, 600 MHz.
4.6 – ESPECTROSCOPIA DE IMPEDÂNCIA ELÉTRICA
4.6.1 – CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA DO PBAT
A partir do gráfico de condutividade elétrica da amostra de PBAT apresentado na
Figura 41 é possível observar que o material apresenta condutividade em 2x10-11 S/cm,
o que caracteriza este material como isolante. Não foram encontrados dados de
literatura que apontam um valor de condutividade específico para este material. Além
desta análise é possível observar que há um ponto de aproximação das curvas real e
imaginária no gráfico, na região de frequência igual a 8x106 Hz. Este resultado também
47
evidencia que o material apresenta características isolantes, sendo necessário aumento
na quantidade de energia fornecida ao sistema para que este material possa ser condutor.
O comportamento isolante do material pode ser justificado pela presença de
átomos de carbono com hibridização do tipo sp3 ao longo da cadeia polimérica que não
possuem orbitais do tipo π que são responsáveis pela condução da corrente elétrica nos
materiais semicondutores [15,17,35,44,45]
10-1
100
101
102
103
104
105
10-12
10-11
10-10
10-9
10-8
10-7
10-6
10-5
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
Condutividade da amostra de PBAT - 0,20g
Figura 41: Condutividade Real e Imaginária da amostra de PBAT.
4.6.2 – CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA DOS MATERIAIS HÍBRIDOS DE POMA E POEA
As Figuras 42 e 43 correspondem respectivamente às amostras POMADS-1 e
POMADP-1. Enquanto que as Figuras 44 e 45 correspondem respectivamente às
amostras de POEADS-1 e POEADP-1. Por comparação é possível observar que para a
amostra POEADS-1 a condutividade apresenta valor em de 6x10-3 S/cm, enquanto a
amostra POEADP-1 o valor de condutividade é de 4x10-1 S/cm. Para as amostras
POMADS-1 e POMADP-1 os valores de condutividade são respectivamente 3x10-11
S/cm e 3x10-1S/cm. A massa de ITO nestas amostras é de 0,09g (45%). Nas amostras
contendo POEA a diferença de cerca de 2 ordens de grandeza no valor de condutividade
elétrica pode estar associado a diferença de nível de dopagem do polímero
semicondutor. Desta forma, é possível observar que na amostra POEADS-1 a maior
contribuição na condução da corrente elétrica está ligada a presença de ITO. No caso
das amostras contendo polímeros dopados, este aumento em percentual de massa,
proporciona uma diminuição nas distâncias de salto entre ilhas condutoras, favorecendo
48
a diminuição da função trabalho no material. Na amostra contendo POMADS-1 a
diferença de cerca de 10 ordens de grandeza pode estar associada ao número de sítios
condutores e a sua dispersão ao longo da estrutura do material.
10-1
100
101
102
103
104
105
10-12
10-11
10-10
10-9
10-8
10-7
10-6
10-5
σ'
σ''Con
dutivid
ade
(S
/cm
)
Frequencia (Hz)
POMADS-1
POEA desdop.: 0,09g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,01g
Figura 42: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADS-1
10-1
100
101
102
103
104
105
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
10-1
σ'
σ''
Con
dutivid
ad
e (
σ/c
m)
Frequencia (Hz)
POMA dop.: 0,01g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,09g
POMADP-1
Figura 43: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADP-1
10-1
100
101
102
103
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105
10-8
10-7
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEADS-1
POEA desdop.: 0,01g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,09g
Figura 44: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADS-1
10-1
100
101
102
103
104
105
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
10-1
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEA dop.: 0,01g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,09g
POEADP-1
Figura 45: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADP-1
As Figuras 46 e 47 correspondem respectivamente às amostras POMADS-2 e
POMADP-2. Enquanto que os gráficos 48 e 49 correspondem as amostras de POEADS-
2 e POEADP-2. Por comparação é possível observar que para a amostra POEADS-2 é
menos condutora de todo o conjunto, pois apresenta valor de condutividade de 8x10-11
S/cm, enquanto a amostra POEADP-2 o valor de condutividade apresentado é de 1x10-1
S/cm. Na amostra contendo POEADS-2 a diferença de cerca de 10 ordens de grandeza
pode estar associada ao número de sítios condutores e a sua dispersão ao longo da
estrutura do material. Neste caso, também deve ser considerado o volume dos grupos
ligados às cadeias principais dos polímeros semicondutores (grupo etil), favorecendo
uma menor organização dos polímeros. Já as amostras de POMADS-2 e POMADP-2
apresentaram respectivamente, valores de condutividade de 3x10-3 S/cm e 6x10-2 S/cm.
49
Os resultados encontrados nestas amostras estão relacionados com o nível de dopagem
do polímero semicondutor.
10-1
100
101
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103
104
105
10-9
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10-3
10-2
σ'
σ''
Con
dutivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADS-2
POMA desdop.: 0,08g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,02g
Figura 46: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADS-2
10-1
100
101
102
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104
105
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
σ'
σ''
Co
ndu
tivid
ade
(S
/cm
)
Frequencia (Hz)
POMA dop.: 0,02g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,08g
POMADP-2
Figura 47: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADP-2
10-1
100
101
102
103
104
105
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σ'
σ''
Co
nd
utivid
ade
(S
/cm
)
Frequencia (Hz)
POEADS-2
POEA desdop: 0,02g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,08g
Figura 48: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADS-2
10-1
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10-4
10-3
10-2
10-1
σ'
σ''
Con
dutivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEA dop.: 0,02g
PBAT: 0,08g
ITO:0,10g
POEADP-2
Figura 49: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADP-2
As Figuras 50 e 51 correspondem respectivamente às amostras POMADS-3 e
POMADP-3. Enquanto que os gráficos 52 e 53 correspondem às amostras de POEADS-
3 e POEADP-3. Por comparação é possível observar que para a amostra POEADS-3 e
POEADP-3 apresentam praticamente os mesmos valores de condutividade (1x10-
1S/cm), enquanto as amostras POMADS-3 e POMADP-3 os valores de condutividade
são respectivamente 2x10-3 S/cm e 1x10-1 S/cm. Nas amostras contendo POEA e POMA
dopadas e desdopadas a diferença de condutividade deve estar relacionada com o nível
de dopagem do polímero semicondutor, considerando uma maior regularidade na
distribuição das ilhas condutoras na estrutura do material.
50
10-1
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10-3
10-2
σ'
σ''
Co
ndu
tivid
ade
(S
/cm
)
Frequencia (Hz)
POMADS-3
POMA desdop.: 0,04g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,06g
Figura 50: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADS-3
10-1
100
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10-3
10-2
10-1
100
σ'
σ''
Con
du
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMA dop.: 0,04g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,06g
POMADP-3
Figura 51: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADP-3
10-1
100
101
102
103
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10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
10-1
σ'
σ''
Con
du
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEA desdop.: 0,04g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,06g
POEADS-3
Figura 52: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADS-3
10-1
100
101
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10-7
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10-5
10-4
10-3
10-2
10-1
100
σ'
σ''
Condutivid
ade (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEADP-3
POEA dop.: 0,04g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,06g
Figura 53: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADP-3
As Figuras 54 e 55 correspondem respectivamente às amostras POMADS-4 e
POMADP-4. Enquanto que os gráficos 56 e 57 correspondem às amostras de POEADS-
4 e POEADP-4. Por comparação é possível observar que para a amostra POEADS-4 e
POEADP-4 apresentam, respectivamente valores de condutividade de 7x10-2S/cm e
1x10-1S/cm, enquanto as amostras POMADS-4 e POMADP-4 os valores de
condutividade são respectivamente 2x10-3S/cm e 1x10-2S/cm. Nas amostras de POMA e
POEA tanto para o polímero dopado como para o desdopado a diferença de
condutividade é de cerca de uma ordem de grandeza e está relacionada com a dopagem
do polímero semicondutor, considerando uma maior regularidade na distribuição das
ilhas condutoras na estrutura do material.
51
As Figuras 58 e 59 correspondem respectivamente às amostras POMADS-5 e
POMADP-5. Enquanto que os gráficos 60 e 61 correspondem às amostras de POEADS-
5 e POEADP-5. Por comparação é possível observar que para a amostra POEADS-5 e
POEADP-5 apresentam respectivamente, valores de condutividade de 1x10-11S/cm e
8x10-4S/cm, enquanto as amostras POMADS-5 e POMADP-5 os valores de
condutividade são respectivamente 3x10-3S/cm e 9x10-2S/cm. Novamente temos a
ocorrência da dispersão das ilhas condutoras na matriz biodegradável da amostra de
POEADS-5. Nesta amostra também há de se considerar os grupos ligados às cadeias
principais dos polímeros semicondutores que favorecem uma menor organização dos
polímeros. Para as amostras de POMADS-5, POMADP-5 e POEADP-5 a condutividade
pode ser estar relacionada ao nível de dopagem do polímero semicondutor.
Figura 54: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADS-4
10-1
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10-7
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10-3
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σ'
σ''
Con
du
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADP-4
POMA dop.: 0,06g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,04g
Figura 55: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADP-4
10-1
100
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10-7
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10-2
10-1
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEA desdop.: 0,06g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,04g
POEADS-4
Figura 56: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADS-4
10-1
100
101
102
103
104
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10-8
10-7
10-6
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10-4
10-3
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEADP-4
POEA dop.: 0,06g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,04g
Figura 57: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADP-4
10-1
100
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10-1
σ'
σ''C
on
du
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADS-4
POMA desdop.: 0,06g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,04g
52
10-1
100
101
102
103
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105
10-10
10-9
10-8
10-7
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
10-1
σ'
σ''
Con
du
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADS-5
POEA desdop.: 0,08g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,02g
Figura 58: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADS-5
10-1
100
101
102
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104
105
10-7
10-6
10-5
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10-3
10-2
10-1
100
σ'
σ''
Con
du
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMA dop.: 0,08g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,02g
POMADP-5
Figura 59: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADP-5
10-1
100
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105
10-12
10-11
10-10
10-9
10-8
10-7
10-6
10-5
σ'
σ''
Co
ndu
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEADS-5
POEA desdop.: 0,08g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,02g
Figura 60: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADS-5
10-1
100
101
102
103
104
105
10-11
10-10
10-9
10-8
10-7
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEA dop.: 0,08g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,02g
POEADP-5
Figura 61: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADP-5
As Figuras 62 e 63 correspondem respectivamente às amostras POMADS-6 e
POMADP-6. Enquanto que os gráficos 64 e 65 correspondem às amostras de POEADS-
6 e POEADP-6. Por comparação é possível observar que para a amostra POEADS-6 e
POEADP-6 apresentam respectivamente, valores de condutividade de 4x10-11S/cm e
3x10-4S/cm, enquanto as amostras POMADS-6 e POMADP-6 os valores de
condutividade são respectivamente 8x10-3S/cm e 9x10-2S/cm. Novamente temos a
ocorrência da dispersão das ilhas condutoras sobre a matriz biodegradável da amostra de
POEADS-6. Nesta amostra também há de se considerar os grupos ligados às cadeias
principais dos polímeros semicondutores que favorecem uma maior desorganização dos
polímeros. Para as amostras de POMADS-6, POMADP-6 e POEADP-6 a condutividade
pode ser estar relacionada ao nível de dopagem do polímero semicondutor.
53
10-1
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10-2
σ'
σ''
Condutivid
ade (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADS-6
POMA desdop.: 0,09g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,01g
Figura 62: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADS-6
10-1
100
101
102
103
104
105
10-7
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
10-1
100
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADP-6
POMA dop.: 0,09g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,01g
Figura 63: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADP-6
10-1
100
101
102
103
104
105
10-13
10-12
10-11
10-10
10-9
10-8
10-7
10-6
10-5
10-4
σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEADS-6
POEA desdop.: 0,09g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,01g
Figura 64: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADS-6
10-1
100
101
102
103
104
105
10-10
10-9
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10-7
10-6
10-5
10-4
10-3
σ'
σ''
Condu
tivid
ade (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEA dop.: 0,09g
PBAT: 0,10g
ITO: 0,01g
POEADP-6
Figura 65: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADP-6
As Figuras 66 e 67 correspondem respectivamente às amostras POMADS-7 e
POMADP-7. Enquanto que os gráficos 68 e 69 correspondem às amostras de POEADS-
7 e POEADP-7. Por comparação é possível observar que para a amostra POEADS-7 e
POEADP-7 apresentam respectivamente, valores de condutividade de 1x10-11S/cm e
5x10-5S/cm, enquanto as amostras POMADS-7 e POMADP-7 os valores de
condutividade são respectivamente 2x10-11S/cm e 5x10-2S/cm. A massa de ITO nestas
amostras é de zero grama (0%). Nestas amostras há a predominância da ocorrência da
diferença do nível de dopagem dos polímeros semicondutores, caracterizado em ambas
as amostras devido a diferença de cerca de 9 ordens de grandeza para as amostras de
POMA e de 6 ordens de grandeza para as amostras contendo POEA. Nestas amostras
também há de se considerar os grupos ligados às cadeias principais dos polímeros
semicondutores, favorecendo maior ou menor organização dos polímeros.
54
10-1
100
101
102
103
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10-6
σ'
σ''
Condutivid
ade (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADS-7
POMA desdop.: 0,10g
PBAT: 0,10g
ITO: 0g
Figura 66: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADS-7
10-1
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σ'
σ''
Cond
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POMADP-7
POMA dop.: 0,10g
PBAT: 0,10g
ITO: 0g
Figura 67: Condutividade Real e Imaginária da amostra POMADP-7
10-1
100
101
102
103
104
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10-11
10-10
10-9
10-8
10-7
10-6
10-5 σ'
σ''
Co
nd
utivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEA desdop.: 0,10g
PBAT: 0,10g
ITO: 0g
POEADS-7
Figura 68: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADS-7
10-1
100
101
102
103
104
105
10-6
10-5
10-4
10-3
10-2
σ'
σ''
Con
du
tivid
ad
e (
S/c
m)
Frequencia (Hz)
POEADP-7
POEA dop.: 0,10g
PBAT: 0,10g
ITO: 0g
Figura 69: Condutividade Real e Imaginária da amostra POEADP-7
As Figuras de 42 a 69 de medidas de condutividade elétrica mostradas
anteriormente evidenciam a variação da condutividade elétrica do material híbrido em
função da frequência. Para mostrar esta variação representamos abaixo medidas da
condutividade elétrica real em função da massa dos polímeros semicondutores nas suas
formas desdopadas e dopadas e a influência do óxido metálico (ITO) no sistema.
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
0,0
2,0x10-3
4,0x10-3
6,0x10-3
8,0x10-3
Co
ndu
tivid
ad
e R
eal (S
/cm
)
Massa de POMA desdopada (g)
Variaçao da condutividade real X massa do polimero
Figura 70: Variação da condutividade real X massa de polímero POMA desdopada.
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
0,0
5,0x10-2
1,0x10-1
1,5x10-1
2,0x10-1
2,5x10-1
3,0x10-1
Con
du
tivid
ad
e R
ea
l (S
/cm
)
Massa de POMA dopada (g)
Variaçao da condutividade real X massa do polimero
Figura 71: Variação da condutividade real X massa de polímero POMA dopada.
55
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
0,0
2,0x10-2
4,0x10-2
6,0x10-2
8,0x10-2
1,0x10-1
Con
dutivid
ad
e R
ea
l (S
/cm
)
Massa de POEA desdopada (g)
Varaiaçao condutividade real X massa do polimero
Figura 72: Variação da condutividade real X massa de polímero POEA desdopada.
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10
0,0
5,0x10-2
1,0x10-1
1,5x10-1
2,0x10-1
2,5x10-1
3,0x10-1
Cond
utivid
ad
e R
eal (S
/cm
)
Massa de POEA dopada (g)
Varaiaçao condutividade real X massa do polimero
Figura 73: Variação da condutividade real X massa de polímero POEA dopada.
Nas Figuras 70 e 72 de POMA e POEA desdopadas são observados uma maior
variação da condutividade elétrica real à medida que a massa de polímero ou do óxido
metálico é alterada. Nestes casos (material desdopado) a sensibilidade destas amostras
são mais evidentes pelo fato da dispersão das ilhas condutoras serem representadas
quase que unicamente pela inserção de óxido metálico no sistema, mostrando uma
menor condutividade nestes materiais. Quando comparamos estas amostras (Figuras 70
e 72) com as Figuras 71 e 73 (material dopado) é observado um decréscimo na
condutividade real à medida que a massa de polímero é aumentada, ou seja, diminuindo
a massa de óxido metálico (ITO) no sistema. Nestes casos, Figuras 71 e 73, antes do
acréscimo da massa de óxido no sistema, tem-se formação de ilhas condutoras,
provenientes da dopagem dos polímeros (sal de esmeraldina). Porém, além desta
dopagem intrinsecamente do polímero, quando acrescida massa de óxido no sistema, há
um aumento da condutividade elétrica deste material, diminuindo assim a energia
necessária para os saltos entre as ilhas estabelecidas. Tal resultado é bastante
importante, uma vez que, como citado na literatura [37, 50] a energia livre aleatória
(Random Free-Energy Barrier Model – RFEB) relaciona o valor de energia máxima de
salto dos portadores de carga envolvidos no processo de transporte no volume do
polímero, que neste trabalho representa o material híbrido. Nestes sistemas, a dopagem
do polímero e a inserção de ITO fazem o papel do processo de transporte de saltos
(hopping), como em sistemas de sólidos desordenados.
Trabalhos realizados mostram que a variação da condutividade elétrica no volume
do material, o que pode favorecer perspectivas da utilização destes sistemas híbridos
condutores descartáveis, serem aplicados em dispositivos eletrônicos de temperatura ou
de umidade [17].
56
5 Conclusões
A partir das caracterizações dos materiais híbridos de POMA e POEA em seus
estados dopados e desdopados é possível confirmar pela técnica de FTIR a presença dos
grupos funcionais dos polímeros POMA e POEA, além do polímero biodegradável
PBAT. Neste último, verifica-se somente a presença da carbonila do éster ligado ao anel
aromático. O deslocamento do pico na região de 3200 cm-1 das amostras de POMA e
POEA desdopadas para cerca de 3300 cm-1, para POMA e POEA dopadas, comprova a
presença de átomos de nitrogênio quaternário, característicos destes polímeros, devido
menor energia de ligação. Também não foram encontradas evidencias sobre a
ocorrência de interações intermoleculares fortes entre os polímeros semicondutores
dopados ou desdopados com o polímero biodegradável, pois esta envolveria hidrogênios
dos grupos nitrogenados e a carbonila do polímero biodegradável, alterando
razoavelmente a freqüência de absorção deste grupo (C=O) do material híbrido em
relação o PBAT isolado. A comprovação da presença da segunda carbonila do éster
ligado ao anel aromático presente na estrutura do polímero biodegradável foi feita a
partir dos espectros de RNM de 13C e 1H.
Quanto à caracterização do material através da técnica de Difração de Raios-X é
possível concluir que a associação dos polímeros evidencia a presença de picos
característicos de regiões de cristalização dos materiais individuais, além de picos
oriundos da associação dos polímeros e do ITO na região de 2θ variando de 25° a 65°.
Este aumento no número de picos, mostra uma melhora nas propriedades físicas como a
rigidez do material. Em uma análise superficial é possível observar que estas amostras
são autossustentáveis, característica que está associada à presença do PBAT. Na análise
visual da POMA e POEA são identificados a formação de pequenos grânulos (pós),
sugerindo material não sustentável isoladamente. O mesmo aspecto é observado para o
ITO. Este fator pode influenciar diretamente nas caracterizações elétricas do material,
tornando mais difícil a sua reprodução.
Na caracterização elétrica das amostras dopadas e desdopadas é possível verificar
que há um aumento na condutividade elétrica dos materiais, à medida que há aumento
de ilhas condutoras no sistema. Tanto para as amostras dopadas ou desdopadas, é
possível observar o aumento da condutividade elétrica à medida que o percentual de
ITO é aumentado no sistema. Isso favorece o aumento na quantidade de ilhas
57
condutoras ao longo do material o que implica em uma melhora na condução da
corrente elétrica.
No desenvolvimento dos sistemas híbridos de POMA/PBAT, POEA/PBAT não
há uma dispersão uniforme do polímero semicondutor sobre a matriz polimérica
biodegradável, conforme evidenciado nas imagens de microscopia. O mesmo
comportamento é observado quando é acrescido óxido metálico aos sistemas
poliméricos, resultando em aglomerados irregulares, formando sítios distribuídos
aleatoriamente de diferentes tamanhos. Com isso, podemos observar nas amostras
desdopadas uma não regularidade nos valores de condutividade elétrica real quando
acrescido a massa de óxido metálico.
Algumas podem ser as alternativas empregadas para a solução deste problema de
dispersão do material. Dentre estas destacam-se a secagem controlada de solvente e a
deposição controlada de camadas típica de filmes LBL (Layer-by-Layer)
6 Referências Bibliográficas
[1] MANO, E. B.; Introdução a polímeros, cap. 1, Editora Edgard Blucher. São Paulo.
Brasil, (1999).
[2] AUGUSTO, T. Introdução a Polímeros Condutores: Síntese e Caracterização
Eletroquímica da Polianilina, Universidade de São Paulo. São Paulo, [2-4], 2009.
[3] FILHO, R. C. R. Polímeros Condutores: descoberta e aplicações, Nobel 2000.
Química Nova, n.12, 2000.
[4] RUSA, K.; BISANHA, L. D.; MOTHEO, A. J. Estudo comparativo da Síntese de
compósito de Polianilina – MnO2 e poli (o-metoxianilina) – MnO2, Instituto de
Química de São Carlos, USP. São Paulo.
[5] FELIPE, R. C. T. Materiais Composto, Centro Federal de Educação Tecnológica do
Rio Grande do Norte. Rio Grande do Norte, [1-6], 2008.
[6] DIAS, J. C.; SILVA, F. S.; REZENDE, M. C.; MARTIN, I. M. Absorvedores de
Radiação Eletromagnética Aplicados no Setor Aeronáutico. Instituto Tecnológico
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