PREPARO DO PACIENTE E DA EQUIPE NO PRÉ E TRANS- … · cias, utilizando terminologia acessível ao...

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PREPARO DO PACIENTE E DA EQUIPE NO PRÉ E TRANS- OPERATÓRIO MARIA DA CONCEIÇÃO MUNIZ RIBEIRO

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PREPARO DO PACIENTE E DA

EQUIPE NO PRÉ E TRANS-

OPERATÓRIO

MARIA DA CONCEIÇÃO MUNIZ RIBEIRO

PREPARO PSICOLÓGICO

Procedimento

cirúrgico

Falta de

confiança

ESTRESSE DEPRESSÃO ANSIEDADE

DesconhecidoMedo

PREPARO PSICOLÓGICO

Desconhecido Falta de

confiança

ESTRESSE DEPRESSÃO ANSIEDADE

MEDO

PREPARO PSICOLÓGICO

Desconhecido Falta de

confiança

ESTRESSE DEPRESSÃO ANSIEDADE

MEDO

DA

DOR

DO DESCO-

NHECIDO

DA

ANESTESIA

DO DIAGNÓS-

TICO E DA

OPERAÇÃO

DAS

SEQÜELAS

DA

MORTE

Medo

PREPARO

PSICOLÓGICO

RELAÇÃO

Profissional de saúde

PACIENTE

OUVIR FALAR

DOR PÓS-

OPERATÓRIA E

ANALGÉSICOS

USO DE

DRENOS E

CATETERES

ANESTESIA E

SEUS

AVANÇOS

QUALIDADE

DE VIDA

PÓS-OPERAT.

OSTOMIAS,

SEQÜELAS E

REABILITAÇÃO

DIAGNÓSTICO

E OPERAÇÃO

ETAPAS DO PREPARO PSICOLÓGICO DO PACIENTE

CIRÚRGICO

Explicar ao paciente, de maneira clara e concisa, a

natureza e a importância dos exames complementares

e dos preparos pré-operatórios

Informar ao paciente, de maneira didática e objetiva,

sobre os principais aspectos de sua afecção que estão

motivando a indicação cirúrgica

Descrever sumariamente o procedimento anestésico-

cirúrgico planejado, seus riscos e possíveis conseqüên-

cias, utilizando terminologia acessível ao paciente

ETAPAS DO PREPARO PSICOLÓGICO DO PACIENTE

CIRÚRGICO

Alertar o paciente e seus familiares em relação às

conseqüências da não-realização do procedimento

cirúrgico

Entender como esperados e aceitar o medo e a

ansiedade pré-operatória do paciente e de seus

familiares

Explicar o que irá acontecer no pós-operatório, por

exemplo, na sala de recuperação pós-anestésica e no

centro de tratamento intensivo, levando eventualmente

o paciente a estes ambientes antes da operação

ETAPAS DO PREPARO PSICOLÓGICO DO PACIENTE

CIRÚRGICO

Realizar discussão franca e otimista com o paciente

em relação a aspectos perioperatórios, como a dor pós-

operatória e uso de analgésicos, o uso de drenos e

cateteres, a possibilidade de ostomias, amputações etc.

Evidenciar o conhecimento e as atitudes tomadas em

relação a demandas específicas do paciente, relacio-

nadas a existência prévia de limitações e comorbidades

Ser dedicado, atencioso e solícito

com o paciente e seus familiares e,

ESCUTAR O PACIENTE

Respeito à posição no leito a ser prescrita

Mudança de decúbito no leito

Movimentação ativa e passiva de membros inferiores

Deambulação precoce

Fisioterapia e reeducação respiratória

Realização de inspirações profundas periódicas

Tosse voluntária com contenção da ferida abdominal

Respeito à prescrição de jejum e da dieta liberada

EDUCAÇÃO PARA

O PÓS-OPERATÓRIO

PREPARO IMEDIATO

Dieta-jejumBanho

pré-operatório

Tricotomia

pré-operatória*

Lavagem

intestinalEsvaziamento

vesicalVeia central

Tricotomia

•Recomenda-se não remover os pêlos, exceto ao

redor da incisão quando interferir no ato cirúrgico,

devendo ser realizado fora da sala onde será

realizada a cirurgia. Se for necessário realizar a

tricotomia, fazê-la imediatamente antes da cirurgia

com uso de aparelho elétrico (tricotomizador) que

parece diminuir o risco de infecção profunda da

ferida em comparação com a preparação com o uso

de lâmina.

CONTINUAÇÃO

O Colégio Americano de Cirurgiões recomenda a não remoção dos pêlos ou corte dos pelos no sitio cirúrgico na manhã do dia da cirurgia.

O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, publicou normas para o controle de infecção de feridas cirúrgicas, em que não indica a remoção do cabelo, exceto se este prejudicar ou dificultar a realização do procedimento cirúrgico (havendo a necessidade de realização da tricotomia, que ela seja feita por máquina de tosquiar elétrica ou agentes para depilação).

PREPARO IMEDIATO

Roupas /

Prótese

Pré-

anestésico

HidrataçãoReserva

pré-operatória

Veia central*

Cateterismo venoso central

Monitorização da pressão venosa central

Via de acesso rápido para administração de

líquidos e hemoderivados

Administração de medicamentos e nutrição

parenteral central

Dificuldade na punção de veias periféricas

(pacientes submetidos a quimioterapia, longas

internações etc.)

Previsão de jejum pós-operatório prolongado e

necessidade de hidratação venosa por vários dias

Banho corporal

Antes de toda e qualquer cirurgia

preconiza-se o banho corporal total

com uso de sabão comum. Para

pacientes que serão submetidos à

cirurgia laparoscópica, enfatizar a

necessidade de higiene rigorosa do

umbigo.

CONTINUAÇÃO

O uso de anti-sépticos para o banho corporal total

está indicado para cirurgias limpas e em especial

naquelas que envolvem a colocação de implantes

(ortopédicos, cardíacos, neurológicos, entre

outos.) e deve ser orientado para ser realizado na

noite anterior e na manhã do dia da cirurgia. São

indicados para esta finalidade: solução degermante

de clorexidina 2% ou PVPI a 10% .

ATENÇÃO

Deve-se realizar higiene oral criteriosa, principalmente em pacientes que serão intubados.

A higiene pré-operatória compreende banho geral, com atenção à cabeça, axilas e genitais, pois são esses, além do trato respiratório, os locais de maiores fatores de contaminação. Atenção especial deve ser dada à cicatriz umbilical, unhas e pregas cutâneas, onde um leve esfregar torna-se necessário. Por este motivo, o banho estaria contra-indicado por ocasião da operação.

Técnicas de degermação

Trajetória Histórica

J. Lister usava o vaporizador de ácido

fênico para aspergir todo o campo

cirúrgico, os apetrechos e as mãos da

equipe. Quando ficou comprovado que os

germes do ar não eram tão patogênicos

como Lister havia imaginado, ele mesmo

o abandonou definitivamente, em 1877.

CONTINUAÇÃO

Felix Terrier, embora aceite as idéias de Lister, faz duas críticas: o perigo não está no ar, e sim na gaze, nos aparelhos cirúrgicos e nas próprias mãos do cirurgião; a destruição dos germes é aleatória, porque há formas esporuladas que não são atingidas. Mas só dez anos depois ele realiza sua velha aspiração. Um setor considerado modelo de técnica no mundo inteiro. Os doentes sépticos são separados dos assépticos. Todo o corpo do paciente é lavado, o mesmo acontecendo com as mãos e antebraços dos membros da equipe.

AS MÃOS

As mãos - tanto o cirurgião quanto seus auxiliares (incluindo a instrumentadora) procederão a degermação das mãos. As unhas serão sempre aparadas rente.

Por que dergemar se vamos usar luvas esterilizadas? Porque o uso das luvas não dispensa absolutamente a desinfecção das mãos, visto que a luva pode romper-se ou cortar-se; e calçar as luvas com a mão contaminada, irá contaminá-las também.

As mãos possuem microorganismos devidos a toques e manuseios a todo instante com objetos contaminados. Nas mãos encontram-se germes na superfície da pele, nos pêlos, nas dobras profundas, nos orifícios glandulares e até mesmo nas camadas descamativas da epiderme.

OBJETIVO

Reduzir a microbiótica transitória inibindo a

microbióta residente, através da aplicação

de germicidas, além de proporcionar efeito

residual na pele do profissional

Duração do procedimento da

Degermação

Segundo o Manual da ANVISA Segurança do

Paciente- Higienização das mãos (2008) preconiza

que a degermação das mãos seja realizada de 3 a 5

minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3

minutos para as cirurgias subseqüentes.

Já as Práticas Recomendadas pela SOBECC

(2009), diz que a degermação das mãos e

antebraço da equipe cirúrgica deva ser realizado

de 2 a 5 minutos.

Técnica de degermação

As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com anti-séptico e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal.

Remover todos os adereços das mãos e antebraços;

Abrir a torneira, molhar as mãos, antebraços e cotovelos.

Recolher, com as mãos em concha, o antiseptico (PVPI ou Gluconato de Clorhexidina) e espalhar nas maos, antebraço e cotovelo. No caso de escova impregnada com anti-septico, pressione a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes; Figura n.° 1.

ESCOVAÇÃO

Prefira começar a escovação pelo braço

direito, pois ficará mais tempo com solução

degermante. As pessoas canhotas devem

começar a escovação pelo braço esquerdo;

Figura n.° 2.

Proceder a escovação das unhas e pregas

supra-ungueais (cutícula); Figura n.° 3.

FOTOS

Degermação

Passar para a palma da mão, pressionar a parte da esponja contra a pele das pontas dos dedos até a prega do punho (sem o movimento de vaivém); Figura n.° 4

Pressionar os espaços ou sulcos interdigitais, iniciar pela borda cubital (dedo mínimo) até a borda radial (dedo polegar);

Escovar o dorso da mão até a prega do punho, começando das pon­tas dos dedos até o punho (sem o movimento de vaivém); Figura n.° 5

FOTOS

Degermação

Escovar o antebraço começando pela face anterior, depois passe para a face posterior fazendo a escovação do sentido distai para o proximal (da prega do punho até a prega de flexão do braço), mantendo as mãos em altura superior à do cotovelo;

Escovar o cotovelo por último com movimentos circulares;

Manter o braço escovado elevado e longe do corpo, mas sobre o lavabo para que não respingue solução degermante no chão;

Degermação

Usar para as mãos e os antebraços o lado da escova não utilizado para as unhas, no caso de a escova ter um só lado, usar duas escovas ou lavar as cerdas com um jato de água e em seguida colocar solução degermante para ser usado no braço oposto;

Enxaguar as mãos em água corrente, no sentido das mãos para cotovelos, retirando todo resíduo do produto. Fechar a torneira com o cotovelo, joelho ou pés, se a torneira não possuir foto sensor.

Degermação

Manter o braço enxaguado na posição

vertical sobre o lavabo enquanto a água

escorre para o cotovelo;

Terminar a escovação das mãos e

antebraços;

Manter os braços na posição vertical e sobre

o lavabo para a água escorrer; Figura n.°

FOTO

Degermação

Evitar molhar o conjunto cirúrgico, pois a umidade da roupa pode penetrar e contaminar o capote estéril que será vestido;

Aplicar um jato de PVPI ou Gluconato de Clorhexidina tópico nas mãos (para promover uma película protetora), ou usar luva iodada antialérgica;

Passar para a sala de operação, com os braços semi-elevados, com as mãos em conchas e mais altas que o cotovelo e distante do resto do corpo;

Pegar uma compressa estéril que deverá ficar dobrada ao meio, enxugar a mão e o antebraço, virar no avesso a compressa e secar a outra mão e o antebraço com suaves toques, desprezá-la em local próprio;

Em seguida vestir o capote estéril e calçar as luvas.

Observação: Não utilizar álcool após a degermação, pois o efeito residual obtido será anulado.

Paramentação da equipe

cirúrgica

A paramentação cirúrgica, tradicionalmente, é

constituída de gorro, máscara, luva esterilizada,

óculos de proteção, propé, uniforme privativo,

campos cirúrgicos e avental cirúrgico

esterilizados. Seu intuito principal é prevenir a

transferência de microrganismos da equipe

cirúrgica e da própria pele do paciente para a

ferida operatória e, conseqüentemente, reduzir o

risco de sua contaminação e de ISC

Paramentação

Outro objetivo é proteger a equipe cirúrgica

contra riscos ocupacionais, decorrentes de

exposição ao sangue e a outros fluidos

orgânicos do paciente, potencialmente

contaminados com agentes infectantes,

como HIV e Hepatites B e C

Aventais e Campo Cirúrgico

O CDC (Centers for Disease Control and Prevention) esclarece que aventais e campos cirúrgicos são usados para criar uma barreira entre a área circundante ao sítio cirúrgico e potenciais fontes de bactérias. Tanto os aventais quanto os campos cirúrgicos devem ser impermeáveis a líquidos e a vírus. Os aventais do campo cirúrgico devem constituir barreiras eficazes quando molhados (ou seja, deve ser confeccionado em material resistente a penetração de líquidos).

ATENÇÃO

O CDC recomenda troca de avental quando

estiver visivelmente sujo com sangue ou

outro fluido corporal potencialmente

infectante;

luvas

Recomenda-se o uso do duplo enluvamento

do cirurgião e primeiro assistente para

qualquer procedimento que durar mais que

uma hora, pois estudos demonstraram que o

procedimento de longa duração influencia a

taxa de furos nas luvas e aumenta a

exposição ao sangue;

máscaras

a Association of Perioperative Registered

Nurses (AORN) recomenda que todas as

pessoas devem utilizar máscaras cirúrgicas

ao entrarem na sala de operação, quando

materiais e equipamentos estéreis estiverem

abertos.

propés

Para garantir maior proteção eles devem ser

calçados com sapatos fechados;

- gorros: o CDC recomenda sua utilização

com intuito de evitar a contaminação do

sítio cirúrgico por cabelo ou microbiota

presente nele, o gorro deve ser bem

adaptado, permitindo cobrir totalmente o

cabelo na cabeça e face.

ATENÇÃO

adicionou-se o uso de óculos ou máscaras

protetoras dos olhos como componentes da

paramentação cirúrgica.

Antissepsia da área a ser

cirurgiada

O cirurgião inglês Sir Joseph Lister que,

incorporando as ideias microbiológicas do

químico francês Louis Pasteur, convenceu o

mundo em 1867 que a infecção cirúrgica

não deveria ser “louvável ou desejável” e

sim sempre evitada.

Continuação

Para evitar a infecção do sitio cirúrgico, recomendasse limpar a região da incisão cirúrgica antes de realizar a preparação anti-séptica da pele com o intuito de remover a contaminação grosseira. Para essa finalidade é suficiente o uso de soluções degermantes e remoção do sabão com solução fisiológica ou água esterilizada (anti-sepsia de enfermagem). Usar um agente anti-séptico apropriado para antissepsia da pele que pode ser realizada com solução alcólica de polivinipirrolidona-iodo (PVPI) ou clorexidina (antissepsia cirúrgica realizada pelo cirurgião).

Estrutura da pele

Epiderme: células epiteliais, c/

diferentes estratos, se recompõe

rapidamente

Derme: densa camada de tecido

conectivo

glândulas sebáceas

folículos pilosos

Microbiota da pele

Fora transitória

Flora

residente

Epiderme

Derme

A PELE

A pele, a primeira barreira de defesa do

corpo contra o meio externo, é colonizada

por dois tipos de flora bacteriana: a flora

residente ou permanente ou ainda profunda

e a flora superficial ou transitória.

SOLUÇÕES

As soluções recomendadas para anti-ssepsia da

área a ser cirurgiada são:

Os iodofóricos são complexos orgânicos de iodo a

10%. São ativos contra Gram-negativos, Gram-

positivos, vírus e fungos. Raramente provocam

reações alérgicas e têm ótima ação residual por

quatro horas. Comercialmente são associados a

detergente sintético (degermante), solução

alcoólica (tintura ou alcóolico) e água (tópico).

SOLUÇÕES

Pacientes com hipertireoidismo e outras desordens da função tireoidiana são contra-indicações para o uso de preparações que contenham iodo. Da mesma forma, os iodóforos não devem ser aplicados em grávidas e a mulheres que estejam amamentando ou a recém-nascidos e crianças pequenas.Os iodóforos e o iodo não devem ser usados em pacientes com alergia a estas preparações.

Os derivados do clorexidina são compostos de muito boa atividade antibacteriana. Sua ação antimicrobiana persiste o por até 6 horas. Dificilmente provocam reações alérgicas e têm boa ação residual. Comercialmente são associados a detergente sintético (degermante), solução alcoólica (tintura ou alcóolico) e água (tópico).

SOLUÇÕES

A clorexidina é efetiva contra vírus lipofílicos, como o HIV, vírus influenza e vírus do herpes 1 e 2, mas vírus como o poliovírus, coxsackievírus e rotavírus não são inativados.

Embora não haja evidência de que o digluconato de clorexidina seja tóxico se for absorvido pela pele, a ototoxicidade é uma preocupação quando a clorexidina é instilada dentro do ouvido médio durante as cirurgias. Altas concentrações de clorexidina e preparações contendo outros compostos, como álcool e surfactantes, também podem danificar os olhos e seu uso em tais tecidos não é recomendado.

FOTO

Obrigado pela atenção