Press Review page - ClipQuick · Aumentar as vendas em Angola e conquistar o Médio Oriente são os...

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Gorila vai correr mundo «ESTRATÉGIA» Aumentar as vendas em Angola e conquistar o Médio Oriente são os objetivos da Lusiteca. Texto Catarina Nunes. Fotos Paulo Alexandrino O O cheirinho no ar a açúcar quente faz lembrar as cozinhas das avós, com doces acabados de fazer. Na verdade, estamos na fábrica onde são produzidas as pastilhas Gorila e os caramelos Penha (além das outras marcas da Lusiteca), que regressam agora com uma nova imagem e com o obje- tivo de adoçar mais bocas fora de Portugal. Ana Paula Costa, presidente da Lu- siteca, conhece muito bem não este cheiro como os cantos da fábrica locali- zada em Mcm Martins, em Sintra. É fi- lha de um dos fundadores da empresa, António Marques da Costa, e representa a família que detém a maioria do capital da Lusiteca (60%) , sendo os restantes 40% controlados pela família Andrade. O ano passado, ficará para sempre na história da Lusiteca, por ser o momento de viragem no percurso da empresa. "A Lusiteca estava estagnada porque não ha- via ninguém, um visionário, que fizesse a empresa andar para a frente", conLa Ana Paula Costa que assumiu a presidência na sequência do falecimento do pai em 2010. A empresa tinha passado, em 2003, pela morte do irmão de Ana Paula e pela saída de um dos sócios (Fernando Rocha). Para pôr em andamento a nova fase da Lusiteca, a presidente convidou Pe- dro Ribeiro da Cunha (ex-presidente da Construtora do Tâmega e da Aerosoles), que fez o diagnóstico e ajudou a definir o caminho a seguir. "Este ano, vamo-nos concentrar na Gorila e na Penha, porque temos de começar por algum lado, e estas são as nossas marcas mais fortes", explica Pedro Ribeiro da Cunha. Para já, as duas marcas estão nos pontos de venda com imagem e embalagens novas, criadas pela agência de publicidade BAR. A expansão nos mercados internacio- nais éa principal prioridade da Lusiteca para a Gorila, em particular para Angola, onde a marca comercializa em Luanda 40% do total das suas vendas. Devido ao êxito comercial em Angola, a Lusiteca vai substituir os agentes por uma estrutura local própria com dois ou três colabora- dores e respetivo diretor. Fora de hipótese está, para já, a abertura de uma unidade de produção em Angola até porque a fábrica de Mcm Martins ainda está longe da capa- cidade máxima. Dubai é outro dos países onde a Gorila está presente (com vendas mais residuais) e Pedro Ribeiro da Cunha avança que o Médio Oriente é uma região a explorar, bem como o chamado "mercado da saudade", composto por emigrantes portugueses. A produção para terceiros (como acontece com o fornecimento de carame- los para a marca própria do Continente e com os rebuçados para o BES) é outra das vertentes do negócio a explorar numa se- gunda fase. Nome Gorila nasceu do acaso A Lusiteca começou em 1968, num antigo armazém de colchões de arame, com a união de três empresários ligados ao ne- gócio de mercearias, que decidiram mon- tar uma empresa de empacotamento de produtos alimentares que eram vendidos a

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Gorila vaicorrer mundo

«ESTRATÉGIA»

Aumentar as vendas em Angola e conquistar o Médio Oriente são

os objetivos da Lusiteca. Texto Catarina Nunes. Fotos Paulo Alexandrino

O O cheirinho no ar a açúcar quente faz

lembrar as cozinhas das avós, com doces

acabados de fazer. Na verdade, estamos na

fábrica onde são produzidas as pastilhasGorila e os caramelos Penha (além das

outras marcas da Lusiteca), que regressam

agora com uma nova imagem e com o obje-

tivo de adoçar mais bocas fora de Portugal.Ana Paula Costa, presidente da Lu-

siteca, conhece muito bem não só este

cheiro como os cantos da fábrica locali-zada em Mcm Martins, em Sintra. É fi-lha de um dos fundadores da empresa,António Marques da Costa, e representaa família que detém a maioria do capitalda Lusiteca (60%) , sendo os restantes 40%controlados pela família Andrade.

O ano passado, ficará para sempre nahistória da Lusiteca, por ser o momentode viragem no percurso da empresa. "A

Lusiteca estava estagnada porque não ha-via ninguém, um visionário, que fizesse a

empresa andar para a frente", conLa AnaPaula Costa que assumiu a presidência na

sequência do falecimento do pai em 2010.

A empresa já tinha passado, em 2003, pelamorte do irmão de Ana Paula e pela saída

de um dos sócios (Fernando Rocha).

Para pôr em andamento a nova fase

da Lusiteca, a presidente convidou Pe-dro Ribeiro da Cunha (ex-presidente da

Construtora do Tâmega e da Aerosoles),

que fez o diagnóstico e ajudou a definiro caminho a seguir. "Este ano, vamo-nosconcentrar na Gorila e na Penha, porquetemos de começar por algum lado, e estas

são as nossas marcas mais fortes", explica

Pedro Ribeiro da Cunha. Para já, as duas

marcas já estão nos pontos de venda com

imagem e embalagens novas, criadas pela

agência de publicidade BAR.

A expansão nos mercados internacio-nais é a principal prioridade da Lusiteca

para a Gorila, em particular para Angola,onde a marca comercializa só em Luanda40% do total das suas vendas. Devido ao

êxito comercial em Angola, a Lusiteca vai

substituir os agentes por uma estruturalocal própria com dois ou três colabora-dores e respetivo diretor. Fora de hipótese

está, para já, a abertura de uma unidade de

produção em Angola até porque a fábricade Mcm Martins ainda está longe da capa-cidade máxima. Dubai é outro dos paísesonde a Gorila está presente (com vendas

mais residuais) e Pedro Ribeiro da Cunha

avança que o Médio Oriente é uma região a

explorar, bem como o chamado "mercado

da saudade", composto por emigrantes

portugueses.A produção para terceiros (como já

acontece com o fornecimento de carame-los para a marca própria do Continente e

com os rebuçados para o BES) é outra das

vertentes do negócio a explorar numa se-

gunda fase.

Nome Gorila nasceu do acaso

A Lusiteca começou em 1968, num antigoarmazém de colchões de arame, com a

união de três empresários ligados ao ne-gócio de mercearias, que decidiram mon-tar uma empresa de empacotamento de

produtos alimentares que eram vendidos a

Da fábrica em Mcm Martinssaem todos os dias 3 milhõesde pastilhas Gorila

granel, como feijão, grão, canela e... açúcar.Do embalamento de açúcar à transforma-

ção foi um passo e a Lusiteca começou a

fazer caramelos, numa tentativa de imitaros que eram feitos em Espanha. "Começá-mos com os rebuçados Mouro e com os Pe-nha. Depois, em 1975 começámos com as

pastilhas", recorda Ana Paula Costa, refe-rindo-se à Gorila, marca que marcou umaépoca. "É interessante a coincidência, em1975 no auge da crise do PREC, a Lusitecadecidiu lançar a Gorila com grandes inves-

timentos, numa altura em que ninguéminvestia. Agora no auge de uma outra crise,

a Lusiteca está outra vez a investir", com-

para Pedro Ribeiro da Cunha.O nome Gorila é obra do acaso. Corriam

os anos 70 e António Marques da Costa an-dava a fazer as primeiras experiências paraencontrar a fórmula de uma pastilha elás-

tica. Para batizar a inovação decidiu fazer

um estudo de mercado junto da filha e de

uma amiga dela. "O meu pai chegou a casa

do trabalho, estava eu a brincar com uma

amiga, e perguntou-nos nomes para dar a

uma pastilha elástica. A minha amiga ficou

muito encolhida a olhar para ele, porqueo meu pai era um homem muito alto e

robusto, e disse 'gorila'", conta Ana Paula

Costa. Estava definido o nome das pastilhas

que fizeram história, criaram uma legiãode fãs e que querem agora alargar a pre-sença no mundo. ©