PREVALÊNCIA DO DESMAME PRECOCE EM ...O aleitamento materno é um dos temas contemporâneo muito...

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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES III Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde Esmeralda Das Dores Santos Santana PREVALÊNCIA DO DESMAME PRECOCE EM LACTENTES NO MUNICÍPIO DE AGRESTINA - PERNAMBUCO RECIFE 2011

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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES

III Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde

Esmeralda Das Dores Santos Santana

PREVALÊNCIA DO DESMAME PRECOCE EM LACTENTES NO MUNICÍPIO DE AGRESTINA -

PERNAMBUCO

RECIFE

2011

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ESMERALDA DAS DORES SANTOS SANTANA

PREVALÊNCIA DO DESMAME PRECOCE EM LACTENTES NO MUNICÍPIO DE AGRESTINA - PERNAMBUCO

Monografia apresentada ao III Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para a obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.

Orientadora: Vera Lucia de Vasconcelos Chaves

RECIFE

2011

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Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

S231p

Santana, Esmeralda das Dores Santos.

Prevalência do desmame precoce em lactentes no município de

Agrestina – PE. / Esmeralda das Dores Santos Santana — Recife: E. D. S.

Santana, 2010.

39 f.: il.

Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) – Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz.

Orientadora: Vera Lucia de Vasconcelos Chaves.

1. Aleitamento Materno. 2. Desmame. 3. Cuidado do Lactente. I.

Chaves, Vera Lucia de Vasconcelos. II. Título.

CDU 613.953

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ESMERALDA DAS DORES SANTOS SANTANA

PREVALÊNCIA DO DESMAME PRECOCE EM LACTENTES NO MUNICÍPIO DE AGRESTINA - PERNAMBUCO

Monografia apresentada ao III Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para a obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.

Aprovada em: _____/_______/______

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Ms Ana Paula de Souza Farias

UFPE

__________________________________________

Drª Vera Lucia de Vasconcelos Chaves CPqAM /FIOCRUZ

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AGRADECIMENTOS

“ Foi o Senhor que fez isto e é coisa maravilhosa aos nossos olhos.” Sl.118. v.

23.

Agradeço ao meu DEUS por estar concluindo mais uma etapa tão

importante; e pelas promessas cumpridas em minha vida.

Ao meu filho Esmeraldo Neto, pelo amor incondicional, por acrescentar razão

e beleza aos meus dias, por ser causa desta conquista e de todas as outras em

minha vida.

Ao meu esposo Antônio, por compreender e apoiar as minhas ausências, por

dividir comigo alegrias e dificuldades, me ajudando sempre de diferentes maneiras

com muito carinho.

Aos meus pais, pelo amor, carinho e compreensão, sem medir esforços para

que eu chegasse a realizar esta conquista.

Aos meus irmãos, por estarem sempre presente em minha vida, por me

apoiar e incentivar a seguir meus ideais.

A orientadora Vera Lucia de Vasconcelos Chaves, pela paciência, e pela

contribuição na elaboração deste trabalho.

Aos amigos da Secretaria de Saúde de Agrestina, pelo apoio e incentivo, pela

experiência maravilhosa de convivermos juntos e principalmente pela amizade.

Muito Obrigada!

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...Aninha-me em teu colo como outrora dize-me bem baixo assim: – Filho, não temas, dorme em sossego, que tua mãe não dorme. Dorme. Os que de há muito te esperavam cansados já se foram para longe. Perto de ti está tua mãezinha. Teu irmão, que o estudo adormeceu, tuas irmãs pisando de levinho para não despertar o sono teu. Dorme, meu filho, dorme no meu peito. Sonha a felicidade. Velo eu...

(VINÍCIUS DE MORAES, 1933)

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Santana, Esmeralda das Dores Santos. Prevalência do desmame precoce em lactentes no município de Agrestina – PE. 2010. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Osvaldo Cruz, Recife, 2010.

RESUMO

Introdução: O leite materno é indicado como alimento ideal para a criança nos seus primeiros meses de vida, devido suas vantagens para mãe, filho e o benefício econômico para o país. Contudo, muitos fatores contribuem para o desmame precoce e que quase sempre estão associados as dificuldades relacionadas a fatores físicos, socioculturais e psicológicos. Objetivos: Avaliar o desmame precoce em lactentes menores de 4 meses no município de Agrestina – Pernambuco (PE), determinar sua prevalência e verificar a assistência prestada no município, pontuando os fatores que estão dificultando essa prática. Metodologia: Estudo de caráter descritivo e explanatório cuja população estudada foi composta por lactentes menores de 4 meses cadastrados e acompanhados na Estratégia de Saúde da Família (ESF), no município de Agrestina-PE tomando como referência informações contidas no sistema de informações do Banco de dados do Sistema Único de saúde (DATASUS), e Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB), no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2010. Resultados: A prevalência do desmame precoce em lactentes menores de 4 meses de idade no município de Agrestina foi de 35,6%, o percentual de crianças menores de 4 meses sem aleitamento foi de 11,8%. Conclusão: Este estudo possibilita subsidiar ações, visando à promoção do aleitamento materno e melhoraria da qualidade da assistência prestada ao município de Agrestina.

Palavras-chave: Aleitamento Materno, Desmame, Cuidado do Lactente .

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Santana, Esmeralda das Dores Santos. Prevalence of early weaning among infants in the city of Agrestina - PE. 2010. Monograph (Specialization in Management Systems and Health Services) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Osvaldo Cruz, Recife, 2010.

ABSTRACT

Introduction: Breast milk is recommended as an ideal food for the child during its

first months of life because of its advantages for mother, son and economic benefit to the country. However, many factors contribute to early weaning and often are associated with the difficulties related to physical, psychological and sociocultural. Objectives: To evaluate early weaning among infants under 4 months in the city of

Agrestina - Pernambuco (PE), determine its prevalence and to assess the care provided in the city, pointing out the factors that are hindering the practice.Methodology: a descriptive and explanatory whose population was

composed of infants under 4 months enrolled and followed in the Family Health Strategy (FHS) in the municipality of Agrestina-PE by reference to information contained in the information system of the Bank of Data of the Unified Health (DATASUS) and Information System (SIAB), from January 2005 to December 2010. Results: The prevalence of early weaning in infants under 4 months of age in the

municipality of Agrestina was 35.6%, the percentage of children younger than 4 months without feeding was 11.8%. Conclusion: This study provides support to actions aiming to promote breastfeeding and improve the quality of care provided to the municipality of Agrestina.

Keywords: Breastfeeding, weaning, Infant Care .

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS

IBFAN

DATASUS

ESNP

ESF

Agentes Comunitários de Saúde

International Baby Food Action Network

Banco de dados do Sistema Único de Saúde

Escola Nacional de Saúde Publica

Estratégia de Saúde da Família

FIOCRUZ

INAN

Fundação Oswaldo Cruz

Instituto Nacional de Alimentos e Nutrição

IUBAAM

NOAS

MS

Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação

Norma Operacional da Assistência à Saúde

Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

PACS

PNIAM

Programa de Agentes Comunitários de Saúde

Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento

Materno

RJ

SAMU

SIAB

SUS

SP

Rio de Janeiro

Serviço de Atendimento Móvel de Urgências

Sistemas de Informações da Atenção Básica

Sistema Único de Saúde

São Paulo

UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância

PE Pernambuco

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A história da amamentação no Brasil

2.2 Campanhas de incentivo à prática do aleitamento materno

2.3 Desmame Precoce

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

3.2 Objetivos específicos

4 ASPECTOS METODOLÓGICOS

4.1 Tipo de estudo

4.2 Caracterização da área de estudo

4.3 População e amostra

4.4 Critérios de inclusão

4.5 Coleta dos dados

4.6 Análise dos dados

4.7 Aspectos éticos

5 RESULTADOS

6 DISCUSSÃO

7 CONCLUSÃO

8 RECOMENDAÇÕES

REFERÊNCIAS

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1 INTRODUÇÃO

O aleitamento materno é um dos temas contemporâneo muito abordado

e que propulsiona o Ministério da Saúde do Brasil a promover campanhas e

programas de caráter público, com o objetivo de esclarecer a importância da

amamentação para o bebê, a puérpera e a sociedade, bem como incentivar

essa prática (GIUGLIANI, 2000).

O leite materno é indicado como alimento ideal para a criança nos seus

primeiros meses de vida. Isto se deve ao fato das suas inquestionáveis

propriedades nutricionais e antiinfecciosas, além das vantagens psicossociais

da prática do aleitamento materno para mãe e seu filho e o seu benefício

econômico para o país (PERCEGONI et al., 2002).

Pesquisas revelam que a falta de conhecimento a respeito das

vantagens da amamentação e a ausência de orientação no pré-natal e no

período puerperal, que contemplam as dificuldades a cerca da amamentação,

são apontadas como causas que podem interferir na prática do aleitamento

materno (PERCEGONI et al., 2002; REA CUKIER, 1988).

Mediante os benefícios conhecidos, a Organização Mundial de Saúde

(OMS) e a Fundação das Nações Unidas para Infância (UNICEF), recomendam

que a prática do aleitamento materno deva ocorrer exclusivamente até os seis

meses de idade e a amamentação complementada mantida até os dois anos

de vida ou mais (O FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA;

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1979).

Contudo, apesar dos esforços para implementar uma política de

incentivo à amamentação, o desmame precoce continua sendo um dado

comprovado em diversos estudos sobre aleitamento materno no Brasil.

Pesquisa nacional realizada em 1999, a respeito da prevalência de aleitamento

materno nas Capitais Brasileiras e no Distrito Federal, verificou que apenas

9,7% dos lactentes com idades entre 151 a 180 dias estavam em aleitamento

materno exclusivo enquanto que na faixa etária de 271 a 364 dias de vida,

apenas 44,2% das crianças estudadas continuavam recebendo o leite materno

(BRASIL, 1999).

A comunidade cientifica revelam que existe muitos fatores que

contribuem ao desmame precoce, tal afirmativa é corroborada por Percegone e

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outros. (2002, p. 29): “Muitos fatores contribuem para o desmame precoce, no

entanto, a falta de conhecimento sobre aleitamento materno por parte das

mães tem representado papel importante na redução da duração desta

prática.”

As dificuldades existentes podem ser classificadas como circunstanciais

e culturais. A respeito das dificuldades circunstanciais, tais como mamilos

rachados e fissurados, tipos de mamilos, ingurgitamento mamário, doença

materna e do bebê são referidas como uma das causas para o desmame

precoce (ISSLER, 1987).

Contudo, é necessário saber que existem outras dificuldades, como as

culturais (falta de estímulo da família e emancipação da mulher, entre outras)

que também contribuem para a interrupção precoce desta prática, ou seja, a

quebra da prática da amamentação exclusiva antes dos seis meses (ISSLER,

1987; PERCEGONI et al., 2002).

Pamplona (2005) categoriza as dificuldades apontadas pelas mães em

fatores físicos, socioculturais e psicológicos. Esta classificação utilizada pela

autora diverge da classificação de Issler (1987), quando descreve que a

insuficiência de leite materno seria uma dificuldade circunstancial, e não

sociocultural.

É importante mencionar que não existe leite insuficiente, pois toda nutriz

tem a capacidade de produzir a quantidade de leite suficiente para nutrir seu

bebê. Porém, pode existir situações adversas em que ocorra baixa produção

de leite propriamente dita, ou uma baixa transferência de leite. Esta afirmação

é muito bem expressada por Vasconcellos (2006, p. 298-299):

Na verdade, a imensa maioria das mulheres apresenta quantidade de leite suficiente para amamentar suas crianças, inclusive gêmeos. O percentual de nutrizes que realmente apresentam baixa produção de leite é extremamente pequeno. Normalmente o lactente está recebendo tudo de que necessita, mesmo que a mãe pense que não tem leite suficiente. Fatores sociais, culturais, psicológicos, experiência anterior em amamentação sem sucesso, falta de apoio e incentivo nos primeiros momentos da amamentação, enfim, inúmeras causas levam a nutriz a pensar que seu leite é pouco para sustentar o seu bebê.

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Mediante aos fatores ou as dificuldades apresentadas pelas nutrizes,

verifica-se que o desmame precoce é um resultado da interação complexa de

diversos fatores tais como biológicos, demográficos, socioeconômicos,

psicológicos e culturais que refletem no modo como as mulheres alimentam

seus filhos e o tempo que os amamentam (EDUARDO et al., 1998). Segundo

Martins (1998) ele acredita que existem questões sociais contidas no existir de

cada mãe.

Mulheres com risco de desmame precoce deveriam ser identificadas

durante a rotina pré-natal ou pediátrica, a fim de que pudessem participar de

programas especiais de Educação em Saúde, estruturados de acordo com a

especificidade de problemas individuais de etiologia biológica, psicológica e

sócio-cultural (CANDEIAS, 1983).

Estudos epidemiológicos sobre morbi-mortalidade de crianças

artificialmente alimentadas e a participação de entidades como OMS,–

UNICEF, e a International Baby Food Action Network (IBFAN) na promoção do

aleitamento materno é de vital importância para o aumento da amamentação

(BARROS, et al., 1994; UNICEF, 1990).

Este projeto trás a lume a importância da amamentação e a

preocupação da OMS, UNICEF e Ministério da Saúde do Brasil em promovê-la

por meio de campanhas sócio-educativas, visando combater a alta prevalência

de mães que abandonam a prática do aleitamento materno em virtude de suas

dificuldades diante do primeiro semestre da amamentação.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A história da amamentação no Brasil

A importância da amamentação para a promoção e proteção da

saúde das crianças em todo o mundo, tornou esta prática objeto de

preocupação e interesse da humanidade ao longo da história (VILLA, 1989).

Devido a este motivo, Almeida, em 2004 realizou um resgate histórico-social a

respeito dos conhecimentos e práticas sobre a amamentação na sociedade

brasileira.

A partir daí, registra-se que nos séculos XVI e XVII, o hábito do

aleitamento materno já existia na sociedade indígena que povoava distintas

regiões do litoral brasileiro. Este primeiro relato sobre a amamentação no Brasil

foi descrito através de uma carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal –

“[...] com um menino ou uma menina ao colo, atado com um pano (não sei o

quê) aos peitos[...]” (ALMEIDA, 1999).

Com o auxílio da tipóia, as índias tupinambás carregavam seus filhos 24

horas atados ao seu corpo, praticando a amamentação sob livre demanda. O

regime alimentar do lactente acompanhava o desenvolvimento da marcha, ou

seja, a introdução de outros alimentos só viria acontecer quando a criança

pudesse andar sozinha. No entanto, não havia abandono do peito e o

aleitamento materno se prolongava até os dois anos de idade (ALMEIDA,

1999).

Desta forma, as índias Tupinambás administravam harmoniosamente o

duplo papel da mulher, como nutriz e como trabalhadora. O desmame precoce,

sendo assim, só ocorreria diante de três situações: morte materna, doença

grave da mãe ou por questões culturais, ou seja, filhos de inimigos da tribo ou

filhos de índias que tivessem mais de um parceiro (ALMEIDA, 1999).

Assim, no Brasil o aleitamento materno entre os índios Tupinambás era

a regra geral. Porém, com a chegada dos colonizadores europeus, os hábitos

indígenas sofreram modificações, inclusive na amamentação. Os portugueses

consideravam o aleitamento materno como um comportamento instintivo e

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inapropriado aos hábitos e costumes da cultura européia. Instala-se a partir daí

o primeiro embate cultural em torno do aleitamento materno no Brasil

(ALMEIDA, 1999).

Para as mulheres européias daquela época, pertencentes às classes

sociais dominantes, o amor materno não tinha valor social e moral, fato que as

levavam a considerar o aleitamento materno como uma tarefa indigna para

uma dama (BADINTER, 1985). Com isso, surge a amamentação mercenária,

uma prática em que cabia à figura das saloias (camponesas da periferia) a

função de amamentar os filhos de mães burguesas (ALMEIDA, 1999;

SHORT,1998).

No Brasil, a primeira versão das saloias foi desempenhada pelas índias

Cunhãs; posteriormente, em virtude da rejeição cultural, foram substituídas

pelas escravas africanas. Mais tarde, decorrente da urbanização, ampliou a

difusão das amas-de-leite, surgindo a figura da “mãe preta de aluguel”

(ALMEIDA, 1999).

Através deste breve resgate da prática da amamentação ao longo da

história, verificou-se que o ato de aleitar direto ao seio, já existia desde a época

colonial, porém observa-se também à interferência nesta prática ao longo do

desenvolvimento da civilização humana (BITAR, 1995). Contudo a

amamentação deixa de ser instintivo e biológico, transformando-se em um

comportamento social e mutável, conforme a época e os costumes (ICHISATO;

SHIMO, 2002).

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2.2 Campanhas de incentivo à prática do aleitamento materno

Inúmeros eventos contribuem para assegurar o bem-estar do bebê nos

primeiros meses vida. Dentre todos, o mais importante é a amamentação, que

é promovida e patrocinada pela OMS e UNICEF, por considerarem o leite

materno como alimento ideal para o recém-nascido e a criança na primeira

infância (UNICEF, 1979).

No Brasil, até o início da década de 80, as atividades de incentivo à

amamentação aconteciam de forma isolada e envolviam, sobretudo, o setor de

saúde. Mas em 1981 foi criado o Programa Nacional de Incentivo ao

Aleitamento Materno (PNIAM), no Instituto Nacional de Alimentos e Nutrição

(INAN), que passou a ser o órgão responsável pelo planejamento de ações em

prol do aleitamento natural no país (ARAÚJO, 2002).

O Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM) foi

implantado por meio de estratégias, como campanhas de comunicação de

massa, mudanças nas práticas hospitalares, treinamento e supervisão das

equipes de saúde, buscando incentivar e apoiar o aleitamento materno

(BRASIL, 1991).

O desenvolvimento do PNIAM desencadeou um movimento de

valorização à prática do aleitamento materno na sociedade brasileira, e

principalmente no meio científico. A partir daí, a superioridade do leite materno

se transformou em unanimidade, pois a comunidade científica acreditava que a

amamentação desempenhava outras funções que transcendem a de nutrição

(ALMEIDA; NOVAK, 2004).

Além disso, outras estratégias foram instituídas, tais como: a Iniciativa

Hospital Amigo da Criança; criação de bancos de leite humano; o

monitoramento e a fiscalização da Norma Brasileira de Comercialização de

alimentos para lactentes e crianças de primeira infância; proibição de bicos,

chupetas e mamadeiras; a capacitação de profissionais de saúde e de outros

profissionais em aleitamento materno; o método canguru; a fiscalização dos

direitos da mulher trabalhadora que amamenta; as comemorações da Semana

Mundial do Aleitamento Materno (ARAÚJO, 2002).

Todo este trabalho tem sido coordenado e desenvolvido pelo Ministério

da Saúde do Brasil de forma integrada, e em parceria com diversas instâncias

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do setor de saúde, com universidades, órgãos internacionais e

governamentais, sociedades de classes, Ministério do Trabalho, corpo de

bombeiros, órgãos de defesa do consumidor e o Ministério das Comunicações

(ARAÚJO, 2002).

Esses órgãos e medidas, unidos, visam promover, proteger e incentivar

a prática da amamentação como meio de minimizar a mortalidade infantil no

país, e melhorar a qualidade de saúde das crianças brasileiras (LAMOUNIER;

MARANHÃO; ARAÚJO, 2002).

Além de o leite materno possuir aspectos nutricionais de alta qualidade

para criança, protege contra doenças do trato gastrintestinal, infecções

respiratórias agudas, otites médias, diversas infecções neonatais, doenças

alérgicas, promovem o crescimento e desenvolvimento das estruturas orais que

participam da sucção e favorece a respiração nasal. É válido mencionar que

também é de fácil digestão, é mais higiênico, é prático e possui uma

temperatura ideal (EDUARDO et al., 1998; GAMBURGO et al., 2002; PÉREZ-

ESCAMILLA, et al., 1995).

O aleitamento materno também contribui para a saúde da mulher,

protegendo contar o câncer de mama e de ovário, eficaz como método

contraconceptivo (desde que a amamentação seja exclusiva nos primeiros seis

meses após o parto), involução uterina mais rápida, com conseqüente

diminuição do sangramento pós-parto e de anemia, além de reforçar o vínculo

afetivo mãe e filho (GIUGLIANI, 2000; KUMMER et al., 2000; SANDRE-

PEREIRA et al., 2000).

Deste modo, a amamentação é importante não só para o bebê, mas

também, para a sua mãe e para a sociedade. Baseando-se nesta afirmação, é

importante oferecer as mães educação sobre o aleitamento materno no pré-

natal e no período puerperal através de práticas educativas que abordem

adequadamente as vantagens da amamentação e a preparação das nutrizes

para o aleitamento materno (SANCHES, 2002).

A intervenção educacional deve abordar questões como: a preparação

das mamas, as características do leite materno, prevenção e cuidados do

ingurgitamento mamário, os tipos de mamilos, a transição da nova dieta, a

postura adequada para amamentar e o sistema estomatognático e a

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amamentação. Todos esses aspectos visam incentivar o aleitamento materno

(JUNQUEIRA, 2000, VALDÉS, et al., 1995).

Mais do que preconizar a amamentação, faz-se necessário informar as

mulheres quanto à importância do aleitamento materno, pois a partir de maior

esclarecimento das mães o tempo médio da prática do aleitamento materno

será maior comparada àquelas que não foram instruídas. Isto vem corroborar

com o sucesso destes programas, mostrando que as populações-alvo

respondem favoravelmente às estratégias centradas no aspecto educativo

(GARCIA-MONTRONE; ROSE, 1996).

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2.3 Desmame Precoce

O desmame precoce deve ser interpretado como resultado da interação

complexa de diversos fatores demográficos, socioeconômicos e culturais, que

afetam o modo como as mulheres alimentam seus filhos e o tempo durante o

qual os amamentam (PERCEGONI et al., 2002).

Pesquisas revelam que até a década de 60, a prevalência da prática do

aleitamento materno era considerada boa (TUDISCO et al., 1984). Contudo, na

década de 70, seguindo uma influência do modelo alemão, o emprego da

amamentação não ocorreu de forma adequada, verificando-se importante

declínio desta prática. Este dado foi confirmado pelo inquérito domiciliar

nacional que mostrou que era de 2,5 meses a mediana de amamentação.

Então, foi constatado que o padrão da amamentação sofreu modificações na

duração e na freqüência, e a sua interrupção acontecia cada vez mais cedo

(PERCEGONI et al., 2002).

Muitos fatores contribuem para o desmame precoce, e que quase

sempre estão associados a dificuldades que segundo Issler (1987) podem ser

classificadas em dificuldades circunstanciais e culturais. Dentre os principais

fatores circunstanciais que as mães citam como dificuldades durante a prática

da amamentação e que tem como conseqüências o desmame precoce, são,

mamilos rachados e fissurados, tipos de mamilos, seio ingurgitado, bebê não

quer mais mamar, doença materna e nova gravidez (ISSLER, 1987).

Ainda estas autoras utilizaram a classificação de Issler (1987) para citar

as principais dificuldades circunstanciais referidas pelas nutrizes. As mães

alegam como conseqüências para o desmame precoce, o bebê não ter querido

mais mamar, e o leite ser insuficiente. Este fator pode ser atribuído à falta de

conhecimento, e preparação para o aleitamento materno (CUKIER; REA,

1988).

Como dificuldades culturais, encontram-se o meio em que as mulheres

vivem, a situação econômica, o acesso da família à educação, a inserção no

mercado de trabalho, a propaganda das fórmulas lácteas infantis nos meios de

comunicação, os mitos e os tabus em torno da amamentação e a atuação

inadequada dos serviços de saúde (ISSLER, 1987).

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Rea e Cukier (1988) também identificaram as dificuldades culturais

classificadas por Issler (1987) em uma pesquisa que realizaram, no qual

atribuíram a separação entre mãe e filho sendo uma das causas que mais

contribuíram para a o desmame precoce. Esta separação se dá por conta da

mulher ao trabalho fora do lar, e esta situação se acentua pela difícil locomoção

e distância casa-local de trabalho (REA et al., 1997).

Outra classificação utilizada no meio científico é a proposta por

Pamplona (2005) no qual associa o desmame precoce aos fatores físicos,

socioculturais e psicológicos. Essa autora aborda que os fatores físicos estão

associados às condições de saúde da mãe e do bebê, logo discorda de Issler

(1987) quando afirma que a insuficiência do leite materno seria uma dificuldade

circunstancial.

Vasconcellos (2006), afirma que toda nutriz tem capacidade de produzir

leite suficiente para alimentar seu bebê, porém, algumas adversidades podem

surgir e os profissionais competentes devem reconhecer com precisão quando

uma nutriz apresenta uma baixa produção láctea.

Esse mesmo autor, didaticamente categorizou a baixa produção de leite,

em uma baixa produção láctea ou uma baixa transferência de leite. Os fatores

classificados como uma baixa produção de leite, rigidez no horário das

mamadas, uso materno de remédios que possam afetar a produção de leite,

cirurgia mamária prévia com retirada de tecido glandular, doença materna

(algumas patologias podem influenciar na produção de leite), uso de

mamadeiras ou chupetas tornando confusa a sucção do bebê e a criança não

está apresentando mamadas freqüentes ou suficientemente longas

acarretando um baixo fluxo de leite (CORDEIRO, 2002).

Dentre os classificados como baixa transferência de leite destacam-se

mamadas curtas e freqüentes, mamilos ingurgitados, ductos bloqueados e

lesões mamilares, cirurgia mamária com perda de tecido glandular, um

posicionamento adequado à amamentação que contribua para uma boa pega,

o manejo com a mama requer higiene adequada evitando complicações, além

do uso de protetores de mamilos, cremes, pomadas e outros produtos que

possam provocar odores ou sabores diferentes e fatores psicológicos

(estresse, cansaço, falta de confiança, rejeição ao bebê, não gostar de

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amamentar entre outros) (CARVALHAES et al., 2007; PARADA, et al., 2005;

VASCONCELLOS, 2006).

Ao classificar os fatores socioculturais, Pamplona (2005) refere-se àqueles

relacionados aos papéis femininos e mais especificamente o materno, suas

funções e inter-relações com os demais papéis da mulher; a representação que

sua classe social e seu grupo familiar têm dos papéis femininos, da

maternidade e do aleitamento materno; condições concretas que a sociedade

lhe oferece de exercício da maternagem e do aleitamento (RODRIGUEZ-

GARCIA, SCHAEFER, 1991).

Também se pode categorizar outro fator responsável pelo declínio da

amamentação, é a mudança na estrutura familiar, ou seja, a família formada

pela mãe, pai e filho. Esta nova formação familiar acarretaria na dificuldade da

jovem mãe em não receber mais o apoio, a ajuda e o incentivo dos parentes

mais velhos, elementos facilitadores do aleitamento materno (ORLANDI, 1985,

SONEGO, et al., 2004).

Os fatores psicológicos são aqueles que circundam a história pessoal de

seu desenvolvimento afetivo/sexual, de suas relações familiares,

especialmente de sua identificação com a própria mãe; as suas vivências da

gestação, do parto e, principalmente, do puerpério, momento no qual acontece

a amamentação, incluindo-se nestas vivências suas relações familiares,

especialmente com o pai do bebê e a interação mãe/bebê (NAKANO, et al .,

2007; PAMPLONA, 1991).

Ainda que as vantagens do aleitamento materno sejam apresentadas

exaustivamente pela comunidade científica e o tempo médio no Brasil venha

crescendo (SANDRE-PEREIRA, 2000), observa-se também uma tendência

latente da espécie humana em interromper precocemente a amamentação. A

partir daí, emerge a necessidade de enfatizar os fatores físicos, socioculturais e

psicológicos como agentes dificultadores desta prática (ALMEIDA, 1999).

Em Pelotas, na avaliação de Mascarenhas et al. (2006), em 940 crianças

de um a três meses de idade concluiu que a baixa esco-laridade do pai, o

trabalho da mãe fora de casa e o uso da chupeta foram os principais fatores

relacionados à suspensão precoce do aleitamento materno.

Pesquisa realizada em Cuiabá, MT, França et al. (2007), estudando 920

crianças menores de um ano, observaram que o desmame prematuro esteve

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estatisticamente relacionado com a idade da mãe (menor de 20 anos), a

primiparidade e o uso de chupeta. O uso da mamadeira no primeiro mês de

vida, oferta de chás e a baixa escolaridade das mães foram as variáveis que se

mantiveram responsáveis pelo desmame prematuro.

A criação de iniciativas voltadas para o sucesso do aleitamento materno

em locais de atenção básica à saúde tem sido uma preocupação comum a

vários países (SILVA, 2000). Visando garantir a pratica do aleitamento e

diminuição do desmame precoce foram criados passos para que locais de

atenção à saúde situados na comunidade pudessem promover, proteger e

apoiar adequadamente a amamentação (OLIVEIRA, 2004).

No Brasil, houve uma proposta de Unidade Básica Amiga da Criança em

Londrina, em 1995. A Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação foi

criada no Estado do Rio de Janeiro, em 1999, e vem sendo implementada pela

SES-RJ/PAISMCA com o apoio do Grupo Técnico Interinstitucional de

Incentivo ao Aleitamento Materno (OLIVEIRA, 2004).

A Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM), tem por

objetivo a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno através da

mobilização das unidades básicas de saúde para a adoção dos "Dez Passos

para o Sucesso da Amamentação" da IUBAAM. Essa Iniciativa delineia um

importante papel de suporte que as unidades básicas de saúde, em conjunto

com os hospitais, podem desempenhar a fim de tornar o aleitamento materno

uma prática universal, contribuindo significativamente para a saúde e bem estar

dos bebês, suas mães, família e comunidade local (CLARK, 1984).

Pernambuco teve o reconhecimento por parte das Nações Unidas do

Instituto Materno Infantil de Pernambuco como o primeiro Hospital Amigo da

Criança do Brasil, pela aplicação dos Dez Passos pelo Aleitamento Materno em

suas dependências (CAMINHA et al., 2010).

Os dez passos para o sucesso da amamentação (OLIVEIRA, 2004).

1. Ter uma norma escrita quanto à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno que deverá ser rotineiramente transmitida a toda a equipe da unidade de saúde.

2. Treinar toda a equipe da unidade de saúde, capacitando-a para implementar esta norma.

3. Orientar as gestantes e mães sobre seus direitos e as vantagens do aleitamento materno, promovendo a amamentação

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exclusiva até os 6 meses e complementada até os 2 anos de vida ou mais.

4. Escutar as preocupações, vivências e dúvidas das gestantes e mães sobre a prática de amamentar, apoiando-as e fortalecendo sua autoconfiança.

5. Orientar as gestantes sobre a importância de iniciar a amamentação na primeira hora após o parto e de ficar com o bebê em alojamento conjunto.

6. Mostrar às gestantes e mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.

7. Orientar as nutrizes sobre o método da amenorréia lactacional e outros métodos contraceptivos adequados à amamentação.

8. Encorajar a amamentação sob livre demanda. 9. Orientar gestantes e mães sobre os riscos do uso de

fórmulas infantis, mamadeiras e chupetas, não permitindo propaganda e doações destes produtos na unidade de saúde.

10. Implementar grupos de apoio à amamentação acessíveis a todas as gestantes e mães, procurando envolver os familiares.

Estudo de caso realizada pela prefeitura do Rio de Janeiro (RJ) e pela

Faculdade Bezerra de Araújo, com apoio da Escola Nacional de Saúde Publica

(ENSP) e da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), revela que a iniciativa do

dez passos aumenta a prevalência da amamentação exclusiva em até 20% em

crianças menores de 4 meses (BRASIL, 2010).

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o desmame precoce dos lactentes menores de 4 meses de idade

no município de Agrestina - PE, no período de janeiro de 2005 a dezembro de

2010, a fim de subsidiar ações, visando melhorar a qualidade da assistência

prestada neste município.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Determinar a prevalência do desmame precoce, em lactentes menores de 4

meses de idade, no município de Agrestina -PE, tomando como referência

informações contidas no Sistema de Informações (DATASUS e SIAB);

b) Verificar a assistência prestada em Agrestina, procurando avaliar

acompanhamento das gestantes cadastradas na ESF e o acompanhamento

dos lactentes menores de 4 meses de idade cadastrados no município.

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4 ASPECTOS METODOLÓGICOS

4.1 Tipo de estudo

Estudo de caráter descritivo e explanatório com vistas a avaliar a

prevalência do desmame precoce em lactentes menores de 4 meses de idade

no município de Agrestina - PE, no período de janeiro de 2005 a dezembro de

2010. Foram utilizados informações contidas no banco de dados DATASUS e

SIAB.

4.2 Caracterização da área de estudo

O município de Agrestina fica situado a 155 km da capital do estado de

Pernambuco – Recife, tem uma população de aproximadamente 22.680 mil

habitantes (IBGE 2009). Está localizado na mesorregião central do Agreste do

estado, tendo como principal fonte de renda o comércio informal, agricultura e

as microempresas de facção em costura. A cidade também possui

comunidades quilombolas.

Na área da saúde, o município está habilitado na condição de Gestão da

Atenção Básica Municipal pela Norma Operacional da Assistência à Saúde

(NOAS/2002), possuindo, portanto, as responsabilidades na gestão da atenção

básica, vigilância em saúde e assistência farmacêutica básica.

A rede municipal de saúde na atenção primária foi ampliada em

setembro de 2009 passando a ter 100% de cobertura. O município possui

atualmente nove equipes de ESF, todas com a estratégia de saúde bucal

implantadas, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e os

serviços básicos de clínica médica, pediatria, ginecologia e urgência básica. Em

todas as ESF’s, funcionam os programas prioritários do Ministério da Saúde

que são: saúde da mulher, saúde da criança, saúde do idoso, atenção ao parto

e puerpério, serviço de citologia, hipertensão e diabetes, hanseníase e

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tuberculose e planejamento familiar. O município também conta com o apoio do

programa “Mãe Coruja”.

Na Média complexidade, o município de Agrestina dispõe dos serviços

nas especialidades de fisioterapia, ultrassonografia, psicologia, colposcopia e

laboratório de análises clínicas, geriatria, além do Serviço de Atendimento

Móvel de Urgência (SAMU). A referência para as consultas especializadas são

os municípios de Caruaru e Recife.

4.3 População e amostra

A população estudada foi composta por 1731 lactentes menores de 4

meses de idade cadastrados na ESF no município de Agrestina, no período de

janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

4.4 Critérios de inclusão

Gestante cadastradas e acompanhadas na ESF no município de

Agrestina - PE;

Nascidos vivos no município de Agrestina;

Lactentes na faixa etária 0 a 4 meses;

Lactentes cadastrados e acompanhados de 0 a menores 4 meses em

aleitamento exclusivo e misto

Período de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

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4.5 Coleta dos dados

Foram utilizados dados secundários contidas no banco de dados

DATASUS e SIAB, oriundas das ESF no município de Agrestina -PE no

período de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

4.6 Análise dos dados

Os dados foram analisados através do programa Excel for Windows e os

resultados apresentados através de gráficos e tabelas de freqüências simples e

relativas.

Inicialmente selecionamos informações contidas no banco de dados

DATASUS e SIAB, oriundas das ESF no município de Agrestina - PE no

período de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

Em seguida, realizamos análise procurando observar os nascidos vivos

do município de Agrestina, gestantes cadastradas e acompanhadas, lactentes

menores de 4 meses com aleitamento exclusivo e com aleitamento misto,

cadastradas nas ESF’ no município, acompanhadas de Janeiro de 2005 a

dezembro de 2010.

4.7 Aspectos éticos

Foram trabalhados os dados secundários, obtidos através do DATASUS,

logo não ofereceu risco a população pesquisada. sendo dispensado o parecer

aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos.

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5 RESULTADOS

Em relação ao número de gestantes cadastradas no município de

Agrestina no período de 2005 a 2010, observa-se que no ano de 2008 houve

um aumento no número de gestantes com média de 163,5 e encontramos a

menor média de 120,7 no ano de 2010, (Tabela 1).

Tabela 1 – Distribuição do número de gestantes cadastradas e acompanhadas segundo o mês, no município de Agrestina - PE de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL MÉDIA

2005 120 132 139 133 130 135 127 145 140 136 138 142 1617 134,7

2006 127 131 132 122 130 120 112 135 148 178 162 156 1653 137,7

2007 159 148 144 133 123 119 244 139 138 146 145 141 1779 148,2

2008 135 135 140 148 160 183 191 189 178 171 167 150 1962 163,5

2009 172 163 159 136 138 148 142 137 99 126 127 134 1522 126,8

2010 128 126 139 149 146 128 121 133 127 118 143 137 1449 120,7

Fonte: DATASUS (2010)

Como podemos observar na Tabela 2, o número de gestantes que

realizaram pré-natal no município de Agrestina cresceu nos últimos dois anos,

conforme podemos observar no gráfico a seguir. Já no ano de 2005, apenas

74,3% das gestantes realizaram pré-natal, enquanto que, no período de 2006 à

2008 essa média cresceu para 84,8%, elevando-se ainda mais em 2009 e

2010 com os resultados de 92,7% e 96,8% respectivamente.

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Tabela 2 – Distribuição do número de gestantes que realizaram pré-natal o conforme mês, no município de Agrestina -PE de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

Fonte: DATASUS (2010)

Como podemos observar na Tabela 3, o município de Agrestina ao longo

de seis anos obteve um número de nascidos vivos estável. Em 2008 esse

número se elevou, todavia em 2010 houve o menor número de nascidos vivos

no município.

Tabela 3 – Distribuição do número de nascidos vivos no município de Agrestina -PE de janeiro de 2005 a dezembro de 2010.

ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Se

te

Out Nov Dez Total

2005 14 22 22 23 25 23 26 31 16 25 25 19 271

2006 35 17 14 34 23 21 31 20 25 19 27 17 283

2007 24 21 33 26 26 32 44 10 14 15 18 15 278

2008 30 32 28 20 21 28 27 23 25 32 30 25 321

2009 31 26 32 30 23 14 29 18 17 17 24 15 276

2010 22 19 23 23 16 23 23 22 25 16 17 14 243

Fonte: DATASUS (2010)

ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total

N %

2005 92 98 111 114 107 104 109 118 105 116 114 118 1202

74,3

2006 107 118 112 107 102 101 97 106 122 159 151 148 1430

86,5

2007 143 116 129 119 105 102 214 122 110 115 121 120 1516

85,2

2008 115 116 123 118 132 154 166 164 159 138 139 94 1628

82,9

2009 130 135 130 114 115 132 129 122 86 104 103 112 1412

92,7

2010 100 110 102 134 118 115 112 125 120 109 130 129 1404

96,8

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Gráfico 1: Prevalência do desmame precoce, do aleitamento exclusivo e misto em

lactentes do município de Agrestina- PE de 2005 a 2010.

Fonte: DATASUS (2010)

Em relação à distribuição das crianças menores 4 meses de idade

segundo o tipo de amamentação, é possível observar no gráfico 1 que ao longo

desses anos ocorreu um número bastante significativo de aleitamento misto.

No que tange ao desmame total, contata-se um declínio considerável no ano

de 2009.

O município apresentou no período de janeiro de 2005 a dezembro de

2010 um total de 1731 crianças menores de 4 meses de idade cadastradas,

destas, 88,2% iniciaram a amamentação ao peito, mantendo-se apenas 52.6%

em amamentação exclusiva, 35,6% em aleitamento misto e 11,8% em

desmame.

0

50

100

150

200

250

300

350

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Crianças <4 m

Aleit. Exclusivo

Aleit. Misto

Desmame

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6 DISCUSSÃO

Em relação ao número de gestantes no município de Agrestina no período de

2005 a 2010, pode-se observar que durante os primeiros quatro anos o

município apresentou um número crescente de gestantes, chegando a alcançar

a maior média em 2008 com 163,5 gestantes e a partir de 2009 esse número

reduziu, apresentando menor média de 120,7 em 2010.

O número de gestantes que realizaram pré-natal no município cresceu

de forma bastante significativa nos últimos dois anos. Em 2005, observou-se

que apenas 74,3% das gestantes realizaram pré-natal, e de 2006 à 2008 a

média de consultas foi de 84,8%. A partir de 2009, o número de gestantes que

realizam o pré-natal aumentou, com valores de 92,7% e 96,9%

respectivamente. A freqüência das consultas de pré-natal principalmente no

primeiro trimestre de gestação são contribuintes e influenciam no resultado da

amamentação. Esses dados mostram que o município tem a preocupação de

seguir as recomendações do Programa de Humanização no Pré-natal e

Nascimento (PHPN) que estabelece o número mínimo de consultas de pré-

natal: (seis consultas, sendo preferencialmente, uma no primeiro trimestre,

duas no segundo trimestre e três no último trimestre) (BRASIL, 2005). Esse

resultado possibilitou mostrar a importância da ampliação da cobertura da ESF

no município, bem como sua atuação na comunidade a qual esta inserida, em

relação ao acesso às informações e ao planejamento familiar.

O município de Agrestina ao longo desses cinco anos apresentou um

número estável de nascidos vivos. Em 2008 esse número se elevou, porém

observa-se que em 2010 ocorreu o menor número de nascidos vivos no

município. Acreditamos que a ESF do município vem atuando de forma

bastante significativa no que diz respeito ao planejamento familiar.

Observamos que, embora 88,2% das crianças de Agrestina tenham

iniciado amamentação exclusiva, esse índice não se manteve até os 4 meses

de idade. A comparação dos dados do município com os do estudo da ll

Pesquisa de Prevalência de aleitamento materno nas capitais e Distrito Federal

(BRASIL, 2009), onde a prevalência do aleitamento exclusivo em crianças

menores de 4 meses, foi de 35,6% em 1999 enquanto que em 2008 esse

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numero elevou para 51,2%. No presente estudo encontramos uma prevalência

de aleitamento materno exclusivo de 52,6%. Apesar dos resultados

encontrados em nosso estudo estarem relativamente na mesma proporção dos

resultados do estudo das capitais brasileiras apresentado pelo MS, observa-se

que existe uma baixa prevalência do aleitamento materno exclusivo até os 6

meses e complementar até os 2 anos ou mais (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA

SAÚDE, 1989).

Como podemos observar esse estudo mostrou que a prevalência do

desmame foi de 11,8%, sendo observado uma maior prevalência nos anos de

2005 à 2008 e menor prevalência nos anos de 2009 e 2010 cujos valores foram

respectivamente 3,1% e 5,9%. Estudo realizado em Campinas - São Paulo

(SP) mostra que a proporção de crianças amamentadas nas faixas etárias de 0

a 4 meses de idade foi de 2,1% caracterizando processo de desmame precoce

rápido (NEJAR et al., 2004).

Os resultados obtidos nos anos de 2009 e 2010 no município mostraram

uma melhora nos indicadores. Tais fatos podem ser atribuídos a ampliação da

cobertura da ESF no ano de 2009 que atingiu 100% de cobertura. A ESF foi

criada pelo MS em 1994 destinada a realizar atenção continua nas

especialidades básicas, com uma equipe multiprofissional habilitada para

desenvolver as atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde,

tendo completado 15 anos em dezembro de 2010 (COSTA, CARBONE, 2004).

O papel da atenção primaria é fundamental e interfere de forma direta

nos resultados dos indicadores da comunidade. É fundamental que as ESF’s

conheçam o perfil da comunidade na qual estão inseridas, sua demanda, e

peculiaridades, a fim de que as propostas de preservação, manutenção e

restauração da saúde sejam mais diretas e eficientes.

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7 CONCLUSÃO

O município de Agrestina nos anos de 2009 e 2010 reduziu o número de

gestantes, aumentou o acompanhamento das gestantes ao pré-natal, reduziu a

prevalência do desmame em lactentes menores de 4 meses, mostrando um

trabalho socialmente relevante. As ações da ESF foram essenciais para

melhoria da assistência prestada no município, embora seus resultados

estejam muito aquém do estabelecido pela OMS, UNICEF e MS.

Este estudo possibilita subsidiar ações ao município de Agrestina,

visando à promoção do aleitamento materno, a fim de evitar o desmame

precoce em lactentes menores de 4 meses, proporcionar uma atenção integral

as famílias, identificar os problemas de saúde, incentivar ações comunitárias. A

atuação das ESF no processo do aleitamento materno é imprescindível a fim

de fortalecer as nutrizes no enfrentamento das dificuldades no aleitamento

materno.

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8 RECOMENDAÇÕES

Sugere-se ao município de Agrestina, uma maior atenção à amamentação,

criando estratégias que fortaleçam as ações para o incentivo a prática da

amamentação exclusiva, com atenção especial para:

a) Sensibilizar as equipes de saúde da família desde o ACS aos profissionais

de nível superior, para que possam trabalhar o tema envolvendo toda

comunidade;

b) Potencializar a captação e acompanhamento no pré- natal;

c) Realizar busca ativa de todas as gestantes;

d) Criar programas de apoio e incentivo ao aleitamento materno;

e) Realizar acompanhamento a todas as puerperas;

f) Formação de grupos de gestantes e nutrizes, com a finalidade de trabalhar a

importância da amamentação, seus benefícios, e como enfrentar as

dificuldades que surjam nesse processo.

g) Trabalhar em parceria com o “mãe coruja”, programa do governo do estado

a fim de subsidiar ações que garantam a amamentação exclusiva conforme

preconiza o Ministério da Saúde.

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REFÊNCIAS

ALMEIDA, J. A. G. Amamentação: Um híbrido natureza-cultura. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999. p. 120. ALMEIDA, J. A. G.; NOVAK, F. R. Amamentação: Um híbrido natureza-cultura. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 80, n. 5, p. 119-125, nov. 2004. ARAÚJO, C. M. T.; SILVA, G. A. P. Alimentação complementar e desenvolvimento sensório-motor oral: possíveis implicações. Temas sobre desenvolvimento,Recife, v. 13, n. 78, p. 5-11, 2002. BADINTER, E. Um amor conquistado: o mito do amor materno. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. BARROS, F. C. et al. Promoção da amamentação em localidade urbana da região sul do Brasil: estudo de intervenção randomizado. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 277-283, ago. 1994. BITAR, M. A .F. Aleitamento materno: um estudo etnográfico sobre os costumes, crenças e tabus ligados a esta prática. 1995.Dissertação.(Mestrado) - Universidade Federal do Pará / Belém, 1995. BRASIL. Ministério da Saúde. l Pesquisa de prevalência do aleitamento materno nas capitais e no Distrito Federal ,Brasília, DF, 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. ll Pesquisa de prevalência do aleitamento materno nas capitais e no Distrito Federal ,Brasília, DF, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Mortalidade infantil muito mais vida para mais crianças e mães. Revista Brasileira Saúde da família, Brasília, DF,v. 26, p. 33, abr./ jun. 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada. Brasília, DF, 2005.

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