PREVENÇÃO DE QUEDAS Fórum de Condutas em Geriatria e Gerontologia Rio de Janeiro - 2001 Dra....
Transcript of PREVENÇÃO DE QUEDAS Fórum de Condutas em Geriatria e Gerontologia Rio de Janeiro - 2001 Dra....
PREVENÇÃO DE PREVENÇÃO DE QUEDASQUEDAS
Fórum de Condutas em Geriatria e Fórum de Condutas em Geriatria e GerontologiaGerontologia
Rio de Janeiro - 2001Rio de Janeiro - 2001
Dra. Monica Rodrigues Perracini, FT.Dra. Monica Rodrigues Perracini, FT.
Cerca de 30% dos idosos que vivem na comunidade caem ao menos uma vez ao ano (TINETTI et al.,1988;O’LOUGUIN et al.,1993;GRAAFMANS et al.,1996;VELLAS BRUNO,1998)
No Brasil, 32,7% dos idosos (PERRACINI,2000)
Em países orientais esta prevalência está em torno de18% (HO et al.,1996;AYOAGI, et al.,1998)
Prevalência de quedas em idososPrevalência de quedas em idosos
Eventos Subestimados ? Viés de MemóriaEventos Subestimados ? Viés de Memória
A prevalência de quedas recorrentes varia entre 9,5% a 29% (TINETTI et al.,1988;O’LOUGUIN et al.,1993;GRAAFMANS et al.,1996;VELLAS BRUNO,1998; HILL et al.,1999)
No Brasil foi de 13,9% (PERRACINI,2000)
Em países orientais a prevalência de quedas recorrentes é de cerca de 7% (HO et al.,1996;AYOAGI, et al.,1998)
Prevalência de quedas recorrentesPrevalência de quedas recorrentes
Conseqüências das quedasConseqüências das quedas
• 10% a 20% das quedas resultam em lesões sérias (SATTIN,1992 e RUBESNTEIN et al.,1990)
• 2 a 6% fraturas, sendo 1% a 2% fratura de quadril (SATTIN,1992 e RUBESNTEIN et al.,1990)
• incidência de fratura de quadril de 90,21/10.000 hab. para mulheres e 25,46/10.000 hab. homens acima de 70 anos (KOMATSU,1998)
• 30% a 50% resultam em lesões leves (NEVITT,CUMMINGS e HUDES, 1991)
Fraturas e lesões levesFraturas e lesões leves
• 6ª causa de morte entre os idosos (SATTIN et al.,1992)
• No Brasil, as causas externas de morte no grupo de 65 anos ou mais correspondem a 21,6% no sexo masculino e 38,5% no sexo feminino (OPAS,1998)
• Idosos tiveram 1,3 vezes a chance de ter morrido quando comparados aos que não caíram (RAMOS,1997)
MortalidadeMortalidade
• 40% dos idosos relataram dor contínua ou incapacidade funcional por 2 meses pós-queda e 16% por cerca de 7 meses (GRISSO et al.,1992)
• 42% dos idosos diminuíram suas atividades (NEVITT et al., 1991)
Restrição nas atividadesRestrição nas atividades
• Cair duas vezes ou mais está associado à hospitalização, na capacidade funcional e institucionalização (WOOLINSKY et al.,1992, VELLAS et al.,1998)
• 12,1% de admissão em casas de repouso
RR= 3 idosos com 1 queda sem lesão
RR=5 idosos com 2 ou + quedas
RR= 10 idosos com ao menos 1 queda com lesão séria
Declínio na saúdeDeclínio na saúde
• 40% a73% dos idosos que caíram recentemente e 20% a 46% dos que não caíram (TINETTI et al.,1994)
• Menor engajamento em atividades e associação a uma má qualidade de vida tanto nas dimensões de saúde quanto nas dimensões sociais - “The Survey Activities and Fear of Falling”
(LACHMAN et al.,1998)
Medo de cairMedo de cair
• 8% de idosos com 70 anos ou mais procuram serviços de emergência e são hospitalizados - 8 a 15 dias (COVINGTON et al.,1993)
• custos com cuidados de saúde linearmente - freqüência e severidade
• hospitalização aumentaram em até 5 vezes, cerca de 11.042 dólares ao ano (RIZZO et al.,1998)
Custos associados a quedasCustos associados a quedas
N° de fatores de risco
Fatores de risco
(potencialmente modificáveis)
FATORES DE RISCO PARA FATORES DE RISCO PARA QUEDASQUEDAS
Idade avançada (80 anos e mais)
Sexo feminino
Déficit cognitivo
Doença de Parkinson, Osteoatrite de joelhos, Depressão, AVC
Limitações visuais (não compensáveis)
Distúrbio de marcha ou equilíbrio (patologias de origem central)
FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO não modificáveisnão modificáveis
Quedas anteriores
equilíbrio e marcha
Imobilidade e Fraqueza muscular
AVDs
Polifarmácia
FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO modificáveismodificáveis
Medicamentos psicoativos
Riscos ambientais
Limitação visual
Insônia
Incontinência urinária
Hipotensão postural e depressão ?
1991/1992
1° inquérito
1994/995
2° inquérito
Queda Queda
Queda no 1° inquérito e/ou no 2° inquérito - Queda no seguimentoQueda no seguimento
Queda no 1° inquérito e no 2° inquérito - Queda recorrente no Queda recorrente no seguimento seguimento
EPIDOSO - Estudo longitudinalEPIDOSO - Estudo longitudinal
Fatores associados a Fatores associados a quedas quedas
Características OR IC de 95% p
Sócio-demográficassexo 2,51 1,89-3,34 < 0,001renda 0,86 0,76-0,98 0,025
Psico-cognitivasescore do mini-mental 0,65 0,48-0,87 0,005
Saúde/doençaantecedente de fratura 4,57 2,23-9,37 < 0,001fragilidade 0,64 0,48-0,84 0,002problema de coluna 0,72 0,55-0,94 0,019Obstipação intestinal 0,68 0,48-0,96 0,033catarata 0,73 O,54-0,99 0,049
Físico/funcionaisgrau de comprometimento 1,71 1,41-2,07 < 0,001nas atividades físicas
Psico-sociais subjetivasPercepção subjetiva de visão 1,51 1,19-1,93 0,001saúde comparada 1,66 1,13-2,44 0,009ler como atividade de lazer 1,38 1,05-1,80 0,019
Característica OR IC de 95% p selecionada
sexo feminino 2,29 1,70-3,076 < 0,001
antecedente de fratura 4,63 2,22-9,64 < 0,001
1 a 3 atividades físicas 1,53 1,14-2,03 0,004
4 + atividades físicas 2,44 1,47-4,05 0,001
Percepção subjetiva 1,49 1,12-1,97 0,005de visão ruim ou péssima
Frat sexo 1-3 4+ visão Probabilidade Freqüência
0 0 0 0 0 0,2308639 1330 0 0 0 1 0,3091484 430 0 1 0 0 0,3147707 680 0 1 0 1 0,4064712 490 1 1 0 1 0,6113657 1480 1 0 1 1 0,7150549 410 0 0 1 1 0,8302266 91 1 1 0 1 0,8793799 81 1 0 1 0 0,8863754 21 1 0 1 1 0,9208226 5
1 – Variáveis dicotomizadas em 0= não; 1= sim 2 – Variável dicotomizada em 0=sexo masculino; 1= sexo feminino3- Variável dicotomizada em 0=percepção de visão excelente ou boa; 1= percepção de visão ruim ou péssima
Fatores associados a Fatores associados a quedas recorrentesquedas recorrentes
Característica OR IC de 95% p
Antecedente de fratura 7,76 3,24-18,57 < 0,001
Dificuldade em 1 a 3 AVDs 2,37 1,49-3,78 < 0,001
Dificuldade em 4 ou + AVDs 3,31 1,58-6,93 0,001
sexo feminino 1,75 1,03-2,95 0,036
Não ter o hábito da leitura 1,56 1,03-2,37 0,035
Ausência de cônjuge 1,59 1,00-2,52 0,049
Visão ruim ou péssima 1,53 1,00-2,34 0,046
frat sexo 1-3 4+ civil ler visão Pr Freq
0 0 0 0 1 1 0 0,4771 700 0 0 0 1 1 1 0,0714 260 0 1 0 1 2 0 0,0727 250 0 1 0 2 1 0 0,0738 110 0 0 1 2 1 1 0,1767 10 1 0 1 2 1 1 0,3376 41 1 1 0 2 1 1 0,7983 11 1 1 0 2 2 0 0,8012 11 1 0 1 2 1 1 0,8468 11 1 1 0 2 2 1 0,8610 21 1 0 1 2 2 1 0,8967 1
1 – Variáveis dicotomizadas em 0= não; 1= sim 2 – Variável dicotomizada em 0=sexo masculino; 1= sexo feminino3 - Variável dicotomizada em 1=com vida conjugal; 2= sem vida conjugal4 – variável dicotomizada em 1= lê como atividade de lazer;2= não lê 5- Variável dicotomizada em 0= excelente e boa percepção de visão; 1= ruim ou péssima
38,44%
25,94% 23,59%
12,03%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Baixo MédioBaixo
Médio Alto Alto
Grupos de risco
Retirada do peso relativo da Retirada do peso relativo da variável “grau de variável “grau de
comprometimento nas comprometimento nas atividades físicas”, sub -atividades físicas”, sub -
categoria 4 ou mais atividades categoria 4 ou mais atividades físicas comprometidasfísicas comprometidas
67,66%
19,22%10,63%
2,50%0%
10%20%30%40%50%60%70%80%
Baixo MédioBaixo
Médio Alto Alto
Grupos de risco
PREVENÇÃO DE QUEDASPREVENÇÃO DE QUEDAS
CLOSE et al., 1999; Lancet 353:93-97
Ensaio clínico randomizado
Idosos: serviço de emergência por queda
12 meses, diário de quedas
Avaliação Geriátrica-Gerontológica abrangente
• Avaliação médica • Acuidade visual (Quadro de Snellen)
• Equilíbrio (10”1 pé só)
• Cognição (MMSE)
• Afeto (Escala de Depressão Geriátrica)
• Medicamentos
•Hipotensão Postural sintomática (PA sistólica 20mmHg ou menos)
• Estado funcional (Índice de Brathel)
• Riscos Ambientais (Checklist Health and Safety,UK)
• Escala de Handicap para Quedas
• fatores de risco
• Encaminhamento para equipe multidisciplinar
• Orientação: riscos ambientais
• Adaptação ambiental
OD= 0,39 (queda GI)
OD= 0,61 (hosp no GI)
PREVENÇÃO DE QUEDASPREVENÇÃO DE QUEDAS
Evitar Medicamentos Psicoativos:Evitar Medicamentos Psicoativos:
• ansiolíticos (benzodiazepínicos de moderada ou longa atuação)- diazepan 4,4%, bromazepan 3,7%
e/ou
• antidepressivos 2,5%
• sem associação com -metildopa
CHAIMOWICZ et al.,2000
RUBENSTEIN et al., 1990 - 67% de aderência as recomendações medicamentosas e que estas o risco de queda em 33 dos 76 participantes
PREVENÇÃO DE QUEDASPREVENÇÃO DE QUEDAS
Melhora do Estado Funcional:Melhora do Estado Funcional:• da força muscular e da potência muscularda força muscular e da potência muscular
• Equilíbrio em situações sensoriais conflituosas ou em Equilíbrio em situações sensoriais conflituosas ou em superfícies instáveis ou de BS superfícies instáveis ou de BS
• Dificuldade na estratégia de tornozelo: tropeções e Dificuldade na estratégia de tornozelo: tropeções e escorregõesescorregões
• BanhoBanho
Implementação de Exercícios: Implementação de Exercícios: PROVINCE et al., PROVINCE et al.,
1995 (Meta análise)1995 (Meta análise)
• Fortalecimento muscularFortalecimento muscular
• Treino de equilíbrio e flexibilidadeTreino de equilíbrio e flexibilidade
• Tai ChiTai Chi
PREVENÇÃO DE QUEDASPREVENÇÃO DE QUEDAS
Estimulação da Cognição:Estimulação da Cognição:
• Atenção Atenção
Atenção tem um papel importante na Atenção tem um papel importante na manutenção do equilíbrio corporal manutenção do equilíbrio corporal
(LUNDIN-OLSSON et al.,1998 e BROWN et al.,1999)(LUNDIN-OLSSON et al.,1998 e BROWN et al.,1999)
Adaptação Ambiental:Adaptação Ambiental:
• Barras de segurança no box ?Barras de segurança no box ?
SATTIN et al., 1998
PREVENÇÃO DE QUEDASPREVENÇÃO DE QUEDAS
Melhora da visão funcional:Melhora da visão funcional:
• IVERS et al. (1998) - “Blue Mountains Eye Study”
limitação na acuidade visual OR=2,2
na sensibilidade ao contrastesensibilidade ao contraste OR=1,1
anormalidades no campo visual OR= 1,5
Evitar fraturas: Quedas prévias com lesãoEvitar fraturas: Quedas prévias com lesão
• HO et al. (1996) - OR= 1,4 (não significante)
• VELLAS et al. (1998) - OR= 1,15 (não significante)
• TROMP et al. (1998) - OR= 1,1
• NEVITT,CUMMINGS e HUDES (1991) - OR= 6,7(quedas com lesão)
• TROMP et al. (1998) - OR= 2,0 (quedas com lesão
PREVENÇÃO DE QUEDASPREVENÇÃO DE QUEDAS
Protetores de quadril ?Protetores de quadril ?
Perfis e Graduação de riscoPerfis e Graduação de risco
• Programas de prevenção multidimensionais, selecionados a partir de perfis de risco
• Estimar riscos individuais permite alocar recursos para diminuir o peso dos fatores de risco modificáveis
Ações preventivas em idosos associam-se a ações Ações preventivas em idosos associam-se a ações reabilitadorasreabilitadoras
Reabilitação preventiva ?Reabilitação preventiva ?