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Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica - PROVAB Prevenção no Envelhecimento

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Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica - PROVAB

Prevenção no Envelhecimento

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Prevenção no Envelhecimento

Introdução

O envelhecimento populacional é um fenômeno de ocorrência mundial. Este processo envolve dois fenômenos, conhecidos como Transição Demográfica e Transição Epidemiológica. Veja abaixo em que consistem:

Prevenção

Prevenção é definida como utilização de intervenções orientadas para evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. Para tanto, baseia-se no conhecimento epidemiológico das doenças e de seus agravos. Há quatro níveis de prevenção, a saber: primária, secundária, terciária e quaternária.

Agora caro aluno, daremos um foco especial na prevenção primária e secundária. Estas informações são importantes para o correto exercício das medidas de prevenção, que constituem ação fundamental e estratégica das equipes da Atenção Básica.

Tem o objetivo de evitar o desenvolvimento de doenças, através de modificações no estilo de vida, como controle do peso, cessação do tabagismo, atividade física, imunizações, intervenções farmacológicas e profiláticas.

Tem o objetivo de detectar precocemente e tratar doenças assintomáticas através do rastreamento de câncer, hipertensão arterial, osteoporose e de alterações da visão e audição, além de intervenções farmacológicas específicas

Intervenções de reabilitação Identificam condições crônicas estabelecidas, a fim de prevenir novos eventos ou declínio funcional, cognitivos, distúrbios da marcha e do equilíbrio que podem levar a quedas e incontinência urinária.

Conjunto de ações que visam evitar a iatrogenia associada às intervenções médicas, como, abusos no tratamento dos fatores de risco e/ou os excessos preventivos, de rastreamento, exames e testes complementares. Trata-se de proteção contra intervenções médicas inapropriadas.

Prevenção primária

Prevenção secundária

Prevenção terciária

Prevenção quaternária

Transições

Consiste na mudança do perfil de morbimortalidade da população, com redução da ocorrência de doenças infecciosas e, consequentemente, da mortalidade infantil, e aumento da ocorrência de doenças crônico-degenerativas, típicas do envelhecimento e causadoras de forte impacto socioeconômico.

Inicia-se com alta taxa de natalidade; posteriormente a natalidade e a mortalidade caem, levando um grande contingente da população a idades mais avançadas.

Epidemiológica

Demográfica

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Prevenção primária – alimentação saudável

A alimentação adequada é um fator de grande relevância na promoção da saúde, na prevenção de doenças e no controle adequado de doenças já estabelecidas. O assunto também é abordado na Unidade 1, Tema 1: Promoção da Saúde no Envelhecimento. Abaixo lembramos os Dez passos para uma alimentação saudável na pessoa Idosa.

1º Passo: Faça pelo menos 3 refeições (café da manhã, almoço e Jantar) e 2 lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições!

2º Passo: Inclua diariamente 6 porções do grupo dos cereais (arroz,milho e trigo pães e massas), tubérculos como a batata, raízes como mandioca/ macaxeira/ aipim, nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural.

3º Passo: Coma diariamente pelo menos 3 porções de legumes e Verduras como parte das refeições e 3 porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches.

4º Passo: Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, 5 Vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e bom para a saúde.

5º Passo: Consuma diariamente 3 porções de leite e derivados e 1 porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis.

6º Passo: Consuma, no máximo, 1 porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina.

7º Passo: Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da alimentação. Coma-os, no máximo, 2 vezes por semana.

8º Passo: Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa.9º Passo: Beba pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) de água por dia. Dê preferência ao

consumo de água nos intervalos das refeições.10º Passo: Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade

física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo.

Tabagismo

O aconselhamento médico para a cessação do fumo deve ser firme, com ênfase nos benefícios em curto e médio prazo. Práticas agressivas relacionadas à suspensão do tabagismo devem ser adotadas. Evidências mostram eficácia em idosos na utilização do “método dos 4 ‘A’”: Averiguar (ask); Aconselhar (advise); Ajudar (assist); e Acompanhar (arrange follow up). Diversas abordagens, tais como intervenções por meio de aconselhamento individual realizado por profissionais de saúde, material de autoajuda adequado para a faixa etária, utilização de nicotina (adesivos transdérmicos ou goma de mascar) ou emprego de medicamento específico – como, por exemplo, a Bupropiona –, vêm se mostrando eficazes no tratamento do tabagismo. O Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer, regulamentou e definiu as ações a serem desempenhadas pela Atenção Básica no tratamento do tabagismo. Verifique se, dentro da sua Rede de Apoio à Saúde (RAS), há programas estabelecidos (Acesse em: https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_02/material_complementar/leitura%20complementar_prevencao_unidade1-top.pdf

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Prevenção primária - atividade física

A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para a ocorrência de doenças crônicas, à dieta inadequada e tabagismo, e também um grande determinante da perda de autonomia e independência em idosos. A atividade física é também uma atividade de promoção da saúde, e o idoso deve ser encorajado a praticá-la, visto seus inúmeros benefícios, interferindo diretamente na saúde e na qualidade de vida. Exercícios de força muscular, flexibilidade e equilíbrio são os mais indicados, sendo o primeiro o mais eficaz na sarcopenia e na osteoporose. Os exercícios devem ser de fácil execução e baixo impacto para evitar lesões, na frequência de 30 minutos três vezes por semana. É importante avaliação clínica prévia ao início da prática de exercício.

Prevenção primária - imunização

O idoso, assim como indivíduos de outras faixas etárias, necessita manter sua imunização atualizada e, para isso, possui também um calendário vacinal. A vacinação está diretamente relacionada com a melhor qualidade e expectativa de vida. Pessoas imunocompetentes têm mais condições de enfrentar adversidades associadas à ação de vírus e bactérias. A prevenção de doenças infecciosas insere-se nesse contexto ao possibilitar a redução da morbimortalidade e a melhoria da qualidade de vida. As alterações imunólogicas associadas ao envelhecimento aumentam o risco de infecções que, em idosos, podem ser associadas ao declínio funcional inespecífico e comorbidades, com manifestações clínicas diversificadas, promovendo, nesse grupo populacional, maiores taxas de hospitalizações e morbimortalidade.

De uma forma geral, a vacinação pode causar efeitos colaterais de leve intensidade, com desaparecimento espontâneo em 24-48h. Os efeitos locais mais comuns são dor, eritema, enduração e prurido, e as reações sistêmicas como mialgia, febre baixa, mal-estar geral e cefaleia podem ocorrer. Em relação às contra-indicações, destacam-se hipersensibilidade a qualquer componente da vacina, incluindo timerosal e proteína do ovo; indivíduos acometidos por doenças agudas e ou com febre; pacientes com trombocitopenia ou qualquer distúrbio de coagulação pelo risco de sangramento pela via de administração da vacina, e indivíduos com história pregressa de Síndrome de Guillian-Barré.

• Proteger de doenças infecciosas potencialmente graves;• Reduzir a suscetibilidade e o risco de quadros infecciosos graves pela presença

de comorbidades;• Prevenir a descompensação de doenças crônicas de base, causadas por doenças

infecciosas;• Melhorar a qualidade e a expectativa de vida.

Principais objetivos do calendário de vacinação do idoso

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Em 19 de julho de 2013 o Ministério da Saúde promulgou a Portaria no 1.498, redefinindo o Calendário Nacional de Vacinação, o Calendário Nacional de Vacinação dos Povos Indígenas e as Campanhas Nacionais de Vacinação, no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em todo o território nacional. São recomendadas de rotina no idoso as vacinas contra influenza (anual) e contra Difteria e Tétano (dT adulto, a cada 10 anos como reforço aos que fizeram as três doses anteriormente). Vacinação contra Pneumococos (quando houver recomendação do profissional de saúde) e contra Febre Amarela (em residentes ou viajantes para áreas endêmicas) devem ser utilizadas quando indicado. Outras vacinas podem, eventualmente, ser indicadas, como veremos.

Influenza

O vírus da influenza é o principal responsável pela gripe. Caracteriza-se por elevada taxa de mutação e as epidemias são causadas por novos subtipos que surgem em consequência de pequenas alterações antigênicas resultantes de mutações pontuais durante a replicação viral. No Brasil, as vacinas disponíveis são constituídas por vírus inativados e fragmentados, portanto, sem risco de infectar o paciente.

Deve ser aplicada anualmente, nos meses que antecedem outono nos idosos e nas pessoas que convivem com eles.

Pneumocócica

O Pneumococo é agente causador de sinusite, otite, meningite e pneumonia comunitária com necessidade de hospitalização. Pacientes idosos em instituições fechadas, como casas geriátricas, asilos e hospitais podem se beneficiar da imunização, assim como portadores de doenças crônicas cardiovasculares, pulmonares, hepáticas, renais ou neurológicas. Atualmente, a imunização através da vacina 10-valente conjugada não é preconizada de rotina, na população idosa, pelo calendário nacional de vacinação, podendo ser indicada pelo profissional de saúde em idosos com as características acima citadas. A mais utilizada é a VPP23 em dose única ou a cada 10 anos.

Difteria e tétano (Dt)

Difteria: casos reduzindoTétano: menor incidência na população jovem, porém nos idosos que não foram

vacinados ou foram de forma incompleta, o tétano acidental vem ocorrendo. Série primária adequada: 3 doses- 2 primeiras intervalo 4 semanas e a 3ª dose 6/12 meses após a segunda, ainda na infância. Se vacinado, reforço a cada 10 anos.

Febre amarela

A vacina é de alta imunogenicidade (ao redor de 97%) e oferece proteção prolongada. No entanto, desde 2001 têm ocorrido relatos de eventos adversos fatais resultantes da visceralização do vírus vacinal. Nos Estados Unidos observou-se maior risco em idosos, fato esse não verificado no Brasil. Todos os casos relatados ocorreram após a primeira

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dose da vacina.

Hepatite A e B

As vacinas contra hepatite A e B não fazem parte do Calendário de Vacinação do Idoso. Entretanto devem ser indicadas em situações especiais. A vacina contra Hepatite A deve ser tomadas em duas doses, com intervalo de seis meses (esquema 0-6 meses). A vacina contra Hepatite B deve ser aplicada em três doses, em esquema de 0-30-180 dias de intervalo.

Indicações de vacinação contra a hepatite A

A vacina contra a hepatite A não faz parte do calendário nacional de vacinação. O encaminhamento, quando indicado, deverá ser feito pelo médico. No entanto, essa vacina está disponível no CRIE nas seguintes situações:

• Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia;• Portadores crônicos das hepatites B ou C;• Coagulopatias;• Crianças menores de 13 anos com HIV/aids;• Adultos com HIV/aids que sejam portadores das hepatites B ou C;• Doenças de depósito (doenças genéticas);• Fibrose cística;• Trissomias (como síndrome de Down);• Imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora;• Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de

transplantes;

Indicações de vacinação – Febre Amarela

1. Vacinar todos os habitantes de áreas endêmicas.

2. Para os viajantes para áreas endêmicas, esclarecer o candidato sobre os riscos potenciais, para permitir-lhe embasamento em sua decisão (eventualmente cancelamento da viagem).

3. Quando houver exigência internacional, em área considerada sem risco, avaliar risco-benefício junto ao viajante. Indicada aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para os viajantes, administrar a vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem e a dose de reforço, a cada dez anos após a data da última dose. Clique aqui e conheça mais sobre indicações de vacinas.

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• Transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;• Doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em programas

de transplantes;• Hemoglobinopatias (doenças do sangue).

Indicações de vacinação contra a hepatite B

A vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação da criança, do adolescente e do adulto e está disponível nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS), que ampliou a oferta da vacina para a faixa etária de 30 a 49 anos. Além disso, todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver hepatite B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de saúde.

A oferta dessa vacina estende-se, também, a outros grupos em situações de maior vulnerabilidade, independentemente da faixa etária:

• Gestantes, após o primeiro trimestre de gestação;• Trabalhadores da saúde;• Portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST);• Bombeiros, policiais civis, militares e rodoviários;• Carcereiros de delegacia e de penitenciárias;• Coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;• Comunicantes sexuais de portadores de hepatite B;• Doadores de sangue;• Homens e mulheres que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo

sexo;• Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais;• Pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de meno-

res, forças armadas, entre outras);• Manicures, pedicures e podólogos;• Populações de assentamentos e acampamentos;• Populações indígenas;• Potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundi-

dos;• Profissionais do sexo/prostitutas;• Usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas;• Caminhoneiros.

Meningocócica Conjugada

Indicada para idosos apenas em casos de epidemia da doença. Em situação endêmica, o médico do paciente poderá indicar a vacinação após avaliação do risco/beneficio.

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Câncer: diagnóstico precoce e rastreamento

Veja a seguir alguns tipos de cânceres para os quais existem recomendações para detecção precoce: rastreamento populacional e/ou diagnóstico precoce.

Quadro - Recomendações para detecção precoce segundo a localização do tumor

* O rastreamento para câncer de mama utilizando o exame mamográfico é recomendado somente para sistemas de saúde que possuem muitos recursos.

*É recomendado somente para sistemas de saúde que possuem muitos recursos.

Fonte: Adaptado de WOLD HEATH ORGANIZATION. Early detection. Geneva, 2007. 42 p. (Câncer control: knowledge into action: WHO guide for effective programmes, modulo 3.)

VacinasInfluenza

Dupla

Hepatite A e B

Hepatite A e B

Pneumocócica

Febre amarela

RecomendaçãoAnual, na Campanha de Vacinação.

Reforço a cada 10 anos, nos vacinados adequadamente na infância; caso contrário, imunização completa (3 doses)

Indivíduos suscetíveis, casos selecionados. Hepatite A: 2 doses com intervalo de 6 meses; Hepatite B: 3 doses 0-30-180 dias.

Epidemias e surtos, em suscetíveis.

Por recomendação do profissional de saúde, casos especiais 01 dose, VPP 23.

Áreas endêmicas, residentes ou 10 dias antes da viagem e reforço a cada 10 anos. Avaliar custo-benefício.

Localização do câncer

Mama

Cólon e retoColo do útero

Cavidade oralPulmãoPróstata

EstômagoPele

(melanoma e não melanoma)

Recomendações para detecção precoceRastreamentoDiagnóstico precoce

Sim

SimSim

SimNãoSimSim

Sim

Sim*

Sim*Sim

SimNãoNãoNão

Não

Tríplice Viral ( sarampo, rubéola, caxumba)

A maioria dos adultos brasileiros com mais de 60 anos de idade, muito provavelmente, é imune ao sarampo, rubéola e caxumba. Em casos de surtos, pessoas sem comprovação sorológica de infecção passada ou que não tenham recebido pelo menos duas doses da vacina tríplice viral na vida, devem ser vacinadas, independentemente da idade, desde que não sejam imunodeprimidas.

Para saber mais sobre a vacinação de idosos acesse em : https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_02/material_complementar/guia_de_vacinas.pdf

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Prevenção secundária - rastreamento de câncer

Câncer de mama

É a principal causa e morte por CA em mulheres do Brasil e no mundo, sendo o tumor que mais apresenta evidências científicas sobre o impacto do rastreamento na redução da mortalidade.

Mama

Recomendações/Orientações gerais

Algumas queixas/alterações que podem ser notadas pelos

pacientes ou identificação pelo profissional de saúde

Localização do câncer

Sintomas como: dor, calor, edema, rubor ou descamação na mama. Alteração na forma ou tamanho da mama.

Alteração na auréola ou no mamilo. Presença de nódulo ou espessamento na mama, próximo a ela, ou na áxila.

Sensibilidade ou saída de secreção pelo mamilo, inversão do mamilo para dentro da mama. Enrugamento ou endurecimento da pele da mama (a pele apresenta um aspecto de casca de laranja).

Rastreamento por meio de exame clínico da mama, para todas as mulheres a partir de 40 anos de idade, realizado anualmente. Esse procedimento é ainda saúde da mulher, devendo ser realizado em todas as consultas clínicas, independentemente da faixa etária da mulher.

Na faixa de 50 a 69 anos, além do exame clínico da mama anual, a mulher deve fazer uma mamografia a cada dois anos.

Exame clínico da mama e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama.

Garantia de acesso a diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados.

Fonte: (BRASIL, 2012).

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Câncer de colo uterino

O exame de rastreio é o citopatológico, deve ser iniciado aos 25 anos, conforme o quadro abaixo:

Câncer colorretal

É um problema mundial, com incidência anual de 1 milhão de casos e mortalidade de mais de 500.000, sendo a 2ª causa em frequência de mortalidade em homens e mulheres. Perspectivas apontam aumento da incidência como resultado do envelhecimento populacional mundial. A colonoscopia de rotina a cada 10 anos a partir dos 50 anos ou cada 5 anos em indivíduos de alto risco (história familiar de câncer cororretal ou pólipo adenomatoso) ainda não é recomendada como rotina pelo Ministério da Saúde, sendo indicado o diagnóstico precoce conforme o quadro abaixo:

Colo do Útero

Recomendações/Orientações gerais

Algumas queixas/alterações que podem ser notadas pelos

pacientes ou identificação pelo profissional de saúde

Localização do câncer

• Sangramento vaginal após a relação sexual

• Sangramento vaginal intermitente (sangra de vez em quando).

• Secreção vaginal de odor fétido.• Dor abdominal associada a

queixas urinárias ou intestinais.

• Mulheres com idade entre 25 e 64 anos devem realizar exame preventivo ginecológico anualmente. Após dois exames normais seguidos, devem realizar um exame a cada três anos.

• No caso de exames alterados, devem seguir as orientações médicas.

Fonte: (BRASIL, 2012).

Para mulheres com idade igual ou superior aos 65 anos recomenda-se:

• Interromper nos casos das mulheres que tiverem, pelo menos, 2 exames negativos consecutivos, nos últimos 5 anos

• Realizar dois exames com intervalo de 1 a 3 anos nas mulheres que nunca realizaram o exame citopatológico. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais

• Não há indicação para rastreamento do câncer do colo do útero e seus precursores nas mulheres sem vida sexual ativa

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Cancer de Próstata

O câncer de próstata é o câncer mais frequente e uma das principais causas de morte por câncer na população masculina no mundo e no Brasil. Por existirem evidências científicas de boa qualidade de que o rastreamento do câncer de próstata produz mais dano do que benefício, o Instituto Nacional de Câncer mantém a recomendação de que não se organizem programas de rastreamento para o câncer da próstata e que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a esta prática.

Fora do contexto do rastreamento do câncer de próstata, os exames de PSA e toque retal têm outros papéis. O toque retal é utilizado na investigação diagnóstica de diversas

Cólon e Reto

Recomendações/Orientações gerais

Algumas queixas/alterações que podem ser notadas pelos

pacientes ou identificação pelo profissional de saúde

Localização do câncer

Alterações referidas, geralmente acima dos 50 anos, detectadas ao exame clínico ou laboratorial:

• Anemia de origem determinada.• Perda de sangue nas fezes.• Dor e/ou massa abdominal.• Melena (sangue nas fezes).• Constipação intestinal.• Diarreia.• Náuseas.• Vômitos.• Fraqueza.• Tenesmo

Esses tumores podem ser detectadas precocemente por meio dos seguintes exames: pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia, retossigmoidoscopia.

Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter, anualmente, à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia ou retossigmoidoscopia (exame de imagem que vê o intestino por dentro).

Estar sempre atento aos cuidados e fatores de risco:

• Uma alimentação rica em vegetais e lacticínios e pobre em gordura (principalmente a saturada), além da prática de atividade física regular, previne o câncer colorretal. Deve ser ainda evitar o consumo exagerado de carne vermelha.

• Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), baixo consumo de cálcio, além de obesidade e sedentarismo.

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condições, até mesmo do próprio câncer de próstata e no estadiamento do tumor. O PSA é utilizado na avaliação diagnóstica de homens com sinais e sintomas sugestivos de câncer de próstata, na avaliação de recorrência bioquímica após tratamento e no monitoramento de homens com diagnóstico prévio de câncer de próstata.

Próstata

Recomendações/Orientações gerais

Algumas queixas/alterações que podem ser notadas pelos

pacientes ou identificação pelo profissional de saúde

Localização do câncer

• Presença de sangue na urina (hematúria).

• Necessidade frequente de urinar (poliúria), principalmente à noite.

• Jato urinário fraco.• Dor ou queimação ao

urinar (disúria).

• Com relação à prevenção, já está comprovado que uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e pobre em gorduras, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não transmissíveis. Nesse sentido, outros hábitos saudáveis também recomendados, como fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

• A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.

• A decisão do uso do rastreamento como estratégias de saúde pública deve se basear em evidências cientificas de qualidade. No momento, não existem evidências de que rastreamento para o câncer de próstata identifique homens que precisem de tratamento ou que essa prática reduza a mortalidade pela doença. Dessa forma, no presente momento, não se recomenda o rastreamento para o câncer de próstata, sendo importante continuar acompanhando o debate científico sobre esse tema, o que poderá alterar essa decisão.

Acesse em: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/rastreamento_prostata_resumido.2013.pdf e leia mais sobre o rastreamento do câncer de próstata.

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Prevenção secundária - osteoporose

O rastreamento da osteoporose consiste na realização da densitometria óssea, que apresenta as seguintes indicações para a sua realização:

• Mulheres com idade igual ou superior a 65 anos e homens com idade igual ou superior a 70 anos, independentemente da presença de fatores de risco;

• Mulheres na pós-menopausa e homens com idade entre 50 e 69 anos com fatores de risco para fratura;

• Mulheres na perimenopausa, se houver fatores de risco específicos associados a um risco aumentado de fratura, tais como baixo peso corporal, fratura prévia por pequeno trauma ou uso de medicamento(s) de risco bem definido;

• Adultos que sofrerem fratura após os 50 anos; indivíduos com anormalidades vertebrais radiológicas; e

• Adultos com condições associadas a baixa massa óssea ou perda óssea, como artrite reumatoide ou uso de glicocorticoides na dose de 5 mg de prednisona/dia ou equivalente por período igual ou superior a 3 meses.

• Perda de estatura >2,5 cm ao longo da vida, hipercifose torácica;

• Uso prolongado de corticoide (Prednisona >_ 5,0 mg por mais de 3 meses ou equivalente, inclusive corticoide inalatório);

• Baixo peso: IMC< 19 Kg/m² (adultos), idosos < 22 Kg/m²;

• Uso crônico outros fármacos;• Mulheres em uso de terapia de

reposição hormonal por tempo prolongado após suspensão do tratamento;

• Causas secundárias e uso de fármacos associados à perda de massa óssea;

• Monitoramento do tratamento.

Interpretação da Densitometria Óssea

T-score até -1,0 DP: normal

T-score de -1,1 a -2,5 DP: osteopenia

T-score abaixo de -2,5 DP: osteoporose

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Também devem ser considerados para tratamento mulheres na pós-menopausa e homens com idade igual ou superior a 50 anos que apresentarem pelo menos uma das condições abaixo:

• Fratura de baixo impacto de fêmur, quadril ou vértebra (clínica ou morfométrica), comprovada radiologicamente;

• Exame densitométrico com escore T igual ou inferior a - 2,5 no fêmur proximal ou coluna;

• Baixa massa óssea (escore T entre -1,5 e -2,5 no fêmur proximal ou coluna) em paciente com idade igual ou superior a 70 anos e “caidor” (2 ou mais quedas nos últimos 6 meses).

Por fratura de baixo impacto entende-se as decorrentes de queda da própria altura ou menos. O tratamento deve incluir medidas não medicamentosas, como atividade física, prevenção de quedas, supressão de álcool e tabaco e alimentação rica em cálcio e vitamina D. O tratamento medicamentoso consiste na suplementação de cálcio e vitamina D, quando necessário, bifosfonatos e outros. Para saber mais, inclusive apresentação e dosagem dos principais medicamentos, consulte o PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS – OSTEOPOROSE, Acesse em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/03/pcdt-osteoporose-2014.pdf

Prevenção Secundária – diabetes

Algumas ações podem prevenir o diabetes e suas complicações. Essas ações podem ter como alvo rastrear quem tem alto risco para desenvolver a doença (prevenção primária) e assim iniciar cuidados preventivos; além de rastrear quem tem diabetes, mas não sabe (prevenção secundária),a fim de oferecer o tratamento mais precoce.

A probabilidade de apresentar diabetes ou um estado intermediário de glicemia depende da presença de fatores de risco. O público-alvo para o rastreamento do DM preconizado pela Associação Americana de Diabetes está apresentada abaixo:

Critérios para o rastreamento do DM em adultos assintomáticos Excesso de peso (IMC >25 kg/m2) e um dos seguintes fatores de risco:

• História de pai ou mãe com diabetes;• Hipertensão arterial (>140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos em adultos);• História de diabetes gestacional ou de recém-nascido com mais de 4 kg;• Dislipidemia: hipertrigliceridemia (>250 mg/dL) ou HDL-C baixo (< 35 mg/dL);• Exame prévio de HbA1c ≥5,7%, tolerância diminuída à glicose ou glicemia de

jejum alterada;• Obesidade severa, acanthosis nigricans;• Síndrome de ovários policísticos;• História de doença cardiovascular;• Inatividade física; ou Idade ≥ 45 anos; ou risco cardiovascular moderado (Ver

Cadernos de Atenção Básica, nº 37 – Estratégias para o Cuidado da Pessoa com Doença Crônica – Hipertensão Arterial Sistêmica).

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Fonte: AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013.

Os critérios diagnósticos utilizados para os idosos são os mesmos dos pacientes jovens. Os critérios diagnósticos elaborados pela Associação Americana de Diabetes ADA) são: 2 glicemias de jejum maiores ou iguais a 126mg/dl; 1 glicemia aleatória maior ou igual a 200mg/dl associada a sintomas; Teste de tolerância oral à glicose acima de 200mg/dl, após 120 min. de sobrecarga com 75g de glicose anidra.

A importância do tratamento da DM no idoso basear-se na tentativa de prevenir complicações decorrentes da hiperglicemia, tanto agudas quanto crônicas, sendo as agudas retinopatia, nefropatia e neuropatia diabética. Além de promover piora das síndromes geriátricas como incontinências, quedas, insuficiências e iatrogenias

2H após 75G de GlicoseJejumEstagio< 100Glicemia Normal

≥ 126Diabetes Mellitus100 a 125Tolerância diminuídaà glicose (Pré-diabetes)

< 140

≥200140 a 199

Objetivos do Tratamento

ALVOS GLICÊMICOS:

• GLICEMIA DE JEJUM: 70-130mg/dl

• GLICEMIA PÓS-PRANDIAL: < 180mg/dl

• HEMOGLOBINA GLICADA: < 7%, aceitando-se < 8% em idosos ou se o controle é difícil.

Evitar hipoglicemias

Controlar a glicemia para evitar complicações micro e macrovasculares e piora das síndromes geriátricas

Para saber mais consulte o Caderno de Atenção Básica no 36, Acesse em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_diabetes_mellitus_cab36.pdf

Prevenção Secundária – dislipidemias

A dislipidemia é um fator de risco cardiovascular relevante para o desenvolvimento da aterosclerose. Importantes trabalhos demonstraram o desenvolvimento de DAC nos pacientes sem doença prévia com níveis mais elevados de colesterol total ou LDL-C e/ou baixos níveis de colesterol nas partículas de HDL (HDL-C). Níveis elevados de HDL-C, por outro lado, se associam a menor risco, sem aumentar o risco de morte por outras causas. Apesar das evidências serem menos expressivas, a elevação de triglicerídeos também se associa a risco de DAC.

Atualmente, níveis de LDL-C maiores de 100 mg/dl parecem estar relacionados com maior risco do desenvolvimento de eventos ateroscleróticos; níveis menores de 100 mg/dl são considerados alvo terapêutico para a maioria dos indivíduos com risco cardiovascular elevado.

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O diagnóstico de dislipidemia baseia-se na dosagem dos lipídios séricos: colesterol total, HDL-C e triglicerídeos. A dosagem direta do LDL-C não é necessária, podendo o cálculo ser feito por meio da fórmula de Friedewald [LDL-C = (CT - HDL-C) - (TG/5)], quando o valor dos triglicerídeos for inferior a 400 mg/dl. Para os casos em que o nível dos triglicerídeos for superior a 400 mg/dl, utiliza-se como critério o colesterol não HDL [não HDL-C = CT - HDL-C], cujo alvo é 30 mg/dl acima do alvo de LDL-C (isto é, para pacientes cujo LDL-C alvo for 100 mg/dl, o alvo de não HDL-C será 130 mg/dl).

Lípides

CT

HDL-C

LDL-C

TG

Colesterol não-HDL

CategoriaValores (mg/dl)< 200

100-129

< 150

< 130

≥ 240

160-189

200-499

160-189

> 60≥ 190

≥ 500

≥ 190

< 40

200-239

130-159

150-200

130-159

Desejável

Desejável

Desejável

Desejável

Alto

Alto

Alto

Alto

DesejávelMuito alto

Muito alto

Muito alto

Baixo

Limitrofe

Limitrofe

Limitrofe

Ótimo

Acesse em: https://ufc.unasus.gov.br/curso/provab/idoso_v3/unid_01/tema_02/material_complementar/pdf_PASSO%20A%20PASSO_UNID1TEMA2.pdf e conheça o passo a passo para o diagnóstico e a detecção dos pacientes sob risco de desenvolvimento de eventos cardiovasculares.

Sendo as doenças cardiovasculares ateroscleróticas de etiologia multifatorial, a presença de outros fatores de risco (por exemplo, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, obesidade, diabetes melito, história familiar, etc.) são considerados tão importantes quanto os níveis de colesterol total ou de LDL-C, de maneira que, de acordo com a agregação desses fatores de risco, níveis diferentes de LDL-C são desejados como meta para tratamento, não havendo firme consenso sobre qual o valor de LDL para início ou alvo de tratamento (12). Os valores atualmente preconizados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia são apresentados abaixo:

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Meta primária: LDL-C (mg/dl) Meta secundária (mg/dl)Nível de riscoAlto

BaixoIntermediário

LDL-C < 70 Colesterol não-HDL< 100

Meta individualizada Meta individualizadaLDL-C < 100 Colesterol não-HDL < 130

O tratamento da dislipidemia compreende duas grandes condutas: não medicamentosa e medicamentosa. A conduta não medicamentosa deve ser recomendada a todos os pacientes com dislipidemia, incluindo, no mínimo, terapia nutricional, exercícios físicos e cessação do tabagismo.

Estudos com número expressivo de idosos comprovam eficácia do tratamento com hipolipemiantes para prevenção secundária e primária em idosos com dislipidemia.

Para saber mais sobre o tema, inclusive sobre tratamento não medicamentoso e medicamentoso, acesse os documentos abaixo:

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (Acesse em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2013/ANEXO/anexo_prt0200_25_02_2013.pdf ).

V Diretriz Brasileira de Dislipidemias (Acesse em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf).

Prevenção Secundária – hipertensão arterial

A hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde pública no Brasil e no mundo. Ela é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o diabetes, 50% dos casos de insuficiência renal terminal. Com o critério atual de diagnóstico de hipertensão arterial (PA 140/90 mmHg), a prevalência na população urbana adulta brasileira varia de 22,3% a 43,9%, dependendo da cidade onde o estudo foi conduzido, e tende a ser maior em idosos. A principal relevância da identificação e controle da HAS reside na redução das suas complicações, tais como doença cérebro-vascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e doença arterial periférica.

Os profissionais de saúde da rede básica têm importância primordial nas estratégias de controle da hipertensão arterial, quer na definição do diagnóstico clínico e da conduta terapêutica, quer nos esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso como de fazê-lo seguir o tratamento.

Abaixo são apresentados os critérios classificatórios e as metas de controle para a população idosa, de acordo com as Diretrizes de Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Deve-se considerar que em pacientes com hipertensão estágio 3, com PA Sistólica muito elevada, pode-se admitir, inicialmente, meta de PAS de 160 mmHg.

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PAS em mmHg ClassificaçãoPAD em mmHg< 80

100-10990-99

< 90

85-89

>110

< 130

160-179

Normal

Hipertensão estágio 2140-159

>140

Hipertensão estágio 1

Hipertensão sistólica isolada

130-139

>180

Normal limítrofe

Hipertensão estágio 3

Classificação brasileira diagnóstica da hipertensão arterial

MetasCategorias de riscoHipertensos estágio 1 e 2 com risco cardiovascular médio

Hipertensos nefropatas com proteinúria > 1,0 g/lHipertensos e limítrofes com risco cardiovascular muito alto

Hipertensos e limítrofes com risco cardiovascular alto< 140/90 mmHg

< 125/75 mmHg< 130/80 mmHg< 130/85mmHg

Metas de valores da PA a serem obtidas com o tratamento

A medida correta, avaliação, diagnóstico, tratamento não medicamentoso e medicamentoso da Hipertensão Arterial devem ser estudados no Caderno de Atenção Básica no 15 do Ministério da Saúde, Acessse em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad15.pdf. Para saber mais, Acesse em: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_Cardiogeriatria.pdf.

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Referências

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BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica nº 19. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Promoção de hábitos saudáveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção á saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentação saudável para a pessoa idosa: um manual para profissionais de saúde. Brasília, 2009.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37). Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/ publicacoes/caderno_37.pdf. Acesso em 27 jul. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília : Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, n. 16) (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

GRAVINA CF, et al. Diretrizes em Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia II. Arq Bras Cardiol. V. 95. N. 3, supl.2, p.1-112, 2010.

INSTITUTO Nacional de Câncer (Brasil). Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Rio de Janeiro: INCA, 2011. 104p.

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MOREIRA, R.O, et al. Endocrinologia Geriátrica: Abordagens específicas para o paciente acima de 65 anos. Grupo Editorial Nacional. S.l: ACF, 2012, p.20-33

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