Primeira Guerra Mundial

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Primeira Guerra Mundial

Antecedentes

1- Imperialismo

- 1ª metade do século XIX, França e Inglaterra têm: Maior poder econômico e político da

Europa; são industrializados e possuem colônias na África e na Ásia (que são fornecedoras de

matéria-prima e consumidoras de produtos industrializados).

- 2ª metade do século XIX, ocorre à unificação alemã e italiana. A Alemanha surge

industrializada e procura: matéria-prima e mercado consumidor.

2- Disputas de mercados

Início do século XX, a indústria alemã produz mais e mais barato do que a indústria inglesa

que sente a redução nas vendas e nos lucros. Portanto começa uma disputa, pois se tratava dos

lucros da burguesia alemã contra os lucros da burguesia inglesa. Pois é, como resolver esta

questão? Os burgueses, investidores e proprietários dos monopólios dos dois países, chegaram

a conclusão de que a maneira mais simples de destruir os concorrentes seria travando uma

GUERRA.

Claro que não bastava os capitalistas pressionarem o governo para que ele entrasse na

guerra. Era preciso convencer o povo de que a guerra seria boa para todos. Pois esse serviço

sujo de convencimento foi feito pelos grandes jornais.

Por trás disso tudo, a imprensa e os discursos políticos batiam na tecla do Patriotismo e do

Nacionalismo: “Os verdadeiros patriotas querem a guerra”.

3- Revanchismos Francês

A Alemanha só se tornou um país unificado em 1871. Essa unificação só se completou

depois que os alemães derrotaram a França na Guerra Franco-Prussiana. Com essa vitória, foi

coroado o Kaiser, e a França se viu obrigada a entregar a região da Alsácia-Lorena. Essa região

era riquíssima em carvão e ferro, essenciais para a indústria do aço francesa. A França

considerou um roubo e preparou o povo para a revanche (retomada da Alsácia-Lorena).

4- Alemães e italianos querem colônias

No começo do século XX, a África e a Ásia eram quase inteiramente controladas pelos

países imperialistas, principalmente Inglaterra e França. A Alemanha e a Itália não possuíam

colônias e quando se partiram para abocanhar colônias pelo mundo, quase não havia sobrado

muita migalha. A Alemanha e a Itália eram imperialistas. Queriam e precisavam de colônias. Mas

como consegui-las? Só se fosse tomando colônias de outros países. Ou seja, só se fosse por

meio da guerra.

5- Áustria e Rússia disputam os Bálcãs

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A Áustria reunia muitos povos da Europa central. Os austríacos dominantes são um povo de

origem germânica que oprimiam outras nacionalidades:

- Os eslavos (tchecos, eslovacos, eslovenos croatas e poloneses); e

- os não eslavos, como os húngaros, que tinham certa autonomia.

Daí o país ter o nome de Império Austro-Húngaro, embora quem mandasse fossem os

alemães-austríacos. A capital do império era Viena e o idioma oficial era o alemão.

Esses povos se sentiam oprimidos pela Áustria, como se fossem colônias. Queriam libertar-

se, tornarem-se independentes, formar seus próprios Estados Nacionais.

A Rússia também era um império (onde o imperador recebia o título de Tzar). Os russos são

um povo eslavo, e no seu império havia também outros povos eslavos (ucranianos, bielo-russos

etc.), além de muitos povos asiáticos e europeus. O tzar ambicionava controlar todos os povos

eslavos da Europa, inclusive os que habitavam a Europa-Central e os Bálcãs. Essas regiões

eram cobiçadas também pela Áustria.

O governo russo se considerava o promotor do pan-eslavismo, que tinha como objetivo a

reunião de todos os povos eslavos “sob proteção benéfica da Rússia”. Era a justif icativa para os

interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões da Europa Oriental. Havia um pequeno

país eslavo nos Bálcãs, a Sérvia, que dava força para os povos eslavos que queriam se libertar

da Áustria. Mas, como uma nação fraca como a Sérvia poderia enfrentar a poderosa Áustria? Os

sérvios tinham a cobertura do império russo.

6- Alianças Militares

Antes da guerra, diante dos fatos já vistos, os dois lados estavam divididos por alianças.

França e Alemanha se aliaram por causa do inimigo comum, a Alemanha. A Alemanha

pensava em fazer uma estrada de ferro que iria de Berlim até a cidade de Bagdá. A ferrovia

transportaria o petróleo do Oriente até as indústrias alemãs. Os ingleses e os russos detestaram

esse projeto: os ingleses, porque queriam controlar sozinhos, o petróleo do Oriente; os russos,

porque a Alemanha estava se aproximando do decadente Império Turco, por onde passaria

grande parte da ferrovia. Como planejava tomar alguns territórios que pertenciam à Turquia, a

Rússia não via com bons olhos a recente amizade dos alemães com os turcos.

Dessa soma de interesses resultou a Tríplice Entente, ou seja, a união militar da França, da

Inglaterra e da Rússia. Seus exércitos marchariam juntos contra a Alemanha e a Áustria.

No início da guerra a Alemanha, a Áustria e a Itália achavam-se ligadas pela Tríplice

Aliança. Mas, quando o conflito começou, os italianos nem se mexeram. Meses depois,

simplesmente passaram para o lado da Entente, e foi assim que participaram da guerra, contra a

Alemanha e a Áustria.

O começo da guerra

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Paz Armada – foi como ficou conhecido o período de 1871 à 1914, épocas sem guerras na

Europa, mas de corrida armamentista (produção de armamentos modernos e mortíferos) pelos

países europeus.

Era como se a Europa fosse um barril de pólvora. Faltava apenas o fósforo aceso para

detoná-lo. Pois o fósforo foi aceso na cidade de Sarajevo, capital da Bósnia.

Em 1908, o Império Austro-húngaro simplesmente anexou dois territórios balcânicos: a

Bósnia e a Herzegovina. Territórios reivindicados pela vizinha que sonhava formar a Grande

Sérvia.

Para esquentar ainda mais a situação, o herdeiro do trono austríaco, o arquiduque Francisco

Ferdinando, resolveu demonstrar sua força aos sérvios visitando Sarajevo, desfilando em carro

aberto. Resultado: o arquiduque foi assassinado a tiros de pistola.

A Áustria culpou a Sérvia e lhe declarou guerra. Em resposta, a Rússia declarou guerra a

Áustria. A Alemanha, por sua vez aproveitou para ficar do lado da Áustria e logo recebeu uma

declaração de guerra da França e da Inglaterra.

Começava o conflito.

Grande parte dos países europeus e suas colônias. Países sob sua influência. Países

interessados em ampliar sua participação no cenário mundial (EUA, Japão e Romênia – Tríplice

Entente; Turquia e Bulgária – Tríplice Aliança)

A 1ª guerra mundial pode ser dividida em 3 momentos

1º - Guerra de movimento - 1914 (movimentação dos exércitos; ocorrência de grandes

batalhas; vitórias e derrotas dos dois lados; equilíbrio de forças)

2º - Guerra de trincheiras e submarina – 1915 a 1917(conflito longo e sangrento; território

disputado palmo a palmo)

* Participação do Brasil – após ataque a navios brasileiros pelos alemães, declara guerra à

Alemanha, participa com o envio de uma missão médica e policiamento do Atlântico.

* 1917 – Revolução Russa (derruba o Czar e o novo governo assina tratado de paz com a

Alemanha)

* 1917 – Temendo a perda de investimentos na Europa, os EUA entram na guerra, usando

como pretexto o afundamento de navios americanos por alemães.

3º - Movimentos finais – 1918 (fortalecimento dos países da Entente, com a entrada

americana, que rompem o imobilismo da guerra, Império Austro-Húngaro e Alemanha não

resistem e uma a uma, se rendem)

11/11/1918 – Alemanha assina o cessar-fogo.

Conseqüências

9 milhões de mortos e 6 milhões de mutilados

Grande vencedor – EUA – soldados lutaram para salvar os lucros dos grandes empresários

e sai da guerra como o país mais rico do mundo.

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Império Austro-Húngaro – Fragmentado, surge: Hungria, Tchecoslováquia e Polônia.

Sérvia anexou a Bósnia-Herzegovina e formou a Iugoslávia.

Tratado de Versalhes Obrigava a Alemanha:

- restituir a região da Alsácia-Lorena à França;

- ceder regiões ocupadas à Bélgica, Dinamarca e Polônia;

- entregar as minas de carvão da região do Sarre à França;

- entregar suas colônias aos países vencedores;

- ceder faixa de terra à Polônia – Corredor polonês – acesso ao mar;

- proibida de ter forças armadas poderosas;

- entrega de navios e aviões aos vencedores;

- responsabilizada pela guerra foi obrigada a indenizar os aliados da Entente (perdeu muito

dinheiro e mergulhou na maior crise econômica).

Com a guerra a Alemanha perdeu 2/10 da população ativa; 1/6 das terras cultiváveis; 2/5

do carvão; 2/3 do ferro e 7/10 do zinco.

O povo alemão considerou as imposições injustas, vingativas e humilhantes.

O presidente Wilson, dos EUA, era contra a cobrança dessa indenização da Alemanha.

Propôs um plano de paz, os chamados 14 Pontos de Wilson. O governo americano avaliava

que pisotear a Alemanha só servia para desequilibrar a Europa. Os vencedores, porém não lhe

deram ouvidos.

Na Alemanha, não havia mais imperador. No final da guerra, o Kaiser tinha sido derrubado.

Agora, o país era uma república democrática. Esse período democrático foi chamado de

República de Weimar e durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder e impuseram um

regime político ditatorial (antidemocrático).

Em 1919 foi criada a Liga das Nações com sede em Genebra (Suíça), com o objetivo de

manter a paz mundial.

Efeitos da 1ª Guerra Mundial

- campos destruídos afetaram a produção agrícola;

- portos e estradas arrasados;

- cidades arruinadas

- declínio econômico do Império Britânico;

- aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho (ocasionou o voto

feminino);

- desemprego acentuou-se na Europa;

- avanço das idéias socialistas;

Avanço e fortalecimento dos nacionalismos que se tornaram radicais (Itália, República de

Weimar, Espanha e Portugal);

- ascensão dos EUA como nação mais poderosa do mundo ocidental, devido aos enormes lucros

obtidos com a guerra.